RUI DOWLING CAMPEร O NACIONAL CLASSE HANSA 2.3
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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA
SETEMBRO 2019 Nยบ 66 NILZO FIALHO | CNH 2019
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BOTES BALEEIROS FALTA DE VENTO PREJUDICA REGATAS DE VELA EM BOTE BALEEIRO NA BAÍA DO VARADOURO
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stavam agendadas para o dia 31/8, na Baia do Varadouro, a realização da reposição da Regata do Comprido, não realizada a 13/7 e a realização da tradicional Regata do Varadouro, integrada nas Festas daquele aprazível lugar. Ambas as Regatas são promovidas pela JF do Capelo e ambas são organizadas pelo CNH, contando para o Campeonato de Vela em Bote Baleeiro da Ilha do Faial. A quase total ausência de vento indicava ser muito difícil concretizar as regatas, mas, não obstante isso, as lanchas “Walkiria” e “Maria Manuela” largaram da Horta para o Varadouro, cerca das 10h00, rebocando os 8 Botes Baleeiros do Faial. Seguiram também para o Varadouro os semi-rígidos “Eric Tabarly” e “Piloto João Lucas”, ambos do CNH, que foram dar apoio às Regatas. Às 12h00 foi dada a largada da Regata do Comprido (reposição) para cumprir um percurso montada na Baia do Varadouro. Na ocasião existia um vento leve, mas que permitiu uma largada normal. Poucos minutos depois o vento caiu por completo e cerca de 40 minutos depois a Comissão de Regata, embarcada na “Walkiria”, deliberou uma redução de percurso que foi, via rádio, indica-
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da a todos os botes. A falta de vento persistiu, para mais associada a uma maré muito forte que impossibilitou que qualquer dos Botes atingisse a 1ª boia. Quando estava decorrida 1h30 de prova, sem que houvesse qualquer possibilidade de algum bote chegar à meta dentro do tempo estabelecido, a Comissão de Regata deliberou e anunciou, via rádio, que a Regata era dada por concluída, tendo esse anúncio sido sublinhado com um sinal sonoro com 3 apitos curtos. Concluída assim a primeira Regata do dia, Lanchas e botes amarraram em boias colocadas para o efeito no porto do Varadouro e todos os tripulantes, membros da organização e outros convidados participaram no tradicional almoço oferecido pela Junta de Freguesia do Capelo. Terminado o almoço a Comissão de Regata, depois de ouvidos os oficiais dos Botes e representantes das Entidades Promotora e Organizadora da Regata do Varadouro, deliberou, às 15h15, atendendo ao facto de continuar a não haver vento, não realizar a prova e promover o seu adiamento, em principio, para 21 de Setembro. Cerca das 17h00 todos os Botes, Lanchas e Barcos de Apoio regressaram à Horta.
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BOTES BALEEIROS REGATA “NOSSA SENHORA DE LOURDES” DA FETEIRA
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bote do Salão ganhou a Prova “Nossa Senhora do Socorro”, realizada este sábado, dia 07, nesta localidade nortenha da ilha do Faial. O 2º lugar foi arrecadado pelo “Senhora de Fátima”, de Castelo Branco; e o 3º pelo “Senhora das Angústias”, da freguesia com o mesmo nome. “O vento estava bom e correu tudo bem”, refere Vítor Mota, da Secção de Botes Baleeiros do Clube Naval da Horta (CNH). Carlos Fontes, Vítor Mota e Eugénio Vargas integraram a Comissão de Regata, tendo a Comissão de Protestos sido composta por João Duarte e Vítor Medeiros. Foram utilizadas as lanchas baleeiras “Walkiria” e “Maria Manuela”, apoiadas pelo semi-rígido “Eric Tabarly”. A Regata de Vela em Bote Baleeiro “Nossa Senhora do Socorro” teve como Entidade Promotora a Junta do Salão e como Entidade Organizadora, o Clube Naval da Horta, e realizou-se no âmbito da festa em honra da Padroeira desta Freguesia: Nossa Senhora do Socorro. A Entrega de Prémios teve lugar no decorrer do Jantar, com início pelas 19h30, no Parque de Cam-
pismo do Salão, oferecido pela Junta de Freguesia, para o qual foram convidados todos os tripulantes e membros da Organização da Regata. A Regata “Nossa Senhora do Socorro”, do Salão, integrou o Campeonato de Vela em Bote Baleeiro da Ilha do Faial de 2019 – o qual é composto por 8 Provas – tendo contado com a presença de um bote das Lajes do Pico. A finalizar este Campeonato, seguem-se as Regatas do Varadouro – que teve de ser adiada devido à falta de vento – e do 72º Aniversário do CNH, marcadas para o dia 21 deste mês.
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SEMANA DO MAR 2019 - BOTES BALEEIROS REGATA DA SEMANA DO MAR 2019
Bote do Salão ganhou a Regata de Vela e o da Feteira a Regata de Remo Feminino
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ealizou-se na tarde do dia 14 do corrente, no Canal Faial/Pico, a Regata de Vela e Remo em Bote Baleeiro da Semana do Mar 2019, que se encontrava em atraso desde Agosto devido às adversas condições meteorológicas registadas no dia em que estava calendarizada, em pleno Festival Náutico. A Regata de Vela teve como vencedor o bote “Senhora do Socorro”, do Salão, ao passo que o “Senhora da Guia”, da Feteira, ganhou em Remo Feminino. Esta competição integrou o Campeonato de Vela em Bote Baleeiro da Ilha do Faial de 2019, composto por 8 Provas. A Entrega de Prémios acontecerá durante o Jantar Comemorativo do 72º Aniversário do Clube Naval da Horta – data que ocorre esta quinta-feira, dia 26 – marcado para as 20 horas deste sábado, dia 28, no Pavilhão da Paróquia das Angústias.
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BOTES BALEEIROS CAMPEONATO DE VELA EM BOTE BALEEIRO DA ILHA DO FAIAL 2019
- “Senhora do Socorro” ganhou a Regata do Varadouro - “Senhora das Angústias” (Vela) e “Senhora da Guia” (Remo Feminino) venceram a Regata do 72º Aniversário do CNH - Bote “Senhora do Socorro” é o Campeão de 2019
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ecorreram na tarde de sábado, dia 21, no Canal Faial/Pico, as últimas 2 Regatas do Campeonato de Vela em Bote Baleeiro da Ilha do Faial 2019, da responsabilidade da Secção de Botes Baleeiros do Clube Naval da Horta (CNH): a do Varadouro – que se encontrava em atraso devido à falta de vento no dia em que estava programada – e a do 72º Aniversário do Clube Naval da Horta. O bote “Maria Celeste”, do Clube Naval das Lajes do Pico, com o Oficial Filipe Fernandes, participou nestas 2 Regatas. A Regata de Vela do Varadouro começou pelas 14h30 e teve como vencedor o bote “Senhora do Socorro”, do Salão.
De acordo com Vítor Mota, elemento desta Secção, “não houve muito vento”. Os botes “São José” (Junta de Freguesia do Capelo) e “Claudina” (CNH) não concluiram a prova dentro do tempo regulamentar. Classificação da Regata de Vela do Varadouro: 1º - “Senhora do Socorro” - Junta de Freguesia do Salão - Oficial: Pedro Garcia - 01h 04m 05s 2º - “Capelinhos” - Junta de Freguesia do Capelo Oficial: Luís Decq Mota - 01h 06m 58s 3º - “Senhora de Fátima” - Junta de Freguesia de Castelo Branco - Oficial: António Luís - 01h 16m 11s 4º - “Senhora das Angústias” - Junta de Freguesia das Angústias - Oficial: José Gonçalves - 01h 16m 37s 5º - “Maria Celeste” * - Clube Naval das Lajes
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do Pico - Oficial: Filipe Fernandes - 01h 21m 18s 6º - “Maria da Conceição” - CNH - Oficial: Luís Alves - 01h 23m 01s 7º - “Senhora da Guia” - Junta de Freguesia da Feteira - Oficial: Rute Matos - 01h 26m 35s 8º - “São José” - Junta de Freguesia do Capelo Oficial: Pedro Rosa - DNF 9º - “Claudina” - CNH - Oficial: Susana Salema - DNF *Extra Campeonato da Ilha do Faial Após esta prova, começou a Regata do 72º Aniversário do CNH, data que ocorre quinta-feira próxima, dia 26. O bote “Senhora das Angústias”, da freguesia com o mesmo nome, ganhou a Regata de Vela. Devido a uma avaria, o “Senhora de Fátima”, da Junta de Freguesia de Castelo Branco, não concluiu a prova. A Regata de Remo Feminina teve como vencedor
Classificação da Regata de Vela do 72º Aniversário do CNH: 1º - “Senhora das Angústias” - Junta de Freguesia das Angústias - Oficial: José Gonçalves - 40m 26s 2º - “Senhora do Socorro” - Junta de Freguesia do Salão - Oficial: Pedro Garcia - 40m 38s 3º - “Senhora da Guia” - Junta de Freguesia da Feteira - Oficial: Rute Matos - 42m 03s 4º - “Capelinhos” - Junta de Freguesia do Capelo - Oficial: Luís Decq Mota - 43m 41s 5º - “Maria Celeste” * - Clube Naval das Lajes do Pico - Oficial: Filipe Fernandes -47m 44s 6º - “Claudina” - CNH - Oficial: Susana Salema - 48m 13s 7º - “Maria da Conceição” - CNH - Oficial: Luís Alves - 50m 07s 8º - “São José” - Junta de Freguesia do Capelo Oficial: Pedro Rosa - 56m 42s
o bote “Senhora da Guia”, da Feteira. Feitas as contas, o vencedor do Campeonato de Vela em Bote Baleeiro da Ilha do Faial 2019 é o “Senhora do Socorro”, da Junta de Freguesia do Salão. A Entrega de Prémios acontecerá no decorrer do grande Jantar de Aniversário do CNH, com início pelas 20 horas do dia 28 do corrente, sábado, no Pavilhão da Paróquia das Angústias, tendo sido convidados todos os Sócios, Desportistas e Colaboradores, bem como Entidades Oficiais e Associativas, Patrocinadores e Parceiros em muitas atividades.
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9º - “Senhora de Fátima” - Junta de Freguesia de Castelo Branco - Oficial: António Luís - DNF *Extra Campeonato da Ilha do Faial Classificação da Regata de Remo do 72º Aniversário do CNH: 1º - “Senhora da Guia” - Junta de Freguesia da Feteira - Oficial: Ana Luísa Sousa - 06m 23s 2º - “Senhora de Fátima” - Junta de Freguesia de Castelo Branco - Oficial: Marta Duarte - 06m 29s
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CANOAGEM PROVA DO 72º ANIVERSÁRIO DO CNH:
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om boas condições de mar e de vento, decorreu na manhã deste sábado, dia 14, a Prova de Canoagem comemorativa do 72º Aniversário do Clube Naval da Horta (CNH), data que ocorre no dia 26 deste mês e que será alvo de comemoração no dia 28. De acordo com Susana Rosa – Coordenadora desta Secção em conjunto com José Fernandes – participaram 5 atletas, divididos pelos escalões de Cadetes, Júnior e Veterano Feminino. Os canoístas disputaram as Provas de Fundo (1.500 metros) e de Velocidade (500 e 200 metros), orientados pelo Treinador de Competição, Hugo Parra. Como é habitual, depois da Prova houve um lanche-convívio com os Atletas, Treinador e Dirigentes.
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Os Prémios da Época 2019 da Secção de Canoagem do CNH serão entregues no decorrer do Jantar de Aniversário do CNH, programado para as 20 horas de sábado, dia 28, no Pavilhão da Paróquia das Angústias.
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MINI-VELEIROS REGATA DO 72º ANIVERSÁRIO DO CNH
João Nunes, José Gonçalves e António Pereira ocuparam os 3 primeiros lugares do pódio. Fotografia de arquivo de: António Fraga
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oram 11 os participantes na Regata da Secção de Mini-Veleiros comemorativa do 72º Aniversário do Clube Naval da Horta (CNH), realizada na tarde de sexta-feira, dia 20. João Sequeira, Responsável por esta Secção, re-
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fere que “a Prova contou com uma aragem e saltos de vento, num ambiente competitivo e muito engraçado”. João Nunes, José Gonçalves e António Pereira preencheram o pódio da Regata de Aniversário do CNH, cujos prémios serão entregues no decorrer do Jantar festivo, marcado para o dia 28 deste mês, no Pavilhão da Paróquia das Angústias.
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NATAÇÃO MAIS DE 30 ATLETAS NO 1º TROFÉU ÁGUAS ABERTAS 72º ANIVERSÁRIO CNH
Fotografia de arquivo
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omeçou da melhor forma” a Época 2019/2020 da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH) com a realização do 1º Troféu Águas Abertas 72º Aniversário CNH, integrado no Programa Comemorativo de Aniversário do Clube. Esta prova, que decorreu na tarde de domingo, dia 22, na Piscina da Escola Secundária Manuel Arriaga (ESMA) da Horta, inicialmente estava prevista para a doca Norte do porto da Horta mas devido ao tempo teve que ser realizada “dentro de portas”, explica Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do CNH. “Foi uma excelente tarde de domingo, com todas as categorias da Secção de Natação do CNH representadas, cada uma com uma distância, e apesar de ter sido um pouco cansativo houve sempre boa disposição e competição saudável entre todos”, sublinha este Técnico, que deseja “uma boa Época a todos os atletas”. A Entrega de Prémios está marcada para este sábado, dia 28, no decorrer do grande Jantar de Aniversário do CNH, com início pelas 20 horas, no Pavilhão da Paróquia das Angústias.
