asM3M. As Musas do Terceiro Milênio. Vol.3 Ed.2

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CéSAR GONÇALVeS LARCeN

AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO

TRI eQUIVOCADO, BARBARIDADe!

2ª edição

Porto Alegre César Gonçalves Larcen 2018


CéSAR GONÇALVeS LARCeN

AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO

TRI eQUIVOCADO, BARBARIDADe!

2ª edição

Porto Alegre César Gonçalves Larcen 2018


DisponĂ­vel em: < https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt>. Acessado em: 27.jul.2018.


TRI eQUIVOCADO, BARBARIDADe! COLeÇÃO AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO VOLUMe 3. SeGUNDA eDIÇãO. Primeira Edição Impressa Copyright (c) 2017 100 exemplares de 80 páginas Arte da Capa: Douglas Galindo ISBN 978-85-915192-7-9 Segunda Edição e-Book Creative Commons (cc) 2018 140 páginas Arte: Bianca Larcen ISBN 978-85-915192-8-6

Editor: CéSAR GONÇALVeS LARCeN.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 5


Recado para os Autores Nacionais.

Utilizo esta página do livro para listar em ordem alfabética alguns dos endereços que visito frequentemente na grande rede. Aprecio muito estas páginas que atualmente tratam de literatura e são mantidas por internautas que também apoiam a literatura brasileira. @amigas_entre_livros https://www.instagram.com/amigas_entre_livros/ @compulsao_literaria https://www.instagram.com/compulsao_literaria/ @cortedeumaleitora https://www.instagram.com/cortedeumaleitora/ @estantedaste https://www.instagram.com/estantedaste/ @profunda_leitura https://www.instagram.com/profunda_leitura/ @uaiumlivro https://www.instagram.com/uaiumlivro/ @vitlitbooks https://www.instagram.com/vitlitbooks/

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APReSeNTAÇãO Esta é uma obra de ficção e não tem qualquer compromisso com a realidade... as musas e os humanos com os quais se relacionam (ou confrontam) não existem. As situações apresentadas? Menos ainda... Não acredito nas musas ou em fantasmas... nestas que aqui apresento: elas mentem muito. Quanto aos fantasmas que as perseguem... esses são frutos da imaginação delas... Se é que serve como argumento em defesa destas musas, elas não mentem deliberadamente, conscientes de que estão faltando com a verdade, mas por que acreditam no que viram e ouviram... algumas nunca estudaram. Elas sabem que viveram os delírios dos humanos que invocam seus préstimos nos campos das artes e de alguma ciência de mesa de bar ou de cafeteria de universidade. Por vezes, até comprometem a verdade histórica... entretanto não faltam com a verdade das próprias experiências de vida. Entre a verdade dos outros (ou a do mundo) e a verdade delas: optam por defender suas respectivas verdades. Por vezes, até entram em consenso umas com as outras... Umas acreditam que são tão velhas quanto o próprio mundo... no entanto, outras que não se creem tão antigas se julgam (muito) mais sabidas... Eu as conheci nas ruas de Porto Alegre ainda no milênio passado... nas salas de aula de escolas públicas e privadas. Se bem que as musas que conheci nas escolas privadas não conversavam muito comigo... já as das escolas públicas, por vezes, dividiam comigo o lanche nos intervalos das aulas... Desenhei muitas delas... em especial as da universidade... Depois de um tempo morando em São Paulo comecei a reconhecer algumas delas por lá... até que me trouxeram de volta à Porto Alegre e região metropolitana. E haja inspiração e ousadia para, depois de algumas décadas contemplando-as,

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expô-las aqui em textos que podem abalar nossas relações caso elas se reconheçam em uma ou outra genialidade que expuseram ao mundo dos mortais em caráter privado, ainda que fictício.

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AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO.

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AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO Volumes 1 e 2. A série de livros “As Musas do Terceiro Milênio” não precisa ser lida em ordem. Não há uma ordem cronológica específica para consumo. Alguns dos contos foram escritos de forma simultânea, e nem todos os que começaram a ser redigidos primeiro foram concluídos antes dos demais. Na verdade, alguns nem foram concluídos ainda. A ideia é publicá-los na medida em que se apresentarem como concluídos. Os assuntos tratados não se encerram ali, no ponto final do conto. Eles demandam novos tratamentos conforme o tempo passa. Quando coloco um ponto final em determinado conto é para poder apresentá-lo, já que todos os contos se entrelaçam de alguma forma. Na verdade, parágrafos inteiros são suprimidos da versão original por não permitirem que o conto se encerre. A partir desses parágrafos, são introduzidas novas narrativas que precisam ser explicadas pelas musas. Esses parágrafos, a seu tempo, abrem outras narrativas que também precisam que as respectivas elucidações sejam expostas pelas mesmas musas que as trouxeram à luz por conta das necessidades de seus afilhados mortais. Embora nem sempre os mortais precisem necessariamente invocá-las para que elas os auxiliem. Como no caso de Eva, no volume 1 da série (As Musas Acham que...).

Eva não precisava de ajuda desta vez. Novamente, a musa entrou na sala sem ser invocada.

O que ela estaria buscando nesta visita que também sequer foi requisitada? Que preço cobraria de Eva por mais esta invasão repentina?

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Nesse pequeno conto em específico, a musa trata com Eva de termos como buscar, procurar, achar, pensar e saber... Os parágrafos que tratam dos verbos crer e acreditar foram prontamente removidos por causa dos desdobramentos que tornariam o conto muito extenso para o que nos propomos publicar a cada volume.

Já o segundo livro da série aborda um livro que li há muito tempo e passou na frente dos demais contos na fila de publicações porque assisti o filme homônimo que encontrei no youtube em outubro deste ano (2016). Optei por buscar uma versão impressa e encontrei duas. Quando as comparei, verifiquei que algumas traduções para o português foram atualizadas e que poderiam ser apresentadas no conto Do Desterro ao Caô... que já tratava de outra citação atribuída ao mesmo autor.

O livro 1984 foi escrito por George Orwell e foi publicado em 1949.

Nas páginas que antecedem o pequeno conto ilustrado do segundo volume de As Musas do Terceiro Milênio, apresento duas versões de tradução para a língua portuguesa de um pequeno trecho do livro 1984, entre as demais citações que inspiraram o conto ( musa, caô, desterro, Florianópolis, Hercílio Luz, Ondina e pólis ).

A primeira tradução do referido trecho do livro 1984 foi publicada em 1978 pela Companhia Editora Nacional e a segunda em 2009 pela Companhia das Letras.

Este trecho em específico se refere à prática de alteração deliberada de fatos históricos pelo partido que em 1984 estaria (se olharmos a partir de 1978) ou estava (se observarmos de 2009) no poder. Embora as diferenças entre as

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traduções publicadas nos anos de 1978 e de 2009 sejam mínimas elas existem, conforme uma pequena parcela do parágrafo que é apresentado no pequeno conto: "Quem controla o passado," dizia o lema do Partido, "controla o futuro; quem controla o presente controla o passado." (versão de 1978). "Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado", rezava o lema do Partido. (versão de 2009). Como os verbos "rezar" e "dizer" podem despertar interpretações de intensidades distintas dependendo do entendimento de cada leitor: deixamos que cada um desfrute de suas leituras e que nelas possam experimentar novas percepções de mundo, principalmente a partir de suas próprias experiências... O autor.

Em tempo: Uma letra de música rabiscada em uma folha de caderno, arrancada e esquecida dentro do violão que Ruivão segurava em suas mãos diante do corpo sem coração do guitarrista, podia ser uma evidência de que as musas visitavam um mesmo protegido. Entretanto, ainda que fosse possível, Ruivão achou difícil crer que as visitas pudessem ocorrer de forma simultânea, a considerar pelo pouco que sabia sobre a extrema competitividade entre elas. Apesar dos acordes rabiscados à lápis sobre a grafia displicentemente depositada à caneta na superfície da folha agora desamassada, lia-se perfeitamente: Eu ouço vozes. E são três. Mas quem são vocês? Que não entendem ou porque não querem ou porque não podem compreender, não quem sou eu, mas quem são vocês. Os anjos me disseram que eu não sei amar. Eu ouço vozes. E são três. Mas quem são vocês? Curiosamente, Ruivão estava lá na única vez que esta música foi executada em público. Ela veio precedida de um cover que começou assim em um bar de São Leopoldo: Todo mundo tem um amor na vida e por ele tudo é capaz (...) A garota que eu adoro, por quem tanto choro, não pode me ver (...) Mas seus pais não querem nossa união. Pensam que a pobreza é lixo e que rapaz pobre não tem coração.

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AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO Volume 3. PRóLOGO. *** ANGéLICA ***

Era uma loja pequena no centro de Canoas, dessas que vendem de tudo.

Quando entraram na loja o atendente veio avisar que era hora do lanche, pedindo desculpas por estar sozinho e avisando que, se entrasse mais algum cliente no estabelecimento, ele teria de que se desdobrar para atender o casal e a filha de seis anos de idade.

Righter acenou e informou que estavam apenas buscando por pilhas para colocar no brinquedo que a filha tinha ganho de aniversário. Iam fazer uma viagem à serra gaúcha e precisavam garantir que o brinquedo funcionasse ao longo do percurso de duas horas. Pelo menos durante a pequena viagem, lá poderiam dar jeito de adquirir outras caso fossem necessárias.

O vendedor ficou atendendo Righter enquanto mãe e filha vagavam entre as estantes da loja, quando a menina pediu à mãe que levassem uma boneca nova, de pano, daquelas que podem servir até mesmo como travesseiro, principalmente para se recostar no banco traseiro do carro.

O pai pagou pelas pilhas e pela boneca e deixaram a loja para embarcar no carro. Seguiam pela estrada tranquilamente, quando a mãe perguntou para a menina como batizariam a nova boneca. Todas as bonecas da menina

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tinham nome e eram batizadas em conjunto por mãe e filha. Por vezes, passavam horas selecionando nomes, a partir de longas listas confeccionadas entre sorrisos e considerações pertinentes à personalidade e características dos potenciais homenageados. Pois a lista era confeccionada a partir dos nomes de coleguinhas da escola, professores, personagens de desenhos animados ou mesmo elementos inanimados que lembrassem a boneca ou boneco da vez.

Mas desta vez foi diferente. Quando a mãe olhou pelo vão entre os bancos dianteiros em direção à criança que estava acomodada na cadeira fixada no meio do banco traseiro do veículo, aguardou a resposta e ouviu a menina singelamente retornar:

- Ela se chama Angélica.

A mãe perguntou:

- Quem é Angélica? Acho que não conhecemos nenhuma Angélica... A do desenho animado que vimos no cinema? Mas ela é meio que malvada...

- Não, Angélica como a moça da loja... ela disse que eu poderia levar a boneca se a chamássemos de Angélica.

- Tudo bem, filha. Pode chama-la de Angélica... Angélica lembra anjo: angelical.

A mãe ficou pensando por algum tempo, quando um chamado cortou o silêncio como uma navalha cortando o ar e aqueles pensamentos.

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- Pai!

- Sim, filha.

- A Angélica pode entrar na nossa casa quando voltarmos do passeio?

- Claro que pode, filha. Claro que pode...

*** CONVERSAS NOTURNAS ***

Quando Righter acordou, não teve problemas para identificar a voz da filha de seis anos no meio da noite. Olhou no relógio da parede, eram três da manhã e a conversa no cômodo adjacente prosseguia em um tom animadíssimo. Estranhou de pronto a situação e erguendo o tronco de sobressalto, sentou na cama. Levou a mão buscando o outro lado da cama e tateou o ombro da esposa que ainda dormia pesado. Ainda sentado, tentou calçar os chinelos que havia depositado displicente ao lado da cama, sem sucesso por um breve momento na escuridão, optou por prosseguir levantando o corpo e deixando a cama descalço mesmo.

O homem chegou à porta e olhou em direção ao quarto da filha sem mesmo entrar no corredor que separava os cômodos. Aguçou a audição e a conversa continuava em ritmo festivo, mas não conseguia perceber outra voz além da voz da filha. Em passos acelerados, um instante antes de entrar no quarto da pequena a conversa cessa sobrenaturalmente, como se tivesse sido previamente detectado como um intruso indesejável no perímetro de uma roda social que não lhe desejava por perto. Entrando no quarto enquanto

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simultaneamente acendia a luz institivamente, Righter percebeu a filha sentada com a Angélica no colo.

- Filha, não conseguiu dormir? Tudo bem contigo?

- Sim, papai.

A menina respondeu sorridente e abraçou a boneca junto ao rosto.

- Que conversa toda era aquela?

- Eu estava conversando com a Angélica. Ela já viu o mundo todo...

O pai olhou atento embaixo da cama, dentro do armário, atrás das cortinas... checou a janela diante dos olhos atentos da menina, sem deixar o quarto. Pediu à menina que dormisse porque ela tinha aula pela manhã e precisavam acordar cedo. Após verificar todas as janelas e portas dos demais cômodos do imóvel, voltou ao quarto do casal somente depois de ter aberto todos os armários e verificar todas as cortinas do apartamento.

O pai não cerrou mais os olhos e ficou tentando lembrar da conversa da filha, qual era mesmo o assunto? De repente se percebeu ouvindo trechos inteiros da conversa, mas parecia um pouco mais adiantada. Combinavam um passeio com outros amigos cujos nomes não lhe eram familiares... Outros amigos? A filha perguntava sobre cada um deles à Angélica... como eram e o que gostavam de estudar e de que gostavam de brincar... em um estado póstranse, Righter percebeu que aquela parte da conversa não tinha acontecido... estava acontecendo. Ergueu-se da cama, chamando a esposa que acordou... ao chegar no quarto ao lado ouviu a filha dizer:

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- Eu disse que ele ia voltar... você não conhece o papai.

Righter acendeu a luz instintivamente como da primeira vez, entretanto a filha estava deitada, ainda sorridente.

- Filha, tudo bem contigo?

- Sim, papai!

- Conversando com a Angélica novamente?

- Sim...

A mãe entra no quarto e o pai prossegue:

- Pois diga para a Angélica que você precisa dormir porque é você que tem aula amanhã e que ela pode ficar em casa dormindo até mais tarde. Então, trate de dormir...

- Mas eu avisei a Angélica... ela disse que não tem problema se eu não for para a aula porque a professora vai ensinar coisas que eu já sei... já a Angélica vai trazer outros amigos aqui para me ensinar coisas que eu não sei...

- Bom, se você já avisou: ela está avisada. Vou levar a Angélica comigo, ela vai dormir no sofá da sala hoje...

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A esposa dá boa noite para a filha enquanto que o pai inspeciona novamente o quarto e as entradas da casa, terminando por deixar a boneca no sofá da sala.

O silêncio volta a reinar no imóvel e os seres humanos dormem tranquilamente sem maiores incidentes ao longo da noite.

Na manhã seguinte, o pai levou a filha para a escola logo após o café da manhã. Havia comentado com a mãe a respeito do grande negócio que fez para conseguirem dormir com tranquilidade ao transferir a boneca para o sofá. Já na hora do almoço, enquanto o pai trabalhava na cidade vizinha, mãe e filha chegavam em casa da escola para que pudessem fazer a refeição.

A mãe vê que a criança está entretida com o aparelho de televisão da sala e a convida para a mesa da cozinha. Ao passar pelo sofá ela sugere:

- Você não quer levar a Angélica para a cozinha?

- Mas, ela já está lá...

- Não está, não, querida. Seu pai a deixou aqui no sofá ontem à noite...

A mãe entregou a boneca para a filha e seguiu em direção à cozinha para desligar a panela de pressão, sem poder ouvir a última frase da conversa que tiveram.

- Não, mamãe... ela passou a noite inteira ao meu lado para que eu não passasse a noite sozinha.

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A menina abraçou a boneca junto ao rosto novamente e sentou-se na mesa a aguardar pelo seu prato.

*** A VISITA ***

As conversas noturnas continuaram a ocorrer, sempre muito animadas, mas agora havia um toque de recolher às nove horas da noite.

Nesta noite de sábado a família visitava a casa dos avós. Os pais de Righter contavam sobre os acontecimentos da semana quando a neta, com a boneca no colo, pediu para voltar para casa. A vó retrucou:

- Mas já... ainda é cedo, pequena.

- Vovó, já são quase nove horas e não vou poder conversar com a Angélica depois desse horário.

Righter intercedeu:

- Mas, filha, você passou o dia todo com a boneca e não trocou uma palavra com ela... vai querer me dizer que vai conversar com a Angélica só depois que chegar em casa?

- É que a Angélica fica muito brava com você quando não nos deixa conversar, papai...

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- Tudo bem, filha, você pode conversar com a Angélica por meia hora logo após que chegarmos em casa.

A menina aceitou e ficou um pouco mais calma... Na hora de se despedirem a menina já estava dormindo. O pai a colocou ainda dormindo na cadeira afixada ao banco de trás e seguiram para casa. Quando chegaram, a conversa animada durou por mais meia hora conforme o combinado e tudo parecia bem. Nas noites seguintes também... o toque de recolher era respeitado e o silêncio estabelecido no lar para que a família pudesse descansar tranquilamente até a manhã seguinte.

Era sábado novamente e passaram na casa da vó a caminho do shopping center. Nem chegaram a descer do carro. Os avós conversaram brevemente com os pais da menina que aguardava no banco de trás folheando um dicionário ilustrado destinado a crianças que estão sendo alfabetizadas. Quando iam partir a vó pediu:

- Aguardem um instante...

Para a surpresa de Righter a vó traz consigo a Angélica e entrega à criança que agradece pela janela da porta traseira do veículo. Com um sorriso meio sem jeito ele avisa:

- Mãe, essa boneca ela já tem...

- Não, filho... é a boneca dela que ficou aqui no outro sábado... ela saiu daqui dormindo e a esqueceu conosco...

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Righter mal conseguiu realizar as compras dos itens que foi buscar no shopping, comeram um lanche rápido e retornaram para casa... Saindo do carro em direção à porta do apartamento térreo, o pai perguntou:

- Filha, com quem você tem conversado à noite?

- Com a Angélica, ora...

- Filha, a Angélica ficou na casa da vovó... com quem tem conversado à noite?

- Com a Angélica, a moça da loja... que deu o nome à boneca.

Righter estava começando a ficar nervoso...

- Que moça da loja, filha?

- A moça com o olho rosa... a que pediu pra gente colocar o nome dela na Angélica...

- Ela tem os olhos cor-de-rosa?

- Não, papai... um olho é rosa... o outro é azul...

- Filha, a Angélica está onde?

- A boneca?

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- Não, a boneca está na minha mão. Onde está a moça da loja? Ela está aqui em casa agora?

- Não, papai, já faz tempo que ela só consegue vir à noite... depois da hora da janta...

- E ela vem sozinha? Ela queria te apresentar uns amigos... nunca dê permissão para ninguém entrar aqui...

- Ela sempre pede, mas eu nunca deixo...

