Algarve Médico 15

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DOSSIER TEMÁTICO

Algarve Médico, 2021; 15 (5): 20 - 21

FEATURE ARTICLE

Da famigerada pandemia de SARS-CoV-2 e da nossa organização Rui Pereira1,2 1 2

. Serviço de Doenças Infeciosas, Centro Hospitalar Universitário do Algarve . Coordenador do Grupo Operativo Institucional para a Pandemia de COVID-19, Centro Hospitalar Universitário do Algarve

rpereira@chalgarve.min-saude.pt

A famigerada pandemia de SARS-CoV-2

Nos preparativos, há muito a fazer para

A equipa médica constituiu-se à época,

assola já vários países da Europa

receber doentes com uma patologia por

com base em 3 serviços: Infecciologia,

com grande número de infectados,

um agente não previamente conhecido,

Pneumologia e Medicina Interna; todos

sobrelotando os hospitais, com

apesar das observações iniciais na China

acudiram com a máxima presteza,

expressivo número de internamentos

e respectivo relato.

apropriada à situação, mesclando jovens

e óbitos.

No estabelecimento da estrutura

a ansiedade, e ao mesmo tempo, alguma

Em Portugal prepara-se o terreno para

de atendimento cria-se uma área

a resposta à evolução da pandemia em

externa ao serviço de urgência para o

território nacional, passando da fase de

atendimento a todos os utentes com

contenção alargada para a fase

sintomas respiratórios, com capacidade

de mitigação.

para colheita de testes de PCR para

Muitas foram as dificuldades enfrentadas

SARS-CoV-2, contando com contentor

nos meses iniciais. Além da inexistência

modulado, com 10 quartos individuais

de dados científicos confiáveis acerca do

e estrutura para oxigenioterapia para

novo vírus (muitas informações foram

atender os doentes em espera dos

extrapolados de pesquisa anterior com

resultados dos testes.

outros coronavírus), convivemos também

São nomeados os hospitais de referência de cada região, onde ocorrerá o atendimento dos doentes suspeitos e infectados, assim como o internamento dos pacientes que assim o necessitarem, definindo o Hospital de Faro como a

Para o internamento escolhe-se o 4º

referência para o Algarve.

piso do edifício do ambulatório, com previsão de expansão para o 5ª e 3ª pisos, conforme o plano de contingência da instituição, sendo também criada a UCIP COVID para o tratamento dos doentes críticos.

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especialistas e séniors. Era possível notar excitação, pelo pioneirismo de estarem envolvidos na resposta inicial a uma pandemia que iria mudar o mundo.

com escassez crítica de inúmeros materiais (EPIs, roupas, aparelhos, etc.), causada pelo desabastecimento no mercado.


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