O JORNAL PARA O
AMIGO
CAMINHONEIRO
Distribuição Gratuita www.chicodaboleia.com.br Ano 03 - Edição 28 - Abril de 2014
Orgulho de ser caminhoneiro
EDIÇÃO NACIONAL Grupo de Amigos do Boqueirão marca presença na Fórmula Truck de Curitiba Você sabe o que não pode faltar numa etapa da Fórmula Truck? Se você respondeu “caminhões”, acertou. Mas não são apenas os Trucks e seus pilotos que estão presentes em cada uma das corrida.
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Brazil Road Expo: o maior evento de infraestrutura viária e rodoviária do país
Aconteceu entre os dias 9 e 11 de abril, a Brazil Road Expo, o principal evento voltado às áreas de infraestrutura viária e rodoviária da América-Latina.
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Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas Foto: Automec Pesados
Automec mostra mercado de auto peças aquecido em 2014
Aconteceu no dia 16 de abril, a 14ᵃ edição do Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas. O evento contou com a participação de autoridades, especialistas e da imprensa especializada.
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EDITORIAL
ABRIL: mês de relembrar o que não se deve esquecer Abril é um mês muito importante! Por quê? Simples é meu aniversário! Há exatos 50 anos, no dia 12 de abril de 1964, às 00h45min, eu chegava ao mundo. Brincadeiras à parte, o assunto é sério! Sem dúvida a importância do mês se dá em função do Golpe Civil-Militar, dado em 1º de abril, que jogou nossa democracia no lixo e junto com ela, inúmeros companheiros que foram assassinados pelas torturas sofridas nos porões da policia, exércitos e seus aparelhos paramilitares. Estamos a 50 anos do início do período mais escuro e triste de nossa História recente. As mais abomináveis atrocidades foram cometidas contra aqueles que se opunham à mão de ferro do exército, por isso, convido os leitores a lerem e relembrarem desse passado, a partir da nossa matéria na coluna “Cultura e Educação”, na página 18. Também devemos rememorar o dia 19 de Abril, Dia do Índio. Na descoberta do Brasil em 1500, estima-se que os índios brasileiros eram entre um e cinco milhões. Os tupis ocupavam a região costeira que se estende do Ceará a Cananeia (SP). Os guaranis espalhavam-se pelo litoral Sul do país e a zona do interior, na bacia dos rios Paraná
e Paraguai. Em outras regiões, encontravam-se outras tribos, genericamente chamados de tapuias, palavra tupi que designa os índios que falam outra língua. Porém os Índios foram massacrados justamente por aqueles que em 22 de Abril de 1500, descobriram o Brasil. Agora falando do nosso setor, abril é o mês das Auto Peças. Entre os dias 1 e 5 de abril, aconteceu mais uma AUTOMEC PESADOS, e o setor, como não poderia deixar de ser, vem cheio de novidades de alta tecnologia para os brutos, e inúmeras novidades para o reparador. Apesar das entidades representativas do setor estar meio que com o pé atrás, todos os dirigentes apostam em um bom ano para o setor. E sem dúvida o debate continua sobre a Lei 12.619. No Congresso Nacional os lobbys dos dois lados trabalham muito para que seus pontos de vistas prevaleçam, mas a grande verdade é que a base do setor, lá no tapete negro do asfalto, ninguém sabe direito o que está acontecendo. Por isso no dia 14 de Maio as 19 horas na Comercial Davoli em Jaú, acontecerá o 2ª Encontro com Chico da Boleia para Debate sobre a Lei 12.619 e seus desdobramentos. Por todo lado que eu ando a desinformação é grande, isso chega a assustar, pois o tema é de suma importância e não podemos ignorá-lo. Mas o fato é que existe uma distância enor-
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CHICO DA BOLEIA me entre a teoria e a realidade dos trechos. Não adianta certas lideranças afirmarem que falam em nome da categoria, pois a categoria mal sabe que é uma categoria de grande peso. Convido a todas as lideranças, seja patronal ou laboral, para irem a campo, irem lá na estrada onde se encontra de fato nossa categoria, e debater a partir da base, divulgar e orientar a partir da base o que realmente esta acontecendo. Boa leitura e até a próxima edição. Chico da Boleia sempre com Orgulho de ser Caminhoneiro.
Expediente Sede: Rua José Ravetta, 07 - Itapira-SP, CEP 13977-150 Fone:(19) 3843-5778 Tiragem: 50.000 exemplares Nacional, 10.000 exemplares Baixa Mogiana e 10.000 exemplares Grande Ribeirão Preto Diretora-Presidente: Wanda Jacheta Diretor Editorial: Chico da Boleia Editor Responsável: Chico da Boleia Coordenação / Revisão / Fotógrafa Larissa J. Riberti Diagramação / Fotógrafa Pamela Souza Suporte Técnico / Fotógrafo Matheus A. Moraes Conselho Editorial: Albino Castro (Jornalista) Larissa J. Riberti (Historiadora) Dra. Virgínia Laira (Advogada e coordenadora do Departamento Jurídico da Fenacat) Roberto Videira (Presidente da APROCAM Brasil) José Araújo “China“ (Presidente da UNICAM Brasil) Responsabilidade social: ViraVida Ligue 100 Na mão certa
PAPO DE BOLEIA
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Grupo de Amigos do Boqueirão marca presença na Fórmula Truck de Curitiba Você sabe o que não pode faltar numa etapa da Fórmula Truck? Se você respondeu “caminhões”, acertou. Mas não são apenas os Trucks e seus pilotos que estão presentes em cada uma das corridas. Nelas, é indispensável a presença dos caminhoneiros e caminhoneiras de todo o país que dão um brilho especial à competição.
Truck desde que elas começaram. O curitibano motorista do caminhão Scania modelo 112, leva cargas para o nordeste, mas sempre que pode está presente nas etapas. “A ideia do Grupo partiu da amizade dos colegas da estrada. A gente vê que o caminhoneiro tem pouca Durante a segunda etapa do GP união, então resolvemos Crystal de Fórmula Truck, que formar o Grupo para poder aconteceu no Autódromo Internos unir juntamente com nacional de Curitiba no último amigos, esposas e filhos. domingo (14), encontramos o Grupo de Amigos do Boqueirão e Chico da Boleia durante a Fórmula Truck de Curitiba. O Grupo já tem dois anos GAB Truck – PR, Grupo de Amie já possui cerca de 30 memde viola, os amigos que vestiam a camisa gos do Boqueirão do Paraná. bros”, frisou Luciano. do Grupo jogavam conversa fora e aproveiQuem os localizou foi a nossa fotógrafa, Junto ao Grupo estava Marco Aurélio, tamtavam para passar bons momentos junto à quando, ao andar pelo Autódromo, localibém de Curitiba. Para o caminhoneiro, parfamília. zou os homens e mulheres que estavam do ticipar do GAB Truck é uma forma de rever Chico da Boleia, claro, foi conversar com lado de fora da pista. amigos e passar um tempo com a família. eles para saber quem eram esses personaCerca de vinte pessoas estavam com seus “Com tantas horas na estrada, nem sempre gens da Fórmula Truck. De acordo com caminhões parados, a churrasqueira improa gente consegue se ver. A Fórmula Truck Luciano Becker, um dos idealizadores do visada e olhos atentos a cada movimentaé um evento bom para reunir todo mundo”, Grupo, o GAB Truck é recente, mas seus ção nas pistas. Ao som de uma boa moda afirmou. membros acompanham as competições da
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Sergio Pickler estava junto de sua esposa, Magda Pickler e de seu filho Junior. Ambos de Joinville, o casal afirmou que é emocionante poder estar com a família e os amigos acompanhando o evento. O caminhoneiro, que carrega geladeira para o Nordeste, fica de quinze a vinte dias longe de casa, a depender da disponibilidade de retorno. A esposa, abraçada ao marido, demonstra alegria por estar próxima do marido caminhoneiro.
“Para mim é maravilhoso poder passar esse tempo com eles. Nosso filho nasceu praticamente na estrada então sempre fazemos tudo juntos”, afirmou Magda que estava torcendo pelas representantes femininas da categoria, Michelle de Jesus e Debora Rodrigues.
União, diversão e amizade pareciam embalar o dia dos membros do GAB Truck -PR, que nos receberam com muita alegria e simpatia. Esperamos poder reencontrá-los na próxima etapa, em São Paulo, e ao longo de toda a temporada 2014 da Fórmula Truck. Redação Chico da Boleia
Chico da Boleia responde Márcia Moreira: Chico, recebi um multa por evasão de pedágio e isso ocorreu lá na balança de Extrema. O que eu posso fazer.?! Eles estão me cobrando R$ 5.000,00 (cinco mil reais) de multa.
Nosso telefone é 019 3843 5778 ou 019 3843 6487. Você pode nos enviar um e-mail chicodaboleia@chicodaboleia. com.br ou escrever em nosso site www. chicodaboleia.com.br
Companheira, esta é uma situação difícil e te digo mais, não é só você que está nela. Existem inúmeros companheiros que estão tomando tinta por evasão. O primeiro passo é realmente ver se não cometeu tal infração, depois entrar com recurso justificando o quanto é errada tal multa. Mas para isso é bom estar bem calçado, se possível com provas para que não haja erro e com um bom advogado, é claro. O problema é que muito dos companheiros só se dão conta quando chega a cobrança em casa, e aí fica difícil fazer alguma coisa. Na nossa próxima edição traremos uma reportagem sobre o problema das balanças e suas conseqüências, pois em inúmeros lugares, os irmãos da estrada têm reclamado do mesmo problema.
Um abraço e até a próxima edição Chico da Boleia Orgulho de ser Caminhoneiro
O fato é que nós temos que ficar atentos a tudo e a todos para não sermos pegos desprevenidos. Toda atenção é pouca, por isso não vacile, pois o custo das multas está alto. Se tiver alguma duvida ou sugestão fale com a gente.
