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ARTE AUGUSTO BORGES A REVELAÇÃO NA ARTE SACRA ARQUITETURA TALENTOS PERNAMBUCANOS CINEMA KÁTIA MESEL 50 ANOS DE CINEMA CADERNO AUTOMOTIVO DIRIJA AUTO DIÁRIO DE BORDO FÉRIAS NA NEVE GASTRONOMIA O OURO LÍQUIDO DO JURA MÚSICA SPOK A FORÇA DO FREVO PERSONALIDADE MÔNICA LIRA TERRAMAGAZINE www.terramagazine.com.br R$ 16,00 | ED. 45 FEV/MAR/ABR 18
fábio silva A trajetória do jovem empresário que se tornou empreendedor social
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EDITORIAL Estamos confiantes e fortalecidos que o país olha para frente otimista diante dos próximos desafios que temos: ano de eleição e claro, uma Copa do Mundo. Para ambos os casos, embora com nossas duas últimas experiências frustadas, não nos calamos e fomos adiante. É como se outro 7x1 não fosse mais possível acontecer pelo simples fato de que não somos mais como antes. O mesmo para o caráter político.
Claudio Barreto Editor Geral
Ana Paula Bernardes Editora
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A indústria cria fôlego e a nossa economia também. As empresas que resistiram até aqui estão prontas para novos desafios. Também foi assim com nosso trabalho: muito esforço e uma pesquisa centrada no caráter primordial que move nosso jornalismo: informação. Trazemos então nesta edição, na coluna personalidade Mônica Lira, com o Grupo Experimental que transforma pessoas com a arte dança. Uma gastronomia que ultrapassa gerações e mantêm-se rica, altiva e como um grande orgulho para os pernambucanos com o restaurante Leite e o novo Famiglia Giuliano. Eles abrem com isso toda a maestria de uma capa que faz uma justa homenagem ao crédito do que iniciamos falando neste editorial: A trajetória do jovem empresário que se tornou empreendedor social - Fábio Silva. Além disso trazemos a lembrança de um frevo para ser ouvido o ano todo com o trabalho do Maestro Spok e da arte, quase que desconhecida de Augusto Borges. Então, a todos, um convite para olharmos juntos para este novo tempo!
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ÍNDICE
EDITOR GERAL Claudio Barreto DRT/PE - 5254 editor@terramagazine.com.br (81) 99504 7550
14 | PERSONALIDADE – MÔNICA LIRA 18 | ARTE – AUGUSTO BORGES 20 | MÚSICA – SPOK 22 | POR TRÁS DO TAILLEUR – CARLA FERREIRA 24 | RESTAURANTE LEITE 26 | CAPA - FÁBIO SILVA 32 | LEGADO E OTIMISMO - JORGE PETRIBÚ 37 | TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA 42 | DESIGN - PAULO AZUL 44 | ESPAÇO DO ARQUITETO 56 | SOCIAL TERRA 58 | MODA 66 | DESTINOS – ZEZINHO SANTOS 70 | DIÁRIO DE BORDO – FÉRIAS NA NEVE 72 | CASE DE SUCESSO 74 | NEGÓCIOS AVANTIA 76 | GASTRONOMIA – LUCIANA SULTANUM 78 | ENOGASTRONOMIA 84 | SAÚDE 86 | JURÍDICO 90 | SUSTENTABILIDADE 92 | DICAS PARA LEITURA 93 | COM A PALAVRA – CÉLIA LABANCA 94 | CINEMA NACIONAL - SÓ FOCLES MEDEIROS 96 | FILMES 98 | TECNOLOGIA 101|CADERNO AUTOMOTIVO – DIRIJA AUTO
DIRETORA | COMERCIAL Maria do Carmo Veras contato@terramagazine.com.br (81) 9 9159 8905 EDITORA Ana Paula Bernardes COMERCIAL Jô Santana contato@terramagazine.com.br (81) 9 9965 5021 FOTOGRAFIA Armando Artoni Rudah Goes
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“HOUSE DUO - Unindo os samples e grooves da música eletrônica ao som elegante de um violino.” Sardinha (Dj) e Gizelle Dias (Violino). Um projeto único e inovador, onde a cada música executada, a vibração e a energia contagia o público, trazendo uma sensação única aos amantes da e-music.
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PERSONALIDADE MÔNICA LIRA
MÔNICA LIRA
A ARTE DE RESISTIR E PERSISTIR por Ivelise Buarque
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omo uma boa pisciana, Mônica Lira é puro sentimento na alma, nos pés e no corpo que juntos, expressam em gestos e movimentos uma linguagem própria que desconstrói e ressignifica a dança e a visão da sociedade como a conhecemos em espetáculos únicos. Estes trazem à tona referências das comunidades, resgates das origens de cidades e os olhares sobre o eu e sobre nós enquanto seres sociais e políticos, sobre as pessoas e sobre a difícil arte de fazer a dança no Brasil. O corpo da dança que se perde em um país cheio de burocracias, falta de incentivos e ausência de liberdades e em um estado sem a preocupação com a importância da expressão artística para a formação do nosso potencial cultural e físico. “Para mim, a dança é sinônimo total de transformação, interna e externa e de posicionamento e de pensamento. É um projeto de educação especialmente pelo momento que nós estamos passando social, político e econômico. É um momento muito grave e é por isso que a arte incomoda tanto aos políticos, porque a gente traz uma consciência de mundo que não se ensina na escola”, destaca a bailarina e coreógrafa. São raras as escolas que ensinam e trazem essas crianças para o que elas precisam de
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AFINAL DE CONTAS, O QUE É QUE A GENTE APRENDE COM A DANÇA É DESPERTAR O OLHAR, DESPERTAR A SENSIBILIDADE E NATURALMENTE A CAPACIDADE DE REFLEXÃO. APRENDE-SE COM A DANÇA TUDO E MAIS UM POUCO”
fato aprender e entender, em sua opinião. A arte é desta forma transformação, pois tem a capacidade de despertar as pessoas para outras questões. “Afinal de contas, o que é que a gente aprende com a dança é despertar o olhar, despertar a sensibilidade e naturalmente a capacidade de reflexão. Aprende-se com a dança tudo e mais um pouco”, completa a profissional que é, há quase 25 anos, o nome por trás do Grupo Experimental, companhia de dança contemporânea mais antiga e em atuação no estado. Contudo, sua trajetória consciente neste universo começou do que desejava ser, já aos 12 anos de idade, quando sua mãe Ana Maria Glória Lira de Queiroz a colocou nas aulas de dança.
Caçula de uma família de cinco, a vida e a criação de Mônica foram atípicas, pois, oriunda de Fernando de Noronha, veio ao mundo quando a matriarca da família não esperava mais filhos e encarou uma realidade longe do paraíso tão almejado por turistas que anseiam conhecer a ilha, em uma época governada pelos militares e com regras específicas. “Em Noronha, eu tive uma alergia que estourava inteiramente os meus pés. Então, eu não podia ir para a escola porque eu não podia calçar o sapato. E sapatos e meias eram obrigatórios. Por isso eu fui alfabetizada pela minha mãe. E foi uma coisa bem difícil porque eu queria estar perto das crianças”, lembra. Quando veio para o Recife, já sabia ler e escrever e tinha toda essa visão de privilégios e dificuldades da sociedade, que foram expandidas com o tempo e com a convivência com outras realidades de vida bem mais massacrantes ao longo de sua jornada na dança. Talvez o fato marcante neste sentido tenha sido a criação do seu primeiro projeto “Núcleo de Formação em Dança”, em 2004, projeto social criado após observar o interesse de jovens sem recursos em fazer aulas, quando professora. “Muita gente chegava pra me pedir bolsa e eu sempre deixava o pessoal fazer as aulas, mas chegou uma hora em
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foto Terra Magazine
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PERSONALIDADE MÔNICA LIRA
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EU SEI QUE O MEU FAZER PODE CONTINUAR BENEFICIANDO MUITA GENTE, NO SENTIDO DE TRANSFORMAÇÃO, MESMO AQUELES QUE NÃO VIRARAM BAILARINOS SÃO OUTROS SERES HUMANOS, PORQUE VOCÊ TRANSFORMA A CABEÇA DESSAS PESSOAS..."
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que no único lugar que eu tinha pra ganhar dinheiro, eu não estava ganhando. Então, eu disse que precisava reverter isso e foi ai que desenvolvi o projeto. E foi incrível porque eu abri seleção para 30 pessoas e chegaram aqui 150 jovens de várias comunidades da Região Metropolitana do Recife”, diz. Iniciado em 2004 o projeto durou 10 anos e parou em 2014 por falta de incentivos, apesar de seus esforços e do apoio de algumas organizações
públicas e privadas ao longo do tempo. Mas sua satisfação vai além de tudo que poderia imaginar, pois, se consolidou como uma escola técnica que proporcionava uma formação em dança e o pontapé inicial para a transformação de vida desses jovens de várias formas. Com carga horária de 3 horas por dia, todos os participantes recebiam passagem, fardamento, lanche,
aulas teóricas e práticas e atendimento psicológico, afinal, alguns tinham situações familiares complicadíssimas e que chegaram a viajar para todo o Brasil e a para a Europa. “Eu sei que o meu fazer pode continuar beneficiando muita gente, no sentido de transformação, mesmo aqueles que não viraram bailarinos são outros seres humanos, porque você transforma a cabeça dessas pessoas. Você os ajuda a criar um olhar crítico e a
Foto: Rogério Alves 423
autoestima deles fica em outro lugar. Temos com isso milhares de exemplos e histórias lindas aqui a contar, e isso hoje pra mim é mais importante do que as minhas obras artísticas porque eu consegui fazer uma coisa que é muito difícil e que ao mesmo tempo foi muito prazerosa”, enfatiza. Não obstante, transformou a vida de milhares de jovens pernambucanos, inclusive no último ano de atividades quando atendeu mais de 700 jovens de vários bairros do Grande Recife numa parceria com o Governo do Estado. E alguns dos maiores destaques desta investida estão morando há anos na Europa como os bailarinos Gustavo Oliveira (Itália), ex-membro da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo de Lisboa e premiado em 2017 com o Prémio de Melhor
Intérprete Contemporâneo, em Roma, e Carlos Ferreira da Silva (França), que integra hoje o Ballet Preljocaj. Por isso, Mônica carrega pra si a responsabilidade de fazer uma construção e movimentar a cena artística como forma de resistência política e social em um cenário em que o caos não gera beleza, criatividade ou soluções para uma cadeia rica em um estado pautado pela economia criativa. E, desta forma, a dança é mais do que uma expressão artística no Brasil e no mundo. Com o desejo de realizar diversas ações na dança, uma semente está florescendo na forma de um novo espetáculo que Mônica está desenvolvendo para o Experimental: “O corpo desse lugar... Dança?”, título provisório deste trabalho em pesquisa a ser lançado
possivelmente este ano. E segundo sua idealizadora está relacionado ao corpo artístico, mas também ao corpo no chão do ser humano, que mora em Recife, esses seres visíveis e invisíveis ao nosso redor. “Nós vamos falar das palafitas e da relação de quem mora ainda em pleno século XXI em cima de um mangue e que o governo não faz nada. Pessoas sem nada. E desses corpos invisíveis que estão nas ruas, desses pedintes, que a gente passa e muitas vezes nem olha ou ajuda. E eu sinto que o artista nesta relação está um pouco neste lugar, só não passa fome ou está na rua. Mas a gente tem essa discriminação social, que é quase a mesma que um pobre, um indigente tem. De outra maneira. A gente incomoda, do mesmo jeito que um pobre incomoda, que às vezes você desvia para não passar do lado de uma
pessoa com medo, o artista também. Então, eu vou falar um pouco como é que a gente pode sobreviver. E vai ser um trabalho bem forte”, reforça. Focando-se ao fortalecimento artístico, cultural e político e da dança, Mônica Lira mostra assim suas várias facetas através do seu Experimental e as diversas vertentes das artes pelo estado, pelo país e pelo mundo em espetáculos – como Lúmen (2002), Conceição (2007), Breguetu (2015) e Pontilhados (2016) – e a necessidade do homem de gerar algo mais apenas através dos movimentos do corpo.
Assista o vídeo em nosso canal youtube Terra Magazine TV.
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ARTE AUGUSTO BORGES
A revelação na Arte Sacra
Augusto Borges por Roberto Quirino
O
bairro de Iputinga na zona oeste do Recife é também conhecido como o bairro dos artistas, e não é por acaso, que ali numa charmosa casa de vila construída nos anos 60, com piso de ladrilho hidráulico e jardim, mora e trabalha um talentoso e pouco conhecido escultor, Augustos Borges. Filho de pernambucanos da zona da mata norte, mas nascido na cidade de Niterói no estado do Rio de Janeiro, ele vive em Pernambuco desde os 10 anos de idade. Já na sua infância dava sinais de inclinação para a arte e demonstrava habilidades com o desenho e a pintura. Mas foi somente na fase adulta que descobriu a sua vocação para escultura, e encontrou na arte sacra a expressão maior do seu talento. Há quem compare o seu trabalho com o do artista mineiro Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho (1730- 1814), comparação essa que deixa Augusto um pouco sem jeito. Ele teve o seu primeiro contato profissional com a arte aos 26 de idade, antes disso trabalhou na noite de Recife em bares e restaurantes, como: barman, garçom e gerente de caixa. “Não me sentia feliz nem seguro em trabalhar na noite, saía de madrugada do trabalho e sempre voltava pra casa apreensivo”, conta.
foto arquivo pessoal
Ainda na década de 90, Borges largou o trabalho na noite e foi morar na cidade de Olinda. Na época passou a dividir um apartamento com amigos artistas plásticos. Sem dinheiro e sem trabalho, passou a ajudar os seus colegas artistas em pequenos trabalhos de restauro em esculturas de madeira, como forma de conseguir uma fonte de renda.
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Foi através desses trabalhos que começou a desenvolver uma habilidade que nem ele mesmo sabia que possuía: a de esculpir em madeira. “Eu estava vivendo uma época de descobrimento com a possibilidade de esculpir em madeira, pois até então só desenhava e pintava,” conta Augusto ao falar dessa fase que se descobria como escultor. Nesse período foi convidado pelo Laboratório de Arte da Fundação Joaquim Nabuco a fazer os dedos e os pés de uma escultura barroca do século XVIII, um Cristo de madeira. Já no ano 2003 surge o convite para um trabalho fixo na equipe de restauro da capela-mor do Convento de São Bento em Olinda. “Peguei todo dinheiro do meu primeiro salário e comprei um conjunto
Eu estava vivendo uma época de descobrimento com a possibilidade de esculpir em madeira, pois até então só desenhava e pintava” de ferramentas manuais.” Borges recorda que nessa época já estava fascinado e envolvido com as obras sacras. A partir daí passou a desenvolver um trabalho mais autoral e começou a receber encomendas de obras com o tema, por alguns colecionadores de arte.
foto Terra Magazine
A obra de Augusto Borges é marcada pelo requinte nos detalhes das peças que esculpe. Suas esculturas em madeira espantam pelo realismo das formas que dão sentido e a sensação de movimento às peças. Apesar da sua paixão por esculpir obras sacras, Augusto também tem em seu trabalho obras mais caricaturais. “Gosto também de retratar as pessoas nas suas formas imperfeitas” afirma artista. Um dos exemplos desse outro lado da sua obra é um conjunto de esculturas de mulheres em madeira que retratam corpos que não seguem os padrões considerados pelo senso comum como corpos esculturais. Suas principais referências na arte da escultura é artista francês Auguste Rodin (1840 – 1917), e o mexicano contemporâneo Javier Marín. “Bebo na fonte do Javier, admiro demais o trabalho dele”.
O talento de Augusto é inversamente proporcional à sua notoriedade. Ele afirma que seu trabalho é pouco conhecido no estado de Pernambuco. Nunca participou de nenhuma exposição e que as poucas encomendas que recebe são de pessoas de outras regiões do país e isso lhe deixa um pouco frustrado. “Quero que o meu trabalho seja também reconhecido aqui na minha cidade e no meu Estado, para que eu possa viver e ser reconhecido pela minha obra”, declara. Augusto continua também o seu trabalho como restaurador e hoje atua como coordenador de marcenaria e entalhe foto arquivo pessoal
na obra do restauro do forro da Igreja Conceição dos Militares, no bairro de Santo Antônio, considerada como a maior expressão do estilo Rococó da América Latina. Enquanto sua obra ainda não ocupa lugar merecido no cenário artístico local, ele segue com seu trabalho autoral traduzindo nas suas esculturas e no seu apreço pelo detalhe, forma e movimento.
Atelier Augusto Borges (81) 99508-9753 augustoborgespe@gmail.com
MÚSICA spok
Spok
fotos Terra Magazine
a força do frevo para além dos carnavais
por Ana Paula Bernardes
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ano era 1982 e foi na quinta série do ginásio da Escola Polivalente de Abreu e Lima que o menino Inaldo Cavalcanti de Albuquerque, com apelido Spok herdado de personagem da famosa série de Jornada das Estrelas, iniciou seu caminho na música. Na família, carrega o DNA de um tio músico e de um pai apaixonado pela boemia e que estava presente nas principais festas e bares locais. Entretanto, foi o estímulo dos colegas de escola e do seu professor “Maninho” que lhe deram sua primeira visão de música na vida.
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Das saudosas lembranças desta época, ele fala das trilhas sonoras de Luiz Gonzaga e de muitos nomes do frevo que invadiam seu lar. Ele não imaginaria nunca, que num futuro nem tão distante, grandes nomes do nosso frevo estariam junto com ele, compartilhando do mesmo fervor à música pernambucana. Se traçássemos uma linha do tempo na vida de todo músico, um dos grandes marcos seria quando eles ganham seu primeiro instrumento. E com Spok não foi diferente. A lembrança ainda é viva da
flauta comprada pela sua mãe na antiga Casa Ramiro Costa, no centro do Recife, bem como da música Asa Branca, de Luiz Gonzaga, a primeira que nosso maestro aprendeu a tocar. Em seguida, seus estudos se intensificariam a ponto dele começar a acompanhar seus colegas da escola nas apresentações que faziam pela cidade. Um belo dia, ao chegar no Alto da Bela Vista, realizaria sua primeira entrada profissional com instrumento. “Naquele
SAXOFONE Quando o vi pela primeira vez fiquei em êxtase. Meu professor conseguiu um instrumento para mim e foi com este que eu estudei e me apresentei diversas vezes até conseguir comprar o meu”
momento eu vivi um clima diferente. Não havia glamour, mas algo mexeu comigo. A música para mim, começou naquele dia”, declara. Quando completou 14 anos, Spok descobriu seu verdadeiro amor: o saxofone. E foi paixão à primeira vista. “Quando o vi pela primeira vez fiquei em êxtase. Meu professor conseguiu um instrumento para mim e foi com este que eu estudei e me apresentei diversas vezes até conseguir comprar o meu”, relembra. Ao lembrar de todas essas memórias, Spok destaca algo muito importante, talvez o melhor dos sentimentos que a música proporciona, que é o de se encontrar com algo que realmente faz a diferença na sua e na vida das pessoas. E o nosso maestro se encontrou. Foi no frevo, que tanto ouvia quando criança, que ele alinhou seu sopro como a sua mais importante mensagem musical. Mestres como Maestro Duda, Gustavo Travassos e tantos outros, locais, nacionais e internacionais, que ele ouvia quando
criança, teve a oportunidade de dividir o mesmo palco. De admiração à amizade, Spok fez surgir o projeto Sete Corações, documentário dirigido pela cineasta Déa Ferraz, que faz uma homenagem aos grandes nomes do frevo como o próprio Duda, José Menezes, Ademir de Araújo, Edson Rodrigues, Clóvis Pereira, Guedes Peixoto e José Nunes. Uma justa homenagem que agora imortalizou esses importantes nomes para a música pernambucana. Nesta trajetória, nosso maestro também destaca o tempo em que ficou com Antônio Nóbrega, acompanhando o trabalho do artista como Orquestra. Aí começava o sonho em gravar o primeiro disco. E esse primeiro trabalho autoral, assim como os seguintes, não cairia no lugar qualquer. A palavra inovação encontra exemplo no trabalho de Spok, quando essa paixão pelo frevo, o permitiu ir além, abrindo inúmeras possibilidades para sentir este ritmo, contrariando aqueles menos bairristas que subtraem uma das maiores características imateriais pernambucanas, como sendo música exclusiva para os quatro dias de Momo. “Descobri o frevo para ser tocado em concerto, em teatro. Ali é o encontro da música instrumental. Gravamos e esse disco começou a andar pelo mundo. Um
novo momento para o frevo que com isso é tocado todos os dias do ano em qualquer lugar do planeta. Isso é verdadeiramente possível”, ressalta o maestro. Também dentro dessa diversidade, Spok traz o seu Frevotron, que nos permite olhar o frevo com mix eletrônico, além do Frevo Sanfonado exaltando o arranjo protagonista da sanfona. Mas é plenamente compreensivo que, como a amante do carnaval, a quarta-feira de cinzas é sempre um dia de saudade. Ele confessa que passa o ano inteiro esperando o carnaval chegar, mas como spoiler de seu trabalho, o público confere em breve, Do Frevo ao Jazz, um longa que o músico prepara-se para ser lançado este ano, assim como um projeto solo que está no forno, com single chamado Raízes, já lançado na internet em homenagem ao seu avô. Pai de quatro filhos, já compartilha da música para os dois mais velhos Ylana e Yuri Queiroga, o que já lhe é motivo de orgulho. Hoje, aos 47 anos, pisar num palco depois de ter percorrido o mundo fazendo aquilo que lhe move a alma, ainda lhe traz um frio na barriga, reafirmando o amor pela cultura popular.
