Clínica Veterinária n. 111

Page 1




Dermatologia

48

Astenia cutânea em cão – relato de caso Cutaneous asthenia in a dog – case report Astenia cutánea en un perro – relato de caso

Clínica

58

Tratamento de um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) com síndrome do arrancamento de penas usando a técnica de vínculo social e a correção nutricional – relato de caso Treatment of a blue-fronted parrot (Amazona aestiva) with feather damaging behavior using the technique of social bond and nutritional correction – case report Tratamiento de un loro de frente azul (Amazona aestiva) con síndrome de arrancamiento de plumas a través de la técnica de vinculación social y corrección nutricional – relato de caso

Oncologia

74

Cardiomiopatia dilatada em um cão da raça doberman – relato de caso Dilated cardiomyopathy in a Doberman – a case report Cardiomiopatía dilatada en un perro Doberman – relato de caso

Clínica

84

Loxoscelismo cutâneo-visceral em cão na cidade de Belo Horizonte, MG – relato de caso Cutaneous and visceral loxoscelism in a dog in Belo Horizonte (MG) – case report Loxoscelismo cutáneo-visceral en un perro de la ciudad de Belo Horizonte – reporte de caso

4

Na internet

FACEBOOK

http://www.facebook.com/ClinicaVet

TWITTER

http://www.twitter.com/ClinicaVet

Site

http://www.revistaclinicaveterinaria.com.br

Apple Store

https://itunes.apple.com/us/app/clinica-veterinaria/id738164964?l=pt&ls=1&mt=8

66

Tumor venéreo transmissível com metástase ovariana em cadela – relato de caso Transmissible venereal tumor with ovarian metastasis in a bitch – case report Tumor venéreo transmisible con metástasis en ovario en perra – relato de caso

Cardiologia

@

Google Play

https://play.google.com/store/apps/details?id =com.revistaclinicaveterinaria

Pet Vet TV

http://youtube.com/PetVetTV

Contato Editora Guará Ltda. Dr. José Elias 222 - Alto da Lapa 05083-030 São Paulo - SP, Brasil Central de assinaturas: 0800 887.1668 cvassinaturas@editoraguara.com.br Telefone/fax: (11) 3835-4555 / 3641-6845

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



Notícias

• CBA 2014 e a saúde única • 12º Conpavepa - mensagem do presidente • SEPSE: campanha e simpósio

14

Bem-estar animal 22 • Defesa dos animais: desafios da sociedade civil e do

poder público • A WSPA agora é World Animal Protection • 3º Encontro de Protetores de Animais (ENAPA)

Gestão, marketing e estratégia

94

Comportamento

96

Ética

98

A gestão do prontuário clínico: como unir bem-estar e lucro? Caixa de transporte: segurança ou maus-tratos?

Ecologia 26 • Ações de conservação e educação ambiental no

Ética e regulamentação profissional do médico veterinário

• Observação de aves na América Latina Especialidades 30 • Expansão dos serviços de reabilitação animal • SINDIV 2014, certeza de mais um sucesso • Pets: companhia benéfica para a saúde humana • As especialidades no circuito latino-americano Medicina veterinária do coletivo 38 • Combate aos maus-tratos e ao comércio ilegal de

zação da medicina veterinária e na setorização da feira • BCG PET: vacine-se contra insucessos

Zoológico de Curitiba

cães em Curitiba

6

• Aprovado o uso de recursos do SUS para controle populacional e vacinações de animais domésticos

Mercado pet 100 • 13ª edição da Pet South America tem foco na valoriMedicina veterinária legal

104

Lançamentos

106

Guia veterinário – www.guiavet.com.br Vet Agenda - www.vetagenda.com.br

108 114

7ª Conferência da Associação Internacional de Medicina Veterinária Forense (IVFSA) Novidades do setor pet e veterinário

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



Arthur de Vasconcelos Paes Barretto 8

EDITORES / PUBLISHERS

Arthur de Vasconcelos Paes Barretto editor@editoraguara.com.br CRMV-MG 10.684 - www.crmvmg.org.br

Maria Angela Sanches Fessel cvredacao@editoraguara.com.br CRMV-SP 10.159 - www.crmvsp.gov.br

PUBLICIDADE / ADVERTISING midia@editoraguara.com.br

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA / DESKTOP PUBLISHING Editora Guará Ltda.

CAPA / COVER: Doberman marrom

Shutterstock / Nikolai Tsvetkov

O

bem-estar animal é uma ciência que vem evoluindo ao longo dos anos. O compartilhamento do conteúdo da Declaração de Cambridge sobre a Consciência em Humanos e Animais, de julho de 2012, aumenta e fortalece o envolvimento da comunidade com a realidade do sofrimento diário de milhares de animais. Como consequência, cada vez mais as pessoas tornam-se solidárias aos animais. Exemplo disso foram as manifestações contra o Instituto Royal, em São Roque, SP em outubro e novembro de 2013. Boa parte da comunidade envolvida tinha esperanças no Projeto de Lei Federal 6602/13 – http://goo.gl/2brwkE, pois esperavase que ele abolisse a vivissecção para fins cosméticos e de perfumaria no Brasil. Porém, conforme a última plenária, ocorrida no início de junho, aprovou-se totalmente o contrário: regulamentou-se a vivissecção para fins cosméticos e de perfumaria no Brasil, proibindo-se apenas os testes de ingredientes ou produtos finais já reconhecidos pela ANVISA como inócuos para a pele humana. Segundo Sônia T. Felipe, doutora em Teoria Política e Filosofia Moral pela Universidade de Konstanz, Alemanha, o conteúdo do parágrafo 7 do Projeto de Lei 6602/13 deveria ser: “Fica abolida a vivissecção no Brasil para fins cosméticos, de higiene e perfumaria”. “De forma simples, clara, objetiva, sem subterfúgios e ambiguidades, sem traições aos animais e aos defensores genuínos desses seres sencientes, estaríamos nos nivelando à União Europeia, à Índia e a Israel, que aboliram esse tipo de teste cruel em animais de quaisquer espécies”, destaca Sônia Felipe em carta pública enviada aos membros do Senado – http://goo.gl/pCgi1Q . O período é oportuno para trazermos temas como esse para discussão, pois de 5 a 7 de agosto, em Curitiba, PR, ocorrerá o III Congresso Brasileiro de Bioética e Bemestar Animal – http://goo.gl/PBIFno . Aproveitamos também para compartilhar o artigo “Ética e regulamentação profissional do médico veterinário, que traz uma séria reflexão sobre a profissão”. O tema caixa de transporte para cães, já compartilhado na edição passada, também está presente. Nessa edição focamos o comportamento dos cães e a sua adaptação a esse equipamento. O posicionamento de maus-tratos envolvendo esse item teve como base a lei municipal 3867 de São Roque, de 13 de setembro de 2012 e o relatório médico veterinário encaminhado ao Diretor do Departamento de Saúde do município. O tema merece ser mais discutido e a ocorrência recente de acidentes fatais envolvendo animais de grande porte mostra que nos eventos com animais não basta existir um médico veterinário responsável. É necessário que hajam normas a serem seguidas, como, por exemplo, um manual de boas práticas para cada espécie animal, publicado na forma de resolução, visando a segurança e o bem-estar tanto dos animais quanto da comunidade, a ser seguida por todo profissional. Mãos à obra? “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário” (Albert Einstein).

Clínica Veterinária é uma revista técnico-científica bimestral, dirigida aos clínicos veterinários de pequenos animais, estudantes e professores de medicina veterinária, publicada pela Editora Guará Ltda. As opiniões em artigos assinados não são necessariamente compartilhadas pelos editores. Os conteúdos dos anúncios veiculados são de total responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução parcial ou total do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da editora. A responsabilidade de qualquer terapêutica prescrita é de quem a prescreve. A perícia e a experiência profissional de cada um são fatores determinantes para a condução dos possíveis tratamentos para cada caso. Os editores não podem se responsabilizar pelo abuso ou má aplicação do conteúdo da revista Clínica Veterinária.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



CONSULTORES CIENTÍFICOS Adriano B. Carregaro

Carlos Roberto Daleck

Francisco E. S. Vilardo

Juan Carlos Troiano

Marion B. de Koivisto

Alberto Omar Fiordelisi

Carlos Mucha

Francisco J. Teixeira N.

Juliana Brondani

Marta Brito

FZEA/USP-Pirassununga FCV/UBA

Alceu Gaspar Raiser DCPA/CCR/UFSM

Alejandro Paludi FCV/UBA

Alessandra M. Vargas Endocrinovet

Alexandre Krause FMV/UFSM

Alexandre G. T. Daniel Universidade Metodista

Alexandre Lima Andrade

CMV/Unesp-Aracatuba

Alexander W. Biondo UFPR, UI/EUA

Aline Machado Zoppa FMU/Cruzeiro do Sul

Aline Souza UFF

Aloysio M. F. Cerqueira UFF

Ana Claudia Balda FMU, Hovet Pompéia

Ananda Müller Pereira

Universidad Austral de Chile

Ana P. F. L. Bracarense DCV/CCA/UEL

André Luis Selmi

Anhembi/Morumbi e Unifran

Angela Bacic de A. e Silva FMU

Antonio M. Guimarães DMV/UFLA

Aparecido A. Camacho FCAV/Unesp-Jaboticabal

A. Nancy B. Mariana FMVZ/USP-São Paulo

Arlei Marcili

FMVZ/USP-São Paulo

Aulus C. Carciofi

FCAV/Unesp-Jaboticabal

Aury Nunes de Moraes UESC

Ayne Murata Hayashi FMVZ/USP-São Paulo

Beatriz Martiarena FCV/UBA

Benedicto W. De Martin FMVZ/USP; IVI

FCAV/Unesp-Jaboticabal IVAC-Argentina

Cassio R. A. Ferrigno FMVZ/USP-São Paulo

Ceres Faraco FACCAT/RS

César A. D. Pereira UAM, UNG, UNISA

Christina Joselevitch FMVZ/USP-São Paulo

Cibele F. Carvalho UNICSUL

Clair Motos de Oliveira FMVZ/USP-São Paulo

Clarissa Niciporciukas ANCLIVEPA-SP

Cleber Oliveira Soares EMBRAPA

Cristina Massoco

Salles Gomes C. Empresarial

Daisy Pontes Netto FMV/UEL

Daniel C. de M. Müller UFSM/URNERGS

Daniel G. Ferro ODONTOVET

Daniel Macieira FMV/UFF

Denise T. Fantoni FMVZ/USP-São Paulo

Dominguita L. Graça FMV/UFSM

Edgar L. Sommer PROVET

Edison L. P. Farias UFPR

Eduardo A. Tudury DMV/UFRPE

Elba Lemos FioCruz-RJ

Eliana R. Matushima FMVZ/USP-São Paulo

Elisangela de Freitas FMVZ/Unesp-Botucatu

Estela Molina FCV/UBA

FMV/UFPR

Fabiano Séllos Costa DMV/UFRPE

Fabricio Lorenzini FAMi

Carla Batista Lorigados

Fernando Ferreira

Carla Holms

Filipe Dantas-Torres

FEJAL/CESMAC/FCBS DCV/CCA/UEL

FMVZ/USP-São Paulo CPAM

Carlos Alexandre Pessoa Flávia R. R. Mazzo www.animalexotico.com.br

Provet

Carlos E. Ambrosio

Flavia Toledo

Carlos E. S. Goulart

Flavio Massone

FMVZ/USP-Pirassununga FTB

10

Franz Naoki Yoshitoshi

Julio C. C. Veado

Gabriela Pidal

Julio Cesar de Freitas

Geovanni D. Cassali

Karin Werther

Geraldo M. da Costa

Leonardo Pinto Brandão

Gerson Barreto Mourão

Leucio Alves

Hannelore Fuchs

Luciana Torres

Hector Daniel Herrera

Lucy M. R. de Muniz

Hector Mario Gomez

Luiz Carlos Vulcano

Hélio Autran de Moraes

Luiz Henrique Machado

Hélio Langoni

Marcello Otake Sato

Heloisa J. M. de Souza FMV/UFRRJ

Marcelo A.B.V. Guimarães

ODONTOVET

Marcelo Bahia Labruna

Koala H. A. e Inst. Dog Bakery

Marcelo de C. Pereira

Lab. Badiglian

Marcelo Faustino

UFLA

Marcelo S. Gomes

FMV/UFF

Marcia Kahvegian

UFERSA Provet

FCV/UBA

Lab. Werner e Werner FMVZ/UFMG UEL

ICB/UFMG

FCAV/Unesp-Jaboticabal

DMV/UFLA

Ceva Saúde Animal

ESALQ/USP

FMV/UFRPE

Instituto PetSmile

FMVZ/USP-São Paulo

FCV/UBA

FMVZ/Unesp-Botucatu

EMV/FERN/UAB

FMVZ/Unesp-Botucatu

Dep. Clin. Sci./Oregon S. U.

FMVZ/Unesp-Botucatu

FMVZ/UNESP-Botucatu

Herbert Lima Corrêa Iara Levino dos Santos Iaskara Saldanha

Idael C. A. Santa Rosa Ismar Moraes Jairo Barreras FioCruz

FMV/UTP

Jane Megid

FMVZ/Unesp-Botucatu

Janis R. M. Gonzalez FMV/UEL

Fabiano Montiani-Ferreira João G. Padilha Filho

Fernando de Biasi

Anclivepa-SP

Juliana Werner

UFRPE, IBMC-Triade

Camila I. Vannucchi FMU

FMVZ/Unesp-Botucatu

F. Marlon C. Feijo

Jean Carlos R. Silva

Fernando C. Maiorino

FMVZ/USP-São Paulo

FMVZ/Unesp-Botucatu

FCV/UBA

FM/UFTO

FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo FMVZ/USP-São Paulo Zoo SBC,SP

FMVZ/USP-São Paulo

Márcia Marques Jericó UAM e UNISA

James N. B. M. Andrade Marcia M. Kogika

Berenice A. Rodrigues

Médica veterinária autônoma

Criadouro Ilha dos Porcos

Univ. Estácio de Sá

FMVZ/Unesp-Botucatu

FCAV/Unesp-Jaboticabal

João Luiz H. Faccini UFRRJ

João Pedro A. Neto UAM

Jonathan Ferreira Odontovet

Jorge Guerrero

Universidade da Pennsylvania

José de Alvarenga FMVZ/USP

Jose Fernando Ibañez FALM/UENP

José Luiz Laus

FCAV/Unesp-Jaboticabal

José Ricardo Pachaly UNIPAR

José Roberto Kfoury Jr. FMVZ/USP

FMVZ/USP-São Paulo

Marcio B. Castro UNB

Marcio Brunetto

FMVZ/USP-Pirassununga

Marcio Dentello Lustoza

Biogénesis-Bagó Saúde Animal

Márcio Garcia Ribeiro FMVZ/Unesp-Botucatu

Marco Antonio Gioso FMVZ/USP-São Paulo

Marconi R. de Farias PUC-PR

CMV/Unesp-Araçatuba FMVZ/USP-São Paulo

Mary Marcondes

CMV/Unesp-Araçatuba

Masao Iwasaki

FMVZ/USP-São Paulo

Mauro J. Lahm Cardoso FALM/UENP

Mauro Lantzman Psicologia PUC-SP

Michele A. F. A. Venturini ODONTOVET

Michiko Sakate

FMVZ/Unesp-Botucatu

Miriam Siliane Batista FMV/UEL

Moacir S. de Lacerda UNIUBE

Monica Vicky Bahr Arias FMV/UEL

Nadia Almosny FMV/UFF

Nayro X. Alencar FMV/UFF

Nei Moreira CMV/UFPR

Nelida Gomez FCV/UBA

Nilson R. Benites

FMVZ/USP-São Paulo

Nobuko Kasai

FMVZ/USP-São Paulo

Noeme Sousa Rocha FMV/Unesp-Botucatu

Norma V. Labarthe FMV/UFFe FioCruz

Patricia C. B. B. Braga FMVZ/USP-Leste

Patrícia Mendes Pereira DCV/CCA/UEL

Paulo Anselmo Zoo de Campinas

Paulo César Maiorka FMVZ/USP-São Paulo

Paulo Iamaguti

FMVZ/Unesp-Botucatu

Paulo S. Salzo UNIMES, UNIBAN

Paulo Sérgio M. Barros FMVZ/USP-São Paulo

Pedro Germano FSP/USP

Maria Cecilia R. Luvizotto Pedro Luiz Camargo CMV/Unesp-Aracatuba

DCV/CCA/UEL

FMV/UFV

FMV/UFSM

FMV/UFF

Hovet Pompéia

M. Cristina F. N. S. Hage Rafael Almeida Fighera Maria Cristina Nobre M. de Lourdes E. Faria VCA/SEPAH

Maria Isabel M. Martins DCV/CCA/UEL

M. Jaqueline Mamprim FMVZ/Unesp-Botucatu

Maria Lúcia Z. Dagli FMVZ/USP-São Paulo

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

Rafael Costa Jorge Regina H.R. Ramadinha FMV/UFRRJ

Renata Afonso Sobral Onco Cane Veterinária

Renata Navarro Cassu Unoeste-Pres. Prudente

Renée Laufer Amorim FMVZ/Unesp-Botucatu


Ricardo Duarte Hovet Pompéia

Ricardo G. D’O. C. Vilani UFPR

Ricardo S. Vasconcellos CAV/UDESC

Rita de Cassia Garcia FMVZ/USP-São Paulo

Rita de Cassia Meneses IV/UFRRJ

Rita Leal Paixão FMV/UFF

Robson F. Giglio

Hosp. Cães e Gatos; Unicsul

Rodrigo Gonzalez

FMV/Anhembi-Morumbi

Rodrigo Mannarino FMVZ/Unesp-Botucatu

Rodrigo Teixeira Zoo de Sorocaba

Ronaldo C. da Costa CVM/Ohio State University

Ronaldo G. Morato CENAP/ICMBio

Rosângela de O. Alves EV/UFG

Rute C. A. de Souza UFRPE/UAG

Ruthnéa A. L. Muzzi DMV/UFLA

Sady Alexis C. Valdes ICBIM/UFU

Sheila Canavese Rahal FMVZ/Unesp-Botucatu

Silvia E. Crusco UNIP/SP

Silvia Neri Godoy ICMBio/Cenap

Silvia R. G. Cortopassi FMVZ/USP-São Paulo

Silvia R. R. Lucass FMVZ/USP-São Paulo

Silvio A. Vasconcellos FMVZ/USP-São Paulo

Silvio Luis P. de Souza FMVZ/USP, UAM

Simone Gonçalves Hemovet/Unisa

Stelio Pacca L. Luna FMVZ/Unesp-Botucatu

Tiago A. de Oliveira UEPB

Tilde R. Froes Paiva FMV/UFPR

Valéria Ruoppolo

Int. Fund for Animal Welfare

Vamilton Santarém Unoeste

Vania M. de V. Machado FMVZ/Unesp-Botucatu

Victor Castillo FCV/UBA

Vitor Marcio Ribeiro PUC-MG

Viviani de Marco

UNISA e NAYA Especialidades

Wagner S. Ushikoshi

FMV/UNISA e FMV/CREUPI

Zalmir S. Cubas Itaipu Binacional

Instruções aos autores A Clínica Veterinária publica artigos científicos inéditos, de três tipos: trabalhos de pesquisa, relatos de caso e revisões de literatura. Embora todos tenham sua importância, nos trabalhos de pesquisa, o ineditismo encontra maior campo de expressão, e como ele é um fator decisivo no âmbito científico, estes trabalhos são geralmente mais valorizados. Todos os artigos enviados à redação são primeiro avaliados pela equipe editorial e, após essa avaliação inicial, encaminhados aos consultores científicos. Nessas duas instâncias, decidese a conveniência ou não da publicação, de forma integral ou parcial, e encaminham-se ao autores sugestões e eventuais correções. Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve sempre receber atenção especial. Relatos de casos são utilizados para apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais, que são discutidas detalhadamente. Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade reconhecida. As revisões deverão apresentar pesquisa de, no mínimo, 60 referências provadamente consultadas. Uma revisão deve apresentar no máximo até 15% de seu conteúdo provenientes de livros, e no máximo 20% de artigos com mais de cinco anos de publicação. Critérios editoriais Para a primeira avaliação, os autores devem enviar pela internet (cvredacao@editoraguara.com.br) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpi na largura de 9 cm. Se os autores não possuírem imagens digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de redação cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e e-mail). Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito. Os autores devem ser relacionados na seguinte ordem: primeiro, o autor principal, seguido do orientador e, por fim, os colaboradores, em sequência decrescente de participação. Sugere-se como máximo seis autores. Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br/). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”. Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3 cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências. No caso de todo o material ser remetido pelo correio, devem necessariamente ser enviados, além de uma apresen-

tação impressa, uma cópia em CD-rom. Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas. As legendas devem fazer parte do arquivo de texto e cada imagem deve ser nomeada com o número da respectiva figura. As legendas devem ser autoexplicativas. Evitar citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Procurar se restringir ao "Material e métodos" e às "Conclusões" dos trabalhos. Sempre buscar pelas referências originais consultadas por esses autores. As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anteriores não devem ser utilizadas. Todos os livros devem apresentar informações do capítulo consultado, que são: nome dos autores, nome do capítulo e páginas do capítulo. Quando mais de um capítulo for utilizado, cada capítulo deverá ser considerado uma referência específica. Não serão aceitos apuds (Citação direta ou indireta de um autor a cuja obra não se teve acesso direto. É a citação de “segunda mão”. Utiliza-se a expressão apud, que significa “citado por”. Deve ser empregada apenas quando o acesso à obra original for impossível, pois esse tipo de citação compromete a credibilidade do trabalho). A exceção será somente para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso, anteriores a 1960. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxxxxxxxxxxx>. Acesso em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Ocasionalmente, o conselho científico editorial poderá solicitar cópias de trabalhos consultados que obrigatoriamente deverão ser enviadas. Será dado um peso específico à avaliação das citações, tanto pelo volume total de autores citados, quanto pela diversidade. A concentração excessiva das citações em apenas um ou poucos autores poderá determinar a rejeição do trabalho. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada doze horas”, “a cada seis horas” etc. Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. No rodapé devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado

