Crise de habitação e a luta por moradia no pós-guerra

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Nabil

Bonduki

çÃO "

Poucos momentos nlficativo

grau de mobilização

odo do segundo Varguista,

o processo

bre o fascimsmo criaram

um

participar

pós-guerra.

das massas

de redemocratização,

clima de euforia

do partido

urbanas

tão sig

corno o per!

(1937-45) e a ditadura

a vitória

internacional

Comunista

do Brasil

onde as massas

de forma restrita

conheceram

populares

O fim do Estado Novo

e a legalização

- embora

da nossa história

populares

e subordinada

·so-

(PCB)

eram chamadas - do processo

a pol!

tico. ~..... "'

Coincidentemente mobilização

popular,

desenvolvimento ra da guerra dustriais, grave

vive-se

econômico

um período 4e

- em grande

- que, embora

comerciantes

com este processo

uma

e de

pela conjunt~

altas taxas de lucro aos

de toda a espécie,

carestia

um agravamento

da

crescimento

parte proporcionado

e especuladores

do país e consequentemente

excepcional

tenha garantido

crise de abastecimento,

de ascensao

sem precedentes

nas condições

in

provocou

uma

na história

de vida de

to-

dos os assalariados. Impedidas pela

guerra,

incentivadas

nos e pela escassez midor

gas filas nos armazéns

açúcar,

câmbio

do pão,

ra ser vendida

o

quadro

as exportações

generalizada

urbano brasileiro

necessidade,

as importações

conheceu

face as restrições

pelos excelentes

de produtos um período

da banha,

do óleo. Carne

só no câmbio negro.

era de carência

preços

de toda a espécie, de falta de quase

e lojas, racionamento

negro e especulação

impostas

dos produtos

generalizada. escondida

Especulação

o cons~

tudo: lo~

de primeira

Racionamento

debaixo

com farinha

ger.eralizada nas cidades

exter-

do

do balcão

p~

e com rayon.

que, paralela~e~te

ao


2

=~esc'=ento pelas

econômico,

~igrações

recebiam

um intenso

e foria e participação de outro

popular,

tenham

o anseio

de participação

do entre

1945 e 1947,

rios da época/marcam

enraivecidos que

faltava

multidão neros

falta alguns

careí

(1)

das massas.

de protestos apontam

Assiste-se

diversos

capital

(São Paulo)

quis arrombar

vários

de óleo,

o alimento,

o povo de Taubaté

estabelecimentos

e Petrópolis.

(4) De novo, ônibus

(2) (Correio Paulistano,

11/08/1946)

.

(3)

(Correio Paulistanol

31/08/1946)

(4)

(Correio Paulistano,

13/08/1946)

armazéns

revoltados

invade

sa

~o

'0

e na s~-

com a abSO

e lojas.

(3) Revoltas

e cinema depredados

'~a

arro ~ar

de que tanto

armazéns

no Rio.

deles g~

adquirir

os artigos

comerciais

(Correio paulis tano , 07/08/19461.

urna grande

de banha etc., tentaram

guardados

diª

numa des-

a fim de retirarem

- conseguia que o povo nao

sabiam estar

(1) Revoltado

as

os consumidores

para conseguirem

armazéns

o povo revoltado

de açGcar, onde

sobretu-

contra

"

das cidades brasileiras:

de são Bernardo ... alguns populares

armazéns

pop~

e mostram

assim,

de ações de protesto

e

que, corno fica claro ao se rever os jornais

necessidade

de farinha,

Depredados

- mobilização,

a muitos ... Na pacata cidade de Ribeirão Preto

negro .•• Agora

cessitavam.

política

o estabelecimento

atacou e invadiu

prefeitura

de forma espontânea,

o cenário

invadiram

sequência

ocorrido

filas de pão da nossa

de primeira

mercado

dois processos

de um lado e crise de abastecimento

a um sem número

de vida urbana

sas dolorosas

destes

- gerou urna significativa

lares que, embora

condições

provocado

internas.

A coincidência

carestia

fluxo populacional

ne(2)

em Ja

em Niterói.


3

predado

o café Paraventi

circ laram insistentes za

_~ercado Municipal

c_a __ante notícia. recebido

rumores

po em que fecharam

do Mercado

daquele

Num quadro

como durante espontâneas

de classes"

o Estado das massas

um significativo

impulso

lançam-se

portância mentos

um aspecto

populares

tação popular de todas

(5) (6) (7) (8)

deste quadro,

da crise

que surgiam:

aquele

brasileiras

consequentemente organizadas

assume

vinculado

pois

-

também boa parte mostram

dos trabalhadores via partido

urou·

ou não.

para nos particular

im-

que se vivia e dos movi a aguda

com que se defrontou

ganha grande interesse

são mantidos

estas manifestações

se insere

política

no período

le

"a ordem e a tranquilida-

de abastecimento

e de classe média

as cidades

se específ~ca

de atuarem

a

onde o recem

por fora dos sindicatos,

a ações autônomas,

Dentro

política

ao Estado -)

de participação

banos que, impossibilitados

tempo

(7)

os sindicatos

nas quais

de 1946, organizadas

pa-

à Polícia ao mesmo tem

municipal".

de manter

da onda grevista

sindicato,

pr5prio

e no qual

populares,

vulto em pouco

garantias

Novo - atrelados

iriam em marcha

em face disso e tendo mesmo

de liberalização

o compromisso

de" e a "colaboração

tomando

I

do ca f e zí.nhoIê )

o preço

de que populares

telefone pediram

as portas

PCB pregava

aumentou

(de são Paulo)

Negociantes

ameaças pelo

galizado

porque

carência

a população

do pós-guerra. ultrapassa

de habi urbana

(8) Esta

os limites

cri-

da con-

(Correio Paulistano,24/09/l946). (Correio Paulistano, 06/02/1947). (Diário popular J 02/09/l946) . "A crise de habitações é o maior problema do povo atualmente", (Hoje 08/11/1945). "Em todas as cidades de maior importância, no Brasil, está se processando UIT. fer.ôrr.eno de escassez de residências" (Q


a e

que se deu. Embora os efeitos

e ace .. t.uado a escassez ~eriais ra~

de produção

especial/na

cidade

geraram

e impuseram

posteriores tos

periféricos

ra o surgimento questões

as soluções

e até hoje

de um forte e vigoroso

bastante

as mobilizações

significativos populares

de moradias

e o surgimento indícios

Nosso

raremos surgidos

segundo

que

em loteame~ materiais

p~

vinculado

as

nos revela

as-

objetivo

foi o momento

ganham

Neste urbanos

características a tática

a se reger

a luta contra

nos bairros

de habitação

ao mesmo

em que

grande importân-

sentido,

aqui é destrinchar

de transformação

detectando

pois

os quais passava

popu~s

dos movimentos

as principais

no pós-guerra,

popular

do pós-guerra

das novas condições

deste processo

apontar

movimento

em torno da habitação

de produção

importantes

as condições

deste processo,

o processo

são claros

de casas próprias

específica

a nu 'os novos parâmetros

cos

transformações

e urbanas.

cia, pondo

os despejos

no Brasil

mais comuns nas décadas

- e que criaram

A conjuntura pectos

habitacionais

mais estrutu-

de moradias

Foram estas

- a autoconstrução

e as favelas

habitacionais

de uma modificação

e de comercialização

de são Paulo.

tenham aprofundado

devido à falta de ma-

- sobretudo

- esta crise é clara evidência processo

.0

e, e

de habitações

da guerra

periféri-

em são Paulo.

os fenômenos

mais

tempo em que proc~

dos movimentos

populares

usada pelo PCB e sua influ-

Continuação da nota (8) .•. Observador Econômico e Financeiro N9 128, Set/1946), "Moradias e transportes os dois grandes problemas de Sorocaba" (Hoje,17/03/1947). "Habitação e transportes os maiores problemas de Santos" conforme (Hoje, 19/ 04/1947). liA crise da casa em Campinas ..• Não se encontra nem nos bairros distantes" (Hoje, 21/11/1945) .


5

ê~=~a ~as formas de organização tica corrente

que posteriormente

na atuàção política

modificações

habitacionais

importante

no período

anterior

que a nova forma de atuação

30, e mais especificamente trouxe para o processo

a ser pra-

das massas populares.

Para tanto, parece-nos te as condições

passaram

da produção

inicialme~

a 30 e as profundas

do Estado

após a implantação

apontar

após a Revolução

do Estado

e comercialização

de

Novo em 1937,

de moradias

em são

Paulo.

2 - HABITAÇÃO

POPULAR

ANTES DE 30: AS LUTAS

PELA REDUÇÃO

DO ALUGUEL

PAS-

SAM POR FORA DO ESTADO

O problema 1930 não conheceu

a intervenção

fixação

de legislação

moradia

era urna atividade

basicamente aquisição

normativa

a obtenção

sobre

secundário. centes

exercida

uma segura

e ocupando

Dada a reduzida

e

excelente

na economia

direta}

que se restringiu

a indústria

urna ampla gama de soluções

forma,

habitacionais

de

objetivando

estava

casas de aluguel poupanças

aluguel

ou cen-

do

subordinado

absorver

a iniciativa

da

na construção

um papel

a a

forte predomínio

da indústria

de possuir

Desta

privada,

havendo

anterior

A produção

de nossa economia

forma de se rentabilizar

urbana.

sanitário.

pelo investimento

capacidade

o "negócio"

no período

pela iniciativa

de rendimentos

a produção

popular

e ao controle

agrário-exportadolàs,

investimentos,

poníveis

estatal

de casas de aluguel. A estrutura

trada nas atividades comércio

da habitação

novos

e

e cres

se tornava

e recursos

privada

di~

produziu

- do cortiço,

se-


&

6

de pequenas _ace e padronizado

e

s

s estratos

c_asse

moradias e produzido

sociais

édia, passando

=erentes

faixas de renda.

operário

bitação

garantiu

popular,

ra e apos

a revolução

te relativo

equilíbrio

ral se localizava cionada

pela produção

condições

habitacionais

fabril e pelos

das necessidades

em perIodos

específicos,

de 29, ocorreram entre

próxima

à

de são Paulo - do lumpen assalariados

da década de 30,' a produção

o atendimento

embora

a to-

de di

(9)

Até meados de aluguel

de pa-

em série - que servia' de habitação

não proprietários pelo

à miniatura

ao longo de um corredor,

a oferta

crises

de pequenas

moradias

e de área reduzida

quantitativas

de ha-

como ao fim da l~ guerde falta de moradia.

eA procura

ao local de trabalho,

de moradias

de habitação, no entanto,

de locação,

que em g~

era propor-

precárias

- genericamente

Es-

nas suas

denominadas

cortiços. A questão

, pre entregue vindo

a livre negociação

o Estado

aos diversos

dos aluguéis

esteve

quase

entre o locador e o inquilino,

na sua regulamentação,

no que se referia lho. O código

dos valores

luto da propriedade'~ nao prevendo

não inter

como era a regra da ação estatal

aspectos

civil, que regulava

sem-

da reprodução

a questão, qualquer

da força de traba-

estabelecia

o "império

regra na fixação

dos

abs~

aluguéis.

{10}

(9) Em 1920 somente 19% dos prédios de são Paulo eram habitados pelos seus proprietários. (10) Somente por seis anos (entre 1921 e 1927) esteve em vigor a l~ Lei de inquilinato que, erobora procurasse defender em alguns aspectos o inquilino, foi totalmente inócua na medida pm nue garantia aos proprietários_o direito a~soluto do despejol que ocorriam sempre que as condiçoes de locaçao se tornavam desfavoráveis aos interesses do locador.


7

Desta cipa_ ponto de conflito

forma,

constituia-se

entre os proprietários

ce~tral que movia os inquilinos da habitação. bitação

Se, por ~

e no controle

lado, o Estado

dos aluguéis,

no Estado

reivindicações

em torno da questão.

no movimento

to da responsabilidade terização

do Estado

no período

a negarem

riam ser dirigidas presentante

I

entre locadores

populares

esta postura

a suas do anar-

de não reconhecime~

habitacional,

liberal/sem

interferir

contribui a no sentido

da ha-

não pare-

a forte influência

a própria no âmbito

O Estado

de levar os movimen-

era visto

deve-

corno um mero re-

- fazendeiros,

sem legitimidade

cara~

da reprg

corno urna instância 'a qual

dos poderosos

- e, portanto,

na produção

na questão

reivindicações.

e a questão

capaz de dar andamento

o poder público

dos interesses

proprietários

explique

estatal

dução da força de trabalho tos populares

as organizações

Embora

o prin

em torno do problema

não intervém

o interlocutor

operário

e locatários

a se organizarem

cem reconhecer

quismo

o valor do aluguel

industriais,.

para arbitrar

as relações

e inquilinos. ,

Assim, de inquilinos

que surgiram

ram se manifestar de aluguel

priedade.

foi mantido

neste período.

sob a forma de greves

- visavam

vo de reduzir

o Estado

atingir

os aluguéis

(11) Era utilizada,

reta. Mesmo ~m'relação

(11) Sobre as greves

portanto,

a funções

urbanas

de inquilinos,

- não pagamento

os proprietários

negar

dos movimentos

Estes, que por vezes procura-

de inquilinos

diretamente

ou mesmo

a margem

na prática

a tática

o direito

anarquista

reconhecidas

Rolnik,

com o objetide pro-

da ação di-

corno de responsa-

1981 e o Capítulo

11.