- Perfeito, continue assim. Mas como a Angélica entrou aqui?

- Pela porta.

- Não, quem a deixou entrar?

- Você disse no carro que ela podia entrar quando voltássemos do passeio...

Righter parou por um momento, pensando... e lembrou do dia em que compraram a boneca.

- Sim, filha: tem razão. Mas, não deixe mais ninguém entrar aqui...

- Tá bom, papai... mas a Angélica sempre fica brava quando eu não deixo e que pode fazer coisas ruins com o mundo... e com vocês...

- E contigo, filha? Ela não fala nada sobre você?

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- Não, ela apenas fica rangendo os dentes e rugindo como o leão do zoológico... só que um leão de cabelo roxo...

- Escuta, filha... se ela vier hoje depois do jantar para nos visitar: me avisa, tá? Fica junto do pai e da mãe na sala, tá bom. Não sai daqui... vamos passar o dia juntos hoje...

- Tá bom, pai...

A mãe ouviu tudo atentamente e não interferiu no rumo da conversa... parecia tudo muito estranho...

Quando eram sete da noite, a mãe serviu o jantar e o pai perguntou:

- A Angélica está aqui filha?

Pegando uma fatia de torta fria a filha respondeu:

- Não, pai... só nós...

Perto das oito horas da noite a filha alertou:

- Pai, a Angélica está aqui...

- Filha, pede pra ela ir embora e não voltar mais, porque ela precisa procurar alguém que ajude ela ou se juntar aos amigos dela. O que ela gostar mais...

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 23


A menina repetiu as palavras do pai e disse:

- Pai, ela ficou muito brava... mas disse que vai embora...

- Pra sempre?

- Acho que sim... nem deu tchau... virou e desapareceu.

Righter se sentiu aliviado, ainda que um pouco apreensivo... não sabia se seria uma solução permanente ou por quanto tempo ia durar.

Righter pediu para que a filha dormisse junto da mãe no quarto do casal, enquanto passou a dormir no quarto do lado... nas primeiras noites a partir de então, mal dormia... depois, passou a dormir pesadamente, sempre vencido pelo cansaço.

Passada uma semana, Righter, que diariamente perguntava para a filha se havia tido algum contato com a Angélica, sempre recebia a resposta em negação. Por vezes perguntava mais de uma vez ao longo do dia...

A filha parou de dormir junto da mãe e o casal voltou a dormir no quarto grande. De volta ao pequeno quarto, a filha perguntou se podia dormir com uma boneca para não se sentir sozinha. O pai disse que sim. Ela prontamente pegou uma de suas Barbie e foi deitar.

Na semana seguinte, sobressalto. No meio da noite, Righter acorda e ouve uma conversa animada no quarto da filha. Ele corre em direção ao quarto, no escuro, sem chinelos mesmo... já havia visto aquele filme antes...

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Ao entrar no quarto encontra a filha sentada, pôde ver ainda no escuro a Barbie nas mãos da menina...

- Com quem está conversando filha?, perguntou, temendo pela resposta.

- Com a Barbie.

Righter ficou aliviado... acendeu a luz.

- O que vocês estavam conversando?

- A gente tava combinando a festa de aniversário dela aqui em casa, vai ser na semana que vem.

- Tudo bem, filha... com a Barbie pode conversar... Já faz tempo que estão conversando, filha? Está muito tarde...

- Há algumas noites, papai.

- Engraçado, só ouvi hoje... não tínhamos combinado que essas conversas tinham que terminar as nove da noite?

- É que achamos que o senhor não estava mais bravo com a Angélica... ela acertou... disse que se eu a chamasse de Barbie você ia deixar ela me visitar e passar as noites aqui comigo e que poderíamos falar até mais tarde que você não iria se importar...

<<< continua no volume 4... >>>

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ENCILHADO Encilhado, segundo o dicionário AULETE. (en.ci.lha.do) a. 1. Que está com cilha; ARREADO: um cavalo bem encilhado. 2. Bras. RS Diz-se do mate que recebeu nova porção de erva-mate sobre a já usada 3. Bras. RS Fig. Que está intimidado, dominado: Parecia encilhado pelas ameaças dos adversários políticos. 4. Bras. RS Fig. Que foi logrado, roubado: Sentiu-se encilhado diante de tamanha ingratidão. [F.: Part. de encilhar] AULETE, Dicionário Caldas. Encilhado. Lexikon Editora Digital. Disponível em: http://www.aulete.com.br/encilhado Acessado em: 26.mar.2017.

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MUSA Musa, segundo o dicionário MICHAELIS. mu·sa sf 1 [usa-se também com inicial maiúscula] MIT Cada uma das nove deusas, filhas de Zeus e Mnemósine, que presidiam às ciências e às artes; camena. [Segundo uma versão primitiva, as musas eram habitantes das margens dos rios e das fontes, das montanhas e dos bosques e foram posteriormente alçadas desses ambientes bucólicos à condição de divindades inspiradoras das artes e das ciências. Eram em número de nove: Calíope (poesia épica), Clio (história), Euterpe (música), Melpômen (tragédia), Talia (comédia), Urânia (astronomia), Érato (poesia amorosa), Terpsícore (dança) e Polímnia (hinos).] 2 MIT Suposta divindade ou gênio que inspira a poesia. 3 Faculdade de fazer versos; estro, inspiração, sopro. 4 POR EXT Fonte de inspiração, geralmente uma mulher, que influencia um artista criador; tudo o que pode inspirar um poeta: "Matilde sentia orgulho do marido, ali, em pé, diante de poucos, expondo-se, apaixonado, como se estivesse de frente à sua musa inspiradora" (ER). 5 FIG Imaginação criadora; engenho poético; engenho, engenhosidade, talento. 6 A arte poética; o conjunto das obras em verso; a arte que se expressa por meio da palavra. ETIMOLOGIA gr moûsa. MICHAELIS, Dicionário. Musa. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=musa Acessado em: 21.mar.2017.

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TRI eQUIVOCADO, BARBARIDADe!

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TRI EQUIVOCADO, BARBARIDADE! AS MUSAS DO TERCEIRO MILÊNIO. Volume 3.

A ruiva está ali, parada. Recostada com o olhar perdido na tela do computador...

Bebia tranquilamente o chimarrão enquanto Índio Bento Seguro ajustava as referências bibliográficas de acordo com as normas vigentes. Vez ou outra ela lembrava:

- Tchê, mas não me deixa de colocar os dois pontos entre a cidade e a editora...

Seguro fingia que tinha esquecido de propósito:

- Mas e eu tava seguro de que tu não ias te guentar até eu terminar de digitar a linha...

Ele colocava seu melhor sorriso no rosto e batia com a palma da mão na testa, forte o suficiente para emitir o som de um leve tapa. Devagarzito, de forma que pudesse apenas ser ouvido sem que, no entanto, desfigurasse-lhe o sorridente semblante.

- Oh, sim, que tu não estás esquecendo de verdade... - respondeu desta última vez, fazendo roncar pelo interior da cuia o som dos últimos gotejos da água quente sendo sorvida pela bomba a partir da erva habilmente depositada no fundo da cuia.

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Bento tinha passado na Federal já há muito. Mas era a primeira vez que invocava os dotes inspiradores da musa de cabelos de cores tão vivas que parecem ter sido forjadas no próprio magma ainda vivo, incandescente. Olhou novamente para o total de páginas no rodapé do editor de textos e lascou:

- Tá dando um trabalho danado, mas tá ficando bem buenacho. Tá valendo a pena, afinal é só no dicionário que o sucesso vem antes do trabalho...

Bento olhou para os olhos castanhos dela e percebeu que ela havia travado. Provavelmente estava perdida em algum pensamento mais complexo, ponderando com a cuia na mão que ela apoiava despreocupadamente sobre o joelho... Cabeça preocupada e mãos relaxadas esfriando a água do chimarrão no recipiente...

- Guria, dá pra cá a cuia que estou precisando de mais um mate. Como tu demoras pra esvaziar uma cuiazinha de nada... Já tô ficando seco e tu aí te fresqueando pra bebericar o mate...

Ela já ia entregando a cuia pro vivente, assim mesmo, sem ter enchido, quando ele, de pronto, a reprimiu verbalmente:

- Mas, o que estás pensando? Não se devolve o mate com a mão esquerda... que falta de respeito!!!

Ele continuou rindo e encenando a caricata indignação de seu pai, o velho Tião Bento Seguro:

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- Pior que isto, é a ruptura da clássica tradição gaúcha, substituindo a cuia de porongo por esta de vidro, porcelana... ou sei lá o quê... que trouxeste... Ah, se o velho Tião ainda estivesse por aqui... ele não é muito afeito a estas modernidades...

A ruiva incandesceu de vez... do rubor das bochechas na face de pele branca e sardas alaranjadas ao fogo vivo dos cabelos rubros. Recolheu novamente a cuia junto ao corpo e, visivelmente alterada, vociferou:

- O quê!?! Tens ideia de quantas musas não sabem sequer fazer o próprio café ou adquirem a própria cerveja que consomem? Principalmente no primeiro encontro? Não lestes os primeiros dois volumes da série pra tirar as cócegas, não é? Tá tudo na Internet... As regras do truco cego também estão lá e talz... E as regras do truco estão lá de grátis, guri... Acessa aí na página 19, só pra ver.

A musa acessou de pronto o site, tomando o teclado e o mouse para si. Assim que o texto apareceu na tela do computador, apontou e, já mais tranquila, esperou o moço ler.

Como se diz na lida campeira, quando se traz um potro do campo para ser domado, a primeira coisa que precisa ser feita é “tirá as cócega” do bagual (cavalo novo ainda não domado). Esta é a fase do início da doma de baixo, ou seja, antes de montar, que é para acostumar o desconfiado potrinho com a proximidade do peão, com as cordas e com os primeiros comandos. Tira-se as cócegas para que ele se acostume a ser tocado em qualquer parte do corpo. Só depois de bem domado de baixo é que o

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ginete sobre no lombo e assim fica mais fácil para os dois. (AGUIAR, 2012, p.19)

Tão logo ela sentiu que o rapaz tirou os olhos do texto para erguer o rosto, prosseguiu:

- A cultura e a linguagem são elementos muito dinâmicos... Tem muita gente que concorda e outro tanto de gente que não concorda com as práticas vigentes nesta ou naquela sociedade. Incluindo os indivíduos que fazem parte das mesmas. Determinadas práticas vão sendo suprimidas e outras incorporadas no dia-a-dia dos grupos sociais.

Refletiu um pouco sobre a supressão e incorporação de práticas, considerou abordar a influência das filosofias pré-socráticas, socráticas, platônicas e aristotélicas sobre a filosofias agostiniana e o tomismo, bem como sobre o racionalismo e a ciência positivista... reconsiderou, ponderou e prosseguiu:

- Bem ou mal, e é difícil encontrarmos unanimidades mundo afora entre os mortais ou mesmo entre nós, as correntes filosóficas e a própria ciência, irmã caçula destas velhas senhoras, desde os primórdios das respectivas áreas de domínio, contribuiram para vocês chegarem até aqui na escala evolutiva...

embora

evolução

possa

pressupor

melhorias...

Às

vezes

precisamos tomar antigas lentes emprestadas para enxergar alguma evidência não tão evidente quando observada pelas lentes atuais... tomar emprestadas lentes de outras culturas, de outros tempos...

Preocupou-se em não trazer à luz de uma só vez muitos elementos ainda desconhecidos por Bento e simplificou:

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- Em termos de caracterização ou classificação de dados, a utilização de lentes ainda que mais filosóficas ou mais científicas pode nos ajudar a precisar melhor o que queremos dizer. Por exemplo, hoje usamos muito o ferramental de categorizações que podem carecer de precisões mais apuradas para conseguirmos validar ou situar melhor um estudo diante de nossos pares...

Bento olhou para a ruiva e pareceu um pouco confuso... talvez estivesse na hora de exemplificar um pouco:

- Pode ser que a teoria dos conjuntos da matemática ajude a precisar melhor um escopo de uma determinada pesquisa ou as respectivas caracterizações em jogo... revisões dessa pesquisa podem rever o escopo e comparar com outros... tempo e espaço são muito importantes para classificálos.

Bento continuou com o olhar um pouco distante. Ela tentou dar legitimidade ao exposto investindo na apresentação de uma experiência mais pessoal:

- Isso pode ajudá-los a ver o mundo e a humanidade um pouco mais como nós. Nós imortais vislumbramos muito nitidamente subconjuntos do conjunto de elementos da cultura gaúcha quando olhamos a história dos habitantes... os conjuntos da cultura gaúcha dos viventes da serra no século passado, no século retrasado e mesmo do litoral do século atual, por exemplo.

Investir na

experiência

pessoal pareceu

ajudar, Bento

acenou

positivamente balançando a cabeça. Ela continuou:

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- Por outro lado, embora tenhamos uma visão mais nítida para classificar esse ou aquele conjunto por conta de nossas perspicácia e longevidade, obtemos um borramento das fronteiras externas entre estes conjuntos. Um borramento ou névoa que nos prejudica a percepção com uma visão não tão nítida e consequente prejuízo na precisão da identificação dos elementos em jogo... Mas nesse ponto as musas estatísticas podem nos socorrer oferecendo uma baita ajuda, recuperando nosso foco e acuidade de percepção...

A musa fez uma breve pausa e tentou fechar a ideia que estava desenvolvendo:

- Talvez a prática de tirar as cócegas ainda esteja contida no conjunto das práticas gaúchas de hoje... mas será que ainda fará parte das práticas gaúchas de amanhã? A prática de apresentar animais em shows de picadeiro já não faz parte do conjunto de práticas circenses em alguns lugares do mundo...

Ela pensou um pouco mais sobre como demonstrar o que expôs e decidiu:

- Olha só... vamos acessar as "referências do terceiro milênio, volume 3" em

http://segundoscontados.blogspot.com.br/2017/03/referencias-do-terceiro-

milenio-volume-3.html

Copiou o endereço no navegador da Internet e mostrou para o rapaz o texto no vídeo que dizia: Usar animais em espetáculos já é proibido em nove estados brasileiros. O assunto, no entanto, divide opiniões entre parlamentares. (LIMA, 2012).

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Olhou satisfeita, apreciando o resultado na tela quando, por fim, adiantou:

- Aqui constam as referências que o autor acessou enquanto escrevia o terceiro volume das Musas do Terceiro Milênio... estão aí nesta página os atalhos para as Regras de Truco e a proposta de lei de 2012 que versava sobre a utilização de animais em espetáculos... Está aí também uma bibliografia que versa sobre o auxílio que a teoria dos conjuntos pode prestar em pesquisas no campo dos estudos culturais... pode não solucionar as questões de estudo, mas contribuí para exercitamos outros olhares sobre os mesmos problemas e, quem sabe, ajudar a explicar um ou outro fenômeno... a diferença entre as edições 1 e 2 do livro "Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço" é a inserção de um capítulo que trata justamente disso.

A musa pareceu lembrar de alguma coisa importante, mas não interrompeu a sua fala. Prosseguiu falando enquanto lembrava:

- Mas o mais importante agora nesta página das "referências do terceiro milênio volume 3" são os atalhos para dois vídeos que quero que assistas já.

A musa vai falando e clicando nos atalhos da página das referências do volume 3, mostrando e apontando os textos que menciona, direto na fonte, o que quer que isso possa significar em tempos de Internet de banda larga e sucessivos atalhos que apontam ou deixam de apontar uns na direção dos outros...

- Um deles é um documentário do History Channel, que remete toda a humanidade a uma matriz genética comum... afirmando que todos vocês,

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humanos mortais que habitam este planetinha, são descendentes de uma mesma Eva ancestral.

Talvez ela não estivesse apenas lembrando de algo importante... mas arquitetando um plano qualquer enquanto falava... Um plano qualquer e, ainda assim, importante. As musas apenas dedicam seu tempo a coisas importantes... em especial quando estão tratando dos planos que arquitetam. A musa verificou a temperatura da água. Ela sempre verifica a temperatura para servir um mate digno dos moradores do Olimpo.

- O outro é uma peça de marketing muito interessante que pretende mostrar o quanto vocês são parecidos ou diferentes de acordo com a genética de cada um e que, se buscarem um passado comum, têm grandes chances de encontrá-lo.

A musa se curva um pouco e deixa evidente que está verificando a temperatura da água, de novo, e decide buscar água quente:

- Vai assistindo aí enquanto vou buscar mais água. Não temos o suficiente para mais um mate...

A musa saiu... e quando retornou, Seguro estava pensativo, após ter assistido os vídeos do site e lido o material pertinente para os quais o autor tinha cuidadosamente colocado um ou outro atalho adicional...

Seguro fitou os olhos da musa e continuou com aquele ar pensativo por mais um breve instante e apressou-se em tomar a cuia de vidro das mãos dela:

- Dá pra cá que eu mesmo reabasteço o mate...

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A ruiva se esquiva com habilidades divinas dignas de um semi-deus e continua a falar, mui tranquilamente, projetando a voz doce do alto de sua bipolaridade inata...

- Travei um pouco no momento quando ouvi a menção sobre algo como o fato de o trabalho não preceder o sucesso apenas no dicionário. Acho que é bem provável até... Nós imortais achamos muito. Como bem poderias ter visto no volume 1 da série, a expressão "eu acho", por vezes, tem muito mais em comum com "na minha opinião" do que com "não tenho certeza", pois quem acha algo é por que encontrou, e podemos até pressupor eventualmente que procurou. Já quem tem certeza... pode ser que nem tenha encontrado, visto ou percebido algo. É bem provável que nem tenha procurado em determinados casos... se viu diante de um dogma que sequer virá a questionar um dia... Mas isso é outra história...

Olhou em volta como se buscasse paciência de onde menos sequer pudesse obter e continuou:

- Mencionaste o tal do sucesso depois de externar ter valido a pena tanto trabalho... Bem, a expressão "valer a pena" é tema para o próximo volume da série, mas essa relação do trabalho e do sucesso que mencionas depende muito do conjunto de elementos de determinada cultura. Mais no que tange à elementos de geografia e linguagem nesse caso em específico do que no que tange ao tempo, dado o tempo em que o homem moderno está na Terra.

Respirou novamente, olhou à volta como se a busca por uma nesga de paciência estivesse perdurando por tempo demasiadamente inquietante...

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- Em seguida, quando mencionaste a clássica tradição gaúcha, trouxeste para a discussão outros elementos fortemente relacionados a geografia e linguagem, atribuindo à conversa uma faceta muito correlata ao tempo... pois quando eu apresentei o chimarrão aos índios que aqui habitavam na época em que tinham suas primeiras interações com os colonizadores de então, aquecíamos a água em panelas de barro e bebíamos o mesmo em cuias de porongo com a bomba de bambu e não de metal...