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CONHECER OS NOSSOS ATLETAS GONÇALO OLIVEIRA: “A NATAÇÃO AJUDOU-ME A NÃO DESISTIR DOS MEUS OBJECTIVOS”
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xperimentei Futebol e Andebol mas percebi que desportos com bola não eram para mim. E foi na Natação – que comecei a praticar por recomendação médica pelo facto de ter asma – que encontrei o meu desporto de eleição”. É assim que começa a conversa com Gonçalo Oliveira, que, orgulhosamente envergou a camisola do Clube Naval da Horta (CNH) ao longo de 7 épocas como atleta da Secção de Natação. Na hora da despedida, tendo em conta que brevemente irá para Lisboa onde pretende formar-se como Engenheiro Informático, este jovem de 18 anos desvendou um pouco do seu passado como nadador, partilhando a visão que tem sobre esta modalidade exigente mas adorável. Gonçalo agradece a Tiago Henriques a evolução registada e revela que o Treinador lhe disse ter aprendido muito com ele, manifestando a falta que este nadador e outros colegas vão fazer à equipa. “O meu primeiro Treinador foi o Roque Soares seguindo-se o David Castro, numa altura em que os meus colegas entraram para a Competição. No entanto, o David achou que eu ainda não tinha capacidade suficiente para dar esse salto. A seguir, tive a Joana Leonardo mas como sentia
pena por não estar com os meus amigos, então pensei: “Vou esforçar-me para acompanhá-los na Competição e assim aconteceu!” Na Competição tive sempre como colegas o Diogo Vieira e o Afonso Santimano e claro que depois foram aparecendo outros. O Treinador seguinte foi o Fábio Fernandes que me ajudou imenso ao longo de 1 ano. Ele ajudou-me muito a melhorar enquanto atleta, porque eu antes de vir para a Competição considerava que dava pouco, apesar de me esforçar imenso. Seguiu-se o Treinador Hélder Gandarez mas como se ausentava bastantes vezes, ficava a substituí-lo o professor Lúcio Rodrigues. Depois veio a professora Sílvia Mendonça e agora tínhamos o professor Tiago Henriques. Cada um ajudou-me de forma diferente e quanto ao Tiago noto que tem muita experiência e conhecimento. Acho que ele percebe melhor as coisas quando comparado com os outros, também pelo facto de ter sido atleta. Isso ajuda muito e é uma mais-valia. Também é muito exigente, o que se tem isso revelado muito bom, impulsionando a nossa evolução. Por vezes, diz-nos coisas que não gostamos de ouvir mas depois acabamos por perceber que é para nosso bem. Além de tudo isto, é uma pessoa que consegue
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Em baixo: Diogo Vieira, Afonso Santimano e Gonçalo Oliveira – os fiéis amigos da Competição
conciliar bem as vertentes de Treinador e Amigo, ao contrário dos outros. No meu entender, ele é mesmo amigo e podemos contar com ele. Quando nos sentíamos mais em baixo, tentava ajudar-nos, pelo que se pode dizer que é um bom psicólogo. A Natação é sinónimo de trabalho árduo, atendendo a que é um desporto a que temos de nos dedicar regularmente, fazendo com que acabemos por gostar imenso. Não convém faltar aos treinos. O Tiago já nos alertou várias vezes que, pelo facto de o homem não ter sido feito para estar na água, perder um treino de Natação não é o mesmo que perder um treino de outro desporto qualquer, implicando um trabalho de recuperação 2 vezes maior. E realmente quando ficamos uns dias sem treinar, ao voltarmos sentimos uma diferença enorme. A Natação tem de ser encarada numa perspectiva contínua. E é por isso que mesmo indo para Lisboa não quero deixar de praticar. Apesar de ser algo a que não vou
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dedicar-me a nível profissional, pois pretendo ser Engenheiro Informático, a verdade é que quero continuar a nadar. Já me informei e a universidade para onde vou tem piscina e até já teve clube de Natação. Segundo o que me disseram, o meu curso é bastante exigente mas não tenho intenção de deixar a Natação por completo, porque é um desporto de que gosto imenso. Além do mais, na universidade tornamo-nos menos activos e acabamos por fazer refeições mais rápidas, que nem sempre são as opções mais saudáveis, e então vou tentar contrariar isso fazendo Natação. Adoro nadar! É o meu desporto preferido! Frequentei as “Férias Desportivas” do Clube Naval da Horta durante vários anos e lembro-me de experimentar Canoagem e de fazer Vela, modalidades que nunca me cativaram. A Natação ganhou sempre! Sem dúvida que é um desporto muito exigente e que requer muito tempo e paciência da nossa parte mas acabamos por nos
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Não quero deixar de praticar Natação
habituar a essa rotina. Na minha opinião, para fazer um bom nadador é preciso, como diz o Tiago, ter a cabeça no lugar, ouvir o que o treinador diz, ter uma grande dedicação e tentar conciliar as várias vertentes da vida. Vi sempre a Natação como uma actividade secundária mas sempre gostei de nadar. Quando estou a nadar sinto cansaço, muito cansaço e só quero acabar o treino mas tem de ser e gosto imenso! E agora nas férias sinto saudades de nadar, porque é algo que me faz bem! Adoro ir à Natação, sair e tomar um duche. É sempre uma boa sensação! Eu também pertencia ao grupo dos que treinavam às 7 da manhã e muita gente, especialmente professores, achavam que éramos completamente malucos! Nunca tive problemas com essa decisão. As notas mantiveram-se boas e considero-me um bom aluno. Naturalmente que era duro. Contudo, entendo que funcionou também como
uma forma de nos acostumarmos a uma certa rotina, algo que nos vai ajudar pela vida fora. Fiz imensos amigos, todos com personalidades diferentes Na minha opinião, sempre fomos amigos na Natação mas talvez tenha havido alturas em que estivemos menos ‘conectados’, ou seja, um pouco mais desligados uns dos outros e alguns treinadores ajudaram-nos bastante nesse sentido, sobretudo o professor Tiago e a professora Sílvia também um bocadinho. Ajudaram-nos a juntarmo-nos e a fazermos mais actividades juntos. Aproveito esta oportunidade para agradecer ao Tiago pelo seu trabalho e por nunca ter desistido de nós enquanto equipa, pois eu acho que éramos um bocadinho desorganizados e ele ajudou a organizar-nos. Nunca pensei chegar ao patamar onde me encontro! Evoluímos imenso! Aprendemos muitos nos
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Gonçalo Oliveira: “A Natação tem de ser encarada numa perspectiva contínua”
Regionais com os outros atletas de São Miguel e da Terceira, ilhas onde temos amigos. Eles já olham para nós de uma forma completamente diferente. Lembro-me de sermos um Clube pequeno. Penso que ao 1º Regional apenas foram 5 atletas. E agora somos uma equipa enorme, que tem conquistado muitos pódios! O grande conselho que o Tiago nos dava quando íamos para uma competição era sairmos da nossa zona de conforto. Mesmo treinando muito, ao ficarmos nessa zona de conforto, acabamos por não ter resultados. Paralelamente, também nos dizia sempre para pormos a cabeça no lugar e esquecer os nervos, deixando de parte o ‘stress’ e a ansiedade, que prejudicam imenso o rendimento de um atleta. Tentámos fazer isso e acho que está melhor. Desde que o Tiago chegou, que já não sinto tanto esse nervosismo. Num sentido, é bom mudar de treinador, porque nem todos os treinadores são iguais e cada um deles pode ensinar-nos algo de diferente. Porém, torna-se complicado ter um novo treinador em cada ano, pelo que é bom saber que ele vai continuar como Treinador de Natação no CNH,
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pois irá ajudar muitos atletas. Acho que nunca somos suficientes e que quantos mais atletas houver na equipa, melhor. Temos uma boa equipa, que tem tudo para continuar a receber medalhas e a representar bem o Clube Naval da Horta! O meu grupo de amigos alargou-se muito na Natação. Fiz imensos amigos, todos com personalidades diferentes. Fiz amizade com pessoas que nunca pensei que ia ser amigo delas mas acabou por acontecer e foi muito bom! Uma experiência incrível! Da forma como conheço os meus amigos, sei que vão fazer novas amizades e manter as actuais. A união é sempre importante e está constantemente presente, até mesmo nos treinos. Nos Regionais, como sobressai um maior espírito de competição, é mais importante mantermo-nos unidos. Embora a Natação seja um desporto individual, apoiamo-nos uns aos outros como equipa. Apesar de estarmos sempre a competir uns contra os outros, porque não temos outro clube no Faial – acho que era bom haver mais um clube para proporcionar mais competição, o que não nos ia dividir, atendendo a que também temos amigos noutros clubes – somos amigos. Há um grande apoio e puxamos uns pelos outros. Nunca espero que os meus colegas tenham resultados abaixo daquilo que eles querem. É sempre triste quando isso acontece. Os almoços e jantares que começaram a realizar-se no decorrer ou no fim de algumas provas ou até mesmo noutras alturas, também ajudaram a criar este espírito de equipa e de amizade. Mesmo treinando fora do Clube [Piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga, ESMA], estamos sempre ligados à instituição a que pertencemos, especialmente quando vamos a provas como o Regional de Clubes, em que temos como objectivo representar o Clube Naval da Horta e deixar uma boa imagem. Temos sempre tentado fazer isso, trazendo muitas medalhas. Sentimos orgulho em representar o CNH! Já ganhei várias medalhas mas gostava de ter ganho mais. Há sempre essa ambição e esse objectivo e é uma alegria quando vamos ao pódio sabermos que nos esforçámos e que conseguimos algo! É sempre uma felicidade enorme! Por vezes, também saímos juntos e o CNH faz parte das nossas conversas. Conseguimos sem-
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“Fiz amizade com pessoas que nunca pensei que ia ser amigo”
pre aprender uns com os outros, por mais pequeno que seja o pormenor. Este foi um Verão diferente em que, mesmo já sem Natação, continuámos a treinar juntos na Avenida e mantivemo-nos ligados no decorrer do Festival Náutico da Semana do Mar. Primeiro, na Travessia do Canal, em que vários colegas fizeram o percurso e eu assisti à prova de um deles, e depois nas Travessias Longa e Curta da Doca, em que também participei. Foi uma forma de continuarmos ligados e também de manter a Natação, tendo em conta o período das férias de Verão. Claro que tudo isto aconteceu por incentivo do nosso Treinador.
no Faial, sobretudo para divulgar esta ilha, que é muito ligada ao mar e às actividades náuticas. É muito raro ouvir falar do Clube, o que é lamentável atendendo ao papel que tem na formação e divulgação. Há muita gente que fala do Clube Naval da Horta mas desconhece verdadeiramente o que aqui se faz. Alguns conhecem mesmo bem é o Bar. Aliás, tenho amigos que não sabiam que o CNH tinha desportos. Pensavam que era só o Bar. A maior parte das pessoas não tem noção do quão árdua é a Natação, pensando que basta dar umas braçadas.
A importância dos amigos e do CNH
Consegui sempre conciliar a Escola com a Natação e o Conservatório
Andar de bicicleta e ler – quando era mais pequeno houve uns tempos em que queria ser escritor mas esse gosto desapareceu – são aspectos que fazem parte da minha vida mas sair com os amigos está acima disso tudo. Os amigos são muito importantes! Até para a nossa saúde psicológica! Tenho amigos fora da Natação e eles percebem a importância do que faço mas às vezes incitam-me a faltar a um treino, dizendo que não faz mal. Mas tentamos sempre evitar isso. Acho que o Clube tem uma grande importância
Tentei convencer uma colega da Natação a vir para a Competição mas ela desistiu logo no primeiro dia que experimentou. Mesmo conversando com ela para que houvesse uma segunda hipótese, não tive sucesso, o que significa que a Natação é um desporto exigente e que não é para todos. Sei de pessoas que não conseguem conciliar a Escola com a Natação e com outras actividades que têm. Hoje em dia, vejo que há muita dificuldade em conciliar as diversas actividades dentro e fora da
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“Embora a Natação seja um desporto individual, apoiamo-nos uns aos outros como equipa”
escola. Conheço muita gente que quando entra para o Secundário desiste de tudo para se dedicar só à Escola mas acho que não devia ser assim. Com várias actividades, aprendemos a gerir o tempo, o que nos vai dar muito jeito futuramente. Há tempo para tudo. O Tiago diz-nos isso. É preciso é querer! Consegui sempre conciliar a Escola com a Natação e o Conservatório. Há 11 anos que toco Violino no Conservatório. Este foi o meu último ano. Sempre gostei deste instrumento mas devo dizer que o Violino é ainda uma actividade mais secundária do que a Natação. Toquei numa Orquestra de Cordas e cheguei a ir tocar em concertos fora do Faial mas nunca tive interesse em competições. Sempre gostei imenso de música e de tocá-la. O Violino ajuda-me a desanuviar, permitindo-me “desligar a ficha” do resto. Neste sentido, acho que a Natação também é importante para nos ajudar a relaxar da Escola, pois estamos sempre tão focados no estudo!
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Gonçalo Oliveira: “Sentimos orgulho em representar o CNH!” Fotografia de: José Macedo
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CLUBE NAVAL DA H A Natação tem mais importância do que a música Adoro música e contrariando a tendência da minha idade, adoro música clássica. Por isso, tocava certas músicas em casa, porque era sempre um prazer ouvi-las. Podia não estar a tocar da forma certa mas é algo que me dá prazer. A Natação tem mais importância do que a música, porque pratico mais Natação do que toco música e gosto muito mais de nadar. A Natação está em 1º lugar e a música em 2º. A Escola é bastante importante. Adoro aprender e saber sobre as coisas. Desde pequeno que sempre fui muito curioso e andava na ‘internet’ a pesquisar sobre os mais variados temas. Ainda há 1 mês, encontrei umas folhas que tinha feito sobre todos os animais possíveis, quando tinha uns 10 anos. Fiquei surpreso por encontrar essa informação.