8

'~'~ace estatal, ca_ç~~entof

corno a implantaçao

não parecem

~e~ a reivindicação s 'a atuação. .. oradores

Embora

tária,

modificar

plo,

levantando

questões

tiveram

até agora tenha sido detectada lhorias

para os bairros

mar o Estado,

quando

10. Esta característica torna-as Bairros

totalmente

distintas

abaixo-assinados

ca expressarem

objetivos

políticos

Ainda que breves, organização

anarquista

não estudadas

estas

pr~

por exem

de 17, além daquelas As

Li~

- pelo menos

Sociedades

que

pedindo

significaria

de inspiração

dirigidos

sociais

do aluguel,

etc. Assim,

sua ação política

mais

setores

dos anarquistas

m~

legit~

é destruíanarquista

de Amigos

nos pedidos,

ao Estado,

sem quase

de

reinun-

abrangentes. observações

a nível de local de moradia

- contribuem

outros

tal atitude

das posteriores

etc.

prior!

para, através

sua ação ao Estado,

primordial

centram

no perío-

em 30% dos aluguéis.

das Ligas Operárias

que, como veremos,

vindicações,

dos grevistas

populares)pois

de

da greve de 1917, express~

corno características

o objetivo

surgidas

sua atividade

necessidade

- dirigir

de

ou ausência

ao consumo-valor

a redução

de

Estas Ligas, que tiveram

operário

de primeira

local que co-

reclamações

dos trabalhadores

ligadas

ao mundo do trabalho, jamais

ao Estado

ao movimento

dos produtos

gas, entretanto,

de bairros,

na organização

vemos entre as reivindicações

referentes

ã precariedade

social.

ou

corno a prioridade

tenha registrado

quanto

a estrutura

varo uma forma de incorporar

ço e qualidade

sempre

ao Estado

autônoma

da maior importância

populares,

de base

na reivindicação

mas sim na organização

um papel

organizações

as Ligas Operárias

centrar

da ação direta,

de agua, e esgoto

serviços

populares

urbanos,

do, não parecem

destes

a imprensa

dos bairros

equipamentos

ter surgido

dos serviços

pela contraposição,

sobre a prática em boa parte

para a compreensao

e a ainda mais


a~~=aca

~aça

das características

dos movimentos

s rgidos posteriormente,

3 - O ESTADO

que serão estudados

do Estado

na economia

e em diversos

A partir

ziam do poder pUblico

um mero representante

agro-exportadora,

lítica

vai-se

das novas

industriais

do novo regime de novos

taca as massas do poder,

social,

formas

de organização

condições

urbanas.

surgiram

pelo

também entre

atendimento

de vida, entre

como passa

r.

(12 ) (O 1i ve i ra, 19 72) .

urbano-

P2

- entre

através

os quais

da

se des

como, frente a nova configuração específica

populares

que passam

para este

urbanas

a reconhecer

dos mais diversos

aspectos

novas no Esta-

das suas

da habitação.

poder pUblico

particularmente

da economia

de sustentação

deste novo relacionamento

a se dar a intervenção

força de trabalho

do jogo que fa-

que ser modificada

as massas

eles a questão

de base territoriaJ/

(12) A base

uma política

e de manifestação

A compreensao populares

Assim

da reprodução

de 1930, um longo processo

emergentes

teve de desenvolver

setor

do o responsável

sociais

na forma de

a fazer das atividades

na nossa economia.

setores

das regras

depois

que passam

aspectos

dos interesses

teve necessariamente

populares

o Estado

da destruição

desenvolver,

condições

as centrais

incorporação

adiante.

de 30 marca um ponto de ruptura

da força de trabalho.

de criação

em torno da habi-

ENTRA EM CENA EM 1930

A revolução intervenção

populares

do Estado

- requer no âmbito

- organizações a explicitação

de

da

da

reprodução

no que toca "a habi taçao.


10

Premido g~e

pela necessidade

assOU a deter a partir

_ecer

a solução

periféricas Surge

leiro.

(13)

classes,

o Estado

brasileiro

cial que,

apesar

pulsionar gência,

abrir-se

imediatos

formular

uma estratégia

tria e que requeria

para

Entre estas,

de compromisso

brasi

sobre todas

de qualquer

capitalistas,

uma delas,

econômica

passa

as

sem se

e so-

apresenta

a necessidade

de im-

a ser uma exi-

coro as massas

econômico

de um horizonte

as empr~sas

ao novo estado

e descontínua,

de desenvolvimento

a definição

popu-

uma política

aos trabalhadores

firmar a solução

as massas

forma pairando

aos objetivos

dirigida

do Estado.

a todos os tipos de pressoes

bem definidas.

uma política

gos trabalhistas

e de certa

dos novos

oligarquias

de legitimidade

de as vezes ser contraditória

tanto para

para montar

as bases

a legitimidade

pós-30 pode

características

teve qUe estabe

tenentes,

a garantir

legitimado

exclusivamente

médias,

um novo personagem:

que passam Assim

de 30, Vargas

brasileira

o que significava

subordinar

certas

oferecer

assim na história

o poder político

de novo tipo,já que nenhum

do poder - classes

etc. - podia

lares urbanas

da Revolução

de compromisso

gr~pos participantes

de legitimar

baseado

de cálculo até então

como

na indús

com os encardeixados

ao li

vre jogo do mercado.

~ sob estas circunstâncias rie de intervenções dos sindicatos Previdência,

do Estado

oficiais, legislação

(13) (Wef f ort , 19 8 O) •

Varguista

implantação trabalhista,

que deve ser vista

no campo trabalhista:

dos Institutos fixação

a longa se criação

de Aposentadoria

do salário

mínimo

etc.

e A


.

11

\

~estão habitacional Estado,

também nao ficou livre desta crescente

-

que se deu

em três níveis

distintos:

intervenção

1) a criação

das Car-

te~ras prediais dos Institutos de Previdência em 1938 ~~~~----------------~~~~~~~~~------------

- represe!!

)

ta do o inicio

da produção

nais por órgãos

estatais,

Fundação

da Casa Popular

direta ou financiamento tendência (FCP) i

1942 - congelando

e controlando

çao das condições

de locação,

tre proprietários

e inquilinos.

lamentou

os loteamentos

reforçada

2) o decreto os aluguéis

de unidades

em 1946 pela

criação

da Lei do Inquilinato

e dando início ~

até então deixadas ~ 3) O Decreto-lei

populares, garantindo

habitacio

de 1938,que

a aquisição

) em

regulament~

livre negociação 58

da

enregu-

de terrenos

à

prestação.

Estas numa política

sistência

pelas

classe

apoio

trabalhadora

urbana. do salário

ção um alto significado

a decidir,

dos mais graves consumir

o jogo ~cs

nas linhas de ne"-or re-

(14) A habitação

(15) e assumir

simbólico

seus suportes

"necessi·tados do apoio das raas sas

popular!'

Visto

se situam exata ,ente

ao Estado

que se enquadram

ônus e um problema

cela considerável

oferecer

do poder se veem obrigados

alternativas

ou de maior

tou um grande

de intervenção

Corno afirma Weffort,

os detentores

interesses,

medidas

mais geral que procura

de legi timação. urbanas,

três

sempre

represe"--

a ser resolvido

o aluguel

da moradia

as características

(16).a formulação

uma pa~ da habita

pelo Estado

(14) (Weffort, 1980). (15) Por volta de 1940, diversas pesquisas apontam corno sendo madamente 20% do orçamento familiar o gasto mensal médio guel.

pela

de um

de aproxicom alu-

(16) Na época desenvolvia-se uma campanha de cunho ideológico que buscava estigmatizar certas soluções habitacionais utilizadas em larga escala pelas classes populares urbanas como o cortiço e as casas c~ letivas.


~~==ã

ce habitação

~-- ~~

de projetos

~?:a

aceitação

Estado çao

- vinculado estatais

e atuante

enos favorecidall.

era mostrar

seu compromisso

populares

melhor

a prática

do suporte

político

populares.

Ias medidas

aplicadas

se correspondem útil para

pelo Estado

No início dores e da classe média guel uma parcela nos parece

guéis provocou

entre

vivás

de grande

pelos

assumia do tra-

utilidade

à

em 1942, instituindo de maior

populista

alcance

distribuição

dos aluguéis

deliberada

e consumo

inclui-se

nas quais

entre

fica difícil

ou se é meramente

e

aqu~ saber

uma decisão

do poder.

da década

de 40 a grande

ainda ocupava

fixa de grande

necessário

medida

na produção,

O congela~ento

as bases

produzidas

das casas assim p~oduzidas,

mostrava-se

constituiu

consequências

a uma política

ampliar

de vida da "popula-

às forças

da Lei do Inquilinato

dos aluguéis

de moradias

um

ao regime.

Já o decreto

maiores

mostrar

h ab ít.ac í.one.í.s , mas o im-

alojamento

criação

que provocou

e procuravam

setor, que o Estado

de distribuição

o la~

subsidiadas)tinham

de unidades

que se fazia algo neste

num novo tipo de clientelismo,

estatal

urbanas

o número

baseada

o controle

de moradias

frente às necessidades

de "propiciar

balholl. Além disto,

- e sobretudo,

em relação 'às condições

Certamente

IAPs e FCP foi irrisório portante

de produção

pelas massas

preocupado

a casa uni-familiar

mostrar

.

as massas

peso

maioria

dos trabalha

casas de aluguel &(17) a ser dispendida

o forte impacto urbanas,

Sendo o alu

mensalmente,

que o congelamento

sobretudo

se levarmos

(17) Segundo o censo de 1940 apenas 25% dos domicílios ocupados por proprietários. (Instituto Brasileiro tatística, 1940).

-

nao dos alu

em conta

de são Paulo eram de Geografia e Es


13

~e os índices i~~sitada

do custo de vida e da inflação

desde

1938.

A lei teve portanto

Fle~a;..ente como forma de ampliar entanto,

é preciso

ter certo cuidado

verno sempre procurou popular"

cessou-se

nesta

to organizado cômodos;

escassas

um boletim

seu aparato

vinculada

do período

Inquilinato.

Esta,

aparecia

Estas rarmos que, embora ca às classes de política

de porta

em mente

que atingia

e mimeo-.

(18) Embora

o

sejam

dadas

as

não nos parece com o apoio tác!

e promovida

como desejava

dos

por gente

propício

da Lei do

a um anseio popular o governo,

o caráter

da lei.

considerações

se fazem necessárias dos aluguéis o governo

econômica.

(18) (Folha de são Paulo,

dos aluguéis

à imprensa,

assim como uma resposta

urbanas~

vez, um protes-

em 1942 o apogeu do

criar um clima político

popular"

um objetivo

da dita lei "pr~

se dar sem contar

reforçando,

da economia

e curiosidade

em portal!

No

pois o go-

sobre este movimento,

prévia

pudesse

o congelamento

populares

de "defesa

pela primeira

interesse

do regime.

esta questão

e injustificado

ditatorial,

visando

da economia

de sustentação

sem ter sido impulsionada

e generalizado,

de "defesa

enorme

e da censura

ou mesmo

ao regime,

abusivo

de que dispomos

que tal manifestação

to do governo

servindo

ele tinha

(Rio de Janeiro),

distribuído

repressivo

ampla aceitação,

um mês e meio antes do decreto

despertou

as informações

de forma

o aspecto

parece-nos,

contra o aumento

características

expresso

capital

a reunião

grafou-se

crível

Assim,

subindo

ao abordar

supervalorizar

da lei, quando,

mais estrutural.

as bases

vinham

03/07/1942).

visto

fosse uma medida

usou-o

considesimpát~

como um instrumento


,

.

14

A análise se~a~ado

para os diversos

êe ~abitação co a-mento

(19) ll

sumo popular,

no período,

de resto

para

de con

Parece que se buscava

do que realmente

geral do custo de vida, para justificar

atri

ela tinha no enca

uma medida

drástica

de

dos aluguéis.

no Brasil neste período

nos revela

da política

oficial

ve o congelamento

dos valores

nominais

de industrialização

capitais

que normalmente

aspectos

dos aluguéis

neste período

entre

de capitais

internos,

externos.

canalizando

se inclinariam

mante-

1942 e 1964.

impulsionar

Seria portanto

para a empresa

para outros

eco-

significativos

um pro-

que não conta com uma base de acumulação

via nem com disponibilidade rio mobilizar

outros

de desenvolvimento

de locação que praticamente

Como se sabe, busca-se

recursos

do custo da

de todos os produtos

muito mais acentuado.

a explicação

cesso

abaixo

aurnen-

A análise mais geral do processo nômico

que o custo

se falar em "abusivos

ao aumento

um peso muito maior

1937 e 1942,

se situando

abaixo do aumento

Assim, parece exagerado sem se referir

,

à habitação

controle

itens da cesta de consumo. mostra

foi o que menos encareceu

tos de aluguéis

recimento

do custo de vida entre

médio do custo de vida e muito

alimentação.

buir

do aumento

setores

pré-

necessa

industrial da economia.

