PROGRAMA: CARNAVAL - JUN 2016

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DIREÇÃO ARTÍSTICA LUÍSA TAVEIRA


CARNAVAL

UMA FANTASIA A PARTIR DE O CARNAVAL DOS ANIMAIS DE CAMILLE SAINT-SAËNS

Junho dias 16, 17, 18, 23, 24 e 25 às 21h dias 19 e 26 às 16h Escolas 22 de junho às 15h Ensaio Geral Solidário 15 de junho às 21h

Victor Hugo Pontes coreografia e direção Camille Saint-Saëns Sérgio Azevedo Carlos Caires Eurico Carrapatoso Andreia Pinto Correia Nuno Côrte-Real Pedro Faria Gomes Mário Laginha João Madureira Carlos Marecos Daniel Schvetz Luís Tinoco António Pinho Vargas música F. Ribeiro cenografia Aleksandar Protic

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA

Sapos Carlos Marecos

Cesário Costa direção musical

Personagens com longas

Aquário, de O Carnaval dos Animais Camille Saint-Saëns Sereias João Madureira

orelhas, de O Carnaval dos Animais Camille Saint-Saëns

Sequência das peças

Centauro - Quíron Luís Tinoco

musicais e respetivos

O cuco nas profundezas do

autores

bosque, de O Carnaval dos

Introdução e Marcha Real

Animais Camille Saint-Saëns

do Leão, de O Carnaval dos

Flamingos Mário Laginha

Animais Camille Saint-Saëns

Viveiro de aves, de

Pinguins Pedro Faria Gomes

O Carnaval dos Animais

Galinhas e Galos, de

Camille Saint-Saëns

O Carnaval dos Animais

Fénix António Pinho Vargas

Camille Saint-Saëns

Pianistas, de O Carnaval dos

Porcos Daniel Schvetz

Animais Camille Saint-Saëns

Hemíonos [animais velozes],

Dinossauro Sérgio Azevedo

de O Carnaval dos Animais

Fósseis, de O Carnaval dos

figurinos

Camille Saint-Saëns

Wilma Moutinho desenho de luz

Fauno Eurico Carrapatoso

Cérbero Andreia Pinto Correia

Tartarugas, de O Carnaval dos Animais

O Cisne, de O Carnaval dos

Cesário Costa consultor musical Marco da Silva Ferreira assistente do coreógrafo

Camille Saint-Saëns Lagartos Nuno Côrte-Real O Elefante, de O Carnaval dos Animais

Rui Alexandre Fátima Brito ensaiadores

Camille Saint-Saëns

Marco Arantes tratamento de imagem

Animais Camille Saint-Saëns

Formigas Carlos Caires Cangurus, de O Carnaval dos

Animais Camille Saint-Saëns

Animais Camille Saint-Saëns Final, de O Carnaval dos Animais Camille Saint-Saëns


A FUNDAÇÃO EDP É MECENAS PRINCIPAL DA COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO E MECENAS EXCLUSIVO DA DIGRESSÃO NACIONAL

Uma raposa que tinha brincado com outra no quintal da casa da mãe às fábulas de La Fontaine antes de as ter lido e que depois as leu e disse as fábulas de La Fontaine tinham razão! ficou com muita vontade de ir para a floresta brincar a sério às fábulas de La Fontaine à entrada da floresta estava uma raposa a raposa perguntou isto é uma floresta a sério ou a fingir? a raposa da entrada da floresta achou a pergunta tão ingénua que achou que não valia a pena estar a explicar à outra que ali ou se come ou se é comido e que para quem come como para quem é comido saber se ali é uma floresta a sério ou a fingir não é uma questão pertinente isto aqui é uma casa particular respondeu a raposa e bocejou ¯¯¯ Adília Lopes, in Os 5 livros de versos salvaram o tio, 1991. Dobra – Poesia Reunida 1983-2014


CARNAVAL ¯¯¯ Victor Hugo Pontes, junho 2016

Escrevo este texto dez dias antes da estreia e antes mesmo de terminar a coreografia (falta o Final). Não sei, por isso, como acabará este Carnaval. Mas posso contar-vos como começou. Carnaval foi construído a partir de O Carnaval dos Animais, peça musical composta em 1886 por Camille Saint-Saëns. Uma das suas peculiaridades é a apropriação de peças de outros compositores e de peças anteriores do próprio Saint-Saëns, que são revisitadas num tom parodístico e mascaradas com nomes de animais. Ora, apesar de truncar o título original de Saint-Saëns, Carnaval percorreu um caminho idêntico, ainda que inverso, de composição: doze compositores contemporâneos, portugueses, foram convidados a compor um tema original associado aos catorze movimentos musicais de O Carnaval dos Animais. O desafio era aplicarem, nesse processo de composição, a técnica do cadavre-exquis: cada compositor convidado iniciaria a sua composição a partir do final do tema anterior, levando-a até ao tema seguinte; o mote era o nome de um animal que eu próprio lhes atribuí. O processo de criação deste espetáculo foi-me inusual, já que toda a dramaturgia precedeu a criação do primeiro gesto ou movimento e toda a banda sonora foi composta antes de avançar para o trabalho com os bailarinos. A ordem dos temas de O Carnaval do Animais foi mantida, mas intercalada com novos animais. Logo desde o começo imaginei a construção de Carnaval em torno dos seus dois elementos-chave – dança e música –, e, portanto, foi bastante claro para mim que no tema dos pianistas haveria apenas os pianistas em cena, e que

