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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

© JOSÉ MACEDO | CNH 2017

Nº 38 Maio 2017


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CANOAGEM PROVA DO DIA DO TRABALHADOR E TORNEIO DO DIA DA MARINHA

O CNH associa-se sempre, com muito gosto, às celebrações do Dia da Marinha

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Treinador de Competição da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH), Hugo Parra, sente-se “muito orgulhoso” pelo desempenho dos canoístas nas competições de sábado, dia 20 de maio, e que foram a Prova do Dia do Trabalhador (que tinha sido adiada devido ao mau tempo) e o Torneio do Dia da Marinha. Na linha de partida encontravam-se 11 atletas que tiveram “uma excelente prestação atendendo às difíceis condições de vento e mar e aos poucos treinos realizados”. “As provas puxaram por eles, tendo constituído um desafio, pelo que estou bastante contente”, afirma o Treinador, que reclama por bom tempo, pois “sem treinos não se alcançam objetivos”. Recorde-se que o Torneio da Marinha integrou as comemorações do Dia da Marinha, a que o Clube Naval da Horta se associa, ano após ano. A rematar, houve um Lanche/Convívio, pelas 13h00, no Pavilhão Náutico do Clube, com Entrega de Prémios, em que esteve presente o

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Presidente do CNH, José Decq Mota, bem como o Capitão do Porto da Horta, Rafael Silva, Capitão de Fragata. José Decq Mota referiu o gosto do Clube Naval da Horta em associar-se às comemorações do Dia da Marinha com a realização de provas desportivas, realçando “a importância objetiva que este ramo das Forças Armadas tem no país e nos Açores, arquipélago que, devido ao seu isolamento, conta sempre com os meios e a eficiência da Marinha em alturas difíceis”. O mais alto Dirigente desta instituição náutica enfatizou “a boa relação quotidiana que existe com a Autoridade Marítima” justificando, assim, “a preocupação sempre patente em assinalar o Dia da Marinha com iniciativas diversas”. O facto de o dia ter estado mais agreste fez com que essa expressão desportiva tenha sido um pouco menor do que num dia climatericamente ideal. Contudo, houve, tal como previsto, atividades náuticas desenvolvidas com este propósito.

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Por seu turno, o Capitão do Porto da Horta enalteceu estas iniciativas num país de mar, em que “é de salientar não só a vertente competitiva mas, também, a prática desportiva”. Rafael Silva acentuou o assinalar de 700 anos sobre a data em que houve o primeiro decreto régio atestando a existência da força naval de forma permanente.

deira instituição transmissível por via hereditária e dotada de poder jurisdicional sobre a gente de mar. Era, pois, um título bem diverso do ‘Almirante de direito e costume’ que existira no passado, que o mesmo é dizer, aquele que terá correspondido ao cargo assumido por Nuno Fernandes Cogominho”.

A propósito destes 7 séculos da Marinha, aqui fica um excerto respigado da Revista da Armada, edição de abril de 2017, página 22:

O Professor Artur Anselmo lembrou a obra Almirantado e portos de Quatrocentos, de Vitorino Nemésio, tendo referindo tratar-se de “um texto de invulgar penetração crítica, em que Nemésio, apoiado em documentação pertinente, analisa o âmbito da jurisdição do Almirante e os cuidados da casa Real em não permitir que essa jurisdição se estendesse ao pessoal de terra”.

COMEMORAÇÃO DOS 700 ANOS DO DIPLOMA RÉGIO EM QUE D. DINIS OUTORGOU O TÍTULO DE ALMIRANTE A MANUEL PESSANHA “Sob a presidência do Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante António Silva Ribeiro, teve lugar a 1 de fevereiro, no auditório do Arquivo Nacional Torre do Tombo, uma sessão cultural comemorativa dos “700 anos do diploma régio em que D. Dinis outorgou o título de Almirante a Manuel Pessanha”. Tratou-se de uma sessão conjunta em que, além da Academia de Marinha participaram a Academia Portuguesa da História, a Academia das Ciências de Lisboa e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, numa manifestação clara de solidariedade académica. Após agradecer a presença do Almirante CEMA e AMN, o Presidente da Academia de Marinha saudou a Professora Manuela Mendonça – a qual tinha considerado a sessão como pertencendo ao calendário e programação da Academia Portuguesa da História, a que preside –, o Professor Artur Anselmo, Presidente da Academia das Ciências de Lisboa – pela sua pronta adesão a este projeto – e o Dr. Silvestre Lacerda por ter acolhido o evento nas magníficas instalações de que é Diretor. Nas suas palavras lembrou que “Portugal não ia ter mais um Almirante, mas sim um Comandante das forças navais, conhecedor das coisas do mar, um perito na organização da flotilha, em estratégia da guerra por mar, que daria corpo ao ofício do Almirantado, para o qual recebeu meios e poder jurisdicional sobre as questões do mar”. A Professora Manuela Mendonça na sua intervenção referiu que no Oficio do Almirantado, o almirante “tornou-se uma dignidade, uma verda-

Por último, o Dr. Silvestre Lacerda salientou a importância do Arquivo Nacional, local escolhido, onde se conservam e guardam as mais relevantes peças da nossa História, designadamente o Contrato de Vassalagem em comemoração. Para a intervenção principal foi convidado o Professor Filipe Themudo Barata, reconhecido medievalista português, com a comunicação “Manuel Pessanha e um outro olhar sobre o mar. A construção de novas linhas da política externa de Portugal”. O orador salientou a importância da assinatura do contrato, celebrado a 1 de fevereiro de 1317, entre D. Dinis e o genovês Manuel Pessanha. A primeira pergunta que nos pode surgir – disse – é a de saber porque o fazemos e se tem sentido essa celebração. “Julgo que estaremos de acordo que, mesmo que de forma difusa, a perceção geral é que estamos a assinalar, na História de Portugal, o momento em que se definiu uma política externa que passou a ter no mar, de forma assumida, um dos seus pilares fundamentais. Muitos até perguntam se não é justo considerar este 1 de fevereiro como o dia da Marinha portuguesa, pois teria sido com este contrato que nasceu o Almirantado português e, com ele, a Marinha ganhou definitivamente uma organização consistente. O Almirante CEMA e AMN encerrou a sessão comemorativa, tendo salientado que o contrato fixado pelo diploma régio evocado determinou de forma permanente a Armada portuguesa, sendo o documento decisivo para o almirante Manuel Pessanha liderar o processo que tornou o país numa potência naval relevante. A terminar a sua alocução, o Almirante Silva Ribeiro disse que “fruto da visão esclarecida de D.

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Dinis e da ação competente do almirante Manuel Pessanha, numa primeira fase, até 1415, a Armada adquiriu capacidade para fazer face às ameaças vindas por mar. Depois de Ceuta, revelou aptidão para se fazer além-mar” e que “em linha com as tradições que herdámos do notável monarca e do grande almirante, ontem e hoje, a Armada permanece como elemento essencial da segurança e do desenvolvimento de Portugal”.

dia. Antes do Momento Musical do Cancioneiro de D. Dinis, executado por elementos da Banda da Armada, os participantes puderam apreciar o exemplar original do Diploma Régio em questão e de outros documentos afins pertencentes ao acervo da Torre do Tombo”. Fonte: http://www.marinha.pt/Conteudos_Externos/RevistaArmada/PDF/RA_517.pdf

Seguiu-se o lançamento do Inteiro Postal pelos CTT com a aposição do carimbo do primeiro

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VELA LIGEIRA MARIANA ROSA E MAÍSA SILVA FALAM DA SUA PARTICIPAÇÃO NA 1ª PROVA DO “TROFÉU DUARTE BELLO”, QUE DECORREU EM ALMADA

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Maísa Silva e Mariana Rosa: as melhores velejadoras do Ranking Regional Feminino, consideram que a competição realizada em Almada funcionou como “um excelente estágio” para os Jogos das Ilhas Martinica 2017

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s melhores velejadoras do Faial e dos Açores aproveitaram a prova de Almada como um estágio, o que também lhes permitiu trabalhar em equipa e, simultaneamente, conhecer melhor os restantes parceiros açorianos, com os quais vão defender os Açores nos Jogos das Ilhas, que decorrem de 9 a 14 de maio, na Martinica. 1.Jovens velejadoras do Clube Naval da Horta: como se sentem perante os resultados alcançados na 1ª Prova do “Troféu Duarte Bello”, que decorreu

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nos dias 29 e 30 de Abril último, em Almada? Mariana Rosa: Bem, depois de um primeiro dia de regatas que foi menos bom. No segundo dia, o vento subiu e consegui ficar no 3º lugar Feminino, o que me deixou bastante satisfeita. Maísa Silva: Bem, porque foram melhores do que eu esperava, pois tinha muito medo de ficar na última posição. Como todos os velejadores eram de fora, tinha perfeita noção de que ia ser bastante difícil. Já tinha estado em regatas no Porto este ano e, portanto, sabia que andam bem. Nessas provas fiquei em 56º e em 73º lugares.

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CLUBE NAVAL DA H 2. O que correu muito bem e menos bem? Mariana Rosa (sorri): Foi excelente poder estar com alguns amigos e fazer novos amigos, a viagem em si e as brincadeiras em terra foram muito boas. Foi igualmente bom perceber que, com mais alguma experiência e esforço, consigo obter bons resultados, incluindo um 1º Feminino, que alcancei na última regata. O que correu menos bem foi a primeira regata e algumas largadas, mas faz parte, por isso posso dizer que tudo correu bem. Maísa Silva: Gostei muito de fazer novos amigos, das brincadeiras em terra, a viagem foi muito fixe, assim como ficar na Caparica e estar em equipa. Gostei da experiência de fazer regatas num sítio diferente com velejadores diferentes, e todos foram muito simpáticos connosco. O que correu menos bem foram as largadas, as rondagens, a corrente, os percursos, a última bolina, pronto, é tudo diferente e mais difícil, mas já estou a melhorar. 3. Se fosse hoje, o que faziam de diferente? Mariana Rosa: Esforçava-me mais para conseguir largar na primeira fila, pois os resultados são muito melhores quando consigo fazer isso. Maísa Silva: Tinha procurado saber mais sobre a linha de largada, a corrente, as bóias e sobre o percurso que, afinal, era bem difícil

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de perceber. Mas só compreendi isso depois de começar. 4. Vocês sentiam-se bem preparadas? Mariana Rosa: Eu acho que sim, pois esforcei-me bastante nos treinos anteriores. Maísa Silva: Nem por isso, tinha algum medo de velejar com corrente, o que não é muito fácil; de não conhecer outros velejadores do Campeonato e de serem melhores, e das largadas com muita gente. 5. Competir no Faial é muito diferente de competir no Continente? Mariana Rosa: A diferença é que nos Açores temos menos pessoas. Se tivéssemos 100 velejadores com o nível dos do Continente, era a mesma coisa; mas temos menos e poucos com nível para chegar lá fora e fazer boas regatas. A prova disso é que há 2 anos o Campeonato Nacional foi no Faial e tivemos os 120 melhores de Portugal. Maísa Silva: Sim, um pouco, no Continente tem muito mais gente em prova do que aqui, e no Faial temos muita ondulação e menos corrente. 6.Em que sentiram mais dificuldade? Mariana Rosa: As largadas são muito difíceis. É difícil reconhecer o lado favorável do campo de regatas, porque tudo está mais cheio, assim como a linha, as rondagens e encontrar um

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espaço para poder fazer a minha regata. Maísa Silva: A linha de largada, conseguir largar da primeira fila; os percursos no Continente são diferentes, maiores e com mais bóias, e tudo isso aumenta o grau de dificuldade. 7. Estas provas são importantes para poderem aprender e evoluir? Mariana Rosa: São, sempre que fiz campeonatos nos Açores ou lá fora, senti que melhorei imenso e treinava sempre melhor depois. Conhecemos outros campos de regata com formas muito diferentes de andar. Maísa Silva: Sim, comecei há um ano a fazer regatas, concretamente na Prova do 25 de Abril, em São Roque do Pico. Desde lá até agora, já fui

Campeã Regional por equipas e 2ª da geral em Infantis, e fiquei em 3º lugar Feminino no Campeonato Nacional de Infantis, em Setúbal. Este ano fiz também as primeiras provas do Regional e fiquei em 2º lugar Feminino. Sempre que fazemos provas importantes aprendemos imenso e, consequentemente, também melhoramos imenso. “Dá o melhor ou vai para casa” 8. Também dá para fazer amigos ou vocês só pensam no lado competitivo? Mariana Rosa: Claro que fazemos amigos! Já tenho bons amigos, os quais não irei esquecer, e não só nos Açores, mas também no Continente

Maísa Silva, a número 2 do Ranking Regional Feminino: na Martinica vamos trabalhar em conjunto, contando com o apoio uns dos outros nos momentos de maior stress”

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CLUBE NAVAL DA H e no estrangeiro. Em terra somos amigos e no mar adversários. Sabendo isso, fazemos boas amizades. Maísa Silva: Também fazemos amigos e isso ajuda a descontrair um bocadinho, pois o lado competitivo só me traz nervos. 9. O Treinador é muito exigente? Mariana Rosa: É exigente. Por um lado pode ser exigente a mais mas, por outro, se não fosse assim, podíamos estar nos treinos a brincar em vez de melhorarmos. Maísa Silva: Sim, é muito exigente, quer sempre que nós demos o nosso melhor. Está sempre a exigir e a dizer que, ou damos o nosso melhor ou não vale a pena estar ali. A máxima do Treinador (Duarte Araújo) é: “Dá o máximo ou vai para casa”.