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por trás do tAILLEUR carla ferreira
foto andrea rêgo barros
CARLA FERREIRA HOBBY MARINADO COM MUITO AMOR Costume de casa não fica em casa para a irrequieta advogada Carla Ferreira, que divide seu dia a dia entre a advocacia, os mimos da família, o afago aos amigos e o amor pela cozinha.
por Ivelise Buarque
J
ovem, elétrica, espirituosa e otimista, esta chef que se considera cozinheira, aprendeu o trivial e desponta hoje em encontros gourmets suntuosos que demonstram mais do que competência, mas também o prazer de receber e de dividir com aqueles que aprecia essa paixão inexplicável que tem pela gastronomia. “Eu cozinho três vezes na semana, duas vezes para fazer minhas marmitas e nos finais de semana também cozinho. Eu só não cozinho quando estou na farra, mas farra em casa de amigo pode me procurar que estou na cozinha”, destaca ela. Chamada pelos amigos por
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Carlota, ela é sócia e comanda uma equipe exemplar focada no Direito do Trabalho no escritório Urbano Vitalino Advogados, uma das mais antigas e maiores empresas de advocacia, nascida no estado e com unidades hoje em João Pessoa, Fortaleza, Salvador, Natal, São Paulo, Rio de Janeiro e Angola. Por trás do tailleur, a relação com as panelas não é um caso sigiloso para amigos, conhecidos e colegas de trabalho, pois para todos que a conhecem de perto esse amor louco (que Carlota considera às vezes um vício) já tiveram
a oportunidade de apreciar. Com o costume de almoçar no próprio escritório, aproveita o momento para degustar suas marmitas gourmets e também passar um pouco mais de tempo distinto com a equipe. E, naturalmente, algumas vezes pedem degustação dessas delícias e Carlota consegue levar em certos momentos almoço suficiente para dividir com mais alguém. “Durante a semana eu faço as minhas marmitas para trazer para o escritório, mas, claro que a minha marmita tem o toque especial da cozinheira. Eu faço um camarão com um molho leve, ou grão de bico e outras
coisas diferenciadas dentro do que está liberado na minha alimentação pela nutricionista”, comenta. Este hobby que faz com amor começou com as obrigações do dia a dia da casa ainda na infância em Tabira, cidade com cerca de 30 mil habitantes do Sertão de Pernambuco, onde nasceu e cresceu. Como a mãe trabalhava, os afazeres domésticos eram divididos com as irmãs, que eram responsáveis pela arrumação da casa, enquanto ela cozinhava o trivial que aprendeu com a Dona Maria. Suas lembranças ainda são
arroz, apesar dos momentos de seca. E achava incrível como ele conseguia fazer aquilo no sertão: plantar arroz, criar os animais (galinhas, codornas, galinhas de angola e bode) e todas as verduras e frutas que a família consumia. Com isso, comprava na cidade as necessidades específicas que não podiam ser produzidas no sítio”, lembra ela, que hoje tem sua própria mini horta caseira. As hortaliças que cultiva em sua varanda são utilizadas nas receitas que aguçam seu paladar e encantam os participantes dos grupos gourmets que integra. “Tenho muito prazer quando vou receber os amigos. Penso no cardápio, na arrumação da mesa, na escolha das flores, na composição geral e como tudo isso combina com aquela pessoa, para recebê-la do jeito que ela gosta. Não é só paixão como também é carinho receber meu convidado”, diz. Esta é uma das diversas atrações agregadas à paixão
pela gastronomia na qual tem planos futuros de abrir em cinco anos um bistrô, petit comité, com cardápio saboroso aliado à cultura orgânica e produzido com insumos de pequenos produtores. Este modelo do negócio foi pensado para não atrapalhar o Plano A da advogada Carla Ferreira, realizada e apaixonada desde a faculdade pelo direito trabalhista. A conexão com a vara trabalhista, mesmo do lado corporativo, é um desafio no qual tem muito prazer mesmo diante das complicações envolvidas. “Gosto das coisas difíceis, pois acho que você tem que se desafiar. E a Justiça do Trabalho no Brasil é um grande desafio, sobretudo agora com tantas mudanças. Ganhar quando se está do lado da empresa é sempre mais difícil. Então, para mim, a vitória tem um sabor dobrado, é uma vitória sobre o sistema, muitas vezes. E isso me motiva mais ainda”, enfatiza.
foto terra magazine foto terra magazine
Eu cozinho três vezes na semana, duas vezes para fazer minhas marmitas e nos finais de semana também cozinho. Eu só não cozinho quando estou na farra, mas farra em casa de amigo pode me procurar que estou na cozinha”
repletas da grandiosidade na cozinha do sertão e pela quantidade com as opções que dispunha à mão, comuns da culinária pernambucana. “Foi muito importante ver minha avó, minha mãe (Dona Maria Ferreira) e minha tia cozinhando nas reuniões de domingo. Foi fundamental ter esse contato frequente com a cozinha que elas faziam e que tinham suas peculiaridades: minha avó preparando e cozinhando buchada, minha mãe fazendo pamonha, canjica e tantas outras comidas típicas do sertão. Ela sempre aproveitava os insumos disponíveis no dia da Feira Livre, que era sempre às quartas-feiras. Lembro
bem da Tia Inês trazendo sua experiência com comidas de forno, especialmente a gastronomia baiana, que eu adoro”, reforça. De família humilde, habituouse assim a várias facetas de um bom chef como escolher adequadamente insumos e explorar ao máximo os ingredientes, além do reaproveitamento da comida na mesa porque não podiam estragar nada. Passar as férias no sítio com os avós ajudou ainda a aprender logo cedo o diferencial da cultura orgânica, algo também que se tornou bastante útil nos dias de hoje. “Tudo era desenvolvido no sítio dele, onde plantava até
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RESTAURANTE LEITE instituição gastronômica e cultural
por Ivelise Buarque
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o Distrito de Viseu e da superação do pós-guerra, nasceu o desejo pela busca por melhores condições de vida em terras distantes, um divisor de águas na vida do empresário Armênio Dias, dono do mais antigo empreendimento gastronômico do país, o Restaurante Leite. Referência nacional e que carrega em si ao longo de mais de cem anos peculiaridades ímpares: refeição sofisticada, ambiente requintado, atendimento impecável. “Quando eu e meu irmão Luís ocupamos o espaço em 1956, não imaginávamos que chegaríamos a isso. Mas, todo o esforço valeu muito a pena pelo que o Leite se tornou, pela fama que conquistou e pelo que o restaurante representa para o estado”, diz o executivo que construiu e mantém este incrível patrimônio gastronômico e cultural no centro do Recife.
começou logo cedo as dificuldades que a Europa passava na época. E, por isso, sempre buscou novas oportunidades. Aos 13 anos já trabalhava na melhor pastelaria de Lisboa, até que outros ventos o trouxeram para o Brasil no dia 28 de dezembro de 1950. Com garantia de trabalho na próspera Alfaiataria Paris, pertencente ao tio Armênio Rodrigues Pereira, irmão de sua mãe, o ambiente já era reconhecido e até exportava ternos prontos para nomes importantes em alguns lugares da Europa. “Na época, víamos o restaurante fechado sempre que passávamos na ida e volta da alfaiataria, pois morávamos perto daqui. Então, eu e meu irmão Luís decidimos nos arriscar e adquiri-lo. Investimos tudo o que tínhamos e ganhávamos e reinvestíamos aqui. E com isso conseguimos resgatar a fama do restaurante”, lembra.
O caçula dos seis filhos de Dona Carolina e seu Jacinto, dono de terras e produtor de vinhos no vilarejo rural de Porto Ferreiro, no Norte do País, nasceu em 1931 e
Com o desafio de trazer de volta a glória posterior e fazer o negócio acontecer, apostou em um bom cardápio e serviço único. E aí o conhecimento da cozinha
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se fez presente para ensinar receitas portuguesas para o chef da época, um brasileiro. “Desde que reabrimos o Leite, nunca tivemos um chef português na cozinha. E hoje contamos com Bigode (o chef Edmilson Araújo Chaves) que é muito bom e muito exigente com o padrão dos produtos que recebemos dos fornecedores e com o que vai à mesa”, destaca Armênio. O chef Bigode, que responde pela cozinha há 25 anos, tem a responsabilidade assim de manter em cada prato o sabor conhecido do tradicional cardápio, da mesma forma que a cordialidade do dono reforça as expectativas de quem ao Leite chega. O menu é regado a grandes pedidas como bacalhau, frutos do mar e peixes, carros-chefes tratados com muito cuidado. Os cortes são minuciosos e já ficam preparados logo cedo para servir os clientes com a demanda dos pedidos. São destaques do Leite que ainda se orgulha de oferecer pratos não tão convencionais para um restaurante à La Carte, como
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As mais de 50 iguarias oferecidas (entre entradas, pratos principais, sugestões do chefe e sobremesas) que são preparadas assim com muito cuidado e atenção com o padrão e a tradição do restaurante, com capacidade para receber de braços abertos e sorrisos largos 160 pessoas em suas 36 mesas. E, para quem almoça na casa, essa recepção é mais harmoniosa com o interlúdio musical do pianista Edson Oliveira, que compartilha há quase 20 anos sua musicalidade em um belo piano de
Já tivemos grandes nomes como Juscelino Kubitschek, intelectuais e artistas, e ainda atendemos presidentes, políticos, empresários, turistas e visitantes. Mas sempre buscamos atendê-los sempre do mesmo jeito, pois queremos que todos sejam bem vindos"
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Rabada e Língua ao molho pardo, com segredos que Armênio não tem medo de compartilhar. “Aproveita-se tudo do bacalhau, mas a parte para servir ao prato é o meio, então, fazemos este corte para ter a melhor peça no preparo do pedido. A língua é um prato muito delicado, pois usam panela de pressão que tira boa parte da consistência adequada, quando o ideal é cozinhá-la na panela comum que leva quatro horas. E é o que fazemos aqui. Agora, a rabada, precisa ter uma redução da gordura enquanto se cozinha o rabo do boi para que fique na medida até mesmo para o preparo do pirão”.
Armênio Dias Armênio Dias
cauda da marca sueca Petrof, adquirido por Armênio nos anos 70. A expectativa se completa com o ambiente requintado, aconchegante e o impecável serviço que se mantém até hoje, como que congelado no tempo, com os mesmos padrões, pratos e sentimentos: receber sempre e todos bem. “Já tivemos grandes nomes como Juscelino Kubitschek, intelectuais e artistas, e ainda atendemos presidentes, políticos, empresários, turistas e visitantes. Mas sempre buscamos atendê-los sempre
do mesmo jeito, pois queremos que todos sejam bem vindos”, reforça. E, de fato, o número de pessoas ilustres que passaram pelo Leite ao longo de 136 anos só reforça seu perfil de uma verdadeira “instituição”, como diz Armênio Dias. Afinal, poucas pessoas têm o privilégio de receber em sua própria casa tantas personalidades como Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Orson Welles, Mário de Andrade, Gilberto Freyre e Jânio Quadros.
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CAPA FÁBIO SILVA
Fábio Silva
A trajetória do jovem empresário que se tornou empreendedor social por Ivelise Buarque | foto Armando Artoni
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omo diz o ditado: “Fazer o bem sem olhar a quem” é uma movimentação revolucionária que vem moldando pessoas ao redor do mundo desde o tempo do Jesus Cristo, arrastando um séquito de crentes dessa filosofia humanitária como o nobre italiano Francisco de Assis. Numa Era de Conexão exacerbada, a busca pelo lado humanista nunca esteve tão crescente entre a população mundial, em especial entre os brasileiros e nordestinos. Projetos sociais capitaneados por organizações sem fins lucrativos e comunidade civil se tornaram multiplicadores do conceito de “amor ao próximo”. Em Pernambuco o destaque vem de uma ideia geminada pelo jovem empresário Fábio Silva, que buscava um propósito maior na sua vida. E essa motivação o fez reunir outras pessoas interessadas em desenvolver uma campanha, uma ação social e outra iniciativa pautadas para o bem estar de terceiros que se transformaram, consequentemente, em um dos mais conceituados empreendimentos sociais do país: o Novo Jeito, uma investida e uma trajetória que chamaram atenção até do Papa Francisco. "Percebi que a minha vida profissional precisava me oferecer mais do que só ganhar dinheiro. Já tinha feito muitas viagens, comprado meu apartamento, uma casa na praia, carros pra mim e pra minha mulher, tomava os melhores vinhos, mas eu não me sentia completo", confessa Fábio. Antes mesmo de completar 40 anos, Fábio Silva descobriu que precisava mudar
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de profissão e de vida. Empresário bem sucedido do ramo de odontologia, ele se viu em "crise" quando percebeu que não queria mais rodar o País para oferecer consultórios móveis pela empresa familiar que conduzia ao lado do pai e o irmão. Os lucros o ajudaram a ter uma vida confortável junto com a mulher, Isadora, e as duas filhas, Sofia e Nina, mas faltava propósito para sua carreira. Faltava uma causa para dar essa nova guinada na vida e atender a esta inquietação interna, oportunidade que se deu com a enchente de 2010 que devastou a Mata Sul de Pernambuco. Em meados de junho daquele ano, a ANAC anunciou chuvas fortes pelo estado, mas ninguém previa o desastre que iria abater na região. Com um volume de 180 milímetros de água torrencial em apenas três dias, o resultado da enchente foi devastador com 41 cidades atingidas, destruindo 17 mil residências, 5 hospitais e quase 300 escolas e um total de 5.000 km de estradas danificadas. Em decorrência das fortes chuvas que atingiram diversas cidades (como Palmares, Barreiros e Água Preta), nove municípios decretaram estado de calamidade pública e 30 ficaram em situação de emergência e, em virtude desse desastre natural, 27 mil pessoas ficaram desabrigadas e 21 faleceram. E junto com a tragédia, a vida de Fábio começou a mudar. Apesar de não ter negócios na área nem parentes que moravam lá, o jovem empresário foi profundamente impactado
Descobrimos que as pessoas são realmente muito solidárias, mas nem sempre sabem como ajudar. Elas também precisam confiar em quem está se dispondo a fazer o trabalho, por isso a mobilização entre os amigos empresários deu tão certo, porque os que ajudaram conheciam cada um dos que participavam da campanha" com o tamanho da devastação, assim como muitas pessoas que se sentiram sensibilizadas e se mobilizaram para ajudar. Com um grupo de amigos que conheceu através da Igreja Episcopal Anglicana, Fábio encabeçou uma campanha para arrecadar donativos para as vítimas. A meta de levantar R$ 30 mil para comprar colchões e água mineral foi superada em quase 300%, e surpreendeu os voluntários. "Descobrimos que as
"Fazer o bem se tornou minha profissĂŁo"
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CAPA FÁBIO SILVA
O voluntariado se torna encantador quando você consegue ver profissionais deixando a concorrência de lado e se unindo por uma única causa” foto divulgação
pessoas são realmente muito solidárias, mas nem sempre sabem como ajudar. Elas também precisam confiar em quem está se dispondo a fazer o trabalho, por isso a mobilização entre os amigos empresários deu tão certo, porque os que ajudaram conheciam cada um dos que participavam da campanha", revela. A mobilização deu assim origem à ONG Novo Jeito, entidade que hoje é referência no incentivo ao voluntariado no Brasil com diversas iniciativas como #MaisAmor, #MaisVida, #MaisPão e Conferência VOX. Através dela, milhares de jovens passaram a incluir ações solidárias em suas escolas, universidades, bairros e no ambiente profissional. "O voluntariado se torna encantador quando você consegue ver
profissionais deixando a concorrência de lado e se unindo por uma única causa”, destaca o empreendedor. E de fato, todos os anos, pelo menos 30 ações são realizadas em várias áreas. Os voluntários vão desde o Sertão, para levar donativos e serviços aos moradores, até abrigos de idosos, creches e comunidades carentes. Em 2017, mais de 100 mil pessoas foram beneficiadas pelas ações da ONG e cerca de 10 mil voluntários mobilizados. Uma das ações mais relevantes foi a reforma do abrigo Cristo Redentor, em Jaboatão dos Guararapes. A unidade, fundada na década de 60, estava ameaçada de fechar as portas por falta de verbas para atender bem os idosos, mas foi revitalizada e recebeu toneladas de
doações devido à ação dos voluntários. Pelo menos vinte arquitetos da cidade se uniram para atender a convocação do Novo Jeito. "Eles fizeram projetos, doaram móveis, buscaram fornecedores e incentivaram outros profissionais a doar um pouco do seu tempo e talento para beneficiar aqueles que precisam. Quando isso acontece, costumamos dizer: 'O Reino do Bem Chegou´". Em maio de 2017, o Novo Jeito fez como uma viagem ao passado e arregaçou as mangas na cidade para organizar mais uma campanha de arrecadação de donativos para as vítimas de uma nova enchente. O foco era mais uma vez ajudar as vítimas das novas chuvas que devastavam a Mata Sul, o que fez com que os voluntários relembrassem como tudo começou. Resultado disso foram 21 dias de mobilização, 450 toneladas de donativos arrecadados, 27 cidades beneficiadas e 2.500 voluntários engajados. Muita gente como empresas, profissionais liberais, moradores de rua e estudantes parou neste momento para ajudar da forma como podia. A equipe de voluntários visitava as cidades atingidas e acompanhava de perto a entrega dos donativos. Tudo para que o material arrecadado realmente chegasse aos que mais precisavam. Frutos do Voluntariado - Hoje a ONG se profissionalizou e oferece serviços para empresas e escolas que querem incentivar o voluntariado entre estudantes e funcionários. Com tantas ações voluntárias acontecendo esporadicamente pela cidade, os voluntários do Novo Jeito começaram a questionar: "como faço para ser voluntário constantemente?". A pergunta incomodou Fábio, que foi em
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busca de respostas. Não havia na cidade nenhum local onde as pessoas pudessem saber onde havia projetos precisando de gente pra ajudar. Cada um tinha que procurar por conta própria. Dessa necessidade, nasceu um projeto revolucionário que se espalhou pelo Brasil: a plataforma Transforma, que envolve uma tecnologia que cruza os dados de quem quer ajudar com quem precisa de ajuda. Assim, os voluntários podem oferecer suas habilidades e os projetos sociais e ONGs podem dizer que tipo de ajuda eles precisam. Hoje, no Recife, há mais de 80 mil voluntários e 400 ONGs cadastradas. Tudo é contabilizado através de um "voluntariômetro" que mostra a quantidade de horas voluntárias trabalhadas no Recife.
do Brasil, com o objetivo de impulsionar projetos e negócios sociais estimulando, assim, a prática da solidariedade no Recife. A organização tem funcionado desta forma como uma aceleradora a partir de propostas de impacto social que tenham em um espaço compartilhado onde todo mundo esteja envolvido pelo bem de todo mundo.
A partir da iniciativa implantada como política pública no Recife, cidades como Campinas (SP) e Petrópolis (RJ) também adotaram a ideia. A plataforma foi reconhecida internacionalmente como uma das que mais contribuem com a qualidade de vida nas cidades pelo prêmio InovaCidade, que tem a chancela da ONUHabitat. Até o Papa Francisco se interessou em conhecer a iniciativa e convocou o empreendedor social para um encontro no Vaticano, que aconteceu em abril de 2017.
Com auditório, salas, computadores e internet à disposição para trabalhar a captação de recursos para as iniciativas, o Porto Social já beneficiou 85 projetos sociais da cidade do Recife. Inaugurada em 2016, a iniciativa auxilia na profissionalização da gestão dos projetos sociais, fazendo com que eles passem a ter maior organização contábil, jurídica, na comunicação e na captação de recursos. Além disso, também oferece cursos livres e palestras gratuitas voltadas para quem quer se aprofundar nos temas do empreendedorismo social e engajamento cívico. "Discutimos sobre negócios sustentáveis, ouvimos exemplos de empreendedores sociais, sonhamos juntos em como fazer uma cidade melhor. Tem muita gente com esse desejo, e antes não havia onde encontrar esse tipo de conteúdo. Deixamos que o Porto Social se transformasse numa referência nesses assuntos", explica Fábio.
Empreendedorismo Social – Com tantas possibilidades, essa nova economia chamada de Empreendedorismo Social, começou a tomar forma e proporcionou a Fábio Silva a visão de tornar possível a germinação de outras iniciativas de voluntariado que eram apenas sementes que ansiavam gerar fruto. Daí surgiu em 2016 a criação do Porto Social, primeira incubadora de projetos sociais e ONGs
A atuação do Porto Social tem chamado a atenção de pessoas do Brasil inteiro. A cada ano são realizados pelo menos sete cursos de imersão no empreendedorismo social, que atrai participantes do Brasil inteiro. Em 2017, foram sete turmas com mais de 140 participantes de 20 estados do País. As inscrições são feitas pelo site do Porto Social e não tem restrição de perfil. Qualquer pessoa de qualquer cidade pode
participar. Com tantos frutos e tamanho reconhecimento, Fábio Silva não tem dúvida de que fez a escolha certa. "Mudar de profissão não foi fácil. Aliás, ainda não é. Mas quando vejo os resultados e a satisfação provocada por essas escolhas, creio que Deus está guiando o nosso caminho. Tenho certeza de que tudo isso pode contribuir para que as minhas filhas tenham um futuro melhor. Um futuro não só de conforto e benefícios pra elas, mas para que elas tenham a consciência da responsabilidade que têm em construir um caminho bom para seguir junto com os que não tiveram as mesmas oportunidades que elas", acredita.
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JORGE PETRIBÚ AMOR PELA TERRA E LEGADO SECULAR por Ivelise Buarque | foto Armando Artoni
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ma história de amor pela terra, uma trajetória familiar de conquistas, uma vida em busca de um legado próprio. Estes são os maiores bens e orgulho do empresário Jorge Cavalcanti Petribú, nascido e criado na Usina Petribú, em Carpina, e sétima geração de um legado de quase 300 anos de um patrimônio de Pernambuco. “Comprovadamente, a história vem desde 1729 de acordo com pesquisa de dois professores que fazem parte do Instituto Histórico de Pernambuco, que comprovaram que já naquela época se falava em Petribú, que não é cidade e nem localidade, era só a usina. Os registros indicam que havia igreja e comunidade por causa da vila dos trabalhadores”, comenta o executivo, hoje presidente do conselho. Paira assim o orgulho de que a propriedade seja ainda mais antiga do que a data considerada, a partir de registro de batismo naquelas terras. Entretanto, mais do que uma herança que está atrelada ao sangue dos seus antepassados, o desenvolvimento desse pecúlio envolve a construção da vila enquanto cidade e relação humana de homens trabalhadores com outros homens trabalhadores, que também se somam quartas, terceiras e segundas gerações que deixam um novo horizonte para gerações futuras. “Temos muitas gerações trabalhando da mesma forma que se deu com minha família. Temos muitos funcionários que
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vem de gerações e que trabalham aqui. E, hoje, esses exemplos são profissionais de sucesso. Então, temos vários casos de bisnetos, netos e filhos de trabalhadores que continuam na empresa, entre eles destacamos nosso gerente de qualidade, organizações e métodos, Arnaldo Lopes, e outro que é nossa advogada, Dra. Janayna, que são da quarta geração, diz. Estes moraram e estudaram na escola da empresa, saíram para trabalhar em outras áreas e a saudade os trouxe de volta para a grande família Petribu, através do convite da diretora presidente, Daniela Petribú. Oitava geração da família, ela é primeira mulher nos negócios da
Criamos no ambiente de trabalho outra família, que não é só de sangue, mas que dá uma grande importância para nós e ainda dá mais força, quando você fala de afetividade. Cria-se assim uma relação muito bonita entre gestores e funcionários”
Como meu avô trocou o nome de família de ‘Cavalcanti de Albuquerque’ para ‘Cavalcanti de Petribú, então, eu sou a terceira geração com esse nome. Os meus antepassados já tiveram os seus méritos e temos assim uma grande história como uma empresa que faz parte da trajetória de Pernambuco e do Brasil”
Petribú, considerada a usina mais antiga em funcionamento no país, a única na mesma família e uma das maiores produtoras do setor sucroalcooleiro do Estado. E essa cultura de empresa familiar realmente é algo perceptivelmente importante para o empresário que, assim como todos, começou logo cedo no negócio. Galgando seu caminho desde 1974, passou progressivamente por diversos departamentos (como compras e financeiro) até assumir a diretoria financeira, comercial e industrial e, por fim, suceder após 21 anos de trabalho a diretor presidente da Petribú, em 1995. “Criamos no ambiente de trabalho outra família, que não é só de sangue, mas que dá uma grande importância para nós e ainda dá mais força, quando você fala de afetividade. Cria-se assim uma relação muito bonita entre gestores e funcionários”, completa. E tudo isso pode ser considerado fator que contribuiu para a longevidade da Usina Petribú, agregado a uma vida dedicada ao trabalho, seriedade, ética e uma incansável busca por inovação em um mercado tão competitivo e voraz. “De fato essa pode ser considerada a receita. Existem diversas variáveis claro, como também tivemos muita sorte e mercado favorável, etc. Mas a espinha dorsal é o trabalho e a seriedade, haja vista que ao longo de todos esses anos a ética tem sido a principal bandeira do nosso trabalho, assim como todos os meus antepassados que dedicaram suas vidas ao trabalho. Então eu acho que com esta fórmula conseguimos sobreviver diante de diversas outras variáveis e desafios, que podemos e que não podemos controlar”, diz. E de fato não são poucas as constantes alterações que afetam o mundo dos negócios e em particular o setor sucroalcooleiro.