depois dos pianistas surgiriam os bailarinos. A minha ideia não foi usar somente a música para ilustrar o movimento, ou vice-versa, mas sim preservar o lugar próprio de cada linguagem. O fim do tema da Fénix marca um outro momento diferente deste Carnaval: a paródia, a máscara, a indiferenciação dos animais e das suas fantasias dão lugar à invocação do passado, do que já não existe mas perdura, às cinzas da Quaresma depois do Carnaval. E é aqui que entram os dinossauros (que desapareceram), os fósseis (que são as marcas que restam do que um dia existiu) e Cérbero, o cão de três cabeças que guarda a porta para o mundo dos mortos. Enquanto manifestação burlesca, o Carnaval tem muitas afinidades com o teatro e a dança: máscaras, mentiras, fingimento, suspensão da descrença por parte do público, sem o qual todo o jogo seria impossível. A oscilação entre realidade e farsa é, de resto, o que sustenta quer um gesto artístico quer um disfarce carnavalesco. Também apenas no Carnaval, ou numa criação artística, aceitamos a existência de personagens mitológicos. E por isso este Carnaval está povoado de seres imaginários – as sereias, a fénix, o fauno, o centauro – que no palco têm a mesma dimensão ontológica que os animais da natureza. O jogo prossegue. Quando em maio de 2015 construí a dramaturgia deste espetáculo, estava longe de imaginar onde é que este carrossel (ou poço da morte) iria levar-me. As intenções iniciais mantiveram-se: criar a partir de uma partitura musical. E, tal como Saint-Saëns, também eu não pude deixar de me apropriar de peças minhas anteriores para imaginar esta nova. A Ballet Story (2012) também teve como ponto de partida uma partitura musical, embora com uma diferença gigantesca: em A Ballet Story, a composição estava concluída, ao passo que no Carnaval grande parte da composição musical foi criada a posteriori. E depois houve ZOO (2013), em que a fisicalidade dos bailarinos parte de movimentos de animais.


No entanto, se em ZOO há uma ideia muito forte de observação e de metamorfose, de procura dos nossos instintos mais primários, em Carnaval essa fisicalidade é exposta de forma mais ilustrativa, mais fantasiada, numa procura da máscara, na proposta de um jogo de faz-de-conta. Comecei com O Carnaval dos Animais, de Saint-Saëns, depois os compositores convidados deram-me música e contaram-me a sua própria narrativa, e então construí eu a minha história, sempre não linear, sempre com muitos espaços em branco, porque, como diz Adília Lopes, “isto aqui é uma casa particular”. —


Artistas CNB Ensaio de palco


VICTOR HUGO PONTES COREOGRAFIA

F. RIBEIRO CENOGRAFIA

Nasceu em Guimarães, em 1978. É licenciado em Artes Plás-

Nasceu em Lisboa, em 1976. Iniciou a sua formação artística

ticas – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universida-

na área da Pintura, com Alexandre Gomes, em 1992, tendo

de do Porto. Em 2001, frequentou a Norwich School of Art &

completado o Bacharelato em Realização Plástica do Espe-

Design, Inglaterra. Concluiu os cursos profissionais de Teatro

táculo (1998) e a Licenciatura em Design de Cena (2008)

do Balleteatro Escola Profissional e do Teatro Universitário do

na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Concluiu

Porto, bem como o curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do

igualmente o curso de Pintura da Sociedade Nacional de Belas

Forum Dança. Em 2004, fez o curso de Encenação de Teatro na

Artes de Lisboa e o curso de Ilustração da Fundação Calouste

Fundação Calouste Gulbenkian, dirigido pela companhia ingle-

Gulbenkian. Na área do teatro, concebeu espaços cénicos

sa Third Angel, e, em 2006, o curso do Projet Thierry Salmon

para espetáculos dirigidos por Adriano Luz, Alberto Villareal,

– La Nouvelle École des Maîtres, dirigido por Pippo Delbono,

Ana Luísa Guimarães, Andrzej Sadowski, António Durães,

na Bélgica e em Itália. Como criador, a sua carreira começa a

António Feio, António Fonseca, António Pires, Carla Maciel,

despontar a partir de 2003 com o trabalho Puzzle. Desde então,

Cláudia Gaiolas, Denis Bernard, Dinarte Branco, Fernando

vem consolidando a sua marca coreográfica, tendo apresen-

Moreira, Gonçalo Waddington, Inês Barahona, Joana Antu-

tado o seu trabalho por todo o país, assim como em Espanha,

nes, João Mota, Joaquim Horta, John Romão, José Carretas,

França, Itália, Alemanha, Rússia, Áustria, Brasil, entre outros.