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nos conhecemos há algum tempo e o estágio (1ª Prova do “Troféu Duarte Bello”, em Almada) serviu para fazermos tudo em equipa e funcionou bem. Maísa Silva: Quero fazer amigos novos, conhecer uma ilha diferente, ganhar mais experiência, aprender com velejadores de outros países e dar o meu melhor nas regatas, alcançando a melhor posição possível. Tenho presente esse espírito de equipa, porque agora na Martinica vamos trabalhar em conjunto, contando com o apoio uns dos outros nos momentos de maior stress.

10.O que esperam dos Jogos das Ilhas Martinica 2017 (de 9 a 14 do corrente)? Vão com espírito de equipa? Mariana Rosa: Espero reencontrar-me com uma amiga italiana e fazer novos amigos. Vou fazer regatas num sítio diferente e tentar obter o melhor resultado possível. Quanto ao espírito de equipa, está presente. Já

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VELA LIGEIRA | JOGOS DAS ILHAS MARTINICA 2017 MARIANA ROSA E MAÍSA SILVA DO CNH, REPRESENTAM OS AÇORES NOS JOGOS DAS ILHAS MARTINICA 2017

Duarte Araújo e a Selecção Regional formada pelos velejadores Henrique Medeiros, Duarte Barcelos, Mariana Rosa e Maísa Silva, acompanhados pelo representante da ARVA, António Pedro Oliveira

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icar no pódio dos Jogos das Ilhas que arrancaram hoje, dia 9, em Martinica, é o desejo do Treinador da Selecção Açoriana, Duarte Araújo, mas ele sabe que pela frente há adversários de peso como a Sicília e a Córsega. A Capitã da Equipa, Mariana Rosa, terá ainda a missão de ajudar os estreantes. Começaram no dia 9, em Fort-de-France, na Martinica, os Jogos das Ilhas 2017, que terminam no domingo, dia 14 de maio. A representar o Arquipélago dos Açores está uma Selecção composta pelos melhores Velejadores da Região: Mariana Rosa e Maísa Silva, do Clube Naval da Horta (CNH), que são, respectivamente a 1ª e a 2ª do Ranking Regional Feminino; Henrique Medeiros, do Clube Naval de Ponta Delgada (CNPD); e Duarte Barcelos, do Clube Naval da Praia da Vitória (CNPV), igualmente os dois primeiros do Ranking Regional Masculino. E o apuramente para este Campeonato seguiu

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precisamente o critério de encontrar os melhores em cada um dos géneros, tendo o resultado sido este, revelador de trabalho empenhado. O Treinador da Selecção Açoriana, Duarte Araújo (Treinador de Competição do CNH), diz abertamente que gostava que os “seus” atletas ficassem no pódio, sublinhando que “os participantes não são muitos”, embora também seja desconhecido o seu potencial. Quanto aos adversários, sabe que “a Sicília e a Córsega são muito fortes” e que “a Martinica tem vindo a melhorar a cada edição, além de contar com o factor casa, o que lhes dá a vantagem de conhecer o campo de regatas, tal como aconteceu com os açorianos quando ganharam na Terceira”. Recorde-se que os Jogos das Ilhas estiveram interrompidos durante alguns anos, pelo menos para a modalidade da Vela, mas desde que recomeçaram, há dois anos, na Terceira, o CNH tem

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CLUBE NAVAL DA H tido sempre participantes. A edição que decorreu na ilha Terceira contou com os velejadores faialenses Tomás Pó, Mariana Luís e Rita Branco. Em Palma de Maiorca, no ano passado, participaram Tomás Pó e Mariana Rosa, novamente do Clube Naval da Horta. Tendo em conta que a actual Campeã do Ranking Regional Feminino (Mariana Rosa), já conta com a participação na edição de 2016, este ano assumiu as funções de Capitã da Equipa “e a sua liderança vai ajudar os velejadores mais novos, que se estreiam agora nos Jogos das Ilhas”, garante o Treinador. “O Faial está no topo da classificação” Questionado sobre a motivação destes atletas, Duarte Araújo refere que os velejadores que teve a oportunidade de orientar, no Estágio realizado em Almada, “têm a perfeita noção de quem estão a representar nesta participação”. E realça: “Sabem que os colegas do Campeonato Regional se esforçaram ao máximo para estar onde eles estão agora, sabem que representam o Faial, a Terceira e São Miguel e os Açores no seu todo. A presença deles aqui, na Martinica, e a forma como se conduzirem será em representação dos Açores e de Portugal”. Quanto ao grau de conhecimento da Selecção Regional, uma vez que são de três ilhas diferentes, este Técnico considera que “poderia ser maior”, mas entende que “esse aspecto é, também, uma parte muito significativa destas participações, pois são atletas de sítios e realidades diferentes, mas que se encontraram devido à sua ambição e vontade de vencer. Por essa razão,

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são muito mais semelhantes do que aquilo que possam pensar”. Duarte Araújo diz, assumidamente, que “a presença de velejadores do Clube Naval da Horta nesta Selecção indica que o Faial, através do CNH, está no topo da classificação”. “Jogos das Ilhas servem para afirmar a Autonomia” Para o Treinador da Selecção dos Açores, “estas provas constituem uma excelente oportunidade para conhecer realidades muito diferentes da nossa, mas com problemas semelhantes, sendo possível apreender outras soluções para os mesmos problemas. Os Jogos das Ilhas servem, também, para afirmar a Autonomia”. Quanto àquilo que classifica como um bom resultado, Duarte Araújo prefere esperar para ver a qualidade dos velejadores presentes, as condições para navegar e as opções tomadas. E remata: “Tanto pode haver um 3º classificado muito bom, como um 2º muito mau, depende do que vier a acontecer”. A viagem dos nossos atletas começou no dia 7 entre o Faial e a Terceira e culminou em São Miguel, em termos regionais. Depois, a comitiva açoriana rumou para Lisboa, onde se juntou a outros desportistas, seguindo para Paris. No dia 8 chegaram a Martinica e o cenário era todo rosa, como comprova a fotografia abaixo reproduzida. Duarte Araújo explica que o facto de terem de levar as mastreações, velas, lemes e patilhões, “complica a deslocação”, mas o material é parte integrante e fundamental da bagagem dos velejadores.

A chegada a Martinica

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VELA LIGEIRA | JOGOS DAS ILHAS MARTINICA 2017 MARIANA ROSA E MAÍSA SILVA, DO CNH, NO 2º LUGAR FEMININO NOS JOGOS DAS ILHAS MARTINICA 2017

Mariana Rosa e Maísa Silva, do Clube Naval da Horta (as duas últimas, da esquerda para a direita) ficaram no 2º lugar do pódio, em Femininos, nos Jogos das Ilhas Martinica 2017

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a Vela, a Selecção dos Açores ficou na 3ª posição da classificação geral. Em Femininos, alcançou o 2º lugar, graças às velejadoras do Clube Naval da Horta e, em Masculinos, não passou do 4º lugar, devido à lesão de Henrique Medeiros. Duarte Araújo é um Treinador feliz! No cômputo geral, a Selecção Açoriana conseguiu alcançar o 3º lugar do pódio e, em Femininos, graças às (“suas”) melhores velejadoras do Clube Naval da Horta, Mariana Rosa e Maísa Silva, foi possível arrecadar a 2ª posição. Em Masculinos, Duarte Barcelos e Henrique Medeiros não foram tão felizes, ficando na 4ª posição. Contudo, tratou-se de uma digna prestação, em que os açorianos ficaram ao lado de adversários tão difíceis como a Sicília e a Córsega. Nesta que foi a 21ª edição dos Jogos das Ilhas, e que decorreu de 9 a 14 de maio, em Fort-de-França, na ilha de Martinica, França, os Açores participaram com 76 atletas, entre os 12 e 16 anos. A comitiva açoriana integrou, ainda, 16 técnicos e dirigentes e 3 elementos da Direcção Regional do Desporto (DRD).

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No que concerne à Vela, competiram 16 atletas de 4 diferentes ilhas. Os Açores fizeram-se representar por Mariana Rosa e Maísa Silva, do Clube Naval da Horta (CNH), respectivamente a 1ª e a 2ª do Ranking Regional Feminino; Henrique Medeiros, do Clube Naval de Ponta Delgada (CNPD); e Duarte Barcelos, do Clube Naval da Praia da Vitória (CNPV), igualmente os dois primeiros do Ranking Regional Masculino. Nesta pequena entrevista, o Treinador da Selecção Regional explica como decorreram estes dias, que não foram passados só à volta da Vela. Contrariedades e inexperiência 1. Qual o teu comentário aos resultados alcançados pela Selecção Açoriana nos Jogos das Ilhas Martinica 2017? - A Selecção dos Açores, na modalidade da Vela, ficou na 3ª posição da classificação geral. Em Femininos conseguiu o 2º lugar e em Masculinos o 4º. Quando partimos para o último dia, a apenas 5 pontos do 2º lugar Masculino e dispostos a lutar pelo título, o atleta Henrique Medeiros teve uma lesão no pé, o que o impediu de

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CLUBE NAVAL DA H continuar as regatas e acabámos por cair para a 4ª posição. Em termos individuais, o Duarte Barcelos (Clube Naval da Praia da Vitória, ilha Terceira) obteve um 3º lugar na classificação geral e a Mariana Rosa (Clube Naval da Horta) um 2º lugar em Femininos. Na classificação geral, e na modalidade desportiva da Vela, a Selecção dos Açores ficou no 3º lugar do pódio, ao lado da Sicília e da Córsega. 3. Como classificas o desempenho dos Açores? - Em Vela, os atletas portaram-se de acordo com a sua experiência e competências. Podíamos ter feito um pouco mais, mas surgiram contrariedades, também devido a alguma inexperiência. 4. Quais foram as maiores contrariedades? - Além da lesão já mencionada, tenho de apontar também as avarias nos barcos, que impediram uma melhor prestação. 5.Quais foram os adversários que deram mais luta? - Tal como esperávamos, a Córsega e a Sicília foram os adversários mais fortes e a Martinica subiu de nível, aproximando-se dos lugares da frente.

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ou adequados, mas a verdade é que não estão próximos do que se espera de uma Selecção Regional, comprometida na participação de um evento desta natureza e com os custos que o mesmo acarreta. 8. Qual o sentimento da nossa comitiva? - O sentimento da comitiva da Vela é que, por muito que se treine, sem participações em provas competitivas, não se adquire conhecimentos de regata, mas estão cientes de que deram o seu melhor para representar condignamente os Açores. 9. Os Açores devem estar orgulhosos desta prestação? - Sim, quando se dá tudo o que o físico e a mente têm para dar, os erros de inexperiência não se resolvem só com vontade e determinação, é preciso algo mais. “Pude contar com uma das melhores Selecções”

6.Como se sentem as nossas velejadoras? - Sentem-se extremamente privilegiadas por terem estado neste evento, pois não é para todos e não existe noutras regiões de Portugal. A localização da edição deste ano dos Jogos das Ilhas tornou toda a experiência inesquecível.

10. Foi só competir ou houve programa social? - Um dos aspectos positivos desta competição foi o facto de juntar todos os atletas, de diferentes origens, culturas e estractos sociais numa só localização, obrigando ao intercâmbio cultural e social. Um evento desportivo desta natureza não está à disposição da maior parte dos atletas regionais noutro formato. Felizmente deu para aproveitar toda esta experiência. No que diz respeito à Vela, houve uma confraternização e ajuda exemplar entre todos e fizeram-se amizades que perdurarão.

