Ir_ao_mar - Nº62 - Maio 2019

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

ARTUR FILIPE SIMร ES | CNH 2019

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BOTES BALEEIROS LANCHA “WALKIRIA” ENCONTRA-SE OPERACIONAL PARA A TEMPORADA DE 2019

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bom tempo marcou a viagem da “Walkiria” a “casa”, na tarde de sexta-feira, dia 24. A lancha mais emblemática dos Açores e que esteve envolvida na caça à baleia, saiu de São Roque do Pico pelas 16h10 e chegou ao Faial perto das 17h15. O Mestre da “Walkiria”, Vítor Mota, conta que “a viagem foi boa, com mar manso e uma aragem fresquinha”. Para este homem do mar, as 14 milhas náuticas percorridas representaram uma viagem pequena, pois de São Roque à Horta “é pertinho”. De acordo com informações prestadas por Vítor Mota, “os trabalhos – que fizeram com que a lancha tenha estado 3 meses varada – decorreram na carpintaria de Manuel Monteiro, mestre que construiu a “Walkiria”, e incluiram a substituição da amura de bombordo e estibordo, tendo sido corrido o calafeto da embarcação”. A parte da pintura esteve a cargo do pessoal do Clube Naval da Horta (CNH): Vítor Mota, Diogo Nunes (Picanço), Carlos Silva e José de Fátima (este último, Colaborador). E foi esta comitiva que se di-

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rigiu ao Pico para trazer a “Walkiria” de volta ao Faial, a qual integrou, ainda, o fotógrafo de serviço: José Macedo. O Mestre da antiga lancha baleeira revela que “só falta pintar o convés”, trabalho que será feito no Faial, mesmo com a embarcação no mar. Depois disto e de umas “pequenas afinações”, a “Rainha dos Mares dos Açores” está pronta para mais uma temporada, que começa já no dia 1 de Junho, com a Regata de Botes Baleeiros de Nossa Senhora das Angústias. Estamos a falar de uma lancha que no presente mantém a sua missão tal como aconteceu no passado, e que é rebocar os botes baleeiros no Faial e no Pico, antes e depois das provas. Antigamente era um cenário real, que implicava o sustento de muitas famílias; hoje, a história é revivida com as Regatas à Vela e a Remos, que envolvem centenas de pessoas. A “Walkiria” – que foi a lancha a gasolina mais rápida de todo o Arquipélago – é propriedade do Município da Horta e está cedida ao Clube Naval

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da Horta por Protocolo Permanente. Esta embarcação, capaz de atingir os 18 nós, tem lotação para 12 adultos e 2 crianças, tendo uma utilização permanente ao longo do ano, com picos de requisição por altura dos Campeonatos de Botes Baleeiros do Faial e Pico, Campeonato Regional de Botes Baleeiros e Festival Náutico do CNH. Desde 2005 que dispõe de uma pequena casa de banho, o que se tornou indispensável pelo facto de ter passado a ser uma lancha com objectivos pedagógicos, já que integra projectos escolares, com viagens que envolvem muitos miúdos e professores.

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CANOAGEM PROVA DO DIA DA MARINHA CONTOU COM 14 ATLETAS E UM IATISTA FRANCÊS

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Prova do Dia da Marinha, da Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH) contou este ano com um estrangeiro. Além dos 14 atletas do CNH, um iatista francês, que acabava de aportar de veleiro à internacional Marina da Horta, como gosta de Canoagem, fez questão de participar. A Prova – que decorreu na manhã de sábado, dia 18, ficou marcada pelo bom tempo e a grande adesão dos canoístas, o que deixou o Treinador de Competição – Hugo Parra – e os Dirigentes da Secção – Susana Rosa e José Fernandes – muito orgulhosos. O Treinador faz o relato desta prova do calendário da Canoagem faialense: “Correu muito bem! O tempo esteve excelente, com pouco vento, o que permitiu dar uma volta mais larga pela Baía. Os canoístas realizaram a Prova de Fundo – 5 quilómetros para os Cadetes, Juniores, Seniores e Veteranos e 2 quilómetros para os Infantis e

Menores – que serviu, também, como treino, atendendo a que este ano, as condições têm dificultado bastante a ida para o mar. Esperemos que possam recuperar daqui para a frente”. CNH tem um relacionamento “intenso e próximo” com a Autoridade Marítima Nacional Após a realização das provas de Canoagem e de Vela Ligeira, houve um lanche-convívio com Entrega de Prémios – ambos oferecidos pela Marinha – no Pavilhão Multiusos do CNH, onde se reuniram Atletas, Dirigentes, Treinadores, Sócios, Colaboradores e Funcionários do Clube, bem como o comandante Rafael da Silva, Capitão do Porto, e o seu Adjunto, Paulo Gerreiro, além de outros elementos da Autoridade Marítima Nacional. “Estamos numa actividade desportiva que é muito frequente neste Clube ano após ano, Inverno

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RTA “Fazemos questão de, todos os anos, nos associarmos às comemorações do Dia da Marinha”

após Inverno, Primavera após Primavera, Verão após Verão, e há muitas iniciativas desportivas deste género”, começou por referir José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, na sua curta intervenção. Este Dirigente sublinhou que as regatas realizadas naquele dia – 18 de Maio – além de constarem dos contratos-programa que o Clube tem com a Direcção Regional do Desporto (DRD) dentro dos calendários de competição em Vela e Canoagem, distinguem-se das restantes por uma razão: são integradas nas comemorações do Dia da Marinha. “Isto acontece – e eu tenho a plena consciência de que estou a falar maioritariamente para pessoas muito mais novas do que eu – porque a ligação que há entre o Clube Naval da Horta e a Marinha – e as suas várias expressões, nomeadamente a que é designada pela Autoridade Marítima Nacional – é a projecção do relacionamento que há entre o CNH, a sociedade açoriana e a Marinha de Guerra Portuguesa, e que se traduz num relacionamento intenso e próximo”, destacou o mais alto representante desta instituição náutica faialense.

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José Decq Mota prossegiu recordando que “nesta parte do território nacional chamada Açores, situada no meio do Atlântico, muitas vezes acontecem situações específicas, especiais e catastróficas, que obrigam a intervenções de apoio”. “E na primeira linha dessas intervenções de apoio ao longo dos decénios, esteve sempre e continua a estar – com mais ou menos meios materiais e humanos – a Marinha!”, vincou o Presidente da Direcção do CNH, afirmando que, “é, portanto, com toda a naturalidade que o relacionamento do CNH com a Marinha resulte dessa situação, dessa tradição consolidada e dessa prática permanente que tem sido boa”. “Sendo assim, nós, CNH, fazemos questão de, todos os anos, nos associarmos às comemorações do Dia da Marinha”, asseverou José Decq Mota, afirmando que “umas vezes as actividades correm melhor e outras menos bem, como foi o caso deste sábado, em que o vento, ou melhor a falta dele, não ajudou no que respeita à Vela Ligeira mas foi excelente para a Canoagem”. Este Dirigente fez questão de deixar palavras de reconhecimento ao envolvimento do Capitão do Porto da Horta e a todo o pessoal da Capitania; a quem enquadrou e organizou o Troféu do Dia da Marinha da Secção de Vela Ligeira; ao Presidente da Comissão de Regata, António João; e a todos os que colaboraram nas várias funções. “E no que respeita à Vela especificamente, gostava de dirigir uma palavra especial, porque, como sabem, o nosso Treinador da Escola de Vela, Duarte Araújo, está em convalescença (o que se vai manter ainda por mais algum tempo) e encontra-se, por isso, ausente. Não obstante isso, tivemos hoje muito boas colaborações de Sócios com experiência, que fizeram o enquadramento dos velejadores em todas as Classes: Hansa (Vela Adaptada), 420, Laser e Optimist. Agradeço a todos os que trabalharam nesta vertente”, evidenciou o Responsável máximo pelo CNH, que prosseguiu na sua linha de enaltecimento e valorização: “Em relação à Canoagem, observei que as condições eram muito boas e que o número de atletas foi muito significativo. Há que prosseguir esta senda de evolução de uma actividade que teve alguns anos em que foi inconstante mas hoje encontra-se sólida no CNH, o que nós muito prezamos e queremos apoiar. A todos, todos, todos, muito obrigado!”

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Rafael da Silva: “É para vocês que também nós trabalhamos todos os dias” O Capitão do Porto também usou da palavra para deixar um sincero obrigado ao CNH, personificado nos seus Atletas, Dirigentes, Associados e Colaboradores que tornaram possível este dia. “Tal como referiu o Presidente do CNH, no cerne da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional está, principalmente, e podemos começar por aí, o uso regular do mar. Depois vem uma segunda preocupação, isto em termos de missão militar e de garantia da soberania nacional. Mas ainda vamos mais além. Queremos um uso do mar sustentável e em segurança e tudo isto só faz sentido se tivermos pessoas a fazer o uso do mar e essas pessoas são vocês e é para vocês que também nós trabalhamos todos os dias”, ressaltou o comandante Rafael da Silva, focando-se nos atletas. “É com imenso gosto que, uma vez mais, pude verificar esta Baía da Horta cheia de juventude e de outros menos jovens por fora mas que o são sempre no seu interior, que contribuiram para

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esta festa, onde nos reunimos todos. O meu muito obrigado a todos e por favor, usem o mar sempre em segurança!” No decorrer da Entrega de Prémio, o Capitão do Porto da Horta fez uma ressalva, notando que os troféus femininos eram diferentes dos restantes e esclareceu a razão de ser dessa distinção. “É porque a Marinha está empenhada em ter mais senhoras no mar”. “O mar é para todos mas queremos vê-lo mais bonito”, rematou.

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CANOAGEM CARLA MARTINS, DO CNH, CONQUISTOU UM 2º LUGAR NO REGIONAL E UM 3º NO NACIONAL

Clésio Pereira e Carla Martis, falam desta boa experiência, em São Miguel

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arla Martins, Veterana B, e Clésio Pereira, Sénior, representaram o Clube Naval da Horta (CNH) e a Ilha do Faial na 3ª Etapa do Campeonato Nacional de Canoagem de Mar – designada “Lagoa Ocean Race 2019” – que decorreu no sábado, dia 25, em São Miguel. De realçar que esta Prova também contou para o Regional de Canoagem de Mar. A canoísta do CNH conquistou dois troféus, tendo ficado no 2º lugar do pódio no Regional e no 3º no Nacional. “O tempo estava óptimo mas o facto de o mar se ter apresentado muito calmo, dificultou muito a prova”, explica Carla Martins, que se sente “bastante satisfeita” por ter conseguido os seus objectivos e que eram ter uma boa largada e chegar ao fim do percurso. No Campeonato Nacional – que constuíu uma estreia para Carla Martins – participaram mais de 100 atletas dos Açores (Faial, Terceira e São Miguel), da Madeira, do Continente português e até um espanhol.

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O Regional contou somente com atletas açorianos. Clésio Pereira refere que “correu bem” e que “o maior problema foi não haver ondas, atendendo a que o mar estava calmo”. No seu escalão, este canoísta do CNH ficou na 23ª posição no Nacional, onde pontificavam, por exemplo, atletas de topo do Sporting de Portugal, habituados a Campeonatos do Mundo e a Europeus. Apesar de considerar que este Nacional foi “mais cansativo” do que o anterior em que participou, na Madeira, Clésio Pereira sublinha que “valeu pela experiência”, tendo tido a oportunidade de “estar e aprender com os melhores do nosso país”. Esta foi uma organização conjunta do Clube Náutico da Lagoa (CNL), da Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA) e da Federação Portuguesa de Canoagem (FPC). Hugo Parra, Treinador de Competição do CNH, afirma-se “muito satisfeito” pelo desempenho dos seus atletas. Em termos de competições, seguem-se a Prova do Verão (prova local) já em Junho e o Campeonato Regional, em Julho, na Terceira.

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MINI-VELEIROS JOÃO NUNES FOI O VENCEDOR DA 2ª E 3ª PROVAS DO “TROFÉU OURIVESARIA OLÍMPIO 2019”

Fotografia de arquivo de: António Fraga

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al como estava previsto, decorreram na tarde de domingo, dia 12, a 2ª e 3ª Provas do “Troféu Ourivesaria Olímpio 2019”, promovidas e organizadas pela Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH). Recorde-se que a 2ª Prova deveria ter sido realizada no dia 28 de Abril e que isso não aconteceu devido ao vento em demasia. Participaram 5 velejadores, tendo o vencedor destas duas Provas sido João Nunes. António Pereira – 2º classificado em ambas – deu luta ao vencedor. A completar o pódio ficou Ricardo Lacerda (3º lugar) na 2ª Prova e Flávio Pereira (3º lugar) na 3ª Prova. João Nunes explica que “o tempo estava bom

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mas o vento apresentou-se instável, o que deu mais trabalho aos velejadores tornando as Provas interessantes e mais técnicas”. No total, realizaram-se 8 regatas: 4 em cada uma das Provas. Este ano, o “Troféu Ourivesaria Olímpio” – evento que conta novamente em 2019 com o patrocínio desta casa comercial, estabelecida na praça faialense desde 1928 – é composto por 4 Provas e não por 6 como vinha sendo habitual, atendendo a que a Época 2019 arrancou mais tarde. A liderar este Troféu encontra-se o velejador João Nunes. A 4ª e última etapa do “Troféu Ourivesaria Olímpio 2019” está agendada para 26 deste mês, dia em que deverá ser conhecido o campeão.