José Pedro Gomes, José Wallenstein, Luís Assis, Manuela

Das suas mais recentes criações como encenador/coreógrafo

Pedroso, Manuel Coelho, Marcos Barbosa, Maria João Luís,

destaca: Fuga Sem Fim, 2011, A Ballet Story, 2012, ZOO, 2013,

Marina Nabais, Miguel Fragata, Natália Luiza, Nuno Cardoso,

Ocidente, de Rémi de Vos, 2013, Fall, 2014, COPPIA, 2014, em

Nuno M Cardoso, Paula Diogo, Pedro Carraca, Pierre Woltz,

co-criação com Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves, Orlando,

Rita Blanco, Rogério Nuno Costa, Sara Carinhas, Tiago Rodri-

2015, em co-criação com Sara Carinhas e Se alguma vez preci-

gues, Tim Carroll, Tónan Quito e Victor Hugo Pontes. Em março

sares da minha vida, vem e toma-a, 2016. Em março de 2007,

de 2015 recebeu uma menção honrosa pela Associação Portu-

venceu o 1º Prémio com o trabalho Ícones no 2nd International

guesa de Críticos de Teatro. —

Choreography Competition Ludwigshafen 07 – No ballet, em Ludwigshafen, Alemanha. Com o espetáculo A Ballet Story, foi nomeado, em 2013, para os Prémios SPA na categoria de Dança – Melhor Coreografia. É, desde 2009, o Diretor Artístico da Nome Próprio – Associação Cultural, com sede no Porto. —


CARNAVAL ¯¯¯ Cesário Costa, maio 2016

A ideia inicial seria apresentar o Carnaval dos Animais de Saint-Saëns. A sua curta duração, aproximadamente 23 minutos, obrigaria a encontrar outras obras que completassem esta produção. A primeira opção, e a mais imediata, seria encontrar peças de outros compositores em que a temática dos animais também estivesse presente. Outra possibilidade, passaria por alargar o conceito utilizado por Saint-Saëns, que utiliza temas de outros compositores no seu Carnaval, tais como: Rameau, Offenbach, Berlioz, Mendelssohn, Rossini; utiliza ainda temas de canções infantis francesas, bem como temas que ele próprio escreveu para outras obras. Assim, foram convidados 12 compositores portugueses, pela primeira vez reunidos em Portugal num projeto com estas características, a escreverem uma peça sobre um animal, para ser intercalada com a música do compositor francês. E foi desta forma que surgiu esta Fantasia sobre o Carnaval, com novos animais, que vieram, sem dúvida, enriquecer a música de Saint-Saëns. —

EL GRAND TANGO DEL SEÑOR ARGENTINO SAURO ¯¯¯ Sérgio Azevedo, janeiro 2016

“ – A mim, calhou-me o Fauno, e a ti? – A mim? A mim saíu-me o Dinossauro!”. Este tipo de diálogo marcou o início do trabalho na peça: “A mim saíu-me o Dinossauro…” (primeiro pensamento: o que é que eu agora faço com um Dinossauro??). Coincidiu porém que, pouco tempo depois de saber que “a mim me calhara o Dinossauro”, estivesse a googlar “Dinossauro” na net, desesperado por encontrar uma ideia, enquanto, em simultâneo, ouvia uns tangos de, e por, Gardel. Farto da busca, experimentei juntar à pesquisa “Gardel” e “Tango” e surgiu-me um site de notícias que dava conta, na mesma página, de Gardel e da descoberta, na Argentina, dos esqueletos fósseis do maior dinossauro jamais encontrado: o Argentinosaurus, que chegou a pesar quase 90 toneladas, o que indica imediatamente uma aptidão natural para as danças de salão. A partir desse momento, a imagem de dois enormes dinossauros a dançarem o tango era por demais aliciante para a deixar escapar; um salão de dança na Argentina dos anos 30 do Período Jurássico, enfeitado para um Baile de Finalistas. No centro, alguns casais de animais pré-históricos rodopiam lentamente ao som de música de tango e, a um canto, um enorme mas tímido Argentinossauro lança subrepticiamente o olho a uma bela Argentinossaura sentada do lado oposto da sala, muito elegante no seu vestido cor-de-rosa com bolinhas brancas, e claramente à espera que o grandalhão se decida a convidá-la para dançar (não nos deixemos enganar pelas 90 toneladas: brutamontes mas tímido e sensível à poesia, o Argentinossauro adolescente sente as borbulhas e a falta de experiência com miúdas, e não faz ideia de como se dança o tango. Além disso, é consumido por um enorme complexo de inferioridade devido à profecia


de uma cigana: “ – O teu futuro é negro: serás extinto e, como se tal não bastasse, a evolução far-te-á regressar na forma de uma galinha”). Não obstante, a líbido falou mais alto, e anunciada a última dança da noite, lá arranja coragem e avança pela sala: “ – A menina dança? – Oh, siiiim…!” (outro mito destruído: estas grandes dinossauras tinham uma voz delicada e fininha). Agora, imaginemos dois Argentinosaurus, 90 toneladas cada, a dançarem – cheios de hormonas adolescentes – a mais erótica e violenta das danças de salão… Sim, adivinharam: uma carnificina na sala, pior que a da Carrie no seu Baile de Finalistas. Porém… quem está apaixonado não se dá conta do que se passa à sua volta. Assim, não se deram conta do asteróide que os havia de extinguir e que atingiu em cheio o salão precisamente no fim do tango. As escavações na Argentina dão conta do fenómeno: dois dos esqueletos encontrados, os de um macho e de uma fémea jovens, continuavam abraçados numa dança eterna, mais tarde identificada como sendo “sem dúvida um tango”. Segundo também os mesmos paleontólogos, que mediram a posição dos maxilares, os seus últimos rugidos terão sido: “ – Don’t cry for us, Argentina!”. Gardel, Che, Evita e Jorge Luís Borges teriam gostado de saber, mesmo que, para este último, a história tivesse muito mais graça contada com tigres. —