Ela pousou o queixo na mão direita enquanto a outra mexia no cabelo:

- Está tudo bem quando utilizamos estes termos no dia-a-dia, conforme o censo comum vai moldando a língua. Mas teremos que revisar teu texto no que diz respeito à utilização destas palavras: clássico e modernidades.

- E o que é que tem de tão especial nisto?

- No meio acadêmico e no mundo das ciências: é interessante que os pesquisadores possam reproduzir tua pesquisa e que a receita que servirá de base para as próximas pesquisas e respectivas derivações seja o mais inequívoca possível.

- Modernidade não diz respeito a coisas atuais?

- Olha, piá: talvez não precises mexer no texto se estas palavras aparecerem de forma que não impacte nos resultados ou inviabilizem a reprodução da pesquisa. Mas a situação é diferente caso elas sejam nativas do vocabulário da tua área de estudos.

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- Entendi, como quando dizem que estão modernizando os sistemas do governo e querem dizer que estão melhorando-os, pois às vezes estão só tornando-os mais atuais com tecnologias modernas... o que não pressupõe melhorias necessariamente.

- É, do jeito que expões, guri, aparentemente vocês mortais já estão modernizando o próprio termo moderno ou o verbo modernizar...

A ruiva suspirou e continuou:

- Mas eu estava me referindo no caso de estares atuando no campo da biologia ou da história... se assim fosse, nós imortais recomendamos, nos dias de hoje, a utilização da palavra modernidade apenas para fazer referência a elementos que estão contidos no conjunto de itens correspondentes à sociedade ou período de tempo caracterizado como moderno com a ajuda da musa da história...

Seguro olhou apavorado para a imagem que apareceu na tela assim que a musa acessou outro atalho ao RESUMO ESCOLAR proposto pela página com as referências do volume 3.

- Se não estivermos tratando de história propriamente dita, talvez falando em tecnologia da informação como sugeres... é claro que estes textos não estão se referindo à retomada de tecnologias eventualmente ultrapassadas ou do vapor no período que corresponde à idade moderna e para o qual convencionou-se como marcos inicial e final: a queda de Constantinopla no ano de 1453 e a Revolução Francesa em 1789.

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A musa dos cabelos cor-de-rubi-deixado-ao-sol tomou nas mãos o globo que Seguro mantinha na estante ao lado da mesa do computador. Girou a parte móvel do artefato da direita para a esquerda e vice-versa... demorou o olhar castanho cor-de-fogo calculando abstratamente as distâncias entre os povos, quando, girando uma das mão por sobre a superfície do planeta que segurava, expôs:

- Bem sabemos que a humanidade inteira não foi dormir em um belo dia da idade moderna para acordar no dia seguinte com os dois pés na idade contemporânea. O mesmo ocorre no que diz respeito ao que convencionou-se tratar da transição das idades atribuídas à pré-história, ou antes do advento da escrita. Não saíram todos os mortais escrevendo de pronto no mesmo dia...

Mostrando no vídeo outra citação direta na página das referências do terceiro milênio que se abria na tela do computador, a musa leu um pouco e improvisou outro tanto:

- "Em 1936, os estudos do cientista Vere Gordon Childe abriram novos caminhos para uma melhor compreensão da Pré-História. Ele propôs que esses períodos fossem considerados etapas da evolução do homem, que não se excluíam entre si, superando-se através de novas formas de produção" ( UOL, 2015 ). O que pode nos levar a supor que nem toda a humanidade dispôs das mesmas tecnologias no mesmo período de tempo. O conjunto de tecnologias próprias dos seres humanos de uma época varia quando consideramos a região em que viviam ou ainda vivem.

Devolveu o globo que tinha nas mãos para o mesmíssimo local de onde o tirou com uma precisão desnecessária: retirou e recolocou o planeta algumas vezes no mesmo lugar... satisfeita com o resultado da tarefa instantânea para a

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qual se dedicou com expressivo afinco, dedicou-se a mostrar para Bento uma nova citação. Para tanto, repetiu a última estratégia expositiva, leu um pouco e improvisou novamente:

- A página do autor ainda aponta para a origem da palavra "cálculo" que "chegou à língua portuguesa através do latim calculus, que originalmente era o nome de um conjunto de pedrinhas que eram usadas para fazer contas e, posteriormente, para ensinar as crianças a contar. (...) Calculus deu origem também à palavra 'cálculo' (como em cálculo renal)" (ETIMOLÓGICO) Ou seja, o cálculo da medicina não precisa necessariamente corresponder ao cálculo da matemática...

Mantendo o tom didático, tirou os olhos da tela do computador e explicou: - Por isso, é interessante utilizarmos as palavras de forma adequada e inequívoca de acordo com o contexto em que as inserimos.

A ruiva havia introduzido na discussão um termo novo que já era conhecido de Seguro para fortalecer a explicação que estava por vir. Depois de avaliar o efeito do cálculo sobre Bento, este era o momento de trazer novas informações para a pauta acerca do termo em questão: modernidade.

- Quanto à mordenidade, é importante verificarmos o contexto, já que a Wikipedia menciona o ser humano moderno no trecho que atribui a «Human Evolution by The Smithsonian Institution's Human Origins Program». Human Origins Initiative. Smithsonian Institution. Consultado em 30 de agosto de 2010: "Os humanos anatomicamente modernos originaram-se na África há cerca de 200 mil anos, atingindo o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos" (WIKIPEDIA, 2010). Os seres humanos modernos são mencionados de forma

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similar

também

em

textos

de

outras

fontes,

conforme

segue:

"Independentemente de qual teoria esteja correta - se é que alguma delas está -, o fato é que os mais antigos fósseis já encontrados de seres humanos modernos datam de 130 mil anos e foram localizados na África" (UOL, 2015). Por isso, é melhor que você converse com a musa da biologia ou com aquela antiquada da arqueologia...

A musa olhou para cima, como se tentasse lembrar de outra colega. Sem sucesso, complementou do jeito que pôde:

- Tem ainda aquele filme "Tempos Modernos" do Charles Chaplin pra assistir...

Seguro a cortou abruptamente...

- Você vem com esse mimimi, mas não me convence. Ouvi dizer que as musas não nos deixam usar citações provenientes da Wikipedia em nossos textos acadêmicos, mas o autor do volume 3 tá usando, e pior, a maneira de apresentar as referências dele... tá toda diferentona. E tem mais, ele começa o conto do terceiro volume da série introduzindo "A ruiva está ali, parada." e depois acochambra um "Bebia tranquilamente"...Ele não sabe nem uniformizar e utilizar os tempos verbais ou pessoas do singular e plural, às vezes vem um tu e às vezes vêm umas conjugações na terceira pessoa do singular...

Ela olhou de novo com os olhos fumegantes em um primeiro instante... já apaziguados no instante seguinte.

- Vamos com calma aí, guri... por que nem toda peleia precisa ser um entrevero. Tem muita coisa misturada aí nesse balaio... Se me apunhalares

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com centenas de adagas terei que dar conta de todas elas porque não sou de negar estribo...

Bento riu com um sorriso contido e ela percebeu o motivo...

- Mas você é carne de pescoço, mesmo, hein? Te encolhe que também sou pelo-duro (RIBOLDI, 2016)... não sou tão taipa assim, piá. Estou mais para um cusco sestroso de bolicho que no ar distingue o chimango do maragato e foi no ar que farejei o cerne da tua sacada...

Ele se calou e olhou espantado... até pensou que ela iria se referir a negar estribo... e não foi por isso...

- E não estou me referindo a negar estribo...

Ele congelou e procurou por um jeito de parar de pensar...

Satisfeita e divertida com o jogo de palavras que estava prestes a desferir a punhaladas imaginárias com punhos semicerrados, a musa sorriu e lançou:

- Não só os punhais são empunhados para apunhalar...

Como se lembrasse de algum feitos ou fato em específico, completou:

- Já vi muitos impérios, reinos e nações, quase que exclusivamente nessa ordem, serem erguidos, defendidos e sucumbirem diante de inúmeros mortais com adagas e lanças em punho.

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Agora com uma lembrança mais dolorida, talvez de cunho pessoal, concluiu cabisbaixa e curvada como os cabelos cobrindo a face por completo:

- Mas presenciei muito mais destruição e dor diante de pessoas apunhaladas por palavras habilmente forjadas por quem as empunhava no calor da ira, da raiva, do ciúmes, da inveja e, principalmente, em situações de covardia extrema...

Seguro sentiu como se o próprio Hades se alastrasse pelo olimpo pampeano tomando de pronto as coxilhas ao seu redor...

A musa percebeu o ar pesado e tratou de reverter o quadro iluminando o ambiente com o fogo de seus cabelos que até deixou Bento um pouco mais trigueiro diante do vermelho digno de um pôr-do-sol de verão na beira do rio... Afinal, esta era a função dela, iluminar os viventes:

- Vamos por partes... ainda temos que retomar a questão da clássica tradição gaúcha em relação ao moderno. Pois bem, isso fica pro final da minha visita de hoje, depois que abordarmos a utilização de flexões verbais, pronomes e concordância verbal pelo autor.

Bento sentiu-se mais à vontade... o gelo do Minuano que o havia paralisado deixou o ambiente e deu lugar a um confortável clima, agora como se estivesse lagarteando no sol... até farejou e conseguiu sentir o gosto da bergamota no paladar... A musa retomou a lida e o retirou desse breve transe:

- Quanto às normas de apresentação das referências, quando os humanos não tem um compromisso imediato mais formal com a formatação para atender a academia ou outra área com normas específicas de

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normatização e regulação ou regulamento rígido mais específico orientado para determinado fim de reconhecimento dos respectivos campos de atuação, a musa da estética se faz presente desde que não gere prejuízo de entendimento das informações pertinentes a cada caso de produção ou mesmo de divulgação e de publicação, no sentido de tornar público ou dar visibilidade... muito

mais

do

que

poderia

se

referir

a

publicações

formais

ou

institucionalizadas.

Ele olhou de soslaio e pareceu que a musa empunhava uma bergamota... até esqueceu do chimarrão por um momento. Enquanto se virava para certificar-se do que havia visto ela prosseguia...

- Teoricamente os humanos deixaram de derrubar árvores irresponsável e indiscriminadamente... logo, em uma obra de ficção, vocês já podem se dar ao luxo de fazer referências à outras obras dispondo uma informação por linha... e não mais de forma sequencial em uma mesma e única linha virtual que,

na

verdade,

se

prolonga

ocupando

novas

linhas

físicas,

despreocupadamente: como se coubesse sempre em apenas uma linha física.

Entregou na mão de Bento uma bergamota já toda descascada... e ao aceitar a oferta em suas mãos entendeu que era a vez dela trata-lo como um guri de apartamento... ele lembrou de ter mencionado a cuia de vidro e que o assunto ainda não estava encerrado. Ela percebeu e, sem demonstrar, prosseguiu:

- Hoje poderíamos dispor cada informação da obra em sua própria linha, já que, teoricamente, não estamos imprimindo mais nada e nem levando volumes impressos de um lado para o outro...

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Bento concordou, acenando com a cabeça... ela saboreou o apreço e continuou:

- Nos espaços digitais não temos essa limitação toda, dá pra ver que na versão impressa as referências com essa formatação ficam bem prejudicadas, consomem mais papel e espaço físico considerável, sem falar que perdemos um pouco do recurso do clique sobre os atalhos para acesso instantâneo... a tecnologia dos smartphones até pode nos ajudar com a captura de imagem, mas não acho ainda que o recurso seja tão amigável e prático assim... talvez seja uma questão de tempo...

Ele repetiu o gesto, concordando... embora a musa começasse a mudar o tom de voz... Seguro sentiu um súbito desconforto e pressentiu que o baile ia desandar...

- Mas, em se tratando de meio físico e papel impresso, por exemplo, ainda assim: não é recomendável... se dispormos cada informação de uma referência em uma linha toda dedicada para ela, as referências de uma suposta dissertação com cem páginas não ocupariam apenas 10 páginas... ocupariam muito mais. Imagina agora, vivente, professores orientadores de trabalhos de conclusão e as bibliotecas físicas tendo que guardar um percentual a mais de páginas apenas porque estão utilizando um formato que dispõe em pelo menos quatro linhas as informações que hoje podem ocupar uma ou duas linhas...

Ele sentiu um tom mais áspero e colocou o último gomo da bergamota na boca, um tanto nervoso... outro tanto desconfiado... Entretanto, ela apenas suspirou e murmurou para si mesma....

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- Se bem que, na prática, muitos de vocês estão imprimindo muito mais folhas de papel, tolos mortais... muitos de vocês, incontavelmente muitos mais do que eu desejaria que assim agissem.

Ela procurou outra bergamota na mochila e não encontrou... ficou irritada e tratou de revirar a erva do chimarrão, mais nervosa que gato em dia de faxina, empunhando a bomba e demonstrando certo descontrole diante da tempestade que já vinha sutilmente anunciando e que liberou como uma égua noturna que disparou em cancha reta em forma de pesadelo na direção de Bento:

- A cada versão de um mesmo documento que vocês geram, terminam por imprimir uma nova cópia para servir de base para a próxima versão... e a imprimem por completo!!!! E assim por diante, quase que indefinidamente...

Ela deixou a cabeça cair na mesa, produzindo de fato o barulho que Bento simulava, e continuou, agora com a voz alterada, em tom de desespero com uma certa dose de rancor:

- Imprimem a versão completaaaaaaarrrghh... todas as vezes... mesmo que só tenham um ou dois trechos para ajustar ou corrigir...

Seguro, ele se esquivou da égua Nightmare: sabia que não podia ser atingido por aquela tempestade da cor dos olhos castanhos avermelhados da ruiva. Logo ele que nem impressora tinha... A musa percebeu que tinha se excedido... e que havia centralizado nele um sentimento que nutria em relação aos demais mortais... principalmente àqueles que ainda investem em impressoras...

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Ela tratou de se recompor como um leão preso no zoológico que é impedido de atacar os visitantes pelas grades que o cercam e retomou as rédeas dos próprios sentidos. Expirou demoradamente e, praticamente exausta, acalmou-se novamente... agora, terminando de encilhar um novo mate diante de um sedento e preocupado Seguro que não sabia como aquela visita iria terminar.

Mais grossa que dedo destroncado, ela nem se desculpou, achou que não devia. Tranquila que nem água de poço, retomou o assunto:

- Olha, a Wikipedia já tem uma maior aceitação hoje no meio acadêmico do que quando surgiu... e é um processo lento que talvez nunca venha a se configurar com uma aceitação institucional. Tu podes utilizar também, mas assim como existem regras para apresentação de referências bibliográficas ou formatações distintas de documentos ou artigos escritos para esta ou aquela revista científica neste ou noutro país... existem níveis para aceitação ou não de referências à Wikipedia... às vezes nem são expostas para os colaboradores de forma explícita e a aceitação pode depender um tanto dos avaliadores do artigo e outro tanto do impacto ou relevância da referência no contexto explorado pelos autores desses artigos.

Bento prestava atenção na explicação quando olhou o mate encilhado descansando ao lado da térmica com água... pensou em reclamar por um mate, mas a musa não parava de falar nem para tomar um fôlego... ficou com receio de interromper e presenciar nova tempestade... optou por curtir um pouco mais a bonança, ainda que desejoso por um amargo e ciente de que não receberia outra bergamota.

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- O interessante é buscarmos mais de uma referência, em se tratando de Wikipedia ou não... em casos mais formais recomendo utilizar no mínimo três referências para evitar maiores questionamentos: no mínimo três. Aqui na página das referências do terceiro volume do terceiro milênio temos um atalho para um texto publicado às 7h em ponto, tá lá a hora na página da Internet, no dia 05 de outubro de 2012... E nesse texto que publicou em sua coluna no O Globo, Hermano Vianna expõe o trecho que segue...

Continuou falando fluentemente, sem interrupções ou atropelos, embora com o solene timbre de quem lê a ilibada nota que a musa descortinou: Minha confiança na Wikipedia não ficou maior ou menor. Desconfio de qualquer informação, em qualquer mídia, tradicional ou não. Há casos de fraudes nas melhores redações. Sempre procuro pontos de vista diferentes sobre qualquer fato. ( VIANNA, 2012 )

- Se observarmos bem o texto desta primeira edição do volume 3 que tens em mãos, o autor apresenta nele alguns conceitos como o de "moderno" a partir de um dos dicionários que ele deve ter considerado como uma boa base para o pequeno conto... no volume 1, a Wikipédia também atendeu como fonte única para uma ou outra citação. Já no volume 3, ele deve ter encontrado alguma divergência razoável ou talvez a necessidade de uma melhor precisão convergente para ter citado o UOL e a Wikipédia ao situar o ser humano moderno no espaço e no tempo da pré-história...

Bento sacudiu a cabeça como se estivesse compreendendo o exposto e, ao mesmo tempo, já antecipando em seu raciocínio a fala da musa.

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- Já quando o autor apresenta a origem da palavra "cálculo" neste texto aqui, ele parece abandonar não só a Wikipedia. Por alguma razão qualquer, ou razões distintas, abandona também o dicionário de sua preferência... E não traz apenas uma referência, nos brinda com outra. Olha ai na tela...

Ela clicou em outro atalho e este texto também estava lá, bem diante dos olhos de Seguro: Calx, em latim, significava cal, pedra de cal (daí veio o inglês chalk, giz). Calx ganhou a terminação diminutiva -ulus e ficou assim: calculus, significando (1) pedrinha, (2) pedra na bexiga e (3) cômputo, conta porque os romaninhos aprendiam a contar usando pedrinhas. (PIMENTA, 2016, p.44, grifos do autor)

- Mal comparando, neste texto, cálculo está para medicina e matemática, assim como modernidade está para história e tecnologia da informação. Mas não te aflige muito, pois ter que optar por esta ou aquela fonte não é atividade apenas de estudantes, autores e pesquisadores... é uma constante no cotidiano dos leitores em geral.... dá só uma olhada neste artigo de 2009...

Bento se aproximou da tela onde leu em silêncio: (...) Não há um editor universal para a web. O leitor é que precisa, de acordo com o objetivo de leitura que tem, escolher o que lhe cabe para o momento. Assim é no jornal diário, na revista semanal, na enciclopédia impressa e no livro de contos. Não é diferente de outro dispositivo. (RIBEIRO, p.593) Vez ou outra alguém resolve usar o argumento do editor onisciente: “Mas os jornais têm um editor-chefe que

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controla o que dizem os repórteres” e “os livros que saem por editoras são avaliados por conselhos editoriais”. Importante saber que grande parte das pessoas tenha em alta conta o que ocorre nas produções jornalística e livreira, mas é preciso frustrar um pouco esses leitores. Editores-chefes também erram. Há casos famosos de notícias

mal-apuradas

que

se

mostraram

grandes

problemas mais tarde (...) Fotos de acidentes históricos divulgadas por grandes jornais e, mais tarde, a errata admitindo uma tosca montagem em programas de editoração. Também assim pode ocorrer com os livros. Editores, em sua maioria, atualmente, são executivos. Eles não lêem os originais que lhes chegam. Os conselhos editoriais pouco fazem, em grande parte das editoras, a não ser manter seus nomes entre os créditos das obras. Há quem publique porque tem os “canais”; há quem publique sempre os mesmos textos com novos nomes e tímida remodelagem. Há livros que sequer têm um mínimo tratamento editorial (por vezes, sequer a revisão de português). (RIBEIRO, p.593-594)

A musa esperou o rapaz terminar de ler e, quando ele se afastou um pouco do vídeo, ela avaliou mais um pouco o conteúdo da Internet e percebeu um bom complemento à explanação a partir de uma das referências para a qual apontou:

- Mesmo sobre as musas, nesse mesmo terceiro volume da série, além do trecho que costuma expor antes de cada conto, o autor traz também a versão apresentada por Pimenta.