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Brazil Road Expo: o maior evento de infraestrutura viária e rodoviária do país Aconteceu entre os dias 9 e 11 de abril, a Brazil Road Expo, o principal evento voltado às áreas de infraestrutura viária e rodoviária da América-Latina, importante palco de discussão do setor no país e de geração de negócios. Realizado no Transamérica Expo Center de São Paulo, a feira reuniu os principais players do mercado nacional e internacional, com o objetivo de promover a troca de informações qualificadas e apresentar as principais novidades dos fabricantes. Nos estandes, os presentes puderam conferir lançamos em diversos segmentos como máquinas e equipamentos; produtos para construção e manutenção de pontes, viadutos e túneis; produtos destinados à pavimentação em asfalto e concreto; soluções para drenagem; contenção de encostas; sistemas e produtos para segurança, sinalização e gestão de vias e rodovias. No primeiro dia aconteceu o III Fórum Nacional de Investimentos em Rodovias, sessão plenária que faz parte da abertura oficial do evento. Na ocasião estiveram presentes o diretor do evento, Guilherme Ramos, além dos participantes do Fórum e executivos das empresas expositoras que receberam membros da imprensa. Além deles, compareceram o General Jorge Fraxe, diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT); General Brandão, diretor do Departamento de Engenharia e Construção (DEC-Exército Brasileiro); Francisco Luiz Costa, diretor do Departamento de Planejamento e Transportes (Ministério dos Transportes); Clodoaldo Pelissioni, superintendente do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER-SP), entre outros especialistas em infraestrutura no Brasil e no mundo. Em entrevista concedida exclusivamente para Chico da Boleia, o General Roberto Jungthon, do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, frisou que a presença de representantes do Exército na feira é importante porque ele participa de decisões e obras que interferem na vida dos cidadãos. “Temos duas vertentes de trabalho. A primeira é aquele que realizamos para suprir as necessidades da própria corporação. A segunda é a partir da qual direcionamos nosso trabalho para desempenhar atividades que colaborem para o desenvolvimento da infraestrutura viária e rodoviária brasileira. Justamente por essa razão, a presença do DEC do Exército Brasileiro é tão importante em eventos como esse”, explicou. Sobre os trabalhos nos quais o Exército
Stand Volvo Construction - Foto: Pamela Souza
participa em parceria com o Ministério dos Transportes e o DNIT, General Roberto citou, por exemplo, a presença de membros da corporação em locais onde o acesso não é fácil. “Nós temos a possibilidade de atuar em lugares mais inóspitos como a Amazônia. Também somos os primeiros a oferecer a população desses locais vários serviços que não chegam até lá”, frisou Jungthon. De acordo com o General, a obra realizada mais recentemente a partir do trabalho desenvolvido pelo Departamento de Enge-
General Roberto Jungthon - Foto: Pamela Souza
nharia e Construção do Exército, é a duplicação da BR-101. “Nós somos atores que temos uma parcela importante a oferecer no que diz respeito a boas práticas, tanto na inovação como nos processos de gestão como estamos apresentando em nosso estande aqui na Feira”, frisou Roberto. Chico da Boleia também conversou com Francisco Luís Costa, diretor do Departamento de Planejamento e Transportes do Ministério dos Transportes. Costa ressaltou que o setor vem vivendo “novos dias”. Em primeiro lugar houve um inicio de recuperação neste ano, dos investimentos feitos pelo Ministério dos Transportes. Agora, retoma-se a parceria com o setor privado com as concessões de rodovias. “Essa parceria exige um alto nível de recursos para a implementação dos projetos, ou seja, fornecedores de equipamentos e matéria-prima. Tendo vista essas necessidades, a Brazil Road Expo é uma excelente oportu-
nidade para que os fornecedores se encontrem com os clientes e com quem vai desenvolver esses projetos a nível nacional”, afirmou o Diretor, destacando a necessidade de apresentar os lançamentos para um setor que tem uma necessidade de se desenvolver cada vez mais. Sobre a participação do Departamento de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro nas ações de melhoria de infraestrutura desenvolvidas pelo Ministério do Transporte, Costa afirmou que essa parceria é histórica. “Desde o planejamento atuamos em conjunto, já que o Plano Nacional de Logística e Transporte foi feito em parceria com o Ministério da Defesa. Além disso, os Batalhões de Engenharia Rodoviária e Ferroviária atuam em parceria com o DNIT na construção, na recuperação e na conservação de rodovias.”, explicou. Nos três dias, estiveram presentes no evento 11.042 profissionais, entre visitantes e congressistas, que puderam conhecer as principais novidades dos fabricantes, distribuidores de máquinas e equipamentos, novos produtos para construção e manutenção de pontes, viadutos e túneis, produtos destinados à pavimentação em asfalto e concreto, soluções para drenagem, contenção de encostas, sistemas e produtos para segurança, sinalização e gestão de vias e rodovias. De acordo com levantamento feito junto a empresas expositores, a perspectiva de geração de negócios a partir de contatos realizados durante a feira é de pelo menos R$ 600 milhões. Para Guilherme Ramos, diretor da Brazil Road Expo, o sucesso dessa edição se deu em função de vários fatores. “O anúncio das concessões de rodovias previstas para o segundo semestre, juntamente com eventos esportivos importantes que se aproximam, aqueceram o mercado. E a Brazil Road Expo foi fundamental para oferecer aos empresários as melhores soluções, tanto em produtos quanto em conteúdo técnico qualificado, elementos fundamentais para o crescimento do setor”, afirma Ramos. O diretor presidente da Ciber, Luiz Marcelo Tegon, falou sobre a participação da empresa no evento deste ano. “A Brazil Road Expo já é um marco na agenda anual do setor de pavimentação. Reúne clientes
de todo o Brasil, e foi uma oportunidade de apresentarmos aos clientes nossos lançamentos, como a nova geração traço 3, da Vögele, além de novas e avançadas tecnologias e equipamentos do Grupo Wirtgen”, declarou.
Assim como nas edições passadas, a Brazil Road Expo contou com a presença de visitantes qualificados. “Participamos pela primeira vez no ano passado. Nesta edição tivemos a oportunidades de fazer novos contatos para a geração de negócios futuros. Certamente estaremos por aqui no ano que vem”, relata Edivaldo Espenchitt, dire-
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Francisco Luíz Costa - Foto: Pamela Souza
tor da Energitec Combustão Industrial.processo de pavimentação eficiente, mesmo sobre bases com baixa capacidade de carga. O coordenador de marketing da Maccaferri para América Latina, Paulo Ferreti, também comentou a participação da empresa no evento desse ano. “A Brazil Road Expo 2014 destaca-se pela melhoria constante de sua organização e pela maturidade do evento. Nessa edição, o congresso Brazil Road Summit teve uma parte de sua programação dedicada à pauta de geotecnia, que é essencial para estabilização e contenção do solo e para segurança da infraestrutura rodoviária. Também percebemos mais espaço para soluções sustentáveis, já que diversos engenheiros estão em busca insumos capazes de minimizar os impactos no meio ambiente”, comentou.
O evento contou ainda com extenso programa de conferências paralelamente à exposição. Os visitantes puderam participar de workshops e seminários sobre temas como máquinas e equipamentos, pavimentação, obras em pontes, viadutos e túneis, contenção de encostas, drenagem de rodovias, entre outros temas.
A próxima edição da Brazil Road Summit já tem data marcada e será realizada entre os dias 24 e 26 de março de 2015 também no Transamérica Expo Center em São Paulo. Redação Chico da Boleia
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Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas expôs problemas e
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soluções para a logística no país
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Foto: Ntc&Logistica
Aconteceu no dia 16 de abril, a 14ᵃ edição do Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas. O evento foi realizado no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília e contou com a participação de autoridades, especialistas e da imprensa especializada. Entre os preo sentes, Chico da Boleia conferiu as discussões levantadas pelos membros das mesas i de debate.
a A mesa de abertura teve a composição de José Hélio Fernandes, presidente da NTC, Arnaldo Faria de Sá, presidente da CVT e (Comissão de Viação e Transportes), Jor, ge Luiz Macedo Bastos, diretor geral da a ANTT (Agência Nacional de Transportes a Terrestres), Omar José Gomes, presidente da CNTTT (Confederação Nacional dos a Trabalhadores em Transportes Terrestres), os deputados Marinha Raupp, Wellington Fagundes, presidente da Frenlog (Frente o Parlamentar de Logística de Transporte e r Armazenagem) e Gonzaga Patriota.
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O deputado Arnaldo Faria de Sá abriu a mesa lamentando as ausências dos ministros do Trabalho, Manoel Dias, e dos e Transportes, César Borges. Em seguida, o o deputado Gonzaga Patriota aproveitou , para mencionar a ausência do também ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, e , mencionou a importância da união do setor que possibilitou que a Lei nº 12.619, conhecida como Lei do Descanso, que está t sendo concluída, ficasse ainda melhor com e as contribuições de todos os envolvidos.
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“Gostaria de, um dia, ser autoridade de transporte no Brasil, pois esse é um setor fortíssimo, responsável por movimentar o país. Se a área de transportes para, o Brasil
também para”, finalizou Patriota. A deputada Marinha Raupp parabenizou Arnaldo Faria de Sá, Gonzaga Patriota e Wellington Fagundes, e afirmou que a CVT favorece a discussão e aprovação de interesses do setor, assim como o Seminário Brasileiro. “O evento traz a oportunidade de discutir temas fundamentais com os líderes do setor e membros da Câmara”. A parlamentar citou ainda os problemas enfrentados nos estados de Rondônia e Acre, que sofrem com as cheias e que impedem o transporte, inclusive de alimentos. “Vivemos uma idiossincrasia, pois como vamos debater logística do transporte se não é possível garantir a chegada dos alimentos?”, questionou Raupp. O deputado Wellington Fagundes, presidente da Frenlog, destacou a importância do transporte e logística para o crescimento do país e a incapacidade da nação de escoar a safra. “No país perdemos em um dos quesitos mais importantes: competitividade. O custo do transporte na China custa US$ 190, enquanto nos Estados Unidos esse valor é quase três vezes mais barato”, afirmou Fagundes. Na contramão desse crescimento, produtores ainda sofrem para escoar a produção, como empecilhos para caminhoneiros em toda região Centro-Oeste. José Hélio Fernandes, presidente da NTC & Logística, cumprimentou todos os deputados, presidentes de sindicatos, federações, empresários e demais presentes. Lembrou que essa é a primeira vez que participa do Seminário como presidente da entidade e, assim como em seu discurso de posse da NTC, assumiu compromissos com
o setor, com foco na melhoria das margens de transporte de cargas e logística. “As empresas precisam ter lucro para continuar existindo e manterem a qualidade de seus serviços e, para isso, precisam cobrar o frete adequadamente para manter a saúde financeira da empresa, esse é o meu compromisso”, afirmou o presidente. Painéis de debate Ao longo de todo o dia foram tratadas questões fundamentais para o desenvolvimento do Brasil, como Custo Brasil, falta de segurança, falta de mão de obra, legislação e abastecimento. Ainda pela manhã, teve início o primeiro painel chamado “O Custo Brasil como Inibidor do Desenvolvimento Econômico”, que debateu os entraves logísticos agravantes do Custo Brasil, a falta de segurança, roubo de cargas, gerenciamento de riscos, combate à receptação e aos desmanches e o impacto da insegurança nos custos do transporte. Para palestrar sobre o assunto foram convidados o Coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da NTC&Logística, Neuto Gonçalves dos Reis, diretor técnico da entidade, Roberto Mira, diretor adjunto também da NTC, e Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Após o almoço, a pauta foi “Restrições de Trânsito e Abastecimento”, que abordou o abastecimento e restrições na circulação das grandes cidades, escoamento e possíveis soluções, e contou com a presença Thiago Menegon, diretor adjunto de Abastecimento e Distribuição do SETCESP, Epitácio Antônio dos Santos, coordenador-executivo do Fórum Nacional em Defesa da Lei 12.619/12 - Lei do Motorista (FNDL), Marcos Aurélio Ribeiro, diretor jurídico da NTC, Neuto dos Reis, e os debatedores convidados deputado Mauro Lopes (PMDB/RJ) e o deputado Milton Monti (PR/SP).
Debates sobre a Lei 12.619 Durante a realização deste painel, a grande discussão foi em torno da Lei 12.619, também conhecida como Lei do Descanso. Vale lembrar que existe uma Comissão de Deputados, chamada CEOMOTOR, que atua em caráter de urgência para alterar alguns pontos da Lei. Um dos dispositivos mais comentados no encontro foi o que trata da jornada de trabalho dos motoristas, incluindo os profissionais que trabalham
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no transporte coletivo de passageiros e no transporte de cargas. Pela lei em vigor, a carga horária é de oito horas diárias mais duas horas extras, o condutor precisa fazer uma parada de pelo menos meia hora a cada quatro de direção e o intervalo entre as jornadas é de 11 horas. O período de descanso semanal é de 36 horas.
O projeto da comissão especial também prevê jornada de trabalho de oito horas, mas admite sua prorrogação por até quatro horas extraordinárias. Dentro do período de 24 horas, o projeto de lei assegura o mínimo de onze horas de descanso, sendo facultado o seu fracionamento e a coincidência com os períodos de refeição e de parada obrigatória na condução do veículo estabelecida pela Lei de Trânsito, garantindo-se o intervalo mínimo de oito horas ininterruptas.
