Ir_ao_mar - Nº60 - Março 2019

Page 1

IR A

MAR

REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

Fotografia vencedora da 2ª edição do concurso

Azores Triangle Seas Photo Challenge da autoria de Cory Fults

MARÇO 2019 Nº 60


CLUBE NAVAL DA H

RTA

CANOAGEM 11 ATLETAS PARTICIPARAM NA PROVA DE CARNAVAL

F

oram 11 os Atletas que participaram na Prova de Carnaval da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH), realizada na manhã de sábado, dia 9, na Baía da Horta. “Estava um bocadinho de vento mas as condições eram bastante aceitáveis”, explica Hugo Parra, Treinador de Competição. Esta competição, a primeira da Época - 2019 constou de uma Prova de Velocidade, em que todos os canoístas percorreram 500 metros, e de Fundo, tendo os atletas dos escalões de Menores e Iniciados remado 2 mil metros e os Cadetes, Juniores e Veteranos 5 mil metros. Esta Prova também serviu como treino, atendendo a que o tempo não tem colaborado nesse sentido.

2

Para o próximo sábado, dia 16, está calendarizado o Controle, destinado aos canoístas do CNH.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

3


CLUBE NAVAL DA H

RTA

NATAÇÃO CAMPEONATOS REGIONAIS DE CATEGORIAS, NA TERCEIRA

Nadadores do CNH conquistaram 4 Medalhas de Ouro, 18 de Prata e 16 de Bronze nos Campeonatos Regionais de Categorias, na Terceira

A

Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH) está de Parabéns pelos magníficos resultados alcançados nos Campeonatos Regionais de Categorias, que decorreram na ilha Terceira, nos dias 15, 16 e 17 do corrente (sexta, sábado e domingo últimos). De acordo com Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta, os 14 atletas subiram 38 vezes ao pódio, conquistando, assim, 4 Medalhas de Ouro, 18 de Prata e 16 de Bronze, “cumprindo de forma exemplar” os objectivos a que se tinham proposto. Aurora Nunes, Diana Neves e Francisco Rodrigues são Campeões Regionais “No total, foram 12 os medalhados, tendo sido alcançados 45 novos recordes pessoais”, destaca este Técnico, que realça: “Os atletas Aurora Nunes (100 Costas), Diana

4

Neves (400 Livres) e Francisco Rodrigues (100 Bruços e 200 Livres) sagraram-se Campeões Regionais. Nota para o Francisco Rodrigues que conseguiu alcançar o mínimo zonal na prova dos 200 Bruços e a atleta Diana Neves nos 400 Livres. O Tomás Oliveira conquistou 8 Medalhas de Prata. Foi uma competição exigente mas os atletas corresponderam com muito empenho, garra e determinação, colocando no momento competitivo todo o trabalho realizado nos treinos. Chegámos todos com muito orgulho às conquistas, quer em resultados, quer no comportamento e espírito de grupo dando uma excelente imagem do Clube Naval da Horta, que também está de parabéns por todas as condições de trabalho que nos proporciona e que tudo faz para que a modalidade continue a crescer na Ilha do Faial. Como Treinador não podia estar mais orgulhoso deste grupo! Os atletas foram competitivos, sempre bem dispostos e incansáveis no apoio aos seus colegas. A evolução está a ser constante e é óptimo observar isso. Parabéns a todos! Desfrutem o momento, que é bem merecido e bom descanso!”

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

A atleta Aurora Nunes sagrou-se Campeรฃ Regional (100 Costas)

Tomรกs Oliveira trouxe 8 Medalhas de Prata

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

5


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Diana Neves é outra Campeã Regional (400 Livres)

Francisco Rodrigues também é Campeão Regional (100 Bruços e 200 Livres)

6

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

7


CLUBE NAVAL DA H

RTA

NATAÇÃO FESTIVAL REGIONAL DE CADETES

O futuro da Natação esteve em competição no Faial, no Festival Regional de Cadetes

“F

oi uma excelente jornada de natação onde esteve a competir o futuro da Natação dos Açores. Houve muita competição saudável entre os atletas onde imperou o respeito, o desportivismo e o ‘fair-play’, dando, assim, os mais novos um excelente exemplo para a modalidade e para o desporto em geral. É esta a primeira impressão deixada por Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), a propósito do Festival Regional de Cadetes, organizado pela Associação de Natação da Região Açores (ANARA) e que decorreu no sábado, dia 23, na Piscina do Complexo Desportivo Dr. Manuel de Arriaga, na cidade da Horta. “Os atletas do CNH estiveram em muito bom plano, com bons resultados e com uma melhoria geral acima dos 90%”, destaca este Técnico, realçando que, “mais importante do que os resultados foi a forma como foram obtidos, mostrando

8

uma grande evolução na abordagem das provas e nos pormenores em que têm insistido nos treinos. Mostraram, também, uma grande evolução no espírito de equipa, sem nunca se cansarem de apoiar os colegas, mostrando-se uma equipa cada vez mais unida”. “Como treinador estou muito orgulhoso daquilo que os atletas demonstraram, passando uma excelente imagem do Clube Naval da Horta”, vinca Tiago Henriques que dá “os parabéns a todos!!!” O Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta realça, igualmente, o jantar-convívio – que decorreu no restaurante “O Barão – promovido pela ANARA, durante o qual foi entregue uma Medalha de Participação a todos os atletas e um Troféu a cada equipa. Este momento de confraternização “primou pela boa disposição e pelo convívio entre os nadadores das várias equipas, havendo uma demonstração de ‘hip-hop’, tendo os atletas se divertido e dançado muito”, sustenta Tiago Henriques, considerando que “estas iniciativas são fundamentais para o desenvolvimento da modalidade”.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

9


CLUBE NAVAL DA H

10

RTA

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

11


PARCERIAS

SÓCIOSCNH

VANTAGENS DOS

COMBUSTIVEL

BOMBA COMBUSTíVEL AZORIA • 0,03€ de desconto por litro de combustível • 0,08€ de desconto por kg de gás * * Para a obtenção do desconto de gás, dirija-se ao armazém do Pasteleiro – Angústias (por detrás da bomba de combustíveis). Os descontos do gás também são válidos em entregas ao domicílio


ALOJAMENTO E RESTAURAÇÃO

A ABEGOARIA - CASAS DE CAMPO • 15% de desconto comercial nos preços NET - Excepto promoções e produtos tabelados por lei

BENSAÚDE TURISMO • Alojamento: 10% de desconto sobre o valor da BAR (Best Available Rate) • Hóteis: Hotel Marina Atlântico; Hotel Avenida; São Miguel Park Hotel; Terra Nostra Garden Hotel; Estalagém dos Clérigos; Terceira Mar Hotel; Hotel do Canal; Hotel Açores Lisboa • Refeições: 10% de desconto no Restaurante/Bar do Hotel do Canal

HOTEL MARINA • 15 % de desconto no preço de tabela do valor do alojamento

QUINTA DAS BUNGANVÍLIAS • 15 % de desconto

CASA DAS AREIAS • 20% para o período 01-Outubro a 30-Abril • 5% para o período 01-Maio a 30-Setembro


QUINTA DA MEIA EIRA • 20% para o período 01-Outubro a 30-Abril • 5% para o período 01-Maio a 30-Setembro

A Casa do Lado • 10% de desconto em todas as estadias, mediante a apresentação do cartão de Sócio ou de Credencial passada pelo Clube Naval da Horta - excepto promoções

CLUBE NAVAL DA HORTA - BAR • LOUNGE • PUB • 10% para os sócios do CNH

COMÉRCIO

CASA DAS MEIAS • 15 % de desconto

NAUTIQUE - PRESENTES DO MAR • 10 % de desconto em todos os artigos


MARÉS & MARINHEIROS • 5% de desconto em todos os produtos

SERVIÇOS

ESPAÇO X • 10% de desconto em todos os produtos - excepto promoções

MARINA DA HORTA • 20 % de desconto no estacionamento das embarcações

SECRETARIA REGIONAL DOS RECURSOS NATURAIS • 20% de desconto sobre o valor do bilhete completo nos Centros de Interpretação Ambiental da Região

TRIBUNA DAS ILHAS • 10% de desconto nas assinaturas anuais


AZORES4FUN • 5% de desconto em todos os produtos

ESTAÇÃO COSTEIRA PORTO DE ABRIGO • Cria as condições para que as embarcações dos sócios do CNH possam usufruir permanentemente do serviço de comunicações prestado pela Estação Costeira Porto de Abrigo

MÚTUA DOS PESCADORES MÚTUA DE SEGUROS,CRL • Marítimo Recreio e Marítimo Turística - 40% desconto • Multirriscos Habitação e Multirriscos Empresas e Condomínio - 40% desconto • Acidentes Trabalho e Acidentes Pessoais - 40% desconto

CLICK SAÚDE & BEM ESTAR • 20% de desconto na Clínica da Beleza, do Centro de Fisioterapia e no Centro de Acupuntura - Os descontos apresentados serão efetuados sobre o preço unitário de balcão, não estão incluídos pacotes, nem são acumuláveis com outros descontos ou promoções

LOS - Live Our Style, Lda • 40% de desconto nas Tintas Dyrup • 5% por cento na Stihl • 10% nos restantes artigos



CLUBE NAVAL DA H

18

RTA

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

PESCA DESPORTIVA DE COSTA 3ª PROVA DO CAMPEONATO

José Armando, José Escobar e Carlos Medeiros no pódio da 3ª Prova

“O

tempo estava espectacular e todos apanharam peixe”. É com estas palavras que Carlos Medeiros, Director da Secção de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) nos conta como decorreu a 3ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do CNH - Época de 2019. A competição realizou-se entre as 20 e 24 horas de sábado, dia 9, na Marina da Horta. Participaram 8 pescadores, tendo o pódio sido preenchido por José Armando (1º lugar); José Escobar (2º classificado) e Carlos Medeiros (3º lugar). José Silva capturou o maior exemplar, uma abrótea com 840 gramas. O convívio, regado com o lanche oferecido pelo Clube Naval da Horta, acompanhou o momento da pesagem, sempre muito aguardado. Este Campeonato é composto por 6 Provas, decorrendo até Julho próximo. A próxima Prova – a 4ª – está calendarizada para o dia 7 de Abril.

Em falta encontra-se a 2ª Prova, que estava marcada para o dia 24 de Fevereiro último e que teve de ser adiada devido ao mau tempo. Segundo Carlos Medeiros, será realizada logo que houver disponibilidade por parte dos pescadores.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

19


CLUBE NAVAL DA H

20

RTA

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA DE CRUZEIRO APRESENTAÇÃO DA 31ª EDIÇÃO DA ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA

“Atlantis Cup” promove os Açores como destino de Náutica de Recreio no exterior

“V

amos recomeçar por aquilo que se vinha fazendo mas com os horizontes abertos e assim determinarão os Velejadores e os Dirigentes actuais e futuros do Clube Naval da Horta (CNH) em diálogo com quem patrocina, apoia e empurra esta iniciativa”. É assim que José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, define o novo período da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” que este ano atinge a sua 31ª edição. A Sessão destinada a fazer a Apresentação da principal Regata de Vela de Cruzeiro realizada no mar dos Açores e uma das mais importantes de Portugal, decorreu na tarde de sexta-feira, dia 8, no Salão-Bar do CNH. Presentes estiveram a Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), que presidiu à Sessão; Filipe Porteiro,

Director Regional dos Assuntos do Mar em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores; Cíntia Martins, Directora Regional do Turismo; o Vereador Filipe Menezes, em representação do Presidente da Câmara Municipal da Horta; Paulo Guerreiro, Adjunto do Capitão do Porto da Horta; Marta Matos, em representação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS - os restantes Partidos foram igualmente convidados não tendo, porém, demonstrado disponibilidade para se fazerem representar); Luís Rodrigues, Presidente da Junta de Freguesia do Salão; antigos Presidentes da Direcção do CNH; os Presidentes da Assembleia-Geral e do Conselho Fiscal do CNH, respectivamente Luís Carlos Decq Mota e Luís Paulo Morais; membros do actual elenco directivo; vários Sócios; diversos Velejadores; alguns Voluntários; Colaboradores e Funcionários do CNH; elementos da Comunicação Social; e ainda outros convidados. O mais alto Responsável pelos destinos do Clube

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

21


CLUBE NAVAL DA H

RTA a única forma correcta que o CNH tem de enfrentar a Organização deste importante evento náutico no sentido de poder atrair velejadores da Região, de fora da Região, nacionais, estrangeiros, os que participam com barco próprio e aqueles que, como já vem acontecendo desde há algum tempo, se organizam em tripulações e alugam barcos no mercado regional e participam na Regata. Por isso, ela tem de ser, de facto, uma Regata que possa atrair este tipo de interesses diferenciados”, notou. “A Regata existe para ir unindo e mostrando estas 9 parcelas açorianas”

Naval da Horta – Entidade Organizadora desta Regata, que em 2018 completou 30 Anos de realizações – disse que “podemos voltar a aspirar ir tocando em várias ilhas dos Açores até que daqui a algum tempo se tenha tocado de novo em todas as parcelas do Arquipélago”. E sublinhou: “Estamos, de facto, num período novo desta Regata, e embora algumas coisas tenham mudado, no essencial ela mantém o mesmo espírito”. José Decq Mota recordou que “nos últimos 3 anos, e procurando dar resposta a um desafio feito anteriormente pela actual Presidente da ALRAA, Ana Luísa Luís, os percursos da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” foram diferenciados e concebidos para que, terminado esse período, esta Regata tivesse tocado em todas as 9 ilhas dos Açores”. “Esta é uma Regata que tem de interessar aos velejadores que valorizam a competição e aos velejadores que também valorizam a viagem em si, o convívio e uma perspectiva mais lúdica e menos competitiva”, vincou este Dirigente, lembrando que “ela tem sido organizada sempre nessas duas perspectivas”. “E penso que esta é