(19) Segundo a Subdivisão de Documenta2ão Social e Estatísticas Hunicipais da Prefeitura Municipal de Sao Paulo, o aumento dos gastos familiares por itens da cesta de consumo foi~seguinte para o período de 1939 a 1943: alimentação 46,4%; habitacão 3,6%; total dos itens 45,6%. Para a Associação Corr.ercialde são'paulo, os mesmos índices para os anos de 1935 e 1943 foram alimentação 89,4%; habitação 26,6%; geral 58,4%. Em toàas as fontes pesquisadas, apesar de haver alguma discrepância entre os nú~eros, sempre o aumento do custo da habita ção foi menor que os àe~ais. -


15

este objetivo ~is_rativo

que substituem

..~ía =uncionar

ca, pelo menos aluguéis

os mecanismosde

nas mesmas

desfavorável

através

reduzir

o patamar

da subcriação

gias utilizadas

A Lei do Inquilinato senvo1vimento zar recursos valor

da empresa

da força de trabalho

construção

de casas de aluguel

não podia

deixar

de aumentar cidades

fluxo migratório

provocado

desatua1izados.

para

Como vi

um setor bas-

de diferentes

di

neste setor

a aplicação

na indús-

também

se situa entre

as me-

da força de trabalho

,uma dcts estraté-

de crescimento

excepcionalmente impulsionar,

corno por contribuir

para

industrial.

ao modelo

de de-

tanto por canalipara

a redução

do

e dos salários.

Consequentemente,

ções nas grandes

forçan-

como forma de reaver

capitalista

o processo

que se procurava

ao setor industrial

abs~

de ações.

o custo de reprodução

servia portanto

econômico

de aluguel,

o investimento

dos aluguéis

para intensificar

dos

uma situação

que atraia poupanças

recursos

foi fixa-

cair as novas

tinha sido até então

liberando

de acumulação

criaram

a1ugadas,

dos aluguéis,

O congelamento

fazer a eco-

que faziam

por aluguéis

admi

O congelamento

em moradias

de casas de aluguel

deixa de ser interessante,

didas que visam

das demais,

e desvalorizado

Com o congelamento

tria, inclusive

renovações,

ao investimento

de investimento,

visando

com este carater.

condições

de controle

A Lei do Inquilinato

a venda das casas então

investido

tante importante

elevar

mercado,

/

complementarmente,

mos, a construção

mensoes.

uma série de medidas

de forma não automática.

do, ao contrário, o capital

tomou

em 1942 e suas sucessivas

construções 1utamente

o governo

o abandonQ

para

da iniciativa

a população

de forma dramática

brasileiras pelas

novas

de baixos

condições

da

rendimentos

a carência

que ademais J

privada

de habita-

recebiam

um intenso

econômicas

que passa-

}


• >

16

-:-

a reger nossa sociedade. Certamente,

te=

eneficiado

o setor

entretanto,

riais, quando

ocorrem,

da habitação,

nos valores

outro,

somente

de taxas

dos aluguéis

adicionais

ou pela

ameaça

tuiu no grande problema pulação

dos grandes

centros

se acentua

se imposslvel

encontrar

rio percebido

pela população

e localizados

zar um movimento dos os despejos

mais

da maior parte de despejo

urbanos

dos

- questões

por pa-

a cobrança

- uma boa parte

em moradias

por aluguel

passara

que se consti-

quando

se tornou qua-

compatível

rendimentos,

gerando

por prazo

que detalharemos

com o salámovimentos de organ!

determinado

mais

da po-

de aluguel.

contra os despejos, além de tentativas

no país

que

possíveis

- desde

inquilinos,

já alojada

geral pela suspensão

ao custo

como os demais;

destes expedientes

e mobilizou

de baixos

sala-

da casa.

nos anos do pós-guerra, uma moradia

Es-

o que significa

todos os expedientes

até a venda

que afligiu-

Este problema

esparsos

congelados,

pode

alojada.

no que se refere

de suas casas de aluguel

A efetivação pelo despejo

seus cálculos,

vão utilizar

locativos

de um lado, os incrementos

não foram tão prejudicados

os rendimentos

"por fora"

dos valores

que já se encontrava

é relativo:

baseiam

os proprietários

ra elevar

a estabilização

da população

te benefício,

os já alojados

(20)

de to

adiante.

(20) A população paulistana passou de 1.300.000 habitantes em 1940 para 2.200.000 em 1950. O fluxo migratório se acentua admiravelmente nos anos críticos da crise de habitação, 1945 e 1946. Seglli!dodados for necidos pelo Serviço de Raci~n~~ento do Açúcar, durante estes dois anos entraram na cidade de Sao Paulo exatamente 197.678 pessoas. (Correio Paulistano, 05/11/1947).


17

Se para a população significava ge~tes

já se colocava

dininuição privada nato,

que ~hegavam de pronto:

da construção

- provocada

mo por exemplo)

de obtenção

atrativos

a incorporação

surgimento

habitacionais

em são Paulo:

loteamentos

periféricos

as soluções

se caracterizavam

ou público

na construção

cargos próprio

assistir,a

da confecção morador.

de qualquer

pela inexistência

~ este o momernto, portanto,

se configurando

quatro

décadas.

significativa

o quadro

As primeiras

de são

da década de 40. Se for~an em terrenos

áreas bastante

próximas

ao centro,

partir

metrópole

e

da década

de

de novas

soluções

autoconstruída

melhoria

em

urbana.

de investimento

onde

especializados

Ambas

privado

aparecem,

pÚblicos

famílias

o

priva-

de habitação

que se manterá

Paulo

dos en

para

em que a iniciativa

na produção

habitacional

favelas

e habitação

ou seja, pela transferência

das casas de empreendedores

pular,

à

c~

ou ainda não eram muito

a favela e a casa própria

da deixa de ter uma presença

início

que chegavam

em larga escala

da moradia,

privados,

de moradia.

iremos

desprovidos

de constru-

para escritórios

que até então ou eram inexistentes

difundidas

ou a

imobiliários

para os empreendendores

ou aodesenvolvimento

a

aluguel pela iniciativa

de novos negócios

sem alternativa

Consequentemente

a são Paulo,

de alguns materiais

aqueles

contin

causada pela Lei do Inquil~

de edifícios

média e alta--deixava

os que eram despejados

40lao

o despe-

A quase paralização

de baixo

tanto pela insegurança

maiores

número

onde morar?

a guerra e pelo surgimento

que apresentavam

das classes

em grande

de moradias

como pela dificuldade

çao durante

uma moradia

a ameaça de ficar sem ter para onde ir, aos novos

de trabalhadores

q estão

que já ocupava

po-

por quase

somente

localizados

recém-chegadas

no

em a são


,,

18

Pa 10 ou que tivessem vezes,

durante

ra, a própria

o período prefeitura

sere

ocupados

pular

- e evitar

quer

sido despejadas

pelos

mais agudo da crise construiu

explosões

sociais

barracões

edificados

Algumas

no pós-guer-

em série para

de angariar

- às vésperas

prestígio

das eleições.

pequenas

áreas da cidade

de 70, ficando e agregando

p~

De qual-

do enfavelarnento não logrou se desenvolver

em são Paulo antes da década

trito a algumas

casas precárias.

de habitação,

"sem teto", numa política

forma, o fenômeno

larga escala

constroem

em

até então res-

urna população

nao

muito numerosa. A solução habitacional da existente morador

foi, indubitavelmente,

em lotes periféricos

e qualquer

serviço.

Paulo,

nunca

partir

da Primeira

dade

foi arruada

parte

destes

de moradia

existentes

mo o ônibus

carência coletivo

dada

sempre

considerável

inexistência

muitos

da população rincões

existente

Apesar

anos quase

de qualquer

em

Estes

de 30.

de, a curto prazo,

A

da ci

desocupados, às condições

se caracteriza-

posto que o bonde, da década

único

de 20 e mes

a maior parte destes

equipamento

são

disto, a maior

em se submeter

até meados

de todo

da área externa

da cidade.

de transportes

a sua desocupação

da década

em prestações.

durante

e carentes

tenha existido

até meados

de então, não atingiam

do a menor possibilidade talados

ficaram

naqueles

a partir pela

à venda

urna resistência

meio de transporte

teamentos;

Guerra urna parcela e colocada

vam por urna enorme

embora

a grande dema~

da casa pelo próprio

a prestações

maiores proporções

loteamentos

corno se houvesse

a construção

comprados

Esta solução,

atingiu

que veio atender

urbano,

esses equipamentos

10-

não havenserem ins

e o grande

crescimento

da área arruada

de são Paulo e, finalmente,

por urna grande

dificuldade

de construir.

nas, efetivamente,

mais forte que desestimulava

o motivo

o morador

de


19

_aulo

a ingressar

no longo e penoso

~oradias

nestes

podia-se

ainda alugar uma moradia

e servidas

loteamentos

periféricos

por algum equipamento

go pela população

ra a grande Enfim, parte

da demanda

urbano por um preço passível

consequente

da população

paulistana

loteamento

periférico

e transporte

destes

loteamentos

ações reivíndicatórias urbanas

existentes.

10 no pós-guerra lar

uma ocupação condições

urbana

a se mobilizar

Os primeiros

forçar

sinais

na legalidade

I

cumpriu

neste momento que estes substancial,

mais

adequadas

de base territorial.

agravando

que levou boa

- autoconstr

ção, ~ue

a seus habitantes.

e a falta de equipamentos

foram os principais

que visaram

loteamentos.

forma de morar baseada

- casa própria e carências

migratório)s~

destes

habitacional

móveis

o Estado

destas

um papel loteamentos

os problemas

para o surgimento

uma série

a suprir

lutas

ce i~-

que levaram os ~~

e desenvolver

tanto por ter sido este um período

onde o PCB)

ser exatamente

acelerado

a

como pelo gran-

processo

a "optar" por esta

A precariedade

radores

de ser p~

são Paulo durante

da oferta

do intenso

outra solução

numa série de sacriflcios

fra-estrutura

que atingiu

do crescimento

foi a falta de qualquer

redundava

em zonas não muito afastadas

tanto pela diminuição

mola propulsora

no trinômio

de suas

de baixa renda.

de 40, provocada

de crescimento

de construção

é que,' até fins da década de 30,

situada

A crise de habitação década

processo

as carências

aparecem

em são Pa~

de mobilização

importante,

de

popu-

como por

passaram

a receber

existentes

e criando

de organizações

e movimentos


20

SE1·~-TETONA LUTA CONTRA OS DESPEJOS

"Os despejos ~e=

a população

do _alácio

da Paulicéia.

da Justiça

Diariamente

uma multidão

res que ali vao com as notificações inquieta:

'onde morar?';

diariamente, alegações

abaixo

porque

as favelas

não existem

nos lábios

punho;

pelas

e consolidados

problema

de expulsão

produzidas

diferentes 'Para uso da

Desta maneira

do Penteado,

sao

até o prédi

está

es o CO~~2~a-

relativamente

cais de emprego.

Se tivermos

renda

e situadas

em conta que a grande

28/07/1946).

representa

por empreendedores

bem equipadas

de moradias

nos b aí.z r. s

real desta q es

parecer:

de baixa

da me t.r ópo Le industrial

(Correio Paulistano,

pos-g·e~~a/~G

surgido

O significado

da população

e distribuição

de formação

se constituiu/no

vista poderia

comercialmente

em áreas urbanas

ocorreu na produção

~ que

da rua da Assembléia,

habi tacional

de são Paulo.

tão é mais amplo do que à primeira

dias de aluguel

mais

A população

dos de$pejos

e angustiante

concreto

a pergunta

(21)

O problema mais importante

e mulhe-

sombrio.

para meu uso';

só na v~rzea

as escadarias

homens

um futuro

uma obra de vulto'.

da Praça da República.

da a morar na rua".

(21)

em

(quando o são) desde a 'favelinha'

de apartamentos

no momento

moços,

'Quero o prédio

'Para construir

postos

processo

de velhos,

são requeri das ações de despejo

minha família';

tradicionais

sobe e desce

na frente dos olhos

desmoralizadas:

- de despejo As açoes

unem os paulistanos.

das moraprivados

próximas

transformação

populares

o

aos 10 que

em são Paulo

foi o gradati vo abandono


21

?=:a

~ _~ciativa privada

:~~aça - ~

do mercado

do padrão periférico

de crescimento

=oàuz sua casa, o processo

a~ra·és

habitacional

~ bastante das durante

o período

urbano,

dos despejos

dos quais esta transformaçao

de baixa

onde o próprio

foi um dos móveis

difícil

estimar

juízes

jo, número que subiu a 5.121 em 1946

(22)

e que atingiu

tros despejos mais, mílias

Estas

a julgamento

se efetivaram

sem

como acontecia

despejo·

muitas

relativos

que cada açao de despejo

lias, teríamos

para estes

ou seja, aproximadamente

de despejos despejos

atingiram

de são Paulo

ou-

por tribunal.

