Ir_ao_mar - Nº55 - Outubro 2018

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REVISTA MENSAL SOBRE A ATIVIDADE DO CLUBE NAVAL DA HORTA

Nยบ 55 OUTUBRO 2018 JOSร MACEDO | CNH 2018


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APNEIA 12 ATLETAS PARTICIPARAM NA PROVA DE ANIVERSÁRIO DO CNH

Atletas participantes na Prova de Apneia que marcou o arranque da nova Época

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Prova de Apneia integrada no 71º Aniversário do CNH decorreu na manhã deste domingo, dia 14, na Piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta, e contou com a presença de 12 atletas. Escolhemos apenas uma das disciplinas da Apneia, a Estática, em que o objectivo é ficar sem respirar o máximo de tempo possível. Apesar de se ter realizado num ambiente descontraído, foi uma prova em que se obtiveram marcas importantes. Todos os atletas tiveram as suas ‘performances’ validadas, tendo ultrapassado os tempos a que se tinham proposto. Tivemos a presença da juíza Alexandra Rosa, que assegurou que os atletas cumpriram as regras. Além da competição em si, a prova também per-

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mitiu que os atletas se reunissem novamente após um interregno dos treinos de piscina no Verão. É de evidenciar, ainda, o aparecimento de novos atletas que estão interessados em iniciar treinos regulares, que vão arrancar em breve na Piscina da ESMA. Os interessados devem contactar a Secretaria do CNH, a fim de obterem informações. Além dos treinos na Piscina, a Secção de Apneia do CNH tem algumas actividades programadas integradas no programa da nova Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apneia (AIDA) Portugal, que ressurgiu após alguns anos de inactividade”. Este foi o balanço feito por Simone Martins, elemento Responsável pela Secção de Apneia do Clube Naval da Horta, à Prova organizada e promovida por esta Secção, integrada no Programa Comemorativo dos 71 Anos do CNH, e que marcou o arranque da temporada de 2018/2019.

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MINI-VELEIROS REGATA DO 71º ANIVERSÁRIO DO CNH

Participaram 8 velejadores, João Nunes, Ricardo Lacerda e António Pereira ocuparam o pódio

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competição decorreu bem, realizaram-se 4 regatas com tempo muito bom, tendo participado 8 velejadores”. É assim que João Sequeira, Responsável pela Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH) descreve a Regata de Aniversário desta instituição náutica faialense, realizada na tarde de quarta-feira, dia 17. O pódio ficou assim preenchido: João Nunes, 1º lugar; Ricardo Lacerda, 2º lugar; e António Pereira, 3º lugar. Esta competição integrou o Programa Comemorativo dos 71 Anos do Clube Naval da Horta, ocorridos no dia 26 de Setembro e que serão festejados este sábado, dia 20, com um Jantar no Pavilhão da Igreja das Angústias, para o qual estão convidados todos os Sócios e Famílias, os

Desportistas de todas as modalidades bem como os Colaboradores do CNH. No decorrer da Festa de Aniversário serão entregues os Prémios das diversas Provas já realizadas. A próxima actividade da Secção de Mini-Veleiros do CNH é a 1ª Prova do “Troféu Turismar 2018”, marcada para a tarde do próximo domingo, dia 21. Este Troféu é composto por 6 etapas, sendo, uma vez mais, patrocinado pela Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas “Turismar”, de Mário Carlos, praticante desta modalidade.

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NATAÇÃO REUNIÃO COM OS PAIS DOS ATLETAS, TREINADOR E DIRIGENTES

José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH; Tiago Henriques, novo Treinador e Coordenador da Secção de Natação do CNH; e Olga Marques, Vice-Presidente da Direcção do CNH e Directora desta Secção

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om o objectivo de apresentar o novo Treinador e Coordenador da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH) – Tiago Henriques – e de abordar questões relacionadas com o funcionamento da Época de 2018/2019, decorreu na noite (20 horas) de quinta-feira, dia 11, uma reunião entre os Dirigentes desta instituição náutica, os Pais dos Atletas de Competição e o novo Técnico. José Decq Mota começou por referir que esta Época arrancou de maneira diferente, na medida em que o Treinador/Coordenador chegou ao

Faial há pouco tempo, em substituição da pessoa que anteriormente desempenhava estas funções. “Estamos a trabalhar no sentido de ter condições para dar seguimento à prática que estava iniciada e encontrámos um Técnico que tem currículo, prática, conhecimento e experiência nesta área, com um perfil correspondente ao que era necessário”, sublinhou o Presidente da Direcção do CNH, que realçou: “Tenho a certeza de que é a solução adequada como Treinador e Coordenador para levarmos em diante a Natação do CNH que, no Faial, e em termos associativos, apenas é praticada no Clube Naval da Horta”. Por tudo isto, José Decq Mota espera que Tiago Henriques se adapte ao Clube e ao Faial e que goste de estar aqui no sentido de que haja continuidade, porque, frisou, “precisamos de gente como ele”. O mais alto Responsável pelos destinos do CNH

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Os pais colocaram questões ao novo Treinador/Coordenador da Natação

revelou que “este novo Técnico só se encontra no Faial há pouco mais de uma semana, mas já deu para perceber a grande vontade que tem de trabalhar, tendo passado bastante tempo com o Coordenador Desportivo do Clube, António Menezes Porteiro, na preparação de contratos-programa e outras matérias relacionadas com a Secção de Natação”. “Além disso – prosseguiu – ajudou em tudo o que estava ao seu alcance no decorrer da Prova do Campeonato Nacional de Windsurf, que se realizou no Faial de 4 a 7 do corrente, organizada pelo CNH. Falando na primeira pessoa, Tiago Henriques referiu que tem 34 anos, estando ligado há 23 ligado à Natação como nadador e há 11 no papel de Treinador. “Sempre fiz isto a tempo inteiro”, explicou, acrescentando que após o percurso universitário foi fazendo formações e melhorando o seu trabalho. “Gosto muito daquilo que faço. Amo a Natação e os últimos 8 anos foram passado em Leiria, no Clube Bar dos Anjos, onde se encontram os melhores atletas. Ali aprendi muito. Só para terem uma ideia, havia 1600 crianças inscritas na aprendizagem da Natação. Trabalhar naquele clube deu-me uma boa estaleca. Nas últimas duas épocas andei pelo Algarve e agora aceitei este desafio, que está a ser excelente. Fui muito bem recebido e pretendo ajudar o Cube Naval da Horta a crescer, a criar raízes e a ser mais conhecido”. Dirijindo-se aos pais, informou que podem observar os treinos e colocar todas as dúvidas ou questões que tenham. “Eu não formo nadadores. Gosto de formar homens. Quero ajudar os vossos filhos a crescer como atletas e como pessoas. E para isso é fundamental que aprendam a gerir o tempo deles, pois tenho experiência de que

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quando assim é, há sempre a melhoria das notas. Para mim, a comunicação e o respeito é a base de tudo”. Tiago Henriques referiu que já começou a ver “algumas melhorias nos nadadores de competição” e gostava que “houvesse uma inter-ligação entre as modalidades (Vela/Natação) para que o CNH cresça”. Mostrando-se totalmente disponível para trabalhar e colaborar em tudo o que estiver ao seu alcance, informou que também tem conhecimentos na área nutricional, pelo que pode dar conselhos ou mesmo elaborar um plano alimentar para cada atleta. Os nadadores podem ver em Tiago Henriques um amigo, que, além de se dispôr a “ajudar a fazer os trabalhos de casa”, também funciona como “psicólogo ou padre”, sendo um bom ouvinte. E neste ambiente de reunir a grande Família que representa o CNH, José Decq Mota apelou à participação de todos no Jantar Comemorativo do 71º Aniversário do Clube, marcado para o dia 20 deste mês (sábado).

Tiago Henriques: “Fui muito bem recebido e pretendo ajudar o Cube Naval da Horta a crescer, a criar raízes e a ser mais conhecido”

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NATAÇÃO TORNEIO ILHA AZUL 2018

Os atletas conseguiram um total de 48 novos recordes pessoais

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ecorreu sábado, dia 13, o Torneio Ilha Azul 2018, a primeira prova da Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH), da Época de 2018/2019. Nesta competição, que decorreu na Piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) da Horta, participaram 27 atletas. Tiago Henriques, o novo Treinador e Coordenador da Secção de Natação do CNH, explica-nos como decorreu a Prova. “A competição decorreu dentro da normalidade, com tranquilidade e de forma fluida. Havia boa disposição e alguns nervos à mistura como é normal no momento competitivo, mas com os atletas a corresponderem bem ao solicitado. Predomi-

nou o bom espírito de equipa e o apoio mútuo. O grupo era composto pelos seguintes nadadores: Diana Neves; Luna Amor; Sofia Machado; Maria Rocha; Aurora Nunes; Maria Fontes; Maria Rodrigues; Mariana Medeiros; Maria Vieira; Beatriz Leonardo; Angélica Silva; Tomas Oliveira; Rodrigo Pereira; Diogo Leonardo; Gonçalo Oliveira; António Leal; Diogo Vieira; Afonso Santimano; Francisco Rodrigues; Gustavo Machado; João Cabral; Santiago Machado; Gustavo Nazaré; Diogo Sá da Bandeira; Alexandre Lima e Daniel Medeiros. “Estou bastante satisfeito com o que observei” Foi um excelente desempenho, tendo em conta que apenas tivemos 2 semanas de trabalho, mas já com melhorias significativas.

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Em termos de rendimento, os atletas conseguiram um total de 48 novos recordes pessoais em 100 provas, o que me parece muito bom para o ainda escasso tempo de treino que temos. Como Treinador, fiquei agradado com as melhorias técnicas e a preocupação dos atletas em melhorar alguns pormenores, que é uma parte (grande) da explicação para esta melhoria em termos de recordes pessoais. Estou bastante satisfeito com o que observei. Agora é continuar a trabalhar e a criar rotinas de treino nos atletas para que possamos ter uma evolução contínua e para que eles se sintam motivados. Os atletas também estavam satisfeitos com o que fizeram, uns mais do que outros como é normal. Na minha opinião, o que poderia ter corrido

melhor prende-se com o controlo da ansiedade e a concentração em certos momentos, mas é natural, pois é a primeira competição e são situações que vão melhorando com o tempo, com o trabalho nos treinos e com a experiência que os atletas vão adquirindo. Esta Prova era mais um complemento aos treinos desta semana e serviu de preparação para o Campeonato Regional de Clubes, que se irá realizar nos dias 27 e 28 deste mês, em São Miguel, e para eu observar os comportamentos deles em prova. Posso dizer que os objectivos foram cumpridos com sucesso. Ainda temos 2 semanas de trabalho para preparar a próxima competição e se tudo correr conforme planeado, estaremos prontos”.


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NATAÇÃO CAMPEONATO REGIONAL DE CLUBES

Tiago Henriques: “O Campeonato Regional de Clubes, em São Miguel, correu muito, muito bem! Os Atletas apoiaram-se e puxaram uns pelos outros”

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orreu bem, muito bem!”. É assim que Tiago Henriques, Treinador e Coordenador da Secção de Natação do CNH, classifica a forma como decorreu o Campeonato Regional de Clubes, que se realizou sábado e domingo (dias 27 e 28), na Piscina das Laranjeiras, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. “A Prova decorreu dentro do que era esperado, com muito boas prestações e com um excelente espírito de equipa, o que era muito importante. Predominou a boa disposição e, ao mesmo tempo, responsabilidade e boa atitude competitiva,

com os atletas a apoiarem-se e a puxar uns pelos outros. “Alcançámos 16 Recordes Pessoais em 30 provas” Sem dúvida que os objectivos foram cumpridos! Algumas prestações podiam ter sido melhores, mas é normal e faz parte do processo de aprendizagem. Obtivemos o 5º Lugar tanto em Femininos como em Masculinos em 8 equipas. Alcançámos 16 Recordes Pessoais em 30 provas e fomos a 2ª Equipa com maior progressão, o que é um excelente indicador de progressão dos atletas e em apenas 3 semanas de trabalho, o que faz prever um bom futuro até, porque, a margem de progressão deles é ainda enorme.

