40 edição Terra Magazine

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PERNAMBUCO PASSA POR AQUI

ARQUITETURA UMA CASA CONCEITO NA CASA COR SP 2016

CASE DE SUCESSO ACADEMIA SANTÉ CLUB

CINEMA IRANDHIR SANTOS

DIÁRIO DE BORDO Ilha de capri

ESPECIAL fernando de noronha

PERSONALIDADE Margarida Cantarelli

POR TRÁS DA GRAVATA ARQUITETO PAULO VELOSO

MÚSICA NAÇÃO ZUMBI

TEST DRIVE

do sertão à Oceania

www.terramagazine.com.br

@TERRAMAGAZINE

Francisco José

R$ 14,90 / ED. 40 MAI/JUN/JUL 16

JAGUAR XF






A MISTURA DA GRITARIA DA MAMMA COM A GRITARIA DA FEIRA, DA “PORCA MISÉRIA!” COM “NA MINHA MÃO É MAIS BARATO, FREGUESA”, DOS MANOS COM A FAMÍLIA.

Malvino Salvador é Apolo.

Não é recomendada para menores de 10 anos.

Mariana Ximenes é Tancinha.


José Loreto é Adônis.

SUA MISTURA DAS 7. DE SEGUNDA A SÁBADO. UMA NOVELA DE DANIEL ORTIZ, COM DIREÇÃO ARTÍSTICA DE FRED MAYRINK. gshow.com


40ª edição CAPA FRANCISCO JOSÉ TEXTO ANA PAULA BERNARDES FOTOS ARMANDO ARTONI

EDITORIAL

C

hegamos à 40ª edição, no mesmo momento em que celebramos os 40 anos de jornalismo na Globo do nosso querido Francisco José. Revivemos sua história, mas que nem de perto consegue ser retratada integralmente em nossas páginas. Uma baita trajetória, mas que o repórter ainda promete muito mais ao adentrar em nossas casas através da telinha. A sessão de fotos também foi especialíssima, assinada por Armando Artoni, tentando retratar tanto o jornalista a serviço da comunidade, como também um desbravador da natureza.

CLAUDIO BARRETO EDITOR GERAL

ANA PAULA BERNARDES EDITORA

E enquanto todo o Brasil vive um clima de tamanha intolerância provocada pela crise política e econômica, nossa opção foi retratar quem está imune a tudo isso, gerando negócios e tocando o Brasil para frente. É o case de sucesso da Santé, dos empresários Paulo Lucas e Valdejane Moraes, onde falamos da nova academia que foi entregue aos recifenses, com quatro andares e o maquinário mais moderno da Região. Outro personagem que se reinventa nestes dias atuais e não lamenta pelo que temos pela frente é a chef Madá Albuquerque com seu Just Madá. A casa que já era boa, vai ficar ainda melhor, valorizando o tripé da gastronomia, música e cultura da região. É viver para ver já neste mês de julho.

A personalidade desta edição é Margarida Cantarelli. Num mundo onde a igualdade de gêneros só será possível em 2095, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, temos aqui a primeira mulher a ser Chefe da Casa Civil do Estado; primeira promotora do Ministério Público; primeira candidata ao Senado Nacional; primeira vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e primeira desembargadora do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. E na gastronomia, a onda dos food trucks com seus parques gastronômicos. Acessíveis e com comida de qualidade, estamos diante de um verdadeiro negócio que, na crise, ganha ainda mais fôlego. E tem muito mais sabor nas páginas seguintes. Tem história de decoração com os traços de Jaidete e Jacqueline Ferreira, tem o frison do vermelho no Espaço Design de Paulo Azul e a Casa Conceito de Joia Bergamo na Casa Cor SP. Mas a gente agora vai deixar vocês bem à vontade para folhear mais este trabalho feito com tanto carinho. Em todas as reportagens produzidas, tivemos a certeza de que cada história aqui contada contribui para ver um lado bonito do Brasil. Abaixemos as armas, então. Boa leitura! Ana Paula Bernardes e Claudio Barreto

TERRA MAGAZINE TV HOMENAGEIA O MÊS DOS NAMORADOS

Felipe Funari

e Duda Egito

José Maria e So

corro Vilaça

io Fontes

Marilú e Serg

Zezinho e Duríb io

Santos

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Na foto: Claudio Barreto, Francisco José, Patricia Dantas, Armando Artoni, nas margens do Rio Capibaribe - Recife - PE.

NOSSA EQUIPE Capa Francisco José

PÁG.

EXPEDIENTE EDITOR GERAL Claudio Barreto DRT/PE - 5254 editor@terramagazine.com.br (81) 99504 7550 EDITORA Ana Paula Bernardes REDAÇÃO/CONTEÚDO DA EDIÇÃO Ana Paula Bernardes Carlos Alberto Pinto Célia Labanca Claudio Barreto Paulo Azul Kiki Marinho Marivan Gadelha Luíza Tiné Luiza Melo Sófocles Medeiros Selma Vasconcelos FOTOGRAFIA | FILMAGEM Armando Artoni Geraldo Donald Noé Neto PROJETO WEB/EDIÇÃO IMAGEM Geraldo Donald ADMINISTRAÇÃO Maria do Carmo Veras (81) 9 9159 8905 COMERCIAL Jô Santana comercial@terramagazine.com.br (81) 9 9965 5021 REPRESENTANTE - BRASÍLIA Juliano Barreto (61) 8267 3792 CORRESPONDENTE MODA - ITÁLIA Aurihelen Paiva +39 340 426 6767 PRODUÇÃO | EVENTOS Danielle Esteves (81) 9 9482 0440 DJ SARDINHA (81) 9 9933 3744

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LUÍZA TINÉ JORNALISMO

KIKI MARINHO JORNALISMO

RICARDO COLLER PRODUTOR DE MODA

AURIHELEN PAIVA MODA

RILDO SARAIVA ENOGASTRONOMIA

SÓFOCLES MEDEIROS CINEMA

CÉLIA LABANCA COM A PALAVRA

SELMA VASCONCELOS DICAS DE LEITURA

PAULO AZUL ESPAÇO DESIGN

ARMANDO ARTONI FOTOGRAFIA

GERALDO DONALD PROJETO WEB

MARIVAN GÂDELHA NEGÓCIOS

ÍNDICE 16 | Coluna Mundo 18 | Portal Terra Magazine 20 | Especial Fernando de Noronha 24 | Cultura – Tradição nordestina 26 | Música – Nação Zumbi 28 | Personalidade – Margarida Cantarelli 30 | Case de Sucesso – Academia Santé 32 | Capa – Francisco José 40 | Arquitetura – Casa Cor São Paulo 2016 42 | Talentos da arquitetura Pernambucana 48 | Espaço design - Paulo Azul 53 | Diário de bordo por Mariana Souza 56 | Destinos por Zezinho Santos 60 | Por trás da gravata – Paulo Veloso 62 | Gastronomia 64 | Enogastronomia – Vinho Club 66 | Moda 72 | Lançamento Jaguar F-PACE 74 | Test Drive 76 | Social Terra Magazine 82 | Esporte - Crossfit 85 | Saúde 88 | Negócios 94 | Dicas para leitura - Selma Vasconcelos 95 | Com a palavra - Célia Labanca 97 | Cinema pernambucano - Sófocles Medeiros 98 | Filmes 100| Artigo - Carminha Soares 102| Crônica - Carlos Alberto Pinto ENDEREÇO contato@terramagazine.com.br Rua Dom Jose Lopes, 700 Boa Viagem - Recife/PE (81) 3083 5326 51.021-370 Rua Bruno Veloso, 393 Boa Viagem - Recife/PE (81) 3097 8905 51.021-280 TIRAGEM - 3 mil exemplares TERRA MAGAZINE LTDA ME CNPJ 15.146.527/0001-04 Os textos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução de textos e fotos sem autorização.



TRAMONTINA

LANÇA LINHA DE ELETROPORTÁTEIS EM PARCERIA COM BREVILLE


Impossível não chegar à perfeição quando se une a expertise de uma marca renomada com a qualidade e a confiança de uma empresa que desperta o prazer de fazer bonito há mais de 100 anos. Assim surge a primeira linha de eletroportáteis da Tramontina, desenvolvida em parceria com a australiana Breville. Inspirada no conceito "A gente se encontra na paixão pela comida", a Tramontina by Breville chega para transformar amantes da culinária em verdadeiros chefs de cozinha. A novidade reúne itens como espremedor de frutas, liquidificador, moedor, batedeira, cafeteira, grill, chaleira elétrica, forno para pizza, sanduicheira, máquina de waffle, panela elétrica, wok elétrica, mixer, panificadora, sorveteira, fritadeira, multiprocessador, bule elétrico para chá, forno elétrico e torradeira.

Shopping Recife - PE Shopping RioMar - Recife- PE Madalena - Recife - PE Salvador Shopping - Salvador - BA Manaíra Shopping - João Pessoa - PB Manaíra Shopping - Aracaju- SE


foto: Bárbara Guerra

Cartier e Tag heuer aportam em Recife Trata-se de uma marca totalmente voltada para um público conceitual, com peças exclusivas, que atendem um consumidor exigente e que realmente gosta da diferença e qualidade inerentes à marca Cartier” por Ana Paula Bernardes

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inos, mais avantajados, com lentes robustas e de alta precisão...os óculos definitivamente fazem parte de um universo além daquele definido unicamente para: proteger a visão, ou ampliá-la. A grande verdade é que este item, hoje considerado indispensável em tantos olhares, nunca esteve fora do hall das grandes civilizações. Na China Oriental de Confúcio, os óculos eram acessórios da nobreza, usados como enfeite ou distinção social. E a primeira lente de que se tem registro, data de 721 a.C., feita de cristal de rocha conhecido como lente de Lanyard.

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Fabricados por artesãos, os óculos eram artigos raros, imponentes, caros e denotavam erudição e status. Em alguns casos, era possível encontrá-los descritos nos inventários de grandes famílias, deixando-os como herança. Hoje os óculos reúnem beleza, mas também funcionalidade e tornou-se um importante acessório que acompanha naturalmente a evolução da moda. Neste trajeto de inovação, é possível encontrar óculos como verdadeiros ícones. Basta reportar-se à marca Cartier, considerada referência na produção de joias, objetos de arte e linhas de perfumes, e que também grifou peças raras e belíssimas do nosso acessório em questão. Aqui no Recife, a maison de óculos Avvistare, é uma das únicas lojas que possuem a referida grife no seu portfólio. “Trata-se de uma marca totalmente voltada para um público conceitual, com peças exclusivas, que atendem um consumidor exigente e que realmente gosta da diferença e qualidade inerentes à marca Cartier”, ressalta Herika Moreira, proprietária da Avvistare. Outra marca que acaba de instalar-se nas lojas da Avvistare é a Tag heuer. A empresa de origem suíça é conhecida pelo fabrico de relógios esportivos e cronógrafos. Ao incorporar óculos no seu porfólio, a Tag Heuer coloca no mercado mundial uma linha esportiva, mas de alta precisão, resistência, durabilidade e conforto. “Muitas armações da Tag heuer são emborrachadas, com pneus de fórmula um, já que a marca é referência no patrocínio de automobilismo. Mas não é só isso. Suas coleções resistentes fizeram com que a Tag heuer se mantivesse presente em vários estilos de vida, já que hoje óculos agregam muito valor", explica Herika. E temos que concordar. Óculos traduzem muito mais do que o status que Confúcio e outros grandes reis e imperadores procuravam. Audácia, espírito empreendedor, ousadia, confiança, seriedade... São tantos

Muitas armações da Tag Heuer são emborrachadas, com pneus de fórmula um, já que a marca é referência no patrocínio de automobilismo. Mas não é só isso. Suas coleções resistentes fizeram com que a Tag heuer se mantivesse presente em vários estilos de vida, já que hoje óculos agregam valor, tanto para mulheres como para homens” adjetivos, que as óticas trataram de se reinventar para atender todos eles. A Avvistare buscou isto e hoje é um case de sucesso no segmento que atua. Fato justificado pelo portfólio referencial do mercado de luxo que oferece ao seu público, garantindo conforto e exclusividade na hora da compra. Os expositores atraem, seguramente, o cliente para a aquisição de óculos diferenciados. Basta dar uma circulada rápida no espaço das duas lojas existentes no Recife para confirmar a questão. Além do item atratividade, some também o auxílio das vendedoras, que se tornaram verdadeiras consultoras da visão. E com isso, o item necessidade ficou em segundo plano. Nas grandes passarelas da moda é possível encontrar as modelos estampando os acessórios a looks nem tanto convencionais. Para Herika, estar de óculos é como fazer uma plástica, sem cirurgia. “Você acompanha as tendências, atende suas necessidades, mas acima de tudo, você faz uma intervenção estética, onde é possível realçar sua beleza e também sua personalidade”, destaca.



COLUNA MUNDO

Vício em trabalho está ligado a vários distúrbios psiquiátricos

U

m novo estudo realizado com cerca de 16 mil pessoas mostrou que alguns distúrbios psiquiátricos aparecem em repetição naquelas pessoas viciadas em trabalho, os chamados workaholics. Foram entrevistados 16.426 trabalhadores noruegueses, mostrando que em 7,8% eram compatíveis com o diagnóstico de vício no trabalho. Três em cada 10 deles também apresentaram sinais de déficit de atenção

Superbactéria pode causar doenças intratáveis

A

colistina, poderoso antobiótico contra as mais altas infecções acaba de ser rebaixado, visto que o Departamento de Defesa dos EUA acaba de encontrar uma bactéria resistente ao remédio. A superbactéria possui o gene mcr-1 e resiste a um grande número de outros antibióticos – somando um total de 16 genes que dificultam o funcionamento de remédios. Esse mesmo mcr-1 também foi encontrado – graças a uma pesquisa da USP, que identificou a sua presença no gado do Brasil, se espalhando silenciosamente desde 2012. O grande perigo é que essa bactéria se misture e transmita o gene para germes já resistentes a outros antibióticos.

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Cura da ressaca

E

ssa é para aqueles que sofrem com dores de cabeça e intenso mal estar no dia seguinte após ingerir bebidas alcoólicas. Os noruegueses afirmam ter descoberto a cura da ressaca. O antídoto seria um sorvete de grapefruit batizado de Gyeondyo-bar ("aguente firme", em tradução livre), feito de um pequeno fruto da Ásia, usado como erva medicinal. E a descoberta parece ter vindo como um achado até mesmo para os sul coreanos, já que eles são os maiores consumidores de álcool daquele continente.

e hiperatividade (TDAH) e apenas 12% dos trabalhadores comuns apresentavam TDAH. Esse ritmo frenético também mostrou que a ansiedade é característica desse grupo mais viciado, atingindo 33% deles. Esse mesmo grupo apresentou em sua maioria o chamado Transtorno Obssessivo Compulsivo (toc). Fica aí um alerta para a comunidade principalmente executiva.

As 20 maiores empresas do mundo, segundo a Forbes

O

ranking das maiores empresas da Forbes continua mostrando que os grandes bancos mundiais de fato ainda lideram o mercado corporativo. Entre a lista, empresas de capital aberto, onde a China, e não os Estados Unidos, domina as primeiras posições do levantamento, tendo o ICBC em primeiro lugar, pelo quarto ano consecutivo, o China Construction Bank em segundo e o Agricultural Bank of China em terceiro. Ainda na listagem, as velhas conhecidas: Apple, Toyota Motor, Wal-Mart, Samsung Eletronics e JPMorgan Chase. O Forbes 2000 é calculado a partir da combinação de receita, lucro, ativos e valor de mercado. Na edição deste ano o índice reuniu empresas de 63 países.


Idoso viaja dos EUA a Portugal de caiaque

Q

ual o seu estilo de vida? Viajar, passear, inovar? Ou todas as respostas respondem esta pergunta? Pois bem, o polonês Aleksander Doba, de 70 anos tem uma predileção na vida: inovar velejando. Transformou-se por isso numa celebridade mundial ao aventurar-se na travessia do Atlântico em um caiaque no ano passado. Agora no mês de maio, foi mais além. Partiu dos EUA rumo a Portugal, com desafio de ainda por cima driblar as gélidas águas do Atlântico Norte percorrendo 6000 km. O caiaque possui mais de seis metros e foi projetado em grande parte pelo próprio velejador. Isso sim é inovação e disposição!

A saga da Sexta-feira 13

O

sucesso da franquia de terror Sexta-feira13 vai retornar às telonas mundiais a partir de janeiro de 2017. A saga do psicopata Jason Voorhees, que tanto fez sucesso na década de 80, parece ainda ter fôlego, trazendo na trama até mesmo a mãe do terrorista, explicando um pouco da origem de Jason. Mas para os cinéfilos, uma surpresa: nada de amadorismo. O modelo segue a narrativa de algo nunca antes visto na história do cinema, tampouco no modelo engessado que não mais assusta o público. É esperar para ver!

Harry Potter nos palcos

E

sta também é para os amantes da grande tela. Depois do sucesso nos livros e adptação para cinema, Harry Potter agora ganha os palcos. O inédito "Harry Potter and The Cursed Child" promete desvendar o homem em que se transformou o protagonista, agora casado com seu amor de infância e irmã do melhor amigo. Esta peça de teatro continua a história do 7.º e último volume da saga de J.K. Rowling onde Harry Potter, encenado por Jamie Parker é agora um funcionário cheio de trabalho no Ministério da Magia.

Reino Unido vota por sair da União Europeia

A

decisão britânica de sair da União Europeia deve afetar as vida de milhares de brasileiros que vivem no Reino Unido com passaporte europeu ou são parentes de cidadãos europeus. Quem hoje se beneficia das regras de livre circulação no bloco passará a se submeter a regras estabelecidas pela legislação nacional britânica. Para quem já está no Reino Unido com visto gerido por essa legislação - com visto de trabalho, estudo ou cônjuges de britânicos - pouco deve mudar.

Imagens e fontes reproduzidas da internet


PORTAL

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GERDAU APOIA INICIATIVAS DO JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE

R

eferência em práticas ambientais e sustentáveis, a Gerdau apoia constantemente o estímulo a soluções que contribuam para a melhoria da qualidade do meio ambiente. Entre as diversas iniciativas, os trabalhos em parceria com o Jardim Botânico já desenvolveram várias atividades, que permitem a participação do equipamento e comunidade do entorno em congressos de pesquisa em todo o Brasil. Um dos apoios da Gerdau ao Jardim Botânico é o Curso de Jardineiro, uma ação de inserção social no mercado de trabalho que visa o empreendedorismo e o apoio à educação formal de qualidade. A iniciativa permitiu a criação do único curso de Jardineiro realizado na cidade, com o corpo docente de técnicos do Jardim Botânico e voluntários da Gerdau.

MARINA DIAS É A CAPA DA NOVA PLAYBOY; VEJA PRIMEIRA FOTO DO ENSAIO

T

op model, DJ e ilustradora deixou sua marca na moda brasileira. Quando chegou às passarelas brasileiras na década de 1990, Marina Dias provou que uma top toda tatuada podia, sim, ser bem-sucedida. Agora ela se prepara para fazer história novamente: com 1,75m de altura, olhos castanhos e cabelos escuros, é a garota da capa da edição de junho/julho da revista Playboy. “Faço 40 anos em julho e tenho que comemorar da melhor forma possível. A Playboy é essa forma”, diz a modelo.

TEACHER’S LEVA O BAR NAS ALTURAS PARA O SÃO JOÃO DE CARUARU

A

Teacher’s, whisky oficial do São João de Caruaru, surpreendeu os forrozeiros do Pátio de Eventos Luiz Gonzaga. Um bar aéreo, que subiu mais de 30 metros, e um balão de 42 metros de altura no formato da nova garrafa da bebida. O bar aéreo promoveu uma experiência exclusiva com o whisky Teacher’s. Sustentado por um superguincho, a estrutura com capacidade para dez pessoas por subida, ofereceu ao público a oportunidade de registrar o melhor da festa com vista aérea para o palco principal de shows.

CERVEJA: VEJA CINCO MITOS MAIS COMUNS SOBRE A BEBIDA MAIS ANTIGA DO MUNDO

TRANSPORTE AÉREO TEM PAPEL FUNDAMENTAL NO TURISMO

Chope é uma coisa, cerveja é outra

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transporte aéreo tem um papel fundamental para o progresso do turismo. As companhias apostam cada vez mais em promoções e condições especiais para contemplar quem gosta de viajar ou precisa desta atividade. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), a expectativa é que, até 2020, cerca de 211 milhões turistas brasileiros e estrangeiros viajem de avião. Ainda segundo a pesquisa, as empresas aéreas brasileiras embarcaram, só no começo do ano, 9,04 milhões de passageiros no mercado doméstico.

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ão é bem assim. O processo de criação da cerveja e do chope é o mesmo. A única diferença é que a cerveja, aquela que se vende em garrafas, passa por um processo de pasteurização para dar uma sobrevida maior ao líquido. “Um chope dura, em um recipiente específico, de cinco a sete dias. Já a cerveja, quando há a pasteurização, dura pelo menos seis meses. Mas a concepção da bebida é a mesma”, explica Thomé Calmon, sócio da Debron.



ILHA DE FERNANDO DE NORONHA CONTOS POPULARES

A Lenda

da

Alamoa

E OUTROS CONTOS DO IMAGINÁRIO POPULAR DE FERNANDO DE NORONHA

por Ana Luiza Melo

O

arquipélago de Fernando de Noronha é um paraíso cercado de maravilhas naturais e por este motivo, recebeu o título de Sítio do Patrimônio Mundial Natural, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO. Além de tanta exuberância, a ilha também é muito rica quando o assunto é cultura. Entre elas, a existência de lendas e fatos pitorescos, que são narrativas cheias de fantasias, transmitidas pela tradição oral através dos tempos. Produtos da imaginação humana, geralmente combinam fatos reais e históricos que aconteceram com fatos irreais. De acordo com a historiadora do arquipélago, Marieta Borges, que pesquisa sobre o arquipélago há cerca de 40 anos, as lendas noronhenses foram criadas, quase todas no longo tempo de presídio vivido em Fernando de Noronha. “Confinados, isolados do mundo, por muito tempo sem

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Confinados, isolados do mundo, por muito tempo sem companheiras que lhes aliviasse o corpo e a alma, esses correcionais exteriorizavam os seus medos com as invencionices que falavam de mulheres, de entes fantásticos, de fantasmas atemorizadores” companheiras que lhes aliviasse o corpo e a alma, esses correcionais exteriorizavam os seus medos com as invencionices que falavam de mulheres, de entes fantásticos, de fantasmas atemorizadores”, afirma.