22

Na sua intervenção, José Decq Mota – eleito em Janeiro último Presidente da Direcção do CNH pela quarta vez consecutiva – lembrou que a “Atlantis Cup” conta, desde 2001, com o Alto Patrocínio da ALRAA, razão pela qual a partir dessa data foi baptizada com o nome de “Regata da Autonomia”. E, a propósito, assinalou: “Penso que em bom momento a Assembleia Legislativa assumiu essa decisão, pois estamos a falar de uma actividade desportiva feita no mar e usando esse mar que liga um território que é separado entre si por 9 parcelas. Portanto, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, é uma Regata organizada cá, apoiada por instâncias e empresas regionais, sendo um evento náutico que tem a ver com o tempo e o sítio em que vivemos, com a natureza dominante que o mar tem e que existe para ir unindo e mostrando estas 9 parcelas a todos os que queiram nela participar”. “Contamos com os nossos apoiantes dos anos anteriores” Este Dirigente valorizou “muito” o apoio que o Turismo dos Açores tem concedido a um conjunto de iniciativas do CNH, entre as quais está, todos os anos, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. Essa valorização máxima aplica-se, também, aos apoios dados pelas Câmaras Municipais dos concelhos em que a Regata faz escala. “Nunca nos faltaram, nem nos Concelhos que já receberam mais vezes esta Prova nem naquelas Ilhas que a receberam só uma vez. Todos apoiam esta iniciativa de forma diligente e interessada, recebendo bem e mostrando com gosto aquilo que

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Desde 2001, que a “Atlantis Cup” passou a contar com o Alto Patrocínio da Assembleia

são as suas ilhas, os seus concelhos, as suas terras”, sustentou. Sempre nesta temática, José Decq Mota disse ter de enaltecer “o apoio de empresas da Região, nomeadamente da “SATA Air-Açores” no que toca ao apoio dado à Organização da Regata, que tem de se deslocar mais depressa do que os barcos e em calendários diferentes, o que só é possível recorrendo ao avião. Realço, igualmente, os poios dados por empresas marítimo-turisticas e por empresas de comunicações, que ajudam a que toda esta Organização, que tem alguma complexidade e que envolve meios que não são pesados mas que são necessários, designadamente meios humanos e materiais. Queria reservar uma palavra bem especial para este Alto Patrocínio da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. É um Alto Patrocínio com muito significado, na medida em que representa a ligação da Região, da existência de um sistema político que quer unir estas parcelas. A ALRAA, e muito especial a actual Presidente, que pôs sempre um empenho muito renovado e muito forte neste Alto Patrocínio, merece, de facto, o nosso reconhecimento e o de todos os que

têm participado nesta Regata. Quero reforçar o apoio dado a esta Regata por dois tipos de entidades: os Clube Navais dos Portos por onde ela passa: foi assim no passado, é assim no presente e queremos que seja assim no futuro. Neste caso concreto, em 2019 será o Clube Naval de Vila do Porto (Santa Maria); o Clube Naval de Ponta Delgada (São Miguel); o Angra Iate Clube (Terceira) e o Clube Naval da Horta (Faial), Entidade Organizadora. Quero dirigir uma palavra muito muito especial à “Portos dos Açores, S.A.”, pelo apoio que dá à “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, pois não se traduz somente no estacionamento nas Marinas mas em muitas outras facilidades e viabilizações práticas, por vezes difíceis, atendendo a que nessa altura ainda estamos na época alta. Gostaria de fazer uma referência à Autoridade Marítima Nacional e à Marinha, porque também se colocam numa posição de apoio à Regata. E nesse contexto, recordo a etapa que foi às Flores, em 2016, e que era uma novidade – era mais para Oeste – quando a Zona Marítma dos Açores manteve, deste lado dos Açores, uma Corveta e foi monitorizando a evolução da Regata para no caso de ser preciso algum apoio, o

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

23


CLUBE NAVAL DA H

RTA

que felizmente não aconteceu. Por outro lado, queria também endereçar uma palavra aos nossos Velejadores, do Faial e de outras Ilhas, alguns do Continente que já vieram várias vezes e que transformaram esta Regata em pequenos parágrafos das suas próprias vidas desportivas, turísticas e recreativas. E alguns dos que estão nesta sala têm dezenas de participações, pelo menos duas dezenas de participações na “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. Os Velejadores têm sido a espinha dorsal desta importante e interessante Regata. Queria assinalar um facto: há uns anos, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” era um fenómeno regional que de volta e meia tinha uns afloramentos de nacionais e de estrangeiros. Hoje em dia, esta Regata é uma iniciativa conhecida em muito lado. Desde o fim de 2018 que estamos a receber pedidos de informação sobre o calendário e as ilhas a escalar, de pessoas eventualmente interessadas em participar. E há algumas pré-inscrições feitas dentro dessa linha. É com muito gosto que o CNH continua com esta árdua mas gratificante tarefa, que é organizar a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que, tecnicamente é uma regata costeira mas que é feita no Oceano Atlântico e tem afloramentos fortes de navegação oceânica também. É uma regata “sui generis” vocacionada para quem gosta de navegar e de velejar. Para quem gosta de fazer navegação bem feita e gosta de marear o barco bem, é uma Regata interessante a esse título. Mesmo para aqueles que não são muito competitivos, é sempe uma Regata interessante. Para os que são competitivos, também é! E é com muito gosto que voltamos a organizá-la este ano. Temos a certeza de que os nossos apoiantes destes anos todos o continuarão a ser neste ano de 2019 em moldes que permitam fazer face às exigências e custos crescentes, que este tipo de iniciativa vai tendo. Faço um voto muito firme para que a 31ª edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” que vai chegar ao Faial a 4 de Agosto próximo, dia da Abertura Oficial da Semana do Mar, seja mais um sucesso dentro destes eventos que o Clube Naval da Horta organiza há muitos anos”.

24

“A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” também valoriza o convívio e o prazer de fazer Vela” Coube a Jorge Macedo, Director da Prova, apresentar a Regata propriamente dita, começando por afirmar que “é um evento que já tem alguma pujança”, para logo a seguir sublinhar: “Mas não nos podemos esquecer de uma coisa muito importante que não acontece em muitas regatas por aí fora, é que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” é anual e realizar esta Regata anualmente não é fácil para qualquer clube e também não o é para o CNH. Já estive como dirigente efectivo da Direcção do Clube Naval da Horta, na Secção de Vela de Cruzeiro, e também já estive muitas vezes sem ser nessas funções e posso garantir que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” implica sempre uma logística muito complicada. E isso deve-se ao facto de termos de nos deslocar de ilha para ilha, o que obriga à coordenação das viagens aéreas com as

Jorge Macedo: “Esta Regata implica sempre uma logística muito complicada”

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

chegadas e as partidas das diferentes etapas da Regata. Toda esta logística tem sido complicada mas cumprida, não havendo até à data qualquer atropelo”. A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” de 2019 conta com as mesmas Classes de anos anteriores, nomeadamente ORC, ANC e OPEN. “A Classe ANC existe principalmente a pensar nos barcos do Continente. Nos Açores, temos alguns barcos – muito poucos – com essas medições contrariamente ao que se verifica no Continente português. Como tal, estamos a falar de uma Classe que foi essencialmente encaixada no nosso figurino para permitir a participação de barcos de fora. Temos, ainda, a Classe OPEN, que é a mais concorrida e compreende-se, destinada àquelas pessoas que não gostam da competição a sério ou que têm um barco menos competitivo. E é aí que esta Regata tem, também, algum valor, privilegiando a questão do convívio e do prazer de fazer Vela e de andar à Vela”, explicou o Director de Prova da 31ª edição“Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, funções que desempenha há mais de uma década, embora esteja envolvido neste evento náutico há mais de 20 anos.

va acabar, os iates poderem usufruir destas Marinas sem pagar estacionamento”, acrescentou.

A importância dos ‘Briefing’s’

Voltando a figurinos anteriores, o percurso de 2019 contempla as ilhas de Santa Maria, São Miguel e Terceira, finalizando, como sempre, na ilha do Faial. Assim sendo, a 1ª etapa liga Vila do Porto a Ponta Delgada numa distância aproximada de 63 milhas; a 2ª etapa será entre Ponta Delgada e Angra, sendo esta a maior estapa, numa distância aproximada de 92 milhas. A 3ª e última etapa, liga Angra do Heroísmo à Cidade da Horta, sendo a distância aproximada de 70 milhas em rumo directo. A propósito desta última perna da 31ª “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, Jorge Macedo explica o seguinte: “Tenho aqui indicado como sendo pelo Norte do Faial mas depois ainda vamos decidir se será assim ou não. A condição do tempo é essencial neste sentido. Vamos ver depois se as condições meteorológias assim o proporcionam, o que permitiria fazer mais umas horas de Regata e talvez de forma mais interessante, atendendo a que a última etapa é completamente técnica e o vento influencia muito. Entretanto, pelo caminho apanhamos duas ilhas quando saímos da Terceira.

Jorge Macedo destacou a importância dos ‘Briefing’s’, por constituirem momentos fulcrais para a Organização dar as explicações e as informações que são necessárias e recolher dados sobre os próprios ‘Skippers’ no caso de ser preciso corrigir alguma eventualidade. Velejadores têm estacionamento gratuito nas Marinas “Em termos das Marinas, temos um patrocínio da “Portos dos Açores, S.A.”, que já tem alguns anos, em que o estacionamento das embarcações nas Marinas por onde passa a Regata é gratuito. E nesse apoio inclui-se, igualmente, o uso dos balneários”, frisou o Director de Prova. Este ano, as Marinas envolvidas são Vila do Porto, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, e Horta. “E depois há, ainda, uma particularidade que já existe há alguns anos e que consiste no facto de 3 dias antes da largada e 3 dias depois da Pro-

Selagem dos Motores pelos próprios velejadores Uma novidade implementada pela Organização em 2018 está relacionada com a Selagem dos Motores, “algo que os franceses usam, sendo eles próprios a fazerem a selagem do seu motor”. Alguns velejadores adoptaram este sistema, “o que se revela bastante prático recorrendo aos telemóveis actuais, que permitem tirar uma fotografia da selagem do motor e enviá-la para a Organização da Prova”. “Nós fornecemos o selo e o barbante para essa selagem e depois da linha de chegada há uma equipa que vai confirmar se está tudo igual. E só pode estar, porque os selos são numerados e têm o logotipo do CNH”, nota Jorge Macedo. Quem não quiser optar por esta modalidade, recorre a Vítor Mota, especialista nessa área e membro da Organização, Responsável pela Selegem dos Motores. Vila do Porto/Ponta Delgada/Angra/Horta

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

25


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Há quem vá pelo Norte de São Jorge, pelo Sul do Pico é um bocado mais longe e há quem venha pelo Canal. Há essa possibilidade de fazermos o circuito pelo Norte do Faial, o que não há muito que saber. Em princípio, pelo Norte de São Jorge será a melhor solução mas não quer dizer que seja”. O Canal Oficial de Comunicações da Regata é o 9. Sempre que entenderem, os velejadores poderão recorrer aos serviços da Estação Costeira da Cooperativa Porto de Abrigo – da qual o CNH é associado – sem qualquer custo. Eventos Sociais oferecidos pelas Câmaras Municipais Como vem sendo habitual, em cada uma das etapas da Prova haverá um Evento Social oferecido pela Câmara Municipal de cada concelho envolvido. Tendo em conta o figurino traçado, este ano os Eventos Sociais estarão a cargo das autarquias de Vila do Porto, Ponta Delgada e Angra do Heroísmdo. No Faial, será realizado o Jantar de Encerramento com a Entrega de Prémios, patrocinado pela ALRAA. “Sail Azores” e “Hempel” Terminada a Regata e antecedendo a Cerimónia da Entrega de Prémios, a Organização conta já com a confirmação por parte da empresa “Sailazores” da oferta de um Convívio/Beberete, visando a descontração e a confraternização entre todos os participantes. Novamente este ano, a “Hempel” surge com o seu Patrocínio, oferecendo aos primeiros classificados de cada Classe tinta para as embarcações. Feita a apresentação detalhada daquilo que será a 31ª “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, os presentes tiveram a oportunidade de, em primeira mão, poderem visionar o Vídeo Promocional da Regata de 2019, montado por Artur Simões, Técnico de Informática do Clube Naval da Horta, que pode ser visto nesta ligação. “A “Atlantis Cup” tem contribuído, e muito, para promover os Açores lá fora” Convidada a proferir umas palavras, Cíntia Mar-

26

Cíntia Martins, Directora Regional do Turismo: “O CNH coloca os Açores no patamar mais alto do Iatismo Internacional”

tins, Directora Regional do Turismo, disse ser com “muito prazer” que participava na Apresentação de mais uma edição da “já tão famosa” “Atlantis Cup”, com três décadas de existência, e que se assume internamente como “o maior evento de Vela de Cruzeiro realizado nos Açores e um dos grandes momentos de animação turística da época alta das ilhas por onde passa”. “A notoriedade internacional que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” tem conquistado ao longo das suas 30 edições tem contribuído, e muito, para promover os Açores lá fora e para projectar o Arquipélago como destino de Náutica de Recreio no exterior”, vincou a governante, que prosseguiu: “O turismo náutico, que abrange a Vela, tem sido um importante enfoque da promoção turística dos Açores na medida em que se trata de um produto que tem uma grande complementariedade com o turismo de natureza e, a este nível, o empenho dos clubes navais, com especial destaque para o da Horta, tem sido fundamental para aumentar a visibilidade que ambicionamos conquistar com o nosso destino no exterior. Aproveito aqui para congratular o esforço e dedicação que todos os protagonistas têm de-

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


dicado à implementação da Vela, em especial ao Clube Naval da Horta, cuja tradição coloca os Açores no patamar mais alto do Iatismo Internacional, projectando além-fronteiras a nossa Região em geral e a Horta em particular e, desta forma, confirmar o nosso cosmopolismo e a nossa influência no mar e na terra. À Horta devemos o sucesso que esta actividade tem alcançado e é, pois, com grande entusiasmo, que os Açores receberão mais uma vez tão ilustre Prova”. “A Náutica tem potencial para ser, cada vez mais, uma bandeira da maritimidade da Região” Filipe Porteiro, Director Regional dos Assuntos do Mar em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores, disse ser “um prazer” representar o chefe do executivo açoriano. E logo de seguida dirigiu-se ao Presidente da Direcção do CNH, caracterizando-o como “uma peça fundamental” para o Clube Naval da Horta, esperando que este Dirigente “continue com o seu dinamismo”.