FORMIGAS ¯¯¯ Carlos Caires, maio 2016

O moinho de formigas é um fenómeno observado e no qual um batalhão de formigas, que sendo cegas, são separadas da principal forragem, perdem a pista da feromona e começam a seguir-se umas às outras, formando um circulo em contínua rotação. As formigas acabarão por morrer de exaustão. —

FAUNO – PEQUENA NOTA ¯¯¯ Eurico Carrapatoso, janeiro 2016

Quando recebi da Luísa Taveira e do Cesário Costa o convite para escrever uma peça a ser integrada num espetáculo coreográfico de Victor Hugo Pontes, tendo como pano de fundo o adorável Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saëns, fiquei suspenso. A peça apareceria colocada entre o 3º e o 4º andamentos, Animais velozes e Tartarugas, respetivamente. Acrescia o facto de o conceito base, ao convidar mais onze compositores, correr o risco de heterogeneidade estética. Será, porém e afinal, uma celebração do mais fascinante dos aspetos da composição portuguesa atual: a diversidade estética, muito precisamente. Ainda bem que nós doze temos ideias diferentes. Não seria uma tristeza se fôssemos todos como o peixe do cardume? Como diz Jean Baudrillard “quando os peixes viram todos instantaneamente no mesmo sentido, o risco de colisão é mínimo. Mas a hipótese de um encontro é nula.” Liberdade sempre. Fascismo nunca mais. A prenda principal, contudo, estava reservada para quando me anunciaram o animal que viria a significar na minha música: o fauno. Ser sensual sobre cascos, desafio de barbicha pontiaguda e chifres; ali estava à minha espera o almiscarado ser façanhudo que acomete ninfas, Diana, cães e tudo. O tema do fauno é oiro sobre azul no meu afeto, ainda para mais. Obra máxima e incontornável da literatura e da música, no par imbatível Mallarmé / Debussy, obra amada e tantas vezes revisitada nas minhas classes de composição, assombrosa declamação sinfónica de um poema (110 compassos para 110 versos), síntese impossível de perfeição apolínea e de sensualidade dionisíaca, regra-de-oiro-sobre-azul na minha própria mundividência musical. Não podia faltar, no ocaso da minha partitura, a homenagem àquele legado gaulês na doce citação final do tema


de Debussy, com a fragrância enxofrada do trítono, conduzindo a minha peça às Tartarugas de Saint-Saëns pela estafeta inevitável do acorde de sexta francesa. Foi pelo fim, por essa sexta francesa a tresandar a tons inteiros, que a peça começou, aliás. Fatal como o destino. —

CÉRBERO ¯¯¯ Andreia Pinto Correia, fevereiro 2016

Cérbero ou o cão do Hades, como foi descrito por Homero, era filho de Tífon e Equiidna, devorador de carne humana e portador de múltiplas cabeças. Segundo Maurice Bloomfield, as diversas explicações sobre o cão do Hades e sobre o seu simbolismo multiplicam-se através dos tempos. No entanto, é só no II Século a.C. que Cérbero adopta a temível forma como desde então passa a ser conhecido: o cão das três cabeças (cada qual intimamente ligada a um dos três estádios da vida: infância, juventude e velhice), com cauda de dragão e com as costas cobertas de cabeças de serpentes. É desta forma que Cérbero foi retratado por Apolodoro, quando descreve o décimo segundo trabalho de Hércules. Das múltiplas referências ao cão do Hades, duas foram essenciais para esta composição musical. Na sua obra República, Platão classifica Cérbero como a imagem ideal da alma, na qual duas ou mais diferentes naturezas crescem em simultâneo até se unirem numa só. Inspirada por esta imagem, a pequena obra Cérbero manifesta constantemente estas múltiplas naturezas contraditórias. A outra fonte de inspiração é a Eneida de Virgílio. Nesta epopeia (Livro 6), a terrível ferocidade do cão guardador das portas do inferno é conquistada por Sibila através da oferta de guloseimas. Assim, temos um alternar de secções rápidas, “Furioso”, com secções (com a indicação “Tranquillo”) mais líricas e contemplativas, correspondentes à rendição de Cérbero. —

LAGARTO ¯¯¯ Nuno Côrte-Real, maio 2016

Pequeno réptil sáurio da família dos lacertídeos, de corpo alongado, patas curtas, cauda comprida, língua bífida e retráctil. Os lagartos são animais de sangue frio. Por entre o rastejar quase misterioso, rápido e irregular, os lagartos fixam-se sem qualquer litígio com a lei da gravidade: no chão, de lado, em cima, verticalmente, obliquamente, com as suas patas ventosas, eles quedam-se por tempo indeterminado, numa espera que nos confunde a paciência. Por vezes, sem que nos vejam, podemos vê-los rastejando, e revela-se então uma certa vaidade nos movimentos, como uma dança íntima sem público, numa espécie de ritual telúrico e primordial. Depois, rápidos, desaparecem. —

