37ª edicão Terra Magazine

Page 1








EDITORIAL

RENOVAÇÃO

A

Claudio Barreto Diretor | Editor EDITOR Claudio Barreto DRT/PE - 5254 Izabelle Rino editor@terramagazine.com.br (81) 99504 7550 REDAÇÃO/CONTEÚDO DA EDIÇÃO Ana Paula Bernardes Ana Luiza Melo Carlos Alberto Pinto Célia Labanca Claudio Barreto Eduardo Irineu Paulo Azul Kiki Marinho Marivan Gadelha Izabelle Rino Luíza Tiné Sófocles Medeiros Selma Vasconcelos FOTOGRAFIA Armando Artoni Geraldo Donald PROJETO WEB/EDIÇÃO IMAGEM Geraldo Donald Pedro Menezes

o longo desse 2015 vivemos grandes acontecimentos. E movidos por isso que corremos atrás e aguçamos ainda mais novas ideias, sabores, aromas, texturas. Tivemos momentos de contemplação - da arte, dos ritmos e de paraísos inspiradores. Conhecemos e aprendemos com pessoas únicas em seus vários segmentos e campos de expressão artística, literária, política e social. Experimentamos, criamos e, em alguns momentos, percebemos a importância de manter o que vem dando certo. Fomos desafiados e saímos da zona de conforto num voo livre e inspirador cujo momento de aterrisagem ainda está em aberto. Foi com esse clima que chegamos a essa edição, animados e com o espírito de renovação, com o intuito de ampliar os limites das janelas que construímos ao longo do ano, na certeza de que muito ainda está por vir. Nesta capa, trouxemos a empresária Kátia Peixoto, que com muita elegância e sensibilidade, nos falou sobre o projeto de arquitetura sustentável implementado em seus empreendimentos na ilha paradisíaca de Fernando de Noronha, que recentemente ganhou o prêmio Traveller’s Choice Islands 2015, promovido pelo site de viagens TripAdvisor, com o título de melhor ilha da América do Sul e a décima melhor do mundo inteiro. Essa capa juntamente com entrevistas e reportagens ressaltaram toda a cadeia de negócios voltados para o turismo do Arquipélago nos temas: empreendorismo, ecoturismo, gastronomia, pescaria com Zé Maria, arquitetura e curiosidades, além da riqueza histórica do local, deram como resultado final um caderno especial feito a 10 mãos. Para os apreciadores da boa música local, a Banda Som da Terra completa 40 anos de união, celebra Bodas de Rubi, com repertório

vasto percorrendo nossa cultura através dos ritmos do forró, frevo, maracatu, caboclinho, côco, dentre outro ritmos tradicionais do nosso Estado. Homenageada neste ano pelo Galo da Madrugada, no bloco Virgens de Verdade, no carnaval de Olinda e demais blocos carnavalescos do estado. Destacamos na cultura um intelectual de instância ímpar, conhecido como o maior colecionador de objetos pessoais de Fernando Pessoa, o escritor e advogado José Paulo Cavalcanti Filho, responsável pela ideia da exposição 'Fernando Pessoa - Uma Coleção' no Museu do Estado de Pernambuco no período de 06 novembro à 06 dezembro. A coleção retrata a pluralidade, em vida, a obra e identidade do escritor e poeta português. Para quem gostou do filme “A vida secreta de Walter Mitty”, teremos um olhar sensível e aventureiro nas viagens realizadas pelos arquitetos Zezinho e Turíbio Santos. No Diário de Bordo, destacamos a tão sonhada viagem de moto Harley-Davidson pela mítica Rota 66, nos Estados Unidos, realizada pelo empresário Janguiê Diniz . E nas páginas seguintes, saúde, beleza, negócios, mundo, cinema, enogastronomia, arquitetura, espaço design, literatura, crônica, test drive e o Terra Social, que juntos fazem da Terra Magazine um sucesso a cada edição. E neste clima de alegria, satisfação, orgulho e com sensação de dever cumprido, agradeço a todos que contribuem direta e indiretamente com esse tesouro que se chama “Comunicação”. Aproveito este fechamento desejando um Feliz Natal e um 2016 repleto de amor, saúde, sucesso e muito trabalho, em nome de toda minha equipe. Um grande abraço e tenham uma boa leitura!

Claudio Barreto

DIRETORA ADMINISTRATIVA Maria do Carmo Veras (81) 9 9159 8905 Jô Santana comercial@terramagazine.com.br (81) 9 9605 4604 Leandro Penedo projetos@terramagazine.com.br (81) 9 8850 8086

37ª EDIÇÃO CAPA | KÁTIA PEIXOTO FOTOS| GERALDO DONALD BELEZA | JOÃO COSCARDO

REPRESENTANTE - BRASÍLIA Juliano Barreto (61) 8267 3792 TERRA MAGAZINE LTDA ME CNPJ 15.146.527/0001-04 IMPRESSÃO - GRÁFICA MXM Tiragem 5.000 exemplares ENDEREÇO contato@terramagazine.com.br Rua Dom Dom Jose Lopes, 700 Boa Viagem - Recife/PE (81) 3083 5326 51.021-370

Rua Bruno Veloso, 393 Boa Viagem - Recife/PE (81) 3097 8905 51.021-280

Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução de textos e fotos sem autorização.


lojalordman

Shopping Tacaruna Plaza Shopping Shopping Boa Vista reCIFE /PE

LojaLordman




ÍNDICE 16 | Drinks Terra Magazine 18 | Mundo 20 | Projeto social 22 | Cultura - José Paulo Cavalcanti Filho 24 | Case de sucesso - Arcádia Recepções 26 | Música - Grupo Som da Terra 28 | Especial Fernando de Noronha 48 | Cabanga Iate Clube 50 | Destinos - Zezinho Santos 54 | Diário de bordo - Janguiê Diniz 56 | Por trás da gravata - Dr. Lucilo Ávila 58 | Arquitetura 66 | Espaço design - Paulo Azul 70 | Espaço do arquiteto 74 | Moda & Beleza 80 | Enogastronomia 84 | Social Terra Magazine

PÁG.

30

90 | Test drive 92 | Saúde 100| Negócios 102 | Filmes 104 | Série cinema pernambucano

ESPECIAL FERNANDO DE NORONHA

106 | Dicas para leitura 107 | Com a palavra - Célia Labanca 108 |Espaço jurídico

Um belo clique do fotógrafo Iapa com a atriz Giovanna Ewbank em Noronha

110 |Crônicas

NOSSA EQUIPE

Luíza Tiné jornalismo

ana luiza melo jornalismo

kiki marinho jornalisMO

célia labanca com a palavra

GERALDO DONALD projeto web

CAMILA DINIZ MODA

MARCELA CARTAXO MODA

JOÃO COSCARDO BELEZA

rildo saraiva ENOGASTRONOMIA

Carlos Alberto Pinto CRÔNICAS

Paulo Azul espaço design

marivan gâdelha negócios

Sófocles Medeiros cinema

selma vasconcelos dicas de leitura

Armando Artoni fotografia

izabelle rino editora

ana paula bernardes jornalismo




Venha conhecer a nova linha de eletroportรกteis

no Ferreira Costa.


DRINKS TERRA

EDEN

Bacardi Superior Geleia de rosas árabes Suco de limão tahiti Gelo frapê Garden bitter

Drinks perfeitos para o verão

É uma empresa de consultoria para bares e restaurantes no segmento de coqueteis Premium, temáticos e treinamentos de brigada. Também atua em eventos com bar itinerante e menu montado exclusivamente para o evento.

81 30331676 81 9 9651.6048

16| TERRA MAGAZINE

Grey Goose L'Orange Xarope Orzata Suco de caju natural Gengibre Suco de limão tahiti

Convidamos o mixologista Luciano Guimarães, da empresa Cocktail Brasil, para ensinar algumas sugestões de drinques que remetessem ao nosso clima quente do verão nordestino para combinar bem com praia e piscina e até mesmo uma vida nortuna e logicamente com uma boa música.

Cocktail Brasil

Além de prestar cursos para BARTENDERS e amantes da coqueteleira.

TROPICAL MARTINI

SUMMER BRASIL Ballantine's Brasil Mix de uvas niágara Suco de limão Xarope de capim santo Carambola fresca Água com gás



MUNDO IZABELLE RINO

Nuvem anuncia o fim do mundo

O fenômeno aconteceu em Sydney, na Austrália, e deixou perplexos moradores locais. Por conta da aparência, a nuvem se assemelhou muito com um tsunami, deixando diversas pessoas em alerta. “Parecia uma imensa onda que estava vindo do horizonte para inundar tudo”, afirmou uma testemunha. Em poucas horas, os registros da nuvem sinistra se espalharam pelas redes sociais, sempre seguidos de muito espanto.

DISTÚRBIOS DO SONO

Médicos do Hospital Evelina para crianças, em Londres, realizaram recentemente uma pesquisa especialmente relacionada à medicina do sono e distúrbios neurológicos, e para isso fizeram um estudo sobre o efeito do uso de smartphones e tablets na hora de dormir. Para o doutor, o resultado é que esses aparelhos deveriam ter um modo de dormir automático, pois eles podem acabar sendo os vilões da insônia. Segundo o especialista, todo modelo de smartphone conta com uma luz azul mais brilhante, e que já foi provado cientificamente que a exposição a esse azul pode afetar no ciclo do sono dos usuários e mantê-los acordados mais tempo do que o necessário. O fato já é conhecido há algum tempo, tanto que o Android conta com alguns aplicativos de terceiros que prometem diminuir a temperatura de cor da tela e do azul durante a noite e até a própria Google adicionou um modo “noturno” ao novo Android 6.0 Marshmallow, que muda o fundo da tela para uma cor mais escura, porém não filtra a luz azul, que é o centro do problema.

18| TERRA MAGAZINE

Paris X Mariana

As recentes tragédias de Mariana (MG) e Paris provocaram divergências entre usuários da rede. Depois dos recentes atentados na capital francesa, o Facebook criou a possibilidade de o usuário trocar a imagem do perfil e ter a bandeira francesa ao fundo para manifestar solidariedade às vítimas. Mas e o desastre humanitário e ambiental provocado pelo rompimento das barragens da mineradora Samarco em Minas Gerais? Brasileiros que manifestaram solidariedade às vítimas de Paris tiveram de, direta ou indiretamente, lidar com críticas de amigos. "É lamentável o que aconteceu na França, triste, revoltante. Mas e o nosso povo? Será que saber falar francês faz deles, diferentes dos brasileiros, mineiros, humanos?", postou uma usuária do Facebook, incomodada com a falta de imagens de perfil com as cores da bandeira brasileira para homenagens às vítimas de Minas.

Banheiro Móvel

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, usa seu próprio banheiro móvel, instalado em um dos veículos de seu comboio, quando viaja pelo país, já que o mesmo está frequentemente na estrada, conduzindo uma série de inspeções de rotina em bases militares e fábricas estatais. Os banheiros não estão somente no trem pessoal de Kim Jong-un, mas em qualquer carro pequeno ou de médio porte em que ele esteja viajando e até em veículos especiais que são designados para terrenos montanhosos ou neve. Segundo uma fonte, os carros em que os banheiros são instalados são destinados exclusivamente para essa função, e não podem ser usados por mais ninguém, somente Kim Jong-un. Até mesmo o mais poderoso dos militares nortecoreanos, Hwang Pyong-so, diretor do Exército Popular, enfrentaria punições severas, entre elas pena de morte, se fosse pego usando o banheiro.


Médico da Solidariedade

Fusão bilionária do Botox e Viagra

O médico oftalmologista nepalês Sanduk Ruit talvez seja o campeão mundial na guerra contra a cegueira. Cerca de 39 milhões de pessoas em todo o mundo são cegas -- metade por causa da catarata-- e outros 246 milhões têm a visão deficiente, segundo a Organização Mundial de Saúde. Se você é uma pessoa cega num país pobre, então normalmente não tem esperança. Mas Ruit é pioneiro numa técnica de microcirurgia de catarata simples que custa apenas US$ 25 (R$ 94) por paciente e é quase sempre bemsucedida. Na verdade, seu "método Nepal" agora é ensinado nas faculdades de medicina dos EUA. Todos os anos Ruit viaja para um país pobre ou em desenvolvimento. Recentemente visitou Hetauda, sul do Nepal, onde realizou sua mágica técnica, trazendo de volta a visão de 102 pessoas, entre homens e mulheres.

Floresta Vertical

As empresas Pfizer e a Allegran anunciaram acordo histórico de fusão, com valor de cerca de US$ 160 bilhões, criando a maior empresa farmacêutica do mundo. Os termos finais do acordo incluem a proporção de 11,3 ações de Pfizer para cada papel da Allegran. A Pfizer é a fabricante de medicamentos como Viagra e uma das maiores empresas do setor. A irlandesa Allegran produz o Botox e remédios para o mal de Alzheimer. A transação ainda depende da aprovação de órgãos regulatórios dos Estados Unidos e da Europa, além do aval dos acionistas das duas empresas.

Gato Bomba Uma torre residencial em Lausanne, na Suíça, será "coberta" por mais de 100 árvores. A floresta vertical faz parte dos três mil m² de vegetação previstos no projeto de autoria do italiano Stefano Boeri.

Com 117 metros de altura, o edifício La Tour des Cedres terá muitas semelhanças com o prédio Bosco Verticale, em Milão, na Itália, também assinado pelo arquiteto e finalizado em 2014. As árvores serão distribuídas entre as sacadas dos apartamentos que se projetam a partir da estrutura da construção e têm vista para o lago Genebra. O escritório de Stefano Boeri irá desenvolver o projeto em parceria com o Studio Laura Gatti e a empresa de engenharia Burohappold. As obras estão previstas para o início de 2017 e não têm data estabelecida para conclusão.

Um site de humor, o NordPresse, lançou o movimento em meados da semana passada criando a personagem "Abu Miau", um gato com um cinturão de explosivos apresentado como o verdadeiro autor dos atentados de 13 de novembro em Paris. Autoridades pediram aos meios de comunicação e aos internautas que se abstivessem de divulgar informações sobre as operações em vários bairros de Bruxelas e Charleroi (sul), por isso os belgas inundaram a tuitosfera com imagens de felinos. Ao invés de descrever o que viam de suas janelas, usaram a hashtag #BrusselsLockdown (#BruxelasIsolada), na qual se concentrava as conversas sobre o alerta máximo vigente na capital para divulgar fotomontagens de gatos.

terra magazine | 19 Imagens e fontes reproduzidas da internet


projeto SOCIAL AACD Pernambuco

Reabilitação e reintegração: palavras-chaves da AACD

Por Kiki Marinho Toda sexta-feira o maestro Rodrigues segue para uma sala localizada no bloco C da AACD. Lá ele monta um órgão elétrico e espera a turma da oficina de Voz e Percussão. Quando os alunos chegam, começa uma grande festa. O riso é solto, assim como as vozes, os movimentos corporais, a imaginação. São crianças com deficiência, com níveis variados de comprometimento. Mas todas elas participam, cada uma do seu jeito especial. O maestro diz que a oficina é uma junção das terapias que eles fazem individualmente. A cada música, um pouco de fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional. "Através do ritmo e do canto, eles são estimulados de forma lúdica a executar o que fazem nas terapias, o movimento é uma brincadeira", explica. Quando perguntado sobre o motivo de ser voluntário na Associação de Assistência à Criança Deficiente, a resposta foi rápida: "o prazer é imenso. Eles valorizam cada pequena coisa, cada simples conquista e isso é a lição de vida que a gente busca todo dia. Melhor é dar do que receber e a gente recebe muito com o carinho e o amor dessas crianças. Não tem dinheiro que pague isso aí". A AACD é uma instituição sem fins lucrativos que atende jovens e adultos, com diversas patologias que afetam diretamente na locomoção, como paralisia cerebral, mielomeningocele, lesão medular, má-formação congênita, doenças neuromusculares, poliomielite, amputações e lesão encefálica adquirida.

20| TERRA MAGAZINE

Além de reabilitar, trabalha na reintegração das pessoas com deficiência à sociedade. Existe em Pernambuco desde 1999 e tem capacidade para realizar 1000 atendimentos diários em várias especialidades. E um dos grandes diferenciais da instituição é justamente esse atendimento multidisciplinar que oferece, o que possibilita a realização do trabalho de forma integrada. O corpo clínico é gerenciado pela neurologista pediátrica Dra. Vanessa Van Der Linden e conta com uma equipe de ortopedistas, fisiatras, neurologistas, pneumologistas, urologistas, cardiologistas e oftalmologistas, além de nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e pedagogas. Cynthia de Melo é fisioterapeuta da AACD há 10 anos. Ela conta que é muito gratificante o trabalho que realiza, pois consegue acompanhar a evolução da criança. "É recompensador participar desse desenvolvimento", conta, enquanto executa com a pequena Heloísa, de 3 anos, os movimentos com o andador. "A gente estabelece um vínculo muito grande com a criança e com a família, pois é preciso muita confiança", diz. A mãe de Heloísa, Edna, concorda. E vai além: "a AACD é a minha segunda casa e foi um divisor de águas na vida da minha família. Foi aqui que eu aprendi a ajudar a minha filha". A AACD funciona num terreno de 15 mil m² que abriga consultórios médicos, salas de terapia, salas de exames de raios X, enfermagem, terapia ocupacional e fisioterapia, o que inclui uma piscina aquecida, alimentada por energia solar.

As próteses, órteses, goteiras, palmilhas e coletes fornecidos são produzidos numa oficina ortopédica dentro da própria Associação. E todos os atendimentos da entidade são feitos por meio do Sistema Único de Saúde - o que é insuficiente para fazer funcionar a engrenagem. Além do SUS, a instituição é mantida com recursos oriundos de emendas parlamentares, venda de produtos com a logomarca da instituição em eventos, festas filantrópicas, participação efetiva dos seus sócios mantenedores, Corrente do Bem (cofrinho), doações esporádicas, bazar e aparelhos ortopédicos. É fácil ajudar a AACD. O coordenador do voluntariado na unidade Pernambuco, Mário Mendes, destaca que a instituição está sempre precisando da ajuda da sociedade e do empresariado. "É só ligar para o número 3419.4000 e procurar o setor de captação de recursos", explica. É possível, ainda, visitar a instituição para conhecer de perto o trabalho. No site www. aacd.org.br também há várias informações sobre a atuação e as formas de contribuir. E se vale a pena ajudar de alguma maneira? Quem responde é Lucas, de 13 anos, participante da oficina de Voz e Percussão do Maestro Rodrigues: "o que eu mais gosto da aula é de ficar perto dos meus amigos e do professor, porque pra mim e para as outras crianças o professor é um herói". SERVIÇO: AACD Pernambuco PABX: 81 3419.4000 www.aacd.org.br


terra magazine | 21


CULTURA LITERATURA José RAIMUNDO Paulo Cavalcanti CARRERO Filho

Todos os

sonhos

do mundo Por Kiki Marinho

É

pernambucano o maior colecionador de objetos pessoais de Fernando Pessoa. O acervo, aliás, não se limita aos pertences do poeta português, tais como fotos, selos, óculos, escrivaninha, máquina de escrever, manuscritos. Reúne diversos materiais de pessoas que povoaram o universo dele, como Camões, Dom Sebastião, Padre Vieira, Cervantes, Eça de Queirós e muitos outros. Quando indagado sobre o motivo de ter juntado tantas coisas de - e sobre - Pessoa, o escritor e advogado José Paulo Cavalcanti Filho respondeu: "devoção". De acordo com o dicionário, o substantivo feminino devoção significa apego sincero e fervoroso. E assim é.

Passei oito anos escrevendo, mais um ano corrigindo o estilo. Fui 30 vezes a Portugal, contratei um historiador e um jornalista para conferir cada página, tudo isso em busca da perfeição humanamente possível"

"Tive três momentos na vida onde provei do espanto por quase tocar gênios absolutos. O primeiro foi quando comecei a tocar Bach no piano. O segundo, quando li Cem Anos de Solidão e fui apresentado ao realismo fantástico. O terceiro foi quando conheci Tabacaria, de Álvaro Campos. Tinha 16 anos e minha paixão vem daí", explica. Álvaro Campos é um dos heterônimos de Fernando Pessoa e por meio dele nasceu uma das citações mais ditas em todo o mundo, exatamente um dos versos de Tabacaria: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". A devoção não se limitou à coleção de objetos. Virou livro: "Fernando Pessoa: uma quase autobiografia", que hoje está

22| TERRA MAGAZINE


José Paulo Cavalcanti Filho seguiu os passos do pai e é advogado. Foi Ministro da Justiça no governo Sarney, é consultor da Unesco, do Banco Mundial, da OEA.

na sétima edição. São quase 800 páginas de um mergulho no universo de todas as personalidades assumidas pelo poeta português. Os heterônimos se revelam, bem como as origens e a produção de cada um deles. "Passei oito anos escrevendo, mais um ano corrigindo o estilo. Fui 30 vezes a Portugal, contratei um historiador e um jornalista para conferir cada página, tudo isso em busca da perfeição humanamente possível", conta. Lançado pela Editora Record, em seis meses o livro atingiu a marca de 50 mil cópias vendidas. Em 2011, ano em que foi publicado, a Academia Brasileira de Letras o elegeu como 'Livro do Ano'. Fora isso, José Paulo Cavalcanti Filho levou para casa importantes prêmios literários do Brasil, como o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e o Prêmio Brasília de Literatura, promovido pela Bienal do Livro e da Leitura.