“Penso que a Náutica tem potencial para ser cada vez mais uma bandeira da maritimidade da Região”, realçou Filipe Porteiro, acentuando “o prazer particular” que sentia em estar nesta Sessão por também ter – “não de forma muito regular” – participado algumas vezes nesta Regata da Autonomia, a qual, “promove a coesão das ilhas, promove o intercâmbio, o conhecimento entre os velejadores das várias ilhas (que muitas vezes estão distantes) e os Clubes Navais”. “Vejo que este é um evento em que os Clubes Navais participam de forma muito intensa e que mobiliza uma quantidade de gente que gosta da Vela e que faz com que esta Regata tenha já a sua idade – não é tão velha quanto eu – pois 30 anos é já bastante significativo”, notou. “Não me vou repetir ao Presidente do CNH, que falou tecnicamente de uma forma tão correcta e tão emotiva e que é como ele sente este evento”, frisou o governante, acrescentando: “Apenas gostava de realçar que esta Regata promove a Náutica de Vela. E como referiu a minha colega [Directora Regional do Turismo], a Náutica é uma bandeira dos Açores e uma bandeira do Faial. No entanto, penso que ainda tem um potencial grande de crescimento. É uma das áreas da chamada – e que hoje está muito na moda – Economia do Mar, que tem, de facto, um potencial de crescimento. Sabemos que há as limitações próprias da localização geográfica, pois estamos essencialmente numa rota de passagem. Ainda não conseguimos afirmar, com força, sermos uma rota de destino. Claro que temos as regatas todas com França e esse histórico e esse património acumulado mas que pode, na minha perspectiva e acho que na de todos aqui presentes, aumentar. Também há algumas limitações nesse sentido, porque de Verão as Marinas das ilhas estão praticamente todas cheias e torna muitas vezes difícil promover este intercâmbio e estas rotas que se poderiam estabelecer de uma forma mais efectiva entre as ilhas”. Mais zonas de fundeadores

Filipe Porteiro: “Esta Regata promove a coesão das ilhas, o intercâmbio, o conhecimento entre os velejadores das várias ilhas e os Clubes Navais”

Filipe Porteiro adiantou que a Direcção Regional dos Assuntos do Mar se encontra a trabalhar com as Capitanias do Porto dos Açores no âmbito do ordenamento do espaço marítimo identificando


CLUBE NAVAL DA H

RTA

áreas potenciais que sirvam de ancoragem e que tenham todos os requisitos de segurança. “Queremos encontrar, em todas as ilhas, zonas que possam servir de fundeadores, zonas de bóias, que, de facto, potenciassem este turismo, porque os velejadores também gostam de chegar aqui e de terem alternativa à Marina. Se puderem passar 3 ou 4 dias na Baía do Varaduro, que tem um pequeno porto ou noutros, é bom”, realçou este biólogo/político, concluindo este raciocínio: “Penso que se conseguirmos efectivar esta iniciativa, vai ser um passo importante para potenciar a Náutica de Recreio na Região”. Envolver os mais jovens na Regata A terminar, o Director Regional dos Assuntos do Mar, um faialense também ele ligado ao mar e ao CNH, deixou “um pequeno” desafio: “Penso que esta Regata tem dinâmica, tem 30 anos de património histórico acumulado e vê-se até pela presença das pessoas aqui, que é forte e que é uma iniciativa que está ancorada no calendário anual, com implicações para o turismo, etc. No entanto, penso que era importante envolver as camadas mais jovens. Como tal, fazia um desafio aos Clubes Navais e aos próprios velejadores no sentido de envolverem e criarem oportunidades nas próprias embarcações para que os miúdos que andam nos Optimist, nos Laser, etc, pudessem ter esta experiência de atravessarem o Arquipélago, e de terem, como disse muito bem o Sr. Presidente do CNH, uma experiência de náutica quase oceânica, embora essencialmente costeira, mas quase oceânica, que se sente verdadeiramente, porque a gente às vezes não vê a Terceira e São Miguel. Há ali um período em que estamos a navegar em mar alto. Penso que essa era uma experiência interessante e garantiria certamente o futuro desta Regata, a qual tem de se renovar e meter gente nova para estar pelo mens mais 31 anos a projectar a Náutica, o Iatismo, os desportos de mar, o nosso mar”. “A Atlantis Cup” constitui um símbolo da Autonomia dos Açores, conquistada há 43 anos” “O Sr. Presidente da Direcção do CNH qualquer dia vai deixar de nos convidar para estes discur-

28

Ana Luísa Luís: “Falar de actividades náuticas, de festivais náuticos e de Vela na Região Autónoma dos Açores é, naturalmente, falar no Clube Naval da Horta”

sos, porque lançamos desafios novos e um dia ele já não nos pode ouvir sempre com estes desafios”. Foi em tom de brincadeira que a faialense Ana Luísa Luís, Presidente da ALRAA, começou a sua intervenção nesta Sessão. De seguida endereçou palavras de “apreço e reconhecimento a todos os que andam envolvidos na “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” há 30 anos, mas de forma particular aos recém-eleitos Órgãos Sociais do CNH. “Este é um Clube com mais de 7 décadas de actividade ininterrupta, graças ao empenho dos seus Sócios entusiastas que, ao longo destes anos, emprestaram de forma generosa o seu tempo e ele por ser valioso também é cada vez mais dificil de disponibilizar desta forma, evitando, assim, crises directivas e permitindo toda esta actividade do CNH ao longo destas décadas”, reforçou. “Falar de actividades náuticas, de festivais náuticos e de Vela na Região Autónoma dos Açores é, naturalmente, falar no Clube Naval da Horta”, evidenciou Ana Luísa Luís, que prosseguiu: “Não posso, também, por isso, deixar de enaltecer

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H aqui a disponibilidade das dezenas e dezenas de Voluntários do CNH que, de forma empenhada, têm contribuído para a sua actividade, nomedamente para o desenvolvimento desta Regata, levando, assim, mais longe o nome do Faial e dos Açores. Reitero o meu reconhecimento e desejo bons ventos ao grupo de Sócios que em Janeiro passado aceitou o desafio de comandar os próximos 2 anos. E permitam-me aqui deixar uma palavra especial de apreço ao Sr. José Decq Mota, o timoneiro desta embarcação dos últimos anos e dos próximos. A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que cumpre este ano a sua 31ª edição, é muito mais do que uma prova náutica. Constitui um símbolo da Autonomia dos Açores, conquistada há 43 anos, autonomia esta que conferiu às açorianas e aos açorianos capacidade de decidir sobre o seu destino, devendo a ela, em grande parte, o progresso que a nossa Região hoje conhece. Com o seu espaço no panorama da Vela Regional, para além da sua vertente competitiva, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, abraça igualmente uma vertente turística e lúdica, dando a conhecer aos atletas que nela participam e que nos visitam não só a beleza inconfundível do mar e das ilhas dos Açores mas, também, a hospitalidade das nossas gentes, a nossa gastronomia, a nossa cultura e as nossas tradições”. “Esta Regata é também portadora desta mensagem na protecção do mar dos Açores” Prosseguindo na sua intervenção, a Presidente da Casa da Autonomia, sedeada na Cidade da Horta, evidenciou que “este ano ao abraçar de

RTA

novo as 4 ilhas que fazem parte desta prova, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, simboliza, também, união e continuará a simbolizar união, apesar de agora neste formato retomado. União através deste mar imenso, que muitas vezes coloca à prova a nossa resiliência é certo mas que nos dá alimento, riqueza, sustento, sustentabilidade, conhecimento, um mar que nos proporciona momentos de lazer e actividades desportivas e recreativas, um mar que nos dá oportunidades infinitas e que é aglutinador. Nunca divisor”. “Um mar que necessita de ser valorizado, cuidado e estimado e nesse sentido não posso deixar de referir a responsabilidade e o dever que cada um de nós tem na sua protecção”, focou Ana Luísa Luís, expressando que, “nesse contexto, esta Regata é também portadora desta mensagem na protecção do mar dos Açores”. E garantiu: “Lançado o desafio em 2013 desta Regata ligar todas as 9 ilhas dos Açores, e que foi concluído em 2018, prometo que este ano não lanço mais desafios”. “Tal feito – avivou – ficará registado na memória de todos aqueles que participaram nas suas diversas etapas e na história do CNH. Agora é tempo agora de continuar o trabalho de promoção e divulgação da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, como principal embaixadora do mar dos Açores”. E rematou: “Votos de sucesso para esta edição e que seja um espaço de partilha, de convívio entre visitantes e locais, de alegria e de cor na imensidaão do nosso mar. Que os bons ventos acompanhem o CNH, os seus Colaboradores e Voluntários, os Patrocinandores e, acima de tudo, os Velejadores, que cheguem todos a bom porto”. Regata divulgada na Bolsa de Turismo de Lisboa Mesmo a terminar a Sessão e antes do Beberete, o Presidente da Direcção do CNH, avançou que sexta-feira, dia 15, decorrerá, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), a Apresentação da 31ª edição da“Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, missão que estará a cargo do Director de Prova, Jorge Macedo, em conjunto com um membro da Direcção do CNH.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

29


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA DE CRUZEIRO “ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA” 2019 FOI APRESENTADA NA BTL

D

entro do que vem sendo habitual, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que neste ano de 2019 atinge a sua 31ª edição, foi apresentada na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), pelo Director de Prova, Jorge Macedo. Jorge Macedo, nestas funções há mais de 10 anos, afirma que “este evento constitui sempre uma mais-valia em termos de divulgação e promoção da principal Regata de Vela de Cruzeiro realizada no mar dos Açores e uma das mais importantes de Portugal” mas confessa que estranhou o facto de à hora da apresentação – 15h45 – ainda só ser permitida a presença do sector profissional, tendo sido vedada a entrada de todos os interessados em saber mais sobre esta marcante Regata, organizada pelo Clube Naval da Horta (CNH). Tal só foi permitido depois das 17 horas. O Vídeo Promocional da Regata de 2019, mon-

30

tado por Artur Simões, Técnico de Informática do Clube Naval da Horta, marcou pontos nesta Apresentação (que aconteceu sexta-feira, dia 15), tendo sido muito elogiado e apreciado, segundo revelou Jorge Macedo. A 31ª edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” foi apresentada na ilha do Faial, no dia 8 deste mês. Desde 2001 que esta Regata conta com o Alto Patrocínio da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), razão pela qual a partir dessa data foi baptizada com o nome de “Regata da Autonomia”. A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” completou, em 2018, 30 Anos de realizações e o desiderato de tocar em todas as Ilhas dos Açores, num verdadeiro símbolo da unidade autonómica. O percurso de 2019 contemplas as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

31


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA LIGEIRA RUI SILVEIRA GANHOU O 45º TORNEIO INTERNACIONAL DE VELA DO CARNAVAL, EM VILAMOURA

O

velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Silveira, foi o Campeão do 45º Torneio Internacional de Vela do Carnaval, que decorreu nos dias 2, 3 e 4 do corrente, em Vilamoura, no Algarve. O vencedor realizou 7 regatas ao longo de três dias de Prova, disputada por mais 8 adversários. Esta competição – a maior Prova de Vela Ligeira que se realiza em Portugal – foi organizada pelo Clube Internacional da Marina de Vilamoura (CIVM), tendo juntado cerca de 500 velejadores de 9 Classes. O Atleta Faialense continua os treinos em Vilamoura até a esta sexta-feira, dia 8, rumando depois a Espanha a fim de participar no Troféu Princesa Sofia, que se realiza de 29 de Março a 6 de Abril.

32

Rui Silveira, Atleta de Alta Competição do Clube Naval da Horta, encontra-se a trabalhar no Projecto Olímpico que visa os Jogos de 2020, em Tóquio, no Japão.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

33


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA LIGEIRA 45º TORNEIO INTERNACIONAL DE VELA DO CARNAVAL, EM VILAMOURA

Duarte Araújo: “Deu para identificar bem o que os velejadores precisam de melhorar”. Na foto, Rui Silveira (Atleta de Alta Competição), Jorge Krug Pires e Tomás Pó (Jovens-Talento da Vela dos Açores) representaram o CNH no 45º Torneio Internacional de Vela do Carnaval, em Vilamoura.

“E

stou satisfeito com o desempenho do Jorge e do Tomás. Deu para identificar bem o que precisam de melhorar”. É este o balanço que Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH) faz ao trabalho levado a cabo por Jorge Krug Pires e Tomás Pó, do CNH, no decorrer do 45º Torneio Internacional de Vela do Carnaval, realizado nos dias 2, 3 e 4 de Março (sábado, domingo e segunda), em Vilamoura, no Algarve. Jorge Krug Pires foi 9º classificado e Tomás Pó 14º, num conjunto de 49 velejadores da Classe Laser 4.7. Estes três dias de de Prova foram, segundo Duarte Araújo, “muito difíceis pelo facto de ter havido muito sol e pouco vento”.