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MINI-VELEIROS JOÃO NUNES É O CAMPEÃO DO “TROFÉU OURIVESARIA OLÍMPIO 2019”

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oão Nunes sagrou-se Campeão do “Troféu Ourivesaria Olímpio 2019”, promovido e organizado pela Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH). A 4ª e última prova decorreu na tarde de domingo, dia 26, “com “bom tempo e vento razoável (com alguns saltos)”, de acordo com João Sequeira, Responsável por esta Secção. Participaram 8 velejadores, que realizaram 6 regatas, tendo como Júri de Prova, João Medeiros. O bom tempo colaborou e a vasta assistência puxou pelos velejadores que participaram nesta última etapa do “Troféu Ourivesaria Olímpio 2019”, este ano mais curto (4 provas em vez das habituais 6) pelo facto de a Época 2019 ter arrancado mais tarde. “Esta foi uma prova muito competitiva, tendo havido grande disputa por parte de vários velejadores, o que tornou a competição mais interessante”, sublinha João Sequeira. No 2º lugar do pódio ficou Flávio Pereira e no

3º, António Pereira. O convívio decorreu, como sempre, na “70”, quiosque de Mário Carlos, velejador desta Secção e patrocinador do “Troféu Turismar”. A próxima actividade deverá ser o “Troféu das Lagoas”, a realizar nas lagoas artificiais da Caldeira, no dia 02 de Junho (domingo próximo). O Calendário de Actividades da Secção de Mini-Veleiros do CNH para 2019 integra, ainda, a Prova da Semana do Mar, marcada para o dia 07 de Agosto; a Regata de Nossa Senhora de Lourdes, agendada para 20 de Agosto; a Regata do Varadouro, que deverá realiza-se a 01 de Setembro; a Regata do 72º Aniversário do CNH, marcada para o dia 22 de Setembro; e o “Troféu Turismar 2019”, que decorrerá de Outubro a Dezembro. O “Troféu Turismar” conta, pelo 5º ano consecutivo, com o patrocínio da Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas “Turismar”, de Mário Carlos, praticante desta modalidade.

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NATAÇÃO FESTIVAL DA ESCOLA DE NATAÇÃO DO CNH

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ecorreram sábado, dia 11, na piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta, o Torneio Regional de Fundo de Infantis e o Torneio Regional Nadador Completo de Juvenis, destinados aos atletas da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH). Aqui fica o comentátio feito por Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta: “Tendo em conta a fase da época e carga de treino das últimas semanas, os resultados foram muito satisfatórios, com os atletas Infantis a realizar recordes pessoais em todas as provas que tinham tempo de inscrição e com alguns a realizar estas distâncias pela primeira vez. Como tal, constituiu uma vitória pessoal para eles, e eu, como treinador, sinto-me bastante satisfeito por ter observado tais desenvolvimentos, que será,

com certeza, uma motivação extra para o que falta da temporada. Destaque para mais um mínimo para o Campeonato Nacional da Categoria, realizado pela atleta Diana Neves na prova dos 400 Estilos, retirando 8 segundos à sua anterior marca pessoal. Na categoria Juvenil, prova com outras especificidades, notou-se mais o cansaço acumulado dos treinos mas mesmo assim a terem a capacidade de ser muito competitivos e realizar recordes pessoais. Era uma prova principalmente de preparação e observação técnica. Fiquei entusiasmado com o que vi e com as melhorias que todos apresentam neste aspecto que, para mim, é fundamental para a modalidade. Agora é continuar a trabalhar para terminar a época da melhor forma e dignificar cada vez mais o nome do nosso Clube. Parabéns a todos!”

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NATAÇÃO FESTIVAL DAS TÉCNICAS COMBINADAS: “OS RESULTADOS FORAM EXCELENTES”

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al como programado e dando cumprimento ao calendário de actividades da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), decorreu no sábado, dia 18, o Festival das Técnicas Combinadas, tendo como palco a piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta. “Apesar de ter sido uma prova preparatória para os Cadetes, os resultados foram excelentes, com mais de 90% de recordes pessoais”, destaca Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do CNH, que realça: “Mais importante do que os resultados, foram as melhorias técnicas que observei bem como de alguns pormenores que temos trabalhado nos treinos como as viragens, percursos subaquáticos e partidas. Foi um excelente teste!” “Para os mais novos, foi uma oportunidade para demonstrarem aos pais a sua evolução durante a época, além de terem estado epresentes em mais um momento competitivo de forma descontraída

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e saudável”, afirma este Técnico, que dá os “parabéns a todos”. Depois da prova, Treinador e Atletas conviveram animadamente no almoço que decorreu no Bar do CNH. A próxima actividade da Secção de Natação do CNH será o Encontro Regional de Cadetes, que decorrá em Ponta Delgada (São Miguel), nos dias 15 e 16 de Junho.

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NATAÇÃO DIANA NEVES, DO CNH, NO PÓDIO DOS JOGOS DAS ILHAS 2019

Selecção Açores alcançou na Natação, o 1º lugar Feminino, o 1º Masculino e o 1º da geral

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oi nos dias 22 e 23 do corrente que a Selecção de Natação dos Açores esteve em competição nos Jogos das Ilhas 2019, em Bastia. Destaque para o facto de, pela primeira vez, o Clube Naval da Horta (CNH) ter tido uma nadadora – Diana Neves – em repre-

sentação do Clube, do Faial e dos Açores. De acordo com Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta, “a participação não poderia ter sido melhor, com a nossa Selecção a ficar 1º lugar, levando, assim, o nome dos Açores bem alto numa prova internacional. Diana Neves muito contribuiu para estes resultados Para este resultado, muito contribuiu a atleta do CNH, Diana Neves, tanto nas provas individuais como na Estafeta em que participou. A Diana competiu nos 200 Mariposa (2º lugar); 50 Livres (3º ); 200 Bruços (2º); 100 Costas (2º ); Estafeta 4x100 Estilos (1º). A participação de toda a Selecção dos Açores foi excelente sob a exímia orientação de Carolina Matos, Directora Técnica da Associação de Natação da Região Açores (ANARA), alcançan-

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do um grande feito, para o qual muito contribuiu a nossa atleta Diana Neves, mostrando, assim, que o trabalho compensa e que aos poucos o método fica consolidado. Parabéns a todos, especialmente à Diana!” “Prestação da Selecção Açores de Natação foi muito positiva” Convidada por Tiago Henriques a fazer a sua apreciação ao desempenho dos atletas, Carolina Matos aceitou com agrado, deixando este comentário: “A prestação da Selecção Açores de Natação foi muito positiva, atendendo ao número de recordes pessoais, regionais de escalão (7) e de absolutos (1). Os 12 nadadores registaram re-

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cordes pessoais. Além da brilhante prestação em termos individuais, acrescenta-se a classificação em 1º lugar Feminino, 1º lugar Masculino e 1º lugar na geral da Natação, o que contribuiu para a classificação dos Açores em 3º lugar na geral dos Jogos das Ilhas. Saliente-se que 6 (Gustavo Silva, Vasco Aguiar, Marta Brites, João Costa, Diana Neves e Laura Barbeito) dos 12 nadadores (acrescentam-se Rafael Borges, João Santos, Francisco Silva, Ana Silva, Maria Rino e Sara Rosa) ainda podem participar nesta competição no próximo ano”. Fotos: ANARA

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS AURORA NUNES: “DEFINO A NATAÇÃO COMO FELICIDADE”

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urora Nunes, a atleta sénior da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), está a terminar a sua última temporada no Clube, atendendo a que em Setembro próximo sairá da ilha a fim de prosseguir estudos. Na Entrevista de hoje, a atleta de 19 anos, recorda o seu percurso na Natação, revelando o prazer que esta modalidade lhe dá. “Como o meu irmão [Guilherme, ex-atleta do CNH] andava na Natação, foi com normalidade que também comecei a praticar, com 5/6 anos. Lembro-me de, bem pequena, ir a um Regional, numa altura em que era treinador o professor Lúcio [Rodrigues]. Depois, por volta dos 11, vi-me forçada a abandonar a modalidade devido a uma alergia. Fiquei uns anos sem nadar e em 2017 voltei. Vivi um ano na Noruega e como queria praticar algum desporto, enveredei pela Natação, embora também tenha experimentado outros.

Aurora Nunes: “Posso dizer que me senti desejada na Secção de Natação do CNH” Regressada ao Faial, decidi voltar à Natação do Clube Naval da Horta, pois, além do meu irmão, conhecia bastantes pessoas na equipa. A minha integração foi facílima e nesse aspecto contei com a ajuda da anterior treinadora. Posso dizer que me senti desejada na Secção de Natação do CNH. A Sílvia sendo exigente era bom, porque trabalho bem sob pressão. Em termos físicos, confesso que no início foi difícil, atendendo a que já tinha perdido muito a resistência e a forma física. Mas como percebi que gostava muito da equipa e de nadar, superei essas dificuldades. Fui aos Regionais de Clubes e de Absolutos e, na minha opinião, os Regionais dão sempre mais motivação, pois, se estamos lá a competir, é por alguma razão.

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RTA muito importante. Se formos para um treino ou uma competição e não tivermos ninguém amigo, é mais desmotivador. É muito bom ter uma equipa unida! Com este treinador há sempre algo para nos focarmos, desde que gostemos de nadar e que estejamos empenhados, pois os exercícios são tão diferentes que uma pessoa tem mesmo que nadar para saber que não é apenas contar azulejos. Também temos treinos físicos fora da água e exercícios com prancha, barbatanas, palas, etc. Noto que tenho evoluído mais este ano

Maria Rocha, Sofia Pereira Machado, Diana Neves, Aurora Nunes e Rita Gonçalves

Para sermos melhores, é preciso sofrer! A mudança de treinador, ocorrida em 2018 [Tiago Henriques] está a revelar-se boa. Naturalmente que para sermos melhores é preciso sofrer e isso custa! É verdade! Está a ser difícil mas ao mesmo tempo é bom ver o esforço recompensado. Isso acontece nos Regionais e nas provas em que sabemos que se treinarmos bem os resultados vão ser bons. A Sílvia e o Tiago são diferentes. São ambos exigentes mas as técnicas de treino e de exercício são completamente diferentes! O trabalho desenvolvido tem sido no sentido de termos sucesso. A equipa é muito unida e acho que isso tem ajudado nos resultados, porque ao gostarmos da equipa, gostamos de treinar. A Natação é um desporto individual mas ao mesmo tempo estamos a treinar juntos e como temos todos o mesmo objectivo – evoluir! – apoiamo-nos uns aos outros. Nas competições e nas provas estamos sempre a puxar uns pelos outros. Também há provas de estafeta que são realizadas em equipa, pelo que a unidade é sempre

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Noto que tenho evoluído mais este ano e isso deve-se a dois factores: primeiro, porque há mais um treino semanal e segundo porque, como tenho muito mais tempo livre, tendo em conta que a carga horária do 12º ano é mais reduzida, há mais tempo para me dedicar à Natação. Eu já era uma adepta dos treinos da manhã em 2017 mas desde 2018 que passaram a ser mais os atletas que participam. E gosto de ir de manhã, porque, por mais estranho que pareça, as pessoas pensam que vamos ficar mais cansados mas é precisamente ao contrário, pois quando chego às aulas às 8h30, depois de um treino das 7 da manhã, estou muito mais desperta do que os meus colegas que ainda estão cheios de sono e eu já estou acordada! A melhoria das notas está relacionada com a Natação Toda a gente diz que somos uns maluquinhos mas a verdade é que as notas são boas e acho que isso está relacionado com a Natação, porque no meu caso para ter boas notas tenho de

“Sempre gostei de ser muito ocupada”

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“Nem sequer consigo imaginar a minha vida sem Natação!”