E não parou por aí: até agora a publicação já foi traduzida em dez países - inclusive Portugal - e recebeu várias premiações internacionais. Todo o acervo de José Paulo Cavalcanti Filho está disponível para o público na exposição 'Fernando Pessoa - Uma Coleção', em cartaz no Museu do Estado de Pernambuco. "Ia durar um mês, mas foi prorrogada a pedido da diretoria. Já é a exposição de maior público da história do Museu", orgulha-se. E ele conta que agora só falta um item para a conclusão do 'Projeto Pessoa', que é a produção de uma série de quatro episódios para o canal History Channel. Primavera, Verão, Outono e Inverno serão gravados em terras lusas, em parceria com o jornalista Marcelo Tas. O jurista adianta que depois de prontos, os episódios serão desmembrados

e vendidos para canais de TV na internet com um diferencial: após cada um deles haverá um jogo, tipo quiz, cujas perguntas e respostas têm o objetivo de identificar qual heterônimo de Pessoa cada um é. "Fiz o teste e deu que sou Fernando Pessoa em pessoa", revela. José Paulo Cavalcanti Filho já quis ser maestro, diplomata, filósofo. Mas seguiu os passos do pai e é advogado. Foi Ministro da Justiça no governo Sarney, é consultor da Unesco, do Banco Mundial, da OEA. É casado com Maria Lecticia, tem três filhos e duas netas. Gosta de viajar, ler, velejar, tocar piano, fumar charutos. "Sou uma pessoa de bem com a vida. Não tenho do que me queixar", finaliza.

terra magazine | 23


CASE DE SUCESSO Arcádia Recepções

Arcádia Recepções

25 anos na tradição da arte de receber

por Ana Paula Bernardes

O

exímio cuidado na arte de servir bem. Celinha Batista foi perseverante na ideia de montar eventos e para isso, nunca abriu mão dos detalhes milimetricamente pensados, o que justifica como o segredo do sucesso da sua Arcádia que, neste 2015, está completando 25 anos de existência. E para chegar a este sucesso, trouxe as raízes de sua família que, na década de 50, com primor, montava verdadeiros banquetes na capital carioca para receber convidados de seu pai. Aqui nas cidade, tem conciliado os papéis de mãe e empresária. Ao lado da filha e sócia Patrícia Gomes, trilhou todos os passos da concepção de um negócio que nasceu num Recife que só tinha espaço para abrigar as grandes banqueteiras. Mas atender unicamente eventos externos, numa pequena sede instalada na Rua Amazonas, em Boa Viagem, não era suficiente. A filha, médica pediatra, que chegou a conciliar os dois ofícios durante algum tempo, viu-se segura em decidir abraçar integralmente a Arcádia quando juntas montaram a primeira casa da grife em Casa Forte.

24| TERRA MAGAZINE foto João Bosco

Celinha Batista ladeada pelo neto Renato e pela filha Patrícia Gomes


O nome da empresa, escolhido por Roberto Viana, filho de Celinha, já traduzia a imponência e destaque dos serviços, fazendo referência à região Grega no Peloponeso. E foi exatamente nessa ideia de grandiosidade e inovação que a dupla batalhou trazendo para a cidade destaque em todas as características que definem a apresentação de cada evento montado. Depois da inauguração da primeira casa, a trajetória da dupla corre uma linha do tempo rumo à expansão dos negócios, onde por ordem, nasceram a casa de Apipucos e já na década de 2000, vieram a Arcádia Paço Alfândega, Domingos Ferreira, Arcádia Futuro e mais recentemente, a Arcádia

Gourmet, em Boa Viagem, onde também conta nesta trajetória a presença do filho do meio de Patrícia, Renato, que auxilia no comando financeiro do negócio.

e com muito sucesso, ao lado de toda personalização que o cliente desejasse para montar seu evento e fazer aquela data inesquecível.

Para manter essa excelência a empresa não abre mão dos insumos de qualidade e possui 150 colaboradores treinados e qualificados, além de garçons free-lancers em eventos específicos, que atendem desde pequenas reuniões, até festas de grandes volumes, corporativas ou sociais.

Cada festa é única e traz a recompensa do dever bem cumprido, mas entre as lembranças desses anos de trabalho estão, desde o casamento da neta Ana Carolina, vinda de Nova Iorque, considerada esta uma das maiores festas que o Estado já teve, com 10 dez itens de caça à mesa, bem como todo o serviço de Buffet para a área vip e very vip durante a Copa das Confederações e Copa do Mundo, no Brasil.

Importante relembrar que, numa era em que os finger foods tomam conta dos buffets rolantes, Celinha Batista e equipe já traduziam essa montagem, anos atrás

fotos internet

A escolha dos pratos é milimetricamente pensada por Celinha e Patrícia para cada evento

Com projetos arquitetônicos belíssimos, as casas da Arcádia refletem a beleza de sonhos conquistados. O toque de sofisticação faz toda diferença nessa trajetória que completa bodas de prata. Tanto é que para a sociedade pernambucana, sair de uma festa assinada pela Arcádia, sempre tinha um gostinho de quero mais. Deveria haver uma forma de levar para casa um pedacinho daqueles eventos. Foi aí que nasceu a Arcádia Gourmet, em Boa Viagem. Lá o cliente pode encontrar desde pratos memoráveis do cardápio de festas, servidos diariamente no almoço e jantar, bem como massas artesanais e salgados congelados, molhos especiais, saladas, doces, tortas, queijos, entre outros, que fazem daquele, um estabelecimento que consagra a marca, como ainda mais perto de todas as famílias pernambucanas. Desses tantos sonhos conquistados para a dupla de empresárias, a maior recompensa, sem dúvida, é a certeza de que a arte de bem servir, só tem um caminho, é de que para alcançar o sucesso, devem-se seguir os passos da simplicidade.

terra magazine | 25


MÚSICA GRUPO SOM DA TERRA

GRUPO

Som da

Terra

40 anos de estrada Por Kiki Marinho

U

m casal, quando completa 40 anos de união, celebra Bodas de Rubi. O significado desta pedra - a segunda mais dura do reino mineral - é a resistência. Ou seja, a capacidade de atravessar os anos e as mais variadas situações sem quebrar. A cor vermelha representa o afeto, o carinho e o respeito que consolidam o casamento.

26| TERRA MAGAZINE

E como no casamento, para celebrar Bodas de Rubi em uma relação de trabalho é preciso ter afeto, carinho e respeito entre os membros da equipe. E assim é com a Banda Som da Terra. O grupo completou em 2015, 40 anos de estrada. São quatro décadas levando para o público os ritmos de Pernambuco. O repertório é vasto, mas privilegia o forró, o frevo, o maracatu, caboclinhos - todos ritmos tradicionais do Estado. “Comemorar 40 anos de carreira, antes de qualquer coisa, constitui-se motivo de grande prazer e alegria para todos nós que fazemos a Banda Som da Terra. Satisfação de ter tido a oportunidade de viver momentos de muita harmonia, cumplicidade e de união, bem como a certeza de ter mostrado, ao longo dos anos, um trabalho que pudesse ficar registrado na vida, na memória e na história do povo de Pernambuco", diz Rominho - percussão e voz da Banda.

Jamais deixaremos de lembrar de pessoas que muito contribuíram para o sucesso de nossa carreira, a exemplo do Chacrinha (O Velho Guerreiro) e de tantos outros que nos estenderam a mão" Tudo começou em 1975, com um grupo de amigos de Casa Amarela, bairro da zona norte recifense, que se uniu para tocar a riqueza cultural pernambucana. As apresentações aconteciam nos bares e casa de show do Recife. Mas logo no primeiro ano de existência, veio um grande incentivo: recebeu o título de "Melhor Banda do Ano", concedido pela Rede Bandeirantes. E, de lá para cá, os amigos não pararam mais. Ao longo do caminho, muitas pessoas ajudaram, lembra Rominho. "Jamais deixaremos de lembrar de pessoas que muito contribuíram para o sucesso de nossa carreira, a exemplo do Chacrinha (O


fotos divulgação

Velho Guerreiro) e de tantos outros que nos estenderam a mão". O grupo Som da Terra é formado por Rominho; Zé Carlos, no baixo e voz; Kayto, no violão e voz; Wilson, na bateria e Alexandre Jacaré, na percussão. Uma das fortes características da banda é que a voz também se torna um instrumento percussivo, harmonizando perfeitamente com os demais instrumentos. Outro destaque são as letras produzidas, que retratam o povo e seus costumes: o namoro, o trabalho, a praça da cidade, a devoção, histórias infantis, folguedos, rio São Francisco. E além desse trabalho autoral, a Som da Terra também executa e grava compositores brasileiros, mas sempre com novos arranjos, que conferem às músicas uma identidade própria. A Banda Som da Terra, cujo estilo pode ser definido como MPB de sotaque regional, usa, em suas apresentações, figurinos especiais, desenvolvidos para dar sempre a cara das raízes culturais de Pernambuco.

Nos palcos ou nos trios elétricos, um balé executa as coreografias, dando ainda mais cor às apresentações. E nestes 40 anos de carreira, foram 21 registros gravados, entre LPs, CDs e DVDs. E se você que está aí lendo a matéria, acha que não conhece a Som da Terra, eu faço uma pergunta: você já ouviu a música carnavalesca "Balança o Saco"? Pois é...

foi esse hit, uma das faixas do álbum "No Meio do Mundo", que deu à Banda o seu primeiro Disco de Ouro. Foram mais de 140 mil cópias vendidas em apenas dois meses. E o desejo da Som da Terra, qual é? "Que venham muitos e muitos anos para podermos continuar fazendo aquilo que mais amamos: tocar e cantar nos palcos da vida, levando alegria aos quatro cantos do mundo", finaliza Rominho.

terra magazine | 27


capa kátia peixoto

KÁTIA PEIXOTO Empreendedorismo com foco na natureza

especial | arquipélago de fernando de noronha

por Ana Paula Bernardes

D

e um lado o Morro do Pico, do outro uma imensidão de águas lindas da ilha mais amada do turismo brasileiro. Este foi o cenário aceito pela empresária Kátia Peixoto e pelo marido Eduardo Henrique quando receberam, de bom grado, o convite para assumirem a Pousada da Morena, que teve como meta unir um projeto de arquitetura sustentável com o olhar atento ao desenvolvimento de um negócio. A empresária é a capa desta nossa edição e não poderia ser diferente, já que estamos tratando de um dos nomes que ajudou a elevar o conceito de administrar um negócio com foco na representatividade integral da Ilha de Fernando de Noronha.

Ao sucesso da Pousada da Morena atribuíram-se vários fatores diante do que se poderia descrever como um empreendimento que respeita todas as etapas de construção de uma empresa com vida longa, mas em paralelo a isto, estamos tratando de um empreendimento que uniu a arquitetura com a beleza natural de Fernando de Noronha. Pegando carona na visão privilegiada, os empresários acertaram ao desenvolver a proposta de trazer a natureza para viver em comunhão com o hóspede, tanto para quem está dentro dos bangalôs, como também para aquele que está nas piscinas e jardins do empreendimento. “Nada foi tirado da Ilha, ao contrário, a gente valorizou a vista natural e ressaltou isto no projeto”, explicou Kátia Peixoto.


terra magazine | 29


capa kátia peixoto em parceria com Roberto Lins. “Instalamos regras e elementos para a reforma do local, onde a base máxima foi uma obra limpa, sem entulhos, onde houve a preocupação com acústica do ambiente, cuidado com o entorno, destacando a questão da visibilidade, onde de toda a obra se tivesse a visão total da praia. Além disso, todos os elementos utilizados foram naturais e toda a parte de metais, louças e chuveiros, foi trabalhada em parceria com a DECA, num projeto enfatizando o conceito de economia e do bom uso da água“, explicou. Outro grande destaque da obra também foi a instalação do sistema Mizumo para reaproveitamento da água utilizada. ”Temos consciência da importância do recurso água para o turista em Fernando de Noronha. Este item foi indispensável”, diz Kátia.

especial | arquipélago de fernando de noronha

Esse conceito natural também é visualizado pelos visitantes, através da cromoterapia do espaço, onde as cores internas dos ambientes da Pousada da Morena em nada se sobressaem diante das cores naturais do Arquipélago. “Internamente utilizamos cores neutras, pois a maestria é o colorido da Ilha. São detalhes que fazem a diferença e que ressaltam o respeito ao ambiente em que estamos inseridos”, explica a empresária.

todos os elementos utilizados foram naturais e toda a parte de metais, louças e chuveiros, foi trabalhada em parceria com a DECA, num projeto enfatizando o conceito de economia e do bom uso da água"

O ponto de partida fundamental no olhar acertado para o negócio foi o entendimento máximo de que a Ilha é, antes de tudo, um primor natural, com ou sem o título lhe dado pela Unesco de Patrimônio Natural da Humanidade. Empreender, sem respeitar este entendimento ou valorização, seria minar qualquer proposta técnica de intervenção. Por isso, a sustentabilidade foi um dos pilares da empresária quando

assumiu e reformou a pousada. “A responsabilidade de empreender aqui é ainda maior, atentando para todos os detalhes internos dos espaços. Isso, sim, é saber valorizar o que a Ilha tem”, ressalta Kátia. Esse conceito diferenciado foi utilizado inicialmente na montagem da obra, onde o projeto foi assinado pela própria Kátia

E falar de um Patrimônio Natural da Humanidade e que neste ano prepara-se para receber o maior número de turistas de toda sua história, vale a pena atentar também para o conceito de atendimento dentro do serviço oferecido, como sendo outro diferencial competitivo. Para isso, todo o staff da empresária é treinado sistematicamente num comando direcionado pela própria Kátia Peixoto, que entende que a prestação de serviço em turismo deve ultrapassar a satisfação do sonho de quem chega ali no seu negócio. “O turista que chega a Fernando de Noronha já comprou uma acomodação de luxo num dos mais importantes destinos de viagem do Brasil. Precisamos sacramentar isto com um serviço de qualidade, sem lacunas”. Também pelas mãos dos empreendedores está sendo gerida a Pousada da Colina, que igualmente é dona de um visual privilegiadíssimo. Para o espaço, no entanto, foi colocada a condição de poucas intervenções. Porém, o local está se preparando para uma reforma em 2016 que também o levará ao destaque de exímio cuidado com itens que levantam a bandeira da sustentabilidade. “ Você tem que saber administrar bem, mas além disso, destinar seu olhar de viagem, por exemplo, para


pesquisa e estudo do que o mundo pede e oferece no sentido de hospedagem. Às vezes, nem sempre grandes equipamentos fazem a diferença na vida de um turista. Em Noronha ou em qualquer outro lugar do mundo, não há espaço para amadores quando o assunto é empreendedorismo”. Quem conhece a história de Kátia, sabe que a mesma ainda possui o desafio de conciliar os negócios de Noronha com a empresa Pleno, consolidada loja de revestimentos com sede no Recife. Trilhando uma carreira de sucesso em ambos os segmentos, a empresária prova que o olhar de quem comanda um negócio, independe da tipicidade do que está sendo oferecido. “O

grande diferencial do empreendedorismo é oferecer a inovação e poder encantar o seu cliente com algo a mais, mesmo que seja algo subjetivo”.

o caminho que cada uma quer seguir, mas a possibilidade delas virem trabalhar no que já existe na família é sem dúvida muito positivo”.

O resultado de toda esta historinha, no caso específico da empresária, foi uma fórmula com parcelas exatas de muita batalha. Tanto ela quanto o marido, começaram a trabalhar muito cedo e ambos têm a consciência de que sem esse esforço, não há caminho para alcançar sucesso. “ Eu sinto muito prazer em trabalhar. É uma rotina puxada, mas tive o apoio das minhas filhas, Maria Eduarda e Maria Cecília que entendiam minha dedicação ao trabalho e hoje, com elas já crescidas, eu respeito

Embora com esses equipamentos tão estruturados, assim como toda a população ilhéu, os empresários também estão esperançosos com a nova administração. “ A gente entende que a Ilha precisa de alguém operacional. Falo isso porque entendo que é um local que naturalmente se vende. A gente precisa tratar a Ilha como um negócio que tem que dar certo. Empresários, ilhéus, administração e órgãos, devem estar unidos para ter um turismo profissional e consciente”, finaliza.

terra magazine | 31


NORONHA LUÍS EDUARDO ANTUNES

Novos desafios para

Noronha Entrevista Luís Eduardo Antunes

por Ana Paula Bernardes

especial | arquipélago de fernando de noronha

F

alar do arquipélago de Fernando de Noronha é exaltar, sem dúvidas, um dos maiores cartões postais brasileiros. Para Pernambuco, estado ao qual a Ilha pertence, o privilégio é ainda maior, quando se trata de uma das molas propulsoras da economia, onde todas as atividades lá exercidas, ecoam para o desenvolvimento e ampliação do turismo local.

Com a alta do dólar, a perspectiva é de que o número de turistas que desembarcam no arquipélago aumente consideravelmente. Até 2013, a média era de 67 mil turistas/ ano. No ano passado, considerado o melhor ano para a história do turismo ilhéu, foi de 76 mil/ano e a expectativa é de que Noronha receba até o fechamento de 2015, 83 mil turistas.

Enquanto o Brasil lamenta e amarga sua crise política e as consequências na economia, a ilha só tem o que comemorar.

Elencamos aqui alguns personagens, que junto às suas histórias de vida e cada qual com as atividades que desempenham,

Luís Eduardo Antunes

fazem de Fernando de Noronha um orgulho pernambucano. Para falar sobre esses números e sobre os seus projetos para o local, entrevistamos Luís Eduardo Antunes, aprovado por unanimidade em Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco para ocupar o cargo de Administrador Geral de Fernando de Noronha. O nosso entrevistado reforça esses números, numa visão otimista e visionária para a Ilha. Terra Magazine - Importante falar para o nosso leitor um pouco sobre a sua trajetória até ser indicado para o cargo. Luís Eduardo Antunes - Desde a época da faculdade, tive a vontade de fazer concurso público. Entrei no Tribunal de Contas muito cedo, com 22 anos e desde a primeira gestão do governador Eduardo Campos, recebi do convite para participar do governo, mas ali não me sentia preparado. Entendia que não era o momento. E quando houve o envolvimento na campanha do amigo Geraldo Júlio, chegou o convite novamente. Me senti desafiado diante de um projeto inovador. E fui então para a Secretaria de Turismo e Lazer da Prefeitura do Recife, onde trabalhei com Felipe Carreras,