7. As expectativas foram atingidas? - Não foram atingidas devido à falta de provas competitivas para tornar os nossos velejadores capazes. Esperamos sempre que durante a prova sejam adquiridos conhecimentos que demoram muitas provas e anos a adquirir. Acaba por ser frustrante exigir dos atletas resultados que sabemos que são possíveis pelo facto de eles não estarem em condições de poder atingi-los. Contudo, sendo este um problema regional, torna-se normal aceitar estes resultados como bons

11. Estão cansados, mas aprenderam muito? - Sim, não foi tudo passeio e piscina. Devido à distância e trânsito local, os horários obrigavam a acordar muito cedo e a fazer muitas horas de autocarro para estarmos a tempo no local de prova. O calor e o sol atingiram particularmente esta Selecção, que sofreu bastante com a desidratação. Felizmente, pude contar com uma das melhores equipas nestas 3 edições em que tive o privilé-

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Mariana Rosa e Maísa Silva, do Clube Naval da Horta (as duas últimas, da esquerda para a direita) ficaram no 2º lugar do pódio, em Femininos, nos Jogos das Ilhas Martinica 2017

gio de participar. Noto que a cada competição, procuram melhorar e aprender, e todos estes 4 velejadores têm o espírito certo para representar uma Região. 12.Foram muito bem recebidos? - Tenho de enfatizar a forma como fomos recebidos pelos franceses da Martinica, que foram extremamente prestáveis e simpáticos, fazendo-nos sentir muito bem. São um povo maravilhoso! 13.Deslocações como estas implicam apoio, trabalho, empenho?... - Naturalmente que sim. Por isso, quero aproveitar esta oportunidade para, publicamente agradecer ao Representante da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA), que nos acompanhou, António Pedro Oliveira, bem como a coordenação feita pela Direcção Regional do Desporto que, fizeram de tudo para proporcionar aos atletas da Vela as melhores condições possíveis, e este apoio foi precioso. Estamos reconhecidos.

que os Jogos integraram ainda as modalidades de Ginástica Artística, Karaté, Râguebi e Triatlo. A edição de 2017 dos Jogos das Ilhas contou, para além da presença dos Açores, com a participação das Ilhas Baleares, Cabo Verde, Córsega, Guadalupe, Martinica, Sicília e Guiana. Esta competição, organizada anualmente pelo Comité Organizador dos Jogos das Ilhas (COJI), realiza-se desde 1997, sendo que a 1ª edição decorreu em Ajácio, na Córsega, sede do COJI. Esta prova integra actualmente 22 ilhas/regiões de 11 países e já decorreu 4 vezes em Portugal, nomeadamente na Madeira, no ano de 2000, e nos Açores, em 2003, 2010 e 2015. Os Jogos das Ilhas têm como objectivo principal a criação de um espírito de cidadania europeia no contexto do ideal olímpico, que permita passar à juventude uma mensagem desportiva fundamentada no ‘fair play’ e no respeito pelos outros possibilitando, também, o encontro entre jovens de origens diferentes, mas que têm em comum a insularidade.

Açores receberam Jogos das Ilhas em 2003, 2010 e 2015 O Arquipélago fez-se representar por 8 modalidades (Atletismo, Futebol, Judo, Natação, Ténis de Campo, Ténis de Mesa, Vela e Voleibol), sendo

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VELA LIGEIRA | JOGOS DAS ILHAS MARTINICA 2017 CLUBE NAVAL DA HORTA MEDALHADO – VICE-CAMPEÃS FEMININAS NA VELA, NA CHEGADA AO FAIAL

Maísa Silva e Mariana Rosa do Clube Naval da Horta: as velejadoras Vice-Campeãs (2º lugar Feminino) nos Jogos das Ilhas Martinica 2017, chegaram ao Faial esta terça-feira

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Presidente do Clube Naval da Horta (CNH), José Decq Mota, foi o anfitrião da comitiva faialense que esteve nos Jogos das Ilhas Martinica 2017 e que chegou ao Faial na tarde de terça-feira, dia 16 de maio. As melhores do Ranking Regional mostraram a sua raça nos Jogos das Ilhas e as Medalhas que exibem (correspondentes ao 2º lugar Feminino – Vela Ligeira), são a prova de que não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Mariana Rosa e Maísa Silva chegaram duplamente ao pódio, tendo trabalhado (juntamente com Duarte Barcelos da Terceira e Henrique Medeiros de São Miguel) para que a Seleção dos Açores trouxesse o 3º lugar na modalidade da Vela, ao mesmo tempo que arrecadaram a 2ª posição em Femininos. Elas e o Treinador da Seleção Regional, Duarte Araújo, estão de Parabéns, assim como o Clube que representam (Clube Naval da Horta), a Ilha (Faial), o Arquipélago (Açores) e o país (Portugal).

Igualmente de Parabéns está a Associação Regional de Vela (ARVA), que nesta deslocação se fez representar por António Pedro Oliveira, sinal de que o investimento feito no apoio às camadas de formação é a aposta certa rumo à evolução na competição e ao crescimento da modalidade. Sejam bem-vindos e ficamos à espera de mais títulos!

Duarte Araújo, Mariana Rosa, Maísa Silva e António Pedro Oliveira: rostos felizes na chegada a casa

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VELA LIGEIRA DAVID ABECASIS/MIGUEL GUIMARÃES FICARAM EM 3º LUGAR NA 2ª PROVA DE APURAMENTO NACIONAL, EM LAGOS

Mesmo com poucos treinos e num conjunto de 19 velejadores, David Abecasis e Miguel Guimarães conseguiram chegar ao pódio

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quilo que, à partida, se começou a desenhar como um mau desfecho, resultou num lugar no pódio. A dupla de velejadores da Classe Snipe do Clube Naval da Horta (CNH), David Abecasis/Miguel Guimarães classificou-se em 3º lugar na 2ª Prova de Apuramento Nacional, que decorreu sábado e domingo (13 e 14 de maio), em Lagos. A propósito dos resultados, David explica: “No primeiro dia (sábado, 13) sentimos algumas dificuldades e conseguimos um 5º, um 7º e um 3º lugares. No fim do dia estávamos na 5ª posição. Domingo (dia 14) já correu um pouco melhor e, com

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1º, 3º e 2º lugares, acabámos por subir ao 3º lugar da classificação final”. A Prova, organizada pelo Clube de Vela de Lagos e que contou com 19 participantes, integra o circuito nacional, sendo uma das 3 que contam para o Ranking Nacional, onde é feito o apuramento para o Campeonato do Mundo. Questionado sobre o que correu menos bem, David responde: “No primeiro dia, para além de não sentirmos o barco rápido, tivemos algumas dificuldades com a táctica. No segundo dia de prova já foi um pouco melhor e isso viu-se nos resultados. De qualquer modo,

a falta de treino é evidente”. É precisamente a falta de treino que faz esta dupla ser realista e perceber que não está no topo das suas capacidades. “Neste momento, temos algumas dificuldades em ser rápidos e andar na frente e, assim, torna-se difícil lutar pelos lugares cimeiros”, sublinham estes velejadores. Espera-se que este cenário seja modificado e os frutos demonstrados na próxima prova, o Campeonato Nacional, a realizar no Porto, nos dias 8, 9 e 10 de Julho.

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VELA LIGEIRA ALEXANDRE MADRUGA (CLUBE NAVAL DA MADALENA) E BERNARDO MELO (CLUBE NAVAL DA HORTA) VENCERAM A REGATA DO DIA DA MARINHA

Duarte Araújo e o grupo de Vela Ligeira do CNH, envolvido na Regata do Dia da Marinha, prestando atenção aos discursos

“C

orreu muito bem, estiveram entre 12 e 17 nós do quadrante sudoeste e realizámos 3 regatas para as classes Optimist e Laser”. É esta a apreciação feita pelo Treinador de Competição da Escola de Vela Ligeira do Clube Naval da Horta (CNH), Duarte Araújo, à Regata do Dia da Marinha, realizada na manhã de sábado, dia 20 de maio, na Baía da Horta. Foram 12 os velejadores participantes, do CNH e do Clube Naval da Madalena, que tiveram de enfrentar vento forte e ondulação, mas “portaram-se bem”. O vencedores foram Alexandre Madruga (Classe Laser) do Clube Naval da Madalena e Bernardo Melo (Classe Optimist) do Clube Naval da Horta. A Prova, destinada a celebrar o Dia da Marinha e “o excelente relacionamento entre o Clube Naval da Horta e a Autoridade Marítima”, serviu,

O Capitão do Porto da Horta, Rafael Silva, enalteceu a importância destas actividades, não só na vertente competitiva mas, também, em termos desportivos

também, para os atletas praticarem. E a propósito, Duarte Araújo sublinha que “os velejadores estão sempre a treinar algum aspecto especifico de regata e aproveitamos estas iniciativas precisamente para isso”. Em terra, houve um Lanche/Convívio no Pavilhão Náutico do CNH, com Entrega de Prémios, patrocinados pela Capitania do Porto da Horta. Rafael Silva, Capitão do Porto da Horta (fardado, na fotografia), vincou a importância e a amplitude destas iniciativas do CNH, sobressaindo a antiga e belíssima relação entre estas duas instituições.


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RUI DOWLING CAMPEÃO NACIONAL DE VELA ADAPTADA EM 2016: “A VELA FUNCIONA COMO UMA FISIOTERAPIA FÍSICA E MENTAL”

Rui Dowling aprendeu a lidar com a sua doença e demonstra-se muito informado sobre este problema genético

O

gosto pela Vela fez Rui Dowling embarcar no Projeto “Vela Para Todos - Faial Sem Limites”, uma iniciativa conjunta da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF) e do Clube Naval da Horta (CNH), que arrancou no fim de 2011, visando “a inclusão de todos na prática da Vela, destruindo barreiras e preconceitos que ainda possam existir, dando o seu contributo para a construção de uma sociedade mais

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justa e aberta à diferença”. O convite a Rui Dowling partiu do Treinador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta, João Duarte, cuja experiência e garantias cativaram este velejador especial, assim como os restantes da Classe Access (Vela Adaptada para pessoas com mobilidade reduzida). Após um primeiro treino, que primou pela ausência de vento, Rui estava convertido à prática e daí até às provas e aos títulos tem sido sempre a somar.

O maior vício deste jovem é o cinema de documentário, tendo começado em 2004 – altura em que comprou a sua primeira câmara – a fazer cinema amador. “Onde está toda a gente”, “Mãos que endireitam”, “Filomena”, “Memórias baleeiras - Calheta de Nesquim, “O Oleiro” e “Fayal: Retrato de um Passado”(este último vai ser apresentado brevemente no Auditório da Biblioteca Pública da Horta), são trabalhos feitos até hoje.

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CLUBE NAVAL DA H Desde que conheceu o ioga e a meditação que este faialense passou a encarar a vida de maneira diferente, percebendo que pode divertir-se sem recorrer aos copos ou ao seu conteúdo. Rui evita passar por lugares onde more a depressão e, embora seja um ombro amigo, prefere não saber confidências difíceis. O carro dá-lhe independência e isso é importante, mas tornou-se poupadinho, também a pensar nas viagens, já que prefere correr mundo a investir num bem material. E a respeito de investimentos, é igualmente cauteloso no que diz respeito às mulheres. Apesar de já ter tido os seus namoros, neste momento encontra-se num regime livre ou melhor, liberal, pois defende que é preferível uma boa amizade a uma relação que só dê dores de cabeça. Na agradável conversa mantida e no subsequente passeio pela Marina da Horta, deu para perceber que o Rui é uma excelente companhia, que sabe ouvir e apreender. É simpático, educado e autónomo, mas avisa, sem inibições, que se precisar de ajuda, pede. O mar permite-lhe “desligar a ficha”, apreciar a cidade de outra perspetiva e inspirar-se para os seus documentários. “Tive brincadeiras arrojadas, como jogar futebol com os meus amigos de rua” Gabinete de Imprensa do CNH: A Vela já fazia parte da tua vida? Rui Dowling: Já tinha andado no mar, mas nunca como velejador. Tinha reticências em velejar devido à minha doença, que se chama osteogénese imperfeita e cujo problema mais gravante é a fragilidade dos ossos. Apesar de ter outras implicações, esta é a que me condiciona mais a vida. A doença tem vários graus, sendo que estou no médio, o que já é sinónimo de alguma gravidade. Já nasci assim e trata-se de uma questão genética, mas a verdade é que a minha irmã é saudável e não tenho conhecimento de casos na família. Gabinete de Imprensa do CNH: Estás

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particularmente sujeito a fraturas? Rui Dowling: Sim, e já tive algumas de certa gravidade. Como tal, preciso de ter cuidado e tenho um pouco de dor crónica. Tudo isto me levou a ponderar muito bem antes de começar a praticar desporto a sério, pois era algo novo na minha vida e que poderia ser arriscado. Gabinete de Imprensa do CNH: Quando eras criança não brincavas com os teus amigos? Rui Dowling: Claro, e fiz algumas maluqueiras! Praticava desporto com os meus amigos de rua e até fiz brincadeiras mais arrojadas – como jogar futebol – que provocaram certas quedas com gravidade, tendo ido parar ao hospital. Gabinete de Imprensa do CNH: Atualmente andas de cadeira de rodas. Foi sempre assim? Rui Dowling: Nasci em 1981 e andei até 1991. A partir daí comecei a usar canadianas e após 1998 passei para a cadeira de rodas. Quando andava de canadianas, cheguei a jogar futebol e a fazer maluqueiras. Gabinete de Imprensa do CNH: Tudo isto exigiu muito trabalho e dedicação dos teus pais? Rui Dowling: Os meus pais tiveram uma vida penosa comigo. Esta situação não afeta só o doente, mas todos os que estão à volta. Gabinete de Imprensa do CNH: Agora já não há segredos neste desporto? Rui Dowling: Já sei gerir as condições e quando está demasiado vento não arrisco, além de que o João dá plena liberdade para desistir. Gabinete de Imprensa do CNH: O Treinador é uma peça fundamental neste xadrez? Rui Dowling: Sem dúvida! O João Duarte é um grande Treinador e uma excelente pessoa, com muita sensibilidade. Claro que é exigente enquanto treinador e, por vezes, stressa-se connosco, mas para termos resultados é preciso exigência. E a partir de agora vai ser a doer com os treinos, pois vamos participar no Campeonato Nacional que se realiza em Cascais, de 30 de Junho a 2 de Julho próximos.

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“Quando estou no mar, esqueço tudo!”