Para o coordenador-executivo do Fórum Nacional em Defesa da Lei do Motorista (FNDL), Epitácio Antônio dos Santos, esse projeto flexibiliza a Lei do Motorista e é preciso ter cuidado para que não sejam retirados direitos conquistados pela categoria, como o intervalo de 11 horas entre as jornadas de trabalho. "Ela (a mudança na lei) é, lógico, uma pressão das empresas. Flexibilizar, mas nunca reduzir. Até que flexibilizar, deixar oito horas e mais três é um costume na nossa categoria. Nessa parte concordamos, mas nunca reduzir para menos de 11 como foi inicialmente aventado."
O diretor jurídico da NTC, Marcos Aurélio Ribeiro, defendeu o fracionamento do intervalo de 11 horas entre as jornadas. "Esse intervalo de 11 horas de descanso faz sentido para o trabalhador que está na sua cidade, que está na sua cidade, que vai ficar com sua família. Para aquele motorista longe de casa e quer voltar para ficar com a família, é importante possibilitar a ele rodar mais, ter um intervalo de descanso que seja suficiente para repor suas energias."
O terceiro painel teve como foco os entraves da falta de mão de obra, recebendo para discutir os pontos, Narciso Figueiroa Júnior, assessor jurídico da NTC&Logística, o deputado Sandro Mabel (PMDB/GO), autor do PL, Renato Bignami, representante do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo, secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Jaime Bueno Aguiar, secretário geral da CNTT e Paulo Douglas Almeida de Morais, representante do Ministério Público do Trabalho (MPT). Fonte: NTC
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ETEC João Maria Stevanatto de Itapira abre curso técnico em Farmácia e contribuir com a formação de novos profissionais da área. Daniela Trani, disse ainda em entrevista a Chico da Boleia que a parceria com a empresa Cristália representa um ganho para os alunos. “Conseguiremos fazer com que a mão de obra da cidade seja mais capacitada e preencha uma demanda do município porque Cristália forneceu novos equipamentos para a Etec | Foto: Divulgação ele já é conhecido como um polo Foi inaugurado o novo curso técnico de químico-farmacêutico”, expresFarmácia da Etec João Maria Stevanatto de sou. O curso oferece 40 novas vagas para Itapira. A nova modalidade de ensino será preenchimento da primeira turma do períoministrada a partir do 2º Semestre de 2014. do noturno. Trani afirmou que o curso será De acordo com Daniela Trani, responsável ministrado de segunda a sexta das 19 ás 23 pelas relações institucionais da ETEC com horas. outras empresas e canais de comunicação, a Representando a Empresa Cristália, a vicerealização deste curso só foi possível graças -presidente Kátia Stevanatto esteve presenà parceria da ETEC com a empresa Cristá- te durante a cerimônia de abertura e afirmou lia Produtos Químicos Farmacêuticos. que os investimentos feitos pela empresa A oferta educacional se fez necessária dian- não são apenas para suprir uma demanda te da demanda de vagas na área do setor de mercado. “Queremos que esses jovens farmacêutico e da falta de mão de obra tenham outra perspectiva de vida através de qualificada. A empresa forneceu todos os uma formação profissional de qualidade”, equipamentos do laboratório para que a afirmou. Etec possa ministrar o conteúdo do curso Vale lembrar que, no ano passado, a Cristá-
lia iniciou, também em Itapira, a construção de uma nova ala de produção de medicamentos. Ainda em fase de implementação, o projeto deve iniciar suas atividades em breve. “Acreditamos que dentro de dois anos já consigamos colocar essa nova ala em funcionamento”, frisou Kátia que espera que essa mão de obra qualificada pela ETEC possa ser alocada para trabalhar dentro do Laboratório Cristália. A Secretária Municipal de Educação, Flavia Rossi, frisou que o novo curso é um motivo de orgulho para o município, pois com a junção entre o setor público e o privado os ganhos são dobrados. “O curso vai fortalecer a demanda das empresas e também o nosso setor público. É uma somatória de esforços que deve ser muito positiva. A ETEC de Itapira tem o mérito do trabalho dos seus professores, da equipe técnica daqui que vai unir esforços com a do Cristália.”, afirmou Flávia. Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, Itapira tem hoje cerca de 5 mil alunos na rede pública municipal e 6 mil alunos na rede pública estadual. Além disso, existem cerca de 350 que estão mi-
grando do Ensino Básico para o Ensino Técnico. No Ensino Superior, os cursos oferecidos pelo Instituto de Ensino Superior de Itapira (IESI), de caráter privado, estão sendo complementados pela FATEC, recentemente instalada na cidade. A grande parte dos jovens que buscam cursar o Ensino Superior encontra nas cidades da região maiores ofertas de cursos. No entanto, tal realidade vem se alterando. As inscrições para o vestibulinho já começaram e serão encerradas em 7 de maio. Para se inscrever basta entrar no site www. vestibulinhoetec.com.br ou comparecer no posto de inscrição dentro de nossa unidade escolar. Além do curso de Farmácia a Etec oferece formação em Administração, Informática, Logística, Química e Segurança do Trabalho. Lembramos ainda que existem outras unidades da ETEC espalhadas por vários cantos do Brasil. Os projetos realizados na Etec e notícias estão disponíveis no site da instituição no endereço: www.etecitapira.com.br. Informações pelos telefones: (19) 3813 4548 / 3843 1171 Redação Chico da Boleia
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Abertura | Foto: Pamela Souza
Stand BorgWarner | Foto: Pamela Souza
Stand Suporte Rei | Foto: Pamela Souza
Stand Schulz | Foto: Pamela Souza
Foto: Pamela Souza
Foto: Pamela Souza
Paulo Butori, Presidente do Sindipeรงas | Foto: Pamela Souza
Mario Morelli, Diretor de aftermarket da Meritor | Foto: Pamela Souza
Joรฃo Constancio, Presidente da Suporte Rei | Foto: Pamela Souza
Stand Bosch | Foto: Pamela Souza
Foto: Pamela Souza
Foto: Pamela Souza
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REPORTAGEM
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Automec mostra mercado de auto peças aquecido em 2014 Tudo indica que no ano de 2014 a participação percentual no faturamento das indústrias de autopeças para o segmento de reposição, deverá ter um crescimento de 15%. Esses dados são do Sindipeças, Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores. Embalada por esta projeção, 4ª Automec Pesados & Comerciais (Feira Internacional Especializada em Peças, Equipamentos e Serviços para Veículos Pesados & Comerciais), organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, foi aberta oficialmente no primeiro dia do mês. O evento, realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, contou com a presença de representantes dos setores de autopeças de São Paulo e do Brasil. Com cinco dias de duração, a Feira abrigou mais de 500 marcas nacionais e internacionais distribuídas num área de 36 mil m². Dos cerca de 30 mil visitantes recebidos pela edição deste ano estão compradores internacionais de 51 países. Chico da Boleia e sua equipe participaram dos dois primeiros dias do evento. A grande movimentação de curiosos, fornecedores e clientes, revelou um pouco do cenário atual do mercado de autopeças. Na abertura oficial, o vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Paulo Octávio Pereira de Almeida; destacou o papel relevante do setor de autopeças no Brasil. “O número de veículos pesados tem crescido muito no Brasil e isso tem impulsionado o setor de autopeças. Acompanhando o desenvolvimento do segmento, estamos trazendo uma Feira que atenda às necessidades do mercado. Ampliamos o tamanho – hoje contamos com uma área de 36 mil m² -, onde mais de 500 marcas nacionais e internacionais irão apresentar inovações e gerar negócios. Como novidade, temos a Oficina Modelo, um espaço onde oito empresas farão demonstrações técnicas e práticas de seus produtos.”, declarou. Além dele, estavam presentes o diretor da Feira, Rodrigo Rumi; o representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Paulo Butori; o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS), Paulo Butori; o presidente da Associação Nacional dos Distribuidores de Autopeças (ANDAP) e do Sindicato do Comércio Atacadista de Peças e Acessórios para Veículos de São Paulo (SICAP), Renato Gianinni; o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessó-
essa questão, o diretor da Feira, Rodrigo Rumi, respondeu que na última edição o número de expositores foi de 500 marcas. Já em 2014, esse número subiu para 619 marcas expositoras. “O crescimento é visível e ele se dá muito em virtude desse momento que o after market vive. Com relação ao volume de negócios, é muito difícil medirmos isso, mas para nós organizadores volume de negócios é visto como relacionamento. Ou seja, troca de cartões, número de visitantes, conversas. Então o nosso objetivo é qualificar o público comprador. Nessa edição em especial a gente tem um público comprador bastante qualificado, inclusive com a ajuda técnica das entidades. Trouxemos caravanas de diversos locais, ou seja, é um público bastante interessado em fechar negócios”, respondeu. Chico da Boleia ainda citou o número de Presidente dos sindicatos inauguram Automec Pesados 2014 | Foto: Pamela Souza caminhoneiros autônomos existentes no rios para Veículos no Estado de São Paulo durante o debate. Chico da Boleia fez sua Brasil. De acordo com dados, existem (SINCOPEÇAS), Francisco de La Torre; intervenção e questionou a ideia de que a atualmente cerca de 1 milhão de caminhoo presidente do Sindicato da Indústria de culpa dos acidentes é sempre do motorista neiros autônomos em todo o país. “Minha Reparação de Veículos e Associados do Es- de um veículo pesado. Para ele, é preciso pergunta é: sabemos que a maioria desses tado de São Paulo (SINDIREPA/SP), Anto- que a averiguação dos acidentes leve em caminhoneiros roda ainda com uma frota nio Carlos Fiola, entre outras autoridades. conta outros fatores, como as condições muito antiga, o que acarreta um alto custo de manutenção. Como alterar essa realidaPara o presidente do SINDIREPA/SP, Ande e fazer com que o caminhoneiro rode tonio Carlos Fiola, a Automec Pesados & com um caminhão mais seguro, reduzindo Comerciais não só traz as novidades do assim os acidentes que possam ser acarresetor, mas também é um grande gerador tados por problemas de manutenção nos de negócios. “Tudo no Brasil é transportaveículos?”, perguntou Chico. do por veículos pesados; a economia do " Com cinco dias de duração, Sobre essa questão, a mesa responpaís passa pelas estradas. A Feira é um a Feira abrigou mais de 500 mardeu que existem mais de 40 mil grande espaço onde compradores e repontos de vendas de autopeças cas nacionais e internacionais dispresentantes do setor se reúnem para espalhados por todo o Brasil para conhecerem as novidades, mas, printribuídas num área de 36 mil m². Dos suprir a necessidade de manutencipalmente, para fechar negócios. O ção das frotas. “Esses veículos cerca de 30 mil visitantes recebidos evento já se consolidou como uma que ainda rodam sem manutenção referência para todos os envolvidos pela edição deste ano estão compra- devida, não é por uma ausência no mercado de autopeças”, destacou. dores internacionais de 51 países." do nosso trabalho ou porque nós Paulo Butori, presidente do SINDIestamos distantes das necessidades PEÇAS, endossou as palavras de Fiola. deles. Nós estamos muito próximos “Desde 2008, quando aconteceu a primeideles. Podemos garantir que a produção ra edição da Feira, muitos desafios foram das autopeças no Brasil não é cara, o prosuperados. Hoje estamos na quarta edição blema é quando essas peças saem da porta e só podemos festejar os resultados que tepra fora. Lembrando que só no estado de mos alcançados”. São Paulo a margem de valor agregado será Durante a coletiva de imprensa, que abriu das vias em que esses veículos pesados de 71%, então sabemos exatamente onde as atividades da Automec 2014, falou-se trafegam e o próprio comportamento dos não só do mercado de autopeças, mas dis- outros motoristas. “Nem sempre podemos está o problema do custo de manutenção cutiu-se, sobretudo, a questão da segurança. partir do pressuposto de que o motorista do das autopeças”, afirmou-se. Em uma das falas, foi levantada a questão veículo pesado foi o principal culpado do Durante o debate, ainda se falou sobre o sobre a necessidade de uma maior atenção acidente, é preciso levar em conta fatores valor do frete. “Sabemos que não é a mae políticas para a redução de acidentes de como a estrada na qual o acidente aconte- nutenção que está cara e sim o frete que trânsito que muitas vezes são causados por ceu e se existiu participação de outros ato- está muito barato. O caminhoneiro perdeu a possibilidade de fazer a manutenção adeveículos, leves ou pesados, que rodam irre- res naquele evento”, defendeu. gulares e sem a devida inspeção dos órgãos À organização do evento, Chico da Boleia quada do seu caminhão porque o frente competentes. perguntou ainda sobre os dados e números tem rendido muito pouco para suas necesAs opiniões sobre o assunto se dividiram de crescimento da Automec Pesados. Sobre sidades. Era comum, antigamente, estocar
REPORTAGEM peças que o caminhoneiro sabia que precisaria usar com frequência, como lonas e tambor de óleo. Atualmente, ele perdeu essa capacidade de compra”.
