Ser Família A sua revista de desenvolvimento familiar e muito mais
Educar hoje 1
Os vínculos afetivos na infância e suas consequências na adolescência
Ano IV • Nº23 • Jan/Fev
Educar hoje 2 Seu filho sabe estudar?
COLUNISTA
Percepções da imaginação
QUALIDADE DE VIDA Os riscos e perigos das embalagens de plástico
Êxito
e
Fracasso:
Como obter o sucesso?
©Medley 2010. ®Marca Registrada. ANÚNCIO – 16/12/2010.
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Revista
Ser Família A Revista Ser Família é uma publicação bimestral que oferece respostas criativas, alternativas inteligentes e soluções eficazes para viver bem.
editorial
O conteúdo dos artigos assinados é de exclusiva responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente a opinião dos responsáveis pela direção da revista.
Presidente Ludmila G. Antunes de Souza Diretor Executivo Autimio A. de Souza Neto Conselho Consultivo Arthur Dissei Ciro Ferraz Porto José Carlos Reis de Magalhães Paulo Brito
Projeto gráfico e Direção de Arte Claudio Tito Braghini Junior e-mail: claudiojuninho@hotmail.com Jornalista responsável Silvia Kuntz Pinto Lima – Mtb 47.467 e-mail: redacao@serfamilia.com.br Colaboradores Dora Porto Carmen Silvia Porto Encar Torre-Enciso Luis Fernando Carbonari Firmina Floripes Ferreira Renato Rodrigues Impressão Ediouro Tiragem - 40.000 exemplares Para anunciar / Fale com a gente Telefax: (55 11) 3849-0909 e-mail: revista@serfamilia.com.br Meses de veiculação Janeiro/Fevereiro
Instituição beneficiada Do Berço para a vida toda Do Berço para a vida toda
Telefone: (55 11) 5844-1915 site: www.obradoberco.org.br Presidente Honorária Renata de Camargo Nascimento Presidente Vera Helena M. Pires Oliveira Dias Vice Presidente Aline Rios Ramalho Foz Secretária Marta Hegg Financeira Maria Bernadette Magalhães Captação de Recurso Cristina X. da Silveiras
Patrocínio
T
odo começo de ano temos o costume de rever e traçar metas para o novo ano. Avaliar tudo que fizemos ou deixamos de cumprir. E, invariavelmente, a balança pende para os propósitos não cumpridos. Entretanto, gostaria de mudar o foco da questão. Esquecemos, pelo menos é a minha percepção, de reconhecer por tudo o que deveríamos agradecer, no ano que se passou. E aí vem à mente a ideia de que não agradecemos pelas coisas, ou melhor, às coisas. A gratidão é algo pessoal: agradecemos a pessoas concretas... Se conseguimos um emprego, foi alguém que nos concedeu. Se terminamos a dissertação, foi por um generoso orientador. Se entramos na faculdade, foi porque nossos pais investiram em nossa educação... E um número sem fim de outros exemplos. Por isso, gostaria de agradecer publicamente a grandes amigos, grandes pessoas, líderes, competentes e generosos. Artur, Cirinho, Paulo, Renato, Zeca e também os casais Antonio e Angela, e Ciça e Renato merecem minha gratidão, pois apostaram na Ser Família em 2010, e, como pessoas de visão, enxergaram o diferencial da proposta editorial da “nossa” revista. A Gratidão é fruto da bondade de uma pessoa, que, com sua atitude nos torna mais felizes. E se temos muito o que agradecer, é sinal de que somos dependentes dos demais. Aí passo a compreender melhor aquela afirmação: “reconhecer-se limitado é uma fonte de alegria”. A Ser Família deseja, para 2011, poder solidificar o canal de comunicação interpessoal e, com isso, aprender muito com você, leitor. Queremos sua participação e que este ano tenha muito êxito, sem perder de vista que reconhecer quem está por trás do nosso sucesso é o mais importante. Autimio Antunes
Realização | Parceira Revista
Ser Família
09 10 14 18 22 28 30 36 40 44 50 Breves
Bilionários filantropos
educar hoje 1
Os vínculos afetivos na infância
Qualidade de vida Plástico ou vidro?
intimidade Êxito e fracasso
educar hoje 2 Seu filho sabe estudar?
COLUNISTA
percepções da imaginação
ENTREVISTA Uma voluntária que virou presidente
Dr. Home
Com vocês, Dr. Home...
Tecnologia e comportamento Videogames
viagem e cultura Iguape-SP
ENTRETENIMENTO As crônicas de Nárnia: A viagem do Peregrino da Alvorada
bilionários
breves >> pág. 9
ilantropos
“Mais de 17 bilionários norte-americanos, inclusive Mark Zuckerberg e Dustin Moskovitz, fundadores do site de relacionamentos Facebook, prometeram doar pelo menos metade das suas fortunas para uma campanha filantrópica comandada por Warren Buffett e Bill Gates. (...) A iniciativa propõe que os bilionários doem pelo menos metade de suas fortunas, em vida ou após a morte, e que divulguem uma carta explicando publicamente sua decisão. Segundo a campanha The Giving Pedge, um dos objetivos é encorajar o aumento das doações de pessoas comuns, já que os que detêm grandes fortunas são vistos como exemplo. (...) ‘As pessoas esperam até muito tarde em suas carreiras para retribuir. Mas por que esperar quando há tanto a ser feito?’, disse Zuckerberg, um dos bilionários mais jovens do mundo (ao lado de Moskovitz), que em setembro cedeu US$ 100 milhões para escolas públicas de Newark, Nova Jersey.” (Agência de Notícias Reuters)
ร xito
intimidade >> pรกg. 10
fracasso
e
Por Autimio Antunes
A
vida do outro parece melhor que a minha... Quem nunca pensou assim consigo mesmo? O fulano está sempre feliz, sorrindo, rodeado de amigos e fazendo aquilo que gosta. E eu... Sempre numa pior, cheio de preocupações, medos, dúvidas, receios, ansiedades. Acrescentamos, ainda, que não temos o necessário para nosso bemestar: “ah, os outros parecem ter tudo que precisam para levar uma vida tranquila”. As pessoas que se questionam dessa maneira sofrem das aparências! O que vemos é apenas parte da realidade das pessoas. A intimidade de cada um é o que vai dar o verdadeiro matiz de sua vida: o âmago de seus relacionamentos, de sua família, de seu trabalho, de seu mundo com êxitos e fracassos. Outro típico “protesto” dos sofredores das aparências: “cumpro meus deveres com empenho e sacrifício, enquanto tem um monte de gente que recebe tudo de mãos beijadas, absolutamente tudo dá certo para elas!” Será que a realidade é realmente esta? Vale a pena lutar? Para esclarecer este dilema que corrói tantas pessoas que vivem nesta - no mínimo incômoda - situação, a saída é ter um conhecimento completo e amplo da vida dos demais. Não por pura curiosidade, mas por uma
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questão de racionalidade... E, quando o “alvo”é uma celebridade, é essencial não perder de vista que se trata de um ser humano, com capacidades e dificuldades como qualquer outro. Longe do discurso batido de que devemos reparar nas pessoas que vivem em condições muito piores do que as nossas, encontraremos exemplos de pessoas consagradas e de grande visibilidade, com dois “mundos”: o aparente e um outro, bem diferente - o real. Descobrir a verdade e a realidade pode causar “admiração”. No entanto, esta descoberta nunca é repentina, exige um processo de familiarização. O que nos faz levantar da cama são nossos ideais, nossos objetivos, aquilo que dá sentido para a nossa vida, independente de nosso estado de ânimo, sentimentos, e condições físicas. Em resumo: o sentido, a direção, que damos para nossa vida depende dos nossos “ideais” e das “tarefas” para alcançá-los. E na realização dessas tarefas podemos ter êxitos ou fracassos. Sabemos muito bem que os fracassos nos acompanham sempre e nos fazem sofrer. Sentimos dor por eles. E, para descobrirmos o sentido da dor, precisamos adquirir capacidade para assimilá-la. Analisemos, por exemplo, o que já se passou na intimidade
