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2
ABRIL - MAIO - JUNHO »
A performance tem as suas origens nos movimentos
comerciais nacionais, que justifica o festival e o enorme
europeus de vanguarda do início do século XX –
esforço dos que o organizam.
dadaísmo, futurismo, Bauhaus – e surge com grande vitalidade nos anos 60 do século passado, prolongando-
Ainda falando de cinema, em Junho, apresentaremos
se até aos nossos dias. Naquele tempo era uma forma
um ciclo sobre o cinema húngaro contemporâneo.
híbrida de arte ao vivo ou de arte viva, combinando
Oito filmes de realizadores nascidos na década de
diversos meios e quebrando muitas regras quanto ao que
1970, permitirão que as pessoas descubram uma
na altura se pensava sobre o que era arte. Laboratório para
cinematografia recente de uma geração de criadores
muitas experiências artísticas mais radicais e originais,
que se segue aos grande nomes Béla Tarr, István
as performances eram acontecimentos efémeros,
Szabó ou Miklós Jancsó. O ciclo abre com um
deliberadamente efémeros, que implicavam uma acção
filme de Kornél Mundruczó, realizador premiado em
dos artistas ou intérpretes e de que quase não havia
festivais como o de Locarno ou o de Cannes.
registos. Tema de intensa investigação e forma artística de novo pujante, a performance contemporânea diversificou-
Na dança e no teatro vamos ter cinco estreias absolutas.
se e dificilmente se deixa aprisionar numa definição.
Tânia Carvalho, que esteve no nosso Grande Auditório
Continua, no entanto, a ser um importante meio de
em 2007 com Orquéstica e em 2009 no Pequeno
questionamento da arte e das suas expressões.
Auditório com Barulhada, espectáculo dirigido a crianças, traz ao nosso palco principal Icosahedron, uma peça
Em Abril, e numa iniciativa e organização do Centro
para vinte bailarinos, uma co-produção internacional.
em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA),
Sílvia Real, que também aqui esteve em 2007 com a
vamos acolher durante três dias, em diversos espaços,
sua célebre trilogia Casio Tone/Subtobe/Tritone, convidou
seis performances de reputados artistas portugueses
Francisco Camacho, também ele uma das principais
e estrangeiros. Poucos dias antes, e mais tarde, em
figuras da dança contemporânea nacional, para criar um
Junho, acolhemos duas instalações/performances,
solo a ser por ela interpretado. É esse trabalho conjunto
integradas no ciclo “Vinte e sete sentidos”, concebido
que poderemos ver no início de Junho.
e organizado pela Granular, que terá continuação no último trimestre do ano. Será possível assistir a
André Murraças escreveu, encena, desenha o cenário
diferentes performances num curto período de tempo.
e os figurinos da peça Três Homens Sós. O texto é
Como o número de pessoas que pode assistir a cada
inspirado em três argumentos de cinema, e encadeia três
performance é bastante limitado, aconselhamos a que
histórias que falam da solidão do homem numa cidade.
comprem os bilhetes com antecedência.
Ou do isolamento, da prostituição, do envelhecimento no masculino em ambientes citadinos nocturnos. Onde,
4
Mas o evento mais marcante da programação deste
apesar de tudo, é possível encontrar o amor. A companhia
período do ano vai ser a presença na Culturgest, em
mala voadora, que iniciou a sua actividade em 2003 e se
Maio, do IndieLisboa’11, 8º Festival Internacional
tem distinguido pela qualidade dos espectáculos que cria,
de Cinema Independente. E é marcante pela sua
traz-nos overdrama, um texto de Chris Thorpe encenado
dimensão, porque ocupa todos os nossos espaços
por Jorge Andrade Finalmente, a companhia americana
(com excepção das galerias de exposições), pela adesão
the TEAM, que esteve em 2009 na Culturgest com
do público, pela cobertura mediática que o Festival
Architecting, considerado um dos melhores espectáculos
sempre tem merecido e pela qualidade da programação
do ano, vem estrear, antes de uma digressão pela Europa
que é, desde a primeira edição, característica do Indie.
e pelos EUA, Mission Drift, “uma viagem de pioneiros
Serão muitos filmes, mas serão, sobretudo, muito bons
que atravessa os Estados Unidos de Leste a Oeste,
filmes. É a possibilidade do encontro do público com
contada com a ajuda de explosões atómicas, lagartos
esses objectos raros, porque não vivem nos circuitos
bailarinos e música que funde o brilho espampanante de
Las Vegas com as baladas do Oeste e os blues do Sul”.
contemporaneidade, abandonando as convenções e
O projecto PANOS, agora na sua sexta edição, uma
os modelos do passado. Uma reflexão prospectiva
iniciativa da Culturgest que se espalhou por todo o
sobre alguns dos problemas mais urgentes da vida
país, vai ter mais um pequeno festival de apresentação
contemporânea.
de seis espectáculos de grupos de teatro juvenil que montaram peças escritas de propósito para jovens
Steve Paxton é uma personalidade marcante da
intérpretes. O entusiasmo, a frescura, o talento de
dança contemporânea. Pela mão do c.e.m – centro
actores e encenadores são contagiantes e as criações
em movimento, e a nossa colaboração, vem a
que constroem surpreendem pela sua qualidade.
Lisboa e na Culturgest nos dará uma conferência /
Experimente assistir a algum. Vai ver que fica cliente.
demonstração. Obrigatório para quem se interessa pela dança do nosso tempo.
Vamos al tiroteo, versiones de un tiempo pasado é um magnífico espectáculo de flamenco contemporâneo
Aquilo que se passa no palco de um teatro, visto por
muito enraizado no passado, que tem como ponto de
dentro, os meios e os instrumentos que se usam para
partida canções populares espanholas seleccionadas
criar a magia do espectáculo, suscitam sempre algum
por García Lorca. Premiado logo na sua primeira
fascínio sobre o espectador. Organizámos, por isso,
apresentação na Bienal de Flamenco de Sevilha, tem
algumas “visitas encenadas” que desvendam, de uma
tido enorme e merecido sucesso por onde tem passado.
forma aliciante, o que se passa “por detrás da cortina”.
A música brasileira estará representada por dois
Quanto à nossa programação de exposições, entre
concertos. Logo no princípio de Abril, Vitor Ramil
as que estão em exibição e as que vão inaugurar,
regressa a Portugal, a solo, com o concerto délibáb,
realçamos a que vai acontecer no Porto, entre Maio e
baseado no homónimo CD, o mais recente que gravou.
Agosto, sobre a obra gráfica de Luísa Correia Pereira
Ná Ozzetti, que em 2007 aqui esteve com José Miguel
(1945-2009), uma artista que grande parte do mundo
Wisnik, apresenta o espectáculo Balangandãs em
da arte desconhece ou à qual permanece indiferente,
que interpreta canções brasileiras dos anos de 1930
apesar da extraordinária importância do seu trabalho.
a 1950 de compositores como Ari Barroso ou Dorival Caymmi. Balangandãs é também o título do CD que
Em Fevereiro a Culturgest inaugurou uma livraria
gravou a partir do espectáculo e que teve grande
especializada em arte contemporânea. A livraria e a
sucesso no Brasil, onde foi premiado. Dois concertos
actividade editorial da Culturgest oferecem o pretexto
para descobrir ou redescobrir artistas que não têm tido
e o contexto para conversas com diferentes artistas,
no nosso país a atenção que merecem. Dois concertos
editores, designers e autores, em torno de publicações
do ciclo “Isto é jazz?”, com a cantora Sidsel Endresen
de arte. Os convidados no mês de Abril são os artistas
e com um quinteto do qual sobressai o nome do
Willem Oorebeek, Aglaia Konrad e Asier Mendizabal,
saxofonista Ken Vandermark, e um recital de canto e
que temos o prazer de receber no Pequeno Auditório.
piano, integrado no ciclo Concertos no Palco, que junta dois dos mais notáveis intérpretes nacionais, Jorge Vaz
Orgulhamo-nos do trabalho que o nosso Serviço
de Carvalho e João Paulo Santos, num programa de
Educativo leva a cabo, ligado ou não às exposições,
lied e mélodie, completam a programação musical.
muito variado e dirigido a pessoas de todas as idades. Não deixe de consultar as páginas desta
Estados de Guerra é um ciclo de quatro conferências
brochura onde vêm discriminadas estas acções.
concebido por Rui Trindade e que reúne quatro especialistas sobre alguns dos “teatros de guerra”
Como sempre, esperamos por si, convictos de que
que se instalaram de uma forma difusa na nossa
temos boas razões para tal.
5
música
10
conferências
26
música
12
inst/perf
28
dança
34
performance
30
música
14
Icosahedron de Tânia Carvalho / Tânia Oak Tree
dança
36
IndieLisboa’11 Festival Internacional de Cinema Independente
cinema
44
Alan Bishop & Richard Bishop apresentam the Brothers Unconnected
música
16
teatro
42
Hype Williams
música
18
Platform 1
música
20
Solo para Sílvia Real (título provisório)
dança
38
Três Homens Sós Um espectáculo de André Murraças
teatro
40
délibáb
Vitor Ramil
Estados de Guerra – Todos contra Todos Jorge Vaz de Carvalho e João Paulo Santos A Vénus de Pistoletto #4 Vamos al tiroteo, versiones de un tiempo pasado pela Compañia Rafaela Carrasco No Performance’s Land? Sidsel Endresen
PANOS palcos novos palavras novas
48
outro
42
inst/perf
46
cinema
Gravitar à volta do centro: cinema húngaro contemporâneo
22
música
Ná Ozzetti
24
música
Evan Parker
52
exposição
1+1+1=3 Hermann Pitz, Michael Snow, Bernard Voïta
54
exposição
Gedi Sibony
56
conversas
Conversas com Willem Oorebeek e Aglaia Konrad
58
conversa
60
exposição
O modo como não foi (celebrando dez anos de castillo/ corrales, Paris)
62
exposição
Luísa Correia Pereira A convocação de todos os seres
64
exposição
José Pedro Croft
66
exposição itinerante
Zona Letal, Espaço Vital Obras da Colecção da Caixa Geral de Depósitos
Por detrás da cortina: a caixa mágica 2+n
Balagandãs
Conversa com Asier Mendizabal
68
Serviço Educativo
82
Informações
PROGRAMAÇÃO »
délibáb
vitor ramil
MÚSICA SEG 4 ABRIL Grande Auditório 21h30 * Duração: 1h15 M12 * 15€ Até aos 30 anos: 5€
Vitor Ramil, conceituado compositor, cantor e
estudo etimológico. Foi quando descobri que
escritor brasileiro, começou a sua carreira no
délibáb, cujo significado é ‘miragem’, vem de déli
início dos anos 1980. Editou nove discos e três
(do sul) + báb (de bába: ilusão). Como não ficar
livros. Maria Rita, Milton Nascimento, Zizi Possi,
maravilhado diante daquela ‘ilusão do sul’, ainda
Ney Matogrosso e Jorge Drexler, entre outros,
que fosse só uma miragem?”.
deram voz a canções suas. Segundo Vitor Ramil, “Os versos de Borges são Regressa a Portugal para apresentar o novo
pródigos em cuchillos (facas), peleias, sangue
espectáculo délibáb, baseado no seu último
e mortes. Colocá-los lado a lado com os versos
CD que reúne milongas (ritmo comum ao
de Vargas faz com que se sobressaiam nesses
Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina) que
a doçura, a amorosidade e a melancolia, ainda
compôs a partir de poemas de Jorge Luis
que apresentem também cenas de valentia e de
Borges e do brasileiro João da Cunha Vargas.
violência. Isso me faz pensar na diferenciação que faz Barbosa Lessa entre espanhóis e
10
“A decisão de que ‘délibáb’ seria o nome do
portugueses no período de formação do Rio
disco só aconteceria depois que eu incorporasse
Grande do Sul: ‘mesmo que ainda não tenham
uma das paixões borgeanas e partisse para o
sido fixadas as fronteiras políticas, as fronteiras
culturais já estão determinando onde mora o
Having begun his career in the early 1980s, the
espanhol, com seu culto às chagas de Cristo, ao
highly regarded Brazilian composer, singer and
martírio dos cravos e espinhos, à dor do luto e à
writer, Vitor Ramil, returns to Portugal with his
atracção da morte, e onde mora o lusitano, com
new show délibáb, drawn from his latest CD
seu ingénuo lirismo, cultuando o Menino Deus
of milonga compositions based on poems by
ou São João com o cordeirinho nos braços.’”