Rodadas de entrevistas Ao longo dos dois dias em que esteve realizando a cobertura da Automec, Chico da Boleia e sua equipe realizaram uma série de entrevistas com autoridades, representantes sindicais e de empresas nacionais e internacionais.
Mercado de peças e manutenção de frota. Em sua entrevista, Paulo Butori, Presidente do Sindipeças, fez um balanço do mercado de peças nos últimos anos. Segundo ele, houve um momento de muito crescimento em 2011, no qual se antecipou a venda do Euro III para a troca de modelo para o Euro V. Posteriormente, em 2012, houve uma queda acentuada seguida de uma retomada em 2013. “Se considerarmos todo esse período, o nível de crescimento do nosso segmento foi de 25% a 30%”, avaliou. Não é novidade que no ano passado o mercado de caminhões bateu altos índices de venda. Prova disso foi o grande número de negócios fechados não só na Fenatran, realizada em novembro de 2013, mas a quantidade de emplacamentos de novos caminhões registrados pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) em todo território nacional. Para Butori, esse crescimento não só das vendas, mas do número de montadoras que chegam ao país, como as chinesas, é sempre muito positivo, tendo em vista que geram mais negócios para o mercado de autopeças e também empregos. “Esse país vive sobre rodas, para nós é de suma importância que sejamos os parceiros dessas novas montadoras e que elas sejam incentivadas a vir para o Brasil”, avaliou. Durante a conversa, Chico da Boleia levantou a questão sobre a renovação de frota e a necessidade de inspecionar os veículos mais antigos que rodam pelo país. “Sabemos que existem muitos caminhoneiros autônomos que não conseguem renovar seus veículos, como o Sindicato pode pensar em auxiliar o caminhoneiro a começar a dar uma manutenção adequada ao seu caminhão?”, indagou Chico da Boleia. Como resposta, Paulo Bedran ressaltou que o Sindicato, através do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), tem se esforçado para criar programas para medir a performance de cada veículo pesado e com isso auxiliar quem dirige e/ou proprietário.
“A análise é feita nas próprias estradas e temos o compromisso de informar o caminhoneiro sobre o que está gravemente afetado no produto que ele maneja. Dentro das nossas possibilidades vamos investir mais e mais para ajudar esses caminhoneiros”, respondeu. Ainda com relação ao financiamento de veículos para a renovação de frota, o Presidente do Sindipeças frisou que há um esforço constante para que os caminhoneiros possam trocar seus caminhões antigos. “Desenvolvemos um trabalho juntamente com o BNDES e o Governo Federal para que se possa criar um fundo que ajude esse caminhoneiro a trocar o veículo e para que se tire de circulação os veículos com mais de trinta anos que já estão extremamente defasados”, concluiu.
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CHICO DA BOLEIA com essas questões antes mesmo do programa”, explicou. Chico da Boleia também perguntou sobre os projetos da Meritor que possam beneficiar os caminhoneiros autônomos do país que tenham um caminhão mais antigo e que precisam fazer uma reposição de peças adequadamente.
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mundo”, frisou Constancio.
Durante a entrevista, João ainda ressaltou que o mercado de 2014 promete ser positivo, no entanto, por conta dos eventos que acontecerão como a Copa do Mundo e as eleições, é natural que a produção e o consumo retraiam em algum período do ano. “Esse ano exige cautela tanto dos fabrican“Temos algumas iniciativas nesse sentido. tes como dos compradores, mas esperamos Por exemplo, nosso novo slogan é “Me- que ele nos dê resultados ainda melhores”, ritor novos caminhos”. Ele expressa um finalizou. projeto estratégico de reposicionamento Um dos estandes mais visitados da Autode preços. Então, o produto Meritor hoje mec foi o da BorgWarner, multinacional é muito mais competitivo do que antes. fabricante de sistemas de acionamento Continuamos sendo Premium, mas sem de motores por correntes, turbo alimentadúvida, mais competitivo. Outra coisa foi dores, ventilador e embreagem viscosa. a criação de um programa de frotas chama- Representante da marca, Sidney Aguillar, do Frota Parceira, onde nós visitamos não gerente nacional de vendas aftermarket, só o frotista, mas também o aplicador e o afirmou que como novidade, a BorgWarner Expositores varejista, para treiná-los sobre as vantagens apresentou um bi turbo para aplicação em técnicas do produto Meritor, que justifica Mercedes-Benz e MAN, turbos para veícuDurante os cinco dias de feira, centenas qualquer alta de preços que a gente venha los de passeio e para máquinas agrícolas. de expositores tiveram a oportunidade de ter. Outra medida que facilita a acessibili- Para os caminhoneiros, Aguillar frisou que mostrar suas novidades, serviços e peças, dade dos autônomos, é que nós entramos uma das prioridades da marca é aumentar além de estabelecerem relações de negó- com linhas novas como de amortecedores, cada vez mais a linha de produtos remanucios com potenciais clientes do Brasil e de embuchamentos, rolamentos, e elas entram faturados, seguindo uma tendência global. outros países do mundo. numa marca chamada All Fit. Uma marca “O objetivo é levar para o caminhoneiro, mundial da Meritor, que tem uma competi- para o dono do veículo, um produto origiMario Morelli, Diretor de aftermarket da tividade de preço muito interessante com a nal da montadora com a mesma garantia Meritor América do Sul, ressaltou que a mesma qualidade”, respondeu. de um produto novo, com a mesma perforAutomec representa maiores oportunidades mance e com um preço até 50% mais barade negócios para a marca, já que a essência Quem também esteve presente na Automec to”, ressaltou. do evento tem muito a ver com o DNA da Chico da Boleia ainda bateu um papo com empresa, que trabalha exclusivamente com a companheira Neusa Navarro. Presente pesados. nos eventos relacionados ao setor, a Presidente da Fórmula Truck afirmou que a O Diretor ainda falou sobre o Inovarparticipação da categoria em feiras é fun-Auto, o Programa de Incentivo à Inodamental para a relação entra a Truck, "A Feira é um grande espavação Tecnológica e Adensamento seus patrocinadores e também seu ço onde compradores e repreda Cadeia Produtiva de Veículos público.Neusa destacou que a relasentantes do setor se reúnem para ção com marcas de peças é necessáAutomotores. A medida adotada pelo Governo Federal tem como conhecerem as novidades, mas, prin- ria por conta das exigências que a objetivo estimular o investimento própria categoria tem em termos de na indústria automobilística naciosegurança para seus pilotos e para cipalmente, para fechar negócios." nal. As medidas introduzidas pelo todos os envolvidos em cada uma Programa Inovar-Auto fazem parte das corridas. Isso exige sempre boas da política industrial, tecnológica e peças de freios, amortecedores, tur- Antonio Carlos Fiola, de comércio exterior chamado “Plano bos, radiadores, etc. Brasil Maior”, e concede benefícios em “Na nossa categoria a segurança é funPresidente do Sindirepa/SP relação ao Imposto sobre Produtos Indusdamental. É preciso uma série de equipatrializados (IPI) para as empresas que esmentos para garantir a segurança do piloto timularem e investirem na inovação e em e de todos que estão em volta, assistindo ou pesquisa e desenvolvimento dentro do Bratrabalhando na competição. Existem corrisil (mais informações em http://inovarauto. das da Truck há 19 anos, tivemos alguns com.br/o-inovar-auto/) de 2014 foi João Constancio, Presidente acidentes muito graves, mas os pilotos da Suporte Rei, empresa especializada em sempre se salvaram. Prezamos por isso”, Para Morelli, o Programa exige conteú- peças de reposição de marcas como Iveco, declarou. do local para que se tenha uma equaliza- Toyota, Ford, Scania, entre outras. De acorção fiscal mais vantajosa. “Segundo esse do com ele, a Feira deste ano já começou A próxima edição da Automec Pesados & conteúdo local as tecnologias devem ser aquecendo os negócios da marca. “A Rei Comerciais acontecerá entre os dias 12 e 16 desenvolvidas para suprir as necessidades hoje vende para mais de 75 países e hoje de abril também no Pavilhão de Exposições do nosso contexto, nesse ponto a Meritor aqui no nosso estande já passaram pelo do Anhembi. sai na frente, porque já nos preocupávamos menos 10 pessoas de diferentes lugares do Redação Chico da Boleia
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ESPORTES
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F-Truck. Leandro Totti leva mais uma e ABF Santos Team tem dois no pódio
Confira como ficou o resultado final do GP Crystal após 21 voltas.
Numa disputa que levantou o público, o piloto da RM Competições levou a melhor sobre Wellington Cirino
Foto: Larissa Jacheta Riberti
O final de semana foi de muitas emoções
no Autódromo Internacional de Curitiba. Desde sexta-feira (11) as atividades foram iniciadas com os treinos livres, que também aconteceram no sábado, seguidos do treino classificatório que definiu o grid de largada por causa da chuva. Na corrida do domingo (13), largaram na frente Felipe Giaffone, Wellington Cirino, Geraldo Piquet, Leandro Totti e André Marques. Nas arquibancadas, o público pode testemunhar uma nova marca da Fórmula Truck: em 18 anos, a diferença de tempo entre Leandro Totti, da RM Competições e Wellington Cirino, da ABF Santos Team, foi a menor da história da categoria. Com apenas 62 milésimos de segundo a frente de seu conterrâneo, Totti levou a melhor sobre Cirino e conquistou seu segundo título nesta temporada. O paranaense soma agora 61 pontos e lidera o Campeonato Brasileiro. Logo na primeira volta, a corrida já mostrou suas características. Renato Martins,
tante na reta final. Isso mostra o quanto as etapas estão equilibradas e os pilotos estão competitivos”, afirmou.