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“Já conseguimos 23 mínimos para os Campeonatos Regionais de Categorias” De salientar que nesta Prova, e somando à primeira já realizada (Torneio da Ilha Azul) conseguimos 23 mínimos para os Campeonatos Regionais de Categorias e muito perto em outras provas, que, com certeza, irão ser alcançados. O sentimento é de dever cumprido! Sinto que saímos todos mais unidos e mais responsáveis por aquilo que são as nossas obrigações e a prova disso foi o espírito de boa disposição (muita) na

A Atleta Aurora Nunes ficou no lote dos melhores

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viagem de regresso e na chegada ao Aeroporto da Horta. A relação Treinador-Atletas e vice-versa saiu reforçada e as relações inter-pessoais também”. Participaram neste Campeonato Regional de Clubes 13 Atletas da Secção de Natação do CNH: 6 Femininos e 7 Masculinos, que se fizeram acompanhar pelos Treinadores Tiago Henriques e Davide Castro. A próxima competição será uma Prova Local: o Torneio Monte da Guia, calendarizado para o dia 10 de Novembro, na Horta.

Tomás Oliveira foi um dos nadadores que se evidenciou nesta competição

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PESCA DESPORTIVA DE BARCO “TITOU”, “ZEUS” E “XARK” NOS 3 PRIMEIROS LUGARES DO CAMPEONATO DE 2018

A embarcação “Titou” venceu a 4ª Prova de Pesca de Fundo e foi a grande vencedora do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco 2018, que teve o patrocínio da empresa Delfim Vargas Lda

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epois de ter sido marcada para o dia 15 e remarcada para o dia 22 deste mês, devido às adversas condições climatéricas, decorreu na noite de sexta-feira, dia 28, a 4ª e última Prova de Fundo do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) - Época de 2018. Participaram 7 embarcações, tendo o pódio ficado assim preenchido: 1º lugar - “Titou”; 2º “Xark” e 3º - “Adriana”. O maior exemplar, um congro com 6.440 quilos, foi capturado pela embarcação “Abito”. Esta Prova, organizada pela Secção de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta, integrou o Programa Comemorativo do 71º Aniversário desta instituição náutica faialense, ocorrido no dia 26 do corrente, mas que será assinalado em Outubro próximo. Do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco

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A tripulação da embarcação vencedora, “Titou”

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do CNH 2018 fazem parte 8 Provas, sendo 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico, tendo contado novamente este ano com o patrocínio da Empresa “Delfim Vargas, Lda”. Os vencedores das 4 Provas de Fundo foram: “Titou”, “Zeus” e Melo”. Também já foram realizadas as 4 Provas de Corrico, que tiveram como vencedoras as seguintes embarcações: “1º lugar: “Xark”; 2º lugar: “Zeus” e 3º lugar: “Melo”. Com a Prova desta sexta-feira, chegou ao fim o Campeonato de 2018, cujas embarcações campeãs são (somatório das 4 Provas de Pesca de Corrico e das 4 Provas de Pesca de Fundo):

Tripulação do “Zeus”

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“Titou” (1º lugar); “Zeus” (2º lugar) e “Xark” (3º lugar). O maior exemplar do Campeonato foi um congro com 8.860, capturado pela embarcação “Melo”. Este foi mais um Campeonato marcado pela camaradagem entre todos os participantes, tendo sempre como ponto alto a pesagem do pescado e os convívios realizados com a amena cavaqueira sobre os desempenhos de cada um. A Entrega de Prémios terá lugar durante o Jantar de Aniversário do CNH, marcado para Outubro (dia 20).

Tripulação do “Xark”

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PESCA DESPORTIVA DE BARCO TRIPULAÇÃO CAMPEÃ DO “TITOU”

A embarcação “Titou” foi a vencedora do Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do Clube Naval da Horta (CNH) da Época de 2018. O Prémio foi recebido no Jantar que assinalou os 71 Anos do CNH, realizado na noite de sábado, dia 20, no Pavilhão da Paróquia de Nossa Senhora das Angústias. Na foto: Da esquerda para a direita: Jorge Macedo, Presidente da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA); Mário Norte, Sócio da embarcação “Titou”; José Leonardo Silva, Presidente da Câmara Municipal da Horta; João Pereira, Mestre e Sócio do “Titou”; Gui Menezes, Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia; e José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH.

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nesse contexto que o Gabinete de Imprensa do CNH conversou com estes campeões, homens do mar mas também de outras labutas em terra, que desvendaram um boca-

dinho do seu percurso. João Pereira, o Mestre, é pescador há mais de 50 anos, mas no CNH a história é bem mais recente. “Este foi o segundo ano que pescámos no Clube”, confirma certeiro Mário Norte, o outro Sócio do “Titou”. E recordam que isso se deve ao repto lançado na altura por Juliana Nóbrega, uma catedrática na Pesca de Costa do CNH, que este ano levou mais um troféu para casa. “Ela é que nos incentivou a participar nas competições organizadas pelo Clube Naval da Horta no sentido de fazermos crescer o grupo, e tem sido interessante”. “O mais importante é participar”, refere João Pereira, mas a verdade é que “ninguém quer perder”, garante Mário Norte. Paralelamente às vitórias, “o Campeonato vale pelo convívio que se gera, sendo, em parte, tudo gente conhecida”. “Também já pesquei durante alguns anos com o Rui “Jarreta” (Silveira) e já conhecia o Clube”,

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sublinha Mário Norte, assegurando que “a participação nas provas organizadas pelo CNH é para continuar”. O “Titou” foi comprado há 6 anos pelos Sócios João Pereira e Mário Norte, fazendo parte da Tripulação o outro irmão Norte: Sérgio. Sempre que é necessário, avança o Suplente, digamos assim, que também pertence à Família Norte: José Alberto, e já é uma cara conhecida do Clube, no Bote Baleeiro do Salão. “Disse ao Mário que íamos comprar este brinquedo mas é um brinquedo que sai caro!”, sustenta

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o Mestre, manifestando-se “muito satisfeito” com o resultado. “Gostamos muito de pescar e foi isso que nos fez investir no barco”, remata o Sócio, Mário Norte. “Este ano conseguimos provas muito boas” Apesar de ambos encararem a pesca como “um desporto” e de andarem nisto “por gosto”, a verdade é que “é preciso comprar engodo, isca, aparelhos, etc”, mas no fundo “compensa”, porque fazem o que gostam e convivem com os

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amigos. Mas atenção, que a amizade é algo que se manifesta antes e após as provas, pois, durante as mesmas prevalece a competição, que é coroada com o momento da pesagem, se bem que a experiência os faz saber (quase sempre) o resultado antes mesmo da balança confirmar. “Este ano tivemos sorte e conseguimos provas muito boas”, realça João Pereira. “Mas trabalhámos por isso”, acentua Mário Norte. E quando se pergunta a este Sócio pescador se há disputa acesa, responde sem pestanejar e com um sorriso matreiro: “O que dá gozo à prova é a rivalidade!” E isso existe, claro, mas com muito ‘fairplay’. Questionado sobre o que pode levar a que mais pescadores não embarquem neste tipo de desafio, Mário Norte atira de imediato: “É só exigências! Para ter um barco é preciso cumprir muitas leis e gastar dinheiro”. Sobre a relação com o Clube, João Pereira diz que também já esteve à frente de outras instituições e sabe que “os meios são sempre escassos”. “O CNH apoia com o lanche e há um Director da Secção que colabora, mas sabemos que é difícil ao Clube dar mais apoio”, nota Mário Norte que, para ajudar no equilíbrio desta balança, propõe que “haja mais patrocinadores”. E adianta mesmo que já foi abordado por empresários faialenses que estão dispostos a colaborar, tal como acontece com a Firma “Delfim Vargas, Lda”, que há anos patrocina o Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do CNH. “Se há pessoas interessadas em colaborar é de aproveitar, pois um bocadinho a cada um não custa tanto. E quanto aos Prémios – uns são mais bonitos do que outros e está à vista de todos – ninguém está a pensar nisso, mas é importante do ponto de vista da valorização e do estímulo, pois, são os pequenos gestos, que cheios de simbolismo e atenção, fazem toda a diferença”, considera Mário Norte.

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“Basta a presença de um Dirigente” Os convívios que costumam ser realizados com o peixe cedido pelos próprios pescadores são iniciativas “muito apreciadas e que “deveriam acontecer mais vezes”, pois são estes momentos que fazem verdadeiramente valer o Campeonato em terra e que fomentam a amizade e a boa disposição, levando mais longe a presença e a missão do Clube, numa postura continuadora do futuro. “É muito importante que durante os convívios ou no fim das provas apareça o Director da Secção ou alguém da Direcção para conversar um pouco, dar uma palavra de incentivo e perceber como estão a correr as coisas”, aviva Mário Norte, garantindo que “não é preciso dar nada”. “Basta a presença!” E mesmo depois de já ter acabado o Campeonato, os pescadores do Clube Naval da Horta estão mobilizados para, por conta própria, organizarem um convívio “para reunir a malta e passar um bom bocado”. Recorde-se que o Campeonato de Pesca Desportiva de Barco do CNH 2018 foi composto por 8 Provas, sendo 4 de Pesca de Fundo e 4 de Pesca de Corrico, tendo contado novamente este ano com o patrocínio da Empresa “Delfim Vargas, Lda”. Os vencedores das 4 Provas de Fundo foram: “Titou”, “Zeus” e Melo”. As 4 Provas de Corrico tiveram como vencedoras as embarcações: “Xark”; “Zeus” e “Melo”. Os vencedores do Campeonato de 2018 (somatório das 4 Provas de Pesca de Corrico e das 4 Provas de Pesca de Fundo) foram: “Titou” (1º lugar); “Zeus” (2º lugar) e “Xark” (3º lugar). O maior exemplar do Campeonato foi um congro com 8,860 Kg, capturado pela embarcação “Melo”.

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VELA LIGEIRA 1ª PCR DECORREU NA TERCEIRA

Treinador, Duarte Araújo: “No geral, estou satisfeito com a forma como os velejadores se comportaram”

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uarte Araújo, Treinador de Competição e Coordenador da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH), fez, a pedido do Gabinete de Imprensa desta intituição náutica, o balanço à participação dos velejadores faialenses na 1ª Prova do Campeonato Regional (PCR) de Vela Ligeira dos Açores, que se realizou sábado e domingo, dias 13 e 14, na Praia da Vitória, ilha Terceira. “O Clube Naval da Horta deslocou 16 velejadores à ilha Terceira a fim de participarem na 1ª Prova do Campeonato Regional da Época. Foram 4 Laser 4.7, 2 420 e 8 Optimist. Esteve pouco vento no sábado, realizando-se 2

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regatas; e bastante vento no domingo, levando até a Comissão de Regata a adiar as regatas para mais tarde, depois de fazerem uma primeira regata em que poucos terminaram. No recomeço, os velejadores de 420 e alguns Optimist não conseguiram regressar, devido a estragos provocados pela primeira regata. Os resultados desta primeira prova, que se realizou sem hipótese de fazer muitos treinos – apenas conseguimos fazer dois treinos no início da época – foram bastante bons, mostrando que estão no caminho certo. Agora vamos trabalhar para ajudar os que tiveram dificuldades com vento forte, para que consigam velejar com todo o tipo de ventos. No geral, estou satisfeito com a forma como se comportaram, trabalhando sempre em equipa e ajudando os mais novos”.