Ade

de dezenas

entre

somente

28/07/l946).

(23) (Correio Paulistano,

02/02/1947).

os da

num cál

de duas

famílias

famí-

despejadas,

corresponderia

até 1948

que o número

pode-se

afirmar

10 e 15% dos paulistanos,

(22) (Correio Paulistano,

de

a

anos. Tendo em vista que a

jurídica,

do fenômeno.

de fa

de ações

tomando

Este total

destes

pelo menos

a estatística

na epoca

uma idéia da extensão

as ações de

urna média

dois anos mais de 15.000

se estendeu

ultrapassa

atingia

75.000 pessoas.

mais de 4% da população de habitação

em ja-

aos anos de 1945 e 1946 e considerando,

culo otimista,

crise

somente

frequente,

Assim,

de despe-

somente

vezes o despejo

e casas coletivas.

entre

incalculável

de passar

no caso, aliás bastante

contra cortiços

dos oficiais

pois um número

necessidade

uma única ação significava

2.614 ações

são, no entanto,

despej~

ou seja

pelos

de despejo que chegaram

concretos

o total de famílias

mais aguda de crise de habitação,

de 1947, 491 casos.(23)

mora-

se deu.

1945 e 1948. Em 1945 foram assinadas

neiro

renda e a conso

real

que

os

o que nos dá


.,

22

,

Para compreender ~-~e~sã

e preciso

a_~~~e_

no período

d

porque

rever os mecanismos em estudo,

os despejos

atingiram

que regiam o mercado

destacando

o papel

tamanha

de casas

desempenhado

de

pela Lei

=~_ctlinato.

Como vimos, o decreto-lei congelou

por dois anos todos os valores

dera~

preços

de 31/12/41

partir

daquela

estratégias

data. Assim, os proprietários

de moradias

mente

declinantes,

os proprietários

utilizados

congelamento

foi renovado

foram se aprimorando

1943

lia SuperintendênCia de Segurança

de numerosos o propósito

casos de arbitrariedades de compelir

que não encontram telhamento

do postas é claro:

(24)

inquilinos

amparo

das casas,

ções de água

Pública

e esgotos

em práticas

a mudar-se

dos fogões

constituem

as principais

por proprietários

visto não poderem

(Correio Paulistano,

ll

elevar

&

(241

os aluguéis,o

29/01/1943).

pass~

diversas Es-

Inicialque

os

1945

e

logo no início

de

tem tido notícia

por senhorios,

'espontaneamente'

na lei para proceder

a danificação

em 1944,

e Social

praticadqs

a montar

e à medida

por decreto Assi~

a

de aumenta~

moradores.

grosseiros

e se refinando.

-

de aluguel

forma crescerem.

dos antigos

são ainda

1946

sido elevados

e o custo de vida

começaram

de alguma

sempre pela expulsão

os expedientes

a inflação

ainda retroce

Frente 'a impossiblidade

fazer seus rendimentos

quase

anos passam-o

visto

no período.

os aluguéis,

para

tas passavam

fazendo

que tivessem

acentuadamente

rem legalmente

locativos,

todos os aluguéis

ram a ter rendimentos crescerem

de 1942, sobre o inquilinato,

ao d~spejo

com sempre

legal. O des-

e dos canos das instalaviolências O objetivo

que vêm sendos senhorios

jeito é impingir

os in-


23

,. ',

quili~os t~··s.

a se retirar

Estando

os aluguéis

ç es se reduzido

antigos

substancialmente

tivesse

tário q e

para, numa nova locação, congelados enquanto

sua casa desocupada

elevar

os valores

loca-

e tendo as novas constru-

a demanda

poderia

cresceu,

alugá-Ia

o proprie-

a um preço bas-

\.

tante

superior

ao valor

q~e gradativamente suas moradias

vai

tulo de luvas. Assim,

são bastante

o pagamento despejar

restritos,

da casa para moradia

cendentei

aos inquilinos

prietários

que

fossem

dimensão.

proprietários

dades,

~ porísso

deixarem

age dentro

ca e Social

"os senhorios

tauração" direito

determinações

a mudança

a restabelecer

que destelharem

o fornecimento a Secção

aqueles

no entanto,

que provassem

os aluguéis construir

tempos

e aos pro-

outra

a estas

entre

ao locador

a "vo-

arbitrarie

interesses

da Segurança

ou depredarem

serão detidos

de

da lei os

os inquilinos

frente

opo§ Públi-

os seus prédios

e obrigados

à res-

ou sub-Iocador

da luz, gás ou água aos prédios de Ordem Econômica

f or ne cí.rnon+o s ", (25)

t~

e de des-

de vigência

do Superintendente

que "não assiste

cômodos .•. ; em tais casos nhorios

para

de se equilibrar

dos inquilinos

se reafirmando de interromper

de pagar

que nos primeiros

fixa, a t!

ou de ascendente

suas casas. O governo,

segundo

forçarem

aos proprietários própria

a só alugar

a ser um exce-

permitidos,

a agir de forma a compelir

tos. Assim,

para

antigo passa

a edificação

de sua postura

passam

de urna quantia

legalmente

que deixassem

demolir

passaram

luntariamente"

o inquilino

limitando-se

frente a falta de moradia

os locatários

antecipado

Os casos de despejos

rem necessidade

maior

Além disto,

se agravando,

mediante

lente negócio.

congelado.

compelirá

O governo

os

o ou se-

procurava

{25} "Penso que somente em 30% das ações de despejo haverá sinceridade. O restante não passa de ardil para elevação do aluguel" - segundo parecer do advogado Nelson Pannoin. (Correio Paulistano, 02/02/ 1947)

I


24

desta

forma1se

política

simpático

aos problemas

mais geral de se legitimar

res urbanas. possível

mostrar

Por outro

de ação

mediante

lado, deixava

dentro

das massas

de atitudes

divulgadas

de uma popula-

qual era o campo

ou seja, o despejo

r

car~ter mais importante

- abundantemente como estas, que sao

o apoio

bem delimitado

para os proprietários

o

populares,

legal.

governamentais

é o de ir

pela imprensa,

.l€o

criando

uma consciência

nos inquilinosYque

girem frente às arbitrariedades maior importância pressivo

amparo

legal para

Esta

consciência

dos proprietários.

posto que interpõe

como intermediário

havia

o Estado

e seu aparelho

entre os proprietários

çando a idéia que o regime procurava

incutir

e inquilinos,

de que o Estado Assim,

quando

elevar

ou impingir

cupação

do imóvel por qualquer

o proprietário

na Delegacia

gasse o locador drando

meio ilegal bastava

de Ordem Econômica

a restituir

ainda o proprietário

as condições

ção tranquila

aos inquilinos.

era delimitar

claramente

e proprietários

diciais.

Frente

jurídicos

sos de despejo trar inúmeras voráveis

o terreno

se daria: o campo das

para possibilitar

previstos "brechas"

o

na lei fossem na legislação

aos proprietários

de garantir

despacharem

artimanhas

legal.

limitados/foi

que permitiu ordem

fazia

entre

j~

as burlas

uma série de Embora

possível

aos juízes

de despejo.

in-

e brechas

contra

gradativamente despejo

enqua-

uma situa-

o que este

da população

vai se desenvolvendo

obri-

popular.

do qual o conflito

"legal"

denunciar

de locação,

a economia

o Estado

dentro

a deso

para que a polícia

Muito pelo contrário,

a uma resistência

da Lei do Inquilinato, expedientes

porem,

por exemplo,

o inquilino

anteriores

em crime contra

Longe estava,

quilinos

os aluguéis

refor-

e o gover-

dos trabalhadores.

tentavam

é da

legal e re-

no era o "q ue r da-rch uv a " protetor os proprietários

rea-

Aliás,

os caencon-

mais faas diver


,,

25

~as

leis do inquilinato

possibilitando para

sempre

o despejo.

do-se

resistência de advogados

de regra,

judicial

dos inquilinos, especializados

argumentos

Estes passam dos aluguéis

para os proprietários. preensão

da situação

veis se valorizavam cidade.

que os elevados e por razões rurgia

implanta abrindo

Durante

ou alargando

de negócios sideradas

imobiliárias

acompanhada

sobretudo

legal,

utilizan via

pela via legal

da guerra

sobretudo

urna corrida

o chamado

zonas que, embora

provocam

Plano

fossem

processo

geral,

da

posto

aos imóveis

Prestes

ampliar

centrais,

elevação

"cirurgia

ci-

Maia

o centro eram con-

d~ baixa

e consequentemente

urna acentuada pela

dos imó-

de Avenidas,

pela população

as demolições

atingidas

a com-

na época por urna radical

de novas vias que visavam

viárias,

para

na área central

(1937/45) o prefeito

(leia-se habitadas

~

o preço

de ordem

e

mais incomoda

a ser considerado

provocam

Novo

que os anos passam

a situação

por motivos

e adjacências

por um intenso

o despejo

tornando

são Paulo passar

nas áreas da cidade

com recursos

caso não encontrassem urna

a medida

o período

se explica

o Estado

e revitalizar

da). As transformações

terrenos

permanece,

dezenas

deterioradas

dificações

a crescer

de inflação

na zona central

que acabam

deu.

significativamente,

locais, visto

urbana.

conseguir

Foi, então,

e que durante

índices

portas

que contassem

podiam,

Um fator importante

Esta valorização

as

neste tipo de açao e que usavam,

falsos.(26)

que a maior parte dosdespejosse

o congelamento

abertas

Os proprietários

levar adiante um processo

forte

deixaram

as mo-

nos preços

urbana"

ren

dos

e

de verticalização.

(26) A cobrança de luvas era ilegal e podia levar o senhorio à prisão. No entanto, esta prática foi utilizada com grande frequência nas n~ vas locações, muitas vezes disfarçadas corno "venda de móveis que guarnecem a moradia". A impunidade desta prática ilegal era tananha que os proprietários chegavam a incluir essa exigência nos anúncios de jornal.


26

Percebe-se , ltaneamente: vava

; de outro

real dos terrenos

o valor locativo

(real) dos prédios

imensa entre o valor

foi a causa principal

vencilhar própria

dos antigos demolição

da construção

conflitos

entre

despejar

significava

lor real,

seja vendendo-o

valor

antigo,

çada

sob

através

os proprietários

de 86 pessoas

sibilidade

trazer o rendimento para moradia

eu mudo". (28)

desocupar

o prédio

se des

vezes

da

no centro dos

Para os proprietários

do imóvel

ao nível

de um terceiro

por um preço várias

do seu va-'

ou para vezes

a renov~

superior

das "luvas",

ao

disfar-

formas.

o despejo

era o martírio:

na rua, sem mais aquela,

"nada

não tendo pos-

alguma de arranj ar um teto para se abrigar" ..(27)

"Me diga para onde a gente vai? morar

se redu-

a procurar

se colocou

ainda do recebimento

foram postas

de màneira

se ele-

e seu alu-

do despejo e muitas

do despejo

Para os inquilinos mais

real do imóvel

e os inquilinos.

seja realugando-o

diferentes

alugados

si-

antiga.

a questão

se beneficiando

ocorrendo

ou imóveis

que levou os proprietários

inquilinos

Assim;

ção do prédio,

estavam

de um lado o valor

ziam. Esta disparidade guel

que dois fenômenos

•. Se o Sr. me arranjar

um lugar para

Pois se eles não tem para onde ir como poderão

em que moram?

(29) O despejo

(27) Notícia referente ao despejo de um cortiço caba. (Correio Paulistano) 14/07/1946) .

equivale

a ~ma sentença

na rua Barão de Piraci-

(28) Resposta do Sr. Francisco sá - um dos inúmeros inquilinos de um imó vel na Praça da RepÚblica que sofria ação de despejo - ao propriet~ rio, como sua argumentação para resistir ao despejo. (Correio Paulistano) 28/07/1946). (29) (Correio Paulistano, 31/07/1946).


27 .

,

-e - ~e z

contra dezenas

de inocentes.

que fica sem teto?

as dezenas

•.

de inquilinos

contingência

(30) A quem deve recorrer

Não há casas.

do prédio

de serem postos

Não há quartos

da Rua Fortaleza

hoje ou amanhã

Sr. Mesquita

locatários,

de que, como o prédio

verso bem bonito, aterrorizadas.

quadro

querendo

despejar

se vendo

na contingênciade,

qualquer

moradia

lários. passa

configurado

Será em função

a desempenhar

ereto que a população

empreenderá

esta

pronta

como uma moradia

e ligada

das habitações

falta de habitações

de aluguel

dições

despejados

habitacionais

mais elevado, de periferia

se instalar sem qualquer

te e ingressar

adequadas,

resistir

à habitação,

uma moradia

urbanos

que restavam

que a casa anterior

em con-

a um preço

nascentes ou comprar

soluções

um

lote

de transpor-

da casa. Resistir

habitacionais

básicos, Frente à

de aluguel

urbana e carente

con-

entendida

até este período.

de construção

a estas

com seus sa-

será o movimento

as alternativas

numa das favelas

no longo processo

pejo era portanto

populares

infra-estrutura

e estes

encontrar

compatível

aos equipamentos

bem mais precárias

pro-

que a luta contra os despejos

direito

eram encontrar

estão

latente:

os inquilinos

importância:

pelo

um

(33)

não conseguirem

por um aluguel

como eram boa parte

aos inquilinos

Todas as famílias

maneira

desta circunstância

na

aos seus 100

era de um conflito

se despejados,

um papel da maior

veem-se

vai ser vendido,digam

como esta"?

de qualquer

do mesmo padrão

160

uma circular

façam adeus e vao se embora.

o prietários

enviou

Para onde ir numa hora

(31) .•. algu-

na rua sem ter para onde

ir (32) ... o procurador avisando-os

o infe-

que a

ao des partir

(30) petição de um advogado que clama pela permanência dos inquilinos de um cortiço situado à rua Fortaleza ameaçados de despejo. (Co~ reio Paulistano, 20/08/1946). (31) (Correio Paulistano, 23/08/1946). (32) (Correio Paulistano, 27/08/1946). (33) (Correio Paulistano, 20/12/1946).