Gabinete de Imprensa do CNH: Como é que encaras a competição? Rui Dowling: Tão a sério que me leva a esquecer a minha situação. E por isso já sofri pequenas lesões, mas nada de especial. Gabinete de Imprensa do CNH: Ser Campeão Nacional, em 2016, em Viana do Castelo, teve um sabor especial? Rui Dowling: Especialíssimo! Foi o ponto mais alto no meu percurso de velejador de competição. Foi óptimo, porque não estava à espera. Éramos 12 ou 13 participantes e como estava um bocadinho de vento, fiquei receoso, mas correu bem. Estamos a falar de rio, que nunca cria grande ondulação. Já no mar, a ondulação torna-se complicada. Não ia com muitas expectativas devido ao vento e à minha situação. A partir dos 12/13 nós ja começa a ser complicado para mim, e então quando vai aos 15... porque quer se queira quer não, a verdade é que o vento abana um bocadinho e como eu sou extremamente leve, pode haver uma refrega mais perigosa para mim. Por isso, prefiro o rio, por não haver ondulação, embora com a corrente também se torne complicado, mas o facto é que

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me correu bem. Gabinete de Imprensa do CNH: Mas já houve outras vitórias? Rui Dowling: No ano de 2015, em Portimão, consegui um 3º lugar, e em 2014, no Faial, ano em que o Clube Naval da Horta organizou o Campeonato Nacional, fiquei em 4º lugar. Por pouco não consegui ficar em 3º, mas as vitórias são conquistadas ao milímetro. Gabinete de Imprensa do CNH: A Vela faz despertar o teu lado mais aventureiro? Rui Dowling: Pois... Sempre fui um pouco aventureiro desde pequeno e às vezes quando estou lá fora e está mais mexido penso: o que é que eu estou a fazer aqui? Mas acho que no desporto como em tudo na vida, é importante sentir a adrenalina e é aquele receio – em demasia não – que dá pica ao que fazemos. Gabinete de Imprensa do CNH: Há muitas pessoas nas tuas condições que pratiquem Vela? Rui Dowling: Não. Estamos a falar de uma

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“A adrenalina faz com que, por vezes, eu arrisque um pouco, mas sabe bem!”

doença rara, e nos Açores apenas há mais 3 ou 4 pessoas na mesma situação. E é pelo facto de eu ser portador desta doença, que foi tão especial o título de Campeão Nacional. No Continente português não há qualquer velejador com esta doença, e mesmo a nível mundial, sou um caso muito raro de alguém que faz Vela Adaptada e tem osteogénese imperfeita. É preciso ver que na Secundária praticamente nunca fiz Educação Física. Andei a ver os outros. O professor João Castro tinha os Bilros e o Xadrez, com que me entretinha. Gabinete de Imprensa do CNH: No Clube Naval da Horta os velejadores da Classe Access são adversários mas, acima de tudo, amigos... Rui Dowling: A competição é saudável. Somos amigos e a competição está num nível muito bom. Fui Campeão Nacional no ano passado, mas tanto o Lício como o Libério também poderiam ter sido. O nosso nível aqui é todo por igual. Uma das razões que contribuiu para que o Campeonato realizado no Faial tenha corrido bem, foi precisamente o facto de estarmos os 3 num nível muito alto, fazendo com que a vitória estives-

se ao alcance de qualquer um. Embora tenhamos uma visão de conjunto – sobretudo em provas fora de casa – a verdade é que cada um está a fazer por si e a dar o seu melhor. Gabinete de Imprensa do CNH: Uma vez que o Clube Naval da Horta é o único nos Açores que dispõe de Vela Adaptada, se não fosse os campeonatos nacionais não havia competição? Rui Dowling: É a nossa realidade tendo em conta que o Clube Naval da Horta foi e continua a ser o único nos Açores capaz desta dinâmica, revelando o seu pioneirismo na Vela Adaptada e noutras situações. Infelizmente não temos concorrência no Arquipélago, mas sem dúvida que os campeonatos realizados no Continente nos permitem evoluir muito. Gabinete de Imprensa do CNH: A Semana do Mar também constitui uma competição interessante? Rui Dowling: Para ser sincero, a Semana do Mar nunca me corre bem, sobretudo devido às condições climatéricas. Em Agosto, talvez devido às lavadias, o mar já está esquisito, por isso

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acho que se o Festival Náutico fosse em Julho, seria melhor. “A Vela mudou a minha vida” Gabinete de Imprensa do CNH: É difícil aprender a velejar? Rui Dowling: Andar à vela exige um bocadinho de sensibilidade. A pessoa que tem capacidade para perceber, na altura certa, de que lado está o vento e os saltos de vento, ganha vantagem. Toda a gente sabe velejar, mas os pormenores é que contam em qualquer desporto de competição. Gabinete de Imprensa do CNH: Que mudanças trouxe a Vela? Rui Dowling: A Vela mudou a minha vida. Melhorou a parte física e a auto-estima, pois diz-me que sou capaz de fazer algo com qualidade. Este desporto também me permitiu fazer amigos, desenvolver a camaradagem e realizar viagens. A Vela funciona como uma espécie de fisioterapia, sobretudo mental. Quando estou no mar, esqueço tudo! A Vela tem

essa vantagem. Tento aproveitar a paisagem e olhar para o Faial como nunca olhei. O último documentário que fiz (“Fayal: Retrato do Passado”, que vai ser apresentado brevemente), foi inspirado na forma como olhei, a partir do mar, para as igrejas Matriz, do Carmo e de São Francisco. São construções que sobressaem no casario da cidade e isso fez logo um click na minha mente. “O CNH teve um papel muito importante na integração da pessoa com deficiência” Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a importância do CNH? Rui Dowling: Tenho um carinho muito especial pelo Clube Naval da Horta, porque me deu a possibilidade de fazer Vela a sério e sempre com muita segurança. É preciso enaltecer esta questão e é algo que eu nunca esqueço. O CNH tem uma função muito mais importante do que aquilo que possa imaginar. Apostou na Vela para pessoas com deficiência no Faial e teve um papel importantíssimo na sua integração

“Toda a gente sabe velejar, mas os pormenores é que contam”

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“O CNH deu-me a possibilidade de fazer Vela a sério e sempre com muita segurança”

no mundo do desporto. Todos devemos estar gratos por isso e é um local onde me sinto muitíssimo bem, rodeado de amigos. É de máxima justeza sublinhar o papel do Técnico Nilzo Fialho (APADIF), uma pessoa fundamental neste Projecto e nas nossas deslocações, além dos Dirigentes e Voluntários do Clube. Este reconhecimento é extensivo àquelas entidades ou associações como a Academia do Bacalhau, que foram os primeiros a apoiar a Vela Adaptada, oferecendo um barco, oferta que já tive oportunidade de agradecer publicamente, no decorrer de um jantar. Sinto-me completamente acarinhado por esta instituição, que defino como impecável. Sabemos que há dificuldades, mas nota-se que toda a gente faz o seu melhor. Se há problemas em todas as casas (até nas nossas!), esta não é excepção, mas o CNH envolve uma família muito grande, sendo necessário muita experiência e dedicação. “A capacidade organizativa do CNH é reconhecida a nível nacional”

Gabinete de Imprensa do CNH: Como é que os clubes nacionais olham para nós? Rui Dowling: Tenho me apercebido de que eles já nos conhecem. A organização do Campeonato Nacional de 2014, da responsabilidade do CNH, foi excelente. O pessoal do Continente adorou e ainda hoje fala nisso. Foi uma organização muito trabalhosa, mas o mérito foi reconhecido fora de portas. E, a propósito, devo usar de honestidade e confessar que lá fora ainda nunca encontrei uma organização como a do CNH, em 2014. O Clube de Viana do Castelo tem melhores infraestruturas do que o nosso – o que nesta altura também não é muito difícil – mas em termos de know-how e treinadores, estamos à frente. Gabinete de Imprensa do CNH: Como é que a tua família e amigos olham para o Rui velejador? Rui Dowling: Fazem perguntas, demonstram interesse em saber mais sobre este desporto, manifestam apoio e orgulho. Recordo que um tio

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meu do Pico me telefonou quando fui Campeão Nacional, e muitas pessoas me deram os parabéns. A minha família apoiou-me sempre, mas chamando a atenção para os cuidados a ter. Apesar de andarmos todos na Vela, o meu problema é muito diferente do do Lício e do do Libério, que são pessoas saudáveis, mas que sofreram uma lesão durante a vida. Dentro do possível, também sou saudável, mas tenho um problema completamente diferente do deles. Tenho outros cuidados com que eles não precisam de se preocupar, como por exemplo, evitar o vento forte lá fora ou os impactos que o barco possa ter. Além disso, quando chove, as lentes de contacto incomodam-me. Por outro lado, e em relação a eles, talvez eu ganhe um pouco no que concerne à mobilidade, pois mexo os pés e dou umas passadas agarrado. “A força dos meus pais tornou-me mais forte”

Gabinete de Imprensa do CNH: Percebe-se que tu lidas bem com a tua doença e que és uma pessoa serena. Foi sempre assim? Rui Dowling: Os anos de teenager são complicados e dificeis de aceitar, mas depois de ultrapassar essa fase vem a maturidade e não se imagina o que pode trazer até passarmos por ela. A experiência de vida vale mais do que muitos canudos. Nunca vou ter tudo o que os outros têm, mas talvez eles também não tenham muitas das coisas que eu consegui. Fiz o Liceu como qualquer outro aluno e tive uma juventude – dentro deste quadro – bastante boa. Muita gente com a minha doença sai pouco ou está acamada, e alguns até são portadores de osteogénese imperfeita num grau superior. Portanto, neste cenário, posso dizer que sou um privilegiado. Naturalmente que jamais posso esquecer aquilo que os meus pais fizeram por mim e o que passaram!... A idade ajuda-nos a ter consciência disso e a reconhecer que foram fundamentais para eu ter chegado até aqui. Acredito que a união da

“O CNH foi pioneiro na integração da pessoa com deficiência no mundo do desporto não só no Faial como nos Açores”

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CLUBE NAVAL DA H família tem reflexo na nossa vida. É um bom suporte. O segredo está em sabermos manter essa união. Gabinete de Imprensa do CNH: Quem são as pessoas mais importantes para ti? Rui Dowling: Os meus pais e a minha irmã. Quando fui Campeão Nacional pensei logo neles. Os meus pais tiveram uma vida complicada, mas foram fortes, deram-me força e a força deles tornou-me mais forte. BILHETE DE IDENTIDADE: 1. Data de nascimento: - 17 de Agosto de 1981. 2. Signo: - Virgem, mas não ligo a horóscopos, a jogos de azar ou bruxarias. Acredito muito nas probabilidades da vida. 3.Profissão: - Assistente Operacional no Hospital da Horta.

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Gosto do que faço e sou tratado com igualdade. Nunca me senti discriminado. 4.Escolaridade: - 12º ano de escolaridade. Poderia ter ido mais além, o que está sempre a tempo. 5.Paixões: - Cinema de documentário é a minha grande paixão, mais ainda do que a Vela (se o João Duarte ler isto, vai ficar mesmo contente!). Considero-me um autodidacta. Posso dizer que são amores diferentes... 6.Gostos: - Gosto muito de fotografias antigas. Também gosto de ler e de viajar, conhecer novas culturas. Já estive em Roma, Barcelona, e nos EUA com o nosso amgo Aguinaldo Luís, que durante uns tempos fez Vela connosco. Não viajo tanto como gostaria, mas estou a poupar para isso.

“Gosto do que faço em termos profissionais e nunca me senti discriminado”

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7.Defeitos: - Sou distraído e esquecido. 8.Personalidade: - Sou pouco reivindicativo e, nesse aspecto, admiro a postura do Lício, que não fica calado. Por vezes sou injustiçado e não falo. Arranjo mecanismos de defesa e tento ultrapassar as situações menos favoráveis. Se quero muito algo, luto por isso, mas não sou explosivo. 9.Qualidades: - Respeito muito a lealdade. Sei guardar um segredo e isso é importante. Acredito que toda a gente é boa até me provar o contrário. É claro que alguns nos decepcionam, mas por vezes nós também decepcionamos os outros.

10.Filme preferido: - Gosto de filmes do Alfredo Hitchcock. Documentários já vi muitos. Assim de repente, vou dizer “Eduardo Mãos de Tesoura”. 11.Livro lembrado: - Nunca li muitos livros, mas um que me marcou na altura, foi “A Volta ao Mundo em 80 dias”. Não é profundo, mas fala de uma temática que me diz muito, que são as viagens. 12. Prato preferido: - Gosto de polvo bem feito pela minha mãe, à moda da Calheta do Nesquim. A comida da mãe é sempre a melhor!

“A Vela e o cinema de documemtário são as minhas paixões”

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MINI-VELEIROS JOÃO NUNES GANHOU A 4ª E 5ª PROVA DO “TROFÉU OURIVESARIA OLÍMPIO”

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facto de este domingo, dia 28, ter sido um dia muito preenchido com diferentes atividades na ilha, fez com que a 4ª e 5ª Provas do “Troféu Ourivesaria Olímpio” - Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH) tenha contado com um número mais reduzido de participantes: 5. Caso para dizermos que foram poucos mas bons, tendo realizado 12 regatas. Estas 2 Provas – a 4ª encontrava-se em atraso devido ao mau tempo – foram ganhas por João Nunes, um sério candidato ao título de campeão, se tivermos em conta que este experiente velejador

– que já foi Dirigente desta Secção – também lidera a tabela classificativa. A 6ª e última Prova deste Campeonato está agendada para o dia 11 de Junho. Bruno Rosa, Diretor da Secção de Mini-Veleiros do CNH, congratula-se pela forma ordeira e exemplar como decorreram estas provas e sublinha que “esta Secção tem suscitado muito interesse”. Nesse sentido, revela que “se prevê o aumento do número de participantes”, aguardando o desenrolar de alguns contactos no sentido de avançar mais pormenores.