dois difíceis problemas de ordem natural, a seca e a topografia, onde se faz necessário aprender a conviver, segundo Jorge Petribú, e podem ser resolvidos respectivamente com irrigação e com máquinas desenvolvidas especificamente para trabalhar nesse tipo de terreno. Contudo, essas soluções implicam em altos investimentos que, caso não sejam bem dosados ou planejados podem comprometer muitas vezes o patrimônio. Imagine que em uma área plana o trator consegue produzir cerca de 15 a 20 hectares por dia, já na área acidentada se produz apenas 2 a 3 hectares por dia, pois grande parte da Zona da Mata do Nordeste tem problemas de terrenos ondulados, principalmente no estado de Pernambuco. Cenário de luta - Também comprometem o setor o excesso de regulamentação do governo que mantém limitações além da conta e as variações do mercado que dependem de fatores que não podem ser controlados e sem qualquer proteção. “Este é um setor muito orientado e tutelado pelo governo, e isso é muito
ruim, pois ele controla o nosso estoque de etanol, faz com que não possamos vender o nosso produto direto ao posto de gasolina, o que baratearia o preço do álcool na bomba, por exemplo. Já o problema do mercado externo independe da nossa vontade, a não ser criando uma legislação governamental de proteção para o mercado interno, a exemplo do que existe na maioria dos países produtores. Como o açúcar é uma mercadoria de soft commodities, como o café, cacau e o milho, são preços de bolsa e fogem ao nosso controle. “Se você tem uma produção pequena para a demanda, o preço estoura. Se a produção é maior do que a demanda, o preço cai”, diz ele. Com tantas dificuldades, desde 2010, 110 empresas do segmento enfrentaram graves dificuldades financeiras, fechando as portas ou pedindo concordata. E, para superar tudo isso, não basta torcer pela sorte. É preciso ser criativo e inovador. E ai é que a Petribú se diferencia no mercado com um DNA já agregado ao
Este cenário no Nordeste, especialmente em Pernambuco, encara inicialmente
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CAPA JORGE PETRIBÚ A Capela de São Miguel, em frente da Usina Petribu, que preserva os antepassados da família
composto da inovação há mais de um século, uma revolução no segmento que começou com seu avô João Cavalcanti de Albuquerque que poucos anos depois de herdar o Engenho Pitribu (como se chamava na época) promoveu em 1909 as primeiras transformações no negócio da família. Como já era detentor de alguns engenhos movidos a tração animal distribuídos na região, ele teve a ideia de unir todos em uma central, a Usina Petribú. Para ligar tudo e viabilizar a chegada das canas desses engenhos, construiu uma estrada de ferro e importou da Inglaterra as locomotivas a vapor e os vagões, para o transporte das canas e transformou o velho engenho em uma indústria adquirindo na Alemanha uma caldeira e uma máquina a vapor para o acionamento dos equipamentos e modernização do processo. Em 1911, trocou o nome de família, adotando o nome do local. “Como meu avô trocou o nome de família de ‘Cavalcanti de Albuquerque’ para ‘Cavalcanti de Petribú, então, eu sou a terceira geração com esse nome. Os meus antepassados já tiveram os seus méritos e temos assim uma grande história como uma empresa que faz parte da trajetória de Pernambuco e do Brasil”, acredita. E tudo isso não é à toa. O legado dessa família evoluiu com o tempo, entre chuvas e tempestades diversas. Seu pai Paulo Petribú, que assumiu os negócios em 1953 em um período de dificuldades e comprou as partes dos irmãos que resolveram seguir outros rumos. Por isso, desfez-se de todo patrimônio pessoal para adquirir as demais cotas da usina que na negociação ficou com menos de dois mil hectares, uma vez que parte das terras foi dada em pagamento aos irmãos e manter a trajetória nas mãos da própria família. Seus esforços resultaram no crescimento do empreendimento para 22 mil hectares e sua transformação numa das maiores usinas do estado. “Hoje, eu tenho medo de não conseguir entregar o bastão da mesma forma saudável que recebi. E isso é difícil porque vemos as dificuldades das empresas familiares no mundo e, geralmente, essas empresas duram apenas
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três gerações. Mas já chegamos à sétima e caminhamos para a oitava. Então, paira um fantasma”, revela. Essa preocupação na manutenção do nome e a marca é uma constante para que não venham a evaporar nas mãos das novas gerações. Mas, segundo o empresário, existe o conforto, pois os entrantes sentem a necessidade de provar que eles são tão bons ou melhores quanto os antecessores. E, por isso, a confiança de que a garra atual, os esforços do trabalho e a inovação solidificam a herança são maiores para ele, que vê o desenvolvimento interno da sobrinha Daniela Petribú, que é a principal executiva do grupo. E focado na receita da família e no amor ao negócio, Jorge Petribú mantém a marca à frente da usina com capacidade de esmagamento na ordem de 1,5 a 1,6 milhão de tonelada de cana por safra, com o aporte de 4.300 funcionários, produzindo suas duas marcas de açúcar, chamadas Petribú e Capibaribe, além de produzir outras 12 marcas próprias para empresas como o Makro, Walmart e Pão de Açúcar, entre outras. Atualmente, Petribú conduz negócios relacionados à usina como a produção de etanol, bioeletricidade, gases renováveis e eucaliptocultura. Com
essas aplicações, inclusive, desponta como pioneira vislumbrando a frente do tempo de mercado local a possibilidade e oportunidade de diversificar negócios apostando no aproveitamento máximo que se pode dar à atividade e que possa agregar mais faturamento à empresa. Mas, realiza demais investimentos na qual o grupo está direta e indiretamente envolvido como a Petribú Empreendimentos Imobiliários, a indústria de sorvetes Frisabor e a sociedade em outras empresas. Fora isso, avança em outros propósitos sociais e ambientais, mantendo, por exemplo, uma reserva de 20% da área agrícola, a produção de mudas para recuperação da floresta e fiscalização contra roubo de madeiras, incêndios, caçadores e pesca que envolve uma equipe com mais de cem pessoas na área de proteção ambiental e 17 veículos reservados para este fim. “Assumo que meu coração está aqui. Acho que esta ligação com a terra vem do fato de saber que aqui nasceu meu pai, meu avô, meu bisavô, meu tataravô e assim por diante. Foi nesta terra que sofreram, choraram e riram. Então, isso tudo gera uma grande ligação com a terra e com as pessoas que viveram, trabalharam e honraram aqui o nome. E isso é muito importante porque deixa um legado, um legado de história, um legado de exemplo”.
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“UMA VIDA DEDICADA AO SETOR SUCROALCOOLEIRO” por Cláudio José Sá Leitão
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credito que Deus tenha me concedido muitos privilégios na vida. Sou filho de pais honrados e continuo gozando de boa saúde até hoje. Uma formação profissional rigorosa possibilitou-me constituir uma sólida e estruturada empresa, introduzindo a auditoria e a consultoria pernambucana no cenário nacional. Isso graças a ajuda de bons sócios, colaboradores, amigos e clientes. Dentre os clientes e amigos, destaco a figura inestimável do Sr. Paulo Pessoa Cavalcanti de Petribú, mais conhecido como “Seu Paulo”. Se ainda estivesse entre nós, “Seu Paulo” teria feito 100 anos em outubro. Mantivemos um longo relacionamento profissional e de amizade, desde o final da década de 1980, na fase inicial de minha carreira, que se consolidou a partir de 06.08.1990 e se estendeu até o dia de sua morte. Essa convivência, me credenciou a descrever aqui um resumo de sua brilhante trajetória. Após o falecimento do pai (João), “Seu Paulo”, então, com¬¬ 19 anos, abandonou os estudos do curso pré-jurídico para se tornar fornecedor de cana da Usina Petribú. Estigmatizado como boêmio, se conscientizou que tinha de mudar o seu estilo de vida. Casou-se com a Sra. Helena Corrêa de Araújo, com quem teve oito filhos. Sempre ressaltou a importância da Sra.
Helena para ele. Dizia inclusive, que ela era a força que movia seus braços e pernas. Recémcasado foi morar no Engenho Itaenga, de propriedade da Usina Petribú, que, naquela época, não tinha uma boa estrutura. Em 1952, após o nascimento do sexto filho, com a experiência adquirida como fornecedor de cana, decidiu com coragem, ousadia e determinação comprar de seus irmãos as quotas da Usina Petribú. Com essa aquisição, quis provar, principalmente para a sua mãe, que não era mais a ovelha negra da família. A partir daquele ano, começa a sua trajetória de empresário de sucesso, com o desenvolvimento agrícola e industrial sempre crescente da Usina Petribú, passando firme pelas crises que acometeram o setor sucroalcooleiro. Frequentemente, compartilhamos a mesma mesa em reuniões de trabalho, quando pude desfrutar do conhecimento de “Seu Paulo” sobre a terra em que plantava, sobre o produto dela (cana de açúcar) e sobre a natureza que o rodeava.
Cláudio José Sá Leitão Sócio da Sá Leitão Auditores e Consultores
Lutava sempre na busca de seus ideais. Empresário de temperamento forte, porém sincero e leal, características que dizia ter herdado do pai. Generoso, solidário, simples e discreto, atributos transmitidos por meio de gestos e de exemplos de vida de sua mãe (Josepha). Presenciei muitas atitudes de fidelidade com os profissionais que trabalhavam com ele e atos de generosidade com os mais próximos. Não tinha a intimidade com a fraqueza. Passou a entender e a interpretar melhor o que era um relatório contábil e gerencial nas reuniões comigo. Nessas reuniões, sempre tinha uma história nova para contar. Não repetia nenhuma e sempre me superava, pois enquanto ele contava três ou quatro “causos”, eu não passava de dois. Estive presente nas ocasiões de importantes decisões empresariais do seu grupo, desde o início do seu planejamento sucessório em 1995, que resultou na aquisição da Usina São José, até os dias atuais. Com a aquisição da Usina São José
passou a ser um dos maiores proprietários de terras e produtores de açúcar e álcool, demonstrando a sua confiança no setor sucroalcooleiro de Pernambuco. Com o seu espírito empreendedor, prestou inestimável contribuição para o setor sucroalcooleiro do Nordeste. Da boa amizade que fizemos, nos últimos 15 anos de sua vida, guardei exemplos de coragem, de dedicação às suas empresas, de capacidade de empreender e de trabalho incessante. Orgulho-me de ter compartilhado com “Seu Paulo” a construção do legado que ele deixou para os seus descendentes, com seu espirito de ousar, de empreender e de enfrentar os desafios. Aquele convívio também colaborou para que eu mantenha a esperança de que dias melhores virão para o setor sucroalcooleiro de nosso Estado. Encerro aqui meu singelo registro da admiração pelo cidadão pernambucano Paulo Pessoa Cavalcanti de Petribú.
PUBLICADO NO JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO EM 20.10.2017
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TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA
Poligonus
a geometria das cores e modernidade
Foto: Paulo Higor
Thiago Valença, Renata Paraíso e Manoela Pires
por Ana Paula Bernardes
elementos projetados, o que faz com que o público que hoje chegue até o escritório seja ainda mais amplo.
amizade desde a época da Universidade Federal de Pernambuco oportunizou estágios juntos e muitas ideias fervilhando na mente. O trio formado por Thiago Valença, Renata Paraíso e Manoela Pires, ao finalizar a faculdade e saírem do escritório de Roberto Montezuma, estava decidido a firmar uma parceria que desse asas aos sonhos dos três arquitetos. Assim nascia Poligonus, que hoje faz parte deste seio dos talentos da arquitetura jovem da nossa cidade.
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Ao defini-los, não seria ousado falar da singularidade de cada um, principalmente quando por não carregam DNA algum de arquitetura na família. A experiência que eles acumularam ao longo da faculdade é de uma bagagem voltada para arquitetura de construção, tendo em vista a identidade do escritório que formou esses jovens, onde este mercado inclusive foi o nascedouro desta empresa. “Foram quase dois anos seguidos focados quase que totalmente no mercado de prédios, muitos deles junto com a Maxiplural”, destaca Thiago.
Como vanguarda, os profissionais carregam a firmeza das cores vibrantes, modernidade, mas também refletem a classe da sobriedade nos traços e
Em seguida, foi justamente esse braço de construção que abriria para a arquitetura de interiores também passasse a compor a Poligonus, já que o trabalho desses
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profissionais acompanhou o boom imobiliário. “Pegávamos o produto e fazíamos tudo. Hoje é engraçado que estamos bem focados na parte de interiores o que foi bem positivo diante da esfriada da construção local”, explica Thiago. Por outro lado, os profissionais são enfáticos ao dizerem que, com a mudança do mercado, o consumo de arquitetura se diversificou. “O trabalho ganhou muito mais importância. As pessoas compraram o empreendimento e agora, numa época de baixa é que estão recebendo e com isso estão voltando a investir e pensar na decoração com mais confiança”, ressalta Thiago. E acompanhando esta trajetória natural de mercado, os jovens foram assertivos ao decidirem entrar na primeira edição do RioMar Casa e nas duas últimas edições
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de Casa Cor. Em 2016 assinaram o Espaço Gourmet e na edição passada foram os responsáveis pelo Quarto do Bebê, que ovacionou o público com a tendência de cores que saíram da identidade comum dos neonatais. O resultado dessa exposição foi tão positivo que hoje o volume de trabalho mescla entre corporativos e residenciais quase que 50% para cada. São restaurantes, escritórios, empresas de tecnologia, mas o primeiro, o edifício Deco, em Piedade, por ter sido o primeiro, guarda o título de inesquecível. Mesmo com a exatidão dos traços, a psicologia de poder acertar o que o cliente exalta como desejo, ainda é o maior desafio da geometria do Poligonus, segundo Thiago Valença. “ Tem milhões de caminhos para seguir, mas você filtrar o que o cliente quer e apresentar um projeto
e poder acertar, é fantástico. Além disso, guiar e detalhar uma obra da maneira mais determinada possível, dá todo o sentido à arquitetura”, explica. E nesta busca, o trio utiliza os produtos da A.Carneiro Home que apresentam para o mercado uma diversidade de tapetes, almofadas e tantos outros que se disponibilizam para dar o toque final de funcionalidade às criações. SERVIÇO:
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TALENTOS DA ARQUITETURA PERNAMBUCANA
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Foto: Gleyson Ramos
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ARQUITETA FABIANA TEIXEIRA
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amor pela profissão é o que oxigena a arquiteta Fabiana Teixeira, pernambucana com 27 anos de formada, acumula uma rica bagagem em projetos residenciais e corporativos, incluindo alguns projetos premiados. Com participação em várias mostras de arquitetura, como: Casa Cor PE, Morar Mais, Decor Prime entre outros eventos. Muitos dos seus trabalhos estão em várias publicações. Seu maior desafio é deixar o cliente satisfeito do ponto de vista estético e da funcionalidade, sem esquecer do lado emocional. Seu recente projeto Espaço de Convivência em Edifício Corporativo, tem conceito funcional e contemporâneo que valoriza a relação de trabalho com a existência de espaços de descanso e lazer para os colaboradores do Edifício.
“A integração dos espaços foi ponto determinante no projeto, visando interação entre seus usuários”, cita a arquiteta. Possui área de 500m² totalmente climatizada, está estruturado com copa, salão de refeições, sala de estar e TV, sala de reuniões, varanda e um terraço panorâmico cheio de bossa, com deck em madeira maciça, com desenho autoral, onde o paisagismo humaniza e traz frescor ao ambiente. Atende a todos os colaboradores das Empresas instaladas no Empresarial, garantindo nos intervalos das suas atividades profissionais o uso dos espaços com muita comodidade e conforto, proporcionando um novo ânimo à sua volta ao trabalho, que com certeza terá muitos ganhos em sua produtividade. O projeto traz elementos que contrastam em sua paleta de cores, tendo uma base neutra em tons de cinza e cores
vibrantes em revestimentos 3D, nos detalhes do mobiliário e em seus adornos, proporcionando uma atmosfera alegre, mas também repousante. Destaque para o uso de obras de arte focando a Cultura Pernambucana. Toda especificação de móveis, revestimentos e equipamentos para o projeto foram de alto padrão, levando em conta a facilidade de manutenção e principalmente o conforto do usuário. A Iluminação é outro ponto forte do projeto. Foi especificada uma iluminação de alta qualidade, iluminando de forma geral, mas também pontual, para dar o aconchego necessário para cada ambiente. Fabiana Teixeira – arquiteta (81) 9 9972.6012 - instagram: @fabianateixeiraarq E-mail: fabianateixeiraarq@terra.com.br Fotos: Photografy DPI
SALÃO DE REFEIÇão DALUZ ILUMINAÇÃO
SALÃO DE REUNIão DALUZ ILUMINAÇÃO
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SALA DE ESTAR E TV estofados LOJA NOVO PROJETO
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Espaรงo Design paulo azul
A luz como importante elemento do processo criativo
por Paulo Azul
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magine pensar o design, a arquitetura e deixar de lado a Iluminação. Não, não tem como. São itens que se comunicam dentro de um projeto eficaz. Digo sempre que a luz tem papel importante e deve ser tratada com extrema atenção dentro da sua casa ou de um projeto corporativo. Neste âmbito da criação devemos ir além de uma boa estética. Por isso o conhecimento técnico em iluminação tem grande valor. Aqui em Pernambuco uma das referências em conceito de iluminação é a Daluz, que neste 2018 completa 15 anos e onde a venda vai além da referência
à luz propriamente dita. “Não vendemos lustre, vendemos iluminação. Partimos do princípio da apresentação do projeto profissional e distribuímos dentro do espaço de acordo com o layout e de acordo com as características do consumidor. Na realidade é uma loja que sugere, especifica iluminação e para isso você tem que ter uma bagagem de conhecimento técnico, que é o nosso foco”, destaca a empresária da marca, Edite Araújo. Ao longo dos 15 anos, a preocupação da Daluz com a funcionalidade foi fundamental, apresentando
itens que realmente fazem jus ao conceito vendido. A XL, por exemplo, da Iluminar, é uma luminária que se insere dentro deste modelo. Ideal para uso interno, ela possui cinco elementos em oito opções de cores, que encaixados como layers numa fonte de LED, podem se transformar em milhões de luminárias diferentes com variedades de formas e de luzes, através de um único produto adquirido. Disponíveis em três versões: Pendentes, luminárias de mesa e colunas de piso. Com isso, a XL é um produto que demonstra toda flexibilidade que uma
luminária, pode ter para você desenvolver a criatividade e ter uma verticalização dentro do produto. É uma novidade bastante interessante, desde a linha comercial até mesmo passando por uma ampla colocação para ter uma sutileza com a luz nos espaços. Sem falar que, antes mesmo de ser lançada, a Iluminar já havia sido premiada no Museu da Casa Brasileira justamente pelos seus cinco elementos e opções variadas de acabamento, reforçando, com isso, a chave do processo criativo: inovação e ludicidade.
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espaço do arquiteto Traço Coletivo Arquitetura
Traço Coletivo Arquitetura Cyntia Luna & Malu Carvalho foto Marcelo Marona
foto Jey Godoy
RIOMAR CASA 2017 - GALERIA DE ARTE
PROJETO RESIDENCIAL
BOSS BARBEARIA
foto Jey Godoy
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omos duas arquitetas que buscamos desafios na elaboração dos projetos. Nosso propósito é ampliar a integração entre espaços e pessoas no desenvolvimento de projetos diferenciados, com desenhos exclusivos, identidade própria, sem deixar de valorizar a funcionalidade e a versatilidade do ambiente. Nosso conceito é conectar o todo com a personalidade de cada cliente, tornando os desejos como elementos centrais nos projetos. Nossa premissa é fazer com que cada projeto seja único e realize sonhos. TRAÇO COLETIVO ARQUITETURA (81) 9 9622-3825/9 9650-4498 tracocoletivoarquitetura@gmail.com Facebook.com/tracoletivo @tracoletivoarquitetura
foto Jey Godoy
espaço do arquiteto andré carício arquitetura
ESTILO ATEMPORAL TRAZ IDENTIDADE O arquiteto andré carício
projeto da loja Jorn foi idealizado pelo escritório André Carício Arquitetura para receber o público masculino, com uma identidade própria que expressa a sofisticação dos sapatos e o aconchego que convida as pessoas a entrarem no ambiente e se sentirem à vontade como se estivessem na extensão de sua casa. Projeto idealizado para ser atual e ao mesmo tempo atemporal, composto com elementos da madeira, concreto e metal, contrastando com a atmosfera receptiva, sem perder a essência de um projeto arrojado com rusticidade. O projeto luminotécnico foi desenvolvido pelo escritório especialmente para
loja, em parceria da Daluz, valorizando primeiramente o produto e o projeto com luminárias focal. Em alguns locais foram usadas iluminações espalhadas, usando o artifício da luz difusa, sem agredir os detalhes de marcenaria no teto com as lâmpadas da Stella, proporcionando um clima aconchegante no ambiente. Todos dos detalhes dos móveis fixos foram desenhos autorais do escritório e propiciam essa identidade própria, com a vitrine numa linha minimalista, onde a atenção maior é direcionada para os produtos, sendo expostos em simples colunas de concreto armado.
foto Gustavo SĂłter foto Terra Magazine
Assista o vĂdeo em nosso canal youtube Terra Magazine TV.
espaço do arquiteto Rafaella Bittencourt
ARQUITETA RAFAELLA BITTENCOURT
CRIATIVIDADE EM
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m²
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ambiente foi projetado para um jovem casal que adora receber amigos em seu apartamento de 43 m² bem funcional, confortável e elegante, com uma pegada de praia na decoração com os móveis da loja Novo Projeto. Um hack na recepção do apartamento, com uma mesa de jantar que vira mesa de jogos e um aparador como apoio para bebidas e utensílios. A sala de estar super aconchegante com vista para o mar, que durante a noite se transforma em quarto
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de hóspedes com uma divisória dando privacidade aos demais ambientes. A iluminação foi projetada de forma indireta que proporciona relax com um painel que vai da sala de estar até a cozinha, com a função de armários e disfarce das portas de acesso à suíte do casal e o banheiro. O quarto do casal interage diretamente com o banheiro que está dividido na área do lavatório e de banho, criando uma atmosfera descontraída, sofisticada e com funcionalidade.