de Andre Agassi, um dos cinco maiores jogadores de tênis de todos os tempos: “Estou com 10 anos, disputando o campeonato nacional norte-americano. Segunda rodada. Estou perdendo feio para um garoto mais velho, considerado o melhor do país. Não que isso facilite as coisas para mim. Por que a derrota dói tanto? Como uma coisa pode doer tanto? Saio da quadra desejando estar morto. Vou para o estacionamento, mal me aguento nas pernas. Enquanto meu pai junta nossas coisas e se despede dos outros pais, eu me acomodo no carro, aos prantos”. São palavras de Agassi, em sua autobiografia. A partir deste exemplo, podemos extrair um pensamento de Ricardo Yepes, que esclarece - ou pelo menos começa a nos ajudar a entender - a dor na nossa vida. Diz ele: “quem triunfa demais, ou demasiadamente rápido, corre o risco de confiar em suas forças além da medida e afastar-se da realidade”. Voltando ao mundo do tênis, um olheiro à procura de novos talentos se aproxima de Andre e diz: “dias como este são difíceis, muito difíceis na verdade, mas no fundo essas experiências servem para nos deixar mais fortes”. E qual é a realidade desta situação? O outro jogador é mais velho, melhor nesta
conjuntura e o caminho é treinar ao longo dos anos que perfazem esta diferença, e poder realizar uma nova “tarefa”(novo jogo) para encarar uma nova realidade. Se dói, é porque damos valor, muito valor, para aquilo que não conseguimos alcançar. E, se vale a pena este valor, o único caminho é voltar às tarefas, em busca de um êxito. Completa seu conselho, o olheiro, ao garoto Agassi. “Muito bem. Então vá em frente e chore. Sinta essa dor por mais algum tempo. Mas depois diga para você mesmo: acabou, é hora de voltar ao trabalho”. O segredo é aprender a relativizar o fracasso, saber rir e ridicularizar, para, então, livrar-se dele. Assim fizeram os bem sucedidos. Amargurar-se pelos próprios fracassos é sinal de que não nos reconhecemos como limitados. E se reconhecer limitado ajuda a encarar os fracassos com mais tranquilidade e a buscar apoios (pais, amigos, professores, Deus...) que nos ajudem a conseguir mais êxitos na realização de nossas tarefas em busca do nosso ideal. São os ideais que constituem a grande força que nos resgata dos fracassos e não permite que nos amarguremos na dor. E, quando levamos uma vida assim, passamos a entender um pouco melhor o porquê da dor e dos fracassos e, acima de tudo, a relativizar as aparências e a valorizar a realidade das coisas e das pessoas. 13
presidente da Obra do Berรงo
Vera Helena Dias Entrevista >> pรกg. 14
e u q a i r á t n u l o v a . . . m e t U n e d i s e r p u o r vi Fez história junto com a Associação Obra do Berço, tirando os projetos do mundo dos papéis para vê-los ganhar vida na realidade Por Silvia Kuntz
C
omo foi o caminho do seu primeiro contato com a Associação até chegar à presidência? Comecei há 33 anos como voluntária, embrulhando enxovais para bebês, que senhoras da sociedade confeccionavam e eram entregues para gestantes carentes. Foi um caminho de aprendizagem e tudo ia sendo realizado de acordo com as necessidades de cada ocasião. Assumimos num momento extremamente assistencialista (a Instituição tem mais de 70 anos) e achávamos que só dar o enxoval não acrescentava nada à vida daquelas pessoas. Queríamos saber quem eram elas, a realidade em que viviam, o que poderíamos fazer para melhorar suas condições, ensinar como cuidar do bebê, esclarecer dúvidas, orientar etc. Assim, começamos com uma unidade, hoje administramos três e estamos totalmente profissionalizadas. Então, no início, a Obra do Berço era voltada para mães carentes e seus bebês recémnascidos, ajudando principalmente com recursos materiais. Hoje tem um objetivo mais abrangente... Nosso objetivo é com o apoio da família ajudarmos na 16
transformação desse público carente, aumentando a sua autoestima e formando cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. Por meio de programas de educação, cultura, saúde e, agora, sustentabilidade. Você participou de alguma implementação desses novos projetos?
existem muitas histórias de superação, jovens que estiveram conosco durante todo o processo e hoje estão inseridos no mercado de trabalho Participei da implantação de todos os programas que, como eu disse, foram acontecendo conforme o momento. Começamos com as gestantes que, depois de ter o bebê, voltavam. Fizemos, então, o clube de mães. Com isso, precisamos montar uma creche para atender a seus filhos. Depois, criamos um programa para acompanhar as crianças no horário em que não estavam na escola. Mais tarde, foi a hora de implementar um curso profissionalizante que
prepara o jovem para o mercado de trabalho. Junto com tudo isso, continuamos o trabalho com as mães, gestantes e famílias. Há um acompanhamento posterior das pessoas que participaram dos projetos desenvolvidos, para verificar o resultado efetivo do trabalho? Os usuários ficam muitos anos conosco, então, acompanhamos de perto seu desenvolvimento. O retorno vem dos filhos desses usuários que hoje também frequentam a Obra do Berço. Como atuamos em comunidades, o resultado está no quanto conseguimos para melhorar suas necessidades. Fazemos um planejamento estratégico com indicadores de resultado, com o qual podemos mensurar a eficiência dos nossos projetos, as necessidades levantadas por nossos usuários, as satisfações e as insatisfações, o que nos ajuda a melhorar nossa atuação. Tem alguma história de superação de algum participante que possa nos contar? Existem muitas histórias de superação, jovens que estiveram conosco durante todo o processo e hoje estão inseridos no mercado de trabalho. Vou citar, especialmente, o caso de um jovem que fez o
profissionalizante e foi contratado pela Obra do Berço. Nessa época, fizemos um filme institucional, doado pela Agência Lew Lara, cuja equipe fez uma imersão na Obra do Berço para sentir nosso coração pulsante. Esse jovem ficou encantado com esse trabalho e acompanhava os publicitários sempre que podia. Insistiu tanto, que lhe foi prometido um estágio, caso entrasse numa faculdade de Propaganda e Marketing. O jovem, trabalhando em período integral, estudava à noite e entrou na faculdade. Foi contratado como estagiário e hoje é efetivado e faz parte da equipe Lew Lara.
Temos um departamento de Desenvolvimento Institucional profissional e uma equipe de captação de recursos.
Como é feita a captação de recursos? Qual é o evento que ajuda mais nesse sentido?
Existe alguma forma das pessoas colaborarem pessoalmente com a Obra do
Nosso carro chefe é um Bingo Beneficente que acontece há 20 anos, onde captamos a maior quantia de arrecadação dentre todos os eventos de captação. Fora os eventos, temos a parceria da Prefeitura , doações de pessoas físicas e jurídicas, os programas cujos projetos são patrocinados por empresas e outros pelo FUMCAD (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).
Berço? O que é preciso para ser um voluntário? Existem várias formas: colaborando com suas habilidades (aulas de inglês, computação, trabalhos manuais, culinária etc), trabalhando diretamente com os usuários, ajudando na captação de recursos, doando suas Notas Fiscais Paulistas etc. Temos um leque grande de ações/projetos em que os voluntários podem se colocar. Para ser voluntário, é só ligar para (11) 58441915 falar com nosso Departamento Institucional, fazer uma visita e escolher onde quer atuar. Todos serão muito bem-vindos!