34

No total, foram realizadas 6 regatas, tendo sido uma no primeiro dia (sábado), duas no segundo (domingo) e três no terceiro (segunda-feira). Em cada um destes três dias de regata, Jorge Krug Pires e Tomás Pó passaram 7 horas no mar, o que revela bem a dureza da Prova. Apesar das difíceis condições climatéricas, esta 3ª Prova de Apuramento Nacional (PAN) decorreu de forma muito mais favorável do que a 2ª PAN, realizada em Leixões, no Porto, nos dias 2 e 3 de Fevereiro último, em que o tempo não colaborou no sentido de serem feitas regatas. Duarte Araújo refere que estas participações nas Provas de Apuramento Nacional (PAN) apuram os atletas para os Campeonatos da Europa e do Mundo. Além de Jorge Krug Pires e Tomás Pó, ambos Jovens-Talento da Vela dos Açores, a comitiva integrava, ainda, Alexandre Madruga, do Clube Naval da Madalena do Pico (CNMP). Os três velejadores fizeram-se acompanhar por Duarte Araújo.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

350 embarcações de 9 classes No 45º Torneio Internacional de Vela do Carnaval – a maior Prova de Vela Ligeira que se realiza em Portugal, organizada pelo Clube Internacional da Marina de Vilamoura (CIVM) – participaram cerca de 500 velejadores de 7 países. Para além de terem vindo de todos os clubes nacionais, incluindo Madeira e Açores, houve equipas dos Estados Unidos da América, Alemanha, Irlanda, França e Espanha. Estiveram em Prova 350 embarcações de 9 Classes. O facto de o Campeonato do Mundo da Classe 420 se realizar precisamente em Vilamoura, no proximo mês de Julho, atraiu muitas equipas internacionais, que têm como objectivo conhecer e treinar as condições que irão encontrar durante o Mundial. O 45º Torneio Internacional de Vela do Carnaval é o maior evento de Vela a nível nacional quer em número de participantes quer em número de embarcações. Realiza-se de forma ininterrupta desde 1974, tendo-se tornado, desde há muitos anos, num clássico de Vela Ligeira em Portugal e na Península Ibérica.

A frota Laser 4.7 era composta por cerca de meia centena de velejadores

O Torneio Internacional de Vela do Carnaval de Vilamoura é a maior Prova de Vela Ligeira que se realiza em Portugal

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

35


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA LIGEIRA CAMPEONATO NACIONAL UNIVERSITÁRIO DE VELA

Pedro Costa e Tiago Serpa, antigos velejadores do CNH, no Campeonato Nacional Universitário de Vela. Na foto: Pedro Marques, Tiago Serpa, Tiago Rodrigues e Pedro Costa

O

s faialenses Pedro Costa e Tiago Serpa, ex-atletas do Clube Naval da Horta (CNH), integram uma das 15 equipas do Campeonato Nacional Universitário de Vela na Classe Raquero que decorre em Aveiro, tendo começado pelas 10 horas deste sábado, dia 9, terminando pelas 18 horas deste domingo, dia 10. Esta Prova é organizada pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUav) em parceria com a Academia de Vela do Sporting Clube de Aveiro, contando com 15 equipas, distribuídas pela Universidade de Aveiro, Universidade do Porto, Instituto Superior Técnico, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Escola Naval, Universidade Nova de Lisboa e Escola Náutica Infante D. Henrique. Na sua organização, este evento envolve uma logística com um total de 15 elementos do Sporting

36

Clube de Aveiro. O campo de regatas é o Canal Principal da Ria de Aveiro, em frente às instalações náuticas do Sporting Clube de Aveiro. As equipas em Prova lutam pelo título nacional universitário na modalidade da Vela, numa prova integrada no calendário da Federação Académica de Desporto Universitário (FADU), com arbitragem de elementos credenciados pela Federação Portuguesa de Vela (FPV). O Campeonato Nacional Universitário de Vela na Classe Raquero é disputado em formato de ‘match-racing’ com dupla derrota, ou seja, cada equipa é eliminada após duas derrotas. Em termos de Ranking Nacional universitário, a equipa da AAUav encontra-se em 2º lugar, com a Universidade do Porto a ocupar o 1º e o 3º lugares, esperando-se um Campeonato extremamente disputado e animado nas águas da Ria de Aveiro. Refira-se que esta é a 6ª prova nacional universitária organizada pela AAUAv em conjunto com a Academia de Vela do Sporting Clube de Aveiro, numa parceria iniciada em 2010 com a realiza-

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Equipa de Pedro Costa e Tiago Serpa passa à fase seguinte Pedro Costa foi velejador do CNH durante mais de uma década e paralelamente ao Curso de Engenharia Mecânica, na Universidade de Aveiro, tem participado nalguns eventos de Vela no Continente português. Tiago Serpa também praticou Vela no Clube Naval da Horta durante 10 anos. Encontra-se na mesma instituição universitária a frequentar o 1º ano da Licenciatura em Ciências do Mar – “que até agora está a correr bem” – desejo que acalentava desde pequeno e que foi impulsionado pela formação que teve no CNH. A equipa dos dois velejadores faialenses conta, ainda, com Pedro Marques e Tiago Rodrigues. O Gabinete de Imprensa do CNH falou com estes antigos velejadores da “casa” para perceber como decorreu este primeiro dia. Tiago Serpa: “O Pedro convidou-me para fazer da equipa e eu aceitei. Fazer Vela em Ria não é o mesmo que em mar aberto. O dia de hoje [sábado] começou com vento fraco e muita corrente. Depois o vento foi aumentando de intensidade. Perdemos uma regata e ganhámos outra, o que faz com que tenhamos passado à eliminatória seguinte. Cada equipa é eliminada após duas derrotas e vai sendo sempre assim até serem encontrados os vencedores. A equipa adversária tinha pessoas mais experientes mas correu bem. Agora vamos ver como corre amanhã”. Pedro Costa: “A nossa equipa passou à fase seguinte, o que é bom! Convidei o Tiago, porque já nos conhecíamos e sendo assim a comunicação é diferente”. ção da primeira prova nacional universitária. O título nacional escapa à equipa da AAUAv desde a época 2015/16, data em que a equipa formada pelos velejadores Miguel Castro Silva, Tiago Teixeira e António Oliveira se sagrou campeã nacional universitária.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

37


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA LIGEIRA CAMPEONATO NACIONAL UNIVERSITÁRIO DE VELA

Pedro Costa e Tiago Serpa, antigos velejadores do CNH, falam do Campeonato Nacional Universitário de Vela, que decorreu em Aveiro

A

ligação à Vela fez com que os faialenses Pedro Costa e Tiago Serpa, ex-atletas do Clube Naval da Horta (CNH), tenham participado no Campeonato Nacional Universitário de Vela na Classe Raquero, que decorreu no Canal Principal da Ria de Aveiro, nos dias 9 e 10 do corrente. Esta Prova foi organizada pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUav) em parceria com a Academia de Vela do Sporting Clube de Aveiro, tendo contado com 15 equipas, distribuídas pela Universidade de Aveiro, Universidade do Porto, Instituto Superior Técnico, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Escola Naval, Universidade Nova de Lisboa e Escola Náutica Infante D. Henrique. O Campeonato Nacional Universitário de Vela

38

na Classe Raquero foi disputado em formato de ‘match-racing’ com dupla derrota, ou seja, cada equipa era eliminada após duas derrotas. As equipas em Prova lutavam pelo título nacional universitário na modalidade da Vela, numa prova integrada no calendário da Federação Académica de Desporto Universitário (FADU), com arbitragem de elementos credenciados pela Federação Portuguesa de Vela (FPV). A equipa dos dois velejadores faialenses contava, ainda, com Pedro Marques e Tiago Rodrigues, tendo passado à fase seguinte no primeiro dia deste Campeonato (sábado, 9) e sido eliminada logo na primeira ronda do segundo e último dia da Prova (domingo, 10). Apesar disso, este Campeonato foi ganho pela outra equipa da Universidade de Aveiro, pelo que os faialenses se encontram satisfeitos pela vitória alcançada pelos colegas da “sua” Universidade. O 2º lugar do pódio foi arrebatado pela equipa do Técnico e o 3º pelo Porto.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H Conviver e fazer Vela Pedro Costa afirma que “a participação é mais pelo convívio e pela experiência, constituindo uma oportunidade para matar saudades de ir para o mar”. O pouco tempo livre – tendo em conta que se encontra no 4º ano de Engenharia Mecânica (Licenciatura com Mestrado integrado) – e o facto de os colegas do Continente se deslocarem a casa – fez com que os treinos tenham sido em número muito reduzido. Pedro Marques é de Aveiro e da mesma turma de Pedro Costa, o que facilitou a abordagem. Tiago Rodrigues é do Porto mas como frequenta também a Universidade de Aveiro é conhecido destes colegas. O mais novo do grupo é Tiago Serpa, amigo antigo e colega de Vela de Pedro Costa no Clube Naval da Horta. Pedro Costa diz que “o tempo está escasso” mas ainda assim, sempre que pode participa nalgumas provas de Vela, provando que os mais de 10 anos que passou a velejar no CNH deixaram marcas para a vida. O mesmo se diga de Tiago Serpa, que, após uma década de formação na Escola de Vela do CNH, não quer desligar-se deste desporto. A propósito do resultado, Pedro Costa nota que a sua equipa cometeu “alguns erros logo na largada”, deixando perceber o que ia acontecer. Embora tenha acontecido um azar no decorrer do segundo dia de Prova (relacionado com uma

Pedro Costa: “Havia muitas equipas e muita gente de alto nível”

RTA

peça do barco) e “fazer Vela na Ria seja mais dificil do que em mar aberto, porque tem muita corrente”, este velejador insiste em afirmar que o resultado da sua equipa não se ficou a dever a estes factores. Naturalmente que Pedro Costa gostava que a sua equipa tivesse tido outra prestação mas congratula-se com o facto de os colegas da Universidade de Aveiro se terem sagrado campeões, título há muito ambicionado. E no que concerne aos participantes, salienta que “havia muitas equipas e muita gente de alto nível”. Convidado a deixar o seu comentário sobre o último dia de Prova, Tiago Serpa diz: “Fiz Vela no CNH durante 10 anos e sempre gostei. Este ano lectivo parei por causa dos estudos superiores e aproveitei esta oportunidade para matar saudades. E deu para voltar a sentir a adrenalina. É uma forma de regata diferente não só pelo meio em que decorreu mas pelo facto de ser por eliminatórias. Mas gostei e se tiver oportunidade de repetir a experiência, lá estarei. Tirando o Pedro, o conhecimento que tinha dos restantes colegas de equipa era praticamente nulo mas posso dizer que foram excelentes. Só fizemos um treino juntos, pois todos têm trabalhos académicos para entregar e como os do Continente vão a casa, torna-se complicado gerir tudo em termos de tempo”. Tiago Serpa ainda não sabe o que será o futuro, já que se encontra no primerio ano da Licenciatura em Ciências do Mar. Um Estágio logo a seguir ou a continuação através do Mestrado, são hipóteses em aberto. Sempre que pode e já aconteceu desde que está na Universidade, quando está de férias vem ao Clube Naval da Horta e dá uma voltinha. “É claro que no CNH eram outros tempos. Havia treinos regulares e regatas diferentes. Agora, a Vela é mesmo só um ‘hobby’”.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

39


CLUBE NAVAL DA H

40

RTA

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA LIGEIRA O BOM TEMPO MARCOU A REGATA DOS REIS DA CLASSE HANSA

“A

logística do Clube Naval da Horta (CNH) estava muito bem preparada e houve bom vento”. É assim que João Duarte, Treinador da Classe Hansa (Vela Adaptada) do CNH, descreve a forma como decorreu a Regata dos Reis, realizada na manhã de sábado, dia 9, na Baía da Horta. Esta Prova – disputada somente pelos velejadores da Classe Hansa – constituiu “um bom treino para os atletas”, sustenta João Duarte, que remata, a propósito: “Foi bom reencontrar todos!” O mau tempo tem inviabilizado muitos dos treinos previstos e foi precisamente por causa disso que estes atletas não puderam fazer a Regata dos Reis juntamente com as restantes Classes de Vela Ligeira do CNH no dia 19 de Janeiro último. Aproveitando o bom tempo, foi cumprida mais uma etapa do Calendário de Vela desta instituição náutica faialense.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

41


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA LIGEIRA 3ª PCR EM SÃO MIGUEL: TREINADOR AVALIA O DESEMPENHO DOS VELEJADORES DO CNH

P

or solicitação do Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH), Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta faz o balanço à prestação dos velejadores faialenses que participaram na 3ª Prova do Campeonato Regional (PCR), que se realizou nos dias 16 e 17 do corrente, na ilha de São Miguel. “Partimos para S. Miguel com 3 velejadores na Classe Optimist nos 8 primeiros lugares, tradicionalmente os que representam a região nos Campeonatos de Portugal. Estando previsto muito pouco vento no domingo, e a impossibilidade de fazer regatas, a comissão de regatas, optou e bem por realizar 5 no primeiro dia, de um total de 8 programadas. Estava vento constante e certo, e permitiu fazer 5 boas regatas, no entanto as condições estavam

42

bem difíceis para os nossos velejadores, onda curta e cavada, a Maísa Silva estava empatada em 1º lugar no ranking e ia discutir esse campeonato, mas essas condições muito difíceis para ela, impediram-na de vencer. Já o David João, agarrou-se de unhas e dentes ao último lugar dos apurados e manteve-se sempre na lista, está de parabéns, pois para ele foi uma prova muito complicada, o Manuel Bettencourt voltou à competição depois de duas provas em que a fibra dele foi testada, deu excelentes indicações e só depende do trabalho que colocar na sua evolução, para ver aonde pode chegar. Os outros dois elementos foram a Joana Pereira que fazia a primeira prova oficial e o Alexandre que é ainda infantil e está a dar os primeiros passos na vela de competição, estiveram muito bem. Em 420, a Leonor Porteiro e o António Ramos,

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H com falta de treino na classe e pouca experiência, mostraram que eram capazes de fazer muito mais em competição, foram evoluindo sempre e terminaram o campeonato rondando bóias em 1º”. Em Laser foi uma reviravolta, o Jorge Pires vinha em primeiro no ranking, depois de vencer as duas primeiras provas regionais, mas um dia de sonho para o Tomás Pó em que venceu as 5 regatas do dia, aliado a um azar com o barco do Jorge, levou à reviravolta no ranking regional, vencendo o Tomás Pó. De salientar que o Jorge Pires encontrou as con-

RTA

dições mais difíceis para ele, e mesmo assim esteve em muito bom plano, demonstrando que o trabalho constante e aplicado que tem feito, dá resultados. A estes dois velejadores juntaram-se também o Pedro Moniz, que surpreendeu pela positiva, com resultados muito melhores que vinha tendo e a Mariana Rosa, que continuou a subir na classificação, recai sobre estes dois a responsabilidade de continuarem os bons resultados do clube nesta classe, esperamos que aproveitem os colegas de treino, dois dos melhores velejadores do país, na classe laser 4.7, para continuarem a melhorar”.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