que estava substituindo Adalberto Jardim por conta de uma penalização por doping, subiu na traseira do caminhão de Valmir Benavides, da Scuderia Iveco. O choque entre os pilotos causou um derramamento de água, deixando a pista bastante escorregadia. A primeira intervenção do Pace Truck aconteceu devido a rodagens dos caminhões de Debora Rodrigues, da RM Competições e de Pedro Muffato, da Muffatão Racing. Neste momento, o pole position Felipe Giaffone perdeu posições e foi questão de tempo até que Leandro Totti assumisse a liderança. Há poucas voltas do final, Totti abriu uma vantagem considerável sobre a segunda posição, ocupada por Cirino. Este, por sua vez, também tinha uma boa distância sobre Giaffone. No final, no entanto, uma nova intervenção do Pace Truck aproximou os pilotos e eliminou as diferenças de tempo. Para o delírio do público, Leandro Totti e Wellington Cirino disputaram lado a lado a liderança da prova na reta principal, até que o piloto da RM Competições levou a melhor. Durante a coletiva de imprensa que aconteceu após a corrida, Leandro Totti afirmou que a equipe vem desenvolvendo um trabalho muito importante para o êxito do piloto. Mais rápido em três dos quatro treinos livres, Totti também venceu em Caruaru e vem se destacando nesse início de campeonato. “No final da corrida tive alguns problemas no caminhão e o Cirino apertou bas-
Wellington Cirino, que tem 29 pontos no campeonato brasileiro e aparece em terceiro lugar na tabela, ressaltou o alto nível dos pilotos e da competição. “Eu acho que voltar ao pódio é essencial, é sempre um bom resultado. Correr ao lado de um caminhão do nível da MAN e conseguir uma boa colocação mostra que somos competitivos e estamos no caminho certo”, afirmou o piloto. Apesar de ter largado na pole position, Felipe Giaffone acabou ficando em terceiro lugar. Durante sua fala na coletiva de imprensa o piloto alegou que sempre foi difícil conseguir um bom resultado em Curitiba. “Eu sabia que meu caminhão não tinha condições de manter a primeira colocação, fico satisfeito de ter chegado em terceiro”, comemorou. Geraldo Piquet também da ABF Santos Team, subiu ao pódio mais uma vez, mas desta vez em quarto lugar. O bom desempenho do piloto tem mostrado a qualidade do seu equipamento e o trabalho exitoso desenvolvido pela equipe. Atualmente ele é vice-líder do campeonato com 33 pontos. Completando o pódio esteve Diogo Pachenki que neste ano corre pela equipe Copacol Clay Truck e cujos membros comemoraram muito a conquista do piloto. Chico da Boleia esteve presente na coletiva de imprensa e perguntou ao piloto Diogo Pachenki se em algum momento da corrida ele pensou que seu caminhão não fosse aguentar. “No meio da corrida a temperatura do meu caminhão estava muito elevada, quase no limite. Mas depois de algumas voltas, eu vi que a temperatura caiu para 100 graus e, mesmo com os pilotos de trás me pressionando eu consegui acelerar o caminhão. Neste momento eu percebi que tinha condições de terminar a prova”, respondeu Pachenki.
Fórmula Truck
2014
Calendário de Corridas
MAR 16 / Etapa Caruaru ABR
13 / Etapa Curitiba
MAI
18 / Etapa São Paulo
JUN
08 / Etapa Goiânia
A próxima etapa da Fórmula Truck está marcada para o dia 18 de maio e será realizada no Autódromo de Interlagos. Não perca nossa cobertura através do site: www.chicodaboleia.com.br e da nossa rede social www.facebook.com/chicodaboleia
JUL
20 / Etapa Cascavel
Redação Chico da Boleia
DEZ
AGO 17 / Etapa Rio Grande do Sul SET
14 / Etapa Argentina
OUT 12 / Etapa Guaporé NOV 02 / Etapa Londrina 07 / Etapa Brasília
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GALERIA DE FOTOS
FÓRMULA TRUCK 2014 - CURITIBA
Foto: Larissa J. Riberti
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Foto: Larissa J. Riberti
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Foto: Larissa J. Riberti
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DE BOA NA BOLEIA
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Scania abre inscrições para a competição de Melhor Motorista de Caminhão do Brasil. Estão abertas desde o dia 4 de abril as inscrições digitais para a quinta edição da competição Melhor Motorista de Caminhão do Brasil (MMCB), que tem por objetivo avaliar as habilidades dos condutores brasileiros, contribuir com a segurança nas estradas, valorizar o profissional e promover uma condução que alie eficiência à redução de emissão de poluentes. A expectativa da marca para esta edição é alcançar 50 mil inscrições. A grande final contará com 28 campeões regionais e será realizada de 4 a 7 de dezembro, em São Paulo. Os interessados têm até 27 de julho para efetuar o cadastro pelo site www.melhormotorista.com.br. Para se inscrever pessoalmente é só comparecer nos pontos: concessionárias da Rede Scania, Rede Noma, Rede Bridgestone/Bandag, Rede Graal e unidades do Sest Senat. A lista completa de locais está no site da ação. Para se inscrever, é preciso apresentar a Carteira Nacional de Habilitação e o condutor apontará dentre os locais preestabelecidos onde pretende realizar a final regional, caso seja aprovado na primeira fase. A edição de 2014 da competição está dividida em quatro fases. Na inscrição, o participante já será testado, e só passará para a segunda etapa se for aprovado no questionário obrigatório do cadastro. A segunda fase será uma prova teórica online; a terceira consistirá nas provas práticas das 28
Todos os inscritos na competição ganharão um curso online com o tema
“Atendimento Eficaz”, totalmente gratuito. Aqueles que passarem pela prova teórica online, segunda fase, ganharão o curso Série de Logística – Conceitos e Aplicações, do Sest Senat. Todos os 28 campeões regionais ainda recebem o curso de Treinamento de Motoristas Scania “Master Driver”, de 40 horas.
Pódio da edição 2012 do MMCB. Foto: Arquivo Chico da Boleia
etapas regionais, e a grande final ocorrerá no período de 4 a 7 de dezembro, em São Paulo.
dicas para uma condução eficaz, economia de combustível, manutenção preventiva e preservação do meio ambiente.
Caso o participante seja aprovado na primeira fase, poderá fazer a prova teórica online no período de 1º de maio a 30 de julho.
As finais regionais serão organizadas de 2 de agosto a 16 de novembro, em 14 cidades diferentes e nos fins de semana, com uma prova por dia (sábado e domingo) e um total de 28 motoristas finalistas. Portanto, estarão classificados o primeiro colocado do sábado e o campeão do domingo. Cada desafio regional avaliará os condutores por provas teóricas e práticas (checklist e segurança de carga, percurso – direção econômica, manobra e combate a incêndio e resgate).
Ela será formada por 20 questões de múltipla escolha e uma dissertativa, que abordarão temas como direção, segurança, equipamentos e legislação. No ato da inscrição, o participante receberá um folheto educacional de conteúdo (digital ou impresso, dependendo da forma do cadastro) que reforça os temas da prova, além de conter
Na grande final, o vencedor da competição receberá um pacote de prêmios no valor de R$ 40 mil, uma viagem com acompanhante para conhecer a matriz da Scania, na Suécia, um jogo de seis pneus da Bridgestone e um curso de 40 horas do Sest Senat. O segundo e o terceiro colocados ganham uma série de prêmios, entre eles uma viagem com acompanhante para um resort no Brasil, um jogo de seis pneus da Bridgestone, kits promocionais e um curso de 40 horas do Sest Senat.
Na última edição, realizada em 2012, o grande vencedor foi Vinícius de Moraes, de 35 anos e natural de Sertão, no Rio Grande do Sul. Em segundo ficou o paranaense Fabiano Medeiros da Silva, de 32 anos, seguido do terceiro colocado, Jorge Pereira de Araújo, de 39 anos e natural do Rio de Janeiro.
Mais informações em: www.scania.com.br ou pelo telefone 0800 772 9822
DEBATENDO A LEI DO MOTORISTA 2º Encontro com Chico da Boleia para debate sobre a Lei 12.619 já tem data marcada
. Evento acontecerá em parceria com a Irmãos Davoli no dia 14 de maio em Jaú. a
A Lei 12.619, também conhecida como Lei , do Motorista, foi aprovada em 2012 e está
em vigor. O objetivo da regulamentação é omelhorar a qualidade de vida do caminhoe neiro e conceder mais cidadania trabalhista
aos profissionais, além de garantir a saúde dos mesmos. o No entanto, ainda hoje a Lei carece de e maior fiscalização para que seus pontos e sejam implementados de fato e para que ela funcione na prática. Além disso, o paenorama atual nos apresenta as propostas da CEOMOTOR, uma Comissão que pretena de votar modificações na Lei 12.619 e que matua na Câmara dos Deputados em caráter de urgência neste tema. , A CEOMOTOR tenta alterar justamente os s pontos mais necessários para esta classe de trabalhadores como a parada obrigatória, o limite máximo de horas de direção e o o tempo de descanso. Um dos argumentos e dos críticos é que não há infraestrutura nacional para que o motorista cumpra todas as determinações da Lei e que o tempo de ,descanso semanal possa ser cumulativo. a Na visão de Chico da Boleia, no entanto, estes são os pontos mais importantes para a categoria que deve ser consultada antes que se aprove qualquer alteração. “Em função desta Comissão que está discutinr do possíveis alterações na Lei, tem gente achando que ela não está em vigor. Então há certa confusão sobre o que está sendo questionado e de que forma esta discussão está sendo feita lá em Brasília”, explicou Chico, defendendo a importância de existir um debate que envolva toda a categoria.
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gínia Laira, representante da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (FENACAT); Mateus Silva Paula, Secretário Executivo da Associação do Transporte Rodoviário de Cargas do Brasil (ATR Brasil); Edson Amarildo Silva, representante da Confederação dos Trabalhadores em Transportes Terrestres e Dr. Marcos Aurélio Ribeiro, Assessor da Juridico da NTC&Logística e um dos maiores
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Outra necessidade que motivou a redação da Lei é justamente a “segurança jurídica” que envolve o trabalho do motorista. De acordo com o Dr. Marcos Aurélio, a Lei defende tanto o salário do empregado, quanto o controle do trabalho por parte do empresário.
Muitas lideranças sindicais enxergam a CEOMOTOR como representante dos in“A partir da Lei 12.619 é obrigatório conteresses dos produtores rurais que alegam trolar a jornada de trabalho do funcionário. aumento de custos no transporte roE, sendo assim, as empresas vão pagar doviário de suas cargas. Por isso, os as 8 horas de jornada normal e mais 2 defensores da Lei estão empenhados horas extraordinárias, caso o funcioem não permitir que as modificações nário as cumpra. Então a grande mucausem impactos trabalhistas para os dança veio justamente com este ponto, caminhoneiros. passou-se de nenhum controle da jorTendo em vista esse contexto de disnada, para um controle total da jornada cussão acerca da Lei 12.619, seus ponde trabalho do empregado”, justificou tos, as modificações propostas a ela e a Dr. Marcos Aurélio. falta de fiscalização de sua aplicação, a Concessionária Irmãos Davoli em Na ocasião do I Encontro, Marcos Auparceria com Chico da Boleia, promorélio também se posicionou contra a verão o “2º Encontro com Chico da proposta da CEOMOTOR de incluir Boleia para debate sobre a Lei 12619”. Da esquerda para direita: João Davoli, Chico da Boleia, Marcos mais 2 horas no limite máximo de temAurélio, Virginia Laira, Mateus Silva e Edson Amarildo. po que o motorista pode dirigir ininterMarcado para acontecer no dia 14 de conhecedores da Lei 12619. ruptamente (a lei determina que esse máximaio de 2014 na nova empresa da Irmãos Davoli em Jaú, interior paulista, o evento Logo no início da sua fala, Marcos Auré- mo é de 4 horas). busca reunir autoridades, representantes e lio opinou que é necessário haver mais especialistas no tema para debaterem junto conhecimento sobre a Lei 12.619 entre os “Eu sou contra 6 horas ininterruptas, juscaminhoneiros e empresários. “Essa Lei tamente porque a Constituição prevê uma ao público todas essas questões. surgiu pra resolver um problema sério, um jornada única para quem trabalha 6 horas problema social que ainda existe no Bra- ininterruptas por dia. Se um empregado 1º Encontro com Chico da Boleia sil. Um promotor de Rondonópolis entrou trabalha 6 horas direto, segundo a Consticom uma ação civil pública, porque desco- tuição, ele não pode mais trabalhar durante para debate sobre a Lei 12619 briu que os caminhoneiros daquela região aquele dia.”, explicou. estavam dirigindo há muito tempo sem paO primeiro encontro para debater a Lei do rar, há 14, 16, até 36 horas sem dormir”, Esta necessidade de conhecer e aplicar a Motorista foi realizado em julho do ano explicou o consultor da NTC&Logística. Lei ainda se faz presente. Por isso, para este passado. A iniciativa, que também foi fruPara o jurista, a Lei cumpre um papel im- ano, as discussões seguirão a mesma ideia to da parceria entre Irmãos Davoli e Chico portante no sentido de salvaguardar tanto o de reunir interessados, esclarecer dúvidas da Boleia, atraiu cerca de setenta pessoas à cumprimento dos direitos trabalhistas dos e apresentar as diversas opiniões sobre o sede do Grupo, na cidade de Mogi Mirim, motoristas, mas também o respeito à saúde assunto. interior de São Paulo. do trabalhador. Redação Chico da Boleia Na ocasião estiveram presentes a Dra. Vir-
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DEBATENDO A LEI DO MOTORISTA
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Parlamentares ligados ao Agronegócio e da base governista resolvem ouvir o FNDL, mas ainda insistem em acabar com a lei 12.619 12.619-2012, a lei do descanso em Brasília, na Câmara dos Deputados.