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Curso de Juiz-Árbitro Também tenho o Curso de Juiz-Árbitro de Natação, que tirei em 2018, e gosto imenso! Essa oportunidade surgiu por convite da Olga [Marques, da Secção de Natação do CNH] e sempre que não estou envolvido nas provas, vou arbitrar. Não achei o Curso difícil. Requereu um bocadinho de estudo mas nada de mais. O Clube e os amigos do Clube vão continuar na minha vida e como tenho este Curso de Juiz-Árbitro, posso estar sempre ligado ao CNH, arbitrando provas no Verão ou nas férias. Não tenho intenção de me desligar do Clube Naval da Horta. Posso dizer que a curiosidade é a minha grande qualidade. Embora alguns possam vê-la como um defeito, sempre a vi como uma mais-valia e uma forma de aprender mais. Desde pequeno que não sabia o que queria ser
“Da forma como conheço os meus amigos, sei que vão fazer novas amizades e manter as actuais”
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André Costa, Gonçalo Oliveira, Diogo Leonardo e Afonso Santimano Gonçalo Oliveira: “Na Natação fiz imensos amigos”
quando fosse grande pelo facto de gostar um pouco de tudo na área de Ciências. E foi esta curiosidade de perceber como é que as coisas funcionam que me conduziu a esta opção, pois, como gosto de informática, é curioso perceber como é que uma coisa ligada a uma ficha consegue darnos toda esta informação! Sou uma pessoa que desiste facilmente e a Natação ajudou-me a não desistir dos meus objectivos. Fico feliz por isso e tento sempre contrariar essa ideia de desistir. Muitas vezes quando não consigo fazer algo, apetece-me logo desistir mas sei que não pode ser assim e tento esforçar-me ao máximo para inverter essa tendência. A Natação foi uma grande ajuda
Gonçalo Oliveira: “O Clube e os amigos do Clube vão continuar na minha vida” Fotografia de: Tiago Henriques
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Por exemplo: quando os meus colegas foram para a Competição, fiquei muito triste por não estar lá também e a primeira coisa em que pensei foi em desistir mas disse: “Não, vou insistir para ver se consigo” e consegui entrar na Competição. Essa lição aplicou-se a outras vertentes na minha vida. Quando fui para o Secundário, as notas descer-
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CLUBE NAVAL DA H am um bocadinho mas apliquei-me para ver se subiam e tenho uma boa média agora. Deixo uma mensagem aos que ficam na Secção: “Apesar de parecer difícil e a vontade de desistir ser grande às vezes, porque a Natação exige uma grande parte da nossa vida, procurem outras alternativas que não passem por abandonar esta modalidade”. A iniciativa do Tiago em apresentar-nos o David Carreira – ex-atleta paralímpico – na visita que fez ao CNH em 2018, foi excelente! Veio provar que nada é impossível quando realmente queremos. Ele conseguiu transmitir-nos essa mensagem de nunca desistirmos e de lutarmos pelos nossos objectivos. É incrível pensar nisso e percebermos que o nosso Treinador conseguiu a proeza de levar esse atleta aos Jogos Olímpicos! Tenho na Matemática a minha disciplina favorita e no marisco e lasanha os meus pratos preferidos. O Tiago ajudou-nos imenso a melhorar os nossos hábitos alimentares, fazendo-nos perceber a importância de ler o pacote. Por vezes, não lemos as informações ou então só vemos as calorias mas não é só isso que importa. A alimentação saudáv-
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el tem uma influência enorme no nosso rendimento e na nossa saúde. Gosto muito de uma coisa doce mas tento sempre controlar-me e nesse sentido conto com muita ajuda lá em casa”. Fotografias cedidas por: Gonçalo Oliveira
Diogo Vieira, Tomás Oliveira e Gonçalo Oliveira: uma amizade para a vida que nasceu com a Natação
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PESCA DESPORTIVA DE BARCO 4ª PROVA DE CORRICO
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prova decorreu bem com óptimas condições de mar e de vento. Em termos de capturas, tivemos barcos com algum peixe e outros com pouco ou até nenhum”. É este o balanço feito por Luís Carlos Rosa, Director da Secção de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH), à 4ª Prova de Corrico do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do CNH - Época de 2019, que se realizou na manhã deste domingo, 01 de Setembro. “Zeus”, de Jorge Oliveira, foi a embarcação vencedora, tendo capturado mais de 25 quilos de pescado, ao passo que o último classificado não apanhou peixe qualificável. No 2º lugar do pódio ficou a embarcação “Xark”, de Vicente Barreto; e no 3º, a “Senhora da Guia”, de Renato Azevedo. O “Ex-Libris”, de Nuno São João, ficou na 4ª posição, tendo o Titou, de João Pereira, ficado no último lugar da tabela classificativa. O maior exemplar – uma Anchova, com 4.250 quilos – foi apanhada pela equipa de Vicente Barreto, a bordo do “Xark”.
Após a pesagem, participantes e outros envolvidos na Prova conviveram, como habitualmente acontece, ao sabor do brinde oferecido pelo CNH. O Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta conta, novamente este ano, com o patrocínio da empresa “Delfim Vargas, Lda”, sendo composto por 8 Provas: 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico. Em falta, encontra-se a 2ª Prova de Corrico (nocturna), que está programada para o próximo sábado, dia 07. O calendário de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta - Época de 2019, fica completo com a realização da 4ª e última Prova de Fundo, marcada para o dia 22 do corrente, integrada no Programa Comemorativo do 72º Aniversário do Clube Naval da Horta. Uma vez que se trata da Prova de encerramento desta temporada, Director e Pescadores decidiram finalizar com um Caldo de Peixe, a realizar nesse mesmo dia.
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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “XARK” VENCEU A 2ª PROVA DE CORRICO
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equipa de Vicente Barreto, a bordo da embarcação “Xark”, foi a vencedora da 2ª Prova de Corrico do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019, decorrida na noite deste sábado, dia 07, e que se encontrava em atraso devido às adversas condições meteorológicas ocorridas no dia em que deveria ter sido realizada. O 2º lugar do pódio foi ocupado pelo “Zeus”, de Jorge Oliveira; e o 3º pelo “Titou”, de João Pereira. A embarcação “Senhora da Guia”, de Renato Azevedo, ficou na 4ª posição. O maior exemplar, uma Anchova, com 4,450 quilos, foi pescada pela equipa de Jorge Oliveira (“Zeus”). Segundo Luís Carlos Rosa, Director da Secção de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta, “a Prova decorreu com bom tempo e boas condições de mar, tendo-se registado capturas muito interessantes, principalmente no que toca ao 1º e 2º lugares. Devido a problemas no motor, uma das embarcações acabou por não realizar a competição”. Como habitualmente, os participantes conviveram após a pesagem do pescado, aspecto que é parte integrante destas actividades lúdicas no CNH. O Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta conta, novamente este ano,
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com o patrocínio da empresa “Delfim Vargas, Lda”, sendo composto por 8 Provas: 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico. O calendário de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta - Época de 2019, fica completo com a realização da 4ª e última Prova de Fundo, prevista para domingo próximo, dia 15, integrada no Programa Comemorativo do 72º Aniversário do CNH. Atendendo a que se trata da última Prova desta temporada, foi decidido rematar com um Caldo de Peixe, a realizar neste mesmo dia. Fazendo o somatório das 7 Provas realizadas até agora, na dianteira encontram-se as embarcações “Xark”, “Zeus” e “Titou”. Caso o tempo permita, domingo (dia 15) será conhecido o campeão de 2019 bem como os outros vencedores.
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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “ZEUS” GANHOU A 4ª PROVA DE FUNDO E DE ANIVERSÁRIO DO CNH
“Xark” é o vencedor do Campeonato de 2019
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eus” (Jorge Oliveira), “Xark” (Vicente Barreto), e “Junior” (Rui Silveira), foram os vencedores da 4ª e última Prova de Fundo da Secção de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2019, que decorreu domingo, dia 15. Esta derradeira Prova da temporada de 2019 desta Secção integrou, também, o Programa Comemorativo do 72º Aniversário do CNH, data que ocorre no dia 26 deste mês e que será assinalada no dia 28. A embarcação “Zeus” foi duplamente vencedora pelo facto de ter igualmente capturado o maior exemplar: um Gaio, com 4,340 quilos. Luís Carlos Rosa, Director da Secção de Pesca Desportiva de Barco do CNH, revela que “a Prova decorreu com condições atmosféricas muito boas”, tendo sido 6 as embarcações participantes. O 4º lugar da tabela classificativa foi ocupado pelo “Senhora da Guia” (Renato Azevedo), o 5º pelo “Ex-Libris” (José Correia), e o 6º pelo “Titou” (João Pereira). O Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta contou, novamente este ano, com o patrocínio da empresa “Delfim Vargas, Lda”, tendo sido composto por 8 Provas: 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico.
Olhando para os Resultados e no que concerne às Provas de Pesca de Fundo, as taças vão para “Zeus”, “Titou” e “Xark”. No que diz respeito às Provas de Pesca de Corrico, os vencedores são: “Xark”, “Zeus” e “Senhora da Guia”. Totalizando ambas, a Classificação dita como campeã de 2019 a embarcação “Xark”. Nos restantes lugares do pódio do Campeonato de Pesca Desportiva Desportiva de Barco do CNH - Época de 2019, encontram-se o “Zeus” e o “Titou”. Após a pesagem das capturas deste domingo, cada equipa contribuiu com algum pescado para o Caldo de Peixe que encerrou esta Época. Depois do peixe ter sido devidamente arranjado, o Caldo foi confeccionado com a colaboração de “praticamente todos os pescadores envolvidos nesta pescaria lúdica”, tendo contado com “a supervisão” do mestre João Pereira, da embarcação “Titou”. Luís Carlos Rosa salienta “a presença de alguns familiares dos pescadores que se juntaram ao animado convívio, bem como de Delfim Vargas e esposa, patrocinador de longa data das provas de Pesca Desportiva de Barco do CNH”. A Entrega de Prémios acontecerá durante o Jantar de Aniversário destinado a comemorar os 72 Anos do Clube Naval da Horta e que está marcado para as 20 horas de sábado, dia 28 do corrente, no Pavilhão da Paróquia das Angústias.
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PESCA DESPORTIVA DE COSTA MARTIM BETTENCOURT GANHOU A PROVA INFANTIL, COM 3,250 QUILOS DE PESCADO
Representação da Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH: José Escobar, Carlos Medeiros, José Armando Silva e José Alberto Goulart
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oram 33 os pescadores que participaram no Torneio Açoriano de Pesca, decorrido sábado e domingo últimos, dias 14 e 15, em São Miguel, organizado pelo Clube Açoriano de Pesca Desportiva (CAPD), de Ponta Delgada. A comitiva da Secção de Pesca Desportiva de Costa do Clube Naval da Horta (CNH) era composta por Carlos Medeiros (que foi 9º classificado), José Armando Silva (alcançou o 5º lugar), José Escobar (6ª posição) e pelo estreante nesta competição, José Alberto Goulart (22º lugar). Participaram, também, pescadores do Clube Ilha Azul, do Faial, bem como do Clube Naval das Velas e da Secção de Pesca do Clube de Futebol da Calheta, ambos de São Jorge, além do clube anfitrião e de outros de São Miguel. A participação do CNH resulta do intercâmbio iniciado há mais de 4 décadas, tendo os pescadores micaelenses disputado as Provas organizadas por altura da Semana do Mar 2019, no
Faial. Carlos Medeiros, participante e Director da Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH, refere que “a questão menos positiva foi a falta de peixe, o que está directamente relacionado com o facto de o horário das provas não ter sido o ideal devido às marés”. Ainda assim, a comitiva do Clube Naval da Horta destaca o convívio e a experiência, “aspectos sempre muito relevantes”, manifestando vontade de voltar a participar, caso haja oportunidade para tal. Filipe Botelho, do Clube Naval da Lagoa, foi o vencedor deste Torneio, o que acontece pelo 3º ano consecutivo.
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PESCA DESPORTIVA DE COSTA PROVA COMEMORATIVA DO ANIVERSÁRIO DO CNH
Na fotografia: José Alberto Goulart, Elias Câmara, Carlos Medeiros, José Escobar e Juliana Nóbrega
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oram 5 os pescadores que participaram na Prova de Pesca de Costa Comemorativa do 72º Aniversário do Clube Naval da Horta (CNH), que decorreu na manhã deste domingo, dia 22, na Laginha. A competição – organizada pela Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH – decorreu de forma tranquila e animada, tendo Carlos Medeiros sido o vencedor. No 2º lugar do pódio ficou Elias Câmara e no 3º Juliana Nóbrega. O 4º classificado foi José Escobar, tendo José Alberto Goulart ficado na 5ª posição. Elias Câmara leva, também, o Prémio do Maior Exemplar: uma Veja, com 1,310 quilos. Como habitualmente, os participantes contaram com o lanche oferecido pelo CNH, tendo, após a pesagem, havido, como sempre acontece, amena cavaqueira entre todos os envolvidos na pescaria. A Entrega de Prémios decorrerá durante o mega-Jantar de Aniversário, com início pelas 20 horas de sábado próximo, dia 28, no Pavilhão da Paróquia das Angústias.