Jorge Luis Borges and João da Cunha Vargas. Full of bloody quarrels and deaths, Borges’
délibáb foi considerado um dos 10 Melhores
poems contrast with the tenderness and
Shows de 2010 pelos jornais O Globo e Folha
melancholy of Vargas’ verses, highlighting the
de São Paulo, e um dos Melhores Discos do
cultural divisions in the formation of Rio Grande
Ano pela revista brasileira Veja e pelos órgãos
do Sul. délibáb (a composite word meaning
de comunicação argentinos Diario La Nación, e
“mirage”) was considered one of Brazil’s 10 -
Revista Ñ do Diario Clarín.
Best Shows in 2010.
11
jorge vaz de carvalho e joão paulo santos Ciclo Concertos no Palco
MÚSICA SÁB 9 ABRIL Grande Auditório 18h00 * Duração: 1h00 com intervalo M12 * 10€ Até aos 30 anos: 5€
Dois dos mais excelentes intérpretes nacionais
O programa do concerto inicia-se com um
apresentam um programa sedutor de lied e
curto ciclo de três canções de Schumann
da sua correspondente francesa, a mélodie.
sobre poemas de Heinrich Heine em que se
Formas musicais em que, sobre um poema
conta, com algum sarcasmo, uma história de
de recorte literário, se constrói uma canção
amor não correspondido. Segue-se o ciclo de
para ser interpretada por uma voz solista
Mahler sobre poemas de Friedrich Rückert. Foi
acompanhada ao piano.
estreado em 1905 na versão orquestral dirigida pelo compositor. Os poemas aqui reunidos
12
O lied marcou o romantismo alemão, a mélodie
são independentes entre si, não contam
surgiu um pouco mais tarde, em meados
nenhuma história, mas todos falam do amor.
do século XIX e subsiste no século XX, com
A canção Liebst du um Schönheit (“Se amas
compositores como os que podemos ouvir
pela beleza”) foi um presente de Mahler à sua
neste recital.
mulher Alma.
Depois do intervalo é tempo de ouvirmos
Two excellent Portuguese musicians present
as mélodies. Ibert, um classicista aberto
a seductiveprogramme of lieder and their
ao modernismo, sempre de uma grande
French counterpart, mélodies, consisting of
elegância, compôs estas Chansons de Don
songs composed from poems for solo voice
Quichotte para a banda sonora de um filme
with piano accompaniment. The first part of
de Pabst, grande realizador austríaco. Os
the concert includes songs composed by
produtores convidaram dois compositores para
Schumann from poems by Heinrich Heine
escreverem as canções e depois escolherem
and by Mahler from poems by Friedrich
as que achassem melhores. Ibert foi preferido
Rückert. After the interval come the mélodies:
a Ravel. As Chansons gaillardes foram
Ibert’s elegant Chansons de Don Quichotte,
compostas por Poulenc sobre textos anónimos
composed for the soundtrack of a film by
do século XVII de uma alegria licenciosa que o
Pabst, and Poulenc’s Chansons gaillardes,
compositor trata de uma forma franca e directa
based on anonymous 17th-century texts.
que não cede à vulgaridade.
13
sidsel endresen Ciclo “Isto é Jazz” comissário: Pedro Costa
JAZZ QUA 27 ABRIL Pequeno Auditório 21h30 * Duração: 1h00 M12 * 5€ (preço único)
O jazz vocal escandinavo tem em Sidsel
Senhora de uma voz única, com tanto de
Endresen a sua mais insigne representante.
sensual como de poderoso, lembrando por
Recorrendo ao rico património folclórico do
vezes Nina Simone ou Marianne Faithfull,
seu país, a Noruega, a cantora impôs-se
diferentemente destas Endresen tem uma
na cena internacional com a colaboração
abordagem de pesquisa que a conduz a
de músicos como Django Bates, Jon
explorações inusitadas tanto das suas
Christensen, Nils Petter Molvaer, David
capacidades físicas como do modelo da canção,
Darling e Bugge Wesseltoft (com o último
colocando-a em paralelo a nomes como
mantendo, de resto, um celebrado duo),
Meredith Monk e Lauren Newton. Em termos
artistas de primeira linha de etiquetas
estéticos, prefere claramente a austeridade da
discográficas como a ECM e a Jazzland.
expressão e a essencialidade das estruturas e das atmosferas a exibicionismos técnicos ou a histrionismos dramáticos, um factor que a diferencia da generalidade das cantoras
14
que hoje utilizam o jazz como linguagem ou
With her unique voice, reminiscent of Nina
como plataforma de base. Por isso mesmo,
Simone or Marianne Faithfull, Sidsel Endresen
recusa apresentar-se como uma “vocalista
interprets the rich folklore of Norway, exploring
de jazz”. Prefere, cada vez mais, o formato
her own physical capacities and the model
de solo absoluto, muito intimista e minimal,
of the song itself. Aesthetically, she clearly
acompanhando-se a si mesma com uma
prefers the austerity of expression to technical
kalimba, um simples copo, um gravador de
virtuosity, refusing to present herself as a “jazz
cassetes portátil e uma velha drum machine. A
vocalist” and increasingly preferring to perform
música que daí resulta pode parecer estranha e
as an absolute soloist, accompanying herself
até desconcertante, mas na mesma medida em
with a kalimba, a glass, a cassette recorder
que é bela e hipnótica.
and an old drum machine. Her music may seem strange and disconcerting, but it is also beautiful and hypnotic.
15
alan bishop & richard bishop apresentam:
the brothers unconnected um tributo aos Sun City Girls e a Charles Gocher Ciclo de Concertos Comissário: filho único
MÚSICA SEX 6 MAIO CULTURGEST PORTO 22h00 * Duração: 1h00 M12 * 5€ (preço único)
Iniciando o seu percurso discográfico em
e demais exotismos (para um ocidental) com
1983, os Sun City Girls, trio norte-americano
a mesma naturalidade e ropriedade com que
formado em Phoenix, Arizona, terão sido o mais
trataram o blues. Fizeram um teatro stand-up que
influente grupo na música independente dos
documentaram em vídeo e confrontaram em palco
Estados Unidos após o aparecimento dos Velvet
para atónitos e devotos. Lançaram uma série de
Underground, talvez só igualados pelos Sonic
discos de colagem de emissões radiofónicas do
Youth. O sítio (global) da sua música sempre foi
mundo inteiro, para lá de outros planos muitas
indomável, as tradições em que se inspiraram,
vezes inauditos até eles os projectarem.
que reutilizaram e contaminaram tratadas com a reverência de um ritual charlatão, e com a
Foi um trabalho de excepcional amplitude,
plasticidade da matéria nas mãos do artesão.
feito com a alegria de viver daqueles que reconhecem o ridículo tanto da normalidade,
16
Cruzaram a trip psicadélica enquanto instrumento
como do absurdo. Para tornar o normal
introspectivo e enquanto simples festa
transcendente existiu sempre o hilariante, e
selvagem, com o free jazz como grito libertário,
os Sun City Girls deram-lhe muito uso.
com mambo / rock do Médio Oriente / música
Bem para além de uma simples reunião, o
voodoo / desgarradas mariachi / pop tailandesa
projecto Brothers Unconnected é um último
olhar público e uma última viagem‑cerimónia
One of the most highly influential groups in
que Richard e Alan Bishop, dois terços dos Sun
American independent music, the Sun City
City Girls, fazem pelo magnífico reportório que
Girls, from Phoenix, Arizona, are difficult to
criaram com o seu amigo e antigo membro da
pin down, mixing introspective psychedelic
banda, Charles Gocher, falecido em 2007.
music with free jazz, mambo, Middle East rock, voodoo music, mariachi and Thai pop,
Esta actuação é parte de uma curta
just as naturally as they play the blues. Their
digressão, única e irrepetível na Europa, para
unusual projects include videos of stand-up
celebrar com magnificência as cinzas de
performances and collages of radio broadcasts
um enorme exemplo de liberdade activada
from around the world, delighting in seeing the
ininterruptamente (até o tempo a paralisar).
ridiculous side of normality as much as of the
Pedro Gomes / filho único
absurd. Their performance at Culturgest Porto is part of a short, unique and unrepeatable European tour.
17
hype williams Ciclo de Concertos comissário: filho único
MÚSICA SEX 6 MAIO CULTURGEST PORTO 22h00 * Duração aprox: 50min M12 * 5€ (preço único)
Formação londrina composta por Inga
Utilizam como matéria para as suas peças
Copeland e Roy Blunt, com uma biografia
vários fragmentos, detritos e pérolas da cultura
elíptica e um percurso discográfico iniciado
pop, da mais planetária até à que espera
em 2009, os Hype Williams são das propostas
que o tempo volte e lhe tire o pó de cima,
mais vitais e fascinantes da música britânica
produzindo uma aglutinação e mescla destes
surgidas na última década.
elementos, cada um deles devidamente descontextualizado da sua fonte original e
A sua identidade nunca é pública e totalmente
parte integrante de um novo objecto sonoro.
clarificada, e é nesse tipo de neblina que,
18
de resto, todo o seu trabalho existe. Numa
Quando a cultura de massas mercantiliza em
época de cada vez mais apropriações, de
crescendo a ideia de que podemos consumir
plágios sustentados em naïveté, e da ultra-
a diferença e a singularidade em cadeias
democratização da criação artística, os Hype
multinacionais, os Hype Williams não só
Williams pegam numa série de tácticas de delito
entendem e recusam esse paradoxo, como
artístico como filosofia e estratégia deliberadas.
erigem um trabalho assente primariamente
no tratamento de uma auto-iconografia que
The London duo Hype Williams, composed of
permanece intocável, por sucessivamente se
Inga Copeland and Roy Blunt, are amongst the
transmutar dentro de uma realidade com a qual
most vital and fascinating proposals in British
está em constante diálogo.
music over the last decade. Never completely clarifying their identity, they draw their musical
Deles podemos sempre esperar, a cada
material from a mixture of fragments from pop
actuação, um novo alinhamento de peças,
culture, decontextualised from their original
trabalho, performance e enquadramento/
source and forming an integral part of a new
afirmação no espaço. A intangibilidade e a
sound object. Rejecting the marketing strategies
irrepetibilidade sempre foram dos bens mais
of mass culture, their work is based on an
preciosos da criação artística, e aqui são
enduring self-iconography in permanent dialogue
saudável e benigna obsessão.
with reality. Each performance brings a new and
Pedro Gomes / filho único
unrepeatable realignment of their work.
19
platform 1 Ciclo “Isto é jazz?” Comissário: Pedro Costa
JAZZ TER 24, QUA 25 MAIO Pequeno Auditório 21h30 * Duração: 1h20 M12 * 5€ (preço único)
Mais na qualidade de frontman do que de
Texas, sendo talvez o mais “americano” dos
líder – trata-se de um colectivo de iguais –, o
trompetistas do Velho Continente. O próprio
saxofonista e clarinetista norte-‑americano Ken
Vandermark e o trombonista Steve Swell,
Vandermark vai estrear em Portugal – com uma
figuras de proa, respectivamente, do novo jazz
digressão e o registo de um CD – uma nova
de Chicago e de Nova Iorque, são músicos
formação com o envolvimento do seu nome:
permanentemente em digressão deste lado
Platform 1. Se quatro dos membros do quinteto
do Atlântico. Estas conexões geográficas
foram nascidos e criados na América do Norte,
não são uma simples curiosidade: estão
três nos EUA e um no Canadá, verificamos
profundamente inscritas na música que nos
que dois deles vivem na Europa há largos
vêm propor em conjunto.
anos, designadamente o contrabaixista Joe
20
Williamson, que agora habita em Copenhaga
O jazz que lhes vamos ouvir está na
depois de ter experimentado Amesterdão,
intersecção do hard bop e do legado free, e
Berlim e Londres, e o baterista Michael
nisso esta Platform 1 persegue uma tendência
Vatcher, radicado na Holanda e parte da cena
desta música hoje com grande expressão nos
local. Curiosamente, o único europeu do grupo,
Estados Unidos. Mas não se trata de uma
o sueco Magnus Broo, estudou música no
simples equação: todos estes excelentes
instrumentistas e compositores, dos melhores
More a frontman than a leader, saxophonist
em actividade, desenvolveram os seus
and clarinettist Ken Vandermark will be touring
percursos individuais em várias frentes no que
Portugal for the first time with his quintet
a estilo e até género diz respeito, e ao longo do
Platform 1. Four of its members come from
tempo foram incorporando elementos dessas
North America, although two have lived in
outras linguagens musicais nos seus discursos,
Europe for a long time, while the Swedish
indo do rhythm ‘n’ blues, do funk e da soul
trumpeter Magnus Broo studied in Texas. These
afro-americanos até à livre-improvisação e
geographical connections profoundly affect their
ao experimentalismo de cunho europeísta,
music – a mixture of hard bop and free jazz.
com assimilação, também, de alguns dos
Influenced by a variety of genres, the musicians
códigos da música erudita contemporânea, a
have also assimilated some of the codes of
desenvolvida em países como Itália, Alemanha,
contemporary erudite music, resulting in an
França ou Inglaterra. O que fizerem será o
osmosis of all these influences.
resultado de todas essas interferências, dentro dessa tipologia da música feita de osmoses que é o jazz.