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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “XARK”, DE VICENTE BARRETO, GANHOU A 2ª PROVA DE PESCA DE FUNDO

Os homens da Pesca Desportiva de Barco do CNH exibem orgulhosamente o seu pescado

“A prova decorreu normalmente, tendo registado a participação de 5 embarcações, com mar e tempo em geral bom para a prática da pesca, embora condicionada na costa Sul da ilha do Faial pelo tempo fresco, para embarcações mais pequenas”. É esta a apreciação feita pelo Diretor da Secção de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH), Luís Carlos Rosa,

à 2ª Prova de Pesca de Fundo, realizada na manhã de domingo, dia 21. Luís Carlos Rosa, salienta “as boas capturas efetuadas pelas tripulações, principalmente pela embarcação vencedora – “Xark”, de Vicente Barreto – que capturou 151 unidades, com o peso total de 55.26 quilos nas 5 horas de prova”. “Infelizmente, e por ter acusado problemas no motor, a embarcação “Metralha” viu-se forçada a abandonar a prova, decorrida a primeira hora”, explica este Dirigente. No final, houve, como sempre, o convívio durante a pesagem do pescado e no pequeno lanche, que é usual em todas as provas.

Foram 5 embarcações que participaram nesta Prova


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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “XARK” GANHOU A 3ª PROVA DE CORRICO

Tripulação do “Xark”, comandada por Vicente Barreto: vitória na Prova e liderança no Campeonato

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embarcação “Xark”, de Vicente Barreto, continua a evidenciar-se no Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH). Isso mesmo foi constatado na 3ª Prova de Corrico – a 4ª deste Campeonato – realizada na manhã deste domingo, dia 28, tendo sido a que conseguiu mais capturas, com 3 anchovas que totalizaram 3,190 quilos. Além disso, lidera também o Campeonato nesta fase.

6 às 11 horas) decorreram com normalidade, tendo-se registado boas condições de mar e de vento”. Contudo – explica – “a nível de capturas não foi muito produtiva uma vez que os exemplares pescados não foram em grande número

Questionado sobre a forma como decorreu esta competição, o Diretor da Secção de Pesca Desportiva de Barco do CNH, Luís Carlos Rosa, refere que “as 5 horas de prova (das Tripulação da “Titou” que nesta Prova ficou em 2º lugar

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RTA A tripulação da “Melo” demonstra a sua satisfação pelo 3º lugar na Prova de domingo

mas, mesmo assim, em termos competitivos foram o suficiente para uma diferenciação entre participantes”. Nesta Prova participaram 4 embarcações, por esta ordem classificativa: “Xark”, “Titou”, “Melo” e “Senhora da Guia”. Luís Carlos Rosa refere que a próxima etapa está marcada para o dia 18 de Junho. Trata-se da 3ª Prova de Fundo, diurna, e a 6ª do Campeonato, tendo como espécies pontuáveis Rocaz, Bagre,

Abrótea, Goraz, Peixão, Cherne, Boca-Negra, Imperador, Alfonsim e Congro. Este Dirigente revela que será precedida de um caldo de peixe, com peixe fresco resultante das capturas, fornecido pelos participantes. A 4ª Prova, 2ª de Pesca de Corrico que se encontra em atraso devido ao tempo desfavorável, deverá acontecer “provavelmente no mês de julho, com data a designar posteriormente”.

Tripulação da “Senhora da Guia” que no domingo ficou no 4º lugar

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PESCA DESPORTIVA DE COSTA JOSÉ SILVA GANHOU A 5ª PROVA E LIDERA O CAMPEONATO

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ó falta uma prova para o fim do Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) 2017, mas o vencedor continua em aberto. José Silva ganhou a 5ª Prova deste Campeonato, realizada domingo, dia 21, em Castelo Branco, e lidera a tabela classificativa mas, ainda assim, só depois da 6ª e última Prova é que se saberá quem é o campeão. Carlos Medeiros pescou 16 quilos de peixe (na mira estavam os sargos) tendo, por isso, sido o pescador que se destacou nesta pescaria, mas, por espécies, José Silva levou a dianteira, tendo capturado 79. O maior exemplar, um sargo com 1 quilo e 20 gramas, foi pescado por Hernâni nesta Prova, que contou com 7 participantes. No fim de 4 horas de esforço de pesca e depois de já ter sido necessário carregar com o equipamento e o engodo e percorrer alguns quilómetros, Carlos Medeiros – Diretor da Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH – acusava algum cansaço, mas afirmava-se satisfeito com a forma como tinha decorrido esta competição, que terminou com a pesagem e a habitual cavaqueira. A prova do tira-teimas será a 9 de Julho, dia em que serão feitas as contas finais e apurado o melhor deste Campeonato, marcado por participação entusiástica, com pescadores experientes e amigos.

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NATAÇÃO CLUBE NAVAL DA HORTA ORGANIZA TRAVESSIA NO CANAL FAIAL/PICO A 4 DE AGOSTO

Travessia do Canal: um desafio que, ano após ano, regista cada vez mais adeptos

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esde há alguns anos que o Clube Naval da Horta (CNH) organiza a Travessia no Canal Faial/Pico. Este ano, o desafio será realizado no dia 4 de Agosto, em pleno Festival Náutico.

Inscritos estão já várias dezenas de nadadores dos Açores e do continente português. De realçar, que esta Travessia já contou com a participação de Miguel Arrobas, um dos principais nadadores de águas abertas a nível mundial.

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WINDSURF PERCURSO DOS MARINHEIROS DECORREU COM SUCESSO E SUPEROU AS EXPECTATIVAS

O “Percurso do Marinheiros” foi uma autêntica diversão!

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“Percurso dos Marinheiros” decorreu conforme o previsto e com sucesso, tendo congregado um total de 10 participantes, o que superou as nossas expectativas”, sublinha Flávio Pereira, porta-voz do Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH).

e a intensidade do vento “saltaram” um pouco, o que alterou o desejávamos e esperávamos.

Refira-se que este evento, aberto a todos os interessados, decorreu na tarde de sábado, dia 20, integrado nas comemorações do Dia da Marinha, a que o CNH se associou.

“Motivação para fazer mais e melhor”

Questionado sobre as condições climatéricas, Flávio Pereira explica que “mudaram um pouco em relação ao que estava previsto, registando-se algumas rajadas superiores a 20 nós. A direção

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No entanto, as condições foram aceitáveis, e o objetivo de proporcionar a melhor experiência possível ao maior número de participantes, foi conseguido”.

Este elemento do Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do CNH salienta que, “o convívio entre os participantes foi bom, tendo o Percurso dos Marinheiros contado com 6 praticantes muito experientes – e que conseguiram usufruir em pleno das condições – com outros 2 num nível intermédio e evolutivo e com 2 participantes femi-

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CLUBE NAVAL DA H ninas num nível pós-iniciação/aperfeiçoamento. Gerou-se, entre todos, um clima de colaboração e troca de experiências, o que é muito importante e positivo, principalmente para os menos experientes”. “Em virtude de uma atividade menos intensa da modalidade no passado, o balanço deste evento é claramente positivo, o que nos deixa motiva-

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dos para fazer mais e melhor no futuro, tendo já em vista o evento do próximo mês de Junho, intitulado “O Faial visita o Pico”, sustenta Flávio Pereira. Trata-se de uma Travessia do Canal sendo, portanto, um evento fechado, com inscrições e barcos de apoio, que está a ser estudado nos seus diferentes fatores de realização.

A participação feminina deu um colorido diferente

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UM DIA PELA VIDA EQUIPA DO CNH ORGANIZOU PALESTRA SOBRE O CANCRO DA PELE No que se refere aos Carcinomas Basocelulares, são “igualmente bastante comuns”, havendo a possibilidade de a mesma pessoa ter vários ao longo da vida. Apesar de evoluirem de forma lenta, a verdade é que” crescem muito”. Quando o assunto versa os Carcinomas Espinocelulares, a situação muda de figura, pois são classificados como “bastante agressivos”, devendo, por isso, “ser tratados o mais rapidamente possível”. O doente deve ser operado e seguido ao longo de, pelo menos, 2 anos. Os Melanomas atacam as pessoas ruivas, loiras e de pele clara. A cirurgia é considerada “facil, caso o problema não tenha evoluído”. Se assim não for, poderemos estar a falar de “uma cirurgia radical”. Nestes casos, “o importante é percebermos se temos um sinal novo a crescer rapidamente e se o mesmo é muito diferente de outros que já temos. Com o tempo, os melanomas ficam mais invasivos e difíceis de tratar, o que poderá levar a uma cirurgia radical”. Tiago Mestre, dermatologista: “É necessário haver uma boa referenciação do médico de família para podermos dar prioridade aos casos urgentes

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ueratoses Actínicas, Carcinomas Basocelulares, Carcinomas Espinocelulares e Melanomas, são os 4 tipos de cancro cutâneo mais importantes, de acordo com a apresentação feita pelo dermatologista Tiago Mestre, na Sessão de Sensibilização e Prevenção sobre o Cancro da Pele, realizada na quinta-feira, dia 11, no Bar do Clube Naval da Horta (CNH), no âmbito do Projecto “Um Dia Pela Vida”, da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Este especialista – a trabalhar no Hospital da Horta há 8 meses – explicou que as Queratoses Actínicas são lesões neoplásticas, “bastante comuns”, mas que “ainda não são cancros de pele”. E realça que “embora não sejam tidas como urgentes, devem ser tratadas preventivamente por forma a não evoluírem para cancro de pele”.

Prevenir e tratar de forma adequada e atempada Por isso, o foco é a prevenção, que passa pelo uso do protetor solar mas, também, pela educação. Paralelamente à prevenção, “é igualmente fundamental o tratamento adequado e atempado”. No tempo destinado às perguntas da assistência, Tiago Mestre salientou a importância dos meios físicos, como por exemplo, os chapéus com abas e os óculos de sol. A propósito, disse que “muita gente protege a cabeça, mas esquece-se das orelhas e, por isso, certas vezes o problema surge nessa zona”, revelando que já teve de cortar orelhas e lábios. Para evitar situações de extremo, recomenda o uso de chapéu com abas visando a proteção integral, conselhos que devem ser aplicados a quem anda tanto no mar como no campo. “Naturalmente que a pesca é uma profissão de maior risco”, sublinha este médico, chamando a atenção para o facto de “a exposição crónica constituir, por vezes, uma proteção maior, atendendo à resistência que uma pele mais habitua-


da ao sol tem em comparação com uma mais branca, em que o risco é maior”. Mas em contrapartida, “quem trabalha no mar tem mais hipóteses de apresentar casos de Espinose”. É imperioso evitar exposições demoradas ao sol, as quais podem provocar queimaduras e escaldões. Este profissional da Saúde salienta que “em raras situações os sinais podem mudar e evoluir para melanomas”, mas um bom método de perceber isso é tirar fotografias de forma continuada e manter a situação controlada. Outra questão que foi colocada por um dos presentes está relacionada com o uso dos protetores que, na opinião deste especialista da pele, “não têm de ser de marca”. E prossegue: “Passadas 3 horas sobre a aplicação, a proteção dos cremes 50+ é zero”. Portanto, “é preciso estar sempre a renovar a aplicação”. Por isso, “quem não puder adquirir um protetor mais caro, opte por um de linha branca, mas tenha presente a preocupação de ir sempre repondo”. No mar, o efeito da radiação solar é a dobrar, pois “a pessoa apanha os raios diretos e os que estão refletidos na areia,” e isto tanto acontece a quem está no mar como no areal. Se estivermos a falar de crianças, a perigosidade aumenta significativamente. A questão genética também foi levantada no fim desta Sessão, tendo Tiago Mestre confirmado que é um fator que pesa no conjunto, lembrando que “numa ilha a consanguinidade é maior do que num território mais vasto”.