Revista Clínica Veterinária / Redação Rua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP cvredacao@editoraguara.com.br

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

11


NOTÍCIAS

Congresso Brasileiro da Anclivepa 2014 e a saúde única

O

dr. Stephen J. Ettinger é reconhecido internacionalmente como profissional de notório saber. Por isso, foi uma grande honra poder contar com a sua palestra inaugural no Congresso Brasileiro da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa). O tema da palestra proferida por ele foi: “One Medicine: The Parallels of Human and Veterinary Medicine” (Saúde única: paralelo entra a medicina humana e veterinária). Sua abordagem abrangeu desde o surgimento das primeiras iniciativas médicas até o estabelecimento do que chamamos hoje de medicina moderna. Historicamente, nos Estados Unidos da América (EUA), a medicina veterinária era confinada às áreas rurais, enquanto a medicina humana se estabelecia nos centros urbanos. Comunidades rurais que trabalhavam com agricultura familiar e possuíam cavalos eram as que incluiam pessoas que se importa-

vam com a medicina veterinária. Em 1920, com o surgimento dos automóveis, a medicina veterinária quase desapareceu. Nessa época era muito questionada a razão de existir esta ciência, pois acreditava-se que, com o surgimento dos carros, os cavalos iriam aos poucos desaparecer e dessa forma, não haveria razão para existir uma ciência que tratasse desse assunto. Com a separação da medicina veterinária da medicina humana, as faculdades veterinárias encontraram grande dificuldade de conseguir recursos para manter seus trabalhos. A verba para essas instituições advinha da agricultura. De acordo com o dr. Ettinger, em 1965, ano em que ele se formou pela Universidade da Califórnia, ocorreu o “Primeiro Congresso Corporativo”, que procurou reunir as diversas especialidades. A primeira especialização que ganhou espaço na medicina veterinária foi a cardiologia, seguida pela oncologia e patologia, entre outras. Somente nos últimos vinte a trinta anos a medicina veterinária tornou-se

uma ciência embasada em evidências. Dessa forma, houve o reconhecimento de áreas como a patologia. No desfecho de sua apresentação, o dr. Ettinger abordou algumas questões que envolvem as relações entre a medicina humana e veterinária, e a necessidade de estabelecermos uma saúde única, pois há diversos fatores que são interligados nessas duas áreas. A questão das mudanças ecológicas ocasionadas pelos desmatamentos, os impactos ambientais causados pelo ser humano na natureza, e a falência de grande parte dos serviços de saúde pública, estão entre os fatores que também precisam ser contemplados quando falamos em saúde única. A escolha dessa apresentação para a palestra inaugural foi muito apropriada, pois o Brasil vive situações, como a do avanço da leishmaniose visceral, que necessitam de ações multiprofissionais para a sua prevenção, tratamento e controle. Para saber mais sobre o conceito de saúde única, visite a página: http://onehealthinitiative.com.

Médicos veterinários e saúde única

Dr. Vitor Márcio Ribeiro - presidente do Brasileish 14

Ao ministrar palestra sobre leishmaniose e saúde pública, o dr. Vitor Márcio Ribeiro destacou que a Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA) reconhece a importância da saúde única e criou um comitê para tratar dos temas relevantes – http://www.wsava.org/educational/one-health-committee . Para o comitê de saúde única da WSAVA as duas enfermidades mais importantes a nível mundial são a raiva canina e a leishmaniose canina. “O controle da leishmaniose representa um grande desafio no conceito de saúde única, pois este sistema (one health) não propõe o pensamento de

superioridade do ser humano com tanta soberba como vemos no Brasil. O conceito de uma saúde única propõe uma discussão séria sobre a preservação da vida, ainda que em determinados casos, a preservação da vida dos animais não seja possível. É clara a importância dos médicos veterinários para o controle das doenças que visam promover a saúde única, especialmente a leishmaniose. Porém, como podemos avançar? O próprio Conselho Federal de Medicina Veterinária conta com uma comissão de saúde pública que não possui representantes da Anclivepa, nem do Brasileish...”, destacou o dr. Vitor Márcio Ribeiro.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


Estatísticas do 35º Congresso Brasileiro da Anclivepa Um total de 3.472 congressistas participaram da programação científica do 35º Congresso Brasileiro da Anclivepa, que contou com: dr. Ronaldo Casimiro da Costa como membro da comissão científica e palestrante; drs. Stephen Ettinger e Stephen Birchard; dra. Tereza Fossum; e mais 80 renomados palestrantes. Paralelamente, foi realizada uma feira de produtos e serviços para a medicina veterinária, que contou com a participação de 78 estandes

A Vetnil foi patrocinadora especial do CBA Na cerimônia de abertura do 35º CBA, o dr. Fábio dos Santos Nogueira foi homenageado por ter sido o médico veterinário eleito na 2ª edição do Prêmio Veterinário do Ano Vetnil Anclivepa Brasil. O prêmio tem como objetivo homenagear os profissionais atuantes na clínica de Pequenos Animais que tiveram maior destaque durante o último ano. A Vetnil fez sucesso com o estande temático: “o Boteco Vetnil”, que homenageou a tradição da noite mineira e apresentou aos médicos veterinários o Hepvet® Suspensão e o P&D® GOLD, dois lançamentos do laboratório

Prêmio Moisés Frimer 2014

Congresso Nordestino de Especialidades Veterinárias de Pequenos Animais (CONEVEPA) recebe apoio da Anclivepa Brasil. Acima, da esquerda para a direita: Marcelo Teixeira (Anclivepa-PE), Arthur Paes Barretto (revista Clínica Veterinária) e Marcello Roza (Anclivepa Brasil) – http://www.feirapetnor.com.br

Para apresentar o profissional que dá nome a esse prêmio, foi chamado ao palco o dr. Vitor Márcio Ribeiro, que fez um pequeno histórico do doutor Moisés Frimer e da sua ativa participação na criação da Anclivepa Minas Gerais. “Ele é reconhecido entre seus colegas por tudo o que fez e continua fazendo em prol da profissão. Hoje, além de ser diretor da Anclivepa Minas Gerais, o dr. Frimer é vice-presidente desse congresso”, declarou o dr. Márcio Ribeiro. Nessa hora, o dr. Manfredo Werkhauser ainda não havia sido chamado ao palco, mas já se mostrava emocionado por ser anunciado o ganhador do prêmio. Um merecido prêmio, para a pessoa certa e na hora certa!

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

15


NOTÍCIAS

Nutrição e saúde animal Durante o CBA 2014 a nutrição animal marcou presença em eventos paralelos como o Fórum Internacional de Nutrição Clínica e o I Simpósio Premier Pet, que já na sua primeira edição contou com importantes temas, como o diagnóstico e tratamento da hipersensibilidade alimentar em cães e gatos, que foi abordado pela dra. Adriane P. da Costa Val. Algumas empresas também colaboraram patrocinando a vinda de especialistas de renome, como foi o caso da Merial, que trouxe o dr. Richard Ford para falar de vacinas e programas de vacinação, e da UCB, que patrocinou o dr. Ronaldo Lucas, que abordou em palestra os temas otite média e audiometria.

ExpoAnclivepa proporcionou a geração de negócios e oportunidades

Dr. Marconi Farias, da PUC-PR, durante workshop sobre atopia e dermatite Atópicano stand da Royal Canin. A empresa também patrocinou o Fórum Internacional de Nutrição Clínica

Painel com a cronologia da Hill's no Brasil. Durante sua participação a empresa focou os benefícios do produto Hill's Prescription Diet i/d para cães com distúrbios gastrintestinais

Equilíbrio Snack Saúde Oral e a linha Equilíbrio Veterinary: destaques da Total Alimentos no CBA 2014 16

Na Purina, destaque para o lançamento de Revena, alimento premium superior

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



NOTÍCIAS

Anais do CBA 2014 disponíveis na internet: Acesso direto: http://www.anclivepa2014.com.br/353/index.htm Download: http://www.anclivepa2014.com.br/353.zip

Ana Carolina Donatelli, gerente de Marketing da Labyes e Júlio César Cambraia Veado, presidente do CBNUV

Mais do que brinquedos de roer duráveis, os Kongs são recomendados por médicos veterinários, treinadores, criadores, abrigos e profissionais especializados como uma ferramenta comportamental importante e útil: http://youtu.be/Zk6AdAUtzhU

36º Congresso Brasileiro da Anclivepa “O Congresso Brasileiro 20 a 22 de maio de 2015

http://anclivepa2015.com.br 18

da Anclivepa – 2015, acontecerá na Bahia e terá como sede a Costa do Descobrimento. O unânime apoio à cidade de Porto Seguro para a realização do congresso nos deixou muito gratificados e ao mesmo tempo com a enorme responsabilidade de atender aos compromissos assumidos. Buscaremos criar as condições e ambientação adequadas para a renovação dos nossos conhecimentos. A programação está sendo preparada pela comissão científica, e ícones da medicina veterinária do Brasil e do mundo estarão presentes trazendo novidades”, M.V. Cesar Olimpio de Oliveira Neto Presidente da Anclivepa-BA

A Labyes participou do 35º Congresso Brasileiro da Anclivepa apoiando atividades pré-congresso realizadas pelo Colégio Brasileiro de Nefrologia e Urologia Veterinária (CBNUV – http://www.cbnuv.com.br) e pela AOVET – http://aovet.aofoundation.org. Além disso, a Labyes também patrocinou as palestras dos doutores Cássio Ferrigno e Cleuza Maria Rezende. No pré-congresso do CBNUV foram ministradas palestras práticoaplicativas em urologia e nefrologia veterinárias. Os associados do CBNUV lotaram o evento acima das expectativas. Colegas da área de nefrologia, urologia e clínicos gerais participaram ativamente e a mesa-redonda foi muito produtiva. O evento, que teve como característica a troca de experiências, possibilitou também o estreitamento da relação entre colegas de diferentes regiões do país.

Dra. Cleuza Maria Rezende durante palestra no CBA 2014

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



NOTÍCIAS

12º Conpavepa

– mensagem do presidente

O

12º Conpavepa será o renascimento do Congresso da Anclivepa-SP em grande estilo. O congresso acontecerá no glamour do Anhembi, em SP, entre os dias 21 e 23 de Julho de 2014. Completamente renovado, o Conpavepa vem com grandes novidades: !o congresso será realizado entre segunda e quarta-feira, ajudando as pessoas que vêm de fora a não perderem mais dias de trabalho; além disso, aqueles que desejarem umas pequenas férias podem vir já na sexta-feira, a fim de aproveitar as oportunidades culturais, gastronômicas e turísticas de São Paulo durante o fim de semana, encerrando o passeio com chave de ouro no Conpavepa: ! as palestras ocorrerão entre 13h e 19h, possibilitando àqueles que residem em São Paulo ou em cidades próximas que exerçam suas atividades pela manhã, ou mesmo, se desejarem, que possam ir ao congresso e voltar para casa, dispensando a necessidade de

hospedagem; ! a feira permanece até as 20h, integrando os congressistas e permitindo que troquem informações, revejam amigos, façam negócios e escapem do trânsito caótico da capital; ! as palestras estão classificadas por grau de profundidade, evitando que aqueles que sabem mais sobre determinado assunto entrem numa http://www.facebook.com/anclivepasp palestra de nível básico e que aque- www.anclivepa-sp.com.br les que querem se iniciar no tema ingressem numa palestra de nível muito com a inscrição do congresso. A partir avançado; deste ano, todos os associados que qui! o fato de o congresso ocorrer à tarde tarem a anuidade em dia, no vencimenpossibilita que eventos paralelos ocor- to (válido somente para aqueles que ram. Haverá tópicos avançados de orto- renovarem sua associação – não para pedia, felinos, odontologia e cardiologia, sócios novos), serão contemplados com a inscrição no Conpavepa. entre outros. Esperamos que você se junte a nós e Enfim, são várias mudanças e ajustes para que nosso congresso seja mais desfrute esses três dias de muito conheuma edição de sucesso junto a você, cimento, reciclagem e diversão. Um forte abraço, nosso congressista. Pela primeira vez, este ano a Prof. dr. Fernando Ibañez Anclivepa concretiza outro sonho: conPresidente do 12º Conpavepa. templar todos os nossos associados

SEPSE: campanha e simpósio

O

Hospital Veterinário Botafogo (HVB), localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, RJ, lançou campanha contra a sepse em cães e gatos. Anteriormente chamada de septicemia, a sepse nada mais é que uma resposta exagerada do corpo a uma infecção. Na maioria das vezes essas infecções são causadas por bactérias, mas também podem ser causadas por vírus, fungos e protozoários. Para combater as infecções, é necessária a ativação de uma resposta inflamatória. O problema é que, quando o organismo perde o controle dessa resposta inflamatória, o paciente pode apresentar diminuição da pressão arterial (choque séptico), alterações respiratórias e da coagulação do sangue, e o transporte de oxigênio e nutrientes para os órgãos pode ficar comprometido. Todas essas alterações determinam a falência múltipla de órgãos ou síndrome da disfunção múltipla de órgãos,

20

que culmina na morte do paciente. Segundo o dr. Edgard Salomão (MV, MSc. e PhD.), sócio-diretor do HVB, o combate à sepse depende fundamentalmente do seu reconhecimento precoce. Os sinais clínicos da fase inicial da sepse nem sempre são específicos. Por esse motivo, os animais que apresentarem febre, prostração, anorexia, vômito, diarreia, dor abdominal ou dificuldade respiratória devem ser imediatamente avaliados por um médico veterinário. Na medicina veterinária de pequenos animais, são causas comuns de sepse: piometra, gastrenterites, pneumonias, infecções urinárias (cistites e infecções renais) e abscessos na pele, entre outras. Porém, qualquer infecção localizada pode suscitar resposta inflamatória generalizada, que requer reconhecimento precoce e tratamento de suporte agressivo. A defesa imunológi-

http://goo.gl/qVv5sF http://www.hovetbotafogo.com.br

ca de animais jovens, idosos, gestantes e com doenças preexistentes (câncer, diabetes, hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo) é deficiente, e por essa razão eles são mais gravemente acometidos. “É inaceitável a alta taxa de mortalidade por sepse. Ainda há muito o que fazer para conscientizar a todos do diagnóstico precoce e do tratamento”, destaca o dr. Salomão. No dia 8 de agosto, o HVB organizará o II Simpósio de Sepse em Medicina Veterinária, que acontecerá no Rio de Janeiro, RJ, no auditório do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


BEM-ESTAR ANIMAL

Defesa dos animais: desafios da sociedade civil e do poder público

O

Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA) tem o prazer de convidá-los para o Seminário de Defesa Animal: Desafios da Sociedade Civil e do Poder Público de 2014, que contará com especialistas que vão abordar vários temas pertinentes ao trabalho em prol dos animais. O objetivo principal é incentivar o movimento de defesa dos animais com a divulgação de conhecimento e novos instrumentos, e essencialmente gerar uma grande sinergia por meio do congraçamento de pessoas que lutam arduamente o ano todo em prol dos animais. O evento é aberto para o público em geral e promoverá também o contato entre entidades de defesa dos animais que operam em todas as regiões brasileiras.

principais questões, avanços e direcionamentos; 16h45 – Animais Silvestres. Propostas práticas no século XXI – reabilitação e reintrodução de felinos, aves e primatas. Domingo – 17/08 9h00 – Premiação dos melhores trabalhos de 2013/2014 de Afiliadas FNPDA. Melhores projetos, programas ou campanhas apresentados em forma de banners 9h30 – Patrocínio de campanhas sobre Práticas de Confinamento Intensivo de Animais. Apresentação de formas de concessão de patrocínio para campanhas de conscientização pública 10h00 – Controle da População de Cães e Gatos – Visita a Hospital Público Veterinário Saúde Única e Atenção à Saúde Animal.

FNPDA - http://www.forumnacional.com.br

PROGRAMAÇÃO Sábado – 16/08 9h30 – Abertura 10h00 – Novas ferramentas de Captação de Recursos. Novas formas para as ONGs conseguirem verba para seus projetos 11h30 – Novos Modelos de Gestão Pública do Controle Animal. Tendências atuais de políticas públicas nos municípios brasileiros e como podem ser estimuladas; 14h30 – Experimentação Animal. As

A WSPA agora é World Animal Protection

H

á mais de 50 anos atuando na proteção dos animais de todo o mundo – e há mais de 20 anos no Brasil –, a World Society for the Protection of Animals (WSPA – sigla em inglês de Sociedade Mundial de Proteção dos Animais) mudou seu nome para World Animal Protection (Proteção Animal Mundial). Pesquisas realizadas nos países onde atuamos indicam que o novo nome comunica de modo mais claro e direto quem somos e o que fazemos pelos animais, o que é vital para que as pessoas nos identifiquem e apoiem na missão de proteger bilhões de animais em todo o planeta”, afirmou Alfredo Botti, diretor regional da World Animal Protection para a América Latina e o Caribe. “Se de um lado mudamos de nome e de marca, de outro nosso foco perma-

22

nece o mesmo: incentivar o mundo a zelar pela proteção e pelo bem-estar dos animais”, acrescenta Botti. Organização não governamental com escritórios em 14 países e atuação em 50, a World Animal Protection tem sede em Londres, no Reino Unido. No Brasil, o escritório fica sediado em São Paulo. Suas quatro principais linhas de trabalho são: animais em comunidades, animais em situações de desastre, animais de produção e de vida silvestre. Como parte de seu programa com animais em comunidades, mais de 5 mil professores já receberam nosso treinamento sobre conceitos de proteção animal, no Brasil, Chile, Costa Rica, México, Nicarágua, Peru, Porto Rico e República Dominicana, e estão passando esse conhecimento adiante. Também o seu trabalho para salvar animais em situações de emergências poupou milhões de vidas no terremoto do Haiti, em 2010, e no furacão que

atingiu as Filipinas, em 2013. O trabalho com vida silvestre tem como foco proteger esses animais de atos de crueldade, apreensão e comércio ilegal. Na América Latina, a World Animal Protection iniciou uma campanha para salvar o icônico boto-cor-derosa, que está sendo morto na Amazônia para servir de isca de peixe para a pesca do bagre piracatinga. Saiba mais sobre essa campanha acessando: http://goo.gl/s66QEA .

Para mais informações sobre a World Animal Protection, acesse: http://www.protecaoanimalmundial.org.br .

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


BEM-ESTAR ANIMAL

3º Encontro de Protetores de Animais traz palestras gratuitas para quem atua e simpatiza com a defesa da causa animal Este ano o Enapa terá a presença de médicos veterinários na programação, e também um bazar beneficente para as ONGs apresentarem seus produtos. O encontro acontece no dia 31 de agosto, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo – http://www.encontroenapa.com.br

C

om o propósito de orientar e beneficiar o trabalho de pessoas que se dedicam à causa da proteção animal, o programa MAX em Ação, da Total Alimentos, fabricante de rações para cães e gatos, realiza pelo terceiro ano consecutivo o Encontro Nacional de Apoio a Protetores de Animais (Enapa) – evento gratuito destinado a apoiar os cuidadores e ONGs em defesa da causa animal, oferecendo conteúdo qualificado por meio de palestras que pretendem estimular a troca de informações e o crescimento das ONGs. No dia 31 de agosto de 2014, das 9h às 17h, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, os visitantes poderão trocar experiências com diversos profissionais renomados do

24

setor. Consolidado, o evento, que já está em sua terceira edição, traz em 2014 uma programação feita com base nas necessidades apontadas pelos próprios protetores, com temas eleitos por eles em edições anteriores, como os desafios de quem está envolvido com a causa da proteção animal. Entre os destaques desta edição, teremos: a palestra do capitão da Polícia Militar Ambiental de São Paulo, Marcelo Robis: “O que fazer em caso de maus-tratos contra animais?”; e a palestra do dr. Alexander Walker Biondo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR): “Prós e contras da castração pediátrica”, tema polêmico sobre um dos principais critérios para a doação, entre muitas outras palestras educativas e práticas.

