Terra Magazine | edição 31

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PERNAMBUCO PASSA POR AQUI

ARQUITETURA

TALENTOS PERNAMBUCANOS

PERFIL

TEREZA COSTA RÊGO

CULTURA

OBRAS DE ARTE NO SHERATON HOTEL

Cinema Pernambucano KÁTIA MESEL

Mercado SUAPE ATRAI INVESTIMENTOS DE LUXO

fundação terra

ESPECIAL

TRINTA ANOS DE DEDICAÇÃO E CARIDADE

GARANHUNS

TEST DRIVE

CIDADE NA ROTA DO DESENVOLVIMENTO

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A

G E N T E

L I G A

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D E T A L H E

S E C A D A D E

P E R N A M B U C O . A Globo Nordeste está presente em cada canto do nosso Estado. Para levar notícia, informação, entretenimento e cultura para todos os pernambucanos. Porque é através da tela da Globo Nordeste que Pernambuco se vê.


EDITORIAL Seriedade, conceito, credibilidade, me levaram nesses três anos, a conviver com grandes personalidades, capas inéditas, personagens fantásticos!

EDITOR GERAL CLAUDIO BARRETO

EDITORA IZABELLE RINO Administradora de Empresas, gerente da empresa A Carneiro Home e editora da Terra Magazine.

NEGÓCIOS MARIVAN GADÊLHA Diretor da QSM. Engenheiro com Especialização em Gestão de Pessoas e Mestrado em Meio Ambiente. Professor de vários MBA´S e coordenador de diversos projetos de reestruturação e de recuperação de empresas.

CINEMA SÓFOCLES MEDEIROS Professor e Consultor na Área Educacional. Cinéfilo, estudioso e entusiasta do cinema pernambucano. Desenvolve projetos na área ambiental.

LETRAS DA TERRA SELMA VASCONCELOS Médica, é escritora premiada de vários gêneros, pesquisadora e professora da Universidade de Pernambuco. Assina a coluna “Letras da Terra”.

Que honra para a equipe da revista Terra Magazine, entrevistar Naná Vasconcelos, “Um brasileiro que o Brasil não conhece”. Ganhador de 08 Grammys, vocês sabiam? Maria Lecticia Cavalcanti, escritora e acadêmica, que nos orgulha em ser entre milhares de inscritos, finalista com 02 livros, do maior prêmio de literatura gastronômica do Brasil, o Jabuti. Entre outras damas, a grande empresária da área financeira e fitness, Valdejane Moraes. Carla Bensoussan que comanda os maiores eventos do Nordeste, onde nos contou um pouco de sua vida fora deles. Roberta Jungmann, um dos nomes que comandam o jornaismo social de Pernambuco, nos envaideceu com sua presença. Sabrina Barbosa, nos presenteou com sua beleza. Juliana Santos ditando a moda do Estado, e nossa blogueira maior Camila Coutinho nos falou um pouco da sua história, e a vida fora dos flashs. Janguiê Diniz, o grande empresário da educação no Nordeste, está ao nosso lado por todos esses anos. Marcelo Santos, representando a publicidade, nos acompanhando em várias edições. Antônio Campos, um literato nato, nos levou a viajar pela Fliporto e nos abriu sua fantástica biblioteca. Lenine, que dispensa apresentações, nos proporcionou sua paixão e emoção pela música. Nas artes, o grande arquiteto e colecionador Carlos Augusto Lira, e na arquitetura o jovem André Caricio. E foi com essa seriedade, conceito e credibilidade, que trouxemos para comemorar esses três anos o grande professor Antonio Lavareda, sociólogo, escritor, cientista politico, pesquisador e empresário, fechando com chave de ouro a edição de comemoração. Agradeço à minha família, amigos, parceiros, colaboradores, e a vocês, nossos leitores, que nos levam a querer ser cada dia melhores! Um grande abraço e boa leitura! Claudio Barreto




LUXO, REQUINTE & SOFISTICAÇÃO

Recife | João Pessoa | Natal Rua Tenente João Cícero, 285 - Boa Viagem - Recife (81) 3466.0222


ÍNDICE 14 | Pernambuco passa por aqui 16 | Mercado de consumo 18 | Perfil - Tereza Costa Rêgo 22 | Capa - Antonio Lavareda 30 | Arquitetura 33 | Talentos da arquitetura pernambucana 40 | Espaço Design - Paulo Azul 44 | Mercado em expansão - Suape 46 | Obras de arte no Sheraton Hotel 48 | Gastronomia - Restaurante Vasconcelos’ 50 | Social 58 | Por trás da Gravata - Dr. João Vilaça 60 | Diário de bordo 62 | Entretenimento - Banda Expresso Folia

31ª EDIÇÃO Setembro de 2014 CAPA | ANTONIO LAVAREDA FOTO | ARMANDO ARTONI

REDAÇÃO/CONTÉUDO DA EDIÇÃO Ana Paula Bernardes Bruna Bresani Célia Labanca Claudio Barreto Selma Vasconcelos Izabelle Rino Patrícia Felix Pedro Romero Sófocles Medeiros Márcio Figueiredo Marivan Gadêlha Manuela Reis Pedro Romero

64 | Moda - Estilo de vida nas ruas do Recife 70 | Test drive - Jaguar F-Type coupé 73 | Mercado de luxo 76 | Saúde 83 | ESPECIAL GARANHUNS 86 | Ação social - Fundação Terra 110 | Lançamento livro 113 | Com a palavra - Célia Labanca 114 | Letras da Terra - Selma Vasconcelos 115 |Série Cinema Pernambucano 116 | Mundo - Izabelle Rino 120 | Curta Cinema 122 | Espaço Jurídico

EDITOR Claudio Barreto DRT/PE - 5254 Izabelle Rino editor@terramagazine.com.br www.terramagazine.com.br REVISOR DE CONTÉUDO João Henrique Rino FOTOGRAFIA Armando Artoni Gleyson Ramos PROJETO WEB/EDIÇÃO IMAGEM Geraldo Donald Pedro Menezes ESTAGIÁRIO DE PUBLICIDADE João Augusto Duarte - Guto

www.terramagazine.com.br facebook.com/terramagazinerevista revistaterramagazine@gmail.com (81) 9504 7550 | 3083 5326 Impressão: Gráfica MXM Distribuição dirigida 4 mil exemplares R Dom Jose Lopes, 700 Boa Viagem - Recife/PE 51.021-370

PAULO AZUL

ARMANDO ARTONI

DRª FERNANDA MOSSUMEZ

Jornalista com MBA em Gestão de Marketing e Vendas e Gestão Empresarial pelo CEDEPE

“A Sensibilidade de criar está no sentido de ter harmonia entre o simples sofisticado para chegar ao bárbaro”

Fotógrafo profissional em moda, gastronomia, assessorias, eventos corporativos, fotojornalismo e publicidade.

Médica, empreendedora em transformar sua saúde e beleza de uma forma gostosa, com qualidade de vida.

COLABORADORES

ANA PAULA BERNARDES

GERALDO DONALD

NATÁLIA CASTRO

Microempresário, formado em Administração em TI e especialista em Marketing Digital.

Personal Stylist e Consultora de moda.

GLEYSON RAMOS

Fotógrafo profissional tem seu trabalho focado nas áreas de imprensa, fotojornalismo e social.



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Coronel Weldon Nogueira

O Caxangá Golf & Country Club recebeu, de 12 a 14 de setembro, a 5ª Etapa do Circuito Norte/Nordeste de Hipismo. A competição composta por oito etapas reuniu cerca de 200 conjuntos das federações de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Ceará, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte e Pará.

Giovana Nepomuceno

Juliana Avelar

No balanço geral, a Federação Equestre de Pernambuco foi a maior premiada, pois venceu em dez das quatorze categorias disputadas.

JOÃO ALEXANDRE E BANDA NO RECIFE A Anjoluz produções apresentou no Teatro do Shopping Riomar, Recife-PE, o show mais esperado do ano. O cantor, compositor, arranjador e produtor João Alexandre, um dos maiores violonistas do Brasil, realizou um show memorável que marcou em grande estilo o reencontro com seu público pernambucano. “Consagrado como compositor, sua música traz em suas matizes harmônicas, rítmicas e melódicas, influências bem brasileiras, desde a música rural, a seresta, a urbana e a de raiz, passando pelo samba, pela bossa nova e pelo jazz”. 14| TERRA MAGAZINE


Revista Terra. Só quem tem credibilidade vira referência com apenas 3 anos. E de referência a gente entende. Uma homenagem da Pleno a uma das mais importantes publicações de Pernambuco.

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A Athas chegou diferenciando o mundo da escrita. Seus lápis folheados à mão em ouro 24K custam R$145 e são entregues em todo o país. Além dos lápis, a marca também trabalha com canetas revestidas em prata e ouro.

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Todos já jogamos totó alguma vez na vida, certo? Que tal tornar esse jogo mais luxuoso? A Goldlux possui uma mesa de totó revestida em ouro, que pode chegar ao preço de 70 mil reais.

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O SmartWatch Gear S, relógio inteligente de tela curva da Samsung, terá um brilho a mais em breve: a partir de outubro, estarão disponíveis pulseiras de cristais da Swarovski feitas especialmente para o gadget.

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PERFIL | TEREZA COSTA RÊGO

TEREZA COSTA RÊGO /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

TRÊS MULHERES, TRÊS HISTÓRIAS E UMA SÓ TEREZA por Ana Paula Bernardes

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uma tarde chuvosa deste mês de setembro, Tereza Costa Rêgo nos recebeu em sua agradável residência para uma conversa que teria unicamente uma hora para se iniciar. Nossos planos em voltar de Olinda para a Zona Sul seriam prolongados, já que o que seria uma entrevista rendeu uma longa tarde de lembranças, de histórias, fotografias, imersão em pura arte, regidas pela impecável hospitalidade que Tereza tem.

além. “A Escola de Belas Artes representou um período muito bonito da minha vida. Era muito jovem e é importante você aprender as técnicas de pintura, desenho e figurar entre aquele universo ao lado de grandes nomes como Abelardo, Brennand, Maria Carmem, Reinaldo... Essa convivência com esse pessoal me fez muito feliz. Mas um pintor de verdade se faz sozinho. As aulas funcionam até um certo momento, depois ele segue só”.

A matéria que destacaria o perfil de uma das mais memoráveis artistas plásticas pernambucanas que nos contou, além de sua história, também curiosidades sobre sua vida pessoal. “Eu pinto desde criança. Nas aulas de artes da escola, eu pintava as minhas tarefas e as de minhas amigas. E isso eu fazia num instante”, relembrou.

E ela seguiu. Participou dos grandes salões e registra a importância do movimento da Ribeira e do MCP em sua história. Mas é logo em seguida a esses movimentos que a sua vida se parte em três pedaços. Até aí, nos contou a vida de Terezinha Barros Costa Rêgo, a jovem filha de família rica, moça bonita, porém triste. A educação repressora a fazia assim. Casou, teve suas filhas e divorciou-se.

Tereza, que teve uma educação religiosa num tempo em que o aprisionamento cristão era muito mais relevante do que o quesito fé, canalizou tal direcionamento para o desprendimento total com a liberdade em seus traços. “Tudo que é proibido tem um gosto especial. Estudei nas Belas Artes, mas justamente a aula de nu, de Murilo La Greca, era proibida pela minha família, que era muito austera. Eu então saía das outras aulas e ia assistir justamente a dele e isso me acompanha em quase todas as minhas pinturas. É a fruta do bem e do mal”.

A família não aceitava aquela condição, obviamente. Tereza ganhava um novo amor e numa loucura, como ela mesma define, acompanhou o novo marido como representante do Partido Comunista, ao qual ela se identifica até hoje. Nascia aí uma nova fase. Terezinha cedia cena para Joana, identidade que precisou usar para refugiar-se e também no exílio. Nesse período da clandestinidade ela pintou pouco. Suas relações com a família seriam cortadas de 64 até 79 e o foco de sua vida seriam os fatos históricos que presenciou em sua viagem ao mundo. “É um período que fez a cabeça de muita gente. Mas no meu caso, foi um período de vida muito difícil. Ainda assim, me sinto privilegiada em ter conhecido os maiores dirigentes revolucionários. Mas

Naturalmente o profissionalismo era entendido e aceito, mas ela sabia que isso por si só não foi o suficiente. Um artista vai mais

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PERFIL | TEREZA COSTA RÊGO

Joana era assim, simpática, batalhadora, fiel aos seus ideais e todos gostavam dela”, relembra emocionada, com os óculos escuros, na tentativa de nos esconder os olhos marejados.

mulher de juiz, companheira de Arruda e eu ainda não tinha sido eu mesma. Rompi com o passado e decidi o que queria ser, num ato de coragem. Era a hora de mostrar quem eu era de verdade”.

Essa segunda fase de sua vida acabaria com o pós-anistia. Diógenes Tereza ainda pintou sua dor, num quadro intitulado “A partida” e Arruda, seu companheiro, queria voltar de todo jeito para o País. até hoje confessa que mantém alguns rituais. “Só saio com algo de A emoção em solo brasileiro era tanta, Diógenes na bolsa”. É nessa fase que entra que eles não conseguiram chegar em cena Tereza Costa Rêgo. Na volta ao seu Pinto sobre o preto, sem ao destino final dessa viagem. No útero, seu estado de nascença, ela abriga-se aeroporto de São Paulo Arruda teve em Olinda, onde encontra-se até hoje neste desenho, embora eu ache que um infarto e faleceu. “Eu sonhava em casario que nos recebeu para contar sua saiba desenhar muito bem. ver minhas filhas, ver o mar, comer história. Um cantinho para lá de aconchegante Mas acredito que essa é minha pitanga e algo de tão terrível me com jardim, janelas, café e um bolo de rolo. espontaneidade, minha marca” acontecia naquele momento. Eu diria Nessa capacidade de transformação que ela que foi tudo muito brutal. Cheguei a mantém até hoje, explorou seus traços e Recife sem lenço em sem documento, ampliou seus horizontes. Naturalmente, ali como diz a canção. E eu já contei isso muitas outras vezes. Mas ao naquele momento, voltava uma nova mulher ao Brasil, totalmente mesmo tempo, eu comecei a fazer uma reflexão de que eu sempre diferente daquela que tinha partido na revolução. “Olinda me deu fui alguém como conseqüência dos outros. Fui filha de família rica, o passaporte real. Eu não tinha minha família, os amigos tinham

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ficado distantes. Fui fazer novas amizades, com esse meu jeito camaleônica de ser. Participei da brigada Portinari, no governo de Arraes. Eu não só acreditava num mundo novo, como carregava esse sentimento nas minhas veias”. Essa é a Tereza que conhecemos até hoje. A chegada ao Brasil fez Tereza entender que precisava pintar e viver disso. A mesma mulher que já acumulou cargos públicos e que nessa reinvenção e particularidades, não pinta sobre o branco. “Pinto sobre o preto, sem desenho, embora eu ache que saiba desenhar muito bem. Mas acredito que essa é minha espontaneidade, minha marca”. Sobre referências, citemos também o nu e os bichos. “A pintura para mim é algo tátil. Tenho sempre a sensação de que estou pegando. E não é erotismo, é sensualidade para mim. E sobre os bichos, eu me considero instintiva. Sou muito mais bicho do que pessoa. Pego no chão e na terra. Qualquer muro que esteja na minha frente, irei pular. As conseqüências a gente vê depois. Falo disso lembrando dos gatos, com quem me identifico também. Sou

doce, mas se me arranhar, eu mordo”, relata entre risos. Nessa explosão de memórias e identidades, Tereza ainda arruma fôlego para dizer como ela se vê hoje. “Me defino como uma mulher doida e antes de ser qualquer outra, uma artista plástica. Arrumo seis horas seguidas só para pintar. E faço isso diariamente com toda força que existe em mim. Não atendo ninguém, não me alimento, faço isso na solidão. É algo carnal, que às vezes sangra. Tem o proibido, tem o pecado, tem a plasticidade dos gatos, não há religião e nem opressão, mas tem o bíblico e todos esses elementos estão presentes nos meus trabalhos. Eu mereço ter o direito de só pintar. Eu consegui minha identidade e mantenho esse diálogo através da minha arte. Uns entendem, outros não. Mas é o meu instinto que está ali. Minha maior realização é poder finalizar e assinar um quadro que tenha movido tudo isso em mim”.

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CAPA | ANTONIO LAVAREDA

Antonio Lavareda Sociólogo, cientista político, pesquisador, escritor, jornalista, comentarista e apresentador de televisão: são tantas atribuições que dispensariam um prefácio para esta entrevista. O nome de peso desta edição, Antonio Lavareda, é sem dúvida, o maior prestígio em consultoria política do país, acumulando a experiência em 91 campanhas eleitorais e em 25 governos. Nesta conversa, fala de sua trajetória, dos seus negócios, das suas obras, comenta sobre os últimos acontecimentos políticos e detalha uma visão apuradíssima, nua e crua, da mudança do cenário democrático brasileiro.

por Ana Paula Bernardes | fotos Armando Artoni

TERRA MAGAZINE- Quando se deu em sua vida o interesse pela política? ANTONIO LAVAREDA - Muito cedo, garoto ainda. A memória inicial mais forte, eu conto isso nas primeiras páginas do meu livro Emoções Ocultas, foi na campanha de Lott contra Jânio Quadros. Eu usava o broche da campanha, com uma pequena espada dourada, e senti muito a derrota do Marechal. No ano seguinte, comemorei a renúncia de Jânio Quadros. TERRA - Recentemente, o senhor deu um depoimento sobre a eleição de 2014 ser a mais imprevisível da história da democracia brasileira. Em cima de quê se baseia esta sua constatação? LAVAREDA - Vários fatos se associam apontando para esse grau de imprevisibilidade. As manifestações de junho do ano passado, uma terceira via que já era bem estruturada com Eduardo Campos e se tornou ainda mais expressiva com o retorno de Marina à disputa, o anseio por mudanças que alcançou mais de dois terços dos brasileiros, a estagnação em que foi mergulhada a nossa economia e tudo isso convivendo com a grande vantagem da presidente Dilma em tempo de Televisão e Rádio: três vezes mais que Aécio, cinco vezes mais que Marina, somada às vantagens conhecidas de uma incumbente; alguém que disputa a eleição sentada na cadeira presidencial.

TM - Citando os personagens centrais dessa eleição, o senhor concorda que eles acabaram estigmatizados em análises que levantam muito mais o perfil pessoal do que o lado comportamental? Como as lideranças podem utilizar isto em favor de cada postulante? LAVAREDA - Para o bem e para o mal, as campanhas presidenciais aqui e mundo afora, tendem e tenderão cada vez mais a reservar grande importância ao caráter dos candidatos, a esmiuçarem os atributos pessoais, e mesmo a sua vida privada. Em um mundo no qual as diferenças ideológicas reais foram minimizadas e os programas e propostas terminam convergindo em torno de obviedades, posto que sua elaboração está geralmente a serviço do marketing das campanhas, termina restando ao eleitor basear seus sentimentos em relação aos candidatos na percepção do seu caráter. TM - Em relação à candidata Marina Silva, que tipo de ganho ela obteve comparando-se em relação à sua última candidatura? LAVAREDA - Quando ela ingressa na disputa após a tragédia que ceifou precocemente a trajetória de Eduardo Campos, adicionou aos 19% que conseguira em 2010, novos contingentes de eleitores que expressaram nas ruas em 2013 o seu descontentamento com o sistema político e, também, parte significativa dos que rejeitavam


CAPA | ANTONIO LAVAREDA

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CAPA | ANTONIO LAVAREDA

Lavareda enfatiza a contribuição da neurociência para o marketing

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NeuroLab Brasil, a serviço do neuromarketing a presidente Dilma. Marina passou a encarnar a demanda difusa por mudanças que ainda não havia sido empalmada pelos até então pouco conhecidos candidatos da oposição. Esse patrimônio, contudo, sofreu uma erosão natural, produzida pelos ataques dos adversários, sobretudo da principal adversária. TM - O candidato Aécio Neves, o que leva de favorável para essa disputa em termos de estratégia? Muitos ressaltam que seria unicamente o fato dele trazer para construção de sua imagem a lembrança do seu avô Tancredo Neves e do último personagem forte da direita que foi Fernando Henrique Cardoso. O senhor concorda com isto? LAVAREDA - Acho que não podemos ser demasiadamente críticos em relação à estratégia inicial do senador Aécio Neves. Afora a demora em explicar o episódio do aeroporto construído na cidade de Cláudio, não consigo avistar nenhum erro importante em sua campanha, seja estratégico ou mesmo tático. Creio que fez o que deveria ser feito. O que ocorreu é que um tsunami passou sobre ele faltando apenas cinco dias para o início da propaganda na TV. A entrada de Marina, uma candidata bem mais conhecida do que ele, com um irresistível charme antissistema e forte empatia com os jovens – segmento que ele vinha até então cultivando com cuidado especial –, colocou sua campanha de ponta cabeça, exatamente no momento do take-off. Passada a fase de perplexidade , ele reagiu e chega na reta final do primeiro turno em situação de empate técnico com Marina Silva, impossibilitando-nos no momento desta entrevista, há cinco dias da eleição , fazer um prognóstico sobre qual dos dois irá para o segundo turno. TM - O que o Brasil perdeu, além do importante lado afetivo emocional, com o trágico falecimento de Eduardo Campos? LAVAREDA - Perdeu um dos mais notáveis políticos nacionais, dotado da rara capacidade de somar características muito importantes e que normalmente não caminham juntas. Eduardo era reconhecido por sua grande competência administrativa, pela sua capacidade de formulação de ideias e programas, pela sua capacidade de articulação paciente e sistemática, pela liderança que exercia no ambiente político e pelo notável carisma que marcava sua relação com os eleitores. Tudo isso se via magnificado por uma capacidade de trabalho ímpar, trabalho a que se entregava

