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Um tiquinho de nada e A mulher mais forte

TEXTOS E ORGANIZAÇÃO: SAMARA GARCIA COLABORAÇÃO: CIA. CLE DIAGRAMAÇÃO: DIOGO BRAGA PROJETO GRÁFICO E ILUSTRAÇÃO: DIOGO BRAGA

FOTOGRAFIA: KLEBSON ALBERTO (38)

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LEVI MOTA (08, 15, 18, 21) LUIZ ALVES (22, 25, 27, 35) MARÍLIA OLIVEIRA (16) MARINA CAVALCANTE (10) RUTH ARAGÃO (40) VÍTOR GRILO (30, 32)

1. Cia CLE: 13 anos de pesquisa e criação // Pag. 6

2. Um tiquinho de nada e A mulher mais forte do mundo: comicidade feminina ou feminista? // Pag. 8

3. E o trem partiu, em cada estação uma troca // Pag. 14

4. Erendira, mapa para os primeiros voos // Pag. 20

5. Atrás dos muros do quintal // Pag. 28

6. O conto da mulher água: eu só sou muitas // Pag. 36

7. Rastros deixados // Pag. 42

8. Referências // Pag. 48

13 ANOS DE PESQUISA E CRIAÇÃO

A publicação RASTROS E POÉTICAS tem por principal desejo criar espaços de reflexões e produção de conteúdo sobre processos criativos com as artes circenses. Esta edição de abertura traz os principais trabalhos da Cia. CLE1, que é também propositora e cúmplice nessa trama. Inauguramos esse lugar de partilha e invenção a partir dos desdobramentos do projeto Poéticas Circenses: pesquisa e criação nos treze anos da Cia. CLE, fomentado com recurso da lei 14.017/2020 - Lei Aldir Blanc – por meio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SECULTFOR).

Desde 2007 nos debruçamos sobre a pesquisa das artes do circo na composição cênica de nossos trabalhos, o circo e sua multiplicidade nos alimenta e movimenta. Perseguimos a força imagética presente nas técnicas circenses para criar e inventar mundos possíveis. Nosso encontro na Escola de Circo do Espaço Cultural Vila e a posterior fundação da Cia. CLE em 2007, faz parte de um movimento de intensas transformações no fazer artístico com a linguagem circense na cidade de Fortaleza (CE).

E aqui estamos para juntar os fios, para tecer uma rede com a linguagem circense a partir dos processos de criação da Cia. CLE, de nossa trajetória, é para isso que aqui abrimos esse espaço. Lugar de onde partimos com muitas perguntas: O que nos move, o que está presente e também ausente e ainda assim permanece em nossas criações? Caminhos motivados por reflexões e experimentações que partem de zonas fronteiriças.

1 Uma sigla homenagem póstuma à Acleilton Vicente, artista cênico e precursor da formação circense na cidade de Fortaleza. CLE, como sigla de Circo Lúdico Experimental.

Em seus treze anos de atuação, a Cia. CLE vem desejando investigar e se aprofundar em seu trajeto por processos criativos que afirmam o corpo como um agente de comunicação, onde a cena, compreendida como lugar físico produz poesia no espaço, onde é capaz de criar imagens materiais que equivalem às imagens das palavras. A construção de uma dramaturgia circense no trabalho da Cia. CLE tanto parte de adaptações e inspirações literárias, como também se dedica a investigar as possibilidades de criar signos e gerar sentido a partir de seus próprios materiais, buscando perceber os elementos acrobáticos em sua potencialidade de afirmação do corpo - o corpo como dramaturgia.

Partimos aqui em busca de uma partilha dos afetos que nos atravessam, memórias que se corporificam, nossos métodos de investigação, os caminhos que traçamos, que norteiam as nossas criações e que atuam como dispositivos para a construção do repertório de espetáculos e experimentações cênicas da Cia. CLE. Apresentamos aqui rastros deixados pelo caminho, escritos entrecortados por imagens, depoimentos, memórias, reflexões, conexões e desejos. Adentramos algumas trajetórias dos principais trabalhos de nosso repertório: “Um tiquinho de Nada” (2008), “A mulher mais forte do mundo” (2016), “E o trem partiu” (2011), “Erêndira” (2011), “Quintal” (2016), e o mais recente e em processo, “O conto da mulher água” (2020); como um exercício de partilha do circo que fazemos e que diz respeito aos nossos modos de ser, estar e criar. As próximas páginas trazem um tanto de cada uma de nós que integra hoje a Cia CLE, é sobre Danielle Freitas, Mayara Maria, Nataniele Freitas, Rafaely Santos, Samara Garcia e Sâmia Bittencourt, mas também compõem essa rede cada uma e cada um das (dos) artistas que já estiveram conosco e que também imprimiram e deixaram suas marcas no decorrer destes anos de trabalho. Portanto, essa publicação é também sobre Eduardo Soares, Edmar Cândido, Emanuel Breno, Arnaldo Lima, Daniel Albuquerque, Sol Moufer, Davi Jucá, Eveline Nogueira, Carlos Hardy e Dayana Ferreira.

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