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educar hoje 1 >> pág. 18
Os vínculos afetivos na infância E suas consequências na adolescência
Por Andrea Saporiti Psicóloga e pós-graduada em Terapia Familiar Sistemática pelo Centro de Investigación Familiar, da Argentina.
H
á um tempo para cada coisa, e para cada coisa há um tempo. Este conceito parece ter desaparecido na atualidade... Essa palavra que encerra o profundo sentido da vivência humana passou a correr atrás não se sabe de que, para chegar sabe-se lá onde. Nesta ansiedade, as pessoas vão ficando presas em seus próprios tempos e perdem a paisagem não só de suas vidas, mas também da vida dos outros. Surge então a pergunta: o que é o tempo? Muitos são os pontos de vista dos quais poderíamos responder, mas vamos nos deter no conceito de ciclo. Os ciclos são períodos de espaço e tempo que têm um princípio e um fim. O desenvolvimento humano também é formado por ciclos... São os chamados ciclos vitais, nos quais cada etapa é necessária para chegar na seguinte. Cada uma dessas etapas possui suas próprias características, seus desafios e seus riscos. Já pensamos, alguma vez, nos riscos que implica acelerar as etapas? A infância é uma das etapas do ciclo vital, quando se estabelecem as bases fundamentais para a formação da personalidade. É o período da vida em que a criança aprende a se vincular afetivamente com seus pais e seus semelhantes. Aprende, além disso, a colocar nome nas
coisas, o que lhe permite entrar no mundo dos símbolos e a comunicação por meio das palavras. Trata-se de um período em que o tempo, como medida, não existe: hoje pode ser ontem e amanhã, dentro de instantes. Sendo assim, é o momento no qual se desenvolve a imaginação e a fantasia, fundamentais para a criatividade no futuro. Enfim, é
as crianças estão continuamente nos observando e têm direito ao bom exemplo dos pais uma etapa da vida com características próprias que precisamos conhecer na hora de educar. Conhecemos quem vamos educar? Para isso, é preciso compartilhar e “estar presente”. Durante a infância, as crianças possuem no plano cognitivo um pensamento concreto, ainda não desenvolveram a capacidade de abstração, que só chegará quando começar a adolescência. Este aspecto tão simples permite compreender que no momento de dar “metas”, estas devem ser concretas e possíveis. Muitas vezes, os pais dão longas explicações sobre algum assunto, que não são entendidas por seus filhos. Isto gera uma sensação de frustração nos pais, que pode ser evitada pelo
conhecimento das possibilidades reais da etapa que as crianças estão atravessando. O segundo passo, uma vez que conhecemos, é ensinar os processos. Em seu desenvolvimento evolutivo, as crianças vão configurando sua personalidade na interação com o mundo que as rodeia. Por isso, é importante que os pais os ajudem a se ordenarem internamente. Criança alguma aprende a guardar seus brinquedos, escovar os dentes, trocar de roupa, ou tomar banho se ninguém a ensina. Com a repetição desses atos, vão-se criando os hábitos. Há um terceiro ponto do qual não podemos esquecer: as crianças estão continuamente nos observando e têm direito ao bom exemplo dos pais. Educar implica ter a capacidade de acompanhar no processo de crescimento. A formação de vínculos sólidos na infância é fundamental para o ingresso na etapa da adolescência. Recordemos que a adolescência se caracteriza por ser uma etapa do ciclo vital de profundas transformações. As mudanças biológicas da puberdade são universais, mas as diferenças concretas em sua expressão, sequencia e amplitude variam de pessoa para pessoa. Na cultura moderna, a adolescência abarca um período 19
de, pelo menos, 10 anos. E, tanto seu início quanto seu término costumam ser pouco precisos. Como uma fase do desenvolvimento da personalidade, situada entre as mudanças da puberdade e a idade adulta, a adolescência é uma etapa de transição e, como tal, possui suas características próprias. A considerável distância que existe entre a conduta infantil e a conduta adulta não poderia se salvar sem “equipamentos” que se adquire na adolescência. Esse período de transição tem como objetivo conseguir a maturidade emocional, que consiste no aumento crescente da confiança em si mesmo e na adoção de cada vez mais responsabilidades para regulamentar a própria conduta. A função da adolescência não é isolar a pessoa, não é separá-la de sua etapa anterior e da próxima, mas conseguir uma transição harmônica. Não se trata de romper com o passado nem negar o futuro, definitivamente, o que se busca é que as crianças cresçam. É fundamental partir de uma visão positiva da adolescência... Durante muitos anos, ela foi definida como a idade das anomalias, a idade difícil, a idade da rebeldia etc. No entanto, é a idade em que surgem novas e importantes capacidades, o 20
que supõe um salto qualitativo no desenvolvimento da personalidade (reflexão, sentido crítico, autonomia moral, intimidade etc). Se for compreendida como uma crise, que seja como crise de crescimento! De adaptação a uma nova idade. Num momento em que se sai de uma etapa (infância) enquanto
o conceito de si mesmo começa na infância, conservando e fortalecendo os aspectos que são aprovados pelos pais e adultos importantes para a criança
se entra em outra (idade adulta), já se espera que surjam dificuldades de adaptação, porque não é fácil aprender a viver numa nova idade. É uma etapa de imaturidade em busca da maturidade. A possibilidade do pensamento hipotéticodedutivo e a capacidade de abstração levam o adolescente a entrar no mundo do possível,
permitindo-lhe um novo nível de autoexame, na ordem pessoal. Essas novas expedições introspectivas constituem uma parte essencial da consciência sobre si mesmo. A riqueza psicológica dessa etapa se relaciona com o despertar da personalidade. À medida que esse processo de autoconhecimento avança, o adolescente vai obtendo uma imagem e uma opinião de si mesmo: o autoconceito, que se define como um conjunto de conceitos sobre si mesmo, em diferentes aspectos (corporal, psíquico, comportamental, moral e social). O conceito de si mesmo começa na infância, conservando e fortalecendo os aspectos que são aprovados pelos pais e adultos importantes para a criança. Na adolescência, entra-se num processo de revisão e atualização do autoconceito formado na infância. Quando a autoimagem satisfaz a pessoa, a valorização é positiva, portanto eleva-se a autoestima. Mas, pelo contrário, quando a autoimagem é negativa, cai a autoestima. O fato é que a autoestima é necessária em todas as etapas da vida, para confiar nas próprias possibilidades e estar disposto a fazer novas e melhores coisas para evitar estados interiores de insegurança e inferioridade. E ela se desenvolve formando
o caráter e educando a vontade.
continuidade da vida pessoal no tempo.
que continuem percorrendo cada uma das etapas da vida.
O autoconceito e a autoestima são elementos integrantes da identidade pessoal. O fracasso na formação de um conceito de si mesmo em relação à realidade, costuma provocar a chamada crise de identidade: período em que se precisa saber “quem sou”, “o que quero” e “aonde vou”.
A autoridade paterna – bem entendida, exercida com firmeza e carinho – é o caminho seguro para fundamentar as bases para o diálogo, a confiança, o desenvolvimento e o crescimento das crianças.
Somos seres históricos, e os adolescentes não aparecem de repente... É fundamental acompanhá-los, com a distância prudencial, ao transitarem este caminho para que alcancem a maturidade emocional.
Compreender a importância da infância talvez nos dê a resposta à nossa pergunta inicial. Como adultos, somos responsáveis pela educação das crianças e devemos ser muito cuidadosos para não incentiválas a pular essa etapa, tão necessária para o seu crescimento e desenvolvimento harmônico. O que devemos incentivar é
O desafio do nosso tempo nos pede um profundo compromisso em nossa função de pais. Educar é uma arte que nos exige uma grande flexibilidade, sem perder de vista a totalidade da pessoa sobre a base dos valores que a sustentam. É um tempo de semeadura, essencial para uma boa colheita no futuro.