Foto: Divulgação
Como todos sabemos as discussões sobre a Lei 12.619 não param. A Comissão Especial (CEOMOTOR) que atua na Câmara dos Deputados em caráter de urgência para votar medidas que podem modificar a Lei do Motorista tem trabalhado para derrotar a oposição, composta por representantes sindicais, grupos específicos e alguns líderes parlamentares. Nas últimas edições do Jornal Chico da Boleia Informa, demos enfoque ao trabalho desenvolvido pelo Fórum Nacional em Defesa da Lei 12.619/2012 que recentemente lançou seus trabalhos também no estado de São Paulo. Atualmente, o FNDL, cujo secretário executivo é Hamilton Dias, conta com o apoio de entidades como a Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar) e a Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Estado São Paulo (FTTRESP). O organismo é também o maior esforço de oposição para que as medidas propostas pela CEOMOTOR não impliquem no retrocesso das conquistas trabalhistas tão duramente conquistas pelos caminhoneiros. Em apoio ao trabalho realizado pelo grupo e por repudiarmos qualquer alteração na Lei 12.619 que possa desfavorecer os trabalhadores, reproduzimos na íntegra o último informe divulgado pelo FNDL. Apesar da importante intervenção do deputado Hugo Leal PROS-RJ e da deputada Jô Morais PCdoB-MG, com apoio dos deputados Ademir Camilo PROS-MG, Paulinho da Força-SDD-SP, nestas duas semanas foi intensa a batalha dos integrantes do Fórum Nacional em Defesa da Lei
Na semana de 14 a 18 de abril, membros da coordenação executiva, membros do conselho deliberativo do FNDL, junto com presidentes e diretores das federações dos trabalhadores em transportes rodoviários dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, convocados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestre CNTTT, fizeram uma importante mobilização em Brasília. A mobilização foi de extrema importância, considerando que a CNTTT e as federações representam juntas, mais de 8 milhões de trabalhadores, sendo que dentre eles 5 milhões são motoristas profissionais. Além disto, a CNTA e a UNICAM representam mais de 3 milhões de motoristas autônomos. Com esta mobilização e a importante participação dos deputados acima, os parlamentares representantes dos setores que querem acabar com a lei decidiram recuar e ouvir os trabalhadores, através da interlocução dos deputados Hugo Leal e Jô Morais. Na semana de 14 a 18 de abril de 2014, após varias iniciativas do FNDL, foi realizada reunião na liderança do PTB, com o deputado Jovair Arantes PTB-GO, com a participação dos deputados Arnaldo Farias de Sá PTB-SP, presidente da CVT, Valdir Collato PMDB-SC, relator da CEMOTOR, Paulinho da Força SDD-SP, Diego Andrade PSD-MG, de onde saiu pela primeira vez um texto sobre as pretensas mudanças na lei 12.619. Considerando a falta de quórum e intervenção da deputada Jô Morais, não foi possível votar. Assim nesta semana, dias 22 e 23 de abril, os coordenadores do FNDL Valdir de Souza Pestana da FTTRESP, Epitácio Antônio dos Santos da FETROPAR, Omar José
Gomes da CNTTT, o secretario executivo do FNDL Hamilton Dias e os membros do conselho deliberativo, Dr. Paulo Douglas MPT, Jacqueline Carrijo SINAIT, Luiz Antônio Festino NCST e Rodolfo Randolfo representando a ABROT, estiveram reunidos com o deputado Hugo Leal, onde debateram a possiblidade de apresentar propostas de emendas, tanto adesivas, como supressivas ao texto que esta sendo construído pelo relator deputado Jovair Arantes. É importante esclarecer que a posição do Fórum foi e continuará sendo pela manutenção da lei 12.619, pois é o entendimento do FNDL que uma lei que vem sendo aplicada de forma precária há dois anos e que neste período salvou mais de 1500 vidas nas estradas, jamais deveria ser alvo de ataque com mudanças que a piore, mas sim ser debatida propostas de aprimoramentos, sem açodamento. Neste sentido os membros do FNDL, parlamentares comprometidos com a vida, com a saúde e condições digna de trabalho dos motoristas, empregados e autônomos, resolveram assentar e buscar uma solução que seja menos prejudicial a desconfiguração da lei.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de São Paulo (FTTRESP), Valdir Pestana, “resolvemos sentar e debater as mudanças que querem fazer na lei, por dois motivos, primeiro que não queremos nos omitir, apesar da posição insensata destes parlamentares e do governo, que querem acabar com uma lei que salva vidas, somente pelo lucro”. “Em segundo lugar, queremos deixar claro; se aprovarem um projeto que desconfigurem a lei a ponto dela não garantir as conquistas dos trabalhadores e da sociedade, pode ter a certeza que vamos parar o país durante a Copa, assim estamos debatendo, mas não aceitaremos trocar vidas e saúde dos trabalhadores, pela ganância”. Para Epitácio, o Brasil está cheio de políticos e governantes que não têm respeito aos trabalhadores e ao povo. “Eles discursam democracia, mas não praticam, não podemos conceber a ideia de que uma lei construída entre patrão e empregados, com a participação do Ministério Publico do Trabalho, e votada e aprovada pelo Congresso Nacional (Câmara dos Deputados
DEBATENDO A LEI DO MOTORISTA
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e Senado da República) e sancionada pela Presidente da República, possa sofrer tanto ataque em tão pouco tempo e ainda com a participação do governo. Este não pode ser um país sério e democrático, onde as pessoas honestas têm seus diretos respeitados.”.
sar com muitos parlamentares e caso vá à votação, trabalharemos para reduzir os estragos. Entendemos que a lei da forma que esta é disparadamente melhor de que qualquer mudança que queiram fazer. Somente o fato de querer acabar com o controle de jornada dos motoristas, acabar com o tempo de direção, onde o motorista é obrigado a parar e descansar por no mínimo 30 minutos a cada 4 horas efetiva na direção, entre outros aspectos importantes que garante a segurança no transito, demonstra que há um grande desprezo destes deputados pela vida”.
Para Omar José Gomes, presidente da CNTTT, uma luta de mais de 40 anos não pode simplesmente ser ignorada pelos políticos e pelos governantes. “Defendemos a manutenção e aplicação da lei e se acabarem com ela como querem fazer, não teremos alternativa, vamos convocar as federações e sindicatos para se mobilizarem, só assim vamos ser respeitados, infelizmente.”, concluiu Omar. Para o representante do Ministério Público do Trabalho, Dr. Paulo Douglas, a situação chegou a tão absurda, que a participação do MPT em defesa da lei ultrapassa a precarização das relações de trabalho. “Estamos preocupados com o caos e com as muitas vidas que voltarão a serem ceifadas nas rodovias deste país, as autoridades e a imprensa não podem mais se omitirem, somos um país que matamos mais do que todas as piores guerras no mundo, temos a esperança que ainda convenceremos a
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maioria dos parlamentares que olhem com sensatez as mudanças propostas”. Rodolfo Randolfo do SOS Estrada, representante da ABROT, disse que as entidades que defendem a segurança nas estradas e um trânsito seguro, não calarão diante deste atentado que querem cometer contra a sociedade, “não estamos nesta luta por ideologia, por interesses pessoais, por interesses sindicais e muito menos por interesses políticos, por isso temos a obrigação
de debater e defender a lei 12.619, pois ela salva vidas e faremos questão de diferenciar os parlamentares do nosso congresso nacional, entre a bancada da vida e a bancada da morte, a sociedade brasileira terá que acompanhar em seus estados, cidades e bairros cada parlamentar e seu voto, concluiu”. De acordo com o secretário executivo do FNDL, Hamilton Dias, a votação do texto final está marcada para a próxima terça dia 29 de abril. “Até lá esperamos conver-
No dia (29) uma comissão do FNDL estará em Brasília para acompanhar os andamentos e as conversas feitas pelo deputado Hugo Leal que ficou como interlocutor do Fórum. Hamilton Dias Secretário Executivo do FNDL. FNDL 2012 – Fórum Nacional em Defesa da Lei 12.6192012 – São Paulo – SP. Contatos:11-9631.971.91-secretaria. fndl@gmail.com / 011 – 3437.7320 fttresp@fttresp.org.br / 041-3244.2523 – fetropar@fetropar.org.br.
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ONDE ESTÁ O CHICO DA BOLEIA Fórmula Truck em Curitiba. Após ter realizado todos os treinos livres na pista seca, Michelle fez seu primeiro classificatório debaixo de uma chuva que começou a cair minutos antes do treino começar. Justamente por esse motivo e, segundo o regulamento, o treino classificatório reuniu todos os pilotos para que, de uma vez, fosse definido o grid de largada do domingo. “Foi o meu primeiro treino classificatório, eu esperava andar no seco e, de repente, veio a chuva. Não foi nada fácil, toda acelerada na reta ou qualquer possibilidade do caminhão aquaplanar na pista gera uma tensão. Espero poder aprender a dominar esse “monstrinho”, que eu carinhosamente apelidei de “Baby Truck”, ao longo do ano”, comentou Michelle depois de ter conseguido a 22a posição no grid.
Chico da Boleia entrevista a piloto Michelle de Jesus
Michelle de Jesus | Foto: Larissa J. Riberti
Chico da Boleia é do tipo que corre atrás da informação e durante as atividades da segunda etapa do GP Crystal de Fórmula Truck, realizadas entre os dias 12 e 14 no Autódromo Internacional de Curitiba, ele esteve atento à todas as novidades. Depois do término da corrida da corrida, vencida pelo piloto Leandro Totti, da RM Competições, Chico da Boleia conversou com a estreante na categoria Michelle de Jesus e seu treinador, Renato Marlia. Ambos fizeram um balanço do desempenho da piloto nesta primeira etapa. Michelle, paulista natural de Jundiaí, começou a ter contato com carros aos 14 anos de idade, quando começou a ajudar seu pai em uma oficina mecânica. A partir do início dos anos 2000 começou a acompanhar algumas corridas de Stock Car e foi então que decidiu entrar para o mundo das competições automobolísticas.