Medicina veterinária do coletivo Este ano, parte da programação será aberta ao público, para que os simpatizantes da causa animal participem de debates sobre o tema, conheçam ONGs e projetos sérios e descubram o que podem fazer como simpatizantes do movimento. “O evento já se consolidou como uma oportunidade para que os protetores troquem informações e experiências, além de atender às suas expectativas com relação à grade de programação. De mais a mais, este ano teremos muitas novidades, como, pela primeira vez, a participação de palestrantes especialistas em medicina veterinária do coletivo, com o objetivo de unir forças com as ONGs e os protetores independentes. Haverá também um bazar onde as ONGs poderão apresentar e vender seus trabalhos, como livros, camisetas e produtos de artesanato”, explica a porta-voz do Programa Max em Ação, Natália Miranda.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



ECOLOGIA

Zoológico de Curitiba tem foco na conservação e educação ambiental

N

da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, Universidade Federal do Paraná, Instituto Ambiental do Paraná, Polícia Civil do Paraná e Conselho Regional de Medicina Veterinária. Zoológico troca harpias com Itaipu para conseguir reprodução da espécie No dia 23 de maio de 2014, o Zoológico de Curitiba recebeu um jovem casal de harpias originárias do plantel do Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional (Casib). Em troca, a direção do zoo enviou um casal adulto, com idade estimada entre quinze e dezesseis anos, para Foz do Iguaçu. As aves viveram no zoo por dezesseis anos e durante todo este período não apresentaram nenhuma afinidade ou tentativa de cópula. Os biólogos acreditam que, com a mudança de ambiente, o casal possa se reproduzir. “Essas permutas com outras instituições são importantes para garantir que haja diversidade genética entre as aves. Também porque, além de receber animais para a formação do plantel de reprodução, o Casib está buscando parceiros para montar uma rede de criadores interessados em colaborar com o aumento da população da ave que está em extinção no sul

Harpias jovens no Zoológico de Curitiba Diogo Wosch

Leão Rawell acomodado no Zoológico de Curitiba

Diogo Wosch

Diogo Wosch

26

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

Diogo Wosch

o início de 2014, o Zoológico de Copenhagen, na Dinamarca, tirou a vida de uma girafa e de mais quatro leões: dois filhotes e dois adultos. A alegação do zoológico para esta atitude foi a falta de espaço e a dificuldade em realocá-los. Outros animais, com melhor potencial genético seriam alocados nos recintos disponíveis. As mortes repercutiram internacionalmente e levaram a criação de petições para tentar salvar a vida dos animais. Mas tudo foi em vão. Enquanto isso, no Brasil, no Zoológico de Curitiba, registraram-se importantes ações que vão beneficiar animais vítimas de maus-tratos. O leão Rawell, que foi retirado de Monte Azul Paulista (SP) e levado para um criadouro em Maringá, no norte do Paraná, chegou ao zoológico de Curitiba no dia 9 de maio de 2014. A pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o felino ficará em Curitiba até que se decida a posse definitiva dele, sendo o zoológico determinado fiel depositário. O superintendente de controle ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Raphael Rolim de Moura, conta que foi necessário realizar algumas mudanças para a recepção do leão Rawell. O felino será acomodado no recinto de exposição atual do leão (Simba, treze anos), devido à proximidade do recinto das duas leoas gêmeas (Nala e Leona) que não podiam ficar juntas com o novo leão, pois o Simba é o pai delas. “Deste modo, asseguramos oferecer excelentes condições para que este felino viva da melhor forma possível sua vida animal. Temos como foco principal a educação ambiental, e recebemos em sua maioria apenas animais selvagens em risco, apreendidos, de comércio ilegal, atropelados ou que necessitem de cuidados médicos veterinários especiais, como o Rawel”, explica. A operação de transferência do leão teve a participação de técnicos


do país”, informou o biólogo do Casib, Marcos de Oliveira. A bióloga do Zoológico de Curitiba, Tereza Cristina Castellano, explica que a principal função do zoo curitibano não é expor os animais. “Trata-se de um local de conservação animal e de produção científica. Esperamos que com a troca de ambiente e talvez de parceiros, essas aves consigam se reproduzir”. As aves originárias de Foz do Iguaçu foram alojadas no recinto do antigo casal, que tem aproximadamente 200 metros quadrados. São carnívoras e alimentadas três vezes por semana, com animais de biotério como ratos e coelhos. O casal, que está com dois anos, foi gerado em cativeiro de forma artificial e somente aos cinco anos chegará à idade reprodutiva. Também conhecida como gavião-real, a harpia (Harpia harpyja) pode medir 2,5 metros de envergadura. A espécie habitava uma área que ia do sul do México ao norte da Argentina, compreendendo todo o atual território brasileiro. O desmatamento contribuiu para a diminuição da população dessas aves, que precisam de grandes áreas de mata contínua para viver. Atualmente, é encontrada na Amazônia e em remanescentes da Mata Atlântica. No Paraná, embora sua imagem esteja representada no alto do brasão de armas, a presença dela é rara. O mais recente registro foi em 2005, no município de General Carneiro, no Sul do Paraná. Na Itaipu, a ideia de reproduzir a espécie em cativeiro surgiu em 2000, quando o refúgio biológico recebeu um macho apreendido pela Polícia Civil. Dois anos depois, chegava a primeira fêmea. O caminho para a reprodução estava aberto. No dia 13 de março de 2006, os biólogos e veterinários de Itaipu avistaram o primeiro ovo. Hoje é o maior plantel desta espécie no Brasil, contendo 18 aves.

porque sua mãe deve ter sido morta por caçadores, pois é só assim que uma fêmea de muriqui se separa de seu filhote. Ele foi levado para o Centro de Triagem de São Vicente, no estado de São Paulo, onde ficou por aproximadamente dois anos. Quando isso acontece, dificilmente um animal pode ser levado ao ambiente onde vivia, por ele ter crescido sem passar por importantes etapas de aprendizado. O Zoológico de Curitiba representou o Paraná na elaboração do PAN Muriquis – Plano de Ação Nacional para Conservação dos Muriquis, elaborado pelo Comitê Internacional para a Conservação dos Atelídeos e coordenado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). Assim, como parte do Plano de Manejo em Cativeiro, o zoo foi indicado para receber o Léo, que chegou ao Passeio Público no dia 1º de novembro de 2010 ainda filhote e onde recebeu todos os cuidados até tornar-se adulto. Agora, já com quase seis anos, o Léo está ganhando um recinto amplo, com árvores altas, em uma tentativa de devolver a ele um pouco do ambiente onde nasceu.

Os macacos-aranha Nikita e Zulu (Ateles marginatus) – fêmea e macho, foram resgatados de um posto de gasolina na estrada para Pato Branco, no Paraná, em julho de 2000, a pedido do Ibama. Ambos eram jovens e estima-se que agora tenham mais ou menos vinte anos. Viveram até 2014 na ilha ao lado da ilha do chimpanzé. Já o macaco-aranha Chicão (Ateles marginatus), nasceu em junho de 1997 no Zoológico de São Paulo, onde estava no Setor Extra, e foi transferido para o Zoológico de Curitiba em 2013. A fêmea Sascha (Ateles belzebuth) veio do Zoológico de São Paulo em julho de 1998, já adulta. Está no Zoológico de Curitiba, portanto, há dezesseis anos e pode estar com trinta anos. A fêmea Nikima (Ateles marginatus) foi comprada de um circo por um munícipe (aparentemente por pena) e doada ao Zoológico de Curitiba em dezembro de 1999. Já chegou adulta e pode estar com vinte e cinco anos aproximadamente. A Sasha e a Nikima viviam no setor extra do Zoológico, para onde também foi trazido o Chicão, quando chegou. Depois vieram a Nikita e o Zulu para o recinto ao lado e todo o grupo foi aproximado durante duas semanas. Como não houve qualquer atitude hostil, começaram a conviver normalmente no mesmo recinto, onde atualmente estão todos alojados.

O muriqui Léo em seu novo lar

Recinto para primatas não-humanos Atualmente, no Brasil, o Zoológico de Curitiba é o que tem o maior recinto para os primatas não-humanos conhecidos popularmente como muriquis. Léo, o muriqui habitante do novo recinto, foi apreendido há dois anos em cárcere privado e não mais apto a ser realocado na natureza. Também compartilham o espaço mais cinco macacos-aranha que, assim como Léo, foram apreendidos e viviam em recintos bem menores. Estas duas espécies de macacos ocupam os estratos mais altos das árvores, e tinham seu bem-estar comprometido por não poderem expressar o comportamento normal da espécie. O Léo é um muriqui-do-sul e sua história reflete o que tem sido a realidade dos muriquis em todo o Brasil. Ele foi encontrado em uma casa e apreendido pela Polícia Florestal de São Paulo ainda filhotinho. O fato de ser ainda tão pequeno indica que sua captura só foi possível Fonte: Agência de notícias da Prefeitura Municipal de Curitiba - http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

27


ECOLOGIA

Observação de aves na América Latina

N

o mês de maio, em São Paulo, SP, foi realizado o Avistar Brasil, evento organizado para a promoção da atividade de observação de aves. Há anos o evento vem crescendo, passando a ser realizado em diversas outras regiões e até fora do Brasil, na Patagônia (Avistar Patagônia). Uma característica do Avistar é que, ao promover a observação de aves, também promove a conservação ambiental e os empreendimentos que trabalham com esse objetivo, pois estimula não somente a observação, mas o interesse em preservar os ecossistemas. O próximo evento da agenda será o AvistarBH, de 1 a 3 de agosto, versão itinerante do evento maior, o Encontro de Observação de Aves da América Latina, organizado pela Ecoavis em parceria com a AvistarBrasil. Com mais de 350 espécies de aves registradas, Belo Horizonte é umas das cidades com mais rica diversidade de aves. Há atividades de observação para iniciantes e avançados em Parques do Complexo Serra do Curral, um dos principais pontos turísticos de BH. A Avistar BH também contará com congresso, que oferece espaço de conhecimento, tratando de temas relevantes aos observadores de aves e àqueles que estão se iniciando nessa fantástica atividade. Ciência, educação, conservação e turismo estarão em pauta, apresentados por profissionais e top birders. Outro destaque é o AvistarKIDS, um espaço lúdico, que procura levar a observação de aves para o público infanto-juvenil e oferece educação ambiental de qualidade. Na sequência estão previstos o Avistar Vale Europeu Catarinense, de 19 a 21 de setembro; o Avistar MS, de 6 a 9 de novembro, que será realizado no Parque das Nações Indígenas, um dos maiores parques urbanos do mundo, localizado no coração de Campo Grande, MS. Lugar incrível de contato com a natureza e ideal para a observação de aves representativas do Cerrado brasileiro; e o Avistar Rio, nos dias 6 e 7 de dezembro, com palestras, oficinas fotográficas, exposições e passeios de observação de aves.

Feira e palestras durante o Avistar Brasil, realizado em maio, em São Paulo, SP - http://www.avistarbrasil.com.br

O Projeto Coruja BINDI marcou presença no Avistar Brasil 2014. O projeto surgiu devido a um evento ocorrido no Litoral do Paraná,onde uma coruja-orelhuda (A s i o c l a m a t o r ) foi apedrejada por crianças em frente a uma escola. Ela teve suas asas amputadas e hoje não pode retornar à natureza. Graças a ações voluntárias, foi construído um viveiro no Centro de Reabilitação PROAMAR, em Pontal do Sul. Este foi o começo deste projeto, para trabalhar com a educação ambiental nas escolas e conscientizar a população da importância de toda a http://www.facebook.com/projetobindi avifauna do Litoral do Paraná. 28

Atividades lúdicas para crianças visam desenvolver a consciência ambiental e a conservação da natureza

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



ESPECIALIDADES

Expansão dos serviços de reabilitação animal

N

o início de junho foi inaugurado em Curitiba, PR, o Instituto de Reabilitação Animal (IRA). O IRA é um representante Pet Fisio em Curitiba. Coordenada por Mhayara Reusing, a unidade atende casos ortopédicos e neurológicos. Além disso, conta com o atendimento das seguintes especialidades: • oncologia, por Karen Assunção; • oftalmologia, Leandro Lima; • odontologia, por Juliana Becker • acupuntura, por Bruno Massa de Viveiros; • cardiologia, por Amália Turner Giannico. O IRA, como estabelecimento pertencente à Rede Pet Fisio, recebe consultoria técnica, administrativa, estrutural, marketing/publicitária, treinamento técnico e capacitação na área de reabilitação animal, gestão de centros de reabilitação animal, bem como lincenciamento de uso de marca Pet Fisio para centros de reabilitação. A Pet Fisio promove a capacitação e treinamento de profissionais para atendimento de fisioterapia e reabilitação veterinária, sob a marca licenciada Pet Fisio, em todo o Brasil e América Latina, com os mesmos princípios, valores e capacitação técnica da Fisio Care Pet, que possui 8 Unidades na Grande São Paulo. Durante a inauguração do IRA, no Dom Parma Trattoria, Ricardo Lopes, sócio-diretor da Rede Pet Fisio fez uma palestra sobre os benefícios da

http://goo.gl/8xw5oG

O Instituto de Reabilitação Animal (IRA) fica situado na Rua Dias da Rocha Filho, 680 Alto da XV, Curitiba, PR

fisioterapia em diversos tipos de situações, mostrando que muitos casos de cães paralisados, quando tratados com fisioterapia veterinária, voltam a andar. Confira alguns vídeos de animais onde promoveu-se a reabilitação: • indicações neurológicas - http://goo.gl/zPZG6p; • indicações ortopédicas - http://goo.gl/yCc97l .

Ricardo Lopes, da Rede Pet Fisio, com profissionais do Instituto de Reabilitação Animal (IRA): Karen Assunção (oncologia), Mhayara Reusing (fisioterapia), Juliana Becker (odontologia) e Bruno Massa Viveiros (acupuntura) 30

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



ESPECIALIDADES

SINDIV 2014, certeza de mais um sucesso

O

Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem Veterinário (Sindiv) é um evento internacional itinerante, composto por palestras e minicursos práticos sobre diagnóstico por imagem veterinário, e tem por objetivo reunir especialistas nacionais e internacionais nas diversas áreas do diagnóstico por imagem em animais, a fim de divulgar os recentes avanços verificados no tema e promover treinamento prático em áreas de maior demanda. A sua realização vem sendo um sucesso desde a sua primeira edição, em Recife, PE, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Nos anos seguintes, o simpósio seguiu para Curitiba, PR, na Universidade Federal

32

do Paraná (UFPR), e para o Rio de Janeiro, RJ, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Em todas as edições, foi marcante a participação de especialistas de todo o Brasil e de diversas empresas do setor de imagem. Este ano, por iniciativa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o IV Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem Veterinário (Sindiv 2014) acontecerá em Belo Horizonte, MG. Com certeza, a expectativa de repetição de sucesso se mantém. O evento será realizado no Centro de Convenções da Escola de Engenharia da UFMG, e a programação científica ocorrerá paralelamente, contem-

plando animais de companhia, animais selvagens e equinos. O auditório da programação de equinos tem capacidade para 100 congressistas. Já a programação científica de animais de companhia e animais selvagens comportará 600 participantes, dos quais os primeiros 400 inscritos estarão no auditório principal e outros 200 em dois auditórios com transmissão simultânea. Cada congressista deverá determinar para que auditório vai se inscrever no momento do preenchimento da ficha de inscrição. O foyer e o mezanino abrigarão um showroom com estandes das principais empresas do setor, que exporá as novidades em produtos e serviços de diagnóstico por imagem veterinário. Também está prevista a realização de minicursos antes e depois do simpósio. Não perca essa oportunidade de aperfeiçoar seus conhecimentos. Inscreva-se e garanta sua vaga. Para mais informações, consulte http://www.sin div2014.com.br .

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



ESPECIALIDADES

Saúde humana é beneficiada pela companhia de pets

O

s fatores benéficos para a saúde humana resultantes da interação dos seres humanos com cães e gatos vêm sendo registrados pela dra. Sandra McCune, especialista do Centro de Pesquisas Waltham®, que ocupa o cargo de líder científica em matéria de interação entre seres humanos e animais (humananimal interaction – HAI). Dentre suas inúmeras pesquisas e contribuições para o entendimento do comportamento dos pets e uma relação melhor entre os seres huDoutoras Sandra McCune (Waltham) e manos e os pets está um estudo Daniela Ramos (Psicovet) baseado na Inglaterra, em que se constata que ter um animal de estima- tos nos postos de saúde. Nos Estados ção afeta positivamente a saúde públi- Unidos, a dra. McCune participa como ca do país, diminuindo os atendimen- pesquisadora-chefe da parceria público-privada entre o Waltham® e o Eunice Kennedy Shriver National

O Centro de Pesquisas Waltham tem publicações gratuitas em PDF sobre os cuidados relativos aos pets. Inclusive uma específica sobre a interação entre homens e animais http://www.waltham.com/resources/waltham-booklets/ The Health Benefits of Dog Walking for Pets and People. Evidence and Case Studies (2011) - http://www.thepress.pur-

Institute of Child Health & Human Development (NICHD – http://www.nichd.nih.gov), um dos institutos nacionais de saúde desse país. Ela também gerencia um grande portfólio de projetos de pesquisa em muitos aspectos da interação entre seres humanos e animais em países como Suécia, Reino Unido, Áustria, Alemanha e Austrália. O Brasil faz parte dos interesses de pesquisa da especialista, em função de possuir a segunda maior população de cães e gatos do mundo (aproximadamente 37,1 milhões de cães e 21,3 milhões de gatos), perdendo apenas para os Estados Unidos. Recentemente, no início de junho, ela esteve no nosso país, reunindo-se com especialistas brasileiros da Universidade de São Paulo, onde deu palestras e teve a oportunidade de ver de perto essa realidade do mercado pet brasileiro. Além disso, compartilhou informações sobre pesquisa que fez em conjunto com a dra. Daniela Ramos (Psicovet – http://www.psicovet.com.br) sobre as relações dos brasileiros com seus animais de estimação. Segundo as especialistas, por falta de informação, os tutores cometem muitos erros que comprometem o bem-estar dos pets. Inclusive o abandono. Manter os tutores informados é essencial para que a interação entre homens e animais sempre seja benéfica para todos.

How Animals Affect Us (2010) http://www.apa.org/pubs/ books/4318085.aspx

Animals in Our Lives (2010) -

http://products.brookespublishing.com/Animalsin-Our-Lives-P135.aspx

due.edu/titles/healthbenefits-dog-walking

Publicações com a participação da dra. Sandra McCune envolvendo importantes fatores da interação homem-animal 34

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



ESPECIALIDADES

As especialidades no circuito latino-americano

A

oportunidade de participar de um congresso internacional é única e sempre deve ser aproveitada. Os benefícios são muito variados, mas se concentram no intercâmbio com os colegas A Sociedade Chilena de Traumatologia e estrangeiros. Ortopedia Veterinária (SOCHITOV) convida a Este ano, há dois todos para participar, de 11 a 14 de setembro de congressos de especia- 2014, do primeiro Congresso Latinoamericano de lidades previstos para Traumatologia, Ortopedia e Imagenologia ocorrer fora do Brasil: Veterinária - http://congresosochitov2014.cl • Congresso Latinoamericano de Traumatologia, Orto- Argentina, juntapedia e Imagenologia, no Chile, de mente com o Con11 a 14 de setembro de 2014; gresso Nacional da • Congresso ECVECCS, no Equador, AVEACA (Associade 19 a 21 de novembro. ção de Veterinários Além desses congressos, também Especializados em é importante destacar o Congresso da Animais de ComFederação Ibero-americana de Asso- panhia da Argenticiações Veterinárias de Animais de na), nos dias 11 e 12 Companhia (FIAVAC), que este ano, de setembro de 2014 ocorre em Buenos Aires, na - http://www.aveaca.org.ar.