estar ocupada. Sei que pode parecer um contra-senso mas qunto menos tempo livre eu tiver, melhor, porque assim organizo bem o meu tempo. Por exemplo: se eu tiver uma tarde livre, já sei que é: “Já estudo, já estudo, já estudo” e depois vai chegar à noite e ainda não estudei. Por isso, faço desportos desde pequena. Mesmo quando parei com a Natação, pratiquei outros desportos, outras actividades, pois isso ajuda-me muito a organizar o meu tempo. Sou adepta do desporto por ser importante em termos de saúde. A Natação é um desporto em que não se pode parar. Uma semana sem treinar já faz toda a diferença. Eu gosto da Natação porque me deixa em forma e gosto de ser saudável. Além do mais, praticar um desporto ajuda-me nos meus hábitos de estudos. Sempre gostei de ser muito ocupada. Já somos vistos como uma “ameaça” Sinto que nestes 2 últimos anos o CNH evoluiu muito e que já somos vistos como uma “ameaça”, pois alguns dos nadadores faialenses já são conhecidos e destacam-se! No ano passado, o meu irmão fazia parte da equipa e ele é daquelas figuras que as pessoas não esquecem. Na equipa a Diana destaca-se! Tem um dom para a Natação! E como é bastante nova [13 anos] tem muitas hipóteses, assim como muitos outros colegas. Quanto mais pequeno se começa numa modalidade, melhor, porque mais facilmente o corpo se adapta. Sei que há pessoas que vão ter futuro na Nata-

ção e outros não mas não faz mal, porque o objectivo não é só ganhar, pelo menos para mim o objectivo não é ser a melhor mas sim dar o meu melhor, competir e conseguir ir aos Regionais. Noto que a Diana e o Francisco, por exemplo, já são de nível nacional e tenho orgulho neles, assim como tenho nos outros que têm evoluído muito! Fico feliz por termos atletas que conseguem ir aos Zonais, Nacionais e que são Jovem-Talento. É bom para a equipa e para o CNH! Quando soube que o nosso Treinador conseguiu levar o David Carreira – ex-Atleta Paralímpico – aos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, fiquei, claro, muito impressionada. Sei que não vou aos Olímpicos mas se o Tiago conseguiu essa proeza, é sempre uma motivação para nós saber do feito desse atleta. E treinado pelo nosso Treinador, é algo que não se vê todos os dias. Quando sair, levo uma memória muito boa do CNH Defino a Natação como felicidade. Considero que é preciso gostar de nadar e estar disposta a dar tudo já que a Natação é um desporto masoquista, o que leva a que professores e colegas se interroguem sobre esta dedicação. Fazemos um grande esforço! Também pratiquei Vela no CNH (Optimist e Laser, comecei por volta dos 7 anos, o que se manteve ao longo de várias épocas) e Canoagem mas só no Verão. O Karaté era outra das minhas preferências até há 4 anos, tendo começado também em criança. Cheguei mesmo a ir aos Regionais e a ficar no pódio. Sou aluna de Piano, no Conservatório da Horta, desde os 5 anos de idade. Aliás, de tudo o que faço naquilo em que sou melhor é no Piano. São mesmo muitos anos de dedicação a este instrumento, que não me lembro de ter escolhido. Acho que essa escolha foi dos meus pais. Só me lembro de tocar Piano e tive sorte, porque gosto muito! Participei nalguns concursos e considero que foi o instrumento certo para mim, tendo em conta que conheço pessoas que não gostam do instrumento que tocam. E actualmente há muita gente interessada em aprender Piano e os professores são poucos.


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“A Natação é uma segunda família”

Pela minha vontade, o Piano é para continuar e a Natação também mas dependendo do sítio para onde eu for, não sei se será possível. A Natação é muito importante mas não para fazer uma carreira. Pretendo estudar Medicina ou algo na área das Ciências Biomédicas.

Quando sair, levo uma memória muito boa do Clube Naval da Horta, que me ajudou a crescer como pessoa e me marcou positivamente. Claro que fico triste, porque sair do Faial é sinónimo de deixar a equipa e talvez parar de nadar. Eu passo quase mais tempo com a equipa do que com os meus pais. Temos treino todos os dias e passamos muito, muito tempo juntos! Há treinos que correm bem e outros menos bem. Chateamo-nos às vezes mas também somos felizes uns com os outros, havendo igualmente momentos tristes. É mesmo como em casa. Por isso, a Natação é uma segunda família. O Tiago é um amigo!

“Fico triste por deixar a equipa”

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No meu entender, o Treinador para estar bem integrado não deve ser só um treinador mas também um amigo. E o Tiago é amigo! Fala connosco e se vê que estamos mais tristes, vem falar connosco e pergunta o que se passa e se precisamos

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de falar. Ele é quase um psicólogo. Aliás, é tudo um pouco! Desde que nos sintamos à vontade, podemos falar de tudo com ele. Para o Tiago, todos os treinos são importantes. Naturalmente que os Regionais são importantes mas não é a única coisa que conta, porque para irmos aos Regionais é preciso não faltar aos treinos e esforçarmo-nos para ter resultados. Os Regionais são tão importantes como o que acontece ao longo de todo o ano. Nos Regionais não somos só nós mas os Açores todos. E sentimos que, ao nadarmos todos na mesma piscina para aquecer, e ver tantas pessoas juntas, causa impressão e até algum medo, na primeira vez. Estamos muito mais nervosos. Mas com o tempo, aprendemos a lidar com essa realidade. E lá vem a importância de uma equipa unida. Se nos concentrarmos, conseguimos levar muitos ensinamentos, até, porque, os Regionais são sempre dias muito intensos, em que saímos de lá sem voz de tanto gritar e também muito cansados, porque acordamos cedo. Fazemos muito esforço! Acho que qualquer que seja a ocasião competitiva, aprendemos sempre alguma coisa.

Aurora Nunes: “Ele [Tiago] é quase um psicólogo. Aliás, é tudo um pouco!”

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Muitos de nós têm melhorado nos Regionais e alguns podem mesmo ir aos Nacionais. Os resultados têm vindo a evoluir. O Tiago sabe que quando nos dá um exercício muito difícil vamos ter vontade de desistir por ficarmos cansados. Por isso, diz sempre: “Não tenham medo! Vocês aguentam mais. Os vossos limites são muito mais acima disto”. Ele tem lá as suas maneiras de nos motivar e resultam! E nós confiamos no saber dele, que até nos dá conselhos alimentares. Ele toca em todas as áreas. Normalmente, depois das provas vamos todos almoçar ou jantar dependendo se é um dia ou dois de prova. E fora disso também combinamos estar juntos, sair... Estamos bastante tempo juntos para além dos treinos. Tenho orgulho em envergar o equipamento deste Clube Dizem que a Natação é o desporto mais completo do mundo. A Natação podia ser só um desporto mas eu estou tão envolvida com a equipa e com a modalidade que, para mim, é quase fundamental ter este desporto. Ajuda-me a ser feliz, porque o desporto não traz só o aspecto físico mas também a saúde mental. Faz-nos descomprimir do ‘stress’ do dia-a-dia. Representa

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uma coisa que me faz feliz. Nem sequer consigo imaginar a minha vida sem Natação! Identifico-me com o CNH e sei que as pessoas conhecem a modalidade. Tenho orgulho em envergar o equipamento deste Clube e de ter a sigla “CNH” no casaquinho. Sabemos que somos do Clube Naval da Horta. Aliás, o nosso grito é: “O CNH nada? Mais forte, mais forte, mais forte!” Por isso, quando estamos nos Regionais assiste-se a uma luta de clubes e todos querem dar o seu melhor. A Natação não é daqueles desportos em que se vai às vezes É muito difícil trazer mais gente para a Natação, porque a Natação não é daqueles deportos em que se vai às vezes. A pessoa tem de querer e dedicar-se mesmo e muita gente diz-nos: “O quê?!? Levantar às 6 da manhã? Não, Não, Não...” A Natação não é para todos, é preciso mesmo querer. Pode-se ir à Natação só para fazer manutenção fisica, pode. Aliás, o Tiago diz que pode ser dois tipos de treinador: treinador e amigo envolvido ou o treinador que indica o treino e pronto. Nós é que escolhemos. Claro que todos nós quere-

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“Temos sorte em poder contar com o CNH, que oferece um vasto conjunto de desportos náuticos”

mos um treinador envolvido. O objectivo não é ir lá pelo exercício físico, pois para isso há os ginásios. Nós não vemos a Natação como um mero exercício físico. E reconheço o papel do CNH, já que sem esta instituição náutica não haveria Natação de competição no Faial. Temos sorte em poder contar com o CNH, que oferece um vasto conjunto de desportos náuticos. Embora as pessoas tenham conhecimento do que é o CNH – até na Escola me apercebo disso – muitas não sabem o que é, na realidade, a Natação, a Vela, etc. Para se perceber é preciso praticar. É impossível explicar. Estes últimos 2 anos foram os que vi mais gente e sobretudo mais raparigas! É bom ter mais raparigas, porque era sempre mais rapazes e menos raparigas e é muito mais divertido ter um balneário com mais raparigas! Não é bem o número que faz o Clube bom ou não mas sim a nossa dedicação. Contudo, é determinante que haja sempre atletas que dêem continuidade a este trabalho, porque nos Açores só há Natação competitiva no Faial, Terceira e São Miguel.

voltei a praticar Natação, não tive dificuldade alguma em dar-me com a equipa. - Um defeito: Sou muito emotiva no sentido em que deixo que pequenas coisas me estraguem o dia. Deixo transparecer muito os sentimentos, o que pode ser bom ou mau, porque, por vezes, me deixo afectar por coisas que nem sequer são assim tão importantes. Também sou muito teimosa. - Signo: Aquário. Sou perfeccionista, o que é uma qualidade e simultaneamente um defeito. Entendo que é uma qualidade tendo em conta que gosto de fazer as coisas bem mas igualmente um defeito, porque às vezes quero fazer as coisas tão bem, que se for um trabalho de grupo tem de ser feito à minha maneira. - Passatempo: Se soubermos organizar-nos há sempre tempo livre! Tenho as aulas, a Natação e o Conservatório, que é quase como uma segunda escola. Por isso, o tempo livre que tenho é mesmo para estar com os amigo, ver séries. Não há tanto tempo assim para ver séries mas há tempo para estar com amigos, porque eu gosto muito de estar com amigos e de sair com eles. - Filme marcante: Gosto muito dos filmes com o Tom Hanks e com o Johnny Deep. São os meus actores preferidos e não há nenhum filme em que participem de que não goste. - Livro preferido: É impossível escolher um livro preferido mas gosto muito dos da Isabel Allende! - Clube: Estou dividida entre o Porto e o Sporting mas Benfica nunca!

O lado B de Aurora Nunes - Prato favorito: Sou uma pessoa que adora comer e gosto de muita coisa. Aprecio muito todo o tipo de marisco! Prefiro salgados a doces. Mas tenho uma alimentação saudável e sei que como bem. - Uma qualidade: Acho que sou ambiciosa. Quando tenho um objectivo não gosto de desistir. Também sou extrovertida e considero que tenho facilidade em falar com as pessoas. Quando

“Normalmente, depois das provas vamos todos almoçar ou jantar”


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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “XARK” GANHOU A 3ª PROVA DE FUNDO

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oi com “normalidade” que decorreu este sábado, dia 25, a 3ª Prova de Pesca de Fundo do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019. No pódio ficaram as embarcações “Xark” (Vicente Barreto), “Titou” (João Pereira) e “Senhora da Guia” (Renato Azevedo). Luís Carlos Rosa, Director da Secção de Pesca Desportiva de Barco do CNH, refere que participaram 5 embarcações, destacando o peso total do pescado (142 quilos), bem como “os bonitos exemplares capturados”, especialmente pargo, goraz e congro. A embarcação “Titou” – 2ª classificada – apanhou o maior exemplar: “um belo congro”, com 23 quilos. “O tempo colaborou com mar bom e mais uma vez sobressaíu o convívio entre todos após a prova, no decorrer do lanche oferecido pelo CNH”, assinala este Dirigente. A embarcação “Titou” lidera a tabela classificativa após a realização das três primeiras provas

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de Pesca de Fundo. A 4ª e última Prova de Pesca de Fundo está marcada para Setembro (dia 7). O Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta conta novamente este ano com o patrocínio da empresa “Delfim Vargas, Lda”, sendo composto por 8 Provas: 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico. A próxima Prova será a 1ª de Corrico, calendarizada para o dia 02 de Junho.

A embarcação “Titou” encontra-se, para já, na dianteira do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019

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PESCA DESPORTIVA DE COSTA JOSÉ SILVA, CARLOS MEDEIROS E JOSÉ ARMANDO SILVA NO PÓDIO DA 5ª PROVA

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oram 6 os participantes na 5ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019, que decorreu na manhã deste domingo, dia 12, na Fajã. José Silva (1º lugar); Carlos Medeiros (2º lugar) e José Armando Silva (3º lugar) foram os vencedores desta Prova. O maior exemplar – um sargo com 1.110 quilos – foi pescado por José Armando Silva.

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Carlos Medeiros, Director desta Secção, refere que “o tempo estava bom” e que “a competição decorreu com normalidade”. O convívio – regado com o habitual lanche oferecido pelo CNH – acompanhou a pesagem do pescado, num ambiente de camaradagem. A 2ª Prova, que está em atraso e que não pôde realizar-se na data prevista devido ao mau tempo, foi marcada para o dia 15 de Junho. Este Campeonato é composto por 6 Provas, decorrendo até ao próximo mês de Julho.