lenge, terminando em sexto lugar. Em 2013, correu pela Mitsubishi Lancer Cup e no ano passado teve a primeira experiência internacional disputando uma etapa da Euro Nascar em Dijon-Prenois, na França. Agora, com o caminhão de número 33, Michelle espera ganhar experiência e desenvolver um bom trabalho juntamente com sua nova equipe, a ABF Motorsport. A piloto é a quinta mulher a correr na Fórmula Truck. As anteriores foram Márcia “Furacão” Arcade, que correu de 1998 a 1999, a pernambucana Danusa Moura que atuou em sete corridas de 2004 pela Scuderia Iveco, e a gaúcha Cristina Rosito que participou da temporada 2011 pela DF Racing Fans. O primeiro contato de Michelle com um caminhão da Truck aconteceu em novembro de 2013, num breve teste na pista de Pinhais. Ao lado de Debora Rodrigues, que estreou em 1998, Michelle representa um universo feminino ainda pequeno, mas importante e crescente na Fórmula Truck. Sobre elas re-
Sua primeira categoria foi o Campeonato Paulista de Marcas e Pilotos, em 2006. Após um tempo longe das pistas, Michelle voltou a correr em 2009, quando conseguiu o sétimo lugar na temporada entre mais de 30 inscritos. No ano seguinte, obteve o vice-camFoto: Larissa J. Riberti cai, muitas vezes, uma imensa expeonato na categoria Light pela equipe Arias, o que lhe rendeu uma vaga pectativa do público e da própria categoria. Vestindo um macacão preto e rosa, a piloto na categoria. forma dupla com seu companheiro de equiMichelle foi vice-campeã paulista do Cam- pe, Fabiano Brito, que já tem experiência peonato Marcas e Pilotos de 2010. Dois na categoria. anos depois, a piloto disputou toda a tem- Os desafios para a estreante foram muitos porada do Mercedes-Benz Grand Chal- durante o final de semana de atividades da
Nas várias entrevistas que deu no final de semana, Michelle de Jesus afirmou repetidas vezes que seu maior objetivo era cruzar a linha de chegada. No entanto, há oito voltas do final da sua primeira corrida na categoria, a piloto teve que abandonar a prova por problemas mecânicos. Após o término da segunda etapa da 19a temporada da Fórmula Truck, Michelle conversou com Chico da Boleia mais uma vez. Ao contrário da chuva que no sábado atrapalhou os seus planos durante o treino classificatório, a piloto disse que, apesar de andar no seco na corrida de domingo, ainda não se acostumou com o radar na pista que limita a velocidade na reta principal em 160 km. Vale lembrar que toda vez que um piloto ultrapassa o limite de velocidade no radar, é preciso que ele passe pelos boxes para cumprir a penalidade pela infração. “Eu ainda não peguei o jeito desse radar. Passei duas vezes a 161 km pra tentar aproveitar ao máximo a velocidade do caminhão e tive que pagar as penalizações. Mas acabei voltando para a corrida e dava para brigar, porque eu estava em 15o, mas o turbo acabou estourando e eu encostei o caminhão”, explicou. Além de Michelle, mais sete pilotos não conseguiram concluir a prova. Para a piloto, no entanto, a quebra não é motivo para se lamentar. “O importante é que eu consegui acompanhar o ritmo. Eu fui ver o tempo, volta a volta, e virei o tempo jun-
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to com outros pilotos do pelotão do meio”, afirmou Michelle que concluiu várias voltas com tempos regulares que ficaram na casa do 1m44s00, tendo baixado o tempo para, aproximadamente, 1m42s00 em uma de suas voltas. “Eu estou feliz e gostei muito. Acredito que consigo melhorar se o caminhão não quebrar e se eu não queimar o radar”, concluiu. Quem esteve ao lado de Michelle durante todo o final de semana foi seu treinador – a quem ela chama de coach – Renato Marlia. O piloto já foi chefe de equipe na Stock Car e tem grande bagagem no automobilístico brasileiro e internacional. Para ele, o desempenho da estreante apresentou pontos bastante positivos.
“A Michelle fez uma ótima largada, ela se posicionou muito bem. Ela está tendo um pouquinho de deficiência no radar, visto que passou acima da velocidade duas vezes durante a corrida. Radar é uma coisa muito difícil de você acertar a velocidade e isso compromete o desempenho. Mas isso acontece com os melhores pilotos da Fórmula Truck, então é natural que ela sinta essa dificuldade inicial”, comentou.
Marlia ainda frisou que um trabalho constante e atento a esses pequenos detalhes pode favorecer a melhora da piloto e o aumento da sua qualidade na pista. “Ela teve algumas disputas durante a corrida, inclusive com a Débora. Foi muito interessante. Daqui pra frente ela vai se sentir mais segura com o caminhão, é um processo que leva algum tempo”, ressaltou.
Sobre a quebra de turbina que fez com que Michelle abandonasse a prova, Marlia ainda não tem a resposta exata para identificar e corrigir o problema. “É difícil apontar uma causa. O nosso outro caminhão, por exemplo, não quebrou nenhuma turbina. Pode ter sido sujeira, uma pedra que enroscou. Eu ainda não sei exatamente o que aconteceu, mas nós vamos analisar isso na oficina e corrigir o problema para a próxima corrida”, analisou Renato.
A terceira etapa do GP Crystal de Fórmula Truck, está marcada para o dia 18 de maio e será realizada em São Paulo, no Autódromo de Interlagos. Para o próximo mês, Michelle de Jesus espera conseguir se preparar para uma pista que exige muito motor e durabilidade do equipamento. “Espero fazer uma prova constante e tentar ficar na pista. Tomara que eu consiga terminar a corrida, esse é meu maior objetivo”, concluiu. Entrevistas realizadas por Chico da Boleia Redação Chico da Boleia
SAÚDE NO TRECHO
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CHICO DA BOLEIA dança de paradigmas em relação à ida do homem ao médico para a realização de exames preventivos. A campanha permanece ativa durante o ano todo e, em novembro de 2012, o Instituto foi pioneiro de trazer para o Brasil o Novembro Azul, que se tornou referência na missão de orientar a população masculina a cuidar melhor da saúde.
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Consulta ao médico: porque os homens tem mania de evitar? Deixar de ir às consultas de rotina pode levar ao diagnóstico tardio de doenças que poderiam ser facilmente tratadas
“Em 2013, o Novembro Azul superou todas as expectativas. Foram mais de 260 ações realizadas em 23 estados, com mais de 30 milhões de pessoas. Tivemos a adesão dos Governos Federal, Estadual e Municipal”, comenta Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida. Saiba mais sobre a campanha e sobre o câncer de próstata em: www.movimentonovembroazul.com.br
Por : Instituto Lado a Lado pela Vida Foto: Divulgação
A maioria dos homens foge do médico como o diabo da cruz. Não é à toa que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres vivem, em média, sete anos a mais do que os homens. Além disso, uma pesquisa do Ministério da Saúde mostra que, do total de pessoas entre 20 e 59 anos que morrem no País, 68% são homens. Mas na opinião de Carlos Eduardo Corradi Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), esse índice tem motivos culturais. “As mulheres são levadas desde a adolescência pela mãe ao ginecologista. Aos 15 anos elas já sabem que precisam fazer exames preventivos. Já os rapazes, depois das consultas no pediatra, só vão ao médico quando ficam doentes”. O estereótipo de que os homens são os provedores da família e não podem demonstrar fragilidade também é um impeditivo para as idas ao médico. “Sentem-se como super-heróis e não admitem a doença. Daí dão a desculpa de que não têm tempo, acham que nunca vão adoecer e por isso não se cuidam”, comenta Corradi.
segundo o Instituto, 70 mil novos casos surgem no Brasil. Os médicos afirmam que a detecção precoce dele através do toque retal e do exame de sangue PSA (antígeno prostático específico) aumenta em 90% as chances de cura. Por isso, o exame de toque retal não pode ser um tabu. A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. É ela que produz 70% do esperma. O câncer ocorre quando as células da região começam a se multiplicar de forma desordenada. A próstata fica, então, mais endurecida. Segundo uma pesquisa do Centro de Referência em Saúde do Homem mais de 50% dos homens já chegam aos consultórios com doenças em estágio avançado, quando há necessidade de intervenções cirúrgicas. “É um problema de saúde masculina que precisa ser levado a sério. A recomendação para quem tem histórico familiar e raça negra é que faça a primeira consulta ao urologista aos 40 anos. Quem não se encaixa nesse perfil deve começar a fazer o exame de toque retal e PSA aos 45 anos”, aconselha Gustavo Franco Carvalhal, urologista.
Tabu pode levar a diagnóstico Novembro Azul tardio O câncer de próstata é o mais prevalente em homens no mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Por ano,
Preocupado com a saúde do homem, o Instituto Lado a Lado pela Vida criou em 2008 a campanha Um Toque, Um Drible, que tem o objetivo de promover uma mu-
Instituto Lado a Lado pela Vida Desenvolve conceitos e projetos, além de apoiar e implantar ações voltadas ao campo da humanização da saúde e da atenção integral ao cidadão em diferentes fases da vida. A nossa missão é levar ao cidadão conhecimento sobre saúde em diversas áreas: informação, apoio, conscientização, prevenção, inclusão social, quebra de paradigmas e preconceitos. Acreditamos que a saúde deve ser tratada como uma construção cotidiana, e nossa meta é transmitir ao cidadão o acesso a informações privilegiadas, para que homens e mulheres tenham participação ativa no bem-estar do corpo e da mente.
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CULTURA E EDUCAÇÃO
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Abril e os 50 anos do Golpe Civil - Militar de 1964 Regime militar também eliminou lideranças do transporte rodoviário de cargas e restringiu direito dos trabalhadores. Larissa Jacheta Riberti
mento de partidos, cassação de mandatos, perseguição a militantes de esquerda e vigilância de espaços de atuação, como os sindicatos, agremiações e universidades. E que os leitores caminhoneiros e caminhoneiras desse artigo não se enganem achando que apenas os filiados aos partidos políticos de oposição, representantes de sindicatos operários e estudantes Carlos Marighella, fundador da Ação Libertadora Nacional e morto pelos foram os alvos do regime miagentes da repressão em 1969. Fonte: Arquivo Nacional litar. A ditadura também foi cruel com lideranças do transporte rodoOs acontecimentos de 31 de março e de viário de cargas. Em artigo, o professor de 1o de abril de 1964 marcaram a história do Ciência Política da Universidade do Estado Brasil. Naquele contexto, a deposição do da Bahia (UNEB), Milton Pinheiro, cita a presidente democraticamente eleito João morte de Elson Costa, membro do PCB e Goulart por um grupo militar, financiado líder da greve dos caminhoneiros em Minas por empresários e apoiado por parte da população, da imprensa e do clero abririam as Gerais. O militante foi preso e assassinado portas para mais de vinte anos de regime em 15 de janeiro de 1975 e até hoje seu corpo continua desaparecido civil- militar no país. Mas, o que os caminhoneiros têm a ver com tudo isso? Ora, se partimos do pressuposto de que todos nós, independente de nossa escolha profissional, somos cidadãos, o Golpe de 1964 e seus mecanismos de censura, repressão e tortura, nos afetam igualmente. Além disso, a herança autoritária e a má formação da nossa democracia impõem obstáculos diários para os trabalhadores ainda nos dias de hoje. A queda de Jango – que defendia as Reformas de Base, a Reforma Agrária e mantinha relações com os governos comunistas de Cuba e da China – foi acompanhada de uma intensa propaganda anticomunista que se expressava nos jornais impressos, revistas, folhetos e pronunciamentos. Em tempos de Guerra Fria, no qual o mundo era conhecido por sua ordem “bipolar” de disputa ideológica entre os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), todos os mecanismos repressivos e de perseguição foram utilizados para minar a suposta “ameaça comunista” não só no Brasil, mas em toda América Latina. Na prática, essa ameaça comunista era apenas um pretexto utilizado pelos Estados Unidos não só para justificar as arbitrariedades impostas aos seus países vizinhos, como para ampliar sua influência capitalista num mundo dividido ideologicamente. Logo nos primeiros meses, o regime militar já mostrava seu modus operandi. Fecha-
Ao longo dos anos, as práticas já impostas em 1964 passaram não só por um incremento da repressão e da violência, como também por um respaldo legal. Os chamados Atos Institucionais davam aos governos militares capacidade cada vez mais ampla de atuação. O Ato Institucional n. 5 (AI-5) de 1968, por exemplo, concedia ao Presidente da República, plena autonomia para governar o país sem as limitações previstas na Constituição. Sendo assim, o presidente poderia atuar de acordo com os interesses dos grupos que o apoiavam e de forma arbitrária sem ser impedido. As atividades do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores foram suspensas. Ou seja, todo nosso sistema legislativo foi impedido de atuar. O Art. 4 do AI-5 ainda previa a suspensão do direito de votar e ser votado nas eleições sindicais, proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política; liberdade vigiada; além de determinações que endureciam a censura. Neste contexto, o país viveu também a radicalização da esquerda. Diversas foram as organizações que optaram pela luta armada. Dentre elas, podemos citar a Guerrilha do Araguaia, a Var-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR8) e a Ação Libertadora Nacional (ALN).