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VELA LIGEIRA REGATA DE ANIVERSÁRIO DO CNH DA CLASSE HANSA

Rui Dowling foi o vencedor na Classe 2.3

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ealizaram-se três regatas fora da doca, com condições boas. Havia muita corrente mas o vento era bom.

Os velejadores gostaram e divertiram-se. O Lício não pôde participar por motivos profissionais. Foi uma actividade agradável com boas condições para a prática da modalidade e eu estou muito satisfeito pela forma como decorreu este evento náutico. Aproveito para registar e agradecer a colaboração dos Voluntários em diferentes funções: Bruno Rosa, Patrícia Lourenço, Luís Paulo Moniz, António Pedro e o fotógrafo, José Macedo”. É este o relato deixado por João Duarte, Treinador da Classe Hansa (Vela Adaptada) do Clube Naval da Horta (CNH) à forma como decorreu a Regata de Vela Ligeira realizada na tarde deste sábado, dia 13.

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Refira-se que esta Prova integrou o Programa Comemorativo do 71º Aniversário do CNH, ocorrido no dia 26 de Setembro, mas que será festejado a 20 do corrente, com um mega-jantar no Pavilhão das Angústias, durante o qual serão entregues os Prémios nas diversas modalidades. De recordar que esta Regata deveria ter sido realizada no dia 22 de Setembro último, juntamente com as restantes Classes da Vela Ligeira, mas as adversas condições climatéricas não o permitiram. Classificações: Classe 2.3: 1º - Rui Dowling 2º - Libério Santos Classe 303: 1º - Márcio Sousa/Luís Paulo Moniz 2º - Manuel José/João Duarte

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WINDSURF “AZORES WINDSURFING CUP” – PROVA DO CAMPEONATO NACIONAL DE FORMULA WINDSURFING 2019

Primeiro dia dominado por Miguel Martinho, Mário Medeiros e Vasco Chaveca

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iguel Martinho, do Clube Naval de Portimão (CNP), Campeão Nacional da Classe; Mário Medeiros (“Sabão”), do Clube Naval de Ponta Delgada (CNPD), Vice-Campeão Nacional; e Vasco Chaveca, do CNP, dominaram o primeiro dia (quinta-feira, 4 de Outubro) do “Azores Windsurfing Cup - Faial” – Prova do Campeonato Nacional de Formula Windsurfing 2019 – 1ª Etapa/Faial, organizado pelo Clube Naval da Horta (CNH). Na Organização deste evento de âmbito nacional, o Clube Naval da Horta conta com o apoio da Federação Portuguesa de Vela (FPV) e da Associação de Formula Windsurfing Portugal (AFWP), e com a colaboração do “Peter Café

Sport”. Inscritos nesta Prova estão 21 atletas, oriundos do Faial, São Miguel, diversas zonas do Continente português, havendo, ainda, duas atletas espanholas. Integram este lote o Campeão e o Vice-Campeão nacionais além de uma campeã espanhola. Esta Prova decorre de 4 a 7 do corrente, ou seja, de quinta a domingo, estando previstas 12 regatas. Neste primeiro dia realizaram-se três, o que significa que o Campeonato já está oficializado. Para os restantes três dias (sexta, sábado e domingo) estão previstas 9 Regatas, estando o “Skippers Meeting” marcado para as 9 horas e a largada para as 10 horas. A Cerimónia da Entrega de Prémios acontecerá pelas 20 horas de domingo, dia 7, no decorrer do Jantar que será realizado no Bar do CNH. As provas de apuramento reguladas pela Fede-

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ração Portuguesa de Vela são 4: a 1ª decorre agora no Faial de 4 a 7 deste mês; a 2ª será na Barragem do Alqueva, no início de Março, por altura do Carnaval; a 3ª será no fim-de-semana do 25 de Abril em Lagos, e a 4ª está marcada para Cascais, no mês de Maio. Jorge Fontes (membro da Direcção do CNH e Director da Secção de Windsurf) na qualidade de Coordenador da Segurança no Mar e Responsável por fazer a ponte entre o CNH, a Associação de Formula Windsurf Portugal e os Atletas, faz o balanço à forma como decorreu o primeiro destes 4 dias de Prova. “Neste primeiro dia foram realizadas três Regatas com condições bastante boas. O vento foi constante, do quadrante Nordeste, com uma média a rondar os 15 nós. Nos lugares dianteiros não houve grande variabilidade. Aliás, os atletas da frente foram muito consistentes nos resultados alcançados nestas três Regatas. Este primeiro dia

de Prova foi dominado pelos velejadores com mais experiência e títulos. Não houve, portanto, grandes surpresas, já que são os que normalmente se evidenciam. No entanto, devo realçar que o desempenho dos atletas do Faial não foi mau, tendo em conta a ausência de ritmo competitivo e as limitações em termos de equipamento. Também é preciso ter em atenção o facto de estarmos a falar de categorias diferentes. Sabemos que os atletas que dominam fazem um investimento avultado em equipamento, o que faz toda a diferença. Os dois faialenses em prova participam numa postura de experimentar um novo desafio dentro de um desporto que está em expansão. Naturalmente que um evento desta envergadura e com os nomes sonantes que atrai constitui uma motivação extra para a Secção de Windsurf do CNH, constituindo uma excelente forma de promover a modalidade, despertando o interesse

Jorge Fontes, Coordenador da Segurança no Mar e Responsável por fazer a ponte entre o CNH, a Associação de Formula Windsurf Portugal e os Atletas

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“O desempenho dos atletas do Faial não foi mau, tendo em conta a ausência de ritmo competitivo e as limitações em termos de equipamento”

nos que já praticam e nos que poderão vir a praticar. Formação e visibilidade são o mote da nossa Secção. E foi nessa perspectiva que aceitámos o desafio da Associação de Formula Windsurf Portugal para entrar na Organização desta Prova, que encaixa na estratégia traçada pelo Clube:

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promover e dar visibilidade. Tratando-se de uma competição de cariz nacional reveste-se de grande prestígio para o Clube Naval da Horta, uma instituição com provas dadas no que concerne à oganização de eventos nacionais, sobressaindo sempre a excelência do seu trabalho organizativo e de divulgação da Ilha do Faial e da Região Açores. Gostava de aproveitar esta oportunidade para enaltecer e agradecer o importante trabalho dos Voluntários na preparação e segurança da Prova, sendo que alguns cedem os seus barcos para apoio no mar. Nestes 4 dias de Prova estamos a falar de um grupo de Voluntários superior a 25 pessoas, onde se incluem os elementos da Comissão de Regata. Há que salientar a disponibilidade e a generosidade de todos, aspecto decisivo para um sucesso global”.

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WINDSURF NO 2º DIA DE PROVA, TEMPO ADVERSO SÓ PERMITIU A REALIZAÇÃO DE UMA REGATA

Nesta Prova do Campeonato Nacional de Windsurf participam 21 atletas, oriundos dos Açores, do Continente português e de Espanha

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as três Regatas inicialmente previstas para o segundo dia – sábado, 5 de Outubro – do “Azores Windsurfing Cup - Faial” – Prova do Campeonato Nacional de Formula Windsurfing 2019 – 1ª Etapa/ Faial apenas se realizou uma. José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH – Entidade Organizadora – explica que “as condições de vento e mar que se apresentaram não permitiram que fosse cumprido o que estava delineado”. E acrescenta: “Ainda se ponderou fazer um intervalo de 45 minutos com o intuito de se fazer uma segunda Regata, mas não estavam reunidas as condições entendidas como necessárias”. Nesta única Regata de hoje (sábado) mantêm a liderança Miguel Martinho, do Clube Naval de

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Portimão (CNP), Campeão Nacional da Classe; Mário Medeiros (“Sabão”), do Clube Naval de Ponta Delgada (CNPD), Vice-Campeão Nacional; e Vasco Chaveca, do CNP. O “Azores Windsurfing Cup - Faial” – Prova do Campeonato Nacional de Formula Windsurfing 2019 – 1ª Etapa/Faial, arrancou na quinta-feira, dia 4, e termina domingo (7), dia em que acontecerá a Cerimónia da Entrega de Prémios, pelas 20 horas, durante o Jantar que será realizado no Bar do CNH. Na Organização deste evento de âmbito nacional, o Clube Naval da Horta conta com o apoio da Federação Portuguesa de Vela (FPV) e da Associação de Formula Windsurfing Portugal (AFWP), e com a colaboração do “Peter Café Sport”. No decorrer do “Skippers Meeting” marcado para as 9 horas deste sábado, dia 6, a Organização decidirá qual o programa que será seguido.

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WINDSURF 3º DIA MARCADO PELO CANCELAMENTO DAS REGATAS

Até agora, foram realizadas 4 Regatas, tendo o Campeonato sido oficializado logo no primeiro dia da Prova

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vento muito instável entre os 10 e os 25 nós e a ondulação não adequada à realização da prova nesta modalidade”, levou a Comissão de Regata do “Azores Windsurfing Cup - Faial” – Prova do Campeonato Nacional de Formula Windsurfing 2019 – 1ª Etapa/Faial, a cancelar todas as Regatas que estavam previstas para o terceiro dia (sábado, 6) de competição. A explicação foi dada ao Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH) – Entidade Organizadora – pelo Presidente da Comissão de Regata, Bruno Rosa. Recorde-se que o “Azores Windsurfing Cup Faial” – Prova do Campeonato Nacional de Formula Windsurfing 2019 – 1ª Etapa/Faial, arrancou na quinta-feira, dia 4, e termina domingo (7), dia em que acontecerá a Cerimónia da Entrega de Prémios, pelas 20 horas, durante o Jantar que será realizado no Bar do CNH. Até agora, foram realizadas 4 Regatas: três no primeiro dia e uma no segundo. As desfavoráveis

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condições de tempo fizeram com que o programa inicial não esteja a ser cumprido. Contudo, é de realçar que sendo necessário um mínimo de 3 Regatas para a oficialização do Campeonato, esse patamar já foi alcançado. Na Organização deste evento de âmbito nacional, o Clube Naval da Horta conta com o apoio da Federação Portuguesa de Vela (FPV) e da Associação de Formula Windsurfing Portugal (AFWP), e com a colaboração do “Peter Café Sport”.