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VELA DE CRUZEIRO 2ª PROVA DE FUNDO TEVE COMO VENCEDOR A EMBARCAÇÃO “TITOU”

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ajo”, “Air Mail” e Além Mar”, na Classe ORC, e “Soraya”, “Maresia” e “La Buse”, na Classe OPEN, foram os vencedores da Regata da Marinha da Secção de Vela de Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH), que decorreu na tarde deste domingo, dia 19, no Canal Faial/Pico. Inscreveram-se 16 barcos, sendo que 2 não participaram, tendo 11 completado a prova. Dos inscritos, 4 tinham tripulações estrangeiras, que utilizaram embarcações da empresa “Sailazores Yacht Charter”. De acordo com Susana Rosa – Responsável por esta Secção conjuntamente com José Fernandes – “o tempo colaborou, tendo-se registado vento bom”. A largada ocorreu entre a “Atlântida” e uma bóia amarela colocada na direcção da Espalamaca, tendo os velejadores ido à baixa do Canal e contornado a bóia na Areia Larga. No regresso, o percurso integrou ainda um ‘loop’ entre a bóia amarela de partida e outra bóia colocada junto ao Monte da Guia e só depois é que os velejadores cortaram a linha de che-

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gada entre o farol do cais comercial e a Marina da Horta. Com esta Regata de Vela de Cruzeiro – tal como aconteceu sábado, dia 18, com o Troféu da Marinha, realizado pela Secção de Vela Ligeira, e a Prova da Marinha, da Secção de Canoagem – o Clube Naval da Horta associou-se às comemorações do Dia da Marinha, o que acontece desde há longa data por parte desta instituição náutica faialense, vincando o bom relacionamento que sempre houve. Nesse sentido e exactamente como sábado, também neste domingo houve um Beberete/ Convívio, no CNH, durante o qual decorreu a Entrega de Prémios, cerimónia que contou com a presença do comandante Rafael da Silva, Capitão do Porto da Horta; do seu Adjunto, Paulo Gerreiro, além de outros elementos da Autoridade Marítima Nacional, bem como do Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, e outros Dirigentes e Colaboradores. A Regata da Marinha da Secção de Vela de Cruzeiro do CNH é pontuável para o Campeonato de Ilha 2019 - Peter Café Sport.

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VELA LIGEIRA MAÍSA SILVA, DO CNH, FICOU EM 68º LUGAR NA 2ª PAN, EM LEIXÕES

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orreu melhor do que em Tavira, porque o vento era mais constante. Embora com a nortada o vento fique mais forte, a verdade é que tanto as ondas como o vento estavam mais parecidos com o que encontro no Faial”. É este o balanço que a velejadora do Clube Naval da Horta (CNH), Maísa Silva, faz à sua participação na 2ª Prova de Apuramento Nacional (PAN), que se decorreu de 1 a 5 do corrente, em Leixões. A velejadora faialense conseguiu o seu objectivo e que era melhorar os resultados desde a última PAN, tendo ficado agora no 68º lugar da geral, muito à frente do que aconteceu em Tavira, em que foi 81ª classificada. Nesta Prova participaram 81 velejadores, tendo-se realizado as 10 regatas que estavam programadas. Em declarações ao Gabinete de Imprensa do CNH, Maísa Silva sublinhou que “da primeira à terceira regata realizada em cada dia, a evolução era sempre constante”, o que deixou esta velejadora confiante e satisfeita. Nos três primeiros dias de prova houve 9 regatas e no último apenas uma. Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta, que se encontra no Porto por razões de saúde, foi jantar com a Equipa Açoriana, aproveitando a oportunidade para demonstrar à “sua “ atleta o quão está satisfeito pelo resultado alcançado.

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A Equipa dos Açores era composta por Maísa Silva, do Clube Naval da Horta; Inês Pavão e Miguel Mendes, do Clube Naval de Ponta Delgada (São Miguel), e Duarte Barcelos, da Praia da Vitória (ilha Terceira), acompanhados pelo seleccionador regional, António Valério, de Ponta Delgada. “Todos melhoraram”, destaca a velejadora do CNH, realçando “a boa relação” entre todos. “O seleccionador foi espectacular e uma grande ajuda”, frisa Maísa Silva. A comitiva açoriana regressou esta segunda-feira a casa, depois de uma viagem recheada de atrasos. Estas duas Provas de Apuramento Nacional (Tavira e Leixões) funcionaram como dois momentos de estágio, “muito importantes” para a velejadora faialense”, que participa pelo terceiro ano consecutivo em competições desta natureza (PAN). “Tenho aprendido muito com estas novas experiências, pois é com provas como estas que conseguimos melhorar, uma vez que as competições regionais não chegam aos calcanhares das PAN”, vinca Maísa Silva. Esta atleta de elite dos Açores prepara-se agora para participar na 23ª edição dos Jogos das Ilhas, que terá lugar de 20 a 26 deste mês, na ilha de Córsega. De salientar que este é o terceiro ano consectivo que a velejadora do CNH participa nos Jogos das Ilhas.

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VELA LIGEIRA TROFÉU DA MARINHA REALIZOU-SE COM POUCO VENTO

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Troféu do Dia da Marinha, da Secção de Vela Ligeira do CNH, que decorreu este sábado, dia 18, integrou as comemorações do Dia da Marinha 2019, no Faial. João Duarte, Treinador da Classe Hansa (Vela Adaptada) do CNH, faz o balanço a esta prova, que contou com velejadores das Classes Hansa, 420, Laser e Optimist: “As condições de tempo não foram muito favoráveis para a realização deste Troféu. Houve um deferimento que durou até perto das 11 da manhã. Depois, veio uma brisazinha e foi o necessário para fazer uma regata, que foi relativamente curta mas deu para validar o Troféu da Marinha. Sabemos que se fizermos menos regatas vem ao de cima a realidade desportiva mas as condições com que os velejadores se depararam não permitiram fazer melhor. Além de haver muito pouco vento, depois ele começou a rondar, não estava muito fixo mas ainda assim foi o suficiente para validar a prova. Naturalmente que esta competição valeu mais pelo convívio em si e pela comemoração do Dia da Marinha do que propriamente pela questão desportiva, embora todas as regatas contem e sejam importantes”. Os Prémios foram entregues durante o Beberete/

Convívio, que decorreu no Pavilhão Multiusos do CNH, e que juntou Atletas, Treinadores, Dirigentes, Sócios, Colaboradores e representantes da Marinha. Campeonatos Nacional e Europeu em Setembro e Outubro, em Portimão Desvendando um pouco daquilo que será o calendário de provas da Classe Hansa para este ano de 2019, João Duarte adianta o que aí vem: “Temos vários atletas doentes e até agora o tempo não tem permitido fazer muitos treinos. Mas nos próximos dois meses vamos fazer um ‘forcing’ para estarmos preparados para as grandes competições que se avizinham, porque este ano temos dois campeonatos importantes e que são o Nacional, no fim de Setembro, e o Europeu (uma semana depois), no início de Outubro, ambos em Portimão. A Classe Hansa do CNH vai participar nos dois, sendo que, no que concerne ao Europeu, estamos a falar de uma estreia. Isto significa que temos de intensificar o ritmo de treinos. Esta participação no Campeonato Europeu é muitíssimo bem-vinda e foi muito bem enquadrada em termos de datas. A Associação da Classe fez muita força e o Clube organizador – Clube

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de Vela Solidária de Portimão – conseguiram conciliar duas datas que são muito convenientes para todos, juntando o Campeonato Nacional (que era em Junho) ao Campeonato Europeu. Toda a logística de barcos já se encontra lá para o Nacional, o que diminui consideravelmente os custos do Europeu que, sendo este ano em Portugal, constitui uma oportunidade de ouro para participarmos. Felizmente, e fruto da parceria existente entre o CNH e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), o Nacional será financiado com aquilo que são as verbas normais da actividade do Clube e que já vêm sendo garantidas desde 2011. “Se voltarmos ao ritmo que já tivemos, temos condições de ficarmos no pódio” A nossa participação no Europeu vai ser assegurada mediante um Protocolo que a APADIF vai celebrar com o Instituto de Acção Social e graças, também, ao apoio da Câmara Municipal da Horta, pois, apesar de o Europeu ser em

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Portugal, a estadia de perto de 10 dias no Continente requer muita logística e, como tal, é sempre dispendiosa. Naturalmente que o Europeu é uma motivação extra para os atletas da Classe Hansa do CNH, que já estão habituados ao Nacional. O nosso calendário de provas no Faial não é muito aliciante precisamente pelo facto de não haver um Regional. Ficamo-nos pelo Campeonato de Ilha no Faial e pelo Nacional, atendendo a que não dispomos de orçamento que viabilize a nossa participação nas Provas de Apuramento Nacional (PAN), que decorrem no Continente português. Tudo o que são competições extra são muito bem-vindas, além de que não é todos os dias que se tem a possibilidade de ir a um Campeonato Europeu. Considero que se fizermos uns bons treinos e voltarmos ao ritmo que já tivemos em vésperas de outros campeonatos, temos condições de ficarmos no pódio na Classe 2.3, que é aquela em que vamos apostar”.

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VELA LIGEIRA CAMPEONATO EUROPEU DE LASER 2019

Na fotografia: Rui Silveira, Atleta de Alta Competição do CNH, que também participou neste Campeonato; Alexandre Madruga, outra participação açoriana, do Clube Naval da Madalena do Pico; e Gonçalo Lucas, um velejador terceirense que, no Continente português, optou por defender as cores do CNH

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onçalo Lucas, velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), participou no Campeonato Europeu de Laser 2019, que decorreu de 18 a 25 do corrente, no Porto. O velejador explica como decorreu a prova: “Durante o Campeonato, apanhámos todo o tipo de condições: vento muito forte, vento fraco mas sempre com ondas. Consegui fazer as regatas todas e pranchar em todas, apesar das dores nas costas algo persistentes. Largar foi, sem dúvida, o maior desafio, pois toda a gente consegue manter o barco completamente

parado na primeira fila dois ou três minutos antes da largada, pelo que era muito difícil encontrar espaço para largar e manter vento limpo. Em termos de equipamento, tive alguns problemas técnicos. Parti o ‘boomjack’ no segundo dia e, por isso, parte da primeira regata desse dia foi feita sem ele e, claro, na segunda tive de vir para terra. O barco estava a meter bastante água nos dias de vento o que me dificultava um pouco a vida à popa. Mas acho que as largadas foram mesmo o que correu pior, atendendo a que começava as regatas quase em último e depois era um pouco “jogar à apanhada”. Considero que esta participação me deu uma enorme experiência tanto nos treinos como no Campeonato. Consegui notar progressos em bastantes áreas. Além disso, tive a oportunidade de ver e aprender com os melhores, o que me proporcionou uma grande visão do que consigo fazer razoavelmente bem e do que preciso mes-

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©ClubeVelaAtlântico

mo de melhorar. Fiquei em 155º lugar num universo de 163 velejadores. Não me importo, de todo, com esta classificação, pois sei que era o segundo atleta mais jovem em termos de idade e em termos de experiência era mesmo o mais novo. Estava a competir contra os melhores atletas de Laser, pelo que, à partida, já sabia que não ia para o Campeonato à espera de um bom resultado classificativo. Estou muito satisfeito! Foi uma experiência óptima, dentro e fora da água. A minha próxima participação será no Campeonato Europeu de Sub-21, na Polónia, em Agos-

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to”. O Campeonato Europeu de Laser 2019 realizou-se nas águas da Frente Atlântica (Porto, Matosinhos e Gaia), tendo sido disputado no mar, em dois campos de regata: um a Sul, em frente às praias de Vila Nova de Gaia, e um outro a Norte, ao largo das cidades do Porto e de Matosinhos. Foi uma Organização conjunta da Academia de Vela BBDouro e da Douro Marina, em parceria com os Municípios do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

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VELA LIGEIRA JOGOS DAS ILHAS 2019

Maísa Silva, do CNH, foi 3ª em Feminino Individual

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orreu lindamente!”, afirma, sorridente, Maísa Silva, quando questionada sobre os resultados da sua participação na 23ª edição dos Jogos das Ilhas, que decorreu de 20 a 27 deste mês, na ilha da Córsega. A velejadora do Clube Naval da Horta (CNH) tem motivos para sorrir, pois, conquistou o 3º lugar Feminino Individual e o 2º por Equipas, juntamente com Inês Pavão, de São Miguel. A velejadora do CNH arrecadou o Bronze e ajudou a alcançar a Prata. Estão, pois, de parabéns a atleta, o Treinador, o CNH e o Faial, já que Maísa Silva foi a única velejadora faialense a participar neste evento, integrando o lote das duas açorianas que representaram a Vela Ligeira nos Jogos das Ilhas 2019.