Não tiveram, no entanto, um destino promissor, apesar de atuarem pressionando o regime e expondo suas deficiências. Com a Doutrina de Segurança Nacional sendo aplicada através dos sistemas de vigilância e da atuação de organismos como o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), o SNI (Serviço Nacional de Informações) e os operativos das Forças Armadas, os militantes de esquerda foram caindo pouco a pouco. Exercitando a memória, relembremos dois casos desta repressão. O primeiro é a morte de Carlos Marighella, baiano, nascido em Salvador, que foi militante do Partido Comunista Brasileiro, pelo qual foi deputado. Sua trajetória, no entanto, foi encerrada em 4 de novembro de 1969, quando uma emboscada organizada por agentes de segurança do estado resultou no seu assassinato. Fundador do grupo armado Ação Libertadora Nacional (ALN), Marighella atuava na clandestinidade ao lado de seus companheiros e contra as repressões impostas pelo regime militar. Em setembro de 1969, a ALN participou do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em uma ação conjunta com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Em troca da liberação do embaixador, pedia-se a libertação de presos políticos o exílio dos mesmos em outros países. Outro caso bastante emblemático sobre esse período é o de Vladimir Herzog. Jornalista da TV Cultura, o também militante do Partido Comunista Brasileiro foi chamado para depor no DOI-CODI sobre suas relações com o Partido em 24 de outubro de 1975. Vladimir foi preso com mais dois jornalistas, George Duque Estrada e Rodolfo Oswaldo Konder. Herzog morre em decorrência das torturas que sofreu. No dia seguinte, porém, a grande imprensa noticiou que o jornalista da Tv Cultura havia se suicidado nas instalações do DOI-CODI. Para corroborar essa versão, uma foto na qual ele aparece com um cinto em volta do pescoço foi amplamente divulgada pelos veículos de comunicação. Foi preciso o final do regime militar para que se soubesse que a imagem tinha sido manipulada e que Herzog fora assassinado. Entre os companheiros de Herzog e os que lutaram contra a ditadura sabia-se, no entanto, que a manipulação da imagem era apenas uma das estratégias do governo contra a militância de esquerda. Marighella e Herzog são dois dos inúmeros casos de assassinato, tortura e desaparecimento forçado, registrados durante o perí-
odo militar. Atualmente, a Comissão Nacional da Verdade, criada em 2012 e que desempenhará atividades até o final deste ano, busca reconstruir a história de muitos casos ainda não esclarecidos. Além da CNV, Comissões Estaduais também trabalham para esclarecer esse passado de autoritarismo e repressão. Em recente audiência, a CNV declarou que conseguiu fazer um levantamento sobre as operações que eram realizadas na chamada “Casa da Morte de Petrópolis”, Centro de Informações do Exército, que funcionou no início dos anos 1970. Na ocasião, o coronel reformado do Exército, Paulo Malhães, que foi chamado para depor, contou em detalhes como o corpo dos presos era mutilado para que eles não fossem identificados. O coronel afirmou ter desaparecido com o corpo do ex-deputado Rubens Paiva. "Quantos morreram?”, perguntou a Comissão. “Tantos quanto foram necessários.", declarou Malhães. No final de abril, Paulo Malhães foi encontrado morto na sua residência, localizada na baixada fluminense. Acredita-se que o assassinato tenha sido motivado por causa do depoimento prestado por Malhães à Comissão Nacional da Verdade e no qual ele revelou vários detalhes ainda desconhecidos sobre a Casa da Morte de Petrópolis. Fala-se que a morte do Coronel pode ter sido uma "queima de arquivo" que, com certeza, irá dificultar os trabalhos ainda em andamento da Comissão. O regime militar acabou em 1985 e todo o processo de transição para o regime democrático envolveu inúmeras disputas políticas e pressões de movimentos como os pela “Anistia Ampla, Geral e Irrestrita” do Comitê Brasileiro pela Anistia do final da década de 1970. Na prática, a transição foi um processo pactuado. A chamada abertura “lenta, gradual e segura” iniciada ainda no governo de Ernesto Geisel, da década de 1970, envolveu concessões e negociações entre o setor militar e os progressistas que, naquele momento, representavam o interesse dos que pediam pela abertura. As punições para os crimes cometidos pelos agentes da ditadura também continuaram sem acontecer. A Lei da Anistia de 1979, considerada por juristas como Celso Lafer como uma “auto anistia” dos militares, impede que processos jurídicos sejam levados a cabo para investigar as acusações que recaem sobre membros das Forças Armadas e dos sistemas de vigilância do Regime militar. Vale lembrar que o Supremo Tribunal Federal declarou como válida a Lei da Anistia Brasileira em 2010 após a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), colocada por par-
PASSATEMPO
Intérprete do Ruço (?) Madrid, em "Pé na Cova" (TV) time de Iker Vacina (?): age contra várias doenças Casillas
Noel Nutels, sanitarista brasileiro
Erva usada na decoração de pratos
Tomar (?): prestar toda a atenção
Vantagens nas compras coletivas Nesse Distrito lugar de Porto Seguro, é um badalado destino turístico
"A (?) é a mãe de todos os males" (dito)
Formato da curva de retorno
Indicação do Norte na rosa dos ventos
Saudação comum entre os jovens
Cantor como Luciano Pavarotti Calçado ideal para atividades físicas Pensamento recorrente de presos (pl.) Cervídeosímbolo do Canadá
Qualidade de um guerreiro
Crustáceo considerado alimento de luxo Kim Jong-(?), ditador norte-coreano Louco, em Índole inglês da vilã Qualquer número primo, exceto o 2
"Lesão", em LER Vitamina da cenoura Acessório recarregável do celular A "tela" da tatuagem
Resposta negativa Alienígena, em inglês
Parte, em inglês Paulo José, ator de "O Palhaço"
De (?) lavada: sem maquiagem Ferramenta que abre cavidades na madeira Efeito da má gestão de uma empresa
BANCO
(?) Ciata, ícone da cultura negra (RJ)
(?) Kalil, consultora brasileira de moda
O caipira, em Minas Gerais Letra que representa a moeda brasileira
Roberto Dinamite, ex-jogador de futebol
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Solução
C G U
N M N
D R E E N S A A N C I L O T E N O T I O S T I M A A P I A R O T
E N T G O L O R I I M A P A R R
A R R A I A L D A J U D A
Larissa Jacheta Riberti é mestra pelo Programa de Pós Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é aluna do curso de doutorado no mesmo programa pesquisando temas como justiça de transição, direitos humanos, movimento armado e democracia no México.
Setor representado pela ABI
© Revistas COQUETEL
P R O R L I S V AL A S L A E N Ã T E E C G RA C A
Filme: “Batismo de Sangue” (2007), direção de Helvécio Ratton.
www.coquetel.com.br
A L I E N
Leia mais sobre o assunto: TELES, Edson. “Democracia de efeito moral”. Artigo disponível no link: http://blogdaboitempo.com.br/category/colunas/edson-teles/ ARAÚJO, Maria Paula [et ali]. Ditadura militar e democracia no Brasil: história, imagem e testemunho. Rio de Janeiro: Ponteio, 2012. O livro pode ser baixado através do link: http://www.historia.ufrj.br/pdfs/2013/livro_ditadura_militar.pdf Documentário: “Hércules 56”, disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=xxPNQfNpkOo
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
M I I G U T E L F A A L A B P E L L B A
uPor outro lado, Celso Lafer acredita que a aComissão Nacional da Verdade tem justamente a função de se contrapor a esse esoquecimento comandado pela Anistia. “Re.presenta uma afirmação de um direito de titularidade coletiva da cidadania brasileira ,à memória da verdade factual de graves violações dos direitos humanos”, afirma o jurista. a oO período militar também deixou marcas ana economia. Ao contrário da memória equivocada de boa parte da população braesileira que insiste em crer no “milagre econômico”, a ditadura resultou num aumento expressivo da inflação que, em 1983, chergou a ser de 239%. Somou-se a isso um mendividamento externo de quase U$100 mbilhões de dólares no final do regime. Os trabalhos da Comissão Nacional da Verodade e das Comissões Estaduais tem buscado expor o passado autoritário da ditadura militar brasileira – é verdade que nem semspre com sucesso. Além disso, alguns orgaonismos de direitos humanos e grupos de afamiliares de mortos e desaparecidos têm iatuado em conjunto para auxiliar os trabaalhos das Comissões. oEm meio a todo esse contexto no qual as ereivindicações por memória, verdade e jusstiça, vêm a tona para esclarecer os crimes e ,violações dos agentes da ditadura militar, o Deputado Jair Bolsonaro (PP) apresentou um pedido junto à Câmara para que uma solenidade comemorasse o Golpe Militar. Conhecido por seu reacionarismo, por sua ecampanha de apoio à volta da ditadura e opor suas declarações racistas, homofóbicas e preconceituosas, Jair Bolsonaro teve que mse contentar com a não aceitação de seu pesdido. O Presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), oanunciou a rejeição do pedido de Bolsonaaro e a aceitação do pedido de Luiza Erundina (PSB-SP) para que houvesse uma celeobração de “civis e militares que resistiram à ditadura”.
Para Jair Bolsonaro, seus seguidores e uma parcela dos membros do Exército, o Golpe de 1964 deve ser chamado de “revolução”. Historiadores, boa parte da imprensa e os militantes que resistiram àquela época, acreditam que tal colocação é antiética e desrespeita a dor de familiares de vítimas e dos sobreviventes daquele regime. É equivocado chamar de “revolução” um golpe militar que impôs o autoritarismo, a censura, e que violou os mais diversos direitos humanos e sociais da população brasileira. Por outro lado, é preciso rememorar a luta de diversas pessoas que morreram em nome da redemocratização do país. Na comunidade acadêmica e entre os mais interessados neste assunto, espera-se que os trabalhos da Comissão possam não somente expor um passado ainda obscurecido na memória de muitos, mas também promover ações para que se relembre a resistência de grupos que lutaram contra a repressão e ajudaram a construção de uma nova ordem democrática. Além disso, o que se espera desses 50 anos do Golpe é que eles possam suscitar discussões e tocar a consciência dos mais reacionários, como Jair Bolsonaro e seus seguidores, para que eles entendam a luta contra o regime militar como algo legítimo e necessário para a derrocada daquele governo tão opressor. É preciso celebrar a trajetória de militantes e organizações que resistiram ao Golpe de 1964, bem como relembrar e punir as arbitrariedades cometidas naquele contexto através da verdade, da memória e da justiça.
CHICO DA BOLEIA
3/mad. 4/part. 5/alien — legra. 6/glória
te da Ordem dos Advogados do Brasil em 2008 e pedindo a revisão da Lei. áEm seu artigo “Justiça, História e Memória: reflexões sobre a Comissão da Verdaade”, Lafer acredita que a Lei da Anistia foi responsável por impor um esquecimento adas atrocidades cometidas pelo regime. O eprocesso de abertura política iniciado no fim do regime não foi, como já citado aciema, uma ruptura com as antigas bases poslíticas, se não uma reforma gradualista que anão impediu que antigos militares continueassem atuando, mesmo após o fim da ditaudura, em questões fundamentais da nossa sociedade.
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