43


CLUBE NAVAL DA H

RTA

VELA LIGEIRA VISITA DE ESTUDO AO NAVIO-ESCOLA “GULDEN LEEUW”

Mariana Luís: “Os velejadores do CNH colocaram dúvidas interessantes”

“O

s nossos velejadores gostaram muito. Foi muito divertido e colocaram dúvidas interessantes”. É assim que Mariana Luís, Monitora de Vela do Clube Naval da Horta (CNH), classifica a visita de estudo que os atletas da Escola de Vela do CNH realizaram ao navio-escola “Gulden Leeuw”, na manhã de sábado, dia 23. E no seguimento da visita, alguns começaram a pensar num projecto desta natureza, o que permitirá conhecer a vida a bordo e simultaneamente viajar e aprender. O grupo incluiu 15 velejadores, designadamente das Turmas de Iniciação e Pré-Competição de Mariana Luís e da Classe de Optimist, treinados por Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta. Mariana Luís, que coordenou esta visita de estu-

44

do – uma iniciativa de Duarte Araújo – sublinha que “os mais velhos, que já têm gosto pelo mar e pela Vela, começaram a ponderar uma viagem futura, tendo colocado questões”. E acrescenta: “Todos gostaram de ver o barco e como se desenrola a vida a bordo. Ficaram entusiasmados e fascinados!” Por isso, esta Monitora salienta que “a experiência é para repetir” até, porque, a escala de navios-escola no Porto da Horta é algo bastante frequente. Questionada sobre a reacção dos alunos visitados, Mariana responde que “eles encaram de forma natural a inter-acção com quem os visita, manifestando curiosidade por conhecer outras culturas”, já que esta é precisamente uma das componentes de um projecto desta natureza. O “Gulden Leeuw”é um navio-escola holandês, que se encontra a realizar um projecto canadiano. A bordo encontram-se 60 pessoas, sendo 8 professores, o Capitão e o Ajudante e alunos de diversas nacionalidades.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

45


CLUBE NAVAL DA H

RTA

CONVÍVIO DE CARNAVAL DO CNH CONVÍVIO JUNTOU ATLETAS, TREINADORES, PAIS E DIRIGENTES

D

ezenas de Atletas, acompanhados de Treinadores e de alguns Pais bem como de Dirigentes do Clube Naval da Horta (CNH), participaram no Convívio de Carnaval do CNH, que decorreu na tarde deste sábado, dia 2, num dos Pavilhões desta instituição náutica. Esta iniciativa do Clube Naval da Horta, que se realiza todos os anos, pretende que todos em conjunto assinalem esta quadra, à semelhança do que acontece noutros tempos festivos do calendário anual. A música animada de Carnaval a que se juntaram as fantasias e a boa disposição, foram os ingredientes deste Convívio, regado pelos acepipes que todos foram convidados a partilhar e pela bebida oferecida pelo Clube. Os nadadores tiveram o seu Estágio na piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta mas as restantes modalidades, como estão condicionadas pelo tempo, não tiveram a mesma sorte. CarnaVela foi um sucesso em terra São Pedro não colaborou, pelo que a Prova de Carnaval da Secção de Canoagem ficou, uma

46

vez, mais adiada. O mesmo se diga em relação às regatas da CarnaVela. No entanto, a CarnaVela – brincadeiras de Carnaval associadas à Vela – sairam à rua, sob a direcção de Mariana Luís, Monitora de Vela Ligeira do CNH, que, a propósito, deixa o seguinte testemunho: “Como não foi possível sair para o mar, fizemos actividades em terra. Participaram 8 velejadores no total, sendo que 6 eram das minhas Turmas (Iniciação e Pré-Competição) e os outros dois eram da Turma do Treinador Duarte Araújo. Assim sendo, os mais velhos foram meus ajudantes. Fizemos algumas provas de entretenimento, tudo na área competitiva , tendo sido realizadas em equipa e de forma individual. Foi uma forma de irem aprendendo a trabalhar em equipa. Há coisas que eles fizeram hoje na CarnaVela em equipa e não se aperceberam de que era em grupo. Como tal, vamos aproveitar este modelo para futuras actividades e lições, pois acho que aproveitaram. Fizemos uma competição em equipas de dois, para ver quem montava primeiro o barco e correu bem! Depois, eles puseram em prática os nós mas como não sabiam fazer, então primeiro demonstrámos e a seguir eles treinaram. Quem fizesse

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H mais rápido ganhava. Seguidamente, fizemos um circuito em corrida para consumirem energia e ao mesmo tempo foi-lhes dada a tarefa de pôr leme e patilhão na rampa de forma rápida. A seguir, fizemos a caça ao tesouro para entretenimento em equipa, com o intuito de desenvolverem pensamentos rápidos e fazerem associações. Por último e para brincar, fizemos o desfile de melhor fantasia. A maior parte deles veio fantasiada e também improvisamos algumas fantasias. No final, foram premiados com um chocolatinho e um almoço. Eles não sabem que aprenderam com estas brincadeiras mas a verdade é que isso aconteceu! Sei que este dia vai ficar registado na cabeça de cada um. Como tal, considero que é importante que o CNH assinale todas as épocas festivas, se não era tudo igual e não tinha piada!” Olga Marques: “Estes Convívios são importantes!”

RTA

saborosa e o CNH agradece a colaboração e a envolvência de todos, designadamente os Pais, os Treinadores e todos os que estão ligados ao CNH”, destaca esta Dirigente, frisando: “É importante haver estes convívios!”

Mariana Luís: “Eles não sabem que aprenderam com estas brincadeiras mas a verdade é que isso aconteceu!”

Olga Marques, Vice-Presidente da Direcção do CNH, lamentou que o tempo não tenha ajudado na realização de algumas actividades programadas, sublinhando que muitos atletas se encontram fora do Faial, uns em gozo de férias e outros envolvidos em competição. “Mas contámos com um grupo muito bom e correu muitíssimo bem! Eles tiveram muito animados, a comida era muito

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

47


CLUBE NAVAL DA H

RTA

CONHECER OS NOSSOS ATLETAS DIOGO SÁ DA BANDEIRA: “A VELA É UM DESPORTO QUE EXIGE FORÇA E CABEÇA”

D

iogo Sá da Bandeira tem 10 anos e anda na Secção de Vela Ligeira do Clube Naval da Horta (CNH) há 4. Começou a praticar esta modalidade na aulas de Verão, recordando-se dessa altura de Mariana Luís. Em termos de Treinadores, conheceu Susana Garcia e Edmar Delgado, que a substituia sempre que era necessário. Actualmente anda na Pré-Competição, tendo como Monitora Mariana Luís, Responsável pelas Turmas de Iniciação e Pré-Competição. “Aprender não foi difícil”, afirma Diogo, sublinhando que “só é preciso ter jeito”. Contudo, no decorrer da conversa vai acrescentando o que a Vela implica: “Temos de pensar e de fazer os cálculos. Se estiver muito vento, há várias opções. Por isso, tem de se pensar muito, sendo

48

uma modalidade que obriga não só a pensar mas, também, a preparar o material. A Vela é um desporto que exige força e cabeça. Mas não dá assim tanto trabalho. Por vezes não me apetece vir treinar, porque me sinto cansado mas venho e acabo por divertir-me”. O nosso velejador destaca as amizades que já fez na Vela e quanto à Monitora diz que “é exigente mas também brincalhona”. “Aprendemos com ela e com o Duarte [Araújo]. O Duarte é Treinador de Competição mas quando a Mariana não consegue atender a todos, porque alguém revirou ou precisa de mais atenção, então o Duarte dá-nos alguns conselhos, o que é bom, porque já vamos aprendendo outras coisas importantes”.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

“No Clube há um bom ambiente” “No mar sinto o vento e apesar de já ter revirado várias vezes, não tenho medo, pois estamos preparados para isso. Faz parte do processo de aprendizagem. Quando está muito vento e fazemos muita força, por vezes chegamos cansados mas mesmo assim vale a pena. E os pais apoiam muito! Vim um dia treinar em que estava muito mau tempo e no fim da aula quase que não conseguíamos ver nada à frente. Chovia tanto que mal dava para abrirmos os olhos. Quem tiver jeito consegue fazer Vela. Acho que toda a gente conseguiria andar à Vela e por ser um desporto muito interessante, vou convidar outras pessoas para virem praticar. Conheço o Clube e há um bom ambiente aqui, onde tenho amigos e nos divertimos”. Natação e outras ocupações Diogo também pratica Natação no CNH desde há 3 anos. “Gasto mais tempo na Natação mas se tivesse de escolher entre estes dois desportos, escolheria a Natação, que mesmo sendo exigente também é divertida”. Este duplo atleta do Clube Naval da Horta frequenta o 5º ano e garante que tem tempo para todas as áreas em que se encontra envolvido. “Tenho 4 aulas de Natação por semana e 2 de Vela. Ainda toco Piano, ando no Côro e na Formação Musical, no Conservatório da Horta. Quando era pequeno queria tocar Piano e logo que surgiu a oportunidade, inscrevi-me no Conservatório. No 1º ano foi só Iniciação Musical. Mas no 2º disseram-me que teria de optar por um instrumento ou pelo ballet e eu comecei pelo Violoncelo mas já estou no Piano há 2 anos, o que é bom para mim. E quem toca um instrumento e anda na Formação Musical, tem de pertencer ao Côro do Conservatório!” Para descomprimir de todas estas actividades, Diogo gosta de se sentar no sofá a ver televisão ou jogar jogos no telemóvel. A água é um elemento que está presente em muitas vertentes da vida deste atleta, que gosta “muito de sushi”, sendo Aquário de signo.

“Aprender não foi difícil”

Diogo Sá da Bandeira: “A Mariana é exigente mas também brincalhona”

Diogo tem na Matemática a sua disciplina preferida, o que poderá vir a ser uma grande ajuda na profissão que elegeu para já: astronauta! Sobre isso confessa que vai ter de “pensar a sério”, pois sabe que irá dar “muito trabalho”. Diogo: a tua boa disposição e vontade de aprender, fazem de ti um atleta interessado em chegar mais longe. Os amigos e a diversão são aliados neste caminho de aprendizagem, que tem muitas facetas formativas, capazes de ajudar a trilhar o futuro.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

49


CLUBE NAVAL DA H

50

RTA

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

AZORES TRIANGLE SEAS PHOTO CHALLENGE UM VEÍCULO DE PROMOÇÃO DOS AÇORES COMO DESTINO NÁUTICO DE ELEIÇÃO

C

ory Fults, 1º Prémio; Chris Robinson, 2º Prémio; Brandon Cole, 3º Prémio e Silvio Solleliet, Menção Honrosa, foram os vencedores do “Azores Triangle Seas Photo Challenge” 2018, que reuniu a concurso 33 fotografias e cuja Sessão de Entrega de Prémios decorreu quinta-feira, dia 21, na Fábrica da Baleia, ilha do Faial. José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH) – Entidade Promotora desta iniciativa, que se realizou pela primeira vez em 2017 – começou por agradecer a presença de todos – colegas de Direcção, Sócios do CNH, Órgãos de Comunicação Social (OCS) – mas em especial das entidades presentes, nomeadamente Cíntia Martins, Directora Regional do Turismo; Ester Pereira, Vereadora da Câmara Municipal da Horta em representação do Presidente; Rafael Silva, Capitão do Porto da Horta; Armando Castro, Director da Marina e Representante da “Portos dos Açores, S.A.”, bem como

Luís Carlos Decq Mota, Presidente da Assembleia-Geral do CNH. Este Dirigente referiu que, sendo o CNH uma instituição dedicada aos desportos e actividades náuticas “com a pretensão de ter uma actividade desportiva náutica em qualidade e quantidade, associa sempre um esforço muito grande de captação de divulgação dos Açores, do Faial, do nosso mar e de defesa dos Açores como um destino náutico de eleição das mais diversas modalidades náuticas”. E frisou: “Basta ver os nossos programas anuais de actividade para perceber que estas duas componentes estão bem presentes em tudo o que nós fazemos. Esta pequena cerimónia referente à 2ª edição do “Azores Triangle Seas Photo Challenge” 2018, que é um Concurso de Fotografia Subaquática, é sinal disso mesmo. Trata-se de uma prova livre, lançada em termos diferentes daqueles que são os habituais, estando os concorrentes apenas limitados pelo tempo em que é elegível a fotografia e pelo local (mar circundante das três ilhas

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

51


CLUBE NAVAL DA H

RTA

José Decq Mota”: Temos razões para estar satisfeitos”

que formam o Triângulo: Faial, Pico e São Jorge). Como se vê pela classificação, há estrangeiros interessados nisto e há fotógrafos de qualidade. Está já no nosso programa para 2019 a 3ª edição deste Concurso mas agora com o intuito de, após estes dois magníficos testes, procurar crescer e atrair. Temos razões para estar satisfeitos. Quando esta iniciativa surgiu – por proposta do meu estimado amigo e colega de Direcção, Jorge Fontes – pela primeira vez com regras diferentes do que é habitual, nós, minuciosamente, discutimos o perfil deste Concurso. E chegámos à conclusão, depois da primeira edição, que a concepção estava boa”.

mais reconhecida é a Vela”, em que esta instituição náutica colabora com outras entidades da Comissão Náutica Municipal na co-organização de Regatas Internacionais de Alta Competição à Vela, regatas oceânicas, embora o CNH também receba e apoie ralies. Este ano o CNH tem um conjunto de 5 iniciativas náuticas oceânicas, das quais 4 são Regatas de Alta Competição. Participamos em co-organização com outras entidades mas como não te-

“Precisamos que as parcerias tenham a dimensão adequada” José Decq Mota destaca que “o “Azores Triangle Seas Photo Challenge” é uma das actividades que vai contribuir para o enriquecimento desta capacidade de divulgação que o CNH procura fazer”. E sublinhou que “uma outra área que é