As mudanças físicas e psíquicas que se produzem na adolescência colocam em questionamento a identidade elaborada durante a infância, criando-se um vazio de identidade. O adolescente precisa se definir novamente. A identidade é a sensação de
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educar hoje 2 >> pรกg. 22
Seu filho
Por Gerardo Castillo Doutor em pedagogia
sabe ? estudar
Adaptado por Silvia Kuntz
U
ma das principais capacidades que o estudo requer é a atenção. Pais e professores sabem disso muito bem, mas nem sempre a entendem corretamente. Dão-se por satisfeitos se o estudante permanece junto ao livro ou se olha para quem lhe explica uma lição. Ignoram que, às vezes, esses sinais externos não traduzem o que se passa interiormente na cabeça do aluno.
é capaz de se concentrar no objeto que se propôs.
É verdade que o processo mental de estar atento é acompanhado de um processo psicomotor que costuma se expressar em certas condutas observáveis: inclinação da cabeça para ouvir melhor, fixação do olhar, franzir o rosto, tensão do corpo... Para estar atento é necessário que os órgãos sensoriais e todo o corpo se adaptem à recepção dos estímulos. Mas muitos estudantes simulam esta atenção para se ocuparem do que realmente lhes interessa.
muitos estudantes simulam atenção para se ocuparem do que realmente lhes interessa
Este comportamento, porém, ao contrário do que muitas vezes se crê, nem sempre é distração: pode ser uma manifestação da capacidade de estar atento (ainda que, naturalmente, noutra direção da que se esperava). Isso porque estar atento é uma atividade intimamente relacionada com os interesses de cada pessoa, com o que em cada momento chama mais a nossa atenção. Portanto, só se distrai quem não 24
Sendo assim, o estudante que simula estar atento estará distraído se, inicialmente, tinha se proposto seguir a explicação do professor. Mas se o seu propósito original era pensar em outra coisa, não se pode dizer que ele estava distraído. Por isso, a proverbial distração do intelectual é, na realidade, um sinal da capacidade de atenção altamente
desenvolvida, que lhe permite concentrar-se tão intensamente numa direção, que os outros temas passam inadvertidos. Este fenômeno denomina-se, em Psicologia, abstração. Outro erro comum, em relação à atenção, é reduzi-la a uma função receptiva e passiva. Não se considera estar atento como uma atividade interativa, que requer esforço e vontade. Se fosse assim, estar atento seria a coisa mais fácil do mundo! Normalmente, a intensidade da nossa atenção é menor do que a que gostaríamos e só conseguimos mantê-la durante períodos limitados de tempo. E isto acontece nas melhores
condições físicas e mentais, mesmo quando o objeto de que nos ocupamos nos interessa. Imagine então, a dificuldade que uma criança enfrenta para manter a atenção! Suas distrações não correspondem sempre à preguiça. A intensidade e a duração da atenção infantil é ainda menor que a dos adultos. Para as crianças, é extremamente fácil se distrair, especialmente quando não conseguem descobrir o sentido das tarefas escolares. Por isso, é fundamental educar a atenção desde cedo. Um dos conceitos da atenção é: “a direção das nossa potências cognoscíveis para um objeto determinado, com a intenção de conhecer as suas qualidades e compreender sua essência”. Há aqui três aspectos importantes: a preferência de um objeto sobre outros, que são excluídos; a tendência (tender para) do sujeito para o objeto que requer uma força ou energia psíquica (intensidade da atenção ou concentração); e o objetivo que se tem ao prestar atenção (não basta ter consciência de sua existência ou contemplá-lo passivamente, é preciso conhecê-lo). A atenção assim entendida é uma condição indispensável para qualquer atividade mental. O conhecimento que se adquire sem atenção é sempre superficial, inexato, ou totalmente errado. Se não se presta atenção suficiente ao objeto que se quer
conhecer, não se originam percepções sensoriais, sendo assim impossível a elaboração e assimilação de ideias. Existe, portanto, uma estreita relação entre prestar atenção e aprender. Uma das propriedades da atenção é a flutuação, ou oscilação, que pode obedecer tanto a causas de tipo fisiológico (deficiência nos órgãos sensoriais, por exemplo), como a causas de índole psicológica (diminuição do interesse, cansaço...). Trata-se de um desligamento inconsciente da mente em relação ao objeto em questão. Alguns estudantes têm mais flutuações do que o normal, causando um prejuízo no rendimento escolar. Por isso é importante averiguar, em cada caso, porque se produzem as flutuações. De todo modo, há sempre uma relação entre a atenção e os processos de estudo utilizados. Nesses casos, é importante que existam pequenos descansos ao longo de uma sessão de estudo, mudar de atividade, procurar a aplicação prática dos diferentes conteúdos, realimentar a curiosidade inicial (procurando mais respostas para as questões levantadas ou fazendo novas perguntas). A concentração, por outro lado, não surge de forma instantânea ou automática. Necessita-se sempre de um
período inicial de adaptação à nova situação. Todo professor sabe, por exemplo, que o primeiro momento da aula é o de menor rendimento dos alunos. Este fato revela uma necessidade educativa: a de motivar os estudantes de forma especial no começo de uma atividade.
a flutuação é uma limitação natural do processo de estar atento, mas a distração é, normalmente, um erro na forma de prestar atenção Assim como há um mínimo de flutuações da atenção que são inevitáveis, as distrações podem ser prevenidas praticamente de um modo total. A flutuação é uma limitação natural do processo de estar atento, mas a distração é, normalmente, um erro na forma de prestar atenção e de estudar: é colocar a atenção em outros objetos, que não os que deveriam ser focados no momento.
Como conhecer e desenvolver a capacidade de prestar atenção Os pais devem saber, de algum modo, qual é a capacidade de
atenção de cada um de seus filhos e como a aproveitam no estudo. O procedimento mais comum para isso é o da observação dos filhos em alguns momentos do trabalho diário. Isso exige ter estabelecido previamente quais são os sintomas que convém observar: Fixação do olhar, posição do corpo (especialmente da cabeça), movimentos expressivos (gestos, rugas da fronte etc.) O tempo gasto na fase inicial do estudo (Não deveriam passar mais de cinco minutos). Atende a uma coisa de cada vez ou se ocupa simultaneamente de várias questões sem relação entre si? (Essa última atitude seria dispersão) Ocupa o tempo necessário para cada questão, ou tem pressa para passar às outras? Observa-se tensão e esforço por conhecer e aprender cada coisa, ou adota uma atitude passiva? Mantém o mesmo ritmo ou nível de atenção? Quantas flutuações costumam dar-se em uma hora de estudo? Depois de conhecer o nível de atenção dos nossos filhos, precisamos ajudá-los a melhorar. E a boa notícia é que atenção é uma das capacidades mais suscetíveis de progresso! 25
E esse progresso tem uma só fórmula: o uso. Aprende-se a estar atento prestando atenção. Há alguns fatores externos que podem ajudar neste progresso e que os pais podem proporcionar (ou alertar) a seus filhos: O lugar de estudo deve ser cômodo, sem muitos objetos, isolado de ruídos. Deve-se estudar nos momentos em que é mais fácil se concentrar (é recomendável fazê-lo de manhã, pois a mente está descansada). 26
Como a fadiga é um obstáculo para a atenção, é preciso insistir na programação de descansos ao longo de cada sessão de trabalho. Situar as matérias que exigem maior esforço nos momentos de melhor forma física e mental. Ler o tema antes de assistir às aulas, para despertar o interesse, pode ser uma boa ideia. Falar e escrever sobre a matéria ao longo do estudo, fazer um resumo ou um esquema de cada capítulo estudado.