Ao longo dos séculos, reunidas por pesquisadores, as lendas fernandinas constituem hoje o inegável patrimônio imaterial insular, por terem sido passadas às gerações de agora e eternizadas na simplicidade da sua criação. Entre as doze lendas insulares, a mais famosa é a da Alamoa. “Sua descrição mostra uma mulher sedutora, de pele muito alva, longos e fartos cabelos louros, nua, e que, em noites sem lua, com sortilégios e cantos envolventes atraía os desavisados na praia”, explica Marieta. O nome Alamoa, para muitos, é a corruptela de Alemã, por imaginarem-na como uma mulher descendente dos muitos navegadores nórdicos que procuraram o local para abastecerem suas embarcações, depois de longas travessias pelo oceano desconhecido, sobretudo os holandeses que permaneceram na ilha por 25 anos. Marieta conta que para alguns escritores como Pereira da Costa, a origem da


Sua descrição mostra uma mulher sedutora, de pele muito alva, longos e fartos cabelos louros, nua, e que, em noites sem lua, com sortilégios e cantos envolventes atraía os desavisados na praia”

Alamoa seria francesa, já para Mário Melo, holandesa. Para a maioria dos que falam da lenda, sua origem seria mesmo alemã, embora o único registro de presença alemã mais ou menos longa é a de um solitário navegador no século XVI. “As mães aconselhavam os filhos a não saírem para passear nessas noites perigosas, pois a “malvada” Alamoa poderia “enlouquecêlos de amor e matá-los de terror”. Aqueles que se deixavam enredar pela sedução da Alamoa, estavam expostos à maldição da sereia, que só era desfeito se um clarão de raio iluminasse o lugar, fazendo desaparecer o encanto. Outras histórias também assombram os ilhéus, como a lenda da Luz do Pico e a da Mulher de Branco. De acordo com populares, em noites escuras, uma luz brilha e vagueia, subindo e descendo a soturna pedra do Morro do Pico. De acordo com Marieta, os prisioneiros mais velhos diziam que era a alma de uma linda

francesa, que guardava um tesouro numa das brechas do morro, saindo dali, para assustar os desavisados que se aproximam. "No conto popular, dizem que dois velhos prisioneiros, estando de ronda naquele local, foram seguidos de perto, à noite, pela francesa, que lhes ofereceu ouro. Apavorados, tremendo de medo, fugiram, perdendo a riqueza oferecida", disse a historiadora. De acordo com Marieta existem outros relatos desta lenda em uma publicação de 1917, de autoria de Mário Melo, intitulada "Fernando de Noronha: curiosidades da terra e da gente". Já a lenda da Mulher de Branco, para uns, seria uma versão da Alamoa. Para outros, ela teria nascido por influência de uma novela exibida na ilha, após o advento da televisão, onde uma personagem era assim chamada e era conhecida pelo misto de encantamento e assombração. Outra leitura do imaginário trás a Mulher de Branco como um disfarce, utilizado a fim de

assustar as mulheres que se prostituíam e, para isso, andavam pela rua após o horário permitido. "Coberto com um lençol branco, como se fosse um fantasma, o homem saía ao encontro das mulheres, colocando medo e botando-as de volta para casa, evitando a transgressão", conta Marieta, em seu livro "Fernando de Noronha: Cinco Séculos de História. O empresário Zé Maria Sultanum é um dos ilhéus que diz ter visto a Mulher de Branco. Ele conta que tarde da noite ele conduzia sua moto pela BR 363, quando uma mulher pediu carona. Ele afirmou que só poderia levá-la até a altura da Escola. Ela aceitou e subiu na motocicleta. Zé Maria conta que ela era uma mulher bonita e atraente. Ao chegar no local indicado pelo pousadeiro, ele encostou e quando olhou para trás a mulher havia sumido. Da mesma maneira que surgiu na estrada, de repente.

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ILHA DE FERNANDO DE NORONHA CAMPEONATO ILHA DRINKS 2016

Campeonato coquetelaria

Ilha Drinks Fernando de Noronha

Drink elaborado por Cláudio Munford, bartender do pousada Zé Maria, Fernando de Noronha

Noronha inspira drinks sustentáveis 22| TERRA MAGAZINE

fotos: Terra Magazine


fotos: Terra Magazine

por Claudio Barreto

I

magine-se no paraíso, o mar azul #semfiltro, as belas paisagens, culinária de alto padrão e claro, bons drinks para tornar tudo perfeito, pois a ilha inspira criação de coqueteis paradisíacos. A IV edição do Ilha Drinks leva todos esses ingredientes e já é consagrado um dos melhores campeonatos de cocktails por bartenders e mixologistas, incorporandose como tradicional evento do segmento a nível nacional. O projeto é comandado pelo bartender Waldir Calado e tem como embaixador o ator Paulinho Vilhenna. Um dos apoiadores, Cachaça Leblon, depois de ter iniciado viagem nos Estados Unidos, passando por cidades como Nova York, Washington e Denver, e visitado cidades da Europa como Edimburgo, Londres e Madri, chega na ilha de Noronha com sua kombi itinerante que percorrerá no Brasil 11 Estados. A ação, batizada de “Road Trip To Rio”, faz parte de um projeto global da marca em parceria com a Fundação Developing Minds para arrecadar US$ 50 mil em fundos para duas comunidades cariocas carentes do Rio: a Rocinha e a Cidade de Deus. "Estamos confiantes de que vamos atingir nossa meta financeira e beneficiar a educação dessas crianças”, afirma o mixologista Marcello Gaya, embaixador da marca no Brasil.

O Ilha Drinks aconteceu no período de 14 a 18 de junho e teve como objetivo qualificar profissionais de vários estados na área de bartenders com workshops, oficinas e palestras ministradas por especialistas em coqueteis e reconhecidos internacionalmente. Destacam-se: O baiano Zulu, Moizés Barros e Junior WM, considerados um dos melhores bartenders do Brasil, que participam como jurados. "A Spiral Cachaça apoia esta competição, pois acredita na qualificação de profissionais bartentes brasileiros que hoje estão entre os melhores do mundo", comenta Paplo Megalço, diretor executivo da marca. A escolha do melhor drink da competição foi no dia 18, no restaurante Zé Maria, onde os competidores transformaram bebidas em receitas com história voltada para sustentabilidade e a valorização dos produtos regionais e orgânicos produzidos na ilha. Tais requisitos foram itens para avaliação dos vencedores, visando o fortalecimento da identidade da “Coquetelaria Brasileira”.

2º Lugar Jéssica Fernandes (Natal)

Os vencedores de 2016: 1º Cíntia Lopes (Recife) 2º Jéssica Fernandes (Natal ) 3º Cláudio Munford (Noronha)

"Spiral cachaça suave, adocicada, de aromas leves, produzida entre as montanhas da zona da mata de Minas Gerais e destilada, artesanalmente, nos mais sofisticados alambiques de cobre para composição de fantásticos coqueteis e drinks". Na foto: Jurados e apoiadores do evento


CULTURA NORDESTE

JUNHO: UM MÊS INTEIRO PARA FESTEJAR A

cultura e a tradição do Nordeste

"A fogueira tá queimando em homenagem a São João, o forró já começou, vamos gente, rapa-pé nesse salão!"

Qualquer bom nordestino já ouviu esses versos de 'São João Na Roça', canção imortalizada na voz de Luiz Gonzaga. Mas você sabe de onde vem o hábito de acender fogueiras no período junino? Sabe quem foi São João e os demais santos celebrados no mês de junho?

por Kiki Marinho

H

á quem pense que a tradição dos festejos juninos nasceu no Nordeste do Brasil. Mas não foi. Muito antes da era cristã, no hemisfério norte, aconteciam celebrações pagãs durante o solstício de verão. Esse período registra o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que ocorre entre os dias 21 e 22 de junho do lado de lá da linha do Equador. As antigas civilizações faziam cultos à fertilidade e promoviam rituais para pedir colheitas fartas. A igreja, por não conseguir combater os festejos, terminou por cristianizá-los, criando homenagens a três santos católicos diferentes: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). Aqui, pelas terras brazucas, os índios também faziam os seus rituais no mês de junho. Como no hemisfério sul o mês

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marca o início do inverno, as festas aludiam à agricultura e boa colheita, regadas a dança, canto e muita comida. Quando os jesuítas portugueses desembarcaram por aqui, os festejos terminaram se fundindo e ganhando uma identidade própria. "As comemorações, de início, eram chamadas de período joanino, mas com o passar do tempo as pessoas passaram a chamar de junino. E a dança e a música estão muito presentes nessa manifestação cultural, pois desde os primórdios das civilizações que a dança, como expressão corporal, era realizada para demonstrar emoções, pensamentos e, atualmente, deixa um pouco da sua representação de rituais e passou a expressar arte", explica a historiadora Carmem Vanessa. O povo brasileiro, criativo que só ele, saiu

adaptando tudo que veio com os europeus. A culinária, por exemplo, é toda baseada nas raízes e grãos cultivados pelos nossos ancestrais indígenas: milho, amendoim, batata doce e mandioca. Os portugueses chegaram com especiarias do oriente, como a canela e o cravo da Índia. A quadrilha tem base nas contradanças de salão francesas do século 17. Os portugueses trouxeram o hábito, que ganhou mais alegria e toda uma historinha por trás. Já o motivo da festividade ter uma cara bem 'caipira' detalhe observado fortemente no figurino junino - vem da estrutura organizacional da sociedade brasileira até meados do século 20. Naquela época, 70% da população viviam no campo. E a fogueira? Qual é a origem dessa tradição? Ela já estava presente nas


celebrações juninas dos pagãos e dos indígenas. Mas, no universo cristão, ganhou a seguinte explicação: a mãe de João Batista, Isabel, disse à Maria, mãe de Jesus, que iria avisá-la sobre o nascimento do filho acendendo uma fogueira. Assim, Maria poderia ir visitar a criança.

Mas quem são estes santos? Que tal conhecer, agora, um pouco mais sobre os homenageados do mês de junho? Santo Antônio é o primeiro. É para ele que as moçoilas casadoiras rezam em busca de um marido. Sim, o português Antônio era conhecido por ajudar solteiros a realizar o sonho do casamento. Os registros apontam como data da sua morte 13 de junho de 1231. Pra conseguir casamentos, é preciso fazer 13 noites de reza (1 a 13 de junho). Os mais apressados, além da oração, fazem simpatias. A mais famosa delas é a que deixa a imagem do casamenteiro de cabeça pra baixo dentro da água até o enlace sair.

fotos reprodução internet

"Hoje em dia, as escolas trabalham mais a temática da festa da colheita, festa do milho, levando mais sobre a origem da tradição, pois se parte do pressuposto de que a educação, assim como o Estado, é laica. Mas mesmo assim não deixam de fazer referência aos santos católicos", explica Carmem Vanessa. seria pai. De tão feliz, perdeu a voz. No dia do nascimento do filho, Zacarias, com um grande esforço, respondeu qual seria o nome do filho: João. Daí, recuperou a voz e todos comemoraram com muito barulho. E teria vindo daí o costume das bombinhas. Já 29 é o dia de São Pedro. Ele foi o primeiro Papa, líder dos apóstolos e fundador, junto com São Paulo - também celebrado no mesmo dia - da Santa Sé de Roma. Foi Pedro que negou Jesus três vezes e o primeiro a vê-Lo depois de ressuscitado. Para homenagear Pedro, são realizadas procissões terrestres - pelas viúvas - e fluviais, pois ele é, também, protetor dos pescadores.

Eu poderia dizer que existem dois períodos: antes e depois de Luiz Gonzaga. Eu sou um dos seguidores de Luiz Gonzaga e faço a genuína e verdadeira música nordestina, com muita honra, com muito prazer", diz Santanna, o cantador. São João é o mais festejado do mês. Sua data, 24, é feriado no Nordeste. João Batista era primo de Jesus. Ele pregava às margens do Rio Jordão e foi lá que batizou Cristo. A história conta que ele foi santificado ainda no ventre materno. É o protetor dos doentes e o padroeiro da amizade. A tradição dos fogos também é ligada a João. Diz a lenda que seu pai, Zacarias, estava triste por não ter filhos. Até que recebeu a visita de um anjo que anunciou que ele

Mas não dá para pensar em São João sem lembrar de música. Xote, xaxado, baião, forró... são vários os ritmos que embalam os arraiais. E não tem como falar nesses ritmos sem reportar à pessoa que foi responsável pela difusão deles pelo mundo a fora. "Eu poderia dizer que existem dois períodos: antes e depois de Luiz Gonzaga. Eu sou um dos seguidores de Luiz Gonzaga e faço a genuína e verdadeira música nordestina, com muita honra, com muito

prazer", diz Santanna, o cantador. "Ele foi um grande empreendedor, transformou uma festa de dois dias numa festa de um mês", complementa. "A gente tem a força dessa tradição nordestina que é o nosso grande ídolo. Ele canta o sertão, as fogueiras, o luar, as estrelas, os pássaros. Junho é um mês de reverência ao criador do nosso gênero nordestino, Luiz Gonzaga", afima o sanfoneiro Cezzinha. Luiz Gonzaga nasceu em Exu, no sertão de Pernambuco, em 1912. Ao longo de sua trajetória, gravou mais 600 músicas em mais de 200 discos. As composições fazem referência ao povo do nordeste, seus hábitos, suas dores, suas alegrias. Uma das mais famosas, 'Asa Branca', é fruto de uma parceria de Gonzaga com Humberto Teixeira. Foi composta em 1947, e traz uma temática bastante familiar ao povo sertanejo: a seca. A música já foi gravada por dezenas de artistas - no Brasil e no exterior. E, assim, o velho 'Lua' levou para o conhecimento do mundo o flagelo de toda uma Região. Mas a música também mostra, de forma poética, a coragem e a força dessa gente que ama o sertão, que o abandona pela sobrevivência, mas sonha com a chuva para poder voltar à sua terra. Trata-se de um hino do povo sertanejo. Luiz Gonzaga morreu em 1989, aos 76 anos. Mas seu legado é eterno. "As festividades do mês de junho representam o Natal para a nação nordestina. Todos os segmentos econômicos e culturais são ativados e também incentivados a funcionar. É um período que envolve todos os sentidos humanos. Eu sou um desses que ajuda a fazer a festa, trabalhando música e dança na cultura popular. Eu acho que o nordestino precisa, cada vez mais, se sentir altivo com a divulgação de sua cultura para as pessoas de fora", destaca o cantador Santanna.

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MÚSICA NAÇÃO ZUMBI

fotos divulgação

Nação Zumbi

Uma tonelada de som e resistência Por Kiki Marinho

Muita gente chama de manguebeat, de batida. Mas, na verdade, era mesmo bit, de informática, para passar a coisa da interação com a tecnologia. É tanto que o símbolo do movimento era uma parabólica enfiada na lama, que remete à ideia de unir a música pernambucana com a universal. Pernambuco falando para o mundo”

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S

e você estiver de olhos fechados quando a Nação Zumbi começar a tocar, não imagina que tem apenas sete pessoas no palco, tamanha é a energia que vem dali. Cada batida provoca uma contração bem no meio da barriga, como se você estivesse no meio de um cortejo com dezenas de nações de Maracatu. Em 2016, o grupo está em turnê com um show que marca as duas décadas do disco Afrociberdelia - segundo trabalho do grupo e último de Chico Science, que morreu num acidente de carro em 2 de fevereiro de 1997. A série de apresentações também marca outro fato importante: o cinquentenário do mangueboy. No Recife, a manguetown que tanto inspirou Chico, originou o show que aconteceu no Clube Português, no mês de maio. O local é histórico para a banda, pois foi o último palco recifense que contou com Science nos vocais. A música que abriu o espetáculo foi Mateus Enter, que é fortemente marcada pelas batidas dos tambores. O vocalista, Jorge du Peixe, vocifera: “Eu vim com a Nação Zumbi”, e a multidão vai ao delírio. Pernambuco pulsa em cada acorde,


mas o que vem do palco é um som universal. Prova disso é que a Nação não se limitou às fronteiras do Leão do Norte. Ganhou o Brasil e o mundo, levando a nova música de Pernambuco para olhos e ouvidos de outros continentes. A estrada para chegar a este momento foi longa. E dolorosa. Afinal, não é qualquer banda que resiste à perda precoce do seu frontman. Mais que isso. Com a morte de Chico Science, não foi apenas o líder do grupo partiu. Foi, também, o amigo. Mas o que nasceu da energia de Chico não desapareceu. Dormiu para acalentar a dor, mas acordou e ganhou força, para ressurgir

já estamos com a mão na massa e a ideia é lançar no início ano que vem, ou antes ou logo depois do carnaval, não sabemos ainda”, adianta du Peixe. “A gente vai mostrando as ideias, um riff de guitarra que Lúcio manda, Pupillo coloca uma batida... Hoje em dia a tecnologia ajuda muito, você pode fazer envio de fragmentos de músicas em MP3 e isso vai sendo feito até montar uma música, ensaiar, gravar depois, e ver o que ser vai usado. É todo um processo que vai se juntando ali até chegar numa pré-produção e ver o que vai pro disco, o que não vai pro disco, se está legal. Tem todo esse trajeto até chegar com a bolacha pronta”.

e tornar a Nação Zumbi uma das bandas mais influentes da cena musical brasileira. E era assim mesmo que tinha que ser. Como repetia o próprio Chico, “um passo à frente e não estamos mais no mesmo lugar”. O passo foi dado e CSNZ virou NZ. A difícil tarefa de ser vocal ficou com Jorge du Peixe. Com um perfil completamente diferente do de Science, du Peixe - antes nas alfaias do grupo - assumiu o microfone e soltou uma voz grave e cheia de personalidade. Ele também assina a maioria das composições, o que nos leva a falar do mais recente trabalho da banda. Intitulado Nação Zumbi, o disco de 2014 tem 11 faixas. Com uma proposta nova e diferenciada dos outros trabalhos, a identidade permanece a mesma: uma musicalidade impecável e uma pernambucanidade embutida em cada verso. A música que abre o trabalho é Cicatriz, que poetiza sobre as marcas, físicas ou emocionais, que ganhamos ao longo da vida. “Eu sempre quis escrever uma música com esse título. Comecei por aí, pelo título”, conta Jorge du Peixe. “O processo

de composição é bem variado. Eu tenho muitos fragmentos de letras, tenho alguns títulos de músicas e escrevo bastante - vez ou outra vou ali pescar alguns textos - e, às vezes, desenvolvo a partir do título. E daí o disco vai tomando uma forma, um conceito. Mas, às vezes, uma linha de baixo, você vai na melodia e vai colocando texto, tentando contar uma história, ou pode ser uma letra nonsense, um pouco mais psicodélica ou onomatopeica, enfim... Não existe um formato único de criação. Eu tento, inclusive, dar uma variada, pra não ficar um processo muito mecânico”, explica. Ainda do álbum Nação Zumbi, impossível não destacar A melhor hora da praia, que conta com a participação especialíssima de Marisa Monte. Uma ciranda malemolente, que, em 2014, ganhou o Troféu Cata-Vento - premiação conferida pela Rádio Cultura Brasil, na categoria Melhor Música. E ainda tem muita estrada pela frente. Atenção, fãs: vem trabalho novo por aí! “Já estamos nesse processo, já estou escrevendo as coisas, estamos com uma música ou outra, tudo muito no início. Mas

A Nação Zumbi nasceu nos anos 1990, quando a nova cena musical pernambucana ainda estava se configurando. Das mãos e das cabeças de Chico Science e Fred Zero Quatro - criador da Mundo Livre S/A - , nasceu o manifesto do Manguebit. “Muita gente chama de manguebeat, de batida. Mas, na verdade, era mesmo bit, de informática, para passar a coisa da interação com a tecnologia. É tanto que o símbolo do movimento era uma parabólica enfiada na lama, que remete à ideia de unir a música pernambucana com a universal. Pernambuco falando para o mundo”, explica Peixe. Da formação original do grupo, de 1993, estão Jorge du Peixe, Lúcio Maia, Alexandre Dengue e Toca Ogan. O baterista Pupillo, entrou um ano depois. Nas alfaias, Da Lua e Tom Rocha. São mais de 20 anos de estrada,dez discos gravados, sendo oito em estúdio e dois ao vivo, além de dois DVDs. Muito longe da lama e do caos, com um som que pesa uma tonelada, o fato é que ter uma representação assim é fazer com que o pernambucano se sinta um pouco cidadão do mundo.

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PERSONALIDADE MARGARIDA CANTARELLI

Margarida Cantarelli

Pioneirismo e destaque na cena jurídica, política e literária

por Luiza Tiné

Uma pessoa obstinada, que sabe o que quer e nunca deixou de fazer nada que estivesse nos seus planos por duas coisas que podem ser consideradas limitações:ser mulher e ser canhota.”