Assista o vídeo em nosso canal youtube Terra Magazine TV.
foto Terra Magazine
fotos Terra Magazine
ARQUITETA RAFAELLA BITTENCOURT Rua Engenheiro Sampaio, 59 Rosarinho – Recife 81 99150-8191 NOVO PROJETO Av. Conselheiro Aguiar, 2088 - Boa Viagem, Recife (81) 3327-0637 Rua Desembargador Góis Cavalcante, 374 - Parnamirim, Recife (81) 3204-6012
espaço do arquiteto Albuquerque + Malvim Arquitetura
Um olhar contemporâneo aos códigos do movimento armorial em uma composição onde a arte é a base
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espaço instalado na Loja Trendd inspira sobriedade pela paleta de cores e mobiliário assinado por designers como Marlene Ricci e Fabrício Roncca. Os quadros de técnica mista sobre tela da artista pernambucana Maria Queiroga expressam o olhar contemporâneo sobre o patrimônio cultural, especialmente o nordeste brasileiro. A geometria no traço de Vanessa Martins, encontrada no Tapete Fígaro de sua autoria, traz a força e personalidade de seu trabalho ao espaço materializado. A organização de peças, luminárias, livros, artesanato e vegetação conferem o toque da dupla de arquitetos que aposta na junção de tudo que os inspira.
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Amamos tudo que aqui está exposto. Design assinado, texturas, iluminação aconchegante, atmosfera de espaço com vida e aquela vontade de não sair mais daqui.’’
Alysson Albuquerque I Rodrigo Malvim
foto Terra Magazine
ASSISTA O VÍDEO
Albuquerque + Malvim Arquitetura Rua Dr. Berardo,101 Madalena – Recife PE instagram @albuquerquemalvim (81) 996084095
R. Joaquim Carneiro da Silva, 131 - Boa Viagem, Recife - PE (81) 3326-5614
A Icasa oferece uma grande variedade de estofados que priorizam conforto, beleza, durabilidade e rapidez nos prazos de entrega. A grande vantagem também é possibilitar ajustes de medidas e modulação dos estofados, adequando-os aos nossos projetos e às necessidades dos clientes."
ARQUIMULTI Danielle Paes Barreto, Bruna Lobo e Soraya Carneiro Leão
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Av. Eng. Domingos Ferreira, 3380 Recife - PE - 51020-390 (81) 3031-7754
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A a3design inaugura nova loja com proposta diferenciada por Meire Glauce
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om 11 anos no mercado, a a3design, especializada em papéis e revestimentos de parede, comandada pelos empresários Marcelo Souza e Nethe Lima, reinventa-se e lança mais uma unidade com proposta diferenciada. A nova loja, batizada de a3 revestimentos, com projeto assinado pelo arquiteto Romero Duarte, está localizada no Shopping da Decoração. O local reúne lojas que representam conceituadas grifes, tanto nacionais como internacionais. Para atender às exigências deste público, a a3 tem como objetivo trazer um conceito inovador. Revestimentos assinados por designers brasileiros como Adriana & Carlota, Joanna Lira, Marcelo Rosenbaum, Sandra Javera e Snidjer & co, ganham destaque de uma forma inusitada. Aplicados em grandes telas, fazem toda a diferença no paredão de quase cinco metros de altura. De acordo com Nethe Lima, os profissionais poderão tornar seus projetos mais exclusivos, personalizando uma mesma opção de produto de formas diferentes. A aplicação dos revestimentos vai além das paredes. Biombos, divisórias,
cúpulas e outros objetos que compõe o mix. É importante ressaltar a valorização dos produtos feitos de matéria-prima renovável. Estes também receberam aplicações especiais.
alagoana Martha Medeiros. Ela resgatou a técnica milenar da confecção manual de renda de forma moderna e sofisticada e seus vestidos são verdadeiras obras de arte.
Outro diferencial da a3 revestimentos é o lançamento do papel de parede assinado pela estilista de fama internacional, a
Os papéis desta coleção têm parte do percentual da venda revertido para projetos sociais nos sertões.
fotos: Terra Magazine
Segundo Marcelo Souza, o público está cada dia mais exigente a procura de novos produtos. O mesmo enfatiza que a a3 design e a a3 revestimentos possuem hoje mais de 30 mil itens, sendo a maior variedade do nordeste e juntas distribuem para os estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. “Representamos oficialmente cinco marcas internacionais de países como Alemanha, França, Coréia, EUA e China, além de uma marca nacional”, revela. Revestimentos e papéis de parede trouxeram uma revolução estética na hora de dar um upgrade nos espaços. Desta forma, o grupo a3 prova que está sempre atento às inovações desse mundo fascinante da arquitetura e decoração.
Parede em homenagem a Martha Medeiros, expõe o produto que ela assina de forma minimalista, e conta um pouco da sua história.
a3revestimentos
Av. Domingos Ferreira, 1274, Loja 07 Boa Viagem - Recife - PE (81) 3038.8485 / 9 9880083
A3 Design
Av. Conselheiro Aguiar, 1576 Boa Viagem - Recife - PE (81) 3325-2678
Coleção de palhas e fibras naturais, com opção de fôrro para revestir paredes, ou na sua forma tradicional (vazada) para aplicação em objetos, portas sob medida e divisórias de ambientes.
LANÇAMENTO 44ª EDIÇÃO TERRA MAGAZINE
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aria do Carmo e Claudio Barreto reuniram amigos e convidados no lançamento da 44ª edição da Terra Magazine, com Zeferino Ferreira da Costa, estampando a capa. O evento aconteceu na Galeria Garrido, em Casa Forte, que abria naquela data oficialmente suas portas. O som ficou por conta do Dj Sardinha com projeto Duo House - Live Violin e Dj Baloo. O buffet foi assinado pelo Empório Rose Beltrão e o chef Biba Fernandes que preparou um delicioso arroz de frutos do mar e ceviche de pescado. Zeferino Ferreira da Costa com os filhos, noras e netos
FOTOS: ARMANDO ARTONI
Claudio Barreto, Maria do Carmo e Zeferino Ferreira da Costa
Carolina Thé e Armando Garrido
Bruna Alves, Flávio Alves e Amanda Arruda
Edilson Silva e Célia Lourette
Daniela Freire, Nonô Germano e Claudionor Germano
Luciana Vitalino e Urbano Vitalino Neto
Thiago e Ananda Cavalcanti
Marcos Barata e Felipe Bittencourt
Flávia Ebrahim, Maria do Carmo e Anely Camarotti
Guilherme e Catarina Veiga
Tico Melo e Kátia Peixoto
Zeferino Ferreira e Ana Paula Bernardes
Marolly Magalhães, Cleidson Nunes, Rodrigo Siqueira, Adriana Veiga e Rafael Machado
LANÇAMENTO 44ª EDIÇÃO TERRA MAGAZINE
Beatriz Garrido e Paulinho Melo
Rhaldney Santos e Fernando Areias
Denise Sobral
Temar Barros
Rui Almeida, Eduardo Maio, Emerson Andrade, Giovanni e Adriana papaleo
Vitória, Thaisa, Jose Augusto, Sheila e Marina Carneiro
Rafaella Bittencourt, Átila Bittencourt e Lilyam Conolly
Carol Rocha, Rose Beltrão e Viviane Mefeuris
Petrus Galvão e Marcelo Abreu
Sérgio Fontes e Marilu Fontes
Bruno Pires, Maria Carolina Pires e Marcelo Peregrino
Adriana Alliz e Roberto Vasconcelos
Chistiana Caribé e Eduardo da Costa Pinto
Chef Biba Fernandes e Manuela
Roberto Botelho e Vânia Notaro
Roberta Borsoi e Sérgio Lins com o filho
Roberta e Alexandre Fernandes
Soraya Carneiro Leão e Suenne Cunha
Dorinha Silva, Flávia Torres e netas
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Inverno 2018
SOUNDLY por Empório HD
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coleção de Inverno 2018 da Arte Sacra foi inspirada para uma mulher mult spirit, sofisticada, que busca novas experiências e traz consigo traços de feminilidade e delicadeza, energia e sensualidade, contemporaneidade e segurança. O mood mais suave e calmo, característico de uma mulher feminina, romântica, delicada, que aprecia bebidas e pratos refrescantes, que em seu tempo livre, pratica yoga para manter o seu equilíbrio pessoal. Nas férias, gosta de destinos badalados, em locais paradisíacos. O casamento na praia é o tipo de festa que mais combina com o seu perfil, que adora estilos musicais como jazz, loungemusice e bossa nova. Orquídeas, de cores suaves, são suas flores favoritas. Para compor suas produções, investe em acessórios mais minimalistas e femininos, como as pérolas, cristais e diamantes.
moda terra magazine
moda terra magazine
Av. Conselheiro Aguiar, 1076 Boa Viagem Recife - PE (81) 3466-9150
Av. Rui Barbosa, 185 Graรงas, Recife - PE (81) 3031-6745
PARA LOJISTAS - AL, PE, PB E RN
R. Cel. Francisco Galvão, 168 - Piedade Jaboatão dos Guararapes - PE (81) 3327-0273 www.zndgestaodemoda.com.br zndgestaodemoda
The
LOOK Book by
Juliana Markan
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s kimonos estão com tudo, nessa estação com estampas florais. Uma simples peça que se transforma em um vestido num piscar de olhos! O que você precisa são de acessórios diferentes ou até mesmo incrementar outras peças de roupas para dar aquela mudada...
fotos Terra Magazine
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Quem não ama aquela versatilidade nos looks? Uma simples peça que pode se transformar em várias ao mesmo tempo!
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Na primeira opção, um look super fino que garante aquela festa ou aquele coquetel. Já na outra opção um look totalmente descolado! O que fez toda diferença foi que ao invés do salto fino e a clutch, foi usado um cotourno e uma bolsa maior, e pronto, você está pronta para passar seu dia com estilo! Duas tendências fortes nesse inverno são peças midi e couro ecológico... quando juntos em uma peça só é uma explosão de estilo! A versatilidade da saia que une todas essas tendências pode ser vista nesses dois exemplos. Um look totalmente mulher com o couro fake em evidência nas duas peças. Cropped + saia combinados com um super salto. Aí sim você está pronta para um jantar com aquele pós na balada!
Agora aquela opção super street style e mais moderna com o uso da t-shirt e tênis branco que também é um elemento super tendência dessa estação. Aposte!
Capitão Rebelinho, 424 - Pina - Recife (81) 3072-8641
DESTINOs marigold
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fotos arquivo pessoal
por Zezinho Santos
Não existe tal coisa como ponto final — há apenas o ponto em que se deixa a história. Passei quarenta anos fazendo faxinas, e os últimos meses de minha vida como cogerente de um hotel do outro lado do mundo. Você não faz ideia agora do que se tornará amanhã. Não tente estar no controle. Deixa estar. É aí que a coisa se torna divertida ... pois como uma vez ouvi alguém dizer, não há presente como o tempo.
marigold A
cordamos cedo naquela manhã. A ideia era a de, a partir de um barquinho sobre o Ganges, assistir ao nascer do sol em Varanasi — a nossa última parada em uma longa jornada pela Índia. À medida em que a neblina ia se dissipando, a já familiar cacofonia — tão parte da essência do que é mais indiano — nos abraçava: gente chegando, gente se banhando, gente orando, gente conversando, gente vendendo, gente comprando, gente lavando a roupa. Gente. Gente iniciando o dia, gente vivendo. Mais à frente, subindo o rio, a pálida luz alaranjada começava a delinear os
contornos da Manikarnika Ghat, uma das muitas escadarias às margens do Ganges. E foi aí que vimos as fogueiras. Saltando do barco, nosso guia nos tomou pela mão e nos guiou degraus acima, por entre pilhas de flores e de lenha, cinzas e oferendas. Em um pequeno recanto mais acima, uma fogueira estava preparada, mas ainda não acesa. Daí a pouco, um grupo de cerca de vinte pessoas — familiares e amigos, creio eu — chegaram carregando o corpo de um senhor na casa dos 70, talvez menos. As dificuldades da vida o podem ter feito
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DESTINOs marigold
da reencarnação. Diz-se que, ali, Shiva sussurra ao ouvido dos moribundos no momento da passagem, e assim velhos, enfermos e pessoas perto de seu fim aspiram a dar o seu último suspiro na cidade.
aparentar mais idade. Deitando-o sobre a madeira, aquelas pessoas começaram a orar, a cantar baixinho, a realizar um ritual estranho, porém sereno. Muito sereno. As expressões não eram de dor ou de perda, mas de resignação e contentamento. Após uns dez minutos, atearam fogo. Nunca pensei que algum dia veria, a apenas alguns poucos passos, um corpo humano em chamas. Olhei para aquele senhor, para aquele semblante sofrido e
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digno. No momento em que a sua barba começou a arder, virei o rosto e olhei para o rio. O sol subia por sobre a neblina. Os hindus não enterram os seus mortos, eles os cremam. A Manikarnika Ghat é uma das duas escadarias em Varanasi onde se realizam cerimônias funerárias, e morrer naquela cidade é motivo de grande alegria para os seguidores da religião: acredita-se que isso instantaneamente libertaria a alma do ciclo de vida e morte,
Na Manikarnika Ghat, as piras ardem dia e noite — mais de duzentas pessoas chegam a ser cremadas em um dia. Corpos envoltos em mortalhas de algodão amontoam-se por entre pilhas de toras de madeira, além de muitas marigolds, calêndulas, os cravos-de-defunto. Mais tarde, as cinzas são espalhadas no Ganges. Olhando para o rio, lembrei de uma cena dos filmes O Exótico Hotel Marigold. Espeficiamente de uma — a cena final do segundo, em que a personagem de Maggie Smith, Muriel Donnely, se despede da história. É o monólogo dela que abre esse texto, acima, em itálico. Se você não assistiu, assista. Aos dois, o primeiro e o segundo. Compre a trilha a sonora, a passagem de avião e parta para a Índia. E, como alguém diz em algum momento
fotos arquivo pessoal
dos próprios filmes, nada pode preparar o viajante para a o soco no estômago que é uma visita àquele país. As cores, os cheiros, a comida, a música, os sons, as pessoas, tantas que são — um verdadeiro ataque aos sentidos. Ao longo das semanas que ali passamos, não havia um dia em que não pensássemos, “e nós achando que já tínhamos visto de tudo”. A intrigante porta de entrada, Delhi. As fortalezas de Agra. O contraste exasperante em Jaipur, a serenidade etérea de Udaipur, a altivez cativante de Jodpur, com suas casinhas azuladas. A pulsasão de Mumbai, as linhas de trem, o fascínio trash de Bollywood. A guinada muçulmana em Hyderabad. A paz nas montanhas de Darjeeling, com suas colinas de chá aos pés dos Himalaias. Se da Índia algo ainda queremos, é mais, pois disso há muito. Ah, sim, claro — e o Taj Mahal é lindo, lindo, lindo, além do que pode fazer jus qualquer fotografia. Mas é apenas o começo.
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DIÁRIO DE BORDO GUILHERME VEIGA
FÉRIAS NA NEVE
diversão em família
fotos arquivo pessoal
por Guilherme Veiga
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escolha de um destino de férias para esquiar na América do Sul normalmente restringe-se a Bariloche, na Argentina, ou algumas opções no Chile, como Valle Nevado ou El Colorado. Esses são os locais mais tradicionais. Porém, há dois anos minha família foi convidada por um grupo de amigos esquiadores, que já frequentavam há mais de 15 anos uma estação de esqui no Chile chamada Termas de Chillán. Aceitamos o convite, preparamos as malas e compramos algumas roupas de inverno para Eduarda, minha filha, que na época tinha apenas dois anos. Chegar à estação de esqui leva pelo menos dois dias. Saímos de Recife pela manhã. Fizemos uma rápida conexão no Rio de Janeiro e chegamos ao fim do dia em Santiago do Chile.
Foi a primeira vez que cruzei a cordilheira dos Andes. A Cordilheira atravessa a costa ocidental da América do Sul, com aproximadamente oito mil quilômetros de extensão. De leste a oeste ela pode chegar a uma largura de 160 quilômetros. A vista é deslumbrante, especialmente no lindo dia que a cruzamos. Ao pousarmos em Santiago do Chile, tínhamos cumprido a metade de caminho. Reservamos um hotel para passar a noite dentre mais de uma centena de opções e alugamos o carro para a jornada do dia seguinte. Após um belo café da manhã na companhia de vários amigos pernambucanos com quem marcamos a viagem, eu, Catarina e Eduarda entramos no carro para encarar os 480 KM até a cidade de Chillán.
No caminho a paisagem foi se modificando. Os ares de cidade ficaram para trás. Estávamos indo realmente para o interior do país, rumo ao Sul. Sempre dirigindo por estradas impecáveis, com diversos pontos de paradas e postos de combustíveis. Uma dica importante: alugar um carro 4x4 para caso haja uma nevasca. Para quem não curte tanto tempo dirigindo, outra opção é ir de trem. Entre Santiago e Chillán há 10 paradas, mas isso não torna a viagem mais lenta do que o mesmo trajeto feito de carro. De fato, no Chile, muitos preferem viajar de trem. A vantagem é que você não se preocupa com nada. A fama é que eles são limpos, confortáveis e pontuais. A viagem começa no Terminal Alameda, em Santiago, e termina na cidade de Chillán,
em um total de 5 horas. Não aconselho ir de avião. Mas quem quiser, o trajeto é o seguinte: decolagem no aeroporto de Santiago e pouso no aeroporto da cidade de Concepción, em um voo de aproximadamente 1 hora de duração. De Concepción a Termas de Chillán são 2 horas e meia de estrada. Seguimos pela estrada. O nosso ponto de encontro em Chillán era no supermercado Jumbo. O nosso grupo era de pelo menos 15 pessoas. Esses amigos sempre alugam casas na estação de esqui. Então fazer uma grande feira para passar a semana é fundamental. Foi a maior compra de vinho que já presenciei. Para quem prefere ficar em hotel a dica é hospedar-se no Hotel Termas de Chillan, que tem um prédio principal de 7 andares que concentra a maior parte dos serviços e
Outro ponto favorável da viagem foi a época. Viajamos em agosto. Havia a neve acumulada de toda a temporada, porém as temperaturas já estavam elevadas. Em nenhum dia pegamos frio intenso. Esquiávamos com um casaco apenas, sem necessidade de maiores proteções contra o clima.
atividades fora das pistas de esqui, e também seus 108 apartamentos, classificados em 4 categorias (sétimo andar, bosque/montanha, executivo, luxo). Em termos de conforto, são equivalentes; a diferença fica essencialmente na metragem. Os apartamentos do sétimo andar têm as menores tarifas e são mais compactos. Feira feita. Começamos a subir a montanha para chegar à estação de esqui. Depois de mais uma hora ao volante, chegamos às belíssimas cabanas. A vista era incrível. Um conforto absoluto. As casas eram todas de madeira. A maior delas, apelidada de casa de vidro, era o local de destino para os nossos jantares. Deixamos as malas, fomos para a loja do Alemão para alugar os equipamentos e dormimos logo. No dia seguinte, já partiríamos cedo para as pistas de esqui.
Chillán une o melhor dos mundos: muita neve de qualidade, baixa altitude e um cenário de tirar o fôlego. Já na estação de esqui, meus amigos mais experientes no snowboard subiram direto para o topo da montanha para a pista Três Marias, a mais extensa da América do Sul, que tem 13 longos quilômetros de comprimento, com um trecho técnico que exige muita velocidade para ser superado. Eu e Catarina estávamos pensando qual seria o tipo de atividade para fazer com Eduarda. Era a primeira vez dela na neve. Chegando lá tivemos boas surpresas. Na estação tem um bar central muito grande. Na frente dele há espaço para brincadeiras. Há também o Jardín de Nieve, um clubinho para os pequeninos onde podem aprender com os monitores a dar suas primeiras deslizadas com esquis ou esquibunda.
No primeiro dia ficamos nos revezando nos cuidados com Eduarda e esquiando nas pistas mais fáceis para praticar mais antes de subir ao topo da montanha. A neve é de excelente qualidade. São 28 pistas de todos os níveis, sendo 30% fácil, 40% médio e 30% difícil. No total, são 35 km preparados para desfrutar deste apaixonante esporte e com um potencial de 10 mil hectares de domínio esquiável. São nove lifts com desnível vertical de mil metros. Toda noite havia um banquete nos esperando. Muita comida. Muito vinho. E o melhor de tudo: muita conversa boa com amigos especiais. No início da viagem conhecia alguns do grupo, ao final o laço se estendeu aos demais e a amizade dura até hoje. Temos um grupo de whatsApp e Duda foi eleita a mascote da turma.
Após vários dias esquiando e curtindo os jantares na casa de vidro, chegou o dia de voltarmos. Fizemos um grande churrasco de despedida. Tentamos acabar o vinho, mas foi impossível. Fizemos uma divisão das garrafas não bebidas e começamos o retorno. Na metade do caminho paramos em uma vinícola para almoçarmos. Entrada, prato principal e sobremesa, mas vinho só para os que não estavam ao volante. Chegamos em Santiago tarde da noite. Uma cama quente nos aguardava. No dia embarcamos para o Rio de Janeiro e de lá para Recife. A viagem marcou a vida da minha família. Conhecemos novos amigos, fortalecemos antigas amizades, fomos influenciados por um estilo de vida mais saudável adotado pela maioria da turma e aproveitamos cada momento. Duda não queria voltar. Por ela, moraria lá em Chillán.
Uma característica bastante elogiada em Chillán é o cenário. Você esquia entre os bosques. A parte mais baixa das pistas fica a pouco mais de 1.500 metros do nível do mar e a parte mais alta, a 2.500 metros, aproximadamente. Com isso não há o desconforto da altitude que muitos sentem quando estão esquiando nas estações próximas à cidade de Santiago.