A Comissão de Regata da Prova é composta por Bruno Rosa (Presidente), Duarte Araújo e Vasco Bettani

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WINDSURF ATLETAS ELOGIAM ORGANIZAÇÃO E VOLUNTÁRIOS

Pacheco Veiga, Comandante da Polícia Marítima da Horta; Bruno Leonardo, Director Regional do Serviço de Desporto do Faial; Vasco Chaveca, Presidente da Associação de Fórmula Windsurf Portugal; José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), Entidade Organizadora deste evento de âmbito nacional; Bruno Rosa, Presidente da Comissão de Regata; e Jorge Fontes, Coordenador da Segurança no Mar e Responsável por fazer a ponte entre o CNH, a Associação de Fórmula Windsurf Portugal e os Atletas, na Cerimónia de Entrega de Prémios, no Bar do CNH

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Prova do Campeonato Nacional de Windsurf decorreu na medida das nossas possibilidades e daquilo que a meteorologia ajudou e desajudou. Espero que os atletas de fora tenham gostado do nosso canal ventoso e com maresia, numa terra – a ilha do Faial – muito ligada aos desportos náuticos a juntar a outros que se praticam cá. Palavras de José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), na Cerimónia da Entrega de Prémios do “Azores

Windsurfing Cup - Faial” – Prova do Campeonato Nacional de Fórmula Windsurfing 2019 – 1ª Etapa/Faial, que antecedeu o jantar realizado na noite de domingo, dia 7, no Bar do CNH. O “Azores Windsurfing Cup - Faial” – Prova do Campeonato Nacional de Fórmula Windsurfing 2019 – 1ª Etapa/Faial, decorreu de 4 a 7 do corrente, na ilha do Faial, tendo as adversas condições climatéricas feito com que das 12 Regatas inicialmente previstas se tenham realizado 8. Na Organização deste evento de âmbito nacional, o Clube Naval da Horta contou com o apoio da Federação Portuguesa de Vela (FPV) e da Associação de Fórmula Windsurfing Portugal (AFWP), e com a colaboração do “Peter Café Sport”. “A nossa capacidade organizativa assenta na grande cultura de voluntariado” José Decq Mota dirigiu um agradecimento especial à Associação de Fóormula Windsurf Portugal e ao seu Presidente, Vasco Chaveca, realçando “uma tradição muito antiga no CNH, que é o grande Voluntariado”. E prosseguiu, a propósito: “As pessoas aparecem e contribuem, tendo

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em conta os recursos de que dispomos. A nossa capacidade organizativa não reside somente no material e no financiamento, assentando, de forma especial, na grande cultura de Voluntariado com que sempre se pautou esta instituição náutica. Para além deste apoio incondicional, contámos, também, com o envolvimento do Turismo, da Câmara Municipal da Horta e de muitas outras entidades, a quem agradecemos. Quero destacar – porque se verifica de forma diária – o apoio da “Portos dos Açores, S.A.”. Sem esta colaboração permanente não era possível o CNH assumir estas responsabilidades. O engenheiro Fernando Nascimento (que foi convidado e infelizmente não pôde estar nesta Cerimónia) cessa funções na próxima semana enquanto Presidente do Conselho de Administração desta empresa. Gostava de lhe dizer pessoalmente, mas peço que lhe transmitam, que o CNH sempre apreciou as suas posturas nestas funções, que se têm manifestado nos mais diversos eventos, como é disso um grande exemplo a realização da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, além das diversas situações que acontecem no dia-a-dia da vida portuária. Tem sido graças a essa estreita relação, que espero se possa manter com o novo Presidente do Conselho de Administração da “Portos dos Açores, S.A.”, que conseguimos ter esta capacidade organizativa. “Um obrigado a todos os Patrocinadores e Apoiantes” Uma palavra de grande apreço para a Autoridade Marítima, cuja colaboração permamente, sempre no rigoroso cumprimento da lei, ajuda e facilita a prossecução das nossas actividades marítimas. O Capitão do Porto da Horta, Rafael da Silva, não pôde comparecer por se encontrar ausente, mas contamos com a presença do Comandante da Polícia Marítima, Pacheco Veiga, o que muito nos apraz. Um agradecimento muito sincero aos nossos Patrocinadores: “Café Sport”, na pessoa do seu proprietário, José Henrique Azevedo; e “Norberto Diver”, através de Norberto Serpa, ambos aqui presentes, cujos barcos de apoios foram de vital importância.

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Felicito todos os participantes, enquanto figuras principais desta Prova do Campeonato Nacional de Windsurf. Naturalmente que reconheço e agradeço o trabalho e o empenho de todos os elementos da Comissão de Regata (Bruno Rosa - Presidente; José Fraga e Duarte Araújo); da Comissão de Protestos, a quem esteve na rampa, nas oficinas e a todos os que colaboraram no sucesso comprovado deste evento, onde se inclui o meu colega de Direcção, Jorge Fontes, sobre quem recaiu a responsabilidade directa no mar”. “Para mim, foi um prazer enorme e um desafio integrar esta Organização” Aproveitando a deixa, Jorge Fontes, Coordenador da Segurança no Mar e Responsável por fazer a ponte entre o CNH, a Associação de Fórmula Windsurf Portugal e os Atletas, deu as boas-vindas a todos ali presentes e salientou que o que mais o marcou foi o compromisso com a segurança. Mas acrescentou: “O meu trabalho foi facilitado pelas pessoas que estavam no mar, porque gostam e sabem andar no mar. E isso reflectiu-se na descontracção registada nos momentos mais difíceis. Vou funcionar como porta-voz da Delegação de Ponta Delgada que, já tendo regressado a casa na tarde deste dia (domingo, 7) me pediu para transmitir uma saudação e um agradecimento à Organização, tendo vincado a questão da segurança que foi para além daquilo a que estão habituados. Reforço a colaboração da Marina da Horta, do José Menezes, do Norberto Serpa e do “Peter” nos barcos que permitiram redobrar a segurança. Peço uma salva de palmas para todos os que colaboraram e apoiaram. Para mim, foi um prazer enorme e um desafio integrar esta Organização. Quero aproveitar esta oportunidade para uma vez mais agradecer o convite da Associação de Fórmula Windsurf Portugal e enaltecer e agradecer a presença dos atletas, pois sem eles nada disto era possível”.

Prémio de Excelência Desportiva 2011 | Insígnia Autonómica de Mérito Cívico 2017


CLUBE NAVAL DA H “Queremos voltar cá e envolver mais atletas da casa” Vasco Chaveca, Presidente da Associação de Fórmula Windsurf Portugal, começou por agradecer a todos os que estiveram envolvidos neste evento, recordando que a Classe não vinha ao Faial (por razões associativas, federativas, etc), desde há 14 anos. Este Dirigente congratulou-se pelo facto de essa situação ter sido invertida, frisando que “esta deslocação foi especial, atendendo a que permitiu participar e celebrar os 100 Anos do “Peter Café Sport”, os 25 Anos do Triatlo do “Peter” e fazer esta Prova do Campeonato Nacional”. “A nossa ideia, em termos organizativos, foi vir ao Faial não só com o intuito de usufruir da ilha e das suas excelentes condições para a prática da modalidade e não só, mas, também, para “passar a bola”, contribuindo para a dinamização do Windsurf localmente. E realmente o Faial tem condições magníficas para este desporto. Por isso, queremos voltar cá e envolver mais atletas

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da casa”. Vasco Chaveca terminou, dirigindo um agradecimento ao “grande esforço levado a cabo pelo Presidente da Comissão de Regata (Bruno Rosa) e ao “extraordinário trabalho deste Clube (CNH)”. Na dupla função de Presidente da Associação de Fórmula Windsurf Portugal e de Atleta, Vasco Chaveca fez, a pedido do Gabinete de Imprensa do CNH, o balanço a esta Prova do Nacional. “Naturalmente que uma pessoa vem sempre com a expectativa de ganhar. Ultimamente não tenho estado em plena forma devido ao trabalho em demasia, não havendo tempo para treinar nem dentro de água nem fisicamente. Mas vinha com a expectativa de ficar nos três primeiros. Nos Açores estamos sempre a contar que haja muito ou pouco vento. Em Lagos, onde está sempre bom em termos de vento, já estivemos lá 5/6 dias seguidos em que só um dia é que esteve bom. Portanto, nunca é previsível, mas aqui nos Açores como a meteorologia muda muito rapidamente, temos de ter todo o equipamento preparado para as diferentes alterações. Nós já estávamos a contar com essa diferença

O Comandante da Polícia Marítima da Horta, Pacheco Veiga, entregando o Prémio (3º lugar) ao atleta Vasco Chaveca, do Clube Naval de Portimão (CNP)

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de condições mas uma coisa é saber e outra é estar no terreno. E tanto é, que no primeiro dia estivemos todos a tentar perceber como é que isto funcionava, tanto a nível de correntes, como de ondas e de vento. A 1ª e 2ª Regatas funcionaram um pouco como experiência e depois a partir daí foi afinar o material, porque o equipamento de Windsurf também tem de ser afinado consoante as condições. Conheço este campo de regata desde há 14 anos e é um campo mais técnico, com muito mais saltos de vento, o que obriga a estar com muito mais atenção, sendo necessário olhar para o mar, para as nuvens e as correntes para definirmos o percurso a fazer nas regatas. Aqueles atletas que jogam mais pelo físico, tinham menos capacidade. Os mais experientes, que puxam mais pela cabecinha e fazem regatas mais técnicas, sem dúvida que este é um sítio excelente. Aliás, é isso que faz a Classe de Fórmula não ter tanta gente, porque é uma classe que obriga a pensar, ao contrário de outras. Aqui temos a técnica e a táctica da regata: as largadas, sair em frota, escolher os melhores percursos, tudo isso exige pensar. Sexta-feira (dia 5) foi um bocado duro devido às condições de vento e de mar. Nós tentamos que seja a frota completa a participar. Na sexta, só um concorrente é que acabou e não é isso que esperamos. Nem todos foram para a água e uns foram e não conseguiram acabar, porque estava mesmo muito violento. A frota toda é amadora e torna-se complicado. Em termos de Regulamento, tudo foi cumprido, mas o que nós queremos é que a frota toda compita e que não sejam regatas para dois ou três atletas. O primeiro e o último dia (4 e 7) foram bons. Sábado (dia 6) não havia condições tanto para os atletas como em termos de segurança. Teríamos de ter quase um barco por atleta para que houvesse as condições totais de segurança. Com o vento e o mar que estava, no momento em que baixámos a vela, deixavam de nos ver. E então teria quase de estar um barco para cada atleta. Isso é impossível.