É incrível podermos utilizar o conhecimento de ponta na área de neurociência para aprofundarmos a investigação no marketing de produtos, de marcas e, também, no marketing eleitoral

movido por um entusiasmo sempre juvenil. Que lástima assistir essa trajetória tão brilhante e tão promissora se extinguir tão cedo. Personagens assim não são substituídos com facilidade. TM - O seu livro Democracia nas Urnas é considerado uma bibliografia essencial em cursos de Ciências Políticas no Brasil. Quais as principais contribuições que ele traz para o entendimento do eleitor em relação à nova política brasileira? LAVAREDA - Esse livro, que está na terceira edição e me tomou sete anos para escrevê-lo, faz uma análise mais abrangente de todas as eleições ocorridas na primeira democracia de massas que tivemos no período do pós-guerra, 1945, até o golpe militar, em 1964. Ao analisar todos os tipos de eleições, de Presidentes a vereadores no plano nacional, regional, e em todos os estados da federação, elaborei as bases para o estudo da inter-relação das diferentes disputas eleitorais, de sua relação com o desenvolvimento social e econômico, e da influência da legislação eleitoral sobre a configuração e a fragmentação do sistema partidário. São ângulos e paradigmas que replicados e aperfeiçoados enriquecem a abordagem de quem se debruça, hoje, sobre o nosso sistema partidário contemporâneo. TM - O livro Emoções ocultas também é uma referência ao marketing político. O senhor acredita que diante desse novo cenário, cada vez mais é preciso utilizar outras ferramentas e indicadores, como é o caso de recursos neurológicos, para poder trabalhar estratégias políticas diferenciadas que reforcem a corrida das campanhas? LAVAREDA - Com certeza. Essa é a primeira análise da propaganda eleitoral no Brasil sob o enfoque emocional. A partir das constatações desse livro fica muito difícil desconhecer a importância, eu diria até centralidade, das estratégias emocionais nas campanhas eleitorais. TM - A ideia central do Neurolab vem daí? LAVAREDA - Logo após a publicação de Emoções Ocultas e com a repercussão que o livro obteve, a ideia do laboratório de neurociência aplicada foi se tornando imperiosa. É incrível podermos utilizar o conhecimento de ponta na área de neurociência para aprofundarmos a investigação no marketing de produtos, de marcas e, também, no marketing eleitoral. E é com muita satisfação que vemos o mercado cada dia mais

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CAPA | ANTONIO LAVAREDA fotos: arquivo SL/MCI

No lançamento do livro de sua autoria, Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais

aberto a experimentar esses novos caminhos. Caminhos que em breve serão praticamente obrigatórios, à medida que as pessoas se dão conta de uma verdade que Freud já proclamava há mais de cem anos: "A consciência é apenas o topo do iceberg". E, por isso, as ferramentas tradicionais de pesquisas quantitativas e qualitativas precisam ser reforçadas por métodos neurométricos e biométricos que permitem desvendar as emoções e outras reações inconscientes geradas pelas marcas, pelos produtos e pela comunicação. Respostas nesse campo podem fazer a diferença para o sucesso de uma marca ou de uma campanha publicitária. TM - O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) é uma das instituições mais respeitadas do Brasil no setor de pesquisas de mercado e opinião pública. No entanto, ele já carrega quase três décadas de história, acompanhando essencialmente a mudança na forma que o consumidor recebe hoje uma informação. Como ele precisou reinventar-se ou adequar-se para manter-se a posição que ocupa hoje? LAVAREDA - Primeiro, o Ipespe, criado em 1986, formou novas gerações de especialistas e técnicos. Um bom exemplo é a atual

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Diretora-Executiva Marcela Montenegro, que ingressou no Ipespe como estagiária há 23 anos atrás. Segundo, o Instituto investe todo o tempo em qualificação de suas equipes e em atualização tecnológica. Um caminho importante para isso são os convênios com Universidades, como a UFPE e a UFMG, e instituições internacionais, que dão lugar a muitas pesquisas acadêmicas que por sua vez dão lugar a publicações importantes com alcance nacional e geram novos conhecimentos. Traço importante do Ipespe é que ele é um instituto nacional, sediado no Recife. Não é apenas pernambucano, ou nordestino, sempre fugindo do provincianismo. Seus clientes estão espalhados por todo o País. Não há praticamente uma marca importante, privada ou pública, do Brasil que não esteja no nosso portfólio de clientes. Da Ambev ao Banco Itaú, da Fundação Roberto Marinho à Fundação Getulio Vargas, da agência de publicidade África à Propeg, da Prefeitura do Rio ao Governo de São Paulo, do Ministério da Educação ao Ministério da Saúde. São clientes que se espalham por 26 estados da federação, incluindo o Nordeste e Pernambuco, obviamente, onde qualquer instituição ou empresa importante foi ou é cliente do Ipespe.


No programa Ponto a Ponto, na companhia da jornalista Mônica Bérgamo e do ex-ministro Márcio Thomas Bastos

TM - O fato de o senhor ser um sociólogo e cientista político e atualmente apresentar um programa de televisão dedicado à pesquisa de opinião pública, na sua ótica, isto é uma maneira de prestar um serviço à população, de orientação política e social, principalmente? LAVAREDA - A participação ativa de consultores políticos e cientistas sociais na programação das TVs a cabo é muito comum nos Estados Unidos. Aqui, muito menos. Conta-se nos dedos. Vejo como uma contribuição que se pode dar à sociedade, compartilhando nacionalmente o conhecimento acumulado em muitos anos. Aqui em Pernambuco, tive alguma experiência com a mídia anos atrás. Entre 1985 e 1990 era uma presença constante em programas de rádio que discutiam eleições, no de Geraldo Freire, principalmente. Tive , também, participação fixa em um programa sobre política da então TV Pernambuco, dirigida por Helena Beltrão. Na histórica posse de Arraes, em 1986, passei quase o dia todo no ar como comentarista, na cobertura ao vivo da TV Universitária, dirigida por Mário Austregésilo. Hoje sou colunista da rádio Band FM, de São Paulo, e além do Ponto a Ponto, na BandNews TV, sou comentarista da TV Band aberta, com presença frequente, especialmente no Canal Livre e no Band Eleições, em que analiso o Índice Band Eleições, elaborado pelo Ipespe com a média ponderada das pesquisas. Afora isso, vez por outra participo em outras emissoras de TV e Internet como a TV Cultura e a TV Folha-UOL. TM - O senhor é conhecido de maneira plural como um multiempresário e como um cientista e estrategista político, mas quem é Antonio Lavareda, fora do ambiente político?

atividade é no setor de Inteligência Imobiliária, desenvolvendo projetos diferenciados que agregam valores aos empreendimentos e promovem sua relevância social. Em algumas outras atividades somos apenas investidores e as empresas são inteiramente dirigidas pelos sócios. Além dessas atividades, mantenho uma vertente acadêmica à qual dedico pelo menos 12 horas de leitura semanais; faço palestras com frequência em todo o Brasil; sou professor colaborador da Pós Graduação em Política da UFPE; e mantenho uma produção regular de artigos e livros, muitos deles figurando constantemente na bibliografia das principais obras dessa área. Por conta das minhas atividades, e porque insisti em morar no Recife, viajo muito. Só em 2013 embarquei em voos 135 vezes. TM - Alguns economistas já sinalizaram que 2015, independente de quem ganhe a eleição, será um ano histórico no sentido de reajuste para nossa economia. O senhor levanta esta bandeira ou conseguiria deixar algo de otimista para nossos leitores? LAVAREDA - Quem quer que se eleja, acredito que adotará o caminho necessário e hoje quase consensual para a nossa economia: trazer a inflação para o centro da meta, aumentar o superávit fiscal e reduzir o déficit com as transações externas. Com isso, vai melhorar a confiança e a credibilidade no País, o que aumentará o investimento dos agentes internos e externos e reduzirá muito a nossa vulnerabilidade, nos permitindo retomar o crescimento com níveis capazes de aumentar o bem-estar dos brasileiros. Sou otimista.

LAVAREDA - Fora do ambiente de comunicação, onde atuamos, além das pesquisas, com marketing e publicidade, nossa principal

OBRAS PUBLICADAS

- Legitimidade, Representaçãon e Crise Política (1985-Editora UFPE) - Poder e Voto .Luta Política em Pernambuco (1986-Editora Massangana) - A Vitória de Arraes (1987-Editora Inojosa) - Os Partidos no Pós Guerra (2007-UFPE) - Democracia nas Urnas (1991/1999/2011 Editora Revan ) - Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais (2009 –Editora Objetiva) - Como o Eleitor Escolhe seu Prefeito, em co-autoria com Helcimara Telles, (2011- Editora FGV) - A Relevância da Ciência Política ( 2014- Editora Revan)

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ENTREVISTA | OLGA KRELL

A Dama do mercado mercado editorial de decoração no Brasil

por Ana Paula Bernardes

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nossa protagonista, Olga Krell, de naturalidade polonesa, descreve com riqueza de detalhes sua história. Desde a chegada ao Brasil, sua vida foi marcada por grandes desafios e como que num instinto familiar, ela abraçou todos eles. Nesta entrevista, ela nos conta seu crescimento, da oportunidade de desbravar o mundo e fala da devoção plural pelas artes e pelas letras, já que esta é quem inaugura o conceito de editoriais em arquitetura. TERRA MAGAZINE - Como foi a chegada da sua família ao Brasil? Conte-nos um pouco de sua história. OLGA - Nasci na Polônia, em Cracóvia. No meu 4º aniversário a guerra com os nazistas estourou. Meu pai, que já vinha se preparando financeiramente, viajou conosco por dois anos, fugindo dos nazistas. Graças a esta economia, deu tudo certo. Chegamos à África de navio e de lá seguimos para o Brasil e a primeira parada seria o Recife. Não ficamos muito tempo lá, mas em seguida fomos para o Rio de Janeiro. Ficamos uns meses e depois seguimos de ônibus para o nosso próximo destino, São Paulo. É engraçado, mas o futuro da arquitetura já era São Paulo. TM - Como essa viagem influenciou sua vida? OLGA - Em todos os aspectos, principalmente culturais. Eu cresci com essa viagem na cabeça. Aprendi cinco línguas. Em São Paulo fui estudar na Escola Americana e depois fiz faculdade de arquitetura nos Estados Unidos. TM - E quando nasceu a vocação para arquitetura? OLGA - Meu pai também era arquiteto e ele tinha um escritório. Quando voltei dos Estados Unidos trabalhei com ele, mas eu percebia justamente o contrário, de que não tinha talento necessário para trabalhar com arquitetura. Não dessa forma.

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TM - E o jornalismo, veio quando? OLGA - Veio nesta época. Dr. Roberto e Dr. Victor Civita da Editora Abril sabiam que eu gostava de cozinhar e me chamaram para fazer a revista Casa Claudia. Fui lá e montei a revista, fazendo a cozinha experimental. Dr. Vitor me dizia que eu era uma filha para ele, e daí recebi o presente de viajar o mundo para conhecer as revistas famosas. Fui para Nova Iorque, Chicago, Itália, Alemanha, França. Nesse momento me dei conta de que estava correndo o mundo novamente. Dr. Victor me preparava para que eu fosse uma jornalista e assim fui estudar para isto. Ele me mandou para a Califórnia, onde fiz um curso e vim com diploma. Começou o desafio ali.


OLGA KRELL fotos reprodução TM - A Casa Claudia trouxe uma realidade completamente diferente para a forma de apresentar a arquitetura e dar a visibilidade adequada a esses projetos. A senhora se considera participante deste pioneirismo no tempo em que comandou a revista? OLGA - De fato não existia isso antes. E olhe que eu fazia revista somente com o necessário. Mas fizemos para uma classe A/B. A revista era feita para atingir este padrão. Fez muito sucesso e ainda mais como revista mensal. A fórmula utilizada foi o bom gosto. Passei 40 anos na Editora Abril e há 9 anos fui convidada pela On Line e aqui estou como Publisher. TM - Ao mesmo tempo, é pertinente citar a mudança editorial como um todo do mercado de arquitetura e decoração na atualidade, que inclui a ampliação do acesso ao tipo de informações. A senhora acredita nisto? A arquitetura hoje é mais acessível? Olga - Sem dúvida. Eu sempre viajei muito para o Nordeste e percebi esta mudança. O Recife, por exemplo, é um lugar pelo qual sempre nutri uma admiração imensa. E já há algum tempo vi a forma como a informação e o acesso estavam mudando. Isso favoreceu o mercado. Forçou a cultura a subir, melhorar e as pessoas passaram a entender o que é e de onde ela veio. TM - Em muitos de seus depoimentos é citada a arquiteta Janete Costa, que foi uma das responsáveis pela utilização da identidade popular nos projetos de arquitetura. Ela seria uma referência para nossa arquitetura neste sentido? OLGA - Foi minha guru. Eu a conheci quando fui fotografar a casa dela para uma de nossas edições. Ela me fez compreender que estava no Brasil. Ela me ensinou de fato a entender a cultura. E virou

TROFÉU OLGA KRELL DE DECORAÇÃO uma amiga muito querida. E veja que coisa linda, ela é lembrada em todo lugar. E isso é muito especial. Faço questão de ressaltar que Janete foi uma professora que ensinou o Brasil a entender a arquitetura. TM- O prêmio Olga Krell é um dos destaques nacionais quando se fala em arquitetura e decoração. Quando e como foi que surgiu a ideia de formatá-lo? E como a senhora o vê hoje perante o público? OLGA - Na minha faculdade nos Estados Unidos havia um prêmio. Eu voltei para São Paulo com esta ideia na cabeça e fundei o prêmio Olga Krell. O nosso interesse é saber o que acontece no Brasil, de Porto Alegre até o Piauí. Isso nos ajudou também na maneira de fazer uma revista mais ampla. Nós somos uma revista paulista que mostra o Brasil. E o prêmio é justamente isto, a oportunidade de mostrar o que os arquitetos brasileiros estão fazendo.



Talentos da arquitetura pernambucana

Patricia Chalacファa e Marcelo Souza Leaフバ

Anderson Lula Aragテ」o


TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

A minha referência é buscar o conforto do cliente" Patrícia Chalaça

No meu caso eu já gostava de construir meus brinquedos, a exemplo do carrinho de rolimã" Marcelo Souza Leão

Patrícia Chalaça e Marcelo Souza Leão por Ana Paula Bernardes

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adequar cada perfil à funcionalidade do projeto. Cabe ao arquiteto organizar e disponibilizar a riqueza de detalhes de cada espaço para dar ao final da obra, a satisfação do cliente. Nada é mais agradável do que criar um conjunto funcional para proporcionar uma vida melhor para quem vai viver ali. Eu acredito que o chique é ter um ambiente despojado, personalizado, mas que se possa utilizá-lo.

atrícia Chalaça e Marcelo Souza Leão tocam juntos o escritório há quase 20 anos. Formados pela FAUPE, eles assinam vários projetos de arquitetura propriamente dita, como é o caso dos campus da DeVry no Nordeste. Durante a entrevista, em perfeita sintonia, destacaram a palavra “funcionalidade” como sendo a preocupação maior da atuação do escritório, seja nos projetos residenciais ou corporativos. Confiram.

MARCELO - O projeto perfeito é algo difícil de ser concretizado, porém nosso desafio é buscar essa perfeição. Naturalmente, ele pode ser belo, mas não ser funcional. Nós temos que absorver cada identidade, estilo, e incorporar isso ao projeto, que podem ser ricos em vários aspectos, mas pecam no quesito conforto e possibilidades de aplicação. Isso é o nosso maior desafio. Desde o início da elaboração, devemos prover a utilização dos espaços.

Quando vocês perceberam que a arquitetura faria parte de suas vidas? PATRÍCIA - Desde criança eu pensava na arquitetura. Tenho um tio que é arquiteto no Piauí, Ricardo Roque, e eu o via trabalhando com aquela prancheta e ficava encantada. Passei a entender que a arquitetura muda a vida das pessoas, e eu queria fazer aquilo também. MARCELO - Quando criança eu já gostava de construir os meus brinquedos, a exemplo do carrinho de rolimã. E no meu caso nunca tive nenhuma influência familiar, mas decidi ali quando pequeno que queria ser arquiteto.

Quais as principais referências no trabalho de vocês? PATRÍCIA - A minha referência é buscar o conforto de cada cliente. Além disso, eu tenho uma interação muito forte com a natureza e conseguimos trazer isso de forma muito positiva para cada projeto que entregamos.

O que é mais desafiador na hora de projetar? PATRÍCIA - Muitas vezes agimos como psicólogos (risos). Precisamos observar os sonhos de cada cliente, entender e

MARCELO - Eu consegui acumular experiência em todos os lugares por onde passei profissionalmente, mas naturalmente quando conseguimos montar o nosso escritório, criamos nossas próprias características. Qual o maior sonho profissional de vocês? PATRÍCIA - Essa pergunta eu poderia responder por nós dois. Eu acho que quando o homem para de sonhar, para de viver. Os sonhos devem sempre existir. Nós temos um lado social muito


fotos divulgação

forte e um de nossos sonhos é o Projeto Casa da Criança, que completa 15 anos. Hoje, ele está presente em 16 Estados e são mais de trezentos arquitetos envolvidos. Nosso próximo sonho é transformar a educação pública do país através da arquitetura. Isso é possível, e em breve batalharemos por isto.

passam o dia inteiro fora e só estão em casa aos finais de semana, e isso naturalmente influenciou a nossa forma de criação e também na arquitetura dos grandes empreendimentos que hoje oferecem plantas compactas, mas com toda infraestrutura de lazer para as famílias.

O crescimento do mercado imobiliário agregou outros valores ao desenvolvimento dos projetos deste escritório? PATRÍCIA - Houve uma mudança de uma forma geral. Eu citaria também o aumento do número de faculdades de arquitetura e com isso muitos profissionais foram chegando ao mercado e buscando novas possibilidades. Antigamente os arquitetos se formavam e caiam no mercado escolhendo o que produzir. Hoje não é mais assim. Houve essa abertura de mercado com o aumento de pontos comerciais, da população local, e isso gerou uma maior demanda de trabalho. MARCELO - Com certeza houve a capilarização da arquitetura em relação aos seus serviços e também em função do desenvolvimento do mercado imobiliário. Isso é um fato. Houve também uma modificação dos hábitos e da forma de se utilizar diariamente as casas. Antes as residências viviam cheias durante a semana e hoje é justamente o inverso. O modelo familiar atual é de pessoas que

Como a diversidade dos produtos da A.Carneiro Home podem somar ao trabalho do seu escritório? PATRÍCIA - Na verdade a A.Carneiro teve a preocupação de acompanhar as novidades do mercado em termos de produtos e tecnologia. Hoje é uma loja que oferece muito mais do que decoração. MARCELO - Eu destacaria a parte comercial como um diferencial. São pontuais e perfeitos no que oferecem, garantindo total segurança tanto para o arquiteto na hora da compra, quanto para o cliente. SERVIÇO: Marcelo Souza Leão & Chalaça arquitetos associados Rua Doutor Raul Lafayette, 191 - Edf Universal - Sl 703 - Boa Viagem Fone: 81 3327-7963 www.marcelosouzaleao.arq.br

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TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA

por Ana Paula Bernardes

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nderson Lula Aragão é um dos melhores nomes da arquitetura contemporânea em Pernambuco. Formado em arquitetura e urbanismo em 1998 pela FAUPE, antes disso acumulou experiência de peso cursando Edificações pelas Escolas Técnica, Federal e Estadual. Aliás, foi nessas escolas que veio o “start” para elaboração de projetos. Ele ali entendera que gostaria de viver a obra por completo. Decidiu cursar arquitetura. Foi atrás e não parou mais. Atuou na área pública e voltou para a realidade do escritório de arquitetura onde assina projetos múltiplos atendendo diversos segmentos. Também é o criador do CAD - Centro de Arquitetura e Design, que reúne fornecedores, arquitetos e clientes, numa proposta de integração única no Estado. Confira a entrevista:

Anderson Lula Aragão Arquiteto não é só profissão. Ele quer acima de tudo trocar experiências e ideias, envolvendo personagens diversos para deixar a coisa mais coletiva”. 36| TERRA MAGAZINE

Quando você percebeu que a arquitetura faria parte da sua vida? Eu fiz Escola Técnica em 91. Cursei Edificações tanto na Estadual quanto na Federal. Queria descobrir a diferença entre as duas escolas. Não havia diferença, mas foi ali, de posse daquelas informações, onde eu descobri que queria ser arquiteto. Precisava ter contato com o projeto, mas também com a obra e como eu já era técnico, podia atuar. Hoje acredito que tenho o feeling mais aguçado graças à essa experiência. O que é mais desafiador na hora de projetar? Acredito que entender quaisquer que sejam as necessidades do cliente. Temos que saber o que ele realmente quer. Imaginem que pela cabeça desse cliente passam desejos múltiplos que precisam


Arquiteto usa sua expertise para projetar estacionamento de shoppings fotos divulgação

ser elencados e destacados em prioridades. A atuação do arquiteto aí vai ser a de uma entidade que mergulha na intimidade do cliente para poder deixá-lo o mais confortável possível naquela residência que está sendo projetada. Quais as principais referências no seu trabalho? Eu adoro o regionalismo. Sempre é possível colocar uma peça de artesanato dentro de um projeto e faço isso prestigiando artistas pernambucanos. Por exemplo, gosto do barro cru e trago nomes de artistas do barro de Caruaru, Salgueiro, Petrolina e outras cidades. Acredito que isso seja uma referência positiva no meu trabalho. Vejo com o quê o cliente mais se identifica e insiro este elemento na finalização do espaço. Qual o seu maior sonho profissional? O sonho de todo profissional que gosta do que faz é estar trabalhando. Agora estou dando mais um passo, que é a preparação para abrir meu escritório em outras cidades, tanto no interior, quanto em capitais mais próximas. A experiência que tive com o CAD está sendo maravilhosa e essa realidade de envolver fornecedores com arquitetos, criar tendências, ditar modas, também deve ser levada para outros locais, sem dúvidas. Sonho com isso. Arquiteto não é só profissão. Ele quer ser bem remunerado, mas quer acima de tudo trocar experiências e ideias, envolvendo personagens diversos para deixar a coisa mais coletiva. O crescimento do mercado imobiliário agregou outros valores ao desenvolvimento dos seus projetos?