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VELA DE CRUZEIRO 12 BARCOS PARTICIPARAM NA REGATA DO 72º ANIVERSÁRIO DO CNH
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oram 12 os barcos que participaram na Regata do 72º Aniversário do Clube Naval da Horta (CNH) da Secção de Vela de Cruzeiro, decorrida na tarde deste sábado, dia 28. Na Classe OPEN, os vencedores foram: “Soraya” (Frederico Rodrigues); “Maresia” (Fernando Rosa); e “Linda” (Jean-Pierre Dhant). “Majo” (Armando Castro); “Boreas” (Luís Morais); e “Air Mail” (Luís Carlos Decq Mota), preencheram o pódio na Classe ORC A. Na Classe ORC B, os três primeiros classificados foram: “Hot Stuff” (Luís Decq Motta); “Além Mar” (Disidério Machado); e “No Stress” (António Pedro Oliveira). Susana Rosa – Coordenadora desta Secção conjuntamente com José Fernandes – explica que a largada foi dada pelas 15 horas, com saída do porto da Horta, tendo os velejadores contornado
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José Leonardo entregou a Frederico Rodrigues o 1º Prémio da Classe OPEN - Regata de Vela de Cruzeiro comemorativa do 72º Aniversário do CNH
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Na Classe ORC A, Armando Castro, a bordo do “Majo”, foi o vencedor
uma bóia junto à freguesia de Pedro Miguel e regressado ao ponto de partida, numa distância de cerca de 5 milhas, com vento um bocadinho fresco”. “A Organização está muito satisfeita com o número de participantes e a forma como decorreu a prova comemorativa do 72º Aniversário do CNH”, destaca esta Dirigente, que acrescenta: “Temos a salientar a participação nesta Regata de um barco francês, o “Pen Duick 6”, que pertenceu ao famoso navegador Éric Tabarly [presença habitual e amiga do “Peter Café Sport”] e que actualmente é da sua filha, Marie Tabarly. Na realização da Regata, a tripulação do “Pen
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Duick 6” incluiu, também, o velejador do CNH, António João. Atendendo a que o intuito era apenas participar, a opção foi largar em último, evitando a confusão da partida. “O ‘feedback’ que recebemos foi de que todos gostaram muito desta Regata!”. A tripulação francesa foi convidada e esteve presente na Entrega de Prémios, que aconteceu no decorrer do grande Jantar de Aniversário, realizado na noite deste sábado, dia 28, e que teve como palco o Pavilhão da Paróquia das Angústias. José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, fez questão de vincar esta presença, tendo mesmo chamado Marie Tabarly e agradecido a sua presença neste convívio festivo. Recorde-se que a Regata do 72º Aniversário do CNH integrou o Campeonato de Ilha 2019 - Peter Café Sport, da Secção de Vela de Cruzeiro do CNH. A próxima actividade desta Secção será a Regata da República, calendarizada para o próximo sábado, dia 05 de Outubro, e que também faz parte deste mesmo Campeonato.
A embarcação “Hot Stuff”, tendo como ‘Skipper’ Luís Decq Motta, ganhou na Classe ORC B
A embarcação “Hot Stuff”, tendo como ‘Skipper’ Luís Decq Motta, ganhou na Classe ORC B
José Decq Mota e Marie Tabarly
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VELA LIGEIRA EM SETEMBRO E OUTUBRO: CLASSE HANSA DO CNH PARTICIPA NOS CAMPEONATOS NACIONAL E EUROPEU EM PORTIMÃO
Na fotografia de arquivo de João Duarte encontram-se Libério Santos, Rui Dowling e Lício Silva
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ui Dowling, Lício Silva e Libério Santos são os velejadores do Clube Naval da Horta (CNH) – Classe Hansa - 2.3 – que irão participar nos Campeonatos Nacional e Europeu da Classe Hansa (Vela Adaptada), que têm como palco a Cidade Europeia do Desporto: Portimão, no Continente Português. O Campeonato Nacional realiza-se nos dias 27, 28 e 29 deste mês (sexta, sábado e domingo), ao passo que o Campeonato da Europa decorrerá de 05 a 12 de Outubro. Estes eventos, que constituem o maior desafio alguma vez assumido em terras lusas no que diz
respeito à Vela Adaptada, são organizados pela Vela Solidária, o Iate Clube da Marina de Portimão (ICMP) e a Teia D’Impulsos. Na informação veiculada, pode ler-se que estes 3 organismos pretendem fazer desta iniciativa desportiva “um marco no desporto adaptado em Portimão, nas políticas e acções relacionadas com as acessibilidades e com o turismo acessível, na angariação de novos parceiros e na facilitação de redes de cooperação”. “Queremos que o Campeonato da Europa de Vela Adaptada seja um catalisador de crescimento, consciencialização e valorização humana e dos recursos naturais e, que, durante 15 dias, estes velejadores especiais, suas comitivas e elementos da organização tenham uma experiência única e, para tal, contamos com parceiros também eles especiais pela
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sensibilidade e empenho nesta causa”, realçam os organizadores. No Campeonato Nacional prevê-se a participação de 40 atletas de todo o país, de Norte a Sul, incluindo Açores e Madeira, enquanto que no Campeonato da Europa o número de velejadores deverá ascender os 150, em representação de 20 países, europeus e não só. No conjunto dos 2 Campeonatos e dos estágios que irão ser realizados ao longo deste período, durante 2 semanas mais de 400 pessoas estarão envolvidas neste que será o maior evento de Vela Adaptada da Europa no ano de 2019. Os Campeonatos terão como base a Marina de Portimão e as regatas desenrolar-se-ão no estuário do Rio Arade. Além dos 3 velejadores, que irão representar o Faial e os Açores nestes 2 importantes momentos desportivos de alta competição – no Campeonato Nacional, a comitiva do CNH integra João Duarte, Treinador da Classe Hansa; Nilzo Fialho, Terapeuta da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), parcei-
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ra do CNH; e Armando Oliveira, funcionário do CNH. Relativamente ao Europeu, apenas haverá uma troca, indo Luís Paulo Moniz em substituição de Armando Oliveira. De realçar que a participação da Classe Hansa do Clube Naval da Horta no Campeonato da Europa só é possível graças ao apoio da Secretaria Regional da Solidariedade Social e da Câmara Municipal da Horta. João Duarte sublinha o facto de “esta ser uma estreia” no que concerne ao Europeu, referindo que “o Nacional funciona como um treino para o Campeonato da Europa”. Colocar a sua frota nos primeiros 5 lugares é o objectivo deste Técnico. Enquanto decorrem os treinos, “a moral encontra-se em alta” no seio dos velejadores referenciados. Recorde-se que o velejador Rui Dowling (Campeão Nacional em 2016) integra o grupo dos atletas que no Clube Naval da Horta se podem gabar de terem sido campeões nacionais na Vela e são eles: Armando Castro na Vela de Cruzei-
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CLUBE NAVAL DA H ro; Rui Silveira na Classe Laser e Rui Dowling na Classe Hansa 2.3. De frisar o facto de o CNH também já ter tido outros velejadores com muito boas prestações no Campeonato Nacional, como é o caso de Lício Silva e de Libério Santos. A caminho de completar 8 anos de existência, o Projecto “Faial Sem Limites - Vela Para Todos” pode orgulhar-se de ter contribuído para a inclusão nesta ilha. Recorde-se que foi criado no fim de 2011, resultando de uma parceria entre o CNH e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial. De realçar que o Clube Naval da Horta continua a ser, nos Açores, o único clube que conta com Classe Hansa na sua Escola de Vela, tendo sido, tal como noutros aspectos, também pioneiro no que toca à Vela inclusiva no Arquipélago. “Penso que o projecto “Faial Sem Limites - Vela Para Todos” deu um contributo importante para a inclusão e os velejadores têm sido, ao longo destes anos, homenageados pelas suas Juntas de Freguesia, pela Direcção Regional do Desporto, pela Câmara, pela APADIF, Academia do
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Bacalhau, Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), etc”, assinala João Duarte, que distingue: “O reconhecimento do trabalho tem sido excelente. Acredito que essa valorização por parte da sociedade tem um impacto naquilo que é a imagem que se tem das pessoas com deficiência e o CNH é um agente notável neste sector”.
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VELA LIGEIRA CAMPEONATO NACIONAL DA CLASSE HANSA - COMITIVA DO CNH EMBARCOU RUMO A PORTIMÃO
Atrás, da esquerda para a direita: João Duarte; Rosa e Armando Oliveira; Nilzo Fialho e José Decq Mota À frente encontram-se os velejadores do CNH: Rui Dowling, Lício Silva e Libério Santos
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mbarcaram na manhã de quarta-feira, dia 25, os velejadores da Classe Hansa 2.3 do Clube Naval da Horta (CNH), que vão participar no Campeonato Nacional da Classe Hansa (Vela Adaptada), que decorrerá de 27 a 29 do corrente na Cidade Europeia do Desporto: Portimão, no Continente Português. Além dos atletas – Rui Dowling, Lício Silva e Libério Santos – a comitiva do CNH integra, na vertente logística, João Duarte, Treinador da Classe Hansa; Nilzo Fialho, Terapeuta da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), parceira do CNH; e Armando Oliveira, funcionário do CNH. Tal como a fotografia documenta, José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, fez questão de ir ao Aeroporto da Horta desejar boa sorte aos atletas (e manifestar vontade de que tragam medalhas) e despedir-se da comitiva faialense, que representa não só o Clube Naval da Horta mas,
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também, a ilha do Faial e a região Açores. E isso acontece, porque o Clube Naval da Horta continua a ser, nos Açores, o único clube que conta com Classe Hansa na sua Escola de Vela, tendo sido, tal como noutros aspectos, também pioneiro no que toca à Vela inclusiva no Arquipélago. É de realçar o facto de no mesmo palco (Portimão) se realizar, de 05 a 12 de Outubro próximo, o Campeonato da Europa da Classe Hansa. E, a propósito, destaca-se que a participação da Classe Hansa do Clube Naval da Horta no Campeonato da Europa só é possível graças ao apoio da Secretaria Regional da Solidariedade Social e da Câmara Municipal da Horta. Estes eventos são organizados pela Vela Solidária, Iate Clube da Marina de Portimão (ICMP) e Teia D’Impulsos. No Campeonato Nacional prevê-se a participação de 40 atletas de todo o país, de Norte a Sul, incluindo Açores e Madeira, enquanto que no Campeonato da Europa o número de velejadores deverá ascender os 150, em representação de 20 países, europeus e não só. Os Campeonatos terão como base a Marina de Portimão e as regatas desenrolar-se-ão no estuário do Rio Arade.
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VELA LIGEIRA CAMPEONATO NACIONAL DA CLASSE HANSA
Em Portimão, Rui Dowling sagrou-se campeão nacional e Libério Santos ficou em 3º lugar no Campeonato Nacional da Classe Hansa
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epetindo o título alcançado em 2016, o velejador Rui Dowling, do Clube Naval da Horta (CNH), é de novo Campeão Nacional da Classe Hansa 2.3 (Vela Adaptada). O 3º lugar do pódio nesta Classe também veio para o Clube Naval da Horta, através do atleta Libério Santos. Em 4º lugar, com os mesmos pontos que Libério Santos, ficou o velejador Lício Silva, igualmente do CNH. Recorde-se que o Campeonato Nacional da Classe Hansa decorreu de sexta a domingo (27 a 29), na Marina de Portimão, uma organização do Iate Clube Marina de Portimão (ICMP) e da Associação Teia D’Impulsos, mediante o seu projecto “Vela Solidária”. Além dos 3 velejadores, a comitiva do CNH integra, também, João Duarte, Treinador da Classe Hansa; Nilzo Fialho, Terapeuta da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), parceira do CNH; e Armando Oliveira, funcionário do CNH. A chegada ao Faial está prevista para a tarde desta segunda-feira,
dia 29. Contactado pelo Gabinete de Imprensa do CNH, João Duarte recorda que no 1º dia do Campeonato houve “vento bom, tendo corrido muito bem”. Realizaram-se “3 boas regatas”, com os velejadores faialenses a ocuparem todos os lugares do pódio. No 2º dia, o vento soprou com pouca intensidade e apenas se realizou 1 regata. No 3º e último dia do Nacional, “ao contrário do que estava previsto, houve vento, tendo sido feitas 3 regatas. A 1ª não correu muito bem, tendo a situação melhorado nas outras 2. Os maiores adversários dos atletas do CNH foram 2 velejadores de Cascais, com os resultados a serem muito renhidos”. Este Técnico considera que foi “um Campeonato muito bom”, classificando os resultados como “óptimos!” E sublinha, a propósito: “Dá-nos perspectivas para o Europeu”. Figurar nos primeiros 5 lugares da tabela classificativa era o objectivo de João Duarte para este Nacional, o que foi plenamente atingido. Refira-se que a Cidade Europeia do Desporto: Portimão, irá acolher o Campeonato Europeu da Classe Hansa, que se realiza de 05 a 12 de Outubro próximo. No que concerne à logística
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da equipa do CNH, apenas haverá uma troca, indo Luís Paulo Moniz em substituição de Armando Oliveira. A partida para o Europeu está agendada para este sábado, dia 05. De realçar que a participação da Classe Hansa do Clube Naval da Horta no Campeonato da Europa só é possível graças ao apoio da Secretaria Regional da Solidariedade Social e da Câmara Municipal da Horta. A juntar aos 35 velejadores portugueses, o Campeonato Europeu da Classe Hansa contará com
mais 110 velejadores de todo o Mundo para competirem em 3 classes diferentes. Note-se que, tanto no Nacional como no Europeu, os 3 velejadores do CNH encontram-se em representação do Faial e dos Açores, uma vez que o Clube Naval da Horta é o único clube da Região que conta com Classe Hansa na sua Escola de Vela, tendo sido, tal como noutros aspectos, também pioneiro no que toca à Vela inclusiva no Arquipélago.
Rui Dowling segurando a Taça de Campeão
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VELA LIGEIRA CAMPEONATO NACIONAL DA CLASSE HANSA
Em Portimão: Velejadores do CNH revelam como decorreu o Campeonato Nacional da Classe Hansa
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que parecia um sonho foi alcançado e a Taça de Campeão Nacional da Classe Hansa vem para o Faial pela mão do velejador do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Dowling. Mesmo habituado a estas andanças, se tivermos em conta que já em 2016 tinha vivido a experiência de ser o 1º da sua Classe (2.3) no pódio, Rui confessa que “não estava à espera de ganhar”. Na entrevista concedida este domingo, 29, o atleta relevava que o “Campeonato foi um bocado cansativo” e que os adversários “deram luta”. O último dia (domingo, 29) foi decisivo! Os resultados foram positivos e qualquer um de nós – eu, o Lício ou o Libério – podia ter ganho o título”.