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Abriu o livro que mencionou, bem na página 161, e leu em voz alta o texto a seguir: De início, eram ninfas, alegrinhas que habitavam bosques, rios e fontes. Depois, foram promovidas a deusas, responsáveis pelas ciências e pelas artes: Calíope (poesia épica), Clio (história), Érato (lírica coral), Euterpe

(música),

Melpômene

(tragédia),

Polímnia

(retórica), Talia (comédia), Terspsícore (dança) e Urânia (astronomia). O

mundo

das

artes

agradeceu

às

Musas

eternizando-as em palavras. (PIMENTA, 2016, p.161)

Fez uma pausa na leitura e completou:

- É bom que vejas o resto da história que precede a nossa apresentação e versa sobre nossas origens no livro do Pimenta que traz muitas outras informações úteis e interessantes... éramos mesmo poucas: não chegávamos à uma dezena nos primórdios... e ainda assim ainda há variações em nossa apresentação... entretanto, a crescente produção e a diversidade das ciências e das artes nos demandaram novas áreas de atuação e recrutamento, principalmente em tempos de multidisciplinaridade...

Semi-cerrou o livro sem desmarcar a página e prosseguiu:

- É verdade... o mundo ainda nos agradece eternizando-nos em palavras... e imagens... e filmes... E olha só como o senhor Pimenta é discreto nos apresentando, não explicitamente no termo musa, mas como explicação para outros termos com prefixo similar.

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Reabriu o livro e retomou a leitura em voz alta contemplando o trecho a seguir: Museu veio do grego mouseîon, lugar onde as Musas residem, através do latim museu, templo das Musas, museu, biblioteca, academia. Música, através do latim musica, veio do grego mousikós, relativo às Musas, cantos, música. Mosaico veio do italiano

mosaico, cobertura

decorativa com placas de várias cores, que se originou do latim musaicu, forma alterada de musivum (opus), obra inspirada pelas Musas e, por extensão, conjunto de elementos variados. (PIMENTA, 2016, p.161, grifos do autor)

Terminou a leitura... fez uma pausa dramática, talvez para recuperar o fôlego, buscou novas forças e atirou: - Olha aqui!!! Tu podes citar a Wikipedia, podes escrever “modernizar” em projetos de tecnologia da informação, mencionar “seres humanos modernos” na “pré-história” e na “revolução social”, bem como práticas sociais na “idade moderna”... só cuida o contexto... e se achar que precisa, porque pensou muito nisso e chegou a essa conclusão: descreve os limites do teu trabalho... se achar que não precisa... pensa de novo... busca uma nova perspectiva e decide... O mesmo vale para quando utilizas as palavras "clássico", "tradição", "tradicional" e outras derivações...

Recorrendo novamente à apresentação na tela do computador do quadro na página do RESUMO ESCOLAR na Internet, a musa aponta para o

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vídeo com o dedo no qual a unha pintada de preto, verde e dourado ostenta um pequeno pingente de ouro em forma de adaga:

- Como já deves dominar os temas em pauta que utilizas para definir uma determinada cultura, a clássica tradição gaúcha que supostamente estou rompendo ao não utilizar uma cuia de porongo para servir o chimarrão, certamente não te referes à “tradição gaúcha da antiguidade clássica” inerente à “idade antiga” que terminou com a queda de Roma no ano 476, no que diz respeito ao espaço de tempo considerado, nem tampouco aos gregos, no que diz respeito à geografia em questão...

Bento olhou surpreso e balbuciou como que sob a influência de forte transe hipnótico:

- Aparentemente: não...

- Então... aparentemente, como dizes: estavas utilizando os termos como nos casos em que se referem à “música clássica”, ou talvez “erudita”, como algo que diz respeito a um período muito mais recente cuja música remete à conceitos mais antigos...

A ruiva olhou agora como uma juíza de futebol prestes a desmascarar o jogador que ainda se contorce no gramado tentando cavar um pênalti na área do adversário...Mais perdido do que um cego em briga de faca, Bento desviou o olhar... A ruiva juíza: não. Com o olhar implacável, prosseguiu: - Ou como nos casos em que se referem aos “clássicos do futebol” como algo que remete a jogos tradicionais, mesmo entre clubes não tão antigos quanto o próprio futebol ou quanto os efetivamente clássicos gregos...

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A musa olhou em volta, procurando por um culpado a quem atribuir a culpa de um crime que não existiu e que do qual só ela tinha conhecimento de que poderia ter ocorrido... e teria eventualmente ocorrido caso ela não tivesse tomado às rédeas do rumo da prosa. Alinhou a alça de mira, achou o potencial culpado e sentenciou: "culpado"... ou, neste caso: "equivocado".

- Agora, guri, retomando a questão do mimimi: estás mui equivocado...

- De novo?

- Eu não quis dizer isso, mas já que adiantaste admitindo que a clássica tradição gaúcha se converte em equívoco e não em prática consciente do uso da linguagem... Olha só...

Como se tentasse ouvir uma música que era inaudível para Bento, a musa colocou a mão por traz da própria orelha...

- O tão grafado mimimi das redes sociais da Internet é foneticamente similar ao recíproco Me Me Me da língua inglesa.

Seguro prestou atenção e percebeu a sonoridade introduzida pelo didático gestual da musa que completou:

- É homófono aos ouvidos de muitos e, ao mesmo tempo, uma onomatopeia para o choro que podemos estar tentando caracterizar na fala do outro...

O jogador catimbeiro, agora, se joga novamente no gramado e faz fita...

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- É isto: não estou equivocado... não estive... em nenhuma das vezes... não estive e não estou... quero dizer: ainda agora há pouco eu estava me referindo ao teu choro...

- Presta atenção: o mimimi em geral se caracteriza como choro, mas nem todo choro pode ser considerado um mimimi...

- Ah, depende do volume do áudio e do desespero do vivente?

- Não... depende de se referir ao choro de alguém que está revelando sua natureza egoísta...

- A natureza egoísta do choro ou de si mesmo?

- Ambas as naturezas, a do choro e a do vivente: egoístas...

A ruiva franziu a testa, lembrando de algo:

- ... embora a palavra natureza mereça alguns outros volumes de dedicação na série... Pois bem, o autor nos traz também uma referência em inglês do site da Time sobre esse assunto.

Mais alguns cliques, Bento já estava achando ela muito à vontade com o seu teclado e mouse, e a musa traz à luz do monitor o texto abaixo: In the U.S., millennials are the children of baby boomers, who are also known as the Me Generation, who then produced the Me Me Me Generation, whose selfishness technology has only exacerbated. Whereas in

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the 1950s families displayed a wedding photo, a school photo and maybe a military photo in their homes, the average middle-class American family today walks amid 85 pictures of themselves and their pets. Millennials have come of age in the era of the quantified self, recording their daily steps on FitBit, their whereabouts every hour of every day on PlaceMe and their genetic data on 23 and Me. They have less civic engagement and lower political participation than any previous group. (STEIN, 2013)

- Traduz!

Bento

comandou

franzindo

a

testa.

Dando

a

mais

completa

demonstração de que não estava disposto a tentar ler texto algum grafado em outro idioma... ainda mais para demonstrar que ele se equivocara uma terceira vez. Falou utilizando o tom da autoridade máxima do proprietário único do equipamento de informática, por que ele era, e com uma nuance de um ciúmes injustificado pelo produto em questão.

A

musa

instantaneamente

procedeu

com

uma

livre

tradução

descompromissada para seu oponente, ou melhor: interlocutor... Ela parecia estar mais feliz do que mosca em tampa de xarope, talvez por estar saboreando uma partida mental de xadrez ou outro jogo qualquer que estava prestes a ser concluído após uma bela - achou... e tinha certeza - performance que seria sucedida pelo mate que iria buscar logo mais...

- Essa matéria indica que, nos Estados Unidos, os indivíduos que integram a geração dos "baby boomers", também conhecida como a geração do Eu, ou do Meu, para aproximarmos os fonemas, deram a luz à geração do

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Eu Eu Eu ou Meu Meu Meu, os millennials, cuja tecnologia egoísta tem cada vez mais se excedido... Enquanto que as famílias dos anos 1950 apresentavam uma foto do casamento, uma da escola e talvez uma foto do tempo do exército em seus lares, a típica família Americana da classe média de hoje dispõe de aproximadamente 85 imagens nas quais eles mesmos e seus animais de estimação aparecem. Já os millennials registram as suas atividades e disposição geográfica a cada hora de cada dia, cada passo que dão e até mesmo suas informações genéticas em aplicativos com fins específicos. Eles se engajam menos em práticas cívicas e em participações políticas do que qualquer outro grupo predecessor.

- Então... nesse caso... o mimimi diz respeito ao Meu Meu Meu ou, mais precisamente, ao egoísmo do Eu Eu Eu...

Ela piscou os olhos com aquele olhar de mosca em tampa de xarope...

- Sim!

- Por isso, disseste que o mimimi em geral se caracteriza como choro, mas nem todo choro pode ser considerado um mimimi...

- Sim!

- E quando eu mencionei o teu mimimi eu me referia tão somente ao choro, pois como não estavas defendendo ou requerendo algo para ti de forma egoísta, mas defendendo alguém que nem conhecemos... não se tratava de um Meu Meu Meu ou Eu Eu Eu como seria de se esperar por usar essa expressão...

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- Sim!

- Tens razão... estás coberta... tapada de razão: eu estou tri equivocado...

- Até aqui: estás... Só que, não: estás mais equivocado ainda...

- Mais ainda?

- Sim: equivocado, barbaridade!!!

Bento já não estava mais tão seguro quanto aos conhecimentos dos quais tinha se apropriado desde os primórdios mais distantes de sua existência dos quais podia lembrar até aquele encontro... mas sentia que, por alguma razão que ainda desconhecia, estava iniciando uma nova jornada de altos e baixos como a representada pelos cardiogramas inerentes aos viventes, ainda que mortais...

A musa buscou da memória o próximo assunto em sua pauta mental... não gostava de deixar assuntos pendentes... como deixar passar a oportunidade de mais um debate no qual pudesse expressar sua peculiar e imortal perspectiva e excêntricos pontos de vista e mostrar para os mortais o quanto precisam dela...

- Pois bem, ainda por partes... ficou para o final retomarmos a questão da clássica tradição gaúcha em relação ao moderno. Mas antes, ficamos de conversar sobre flexões verbais, utilização de pronomes e concordância verbal.

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A ruiva gosta (gostava e ainda gosta, sempre gostou...) das tecnologias que os humanos desenvolveram, desenvolvem e hão de desenvolver sob a inspiração das musas. Como a Internet facilita as interações! Podem mostrar e apontar para os mortais consumindo energia externa. Não precisam mais se esforçar para fazê-los vivenciar o que desejam expor construindo uma exaustiva matrix dentro dos cérebros e dos sonhos deles. Ainda esperam e anseiam por tecnologias 3D que substituam a totalidade dos recursos e resultados dessas práticas. Por outro lado, já podem enviar mensagens para os telefones celulares de seus protegidos, compartilhar conteúdo e, vez ou outra, deixá-los assistindo a um vídeo enquanto vão cuidar de outros afazeres emergentes.

E mais, com o aplicativo adequado de captura de imagens no telefone celular, ela pode acessar qualquer material focando a câmera no código de barras ou com outro tipo de leitura de códigos gráficos disponível. Pode até acessar a página das referências do volume 3 do terceiro milênio apresentando a imagem a seguir para a câmera do aparelho celular:

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Mas não era o caso, preferiu continuar utilizando o navegador da Internet pelo computador de Bento. Digitou e apontou com o dedo balançando o pequeno pingente de ouro em forma de adaga.

- Na página que o autor disponibilizou na grande rede com as referências do terceiro milênio, ele teve o cuidado de nos apresentar um pouco de

versatilidade

pronominal

(PEREZ)

e

concordância

verbal

(PORTUGUÊS.COM.BR), passando pelos pronomes de tratamento (DUARTE) e pessoais oblíquos (DUARTE), bem como pelo modo subjuntivo e imperativo das formas verbais (DUARTE) e pelas flexões verbais (DUARTE).

Parou de apontar e, olhando bem no fundo dos olhos de Bento, prosseguiu...

- O autor utiliza alguns recursos para propor novas técnicas de comunicação visual da escrita ou ainda promover sensações subliminares aos leitores. Eu pressuponho que ele saiba de alguma forma utilizar os tempos verbais e que, no início do conto do volume 3, por exemplo, os utilizou para conjugar frases no passado ou no presente no intuito de, eventualmente, nos produzir a sensação de urgência ou de ritmos ora mais acelerados ou mais lentos de leitura...

Ajeitou os cabelos de rubi em um coque improvisado no alto da cabeça enquanto lembrava de outras mídias e suportes para outras expressões artísticas. Com a nuca aparente continuou:

- Já que ele não dispõe de recursos como os de um filme para controlar a velocidade com a qual a informação é apresentada para o público... ele pode tentar administrar o ritmo da leitura, ou da sensação do tempo que leva pra

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passar uma ação. Entretanto, o suporte do livro e o suporte do vídeo já não oferecem alternativas tão desproporcionais para os autores no que diz respeito à inserção de flashback em suas respectivas obras.

Aprumou a cabeça, aproveitou para alinhar o corpo e o raciocínio. O coque se desfez e um mar de ondas vermelhas se descortinou por sobre parte da face, cobrindo a nuca e um dos ombros... Inclinou a cabeça um pouco para frente e olhando por cima dos óculos vociferou com a voz grave de um trovão incendiário e ainda assim lúgubre e sombria. Soando como que abafada por aquela incessante chuva que desaba no alto das coxilhas e ressoa nas abas do chapéu do tropeiro: - Nesse caso, poder optar por utilizar a expressão “a ruiva está parada” ou “a ruiva estava ali parada” abre a possibilidade de trazer o leitor para o tempo presente da musa ou distanciá-lo, de alguma forma, daquela experiência.

Achou que era o momento de interromper as explicações por enquanto e passou a indagar:

- Qual a diferença para você entre assistirmos uma partida filmada e televisionada em tempo real, ao vivo, ou com alguns segundos de atraso por conta do meio de veiculação ou ainda após algumas horas ou mesmo muitas?

- Mas bah... Muita diferença!!!!

- Às vezes: isso faz toda a diferença!!! Da mesma forma que ele se propõe a aproximar ou distanciar o leitor do tempo da ação, o autor deste livro propõe novas formas de fazermos referências a outras obras, além das

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normativas vigentes ou da simples menção ou descrição livre das mesmas, pressupondo a progressiva redução da impressão de obras e a crescente disponibilização em outros suportes no advento das plataformas digitais. E ele também procura, na medida do possível, não colocar termos estrangeiros em itálico ou com grafia diversa, ainda que não obtenha sucesso absoluto, se considerarmos que aplica margem visivelmente alterada à trechos inteiros... é um exercício despir-se de velhas rotinas de escrita que vem praticando ao longo das décadas... vez outra é apanhado colocando uma palavra em evidência gráfica, seja aplicando o recurso das aspas ou sublinhando palavras... pois não se trata de substituir ou eliminar as outras formas de grafia, mas de exercitar as possibilidades estéticas das alternativas disponíveis...

Ela baixou o tom da voz, enfática:

- Talvez estejamos tratando apenas de uma aposta em outros formatos gráficos...

Ela retomou o tom habitual e prosseguiu...

- No caso das palavras estrangeiras, isso pode se traduzir na intenção de não indicar para o leitor que desconheça aquela palavra que a mesma não será encontrada no dicionário da língua que predomina no texto, e que deve ser procurada em outras fontes ou dicionários estrangeiros... podemos pressupor que as pessoas já estão aptas a clicar com o botão esquerdo do mouse sobre a palavra que desconhece ou a submete-la à alguma ferramenta de busca na Internet. E mais, já estão aptas a ficar sabendo tudo sobre a mesma navegando pela grande rede de computadores...

Respirou e seguiu no mesmo ritmo, sem alterar o tom:

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- E quanto aos pronomes pessoais: temos os pronomes de tratamento... acho interessante mantermos ao longo de um texto ou livro as conjugações verbais referentes a segunda pessoa do singular dos pronomes pessoais do caso reto ou pelo pronome de tratamento na terceira pessoa, optando entre os pronomes tu e você. Entretanto o autor pode reservar esta regra para a narração, já no que diz respeito aos personagens: depende do que ele pretende representar ou apresentar para o leitor... eventualmente os personagens podem não seguir a mesma regra. Ainda assim, há casos em que a própria narração pode variar a conjugação verbal ou em relação aos pronomes pessoais retos ou de tratamento conforme quiser impactar com maior ou menor grau de intensidade a relação dele com o leitor.

A ruiva já não olhava apenas no fundo dos olhos de Seguro, conseguia antever o fundo da alma do rapaz, examinando atentamente a sua superfície.

- Faz diferença se te trato por você, tu ou senhor?

- Bah, isso, sim, agora me faz toda a diferença!!!

- Pois então...

Parecia satisfeita, sem no entanto estar. Deixou por um instante de vasculhar a alma e o fundo dos olhos do jovem que começava a sentir-se inebriado com a inspiração que percebia brotar em ritmo acelerado dentro de sua mente. Ele não tinha percebido o momento em que a súbita inspiração fincou raízes, mas a musa se percebia ciente de todas as origens do mundo e dos processos que ela operava...

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Impressionante, não para a musa, como ele seguia o script por ela planejado sem mesmo perceber ou conhecê-lo. Ela estava tratando de conduzi-los à reta final daquela visita:

- Agora que estamos chegando ao final da visita, vamos falar da clássica tradição gaúcha em relação ao moderno. Até onde ou quando podemos recuar no tempo para que possamos identificar a tradição gaúcha?

- Certamente, não até a antiguidade clássica da idade antiga... no tempo da Grécia antiga... não, mesmo.

- Com certeza... E até onde recuamos no tempo para nos referir a identidade grega ou mesmo romana?

- Nesse caso, à idade antiga e às penínsulas balcânica e italiana, na Europa...

- É uma lacônica viagem no espaço a que mencionas, mas uma longa viagem no tempo... E se perguntarmos a um habitante da Grécia ou da Roma atual? Com qual espaço geográfico será que se identificam?