52

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Jorge Fontes: “Este Concurso é, também, uma ferramenta de conservação ambiental”

mos qualquer mina de ouro no cais, precisamos, de facto, que as parcerias tenham a dimensão adequada. E estas regatas são, sem dúvida, um tipo de investimento que tem retorno, pelas pessoas que vêm e pela troca de tripulações, tudo isso traz bastante retorno”. “É preciso manter esta linha de atractividade” “Gostava de dizer que estamos a trabalhar, há cerca de 4 anos, numa outra questão que também tem capacidade de atracção – e que vai ter muito forte – que é a Travessia do Canal a Nado e que este ano já está marcada para o dia 2 de Agosto. Muitos estrangeiros participaram em tempos mais recuados e quando tivermos a possibilidade de fazermos uma divulgação forte deste evento, esta capacidade de atracção também vai ficar marcada nessa área. A Natação em Águas Abertas é uma actividade que chama muita gente na travessia a nado de um canal que pode não ser muito extenso mas um canal com as características do canal Faial/ Pico é muito aliciante para estes desportistas,

porque tem marés e correntes. Nós fazemos disto uma missão clara mas principalmente a razão de ser do CNH é no sentido de haver miúdos a Nadar, a andar à Vela, a fazer Canoagem. O Clube Naval da Horta existe para isso tudo – e queremos que isso seja cada vez maior e melhor – mas existe também para envolver este Porto e o nosso Arquipélago no seu conjunto”. Falando directamente para a Directora Regional do Turismo, José Decq Mota lembrou que “para estas actividades se manterem é absolutamente indispensável o apoio do Turismo dos Açores, o qual permitirá continuar esta linha de atractividade nestas áreas”. O mais alto Responsável pelos destinos da única instituição náutica faialense enfatizou que “um dos aspectos que caracteriza este Clube é uma cooperação intensa com outras entidades oficiais e privadas em muitas áreas, sem a qual não era possível levar por diante o auspicioso Plano de Actividades traçado”. E recordou: “Costumo dizer que o CNH não é uma empresa; é uma associação que gasta mas não vende. E, portanto, temos de ter parceiros. E temos, felizmente! Mas

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

53


CLUBE NAVAL DA H

RTA

sabemos que as parcerias existentes são insuficientes para aquilo que está ao nosso alcance fazer e para o que somos solicitados a fazer. E nesse contexto, aproveito para agradecer muito reconhecidamente ao Observatório do Mar dos Açores (OMA) na pessoa da sua Presidente, Carla Dâmaso, pela prestimosa e importante colaboração que nos deu na organização desta cerimónia neste belo local, que também deve ser mostrado e divulgado. Agradeço, igualmente, os esforços de todos os envolvidos nesta iniciativa, que vai fluindo ao longo do tempo”.

cou Jorge Fontes – esta iniciativa é um veículo de divulgação dos valores naturais em termos turísticos mas também tem um valor inestimável como ferramenta de conservação ambiental. Ninguém pode proteger aquilo que não conhece e sob o ponto de vista dos valores ambientais e naturais, a Região Açores não fica a dever nada a outros destinos exóticos e remotos de que ouvimos falar há decadas. Na verdade, não somos assim tão diferentes, tirando o facto de termos mais um bocadinho de chuva ou mais uma tempestade no Inverno. E de facto quando está bom isto é mesmo muito bom!”

Veículo de divulgação de valores naturais

“São todas fotografias de alto impacto”

Coube a Jorge Fontes – biólogo marinho, membro da Direcção do CNH, mergulhador, fotógrafo e Presidente do Júri, de que também faziam parte Nuno Sá, reconhecido fotógrafo profissional, e Cíntia Martins, Directora Regional do Turismo dos Açores – falar das fotografias vencedoras. Este Responsável endereçou palavras de agradecimento às empresas de mergulho do Triângulo, que são parceiras do CNH nesta organização, constituindo “o principal meio de divulgação do Concurso e captação de concorrentes ao anunciarem este evento junto dos seus clientes”. “Mais do que um Concurso de Fotografia – vin-

Na opinião do Presidente do Júri – fotógrafo amador “mas apesar de tudo com alguma experiência” – as 33 fotografias que estiveram a concurso, “são todas de alto impacto”. “Por vezes temos um certo preconceito e não valorizamos aquilo que temos à volta de casa. Ficamos a pensar que lá fora é que é bom e que os outros é que têm coisas espectaculares. Estas imagens são um bom exemplo da biodiversidade brutal que temos. E, aliado a isso, cada vez somos mais visitados. Uma parte destas fotos são de pessoas que residem cá a tempo inteiro por razões profissionais ou outras e posso dizer que tivemos par-

54

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ticipantes desde o Hawaii até à Holanda, havendo uma diversidade grande de concorrentes de origens diversas”. O mais directo responsável por esta iniciativa do CNH agradeceu, ainda, a todos os avaliadores, afirmando que a Directora Regional do Turismo teve o “ingrato papel” de participar na selecção das fotos, “o que se tornou difícil atendendo a que todas estão espectaculares”. Referindo-se a Nuno Sá, disse ser actualmente “um dos melhores fotógrafos subaquáticos e realizadores a nível mundial, dono de um currículo invejável, que tem tem trabalhado com a BBC, a ‘National Geographic’ e com produtoras independentes desde o Japão à Polónia”. O critério de selecção baseou-se na atribuição de uma pontuação de 0 a 10 a todas as fotografias concorrentes, sendo vencedoras as três que reuniram a pontuação mais elevada. Sempre que se justifica também é atribuída uma Menção Honrosa, que “geralmente tem a ver com a mensagem que a imagem transmite”. Na edição de 2018, a imagem escolhida para receber a Menção Honrosa é da autoria de Sílvio Solleliet “pelo seu impacto visual e estético

RTA

mas, sobretudo, porque retrata um comportamento que é raro de ser observado”, ressaltou Jorge Fontes, explicando que “retrata uma situação em que um grupo de jamantas sob um Monte Submarino, neste caso o “Princesa Alice”, entrou num frenesim de alimentação a interagir com outros peixes, outros predadores, bicudas e lírios. Por ser um comportamento que raramente é observado e de que até hoje só há um registo, arrecadou a Menção Honrosa”. Brandon Cole, fotógrafo profissional com quase 30 anos de carreira, que vive nos EUA mas que passa a vida a fotografar e a viajar “pelos sítios mais exóticos e espectaculares no Pacífico”, arrecadou o 3º Prémio. “Não é por acaso que estes fotógrafos de grande qualidade vêm aos Açores. São pessoas que percorrem o mundo inteiro e encontram razões suficientes para virem cá fazer este investimento e dedicar o seu tempo”, focou Jorge Fontes que, dentro da política habitualmente estabelecida de contactar, via ‘skype’, os vencedores, lamentou que isso não tenha sido possível neste caso. A imagem que ficou em 3º lugar “é da mesma espécie de jamanta e no mesmo local onde foi

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

55


CLUBE NAVAL DA H

RTA

registado o comportamento das jamantas da Menção Honrosa”, garantiu o Presidente do Júri. O 2º Prémio foi conquistado por Chris Robinson que, “para além de ser uma foto espectacular, mostra-nos uma espécie – um réptil – ameaçada, que é a tartaruga careta (nome mais comum nos Açores) acompanhada pelos seus seguidores, os peixes-piloto, o que nem sempre acontece, dando, portanto, um elemento de harmonia e de estética à imagem”, revelou este biólogo, asseverando que o que vemos na carapaça da tartaruga são algas. Jorge Fontes confessou que “foi particularmente difícil” fazer a distinção entre esta imagem e a que ficou em 1º lugar, tendo mesmo havido um empate entre ambas. “Esta situação criou-me um problema como Presidente do Júri, pois tive de criar um sistema de desempate. A ideia que me pareceu mais justa foi encontrar a pontuação das duas imagens dada pelo fotógrafo Nuno Sá – o elemento do Júri com maior competência nesta área, sem desprestigiar a competência da sra. Directora Regional do Turismo – e perceber qual a que tinha merecido a pontuação mais alta. E ele entendeu que esta imagem deveria merecer menos um ponto do que a vencedora, o que não

56

retira qualquer mérito a esta. Temos a sorte de poder contar com o Nuno Sá, que percebe muito mais disto do que eu. Tem muito mais competência”. À semelhança do que aconteceu com o vencedor do 3º prémio, também neste caso não foi possível estabelecer ligação com Chris Robinson. Jorge Fontes admitiu o seu fascínio pela fotografia vencedora, que tem “um sentido estético, uma fuidez e uma sensação de movimento incrível! É uma imagem fabulosa!” Mesmo a mergulhar no Hawaii, Cory Fults predispôs-se a interromper a sua actividade para participar em directo nesta Sessão, tendo dito que a água dos Açores era “muito diferente daquela a que estava acostumado, tendo cores e animais diferentes”. O vencedor salientou “a confiança” que tinha depositado nesta imagem, sublinhando que “o azul do oceano é algo de único”. Também partilhou que se tinha apaixonado pelos tubarões azuis e agradeceu este contacto e as palmas que recebeu de todos os que enchiam a sala onde decorreu a entrega de prémios. O Presidente do Júri formulou votos para que o CNH pudesse voltar a contar com a participação Cory Fults na edição de 2019, dizendo, em tom

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

ir_ao_mar - Nยบ60, Marรงo de 2019

RTA

57


CLUBE NAVAL DA H

RTA

de brincadeira, que agora já tinha dinheiro para voltar aos Açores. Cory Fults garantiu grande vontade de voltar a concorrer. “Estas imagens já poderiam estar em qualquer concurso internacional” Quem também entrou em directo nesta Cerimónia de Entrega de Prémios foi o consagrado Nuno Sá, à semelhança do que aconteceu na sessão da edição anterior. Instado a deixar o seu testemunho, disse: “Antes de mais, obrigado por me terem convidado para, uma vez mais, fazer parte deste Júri. É uma competição um bocadinho diferente, porque há um campo de prova gigantesco e cada um pode investir o esforço e o tempo que quiser nas ilhas do Triângulo, que realmente são um sítio de excelência para uma grande diversidade. Olhamos para estas imagens e a riqueza de biodiversidade que está aqui patente é muito grande”. “Açores: um dos melhores sítios do mundo para mergulhar com tubarões azuis” Prosseguindo na sua apreciação, Nuno Sá expressou ser “muito interessante que as imagens vencedoras sejam dos temas que acabaram por tornar o destino mergulho dos Açores cada vez mais internacionalmente conhecido e um negócio muito bem sucedido para as empresas locais”. E frisou: “O mergulho com os tubarões azuis foi algo que surgiu há poucos anos, talvez há 6, e que ganhou uma dimensão enorme nos Açores. Hoje em dia, a Região Açores é considerada como um dos melhores sítios do mundo para mergulhar com tubarões azuis. Aquela imagem incrível do grupo de jamantas – em que eu fiquei ciumento por não ter estado no “Princesa Alice” nesse dia – realmente é incrível quando se tem dezenas de jamantas num dia de mar azeite. Também é um dos grandes chamarizes que temos nos Açores, um dos maiores motivos de orgulho. Estamos a falar talvez mesmo do melhor sítio do mundo para ver esta espécie de jamanta. É muito engraçado termos esta riqueza de biodiversidade toda exposta nestas imagens mas

58

depois curiosamente os temas que foram ganhar são os temas mais fortes e que mais chamam as pessoas para os Açores. E claro que a tartaruga também faz parte do que chama as pessoas aos Açores e que são os grandes encontros com pelágicos e os encontros no azul (baleias, golfinhos, tubarões, tartarugas). Confesso que a imagem vencedora foi a que dei melhor classificação e a que mais gostei! A que ficou em 2º lugar foi também a minha escolhida para essa posição. São imagens poderosíssimas e muito, muito boas! E eu só dei um ponto de diferença entre as duas. Estamos a falar de imagens que já poderiam estar em qualquer concurso internacional de fotografia subaquática. Mais uma vez, também é curioso que todos os vencedores sejam estrangeiros”. Apneia permite vantagem competitiva aos fotógrafos Jorge Fontes despediu-se de Nuno Sá e manifestou grande vontade de o CNH poder voltar a contar com ele na 3ª edição deste Concurso de Fotografia Subaquática. Este Dirigente revelou que houve “um equilíbrio muito grande” entre a votação dos três jurados e, voltando ao grande vencedor de 2018 – originário de San Diego – acrescentou que “é um grande apneísta também”. E prosseguiu: “A Apneia, uma modalidade que está igualmente em crescendo a nível mundial, no CNH tem também uma Secção bastante activa, com cada vez mais praticantes. Temos mesmo uma tradição de campeões nacionais. O facto de a Apneia estar em crescimento mundial também permite a um bom fotógrafo muitas vezes fazer estas imagens, porque não basta ser um fotógrafo; é preciso estar à vontade e poder aproximar-se dos animais, no sentido de aproveitar as oportunidades quando elas surgem. Esta é uma área em que o Clube Naval da Horta também aposta e a Região devia promovê-la ainda com mais entusiasmo, até, porque, temos a residir no Faial um ex-Campeão do Mundo que decidiu mudar-se para cá. No Faial existe uma comunidade de praticantes cada vez maior e, de facto, temos condições absolutamente ímpares para fazer Apneia, seja

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Cíntia Martins, Directora Regional do Turismo: “A minha vontade era ter dado nota máxima a todas as imagens”

‘indoor’ durante o Inverno como no mar, quando está mais agradável”. Jorge Fontes disse, neste âmbito, que Nuno Sá também recorre à Apneia, “o que permite, muitas vezes, ter uma vantagem competitiva em relação a quem depende de um escafandro para poder estar debaixo da água”. “Temos a grande missão de preservar este património” A encerrar a Sessão, o Presidente da Direcção do CNH convidou Cíntia Martins a proferir umas palavras. A Directora Regional do Turismo prometeu ser breve, tendo começado por dar os parabéns ao CNH “por mais esta iniciativa que, em conjunto com todas as outras actividades que desenvolve no que diz respeito à náutica e às actividades ligadas ao mar são, sem dúvida, uma mais valia para a divulgação dos Açores nesta área e para a promoção da imagem dos Açores como destino turístico de natureza”. A governante também deu os parabéns aos autores destas “magníficas” imagens e agradeceu o convite para integrar o Júri. “Confesso e confirmo que foi um papel ingrato, sendo eu neste con-

texto a pessoa menos qualificada profissionalmente para avaliar estas fotografias. Tive muita dificuldade e a minha vontade era ter dado nota máxima a todas”, declarou Cíntia Martins, que aproveitou esta oportunidade para sublinhar que “a Região Autónoma dos Açores pretende continuar a afirmar-se como um destino turístico de excelência, ligado à natureza activa. O turismo náutico e as actividades ligadas ao mar têm tido um grande crescimento não só ao nível de oferta das actividades que temos como da procura nacional e internacional e são cada vez mais os amantes ligados às actividades do mar e às fotos subaquáticas que nos procuram. É garantidamente um grande património que possuímos e temos a grande responsabilidade de preservá-lo e mantê-lo. E depois destas fotografias tenho a certeza de que todos nós ficamos com mais um bocadinho de vontade de querer continuar essa missão de preservação”. Os vencedores receberam prémios pecuniários no valor de 1.000 euros, montante patrocinado pelo Turismo dos Açores, no âmbito do projecto que se destina a apoiar actividades de divulgação do destino e marca Açores. O 1º classificado recebeu 750€, o 2º 150€ e o 3º 100€.