É

assim que se define Margarida de Oliveira Cantarelli. “Mesmo que, em algum momento da minha vida tenham me dito que eu não poderia fazer isto ou aquilo por estes dois motivos, eu consegui superar” completa ela, que em sua carreira, carrega honras como a de ter sido a primeira mulher a ser Chefe da Casa Civil do Estado; primeira promotora do Ministério Público; primeira candidata ao Senado Nacional; primeira vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e primeira desembargadora do Tribunal Regional Federal da 5a Região. Uma das maiores e mais respeitadas profissionais da cena jurídica local e nacional, e agora, como professora universitária e também Presidente da Academia Pernambucana de Letras (APL), Magarida se orgulha de tudo que já conquistou e garante que enquanto saúde tiver, vai trabalhar e se empenhar pelas causas nas quais acredita. Recifense, passou sua infância no bairro do Espinheiro, zona norte do Recife. Caçula de um total de quatro filhos, filha de Dulce Coutinho de Oliveira e do médico Júlio Alcino de Oliveira, Margarida veio de uma família ligada à Medicina, mas quebrou todos os padrões ao decidir cursar a faculdade de Direito. Ela foi aluna do Curso

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Primário no extinto Instituto Recife, que ficava na Avenida João de Barros. Por lá, ela teve a oportunidade de participar de diversas sessões eleitorais realizadas no prédio da instituição, despertando também o seu interesse pela política. Em suas memórias do tempo de menina na escola, é forte a lembrança da diretora Eulália Fonseca, que segundo ela, era uma mulher muito à frente do seu tempo que muito a inspirava e a motivava a procurar sempre em jornais, revistas e rádios o que estava acontecendo ao redor do mundo naquela época - a televisão só veio anos mais tarde, por isso, era preciso, de fato, interesse para se manter informada. “Naquela época, me recordo de conseguir sintonizar no rádio a BBC de Londres e a Voz da América para ficar sempre a par dos acontecimentos internacionais” relembra. E foi durante os seus dias de estudante no Instituto Recife que Margarida Cantarelli sentiu o seu primeiro despertar para os assuntos jurídicos, ao ouvir falar, pela primeira vez, sobre o Crime de Sacopã, acontecido na década de 1950, no Rio de Janeiro, onde o bancário Afrânio Arsênio de Lemos havia sido encontrado morto, e um dos suspeitos era o conhecido Tenente Bandeira - a jovem acreditava que ele era inocente, e então, decidiu estudar Direito para fazer justiça. Ela afirma: “Apenas 50 anos depois, já magistrada e com outra visão do mundo, constatei que ele era, de fato, culpado. Mas foi assim, que ainda jovem, descobri a minha vocação para a carreira jurídica.”

17 anos foi aprovada na Faculdade de Direito do Recife, lugar onde se engajou fortemente em movimentos estudantis e foi Diretora de Cultura do Diretório Acadêmico. Seus dias de universitária foram intensos, onde conciliava os estudos com as ações de política entre os colegas. “A diretora da biblioteca era dona Eunice Robalinho, prima de minha mãe. Ela ficava me olhando da varanda no pátio, onde na maioria das vezes eu estava fazendo a minha política, articulando os demais estudantes, defendendo a cultura. Ao chegar em casa, minha mãe já estava sabendo de tudo” relembra, aos risos. Suas matérias preferidas eram o Direito Penal e Internacional. Aos 22 anos, em 1966, se formou e logo em seguida, tornou-se advogada e também já deu início à vida acadêmica, quando assumiu o cargo de assistente do professor Marco Maciel na

Após deixar o Instituto Recife, Margarida Cantarelli foi estudar no Colégio de São José, onde sua tia, Maria Oliveira, era uma das Irmãs Dorotéias da Instituição, fazendo com que diversos parentes estudassem no local. No entanto, mais uma vez ela rompe com as tradições de sua família e se matricula no Colégio Vera Cruz, onde teria uma melhor preparação para o vestibular do curso que pretendia ingressar. Aos

Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Apenas 50 anos depois, já magistrada e com outra visão do mundo, constatei que ele era, de fato, culpado. Mas foi assim, que ainda jovem, descobri a minha vocação para a carreira jurídica.”

No ano de 1968, Margarida Cantarelli se mudou para a Holanda, quando ganhou uma bolsa de estudos do Governo Holandês para cursar Pós-Graduação em Relações Internacionais e Direito Internacional. Em seu vasto currículo, ela soma uma série de cursos realizados em diferentes países


Fotos Terra Magazine

ao Mestrado e Doutorado concluído na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde também, mais tarde, se tornaria professora. Ao retornar da Holanda, Margarida assumiu a chefia da Casa Civil do governo de Marco Maciel e Roberto Magalhães, sendo a primeira mulher a exercer o cargo em Pernambuco. Na época, o Ministério Público abriu vagas para o cargo de Promotor, e ela então se interessou por se inscrever no concurso. “Muita gente vinha me dizer que era loucura, que eu não precisava fazer nenhuma prova, já que naqueles dias, bastava uma indicação para ocupar o cargo. Eu resolvi encarar o desafio e pedi licença da Casa Civil para prestar o concurso - fiz isso por vaidade, para provar que eu poderia conseguir o cargo por mérito próprio, e não pela boa vontade de ninguém” nos conta Margarida, afirmando que tomou a decisão por achar que aquilo fazia parte da luta feminista e da luta pelos direitos iguais entre homens e mulheres, além de ser a quebra de mais um tabu. Aprovada, se tornou a primeira Promotora de Pernambuco. Ainda no cargo, também ingressou na política, quando em 1986, foi a primeira mulher em todo o Brasil a se candidatar ao Senado Federal. Um dos momentos que mais tem orgulho em toda a sua carreira foi ter sido vicepresidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Naquela época era muito difícil de se conseguir um cargo na OAB porque existiam cotas muito

O Magistrado precisa ter conhecimento jurídico, mas é necessário, acima de tudo, coragem e bom senso, que são essenciais no exercício da Magistratura” limitadas para mulheres. Em meados de 1975 enfrentávamos um período complexo no país com o desaparecimento de muitas pessoas, e a OAB precisava atender as famílias e tentar descobrir o paradeiro dos indivíduos, que muitas vezes, quando encontrados, já estavam sem vida” relembra. Na sua opinião, a Ordem enfrentava uma época delicada mas conseguiu ser uma grande aliada no caminho da redemocratização do país por ser uma instituição fora de governo e fora de políticas partidárias que era bastante comprometida com os Direitos Humanos. Mesmo já tendo passado por tantos cargos importantes ao longo dos anos, Margarida Cantarelli sentia que ainda faltava algo para lhe completar pessoal e profissionalmente: ingressar a carreira

na Magistratura. Em 1999, ela tomou posse como Desembargadora no Tribunal Regional Federal da 5a Região em Recife, concretizando o antigo sonho de infância de puder julgar, de tentar fazer justiça. Para isso, foi preciso coragem - um dos maiores requisitos para se enveredar por este caminho. “O Magistrado precisa ter conhecimento jurídico, mas é necessário, acima de tudo, coragem e bom senso, que são essenciais no exercício da Magistratura”, pontua. O preconceito com o sexo feminino então já era menor do que no começo da sua carreira, mas ainda assim, Margarida chegou ao local quebrando ainda mais tabus. Como Presidente, alterou a placa da sala de “Gabinete do Presidente” para “Gabinete da Presidência” e alterou também a forma de se vestir - os tribunais no Brasil não permitiam que as mulheres usassem calças, apenas vestidos e saias eram permitidos. Após a sua posse, já na primeira audiência, ela apareceu usando calça e terninho, como de costume. Ela afirma: “A partir do momento que tomei posse, me tornei igual a todos ali. E então, se a Presidente se vestia assim, as demais mulheres poderiam também. Ao final da sessão, todas as taquígrafas vieram me agradecer pela atitude”, ressalta. Após 15 anos exercendo a função, Margarida Cantarelli se aposentou, no ano de 2014 e continua sendo a única mulher que já ocupou o cargo, situação que espera que em breve seja revertida.

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CASE DE SUCESSO SANTÉ CLUB

Fotos Agência Pepper Web

SANTÉ CLUB Instalações modernas e equipamentos de qualidade tornam a academia uma referência no Recife

por Luiza Tiné

C

omandada pelos Empresários Paulo Lucas Pimenta e Valdejane Moraes, o espaço oferece conforto, segurança e atividades variadas para adultos e crianças.

Valdejane Morae e Paulo Lucas Pimenta

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Saúde - este é o significado em português da palavra francesa Santé, que dá nome à luxuosa academia no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Aberta em 2012, a Santé Club vem se consolidando cada dia mais como um centro de atividade física de referência na cidade, reunindo diversas modalidades de exercícios em um espaço que, segundo a proprietária, foi a realização de um sonho. Localizada na Avenida Conselheiro Aguiar, a academia de quatro andares e vários serviços disponíveis para seus alunos, já se prepara para inaugurar, no segundo semestre de 2017, uma segunda

etapa que vai somar ao empreendimento e lhe garantir ainda mais destaque. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, Valdejane Moraes comanda a VLM Assessoria, uma empresa de cobrança que já existe há 18 anos no mercado e seu filho, Paulo Lucas Pimenta segue seus passos, formado em Direito, está a frente da Santé, desde a sua abertura em 2012. Valdejane Moraes, mesmo dedicando grande parte de sua rotina diária ao trabalho na assessoria, sempre buscou tempo para se dedicar aos exercícios e levar uma vida saudável. A paixão pela malhação vem de muitos anos e, segundo ela, a vontade de ter o próprio empreendimento na área sempre existiu. Ela nos conta que sua ideia era de levantar um lugar diferente, de qualidade, onde os alunos pudessem aproveitar cada minuto do seu treino no local. “Desde que comecei a trabalhar, mantive este desejo de construir a minha própria academia e sempre comentei sobre o assunto com o meu personal trainer. O trabalho à frente da empresa de cobranças, no entanto, mantinha-me muito ocupada e eu sempre ia deixando pra depois”, comenta. Aluna da antiga Academia Performance, também localizada em Boa Viagem, foi após o anúncio de encerramento das atividades do espaço que Valdejane encontrou a oportunidade ideal para colocar em prática, de uma vez por todas, a vontade de construir sua academia ao lado do seu filho.


inovador da Santé Club - o SantéKids, que reúne atividades como balé, judô, psico baby, jazz, mini-tênis, lutas, funcional kids e teen, ginástica de solo e brinquedoteca, ideal para crianças de dois a 13 anos. O último andar da academia conta com um espaço para eventos, onde são promovidas as festas organizadas pela administração da casa e que também pode ser alugado para os alunos para celebrações particulares. Já o térreo disponibiliza, além de uma moderna recepção, o espaço dedicado somente à musculação.

Em 2012 surgia a Santé Club. Nos quatros primeiros anos, A Santé funcionou na Avenida Domingos Ferreira, 2223, mas, desde o primeiro momento, os empresários idealizaram uma academia do jeito de cada e começaram a procurar imóveis para adquirir e viabilizar este sonho. No início de 2014, surgiu a oportunidade de adquirir 02 terrenos exatamente no local desejado, na avenida Conselheiro Aguiar, no coração de Boa Viagem. Seis meses depois, mais um imóvel, desta vez na Domingos Ferreira, exatamente nas imediações do primeiro, permitiu que o projeto inicial fosse ampliado e ficasse melhor do que eles tinham imaginado.

Em março de 2015, mesmo diante de todas as dificuldades que o país enfrentava, Valdejane e o filho, com a costumeira garra e disposição, começaram a todo vapor a construção: “Encaramos novamente outra obra, e acompanhei tudo. Se construíam alguma coisa que não agradava, pedíamos para derrubar e começar do zero - e o resultado ficou, sem dúvida, muito melhor do que estávamos imaginando”. A obra durou um ano inteiro - e não houve uma operação sequer que não passasse pelos olhos dos proprietários, que diariamente visitavam o canteiro de obras pessoalmente, fazendo questão de analisar cada detalhe. “A minha ideia era construir

tudo do meu jeito - com o apoio técnico de uma equipe de engenheiros e arquitetos, que entendem do ponto de vista técnico, é claro. Porém, tudo que eu mais queria era que cada parede fosse erguida da forma como eu imaginei”, relembra. Em março de 2016, surgia a nova Santé, muito maior e melhor. A academia além de conforto, segurança e uma variedade muito maior de serviços, continuou a oferecer tudo que há de mais moderno em maquinários. Todo o equipamento de ergometria, por exemplo, faz parte da última série lançada pela Techno Gym - e em todo Brasil, a Santé Club tem o maior números de equipamentos da marca reunidos. Sobre a estrutura da academia,

Valdejane pontua: “Temos um local diferenciado. Aqui, o aluno se sente seguro e confortável, pois nos preocupamos em oferecer um lugar espaçoso, iluminado e aconchegante, de forma com que todos queiram voltar a malhar no dia seguinte”. Ao todo são quatro andares mais o piso térreo. No primeiro, encontram-se os equipamentos de ergometria, funcional, bike, dança e ginástica. Já no segundo, está o lounge com um pequeno café onde os alunos podem lanchar para repôr as energias, além de conviver uns com os outros e as salas de running, MMA, pilates, yoga e SPA com escalda-pés e massagem ayuvérdica. No terceiro andar, os alunos podem contar com mais um serviço

Para o segundo semestre de 2017, Valdejane Moraes e o Paulo Lucas já se organizam para inaugurar a segunda etapa da Santé Club. Será uma área de mais 2 mil metros quadrados que vai contemplar estacionamento e parque aquático. Importante ressaltar também que a Santé Club foi construída com o que há de mais moderno na construção civil que é a estrutura metálica, que reúne segurança, rapidez e sustentabilidade, tão amplamente utilizada em Países de primeiro mundo e que ainda caminha a passos lentos no Brasil. O staff da Santé Clube contempla, atualmente, um grupo de funcionários, que engloba professores, coordenador, recepcionista, segurança, manobrista e auxiliar de serviços gerais, além de cerca de 70 personal trainers. Todos os dias a

empresária frequenta a academia (apesar da rotina atribulada na VLM Assessoria) não só para realizar o seu treino diário, mas para observar o funcionamento de perto e interagir com os alunos e funcionários, já que faz questão de cuidar de tudo pessoalmente. A Santé Club se tornou referência entre as academias da cidade, concretizando a realização de um sonho. “Não importa quantas vezes no dia eu passe pela entrada principal - vou ficar maravilhada sempre. E a minha proposta é, cada dia mais, fazer sempre o melhor” finaliza Valdejane.

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CAPA FRANCISO JOSÉ

Francisco José do sertão à Oceania Um dos principais nomes do jornalismo brasileiro fala das quatro décadas do seu trabalho e do pleno respeito ao ofício

TEXTO ANA PAULA BERNARDES | FOTOS ARMANDO ARTONI

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CAPA FRANCISCO JOSÉ

U

m pernambucano de coração e com muito orgulho, para si e para todos nós, que celebramos os 40 anos de seu jornalismo na Globo. A cidade que o acolheu ainda menino, aos 11 anos, foi também a sede do desenvolvimento criativo de um trabalho ímpar, que nos enche o fôlego ao assistir cada reportagem. E por falar em fôlego, com um currículo que soma viagens a trabalho para todos os continentes, mais de duas mil reportagens a nível nacional e a marca de quase 100 programas Globo Repórter, 32 dias na Selva, além de mergulhos ao lado de tubarões e incursões ao lado de animais silvestres e tribos indígenas completamente nativas, aos 72 anos, Francisco José, ainda tem disposição de sobra, seja para desbravar novos mares, ou para mostrar um Brasil que não nos foi apresentado. E desbravar “o novo“ poderia ser a grande marca de Chico José, mas sua dedicação ao jornalismo tem início anterior a estas lembranças, já que ele atuou como repórter esportivo na antiga gestão do Jornal do Commercio. Mal saberia ele que, mesmo fora do jornalismo impresso, teria a oportunidade de cobrir 6 Copas do Mundo e 2 Olimpíadas.

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ANJOS DA SECA A missão de entrar na casa de tantos brasileiros mostrando belas paisagens poderia ser até mais fácil, mas o grande desafio da trajetória de Chico José deu-se com a confirmação lá atrás de um jornalismo ético e sério, que foi apresentar o Nordeste da seca, miséria e fome, lembrado até então unicamente pelos livros de Manuel Correia de Andrade. Chico José, como um bom sertanejo advindo do Crato- interior do Ceará, viu essas e outras dores da população bem de perto. As imagens captadas por si só já mostrariam um Brasil de completa discrepância social. Estava ali um Nordeste pouco falado e que precisava ser frisado para as autoridades da época. Num rápido diagnóstico geográfico, Chico falava de um Brasil, embora tão singular, dentro de outro Brasil. ”No Sertão tudo é difícil. É onde nasci e por isso posso afirmar com segurança. Antes ninguém falava sobre fome, principalmente na televisão. Era uma censura durante o governo militar. Vi bebês morrendo por desnutrição nos primeiros dias de vida, sem nome, sem batismo. Eram os anjos da seca. Vi também muita falta d´água. Percorri lugares onde não havia cisternas, barragens e não tinha carros pipa para todos os locais. O final da década de 70 foi o auge da maior seca que tivemos. A minha vivência ajudou a falar desses temas mais difíceis e por isso nunca desprendi o lado emocional-afetivo de

minhas reportagens, tampouco deixei de lado o meu sotaque. Apenas o adequei ao ritmo da narração. Eu tenho a identidade do sertão. Até hoje, uma das coisas de que mais gosto é pegar a BR-232 e ir para o interior”, destaca. GUERRA DAS MALVINAS E O REPÓRTER REFÉM Nesta fase do trabalho de Chico José, são inesquecíveis para o público e também para o repórter, as reportagens da Guerra das Malvinas e do igualmente memorável assalto ao banco, no Recife, em 1987, onde Chico substituiu uma mulher grávida e se tornou refém, sendo levado pelos bandidos até a cidade de Salvador. ESCÂNDALO DA MANDIOCA E nessa bagagem entre as tantas viagens pelo interior pernambucano, a pauta da histórica briga entre as famílias Novaes e Ferraz no município de Floresta, no início da década de 80, seria mudada no meio do caminho. Uma pausa no trabalho à noite para um lanche, entre uma conversa informal, ouviu-se a pergunta: vieram pegar dinheiro no banco para plantar mandioca? O fato deu origem às reportagens do Escândalo da Mandioca, onde o repórter desmascarou a maior corrupção de empréstimos financeiros entre o Banco do Brasil, empresários e políticos daquela cidade que depois de desviar o dinheiro, falavam da perda da


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CAPA FRANCISCO JOSÉ

Cordilheira dos Andes

fotos do acervo pessoal

Chico José e os homens espíritos

de uma verdadeira imersão jornalística e cultural. Não poderíamos retratar todas, afinal de contas, há uma vida de quatro décadas de quem já viajou ao redor dos cinco continentes, viveu com os esquimós na última comunidade com os seres humanos do mundo, já mergulhou nos sete mares, adentrou e conviveu com índios em tribos primitivas, foi em busca dos grandes animais selvagens do planeta e no topo das montanhas cobertas de gelo. A natureza foi cúmplice, mas ao mesmo tempo vigilante do trabalho de Chico José. HOMENS ESPÍRITOS

safra. Um desvio da ordem de Cr$1,5 bilhão em verbas públicas do Governo Federal, algo hoje em torno de aproximadamente R$20 milhões. “O compromisso com a sociedade vem em primeiro lugar. Se não houver seriedade, você não fica 40 anos no ar. Respeito as pessoas, os personagens e dou oportunidade do acusado também se defender”, justifica Chico. No ritmo das reportagens factuais, alcançou outra marca: um dos primeiros repórteres locais a ser solicitado em rede nacional diariamente. “Recebia ligação do diretor na época. Trocava ideias diretamente com ele. A Globo estava me dando aquela oportunidade muito cedo. Ali eu já sentia que meu trabalho estava sendo reconhecido”, relembra.

trabalho de Chico, que ele realiza há 26 anos para o Globo Repórter e mais recentemente, também para o Nordeste - Viver e Preservar. Todas colecionáveis na memória do repórter e por isso muitas delas farão parte de um livro que o jornalista acaba de finalizar, com previsão de lançamento em setembro deste ano. “É o que mais gosto de fazer. São quase 20 anos indo para a Amazônia, descobrindo tribos e vidas indígenas, viajando o mundo, entre o selvagem e o natural, onde ficamos tantas vezes incomunicáveis. Fazer jornalismo hoje em dia é mais prático. Mas antigamente não tinha whats app, disque denúncia, câmeras espalhadas por toda parte, delação premiada... O repórter tinha que meter a cara e trazer o trabalho pronto”, relata.

E foi com as reportagens especiais, que tinha início a terceira e atual fase do

Mais do que um acervo de grandes reportagens, identificamos que se trata

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Imaginem vocês passar 32 dias na Selva dentro de uma aldeia indígena, no meio da Selva Amazônica, entre o Mato Grosso e Rondônia. A equipe de Chico não só conseguiu, como esta foi a única reportagem na TV aberta do Brasil que foi finalista ao prêmio Emmy, considerado o Oscar da televisão mundial. “Condição completamente atípica de vida e também para realizar o trabalho. Na aldeia não havia energia. Poucos índios falavam português. Nós fazíamos barba e tomávamos banho dentro do rio. Uma etnia que vive de cerimônias religiosas, por isso ficaram conhecidos como os homens espíritos. Eles passam todo o seu tempo fazendo rituais para o espírito do mal não acabar com eles. Aí vem uma surucucu, mata o cacique e para eles, aquilo não foi a serpente e sim, o Iacariti, espírito ruim, incorporado na serpente”, relembra.