Anotar todas as dúvidas para perguntar depois. O erro de muitos pais é achar que o gosto pelo estudo ou a capacidade de concentração já nasce conosco, como se os filhos (não tão estudiosos quanto gostaríamos) estivessem fadados a continuar assim para o resto da vida. Muitas vezes a culpa pode ser nossa, por omissão, ou por resignação. Não desistam, pais! Ajudem seus filhos a progredirem nas capacidades do estudo, ajudando-os a serem pessoas mais completas agora e no futuro.
Dr. Home >> pág. 28
Com vocês, Dr. Home...
“
D
r. Home? Quem é esse?” - você pensa.
Não precisa se sentir “desantenado”, fora de moda, desatento ou desligado. Claro que você ainda não o conhece! Aliás, ninguém conhece, a não ser seus pacientes... Do contrário, não precisaríamos apresentá-lo! Dr. Home é nosso “personagem”, um profissional com muita experiência e que já presenciou e estudou muitos casos. Pontos fortes? Bem... Ele é muito franco e incisivo ao expor suas opiniões. Nunca dissimula! Mas, como acontece com todo mundo, seu ponto forte pode ser a causa de seu ponto fraco: nem sempre mede como e quando fala suas “verdades”. Se perguntássemos a ele quem deve consultá-lo, certamente sua resposta seria esta: “qualquer pessoa, desde que queira ouvir uma verdade nua e crua”. E nós diríamos que para ouvi-lo é necessário ter um bom preparo psicológico... Isso porque em alguns momentos, corre-se o risco de passar por instabilidades emocionais e afetivas, afinal, o que ele tem a nos dizer, por vezes, pode “doer”. Mas ele garante que esta dor, quando bem tratada, leva-nos a uma maturidade que traz muita, mas muita, satisfação. “Não é genial?” (Palavras dele).
E o que mais compõe sua personalidade? É sensível, inteligente, bonito? Ele costuma dizer que não é a pessoa mais indicada para responder a este tipo de pergunta. Tem medo de passar pelas instabilidades afetivas e emocionais que seus pacientes costumam passar... É um ser humano como nós. Vamos participar de trechos das conversas do Dr. Home com seus pacientes... Alfredo, um engenheiro de 42 anos, casado há 10, enfrenta o dilema de uma separação muito dolorosa, principalmente por conta dos três filhos: Dr. Home, acho que minha separação com a Vivian é inevitável, porque... Me parece mais uma falta de opinião própria, interrompe Dr. Home. Como pode afirmar isto com tanta convicção? Nem terminei de falar. Um homem na sua idade que chega a este ponto e com tantas dúvidas é porque está muito vulnerável e suscetível às influências externas. Minha mãe acha que a Vivian não merece tudo o que faço por ela. Imagino que deve ter dito que também não te trata tão bem
como te tratava quando era solteiro! É isso mesmo que diz. Como sabe? Previsível. Lei natural. Sabe que, no fundo, sempre tentei convencê-la de que a Vivian é uma pessoa boa e gosta de mim. Não adianta. Não vai convencê-la disto. Mas o que deveria fazer? Primeiro, nunca chorar na “barra da saia da mamãe”, e, em segundo lugar, nunca falar mal de sua esposa diante dela. Puxa, sempre fiz isto. Consequência natural, sua mãe toma suas dores. Mas... em alguns casos, percebo que minha mãe tem razão. Opa! Vamos encurtar esta conversa. Sua esposa tem razão sempre, mesmo que não tenha. Para um bom entendedor, meia palavra basta! Na próxima edição, traremos mais pontos da personalidade do Dr. Home, que lhe garantem uma identidade muito interessante, acompanhados de trechos de seus fortes e inusitados diálogos com seus pacientes. 29
qualidade de vida >> pág. 30
PLa
Por Vanessa Valbuena Fernandez Médica, especializada em Estética vanessa@nutrilato.com.br
STICO
ou VIDRO?
D
epois de muitas controvérsias e muitos anos de estudos, atualmente tem-se retomado as pesquisas de um dos maiores químicos produzidos no mundo (mais de 3 bilhões de quilos por ano e mais de 100 toneladas liberadas à atmosfera anualmente). Estamos falando do BISFENOL-A (BPA, por suas siglas em inglês). O BPA foi descoberto em 1891 por Aleksandr Dianin, químico russo, enquanto efetuava estudos para a síntese de Xenoestrógenos (estrogênio sintético). Algumas das funções do estrogênio são: induzir as células de muitos locais do organismo a proliferarem; crescimento das mamas e desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários; concentrar o tecido adiposo em áreas especificas para as mulheres; estimular o crescimento de todos os ossos, logo após a puberdade até a menopausa, quando a falta de estrogênio promove a descalcificação, entre outros. O Bisfenol-A é um composto químico utilizado na composição de produtos de plástico e suspeita-se, desde a década de 30, que seja prejudicial à saúde. Numerosos estudos verificam que o BPA se desprende de mamadeiras, copos e garrafas de água reutilizáveis, feitos com 32
policarbonato. Outros recipientes de policarbonato usados como embalagens para alimentos, plásticos de polivinilo (filmes para cobrir), latas metálicas protegidas contra ferrugem e corrosão, foram examinados por seus conteúdos de BPA, já que são potenciais contaminantes dos alimentos neles armazenados (o Bisfenol-A migra da embalagem para os alimentos, principalmente quando o plástico é aquecido).
existem pesquisas que já associaram o BPA a uma maior incidência de problemas no desenvolvimento hormonal de crianças e recém-nascidos O BPA imita o funcionamento do estrogênio e, de acordo com estudos feitos por Thomas Zoeller, professor de biologia na Universidade de Massachusetts, ¨o Bisfenol-A não se limita a interagir com um só receptor. Tem a habilidade de se ligar a três receptores: o estrogênio, o hormônio masculino e hormônios da tiróide”. Também fica demonstrado (pelo pesquisador alemão Wolfgang Volkel) que o fígado remove uma parte do BPA da corrente sanguínea,
mas tem outra parte que não é completamente removida e pode causar danos ao fígado. Alguns cientistas não têm certeza se essa habilidade do BPA pode mesmo acarretar danos à saúde, mas existem pesquisas que já associaram o BPA a uma maior incidência de problemas cardíacos, diabetes, anormalidades no fígado, problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal de crianças e recém-nascidos. Outros estudos provam também que o Bisfenol-A é responsável pelo crescimento de células cancerígenas e diminuição da produção de esperma. Na atualidade, o BPA já foi proibido em alguns países. O Canadá foi o primeiro a declarar a substância ilegal. Depois a Dinamarca e a França baniram o BPA, além da Costa Rica e alguns Estados norteamericanos (Illinois, Connecticut e Minnesota). A União Europeia decidiu proibir, a partir de março de 2011, a produção de mamadeiras com Bisfenol-A, bem como sua comercialização ou importação, a partir de junho de 2011. Especificamente o governo dinamarquês decidiu recentemente invocar o princípio de prevenção e proibiu a utilização de BPA em materiais em contato com alimentos de crianças de zero a três anos (como mamadeiras, copos e embalagens de comida).
Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) afirma que a ingestão de até 50 microgramas de Bisfenol-A, por peso corporal, não traz problemas para a saúde. Mas uma nova pesquisa publicada no jornal científico Enviromental Health Perspectives diz que, diariamente, estamos expostos a uma quantidade, no mínimo, oito vezes superior. Por isso, há pouco tempo a EPA informou que está considerando incluir o Bisfenol-A na lista de substâncias prejudiciais ao meio ambiente. A Food and Drug Administration (FDA), agência responsável pela regulamentação de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, já comunicou que está investindo na pesquisa dos potenciais efeitos prejudiciais do BPA à saúde e estudará maneiras de reduzir a exposição ao químico em embalagens alimentares. Já desde janeiro passado, a Nestlé e a Energizer Holding Inc., estão entre os seis fabricantes que pararam de utilizar o BPA na produção de
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mamadeiras e copos infantis para o mercado americano. Aqui no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) revisou a norma sobre elaboração de embalagens e equipamentos em contato com alimentos, em março de 2008. As regras foram discutidas com os países-membros do Mercosul e todos optaram por manter o uso de BPA nesses produtos, sendo o limite estabelecido de 0,6 mg de BPA para cada quilo de embalagem. Por ser um dos países-membros, o Brasil precisa esperar que estas regulamentações sejam aceitas dentro do bloco econômico, antes incorporá-las na legislação, portanto, a Anvisa declara que dentro desse parâmetro a substância não oferece risco para a saúde da população. Por fim, é importante fazer algumas considerações para minimizar a exposição ao Bisfenol-A:
1. Utilizar recipientes de
vidro, porcelana ou aço inoxidável para armazenar alimentos, sempre que possível, especialmente para alimentos e líquidos quentes.
2. Não aquecer no microondas embalagens que sejam feitas com plástico de policarbonato 3. Reduzir o consumo de enlatados, preferir consumir vegetais frescos ou congelados. 4. Evitar colocar água fervida
em garrafas ou latas.
5. Utilizar mamadeiras sem
Bisfenol-A (BPA free) ou mamadeiras de vidro.
6. Jogar fora mamadeiras e
copos de plástico arranhados.
7. Evitar comprar produtos de plástico feitos com BPA.
Associação “Obra do Berço” EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA PARA JOVENS A proposta é habilitar esses rapazes e moças para enfrentar o mundo do trabalho e reforçar neles uma única certeza: “Somos cidadãos com chances e oportunidades iguais”. Disciplina, planejamento e motivação. Sobre esses pilares, repousa o pensamento do chinês Sun Tzu, no livro A Arte da Guerra, escrito há cerca de 2.500 anos, e hoje usado por empresas para vencer a concorrência. E o filósofo completa: “É preciso conhecer o inimigo”.
para quem cresceu em situação de risco, na periferia da sociedade? Quase nenhuma, seria a resposta. Não! Se pensarmos em jovens determinados, motivados, formados e preparados para encarar desafios. Essa é a proposta da Associação “Obra do Berço”, ao oferecer para jovens de 15 a 29 anos,
A pergunta é: que oportunidades a vida oferece
moradores da região do Campo Limpo, O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA PARA JOVENS, que cria, em dois ciclos, oportunidades de desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes necessárias para os mais diversos empreendimentos.
CICLO I FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL BÁSICA Empreendedorismo Pessoal Autoconhecimento Autocuidado Projeto de Vida
Empreendedorismo Social Convivência Social Cidadania Projetos Comunitários
Tecnologias de Comunicação Informação TCIs no ambiente corporativo
Ampliação Cultural Comunicação e Expressão Cálculos Matemáticos Diversidade Cultural Mundo do trabalho Conceito, Contexto Atual e Tendências Competências, Habilidades e Atitudes Formas de Emprego e Geração de Renda Processos Seletivos Ética e Postura Profissional
Educação Ambiental Homem x Meio ambiente Problemáticas Ambientais Atuais Noções de Sustentabilidade
FORMAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA Práticas Administrativas
Jardinagem e Práticas de Conservação Ambiental Urbana
Estrutura e Funcionamento das Organizações Atendimento ao Cliente Redação Comercial Ferramentas de Administração do Tempo Fluxo e organização de Documentos e Materiais Noções Comerciais Informática: Windows, Word, Excel, Power Point, Internet Sustentabilidade no Ambiente de Trabalho
Problemáticas ambientais do contexto urbano Cidadania e Legislação Ambiental Jardinagem e Horticultura: Teoria e prática do plantio, manejo e manutenção da vegetação em ambiente urbano Práticas de Consumo Sustentável: Reduzir, Reutilizar, Reciclar Vivências práticas em educação ambiental: Repensar e Reeducar Informática Noções Comerciais e Administrativas
www.obradoberco.org.br
obradoberco@obradoberco.org.br
(11) 5844-1915/5842-5199/5841-9162
Colunista >> pรกg. 36
Por Autimio Antunes
À
meia luz, proveniente do abajour sobre a escrivaninha de seu quarto, um jovem, de seus 28 anos, está diante de seu computador. Noite avançada, uma caneca destacada, repleta de café. Posso ver a fumaça que sobe da caneca, mais atrativa por seu desgaste realçado pelo alumínio aparente, em partes que a tinta branca já não cobre mais. Ao imaginar esta cena, aguço meu olfato, meu paladar dá sinais de gratificação... O cheirinho agradável do café ganha cada vez mais vida... Que aroma! Que imagem pitoresca! Mas tudo não passa de imaginação. Esta é uma cena gerada por minha mente. Meus olhos, minha visão, não participam deste processo sensório-mental. Entretanto, vi e senti, e mais um
pouco, como que poderia “apalpar” o calor da caneca, e, por que não, ouvir a chuva que caía naquela noite suave de verão, e que respingava na janela? Para ilustrar este pensamento, ou melhor, imaginação, podemos citar Oliver Sacks, psiquiatra inglês que escreve em seu livro “O Olhar da Mente”, abrindo o capítulo que ganha o mesmo título do livro: “Até que ponto somos os autores, os criadores das nossas sensações? Quanto elas são predeterminadas pelo cérebro ou pelos sentidos com que nascemos, e em que medida moldamos nosso cérebro pelo que vivenciamos? Os efeitos de uma intensa privação perceptual como a cegueira podem lançar uma luz inesperada sobre essas questões.” E o mais incrível é que esta imagem mental, que
“Até que ponto somos os autores, os criadores das nossas sensações? Quanto elas são predeterminadas pelo cérebro ou pelos sentidos com que nascemos, e em que medida moldamos nosso cérebro pelo que vivenciamos?”
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construímos em nossas mentes, desperta outros tipos de sensações. Despertam, movimentam nosso estado anímico. Ao imaginar esta cena, sinto-me bem, identifico-me de tal forma com a situação criada, que me sobrepõe uma alegria, uma motivação... Puxa, continuo a imaginar, deve ser muito bom poder ler, trabalhar, estudar, como ele, nas mesmas condições. Neste momento, sou capaz de me realizar, mostro em imagens para mim mesmo onde podemos encontrar satisfação, principalmente quando a imaginação nos contempla na realidade. Pego uma caneca de café, ponho ao lado de “meu” computador, em cima de “minha” escrivaninha, ao mesmo tempo que saboreio o livro “Olhar da mente”, de Oliver Sacks.
tecnologia e comportamento>> pág. 40
Video
Pedro Paulo Oliveira Jr. Doutor em medicina pela USP e Diretor de Operações da Netfilter & SpeedComm Telecom
games S
empre insisti no risco que há para a educação dos sentimentos quando se jogam videogames de extrema violência, durante as palestras que costumo dar sobre Novas Tecnologias. E as dúvidas geralmente são as mesmas: “quais jogos então o senhor recomenda?” “Qual o melhor videogame?” Nem sempre é possível responder da maneira mais completa, mas o que sim, posso fazer, é dar alguns conselhos concretos.
1. Não compre jogos piratas Há várias razões para seguir este conselho... A mais forte se chama honestidade. Embora existam vários argumentos combatendo o modelo de direitos autorais que existem, os jogos, por não serem artigos de necessidade, não se encaixam em nenhum destes argumentos e, portanto, comprar um jogo sem licença (pirata) é uma atitude eticamente ilícita. Um pai, ao
dar um jogo pirata para o filho, está formando a consciência deste, dizendo que há uma relatividade moral em curso, portanto, além do ato equivocado, deforma-se a consciência da criança.