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

59




CLUBE NAVAL DA H

RTA

PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO DESPORTIVA DE 2019 CNH E CÂMARA ASSINAM PROTOCOLO

“O Clube tem feito uma boa gestão deste apoio”

“A

assinatura deste protocolo é um acto natural mas é, também, um acto necessário, indispensável, para que se continue a potenciar aquilo que fazemos: a atracção da Náutica Internacional de Recreio, a Promoção dos Desportos Náutios, a divulgação dos Açores, do Faial, do Porto da Horta e desta nossa bela realidade faialense”. Foi assim que José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), caracterizou o Protocolo de Cooperação Desportiva com a Câmara Municipal da Horta (CMH), cuja Assinatura decorreu na manhã desta terça-feira, dia 26, na Marina da Horta. Constitui objecto deste Protocolo a Actividade Desportiva do Clube, a sua Modernização Administrativa e Financeira, a remodelação e conservação da frota, a organização da Regata

62

“Atlantis Cup”, do Encontro Internacional de Vela Ligeira (EIVL), do Festival Náutico da Semana do Mar e a recepção, em co-organização, de regatas internacionais. Perante uma assistência que incluia o Vereador camarário para o Pelouro do Desporto (Filipe Menezes), elementos da Direcção do CNH, Colaboradores desta instituição náutica faialense e alguns funcionários da Autarquia, José Decq Mota, olhando para o José Leonardo Silva disse: “Eu e o Sr. Presidente da Câmara Municipal recentemente temos nos encontrado com bastante regularidade. Isso aconteceu na apresentação pública da Semana do Mar, das Regatas Internacionais e hoje estamos aqui para assinar este Protocolo de Cooperação Desportiva. Este é um acto que se reveste de extrema importância e corresponde àquilo que é a realidade actual, pois, há, de facto, um entendimento claro, fluído e constante, entre a Autarquia e o Clube Naval da Horta sempre que é necessário”.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H “Desportos Náuticos estão bem desenvolvidos no Faial com o trabalho do CNH” “Há coisas que sabemos que temos de fazer em cada momento, há outras que surgem inopidamente e também há situações por vezes não muito simples mas que têm de ser resolvidas e o que se verifica é que neste quadro, e desde há alguns anos, a Câmara e o CNH têm conseguido um tipo de entendimento, que possibilita que as coisas corram bem”, sustentou o mais alto Responsável pelo CNH, que realçou: “Penso que isto é muito bom para a nossa terra, porque potencia esta maravilha que temos aqui à volta, potencia o significado económico que tudo isto tem e possibilita uma aproximação ao mar, a qual é histórica e natural, mas que é organizada. Os Desportos Náuticos no Faial estão desenvolvidos com o trabalho do Clube Naval da Horta mas esta postura de algumas instituições é extremamente importante e favorável a a essa realidade”. Apoio da Câmara aumentou 19,05% desde 2015 até agora Neste radioso dia de sol, com um cenário único e digno da sétima arte – num enquadramento que juntava o Castelo de Santa Cruz, a Marina, o Clube Naval da Horta e a Baía da Horta, que é a Mais Bela do Mundo juntamente com a de Setúbal – o Presidente da Câmara Municipal da Horta vincou que “não é por acaso que a Escola do Mar dos Açores está instalada na ilha do Faial, que está prevista a localização do Observatório do Atlântico no Faial e que esta Ilha tem uma Marina que é das mais conhecidas do Mundo”. “Isto tem a ver com o trabalho que nós, faialenses, fazemos no que concerne à promoção do mar, onde se insere o Clube Naval da Horta, a Câmara Municipal e outras entidades no âmbito da Comissão Náutica Municipal”, frisou José Leonardo, que acrescentou: “Temos todos de fortalecer esta temática dos Desportos Náuticos, da Vela Internacional mas, também, da Economia do Mar, que gera a criação de emprego e consequentemente de mais economia, o que também é relevante”. No captítulo da promoção e da presença internacional, o edil notou que este ano o Faial vai

RTA

receber mais regata, “o que também não é por acaso”. E prosseguiu acentuando esta tónica: “Quando o nosso povo diz que temos muitos aventureiros e iates isso não é por acaso; é sim, fruto do trabalho que temos vindo a fazer”. Focando-se no Protocolo em si, o governante enfatizou a preocupação da Câmara no sentido de haver um reforço da dotação anual. E para ilustrar a linha evolutiva desse apoio – do qual “o CNH tem feito uma boa gestão” – José Leonardo recorreu aos números “por serem factos”, revelando com gosto que, “desde 2015 até agora, tal esforço se traduziu num aumento de 19,05%. “Também queríamos que fosse mais mas e é uma preocupação nossa aumentar”, garantiu o Presidente da Câmara Municipal da Horta. José Leonardo elogiou a postura do CNH e disse mesmo que as entidades devem seguir este modelo e que na prática significa “separar as águas”. Explicando o que queria dizer em concreto, o autarca ressaltou: “As entidades são para estar ao serviço da sua população, da sua ilha e do seu concelho”.

José Decq Mota: “Há um entendimento claro, fluído e constante entre a Autarquia e o CNH”

José Leonardo: “Tal como o CNH, as entidades devem separar as águas”

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

63


CLUBE NAVAL DA H

RTA

A FIGURA DO MÊS MANUEL FERNANDO VARGAS

“Tenho muito orgulho no Clube, uma estrutura extremamente importante para o Faial”

A

ligação de Manuel Fernando Vargas ao Clube Naval da Horta (CNH) deu-se na década de 90 do século passado, quando foi convidado para encabeçar uma lista. E como não sabe dizer que não, aceitou o desafio, que acabou por durar dois mandatos: 1992/1994 e 1994/1996. Desses 4 anos como Presidente da Direcção do CNH guarda gratas recordações e boas amizades, que perduram e se cimentaram volvidos que são mais de 20 anos. E foi com esse espírito de faialense cooperante e empenhado, que nos recebe sempre com um sorriso simpático, que acedeu partilhar as memórias desse tempo.

64

Um desafio bem sucedido “Antes de ser Presidente nunca tinha tido ligações ao Clube Naval porque, quando eu era jovem, como morava em Castelo Branco, isso não era muito fácil devido à distância e à logística que tal implicava. E foi muito mais tarde, já quando trabalhava na Quinta de São Lourenço, onde exerci durante muitos anos a minha vida profissional [é Médico Veterinário de formação] como Director de Serviços, que um dia apareceram lá para falar comigo os senhores Aurélio Melo, Augusto Sequeira e José Decq Mota. Pensei que pretendiam algum tipo de apoio para o Clube Naval, por isso fiquei muito surpreendido quando me convidaram para presidir à Direcção do CNH. Disse

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Manuel Fernando Vargas recebe das mãos de Augusto Sequeira, então Presidente da Assembleia-Geral, o Diploma de Sócio Honorário do CNH, já depois de ter cessado funções como Presidente da Direcção

logo que tinha pouca ligação à “casa” e que não estava por dentro das questões da Vela. E ainda acrescentei: “A única coisa que eu sei é nadar”. Argumentaram que o Clube dispunha de um técnico com experiência e qualificação nessa área. Atendendo a que não gosto de dizer não a idênticas circunstâncias e como já sabia mais ou menos como são estas coisas uma vez que tinha sido Presidente do Sporting na década de 80 (fui jogador nos Júniores e nos Séniores antes de ir estudar para Lisboa, portanto, tinha alguma ligação a esta colectividade), aceitei ponderar. Pedi algum tempo não só na perspectiva de pensar sobre o assunto em si mas, também, para poder falar com algumas pessoas com vista à formação de uma lista. A minha preocupação imediata foi encontrar pessoas da minha confiança para a Direcção. O primeiro que contactei foi o Vítor Pacheco, amigo do tempo do Liceu e além de sermos amigos de muitos anos também éramos compadres. Infelizmente já não se encontra entre

nós. Contei-lhe sobre o convite que me tinham feito e disse-lhe que agora tínhamos ambos um desafio. Actualmente a contabilidade de muitas colectividades está a cargo de empresas dessa área. No entanto, naquele tempo a Direcção é que era responsável pela elaboração das contas. Considero que para haver uma boa gestão de qualquer instituição se torna necessário haver rigor e controlo permanente das despesas. Tendo o Victor para essas funções, contactei mais três pessoas conhecidas, que me dessem garantias de constituir um elenco directivo capaz da responsabilidade e exigências do Clube. Assim, a Direcção ficou constituída por Victor Pacheco, João Serafim, Jorge Macedo e João Menezes. A primeira decisão que tivemos de tomar estava relacionada com o bar do Clube, pelo que foi lançado concurso para a exploração do mesmo. Entre os concorrentes, constava o histórico e apaixonado pelo CNH, o sócio Luís Gonçalves, que, infelizmente, já não está entre nós e que

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

65


CLUBE NAVAL DA H

RTA

não tendo sido a sua proposta seleccionada, em artigo publicado num órgão de comunicação social local contestando a decisão tomada, escreveu: “O Doutor pode saber muito da terra mas falta-lhe o sal do mar”. Para início de funções, como é hábito dizer-se, foi nosso pensamento: “Está a começar bem!!!” Terminado o mandato em 1994 – que correu bem e constituiu uma perspectiva nova – e não havendo quem se candidatasse, este elenco directivo manteve-se por mais 2 anos, tendo tido a oportunidade de concluir alguns dos processos em curso. Nessa altura, na Secretaria do Clube só estavam a Orlanda e o Armando (“Catita”), com quem foi fácil de trabalhar, tendo sido bons colaboradores. Também não é difícil de as coisas funcionarem comigo. Naturalmente que nem tudo foi perfeito mas fizeram-se iniciativas interessantes e o Clube cresceu bastante”. CNH e as boas relações com o Turismo na captação de regatas francesas “Nos anos 90, o CNH estava muito relacionado com as actividades do Turismo e o facto de o responsável máximo ser o Dr. Eugénio Leal – meu grande amigo – facilitou a relação de ambos os lados. Estamos a falar do tempo da “Route des Hortensias”, da “Vannes/Les Açores/Vannes, com origem na Bretanha francesa. Criou-se uma boa empatia. Fui a França com o Eugénio e posso assegurar que estes eventos tiveram um impacto muito grande. Não fazia ideia de que já naquela altura a Vela e a Náutica tinham um peso tão grande naquela região. “Route des Hortensias”

Cópia do Auto de Posse da Direcção presidida por Manuel Fernando Ramos Vargas, datado de 25 de Novembro de 1992

66

A primeira vez que se fez a “Route des Hortensias”, ligando as cidades de Concarneau e Horta, foi em 1993, ano em que participaram apenas três embarcações. A partir daí, começou-se a criar algo com mais consistência e em 1995 esta Prova teve um grande impacto. Tratava-se de uma Regata com um cariz mais social do que

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Neste recorte de um jornal francês, guardado pelo nosso entrevistado, podemos ler que Yannick Le Maguer criou em 1992 a “Route des Hortensias” em homenagem a seu pai. Na legenda, o próprio Yannick sublinha que “esta Regata é, igualmente, um elo de união cultural entre a ilha Azul: o Faial, e a cidade azul de Concarneau”

competitivo e que ao longo dos anos trouxe ao Faial inúmeros participantes e acompanhantes. A “Route des Hortensias” foi criada com o objectivo de prestar uma homenagem a Jean Le Maguer, tendo a iniciativa partido do filho deste navegador, Yannick Maguer, e, por esse motivo, foi criado o “Trophée Jean Le Maguer”. Jean Le Maguer - tripulante de um navio de mercadorias que fazia a ligação entre a França e a América - faleceu na ilha do Faial na sequência de um problema de saúde originado por um acidente sofrido em 1951. E foi em 1992 que Yannick, juntamente com o seu amigo de longa data, Eric Tabarly [o mais conhecido navegador

francês] decidiu realizar uma regata que ligasse as duas cidades, perpetuando, assim, o nome do pai. Do programa elaborado, constava sempre uma romagem ao Cemitério do Carmo, onde cada um dos participantes depositava uma hortênsia na campa de Jean Le Maguer. A “Route des Hortensias” – um excelente veículo de promoção do Porto da Horta – já contou com a participação de vários faialenses, cujos ‘skippers’ foram Hildeberto Luís e Emídio Gonçalves. Quando fui recebido em França, senti que para eles o Presidente do Clube Naval era uma pessoa muito considerada e de grande prestígio. O

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

67


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Jean Le Maguer com o seu amigo Eric Tabarly na imagem de fundo

No destaque podemos ler o seguinte: “Amanhã, domingo, será dada a partida da 3ª edição do “Troféu Jean Le Maguer”. O Ministro do Turismo dos Açores [Sr. Léal] acompanhado pelo Presidente do Clube Naval da Horta [“Sr. Vargas”] vai dar a largada

Yannick era um empresário reconhecido naquela região e, para além de bom comunicador, tinha contactos com a comunicação social, o que permitiu uma ampla divulgação da Regata e, consequentemente, de Concarneau e do Faial. “Vannes/Horta/Vannes” Aquando da Regata “Vannes/Horta/Vannes”, a Câmara daquela cidade tinha um vice-presidente – Michel Met, que faleceu recentemente – sobre quem recaía a responsabilidade do Turismo, o que ajudou a projectar a Regata e as duas cidades: Vannes e Horta. Ao longo dos anos mantivemos uma grande amizade. Uma das perguntas que habitualmente me faziam era que tipo de barco é que eu possuia, uma vez que para eles ser presidente do Clube Naval da Horta implicava ter um veleiro, pelo que eu tentava sempre desviar o assunto. Porém, por uma das vezes insistiram com a questão e o Eugénio como político que era, ao ver-me atrapalhado, salvou a situação, explicando: “Sabe, ele não tem barco à vela. Tem um barco a motor, porque é um homem que não tem muita paciência para estar à espera do vento”. Pensei: “Sim senhor, já me safaste!”