21
ná ozzetti
balagandãs
MÚSICA SEX 17 JUNHO Grande Auditório 21h30 * Duração: 1h10 M12 * 18€ Até aos 30 anos: 5€
A cantora e compositora paulista Ná Ozzetti,
O trabalho foi desenvolvido colectivamente
uma das vozes mais consagradas da Música
por Ná e os músicos Dante Ozzetti (violão),
Popular Brasileira contemporânea, que
Mário Manga (guitarra, violoncelo e violão
esteve na Culturgest em 2007 com José
tenor), Sérgio Reze (bateria e gongos
Miguel Wisnik, apresenta pela primeira vez
melódicos) e Zé Alexandre Carvalho
em Portugal o espectáculo Balangandãs,
(contrabaixo acústico).
homenagem à cena musical brasileira das
22
décadas de 1930 a 1950 e a importantes
O espectáculo Balangandãs traz uma
compositores, entre eles Ari Barroso, Dorival
concepção contemporânea de arranjos
Caymmi, Assis Valente, Synval Silva, cujas
musicais, alinhamento, figurinos e iluminação,
composições se tornaram clássicos da canção
mas exprime de forma original o cenário
popular brasileira.
musical das décadas de 30 a 50.
Em 2009 sai o CD com o mesmo nome do
After her performance with José Miguel Wisnik
espectáculo, com excepcional repercussão
at Culturgest in 2007, the Paulista singer-
no público e na imprensa. Por esse
songwriter Ná Ozzetti returns to Portugal with
trabalho, Ná Ozzetti e banda conquistaram
her show Balangandãs, a tribute to the Brazilian
o primeiro lugar na categoria de Melhor
music scene from the 1930s to the 1950s,
CD Popular do 5º Prémio Bravo! Prime
resulting from the collective efforts of Ná and the
de Cultura. Depois de uma temporada de
musicians Dante Ozzetti (guitar), Mário Manga
grande sucesso no Brasil, o espectáculo
(guitar, cello), Sérgio Reze (percussion) and Zé
entrou em digressão internacional.
Alexandre Carvalho (acoustic bass). Begun in 2008 and enthusiastically received by audiences and press alike in Brazil, the project is now being taken on an international tour.
23
evan parker Ciclo de Concertos comissário: filho único
MÚSICA SÁB 25 JUNHO CULTURGEST PORTO 22h00 * Duração: 1h00 M12 * 5€ (preço único)
Evan Parker é, desde há praticamente 50 anos,
Olhar para a discografia de Parker é
um dos grandes saxofonistas e músicos em
quase como ler a história desta herança e
actividade. Nascido em Bristol em 1944, foi
metodologia musicais que não cessam de
ao assistir a um concerto do quarteto de John
se desenvolver e reconfigurar. Desde o seu
Coltrane em 1962, momento que determinou
arranque no Spontaneous Music Ensemble
– como diz – a sua “escolha de tudo”, que
com John Stevens, à Music Improvisation
começou a ser para ele mais clara a área
Company, até à criação das editoras Incus
estética onde viria a investir.
(com Derek Bailey e Tony Oxley) em 1970 e Psi (agora sozinho, em 2001), Parker permanece
Ajudou de forma crucial a desenhar um jazz
um cidadão e artista ávido de uma exploração
britânico, mas também europeu, que com os
brava, obsessivamente coerente, feita sempre
anos vem chamando de livre improvisação,
num impressionante ritmo de trabalho.
termo e prática que passou a partilhar com uma pequena comunidade de contemporâneos seus
Por entre mais de 200 registos discográficos e
nos anos 1960, e que entretanto se expandiu ao
milhares de actuações, formações que mantém
mundo inteiro.
há quatro décadas e outras ad hoc, o solo permanece um dos veículos de expressão que
24
lhe é mais querido. O supremo domínio que tem
Bristol-born saxophonist Evan Parker saw a
do som e do instrumento, de onde sobressai a
John Coltrane concert in 1962, when aged 18.
sua conhecida técnica de respiração circular, da
This decisive moment led to his becoming a
qual é absoluto virtuoso, permite-lhe trabalhar em
free improvisation jazz player, and his musical
extensas formas contínuas no saxofone, nesta
career has been like a constant and obsessively
circunstância potenciadas pela acústica rica em
coherent reshaping of that legacy. After more
reverberação da Culturgest Porto, que oferece
than 200 recordings and four decades of live
ao músico infinitas possibilidades melódicas,
performances in bands, he still enjoys playing
harmónicas e métricas.
solo concerts most of all. Famous for his circular breathing technique, his supreme command of
Dos raros históricos que permanece tão vital
sound and instrument makes the acoustics of
e inquisitivo hoje como na sua juventude, para
Culturgest Porto ideally suited to his music of
uma actuação, como sempre quando se trata
infinite melodies and harmonics.
de Evan Parker, irrepetível. Pedro Gomes / filho único
25
estados de guerra todos contra todos Ciclo de Conferências comissário: Rui Trindade
CONFERÊNCIAS TERs 5, 12, 19, 26 JUNHO Pequeno Auditório 19h30 * Entrada Gratuita
No mundo de ontem, reconhecia-se na Guerra
O objectivo deste ciclo de conferências é
um estado de excepção. Na sua representação
reflectir sobre alguns dos “teatros de guerra”
clássica, o conflito definia-se pela encenação
que marcam a nossa contemporaneidade e
de um conjunto de rituais que organizavam, no
tentar, de modo prospectivo, avaliar as suas
espaço e no tempo, o exercício da violência. No
possíveis evoluções.
mundo de hoje, as convenções, que presidiam a esta modelação dos conflitos, dissolveram-se.
Na primeira conferência, Fernando Ilharco, caracterizando a vivência moderna como pós-
Hoje, a excepção diluiu-se numa permanência.
ocidental, pós-democrática e pós-literária, irá
E os “teatros de guerra”, abandonando as
abordar estes conceitos enquanto elementos
convenções e os modelos do passado,
estruturantes do mundo sem centro no qual
instalaram-se, de forma difusa, na sociedade
hoje vivemos.
global. Aos antigos protagonistas, juntaram-
26
se agora muitos outros vindos sobretudo
Sendo os media o palco privilegiado de uma
da economia, dos media e das tecnologias.
guerra da percepção onde todos os actores,
individuais e colectivos, procuram actualmente
Previously, War was seen as a state of
um posicionamento estratégico, é natural que
exception, allowing for the staging of a series
os media se afirmem como um dos principais
of violent rituals. Today, that exception is now
“teatros de guerra” da modernidade. António
a permanence. These lectures will look at
Granado irá, na segunda conferência deste
some of our contemporary “theatres of war”.
ciclo, abordar as implicações daí decorrentes.
Fernando Ilharco will look at the concepts that structure our modern centreless world;
Nas duas últimas conferências, Mário
António Granado will examine how the media
Baptista Coelho e Viriato Soromenho-Marques
have become the perfect stage for a war of
procurarão analisar os desafios (e os conflitos)
perception; Mário Baptista Coelho and Viriato
que, num mundo que terá, em breve, nove mil
Soromenho-Marques will analyse the challenges
milhões de habitantes, se colocarão em termos
(and conflicts) facing the human race in
energéticos e ambientais, à espécie humana.
environmental and energy terms.
27
a vénus de pistoletto #4 Ciclo Vinte e sete sentidos Organização: Granular
Instalação/Performance QUA 13 ABRIL Sala 2 18h30 * Duração: 1h00 M12 * 3,5€ (preço único)
Sobre o ciclo “Vinte e sete sentidos”
objectos do quotidiano e a tecnologia lo-fi,
No seu poema An Anna Blume, Kurt Schwitters
esta peça musical baseia-se nos conceitos da
referiu-se em 1919 aos “vinte e sete sentidos”
Arte Povera, numa particular homenagem ao
da sensorialidade – se tal pareceu então
artista plástico Michelangelo Pistoletto. Para
o delírio de um visionário, é finalmente
além dos instrumentos habituais de Emídio
uma realidade neste tempo de derrube das
Buchinho e Carlos Santos – respectivamente
fronteiras entre as artes. Já não há nichos
a guitarra e o computador –, o recurso a
criativos, apenas diferentes campos de acção
utensílios motorizados ou electrónicos, assim
artística que cada vez mais se encontram e se
como a objects trouvés (materais “pobres”,
entrecruzam. Integrando os mundos do som,
nomeadamente folhas e galhos de árvore, papel,
da imagem e/ou do movimento, e adoptando
etc.) são os componentes essenciais de Vénus
em simultâneo os formatos de instalação e de
de Pistoletto. Trata-se de um misto de instalação
performance, a série “Vinte e sete sentidos”
/ performance, encontrando-se o espaço repleto
abre as portas da percepção e da sinestesia.
de pequenos mecanismos que dão corpo a uma actividade quase “fabril” na sua manipulação
28
A Vénus de Pistoletto #4
física. O espectador é convidado a mergulhar
Elaborada essencialmente com o recurso a
neste envolvimento sonoro.
In 1919, Kurt Schwitters spoke of the “twenty-
the use of motorised or electronic tools, as well
seven senses”. What may have seemed the
as objets trouvés (leaves, twigs, paper, etc.), is
delirium of a visionary is now a reality as the
essential for creating the sounds that make up
borders between the arts have come crashing
Pistoletto’s Venus. A combination of installation
down. Creative niches no longer exist, just
and performance, where small mechanisms
different and increasingly intersecting fields
embody an almost “factory-like” activity,
of artistic action. Bringing together the
enveloping the spectator in sound.
worlds of sound, image and/or movement, and simultaneously adopting the formats of installation and performance, the series Twentyseven senses opens the doors of perception and synaesthesia. This musical piece, developed from everyday objects and lo-fi technology, has its roots in Arte Povera, in a special homage to Michelangelo Pistoletto. Besides the guitar and computer, 29
no performance’s land?
PerformanceS SEX 15 A DOM 17 ABRIL M16 * 5€ (preço único)
30
No Performance’s Land? pretende interrogar o
formatos, apresenta um leque de artistas
lugar da performance na contemporaneidade e
de relevo internacional que pela primeira vez
conta com a presença de múltiplos Especialistas
apresentam os seus trabalhos em Portugal: Nao
e performers europeus, brasileiros e norte-
Bustamonte, colaborou com Guillermo Gomez-
americanos, conferindo-lhe desde já uma
Peña, pioneira do movimento performativo
inscrição e legitimidade junto de um público
nova‑iorquino com forte linguagem política e de
alargado que cruza a investigação em ciências
crítica feminista; Francesca Fini, uma das mais
sociais e a produção artística. Pretende-se
importantes artistas italianas do video-art e da
resgatar os estudos performativos de um certo
performance digital; Ida Larsen, uma artista
exílio conceptual e explicitar o seu retorno
emergente na Dinamarca que cruza dança com
triunfal do que hoje se define por movimento
arte da performance num espectáculo de grande
re-performativo. Marcado pela diversidade
proximidade; Márcio‑André, um artista sonoro
de propostas performativas em múltiplos
com um longo trabalho na experimentação
poética cruzando linguagens; Andreia Inocêncio
We examine the place of performance
uma jovem artista transdisciplinar com uma
nowadays by exploring its limits, boundaries and
proposta de performance irónica sobre a
relationships within the arts and social sciences.
condição da mulher artista nómada; e João
No Performance’s Land? is an international
Garcia Miguel, conceituado performer, que
meeting of experts and performers from Europe,
estreará em Lisboa uma versão do seu mais
Brazil and the USA, whose presence here
recente espectáculo interactivo com claras
makes it relevant for a wider audience of people
referências à instalação. No Performance’s Land?
involved in both the arts and research.
reúne uma paleta de artistas e de espectáculos que permitem pensar a performance e o seu papel na compreensão da contemporaneidade.