PINGUINS ¯¯¯ Pedro Faria Gomes, abril 2016

Pinguins desenrola-se num ambiente frio, muito marcado pelo acorde inicial, que influencia toda a harmonia da peça. Apesar das cores tendencialmente frias, há dois tons distintos nesta peça: um em terra e outro no mar – como na vida dos pinguins. As colónias de pinguins, em terra, são geralmente muito densas e numerosas; musicalmente este é um espaço circunscrito, tenso e agitado. No mar, o movimento é mais livre e fluido. —

FLAMINGOS ¯¯¯ Mário Laginha, maio 2016

Não tendo eu tido nunca a oportunidade de observar os flamingos no estuário do Tejo (ou em qualquer outro habitat natural) recorri aos preciosos documentários de


David Attenborough). Um bando de flamingos é um espetáculo fascinante. Entre os gestos de um só indivíduo quando se alimenta num lago, aos de todo o bando, numa cadência hipnótica e repetitiva, tudo me convidava para a ideia de ritmo. Como vão perceber, aceitei o convite. —

desta peça transportou-me para um lago no meio de uma floresta onde se podia escutar o canto de inúmeros sapos. Imaginei também uma presença feminina, talvez uma princesa, que ao luar aparece a mergulhar no lago, pelo que os sapos ao verem a sua presença interrompem o canto para admirarem a sua dança nas águas. —

SEREIAS

PORCOS

¯¯¯ João Madureira, maio 2016

Escrever Sereias, a propósito do Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saëns, foi um enorme prazer. Porque adoro esta obra e a sua auto-ironia, que, não se enganem, está sempre presente. Foi, por isso, sempre com enorme espanto que constatei, desde a minha adolescência, que o próprio Saint-Saëns não a considerava uma peça importante do seu catálogo. Era, para ele, uma peça menor. E para mim não, ela é uma peça fundamental do reportório clássico do seu tempo. Porque ela oferece uma releitura constante dos seus materiais, num esforço hermenêutico invulgar, que ultrapassa em muito a sua aparente simplicidade formal. Restitui-la ao olhar contemporâneo pela mão da Companhia Nacional de Bailado, de Victor Hugo Pontes e da Orquestra Sinfónica Portuguesa sob direção de Cesário Costa foi, por isso, um enorme desafio a que não quis deixar de corresponder. —

NOTAS SOBRE SAPOS ¯¯¯ Carlos Marecos, março 2016

Os Sapos, a minha contribuição para o Carnaval, surge após os Cangurus de Saint-Saëns e antecede o Aquário, estando musicalmente integrada nesse contexto, onde procurei acolher alguns gestos e pequenas células melódicas do Aquário. Por outro lado, a atmosfera inicial

¯¯¯ Daniel Schvetz, janeiro 2016

A descrição dos fundamentos em que esta peça está baseada constitui uma exposição do critério e inspiração evocados pelo compositor, na concepção da mesma. Esta é uma pequena obra de aproximadamente 4’ 20’’, articulada em 5 microsecções, com uma duração inferior ao minuto, cada. O porco, ou javali, é o 12º signo do horóscopo Chinês, no qual a cada ano corresponde um animal próprio, dos 12 que integram tal tradição. Simultaneamente há 5 elementos: Terra, Metal, Água, Madeira e Fogo, associados a cada ano e implicitamente a cada animal. Como consequência deste facto, cada um dos referidos elementos terá um período de influência de 12 anos, o ciclo de igual número de animais. Assim, a associação entre cada animal e um dos elementos repete-se, apenas, a cada 60 anos, tendo em conta a tradição e filosofia chinesas, respeitada ainda pela medicina chinesa e a milenar tradição Taoista. A ordem, já mencionada, em que os cinco elementos são evocados corresponde às cinco últimas oportunidades em que aconteceu o ano do Porco: 1959, 1971, 1983, 1995 e 2007. A próxima será apenas em 2019. O Horóscopo Chinês constitui uma escolha de carácter absolutamente subjectivo, uma simbologia em que os cinco elementos, conforme tal tradição, agem sobre cada signo/animal, mudando a cada doze anos, como se de uma máscara se tratasse. —


QUÍRON ¯¯¯ Luis Tinoco, março 2016

Na mitologia grega, Quíron era um centauro que se distinguia dos seus pares pela sua imortalidade, inteligência e bondade. Com Apolo - o seu pai adoptivo aprendeu as artes, música, poesia, filosofia, medicina e outros saberes. Altamente reverenciado como professor e tutor, entre seus pupilos contam-se diversos heróis como Teseu, Aquiles, Jasão, ou Héracles. A sua nobreza reflecte-se, também, na história que narra a sua morte: Atingido na coxa por uma flecha envenenada que lhe provocou dores terríveis e incessantes, trocou a sua imortalidade pela vida de Prometeu. Este roubara o fogo dos deuses oferecendo-o aos homens e, por isso, fora condenado a padecer eternamente, amarrado a um rochedo enquanto um pássaro devorava o seu fígado, que voltava a crescer no dia seguinte. Zeus, aceita então libertar Prometeu em troca da imortalidade de Quíron, que se liberta assim do seu sofrimento, morrendo tranquilamente. —