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case de sucesso arbor
CONFORTO, Essas são as soluções SUSTENTABILIDADE
E QUALIDADE
comercializadas pela Arbor, fabricante de cortinas e persianas por Marivan Gadêlha
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á 19 anos no mercado, a Arbor, empresa criada pelo empresário Gustavo Nascimento, que foi instigado comercialmente por um tio que já atuava no segmento, e apoiado financeiramente pelo seu pai, hoje é “tocada” por ele e por sua esposa Isabel de forma extremamente profissional. Ao longo de todo este período, a experiência acumulada pelo seu pai em mais de 40 anos como executivo, sempre esteve presente na rotina da organização, pelo exercício continuado da transferência de seu conhecimento. Engenheiro de Produção, Gustavo sempre procurou utilizar sua fábrica como ambiente de experimentação, principalmente na contínua otimização dos fluxos, layouts dos processos, procedimentos e do nível de automação. Ele acompanha o surgimento de cada nova tecnologia mantendo os processos de fabricação sempre atualizados. A precisão no corte, decorrente do uso de máquina de última geração é um exemplo deste esforço. A equipe da Revista Terra Magazine teve a oportunidade de visitar as instalações da empresa, no bairro da Imbiribeira, que hoje atende a todos os estados do nordeste, e de conhecer com detalhe todo o processo produtivo. Entre os produtos comercializados, se destacam principalmente cortinas, persianas, toldos e pérgolas. O ponto de partida da visita ocorreu na Sala dos Catálogos, que abriga desde os primeiros mostruários, local onde tivemos a percepção clara do tamanho do negócio. A Linha de Produtos Real apresenta mais de 1.500 itens diferentes no estoque e mais de 600 tipos de tecidos. Boa parte das matérias-primas desta linha é adquirida no mercado nacional, pois existem bons fornecedores locais, porém, no caso da Linha de Produtos Arbor, 99% das matérias-primas são importadas, principalmente dos Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Turquia, Coréia e China. Na Linha Arbor, a maioria dos produtos apresenta diversas Certificações Internacionais de confiabilidade para os
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os empreendedores da região precisam investir mais na seleção, contratação e capacitação da mão de obra, precisam acreditar mais no potencial de suas empresas, assim como o mercado consumidor precisa prestigiar mais as empresas locais." materiais utilizados, incluindo a depender do produto, menor absorção do calor e da poeira, não propagação de chamas, proteção contra a proliferação de fungos e bactérias e isenção do Chumbo, entre outros. Com layout global em forma de “U”, nas instalações industriais o fluxo de produção se inicia na área de armazenamento de matérias-primas. Nas áreas de produção, chamam a atenção dois aspectos mais importantes: a preocupação com o fluxo racional dos processos, visando à melhoria contínua da qualidade, da produtividade e da segurança industrial e a preocupação com as condições de trabalho, que inclui uma Sala de Lazer para os empregados, que se caracteriza como um ambiente de estudo, pois possui uma biblioteca, descanso e convivência. Este ambiente é simples, amplo e adequado às necessidades da força de trabalho da organização. Na área administrativa, chama a atenção a Sala de Treinamento Monica Maria, nome dado em homenagem a uma importante colaboradora já falecida. A sala funciona principalmente como showroom e ambiente de capacitação para arquitetos. A comercialização dos produtos é realizada exclusivamente pelas lojas especializadas, não havendo venda direta ao consumidor. Porém, segundo Isabel, responsável pela área comercial e de marketing, o arquiteto é um importante parceiro no processo comercial, requerendo atenção diferenciada, principalmente em função do fato de que a empresa não vende simplesmente cortinas e persianas, vende as soluções de conforto, sustentabilidade
e qualidade que suas cortinas e persianas podem oferecer. Os materiais utilizados, a depender das soluções idealizadas, bloqueiam parcialmente a passagem do calor para os ambientes, reduzindo o consumo de energia elétrica dos aparelhos de ar condicionado e, consequentemente as emissões de gases Hidrofluorcarbonos (HFC), mais potentes do que o Dióxido de Carbono (CO2) em prender gases de efeito estufa na atmosfera, apontados como responsáveis pelo aquecimento global. A economia de energia elétrica decorrente do uso destes materiais, em função da solução e do investimento, pode se pagar em até três anos. Na visão da empresa, nesse contexto, o arquiteto pela sua própria formação técnica, naturalmente apresenta uma grande curiosidade profissional, estando sempre na busca de novas soluções. Ele busca materiais certificados, sustentáveis e consequentemente mais eficientes do ponto de vista energético. Desta forma, quando bem informado, o arquiteto se caracteriza como um forte aliado das soluções da Arbor, sendo um grande facilitador comercial. No que tange a pessoas, percebe-se claramente que o casal sente um grande prazer com a geração de empregos, e que busca para a sua força de trabalho o que a Isabel chama de “espírito de propriedade”. Estamos falando de pessoas que se sentem “donas” do negócio, que são empreendedoras de si mesmas focando sempre o autodesenvolvimento.
A capacidade de autodesenvolvimento é uma competência cada vez mais presente nas discussões nas empresas, sendo um dos fatores críticos para carreiras de sucesso. Tem a ver com protagonismo, com fazer acontecer. Profissionais que focam naturalmente o autodesenvolvimento são mais adaptáveis, lidam melhor com as pressões e os desafios, decorrentes das mudanças nas tecnologias e processos requeridos à sustentabilidade das empresas. Nesse contexto, segundo Gustavo, seu principal estoque é formado pelas ideias das pessoas que compõem a força de trabalho. Para Isabel, os empreendedores da região precisam investir mais na seleção, contratação e capacitação da mão de obra, precisam acreditar mais no potencial de suas empresas, assim como o mercado consumidor precisa prestigiar mais as empresas locais. Ainda segundo ela, existem na região muitas empresas sérias que fazem um trabalho brilhante, que buscam sempre o melhor, que se renovam a cada dia, e que procuram oferecer produtos e serviços de qualidade. O casal afirma que a Arbor é sempre muito bem recebida por todos os parceiros internacionais, parceiros que em suas visitas às instalações da empresa, demonstram claramente o respeito e o encantamento com o trabalho e a criatividade da força de trabalho da organização. Estas experiências mostram efetivamente como uma empresa local, acreditando no seu potencial, investindo na sua força de trabalho, pode ser um competidor global em qualquer cenário de seu segmento. www.arborcortinas.com.br
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negócios avantia
AVANTIA TECNOLOGIA E SEGURANÇA
O PORTO SEGURO DO EMPREENDEDOR EDUARDO FERREIRA LIMA Para o executivo, a relevância de sua empresa, está na capacidade de suas equipes em aprender, inovar, deter e compartilhar o conhecimento tecnológico de forma global
por Marivan Gadêlha
Terra Magazine - Como foi o início da sua trajetória profissional? Eduardo Ferreira Lima - Formado em economia comecei minha vida profissional no setor bancário, onde trabalhei em três instituições financeiras. Naquele período, ocorreu uma movimentação que culminou com o desaparecimento de praticamente todos os bancos regionais, o que terminou provocando a minha saída do segmento. Decidi então empreender, através da criação de uma organização que pudesse prover crédito para pequenas e médias empresas, uma “factoring”. Naquela fase, que coincidia com o início do plano real, as instituições financeiras, não tinham a “cultura” do fornecimento de crédito para o pequeno empresário, num momento onde o comércio utilizava fortemente o cheque “pré-datado”, cujas antecipações de receita eram proibidas para os bancos. Elaborei um plano de negócios e convidei alguns ex-clientes do setor bancário para participar. Iniciamos as atividades focalizando pequenos fornecedores de
grandes empresas, que pagavam suas aquisições com prazos “dilatados”, elevando a necessidade de capital de giro de seus parceiros. Com o passar do tempo, esse mesmo grupo societário foi diversificando. Passamos a atuar como revendedores de motocicletas, na agroindústria na plantação de soja, milho e feijão no centro oeste do país e, mais recentemente, na comercialização de energia em São Paulo. Terra - Como você entrou no segmento de Tecnologia da Informação - TI? Eduardo - No ano 2000, fui convidado por um amigo de infância, Sílvio Aragão, a participar de uma empresa de tecnologia, junto com um executivo oriundo do Banco Nacional do Norte – BANORTE. Este executivo sugeriu o desenvolvimento de um Sistema de Compras pela internet, na época uma ideia extremamente inovadora. O negócio avançou e a empresa posteriormente foi vendida para um dos sócios. Na mesma época, o Sílvio havia montado uma empresa chamada
Aragão Engenharia, que trabalhava com engenharia elétrica e automação bancária, conjuntamente com outro sócio, Hamilton Valentim. Em 2008 ficou evidenciado que o plano de expansão para a Aragão Engenharia, que já atuava com infraestrutura de Tecnologia da Informação – TI, e que visava um posicionamento regional, requeria, segundo o próprio Silvio, “braço” e capital. Diante da oportunidade, junto com minha esposa, adquiri parcela do capital social da empresa, momento em que me afastei do dia dia dos meus outros negócios, e que me juntei à nova equipe para atuar no plano de crescimento. A organização, que passou a se chamar Avantia Tecnologia e Segurança, já fazia toda a parte de instalação elétrica e de cabeamento lógico de agência bancária, passando a trabalhar com todos os equipamentos que se conectavam a esse cabeamento estruturado, atuando com tudo que faz parte de um Data Center, local para armazenamento de equipamentos de processamento e de armazenamento
de dados, quando a empresa passou efetivamente a ter duas linhas de atuação, Engenharia e Infraestrutura de TI.
soluções de tecnologia, para melhoria da eficiência e redução dos custos dos processos de segurança dos nossos clientes.
Terra - Quais as estratégias adotadas para as principais linhas de atuação? Eduardo - Na área de infraestrutura de TI, criamos o foco em tecnologia para segurança. Passamos a atuar com o monitoramento de empresas, depois de complexos industriais, como Suape, e depois o monitoramento de cidades, através de uma área de tecnologia especificamente voltada para segurança.
Terra - Quais são os principais diferenciais da empresa? Eduardo - Na cadeia de produtos e serviços do segmento, em 1º lugar temos o fabricante dos equipamentos, em 2º lugar o distribuidor, e em 3º lugar as empresas “integradoras”, que vendem a “solução” instalada para os clientes. Nesse contexto, destacamos o fato de sermos uma empresa “integradora” que fabrica diversos componentes, de forma diferenciada, desenvolvendo nossa própria tecnologia. Além do exposto, estamos na frente da maioria das empresas do segmento, que ainda focalizam a instalação de infraestrutura física de sistemas tradicionais de monitoramento, pois trabalhamos com inteligência artificial, dispositivos que simulam a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e de resolver problemas.
Numa empresa formada predominantemente por analistas de sistemas, engenheiros de software e demais profissionais especializados em TI, decidimos buscar o conhecimento e a experiência diferenciada do Coronel da Polícia Militar Sérgio Viana, ex-gerente geral do Centro de Operações da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, assim como do Delegado Federal Romero Meneses, hoje diretor da área, que chegou a ser o No 2 na Polícia Federal no Brasil. Com estas iniciativas, trouxemos a expertise necessária, para a geração de demandas de desenvolvimento de produtos de tecnologia, voltados para as necessidades corporativas de segurança. Terra - Como a empresa tem buscado assegurar inovação e conhecimento às equipes? Eduardo - Criamos uma área para o desenvolvimento de tecnologias próprias em segurança, chamada de Avantia Labs. Hoje esta área conta com aproximadamente 12 profissionais, alguns com mestrado e outros com doutorado. Estabelecemos conexões com as Universidades Federal de Pernambuco – UPFE, Federal de Campina Grande – UFCG e Estadual de Campinas – UNICAMP. No âmbito externo, já estivemos no Massachusetts Institute of Technology (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) - MIT, e nas Universidades de Stanford, Harvard e Tel Aviv. No caso do MIT fomos aprovados para um convênio, que nos permitiu fazer parte de um seleto grupo de 20 empresas a nível global, a receber concluintes de seus MBA´S para a realização dos trabalhos de conclusão de curso. Esses investimentos permitiram à empresa, que a esta altura já tinha um posicionamento regional, assumir um posicionamento nacional através da abertura de um escritório em São Paulo. Passamos a atuar junto a grandes grupos privados com instalações em todo o Brasil. Nesta nova fase, com clientes como McDonald’s, Gerdau, Itaú, Coca-Cola e DHL, entre outros. Nossa estratégia inclui
Desenvolvemos softwares utilizando a combinação de técnicas como “Deep Learning” (Aprendizagem Profunda), forma de inteligência artificial, e IOT (Internet of Things / Internet das Coisas), conexão de rede de dispositivos eletrônicos do dia dia. “Soluções” deste tipo, permitem, por exemplo, a partir de uma imagem gerada por uma câmera, produzir automaticamente informação de prevenção e/ou de correção para uma central de monitoramento, onde o operador é orientado também de forma automática, pelo próprio software, através de um fluxo de processo, sobre o que deve ser feito para aquele determinado tipo de ocorrência. Terra - Como a organização vem se reposicionando a partir da crise econômica? Eduardo - Sempre fomos uma empresa ousada na atuação empresarial, porém muito conservadora na gestão do “caixa”. Procuramos poupar nos bons momentos para as situações de adversidade. Dessa forma, quando a crise econômica se estabeleceu, seguramos as despesas que não eram essenciais para o nosso posicionamento futuro e, investimos fortemente na construção desse futuro projetado. Nesse contexto, nosso planejamento estratégico prevê o abandono de uma série de iniciativas, produtos e serviços, para o desenvolvimento, o aprendizado e a realização de todo um conjunto de novas iniciativas, produtos e serviços, exatamente para assegurar a nossa contínua superação em relação ao que existe de mais moderno no nosso segmento.
Por esta razão estamos presentes nos maiores centros de informação e conhecimento de tecnologia do mundo e, sempre procurando identificar espaços em todos os mercados. Com base nestas estratégias, estamos abrindo um escritório em Londres. Nossa análise de cenários aponta para necessidades de soluções tecnológicas naquele mercado, que fazem parte da nossa “expertise”, e que são de difícil atendimento por parte dos nossos “players” (competidores) locais. Nossa relevância, está na capacidade de nossas equipes em aprender, inovar, deter e compartilhar o conhecimento tecnológico de forma global. uma imagem gerada por uma câmera, produzir automaticamente informação de prevenção e/ou de correção para uma central de monitoramento, onde o operador é orientado também de forma automática, pelo próprio software, através de um fluxo de processo, sobre o que deve ser feito para aquele determinado tipo de ocorrência. Terra - Como a organização vem se reposicionando a partir da crise econômica? Eduardo - Sempre fomos uma empresa ousada na atuação empresarial, porém muito conservadora na gestão do “caixa”. Procuramos poupar nos bons momentos para as situações de adversidade. Dessa forma, quando a crise econômica se estabeleceu, seguramos as despesas que não eram essenciais para o nosso posicionamento futuro e, investimos fortemente na construção desse futuro projetado. Nesse contexto, nosso planejamento estratégico que no momento se encontra em revisão, prevê o abandono de uma série de iniciativas, produtos e serviços, para o desenvolvimento, o aprendizado e a realização de todo um conjunto de novas iniciativas, produtos e serviços, exatamente para assegurar a nossa contínua superação em relação ao que existe de mais moderno no nosso segmento. Por esta razão estamos presentes nos maiores centros de informação e conhecimento de tecnologia do mundo e, sempre procurando identificar espaços em todos os mercados. Com base nestas estratégias, estamos abrindo um escritório em Londres. Nossa análise de cenários aponta para necessidades de soluções tecnológicas naquele mercado, que fazem parte da nossa “expertise”, e que são de difícil atendimento por parte dos nossos “players” (competidores) locais. Nossa relevância está na capacidade de nossas equipes em aprender, inovar, deter e compartilhar o conhecimento tecnológico de forma global.
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GASTRONOMIA LUCIANA SULTANUM
Vin Jaune: o ouro líquido do Jura por Luciana Sultanum
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ra inverno de 2003 e eu tinha chegado na França havia poucos meses. Aquela estação gelada ainda não anunciava o verão que estava por vir naquele ano, o mais quente em muito tempo. As minhas aulas na escola de gastronomia em Lyon tinham começado em setembro, e desde então eu estava mergulhada na cultura gastronômica francesa e apenas começava a entender a relação daquele povo com seus produtos do terroir, com seus vinhos e queijos. Naquele início de fevereiro um amigo nos convidou a passar um fim de semana na região do Jura (lê-se Jurrá), hoje parte da Bourgogne-Franche-Comté, bem próximo da fronteira com a Suíça. Haveria na
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ocasião uma festa para celebrar a abertura do primeiro barril de um vinho regional chamado Vin Jaune du Jura . É claro que na época eu não fazia a menor idéia do que era esse vinho ou do que ele representava naquela região. Na verdade, até hoje aquele vinho de coloração amarela, é pouco conhecido fora da França, mas foi a minha primeira oportunidade de mergulhar na tradição vitivinícola francesa e de entender porque aquele povo tem tanto orgulho dos seus produtos. A partir daí, fiz questão de estudar um pouco mais sobre esse e outros vinhos franceses. Finalmente neste último mês de fevereiro tive a oportunidade de retornar ao Jura e mais uma vez participar da Percée du Vin Jaune, a grande festa do vinho amarelo.
A parte da Franche-Comté, que hoje, junto a Borgonha, compõe a região Bourgogne-Franche-Comté, talvez seja uma dos locais mais gelados da França e a neve no inverno é quase certa. O Jura é um departamento nessa vasta região de grande tradição vitivinícola e tem como vizinho bem próximo o vinhedo borgonhês, que desce da Côte-D’Or até Mâcon, não muito longe dali. Mas quando falamos do vinho do Jura, não vamos nos concentrar somente nas uvas pinot noir e chardonnay, rainhas da vizinha Borgonha, mas em castas como as tintas poulsard e trousseau e a branca savagnin. A região tem sete AOC’s (apelação de origem controlada), que além do vin jaune, produzem brancos, tintos, o vin de paille, o crémant du Jura e o Macvin du Jura. O vin de paille, ou vinho de palha, é um vinho doce feito a partir de uvas que são colhidas e postas a secar em um local arejado (antigamente eram colocadas sobre uma cama de palha, daí o nome) por pelo menos seis semanas, o que permite uma alta concentração de açúcar e álcool. Já o crémant du Jura é um vinho
‘efervescente’, feito em branco e rosé e o Macvin é o vinho licoroso da região. Mas a grande estrela do Jura é mesmo o vin jaune e foi atrás dele que eu me mandei em fevereiro passado, em pleno inverno francês, para o frio da FrancheComté. E o que tem esse vinho de especial? Para começar, ele é feito a partir de uma única uva, a savagnin, pouco conhecida e típica do Jura. O vinho branco vinificado de forma tradicional é então colocado em barris, onde um pequeno espaço vazio permitirá que um véu de leveduras se forme, protegendo o vinho da oxidação e, ao mesmo tempo, lhe conferindo aromas próprios. A partir daí, o vinho irá envelhecer pelo menos seis anos e três meses antes de ser engarrafado e finalmente liberado ao mercado. A garrafa do vin jaune, o clavelin, também é diferente das garrafas de vinho tradicionais e contém apenas 620ml, que corresponde ao que resta de um litro do vinho ao fim de todo o processo de vinificação. Dizem que os 380ml que desaparecem é ‘a parte dos anjos’... Quem duvida?
de estrada) onde havia ônibus que levavam os participantes até o vilarejo de l’Étoile. Chegando em l’Étoile, pudemos perceber que o vilarejo estava completamente dedicado ao evento e cada casa havia sido cedida a um produtor de vinho da região. Logo na entrada da cidade recebemos uma taça com a logomarca do evento e várias fichas que davam direito a degustação, além de um bloco de anotações para registrar as impressões sobre os vinhos. Isso foi muito útil para conseguirmos escolher no final quais vinhos comprar para levar pra casa.
A Percée du Vin Jaune é a festa que simboliza a chegada no mercado dos vinhos barricados seis anos e três meses antes. Ou seja, na festa de 2018 festejamos o vinho preparado em 2011. A festa deste ano aconteceu no vilarejo de l’Étoile, que produz uma das AOC do Jura, inclusive o vin jaune.
Iniciamos as degustações pelos Crémant du Jura brancos e rosés, sendo o primeiro com pelo menos 50% de chardonnay e o segundo 50% de pinot noir. São vinhos com um lado frutado, leve e festivo. Continuamos então com os brancos, os tintos e finalmente chegamos ao vin jaune.
Como estávamos hospedados em Lyon, alugamos um carro e fomos até a cidade de Lons- le-Saunier (mais ou menos 1h30
Nas ruas e nas pequenas caves formadas nas casas do vilarejo uma multidão se aglomerava. Havia bandas musicais tocando pelas ruas e pessoas de todas as idades participavam da celebração. Durante o evento, que dura dois dias, há um concurso gastronômico para cozinheiros, um concurso de sommeliers e um concurso entre os produtores de vin jaune, onde as melhores garrafas recebem um selo de premiação, a clavelinage.
O vin jaune du Jura é diferente de qualquer vinho branco que você conheça. A cor é de um amarelo dourado profundo e brilhante e no nariz, para não especialistas como eu,
é como um tapa na cara, primeiro confuso, depois ele vai se mostrando e nos fazendo querer descobrir seus segredos. Na boca ele é imponente e tem um lado exótico, que nos faz pensar em especiarias, mas ao mesmo tempo, se você tiver a paciência que ele merece, vai perceber seu lado flor e fruta. Para mim ele não foi fácil, mas como seria fácil algo que se fechou por sete anos, coberto por um véu de leveduras? Ele exige que você tenha tempo para entendê-lo e só assim ele se mostra... Além dos vinhos, a Percée é uma festa da gastronomia regional, onde se reúnem também os melhores produtores de queijos, embutidos e tantos outros produtos da região fronteiriça. O Comté, um dos meus queijos favoritos da França, é a estrela da região e é possível degustá-lo na sua versão mais jovem ou longamente curado. Os embutidos estão por toda parte, principalmente a famosa linguiça de Morteau, servida em pratinhos em pequenas porções ou metidas dentro de baguetes com mostarda de Dijon, a capital regional. Pois é, essa região tem alguns dos melhores produtos da França, dos vinhos, aos queijos, mostardas, embutidos, trufas, cogumelos, escargots. O público da Percée du Vin Jaune é composto basicamente de franceses de diversas regiões, com um apelo de turismo regional. Para quem, como eu, ama a França, é uma grande oportunidade de sair do eixo turístico tradicional e se lançar profundamente nas riquezas daquele país e no savoir vivre à la française.
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ENOGASTRONOMIA FAMIGLIA GIULIANO
Arquitetura medieval regada a gastronomia Italiana por Redação Terra Magazine
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eslumbrante por uma clássica construção estilo castelo medieval, o Famiglia Giuliano voltou a funcionar como restaurante, após ter passado um período como casa de eventos. O interior recebeu uma repaginação com mudanças pontuais que incluem um toque moderno na decoração assinada pelos arquitetos Analice e Humberto Zirpoli, que preservaram a arquitetura de quase 30 anos, promovendo uma atmosfera leve, mais clara e moderna, com iluminação mais intimista deixando o ambiente aconchegante e sofisticado, destacando a estrutura monumental. Com direito a jardim interno assinado pela designer Náiade Lins, com o bar agora ocupando uma posição de destaque e o forno de pizzas à mostra.
Foto: Terra Magazine
O cardápio italiano, foi criado pelo chef consultor Gennaro Cannone, que vai desde as entradas como a bruschetta de brie, parma e geleia de Damasco, passando pelas massas, carnes, risoto até as pizzas artesanais com massa fina e crocante. A casa conta com uma verdadeira adega no subsolo, onde podemos encontrar uma infinidade de rótulos com excelente custo benefício para os clientes, pois o grupo é franqueado com grand cru. Iniciaremos nossa viagem gastronômica Josely Riesling sommelier
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Foto: Terra Magazine
com o prato Pesce del Giorno. Só de olhar para esse prato, é amor à primeira vista. Em sua composição, o filé de peixe grelhado com shimeji, palmito e aspargos verdes. Os cogumelos oferecem ainda mais aromas e sabor ao prato. Para harmonizar, escolhemos o vinho branco Felino Chardonnay, safra 2016 produzido na região de Mendonza, que traz muita mineralidade e frescor neste aromático branco argentino, de médio corpo com aromas que lembram baunilha, frutas cítricas e toques florais. Quando em boca,
tem boa persistência, acidez equilibrada e um toque amanteigado. Continuamos nossa harmonização com o prato Costeletas de Cordeiro, uma carne macia, fina e suculenta ao molho de vinho tinto e hortelã, acompanhada de linguine na manteiga e sálvia. Um prato estruturado e aromático acompanhado com o vinho tinto Koyle Cabernet Sauvignon - safra 2014, onde a rainha das uvas tintas produzida com cultivo Biodinâmico na região do Vale Colchágua
demonstra sua plena expressão. Uma cor vermelho rubi magnífica, aromas que lembram baunilha proveniente do seu estágio em carvalho francês, amoras – pretas, chá preto, especiarias como pimenta negra, hortelã e um leve toque mineral. Taninos aveludados e um final de boca sedoso e equilibrado. FAMIGLIA GIULIANO
Horários de Funcionamento: Terça a Quinta: Jantar - 19h às 00h Sexta: Almoço e Jantar - 12h às 16h / 19h às 01h Sábado: Jantar - 19h às 01h Domingo: Almoço e Jantar - 12h às 16h | 18h às 23h
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Hayako inspira-se na cultura da culinária oriental com temperos e sabores dos pescados da costa do atlântico e parte do pacífico. Um intercâmbio de ingredientes de culturas diferentes, com misturas que surpreendem o paladar. Há 4 anos os empresários Edvaldo Borges e Talita Inocêncio comandam o restaurante, oferecendo serviços de qualidade para atender à necessidade do cliente, proporcionando comodidade e praticidade, com serviços de buffet para eventos residenciais e corporativos, além dos serviços A La Carte, Rodízio e Delivery nas unidades do Janga e Imbiribeira.
