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6. O conto da mulher água: eu só sou muitas // Pag
EU SÓ SOU MUITAS
Por volta de cinco anos atrás a Cia. CLE tornou-se um coletivo só de mulheres circenses. Partindo desse contexto, algumas questões emergiram e se tornaram urgentes, necessárias, questões que atravessam a criação. A proposição da montagem deste que é o mais recente trabalho parte de inquietações tais como: O que faz uma mulher desaparecer, assim como desaparecem os rios?
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Um processo criativo que visa dar a ver a trajetória de mulheres que tornaram-se invisíveis, ou melhor, que foram invisibilizadas. Mulheres que ultrapassam, atravessam o apagamento para emergir, para ir das nascentes às quedas das cachoeiras, para percorrer os córregos em direção ao mar e que entre o risco e a margem emergem em O conto da mulher água. Um trabalho ainda em processo e que experimentamos no final do ano de 2020 em um formato audiovisual4, e sobre o qual temos nos debruçado para pensar seus desdobramentos para o espaço cênico.
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4 O conto da mulher água está na programação virtual do Zona de Criação do Porto Dragão em: https://www.youtube.com/watch?v=qPwfm0u7hps
“Do nosso lugar de mulher, artista, resistente na cena circense, pensando e dialogando sobre nossa caminhada, e os lugares e situações de intercessão com todas as outras mulheres que não falamos os nomes, mas falamos da história delas, da nossa história.
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A partir de diálogos sobre nós mesmas, nossos anseios, medos, vontades, revoluções. A partir do nosso olhar sobre as mulheres que perpassam pelas nossas vidas, sejam em contos, em matérias de revista, de jornal, seja em temas musicais, sejam essas mulheres quem quer que sejam, mulheres resistindo e em resistência. Foi um processo, que pra mim, acessou muitos lugares de potência, de reafirmação, de pertencimento, de sororidade. A importância de estar juntas, nesse momento tão necessário de reafirmar nosso lugar, nosso poder enquanto mulher e artista”.
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(Mayara Maria)
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O que queremos falar sobre ser mulher? Que ângulos queremos enxergar e exaltar da nossa caminhada? Decidimos falar do nosso lugar de potência, de reverenciar as reinvenções diárias da nossa luta, da nossa caminhada, dos caminhos outros que tomamos em busca da nossa liberdade de sermos o que quisermos ser.
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Nos inquieta saber o que move tão fortemente as mulheres na luta pela liberdade. O que nos faz resistir? O que nos mantém firmes? Que instinto é esse? Quais suas formas arquetípicas? Tentando responder a perguntas como essas é que criamos mitos e erguemos totens. É através de perguntas e imagens que a Cia. CLE pretende adentrar este processo criativo.
O conto da mulher água é história marcada no corpo. Ela desapareceu, foi vista na beira do mar dois anos depois, virou totem quando a maré baixou, se desfez e refez em muitas. É para ela que construiremos totens na encruzilhada entre a terra e o mar, e perseguiremos as encruzilhadas entre o asfalto e os arranhas céus para chegar onde queremos estar e ficar. Dispositivos de significâncias coletivas. Totens, que consagram o corpo e a liberdade do corpo. Um conto que se corporifica em travessia, a mulher água em seus percursos, quando infinitas vezes de costas se lança e a força das marés a traz de volta à terra para seguir levantando totens, inventando mitos e construindo narrativas onde está no centro da história.
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