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“Foi um misto de competição saudável e de turismo” Para a grande maioria dos atletas esta foi uma estreia no Faial, mas todos gostaram, principalmente da água transparente e quentinha, em que ninguém passou frio. Foi um misto de competição saudável e de turismo. O facto de sábado não ter havido regatas foi uma compensação no que respeita à vertente de passeio, porque normalmente o que os atletas do Windsurf fazem é usar a modalidade como meio de conhecer sítios diferentes e de fazer turismo com as famílias. Conhecemos as famílias da maior parte dos atletas e assim é um meio de viajarmos em grupo. Provas Regionais já em 2019 Os participantes ficaram de tal forma entusiasmados, que já se fala em fazer, a partir de 1 de Janeiro de 2019, Provas Pegionais de Windsurf, incluindo no Faial. Antes, realizavam-se Provas Regionais apenas em São Miguel e por vezes na Terceira, mas em termos de organização na Terceira falta ali qualquer coisa. Em São Miguel a modalidade está a crescer imenso e isso está a passar para o Faial. Com a vinda deste grupo cá, sentimos que os faialenses também estão mais entusiasmados no sentido de que as coisas evoluam. É preciso ver que a realização de um Campeonato Nacional contribui imenso para a promoção do sítio. Os atletas do Faial estão num nível inferior a nível de material, o qual faz toda a diferença. Para darem o salto qualitativo terão de investir em equipamento. Fisicamente estão bem e fazem Windsurf há já vários anos e sabem fazer em regatas e tudo. Agora só falta começarem a treinar com material específico para Race. Pareceu-me que estão dispostos a investir. A ideia seria fazer Campeonatos Regionais no Faial e em São Miguel e se for possível na Terceira também. Em vez de estarem a fazer regatas específicas só para Windsurf, o objectivo é tentar colar as Regatas de Windsurf à Vela Ligeira. É muito mais fácil. Já que vêm os contentores, vem também o material do Windsurf. Os percursos são praticamente idênticos; é só mais uma larga-

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CLUBE NAVAL DA H da diferente e faz todo o sentido usar a infraestrutura pensada. E para os mais jovens também é bom, porque estão a andar de Optimist e noutros barcos para ver o Windsurf e de repente em vez de barcos podem optar por uma pranchinha, sendo um meio de direccioná-los para o Windsurf. “O Windsurf é bem recebido no Faial” Agradecemos todo o esforço do CNH na Organização, que foi cinco estrelas; bem como o envolvimento do Governo dos Açores, do “Peter” e de todos os que colaboraram. Toda a gente se mostrou disponível para ir com carros buscar o pessoal ao aeroporto, com o maior número possível de barcos a fazer a segurança, toda a gente envolvida num único propósito neste Campeonato Nacional, o que nos mostra que o Windsurf é bem recebido no Faial. Nós também estamos completamente disponíveis e queremos arrancar com as Provas Regionais, esperando voltar daqui a 2 anos com mais uma Prova Nacional. Os atletas gostaram da Ilha, do Campeonato e da Organização. O grande problema que nós

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temos é trazer o material, mas como veio de contentor, tendo os custos sido suportados pela Organização, isso faz toda a diferença. Se não fosse assim, alguns atletas do Continente certamente que não teriam vindo, pois trazer o material de avião sai caro. E agora com a quantidade de alojamentos locais que existe na Horta, todas essas estruturas que são utilizadas para o turismo na vossa época alta para nós também podem ser usadas com um mínimo de esforço. Tentamos organizar este tipo de eventos sempre na época média ou baixa, porque para nós é bom em termos de custos, mas para vocês também. A promoção não é feita só do vosso lado, pois do nosso isso também acontece. A título de exemplo: desde que começámos a fazer provas no Alqueva, em 2011, que temos muito mais gente a fazer Windsurf lá, mesmo fora das provas. É importante, porque o Alqueva passou a ser visto também como um ‘spot’ do Windsurf, de férias, em que pode ir toda a família e levar a pranchinha para navegar lá. E isso também pode funcionar aqui, passando a ilha do Faial a funcionar como mais um ‘spot’ do Windsurf a nível nacional”.

Miguel Martinho, Campeão Nacional da Classe, levou mais dois troféus para casa

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“Fizemos, todos, um trabalho excepcional” Em jeito de reconhecimento às palavras deixadas por Vasco Chaveca, Bruno Rosa respondeu: “Fizemos, todos, um trabalho excepcional”. O Presidente da Comissão de Regata disse, ainda, que este “foi um grande evento que o CNH se propôs organizar, sendo que se portou à altura do desafio”, esperando que “mais, e quiçá a um nível ainda superior, possa ser uma realidade no futuro”. Bruno Rosa enfatizou o agradecimento a todas as entidades que colaboraram bem como aos Voluntários, Dirigentes, Funcionários e Colaboradores do Clube, frisando “a aprendizagem mútua que os atletas proporcionaram”. E rematou: “Sem os Voluntários, não teria sido possível realizar esta Prova do Campeonato Nacional”. “Esta Prova correu bem” Miguel Martinho, atleta do Clube Naval de Portimão, actual Campeão Nacional, que já renovou esse título 20 vezes e costuma estar no ‘top ten’ mundial, foi um duplo vencedor.

Instado a partilhar a sua experiência, falou da modalidade e das dificuldades existentes, lamentando que em Portugal o desporto, de uma maneira geral, seja tão pouco acarinhado. “Cada competição constitui sempre uma experiência nova. Desta vez apanhámos vento mais forte o que nos obrigou a trabalhar mais no mar, porque o mar daqui não é bem o mar do Continente. Estamos no meio do Oceano Atlântico, junto à costa, o que dificulta um bocadinho, porque a vaga é mais mexida, mais forte e mais pesada, exigindo mais físico. Tecnicamente, 10 nós aqui equivale quase a 15 nós no Continente, porque a diferença de mar de um lado para o outro obriga a que façamos mais pressão no equipamento e no conjunto total torna-se tudo mais forte, obriga-nos a trabalhar mais e é um pouco mais exigente, digamos assim. Esta Prova correu bem. O 2º e o 3º dias (5 e 6) foram mais atribulados, com condições adversas, mas nos restantes tivemos condições boas para a prática da modalidade. Estes foram os melhores dias, porque nos outros o vento era demasiado forte para a modalidade. A modalidade tem um limite de vento, o que não quer dizer que não se

Miguel Martinho ao lado do Director Regional do Serviço de Desporto do Faial, Bruno Leonardo, recebendo mais um Prémio para juntar ao seu vasto palmarés

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CLUBE NAVAL DA H conseguisse fazer com o que vento que estava, mas com as condições de mar que tínhamos, era impossível. Não era que o vento fosse excessivo, o mar é que era forte demais. E no conjunto dos dois, tornava-se difícil. O mar que estava fazia com que a prancha voasse. No cômputo geral, posso dizer que foi bom e a Organização esteve muito bem. O CNH esteve às mil maravilhas. Aliás, os açorianos são pessoas muito prestáveis, amáveis e super-convidativas, por isso não há nada a apontar. Acho que esteve tudo cinco estrelas. Para mim, a Horta já é conhecida bem como este campo de regatas, atendendo a que já participei duas vezes no Triatlo do “Peter” e duas vezes num Campeonato de Windsurf: um Ibérico e um Nacional. “Os atletas do Faial estão bem” Deu para ver que o nível dos atletas faialenses e estão bem; estão a subir, a progredir. É pena que estejam um pouco longe para podermos treinar todos juntos. Era bom que pudessem ir ao Continente mais vezes, mas sabemos que não é fácil, e para nós acontece o mesmo em relação a vir cá. Mas devo dizer que os atletas locais estão bem demais, porque ao nível que estão a andar, é quase como se tivessem ido várias vezes ao Continente treinar. Para estarmos a um nível bom, convém andarmos sempre em conjunto. E se tivermos alguém que ande bem e treinarmos juntos, conseguimos evoluir muito rápido. Sendo um desporto individual é também colectivo ao mesmo tempo. Para evoluirmos, o treino de conjunto revela-se muito melhor. Cria uma unidade de grupo. Encontramo-nos várias vezes nas competições e somos todos amigos. Na água somos adversários mas fora somos amigos. Conseguimos separar as águas. É fácil. “Portugal não é virado para o desporto” Tenho negócios em Portimão e tento levar isto um pouco como profissional, mas não é fácil. Em Portugal não é fácil sermos dsportistas profissionais na totalidade, porque Portugal não é um país muito virado para o desporto. Um ou outro

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desporto pode ser mais acarinhado, mas de uma forma geral ainda são modalidades que o país não liga muito. Talvez não seja o país em si mas a cultura portuguesa. Quando conquistamos alguma coisa, somos os melhores mas fica só ali, morreu o assunto e passou a pasta para outro lado. Neste cenário, o que faço é por amor próprio e investimento próprio também. Os clubes dão algum apoio e apesar de o meu currículo constituir uma ajuda, não consigo fazer vida profissional disto, nem qualquer outra modalidade em Portugal. Trata-se de uma aposta minha mas é preciso trabalhar. Gostava muito de me dedicar em exclusivo, mas não dá. Considero que já aproveitei o que tinha a aproveitar. Naturalmente que se consegue sempre evoluir mas na minha idade (42 anos), já não darei muito mais. Embora este desporto não tenha limite de idade, a verdade é que o físico pesa. Não somos de ferro. “Temos tantos canais televisivos e a maior parte só dá lixo!” Faço os circuitos a nível nacional e internacional mas não é fácil andar com os melhores e manter-me nos 5 ou nos 10 primeiros. Ultimamente tenho-me mantido nos 5 melhores do Mundo mas é difícil manter-me no topo. Estamos a falar a nível Mundial e igual a mim somos muitos. Fora de Portugal há muito apoio aos atletas, a começar pela vizinha Espanha. Basicamente, todos os países apoiam as modalidades desportivas. Os jornais desportivos – e temos milhares – infelizmente só abordam o futebol, que é o desporto-rei. Vemos jornais inteiros dedicados aos futebol e depois temos uma página ou meia página para outras modalidades. Isto é mau, porque parece que não existe desporto em Portugal. Toda a gente merece ser reconhecida pelo seu valor. Resumir-nos a outras modalidades é mau. A culpa é dos jornais mas também dos leitores. Chamamos uma televisão para um evento e eles querem que a gente pague, entre aspas, para vir fazer a cobertura. Então que não venham! Se não é relevante... Temos tantos canais televisivos dedicados ao futebol e os visados são sempre os

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mesmos. E a maior parte só dá lixo! Mas, claro, o dinheiro é que manda! Se tivessemos menos canais e trabalhássemos outras modalidades como andebol, basquetebol, voleibol, os vários desportos de pavilhão, de praia, de mar... Temos tantas modalidades desportivas e bons atletas e acabamos por nos esquecer deles. Só os valorizamos quando ganham. Mas logo a seguir fecha a porta. Temos um Nelson Évora, Medalha de Ouro, mas se calhar só quando estamos a um ou dois meses dos Jogos é que se lembram dele. As autarquias apoiam mais, porque se um atleta se projectar traz projecção para a sua terra. Mesmo os Atletas Olímpicos, só se ouve falar deles quando vão aos Jogos e depois ameaça-se com a retirada dos apoios caso não fiquem nos primeiros lugares. Mas esquecem-se de que para chegar aos Olímpicos, se calhar esse atleta já foi Campeão do Mundo e da Europa durante aqueles 4 anos e ninguém se lembrou e é mais difícil ser Campeão do Mundo ou da Europa do que ser Campeão Olímpico. Tudo junto é um bolo difícil de gerir: é a mentalidade, a cultura, etc.

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“Fora de Portugal dão-te mais valor do que em casa” O empenho tem de ser mesmo pessoal, mas essa valorização ajuda se quisermos arranjar alguns patrocinadores ou apoios, que estão cada vez mais difíceis desde que a crise se instalou. Com um pouco de mediatismo talvez se consiga fazer abrir “alguma torneira”. Isto é desmotivante para os atletas e para quem está ao lado deles. E depois queixam-se de que os miúdos não querem fazer desporto. Mas neste contexto, qual é o incentivo que um pai tem para inscrever um miúdo numa modalidade e se firmar? Por isso, ouvimos muitas vezes: o melhor é estudares e arranjares um emprego filho, porque o desporto não te leva a lado nenhum. Ser atleta permite-te conhecer o mundo inteiro, fazer novos amigos e adquirir novos conhecimentos. Vais a qualquer parte do mundo e conheces pessoas e acabas por ser mais valorizado lá fora do que cá dentro. Fora de Portugal dão-te mais valor do que em casa.