"

28

~e e~~a

- e até hoje - passaram

~~=a~as

pela população

CD -~.~~ento

de moradia

existia

uma enorme

de baixa

contra

der toda e qualquer

de resistências tas vezes

a mudança

procuravam

geraram

dois

fenômenos

resistências tra seu

individuais

o apelo

de inquilinos

Esta resistência

a opinião

dos inquilinos

pÚblica

através

onde

e

contra

ge- -

outra

inquilinos

que estas elas

ou

duas formas

aparecem

no argumento

mu!

concreto

primeira.

passaram

de falta de moradia

ou de grupos

(aliás,os as

con-

sob a via juríocorria.

procurando

e de manifestações

capaz de pressionar

crescendo

de inquilinos

onde a disputa o despejo,

°

a se intensificar,

se dá principalmente

da imprensa

ram criar um clima emocional

uma mais

de um mesmo problema) vão

dica, pois este era o campo delimitado tanto,

da

A resis-

para fugir ao seu próprio

se constituir

mais agudo

são manifestações

despejo.

da

de forma a suspe~

diferentes,

de efetivação

momento

isoladas,

dos movimentos

serem basioamente

visto a segunda

°

se expressa.

duas formas:

se organizar

Desde que os despejos com

maioria

por um prazo determinado

de resistências

a necessidade

que coincide

-

de Sao

da grande

da Lei do Inquilinato

das características

juntas,

.que justifica

tomou basicamente

em centenas

Apesar

como este movimento

ação de despejo

de inquilinos

despejo.

na verdade

renda.

ral, que reivindicava

grupos

com os salários

que

ficar na rua" etc,

de lotes a venda na periferia

compatíveis

os despejos

particularizada

se argumentava

,

quantidade

prestações

mais uti-

Esta é a dimensão

é o da casa pronta;

que está presente

Mas vejamos tência

visto que quando

"não se tinha para onde ir" "vamos

o padrão

população

nas soluções

renda para se abrigar.

contra os despejos,

"::ão ha ia casas"

