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Apendagite epiplóica - um diagnóstico elusivo
Epiploic appendagitis - an elusive diagnosis
Pedro M. G. Alves1, Melanie Claudino1
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1. Serviço de Radiologia, Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade de Faro
pedro.mga86@gmail.com
Uma mulher de 30 anos deu entrada no serviço de urgência com dores abdominais com 5 dias de evolução localizadas ao quadrante inferior esquerdo, referindo agravamento nas últimas 48 horas. Nega febre, vómitos, alteração do trânsito intestinal ou sintomas do trato urinário inferior. No estudo analítico apenas se destacou PCR de 11 mg/dL, sem outras alterações, nomeadamente leucocitose. Realizou ecografia pélvica onde se destacou uma área ovalada hiperecogénica na fossa ilíaca esquerda, não compressível e com pequena quantidade de líquido livre envolvente (Painel A, seta). A TC sem contraste endovenoso revelou uma área ovalada bem delimitada com densidade de gordura, adjacente ao cólon descendente, rodeada por uma linha hiperdensa que traduz inflamação do peritoneu visceral (Painel B, círculo vermelho). Observamos ainda densificação dos planos adiposos adjacentes (Painel B, círculo verde). Os achados imagiológicos em conjunto com o contexto clínico indicam o diagnóstico de apendagite epiplóica. A apendagite epiplóica é uma entidade rara e habitualmente auto-limitada que traduz um processo inflamatório/isquémico devido a torção ou trombose venosa de um apêndice epiplóico. Esta condição afecta maioritariamente mulheres entre a 2ª e a 5ª década com obesidade.1 Dor abdominal localizada é a sua apresentação mais habitual, destacando-se que ao invés dos outros diagnósticos diferenciais o estudo analítico é geralmente inocente, sem leucocitose.1 Clinicamente, pode ser indistinguível de diverticulite aguda ou de apendicite aguda, sendo necessária uma elevada suspeita para realizar o diagnóstico correcto e evitar um procedimento cirúrgico desnecessário.2 A 30-year-old woman was admitted to the emergency department with abdominal pain with 5 days of evolution, located in the left lower quadrant, worsening in the previous 48 hours. No history of recent fever, vomits, changes in intestinal transit or lower urinary tract symptoms. Blood tests showed no leukocytosis and were unremarkable except for CRP of 11 mg/dL. An abdominal-pelvic ultrasound study was performed, highlighting a non-compressible hyperechogenic area, in the left iliac fossa with a small amount of surrounding free fluid (Panel A, arrow). A CT scan without intravenous contrast was performed, highlighting an oval area with fat density adjacent to the descendent colon, surrounded by a hyperdense ring that refers to visceral peritoneum inflammation (Panel B, red circle). It was also noted adjacent mesenteric fat stranding (Panel B, green circle). The imaging findings plus the clinical data suggested the diagnosis of epiploic appendagitis. Epiploic appendagitis is a rare and usually self-limiting condition that reflects an inflammatory/ischemic process due to torsion or venous thrombosis of an epiploic appendage. This condition predominates in obese women between the 2nd and 5th decades.1
Localized abdominal pain is its usual presentation, noting that, unlike other differential diagnoses, the analytical study is generally innocent, without leukocytosis.1 Clinically can be indistinguishable from acute diverticulitis or acute appendicitis, requiring a high suspicion to make a correct diagnosis and prevent an unnecessary surgical procedure.2
Referências
1. Choi, Young Un et al. “Clinical characteristics of primary epiploic appendagitis.” Journal of the Korean Society of Coloproctology vol. 27,3 (2011): 114-21. doi:10.3393/ jksc.2011.27.3.114
2. Singh AK, Gervais DA, Hahn PF et-al. Acute epiploic appendagitis and its mimics. Radiographics. 25 (6): 1521-34.