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“É preciso haver um investimento estatal nas federações” Isso começa logo aqui ao lado com os espanhóis, que conseguem estar no topo de todas as modalidades desportivas. Isto é sinónimo de um grande investimento nos atletas. É preciso investir nas modalidades. É muito fácil construir uma piscina, que custa 2 milhões, e depois as pessoas inscrevem-se pagando uma mensalidade de 30 euros. Se calhar temos 50 pessoas a nadar. Houve um investimento na modalidade de forma indirecta. Só que há modalidades que não dá para investir indirectamente, tem de ser directamente e isso não existe. E assim não se consegue ter formação, alunos, novos talentos. É preciso haver um investimento estatal nas federações para que estas consigam apoiar os clubes e estes investir nos atletas. É mais fácil construir um pavilhão e esperar que as pessoas se inscrevam do que apostar na modalidade que não pode ter um pavilhão. Na Vela tem de haver um investimento directo: há que injectar na Federação para que esta injecte nos clubes e estes possam formar. Os clubes fazem o que podem com o que recebem. Mas se as federações não têm apoio, não chega nada. Chegamos ao ponto de a Federação não poder apoiar atletas para irem ao estrangeiro e tem ser os clubes a fazer isso. Isto é um esforço quase inglório, pois tiras da boca de uma criança para poder dar a um atleta, que deveria ser apoiado pela Federação. Este ciclo deveria ser ao contrário. A formação chega aos clubes. Portanto, os clubes não têm que apoiar um atleta. Cabe à Federação apoiá-lo directamente. Se assim for, então os clubes investem nos atletas desde que a Federação invista na formação. Não pode ser “a bola quente” toda para o clube, porque ele não consegue. Se pegássemos nos 2 milhões destinados à construção da piscina e investissemos nalgumas modalidades, tínhamos muitas crianças e jovens a praticar várias modalidades que custam a ter e depois dizemos que eles estão perdidos e que só querem jogos, computador e não sabemos como é que vamos tirá-los de casa. Mas como é que isso há-de acontecer se não há nada para eles?

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“Fazer Windsurf é um prazer bom” Comecei aos 10 anos, mas a competição surgiu por volta dos 15 anos, o que perfaz quase 30 anos a praticar. Isto deve-se ao exemplo do meu padrinho que praticava Windsurf na altura – infelizmente já faleceu – e ia ter connosco à praia com a prancha e eu fiquei com vontade de experimentar, até que um dia decidi comprar uma prancha e desde aí nunca mais parei. Para mim, fazer Windsurf é um prazer bom. É uma modalidade desportiva que nos dá liberdade, sentindo uma adrenalina. É o vento que nos leva, a velocidade em cima da água, é uma coisa gira. É uma sensação muito boa mas que só quem está lá consegue sentir!” Atletas espanholas partilham a sua visão Nesta Prova do Campeonato Nacional de Windsurf participaram apenas duas atletas: Pilar Calvo, campeã espanhola; e Mónica Arche, também espanhola, mas actualmente a residir em Cascais, tendo vivido e praticado nos EUA. Ambas falaram sobre esta competição, partilhando a visão no feminino sobre uma modalidade que é direccionada para ambos os géneros. Mónica Arche: “Conhecer a ilha era a atracção principal. A regata foi a desculpa” “Encontrámos uma corrente muito forte. A onda parecia rampas de lançamento, sendo muito larga para a nossa prancha. Eu e a Pilar gostámos muito da Organização. Estamos contentes e impressionadas. Houve muitos barcos de segurança e imensa gente a colaborar. E em cada barco não víamos apenas uma pessoa mas cinco, seis. Impressionante! A ilha é muito bonita. Conhecer a ilha era a atracção principal. A regata foi a desculpa. Foi duro, porque as condições variam muito, muito. As nuvens estão sempre a mudar. É um mar complicado para fazer Windsurf. Nunca tinha feito com uma corrente tão forte. Fazemos, sempre que possível, todas as regatas. As condições variam dentro do país onde estamos. Já fiz todo o circuito de Espanha e agora

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mudei-me para Portugal. Vivo em Lisboa. Também morei nos EUA, na Florida, e lá o nível era mais baixo e mais fácil. Mas quando havia uma competição em Washington, aí sim os ventos eram mais fortes. Queremos muito voltar ao Faial. Não temos de vir apenas em regata. Queremos vir em passeio, com a família e amigos. Este desporto é mais fisico, mais rápido e permite mais adrenalina do que andar num barquito. No entanto, pretendemos voltar de barco para podermos fazer o nosso desenho na Marina. Só assim é que nos é permitido deixar lá a nossa marca. Então, assim será!” Pilar Calvo: “O azul do mar é incrível! Muito bonito” “A ilha é uma beleza. Já disse a todos os meus amigos espanhóis para virem cá. É a primeira ilha dos Açores que conheci e estamos a torcer para que haja provas noutras ilhas para ficarmos a conhecê-las também. Correu muito bem! Foi muito bonita a experiência. Todos os sítios que visitamos são diferentes. Aqui, o essencial é a natureza e o mar, sobretudo a cor do mar. O azul é incrível, muito bonito! Eu navego num lago. Logo, há muita diferença. Mas sentimo-nos preparadas, porque já andamos nisto há muito tempo. Eu pratico há 30 anos e a Mónica desde pequena, com 13/14 anos. Nesta prancha especial faz há 10 anos. É um desporto muito técnico, englobando um conjunto de factores. Tens de ter paciência. Este desporto permite-nos conhecer outras pessoas e é muito bom, porque vamos todos seguindo juntos. É uma família da Península e agora também dos Açores. Este desporto é tão bonito por depender do meio natural que é o vento e ele é que manda. Tu nunca controlas. Ele é que manda no que vai acontecer. É uma grande aventura e sempre diferente. Há poucas mulheres a praticar. Não sei porquê. Talvez por causa da sociedade e de todo o nosso passado. Temos de lutar para que as mulheres descubram este desporto e o possam compaginar com a sua vida. Tenho 48 anos, o meu emprego e dois filhos. E faço Windsurf. Portanto, é possível. Não treino tanto quanto gostava mas

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com as regatas nunca perco a forma. É uma luta das mulheres. Também faço isto pela minha filha. Temos de lutar sempre mas este é um desporto para ambos os géneros e a verdade é que eu já venci os homens”. Luís Decq Mota: “Com equipamento e algum treino, podemos ter desempenhos iguais” Deste grupo de 21 atletas, dois eram do Faial: Luís Decq Mota e Belchior Neves. Ambos revelaram a sua opinião sobre esta nova esperiência. “A decisão de eu e o Belchior termos participado foi para ver qual era o nosso nível em relação aos atletas de fora. Havia muitas diferenças em equipamento, sendo o nosso desactualizado e desajustado da Classe Fórmula. Estávamos a competir um contra o outro mas também para perceber comparativamente aos restantes. E posso dizer que foi muito bom e que estamos bem. Costumamos praticar bastante. Faço regatas regularmente, mas de iate. Contudo, isto acaba por ser uma regata com bolinas e popa. Não foi difícil. No 3º dia (sábado) não houve regatas por causa do tempo mas eu e o Belchior fomos para a Praia do Almoxarife e aproveitámos porque estava bom. Tinha mar, é verdade, mas podíamos realizar regatas até 35 nós de vento e estavam 25, embora com oscilação dos 10 aos 25 o que se tornava dificil por causa da escolha das velas. Verificou-se muita ondulação e como havia poucos atletas experientes nestas condições, atendendo a que normalmente eles fazem estas regatas com mar chão e nunca em mar aberto, foi decidido cancelar tudo no sábado. Este era um grupo de amadores, destacando-se três bons, lote em que se integra o Vasco Chaveca. Eu e o Belchior também acabamos por ser amadores, mas os outros fazem o circuito nacional. O investimento em equipamento é algo que vai ser ponderado, tendo em conta que há outras prioridades. O Belchior ficou com o “bichinho” no sentido de arranjar material maior para menos vento para poder ir mais vezes ao mar. Eu já tenho algum material para pouco vento, mas não para fazer competições de Fórmula. É para mar mais aberto, mais folgado. Tanto é que não fiz as duas últimas regatas, porque o vento

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Luís Decq Mota foi o 1º na sua Classe. Aqui, com a filha ao colo, ao lado do Vereador da Cultura da edilidade, Filipe Menezes

era pouco e não conseguia acompanhá-los. Esta Prova serviu como estímulo para desenvolver a modalidade no Faial. Sentimos isso e a possibilidade de investir em material também. Se decidirmos participar nas restantes (três) Provas deste Campeonato Nacional – que serão todas no Continente – é preciso contar com apoios. Não para material, porque será um investimento nosso, mas para deslocações e transporte de material. Mas é preciso ponderar isso muito bem porque não temos material. Por essa razão, participámos em Open Sport, o que permitiu usar o material que quiséssemos. Valeu a pena e aprendemos bastante. Só conseguíamos acompanhar muitos deles quando o vento estava mais forte. Quando era mais fraco, aí notava-se bastante a diferença do material e da área vélica. O que nos falta é equipamento adequado para a Fórmula Windsurfing, que tem as suas medidas específicas. Com equipamento e algum treino podemos ter desempenhos iguais. Acredito que sim. Este é um grupo muito bom, espectacular. O Chaveca funciona como um estímulo, mas conheço

o “Sabão” há muitos anos. É um atleta regional, que se dedica por completo à modalidade. Para mim, o Windsurf foi sempre mais numa de aproveitar e curtir. Mas também gosto muito de competir. Gosto de fazer regatas. A realização de um Campeonato Regional já em 2019 é muito bom para o evoluir da modalidade nos Açores”. Belchior Neves: “Estou a pensar investir em equipamento. Esta prova foi um grande incentivo” Decidi participar, porque é uma modalidade que pratico normalmente. É o meu desporto favorito. Achei bastante interessante o facto de ser organizado no Faial. A única coisa que achei de diferente tem a ver com o material que usamos, que é mais antigo. Este tipo de pranchas fazia com que houvesse uma ligeira diferença em certas mareações. Não no todo. À bolina conseguiam ter mais orça do que nós, mas mesmo assim, tanto eu como o Luís, conseguimos chegar às bóias da bolina à frente de muitos da Classe de Fórmula, o que era bas-

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José Menezes 2018 Belchior Neves, atleta do Clube Naval da Horta

tante bom para nós os dois. Numa ocasião até rondei em 3º e o Luís em 4º, o que é muito bom tendo em conta o material que usámos. Não tenho dúvidas de que com treino e equipamento estaremos em pé de igualdade com eles. Confesso que depois desta experiência fiquei com vontade de ir um bocadinho mais à frente. Estou a pensar investir em equipamento. Esta prova foi um grande incentivo. Temos vários atletas que podiam facilmente estar neste circuito nacional se houver equipamento. Houve uma evolução muito grande nos últimos anos no que toca a equipamento. Há uma diferença substancial em relação ao que havia e ao que há cá na ilha para o que há a nível nacional, e é isso que faz toda a diferença. No Faial não temos esta Classe de Fórmula Windsurfing. Não temos este material, temos uma mistura, digamos assim. Trata-se de um investimento pessoal, porque nós como praticantes é que sabemos o que é que nos faz falta para podermos evoluir e alcançar os melhores resultados. Troquei impressões com o “Sabão” que, sendo um atleta regional já conheço há mais tempo, sobre o material que deveria adquirir para já. É

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a pessoa com quem mais me tenho aconselhado. Esta Prova trouxe divulgação para a modalidade no Faial, o que é muito importante. Para quem já estava um bocadinho envolvido no Windsurf, após ver uma prova destas, vários atletas a competir, o nível que há, qualquer um fica com vontade de querer andar e evoluir mais na modalidade”. Duarte Silva: “Esta Prova foi muito bem organizada pelo CNH” Duarte Monteiro Silva, atleta do Clube Naval de Ponta Delgada, e vencedor do 1º lugar na sua Classe, teve de regressar a São Miguel antes da festa da Entrega de Prémios, mas por telefone transmitiu as suas impressões sobre esta Prova. “Conheço o Faial, pois faço Vela desde miúdo na Semana do Mar. Foi bom voltar aí e ver amigos dessa época e relembrar tudo isso. Foi engraçado! Esta Prova foi muito bem organizada pelo CNH. Registaram-se condições exigentes para a minha condição física, mas correu bem. O grupo participante era um espectáculo! Já fiz algumas regatas com o pessoal que veio de fora.