Paulo e-a

de baixa

a se constituir

No en-

mobilizar

de rualvisa-

o juíz a não assinar

a


29

~~~e= Q

e-

ce despejo dsta

=~Ciciais

ou então a adiá-Ia por um prazo maior de tempo.

que a grande maioria

de despejo

juízes podiam

g ~ sos na exigência

de comprovaçao

das alegações

p~ietários.

de denúncias

Através ou mesmo

pejo causaria, legalmente direito

os inquilinos

a ordem

social

res que procurava

Edifício

concentrações

mostrar

apoio

e divulgação

chegavam

a promover

movimento

Sérgio quando

em gabinetes

movimentos

os moradores

se refere regulando

~

a questão

refletindo

configura

política

proteger

blema.

"O caso é que existe

cio maram

denominado

os mais

solveram

abandonar

de 110 famílias

assumida

passeatas

na Paulicéia

uma solução

e Por como

do e

está

legislando

agindo

dos queixosos

adequada

ao pro-

um edifí-

pelo sistema

levou-os

que

como árbi-

cujos representantes

o prédio

e

isto e, se

uma queixa ... (os proprietários)

o negócio ... vão vender

tem

por este no que

do Largo da Pólvora

por 75 famílias

cuidadoso

moveram

ser dirigidos,

onde cabe ao Estado,

e formularam

condomínio ... Um balanço

ruidosos,

fica claro aos moradores

devem

fracos e garantir

Jaú, habitado

urna comissão

mais

Ora, se o governo

habitacionais

tro,

de morado

específico.

que os inquilinos

as regras que regem a locação,

uma situação

imóvel

Democráticos

realizaram

a nova posição

da habitação.

é a ele que os problemas

comissões

ao

governamentais.

Em geral, o movimento como alvo o Estado,

do pro-

num ataque

de um mesmo

seu problema

contra o despejo

pro-

social que o des-

ou os Comitês

para

ri-

que não se justificava

constituiam

deputados

pelos

real do imóvel,

de inquilinos

de apartamentos)

o grande

Carmine

Grupos

a imprensa,

vezes os inquilinos por exemplo,

expressas

do grave problema

procuravam

de habitação.

pedindo

ou não ser mais

de despejo ou que este se constituiria

(cortiços ou prédios

Populares

da situação

da mera alegação

nas açoes

utilizados

falsasloS

prietário

são

dos argumentos

Ten-

for rede

a verificar


30

q"e talvez

umas dez famílias no máximo adquirir

enor:nes I

e venham

. iuder

oradores

engrossar

alegam

vo ,

outros

dos sem-abrigo

pUblicos

casos idênticos

predominantemente,

mediante

sacrifícios

em que residem ... As demais que se

a legião

que os poderes

como em tantos concorrem

os apartamentos

possam,

para

bem poderiam

de tubaronismo

aumentar

Os

paulistana intervir legítimo

as aflições

neste, e

que

do nosso

po-

(34) a

Esta posição as necessidades

habitacionais

de apontarVobrigação é reforçada

Partido

Comunista

do Brasil, que dirigia

pulares

na epoca

e pelos Comitês

seus organismos

da população

ram a priorizar, ca levada deixar

para

é lançada

pelo

dos movimentos

fazer,do

po~

(CDPs)

legitima

ao Estado

porque

de forma decente

(34) (Correio P;:l.Ulj s t.a no (35) (Hoje l8/10/l945).

e agradável

,14/12/1946).

é o respon-

tem como objetivo ao contrário

as condições

o Estado.

local. Se du

válido

i~

tomar nas

dos anarquistas,

ao qual

de habitação.

a população Assim

agin-

da crise sobre o go-

"Proporcionar meios - afirma

urbanas

e pelo PC é bastante

tempo que joga a responsabilidade

e fortalece

de base

a práti

conseguiu

e das condições

CDPs

o interlocutor

para melhorar

Assim,

tese de que o Estado

pelos

e

que eles passa-

e o executivo.

os problemas

a

a organização

institucionais

e fortalecê-Io,

Estado

canalizar

da habitação

desempenhado

de Estado

do o PC, ao mesmo

vo habite

assumida

e Populares

nas organizações

isto. O PC, até mesmo

deve se dirigir

verno,

profundas

do problema

o papel

mãos o aparelho procurara

procuravam

para os canais

populista

resolução

de existência, portante

Democráticos

pelo PC de dirigir

bastante

rante o perIodo sável pela

boa parte

ou seja, o legislativo

adiante

marcas

pela postura

de suprir

de massas.

Os comunistas mobilização

estatal

o diário

para que o pocomunista,

HO-


31

...

~

- é ~~ dos grandes problemas

a ~=~~cipal ~ã ~

=0

obrigação

negar

:~itosas

de um governo

sua responsabilidade

em que habita

c aro que dentro há alguns

dos problemas. se arrumasse

é zelar pelo bem-estar pelas

a imensa

condições

maioria

o Estado

Dentro

do laissez-

como pudesse.

passer

Isto, porem,

te nao se compreende1nesta

econômico

não devia nem podia

epoca

pÚbico,

verdadeiramente

da população

do regime do liberalismo

anos atrás

Se é fora de dúvida que

do governo.

do Brasil

ca•.. ~

em que vivemos intervir

et laissez-faire

até

na solução cada um que

e coisa que passou,

em que o socialismo

nao

absolutamen

ganha terreno

dia

, a dia, que se abandone de um país

a sua própria

nos bairros

populares,

ao problema

Sua atuação ção busca

nestes

popular CDP

do despejo

para

encaminhou

1

burlando

sofrendo

penetraçãe

ficar

que este assumia.

muito mais porque e procurando

a popul~

se organizar

p~

de uma

de criar uma forte mobilização

Um caso concreto

uma série

queria

do ponto de vista

procuraram

a resistência

seu

departamentp

legal,

mostrando

a lei do inquilinato,

de um

de 1945. Morado-

de arbi trariedades

despejá-los,

dos inquilinos

de atuação

em outubro

da Lapa para organizar

21/10/1945).

grande

não puderam

a gravidade

se deu na Lapa,

finalmente

a disposição a questão

tário estava

(Hoje

que

e Popular

Este colocou

(5)

inteira

do que pelo estabelecimento

no sentido

aos despejos.

res de uma vila que vinham

Democrático

- tamanha

específica,

entidades

resistir

te do senhorio,

e tendo uma

e os CDPs

levando o problema

ação de despejo

numa

a questão

casos se dá inicialmente

a questão

destas

situando

os comunistas

os Comitês,

ra enfrentar política

a população

como se faz no Brasil".(35)

Assim

alheios

sorte quase

por pa~ o Comitê

ao despejo. jurídico

e

que o proprie-

além de dar ampla publicid~


.. ,

32

ce ao caso através possí

el sustar

o senhorio

do HOJE, destacando

a ação, embora

desejar

caso localizado

e às questões

de um "senhorio se preocupando pulação

o risco de despejo

de qualquer

a_ guel. Este caso exemplifica

forma aumentar

legais,

inescrupuloso

que burlava

com a possibilidade

política

le momento, Assembléia

Nacional

diam se desviar despejo.

envolvidos

Constituinte,

para empreender

O caso dos despejos,

trazida

pela população

paganda

pela Constituinte:

o secretário

do Comitê

distribuindo

fartamente

tituinte".

dos comunistas suas palavras

HOJE

mitê Democrático

os aspectos

na campanha

como em muitos remeter

-

e nao

jurídicos.

Naqu~

pela convocação

da

ampla pela

para

suspensão

questão

outros

a pr9

queixosos,

que o organismo

exemplos

as questões

urbana

levar adiante

da Assembléia

do

está

Nacional

Cons

a perspectiva

concretas

específicas

as

gerais.

demais

que,um

dia

aos CDPs publicando

depois

da Lapa

do ocorrido

um comentário do CDP da Lapa

"para "defender os interesses

Progressista

(37) (Hoje)21/l0j1945).

açao

para o PCB, e não po-

um boletim

em defesa

ao

e cuja

onde mostra que o exemplo

(36) (Hoje,21/10j1945).

amplas

assim como de qualquer

no bairro

dá um recado

ser seguido pelos

como a

"depois de ouvir os interessados

fica clara:

tra os despejos",

ficou restrita

todos os inquilinos

uma campanha

~ bem verdade Lapa,o

com o

da po-

prioritária

entregou-lhes

de ordem

seus rendimentos

parcelas

era usada pelos Comitês

Assim,

(37)

visto

o problema

de mobilizar

em muito,

foi

a lei do inquilinato"

que atingia

ultrapassaya,

os CDPs estavam

situando

(36) Assim

continuasse)

bem a ação do comitê:

em torno de uma questão

dimensão

a sua atuação.

"A Luta con deveria

do povo".

lavrou um tento neste

na

"O Co-

assunto,


..

.

,

33

'

c ~seg~: cioso

do sustar

contra

advogado

a ordem de despejo

dez famílias

conseguiu

havia

estava

feito,os

CDP da Lapa deu exemplo

incorrendo

aluguéis

a ordem de despejo, em penalidades

daquelas

concreto

por um senhorio

casas. Agindo

desta

de como se deve defender

em que

forneceu

instrutiva

Comitês

sobre como agir nestes

Agindo tarão

e dando publicidade contribuindo

te problema, mais

a organizar

despejos,

eficazmente

de cada bairro". neste momento

popular

para se organizar

que os inúmeros

protestos

de vida urbana

atestam

devem

urbanos

amplamente.

os interesviva e

casos.

os Comitês

es

em definitivo

es

naquela

e se manifestar "sem direção"

o

popular

era enorme,

contra

exemplo

contra

conjuntura

os

pois .a fato

as condições

que os comunistas

seguir é o de lutar em cada caso com os instrumentos

(38) Hoje,

o

Fica claro que o PCB não se

possível

(39)

forma

sobre os moradores

um amplo movimento

o que seria perfeitamente

disposição

solucionar

seus efeitos (38)

aumenta~

uma experiência

neste terreno,

senão para

ao menos para minorar

desprotegidos

dispõe

ao que fizerem

Seu

mas deixou

legais,

ses do povo, ao mesmo tempo a todos os outros

gan~

em uma vila daquele bairro.

não só fazer sustar

claro que o senhorio do,como

residentes

requerida

legais exis

22/10/1945.

(39) A imprensa burguesa se cansou de apontar a questão habitacional e particularmente o problema dos despejos como altamente explosivos. "O momento não é de se despejar ninguém. Se, porém, a lei for decretada dando este direito aos proprietários, mesmo com os pagamen .tos em dia)podemos estar certos de que estão aí o dilúvio, a noite de são Bartolomeu ou os cavaleiros do Apocalipse. Sim, isto é claro como água: desde que o inquilino não tenha plrá onde se mudar, sob a pressão desumana do despejo vem o desespero, a aflição, a loucura e aí ninguém sabe o que possa acarretar", (Correio paulis tano, 04/08/1946).


..

34

~e~~es

e nao dar a dimensão política

es?ejos

- única

t~c~~ente "eis

-

ganancioso"

questões

se tornar

tratégia,

de propriedade

específicos.

que os despejos

de expulsão

que ocupavam

1

que mobilizassem

Faltou

de baixos

a percepção populares

,

frente a população,

criando

a nível local nao identificada

as palavras

em "senhorio ao PCB ou

rendimentos

ou a disposição

as massas

pr~

para os imó-

mais geral de "manter

aos CDPs

dos

como um todo expressavam,

dos moradores

Faltou também

representativos

ma de organização

de casos

frente a sua postura

a tranquilidade". adiante

tratasse

bem localizadas

ra compreendê-Ia

do direito

- significava

que se levou era o de existir

do significado

ou seja, o processo das moradias

parcial

O problema

como se

a compreensão

pois a suspensao

forma de atacar em cheio a questão

a suspensão

já locados.

da questão,

p~

a ordem

e

de que levando urbanas

poderia~

uma base autô .. o

totalmente

de ordem e com os candidatos

política

de

co;. a es-

a -~ica ccr-

rente de pensamento. (40) A renovaçao 1946 foi um dos momentos dos despejos,

da Lei do Inquilinato

em que poderia

caso fossem criadas

estava no auge:

meio

sido assinados

de 1946 tinham

10,,(41) tra

Depois

de publicar

durante mais

o anteprojeto

em 1946 "abriu-se para receber

ter sido garantida

as condições

A maré dos despejos

e~

políticas

os primeiros

de 4.000 despejos

as

s~

a s -s e~sã para

ta.to.

seis meses em são

da nova lei, o Governo

sugestões

~e

da população" ,oojeti~

e

PauDu(42)

(40) Os CDPs acabaram ficando tão atrelados ao PCB - quase se transformando em simples comitês eleitorais dos seus candidatos - Que nRo puderam resistir quando o partido foi declarado ilegal, te~do sido desbaratados pela repressao em 1947. (41) (Correio Paulistano, 29/07/1946). Como pode-se notar, mais de 80% dos despejos de 1946 ocorreram nos primeiros sete meses do ano, o que s~ justifica pelo fato de que os proprietários temiam que a r~ nova~ao da Lei do Inquilinato em agosto de 1946 decretasse a suspensao dos despejos. (42) Diário Popular, 04/07/1946).


.

\

35

~~a satisfação

aos diversos

~a . Consta que foram enviados ?=:etários

ou de inquilinos,

~os etc. Entre estas havia 'ogação de qualquer agia neste

riormente

decidir

bre a questão

embora

tivessem

sassem.

de forma autônoma O resultado

em nome dos interesses

legislava

para influir

um insignificante

to aos despejos, do período testos

não existe

tanto,

pressionar

o Estado

que estives-

se abriu

a partir

condições

de então.

estivéssemos

urbanos,

o governo

Qua~

no auge

de inúmeros

pr~

como já vimos,

ou movimento

Novo,

aprofundou

como seus resulta-

com a emergência

manifestação

e as massas

lhe interes

a 30/08/46

Embora

mais

- não se organi-

que mais

e mesmo

fixados

so-

que ser leva-

aos aluguéis

os despejos .. Significativamente

como se fazia durante

tinham

assim

de vida nos centros

de nenhuma

popular

para,

o governo

amplo

na renovaçao procurou

isto e, através

le

de decre-

fosse levada

ao Congresso

(Assembléia

Consti

esta teria menor possibilidade

de resistir

a pressoes.

No en-

to-lei, pois se a questão tuinte)

populares,

organizadamente

lei, proibir

gislar

livremente

de todos. As

manifestações

do regime

aumento

foram facilitados.

as condições

registro

que procurasse da

estes

de mobilizações

contra

-.elas

anteriores,

para post~

com o Estado

na decisão

1942, mas se congelou

dos aluguéis

dos despejos.

com uma política

é que a lei 6.996 decretada

dos. Foi concedido

para a redução

de acordo

características

dos decretos

desde

as diversas

do jogo estava

as características

sem vigorando

- desde a re-

até a suspensão

peso na decisão

próprias

tendências

de pr~

de sindica-

a todo tipo de pressão

e abarcava

A iniciativa

das em conta pelas zaram

caso se abrindo

e, por outro,

ou menos coerente. populares,

dos aluguéis

na que~

de entidades

profissionais,

as mais variadas

canalizava

envolvidos

quase mil sugestões

autonomamente,

sim, por um lado,

sociais

de associações

controle

O governo

setores

também

em relação

a este aspecto,

parece

que se deu pouca

iffipo~


.~

36

t~~cia:

a única manifestação

~~ eral

- a Sociedade

Gisc~tido çoes

e votado

populares

urbanas

Amigos da Cidade

pelo legislativo

na renovação

q e as direções

políticas

não priorizaram

com este

cal, as reivindicações assumir

bairros

portante

melhorar

ressaltar

tinham

a nível municipal

agiram

Social

Federal,

dios residenciais seios gerais ciações

de lei suspendendo

foram um deputado

- Campos

Vergal,

dos inquilinos

(43) (Anais da Câmara

sentido,

centralizada

de Deputados,

uma

da Assembléia

amplos.

paulista

o verdadeiro

trabalhista

os despejos

- recebeu

-) era medida

é i~

do pal~

do Distrito

que enCillillmharam, ainda em fins

por dois anos. Este projeto,

de Inquilinos

Neste

- e sempre que encaminharam

gerando

de

que concretamen-

uma estrutura

- e a bancada

comunista,

que

de diversos

movimentos

os despejos