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“Um show de iluminação” Esse é o slogan da Moving Show. Com 10 anos no mercado, é referência no segmento de iluminação, sonorização, estruturas, geradores, painéis de led alta e média resolução, projetos ligthing design 3D, e gravações de dvds para shows e eventos. A empresa conta com equipamento que seguem as últimas tendências no mercado que garantem a qualidade, tecnologia e eficiência no resultado do serviço.
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saúde
Como cuidar da saúde dos seus Rins Por Dr. Filipe Carrilho de Aguiar
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om o aumento da longevidade cresce o número de indivíduos com doenças sistêmicas que podem provocar doenças nos RINS. Dentre elas, temos as doenças cardiovasculares, a hipertensão e o diabetes. Essas, isoladamente ou associadas, por si só, implicam em grave problema de saúde pública em todo o mundo. O “trabalho” dos rins é filtrar ou limpar o sangue, todavia sabemos que suas funções ultrapassam essa definição. Além de limpar o sangue, o rim também desempenha um papel de regular a quantidade da água e de outras substâncias no organismo, bem como interfere de forma fundamental no funcionamento de outros órgãos. Isto quer dizer que quando os rins deixam de funcionar a vida não é possível. É função do nefrologista: diagnosticar, prevenir e tratar as doenças renais (crônicas e agudas) e suas complicações. Nesse papel, incluem-se, além do diagnóstico e tratamento das doenças sistêmicas, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento das doenças renais primárias como as glomerulopatias, das doenças renais hereditário-familiares como a doença renal policística autossômica dominante, das infecções urinárias, entre outras. Alterações dos níveis de glicose e colesterol, a falta de controle da pressão arterial, a não realização de exames de sangue e urina de rotina, para ver como está o funcionamento dos rins associado a erros alimentares, excesso de peso, stress, tabagismo, sedentarismo, e a falta de acompanhamento médico regular, só favorecem o crescimento dos doentes com comprometimento da função dos rins. Não bastassem as condições descritas acima, hoje, sabemos que indivíduos aparentemente saudáveis, mas que sofrem de doença renal apresentam dez vezes mais probabilidades de morrer prematuramente por doença cardiovascular. Nos casos em que os rins param de funcionar, a hemodiálise, a diálise
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peritoneal e o transplante renal apresentam-se como alternativas de resolução do problema. Todavia, não eliminam o sofrimento pessoal e familiar, bem como as consequências sociais e econômicas, que são cada vez mais crescentes, e que só reiteram o grave problema de saúde pública. Atualmente, estima-se que no mundo, um em cada dez adultos sofre de doença renal. A maior parte não sabe e parece que esta cifra vai continuar a aumentar. No Brasil, o último censo mostra que haviam mais de 120 mil pacientes realizando diálise em todo o país e, apesar de termos conseguido nos últimos anos um aumento gradativo no número de transplantes, calcula-se que em torno de 25 mil
aguardam um rim, com tempo médio de espera de 18 meses, de acordo com o Ministério da Saúde. Sob essa perspectiva, entendemos ser imperativa a necessidade de campanhas de conscientização da população que favoreçam o diagnóstico precoce para que possamos agir rapidamente evitando a progressão da doença. Entendemos que é conscientizando a população que conseguiremos melhorar e retardar as complicações da doença renal. Cidadãos conscientes deverão consultar o seu médico, pelo menos uma vez ao ano, mesmo que tudo esteja bem. Na consulta não esqueça de informar se seu rosto ou suas pernas incham com frequência, se sua urina tem sangue ou espuma
muito, se você acorda várias vezes a noite para urinar, ou se tem perda do apetite, náuseas e vômitos. Além disso, converse com ele sobre os resultados do seu exame de urina e do teste da creatinina. P Siga um estilo de vida saudável, realize exercícios físicos regularmente, controle sua alimentação (não exagerando nas gorduras, no açúcar, na carne e no sal), evite as grandes variações de peso, não fume, e acompanhe com regularidade sua pressão arterial. Dessa maneira, você estará contribuindo grandemente na prevenção do aparecimento das doenças renais e minimizando os riscos da evolução da doença quando essa já estiver instalada.
saúde
Será
QUE É
preguiça?
J
á notou que muitas vezes parece que somos tirados da tomada? É como se de repente todo o ânimo, disposição e alegria de viver escoassem entre os dedos e ficamos atônitos sem conseguir entender o porquê de tanta PREGUIÇA. Na verdade, até bem pouco tempo atrás, dispúnhamos apenas de medicações para depressão ou ansiedade, alegando que estes sintomas pudessem ser produzidos única e exclusivamente por elas; quando na verdade, o uso deste tipo de medicação, por serem sedativas, podem até agravar o problema.
Estas queixas podem advir, sim, destas doenças, mas não incomum decorrem de uma alimentação pobre em nutrientes que podem nos deixar cansados (dietas feitas “da cabeça”) sem o acompanhamento de um profissional, bem como e principalmente geradas por deficiências de hormônios. Sim!! Muitas vezes uma noite mal dormida pode ser em si por conta da deficiência de um hormônio chamado melatonina, o qual interfere na produção de outros hormônios, como o hormônio do crescimento que só é produzido com o sono e é essencial no desenvolvimento da nossa sensação de bemestar e funções do dia-a-dia. A deficiência dos hormônios
pode inicialmente cursar com uma série de manifestações inespecíficas, como a “preguiça” e o cansaço. Daqui que o quadro clínico abra de forma mais completa pode demorar bastante tempo e perdemos a oportunidade de começar a tratar este estado com antecedência e propiciando melhora significativa dos sintomas. Quando se fala em hormônios, muita gente fica assustada com o risco de CÂNCER. Afinal não é para menos, já que a mídia e vários colegas corroboram muitas vezes com esta crença, mesmo sem bases cientificas para tal. Há 10 anos, muitos colegas médicos encaravam este fato como algo absurdo e danoso ao paciente, o que vem mudando em grande velocidade. Entretanto, todos nós trabalhamos dentro do mesmo princípio ético de promover vida e saúde e não o contrário. Caso houvesse uma ínfima chance de sairmos por aí causando qualquer tipo de doença na população ao invés da promoção à saúde, não poderíamos ser enquadrados como profissionais que visam à cura. Problemas como uma baixa função dos hormônios da tireoide, baixa produção de testosterona em homens e mulheres, seja pelo abuso
do uso de álcool ou pelo uso de pílula anticoncepcional, podem gerar estes sintomas. Existem vários outros tipos de hormônios que desestabilizam nossa vida física, mental e emocional quando não estão bem equilibrados. Contudo, cabe ressaltar aqui algo fundamental: A NECESSIDADE DE ACOMPANHAMENTO CONSTANTE pelo médico. Todo tratamento precisa ser feito e acompanhado por um profissional. Seria a mesma coisa de querermos iniciar um processo com um advogado e depois de ter sido dado o início à ação, nós mesmos começarmos a querer ir ao fórum e escrever as petições. Com a saúde não é diferente. A automedicação fica aqui configurada quando se vai ao médico e repete-se de forma indefinida a prescrição. Isto sim, é perigoso e traz um grande risco de vários problemas. Todavia, se for feito um acompanhamento personalizado, sua única chance é de se sentir alegre, feliz e bem-disposto novamente! Dra. Fernanda Mossumez Centro Integrado de Longevidade e Estética Empresarial RioMar Trade Center 1 Pina - Recife (81) 9 9113.5400
Casos jurídicos
Casos curiosos que tramitaram nos Tribunais por Adv. Guilherme Veiga
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essa edição resolvi trazer alguns casos bastante curiosos que passaram pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Já teve de tudo. De torcedor pedindo dano moral porque o juiz não marcou um pênalti a favor do seu time, prisão por dois anos pelo furto de 15 centavos e pai condenado por dano moral porque o pai batizou o filho escondido da mãe. Por fim, sabe quanto custou o maior acordo judicial do mundo?
Era pênalti e o juiz não marcou!!!
Um torcedor do Atlético Mineiro entrou na justiça pedindo dano moral porque o juiz não marcou pênalti cometido pelo Botafogo na Copa do Brasil de 2007. O juiz era Carlos Eugênio Simon, que admitiu em entrevista após o jogo o erro ao não marcar o pênalti cometido por Alex do Botafogo. O caso foi parar no STJ, a mais alta corte de justiça que julga questões sobre violações de leis federais. O ministro Luis Felipe Salomão classificou o caso como peculiar, mas negou o dano moral porque “A derrota de time, ainda que atribuída a erro grosseiro de arbitragem, é mero dissabor que também não tem o condão de causar mágoa duradoura, a ponto de interferir intensamente no bem-estar do torcedor, sendo recorrente em todas as modalidades de esporte que contam com equipes competitivas”. Para o ministro, “excesso de sensibilidade por aquele que afirma dano moral são insuficientes à caracterização do abalo moral” A ministra Isabel Gallotti acompanhou o relator entendendo que se trata de um mero “aborrecimento, que é compartilhado por todos os torcedores desse time e, eventualmente, até de outros times, cuja posição no campeonato seja prejudicada pelo placar equivocado”. Todos os ministros que participaram do julgamento entenderam que não há dano moral quando o arbitro erra. Isso não é dano moral, é excesso de sensibilidade do torcedor. A causa foi inusitada. Como inusitado é imaginar todos os torcedores de um time que acompanharam o jogo em campo, e pela TV, tivessem direito a dano moral por erro de arbitro? Referência. RESP 1.296.944/RJ
Eu só “peguei” 0,15 centavos e vou ficar preso por 2 anos?
Um rapaz foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) a dois anos de detenção e a pagar multa. O crime? Furtar 0,15 centavos de uma pessoa que estava caída chão. Para o TJSP a condenação se justifica porque acusado furtou a vítima quando ela estava desfalecida “demonstrando o mais baixo grau de sensibilidade e humanidade”. Contudo, o STJ entendeu que o furto de R$0,15 não gera considerável ofensa ao patrimônio de ninguém. Disse que se trata de “conduta sem dúvida reprovável, imoral, mas distante da incidência do Direito Penal”. Ou seja, para ser considerado crime o valor não pode ser tão insignificante. Por isso, o acusado foi absolvido do crime, pelo princípio da insignificância. Referência. HC 23.904/SP
Batizei meu filho. Só não contei para a mãe dele
Um pai foi condenado a pagar R$5 mil de indenização por danos morais para a mãe da criança por não ter comunicado que havia batizado o filho na Igreja Católica. Na petição, a mãe relatou que foi casada com o pai da criança que foi batizada. Alegou que, após a separação judicial, o pai batizou a criança, aos dois anos de idade, na igreja católica, sem a presença da mãe e que somente obteve conhecimento desta cerimônia religiosa após sete meses da sua realização. Disse que, para o dia do batizado, o pai, artificiosamente, solicitou alteração do horário de visita, por meio de telegrama com o seguinte teor: “em razão de compromissos urgentes e visando o bem estar do nosso filho, solicito que no dia 24⁄04⁄2004, sábado, o XXXX veja o pai excepcionalmente das 10 horas às 15 horas”. Assim, ficando privada de participar de cerimônia única e significativa da vida de seu filho, esse fato gera dano moral e merece ser reparado por indenização. Depois de algumas reviravoltas no caso, o Tribunal de Justiça de São Paulo entendeu que “não se pode ter como ilícita a conduta do pai que, sendo católico, procede ao batismo de seu filho, especialmente quando o catolicismo
também é a religião professada pela mãe”. Acrescentou também que o pai teve motivos ponderáveis para ocultar da mãe sua decisão de batizar o filho, havendo entre as partes dificuldades de relacionamento. O caso chegou ao STJ e teve como relatora a ministra Nancy Andrighi. O julgamento ocorreu na 3ª Turma do STJ, sendo decidido que a briga dos pais não pode servir como fundamento para impedir a participação da mãe no batismo que é um ato único e significativo na vida da criança e que este tipo de conduta gera danos morais. Assim, o pai foi condenado a pagar R$5 mil de danos morais para a mãe. Referência: REsp 1.117.793/RJ
Sabe qual foi o maior acordo judicial do Brasil?
Após anos de intensa batalha judicial foi realizado acordo entre poupadores e bancos para por fim à disputa envolvendo a correção de aplicações na poupança durante a entrada em vigor dos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 2 (1991). Estima-se que mais de um milhão de processos sobre esse tipo de demanda devam ser extintos, tornando-se o maior acordo judicial do Brasil. As tratativas envolveram a AdvocaciaGeral da União, Banco Central, bancos e poupadores. Terão direito a reparação todos que haviam ingressado com ações coletivas e individuais para cobrar das instituições financeiras valores referentes às correções. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) “Não haverá qualquer desconto para poupadores que tenham a receber até R$ 5 mil. Para valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, haverá 8% de abatimento. Na faixa de R$ 10 mil a R$ 20 mil, o desconto será de 14%. Já aqueles que tenham direito a receber mais de R$ 20 mil, terão 19% do valor descontado”. Uma inovação nesse tipo de acordo é que não será necessário o poupador se dirigir ao banco para receber os valores ou falar com o juiz. O pagamento será feito em conta corrente do poupador ou por meio de depósito judicial. Essa prática é amplamente utilizada nos EUA nas indenizações das ações de massa, mas é pioneira no Brasil.
A Fertipar divide com seus clientes e parceiros esta importante conquista:
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“A Marca da confiança, sempre ao lado do produtor rural” Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, 3.100 - Campo Comprido - CEP 81200-528 - Curitiba - Paraná - 41 3026-9009 www.fertipar.com.br
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Sócios: Jairo Aquino – OAB/PE 1623 Sócio-fundador do Escritório. Graduado pela Faculdade de Direito do Recife, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1956. Foi indicado, em 1970, por Dr. José Cavalcanti Neves, então presidente da OAB/PE, para integrar comissão destinada a oferecer críticas e sugestões ao Anteprojeto do Código de Processo do Trabalho. Agraciado, em 1992, pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região com sua maior comenda, a Medalha Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, na categoria Mérito Judiciário. Foi honrado com a Medalha de Mérito “Joaquim Amazonas” pela Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Pernambuco. Recebeu Diploma de Reconhecimento de Mérito do Governo Japonês, representado pelo Cônsul Geral do Japão no Recife. Em 2013, foi convidado, pela Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Pernambuco, a ser paraninfo na solenidade de prestação de compromisso legal dos novos advogados e estagiários. Sérgio Aquino –OAB/PE 9447 Sócio-diretor do Escritório desde 1989. Concluiu o curso de Direito pela Faculdade de Direito do Recife, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1985. Pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Agraciado, em 2009, pelo Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região com sua maior comenda, a Medalha Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, na categoria Mérito Judiciário. Ex-curador e exconselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Pernambuco. Aureliano Quintas – OAB/PE 2760 Sócio-fundador do Escritório. Graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1967. Exerceu, de 1977 a 2003, a função de advogado da Rede Ferroviária Federal, admitido por concurso público. Agraciado, em 1990, pela Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Pernambuco, com a Medalha Moacir Baracho. Ex-examinador e ex-conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Pernambuco.
JAIRO AQUINO & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advogados Associados: Luiz André Miranda Bastos (OAB/PE 21438), Emiliano Francisco Carvalho Feitosa (OAB/PE 25210), Claudio Coutinho Sales (OAB/PE 28069), Scyla Andréa Calistrato Dos Santos Brito (OAB/PE 18037), Rodrigo Oliveira Do Vale (OAB/PE 25922), Bruna Maria Amorim De Aquino (OAB/PE 35656), Roberta Pontes Caúla Reis (OAB/PE 20093),Elivanuzia Maria De Carvalho Oliveira(OAB/PE 1472-B), Raphaela Galvão Lins De Freitas (OAB/PE 21477), Eduardo Macieira Ribeiro De Paiva (OAB/PE 38018), Isadora Maria Pinto Tizei (OAB/PE 40169), Mariana Velho Leal (OAB/PE 36765), Larissa Corrêa De Siqueira Gomes (OAB/PE 42295),Giselle De Oliveira Campos (OAB/PE 36048) Início da Sociedade: 1989 Especialidade: O Escritório Jairo Aquino & Advogados Associados presta serviço pleno de assistência jurídica no ramo do Direito do Trabalho Empresarial. Áreas de atuação: A Advocacia é realizada de forma consultiva, mediante pareceres e reuniões presenciais, e contenciosa, por atuação integral durante a tramitação de processos ante a Justiça do Trabalho, em todas as instâncias, bem assim junto ao Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. No ramo do Direito Coletivo, a atuação abrange tanto a fase negocial quanto processual coletiva. Equipe: A Equipe do Escritório é composta por dezessete advogados especialistas em Direito do Trabalho, além de estagiários e pessoal de setor administrativo.
Registro OAB/PE nº 089
Diferencial: Os serviços prestados têm a marca do profissionalismo e do respeito absoluto ao cliente, mediante atendimento pessoal e customizado, por toda a equipe de advogados, cuja qualificação é permanentemente atualizada. O Escritório conta com infraestrutura e tecnologia suficientes às demandas locais e regionais. Informação relevante: O Jairo Aquino & Advogados Associados se notabiliza pela dedicação máxima dos mais simples aos mais complexos processos administrativos e judiciais, detendo expertise nos assuntos afetos aos processos de recuperação judicial, sucessões familiares, negociações, fusões, aquisições e demais transferências de controle societário, naquilo que pertine ao Direito do Trabalho. Perfil dos clientes: Pessoas jurídicas de direito privado e da administração pública indireta, com notada atuação nos mais diversos segmentos: Agroindústria; Indústria Metalúrgica; Indústria da Construção Civil e Imobiliária; Telecomunicações; Transportes Urbano e Rodoviário de Passageiros e Cargas; Hospitalar; Turismo; Hotelaria e Restaurantes; Jornalístico; Comércio de Bens e Serviços; Portuários; Concessionárias de Serviços Públicos; Combustíveis e Derivados; Automotivos; Representação Estrangeira e Educação. Cobertura geográfica: Foco de atuação em toda a Região Nordeste. Rua Othon Paraíso, Nº 342, Torreão, Recife/PE (81) 3117-1911 | jairoaquino@jairoaquino.adv.br
sustentabilidade
fotos divulgação
Projeto sustentável transforma óleo de cozinha usado em sabão por Eduardo Irineu
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onsagrado case de sucesso na reintegração e reaproveitamento de resíduos em novos processos produtivos, o projeto Mundo Limpo completa dez anos dedicados à responsabilidade socioambiental. O programa já reciclou 6,5 milhões de litros de óleo, em Pernambuco, ajudando a preservar cerca de 130 bilhões de litros de água da região, na última década. Para ter uma ideia, um litro de óleo pode contaminar até 20 mil litros de água. Baseado na educação ambiental e desenvolvido desde 2008, o Mundo Limpo atua em mais de 40 municípios. O projeto envolve 350 escolas e já treinou mais de 85 mil pessoas, além de outros 2,8 mil parceiros e colaboradores. “O resíduo é coletado em escolas, estabelecimentos comerciais, organizações privadas e governamentais. Depois, segue para o centro de processamento para ser reciclado e incorporado como graxa. Todo óleo coletado é reciclado e utilizado no processo de fabricação do sabão em barra Bem-Te-Vi”, explica Flávia Moura, gerente de responsabilidade socioambiental da ASA, empresa responsável pelo processo de reciclagem do óleo de cozinha.
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A coleta de óleo traz muitos benefícios tais como a limpeza das galerias e proteção aos recursos hídricos. E o Mundo Limpo integra essa parceria à educação socioambiental que tanto desejamos” A iniciativa acontece através de parcerias, ações e capacitações que a empresa realiza, fornecendo coletores para o óleo e coleta periódica do produto dispensado. “O programa implanta pontos públicos de entrega voluntária para incentivar a participação da sociedade. Atualmente são mais de 500 pontos de entrega voluntária espalhados pelo estado”, destaca Wagner Mendes, ASA. Pelo significativo impacto positivo no meio ambiente, o Mundo Limpo já foi reconhecido pelos prêmios de Sustentabilidade da Fiepe (2012 e 2015), Crea de Meio Ambiente(2013), e pelo conceituado Prêmio Vasconcelos Sobrinho,
promovido pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), em 2014. O projeto ainda possui identidade social ao reverter recursos, proporcionais ao volume de óleo coletado, para a Fundação Alice Figueira de apoio ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), que recebe uma contribuição financeira a cada litro de óleo coletado. O programa também conta com apoio fundamental da Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), que disponibiliza suas lojas de atendimento para receber um ponto de entrega voluntária, com o objetivo de tornar acessível aos seus clientes e a comunidade a coleta seletiva de óleo dispensado. “A coleta de óleo traz muitos benefícios tais como a limpeza das galerias e proteção aos recursos hídricos. E o Mundo Limpo integra essa parceria à educação socioambiental que tanto desejamos”, sobreleva o diretor presidente da Compesa, Roberto Tavares. Os interessados em colaborar e obter mais informações sobre o programa Mundo Limpo, podem entrar em contato pelo telefone (81) 3073.5066 ou pelo e-mail mundolimpovidamelhor@asanet.com. br. Para saber mais sobre a ASA acesse também www.asanet.com.br.
dicas para leitura
ANA PAULA BERNARDES
A Casa das Marés Jojo Moyes
O
costume de ler gêneros que não sejam notícias me levou a criar o instablog @minhabibliotecaparticular, onde alimento semanalmente no instagram com as obras que escolho para minha cabeceira. A partir de agora você acompanha, também por aqui pela Terra Magazine, principais lançamentos e outros destaques selecionados que não sejam necessariamente os itens mais vendidos das livrarias, mas que reforçam a premissa de que ler é fundamental: seja a título de informação, discussão ou mesmo para alimentar a alma. Sejam bem-vindos!
Editora Intríseca
Sou fã e suspeita para falar de Jojo Moyes, a badalada autora de “Como eu era antes de você”, obra adaptada ao cinema, e também da sua continuação “Depois de Você”. Mas o espaço aqui traz a obra “A Casa das Marés” que também como romance, nos apresenta a história de Lottie Swift, criada pela tradicional família Hotten num vilarejo de Londres, a bucólica Merhan. Jojo inicia a obra falando sobre a pequena cidade e como tal, que mantém tradição de um povoado exigente pelos bons costumes de sua vizinhança, até que chegam na casa mais bela da região, a Arcádia, uma família pouco convencional e à frente do seu tempo que modifica o cenário e traz à vida da jovem Lottie, mais do que apreço e amizade. A história cruza décadas e nos devolve Merham anos depois, mas onde parece que, ao menos o essencial, ainda não mudou naquele espaço.