A segunda razão para seguir este conselho diz respeito aos conteúdos. Ao desbloquear um videogame para que este possa executar jogos ilegais, abre-se as portas para todos os tipos de jogo e violam-se os controles por faixa etária que há nos consoles de videogame. Além disso, os jogos ilegais custam cerca de vinte vezes menos, permitindo que o seu filho possa, ele mesmo, adquirir os jogos que queira sem o seu conhecimento.
2. Descanso sem videogame é melhor O videogame é uma forma de descanso, e, com certeza, não é a única. Existem outras formas de descanso, que, em geral, são preteridas em prol do videogame e esta é uma atitude que deveria ser mudada.
Esportes, hobby manual, passeios, leitura, filmes são grandes alternativas de descanso e deveriam receber uma prioridade, já que desenvolvem outras características da personalidade. Este conselho trata de escolhas... Se você tem que escolher financeiramente entre comprar um videogame ou matricular seu filho numa escolinha de futebol, ou numa academia de judô, dê preferência ao esporte. Caso a escolha seja entre trocar um videogame de geração anterior por um novo ou adquirir livros para a sua biblioteca, leve seus filhos a uma boa livraria e, com certeza, terá feito uma opção com maior benefício. Se a dúvida é entre alugar um filme ou alugar um jogo, alugue um filme. Ir ao estádio ou comprar um novo jogo? Vá ao estádio com seus filhos. Os videogames são atividades auxiliares de lazer e acostumá-los assim poupa muitas dores de cabeça e problemas no futuro.
3. Escolha jogos que privilegiem o cérebro Os videogames produzem um desenvolvimento de coordenação motora muito bom, mas em muitos casos não produzem um desenvolvimento similar na parte mental. O segredo está nas escolhas de jogos. Um jogo de ação ou um de estratégia? Estratégia. Um jogo de corrida de carro ou de simulação física? Simulação física. Estas opções, além de cumprirem o papel do conselho em questão, ajudam seus filhos a ficarem longe de jogos violentos. A empresa em que trabalho sempre teve a preocupação de fazer produtos que protegessem as crianças na Internet. Nos últimos meses, pensando nos pais que nos pedem conselhos a respeito de videogames, fizemos uma série de jogos visando estes objetivos: desenvolver raciocínio lógico, desenvolver visão espacial, melhorar o domínio da linguagem e criar ou aprimorar a intuição física. A grande surpresa que tivemos foi o interesse que estes jogos criaram. No momento em que escrevo este artigo, estes videogames estão perto de completar 1 milhão de cópias distribuídas. Alguns são gratuitos outros custam menos de R$3,00, mas o que importa é que têm cumprido a missão para a qual foram criados: Pesca Palavras, Manobrista Maluco, 42
Flipmaster, Ultimatum, Xadrez 3000, Damas 3000, Memória Total, Sudoku e Boliche Medieval estão entre alguns dos títulos lançados para a plataforma de jogos da Apple, usando IPod Touch e IPhone.
4. Compre um console de videogame que tenha mais títulos na linha do terceiro conselho
coloque o videogame numa área de uso geral da casa Os consoles para videogame são basicamente três: Playstation3, Xbox 360 e Nintendo Wii. Observando os títulos de cada uma das plataformas, eu diria que o Nintendo Wii é o que possui o maior número de títulos de jogos positivos, que desenvolvem características interessantes. Já nos consoles pessoais temos Playstation Portátil (PSP), Nintendo DS e IPod Touch. Neste caso, eu daria preferência ao IPod Touch pelo número de jogos úteis e pelo custo baixo dos jogos. É importante ver este conselho como uma visão no momento presente, o cenário pode mudar e, além disso, expresso aqui minha visão pessoal. É possível que você veja outras opiniões distintas. O importante aqui é o espírito do
conselho: maximizar os títulos positivos que podem funcionar no console que você escolheu.
5. Se for escolher um videogame, dê preferência a algo que una a família. Consoles pessoais são interessantes pela portabilidade, pelo menor custo e pela simplicidade de manuseio. No entanto, são objetos que, quando usados, isolam a pessoa do convívio social ou dificultam que ela jogue junto com outras pessoas. Os consoles tradicionais, aqueles que se ligam à TV, têm mais possibilidade de serem utilizados por mais de uma pessoa, facilitando assim o convívio. Caso você tenha que optar por um tipo de videogame, opte pelo tipo que pode ser compartilhado. Além disso, coloque o videogame numa área de uso geral da casa: sala, local de passagem, sala de TV. Com isto, você tem um controle maior sobre o que seus filhos estão jogando e ainda consegue fazer com que não se isolem numa espécie de bolha virtual. Este é um tema em constante desenvolvimento e que, portanto, os conselhos terão de ser adaptados de tempos em tempos. Mas creio também que eles possuem uma parte perene e que o leitor saberá adaptá-los a cada nova circunstância que encontre.
viagem e cultura >> pág. 44
Iguape
– SP
Texto e fotos: Família Muller
I
guape é uma das cidades mais antigas do Brasil. Alguns chegam a dizer que a cidade nasceu quase que na época da descoberta de nosso país. Injustamente excluída da maioria dos livros de história, já que a região era o divisor de águas mais ao sul do Tratado de Tordesilhas, entre Portugal e Espanha. Quem tem o privilégio de percorrer o roteiro do Centro Histórico, encanta-se com a beleza e a rica história guardada nas construções datadas do início da colonização e dos Ciclos do Ouro e do Arroz, períodos de grande desenvolvimento econômico do município, entre os séculos XVI e XIX. Graças a este acervo de casarios e igrejas muito bem preservados, recentemente foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como Patrimônio Cultural, Histórico e Paisagístico do Brasil. Mas não é só a história que faz de Iguape um ótimo destino turístico. Localizada a apenas 200 km de São Paulo, inserida no Pólo Ecoturístico de Lagamar, a cidade é envolvida pela Mata Atlântica. Dentro de seus limites estão 80% da área total da Estação Ecológica da Juréia – Itatins, a Estação Ecológica de Chauás, além de praias, rios, cachoeiras,
montanhas e manguezais que proporcionam ótimas oportunidades de interação com a natureza.
encontro do Rio Ribeira de Iguape com o Oceano Atlântico, a Ilha Comprida e o Maciço da Juréia.
A trilha do Morro do Espia é um convite à caminhada. Em 3 km de percurso, chega-se ao Mirante da Pedra Lisa, que abriga a estátua do Cristo Redentor. A vista, espetacular, inclui a cidade de Iguape, Ilha Comprida, o Estuário Lagunar do Mar Pequeno, o Valo
A Trilha Ecológica da Vila Alegria, uma trilha mais leve, está localizada às margens do Rio Suamirim, na Área de Proteção Ambiental CananéiaIguape-Peruíbe. O passeio começa com a travessia de barco ou canoa do Rio Suamirim até chegar ao local de onde sai uma passarela de madeira de 250m sobre o mangue. No percurso, o guia discursa sobre as características do manguezal e da vegetação de restinga. Mais para frente, a atração é a visita a uma casa caiçara de farinha de mandioca.