Comitiva do CNH no jantar de domingo à noite, com o atleta Fernando Pinto, na cabeceira, um “velho” amigo dos velejadores do Faial e do CNH
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Libério Santos dedica a vitória à sua mulher
O calor e a falta de vento foram inimigos. “Sexta-feira (27), o vento só entrou ao fim do dia; no sábado (28) baixou muito e domingo (29) já esteve bem melhor”. Embora este já fosse um campo de regata conhecido, a verdade é que as condições variam sempre. “A corrente do rio tem uma influência grande. Diria mesmo que é algo muito marcante”. Quanto questionado sobre a quem dedica a vitória, Rui Dowling é peremptório: “À minha família e à Carmélia Anjo, uma amiga que reside em São Miguel e que tem a mesma doença que eu: osteogénese imperfeita”. O Campeão destaca e agradece o apoio do seu Treinador, João Duarte e do restante pessoal da logística: “o Nilzo, o Armando e a Rosa. Todos foram fundamentais no apoio e na logística, por isso lhes dirijo uma palavra de apreço pelo que fizeram”. Libério Santos, que alcançou o 3º lugar na Classe 2.3, diz que “correu bem”.
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“Não foi muito fácil. Para mim, o mais difícil foi o 1º dia, porque não havia vento mas ainda assim, nós os 3 do CNH conseguimos ficar todos no pódio. Assistiu-se a uma grande luta pelos lugares decisivos. Depois destes resultados, o 2º dia estragou tudo, pois apenas fizemos 1 regata. Mas após o 3º dia de prova, tudo melhorou e estou bem satisfeito com a minha prestação. Valeu a pena trabalhar. Dedico o prémio à minha mulher, que me apoia sempre e tem sido o meu braço direito. Este Campeonato permitiu rever amigos e fazer novas amizades. Ao mesmo tempo, também funcionou como um treino para o Europeu, que começa na próxima semana. É uma estreia absoluta num Campeonato da Europa e vamos todos dar o nosso melhor para ficarmos bem classificados”. Lício Silva ficou na 4ª posição, embora tenha conseguido os mesmos pontos que Libério Santos. “No 1º dia ficámos bem classificados mas o 2º
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CLUBE NAVAL DA H revelou-se uma desilusão, pois o vento caiu. Deparei-me com pouco vento e muita corrente. Domingo, apanhámos um bocadinho de vento e foi bom. Posso dizer que este Nacional foi óptimo, podendo ser visto como mais uma experiência de aprendizagem. Também serviu como treino para o Europeu, que aí vem. Vamos trabalhar para conseguirmos bons resultados para esta equipa, pois os nossos sucessos são para
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todos à nossa volta, que nos apoiam, ajudam e incentivam!” A comitiva do CNH tem chegada prevista ao Faial na tarde desta segunda-feira, dia 30. Na bagagem, além dos troféus, vem a alegria pelas vitórias conquistadas e a esperança de um bom desempenho no Campeonato da Europa da Classe Hansa, que irá decorrer de 05 a 12 de Outubro, novamente em Portimão.
Lício Silva: “Posso dizer que este Nacional foi óptimo”
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WINDSURF CAMPEONATO REGIONAL DE FÓRMULA WINDSURF
Belchior Neves, do CNH, foi 2º classificado Classe Open
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oram 8 os participantes no Campeonato Regional de Fórmula Windsurf, que decorreu sábado e domingo últimos, dias 14 e 15, na baía de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. Belchior Neves, do Clube Naval da Horta (CNH), foi o único atleta não micaelense presente neste evento, organizado pelo Clube Naval de Ponta Delgada em conjunto com a Associação de Vela dos Açores. A prova foi aberta às Classes Open e Sport, tendo 3 windsurfistas inscritos na Classe Sport e 5 na Classe Open, na qual competiu Belchior Neves. O atleta faialense alcançou o 2º lugar do pódio - Classe Open, tendo Mário Medeiros (“Sabão”) sido o vencedor. Belchior explica que os 3 que não conseguiram acabar a regata dentro do tempo regulamentar
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ficaram empatados em 3º lugar. Na Classe Sport, os lugares ficaram assim distribuídos: 1º Pedro Martins; 2º Emanuel Pinto e 3º Henrique Raposo. A falta de vento foi o maior entrave deste Campeonato Regional de Fórmula Windsurf, pelo que das 8 regatas previstas, apenas se realizou 1. Ainda assim, Belchior Neves sublinha que foi “bastante interessante”, destacando o ambiente competitivo. O atleta do CNH realça a forma “acolhedora” como foi recebido, revelando que já foi convidado a participar na Prova de Velocidade (volta mais rápida ao percurso montado), que irá realizar-se em São Miguel, em Outubro ou Novembro deste ano. “Eles têm todo o interesse em que participem mais pessoas, o que traz uma dinâmica muito maior à modalidade”. Quanto ao vencedor da sua Classe, Belchior evidencia “o nível de experiência alcançado, encontrando-se muito acima dos outros”. Por isso,
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acentua que “é sempre possível aprender algo” nas diversas provas em que participa. E a propósito de competições, Belchior Neves – que, além de atleta também já vestiu a camisola de Monitor no CNH – avança que tem intenção de participar no Campeonato Regional de Windsurf, marcado para os dias 7 e 8 de Dezembro próximo, na Praia da Vitória, ilha Terceira, e nas provas do Campeonato Nacional, em 2020. Fotografias cedidas por: Belchior Neves
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CNH CAMPANHA DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS
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Campanha de Angariação de Fundos para Modernização das Frotas e dos Equipamentos Desportivos
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Direcção do CNH deliberou, na sua reunião de 23 de setembro de 2019, promover uma Campanha de Angariação Fundos, aberta e publica, que visa contribuir para a modernização das frotas e equipamentos desportivos do Clube. Esta Campanha, que se iniciará no dia 28/9, terá o seu desenvolvimento ao longo da época desportiva de 2019/2020 com diversas iniciativas que serão programadas e anunciadas brevemente. Esta Campanha de Angariação de Fundos visa criar um fundo que permita a progressiva aquisição de embarcações e palamentas de
vela ligeira e canoagem, de equipamentos de navegação, de meios actuais de segurança e a modernização da pequena, mas imprescindível, frota de barcos de apoio. O apoio dos sócios e amigos do CNH é essencial para que seja possível, de forma organizada, lançar um verdadeiro plano de renovação dos nossos meios desportivos, nas áreas da competição e do treino. No próximo dia 28/9, no Jantar do 72º Aniversário do Clube, que se realiza no Pavilhão das Angústias pelas 20H00, e para o qual estão convidados todos os sócios e desportistas, serão transmitidas informações relativas à importância desta Campanha de Angariação de Fundos do CNH.
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CNH MAIS DE 500 PESSOAS PARTICIPARAM NO JANTAR COMEMORATIVO DOS 72 ANOS DO CNH
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Clube Naval da Horta (CNH) é um clube multifacetado, com vocação para promover os desportos náuticos, eventos de divulgação do Faial e dos Açores como destino náutico privilegiado, formar os mais novos nos desportos náuticos e defender o património marítimo, nomeadamente o Património Baleeiro, associando-se a todas as questões ecológicas e climáticas”, evidenciou José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, na abertura do grande Jantar Comemorativo do 72º Aniversário desta instituição náutica, que aconteceu na noite de sábado, dia 28, no Pavilhão da Paróquia das Angústias. E um exemplo claro e concreto das preocupações ambientais do Clube Naval da Horta é o facto de a loiça descartável ter sido eliminada das festas e convívios desta colectividade há já algum tempo. Este Jantar foi, não só o culminar como “o ponto alto” das Comemorações dos 72 Anos do CNH,
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data que ocorreu no dia 26 do corrente e que foi sendo festejada com um vasto Programa de Actividades ao longo deste mês de Setembro. O timoneiro do Clube Naval da Horta, ao leme há vários mandatos consecutivos, começou por saudar todos os presentes: Sócios, Desportistas, Colaboradores e Entidades Oficiais, Parceiros e Patrocindores nas mais diversas áreas. “Saúdo
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CLUBE NAVAL DA H e afirmo que o CNH jamais poderia ter a actividade que tem se não fosse a existência das vastas parcerias, dos inúmeros Voluntários e das centenas e centenas de Sócios e Amigos que colaboram com esta instituição”, assinalou este Dirigente. O Presidente da Direcção do CNH agradeceu a presença do Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores; do Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva; do Representante da Autoridade Marítima, Paulo Guerreiro, Adjunto do Capitão do Porto da Horta; do Director Regional da Juventude, Lúcio Rodrigues; do Director do Serviço de Desporto da Ilha do Faial, Bruno Leonardo; do Vice-Presidente da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA), Hugo Pacheco; do Representante da Presidente da Assembleia Municipal da Horta e de todas as outras entidades que acederam ao convite do CNH para estarem presentes neste mega-Jantar. “Quero agradecer e sublinhar que o bom entendimento que tem havido com estas entidades é extremamente importante para a actividade do Clube Naval da Horta”, ressaltou José Decq Mota, lembrando que os Atletas e Treinador da Classe Hansa (Vela Adaptada) estavam ausentes pelo facto de se encontrarem em Portimão a participar no Campeonanto Nacional da Classe Hansa, tendo alcançado excelentes resultados. Angariação de Fundos para Renovação da Frota Na sua primeira intervenção da noite, o mais alto Responsável pelos destinos da única instituição náutica faialense chamou a atenção para dois aspectos. O primeiro prende-se com a Campanha de Angariação Fundos para modernização das Frotas e Equipamentos Desportivos. Esta deliberação foi tomada na reunião de Direcção do CNH do passado dia 23 e arrancou no dia 28 deste mês, sendo desenvolvida ao longo da Época Desportiva de 2019/2020 com diversas iniciativas, que serão programadas e oportunamente divulgadas. “A Campanha agora anunciada visa criar um fundo que permita a progressiva aquisição de embarcações e palamentas de Vela Ligeira e Ca-
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noagem, de equipamentos de navegação, de meios actuais de segurança e a modernização da pequena mas imprescindível frota de barcos de apoio”, revelou este Dirigente, que explica: “Há programas oficiais para renovação da frota mas apenas somos contemplados com uma parte da despesa. Como tal, o Clube precisa de angariar fundos para cobrir a restante percentagem. E nesse sentido, o apoio dos Sócios e Amigos do CNH é essencial para que seja possível, de forma organizada, lançar um verdadeiro plano de renovação dos nossos meios desportivos, nas áreas da competição e do treino”. “Não vou recandidatar-me em 2020” A segunda revelação da noite teve a ver com futuro desta “casa” no que toca ao seu dirigismo. José Decq Mota recordou que a actual Direcção se encontra a meio do mandato de 2 anos, o qual termina em Outubro de 2020. E ressaltou: “Queria alertar todos os Sócios do Clube Naval da Horta para começarem a pensar na necessidade imperiosa de se organizar para que haja listas candidatas. Todos sabemos que, sendo um Clube com muita actividade e muita gente envolvida, nem sempre tem sido fácil compôr listas de candidatos aos Corpos Gerentes. Mas há uma questão pessoal que tenho de anunciar hoje: é que não vou recandidatar-me em 2020. Tudo tem o seu tempo e chegando a 2020 completo, no total, 12 anos como Presidente do CNH. Apesar de não me recandidatar, estarei sempre disponível para ajudar o Clube, inclusivamente integrando, se for preciso, os Corpos Sociais, mas no que toca a trabalho executivo, esse tem
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de acabar em 2020. Vou cumprir o mandato, porque entendo que os mandatos são feitos para serem cumpridos. No entanto, faço questão de, a 1 ano de distância, dar a conhecer a minha intenção para que haja tempo de se organizarem. Desejo vivamente que em 2020 o CNH tenha um elenco directivo devidamente estruturado a fim de que não andemos todos aflitos à procura de soluções mais ou menos improvisadas”. À medida que foi decorrendo o Jantar e sendo entregues os (muitos) Prémios, José Decq Mota foi-se abeirando do microfone e fazendo revelações. Este Dirigente avivou que o CNH conta com 2 treinadores profissionais a tempo inteiro: Duarte Araújo, Treinador e Coordenador da Escola de Vela; e Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Natação. “Chamo a atenção para o facto de a Direçcão ter feito um esforço para encontrar treinadores profissionais com capacidade para podermos evoluir qualitativamente e isso está a suceder. O Duarte está cá há 5 anos e o Tiago há 1 ano e os resultados estão a ver-se”, acentuou, convidan-
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do ambos para apagarem as velas do bolo de aniversário e cortarem o mesmo, iniciativa que partiu da Direcção. Boa relação entre o CNH e a Câmara Municipal Convidado a proferir umas palavras, José Leonardo Silva, Presidente da Câmara Municipal da Horta, começou por cumprimentar José Decq Mota e toda a sua equipa bem como as Autoridades presentes, Sócios do CNH, “e todos os que fazem deste um grande Clube, que hoje se perspectiva em termos náuticos e que projecta o Faial nos Açores e no Mundo”. Pegando no tema das parcerias, alvitrado pelo Presidente do Clube aniversariante, o Autarca faialense evidenciou que “as parcerias são fundamentais para qualquer instituição”, elencando rubricas patenteadas na relação da Câmara com o Clube: Festival Náutico da Semana do Mar, Regatas Internacionais, Campeonato Nacional da Classe Hansa, entre outras. Em dia festivo, José Leonardo lembrou o papel dos fundadores do Clube Naval da Horta e todos aqueles que deram corpo às várias direcções
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CLUBE NAVAL DA H e construiram o CNH ao longo destes 72 anos de existência. “É importante fazermos estas referências numa altura em que, cada vez mais, existe dificuldade em encontrar pessoas disponíveis para exercerem estes cargos. Por isso, peço uma grande salva de palmas para todos os que dão o seu contributo”, reforçou o edil. A terminar, José Leonardo memorou que, ao abrigo do Protocolo anual estabelecido entre o CNH e a Câmara, há um apoio no valor de cerca de 39 mil euros, reiterando a “total disponibilidade” do Município da Horta para manter as parcerias com o Clube Naval da Horta, com o objectivo de “ambas as instituições continuarem a desenvolver o Faial”. Gui Menezes, Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores, cumprimentou os presentes, agradeceu o convite e felicitou o CNH por este Aniversário. “O Clube Naval da Horta é um Clube com grande projecção no Faial, nos Açores e fora de portas. É uma
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José Leonardo reiterou a disponibilidade da Câmara para continuar a ser parceira do CNH
Em nome da Direcção, José Decq Mota convidou Tiago Henriques e Duarte Araújo para apagarem as velas e cortarem o bolo do 72º Aniversário do CNH
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Rita Gonçalves recebeu o Troféu de “Atleta Exemplo”, que foi entregue por Gui Menezes
nacional”, garantindo que, “dentro do que são as possibilidades do Executivo, tudo será feito para que o CNH continue esta dinâmica, levando cada vez mais longe o nome do Faial e dos Açores”. O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia partilhou com todos ali presentes a expectativa que o Executivo açoriano tem de, no próximo ano, abrir a Escola do Mar dos Açores, sedeada na Cidade-Mar: a Horta. Com essa realidade, “abrem-se, ao CNH e a outras instituições, novas oportunidades e potencialidades veiculadas pela Escola do Mar dos Açores, que estará aberta a novas parcerias”. A noite foi sendo entrecortada por momentos destinados à Entrega de Prémios das Provas realizadas pelas diversas Secções (relativas, nuns casos ao Aniversário e noutros à Época de 2018/2019) e pelo decorrer do Jantar – da responsabilidade do Restaurante “O Barão” – que juntou mais de 500 pessoas. Neste contexto e como novidade, a Secção de Natação decidiu atribuir o Troféu ao “Atleta Exemplo”, ou seja, ao atleta que na época passada teve a melhor relação entre assiduidade, notas da escola e evolução em competição. E a escolha recaiu sobre Rita Gonçalves.