31
2+n Ciclo Vinte e sete sentidos Organização: Granular
Instalação/Performance QUA 13 ABRIL Sala 2 18h30 * Duração: 1h00 M12 * 3,5€ (preço único)
32
2+n surge como ideia de partilha, enquanto
que cada um dos intervenientes leva em fase
acto performativo, de processos individuais de
de maturação. Os resultados evidenciam um
geração e transformação de matéria sonora
trabalho operado nos limiares do perceptível, em
ao vivo. Miguel Cardoso e Ricardo Guerreiro
que a composição da situação de performance
procuram o confronto da composição algorítmica
se constitui como o próprio assunto da
interactiva com realidades distintas, definidas
interactividade e a comunicação exclusiva com
pela variável n, em que n pertence ao intervalo
as estruturas da percepção permite a revelação
de 0 a + ∞. Para este evento convidam Joana
de um campo de expectância em permanente
Fernandes Gomes, cujos processos generativos
tensão. Um trabalho em que o texto assume
de visualização manifestam uma dimensão
múltiplas funções, enquanto código de gestão
musical a partir da sua abertura ao fenómeno
de relações de contraposição e interdependência
acústico. Esta colaboração permite revelar
dos processos algorítmicos e suas extensões
alguns aspectos específicos dos projectos de
físicas, mas também como unidade poética
investigação em Ciências e Tecnologia das Artes,
e elemento de composição do espaço. Se
as práticas artísticas ligadas à computação
2+n is a live performance based on the sharing
parecem implicar o espectacular, o que nos
of individually generated sounds. Miguel
permitirá operar fora do espectáculo e voltar
Cardoso and Ricardo Guerreiro are joined here
a pronunciar a beleza? Pensemos no objecto
by Joana Fernandes Gomes in a collaboration
puro, perfeitamente indiferente à existência, de
that reveals specific aspects of their mature
que nos fala a teoria de Meinong. Lembremos
research projects in Art Science and Technology,
também aquela ideia de Schwitters, da máquina
resulting in a performance that operates on the
como abstracção do espírito humano. Mas não
threshold of perception and reveals a field of
deixemos, porém, que estas palavras permitam
permanent and highly tense expectancy.
criar demasiadas ideias ou expectativas muito definidas sobre o que se pretende. Os hiperespaços aqui enunciados são silenciosos, revelam o escuro e parecem exigir as melhores qualidades do tempo.
33
vamos al tiroteo, versiones de un tiempo pasado
pela compañia rafaela carrasco
Dança SEX 15 ABRIL Grande Auditório 21h30 * Duração: 1h05 M12 * 20€ Até aos 30 anos: 5€
Há sempre um passado e o flamenco está
de inspiração para muitos artistas. Transpor
muito agarrado a ele. São as raízes do que hoje
os temas de 1931 para o dia de hoje, com um
somos e fazemos. Ficarmo-nos nele é não
entendimento musical, cénico e coreográfico
estar no presente. Vivê-lo a partir do presente,
que difere muito daquele que existia no
é fazer o aminho ao que amanhã virá. É imensa
seu tempo, mas com o mesmo espírito de
a importância de Canciones populares para o
fazer chegar ao público letras e músicas que
espectáculo de ontem e de hoje, porque são do
pertencem ao povo, que contam a maneira de
público, porque crescemos com elas e porque
viver de gerações passadas e que fazem parte
foram parte de nós. São o ponto de partida para
de nós. Rafaela Carrasco
o lugar onde hoje me encontro e um possível
34
caminho para o que virá amanhã. A ideia
O disco Canciones populares, sobre o qual se
principal é pôr em cena um disco que foi fonte
constrói este espectáculo, foi editado em 1931
e reúne um conjunto de canções populares
Flamenco is deeply rooted in the past, but also
seleccionadas por Federico García Lorca,
represents the starting point of the path to the
que acompanha ao piano a mítica cantora,
future. Popular songs are hugely important for
bailaora e coreógrafa, Argentinita. Vamos
the spectacle of past and present, because we
al tiroteo, versiones de un tiempo pasado
have grown up with them. Now offering a very
estreou em 2008 na XV Bienal de Flamenco
different modern scenery and choreography,
de Sevilha onde arrebatou os prémios de
this hugely successful adaptation of the 1931
melhor coreografia. Desde então tem sido
recording of Canciones populares selected
apresentado em Espanha, Inglaterra, Finlândia
by Federico García Lorca, who accompanies
e França, com enorme sucesso.
the mythical singer Argentinita on piano, tells audiences of the life of past generations that still form part of us. Rafaela Carrasco
35
icosahedron
de tânia carvalho / tânia oak tree
Dança SEX 15 ABRIL Grande Auditório 21h30 * Duração: 1h05 M12 * 20€ Até aos 30 anos: 5€ No dia 29, após o espectáculo, haverá uma conversa com a coreógrafa na Sala 1.
As várias pessoas que todos nós temos
Em 1991 frequentou a Escola Superior de
dentro... É algo que me intriga e que aprofundei
Dança (Lisboa). Em 1997 ingressou no Curso
durante a criação, no entanto não quero dar
de Intérpretes de Dança Contemporânea Fórum
qualquer tipo de explicações sobre isso, gosto
Dança (Lisboa). Em 2005 realizou o Curso de
mais de pôr as cartas na mesa e deixar que o
Coreografia da Fundação Calouste Gulbenkian
público jogue. Seja pela mesma ou por uma
(Lisboa). Tem participado em vários trabalhos,
razão diferente da minha. Tânia Carvalho
tanto a nível interpretativo como criativo, e colaborado com diferentes coreógrafos: Luís
36
Tânia Carvalho (Tânia Oak Tree), 1976, Portugal.
Guerra de Laocoi, Francisco Camacho, Carlota
Iniciou aulas de dança clássica aos cinco anos.
Lagido, Clara Andermatt, David Miguel, Filipe
Viegas e Vera Mantero. Como actriz trabalhou
The several people that we all have inside
com o Projecto Teatral. Como coreógrafa e
us… Something that intrigues me and that I
intérprete criou, entre outras, as peças (as mais
researched during the process of creation, but
recentes) De mim não posso fugir, paciência!,
which I do not want to explain. I’d rather put my
Danza Ricercata (2008), Der Mann Ist Verrückt
cards on the table and let the audience play,
(2009), Olhos Caídos (2010). É ainda criadora
whether for the same or different reasons from
dos projectos musicais Madmud, Trash Nymph
mine. Tânia Carvalho
e Moliquentos. É co-fundadora do colectivo de artistas Bomba Suicida.
37
solo para sílvia real
(título provisório) ESTREIA
Dança QUA 1 E QUI 2 JUNHO Grande Auditório 21h30 * Duração aproximada: 1h05 M12 * 15€ Até aos 30 anos: 5€ No dia 1, após o espectáculo, haverá uma conversa com os artistas na Sala 1.
Francisco Camacho e Sílvia Real foram já
que identificam nas suas propostas. A eles
intérpretes um do outro. Ela convidou-o para
juntam-se Sérgio Pelágio, Carlota Lagido e Frank
dançar ao seu lado Bute-bute, apresentado
Laubenheimer. O espectáculo nasce da reunião
pela última vez na homenagem a Mónica Lapa
destes criadores e da articulação das suas
(2002), e foi intérprete dele em LIVE|EVIL –
distintas práticas artísticas.
EVIL|LIVE (2005). Aquele espectáculo foi uma
Dedicado a Mónica Lapa.
etapa na cumplicidade que vinha de antes e que
38
continuou a crescer. Intercalando a actividade
Sílvia Real estudou dança clássica com Luna
de directora/coreógrafa com a de intérprete,
Andermatt. Estudou na London Contemporary
Sílvia Real planeava voltar a ser dirigida
Dance School e no Lee Strasberg Theatre
por alguém. Convidou Francisco Camacho,
Institute. Trabalhou como intérprete com
considerando o seu interesse pela direcção de
João Fiadeiro, Vera Mantero, Miguel Pereira
intérpretes de Camacho e em particular pela
e Francisco Camacho. Em 1999, fundou com
sua abordagem ao movimento. No formato de
o músico Sérgio Pelágio as Produções Real
solo que ambos têm privilegiado, desafiam-se
Pelágio e juntos criaram a trilogia Casio Tone /
a trabalhar também em função das diferenças
Subtone / Tritone (apresentada integralmente
na Culturgest em 2007) entre outros trabalhos.
Sílvia Real and Francisco Camacho have met
Recentemente destaca a criação de um
before as performers in each other’s creations.
espectáculo que dirigiu para a companhia
In 2009, Sílvia Real wanted to repeat the
Comédias do Minho.
experience of working as a performer for Francisco Camacho and she initiated this project
Francisco Camacho estudou nas escolas da
– a solo this time – that he directs and she
Companhia Nacional de Bailado e do Ballet
performs, bringing together and crossing over
Gulbenkian, estagiando neste último. Em
their respective artistic practices.
Nova Iorque, estudou dança, teatro e voz, nomeadamente no Merce Cunningham Studio e no Lee Strasberg Theatre Institute. Destaca o trabalho com os coreógrafos Paula Massano, Meg Stuart, Alain Platel e Carlota Lagido. Desde 1988, tem criado regularmente espectáculos, com apresentações internacionais. É membro fundador de EIRA, a sua produtora executiva.
39
três homens sós
um espectáculo de andré murraças ESTREIA
Teatro DE SÁB 4 A QUA 8 JUNHO Pequeno Auditório 21h30 (dias 4, 6, 7 e 8) 17h00 (dia 5) Duração aproximada: 1h30 M16 * 12€ Até aos 30 anos: 5€
Num texto original inspirado em três
do passado e um acompanhante de um
argumentos de cinema, André Murraças revisita
grupo de senhoras da aristocracia, envolvido
as obras de Paul Schrader American Gigolo,
involuntariamente num crime. Três histórias da
Light Sleeper e The Walker. O espectáculo
condição humana no vasto cenário da cidade. A
recupera as histórias das personagens dos
cidade racista, homofóbica, plástica, sedenta,
filmes mantendo o tema dos “lonely men” que
violenta, falsa, hipócrita e decadente. Mas
habita esta trilogia e explora o isolamento, a
também um lugar onde é possível encontrar o
prostituição e o envelhecimento no masculino,
amor, apesar de tudo. Pode ser Nova Iorque,
em ambientes citadinos nocturnos cheios de
Los Angeles ou Washington. Pode ser Lisboa.
perigos e desilusões amorosas. As narrativas
40
seguem um gigolô de luxo que se apaixona
André Murraças foi encenador, dramaturgo,
por uma das suas clientes, um homem imerso
cenógrafo e intérprete de Sex Zombie – a vida
no mundo da droga e rodeado de fantasmas
de Veronica Lake, Hollywood, One Night Only –
uma rádio-conferência, Um Marido Ideal, Louis
In a text inspired by three screenplays, André
Lingg, Pour Homme, Swingers e As Palavras
Murraças revisits Paul Schrader’s films American
São o Meu Negócio. Viajou com o espectáculo
Gigolo, Light Sleeper and The Walker, exploring
As Peças Amorosas a Santa Maria da Feira e
male isolation, prostitution and ageing, following
a Atenas. Escreveu as peças Todas as noites
three “lonely men” through the vastness of
a mesma noite, Film Noir, Os Inconvenientes,
the city – a nocturnal space full of danger and
CinemaScope e O Espelho do Narciso Gordo.
disillusion, but also a place where it is still
Apresentou-se também em museus, galerias,
possible to find love. It could be New York, Los
discotecas e ruas. Já levou para o teatro as
Angeles or Washington. It could be Lisbon.
vidas de António Variações, Fernando Pessoa e
André Murraças is a stage director, playwright,
Roque Gameiro.
set designer and actor. He has written about Veronica Lake and Fernando Pessoa, toured to Santa Maria da Feira and Athens and shown work in galleries, night clubs and streets.
41
PANOS
palcos novos palavras novas Teatro SEX 20 SÁB 21 DOM 22 Pequeno Auditório e Palco do Grande Auditório M12 * 2,5 (preço único)
PANOS é um projecto da Culturgest que junta
Gato e Rui Costa, é a oportunidade para conhecer
a nova dramaturgia ao teatro escolar ou juvenil.