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Este dermatologista do Hospital da Horta corroborou a velha tese de que se deve evitar a exposição nas horas em que o sol é mais forte, pois isso faz aumentar o risco, e revelou que “a maior parte dos melanomas são novos, não se tratando de sinais antigos”. Dando um exemplo concreto da leviandade com que alguns encaram as questões cutâneas, Tiago Mestre afirma que “certas pessoas vão à consulta com o intuito de saber se os sinais estão bem e se podem ir para a praia”. E nesse quadro frisa que, “uma consulta não consiste numa olhadela. É preciso realizar um bom diagnóstico, o que não pode ser feito a correr, num corredor e muito menos a olho nu. É preciso perceber se o sinal está a crescer, se é irregular, se tem mais de 5 mm, se muda de cor e caso se confirme que mudou de cor ou cresceu, é fundamental a vigilância”. Em declarações ao Gabinete de Imprensa do CNH, este especialista afirmou que “há centenas de cancros de pele, dentro dos quais uns são muito graves, como os melanomas, os angiosarcomas que, sendo raros, constituem verdadeiramente motivo para preocupação; e outros que podem ser invasivos, igualmente fonte de preocupação, devendo ser operados passados 2 ou 3 meses como é o caso dos aliomas. No entanto, o que é crucial é “fazer-se o diagnóstico atempadamente para que sejam facilmente operáveis no Hospital da Horta, evitando que os doentes tenham de ser referenciados para outros locais”. Tiago Mestre explica que “esta

alteração de mentalidade passa pela educação dos doentes, que devem ter cuidado consigo próprios, e pelos médicos de família, que têm de estar atentos aos seus pacientes referenciando os mesmos, para que possam chegar ao Hospital em tempo útil (1/2 meses após terem descoberto a situação)”. Entre Janeiro e Março de 2017, este médico e o colega de especialidade, Valdemar Porto, atenderam 700 doentes no Hospital da Horta. “Se multiplicarmos este número por 4 (trimestres) estamos a falar de 2.800 doentes, o que significa que cerca de um quarto da população da Horta (embora também tenham sido atendidos doentes de outras ilhas) foi ao dermatologista. Se transpusermos estes números para a realidade do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que cobre um universo de 2 milhões de habitantes, quereria dizer que 500 mil pessoas tinham ido a esta consulta, quando a média anual lá é de 40 mil”, refere este especialista. Separar o que é dermatologia de tratamento daquilo que é cosmética E apesar de todas estas consultas, a lista de espera no Hospital da Horta ainda está em 3/4 semanas. Perante esta realidade, Tiago Mestre deixa um alerta, explicando que “se houver um excesso e um abuso, obviamente que os casos que são graves não vão ter um correto tratamento, porque se demora muito mais tempo a chegar a esses doentes”. Tendo em conta que a Derma-

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médico de família assim o entende. Os casos de cosmética não são urgentes e cada um custa cerca de 200 euros ao Hospital da Horta (preço da biopsia, do material médico, etc). Se tivermos 100 doentes que vêm ao Hospital tirar um sinal por uma questão de cosmética, estamos a falar de qualquer coisa como 20 mil euros, o que representa o vencimento anual de um médico. Daí, eu insistir tanto na necessidade de se selecionar o que é importante, e que deve ser tratado, daquilo que é secundário, e que também deve ser tratado, se tivermos capacidade de o fazer”. 20 casos de melanomas, por ano, nos Açores Tiago Mestre afirma que o único local público onde se faz Cirurgia de Mohz em Portugal é no Hospital Egas Moniz, para onde encaminha os doentes que vêm à Consulta no Faial

tologia é uma área “bastante pequenina”, este médico conhece vários colegas que trabalham noutros locais do país. E isso permite-lhe garantir que “a lista de espera no IPO do Algarve ou do Alentejo é muito superior à do Hospital da Horta”, que reputa de “normal”. Este dermatologista refere que, relativamente à cirurgia de tratamento, “a lista de espera é pequena”; em relação à cirurgia de ambulatório (questões de cosmética), como é o caso de doentes que querem operar sinais, fibromas, etc, “a lista de espera está dentro da média nacional”. E remata: “Para casos benignos (de cosmética), esperar 2 meses acho que é um prazo muito razoável, e quando se trata de situações malignas é mais reduzido. Ainda esta semana operei doentes em espera há um mês”. Tiago Mestre sustenta que, “a Dermatologia, sendo uma área altamente especializada, é que devia tratar os cancros cutâneos, porque tem uma capacidade de diagnóstico que as outras especialidades não têm”. E adianta que nem todos os dermatologistas fazem cirurgia como ele, “mas conseguem orientar para tratar”. “É preciso saber quando é que o doente deve ir ao médico de família e este tem de avaliar o que é para tratar em termos de dermatologia de tratamento e em termos de cirurgia cosmética. Eu vejo dezenas de doentes que não vêm ao Hospital por um diagnóstico, mas para tirar um sinal, porque querem tirar o sinal ou porque o

Este especialista comentou os números que vieram a lume sobre São Jorge e diz que “as contas não batem certo”, tendo em conta que faz consultas naquela ilha. Tiago Mestre lembra que, em termos de estatística, existem cerca de 20 melanomas (cancros de pele), por ano, nos Açores, “o que não deve ser motivo de alarmismo”. E com o intuito de estabelecer um paralelo – embora as realidades não sejam comparáveis – revelou que quando trabalhou em Inglaterra, havia 20 por semana. Por isso, entende que, “por um lado existe alguma negligência por parte dos doentes em ir aos médicos de família para serem referenciados no tratamento a fazer e, por outro, às vezes há algum excesso de referenciação de certas situações que são menos importantes e que são, digamos assim, dermatologia cosmética, mas são referenciadas”. No dia em que decorreu esta Palestra – integrada na Náutica no Bar – Tiago Mestre tinha passado 12 horas no bloco operatório, apesar de estar de greve, o que é sinónimo de ter trabalhado “pro bono”, mas o objetivo foi precisamente o de não deixar os doentes à espera. E os casos de maior incidência traduziram-se em tumores que “eram praticamente a orelha toda do doente”. “Isto não tem 1 ou 2 semanas, tem meses; e o doente não foi ao médico de família nem foi referenciado ao Hospital, e a diferença é, basicamente eu conseguir operar com a minha técnica aqui, no Hospital da Horta, ou ter de referenciar ao IPO”. Este dermatologista diz que “há aqueles cancros de pele mais comuns e, que, provavelmente

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cada um de nós vai vir a ter, devido à exposição crónica ao sol e ao facto de a longevidade ter aumentado mas, se juntarmos todos os cancros de todos os órgãos, como cancro de pele, de estômago, de mama, os carcinomas basocelulares são mais comuns do que esses todos e são muito menos badalados, por serem tão comuns e localmente invasivos, mas têm de ser tratados”. E conclui: “Logicamente que é diferente tratar algo que tem 5 ou 6 mm do que tratar quando tem 7 ou 8 cm”. Cirurgia de Mohz: a mais especializada ao nível de cancro cutâneo A Cirurgia de Mohz, “a mais especializada ao nível de cancro cutâneo”, em Portugal, e no que toca ao público, apenas é uma realidade no Hospital Egas Moniz. É por essa razão que este dermatologista do Hospital da Horta encaminha os casos mais graves para lá. Se estivéssemos nos Estados Unidos ou no Reino Unido, onde Tiago Mestre esteve durante 2 anos, a Cirurgia de Mohz seria algo presente. Este especialista explica que “a diferença entre a cirurgia normal e a de Mohz tem a ver com a taxa de cura, que no último caso é de cerca de 99 por cento, ao passo que na cirurgia normal ultrapassa em pouco os 90 por cento. A Cirurgia de Mohz “é uma técnica especial em termos de corte em que, basicamente o dermatologista que faz a cirurgia vê as lâminas ao microscópio e, se o cancro for positivo, tira mais um bocadinho e depois reconstrói essa parte na cirurgia plástica”, explica Tiago Mestre, que continua: “É um “gold standart”, ou seja, quando a pessoa tem um tumor altamente agressivo numa área cosmeticamente importante e sensível como o nariz, o olho ou o lábio, é o que se deve utilizar, mas em Portugal acabamos por não ter muitos cirurgiões de Mohz”. Este especialista recomenda a Cirurgia de Mohz “em casos de recorrências, tumores altamente agressivos e quando surgem em áreas muito sensíveis”. “Navegadores Solidários” agradecem apoios Susana Rosa, Capitã da Equipa “Navegadores Solidários”, do Clube Naval da Horta, mostra-se satisfeita com os resultados alcançados até agora

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Susana Rosa, Capitã da Equipa “Navegadores Solidários”, do Clube Naval da Horta, mostra-se satisfeita com os resultados alcançados até agora

No fim da Sessão de Sensibilização, funcionou um Bazar com produtos oferecidos pela Farmácia Corrêa, e as empresas faialenses Eduardo Caetano Sousa (armazenista e distribuidor de produtos farmacêuticos) e N. O. Frayão, Lda (produtos farmacêuticos). O objetivo foi angariar fundos para apoiar os doentes com maiores carências. O Almoço Solidário programado para as 13 horas do próximo domingo, dia 14, no Pavilhão Náutico do CNH, tem também como finalidade obter receitas para este fim. Susana Rosa, Capitã da Equipa “Navegadores Solidários, do Clube Naval da Horta, criada no âmbito do Projeto “Um Dia Pela Vida”, agradeceu a colaboração do médico Tiago Mestre, o contributo dos presentes e o apoio dos empresários que, “gentilmente”, acederam oferecer os brindes do Bazar. Esta Dirigente congratulou-se pela forma como esta ação decorreu, pela adesão registada e pelo contributo angariado, sinal de que os Faialenses são, sempre, proactivos e solidários com esta causa, que é universal e que nos irmana no combate a um flagelo que não dá tréguas.

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UM DIA PELA VIDA FAIALENSES ADERIRAM AO ALMOÇO SOLIDÁRIO DOS “NAVEGADORES SOLIDÁRIOS” DO CNH

Em primeiro plano, as Responsáveis do Faial pelo Projecto “Um Dia Pela Vida”, da Liga Portuguesa Contra o Cancro

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oram muitos os que aderiram ao Almoço Solidário que a Equipa “Navegadores Solidários” do Clube Naval da Horta (CNH) organizou para no domingo, dia 14, no Pavilhão Náutico. Tratou-se de uma iniciativa no âmbito do Projeto “Um Dia Pela Vida”, da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), que tem como objetivo angariar fundos para apoiar os doentes que, por falta de posses, têm mais dificuldades em combater esta doença. Já no decorrer das sobremesas, Susana Rosa, Capitã da Equipa do Clube Naval da Horta, agradeceu a presença e o contributo de todos quantos se tinham associado a esta causa, revelando que os objetivos a que os “Navegadores Solitários” se tinham proposto estavam a ser cumpridos com sucesso. O Presidente do CNH, José Decq Mota, disse que, “ser solidário é uma parte essencial do nosso comportamento na vida e isso aplica-se tanto

a pessoas como instituições”, acrescentando que “foi nesse sentido que o Clube Naval da Horta se associou com naturalidade a esta causa”. O mais alto Dirigente desta instituição náutica registou “o contributo valioso desta Equipa”, a que também pertence, frisando que “o CNH estará sempre disponível para colaborar em ações deste género”. Lembrando a mensagem ambiental que foi associada a este Projeto – evitar o uso de plásticos, o que obrigou a trazer loiça e copos de casa – José Decq Mota realçou que “é necessário que todos se disponham a dar sinal na luta contra o plástico”, salientando que “o desenvolvimento deste plano tem de ser bem pensado”. No entanto, “temos de contrariar os hábitos quando a causa se afigura nestes moldes”, ou seja, “uma luta desigual contra esta praga dos nossos dias, chamada micro plásticos”. Presentes estiveram também a Responsável pelo Projeto “Um Dia Pela Vida”, na ilha do Faial,

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A Equipa “Navegadores Solidários”, do CNH, conseguiu cumprir os seus objectivos

Bruna Leal, bem como Rosa Leal, Responsável pela Vertente do Entretenimento do mesmo Projeto. Rosa Leal congratulou-se com este tipo de atividades, enaltecendo o trabalho dos “Navegadores Solidários” que, “no mar ou em terra, têm contribuído para divulgar esta mensagem, sensibilizando e angariando fundos para os doentes oncológicos”. Instada pelo Gabinete de Imprensa do CNH a fazer um balanço à atividade que tem sido desenvolvida no Faial, a Responsável pela Delegação do Faial da LPCC, Cristina Abrantes, confessou que “o trabalho das diversas Equipas criadas na ilha superou todas as expectativas”, realçando que foi “uma forma ótima de divulgar o Projeto e de pôr um número enorme de pessoas a falar do cancro e das necessidades no combate ao mesmo, o que constituiu um bom motor de desenvolvimento e projeção da causa”. Cristina Abrantes entende que “têm sido realizadas iniciativas extraordinárias, demonstrativas de grande sensibilidade”. E prossegue: “A emoção das pessoas e o empenho posto nestas ações representam uma

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sensação indescritível”. Por isso esta Dirigente sente que “agora há uma obrigação acrescida de dar resposta a quem colaborou”.“Só espero ter capacidade para conseguir atender a todos os casos apresentados”, rematou. O Bingo pôs quase todos de olhos nos cartões e o primeiro a completar a linha horizontal foi Carlos Pedro. A linha vertical foi disputada e preenchida em simultâneo por Artur Simões e Cláudia Abrantes, tendo o cavalheiro cedido o prémio à jovem. Não contente com esta situação, Cláudia Abrantes fez bis e completou o cartão, levando os restantes prémios. Já depois de muitos terem batido a retirada, bailou-se a chamarrita várias vezes, em que José Costa mostrou que as lições valeram a pena. Um almoço solidário, que deixou bem visível que os Faialenses estão cada vez mais conscientes e despertos para colaborar, apoiar e contribuir. Sobretudo quando a causa tem rostos que nos são muito queridos.