1817 - Amor e Revolução Editora CEPE
Viva como se estivesse de partida Editora Principium
Uma das vítimas sobreviventes, o jornalista Rafael Henzel encontrou na dor de ter perdido amigos da imprensa e admiradores do time que naquele ano ostentava o título de maior projeção do futebol brasileiro, a coragem de narrar sua superação. “Viva como se estivesse de partida” é mais do que a descrição do fatídico dia e seu desenrolar, mas sim, um mergulho nas nossas almas, de como é possível viver um dia após o outro e recomeçar, entre tantas dores que nós carregamos.
Drauzio Varella Editora Companhia das Letras
Rafael Henzel
01h15 do dia 29 de novembro de 2016. Por falta de combustível, o voo 2933 da companhia LaMia caía na montanha de Cerro Gordo, no município de La Unión, a 50 km de Medellín, na Colômbia. É o relato do acidente do time Chapecoense, que abalou o mundo com tantas histórias partidas ali naquele dia.
Prisioneiras
Neste ano de 2018 os pernambucanos desfrutaram pela primeira vez da data 6 de março como feriado sancionado pelo governador Paulo Câmara aprovando projeto de lei de autoria dos deputados Isaltino Nascimento e Terezinha Gomes. A ideia é exaltar a nossa “Data Magna”, simbolizando o primeiro grito em prol da República no ano de 1817. A Revolução de 1817 nem sempre é contada nos livros de história com a real importância ao fato que, por trás do simples título de Revolução, traz nomes como Gervásio Pires, Vigário Tenório, Padre Roma, Cruz Cabugá para além de identidades de ruas pernambucanas. A obra 1817 – Amor e Revolução, além de narrar em forma de quadrinhos o importante marco histórico, conta o encontro de Maria Teodora, filha de portugueses e Domingos Martins, brasileiro. Ele, um dos mártires da então revolução, casava com Teodora e este matrimônio foi um dos mais importantes à época. A revolução eclodia e como objeção à pressão e administração da corte portuguesa, Domingos se juntava aos demais manifestantes e como tantos, perdia sua vida, mas fica aqui o relato de um dos feitos mais importantes na construção da História do Brasil: a Independência. O texto é de Paulo Santos de Oliveira, as ilustrações de Pedro Zenival.
O médico Drauzio Varella atuou por mais de dez anos como médico voluntário da Penitenciária Feminina de São Paulo. Em as “Prisioneiras”, ele relata o dia de várias de suas pacientes, narrando desde a entrada no mundo do crime, até a vivência dentro do presídio. As doenças de cada uma delas é um mero detalhe na história contada pelo médico, mas o peso maior da obra é o contexto sócio e até político que essas personagens encarnam ali dentro. Foram mais de duas mil detentas atendidas neste trabalho e o resultado é uma análise profundamente humana do sistema carcerário brasileiro.
Janelas da Mente Editora Globo Livros
A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva se une ao escritor e publicitário Eduardo Mello Guimarães e juntos mergulham profundamente nessa indecifrável que é a mente humana. A obra “Janelas da Mente” traz vários contos de temas diversos, mas onde em todos eles o comportamento traz à tona que nem sempre o super ego regulariza e determina as nossas relações. Na obra encontramos desde tabus a casos cotidianeiros como o consumismo, reforçando os transtornos da vida moderna batendo à porta de qualquer cidadão comum.
COM A PALAVRA Célia Labanca
Frida Kahlo
N
Isadora Ducan
Rachel de Queiroz
PARABÉNS, MULHERES!
ão sei por quantas vezes me encontro boquiaberta com a minha própria loucura. Não sei! E elas não são poucas. Também não sei se alguém tem este tipo de surpresa. O encontro íntimo com nós mesmos por vezes são dolorosos porque vêm do âmago. - Daquele lugar que quase nunca, ou nunca, frequentamos. Mas, podem ser também muito prazerosos. Os meus, numa contabilidade possível e ligeira, tem um desequilíbrio grande na zona de prazer. Também, porque sou uma mulher que de posse de sua coragem fez tudo que podia fazer na vida. E fiz intensamente. Nunca fui expectadora, ou coautora dela. Afinal, ela é a minha vida, não é? Tenho compromissos comigo e com ela. Assim é que me aborreço, e não entendo nada do que o sistema machista, capitalista, consumista, superficial, moralista e autoritário nos impõe. Não gosto por exemplo, de dias marcados para comemorações, não gosto das formalidades institucionais, nem das obediências descabidas. Menos ainda, de dar importância ao que só tem valor para coisas que não têm fisionomia, ou por convenção. Portanto, e por isto, apesar do mês de março homenagear as mulheres, também não gosto. Mulher é para
Lotta de Macedo
Chiquinha Gonzaga
ser homenageada todos os dias, de todos os meses e anos, sem que ninguém determine. Simples assim. Apenas homenageadas. Mesmo que as justificativas, ou os motivos sejam vazios ou gelatinosos, e artificiais. Afinal sempre fomos as maiores protagonistas, em algumas ocasiões, transparentes, das maiores mudanças de comportamento desde todos os tempos, e aqui podemos citar desde Joana D'Arc, a Chiquinha Gonzaga, Isadora Ducan, Frida Kahlo, Nísia Floresta, Maria Bonita, Xica da Silva, Anne Fischer, Amelia Earhart, Maria da Penha, Nize da Silveira, Rachel de Queiroz, Dandara, Tarsila do Amaral, Leila Diniz, Roberta Close, Anita Garibaldi, Lotta de Macedo; e, quantas outras? Muitas, muitas, muitas. Incluindo-se entre elas as de Tejucupapo, e todas as demais, principalmente as anônimas. Naturalmente que não sou contra os registros de uma luta bela e incansável duelada pelo movimento feminista, e que merece reconhecimento. Claro! Numa sociedade machista, economicista, e arrogante como a nossa, sem a luta das mulheres conscientes, e aqui eu me incluo, ainda não teríamos superado a desesperança de habitantes de menos bravura, que nos infligiram, nos porões
Leila Diniz
do sistema de frequência vibracional baixíssimo e dominado pelo poder, e pelo poder masculino, que está transformando o planeta no lixo das galáxias. Batalhar contra as dificuldades e dores existências, contra os afazeres obrigatórios do cotidiano, contra os salários aviltados, os companheiros que na sua maioria deixam a desejar, a responsabilidade ferrenha da criação e educação dos filhos, são entre outras tarefas hercúleas, as que só a mulher pode cumprir. E determinamlhe um dia apenas para homenageá-la? Sei não! Acho suspeito. Como, aliás, são suspeitas todas as atitudes dos desgovernos desse país, sempre em detrimento das minorias, ou da maioria de miseráveis; da população de indigentes econômicos e intelectuais, sem em nenhuma hora pensar em equidade, em diversidade, que são carências reais. Para mim, para que esse sistema tão perverso faça as pazes com a mulher e com a sua história, é necessário o reconhecimento sim; o respeito de gente sensata, a desconstrução da teia de desproteção, e a instituição da igualdade em tudo entre os e as que fazem essa nação. Mesmo assim, parabéns para todas nós.
Tarsila do Amaral
Amelia Earhart
CINEMA NACIONAL
Kátia Mesel 50 ANOS DE CINEMA
por Sófocles Medeiros
esde o final de 2012, a revista Terra Magazine publica esta coluna, a única página editorial da imprensa pernambucana dedicada de forma regular e exclusiva ao seu cinema.
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A partir de agora, iniciamos uma nova fase da coluna, onde prevalecerá o contato direto, o “cara a cara”, com aqueles que continuam a fazer um cinema pujante e reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade de seus filmes.
Na sua primeira fase, contamos a história do cinema do Estado, partindo das suas origens e passando pelos seus ciclos: o Ciclo do Recife (1923-1931) e o Ciclo do Super 8 (1969-1976), destacando amplamente a retomada de Pernambuco ao cenário cinematográfico nacional, com o filme “Baile Perfumado” (1976). Nesse período, enfocamos os principais nomes do nosso cinema, através de pesquisas realizadas com dedicação e responsabilidade.
E para iniciar essa nova fase, nada mais representativo que a entrevista que fizemos com KÁTIA MESEL, a primeira mulher cineasta pernambucana e que, neste início de 2018, comemorou os seus 70 anos vida e os seus 50 de atividade no cinema. Ela também foi a primeira presença feminina em um festival de cinema no Brasil, a II Jornada de Cinema da Bahia, em 1973, quando apresentou o Super 8 “Rotor”, filmado no Recife e em Málaga.
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Terra Magazine - Como começou a sua carreira de cineasta? Kátia Mesel - A minha carreira de cineasta iniciou em 1968 quando meus pais, após uma viagem ao exterior, me trouxeram uma câmera 8mm. Nesse tempo eu já cursava Arquitetura. Na realidade eles sempre me incentivavam nas minhas escolhas. Eu era muito estudiosa e ao mesmo tempo muito antenada e “moderna”. fazia dança, estudava línguas, fotografava, fazia estágio de ambientação no Rio de Janeiro... Terra Magazine - Hoje, a senhora tem um filho que também trabalha com cinema. Como é esta relação entre vocês? Kátia Mesel - Tenho um filho, Avir Mesel, que além de Produtor e Diretor de
fotos: arquivo pessoal
Agora em 2018 estou completando 50 anos de imagens em movimento. Este é um fato que me surpreendeu, pois cinema não é como casamento, que se comemora a cada ano. Cinema você vai fazendo, tentando, criando projetos; a gente contabiliza filmes, títulos, homenagens, prêmios..." Fotografia, é meu sócio na “ARRECIFE Produções”, e sempre trabalhamos juntos. Nosso último trabalho foi “O MAGO DAS ARTES”, sobre seu pai, Lula Côrtes. A direção e o roteiro são meus e a fotografia e a produção são do Avir. Terra Magazine: Como foi a sua participação no movimento Super 8, que funcionou como um novo ciclo do Cinema pernambucano? Kátia Mesel - Na realidade eu não fazia parte do movimento Super 8, eu tangenciava. Era autodidata, fazia tudo sozinha e eram obras fundamentalmente experimentais. Luz, texturas, movimentos, cores, todas as soluções buscadas empiricamente. De vez em quando eu pedia socorro a um dos amigos que faziam parte do movimento. Terra Magazine - A sua carreira de cineasta é marcada eminentemente por documentários. Nunca teve interesse em fazer filmes de ficção? Kátia Mesel - Sou documentarista, curta metragista por convicção, mas tenho obras em todos os formatos e gêneros, com
exceção de animação. Posso citar algumas obras minhas de ficção: “Rosana”, “Tô Ligada”, “Pedra Bubônica”, “Um Lagostim pra Beliscar” e “Dar Realidade ao Sonho.” Terra Magazine - E como andam as comemorações e homenagens dos seus 50 anos como cineasta? Kátia Mesel - Nesse tempo todo de documentação tenho um real panorama da cultura pernambucana, em todas as categorias artísticas, sociais e midiáticas. Cinema, vídeo, televisão, redes sociais, nuvem... Agora em 2018 estou completando 50 anos de imagens em movimento. Este é um fato que me surpreendeu, pois cinema não é como casamento, que se comemora a cada ano. Cinema você vai fazendo, tentando, criando projetos; a gente contabiliza filmes, títulos, homenagens, prêmios... E, quando dei por mim, estou comemorando cinco décadas de um trabalho contínuo, árduo e fascinante. As comemorações se iniciaram no dia 8 de março, no emblemático cinema São Luiz,
como parte da programação da “Semana Arte Mulher”, quando foi exibido o meu filme “SULANCA”, sobre a revolução econômica das mulheres de Santa Cruz do Capibaribe. Fui escolhida por ser a primeira diretora de cinema de Pernambuco e também por ter a maior quantidade de obras realizadas, cerca de 300. A próxima comemoração será a participação especial no 20º Festival de Cinema Brasileiro de Paris, com a exibição do meu longa “O Rochedo e a Estrela” no dia 4 de abril. Também em abril, serei homenageada no Curta Taquary (Festival Internacional de Curta Metragem de Taquaritinga do Norte) onde será exibido o “SULANCA”. Em maio, durante o Cine PE, as homenagens vão prosseguir. E, para marcar esse ano tão icônico, a recém criada “Cinemateca Pernambucana” fará uma mostra das minhas obras.
terra magazine
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FILMES
DEADPOOL 2
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a trama da sequência, depois de sobreviver a um ataque bovino quase fatal, um chefe de cafeteria desfigurado (Wade Wilson) luta para alcançar seu sonho de se tornar o barman mais quente de Mayberry, enquanto também aprende a lidar com sua perda de paladar. Procurando reencontrar seu gosto pela vida, junto com um capacitor de fluxo, Wade precisa lutar contra ninjas, Yakuza, e uma alcateia de caninos sexualmente agressivos, enquanto faz uma jornada pelo mundo para descobrir a importância da família, amizade e sabor – encontrando um novo gosto para a aventura e ganhando o cobiçado título de Melhor Amante do Mundo em sua caneca de café.
NÃO SE ACEITAM DEVOLUÇÕES
J
uca Valente (Leandro Hassum) é dono de um quiosque no litoral de São Paulo e só quer saber de diversão. Eterno namorador, ele detesta grandes responsabilidades e não pensa em ter nada sério com ninguém. Mas sua vida toma um rumo totalmente diferente quando uma ex-namorada americana larga um bebê com ele e desaparece. Juca então parte para os Estados Unidos na intenção de devolver a criança, sem nem imaginar que começaria a gostar da ideia de ser pai.
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JURASSIC WORLD
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uatro anos após o fechamento do Jurassic Park, um vulcão prestes a entrar em erupção põe em risco a vida na ilha Nublar. No local não há mais qualquer presença humana, com os dinossauros vivendo livremente. Diante da situação, é preciso tomar uma decisão: deve-se retornar à ilha para salvar os animais ou abandoná-los para uma nova extinção? Decidida a resgatá-los, Claire (Bryce Dallas Howard) convoca Owen (Chris Pratt) a retornar à ilha com ela.
TE PEGUEI
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odos os anos, desde a primeira série, cinco amigos extremamente competitivos se envolvem, durante um mês, em um jogo insano de pega-pega em que vale tudo arriscando suas vidas, empregos e relacionamentos para derrotar uns aos outros com o grito de guerra: “Te peguei!”. Este ano, o jogo coincide com o casamento do único jogador invicto, o que finalmente deveria torná-lo um alvo fácil. Contudo, ele sabe que seus amigos estão vindo... e está preparado. Baseado em uma história verídica, a comédia da New Line Cinema Tag, ainda sem título em português, mostra até que ponto algumas pessoas são capazes de chegar para vencer.
OITO MULHERES E UM SEGREDO
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s tempos são outros, e agora trata-se de uma gangue completamente nova: são oito mulheres que planejam e executam um grande roubo em Nova York. A vencedora do Oscar Sandra Bullock é uma das estrelas do filme ao lado das ganhadoras do Oscar Cathe Blanchett e Anne Hathaway, com Mindy Kaling, Sarah Paulson, Awkwafina, e ainda a cantora Rihanna e a indicada ao Oscar Helena Bonham Carter.
VERDADE OU DESAFIO
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thriller apresenta a história de um grupo de amigos que passa a ser perseguido por algo ou alguém depois de jogarem ‘Verdade ou Desafio‘ durante uma viagem de férias. Com o passar dos dias, o jogo se torna mortal e começa a punir os jogadores que se recusam a contar verdades e a participar dos desafios.
tecnologia
Tecnologia
A informação que vale ouro
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por Cezar Pordeus
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uito se fala da segurança das redes computadores no âmbito dos Hackers, dos ataques externos, dos vírus e dos famosos Ramsonware (sequestro de dados com pedido de resgate em que o pagamento é feito via Bitcoin). Um fato importante a ser notado, e que as empresas precisam ficar de olho é na segurança interna. Muitas vezes o inimigo pode estar dentro da sua própria casa e você nem se dá conta. Notamos muitas vezes que não há qualquer cuidado com o acesso aos dados confidenciais e as senhas já são conhecidas por todos. Não é incomum chegar a uma empresa e descobrir que todos têm a senha do usuário Administrador ou que os vizinhos acessam a rede Wi-Fi na “camaradagem”, pois não existe nenhuma política de acesso e muito menos uma auditoria programada. É comum também ver que todos os funcionários têm acesso a todas as pastas do servidor, incluindo dados do departamento financeiro e diretoria, assim como qualquer um pode colocar um pen drive e copiar todos os dados que quiser, incluindo o banco de dados do sistema da empresa. Outro ponto muito importante, e que
Sempre digo ao cliente que não pense na Tecnologia da Informação como gasto, mas sim como Investimento. Peço que ele visualize o quanto ele deixa de ganhar quando sua empresa para de funcionar por uma falha na infraestrutura ou num ataque hacker". não é tratado, é proteger a rede de computadores durante o acesso à internet, pois internamente, alguém que acesse um conteúdo potencialmente perigoso pode comprometer toda a estrutura sem sequer saber do risco que corre. Grande parte dos ataques se dá da seguinte forma: um computador que não está com as atualizações de segurança em dia acessa um site que contém um código malicioso e esse código é capaz de tirar proveito de uma falha no sistema operacional do computador (na maioria das vezes o Windows) e daí em diante ter acesso irrestrito a todo o computador e, por consequência, ter acesso a toda a rede. Muitos desses ataques além de se utilizarem do roubo dos dados da empresa, das senhas dos bancos, visam
também utilizar a rede da empresa para atacar outros computadores na internet É fato que a segurança da informação é um ponto crucial para o sucesso de uma empresa, seja pela disponibilidade (é preciso ter acesso aos dados para que o trabalho possa fluir) ou pelo sigilo (os concorrentes adorariam ter acesso aos seus dados). O termo, informação vale ouro, «nunca esteve tão atual.” Sempre digo ao cliente que não pense na Tecnologia da Informação como gasto, mas sim como Investimento. Peço que ele visualize o quanto ele deixa de ganhar quando sua empresa para de funcionar por uma falha na infraestrutura ou num ataque hacker. É nesse momento, em muitos casos, que ele descobre que a sua rotina de backup não funciona ou sequer existe. A tecnologia da informação é a base sólida para o bom funcionamento no mundo dos negócios, seja possibilitando a comunicação estável, seja tornando viáveis as transações financeiras ou simplesmente interligando pessoas. Como qualquer outra coisa, toda essa tecnologia apresenta pontos de falhas que precisam do acompanhamento correto para que o funcionamento não seja interrompido e que as informações não tomem o caminho errado. Segurança em primeiro lugar!
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tecnologia AFINAL O QUE É O INBOUND MARKETING?
Porque sua empresa deve investir em Inbound Marketing por Juliano Coutinho
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evolução da tecnologia e da internet atinge os diversos âmbitos da nossa vida. Com o marketing não é diferente. A evolução do marketing recebe o nome de inbound marketing. Descubra nesse artigo porque a sua empresa deve investir em inbound marketing.
Traduzindo o termo inbound marketing ao pé da letra, podemos descrevê-lo como ‘marketing de atração’. Em um artigo da empresa Hubspot (criadora do termo Inboud), temos a seguinte definição: “o inbound marketing trata-se de qualquer tática de marketing que se baseia em ganhar o interesse das pessoas ao invés de comprá-lo”. No marketing tradicional, chamado de Outbound Marketing, baseado em propagandas e interrupções, é a empresa que vai até o cliente. Nesse tipo de marketing, é utilizada a publicidade tradicional, que podemos dizer que sempre foi invasiva, ou seja, o cliente não pode escolher se quer ou
não receber essa informação. No inbound marketing o objetivo é o contrário, ou seja, atrair os clientes para o site da empresa. E para tal, é preciso conhecer o seu cliente para então oferecer conteúdos e informações que correspondam aos interesses e às necessidades dos mesmos. Podemos dizer que essa é a base do inbound marketing. COMO APLICAR O INBOUND MARKETING NA SUA EMPRESA ATRAVÉS DESSE PASSO A PASSO: No inbound marketing, uma série de estratégias são utilizadas com o objetivo de atrair o cliente em potencial para o site ou blog da sua empresa e então realizar um trabalho de relacionamento direto com os clientes.
Preparamos para você um passo a passo sobre como aplicar o inbound marketing na sua empresa.
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ATRAIR A ATENÇÃO DAS PESSOAS COM CONTEÚDOS ÚTEIS E RELEVANTES
O primeiro passo do inbound marketing é atrair pessoas estranhas para o seu site, blog ou outra mídia social, através da oferta de conteúdos que sejam úteis e relevantes, em forma de textos, ebooks ou infográficos, por exemplo. É o que chamamos de marketing de conteúdo. É imprescindível definir o seu público alvo (persona) e então oferecer conteúdos específicos de qualidade que atraiam a atenção dos clientes em potencial. Dessa forma, você estará transformando a sua empresa em referência no seu segmento. E é exatamente essa confiança que vai influenciar a decisão de compra de seus futuros clientes.
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CONVERTER OS VISITANTES EM LEADS (CONTATOS)
Quando os usuários da internet recebem conteúdos que atendem as suas expectativas e necessidades, eles irão até sua empresa de forma espontânea. O próximo passo do inbound marketing após atrair esses clientes em potencial é transformá-los em leads. Existem estratégias específicas para transformar os visitantes do seu site ou blog, em leads. Para isso você pode utilizar landing pages, formulários ou mesmo disponibilizar ebooks ou infográficos gratuitos em troca dos dados, como nome e-mail dos visitantes. Utilizar os diversos canais de mídias sociais fará com que a sua empresa alcance as pessoas certas gerando os leads certos.
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FECHAR VENDAS
Você deve estar se perguntando, e agora o que eu faço? Você já atraiu os seus clientes com conteúdos relevantes e os transformou em leads. O próximo passo do inbound marketing é vender o seu produto. Agora é o momento de nutrição de leads. Estabelecer um contato próximo com o seu ciente, interagindo com ele, nutrindo essa relação, a fim de ajudálo a se preparar para a decisão de se tornar um cliente efetivo. Quanto mais você conhecer o seu cliente, mais saberá o que é preciso para interagir com ele, resultando em um tratamento personalizado.
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ENCANTE O SEU CLIENTE!
Parabéns! Se você chegou até aqui é porque cumpriu os passos acima com excelência. Você atraiu seus clientes, os converteu em leads e vendeu o seu produto, mas não deve parar por aqui.
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É PRECISO CONTINUAR NUTRINDO A RELAÇÃO COM OS SEUS CLIENTES.
Para gerar um exército de clientes satisfeitos e encantados com a sua marca que irão se transformar em divulgadores espontâneos, mantenha o relacionamento com eles através de pesquisas, por exemplo. O importante é manter um contato próximo com os mesmos. Você deve estar pensando agora que é muita coisa para se fazer sozinho! Realmente. Contratar uma empresa especializada, com uma equipe multidisciplinar qualificada que execute todas as etapas do inbound marketing, é um investimento muito menor do que manter toda uma equipe de marketing e vendas dentro da sua empresa.