O maior gorila do mundo em Uganda

GRAND CANYON E CORDILHEIRA DOS ANDES Muitos teriam como sonho conhecer a beleza do maior Canyon do Planeta. Considerado como um dos lugares mais bonitos e impressionantes do mundo. Chico José teve esta oportunidade. Mas o que o público não sabe é que se trata da reportagem mais difícil, não tecnicamente, mas fisicamente, na história de vida do repórter. “Pela primeira vez eu achei que não iria conseguir. Eu não via o rio Colorado. Foram 13 km de subida solitária na madrugada. Batia no meu rosto para não dormir. Era um completo abismo o tempo todo. Gritava para ouvir a minha voz”, relata. O cenário de beleza da Cordilheira dos Andes também é relatado com dor pelo repórter que há 5 anos levou uma queda no local, mas decidiu ficar em campo por mais 14 dias com um braço machucado e os tendões rompidos. No retorno ao Recife, teve que passar por três horas e meia de cirurgia no ombro. NORDESTE BOM DE SE VER Nem só de seca vive o Nordeste. A beleza do seu território, incluindo a Ilha de Fernando de Noronha também foi apresentada em rede nacional pioneiramente pelo trabalho de Chico. Um Nordeste incansável aos olhos com o Parque dos Lençóis Maranhenses, do mergulho no Atol das Rocas, de um Porto de Galinhas ainda sem turismo, da beleza de Nova Jerusalém e a marca de

38 carnavais de Pernambuco, incluindo a primeira vez do Galo da Madrugada em rede nacional. “Tive o privilégio de mostrar a beleza do Nordeste pela primeira vez ao Brasil. Além de participar do processo de como a TV mudou o carnaval. Na primeira vez que o Galo surgiu na televisão tinham 74 pessoas na rua. Imagine hoje quantas pessoas assistem ao desfile. Sem falar na beleza dos blocos que antes cabiam numa rua e das pessoas que decoravam aqueles espaços. A televisão acompanhou esta mudança”. GRANDES ANIMAIS Igapós, três meses alagados e uma canoa seguindo um satélite. No topo das árvores, vivem onças pintadas. Ao mesmo tempo em que jacarés imensos estão à espreita. Cenário desafiador para Chico e tão histórico quanto os gorilas gigantes. Não bastava estar no topo das montanhas em Ruanda. O repórter e sua equipe querem conhecer o maior gorila do mundo. Migraram para Uganda, numa verdadeira caçada “do bem” aos arredios animais, que carregavam em si o instinto de defesa aguçado em virtude da extinção pela qual a espécie passava. Mas a boa notícia é que a reportagem teve, sim, seu final feliz, com a perfeita harmonia entre as espécies: homem e animal, como mostra a foto acima. Sem falar nos inúmeros mergulhos, inclusive ao lado de tubarões como o cabeça chata e o tigre. “Eu não desisto com facilidade. Acho que o trabalho do repórter é isto. No caso dos tubarões, aí sim, Deus é quem ajuda mesmo”, sorri.

Com Sérgio Chapelin como finalistas ao prêmio Emmy, Oscar da Tv A VOLTA PARA O SERTÃO Na serenidade de um trabalho realizado com sucesso, seja nos grandes desertos da vida, ou em meio à Floresta Amazônica, é para o seu sertão que Chico José sabe retornar. “Pego o carro, vejo a família lá no pé da Serra do Araripe, descanso, recarrego as energias e retorno. Gosto de lá. É um ponto de referência para todos nós, a volta às origens”, destaca. E na recompensa natural da vida, de quem tanto trabalhou para poder contar quatro décadas de história, Chico desabafa. “Tive uma vida dedicada ao jornalismo na principal emissora do País. Falei de ecossistemas, mas também denunciei muitos crimes. Nunca tentei imitar ninguém. Lutei para conquistar meu espaço. Mas não fiz nada sozinho. Sempre trabalhei em equipe. Mantive minha maneira de ser e me sinto plenamente realizado. Sou feliz no meu trabalho e pela família maravilhosa que tenho”.

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ARQUITETURA CASA COR SÃO PAULO

Uma Casa Conceito na Casa Cor SP 2016


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idro, estruturas metálicas, minimalismo e muito estilo. Estas poderiam ser as rápidas definições da Casa Conceito montada na Casa Cor São Paulo 2016, com projeto assinado pela designer de interiores Jóia Bergamo.


ARQUITETURA CASA COR SÃO PAULO

Fotos Martin Szmick

Inspirada na casa Farnsworth, de Mies Van Der Rohe, a designer de interiores propõe um momento para refletir sobre o estilo de viver e contemplar a natureza. O projeto foi criado numa homenagem aos 30 anos da Casa Cor e ao mesmo tempo que inova, dá êxito ao desafio de projetar 70 m² de área construída em parceria com a Millo – empresa de mobiliário sob medida e vidros pela Guardian, onde o resultado contempla todas as necessidades de se morar bem e com estilo. A casa foi toda construída em vidro, com estruturas metálicas, linhas minimalistas e em formato de cubo, uma forte influência da escola Bauhaus, marco da arquitetura moderna no mundo. O espaço, extremamente transparente, ganha fluidez na integração dos ambientes e propõe um momento de reflexão em relação ao planeta e ao lugar em que vivemos. O objetivo é mostrar a possibilidade da interação entre construção e natureza para poder vivenciar e contemplar os prazeres simples da vida, possibilitando que esses momentos sejam prioridade, em um mundo cada vez mais caótico. “O melhor quadro a ser pendurado em uma parede está na natureza, por isso me

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O melhor quadro a ser pendurado em uma parede está na natureza, por isso me inspirei na Casa Farnsworth do arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe, falecido em 1969, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX e professor da Bauhaus. Esse projeto é um gentil ordenamento da espontaneidade da natureza. O volume envidraçado utilizado na Casa Cor integra a paisagem do jardim que conta com grandes árvores e muita vegetação, estreitando a relação entre casa e natureza” inspirei na Casa Farnsworth do arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe, falecido em 1969, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX e professor da Bauhaus. Esse projeto é um gentil ordenamento da espontaneidade da natureza. O volume envidraçado utilizado na Casa Cor integra a paisagem do jardim que conta com grandes árvores e muita

vegetação, estreitando a relação entre casa e natureza” explica a designer de interiores. Além disso, a iluminação de led aplicada à marcenaria garante um closet moderno e que facilita a visualização de cada peça, assim como ilumina nichos de decoração estratégicos em prateleiras do living. Tons fendi predominam, trazendo sobriedade e muita elegância, característicos da cor, que permeia em variações entre o cinza e os tons terrosos. Nos acabamentos, a laca é destaque seguindo a mesma cartela de cores, com seu brilho e requinte característicos. Os revestimentos são itens primordiais para a designer que utilizou piso barroco antiderrapante na rampa de entrada, com aparência de tijolo desgastado e porcelanato calacata na cor bege claro, no piso interno. Já nas poucas paredes, o revestimento escolhido foi um charmoso painel de madeira. O quarto do casal ganha destaques como o a lareira em Dekton que agrega aconchego ao ambiente, os armários estofados com tecidos exclusivos aplicados ao fundo, seguindo os tons do projeto, assim como a cabeceira, que ganha aplicação em lã. Para completar a composição do espaço, um tapete exclusivo, com estampa tons


de cinza, que acompanham em perfeita sintonia os tons das madeiras utilizadas nos móveis. No banheiro, o Celosia branco é utilizado como forro e as louças da Deca ganham cor da linha marrom fosco e acabamentos em inox. A cozinha, que deixou de ser um lugar apenas de serviço, se apresenta como um dos ambientes preferidos para amigos e familiares se reunirem. Pensando neste espaço como um local para receber e confraternizar, Jóia Bergamo optou por mais elegância e menos excesso, com móveis planejados, que otimizam as funções e garantem modernidade ao espaço, como por exemplo, os tampos de vidro com acabamento fosco e em tom de bronze, com pia e cooktop embutidos. Além deles, itens especiais da linha de acessórios, como as divisórias de talheres e gavetas internas, que rendem ainda mais espaço interno ao mobiliário. Seguindo o lifestyle proposto pelo tema, a fotógrafa Gigi Monteiro complementa os ambientes dando destaque especial ao espaço com quadros, que expressam as mais variadas intervenções da natureza, brincando com tons presentes no ambiente, aliados à natureza da própria casa. Com a sustentabilidade em voga, a iluminação dos ambientes é 100% LED. A automação também se faz presente no projeto, área interna e a área externa, especificamente no jardim, com sistema de iluminação que muda de cor de acordo com a qualidade do ar. O espaço conta com um deck em madeira cumaru de 60m. A atenção fica para a mesa de centro, feita em madeira orgânica. O paisagista Ricardo Pessuto, respeitando o conceito do espaço, foi o responsável pelo oásis do jardim da Casa de Vidro, com 82m², incluindo uma piscina de 2,5 metros de largura por 5 metros de comprimento, que ganhou revestimentos em contemporâneas pastilhas brancas. O jardim é composto por plantas altas e elegantes, como os bambus metake, além de pacovas, marantas, asplenium e xanadu, plantas de sombra e fácil manutenção, com cores, texturas e volumes diferenciados. “Um jardim nunca é finalizado, a mutação, o enraizamento, a cada estação presenciamos uma nova etapa e assim sempre estamos renovando

não somente a natureza mas nossa Alegria e Alma. Com esse olhar desenho e crio, com esse amor planto, com esse carinho cuido e assim me alimento em verdade e espírito”, finaliza Pessuto.

linho laranja. Já o comedouro é fabricado em acrílico, também laranja e, além de manter a água em uma temperatura agradável, os bebedouros são práticos, elegantes e totalmente atóxicos.

Seguindo a proposta do curtir a casa e estar em casa, Jóia Bergamo integra também a todo esse conceito, os animais de estimação, cada vez mais presentes na vida dos brasileiros. Para compor com o ambiente, apresenta produtos com os mesmos padrões e beleza de consagradas grifes internacionais. Os produtos, camas e comedouros, harmonizam com toda a decoração, seguindo a mesma identidade visual. A cama escolhida é uma chaise, fabricada em fibra sintética, cor café com estrutura em alumínio, a almofada é em

Para o toque final, o espaço recebeu a escultura “Cubo”, do artista plástico Fabiano Brito, feita em aço com oxidação controlada, a criação da obra foi motivada por situações e observações do cotidiano, a natureza e suas formas, sempre com base nas técnicas do geometrismo, naturalismo, cubismo e abstracionismo.

*com informações da assessoria da designer.

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TALENTOS da arquitetura pernambucana

por Ana Paula Bernardes

D Jaidete Ferreira e Jacqueline Ferreira

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uas gerações que se encontram. Uniram traços e uma criatividade que fazem delas, dois talentos de nossa arquitetura. Jaidete, formada pelo Esuda em 93. Assim que terminou o curso, o pai automaticamente a mandou de volta para o interior, Carpina, para ajudá-lo no negócio da família: uma loja de material de construção. As lágrimas vieram com a convicção de quem achava que para ser arquiteta deveria estar na cidade grande. Não sabia ela que seria Carpina o local que abrigaria os grandes projetos dela e da irmã mais nova, Jacqueline, com 10 anos de formação de diferença. Esta última, rumaria junto com irmã conduzindo ao estrelado o escritório, resumindo a história delas numa frase que deu todo sentido à essa entrevista: “Talento é tudo aquilo que você faz por paixão”.


Talento é tudo aquilo que você faz por paixão” Jacqueline Ferreira

Arquitetura é o meu saber, é o que respiro e sou apaixonada pelo que faço” Jaidete Ferreira

Fotos: Marcelo Marona

Terra Magazine - O que simboliza a arquitetura para vocês? Jacqueline- Eu respiro arquitetura. Se pegar meu instagram, eu posto tudo que envolve ambientação, detalhes, ousadia. Arquitetura é paixão. Digo sempre que na ordem da relevância em minha vida estão: Deus, família e depois arquitetura. Jaidete - Para mim a ordem é: Deus, arquitetura e depois família. Porque o saber ninguém nos tira. Arquitetura é o meu saber, é o que respiro e sou apaixonada

pelo que faço. Não acredito em profissão que não é vocação. Precisa ser vocacionada para exercer com paixão. Terra - Qual o principal desafio de um projeto? Jacqueline - É o cliente. Entender o ser humano e pinçar todas as informações não é fácil. Precisa entender aquele desejo, analisar, para depois colocar em prática. Jaidete- Desafio é tudo o que vier para nossas mãos. Cada cliente nosso, cada dia

que acordo, é um desafio. E não existe grau de desafio para cada projeto. Terra - Qual projeto marcou a trajetória de vocês? Jaidete - Todos eles têm sua importância e significado. Mas tem um lá atrás que foi de um casal. Transformei toda a casa deles em Carpina e saiu na Vogue. Lembro que na época minha filha mais velha era um bebê. Esse projeto disse para mim que talento e vocação andam juntos.

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TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

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Jacqueline - Eu diria que todos os projetos possuem suas peculiaridades. Cada cliente entra para agregar à nossa história. A cada novo projeto, há uma nova experiência de vida. Isso porque não trabalhamos para agradar o cliente e sim, para dar funcionalidade e atender a necessidade dele. Principalmente adequando a parte financeira. O nosso intuito é que o projeto ao sair do papel seja exercitado na vida do cliente. Terra - Quais são as maiores influências hoje no trabalho da dupla?

As Ferreiras - Não existe um canal que nos influencia diretamente. Pode ser desde o contemporâneo, moderno, até o clássico. Por onde andamos, observamos de tudo um pouco. Ao voltarmos, analisamos o projeto conforme a necessidade, estilo e condições financeiras de cada cliente e assim, realizamos o sonho de cada um. E sempre conscientes de que o melhor foi feito.

Terra - E o que representa a A.Carneiro Home para o trabalho de vocês? Jacqueline - É uma loja que ajuda o arquiteto. Possui pronta-entrega e aqui o cliente já pode sair com o enxoval montado. Isso só faz agregar ao nosso trabalho. Um local que concentra tudo é muito mais prático. Serviço: As Ferreiras Arquitetura Facebook.com/jaidetejacqueline @asferreirasarquitetura (81)992427461/ 996626509


ESPAÇO DESIGN PAULO AZUL

O SONHO

DO VERMELHO Os ciganos usam o tom vermelho ou avermelhado para a sedução, bem como para se fortalecer. O Feng Shui usa para queimar pontos negativos ou acelerar a prosperidade. Já os apaixonados usam para reverenciar seu amor.

por Paulo Azul

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orango, tomate, cereja e Ferrari... o sonho que existe para utilizar os tons de vermelho nos ambientes. Mas existe a insegurança em saber o local onde colocar e qual o resultado que isso vai ter? Os ciganos usam o tom vermelho ou avermelhado para a sedução, bem como para se fortalecer. O Feng Shui usa para queimar pontos negativos ou acelerar a prosperidade. Já os apaixonados usam para reverenciar seu amor. Mas onde e de que forma é usado na decoração? Existem especializações para adequar o produto. A orientação de um profissional da área é muito assertiva nessas ocasiões. Papel de parede, revestimento em couro, placas laminadas, carpetes, cortinas....o leque de produtos é imenso. E destacaria aqui também a existência de uma variação de cores especializadas em acabamentos foscos, acetinados , sedosos ou até alto brilho. A Coral tem um trabalho interessantíssimo, o CF – Colours Futures, que acontece todos os anos lançando um catálogo específico para apresentar a tendência de cores. Esse

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trabalho existe há uma década, informando os profissionais e os clientes sobre as tendências das cores, onde o vermelho sempre está nestas tendências. Seja na tonalidade mais tomate, ou mais cereja, rosa flor, Ferrari ou até mesmo o vermelho sangue, como às vezes é pedido pelo cliente. Então, é muito interessante este movimento do vermelho, pois não somente existe o medo, preconceito, a insegurança, mas também já vemos o outro lado que mostra o desejo, a segurança e realização de colocar esta cor em sua casa. Segundo Mariomar Teixeira, especialista em Feng Shui, o vermelho por um período foi colocado como a cor do pecado, da luxúria e do estímulo de raivas ou quaisquer sentimentos negativos. Porém, o vermelho só deve ser usado com cautela por pessoas que têm problemas de hipertensão. Fora isso, os tons de vermelho só fazem bem. A especialista ainda explica que no Oriente o vermelho é considerado fonte de energia e por estar ao lado do infravermelho no espectro eletromagnético, a cor expulsa o ch´i adverso.

O vermelho traz em si a cor da maturidade, momento de colher algo, que devemos pesar nas escolhas feitas e assumir as conseqüências delas. Mariomar explica também que nada fica parado no vermelho. É uma cor que gera ação e deve ser usada para romper a inércia dos ambientes, quando necessária. No Feng Shui, o vermelho representa a cor do ponto cardeal Sul. Mas ela não deve ser usada somente aí. A especialista explica que se a pessoa precisa melhorar a situação profissional (Norte) pois está vendo como se tudo estivesse fechado e impossível de realização, a vermelha vai queimar o que tiver prejudicando fluir nesta área, e ainda detalha as demais localizações: Se a depressão estiver muito caracterizada na vida da pessoa, colocar a cor vermelha no Nordeste(fé, crenças e religiosidade) e será o surgimento de nova fase. Já na área Leste, o vermelho deve ser usado com cautela, por ser da área de saúde, família e ancestrais, mas se a relação familiar não for das melhores e sempre


imagens divulgação

com muita confusão, colocar a cor rosa ou verde, será mais favorável. Porém, se a família tende a ser acomodada, de pessoas que se lamentam muito e nada fazem para mudar, a cor vermelho será bem vinda. Na área Sudeste (prosperidade), você quer resultados imediatos e parar de contar tostões: use vermelho sem medo de ser feliz. No Sul, se essa for a área da cozinha ou que utilize fogo e produtos químicos, a cor vermelha não é indicada, pois pode causar incêndio.

O relacionamento (Sudoeste) está parado, a vida afetiva quase não existe: vermelho é a solução. O Oeste é bem peculiar, pois este ponto cardeal traz a energia dos filhos, projetos novos, criatividade e sexualidade do casal. Se os filhos estão acomodados e a sexualidade não existe: vermelho. Já o Noroeste que traz a energia dos amigos, pessoas que ajudam, viagens e parcerias, pede o colorido da vida, pois termos alegria de todas as cores, formatos, de todos os tamanhos e de todas as dimensões nesse

subponto cardeal é que faz toda a diferença na vida, desenvolvendo a tolerância e o respeito por tudo que está ao nosso redor”, destaca. O universo de vermelho está no leque de cores que você pode sonhar ou realizar, acompanhando as tendências da Colours Future. Use sua imaginação, atenda suas necessidades e realize-se! SERVIÇO: • Mariomar Teixieira (81) 99807.4568 / 99100.9617 • Aplicativo Coral visualizer – app Store e Google Play

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DIÁRIO DE BORDO MARIANA SOUZA LEÃO

Diário de bordo

ILHA DE CAPRI

por Mariana Souza Leão e Filipe Perazzo

Somos apaixonados por viajar. Nessa última viagem, escolhemos a Itália, com precisão Capri e a Costa Amalfitana como destinos.

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DIÁRIO DE BORDO MARIANA SOUZA LEÃO

Grotta Azzurra fotos: reprodução internet

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Costa Amalfitana é um trecho de 60 km de litoral entre Salerno e Sorrento. A estrada que liga as cidades é na maioria do tempo super estreita, na beira de imensos precipícios e realmente precisa ter atenção por lá, pois as curvas são surreais. As 4 cidades mais conhecidas da lá e que merecem uma visita são: Sorrento, Amalfi, Positano (onde escolhemos ficar) e Ravello. O ideal é escolher uma delas para montar base e durante o dia conhecer as outras. Positano para mim é a mais bonita, por isso a escolha. A paisagem quando você começa a subir a Costa Amalfitana é maravilhosa, encantadora. Quando saímos de Recife, nossa primeira escala foi em Lisboa, depois Roma, para finalmente chegarmos em Nápoles. Pegamos um taxi até o Porto Molo Beverello e de lá pegamos um Ferri rápido, que dura 50 (cinquenta) minutos, para Capri, nosso primeiro destino. O tempo total de viagem com todas as escalas foi em média de 18 (Dezoito) horas. Escolhemos passar duas noites no Hotel Casa Morgado, que fica na Via Tragara, já que a viagem não era tão longa, haja vista que o tempo total em Capri e Costa Amalfitana, seria de quatro noites. Ao chegar em Capri, se tem duas opções: despachar as malas no Porto, direto para

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o hotel, com custo médio de 12 euros por mala, ou pegar um táxi até o centrinho e levar sua mala andando pelas ruas até o hotel. As hospedagens ficam na parte alta da cidade, já os restaurantes na parte baixa. Para chegar lá, só caminhando. É ladeira acima ou ladeira abaixo o tempo todo. Como Capri não circula carro do centrinho até a grande maioria dos hotéis, a dica que nós damos é ficar próximo ao centro, vez que, quanto mais próximo do mesmo, você ficará bem localizado, e andará menos, haja vista que do centrinho até boa parte dos hotéis, é proibido o tráfego de carros e motos.

Chegamos à noite em Capri e fomos jantar no restaurante Aurora. Recomendamos fazer reserva. Amamos o espaço. Ele é frequentado por diversos artistas e a comida é maravilhosa. No segundo dia, fomos conhecer a cidade de barco e para isso contratamos um barco particular. O barqueiro era Tonyno, que oferece um serviço impecável. A lembrança é a cor do mar perfeita!! Fomos em seguida para a Grotta Azzurra (Gruta Azul). Quem quiser adentrá-la, deve sair da embarcação e subir em um dos pequenos barquinhos a remo. A entrada é paga na hora e custou 13 euros por pessoa. A visita é rápida, durando aproximadamente 5 minutos. Após conhecermos Capri de


barco e todas as demais grutas, bem como faraglionis, onde a duração média do passeio foi de três horas, fomos almoçar no La Fontelina, que é um Beach Club, bem em frente aos faraglionis. Lá você toma sol, bebe um vinho da região e depois almoça no restaurante. Não achamos o prato principal tão legal, então, recomendamos tomar drinks e pedir entradas, mas o ambiente e a vista são bem agradáveis e o beach club é bem badalado. Vale a pena passear à tarde nas ruas de Capri. Resolvemos alugar uma scooter e fomos conhecer Anacapri que fica ao lado. Lá tem um comércio para comprar Limonccelo (bebida típica da região). Os souvenirs são as cerâmicas de Capri, maravilhosas. Depois fomos ver o pôr do sol, que é encantador. À noite fomos jantar no Da Paolino, restaurante típico da região que possui um céu de limões sicilianos. A comida também é muito boa. Vale ressaltar que o Da Paolino e o Aurora são considerados os melhores restaurantes de Capri.

lá, valeu a pena, onde a vista do local é incrível. De lá fomos para Positano, local que estávamos hospedados. Como estávamos cansados, resolvemos conhecer o centrinho, onde tem vários restaurantes, lojas de souvenirs. No dia seguinte, fomos conhecer o restante da Costa Amalfitana. Partindo de Positano, passamos por Praiano, Amalfi- que vale a pena parar no porto onde tem um centrinho com lojas de cerâmicas, massas, temperos. Na entrada tem uma sorveteria maravilhosa onde recomendamos o sorvete. Por fim, chegamos a Ravello, onde tínhamos uma reserva no restaurante Belvedere no Hotel

Caruso. De lá passeamos pelo centro de Ravello, que fica na parte de baixo após o Hotel Caruso. O mais importante de fazer na Costa Amalfitana é curtir a paisagem e tirar fotos, que a vista é indescritível. À noite nosso jantar foi no Hotel San Pietro, em Positano. O Hotel é lindo, charmoso em cada detalhe. O jantar foi à luz de vela, curtindo a lua cheia. As cidades são construídas nas rochas, as estradas são estreitas e muitas vezes só passa um carro. A viagem foi maravilhosa, a vista impecável e recomendamos incluir no seu roteiro.