Com certeza. Eu já vivi três fases da construção civil e por mais que desse uma desacelerada, as coisas continuavam acontecendo. Atualmente vejo um medo batendo à porta, com essa inflação e retração da economia, e com isso as pessoas param de investir em grandes projetos de arquitetura. Mas por outro lado, vejo famílias optando por deixar de ter hábitos externos e passando a gastar dentro de casa, investindo em áreas de convivência para receber seus amigos. Fazendo uma reflexão, vejo o quanto o conceito de casa era colonial. As pessoas não visitavam umas às outras. Hoje temos a sensação de que a casa é um porto seguro, onde as pessoas circulam e por isso investem mais em reformas, criando um novo momento no segmento de ambientação. Como a diversidade dos produtos da A. Carneiro Home pode somar ao trabalho do seu escritório? Percebo que para podermos apresentar um trabalho competente, é fundamental termos parceiros de qualidade para levar o melhor para o cliente. É isso que queremos passar. Vejo num bom produto uma forma ideal de fazer o melhor para nossos clientes, e a A. Carneiro Home oferece, além de inúmeras alternativas, um pósvenda que faz toda a diferença neste processo de encantamento com o cliente. Anderson Lula Aragão Rua Artur Orlando, 113 - Boa Vista www.andersonlulaaragao.com.br | andersonlulaaragao@yahoo.com.br




ESPAÇO DESIGN | PAULO AZUL

A IMPORTÂNCIA DA RECICLAGEM por Paulo Azul

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empre tive muita vontade de falar do movimento de reaproveitamento, reciclagem e sustentabilidade de forma geral. Não levantaria a bandeira da exploração do tema como modismo e afins, mas sim como importante compromisso que podemos ter através do nosso trabalho e por isso busquei um ponto de partida significativo, para não ser apenas mais um texto sobre o tema. Nesse universo de criação, é possível destacarmos a utilização de matéria-prima como madeira, ferro, vidro, alumínio, plástico, carpete, tecido e recortes de porcelanato e pastilha. Este universo acaba entrando no processo da classe mais econômica pela necessidade de ter utilidade e certa criatividade em muitos objetos de sua utilização. Mas a maestria dos elementos citados não para por aí. Entendo que esses materiais, na condição de reciclados, promovem a associação responsável das junções das cores e das formas em seus acabamentos. Ampliando esse entendimento, podemos exemplificar algumas de suas utilizações, como é o caso de encontrarmos esses materiais sendo reutilizados em projeto arquitetônicos em locais como nos morros do Rio de Janeiro, em escadarias e fachadas das residências, utilizando recortes de pisos, utilizando o ferro com vidros para compor vitrais formando divisórias belíssimas, onde a cor, formato e até a transparência de cada item, trazem luminosidade aos espaços montados. No caso específico dos tecidos, o leque de opções ainda é maior. Existe no mercado a possibilidade do seu reaproveitamento no fuxico, no patchwork em almofadas, colchas, revestimento de paredes e até mesmo em aplicações no teto.

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Já os carpetes apresentam textura, cores e fios diferenciados. Com eles conseguimos também fazer um bom trabalho em cima de uma condição criativa. Mesmo diante de todas essa possibilidades, eu sabia que precisava de algo ainda mais diferenciado. Procurava conhecer uma peça significativa que fosse a mola propulsora para falar sobre esse tema de uma forma geral. Foi aí que encontrei na peça “o senhor do tempo”, a representatividade de toda essa definição. O nome por si só já conduz esse processo. Eu falo do tempo de inovação, criatividade, e que leve a transformação para execução do reaproveitamento de produtos, mas que traga requinte e sofisticação em acabamento e expressão com a arte. Essa peça assinada pelo artista plástico Wilson Luiz, mantém como característica maior a utilização de mostrador de relógios, feitos com a composição de pedras semi-preciosas em tons de violeta, azul, lilás e por último com pastilhas vitrificadas , como prova de que é possível ter um trabalho com a base de sofisticação, simplicidade e com muita criatividade. Eu finalizo por aqui essa explosão de elementos. A ideia é que eles possam auxiliar os artesãos, artistas plásticos, designers de interiores, arquitetos e afins, para que tenham o melhor de sua inspiração. Porque reaproveitamento é criatividade, é moda, é arte e isso também pode servir como nosso compromisso e cuidado com o mundo. A peça está em exposição nas melhores lojas de móveis da cidade.

Serviço: Wilson Luiz | (81) 9703.4160


Obra "O senhor do tempo"

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artgardenmoveis

Av. Conselheiro Aguiar, 1875, Boa Viagem Recife/PE - (81) 3465 4128


MERCADO EM EXPANSÃO

Suape investimentos em serviços e mercado de luxo

Sheraton Shine Spa

SURGIMENTO DE HOTÉIS, SHOPPINGS E EMPRESARIAIS PARA ATENDER DEMANDAS DE SERVIÇOS PROVOCADAS PELO CRESCIMENTO DO PORTO E ÁREAS VIZINHAS TEM MUDADO A PAISAGEM DA REGIÃO Por Pedro Romero

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ais conhecido pelas grandes indústrias, principalmente Prova disso é que o shopping já aposta na diversidade de negócios das áreas naval e de logística, o complexo portuário de para incrementar seu crescimento. Além de ampliar o mall, o Suape já se destaca também pelos empreendimentos grupo está investindo no Hotel InterCity Suape, que está sendo ligados ao setor de serviços e ao mercado de luxo. Reflexo erguido junto ao Shopping Costa Dourada e terá a bandeira do natural da instalação do porto, a região assiste ao surgimento grupo InterCity, de atuação internacional. Com 296 apartamentos, de shoppings, empresariais, hotéis e o hotel será voltado para executivos e outras obras voltadas para atender às tem inauguração prevista para o segundo O empreendimento é único na crescentes demandas. Empreendimentos semestre de 2015. como o Shopping Costa Dourada, o Cabo região e está sendo erguido ao Corporate Center e o Sheraton Reserva do O imponente edifício terá 11 andares, sendo lado de um shopping em constante Paiva Hotel & Convention Center indicam dez para apartamentos e um, o décimo expansão e de um hotel em que os investidores apostam no setor primeiro, para lazer. Este andar contará construção” de serviços na região, uma das que mais com bar, uma piscina, uma sauna e uma crescem no Brasil. sala de ginástica. O hotel terá apartamentos padrão executivo e apartamentos com sala Um dos primeiros grupos a investir em serviços no complexo e escritório, além de restaurante com café da manhã, lobby para de Suape foi o SISA, com sede no município do Cabo de Santo auto atendimento e cinco salas para reuniões. A expectativa é que Agostinho, proprietário do Shopping Costa Dourada e de outros o hotel gere mais de cem empregos diretos e indiretos. empreendimentos. A construção do centro de compras, localizado às margens da PE-60, principal via de acesso ao Porto de Suape, foi “Buscamos sempre novidades, e a prestação de serviços é uma das marcada pelo pioneirismo, mas também pelo ceticismo de alguns tendências atuais dos shoppings. A ideia é que o cliente faça tudo empresários. O tempo mostrou que a aposta dos investidores em um só lugar. Com diversos tipos de serviços podemos atender estava certa. Hoje, o Shopping Costa Dourada vive em constante toda a região, evitando que as pessoas se desloquem para outras expansão e pode ser considerado um caso de sucesso. cidades”, diz Eduardo Cardoso, um dos diretores do centro de


O complexo de Suape recebe hoje grandes investimentos e possui muitas empresas instaladas de diversos setores, o que lhe faz um polo de bens e serviços de grande porte. Com certeza, o público relacionado com esse complexo é um público foco para o Sheraton”

compras. O grupo SISA também investe em loteamentos, como o Cidade Garapu, um dos maiores empreendimentos imobiliários da região Nordeste, e o Residencial Costa Dourada. Junto ao Shopping Costa Dourada, também está sendo erguido o Cabo Corporate Center, um dos empreendimentos da Construtora Rio Ave no complexo de Suape. Com vendas já iniciadas, o Cabo Corporate Center é ideal para quem deseja instalar ou desenvolver negócios na região. O empresarial conta com duas torres com sete pavimentos tipo salas e lâminas coorporativas, que podem atender a todos os tamanhos de empresas e negócios. “O empreendimento é único na região e está sendo erguido ao lado de um shopping em constante expansão e de um hotel em construção”, destaca o gerente comercial da Rio Ave, Leonardo Beltrão. Segundo ele, a construtora considera a área do complexo de Suape com um enorme potencial no setor de serviços. “Nosso público alvo são investidores e os próprios usuários dos imóveis. Gente que deseja uma renda extra ou pessoas que querem morar perto do trabalho”, detalha Leonardo Beltrão.

Cabo Corporate Center

Referência internacional em hotéis de luxo, a rede Sheraton escolheu a localização estratégica da Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, para instalar sua oitava unidade no Brasil: o luxuoso Sheraton Reserva do Paiva Hotel & Convention Center. O cinco estrelas traz para Pernambuco um novo conceito em hospedagem, integrando um projeto inovador ao turismo de negócios e lazer em total sintonia com o meio ambiente. São oito andares com 298 quartos, incluindo 18 Suítes Club e uma das maiores suítes presidenciais da região, com 120 metros quadrados. O hotel conta com um Sheraton Shine Spa e com uma academia Sheraton Fitness. Oferece ainda um Sheraton Club Lounge no último andar, com linda vista para o mar, dois restaurantes e um Beach Club com opções de lazer que incluem uma piscina e uma espaçosa área de descanso.

Shopping Costa Dourada

Um dos objetivos do Sheraton Reserva do Paiva é atrair os empresários do complexo portuário de Suape. Para isso, investiu em um moderno centro de convenções e eventos com mais de 1.500 metros quadrados que pode acomodar até 2.100 pessoas. Este é um dos maiores e mais bem equipados centros de convenções do Nordeste do Brasil. A gastronomia do Sheraton Reserva do Paiva é outra atração para o público do Porto de Suape. Além de servir aos hóspedes, o belo Restaurante Paiva Grill e o Lobby Bar, espaço de convivência e lazer, estão abertos aos visitantes. O serviço dinâmico e prestativo, comandado pelo Chef portugués Fernando Fonseca, inclui estações de cozinha ao vivo e preparações frescas e atraentes que satisfazem todos os tipos de paladar. “O complexo de Suape recebe hoje grandes investimentos e possui muitas empresas instaladas de diversos setores, o que lhe faz um polo de bens e serviços de grande porte. Com certeza, o público relacionado com esse complexo é um público foco para o Sheraton”, pontua Guido Frank Stütz, diretor do Sheraton Reserva do Paiva Hotel & Convention Center.

Hotel InterCity Suape


CULTURA |SHERATON RESERVA DO PAIVA

Francisco Villa Chan

OBRAS DE ARTE no Sheraton

por Pedro Romero

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nir a experiência de uma rede internacional de hotéis de luxo às características culturais do Nordeste e do Brasil. Esse é um dos objetivos do Sheraton Reserva do Paiva Hotel, localizado na Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Por isso, a nova unidade da rede Sheraton no Brasil usou obras de arte contemporânea de renomados artistas na sua rica decoração. São trabalhos de 13 artistas, todos nacionalmente reconhecidos, para serem admiradas e vivenciadas como uma nova experiência a cada visita, a cada passeio pelos ambientes do hotel. As obras embelezam ainda mais a sofisticada estrutura do Sheraton Reserva do Paiva, que oferece serviços exclusivos. Os quadros, esculturas, gravuras e fotografias transformam o hotel em uma espécie de museu e levam os hóspedes e visitantes a fazer uma viagem pelo rico universo cultural dos artistas Francisco Brennand, Jose Cláudio, Tereza Costa Rêgo, Miguel dos Santos, Jairo Arcoverde, José Barbosa, Thina Cunha, Roberto Ploeg, Bel Borba, Francisco Villa Chan, Lailson de Holanda, Fred Jordão e Maurício Arraes.

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Além de valorizar a arte e a cultura local, a exposição permanente de obras do Sheraton Reserva do Paiva tem como objetivo proporcionar uma ligação emocional com os hóspedes e visitantes. Para isso, agregou aos ambientes obras singulares de artistas com renomada capacidade de comunicação e expressão da cultura local, que transmitem a diversidade cultural de um povo. A primeira preocupação ao reunir as obras de arte foi que elas apresentassem uma relação direta com o contexto cultural, geográfico, histórico e artístico da região onde o Sheraton Reserva do Paiva Hotel está situado, ou seja, a região Nordeste do Brasil. Dessa maneira, o hóspede inicia sua estada na Praia do Paiva, litoral de Pernambuco, tomando contato, desde as áreas de recepção do hotel até a intimidade do seu quarto, com imagens pictóricas e/ou fotográficas que passam de uma maneira transversal as informações necessárias para a sua compreensão do ponto geográfico onde decidiu se instalar.


Jairo Arcoverde Com belas paisagens, esse ponto geográfico conta com belezas dignas de uma verdadeira obra de arte. A nova unidade Sheraton fica numa localização privilegiada, na Reserva do Paiva, um bairro planejado, localizado a apenas 14 km do Aeroporto Internacional de Guararapes e do Complexo Industrial e Portuário do Suape. O bairro conta com condomínios residenciais e outros empreendimentos, como um grande centro empresarial, localizado ao lado do Sheraton, e um centro de alimentação e de serviços. É nessa área, tendo na frente a paisagem de praias paradisíacas e na parte de trás os mangues formados pelo Rio Jaboatão, que o Sheraton Reserva do Paiva se destaca. Como seus restaurantes e outros serviços são abertos ao público, o hotel está se tornando ponto de encontro de pessoas das cidades da região, como Recife, Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.

Roberto Van Der Ploeg

Maurício Arraes

Francisco Brennand

Serviço: Sheraton Reserva do Paiva Hotel e Convention Center Reserva do Paiva, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. CEP: 54.590-000 +55 (81) 3312-2000 www.sheraton.com/reservadopaiva www.facebook.com/sheratonreservadopaiva www.instagram.com/sheratonreservadopaiva

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GASTRONOMIA

por MÁRCIO FIGUEIRÊDO | fotos DÉBORA GUELMAN

Naná

Vasconcelos une música e gastronomia

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músico e sua família imprimem todas suas andanças no mundo através de pratos, trilhas sonoras e ambientes no novo bistrô e café da capital pernambucana

O percussionista pernambucano Naná Vasconcelos, um dos mais conhecidos músicos brasileiros, abriu as portas do seu restaurante bistrô e cafeteria, no Recife. Vasconcelos’, como se chama o estabelecimento, é um lugar onde música e gastronomia se unem num diálogo harmonioso, tudo marcado pelo bom gosto, pela criatividade, a elegância e a simplicidade de Naná. O cardápio da casa tem assinatura dos chefs Lívia Deodato e Eddie Junior, da Domus Consultoria. A dupla criou pratos que refletem os apegos e as lembranças de Naná e a família dele, mostrados de forma contemporânea, passeando pela culinária de vários países que fizeram e fazem parte da trajetória pessoa e artística do percussionista, sem esquecer suas origens e valorizando ingredientes regionais. “Criamos um mix em cada prato, nos quais o cliente vai encontrar em uma só preparação ingredientes de vários lugares do mundo, porém sem tanta complexidade e sim mais a pureza e simplicidade, sempre apresentado de forma sofisticada”, explica Lívia.


CARNE DE SOL COM MOUSSELINES DE JERIMUM E INHAME

“Na música, eu sempre procuro os sons dos extremos: o erudito e o popular. Isso harmonizado com simplicidade e elegância são conceitos que procurei passar para toda equipe do Vasconcelos’”, diz Naná.

PETIT GATEAU DE BANANA DA TERRA COM SORVETE DE CANELA

O restaurante Vasconcelos’ é dividido em dois espaços: um bistrô, para 60 pessoas, que funciona de segunda a domingo das 18h à meia-noite; e uma cafeteria, para 35 pessoas, aberta de segunda a sábado das 10h às 18h, e aos domingos das 10h às 16h. O cardápio do bistrô é um passeio pela Europa, onde Naná Vasconcelos morou por cinco anos. Nos pratos, os chefs colocaram alguns ingredientes típicos dos países do Velho Continente com toques locais, como a salada de pato com molho oriental. Ainda há, também, uma carne de sol, aratu, polvo, cordeiro, tempurá de camarão, duo de carpaccio; saladas brasileira, americana e europeia; massas tradicionais e umas nem tanto – como o arroz vermelho com pato. Já as sobremesas contemplam preparações como petit gateau tradicional e o de banana da terra com queijo manteiga (criação exclusiva), além do pain d’épice, um tipo de pão de mel de origem chinesa e muito valorizado na França. Na cafeteria, ou coffee place, o clima e o cardápio trazem um toque norte-americano, em clara referência aos 27 anos que Naná morou nos Estados Unidos. Aos domingos, das 10h às 16h, é servido o brunch, com quatro opções de pratos, que vão desde o mais light (com pão integral, frutas da estação, quiche, salada, presunto light e geleia) a um regional (com cuscuz, queijo coalho, banana, etc), passando pelos tracionais nova-iorquinos. No Brunch também não faltará a Mimosa, um coquetel de champanhe e suco de laranja, que o músico pernambucano adora. Durante a semana, a cafeteria

funcionada como um espaço mais despojado, com cardápio de bolos, doces e salgados, além de espumante, licores, sucos, milk shakes e a famosa soda italiana. Uma carta especial de vinhos e espumantes também foi criada, pelo sommelier Ângelo Bruno, com produtos nacionais e internacionais.

chefs Eddie Junior, Lívia Deodato e Naná Vasconcelos

Vasconcelos’

Rua Dr. Carlos Chagas, 135, Santo Amaro (81) 3423-7906/ 8349-1885


TERRA SOCIAL FESTA DE LANÇAMENTO DA EDIÇÃO DA TERRA MAGAZINE O lançamento da 30ª edição da revista Terra Magazine foi maravilhosa, no paradisíaco Hotel Sheraton Reserva do Paiva. O lugar dispensa elogios, além de lindo, tem um serviço impecável. Contamos com a presença da queridíssima blogueira Camila Coutinho, que nos deu a honra de estampar a capa da edição. A festa foi embalada ao som da banda Expresso Folia, lotando o dancing, e como sempre, a animação ficou por conta dos amigos, parceiros e convidados ilustres. Claudio Barreto, Helder Marcelino, Camila Coutinho e Guido Stütz

Edmundo Rodrigues e Kelly Anne Ferreira

ricardo albuquerque e valdejane moraes

kris foster e thais pessoa

Kátia Peixoto e Eduardo Henrique

Alisson ramalho, vanessa e Liziane

rebeka e damião guerra

IZABELLE RINO E ANA PAULA BERNARDES

Taciana Carulla e Daniel Pessoa

lourdinha oliveira e oscar nóbrega


katia gomes e roberto carlos

joão e Yasmina vilaça

Homero Moraes e Luciano Lima

Gabriela e Flavio Sivini

Anderson Aragão

marina motta e otávio meira lins

Marina, sheila, josé augusto carneiro e thaisa

Olavo andrade e daniela gusmão

Michele Simões e Maria Helena Queiroz

cilene monte, leandro pereira e cibele monte

romildo alves e Alexsandro Sena

Convidadas ilustres

Carlos Buarque de Gusmão e Joana tavares

Andréa Lemos e João Didier

Claudia e Humberto Pessoa de Melo


TERRA SOCIAL

LANÇAMENTO DA 30ª EDIÇÃO NO SHERATON RESERVA DO PAIVA

Diego Nunes e Camila Coutinho

Joana Tavares de Melo e Andreza Lima

Tony Jordão e Jacqueline Ferreira

Paulo Camelo e Silvana Salazar

A BANDA EXPRESSO FOLIA ANIMOU A FESTA

DANIEL NUNES, RENATA VERAS E CARMO BARRETO

fernanda mossumez

Victor Vila Nova, Nayara Moreira e Robson Vila Nova

Leonardo Barbosa e Júlio Rizuto

Hélio Dubeux e Amanda Moura

José Wiles E bRUNA BRESANI

André almeida, alessandra santos e alan lobianco

paulo azul

Guilherme Eustachio



TERRA SOCIAL Believe by Lead! As empresárias Carla Bensoussan e Daniela Gusmão lançaram no último mês de setembro a Believe Comunicação Integrada – braço de comunicação da Lead!. A ocasião contou com a apresentação do painel Os Novos Caminhos da Assessoria de Imprensa, conduzido por Daniela, junto à jornalista Joyce Pascowitch, do Grupo Glamurama, e à empresária Tatianna Oliva, à frente da CrossNetworking, companhia que atua no cruzamento de marcas, responsável por parcerias como Apple e Nike, e pelo Camarote da Brahma na Sapucaí.

Dani Gusmão, Joyce Pascowitch e Carla Bensoussan

Jamine Tinoco entre Rodrigo e Robertha Limoni

Adriane Galisteu brilhou em lançamento da Pandora

léo barbosa, izabelle rino e claudio barreto

Nilton Tagliari e esposa

Presidente da Jaguar Land Rover em Recife Fotos Gleyson Ramos

Louise e Catherine Vasconcelos

Exposição na IÓ BRASIL Fotos Gleyson Ramos

Marta, Terry Hill, Roberta e Paula Queiroz

Salim Moisés, Alípio Tenório, Paulo César e Luciana paulo

O inglês Terry Hill, presidente da Jaguar Land Rover para América Latina e Caribe em visita as concessionárias Rota Premium (Jaguar e Land Rover) do Nordeste

A Ió Brasil abriu a sua temporada de exposições com o artista plástico e arquiteto, Alípio Tenório. Um seleto grupo de convidados prestigiou a abertura da exposição, que reuniu cerca de 150 pessoas.