#edição1
CADERNO AUTOMOTIVO
o novo suv da marca sueca
volvo xc40 Tecnologia
A revolução elétrica dos automóveis MERCADO
MOTOR 1.0 CRESCEU mundo off road
jeep wrangler sport mundo 2 rodas
Triumph Rocket 3
DIRIJA AUTO
Fotos: Armando Artoni
JEEP WRANGLER ANOS DE HISTÓRIA
102| TERRA MAGAZINE
por Claudio Barreto
A
indústria automobilística baseada principalmente na constante evolução e reinvenção de novos designs, vem conquistando os consumidores pelo visual moderno e futurístico. No design externo, o Jeep Wrangler tornou-se uma exceção neste mercado competitivo, de forma que sua evolução foi desenhada em linha reta, pois praticamente permaneceu fiel à versão original da Segunda Guerra Mundial. Ao longo do tempo conquistou os aventureiros mais “tradicionais” no mundo Off Road. Com design rústico, o modelo 4X4 chama atenção nas ruas pelas clássicas linhas quadradas, faróis redondos, grade frontal com sete aberturas e dobradiças expostas como base no Jeep original, o Willys MB 1941.
Para enfrentar situações extremas de obstáculos como rios e pedras, ele se transforma, pois tem a opção de retirar facilmente as portas e teto. As principais mudanças acontecem na potência do motor, suspensão e na parte interna. Vem equipado com piloto automático, som com bluetooth e comando de voz, ar-condicionado automático, sensores de faróis e de chuva, faróis de neblina, banco do motorista com regulagem de altura. Em relação à segurança, a montadora investiu em tecnologia, que vem equipado com airbags frontais de múltiplo estágio, barra de segurança anticapotamento, controle de tração, controle eletrônico de estabilidade com redução de rolagem da carroceria, freios a disco nas 4 rodas com ABS e auxílio de partida para subida e descida. Tornando-se “fácil” e seguro para este guerreiro subir e descer qualquer obstáculo.
O nome Jeep já existe há tanto tempo, que ninguém sabe realmente a origem nome. É certo que o Jeep passou no teste do tempo e se tornou um ícone automotivo reconhecido em todo o mundo. O Wrangler é, sem dúvida, um dos modelos mais populares do Jeep.
FICHA TÉCNICA - versão sport Cilindros - 6 em V Cilindrada - 3.605 (cm3 ) Potência máxima - 284 / 6.350 (cv/rpm) Torque - 347 / 4.300 (Nm/rpm) Câmbio - Automático 5 velocidades Rodas - Alumínio 17” Direção - Hidráulica Dimensões (mm) da versão SPORT Comprimento - 4.223 | Largura - 1.873 | Altura - 1.840
ONDE ENCONTRAR Fiori JEEP - (81) 4020-4050
Nenhum desafio ĂŠ grande o bastante, quando vocĂŞ tem um John Deere.
DIRIJA AUTO
VOLVO XC40
chega AO MERCADO BRASILEIRO COM O TÍTULO "carro europeu do ano de 2018"
por Claudio Barreto
O
SUV compacto da Volvo, o XC40, chega ao mercado brasileiro com o título "Carro do Ano Europeu - 2018". A votação teve a participação de 60 jornalistas automotivos de 23 países europeus com transmissão ao vivo no Salão de Genebra. O XC40 é o primeiro modelo da nova arquitetura de veículos modulares compactos da Volvo Cars, construído na plataforma CMA (Arquitetura Modular Compacta), que surge como tendência na indústria, reduzindo o custo de produção com o compartilhamento máximo de peças. O projeto foi desenvolvido em conjunto com a Geely, que usa materiais como o alumínio e aço de
alta resistência e com isso será possível acomodar grande parte da tecnologia dos modelos mais caros e base para os futuros carros da série 40, incluindo veículos totalmente elétricos. A montadora com este modelo completa a linha mundial de SUV, disponibilizando ao mercado três tamanhos pequeno, médio e grande.
Os recursos de segurança e assistência ao motorista no XC40 incluem: assistência técnica Volvo Cars, City Safety, Run-off Road, alerta de
pontos cegos e a câmera 360 ° que ajuda os motoristas a manobrar seu carro em lugares de estacionamento apertados.
O compacto XC40 foi criado para ser o carro mais vendido da marca no mundo. E atributos para este planejamento não faltam, pois já nasceu com o DNA dos seus irmãos maiores, com tecnologia, segurança e conectividade. O presidente e CEO do Volvo Car Group, Håkan Samuelsson, na cerimônia de entrega do carro europeu do ano
AVENTURA CHAVE VIRTUAL
O XC40 é o primeiro Volvo a usar um recurso de compartilhamento de carros, habilitado através da tecnologia de chave digital da Volvo e da plataforma de serviços conectados Volvo On Call. Os proprietários XC40 podem simplesmente compartilhar seu carro com familiares e amigos sem ter que entregar uma chave física. PRÊMIO
O prêmio internacional do carro do ano foi criado em 1964 por várias revistas europeias. Atualmente tem a participação de sete revistas: Itália (Auto), França (L'Automobile), Espanha (Auto-pista), Grã-Bretanha (Autocar), Holanda (Autovisie), Suécia (Vi Bilägare) e Alemanha (popa).
Expedição transcontinental dentro do Volvo XC40 O novo utilitário esportivo da Volvo participa de expedição transcontinental que parte da cidade Itajaí (SC) junto com os barcos da Volvo Ocean Race para cumprir uma parte da jornada, de quase 18 mil km até Newport (EUA), destino da regata de vela oceânica. O roteiro passa por 14 países em até 20 dias, demonstrando a robustez do modelo e marcando seu lançamento no país. O modelo escolhido para esta aventura não terá nenhuma preparação especial para viagem, apenas mais 1 estepe. O percurso será conduzido por Cacá Clauset, experiente piloto com um recorde no Guiness Book (travessia das Américas de carro, em 2001, do norte do Alasca até o Ushuaia, no extremo sul do continente, cumprido em 18 dias, 1 hora e 11 minutos) e contará com o apoio de dois jornalistas para alternar a direção e registrar a viagem.
test drive
cinema XC40 É O CARRO DA HEROÍNA, LARA CROFT, NO FILME TOMB RAIDER
Destino Itajaí - santa catarina
Assista o vídeo no youtube
Recebemos o convite da Volvo para participar do lançamento do XC40 no Brasil, onde testamos o modelo em um percurso de 125 km, entre as cidades de Itajaí e Florianópolis.
O
novo SUV, o XC40, faz parte do "elenco" no filme Tomb Raider, da produtora Warner Bros. Pictures e da Metro Goldwyn Mayer Pictures. A aventura épica cheias de ações, baseada na série de games de mesmo nome.
A versão escolhida por nossa equipe foi o R-Design. O modelo vem equipado com teto solar panorâmico, navegador GPS, sistema de som harman-kardon, pneus com aro 20 e embaixo do capô, o motor 2.0 turbo, potência de 252cv e 35,7 mkgf, distribuídos nas quatro rodas, câmbio automático de oito velocidades e borboletas para trocas de marcha no volante. No percurso feito em trechos urbanos e rodovias deu para sentir a suspensão muito equilibrada, dando conforto aos ocupantes e, na direção, o prazer de acelerar o esportivo com respostas rápidas fazendo ultrapassagens seguras.
DIRIJA AUTO
cronos
Assista o vídeo em nosso canal youtube Terra Magazine TV.
o sedã esportivo para família
por Claudio Barreto
O
mais novo lançamento da Fiat, sedã compacto Cronos, fabricado na Argentina, chegou ao mercado brasileiro em cinco versões, com duas possibilidades de motorização, 1.3 e 1.8, e três opções de câmbio: manual, GSR Confort e automático. Essa grande variedade de versões possibilita atender uma ampla faixa de preço e necessidades. Os preços partem de R$ 53.990 e chegam até os R$ 69.990. De acordo com a montadora, o Cronos faz parte do processo de modernização da Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Além da estratégica importância no mercado, tem a missão de simbolizar o novo tempo para a montadora. Com este modelo, nos últimos três anos a FCA completa o lançamento de sete importantes modelos na América Latina, como: Fiat Toro, Mobi, Argo, Ducato, Jeep Renegade e Compass. Esta nova geração de veículos, com elevados padrões de qualidade e conteúdos inovadores em tecnologia, faz com que eles disputem a liderança de seus respectivos segmentos.
Cronos 1.3
Cronos PRECISION 1.8
Opção de entrada, é impulsionada pelo motor Firefly quatro cilindros 1.3 de 109 cv de potência e 14,2 kgfm de torque (ambos com 100% etanol). O câmbio é manual de cinco marchas.
Em relação à versão anterior, o Fiat Cronos Drive 1.3 acrescenta o sistema multimídia Uconnect Touch 7 polegadas e a segunda porta USB – voltada para os passageiros traseiros.
Com câmbio manual de cinco marchas, a versão é equipada com motor 1.8 E.torQ Evo VIS de 139 cv de potência e 19,3 kgfm de torque (ambos com 100% de etanol). Esse propulsor tem o sistema de coletor de admissão variável - VIS (Variable Intake System), que garante mais força em baixas rotações. Com até 4.000 rpm o ar que vai para os cilindros passa por um caminho mais longo, favorecendo o torque. A partir daí, uma aleta é acionada fazendo com que o ar percorra trajeto mais curto, incrementando a potência.
Cronos DRIVE 1.3 GSR
Cronos PRECISION 1.8 AT6
Versão equipada com o motor Firefly 1.3 e câmbio automatizado GSR (Gear Smart Ride) Comfort de cinco marchas com controle por botões no console central, de acionamento simples e intuitivo. O GSR Comfort inclui importantes funções como a Sport, que aciona um modo de condução mais esportivo, e Auto Upshift Abort, que proporciona retomadas mais fortes. A versão traz ainda paddle shifters atrás do volante. Nesta configuração o Fiat Cronos tem os melhores números de consumo de combustível da gama, seja com etanol ou gasolina no tanque.
Nessa configuração, o Cronos possui câmbio automático de seis velocidades, o mesmo utilizado na picape Fiat Toro e no Fiat Argo. Além de seu funcionamento suave e em perfeita harmonia com o motor 1.8 E.torQ Evo VIS, conta com o recurso Neutral Function, que auxilia na economia de combustível ao desacoplar o motor da transmissão em paradas rápidas de trânsito – o que também evita a incômoda sensação de que o sistema está forçando os freios.
Cronos DRIVE 1.3
ONDE ENCONTRAR Fiat Fiori - (81) 3447-7777
terra magazine
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MOTOR 1.0
foto Terra Magazine
DIRIJA AUTO
Ford Ka
CRESCEU
por Claudio Barreto
N
a década de 90 surgiu no mercado brasileiro um novo segmento de automóveis com modelos equipados com motores 1.000 cilindradas. Na época, o governo federal decidiu reduzir as taxas (IPI - Imposto sobre produtos industrializados) em 50%, para os carros com motores de baixa cilindrada com intuito de estimular a economia, criando o conceito “ CARRO POPULAR”. O primeiro carro a ter o incentivo foi a desejada BR-800 da extinta montadora Gurgel. Tinha apenas 2 cilindros, capacidade de 800 cilindradas e potência de 36 cavalos, refrigerado a água, com sua produção totalmente nacional. Aproveitando as vantagens fiscais para motores pequenos, entra a montadora Fiat, com o modelo Mille, 994,4 cm³ e 48 cavalos, velocidade máxima de 135km/h. Com o mercado aquecido para carros de até 1.000 cilindradas, chegaram outros fabricantes que entraram nessa fatia do mercado, trazendo o "BOOM" do mercado dos carros populares no Brasil. A Volkswagen lança o Gol 1000, motor 1.0 de 50 cavalos, que foi o mesmo usado pela Ford no Escort Hobby. Já a Chevrolet entra com o Chevett Júnior de 50 cv, que não chegava aos 130 km/h.
Em 1994, chega ao mercado brasileiro o Corsa da Chevrolet, motor 1000cc e 50cv, sendo o primeiro com injeção eletrônica, disparando na frente da concorrência. De imediato as outras montadoras reagem: Volks lança a nova geração do Gol, a Ford lança o Fiesta e Fiat apresenta o novo Palio, o mais potente entre os carros “mil”, com 61 cv de potência. Em 1995, o Gol 1000 Plus surge na segunda geração do modelo, mas mantendo os 50 cv "modelo quadrado”. O Mille Electronic é substituído pelo Mille i.e, com injeção e alcançava 58 cv e 8,2 kgfm. Nesse mesmo ano também representou o fim das vantagens fiscais para carros com motor 1.0. O que chamávamos de “Carro popular” passou a ser chamado de “Modelos de entrada”, mas o motor 1.0 seguiu firme e forte. O conceito da motorização de 1.0 em relação à potência mudou o mercado com modelos entregando desempenhos semelhantes a muitos 1.6 e 2.0. As montadoras apostaram também no turbo compressor para redução do consumo e ganho de potência. Em 2014, o motor 3 cilindros de até 82 cv da Volkswagen, o Up e Fox Bluemotion eram o 1.0 mais potentes do Brasil.
Até a montadora Ford lançar no mercado o primeiro motor 1.0 de três cilindros, Ka Hatch, 1.0, 12v TiVCT, potência de 85 cv com etanol e 80cv a gasolina e duplo comando de válvulas, considerado o mais moderno e potente da categoria (não considerando os motores turbos). Confira agora quais são os carros 1.0 mais potentes do Brasil em 2018:
Atualmente o Ford Ka 1.0 aspirado é considerado motor de maior potência e torque do Brasil.
1 - Volkswagen Polo 1.0 TSI 128 cv e 20,4 kgfm 2 - Volkswagen Golf 1.0 TSI 125 cv e 20,4 kgfm 3 - Ford Fiesta 1.0 Ecoboost 125 cv e 17,3 kgfm 4 - Volkswagen up! 1.0 TSI 105 cv e 16,8 kgfm 5 - Hyundai HB20 1.0 Turbo 105 cv e 15 kgfm 6 - Ford Ka e Ka Sedan 1.0 85 cv e 10,7 kgfm 7 - Volkswagen Polo 1.0 MPI 84 cv e 10,4 kgfm 8 - Renault Logan e Sandero 1.0 SCe 82 cv e 10,5 kgfm 9 - Volkswagen up!, Gol, Voyage e Fox 1.0 MPI 82 cv e 10,4 kgfm 10- Hyundai HB20 e Kia Picanto 1.0 80 cv e 10 kgfm CONCESSIONÁRIA FORD GRANVIA - (81) 3271-5100
terra magazine
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DIRIJA AUTO
A revolução elétrica dos automóveis
por Joca Petribú
N
a história evolutiva do automóvel, temos que honrar os grandes nomes que fazem parte dos primórdios desta criação que não para de evoluir, ajudando cada vez mais o desenvolvimento da humanidade. Falo do inventor alemão Karl Benz, criador do Automóvel Moderno em 1876, do americano Henry Ford, inventor da linha de produção em série e fundador da Ford Motor Company, do engenheiro Austríaco Ferdinand Prosche, Fundador da Porsche, dentre outros. Foram estes personagens da história que ajudaram a criar toda uma vida dependente destes veículos que ditam a evolução. Tudo isso é uma história clássica que nós sabemos um pouco e aprendemos a romantizar, sonhar e sempre introduzir um automóvel em momentos importantes de nossas vidas, como o conversível alugado nas estradas norte americanas ou mesmo o carro do Pai/Avô que desejamos ter um exemplar igual restaurado em nossas garagens. Pois bem, isso é apenas a parte bela dessa história centenária que desencadeou outras corridas, como a do petróleo, que a cada dia se torna um vilão ameaçador da humanidade. Falo da poluição que a queima dos combustíveis consumidos por estes automóveis expele sem pudor na atmosfera, uma dose fatal de um poderoso veneno que
Mito ou
verdade?
por Petrônio Santiano - Gerente Auto Parvi
Muitos usuários acreditam ter todas as respostas para as dúvidas mais frequentes na manutenção do carro. Teste seus conhecimentos. Gasolina aditivada rende mais?
MITO - A gasolina aditivada possui apenas compostos detergentes que ajudam a manter o sistema do carro mais limpo. Um motor “sujo” pode vir aumentar o consumo de combustível. Efetuando a limpeza do motor e
abre uma cicatriz incurável em nosso planeta. Eis que surge Elon Reeve Musk, nascido na África do Sul e radicado nos Estados Unidos, com uma carreira brilhante, desenvolvendo projetos que não só superaram as expectativas de evolução natural das coisas, mas mostraram principalmente preocupação com a extinção da humanidade. Grande parte das geniais invenções de Musk já está em prática e com sucesso absoluto, como a TESLA MOTORS que vem revolucionando o mundo moderno dos automóveis com carros 100% elétricos, os quais têm uma autonomia impactante, velocidade de superesportivos e, o melhor, não poluem o meio ambiente, visto que não emitem gases ou poluição sonora, por possuírem motores elétricos impressionantemente silenciosos. Importante destacar que o nome foi escolhido em homenagem ao grande inventor Nikola Tesla, que no final do século XIX e início do século XX era tratado como “o cientista que inventou a modernidade”, sendo responsável pela criação da corrente contínua e do motor AC (base para todos os motores elétricas da atualidade). Surge a TESLA MOTORS em 2003, fabricando automóveis 100% movidos a energia acumulada, e comercializando componentes elétricos, como as baterias de lítio-íon para construtoras de automóveis, incluindo Daimler e Toyota. A promessa da empresa,
o uso contínuo de gasolina aditivada, poderá voltar ao seu desempenho original, criando assim uma impressão de maior economia com autonomia. É preciso fazer rodízio de pneus?
verdade - Vários especialistas e montadoras
recomendam o rodízio dos pneus por eixo (dianteiro e traseiro) a cada 10 mil quilômetros, mantendo-os do mesmo lado de montagem. Que equilibra o desgaste entre os quatro pneus, aumentando a vida útil do conjunto. Na hora da substituição por novos, os quatro devem ser trocados. Quando trocamos de combustível no carro Flex, é necessário rodar alguns quilômetros?
verdade - Os especialistas recomendam zerar o combustível atual, para acrescentar o outro combustível. Após o abastecimento
como uma fabricante de automóveis independente que é, consolida-se nos carros elétricos a preços acessíveis para o consumidor de classe média. Pois bem, no final de Janeiro deste ano, fui à cidade de São Francisco na Califórnia, centro do vale do silício e berço da montadora TESLA. Vale ressaltar que me considero um “purista” para o segmento de automóveis e motocicletas. Adoro os roncos estridentes das supermáquinas italianas, sou apaixonado pelos belos exemplares clássicos alemães e piloto minha Harley-Davidson como se fosse um piloto de caça da segunda guerra mundial, tendo apreço pelo cheiro de gasolina exalado dos carburadores aspirados. Todavia nada disso conseguiu segurar minha certeza de que o futuro chegou. Descobri que ser cool, chique, moderno na Califórnia não é mais embarcar em uma Kombi florida, vestindo calças boca de sino e camisas estampadas como na década de 70. Ser cool na Califórnia é dirigir um elétrico, que além de todas as vantagens já pontuadas, ainda leva a reboque benefícios que estimulam a aquisição destes objetos de desejo. Falo aqui dos incentivos fiscais, isenções de pedágios, preços diferenciados em estacionamentos públicos, dentre outros. Confesso que senti falta dos Porsches, Ferraris, Bugattis e Lamborghinis esbanjando potência com seus cilindros queimadores de gasolina. Mas bastou um dia para eu entrar naquela “onda” e passar a desejar um “Eletric Car” e dirigir sem culpa nas mesmas ruas que há alguns anos atrás estavam tomadas por clássicos da engenharia automotiva e seus motores pulverizadores de veneno invisível. O futuro chegou e fica muito claro que a era “Mad Max” não existirá, já que é notória a derrocada dos motores a combustão e o atual crescimento dos motores automotivos 100% elétricos e não poluentes. Vida longa à TESLA, mentora desta nova revolução ecologicamente correta!
andar de 5 a 10 quilômetros com o carro para gastar o combustível antigo, fazendo com que o novo chegue ao motor, para ser reconhecido pela unidade de comando que recalibra o sistema a nova mistura. É melhor passar pela lombada com o carro pela diagonal?
MITO - Vários motoristas acreditam que passar na diagonal (com uma roda por vez) pelo obstáculo protege o veículo. Errado! Essa manobra causa torções na carroceria desnecessárias que aumentam o esforço Imposto à suspensão, a carga concentra em uma roda de cada vez. O correto é passar de frente, com as rodas alinhadas.
DIRIJA AUTO
o FOQUETE
Triumph Rocket 3 por Claudio Barreto
A
história da clássica motocicleta Triumph teve início no ano de 1902 na cidade Coventry, Reino Unido e ficou conhecida como "a Nº 1". No ano de 1915, a Triumph foi escolhida para fornecer o modelo Type H “Trusty” às tropas aliadas na 1ª Guerra Mundial. Das 57.000 motocicletas produzidas, 30.000 possuem 499 cc com refrigeração a ar e um cilindro, sendo as primeiras a terem esta tecnologia. No ano 1937, Edward Turner, chefe do setor de design, na época apresenta um motor de 498 cc de dois cilindros, o Speed Twin (T100), que atinge uma velocidade de 144,84 km/h. O modelo inovador se estabeleceu como um padrão para as motocicletas Triumph nos 40 anos posteriores. Em 1954 vai para telas do cinema com o ator Marlon Brando pilota uma Thunderbird 6T de 650 cc no filme “O Selvagem”. No ano de 1963, o ator Steve McQueen pilota a Trophy TR6 650 no filme “Fugindo do Inferno”. No ano de 1955, Johnny Allen atinge 310,60 km/h em Bonneville Salt Flats pilotando uma Thunderbird com motor de 650 cc. É o início de uma era notável de desempenho para a marca, durante a qual a Triumph
deteve por 15 anos consecutivos o recorde de velocidade em terra. Em 1968 foi lançanda BSZ Rocket III com motor 750 cc de 3 cilindros. A Triumph Rocket III passou a integrar a linha de motocicletas, em 2004 com detalhes do motor de três cilindros com 2.294 cc e 22,5 k de torque a 2.500 rpm. Desde o seu lançamento, continua sendo a maior motocicleta em produção em série no mundo. A transmissão aprimorada por eixo cardã, câmbio de 5 marchas e refrigeração líquida. Os assentos são macios e confortáveis, possibilitando longas viagens com grande tranquilidade. O tanque gigante, suporta 24 litros de gasolina, dando uma excelente autonomia. A pilotagem dessa enorme custom, mesmo com seus 367 kg de peso, é fácil e leve, com boa ciclística e muito desempenho. Seu habitat natural é a estrada.
As versões anteriores vinham de fábrica com limitador eletrônico de potência e torque, para que não atingissem 100% de entrega nas três primeiras marchas, mas a montadora optou por retirar o controle nas versões atuais.
SUSPENSÃO DIANTEIRA Garfo invertido KYB 43 mm, curso de 120 mm; SUSPENSÃO TRASEIRA Amortecedores duplos com molas, pré-carga ajustável em 5 posições e sistema ABS. FREIO DIANTEIRO disco duplo na dianteira composto de pinças Brembo de quatro pistões; FREIO TRASEIRO Disco único flutuante de 316 mm da Brembo, pinça de dois pistões, com sistema ABS; fonte: site oficial da Triumph
Autoparvi Premium- (81) 3305-3334 Audi Center Recife - (81) 3497-3950
DIRIJA AUTO é um programa dedicado ao setor automobilístico com reportagens e matérias abordando diversos assuntos como: mecânica, testes de desempenho, avaliações de especialistas, lançamentos, entrevistas, dicas de trânsito e assuntos afins. Publicado na web e revista Terra Magazine, comandado pelo repórter Claudio Barreto.
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