Além de Maísa Silva, e no que à Vela Ligeira diz respeito, a Selecção dos Açores era composta por Inês Pavão e Miguel Mendes, do Clube Naval de Ponta Delgada (São Miguel), e por Duarte Barcelos, da Praia da Vitória (ilha Terceira), que se fizeram acompanhar pelo Treinador Hugo Ponte e por Ana Pimentel Braia, representante da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA). O apuramento da Selecção que representou os Açores na Vela – os melhores da modalidade na Região – foi feito com base no ‘Ranking Regional’: os dois primeiros rapazes e as duas primeiras raparigas, tal como vem sendo habitual. “Houve sempre pouco vento” Ao longo dos três dias de prova foram realizadas 16 regatas: 8 pela frota feminina e 8 pela frota masculina. “O mar esteve calmo e as regatas decorreram sem grandes dificuldades em termos técnicos”,

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recorda Maísa Silva, sublinhando que “houve sempre pouco vento”. E prossegue: “No primeiro dia, o vento esteve entre os 7 e os 9 nós; no segundo dia, apresentou-se ainda mais fraco, o que fez com que tivessemos ficado à espera que ele entrasse; e no terceiro já houve mais vento, com velocidades semelhantes ao primeiro mas sempre abaixo dos 9 nós”. “A maior dificuldade – destaca a velejadora do CNH – foi mesmo o facto de o vento ter sido pouco”. As regatas decorriam alternadamente entre a frota feminina e a masculina e, curiosamente, para os velejadores “havia sempre vento e para as velejadoras não”. Mesmo desfavorecidas pela meteorologia, Maísa e Inês brilharam e trouxeram dois pódios para a Região Autónoma dos Açores, tendo a velejadora de elite do CNH se destacado ao conquistar dois títulos. Tendo em conta o desempenho dos rapazes, a Equipa dos Açores ficou na 4ª posição da geral. Além dos Açores, a edição de 2019 dos Jogos das Ilhas juntou as Selecções de Malta, Córsega (com duas equipas) e Sicília, num total de 19 velejadores. “O Treinador e a Equipa foram excelentes!” Questionada sobre a apreciação feita por Hugo Ponte, a atleta faialense assinala: “O Treinador disse que estávamos ao nível das italianas e das francesas!” E quando a instigamos a pronunciar-se sobre o Treinador, responde sem pestanejar: “Foi uma

excelente ajuda. Nunca tínhamos estado juntos ou conversado anteriormente mas a verdade é que parece que nos conhecíamos há anos no que respeita à relação treinador/atleta. O Hugo revelou-se uma grande ajuda em termos técnicos, colaborando em terra e dando palpites. Muito bom!” E quanto aos restantes colegas da Equipa dos Açores “houve um convívio excelente! “Divertimo-nos, ouvimos música, jogamos às cartas. Esta participação constituiu mais uma experiência, possibilitando aprendizagens várias”. Terminadas as regatas, a Equipa Açoriana passeou de “Open Dick” e Hobie Cat” (barcos à Vela emprestados) no porto da Bastia. No último dia, em que o programa era livre, foi possível jogar Voleibol com as outras equipas. Maísa Silva reviu um amigo de Malta, da edição de 2018, e enaltece a Orgnização, que foi “muito acolhedora”. Duarte Araújo, Treinador de Grau II e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta – que se encontra a recuperar devido a uma questão de saúde – acompanhou a a sua atleta. “Ele deu-me os parabéns e pareceu que estava orgulhoso do meu desempenho”, revela Maísa Silva. Recorde-se que este foi o terceiro ano consecutivo que a atleta do CNH participou nos Jogos das Ilhas, o que poderá ter funcionado como uma despedida atendendo às dores nas costas de que se vem queixando.

Maísa Silva e Inês Pavão defenderam brilhantemente os Açores ao arrecadarem o 2º lugar do pódio, por Equipas

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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS RODRIGO MEDEIROS: “A VELA É UM DESPORTO FIXE”

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omecei na Vela por causa da divulgação que o Clube fez na Escola com os Raqueros. Gostei e depois a minha mãe inscreveu-me na Vela, em Maio de 2018. Também já experimentei futebol mas no Clube Naval da Horta (CNH) por enquanto não quero testar outras modalidades, porque estou a gostar muito da Vela. É um desporto divertido e permite andar no mar, que é uma coisa de que gosto muito, pois não tenho medo do mar”. É assim que começa a Entrevista a Rodrigo Medeiros, no âmbito da rubrica “Conhecer os Nossos Atletas”, no decorrer da qual este velejador destemido – de 11 anos – recorda que já fez “treinos duros mas também treinos calmos”. E quando lhe perguntamos o que significa “treinos duros” responde peremptoriamente: “São treinos difíceis, com vento e ondulação”. A Monitora é Mariana Luís – ex-velejadora do CNH – e Rodrigo garante que “ela sabe ensinar”. E acrescenta: “Também já fiz alguns treinos com o Duarte [Araújo] e é diferente mas ambos

são bons”. “Já convidei dois amigos para virem experimentar a Vela mas isso ainda não aconteceu. Quero continuar e gostava de ganhar muitos títulos na Vela. Já fiquei em 1º lugar nalgumas provas e é bom. Trabalho muito na Vela. Há dias em que acabo cansado, sobretudo quando há mais vento ou os treinos foram mais difíceis. Os treinos nem sempre decorrem no mar. E antes de ir para o mar,

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temos de montar os barcos e fazer uma aula em terra. É preciso saber primeiro muitas coisas para depois ir para o mar. Não foi muito difícil aprender. É importante estarmos atentos. A Mariana tenta sempre ensinar mais para que possamos melhorar. A Vela é um desporto fixe e dá sempre para aprender mais e mais além de que também faço amigos novos. Tenho mais amigos desde que estou na Vela no CNH. Divertimo-nos na Vela e conheço algumas pessoas do Clube e colegas de outra Secções”.

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Sou amigo dos meus amigos. Pode haver alguma vez em que a gente se chateie mas a seguir ficamos amigos outra vez”. Rodrigo Medeiros confessa a sua predilecção por pizza e nos tempos livres anda de bicicleta e de ‘skate’, revelando que também joga futebol em casa. Frequenta o 6º ano e tem na Educação Física, na Matemática e na História as suas disciplinas preferidas. “As notas são boas” mas o que vai ser quando for grande ainda está por descobrir.

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WINDSURF 1º TREINO SEMANAL DA SECÇÃO DE WINDSURF DO CNH DECORREU “COM MUITO BOM TEMPO”

Na fotografia: Rui Rodrigues, João Medeiros e Hugo Duarte mostram a sua satisfação

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al como tinha sido divulgado em primeira mão, realizou-se na tarde desta quinta-feira, dia 16, o primeiro treino semanal da Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH), promovido e organizado pelo Grupo de Trabalho desta Secção, composto por João Medeiros, Flávio Pereira e Rute Matos, sendo Jorge Fontes o Director da Secção. João Medeiros, Monitor destes treinos, relata ao

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Gabinete de Imprensa do CNH como decorreu esta iniciativa pioneira e que marcou o início da temporada 2019 da Secção de Windsurf do CNH: “Decorreu bem, com muito bom tempo. O vento esteve quase todo o dia de feição, do quadrante Nordeste, mas ao final da tarde caiu um pouco, tornando-se inconstante e com algumas rajadas. Os participantes gostaram e querem repetir. Apreciaram esta iniciativa da nossa Secção e já ficou combinado novo treino para a próxima semana, desde que o vento coopere”.

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WINDSURF SECÇÃO REALIZOU O 2º TREINO SEMANAL DE 2019

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oi com bom tempo que decorreu esta quinta-feira, dia 23, o 2º Treino Semanal de 2019 da Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH). João Medeiros, Monitor e elemento do Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do CNH (Grupo de que também fazem parte Flávio Pereira e Rute Matos, sendo Jorge Fontes o Director da Secção), refere que “o vento esteve fresco com algumas rajadas fortes”. E prossegue: “Fora da doca estava uma ondulação fustigante, notando-se a presença de caravelas, por isso optámos pela zona entre o Norte e o Sul do Porto e a Avenida”.

Esta iniciativa do Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do CNH, posta em marcha este ano, está a ser “muito bem acolhida” por parte dos atletas, que têm aderido e manifestado vontade de participar, elogiando a organização. Os Treinos Semanais vieram trazer a possibilidade de os praticantes poderem, em horário pós-laboral, dedicar-se a uma modalidade que o Faial introduziu nos Açores, ficando bem patente as excelentes condições da Baía da Horta – a segunda Mais Bela do Mundo – e a vocação desta Cidade-Mar para os desportos náuticos

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WINDSURF TREINO SUPER 8: “PARTICIPANTES GOSTARAM E ESTÃO ANSIOSOS POR MAIS EVENTOS”

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ecorreu na tarde de domingo, dia 19, o Treino Super 8 – percurso em 8 com 2 bóias – um evento promovido e organizado pela Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH). João Medeiros do Grupo de Trabalho da Secção – de que fazem parte Flávio Pereira e Rute Matos, sendo Jorge Fontes o Director – faz o balanço a esta actividade: “Foi um bom evento, tendo coincidido com um fim-de-semana cheio de iniciativas na agenda do Clube Naval da Horta, no âmbito das comemorações do Dia da Marinha. Devido a tantas actividades náuticas, não pudemos contar com um grande número de participantes, mas é assim num Clube que tem imensa vida. Dois windsurfers do Pico tinham intenção de par-

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ticipar mas, infelizmente, um imprevisto de última hora impediu-os de comparecer. Contamos ter mais

participantes em eventos futuros e certamente também da ilha vizinha. Apesar de o vento ter

João Medeiros: “Foram 4 os windsurfers e contámos com o Flávio Pereira para orientar tudo em terra”

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CLUBE NAVAL DA H sido um pouco desfavorável na doca e as condições em Porto Pim não terem sido as melhores tendo em conta a enorme quantidade de caravelas portuguesas avistadas, esses factores não impediram que os participantes tivessem gostado, estando ansiosos para mais eventos e treinos em dias de semana. Foram 4 os windsurfers e contámos com o Flávio Pereira para orientar tudo em terra e no mar teve a ajuda de duas convidadas/assistentes/ fotógrafas na lancha. Regressados a terra, contámos com a presença de alguns membros da Secção que estiveram

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noutros eventos do CNH e que se juntaram aos windsurfers enquanto estes desmontavam o material. Já temos em mente a data e os moldes do próximo evento. Até lá, os treinos semanais serão uma realidade sempre que possível”.

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AÇORES ENTRE MARES CNH ASSOCIA-SE À CAMPANHA QUE DECORRE DE 20 DE MAIO A 8 DE JUNHO Costeira dos Açores 2019, uma campanha de limpeza das zonas costeiras, que decorrerá de forma simultânea em todas as ilhas dos Açores, no próximo dia 1 de Junho, enquadrada nas comemorações do Dia Europeu do Mar. Tal como aconteceu em edições anteriores, este ano será promovido o Prémio “Artes Entre-Mares: Mar de Constrastes”, um concurso multi-artes com as categorias de Pintura, Vídeo, Fotografia e Banda Desenhada, coordenado pela Direcção Regional dos Assuntos do Mar, em parceria com a Azorina S.A. e a Direcção Regional da Cultura. O Clube Naval da Horta associa-se, uma vez mais, a esta Campanha, sensibilizando os velejadores para não atirarem lixo para o mar e até, se possível, recolherem aquele que vão encontrando, tendo, nas suas festas e convívios deixado de utilizar material descartável.