Lançamento da nova coleção da Pandora no Shopping Recife. Para apresentar a linha de joias, intitulada Segredos da Floresta, a franqueada da grife no Recife, Kátia Gomes, convidou a apresentadora e atriz Adriane Galisteu. Além da loira, Rachel Maia, CEO da marca também marcou presença e falou que atualmente, a joalheria está posicionada como a segunda maior do mundo no quesito vendas.

terry hill e ranulfo queiroz

Demazinho Gomes, Márcia Nejaim e Kilder Menezes


TERRA SOCIAL

Cláudia Magalhães em lançamento para vip's

Fotos Gleyson Ramos

A dermatologista Cláudia Magalhães, uma das profissionais mais brilhantes do estado e pioneira quando o assunto são as novidades dermatológicas, apresentou a convidados de peso da sociedade pernambucana, no restaurante It, na Dona Santa Santo Homem, seu novo tratamento que promete um verdadeiro milagre quando se trata de pele, o ILipo, equipamento à laser de iodo de baixa intensidade. O processo é indolor, não causa manchas e não tem restrição de peso, isso porque ao invés de quebrar a célula de gordura, a nova tecnologia esvazia a célula, sem causar nenhum tipo de dano à pele. O ILipo é ideal para quem quer perder aqueles quilinhos que estão sobrando ou até mesmo a gordura localizada.

roberta jungmann, joão alberto e cláudia magalhães

Rejane Coutinho e Rita Gueiro

cláudia magalhães, Paula e Luiza Brennand Guerra

GardÊnia FigueirÊdo e LiZetinha Coelho

juliana santos, cláudia magalhães e camila coutinho

Heracliton Diniz e Kiko Selva

Luana Montenegro

Telma e Marcela Brennand e Dra Claudia Magalhaes

Clara Dubeux, cláudia magalhães e Cláudia Brennand

Léa Araújo

Socorrinho Leite

Beth e Eduarda Curra


TERRA SOCIAL Muita velocidade e requinte O abre do Maison Delpizzi

walério araújo A empresária Diana Pizzi Janguiê inaugurou sua Maison Delpizzi em Boa Viagem, no início de agosto, cujo carro-chefe do empreendimento é moda festa: vestidos, sapatos, bolsas e semi-joias. O projeto da loja leva assinatura do arquiteto Anderson Lula Aragão. No primeiro andar da loja existe um espaço onde o estilista Walério Araújo montou uma coleção-cápsula exclusiva para ser vendida na maison.

O F-Type Day foi uma oportunidade única que os pernambucanos tiveram de testar o turbinado modelo da Jaguar: o F-Type Coupé. Na ocasião, os convidados que deram uma volta no sofisticado superesportivo se sentiram realmente “vivos”. O evento aconteceu em esquema all-day na concessionária Rota Premium Boa Viagem.

Kleber e Lucineide Bortoletto

Adriana e Joaldo Janguiê

Paula Queiroz e Eduardo Pessoa

Gustavo Colaço e filho

Theobaldo Lopes e Milton Reis

Festa VIP reúne amigos de Marcelo Santos no Show de Ivete Sangalo O publicitário e empresário Marcelo Santos, mais uma vez inovou, comemorando seu aniversário em área VIP para 300 convidados no “Maior Show do Mundo”. O cercadinho estilo “backstage” que ficou em localização super estratégica, ao lado do palco, teve patrocínio do Whisky Grant’s 12 anos e reuniu muita gente bonita e animada, clientes da Bandeirantes Mídia Exterior, profissionais de agências de comunicação e amigos do empresário.

Vina Calmon vocalista da Banda Cheiro

Marcelo Santos e Eliza Stoski

Evandro Giacobbo e sua esposa

A Grant’s 12 patrocinou a festa com seu Scotch 12 anos

Paulo Avelino e Vinícius Oliveira



POR TRÁS DA GRAVATA | DR. JOÃO VILAÇA

Por trás da gravata COM DR. JOÃO VILAÇA

MÉDICO E ARTISTA PLÁSTICO NAS HORAS VAGAS 58| TERRA MAGAZINE


por Ana Paula Bernardes

O

médico oftalmologista João Vilaça encabeça nosso Por Trás da Gravata desta edição, falando de sua paixão pelas tintas e pelos pincéis. Fizemos suas fotos no ateliê de sua casa, onde ele exibe com orgulho suas telas. Sócio fundador do HVisão, permanece 12 horas corridas dentro do seu consultório, na Ilha do Leite. Ele contabiliza 50 pacientes atendidos durante o dia e realiza mais de 80 cirurgias ao mês. Mas é aos finais de semana em sua residência, que ele conta que alivia toda essa tensão pintando. “As pessoas destacam aspectos muito positivos de mudanças em suas vidas praticando hobbies. Este foi o meu caso. Pintar me ajuda a ter o equilíbrio emocional necessário para a constante busca de resultados da minha profissão, além da atuação na área administrativa do hospital”, relata o médico que pinta o abstrato, o geométrico e um pouco de pintura figurativa, totalizando cerca de 90 quadros espalhados por aí. Essa trajetória com a arte de pintar teve início ainda na adolescência, de forma autodidata e sem influência familiar, já que é filho de militar e de uma portuguesa radicada no Brasil, que não transmitiram nenhum feeling artístico para João. Mesmo assim, desde a infância, ele conta que já se destacava nos desenhos. “Eu era introspectivo e tímido, mas gostava de desenhar e fazia isso na sala de aula e as pessoas diziam que eu pintava bem. Foram coisas simples, mas que me estimularam”, relembra o médico que, gostando também de ler, montou uma biblioteca com 150 livros de pintura que lhe serviram de conhecimento e inspiração. Durante a sua residência médica, João Vilaça precisou morar fora e quando os seus filhos nasceram, decidiu usar o tempo livre para se dedicar unicamente a eles e a brincadeira com as telas precisou ser interrompida nesses dois momentos. Quando decidiu retomar, o fez de forma mais profissionalizada, buscando um curso rápido de três meses em Olinda com Josael de Oliveira, aprendendo desenhos e técnicas de pintura. “Foi importante para aprender outras técnicas. Eu sentia que estava muito primitivo. Na época eu só fazia pesquisas”, explicou.

E parecia que por aí começaria uma aventura de verdade pelo mundo das telas. João nos contou que a pintura gerou nele um verdadeiro entusiasmo que o levou a participar de concursos na área médica. “Participei em 1997/98 do Encontro Cultural do CREMEPE, onde despretensiosamente apresentei dois quadros a óleo. A surpresa foi que um deles foi escolhido por unanimidade pelo júri premiado como melhor quadro do concurso. Este prêmio me permitiu participar de uma mostra individual no CREMEPE com dezessete quadros meus, dos quais foram vendidos quinze num só dia, e posteriormente participei de outra exposição na Academia Pernambucana de Letras”. Outra lembrança do médico foi a da Primeira Bienal Médica de Artes Plásticas e Música, em 2002, com 995 médicos inscritos em todo Brasil. “Tive a sorte de sair no livro da mostra como quarto melhor trabalho. Apenas 50 foram escolhidos”, diz João Vilaça, que conta ainda que quando viaja, não perde a oportunidade de desbravar os grandes museus mundiais. “Como grande admirador das artes plásticas, já conheci o Metropolitan de Nova Iorque, MoMA (Museu de Arte Moderna, também situado em Nova Iorque), Louvre, Prado, D’Orsay, British Museum, Guggenheim, Museu do Vaticano, Uffizi de Florença, etc”. Esse universo artístico também lhe rendeu preciosas amizades, entre artistas plásticos e curadores, como é o caso de Badida, Roberto Lúcio, Ploeg, Dantas Suassuna, Reynaldo, Álvaro Caldas, Marcelo Peregrino, Carlos Trevi, Armando Garrido, Marcelo Silveira e tantos outros. A ligação da medicina com a pintura pode até ter nascido por acaso, mas na concepção do nosso entrevistado, o maior triunfo de tudo isso é que a arte o ajudou a humanizar a importante relação entre médico e paciente. “Conseguir conciliar duas atividades em harmonia, como é o caso da Medicina e da Arte, requer senso de equilíbrio e dosagem, e quando atingido, um será o combustível do outro. Há uma frase de Hipócrates de quando escreveu seus Preceitos, que diz: ‘Onde está o amor à raça humana, aí também está o amor pela arte’”.

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DIÁRIO DE BORDO | MARCELO SANTOS E ELISA STOSKI

DIÁRIO DE BORDO

NOVA YORK por MARCELO SANTOS E ELISA STOSKI

N

ova Iorque ou Nova York é a cidade mais populosa dos Estados Unidos e a terceira cidade mais populosa da América, atrás de São Paulo e Cidade do México. A cidade exerce um impacto significativo sobre o comércio, finanças, mídia, arte, moda, pesquisa, tecnologia, educação e entretenimento de todo o planeta. Nova Iorque abriga a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo um importante centro para assuntos internacionais e amplamente considerada como a capital cultural do mundo. A cidade também é referida como Cidade de Nova Iorque (em inglês: New York City), para distingui-la do estado de Nova Iorque, do qual faz parte. Localizada em um dos maiores portos naturais do mundo, a cidade é composta por cinco regiões: Bronx, Brooklyn, Manhattan, Queens e Staten Island.

A CHEGADA A primeira dica importante é não perder tempo. O check-in dos hotéis e apartamentos são realizados à partir das 15h. Se o vôo chegar como o nosso na parte da manhã, vale muito apena fazer um City Tour de carro para conhecer inúmeros pontos turísticos da cidade e depois visitar cada um com mais tempo. Algumas empresas de Brasileiros prestam este serviço de City Tour que geralmente dura 4 (quatro) horas.

O HOTEL Nova Iorque é sem dúvidas a cidade dos sonhos, mas se você não se preparar, viajar para lá pode se tornar uma experiência diferente da esperada. Outra dica importante é encontrar um hotel bem localizado, próximo a Times Square, o lugar mais visitado pelos turistas e onde passa a Av. Broadway, repleta de teatros, restaurantes, cafés e lojas. Os hotéis próximos a Times Square são mais caros, mas permitem você ir andando para os melhores espetáculos e musicais do mundo. Fomos ao “Fantásma da Ópera”, que continua incrível e emocionante, em cartaz há mais de 20 anos na Broadway. Também fomos a “Le Miserables” (Os miseráveis), uma super produção de várias histórias que se passam no tempo da revolução Francesa. Existem ainda outros espetáculos como

“O Rei Leão”, “Chicago”, “Mamma Mia”, dentre inúmeros outros que podem ser consultados através do site www.broadway.com. O hotel que escolhemos foi o New York Marriott Marquis, que reputo como o de melho r localização da Av. Broadway, com estrutura e atendimento impecável. Reservamos um quarto com vista para a Times Square e tivemos uma experiência incrível, ao ver lindos painéis gigantes de Led e a agitação das pessoas andando nas ruas e calçadas pela madrugada.

EMPIRE STATE BUILDING Fizemos uma visita ao Empire State Building, considerado o ícone de Nova Iorque, é um arranha-céu de 102 andares localizado na interseção da 5ª Avenida com a West 34th Street. Foi considerada uma das estruturas mais altas do mundo por mais de quarenta anos, desde a sua conclusão em 1931 até que a construção da Torre Norte do World Trade Center, em 1972. O prédio possui 365 mil toneladas e 73 elevadores. As luzes formam um cenário no topo e mudam de acordo com o dia e as datas comemorativas. Como estávamos em um Hotel na Times Square, andamos cerca de 20 minutos e chegamos ao Empire State Building. Lá compramos as entradas (cerca de 20 dólares por pessoa) e subimos ao 86° andar, para contemplar uma inesquecível vista dos quatro cantos da cidade de Nova Iorque.

5º AVENIDA A 5th Avenue (5º Avenida) é a via mais movimentada de Manhattan e devido as caríssimas propriedades e mansões históricas que possui em toda a sua extensão, é um símbolo de riqueza e poder da cidade. É uma das melhores ruas para fazer compras no mundo e uma das mais caras também. Lá pudemos encontrar lojas de rua das grifes mais famosas do mundo, como: Prada, Channel, Giorgio Armani, Louis Vuitton, Versace, Bulgari, dentre inúmeras outras. Caminhar pela 5º avenida, ver a movimentação e todas essas lojas é um programa muito agradável. Em um determinado ponto da 5º Avenida, nos deparamos com a Igreja de San Patrick, uma das mais lindas de Nova Iorque e dos Estados Unidos. Nesse ponto


EM TORNEIO DE TENIS US OPEN

você encontra-se em frente ao Rockfeller Center, um complexo de prédios com lojas e o mais famoso local de patinação dos Estados Unidos no inverno. Visitamos o local, fizemos muitas fotos e compramos ingressos para ir ao “Top of the Rock”, o topo do prédio mais alto do Rockfeller Center e um dos pontos turísticos mais visitados de Nova Iorque. Lá, pudemos fazer fotos maravilhosas, onde se tem uma bela vista dos arranha-céus e do Central Park.

pelo menos dois dias para visitá-lo. São 25 prédios interconectados que abrigam 46 salas permanentes de exibição, laboratórios e uma biblioteca. O acervo supera os 150 milhões de espécimes da natureza, porém, só uma pequena fração deles está disponível para a exibição.

O WORLD TRADE CENTER (WTC) E WALL STREET

Nova Iorque é a cidade que tem a maior diversidade de restaurantes no mundo. São milhares de opções de todos os tipos de culinária. Mesmo morando lá há muito tempo, é impossível conhecer todas as opções. Irei citar alguns restaurantes que fomos em nossa viagem: 1- TAO Downtown: Vale a pena conhecer este restaurante oriental que fica no subterrâneo, com uma arquitetura e decoração indescritível. Localizado em Downtown, o TAO nos dá uma sensação de olhar e fazer sentir como se estivéssemos décadas atrás, descobrindo cada espaço ao longo de uma experiência gastronômica maravilhosa. 2- The View: O restaurante fica no 48°. andar do Hotel New York Marriott Marquis. Para chegar até lá, usamos um elevador paranorâmico de alta velocidade. O restaurante é o único giratório da cidade, o que permite contemplar uma vista impressionante de todos os ângulos de Nova Iorque. O preço é alto, mas pela vista e serviço de alto nível, vale a pena conhecer. 3- The River Café: É um dos locais mais exclusivos de Nova Iorque e da América. Abrigado sob a ponte de Brooklyn, com vistas deslumbrantes sobre o horizonte de Nova Iorque e da Estátua da Liberdade, este elegante restaurante, desde 1977, foi um destino favorito para os nova-iorquinos e visitantes de todo o mundo que exigem o mais alto nível de gastronomia. Com uma premiada e excelente carta de vinhos, música de piano romântico noturno, arranjos florais de tirar o fôlego, o River Café é mais do que simplesmente jantar, muitas vezes é uma experiência mágica. 4- Loeb Boathouse: Em pleno Central Park, entre 74th e 75th Street. Delicioso para almoçar. Imagine poder curtir o lago e observar centenas de espécies de pássaros e depois alugar um barco ou mesmo autênticas gondolas venezianas.

Nos deslocamos de Taxi para conhecer o centro do poder financeiro mundial. O World Trade Center é um complexo de edifícios em construção na região de Lower Manhattan, em substituição ao complexo original de sete prédios que anteriormente existia no local com o mesmo nome. O WTC original, caracterizado por marcantes torres gêmeas, foi inaugurado em 4 de abril de 1973 com 110 andares, e destruído durante os ataques de 11 de setembro de 2001. Wall Street fica bem próximo ao complexo do WTC e compreende atualmente o mais importante centro comercial e financeiro do mundo. Perto de Wall Street, onde encontra-se a bolsa de valores de Nova Iorque que é a mais importante do mundo, existe a estátua de um touro, também chamado “touro de Wall Street”, muito visitado pelos turistas e simboliza esperança, confiança e otimismo em relação aos eventos futuros do mercado financeiro.

MUSEUS Entre os muitos atrativos de uma visita à Nova Iorque, seus museus merecem um destaque especial. Há museus para todos os gostos e idades, generalistas ou especializados, grande e pequenos. Visitamos o MOMA - Museum of Modern Art e lá vimos muitos quadros de Picasso, Matisse, Van Gogh e vários outros importantes artistas. Outros museus que vale a pena conhecer: O Metropolitan Museum que é muito grande e precisa de um dia todo para visitar, o Guggenheim Museum, que reúne arte, exposições modernas e contemporâneas. O American Museum of Natural History (Museu Americano de História Natural), também é muito grande e requer

RESTAURANTES

TERRA MAGAZINE | 61


ENTRETENIMENTO | BANDA EXPRESSO FOLIA

BANDA

EXPRESSO FOLIA UM DOS NOMES DA DIVERSÃO PERNAMBUCANA

por Ana Paula Bernardes

V

ocê pode até não ter ouvido falar ainda, mas guarde esse iniciais foram na época de escola, onde Rafael e amigos do nome: Banda Expresso Folia. Logo logo ela poderá estar no colégio Salesiano se reuniam e tocavam aos finais de semana, seu evento. Isso porque o grupo liderado pelo talentoso e em churrascos e pequenos eventos de amigos. Eles foram os carismático vocalista Rafael Coutinho, tem uma agenda volumosa responsáveis pela montagem do festival de bandas da escola que dentro de eventos corporativos e festas privês, não só no Estado foi um sucesso e aquilo martelava na cabeça dos jovens músicos. pernambucano. A banda realiza shows Na viagem do terceiro ano do Colégio para também em outras cidades nordestinas Bahia, nascia a banda Expresso Porto Seguro. Eu acredito no trabalho e há três anos, sempre no mês de julho, Dali, os palcos seriam a formatura de colégio autoral. Já temos 7 participa da festa de confraternização em e outros contatos profissionais que foram músicas e investimos solos americanos dos jovens pernambucanos aparecendo. nisto também” levados aos Estados Unidos pela SevagTur. A bandeira Porto Seguro no nome pesava Mas colher frutos deste sucesso não foi algo realizado do dia muito, afinal, era uma banda que ia além das questões puramente para a noite, tampouco caiu do céu. Rafael contabiliza os 11 do axé music, apesar desta ser a principal codificação em seu DNA. anos na estrada, olhando para trás sabendo que ainda há muito Em 2011 a banda seria batizada oficialmente como Expresso Folia, a fazer. Ainda assim, é uma história legal de se contar. Os palcos firmando-se num novo posicionamento perante o mercado. Hoje 62|terra magazine


também não mais mantém a formação original, já que muitos daqueles jovens decidiram trilhar outros caminhos profissionais. Fato de natural entendimento, tendo em vista a barreira grande que eles teriam pela frente,seja familiar, seja de luta profissional neste que é, sem dúvida, um dos setores mais árduos da cultura brasileira. Rafael Coutinho, no entanto, assumiu esta liderança, mas confessa que também precisou decidir-se entre a banda e a carreira bem sucedida de publicitário, com um currículo que já mostrava presença nas grandes agências pernambucanas: AMPLA, Mart Pet, Grupo 9, Black Ninja, entre outras. “Toda ruptura é uma decisão difícil. Sempre gostei da minha profissão e já estava consolidado nela, sabia que era a hora de me desligar para me dedicar à música”, ressalta. Hoje o grupo já está no seu quinto CD, mesclando músicas autorais e grandes sucessos da atualidade. “Eu acredito no trabalho

autoral. Já temos 7 músicas e investimos nisto também”, explica Rafael. Sobre a agenda volumosa da banda, realmente é algo para se programar antes de contratar. Tem festas reservadas com até um ano de antecedência. Recentemente eles lançaram o projeto Expresso Delivery, onde a banda oferece o serviço num formato pocket, se adaptando à estrutura física que o cliente possua. De uma forma ou de outra, vai ser diversão na certa! Serviço: Banda Expresso Folia Contatos para shows: 81 92324664 – produção@expressofoliaclub.com.br @bandaexpresso


MODA | ESTILO DE VIDA NAS RUAS DO RECIFE por NATÁLIA CASTRO | fotos CARLOS CAJUEIRO

RECIFE, STYLE AND THE STREETS! DICA DE STYLIST Trend alert!! KIMONOS Com franjas, estampas florais ou étnicas eles “saltam” para as ruas nesse verão.

Q

uando se trata de moda a capital pernambucana tem estilo de sobra (e do seu jeito, claro!).

Recife é polo cultural, é a Veneza brasileira entre milhares de outras características. Cidade composta por estilos descolados, chics e muitas vezes inovadores, Recife se mostra presente no mundo fashion com marcas renomadas e empresas com valor de peso no mundo da moda. Na bagagem leva o nome de Camila Coutinho, Walério Araújo, Refazenda, Jailson Marcos entre muitos outros.

QUEM É? Lais Lucatelli, 19 anos. O QUE FAZ? Estudante de administração. ESTILO? Despojado e trendy. ONDE BUSCA? “Como gosto de um toque boho-­‐chic nas produções, estou sempre buscando peças desejo na farm, já que é uma marca que encontro em Recife, fora da minha cidade gosto de fazer minhas compras na Urban Outfitters”

64| TERRA MAGAZINE

Fomos as ruas do Recife Antigo, bairro tradicional na cidade (onde fica localizada a sede do Marco Pernambucano da Moda) em busca dos looks mais despojados e diferentes para mostrar o lifestyle das pessoas que habitam a cidade do frevo.


QUEM É? Thiago Asfora, 23 anos. O QUE FAZ? Publicitário ESTILO? Confort Cool ONDE BUSCA? “Como gosto de me vestir bem e ficar confortável busco peças que me oferecem isso dentro das tendências que fazem meu estilo como Richards e Osklen.”

QUEM É? Armando Batista, 18 anos. O QUE FAZ? Estudante de publicidade ESTILO? Easy going ONDE BUSCA? “Sempre faço minhas compras em lojas como Zara e Topman!”

QUEM É? Glenda Costa, 20 anos. O QUE FAZ? Arquitetura e Urbanismo ESTILO? “Não consigo me definir em um único estilo. Em geral, minhas roupas combinam com meu humor diário”. ONDE BUSCA? “Me identifico bastante com a Animale, muito do meu closet tem a etiqueta de lá, mas quando gamo em um modelo de roupa eu compro independente da marca”.


MODA | ESTILO DE VIDA NAS RUAS DO RECIFE

DICA DE STYLIST Jeans é o par perfeito das T-shirts, APOSTE!

QUEM É? Ingrid Viana, 19 anos. O QUE FAZ? Estudante de Publicidade ESTILO? Básico ONDE BUSCA? “Sou amante de jeans e de peças pretas e brancas. Em Recife procuro sempre na Zara e na Farm.”

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QUEM É? Thiago Verardi, 23 anos. O QUE FAZ? Estudante de direito ESTILO? Costumo predominar o clássico. ONDE BUSCA? “Como meu estilo vai muito de acordo com a ocasião (mas sempre predominando o clássico!) repagino meu look com peças únicas que encontro garimpando pelo mundo.”