- Não faço a menor ideia... não sou grego ou romano... a não ser que consideremos os vídeos que me fizeste assistir... um propõe que descendemos todos geneticamente de uma mesma ancestral fêmea...

- No caso de vocês, mortais: sim.

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- Pelo que o segundo vídeo propõe, pode ser que eu descubra que minha jornada genética tenha se originado logo nessas localidades... Mas: sei não... continuo não arriscando um palpite...

- Deixa de onda e responde o que vier a tua mente... é só um exercício, guri...

No susto ele lascou:

- Até a formação dos respectivos países na idade moderna...

- Muito bem... talvez seja um tanto quanto provável que os indivíduos contemporâneos destas localidades tendam a se reconhecer como os gregos ou romanos do Estado vigente de acordo com a identidade proposta ou promovida pelas respectivas instituições que atuam nas instâncias de governo, educação e sociedade, entre outras. Caso se permitissem remontar ao tempo do Império Romano, talvez tivessem outra percepção de si mesmos como cidadãos de uma outra realidade... Quem sabe? Daí, pergunto: o conjunto das práticas culturais desses grupos de indivíduos, nessas áreas geográficas e nos tempos atuais podem ser os mesmos dos demais indivíduos que viviam nessas mesmas áreas em tempos predecessores? E retroagindo a, pelo menos, qual intervalo de tempo se desejássemos manter o conjunto intacto?

- Como assim?

- Tá bom. No Brasil... em um determinada capital de estado qualquer... os indivíduos podem se reconhecer como indivíduos que fumam em espaços públicos fechados?

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- Talvez não tenhamos muitos grupos que se reconheçam assim nos dias de hoje... mas há algumas décadas... muito provavelmente teríamos muitos grupos que assim se reconhecessem.

Ela sorriu.

- Também penso assim.

E já tratou de desmanchar o sorriso antes de prosseguir:

- Dessa forma, muito importa o tempo. Talvez seja uma questão de quanto queremos retroceder ou avançar no tempo para reconhecer uma ou outra prática de tomar chimarrão... talvez em um futuro distante a tradição seja reconhecida em cuias de porcelana com bomba de metal... hoje se pretende fazer reconhecê-la nas cuias de porongo acompanhadas pelas bombas de metal da mesma forma que podemos recuar um pouco mais e talvez reconhecê-las ainda nas cuias de porongo, entretanto acompanhadas por bombas de bambu... Talvez o discurso esteja limitado às nossas preferências do quanto queremos ser ou parecer o mais europeu, indígena ou brasileiro possível... para tanto uns usam os porongos redondos, outros usam os mais compridos para reforçar suas marcas identitárias...

- E isso tudo aí que estás me contando é verdade ou é só trova?

- Bah, mas aí tu me faz deixar cair os butiás do bolso... É nesse ponto, bem nessa fala tua que o autor do terceiro volume da série das musas do terceiro milênio não se contenta com o texto que confeccionou para a introdução dos três livros... nesse volume mais recente ainda tece novas considerações sobre nós, as musas.

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A ruiva toma o livro nas mãos e lê, novamente em alto e bom som:

- As falas delas estão limitadas por suas memórias de experiências vividas e lidas, pelas lições aprendidas... E o pior é que as falas delas também estão limitadas pelas memórias de experiências vividas e lidas, bem como pelas lições aprendidas pelo autor da série. Pelos sites que visitaram e pelos que deixaram de visitar. Pelas aulas de idiomas que frequentaram ou deixaram de frequentar...

Ela balança a cabeça e concorda com o autor:

- E não é que ele tem razão? Mas a lição aqui, piá, é o respeito.

- O respeito?

- Ou a falta dele...

- Como assim?

Bento perguntou enquanto olhava impressionado para as páginas do livro: conferindo, em silêncio, a leitura da musa... De repente, levanta os olhos e lê em voz alta, um pouco desconcertado, pensativo e apresentando um certo desconforto:

- Aqui no livro o autor alerta que a musa deste volume da série apresenta alto índice de instabilidade emocional e imprevisíveis alterações repentinas de humor... ele revela que, apesar de conhecer o suficiente de

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análises sociológicas e culturais, ela entende um pouco de inglês e espanhol e sequer arranha o alemão...

A ruiva alucinada, entretida na formulação do sermão que pretende proferir, não ouve o rapaz e retoma a fala:

- Olha, eu bebo chimarrão em qualquer cuia... uso a de vidro quando quero sentir melhor o gosto da erva... não recuso chimarrão misturado com folhas de outros chás ou mesmo com mel ou açúcar... podemos apreciar cada chimarrão que gentilmente nos é ofertado e experimentar as práticas de um ou outro anfitrião e seus costumes... sem reclamar ou botar defeito... já a cuia de porongo acrescenta um novo gosto ao mate, principalmente com o passar do tempo em que vai ficando mais curtida... o gosto da erva é por vezes alterado até mesmo quando se troca de fornecedor ou tipo de moagem...

Ela parou um pouco, lembrando e arquitetando sua próxima atuação. Tentou não mostrar-se limitada à própria memória e acessou outro endereço. Apontando para a tela, mostrou um texto que busca um pouco do passado, e registra outro tanto da tradição. Bento atendeu e leu consigo mesmo. Foi pelo início do século XIX, no contato com os guaranis naturais do atual Paraguai, que os aventureiros europeus deram com o chimarrão. (SANTOS, 2010) Embora não seja tão formal quanto um chá chinês, o ato do chimarrão, sendo um ritual, possui seus cerimoniais: a infusão deve ser preparada pelo dono ou chefe da casa e é este o primeiro a tomar da cuia. Isto é visto por muitos como um sinal de hierarquia, mas, na verdade, ninguém mais altruísta do que aquele que prepara o chimarrão: afinal, a primeira cuia é também a

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mais amarga. Ao terminar, ele deve preencher novamente o recipiente com água e passar para as mãos do próximo na roda. Assim, o companheiro ao lado sempre beberá a cuia mais agradável recebida de mãos amigas. Este é o ritual para fora, da solidariedade. Atenção: não passe a cuia adiante sem antes tê-la feito roncar (é um ruído parecido com o final de um milkshake), pois tal ato é muito mal visto. E a cuia sempre deve ser transmitida adiante com a mão direita. Coisas da tradição! (SANTOS, 2010)

Com os dois pés fincados no âmago da alma de Bento, seguros e firmes nos estribos do etério bagual, a prenda dos cabelos com a cor do pôr-do-sol mais lindo do mundo às margens do Guaíba dá uma última conferida no fundo dos olhos do vivente quando percebe que já pode afrouxar o laço e deixar o farrapo lidar solito com a nova lição.

- Ficaste chateado quando não respeitei teus conhecimentos... mas fica tranquilo... todo mundo conhece o suficiente se considerarmos os caminhos que cada um trilhou... nós imortais já vimos civilizações, sociedades e culturas inteiras aparecerem e serem dizimadas ao longo dos tempos... desde a préhistória... não vejo um uso mais ou menos correto para as palavras "clássico", "tradição" ou qualquer outra...

Mais fria do que barriga de sapo, complementou:

- Vocês vão bagunçando nosso trabalho diversificando o uso das palavras e nós vamos administrando o resultado e organizando o conteúdo na medida do possível... é nossa função auxiliá-los a evoluir de acordo com os

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planos do Olimpo... no campo das ciências e das artes em geral... o importante é que vão percebendo cada vez mais nuances e sutilezas nessas áreas conforme vão aprimorando suas técnicas e tecnologias... também nos beneficiamos disso... já vivemos muito tempo sem ar condicionado ou água encanada...

- Estou tranquilo e seguro... não fiquei chateado... pelo menos agora... ainda tenho que me acostumar com alguns conceitos novos, mas não vou abortar todas as práticas de então... acho agora que tenho apenas que observar o contexto específico de cada situação, atividade e público-alvo...

- É por aí...

- Nos vemos de novo?

- Acho que não... já estás pronto para uma nova fase, com outra musa que não utilize cuias de porcelana...

- Espera... e aquele negócio do sucesso vir antes do trabalho apenas no dicionário só funcionar aqui? Aqui onde?

- Aqui onde se fala português... ora bolas... enquanto que no último exemplo o tempo importava, nesse de agora o que importa, ainda, é o espaço geográfico... embora cada vez menos...

- Não entendi...

- Mais diretamente relacionado com a língua nativa do país em que vivemos... embora nos dicionários da língua inglesa "success" também venha

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antes de "work", em alemão "erfolg" vem justamente depois do "arbeit", que deve preceder muitos outros elementos a julgar pela inicial "a".

- Agora compreendo...

A musa sorriu ajeitando o cabelo em um novo coque provisório, tanto improvisado quanto não-permanente, e ele viu a oportunidade de reivindicar um provável prêmio:

- E o meu mate?

- Pode ser no recipiente modernoso?

- Claro que pode... sabe, depois de toda essa busca frenética pelas terminologias mais adequadas para cada contexto e configuração de interlocutores... o teu mate modernoso, de repente, parece-me até mais palatável...

Ele olhou nos olhos dela, mas os cabelos cor de rubi complementavam a cortina de fogo que blindava o castanho incandescente, impenetráveis às perspectivas dos mortais.

- Compreendo que é importante cultivarmos as tradições e que não precisamos hostilizar as novas práticas para que as primeiras sobrevivam.

Ele tomou o mate até o fim, em um só folego, fazendo o característico ronco que finda aquele processo individual e dá início a uma novo reabastecimento de água que permite que o processo maior prossiga em seu curso de prática social coletiva... Achou que era verdade: pareceu ter apreciado

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melhor o gosto da erva no recipiente insípido... Dependendo da abordagem, poderia não se tratar de substituir uma prática pela outra, mas de dispor de ambas, caso a caso, conforme a vontade do vivente... Ansioso por mais um mate, já entregava a cuia para a ruiva quando completou:

- Muito palatável, tanto quanto o meu chimarrão, tradicional e que não será tomado como arcaico por conta das novas práticas, pois não o abandonarei de forma alguma... vez ou outra tomo um mate destes contigo... muito obrigado!

- Seguindo a tradição vigente... e de acordo com o protocolo não arcaico em vigor: esse teu "muito obrigado" encerra nosso clássico processo de interação social mútuo...

Sorrindo, a musa tomou a cuia das mãos de Bento enquanto pegava seus pertences com habilidade e velocidade sobrenaturais... Ele já não mais enxergava a ruiva que sumiu em um piscar de olhos bem debaixo das suas barbas e diante de um Seguro que ouviu a voz de labaredas tão vivas quanto as do cabelo dela. Embora se apresentasse com a nitidez audível resultante de um processo tal, como se o som estivesse sendo produzido e registrado a fogo com altíssima fidelidade e definição sonora, límpido, à prova de ruídos, ele percebeu que vinha de muito longe, de algum remoto lugar no tempo e no espaço, a despedida:

- Te cuida e vai pela sombra!!! Felicidades: sempre!!!

Lá ia pampa afora, em plena primavera, uma musa livre e ímpar como a natureza do Rio Grande: sem par.

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A partir daquele momento Seguro compreendeu e estava certo de que não a veria mais... nem voltaria a dividir outra cuia de chimarrão com ela... mas também teve a certeza de que passaria a vivenciar as rodas de chimarrão como um novo homem... nem melhor ou pior... diferente... e na medida do possível: com menos mimimi. * * * * * * * * * Em uma fria manhã ensolarada de inverno, Bento ligou o computador e percebeu um recado grafado em papel auto-adesivo, verde-erva-mate, afixado à base de seu monitor, caprichosamente escrito à mão com caligrafia gélida e congelante como o dia que se descortinava. Continha o seguinte dizer: Assim dizia a musa: nunca deixes de tomar chimarrão. E se quiseres ser um bom anfitrião, tenhas sempre duas cuias ao alcance da mão, uma para cada ocasião, uma para cada geração. Talvez ele tivesse razão: não a veria mais... embora pudesse contar com esporádicos bilhetes furtivamente afixados em seus móveis na calada da noite. Bilhetes contendo caligrafia de arestas impecáveis. Umas vezes apresentando vértices de ângulos fechados, duros, frios e impessoais; outras, abertos, calorosos e acolhedores. Mas sempre contendo rimas com sufixos repetitivos e de baixo grau de complexidade. Bento os achava tão repetitivos e difíceis de digerir quanto a suposta autoria dos mesmos. De qualquer forma, acreditava e os consumia avidamente junto com o amargo matinal em eventos que deixavam de ser tão solitários nessas ocasiões.

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AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO Volume 3. ePíLOGO. *** LADeIRA ABAIXO ***

Porto Alegre não era a mesma na última década do milênio passado...

A brisa de verão passeava por entre as galerias do que hoje chamamos de Centro Histórico...

O Guaíba cheirava a algas... era o que diziam os jornais...

O vento raquítico jogava com o papel no chão, de um lado para o outro...

Era domingo e o panfleto que rodopiava na boca de lobo dizia: "O FIM ESTÁ PRÓXIMO. Ele se aproxima com o tercêiro milenio."

As pessoas passavam por ela na rua e a achavam bonita demais para estar circulando no centro às três da manhã, sozinha e no domingo...

Olhavam para o corpo esguio andando apressado, descendo a Vigário... Os rapazes até pensaram em dizer uma gracinha ao vê-la aproximando-se por entre as colunas da Igreja...

Os dois que estavam sentados em caixotes de vinho, levantaram-se... Projetaram-se em arco diante da trajetória da garota de cabelos roxos, quase fluorescentes.

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Ela continuava andando, cega, passos firmes, trote inalterado, punhos cerrados, dentes semi-cerrados, cega... os olhos dela...

Repararam como era bonita, mas no centro, àquela hora... acharam que ela estava buscando confusão... e eles? O que buscavam?

O cigarro improvisado passava de mão em mão... os risos, as risadas, de orelha à orelha... eram agora pequenos sorrisos, de meia-boca...

Uma garrafa de vinho caiu no chão... não quebrou. Mas o resto de vinho saiu do pescoço pelo gargalo... e o cheiro de vinho quente espalhou-se pelo ar, abraçando as colunas.

Agarrando-os pelo pescoço e jogando o resto de razão para longe daquela cena... não disseram gracinha alguma. Trocaram olhares... ela se aproximava, alheia aos movimentos dos primatas...

As outras não se interessariam por instintos tão primitivos, mas ela... em um outro momento, talvez... sentiu-se como um leão preso no zoológico, impedido pelas grades de avançar nos visitantes.

Conforme ela se aproximava, aérea, as luzes da rua permitiam que eles apreciassem melhor o quadro... as roupas eram boas... de marca... mas, as jóias...

Era cada cordão no pescoço, conectados à gargantilha que reluzia como se tivessem mil diamantes... bem, um tanto menos...

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Eles conseguiam fazer planejamentos de curtíssimo prazo... isso talvez pudesse ter atraído a atenção dela, em um outro momento, talvez...

Vislumbraram num lampejo o que estava por vir... e que lampejo... ela é muito rápida, de baixa estatura, mas com saltos altos. E que saltos...

Era como se ela deslizasse em um trote sobrenatural. Foi muito rápido, não disseram gracinha alguma. Grunhidos bestiais foram calados entre palavrões curtos proferidos a esmo com violência desmedida...

O cheiro do vinho quente no ar... o cheiro do sangue... e das algas... era o que diziam os jornais...

"O FIM ESTÁ PRÓXIMO. Ele se aproxima com o tercêiro milenio."

Dizia o impresso em meia folha A5. O acento circunflexo na palavra errada.

*** RUIVãO *** E sobre o Ruivão? "Era agente penitenciário em Charqueadas" diriam, se perguntassem.

Afirmariam e colocariam a mão no fogo. Como ele lidava bem com os detentos. Tinha amigos. De verdade.

Alguns o defendiam. Sério. Às ganhas. De outros detentos e de outros colegas.

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Alguns detentos diziam que tem agente boa gente e agente não tão gente boa. Em toda profissão tem, diziam eles.

Quem assistiu aos filmes do Rambo sabe... sabe também que Rambo não existe...

Mas o Ruivão nunca disse que era agente... não se sentia agente... mas gostava dos colegas. E dos amigos.

Não era agente, mas estava sempre lá... fazendo serviços gerais... na enfermaria... na cozinha... nos feriados e nos finais de semana.

O Ruivão não tinha família. Ninguém viu, ninguém sabia. Isso nas Charqueadas... Em Porto Alegre, tinha uma filha.

O Ruivão é uma lenda... andava armado... lutava boxe... Mas era sensível, desenhava pra caramba... melhor que engenheiro, diziam os detentos.

Melhor que engenheiro, desenhava à mão livre, com régua e compasso. Não tinha computador que fizesse o que Ruivão fazia naqueles idos dos noventa.

Não tinha RAM, não tinha placa aceleradora de vídeo nem Solid Works. Era no braço e na tinta... Melhor que engenheiro, por que montava as engenhocas que projetava.

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Fazia as peças que cada engenhoca precisava. O torneiro não fazia, se negava. Ruivão pedia a oficina emprestada e torneava. Fazia motores e parafusos com porcas esquisitas...

Já tinham chamado o Ruivão de McGuiver e de Rambo. Já tinham chamado o Ruivão na porrada. Para complementar a renda, Ruivão fazia bico em casas noturnas como segurança, sempre na porta, bem na entrada.

Tinha um sexto, um sétimo e até um oitavo sentido... a encrenca era ali mesmo, na entrada. No olho ele identificava o encrenqueiro.

No olho. Olhava no olho. Olho no olho. Esse entra, esse entra e aquele também...

- Tu, não!

- Como é que é?

- Tu não, fica aí...

- Mas eu tô com eles...

E o olho no olho. Uma mão no cotovelo, outra no pulso...

- Guenta aí...

- Eu só vim olhar as gatinhas...

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Olho no olho e cotovelo na coluna, firme e gentil... na medida do possível...

O rapaz saca a arma com a mão livre. O Ruivão está nas costas dele com uma das pernas arqueadas entre as pernas dele. Ruivão curvado para a frente por sobre os ombros dele e ele com o queixo por sobre o próprio peito.

A arma mal sai da cintura do hálito de cana, o cano apontado para o próprio umbigo. Mas Ruivão é uma lenda, de terno emprestado resolve no mata-leão.

Ele deita o sujeito visivelmente embriagado gentilmente no chão. Os outros rapazes que entraram primeiro voltaram ao dar falta instantânea do amigo.

Foi só o tempo de passar pela porta e dar meia volta. Os últimos batendo nos ombros dos primeiros...

- Ei, o Boca não entrou.

- O quê?

- O Parado disse que o Boca não entrou...

- Poxa! Eu disse pra ele não trazer a garrafa pra dentro. Volta...

- O quê? Onde vocês vão? É pra voltar?

- Pegaram o Boca...

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- Mataram o Boca...

- O Boca vomitou no ferro...