Após duas noites, fomos percorrer a Costa Amalfitana. Tomamos como base Positano. Lá alugamos um carro para conhecer a Costa, que possui uma vista de tirar o fôlego. Chegamos à tarde e fomos conhecer o Beach Club, Conca del Sogno, um mix de beach club, hotel e restaurante, que fica em Massa Lubrense. Fomos de carro, mas o ideal é ir de barco. O local indo de carro é de difícil acesso, mas quando chegamos

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DESTINOS ZEZINHO SANTOS

Através da

Patagônia

por Zezinho Santos

N

a África, pode-se encontrar uma cópia de Out of Africa ̶ o romance pastoral de Karen Blixen ̶ em qualquer livraria, quiosque de aeroporto, biboca na esquina. Achar Across Patagonia ̶ o relato de viagem de Lady Florence Dixie ̶ em qualquer lugar na Patagônia, todavia, é impossível. E eu tentei: no comércio, na recepção dos hotéis, com os guias, com as pessoas que conhecemos. Nada. Ainda bem que se pode baixar uma obra literária no iPad ̶ assim, em uma noite clara e com o vento uivando através das frestas na madeira de nosso chalé em Torres del Paine, pude começar a ler o texto publicado pela aristocrata britânica em

Por que a Patagônia? Exatamente por ser um local inusitado e remoto. Exaurida com a civilização e com tudo que a cerca, queria escapar para um lugar tão removido de tudo e de todos quanto fosse possível. Muitos de meus leitores sem dúvida já devem ter sentido, em algum momento, a inquietude, a insatisfação que recai sobre nós" 1880. Ainda prefiro o papel ̶ mas prefiro mais ainda poder ler uma obra sobre o lugar onde estou enquanto ainda estou no local. Dixie deixou o conforto e a proteção de sua vida na Inglaterra para se tornar uma das primeiras viajantes a passeio na Patagônia,

e isso em uma época em que a estada naquela terra, ainda hoje inóspita, era simplesmente desafiadora. Já na primeira página do livro, Florence ganhou a minha atenção e admiração. Assim ela justifica a escolha de seu destino: ‘Por que a Patagônia? Exatamente por ser um local inusitado e remoto. Exaurida com a civilização e com tudo que a cerca, queria escapar para um lugar tão removido de tudo e de todos quanto fosse possível. Muitos de meus leitores sem dúvida já devem ter sentido, em algum momento, a inquietude, a insatisfação que recai sobre nós ̶ e sobre tudo o que nos cerca ̶ quando, em meio aos afazeres cotidianos, nos cansamos com a artificialidade da vida moderna, com a sua superficialidade; quando o que antes nos instigava já não mais o faz; e quando o desejo cresce de provar uma emoção mais vigorosa do que aquela ensejada


pela monótona roda dos assim chamados “prazeres” sociais. ‘ A tradução acima é livre, e minha. Quase um século e meio atrás, a autora falava em “artificialidade da vida moderna”, de sua superficialidade. Em nossa era de redes sociais e de “celebridades”, não poderia ter encontrado um livro com que me identificasse mais: era a leitura perfeita para aqueles dias. Para completar o êxtase que se sente com uma boa leitura, nas linhas seguintes Florence Dixie passa a descrever tudo que encontramos, Turibio e eu, na Patagônia: ‘Foi assim que comecei a pesquisar por algum lugar que possuísse as qualidades necessárias para arrefecer a minha inquietude e, ao cabo, a Patagônia me pareceu o local mais adequado. É certo que há paragens selvagens bem mais

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DESTINOS ZEZINHO SANTOS favorecidas pela Natureza. Mas não há lugar em que uma pessoa possa sentir-se tão completamente isolada quanto na Patagônia. Em nenhum outro local há tanta área para se galopar, e onde, aproveitandose de um clima saudável e revigorante, pode-se estar a salvo de amigos, família, febres, tribos selvagens, animais obnóxios, telegramas, cartas e todos os outros incômodos a que se pode estar sujeito em outros lugares.‘ A essas alturas, já estava fascinado com Lady Dixie. Continuando: ‘A esses atrativos adicione-se a possibilidade ̶ sempre atraente para a mente ativa ̶ de que também eu pudesse ser capaz de desbravar as grandes pradarias selvagens, e pisar em solo até então virgem ao caminhar da humanidade. Paisagens de infinita beleza e grandeza escondidas na solidão das montanhas, em locais onde ninguém ainda se arriscou ir. Seria eu a primeira a ver essas paisagens? ̶ prazer egoísta, é verdade; mas a ideia era bastante atrativa para mim, assim como já foi para tantos outros. E então, influenciada pelas considerações acima, decidi que a Patagônia seria o local para as minhas novas aventuras.’ Em nosso chalé no alto da montanha, com o vento ̶ o vento, sempre ele ̶ uivando através das frestas nas paredes de madeira, admirei pela janela o luar sobre a pradaria. E, como uma criança, fiz um pedido a uma estrela ̶ para que guardasse e protegesse

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pessoas que escrevem como Florence Dixie. Para que preservasse locais como a Patagônia. O sul das Américas é tudo e muito, muito mais do que está no livro. Ainda que não quisesse que aquela noite acabasse, voltei para cama e, antes de dormir, terminei de ler o primeiro capítulo de Across Patagonia, em que Dixie narra a chegada à América do Sul, a bordo do Britannia: ‘Nós chegamos a Pernambuco no dia 28 de dezembro, mas preferimos não descer do navio, pois atracaríamos no porto por apenas duas horas, e nos disseram, além do mais, que não havia nada para se ver por ali. Ficamos nos distraindo a observar a chegada de novos passageiros, brasileiros, que embarcavam a caminho do Rio. A riqueza no trajar dessas pessoas poderia rivalizar com a de Salomão “em toda a sua glória” ̶ mas cartolas, fraques e calças brancas parecem-me ridiculamente fora de propósito a bordo de um navio. Não menos engraçada era a efusividade de suas afetuosas despedidas. Ao partir, abraçavam os amigos apertadamente, trocando beijos da maneira mais patética, e evidenciando uma ausência de falsa vergonha na presença de nós, expectadores, que era tão edificante quanto encantadora. Autre pays, autre moeurs.’ Ainda bem que existe livro digital.

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POR TRÁS DA GRAVATA PAULO VELOSO

Paulo Por trás da gravata

foto arquivo pessoal

Veloso O arquiteto surfista

por Ana Paula Bernardes

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Era engraçado porque eu lembro que meus amigos de colégio na época, eram guiados pelas profissões Direito, Medicina, Odontologia, porque simplesmente queriam entrar de qualquer maneira em algum curso na faculdade. E eu achava aquilo uma loucura porque na minha cabeça ou eu seria surfista ou seria arquiteto”, relembra.

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ntre traços quase unicamente a mão livre, projetos revisados também a mão e um mergulho profundo na arte da criação, o arquiteto Paulo Veloso mantém em sua agenda um espaço quase que religioso para dedicar-se a outra função: surfista. Embarca toda semana para os “picos” de Serrambi, Cupe ou vagueia pelas praias do Francês( Alagoas), Pipa ( RN) e pelo menos uma vez por ano, segue para Fernando de Noronha, numa verdadeira dedicação ao seu ofício paralelo. Poderia ter decidido ser um surfista profissional, já que isso realmente passou pela sua cabeça, entre os 16/17 anos, tendo sido inclusive campeão pernambucano amador, na década de 90. Mas na hora de assinalar as opções no cartão de inscrição para o vestibular, foi enfático: arquitetura, curso que na época era ofertado unicamente pela Universidade Federal de Pernambuco. “Era engraçado porque eu lembro que meus amigos de colégio na época, eram guiados pelas profissões Direito, Medicina, Odontologia, porque simplesmente queriam entrar de qualquer maneira em algum curso na faculdade. E eu achava aquilo uma loucura porque na minha cabeça ou eu seria surfista ou seria arquiteto”, relembra.

Mas aí um conselho marcou em definitivo a sua escolha profissional. Seu pai, Luiz Gomes de Oliveira, em uma conversa pelos anos de 88/89, falou que ele ao se aposentar do surf, estaria decadente como arquiteto, mas se optasse ao contrário, a carreira de atleta, por mais bem sucedida que fosse, quando estivesse chegando ao fim, proporcionalmente a carreira como arquiteto ou como qualquer outro profissional, estaria iniciando. “Ou seja, a vida de um atleta acaba ali aos 30 e poucos anos. E você como profissional, está começando a decolar”, relembrou. Aquelas palavras, embora fossem resistentes ao ouvido do jovem protagonista deste nosso Por Trás da Gravata, hoje carregam o sentido da sabedoria de um velho pai ao enxergar ao longe, o futuro amplo de um filho. E ainda bem, pois a arquitetura é, de fato, a realização plena de Paulo Veloso, mas o surf, em paralelo, também faz toda a diferença em meio a sua agenda atribulada. Imaginem o desafio da criação para cada projeto que chega ao seu escritório, num processo que somatiza também um envolvimento pessoal, particular e um tanto quanto psicológico para fazer daquele


foto Ed Sloane

foto Clemente Coutinho Visita ao Sofitel, na ilha de Moorea, no Tahiti em 2014.

projeto, um diferencial na vida de quem contrata este escritório. E a leveza encontrada para driblar este desafio, acreditem, tem o “auxílio” da água. Já que desde a antiguidade, acredita-se que os quatro elementos da natureza exercem uma influência nos seres humanos, teria a vida destinado a Paulo Veloso a água como verdadeiro afluente no condutor de suas ideias, reflexões e por que não, uma verdadeira válvula de escape? “O surf te passa uma energia, ajuda a superar momentos difíceis, a avaliar a hora certa de se lançar, e sem dúvida, ajuda a desenvolver o lado da criatividade que tem tudo a ver com a arquitetura”, explica.

Eu e Benjamim no Havaí, na praia de Velzyland, Costa Norte da Ilha de Oahu, final do ano passado.

E com esta completa ligação, o surf também foi um trampolim para o mundo, na vida do arquiteto. Paulo Veloso já arrumou as malas inúmeras vezes, com ou sem prancha pessoal na bagagem, para desbravar várias ondas clássicas. No passaporte, estão carimbados os destinos: Havaí, Indonésia, Peru, Taiti, incluindo também Países da Europa que mesmo quando a viagem tinha o objetivo de trabalho, o arquiteto fez questão de “cair” em praias da França e Portugal. Nesses momentos de lazer, a família também o acompanha. Sua esposa, a cake designer Cecília Chaves e os filhos Benjamim e as pequenas Sofia e Helena estão juntos em vários trajetos. A mulher, inclusive, o acompanha em stand up e o filho Benjamim,

espontaneamente, já surfou com o pai, incluindo viagens internacionais em épocas de campeonatos marcantes para o surf. Na bagagem, além de muitas lembranças, o pequeno já conquistou alguns amigos que o pai também agregou ao longo desses anos como surfista, a citar: Fábio Gouveia, Carlos Burle, César Oliveira e tantos outros nomes de destaque mundial neste esporte. Ao falar dos filhos, Paulo Veloso faz questão de lembrar que, da mesma forma que o surf entrou naturalmente em sua vida, assim tem que ser com os rebentos. “ Os pais têm que agir de forma espontânea. Não tenho pretensão de empurrar nada, nem do surf e nem da arquitetura. Vou depositar confiança. E eles serão felizes no que quiserem ser”.

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GASTRONOMIA

Chef Luciana Sultanum

DESAFIO VITAMILHO Uso ingredientes simples para produzir algo que dê resultado sofisticado, barato e fácil. Ao final, o cuscuz será reconhecido como uma espécie de polenta crocante”

por Eduardo Irineu

P

rato delicioso, prático e nutritivo. Esse é o resultado do preparo de qualquer receita que utiliza o floco tradicional de milho. Mas que tal criar algo saboroso, impactante e sofisticado, que impressione a família ou os convidados? Esse foi o desafio que a Terra Magazine e a Vitamilho fizeram à premiada chef pernambucana Luciana Sultanum. Eleita a melhor Chef Feminina de 2015 pela Revista Engenho (especializada em gastronomia), Luciana Sultanum é quem assina o cardápio franco-italiano do renomado Modigliani Bistrô, considerado um dos melhores restaurantes da Zona Norte do Recife. E foi lá que a reportagem da Terra Magazine entregou a matéria prima para confecção da iguaria: o floco de milho. Para Luciana, o processo criativo não é a parte mais difícil. Segundo ela, as ideias vêm quando se aprimora os estudos, a leitura e a experiência. “Uso ingredientes simples para produzir algo que dê resultado sofisticado, barato e fácil. Ao final, o cuscuz será reconhecido como uma espécie de polenta crocante”, define

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a chef, que decidiu preparar uma sobremesa de banana caramelizada com Vitamilho e sorvete de coco. “Mas o resultado não será doce demais”, avisa. Para criar a sobremesa, Sultanum fritou a banana (espécie tipo comprida) caramelizada, para em seguida empanála com o Vitamilho. Em sua simples receita, a chef utilizou ainda o leite de coco, coco ralado, canela, açúcar, manteiga, cereja e sorvete de coco. “Adoro milho e a textura tipo churros”, reverencia. O resultado desse desafio você pode assistir através da Terra TV, no canal Gastronomia, em www.terramagazine.com.br. Dirigido pela artista plástica Adriana Alliz, o Modigliani Bistrô transmite o aconchego típico de charmoso sobrado, em Apipucos. Com móveis rústicos, cadeiras desemparelhadas e iluminação romântica, a decoração traz peças de família, que remetem às releituras da obra do artista plástico e escultor italiano Amadeo Modigliani.

Serviço: Modigliani Bistrô. Rua Dois Irmãos, 14, Apipucos ter a sáb, 19h a 0h. (81) 3267-9192.

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ENOGASTRONOMIA VINHO CLUB

combinação perfeita

Casato Bistrô Av. Rui Barbosa, 1105 - Graças Recife - PE (81) 3034-8909

por Kiki Marinho

ENOGASTRONOMIA VINHO CLUB

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U

ma varanda espetacular, sobre um jardim que ostenta centenárias palmeiras imperiais. O casarão no qual funciona o Casato Bistrô está localizado na av. Rui Barbosa, na zona norte do Recife. Uma das principais características do Casato é a união de três elementos: arte, gastronomia e cultura. Quem vai alimentar o corpo com as iguarias, alimenta, também, a alma, apreciando as obras de arte que enfeitam o lugar. Sim, lá acontecem exposições, recitais de poesia, oficinas de pintura, lançamento de livros. Isso porque a proprietária, Márcia Cabral, é uma apaixonada por arte em todas as suas manifestações. E, por conta disso, até os pratos são pinturas.


Pomodoro Café R. Alfredo Fernandes, 77 - Casa Forte Recife - PE, (81) 3314-0530

À frente da casa desde março deste ano, Márcia garante que cada prato é visualmente exclusivo, pois são decorados livremente com tintas comestíveis, o que os torna, também, obras de arte. O Casato tem capacidade para 50 pessoas, entre o salão climatizado e a varanda de temperatura ambiente. O chef da casa é Daniel Bastos. Ele tem apenas 25 anos, oito deles dedicados à gastronomia. Entrou no universo dos bistrôs pelas mãos de Hugo Prouvot, mas, hoje, criou uma identidade própria, utilizando técnicas diferentes de cocção e trabalhando com temperos como uma cozinha afetiva, que remeta aos sabores e aromas que foram se acumulando na memória ao longo da vida. O prato escolhido pelo presidente do Vinho Club Premium, Rildo Saraiva, foi o Camarão SW4. O crustáceo leva uma camada de cream cheese, é empanado e servido com risoto e molho cítrico. Da carta de 45 rótulos, o vinho que Rildo elegeu foi o Bordeaux branco Chateau Lalaurie, safra 2013. Uma bebida seca, produzida com uvas Sauvignon Blanc, com notas refrescantes e aroma frutado, graduada em 12,5%. A

combinação valorizou ainda mais o prato, móveis do restaurante, até as gravuras e ilustrações que adornam as paredes do aguçando todos os sentidos. local. Isso mesmo! O chef também é um Com uma proposta completamente artista que se aventura além das panelas. diferente, o Pomodoro Café, comandado Suas intervenções estão por toda parte. O pelo chef Duca Lapenda, é uma cantina. Pomodoro tem 98 lugares, com capacidade Autodidata, com ascendência italiana por de receber 150. O tíquete médio é de R$ parte de pai e portuguesa por parte de mãe, 70,00. ele cresceu entre os sabores e os aromas das cozinhas familiares. Mas atuou em O prato oferecido pelo chef para ser vários segmentos empresariais antes de se harmonizado por Rildo Saraiva foi o Nhoque dedicar profissionalmente à gastronomia. O do Reino. Trata-se de uma massa feita com batata doce, servido com um creme que antes era um hobby, virou trabalho. de queijo do reino. E ele chega à mesa O primeiro Pomodoro nasceu em 2000, na dentro de uma lata redonda - um charme cidade de Gravatá, agreste pernambucano. a mais para o prato. O vinho escolhido pelo Em 2002, desceu a Serra e foi parar na zona presidente do Vinho Club Premium foi o sul recifense. Duca foi o responsável pelo chileno Casas Del Toque Reserva, safra de nascimento do polo gastronômico do Pina. 2015, de uvas Pinot Noir. Uma bebida suave Em Casa Forte - bairro nobre da zona norte e elegante, com notas de frutas vermelhas do Recife - desde novembro de 2013, a frescas, como morango e framboesa, e um casa já soma 16 anos de história, com um toque de cacau. Graduado em 13,5%, tem cardápio conservador, tradicionalmente um final agradável, que prepara o paladar italiano. para receber o sabor marcante do queijo do reino. Uma combinação excelente. E o chef Duca bota a mão na massa literalmente - em tudo. Desde a fabricação artesanal da mozzarella e da burrata utilizadas na casa, à produção das linguiças servidas, passando pela confecção de alguns

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MODA TERRA MAGAZINE

Easy to

wear Q

ueridinho do street style o jeans surge ainda mais democrático nessa temporada. Em lavagens mais claras ou mais escuras, ele vem associado a referências esportivas, militares, boho e gipsy. Com modelagens que variam do slim ao oversized. Na hora de montar seu look alguns itens se tornam indispensáveis. O uso de broches como truque de styling é um dos favoritos da estação, dando um ar mais retrô à composição. Bermudões e jaquetas com mangas que ultrapassam o comprimento normal, são uma boa opção para modernizar o visual. Para quebrar a monotonia das peças mais sóbrias, o uso de sobreposições proporcionam um look mais criativo e sofisticado. Fácil de usar e confortável o jeans transita das ruas ao escritório e é um dos protagonistas da estação.


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MODA TERRA MAGAZINE


FICHA TÉCNICA Fotografia: Noé Neto Styling: Iran Nascimento Make: Jacqueline Caetano Hair: Sorelli Spa Urbano Produção executiva: Ricardo Coller Modelo: Amanda Nascimento (EPmodels Brasil) Looks: Coca-Cola Jeans, Colcci e Forum ( Zozand Representações)


MODA INTERNACIONAL ETTORE BUGATTI

Coleção

Life Style Ettore Bugatti

Bugatti em Mônaco fotos divulgação

por Aurihelen Paiva

A

primeira coleção Ettore Bulgati de vestuários e acessórios para homens e mulheres foi lançada em 2013. Existem duas coleções: Eb Ettore Bugatti e Bugatti Performance. O projeto baseia-se nas características estilísticas do patrimônio da empresa transformadas em guarda roupa sofisticado reunindo luxo e tecnologia. Todos os sinais que distinguem a marca estão presentes: a paleta de cores incluindo o icônico French Racing Bluee, o uso de Duotone; topstitching remanescentes dos detalhes dos interiores e do design dos carros; o símbolo evergreen, o Dancing Elephant, a escultura Rembrandt Bugatti’s e o formato da grade característico de todos os carros da marca, a ferradura, que se tornou uma ideia criativa para assinatura das bolsas Bugatti.

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A linha EB Ettori Bulgatti representa perfeitamente os valores do DNA da Bulgatti e os transforma num guarda roupa extremamente luxuoso onde a qualidade dos materiais requintados vem junto com o processo artesanal e técnicas de última geração. O homem EB Ettore Bugatti se distingue pela exclusividade. Totalmente feita na Itália, a coleção de roupas é numerada e só 431 peças de cada referência são avaliadas. Isto não é um número aleatório, mas um que imediatamente traz à mente o recorde de velocidade insuperável que só a Bulgatti faz. E é precisamente neste refinamento da cultura de nunca exagerar na exposição dos detalhes, chique sem esforço, que o lifestyle desenvolvido pela Bulgatti representa. É um eufemismo, às vezes excêntricos, que se deixa ser revelado apenas por verdadeiros conhecedores. Um exemplo? O símbolo evergreen, o Dancing Elephant, a estatueta silver, que embelezavam os carros do passado que retornaram como motivo nos forros e peles sob as lapelas como uma suave referência para a excelência da Maison. Bugatti Performance, ou seja, o lado mais esportivo do homem Bulgatti. É uma síntese perfeita entre os códigos de moda contemporânea e o mais elevado estado tecnológico da arte. O resultado é uma coleção outdoor que combina características de competências técnicas com acabamentos adaptados. Os códigos da companhia Molsheim retornam nesta coleção como: French Racing azul e branco, também na versão Duotone; os vestuários são numerados em 431 cópias, a linha central da Bugatti que mostra a simetria perfeita. Detalhes especiais certamente não faltam como o design do farol do carro que aparece na manga da jaqueta. A coleção também inclui vestuário apressky, resultado da pesquisa e excelências italiana, japonesa e alemã.