De 19 a 21 de novembro, em Salinas, no Equador, ocorre o 4º Congresso ECVECCS, promovido pela Sociedade Equatoriana de Emergências e Cuidados Intensivos Veterinários - http://ecveccs.com . Palestrantes brasileiros: Rodrigo Rabelo e Alexandre Saladino

FUNDAMENTOS DO COMPORTAMENTO CANINO E FELINO A idéia central deste livro é apresentar uma coletânea rica e variada de temas fundamentais sobre como os cães e gatos se comportam. É produto de um trabalho coletivo, de distintos olhares, que propiciaram esta contribuição para veterinários, acadêmicos e interessados no comportamento destes animais de companhia. Conteúdo 1 - Relação entre Humano e Animais de Companhia - Ceres Berger Faraco e Manuro Lantzman 2 - Domesticação Canina - Mauro Lantzman 3 - Desenvolvimento Filogenético do Felino Doméstico - Rubén Eduardo Mentzel 4 - Ontogenia Canina - Gonçalo de Graça Pereira e Mauro Lantzman 5 - Aulas para Socialização de Filhotes - Gonçalo de Graça Pereira e Mauro Lantzman 6 - Aprendizagem, Memória e Cognição - Marina Snicofsky 7 - Comportamento Alimentar e Predatório de Cães e Gatos - Rubén Eduardo Mentzel 8 - Comportamento Social Canino - João Telhado Pereira e Gonçalo de Graça Pereira 9 - Comportamento de Eliminação em Caninos - Guilherme Marques Soares 10 - Comportamento Sexual de Cães e Gatos - Guilherme Marques Soares e Ceres Berger Faraco 11 - Cuidados Corporais: Asseio Individual de Cães e Gatos (Grooming) - João Telhado Pereira 12 - Comportamento Social dos Gatos - Gonçalo de Graça Pereira e João Telhado Pereira 13 - Comportamento de Eliminação em Felinos - Guilherme Marques Soares 14 - Envelhecimento dos Cães e Gatos - Ceres Berger Faraco 15 - Sistemas de Regulação e Controle do Comportamento - Marina Snicofsky 16 - Comportamento do Cão e do Gatos na Visão Nutricional - Yves Miceli de Carvalho 17 - Etologia Associada com Doenças Sistêmicas - Gonçalo de Graça Pereira

www.probem.info | 0800 887.1668

36

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO

Combate aos maus-tratos e ao comércio ilegal de cães em Curitiba Uma sociedade avança quando avançam seus valores e instrumentos legais em proteção à vida e combate aos maus-tratos feitos aos seres humanos e aos animais. Práticas consideradas no passado como parte da cultura, tradição, folclore ou mesmo costumes locais não são mais aceitas por uma sociedade mais justa, humanitária e alerta para as denúncias de maus-tratos (Figura 1). As pessoas compram animais a preços mais acessíveis e baratos, provenientes de canis e exposições ilegais, sem saber a sua origem ou a forma de criação, manutenção, sanidade, transporte e exposição. Quanto maior o número de animais adquiridos desse modo, maior é o risco de tanto eles quanto sua progênie serem maltratados ou abandonados nas ruas. Além de esse hábito não promover a guarda responsável e limitar a prática da adoção, esses animais podem apresentar doenças infectocontagiosas, genéticas, hereditárias e ainda transtornos psicológicos e comportamentais. O comércio e a exposição ilegal de animais, pelas precárias condições em que o processo é gerenciado, contribuem diretamente com uma sucessão de abusos praticados contra eles. A denúncia de maus-tratos contra os animais segue quatro importantes passos: Passo 1 – Saiba reconhecer as situações configuradas como maus-tratos. Identifique se as cinco liberdades do bem-estar animal estão sendo respeitadas (livres de fome e sede; livres de desconforto; livres de dor, ferimentos e doenças; livres de medo e angústia; e livres para expressar seu comportamento natural). Verifique a condição corporal e se há desnutrição; se o animal está acorrentado, com restrição de espaço e por quanto tempo; se está 38

Figura 1 - Rodeio: a cada dia cresce o número de municípios que proibem essa prática

doente e/ou sem assistência veterinária; se foi agredido física e/ou mentalmente; se está sem possibilidade de expressar o comportamento natural da sua espécie Passo 2 – Saiba de antemão onde e para quem denunciar. As prefeituras têm ouvidorias e protocolos gerais onde o munícipe pode realizar diferentes tipos de denúncia (normalmente pelo 156). Caso não exista em sua cidade um órgão específico, procure a polícia civil (Delegacias de Proteção ao Meio Ambiente) ou mesmo o Ministério Público. Lembre-se de que a denúncia deve ser protocolada e que pode ser feita de forma anônima. Uma boa fonte de informações e de procedimentos pode ser encontrada no Manual Jurídico de Proteção Animal (Figura 2). Passo 3 – Tente reunir o maior número de informações detalhadas, incluindo testemunhas, fotos, vídeos, placa do carro, número da casa, nome e outros dados do suspeito. Relate com clareza o ocorrido, de forma escrita e documentada. Se a situação

Figura 2 - Manual Jurídico de Proteção Animal – http://goo.gl/3VsXsD

for de iminente risco para a vida do animal, contate a polícia Passo 4 – Acompanhe o desfecho do caso. Anote o protocolo da denúncia, certifique-se de que os órgãos competentes procederam à fiscalização, de qual foi a atitude tomada (notificação, multa, apreensão) e também se houve

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO resolução do caso, incluindo o restabelecimento do bem-estar do animal. Os maus-tratos contra os animais em Curitiba são regidos pela Lei Municipal Contra os Maus-tratos (13.908/2011), pelo Código Estadual de Proteção aos Animais (14.037/2003) e pela Lei Federal de Crimes Ambientais (9.605/1998). Além disso, em Curitiba há ainda a Lei Municipal de Comércio de Animais de Estimação (13.914/2011), que regula o comércio e proíbe a criação de animais de companhia para fins comerciais nos limites do município. A Rede de Proteção Animal (RDPA), em associação com a Guarda Municipal de Proteção Animal, é a responsável por fiscalizar e fazer cumprir diariamente essas leis em Curitiba (Figura 3). Essas duas leis municipais respaldam-se na preservação da vida animal e em seu bem-estar. A Lei de Comércio de Animais determina que os animais devem ser identificados (microchipagem, tatuagem ou anilhamento), ter atestado de sanidade e registro de procedência, ser expostos de modo a não comprometer seu bem-estar (com comida, água fresca e espaço adequado) e ainda por no máximo 6 horas, com penas que variam de advertência escrita e multa à apreensão dos apetrechos e dos ani-

mais. A Lei de Maus-tratos estabelece, em contrapartida, a imediata apreensão e adoção dos animais no ato da vistoria: “Em caso da constatação da falta de condição mínima para a manutenção do(s) animal(is) sob a guarda do infrator [...] Caberá ao município promover a recuperação do(s) animal(is), bem como destiná-lo(s) para a adoção”. Esse ponto da lei é fundamental para que a sociedade não se frustre com o destino dos animais em risco enquanto corre o processo na justiça, pois garante destino imediato e definitivo para o adotante (e não temporariamente para o fiel depositário) durante o trâmite judicial. As ações são realizadas por meio de uma parceria entre a RDPA e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). A RDPA tem prerrogativa administrativa, pode notificar e multar o infrator e tem médicos veterinários no seu quadro para configurar os maus-tratos, mas não pode entrar no imóvel sem a anuência do denunciado. A DPMA tem prerrogativa investigativa, pode entrar com ou sem anuência no imóvel, mas não tem regularmente médicos veterinários em seu quadro para realizar a perícia local. Na prática, a DPMA faz a investigação de maustratos e canis ilegais (por denúncias de protetoras e da própria RDPA),

entra no imóvel e imediatamente abre caminho para que a RDPA faça a vistoria com médicos veterinários próprios e residentes em medicina veterinária do coletivo da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Desse modo, os relatórios de médicos veterinários de duas instituições públicas são feitos em conjunto, constituindo, para efeito do termo circunstanciado lavrado na DPMA, o laudo pericial. Participação dos criadores Os criadores de cães podem participar ativamente na resolução do problema (Figuras 4 e 5). A RDPA de Curitiba fez em setembro de 2013 uma solicitação para postura ética e de responsabilidade social ao Kennel Clube da Grande Curitiba (KCGC), incluindo: 1. obrigatoriedade de os associados procederem à microchipagem dos cães ao nascerem, com envio mensal dos respectivos números para a RDPA; 2. obrigatoriedade de castração dos cães não destinados a reprodução; 3. auxílio nas denúncias e vistorias de canis e exposições ilegais; 4. recebimento de cão encontrado que tiver microchipagem cadastrada no Kennel para retorno ou abertura imediata de processo de abandono e maus-tratos ao referido responsável.

Figura 3 - Canil ilegal fechado pela Rede de Proteção Animal de Curitiba, PR 40

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


Finalmente, a RDPA, após reunião com o Ministério Público de Proteção ao Meio Ambiente do Paraná, decidiu aproveitar os eventos de animais domésticos para solicitar que, além de cumprir as leis vigentes, os expositores façam também pôsteres e palestras informativas e educativas sobre as raças, seus cuidados e particularidades, além de disponibilizar um espaço para que os residentes da UFPR façam palestras e dirimam as dúvidas rela-

tivas à guarda responsável e ao combate aos maus-tratos. A medicina veterinária do coletivo está particularmente envolvida nessas questões legais de maus-tratos, porque trabalha na articulação entre a sociedade e o poder público (Legislativo, Executivo e Judiciário), bem como na institucionalização dessas ações como efetivas políticas de gestão e políticas públicas. Figura 5 - Amigo Bicho, evento de adoção e microchipagem de cães e gatos em Curitiba

Mais informações: http://www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br http://www.policiacivil.pr.gov.br http://www.mppr.mp.br http://www.kennelcuritiba.com http://www.aspca.org http://www.forumnacional.com.br

Emely Carolina Arruda MV, residente. Programa Multiprofissional em Área de Saúde - Medicina Veterinária do Coletivo. UFPR Universidade Federal do Paraná. ec_arruda@hotmail.com

Haiuly Viana MV, residente. Programa Multiprofissional em Área de Saúde - Medicina Veterinária do Coletivo. UFPR Universidade Federal do Paraná. haiuly.viana@gmail.com

Figura 4 - Carta-convite ao Kennel Clube da Grande Curitiba para que participe em todos os eventos de adoção e microchipagem e solicitando o compartilhamento de postura ética e de responsabilidade social para com os associados

Alexander Welker Biondo MV, MSc, PhD. Departamento de Medicina Veterinária da UFPR - Universidade Federal do Paraná. Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Prefeitura de Curitiba abiondo@illinois.edu

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

41


MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO

Aprovado o uso de recursos do SUS para controle populacional e vacinações de animais domésticos

A

portaria n. 1.138 de 23 de maio de 2014, publicada pelo ministro da Saúde e médico sanitarista Arthur Chioro, traz novidades importantes na consolidação definitiva da medicina veterinária como instrumento de vigilância, prevenção e controle de zoonoses. Essa portaria pode ser interpretada como um avanço no sentido da “saúde única”, em que a saúde humana está vinculada à saúde animal e ambiental, e também como a mais nítida inserção do médico veterinário como parte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) até o momento. A partir da data de sua publicação, segundo a portaria, recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) podem ser destinados para programas de posse (guarda) responsável, vacinação e exames diagnósticos de cães e gatos

no âmbito federal e em todo o território nacional, uma vez que são considerados “animais de relevância para a saúde pública”. A portaria determina também o custeio de ração, medicamentos e outros procedimentos necessários para a “manutenção e os cuidados básicos de animais recolhidos em estabelecimento responsável por vigilância de zoonoses pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS)”. Abre ainda a possibilidade de custear as castrações de cães e gatos como parte do “desenvolvimento e execução de ações, atividades e estratégias de controle da população de animais”, mesmo que “em situações excepcionais, áreas determinadas e por tempo definido”. Finalmente, acertadamente determina que a eutanásia de animais seja feita ape-

nas quando houver indicação médico-veterinária e com diagnóstico definitivo pago pelo SUS, corroborando as demais leis federais de crimes contra os animais e o meio ambiente. Parabéns ao dr. Arthur Chioro por esse passo importante do Ministério da Saúde na correta abordagem da saúde animal como parte da saúde humana, da saúde única e do Sistema Único de Saúde. Alexander Welker Biondo MV, MSc, PhD. Departamento de Medicina Veterinária da UFPR - Universidade Federal do Paraná. Diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Prefeitura de Curitiba abiondo@illinois.edu

Portaria n. 1138, de 23 de maio de 2014* Define as ações e os serviços de saúde voltados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências; Considerando a Lei Complementar Federal nº 141, de 12 de janeiro de 2012, que regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem

aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências; Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990; Considerando a Portaria nº 204/

GM/MS, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle; Considerando a Portaria nº 1.378/ GM/MS, de 9 de julho de 2013, que regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária;

* Fonte: Saúde Legis - Sistema de Legislação da Saúde - http://goo.gl/WqQIRa

42

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO Considerando a necessidade de fortalecimento e de articulação de ações que se destinam à vigilância dos fatores de risco relativos às zoonoses e acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública e ao controle de animais vetores, hospedeiros, reservatórios, amplificadores e portadores, visando garantir a prevenção, promoção e proteção à saúde humana e subsidiando os gestores no processo de planejamento e de tomada de decisão em tempo oportuno; e Considerando a pactuação ocorrida na 1ª Reunião Ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), de 20 de fevereiro de 2014, resolve: Art. 1º Esta Portaria define as ações e os serviços de saúde voltados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública. Art. 2º Para fins desta Portaria, considera-se animais de relevância para a saúde pública todo aquele que se apresenta como: I - vetor, hospedeiro, reservatório, portador, amplificador ou suspeito para alguma zoonose de relevância para a saúde pública, quanto à transmissão de agente etiológico para humanos; II - suscetível para alguma zoonose de relevância para a saúde pública, quando em situações de risco quanto à transmissão de agente etiológico para humanos; III - venenoso ou peçonhento de relevância para a saúde pública; ou IV - causador de agravo que represente risco de transmissão de doença para a população humana. Art. 3º São consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados para a vigilância, a prevenção e o controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública: I - desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias relacionadas a animais de relevância para a saúde pública; II - desenvolvimento e execução de ações, atividades e estratégias de educação em saúde visando à guarda 44

ou à posse responsável de animais para a prevenção das zoonoses; III - coordenação, execução e avaliação das ações de vacinação animal contra zoonoses de relevância para a saúde pública, normatizadas pelo Ministério da Saúde, bem como notificação e investigação de eventos adversos temporalmente associados a essas vacinações; IV - realização de diagnóstico laboratorial de zoonoses e identificação das espécies de animais, de relevância para a saúde pública; V - recomendação e adoção de medidas de biossegurança que impeçam ou minimizem o risco de transmissão de zoonoses e da ocorrência de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos relacionados à execução das atividades de vigilância de zoonoses dispostas neste artigo; VI - desenvolvimento e execução de ações, atividades e estratégias de controle da população de animais, que devam ser executadas em situações excepcionais, em áreas determinadas, por tempo definido, para o controle da propagação de zoonoses de relevância para a saúde pública; VII - coleta, recebimento, acondicionamento, conservação e transporte de espécimes ou amostras biológicas de animais para encaminhamento aos laboratórios, com vistas à identificação ou diagnóstico laboratorial de zoonoses de relevância para a saúde pública; VIII - gerenciamento de resíduos de serviços de saúde gerados pelas ações de vigilância de zoonoses de relevância para a saúde pública; IX - eutanásia, quando indicado, de animais de relevância para a saúde pública; X- recolhimento e transporte de animais, quando couber, de relevância para a saúde pública; XI - recepção de animais vivos e de cadáveres de animais quando forem de relevância para a saúde pública; XII - manutenção e cuidados básicos de animais recolhidos em estabelecimento responsável por vigilância de zoonoses pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS), observando normatização vigente quanto aos prazos estipulados de permanência

do animal, quando houver; XIII - destinação adequada dos animais recolhidos; e IV - investigação, por meio de necropsia, coleta e encaminhamento de amostras laboratoriais ou outros procedimentos pertinentes, de morte de animais suspeitos de zoonoses de relevância para saúde pública. Art. 4º Os estabelecimentos responsáveis por vigilância de zoonoses pertencentes ao SUS e os serviços voltados para a vigilância, a prevenção e o controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para saúde pública, deverão ser inscritos no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (SCNES), utilizando critérios de cadastramento que serão regulamentados em portaria específica do Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Art. 5º As ações e os serviços de saúde voltados para a vigilância, a prevenção e o controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para saúde pública, serão financiadas com os recursos do Piso Fixo de Vigilância em Saúde (PFVS), bem como com recursos próprios dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se as disposições contidas na legislação vigente. Art. 6º As ações de vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para saúde pública, deverão ser inseridas na Programação Anual de Saúde (PAS), observadas as diretrizes constantes nos Planos de Saúde. Art. 7º Os demonstrativos das ações e resultados alcançados comporão o Relatório Anual de Gestão (RAG), submetido ao respectivo Conselho de Saúde. Art. 8º A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) editará normatização técnica complementar a esta Portaria. Art. 9º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

ARTHUR CHIORO



Dermatologia Astenia cutânea em cão – relato de caso Cutaneous asthenia in a dog – case report Astenia cutánea en un perro – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, p. 48-55, 2014

Rodrigo Volpato

MV, aluno de doutorado FMVZ/Unesp-Botucatu

rodrigo.volpato@hotmail.com

Sérgio Riccardi Bicalho

médico veterinário Clínica Veterinária Arca de Noé contato@clinicarcadenoe.com.br

Patrícia de Oliveira Mack

médica veterinária Clínica Veterinária Arca de Noé patriciamack@uol.com.br

Ettore Giovanni Leardini

médico veterinário Hospital Veterinário Animal Center ettore_leardini@hotmail.com

Resumo: Astenia cutânea, dermatoparaxia, síndrome da fragilidade cutânea ou síndrome de Ehlers-Danlos são distúrbios hereditários em que alterações na síntese de colágeno ou na formação de suas fibras resultam em perda da elasticidade e fragilidade da pele. A etiologia ainda é desconhecida, e estaria associada a um defeito genético do colágeno e a alterações na síntese e na estrutura do tecido conjuntivo. Os sinais caracterizam-se por distensão cutânea exagerada, pele fina e frágil que se rompe facilmente por traumas mínimos. Foi atendida uma cadela com secreção ocular bilateral causada por excesso de pele sobre as pálpebras. Durante o exame clínico notou-se distensão cutânea exagerada por todo o corpo, levando a suspeita de astenia cutânea, confirmada por meio da histopatologia. Unitermos: pele, colágeno, animais de companhia Abstract: Cutaneous asthenia, dermatosparaxis, cutaneous fragility syndrome or Ehlers-Danlos syndrome are disorders in which alterations in the synthesis of collagen or fiber formation result in loss of elasticity and skin fragility. The etiology is still unknown; the condition is most likely associated to a genetic collagen defect and to changes in the synthesis and structure of connective tissue. The signals are characterized by exaggerated skin stretching, and thin and fragile skin that breaks easily with minimal trauma. We hereby report the case of a bitch with bilateral ocular discharge caused by excess skin on the eyelids. Clinical examination disclosed abnormal skin distension throughout the body, leading to the suspicion of skin asthenia, which was confirmed by histopathology. Keywords: skin, collagen, pets Resumen: La astenia cutánea, dermatoparaxia, síndrome de fragilidad cutánea o síndrome de Ehlers-Danlos representa una alteración hereditaria en donde existe una anomalía en la síntesis de colágeno o en la formación de las fibras, que dan como resultado una pérdida de la elasticidad y aumento de la fragilidad dérmica. La etiología es desconocida y estaría asociada a un defecto genético del colágeno y a una alteración en la síntesis y en la estructura del tejido conectivo. Los signos clínicos se caracterizan por una distensión cutánea exagerada y una piel fina y frágil que puede romperse fácilmente con pequeños traumas. Fue atendida una perra con secreción ocular bilateral provocada por el exceso de piel sobre los párpados. Durante el examen clínico se pudo observar una distensión cutánea exagerada en todo el cuerpo, lo que llevó a la sospecha de una astenia cutánea, que fue confirmada a través de histopatología. Palabras clave: piel, colágeno, mascotas

Introdução Edward Ehlers, dermatologista dinamarquês, e Henri Alexandre Danlos, médico francês especialista em desordens cutâneas, descreveram suas observações referentes a um grupo de desordens cutâneas e delinearam seus possíveis fenótipos, surgindo assim o termo síndrome de Ehlers-Danlos 1. Nos animais, as doenças do tecido conjuntivo que promovem hiperextensibilidade cutânea e lacerações são con48

sideradas raras 2. Astenia cutânea, dermatoparaxia, síndrome da fragilidade cutânea ou síndrome de Ehlers-Danlos é um grupo de distúrbios hereditários em que alterações na síntese de colágeno ou na formação de suas fibras resultam em perda da elasticidade e em fragilidade da pele 3. Essa moléstia já foi descrita em bovinos, caprinos, ovinos, suínos, equinos, coelhos, gatos e cães, sendo considerada uma doença rara nessas duas últimas espécies 3,4. A etiologia ainda é desconhecida, tanto no homem

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014





Clínica Tratamento de um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) com síndrome do arrancamento de penas usando a técnica de vínculo social e a correção nutricional – relato de caso Treatment of a blue-fronted parrot (Amazona aestiva) with feather damaging behavior using the technique of social bond and nutritional correction – case report Tratamiento de un loro de frente azul (Amazona aestiva) con síndrome de arrancamiento de plumas a través de la técnica de vinculación social y corrección nutricional – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, p. 58-64, 2014 Carla Martins de Queiroz MV, aluna de mestrado FMVZ/Unesp-Botucatu

mvcarlaqueiroz@gmail.com

Mariane Boaretto

aluna de graduação de ciênc. biológicas IBB/Unesp-Botucatu boaretto_mah@yahoo.com.br