instituição icónica, que tem demonstrado profissionalismo e competência na co-organização e recepção das regatas internacionais”, sustentou o governante, destacando “o empenho que esta instituição náutica coloca na organização do Festival Náutico da Semana do Mar, o maior de Portugal”. “Toda esta dinâmica é motivo de orgulho”, frisou. O titular da pasta do Mar asseverou que “o Governo Regional reconhece o trabalho do CNH”, sublinhando que “estas instituições exigem um esforço muito grande por parte daqueles que trabalham como Voluntários, muitas vezes sacrificando a sua vida pessoal. E nós temos todos de reconhecer esse esforço e essa dedicação, porque só assim estas colectividades conseguem sobreviver”, notou. Gui Menezes salientou que, “ao longo dos anos, o Governo tem apoiado o CNH nas suas potencialidades com projecção nacional e inter-
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A FIGURA DO MÊS JOÃO GARCIA
“O CNH tem de internacionalizar a “Atlantis Cup” e consolidar outros projectos fundamentais”
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facto de ter estado na génese da recuperação do Património Baleeiro na Ilha do Faial, enquanto Presidente da Junta de Freguesia do Capelo, levou-o a aceitar o desafio de assumir os destinos do Clube Naval da Horta (CNH), o que aconteceu durante 2 mandatos: de 15 de Fevereiro de 2005 a Outubro de 2006 e de 27 de Novembro de 2006 a Outubro de 2008. O gosto pelos Botes Baleeiros e pelo clube náutico mais importante dos Açores, a vontade de realizar projectos que valorizem o Faial, sem esquecer a experiência adquirida, fazem com que João Pedro Terra Garcia esteja disponível para voltar a ser Presidente do Clube Naval da Horta.
Este antigo e, quem sabe, próximo líder da única instituição náutica faialense, considera que o CNH está bem implementado, na Cidade-Mar, mas precisa de mais condições para desenvolver o seu trabalho.
João Pedro Garcia: “Quando assumi as rédeas do CNH, tínhamos uma boa parte das Secções a funcionar”
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IV Regata Internacional de Botes Baleeiros, realizada em Julho de 2008 João Pedro Garcia: “O Carlos Fontes (de boné azul claro) foi o meu braço direito nas Direcções do CNH e também colaborou comigo na Junta de Freguesia do Capelo” Fotografia: Arquivo CNH
- Gabinete de Imprensa do CNH: Ser Presidente de Junta ajudou-o a ser Presidente do Clube Naval da Horta? - João Pedro Garcia: O programa de recuperação do Património Baleeiro no Faial foi iniciado pela Junta de Freguesia do Capelo. E por estar envolvido nos Botes Baleeiros, percebi que se afigurava necessário haver um organismo mais amplo – um organismo de ilha – para dar corpo a este programa. Daí, a minha aproximação ao Clube Naval através da Junta de Freguesia do Capelo. Com o entusiasmo que se gerava no CNH relativamente aos Botes Baleeiros, acabei por aceitar o desafio de também liderar o Clube e durante algum tempo fui, simultaneamente, Presidente da Junta do Capelo e do Clube Naval da Horta, situação esta que veio a revelar-se muito boa para a transição e recuperação do Património Baleeiro. A experiência que já trazia da Junta e de outros organismos naturalmente que me ajudou muito na gestão do Clube. Na minha opinião, o facto de o Clube ter passado a contar com a Secção dos Botes Baleeiros permitiu-lhe ter uma abrangência maior relativamente às freguesias. E a verdade é que hoje, passados todos estes anos, consegue-se ver o impacto que isso teve, mediante o movimento empolgante gerado dentro e à volta desta Secção. A recuperação do Património Baleeiro e o convite que muita gente me fez na altura para liderar uma equipa e desenvolver um projecto no Clube Naval da Horta, foram as razões que me levaram a aceitar este desafio.
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- Gabinete de Imprensa do CNH: Foi fácil encontrar pessoas para integrar essa equipa? - João Pedro Garcia: Em 2005, o Clube não estava no auge e, como tal, não havia muita gente com vontade de assumir a liderança. Aliás, esse foi, também, o motivo que levou várias pessoas a convidarem-me, alegando a minha experiência, adquirida em vários organismos. De certa forma, foi fácil formar essa equipa, porque havia pessoas com muita experiência no CNH. Estou a falar de gente que tinha passado por várias direcções, com capacidade pessoal para dar um contributo importante ao Clube. Sem esse grande trabalho de Voluntariado, não teria sido possível dar corpo a tantas actividades que começaram a desenvolver-se e a cimentar-se naquela altura. Quando assumi as rédeas do CNH, tínhamos uma boa parte das Secções a funcionar, a que se juntou a Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial e um conjunto de actividades que se foi desenvolvendo, nomeadamente o I Encontro Internacional de Vela Ligeira, o I Campeonato de Ilha de Botes Baleeiros, a I Regata Les Sables-Horta-Les Sables, o I Campeonato de Vela de Cruzeiro e o 1º Desfile dos Participantes no Festival Náutico da Semana do Mar, eventos estes que ocorreram no meu 1º mandato. Deu-se uma nova roupagem ao Caldo de Peixe, juntando-se o Encontro Internacional de Folclore. O CNH também se ligou à Feira Gastronómica, dando-lhe um novo impulso. O Clube deixou-se envolver um
João Pedro Garcia: “O I Encontro Internacional de Vela Ligeira começou quando fui eleito Presidente do CNH e juntava mais de 130 velejadores de vários países” Fotografia: Arquivo do CNH
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“O Fontes foi, de certa forma, o “Treinador” da Junta do Capelo para podermos participar na I Regata Internacional de Botes Baleeiros na América” Fotografia cedida por: João Pedro Garcia
pouco mais na estrutura da Festa do Mar, com o objectivo de criar sinergias diferentes. E só se foi fazendo tudo isto, porque havia muita disponibilidade por parte dos elementos da Direcção, em conjugação com a Câmara Municipal da Horta, com o Governo Regional dos Açores e com um conjunto vastíssimo de Voluntários – como ainda hoje se verifica – que andavam ali à volta do Clube. Aliás, um dos aspectos que eu aprecio é que a maior parte desses Voluntários – muitos deles colaboraram comigo nos meus elencos – vieram a integrar direcções subsequentes e actualmente ainda fazem parte da estrutura directiva. Posso afirmar, sem reservas, que aqueles 4 anos se traduziram num percurso interessante. Foram 2 mandatos com 2 equipas semelhantes nalguns aspectos, mas diferentes a nível das pessoas, com consolidação de certas actividades que já vinham sendo feitas e com a implementação de novos projectos. - Gabinete de Imprensa do CNH: Destaca alguém desse grupo? - João Pedro Garcia: Destaco sempre 2 ou 3
pessoas mas naturalmente que, pela amizade e pelos anos que trabalhou comigo, o Carlos Fontes foi o meu braço direito nas Direcções do CNH e isso não posso esquecer. Tive várias pessoas na Direcção mas o Carlos esteve sempre comigo no Clube Naval da Horta, num grande espírito de sacrifício e de dedicação (e também colaborou com a Junta de Freguesia do Capelo) e é por isso que eu o destaco. Foi um dos meus Vice-Presidentes, assim como o Jorge Macedo e o Nuno Lima, apesar de não terem estado ao longo dos 4 anos. É engraçado recordar que a Junta de Freguesia do Capelo foi a primeira instituição faialense a participar na I Regata Internacional de Botes Baleeiros nos EUA. Isso aconteceu, atendendo à disponibilidade existente e como eu era o Presidente da Junta, assumimos o compromisso de lá ir. E o Carlos Fontes foi, de certa forma, o “Treinador” da Junta do Capelo, pois, muitos dos que vieram a ser tripulantes nunca tinham andado de Bote Baleeiro. Por tudo isto, digo que eu e o Fontes não trabalhámos de forma conjunta apenas 4 anos mas muito mais do que isso, tendo em conta
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que ele já coordenava algum trabalho connosco na Junta de Freguesia ao nível dos Botes Baleeiros. “Voltar a ser Presidente do CNH é um desafio que não coloco de parte” - Gabinete de Imprensa do CNH: Pondera voltar ao Clube como Presidente? - João Pedro Garcia: Sim, pondero. Não me importo de integrar uma Direcção. Não tenho que ser necessariamente Presidente, pois o Clube tem tido e tem condições para ter outros presidentes mas se for necessário dar o meu contributo nesse sentido, estarei disponível medindo, obviamente, a minha vida pessoal nessa altura. É claramente um desafio que não coloco de parte, porque é algo que gostei de fazer. No Clube Naval conheci muitas pessoas e fiz grandes amizades. Ainda hoje ao passar na rua por pessoas que colaboraram conosco, lembro-me delas e sublinho a satisfação que demonstravam pelas noites passadas à espera que os barcos da “Atlantis Cup”, chegassem. Tenho muito presente a amizade que havia entre as pessoas. E é isso que me faz querer voltar, sabendo que nunca voltamos para fazer o mesmo. - Gabinete de Imprensa do CNH: Gosta do Clube e nunca deixou de o acompanhar... - João Pedro Garcia: Gosto do Clube e acho que ele tem uma potencialidade enorme no sentido de fomentar a realização de projectos de capital importância para o Faial e para os Aço-
Porto das Ribeiras: Bote “São José”, ostentando as cores da Freguesia do Capelo Fotografia cedida por: João Pedro Garcia
res. E isso é o que importa. Cada pessoa que colabora com o CNH não o faz a pensar no seu ego pessoal, trabalhando, sim, para a comunidade em geral e entendo que todos temos de dar o nosso contributo. Muitas vezes se fala daquilo que não está bem feito no Faial mas todos somos chamados a participar na vida activa das nossas colectividades. Nesse contexto, se tiver que dar esse contributo mais uma vez no CNH terei todo o gosto, porque é um Clube que merece, assim como são merecedoras do meu respeito as pessoas que lá estão a dar o seu melhor, de forma gratuita. Sinto uma grande satisfação quando vejo os Botes a saírem em regata, porque contribuímos para a sua recuperação. No entanto, o mais importante é o contributo que damos para o crescimento e desenvolvimento da nossa Terra. Sinto o mesmo quando a “Atlantis Cup” tem um número significativo de participações, como aconteceu este ano, ou quando há uma Regata de Vela de Cruzeiro no Canal, algo que não deixa ninguém indiferente. “O CNH não tem paralelo nos Açores”
João Pedro Garcia na Entrega de Prémios da “Route des Hortensias”, no Centro Botânico do Faial, em Agosto de 2007 Fotografia: Arquivo do CNH
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- Gabinete de Imprensa do CNH: Estamos a falar do Clube mais dinâmico dos Açores. - João Pedro Garcia: Para mim, o Clube Naval da Horta é um clube que não tem paralelo nos Açores. É um clube singular, porque é um clube de ilha e não só de uma cidade ou de uma localidade.