E o olho no olho...

Quem tinha arma não sacou. Sacaram que a festa não ia mais ser ali... Olharam o cano no chão. O Ruivão fez que sim, com a cabeça... o Ruivão tem um sexto e tantos outros sentidos...

Pegaram o ferro do chão, com cara de nojo... colocaram o cano no bolso do paletó do Boca, já meio que acordando, e sumiram Farrapos afora no Tempra.

- Ruivão, eu nunca tinha visto isso... Aqui na portaria vai ser sempre assim? - Nem eu, meu jovem... nem eu... tanto cara apertado dentro de um carro só... nem cinto de segurança tem pra todo mundo...

*** LADeIRA ABAIXO ***

"O FIM ESTÁ PRÓXIMO. Ele se aproxima com o tercêiro milenio." Dizia o impresso em meia folha A5. O acento circunflexo na palavra errada.

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Porto Alegre não era a mesma na última década do milênio passado e o vento raquítico do verão jogava com o papel no chão, de um lado para o outro...

Era domingo e as pessoas passavam por ela na rua e a achavam bonita demais para estar circulando no centro às três da manhã, sozinha e no domingo...

Olhavam para o corpo esguio andando apressado, descendo a Vigário... Os rapazes até pensaram em dizer uma gracinha ao vê-la aproximando-se por entre as colunas da Igreja...

Projetaram-se em arco diante da trajetória da garota de cabelos roxos, quase fluorescentes.

Ela continuava andando, cega, passos firmes, trote inalterado, punhos cerrados, dentes semicerrados, cega... os olhos dela...

Repararam,

de

pronto,

nos

olhos

dela...

reluziam

ao

longe,

completamente fluorescentes. Cegos para o mundo. Cegantes para o momento. Foco em seus propósitos.

E que olhos eram aqueles... Um de cada cor... um era violeta... ambos neon... mas, e o outro olho? Que cor era aquela?

Como era bonita, mas no centro, àquela hora... acharam que ela estava buscando confusão... e eles? O que buscavam?

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Os risos, as risadas, de orelha à orelha... Diante daqueles olhos, eram agora pequenos sorrisos, de meia-boca...

E o cheiro de vinho quente espalhou-se pelo ar, abraçando as colunas.

Ela passou entre eles, não se intimidou, curvou-se em direção à boca de lobo e catou o impresso. "O FIM ESTÁ PRÓXIMO." Um dos rapazes a pegou pelou braço e a puxou para si.

Os demais a cercaram, o mais forte se abaixou e empunhou com uma das mãos o tornozelo dela... puxando-o para si... mas ela não se desequilibrou como esperavam... O que buscavam?

Agarrando-os pelo pescoço e jogando o resto de vida para longe daqueles corpos... não disseram gracinha alguma. Trocaram olhares... aterrorizados os primatas...

As outras não se renderiam a instintos tão primitivos, mas ela... era chegado o momento, talvez... sentiu-se como um leão solto no zoológico, com os visitantes impedidos pelas grades de alcançarem refúgio.

Conforme ela se aproximava deles, mais permitia que eles apreciassem melhor o quadro... as roupas eram rasgadas... marcas importadas... mas, os rasgos...

Era cada rasgo no pescoço, as cabeças eram, uma a uma, desconectadas das respectivas gargantas que reluziam como se tivessem sido trespassadas por mil diamantes... bem, um tanto menos...

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Eles mal conseguiam fazer planejamentos de curtíssimo prazo... e isso talvez tivesse atraído a atenção dela, era chegado o momento, talvez...

Ela vislumbrou num lampejo o que estava por vir... e que lampejo... ela é muito rápida, de baixa estatura, mas com saltos altos. E que saltos...

Era como se ela deslizasse em um transe sobrenatural. Foi muito rápido, não disseram gracinha alguma. Grunhidos bestiais foram calados entre palavrões curtos proferidos a esmo com violência desmedida...

O sangue se misturava com o pouco de vinho quente ladeira abaixo...

O cheiro do vinho quente no ar... o cheiro do sangue... e das algas... era o que diziam os jornais...

"O FIM ESTÁ PRÓXIMO. Ele se aproxima com o tercêiro milenio." Ela sorriu com o papel na mão... Agora ela estava, mesmo, próxima.

*** RUIVãO ***

Ruivão voltava para casa, a noite foi longa. Horas depois de ter colocado o Boca para dormir deixou a casa noturna.

Voltava à pé... vinha da Farrapos e já estava subindo a Vigário. Avistou seu Leoti da banca de frutas e perguntou:

- Que confusão é essa?

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O carro do Instituto Médico Legal era pouco... os sacos também.

- Não escapou ninguém... a molecada tudo de garganta cortada... até os pivetes do bueiro...

As cabeças caídas, soltas no chão, apreciaram os próprios corpos sem elas pela primeira e última vez.

- Quantos eram?

- Ninguém sabe... ninguém viu... tava passando agora pra ir pra banca e olha só... chamei os homens...

- Arrumaram o orelhão?

- Depois que tu mexeu, não estragou mais... nem o pessoal da telefônica mete a mão... nem pra pegar as fichinhas...

- Mas tem que deixar eles catarem as fichas...

- Deixa comigo que eu que sei...

- Ahã... depois eu converso contigo.

Em uma poça de sangue, Ruivão vê um dos impressos que a filha fez... alguns outros rodopiavam em redemoinhos de vento aqui e acolá...

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- Ruivão, esse não é um daqueles panfletos que tu imprimiu praquelas maluquetes esotéricas...

- Mais respeito, Leoti. As moças são gente fina, estudam pra caramba e tão planejando um evento bem legal.

- Tu fala assim porque tá tirando uns trocos trabalhando pra elas... tudo doida.

- Deixa quieto, que tu que não presta, vivente... não vale o que come...

Ruivão come um pedaço de bolo que a filha fez e deixou na mesa, troca de roupa para dormir e olha da janela o carro do Instituto que já está de volta novamente pra levar mais uns corpos com ele...

- Mas que mundo mais virado...

Antes de conseguir deitar, teve que tirar de cima da cama mais duas caixas de impressos que a filha passou a noite imprimindo na máquina de serigrafia que ele mesmo desenhou e produziu. Peça a peça.

Dependendo do tipo do desenho, a máquina permitia que fossem produzidas impressões com até cinco cores de uma vez só, antes de colocar o papel com a tinta para secar. Conseguiam produzir muito mais em menor intervalo de tempo.

Não precisavam esperar cada cor de tinta secar para imprimir uma nova cor no mesmo papel.

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Ele pegou um dos papéis na mão e percebeu o grave erro que havia cometido.

*** OLHO NO OLHO ***

- Eu estava te esperando.

- É. Eu sei.

- Tenho buscado e coletado evidências da existência de vocês em todos os lugares...

- É.

- Sim, bem sabes. Tenho sentido tua presença há meses por aqui...

- Tens pensado muito em mim... bem sei: não muito bem. Aliás, tens pensado muito mal a meu respeito.

- Veja: minhas intenções não eram estas. Capturar alguém do teu porte não é muito sábio... eu sei.

- Não sabes...

- Como?

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Com uma pausa maquiavélica, meticulosamente pensada e operada, entre as duas palavras, a musa vociferou do âmago de sua onipotência daquele cárcere projetado para contê-la:

- Não... sabes.

Procurando não demonstrar o medo que se tornava evidente no pulsar da jugular, ele tentou desestabilizá-la, dali mesmo, sentado no centro do panóptico que improvisou a partir de suas heranças modernas:

- Eu sou o sapiens da sala, mulher!

Ela arquejou em volta do primata e, como um leão de juba incandescente como o fogo que é impedido de avançar nos visitantes pelas barras em um zoológico, rosnou. Se aproximou um pouco mais e sussurrou no ouvido dele:

- Só porque eu quis.

- Como?

- Vês? Ter dúvidas não é ruim... entretanto, tê-las em demasia... e tão primárias... isso é tão... sapiens... E ainda aplicas a mim o substantivo feminino que aplicas às primatas... não sou da sua espécie...

- Percebe-se que não és... Olha! Tenho estudado vocês desde sempre e sei que estavam presentes na construção do estado moderno... esperava uma reação mais humanitária...

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- Desde sempre? Desde quando? Presenciamos a progressão do teu be-a-bá...

O sapiens ficou pensativo, como que tomado de surpresa...

- Quanto ao humanitário... outro pequeno descuido de nossa parte... Algumas de nós dão muita corda para vocês...

- Espera! O meu be-a-bá? Vocês não são tantas assim... não podem cuidar de todo o be-a-bá do mundo...

- Sempre pudemos... o plano moderno os colocou todos dentro de salas de aula para que pudéssemos acompanhar esse processo de forma mais... digamos: integral.

- Não é verdade! As professoras que conheço não são da sua laia... são da minha espécie... já sei como vocês operam...

- Ah, a verdade... o que é a verdade? De onde vieram? Pra onde vão? Para onde quisermos... Não damos aulas: inspiramos. Isso já sabes... mas deves estar inebriado com o vinho que abriu para me esperar enquanto vigiavas o néctar que deixou aqui para me atrair... A julgar pelas garrafas abertas: demorei para chegar...

- Um pouco mais do que eu esperava...

- Não é bom que te auto-subestimes... Tens em mãos a última garrafa da qual dispões... estimaste adequadamente tuas provisões... Tivesse tu superestimado: eu poderia te acompanhar...

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- Não por isso. Acabei de abrir.

Ele serviu uma taça de vinho para a musa e continuou a beber diretamente do gargalo... A musa assistiu hipnotizada a um gole um pouco mais demorado, que deixou um pouco do líquido escorrer pelo canto da boca e descer pela jugular pulsante do pescoço.

- Embora eu prefira beber dos gargalos que eu mesma rasgo, agradeço a taça. Operar no nível físico é muito desgastante... não teríamos energia suficiente para coexistir com vocês o tempo todo do be-a-bá ao túmulo... abrimos raras exceções em momentos de elevada produção científica ou artística... precisamos de combustível... chás, cafés, cervejas, vinhos, destilados, fermentados, doces, azedos, amargos... até mesmo líquidos mais nobres, provenientes de cascos orgânicos descartáveis, frágeis e menos valiosos. Os melhores drinques vêm nos piores frascos.

- Sim, eu bem sei. Também sei que os elementos de nosso plano têm grandes efeitos sobre seus poderes de atuação por aqui... tanto para amplialos como para restringi-los. Sei que podem influenciar na cor de seus olhos e cabelos... e que se forem ingeridos na forma líquida eles têm efeitos mais rápidos. Muito obrigado por responder ao meu convite com tua presença física...

A musa fez uma reverência... iria brincar um pouco mais com o primata, lembrou de uma orca brincando com uma foca no mar gelado, achou divertido e sorriu sem mostrar os dentes.

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O primata recuou. Até pensou em reagir, talvez pudesse aplicar um mata-leão. Gostava de resolver as questões no mata-leão, porque não matava: botava para dormir. Entretanto, o leão com a juba eriçada, agora com mechas roxas da cor da uva, também pretendia colocá-lo para dormir... para sempre. O primata e o leão (porque a leoa não tem juba) prolongavam a conversa como se estivessem esperando por mais alguém...

- Então, as musas estão nas salas de aula junto com os professores?

- Nem sempre... o projeto moderno nos atende muito bem, de forma que não precisamos estar sempre do lado de vocês... ainda bem...

- Mas nem todos os alunos progridem na mesma velocidade... talvez nem precisassem... mas... ao final do ano letivo eles deixam as classes com conhecimentos tão desuniformes... isso não é tão humanitário quanto a modernidade de vocês pressupõe: liberdade, igualdade e fraternidade... onde está a igualdade nesse processo?

- Olha, rapaz: presta atenção. A voz soou um tanto grave, cavernosa... Pensou em dizer: “junto com a liberdade e fraternidade”, mas resistiu, receou ter que explicar também a piada. Balançando a taça na mão com o indicador apontado para a fronte do primata, prosseguiu tomando outra linha de pensamento:

- Vou repetir (ainda com voz gutural): algumas de nós dão muita corda para vocês... não fazemos lemas ou confeccionamos palavras de ordem... as inspiramos... mas não temos como controlar todos os resultados do livre arbítrio que podem exercer. (com a voz já mais aguda e equalizada) Temos

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muito trabalho a fazer... (quase rindo, agora olhando por trás dos ombros do embriagado interlocutor) Igualdade e educação humanitária não estão na nossa ordem do dia. <<< continua no volume 4... >>>

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ACHAR Achar, segundo o dicionário MICHAELIS. a·char vtd 1 Encontrar por acaso ou por ter procurado; deparar com; dar de cara com: “Esteve a perder os sentidos; afinal achou os fósforos, acendeu de novo o candeeiro e fechou a janela” (AA1). vtd 2 Atinar com; criar, descobrir, inventar: “[…] contentavam-se em boquejar entre si misteriosamente, palpitando ambos por ver a saída que o vendeiro acharia para semelhante situação” (AA1). vtd 3 Ter como resultado ou consequência (de empenho, esforço); conseguir, obter: “A outra não se conservara sã e pura? não achara noivo? não casara e não vivia dignamente com o seu marido?” (AA1). vtd e vpr 4 Ter impressão ou opinião (sobre si mesmo ou outrem); acreditar(-se), considerar(se), julgar(-se): “No dia em que ele fez esse gesto eu não achei nada, e na certa não tinha nada que achar” (CB). “Apesar de haver frequentado os melhores colégios, achava-se aos dezoito anos tão atrasado como um menino de regular inteligência […]” (SEN). vtd 5 Fazer referência a; apontar, perceber, reparar: Achei vários erros em seu trabalho. vpr 6 Concluir-se (após exame minucioso, ponderado); deduzir-se, inferir-se: Em seguida ao debate, achou-se que a negociação era inoportuna. vtd 7 Ser objeto de (ação, reação, procedimento); encontrar, receber, ter: Os fugitivos não acharam resistência policial. vpr 8 Poder contar com; esperar ajuda ou favor de: Na velhice, achou-se apenas com seu cão. vti 9 Deliberar algo, após consulta a si mesmo ou a outrem; decidir, resolver: Achou de partir sem dar satisfações a ninguém. vpr 10 Ser, em determinado momento; estar: “[…] nesse dia, porém, não se achou com ânimo de deixar a cama […]” (AA1). vpr 11 Estar presente; encontrar-se (em); estar: “[…] os que lá se achavam o receberam com ar curioso, medindo-o da cabeça aos pés […]” (AA1). vpr

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12 Encontrar-se (em determinadas condições); ser (em determinado tempo): “– Estáme a parecer que agora te achas melhor, hein?…” (AA1). vtd 13 Tornar a haver; recuperar (algo que se perdeu); reaver, recuperar, retomar: Achou o relógio. vtdi 14 Encontrar (alguma coisa subjetiva) por experiência própria; ser afetado por (alegria, satisfação etc.); experimentar: “Os pais dessa espécie levam a tal exagero a sua convencional rispidez, que, se acham graça em alguma coisa feita pelo filho, sufocam o riso […]” (AA2). INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ANTÔN: perder. ETIMOLOGIA lat afflare. MICHAELIS, Dicionário. Achar. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=achar Acessado em: 26.mar.2017.

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ACOCHAMBRAR Acochambrar, segundo o dicionário MICHAELIS. a·co·cham·brar vtd 1 Arranjar, ajeitar ou combinar de modo dissimulado: Os moleques acochambraram suas peraltices. vtd 2 Encobrir (ato, prática etc.) de modo a manter no anonimato: Acochambrou seus erros para não ser penalizado. vtd 3 Fazer com descaso ou negligência: Em sinal de protesto, os funcionários acochambravam suas tarefas. ETIMOLOGIA desc. MICHAELIS, Dicionário. Acochambrar. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=RQbp Acessado em: 21.mar.2017.

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ADAGA Adaga, segundo o dicionário MICHAELIS. a·da·ga sf 1 Arma branca, curta, de um ou dois gumes, de ponta afiada; difere do punhal por ser, em geral, mais larga. 2 Nome dado, enfática ou carinhosamente, ao facão rural. 3 Antiga espada curta e larga usada na Idade Média pelos povos bárbaros. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES DIM: adagueta. ETIMOLOGIA desc. MICHAELIS, Dicionário. Adaga. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=adaga Acessado em: 31.mar.2017.

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ARCAICO Arcaico, segundo o dicionário MICHAELIS. ar·cai·co adj 1 Que é muito antigo ou remete a tempos remotos. 2 Que não é usado; antiquado. 3 LING Diz-se de palavra ou expressão que deixou de ser usada há muito tempo; obsoleto. 4 LING Diz-se de variedade de língua que antecede a época clássica. ETIMOLOGIA gr arkhaïkós. MICHAELIS, Dicionário. Arcaico. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Arcaico Acessado em: 26.mar.2017.

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BARBARIDADE Barbaridade, segundo o dicionário MICHAELIS. bar·ba·ri·da·de sf 1 V barbaria, acepções 2, 3 e 4. 2 Atitude ou expressão que representa um disparate: Sua esposa falou barbaridades diante do juiz. 3 GRAM Erro absurdo de linguagem ou de escrita; barbarismo: As provas de português dos vestibulandos são cheias de barbaridades. interj Expressão de admiração, espanto ou surpresa. ETIMOLOGIA der de bárbaro+i+dade, como ingl barbarity. MICHAELIS, Dicionário. Barbaridade. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Nj5Q Acessado em: 26.mar.2017.

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CATIMBEIRO Catimbeiro, segundo o dicionário MICHAELIS. ca·tim·bei·ro sm 1 GÍR Indivíduo astuto, manhoso, esperto. 2 ESP, GÍR Atleta ou jogador de futebol que faz catimba; catimbento. ETIMOLOGIA der de catimba+eiro. MICHAELIS, Dicionário. Catimbeiro. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Catimbeiro Acessado em: 26.mar.2017.

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CLÁSSICO Clássico, segundo o dicionário MICHAELIS. clás·si·co adj 1 Relativo à literatura, às artes e à cultura da Antiguidade greco-latina. 2 Que tem como referência a tradição de Antiguidade greco-latina. 3 Diz-se da obra ou do autor que é de estilo impecável e constitui modelo digno de admiração. 4 Que é autorizado por autores considerados modelares. 5 Que constitui modelo em belas-artes. 6 Que se opõe ao romantismo. 7 Que tem como base a tradição; tradicional. 8 COLOQ Que é habitual ou costumeiro: Não deixa de fumar o seu clássico cigarrinho após as refeições. 9 Que se caracteriza pela simplicidade e sobriedade: Para trabalhar, prefere terninhos clássicos. 10 OBSOL Diz-se da antiga modalidade do ensino médio, caracterizada pela predominância do ensino de línguas, da Literatura, Filosofia, História etc. 11 ESP Que obedece a certo padrão de técnica ou de estilo: Jogada clássica. sm 1 Escritor da Antiguidade greco-latina. 2 Autor de obra literária ou artística digna de ser imitada. 3 Evento ou acontecimento famoso por se repetir com regularidade. 4 Partida de futebol disputada entre dois times importantes. 5 HIP Grande prêmio ou páreo especial. 6 OBSOL Curso clássico. ETIMOLOGIA lat med classĭcus. MICHAELIS, Dicionário. Clássico. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=cl%C3%A1ssico Acessado em: 21.mar.2017.