O Brasil, assim como todas as Américas, é um mercado muito importante para as vendas de carros. Entrar no mercado brasileiro é um dos nossos objetivos para os próximos anos - seja com boutiques, assim como outros projetos de life style, investimentos imobiliários com a Bugatti lounge e restaurante."

Massimiliano Ferrari

Andrea Panconesi

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LANÇAMENTO JAGUAR F-PACE

O PASSO À FRENTE DA JAGUAR Marca britânica lança o seu primeiro utilitário esportivo. por Claudio Barreto

O

F-Pace é o primeiro SUV já produzido em toda a história da Jaguar. A icônica inglesa fabricante de automóveis apresenta um veículo versátil, esportivo e totalmente focado em desempenho. Como os ingleses estão acostumados, o veículo é clássico e inovador ao mesmo tempo. Ele chega em três diferentes versões: Prestige, R-Sport e S. Todas oferecem agilidade, capacidade de resposta sem perder o refinamento típico da marca. O F-Pace foi inspirado no superesportivo F-Type, tendo como fundamentos a rigidez e leveza da sua arquitetura em alumínio. Seu design arrojado combina linhas puras, proporção, uma traseira marcante, saídas de ar e faróis característicos, que reforçam sua aparência esportiva. A assinatura dos faróis em LED e os vincos do capô ressaltam o aspecto moderno e agressivo do modelo. A Jaguar se modernizou sem perder o seu requinte habitual. A versão de entrada, Prestige é equipada com o novíssimo motor Ingenium de 2.0 litros a diesel com 180 cv e foca naqueles que buscam ampla autonomia e maior conforto em viagens. Já a versão intermediária, R-Sport traz motor V6 a gasolina de 3.0 litros e 340 cv de potência, perfeito para um bom desempenho na estrada e na cidade. A versão S, a topo de linha, é completamente focada em desempenho ao disponibilizar motor V6 a gasolina de 3.0 litros e 380 cv de potência, mesmo motor que também equipa a série limitada First Edition, que terá apenas 19 modelos disponíveis para venda no mercado brasileiro. Todas elas trazem de série o sistema de transmissão automático ZF de oito

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DNA DE CARRO ESPORTIVO INSPIRADO NO DESIGN DO F-TYPE velocidades, com opções para trocas por meio de borboletas dispostas atrás do volante. A relação de marchas oferece amplo conforto em velocidade de cruzeiro e um excelente desempenho em retomadas. Além da transmissão, o F-PACE traz, de série uma grande gama de itens como tração integral, faróis de neblina, bancos com ajustes elétricos, sensores de estacionamento traseiro e dianteiro além de painel, portas, bancos e volante revestidos em couro de alta qualidade. Feito para cinco ocupantes, o seu interior oferece máximo conforto e acabamento premium. O espaço traseiro para as pernas é o maior do segmento e o portamalas abriga um espaço excepcional para

bagagem, com capacidade para 650 litros. Com tecnologia de ponta, o F-Pace vem com o novo sistema de entretenimento In Control Touch Pro e com o painel do volante em HD, com tela de 12”, que garantem uma experiência única. Vem equipado também com o Head Up Display, que projeta informações importantes no para-brisa do veículo e Assistente de Estacionamento com visão 360º do entorno do veículo. O F-Pace vem ainda com a tecnologia All Surface Progress Control, que adequa o veículo a vários tipos de terreno. O motorista também pode selecionar manualmente o modo de condução, Dinâmico ou Normal, que configura o veículo conforme a preferência do condutor. No Brasil, o F-Pace estará disponível com motores a diesel e a gasolina, visando atender diferentes perfis de clientes. Ele chega para entrega ao cliente em setembro, mas já está disponível para pré-venda na Rota Premium.


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TEST DRIVE JAGUAR XF

por Claudio Barreto

Test drive

O estilo 007 nas ladeiras de Olinda com Jaguar XF

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R

ecentemente tivemos a oportunidade de testar o Jaguar XF, versão Prestige, motor 2.0 turbo, 240 cv, modelo 2016, sedan de luxo alemão, pilotando a máquina na cidade alta de Olinda, apreciando a arquitetura dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, incluindo a Basílica e Mosteiro de São Bento, fundados pelos monges em 1582, que fazem desta cidade Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Embora a marca Jaguar seja conhecida por sua performance esportiva, deixamos de lado as altas velocidades para testar o carro em percurso de subidas e descidas seculares.


Foto Armando Artoni

A ideia foi levar o estilo "James Bond" para o centro histórico da cidade, mas com um "pequeno" detalhe: não teremos explosões e nem perseguição entre mocinhos e bandidos. A opção que testamos, Prestige, vem equipada com farois bixenon, rodas de liga leve de 18 polegadas, teto solar, bancos, portas e painel de instrumentos revestidos em couro, ar-condicionado de duas zonas, controle de cruzeiro, navegador GPS, sistema de áudio da marca Meridian com 825W e 17 alto-falantes, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, além de câmera de ré. Nosso trajeto em ruas de pedras irregulares, perfeitas para sentir a suspenção com sistema dianteiro tipo double wishbone e o traseiro tipo integral link. O novo modelo

Na foto, a Igreja e Mosteiro de São Bento. Construção iniciada em 1597 importante complexo arquitetônico barroco da Jaguar, tem em sua arquitetura 75% da estrutura em alumínio, deixando mais leve 190 kg comparado à primeira geração. O interior do XF é elegante e entrega a dose de requinte que o segmento exige. O bem estar a bordo é reforçado pela boa ergonomia dos bancos (dianteiros com 10 ajustes elétricos e os assentos traseiros bipartidos reclináveis), gerando muito conforto para nossa equipe, pois o entra e sai, sobe e desce, e ao entrar no carro, o alívio de um ar condicionado eficiente, pois estávamos filmando embaixo de um sol quente, com temperatura variando os 35 graus. Nossa conclusão: para aqueles que priorizam o conforto, o XF se revela um sedã bastante agradável para passear. A condução prazerosa do XF foi realçada pelo bom ajuste da suspensão.

Os espaços são amplos e os revestimentos tornam o interior aconchegante, passando uma sensação de conforto e dirigibilidade. Outro detalhe foi o baixo consumo de combustível em relação ao modelo anterior. Um ponto negativo da versão prestige foi o aro, sendo este muito simples para uma marca que aposta em design arrojado.

FICHA TÉCNICA Motor: 2.0 turbo, a gasolina Potência: 240 cv a 5.500 rpm Torque: 34,7 kgfm entre 1.750 rpm e 4 mil rpm Tração: Traseira Transmissão: Automatizada com oito velocidades Peso: 1.590 quilos Tanque de combustível: 74 litros Aceleração de 0 a 100 km/h: 7 segundos Velocidade Máxima: 248 km/h AGRADECIMENTOS: Concessionária Rota Premium Jaguar Land Rover Av. Eng. Domingos Ferreira, 2025 Boa Viagem Recife - PE (81) 3464 5454

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LANÇAMENTO DA 39ª EDIÇÃO TERRA MAGAZINE

LANÇAMENTO 39ª EDIÇÃO Claudio e Maria do Carmo Barreto reuniram no mês de abril muitos amigos e parceiros no lançamento da 39ª edição da sua Terra Magazine, que aconteceu na loja Novo Projeto do Parnamirim, com o mestre da pintura Reynaldo Fonseca na capa. O coquetel foi assinado pela chef Madá Albuquerque, com comidinhas pra lá de saborosas. A ocasião também marcou o lançamento dos móveis para área externa da Novo Projeto, além do selo de 30 da marca. Claudio Barreto, Lúcia e Fernanda Fonseca, Marilú Fontes

Zezinho e Turíbio Santos

Newman Belo e Madá Albuquerque

Sérgio Fontes, Gilson Trindade e Reginaldo Valença

Ana Paula Bernardes e Selma Vasconcelos

Marina Andrade e Andréa Calábria

Fátima Melo e Adriana Veloso

Roberto Salomão, Sulzete e Alexandre Ferraz

Alessandra Villanova, Daniel Bezerra, Danielle Esteves e Marcelo Costa

Ciro e Juliana Corte Real

Adriana Cavendish, Helena Tolentino, Paulo Azul e Mônica Torreão

Thaysa Rolemberg, Dário Shoupaiwisky, Tonaya Wellman e João Coscardo

Magnólia Maranhão, Verônica e Coca Machado

Dulce Ximenes e Márcia Chamixaes

Lucinano Nastof, Rafaella Souza e Sônia Ferrer

Maria Dulce e Roberta Duarte

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fotos: Lulu Pinheiro e Armando Artoni


Danielle Figueirôa, Mirna e Robson

Marilene Vasconcelos e Marcela

Lilyam Conolly e Rafaella Souza

Anabela Alencar Lacet

Adriana Veloso, Joel e filha

Felipe Noblat

Humberto Cavalcanti, Dió Diniz e Marcia Machado

Marivan Gadelha e Deuzimar

Fernanda e Eduarda Guimarães

Daniella Melo e Ana Elisa

Kiki Marinho, Claudio Barreto e Ana Paula

Alexandre Mesquita

Sérgio Aroucha e Fernanda Dubeux

Claudio e Maria do Carmo Barreto

Izabel Ribeiro

Cristiane Vasconcelos e Rubia Sá Leitão

Rildo Saraiva

Maria Lucinda Eulalio

Lulu Pinheiro e Armando Artoni

Sheyla Perman

Gisele Maranhão e Luciano Magno

André Lauria

Fabiana Galvão

Karla Azevedo

Karlla Barbosa

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SOCIAL TERRA MAGAZINE

Ballantine's International Cup 2016

foto divulgação

O Caxangá Golf & Country Club realizou no mês de junho o Ballantine’s International Cup, única etapa do torneio de golfe da América Latina. O Campeão, Renato Maia Neto, ganhou passagem e hospedagem para participar da etapa mundial, que aconteceu nos últimos dias, na Escócia, com direito a conhecer Paul McGinley, capitão do Ballantine´s Golf Club e assistir ao Scottish Open Tournament como convidado VIP Ballantine’s. Lançamento da APA reúne a arquitetura pernambucana

foto divulgação

No início de junho o restaurante Spettus em Boa Viagem sediou o lançamento oficial da APA – Associação Pernambucana de Arquitetura. Com propostas dinâmicas, a APA busca promover o desenvolvimento do mercado, através de cursos, eventos, palestras, seminários e workshops em várias áreas da arquitetura e urbanismo.

fotos Bárbara Guerra

1º Forró Fashion Designer O domingo 05 de junho abriu espaço para o 1º Forró Fashion Designer no Manhattan Café Theatro, agitando a zona sul do Recife e dando início as festividades juninas em prol do Projeto AMAR Aliança de mães e famílias raras. A festa contou com a participação de renomados artistas como André Rio, Carla Rio, Cristina Amaral, Cezzinha, Nena Queiroga, Victor Camarote, Genival Lacerda e João Lacerda. 20 anos do odontocape

fotos agência Pepper Web

Anabela e Kleber Lacet comemoram os 20 anos da sua empresa com "O Forró da Odontocape", que teve como cantor Maciel Melo. Evento que acontece todo ano em sua residência, no Condomínio Terras de Santa Fé, em Bezerros. Reunindo nomes de destaque no mundo social.

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Um show de iluminação


EVENTOS CORPORATIVOS | SOCIAIS | SHOWS

ILUMINAÇÃO Cênica - decorativa - shows ESTRUTURAS Tablados - geradores - toldos em grid PAINÉIS DE LED Alta definição - tamanhos variados - vídeos personalizados - transmissão simultânea EFEITOS DECORATIVOS CO2 - cascata - chuva de prata - bola espelhada

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ESPORTE CROSSFIT

CrossFit

Método criado nos Estados Unidos ganha força ao redor do mundo

por Luiza Tiné

S

e manter saudável nos dias de hoje vem se tornando uma tarefa cada dia mais difícil. Com a correria do dia a dia, muita gente acaba esquecendo do quão importante é ter uma alimentação balanceada e acima de tudo, do quão importante é praticar algum tipo de exercício. Com isso, acabam não separando um tempinho na sua rotina para cuidar de si mesmo. Porém, uma técnica inovadora criada nos Estados Unidos vem ganhando cada dia mais força ao redor do mundo entre aqueles que, mesmo em meio a tantas atividades, buscam melhorar a qualidade de vida. Estamos falando do CrossFit, um programa de treinamento de força e condicionamento físico geral que pode ser uma boa alternativa para todas as idades e também para aqueles que não simpatizam com a ideia de frequentar uma academia todos os dias. Criado pelo californiano Greg Glassman, o CrossFit tem como base os mais variados movimentos funcionais, feitos em alta intensidade e

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Com base em exercícios funcionais, o CrossFit garante eficiência no resultado e é indicado para todas as idades que normalmente são divididos entre levantamento de peso olímpico, ginástica olímpica e condicionamento metabólico. Qualquer pessoa pode praticar o CrossFit o esporte proporciona adaptação fisiológica a cada praticante. O treino CrossFit, que deve ser devidamente acompanhado por um profissional da área, busca desenvolver e melhorar as capacidades físicas do indivíduo como:

resistência cardiovascular, respiratória e muscular; força; flexibilidade; precisão; equilíbrio; agilidade; potência; velocidade e coordenação. Para um praticante de CrossFit, diferentemente do ambiente das academias de ginástica e musculação, cada dia é um novo dia, com um treino diferenciado, que normalmente envolve diferentes exercícios funcionais realizados em alta intensidade, sem o auxílio de grandes máquinas. Nas academias que oferecem o esporte, são utilizadas técnicas e equipamentos específicos como barras e anilhas olímpicas, cordas, caixas, kettlebellsm pesos livres, argolas, bolas, elásticos, pneus, correntes, entre outros. O esporte vem tomando grandes proporções ao redor do mundo e na Zona Norte do Recife a presença do CrossFit é forte com o CrossFitManguetown, criado por Fernando Almeida, Julio Cezar Romaguera,


Não adianta correr uma maratona e não conseguir levantar um peso, assim como ser forte e não conseguir correr. Não é saudável”.

Natália Caminha, Eduardo Mariani e Paulo Silveira, que tem como filosofia, criar seres humanos mais capacitados. Localizado no bairro de Casa Forte, o CrossFitManguetown foi o primeiro Box Oficial da modalidade em Pernambuco, sendo pioneiro em um esporte que vem crescendo a cada dia, com grandes torneios e atletas de ponta. Através de um treinamento seguro e eficiente, um dos maiores pilares do espaço é a dedicação total às necessidades de cada um dos atletas. “Por ser ex-instrutor de musculação, sentia muita falta de um atendimento mais preciso e mais humano aos alunos, fazendo com que eles sintam essa diferença ao vir treinar” comenta Fernando Almeida. Que explica ainda que o objetivo do CrossFit é preparar-se para o conhecido e também para o desconhecido, bem como equilibrar o indivíduo nas dez valências físicas, que são: força, potência, agilidade, velocidade, flexibilidade, equilíbrio, precisão, resistência cardiovascular, muscular e coordenação motora. Fernando ainda pontua: “Não adianta correr uma maratona e não conseguir levantar um peso, assim

como ser forte e não conseguir correr. Não é saudável”. O CrossFit pode ser praticado por qualquer pessoa, uma vez que a prática tem as mesmas possibilidades de adaptação de qualquer outra metodologia de treino. No Manguetown, os coaches são treinados para adaptar a modalidade a todos, atendendo a um público diverso que envolve crianças a partir de 12 anos, idosos até 65 anos, passando por obesos e lesionados, proporcionando um melhor condicionamento físico. Por ser uma atividade de alta intensidade, os resultados e benefícios como o ganho de massa muscular e diminuição do percentual de gordura são mais rápidos do que as atividades mais tradicionais realizadas nas academias. Os profissionais do CrossFitManguetown ainda pontuam que por serem realizados movimentos funcionais durante os treinos, os exercícios se tornam mais prazerosos e até mais seguro do que nas máquinas de musculação. É importante lembrar que durante a prática do CrossFit é preciso se hidratar bastante e

escutar bem as orientações dos professores para que não aconteça nenhum tipo de complicação. Alguns equipamentos também auxiliam na segurança dos exercícios, como o grip, que é um tipo de luva que evita calos, assim como joelheiras, meiões, faixas de punho – todos estes acessórios auxiliam na mobilidade dos atletas e evita arranhões pelo corpo. O CrossFit é tão abrangente quanto a musculação, por isso, é preciso respeitar seus limites e ter consciência que por mais que os resultados sejam rápidos, a pressa é inimiga de qualquer treinamento sério. “Os professores conhecem as capacidades de cada aluno, por isso é importante escutálos e ir ao treino com frequência, mas sem querer apressar demais as coisas para não prejudicar a saúde” pontua Fernando, que destaca também que o espírito de comunidade é muito importante. O método promove a competição saudável, e acima de tudo, diversão, através de um treino completo, desafiador, diferenciado e eficiente para a saúde de uma forma geral. Serviço: CrossFitManguetown- (81) 3097-3665 Rua Dona Olegarinha, número 97 - Casa Forte

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SAÚDE DRA. FERNANDA MOSSUMEZ

imagem reprodução internet

OBESIDADE INFANTIL

Até onde entra nossa responsabilidade com nossos filhos?

H

á alguns anos não víamos tantas crianças obesas e adultos doentes. Sabe-se que a mudança de hábitos da população fez com que houvesse este aumento tão grande, nesta já considerada a epidemia do século. Quando falamos em obesidade, não estamos com o foco no sobrepeso e sim, naquelas pessoas que já sofrem com distúrbios de saúde por ela ocasionados, como diabetes e pressão alta. A falta de tempo generalizada de todos, faz com que muitas vezes acabamos cedendo aos apelos infantis como forma de compensação de afeto, aliada a um forte impacto da indústria alimentícia querendo nos convencer que os alimentos não são tão deletérios assim à nossa saúde. Afinal, que mal faz? Toda criança gosta de doce, gasta energia, está em processo de crescimento e precisa sentir-se feliz! Claro. Todos estes pontos são passados de geração para geração. Contudo, se avaliarmos com mais carinho, podemos ver que atualmente, o gasto de energia das nossas crianças acaba sendo cada vez menor em função de uma

menor atividade proporcionada pelos veículos digitais, fazendo com que muitas só tenham contato com brincadeiras ao ar livre nas férias escolares. O trânsito, o excesso de compromissos a que são submetidas em função de um universo cada vez mais competitivo para os quais precisam estar preparadas, faz com que o tempo para lazer também diminua. Todo este estresse acaba sendo compensado por uma necessidade afetiva a qual é facilmente suprida por alimentos calóricos e normalmente muito processados. Nas escolas, também vemos que o mesmo padrão é reproduzido, onde as cantinas são chamarizes coloridos que convidam a todos os excessos. Tendo este cenário em vista, até que ponto os pais podem auxiliar seus filhos a ter um ambiente mais seguro a sua saúde? É difícil a mudança de hábitos. Muitos adultos me procuram no consultório com o chamado “paladar infantil”. Não toleram a ingestão de saladas, legumes e nem sonham como poderia ser uma vida sem refrigerantes. Concordo que não é uma tarefa tão simples, contudo não

é impossível. Muitas vezes, se você não consegue auxílio sozinho, pode contar com o apoio de um pediatra e um nutricionista especializado em crianças e um nutrólogo que possa acompanhar toda a família. Avaliando os hábitos alimentares e procurando mudar aos poucos a estrutura alimentar da família, a fim de prevenir doenças mais sérias no futuro como insuficiência renal e um ataque cardíaco , os quais começam a se formar precocemente. Isto sim é uma proposta para uma vida longa, cheia de energia e disposição, livre de doenças por muitos anos.

Dra. Fernanda Mossumez Serviço: Centro Integrado de Longevidade e Estética Av. República do Líbano, 251- Sl 2710 - Pina - Recife


SAÚDE DR. JOÃO VILAÇA

fotos reprodução internet

TEMPOS MODERNOS E A SAÚDE OCULAR Entenda como a má-alimentação, telas de computadores, entre outros hábitos atuais podem comprometer a sua visão

1964

, o “Ano da Revolução”. Ano em que nasci, e do qual relembro, com certa nostalgia, de algumas situações do meu cotidiano como não ter refrigerantes na geladeira ou de que o único alimento processado era o leite em pó da Nestlé, além de não existirem também computadores ou jogos eletrônicos. O tempo livre que tínhamos era aproveitado brincando na rua com os amigos. O clima atmosférico, também era diferente e de certa forma, mais limpo, uma vez que não havia comprometimento da camada de ozônio, deixando o ar mais saudável, sem tanta poluição. Ar-condicionados eram considerados itens de luxo que poucas pessoas tinham acesso, assim como os

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automóveis, que eram de difícil aquisição, fazendo então com que andássemos mais a pé. Também tínhamos o costume de ler mais. Com o passar do tempo, aconteceram importantes mudanças nos hábitos de vida das pessoas e o avanço tecnológico veio em diversas áreas, crescendo progressivamente e influenciando consideravelmente na saúde do ser humano, e em especial, a saúde ocular. OS ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS Com a falta de tempo devido à atribulação do dia-a-dia, as pessoas passaram a consumir alimentos pré-prontos e processados - mais fáceis e embalados. Os hábitos alimentares

da população mundial, incluindo os dos brasileiros, têm sido redefinidos a partir do surgimento da indústria alimentar, além de serem marcados pelo consumo excessivo de produtos processados, onde o fast food passou a ser predominante, deixando mais de lado os alimentos naturais. O impacto disto é o consumo de alimentos com menor valor nutricional e como consequência, veio o aumento nos índices de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade, cardiopatias e também problemas que afetam a visão. Um exemplo é a retinopatia diabética, que é uma das doenças oculares com maior potencial para a cegueira, uma vez


Retinopatia diabética que a retina - estrutura nobre do olho - é acometida por hemorragias causadas pelo mau controle do diabetes. A retina também pode sofrer alterações severas devido à hipertensão arterial. A degeneração macular é outra doença contemporânea que está associada ao mau hábito alimentar das pessoas, em especial os maiores de 60 anos, que resulta em perda progressiva da visão central. O COMPUTADOR: VILÃO? Hoje em dia, milhões de pessoas no mundo inteiro passam horas na frente de uma tela, seja ela de smartphone, tablet, notebooks ou computadores pessoais, seja para trabalho ou a lazer. De acordo com especialistas, entre 70% e 90% da população sente desconfortos visuais após passar muito tempo junto a estes visores. Apesar de não ser classificada oficialmente como patologia pela Medicina, a fadiga ocular já é considerada um problema de saúde. Fruto da vida moderna, ela já atinge cerca de 60% das pessoas, que façam ou não o uso de óculos de grau. Entenda: quando passamos horas em frente a uma tela, o número de piscadas diminui, levando ao que se chama de “Síndrome da Visão de Computador” (ou CVS, sigla em inglês), que provoca irritação ocular, vermelhidão, dores de cabeça, ardência e cansaço virtual. O ato de piscar os olhos é essencial e necessário para renovar o filme lacrimal - a sua diminuição, associada a um ambiente com ar-condicionado, que provoca a diminuição do ar, deixa os olhos ainda mais secos. A fadiga ocular também é resultado da necessidade que o olho tem de focar e desfocar as imagens na tela repetidamente. É recomendável o uso de lubrificantes artificiais, assim como intervalos regulares no uso do computador e protetores de tela, para ajudar a minimizar os sintomas. A PROGRESSÃO DA CATARATA E AVANÇOS NO TRATAMENTO Todos nós temos dentro do olho uma lente chamada cristalino, que quando se opacifica e embaça a visão, é chamada de catarata. A grande maioria dos casos de catarata acontece como parte normal do processo de envelhecimento, porém também é possível desenvolver a doença após traumatismos oculares, uso inadequado de medicações, complicações de alguma outra doença ou por excesso de exposição à luz do sol. O número de pacientes com queixa de baixa visual pela presença de catarata é cada vez mais frequente e isto é o resultado

A retinopatia diabética, uma das doenças oculares com maior potencial para a cegueira, uma vez que a retina estrutura nobre do olho - é acometida por hemorragias causadas pelo mau controle do diabetes.