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CLUBE NAVAL DA H É um clube acarinhado mas que merece muito mais do que aquilo que tem. Merece ter uma sede condigna mais apoio e um olhar diferente até em termos das actividades que desenvolve. Compreendo que as dificuldades que esta Direcção sente são justas na medida em que era preciso olhar para o Clube de forma diferente, no sentido de ajudar a que essas dificuldades fossem ultrapassadas. O CNH é um clube de ilha mas é um clube dos Açores. Na minha perspectiva, é o clube náutico mais importante dos Açores e uma das instituições mais prestigiadas a nível nacional. E está bem implementado, na Cidade-Mar, mas precisa de mais condições para desenvolver o seu trabalho, sem que com isso acresça mais despesa. Acho que o Clube tem de saber limitar bem as suas actividades e a sua expansão por forma a não prejudicar a sua essência, que é o Voluntariado. Considero que o CNH tem uma riqueza ímpar ao nível dos clubes açorianos, sendo dono de uma saúde financeira mantida desde há alguns anos. Tem tido direcções renovadas, muita gente que participa nas várias modalidades e uma actividade constante. Sem dúvida que isto comprova a vitalidade que o Clube Naval da Horta tem. Não encontro paralelo com mais nenhum clube dos Açores, que comporte uma dimensão e uma diversidade de pessoas e de modalidades que, no fundo, é o que o transforma num clube muito interessante. Não é um clube de futebol, não é um clube apenas de mar, é um clube com uma diversidade e uma cultura muito próprias que vale a pena ser olhado de outra forma. - Gabinete de Imprensa do CNH: Por quem? - João Pedro Garcia: Devia ser olhado com maior carinho por todos. É uma instituição que merece uma atenção completamente diferente da parte das entidades e da população. E digo isto, porque o Clube Naval da Horta promove os Açores nas diversas provas internacionais, sejam elas de Vela, de Botes Baleeiros, de Mergulho, entre outras. O Clube é, efectivamente, um veículo de promoção dos Açores. A tradição que a Vela de Cruzeiro tem neste
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Yannick Le Maguer a discursar na Entrega de Prémios da “Route des Hortensias”, em Agosto de 2007, no Centro Botânico do Faial, de Lomelino Vieira. Recorde-se que a “Route des Hortensias” foi criada com o objectivo de prestar uma homenagem a Jean Le Maguer, tendo a iniciativa partido do filho deste navegador, Yannick Maguer. A ideia de ligar as cidades de Concarneau e Horta nasceu em 1992 e 1 ano depois era realizada a 1ª edição do “Trophée Jean Le Maguer” Fotografia: Arquivo do CNH
Clube é secular, pedra basilar e exemplo para todas as outras, potenciadora desta riqueza e diversidade que o Clube tem para oferecer. A Semana do Mar é o que é, porque existe o CNH. Quando se retirar a palavra “Mar” ela pode continuar com concertos, com restaurantes, exposições, etc, mas não será a mesma. É imperioso haver por parte dos empresários outra disponibilidade para acarinhar as provas. Se queremos ter uma verdadeira Semana do Mar é fundamental que haja uma maior disponibilidade por parte de todos para que ela possa cimentar-se de uma forma muito mais equitativa. O que que quero dizer é que os empresários do Faial olham para a Semana do Mar de uma forma geral e não para aquilo que é preciso preservar. Não podemos estar só numa perspectiva de crítica; é preciso chegarmo-nos à frente para apoiarmos as nossas instituições, o que depois vai trazer benefícios para as empresas, seja durante o mês de Agosto seja noutra altura do ano. Isto, porque, o CNH organiza provas e eventos ao longo de todo o ano, que trazem movimento à ilha do Faial. Temos de aprender a olhar para os aspectos específicos no sentido de analisarmos as potencialidades daquilo que temos no Faial.
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“A “Atlantis Cup” tem de ser promovida em todos os certames internacionais”
“Ao promovermos a “Atlantis Cup” estamos a promover os Açores” - Gabinete de Imprensa do CNH: Na sua opinião, o Clube pode ainda ir mais além? - João Pedro Garcia: Na minha visão, o Clube deve cimentar aquilo que tem e dar continuidade a 3 ou 4 projectos fundamentais. Um deles é a “Atlantis Cup”. É forçoso partir para uma pro-
“Realizar a Regata [“Atlantis Cup”] permite que a pessoa possa estar, participar, conhecer os nossos locais e os açorianos de maneira diferente, porque há os convívios, os passeios, etc”
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moção internacional. E para poder fazer essa promoção das actividades e internacionalizar mais modalidades, o CNH terá de participar nalgumas feiras internacionais que possam trazer mais-valias para o Clube e naturalmente que isso implica ter recursos. Aqui, tem um papel fundamental o Armando Castro, promotor, dinamizador das Regatas Internacionais, que muito tem contribuído e terá, com certeza, muito para dar ao Clube e à ilha do Faial, na consolidação do que referi. Nós temos os melhores e é com eles que temos de saber trabalhar para o bem comum. A “Atlantis Cup” tem de ser promovida em todos os certames internacionais. É, porventura, o maior e melhor veículo de promoção dos Açores ao nível do Turismo de Natureza, porque percorre todas as ilhas. Pode e deve dar a conhecer, através de muita gente que pratica Vela na Europa, os Açores e a possibilidade de participar nesta Regata. Essa partipação poderá representar umas férias nos Açores. Mas esse projecto teria de ser conjugado com o Governo Regional com o intuito de haver
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O desafio lançado pela Presidente da Assembleia Legislativa, Ana Luísa Luís, permitiu que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” se desse a conhecer aos açorianos das 9 ilhas” Fotografia: ALRAA
um apoio maior para a promoção da Regata. O que agora preconizo não constitui nada de novo, pois isso já foi feito no passado enquanto estivemos na Direcção do CNH. Recordo que participámos nos Salões Náuticos de Barcelona, Paris, Valência e Madrid, desenvolvendo contactos com os Estados Unidos da América, o que se reflectiu na crescente actividade que o Clube tem tido ao nível das regatas internacionais que chegam ao porto da Horta. Considero que seria muito importante retomar esse modelo. Tanto em Espanha, como em França sente-se o carinho das pessoas pelo Clube, por esta terra no meio do Atlântico. Acho que fizemos um trabalho interessante nessa área e a prova disso é que tivemos resultados práticos. Ao promovermos a “Atlantis Cup” estamos a promover os Açores. Conhecer as ilhas de barco é completamente diferente do que conhecê-las vindo de avião. Realizar a Regata permite que a pessoa possa estar, participar, conhecer os nossos locais e os açorianos de maneira diferente, porque há os convívios, os passeios, a entre-ajuda prória de mulheres e homens do mar. Contudo, essa promoção tem de ser feita com bastante antecedência, projectando na Europa e nos EUA uma Regata que vai acontecer daqui a 1 ou 2 anos. É importante ter presente que nós temos na comunidade americana um conjunto de pessoas que fazem regatas internacionais e que podem, muito bem e com o devido tempo, se organizar e vi-
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rem em cruzeiro até ao Faial, integrando aqui a “Atlantis Cup”. Aliás, esse é um desafio feito ao longo de muitos anos para que seja organizada e realizada uma regata de New Bedford para a Horta, recriando a Rota da Baleação Açoriana. Espero que os meus queridos amigos João Carlos Pinheiro e Vítor Pinheiro aceitem um dia este desafio com o objectivo de essa regata poder integrar a “Atlantis Cup” e, aí, provavelmente teremos de mudar o modelo, o que é perfeitamente viável. Acho mesmo que esse é o mérito desta Regata, ou seja, o facto de não ter um modelo único nem ser apenas uma regata competitiva. É competitiva para aqueles que quiserem mas tem uma abrangência mais ampla para quem preferir conviver, conhecer e estar. E não deixa de ser um grande momento para aqueles que todos os anos participam. Nunca integrei qualquer tripulação mas participei nos eventos sociais que acontecem nas várias ilhas e notei que as pessoas que fazem a “Atlantis Cup” naqueles dias têm uma maneira diferente de estar. É um reencontro anual e, portanto, já faz parte do ritual. O facto de se juntarem pessoas de várias nacionalidades, do Continente português, da Madeira, de Macau, entre outras, traz mais-valias até na divulgação da própria Regata, pois esses barcos levam uma mensagem das nossas ilhas. Neste contexto, há que fazer um grande esforço para que ela se internacionalize cada vez mais. O CNH leva o nome dos Açores muito longe! Não se trata de uma simples prova que se realiza numa ilha. O Clube tem uma continuidade de provas que se desenrolam ao longo do ano
João Pedro Garcia: “O actual Presidente tem-se empenhado para colocar o CNH no nível em que se encontra”
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com uma diversidade de públicos, com participações nos EUA, em França ou Espanha, o que permite fazer um promoção dos Açores de forma diferente. Não se pode ver o Clube Naval da Horta apenas como mais um clube. É um Clube diferente! Único nos Açores. Sinto uma grande vitalidade no CNH hoje em dia, o que é de louvar. Fala-se do Clube Naval fora desta instituição e esta “casa” está presente no quotidiano do faialense. O CNH tem um grande prestígio internacional e a confiança que este Clube tem merecido para organizar, em parceria, algumas regatas, é sintomático disso. - Gabinete de Imprensa do CNH: Foi muito importante o desafio lançado pela actual Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Ana Luísa Luís, no sentido de a “Regata da Autonomia” ir a todas as ilhas. - João Pedro Garcia: Acho que este desafio serviu, sobretudo, para dar a conhecer a própria Regata, levando não só pessoas que nunca tinha estado nas Flores, no Corvo, na Graciosa, em São Jorge e no Pico mas, também, envolvendo os Municípios e as populações de cada uma destas comunidades na recepção a esta Regata, o que foi inédito. Este périplo pelas 9 ilhas ao longo de vários anos, foi fundamental para os açorianos conhecerem a “Atlantis Cup” e perceberem o que representa a presença de uma frota destas numa ilha; a importância que tem, quer para as pessoas que participam, quer para os locais. Os ‘feedback’s’ que recebi foram muito interessantes. Nós temos uma grande Regata aqui. E essa grande Regata levou pessoas que foram conhecer novas ilhas. Alcançado esse desiderato, em 2019 a “Atlantis Cup” voltou à sua forma original. Mas sustento que no futuro pode regressar a este figurino de tocar em todas as ilhas. Não sei se quem concebeu esta Regata pensou que, passados tantos anos, ela tivesse essa função aglutinadora e de promoção. Além disso, é a única modalidade desportiva que leva o lazer, a natureza, a competição e um gosto enorme de receber. Sente-se nas pessoas o gosto de receber. Foi uma iniciativa muito boa!
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“O Clube só pode assumir encargos dentro da sua disponibilidade financeira” - Gabinete de Imprensa do CNH: É defensor de um gestor para o Clube? - João Pedro Garcia: Na minha perspectiva, não há capacidade financeira para um gestor contratado. O Clube só pode assumir encargos dentro da sua disponibilidade financeira e não no âmbito da subsídio-dependência para conjugar a sua actividade. Não se pode entrar em euforismos e ter toda a gente paga. É fundamental haver um corpo técnico de qualidade e acho que isso tem sido conseguido com o objectivo de haver Escolas de Formação e resultados na Vela Ligeira, na Natação, na Canoagem, etc. Há modelos que têm de ser mudados. Penso que quem pratica Natação paga uma taxa, o que já era uma realidade no meu tempo de presidência, mas é preciso estender isso a outras modalidades. Quando se tem receitas próprias, é possível ter gente contratada. Se olharmos para os exemplos que grassam por aí, todos os clubes que enveredaram por esse caminho e não dispunham de receitas próprias, hoje vivem situações bem complicadas. O Clube Naval deverá ser, dentro dos clubes faialenses, o que tem maior saúde financeira. Acima de tudo, temos de garantir o futuro do CNH. Portanto, se o gestor for uma mais-valia capaz de gerar receitas acho bem, mas se representar apenas um encargo, não é viável. - Gabinete de Imprensa do CNH: Não é fácil encontrar um Presidente com a disponibilidade do actual, que já se encontra em funções há muitos anos de forma consecutiva. - João Pedro Garcia: O actual Presidente tem uma disponibilidade muito grande para o Clube e no decorrer dos diversos mandatos tem demonstrado essa disponibilidade e empenhamento no sentido de colocar o CNH no nível em que se encontra actualmente. Ao longo destes anos, o Clube tem vivido do Voluntariado e por aí tem contornado muitos obstáculos. Basta dizer que em muitas das promoções que foram feitas houve bons dirigentes a suportar os custos que as mesmas implicaram. Os ciclos são feitos pela continuidade e pelos degraus que cada um consegue subir. E o Clube tem
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“A coordenação desta Secção não pode fugir nunca do Clube”
vindo sempre a subir. Desde a sua fundação até agora, foram muitos os que colaboraram, como Presidentes ou Directores, e todos eles souberam subir um degrau para que outros pudessem desenvolver mais actividades. Uns com mais dificuldades outros com menos, uns com mais sorte do que outros, mas tem havido uma cooperação e isso é um sinal importante, porque há uma boa relação entre todos os Presidentes e Direcções, bem como entre as pessoas que frequentam o Clube. Olhamos para todos eles como pessoas que fizeram Voluntariado no Clube e há uma boa relação pessoal. Também nessa área, o CNH é o único que se mantém com uma determinada estabilidade. “Os Botes Baleeiros trouxeram uma abrangência diferente ao Clube” Voltando ao Presidente, embora o sr. José Decq Mota tenha feito vários mandatos – é mesmo a pessoa que mais vezes assumiu este cargo no
Clube – tem havido sempre a renovação de elementos nos seus elencos directivos. Quem sabe se uma dessas pessoas possa vir a ser Presidente! Actualmente vejo muita gente a andar de Bote Baleeiro que já fez parte de direcções do CNH. Alguns poderão ser uma opção. O Clube tem gente nova e a Secção de Botes Baleeiros também, sobretudo ao nível das mulheres, o que é muito interessante, pois, quando fui Presidente, dizia-se que era um penar para encontrar uma mulher para remar. E hoje vê-se um entusiasmo muito grande! Em relação aos Botes Baleeiros, defendo que a coordenação desta Secção não pode fugir nunca do Clube, no sentido de toda a gente estar agregada a esta instituição náutica. O CNH é fundamental para que os Botes Baleeiros tenham continuidade no futuro. Recordo que o último Bote a ser recuperado foi em 2008/2009. Foi há 10 anos e ao longo deste tempo tem-se visto sempre uma vivacidade contagiante e gente nova, com grande dinamis-
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Fotografia cedida por: João Pedro Garcia
mo nas provas realizadas localmente e fora do Faial. Naturalmente que essa vitalidade é algo que me satisfaz particularmente tendo em conta que estive envolvido neste projecto desde o princípio. Houve sempre quem duvidasse deste projecto, dizendo que não ia dar certo. Mas a verdade é que deu e trouxe uma abrangência diferente ao Clube Naval da Horta. “O Clube é um conjunto imenso de modalidades que se complementam” Há uma complementariedade entre as várias Secções. Vejo gente a andar na popa de um Bote que nunca tinha feito Vela e depois deparo-me com essas pessoas na “Atlantis Cup”. E vejo os filhos deles na Vela Ligeira. Os Botes Baleeiros ao entrarem no Clube criaram uma vitalidade em todas as modalidades. As freguesias com tradição baleeira sentem-se ligadas ao Clube. Tanta gente que anda nos Botes e na Vela de Cruzeiro. O Clube dispõe de um conjunto imenso de modalidades que se complementam.