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DOGMA Dogma, segundo o dicionário MICHAELIS. dog·ma sm 1 TEOL Ponto ou princípio fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como verdade inquestionável e que, como tal, deve ser aceito por aqueles que a professam. 2 POR EXT Qualquer doutrina (religiosa, política, filosófica etc.) sustentada por princípios indiscutíveis e que devem, portanto, ser aceitos por todos como expressão da verdade. 3 POR EXT Preceito estabelecido; opinião dada como certa, máxima. 4 POR EXT Qualquer opinião ou proposição apresentada sem argumentos racionais e difundida por métodos sem fundamentos lógicos. 5 TEOL Ponto ou princípio de fé que, em várias religiões, em especial nas cristãs, é justificado como manifestação da vontade de um ser ou de uma autoridade superior, inapreensível pela compreensão humana e que, portanto, paira acima de qualquer dúvida ou questionamentos particulares dos crentes. 6 TEOL Conjunto de todos os dogmas (acepção 1) de uma doutrina: dogma católico. 7 TEOL Ordenança ou decreto que, segundo a hermenêutica bíblica protestante, estabelece a doutrina emanada das revelações de Deus. 8 HIST Na Grécia antiga, decisão política inquestionável, provinda de um soberano ou de uma assembleia. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES COL: dogmática. ETIMOLOGIA gr dógma. MICHAELIS, Dicionário. Dogma. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Dogma Acessado em: 26.mar.2017.

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ENTREVERO Entrevero, segundo o dicionário MICHAELIS. en·tre·ve·ro sm 1 Ato ou efeito de entreverar(-se). 2 REG (RS) Confusão caracterizada por mistura de pessoas, animais ou objetos. 3 REG (RS) Luta em que se confundem os contendores, no ardor da peleja. 4 Divergência violenta de opiniões. ETIMOLOGIA der regr de entreverar, como esp. MICHAELIS, Dicionário. Entrevero. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=0BLG Acessado em: 31.mar.2017.

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EVOLUÇÃO Evolução, segundo o dicionário MICHAELIS. e·vo·lu·ção sf 1 Ação, processo ou efeito de evoluir. 2 Transformação e mudança contínua, lenta e gradual em que certas características ou estados mais simples tornam-se mais complexos, mais desenvolvidos e aperfeiçoados; desenvolvimento, progresso. 3 Surgimento de algo, produto de técnica ou saber, que se aperfeiçoou. 4 MIL Movimento ou deslocamento de tropas, navios, aviões etc. para tomar ou mudar a posição em batalhas ou paradas; manobra. 5 POR EXT Qualquer movimento contínuo, regular e concatenado, destinado a efetuar novo arranjo harmônico, pela passagem de uma posição à outra, dos componentes de um grupo (de dançarinos, patinadores etc.). 6 Movimento em círculos; volta. 7 ASTR Movimento periódico de um astro ao redor de outro principal. 8 BIOL Processo pelo qual todo organismo vivo se modifica, em uma série de mudanças gradativas. 9 BIOL Teoria evolucionista biológica de Charles Darwin, naturalista inglês (18091882), que admite a transformação progressiva das espécies por mutação ou seleção natural; darwinismo. 10 FILOS Processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento progressivo pelo qual passa toda natureza, desencadeando modificações e despertando potencialidades. EXPRESSÕES Evolução convergente, BIOL: desenvolvimento de características estruturais ou funcionais comuns em duas ou mais espécies diferentes, sem relação de genótipos ou de ancestralidade. Evolução social, ANTROP, SOCIOL: processo evolutivo previsível e inevitável pelo qual passa uma sociedade para se desenvolver. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ANTÔN: involução. ETIMOLOGIA lat evolutĭo. MICHAELIS, Dicionário. Evolução. Editora Melhoramentos.

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Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Evolu%C3%A7%C3%A3o Acessado em: 26.mar.2017.

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HOMÓFONO Homófono, segundo o dicionário MICHAELIS. ho·mó·fo·no adj MÚS 1 Que resulta de sons ou vozes iguais. 2 MÚS Diz-se de obra o parte de obra musical que apresenta homofonia. adj sm GRAM Diz-se de ou cada uma de duas ou mais palavras com a mesma pronúncia, porém com grafia e significado diferentes; heterógrafo. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES VAR: homofono. ETIMOLOGIA der do voc comp do gr homós+gr phōnē, como ingl homophonous. MICHAELIS, Dicionário. Homófono. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Hom%C3%B3fono Acessado em: 26.mar.2017.

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ILIBADO Ilibado, segundo o dicionário MICHAELIS. i·li·ba·do adj 1 Não tocado; puro, sem mancha: “Dr. Menezes é possuidor da moral mais ilibada que já vi em toda minha carreira na polícia! Um exemplo a ser seguido por todos nós!” (TM1). 2 Com boa reputação e estima reabilitada após suspeitas infundadas; justificado, reabilitado. ETIMOLOGIA part de ilibar. MICHAELIS, Dicionário. Ilibado. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=KPdvq Acessado em: 26.mar.2017.

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IMPLACÁVEL Implacável, segundo o dicionário MICHAELIS. im·pla·cá·vel adj 1 Que não se pode aplacar; que não cede; inexorável, infindável. 2 Que não perdoa; duro, inflexível, intransigente, rijo. 3 Que faz ou deixa sofrer sem sentir compaixão; cruel, desumano, impiedoso. ETIMOLOGIA lat implacabĭlis. MICHAELIS, Dicionário. Implacável. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=implacavel Acessado em: 26.mar.2017.

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INATO Inato, segundo o dicionário MICHAELIS. i·na·to adj 1 Que nasce com o indivíduo; congênito, inerente: Tinha um talento inato para a pintura. 2 FILOS Segundo o cartesianismo, diz-se da ideia que se origina na mente, sem que haja atuação da experiência sensível ou da imaginação criadora. ETIMOLOGIA lat innatus. MICHAELIS, Dicionário. Inato. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=kLw0n Acessado em: 26.mar.2017.

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LACÔNICO Lacônico, segundo o dicionário MICHAELIS. la·cô·ni·co adj Que é breve e conciso ao escrever ou dizer algo; sucinto. adj sm V lacedemônio. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ANTÔN: prolixo. ETIMOLOGIA gr Lakōnikós. MICHAELIS, Dicionário. Lacônico. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=laconico Acessado em: 26.mar.2017.

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MODERNO Moderno, segundo o dicionário MICHAELIS. mo·der·no adj 1 Relativo ou pertencente aos nossos tempos, à nossa época. 2 Que revela as ideias, os hábitos e o gosto dominante da nossa época. 3 Que se beneficiou dos avanços científicos e tecnológicos mais recentes. 4 Que rompe com os modelos tradicionais ou convencionais. 5 Que está na moda; up-to-date. 6 HIST Que é de uma época posterior à Antiguidade greco-romana. 7 HIST Relativo ao período que se estende do final da Idade Média até a Revolução Francesa. 8 Diz-se de arte, literatura e arquitetura que se desenvolveram a partir do movimento modernista. 9 REG (N.E.) Diz-se de cor de tonalidade clara. 10 REG (BA) Que é moço; jovem. sm 1 Aquilo que é moderno. 2 Estilo moderno. modernos sm pl Pessoas que acompanham a evolução dos tempos, que vivem na época atual. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ANTÔN: antigo, antiquado, arcaico. ETIMOLOGIA lat modernus. MICHAELIS, Dicionário. Moderno. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Xp8wW Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 110


NATO Nato, segundo o dicionário MICHAELIS. na·to adj 1 V nascido, acepção 2. 2 Que nasceu com um traço distintivo. 3 Intrinsecamente ligado às qualidades originais de um indivíduo: “Era um mentiroso desde garoto e usava seu talento nato para tirar dinheiro das pessoas e depois explicar por que o dinheiro desaparecera” (LFV). INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ANTÔN: inato. ETIMOLOGIA lat natus. MICHAELIS, Dicionário. Nato. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=3wR7A Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 111


ONOMATOPEIA Onomatopeia, segundo o dicionário MICHAELIS. o·no·ma·to·pei·a (éi) sf 1 LING Formação de uma palavra pela reprodução, tanto quanto possível, do som natural ou ruído a ela relacionado; onomatopoese. 2 GRAM, LING A palavra que tem essa formação; a palavra que pretende imitar certos sons e ruídos, como, por exemplo: atchim, miau, pum etc. ETIMOLOGIA gr onomatopoiïa. MICHAELIS, Dicionário. Onomatopeia. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=xRjDD Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 112


PELEIA Peleia, segundo o dicionário MICHAELIS. pe·lei·a sf REG (RS) 1 Briga armada ou não; contenda. 2 Combate entre forças beligerantes. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES VAR: peleja. ETIMOLOGIA esp pelea. MICHAELIS, Dicionário. Peleia. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Md9AB Acessado em: 31.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 113


PUNHAL Punhal, segundo o dicionário MICHAELIS. pu·nhal sm 1 Arma branca, com cabo de lâmina curta e perfurante. 2 FIG Tudo o que fere ou ofende profundamente. EXPRESSÕES Pôr o punhal no peito de alguém, FIG: obrigar alguém a fazer alguma coisa, sob ameaças. ETIMOLOGIA der de punho+al1, como esp puñal. MICHAELIS, Dicionário. Punhal. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=punhal Acessado em: 31.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 114


PELO DURO Pelo duro, segundo RIBOLDI, 2016: Termo regional gauchesco, não registrado nos dicionários de linguagem formal e culta. Como adjetivo, designa o cavalo resultante do cruzamento de várias raças, ou seja, o que não é mais puro. Possui também o sentido de gaúcho autêntico, crioulo, genuinamente rio-grandense, Tem a acepção, ainda, de pessoa ou animal sem estirpe (sem raça definida, pangaré, vira-lata). Normalmente, refere-se ao habitante nativo do Rio Grande do Sul - e não ao imigrante ou seu descendente. Versões sobre a origem da expressão: a) pelo-duro por não pertencer a uma raça definida. No caso dos animais, como o cavalo, são as espécies nativas e resultantes de cruzamentos de outras raças. No caso do ser humano, é o nativo, o crioulo (na linguagem gauchesca), o que não é espanhol nem alemão ou italiano ou de outra raça de imigrantes. b) pelo-duro, tanto para o homem nativo ou animal, porque é resultante do cruzamento de várias raças e se adaptou ao clima local, acostumado às intempéries, ao frio, ao vento, etc. Traz a ideia de que possui pele mais dura, mais resistente. O termo prestase, ainda, a uma conotação mais pejorativa e preconceituosa, dando a entender que o pelo-duro é um indivíduo mais rude, grosso, de educação menos refinada. RIBOLDI, Ari. Pelo duro. In: Homenagem a João Simões Lopes Neto no ano do centenário de sua morte. Pesquisa de 19.out.2016. Publicado no blog em 01.nov.2016. Disponível em: http://coordenacaodolivro.blogspot.com.br/2016/11/homenagem-joao-simoes-lopesneto-no-ano.html Acessado em: 30.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 115


PORCELANA Porcelana, segundo o dicionário MICHAELIS. por·ce·la·na sf 1 Material cerâmico fino, duro, impermeável, mais ou menos translúcido, feito de caulim, com ou sem vitrificação, usado principalmente para louça, isoladores elétricos e utensílios domésticos: “Sobre a mesa há ainda um vaso de cristal, um punhal com cabo de marfim trabalhado, uma televisão portátil, vidros e tubos de remédio, um buda de porcelana, um estojo de madrepérola e um telefone imitando tartaruga” (CB). 2 Louça ou objeto feito de porcelana: Ela tem umas porcelanas lindas dentro de um armário de vidro. 3 POR EXT Serviço de jantar; café, chá etc. geralmente de boa qualidade: “No centro da sala estava a mesa onde os mais finos cristais irisavam-se aos raios da luz, cambiando o esmalte da fina porcelana e as cores das frutas apinhadas em corbelhas de prata” (SEN). 4 REG (BA) Tigela em geral, de porcelana ou de outro material: Será que você tem uma porcelana pequena para me emprestar? ETIMOLOGIA ital porcellana. MICHAELIS, Dicionário. Porcelana. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=PORCELANA Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 116


PORONGO Porongo, segundo o dicionário MICHAELIS. po·ron·go sm 1 BOT V cabaça1, acepção 5. 2 REG (RS) Cuia de chimarrão. 3 V cachaça, acepção 1. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES VAR: porunga. ETIMOLOGIA quíchua purunku, via esp porongo. MICHAELIS, Dicionário. Porongo. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=porongo Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 117


REMOTO Remoto, segundo o dicionário MICHAELIS. re·mo·to adj 1 Que aconteceu há muito tempo; antigo: Em tempos remotos, os homens viviam em cavernas. 2 Afastado no espaço; distante, longínquo: Um país remoto é o seu destino. 3 Pequeno em grau; leve: Segundo os meteorologistas, o perigo de um ciclone naquela região é considerado remoto. 4 INFORM Que pode ser acessado e operado a distância, por meio de uma linha de comunicações. ETIMOLOGIA lat remotus. MICHAELIS, Dicionário. Remoto. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=remoto Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 118


SOLENE Solene, segundo o dicionário MICHAELIS. so·le·ne adj m+f 1 Que se celebra com pompa e suntuosidade. 2 Acompanhado de cerimônias públicas e extraordinárias. 3 Que se realiza com pompa; majestoso, pomposo. 4 Que tem aparência respeitosa ou nobre; imponente. 5 Que revela importância ou seriedade; circunspecto, sério. 6 Segundo as formalidades ou os protocolos exigidos por lei ou por costume. 7 COLOQ Que revela tom enfático ou pomposo; afetado. ETIMOLOGIA lat solemnis. MICHAELIS, Dicionário. Solene. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Qwae3 Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 119


TRADIÇÃO Tradição, segundo o dicionário MICHAELIS. tra·di·ção sf 1 Ato ou efeito de transmitir ou entregar; transferência. 2 Transmissão oral de feitos, lendas, ritos, costumes etc. feita no decorrer dos tempos, de geração em geração. 3 Conjunto de ideias e valores culturais, morais e espirituais transmitido de geração em geração: "– Venho pedir-lhe um pequeno auxílio, um óbolo, para a festa da Conceição, a nossa padroeira […]. Perfeitamente. É muito justo. Apesar de não ser religioso, estou… – Uma cousa nada tem com a outra. É uma tradição do lugar que devemos manter. – É justo" (LB2). 4 Comunicação ou transmissão de um fato ou de uma notícia. 5 Tudo aquilo que se pratica por hábito ou costume adquirido: "Ninguém entendia como eu, sem nenhuma obra anterior, e num país sem tradição dramática – pudesse ousar a experiência formal de Vestido de Noiva" (NR). 6 O próprio uso ou costume adquirido e generalizado: "A maioria dos tiros foram, como de tradição, dados para o ar, mas pelo menos três deles tinham endereço certo, dirigidos que foram para o peito, a cabeça ou o ventre de desafetos dos atiradores" (EV). 7 Aquilo que serve como memória, de recordação de experiências já vividas. 8 JUR Ação pela qual se faz a entrega real ou fictícia (como na entrega da chave de um imóvel, por exemplo) da coisa devida, objeto de um contrato. ETIMOLOGIA lat traditĭo, -onis. MICHAELIS, Dicionário. Tradição. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=neGVl Acessado em: 21.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 120


TROVA Trova, segundo o dicionário MICHAELIS. tro·va sf 1 LIT No período medieval, poema acompanhado de música. 2 LIT Composição poética de quatro versos de sete sílabas, com rimas alternadas; quadra, quadrinha. 3 POR EXT Quadra popular, musicada; canção, cantiga. ETIMOLOGIA der regr de trovar. MICHAELIS, Dicionário. Trova. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=trova Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 121


VIDRO Vidro, segundo o dicionário MICHAELIS. vi·dro sm 1 Substância dura, amorfa e inorgânica, geralmente transparente e frágil, resultante da fusão da mistura de carbonatos e silícios. 2 Qualquer objeto feito com essa substância. 3 Lâmina ou placa de vidro, cortada e encaixada em moldura para vedar e preencher caixilho de porta ou de janela. 4 Vaso pequeno de vidro para conter qualquer líquido; frasco. 5 FIG Coisa frágil, quebradiça. 6 FIG Pessoa muito melindrosa ou suscetível, que se ofende com qualquer coisa. EXPRESSÕES Vidro de segurança: a) vidro que recebe tratamento de calor e resfriamento para que, ao ser golpeado, estilhace em fragmentos pequenos e não em pedaços grandes, irregulares e cortantes; b) vidro resistente a impactos por ser composto de duas lâminas de vidro entremeadas com uma camada de plástico ou por conter uma tela de arame. Vidro vulcânico, GEOL: vidro natural obtido pelo resfriamento rápido da lava. ETIMOLOGIA lat vitrum. MICHAELIS, Dicionário. Vidro. Editora Melhoramentos. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=vidro Acessado em: 26.mar.2017.