Secretário Executivo de Planejamento e Gestão e assumi também interinamente a Secretaria quando Camilo Simões precisou de afastar por um período e passamos dois anos à frente desenvolvendo vários projetos que, modéstia parte, transformaram um pouco a cidade do Recife, devolvendo este espaço de lazer e as ruas para o cidadão. Destaco com isso a Ciclofaixa Móvel, o projeto Lazer na Rua, Recife Antigo de Coração, o projeto Academia Recife, Recife de Coração nos bairros. Foram vários projetos que buscaram acima de tudo, fortalecimento da cidadania, devolvendo a cidade para o cidadão. Fruto desse trabalho nosso de tirar do papel vários projetos, Paulo Câmara se elege para o governo e convida o secretário Felipe Carreras para assumir a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer e ele me fez o convite para ir para a EMPETUR, dando uma nova roupagem em termos de processos de trabalho, redirecionamento de ações, fortalecendo o mercado interno e buscando os destinos prioritários para Pernambuco. Fizemos esse trabalho durante oito meses e não havia perspectiva de sair antes do término do mandato, foi quando o governador Paulo Câmara convoca para assumir este novo desafio que é administrar Fernando de Noronha. E missão dada é missão cumprida e a gente tem que ir para cima e sair da zona de conforto. Me senti honrado com o convite que tem todo um trâmite legal e burocrático, onde vai para a Assembleia. O presidente da casa prepara um projeto resolução que é encaminhado para a Comissão de Justiça. Lá foi sabatinado, aprovado por unanimidade no meu caso, e seguiu para o Plenário da Assembleia onde também foi aprovado por unanimidade e só depois é que houve a nomeação. Terra - Pegar a Ilha num momento de crise, onde há uma retração natural de consumo, isso seria um grande desafio para o turismo? Antunes- Esse entendimento não condiz muito com os números que a gente tem para apresentar. É um momento de crise para vários outros setores, menos para o turismo interno. Destinos extremamente atrativos como Noronha, não estão em crise. Muito pelo contrário. Nesse momento onde o dólar está muito alto, se aproveita o turista de alto poder aquisitivo, do Sul e Sudeste do País, que normalmente faz suas viagens para o exterior, redirecionando a sua viagem para o mercado interno e Fernando de Noronha é um dos destinos mais atrativos para este público. Aproveita na contramão também, o turista externo

que vem muito para o Brasil por causa da diferença de câmbio. Então a gente pega o movimento nos dois sentidos. Os números mostram o seguinte: a média de turista anual de Fernando de Noronha até 2014, era 67 mil turistas por ano. O ano passado foi o melhor ano da Ilha com 76 mil turistas e este ano a nossa projeção é de 83 mil turistas. Ou seja, 2015 vai ser melhor do que o melhor ano da história de Fernando de Noronha, que foi 2014. Terra - A quantidade de voos muda com isto? Antunes- São três voos atuais. Dois voos da Azul e um da Gol, além de um

de carga no final de semana, o que melhorou substancialmente a questão do abastecimento. Terra - Qual seria a primeira bandeira levantada pela sua gestão? Antunes- Temos várias bandeiras a serem trabalhadas. Essas bandeiras eu sinalizei no meu discurso de posse no conselho distrital, onde elas estão fincadas em alguns pilares. A busca do desenvolvimento econômico da Ilha, aliado ao desenvolvimento social, preservando o meio ambiente e a sustentabilidade. A cadeia produtiva do turismo é o que move a economia local. Mais de 95% da geração

terra magazine | 33


especial | arquipélago de fernando de noronha

NORONHA LUÍS EDUARDO ANTUNES

de emprego e renda da Ilha são frutos esta atividade. E quando falo isso, cito as 104 pousadas, restaurantes, mercadinhos que abastecem a população e outros negócios como passeios, mergulho, locação de veículos. A cadeia produtiva gira em torno do turismo. Mas não podemos deixar de lado o desenvolvimento social. A renda não pode estar concentrada. Temos que ir atrás de mecanismos para descentralizar, buscando a melhoria da qualidade social. Quando falo isto, cito o hospital de média complexidade que é o São Lucas, muito bom, mas que tem que se tornar excelente. Temos a Escola Arquipélago, que já é uma escola de referência, mas temos que transformá-la numa das melhores escolas de referência do Estado, temos a escola de ensino infantil, que é a única escola de ensino infantil mantida pelo Estado que é a creche Bem me Quer, para a qual temos que dar as melhores condições. Além disso, precisamos oferecer uma política pública articulada na área de assistência social que dê respostas ao cidadão em função da distância que o distrito tem do continente e da ociosidade que às vezes as pessoas têm no final da tarde, entre outros problemas como alcoolismo e drogas. Por isso, as políticas de assistência social têm que estar muito bem definidas e serem eficazes neste ponto. Terra - Quais as políticas já existentes? Antunes- Todas na área de assistência social estão alinhadas com a LOAS- Lei Orgânica da Assistência Social, como políticas específicas de proteção à criança e adolescente, estímulo a atividades esportivas para tirar o ócio, aconselhamento psicossocial, atendimento psicológico nos hospitais e uma política atuante do CRAS. Na área de saúde, temos um programa de saúde da

família que já atende 100% das famílias de Noronha, com agendamento prévio no posto. Na educação, temos programas belíssimos interligados com o ICMBios, mas falando de entrega, em menos de um mês de gestão, em parceria com o Banco Itaú, nós demos início a um programa chamado Bike Noronha. Foram inauguradas duas estações de bicicletas, com cinco unidades em cada estação, gratuitas, livres, para uso do turista. Daqui para dezembro, serão instaladas mais 19 estações, totalizando 21, com 105 bicicletas e aliado a isto, para grande surpresa, de repercussão nacional, talvez até mundial, vamos distribuir, bicicletas para todos os moradores de Noronha. Vamos começar pelos 500 alunos da Escola Arquipélago, da escola infantil também e a partir de dezembro, de lotes em lotes, iremos distribuir para todos os moradores da Ilha, sendo este o maior programa de mobilidade já desencadeado em um distrito. Terra - E o contato com os equipamentos da Ilha? Incluo nisto a questão da segurança. Como esta vai ser trabalhada? Antunes- Visitamos todos os equipamentos públicos de Noronha. Usinas, creches, Compesa, ICMBios conselho distrital, conselho de educação, saúde, com toda a sociedade e com todos os órgãos envolvidos com a segurança de Noronha. Os relatos nos deixam tranquilos. Há problemas de consumo de drogas, mas muito bem trabalhados. Todo mundo é muito tranquilo em relação à segurança. As pousadas ficam abertas. A questão de violência lá, graças a Deus, não tem. Para as festas e eventos de grande porte, como naturalmente vem muita gente de fora, podem surgir alguns problemas que temos que nos precaver. Essas reuniões foram

muito mais de planejamento para as festas que se anunciam, do que para combate de fato. Terra - Existe algum calendário de eventos programado? Antunes- Existe um calendário que não é da Administração, que são dos eventos privados. Por exemplo, eventos esportivos, festival gastronômico, festas que estão sendo programadas... Tem o PÉ na Pista que acontece em dezembro. E a festa tradicional de réveillon da Ilha que vamos buscar parceria privada para minimizar os recursos públicos. Terra- E por fim, houve alguma reclamação específica da população? Antunes- Há uma tensão normal fruto do crescimento demográfico da população e limitação de distribuição de casas e terrenos, com possibilidade de desmembramento e novas concessões. É uma meta nossa tentar buscar parcerias com órgãos federais que têm terreno lá e também o Plano de Manejos que está em revisão para saber das áreas urbanas. São algumas questões que temos que analisar com muito cuidado, porque aquele é um Patrimônio da Humanidade. As prioridades de infraestrutura vindas dos turistas são os acessos às praias. Em relação a isto tem toda uma peculiaridade porque é uma ilha vulcânica com solo pedregoso, áreas que, diferentemente da Zona da Mata de Pernambuco, onde por exemplo, você chega com uma máquina e aplaina tudo e a pista fica uma beleza. Temos uma máquina lá doada pelo Governo Federal, mas que não pode ser utilizada em todas as vias. Estamos buscando outro tipo de solução técnica para tentar melhorar esse acesso.



foto reprodução internet

NORONHA TUCA Sultanum

Bruno Gagliasso e Tuca

especial | arquipélago de fernando de noronha

Tuca Sultanun vivendo e amando Noronha Um cara do bem. Que ama e vive em Noronha e compartilha as belezas da Ilha com os amigos por Ana Luiza Melo

A

ssim José Maria Sultanum Filho (32), mais conhecido como Tuca, se apresenta em sua rede social, com mais de cinquenta mil amigos. O jovem empresário fixou moradia no arquipélago há 12 anos e hoje é responsável por dois projetos: a agência de viagem que leva seu nome e o portal Amo Noronha, em

sociedade com o ator Bruno Gagliasso, com todas as informações sobre a ilha, além de serviços e o melhor: o retorno para a comunidade com projetos sociais. Como Tuca diz, tudo que aprendeu no ramo da hotelaria veio da escola da vida. De fato, ele não poderia ter instrução melhor: trabalhou por muito tempo no estabelecimento do pai, Zé Maria Sultanum, proprietário da pousada Zé Maria, que tem sido eleita a melhor do Brasil desde o ano de 2004 e por 08 anos consecutivos. "Meu pai foi meu professor. Ele recebia muita gente na pousada e restaurante dele. Arrumei muito quarto e ajudei no café várias vezes", revela. Tuca conta ainda que a grande demanda por hospedagem com custos mais em conta o incentivou a iniciar seu primeiro negócio. "Com o passar do tempo, os amigos que iriam voltar me

ligavam pedindo um lugar, muitos deles pediam lugares mais em conta, daí virei uma espécie de agência. Foi questão de tempo para ter a primeira pousadinha. A demanda me forçou", brinca. Após mais de uma década em Noronha, já são contabilizados muitos projetos em benefício da Ilha com a parceria do empresário ajudando a fortalecer o calendário de eventos locais, como corridas de aventura (Mountain Do e PE na Pista, da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco), eventos grandes como o Love Noronha (que atrai público LGBTS de todo o país), e o famoso réveillon de Zé Maria, que atrai centenas de pessoas para Noronha há mais de 10 anos. "Noronha merece um calendário à sua altura. Tínhamos poucos eventos grandes na Ilha e isso passou a


Tuca Sultanun, Felipe Carreras e Luís Eduardo Antunes

Há algum tempo meu amigo Bruno Gagliasso vinha falando para montar algo na ilha comigo. Durante um jantar veio a ideia de fazer um portal que envolvesse todas as informações da ilha e serviços. Pronto, estava aí onde iríamos usar o nome, surgiu o AmoNoronha.com" aquecer o turismo local, sendo uma forte fonte de propaganda para o Arquipélago", diz Tuca. O nome Amo Noronha já estava sendo

pensado há algum tempo, ainda sem ser um projeto para "chamar de seu". Tuca brinca dizendo que não é apenas um nome. É um sentimento. "Há algum tempo meu amigo Bruno Gagliasso vinha falando para montar algo na Ilha comigo. Durante um jantar veio a ideia de fazer um portal que envolvesse todas as informações locais e serviços. Pronto, estava aí onde iríamos usar o nome, surgiu o AmoNoronha.com", conta. A partir daí as ideias foram surgindo e o portal virou uma marca, desenhada pela esposa de Tuca, Paula Boechat. "No início, produzimos camisas de proteção UV para os convidados do aniversário de Bruno na Ilha e elas viraram febre. Nos juntamos com mais dois sócios, Renato e Mauro, montamos uma lojinha no aeroporto com produtos exclusivos da marca criados pela Paula. Hoje, estamos usando recursos gerados pela marca para reinvestir em novos negócios na Ilha, e o mais legal, investir em ações sociais ligadas às crianças e esportes. Queremos fazer a diferença, e

Tuca e Paulinho Vilhena foto Geraldo Donald

só estamos no início", afirma. Sua atuação no mercado local é caracterizada pelo carisma natural para receber e fazer amizades. Com sorriso largo no rosto e simpatia , o empreendedor não costuma contabilizar clientes. "Quem visita Noronha vem despido do que é lá fora, aqui não temos separação de classe com quem nos visita, é tudo junto e misturado. Isso é uma das coisas mais legais de Noronha, conhecemos as pessoas na sua essência", explica Tuca. Segundo o ator e sócio, Bruno Gagliasso, Tuca apresentou uma Noronha que ele ainda não conhecia. “Com as dicas dele, aprendi que Noronha é mais do que um santuário ecológico. Dá para mergulhar, velejar, surfar, fazer rapel, trilhas e sempre conhecer uma paisagem ainda mais linda”, revela Gagliasso. O Arquipélago experimenta há três anos uma nova realidade: a inexistência de baixa estação, devido a campanhas de promoção e descontos promovidos pelo governo, aquecendo ainda mais a economia local, já favorecida pelo destino de ampla divulgação. "Noronha é linda. É um sonho da maioria dos brasileiros e desejo de muitos estrangeiros, e também, um lugar feito por pessoas bacanas que estão acostumadas a receber e ficam felizes com isso. As campanhas desmitificaram Noronha como destino exclusivamente caro, o que não é verdade. Temos Noronha para todos os bolsos", afirma. O desejo do empresário é que no futuro, o Arquipélado tenha um turismo mais maduro, mais profissional, com aumento da qualidade e sempre respeitando as regras ambientais, preservada e linda como é hoje.

terra magazine | 37


NORONHA CLAUDIO BARRETO

UM DIA DE PESCA COM

especial | arquipélago de fernando de noronha

ZÉ MARIA

por Claudio Barreto

O

Arquipélago de Fernando de Noronha está a 545 km de Recife com acesso apenas via avião ou embarcação. A opção mais utilizada pelos turistas é ir de avião, pois é mais rápido e confortável. A quantidade de voos para ilha é limitada para manter a preservação. Este lindo paraíso tem apenas 17km² tornandose um lugar tranquilo e que nos traz uma completa paz interior. Para quem conhece a Ilha (e até para quem ainda não a conhece), seguramente já escutou falar de um personagem que virou referência de simpatia e hospitalidade naquele local: Zé Maria, um empresário de bem com a vida, sempre com um grande

A relação entre Zé Maria e a pesca é de cumplicidade e harmonia sorriso e querido por todos que circulam naquele paraíso. Fomos conferir de perto o dia a dia desta grande figura. Ficamos hospedados em sua casa, local agradável e familiar, onde pudemos admirar a horta hidropônica

que, juntamente com a pescaria, são importantes hobbies, mas que ajudam a manter o negócio do empresário, visto que ambos abastecem a cozinha de seu restaurante com ingredientes sustentáveis. Acordamos às 6 horas da manhã e após desfrutarmos de um café saboroso e especial no restaurante de sua pousada, seguimos em direção do Porto da Ilha para embarcar em sua lancha de 33 pés em busca de peixes. Inicialmente fomos à Praia da Conceição para pegar as iscas: sardinhas. Nesse momento presenciamos o fenômeno chamado arrufo, onde os peixes grandes encurralam os pequenos fazendo com que estes se refugiem para a praia.


Este evento costuma ocorrer nos meses de outubro e novembro em Noronha e atrai turistas e moradores. Em seguida nós seguimos para a Corveta, na Ponta da Sapata, um naufrágio a 60 metros de profundidade e que gera abrigo para pequenos peixes e crustáceos, o que atrai grandes predadores. Então percebi que o enjoo costumeiro em águas mais profundas não se fez presente, e com isso senti um alívio, pois poderia aproveitar ao máximo aquele momento. Não seria justo deixar de curtir essa aventura em função de um mal estar, afinal de contas, o dia estava perfeito: ensolarado, uma brisa gostosa e um mar em vários tons de azul. Nesse tipo de pescaria, cuja profundidade é um fator relevante , a vida marinha é abundante e é imprevisível o tipo de peixe que será pescado, nos arremessos com iscas vivas.

A pesca lhe traz prazer pessoal e abastece seus negócios

Lembrando que em Noronha a pescaria permitida é praticada em torno da Ilha e fora do limite marinho do PARNAMA (Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha). Só é autorizada a pesca de modo artesanal (apenas com varas). Técnicas e cuidados de segurança à parte, pescar em Noronha é, antes de tudo, um grande prazer. A cada jogada de linha, uma expectativa acompanhada de uma boa surpresa. Não havia espera, era um peixe atrás do outro. Tudo fluindo na mais perfeita harmonia e sob as bençãos de Iemanjá, a rainha do mar.

A abundância de peixes é tamanha que podemos brincar e dizer "que não podemos dar um cochilo, pois o peixe pula para o barco". Foram cinco horas nesta aventura até o retorno à pousada. À noite saboreamos um delicioso jantar com o fruto da nossa pescaria. Outro prazer à parte, onde Zé Maria nos surpreendeu mais uma vez com o seu "Festival Gastronômico" inesquecível.

terra magazine | 39


NORONHA POUSADA TRIBOJU

Triboju

sinônimo de exclusividade e conforto

Os carros chefes da casa são o peixe na Castanha e o risoto de limão Siciliano com camarões em crosta de parmesão. São a casadinha perfeita”

especial | arquipélago de fernando de noronha

por Ana Luiza Melo

Q

uando o assunto é exclusividade e luxo em Fernando de Noronha, a Pousada Triboju se destaca com o lema de elevar estes conceitos a outro nível. Desde a chegada ao aeroporto do Arquipélago até o check-out da pousada, a hospedagem no estabelecimento é pensada com detalhes que fazem a diferença, priorizando o bem estar dos hóspedes, com tratamento exclusivo: drinks de boas vindas, café da manhã sem horário, uma acomodação impecável, amenities especiais. Ou seja, essencialmente, oferecer serviços de hospedagem e gastronomia de alto padrão. De acordo com Edgar Moraes, gerente da Triboju, a gastronomia hoje é peça

fundamental em Noronha. “O turista além de visitar o destino, quer fazer um roteiro gastronômico. Muitas vezes já vem com reservas agendadas ou uma lista dos restaurantes que quer conhecer, principalmente se for um grupo comemorativo. Essa procura obrigou os empresários do ramo gastronômico a se modernizarem, trazendo profissionais da área para workshop, investindo em conhecimento e principalmente treinando a mão de obra local”, afirma. O restaurante da pousada também surpreende, oferecendo liberdade que envolve o cardápio e os serviços. A equipe da Triboju atende em qualquer espaço da pousada e não impõe limitação de horário

para o café da manhã. A flexibilidade quanto aos pratos vai de acordo com o paladar do visitante, tornando ilimitadas as possibilidades, sabores, aromas e viagens gastronômicas, sob a atenção e simpatia da equipe Triboju. “O que começou com a ideia de atender principalmente aos hóspedes da casa, hoje temos uma visão de futuro muito mais ampla, atendendo ao público em geral, tendo um compromisso interno com a qualidade, bem estar, conforto, realizações de sonho. O restaurante é aberto ao público de 12h às 22h de segunda a segunda”, explica Edgar. Às quintas-feiras, o jantar é especial, com show do Ju Medeiros, no estilo stand-up, onde o cantor, uma


personalidade emblemática da ilha, conta as suas histórias particulares e as histórias de Noronha, desde sua descoberta por Américo Vespúcio até os nossos dias de forma bem humorada. Para conferir o show com o jantar (incluindo entrada, prato principal e sobremesa), é necessário realizar a reserva. O valor é R$ 160 por pessoa (mais 10% de serviço). O restaurante da pousada é chefiado por Vítor Machado, jovem talentoso, dessa nova geração apaixonada por gastronomia. Com influências da sua origem amazonense, com formação no Rio Grande Sul e o tempero Nordestino, com a pegada noronhense de litoral, o chef vem trabalhando com o que na ilha tem de melhor: o peixe fresco. “Os carros chefes da casa são o peixe na Castanha e o risoto de limão Siciliano com camarões em crosta de parmesão. São a casadinha perfeita”, recomenda. Transfer e café da manhã inclusos na diária, recepção 24 horas, serviço de transporte de bagagem, agendamento de atividades, veículos e roteiros pela região, restaurante aberto ao público de segunda à segunda, além da irresistível piscina, aquecida além de opções de lazer e relax na área comum da pousada também marcam a estadia na pousada. Para quem não dispensa uma boa massagem, o leque de opções é atrativo: relaxante, gestante, desportiva, integrativa, Ayurvédica, específica, pediátrica, facial, terapia com pedras quentes, drenagem linfática, acupuntura, reflexologia podal, esfoliação e hidratação corporal, higienização Facial. Com os casamentos em alta na ilha, a Triboju oferece o Dia da Noiva, com banho de Lua, esfoliação corporal, higienização e massagem facial make up. Os noivos que não dispensam cuidados, também têm opções de massagem relaxante realizada simultaneamente com horário da noiva. A pousada também conta com um serviço exclusivo de praia. A Triboju possui duas opções de hospedagem. A Bangalô Luxo com Jacuzzi, no piso superior São quatro bangalôs: África, Provençal, Floral 1 e Floral 2, nomeados de acordo com o tema da impecável decoração e da iluminação. As acomodações de 73 m2 dispõem de TV 42"slim; Sky HD; cofre digital; jacuzzi; closet; frigobar retro; cama king size; ar condicionado split; varanda com espreguiçadeira; sinal de wi-fi livre; foutons e rede. Na versão suíte luxo, no piso térreo, são quatro suítes com 73m2 divididos em dois ambientes (com 01 toalete): sala e quarto, com uma TV LCD 42" para cada cômodo; cofre digital; Sky HD; cama king size; sofá- cama, frigobar retrô; ar condicionado split; ampla varanda; sinal de wi-fi livre; foutons e rede. Para desfrutar deste

ambiente digno de um paraíso, é preciso ter fôlego. Para o Réveillon por exemplo, a procura é grande. “Estamos com a maioria das ocupações já vendidas, numa faixa de 90%. O custo para uma semana gira em torno de R$40.000,00 para duas pessoas” finaliza, Edgar Moraes.