10-

no sentido

articuladamente,

e nao a bancada

1946, um projeto

tiveram

a convocação

PSP

amplos

a nível

para o PCB, por exemplo

Progressista,

dino na luta contra

moradores

de vida urbana.

Sintomaticamente Partido

caminharam

uma medida

as massas

autônomos

Os CDPs sempre

a adotar

que os comitês

prioritária

Constituinte,

o governo

mostra

das condj-

de expressar,

loca~s mas jamais

suas condições

- eram coordenados campanha

movimentos

deixar

sobre

específicos

de massa amplos que reunissem

para pressionar

te pudesse

aspectos

não organizando

não pudesse

influência

fosse

de manifesta-

sobre o inquilinato

alguma

mais permanentes.

as reivindicações

gerar movimentos

- que pediu que o projeto

da legislação

a luta contra

embora

pelo fato veio de um setor

(43). Esta ausência

que tinham

ções de. vida da população,

.carater,

de estranheza

e as demolições que respondia

apoio unânime

complementar

de diversas

ao controle

1947, V.l e V.3).

aos

dos

de

de pr~ anAssoalu-


••

37

~~é~s ca ~aior importância, ~ e~ários. co

A iniciativa

legis1ativo,

deze.as

fechava a válvula

de impulsionar

abaixo-assinados,

p tados por inquilinos

a se difundir

dos e enviá-1os

o povo".

gal: "Sr. presidente, tas, telegramas, por milhares se quatro

abaixo-assinaqos

de pessoas.

mil pessoas

inteiras

tação se tornou assunto,

pejo)

porque

(aprovar o projeto

que não saem dessas

nestes

(44).

(Hoje/ 08/04/1947).

abaixo

-assinao qua~

Campos Ver-

enorme

de ca~

deles subscritos

uma dor ilimitada

de qua-

observar

dias em que o problema inúmeras

premente

de lei suspendendo

- repito: precisamos

não desejam \ mas porque

da tática

às mãos de V.Exa.

a hora que atravessamos

de pessoas

Este foi a1ime~

com nome e endereços

toda a casa da necessidade

sem dúvida

de-

de serem despej adas, sem tererrlabso1utame~

abrigar-se,

acudir

(44)

muitos

já foi por mim encaminhado

precisamos

ra onde ir"

e memoriais,

aos

para mostrar

a quantidade

por

o surgimento

o Sr. deputado

insuperável ... o que viso cuidando

é alertar

esta iniciativa

a medida

eu trazer

que é uma angústia,

te lugar onde possam

alimentado

marcando

de se organizar

Um deles, porém,

na iminência

assim, partin-

uma que se utilizava

Com a palavra

dos pro-

etc. enviados

dos despejos.

favoráveis

não poderia

Sabendo perfeitamente famílias

amplamente

aos deputados

to ela "beneficiaria

a discussão

pedidos

mais geral pela suspensão

de escape

acaba,

ou por suas associações,

tado por dois tipos de manifestações: que começava

a medida

que tende a centralizar

de memoriais,

de um movimento

pois

acudir

casas e desses

da hab~

vezes deste

de se realizar as ações de des-

é bastante

- a centenas

difícil

de milhares

apartamentos,não

não tem para onde ir 1 absolutamente

e

porque

não tem pa-


38

o a=?_

segundo

tipo de manifestação

"iDento de massa para sustar

ao g~a~ e crescimento abri~

da polêmica

de 1947 resolvem

do ~espejo. dores

de despejo,

Co itê Distrita1

o êxito

res,

comunistas

sembléia

do a suspensão

questão

A célula

E.D. Déa

ou não

(45).

Sanchez Segura

dos despejos

mostrando

tempo

CDPs

e outros

organismos popular

de massas

ainda

um

popula-

comunista

na As-

discurso

pedin-

de habitações

finalmente

que se seguiu,

a campanha

assumir

a

já era tarde pois

e,na repressao

aos

esta perspectiva

publicidade

na imprensa

loca1izadas,tendia

a reforçar

e consequentemente

contra

os despejos

de um conjunto

permanência

(45) (Hoje. 01/~1/1945).

vigoroso

Infelizmente

que podia

pública

em breve ...

pelo Estado

resistência

jos na opinião

iniciar

despejos.

todos os organismos

a uma ação de despejo,

festações

ao

consta para que colaborem

na ilegalidade

com fÔlego. Cada resistência

no prédio,

os mora-

se inviabi1izou.

No entanto, tinuou

futuros

dentro

resolveram

que ela merecia.

em torno

reunião

dia, o deputado

e a .construção

depois o PC é colocado

de mobi1ização

em última

pronuncia

que os comunistas

com a prioridade

pouco

No mesmo

popular

em

Da11a Déa, pertencente

efetuará

do comIcio contra os despejos

Legis1ativa

populares,

desse movimento

popular.

para

Erasco

frente

finalmente

de defender

no sentido de que sejam evitados

de partida

comício

a célula

do Cambuci do PCB, decidiu

um amplo movimento

grande

uma ampla mobi1ização "Com o objetivo

criar um

Os comunistas,

em torno da questão,

Com a palavra o HOJE:

ameaçados

Como ponto

iniciar

os despejos.

buscou

gerar

a posição

de inquilinos

um prazo

e outros

tipos

contrária

no Congresso.

con-

Estas

maior

de

de maniaos desp~ resistê~


•• .. ;

39

cias atomizadas co~trária ~-:::-:.

constituiam-se

aos despejos

-Lrnerrt.o

mais

e acabavam

tanto,

rolou por muito

apesar

dos constantes

parece

nao havia

reno via demolição

de se colocar grande

a sua nao aprovação fecharia

dos senhorios,

dos mandatos

o canal de salvação

mais ainda de despejo

A permanente

na época.

onde

durante o

grande

desprestígio

eleitoral.

Revela-se da democra-

de sustentação

mobilizaç~o

o Congresso,

-

restringia

do regime.

dos inquilinos

e

do controle

no entanto, procurando

aos locatários

popu-

de propriedade

e das demolições

A suspensão

de

todo o período

direito

Esta mobilização,

desfavorável

neg~

por um deles. Assim

o populismo.

modificação

de ter-

acaba tendo que satisfazer

aluguéis

que qualquer

fato

a estrutura

foi um importa nte fator de manutenção

como referência

que

para os

a oferta

suas associações

tendo

em vota

assim o rendoso

totalmente

foi mantido

Ao que

negativa

as características

de se abalar uma das bases

entre-

e, por outro, pelo

prejudicando

sem se posicionar

restringir

este projeto

além de limitar

do inq~ilinato

dos aluguéis

lista, não se podia

basicamente

de

entre as comissões,

repercussão

no Brasil no pós-guerra,

interesses

durante

sem querer,

do Sr. Campos Vergal.

sobre um pacto de classes

como a suspensão

da posição

os despejos,

perdido

em grande desenvolvimento

cia que se estabelece

- sob riscos

disposição

por um lado, pela

mais uma vez na questão

como o controle

mesmo

lei suspendendo

de casas antigas,

cio das incorporações

diferentes

projeto

dos despejos

econômicos

alicerçada

fortalecedor

parte,

e aflitos discursos

pÚblica

de que a suspensão

poder

fazendo

tempo no Congresso,

grande

çao o que se explica,

interesses

um fator

geral.

o

teria na opinião

assim

dos

se fará

demonstrar

significaria

dos mandatos

de

de

um

despejo,


·..

40

e~~~e~a~to,

jamais

e~ a ã expulsão - s acessO

foi decretada,

permanecendo

dos inquilinos

mais

aos meandros

da Justiça

os despejos

como a por-

fracos economicamente

e aos seus advogados

e com rne-

especializa-

coso

Na perda perderam

a possibilidade

baixffipreços em locais cais de emprego.

vitável posições

-

servidos

habitando

na cidade,

procurar

zir com as próprias

mãos

tos - todos desprovidos

de habitar

rendimentos

da sua condição

que ocupavam

lhes restam,

um lote barato sua moradia. de serviços

distantes.

Estes

um novo conjunto

10-

significou

em são Paulo o ine

Agora,

expulsos

das

como aos migrantes

E lotes periféricos

para produhavia~

mui-

urbanos.

- num patamar

de lutas envolvendo

- perdê-Ia

assim

aos

a

concretamen-

na área periférica

em torno da moradia,

criaram

e próximos

representou

de moradia.

populares

em casas alugadas

já instalada

~ nesta nova condição rou um novo movimento

as classes

de infra-estrutura

pelo direito

de baixos

rebaixamento

recém-chegados,

de continuarem

Se a luta contra os despejos

te a luta pelo teto para a população

desta batalha

de habitação

os movimentos

mais baixo

a questão

que se gedos bairros

de reivindicações

de habitação,

-

ou seja,

\

aluta

pelo direito

a cidade

5 - Gt:NESE DOS MOVIMENTOS Ã

- pelos

POPULARES

seus equipamentos

NA PERIFERIA:

urbanos.

A LUTA PELO DIREITO

CIDADE

"Andres Bentes e antigo

morador

em V. Monunen-


•...

• 41

~ • =-~esto

e trabalhador ..•

ca pagou o aluguel proprietário

com atraso,

do prédio

casa, sob alegação

foi sempre

pediu-lhe

e adjacências,

procurou

Em terreno

de propriedade

e pranchas

velhas

Bentes

para o povo, vendo-se

reuniu

da

alguns

cém-chegados

(46)

está

Diva,

ros, habitados

construir

amigos

a construção

tornando

muito

com latas

e, domingo

do barracão,

comum,

o angustioso

em numerosos

de ma-

que

vai

bairros

quase

completamente

(Hoje, 08/05/1947).

problema

em nossa

de residência

casas toscas

e primitivas

abandonada

da periferia e esquecida

as vilas das redondezas:

Santa Clara,

Leme, Ema e Parque

que exclusivamente

do interior,

aliás,

(46)

são as seguintes

.Paulina,

do proprie-

para si e sua família.

"Como todos os bairros

Públicos.

casa em todo

para o seu problema.

resolveu

provisória

de resolver

insalubres".

lo, Vila Celeste

a

sabe Deus até quando.

essa maneira

e naturalmente

tempo, procurou

outra solução

mãos a obra, iniciando

Vai-se capital,

o

meses que desocupasse

em face da insistência

de um parente

uma residência

de abrigo,

Entretanto,

porém em pura perda.

tário, o velho operário

servir

casa. Nun-

na mesma.

nao perdeu

Entretanto,

nhã,puseram

anos na mesma

muito pontual.

há vários

de que ia residir

Bentes o bairro'

vivia há vários

não gozam

de são Paudos Poderes

Celeste, Sevilha.

por operários

do menor conforto

Inverna Os bair-

e camponeses moderno

re-

ou anti


42

.

'

ge ...

Para se chegar a uma dessas

te não há meio de locomoção. bus)

e daí conseguir

demorando

no percurso

vilas,

~ préciso

uma autolotação;

por exemplo,

chegar

alguns

a Vila Celes-

até Água Rasa

trabalhadores

(de ôni-

vão a pé,

cerca de 40 minutos". (47)

>"Não há água, nem luz, nem transporte, transitáveis .•• Vila Santa Maria é um bairro

completamente

abandonado.

Nem talvez na mais remota das zonas do interior

poder-se-ia

uma localidade

O bairro

tão assoberbada

de dificuldades.

ruas i~

imaginar

possui

cerca

de 1.000 casas". (48)

"Um operário um poço depois turma pelos

do serviço.

Compra

adquire

os tijolos.

para lhe dar uma mão. Em poucos barrancos

da Vila Matilde,

as "casas domingueiras",

as mesmas

Atentos

na periferia é favorável assim

condições

de são paulo/são ao surgimento

Comitês

e valorizadas

Democráticos

rapidamente poucos

em boa parte existia

os "bairros

a perceber

destes bairros

ao seu partido,

anteriormente

(47) (Hoje,22/02/1947) . (48) Correio Paulistano,11/08/1946) tor chefe do HOJE) . (49) (Hoje) 06/03/1947) .

qualquer

passam

ao surgimento

de Comitês

distantes,

dis-

que surgem

E as "vilas esquecidas"

são dezenas

são

que tal situação

como locais privilegiados

e populares.

a

com a ventania". (49)

de vida e de habitação

de quadros.

convida

Vila Guilhermina.

assim descrevem

os primeiros

abre

as casas se levantam

de uma base de apoio sólida

como a requisição

ser lembradas

muito

às novas

domingos

que tremem

ele mesmo

E aos domingos

Vila Esperança,

Os comunistas tantes".

um terrenoi

(Artigo de Ibiapava

de

que se formam

quando

organização

a

somente

em

da população

Martins,

reda-


..

'.

43

_, e= ~enos tês re~nem difícil

ainda,

a formação

a população,

visto

levantam

a sua quantidade

cursos

de alfabetização

palavra

da ordem

a partir

de Sociedades os problemas - realizam

do dia dos comunistas.

do Bairro.

das vilas'-

homenagens

ou de corte e costura

da sua organização,

responsabilizar

Amigos

o que nao

cívicas,

e, sobretudo,

urna série de reivindicações urbanas

e

dão

trazem

E, o mais importante,

o governo pelas condições

Os corni-

a

formulam,

que tendem

existentes

a

e a pedir

sua satisfação.

O HOJE passa bairros. te" para

Todo

dia ele

ouvi-Io,

às condições

de vida

lho do CDP e, acima ponde

"recebe a visita"

anotar

às questões

de tudo, tentar

é fundamental

ria, para criar

para detectar

urna tradição

tudo para desenvolver no Estado

o marco

ou o memorial

referencial

durante

característica sas urbanas

lares,

do traba-

corno o programa

de açoes desenvolvidas e priorizar

de qualquer

do PCB res

nestes

populista,

tal prática

influência

e sobre

que passa

a ter

O abaixo-assinado

do PCB de levar adi

firmar

de corno passa a se dar as relações

da forte

e se implantar numa forma

entre

durante

dos anarquistas

não era sequer cogitada,

da peri=~

bairros

se constituindo

de então. Anteriormente,

co~~-

será urna das práticas

essa política

Ela irá se

pelos

os problemas

movimento.

às autoridades

mediante

urbanas.

o período

a partir

lha, em função

dar ampla publicidac.e a importância

de reivindicações

a ser encaminhado

as reivindicações

lidamente

mostrar

de "bairro distan

formas de luta e de organização

que mais irá se desenvolver ante

mostrar

nestes

levantadas.

O conjunto nistas

de um Comitê

suas reivindicações,

ali existentes,

à situação

a dar destaque

Estado

sobem

e mas-

a RepÚblica

Ve-

nos movimentos

pop~

visto que significaria

o


.

•• 44

'

rec ~_~ecimento e a legitimação ( 937-1945),

o governo

do Estado.

forte se fechará

independentemente

do aparato

representar

os

(sindicatos

Ministério

do Trabalho).

e oficializada

pelo Estado

ria emergente

é ignorada

tal, inclusive Paulo,

porque

da área central,

pício

ao surgimento

ao grande

memente.

ferenciam Esta

aparato

limitar

o problema.

do abaixo-assinado das promessas

manter atuação

pelas

imóvel

passou

no seu contato

o setor popular

movimentos

que reivindica.

periféricos

do regime democrático

de

e, graenor-

competentes

e

pouco

a participação - assinar

se d!

o memorial que

fazer"

-

deviam em torno

contrap0!2

que tende a

neste aspecto

como os populistas

e a marcaçao

bem

popular.

centralizados

Sobretudo

a

e os CDPs,

a difundem

fazer",

pr~

que passam

se generalizam

Também

da maneira

viárias

esta tendência

do "eles devem

do "eu prometo

éprecursora

com os bairros

com a consolidação

aos poderes

a ser aquela

dos políticos,

passivo

são

criam um momento

neste aspecto,

entendiam

A tônica destes

dos comunistas

(que

a um compromisso

em

foram cana-

Os comunistas

reforçam

esta-

e a necessidade

que dispunham,

populistas)

lideranças

sobretudo

na periferia

mais importante.

organizatório

urbana da perif~

disponíveis

político

do

é reconhecida

nas transformações

de luta como o abaixo-assinado

dos políticos

a ser encaminhado

to

pUblico,

populares

a forma como os comunistas

devia se

resolver

ao processo

para

de preocupaçoes

do pós-guerra

que gozavam na época,

Formas

simbolizam

concentrados

popu-

e demais órgãos

a problemática

do poder

de movimentos

sua referência

com o prestígio ças

urbanas

reivindicação

trabalhista

fora do corpo

a redemocratização

as massas