Alice, que se esforça por levar as alternativas
Na sua sexta edição, reúne quarenta grupos
do mundo às suas últimas consequências; o
de todo o país que encenam uma das três
namorado Fred, um Rastafari que se esforça
peças propostas, escritas de propósito para
por apreciar miúdas com pêlos; Allan, que se
serem representadas por adolescentes: dois
interessa pela evolução de Alice enquanto ele
originais portugueses e um texto traduzido do
próprio se transforma em jaguar; Mike Tyson,
Connections 2011, programa do National Theatre
o pugilista que já não bate, mas investe, e
de Londres em que os PANOS se inspiram.
tem na mira Cleópatra, a galinha que põe ovos transparentes; e Zipo, o hacker, que será seduzido
Seis jovens encontram uma mala. Dentro, o
por Alice para o seu radical apagamento.
futuro de todos eles. A hipótese, pelo menos. A expectativa de mudança traz ao de cima a
Filhos de Assassinos, escrita originalmente
natureza de cada um, impõe dúvidas e exige
para o Connections pela dramaturga norte-
decisões extremas. Dentro de mim fora daqui,
americana Katori Hall, fala do futuro próximo
de Filipe Homem Fonseca, é uma história de
de uma tragédia recente. Anos depois do
fé e egoísmo, da procura pelo que cada um
genocídio tutsi, os assassinos libertados pelo
espera encontrar dentro de si, por mais longe
presidente do Ruanda começam a regressar
que o dentro esteja. Contada e vivida pelos
às suas aldeias. Três amigos – nascidos
protagonistas em vários tempos que se misturam
durante o rescaldo sangrento do genocídio
e diluem, mostra o inconformismo de quem não
– preparam-se para conhecer os homens
espera nada mas às vezes exige coisas.
que lhes deram vida. Mas à medida que o
Desligar e voltar a ligar, de Margarida Vale de
dia do regresso se aproxima os rapazes são assombrados pelos crimes dos pais.
42
Em quem nos podemos tornar quando a
PANOS commissions and translates new plays
violência é a nossa herança?
for young people, inspired by the National Theatre of London’s Connections project. Now in its sixth
Neste fim-de-semana de Maio apresentam-se
year, a selection from 40 shows produced all
em festival dois espectáculos de cada peça
across the country by school and youth theatre
e publica-se um volume com os textos. Tudo
groups will be presented in a festival at
começou há seis meses, num fim-de-semana
Culturgest.
em que os encenadores dos grupos, os autores e um encenador convidado por cada texto
In the play by Katori Hall (originally written for
trabalharam sobre as peças em workshops
Connections), the murderers who perpetrated
paralelos, pondo perguntas, lançando pistas. Este
the Tutsi genocide in Ruanda return home,
ano os encenadores-orientadores foram Gonçalo
haunting the new generation; in the text by Filipe
Waddington (para Dentro de mim fora daqui), Paula
Homem Fonseca, six young people find a bag
Sá Nogueira (para Desligar e voltar a ligar) e James
that contains inside it the future of them all; and
Dacre (para Filhos de Assassinos). Seguiu-se o
Margarida Vale de Gato and Rui Costa introduce
período de ensaios (cada grupo no seu espaço)
us to Alice, Fred, Allan, Zipo and Cleópatra, a
e as estreias decorreram até ao fim de Abril. Um
chicken who lays transparent eggs and arouses
comité de selecção escolheu os seis espectáculos
the interest of Mike Tyson.
que agora vamos ver. Mas são apenas exemplos, há mais espectáculos e mais festivais PANOS: no Teatro Sá da Bandeira em Santarém, n’O Teatrão de Coimbra, no Teatro Oficina de Guimarães e no Teatro Municipal de Faro. As inscrições para o novo ciclo começam em breve... 43
indie lisboa 2011
festival internacional de cinema independente
Cinema DE QUI 5 A DOM 15 MAIO 10h30 - 23h45 M16 (excepto IndieJunior)
44
De 5 a 15 de Maio, o IndieLisboa volta a trazer
Competição Nacional, Observatório, Cinema
a Portugal o melhor e mais recente cinema de
Emergente, Herói Independente, Director’s Cut,
todo o mundo. Curtas e longas metragens de
IndieMusic, Pulsar do Mundo e IndieJúnior.
ficção, documentário e animação vão poder ser
A estas juntam-se várias sessões especiais
vistas na Culturgest, que volta a ser este ano
e actividades paralelas abertas à curiosidade
co-produtora do festival, assim como no Cinema
de todos os públicos (debates, conferências,
São Jorge e em outros espaços espalhados pela
ateliers e masterclasses) com a participação de
cidade de Lisboa.
profissionais de cinema nacionais e estrangeiros.
Serão onze dias repletos com mais de
O IndieLisboa’11 vai trazer algumas novidades
200 filmes (na sua esmagadora maioria
quer em relação às salas em que decorrem
completamente inéditos em Portugal)
as sessões quer em iniciativas que levarão a
distribuídos pelas nove secções que
programação para fora dessas salas, numa oitava
compõem o festival: Competição internacional,
edição que se pretende particularmente festiva e
mobilizadora depois do recorde de espectadores
From 5 to 15 May, IndieLisboa will once again
atingido no ano passado. O festival quer cumprir
be showing some of the world’s best and
assim melhor a sua primeira vocação: ser um
most recent cinema. Short and feature films,
lugar de entusiasmadas descobertas dos filmes
documentaries and animation films will be
(sem fronteiras de género, duração ou formato)
screened at Culturgest, São Jorge Cinema and
que fazem a actualidade do melhor cinema
other venues in Lisbon. More than 200 films
nacional e internacional.
will be screened in 11 days (most of them being
A programação do festival é permanentemente
premiered in Portugal), accompanied by special
actualizada em www.indielisboa.com.
sessions and parallel activities (debates, lectures, workshops and masterclasses) with the participation of foreign and national filmmakers. The festival programme is permanently updated at www.indielisboa.com.
45
gravitar à volta do centro: cinema húngaro contemporâneo
Cinema DE QUA 15 A SÁB 18 JUNHO Pequeno Auditório 3,50€ (preço único)
São oito realizadores de uma mesma geração
novo cinema húngaro que vem depois de Béla
que se apresentam aqui, numa mostra que
Tarr, de István Szabó, de Miklós Jancsó, e por
reúne alguns dos mais interessantes filmes
caminhos alternativos.
produzidos na Hungria nos últimos anos. Num intervalo que vai de 2002 (Hukkle) a 2010 Certos nomes, quer de filmes quer de
(Adrienn Pál), estes oito filmes experimentam
realizadores, não são já desconhecidos do
as diferentes opções que caracterizam o
público português, seja do cinema ou do teatro,
trabalho dos seus realizadores que, apesar de
seja de sessões anteriores em salas do país ou
partilharem experiências e contextos, não são
dos festivais internacionais.
vistos, nem se vêem, como elementos de um grupo coeso ou escola. Podem talvez coincidir
46
Todos os realizadores nasceram na década de
em alguma distanciação em relação ao que
1970, à excepção de Csaba Bollók (A Viagem
filmam, numa certa indiferença anti-emocional,
de Iszka), cerca de dez anos mais velho. É um
num realismo despojado de sucesso e de
felicidade, numa vertente documentarista
Eight directors from the same generation are
real ou moldada. Afastam-se, no entanto, em
presented here, bringing together some of the
termos de ritmo, de montagem e de tratamento
most interesting films recently produced in
do texto – veja-se por exemplo o silêncio e o
Hungary. Dating from 2002 to 2010, these eight
estatismo de Via Láctea ao lado do perverso
films highlight the differences in the work of their
onírico-literário de Bibliothèque Pascal ou do
directors, who, despite sharing experiences and
policial desconstruído em O Investigador – ou
contexts, are not considered to form a cohesive
no modo como captam e retratam uma nova
group or school. Notwithstanding similarities in
sociedade húngara: ainda idealista ou ingénua
the anti-emotional distancing and documentary
em Doce de Leste, mas já desintegrada e
realism of their filmmaking, they have quite
destacada do mundo em Delta.
distinct rhythms and editing techniques.
47
Visita Encenada
por detrás da cortina: a caixa mágica
QUA 15 E QUI 16 JUNHO QUA 20, QUI 21, SEX 22 JULHO Grande Auditório 17h15 (15 e 16 Junho; 20 e 21 Julho) 13h00 e 17h15 (22 Julho) Duração: 1h00 * M6 * 5€ Até aos 30 anos: 2,5€ Para grupos escolares ou organizados (para maiores de 15 anos): 15 e 16 Junho; 20 e 21 Julho - 10h00, 11h30, 14h00 e 15h30 2,5€ Lotação: 60 pessoas
O público entra na sala e senta-se. A luz velada
cena, o mundo que contemplam, é de facto, o
da plateia e o conforto das poltronas fazem-no
seu mundo.
relaxar. Abrem programas e conversam. Então as luzes baixam, fazendo silenciar o auditório.
Não podiam estar mais enganados. O encenador mostra apenas aquilo que quer,
48
A cortina de boca abre-se, permitindo espreitar
conduzindo o olhar de quem vê. Nos bastidores,
para o mundo do artifício: o palco. Os actores
uma série de mecanismos cénicos, de
levam o espectador a sentir-se próximo dessa
equipamentos de luz e som, tornam possível o
ilusão, levam-no a mergulhar na história e a
imaginário. Fora das luzes da ribalta, os técnicos
esquecer o real. O público fica com a sensação
de palco materializam as ideias dos criadores.
de que aquele novo mundo que se revela em
Por detrás dos panejamentos e cenários há uma
máquina de ilusões: a caixa de palco.
The lights dim and the curtain rises, displaying the world of artifice: the stage. The actors
Por detrás da cortina: a caixa mágica é uma
bring the audience closer to the illusion that
visita técnica guiada encenada em que, num
this new world is their world. They couldn’t be
curto espectáculo, serão mostrados diversos
more mistaken. The director only shows what
efeitos cénicos: voos, aparições de sub‑palco,
he wants. The backstage crew help to maintain
neve, trovoada… Terminado o espectáculo,
the illusion with their lighting, sound equipment
o público sobe ao palco e os efeitos serão
and scenic manipulations. Behind the curtain:
repetidos e explicados. Os espectadores
the magic box is a brief show showing scenic
poderão tomar o lugar dos actores, colocar
effects: people flying, appearing from under the
questões e conhecer os bastidores.
stage, snow, thunder… Afterwards, the audience are invited onto the stage and the effects are repeated and explained.
49
EXPOSIÇÕES »
1+1+1=3
hermann pitz michael snow bernard voïta
EXPOSIÇÃO ATÉ 22 MAIO Galeria 1 * 2€ As galerias encerram nos dias 22 e 24 Abril e 1 Maio.
Esta é a segunda de uma série de exposições
Esta exposição apresenta um espectro de
na Culturgest que se baseia numa premissa:
conceitos de atelier variados e que vão para lá
a realização de três exposições individuais
do que é público ou documental. Nas versões
simultâneas que dialogam entre si e, em
do atelier desenvolvidas por Hermann Pitz
última instância, se conjugam para formar uma
(Oldenburg, Alemanha, 1956), Michael Snow
exposição colectiva.
(Toronto, Canadá, 1929) e Bernard Voïta (Cully, Suíça, 1960), o atelier é um lugar que serve
52
O ponto de partida desta exposição é o atelier, o
de retiro ao artista, para que este, protegido
espaço onde um artista desenvolve e executa o
da realidade, possa encontrar as suas próprias
seu trabalho. O atelier enquanto lugar de produção
imagens. Por trás disto esconde-se certamente
de arte deslocou-se, mais recentemente, para
uma postura romântica, por oposição ao
o espaço público. Assistimos a exposições que
voyeurismo expressivo acima descrito. Mas a
se vêem definidas por instalações de grande
esta noção do atelier está também ligada a ideia
dimensão, em relação directa com o próprio
de que a arte ainda é qualquer coisa estranha
espaço, aparecendo assim como atelier aberto ao
que quer ser vista fora de uma norma cada
público, de tal maneira que o documentário ou a
vez mais abrangente e que por isso cria novas
própria situação deixam marcas na visão do artista.
experiências visuais.
Michael Snow. WVLNT (Wavelength for Those Who Don’t Have the Time. Originally 45 minutes. Now 15!), 1966-1967/2003
This is the second in a series of exhibitions
concepts of the studio, which go beyond the
taking place at Culturgest, all based on a simple
public and the documentary. In the versions
premise: the presentation of three concurrent
of the studio developed by Hermann Pitz
solo exhibitions that establish a dialogue
(Oldenburg, Germany, 1956), Michael Snow
between one another and ultimately come
(Toronto, Canada, 1929) and Bernard VoĂŻta
together to form a group exhibition.