SOBRE FÉNIX ¯¯¯ António Pinho Vargas, fevereiro 2016

Antes de compor esta obra curta na sua duração, na verdade, tive de fazer um trabalho prévio idêntico àquele que sempre faço: identificar o que me foi proposto no Projecto Carnaval e pensar sobre o tema. O que sabia, que se tratava de um animal da mitologia grega que na sua morte entrava em combustão e renascia das suas cinzas, parecia-me insuficiente e fui ler algo mais. Muitos autores gregos escreveram sobre a Fénix, que vivia 500 anos para uns, 97 200 anos para outros; nas crenças cristãs mais tardias, tornou-se um símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual. Nas representações

das artes de todo o mundo é impressionante o seu tamanho gigantesco, próximo de uma águia enorme, a sua força que lhe permitia “transportar elefantes” e um aspecto quase sempre escuro, manifesto em vários séculos, com algo de assustador apesar das qualidades simbólicas ligadas à transformação diária das coisas da vida. Daqui parti para as ideias base desta peça: uma vaga noção de força; de potência; de recomeço; mas não ignorar a ficção face àquilo que mais atormenta os humanos desde sempre: a sua finitude. O resto foi compor uma música que, a partir destes vários motivos, os realizasse enquanto gesto, um gesto. —


ALEKSANDAR PROTIC FIGURINOS

WILMA MOUTINHO DESENHO DE LUZ

Aleksandar Protic nasceu em Belgrado, Sérvia. Em 1998,

Nasceu em 1969 na Republica Federal da Alemanha. Concluiu

licenciou-se na Academia das Belas Artes em Belgrado, no

o Curso Intensivo de Iniciação ao Teatro, no Teatro Univer-

departamento de Desenho da Moda e Figurinos. No mesmo

sitário do Porto, em 1994. Entre 1995 e 1998 frequentou o

ano, frequenta a Academia Real de Belas Artes de Antuérpia,

Curso de Produção, Luz e Som, da Escola Superior de Música

Bélgica, no Departmento de Desenho da Moda. Ainda em

e Artes do Espetáculo. Em 2003 frequentou o Curso de Robó-

Belgrado, os prémios “Belgrade Fashion Statue” concederam-

tica (Montagem e Programação), no Centro de Tecnologia del

-lhe o galardão de “Mais Promissor Designer de Moda”. No

Espectáculo – Instituto Nacional de Las Artes Escenicas y de

mesmo ano, encerrou a Belgrade Fashion Week com a cole-

La Música, em Madrid. Frequentou diversas formações na área

ção criada enquanto aluno finalista. Em 1999 mudou-se para

da iluminação. Na criação do desenho de luz em Teatro, ópera

Lisboa, onde em 2000 abriu a sua própria loja e deu início à

e Dança trabalhou com: António Capelo, Carlos Avilez, Clara

marca Aleksandar Protic. Desde 2001 exibe regularmente as

Andermatt, Denis Bernard, Fernando Moreira, John Mowat,

suas coleções na Moda Lisboa, no calendário da Semana de

José Carretas, Joclécio Azevedo, Júnior Sampaio, João Paulo

Moda de Lisboa. Além do seu trabalho enquanto designer de

Costa, John Gardyn, Quico Cadaval, Marco da Silva Ferreira,

moda, colabora como figurinista com diversos artistas de Dança

Roberto Merino e Victor Hugo Pontes, entre outros. Na música

e Teatro Contemporâneos. Em 2010 foi selecionado pela Maison

trabalhou com: Be-Dom, Clã, Cesária Évora, Chicco César, Foge

de la Création para representar Portugal no projeto Cité Euromé-

Foge Bandido, Lufa-lufa, Lura, Ornatos Violeta, Pilar Homem de

diterranéenne de la Mode que culminou, em julho de 2013, com

Melo, Jorge Palma, Som Ibérico, Tanya Tagaq, entre outros.

a grande exposição na cidade de Marselha, Capital Europeia

Trabalhou como assistente dos iluminadores Marco Filibeck

da Cultura. O trabalho de Aleksandar Protic explora as formas,

– Carmina Burana, de Carl Orff, em 2003, com Franco Marri –

esculpindo e drapeando, combinando formas estruturadas e

Tosca de Puccini, em 2002. Em 2007, foi cocriadora do projeto

fluidas, criando coordenados dramáticos e, ao mesmo tempo,

Unicer Laboratório Criativo, que se realizou na Gare do Oriente

práticos. Encontra, muitas vezes, a sua inspiração na arte, na

em Lisboa. Colaborou com Cristiana Rocha no projeto A Casa

música e no mundo que o rodeia. —

Subterrânea – Atelier de Movimento e Luz para Crianças, em 2009/2010. Desde ai realizou diversos workshops de iluminação para crianças. Desde 2003 é responsável pela direção de iluminação de todos os espetáculos e eventos dos Clã, realizados em Portugal e no estrangeiro. Em 2010 trabalhou com os Liquid Theatre, no espetáculo Fare Away From Here, projeto inserido no Interdance – Festival Internacional de Moscovo, com direção de Victor Hugo Pontes, com quem trabalha desde 2003, assinando o desenho de luz e assumindo a direção técnica de todas as criações deste artista. Desde 2010 que leciona a disciplina de Oficina de Luz ao 3ºAno da Academia Contemporânea do Espetáculo, Porto. —