QUEM É? Amanda de Moura, 22 anos. O QUE FAZ? Assistente de stylist e produção de moda. ESTILO? “Meu estilo varia com o meu humor mas tem sempre um toque girly!”

DICAS DE STYLIST We love trips!! Além de fazer você conhecer novas culturas e estilos, uma viagem pode proporcionar peças diferentes e exclusivas pro seu guarda-roupa.

ONDE BUSCA? “Gosto de garimpar na zara, john john e farm, mas sempre que viajo faço a festa nas fast shops: forever 21, H&M e TopShop.”

QUEM É? Mat Marcianito, 22 anos. O QUE FAZ? Estilista ESTILO? Urbano Afro Surf ONDE BUSCA? “Procuro peças em bazares de igreja, brechós e lojas de artigo esportivo mas na maioria das vezes uso o que mesmo faço”.

DICA DE STYLIST Brechó é sempre uma ótima aposta para encontrar aquela peça vintage e super estilosa que vai fazer toda diferença e complementar o seu look!

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TEST DRIVE | JAGUAR F-TYPE COUPÉ

JAGUAR F-TYPE COUPÉ

por Claudio Barreto | foto Armando Artoni

UM PASSEIO NA VENEZA BRASILEIRA

How

alive

are you? 70| TERRA MAGAZINE

“Todo Jaguar é criado para sentir-se vivo. Assim, todas as inovações e tecnologias em um Jaguar são desenvolvidas para proporcionar uma experiência de direção que seja sempre instintiva”.

E

m nossa concepção “sentir-se vivo” significa ter experiências em que eleve a adrenalina. Na edição passada tivemos uma grande experiência de elevar esta sensação ao ponto máximo, pisando no acelerador nas retas e curvas do autódromo de interlagos em São Paulo. Nesta edição de aniversário de 3 anos da revista, para uma homenagem à altura do sucesso alcançado, dirigimos o novo Jaguar F-Type coupé nas ruas do

Recife, capital pernambucana conhecida como a Veneza brasileira. O Jaguar F-Type é o modelo mais dinâmico e focado em performance já produzido pela Jaguar, chegando ao mercado brasileiro em três versões: F-Type Coupé V6, F-Type Coupé V6 S e F-Type Coupé V8 R. Todas as versões equipadas com câmbio ZF de oito marchas, na tela touchscreen podendo escolher os modos de condução. Testamos o modelo com motor v6 com 360cv de potência, aceleração de 0 a 100 km/h em 5,3s e velocidade limitada a 260km. Banco em couro com


CONSOLE COM CONTROLES SIMPLES E INSTRUMENTAÇÃO CLARA, TRANSMITE UMA COMBINAÇÃO DE ERGONOMIA FUNCIONAL E ESTILO ESPORTIVO

regulagem elétrica, controle de tração e estabilidade, ar-condicionado automático de duas zonas, airbags laterais e frontais e tela multimídia de 8”. O modelo acrescenta um controle manual para liberar todo o ronco do esportivo cujo propósito é meramente acústico, feitos para ressonar como um carro de corrida, para os entusiadas é arrepiante. Volante com ajustes elétricos, banco de competição com sistema de bolsa de ar para encaixa o piloto propocionando um prazer a mais. Para tornar o teste mais emocionante colocamos o modo de condução Dynamic, por meio de um seletor ao lado da alavanca de câmbio, identificado por uma sugestiva bandeirinha quadriculada, esta opção apimenta as respostas da suspensão, torna a direção mais direta e faz o motor trabalhar em rotação elevada, aumentando a sensação de esportividade. O Jaguar F-Type modelo super esportivo já é consagrado no mundo e chama bastante atenção por onde passa. “Enquanto estiver vivo... sinta-se vivo!”.

BANCO DE COMPETIÇÃO COM SISTEMA DE BOLSA DE AR PARA ENCAIXA O PILOTO


Av. Conselheiro Aguiar, 322 - Boa Viagem, Recife | PE - (81) 3033 2345

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foto | Eliane Sobral/News

MERCADO DE LUXO

O HOMEM FORTE PRESIDENTE DA JAGUAR LAND ROVER, CONHECE CONCESSIONÁRIAS DO GRUPO ROTA PREMIUM

C

onsiderado a segunda pessoa mais influente na hierarquia da Jaguar Land Rover mundial, o inglês Terry Hill, que assumiu em abril a presidência da Jaguar Land Rover para América Latina e Brasil, visitou as concessionárias Rota Premium (Jaguar e Land Rover) do Nordeste pela primeira vez. Veio conhecer de perto um mercado promissor, com números animadores. Em dois dias, ele visitou 3 unidades da Rota Premium, na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia, respectivamente, sempre acompanhado por uma comitiva de executivos da Jaguar Land Rover. Terry Hill conheceu primeiro as instalações da concessionária da marca na Paraíba, uma das quatro lojas do Nordeste que integra o Grupo Rota Premium. Durante sua permanência na loja, ele observou o showroom, passou pela oficina, almoxarifado, setor de peças e demais dependências da concessionária, localizada na Estrada de Cabedelo. Ele estava acompanhado de executivos da marca e foi recepcionado pelo empresário José Ranulfo Queiroz, um dos diretores do Grupo, pela gerente de vendas, Marta Queiroz, e pela gerente geral da loja paraibana, Mônica Paiva. Em Recife, Terry Hill chegou com animada comitiva, visitou as

instalações da concessionária Rota Premium em Boa Viagem e a Oficina, na Imbiribeira, conversou com alguns funcionários, cumprimentou tantos outros. Terry é discreto, mas simpático e gentil. Um homem de negócios com olhar de águia. Aproveitou, ainda, no Recife, para se reunir com alguns nomes especializados do segmento automotivo. Já em Salvador, Terry Hill conheceu a Rota Premium, localizada no bairro do Horto Florestal, uma das duas concessionárias do Grupo na Bahia. A outra fica no município de Barreiras, no extremo oeste baiano. O executivo inglês e sua assessoria foram recebidos por José Ranulfo Queiroz e suas filhas, as executivas Marta, Paula e Roberta Queiroz. A Rota Premium responde atualmente com cerca de 10% do mercado nacional da Land Rover, com uma média de venda de 1.150 carros por ano. Talvez seja por este mercado estável e emergente no Brasil que Terry Hill está tocando o maior empreendimento da Land Rover na América Latina: a construção, já em andamento, na fase de projetos, da fábrica da marca no município de Itatiaia, no Rio de Janeiro, num investimento que pode chegar a R$ 1 bilhão.

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Tem gente que gosta de sair pra comer bem ...

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ACADEMIA SANTÉ | HORA DO TREINO

VERÃO EM PLENA FORMA da REDAÇÃO

A

boa forma é diretamente proporcional a altas doses de sacrifício? Nem sempre! Quem afirma são os profissionais da Academia Santé Club que, ouvidos pela Terra Magazine, falaram de exercícios que devem bombar no próximo verão. Algumas modalidades, segundo os instrutores, passam longe da sacrifício. Muito pelo contrário: dão prazer, melhoram o humor, corrigem a postura e a respiração, além de queimar calorias, claro. Desenvolvido pelo alemão Joseph Hubertus Pilates há mais de 70 anos, o Pilates coleciona adeptos que buscam um melhor condicionamento físico, através da execução de movimentos com repetições, que desenvolvem regiões como abdômen, quadril e lombar, e o controle da respiração. Nova aposta da Santé, o Mat Pilates segue o princípio do pilates em estúdio. “A atividade é praticada no chão, utilizando o peso do corpo e alguns acessórios como pesos, bolas e faixa, proporcionando tonificação e alongamento dos músculos, aprimoramento da postura, flexibilidade, equilíbrio, além de aliviar dores, tensões e estresse”, explica a professora responsável pela modalidade na Santé, Raquel Ferraz. Programa de treinamento de força usado em academias de polícia, grupos de operações táticas (como SWAT), unidades de operações especiais do exército americano (como os US Marines), e por campeões de artes marciais, o Crosstraining trabalha vários grupos de músculos do corpo, através de um único exercício. “A grande vantagem da modalidade é que ela proporciona uma adaptação universal para qualquer tipo de pessoa, independente da sua idade, condicionamento ou experiência”, afirma o personal trainer Thiago Varela. Ele diz que o treino é, em geral, acompanhado por cargas, que o aluno deve usar durante as aulas. “Quanto maior a força, mais peso deve ser usado para proporcionar intensidade para o exercício”, afirma. Entre as vantagens, condicionamento físico, ganho de força e melhor funcionamento cardiorrespiratório.

Uma adepta do exercício é a jornalista Daliana Martins. Frequentadora da Santé Club, Daliana malha entre três a quatro vezes por semana na academia, onde faz, além de Crosstraining, aulas de Yoga. “Minha prioridade são as atividades aeróbicas. Além dos exercícios na academia, costumo andar de skate e correr na praia nos fins de semana. O Crosstraining é funcional, alia os ganhos da aeróbica com exercícios de maior intensidade, enquanto a Yoga vem para ‘reconstruir’ o que aquelas atividades exigem do nosso corpo”, explica a moça, que não segue uma alimentação com privações. “Como de tudo! Malho para manter a minha saúde, não para ter um corpo perfeito”.

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ACADEMIA SANTÉ | HORA DO TREINO

Hora do

Treino

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QUEM NUNCA SENTIU DOR NAS COSTAS? Já ficou óbvio que os nossos hábitos prejudicam nossa postura, onde a região lombar é a mais afetada. Por esse motivo, muitas vezes ficamos impossibilitados de exercer diversas atividades. Se você já sofreu com dores nas costas, descubra como melhorar e evitar esse problema. É importante que, além de praticar atividade física diariamente, sejam realizados também exercícios que previnam o aparecimento dessas dores.


*Referentes à versão EXL 4x4.

Itens de série testados e aprovados por quem mais entende de carro: você.

CARACTERÍSTICAS*

Direção elétrica Suspensão independente Modo de direção econômica Econ Display mutifunções i-Mid Navegador Touch Screen Transmissão automática de 5 velocidades Motor 2.0 i-VTEC Flexone Sistema de tração 4x4 Real Time Controle de estabilidade VSA (Vehicle Stability Assist) Câmera de ré 6 Airbags Sensor de chuva Sistema de assistência para saída em aclives Amplo espaço interno Ar-condicionado digital Dual Zone

SV

U’s

00 até R$ 130.0


SAÚDE | DRA. FERNANDA MOSSUMEZ

Uso do hormônio de crescimento em adultos:

MITOS x VERDADES N

ão raro, observo expressões de espanto no consultório quando começo a falar sobre o hormônio do crescimento (GH): “Ué Dra., eu ainda vou crescer?!”. Na verdade, faz parte da classe dos hormônios que favorecem o anabolismo celular, ou seja, a construção das células do nosso corpo, processo que é contínuo enquanto estivermos vivos. O que se sabe é que existe atualmente um consumo desenfreado do emagrecimento a qualquer custo e ganho de massa muscular também. A minha maior preocupação ao escolher este tema é lembrar que independentemente do acompanhamento médico, várias pessoas se submetem ao uso desta substância de maneira indiscriminada, sem saber se há ou não necessidade, quais os ganhos concretos, quais são os prós e os contras e se realmente, – o mais importante de tudo a meu ver – as expectativas serão alcançadas. Muitas vezes, principalmente quando de fala em saúde, é muito difícil que um organismo reaja da mesma forma que o outro. Existem inúmeras variáveis que vão desde alimentação, doenças pré-existentes, nível de condicionamento físico, a maneira como cada um lida com as pressões e o estresse do dia a dia e principalmente, como está funcionando o conjunto de todos os hormônios produzidos no nosso corpo. Vários pacientes têm necessidade de modular mais de um hormônio, pois se só for feito um deles, a “cascata” química que necessitamos que ocorra, não acontece de forma plena.

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Dependendo do caso e da situação, até uma mudança pontual pode desequilibrar todo o organismo. Quando o paciente apresenta deficiência clínica do hormônio de crescimento, há uma grande melhora em vários sintomas que são gerados pela sua falta em um curto espaço de tempo. Contudo, para aqueles pacientes que acham que vai haver um grande ganho, mas que laboratorialmente e clinicamente não apresentam queixas condizentes a seu déficit, muitas vezes ficam frustrados, pois há pouca melhora. Estou falando do uso de doses baixas com o objetivo de manter a segurança no tratamento, onde não haja a possibilidade de inativação da produção do próprio hormônio pelo uso de uma dose excessiva. O uso do hormônio de crescimento quando necessário ajuda a preservar a massa óssea, a manter a massa magra, auxilia na qualidade do sono, no humor e também nas dores musculares. Consequentemente, há uma melhora da intolerância ao frio nos pacientes mais velhos, da diminuição da gordura visceral (abdômen), melhora da atenção e cognição, da receptividade aos exercícios físicos e a recuperação da vontade de viver, pois há mais disposição. A maioria destes efeitos é obtida de forma acumulativa, ou seja, quanto mais se mantém o uso com regularidade, mais se observa a melhora. Contudo, como tudo em medicina é remédio, tem efeitos colaterais e deve ter sua prescrição e avaliação quanto à real necessidade de uso feita por um médico. Quando bem indicado, pode ser feito com tranquilidade e ajudar na conquista do tanquinho (... agora tem que treinar tá?).




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ESPECIAL

GARANHUNS NA ROTA DO DESENVOLVIMENTO

GARANHUNS


ESPECIAL GARANHUNS

GARANHUNS NA ROTA DO DESENVOLVIMENTO DO AGRESTE MERIDIONAL

Com mais de 135 mil habitantes, a Cidade das Flores demonstra um elevado potencial para os negócios e é vista como grande promessa da região.

portal da cidade

Castelo de João Capão

por Manuela Reis

S

ão 230 quilômetros que separam o Recife de Garanhuns, cidade de clima ameno mais populosa da Mesorregião do Agreste Pernambucano, que, por sua vez, ganhou fama como a bacia leiteira do Estado. Bastante conhecida por suas flores e seus grandes eventos, dentre os quais destaca-se o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que ocorre em julho, aquela que é considerada a Suíça Pernambucana tem feito crescer cada vez mais os olhos de promissores negócios, que contribuem no aprimoramento da mão de obra da localidade e são responsáveis pela ampliação do nível de ofertas de emprego à população. Antes de contar a história de alguns dos empreendedores envolvidos com a próspera economia de Garanhuns, que, aliás, é o mote deste caderno especial, é interessante nos situarmos com algumas informações importantes. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Cidade das Flores,

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que tem entre seus atrativos o Castelo de João Capão, a Fonte Luminosa e o tradicional Relógio das Flores, possuía 129.408 mil habitantes no ano de 2010. Como a estimativa de crescimento era de 4,73% entre 2010 e 2013, calcula-se que a cidade hoje acomoda mais de 136 mil habitantes. “Nossa ideia é arrumar ‘a casa’ e deixá-la pronta para receber bem os turistas”, comenta a secretária de Turismo do município, Gerlane Melo, que aposta na ascensão do turismo com a sinalização de todos os atrativos e reformas no Parque Euclides Dourado e Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti, previstos para sair do papel já no próximo semestre. À disposição dos turistas que lá precisam se hospedar, estão 2,4 mil leitos e cerca de 110 empreendimentos do setor de bares, restaurantes e similares, para entreter tanto viajantes quanto


Relógio das Flores

Centro Cultural fotos: reprodução moradores. Um dado a respeito desse segmento, inclusive, expõe bem o crescimento da região: houve um aumento de 65% dos empreendimentos desse setor nos últimos cinco anos. Aparentemente, tudo converge para que possamos afirmar com toda a certeza que Garanhuns, além de rica no turismo, é uma cidade que tem sobressaído e tende a se desenvolver ainda mais. Conversas com empresários do local, em mais uma das sempre agradáveis visitas a esse destino, evidenciam que Garanhuns é, de fato, promissora no quesito negócios. Alguém arriscaria duvidar? Todo esse contexto se reforça com a expectativa pela duplicação da BR-423, que liga Garanhuns a São Caetano. A obra facilitará o escoamento dos produtos, cujos principais serão: a bacia leiteira da região, que produz mais de 40% do leite do Estado, e as atividades industriais e do comércio, com a geração de emprego e renda, colocando a cidade na rota da interiorização do desenvolvimento.

Estamos falando de um novo polo, que fortalecerá toda a atividade produtiva da região. Como decorrência dessa atual dinâmica de crescimento, o novo distrito industrial já é uma realidade e vai aprimorar os empreendimentos que já estão em andamento. Nesta nova fase que se materializa, um desafio importante será viabilizar a integração entre os pequenos, médios e grandes empreendimentos que estão chegando e, principalmente, facilitar a formação de parcerias entre aqueles que chegam e os empreendedores que historicamente fizeram parte da construção deste momento. Nesse contexto, este caderno especial sobre a cidade cumpre, entre outros objetivos, o de apontar na direção de alguns dos mais importantes empresários locais, que devem servir de referência para estas parcerias.

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ESPECIAL GARANHUNS | GRUPO FTB

GRUPO FTB REPOSICIONAMENTO ESTRATÉGICO ////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Responsável pela maior rede de farmácias populares do país, se reposiciona estrategicamente a partir sobretudo da conversão de unidades próprias em franqueadas

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esumindo os resultados dos estudos do pesquisador britânico Malcolm Gladwell, que hoje vive nos Estados Unidos, que foram apresentados no livro “Outliers: The Story of Success” (“Os Fora de Série” em português) em 2008, o sucesso está relacionado a um conjunto formado por quatro aspectos mais importantes: ambiência adversa e/ou instigadora na infância, tenacidade, mais de 10.000 horas de esforço e oportunidade. Quando analisamos a trajetória do Grupo FTB, controlado pelos empresários Elison e Erlan Bezerra, e que hoje é formado pelas redes Droga Rápida, Fábrica de Remédios, Popular Farma e Farmácia do Trabalhador do Brasil, com mais 1,2 mil unidades, enxergamos efetivamente um espelho do que afirma o pesquisador.

genialidade está em você enxergar primeiro aquilo que está aí para todo mundo ver”. Os irmãos Bezerra tiveram essa visão. A maioria dos empresários do setor, por sua vez, não puderam ver. A experiência “piloto” na implantação de uma farmácia popular foi realizada na cidade de Imperatriz, no Maranhão. A receptividade foi tão grande que a abertura de novas unidades ocorreu numa velocidade incrível, despertando nos laboratórios parceiros o interesse e o envolvimento pleno nesse novo conceito de negócio. Hoje cada unidade possui som ambiente com rádio e TV indoor, transmitindo programas com dicas para a saúde, assim como sobre promoções e brindes. Aferição de pressão e verificação de taxa de glicose, entre outros, fazem parte de um Programa Estruturado de Serviços Diferenciados disponibilizados para os clientes.

A genialidade está em você enxergar primeiro aquilo que está aí para todo mundo ver”

A origem simples dos irmãos que vieram da “roça” traduz a ambiência adversa e, ao mesmo tempo, instigadora na formação. A capacidade de insistir de forma determinada, mesmo com insucessos em experiências de trabalho – dentre as quais, está a experiência com carrinhos de cachorro-quente –, demonstra a tenacidade. Enquanto isso, os dez anos iniciais de privações e de muito trabalho na consolidação de uma rede de farmácias caracterizam muito mais de 10 mil horas de esforço.

Esse cenário colocou os irmãos no momento certo, instigados na infância, tenazes no comportamento e com a experiência necessária, para enxergar num contexto em que surgiam os medicamentos genéricos, a oportunidade de um conceito de negócios voltado à farmácia popular, em 2008. Segundo o empresário americano P.T. Barnun, showman, considerado o “avô da publicidade” e um dos homens mais ricos do mundo de sua época – na segunda metade dos anos 1800 –, “a

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Após 18 anos de experiência, completados neste 2014, em um mercado totalmente diferenciado, foi estruturado o Grupo FTB, que controla a maior rede de farmácias populares do País.

Entusiasta com o crescimento de Pernamabuco, como decorrência dos investimentos nos polos industriais de Suape e Goiana, o Grupo FTB, que comanda mais de 100 unidades em Pernambuco, acredita que o seu principal foco de mercado, as classes C e D, devem crescer ainda mais nos próximos anos. Nesse contexto, o grupo, que se encontra em processo de reposicionamento nos negócios, adotou como sua principal estratégia de crescimento o franchising, cujo lançamento está previsto para novembro deste ano.


As principais linhas de ação preveem a conversão de unidades próprias em franqueadas, associadas à ampliação do número de farmácias dentro do mesmo conceito de franquia, fortalecendo os processos gerenciais de cada negócio a partir da presença física do proprietário, o franqueado. Segundo avalia o empresário Elison Bezerra, esse modelo permitirá principalmente o fortalecimento dos processos gerenciais de cada negócio, a partir da presença física do franqueado, cujo desempenho, segundo as experiências desse sistema tem mostrado, sempre é superior ao modelo convencional. Além disso, o modelo assegura uma penetração de mercado mais rápida e intensiva, sem a necessidade de grandes investimentos adicionais, assim como de elevação da complexidade relativa à gestão com pessoal próprio, reduzindo a carga tributária e os riscos trabalhistas. “Talvez essa seja uma das vantagens mais espetaculares do franchising”, afirma Elison. Além do exposto, ainda analisa, o franqueado normalmente pertence à própria comunidade onde estará inserido o seu negócio, assegurando maior aceitação, conhecimento do mercado local,

facilitando a operação com custos reduzidos e, consequentemente, a competitividade. Para suportar esse novo contexto, investimentos significativos na área de tecnologia da informação têm sido realizados. Segundo o diretor de TI do grupo, Edmundo Rodrigues, a ideia da organização é compartilhar todo o conhecimento acumulado através de sistemas de informação de excelência, suportando de forma diferenciada a tomada de decisão pelas lideranças do grupo e franqueados, com dados confiáveis, íntegros e de acordo com os requisitos regulatórios, tendo como “pano de fundo” a governança em TI. A partir desse reposicionamento mercadológico, cuja principal linha de ação está baseada no modelo de franquias, o planejamento do Grupo FTB aponta para um crescimento que deverá ampliar o número de unidades para mais três mil farmácias até 2018, caracterizando a rede dos irmãos Bezerra como maior conglomerado de fármácias populares da América Latina. Tudo isso estrategicamente coordenado a partir da cidade de Garanhuns, o que demonstra a importância de voltarmos nossas atenções para as potencialidades do interior do Estado de Pernambuco.