Visão normal

Visão Retinopatia Diabética da soma de diversos fatores. O aumento da expectativa de vida, ou seja, quanto mais as pessoas vivem, mostra que podem apresentar a catarata em alguma fase a partir dos 50 ou 60 anos de idade. Associado a isto, as pessoas estão se informando cada dia mais sobre a doença, as formas de tratá-la e quando devem se submeter a uma cirurgia. Com o fácil acesso à internet nos dias de hoje, as informações estão mais disponíveis, despertando nas pessoas um maior interesse em cuidar da saúde ocular. É importante destacar que a cirurgia de catarata se tornou extremamente sofisticada com o padrão tecnológico atual, onde utilizamos o laser e a facoemulsificação, tornando o procedimento bastante seguro e com indicações em cataratas mais incipientes. A adesão do paciente aumenta ainda mais quando as novas lentes intraoculares implantadas permitem uma independência total ou parcial dos óculos.

que também é chamado de Excimer Laser. Existem algumas limitações para a cirurgia, tais como a idade do paciente, condições da córnea (a camada do olho que é atingida pelo laser), graus muito elevados ou instáveis. Novas tecnologias, no entanto, como o laser de Femtossegundos (Femtolasik) e o Smile, vieram para ampliar as indicações cirúrgicas e torná-las ainda mais seguras. Levando em consideração todos estes dados, observamos que os óculos são sim, bastante úteis. As novas lentes evoluíram para a tecnologia da digitalização - são lentes personalizadas, com qualidade ótica e ótima adaptação. Recomendo, então, a procura de seu médico oftalmologista para discutir a melhor solução.

ÓCULOS SERÁ UMA OBJETO DO PASSADO? Muitos pacientes questionam seus médicos se existe uma cirurgia a laser para correção do grau que seja extremamente segura e que os deixarão livres dos óculos, supondo assim que em breve, num futuro próximo, poucas pessoas estarão usando o acessório. Na verdade, a cirurgia refrativa de fato diminuiu a necessidade do uso de óculos de uma parte da população, mas que estatisticamente não representa nem 20% da população usuária de óculos. Precisamos levar em consideração que nem todos são bons candidatos para o procedimento,

Dr. João Vilaça Hvisão - Hospital da Visão de Pernambuco www.hvisao.com.br (81) 3117 9090 | 9 9609 0557

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NEGÓCIOS JUST MADÁ

JUST MADÁ O QUE JÁ ERA BOM, FICA AINDA MELHOR

por Ana Paula Bernardes

Q

uem disse que em time ganhando não se mexe? A empresária Madalena Albuquerque, à frente do bistrô Just Madá, é uma das que contraria este famoso ditado. Nome mais do que consagrado dentro da gastronomia e também da arquitetura local, Madá é uma daquelas profissionais que arregaça as mangas e soma um turbilhão de ideias constantes, além de um exímio olhar do mercado para saber de que forma o seu Just Madá pode ainda nos surpreender. E para isso, acrescente uma agenda atribuladíssima com a divisão de tarefas de seu escritório de arquitetura com seu marido, o também arquiteto Newman Belo, da dedicação ao seu mestrado em Consumo e Desenvolvimento Social com foco em gastronomia na Universidade Federal e Rural de Pernambuco, dos dias de planejamento e sala de aula como professora da Faculdade Guararapes e do SENAC e mãe da pequena Maria Rita, de 1 ano. Cansou? Pois acredite, a chef tem gás para o que citamos e muito mais. Por isso, o Just Madá ficará ainda melhor. Com novo formato, às quintas-feiras oferecerá a noite Sob Medida, onde serão oferecidas apresentações de artistas e karaokês, assimilando a tendência que já acontece com muito sucesso em várias metrópoles. Nas sextas-feiras, a casa abre numa espécie de baladinha, reforçando os happy hours que a calçada de Madá já oferecia, mas que agora vêm como uma reedição dos antigos assustados com dancing, que fizeram a juventude do público cativo do Just Madá. O cardápio para essas ocasiões também será incrementado. Sanduíches rápidos, finger foods, antepastos e entradinhas

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reforçando as raízes e essência da cozinha afetiva que a chef mantém com louvor.

A ideia é compor um cenário onde as famílias modernas estão buscando novas alternativas de lazer. Sem falar na escassez financeira e violência urbana que também assolam as cidades” (essas últimas já habituès da casa), além de drinks. Uma vez por mês, os sábados também terão uma programação especial. A partir das 13h, haverá uma confraria onde uma pessoa será convidada para fazer lazer gastronômico. Este amigo irá pilotar as caçarolas criando um prato único, com a supervisão de Madá. Ao mesmo tempo a casa terá uma exposição de arte ou apresentação, onde o tripé música, arte e gastronomia se firmam neste novo modelo. “A ideia é compor um cenário onde as famílias modernas estão buscando novas alternativas de lazer. Sem falar na escassez financeira e violência urbana que também assolam as cidades”, explica Madá. A reformulação do Just Madá já começou aos poucos e acredite, tem tudo para ser um verdadeiro case de sucesso neste 2016, quando a casa completa 10 anos de existência. O local tem sempre um cantinho marcado na memória gastronômica do pernambucano, pois oferece o melhor da comida italiana com insumos nordestinos,

Por assumir também a função acadêmica, era comum Madá ser solicitada por alunos e famílias amigas, para um verdadeiro tira-dúvidas da cozinha nossa de todos os dias. A chef identificou neste novo modelo das famílias que habita com insegurança nas grandes cidades, um novo nicho: o de bem receber em casa. Com isso, o Just Madá também passa a oferecer, para o grande público, cursos pontuais de massas, molhos, carnes e até de como agarrar o boy magia pelo estômago. “Existe um público muito próximo a nós, ávido por atender essas necessidades, por isso nós sistematizamos a forma de ensino e vamos fazer uma experiência laboratorial aqui no bistrô”, ressalta. A grande admiração do público por Madá e seu bistrô reiteram uma das frases mais contemporâneas: enquanto uns lamentam a crise, há outros que trabalham. No caso da nossa chef, existe uma equipe que está trabalhando e muito para fazer deste 2016 um ano diferenciado e por demais agregador aos negócios. “ Quando você observa que tudo ao seu redor mudou, o único caminho é a inovação. Aqui nós reinventamos uma realidade e criamos o novo com tudo que tínhamos ao nosso alcance, com nossos recursos, sempre encarando de frente o nosso negócio e sem jamais perder a nossa identidade”, explica a chef.

Serviço: Just Madá Av. Conselheiro Aguiar, 1360 / loja 31 Galeria Centro Sul, Boa Viagem/Recife - PE (81) 3467 4618


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fotos divulgação

NEGÓCIOS FOOD TRUCKS.

Empresários que comandam a Truck House Madalena

Universo gastronômico sobre rodas

As ruas se transformam em playgrounds, em zonas de interação. E os trucks entram aí, com essa mobilidade de poder levar os serviços para esses locais que passam a ser reconfigurados para atender à população”

por Kiki Marinho

T

emaki, hamburguer, pastel, pizza, churro, espetinho, hot dog... Onde encontrar comida gostosa, com condições adequadas de higiene, pensada e executada unicamente com o objetivo de cativar o consumidor? Não, não estamos falando de praça de alimentação de shopping. Estamos falando de espaço aberto, ao ar livre. E aí? Onde encontrar? A resposta é: na rua. Basta procurar alguma das muitas opções de comida sobre rodas, mais conhecidas como food trucks. Eles estão em toda parte. Escolas, eventos, beira mar. Onde tem gente, tem um truck; um trailer; uma bike; um cart. Mas o que motivou esse boom de comida sobre rodas? “A grande vantagem é não ter um ponto fixo. Você pode ir com o seu negócio até os locais onde estão as concentrações de público”, destaca Tiago Rêgo, empresário dos trucks Supreme Canadian Poutine e Don Gourmet Burguer. O movimento anda na contramão da busca pelo lazer hermético que, teoricamente, oferece mais segurança. O que se observa

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é um crescimento constante de espaços abertos com opções de diversão aliadas à gastronomia, fixos ou sazonais. E o que faz uma pessoa sair de casa para ir comer na rua? Pode-se dizer que é um fenômeno social. Quem explica é o sociólogo Daniel Uchôa, idealizador do Coletivo Comida Sobre Rodas e empresário do truck Malabar Pastéis Mirabolantes: “o que estamos vendo é uma releitura de algo que existe há séculos, que é a venda de comida de rua. E eu sempre falo que os food trucks estão totalmente integrados numa discussão que é muito contemporânea quando a gente fala de cidades, porque estamos discutindo que tipo de cidade queremos. Se é aquela cidade engessada, sem contato, anônima, onde as pessoas não se cruzam, ou se a gente prefere interação, uma rua com mais vida, uma cidade mais humana”. De acordo com ele, a ida das pessoas para a rua promove a requalificação da própria cidade. “As ruas se transformam em playgrounds, em zonas de interação. E os trucks entram aí, com essa mobilidade de poder levar os serviços para esses locais que passam a ser

reconfigurados para atender à população”, explica. E isso faz com quem as pessoas aproveitem mais a sua comunidade, não precisando se deslocar, atravessar a cidade para ir a um restaurante. “É uma resposta, até, para os problemas de deslocamento urbano”, explica. O Coletivo Comida Sobre Rodas surgiu, também, com essa linha de pensamento. “Nossa ideia é conseguir ganhos, não apenas para a categoria, mas, também, para a cidade. E isso se faz levando as pessoas pra as ruas”, conclui. Partindo desse mesmo conceito, as cidades começam a ganhar um novo tipo de opção: os Food Parks, que são pontos fixos que abrigam os equipamentos de comida sobre rodas. Com estrutura de mesas e cadeiras, banheiros, local para apresentações culturais e exposições, é cada vez maior o número de pessoas que estão optando pelos Food Parks. “É perto da minha casa, chego andando mesmo. Gosto do fato de ter concentrado uma variedade de comida de qualidade, numa configuração moderna


Sueli Lucena e Vanessa Bahé estão à frente do Garage

e, até certo ponto, inusitada, Além do mais, é um ambiente bacana para levar a família”, diz o representante comercial Mario Oliveira, frequentador do Truck House Madalena, espaço inaugurado no mês de maio que abriga seis trucks: Zirkus Churros, Moov Food, KombiMassa, RecBeer, RecBurguer e Just Kone. “Somos um condomínio. Tomamos as decisões em conjunto, rateamos todas as despesas”, explica André Vita, proprietário do cart Zirkus, especializado em churros. No THM também estão estacionados os truck RecBeer e o Trailer RecBurger, de Fernando Tasso, que também é o presidente da Associação de Comida Sobre Rodas de Pernambuco. De acordo com ele, são cerca de 150 operações de comida sobre rodas cadastradas na Associação, mas que muitas delas já não estão mais em atividade. “Estamos vivendo um momento de consolidação do segmento”, explica. De acordo com ele, houve um grande boom de food trucks no Estado, que começou em 2014, e muitas pessoas que empreenderam não tinham o real conhecimento do mercado. O primeiro food park fixo do Recife foi o Garage. Localizado num bairro nobre da zona norte da cidade, no Garage estão estacionados o Tuk Tuk (comida indiana), Môvei (burguer artesanais), La Cerva (cervejas especiais), Street Fish (temakeria) e Hasta la Pizza (pizzas artesanais). Além desses, as sobremesas estão garantidas com a Be Waffle (waffles artesanais e milk shake) e os brownies da Docecleta, primeira Food Bike do Recife. De acordo com a empresária Vanessa Bahé, do Tuk

Ficou animado para empreender? Quem dá as orientações é o presidente da Associação, Fernando Tasso: “estude o mercado. E, principalmente, conheça o produto que você vai trabalhar”. O empresário Tiago Rêgo também dá uma dica: “os tributos são os mesmos de um restaurante. A única diferença é que não pagamos IPTU, mas, sim, IPVA”.

Tuk, o Garage nasceu com o objetivo de unir, em um único espaço, gastronomia, música, artes, cultura. “Tem dia que nós temos banda, DJ, passa jogo... o que a gente quer, realmente, é um movimento maior. Uma movimentação cultural, social, levar as pessoas para a rua mesmo”, explica. E, segundo ela, o retorno tem sido muito bom. “O Garage é um espaço super interessante e quem tem ido tem gostado bastante”, destaca. Do ponto de vista do empreendimento, Vanessa destaca a necessidade de se reinventar sempre e, assim, se firmar no mercado. E, assim, nasceu a Tuk Dog, um novo braço do negócio. “Nossos produtos indianos vão continuar, mas, agora, vamos diversificar o mix e investir mais pesadamente num produto mais popular”, finaliza.

E os valores médios para começar um negócio de comida sobre rodas? André Vita responde, em seu site naruatem.com: Food Truck (R$40.000 a R$500.000,00); Food Car (R$10.000,00 a R$50.000,00); Food Trailer (R$20.000,00 a R$80.000,00); Food Cart (R$2.000,00 a R$20.000,00); Food Bike/Trike (R$1.000,00 a R$20.000,00). Ele orienta, ainda, que “encontrar o fornecedor certo é um dos pontos primordiais para o sucesso do negócio”. Pronto. Agora é só escolher o equipamento, o produto e botar o carro na rua. Mas se o seu negócio mesmo é comer, vá você para a rua. Chame sua família, seus amigos. Coma e aproveite. SERVIÇO Truck House Madalena Rua Costa Gomes, 129, Madalena. Funcionamento: Quarta e Quinta das 18h às 22h. Sexta das 18h às 24h. Sábado das 17h às 24h. Domingo das 16h às 22h. Garage Food Trucks Rua Padre Silvino Guedes, 65, Espinheiro Funcionamento: quarta a sexta das 18h às 23h, sábado das 17h às 23h e domingo das 17h às 22h.​

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CONSULTORIA MARIVAN GADÊLHA

GOVERNO E INICIATIVA PRIVADA DEVER DE CASA NA CRISE

N

os últimos meses, a cobrança para que medidas efetivas de combate às raízes da crise econômica, pela qual passa o país hoje, tem sido enorme. Porém, o retorno ao crescimento somente será viabilizado, através da combinação de iniciativas nas dimensões do governo e da iniciativa privada. Esta última precisa sobreviver a esta dura fase e se preparar para o surgimento mais adiante, no médio prazo, de um ambiente favorável para os negócios.

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Se consideramos como efetivamente bem intencionada, a ideologia política reinante nos últimos anos, que patrocinou a ideia de que o estado deveria ser o responsável direto pela geração de emprego e renda, ou seja, pelo crescimento econômico, estaremos diante de um grande equívoco histórico. Esse modelo de capitalismo de estado, intervencionista, se caracteriza como um dos fatores responsáveis pelo cenário

de crise econômica, desenvolvido gradualmente no período recente. O capitalismo de estado, não foi exitoso em qualquer que tenha sido o cenário a nível mundial, de forma que não deveria ser diferente no Brasil. O crescimento sustentável de uma nação, dever de casa agora do governo Michel Temer, depende da capacidade de se gerar as condições favoráveis


ao desenvolvimento. Estamos falando de educação, saúde, infraestrutura, valorização da livre iniciativa, regulação e estabilidade jurídica. Quando se fala em regulação, é importante destacar que ela não pode representar burocracia, muito menos subsídios ou isenções tarifárias seletivas. Na agricultura, onde intervencionismo recente pode ser considerado como baixo, o Brasil se tornou um dos maiores produtores mundiais de grãos, sendo o maior exportador mundial de café, açúcar e soja.

No complexo contexto político e econômico do país hoje, alguns desafios se apresentam de forma diferenciada, dentre eles destacamos a reforma da previdência, o ajuste fiscal, a transferência de ativos para a iniciativa privada, ou seja, a privatização, a modernização da legislação trabalhista, e a simplificação tributária, principalmente através da unificação de alícotas. Dentro do contexto dessas medidas pragmáticas, não se pode esquecer do grande desafio relacionado à manutenção dos programas sociais, que requerem choque de gestão, sobretudo na aplicação mais eficiente dos recursos e na efetiva mensuração dos resultados, como ponto de partida para a sustentabilidade desses programas.

Esse desafio inclui a necessidade de ajustes nos programas, de tal forma a compatibilizar o bolsa família à inclusão produtiva, o que vai requerer o aprimoramento de iniciativas como o PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO – PRONATEC, o FUNDO DE FINANCIAMENTO ESTUDANTIL – FIES e o PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS – PROUNI, que devem a partir de agora,estar sintonizados com as necessidades de qualificação profissional dos menos favorecidos, frente aos desafios de crescimento na produtividade empresarial.

novos empreendimentos e compra de ativos. Do ponto de vista operacional, essas empresas precisam priorizar quatro linhas de ação mais importantes. Em primeiro lugar, elevar o nível de monitoramento dos resultados, para assegurar velocidade de correção. Em segundo lugar, focalizar os consumidores com menor poder aquisitivo, ampliando o portfólio e o mercado de atuação. Em terceiro lugar, buscar de forma paranóica a manutenção da carteira de clientes e, por último, inovar. Estatísticas apontam que, para a conquista

Todas as iniciativas apresentadas, se efetivamente implementadas, serão responsáveis em conjunto pela formação de um ambiente favorável para os negócios. O dever de casa do empresariado, nos próximos meses, inclui a necessidade de mobilização da força de trabalho na redução dos custos e na renegociação dos contratos e dívidas. Os investimentos nesta fase e nos próximos meses, devem ser reduzidos e somente aplicados estrategicamente com foco no longo prazo. As empresas com maior chance de sucesso são aquelas que conseguirem combinar cortes de pessoal com ganhos de eficiência operacional, assim como as que puderem investir seletivamente e estrategicamente, com foco no longo prazo, em marketing,

de um novo cliente, é necessário 1 ½ a 2 vezes mais esforços do que na manutenção de um cliente ativo. Porém, em situações de crise, além das dificuldades adicionais relativas ao crescimento na carteira de clientes, a manutenção dos clientes ativos se torna mais difícil e um desafio à sustentabilidade. Nesse cenário, quem investiu ao longo do tempo em qualidade, produtos e/ou serviços diferenciados, terá mais chances de sucesso nesta linha de ação. No que tange à inovação, o foco deve estar voltado para o crescimento das receitas, a estruturação e a preparação do negócio para o momento de retorno ao crescimento. gadelha@qsmconsultoria.com.br

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Dicas

para

leitura

POR SELMA VASCONCELOS

O MENSALÃO - O JULGAMENTO DO MAIOR CASO DE CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA POLÍTICA BRASILEIRA O autor é o historiador Marco Antônio Villa, paulistano de São José do Rio Preto. É professor aposentado da Universidade de São Carlos, São Paulo. Crítico ácido da política brasileira, em especial do Partido dos Trabalhadores (PT) e de suas figuras mais representativas. Participa como comentador semanal da bancada do Jornal da Cultura. É um intelectual de peso embora polêmico, como não podia deixar de ser, ao dedicar-se à observação e análise da cena social e política brasileira.

eu sou malala A história da menina paquistanesa Malala Yousafzai, é contada por ela em parceira com a jornalista inglesa Christina Lamb. Malala nasceu em 12 de julho de 1997, em Mingora, a maior cidade do Vale do Swat, região montanhosa e tribal ao noroeste do Paquistão e próxima à fronteira com o Afeganistão. A menina tornou-se símbolo da resistência à opressão pelo Talibã que nega o direito à educação das mulheres. Em decorrência, foi vítima de uma arma de fogo disparada em sua direção, dentro do ônibus quando ia à escola. Levada para a Inglaterra, onde vive até hoje exilada, conseguiu recuperar-se e tornou-se símbolo da luta pela valorização da mulher

demétrio magnoli a hora e a história O autor, Demétrio Magnoli é sociólogo, doutor em geografia Humana, especialista em Relações Internacionais e membro do Núcleo de apoio à pesquisa sobre democratização e desenvolvimento da Universidade de São Paulo – NAAD-USP. Participa de amplos debates sobre a contemporaneidade particularmente, do processo político do momento. O livro A HORA E A HISTÓRIA traz uma coletânea de artigos publicados na imprensa e analisa os acontecimentos políticos ocorridos no Brasil e no mundo na última década. Dá uma grande contribuição ao melhor entendimento do rumo da política brasileira entre 2004 e

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Villa relata nesta obra, um dos maiores escândalos ocorridos na política do Brasil, sob o governo do sr. Luís Inácio Lula da Silva. O título é bem definidor do conteúdo: O MENSALÃO--O JULGAMENTO DO MAIOR CASO DE CORRUPÇÃO DA HISTÓRIA POLÍTICA BRASILEIRA. O fato chegou a público através de um vídeo-testemunho da propina recebida por um alto funcionário dos Correios, que era beneficiário do tráfico de influência comandado pelo então deputado Federal, Roberto Jefferson. Este último tornou-se então o delator de todos os personagens que compunham a rede de articuladores do esquema. As propinas eram concedidas a políticos em troca de seu apoio para projetos de interesse do governo federal. O novelo se desenrola a partir do chamado núcleo duro do governo, muito próximo ao presidente como o então Ministro da Casa Civil José Dirceu; o presidente nacional do PT, José Genoíno; o tesoureiro do partido Delúbio Soares e do “mecenas” do esquema, o publicitário Marcos Valério. Marco Antônio Villa relata toda a decorrência do processo judicial até o julgamento e condenação dosenvolvidos. A editora é a Leya.

em meio a uma sociedade marcada pelas desigualdade de gênero. Conseguiu voz na sede das Nações Unidas, denunciando para representantes de todo o mundo as violações dos direitos femininos no Paquistão. O auge do reconhecimento como ativista dos direitos humanos veio com o Prêmio Nobel da Paz aos dezesseis anos de idade, tornando-se a mais jovem candidata agraciada com a comenda. Leitora dedicada, a jovem adolescente mostra-se consciente de sua missão no mundo desigual e muito segura em suas posições de luta ao declarar: “sentar numa cadeira, ler meus livros rodeada pelos meus amigos, é um direito meu”. A editora é a Companhia das Letras.