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Campanha “Açores Entre Mares” decorre na Região Açores desde o ano 2010, durante 20 dias, entre o Dia Europeu do Mar: 20 de Maio, e o Dia Mundial dos Oceanos: 8 de Junho. Em cada ano, são dinamizadas, neste período, diversas actividades que têm como base “a promoção do conhecimento e da utilização sustentável do Mar dos Açores”, pode ler-se na Nota remetida pelos Parques Naturais dos Açores ao Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH). O tema central desta Campanha denomina-se “Lixo Zero no Mar dos Açores”, pretendendo-se “alertar e sensibilizar a população em geral para mitigar os impactos no ambiente marinho e as ameaças à vida marinha que estes resíduos podem provocar”. Neste sentido, as diversas entidades e todos os cidadãos são convidados a participarem na Acção de Limpeza da Orla

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AZORES TRIANGLE SEAS PHOTO CHALLENGE DE 15 DE MAIO A 15 DE OUTUBRO: CNH PROMOVE 3ª EDIÇÃO DO CONCURSO

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Clube Naval da Horta (CNH) organiza e promove, pelo terceiro ano consecutivo, o Concurso de Fotografia Subaquática “Azores Triangle Seas Photo Challenge”. A 3ª edição decorre de 15 de Maio a 15 de Outubro de 2019. Podem concorrer todas as pessoas, residentes ou visitantes de todo o mundo e esta constitui uma oportunidade para o amador, o principiante ou o premiado poderem ser reconhecidos pelo seu trabalho de fotografia. Criar um veículo de promoção dos valores naturais dos Açores, através de imagens de grande impacto e sem os constrangimentos das competições de foto-sub clássicas, aberta a todos os interessados, é o maior objectivo do “Azores Triangle Seas Photo Challenge”, que pretende, também, retratar os valores naturais e a divulgação turística das paisagens e animais marinhos mais espectaculares dos Açores. Jorge Fontes, Vice-Presidente da Direcção do CNH, e porta-voz no que ao projecto diz respeito, sublinha que “o Concurso tem um formato bastante diferente dos habituais campeonatos de fotografia subaquática” e enumera as três diferenças marcantes. “A primeira diferença prende-se com o âmbito geográfico, permitindo que as fotografias sejam captados em qualquer região do Triângulo (ilhas do Faial, Pico, São Jorge, bancos e águas adjacentes); a segunda tem a ver com a janela temporal, já que não há dias específicos destinados à prova, ou seja, os interessados podem fotografar em qualquer dia, escolhendo

as melhores condições e as situações mais favoráveis para conseguir os resultados de maior impacto; e, por último, o tema é livre, fazendo com que cada um fotografe de acordo com a sua preferência e sem restrições”. “Mais do que um Concurso de Fotografia – acentua Jorge Fontes – esta iniciativa é um veículo de divulgação dos valores naturais em termos turísticos mas também tem um valor inestimável como ferramenta de conservação ambiental. Ninguém pode proteger aquilo que não conhece e sob o ponto de vista dos valores ambientais e naturais, a Região Açores não fica a dever nada a outros destinos exóticos e remotos de que ouvimos falar há decadas”. As empresas de mergulho do Triângulo são parceiras do CNH nesta organização, constituindo o principal meio de divulgação do Concurso e angariação de concorrentes ao divulgarem este evento junto dos seus clientes. O júri deste Concurso é composto por Jorge Fontes (Vice-Presidente da Direcção do CNH, biólogo marinho, mergulhador e fotógrafo), Nuno Sá (um dos melhores fotógrafos subaquáticos e realizadores a nível mundial, dono de um currículo invejável, que tem tem trabalhado com a BBC, a ‘National Geographic’ e com produtoras independentes desde o Japão à Polónia) e um representante do Turismo dos Açores. De realçar, que em 2018 o Concurso reuniu 33 fotografias desde o Hawaii até à Holanda, havendo uma diversidade grande de concorrentes de origens diversas.

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SEMANA DO MAR 2019 APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DO FESTIVAL NÁUTICO DA SEMANA DO MAR 2019

Duas regatas Dournenez/Horta/Douarnenez largarão no decorrer do Festival Náutico 2019

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largada de duas regatas internacionais no decorrer do Festival Náutico 2019 – apresentado na manhã desta quinta-feira, dia 30, junto ao Castelo de Santa Cruz, na Horta – constitui uma das novidades deste evento, que se realizará de 2 a 11 de Agosto. Na Apresentação Pública do Festival Náutico da Semana do Mar deste ano, José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), Entidade Organizadora, sublinhou que “o Festival Náutico é uma iniciativa audaciosa”, que arrancou há 44 anos e que este ano completa 43 edições (não se realizou apenas em 1998, devido ao sismo de 09 de Julho). Este Dirigente destacou as diferentes componentes deste evento – que uns dizem ser o maior do País mas que ele prefere caracterizar como sendo “uma grande actividade lúdica dos Açores e de Portugal” – e a constante preocupação de ser melhora-

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do ano após ano. Dentro da componente lúdica, destaque para os Passeios em Bote Baleeiro, que registam sempre grande adesão; o Pólo Aquático, que não sendo uma actividade regular, congrega um vasto número de participantes dentro das equipas que se organizam, e a Regata dos Velhotes, destinada a antigos praticantes de Optimist. Quanto à componente desportiva, “é fortíssima”, abrangendo 12 modalidades, onde se insere a Travessia do Canal a Nado; a chegada da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que este ano completa a sua 31ª edição; uma interessante actividade no âmbito da Vela Ligeira, o Campeonato Regional de Motonáutica e a tradicional Prova de Apneia. “Consagração da Horta como cidade virada para a Vela Desportiva de Alta Competição” Dentro das Regatas Internacionais, José Decq Mota deu particular ênfase “às largadas espectaculares” que irão acontecer quinta, dia 8, e sexta, dia 9,

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CLUBE NAVAL DA H de duas regatas Douarnenez/Horta/Douarnenez, Classes IRC e Fígaro 3, sendo que no último caso, esta prova constitui a primeira regata oceânica desta dimensão. “Esses veleiros vão encher ainda mais a Marina, sendo a consagração da Horta como cidade virada para a Vela Desportiva de Alta Competição”, frisou o mais alto Responsável pelo CNH, que neste acto público se encontrava acompanhado por mais três colegas de Direcção: José Fernandes, Sandra Costa e Nuno Azevedo. O Presidente da Entidade Responsável pela Organização do Festival Náutico assinalou que este evento conta com a colaboração de Parceiros, com primazia para a Câmara Municipal como sendo “o principal”. “Mas há mais, os quais permitem a natureza, a configuração e a dimensão deste Festival”, como são a Portos dos Açores, S.A., a Autoridade Marítima, a Direcção Regional do Desporto, a Direcção Regional do Turismo e a Associação Regional de Vela dos Açores, entre outros, além dos Patrocinadores.

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“Serão 10 dias de actividade extrema também possível graças ao envolvimento das dezenas de Voluntários, o que, em conjunto, “representa muita gente a puxar para o mesmo lado”. José Fernandes, elemento da Direcção, apresentou detalhadamente o Programa festivo. José Leonardo, Presidente da Câmara Municipa da Horta, lembrou que desde há 2/3 anos que a Comissão da Semana do Mar decidiu dar relevância aos vários vectores daquela que foi a primeira festa concelhia dos Açores, salientando que o Festival Náutico é o maior. O autarca faialense acentuou que, através da Comissão Náutica Municipal – de que o CNH também faz parte – “tem sido muito trabalhada a vertente da náutica internacional”. E ressaltou: “Basta olhar para a nossa Marina, que está mais do que lotada”. O edil reforçou, também, o grande envolvimento e o contributo dos Voluntários. “Sei a intensidade deste Festival, que só é possível com muito trabalho”, rematou.

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A FIGURA DO MÊS VÍTOR AZEVEDO: “COLABORAR E TRABALHAR FOI MAIS IMPORTANTE DO QUE SER PRESIDENTE DO CNH”

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ítor José de Vargas Azevedo é um homem com história e muitas estórias para contar. Esteve praticamente 15 anos ausente do Faial e no decorrer do serviço militar foi mobilizado para a Guerra Colonial, mais precisamente para Moçambique. Por lá ficou 10 anos a trabalhar. Regressou a “casa” a 14 de Maio de 1975, numa altura em que o amigo João Carlos Fraga se encontrava a organizar a regata Portsmouth/Horta/Portsmouth. “Colaborei em tudo o que estava ao meu alcance mas tenho de dizer

que em termos burocráticos, ele é que tratou de tudo!”, recorda o nosso entrevistado. O gosto pelo mar e pelo Clube, aliado à grande disponibilidade – não tinha trabalho quando cá chegou – levou Vítor Azevedo a envolver-se de tal maneira no CNH que “aparecia mais do que qualquer Dirigente”. E o empenho impulsionou-o para iniciativas como esta que nos relata. “Havia na altura os Jogos Sem Fronteiras e projectei uma versão desses Jogos, que decorreram entre o cais velho e a rampa de varagem junto

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ao “Peter”. Para tanto, organizaram-se equipas com os clubes da cidade: Fayal Sport, Sporting e Atlético e até não correu mal. E havia também umas brincadeiras destinadas aos miúdos, em que se punha um pato no mar para ver quem o apanhava, ou um pau com sebo e chocolates na ponta para ver quem chegava lá e os agarrava! A miudagem adorava aquilo! E havia muita gente que se chegava para ali: miúdos e graúdos”. Ao tempo, a única instituição náutica do Faial era presidida por Luís Gonçalves, “pessoa muito dinâmica e que gostava mesmo do Clube Naval”. Com a saída antecipada deste Dirigente – que não concluíu o mandato – houve eleições e foi com naturalidade que Vítor Azevedo foi votado para Presidente. Da sua equipa faziam parte, maioritariamente, pessoas que já colaboravam regularmente, sendo João Fraga o homem que “tratava da papelada toda”. E assim, aos 21 dias do mês de Março de 1980, Vítor José de Vargas Azevedo tomava

posse como Presidente do CNH, para cumprir um mandato de 2 anos (1980/1982), tendo como colegas de Direcção Francisco Gonçalves, Carlos Garcia (ambos Vice-Presidentes), João Fraga (Secretário), Augusto Medeiros (Tesoureiro), José Decq Mota (Vogal), António Gonçalves e Braulio Rebelo (Substitutos). “Antes do caldo de peixe havia as sandes de carne de baleia” Esse ano de 1975 foi marcante, porque começaram a ser feitas “coisas diferentes” e, como tal, “não podia haver comparação”. E nas novidades incluia-se o inédito caldo de peixe, marco indelével da Semana do Mar, a primeira festa concelhia dos Açores. “Nessa altura, a Estalagem de Santa Cruz era explorada pelo Turismo e nós íamos pedir ao restaurante cabeças de cherne e outros contributos para fazermos o caldo de peixe”, sustenta Vítor Azevedo, que faz questão de lembrar que “antes do caldo de pei-

Cartaz da Mocra Azores Race

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CLUBE NAVAL DA H xe havia ainda caça à baleia e andava por aí um maluco de um americano chamado Eddy, que ia buscar carne de baleia à fábrica! Lavava-a vezes sem conta na escaleira do cais velho e começámos a fazer umas bifanas que toda a gente queria provar, porque era algo de inédito! Grelhávamos a carne e fazíamos as sandes. O chefe da grelha era o Elmano Azevedo, ao tempo funcionário da SATA e o cozinheiro-mor do CNH. Era voluntário e um grande colaborador na preparação dos caldos de peixe, das bifanas e de outros petiscos. Convidávamos os iatistas que ficavam fora, em amarrações, naquele espaço que hoje é a Marina Sul. O Clube oferecia a carne e o pão (sandes) e vendia o vinho. Mas eles como pessoas educadas que eram – especialmente os ingleses que foram das primeiras regatas a virem para a Horta, como foi o caso da Portsmouth e da Mocra Azores Race - Portmouth UK/Horta – traziam sempre uma garrafa de uísque, de rum, etc, e com isso conseguíamos abastecer o nosso bar e ainda ter algum lucro. As pessoas adoravam aquilo! Pouca gente se lembra disto mas a verdade é que a carne de baleia era muito apreciada, suscitando uma grande curiosidade”. A sede do Clube, que “não dispunha de quaisquer condições”, funcionava no pequeno edifí-

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cio existente junto às muralhas do Castelo de Santa Cruz – hoje Centro de Formação para Desportistas Náuticos – e tinha “apenas dois quartinhos: no mais pequeno funcionava a Secretaria, e no outro, um pouco maior, ficava o Bar”. Precisamente por isso, foi feita uma esplanada, à frente, mas como era de criptoméria, com madeira que a Junta Geral arranjava de borla, todos os anos era preciso substitui-la. “As senhoras iam para lá de salto alto e puff! Furavam a madeira e partiam os saltos”, assinala este antigo Presidente, que acrescenta: “E como queríamos instalar um grelhador cá fora, uma esplanada de madeira constituia um verdadeiro perigo!” Determinado a resolver a questão, Vítor Azevedo liderou o processo de solicitar à Câmara e ao Turismo a construção de uma estrutura em cimento, “o que não foi autorizado pelo facto de ser ao lado de um monumento nacional”. Encontrando-se na altura uma empresa de construção civil a arranjar o Posto de Turismo, que fica logo acima da antiga sede, este ex-Presidente aproveitou a oportunidade e falou com os donos dessa empresa – dois irmãos – explicando o que pretendia: “Precisava de fazer uma pequena obra aqui em frente – coisa simples – mas não

Vítor Azevedo, enquanto Presidente da Direcção do CNH, numa Cerimónia de Entrega de Prémios de Pesca