Para conhecer a Triboju, acesse o site www.triboju.com.br Reservas: +55(81)36191313/ 3619.1179 +55 81 9814-1413 reservas@triboju.com.br

terra magazine | 41


NORONHA PROJETO SOCIAL

Nas ondas de Noronha com

Iaponã por Ana Luiza Melo

especial | arquipélago de fernando de noronha

D

as ondas de Olinda, município Esse trabalho vizinho a Recife, em Pernambuco, junto à comunidade é para as tubulares e famosas ondas do arquipélago de Fernando de Noronha. muito expressivo, já Esta foi a grande mudança de vida de que a escolinha não se Rildo Iaponã, mais conhecido como Iapa. Em Noronha há mais de quinze anos, preocupa apenas com Iapa chegou à ilha a convite da Igreja o surf das crianças, Presbiteriana, para desenvolver um projeto social, a escolinha “Surfistas de Cristo”. Com mas também com os simpatia e jeito espontâneo, Iapa transmite estudos, as famílias e a segurança aos alunos que se aventuram à prática do surfe. “Esse trabalho junto à consciência ecológica, comunidade é muito expressivo, já que a contribuindo para a escolinha não se preocupa apenas com o surfe das crianças, mas também com formação dos cidadãos" os estudos, as famílias e a consciência ecológica, contribuindo para a formação dos cidadãos”, diz Iapa. mais de 400 crianças e adolescentes da Ilha que aprendem o surfe através do As aulas são realizadas todos os sábados projeto. Da escolinha de Noronha, muitos pela manhã, das 08h às 11h, na Praia da atletas ilheús saíram profissionais. Patrick Conceição e são gratuitas para moradores Tamberg, campeão pernambucano e Sérgio da Ilha. O projeto não possui restrição de Lima, que hoje tem sua própria escola de idade ou classe. Todos são bem-vindos. surfe no Havaí, são alguns deles. Aos 34 Por temporada, cerca de cinquenta alunos anos, Iapa já teve a chance de surfar nos aprendem a praticar o esporte. Já são melhores lugares do mundo: Indonésia,

Tailândia, Havaí... "Todos muito especiais. Cada um com sua particularidade. Por isso é tão difícil escolher o melhor", diz. O jovem, hoje empreendedor, alcançou um dos maiores sonhos, se não o maior, de um surfista: viver e ter seu sustento a partir de um negócio ligado ao esporte. Há dois anos inaugurou a marca Neuronha, loja de acessórios e roupas de surf, com sede na Ilha. De acordo com Iapa, Neuronha é uma filosofia na vida. O termo local designa que a pessoa já está cansada de Noronha. Para ele, a Neuronha é sentir falta da ilha. A marca hoje é queridinha de famosos e dos turistas, como Bruno Gagliasso e Paulinho Vilhena. Ele também é responsável pela vice-presidência da Associação Noronhense de Surfe da Ilha e atua domo diretor de prova durante o campeonato local. Para quem pensa que Iapa possui muitas atividades, ainda tem mais uma: é fotógrafo. Trabalha quase que diariamente clicando turistas, noivos, famosos e paisagens, que em seu perfil no Instagram (@neuronha) possui milhares de seguidores. "Agora nós vamos gravar um documentário que será montado com os frutos da escola de surfe. Vamos gravar por mais de vinte dias", revela. Fernando de Noronha prova que, além de ser um paraíso natural para moradores e visitantes, também é um paraíso recheado de talentos, apaixonados e dispostos a trabalhar e se dedicar em benefício do Arquipélago. Segundo Iapa, é o melhor lugar para se viver. "Eu não sairia da ilha para nada. Saio para mostrar meu trabalho, viajo, mas já com vontade de voltar. Aqui é o melhor lugar do mundo!", declara.


terra magazine | 43


NORONHA LUGARES

O Bar do Meio Um dos pontos principais para contemplar o pôr do sol

especial | arquipélago de fernando de noronha

O bar foi reinaugurado com a proposta atual em Julho de 2014 e já é considerado um dos pontos principais para contemplar o pôr do sol. O local tem um variado cardápio de drinks, carta de espumantes e vinhos italianos, comida japonesa, que arrancam de todos elogios, principalmente ao carro forte, o Ceviche. Para completar, além da comida, bebida e visual incríveis, o bar dispõe de bangalôs, sofás e mesas ao som dos sets dos melhores DJ do Brasil. As festas do local são sempre um frisson na ilha para turistas que por lá estão.


restaurante Corveta

O sabor do mar em um local especial

O cardápio oferece opções da cozinha contemporânea, com uma releitura da culinária brasileira. “Praticamos a cozinha tradicional associada à inovação em um cardápio polivalente com pratos à base de produtos variados. Nossos carroschefes são o ‘Bacalhau ao Marinheiro’ e o ‘Aos Cinco Mares’”, explica Erick. O restô tem capacidade para atender 130 pessoas e nos bastidores conta com uma equipe de 20 profissionais. Buscando inovar e movimentar ainda mais o local, os empresários lançarão a partir de 2016 parcerias com chefs renomados. Além da gastronomia, outro grande diferencial do retaurante é a arquitetura e a estrutura, inovadora e futurista, que foi inspirada no mundo náutico, com projeto de Humberto Zírpoli. “Ele foi um parceiro incrível na concepção deste projeto. A ideia sempre foi promover um espaço que deixasse nossos clientes super à vontade. Nossa intenção foi fazer isto com estilo e bom gosto. Espaços amplos e materiais especialmente escolhidos foram as grandes chaves na mão do arquiteto e sua equipe”, revela Cláudio Xavier.

por Ana Luiza Melo

U

fatos curiosos de Noronha

m dos naufrágios mais famosos do Brasil, a Corveta V 17 - Ipiranga, da Marinha do Brasil, atrai milhares de mergulhadores anualmente. A embarcação, que descansa a cerca de sessenta metros nas águas da Ponta da Sapata, em Fernando de Noronha, inspirou os empresários locais Cláudio Xavier, Tiago Xavier e Erick Damascena, além do amigo e hoje sócio investidor Anderson Hernanes, atualmente jogador da Juventus da itália, a inaugurarem o Corveta Restaurante, localizado no Bosque Flamboyant.

De acordo com Cláudio Xavier, o projeto do Restaurante iniciou em 2010. “Vislumbrava um local diferente de tudo que já existia na Ilha, com experiências adquiridas neste ramo. Comecei a projetar: primeiro ter um chef de muito conhecimento na área para atender às expectativas dos nossos clientes. Então convidei o chef Erick Damascena. Em 2013 meu irmão e sócio Tiago Xavier apresentou um plano de negócio ao amigo Anderson Hernanes, que vestiu a camisa”, explica. “Devido à toda história que este naufrágio carrega, decidimos homenagear a Corveta Ipiranga V17. Inclusive todos os nosso preços finalizam com 17 centavos”, acrescenta.

A rica experiência dos irmãos e do Chef Erick no mercado é evidente, pois vêem no período de inflação uma oportunidade para os negócios. “A crise realmente existe, todavia, a alta do dólar vem equilibrando os cálculos. Fernando de Noronha é o desejo para muitas pessoas do Brasil e do mundo inteiro. Os brasileiros “deixaram” de viajar ao exterior e os estrangeiros sentem-se atraídos pelo poder da sua moeda em nosso País e estão vindo em grande quantidade. Noronha termina por se beneficiar deste fluxo e mantém um nível estável de visitantes, o que é bom para o comércio local como um todo”, afirma Cláudio.

- O Arquipélago de Fernando de Noronha foi a primeira capitania hereditária no Brasil

- A pista do aeroporto, apesar de parecer pequena (e é), é maior que as do Santos Dumont

- A Ilha tem a segunda menor BR do país, com apenas 7 quilômetros. A BR-363 – Miguel Arraes de Alencar liga uma extremidade da ilha (o porto) à outra (a Praia do Sueste)

- Apesar dos ônibus públicos (que também são acessíveis), o Bugue ainda é o transporte oficial da Ilha. Todo mundo tem. Quem não tem, aluga (diárias de R$ 100 a R$ 200)

- Noronha foi um ponto importante no início das travessias transatlânticas de avião - E isso desde a década de 20, pela sua localização estratégica. Em maio de 1922, por exemplo, Gago Coutinho fez um pouso lá na primeira travessia do Atlântico. Mas a primeira pista oficial só foi construída em 1934

- O aeroporto carioca tem duas pistas: uma com extensão de 1.323 metros e outra com 1.260 metros. A de Noronha tem 1.840 metros e pode receber boeings regularmente

- Já aconteceu um casamento no fundo do mar, na ponta da Sapata em 1991, reunindo um excêntrico casal de mergulhadores americanos

- Para proteger as tartarugas marinhas, que chegam às areias para colocar seus ovos logo depois do pôr-do-sol, muitas praias fecham à partir das 18h

- Em Noronha, a taxa de criminalidade é zero. Não existem assaltos e furtos são registrados raramente. Por esse motivo, é muito fácil ver carros com as janelas abertas e chaves na ignição. Muitas pessoas também dormem com as portas de suas casas abertas

- A mabuya é o animal “mascote” da Ilha. Ela está nas praias, nos restaurantes e muito provavelmente no seu quarto da pousada. Ela é um lagarto endêmico super simpático e curioso, além de inofensivo




Cabanga Recife Foto GaúCHo-AeroRec

Esportes, diversão e gastronomia

Cabanga

Iate Clube foto Reuel Almeida

Por Kiki Marinho

I

magine um lugar localizado às margens da Bacia do Pina, metade do caminho entre o Centro e a Zona Sul do Recife, com vista privilegiada do nascer e do pôrdo-sol, assim como da lua em todas as suas fases. Some a isso uma ventilação sem impedimentos, boa gastronomia e diversas opções de lazer. É um porto e funciona 24 horas por dia. Sim, estamos falando

do Cabanga Iate Clube. Com 69 anos de existência, o clube é uma referência nacional quando o assunto é iatismo e conta, ainda, com uma sub-sede, localizada na praia de Maria Farinha, litoral norte do Estado, que abriga um núcleo de excelência os cursos das categorias de base da vela. Tradição de esportes náuticos que passa de pai para filho.

O que deu destaque nacional e internacional ao Cabanga foi a Regata Recife - Fernando de Noronha. Em 2015 a Refeno chegou à 27ᵃ edição, e ao longo dos anos ela só cresce e atrai mais participantes de várias partes do Brasil e do mundo. É, hoje, uma das cinco maiores regatas do País. Mas além da vela, o Cabanga também é lembrado quando o assunto é tênis e pesca oceânica.


Cabanga Recife Foto Reuel Almeida

Cabanga Maria Farinha Foto Marcos Pastich

nós fizemos uma ação de limpeza do mangue que é contíguo à área do clube no qual foram retiradas 14 toneladas de lixo. Depois colocamos uma cerca de ecoproteção, que impede o acúmulo de resíduos no local" foto Reuel Almeida

E vem ganhando destaque no badminton, uma modalidade de tênis no qual a bola é substituída pela peteca. Mas uma das vertentes que pouca gente conhece da atuação do Cabanga é na área ambiental. O clube abriga dois núcleos de pesquisa das universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco. Outro

detalhe é que o lugar dispõe de uma Estação de Tratamento de Efluentes e a água utilizada é tratada e reaproveitada - como na manutenção dos jardins, por exemplo. "E nós fizemos uma ação de limpeza do mangue que é contíguo à área do clube no qual foram retiradas 14 toneladas de lixo. Depois colocamos uma cerca de ecoproteção, que impede o acúmulo de resíduos no local", explica o comodoro Jaime Monteiro. O resultado

desse trabalho é que de toda a da Bacia do Pina, a área que tem mais peixes e fauna típica é em frente ao Cabanga. O comodoro destacou, ainda, que outra prática adotada pelo clube é a do aproveitamento da mão de obra das pessoas das comunidades próximas. "Temos cerca de 400 pessoas que vivem diretamente do Cabanga, somos um instrumento de geração de renda para as comunidades daqui do entorno", explica. Para ser sócio do Cabanga Iate Clube é preciso ter um título. "Há um quantitativo de sócios flutuantes do Clube, como aqueles que são transferidos de cidade e colocam seus títulos à venda. Nós temos essas informações sobre disponibilidade na secretaria e caso haja interesse em adquirir, o nome é submetido aos sócios para aprovação. O trabalho que realizado pela comodoria é oferecer o melhor serviço possível para o associado, que vai ao clube para celebrar a convivência, conversar com os amigos", diz. "E eu convido as pessoas a conhecerem o clube. Todo sócio tem direito a convidar os amigos para passar um dia, aproveitar as dependências e o lazer que oferecemos", finaliza o comodoro.

terra magazine | 49


Estava em casa. Em uma noite de final de semana no início do ano, assistia televisão. Era cedo, mas Turíbio já havia ido dormir. Na gaveta, encontrei o blu-ray de A Vida Secreta de Walter Mitty. Havia comprado umas semanas antes, mas até então não tinha tido tempo para assistir. Sem muitas expectativas, coloquei no aparelho. Não sou particularmente fã de Ben Stiller — que estrela e dirige o filme —, nem havia lido qualquer coisa que recomendasse a película. Ainda assim, play. O filme é lindo, lindo, lindo. A Vida Secreta de Walter Mitty é baseado em um conto original de James Thurber, publicado pela primeira vez na edição de 18 de março de 1939 da revista The New Yorker. Em 1947, a obra ganhou uma versão para o cinema estrelada por Danny Kaye e Virginia Mayo— e uma tradução esdrúxula em português, O Homem de 8 Vidas. Mas pode esquecer ambas as coisas, o conto e a versão de 47. No máximo, acesse o conto no site da New Yorker. A versão de Stiller, de 2013, é singular. E formidável. É quase uma obra à parte das que lhe deram origem. O conto de Thurber apresenta, em seus

50| TERRA MAGAZINE


meros treze parágrafos, a estória de Walter Mitty— um sujeito comum que, para fugir de sua realidade medíocre, sonha acordado com grandes romances, atos de heroísmo e aventuras. Essas linhas gerais para o personagem principal são, todavia, tudo que o roteiro para o filme de Stiller aproveita do original. Na nova versão, Walter Mitty é funcionário do departamento de fotografia da lendária Life, revista de fotojornalismo editada nos Estados Unidos entre 1936 e 2007. Responsável pela guarda, processamento e manutenção dos negativos, Walter tem que encontrar um fotograma extraviado — exatamente aquele que será usado na capa da edição final da revista. E, para isso, precisa achar o paradeiro de um famoso fotógrafo, aquele que fez a imagem, interpretado por Sean Penn. O magnífico elenco — que inclui ainda Kristen Wiig e Adam Scott, além de Shirley MacLaine no papel da mãe de Mitty—, ao longo de um sublime roteiro e embalado por uma trilha sonora perfeita, faz de A Vida Secreta de Walter Mitty um filme simplesmente emocionante. Se você não assistiu, melhor assistir já. Mas ainda tem mais — a fotografia e as locações são algo à parte, quase um personagem principal. A


destinos zezinho santos

IslÂndia

ANO 2015

skoura marrocos

ANO 2012 52| TERRA MAGAZINE


estória se passa, além de Nova York — sede da revista Life —, na Groenlândia, Islândia e Afeganistão. Tive a curiosidade de ler os créditos finais e, no entanto, lá estava: o que não é filmado em Nova York foi rodado na Islândia, que faz o papel também de Groenlândia e Afeganistão. E as paisagens são ... Bem, assista ao filme. É na estrada que somos melhores — Turibio e eu adoramos viajar, e vivemos e trabalhamos para isso. A Islândia, todavia, nunca havia entrado em nossa lista de lugares para visitar. Não até Walter Mitty. Aquele filme, e aquele filme sozinho, fez a ilhota no Círculo Polar ir lá para o topo de nossa relação. O que não sabíamos é que aconteceria tão cedo.

Fico pensando no hábito atual de ver a vida por trás da câmera do celular, por trás de uma tela. Grande parte das pessoas parece sentir necessidade de a tudo fotografar, de a tudo filmar— algumas, de a tudo compartilhar. Não que não se possa— e não se deva— tirar algumas fotos. Mas a vida é tão, tão maior que o visor do celular. Faça o teste. Assista ao nascer do sol através da tela de seu aparelho, filme tudo. No dia seguinte, levante para ver o sol raiar, mas deixe o celular na gaveta. A Islândia é muito, muito maior, melhor e mais bonita que em qualquer cena

Havíamos combinado com duas queridas amigas americanas — que, aliás, conhecemos uns anos atrás no Egito —, de passar o aniversário de Turíbio com elas na Suíça. No início de junho, todavia, pouco mais que uma semana antes de embarcarmos, elas tiveram que cancelar, por motivos de saúde. Turíbio e eu ficamos com duas passagens para Zurique e vontade nenhuma de estar lá sem elas. Lembrei da Islândia. Em poucas horas, havia pesquisado hotéis, locais para visitar e passagens aéreas a partir da Suíça, e estávamos com tudo planejado. Turibio e Zezinho Santos

de Walter Mitty. Aquele lugar não cabe em tela alguma. E, se em janeiro sequer cogitávamos visitá-lo, hoje é um país para o qual queremos voltar diversas vezes. Mas... a lista é longa, e quem sabe o que vai ser amanhã? Uma praia ali em Alagoas, as cidades mineiras, Noronha, a Costa Rica, Amsterdã, Timbuktu... "Ver o mundo, do perigo se aproximar, enxergar além das paredes, chegar próximo, encontrar um ao outro, e sentir. Esse é o propósito da vida".


diário de bordo janguiê diniz

diário de bordo

Histórica Rota 66 janguiê diniz

54| TERRA MAGAZINE


S

ou um apaixonado por motos. Adquiri o primeiro modelo quando tinha apenas 17 anos, uma moto pequena que seria equivalente à Cinquentinha. Hoje, possuo uma Inglesa Triunph 2.300 cilindradas. A ideia de fazer a Rota 66 era um sonho antigo. O trecho era uma rodovia norteamericana do U.S. Highway Syste que iniciava em Chicago, Illinois, passava pelos estados de Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona e terminava na cidade de Santa Mônica, na Califórnia, totalizando 3.755 km. Desde 1985, ela passou a ser conhecida como a "Histórica Rota 66", um percurso de relevância cultural, histórica e turística.

Há dois anos, junto com um grupo de amigos com 18 motociclistas, totalizando 36 pessoas, começamos a programar a viagem. Seriam 10 dias percorrendo mais de 2.500 km e passando por quatro estados americanos: Califórnia, Arizona, Utah e Nevada. Um cenário inesquecível. As dificuldades do percurso, repleto de curvas e precipícios que exigiam total atenção e cuidado, eram compensadas pelas paisagens inesquecíveis e os lugares impressionantes. Entre os mais marcantes ficaram o Grand Canyon e o Monument Valley. Uma viagem memorável que me fez ser ainda mais apaixonado por motos.

Sandra e Janguiê Diniz

terra magazine | 55


foto reprodução internet

Por trás da gravata Dr Lucilo Ávila Junior

foto reprodução internet

Por trás da gravata

DR. lucilo ávila

pescaDOR nas horas vagas por Ana Paula Bernardes

O

relógio marca 3h40 quando o médico Lucilo Ávila acorda. Começa a fazer exercícios físicos em sua própria casa, toma sua primeira sauna e segue para a clínica. Às 6h30 já está trabalhando numa rotina que lhe toma, por baixo, as próximas 10 horas do seu dia, onde até mesmo as refeições são realizadas no próprio local de trabalho. Isso sem contabilizar o tempo dedicado às leituras e estudos constantes, que já lhe renderam descobertas e procedimentos patenteados, como é o caso da alcoolização de miomas uterinos. No terceiro turno, de volta à sua residência, ainda possui uma oficina e lá arruma um tempinho para fazer consertos em absolutamente tudo que estiver

56| TERRA MAGAZINE

É uma prática que serve de bem estar. Uma terapia sem igual. Fonte de alegria para mim” precisando de reparos. Mas nem nos contando sobre essas inúmeras atividades, nosso protagonista se cansa. E o motivo é justo. Segundo ele, nos finais de semana consegue recuperar-se totalmente onde dedica horas sem fim à pesca de linha em alto mar. Aqui a rotina é outra. Aos sábados, faça

chuva ou faça sol, Lucilo sai às 4 h da manhã, sempre na companhia de um amigo e de três marinheiros. O litoral que compreende a divisa da Paraíba até Alagoas, no trecho de 150 a 250 metros de profundidade, onde tiver notícia de peixe, é caminho do nosso pescador e de sua equipe. “ É uma prática que serve de bem estar. Uma terapia sem igual. Fonte de alegria para mim”,destaca o médico. Fazendo as contas, nosso Por Trás da Gravata viu que a pescaria em sua vida já completa 50 anos. Experiência justificada para o que traz na sua rede: pargo, considerado o peixe mais caro nos Estados Unidos; mariquitão; serigado do alto, o peixe mais caro da Europa e namorado, onde assim como no seu ofício da medicina, a técnica é


foto reprodução internet

indispensável. “ É preciso descamar e tratar o peixe, botá-lo num saco e tirar o ar, para em seguida colocá-lo no gelo”, explica. O trabalho na medicina já é compartilhado em família dentro da clínica que leva seu nome, onde lá trabalham, além da esposa, filhos e genros. Da mesma forma, a pescaria também já é um hobby de família, apreciada pelos netos e, em alguns momentos, também usufruída por filhos e genros. “Tenho três paixões na vida: essa congregação que é a família, a medicina e a pescaria”, ressalta Lucilo Ávila. Nessas cinco décadas em alto mar, o médico coleciona histórias, mas que ele assegura que não são de pescador. “ Certa vez em Noronha joguei a linha e pesquei um tubarão de 110 kg. Isso foi na década de 70, quando não havia restrição. Aqui no Recife de outra vez, veio um serigado com 60 kg”. O médico explica que essa pescaria também abastece sua alimentação. Na década de 80, quando as famílias tinham costume de frequentar conhecido restaurante de fondue em Aldeia sistematicamente às sextas-feiras, o nosso entrevistado, também habituè desta prática, descobriu que seu organismo possuía resistência à ingestão de carne vermelha. De lá para cá o peixe virou a proteína do seu prato diário. Costume que também foi incorporado integralmente pelos seus doze netos. Mas lá atrás, quando nem ele imaginava como a medicina entraria em sua vida, outra especialidade (literalmente) tocava seu coração. O nosso médico foi músico e teve três bandas, sendo duas dessas dedicadas aos Beatles. Teve tempo para adquirir e estudar vários instrumentos, numa paixão herdada pela avó materna, de origem lusitana, que apreciava o fado e tocava a guitarra portuguesa. foto Arquivo pessoal

Tenho três paixões na vida: essa congregação que é a família, a medicina e a pescaria” Aquele ofício musical seria interrompido na hora que decidiu o rumo que sua vida profissional iria tomar. No entanto, as canções ainda embalam as reuniões de família do nosso médico. “ Os encontros familiares acontecem semanalmente e são uma verdadeira alegria. Todos juntos e

com muita música. Até a minha neta mais nova, quando me vê, logo se lembra do que geramos todos juntos e então levanta os bracinhos e dança também”, nos conta emocionado. Falar de Dr Lucilo Ávila é, sem dúvida, tratar de um ícone, não só da medicina de imagem, mas também destacar a marca que a clínica tem na memória dos pernambucanos, assim como o que ela representa para os negócios da saúde no Estado. Basta lembrar que esta é a unidade médica que faz mais punção guiada por ultrassom do mundo, num

staff comandando pelo nosso protagonista junto com quase 60 profissionais, onde desse montante, 36 são médicos ligados ao serviço de imagem. Questionado sobre os planos para o futuro, ele rapidamente nos responde. “ A rotina é puxada, mas acho que não vou me aposentar nem tão cedo. Mas quando isso chegar, quero poder pescar ao menos três vezes por semana. A pesca ajuda a diminuir a escala emocional de qualquer problema. Tudo se torna mínimo. É uma forma de brindar com a natureza”, reforça.

terra magazine | 57


ARQUITETURA URBANA

Legado do urbanismo holandês para a cidade do Recife por Marcela Correia

M

uito se fala da herança holandesa deixada no Recife durante o governo de Maurício de Nassau, no tocante ao progresso econômico e a cultura, mas pouco se fala do legado urbanístico. Se hoje Recife é conhecida como Veneza brasileira é graças à presença holandesa em seu território, entre os anos de 1630 e 1654. Antes deste período, Recife não passava de uma vila de pescadores próxima a um cais natural. Para garantir o controle do porto e por seu padrão construtivo junto a cursos d’água, os holandeses investiram no crescimento desta cidade. Durante os anos do governo de Maurício de Nassau, conde holandês responsável pela administração política e militar das terras invadidas, a antiga vila se transformou na cidade mais moderna da colônia.