(Cully, Switzerland, 1960), the studio is a place to which artists can retreat to invent images
The starting point of this exhibition is the studio
of their own in an atmosphere shielded from
in which an artist develops and realizes his work.
reality. Behind this must surely be a romantic
As a place where art is produced, the studio has,
attitude that is the opposite of the expressive
in recent decades, moved out into the public
voyeurism described above. Yet this notion of
space. Large site-specific installations have been
the studio is also related to the idea that art is
defining exhibitions, making them seem like
always something different, which has to be
studios open to the public, so that the artist’s
seen outside of a constantly expanding norm
visual imagery is also influenced by documentary
and thus creates new visual experiences.
characteristics, or by the given situation. This exhibition expresses a range of different 53
gedi sibony
EXPOSIÇÃO ATÉ 22 MAIO Galeria 2 * 2€ As galerias encerram nos dias 22 e 24 Abril e 1 Maio.
Como tudo o mais, os objectos vêm e vão,
cortinas ou fragmentos de alcatifa denunciam
ganhando e perdendo uso, inspirando e
uma civilização que os deixa para trás na sua
expirando. São acarinhados, mas depois
frenética sobreprodução, e transformam-se
esquecidos e destruídos, ou então reverenciados
em indícios de um novo sentido de equilíbrio.
e sacralizados. Enquanto atravessam o tempo
Não se trata apenas de esculturas autónomas,
e o espaço, vivendo as suas vidas, as suas
mas de arranjos encadeados no espaço como
superfícies acumulam as marcas de acidentes,
notas musicais, contando uma história feita
de milagres e de encontros passados. O que
de empatia, de correspondências intuitivas, de
emerge é o poder fundamental do estritamente
pausas cuidadosas e de pequenas epifanias.
necessário e a magia simples do mundano. A presente exposição celebra o envolvimento
54
O artista nova-iorquino Gedi Sibony (n. 1973)
directo de Sibony com a experiência do mundo,
situa a materialidade da experiência na vida de
e reúne uma vasta selecção das suas peças
objectos naufragados, subtraindo-os à extinção.
recentes, incluindo uma série de novas obras,
Materiais de embalagem, contraplacados,
apresentadas pelo artista numa instalação
portas de madeira, tubos de metal, molduras,
especificamente concebida para o local.
Ösbasak Seker, 2008 · Colecção Zabludowicz
Like anything else, objects come and go, falling
or carpet fragments protest against a civilization
in and out of use, breathing in and breathing
that leaves them behind in its frantic over-
out. They are cherished, but then forgotten and
production, becoming evidence of a new sense
broken, or else revered and enshrined. As they
of equilibrium. These are not only autonomous
pass through time and space, living their lives,
sculptures, but arrangements that are strung
their surfaces accumulate the marks of past
together in space like musical notes, telling a
accidents, miracles and encounters. What emerge
tale of human touch, intuitive correspondences,
are the fundamental power of bare essentials and
careful pauses and small epiphanies.
the effortless magic of the mundane. This exhibition celebrates Sibony’s direct The New York-based artist Gedi Sibony (b. 1973)
engagement with experiencing the world, and
locates the materiality of experience in the
gathers together a wide selection of his recent
life of castaway objects and pulls them from
pieces, including a series of new works, which
extinction. His plastic sheets, plywood, hollow
are presented in a site-specific installation
core doors, metal pipes, picture frames, curtains
conceived by the artist.
55
willem oorebeck aglaia konrad CONVERSAS SÁB 2 ABRIL Pequeno Auditório 17h00 (Willem Oorebeck) 18h15 (Aglaia Konrad) Entrada Gratuita Levantamento de senha de acesso 30 minutos antes da sessão, no limite dos lugares disponíveis. Máximo por pessoa: 2 senhas. Falado em inglês, sem tradução.
A conversa com Willem Oorebeek (Pernis,
A conversa com Aglaia Konrad (Salzburgo,
Holanda, 1953) acerca da sua prática artística
1960) irá incidir sobre três livros seus: Elasticity
tem como ponto de partida o livro Monolith+++,
(Roterdão, NAI Publishers, 2002), Iconicity
publicado no contexto da sua exposição
(Colónia/Antuérpia, Walther König/De Singel, 2005)
Monolith: Once or Many, que decorreu na
e Desert Cities (Zurique, JRP/Ringier, 2008).
Culturgest, no Verão de 2008. Aglaia Konrad é uma artista que recorre O trabalho de Willem Oorebeek emerge de um
à fotografia e ao vídeo como media, para
fascínio pela omnipresença e pelos diferentes
desenvolver, com um entusiasmo infeccioso,
usos da imagem e do texto impressos na
uma pesquisa visual sobre a arquitectura
sociedade contemporânea. A escolha dos meios
e o espaço urbanos. Exemplos de utopias
de impressão para a realização do seu trabalho
locais, de modernismo programático e de
revela-se assim instrumental, não só por
pragmatismo eufórico são encadeados em
relação com o assunto das obras, mas também
ensaios visuais acerca de uma forma de
para explorar questões que desde sempre
vida inconfundivelmente contemporânea – a
lhe interessaram, como as da reprodução,
metrópole urbana.
repetição, autoria e originalidade. 56
The book of Willem Oorebeek (Pernis, Holland,
The conversation with Aglaia Konrad (Salzburg,
1953) Monolith+++ – published in the framework
1960) will be centred on three of her books:
of his exhibition Monolith: Once or Many, held at
Elasticity (Rotterdam, NAI Publishers, 2002),
Culturgest in the summer of 2008 – provides the
Iconicity (Cologne/Antwerp, Walther König/De
framework for a conversation with the artist.
Singel, 2005) and Desert Cities (Zurich, JRP/ Ringier, 2008).
The work of Willem Oorebeek issues out of a fascination with the omnipresence and
Aglaia Konrad is an artist who, with infectious
multiple uses of the printed image and text in
enthusiasm, uses photography and video as
contemporary society. The choice of printing
media for undertaking visual research into
media in his practice is thus instrumental not only
urban space and architecture. Examples of local
in relation to the subject matter of the works, but
utopias, programmatic modernism and euphoric
also in order to deal with issues that have always
pragmatism are linked together in visual essays
interested him, such as reproduction, repetition,
about an unmistakably contemporary way of life –
authorship and originality.
the urban metropolis.
57
asier mendizabal
CONVERSA SÁB 30 ABRIL Pequeno Auditório 17h00 * Entrada Gratuita Levantamento de senha de acesso 30 minutos antes da sessão, no limite dos lugares disponíveis. Máximo por pessoa: 2 senhas. Falado em castelhano, sem tradução.
À exposição de Asier Mendizabal na Culturgest,
político através de uma abordagem do signo na
em Fevereiro de 2010 (and/or), sucede agora
sua materialidade, enquanto significante que se
o livro Fire and/or Smoke. Reunindo 65 dos
apresenta, por defeito ou por excesso, aquém
seus textos publicados, entre Março de 2007
ou além de significados adquiridos, irredutível
e Janeiro de 2010, no suplemento cultural
ao já representado e ao já pensado.
Mulagari do jornal basco Gara, este livro dá o mote para uma conversa com o artista em torno
Tomando como quadros de referência certas
das suas ideias e do seu trabalho.
subculturas muito específicas (o punk ou o activismo político de base), o artista reequaciona
58
Asier Mendizabal (Ordizia, Espanha, 1973)
os legados – as possibilidades, mas também os
propõe no seu trabalho uma crítica analítica
dilemas, os impasses e as aporias – da tradição da
da ideologia como domesticação da potência
escultura como monumento, de experiências de
do signo por um conjunto de significados
politização da arte por parte de certas vanguardas
estabelecidos e consensualizados nos quais um
(por exemplo, as vanguardas russas), do cinema
determinado grupo ou colectivo se revê. Por
político e militante, ou do documentarismo, para
outras palavras, o artista coloca em perspectiva
enfrentar um problema que atravessa toda a sua
as complexas articulações entre o estético e o
obra: o problema do realismo.
Cinema, 1999 · Colecção MACBA, Museu d’Art Contemporani de Barcelona · Fotografia: DMF
The publication of the book Fire and/or Smoke
approaching the sign in its material condition as a
follows Asier Mendizabal’s exhibition at
signifier that, through incompleteness or excess,
Culturgest in February 2010 (and/or). Compiling
either falls short of or goes beyond acquired
65 of his texts published in the cultural
signifieds, remaining irreducible to what is already
supplement Mugalari of the Basque newspaper
represented and already thought.
Gara, between March 2007 and January 2010, this book sets the frame for a conversation with
Taking as his frames of reference certain very
the artist about his ideas and work.
specific subcultures (punk or grassroots political activism), the artist reconsiders the legacies
Asier Mendizabal (Ordizia, Spain, 1973) proposes
(possibilities, dilemmas and dead ends) of
in his work an analytical critique of ideology as
the tradition of sculpture as a monument, of
a means of domesticating the power of the
experiments with the politicisation of art made
sign through a set of established and generally
by certain avant-gardes (for example, the Russian
consensual meanings in which a certain group
avant-gardes), of political and militant cinema,
or collective sees itself reflected. In other words,
or of documentarism, in order to confront a
the artist puts into perspective the complex
problem that runs through the whole of his work:
articulations between the aesthetic and the political,
the problem of realism. 59
o modo como não foi (celebrando dez anos de castillo/corrales, paris) the way it wasn’t (celebrating ten years of castillo/corrales, paris) EXPOSIÇÃO CULTURGEST PORTO ATÉ 23 ABRIL Entrada Gratuita
Quando é que um espaço de arte independente
e também a importância exagerada que uma
sente que já tem idade para reviver a sua
pequena estrutura localizada pode assumir
própria história sob a forma de uma exposição
quando vista à distância.
retrospectiva? Quando é que chega o momento de se considerar que as suas actividades
Celebrar em Portugal os dez anos de tentativas
merecem ser registadas numa publicação
da castillo/corrales significa mostrar mais do
historicizante? A resposta é dez anos. Essa
que realmente aconteceu. O modo como não
parece ser a convenção a aplicar neste caso.
foi retoma exposições e projectos que foram
Dez anos já permitem distinguir as provas dadas
apresentados na galeria de 29 m2 em Paris,
de uma ideia de auto-enaltecimento.
mas também incide noutros que não chegaram realmente a existir. Alguns foram apenas
O modo como não foi questiona o inevitável
discutidos e logo adiados. Para outros, não era
estabelecimento de uma organização outrora
simplesmente o momento certo.
considerada alternativa. Aborda a ilusão de
60
coerência que um empreendimento deste tipo
A exposição é co-produzida com Midway
frequentemente ganha num olhar retrospectivo,
Contemporary em Minneapolis.
When can an independent art space feel it is old
Celebrating ten years of trials of castillo/
enough to revive its own history in the form of a
corrales in Portugal means to show more than
retrospective exhibition? When is it right to think
there actually is. The Way it Wasn’t draws from
its record of activities deserves a historicizing
exhibitions and projects which did take place
publication? The answer is ten years. This
in the 29 square-metre Paris-based gallery,
is the convention that seems to apply here.
and from ones which almost did. Some were
Ten years is what distinguishes real proof of
only discussed, and were then postponed. For
accomplishment from selfaggrandizing thinking.
others, it just wasn’t the right time.
The Way it Wasn’t questions the ineluctable
The exhibition is co-produced with Midway
establishment of a once-considered-alternative
Contemporary in Minneapolis.
organization. It addresses the illusion of coherence that such a day-by-day endeavour often gains in retrospect, as well as the overblown importance that a small, localized structure can take in the view from afar.