CESÁRIO COSTA DIREÇÃO MUSICAL

ORQUESTRA SINFÓNICA PORTUGUESA

Cesário Costa (n. 1970) tem vindo a distinguir-se em Portugal

Criada em 1993, a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) é um

como um dos mais ativos maestros da sua geração. Depois

dos corpos artísticos do Teatro Nacional de São Carlos e tem

do Curso Superior de Piano (Paris), completou o Mestrado em

vindo a desenvolver uma atividade sinfónica própria, incluindo

Direção de Orquestra (Würzburg, Alemanha), vencendo o III

uma programação regular de concertos, participações em festi-

Concurso Internacional Fundação Oriente para Jovens Chefes

vais de música nacionais e internacionais. No âmbito de outras

de Orquestra. A sua atividade como maestro desenvolve-se

colaborações, destaque-se também a sua presença nos seguin-

tanto em Portugal como no plano internacional. Apresentou-se

tes acontecimentos: 8.º Torneio Eurovisão de Jovens Músicos

na Europa, Ásia, Cabo Verde e América com reportório que vai

transmitido pela Eurovisão para cerca de quinze países (1996);

do barroco ao contemporâneo, tendo sempre a preocupação de

concerto de encerramento do 47.º Festival Internacional de

divulgar obras de compositores portugueses. Colaborou com

Música e Dança de Granada (1997); concerto de gala da Aber-

solistas e encenadores de renome. Fez a estreia absoluta de

tura da Feira do Livro de Frankfurt; concerto de encerramento

mais de cem obras, trabalhando com a maioria dos composi-

da Expo’98; Festival de Música Contemporânea de Alicante

tores nacionais contemporâneos. Paralelamente à atividade

(2000) e Festival de Teatro Clássico de Mérida (2003). Colabo-

de maestro e de programador musical, tem sido professor em

ra regularmente com a Rádio e Televisão de Portugal através

diversas escolas e na Universidade Católica Portuguesa. Foi

da transmissão dos seus concertos e óperas pela Antena 2,

Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra do Algarve e

designadamente a realização da tetralogia O anel do Nibe-

posteriormente presidente da Metropolitana e Diretor Artístico

lungo, transmitida na RTP2, e da participação em iniciativas

da Orquestra Metropolitana de Lisboa. É atualmente Maestro

da própria RTP, como o Prémio Pedro de Freitas Branco para

titular da OrchestrUtópica. —

Jovens Chefes de Orquestra, o Prémio Jovens Músicos-RDP e a Tribuna Internacional de Jovens Intérpretes. No âmbito das temporadas líricas e sinfónicas, a OSP tem-se apresentado sob a direção de notáveis maestros, como Rafael Frühbeck de Burgos, Alain Lombard, Nello Santi, Alberto Zedda, Harry Christophers, George Pehlivanian, Michel Plasson, Krzysztof Penderecki, Djansug Kakhidze, Milán Horvat, Jeffrey Tate e Iuri Ahronovitch, entre outros. A discografia da OSP conta com dois CD para a etiqueta Marco Polo, com as sinfonias nºs 1, 3, 5 e 6 de Joly Braga Santos, que gravou sob a direção do seu primeiro maestro titular, Álvaro Cassuto, e Crossing Borders (obras de Wagner, Gershwin e Mendelssohn), sob a direção de Júlia Jones, numa gravação ao vivo pela Antena 2. No cargo de maestro titular, seguiram-se José Ramón Encinar (1999-2001), Zoltán Peskó (2001-2004) e Julia Jones (2008-2011); Donato Renzetti desempenhou funções de primeiro maestro convidado entre 2005 e 2007. Atualmente, a direção musical está a cargo de Joana Carneiro. —


DIREÇÃO ARTÍSTICA Luísa Taveira BAILARINOS PRINCIPAIS Adeline Charpentier; Ana Lacerda; Filipa de Castro; Filomena Pinto; Inês Amaral; Peggy Konik; Solange Melo; Alexandre Fernandes; Carlos Pinillos; Mário Franco BAILARINOS SOLISTAS Isabel Galriça; Mariana Paz; Paulina Santos; Brent Williamson; Luis d’Albergaria; BAILARINOS CORIFEUS Andreia Pinho; Annabel Barnes; Catarina Lourenço; Henriett Ventura; Irina de Oliveira; Maria João Pinto; Marta Sobreira; Armando Maciel; Dukin Seo; Freek Damen; Miguel Ramalho; Sergio Navarro; Xavier Carmo CORPO DE BAILE África Sobrino; Alexandra Rolfe; Almudena Maldonado; Andreia Mota; Carla Pereira; Catarina Grilo; Diletta Bonfante; Elsa Madeira; Filipa Pinhão; Florencia Siciliano; Inês Ferrer; Inês Moura; Isabel Frederico; Isadora Valero; Júlia Roca; Leonor de Jesus; Margarida Pimenta; Maria Barroso; Maria Santos; Marina Figueiredo; Miyu Matsui; Patricia Keleher; Rebecca Storani; Sílvia Santos; Susana Matos; Tatiana Grenkova; Zoe Roberts; Aeden Pittendreigh; Christian Schwarm; Filipe Macedo; Frederico Gameiro; João Carlos Petrucci; José Carlos Oliveira; Joshua Earl; Kilian Souc; Lourenço Ferreira; Nuno Fernandes; Ricardo Limão; Tiago Coelho BAILARINOS ESTAGIÁRIOS Hèctor Chicote; João Pedro Costa; João Silva; Kilian Smith