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Quem anda hoje nos Botes, não faz ideia do que se teve de trabalhar para impulsionar essa Secção mas o que importa é que estas embarcações históricas e emblemáticas não ficaram a apodrecer em cima da rampa. Distingo, igualmente, o cuidado extremo que sempre houve com a lancha baleeira “Walkiria” e neste sector tenho de destacar o Vítor Mota, que veio para o Clube comigo nessa altura, porque era e é uma jóia de pessoa. É o único desse tempo que se mantém desde sempre nos Botes Baleeiros. Começou comigo na Junta de Freguesia do Capelo e também foi à América aquando da I Regata Internacional. “A Vela deve fazer parte da matriz curricular desde a 1ª Classe” Desde há muitos anos que o CNH tem vindo a desenvolver um projecto ao nível da Vela Ligeira, cujos resultados têm sido bons. Em parceria com a Ludoteca “O Vulcãozinho”, do Capelo, no passado tivemos um Optimist que
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“Distingo, igualmente, o cuidado extremo que sempre houve com a lancha baleeira “Walkiria” e neste sector tenho de destacar o Vítor Mota” Fotografia: Arquivo CNH
ia a todas as Escolas da ilha – projecto que não se perdeu, porque teve continuidade através de outros – e desenvolvemos intercâmbios com as Escolas Preparatória e Secundária mas é preciso fazer mais e correr atrás da sensibilização de outra maneira. No entanto, também é preciso espaços, capacidade e recursos para poder fazer este tipo de trabalho. A meu ver, os miúdos têm é de aprender na escola e a Vela deve fazer parte da matriz curricular desde a 1ª classe. Quando queremos ter uma Cidade-Mar, temos de criar condições ao nível do porto, das instalações do Clube, das escolas, para todos poderem abrir o seu espírito ao mar. Tem de se fazer um ciclo de 12 anos com Vela no sentido de se apostar na modalidade. Basta ver o exemplo de Sables d’Olonne, com quem o CNH tem uma relação antiga. E como este, há exemplos por toda a Europa. Só assim teremos uma verdadeira cidade do mar e as pessoas vão olhar para o mar percebendo aquilo que estão a ver.
“A Câmara deveria ter um gabinete destinado à sensibilização para o mar” Aproveitando todo este movimento que o Clube tem agora, precisamos de dar o salto qualitativo neste objectivo. É imperioso encontrar parcerias e replicar o exemplo da cidade francesa de Sables d’Olonne, arrancando com um trabalho de fundo que irá ter resultados a médio e longo prazo. Neste sentido, a Câmara Municipal da Horta desempenha um papel fundamental. Entendo que a Autarquia deveria mesmo ter um gabinete destinado à sensibilização para o mar e analisar esta situação com o CNH visando encontrar parcerias para incrementar a Vela nas Escolas. Já quando fui Presidente do Clube Naval tinha este desiderato. Acho que, mais do que uma Comissão dos Assuntos do Mar, a Câmara deverá ter uma Comissão para sensibilizar os locais para o mar. E isso começa com a Vela nas Escolas. Se queremos ser a Cidade-Mar, temos de nos abrir ao mar, deixando de ser só meia dúzia a perceber de mar. Temos de criar uma verdadeira cultu-
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“Quando queremos ter uma Cidade-Mar, [...] temos de abrir o espírito ao mar”
ra de mar. Este trabalho pode ser feito no CNH ao nível de todas as modalidades. Nenhum dos sectores ligados ao mar pode ficar para trás. A Câmara tem aqui um papel fundamental, porque é o elemento agregador no sentido de juntar as pessoas e de falar sobre estas questões, deixando a vocação da organização das regatas para o CNH. - Gabinete de Imprensa do CNH: Pensar na liderança de um Clube com esta envergadura assusta! - João Pedro Garcia: Tendo as pedras certas nos sítios certos, não. Mas para isso é preciso conhecer as pessoas. Eu tive o cuidado de escolher pessoas que já conheciam muito bem o Clube, como é o caso do Carlos Fontes, da Albertina Medeiros, do Jorge Macedo, do Nuno Lima, que me ajudaram imenso nessa caminhada. O António Costa foi um Tesoureiro excelente; a Susana Martins reaproximou o Mergulho e deu-lhe um
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novo impulso, conjuntamente com o Paulo Nóbrega e a Simone Martins; a Juliana Nóbrega, uma colega e uma amiga de Direcção, constitui um exemplo para o Clube, que sempre se empenhou na Pesca Desportiva, onde teve também o
Junho de 2008: João Pedro Garcia na Apresentação do Campeonato de Atuns, no Salão/Bar do CNH Fotografia: Arquivo CNH
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“A concretização da recuperação do Património Baleeiro, que era inexistente, foi um marco! Só tínhamos o Bote “Claudina” Fotografia: Arquivo CNH
apoio de várias pessoas, sobretudo na dinâmica criada na Pesca de Mar; o Francisco Garcia na Canoagem, onde fez escola nesta modalidade; o Hugo Pacheco, que veio a ser mais tarde Presidente e que esteve com uma das secções mais importantes do Clube: a Vela Ligeira; o Lúcio Rodrigues, grande impulsinaor da Natação na ilha do Faial e que conosco fez as primeiras Férias Náuticas para crianças e jovens, um projecto inovador e que me deu muito gosto em participar. Tudo pessoas que ainda hoje recordo com grande gratidão pelo que fizeram. O facto de eu ter aceite sido Presidente teve muito a ver com estas pessoas, que tinham grande conhecimento, algumas das quais já trabalharam posteriormente em diferentes Direcções. - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas para quem não tem esse traquejo é difícil... - João Pedro Garcia: É um clube complicado de gerir, porque existem muitas sensibilidades e
muitas modalidades. Tem de haver alguém com sensibilidade para conseguir coordenar todas as Secções, compreendendo cada uma das pessoas nas diferentes situações. Exactamente por isso, não é fácil fazer esse trabalho e o actual Presidente tem conseguido isso desde há muitos anos. Mas existe gente nova com essa capacidade que ainda não experimentou este cargo. Conheço várias pessoas que giram à volta do Clube, que são novas e que já têm experiência suficiente para assumir um cargo destes. Ir para a liderança do CNH é sinónimo de ter grande disponibilidade ou disponibilidade total, conhecimento, experiência e uma boa relação com as várias entidades. Tem de ser alguém com capacidade para criar pontes e diálogos para todos os lados, pois o CNH não sobrevive sem as suas parcerias e os interesses externos não podem sobrepôr-se aos desta instituição. Dito isto, claro que não vai ser fácil encontrar alguém para Presidente com essa disponibilida-
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Regata de Botes Baleeiros - Casa de Pessoal da RTP/2005 Fotografia cedida por: João Pedro Garcia
de. Mas o Clube não pode voltar para trás. Tem de continuar a desenvolver-se e a manter o seu lugar. Reconheço que é um barco que assusta e o dinheiro faz falta. Porém, a equipa é que faz a Direcção. Pessoalmente, gosto de trabalhar em equipa e dei-me bem com esse modelo durante os 4 anos que estive na presidência do Clube. Sem dúvida que é um cargo que obriga a um sacrifício pessoal muito grande. Tive a sorte de ter uma excelente equipa, que se complementou com os funcionários da “casa”, com vasta experiência, designadamente a Orlanda, a Rosa e o Armando, que nos ajudaram e ensinaram muito. Sem uma equipa, não haverá nenhum presidente que consiga levar este barco a bom porto. Obviamente que tive momentos bastante difíceis, em que me apeteceu desistir mas faz parte do percurso e do cargo. “De uma maneira geral, só tenho gratas recordações da minha passagem pelo CNH” - Gabinete de Imprensa do CNH: O que recorda com mais saudade desses 4 anos? - João Pedro Garcia: A concretização da recu-
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peração do Património Baleeiro, que era inexistente. Só tínhamos o bote “Claudina”. A recuperação da “Walkiria” foi outro, muitíssimo importante! Um dos momentos que mais me marca significativamente foi quando a “Walkiria” entrou no porto da Horta e não tenho dúvidas que marcou muitas pessoas. Para mim, esse projecto foi um marco e não posso deixar de enaltecer o Nuno Lima e o Mestre Manuel Monteiro pela dedicação e empenho postos neste este projeto. É uma embarcação simbólica mas estávamos muito atrasados em relação à ilha do Pico no que toca à recuperação do nosso Património. Considero que a “Walkiria” deu um impulso enorme às nossas actividades, pois esta lancha não dá apoio somente à Secção de Botes Baleeiros. E essa recuperação deve-se ao apoio da Câmara Municipal da Horta. Recordo a “Atlantis Cup”, a abertura da Semana do Mar, bem como o último dia do Festival Náutico, que era sempre um momento muito saboroso, porque, ao contrário do que as pessoas dizem, a Semana do Mar não tem de correr bem ao nível das regatas, se se fazem ou não, mas, sim, ao nível da segurança. É grande a responsabilida-
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CLUBE NAVAL DA H de de um Presidente ou de um Dirigente de um clube quando põe tanta gente no mar num evento destes. Assim sendo, vê-los regressar todos a terra, no fim dessa Semana, era uma sensação muito saborosa! A segurança era e é uma preocupação constante em todas as actividades. Daí, termos um grande corpo de Voluntários que dava apoio e felizmente nunca tivemos acidentes nos meus mandatos. O I Encontro Internacional de Vela Ligeira, em que tivemos mais de 130 miúdos de Espanha e de vários outros países, representou um passo de gigante, pois era muita gente e uma organização diferente. E tivemos depois um II e um III e por aí fora dentro do conjunto de actividades muito diversificado. Dava gosto ver o número de miúdos que havia a praticar desporto e de adultos a participar nas regatas dos Botes Baleeiros e Vela. Tudo era novidade, porque estávamos a criar coisas novas. E acho que isso foi muito bom, pois todas as Secções tinham o seu Campeonato: Vela de Cruzeiro, Vela Ligeira, tendo sido instituídos os primeiros
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Campeonatos de Ilha, o I Campeonato Regional de Botes Baleeiros, entre outros. Tivemos uma boa relação com o Pico na Secção dos Botes, o que também foi importante. Guardo muitos momentos engraçados desse tempo e considero que ter passado pelo Clube Naval da Horta é algo que cria em nós um espírito muito interessante de ligação ao Faial e aos Açores. De uma maneira geral, só tenho gratas recordaçaões das pessoas com quem convivi. A minha grande satisfação foi ter encontrado, na maior parte dos elementos com quem trabalhei nos meus elencos directivos, pessoas com grande espírito de Voluntariado e que deram muito de si. Regra geral, o Presidente é que é reconhecido mas isso é falso, já que quem está nas Secções é que tem ideias e muitas vezes até tem dissabores com o próprio Presidente. Naqueles 4 anos, houve uma boa dinâmica e isso, condimentado por uma boa gestão financeira, deu grandes resultados. Deixámos um Clube sólido e acho que assim continua. Obviamente que as Direcções que me antecederam contribuiram para isso. No
“Dava gosto ver o número [...] de adultos que participava nas regatas dos Botes Baleeiros” Fotografia: Arquivo CNH
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Regata do Canal da Semana do Mar/2005 Fotografia cedida por: João Pedro Garcia
cômputo geral, tudo se conjugou para que fôssemos mais interventivos nalgumas coisas e isso foi frutuoso. Demos um impulso diferente à Semana do Mar, o que até era uma ambição das outras ilhas, para que houvesse um Encontro Internacional de Vela Ligeira e isso foi conseguido. Houve aqui muitos intercâmbios com Clubes do Continente, da Madeira, de Les Sables, de Vigo, de Ceuta, o que foi muito, muito positivo. Organizar o Campeonato Nacional de Fotografia Subaquática, os primeiros Encontros de Fotografia Subaquática, no âmbito do Projeto “Uma Erupção de Cultura”, bem como os vários eventos ligados à Apneia, onde foram alcançados vários recordes nacionais e internacionais; a organização de várias provas regionais e nacionais de Pesca Desportiva e depois todos os intercâmbios que foram sendo criados com várias entidades externas a quem o Clube dava apoio – pois o Clube tem essa centralidade – foi marcante e muito gratificante. Foi também nessa altura que tive o grato prazer
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de estar a bordo com os Reis de Espanha, em visita ao Faial, o que para mim é uma grata recordação, embora sem direito a tirar uma fotografia. Tive o especial gosto de acompanhá-los numa viagem até ao Pico, com o Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, onde foi feita uma demonstração dos nossos Botes Baleeiros. Houve muitos aspectos interessantes durante a minha passagem pelo Clube Naval da Horta. Até mesmo as discussões com os Directores. Nunca houve imposições. Éramos uma equipa e essa equipa funcionava. E o que tem mérito é que as Direcções seguintes continuaram com o projecto de fazer crescer este grandioso Clube. Composição da Direcção do 1º mandato de João Garcia: - Presidente: João Pedro Garcia - Vice-Presidente: Carlos Fontes
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CLUBE NAVAL DA H - Vice-Presidente: Nuno Lima
- Tesoureiro: António Costa
- 1º Secretário: João Menezes da Rosa
- 1ª Secretária: Susana Martins
- 2º Secretário: Rogério Ferraz
- 2º Secretário: Hugo Pacheco
- Tesoureira: Albertina Medeiros Silveira
- Vogal: Juliana Nóbrega
- Vogal: Susana Martins
- Vogal: Vítor Alvernaz
- Vogal: Mário Jorge Silva
- Vogal: Rolando Marques
- Vogal: Luís Costa
- Vogal: Paulo Renato Silva
Composição da Direcção do 2º mandato de João Garcia:
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- Vogal: Vitor Mota
- Presidente: João Pedro Garcia - Vice-Presidente: Carlos Fontes - Vice-Presidente: Jorge Macedo
Fotografia cedida por: João Pedro Garcia
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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG
MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA