V Seminário de Interação entre Universidade e Comunidade: Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade
O bilhete orientador como ferramenta na produção textual
Ministrante: Prof. Dra. Francieli M. Pinton
Objetivo geral Compreender o bilhete orientador como um gênero catalisador da produção textual que favorece deslocamentos significativos em relação às práticas habituais de produção e avaliação de materiais escritos na escola.
Por e para uma educação linguística Há comunicação quando entre os interlocutores temos efeitos de sentido, ou seja, quando um locutor produz um texto (linguístico ou não linguístico) e este faz sentido para seu interlocutor (Travaglia, 2011, 22). Um bom usuário da língua sabe usar de modo adequado os recursos da língua para a construção/constituição de textos apropriados para atingir um objetivo comunicativo dentro de uma situação específica de interação comunicativa. (Idem)
Diferentes abordagens para o ensino produção textual Perspectiva da norma O ato de escrever, nessa situação, estava relacionado à composição de textos, normalmente oriundos de atividades de observação de gravuras ou de títulos fornecidos pelos professores. Além disso, o ensino se dava por meio de modelos apresentados pelo professor, sendo que a ênfase estava no produto final (BUNZEN, 2005). Perspectiva da redação
Conforme Reinaldo (2005, p. 89), é justamente na década de 70 que há uma tendência em separar as regras gramaticais dos processos mentais envolvidos na compreensão e produção de texto. Para Bunzen (2006, p.144), nesse momento é que surge efetivamente um ensino sistemático de escrita, observando-se um incentivo à questão da criatividade, sendo os textos de leitura considerados estímulos para a escrita.
Diferentes abordagens para o ensino produção textual Perspectiva da produção textual 1) Definição dos interlocutores: a escola como instância pública de uso da linguagem pode definir um projeto de produção de textos com destinação a interlocutores reais ou possíveis. 2) Razões para dizer: a sustentação do projeto está condicionada ao envolvimento dos integrantes, os quais devem encontrar uma motivação interna ao próprio trabalho a executar, para que este não se torne uma mera tarefa a cumprir. 3) Ter o que dizer: o ato de produzir texto não como uma reprodução dos saberes escolares, mas como transformação do “vivido particular, somado a outros vividos particulares revelados por seus colegas que requerem a reflexão e a construção de categorias para compreender o particular no geral em que se inserem” (GERALDI, 1997b, p. 164). 4) A escolha de estratégias: a seleção ou a construção das estratégias tanto em função do que se tem a dizer quanto das razões para dizer a quem se diz. Momento em que se dará a maior contribuição do professor-interlocutor, que sugere, questiona, testa o texto do aluno como leitor e aponta os possíveis caminhos para o aluno dizer o que deseja dizer na forma que escolheu.
Diferentes abordagens para o ensino produção textual Perspectiva dos gêneros discursivos/textuais A adoção dos gêneros como objeto de ensino-aprendizagem, permite e/ou implica a inclusão, para além de aspectos estruturais presentes num texto, de aspectos da ordem da enunciação e do discurso, cuja consciência é fundamental para favorecer os processos de compreensão e produção de textos. a) Incorporação de elementos da ordem do social e do histórico (enredados na sua vinculação com as esferas de comunicação); b) Consideração da situação de produção de um dado discurso (quem fala, para quem, lugares sociais dos interlocutores, posicionamentos ideológicos, em que situação, em que momento histórico, em que veículo, em que registro etc.); c) Tematização de conteúdos, construções composicionais e estilos verbais. (BARBOSA, 2001, p.63-64)
Procedimentos para avaliar o texto do aluno 1.
Correção resolutiva: são apresentadas soluções para os problemas detectados no texto, com propostas precisas de alterações, em caráter monofônico. P professor risca o que considera errado e apresenta a forma que ele entende como a mais correta (RUIZ, 2001; FUZER, 2011);
2.
Correção indicativa: são indicados, por meio de códigos, os problemas de escrita. O professor marca junto à margem as palavras, as frases ou os períodos que apresentam erros ou não estão claros (Idem);
3.
Correção classificatório: são apontados, por meio de uma metalinguagem codificada específica, as categorias nas quais os problemas diagnosticados poderiam ser classificados. O professor utiliza um conjunto de símbolos (letras ou abreviações), escritos à margem para classificar o problema encontrado (Idem).
4.
Correção textual-interativa: realizada por meio de “bilhetes orientadores” com o objetivo de estabelecer uma interlocução não codificada com o aluno. Os comentários, escritos em sequência ao texto do aluno, têm a função básica de elogiar o que foi feito pelo e/ou cobrar o que não foi feito, fornecendo instruções e sugestões do que e como fazer (Idem).
Proposta de atividade Avaliar textos produzidos por alunos da educação básica; Produzir bilhetes orientadores; Apresentar os bilhetes orientadores; Socializar as dificuldades enfrentadas para avaliar os textos dos alunos.