MESTRES DE BAILADO Fernando Duarte (coordenador); Barbora Hruskova; Maria Palmeirim ENSAIADORES Fátima Brito; Rui Alexandre ADJUNTO DA DIREÇÃO ARTÍSTICA João Costa COORDENADORA MUSICAL Ana Paula Ferreira COORDENADORA ARTÍSTICA EXECUTIVA Filipa Rola COORDENADOR DE PROJETOS ESPECIAIS Rui Lopes Graça INSTRUTOR DE DANÇA NA PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO DE LESÕES Didier Chazeau PROFESSOR DE DANÇA CONVIDADO Boris Storojkov* PIANISTAS CONVIDADOS Humberto Ruaz*; Jorge Silva*; Hugo Oliveira*

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OPART Presidente Carlos Vargas; Vogal Sandra Simões; Vogal Samuel Rego DIREÇÃO DE ESPETÁCULOS CNB Diretora Margarida Mendes; Carla Almeida (coordenadora); Bruno Silva (digressão e eventos); Natacha Fernandes (assistente) ATELIER DE COSTURA CNB Paula Marinho (coordenadora); Adelaide Pedro Paulo; Ana Fernandes; Conceição Santos; Helena Marques DIREÇÃO TÉCNICA CNB Diretora Cristina Piedade; Sector de Maquinaria Alves Forte (chefe de sector); Miguel Osório Sector de Som e Audiovisuais Bruno Gonçalves (chefe de sector); Paulo Fernandes Sector de Luz Vítor José (chefe de sector); Pedro Mendes Sector de Palco Ricardo Alegria; Frederico Godinho; Marco Jardim DIREÇÃO DE CENA CNB Diretor Henrique Andrade; Vanda França (assistente / contrarregra); Tom Colin (assistente) Conservação do Guarda Roupa Carla Cruz (coordenadora); Cristina Fernandes; DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO CNB Diretora Cristina de Jesus; Pedro Mascarenhas Canais Internet José Luís Costa Vídeo e Arquivo Digital Marco Arantes Design João Campos* Bilheteira Ana Rita Ferreira; Luísa Lourenço; Rita Martins ENSAIOS GERAIS SOLIDÁRIOS CNB Luis Moreira** (coordenador) DIREÇÃO FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA OPART Diretor Marco Prezado; António Pinheiro; Fátima Ramos; Lucília Varela; Oscar Vaz; Rute Gato; Sandra Correia Limpeza e Economato Lurdes Mesquita; Maria Conceição Pereira; Maria de Lurdes Moura; Maria do Céu Cardoso; Maria Isabel Sousa; Maria Teresa Gonçalves DIREÇÃO DE RECURSOS HUMANOS OPART Diretora Sofia Dias; André Viola; Sofia Teopisto; Vânia Guerreiro; Zulmira Mendes GABINETE DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO OPART Nuno Cassiano (coordenador); Armando Cardoso; Artur Ramos; Carlos Pires; Carlos Santos Silva; Daniel Lima; João Alegria; Manuel Carvalho; Nuno Estevão; Rui Ivo Cruz; Rui Rodrigues; Victor Silva DIREÇÃO DE ASSUNTOS JURÍDICOS OPART Fernanda Rodrigues (coordenadora); Anabela Tavares; Inês Amaral Secretária do Conselho de Administração Regina Sutre OSTEOPATA Altaf Jussub SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA CNB Fisiogaspar* GABINETE DE INFORMÁTICA OPART Pedro Penedo (coordenador)

* Prestadores de serviço

** Regime de voluntariado


PRÓXIMOS ESPETÁCULOS

BILHETEIRAS E RESERVAS Teatro Camões Quarta a domingo das 13h às 18h (01 nov – 30 abr) das 14h às 19h (01 mai – 31 out) Dias de espetáculo até meia-hora após o início do espetáculo. Telef. 218 923 477

ROMEU CARNAVAL E JULIETA

Teatro Nacional de São Carlos Segunda a sexta das 13h às 19h Telef. 213 253 045/6

UMA FANTASIA A PARTIR DE O CARNAVAL DOS ANIMAIS DE CAMILLE SAINT-SAËNS

Ticketline www.ticketline.pt Telef. 707 234 234

TEATRO NACIONAL D. MARIA II 14 JUL – 23 JUL

Lojas Abreu, Fnac, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita

RUI HORTA BRUNO PERNADAS coprodução CNB e Teatro Nacional D. Maria II

CONTACTOS Teatro Camões Passeio do Neptuno, Parque das Nações, 1990 - 193 Lisboa Telef. 218 923 470

DIGRESSÃO NACIONAL PORTO, TEATRO MUNICIPAL DO PORTO, RIVOLI 01 JULHO – 21H30 02 JULHO – 19H00 VICTOR HUGO PONTES

INFORMAÇÕES AO PÚBLICO Não é permitida a entrada na sala enquanto o espetáculo está a decorrer (DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro); É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar durante os espetáculos; É proibido fumar e comer/ beber dentro da sala de espetáculos; Não se esqueça de, antes de entrar no auditório, desligar o seu telemóvel; Os menores de 6 anos não poderão assistir ao espetáculo nos termos do DL n.º 23/2014, de 14 de fevereiro; O programa pode ser alterado por motivos imprevistos. Espetáculo M/6 MEDIA PARTNER:

FOTOS © BRUNO SIMÃO

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© Andreas Etter

Artista na Cidade 2016 Faustin Linyekula


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