Silvia Mitiko Nishida

biomédica, dra., profa. assistente IBB/Unesp-Botucatu nishida@ibb.unesp.br

Ligia Rigoleto Oliva

MV, residente FMVZ/ Unesp-Botucatu

ligia_rigoliva@hotmail.com

Carlos Roberto Teixeira MV, dr. prof. assistente FMVZ/Unesp-Botucatu

teixeiracr@fmvz.unesp.br

João Carlos Pinheiro Ferreira MV, prof. adjunto FMVZ/Unesp-Botucatu

jcferreira@fmvz.unesp.br

58

Resumo: O papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) pertence à ordem Psittaciformes, família Psittacidae, e é amplamente criado como animal de estimação, devido a suas características peculiares. Contudo, é comum que os proprietários relatem problemas comportamentais. A ausência de estímulos ambientais adequados, gerada pelo confinamento e pela falta de engajamento social, pode predispor esses animais a quadros característicos de estresse, que podem se manifestar com a síndrome do arrancamento de penas. O presente trabalho relata um quadro persistente de arrancamento de penas em um papagaio-verdadeiro durante mais de dois anos. A doença psicossomática foi contida à medida que o animal criou vínculo afetivo com um ser humano. Esse achado reforça a característica social da espécie e levanta questões sobre o bem-estar em cativeiro de aves dessa ordem. Unitermos: aves, estresse, comportamento, vínculo entre o homem e o animal Abstract: The blue-fronted parrot (Amazona aestiva) belongs to the order Psittaciformes and family Pscittacidae. It is widely held as a pet because of its peculiar characteristics. The owners of such animals, however, frequently report behavioral problems. The absence of proper environmental stimuli generated by confinement and lack of social engagement can predispose these animals to characteristic behaviors related to stress, which can be manifested as a feather plucking syndrome. The present study reports the case of a blue-fronted Amazon parrot with a two-year history of feather plucking. The psychosomatic disease was halted once the animal created an emotional bond with a human being. This finding reinforces the social nature of this species and raises questions about the welfare of captive birds of this order. Keywords: birds, stress, behavior, human-pet bonding Resumen: El loro de frente azul (Amazona aestiva) pertenece al orden Psittaciformes, familia Psittacidae, que debido a sus características particulares es comúnmente criado como animal de estimación. No obstante, es común que los propietarios relaten problemas de comportamiento. La ausencia de estímulos ambientales adecuados en virtud del confinamiento y la falta de inclusión social pueden predisponer a estos animales a cuadros característicos de estrés, que se pueden manifestar a través del arrancamiento de plumas. El presente trabajo describe un cuadro persistente de arrancamiento de plumas en un loro de frente azul de más de dos años de evolución. La enfermedad psicosomática fue controlada cuando el animal generó un vínculo afectivo con un ser humano. Esta situación refuerza la característica social de esta especie y plantea cuestiones relacionadas con el bienestar de las aves de este orden que están en cautiverio. Palabras clave: aves, estrés, comportamiento, vínculo ser humano-animal

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


www.revistaclinicaveterinaria.com.br

Relato de caso Um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) macho, adulto, foi entregue ao Cempas (Centro de Medicina e

Pesquisa de Animais Silvestres), Unesp-Botucatu, apresentando síndrome do arrancamento de penas. O proprietário relatava ter recebido o animal como doação havia um ano, originalmente saudável, e oferecia sementes de girassol e banana como alimentação. Contudo, o animal começou a apresentar ininterruptamente o quadro de arrancamento. No exame físico geral constatou-se que o papagaio apresentava ausência de penas primárias e secundárias, possuía penugens cinza por todo o corpo, dorso, peito, coxas, face interna e externa das asas, e apenas uma pena retriz na cauda (Figura 1). A cabeça e a crista apresentavam penas íntegras. Adicionalmente, o animal apresentava fobia exagerada à presença humana e a outros estímulos, como ruídos elevados ou aproximação de outros animais. Nessas situações o animal movimentava freneticamente as asas, afastava-se e vocalizava continuamente, sinais indicativos de medo. Não foram detectados outros problemas, e apesar do quadro, o animal estava em bom estado corporal e apresentava integridade dos tegumentos. Foram realizados exames laboratoriais e, de acordo com os valores de referência 25, o hemograma revelou apenas uma discreta anemia regenerativa. O exame parasitológico utilizando as técnicas de Faust e Willis Mollay foi negativo. O sexo do animal foi determinado pela técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase) com amplificação do segmento de DNA específico dos cromossomos Z e W, utilizando sangue como material biológico. Foi constatado arrancamento ativo de penas pelo animal, que eram encontradas na bandeja da gaiola onde o papagaio ficou alojado no período de triagem. Após descaracterizar etiologia dermatológica por infecção fúngica e bacteriana pelo exame clínico detalhado, ao observar-se pele íntegra, penas intactas em áreas inatingíveis ao bico e ausência de hiperemia e crostas, suspeitou-se de distúrbio Mariane Boaretto

Introdução Os papagaios, pertencentes à família Psittacidae, são domesticados em todo o mundo para fins de companhia. Plumagem colorida, vocalizações que imitam a voz humana e outros sons e a alta capacidade de aprendizagem são peculiaridades que tornam essas aves tão cobiçadas 1,2. Esses animais são afáveis e destacam-se pelo complexo comportamento social, que inclui vínculo monogâmico e duradouro com seu parceiro 3-7. É importante ressaltar que essas aves de companhia, apesar de domesticadas, mantêm a maioria das características selvagens da espécie. Dessa forma, conhecer as condições ambientais dos papagaios em vida livre, suas necessidades sociais e seus padrões de comportamento auxilia o veterinário a prever, interpretar e tratar distúrbios comportamentais em cativeiro 8-11. Nas aves, comparativamente aos mamíferos, a plumagem tem uma importante função extra: permitir o voo. Dessa forma, o grooming – ato de utilizar o bico e a língua para alisar, arrumar e limpar as penas – é muito elaborado e de importância fundamental, ocupando grande parte do tempo de atividade do animal. Adicionalmente, além das propriedades mecânicas do grooming, existem padrões de conforto gerados por esse comportamento 12. Em muitos casos, problemas comportamentais desenvolvidos em papagaios cativos resultam de um comportamento natural da espécie realizado de modo exagerado em um padrão repetitivo e invariável 1,13-16. Entre os problemas comportamentais encontra-se a síndrome do arrancamento de penas, distúrbio físico-comportamental muito relatado pelos proprietários e resultante da exacerbação do autogrooming 5,16,17. O arrancamento de penas não é uma doença em si, mas é sinal clínico de um problema subjacente 18. Alguns estudos propõem etiologia multifatorial que inclui parasitismo, infecção fúngica ou bacteriana, alergia, deficiência nutricional ou distúrbio de comportamento, tais como as disfunções do sistema serotonérgico 18-22; contudo, as pesquisas com relação a esse comportamento ainda são escassas 23. A etiologia comportamental compreende fraca socialização ou ainda ausência de cuidado parental no início da vida, resultando em falha na aprendizagem de comportamentos espécie-específicos 16,24. De modo geral, o estresse também pode ser responsável pela síndrome, já que o grooming está associado a conforto e relaxamento, e realizá-lo em demasia nos momentos estressantes pode ser uma conduta adquirida pelos animais 12. O objetivo deste relato de caso é detalhar o quadro clínico e os resultados terapêuticos obtidos em um papagaio apresentando síndrome de arrancamento de penas.

Figura 1 - Papagaio apresentando síndrome do arrancamento crônico de penas

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

59


Oncologia Tumor venéreo transmissível com metástase ovariana em cadela – relato de caso Transmissible venereal tumor with ovarian metastasis in a bitch – case report Tumor venéreo transmisible con metástasis en ovario en perra – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, p. 66-72, 2014 Fernanda Romero MV, residente UEL

ferzinha.cap.romero@gmail.com

Maria Isabel Mello Martins MV, dra. profa. PhD CCA/UEL imartins@uel.br

Kerriel Thandile Green MV, residente UEL

afrovet@hotmail.com

Giovana Wingeter Di Santis MV, profa. dra. CCA/UEL

giovanaws@uel.br

Marco Antonio Machado MV, MSc., dr., esp., prof. CCA/UEL mmachado@uel.br

Resumo: O tumor venéreo transmissível (TVT) geralmente acomete animais não esterilizados e ocorre em países onde há grande população canina errante. É considerado um tumor de células redondas de origem reticuloendotelial, e as metástases são consideradas incomuns e estão relacionadas à imunidade de cada indivíduo. Relata-se o caso de uma fêmea canina, sem raça definida, de dois anos de idade, adotada da rua com TVT intravaginal infiltrativo. O exame citológico realizado sugeriu TVT linfoplasmocitoide. O tratamento com sulfato de vincristina (0,5mg/m2 semanal) foi estabelecido, mas após a quinta aplicação de tal fármaco, o animal apresentou apatia, anorexia, vômitos e leucocitose. Com a piora do quadro geral e após exame ultrassonográfico, o animal foi submetido a laparotomia exploratória e notou-se massa aderida a vários órgãos. Na necrópsia foi diagnosticada metástase ovariana bilateral de TVT. Unitermos: cão, neoplasia metastática, ovário Abstract: The transmissible venereal tumor (TVT) is most frequent in non-neutered animals with active sexual activity, especially in countries in which there is no control of stray canines. It is considered a round cell tumor of reticuloendothelial origin and metastases are regarded as uncommon; these are generally related to individual immunity. We hereby report the case of a two-year old female mongrel, which was adopted from the street with infiltrative intravaginal TVT. Cytological examination was suggestive of lymphoplasmocytoid TVT. Treatment with sulfate of vincristine (0.5 mg/m2 weekly) was established, but after the fifth application of this drug, the animal showed apathy, anorexia, vomiting, and leukocytosis. Clinical course worsened. After ultrasound examination, the animal underwent laparotomy, during which a mass was found to be attached to various organs. The necropsy disclosed bilateral ovarian TVT metastasis. Keywords: dog, metastatic neoplasm, ovary Resumen: El tumor venéreo transmisible (TVT) es más frecuente en los animales con actividad sexual activa y en los países donde no existe un control epidemiológico de la población canina. Se lo considera un tumor de células redondas de origen reticuloendotelial y las metástasis son poco frecuentes, estando relacionadas con la inmunidad de cada individuo. En este trabajo se relata el caso de una perra, mestiza, de dos años, que fue hallada en la calle, y que tenía un TVT infiltrante intravaginal. El examen citológico fue sugestivo de TVT linfoplasmocitário. Fue realizado un tratamiento con sulfato de vincristina (0,5 mg/m2 por semana), pero después de la quinta aplicación de este fármaco, el animal comenzó a manifestar apatía, anorexia, vómitos y se detectó la presencia de leucocitosis. Al empeorar la evolución clínica y después de un examen ecográfico, se realizó una laparotomía exploratoria, confirmando la presencia de una masa a varios órganos. En la necropsia se pudo diagnosticar la presencia de una metástasis ovárica bilateral de TVT. Palabras clave: perro, neoplasia metastática, ovario

Introdução O tumor venéreo transmissível (TVT) em cães foi mencionado pela primeira vez em 1820 por Hüzzar e descrito em 1828 por Delabere-Blaine. Em 1876, Novinsky des66

creveu a possibilidade de transmissão de um animal suscetível para outro por meio da inoculação das células tumorais 1,2. É conhecido também como tumor de Sticker, pois em 1904 um pesquisador chamado Sticker o descre-

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


Clínica Cardiomiopatia dilatada em um cão da raça doberman – relato de caso Dilated cardiomyopathy in a Doberman – a case report Cardiomiopatía dilatada en un perro Doberman – relato de caso Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, p. 74-82, 2014 Mariana Balhes Caodaglio aluna de graduação FMV/Universidade Metodista

mariana@institutoacqua.org.br

Tânia Parreira Fernandes MV, MSc., profa. FS/Universidade Metodista

tania.fernandes@metodista.br

Ana Lúcia F. Oliveira Meira médica veterinária Clínica Veterinária Pet Land analfoliveira@uol.com.br

Carolina Sierra Mazucatto, médica veterinária Clínica Veterinária Pet Land carolina_vet@yahoo.com.br

Resumo: Cardiomiopatia dilatada (CMD) é uma doença miocárdica caracterizada por contratilidade reduzida (disfunção sistólica) e dilatação de um ou ambos os ventrículos. Sua etiologia, nas raças doberman e boxer tem como base genética a presença de um gene autossômico dominante. A apresentação clínica da CMD inclui: tosse, dispneia, intolerância a exercícios, perda de peso, síncope e ascite, arritmias ventriculares e atriais e morte súbita. A ecodopplercardiografia é o exame de eleição para o diagnóstico da doença, já que é um método não invasivo que permite a avaliação anatômica e funcional do coração e com o qual podemos classificar a gravidade da doença. O tratamento consiste na associação de dois ou mais medicamentos e tem como objetivo restabelecer a qualidade de vida, aliviando os sintomas da doença, e aumentar sobrevida do paciente. O prognóstico da doença em cães sintomáticos é variável. O relato de caso aqui desenvolvido tem como objetivo descrever a evolução da doença, bem como as formas de tratamento adotadas para um cão da raça doberman, que apresentou os primeiros sinais da CMD aos sete anos de idade. Unitermos: cardiologia, insuficiência cardíaca, afecções cardiovasculares Abstract: Dilated cardiomyopathy (DCM) is a disease characterized by reduced myocardial contractility (systolic dysfunction) and dilation of one or both ventricles. Its etiology in doberman and boxer breeds has as genetic basis the presence of an autosomal dominant gene. Clinical presentation of CMD includes cough, dyspnea, exercise intolerance, weight loss, ascites and syncope, ventricular and atrial arrhythmias and sudden death. Doppler echocardiography is the method of choice for the diagnosis of this disease, since it is a non-invasive method for anatomical and functional assessment of the heart and it enables the classification of disease severity. The treatment consists in the association of two or more drugs and aims to restore the quality of life by relieving the symptoms of the disease and to increase survival. The prognosis of the disease in symptomatic dogs is variable. This report aims to describe the evolution of the disease in a seven-year-old Doberman, as well as the forms of treatment adopted in this case. Keywords: cardiology, heart failure, cardiovascular diseases Resumen: La cardiomiopatía dilatada (CMD) es una enfermedad caracterizada por la reducción de la contractilidad miocárdica (disfunción sistólica), y por la dilatación de uno o ambos ventrículos. En Dobermans y Boxer la etiología tiene una base genética relacionada con la presencia de un gen autosómico dominante. La sintomatología clínica está relacionada con la presencia de tos, disnea, intolerancia al ejercicio, pérdida de peso, síncope, ascitis, arritmias ventriculares y atriales, y muerte súbita. La ecodoplercardiografía es el examen de elección para el diagnostico de la enfermedad, ya que es un método no invasivo que permite la evaluación anatómica y funcional del corazón, y con el cual puede clasificarse la gravedad de la enfermedad. El tratamiento se realiza asociando por lo menos dos tipos de medicamentos, y tiene como objetivo re establecer la calidad de vida, aliviar los síntomas y aumentar la supervivencia del paciente. En perros sintomáticos, el pronóstico de la enfermedad es variable. El caso aquí relatado tuvo como objetivo describir la evolución de la enfermedad, así como los diferentes tipos de tratamiento realizados en un perro doberman, que presentó los primeros signos de la CMD a los siete años de edad. Palabras clave: cardiología, insuficiencia cardíaca, enfermedades cardiovasculares

74

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


Clínica Loxoscelismo cutâneo-visceral em cão na cidade de Belo Horizonte, MG – relato de caso Cutaneous and visceral loxoscelism in a dog in Belo Horizonte (MG) – case report Loxoscelismo cutáneo-visceral en un perro de la ciudad de Belo Horizonte – reporte de caso Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, p. 84-92, 2014 Stephanie Elise M. Tavares Branco médica veterinária, residente II EV/UFMG stephbranco@yahoo.com

Guilherme De Caro Martins MV, aluno de mestrado EV/UFMG

guilhermedcmartins@hotmail.com

Silvia de Araújo França MV, dra. EV/UFMG

silviavet2010@gmail.com

Silvia Trindade Pereira MV, aluna de mestrado EV/UFMG silviatp@uol.com.br

Rubens Antônio Carneiro

MV, dr., prof. adjunto Depto. de Clín. e Cir. Vet. - EV/UFMG rubenscarneiro55@yahoo.com.br

Marilia Martins Melo

MV, dra., profa. associada Depto. de Clín. e Cir. Vet. - EV/UFMG mariliamartinsmelovet@hotmail.com

Resumo: O loxoscelismo é uma síndrome clínica ocasionada pela picada da aranhamarrom, Loxosceles sp, que vem ganhando importância na medicina humana e veterinária devido ao aumento do número de casos. Ela ocasiona na maioria das vezes uma ferida dermonecrótica de difícil cicatrização e, com menor frequência, alterações sistêmicas que podem levar o paciente ao óbito. O diagnóstico é presuntivo, já que não existem testes diagnósticos comerciais disponíveis. O tratamento é controverso e deve ser iniciado de forma precoce, com uma abordagem emergencial, a fim de monitorar parâmetros clínicos para identificar alterações sistêmicas e evitar a evolução da doença. Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de um cão atendido na região de Belo Horizonte, diagnosticado com loxoscelismo cutâneo-visceral. Unitermos: necrose, veneno, aracnidismo Abstract: Loxoscelism is a clinical syndrome caused by the bite of Loxosceles sp spiders, which is attaining increasing importance in human and veterinary medicine due to the increased number of cases. Most of the time it causes a hard-to-heal dermonecrotic wound and, less frequently, systemic changes that may lead to death. Diagnosis is generally based on history and clinical signs, since there are no available commercial diagnostic tests. Treatment is controversial and should be initiated early and with an emergency approach, in order to monitor clinical parameters to identify and avoid systemic changes. This study aims to report the case of an animal diagnosed with cutaneous-visceral loxoscelism in Belo Horizonte. Keywords: necrosis, venom, arachnidism Resumen: El loxoscelismo es un síndrome provocado por la picadura de la araña casera o violín, Loxosceles sp, que está cobrando cada vez más importancia en medicina humana y veterinaria, debido al aumento del número de casos. Su picadura ocasiona en la mayor parte de los casos una herida con necrosis dérmica de difícil cicatrización y, menos frecuentemente, alteraciones sistémicas que pueden provocar la muerte del paciente. El diagnóstico suele ser presuntivo, ya que no se dispone de tests diagnósticos comerciales. El tratamiento es controvertido y se debe iniciar precozmente ya que es una emergencia, con el fin de monitorear los parámetros clínicos que evidencien alteraciones sistémicas y evitar la evolución del cuadro. Este trabajo relata el caso de un perro atendido en la región de Belo Horizonte, que presentó un cuadro de loxoscelismo cutáneo visceral. Palabras clave: necrosis, veneno, aracnidismo

Introdução Existem mais de 30 mil espécies de aranhas descritas no mundo, apesar de a maioria não causar envenenamento clínico em mamíferos, devido a suas delicadas presas bucais, venenos impotentes ou presa-específicos. Algumas, porém, produzem venenos tóxicos que podem causar lesões de pele, doença sistêmica e neurotoxicidade 1,2. 84

Dentre os gêneros de interesse médico veterinário está o Loxosceles, que pode causar envenenamento letal com apenas uma picada 3. Popularmente conhecidos como “aranhas-marrons”, os indivíduos do gênero Loxosceles apresentam tamanho corporal médio entre 1 e 5 cm de comprimento, patas alongadas e coloração que varia de marrom-claro

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


www.revistaclinicaveterinaria.com.br

Anderson Oliveira do Carmo

a marrom-escuro 4. Eles têm algumas características específicas que auxiliam a identificá-los, como uma marcação no cefalotórax semelhante a um violino (Figura 1) e a disposição dos seis olhos, em pares, com um par frontal e outros dois laterais 3-5. Encontram-se distribuídos por todo o mundo, e os acidentes ocasionados por sua picada já foram descritos na América, Europa, Ásia, África e Oceania 4,6. No Brasil há pelo menos três espécies de Loxosceles de importância médica, sendo elas L. intermedia, L. laeta e L. gaucho 7,8. Segundo dados epidemiológicos do Ministério da Saúde, há um aumento assustador de acidentes provocados por aranhas no Brasil, sendo que no ano de 2012 mais de 26 mil acidentes humanos foram notificados. Desses, mais de 90% estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Apesar de serem consideradas pouco agressivas, sabe-se que as Loxosceles estão envolvidas em cerca de 40% dos acidentes humanos com aracnídeos no Brasil 5,7,9. Essas aranhas podem se reproduzir em pilhas de tijolos, madeira, telhados, cascas de árvores, folhas caídas e cavernas 10, porém habitam também locais intradomiciliares, como móveis, porões e despensas 11,12. A sua picada ocasiona uma síndrome clínica definida como loxoscelismo, que pode se desenvolver de duas formas distintas. A apresentação cutânea ocorre em cerca de 80% dos pacientes e, na maior parte das vezes, é caracterizada por uma lesão dermonecrótica progressiva e extensa 6,11,13. Já a cutâneo-visceral ou sistêmica, a forma mais grave, acomete a minoria dos pacientes e pode levá-los ao óbito 6,13. Nesta, além da lesão cutânea, há anemia, hematúria, hemoglobinúria e, na maioria dos casos, icterícia, trombocitopenia e febre 10,14. Em decorrência do depósito

Figura 1 - Caracterização da aranha-marrom. Observamse patas bem alongadas e coloração marrom. O cefalotórax apresenta marcação em formato de violino

de hemoglobina secundário à hemólise, pode ocorrer insuficiência renal aguda 12. Na maior parte dos casos, o diagnóstico é presuntivo, uma vez que nem sempre há evidências da picada ou reconhecimento da aranha 1. Os hábitos noturnos das aranhas Loxosceles e suas picadas indolores dificultam o reconhecimento da causa 12. Em um estudo retrospectivo em que foram avaliados 359 casos de loxoscelismo humano, a aranha foi observada somente em 14% dos casos 5, e em um trabalho realizado em hospitais humanos em Curitiba, somente 2,7% das vítimas a observaram após a picada 15.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

85


GESTÃO, MARKETING & ESTRATÉGIA

A gestão do prontuário clínico: como unir bem-estar e lucro?