Bairro do Recife em 1631

Nesta época, foram abertos canais para saneamento do solo e drenagem dos mangues e aproveitando o material resultante destes, foram feitos os primeiros aterros para a ampliação de

58| TERRA MAGAZINE

Bairro do Recife em 1648


Amsterdã

foto reprodução internet

Recife

terrenos firmes. A mesma terra que era retirada para abrir canais era usada para criar áreas de aterro, em um equilíbrio constante de novos cursos d’água e terras “secas”. Os mapas a seguir, organizados por José Luiz da Mota Menezes, retratam a evolução urbana e paisagística sofrida no Bairro do Recife após sucessivos aterros entre 1631 e 1648. É possível observar as mudanças da malha urbana com a criação de novas quadras e ruas à medida que o bairro vai crescendo. As áreas edificadas estão representadas na cor branca e o marrom representa vazios urbanos (ruas, praças, jardins, terrenos baldios, etc). Com o rápido crescimento e a escassez de terreno, Nassau percebeu que Recife precisaria se expandir para além da ilha do atual Bairro do Recife. Com a ajuda de Pieter Post, entre outros arquitetos e engenheiros, Nassau desenvolveu o primeiro plano urbanístico do Brasil,

prevendo a construção dos atuais bairros de Santo Antônio e São José. Como estratégia para impulsionar novas construções nestas áreas, ele construiu para sua residência e despacho, o Palácio de Friburgos na Ilha de Antônio Vaz, atual bairro de Santo Antônio. Ele também inclui na sua expansão urbana um jardim botânico, um museu natural e Cidade do Recife astronômico, o primeiro um observatório da América. Para integrar a nova área urbanizada à Ilha do Bairro do Recife ele não mediu esforços para a construção da Ponte do Recife, atual ponte Maurício de Nassau. Com a Insurreição Pernambucana em 1645, os holandeses foram expulsos de Pernambuco e com o transcorrer das décadas até os tempos atuais, o traçado urbano e os edifícios construídos por estes foram se perdendo, com algumas exceções, como é o caso do Forte do Brum e da Rua do Bom Jesus. Mas, no meu entendimento, o maior legado deixado por eles é o estreitamento da relação entre a cidade do Recife e suas águas. Por mais que muitas vezes seus usuários não se dêem conta de como os rios Capibaribe e Beberibe somados à sua orla são fundamentais para a paisagem urbana e para subsistência da cidade. O que seria de Recife sem os seus rios, sem suas pontes, sem seus portos, sem suas praias e sem seus mangues? O quanto

Recife ainda teria a crescer e melhorar a qualidade de vida de seus moradores com uma maior integração de sua malha urbana com seus mananciais? Para responder essas questões, precisamos relembrar o legado que Maurício de Nassau deixou aos recifenses e tomar a cidade de Amsterdam como referência. Ao contrário das demais capitais europeias, onde a arquitetura de grandes monumentos chama a atenção dos visitantes, Amsterdam encanta seus turistas pela sua paisagem urbana totalmente integrada com os cursos d’água. Os holandeses moldaram, dentro de uma área de pântanos, uma das cidades mais bonitas da Europa, fazendo uso de canais para resolver o problema da drenagem, mas também da mobilidade urbana, permitindo o uso de barcos para deslocamentos dentro da malha urbana. Ao contrário de Recife, Amsterdam não tem problemas com engarrafamentos e alagamentos, e sua paisagem única atrai milhares de visitantes que ajudam a aquecer a economia. Reafirmar a relação da cidade com seus cursos d’água e melhorar a dinâmica entre o construído com o natural é um excelente caminho para que Recife chegue a um novo modelo de desenvolvimento urbano, com foco na sustentabilidade e na preservação cultural e ambiental.

Marcela Correia é arquiteta e urbanista. Fontes das images: www.coutinhopoesiasesonho.com | http://data.whicdn.com | wikimedia.org |longoalcance.com.br

terra magazine | 59



Talentos da arquitetura pernambucana

Mabel Rios

AndrĂŠa Danzi Russo Leal


TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

por Ana Paula Bernardes

F

ormada desde 1989 pela UFPE, Mabel Rios esteve convicta de sua formação desde criança, mesmo não entendendo a amplitude do significado do que seria esta profissão. Ao lado das arquitetas colaboradoras, Amanda Diniz e Eduarda Melo, ela divide seus trabalhos, com maestria e profundo amor pelo que faz.

Mabel Rios

Arquitetura é um sonho, busca do imaginário”

62| TERRA MAGAZINE

Terra Magazine - Quando você percebeu que a arquitetura faria parte da sua vida? Mabel Rios - Eu digo sempre que já nasci querendo ser arquiteta, embora não soubesse exatamente o que era. Soube, de fato, quando houve o teste de aptidão do Marista e que me colocou em tudo que era voltado para a arte. Então isso foi uma validação na minha vida, pois gosto de arte cênica, iluminação, decoração interna, cores, texturas, serviço de casa, museus, obras de arte. Isso é o meu universo. Eu tenho uma prima que é artista plástica, Solange Rios, que tinha um traço bom e fazia quadros na informalidade na época. Eu fui treinando com ela o traço à mão livre, a perspectiva, a proporção, por isso já entrei na faculdade bem direcionada.

Terra - O que é mais desafiador na hora de projetar? Mabel - O desafio é muito de você atender a ansiedade e os sonhos do cliente e muitas vezes mostrar que, o que ele diz realmente, não necessariamente é o que ele quer. Precisamos interpretar isto e mostrar que a qualidade de vida que a gente proporciona com nosso projeto faz o diferencial. Arquitetura é um sonho, busca do imaginário. A gente procurar desse projeto, trazer para a realidade, traduzindo conforto, bem estar e qualidade de vida. Terra- Quais as principais referências no seu trabalho? Mabel - Eu não tenho parentes arquitetos, mas gostava muito de Janete Costa. Tudo que ela fez me encantava muito. Visitei exposições, amostras e acho que ela deixou um importante legado, sendo uma das grandes precursoras da valorização da nossa arte, dando requinte ao popular. Sempre gostei de Gaudí e das misturas: sofisticado com toque de irreverência. Adoro a base monocromática e inserir objetos com cor.


Terra - Qual o seu maior sonho profissional? Mabel - Pergunta capciosa! Mas eu penso num projeto com reaproveitamento. Trabalhar com reciclados, mudar materiais, fazer oficinas. Esse tipo de trabalho me encanta, utilizando o refino da mão de obra para que ele vire um produto de arte, catalogado, que precisa só de um olho, que isto é o profissional quem irá dar. Terra - As mudanças do mercado imobiliário agregaram outros valores ao desenvolvimento dos seus projetos?

Mabel - O boom me trouxe vários clientes. Até mesmo aquele que não precisava utilizar o arquiteto, também me procurou. Foi uma época bem aquecida no mercado. Acho que hoje as pessoas estão muito assustadas. Quem usa arquiteto vai sempre usar, mas as pessoas estão agora com mais cautela. Alguns que iam fazer uma reforma inteira, mexerão em só um dos espaços. As pessoas estão com medo de avançar e de dar início a projetos. É isso que está aí.

Terra - Como a diversidade dos produtos da A.Carneiro Home pode somar ao trabalho do seu escritório? Mabel - Eu acho legal. Cada vez mais você precisa otimizar o tempo e quando você tem o mix que atende várias coisas no foco da decoração, agrega bastante. Serviço: mabelrios@terra.com.br

terra magazine | 63


TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

por Ana Paula Bernardes

U

m nome da arquitetura que carrega a paixão pela obra, nutrindo como uma de suas admirações, o seu pai, o engenheiro Marcos Russo. Terra Magazine-Quando você percebeu que a arquitetura faria parte da sua vida? Andréa - Sempre quis ser engenheira. Mas passei na segunda entrada da FESP e queria fazer algo nesses seis meses. Foi então que comecei arquitetura na ESUDA.

Andréa Danzi Russo Leal A gente precisa frequentar várias áreas da nossa profissão para saber onde e como queremos atuar”

64| TERRA MAGAZINE

Fui uma criança que olhava para meu pai como referência e queria ser aquilo. Sou da geração que foi educada a trabalhar. Não cheguei nem a dar as cadeiras de desenho, mas me identifiquei com aquele clima, pois como arquiteta eu também poderia estar na obra. Queria construir, desenhar casa, apartamento e juntar essa minha paixão. Por isso segui adiante. De 90 a 93 trabalhei em Borsoi. Mas chegou uma hora que eles nos chamaram e disseram que o estágio tinha acabado. Eu não podia desistir na primeira dificuldade. Não tinha serviço, mas insisti em ficar lá fazendo qualquer coisa e passei mais um ano e meio em Borsoi. Aliás, todo minuto que ficasse lá era um aprendizado muito grande. E quando terminou, achei que já tinha adquirido uma bagagem imensa ali e fui convidada a trabalhar na Secretaria de

Obras de Jaboatão. Era um mundo novo. Fazia tudo ligado à engenharia. Fiscalizava as obras, entendia todos os processos, pois sou curiosa e sempre quis realmente fazer o certo. Ao nome do meu pai, Marcos Russo, se tinha um respeito muito grande. Até os dias de hoje é assim. As portas se abriam para mim quando eu falava disso e sentia a obrigação de ser, de fato, parecida com ele. Seguir seus exemplos e fazer jus ao seu nome. Digo sempre que a gente precisa frequentar várias áreas da nossa profissão para saber onde e como queremos atuar. Terra- O que é mais desafiador na hora de projetar? Andréa- Eu acho que hoje as pessoas não enxergam mais a gente como artigo de luxo e sim, de necessidade. Embora as pessoas neste momento possam dizer que não vão gastar dinheiro conosco, elas já entendam a importância de contratar um arquiteto e sabem da economia que você faz ao utilizar nosso serviço. Arquiteto não é luxo, é necessidade. Você tem mais economia numa obra, ambientação e passa a entender melhor dos espaços. A gente consegue otimizar os ambientes. Terra- Quais as principais referências no seu trabalho?


Terra - As mudanças do mercado imobiliário agregaram outros valores ao desenvolvimento dos seus projetos? Andréa- Eu acho que o boom deu ao escritório da gente um aumento de cliente, com pessoas novas que nem conheciam tanto o nosso trabalho, mas colocaram nas nossas mãos a responsabilidade de poderem ter um apartamento e viverem melhor. Isso aumentou nossa responsabilidade, identificando culturas de fora , com estilos de vida completamente diferentes. Até porque o Nordeste ainda tem o estigma de inferior. O nível de detalhamento do nosso projeto não deixou nada aquém do trabalho que eles encontrariam em qualquer lugar do País. Tive clientes que chegaram com catálogo do Sul, mas tudo que tem lá fora tem aqui também. Então mudou essa visão.

Andréa- Com certeza meu pai, Marcos Russo e também Roberto Borsoi e equipe pelo tempo que me acolheram e por tudo que aprendi lá. Destaco igualmente meu marido, Ricardo Leal, engenheiro. Ele tem uma garra de trabalhar e não desistir. Crise e fracasso não existem e ele sabe recomeçar com muita facilidade. Me canso de vê-lo trabalhar e ressurgir e isso virou um exemplo para nossa casa e para minha vida. É preciso acreditar no que se faz e na nossa capacidade de trabalho. Isso faz diferença na vida profissional.

Terra - Qual o seu maior sonho profissional? Andréa- Todo projeto é um sonho que se desdobra em outros. A gente não pode errar. Ter comprometimento em pegar clientes bons e parceiros melhores ainda. A minha intenção é sempre fazer a casa do cliente de maneira excelente. Eu entro na casa de quem está nos contratando, vivo aquela vida, para poder melhorar relacionamentos existentes ali. É fazer com que a pessoa viva melhor.

Terra-Como a diversidade dos produtos da A.Carneiro Home pode somar ao trabalho do seu escritório? Andréa- Isso facilita a vida do arquiteto e do cliente. Chegar num lugar que tem um mix maior a oferecer, você economiza tempo e tempo é dinheiro. Mesmo que o cliente queira comparar preços, só o fato dele ter acesso a tudo isso num só lugar, já é um diferencial. A A.Carneiro inovou, se atualizou, oferecendo sempre novas opções. Andréa Danzi Russo Leal Av. Antônio Falcão, 418 sala 603 Boa Viagem- Recife- PE 81 3338-0176 | 9 8848-8643

terra magazine | 65


ESPAÇO DESIGN PAULO AZUL

ESPAÇO DESIGN

Moda

Recife

o trunfo da desconstrução e humanização dos espaços

por Paulo Azul

O

evento Moda Recife que aconteceu no mês de outubro no Paço Alfândega foi além do que um evento pura e simplesmente voltado para moda, poderia propor. Falo do ponto de vista da sua essência e da sua montagem,

66| TERRA MAGAZINE

que juntos construíram um espaço através da desconstrução, que solidificou e humanizou a moda. Tudo começou a partir do momento que nós, da revista Terra Magazine, fomos

convidados a participar do evento. Fui conhecer o espaço físico e vi que a entrada que seria um lounge dedicado à revista Terra e outro, ao lado, dedicado propriamente dito ao evento. Era um local que tinha passado por um início de demolição, que por sua vez dava acesso à sala de desfile. Ao lado esquerdo existiam duas lojas que há alguns anos tinham funcionado com sapato e moda masculina e davam acesso à frente do espaço. Com alguns telefonemas corri atrás de parceiros de peso, lembrando de que existe um movimento já comprovado ocorrendo no mundo todo, mostrando como a moda entra na casa das pessoas. Basta você pensar que tudo acontece na moda para depois ditar a decoração, ambientação. É claro que quando cito isto, sei que o que está na moda ainda tem uma certa resistência em cor, durabilidade do tecido, já que na casa, o seu tempo de convivência com essa tendência é maior.


Fotos Diego Queiroz

Trabalhando sob a ótica de que o mínimo é mais, passamos a trabalhar e valorizar alguns pontos. Foi aí que a visão de desconstrução desordenada poderia ter um equilíbrio a partir do momento em que aquele espaço tivesse alguma cor, trabalhada com as sugestões da Coral. A Amanco entrou com o reciclado e o processo da economia da água, com o trunfo da sustentabilidade, que foi passado em vídeo e nas instalações da área de desfile, onde existiam colunas com canos de PVC. Faço um parênteses para este processo, trazendo um pouco da história da humanidade, como acontece na Grécia e Roma. Para inserir a cor dentro deste processo de desconstrução, eu tive o cuidado de trazer a mestra em Feng Shui, Mariomar Teixeira, para juntos tratarmos do posicionamento do espaço, para melhoria de todos que estavam participando do evento. Associado à Coral, conseguimos colocar a sala de desfile pela primeira vez no Brasil a ser um tom de azul escuro e não ser preta, batizada de mistério. Entramos com tons alaranjados para fortalecer tons fracos do espaço, o rosa em determinado ponto para humanizar e sensibilizar as pessoas e homenagear a mulher e o acobreado que existia em processos e espaços antes completamente destruídos, para dar uma solidez e fortalecimento como o metal traz em suas estruturas.

terra magazine | 67


ESPAÇO DESIGN PAULO AZUL

A essência envolvia todos os parceiros e este que vos fala a pensar num evento voltado para moda, por isso, todos os tecidos envolvidos que foram utilizados em parte decorativa de design para os lounges montados, foram tecidos de vestimenta, tecnológicos e inovadores, que ainda não estão no mundo da decoração, mas em breve vão estar presentes com muita força, como por exemplo, um tecido que tem duas camadas, completamente juntas e coladas,

68| TERRA MAGAZINE


onde você absorve essa cor na construção da almofada, puxa e descola as camadas. A fotografia e a estampa impressas neste tecido se transformam literalmente em 3 D. No tocante à iluminação, ressalto a sua importância para trazer mistério, sofisticação e ilusão temática para o resultado de aconchego e humanização no espaço de moda, pela empresa Moving Show Iluminação. Com certeza não poderia ficar de fora a colocação e exploração de espelhos e vídeos, valorizando nichos dentro da sala de desfile, trazendo a exposição de trabalhos do artista pernambucano, Isnaldo Reis. Já na sala do DJ, onde tivemos todo cuidado de apresentar essa descontração, tinha uma exposição do artista plástico, Wilson. E trouxemos a história do móvel de fibra, que representa a natureza dentro de casa, sofisticada, arrojada e plausiva à gastronomia. Tínhamos a solução e a ousadia dos móveis da Domodi e como se tratava de uma sala de desfile e estávamos trabalhando a mensagem da casa e do design, não poderia faltar tapete. Tivemos 34 tapetes de formato e cores diferenciadas, da A.Carneiro Home, onde trouxe a sofisticação e o equilíbrio dos espaços e além de estar trazendo este resultado do design, também estar trabalhado na posição das cores do Feng Shui.

Não poderia deixar de destacar a harmonia da sala da imprensa, também baseada nesta desconstrução. Resumiria que foi um projeto que, para ser executado, precisou ter ousadia, força e acima de tudo, a competência para que todos esses elementos juntos pudessem dar integração ao resultado e fazer um evento como este, pois passamos por um momento que nossa economia nos deixa bastante aflitos. Mas como a criatividade é um dom dado por Deus para poder recriar o mundo, aproveito a oportunidade para deixar minha profunda gratidão à equipe da Ferreira Costa, Coral, Amanco, A.Carneiro Home, Domodi, Nova tecidos, Portal dos Tecidos e Vitrieh Comércio de Vidros que, com seus produtos de qualidade, deram um charme a mais no evento, acreditando na ideia de renovação e modernidade a partir de uma proposta consistente e qualificada que contribuiu para o enriquecimento e sucesso do evento.

3731.4850 -

/novamodatecidos

Segundo o relato da psicóloga e sexóloga Fláwia Pinhou, esta enfatizou que “utilizando o tripé moda/design/ser humano, o evento Moda Recife quebrou paradigmas até então constantes no mundo da moda, inovando ao valorizar as emoções tão presentes em nossas vidas. Paulo Azul modernizou o cenário fashion ao não repetir padrões já existentes , ressaltando novos valores no processo de humanização dos espaços, não se limitando somente ao desfile em si, mas com uma proposta que foi mais além, trazendo para o evento a junção da moda, design, e importância do ser humano neste contexto. Esse olhar diferenciado trazido por Paulo Azul em humanizar o ambiente como um todo, me fez remeter à célebre frase da estilista Coco Chanel: “não importa o lugar de onde você vem. O que importante é quem você é. E quem você é? Você sabe?”, ressaltou.


ESPAÇO DO ARQUITETO Roberto Salomão

Personalização e poesia na hora de ambientar

por Kiki Marinho

"Você recebe um apartamento padrão, in natura, e tem que transformar aquele espaço para dar a cara da pessoa que vai morar nele. A arquitetura de interiores serve para isso, para fazer uma espécie de personalização racional e poética do lugar. Um espaço que deve remeter, sobretudo, às experiências vividas e memórias afetivas da pessoa ou da família que vai morar ali. A partir daí você transforma esse espaço em um ambiente único, singular", ensina o arquiteto Roberto Salomão. 70| TERRA MAGAZINE


O

profissional destaca ainda que, para criar um interior, é preciso levar em consideração, acima de tudo, os desejos do cliente, "afinal, quem vai morar naquele espaço não é o arquiteto", diz. Roberto Salomão, que bebeu na fonte de Janete Costa - grande responsável pelo patamar que a arquitetura de interiores

alcançou no Recife - , usou elementos variados para criar um espaço amplo, claro e fluido para os 470m² do apartamento fotografado, usando peças de design híbrido e contemporâneo que remetem à miscigenação que tão bem traduz o povo brasileiro e o nosso tempo.