61
luísa correia pereira
a convocação de todos os seres the summoning of all beings
EXPOSIÇÃO CULTURGEST PORTO DE 14 MAIO A 14 AGOSTO Inauguração: 13 Maio, 22h00 Entrada Gratuita
Luísa Correia Pereira (Lisboa, 1945-2009
desenhos realizados no final da década de 1990,
produziu, ao longo de quase quatro
pertencentes, na sua maioria, a duas importantes
décadas, uma obra de pintura e de desenho
séries (Jogos Infantis e Desportos e Jogos).
idiossincrática, com notáveis fulgurações, mas que uma grande parte do mundo da arte
A convocação de todos os seres centra-se
desconhece ou à qual permanece indiferente.
na obra gráfica (gravuras em metal, linóleos, xilogravuras e monotípias) de Luísa Correia
62
Em 2003, a Fundação EDP organizou, em
Pereira, datada de 1971 a 1974, anos fundadores
colaboração com o Centro de Arte Moderna da
e fundamentais da sua prática artística, durante
Fundação Calouste Gulbenkian, uma exposição
os quais viveu em Paris. Apesar da extraordinária
individual de Luísa Correia Pereira (Fiat Lux:
importância deste conjunto de trabalhos no
Paris¬Lisboa), que pretendia assumidamente
contexto da sua obra, a maior parte deles
reparar tal injustiça. A exposição estabelecia
permanece inédita. Esta exposição constitui
um contraponto entre uma selecção de
assim uma oportunidade para (re descobrir a obra
trabalhos (pinturas a acrílico sobre tela e
desta artista e para reavaliar o seu lugar numa
guaches e aguarelas sobre papel) do início da
história da arte contemporânea portuguesa a
década de 1970 e um núcleo de pinturas e de
necessitar urgentemente de outras narrativas.
4 bolas – 4 arcos – 1 pau, 1973 · 32,5 x 25 cm · Monotipo
For almost four decades, Luísa Correia Pereira
drawings from the late 1990s, most of which
(Lisbon, 1945‑2009) produced an idiosyncratic
belonged to two important series (Children’s
group of paintings and drawings, with moments
Games and Sports and Games).
of great splendour, even though they continue to be largely unknown or regarded with indifference
The summoning of all beings is centred on Luísa
by the art world in general.
Correia Pereira’s graphic work (metal engravings, linocuts, xylographs and monotypes), dating
In 2003, the EDP Foundation organised a
from 1971 to 1974, a period during which she
solo exhibition of Luísa Correia Pereira’s work
lived in Paris and which was foundational and
in partnership with the Calouste Gulbenkian
fundamental in her artistic practice. Despite the
Foundation’s Modern Art Centre (Fiat Lux:
extraordinary importance of this group of works
Paris¬Lisbon), which deliberately set out to
in the context of her oeuvre, most of them
remedy such a great injustice. The exhibition
have never been seen before. This exhibition
established a counterpoint between a selection
is therefore an opportunity to (re)discover this
of works (acrylic paintings on canvas and
artist’s work and reappraise her place in a history
gouaches and watercolours on paper) from
of Portuguese contemporary art in urgent
the early 1970s and a group of paintings and
need of other narratives. 63
josé pedro croft
EXPOSIÇÃO CHIADO 8 DE 8 MAIO A 1 JULHO Inauguração: 6 Maio, 22h00 Entrada Gratuita
Tendo iniciado o seu percurso expositivo em
de corpo simbólico, e, por outro, os objectos e
meados da década de 1980, José Pedro Croft
materiais do quotidiano, a sua carga vernacular e
(Porto, 1957) tem desenvolvido, nos últimos 25
o seu estatuto concreto.
anos, um universo autoral ímpar no contexto da escultura contemporânea. Entendida como um
Com o conjunto de obras que agora apresenta
vocabulário, mais do que como uma tecnologia,
no Chiado 8, o artista prolonga uma vertente
a escultura é, para este artista, não só um campo
da sua prática na qual a combinação de
operativo com uma dada tradição e um conjunto
estruturas de cariz industrial com superfícies
de funções históricas, mas também um campo
reflectoras faz deflagrar particulares disrupções
de absoluta vitalidade e um lugar particularmente
perceptivas. Através destas, somos impelidos
apropriado para testar, reformular ou destabilizar
a reavaliar a forma como nos habituámos a
os protocolos que vão gerindo a nossa
pensar e a viver o espaço, as relações que nele
experiência do mundo material. Não é estranho,
se estabelecem e as representações que dele
portanto, que uma parte significativa da produção
fazemos, mas também o modo como com ele
de José Pedro Croft se tenha articulado sobre um
interagimos e o que do próprio corpo se revela
eixo de interesses que ontempla, por um lado, as
nessa particular interacção.
noções de monumento, de presença solene ou 64
Since first starting to exhibit his work in the
everyday life, their vernacular significance and
mid-1980s, JosĂŠ Pedro Croft (Porto, 1957) has
concrete status.
developed a distinct universe of his own within the context of contemporary sculpture. For
With the group of works that he is now
this artist, sculpture is a vocabulary rather than
presenting at Chiado 8, the artist will be
a technology, being considered not only an
continuing an aspect of his practice in which
operative field with a given tradition and a set of
the combination of industrial structures
historical functions, but also a field of absolute
with reflecting surfaces causes particular
vitality that is particularly appropriate for testing,
disruptions to our perception. When confronted
reformulating or destabilising the protocols that
with these pieces, we are forced to reassess
administer our experience of the material world.
not only the way in which we have become
It is therefore not surprising that a significant
accustomed to thinking about and experiencing
part of JosÊ Pedro Croft’s production should be
space, the relationships that are established
centred around a group of interests that, on the
within it and the representations that we make
one hand, include the notions of monument,
of it, but also the way in which we interact with
solemn presence or symbolic body, and, on
it and what is revealed about the body itself in
the other hand, the objects and materials of
this particular interaction. 65
zona letal, espaço vital
EXPOSIÇÃO ITINERANTE CHIADO 8 DE MAIO A 1 JULHO Inauguração: 6 Maio, 22h00 Entrada Gratuita
O projecto de itinerância da Colecção da Caixa
A primeira apresentação de Zona Letal,
Geral de Depósitos apresenta a sua terceira
Espaço Vital terá lugar no Museu de Arte
edição. A exposição Zona Letal, Espaço Vital
Contemporânea de Elvas. Serão apresentadas
procura aproximar o espectador de algo a que
obras de Armanda Duarte, Carmela Gross,
geralmente não tem acesso: o processo criativo.
Fernanda Fragateiro, Fernando Calhau, Francisco
Sabendo que este não é rígido nem visível e
Tropa, Helena Almeida, João Penalva, Joaquim
que cada artista desenvolve procedimentos
Bravo, Jorge Molder, José Pedro Croft, Leonor
singulares de criação, pretendeu mostrar-
Antunes, Luisa Cunha, Marta Wengorovius,
se que as obras não são o resultado de um
Michael Biberstein, Noronha da Costa, Pedro
desenvolvimento linear. A exposição é também o
Cabrita Reis, Ricardo Jacinto, Rui Chafes, Rui
terreno onde o limite e a possibilidade de diálogo
Sanches, Rui Toscano e Waltercio Caldas.
entre o corpo e as obras são testados. Deste
66
modo, desafia-se o espectador a fazer resgates
A exposição será acompanhada pela edição de
na memória e a usar o saber do seu corpo para
um catálogo e actividades educativas dirigidas a
apreender as múltiplas dimensões do espaço.
públicos diversos.
Rosângela Rennó, Experiência de cinema (pormenor), 2004-2005. Cortesia da artista · Fotografia: Ding Musa
The third cycle of exhibitions based on the
of space. Lethal Zone, Vital Space is first being
Colecção da CGD, now being curated by Sara
presented at the Museu de Arte Contemporânea
Antónia Matos under the title Lethal Zone, Vital
de Elvas, and will include works by Armanda
Space, is designed to bring its audience closer
Duarte, Carmela Gross, Fernanda Fragateiro,
to something they do not normally have access
Fernando Calhau, Francisco Tropa, Helena
to – the creative process. Since this process is
Almeida, João Penalva, Joaquim Bravo, Jorge
neither immutable nor visible, and all artists have
Molder, José Pedro Croft, Leonor Antunes, Luisa
their own unique creative procedures, the aim is
Cunha, Marta Wengorovius, Michael Biberstein,
to challenge the idea that the artistic process is
Noronha da Costa, Pedro Cabrita Reis, Ricardo
the result of a linear development.
Jacinto, Rui Chafes, Rui Sanches, Rui Toscano and Waltercio Caldas.
This exhibition brings into discussion the limits and possibilities of dialogue between body and
The exhibition will be accompanied by the
art work, challenging spectators to recall their
publication of a catalogue and a series of
memories and use the knowledge of their own
educational activities.
bodies to apprehend the multiple dimensions
67
SERVIÇO EDUCATIVO »
(és)passos da caixa – III acto visita em movimento em torno do edifício
Para todas as idades * Vários espaços do
Quintas-Feiras, 30 Junho, 7 e 14 Julho,
edifício-base da CGD * Lotação limitada
18h00 * Sexta-feira, 1 Julho, 18h00 *
2€ (preço único) * Gratuito para
Sábados, 2 e 9 Julho, 18h00
funcionários da CGD Ponto de encontro: bilheteira do átrio de coreografia e performance: Yola Pinto
entrada da Culturgest.
Produção: Serviço Educativo
Dizem que o 3 é um número mágico e pleno de
Relembrando o que foi feito nos últimos dois
simbologia. Por isso, para celebrar a sua terceira
anos, visitando espaços privados ou de difícil
e última edição, a performance (és)Passos
acesso, dançando e coreografando um edifício
da Caixa – através do serviço educativo e da
monumental, o (és)Passos da Caixa será
bailarina e coreógrafa Yola Pinto – convida todos
oficialmente de todos nós.
os seus fãs para dela fazerem parte. Testemunhos da edição passada: Para nós, mais do que números mágicos,
Gostaria de enviar os meus sinceros Parabéns a
existem momentos exclusivos, criados pela
todos quantos colaboraram nesta iniciativa que,
reunião das pessoas numa ocasião especial.
para espanto meu, suplantou a do ano passado.
Nesta nova performance em torno do edifício
Gostei muito mesmo! Elisabete Tavares Santos
sede da Caixa Geral de Depósitos seremos
Participei hoje no II Acto e a hora passou a voar. Já
todos nós – os que trabalham diariamente no
sou avó, mas a magia da visita fez-me relembrar
edifício e os que aqui vêm habitualmente como
os tempos de criança. Continuem a ajudar-nos a
clientes e visitantes – que daremos vida a
tornar mais leves os dias de trabalho intensivo,
estes espaços.
com actividades inovadoras, cheias de humor e de sensibilidade. Maria Amélia Figueiredo
70
actividades para adultos percursos e conversas na galeria
Guia áudio disponível.
‘Descobertas a tiracolo’, disponível.
Solicite-os, gratuitamente, junto à entrada da exposição.
Actividade gratuita destinada a famílias e a grupos de amigos com sentido de humor apurado. Conjunto de jogos e pistas com o qual o grupo se (auto)guia pela galeria.
Requerem apenas o bilhete de entrada nas exposições. Com os colaboradores do Serviço Educativo 1+1+1=3
Domingos, 17 de Abril e 22 de Maio, 17h00
Hermann Pitz, Michael Snow, Bernard Voïta Até 22 Maio * Galeria 1
Visita guiada por Miguel Wandschneider Sábado, 16 de Abril, 17h00
Para mais informações ver páginas 58 e 59
Com os colaboradores do Serviço Educativo Gedi Sibony
Domingos, 17 de Abril e 22 de Maio, 18h00
Até 22 Maio · Galeria 2 Visita guiada por Miguel Wandschneider Para mais informações ver páginas 60 e 61
Sábado, 7 de Maio, 17h00
71
actividades para famílias, crianças e jovens oficinas para pais e filhos
As oficinas mensais para crianças
Máquinas de Ruído Táctil
também abrem as portas aos pais!
Oficina de construção de sintetizadores Com André Castro
Convidamos os pais a aprender uma
Famílias
técnica artística em que os professores
30 Abril das 15h00 às 17h30
serão os próprios filhos.
5€ * Marcação prévia Crianças e jovens
Um espaço de criação artística, mas
2, 9, 16 e 30* Abril das 15h00 às 17h30
também de novas e importantes
Dos 12 aos 14 anos * 5€ (p/sessão)
cumplicidades.
15€ (4 sessões) * Marcação prévia
-------------------------------------------------------Ruído táctil tem por base a construção de Todos os meses convidamos um artista
sintetizadores de som caseiros, reactivos ao
diferente para acompanhar um grupo de
toque. A electrónica, a expressão plástica e a
crianças e jovens na descoberta do seu
sensibilidade musical serão convocadas nesta
universo artístico.
oficina, na qual jovens e adultos terão muito para inventar e também para se divertir.
As sessões são de continuidade mas os jovens apenas poderão vir a uma das sessões.