Elison e Erlan Bezerra


ESPECIAL GARANHUNS | MANO IMÓVEIS

MANO IMÓVEIS A TRAJETÓRIA DE UM PIONEIRO NO MERCADO IMOBILIÁRIO

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Q

uem circula hoje pela cidade de Garanhuns se depara a cada esquina com uma placa da Mano Imóveis, seja vendendo, seja alugando. Esse cenário é um espelho da carreira profissional do empresário Severino José Alves Paes, conhecido como Mano, que, ao longo de 30 anos, passou de office boy dos principais cartórios da região a uma próspera carreira como corretor e empresário desse segmento. Líder de mercado em venda, permuta e administração de imóveis, atualmente é responsável pela geração de aproximadamente 150 empregos. O negócio teve início em uma época em que não existia imobiliária para terceiros em Garanhuns; as transações eram realizadas diretamente nos cartórios, cujos bastidores fortaleceram seu conhecimento.

Seu perfil articulador e extremamente bem-humorado lhe permitiu, ao longo dos anos, a formação de uma importante rede de relacionamento nos negócios, facilitando esta nova fase de sua atuação como investidor.

Articulação, bom humor e uma importante rede de relacionamento nos negócios

O primeiro cliente surgiu a partir da dificuldade do interessado em identificar o dono de uma propriedade rural, responsabilidade imediatamente assumida pelo empresário, que enxergou naquele momento, mesmo muito jovem, a oportunidade de transformar sua vida profissional a partir das experiências vivenciadas nos cartórios.

Em termos de escala, considera-se que Mano Imóveis foi a responsável pelo primeiro loteamento planejado de Garanhuns, assim como pelo surgimento do conceito de condomínio fechado na região.

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No caso do loteamento, destaca-se o fato de ter sido implementado há 25 anos, ao lado de uma grande uma grande vila popular, a Cohab II, seguindo os padrões da Avenida Rui Barbosa, mais importante via da cidade, em um modelo que modificou de forma significativa a localidade, elevando o padrão de toda a área de seu entorno.

Entre os empreendimentos dos quais faz parte como investidor e principal operador comercial no momento, ele destaca o Loteamento Buganville, na área de expansão urbana da cidade – ao Norte do município – e o Bosque Heliópolis, em parceria com a Sólida Engenharia, próximo ao principal acesso da cidade.

O segundo empreendimento, com stand de vendas na Avenida Rui Barbosa, tem apartamento decorado pelo respeitado arquiteto Gláucio Brandão e impressiona pelo padrão frente ao conceito popular do programa Minha Casa Minha Vida. A área de lazer inclui piscinas adulto e infantil aquecidas, salão de festas, cinco churrasqueiras, quadra poliesportiva e portaria 24 horas. Como empresário que sempre acreditou no crescimento da região, e cuja marca está associada a pioneirismo, experiência e


Bosque Heliópolis, parceria Mano Imóveis e Sólida Engenharia

credibilidade, vem colhendo frutos principalmente por se antecipar às tendências. Tudo isso tem assegurado à empresa funcionar como centro de convergência de todos os grandes empreendimentos idealizados e, principalmente, daqueles novos negócios que vêm procurando se instalar na região. Dessa forma, a equipe de Mano Imóveis está devidamente preparada e vive um momento positivamente particular da história da cidade, que se organiza para o crescimento decorrente da duplicação da BR-423, que liga Garanhuns ao município de São Caetano. Com o slogan “Mano Imóveis: esse nome vende”, Mano não só vende, como aluga, investe, enfim, dá a melhor solução imobiliária para cada cliente, conforme a percepção de clientes. Essa tem sido a estratégia do empresário, que, ao longo desses 30 anos, viabilizou sonhos e fez muitos amigos, principalmente a partir da construção de grandes parcerias e empreendimentos.

Severino José Alves Paes (Mano) e Meiry Santana

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ESPECIAL GARANHUNS | ARQUITETURA | GLÁUCIO BRANDÃO

A ARQUITETURA

NA MODELAGEM DE NOVOS NEGÓCIOS por Manuela Reis

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iz-se que o networking é fundamental para estabelecer parcerias profissionais, enriquecer o currículo e engrandecer os conhecimentos em geral. A nossa aposta é de que essa é, sim, uma grande verdade. Um exemplo que muito bem se aplica à assertiva é o do arquiteto garanhuense Gláucio Brandão, que é quem por trás do grupo empresarial que engloba um dos mais renomados escritórios de arquitetura da região, que leva seu nome, e a New Móveis Planejados em Garanhuns, que possui uma longa e valiosa lista de contatos das mais diversas áreas na Suíça Pernambucana. O empresário deu uma grande contribuição a esta edição da Terra Magazine, em uma entrevista aprofundada na história, no boom e nos empreendimentos do município de Garanhuns. Leia e confira! Embora seja natural de Garanhuns, você cursou o Ensino Superior no Recife. Como estreitou o laço com sua terra? Durante toda a minha infância, até o 3º ano, estudei no município, e depois fui cursar arquitetura na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Trabalhei em sociedade com outros profissionais na capital pernambucana, logo nos primeiros anos de formado, mas depois, quase por “osmose”, tive que voltar para a minha cidade. Precisava estar junto à minha família e, grande quantidade dos meus projetos, com o passar do tempo, se concentravam nessa região. Como se deu a consolidação do Grupo Gláucio Brandão? O grupo existe há mais de 15 anos, e o escritório teve início no Recife. Como se faz em todo começo, apresentei meus projetos e mostrei meu serviço. Ao chegar em Garanhuns, aos poucos, um cliente começou a indicar outro, e aí veio a fase de crescimento da cidade, o que favoreceu bastante. Como é próprio do negócio de arquitetura, os trabalhos surgiram à medida que os outros foram realizados. Isso tudo gerou uma significativa demanda. Hoje, após 15 anos, temos uma boa carteira de clientes, com mais de mil projetos executados. Quando você percebeu o boom de Garanhuns? Nos últimos dez anos, principalmente. No início de minha carreira, por exemplo, existiam bem menos arquitetos do que hoje. Atualmente, há dez vezes mais, e esse aumento praticamente não afetou o grupo. Isso é um exemplo de que o mercado, de fato, cresceu bastante. Poderia traçar um panorama do município? A região de Garanhuns já foi muito importante no cenário geral pernambucano. A partir da década de 1960, essa relevância se perdeu. Garanhuns tinha bons colégios – centenários até – que poderiam ter evoluído para faculdades, mas houve uma

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interrupção nesse processo evolutivo. Essa pausa foi em todas as áreas – econômica, estudantil e outras. A erradicação do café contribuiu bastante para isso, já que Garanhuns e toda a região eram grandes produtores. Muitos sabem que, antigamente, toda família pernambucana tinha uma história com o Hotel Tavares Correia. Ele era o lugar onde as pessoas passavam as férias de inverno, lua de mel e outras datas importantes. Era o “resort” de hoje em dia. Porém, as pessoas colocaram na cabeça que Garanhuns era fora de rota. Tudo isso ocorreu e colaborou para que a Cidade das Flores saísse um pouco desse cenário. Paralelamente, outras pessoas foram descobrindo que, geograficamente, Garanhuns está muito bem localizada – ela está no centro do Agreste Meridional, isto é, relativamente próxima da Paraíba, da Bahia e muito perto de Alagoas. Em um raio de 100 km, o município atinge mais de 40 cidades. Isso dá uma população de mais de 1 milhão de pessoas. É quase uma região metropolitana. Muitos serviços e comércios são atendidos nela, além de ser uma cidade simpática. Por esses motivos, as pessoas começaram a dar maior preferência a Garanhuns de que a outros centros. Hoje em dia, em uma das maiores avenidas do município, o metro quadrado de um terreno chega a R$ 4 mil. Quais são os empreendimentos de destaque? Além do shopping da Tenco que está por vir, grandes atacadistas, como o Assaí, inaugurado recentemente na região do novo distrito industrial, estão de olho na cidade. Há investimentos na área de educação, sobretudo da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). A Natto Alimentos também que possui fábrica na localidade está construindo uma nova unidade industrial. Entre outras, também se destaca o Grupo FTB, que iniciou as operações em Garanhuns e hoje têm 1,2 mil unidades em todo o País. O grupo tem alguma novidade em vista para lançar em Garanhuns? Estamos formatando um novo conceito em nosso segmento. O Núcleo de Negócios de Arquitetura, Interiores e Construção. Será instalado na avenida principal (Rui Barbosa), onde várias empresas vão apresentar seus serviços, todos eles complementares, em torno de uma única marca e com a mesma identidade visual. Resumindo: vários negócios que se complementam em um showroom. Ainda não posso dizer nomes, mas teremos grandes empresas consolidadas no mercado da capital pernambucana.


arquiteto GLÁUCIO BRANDÃO

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ESPECIAL GARANHUNS | CASA DAS BALAS

CASA DAS BALAS GRANDE CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO A casa das balas surgiu como bomboniere no estilo atacado balcão, passando pelo autosserviço e pelo conceito de atacado distribuidor, até chegar nos dias atuais, com um plano de expansão que prevê a implantação de um centro de distribuição em Garanhuns em 2015 por Manuela Reis

E

m 1994, o empresário Gláucio Queiroz, fundador da Casa das Balas, nem sonhava que a lojinha de 150 metros quadrados que acabara de abrir na rua Maurício de Nassau fosse o pontapé inicial para a construção de um Centro de Distribuição de 20 mil metros quadrados. “Antes de abrir meu próprio negócio aos 25 anos de idade, já havia concluído o curso de administração e trabalhado por 12 anos nas mais variadas áreas, incluindo nove anos de atuação como vendedor interno e externo em duas grandes empresas na região.” Essas experiências permitiram ao empresário ainda jovem, deter um bom conhecimento sobre organização empresarial e políticas comerciais.

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Quando da implantação do Plano Real, ao ser desligado da empresa onde por último atuou como empregado, Gláucio se viu no dilema de voltar ao mercado de trabalho ou abrir seu próprio negócio. “Fiz uma pesquisa e identifiquei no segmento de doces da região, uma forte dependência em relação aos atacadistas dos grandes centros urbanos. Naquele momento, percebi a oportunidade de inovar, então, investi R$ 7 mil, provenientes principalmente da minha indenização, na reforma de um prédio, na compra das instalações necessárias e dos produtos para revenda, os quais foram comprados prioritariamente da indústria”, explica Gláucio, que revela ter mudado a lógica de distribuição em Garanhuns e em toda a região do entorno. Ao completar 20 anos em outubro deste ano, a Casa das Balas comemora os excelentes resultados de sua trajetória, com a


conclusão de um projeto de expansão que prevê a implantação de um Centro de Distribuição, com inauguração prevista para o segundo semestre de 2015, idealizado sobretudo para facilitar a gestão e elevar a eficiência operacional. “Vamos ganhar muito em sinergia”, resume Gláucio. Atualmente, a empresa possui uma força de trabalho formada por 250 pessoas e atende 120 cidades no Estado, através de um atacarejo e de uma distribuidora em Garanhuns, que focaliza o Agreste Meridional, parte do Sertão e Mata Sul e uma distribuidora em Caruaru, que cobre o Agreste Setentrional e parte da Mata Norte. A Casa das Balas é broker da Chocolates Garoto em praticamente todas as regiões onde atua, distribuidora da Pepsico (Elma Chips, Quaker e Mabel), GSA (Sandela e Refreskant), Haryon (fraldas Baby Roger), Perfetti, Riclan, Fini Guloseimas e Arcor, além de atuar como atacadista de outros fabricantes.

Empresário Gláucio Queiroz TERRA MAGAZINE | 95


ESPECIAL GARANHUNS |NEGÓCIOS | POR MARIVAN GADÊLHA

O AGRESTE

Na rota do ensino superior privado P

ara o controlador do Grupo Ser Educacional, que hoje opera através das marcas da Faculdade Maurício de Nassau e Joaquim Nabuco, o município de Garanhuns se caracteriza como mais uma grande oportunidade de negócios a partir da penetração do ensino superior privado na região. TERRA MAGAZINE - Como surgiu o Grupo Ser? JANGUIÊ DINIZ - O embrião do Grupo Ser Educacional surgiu em 1994, quando foi criado o Bureau Jurídico com o objetivo de preparar candidatos para os concorridos concursos públicos. Em 1998, o segmento mudou e foi criado o BJ Colégio e Curso, que atualmente oferece turmas da Educação Infantil ao Pré-Vestibular. O Grupo Ser Educacional foi fundado em 2003, no Recife, a partir do Bureau Jurídico preparatório para concursos. Hoje, o Grupo é mantenedor de 30 instituições de ensino entre UNINASSAU Centro Universitário Maurício de Nassau, das Faculdades Maurício de Nassau e Joaquim Nabuco, além das Escolas Técnicas Joaquim Nabuco e Maurício de Nassau, Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau e Instituto Ser Educacional, através das quais oferece mais de 250 opções de cursos entre graduações, pós-graduações e técnicos e atende mais de 115 mil alunos. TM - Quais os principais fatores que contribuíram para o destacado crescimento do grupo? JANGUIÊ - Acredito que o Grupo tem dois grandes diferenciais: o primeiro é capacidade de entender as demandas do mercado de trabalho e o segundo é reagir rápido para satisfazer as necessidades dos alunos, visando atender este mercado. Sempre trabalhamos para que os alunos tivessem o máximo de aproveitamento prático nos cursos que oferecemos, mas, sem esquecer a base teórica necessária.

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TM - Como você avalia as perspectivas da educação superior privada no Brasil? JANGUIÊ - A educação superior privada é um setor recente do Brasil, a expansão começou em meados de 1990. As instituições privadas chegaram para atender um mercado incerto, apresentando um crescimento acelerado do número de cursos, mais conhecido como “fragmentação de carreiras”. Hoje, temos centenas de pequenas instituições e alguns grandes grupos educacionais. A tendência mercadológica é que essas instituições menores sejam absorvidas pelas maiores. TM - Análises do setor indicam atratividade média, apesar da elevada rivalidade entre os competidores. Na sua opinião quais são os principais desafios das instituições de massa nos próximos anos? JANGUIÊ - Os desafios da educação brasileira envolvem aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais, e tantos outros. Entre os desafios mais importantes para a próxima década, estão a qualidade do ensino secundário, a eficiência do gasto público, a qualidade dos professores e a educação infantil. Sem dúvida, esses são pontos essenciais. A atenção do Brasil com a educação é muito recente. É preciso, além de ampliar os investimentos, direcioná-los e acompanhar sua utilização. TM - Quais são as expectativas de crescimento do Grupo Ser no contexto do crescimento do estado de Pernambuco nos próximos anos? JANGUIÊ - O Grupo Ser Educacional está em um momento de consolidação. Queremos ampliar nossa representação não apenas em Pernambuco, mas em outras cidades e estados do


Norte e Nordeste. Para isso, estamos avaliando novas aquisições e credenciamento de unidades para efetivar o nosso crescimento orgânico. Em Pernambuco, temos representação em cinco cidades, no entanto, ainda há bastante mercado e oportunidades de investimentos no Estado. TM - Como você avalia as potencialidades do interior do estado de Pernambuco, para a educação superior privada? JANGUIÊ - Nos últimos anos, passou-se a investir em uma política muito positiva de interiorização de investimentos e como consequência a esses planos, a educação privada ganhou novas oportunidades. Temos várias instituições privadas instaladas pelo interior e que tem dado bastante certo. Já não é mais necessário que os alunos mudem para capital para estudar. TM - Quais são as principais estratégias do Grupo Ser para a região do agreste, com destaque especial para a Cidade de Garanhuns? JANGUIÊ - A estratégia do Grupo para Garanhuns é a mesma que aplicamos em outras cidades. Queremos atender o mercado educacional que está ocioso através da oferta de cursos que visam suprir a demanda de mercado regional. Para isso, antes de oferecer qualquer curso, serão realizadas pesquisas de mercado na cidade. TM - Quais são as principais estratégias de reposicionamento do Grupo Ser daqui a dez anos? JANGUIÊ - Queremos consolidar a marca Ser Educacional como um dos maiores e melhores grupos educacionais do País. Continuaremos ofertando cursos conforme as necessidades de mercado, mantendo altos padrões de qualidade estrutural e de corpo docente, trabalhando com altos padrões de qualidade e sempre fazendo igual ou melhor às instituições de ponta do país. TM - Apesar das expectativas de que no longo prazo, a demanda por cursos de pós-graduação pode vir a experimentar novos ciclos de forte crescimento, em função da baixa penetração do ensino superior no Brasil, mesmo quando comparada à de outros países latino-americanos, como você avalia a chegada de “novos entrantes”?

O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Isso significa que os profissionais precisarão se qualificar ainda mais para atingir altos níveis de desempenho”

JANGUIÊ - O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Isso significa que os profissionais precisarão se qualificar ainda mais para atingir altos níveis de desempenho. A chegada de novos grupos só irá acirrar a concorrência se ela vier agregada de qualidade e diferenciais, caso contrário, será apenas mais uma instituição com tempo de vida limitado no mercado.

Janguiê Diniz

Colaboração de conteúdo Sílvia Fragoso | foto Armando Artoni

Fundador e presidente do conselho de administração do GRUPO SER EDUCACIONAL TERRA MAGAZINE | 97


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ESPECIAL GARANHUNS |SAULLO PAES

MERCADO DE EVENTOS NA VISÃO DE SAULLO PAES

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atural de Brejão no Agreste pernambucano, jornalista de formação com pós-graduação em Assessoria de Imprensa, Saullo Paes morou em São Paulo até os 20 anos, de onde mudou para Garanhuns e construiu uma sólida carreira, principalmente no colunismo social, cerimonial e produção de eventos, segmento em que atua a 18 anos. Sua experiência assegura uma visão extremamente positiva do crescimento do setor de eventos em Garanhuns e em toda a região do Agreste Meridional.

os empresários Hélder Carvalho do Studio C Formaturas e Patrícia Luna do Chalé. “Conheci o Chalé como cliente, de forma que acompanho o trabalho da Patrícia desde que a empresa se lançou no mercado como buffet, com quem tenho colaborado em todos os tipos de festas que ocorrem na região”, afirma principalmente profissionalismo e “afinidade” tem assegurado essa firme parceria até os dias de hoje. No caso do Hélder Carvalho, a parceria se iniciou nos tempos em que ele ainda era fotógrafo de eventos, quando colaborava com sua coluna cedendo fotos e imagens. Segundo Saullo, criativo e empreendedor, a principal empresa do Hélder hoje, a Studio C Formaturas, é uma das mais destacadas da região.

Entre os grandes eventos públicos da Se propaganda é a alma do cidade, ele destaca o Festival de Inverno negócio, eu poderia dizer de Garanhuns (FIG) e o Festival de Jazz. que empreendedorismo e Segundo ele, o FIG atrai milhares de trabalho em parceria é tão visitantes todos os anos e se caracteriza como o segundo maior atrativo do inverno importante quanto” pernambucano, pois o primeiro são as festas juninas de Caruaru. Neste festival, música, O jornalista afirma que o município cinema, artes cênicas, cultura popular e todas as outras formas de chegará em 2020, como uma cidade extremamente promissora expressão se encontram e movimentam o setor hoteleiro da cidade em todas as áreas. Quando chegou em Garanhuns encontrou desde 1990. um comércio extremamente tímido. Hoje comércio e serviços se encontram em forte expansão nas mais diversas áreas. Neste Já o Festival de Jazz de Garanhuns (FJG), criado em 2007, é cenário a cidade “promete” crescer de forma extraordinária nos considerado um dos maiores festivais de jazz e blues do País. O próximos anos. jornalista comenta que este evento, surgiu como uma alternativa diferenciada no período do Carnaval, pois ocorre nos mesmos dias dos tradicionais blocos de rua da capital pernambucana, com shows em palcos espalhados pela cidade, workshops e oficinas musicais. “Ambos os eventos injetam milhões de reais na economia da cidade, e asseguram, em cada período, 100% de ocupação na rede hoteleira local”, resume Saullo. No que tange as festas, casamentos, congressos, inaugurações e eventos corporativos de um modo geral, que tem sido uma de suas áreas de interesse, ele afirma: “se propaganda é a alma do negócio, eu poderia dizer que empreendedorismo e trabalho em parceria é tão importante quanto”. Foi dentro desse “espírito”, que ao longo de mais de uma década, o jornalista estabeleceu uma parceria extremamente exitosa com

Saullo Paes, jornalista, assina a coluna social Cenário do jornal Extra de Pernambuco e, paralelamente, exerce as funções de cerimonialista, consultor de eventos e mestre de cerimônias

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ESPECIAL GARANHUNS | CHALÉ RECEPÇÕES

Chalé os maiores eventos passam por aqui

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Atualmente, o Chalé Restaurante, Recepções & Eventos é responsável pelo atendimento de grande parte da demanda de festas particulares no interior de Pernambuco, principalmente quando são voltadas para mais de dois mil convidados. A empresa, sob o comando da empresária Patrícia Luna, possui uma agenda super cheia, com contratos para até 2017. Na entrevista, você confere como se deu a significativa expansão do negócio.