Por tratar-se de uma cobertura, o projeto foi praticamente feito da estaca zero. Os donos do apartamento já moravam no mesmo prédio, localizado na av. Boa Viagem, mas em apartamento standard. Ou seja, com a mudança, um dos andares precisou ser completamente criado. Na

terra magazine | 71


ESPAÇO DO ARQUITETO Roberto Salomão

72| TERRA MAGAZINE


sala de estar, Roberto optou por peças atemporais, mas que dialogam entre si com fortes referências de design e da moda, uma tendência cada vez mais presente nos projetos de interiores atuais. Destaque para as poltronas Pantosh, fruto de uma fusão de duas peças: a poltrona Panton, do dinamarquês Verner Panton e a Willow, do escocês Charles Rennie Mackintosh. Outra peça que chama a atenção é o banco Marquesa, cujo design é assinado por Oscar Niemeyer e Anna Maria, sua filha. O desenho é de 1974 e traz as curvas sinuosas tão características da obra do grande mestre. A mesa de centro Caleidoscópio,

assinada por Emerson Borges, é a peça que ilumina a sala de estar. Revestida com espelho prata e tampo incolor, compõe harmonicamente com o sofá Nouvelle, de Marcus Ferreira. E sobre a mesa da sala, lustres de vidro artesanal tilintam, enchendo a casa com sua suave melodia atemporal composta com a ajuda do vento. "As peças que você vê remetem à lógica do conceito que foi trabalhado desde o início, de manter acesa a memória afetiva dos moradores. É o espaço através de uma reinterpretação do existente", finaliza.

terra magazine | 73


moda & beleza CamiLA Diniz E João Coscardo

Moda& Beleza Por Camila Diniz e João Coscardo

N

ossa convidada, Aida Catel tem um estilo muito próprio. Nos looks, as estampas têm uma pegada mais contemporânea e seduzidas por uma elegância atemporal, leveza que deixa toda mulher linda e sofisticada. O branco e o amarelo como cores representativas do balneário, seguindo a proposta de uma essência esportiva, clean, fresca e irreverente. Além dos recortes que são super trend e estilosos. Esta é uma moda elegante que alonga a silhueta e dá aquele toque de atualidade aos looks. A beauty desta temporada pede um make mais leve e pele bem feita. Na sombra os tons pastéis, onde o olhar sempre será ressaltado com delineador e o rímel que não pode faltar. O blush efeito bronzeado de leve e, nos lábios, aposte nos tons claros, nude e até os tons pastéis com pigmentação rosada e que são tendências para esta estação. Já nos cabelos os tons acobreados vêm com força total...rabos de cavalo ou livres, leves e soltos.

Long Dress Com uma pegada mais leve e sofisticada, deixa a mulher mais elegante. Optamos por uma clutch p&b texturizada para deixar o look ainda mais estiloso e perfeito para os nossos dias quentes no Nordeste.

74| TERRA MAGAZINE


Elegance O mai么 sempre foi considerado um modelo de extrema eleg芒ncia. Montamos um look super chic com esse mai么 lindo em prints com elementos do mar, uma saia longa com detalhes em renda para dar um ar ainda mais chique no look!

terra magazine | 75


moda & beleza CamiLA Diniz E João Coscardo

Sporty Mood Listras, combinação perfeita para o look chique e super fresquinho. Usamos o combo do jeans + blaser que toda mulher ama, optamos por um blaser amarelo para dar cor ao look com um toque despojado, mas sem perder o estilo e sofisticação.

76| TERRA MAGAZINE


Recortes Vestido branco com recortes laterais. Essa Ê a dica: use e abuse dos recortes. Nesse look all white usamos esse dress maravilhoso com recortes e alças finas. Para compor o look, um belo chapÊu Panamå e uma clutch para dar um ponto de luz.

terra magazine | 77


moda & beleza CamiLA Diniz E João Coscardo

Casual Chique Vestido belíssimo todo bordado com algas deu um toque a mais nesse dress em seda. Um look chique que pode ser usado em noites quentes, sem perder a elegância!

78| TERRA MAGAZINE


Oversized

Concepção: João Coscardo Convidada: Aida Catel Cabelo: João Coscardo Moda: Cami Diniz Make: Juliana Dresser Fotos e imagens: Luciano Mário Edição: Bia Rodrigues Apoio: Stud1um, Schwarzkopf Professional, Animale Lumiher Studio, Hotspot Recife e Blog Cami Diniz

Para enfrentar o calor da temporada, um item que não pode faltar no seu armário. Nesse caso, esse dress curto e super soltinho com um print de algas, mangas oversized com detalhes em renda. Usamos uma flat de correntes que deixou o look fresh e despojado, mas sem perder a elegância do resort.

terra magazine | 79


ENOGASTRONOMIA

Natural ou como drinque, o vinho sempre vai bem

Loft Boa Viagem Rua Capitão Rebelinho, 159 Boa Viagem - Recife - PE (81) 9 980-0529

por Kiki Marinho

E

ngana-se quem pensa que o vinho não é uma bebida versátil. Assim como o saquê, a vodca, o gim, a cachaça e o whisky ele pode, sim, ser misturado com outros elementos e se tornar um drinque. E esse foi o desafio lançado pelo presidente do Vinho Club Premium, Rildo Saraiva, ao barman Luciano Guimarães, do Loft Boa Viagem. A casa, inaugurada no começo de novembro, tem como proposta oferecer bons drinques e petiscos bem elaborados. "Somos um cocktail lounge bar", define o empresário Rogério Tenório. São 75 drinques listados, e o cliente ainda

80| TERRA MAGAZINE

tem a possibilidade de criar a sua própria combinação. Já o cardápio de comida foi elaborado com o toque de Duca Lapenda e transita pelos tradicionais petiscos de boteco, com um toque de refinamento. Como o camarão empanado, servido na colher com uma pasta feita de cream cheese e wassabi, combinação interessante e saborosa.

pão italiano, levemente torradas. O vinho oferecido ao barman Luciano para criar o drinque foi o Bodega Vieja, rótulo tinto chileno de uvas cabernet sauvignon e merlot, safra de 2013, graduado em 12,5%. O barman optou por combinar a bebida com gim e aperol - um aperitivo amargo de laranja. O resultado foi um coquetel de cor bordô belíssimo e aroma cítrico acentuado. Um combinação bastante marcante.

O petisco eleito por Rildo foi o Fondue Especialidade Loft. O prato é uma fusão Do novo, para o tradicional. Tradicional, mas dos tradicionais fondues de queijo e carne, nem tanto. Afinal, a cada nova casa aberta, servido maçaricado e com fatias finas de a rede Beijupirá acrescenta novidades no


Restaurante Beijupirá Empório Gourmet Reserva do Paiva, PE (81) 9 9917-0020

cardápio. Isso faz com que cada uma delas seja única. "É claro que alguns pratos estão em todos os restaurantes, mas procuramos inovar e oferecer diferenciais", explica o empresário João Didier. "Não é sofisticado, é tudo simples. Mas os insumos são de primeira e só trabalhamos com produtos frescos", complementa. Os pratos, criados por Adriana Didier, são descritos por ela como "criativos e bem humorados". Adriana explica que não existe uma regra para a criação. "Gosto dos sabores, das combinações". E daí surgem a delícias do Beijupirá.

Na mais nova casa da Rede, localizada no Paiva, "os novos marinheiros", como são chamados os lançamentos, oferecem nomes como Pink Beiju, Lagosta New Mangue, Bacalhau do Paiva e o Polvo Jangadeiro esse último eleito para a harmonização. O molusco é servido no azeite, acompanhado de tomates, batatas e arroz de pão crocante. Da carta de 50 rótulos, Rildo optou pelo argentino Terraza de Los Andes, produzido na região de Mendonza com uvas chardonnay. Um vinho seco, de aroma intenso, no qual se sobressaem as notas de frutas maduras, além da baunilha e do caramelo. Combinou perfeitamente com

o prato, destacando com suavidade cada elemento que compunha a receita. "A comida é simples, com poucos temperos. Mas é uma comida boa". É assim que a gastrônoma Twilla Barbosa define o cardápio do La Playa, uma das casas do Grupo Pescadero. Alegre e descontraída, a ambientação do restaurante é assinada por Lu Maia e Renata Motta. A cozinha, capitaneada pelo chef Marconi, é especializada em frutos do mar. Alguns deles, aliás, ficam expostos em um balcão refrigerado e o cliente pode escolher o que vai para a mesa. Localizado no bairro do

terra magazine | 81


ENOGASTRONOMIA

La Playa Restaurante Endereço: R. Regueira Costa, 30 Rosarinho, Recife – PE (81) 3019-3315

Rosarinho, zona norte do Recife, o tíquete médio do La Playa é de R$ 80,00. O prato escolhido foi o carro-chefe da casa, a Cataplana de Peixe com Camarão. Tratase de uma combinação dos dois frutos do mar cozidos com verduras frescas e azeite de oliva em uma cataplana, panela de origem portuguesa, que é a 'mãe' da panela de pressão. O grande diferencial da cocção

82| TERRA MAGAZINE

hermética a vapor é que ela mantém sabor e aroma perfeitamente conservados. O resultado ser percebe assim que a tampa é aberta, já à mesa: o delicioso aroma de limão siciliano tomou conta do ambiente. Para harmonizar, o vinho eleito por Rildo foi o que serviu de inspiração para batizar a casa: La Playa - Sauvignon Blanc, safra de 2014. De origem chilena, produzida no Vale do Curicó, a bebida possui cor amarelo

palha e aromas intensos de flores e abacaxi. O paladar cítrico compôs perfeitamente com o prato, deixando uma sensação refrescante na boca e produzindo uma pequena explosão de sensações a cada garfada. Hugo e Julio Prouvot são netos de pescador. Criados em Ubatuba, litoral de São Paulo, os irmãos aprenderam desde cedo o que


Prouvot Bistrô Rua Albino Meira, 58 Parnamirim, Recife - PE (81) 3032-3627

era a boa comida à base de frutos do mar. Hugo, 14 anos mais velho do que Julio, chegou ao Recife para chefiar a cozinha de um grande restaurante. Com o tempo, o irmão caçula deixou o sudeste para empreender, junto com Hugo, no ramo da gastronomia. A mais nova casa dos irmãos fica em Casa Forte, também na zona norte do Recife. O

Prouvot Bistrô tem uma proposta de menu que oferece combinações inusitadas e bem elaboradas, com um toque artesanal. "É uma proposta mais jovem", explica Julio. Quem quiser comer hambúrguer, por exemplo, come. A ideia do cardápio, elaborado a quatro mãos, não é ser gigante, mas sim ter de tudo: carnes, aves, massas e, claro, frutos do mar.

O prato escolhido foi o camarão em crosta de alho e risoto de limão e o vinho, o Casas Del Toque, de uvas sauvignon blanc, safra de 2015. De paladar vivo e 13% de graduação, o líquido é fresco e com intenso aroma de frutas tropicais, além de possuir tons minerais e cítricos. O final dele harmonizou perfeitamente com o toque ácido vindo do risoto, provocando um prolongamento do frescor no paladar.

terra magazine | 83


LANÇAMENTO da 36ª EDIÇÃO TERRA MAGAZINE

Afrânio, Romero, Beta e arlindo Grund

LANÇAMENTO 36ª EDIÇÃO

O claudio barreto e maria do carmo

valdejane moraes

célia labanca e sheila carneiro

84| TERRA MAGAZINE

show de silvana salazar

lançamento da nossa 36ª edição reuniu amigos, parceiros e convidados no paradisíaco cenário do Beach Club Reserva do Paiva, em setembro. Arlindo Grund, nossa capa, recebia todos com carinho, posando para todas as fotos. Para montar o cenário do lounge onde ficamos instalados, o design Paulo Azul utilizou os móveis da DOMODI, além de tapetes e almofadas da A.Carneiro Home, construindo um espaço para lá de aconchegante, tanto para aqueles que queriam descontrair, como para os demais que desejavam assistir ao show animadíssimo da cantora Silvana Salazar, que não dispensou um set list recheado de sucessos de várias épocas. Os convidados ainda puderam conhecer de pertinho o lançamento da Hyundai .

milene Koerbel e edísio Aguiar

Junior Dantas, Andre Falcão e Ivan Demóstenes

cezzinha, ronan drummund e ricardo alburquerque

Guido Frank Stütz, clodoaldo sampaio e lulu pinheiro


paulo azul

saullo paes

Araripe Serpa, simone cavalcanti, izabelle rino, tita barretto e eduarda costa

julia costa e guilherme farias

alexandre mesquita, Thais Ferraz e guilherme eustachio

Errol Flynn, Ricardo Polachini e rildo saraiva

família barreto

ricardo coller e tony pedrosa

kiki marinho, marcela mosso, paula bernardes e regina santos

andré peixoto, doriva medeiros, valdecia nunes e anderson freire

catarine e rose camelo

joão coscardo e camila diniz

jô santana e gegê pedrosa

madalena souza e noela karine


Foto AndrĂŠ Lauria



social terra

open do trunk show da Louis vuitton Primeira edição do Trunk Show da Louis Vuitton, aconteceu na Dona Santa, sob comando de Ju e Lilia Santos. Um espaço reservado na loja ficará até o dia 30 de dezembro com peças da marca. O projeto tem como objetivo levar a marca para várias regiões do Brasil e faz parte da celebração dos 25 anos da LV no País. ju santos, lilia santos, sophie charlotte e alexandre frota

alexandre frota e reinaldo loureço

patricia romano, aline cury, maria prata, daniela falcão e mariana brennand

VOTO DE APLAUSO

Evandro, Auxiliadora, Antônio Jayme, Maria do Carmo, José Meira e Ana de Fátima da Fonte

Uma sessão solene na Assembleia Legislativa marcou os 60 anos do Hospital Jayme da Fonte, o primeiro pronto-socorro privado do Norte e Nordeste do País. O requerimento que deu origem à homenagem foi feito pelo deputado estadual Aluísio Lessa (PSB).

camila ferza e helô rocha

Nova Pandora no RioMar Shopping

Rebeka Guerra, Rafaela Torres, Dany Khadydja, Cami Diniz e Renata Valença

O Herculano repaginado Noite agradável com tripla comemoração. Niver de Rose Camelo, de sua filha Catarine e 5 anos dos trabalhos dedicados a arquitetura e design pelas anfitriãs. Alex Mendes, rose campelo, Kilder Menezes e catarine campelo

Isabelle Leite e Victoria Pinteiro A joalheira dinamarquesa PANDORA, uma das maiores do mundo, inaugurou uma unidade no Shopping RioMar.

Nova fragrância de O Boticário

Manoel Moraes,Rose Camelo, Verônica Moraes e Gabriela Moraes

Eduarda Padilha, Stella Trigueiro

Andréa e Décio Padillha

Olímpio Vicente, Célia Silva, Karina e Germano Guerra

CLÁUDIO COSTA

Simone Cavalcanti e Araripe Serpa

A Eau de Parfum Elysée, nova fragância da categoria Upper Premium de O Boticário, foi lançada em novembro no La Cuisine Clássico do Empresarial JCPM, e contou com a presença de jornalistas, blogueiras e mulheres da sociedade pernambucana, além de empresários da marca.

Camila Diniz e Suelen Johann



TEST DRIVE VOLVO XC90

volvo xc90

um carro ou avião?

fotos Geraldo Donald

por Claudio Barreto

D

e acordo com a empresa sueca Volvo, pode-se entender seus futuros projetos comparando-os a um avião, pois são as mesmas situações de sistemas autônomos. No avião, o piloto comanda até a altura do cruzeiro e depois pode acionar o piloto automático no computador de bordo e, em caso de falha do sistema da navegação principal, "os dispositivos secundários" garantem a segurança. No caso do carro autônomo da Volvo, o motorista dirige até um ponto e aciona o sistema. Em caso de falhas, "os dispositivos secundários" que têm o motorista, entram em ação. Todo este projeto sueco envolve universidades locais e o próprio governo, com objetivo da política de segurança de redução de acidentes de trânsito. A meta da marca é reduzir ao máximo o total de acidentes a curto prazo e a longo prazo não

90| TERRA MAGAZINE

A sensação de pilotar um carro que significa o futuro dos carros autônomos é uma experiência única" ter qualquer vítima fatal envolvendo um modelo Volvo. Este ano a Volvo deu o primeiro passo com o modelo XC90, mesmo não sendo totalmente autônomo, pois não existem leis que permitam usar o sistema 100%. Mesmo assim, mostrou-se que é possível ter em nossas ruas e estradas um sistema seguro de condução.

Para conferir toda esta tecnologia, convidamos a blogueira Camila Diniz, apaixonada por carros e querida em nosso estado de Pernambuco, para ter a sensação de pilotar o XC90 da Volvo, eleito "O melhor carro do ano 2015" em nosso test drive. A tecnologia do carro permite ler placas de velocidade e frear automaticamente ao detectar uma colisão iminente com outros veículos. Reconhece pedestres e ciclistas, conta com automático sistema de frenagem em esquinas e câmeras que escaneiam 360º do veículo. Tudo para ser considerado o SUV mais seguro do mundo. Nas curvas ou em altas velocidades, o carro demostrou uma estabilidade impressionante para um SUV, onde se comportou como verdadeiro esportivo. Mérito do trabalho da suspensão por braços duplos triangulares nas quatro rodas.


Espaço e conforto também são diferenciais do XC90. A terceira fileira acomoda uma pessoa confortavel até 1,75 de altura

Versões

A blogueira, ao entrar no "avião", em sua primeira observação nos disse: "que carro grande"! E para sua felicidade, uma tela multimídia touch screen do tamanho de um tablete de 9" polegadas, que tem não apenas as funções de música e telefonia, mas também as funções básicas do carro com configurações, ajuste de faróis, sensores e câmeras de estacionamento e até a temperatura do ar-condicionado. Assista o test drive em nosso portal www.terramagazine.com.br

Agradecimentos Concessionária Rota Premium

Rua Itajubá, 311 Imbiribeira, Recife - PE (81) 3471-5003

terra magazine | 91


saúde dr. joão vilaça

Cuidados com

aneste visão verão S

ol, praia, piscina, mar e atividades ao ar livre: cuidados com a visão precisam ser intensificados durante o verão Está chegando a temporada de férias – leiam-se os meses de Dezembro e Janeiro – e junto com ela, a estação mais quente do ano. O verão chega entre o final e o começo do ano, trazendo dias mais longos e quentes, que favorecem a realização de atividades ao ar livre. Pela temperatura ser mais elevada durante esta época do ano, é necessário que tenhamos cuidados especiais com o corpo e principalmente, com a visão. A saúde dos olhos pode ser seriamente danificada por conta de longas exposições ao sol. Todos nós sabemos que o astro-rei, mesmo em sua tamanha beleza, pode ser nocivo ao corpo humano. Assim como a pele, os olhos precisam ser protegidos dos raios solares de forma adequada, uma vez que a radiação pode provocar problemas

92| TERRA MAGAZINE

Olhos pedem atenção especial na estação mais quente do ano como queimaduras, irritações na córnea e inflamação ocular. Locais como praia e piscina, boas pedidas da estação, podem oferecer um alto risco de proliferação de bactérias – piscinas com excesso de cloro e praias com areias sujas e mar impróprio para banho reúnem fungos e vírus que colocam em risco a saúde ocular causando algumas doenças. A conjuntivite bacteriana, por

exemplo, é uma das mais comuns durante a temporada de alta temperatura, já que se espalha com mais facilidade em dias de calor intenso. Ela é contagiosa, podendo ser contraída em banhos de mar e piscina sem cloro, além de ambientes fechados com grande concentração de pessoas, e pode também causar inflamações. O melhor tratamento uma vez que contraída é a aplicação de compressas de água filtrada diretamente nos olhos. A ceratite actínica e o pterígio também são doenças oculares comuns no verão. Causada por uma inflamação na córnea que ocorre devido à exposição por mais de seis horas ao sol, sem qualquer proteção, a ceratite actínica tem como principais sintomas a vermelhidão, dor na região ocular e aquela sensação de areia nos olhos. A melhor forma de tratála é procurar um oftalmologista para que seja indicado o tipo de tratamento adequado e imediato. O pterígio,


...piscinas com excesso de cloro e praias com areias sujas e mar impróprio para banho reúnem fungos e vírus que colocam em risco a saúde ocular causando algumas doenças.