O

mercado pet no Brasil é cheio de contradições: somos o segundo do mundo em faturamento e, ao mesmo tempo, temos um grande número de profissionais insatisfeitos, mal-remunerados e reclamando da baixa valorização. Além disso, segundo as pesquisas Radar Vet 2009 e 2013 e Radar Pet PDV 2010, houve uma alteração importante em diversos indicadores nos últimos anos. A média do faturamento das empresas diminuiu, assim como a frequência de alguns cuidados, como, por exemplo, a aplicação de vermífugos (Tabela 1). Isso parece estranho, já que a população de ani-

mais de estimação aumentou. Eles nunca tiveram tanta importância na vida das pessoas, e hoje são considerados membros da família. Quais seriam as causas disso? Além da postura do médico veterinário, mais direcionada a curar do que a prevenir (veja artigo na edição 105, p. 52), percebemos que vários cuidados importantes, como vacinação e aplicação de antipulgas, entre outros, deixam de ser realizados porque os proprietários simplesmente se esquecem de fazê-lo. Há alguns anos, as grandes empresas descobriram que é mais fácil vender e criar vínculo com o consumidor

quando se conhece melhor suas necessidades e hábitos de consumo. Assim, é possível prever quando e o que o cliente necessita, para poder oferecer o produto ou o serviço corretos na hora certa. O mesmo pode ser feito na gestão da clínica através do uso eficiente das informações contidas no prontuário. Para que essas informações sejam úteis, existem algumas regras básicas que devem ser observadas. São elas: • definição; • padronização; • coleta e inserção; • análise; • uso da informação.

Quando? O que? Como? Além de oferecer, é importante prever quando e o que o cliente necessita, para poder oferecer o produto ou serviço corretos na hora certa. Mais fácil para o cliente, mais saúde e bem-estar para o pet e mais rendimento para a clínica 94

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


Radar VET

2009

2013

Faturamento mensal do estabelecimento

R$ 30.000,00*

R$ 24.212,96

Clientes que declaram aplicar vermífugos

74%

62%

Clientes que utilizam o serviço do mesmo estabelecimento

66%

54%

18

21,5

População de cães (milhões)

25,1

29,8

População de gatos (milhões)

7

10

Projeção de lares com animais de estimação (milhões)

*Radar Pet PDV 2010 (Comac-Sindan)

Tabela 1

1. Definição – É importante perguntar “o que” e “por que” ao decidir sobre as informações que deverão estar no prontuário clínico. Cada empresa pode ter uma necessidade diferente de acordo com sua estratégia de comunicação, mas o prontuário deve conter no mínimo os dados cadastrais básicos dos clientes e de seus animais: nome completo, endereço, telefone, e-mail, espécie, raça, idade, sexo, datas de vacinação, uso de parasiticidas, principais doenças e dados de exames clínicos e tratamentos. A existência de outras informações deve ter relação com ações futuras, e devemos evitar informações sem função. Qual a real necessidade de ter a fotografia do animal no prontuário? 2. Padronização – É essencial para a análise confiável dos dados. Se usarmos várias formas ao escrever uma raça ou vacina, será muito mais difícil agrupar esses dados para análise. Assim, se não houver padronização, ao buscar a quantidade de pacientes da raça poodle, podemos encontrar: podle, poodle, pudle, poddle, poodle mini, etc; e teremos que somar a quantidade de cada uma das formas erradas para obter o valor total. 3. Coleta e inserção – Quem faz a coleta de cada informação? Como se pergunta? Para quem se pergunta? Várias pessoas da equipe terão contato com o cliente. A equipe da recepção vai obter os seus dados básicos e

os de seu animal preenchendo a ficha cadastral. Os funcionários deverão ser bem treinados para que a coleta da informação não se transforme num questionário maçante e para que os dados sejam digitados corretamente, pois de nada serve um telefone ou um e-mail errado. Caberá à equipe veterinária o correto preenchimento dos dados clínicos e das datas de retorno programadas para o paciente. A clínica deverá criar protocolos e programas de saúde de modo a “agendar” tudo o que será necessário durante a vida do paciente no sistema de gestão: vacinas, exames, tratamentos, cuidados específicos, etc. 4. Análise – Com procedimentos bem definidos e métricas para controlar a informação, será possível criar indicadores de desempenho que serão utilizados para acompanhar a execução dos serviços necessários. Por exemplo: um indicador de retorno de vacinas servirá para identificar o percentual de vacinas não realizadas, bem como os pacientes que não foram vacinados em determinado período, e assim criar alguma ação para garantir a sua imunização adequada. 5. Uso da informação – Esse é o momento de aproveitar o conhecimento acumulado para prestar um serviço melhor e ajudar o cliente. A comunicação com ele pode ser feita de modo automático, através de softwares que disparam avisos por SMS

ou e-mail aos proprietários ao chegar a data da vacina, por exemplo; ou de modo convencional, quando um membro da equipe comunica verbalmente ao proprietário a necessidade de um procedimento pré-agendado. Mas atenção: não dá para fazer a gestão do prontuário sem uma equipe bem treinada e um sistema informático que permita automatizar tudo o que não dependa de intervenção humana, tornando possível gerenciar um volume cada vez maior de informações com foco e eficiência. A gestão do paciente ainda é um desafio para o médico veterinário, pois envolve o desenvolvimento de novas habilidades, mas oferece grande vantagem competitiva para aqueles que sabem utilizá-las. Não basta mais saber curar; hoje o proprietário espera que o veterinário atue como agente do bem-estar do animal, educando, recomendando, orientando e alertando sobre os procedimentos necessários para cada fase de sua vida. Quanto melhor a capacidade de administrar a saúde, melhor será a qualidade do serviço oferecido e do bem-estar promovido. Em consequência, também se obtém a percepção de valor por parte do cliente, a fidelização e um faturamento maior. Renato Brescia Miracca renato.miracca@q-soft.net

Médico veterinário, bacharel em direito, MBA Q-soft Brasil Tecnologias da

Informação - www.qvet.com.br

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

95


COMPORTAMENTO

Caixa de transporte: segurança ou maus-tratos?

Durante o treino para uso da caixa de transporte, é importante que a porta fique sempre aberta Nas viagens aéreas, é importante estar atento aos padrões internacionais: http://goo.gl/5p7c5f

O

uso desse equipamento tem causado polêmica. Há quem o defenda e quem o considere uma ameaça ao bem-estar dos animais. Por isso, é relevante ter em mente as recomendações para esse meio de transporte. Segundo Karen Overall, renomada especialista em comportamento de cães e gatos, as situações de confinamento são frequentemente indicadas pelas seguintes razões: 1. proporcionar momentos de silêncio e isolamento dos outros seres vivos (pessoas, cães ou gatos); 2. manter afastado um animal que poderá sofrer por meio da ação de outros; 3. proteger o ambiente, especialmente quando há filhotes curiosos e inquietos; 4. criar um momento de afastamento do cão que esteja apresentando comportamentos inadequados. A mesma autora ressalta ainda que todos os animais sociais necessitam de um tempo para ficar a sós. Portanto, trata-se de como usar a caixa de transporte sem afetar o bem-estar dos animais. Nesse sentido, sabe-se que, dependendo de como for feito o manejo por parte do tutor, todos os benefícios potenciais da caixa serão anulados pelo desconforto vivenciado. 96

De fato, esse equipamento deve significar para o animal um local de aconchego e segurança, particularmente no transporte. Diante disso, é necessário que o treino para o uso da caixa esteja apoiado em associações positivas. A fim de atingir esse objetivo, a introdução da caixa deverá ocorrer por volta do 13º dia de vida do filhote canino. Nessa etapa ele inicia o comportamento exploratório, e simultaneamente ocorre a abertura dos olhos e do canal auditivo. É importante que a porta da caixa permaneça sempre aberta, para que o animal se familiarize naturalmente com esse objeto. Apesar de o filhote já ter tido contato com a caixa de transporte precocemente, é necessário ainda proporcionar situações agradáveis e prazerosas dentro dela antes da sua utilização para confinamento. O melhor momento para fazer isso é o período de socialização (do 22º ao 84º dia de vida). Cabe destacar que, independentemente da idade em que a caixa for introduzida na vida do cão, as associações através de petiscos, brinquedos ou uma peça de roupa do tutor são indispensáveis. De forma complementar, a utilização de feromônios caninos poderá facilitar as interações com esse novo objeto.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


Mas quantas horas um cão tolera dentro de uma caixa de transporte? O ideal é que o animal fique confinado apenas durante o tempo em que ele consegue controlar a evacuação. Para filhotes, o tempo de permanência na caixa dependerá do porte e da idade: os de pequeno porte ficam 1 hora por mês de vida, mais 1 hora adicionada ao total; para os de maior porte, o tempo é de 1 hora por mês de vida com mais 2 horas no total. Assim, um labrador de dois meses poderá permanecer na caixa 4 horas (tempo que pode esperar para eliminar), e um poodle toy de dois meses, somente 3 horas. Além dessa regra (e isso serve para todas as idades), se o uso da caixa for diário, deverá ser limitado a períodos de no máximo quatro a cinco horas por dia. Períodos de confinamento de oito a dez horas ou por toda a noite são considerados excessivos. Um experimento com cães farejadores proporcionou informações interessantes. A pesquisa visou estudar os efeitos fisiológicos e comportamentais do tempo passado em caixas de transporte no desempenho olfativo dos cães durante os trabalhos de detecção de drogas ou explosivos. Os testes compararam o confinamento em caixas de transporte durante períodos de 30 minutos, 3 horas e 30 minutos e 5 horas e 30 minutos. Os resultados apresentados demonstraram estresse e alterações comportamentais, indicando uma diminuição do desempenho olfativo de cães detectores de drogas e explosivos proporcional ao tempo de confinamento. Além do tempo de permanência, não devem ser ignorados outros aspectos, como o material da caixa e a presença de áreas de ventilação, também muito importantes. Em 2004 ocorreu um fato trágico: alguns cães morreram durante uma exposição na cidade do Rio de Janeiro, devido ao calor. A fibra e o plástico são os materiais mais utilizados na fabricação das caixas, por serem resistentes, atóxicos e inodoros. Finalmente, quando utilizada com sabedoria e bomsenso pelo tutor, a caixa de transporte é muito vantajosa, por proporcionar aos animais um local seguro, confortável e relaxante, sem prejuízo do seu bem-estar. Referências:

BSAVA Manual of Canine and Feline Behavioural Medicine): Debra Horwitz,

Estudo com cães farejadores mostrou que o seu desempenho olfativo pode variar em função do tempo de confinamento na caixa de transporte. Quanto maior o tempo de transporte, menor o desempenho Daniel S. Mills, 2012. DEPORTER, T; LANDSBERG, G; BECK, A. Effectiveness of dog appeasing pheromone (D.A.P.) collars applied during the socialization period for prevention of development of fear and anxiety. Apresentado no 9º encontro internacional veterinário de comportamento, Lisboa, Portugal, 2013. FARACO, C. B; SOARES G. M. Fundamentos do comportamento canino e felino. São Paulo: MedVet, 2013. INTERNATIONAL AIR TRANSPORT ASSOCIATION. Traveler's Pet Corner. Disponível em <http://www.iata.org/whatwedo/cargo/live-animals/pets/Pages/index.aspx> Acesso em 17 junho 2014. LANDSBERG, G; HUNTHAUSEN, W.; ACKERMAN, L. Problemas comportamentais do cão e do gato. 2ª edição. São Paulo: ROCA, 2005. Pág. 47. MACHADO, L. Alterações comportamentais e fisiológicas em cães detectores de droga e explosivo após confinamento em caixas de transporte: Influências do estresse no desempenho. Dissertação de Mestrado, 2013 NOGUEIRA, M. C. Caixa Transportadora para cães, 2014. Disponível em < http://www.caoviver.com/?tag=caixa-de-transporte-de-caes> Acesso em 11 junho 2014. OLIVEIRA, S. B. C. Sobre homens e cães: um estudo antropológico sobre afetividade, consumo e distinção, 2006. Disponível em < http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/cp008915.pdf> Acesso em 12 junho 2014 Overall, K. Manual of Clinical Behavioral Medicine for Dogs and Cats, Elsevier, 2013.

Profa. dra. Ceres Berger Faraco

Instituto de Saúde e Psicologia Animal (INSPA) www.psicologiaanimal.com.br Médica veterinária, clínica de comportamento animal, doutora em psicologia e presidente da AMVEBBEA (Associação Médico-Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal) www.amvebbea.com.br

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

97


ÉTICA

Ética e regulamentação profissional do médico veterinário

D

esde o primeiro ano de faculdade me acompanha a dúvida sobre a forma como os médicos veterinários se apropriam da titulação de médicos (e as implicações que essa apropriação traduz, que remontam à história antiga e à centralidade da defesa da vida), ao mesmo tempo em que ocupam os mais diversos espaços e as mais variadas práticas sob a ideia generalista da arte de curar animais. Pois bem, espantei-me no decorrer do curso ao perceber que sequer à arte de curar animais é possível fidelidade enquanto categoria profissional, já que está agregada à função médica a lógica zootecnista de entender os animais como unidades lucrativas para as quais nos cabe a função de maximizar o desempenho e reduzir tanto quanto possível os custos (nessa redução está incluso aquilo que se nega gastar com tratamentos médicos, por exemplo, de uma vaca leiteira com mastite em período final de produção, prática diametralmente oposta aos princípios que norteiam a abordagem ao paciente na medicina conforme era entendida em sua origem, na Antiguidade). Foi a partir desta dicotomia (médico X zootecnista) que decidi pesquisar e refletir sobre a consolidação social da função do médico veterinário e o conjunto de princípios éticos que dão substância à atuação desse profissional, e, fazendo cuidadosa leitura do documento, percebi que o Código de Ética traça normas de conduta bastante genéricas (em muitos pontos, inclusive, antagônicas, mas que não vêm ao caso neste texto) e sequer se aproxima da determinação de princípios éticos que deveriam estar presentes em todos os profissionais da categoria, independentemente de sua área de atuação. Segundo o teórico político Antonio Gramsci, ética se define pela coerência entre prática e pensamento

98

(práxis), que, se voltada para a luta pela justiça e liberdade, faz com que a ação do sujeito seja benéfica em proveito da maioria – capacidade socialmente diluída pela divisão nas relações de trabalho (alienação), em que se perde o conhecimento do todo e se elege o capital como finalidade das relações sociais e políticas. O homem deixa de integrar todas as funções do cidadão (como ocorria na Grécia Antiga) e passa a compor frações sociais, de ordem política, religiosa, ideológica, de classe, de segmento profissional, etc. Porém, é ainda na esteira da ideia clássica de ética que as diversas categorias sociais que se formam pensam em um comportamento ético, "comportamento virtuoso entendido como a ação em conformidade com a natureza do agente (seu ethos) e dos fins buscados por ele" (Chauí, 1992), justificando a necessidade de um Código de Ética para os diversos segmentos profissionais, inclusive para o médico veterinário. Embora a natureza esperada da medicina veterinária seja a mesma que se espera da medicina humana – salvar vidas e minimizar sofrimento –, o médico veterinário tem uma titulação que lhe permite tanto convencer um tutor a investir milhares de reais num tratamento antineoplásico, respeitando princípios como qualidade de vida, conforto e sofrimento do paciente, como, em outras situações, sacrificar a vida de um filhote suíno simplesmente porque ele não atingiu o peso desejado em determinado período. Então me pergunto: como defendemos a arte de curar animais ao mesmo tempo em que aceitamos sacrificar filhotes por baixo ganho de peso? Poderíamos discutir o tema do ponto de vista das tendências atuais do mercado globalizado, da importância de se expandir a atuação do médico veterinário a todas as atividades que

envolvam animais, mas no caso brasileiro o que há de mais interessante é compreender o momento histórico em que a profissão é regulamentada. Apenas para situar o leitor, as normas legais que norteiam as práticas da medicina veterinária constam na Lei n. 5.517 de 23 de outubro de 1968, no Decreto-lei n. 64.704 de 17 de junho de 1969, na Resolução n. 809 de 15 de junho de 1994 e na Resolução n. 722, de 16 de agosto de 2002, que é a aprovação do Código de Ética da profissão. Voltadas quase que exclusivamente para a regulamentação dos espaços de atuação do médico veterinário, com ênfase em questões de saúde pública como inspeção sanitária, produção e aprimoramento de animais de corte e de leite, produção de alimentos e na criação e normatização dos Conselhos Regionais e Federais de Medicina Veterinária, essas leis regulamentam a atuação da categoria, sendo que a partir de 1968, os decretos-leis e resoluções subsequentes vêm no sentido de especificar e detalhar essa primeira – em linhas gerais, além de regulamentar a atuação da profissão, essas regulamentações repassam, através dos conselhos, a fiscalização das titulações, especializações e atuação dos profissionais dessa área à própria categoria, que se incumbe do registro e da validação de cada indivíduo considerado apto para atuar profissionalmente, se agir em conformidade com o Código de Ética. Por sua vez, ainda muito jovem (2002), o Código de Ética do médico veterinário vem regulamentar uma profissão exercida no Brasil de forma sistemática desde o início do século XX, profissão cujas primeiras práticas, denominadas "arte de curar animais", datam da Antiguidade, em civilizações como o Egito e a Grécia, e que, assim como a medicina humana, vem se tornando cada vez mais complexa e especializada. Iniciativa importante, porém ainda bastante incipiente, o Código de Ética da Medicina Veterinária oferece um instrumental para garantir a idoneidade na formação e na conduta de seus

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


profissionais que merece discussão e análise. Não é possível identificar a prática médica da medicina veterinária (hoje representada pela demanda cada vez maior por especialidades e técnicas que equiparam pacientes não humanos a humanos no que diz respeito ao direito à vida e ao bem-estar) às principais preocupações que determinaram sua regulamentação e a formulação de seu Código de Ética, mas é relativamente simples compreender essa discrepância se olharmos mais de perto o contexto em que a profissão foi regulamentada. Além de bastante inespecífico, o Código de Ética da Medicina Veterinária não comporta a questão da defesa dos direitos animais, já que a regulamentação profissional se deu no ano de 1968, período de acirramento do autoritarismo militar no Brasil, que além da supressão de direitos democráticos e da repressão à conquista de direitos em geral, marcou um momento em que o país tentava se integrar economicamente e expandir seus potenciais competitivos junto à economia mundial, e a agroindústria é um ótimo exemplo dessa manobra política. Somado a isso o fato de que os médicos veterinários (diferentemente de outras profissões, como professores, médicos, jornalistas, advogados, etc.) são uma categoria que não participou ativamente enquanto sujeito reivindicante de direitos no período da abertura democrática (anos 1980), o que se tem hoje é essa discrepância absurda na definição de uma identidade profissional. Assim, é na própria gênese do reconhecimento profissional (qual seja, tornar os produtos animais exportáveis, principal objetivo do governo militar para a medicina veterinária) que reside sua incongruência, pois ao mesmo tempo em que segue os passos da medicina humana no atendimento ao paciente, não foi com esse objetivo e muito menos com essa preocupação que ela se instituiu oficialmente, mas para garantir o máximo aproveitamento dos corpos dos

animais e a maior lucratividade possível da agroindústria num período em que ela se firmava dominante sobre as pequenas propriedades e a agricultura familiar, com suas características predatórias não apenas em relação aos animais, mas à economia voltada à subsistência local. Em decorrência dessa normatização restritiva e autoritária da profissão, o que vemos na década de 1990 com a expansão dos cursos de medicina veterinária é uma prática profissional diluída desde a formação universitária, em que o conflito colocado pela dicotomia médico X zootecnista mina, desde o início do curso, a capacidade do estudante de pensar sobre o ethos que ocupa socialmente e em relação aos animais. Não se oferece ao aluno (ou mesmo ao profissional) a possibilidade de refletir sobre a contradição que sua função encerra. Com isso, compartilham do mesmo conselho profissionais de atuações divergentes, atrasando a consolidação de uma identidade profissional para a categoria e a conquista de condições dignas de trabalho, pois, além dos prejuízos causados aos animais (já que, por definição, seria o médico veterinário o profissional mais capacitado para conhecer e defender a liberdade, a saúde e o direito à vida – esse deveria ser seu ethos), a falta de identidade profissional contribui para a manutenção da precariedade das condições de trabalho, visto que um conselho que não agrega sob o mesmo objetivo todos os seus representados torna-se inoperante para garantir à categoria os benefícios inerentes às classes médicas (como maior efetividade no reconhecimento das especializações) e a defesa de princípios que deveriam ser comuns a todos os profissionais, estejam eles na cidade, no meio rural ou silvestre. Além desses aspectos inerentes à profissão, nos últimos vinte anos, o Brasil vem acompanhando um movimento mundial que se torna cada vez mais forte e socialmente legitimado,

que é a defesa dos direitos animais (exemplos dessas conquistas são a Declaração Universal dos Direitos dos Animais de 1978, firmada pela Unesco; no âmbito científico, a Declaração de Cambridge, de 2012, na qual diversos neurocientistas afirmam a existência de senciência nos animais; e no âmbito político, em abril deste ano, a França propôs uma mudança em seu Código Civil que altera o estatuto dos animais de propriedades para sujeitos emocionais) e caberá às novas gerações de profissionais definir como a medicina veterinária deverá se inserir (ou não) nesse novo cenário. Após quase cinquenta anos de consolidação profissional, aqueles que acompanham e defendem os direitos animais ainda o fazem individualmente ou em parcerias privadas, mas torna-se cada vez mais necessário que essas questões sejam debatidas e revisadas seriamente em termos de identidade profissional, de forma que o Código de Ética deixe de ser uma extensão dos anseios militaristas e de uma elite rural arcaica para realmente incorporar os anseios dos profissionais enquanto categoria organizada e voltada para um objetivo comum e maior, capaz de nortear sua atuação enquanto categoria, que seria a defesa da vida e dos direitos dos animais. Esse deveria ser, por definição, o verdadeiro ethos (lugar) do médico veterinário. Resta saber se a categoria será capaz de se reconhecer como sujeito atuante nessas mudanças dentro da profissão ou se novamente a veremos tornar-se refém de sua própria história. Camila Vitte da Rocha camvitte@gmail.com Mestre em história e cultura política pela Universidade Estadual Paulista e graduanda em medicina veterinária pela Universidade Cruzeiro do Sul