ter no Estado

e mantida

ditatorial

por ele criado

oficiais

para onde todos os recursos

Assim,

incorporar

getulista,

momento

oficial

a questão

os esforços

estão naquele

lizados.

Enquanto

o período

a qualquer

lar surgida

trabalhadores

Durante

a partir

a

agem

de 1946,

das eleições,

os


·

'

45

=~s

cada vez mais situam suas atividades

ca~Gidatos

do povo",

rais.

A tentativa

deres

instituídos,

lativo,

transformando-se

"prometer

a transferência

eleitoral

e a utilização

posições

a limitação

fazer" quando

da mobilização das eleições

privilegiadas

eleitodos po-

da atuação

do legis-

para a expectativa

simplesmente

- são partes

e dos

sabiam que pouco poderiam

popular

-no aparelho

corno um fim

popular

integrantes

institucionàlização

do PC, que inevitavelmente

para

- corno e nao

de Estado

meio de organização

da

um

estratégia

e difundida

de

com frequê~

cia nos bairros

periféricos.

lha esta visão:

"os moradores ôo bairro de Vila Prudente ... estão orga-

nizando

um Comitê

vereadores,

Democrático

quando

dente concorreu

poderosamente

nas últimas

eleições,

isto é, as eleições

qualquer

outro

do governo.

Fazem

em favor

municipais"

os comunistas

ao PCB, desenvolveram

partido

lar e canalizá-Ia

que muito

eleições ... Agora

Enquanto graças

no governo,

dos CDPs verdadeiros

com as autoridades"

dos bairros".

"Agora

(50)

(Hoje,08/04/1947).

auxiliará

que esp~

os trabalhos

do glorioso trata-se

dos

apoiaram

de esperar

Comunista as futuras

o Sr. Ademar

urna política

de Bar-

semelhante

frear a mobilização

ou para acreditar núcleos

fazendo-Ihes

com o Sr. Ademar

Partido

.(50)

procurando

para o legislativo

que "cooperam

des as esperanças

mais urna vez é o veículo

são Paulo já tiver urna Câmara Municipal ... Vila Pr~

do Brasil

ros, eleito

O HOJE

comitês

com a supervalorização

sem tentar mostrar

realizar,

ganhar

em verdadeiros

de iludir as massas

o demagógico

em torno das eleições

de Barros

do povo daqui, que nele votou

a

de pop~

nas prone5sas

de apoio

ao governo

"chegar

os problemas

no governo,

sao gran-

e dele espera

este pre-


46

,'

se~te,

que sera um grupo escolar para as oito vilas. Temos esperança

r.o go ernador,

acreditando

que ele nos atenda,

Os comunistas, ram

(ou nao qu ís eram)

dependentes

do partido,

mar, passam Estado,

a apoiar

retirando

tatal um espaço a semelhança destaque nomeado

quando

a

por Ademar

"uma nova

fórmula

blica

e suas necessidades".

(52)

gos da Cidade

sem cor partidária

va finalidade

de apresentar

mais vigentes

de cada

agindo

deverá

- órgão

estudar

central

ção dos problemas

(51) (Hoje (52) (Hoje (53) (Hoje

I I

I

a posição

ser bem acolhida cotidianos,

06/05/1947). 06/05/1947). 06/05/l947).

contacto

a opinião

pu-

de cria-

como aqueles

dos Ami

as necessidades sua direção

reclamaç6es

dos mora-

Municipal

com o prefeito

pelos

dos comunistas

com menos

- de

e com a Gnica e exclusi-

as diversas

por todos,

das Neves~

de uma proposta

da cidade

encaminhadas

-

HOJE dá

comunistas

locais de uma "Organização

as reivindicaç6es

"deverá

pelos

es-

urbanas

Cristiano

Tais centros teriam

em constante

"OMO". O HOJE - expressando proposta

ou religiosa

de receber

como entidades

biônico

ao

no aparelho

sentido que o

mais ou menos

ao governador

de bairro

e reivindicaç6es

Tratava-~e

zona". (53)

dores,

e criando

neste

in-

junto com Ade-

mais profundamente

em todos os bairros,

e se encarregariam

no poder

de "progressita"

de auscultar

eleita

Z

do prefeito

e rotulado

populares

as organizaç6es

as quest6es

oficiais.

proposta

criar

entadora"

julgam estar

ainda mais a sua autonomia

dos sindicatos

- de "centros çao

como organismos

formas de ~incular

para enquadrar

e apoio

- soubelado, assim como nao

por outro

manter os CDPs

muito em breve"4(5l)

pois

dispêndio

centros

locais

- revela

favorece

e

Orique da

que esta

a apresenta-

de tempo e trabalho


47

para arrbas as partes~ (54)

Nesta questão dos comunistas vinculado,

de enquadrar

nização

num órgão

as mais variadas

nham pipocando

fica clara a intenção

formas

de organização

e impondo

federal,

através

sindical

na década

ca-se

pela sua predileção

- e de resto por acreditar çao nos bairros

OMO e assim

dispor

liza seu comentário nosso governo

começam

mais se empenham iniciativa crãtica

da nova situação

Não deixará

maior

que

por bem cumprir

um modelo

verticais

graças

e por já contar

pronto

com a =or acabou expl!

de org2niz~

ao prestígio

que

com os CDPs, dominar

de poder. Assim,

melhor

a missão

o sentido

da palavra

do e,

que lhes foi confiada.

Neves bem evidencia

do Brasil,

o

o HOJE fina-

"não resta dúvida que os homens

a compreender

do Sr. Cristiano

de orga-

do Trabalho,

por esquemas

de uma parcela afirmando

os núcleos

de 30. O apoio dos comunistas

que pudessem,

populares

a ele

que vi-

tem algo de semelhante

do Ministério

com a autonomia em parte

Atrelando

e

populares

de cima para baixo

local, tal iniciativa

ma como o governo

de Estado,ou

de organizações

nos bairros periféricos.

já existentes

gozavam

do aparelho

da prefeitura

a predestinação

e particularmente

A

demo-

de são Paulo.

por certo de gozar do apoio de toda a população

da cidade" .•

(55)

Infelizmente, a "predestinação 10"

pois poucos

colocado

(54) (55)

democrática

os comunistas da nova situação

dias depois tiveram

na ilegalidade.

(Hoje, 06/05/1947). (Hoje, 06/05/1947).

estavam

Seu aliado

do Brasil

o registro Ademar

enganados

cassado

de Barros

sobre

e de são Paue o partido

- o "governador


48

~- p voU - manda bater e prender ~a-ente

empastelados,

O So'erno

estadual

a proposta

visto serem considerados

assume uma posição

de criação

formação

mentos

tos desprovidos

outras

formadas

de qualquer

urbano

como

se estrutura do Estado

chamar os loteamentos

muito mais do que bairros para

populista,

a prefeitura

E ambos os crescimen urbano

mediante

e do

periférico

a produção

na sua própria

de

estrutura,

rurais para desempenh~ - que e pro-

industrial

de são Paulo-

que não pode

dar as cos-

necessárias

ao surg~

de periferia.

e a imprensa de "bairros

esquecidos

na

de loteamen-

E é esta contradição

dos movimentos

periféricos

a crescer

- o padrão

que cria as condições

Os comunistas

vezes assimilan

de desenvolvimento

a metrópole

na

tais movi-

a abertura

lotes tipicamente urbana.

de bair-

não signtticou

- tendem

urbano.

criando uma contradição

populares,

mento e fortalecimento

tos constituiam

Comitês

- só pode se viabilizar

com o caráter

tas aos reclamos

e muitas

que se vai formando

rem urna função estritamente

combinada

pelos

melhoramento

seja a de comercializar

pria da maneira

e, assim,

e na criação

Muito pelo contrário,

pois o novo padrão

lotes desequipados, qual

periféricos

seu desaparecimento

formas organizativas

habitacional

de crescimento

repressiva

os movimentos

em que cresce aceleradamente

tos são inevitáveis

comunistas.

tido grande importância

nos bairros

dos moradores.

lideranças

proporção

assentamento

populares

reivindicatória,

- criando

do as próprias mesma

desta nova conjuntura,

dos movimentos

o fim da mobilização

organismos

claramente

Embora os CDPs tivessem

de uma tradição

Os CDPs são imedia-

da OMO se inviabiliza.

Apesar ro não refluem.

os "vermelhos".

em geral gostavam muito de esquecidos".

pelo poder público

a forma mais cômoda

No entanto,

estes

loteamen

de "ir se resol


.

49

• I

~

vendo"

a crise habitacional

sendo responsabilizado. xar de investir pulares,

que se vivia e pela qual o Estado

Num momento

em que a iniciativa

em escala significativa

o poder pUblico

na construção

pode também não intervir .

graças

ao surgimento

ções acessíveis difusão

de uma grande número

a população

da ideologia

de baixos

outra moradia

- os trabalhadores

e com grandes

sacrifícios~sua

ca do empreendimento

lização e na precariedade verdadeira capital terior

significativo. da malha

urbana

cava a abertura

cavam.

que, na

sobre os prejuízos

dizia na época, referência gimento

tinha total

que tal crescimento

ao período

destes

ceçao óbvia

em estudo.

loteamentos

dos períodos

a crise habitacional

acontecendo, técnicos

esquecer

implícita

que assumia

na loca-

vazias

no período

condições

urbana eram

nem

que provofrequentes

da prefeitura

faziam

traria

esquecidos"

para a

como

se

como se fala hoje em

fechar

os olhos

a memória

dos órgãos

no in-

do que signifi-

sua existência

quando

de

dinâmica.

da área ocupada

Na realidade,

pré-eleitorais

fazia parte de uma política

da mancha

de planejamento",

e depois

glebas

desta mesma

falar em "bairros

ou em "ausªncia

econômi

justamente

conhecimento

tal a extensão

portanto,

precariamente

Sabia que não tinha

epoca, os próprios

cidade. Não se pode,

estava

a

de encontrar

de viabilidade

de extensas

Longe d~ nao prever o que estava

os alertas

onde - mediante

em lotes sem nenhum investimento

loteamentos.

para urbanizá-Ios,

,

a edificar

também é subproduto

desses

po-

isto é no fato de ser na realidade

A manutenção

A prefeitura

recursos

de lotear

área rural subdividida

de moradias

e a inviabilidade

casa. A garantia

urbana,

dei-

de lotes a venda em presta-

se dispõem

capitalista

privada

como era necessário

rendimentos,

da casa própria

estava

públicos

do pós-guerra

ao sur-

- com ex-

se aviva para deter aspectos

ex-


·~.

50

sLv s.

ão e por outra razao que Ademar

ainda em 194.7, manda um recado

·.• ·0 -

co .. struir

suas casas sem planta

o planejamentotl

das as tendências

políticas

riféricos-inclusive nao se deram conta agiram

a populaçao

um dado estrutural.

que atuaram

os comunistas

tência

de graves

nistração solver

problemas

as graves

questões

dar conta)

definir

urbanos,

referencial críticos

mais amplo. neste ponto,

era, no perlodo óbvias

ca de expansão

sem atingir

bastante

para

urbanos

as questões não podemos

limitada

articulações

mostrar

-

uma boa admi re-

em suma, elabo-

emergentes

para

locais num quadro ser

excessivarr.ente

dos problemas

não passando

do capital

a exis-

- pudesse

mais elaboradas

e de reprodução

pe-

as autoridades

Não soUberam,

visto que a compreensão

em estudo,

urbana

"lembrar"

sobre os problemas

Evidentemente

to-

deste fato e sempre

a visão de Janio Quadros

uma linha de ação que situasse

e de

de bairros

como se simplesmente

da periferia.

rar uma visão de conjunto

"podd arn

a fase legal do partido

com o poder público

- e esta era também

que

Infelizmente

nos movimentos

durante

(ou não quiseram

ou "cooperar"

dizendo

ou a "falta de fiscalização

como se fosse ne ce ss'â.r Lo simplesmente

dos problemas

tações

-

\.

do

que a prefeiturafechariaos olhos". (56)

"esquecimento"

eram portanto,

- o já ex-governador

urbanos

das consta-

entre a dinâmi

e da força de tra-

balho.

A ausência ria é .resultante desta problemas sárias

ao atrelamento

tunistas tipo

emergentes

dificuldade

e imediatos, destes

que possibilitou

na periferia.

de politização

Senão

dos movimentos

em situar

a origem

de perife-

e a causa

tendo sido uma das condições

movimentos

a formação recentemente

a políticos

de currais

foi posslvel

neces-

demagogos

eleitorais

dos

e opo~

de novo

dar a dimensão


51

0_: çã

·ca das questões -as entidades

do ç~ebrar,

urbanas

de caráter

local com o aparelho

janismo,

asce como uma resposta de precariedade outro

definitivo

é consagrada

importância

de meados caráter

autônomo

pedidos,

ral.

no qual os comunistas do pós-guerra, la habitação. cidade,

até hoje Paulo.

marca Nestes

talvez

isto é,

o que restava

a combinar etc.

do seu

uma estru

frequentemen-

com apoio eleito-

..•

um papel

um novo período

urbanos.

de então,

para se tornar

passa

dos movimentos

movimentos

do que

- como uma peça de

A partir

abaixo-assinados

tiveram

isto é a exigência

e equipamentos

periféricos

sem ter cor partidária,

surgimento

Ele,mais

a

forma organizativa

de Bairro,

e da sua representatividade

o

carentes

Amigos

municipal.

Mas isto é outra história

que

pelo enquadramento

de 50, as SABs vão perdendo

reivindicações,

tempo

dos bairros

encontravam.

e da tra

sera o responsável

nos bairros

na política

da década

tura que, mesmo te

I

das SABs-Sociedades

que finalmente grande

grupo político

herdada do populismo.

ao mesmo

polItica

na qual eles se

procuran-

das organizações

irá legitimá-las,

ou expressão

sobre a vin~ula-

de Estado,

a tradição

se apropriando

dição de lutas da periferia,

qualquer

criticamente

ainda que com dificuldades,

o

situação

e refletir

de bairros

importante

na história

a reivindicação

de transportes

Pela proporção

a face mais importante

periféricos,

sobretudo das lutas

básica

coletivos,

e dimensão

nos anos sociais

p~

é o direito'a

melhoramentos

que assumiu

da luta pela habitação

marca em são


52

~CLUSÃO: ROTEIRO

DA LUTA DOS SEM-TETO AO MOVIMENTO

DE UM REBAIXAMENTO DAS CONDIÇ~ES

Quem acompanhou em são Paulo no início pela terra se tornou urbanos

de baixos

urbanas

ilustra

agravar

detidamente

a ~eivindicação

de forma incontestável

a partir

tantes

dos anos 70, em pleno

de invasão

sas casas, que isto sabemos

eles colocam,

reivindicações.

Deixam

cialmente

Surgem

processo

áreas

de enfavel~

que começa

da terra centra

a se

alegam

para nos mesmos

todos os mo-

seus represenconstruirmos

fazer". Nem mesmo equipamentos

infra-estrutura

a luta

de grandes

fenômeno

Conforme

um terreninho

de que

clima de "milagre brasileiro".

de posse

ou de favelados.

"nós so queremos

guir depois.

o intenso

urbanos

dos trabalhadores

ocupações

tem vivido cotidianamente,

A reivindicação vimentos

os movimentos

mais premente

As recentes

-

HABITACIONAIS

da década de 80 não tem dúvida

rendimentos.

mento que a cidade

DOS SEM-TERRA

ao menos

inicialmente,

para mais tarde,

assim os movimentos

como quem sem-terra.

nos-

urbanos

na sua pauta

ou de

já sabe como conseSeu pedido

é essen-

uma terra para morar.

, A situação

atual do movimento

ção, que nao cabe aqui detalhar refletir

sobre o rebaixamento

da classe quenas

trabalhadora

histórico

em são Paulo.

casas ou cômodos

bora pudessem

nem procurar

alugados,

ter área reduzida

mais

causas,

das condições

Inicialmente

habitava

comercialmente

ou instalações

sanitárias

próximas

aos locais de emprego

e serviços

estavam

ligados

às redes de infraestrutura

pulação

inquilina

foi pela redução

urbana.

a habita-

leva-nos

a

de habitação

produzidos

ficavam

travou

pelo direito

urbanos

esta em p~ e que, emcoletivas, e, em geral,

A luta que esta po-

dos aluguéis

de suas casas.


.

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