68

Na legenda da fotografia do “Cornouaille” de 4 de Agosto de 1999, é referido que Eugénio Leal e Manuel Vargas, acompanhados por Yannick Le Maguer, foram recebidos na Câmara Municipal por Gilbert Le BrisNesta altura, a “Route des Hortensias” já atingia a sua 5ª edição, altura em que registava um número recorde de 25 barcos inscritos até ao momento. Nesse ano, a Regata partiu de Etel, não só para alargar este prazer ao concelho de Morbihan mas, também, por uma questão sentimental, já que Yannick Le Maguer nasceu em Etel

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Olhando para este recorte do jornal “O Telégrafo”, edição de 18 e 19 de Julho de 1992, podemos ler que o faialense Hildeberto Luís foi o primeiro velejador açoriano a participar na 2ª edição da Regata “Vannes/ Horta/Vannes”

Já em 1994, por ocasião da 3ª edição da Vannes/Horta/Vannes (que em bom rigor era “Vannes/Les Açores/Vannes”), além de Hildeberto Luís, também participaram nesta Regata outros dois faialenses: Armando Castro e Luís Melo, de acordo com o que noticiava o “Telégrafo” de 17 de Junho desse ano

Nesta edição do “Quest-France” de 1993, pode ler-se que “Um ministro lança a 3ª edição” da Vannes/Les Açores/Vannes”, que se realizaria em 1994

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

69


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Lendo o título e o destaque desta notícia de Abril de 1999, percebemos que “o ministro açoriano” foi portador de um pedido de geminação. Nesse sentido, Eugénio Leal tinha estado em Concarneau para acertar alguns detalhes entre a Cidade Azul (Concarneau) e a Ilha das Hortênsias Azuis: Faial

Foi logo no início do mandato mas correu tudo muito bem. Ficou uma ligação de amizade, sobretudo com o Yannick, a qual ainda hoje perdura e ele já veio ao Faial várias vezes. De salientar que se realizaram 10 edições desta Regata ao longo de 20 anos (de 2 em 2 anos)”. “Acho que deixei o Clube com a melhor situação financeira de sempre!” “Outra coisa que me dá orgulho foi a gestão que fizemos. Já tinha sido assim no Sporting e voltou a ser assim no Clube Naval da Horta. Acho que deixei o CNH com a melhor situação financeira de sempre! Aliás, o actual Presidente, que foi também quem me sucedeu em 96,

70

chegou a referir-me isso posteriormente, dizendo: “O Clube está numa situação financeira boa mas não tão boa como aquela que deixaste”. É verdade que, entretanto, também se criaram outras valências, o que implicou mais despesas. Um dos aspectos que contribuiu para essa saúde financeira, foi o bom relacionamento que o CNH tinha com a Secretaria Regional do Turismo, com a Câmara Municipal da Horta (CMH) e com outras entidades. Apercebo-me de que hoje em dia a Câmara é um bom parceiro do Clube. Penso que nessa altura o Clube já era acarinhado, embora por vezes não tanto quanto merecia. E considero que isso se aplica também aos dias de hoje, pois nem sempre se nota o devido reconhecimento. Contudo, entendo que isso é algo característico do Faial que, por vezes, não dá o devido valor às estruturas que tem e o Clube Naval da Horta é uma instituição que deve ser olhada de outra maneira. Para melhor! As pessoas que estão nos sítios-chave têm grandes responsabilidades e, como tal, devem agir nesse sentido. É imperioso haver outro envolvimento. Já nesse tempo não sentia por parte de alguns responsáveis políticos, com obrigações a nível de ilha e da Região, aquele carinho que o Clube merece. Havia como que um certo desprezo, o que chega até a ser injusto, pois – e eu falo por mim – aceitei este cargo para servir a instituição e a terra. Não tinha outros objectivos. Tenho por norma participar, cumprir a minha missão a bem da instituição em que estou envolvido e prestigiá-la. Não tenho outros fins. Até percebo que certas pessoas beneficiem de alguma projecção e tirem dividendos disso. Mas, no meu caso, não tinha ambição de vir para o Clube fazer carreira. No decorrer dos meus 2 mandatos tive a sorte de ter no Turismo um grande amigo meu – amizade que se mantém ainda hoje – com quem havia também uma boa relação institucional e isso ajudou bastante, até mesmo no que toca às nossas deslocações a França e na recepção das Regatas no Faial, que estavam a cargo do CNH, embora o Turismo colaborasse. E correu tudo muito bem! Para mim, isso foi importante, porque dignificou o Clube Naval da Horta, a Ilha do Faial e até a Região Açores”.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

“Penso que nessa altura o Clube já era acarinhado, embora por vezes não tanto quanto merecia”

“O Clube Naval cresceu muito!” “Noto que o Clube está muito diferente do meu tempo de Presidente, pois as coisas evoluiram e ele cresceu muito! Essa diferença vê-se ao nível das actividades, da movimentação de atletas e até em termos orçamentais. A Semana do Mar também evoluiu muito e estamos a falar de um cartaz com um peso determinante para a ilha. Mas atenção, que sem Festival Náutico a Semana do Mar não será o que é! Noto que ao longo dos anos tem havido a preocupação crescente de aproximar o percurso das regatas de terra a fim de possibilitar uma maior envolvência da população. Contudo, considero que ainda não se conseguiu chegar lá. Uma iniciativa criada pelo José Decq Mota foi os Passeios em Bote Baleeiro no decorrer do Festival Náutico. Ele gosta muito desta Secção e com razão. Acho muito bem esta ideia, pois tem um forte impacto na divulgação que se faz deste rico

e histórico património. Já no meu tempo as regatas eram muito disputadas entre o pessoal do Faial e do Pico. Da minha parte enquanto Presidente houve sempre essa abertura em relação aos nossos vizinhos, que jamais poderão estar de costas voltadas, já que ninguém ganha nada com isso. A realização da Regata Internacional e o excelente trabalho de recuperação e divulgação do património baleeiro deve-se ao actual Presidente do CNH, que se empenha de forma muito activa neste processo. A “Atlantis Cup” é um marco sublime da evolução da Vela de Cruzeiro nos Açores. Lembro-me perfeitamente do envolvimento da Associação Nacional de Cruzeiros (ANC) nesta Regata em que a sua Presidente chegou a vir ao Faial. A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, a maior prova de Vela de Cruzeiro dos Açores e uma das maiores de Portugal, que atrai velejadores regionais, nacionais e até do estrangeiro, em 2018

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

71


CLUBE NAVAL DA H

RTA “Já no período em que fui Presidente trabalhei no processo das instalações”

Manuel Fernando Vargas integrou o grupo que recebeu D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra e Ilhas dos Açores, na visita que o Chefe da Igreja Católica Açoriana fez ao CNH no ano de 1998, altura em que era Presidente da Direcção José Decq Mota Fotografia de arquivo de: CNH

completou o roteiro de envolvência de todas as ilhas dos Açores, com a particularidade de esta Prova ter sido extremamente bem-recebida nas parcelas mais pequenas. Mais um sinal do bom trabalho levado a cabo pela Entidade Organizadora, que é o Clube Naval da Horta, sempre aberto a novos desafios e iniciativas, funcionando como um excelente embaixador do que de melhor se faz no Faial e nos Açores na vertente dos desportos náuticos, na preservação do mar e na formação das camadas jovens”.

“No que toca às instalações do Clube, fico um pouco triste com este processo, que é bem elucidativo da forma como funciona o Faial. Sempre que há uma Assembleia-Geral, o actual Presidente da Direcção [nestas funções pelo quarto mandato consecutivo] dá a sua explicação mas julgo que esta situação constitui um “calcanhar de aquiles”. É difícil aceitar, como é que um Clube com este dinamismo; com o desenvolvimento que tem; o número de atletas que comporta nas diversas modalidades; o facto de ter o único de atleta de Vela dos Açores (Rui Silveira) na Alta Competição e a trabalhar para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio; as Regatas que organiza (com destaque para a “Atlantis Cup” com mais de 30 anos); o Festival Náutico da Semana do Mar, organizado há mais de 40 anos (sendo mesmo o maior do País e que é algo único) e depois constatamos que nunca se conseguiu ter uma sede condigna. Fico perplexo! Não quero crer que por detrás disso haja razões político-partidárias, embora se saiba que ainda não se deu o passo em frente devido, também, à falta de vontade política, porque estas coisas só se fazem com vontade política. Já no período em que estive à frente do CNH –

Outro aspecto da visita de D. António ao CNH. Na fotografia podem ver-se, além do Padre Júlio da Rosa, Carlos Fontes, Orlanda Moniz, Francisco Gonçalves, Carlos Garcia e Manuel Fernando VargasFotografia de arquivo de: CNH

72

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H de 1992 a 1996 – se tratou do processo das instalações. Embora não tenha dado tempo de, como Presidente da Direcção do CNH, receber a comparticipação acertada, a verdade é que já nessa altura cada Secretaria se tinha comprometido a contribuir com um determinado montante destinado à remodelação das mesmas. Este edifício onde nos encontramos a conversar [Centro de Formação de Desportistas Náuticos do CNH] foi uma batalha muito difícil que tive de travar no meu tempo de Presidente. Era pertença da Alfândega que já não o utilizava há bastantes anos e onde funcionou a sede do Clube Naval da Horta depois do 25 de Abril até à passagem para as actuais instalações. A transferência do imóvel para o Clube Naval só foi possível graças ao colega e amigo do tempo de Liceu, Dr. Norberto Rosa, que, na altura, exercendo as funções de Director-Geral do Tesouro, se empenhou na concretização deste objectivo”. “O José Decq Mota está a fazer um trabalho excelente!” E perante esta falta de condições, podemos ser levados a pensar como é que o CNH tem conseguido, ano após ano, desenvolver um número cada vez maior de actividades. Não sei se isto seria possível nalgum outro sítio, pois só quem

RTA

está por dentro da verdadeira situação do CNH poderá perceber o esforço tremendo que tem sido feito para executar os Planos de Actividades nas condições em que vive e que se agudizaram bastante nos últimos anos. Isto é mau para todos nós! Claro que a evolução registada no CNH só é uma realidade cada vez mais visível devido ao empenhamento de muita gente, de muitos “carolas”, e, sobretudo, das últimas Direcções, que têm sido presididas pelo José [Decq Mota], que está envolvido há já muitos anos! E ainda bem que está e espero que continue por muitos mais, pois, como reformado, tem bastante disponibilidade. É o homem certo no lugar certo! Está a fazer um excelente trabalho! Tem um bom relacionamento com as pessoas, é um especial conhecedor das instituições locais e tem muita facilidade em entender as coisas como elas são. Penso que a questão da sede é uma batalha que ele tem para vencer mas sabemos que não é só por isso que ele continua como Presidente. Ele também gosta disto! E ninguém tem dúvidas de que o CNH dá trabalho mas também dá prestígio”. “Grande empenho dos Voluntários” “O Clube viveu e continua a viver com a grande colaboração dos Voluntários. E isso é indispensá-

Manuel Fernando Vargas: “A transferência deste imóvel [Centro de Formação] para o CNH só foi possível graças ao empenho do colega e amigo do tempo de Liceu, Dr. Norberto Rosa”

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

73


CLUBE NAVAL DA H

RTA

Ano de 1998: José Decq Mota, também na altura Presidente da Direçcão do CNH tal como hoje, conduz a visita que o Bispo Açoriano fez às instalações desta instituição náutica Fotografia de arquivo de: CNH

vel! Mesmo na recepção às Regatas que vinham de França naquele tempo, havia muitos Voluntários envolvidos. E era fácil reunir estas pessoas, porque esse espírito estava incutido naqueles que andavam pelo Clube, tanto os mais jovens como os outros, tudo gente muito querida e amiga do Clube Naval. As pessoas apareciam. Era uma coisa quase natural! Ainda hoje o Clube vive muito disso, sobretudo quando se realizam aqueles eventos maiores em que é preciso muita gente, como é o caso do Festival Náutico”. “CNH: uma estrutura fundamental” “Financeiramente, o CNH tem-se mantido equilibrado. Naturalmente que isso é fruto de uma gestão apertada mas que funciona. É preciso vermos que esta instituição cresceu muito e as despesas são cada vez maiores. Ninguém põe em causa a sua vital importância

74

para a formação dos mais novos – e até dos menos jovens – e basta olhar para a variedade de Secções e de actividades destinadas a todas as faixas etárias desenvolvidas ao longo de todo o ano! É um cenário único na Região e no País! O CNH é uma estrutura fundamental para esta terra e está saudável economicamente, ao contrário do que se verifica com outras instituições do Faial, que atravessam dificuldades. E é precisamente por causa deste papel de charneira (dentro e fora do Faial e dos Açores) e do seu dinamismo, que o CNH é uma estrutura diferente e continuo a pensar que não está a receber o carinho merecido. É preciso um maior envolvimento por parte dos Sócios – e o Clube Naval tem muitos! – das estruturas locais e da sociedade em geral. As pessoas estão modificadas. Vivem num comodismo grande, muito por culpa da tecnologia, que veio roubar o nosso tempo”.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H

RTA

“Os Voluntários são tudo gente muito querida e amiga do Clube Naval”

ir_ao_mar - Nº60, Março de 2019

75


DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.