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CAMPANHA DE ANGARIAÇÃO DE SÓCIOS “CLUBE NAVAL DA HORTA PRECISA DO APOIO DOS SÓCIOS E SÓCIOS ATIVOS”

José Decq Mota: “Se há clube nos Açores em que o trabalho dos Sócios é uma realidade bem visível, é no Clube Naval da Horta”

O CNH completa, em Setembro próximo, 70 anos de vida. Fazer-se associado desta instituição, que honra e promove o Faial cá dentro e lá fora, pode ser uma boa prenda de aniversário. Com a vantagem de agora não ser necessário pagar a joia.

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Clube Naval da Horta (CNH) presta bons serviços ao Faial, na medida em que promove os desportos náuticos com intensidade e a Ilha junto da Náutica Internacional de Recreio e na medida em que, estando muito inserido na sociedade faialense, consegue ter uma natureza aberta e popular, ligada à vida e à comunidade local.

Mas, para ser assim, o CNH precisa de apoio, precisa de ter sócios e sócios ativos”. É este o repto lançado pelo Presidente desta instituição, José Decq Mota, a propósito da nova Campanha de Angariação de Sócios, que arrancou no dia 2 do corrente e termina no último dia deste ano. O mais alto Dirigente do mais ativo Clube dos Açores, explica que essa atividade pode ser manifestada através da prática dos diferentes desportos ofere-

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cidos, no apoio às mesmas, no enquadramento da vida social do Clube, no papel de protagonistas do CNH, no trabalho desenvolvido nas Escolas de Formação, para que sigam os caminhos de profundidade em curso, ou mediante outros mecanismos. Dando o primeiro passo no sentido de ir ao encontro do público, o CNH decidiu facilitar a adesão de todos os que – e espera-se que o número perfaça um recorde – quiserem fazer

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parte desta enorme família. Por isso, foi entendimento isentar todos os novos Sócios do pagamento da joia que, na prática, corresponde ao valor de um ano de quota. Esta é uma oportunidade para novos interessados se associarem ao mesmo tempo que possibilita que, todos os que um dia foram Sócios e o deixaram de ser pelas mais variadas razões, possam readquirir esse estatuto sem qualquer custo adicional (pagamento de joia). Em nome da Direção do CNH, José Decq Mota apela diretamente “aos Faialenses e aos que não sendo, se identificam com esta casa e com o seu trabalho, para que reforcem a massa associativa”. Esta bem pode ser considerada uma prenda de aniversário, se tivermos em conta que, no próximo mês de Setembro, o Clube Naval da Horta completa 70 anos de vida. Sem dúvida que o CNH se pode orgulhar de ter um grande quantitativo de associados para a dimensão da ilha em que está inserido – cerca de 1.000 associados pagantes – mas o que é facto é que, perante o atual quadro de apoios, cada vez mais estrangulado, “este Clube necessita imperiosamente deste contributo visando a sua consolidação financeira”. Ao abeirar-se de um milhar de sócios, muitos dos quais estrangeiros, que vivem cá ou fora, o Clube Naval da Horta demonstra bem a ligação e a abertura que tem a navegadores e a pessoas que já passaram pelo Faial ou residem localmente. “Este aspeto, por si só, denota bem a natureza internacional

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do CNH”, frisa o Presidente da Direção. Esta Campanha – apresentada e votada por unanimidade na Assembleia-Geral do Clube, realizada no dia 27 do mês transato – destina-se a vários tipos de pessoas. Entre elas, encontram-se “aquelas que queiram ou precisem de apoiar ou realizar atividades no quadro do CNH; as que pretenderem usufruir de serviços que o CNH presta ou facilita; a pessoas que, pelo facto de terem estado ausentes, por esquecimento ou outra razão deixaram de ser sócias e querem readquirir essa qualidade, e a todos os que quiserem contribuir para este movimento associativo, extremamente importante para a vida do Clube”. José Decq Mota diz que sente a ligação dos Sócios, salientando que, “se virmos bem, o envolvimento é enorme, pois a base de trabalho do Clube Naval da Horta é feita com Voluntariado, sendo grande parte assegurado por Sócios”. E realça: “Se o Clube tem perto de 1.000 Sócios e na Semana do Mar conta, efetivamente, com 150 Voluntários a dar o corpo ao manifesto ao longo de 10 dias de intensa atividade, isto representa uma proporção enorme. E este número não inclui os que estão a praticar, a enquadrar a organização ou se encontram noutros sectores”. Razões que levam este Dirigente a frisar que “se há algum clube nos Açores – e há vários, felizmente, – em que a participação de Sócios é assegurada nestes moldes (por Voluntários), é o CNH”.

Naturalmente que os Sócios atuam de maneiras diferentes, havendo aqueles que “vivem muito a vida do Clube mas, que, pela sua postura ou situação na vida, são pouco participativos em termos de colaboração concreta e outros que, até podendo viver menos globalmente a vida do Clube, não falham no apoio ao longo da Semana do Mar. Um bom exemplo da pronta resposta registada foi a que aconteceu em 2016, por altura da Travessia do Canal, em que foram necessárias 34 lanchas para dar apoio. Necessariamente, a maioria era de Sócios, que “colaboraram muito bem”. “Esta realidade existe, é sólida, mas para subsistir, precisa constantemente do apoio da massa associativa e que ela seja, tanto quanto possível, cada vez maior”, remata o Presidente da Direção. Sinal de que a mensagem já começou a ecoar, foi “o facto inédito” de, na passada sexta-feira (dia 5), uma empresa de venda de quartos, ter contactado o CNH, informando que estava interessada em celebrar um protocolo com esta instituição para que os Sócios do Clube pudessem ser beneficiados. “A iniciativa partiu de um empresário da nossa Terra, e se vem de fora para dentro, significa que esta Campanha está a chegar junto das empresas e das pessoas”, conclui este Dirigente. Muitas casas comerciais do Faial e não só – como gasolineiras, pensões, hotéis, lojas e outras, encontram-se protocolados com o CNH.

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PROJETO DE FIDELIZAÇÃO DE SÓCIOS CLUBE NAVAL DA HORTA ASSINA PROTOCOLO COM “A CASA DO LADO” E A “LOS-LIVE OUR STYLE, LDA”

Sara Santos, representou “A Casa do Lado” e José Decq Mota, o Clube Naval da Horta

As empresas do Faial vêem no Clube Naval da Horta um parceiro. Daí o interesse demonstrado em assinar protocolos que visam a dinamização empresarial e turística da ilha, com benefícios para os associados desta instituição, com 69 anos de trabalho ativo.

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Clube Naval da Horta (CNH) assinou, na tarde desta terça-feira, dia 16, dois Protocolos com outras tantas empresas faialenses, designadamente “A Casa do Lado” (alojamento) e a “Los-Live Our Style, Lda” (comércio diverso). Esta iniciativa surge pelo facto de o Clube Naval da Horta possuir, desde 2009, um Programa de Fidelização de Sócios e por estar interessado em criar um leque de vantagens a todos os seus associados, reunindo parceiros para a concretização deste objetivo, e pelo facto de “A Casa do Lado” e da “Los-Live Our Style, Lda” pretenderem integrar, como parceiros, o Programa de Fidelização

de Sócios do CNH, nos termos e condições do presente Protocolo. Como tal, o CNH compromete-se a divulgar a marca e o nome destes parceiros de forma visível e em boas condições na sua Página institucional na internet e noutros meios próprios de comunicação, que sejam reproduzidos para divulgação do Programa de Fidelização e dos benefícios concedidos às empresas agora protocoladas. É ainda compromisso do Clube Naval da Horta respeitar e defender publicamente o bom nome dos seus parceiros. Como contrapartida pela divulgação e publicita-

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RTA Empresas vêem CNH como um parceiro Para o Presidente da Direção do CNH, José Decq Mota, protocolar no mesmo dia acordos com duas empresas faialenses de diferentes ramos “é algo muito gratificante” para esta instituição.

Sara Santos demonstrou orgulho pelo facto de a sua empresa estar associada “a um Clube de peso”

ção da marca ”A Casa do Lado”, esta empresa concede, aos Sócios e Funcionários do CNH, 10 por cento de desconto em todas as estadias, mediante a apresentação do cartão de Sócio ou de Credencial passada pelo Clube Naval. Do desconto estão excluídas as promoções. “A Casa do Lado” fica ainda obrigada a colocar em local visível o dístico comprovativo da sua adesão ao Programa de Fidelização de Sócios do CNH. Na qualidade de Sócia-Gerente, Sara Santos representou “A Casa do Lado”, sedeada na Rua D. Pedro IV, nº. 23, na cidade da Horta. Em relação à “Los-Live Our Style, Lda”, esta empresa compromete-se a aplicar 40 por cento de desconto nas Tintas Dyrup, 5 por cento na Stihl e 10 por cento nos restantes artigos. Este Protocolo produz efeitos imediatos à data da sua assinatura, sendo válido por 1 ano. Poderá ser renovado por igual período, caso nenhuma das partes o denuncie livremente até 30 dias antes do termo do mesmo. O presente Protocolo poderá cessar antecipadamente em caso de acordo mútuo das partes ou por incumprimento do agora estabelecido. Losménio Machado Goulart representou, como Sócio-Gerente, a empresa “Los-Live Our Style, Lda”, sedeada na Rua dos Moinhos, freguesia da Praia do Almoxarife.

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Esta parceria visa o reforço da Campanha de Sócios em vigor até ao último dia do ano. No entender do mais alto Dirigente da maior instituição náutica do Faial, “este Protocolo é a demonstração clara e inequívoca de que as empresas faialenses vêem no no Clube Naval da Horta um parceiro”. “E essa visão deve ter reflexos nas relações futuras”, enfatiza José Decq Mota, garantindo que a entidade que representa “terá sempre em linha de conta as obrigações acordadas com os seus parceiros”. “Estamos, pois, de parabéns pela assinatura destes Protocolos, representativos da confiança mútua existente”. Sara Santos salientou que “é motivo de orgulho” o facto de “A Casa do Lado” ter sido aceite como parceira do CNH, “um Clube de peso no Faial e além fronteiras”. “Estou contente por estarmos associados”, concluiu. “CNH: um clube com uma dinâmica invejável no Faial e Pico” O Presidente da Direção do CNH congratulou-se com o facto de o CNH estar a registar “um crescente número de adesões a este Programa de Fidelização de Sócios”. Embora o Clube Naval da Horta seja a instituição do Faial com o maior número de Sócios pagantes – cerca de 1000 – é pretensão deste elenco diretivo elevar a fasquia, “contando com o papel dos agentes económicos no alargamento desta rede”. Losménio Goulart referiu “o imenso prazer” que esta esta cooperação representa, sinónimo de um apoio (indireto) ao Clube Naval da Horta, na expansão da Campanha que visa cativar novos Sócios. Este Gerente revelou que a sua empresa “tem apoiado clubes e equipas de ciclismo e futebol”, mostrando abertura e disponibilidade para apoiar iniciativas que “sejam importantes”.

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Losménio Machado Goulart representou a empresa “Los-Live Our Style, Lda”

Levantando o véu no que concerne aos parceiros desta empresa, Losménio adiantou que “a Repsol Gás valoriza muito os escalões de formação e o público jovem envolvido nas regatas”. A “Los-Live Our Style, Lda” serve uma faixa de clientes ligados ao mar, dispondo de produtos técnicos (baterias e outros) e produtos auxiliares. “Não sendo uma loja náutica, tem interesse em fomentar as atividades do CNH, um Clube com uma dinâmica invejável no Faial e Pico”, frisou Losménio Goulart. José Decq Mota folgou em saber que essa disponibilidade existe, registando com “muita satisfação” a forma como esta parceria poderá ser conduzida a contento de todas as partes envolvidas.

Losménio demonstrou abertura para apoiar os escalões de formação

Tendo em conta as necessidades diárias do Clube Naval da Horta e a gama de produtos disponível, certamente que a “Los-Live Our Style, Lda” será “uma boa opção de abastecimento no mercado local”.

