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Longe de

so apagar a lousa para continuar a aula, ou você vai atrasar todo mundo?”.

Sobre as situações que podem ser causas desse tipo de transtorno, Luiza relatou que sofreu bullying de colegas de escola e que, quando seus pais se divorciaram, a estrutura na qual podia contar havia sido quebrada, deixando-a ainda mais insegura: “Eu me sentia um ‘nada’”. A partir daí, o paciente fica cada vez mais receoso de participar de eventos em grupos.

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O retorno a uma socialização pode se dar aos poucos. Cristiane explica que esse é o “método da exposição”, em que o paciente é levado a, pouco a pouco, enfrentar as situações que lhe causam fobia. Ela é idealizadora de um aplicativo que, com a ajuda de um computador e um óculos de realidade virtual, cria simulações que causariam desconforto a quem sofre de TAS. “A gente vai graduando essas situações hierarquicamente, da que menos dá desconforto para a que mais dá”, explica a psicóloga.

A recomendação dos especialistas é a busca por ajuda especializada. Hoje, Luiza diz ter superado a fobia social com ajuda da psicoterapia. Ainda na faculdade de psicologia, ela conta que começou a se interessar pelo assunto e a exercitar o autoconhecimento, processos que começaram sua recuperação.

Já Cleber relata que, ao tomar pequenos passos para se acostumar às interações sociais cotidianas — comer em público, falar com desconhecidos, fazer amigos —, conseguiu, já na casa dos 30, construir uma sociabilidade que nunca havia tido.

Sua vontade era tornar-se “a versão adulta da criança que era”, antes dos sintomas da fobia social se agravarem e tomarem conta de sua vida. Já não é difícil encontrar pelas redes sociais fotos do bem-articulado Cleber. O período de isolamento e de invisibilidade pode ter tomado anos de sua vida, mas já não o atinge mais.

Hoje, Cleber cria suas memórias, e já não quer ser invisível.

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