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

99


MERCADO PET

Pet South America, em sua 13ª edição, tem foco na valorização da medicina veterinária e na setorização da feira

O

mês de outubro receberá a 13ª. edição da Pet South America - principal plataforma de negócios do setor pet e veterinário da América Latina. O evento é organizado pela NürnbergMesse Brasil, subsidiária do Grupo NürnbergMesse, que é a principal empresa organizadora de feiras de negócios do setor pet ao redor do mundo. “Ano a ano vemos a Pet South America confirmar sua importância como um ambiente ideal para a troca de conhecimento, networking e renovação profissional para nossos congressistas, visitantes, expositores e parceiros”, comenta Ligia Amorim, Diretora-Geral da NürnbergMesse Brasil. Com esse objetivo, médicos veterinários, empresários na área de pet shops, distribuidores, fabricantes, laboratórios, entre outros, poderão organizar sua visita conforme seus interesses. A Pet South America, a partir da edição de 2014, apresentará uma planta setorizada dimensionando o espaço de exposição em quatro importantes segmentos: Pet Foods, Saúde Animal, Higiene e Beleza e Acessórios. Uma planta desenhada para potencializar relacionamentos e oportunidades de negócios entre os vários profissionais do setor. Congresso Paulista das Especialidades - 12º Conpavet Organizado pela Sociedade Paulista de Medicina Veterinária (SPMV), em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), o Congresso Paulista das Especialidades ocorre paralelamente à Pet South America. Seu objetivo visa o aperfeiçoamento técnico-científico e a gestão da carreira do médico veteri-

100

nário. Trabalhando com este ideal elaborou-se uma programação científica com 25 especialidades. O momento atual é oportuno para inscrever-se, pois até o dia 23 de julho, as inscrições custarão R$ 250,00 por profissional (desconto de cerca de 30%). Entre as especialidades previstas estão: endocrinologia e metabologia; medicina tradicional chinesa; saúde pública; zoonoses; cardiologia; fisioterapia; anestesiologia; medicina de felinos; medicina interna; nutrição; oncolgia; ortopedia; entre outras. Diversos especialistas participarão dos três dias de palestras do congresso. O dr. Carlos Melián, diretor gerente do Hospital Clínico Veterinario ULPGC (Espanha), falará sobre o hipertireoidismo felino. As alterações hematológicas em oncologia, abordado pela dra. Mariana Cazaux, e a analgesia por infusão contínua em pequenos animais, pelo prof. Francisco José Teixeira Neto, da Unesp, são outros importantes temas que serão abordados no primeiro dia do congresso. No dia 29 de outubro, o congresso receberá especialistas como a profa. dra. Juliany Gomes Quitzan, da UNESP/Botucatu, que falará em sua palestra sobre neoplasias de bexiga. A profa. dra. Márcia Kahvegian, do Provet, estará no mesmo dia para falar sobre anestesia e câncer. No dia 30 de outubro os congressistas participarão de palestras como a do zootecnista Alexandre Rossi, que abordará as técnicas de modificação comportamental para cães e gatos. A profa. dra Mitika K. Hagiwara, da FMVZ/USP, também estará presente nesse último dia abordando o tema alterações hematológicas associadas às doenças infecciosas.

ANESTESIOLOGIA CARDIOLOGIA CIRURGIA DE TECIDOS MOLES DERMATOLOGIA ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA FISIOTERAPIA GERIATRIA HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA VETERINÁRIA IMAGINOLOGIA LEGISLAÇÃO MARKETING / CRM MEDICINA COMPLEMENTAR MEDICINA DE FELINOS MEDICINA INTERNA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA NEFROLOGIA E UROLOGIA NEUROLOGIA NUTRIÇÃO ODONTOLOGIA OFTALMOLOGIA ONCOLOGIA ORTOPEDIA REPRODUÇÃO ANIMAL SAÚDE PÚBLICA ZOONOSES TERAPIA INTENSIVA 12º CONPAVET - Programação científica:http://petsa.com.br/down load/grade2014.pdf

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



MERCADO PET

BCG PET: vacine-se contra insucessos

A gestão produtiva de estabelecimentos veterinários, com atenção ao bem-estar e ao comportamento dos animais é o foco do BCG Pet – Simpósio de Bem-Estar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet

O

BCG Pet – Simpósio de Bem-estar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet vai ocorrer de 27 a 30 de novembro, em Recife, PE, paralelamente ao Congresso Nordestino de Especialidades Veterinárias de Pequenos Animais (Conevepa) e à Feira Petnor. O objetivo do BCG Pet é compartilhar informações que promovam os serviços oferecidos no mercado pet, promover o aumento do vínculo entre os clientes e os estabelecimentos e, consequentemente, gerar lucratividade para os empreendedores e satisfação aos clientes. Um serviço bastante popular no mercado pet é o de hotel para animais. Trata-se de uma oferta muito importante, pois muitas vezes o cliente não pode cuidar do seu pet por determinados períodos, por causa de viagens, de reformas ou por outros motivos. A creche para cães, diferentemente do hotel, oferece um serviço diário que proporciona atividade física, socialização e, consequentemente, bem-estar aos animais. Nos dias atuais, em que é comum que os cães

102

fiquem o dia inteiro sozinhos em um apartamento, a opção de poderem passar um período numa creche é benéfica e previ“Um cão bem ne problemas tratado e devidacomo a ansiedamente cuidado é de de separação e o reflexo de um a obesidade. estabelecimento As creches caque respeita o ni nas já estão animal e seu dono”, destaca consolidadas em Renato Zanetti algumas regiões, mas em outras, pode-se dizer que ainda não existem. Em função disso, esse tema não poderia faltar na programação do BCG Pet. Ele será abordado por Renato Zanetti, zootecnista e proprietário do consolidado Centro de Convivência Canina Dog Solution e da empresa de consultoria para creches caninas Dog Consult. “Grande parte das pessoas que procuram pela Dog Consult – consultoria especializada em creches caninas – são empresários que já possuem um estabelecimento e que querem aumentar a gama de serviços para se diferenciar no mercado. No entanto, ter uma petshop ou apenas comercializar produtos para pets está muito distante de oferecer serviços práticos para o bem-estar animal. É necessário compreender que, embora também façam parte da esfera pet, são nichos totalmente distintos, que necessitam de conhecimentos específicos para que o negócio realmente funcione com a qualidade esperada. E que a aposta em ampliar o estabelecimento para um atendimento de

creche ou hotel não seja um tiro no pé. Afinal, existem protocolos rígidos a seguir no que diz respeito a limpeza, segurança, estrutura física, layout do local e treinamento de funcionários”, esclarece Zanetti. “Por outro lado, também há questões de suma importância que se referem ao comportamento canino, técnicas de enriquecimento ambiental e padrões de bem-estar animal que devem ser colocados em prática para que os pets também recebam o devido tratamento. Disponibilizar um local de hospedagem em que o cão fica enclausurado até que seu dono o retire de lá é completamente diferente de lhe proporcionar uma diária em que ele conviva com outros animais num espaço plenamente satisfatório e participe de atividades especialmente selecionadas de acordo com seu comportamento. Um cão bem tratado e devidamente cuidado é o reflexo de um estabelecimento que respeita o animal e seu dono. Portanto, qualquer negócio dessa natureza deve atender aos padrões mínimos necessários de uma creche ou hotel canino”, complementa Zanetti.

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

O bem-estar animal promove a fidelização de clientes


As creches proporcionam a socialização dos cães, promovendo comportamento saudável, equilibrado e natural

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

103


MEDICINA VETERINÁRIA LEGAL

7ª Conferência da Associação Internacional de Medicina Veterinária Forense (IVFSA)

F

oi realizada no período de 21 a 23 de maio de 2014 a 7ª Conferência Anual de Medicina Veterinária Forense, organizado pela International Veterinary Forensic Sciences Association (IVFSA) – http://www.ivfsa.org, na cidade de Orlando, Flórida. A IVFSA tem hoje mais de 130 membros de nove países dedicados à aplicação das ciências forenses à medicina veterinária. Em sua sétima conferência, a IVFSA trouxe palestrantes das mais diversas áreas, abordando diversos temas, como perícia veterinária, aspectos legais e bem-estar animal, aplicados a animais silvestres e domésticos, estudos de casos e resultados de pesquisas. Tive a grata satisfação de participar do evento na qualidade de representante da Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal (ABMVL), proferindo palestra sobre o panorama atual da perícia veterinária no Brasil. A edição deste ano contou com a participação de peritos veterinários de 13 países, entre os quais algumas personalidades de renome internacional, como os doutores John e Margaret Cooper, do Reino Unido, autores do livro Introduction to Veterinary and Comparative Forensic Medicine (Ames: Blackwell, 2007) – http://goo. gl/RnAoPK, e a perita Melinda

Da esquerda para a direita: John Cooper, Simon Newbery, Sérvio Túlio Reis e Margaret Cooper

Merck, autora do livro Veterinary Forensics (Ames: Blackwell, 2007) – http://www.veterinaryforensics.com. A conferência permitiu o intercâmbio de técnicas e procedimentos periciais nas mais diversas situações relacionadas a animais, mas o seu maior legado é a integração entre as instituições e os profissionais de medicina veterinária legal de lugares e realidades tão diferentes, que têm a oportunidade de se unir para o desenvolvimento da especialidade. Atualmente existem três entidades representativas de medicina veterinária legal no mundo, todas fundadas na mesma época. Além da IVFSA e da ABMVL, há ainda a British Veterinary Forensic & Law Association (BVFLA) – http://www.veterinaryexpertwitnesses.co.uk), representada no evento pelo dr. Simon Newbery. Como resultado das reuniões, percebemos que o Brasil integra um seleto grupo de países com Literatura especializada sobre medicina iniciativas pioneiras em medicina veterinária forense: veterinária legal. Essa é uma espeVeterinary and Comparative Forensic cialidade relativamente nova em Medicine – http://goo.gl/RnAoPK todo o mundo, ainda carente de Veterinary Forensics – http://www.veteribibliografia específica, mas acrenaryforensics.com ditamos no seu potencial de 104

desenvolvimento. Vemos o crescente interesse por esse tema dentro e fora do Brasil. Este é o momento de aprofundarmos nossos laços com grupos internacionais que estão à frente do desenvolvimento dessa ciência forense. A ABMVL busca estabelecer parcerias e promover a integração de profissionais desde a sua fundação, em 2009, tendo trazido ao país grandes especialistas, como Ranald Munro, Melinda Merck, Phil Arkow e Lee Goff, entre outros. Precisamos ter maior participação nos fóruns internacionais e disponibilizar acesso aos avanços científicos em nossa área a todos os profissionais brasileiros que atuem como peritos, assistentes técnicos, pesquisadores ou que tenham interesse em medicina veterinária legal. Sérvio Túlio Jacinto Reis Médico Veterinário Perito Criminal Federal. Pós-graduado em nível de especialização em Medicina Veterinária Legal. Mestrando em Perícias Criminais Ambientais (UFSC). Membro do Conselho TécnicoCientífico da ABMVL. Membro da Comissão de Meio Ambiente do CRMV/PR

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



LANÇAMENTOS

BRINQUEDOS QUE AUXILIAM NOS CUIDADOS COM A SAÚDE BUCAL

A

higienização bucal diária através da escovação é o meio mais eficiente de prevenir a doença periodontal nos pets. Mas, para a maioria dos animais e seus donos, a escovação é uma situação muito estressante. Por isso, a Pet Games, primeira empresa brasileira a desenvolver e fabricar produtos inovadores para melhorar a qualidade de vida dos pets, apresenta a Pet Escova e a Pet Pasta, uma maneira de cuidar da saúde bucal dos animais de forma prática para os donos e naturalmente divertida para os cães. A utilização dos brinquedos colabora na prevenção do cálculo dental e da formação de placa bacteriana. Além disso, eles atuam como um recurso antiestresse, pois permitem que o cão satisfaça seu desejo de roer usando um produto seguro. Os brinquedos são fabricados em náilon atóxico, material que confere ao produto grande resistência aos impactos do uso, com ranhuras funcionais que proporcionam maior estabilidade na hora agarrar o brinquedo. A superfície áspera que se forma com as mordi-

das propicia a higienização sem prejudicar a gengiva ou o esmalte dos dentes, reduzindo ainda o mau hálito. Disponíveis nos tamanhos P, M e G, os brinquedos podem ficar mais atraentes com a aplicação de frutas ou petiscos em suas ranhuras. Pet Games – http://petgames.com.br

Pet Escova e Pet Pasta

SUPLEMENTO PARA CÃES E GATOS

U

Um dos novos integrantes do portfólio superpremium da Vetnil é o P&D Gold, suplemento vitamínico mineral aminoácido para cães e gatos. Na sua composição há vitaminas, ômega 3 e 6, aminoácidos, leveduras e zinco. A dose inicial indicada pelo fabricante é de 1 comprimido para cada 10 kg de peso corporal por dia. A dose de manutenção recomendada consiste em metade da dose inicial. Vetnil – http://www.vetnil.com.br P&D GOLD é encontrado em duas apresentações: frascos com 60 comprimidos e com 30 comprimidos

ALIMENTO COADJUVANTE PARA GATOS COM PROBLEMAS URINÁRIOS Royal Canin, empresa especiaA lista na alimentação de cães e gatos e comprometida com a saúde

animal há mais de 40 anos, amplia sua linha de produtos coadjuvantes ao tratamento de gatos com DTUIF (doença do trato urinário inferior dos felinos) com o lançamento do produto Urinary S/O High Dilution. A sua prescrição tem o objetivo de alcançar alta diluição urinária, Urinary Feline S/O High Dilution tem atuação direta nos dois cálculos urinários mais presentes em gatos: estruvita e oxalato de cálcio 106

promovendo a dissolução de cálculos urinários de estruvita e oferecendo um manejo nutricional para urólitos de estruvita e oxalato de cálcio recorrentes por meio de uma única dieta. O comportamento de eliminação imprópria (fora da caixa de areia) é uma das manifestações de DTUIF. “Sabe-se que os problemas urinários estão entre as principais queixas dos proprietários de gatos nos consultórios veterinários, e que uma de suas principais causas é a formação de cálculos”, destaca Christiane Prosser, médica veterinária e integrante da equipe de comunicação científica da Royal Canin Brasil. Christiane comenta que o alimento Urinary S/O High Dilution é uma evolução do produto Urinary Feline S/O, por ser ainda mais eficiente na diluição da

urina e possuir um baixo índice de RSS (supersaturação relativa da urina). Essas características criam um ambiente desfavorável à formação de urólitos, além de auxiliar na dissolução de cristais de estruvita. “Como resultado visível, vários estudos comprovam que quanto mais baixo for o índice de RSS, mais rápida é a dissolução de cálculos de estruvita, que ocorre em apenas 17 dias em alguns testes clínicos”, ressalta a médica veterinária. O alimento também auxilia a prevenir a formação de plugs uretrais compostos por estruvita e a diluí-los, e é coadjuvante nos casos de cistite intersticial em gatos que não aceitam dietas úmidas. Royal Canin: 0800 703 55 88 http://www.royalcanin.com.br

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014



ANESTESIOLOGIA

2 e 3 de agosto Curitiba - PR Pós-graduação em anestesia veterinária http://www.pos-anestesia.com.br 23 de novembro a 21 de dezembro São Paulo - SP Curso teórico-prático de anestesia veterinária juna.eventos@uol.com.br

ANIMAIS SELVAGENS

26 a 29 de agosto Fortaleza - CE VI Encontro Nordestino de Grupos de Estudo de Animais Selvagens - ENGEAS e IV Simpósio Cearense de Animais Selvagens - SIMCEAS engeasesimposio@hotmail.com 6 a 14 de setembro Aquidauana - MS III Curso de capacitação para trabalho com fauna em vida livre (Conservação in situ) - Pantanal Sul Matogrossense http://www.abravas.org.br 6 a 10 de outubro São Paulo - SP XVII Congresso e XXIII Encontro da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (ABRAVAS). Pré-Congresso de 4 a 6 de outubro http://www.abravas.org.br 17 a 19 de outubro Botucatu - SP I Simpósio de patologia aplicada a animais selvagens geas@fmvz.unesp.br

AUXÍLIAR VETERINÁRIO

Agosto (data a divulgar) São Paulo - SP Curso de auxiliar veterinário e pet shop II http://goo.gl/cEHvKB

114

16 de agosto a 30 de novembro Jaboticabal - SP Curso de Capacitação Técnica de Auxiliar do Médico Veterinário http://goo.gl/dJMBrZ

BEM-ESTAR ANIMAL

5 a 7 de agosto Curitiba - PR III Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar Animal http://goo.gl/0vHwrU

31 de agosto São Paulo - SP 2º Max Encontro Nacional de Apoio a Protetores de Animais http://goo.gl/Fc9fD0 27 a 30 de novembro Recife - PE Identificação animal e sua relação com o bem-estar e a fidelização de clientes; O bem-estar e a obesidade. O sucesso na implementação do controle de peso nos pets. BCG PET - Simpósio de Bemestar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet http://www.feirapetnor.com.br 0800-887.1668

CARDIOLOGIA

31 de julho a 3 de agosto São José do Rio Preto - SP Cardiologia clínica básico "ECG + PA + Holter (teórico-prático)" - Kardiovet (17) 3011-0927 29 a 31 de agosto São Paulo - SP Curso de eletrocardiografia teóricoprático em cães e gatos - Módulo final de semana http://www.ivi.vet.br

CIRURGIA

25 e 26 de julho São Paulo - SP CIPO - Miscelâneas Cirúrgicas Tóraco-Abdominais (tecidos moles) http://www.cipo.vet.br

26 e 27 de julho São Paulo - SP Cirurgia de tecidos moles http://www.hovetpompeia.com.br 27 de julho a 31 de agosto São Paulo - SP Cirurgia de partes moles (11) 2995- 9155 Agosto (data a divulgar) Botucatu - SP V Curso de aperfeiçoamento em cirurgia de cães e gatos contato@pratica.vet.br 9 e 10 de agosto Botucatu - SP Curso teórico prático de craniotomia secretaria.bioethicus@gmail.com 16 de agosto a 8 de março de 2015 São Paulo - SP Pós graduação em cirurgia de pequenos animais UNISA http://migre.me/fb2TF 22 a 24 de agosto Jaboticabal - SP I Curso de videocirurgia em animais de companhia - UNESP http://migre.me/jVLm9 2 e 3 de setembro Online - EAD Cirurgia veterinária http://migre.me/j2Nn3 25 a 27 de setembro São Paulo - SP CIPO - Módulo Cirurgias da Coluna Vertebral http://www.cipo.vet.br/ 10 de novembro Belo Horizonte - MG Cirurgia gastroentérica anclivepa@anclivepaminas.com.br 27 a 29 de março de 2015 Jaboticabal - SP I Curso internacional de cirurgia reconstrutiva em cães e gatos http://www.funep.org.br

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

CLÍNICA

Início em agosto de 2014 Campinas - SP Curso extensivo - Clínica médica e cirúrgica de felinos e cirurgia de pequenos animais - Echoa http://www.echoa.com.br 2 e 3 agosto São Paulo - SP Clínica Médica Aplicada http://www.hovetpompeia.com.br 8 de setembro Belo Horizonte - MG Hemoparasitoses (31) 3297-2282 13 e 14 de setembro São Paulo - SP Clínica médica aplicada (11) 3673-9455 5 de outubro a 16 de novembro São Paulo - SP Curso de gastroenterologia clínica (11) 2995-9155

COMPORTAMENTO

2014 Online - EAD Etologia geral http://www.psicologiaanimal.com.br 17 de julho Online - EAD Adestramento inteligente http://www.equalis.com.br 7 a 10 de outubro Botucatu - SP Curso de Comportamento Animal ouvidoria@fmvz.unesp.br 27 a 30 de novembro Recife - PE Técnicas de prevenção de problemas comportamentais. Manejo etológico de cães e gatos. BCG PET - Simpósio de Bemestar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet http://www.feirapetnor.com.br


DERMATOLOGIA

25 a 27 de julho Curitiba - PR Pós-graduação em dermatologia veterinária 0800-701-6330

DERMATOLOGIA

Agosto (data a divulgar) São Paulo - SP O dermatopata bucha (11) 5051-0908

Agosto (data a divulgar) São Paulo - SP Curso de dermatologia e medicina complementar em pequenos animais secretaria.bioethicus@gmail.com 15 a 17 de agosto Botucatu - SP Simpósio de clínica médica de pequenos - FMVZ 2014 Tópicos especiais em dermatologia veterinária (14) 3880-2148

23 e 24 de agosto; 20 e 21 de setembro; 18 e 19 de outubro 29 e 30 de novembro Belo Horizonte - MG II Curso de Atualização em Dermatolgia Veterinária Anclivepa Minas. Pontuável para obtenção e manutenção do título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV) http://www.anclivepa-mg.com.br (31) 3297-2282