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Duarte Monteiro Silva, atleta do Clube Naval de Ponta Delgada

Seria muito bom haver Campeonatos Regionais. Depois de atingirmos os 18 anos não há muitas opções e os Séniores acabam por morrer um bocadinho. Podíamos apostar nos Snipes ou nos Vauriens, já que após os 18 anos a opção é a Vela de Cruzeiro, mas trata-se de um salto muito grande. Por isso seria interessante haver algo intermédio. Faltam apoios e como temos a nossa vida nem sempre é fácil conciliar tudo. Somos atletas federados e nesse sentido devia haver apoio por parte dos clubes. E por falar em apoios, aproveito esta oportunidade para referir e agradecer o meu patrocinador “Pure Sail Azores”. Mário Medeiros: “Nunca vi tanto barco de apoio numa Prova” Mário Medeiros ou o popular “Sabão”, também atleta do Clube Naval de Ponta Delgada e um veterano nestas andanças, com vários títulos, tendo arrecadado agora o 2º lugar na sua Classe, deixou o seguinte testemunho, via telefónica: “Gostei muito. Foi uma Prova boa com vento médio, forte e fraco.

Foi pena o tempo não ter estado melhor, mas a culpa de não se ter realizado mais regatas foi dos atletas e não da Organização. Eles temem o mar dos Açores. E como não tinham as velas mais pequenas para andar... Este é um mar de marinheiros e não para rapazinhos. Quero frisar que a nível nacional nunca vi tanto barco de apoio numa Prova. Obrigado aos Voluntários. Foi uma competição bastante segura com bons barcos e bons elementos. A grande lacuna em termos de voluntariado que se vive na maioria dos clubes não se verifica no CNH, que conta com um corpo de voluntariado muito grande e bom. É de enaltecer o bom Presidente que o CNH tem, o sr. José Decq Mota, com uma boa filosofia, sendo muito humano e com grande sabedoria para falar com as pessoas. É uma sorte poderem contar com ele! Oxalá que se mantenha. Foi impecável! Mando um grande abraço para ele e agradeço a forma como tudo foi conduzido. Cinco estrelas! O pessoal do Faial anda bem, faltando-lhe material. É fundamental que haja Provas Regionais, mas é preciso apoio. Tenho tido bons resultados a nível nacional mas

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Mário Medeiros: “É de enaltecer o bom Presidente que o CNH tem, o sr. José Decq Mota, sendo muito humano. É uma sorte poderem contar com ele”

resultam num custo louco! Conto com a ajuda de alguns amigos como é o caso do Bruno Bertholo, um elemento fundamental. Somos todos amigos, porque competimos com desportivismo. Predomina o desportivismo acima de tudo. Os clubes e as associações existem para fomentar o desporto e não para destruir. É fundamental trabalhar com as Escolas e dinamizar a modalidade. É preciso trabalhar para atrair pessoas. A ligação com as escolas é o garante do futuro e eu sei que o CNH está a dar passos nesse sentido. Comecei a praticar desporto ao 9 anos, onde se inclui a Vela Ligeira, tendo ganho alguns títulos com o Vitor Hugo. No Windsurf estou desde os 12. Tenho 48 anos, portanto já lá vão mais de 40. O Windsurf é um desporto bastante físico, dinâmico, com muita tecnologia”. Lista dos participantes: - Miguel Martinho - Clube Naval de Portimão (CNP) - Mário Medeiros - Clube Naval de Ponta Delgada (CNPDL) - Vasco Chaveca - (CNP) - Luís Fonseca - (CNP)

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- Marco Pacheco - (CNPDL) - Pilar Calvo - (CNS Surf 3) - Pedro Amorim - (CNP) - Pedro Pinheiro - (CNP) - David Mendes - (CNPDL) - Carlos Amorim - (CNP) - João Santos - (CNP) - Filipe Gouveia - (CNPDL) - Mónica Arche - Clube Naval de Cascais (CNC) - José Rodrigues - (CNP) - Francisco Pinheiro - (CWP) - Duarte Silva - (CNPDL) - Pedro Martins - Clube Naval da Lagoa (CNL) - Bruno Sampaio - (CNPDL) - Luís Decq Mota - (CNH) - Belchior Neves - (CNH)

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WINDSURF TREINO DOS VETERANOS

Participaram 8 atletas, com muito boa disposição

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ecorreu sábado, dia 13, o Treino de Veteranos, promovido e organizado pelo Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do Clube Naval da Horta (CNH), composto por Jorge Fontes, Flávio Pereira, João Medeiros e Rute Matos. Recorde-se que esta actividade integrou o Programa Comemorativo dos 71 Anos do Clube Naval da Horta, data que ocorreu no dia 26 de Setembro último, mas que será celebrada no próximo sábado, dia 20, com um mega-jantar no Pavilhão das Angústias, com início pelas 20 horas. Convidado pelo Gabinete de Imprensa do CNH, o Grupo de Trabalho da Secção de Windsurf do CNH conta-nos como decorreu este evento, em que participaram 8 atletas.

“Deu para recordar o prazer que esta modalidade consegue transmitir” “Contámos com 2 pessoas que nunca haviam participado no mar, nos nossos eventos. Diríamos que se tivéssemos um participante já teria sido positivo, principalmente devido às previsões de falta de vento; mas tivemos 7, dos quais 3 eram Veteranos, um fazia parte do grupo dos nossos alunos do primeiro Curso de Iniciação e ainda fizemos um baptismo, o que foi muito bom!” José Fraga regressa em forma, 32 anos depois! “O evento decorreu com boa disposição, dedicado especialmente aos Veteranos e julgamos que gostaram. Deu para voltarem um pouco ao passado, conviver no mar e recordar o prazer que esta modalidade consegue transmitir. Podemos enunciar quatro momentos mais marcantes: - um deles, muito especial, foi a presença e par-

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José Fraga foi um dos impulsionadores do Windsurf no Faial

ticipação de um Veterano, o Sr. José Fraga, que não praticava a modalidade há pelo menos 32 anos! Ou seja, pelo que nos transmitiu, a última vez que praticou foi certamente antes do ano de 1986 e foi fantástico constatar que levantou o material à primeira e começou a andar. Incrível! Salientamos que o Sr. José Fraga foi um dos impulsionadores do Windsurf no Faial, juntamente com o seu irmão, João Carlos Fraga, o que tornou este momento ainda mais particular”. Paulo Gonçalves com manobras de ‘Freestyle” - “Fomos também brindados com algumas manobras de ‘Freestyle’ pelo Sr. Paulo Gonçalves, que fez recordar certas provas dessa modalidade, realizadas no passado, na nossa baía”. José Gonçalves destaca-se num ‘rig’com uma vela superior a 9m2

décadas sem praticar, foi também muito bom”. - “Por fim, tivemos o prazer de efectuar um baptismo a uma participante feminina, que se juntou a nós no início do evento e no final experimentou, conseguindo, inclusive, levantar o material e andar um pouco, o que é muito bom! No final ainda houve tempo para o habitual convívio no Bar do CNH. Este Treino teve sempre como objectivo integrar o Programa Comemorativo do 71º Aniversário do CNH e, à semelhança do ano passado, entendemos que fazia sentido que o tema fosse o dos Veteranos, precisamente para recordar e enquadrar este passar de anos que importa lembrar e registar. Em termos de actividades, temos agora previsto o Treino das Gerações, que será reagendado oportunamente”.

- Tivemos um dos Veteranos, o Sr. José Gonçalves, a rodar por todo o material disponível, particularmente por um ‘rig’ com uma vela superior a 9m2 (antiga e pesada), o que para quem apenas tinha participado no evento das Gerações (em Outubro de 2017) após uma longa paragem de

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José Gonçalves rodou por todo o material disponível

“Tivemos o prazer de efectuar o baptismo a uma participante feminina, o que é muito bom!”




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A FIGURA DO MÊS JOÃO CORVELO: “O FAIAL SEM O CNH É COMO UM VELEIRO SEM MASTRO!”

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CLUBE NAVAL DA H “Acompanho, com interesse, todas as actividades relacionadas com a Vela”

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oão Resendes Nunes Corvelo, que desde tenra idade sentia um grande fascínio por barcos (à vela) e por aviões (anfíbios), integra a galeria daqueles que presidiram aos destinos do Clube Naval da Horta (CNH), a única instituição náutica faialense, que este ano completou 71 anos ao serviço do Faial e dos Açores nos desportos náuticos, na formação das camadas jovens e na divulgação desta Terra além-fronteiras. Na Assembleia-Geral realizada a 21 de Abril do recuado ano de 1982, este Sócio tomava posse como Presidente da Direcção do CNH para o mandato de 1982 a 1984, como comprova o excerto da acta abaixo reproduzida: Na entrevista de hoje, João Corvelo, um homem dividido entre os ares e os mares, que mesmo sem frequentar o Clube o mantém no coração, conta-nos como foram esses tempos e por que razão não se sentiu nem sente impelido a repetir a experiência.

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Como decorreu esse período em que esteve na presidência do CNH? - João Corvelo: Com muito entusiasmo e muitas iniciativas lúdico/desportivas. - Gabinete de Imprensa do CNH: Foi fácil reunir esse elenco? O que o moveu? - João Corvelo: Foi fácil, porque estávamos a preparar um exame para Patrão de Vela e Motor. Foram estes Amigos o núcleo duro para a Lista a apresentar à Assembleia-Geral. - Gabinete de Imprensa do CNH: Destaca o trabalho de alguém? - João Corvelo: Todos se destacaram, numa época em que tudo era difícil e sem condições mínimas ao nível das instalações e de apoios. - Gabinete de Imprensa do CNH: Como foi gerir a “casa” nessa altura? - João Corvelo: Não foi tarefa fácil! - Gabinete de Imprensa do CNH: O que recorda pela positiva e gostaria de destacar? - João Corvelo: Destaco a grande amizade que se estabeleceu entre nós e que perdura ao fim de tantos anos. Em termos de instalações, só conseguimos a cedência, pelo Serviço de Lotas, de um contentor para a Secção de Escanfadria e um bebedouro cedido pela Direcção das Obras Públicas, que ainda se encontra em frente da antiga Sede. Vendemos a Chalupa “Ilha Azul”, que se encontrava totalmente degradada, e adquirimos para a substituir um veleiro em fibra de vidro, o “Ilha Azul II”. Iniciámos a Regata Horta/Velas/ Horta, que rapidamente se transforTal como na actualidade, já nessa altura havia um Presidente e dois Vice-Presidentes Documento cedido pela Secretaria do CNH

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RTA tarefa de grande exigência. - Gabinete de Imprensa do CNH: Considera que o Clube está, actualmente, muito diferente daquilo que era no seu tempo de Presidente? - João Corvelo: Completamente! - Gabinete de Imprensa do CNH: É um Sócio frequentador do Clube? Acompanha a actividade desta instituição? - João Corvelo: Raramente frequento o Clube, mas diariamente passo a caminho da Marina. Acompanho, com interesse, todas as actividades relacionadas com a Vela. - Gabinete de Imprensa do CNH: O que faz falta ao CNH? - João Corvelo: Novas instalações. - Gabinete de Imprensa do CNH: Acha que o Clube poderá ir mais além nas suas actividades? - João Corvelo: Não é fácil.