2012, quando o partido dos Trabalhadores (PT) chegou ao poder e esmiúça os desdobramentos do Lulopetismo, e os descaminhos do seu governo. Alarga o alcance de sua análise para a cena internacional, os governos populistas da América Latina e as crises do mundo árabe. Esta obra tem a força do momento vivido no qual foram escritas e representam para hoje e para o futuro importante legado de contribuição a história mundial. Vale ressaltar o estilo característico do autor, tanto na escrita quanto na fala. Lúcido, independente e de grande bagagem intelectual, confere segurança aos seus argumentos, atrai o leitor e propicia a reflexão sobre o nosso tempo. A editora é a Três Estrelas.


Com a palavra CÉLIA LABANCA

COMO? E

stive por uns dias fora do país. O tempo certo para não assistir à quase concretude do golpe. O tempo certo para eu pensar como não pensa o meu povo e como são frouxas as nossas instituições, as mesmas que se consideram funcionando legal e legalmente, como se não estivessem respondendo a interesses diversos, por caminhos tortuosos que não orgulham ninguém. Acabei de chegar em casa. Lógico que ávida por informações. Liguei a televisão. Logo de cara também, dei com uma entrevista completamente acéfala, completamente descabida e até desrespeitosa do próximo Ministro da Fazenda, dizendo ele “que tudo precisa ser feito dentro da realidade de forma a fazer o país voltar a crescer, embora reconheça que pode por um tempo ainda aumentarem os impostos. E, que o ideal é que se consiga que não seja necessário o aumento deles. Que é preciso economizar nas contas do governo, diminuir os ministérios, demitir funcionários, e

comissionados”. Como? Como realidade? Como investimentos? Como, se sabe que sem as reformas tributária, política, agrária e previdenciária já propostas pelo governo suspenso, não se pode nem pensar em retomada de nada, muito menos do crescimento, ou de diminuição da inflação? Logo a seguir, a entrevista com o presidente provisório. Aquele que não satisfeito com o golpe que deu, ainda age contra os preceitos constitucionais. O mesmo que está fazendo o Brasil retroceder trinta anos, ou mais; que vai desmontar todas as tentativas de equidade na sociedade brasileira desequilibrando, ou desestruturando todo um período civilizatório no país. Ele com a maior desfaçatez, mesmo reconhecendo não ter “inserção” ao apoio popular, disse que na medida em que for acertando, que esse apoio virá. - Como, se todo o país e o mundo o reconhece como golpista, traidor, sem carisma, e chefe de cujo ministério que seria de doutas pessoas, e notáveis, não passou de elementos citados na “operação Lava Jato”, sendo até réus?

Ainda, sem nenhuma mulher convidada, porque as que foram, não aceitaram «por terem os nomes, e as suas imagens a zelar» e por definitiva incapacidade de compactuar contra o povo e a favor das «maracutáias” que o golpe encerrra. E ainda, feliz, ria de sua aldeia que o homenageou no Líbano como presidente do Brasil, afirmou que a senhora, sua mulher, no caso de efetivado no poder, será a responsável pela gestão social do seu governo. Pois é... Ele está levando também somente para ele a esperança que já pertenceu a todos nós. Infelizmente estamos vivendo um tempo em que tenho me obrigado a aceitar que vivemos um sistema político falido. A achar que os partidos políticos em nosso país precisam de uma faxina. Ou seria de uma lei que os exterminasse, para uma reciclada decente, de renovação, de diminuição de suas quantidades, de recriação em novas bases, com ideologias claras, definidas, a serem cumpridas e ao decoro. Afinal, a maioria deles não existe, senão para contribuir com seus próprios orçamentos, como por exemplo, o PMDB: nada mais antigo, superado, e putrefato na política nacional, esgotado, que deveria estar de tanto se manter em cima dos muros da vida política brasileira somente em busca do poder, ontofisiológico, e oportunista que é. Mas, será que haverá coragem para reformar e reformular todos eles? Claro que não! O fisiologismo de um parlamento como o nosso não permitiria. Para tanto, se precisaria de liderança, de verdadeiro desejo de união, de respeito à soberania popular, aos organismos da sociedade organizada, aos interesses coletivos. Mas, o bom é que temos ainda o que esperar. A hora continua sendo de luta. É de estarmos todos, e todas antenados pelos nossos direitos, porque da dialética golpista ao sofismo monitorado pelos interesses direitistas que alijarão todas as nossas conquistas, estamos cansados. Extremamente cansados. Célia Labanca.

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série

CINEMA

Foi nesse período que conheceu Leidson Ferraz, ator, jornalista e pesquisador teatral, que o levou para desenvolver outros projetos.

PERNAMBUCANO SÓFOCLES MEDEIROS

A seguir a lista completa de seus trabalhos como ator teatral: Liberdade, Liberdade (1996); Duos: um olhar sobre o amor (1997); A Importância de Ser Prudente (1999); Cenas de uma Paixão (2000); Alheio (2000); A Ver Estrelas (2000); Ai, Serpente! (2000); O Rapto de Rodolfo (2003); Flash Clown (2003); Quem Tem, Tem Medo! (2004). TRABALHOS NA TELEVISÃO

IRANDHIR SANTOS Talento pernambucano reconhecido nacionalmente

O

seu tipo físico é inconfundível, o que faz com que seja muito fácil reconhecê-lo em cena, seja qual for o papel que interprete. Para alguns, isso poderia ser um obstáculo para a profissão de ator. Mas não para esse talento pernambucano que estuda e consolida seus personagens com uma técnica tão criativa que eles ganham contornos próprios, se tornando independentes e relevantes. AS ORIGENS Irandhir nasceu em 22 de agosto de 1978, na cidade de Barreiros, localizada na Mata Sul de Pernambuco, e que fica a pouco mais de 100 km do Recife. Como seu pai era gerente de banco e, por conta da profissão, costumava ser transferido para diversas agências, ele

Crédito: Globo/Renato Rocha Miranda

Em 2007, Santos fez seu primeiro trabalho na TV, o que lhe rendeu prestígio nacional. Ele interpretou o personagem Quaderna na microssérie “A Pedra do Reino”, baseada em obra de Ariano Suassuna e exibida pela TV Globo.

terminou morando em várias cidades do interior pernambucano. Numa delas, Limoeiro (Agreste de Pernambuco, a cerca de 85 km, do Recife), iniciou sua carreira. O fato ocorreu ainda na sua infância: uma apresentação teatral que fazia uma adaptação do “Pai-Nosso”. Quando adolescente foi enviado pelos pais para o Recife a fim de fazer vestibular. Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) concluiu, em 2003, o curso de Licenciatura em Educação Artística, com habilitação em Artes Cênicas. TRABALHOS NO TEATRO Durante a realização do curso universitário, Irandhir passou a fazer parte do “Somente”, grupo teatral onde atuou em várias peças, com destaque para “A Importância de Ser Prudente”, de Oscar Wilde, em 1999.

Apenas em 2013 ele voltou a atuar na TV, na mesma emissora, desta vez na minissérie “Amores Roubados”. No ano seguinte integrou o elenco da novela “Meu Pedacinho de Chão” e, atualmente, está na novela “Velho Chico”. TRABALHOS NO CINEMA Embora a televisão tenha lhe conferido bastante popularidade, foi no cinema que Irandhir teve seu maior reconhecimento como ator: são quase duas dezenas de filmes, a maioria de diversos diretores do cinema pernambucano, que o levou a ser considerado um dos melhores atores brasileiros da atualidade, deixando em cada personagem que interpreta uma lembrança marcante. A seguir a lista completa de seus filmes: Cinema, Aspirinas e Urubus (2004); Décimo Segundo (2007); Baixio das Bestas * (2007); Amigos de Risco (2007); A Vida É Curta (2008); Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (2009); Olhos Azuis * (2009); Besouro (2009); Azul (2010); Tropa de Elite 2 ** (2010). Quincas Berro D’Água (2010); Febre do Rato * (2011); O Som ao Redor ** (2012); O Senhor do Labirinto (2012); A Hora e a Vez de Augusto Matraga (2012); Tatuagem * (2013); Obra (2013); Permanência (2014); Ausência (2014); A Luneta do Tempo (2014); A História da Eternidade * (2014); O Animal Cordial (2016); Aquarius (2016). *Premiado como melhor ator (ou ator coadjuvante) em diversos festivais. **Indicado como melhor ator (ou ator coadjuvante) em diversos festivais.


CURTA

#CINEMA

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O CONTADOR Christian Wolff (Affleck) é um portador da Síndrome de Savant com mais afinidade por números do que por pessoas. Tendo um escritório de contabilidade em uma cidadezinha como fachada, ele trabalha como contador autônomo para algumas das mais perigosas organizações criminosas do mundo. Com o Departamento Criminal do Ministério da Fazenda, coordenado por Ray King (J.K. Simmons), começando a fechar o cerco, Christian aceita um cliente legítimo: uma empresa de robótica de última geração onde uma assistente de contabilidade (Anna Kendrick) descobre uma discrepância envolvendo milhões de dólares. Porém, conforme Christian desvenda os registros e se aproxima da verdade, a contagem de corpos começa a subir.

BEN-HUR

STAR-TREK: SEM FRONTEIRAS

Depois que o nobre Judah Ben Hur (Jack Huston), contemporâneo de Jesus Cristo (Rodrigo Santoro), é injustamente acusado de traição, é condenado à escravidão. Ele sobrevive ao tempo de servidão e descobre que foi enganado por seu irmão, Messala (Toby Kebbell), partindo, então, em busca de vingança.

Após sofrerem com a ira de John Harrison (Benedict Cumberbatch), Kirk (Chris Pine), Spock (Zachary Quinto), Uhura (Zoe Saldana), McCoy (Karl Urban), Sulu (John Cho), Chekov (Anton Yelchin) e Scotty (Simon Pegg) retornam à Enterprise para uma nova e difícil aventura intergaláctica.

Sete Minutos Depois da Meia-Noite

A LENDA DE TARZAN Releitura da clássica lenda de Tarzan, na qual um pequeno garoto órfão é criado na selva, e mais tarde tenta se adaptar à vida entre os humanos. Na década de 30, Tarzan, aclimitado à vida em Londres em conjunto com sua esposa Jane, é chamado para retornar à selva onde passou a maior parte da sua vida e servirá como um emissário do Parlamento Britânico.

98| TERRA MAGAZINE

Sete Minutos Depois da Meia-Noite conta a história de Connor (Lewis MacDougall), um garoto que se sente invisível. Com uma vida cheia de problemas, Connor tem a mãe (Felicity Jones) com câncer, a avó (Sigourney Weaver) que não gosta muito dele, um pai (Toby Kebbell) ausente e os colegas de escola que não o deixam em paz. Seu único amigo é um monstro-árvore (Liam Neeson) com quem se encontra todas as noites para contar e ouvir histórias.



Em julho de 2012, com a chancela do Sistema Fecomércio do Rio Grande do Norte, SESC e SENAC, lancei o livro O MUNDO DE LILI PARA GENTE GRANDE, bilíngue, gerado a partir da minha tese de doutorado “A inclusão social e a mídia: um único olhar”. Esse estudo acompanha a minha história de vida, acadêmica e profissional como professora e jornalista, focaliza a dialética entre os jogos olímpicos e paraolímpicos e vislumbra a possibilidade da humanização da inclusão social no contexto desportivo.

ARTIGO CARMINHA SOARES

É possível SONHAR Carminha Soares in memorian

Natalense de nascimento, formada em Letras e Comunicação social, habilitação em Jornalismo/UFRN. Especialista em integração de pessoas com deficiência: habilitação e reabilitação/Universidade de Salamanca e Doutora em Educação/UFRN.

A

vida é feita de sonhos! O homem não sonha apenas para si mesmo, existem também sonhos coletivos da humanidade de se poder viver igualmente na diversidade. A inclusão social traz no seu campo semântico a equiparação de oportunidades, a interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da sociedade. A prática da inclusão social como direito universal dos seres humanos remete à reflexão sobre a segregação que se estabelece entre os “jogos Olímpicos e Paraolímpicos”, que constitui o desrespeito aos princípios morais e aos direitos básicos de todos os atletas, chamados paraolímpicos, de permanecerem isolados dos outros atletas olímpicos. Essa distância social e o isolamento entre os dois eventos não devem ser preservados e nem tampouco naturalizados para a sociedade. O Comitê Olímpico Internacional pode transformar o paradigma estabelecido pelo belo sonho, de uma justa medida, de aproximar atletas com as suas mais diversas singularidades. As empresas patrocinadoras podem voar nas asas do tempo real e querer, também, ajudar a realizar esse sonho. Partindo dessa premissa, aproximar a magia do desporto olímpico e paraolímpico, particularmente da distância social instituída na temporalidade histórica desses dois momentos olímpicos, que não condiz com a via presente em todas as redes de relações humanas e sociais. É nesse campo de sentidos e significados que aparecem determinadas interrogações contemporâneas, bem como os efeitos de estranhamento que ainda ocorrem no território do desporto, da mídia e da inclusão social. Os espaços midiáticos, formadores de opinião, podem apontar para a plenitude de um sonho na atualidade histórica, de dar visibilidade ao mundo, articulando ao seu crivo de seletividade, de não silenciar e não naturalizar a realidade existente. Estarmos juntos e isso é real. A libertação da clausura do fenômeno desportivo cristalizado na privacidade de cada espetáculo, Olímpico

e Paraolímpico, fortifica a crença de que a inclusão com as diferenças amplia a nossa capacidade de olhar, de ouvir e de sentir mais humanamente o mundo. Muitos podem pensar que é utopia! Defino que é preciso duas condições: a primeira é a forte sensação de que o mundo “Olímpico” não está estruturado adequadamente e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste ao conceito de inclusão que permeia o discurso circulante em toda a sociedade. A segunda condição é a existência de uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a certeza de que nós, seres humanos, podemos fazê-lo, com a racionalidade capaz de perceber que está errado o excludente formato paraolímpico. É preciso que a sociabilidade humana possa experimentar uma transformação que pode ser sintetizada no processo de visibilidade desses atletas, passando de uma estrutura excludente para a real inclusão das pessoas com deficiência nas disputas das Olimpíadas. Por que duas aberturas? Por que duas chamas acesas? Por que duas cerimônias de encerramento? Por que duas chamas apagadas? Olimpíadas significam comunhão, congraçamento entre os povos? Qual a resposta para todos esses por quês? A resposta está em cada um de nós! Se pararmos para pensar na incerteza da vida, certamente, optaríamos por uma única cerimônia de abertura e encerramento, pelo simples desejo de estar com o outro. É possível sonhar, sim! Seguir um formato paralelo, afunilando para as finais. Ou seja, estruturando a chegada dos atletas paraolímpicos, que vão ter espaço na Vila Olímpica, que desde a sua concepção inicial já contempla a acessibilidade, uma vez que países são desclassificados para as finais das disputas pela medalha de prata e de ouro, dando lugar aos atletas paraolímpicos nos espaços comuns utilizados pelas duas competições, olímpico e paraolímpico, a garantia da possibilidade de ser vista por um único público, um único olhar. Exemplifico:

a final do basquete paraolímpico de cadeira de rodas poderia acontecer na preliminar da final do basquete olímpico, dando uma lição de civilidade! O mesmo podendo acontecer nas finais da natação, do atletismo, do halterofilismo, do voleibol e do tênis de mesa. O sonho ainda não vai acontecer! O Brasil vai testemunhar a exclusão de atletas. Dezessete dias separam um evento do outro, Olimpíadas de 5 a 21 de agosto/16 e Paraolimpíadas de 7 a 18 de setembro/16, uma temporalidade histórica que se chama preconceito. É hora de juntos lutarmos e unirmos forças por um mundo melhor! Todos os dias recebemos, no movente contexto das redes sociais, frases e mensagens com citações de amor, de solidariedade, de generosidade, de aceitação do outro, mas, na prática, infelizmente, não veremos a transformação desse modelo excludente e, lamentavelmente, perderemos o esplendor de juntos construirmos um mundo melhor, capaz de amar e sonhar pela igualdade de oportunidades para todos. Em assim sendo, só me resta sonhar e acreditar no papel fundamental de se ter, um dia, o desenvolvimento e a execução de um projeto histórico que esteja voltado para o ser humano, independente das suas peculiaridades como um construtor de sonhos, que faz integradamente no seu espaço geográfico e temporal, racional e consciente, manifestando as suas aspirações para o processo de crescimento de todos e a certeza de que o amor pode vencer o medo do que é diferente. É possível sonhar. “Enquanto Lili voava, viu um lindo arco-íris e observou a diversidade das cores, todas juntas, lindas! Então pensou: para que haja respeito à diversidade humana é necessário que todos sejam reconhecidos como iguais em dignidade e em direito. Um arco-íris que verdadeiramente nos unam. ” Eu faço a minha parte! E você quer fazer a sua?



CRÔNICA CARLOS ALBERTO PINTO

E lá se foram alguns dias... Parece até que 31 de dezembro foi ontem, não é verdade?

P

ois, é, seria até bom que fosse, mas infelizmente não é. Já estamos no meio do ano e aquela festa que todo mundo faz como seu momento de reencontro espiritual, está mais perto do futuro do que do passado. E você, o que fez até então? Nada? Como assim? Quer dizer que todos aqueles seus planos e promessas ainda não se concretizaram? Trazendo a essência da palavra francesa Réveillon, está na hora de você despertar. Cair na real, no popular, e ver que o seu time está passando e que se nada você fizer para mudar este futuro, o próximo dia 31 de dezembro será apenas um déjà vu de anseios.

uma onda de Justiça, misturado com indignação e o brilho nos olhos com a esperança de que vamos vencer e tudo isso será apenas uma página de um passado, de onde os novos “Collors” da política não deverão sair, jamais! É com este entusiasmo, que devemos levantar cada dia, na certeza de que a luta nos torna mais fortes e que não podemos apenas colocar a culpa no acaso, se não dermos o nosso melhor. Eu sei que não é fácil! Lido e escuto todos os dias o reflexo de uma má gestão, mas ela não é a única culpada disso tudo. Não estou falando do voto desta vez. Estou falando com você, empresário!

O tempo passa e nossos anseios se tornam cada vez mais distantes, mas é preciso ter Fé e certeza de que a sua vitória só depende de você. Independentemente do que você queira alcançar.

Saiba e fique convicto que tudo é passageiro, é cíclico. É exatamente por isso que você não pode ficar esperando o tempo passar. Você deve e tem que se organizar para o futuro.

2016, definitivamente, tem sido um ano atípico. É a política que piora a crise. É a crise que piora a política e no final de tudo, ainda há quem ponha culpa na Lava Jato. Uns ganhando muito e outros morrendo em filas de hospitais.

Você já reduziu sua folha de pagamento, seu copinho de café, já apaga todas as lâmpadas e mesmo assim ainda não consegue atingir seu ponto de equilíbrio????

Está complicado o negócio, mas eu acredito que estamos perto de um recomeço. Um recomeço ético que será levado por

Planejamento Tributário. Uma forma legal, correta e ética. “Mas eu sou pequenininho e isso é coisa para gente grande”, você deve estar pensando. É aí que você se engana. Seja de pequeno, médio ou grande porte, uma gestão de tributos de maneira a conhecer suas peculiaridades é imprescindível, ainda mais no momento em que se vive, onde para se sobreviver, é preciso alcançar o mercado, que por sua vez está cada vez mais escasso, em razão da evasão de rendimentos. É disso que estou falando! Se você reduz sua carga tributária, você reduz os seus custos e consegue se tornar mais competitivo. É preciso sair desta “rotina” de “Feijão com Arroz” e tornar-se mais proativo e identificar oportunidades legais para isso, eis, que, viveremos momento em que o fisco se tornará cada vez mais presente e severo com procedimentos não convencionais, aos olhos da lei.

Talvez você ainda não tenha se atido em reduzir o que mais impacta no seu custo. Estou falando de Tributos. E daí você deve estar se perguntando: reduzir tributos? Isso mesmo, amigo, e isto se chama Adv. Carlos Alberto Pinto Especializado em Planejamento Tributário

102| TERRA MAGAZINE




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