A empresa de gastronomia, recepções e eventos contém quatro amplos espaços (Restaurante o Chalé, O Chalé 1, O Chalé 2 e o Duda Queen, para festas infantis, 15 anos e eventos diurnos), todos situados na principal avenida da Suíça Pernambucana, a Rui Barbosa. Em que contexto o Chalé foi criado? O projeto, inicialmente encabeçado por minha sogra, Jutlandia Luna, teve início em 1997. Ela alimentava o sonho de ter um restaurante, e eu fui convidada para dar um apoio, pois tinha uma relativa intimidade com a área administrativa e financeira. Corri atrás, participei de treinamentos, viajei para o Sul do País para conhecer a gastronomia de centros como Belo Horizonte, São Paulo e até mesmo Gramado, e aprendi muito com esses lugares. Ju (como chamamos minha sogra) queria se realizar apenas cozinhando, mas eu percebi que queria mais. 100|TERRA MAGAZINE

Como foi, então, que colocaram as “mãos na massa”? Começamos com uma equipe formada por quatro colaboradores, e, em menos de um ano, já somávamos 16. Daí para a montagem do buffet foi um salto; nossa comida agradava, e o cliente queria mais, isto é, pequenos eventos do tipo jantar em residência, encomendas para datas festivas e coffee breaks. A essa altura, eu já tinha uma meta: queria montar uma casa de eventos com serviço de buffet daqueles que valem a pena sair de casa. Sempre fui perfeccionista, exigente ao extremo e daí nasceram os empreendimentos. Como é a estrutura do Chalé hoje? Atendemos boa parte do interior de Pernambuco e eventos com mais de dois mil convidados, possuímos uma agenda disputada e já temos contratos para até 2017.


Em nosso quadro temos 40 funcionários gabaritados e treinados sistematicamente. Hoje cobrimos um média de 60 eventos mês, 70% deles aqui na nossa cidade. Qual é a receita para o sucesso? Sorte não faz parte do meu vocabulário. Acredito mesmo em empenho e determinação, somados a sensibilidade. Garanhuns é uma cidade promissora? Vale a pena o investimento? Nasci no Recife e lá morei até os seis anos, depois morei até os 14 no interior de Pernambuco. Em Garanhuns, estou há 21... O casamento me trouxe para este paraíso! A Cidade das Flores apresenta todos os aspectos de um local elegante, aconchegante, cercado de pessoas bonitas, interessantes, que valorizam o lado bom das coisas e que cultivam uma educação diferenciada. Garanhuns cresce, sim, em vários aspectos, sociais e econômicos, é um lugar para investir.

Empresária Patrícia Luna TERRA MAGAZINE | 101


ESPECIAL GARANHUNS | STUDIO C

STUDIO C REALIZA SEUS SONHOS

O Studio C Formaturas, no contexto dos negócios do empresário Hélder Carvalho, em 19 anos de atuação já “entregou” mais de 600 eventos, o que na visão do seu criador representam em conjunto a sua participação pessoal na realização de milhares sonhos de formandos.

por Manuela Reis

H

á mais de 20 anos, o empresário Hélder Carvalho, de 37 anos, começou sua carreira profissional fazendo “bicos”.

De origem humilde e natural de Arcoverde, mudou-se para Garanhuns ainda na adolescência, onde, depois de atuar como cobrador, garçom, engraxate e ator de teatro de fantoches aprendeu a fotografar com o tio, um eletricista apaixonado pela técnica. Como fotógrafo, circulava nos eventos sociais, fazendo retratos de personalidades, e a partir daí começou a realizar os primeiros aniversários, casamentos e batizados. Em parceria com o irmão Hélio França, iniciou uma trajetória empresarial extremamente exitosa, a partir de um curso de serigrafia por correspondência do Instituto Universal Brasileiro. Mandavam cartas e praticavam as orientações previstas nas respostas, exercitando todo o conhecimento adquirido, dando início ao Studio C Comunicação Visual, hoje uma das maiores empresas de impressão do Estado. Atualmente, o empresário comanda um grupo formado por quatro negócios diferentes, que operam de forma complementar e sinérgica. São eles: o Studio C Formaturas, Studio C Foto Produto, Studio C Comunicação Visual e Álbum Brasil, fábrica criada basicamente para o consumo próprio, de alcance nacional, isto é, com clientes em todo o País. Hélder vem utilizando como principal estratégia a criação e o fortalecimento de vários negócios, mesmo que, a princípio, menores, como fator para diluição dos riscos empresariais. As quatro empresas geram 70 empregos diretos e aproximadamente 200 indiretos. A mão de obra, predominantemente jovem, é

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Manusear uma fotografia de qualidade, registro de um momento importante, sempre representará, a cada vez, uma experiência única” extremamente especializada nos segmentos em que atuam. Utiliza sistemas de informação, máquinas e equipamentos de última geração, o que, segundo o empresário, assegura eficiência e qualidade aos processos de produção e de realização dos serviços. As instalações da sede do grupo, próximas ao centro da cidade, são elegantes e despojadas. Lá, inclusive, é onde funciona o principal negócio, Studio C Formaturas, que se tornou responsável pela maioria dos eventos do segmento nos municípios do interior de Pernambuco e dos estados da Bahia e de Alagoas. Como empreendedor, não esconde a admiração pela cidade na qual se desenvolveu e onde, no início dos anos 2000, o então Presidente Lula afirmou que “cresceria com o investimento na interiorização de universidades e centros de estudos”, o que, de fato, ocorreu. “Não montei uma empresa focada em formaturas à toa. Sou entusiasta quando o assunto é negócio em Garanhuns. Acredito que, em cinco anos, o município vai triplicar o número de empreendimentos e empregos”, revela.


Hélder Carvalho: do sonho de ser fotógrafo à realização como empresário de eventos

O Studio C Formaturas, no contexto dos negócios do empresário, em 19 anos de atuação já “entregou” mais de 600 eventos, o que na visão do Hélder representam em conjunto a sua participação pessoal na realização de milhares sonhos de formandos. Essa trajetória de sucesso permitiu a conquista por duas vezes do Prêmio do Sebrae de Destaque Empresarial, em 2007 e 2010, e do Prêmio Carlos Dreher de Empreedorismo no Mercado Fotográfico Brasileiro, em 2014. Apaixonado por fotografia, Hélder acredita que, mesmo com todos os avanços tecnológicos, que têm reduzido o nível das revelações e, consequentemente, de registros impressos de importantes momentos da vida das pessoas e da sociedade como um todo, esse mercado sempre vai existir, seja em álbuns, seja em brindes. “Manusear uma fotografia de qualidade, registro de um momento importante, sempre representará, a cada vez, uma experiência única”. www.studioc.com.br

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ESPECIAL GARANHUNS | SOBRANCELHAS DESIGN

SOBRANCELHAS DESIGN EM GARANHUNS por Manuela Reis

A

moderna e elegante unidade da Sobrancelhas Design tem, como manda o padrão de franquias da marca, extensos 132 m² e seis funcionários. Para que os clientes sejam atendidos da melhor e mais confortável forma, a instalação da loja inclui cadeira eletronicamente ajustável, sala de finalização devidamente equipada e o canal de TV Sobrancelhas Design, que reúne informações com dicas de saúde, beleza e entretenimento. O esmero não está, entretanto, somente na estrutura do negócio. “Vários profissionais me alertaram para ter o cuidado de esterilizar as pinças, já que trabalhamos com o uso delas. Por isso, nossos designers são todos participam de treinamento de atendimento ao cliente, da técnica, que é exclusiva, e de manipulação da tinta, que não é henna, já que é muito agressiva”, explica Socorro Medeiros, empresárias à frente da unidade. Nascida em Garanhuns, a empreendedora traz seus conhecimentos a partir de experiências em São Paulo e na Bahia, locais onde atuou como executiva da Pfizer e da Johnson & Johnson, além de ter prestado serviço para outras indústrias farmacêuticas e atuado como assessora de político. Há um ano, administra a franquia garanhuense da Sobrancelhas Design, novo nome da marca Maura Lima. Felizmente, mesmo com pouco tempo após o lançamento da loja, ela já celebra o notável crescimento. “Dobramos o faturamento e o número de clientes atendidos nesse período”, adianta. Enquanto no início contava com 300 clientes mensais, hoje recebe até 800 ao mês. Tudo isso, diz ela, graças a ações promocionais e à sua forte participação, por meio de propagandas, em variadas mídias – revistas, jornais, rádio e televisão.

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Socorro Medeiros, que hoje comanda a badalada loja da Sobrancelhas Design em Garanhuns, oferece serviço diferenciado na Cidade das Flores A prática utilizada é aplicada de forma personalizada, com pinça, devidamente esterilizada e embalada e vácuo, e promete resultados surpreendentes, pois leva em conta e trabalha de acordo com diversos aspectos do rosto. “Em cada rosto, realçamos a beleza natural da pessoa. O resultado é uma expressão mais bonita, elegante e bem trabalhada”, defende Socorro. Outro diferencial apontado pela empresária é o kit individual de atendimento, entregue para cada cliente. Ele contém os itens básicos, para viabilizar a rapidez e eficiência do atendimento, vem com algodão especial que não solta fios, além de outros itens exclusivos. A ideia da empresária, ao menos por enquanto, é expandir a unidade já existente e atingir um público ainda maior. “Minha meta agora é passar de mil clientes atendidos mensalmente até dezembro deste ano. Meu objetivo é cobrir toda a região do Agreste Meridional”, diz. Atualmente, Socorro se divide entre seu negócio e o do marido, a Santos Medeiros Tratores & Máquinas, empresa de execução e localização, obviamente, de tratores e máquinas, também sediada em Garanhuns. Em um outro momento, quem sabe, deve abrir unidades em locais próximos.


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A melhor técnica em Design de Sobrancelhas do mercado. Considerando diversos aspectos como: formato do rosto, linhas de expressão, quantidade, tipo e cor dos fios, simetria e identidade pessoal, nossa técnica permite encontrar o desenho/formato ideal para cada rosto, realçando sua beleza natural e proporcionando uma expressão mais bela, elegante e personalizada, fazendo do grupo Sobrancelhas Design a maior rede de designers especialistas em sobrancelhas do país.

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AÇÃO SOCIAL | FUNDAÇÃO TERRA

FUNDAÇÃO TERRA

Trinta anos DE

dedicação e caridade LIDERADA PELO PADRE AIRTON FREIRE, A FUNDAÇÃO TERRA DESENVOLVE AÇÕES NAS ÁREAS SOCIAL, SAÚDE E EDUCAÇÃO

por Patrícia Felix

om 30 anos de existência, a Fundação Terra dos Servos de Deus é uma entidade sem fins lucrativos que surgiu no entorno do recém desativado lixão da cidade de Arcoverde, no semiárido pernambucano, a 256 km do Recife.

C

chorar e a gritar muito, e disse “eu tô com fome, quero ‘bolacha’!”. Então eu entendi que havia alguma relação entre a fome daquelas pessoas, a Eucaristia, e a justiça que deveria ser feita àquela gente”, explica Padre Airton.

Quando, em 1984, o Padre Airton Freire chegou à comunidade conhecida como Rua do Lixo, não tinha ideia do que iria acontecer a partir dali. Os moradores do lugar se abrigavam em barracos de papelão, lata ou taipa. Sem acesso a serviços básicos, eles tiravam os seus sustentos quebrando pedra rachão, queimando carvão e catando lixo.

O cenário era impactante e assustador, para transformá-lo, o líder religioso despertou nos moradores o senso de coletividade. Implantou uma horta comunitária e alfabetizou crianças, jovens, adultos e idosos por meio do método Paulo Freire, que consiste em transformar a areia do chão em lousa, e a sombra de uma árvore em telhado da escola.

“Quando fui ordenado padre, o bispo de Pesqueira designou que eu morasse em Arcoverde. Eu vivia no centro da cidade e, após dois anos, fui visitar a periferia. Chegando lá fiquei muito tocado com a situação que encontrei. Após esse encontro, resolvi partilhar minha vida com eles, sobretudo no momento da Eucaristia. Quando eu celebrava a Missa lá pela primeira vez, uma criança começou a

“O nosso primeiro projeto foi a Legião Brasileira de Assistência (LBA). Fizemos uma creche, um salão comunitário e vinte casebres de tijolos para pedreiros e serventes da Fundação. Eram pessoas que moravam na Rua do Lixo e construíram essas obras para a Instituição, ganhando, em retribuição, suas casas”, destaca.

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EDUCAÇÃO O objetivo da Ong é servir aos que necessitam, nos sentidos stricto (cotidiano) e lato (sistêmico), envolvendo as famílias da comunidade em uma rede de programas que contribui para o desenvolvimento integral das pessoas, por meio da educação. Do pré-natal à terceira idade, a Fundação Terra dos Servos de Deus acompanha, de forma regular, mais de 900 famílias da periferia do município de Arcoverde e da Zona Rural, apoiando as suas necessidades básicas, nas áreas social, saúde e educação.

SOCIAL São seis linhas de trabalho adotadas nesta área e 2.224 beneficiados. As vertentes envolvem assistência social, segurança alimentar, crianças e adolescentes em situação de risco, inserção produtiva e incentivo à formação profissional de jovens e adultos.

SAÚDE Para cuidar da saúde de pessoas em estado de pobreza, a Fundação atua em três eixos: prevenção, reabilitação e proteção ao idoso. A prevenção permeia as atividades das escolas e demais projetos da entidade. O Centro de Reabilitação Mens Sana atende a pacientes de treze municípios e em duas especialidades de reabilitação: intelectual e física. O índice de recuperação dos pacientes do Hospital é alto, pois eles recebem assistência integral ambulatorial nas duas especialidades e em um único lugar, gerando menor desgaste com deslocamentos para a capital e cidades vizinhas. Já a pessoa idosa encontra acolhimento e interação em lares específicos, nas cidades de Arcoverde e Sertânia. No total, são 5.452 pessoas beneficiadas.

Nesta área a Ong beneficia 1.719 crianças e jovens, promovendo a educação em todos os níveis, com turmas de Educação Infantil (desde creches em período integral até o 5º ano do Ensino Fundamental), Ensino Profissionalizante e Alfabetização de Jovens e Adultos. As escolas estão localizadas tanto na periferia de Arcoverde, como na Zona Rural da cidade. Os alunos participam ainda de atividades complementares e de oficinas de aprendizagem nas áreas de Artes Marciais, Idiomas, Música, Informática, Dança e Artes Cênicas De acordo com o Padre Airton a meta agora é o encaminhamento para a auto sustentabilidade. A Instituição trabalha hoje para formar gerações por meio da profissionalização dos jovens. “É preciso criar a consciência de que nós somos um todo e de que juntos somos fortes, não deixando que a chama inicial se esmoreça. De cada um, segundo as suas possibilidades e para cada um, segundo as suas necessidades”, pontua. Para se tornar um voluntário é só se apresentar ao setor Social da Fundação, dizer em qual área se quer atuar, preencher um termo de voluntariado e informar sua disponibilidade. “A Fundação Terra é um grande mutirão. É uma operação formiga. Existem pessoas anônimas e que nos ajudam com o que podem, seja com um trocado, uma lata de leite, materiais de construção, com o tempo delas, ou com orações. A Instituição tem cerca de 200 funcionários fixos e 10% desse número são voluntários. Entretanto, o grande mutirão que torna possível a Fundação Terra é contado aos milhares. Para ser possível uma obra dessa, um homem só não pode fazer. É impossível. Quando vejo isso realizado eu reconheço a minha insuficiência”, acrescenta.


LANÇAMENTO LIVRO | 1973 - O ANO QUE REINVENTOU A MPB

1973 O ANO QUE REINVENTOU A

MPB Secos e Molhados

Naná Vasconcelos

Por Célio Albuquerque

N

as vitrolas rolava todo tipo de som. Do experimentalismo de Caetano Veloso e Walter Franco a música popular e romântica de Odair José e Antônio Marcos. Da força percussiva de Naná Vasconcelos aos rebolados dos Secos & Molhados. O ano de 1973 foi assim. O 1973 é assim. Assim é o ano que reinventou a MPB. Quando os críticos mais vorazes da música popular brasileira afirmavam que ela estava morrendo, notadamente com o final da era dos festivais. Mas, ao contrário ela simplesmente se reinventa. E com esse foco iniciamos a construção do livro coletivo “1973 – O ano que reinventou a MPB”, lançado pela Sonora. A organização sim é do autor do texto que o leitor agora se atém. Mas, o livro é de todos os seus autores. Cada um escolheu ou foi escolhido para falar, de maneira pessoal de um LP lançado em 1973, mas sem fugir do compromisso da informação. A intenção sempre foi a de compor um painel de ano tão ímpar, múltiplo. Ao mesmo tempo que o leitor se depara com textos assinados por autores com vários livros publicados sobre música, ele também encontra textos assinados por gente que nunca havia publicado nada.

Luiz Gonzaga Jr.


O que tinha que valer era o prazer que a música leva a cada um dos autores e como isso poderia ser transmitido para outros leitores/ouvintes. Quem tinha que brilhar eram os discos e seus artistas. Os autores deveriam ser canais para isso, para a música tomar seu devido lugar. E assim foi. A quantidade de importantes títulos lançados em 1973 não deixa dúvidas: a música popular brasileira renasce em 1973, não como uma fênix, mas em muito semelhante.

Rita Lee

Na noite de lançamento nacional do livro, dia 23 de janeiro de 2014, na Travessa do Shopping Leblon, no Rio, trinta e um dos cerca de 50 autores marcaram presença. Mas, como identificar tantos autores? Foram criados crachás. Sem filas, cada leitor procurava seu autor conhecido e dele coletava assinatura. E os próprios autores coletavam assinaturas de seus pares. Alguns artistas como obras retratadas no livro como João Donato, Moraes Moreira (Novos Baianos), Fagner, Ednardo (Pessoal do Ceará) e Roberto Menescal (produtor atuante em 1973 e em todos anos 70, em especial) marcaram presença no lançamento. E também deram seus autógrafos. A noite durou aproximadamente quatro horas. E o tempo quase todo de “casa” cheia. 1973 é um livro de leitura fácil. Cada disco, com suas particularidades, é visto assim pelos autores de cada texto. 1973 é um livro feito para quem gosta de música brasileira, construído por quem gosta de música brasileira. Só por termos conseguido materializar esse sonho e reunir tanta gente boa, para ouvir tantos discos sensacionais, já está valendo. Muito.

Mutantes

Os discos abordados? Tem de Som Imaginário a Tom Zé, de Gonzaguinha a Tom Jobim, de Clara Nunes e Beth Carvalho a Raul Seixas. 1973 foi rico em quantidade e qualidade. Isso ninguém vai poder discordar. Quanto as discos que poderiam estar e não estão resenhados... Queríamos ter mais LPs, mas era preciso ter um limite. E convenhamos, cada lembrança de um bom disco que não entrou só sublinha a ideia que 1973 foi o ano que reinventou a MPB, que ao contrário do que alguns afirmam, vem se reinventando todo dia. Nem tudo que a gente inventa é bom. Mas, aí já é outra coisa.

Lailson e Lula Côrtes

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A sofisticação faz parte do seu bom gosto


COM A PALAVRA | CÉLIA LABANCA

FALTA DE LÓGICA

M

eu filho diz constantemente que me considera uma visionária. Diz isto com a naturalidade dos que vivem num tempo diferente do que eu vivi, e de quem não vê o mundo quase que sem saída. Ele é jovem, está no início de sua carreira profissional, e surpreso com as dificuldades que tem encontrado diante das regras do sistema estabelecido, que eu avalio como cínico e sem moral, como se tivesse sido armado em detrimento da maioria a qual deveria se dirigir e dedicar, cuidadosa e delicadamente, e não o faz.

que me defendo e ajo. E, o terceiro passo, foi não abrir mão das minhas coragens; do que eu sou, nem da minha boa vontade. Digo-lhe por isto que, o que o aflige, é assistir sem explicação o que está disposto neste país, historicamente. Aqui, não se tem lógica. Não se tendo lógica, não se planeja, nem prioriza. Não se priorizando, não tem gestão que frutifique. Tanto que já passamos por inúmeros tipos de governos e continuamos quinhentos anos atrás dos países desenvolvidos. Em Pernambuco e no Nordeste, estamos a mais quinhentos atrás do resto do sul do Brasil.

Nem com a natureza. Ele se considera um pragmático. Se não fosse um romântico, penso eu. Acho que assim se traduz e se defende na tentativa de sentir menos desespero diante da cultura que as tais normas nos impõe enquanto cidadãos, e que talvez ele nem dimensione em sua tamanha gravidade. Assim, se fixa em sua bandeira de luta: a da busca permanente pela liberdade e pela igualdade em respeito à democracia que ele conhece em sua própria vida com base nos arquétipos de decência e humanidade que herdou, e na esperança que o move diante do futuro que quer para a família que está construindo e também para os que representa. Vejo-lhe, inteiro, na agonia de quem se confronta com uma enorme charada diante de um processo que é difícil e longo de transformação do nosso Estado e país. Como se ele se debatesse por melhores condições de vida para todos, de forma coerente, determinada, solidária, menos burocratizada, menos corrupta, e transparente. Em nossas conversas, riu das suas afirmativas contra as minhas utopias e imposições, alguns radicalismos, e as minhas chatices. Naturalmente, com a idade que tenho e por ter sobrevivido a tudo que sobrevivi, sou otimista, e capaz de entendê-lo em suas ansiedades.

Não se perguntam por quê? Tudo por falta absoluta de lógica, claro! Inclusive diante da obrigação de se fazer decentemente pela maioria, a quem por “comodidade” não fazem, somente levando para todos, o engodo, a falsificação, os adiamentos, os desmandos, e abandonos. Diz-se ser difícil administrar um país como o nosso em seu tamanho continental. Mas, dizem também as teorias sociológicas e econômicas, que o micro, reflete o macro. Não seriam então os países da Europa, por exemplo, o micro, até porque são micros? E nós em nossa grandiosidade como ficamos se arrecadamos os maiores impostos do mundo? Logicamente que se tivéssemos probidade no trato da coisa pública, não estaríamos retrocedendo, em pleno desenvolvimento. É uma pena que não se faça tal pacto. Que não se considere tal obrigação. Mas, para terminar de forma menos aguda, talvez menos reflexiva, mais leve e feliz, preciso comemorar com os meus leitores e os assinantes da “nossa” revista Terra Magazine, seus três anos de beleza, competência, informações coerentes e honestas, porque é de coisas como ela que o nosso país precisa e merece. Parabéns, Cláudio Barreto, você sim, faz jus a todas as honras. Seu brilho vem da sua lógica, inteireza, seu profissionalismo e seu senso de ética e de estética, que fazem da sua revista a grande revista que é.