ENDOCRINOLOGIA

9 de novembro São Paulo - SP II Simpósio interncional de obesidade em cães e gatos http://www.anclivepa-sp.com.br

FISIOTERAPIA

4 a 26 de outubro São Paulo - SP VIII Curso intensivo de fisioterapia (11) 9780-5077

30 de agosto a 7 de dezembro Belo Horizonte - MG Curso de Medicina Felina da Anclivepa Minas http://www.anclivepa-mg.com.br

25 de outubro de 2014 a 24 de setembro de 2016 Botucatu - SP VII Curso de especialização em fisioterapia veterinária secretaria.bioethicus@gmail.com

Outubro (data a divulgar) São Paulo - SP Imunoterapia do cão atópico uma experiência pessoal em pacientes paulistanos http://www.sbdv.com.br

27 a 30 de novembro Recife - PE Os centros de reabilitação animal e sua importância para o sucesso terapêutico. O bem-estar e a obesidade. O

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

sucesso na implementação do controle de peso nos pets. BCG PET - Simpósio de Bemestar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet http://www.feirapetnor.com.br 0800.887.1668

GASTROENTEROLOGIA

1º a 10 de agosto Porto Alegre - RS Atualização em gastroenterologia gabrielle@equalis.com.br

GERIATRIA

21 de setembro Salvador - BA II Simpósio Brasileiro de Geriatria Veterinária - Gerivet (15) 3031-5156

GESTÃO

10 e 11 de novembro Online - EAD Curso de marketing - Anclivepa http://migre.me/j2Nn3

115


GESTÃO

13 de outubro Belo Horizonte - MG Gestão e negócios aplicado a medicina veterinária anclivepa@anclivepa-mg.com.br (31) 3297-2282 27 a 30 de novembro Recife - PE Aumentando o faturamento e o vínculo com os clientes através através da otimização de dados. Identificação animal e sua relação com o bem-estar animal e a fidelização dos clientes. BCG PET - Simpósio de Bemestar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet http://www.feirapetnor.com.br 0800.887.1668

IMAGENOLOGIA

21 de julho a 27 de agosto São Paulo - SP Curso teórico-prático de ultrassonografia abdominal http://www.ivi.vet.br 25 de julho a 26 de outubro Curitiba - PR Atualização em diagnóstico radiográfico gabrielle@equalis.com.br Agosto (data a divulgar) São Paulo - SP I Curso de aperfeiçoamento em tomografia computadorizada de pequenos animais - Anclivepa-SP (11) 3813-6568 Início em agosto de 2014 Campinas - SP Extensivo de ultrassonografia e suas modalidades em pequenos animais - Echoa http://www.echoa.com.br Início em agosto de 2014 Campinas - SP Curso extensivo de radiologia de pequenos animais - Echoa http://www.echoa.com.br 1º a 3 de agosto Rio de Janeiro - RJ Pós-graduação em diagnóstico por imagem em pequenos animais http://www.ibvet.com.br 1º de agosto a 7 de dezembro Curitiba - PR Atualização em ultrassonografia abdominal gabrielle@equalis.com.br

116

4 de agosto a 5 de setembro Campinas - SP Intensivo de ultrassonografia abdominal e pélvica em pequenos animais - Echoa http://www.echoa.com.br 5 de agosto a 11 de dezembro São Paulo - SP Curso de especialização em radiodiagnóstico veterinário http://www.ivi.vet.br 29 de agosto a 30 de novembro Porto Alegre - RS Atualização em diagnóstico radiográfico gabrielle@equalis.com.br 19 a 21 de setembro Campinas - SP Intensivo de ultrassonografia oftálmica em pequenos animais Echoa http://www.echoa.com.br 22 de setembro a 24 de outubro Campinas - SP Intensivo de ecodopplercardiografia em pequenos animais Echoa (19) 3365-1221 Início: agosto de 2015 São Paulo - SP Diagnóstico por imagem em pequenos animais Especialização: Anclivepa SP http://tinyurl.com/jwnbmj4

INTENSIVISMO

11 de agosto Belo Horizonte - MG Emergência - ABC do trauma Anclivepa Minas 31) 3297-2282 6 a 22 de outubro São Paulo - SP Tratamento Intensivo - Hovet Pompéia (11) 3673-9455 18 e 19 de outubro São Paulo - SP Urgências e emergências "módulo básico" teórico e prático I - técnicas de estabilização do paciente crítico - Hovet Pompéia (11) 3673-9455 9 de novembro São Paulo - SP Urgências e emergências "Módulo básico" prático II - simulação de atendimento - Hovet Pompéia (11) 3673-9455

MEDICINA ALTERNATIVA

2 e 3 de agosto (início) Campinas - SP Curso de pós graduação latu sensu em acupuntura veterinária - Instituto Jacqueline Pecker (19) 3208-1922 9 de agosto de 2014 a julho de 2016 Uberlândia - MG Acupuntura Veterinária - Pós-graduação latu sensu http://www.institutojp.com.br 16 de agosto de 2014 a 15 de julho de 2016 Botucatu - SP Acupuntura Veterinária - Pós-graduação secretaria.bioethicus@gmail.com 23 e 24 de agosto Campinas - SP XV Curso de Especialização em Homeopatia - Instituto Jacqueline Pecker (19) 3208-0993 30 e 31 de agosto Fortaleza - CE Acupuntura. Pós Graduação latu sensu - Instituto Jacqueline Pecker (19) 3208-1922

MEDICINA FELINA

Agosto (data a divulgar) Rio de Janeiro - RJ Pós-graduação em medicina clínica de felinos - Turma 2 http://www.ibvet.com.br 30 e 31 de agosto São Paulo - SP Curso de aperfeiçoamento em gestão clínica, cirúrgica e comportamental de felinos cat.cursosdefelinos@gmail.com 20 e 21 de setembro São Paulo - SP Curso de aperfeiçoamento em gestão clínica, cirúrgica e comportamental de felinos cat.cursosdefelinos@gmail.com 25 e 26 de outubro São Paulo - SP Curso de aperfeiçoamento em gestão clínica, cirúrgica e comportamental de felinos http://www.totalalimentos.ind.br/ 8 de novembro São Paulo - SP Cirurgia de tecidos moles -

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

"Módulo de penectomia/uretrostomia perineal em felinos" - teórico e prático - Hovet Pompéia (11) 3673-9455

NEFROLOGIA

11 de agosto Belo Horizonte - MG ABC do trauma - Dra. Fernanda dos Santos anclivepa@anclivepa-mg.com.br

NEUROLOGIA

6 de setembro de 2014 a 5 de agosto de 2015 Botucatu - SP VII Curso de neurologia veterinária em pequenos animais (14) 3814-6898 20 e 21 de setembro Botucatu - SP VII Formação em neurologia veterinária em pequenos animais secretaria.bioethicus@gmail.com 21 de setembro Salvador - BA II Simpósio Brasileiro de Geriatria Veterinária - Gerivet (15) 3031-5156

NUTRIÇÃO

15 a 17 de agosto Botucatu - SP IV Curso de dietoterapia para animais de pequeno porte (14) 3814-6898 17 a 18 de outubro Jaboticabal - SP VII Curso teórico-prático sobre nutrição de cães e gatos http://www.funep.org.br

OFTALMOLOGIA

8 de agosto Curitiba - PR Atualização em técnicas cirúrgicas em oftalmologia veterinária gabrielle@equalis.com.br 27 e 28 de setembro São Paulo - SP Curso teórico-prático de oftalmologia em pequenos animais http://www.vetmasters.com.br (11) 3082-3532

ONCOLOGIA

17 a 19 de setembro Curitiba - PR II Simpósio Sul-brasileiro de Oncologia Veterinária http://anclivepapr.com.br (41) 3205-5590



GESTÃO

13 de outubro Belo Horizonte - MG Gestão e negócios aplicado a medicina veterinária anclivepa@anclivepa-mg.com.br (31) 3297-2282 27 a 30 de novembro Recife - PE Aumentando o faturamento e o vínculo com os clientes através através da otimização de dados. Identificação animal e sua relação com o bem-estar animal e a fidelização dos clientes. BCG PET - Simpósio de Bemestar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet http://www.feirapetnor.com.br 0800.887.1668

IMAGENOLOGIA

21 de julho a 27 de agosto São Paulo - SP Curso teórico-prático de ultrassonografia abdominal http://www.ivi.vet.br 25 de julho a 26 de outubro Curitiba - PR Atualização em diagnóstico radiográfico gabrielle@equalis.com.br Agosto (data a divulgar) São Paulo - SP I Curso de aperfeiçoamento em tomografia computadorizada de pequenos animais - Anclivepa-SP (11) 3813-6568 Início em agosto de 2014 Campinas - SP Extensivo de ultrassonografia e suas modalidades em pequenos animais - Echoa http://www.echoa.com.br Início em agosto de 2014 Campinas - SP Curso extensivo de radiologia de pequenos animais - Echoa http://www.echoa.com.br 1º a 3 de agosto Rio de Janeiro - RJ Pós-graduação em diagnóstico por imagem em pequenos animais http://www.ibvet.com.br 1º de agosto a 7 de dezembro Curitiba - PR Atualização em ultrassonografia abdominal gabrielle@equalis.com.br

116

4 de agosto a 5 de setembro Campinas - SP Intensivo de ultrassonografia abdominal e pélvica em pequenos animais - Echoa http://www.echoa.com.br 5 de agosto a 11 de dezembro São Paulo - SP Curso de especialização em radiodiagnóstico veterinário http://www.ivi.vet.br 29 de agosto a 30 de novembro Porto Alegre - RS Atualização em diagnóstico radiográfico gabrielle@equalis.com.br 19 a 21 de setembro Campinas - SP Intensivo de ultrassonografia oftálmica em pequenos animais Echoa http://www.echoa.com.br 22 de setembro a 24 de outubro Campinas - SP Intensivo de ecodopplercardiografia em pequenos animais Echoa (19) 3365-1221 Início: agosto de 2015 São Paulo - SP Diagnóstico por imagem em pequenos animais Especialização: Anclivepa SP http://tinyurl.com/jwnbmj4

INTENSIVISMO

11 de agosto Belo Horizonte - MG Emergência - ABC do trauma Anclivepa Minas 31) 3297-2282 6 a 22 de outubro São Paulo - SP Tratamento Intensivo - Hovet Pompéia (11) 3673-9455 18 e 19 de outubro São Paulo - SP Urgências e emergências "módulo básico" teórico e prático I - técnicas de estabilização do paciente crítico - Hovet Pompéia (11) 3673-9455 9 de novembro São Paulo - SP Urgências e emergências "Módulo básico" prático II - simulação de atendimento - Hovet Pompéia (11) 3673-9455

MEDICINA ALTERNATIVA

2 e 3 de agosto (início) Campinas - SP Curso de pós graduação latu sensu em acupuntura veterinária - Instituto Jacqueline Pecker (19) 3208-1922 9 de agosto de 2014 a julho de 2016 Uberlândia - MG Acupuntura Veterinária - Pós-graduação latu sensu http://www.institutojp.com.br 16 de agosto de 2014 a 15 de julho de 2016 Botucatu - SP Acupuntura Veterinária - Pós-graduação secretaria.bioethicus@gmail.com 23 e 24 de agosto Campinas - SP XV Curso de Especialização em Homeopatia - Instituto Jacqueline Pecker (19) 3208-0993 30 e 31 de agosto Fortaleza - CE Acupuntura. Pós Graduação latu sensu - Instituto Jacqueline Pecker (19) 3208-1922

MEDICINA FELINA

Agosto (data a divulgar) Rio de Janeiro - RJ Pós-graduação em medicina clínica de felinos - Turma 2 http://www.ibvet.com.br 30 e 31 de agosto São Paulo - SP Curso de aperfeiçoamento em gestão clínica, cirúrgica e comportamental de felinos cat.cursosdefelinos@gmail.com 20 e 21 de setembro São Paulo - SP Curso de aperfeiçoamento em gestão clínica, cirúrgica e comportamental de felinos cat.cursosdefelinos@gmail.com 25 e 26 de outubro São Paulo - SP Curso de aperfeiçoamento em gestão clínica, cirúrgica e comportamental de felinos http://www.totalalimentos.ind.br/ 8 de novembro São Paulo - SP Cirurgia de tecidos moles -

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

"Módulo de penectomia/uretrostomia perineal em felinos" - teórico e prático - Hovet Pompéia (11) 3673-9455

NEFROLOGIA

11 de agosto Belo Horizonte - MG ABC do trauma - Dra. Fernanda dos Santos anclivepa@anclivepa-mg.com.br

NEUROLOGIA

6 de setembro de 2014 a 5 de agosto de 2015 Botucatu - SP VII Curso de neurologia veterinária em pequenos animais (14) 3814-6898 20 e 21 de setembro Botucatu - SP VII Formação em neurologia veterinária em pequenos animais secretaria.bioethicus@gmail.com 21 de setembro Salvador - BA II Simpósio Brasileiro de Geriatria Veterinária - Gerivet (15) 3031-5156

NUTRIÇÃO

15 a 17 de agosto Botucatu - SP IV Curso de dietoterapia para animais de pequeno porte (14) 3814-6898 17 a 18 de outubro Jaboticabal - SP VII Curso teórico-prático sobre nutrição de cães e gatos http://www.funep.org.br

OFTALMOLOGIA

8 de agosto Curitiba - PR Atualização em técnicas cirúrgicas em oftalmologia veterinária gabrielle@equalis.com.br 27 e 28 de setembro São Paulo - SP Curso teórico-prático de oftalmologia em pequenos animais http://www.vetmasters.com.br (11) 3082-3532

ONCOLOGIA

17 a 19 de setembro Curitiba - PR II Simpósio Sul-brasileiro de Oncologia Veterinária http://anclivepapr.com.br (41) 3205-5590



SAÚDE PÚBLICA

7 e 8 de novembro Belo Horizonte - MG Simpósio Internacional de Leishmaniose Visceral - realização Brasileish e Anclivepa Minas http://goo.gl/jzrP4S

SEMANAS ACADÊMICAS

18 a 21 de agosto Cruz das Almas - BA IV SAMEV - UFRB - Semana Acadêmica de Medicina Veterinária http://migre.me/jLU1o 25 a 29 de agosto Campinas - SP XII Semana da Medicina Veterinária da Universidade Paulista – UNIP/Campinas (19) 98182-6581 27 a 30 de agosto São Paulo - SP SEMEVEP 2014 - Semana da veterinária da UNIP contatosemevep@gmail.com 15 a 20 de setembro Patos - PB II Semana Acadêmica de Medicina Veterinária & Expofeira - SAMEV 2014 http://www.samev2014.wix.com/ expofeira

7 a 10 de agosto Gramado - RS 41º CONBRAVET - Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária http://www.conbravet2014.com.br

22 a 26 de setembro Gramado - RS 7º CBMZ - Congresso Brasileiro de Mastozoologia http://migre.me/jVNxU

8 de agosto Rio de Janeiro - RJ II Simpósio de Sepse em Medicina Veterinária http://migre.me/jKqyT

6 a 10 de outubro São Paulo - SP XVII Congresso e XXIII Encontro da ABRAVAS (Pré-Congresso de 4 a 6 de outubro) http://migre.me/jVOkw

4 a 6 de setembro Brasília - DF 2º COBRA - Congresso Brasiliense da ANCLIVEPA-DF & IX CONCEVEPA – Congresso Centro Oeste de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais http://www.anclivepadf.com.br

17 a 19 de outubro Curitiba - PR II Simpósio Sul-brasileiro de Oncologia Veterinária (41) 3205-5590

4 a 6 de setembro São Paulo - SP V Simpósio de Cães e Gatos – comportamento, nutrição e saúde http://www.fmvz.unesp.br/

28 a 30 de outubro São Paulo - SP • Pet South America 2014 • Conpavet http://www.petsa.com.br/

6 e 7 de setembro São Paulo - SP Conferência Anual da Sociedade Paulista de Medicina Veterinária http://www.spmv.org.br

4 a 8 de novembro Campos dos Goytacazes - RJ XVI Semana Acadêmica de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro http://www.fb.com/xvsacamev

8 e 9 de setembro Águas de Lindóia - SP 1º Encontro Nacional de Veterinários Especialistas - ABVET http://migre.me/jVLzL

13 a 16 de novembro Bento Gonçalves - RS XI Congresso Brasileiro de Cirurgia do CBCAV contato@cbcav2014.com.br

22 e 23 de novembro Belo Horizonte - MG IV Simpósio Internacional de Diagnóstico por Imagem Veterinário - SINDIV 2014 http://www.sindiv2014.com.br/ 27 a 30 de novembro Recife - PE • PetNor - Feira de Produtos e serviços para a linha pet e veterinária • Conevepa Congresso Nordestino de Especialidades Veterinárias em Pequenos Animais • BCGPET - Simpósio de Bemestar, Comportamento e Gestão para o Mercado Pet. http://www.feirapetnor.com.br

2015

2015 (data a divulgar) Ribeirão Preto - SP CBNA Pet 2015 http://www.cbna.com.br/ 20 a 22 de maio de 2015 Porto Seguro - BA 36º Congresso Brasileiro da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa) http://migre.me/jNPk1

25 a 28 de setembro Araçatuba - SP XX SEMEV - UNESP - FMVA http://www.facebook.com/semev. aracatuba 20 a 22 de outubro São José dos Campos - SP SEMEVEP 2014 - UNIP/São José dos Campos (12) 99183-7463

FEIRAS E CONGRESSOS

21 a 23 de julho São Paulo - SP • 12º CONPAVEPA • FIPPA - Feira Internacional de Produtos para Pequenos Animais http://www.fippa.com.br 1 a 3 de agosto Belo Horizonte - MG AvistarBH; Birdwatching; Congresso; AvistarKIDS. http://www.avistarbrasil.com.br

120

Salvador, BA - Brasil. Em 1º de novembro de 1501, a expedição comandada pelo navegante italiano Américo Vespúcio, a mando de Pedro Álvares Cabral e com a missão de reconhecimento do litoral tupiniquim, vislumbrou “uma baía grande e bela”. *Visite Salvador durante o CBA 2015 (http://migre.me/jNPZa - Porto Seguro - BA) http://bahia.com.br/destinos/baia-de-todos-os-santos/

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014


2014 ACVS Veterinary Symposium - The Surgical Summit http://www.acvs.org

AGENDAInternacional 18 e 19 de agosto Buenos Aires - Argentina 3er. Congreso Nacional y 2do. Congreso Iberoamericano de Gastroenterología y Nutrición Veterinaria http://migre.me/jVLh6 29 a 31 de agosto Edimburgo - Escócia BSAVA Scottish Congress 2014 http://www.bsava.com/Congress /ScottishCongress.aspx 11 e 12 de setembro Buenos Aires - Argentina • XIV Congreso Nacional AVEACA • XI Congreso Iberoamericano FIAVAC http://www.aveaca.org.ar 11 al 14 de setembro Santiago - Chile Primer Congreso Latinoamericano de Traumatología, Ortopedia e Imagenología Veterinaria SOCHITOV 2014 http://congresosochitov2014.cl 16 a 19 de setembro Cape Town - África do Sul WSAVA 2014 - The 39th World Small Animal Veterinary Association Congress http://migre.me/jVNig 17 a 23 de setembro Florença - Itália 39th Annual International Congress - IVAS http://www.ivas.org/news/congress/ Início: outubro de 2014 Online - EAD Comportamiento y bienestar en el perro - Universidad de Zaragoza (Instituto Micromat) http://migre.me/jNMZH 6 a 9 de outubro Habana - Cuba XXIV Congreso Panamericano de Ciencias Veterinarias 2014 PANVET http://migre.me/jVNW3 15 a 18 de outubro San Diego, CA - EUA

16 a 18 de outubro Barcelona - Espanha SEVC 2014 http://www.sevc.info 18 e 19 de outubro Lisboa - Portugal IV Congresso Psianimal http://www.psianimal.org 23 a 26 de outubro Praga - República Checa World Congress on Controversies, Debates & Consensus in Veterinary Medicine http://www.congressmed.com 6 a 9 de novembro Munich - Alemanha 20th FECAVA Eurocongress 60th Congress of the GSAVA http://www.fecava2014.org 19 a 21 de novembro Salinas - Equador 4to Congreso ECVECCS http://www.ecveccs.com 10 de dezembro Online - EAD Revisión de casos clínicos de medicina felina http://migre.me/jSy1F

2015

17 a 21 de janeiro de 2015 Orlando, FL - EUA NAVC Conference 2015 - The North American Veterinary Conference http://navc.com Abril de 2015 Lima - Peru Latin American Veterinary Conference www.tlavc-peru.org 9 a 12 de abril de 2015 Birmingham - Inglaterra BSAVA Congress 2015 - Leading veterinary excellence http://www.bsava.com Maio de 2015 Bangkok - Tailândia 40th World Small Animal Veterinary Association Congress WSAVA 2015 - The Always Amazing Thai Experience http://www.kenes.com/wsava2015

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014

121


National Park Perito Moreno, El Calafate - Argentina. El Calafate é o ponto de partida para visitar o Parque Nacional dos Glaciares e todos seus atrativos, como a incrível variedade de fauna e flora http://www.patagoniaexperience.com.br

122

Clínica Veterinária, Ano XIX, n. 111, julho/agosto, 2014




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.