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tenho autorização. Se vocês prepararem tudo, aí por volta das 5 horas, quando acabarem, vinham aqui e a gente fazia isto durante a noite. E no dia seguinte está feito e vamos ver o que sucede. A verdade é que os convenci e eles aceitaram!” Mesmo sem dinheiro, a obra avançou e envolveu verbas significativas para a época – década de 70 – mas o contributo de alguns mecenas e o apoio do Turismo colmatou as necessidades. Depois da esplanada, foi a vez da churrasqueira ser uma realidade e a exploração do Bar ia a concurso todos os anos, até que apareceu aí um italiano – o Vittório – “que modificou aquilo de tal maneira que se tornou numa esplanada concorridíssima, frequentada por estrangeiros e locais”. “O único problema – memora – é que era muito pequena para tanta gente! Foi um período muito engraçado! Muita família ia para a esplanada fazer as suas refeições, comer os seus grelhados. Havia muito bom ambiente”. Nos anos 80 e mesmo já antes, o Turismo era o grande patrocinador de algumas das actividades do Clube. A boa relação que havia levou o Director Regional da altura – Madruga da Costa – a oferecer um pneumático (“um barco pequeni-

no, desses insufláveis”) ao CNH. “Como ele tinha oferecido o barco, um dia fizemos-lhe este convite: “O sr. ofereceu o barco e não andou nele. Venha experimentá-lo!” E amigo Madruga da Costa, de fato e gravata, salta para o barco. Esse tal Eddy, que era meio maluquinho, foi dar um passeio com ele. Ligou o motor de popa e às tantas seguiu por uma bóia que havia ali a meio da doca, fez uma curva apertada e amigo Madruga da Costa saiu borda fora. E ficou o baptismo feito, o que nunca mais esquecemos!” As regatas dos franceses Depois dos ingleses, começaram as relações com os franceses, tendo surgido a “Lorient/Horta”. “Fui convidado pelas equipas da Lorient para ir a França, numa altura em que ainda não era Presidente mas tinha a incumbência de representar o Clube. E fui passar 15 dias a França, com tudo pago pela organização da regata. Foi um passeio esplêndido! Todos os velejadores – eram uns 10 ou 15 barcos – queriam que eu fosse à terra deles. Andei sempre a saltitar de um lugar para o outro, o que me permitiu conhecer uma

Os iatistas “apreciavam muito” a ‘t-shirt’ que Vítor Azevedo lhes oferecia

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CLUBE NAVAL DA H grande parte da Bretanha. Dei passeios de barco à vela num bom iate, no Golfe de Morbieu, visitei Bellile, Hildecroix, depois fomos a Saint Malôn de viatura e viemos para Lorient num veleiro. Além disso, ainda fui visitar uma grande marina, que tem um monumento desportivo enorme e que recebe regatas com 80 a 100 barcos, de várias classes. Fui portador de ‘posters’ para deixar nos clubes navais onde havia reuniões e levei uns filmes sobre a caça à baleia, que eles adoraram ver! Esta foi a fase mais importante que vivi no Clube Naval. Aliás, foi mais marcante do que propriamente o tempo em que estive na Direcção, pois como nessa altura já estava a trabalhar, não tinha tanto tempo disponível como antes. Considero que colaborar e trabalhar foi mais importante do que ser Presidente! Claro que tinha uma equipa que ajudava muito, pois não havia dinheiro e tínhamos de fazer de tudo um pouco. Era a Direcção e os Colaboradores que faziam tudo! Aliás, nesta “casa”, os Colaboradores e os Voluntários sempre foram muito activos. Quando ainda estava na presidência do Clube, uma das grandes curiosidades dos estrangeiros – sobretudo os franceses – era saber que tipo de barco tinha o Presidente. “Isto acontecia, porque normalmente todos os Presidente dos Clubes tinham barco. E eu dizia sempre que o barco pertencia ao Clube, que na altura era a chalupa”. Os encargos profissionais – exploração de um super-mercado da “Bensaúde” – inviabilizaram um segundo mandato mas permitiram que este antigo Dirigente se mantivesse ligado aos iatistas, abastecendo-os dos produtos que apreciavam. E os “aventureiros”, sempre muito bem recebidos na ilha da hospitalidade, ostentavam com orgulho a ‘t-shirt’ oferecida pelo amigo Vítor Azevedo. “Eles apreciavam muito!” “Tínhamos de arranjar esquemas para convencer o pessoal a participar” Vítor Azevedo viveu o esplendor da “Horta/Velas/Horta”, regata que era “muito concorrida por locais e estrangeiros”. “Até tenho uma fotografia da Horta/Velas/Horta em que se vê um barco antigo e um moderno. Mas no meu tempo, na Semana do Mar fazia-se a Regata do Canal com

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“Até tenho uma fotografia da Horta/Velas/Horta em que se vê um barco antigo e um moderno”

30 e tal barcos, o que não era fácil! Tínhamos de arranjar esquemas para convencer o pessoal a participar. Falávamos com o representante da “Sagres”, por exemplo, e dizia-se: “Eh, pá, vamos oferecer uma caixa de cerveja a quem for” e assim conseguíamos patrocinador. Depois, aliciávamos os franceses com esta conversa: “Vocês participam na Regata e nós oferecemos uma caixa de cerveja”. E eles: “Oui, oui...” E, eu, para gozar com isto tudo, ainda me lembrei de oferecer uma garrafa de uísque ao que chegasse em último lugar! Como a Regata tinha a duração de 2 horas, às tantas víamos dois ou três ali fora no Canal a fazer bordos para um e outro lado para gastar tempo e ganhar a garrafa de uísque. Inventávamos brincadeiras para passar o tempo!” “Gostei muito do meu barco. Era único no Faial!” O nosso entrevistado teve um ‘catamaran’, que mandou fazer em Lisboa. “Um dia, em conversa com o sr. Sena, cujo pai era Director da Alfândega da Horta, confessei que gostava de ter um barco à Vela e ele disse: “Vou arranjar-te um ‘catamaran’ para ocupares os teus tempos livres”. Tenho isto bem presente, porque na altura o construtor vivia em Londres e lá era muito mais fácil trocar libras por notas de 500 escudos do que por qualquer outra nota portugesa. Nunca percebi muito bem o porquê mas era assim. Como tal, fiz o pagamento do barco em notas de 500! Depois de construído, o ‘catamaran’ foi transportado até ao Faial num dos porta-contentores que

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“Levava duas pessoas e era muito competitivo, atingindo velocidades engraçadas”

escalam a Horta, e no manifesto de carga a descrição era a seguinte: “Barco com tantos metros de largura e tantos de comprido. Mastro: 7 metros de altura”, que vinha deitado junto ao barco. E os senhores da “Bensaúde” fizeram a cubicagem com o mastro no ar, atingindo o transporte o valor de 22 contos! Claro que fui refilar e acabei por pagar somente 2 contos e tal. A seguir veio o construtor ao Faial montar o barco e explicar como funcionava. Foi experimentá-lo com o meu filho ali para os lados do Monte da Guia e às tantas ficaram sem vento. Houve alguém

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que viu o barco lá fora e telefonou para a Capitania. Nisto, sai uma lancha para trazer o barco a reboque. Conclusão: além do dinheiro que tinha investido no barco, a seguir deparei-me com o custo exorbitante do transporte e agora ele estava preso, porque não tinha documentos nem vistoria, com a agravante de já ter na Capitania uma multa superior a 2 contos para pagar. Pensei: “Bom, isto ainda mal começou e as inquietações que já tive”. Mas gostei muito dele! Foi o primeiro desse género que veio para o Faial. Levava duas pessoas e era muito competitivo,

Alunos e Directores do Liceu da Horta no arranque do ano lectivo de 1949. Atrás pode ver-se o padre José Correia da Rosa e o Reitor, Morão Correia Vítor Azevedo, aluno do Liceu e praticante de Vela, é o terceiro da direita para a esquerda na segunda fila, da frente para trás Fotografia da “Jovial” cedida por: Francisco Gonçalves

atingindo velocidades engraçadas. Por acaso, tinha um nome giro. Chamava-se “Moana”, que no dialecto a jawa, de Moçambique, quer dizer “pequeno”, tendo descoberto posteriormente que “Moana” em em polinésio significa “imensidão dos oceanos”. Grande contraste!”

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CLUBE NAVAL DA H Um desportista versátil Muito antes de estar ligado ao Clube, este antigo Presidente do CNH já fazia Caça Submarina. Assim como Vela, que era uma realidade no Liceu e na Mocidade Portuguesa, navegando nos Lusitos, Snipes e Vougas. “Eu dedicava-me muito, muito à Caça Submarina mas nunca houve a possibilidade de ter uma máquina para fazer fotografia subaquática. Gostava de ter experimentado!” Vítor Azevedo foi, inclusivamente, Sócio número 1, Fundador e Presidente do Centro Português de Actividades Subaquáticas (CPAS) da Horta, enquanto foi tropa, no Continente português. A versatilidade era tão grande, que este faialense de manhã fazia 4 horas de Caça Submarina – “e na altura não havia fatos, era apenas calção de banho” – vinha a casa almoçar e às 3 da tarde ia fazer um jogo de Futebol no Fayal Sport. “Era guarda-redes”. E à noite ainda ia jogar Basquetebol, sempre no Fayal Sport. No decorrer desta conversa, relembra que certa vez foi a São Miguel, por altura das festas do Santo Cristo, tendo levado o material de Caça Submarina. “Apanhei dois írios de 32 quilos cada, na Caloura, e aquela gente ia-me matando, porque como ofereci um na pensão onde estávamos, a partir dali refeição sim refeição não, era írio”. Apesar de ser um amante do mar, este ex-Dirigen-

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te não era um adepto confesso da pesca. “Fui apenas uma vez à pesca de linha e apanhei um polvo grande e ganhei a prova! Mas não era algo a que eu me dedicasse. No entanto, havia muita adesão por parte dos pescadores às provas que o Clube organizava”. “O Clube tem trabalhado bem com as dificuldades que há” Fazendo uma comparação entre aquilo que era o CNH nos anos 80 e agora “não tem nada a ver! Está completamente diferente! A animação da miudagem é diferente. Não havia os meios que há hoje em dia”. Contudo, há aspectos que se mantêm: “A falta de dinheiro foi sempre um dos grandes males desta “casa”. Ainda assim, acho que o Clube tem trabalhado bem com as dificuldades que há e tem tido gente muito apta e com vontade de levar este projecto para a frente. Naturalmente que a sede é um problema crónico, com promessas sucessivas. Já no meu tempo era assim. Porém, com as regatas que há actualmente e com os compromissos internacionais assumidos, exige-se outra nomenclatura para o CNH que, na minha opinião, faz demais para aquilo que pode. E é graças precisamente a esses Voluntários e ao José Decq Mota que isso tem vindo a ser possível, pois ele tem sido um Presidente fantástico! Acho que tem trabalhado muito bem”. Apesar de já não ter a ligação de outrora, Vítor Azevedo continua a pugnar pelo Clube e deseja que mantenha esta linha, pois trata-se de uma instituição “fundamental para a formação dos mais novos e para a divulgação do Faial”, a qual em 1997 distinguiu este ex-Presidente com o Diploma de Sócio de Mérito. “O Presidente do CNH não pode ser um Trump!”

Procissão da Páscoa do ano de 1956: O Liceu da Horta era sempre convidado a incorporar-se nestes e noutros actos religiosos. Podem ver-se os meninos com as capas, pertencentes à “Acção Católica”, que tinha a sua sede onde é hoje a Casa do Dr. Manuel de Arriaga Do lado direito, em primeiro plano, encontram-se João Bettencourt e Francisco Gonçalves e logo atrás o amigo, Vítor Azevedo Fotografia cedida por: Francisco Gonçalves

E se a questão incidir sobre quem tem condições para ser timoneiro deste “barco”, Vítor Azevedo sabe bem a resposta: “Não pode ser um Trump. Tem de ser alguém que goste do Clube, do mar, do Faial...” E adianta: “No meu entender, deve ser alguém com uma certa maturidade e influência no meio para quando for preciso alguma coisa poder reivindicar. O Presidente deve ser

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Vítor Azevedo foi distinguido em 1997 com o Dipoma de Sócio de Mérito pelos serviços relevantes prestados à “casa”

alguém que, precisando dos outros, também possam precisar dele, pois o Clube “toca” em muito lado. A restante equipa deve ser composta por juventude, para colaborar noutros cargos, os quais quando começarem a ser pagos representa o princípio do fim, pois foi sempre um trabalho de carolas!” “Já se reconheceu mais o papel do Clube Naval” Este ex-Presidente entende que “já se reconheceu mais o papel do Clube Naval”, colectividade que desenvolve “um trabalho imprescindível em muitas frentes”. E prossegue: “Na minha perspectiva, há aspectos que têm de ser revistos. Por exemplo, no que diz respeito à Semana do Mar, é verdade que o envolvimento da Câmara Municipal trouxe outras hipóteses de trabalho e de pessoal mas o figurino desta festa tem de ser mudado. Custa-me admitir que a iluminação da-

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quela parte da avenida seja, há não sei quantos anos, sempre igual! Tem de haver uma mudança! Já no meu tempo se falou com o Turismo nesse sentido mas também não funcionou. A iluminação começava lá à frente, na rampa junto ao “Peter” e vinha pela avenida. A promessa que tínhamos do Turismo era no sentido de, em cada ano, aumentar uma secção entre os 2 mastros, até chegar à Conceição, com o objectivo de iluminar a avenida toda. Mas a triste realidade é que nunca passou da antiga Polícia de Segurança Pública (PSP), hoje sede das Finanças. E já agora: estou com uma certa curiosidade para perceber o que vão fazer com o Largo do Infante. Toda a gente pede zonas verdes e nós cimentamos tudo. É só calçada no Faial!” “O CNH é mais conhecido do que aquilo que se pensa” Para este Dirigente dos anos 80, “o CNH é muito

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CLUBE NAVAL DA H importante” e “o Faial é mais conhecido por causa deste Clube do que por qualquer outra coisa”. E para comprovar isso, traz à colação uma peripécia vivida em França. “Já me sentia saturado de andar sempre acompanhado e um dia decidi sair um pouco sozinho para também perceber como estava o meu francês. Saí da marina – pois os meus anftriões viviam no barco – e passados uns 500/600 metros, encontrei um bar aberto e disse para mim: “Bem, vou entrar aqui”. Havia pouca gente. Aproximei-me do balcão comprido que lá havia e pedi uma cerveja. Entretanto, reparei num indivíduo que estava na outra ponta sempre a olhar para mim. E pensei que estava a imaginar coisas. Mas passado pouco tempo, ele aproxima-se de mim e pede-me lume. Aí já comecei a não gostar, pois ele tinha passado por uma data de gente e veio logo pedir lume a mim?! Voltou para o sítio onde estava e eu fiquei a beber mais uma cerveja, porque não queria dar o braço a torcer e ir-me embora. Volvidos uns minutos, aproxima-se de novo e diz: “Eu creio que te conheço de qualquer sítio”. E eu ripostei: “Não, não, isso é impossível! Eu sou dos Açores, da Horta, ilha do Faial, e estou aqui há 8 dias. Portanto, não podes conhecer-me”. E ele insiste: “Aí é que te enganas, pois eu passei na Horta e conheço-te muito bem do Clube Naval!” E eu ali a pensar coisas... Portanto, esta é uma prova irrefutável de que o CNH é mais conhecido do que aquilo que se pensa. E isto nos anos 80! Imagine-se agora! As regatas “Les Sables”, “Fígaro”, “Lorient”, os ralies que vêm da América, tudo isso tem dado muita projecção ao Faial, e o Clube Naval da Horta tem tido um papel fulcral nessa captação estrangeira”. Mas nesse capítulo, o entrevistado acha que há ainda muito a fazer: “Dantes podíamos ir até à ponta da doca e agora nem isso! Pensando que não, esse aspecto afasta muita gente! Quando a “Les Sables/Horta/Les Sables” sai de França, vêem-se centenas de pessoas. Aqui é o Júri e pouco mais. Mas não foi sempre assim! Nos anos 70, quando havia a largada de uma regata, as pessoas acorriam à ponta da doca para ver. Estamos a falar de uma centena de pessoas, o que, comparado com o que se verifica hoje, era muita gente! E esse factor também tem influência nas próprias organizações das rega-

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tas estrangeiras, que dizem: “Esta gente não liga nada a isto”. E a verdade é que eles gostam de vir e ficam encantados com a nossa recepção! Na Semana do Mar passa-se um pouco a mesma coisa, pois como as largadas obedecem sempre a certas regras, são feitas ali por meio canal, e como estão muito afastadas de terra, o Zé Povinho não não vai nem se interessa, devido à distância! Verdade seja dita que que nalguns casos as pessoas passam e andam; não estão ali para ver. E outros só ligam a tascas, restaurantes e música, não estando interessados em desportos náuticos. Mas se houvesse outra proximidade, talvez o resultado fosse diferente”. Um apaixonado pela fotografia Vítor Azevedo tem na fotografia uma grande paixão. “A fotografia na minha vida é muito antiga. Começou aos 14/15 anos, juntamente com o Francisco Gonçalves. Somos da mesma geração e andámos juntos no Liceu. Na loja por baixo da minha casa montámos o nosso estúdio fotográfico e era ali que fazíamos as nossas fotografias. Durante estes anos todos, cedi e vendi muitas fotografias! No período em que estive no Clube tinha uma máquina pequenina mas não fazia muita fotografia.

Vítor Azevedo (o segundo da direita para a esquerda, atrás) também era empenhados nas comemorações com os antigos colegas liceais Francisco Gonçalves partilha uma fotografia evocativa do Verão de 1989, fora do Restaurante “O Garcia”, na Madalena do Pico, relativa ao Almoço de Confraternização dos Antigos Alunos do Liceu da Horta do Faial e Pico, destinado a assinalar os 40 Anos da passagem por aquele estabelecimento de ensino

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A paixão deste fotógrafo levou-o a captar momentos “únicos e irrepetíveis” de “aventureiros” no Porto da Horta

Fevereiro de 1957: João Bettencourt (filho dono do “Teatro Faialense”), Vítor Azevedo e Francisco Gonçalves, no patamar da escadaria da Sociedade “Amor da Pátria” Fotografia cedida por: Francisco Gonçalves

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Sempre tive o hábito de passear com a máquina e quando andava por ali na doca a ver os barcos, de repente acontecia! Captei fotografias únicas! Irrepetíveis! Recordo-me muito bem da fotografia que tirei ainda na doca, em que se vêem duas pessoas envolvidas na pintura e apenas duas pernas. Gosto muito dessa!” Vítor Azevedo aprendeu experimentando mas também teve algumas “luzes”. “Comprava o revelador e o fixador na “Foto Jovial” e depois era ir testando. Morava ali para os lados da Conceição uma senhora chamada Elvira Romão [fotógrafa], que tinha um laboratório fotográfico e também me ensinou umas coisas”. Reportagens de casamentos e baptizados fazem parte do percurso deste fotógrafo, que prefere fotografar paisagens e flores, tendo transmitido o legado ao filho, que aposta na fotografia de aviões.

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“Recordo-me muito bem da fotografia que tirei ainda na doca, em que se vêem duas pessoas envolvidas na pintura e apenas duas pernas. Gosto muito dessa!”

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Vítor Azevedo foi contratado pela “Portos dos Açores, S.A.” para fazer o acompanhamento fotográfico da nova obra do Porto da Horta desde o princípio até ao fim, tendo feito mais de 8 mil fotografias! O mesmo aconteceu com as actuais instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), na Horta. Habituado a máquinas analógicas, o nosso entrevistado sublinha que “a diferença entre o analógico e o digital é enorme!” e confessa que a transição de um para o outro “foi um pouco difícil”. “Eu gostava do analógico e tirei milhares de fotografias ao longo da minha vida! Era interessante ver o que saía depois quando se mandava revelar mas claro que ficava caro! Com o digital, tiramos uma infinidade delas, apagamos o que não interessa e já está!” Paralelamente às recordações, Vítor Azevedo ainda guarda a máquina analógica afirmando que “já é difícil arranjar certos tipos de rolos”. Naturalmente que esta paixão implicou sempre investir, pelo que já há 30 anos adquiriu uma “Reflex”, que permitia ver a imagem de cima quando se estava em sítios com muita gente, e em Moçambique teve uma “Fuji”, também desse modelo. “Sempre gostei de fazer fotos de cima para baixo e de apostar em coisas diferentes”. Aos 80 anos de idade, Vítor Azevedo mantém a paixão mas já fotografa muito menos, “apesar de até ter uma máquina relativamente nova” – uma “Nikon” 6100 – que lhe foi oferecida pelo filho.

Infelizmente não guardo qualquer exemplar, porque depois de Moçambique fui para a antiga Rodésia, hoje Zimbabué, e claro que tudo isso foi ficando pelo caminho”.

RUA de mais um dos nossos leitores de Nampula, foi a melhor foto desta semana. Recebemo-la, acompanhada pela carta que publicamos noutro local desta secção, e é assinada por Vítor José Vargas Azevedo. Como habitualmente este nosso leitor tem direito a uma assinatura de TEMPO durante os próximos três meses. Toda a correspondência para A MELHOR FOTO deve ser endereçada à Redacção de TEMPO, Caixa Postal 2917, Lourenço Marques

Um vencedor de concursos Já em Moçambique, quando cumpria o serviço militar, este faialense foi responsável pela Secção Fotográfica do Comando do Sector do Niassa. “Havia as festas da cidade de Vila Cabral, em que organizavam um Concurso de Fotografia. Num dos anos ganhei o 1º, o 2º e o 4º Prémios. Só o 3º é que não ganhei mas também foi para um Vítor, que era piloto de táxis aéreos, e captou uma fotografia aérea muito gira. Eu fazia muita fotografia nocturna da cidade. Depois desse Concurso, pediram-me para usar as minhas fotografias numa revista que havia em Lourenço Marques, chamada “O Tempo”, e então fui capa dessa revista durante alguns anos.

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Vítor Azevedo coleccionou muitos troféus fotográficos

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Este recorte atesta os resultados do Concurso das Festas da Cidade de Vila Cabral, em que Vitor Azevedo ganhou 3 dos 4 prémios

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gente me dizia que eu nunca iria recuperar o dinheiro investido ali mas o resultado foi muito bom! Recordo que em pouco mais de 15 dias uma das exposições foi visitada por 2.800 pessoas! Numa terrinha destas é muita gente! E consegui esse controlo a partir de uma votação. Fiz uns papelinhos para as pessoas votarem na fotografia de que gostassem mais e depois depositavam na urna que lá estava para esse efeito. Considero que o que também contribuiu para este sucesso foi o facto de o espaço estar na passagem para a festa, porque a Semana do Mar estendia-se para lá do “Peter”. Era, digamos assim, quase uma paragem “obrigatória”.

Muitas exposições

As pinturas no paredão da Doca e na Marina

Ao longo dos anos, foram vários os convites que Vítor Azevedo recebeu para expôr as suas fotografias. Olhando para um dos seus álbuns, podemos recordar a mostra intitulada “Um Piscar D’Olho”, que esteve patenteada no Museu da Horta de 18/05 a 15/08/1995; a 1ª Mostra Fotográfica de Flores e Plantas, que decorreu no Parque de Exposições da Quinta de São Lourenço, de 20 a 23 de Julho de 1995; outras realizadas na Marina da Horta, no Museu e no decorrer da Semana do Mar. “As últimas duas aconteceram por altura da Semana do Mar, em 1999 e 2000, onde é hoje o “Montepio”. Aquele espaço estava praticamente em ruínas e eu fui para lá com uns franceses – que estavam aí e faziam uns biscates – arranjar aquele espaço. Foi engraçado, porque toda a

Vítor Azevedo foi testemunha do colorido que decorava o paredão da Doca – como presságio de uma boa viagem de regresso – num tempo em que ainda não havia Marina! “Tirei muitas fotografias num tempo em que os barcos ficavam encostados à doca. E recordo-me particularmente da que tirei a um bebé, que talvez tenha sido o iatista mais novo que por cá passou. Esse belíssimo património praticamente não existe hoje! Lembro-me de naquela altura o Othon Silveira, que trabalhava em ‘scrimshaw’, ter feito uma proposta ao Turismo mas não chegaram a conclusão alguma. Foi pena não terem aproveitado essa proposta, que consistia em retocar as pinturas que iam desaparecendo. Tantas que se perderam!

Recorte do jornal “Telégrafo”, edição de 20 e 21 de Maio de 1995

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Vítor Azevedo conversa com Renato Leal, na altura Presidente da Câmara da Horta

“Foi pena não terem aproveitado a proposta do Othon Silveira, que consistia em retocar as pinturas que iam desaparecendo. Tantas que se perderam!”

Vítor Azevedo: “Tirei uma fotografia a um bebé, que talvez tenha sido o iatista mais novo que por cá passou”

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Aquele chão da Marina era lindo e estava completamente cheio! Parecia um mar! Algumas das que tirei lá deram-me um trabalhão! Para tanto, arranjei um carro da Empresa de Electricidade dos Açores (EDA) que facilitava muito por ter aquela cesta lá em cima, constituindo um local privilegiado e estratégico para o fotógrafo. O Macedo é que foi o ‘choffeur’ e deu-me uma colaboração preciosa. Sempre fomos amigos e ele sabe como é, pois também gosta muito de fotografia e tem jeito para isto! A propósito, recordo que no meu tempo de Presidente oferecíamos tintas e pincéis, que punhamos à disposição dos iatistas, e eles iam lá buscar. E também lhes cedíamos revistas e livros já que depois de 20 dias sempre a ver o mesmo, gostavam de trocar, ainda que fosse por publicações mais velhas mas o que interessava era variar”.

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“Aquele chão da Marina era lindo e estava completamente cheio!”

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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