72
* Sessões para pais e filhos.
celebra o teu dia de anos... com arte Entrada gratuita aos pais acompanhantes
Novas actividades e novos temas
Para grupos organizados (mínimo 10
I. Oficina de expressão plástica relacionada com
crianças, máximo 20 crianças)
a exposição
Dos 5 aos 12 anos * Marcação prévia
II. Oficina de movimento relacionada com a
175 Euros (por grupo)
exposição III. O baú – oficina de expressão dramática
--------------------------------------------------------
IV. Um dia na vida de… – oficina de expressão dramática
Dentro da galeria de arte ou com
V. Oficina de expressão plástica e de movimento
expressões artísticas variadas, estas
VI. Oficina de contar histórias com música
oficinas oferecem a possibilidade de uma festa fora do comum com partidas e
Enquanto os mais novos se divertem…
aventuras inesquecíveis para todos!
desafie os outros pais! Enquanto o grupo de crianças está na oficina, convide os outros pais para uma actividade na galeria. Preparámos algo de especial, só para os adultos, dentro das galerias de exposição. Sabia que têm sido um sucesso?
Dia 15 de Abril, no nosso site, descubra
www.culturgest.pt
como vão ser estas oficinas…
Ou solicite o programa mensal do serviço educativo através do e-mail: culturgest servicoeducativo@cgd.pt 73
actividades para grupos: crianças, jovens e adultos*
Gedi Sibony. The Cutters, 2007/2010; From Center, 2010; Her Trumpeted Spoke Lastly, 2010 Cortesia Greene Naftali Gallery, Nova Iorque · Fotografia: John Berens
indiejúnior’11 – festival indielisboa
74
Para mais informações sobre as oficinas:
De 6 a 30 Maio 2011
culturgest.servicoeducativo@cgd.pt
Marcação prévia * Lotação limitada
Fax 21 848 39 03
2,5€
Para mais informações sobre o festival:
Oficinas práticas, para grupos organizados,
escolas@indiejunior.com
relacionadas com a programação do IndieJúnior
213 158 399
e que se realizam logo após asessão de cinema.
visitas jogo
Duração aproximada: 1h15 Marcação prévia * 1€ Durante o Verão de 2011, manteremos o
Mala pedagógica
desconto para os grupos de Juntas de
Disponível em suporte digital logo após marcação
Freguesia e Câmaras Municipais
de visita à exposição.
1+1+1=3
… 3 por todos
Hermann Pitz, Michael Snow, Bernard Voïta
Do pré-escolar ao ensino secundário
Até 22 Maio * Galeria 1
Esta exposição é tri-especial! 3 universos. 6 mãos. Muitos olhares. Consegues adivinhar o
Para mais informações ver páginas 58 e 59
que se passa aqui? Vamos respirar o momento com as obras destes três artistas, tentando encontrar o que têm em comum. Visita jogo de movimento corporal. Quem é o artista desta vez? Olha! São 3! Pré-escolar e 1º ciclo Nesta visita jogo vamos transformar-nos em detectives! Num jogo divertido vamos conhecer três artistas que nos vão apresentar espaços que nunca vimos. Serão reais ou inventados? Consegues encontrar semelhanças entre eles? E diferenças? Só com um olhar bem atento é que irás descobrir! Diz-me o que vês… quantas imagens de uma só vez? 2º e 3º ciclos O que une e separa o trabalho de três artistas? Será fácil descobrir o que têm em comum? E as suas diferenças? Um olhar apurado pode revelar ilusões, desvendar imagens sobrepostas e até ajudar-nos a descobrir paisagens transformadas!
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ZOOM IN Ensino secundário Aproxima-te. Vê. Agora aproxima-te mais e vê outra vez. Será que uma imagem vista à distância se mantém idêntica quando nos aproximamos? Nas obras destes três artistas vamos perceber que neste jogo do zoom in e zoom out as imagens têm muito mais para nos revelar… novas perspectivas, novos pormenores e novos espaços! Gedi Sibony
Movimento X(IS) Pré-escolar e 1º ciclo
Até 22 Maio · Galeria 2
Que forças são estas usadas por Gedi? O que soma, o que subtrai, o que multiplica e o que
Para mais informações ver páginas 60 e 61
divide este artista para que as suas obras vivam no espaço da exposição? Visita jogo através do movimento corporal. Objectos perdidos e achados! Pré-escolar e 1º ciclo Nesta visita vamos descobrir novas maneiras de olhar e sentir um objecto. Com o olhar muito atento, viajaremos entre eles para encontrar a poética que transforma os desperdícios em obras de arte. A arte escondida dos objectos 2º e 3º ciclos Com um olhar sempre atento ao que o rodeia, Gedi Sibony dá nova vida a objectos considerados inúteis. Nesta visita vamos descobrir como o olhar, a sensação, o material, o espaço e a composição podem ser tão importantes neste processo de transformação. Movimento X(IS) Do 2º ciclo ao Ensino secundário Tomando o nosso corpo e o que trazemos com ele como matéria-prima, desafiamos-te a descobrir alguns dos pensamentos preferidos deste artista no momento de criar e colocar as peças na galeria. Visita jogo através do movimento corporal.
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Subtilezas de um gesto Ensino secundário Através da subtileza de um gesto, Gedi Sibony mostra-nos um novo olhar sobre objectos e materiais bem nossos conhecidos. Nesta visita vamos prestar atenção aos pormenores e descobrir um mundo de possibilidades de leitura e recontextualização de um objecto.
visitas oficina
1+1+1=3
Oficina de expressão plástica
Hermann Pitz, Michael Snow, Bernard Voïta
Para grupos organizados de todas as idades
Até 22 Maio · Galeria 1
Depois da experiência da exposição, nada melhor do que prolongar o momento através de uma
Para mais informações ver páginas 58 e 59
oficina prática em que se pode pôr mãos à obra! Oficina de movimento Para grupos organizados de todas as idades Depois da experiência da exposição porque não prolongar as vivências daquele momento e continuar com o corpo em movimento?
Os colaboradores do Serviço Educativo durante esta temporada são: Alice Neiva, Ana Nunes, Ana Reis, Ana Teresa Magalhães, André Castro, Diana Ramalho, Gina Tocchetto, Irina Raimundo, Isabel Gomes, Joana
Inscrições e informações
Barros, Joana Ratão, João de Brito, José Mateus,
Telefone: 21 761 90 78 · Fax: 21 848 39 03 ·
Leonor Cabral, Marta Castelão, Pietra Fraga, Raquel
Email: culturgest.servicoeducativo@cgd.pt
dos Santos Arada, Sara Correia, Susana Alves,
Horário de atendimento telefónico: das
Teresa Faria, Tiago Cadete, Tiago Pereira, Yola Pinto.
10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30 77
GALERIAS
ASSINATURAS
Horário de funcionamento
Podem ser adquiridas para 4 ou mais
De segunda a sexta-feira das 11h00 às 19h00
espectáculos, beneficiando de um desconto
(última admissão às 18h30).
de 40%. São válidas no limite dos bilhetes
ENCERRAM À TERÇA-FEIRA.
disponíveis. As assinaturas possibilitam a
Sábados, domingos e feriados, das 14h00
entrada gratuita nas galerias.
às 20h00 (última admissão às 19h30). Guias áudio disponíveis gratuitamente.
DESCONTOS
Visitas escolares e de grupos
Exposições
Consulte o programa do Serviço Educativo.
30% a jovens até aos 25 anos, maiores de 65 anos, funcionários e reformados do Grupo Caixa
BILHETEIRA
Geral de Depósitos (até 2 bilhetes).
Horários de funcionamento
40% a titulares dos cartões Caixautomática Universidade / Politécnico, ISIC (International
Bilheteira do átrio de entrada
Student Identity Card) e ITIC (International Teacher
De segunda a sexta-feira das 14h00 às 19h00.
Identity Card); titulares do cartão Caixa Fã que o
Em dias de espectáculo das 14h00 até à hora
utilizem como meio de pagamento (até 2 bilhetes).
de início do mesmo.
Entrada gratuita a titulares do cartão ICOM
Nos períodos em que não há exposições: de
e a jovens até aos 16 anos.
segunda a sexta-feira das 11h00 às 19h00.
Entrada gratuita a funcionários e reformados
Sábados, domingos e feriados das 14h00
da Caixa Geral de Depósitos (até 2 bilhetes).
às 20h00. Espectáculos Bilheteira das galerias
30% a maiores de 65 anos, profissionais do
De segunda a sexta-feira das 11h00 às 19h00.
espectáculo, funcionários e reformados do Grupo
Encerra à terça-feira e nos períodos em que não
Caixa Geral de Depósitos (até 2 bilhetes) e titulares
há exposições. Sábados, domingos e feriados
dos cartões Caixagold, Visabeira Exclusive, Caixa
das 14h00 às 20h00.
Woman, Caixa Drive e Caixa Leisure, que os
Em ambas as bilheteiras podem adquirir-se
utilizem como meio de pagamento (até 2 bilhetes).
bilhetes para espectáculos e exposições.
40% a titulares dos cartões Caixautomática Universidade / Politécnico, ISIC (International
Reservas
Student Identity Card) e ITIC (International
As reservas de bilhetes são, em regra, válidas
Teacher Identity Card); titulares do cartão Caixa
por três dias. Os bilhetes têm sempre que ser
Fã e Caixa Activa que os utilizem como meio
levantados até 48 horas antes do espectáculo.
de pagamento (até 2 bilhetes). 50% a funcionários e reformados da Caixa Geral de Depósitos (até 2 bilhetes). Jovens até aos 30 anos: 5 Euros. Preço único sem descontos. Os descontos não são acumuláveis.
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LIVRARIA
INFORMAÇÕES E RESERVAS
Horário de funcionamento
Bilheteira Culturgest
De segunda a sexta-feira, das 11h00 às 19h00.
21 790 51 55
Encerra à terça-feira e nos períodos em que não
culturgest.bilheteira@cgd.pt
há exposições. Sábados, domingos e feriados, das 14h00 às 20h00.
Ticketline Reservas e informações 1820 (24 horas)
CAFETARIA
Pontos de venda Agências Abreu, Galeria Comercial Campo Pequeno, Casino Lisboa,
Horário de funcionamento
C.C. Dolce Vita, El Corte Inglés, Fnac,
De segunda a sexta-feira, das 10h00 às 18h30.
Megarede, Worten e www.ticketline.sapo.pt
Sábados, domingos e feriados, das 14h00 às 20h00. Nos dias de espectáculo, até à hora de
culturgest@cgd.pt · www.culturgest.pt
início do mesmo. Parque gratuito CULTURGEST
Os portadores de bilhetes para os espectáculos ou de convites para as inaugurações têm
Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos
acesso ao parque de estacionamento da
Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa
Caixa Geral de Depósitos. Nos dias úteis só é
Metro: Campo Pequeno
permitido o acesso ao parque para espectáculos
Autocarros: Campo Pequeno 54 e 56;
que se realizem depois das 18h00.
Av. da República 21, 36, 44, 45, 49, 83, 90, 91, 727, 732 e 738; Av. de Roma 7, 35, 727 e 767;
Acesso a deficientes
Praça de Londres 7, 22, 40 e 767
Áreas acessíveis a deficientes, por rampas ou elevadores: parque de estacionamento,
CULTURGEST PORTO – GALERIA
bilheteira, galerias e auditórios. Assistência a deficientes motores sempre que requisitada
Horário de funcionamento
previamente na bilheteira. Entrada gratuita
Aberta de segunda-feira a sábado, das 10h00 às
concedida a um acompanhante, no limite dos
18h00 (última admissão às 17h45)
lugares disponíveis.
ENCERRA AOS DOMINGOS E FERIADOS. Edifício Caixa Geral de Depósitos Avenida dos Aliados 104, 4000-065 Porto
Programa sujeito a alterações.
Telefone: 22 209 81 16 CHIADO 8 ARTE CONTEMPORÂNEA
As bilheteiras, as galerias e a livraria estarão encerradas nos dias 22, 24 de Abril e 1 de Maio.
Horário de funcionamento De segunda a sexta-feira, das 12h00 às 20h00 Encerra aos fins-de-semana e feriados Largo do Chiado nº8, 1249-125 Lisboa Telefone: 21 323 73 35 www.fidelidademundial.pt 81
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Se quiser receber em sua casa a programação da Culturgest telefone-nos, escreva-nos, envie um fax ou um e-mail para: culturgest.newsletter@cgd.pt
Fundação Caixa Geral de Depósitos - Culturgest Edifício da Sede da CGD * Rua Arco do Cego, Piso 1, 1000-300 Lisboa Tel 21 790 51 55 * Fax 21 848 39 03 * culturgest@cgd.pt * www.culturgest.pt
culturgest uma casa do mundo