graças a este acervo de casarios e igrejas muito bem preservados, recentemente foi tombada pelo IPHAN, como Patrimônio Cultural, Histórico e Paisagístico do Brasil Grande e, ao longe, a Ilha de Cananéia e a Ilha do Cardoso. Para quem não pretende caminhar, mas gostaria de admirar a bela vista, o acesso ao mirante pode ser feito de carro, ou bicicleta. A caminhada que sobe o Morro do Farol também oferece uma vista imperdível. A trilha de aproximadamente 1 km, que leva ao farol utilizado para sinalizar às embarcações que adentram o Mar Pequeno, é coberta por uma vegetação rasteira de gramíneas. Lá de cima avistase a Barra do Icapara, o
Outra caminhada, desta vez pela praia, é a que leva ao Costão da Juréia, localizado ao final da Praia da Juréia. Além de o lugar ser especialmente bonito, pode-se observar ecossistemas costeiros como o costão rochoso, a restinga e a mata atlântica de planície e de encosta. Adentrando a mata, logo na entrada da Estação Ecológica Juréia-Itatins, encontra-se a Cachoeira do Pocinho, um bálsamo para refrescar-se da caminhada e tirar a água salgada do corpo. Uma atividade que combina cultura e aventura é o rapel no Sítio Arqueológico Benedito Fortes, mais conhecido por Caverna do Ódio. Conta uma lenda local que a caverna foi 45
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assim batizada por ser um lugar onde se castigavam escravos. Como ali foram encontrados vestígios de ações de povos nômades, há milhares de anos, tornou-se um sítio arqueológico. O rapel que sai da parte de cima da caverna tem 40 m de altura, sendo 20 m em rapel positivo e 20 m em negativo. É indicado para iniciantes e crianças pela pouca altura e facilidade da atividade.
de Fundição de Ouro do Brasil, o museu conta com painéis e gráficos fotográficos, objetos e documentos sobre a escravatura e os Ciclos do Ouro e Arroz. O destaque vai para a exposição arqueológica com sinais da ocupação PréColonial, objetos líticos, ósseos e cerâmicos, confeccionados por grupos humanos da Pré-História brasileira, inclusive os dos “Pescadores Coletores do Litoral”, que deixaram os
A melhor maneira de conhecer o Estuário do Mar Pequeno é a bordo de como ali foram um barco, uma canoa, ou um caiaque. O Mar encontrados vestígios Pequeno está entre os municípios de Iguape e de ações de povos Ilha Comprida, e integra nômades, há milhares a região EstuarinaLagunar de Iguapede anos, tornou-se um Cananéia-Paranaguá, sítio arqueológico considerada um dos maiores criadouros de espécies marinhas do mundo. “Sambaquis”, cujos vestígios O roteiro do passeio de barco parte do centro de Iguape e segue pelo Mar Pequeno até a Praia do Leste. São 18 km percorridos, passando pelo encontro do Rio Ribeira com o mar. A pesca esportiva é permitida e há também a possibilidade de aprender sobre a pesca artesanal.
Cultura e Artesanato Museu Histórico e Arqueológico Localizado no Centro Histórico, onde foi a 1ª Casa
mais antigos têm 5.000 anos. Museu de Arte Sacra Instalado na Igreja do Rosário, guarda um acervo com cerca de 100 peças dos séculos XVIII e XIX, composto por pratarias, estandartes religiosos e relíquias da história religiosa da cidade. Basílica do Senhor Bom Jesus de Iguape A igreja, em estilo barroco, foi construída com pedra, argamassa e óleo de baleia, por escravos, entre os séculos XVIII e XIX. Abriga a imagem
de Nossa Senhora das Neves, padroeira de Iguape e a do Senhor Bom Jesus de Iguape, que anualmente atrai para a basílica cerca de 150 mil visitantes, entre romeiros e turistas, durante as festividades dedicadas ao Senhor Bom Jesus, realizada entre os dias 28 de julho a 6 de agosto. Centro Integrado de Turismo “Antídio Baptista Simões” Instalado no espaço do antigo Mercado Municipal, o CITUR abriga a exposição e venda permanente de artesanato e produtos caseiros, como esculturas em argila, entalhes em madeira, cestarias, móveis de bambu, papel artesanal com fibras vegetais, entre outros artesanatos e trabalhos manuais. O local ainda oferece oficinas de confecção de produtos artesanais como a de panelas feitas em barro e é um ponto de informações turísticas onde se podem contratar passeios e alugar bicicletas. (www. igpadventure.blogspot.com)
Agências Receptivas: Associação de Monitores Ambientais de Iguape Informações e agendamento de roteiros: tel.13-97269995 alessandra@amaiiguape.com.br www.amaiiguape.com.br Iguape Adventure - Esportes de Aventura Tel: 11-7888-1151/8307-9553 E-mail: igpadventure@bol.com.br 47
Onde Comer: A culinária caiçara pode ser experimentada em vários restaurantes da cidade, não deixe de provar a moqueca de manjuba, a tainha fresca recheada e assada na folha de bananeira e a caldeirada. Restaurante Itacurumins Endereço: Rua Porto do Rosário n°02 - Centro Restaurante Capitain Píer Estrada Mun. Turística Vereador Manoel Alves da Silva n° 2300 Toca do Bugio Pizzaria Canal Largo Durvalino Vieira n° 83 - Centro Restaurante As Caiçaras Rua Papa João XXIII n° 33 – Centro Blog: www.ascaicaras.blogspot.com
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Restaurante Rainha do Mar Endereço: Rua Papa João XXIII n° 408 – Barra do Ribeira Restaurante Silvi Endereço: Rua 9 de Julho n° 288 – Centro
Onde ficar: Pousada Recanto das Aves Estrada do Icapara km 3,5 – Bairro Enseada Tel: 13-9711-7812/9758-3245 www.pousadarecantodasaves.com Charmosa pousada localizada à beira do Mar Pequeno, oferece hospedagem em chalés para 2 a 6 pessoas. Possui ótima infraestrutura que conta com piscina, sala de jogos, playground e acesso à internet. O restaurante da pousada serve, sob encomenda, refeições para
hóspedes que desejem provar a deliciosa culinária caiçara. As reportagens da Família Muller têm o patrocínio de: Timex: www.timex.com.br Trilhas & Rumos: www.trilhaserumos.com.br Apoio de: Copa Gastronomia e futebol: www. restaurantecopa.com.br VIP´s Tur e Câmbio: www. vipsturecambio.com.br Poddium Restaurante: www.poddium.net Gatorade: www.gatorade.com.br Visite o site da Família Muller: www.familiamulleraventura.com.br Para contratar nossa palestra motivacional envie um e-mail para: falecom@familiamulleraventura.com.br
Ser Família Ser Família, feita por quem entende de educação, garante: os pais que sabem o que fazem educam melhor. A revista
Palestras em escolas
Apaixonados pelas diferenças (relacionamento do casal) Como perder a autoridade em instantes (educação dos Filhos) Contrate nossas palestras: Telefone: 11 38490909 /11 99821581 revista@serfamilia.com.br
entretenimento >> pág. 50
As crônicas de
Ná@nia
A viagem do Peregrino da Alvorada C.S. Lewis criou a terra de Nárnia, repleta de magia e encantamento que proporcionou a milhões de leitores uma satisfação ímpar. “C.S. Lewis escreveu certa vez que a ideia para os livros de Nárnia veio a ele através de imagens: “um fauno carregando um guarda chuva, uma rainha em um trenó, um leão magnífico.” A partir destas figuras mentais, ele criou a Terra de Nárnia, uma terra habitada por uma rica diversidade de seres, alguns bem parecidos com seus pares em nosso mundo, alguns derivados de seu conhecimento e adoração por contos de fadas e mitos, e alguns, como Puddleglum, puramente inventados. Aqui você poderá conhecer todos eles!”, como cita o site da Disney. Agora no filme “A Viagem do Peregrino da Alvorada”, Lúcia e Edmundo, com seu primo Eustáquio, iniciam uma incrível viagem de aventuras e descobertas, a bordo do “Peregrino da Alvorada” e, como diz na resenha do livro: “Rumo às Ilhas solitárias, em busca dos sete amigos do pai do rei Caspian, eles encontram um dragão, uma serpente do mar, um bando de criaturas invisíveis, um mágico e o próprio Aslam, O grande Leão, que os presenteia com uma promessa muito especial”. Eustáquio inicia a viagem contra a sua vontade e acaba transformando sua vida. Transformou-se em um dragão, por um feitiço, em uma das ilhas. Para algúem que no inicio da jornada era tido como odioso, adquire um caráter solícito, digno de admiração.
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