Ainda, de cobrar dele que, principalmente, não se afaste de si mesmo sob a pena de um sofrimento existencial ainda maior. Ele não entende como eu acho tudo perto, fácil e até prosaico, como ele diz. Acho até que tem razão, pode ser que por isto, eu seja mesmo a irritante que por vezes ele acha. Acontece que fiz pela vida uma escolha que considero entre tantas, a mais difícil, que é a de combater somente com, e pela verdade. Para isto, a primeira coisa foi saber onde tenho o meu nariz. Foi doido e doído o aprendizado, mas eu soube e sei. Depois, o segundo passo, foi desenvolver a lógica com a qual me defenderia, com a

Célia Labanca Escritora celialabanca@outlook.com


LETRAS DA TERRA | SELMA VASCONCELOS

CULTURA | LIVROS | AUTORES Iluminuras

A

Faz tempo que para pensar sobre Deus, não leio os teólogos, leio os poetas.Rubem Alves

Companhia das Letras acaba de editar a trilogia GETÚLIO que trata de uma das mais brilhantes e controversas figuras da política nacional, assinada pelo jornalista cearense Lira Neto, escritor que já vinha de outras incursões no gênero. Um trabalho de fôlego que exigiu longa pesquisa documental e de fontes primárias considerada a mais completa das biografias já escritas sobre o político gaúcho. O primeiro volume - Dos anos de formação à conquista do podertraz à cena como foi forjada a carreira política de Getúlio Vargas no pampa gaúcho, na passagem do século 19 a 20 carregada por tintas de autoritarismo próprias ao local e à época. São anos de militância estudantil, passagem pelo exército, formação jurídica, experiência política nas assembléias estadual gaúcha e como deputado federal. Este volume se encerra quando da tomada do poder pela revolução político-militar de 1930 que teve em Getúlio seu líder, e conseqüente responsável pela instalaçao do governo provisório. O segundo volume- Do governo provisorio ao Estado Novo trata de período de 1930 - 1945. Tempo conturbado a partir da ruptura com o antigo aliado Washington Luís, ao enfrentamento da revolução constitucionalista da qual sai vitorioso, propiciando-lhe criar nova Constituição, ser eleito indiretamente pelo Congresso e inaugurar o que brevemente viria a ser o Estado Novo, regime de força com a abolição de todos os direitos constitucionais e civis. Enfrentou grandes turbulências como a revolução constitucionalista de 1932 e a intentona comunista. A decisão de trocar de lado durante a segunda guerra, ou seja, lutar contra os nazi-fascistas junto aos países aliados, provoca uma situação inconciliável com o regime ditatorial, forçando Getúlio a convocar eleições para presidente, na qual possivelmente sairia candidato apoiado pelas forcas trabalhistas do PTB ( partido por ele criado). Diante do perigo anunciado, os militares resolvem reagir pelas armas e depõem Getúlio marcando o fim do Estado Novo e o exílio do político em São Borja, período em que manteve longa e assídua correspondência com a filha Alzira, sua interlocutora e conselheira fiel. Lira Neto associa dados históricos com aspectos da personalidade e da vida privada do ditador, o que torna a leitura de seu trabalho interessante tanto para os apreciadores da pesquisa histórica quanto aos ouvidos atentos a um bom contador de histórias. Registre-se a intenção declarada pelo autor de ater-se aos fatos e eximir-se de julgamento entre o bem e o mal. A trilogia encerra-se com o subtítulo - Da volta pela consagração popular ao suicídio. Abrange o período desde a eleição de 1950 na qual sai vitorioso e volta ao Catete “ pelos braços do povo” ate’ o suicídio no fatídico 24 de Agosto de 1954. O autor traz `a luz episódios e documentos nos quais Getulio prenunciava tirar a propia vida muito antes daquela data. Repetiu a frase premonitória “sinto que só o sacrifício da vida poderá resgatar o erro de um fracasso” desde 1930, quando o movimento armado o levou ao governo provisório, em julho de 1932 durante a revolução constitucionalista e em Janeiro de 1942 quando aderiu aos aliados na Segunda Guerra Mundial.

No agosto de 1954, com o atentado ao inimigo Carlos Lacerda que terminou com a morte do Major Rubens Vaz, percebeu a impossibilidade de manter-se no poder. Frente à ameaça de deposição pelas forças militares, toma a decisão fatal e consciente, conforme finaliza sua carta testamento: “serenamente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”. Grande livro sobre um grande homem.

OPINIÃO A história de vida de personagens que interferem na evolução social, cultural, política e econômica de uma nação sempre foi alvo do interesse dos biógrafos. A recente discussão acerca da necessidade de autorização do próprio personagem, objeto de pesquisa, ou de seus familiares, deixou clara a importância da liberdade do escritor em aprofundar o estudo, sem amarras, premissa que por outro lado exige responsabilidade de quem escreve no sentido da veracidade das informações que devem estar a prova de apuração. O limite entre público e privado é muito tênue desde que as ações dos homens são condicionadas pelo contexto social e político sem desprezar, no entanto, a personalidade do biografado e sua experiência de vida. Vivenciei esta situação, quando me dediquei a escrever o retrato falado do poeta João Cabral de Melo Neto que foi publicado em livro do mesmo nome e exigiu pesquisa aprofundada de sua fortuna epistolar e depoimentos de familiares e pessoas próximas ao escritor, ao longo de muitos anos de dedicação e delicadeza no trato com as fontes. O trabalho do biografo é, em última análise, contribuir para a preservação da memória nacional considerando que uma nação é construída pelos homens que ali viveram, criaram e fizeram história.


ARTIGO | PROFESSOR SÓFOCLES MEDEIROS

série

CINEMA

PERNAMBUCANO

cineasta

foto: Joás Benedito| Google images

Kátia Mesel SEMPRE VALORIZANDO A CULTURA PERNAMBUCANA

AS ORIGENS Nasceu no bairro de Apipucos, zona norte do Recife, em 1948. Filha mais velha, com vários irmãos do sexo masculino, teve uma infância bastante movimentada. Quando jovem adorava estudar e já apreciava muito a 7ª Arte. No aniversário de uma colega foi projetado o filme “O Mágico de Oz” e, pela primeira vez, ela teve contato com o cinema além da magia do que era exibido numa tela.

lhe permitiu passar da bitola Super 8 diretamente para 35mm. Através dela filmou “Oh de Casa”, com o incentivo e a participação de Gilberto Freyre. Nesta obra ela aproveitou a sua formação universitária para mostrar a influência externa na arquitetura pernambucana. No período de 1991 a 1993 produziu e dirigiu o programa semanal “Pernambucanos da Gema”, que era exibido na TV Pernambuco.

Já adulta, era frequentadora assídua das sessões de arte que eram exibidas em diversos cinemas do Recife.

Kátia até hoje se destaca no cenário pernambucano como uma influente e participante produtora cultural.

Entusiasta da fotografia, cursou Arquitetura e Artes Gráficas na UFPE, formações estas que influenciaram bastante a sua forma de fazer cinema, principalmente na valorização de detalhes.

AS OBRAS MAIORES

A ATIVIDADE DE CINEASTA Em 1968, quando ainda estudava Arquitetura, ganhou dos pais uma filmadora de 8mm, fato este que lhe permitiu aprender a “fazer cinema”, a princípio de forma experimental, tentando expressar livremente suas fantasias, sem maiores preocupações em mostrar o que produzia. A seguir passou para o Super 8 e, embora não se integrasse muito ao movimento que floresceu no Recife naquela época, teve uma participação de destaque, ao lado de figuras como Fernando Spencer, Geneton Moraes Neto e Jomard Muniz de Britto, entre outras. Durante o movimento realizou, em Super 8, cerca de 20 documentários, sempre valorizando a cultura popular pernambucana. AS OUTRAS FACETAS Em 1980, fundou a “Arrecife Produções”, uma produtora que

Kátia quis homenagear o poeta João Cabral de Melo Neto e, em 1997, dirigiu “Recife de Dentro para Fora”, baseado na sua obra “Cão Sem Plumas”. Este filme foi apresentado em muitos festivais nacionais e internacionais, onde ganhou 26 prêmios. O poema original foi editado, sofrendo cortes e alterações na sequência dos versos, mas o autor não fez restrições à “ousadia” criativa da cineasta. A trilha sonora, sempre um destaque nas suas produções, conta com as participações de Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Zé Ramalho e é um dos pontos fortes da obra. “O Rochedo e a Estrela” foi o primeiro longa da carreira de Mesel. Este documentário aborda a expansão do judaísmo em Pernambuco no século XVII, no período de dominação holandesa, e mostra a influência dos judeus na formação racial e cultural do Estado. Filmografia Básica (seleção pessoal) “Bajado – um artista de Olinda” (1984); “Oh de Casa” (1985); “Olinda Só Riso” (1986); “Recife de Dentro para Fora” (1997). Longa: “O Rochedo e a Estrela” (2008).


MUNDO | POR IZABELLE RINO

EIKE BATISTA, FORMAÇÃO DE QUADRILHA E BENS CONGELADOS

O empresário Eike Batista e outros sete executivos ligados à OGX foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo, pelos crimes de formação de quadrilha, indução de investidores a erro e falsidade ideológica. De acordo com o órgão, o grupo é acusado de induzir milhares de investidores ao erro ao anunciarem informações falsas sobre o real potencial da petroleira. A decisão foi assinada pela procuradora Karen Louise Jeanette Kahn. Segundo o advogado do ex-bilionário, Sérgio Bermudes, um juiz ordenou o congelamento de até R$ 1,5 bilhão nas contas de Eike, como medida preventiva e que ele têm dinheiro suficiente para cobrir apenas suas "despesas do dia a dia".

BILIONÁRIOS PREFEREM MANTER SUAS FORTUNAS BEM GUARDADAS

ESTREIA SURPREENDENTE TORNA JACK MA, O HOMEM MAIS RICO DA CHINA

O Alibaba Group, gigante do e-commerce chinês fundado por Jack Ma, estreou na bolsa de valores vendendo US$ 21,8 bilhões em ações, mais do que os valores arrecadados pelo Facebook e pelo Google em seus respectivos IPOs (US$ 19,8 bilhões). As ações de Ma passarão a ser negociadas no pregão da bolsa de valores de Nova York, já que é o homem mais rico da China, pois faturou entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão com a venda de ações da empresa. Atualmente, a fortuna pessoal dele é de US$ 16,3 bilhões.

NOBEL ALTERNATIVO’ PARA EDWARD SNOWDEN

Edward Snowden, ex-técnico da Agência de Segurança Americana que revelou o programa de espionagem desse país, foi escolhido para receber o Right Livelihood Award 2014, conhecido como o "Nobel alternativo". Segundo um estudo divulgado no último fim de semana pela empresa Wealth-X, os maiores bilionários do planeta mantém pelo menos US$ 600 milhões de suas respectivas fortunas reservados em dinheiro. A soma é consideravelmente maior do que o valor que eles mantinham individualmente em cash no ano passado – US$ 60 milhões por cabeça, em média. De acordo com Wealth-X, hoje os bilionários possuem cerca de 19% de seus patrimônios pessoais em dinheiro vivo. Isso não significa que eles deixariam de perder dinheiro em um eventual colapso financeiro, mas pode possibilitar uma redução considerável de suas perdas.

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Esse prêmio sueco, que reconhece o trabalho de quem melhora a condição humana, foi atribuído a Snowden "por sua coragem e habilidade ao revelar a amplitude sem precedentes de vigilância por um Estado que viola processos democráticos básicos e direitos constitucionais básicos", afirmou em Estocolmo a Fundação Livelihood Award.


TONY BLAIR É DESIGNADO ‘ÍCONE GAY’ POR REVISTA BRITÂNICA

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair foi designado pela revista Gay Times como um dos mais importantes "ícones gays" dos últimos 30 anos, em reconhecimento por seu trabalho a favor dos direitos dos homossexuais. A revista Gay Times lançou uma edição especial em homenagem a Blair, por ocasião do 30º aniversário da publicação. O trabalhista Tony Blair, 61 anos, obteve uma contundente vitória nas eleições legislativas de 1997 e dirigiu o governo britânico durante uma década.

HOMEM DE MUITA SORTE!

Joseph Whiting, de 42 anos, é gari e residente do bairro de Camden, em Londres. Ele ganhou R$ 17,5 milhões na loteria e foi trabalhar no dia seguinte, por não acreditar que sua aposta tinha sido vencedora, já que tinha feito a aposta nove minutos antes do prazo final. Ele consultou seus números às 4h de quinta-feira - o sorteio foi realizado na quarta-feira -, mas foi trabalhar uma hora depois, pois achou que não poderia ter sido ele o vencedor.

ZONA DO EURO REFORÇA SINAIS DE FRAGILIDADE

CÚPULA DO CLIMA CRIA PLANO PARA ZERAR DESMATAMENTO NO MUNDO ATÉ 2030

O acordo para redução do desmatamento das florestas no mundo foi um dos principais resultados da Cúpula do Clima, que aconteceu, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. A "Declaração de Nova York sobre florestas" prevê reduzir pela metade o desmatamento no planeta até 2020 e zerá-lo até 2030. Em entrevista à Associated Press, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o governo brasileiro não foi convidado para participar do processo de preparação da declaração e que o Brasil temia que o texto pudesse colidir com leis nacionais que controlam o desflorestamento na Amazônia e outras florestas. Os defensores do acordo querem cortar entre 4,5 bilhões de toneladas e 8,8 bilhões de toneladas de carbono por ano com a redução do desmatamento até 2030. Além disso, Reino Unido, Alemanha e Noruega se comprometeram em doar nos próximos anos o equivalente a R$ 2,7 bilhões para países com iniciativas voltadas à contenção do desmate. O compromisso englobaria ainda ações de empresas exploradoras de recursos naturais, como as fabricantes de óleo de palma e de alimentos em geral, além de englobar a ajuda dos povos indígenas para dar suporte aos programas de REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).

Os índices de compras de gestores para ambos os sectores económicos e o índice compósito caíram dos 52,5 em Agosto para os 52,3 no mês de Setembro, segundo adiantou a Markit Economics. Uma evolução que contrariou as expectativas dos economistas sondados pela Bloomberg, que projetavam uma leitura inalterada no mês de Setembro nos 52,5 registos acima dos 50 destes índices apontam para expansão da atividade. Estes novos dados sugerem um aperto das condições económicas no bloco da moeda única. A zona euro estagnou no segundo trimestre do ano com as três maiores economias a emitir sinais de alarme, enquanto a inflação se mantém em níveis de perigo, perto de um cenário de queda generalizada dos preços. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, sublinhou que a retoma da zona euro está a perder força, mesmo depois de ter avançado com uma política de estímulos menos convencional e mais agressiva: baixou os juros por duas vezes desde Junho, lançou um programa de compra de títulos de dívida das empresas e operações de empréstimos baratos aos bancos para reativar o crédito à economia real.

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CURTA

#CINEMA

O CANDIDATO HONESTO GRACE DE MÔNACO

BOYHOOD - DA INFÂNCIA À JUVENTUDEDO TORNADO

Gênero: Drama “O filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo.”

Gênero: Drama “O casamento de Grace Kelly (Nicole Kidman) e o príncipe Rainier III (Tim Roth) foi considerado um conto de fadas na vida real quando aconteceu, em 1956. Entretanto, cinco anos mais tarde, Grace está insatisfeita com a vida no palácio e o distanciamento do marido. A chance de novamente sentir-se útil surge quando seu velho amigo, o diretor Alfred Hitchcock, a convida para retornar ao cinema como protagonista de seu próximo filme.”

TIM MAIA

TRASH - A ESPERANÇA VEM DO LIXO

Gênero: Drama “Cinebiografia do cantor Tim Maia, baseada no livro “Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia”. O filme percorre cinquenta anos na vida do artista, desde a sua infância no Rio de Janeiro até a sua morte, aos 55 anos de idade, incluindo a passagem pelos Estados Unidos, onde o cantor descobre novos estilos musicais e é preso por roubo e posse de drogas.”

Gênero: Drama “Rio de Janeiro, Brasil. Três adolescentes vivem e trabalham em um lixão e, um dia, encontram uma carteira que contém instruções para o esconderijo de um tesouro. O trio então inicia uma jornada, na qual encontrará pessoas inesperadas e logo irá perceber que precisa consertar um grande erro.”

Gênero: Drama “Rio de Janeiro, Brasil. Três adolescentes vivem e trabalham em um lixão e, um dia, encontram uma carteira que contém instruções para o esconderijo de um tesouro. O trio então inicia uma jornada, na qual encontrará pessoas inesperadas e logo irá perceber que precisa consertar um grande erro.” “João Ernesto Praxedes (Leandro Hassum) é um político corrupto, candidato à presidência da República. Ele está no segundo turno das eleições, à frente nas pesquisas, quando recebe uma mandinga da avó, fazendo com que ele não possa mais mentir. Agora começa o problema: como vencer uma eleição falando apenas a verdade?”

HORNS

Gênero: Suspense “Um jovem de 26 anos de idade descobre um dia, quando acorda, que sua namorada foi estuprada e assassinada. Ele é imediatamente apontado como principal suspeito, o que o obriga a partir em busca do verdadeiro responsável. Sua arma será o par de chifres que crescem em sua cabeça, e forçam as pessoas que lhe encontram a revelarem seus segredos.”


ESPAÇO JURÍDICO

SUCESSÃO É HORA DE PLANEJAR! É

cada vez maior o número de pessoas que nos procuram interessadas neste aparato jurídico que além de elidir conflitos interpessoais no futuro, protege e reduz os custos com impostos que recaem sobre as propriedades ou seus rendimentos. Tudo de maneira legal e planejada, diz o especialista Carlos Alberto Pinto, ao falar do planejamento sucessório. São empresários, médicos, advogados, funcionários públicos... Não se tem um perfil exato. Contudo, a preferência sempre é daquelas pessoas que possuem filho (s), são proprietárias de empresas ou são sócios, pois possuem capacidade financeira e gostariam de ver este conglomerado de patrimônio propagar-se por mais gerações. É dentro desta filosofia que os planejamentos sucessórios podem desdobrar-se em diversas segmentações, podendo, para alcançar o objetivo do cliente, existir desde sua maneira mais simples até uma estruturação societária e negocial extremamente complexa. É o caso das fundações internacionais e da figura do Trust, explica o sócio da Lins & Pinto.

administrou, queria ver prosperar aos seus descendentes os frutos da (s) semente (s) plantada (s) por si. O Planejamento Sucessório tem que ser formatado de maneira individualizada, para que ele possa resistir às intempéries que advirão quando da extinção do provedor. A sucessão em grupos familiares é uma passagem complexa e envolve: FAMÍLIA PROPRIEDADE e EMPRESA, além de todas as questões profissionais e emocionais. Logo, mostra-se que este tipo de estrutura é no mínimo, pertinente em todos em âmbitos familiares.

Planejar é prova de amor, fala Carlos Pinto, ao lembrar que além de ter que lidar com a perda, a família do falecido vê-se ainda obrigada a lidar com o sofrimento de um processo judicial e burocrático. É tudo muito moroso, assevera ele.

Ainda mais quando há construção de Empresa (s) ou formatação de negócio (s) e que precisam perpetuar os seus efeitos aqueles que não mais contarão com a sua presença para dizer o que deve e o que não deve ser feito. É triste só de pensar.

Lidar com a morte é algo extremamente doloroso e oneroso, quando falamos de inventário, seja ele judicial ou extrajudicial. Isto, por que, além dos valores de custas e impostos a serem recolhidos ao final do processo, devemos levar em consideração ainda o tempo que isso levará.

Não se pode deixar de mencionar que a maioria das empresas nasce no berço familiar, mas apenas 30% delas são transmitidas à segunda geração e 4% à quarta; é o que atesta o Sebrae Nacional em seus levantamentos. Isso reflete a preocupação que há de se deferir.

São em média 5 anos de tramitação, acreditando que não haverá litigio entre os herdeiros, o que é raro, infelizmente. A inteligência do planejamento reside quando praticado de maneira suficientemente pensada para propiciar além de uma sucessão tranquila, uma redução significativa de cargas fiscais e tributárias. Apenas a título exemplificativo, dependendo da formatação encontrada pelo profissional como a mais adequada, a tributação sobre a venda do bem (IRPF) – se for este perfil do cliente – será reduzida de 27,5% para 5,8%, se considerarmos a constituição de um cenário societário para este fim. Não existe uma receita de bolo para atuação neste segmento de mercado e que cada vez mais, tem se tornado habitual. São inúmeras variáveis e, é exatamente isso que exige do profissional que atua neste ramo do direito um conhecimento profundo das matérias envolvidas. Isso por que, para que um planejamento sucessório consista em solidez e segurança jurídica, é preciso que ele seja montado de maneira personalizada, considerando os perfis dos clientes, dos herdeiros, das empresas se existentes, do regime de comunhão (se for casado), do volume de patrimônio, da capacidade financeira declarada... Enfim, uma série de fatores, que precisam ser analisados antes de qualquer iniciativa ou providência. Esta é a essência fundamental para que a criação de uma estrutura sólida e confiável que resistirá aos conflitos e que em sua grande maioria surgem, quando da extinção daquele que tudo construiu e

É preciso criar sucessores, e não herdeiros. Estruturas societárias com base familiar tendem a desmoronar quando excluído o pilar FUNDAMENTAL. Se não houver previsão do balanceamento equitativo de como se procederá à distribuição do peso sobre os pilares remanescentes, as chances dos negócios seguirem um fluxo de progresso constante são poucas. Cabe aos herdeiros e sucessores dar prosseguimento ao legado. Empreender é um dom, mas também pode ser desenvolvido. É pensando nisso que mais uma vez assevero que o planejamento sucessório é imprescindível na construção dos elementos que estabeleçam as prioridades necessárias ao bom funcionamento do processo, e para que seus efeitos fiscais e tributários sejam postos em prática, estabelecendo regras de comportamento e anseios profissionais para aqueles que sucederão. Estar no presente, mas sempre pensando no futuro, é o segredo da prosperidade da alma quando se fala em negócios. Grandes estruturas de organizações familiares| societárias atuais, contaram em algum momento do passado com esta realidade jurídica que pode ser aplicada em qualquer âmbito familiar, havendo ou não, grandes fortunas, finaliza Pinto.

Adv. Carlos Alberto Pinto




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