Blogueira Gedai Silton Foto: AME Fotografia

por sua vez, é um desconforto ocular causado pelo crescimento de uma massa vermelha na membrana que reveste os olhos, direcionada para a córnea. Este tipo de alteração é causada também pela constante exposição ao sol e também à poeira, sem proteção. O tratamento para esta lesão também deve ser recomendado por um oftalmologista. Existem algumas práticas que são essenciais durante o verão que ajudam na preservação da saúde dos olhos durante esta estação. São elas: • Acessórios: bonés, viseiras e óculos escuros de boa qualidade são extremamente recomendados. Eles auxiliam na proteção dos olhos contra os raios UVA e UVB. Fique atento aos óculos de sol: de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 40% dos óculos de sol comercializados no país são falsificados, ou seja, de má qualidade que não garantem a eficiência da proteção nas lentes. Este alerta serve não só para os adultos, mas para todas as idades, afinal

de contas crianças também precisam se precaver dos efeitos dos raios solares. • Alimentação: Procure ingerir alimentos saudáveis que contenham vitaminas A e C. Cenoura, ovo e verduras verdes devem fazer parte de uma refeição diária, pois agem com mais eficiência na saúde dos olhos.

acordo com especialistas. Desta forma, pode ser evitado o desconforto na visão por causa do sol e oferecer ainda mais proteção sem perder a qualidade visual.

• Hidratação: Em tempos mais quentes, a desidratação ocular por ser uma constante por facilitar de forma considerável a evaporação das lágrimas. É recomendável beber bastante água durante a estação para manter um nível adequado de água no organismo e não prejudicar a visão. • Filtro Solar: Os protetores à base de pó são os mais aconselháveis para a região dos olhos. Isto porque não irritam a área com facilidade. Produtos líquidos e pastosos devem ser evitados. • Óculos de grau: Quem usa óculos de grau deve usar, de preferência, armações com lentes fotossensíveis que escureçam conforme o contato com os raios UV, de

Dr. João Vilaça Hvisão - Hospital da Visão de Pernambuco www.hvisao.com.br (81) 3117 9090 | 9 9609 0557

terra magazine | 93


ÚNICO SEMPRE entre os 10 melhores NO ENEM *


SAÚDE DRA. FERNANDA MOSSUMEZ

Gostosa e quentinha

quem vai querer tapioca?

por Kiki Marinho

A

tapioca é bastante comum na mesa dos nordestinos. Mas, de uns tempos pra cá, a iguaria, de origem indígena, feita com goma de mandioca, caiu no gosto de todo o Brasil. Adeptos da alimentação fit incluíram a tapioca no cardápio, com vários tipos de recheio, por ser um carboidrato do bem. Mas o que significa isto? A médica Fernanda Mossumez, que atua na área de medicina preventiva e da longevidade, explica que o grande diferencial da tapioca, além da praticidade do preparo, é que a goma de mandioca é rica

O glúten, pois ele contém proteínas que podem desencadear processos inflamatórios em pessoas intolerantes ou alérgicas a ele" em carboidratos, mas não contém glúten. Mas é preciso ficar atento: a tapioca possui um alto índice glicêmico, o que significa que se transforma rapidamente em açúcar no organismo e pode não ser a melhor opção para quem malha, dependendo do objetivo no treino, pois a energia fornecida para o corpo se esgota rapidamente. "A tapioca é muito calórica e é absorvida rapidamente pelo organismo. Isso faz com quem a sensação de fome venha mais rápido do que um alimento de baixo índice glicêmico, que libera mais lentamente a glicose para o sangue", explica dra. Fernanda. Mas então, qual é a vantagem de substituir o pão branco pela tapioca? "O glúten, pois ele contém proteínas que podem desencadear processos inflamatórios em pessoas intolerantes ou alérgicas a ele", diz. A médica ensina que o segredo do bom consumo está no preparo. Como a

Dra Fernanda Mossumez

tapioca não é uma boa fonte de fibras, é possível incrementar a massa com chia, por exemplo. E no recheio, usar proteínas, como o queijo. E para rechear uma tapioca, o céu é o limite. Da tradicional com manteiga, coco e queijo, a tapioca ganhou ares gourmet e está no cardápio de vários restaurantes do Recife. Dentro dela pode ir de tudo, da banana com leite condensado - passando pela carne de charque desfiada - ao camarão. E foi daí que surgiram as variações como a 'crepioca' e a 'pizzaioca', respectivamente um crepe e uma pizza feitos com goma de mandioca. Certamente os índios jamais imaginaram que a tapioca ia ganhar tantas roupagens diferentes. E um detalhe: tradicional no Alto da Sé, a tapioca ganhou o título de Patrimônio Imaterial de Olinda, tornando o alimento um dos símbolos da cidade histórica. Mas o que importa mesmo é que ela é uma delícia, seja básica ou incrementada e combina com várias situações. Até o cantor e compositor carioca Chico Buarque já falou sobre ela em seus versos: "gostosa, quentinha, tapioca...". E aí? Quem vai querer?

terra magazine | 95


SAÚDE

Você sente dor crônica? Saiba qual especialista procurar

Especialista esclarece 5 dúvidas sobre o câncer de próstata “50% dos casos fatais de câncer de próstata podem ser evitados se o tumor for diagnosticado precocemente”, revela urologista

N

o Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é considerado o tumor que mais acomete os homens. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que somente em 2014 mais de 68 mil novos casos da doença foram detectados, correspondendo a um risco estimado de 70,42 casos a cada 100 mil homens. Para auxiliar na difusão da informação e na diminuição dos alarmantes números, foi-se criado em 2003 na Austrália - e rapidamente espalhado pelo mundo - o ‘Movimento Novembro Azul’, em referência ao mês que marca a conscientização sobre a importância dos exames preventivos do câncer de próstata. “Cerca de 50% dos casos fatais de câncer de próstata podem ser evitados se o tumor for diagnosticado precocemente”, explica doutor Reinaldo Uemoto, urologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, que, • Homens obesos correm mais riscos? Alguns estudos mostram que o número de mortes entre obesos com câncer de próstata é de 20% a 30% maior em relação aos pacientes com peso normal; • Mudar hábitos alimentares auxilia a prevenir a doença? A alimentação é um importante fator de risco para o câncer de próstata. Existe correlação do aumento da incidência de câncer de próstata e alimentos com gordura animal, além do risco maior de morte por neoplasia da próstata em tabagistas; • E quais alimentos ajudam na prevenção? Soja, vitamina E, frutas e legumes, além do tomate, por ser rico

96| TERRA MAGAZINE

a doença não possui sintomas pré-definidos, o que dificulta sua percepção, e também pode ser confundida com o crescimento prostático benigno que todo homem tem em determinada fase da vida” por outro lado, ressalta que “a doença não possui sintomas pré-definidos, o que dificulta sua percepção, e também pode ser confundida com o crescimento prostático benigno que todo homem tem em determinada fase da vida”. O especialista esclarece, ainda, cinco dúvidas comuns que atingem muitos homens de diferentes idades:

em licopeno, são sempre saudáveis e, além de serem incluídos no dia a dia, podem funcionar como uma medida preventiva da doença; • Aumento da próstata significa ter a doença? Não. São dois casos distintos. O aumento da próstata acontece de forma natural com a maioria dos homens, de acordo com seu envelhecimento; • Embora não haja sintomas prédefinidos, há indícios que merecem atenção especial? Sim. Sintomas como vontade frequente de urinar, jato urinário fraco, sangue na urina e dor ou queimação ao urinar, embora não sejam específicos sobre o câncer de próstata, merecem ser investigados.

Doença, muitas vezes ignorada pela sociedade, afeta 30% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Somente no Brasil, são 60 milhões de pessoas. Quantas vezes você já ignorou a dor acreditando ser algo sem importância? A dor crônica está presente na vida de 30% da população mundial e, no Brasil, é uma condição que afeta 60 milhões de pessoas, das quais 50% tem sério comprometimento no dia a dia. “Essa patologia é identificada quando a dor permanece por mais de três meses, sem desaparecer ou alívio. Geralmente, são mais frequentes entre as pessoas com câncer, problemas na coluna, enxaqueca, entre outras doenças que têm como principal sintoma a dor”, explica o médico anestesiologista Fernando Prado, da Coopanest-PE. Não estranhe a especialidade do médico. É da função do anestesiologista, dentre outras, identificar e tratar a dor crônica. Poucas pessoas sabem, mas é bastante comum o especialista em anestesia atuar, também, atendendo em consultórios. A médica anestesiologista Maria Papaleo, por exemplo, foi para a China se especializar e desenvolver a técnica da acupuntura, um dos tratamentos mais utilizados no combate a dor. “No Oriente, faz parte da cultura tratar doenças com as agulhas, devido à eficácia. Na China, todos são acostumados desde cedo, mas aqui no Brasil poucos recorrem à acupuntura no tratamento da dor”, diz. No pré-operatório, Maria Papaleo explica que a técnica pode ser utilizada para acalmar o paciente. “É bom para aqueles muito ansiosos, porque trabalhando em alguns pontos, estimula a liberação da serotonina, que traz mais tranquilidade.” E no pós-operatório: “Pode-se, por exemplo, tirar sensações de náusea e evitar vômitos, tem ação anti-inflamatória e, o mais comum e importante, tratar a dor”, continua. A Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor indica, também, algumas atitudes cotidianas que podem contribuir para a melhoria da dor crônica, como a meditação e pausa; exercícios físicos; o corte no consumo do álcool e cigarro; alimentação saudável e balanceada. Serviço Coopanest-PE Rua Benfica, 326 Madalena Recife-PE (81) 2126.2988


EDUCAÇÃO escola vila aprendiz

Alimentação

voltada à saúde da criança por Eduardo Irineu

Tudo na escola deve ser produzido diariamente, com alimentos frescos, coloridos, saborosos e atraentes. A educação nutricional deve desenvolver situações sobre a alimentação, com o objetivo de desenvolver uma reeducação alimentar saudável”

U

ma alimentação inadequada e pouca atividade física. Essa é a combinação perfeita para a obesidade, uma das doenças mais preocupantes em todo o mundo. O problema traz sérios comprometimentos à saúde e tem reflexos na aprendizagem, pois é no período da infância onde ocorre um intenso desenvolvimento físico e intelectual. E o hábito saudável deve fazer parte do currículo das escolas, inclusive, com cardápios elaborados por profissionais nutricionistas especializadas em alimentação infantil. A prática de atividades físicas na infância também é indispensável. Considerada a doença nutricional que mais cresce no mundo, a obesidade infantil é uma patologia que pode causar problemas graves no desenvolvimento de uma criança, sendo um fato cada vez mais frequente. De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE (PNAD, 2009), o índice de crianças entre

05 e 09 anos com sobrepeso ou obesas, no Brasil, vem aumentando. Os indicativos apresentados são alarmantes. Segundo o estudo, o percentual de meninos com sobrepeso é de 34,8%, e 16,6% são obesos. Entre as meninas, 32% apresentaram sobrepeso e 11,8% são obesas. Por outro lado, é na escola que esse quadro pode se reverter. Pois é lá onde as crianças se alimentam, fazem exercícios e adquirem conhecimentos e hábitos saudáveis. Na infância, os objetivos principais são crescimento e desenvolvimento. “O desenvolvimento na infância permite que aprendamos a ler, a escrever, estudar, correr e pular, entre tantas outras atividades”, explica a nutricionista Eduarda Mello, que aplica a alimentação saudável na Escola Vila Aprendiz, no Recife. “Tudo na escola deve ser produzido diariamente, com alimentos frescos, coloridos, saborosos e atraentes. A educação nutricional deve desenvolver situações sobre a alimentação, com o objetivo de desenvolver uma reeducação alimentar saudável”, destaca a nutricionista Laís Thorpe, especializada em alimentação infantil. “Devemos, então, provar diferentes tipos de alimentos e adquirir bons hábitos, que serão úteis para a vida toda. A alimentação saudável evita o aparecimento de doenças, desde uma simples gripe até doenças mais sérias como a obesidade e a desnutrição”, completa.

Poucas escolas, porém, contrariaram os dados da pesquisa do IBGE. Mas em escolas como a Vila Aprendiz, por exemplo, em 2015, apenas 10% dos alunos entre 05 e 09 anos estavam acima do peso. Os cálculos foram realizados por meio de fórmula aprovada pelo Ministério da Saúde. “Neste contexto, como forma de prevenção a este grave problema, a Vila Aprendiz tem como filosofia a alimentação equilibrada aprovada por nutricionista infantil e a inserção de atividades físicas orientadas em sua grade curricular, prezando pela saúde e bem estar de seus alunos”, diz o professor de educação física da escola, Milton Neto. Ainda de acordo com o professor, o levantamento teve como objetivo avaliar o estado nutricional dos alunos, por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), utilizando-se peso e altura obtidos através de exame físico realizado pelo profissional de Educação Física. Os dados apresentados foram obtidos com base em orientação disponibilizada no site www.telessaudebrasil.org.br, endossado pelo Ministério da Saúde. “Trata-se de um compromisso que deve ser absorvido pelas instituições de ensino, juntamente com as famílias, considerando que estudos recentes demonstram que 40% das crianças obesas se tornarão adultos obesos”, pontua Milton. Quer saber mais? www.vilaaprendiz.com.br

terra magazine | 97


Negócios Alexandre Ferraz

Sinergia familiar pela excelência do atendimento por Kiki Marinho

P

ode parecer clichê, mas o segredo do sucesso está mesmo na excelência da prestação do serviço. Na contramão da crise, empresas que investem nisso continuam crescendo ou se mantendo estáveis. Essa receita é da Odontoreale, Operadora de Plano de Saúde do segmento Odontológico, que atua no Recife e Região Metropolitana. A empresa foi fundada em abril de 1991 pelo cirurgião dentista Alexandre José Ferraz e oferece todas as especialidades odontológicas em um casarão localizado no bairro do Derby, coração da cidade do Recife. Com mais de 20 anos no mercado e trabalhando ao lado da família - os dois filhos e as duas noras

98| TERRA MAGAZINE

Nossa estrutura permite que tudo seja feito no mesmo local, desde a avaliação até procedimentos cirúrgicos de alta complexidade" são dentistas, e a esposa é administradora de empresas - a Odontoreale oferece um conceito diferenciado de plano de saúde. "Nossa estrutura permite que tudo seja feito no mesmo local, desde a avaliação

até procedimentos cirúrgicos de alta complexidade". Há uma interação entre os diversos profissionais, explica o Dr. Alexandre Ferraz. Nós conversamos com ele para saber como foi que essa história de sucesso começou. Terra Magazine - Como surgiu a ideia de criar um plano de saúde odontológico? Alexandre Ferraz - Nos anos 80, quando eu comecei, os dentistas eram na maioria particulares, principalmente em algumas especialidades, como a Ortodontia. Fui um dos pioneiros a abrir convênios com as associações. Fazíamos os tratamentos dos associados e parcelávamos o pagamento,


fotos Armando Artoni

um tipo de convênio pessoal. Depois de algum tempo chegamos a uma grande quantidade de clientes. Então, lá pelo final de 88, veio a Agência Nacional de Saúde (ANS) para regulamentar esses convênios, e aí foi criada a empresa Odontoreale Plano de Assistência Odontológica. Terra - Como manter-se no mercado, de forma tão sólida, há tanto tempo? Alexandre - Na Odontoreale o atendimento é multidisciplinar, o que facilita para o paciente e o profissional. Oferecemos excelência no nosso serviço. Temos uma

empresa sólida financeiramente, trocamos informação com a agência reguladora de forma pontual e consistente. Foram essas qualidades que fizeram com que o nosso Plano Odontológico recebesse avaliação positiva no Índice Nacional de Desempenho de Saúde Suplementar - IDSS - nos últimos sete anos. A avaliação é feita pela ANS e é bastante rigorosa. Nela, a nossa pernambucana Odontoreale figura entre as cinco primeiras empresas do Brasil na modalidade Odontologia de Grupo, dividindo a lista com Bahia, Minas Gerais e São Paulo. Nossa rede própria dispõe

de equipamentos e tecnologia de última geração em seus 16 consultórios, com 31 dentistas trabalhado em suas várias especialidades. Hoje atendemos os filhos e netos dos nossos primeiros conveniados. Terra - Então, qual é o segredo do sucesso, Dr. Alexandre? Alexandre - Atender bem. Não vejo outra explicação a não ser essa.

terra magazine | 99


Negócios Marivan Gadêlha

PLANEJAMENTo

FINANCEIRO MAIS UM DESAFIO NA CRISE por Marivan Gadêlha

E

m 2015 o número de empresas que fecharam as portas no país já supera o patamar das 400.000, maior taxa dos últimos 8 anos. O crescimento na mortandade, está relacionado a uma péssima combinação: crise econômica, maior rigor na contratação de crédito e juros mais elevados. Esse cenário negativo se aprofunda pela dificuldade das empresas de planejar e gerir o seu fluxo de caixa, principalmente quando da necessidade sistemática de contratação de operações de “desconto”ou seja, antecipação de recebíveis. Segundo Jim Collins, hoje o mais destacado pensador do mundo dos negócios, empresas excepcionais são extremamente disciplinadas e conservadoras na gestão do caixa. À primeira vista pode parecer que, num mundo rápido, reagir na mesma velocidade

100| TERRA MAGAZINE

É fundamental ter um “norte” a cada momento. É necessário planejar e atualizar periodicamente o fluxo de caixa. é a melhor saída. Collins analisou mais de uma centena de eventos que alteraram rapidamente o ambiente competitivo de companhias referenciais. Segundo ele, as organizações com melhores resultados não foram aquelas que reagiram primeiro. Os líderes das empresas vencedoras fazem análises profundas, avaliam experiências anteriores e basicamente não ligam para o que os outros dizem, o chamado “efeito manada”. A partir dessa visão, conclui-se que, mesmo num ambiente de crise, é necessário planejar a médio e longo prazo. É fundamental ter um “norte” a cada

momento. É necessário planejar e atualizar periodicamente o fluxo de caixa. No atual estágio de nossa sociedade, que se caracteriza principalmente pela capacidade de se obter e compartilhar qualquer informação em tempo real de qualquer lugar, a percepção de que os dias, os meses, os anos estão passando numa velocidade incrível, gera como principal desafio às lideranças empresariais, exatamente compatibilizar planejamento, ação e velocidade. Porém, planejar não faz parte da nossa cultura requerendo efetiva mudança de comportamento, o que vai de encontro à natureza do ser humano, que é reativa naturalmente. Procuramos sempre os mesmos caminhos, sentamos nas mesmas posições em reuniões e nos perpetuamos em diversas situações por uma “fraqueza” comum a todos nós, em dimensões diferentes, de resistência à mudança. Nossas “forças” já nos trouxeram até onde estamos. Os “saltos” qualitativos


imagem REPRODUÇÃO INTERNET

em nossa vida pessoal e profissional dependem de nossa capacidade de enxergar nossas “fraquezas” e de trabalhar para minimizá-las. Nesse contexto, o principal obstáculo para a implementação de uma sistemática de planejamento de fluxo de caixa nas empresas, não está na dimensão da técnica e sim, na dimensão do comportamento. Do ponto de vista técnico, muitos sistemas de gestão da informação, os chamados ERP´S, ou Enterprise Resource Planning possuem módulos de planejamento de fluxo de caixa. Apesar do exposto, uma simples combinação de planilhas do excel, pode atender plenamente às necessidades de qualquer tipo e porte de organização de forma totalmente personalizada. Basta para isso, um certo nível de organização que devem incluir num mesmo arquivo, planilhas com projeções para a evolução

nas vendas de produtos e/ou serviços, para as receitas incluindo as operações de “desconto”, para a evolução nos custos variáveis a partir de premissas de correlação com as projeções de vendas, além de planilhas para os passivos, custos fixos, impostos e investimentos, entre outras “rubricas” que mereçam tratamento em separado. Todas essas planilhas devem ser combinadas entre si da forma necessária e condensadas num balanço projetado de resultados para o período desejado, que deve ser atualizado mensalmente, cuja geração de caixa deve ser apresentada graficamente para a rápida compreensão visual. Todas as projeções de receitas e de desembolso previstas no planejamento de fluxo de Caixa, devem ser perseguidas de forma paranóica, visando assegurar aderência da realidade em relação aos

resultados esperados, de forma que a representação gráfica desse planejamento deve funcionar como um painel de controle na gestão do negócio. A operacionalização dessa prática de gestão, só se viabiliza de forma continuada no longo prazo, nas empresas que tratam a mudança de comportamento requerida com a importância e a prioridade necessárias. Estamos falando de Gestão de Mudanças, que envolve todos os processos, ferramentas e técnicas para gerenciamento dos aspectos relacionados a uma transformação requerida, observando determinados resultados em termos de qualidade e prazo. As empresas mais impactadas pela crise em 2015, certamente não praticavam o planejamento de fluxo de caixa de médio e longo prazo, ou se o faziam, a prática não estava estruturada da forma requerida.

terra magazine | 101


102| TERRA MAGAZINE


curta

#CINEMA

SNOOPY E CHARLIE BROWN, O FILME

STEVE JOBS

Conheça nosso canal de CINEMA www.terramagazine.com.br

IRMÃS

Dirigida por Steve Martino, a animação é baseada nos quadrinhos do cartunista norteamericano Charles M. Schulz. A série, conhecida no Brasil como Minduim, acompanha as aventuras de Charlie Brown, Snoopy e sua turma. Duas irmãs (Amy Poehler e Tina Fey) na faixa dos trinta anos de idade descobrem que a casa de sua infância será vendida. Elas decidem visitar a propriedade e fazer uma última grande festa antes da venda.