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“FAYAL: RETRATO DO PASSADO” CASA CHEIA NA ESTREIA DO DOCUMENTÁRIO DA AUTORIA DE RUI DOWLING

Rui Dowling estava visivelmente surpreendido pela aceitação que o seu documentário mereceu por parte das pessoas que encheram o Auditório da Biblioteca da Horta

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ui Dowling era um realizador feliz quando as luzes do Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, na Horta, se acenderam, após a exibição do seu documentário intitulado “Fayal: Retrato do Passado”. A sala encontrava-se lotada com familiares, amigos, colegas e conhecidos que quiseram dizer ao Rui, de viva voz, que apoiam e apreciam o trabalho dele, dando-lhe os parabéns. Antes de a tela refletir o esforço de meses, o autor confessou, baixinho, que se sentia “nervoso”, mas ninguém se apercebeu disso. Além do mais, este homem do cinema de documentário anda tão requisitado em entrevistas – rádio, televisão e imprensa – que não há tempo para pensar em

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questões comesinhas. Rui: não é só andar de câmara em punho a captar imagens e a registar o que os outros dizem e fazem. Agora, mais do que nunca, estás no lado oposto da barreira, ou seja, também passam a andar atrás de ti a querer saber o que te move. As luzes da ribalta incidem sobre ti, projetando o teu trabalho, uma paixão absorvente. O documentário está estruturado em 5 pontos, começando pelo Povoamento do Faial, abordando as várias ermidas, igrejas e conventos que existiram, bem como a Horta dos Clippers e dos Cabos Submarinos, com destaque para o porto, embora o autor sublinhe que “é possível ir muito mais longe”. Este trabalho baseia-se em informação histórica,

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CLUBE NAVAL DA H sendo muito enriquecido com fotografias antigas – do porto, dos Dabney, do casario hortense, das igrejas, etc – e depoimentos de historiadores como Júlio da Rosa, Machado Oliveira, e dos professores Fernando Faria e Carlos Lobão. Em declarações ao Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Dowling explicou que passou “muitas horas” na Biblioteca a recolher informação escrita, documental e fotográfica, tendo contado com “o apoio imprescindível” de quem ali trabalha. Por isso, endereça “um agradecimento enorme” a esta casa cultural, dinâmica e muito ativa – superiormente dirigida por Luís São Bento – que o ajudou a alcançar este desiderato. Questionado sobre a maior dificuldade encontrada, refere que “foi o tempo necessário para editar”, o que implica uma seleção criteriosa. Este jovem realizador nota que gosta de fazer recolha e, embora tenha revelado que há projetos na calha, preferiu não divulgar o que por aí vem. Rui Dowling agradeceu a toda a equipa que o ajudou neste projeto e lembrou que o amigo Francisco Dias não estava presente devido a um problema de saúde, desejando que tudo se resolva pelo melhor. Uma viagem ao passado No tempo em que o autor se manteve disponível para responder às questões do público, houve quem tenha dito que este documentário nos transporta para o passado, apesar de Rui Dowling ser bastante jovem. Instado a deixar o seu olhar sobre a perspetiva futura do Faial, Rui responde que “poderá ser o turismo”. Pegando na deixa e naquilo que o documentário mostrou, um dos presentes assinalou que o Faial precisa é de quem se fixe cá, acrescentando que, se os Dabney fossem turistas não teriam desempenhado este importantíssimo papel na ilha do Faial. E uma outra voz combateu, alertando para o facto de muitos turistas já se terem radi-

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cado nesta ilha. Neste pingue-pongue verbal, foi dito que os turistas que se radicam já estão numa fase de vida tranquila, em contra-ciclo com a idade fértil para constituírem família, ou seja, já não são gente jovem, com capacidade para gerar mais vida. Dabneys dinamizaram porto da Horta José Decq Mota, amigo de Rui Dowling, e que, enquanto Presidente do Clube Naval da Horta fez questão de estar presente manifestando o seu apoio incondicional a este atleta de Vela Adaptada do CNH, também interveio. Depois de felicitar o autor pelo seu trabalho, e esforçando-se para manter em segredo alguns dos planos futuros, este Dirigente Associativo do clube naval mais dinâmico dos Açores, salientou que “a Horta é aquilo que é por causa da baía que havia e do seu porto”. E prosseguiu: “A Horta existiu por isso”. Desenvolvendo o seu raciocínio, José Decq Mota, um defensor acérrimo do Faial e um conhecedor profundo da história do porto, dos feitos dos Dabneys e de outras matérias relacionadas, explicou que “os Dabney vieram para o Faial no século XIX porque esta baía era muito procurada”. E lembrou que, “apesar de o porto da Horta ser muito importante, não tinha apetrechamento algum”. E é o primeiro Dabney que aqui aporta “num barco desmantelado”, e que teve de permanecer no Faial 5 semanas para que pudesse ser reparado, que vai rentabilizar todo este potencial. “A Horta era um ponto intermédio nas ligações marítimas. Percebendo tudo isso, os Dabney montam aqui um arsenal marítimo, aproveitando para fazer negócio. E um desses negócios foi a exportação e valorização do vinho do Pico, mas de forma mais massiva e sistemática em relação ao que já acontecia. Os navios saiam do Faial com óleo de baleia e vinho, rumo aos EUA, mas vinham carregados com outros produtos que eram muito apreciados localmente, onde eram empregues os dividendos adquiridos nos florescentes negócios em curso”. E foi essa família americana, que esteve no Faial perto de um século, “que impulsiona o comércio e dinamiza o porto da Horta, ainda sem doca”.

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Álvaro Medeiros (Música), José Decq Mota (Presidente do CNH), Rui Dowling (Produção) e Paulo Bicudo (Produção e Fotografia), no fim da apresentação do documentário “Fayal: Retrato do Passado”, na Biblioteca da Horta

Nesse tempo, reforça José Decq Mota, “chegavam aqui muitos navios a arder, a necessitar de reparações ou a deixar doentes. Era por causa desse intenso movimento e da constante sinistralidade marítima, que se encontrava estacionado no Faial, o rebocador holandês, sempre pronto a prestar socorro”. Porto da Horta: o mais importante na náutica internacional de recreio Em contraponto a esse período de ouro da história faialense, surgiu um outro, igualmente internacional, e que tem catapultado o Faial para o mundo: a náutica de recreio. O Presidente do Clube Naval da Horta acentuou que “o porto da Horta continua a ser o mais importante na náutica internacional de recreio e o melhor a nível nacional e poderia dar melhor resposta se fosse mais bem tratado”.

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E ficou por aqui a aula de história e de enquadramento real e atual da importância do porto da Horta, não por falta de conhecimento ou argumentos por parte do preletor, mas, porque, isso levaria a um debate intenso e aceso, necessário e justo, mas noutro contexto, perante outros atores, que todos os dias remam contra a maré. Tanto no passado como no presente, o porto da Horta continua a ser uma referência mundial com uma importância catalisadora para a ilha. A história assim o demonstra e continuará a mostrar, e cegos são aqueles que não querem ver.

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XVI GALA DO DESPORTO AÇORIANO CASA CHEIA NA ESTREIA DO DOCUMENTÁRIO DA AUTORIA DE RUI DOWLING

Rui Dowling, Campeão Nacional de Vela Adaptada em 2016, foi galardoado e demoradamente aplaudido na XVI Gala do Desporto Açoriano 2017, que decorreu no Faial

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desporto federado está bem estabilizado nos Açores, com mais de 23 mil licenças desportivas, das quais 70 por cento são jovens. A prática feminina ronda os 30 por cento, o que é melhor do que a nível nacional”. Afirmações proferidas pelo Director Regional do Desporto, António Gomes, na cerimónia da entrega dos galardões da XVI Gala do Desporto Açoriano 2017, que decorreu na tarde de quinta-feira, dia 25 de maio, na Escola Secundária Manuel de Arriaga da Horta (ESMA), na ilha do Faial. Esta “cerimónia especial”, como a classificou António Gomes, foi marcada pelo Desporto e pela Música, importantes áreas de formação das camadas mais jovens. Tal como os desportistas, também os músicos demonstraram que é preciso trabalhar muito para alcançar o sucesso. A abrir, assistiu-se a várias interpretações musicais do Conservatório Regional da Horta: - “Etude Caprice” de Georg Goltermann; - “Romantic Aria”, de N. Karsh

Violoncelos: Zakhar Starinski e Natalia Bauer; Piano: Marcelo Guarini - “Minuete” de J. Hayden - “No caloiro” de N. H’ina Violinos: Natalia Horobets, Clara Oliveira, Joana Regelo e Júlia Caldeira Piano: Olga Gorobets A encerrar, o público foi brindado com a atuação de ballet do Conservatório Regional da Horta: - “Os Pássaros” Bailarinas: Rita Alvernaz, Diane Silveira e Ana Reis Professora: Aline Désprès Dirigindo-se a uma plateia também especial, composta na sua maioria por jovens, o governante chamou a atenção para “o momento alto e solene” que se ia viver, agraciando e reconhecendo o trabalho dos melhores no Desporto dos Açores. Por isso, aconselhou os mais novos a seguir este exemplo e a guardá-lo para sempre, lembrando que “nada se faz sem esforço, trabalho e dedicação”.

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António Gomes deixou um abraço fraterno de agradecimento àqueles que distinguiram, enaltecendo o que fizeram em prol do desenvolvimento do desporto, tendo o agradecimento sido extensivo à Escola Secundária e aos alunos. Este político acredita que o movimento desportivo dos Açores “é um sinal de liberdade de todos e uma escola de cidadania ativa em que os desportistas e dirigentes são um exemplo reconhecido”. Falando para os dirigentes, sublinhou que, “trabalhar em prol dos mais novos, é uma grande expressão de cidadania”. E realçou: “O desporto nos Açores conta com um grande reconhecimento por parte da sociedade, tendo como princípios a ética, a tolerância e a cooperação”. Pedindo desculpa a todas as outras áreas, António Gomes dirigiu uma palavra especial à evolução do desporto adaptado, salientando a excelência dos resultados alcançados. Nesta cerimónia, que “constituiu uma justa homenagem” a todos os que brilharam na exigência das metas traçadas, foram galardoados: Seleções Nacionais: Rui Silveira Resultados e Classificações Nacionais - Desporto Adaptado: Rui Dowling, ambos velejadores do Clube Naval da Horta; Personalidades: Francisco Gonçalves, Hélio Duarte, José Pinho e Vítor Medeiros. Esta sessão contou com a colaboração da ARVA, do Conselho de Administração da ESMA, da Escola Básica Integrada da Horta e da Urbhorta. Por decisão consensual entre Rui Silveira, o seu Treinador e a Federação Portuguesa de Vela, foi decidido que, na impossibilidade do velejador estar presente no Faial, receberia o galardão em seu nome o Presidente da Direção do Clube Naval da Horta, José Decq Mota. Este Dirigente explica que, “uma vez que o velejador Rui Silveira se encontra numa intensa fase de treino, visando a prova no Canadá, no próximo mês, (Campe-

onato Norte-Americano), foi entendido que a sua vinda ao Faial implicaria perder, pelo menos 3 dias de elevada preparação, o que seria muito prejudicial nesta fase decisiva”. José Decq Mota realça que “este atleta se encontra num patamar de exigência muito elevado, fruto do excelente percurso que tem vindo a fazer e com os olhos postos nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio”. Neste estrelato de glória, o mais alto Responsável pelos destinos do CNH sublinhou o pioneirismo desta instituição náutica na introdução, nos Açores, do Desporto Adaptado e inclusivo da pessoa com mobilidade reduzida, uma parceria entre o CNH e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), celebrada no fim de 2011. Neste campo, frisou “o grandioso trabalho” que tem sido levado a cabo por Nilzo Fialho (Técnico da APADIF) e por João Duarte (Treinador do Clube). José Decq Mota assinala “o esforço e dedicação de Rui Dowling”, reconhecido e longamente aplaudido nesta Gala, “mas, também, a dedicação dos restantes desta Classe, onde se encontram vencedores e potenciais campeões”. Este Dirigente revelou que estão a ser envidados esforços para que a Vela Adaptada seja implementada noutras ilhas, a fim de que possa ser organizado um campeonato regional, “muito motivador e importante para estes atletas”. O Presidente da Direção do clube naval mais dinâmico dos Açores, vinca “o enorme orgulho” que o CNH sente pelo facto de dois distintos e premiados velejadores terem sido galardoados na Gala do Desporto Açoriano deste ano, “sinal de reconhecimento do importantíssimo trabalho que têm vindo a realizar e dos excelentes resultados obtidos”. E remata: “Sendo o Clube Naval da Horta a entidade primeira que apoia estes at-

O velejador (Classe Laser Standard) de topo do Clube Naval da Horta tem os olhos postos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020

O Diretor Regional do Desporto falou incisivamente para esta plateia maioritariamente jovem


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Rui Dowling, Campeão Nacional de Vela Adaptada em 2016, foi galardoado e demoradamente aplaudido na XVI Gala do Desporto Açoriano 2017, que decorreu no Faial

letas de prestígio, naturalmente que os galardões de hoje nos enchem de vaidade”. No momento em que foi contactado pelo Gabinete de Imprensa do CNH, Rui Silveira acabava de completar um treino, pelo que acusava cansaço. A propósito do galardão atribuído – o que já aconteceu em anos anteriores – este velejador de topo afirma que se sente “agradecido e feliz pelo reconhecimento do seu trabalho”, referindo “o apoio fundamental da Região Açores na evolução da sua carreira desportiva”. Contudo, Rui Silveira também se sente “muito satisfeito por ter capacidade e qualidade – cada vez maior – para representar os Açores de uma forma digna no mundo”, destacando “o contributo decisivo” de poder contar com pessoas que querem tanto quanto ele o seu sucesso. Rui Dowling, a viver uma fase dourada – como realizador e velejador – disse estar “muitíssimo satisfeito”, dedicando este galardão à sua Família, a João Duarte, a Nilzo Fialho e ao Clube Naval da Horta, de quem recebeu “apoio e incentivo para chegar até aqui”. Este velejador considera “importante” esta distinção na medida em que

Nilzo Fialho (Técnico da APADIF); José Decq Mota (Presidente do CNH); Rui Dowling (Campeão Nacional de Vela Adaptada em 2016), Jorge Macedo (Presidente da ARVA) e João Duarte, Treinador de Vela Adaptada do CNH

“constitui um estímulo para continuar e elevar o nível participativo e de competição”. Os pais – o maior suporte deste atleta – dizem que o Rui lhes dá “muitas alegrias”. Em dois dias consecutivos, este jovem faialense viveu destacados e marcantes momentos na sua vida, sinal da força que têm a vontade e o querer.

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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