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CLÁSSICOS DO FUTEBOL Clássico do futelbol, segundo a Wikipedia. Clássico, dérbi ou derby (conforme a palavra em inglês adotada em alguns casos)[1] é o nome dado a um confronto futebolístico de grande rivalidade, sendo que, mais frequentemente, é realizado por duas entidades desportivas locais. Alguns destes encontros são protagonistas de confrontos entre jogadores ou torcidas, dadas as tensões envolvidas. Entre clubes, normalmente ocorre entre equipes da mesma cidade. São os casos, por exemplo, dos clássicos entre Internazionale vs Milan (o "Derby della Madonnina"), Arsenal vs. Tottenham (North London Derby) e Boca Juniors vs. River Plate (o "Super Clássico argentino"). Em alguns países, no entanto, há grandes rivalidades que extrapolam dimensões locais, geram grande repercussão no meio esportivo e mobilizam fãs do esporte. São os casos, por exemplo, do "Le Classique" francês entre Olympique de Marseille vs. Paris Saint-Germain, do "English Derby" entre Liverpool vs. Manchester United e do "El Clásico" espanhol entre... ( continua em https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1ssico_(futebol) ) WIKIPEDIA. (futebol), Clássico. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1ssico_(futebol) Acessado em 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 123


MÚSICA CLÁSSICA Música clássica, segundo a Wikipedia. Música clássica ou música erudita é o nome dado à principal variedade de música produzida ou enraizada nas tradições da música secular e litúrgica ocidental. Abrange um período amplo que vai aproximadamente do século IX até o presente[1] e segue cânones preestabelecidos no decorrer da história da música . As normas centrais desta tradição foram codificadas entre 1675 e 1900, intervalo de tempo conhecido como o período da prática comum. Segundo o Dicionário Grove de Música, música erudita é aquela que é fruto da erudição e não das práticas folclóricas e populares. O termo é aplicado a toda uma variedade de músicas de diferentes culturas e é usado para indicar qualquer música que não pertença às tradições folclóricas ou populares.[2] Basicamente, a música ocidental distingue-se de outras formas de música por seu sistema de notação em partituras, em uso desde o século XVI.[3] O sistema ocidental de partituras é utilizado pelos compositores para prescrever, a quem executa a obra, a altura, a velocidade, a métrica, o ritmo e a exata maneira de se executar uma peça musical. Isto deixa menos espaço para práticas como a improvisação e a... (continua em https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_cl%C3%A1ssica ) WIKIPEDIA. Música clássica. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_cl%C3%A1ssica Acessado em 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 124


REFERÊNCIAS

1. REFERÊNCIAS COM CITAÇÕES DIRETAS.

1.1. AGUIAR, Vitor Hugo Berenhauser de. As regras do Truco Cego. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2012. 58 p. il. ISBN: 978-85-912136-7-2 Disponível em: http://trucocego.blogspot.com.br/ Acessado em: 08.mar.2017. Citação direta: Como se diz na lida campeira, quando se traz um potro do campo para ser domado, a primeira coisa que precisa ser feita é “tirá as cócega” do bagual (cavalo novo ainda não domado). Esta é a fase do início da doma de baixo, ou seja, antes de montar, que é para acostumar o desconfiado potrinho com a proximidade do peão, com as cordas e com os primeiros comandos. Tira-se as cócegas para que ele se acostume a ser tocado em qualquer parte do corpo. Só depois de bem domado de baixo é que o ginete sobre no lombo e assim fica mais fácil para os dois. (AGUIAR, 2012, p.19)

1.2. AULETE, Dicionário Caldas. Encilhado. Lexikon Editora Digital. Disponível em: http://www.aulete.com.br/encilhado Acessado em: 26.mar.2017.

1.3. ETIMOLÓGICO, Dicionário. Etimologia e Origem das Palavras. Cálculo, Origem da palavra. Disponível em: http://www.dicionarioetimologico.com.br/calculo/ Acessado em 20.mar.2017. Citação direta: "chegou à língua portuguesa através do latim calculus, que originalmente era o nome de um conjunto de pedrinhas que eram usadas para fazer contas e, posteriormente, para ensinar as crianças a contar. (...) Calculus deu origem também à palavra 'cálculo' (como em cálculo renal)" (ETIMOLÓGICO)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 125


1.4. LIMA, Verônica. Maioria das propostas proíbe uso de animais em circo, mas assunto é polêmico. In: Agências Câmara Notícias. 'Agência Câmara Notícias' Reportagem - Verônica Lima/Rádio Câmara. Edição – Natalia Doederlei. 27/03/2012 - 09h39. 27.mar.2012. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-ECULTURA/412866-MAIORIA-DAS-PROPOSTAS-PROIBE-USO-DE-ANIMAISEM-CIRCO,-MAS-ASSUNTO-E-POLEMICO.html Acessado em: 20.mar.2017. Citação direta: Usar animais em espetáculos já é proibido em nove estados brasileiros. O assunto, no entanto, divide opiniões entre parlamentares. (LIMA, 2012) 1.5. MICHAELIS, Dicionário. Editora Melhoramentos. Acochambrar. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=RQbp Clássico. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=cl%C3%A1ssico Musa. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=musa Tradição. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=neGVl Acessado em: 21.mar.2017. 1.6. MICHAELIS, Dicionário. Editora Melhoramentos. Achar. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=achar Arcaico. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Arcaico Barbaridade. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Nj5Q Catimbeiro. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Catimbeiro Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 126


1.7. MICHAELIS, Dicionário. Editora Melhoramentos. Dogma. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Dogma Evolução. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Evolu%C3%A7%C3% A3o Homófono. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=Hom%C3%B3fono Ilibado. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=KPdvq Implacável. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=implacavel Inato. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=kLw0n Lacônico. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=laconico Moderno. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Xp8wW Nato. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=3wR7A Onomatopeia. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=xRjDD Porcelana. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=PORCELANA Porongo. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=porongo Remoto. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=remoto Solene. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Qwae3 Trova. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=trova Vidro. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=vidro Acessado em: 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 127


1.8. MICHAELIS, Dicionário. Editora Melhoramentos. Adaga. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=adaga Entrevero. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=0BLG Peleia. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=Md9AB Punhal. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=punhal Acessado em: 31.mar.2017.

1.9. PIMENTA, Reinaldo. A casa da mãe Joana 1 & 2: curiosidades nas origens das palavras, frases e marcas. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC. 2016. il. ; 23 cm. ISBN: 978-85-216-3019-7 Citação direta: Calx, em latim, significava cal, pedra de cal (daí veio o inglês chalk, giz). Calx ganhou a terminação diminutiva -ulus e ficou assim: calculus, significando (1) pedrinha, (2) pedra na bexiga e (3) cômputo, conta - porque os romaninhos aprendiam a contar usando pedrinhas. (PIMENTA, 2016, p.44, grifos do autor)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 128


1.10. RIBEIRO, Ana Elisa. Seis clichês e uma sugestão sobre a leitura na web. In: ARAÚJO, Júlio César (Organizador). Linguagem e Tecnologia: hipertexto, gêneros digitais e ensino. Revista Linguagem em (Dis)curso, Palhoça, SC: UNISUL, v. 9, n. 3, p. 585-602, set./dez. 2009 Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/vi ew/430/450 Acessado em: 06.abr.2017. Citação direta 1: (...) Não há um editor universal para a web. O leitor é que precisa, de acordo com o objetivo de leitura que tem, escolher o que lhe cabe para o momento. Assim é no jornal diário, na revista semanal, na enciclopédia impressa e no livro de contos. Não é diferente de outro dispositivo. (RIBEIRO, p.593) Citação direta 2: Vez ou outra alguém resolve usar o argumento do editor onisciente: “Mas os jornais têm um editor-chefe que controla o que dizem os repórteres” e “os livros que saem por editoras são avaliados por conselhos editoriais”. Importante saber que grande parte das pessoas tenha em alta conta o que ocorre nas produções jornalística e livreira, mas é preciso frustrar um pouco esses leitores. Editores-chefes também erram. Há casos famosos de notícias mal-apuradas que se mostraram grandes problemas mais tarde (...) Fotos de acidentes históricos divulgadas por grandes jornais e, mais tarde, a errata admitindo uma tosca montagem em programas de editoração. Também assim pode ocorrer com os livros. Editores, em sua maioria, atualmente, são executivos. Eles não lêem os originais que lhes chegam. Os conselhos editoriais pouco fazem, em grande parte das editoras, a não ser manter seus nomes entre os créditos das obras. Há quem publique porque tem os “canais”; há quem publique sempre os mesmos textos com novos nomes e tímida remodelagem. Há livros que sequer têm um mínimo tratamento editorial (por vezes, sequer a revisão de português). (RIBEIRO, p.593-594)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 129


1.11. RIBOLDI, Ari. Pelo duro. In: Homenagem a João Simões Lopes Neto no ano do centenário de sua morte. Pesquisa de 19.out.2016. Publicado no blog em 01.nov.2016. Disponível em: http://coordenacaodolivro.blogspot.com.br/2016/11/homenagem-joao-simoeslopes-neto-no-ano.html Acessado em: 30.mar.2017.

1.12. SANTOS, Priscilla. O chimarrão: delícias e lirismos do sabor gaudério. In: OBVIOUS. 2010. Disponível em: http://obviousmag.org/archives/2010/09/o_chimarrao_delicias_e_lirismos_do_s abor_gauderio.html Acessado em: 18.mai.2017. Citação direta 1: Foi pelo início do século XIX, no contato com os guaranis naturais do atual Paraguai, que os aventureiros europeus deram com o chimarrão. (SANTOS, 2010) Citação direta 2: Embora não seja tão formal quanto um chá chinês, o ato do chimarrão, sendo um ritual, possui seus cerimoniais: a infusão deve ser preparada pelo dono ou chefe da casa e é este o primeiro a tomar da cuia. Isto é visto por muitos como um sinal de hierarquia, mas, na verdade, ninguém mais altruísta do que aquele que prepara o chimarrão: afinal, a primeira cuia é também a mais amarga. Ao terminar, ele deve preencher novamente o recipiente com água e passar para as mãos do próximo na roda. Assim, o companheiro ao lado sempre beberá a cuia mais agradável recebida de mãos amigas. Este é o ritual para fora, da solidariedade. Atenção: não passe a cuia adiante sem antes tê-la feito roncar (é um ruído parecido com o final de um milkshake), pois tal ato é muito mal visto. E a cuia sempre deve ser transmitida adiante com a mão direita. Coisas da tradição!. (SANTOS, 2010)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 130


1.13. STEIN, Joel. Millennials: The Me Me Me Generation. May 20, 2013 20.mar.2013. Disponível em: http://time.com/247/millennials-the-me-me-me-generation/ Acessado em 20.mar.2017. Citação direta: In the U.S., millennials are the children of baby boomers, who are also known as the Me Generation, who then produced the Me Me Me Generation, whose selfishness technology has only exacerbated. Whereas in the 1950s families displayed a wedding photo, a school photo and maybe a military photo in their homes, the average middle-class American family today walks amid 85 pictures of themselves and their pets. Millennials have come of age in the era of the quantified self, recording their daily steps on FitBit, their whereabouts every hour of every day on PlaceMe and their genetic data on 23 and Me. They have less civic engagement and lower political participation than any previous group. (STEIN, 2013)

1.14. UOL. Da Página 3 Pedagogia & Comunicação. Pré-história: O surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos. (Atualizado em 16/02/2015, às 10h45) 31/07/2005 17h43 Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-doser-humano-e-os-periodos-pre-historicos.htm Acessado em: 17.mar.2017. Citação direta 1: Em 1936, os estudos do cientista Vere Gordon Childe abriram novos caminhos para uma melhor com preensão da Pré-História. Ele propôs que esses períodos fossem considerados etapas da evolução do homem, que não se excluíam entre si, superando-se através de novas formas de produção. (UOL, 2015) Citação direta 2: Independentemente de qual teoria esteja correta - se é que alguma delas está , o fato é que os mais antigos fósseis já encontrados de seres humanos modernos datam de 130 mil anos e foram localizados na África. (UOL, 2015)

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 131


1.15. VIANNA, Hermano. Wikipedia. A enciclopédia online é a cara da internet. In: O Globo. 05.out.2012. Disponível em: http://oglobo.globo.com/cultura/wikipedia-6290389 Acessado em: 17.mar.2017. Citação direta: Minha confiança na Wikipedia não ficou maior ou menor. Desconfio de qualquer informação, em qualquer mídia, tradicional ou não. Há casos de fraudes nas melhores redações. Sempre procuro pontos de vista diferentes sobre qualquer fato. ( VIANNA, 2012 )

1.16. WIKIPEDIA. HOMO SAPIENS. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Homo_sapiens Acessado em 17.mar.2017. Citação direta: Na Wikipedia o texto a seguir é atribuído a «Human Evolution by The Smithsonian Institution's Human Origins Program». Human Origins Initiative. Smithsonian Institution. Consultado em 30 de agosto de 2010: "Os humanos anatomicamente modernos originaram-se na África há cerca de 200 mil anos, atingindo o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos." (WIKIPEDIA, 2010)

1.17. WIKIPEDIA. (futebol), CLÁSSICO. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%A1ssico_(futebol) Acessado em 26.mar.2017.

1.18. WIKIPEDIA. MÚSICA CLÁSSICA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_cl%C3%A1ssica Acessado em 26.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 132


2. REFERÊNCIAS SOBRE O VÍDEO "THE REAL EVE".

2.1. Discovery Channel. A origem do homem. The real Eve. Dublado. PT BR. Publicado no YOUTUBE a 06/06/2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UJCUE6GJg5A Acessado em: 20.mar.2017.

2.2. DEUSES, Portal dos. Documentário: A Origem do Homem (A Verdadeira Eva). 25.jul.2013. Disponível em: http://tantettaus.blogspot.com.br/2013/07/documentario-origem-do-homemverdadeira.html Acessado em: 20.mar.2017.

2.3. SANTOS, Lilian Gomes dos. SANTOS, Rodrigo da Silva. Ensinando genética evolutiva e evolução humana sob a ótica da Teoria da Eva Mitocondrial. In: Revista Sapiência: sociedade, saberes e práticas educacionais – UEG/Câmpus de Iporá, v.3, n. 2, p.158-177 – jul/dez 2014 – ISSN 2238-3565 Disponível em: http://www.revista.ueg.br/index.php/sapiencia/article/download/2911/2140 Acessado em: 20.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 133


3. REFERÊNCIAS SOBRE O VÍDEO "THE DNA JOURNEY".

3.1. MOMONDO. LetsOpenOurWorld.com The DNA journey. momondo – The DNA Journey Publicado no YOUTUBE a 01/06/2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tyaEQEmt5ls Acessado em: 20.mar.2017.

3.2. MOMONDO. LetsOpenOurWorld.com The DNA Journey. The competition is closed - but the journey goes on. Disponível em: https://www.momondo.com/letsopenourworld/dna Acessado em: 20.mar.2017.

3.3. KARSTEN, Matthew. My Personal DNA Journey: Learning Where I Come From. Disponível em: https://expertvagabond.com/ancestry-dna-test/ Acessado em: 20.mar.2017.

3.4. PARTRIDGE, Bryony. The DNA Journey: powered by AncestryDNA. 2.jun.2016. Posted by Bryony Partridge on June 2, 2016 in AncestryDNA, Australia, Canada, Ireland, Scotland, Sweden, United Kingdom Disponível em: https://blogs.ancestry.com/ancestry/2016/06/02/the-dnajourney-powered-by-ancestrydna/ Acessado em: 20.mar.2017.

3.5. RAHAMAN, Shifa. Experts claim viral Momondo DNA advert isn’t all it’s cracked up to be. In: CPH Post. 7.jun.2016. June 7th, 2016 7:47 am | by Shifa Rahaman Disponível em: http://cphpost.dk/news/experts-claim-viral-momondo-dnaadvert-isnt-all-its-cracked-up-to-be.html Acessado em: 20.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 134


4. OUTRAS REFERÊNCIAS. 4.1. AMORIM, Carlos Eduardo G. et al. Genetic signature of natural selection in first Americans. In: PNAS. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. February 28, 2017. vol. 114 no. 9. Carlos Eduardo G. Amorim, 2195–2199, doi: 10.1073/pnas.1620541114. Disponível em: http://www.pnas.org/content/114/9/2195.abstract Acessado em: 16.mar.2017. 4.2. CARVALHO, Douglas. AZEVEDO, Paulo. A chegada do chimarrão ao Estado e a sua influência na vida do gaúcho. Reportagem realizada em Setembro de 2007. In: Escola do Chimarrão. Da lavoura à cuia: a cultura da erva-mate no Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.escoladochimarrao.com.br/curiosidadesinf.php?cod=17 Acessado em: 16.mar.2017. 4.3. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Flexões verbais. In: Português UOL. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/flexoes-verbais.html Acessado em: 29.mar.2017. 4.4. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. O modo subjuntivo e imperativo das formas verbais. In: Português UOL. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/o-modo-subjuntivo-imperativo-dasformas-verbais.html Acessado em: 29.mar.2017. 4.5. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Pronomes de Tratamento. In: Português UOL. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/pronomes-tratamento.html Acessado em: 29.mar.2017.

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4.6. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Pronomes pessoais oblíquos. In: Português UOL. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/pronomes-pessoais-obliquos.html Acessado em: 29.mar.2017. 4.7. FAPESP, Agência. Descoberta assinatura genética comum a nativos em toda a América. In: Planeta Universitário .com. 15.mar.2017. Disponível em: http://www.planetauniversitario.com/index.php/ciencia-e-tecnologia-mainmenu75/37222-descoberta-assinatura-genetica-comum-a-nativos-em-toda-a-america Acessado em: 16.mar.2017. 4.8. LARCEN, César Gonçalves. 20.mar.2017. (atualizado em abr.2017) Referências do Terceiro Milênio. Volume 3. Disponível em: http://segundoscontados.blogspot.com.br/2017/03/referencias-do-terceiromilenio-volume-3.html Acessado em: abr.2017. 4.9. LARCEN, César Gonçalves. Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço: explorando o ciberespaço e liquefazendo fronteiras entre o moderno e o pós-moderno atravessando o campo dos Estudos Culturais [ebook]. 2. Ed. - Canoas: César Gonçalves Larcen Editor, 2014. 102 p. ebook.: il. ISBN da primeira edição: 978-85-912136-0-3 (impresso) ISBN da segunda edição: 978-85-915192-2-4 (ebook) 4.10. PEREZ, Luana Castro Alves. Versatilidade pronominal. In: Português UOL. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/versatilidade-pronominal.html Acessado em: 29.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 136


4.11. PORTUGUÊS.COM.BR, Equipe. Concordância Verbal. In: Português UOL. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/concordancia-verbal-.html Acessado em: 29.mar.2017.

4.12. RESUMO ESCOLAR. Divisão dos Períodos Históricos: Pré-História, Idade Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. Disponível em: https://www.resumoescolar.com.br/historia/divisao-dos-periodos-historicos-prehistoria-idade-antiga-media-moderna-e-contemporanea/ Acessado em: 17.mar.2017.

4.13. RESUMO ESCOLAR. Linha do Tempo - História Geral. Pré-história X Tempos Históricos. Gráfico disponível em: https://www.resumoescolar.com.br/wp-content/imagens/divisao-dos-periodoshistoricos-pre-historia-idade-antiga-media-moderna-e-contemporanea.jpg Gráfico referenciado em: https://www.resumoescolar.com.br/historia/divisao-dos-periodos-historicos-prehistoria-idade-antiga-media-moderna-e-contemporanea/ Acessado em: 17.mar.2017.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 137


CéSAR GONÇALVeS LARCeN

AS MUSAS DO TeRCeIRO MILêNIO

TRI eQUIVOCADO, BARBARIDADe! 2ª edição

Porto Alegre César Gonçalves Larcen 2018

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 138


Produção gaúcha. CGLed. 2018.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt (ISBN 978-85-915192-8-6) i. O conteúdo original em meio digital pode ser livremente distribuído em formato “.pdf” desde que não seja modificado e se apresente por completo. ii. Esta página só pode ser reproduzida em suporte físico desde que se apresente tal qual se encontra no original. iii. O conteúdo da OBRA que exceder três páginas não pode ser exposto na Internet ou digitalmente reproduzido (utilizar a opção i). Ao longo do ano de 2018, solicite o “.pdf” para clarcen2009@gmail.com 139


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