CAÇADORES DE EMOÇÃO

Um jovem agente do FBI (Luke Bracey) tem como missão se infiltrar em meio a atletas de esportes radicais, suspeitos de cometerem uma série de roubos nunca vistos até então. Não demora muito para que ele se aproxime de Bodhi (Édgar Ramirez), o líder do grupo, e conquiste sua confiança.

Três momentos importantes da vida do inventor, empresário e magnata Steve Jobs: os bastidores do lançamento do computador Macintosh, em 1984; da empresa NeXT, doze anos depois e do iPod, no ano de 2001.

PAI EM DOSE DUPLA

CREED

Adonis Johnson (Michael B. Jordan) nunca conheceu o pai, Apollo Creed, que faleceu antes de seu nascimento. Ainda assim, a luta está em seu sangue e ele decide entrar no mundo das competições profissionais de boxe. Após muito insistir, Adonis consegue convencer Rocky Balboa (Sylvester Stallone) a ser seu treinador e, enquanto um luta pela glória, o outro luta pela vida.

Brad (Will Ferrell) é executivo em uma rádio e se esforça para ser o melhor padrasto possível para os dois filhos de sua namorada, Sarah (Linda Cardellini). Mas eis que Dusty (Mark Wahlberg), o desbocado pai das crianças, reaparece e começa a disputar com ele a atenção e o amor dos pimpolhos.


série

CINEMA

PERNAMBUCANO SÓFOCLES MEDEIROS

FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

ADELINA PONTUAL

uma cineasta versátil

AS ORIGENS Nasceu no Recife, em agosto de 1965. Como seu pai viajava bastante foi criada numa casa na Torre, bairro da zona norte recifense, onde havia a predominância de adultos do sexo feminino, a avó e duas tias. Na sua infância brincou muito sozinha, dando asas à sua imaginação, fantasiando com suas bonecas de papel. Quando o seu pai voltava de viagem ou nos períodos de férias, procurava lhe proporcionar momentos bem divertidos e movimentados, ao lado de primas e amigas. A sua avó era cinéfila e, sempre que possível, a levava para assistir filmes das mais diversas tendências. Sempre foi dedicada aos estudos e ao cursar Comunicação Social pela UFPE (graduou-se em 1986), terminou enveredando pela 7ª Arte. Nessa época, participou daquela que é, provavelmente, a primeira experiência de “brodagem” (cooperação entre amigos) do cinema pernambucano: o curta “Padre Henrique: um assassinato político”, dirigido por Cláudio Assis, que tinha conseguido subvenções ao ser contemplado no Prêmio Ary Severo. Uma outra experiência marcante na sua vida foi o período em que estudou cinema na Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, de Cuba, pela qual graduou-se em 1991. Retornou posteriormente ao país e lecionou na mesma escola, nos anos de 2005 e 2006.

AS DIVERSAS FACETAS Além de Diretora, Adelina acumula trabalhos significativos como Roteirista e Continuísta. Foi ainda Assistente de Direção de várias produções, merecendo destaque sua participação no longa “Baile Perfumado (1995), o filme dirigido por Paulo Caldas e Lírio Ferreira que marcou a retomada do cinema pernambucano a nível nacional. Na década de 1980, junto com outras personalidades significativas para o cenário do cinema pernambucano como Cláudio Assis, Lírio Ferreira e Samuel Holanda, entre outros, participou da criação do “Vanretrô”, um grupo que procurava viabilizar a produção de curtas no estado. Na década de 1990, ao lado de Cláudio Assis e Marcelo Gomes, participou da criação da “Parabólica Brasil”, uma produtora que, além da assinatura coletiva dos trabalhos realizados, propunha uma visão mais arrojada das realizações audiovisuais locais, patrocinando cursos que pudessem melhorar as técnicas utilizadas. Ela esteve na produtora no período de 1993 a 2000 (atualmente a Parabólica é comandada por Cláudio Assis). Após a saída da Parabólica, em parceria com Chica Mendonça fundou a Chá Cinematográfico Ltda, também uma empresa produtora de filmes. Adelina também dirigiu vários documentários para a TV, entre eles as

séries “Civilização do Açúcar” e “Nordeste Feito à Mão” . A OBRA MAIOR Numa época em que pouco se falava dos problemas de mobilidade e de alterações na paisagem, em relação ao Recife (1993 a 2000), Adelina foi idealizando o documentário “Rio Doce-CDU”. Para se dirigir à Parabólica Filmes, cuja sede era em Olinda, ela tinha que usar a mal falada linha de ônibus que liga a Cidade Universitária, bairro da zona oeste do Recife a Rio Doce, um bairro da vizinha Olinda. Em condições normais (muito raras), o trajeto pode ser percorrido em cerca de 90 minutos, passando por 18 bairros das duas cidades, oferecendo 46 paradas na ida e mais 46 na volta. No filme, são entrevistadas pessoas no trajeto circular da linha (ida e volta) e é mostrado o cotidiano das duas cidades.

Filmografia (como diretora) Curtas: “El Monstruo” (1991), “Samydarsh: Os Artistas de Rua” – junto com Cláudio Assis e Marcelo Gomes; “Punk Rock Hard Core – Alto José do Pinho – É do Caralho!” (1995) - junto com Cláudio Assis e Marcelo Gomes; “Cachaça” (1995); “O Pedido” (1999); “O Outro Lobisomem” (2001) – episódio do curta “Assombrações do Recife Velho”; “Véio” (2005); “Cultura do Açúcar”, (2006); “ReTrato” (2012). Longa: “Rio Doce/CDU” (2011).



Dicas

para

Pernambucânia o que há nos nomes de nossas cidades?

leitura

por selma vasconcelos

O livro é de autoria de Homero Fonseca, jornalista pernambucano e tem como tema o estudo da origem dos nomes dos municípios do estado de Pernambuco. O autor utiliza-se de ferramentas científicas de pesquisa, como dados históricos, culturais, religiosos e sociais e também da memória oral da população local, que são fatores influenciadores para consagração da denominação oficial de cada localidade. Segundo o jornalista e escritor, o município de Lagoa dos Gatos é assim denominado pela presença, na localidade, de uma lagoa muito frequentada por gatos selvagens. Por

As mentiras que as mulheres contam

O sucesso de vendas de um título similar e anterior que contemplou o gênero masculino incentivou o escritor Luís Fernando Veríssimo a dedicar este recente lançamento às mulheres. Assim saiu o livro “As mentiras que as mulheres contam”. São reuniões de crônicas sobre o cotidiano, ou seja, sobre os ardis que ambos os gêneros usam para defender-se, embora, no caso masculino (numa postura defensiva do autor), os homens pretendem poupar as mulheres, ou outros, das pequenas decepções com relação ao companheiro (!). Neste título, As mentiras que as mulheres contam, o autor toma como tema a arte da dissimulação tão conhecida e reconhecida como própria ao gênero feminino. Na crônica, Mãe, Veríssimo ressalta a mentira

Luiz Carlos Prestes A autora Anita Leocádia é filha do biografado, o líder comunista Luiz Carlos Prestes e de Olga Benário Prestes. Anita teve sua história de vida marcada pela perseguição sofrida pelos comunistas, no seu caso, desde o nascimento (1936), na prisão de Barnistrasse, de onde foi retirada e cruelmente separada de sua mãe, aos quatorze meses de idade. Após longo período de exílio europeu, volta ao Brasil em 1945. Com o golpe militar de 1964, experimentou novamente as agruras do exílio na URSS. Pôde retornar ao nosso País por força da primeira lei de anistia promulgada em 1979. Sempre esteve ao lado do pai, como apoio e ativista, em todo o desenrolar de sua

106| TERRA MAGAZINE

sua vez, o município de Saloá, inicialmente denominado de Barro, mudou para atual denominação, por influência dos índios funiôs que habitam a região. O livro cuja primeira edição data de 2006, chega este ano à quarta edição, desta vez voltada ao público infanto-juvenil. Esta é uma publicação bem ao gosto dos jovens, por ser fartamente ilustrada pelo traço inconfundível de Samuca, chargista integrante da editoria de Artes do Diario de Pernambuco. As ilustrações consistem em estratégias reconhecidas para atrair o jovem leitor, uma vez que dão asas à sua capacidade de fantasiar a realidade, sem, no entanto, comprometê-la. Bela contribuição à escola pernambucana e brasileira. A editora é a Companhia Editora de Pernambuco- CEPE.

dita como primordial, que é aquela tentativa de conseguir o interesse do filho pela comida, fingindo tratar-se de um aviãozinho que carrega o alimento, ao invés da indesejada colher. Segundo o escritor, a partir daí as mulheres seguem exercitando sua arte de criar situações fantasiosas para atender a questões como marido sob suspeita, elevação da autoestima diante das amigas, declaração da verdadeira idade e a espera imposta ao outro, sempre amenizada pelo jargão “ é só um minutinho (!) e tantas outras. Dispensável dizer que o humor fino e a ironia características do escritor dão a mistura perfeita para uma leitura leve a agradável. A editora é a Objetiva.

luta ideológica aqui e à distância. Historiadora e autora de importantes obras sobre Prestes e a história do PCB, lança esta biografia baseada em extensa pesquisa documental do acervo pessoal e até nos arquivos da extinta URSS. Anita, segundo ela própria, optou por não aprofundar-se na vida pessoal do líder comunista, desde que seu objetivo foi o de “registrar para as futuras gerações sua atuação política ao longo de quase todo o século 20”. A biografia é organizada em dezenove capítulos e ilustrada com documentos, fotos e fac-símiles da correspondência pessoal de Prestes. A editora é a Boitempo.


Com a palavra

FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET

Célia labanca

E

A MORTE DOS RUINS stamos no final de mais um ano. Mais um que passa. Que morre.

Morrer não é nada demais. É contingência natural para quem vive. E bom porque em cada uma delas morrem os ruins. Mesmo que não encerrem o mistério. Morrem flores, caminhos, rios... Até estrelas. Morre tudo. Morremos nós. Claro que sabemos o quanto a nossa existência se torna dolorida após qualquer morte por mais que a compreendamos subsidiados por religiões, filosofias, seitas e crenças; que tenhamos promovida nossa capacidade de aceitá-las e sermos humildes diante da vontade de Deus e dos seus designíos, afinal assim pode ser que sejam menores as consternações. Menos agudas. Menos revoltantes. – Basta compreendêlas. Não acolher a morte como acontecimento diário é normal para uma grande maioria. Mas, é também o mesmo que morrer em vida, ou ser um morto vivo. É escolher a desesperança, a soberba, a vaidade. É

omitir veracidades, é não ter confiança em mais nada. É se vender ao inexistente por trinta moedas. É não acreditar na aventura. Para mim, a morte é cotidiana. Foi, e será em todos os tempos de minha vida. Morreram todos os meus dias vividos, os segundos, muitos amores, muita admiração, muitos querer bem. Morreram amizades, inclusive saudades, que para parafrasear Manoel Bandeira, não deixaram felicidades. Viver o nosso País, que depende, infelizmente, de uma corja de ogros que mentem com a desfaçatez dos covardes porque, em seus individualismos, não reconhecem o valor do nosso maior patrimônio que é o povo, com sua inteligência brilhante, e mesmo em suas carências mais ancestrais, mais contundentes, é um descomedimento à vida. E, quem abusa dela, não renasce no dia seguinte melhor. Função de toda morte. – Tornam-se vivos mortos que pensam enganar o milagre. Mas, tem algo que eu espero que sirva de reflexão: – Estamos sim, quase às portas da morte de mais um ano. Por ele passaram estações de todos os tipos. Outras virão.

Elas que vieram e foram na ocasião certa, trouxeram e levaram recados para quem tem olhos para ver, para os que têm ouvidos e ouvem e para os que têm bons corações. Morrer é ainda ressuscitar em Cristo; é crer. É ter a consciência de que as mesmas estações que passaram, voltam e trazem com elas a flores, as folhas verdes, os frutos, os pássaros, as marés, as ondas do mar que sabem que as crises passam, e que crianças nascem e renascem. Nelas, as esperanças e a virtude de uma nova vida nova em nossas vidas. Morrer é também renascer na fé, é acreditar em Papai Noel e no seu artefato cheio de futuro, alegrias, possibilidades; exemplos sem fundamentalismos religiosos, ou extremismos políticos, que é onde primeiro tombam a verdade e a sabedoria, pelas amarguras, ambição desmedida, e traições. Pois, como disse um dia, Quintana, “eu não tenho paredes, só tenho horizontes”. Mimos que existem mesmo para os que não têm paixão pela justiça, e pelos direitos humanos. Desejo assim, a todos nós, uma morte virtuosa, digna e apoteótica ao fim deste ano para que em 2016 renasçamos aprimorados. Saúde e paz. E a certeza de que novas viagens, novas experiências, novas paixões, e um enorme aprendizado nos aguardam. Aproveitemos, e ousemos ser felizes, então!

terra magazine | 107


ESPAÇO JURÍDICO

E

m uma democracia, é inconcebível a noção de um Judiciário inalcançável. O povo, soberano, é protagonista da máquina pública, devendo esta adequarse às necessidades de seu legitimador. Ainda que outrora os tribunais repelissem o cidadão comum, assombrando-o com sua formalidade extremada, a moderna doutrina processual civil inclina-se para um processo instrumental, onde, nos Juizados Especiais Cíveis Estaduais, seria possível alcançar um diálogo direto entre o cidadão comum e o órgão judicante. Contudo, ante tal ensaio de aproximação do Judiciário, eis que brota uma circunstância, no mínimo, curiosa. Ocorre que, à medida que a Constituição da República, em seu art. 133, eleva o advogado, detentor da capacidade de postular em juízo, ao status da indispensabilidade, a Lei nº 9.099/95, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências, flexibiliza sua indispensabilidade, no instante em que faculta o patrocínio, pelo advogado, nas causas de até vinte saláriosmínimos, desde que ajuizadas sob o rito sumaríssimo. Neste sentido, a opção estabelecida pelo dispositivo infraconstitucional, no que diz respeito à presença do advogado, gera uma possível antinomia que, prima facie, instiga-nos não só ao questionamento hermenêutico, diante desta possível “exceção” à regra constitucional, mas também à dúvida quanto ao acesso à justiça pelo não patrocinado, já que este, possivelmente, não disporia de adequada defesa técnica na lide. Eis que exsurge, portanto, nossa problemática: a inexigibilidade do advogado em causas de até vinte salários-mínimos, no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis Estaduais, aproxima de fato o cidadão do Poder Judiciário, facilitando o seu acesso à

108| TERRA MAGAZINE

justiça, ou seria esta “acessibilidade” uma verdadeira falácia? Em outras palavras, será que tal “facilidade” comprometeria a qualidade da prestação jurisdicional, haja vista que o advogado é instrumento essencial à administração da justiça, a ele imputando-se, teoricamente, o conhecimento das “regras do jogo”? Particularmente, consideramos que o acesso à justiça, para que se estabeleça com louvor no processo, perfazendo um verdadeiro ideal de justiça substancial, deve aliar-se aos corolários da celeridade, da instrumentalidade, da isonomia substancial, sem, contudo, abandonar a qualidade da tutela jurisdicional. Se é verdade que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito, o amplo acesso à justiça ex parte populi - deve ser erigido ao patamar da essencialidade. Ocorre também que, se é certo que todo o processo submetido à jurisdição demanda lapso temporal entre o pedido e a resposta estatal, é certo também que tal demora desestimularia o acesso ao judiciário diante de atritos de “menor complexidade”. O problema é que tal desestímulo viria acompanhado por uma sensação de vulnerabilidade, principalmente no que diz respeito às relações de consumo de menor importe valorativo. Verifica-se, portanto, que este sentimento geral não pode se coadunar com um Estado que se diz forte, e, principalmente, que se declara capaz de fornecer soluções a todos os conflitos, se não porque estabeleceu o monopólio da jurisdição. É que o acesso à justiça não pode ser encarado como sinônimo do mero acesso ao judiciário, devendo o Estado, uma vez

imagem REPRODUÇÃO INTERNET

O ADVOGADO É DISPENSÁVEL? que avoca para si o monopólio da jurisdição, primar pela acessibilidade com qualidade, ante a necessidade de que se preserve a paridade de armas. Por sua vez, num plano ideológico, o acesso à justiça só se constrói de forma genuína através da participação do advogado, que, com o domínio das “regras do jogo”, encaminha o jurisdicionado rumo à tutela garantidora de direitos lesionados ou ameaçados de lesão. Por fim, o advogado é mesmo indispensável à administração da justiça. No entanto, de uma perspectiva legal e de conveniência com a situação de agora, a dispensa do advogado parece solucionar uma problemática trazida pela própria economia de mercado, com o afastar da parte de seu patrono. Na prática, portanto, é plenamente possível a flexibilização do corolário da indispensabilidade do advogado, desde que por meio de lei, eis que permitida pela Constituição da República, consoante interpretação do Supremo Tribunal Federal. Este é um entendimento fruto do julgamento da ADIN nº 1539-7. Ideologicamente, contudo, entendemos que o advogado é indispensável, uma vez que não há que se falar em paridade de armas ante a ausência do patrono, ainda que a lei disponibilize mecanismos de suavização do dito desequilíbrio. Em verdade, a parte sem advogado enfrentará os ônus do desconhecido, eis que não disporá de estratégias e informações jurígenas suficientes para um litígio potencialmente mais equalizado. Amanda Queiroz, formada em direito pela UNICAP e especialista em direito civil pela PUC Minas. Advogada do setor cível do escritório Lins e Pinto Advocacia. Lins & Pinto Advocacia Núcleo Tributário Lins e Pinto Advocacia



crônica

Adv. Carlos Alberto Pinto Lins & Pinto Advocacia Especializado em Planejamento Tributário

imagem reprodução internet

...e

VOCÊ?

P

OR QUE ao invés estar de se lamentando pelo apartamento que tem em metros aquilo que no mínimo tem de parcelas e que era metade de seu salário, VOCÊ não enxerga as coisas pelo lado bom delas???? Lembre-se de que neste exato momento, milhares de pessoas morrem de fome, no chão dos hospitais, de sede, violência, afogadas, explodidas, sofrendo.... e VOCÊ tá fazendo o quê mesmo? Pois é, meu amigo, está na hora de rever os seus conceitos, pois, VOCÊ está vivo e ainda pode fazer a diferença!!!! Ser realista nestas horas é fundamental. Não se preocupe com o que os seus vizinhos irão pensar. Estamos como estamos por sempre acharmos que nada nos aconteceria, quando na verdade fomos e somos negligentes até hoje. Eles também estão suscetíveis a isso. Todos nós estamos!!! Seja racional. É bem provável que se VOCÊ não tivesse se mudado do seu modesto apartamento próprio, só para PARECER SER, VOCÊ estaria mais tranquilo. Né verdade??? É, mas agora não adianta mais se lamentar e nem chorar pelo leite 110| TERRA MAGAZINE

derramado. O que não tem remédio, remediado está! Não se sinta o azarado desta estória, pois, assim como VOCÊ, tem vários nesta mesma situação ou até pior. Pense nas famílias daquelas pessoas lá. O importante é aprender que não podemos dar asa ao acaso e devemos sempre contar com o pior, não metendo os pés pelas mãos, para quando da próxima oportunidade, possamos utilizar deste aprendizado. É conhecendo o passado que melhor compreenderemos o presente para mudarmos o futuro! Lembra??? Tenhas atitudes que sejam capazes de adequar-se a uma realidade suscetível às mudanças e que lembre que VOCÊ nem sempre será o responsável por elas. É por isso que VOCÊ deve planejar tudo, ainda mais agora. Coloque em prática esta atitude, com você, com sua empresa, com seus colaboradores, na sua família. O segredo não está no presente apenas, mas também e principalmente no futuro, pois, é com base nele que poderemos medir o quanto os seus esforços do

agora repercutirão no amanhã. Crie metas, estabeleça gastos, corte supérfluos, crie expectativas, angarie receitas... e VOCÊ irá conseguir! Sem contudo, não esquecer a lição de que dinheiro não é tudo. Dê-se mais à sua família, à sua esposa, aos seus amigos, aos seus filhos, parentes, pessoas que antes, VOCÊ nem lembrava, mas que agora, trarão para si o aconchego da força que VOCÊ precisará para enxergar que tudo na vida é passageiro e o que deixamos são os frutos de nosso caráter, nossa essência, nossa existência enquanto pessoas e espírito. Não pense que isso te trará dinheiro, até porque sabemos que ainda teremos longos e árduos anos de sequela pela frente, mas com certeza VOCÊ, em sua essência, se sentirá melhor. Uma vez um amigo me disse: Jovem, os tempos em que fui mais feliz com minha família, foram os que não tinha dinheiro e isso não consigo mais recuperar, infelizmente!!! Busque o seu melhor, aperte o RESET de sua vida e recomece, pois, já se passaram 2 minutos.



Na cidade somos todos pedestres.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.