Veleiro “ISABELLA” (salva-vidas reciclado) utilizado na primeira edição da Horta/Velas/Horta, Regata em que João Corvelo alcançou a última posição

mou num sucesso, por ser uma regata/convívio e ter porto de partida e porto de chegada. - Gabinete de Imprensa do CNH: Havia envolvimento dos Sócios? - João Corvelo: Não havia grande envolvimento dos Sócios, mas os que se envolviam era com paixão. - Gabinete de Imprensa do CNH: O quadro de funcionários deveria ser muito reduzido... - João Corvelo: Apenas havia um funcionário polivalente, que se desdobrava para acudir a todas as actividades. - Gabinete de Imprensa do CNH: Já nessa altura se falava na nova sede? - João Corvelo: Com certeza! - Gabinete de Imprensa do CNH: Não ponderou um 2º mandato a seguir ou noutra altura? - João Corvelo: Não estou motivado para essa

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Como define o actual Presidente? - João Corvelo: O Homem certo no lugar certo. - Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a importância do Clube para o Faial? - João Corvelo: O Faial sem o CNH é como um veleiro sem mastro! - Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a Secção com que mais se identifica? - João Corvelo: Vela. - Gabinete de Imprensa do CNH: Acha que os Sócios podiam estar mais próximos do Clube? - João Corvelo: Era importante para as duas partes. - Gabinete de Imprensa do CNH: A realização da “Atlantis Cup” é um marco de relevo na história do CNH. Entende que o actual figurino é o melhor ou poderia haver alternativas? - João Corvelo: A “Atlantis Cup” é posterior ao tempo em que fui Presidente do CNH. Estive envolvido na sua organização inicial mas já sem

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Primeira regata do veleiro “ANA” (depois de 1985), propriedade de João Corvelo

pertencer à Direcção do Clube. A primeira edição foi patrocinada pela “TAP” e a designação escolhida – “Atlantis” – foi por ser o título da revista de bordo. Não vejo alternativas ao actual figurino da Regata. - Gabinete de Imprensa do CNH: Pensa que o Clube poderá ter futuro dentro da linha que

tem vindo a ser seguida? - João Corvelo: Entendo que sim. - Gabinete de Imprensa do CNH: Para si, o que representa o CNH? - João Corvelo: Não imagino a Baía da Horta sem o nosso Clube!

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Daquilo que ouve, das conversas que mantém com outras pessoas, o que se diz sobre esta instituição? - João Corvelo: Elogios e reconhecimento do gigantesco trabalho que tem sido realizado com eficácia. - Gabinete de Imprensa do CNH: Qual o perfil para se ser Presidente do CNH? - João Corvelo: Ter gosto e entusiasmo pelas actividades náuticas. - Gabinete de Imprensa do CNH: Acha que os faialenses se apercebem da importância do CNH ou isso acontece apenas com uma determinada franja da população? - João Corvelo: Acho que se apercebem da importância, sempre crescente, do nosso Clube. - Gabinete de Imprensa do CNH: Sente que há ligação entre o Festival Náutico e a Semana do

Mar ou existe um divórcio entre o que se passa no CNH e o que acontece em terra? - João Corvelo: A Semana do Mar é no mar durante o dia e o que se passa em terra acontece durante a noite. - Gabinete de Imprensa do CNH: O que poderia ser feito para unir estas duas vertentes (terra e mar)? - João Corvelo: É difícil unir o dia à noite. - Gabinete de Imprensa do CNH: Acha que poderia haver Semana do Mar sem Festival Náutico (tido como o maior do país)? - João Corvelo: Impossível! - Gabinete de Imprensa do CNH: O CNH tem contribuído para a ligação dos faialenses ao mar e aos desportos náuticos? - João Corvelo: Desde a sua fundação.

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CNH VOLTA AOS AÇORES CONTRA AS DEPENDÊNCIAS

João Silva: “Dedico inteiramente aos meus pais a concretização deste Projecto” No rescaldo do Projecto, João Silva organiza ideias e o material recolhido, garantindo que vai haver novidades

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uatro meses depois de o “Twisted” se ter feito ao largo com o seu mestre, João Silva, na “Volta aos Açores Contra as Dependências”, o sentimento é de “missão cumprida”. O objectivo era falar abertamente da experiência vivida (adicção de álcool), alertar para comportamentos de risco e incentivar à prática de estilos de vida saudáveis através da Vela, dando conselhos sempre que solicitados. Agora, é tempo de varar o companheiro de muitas travessias, de rever o material recolhido e de reflectir sobre o passo seguinte, sim, porque o Projecto não vai parar por aqui. Na entrevista agora concedida ao Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH), este

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faialense, amante do mar e da Vela, Sócio e Colaborador do CNH, adicto em recuperação, relata-nos os vários capítulos desta história com final feliz. “Acharam imensa piada ao facto de eu fazer isto num veleiro” - Gabinete de Imprensa do CNH: A “Volta aos Açores Contra as Dependências” prolongou-se um pouco mais do que o ‘timing’ inicialmente previsto. - João Silva: Sim. O meu ‘timing’ inicial era de Junho a Agosto, mas acabei a 30 de Setembro. O falecimento do meu pai em Julho, fez com que eu tenha parado durante quase um mês. No entanto, o programa foi todo cumprido. Foram 9 ilhas em 4 meses, de Junho a Setembro. O facto de, no início da viagem já não ser tempo escolar, fez com que a inter-acção com as escolas não tenha sido a maior, mas já em Santa Maria tive oportunidade de ir ao Liceu, e em São

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problemática, se bem que eu disse sempre que isto para mim não era propriamente um acto de coragem mas de cidadania, e nesse aspecto o Projecto foi um sucesso.

“Em Santa Maria tive a oportunidade de ir ao Liceu”

Miguel fui ao Clube Naval de Rabo de Peixe. O ‘feedback’ foi bom em ambos os lados. Na escola de Vila do Porto (Santa Maria) os jovens estavam super-interessados. Acharam imensa piada ao facto de eu fazer isto num veleiro e fizeram-me várias perguntas sobre como era andar num veleiro. Em Rabo de Peixe também foi bastante interessante. Estiveram lá várias pessoas ligadas ao combate às dependências que gostaram de ouvir este testemunho na primeira pessoa. E posso adiantar que já surgiram alguns convites para ir fazer palestras. - Gabinete de Imprensa do CNH: Então, foi um sucesso? - João Silva: O Projecto foi mais do que um sucesso para mim. Nunca pensei que tivesse a visibilidade que teve. O Projecto nas redes sociais – ‘Facebook’ e ‘YouTub’ – registou milhares de visualizações. Dos quatro cantos do mundo recebi ‘feedback’ de pessoas que acompanhavam a minha viagem. Já sabia que as redes sciais eram globais e permitiam chegar longe, mas nunca pensei atingir esta dimensão, pois uma coisa é pensar e outra é receber mensagens do Hawai, do Brasil, de portugueses no estrangeiro, luso-descendentes e mesmo estrangeiros. Houve muitos portugueses e luso-descendentes que acompanharam de perto o Projecto.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Nos Açores o impacto também foi bom? - João Silva: A adesão surpreendeu-me bastante pela positiva! Houve uma grande abertura e divulgação por parte dos Órgãos de Comunicação Social (OCS) das diversas ilhas. As pessoas foram impecáveis em todas elas. Todas as ilhas tiveram aspectos diferentes e marcantes. No Corvo foi bom, mas foi a ilha onde estive menos tempo, porque na altura estava a começar a entrar uma frente e como o porto está em obras, era difícil deixar lá o barco e aquele canal entre as Flores e o Corvo é um bocado mais agreste. Daí ter sido mais rápido, mas constituiu uma experiência boa. Nas Flores foi fenomenal! Tive a sorte de já apanhar bom tempo lá e de andar pela ilha. Eu já tinha a certeza de que os Açores eram lindos, pois no trabalho tive a sorte de ter percorrido o Arquipélago várias vezes, mas agora tenho ainda mais a certeza de que vivemos num paraíso. Mais do que isso: sei que tenho de fazer tudo de novo, porque deixei muita coisa por ver. Deixei muitas baías que gostava de passar lá 2 ou 3 dias e também gostava de dar a volta à ilha. Não pude fazer isso no decorrer deste Projecto, porque também tinha os meus compromissos profissionais e os prazos eram apertados. Por isso, quando voltar a esses lugares será numa vertente de lazer para explorar melhor, porque todas as nossas ilhas têm excelentes condições para a

“O meu testemunho foi um acto de cidadania” - Gabinete de Imprensa do CNH: O que diziam? - João Silva: Apoiavam muito esta iniciativa e admiravam a minha coragem de falar sobre esta

“Dos quatro cantos do mundo recebi ‘feedback’ de pessoas que acompanhavam a minha viagem”

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“Dos quatro cantos do mundo recebi ‘feedback’ de pessoas que acompanhavam a minha viagem”

náutica de recreio. Aliás, outro aspecto de que me apercebi foi de que todas as ilhas estão e vão estando bem apetrechadas para a náutica de recreio. Este conjunto representa um potencial enorme para o turismo. Quando me encontrava noutras ilhas, encontrava sempre barcos que tinham estado na Marina da Horta. Isso demonstra que, cada vez mais, não somos só um porto de escala mas, também, um destino turístico. É muito importante salientar esse aspecto. “Senti muito o apoio das pessoas” - Gabinete de Imprensa do CNH: Esta viagem permitiu fazer novos amigos... - João Silva: Fiquei com novos amigos e reencontrei amigos que tenho nas ilhas e isso foi o mais importante, porque alguns já não via há anos. Uma coisa que me tocou bastante foi que nalgumas ilhas as pessoas reconheciam o “Twisted” e a mim também. Era um bocado estranho para mim passar na rua e dizerem-me: “Viu-o na televisão, acompanho o seu Projecto”. Senti muito o apoio das pessoas.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Houve algum momento engraçado? - João Silva: Em termos cómicos, tenho um episódio passado na Calheta de São Jorge. Quando cheguei, um senhor aproximou-se, começou a olhar para o barco e cumprimentei-o, ao que ele me disse: “Eu reconheço o senhor! Este é o barco que anda a favor da independência”. E eu lá expliquei que este barco não era pela independência mas que andava a percorrer as ilhas contra as dependências e ele depois lá se lembrou. Sem dúvida que foi o momento mais engrçado que eu tive na viagem. Outro momento engraçado, com algum sentimento, foi, em certas ilhas, adictos em recuperação me terem vindo ver e termos comunicado através

“Eu reconheço o senhor! Este é o barco que anda a favor da independência”

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CLUBE NAVAL DA H das redes sociais. Foi importante ter esse intercâmbio. Já na ilha de São Miguel houve uma certa abordagem de vários adictos em recuperação. A troca de experiências e a partilha é muito importante para os adictos em recuperação se manterem neste caminho. “O Projecto demonstrou que esta é uma luta difícil mas não impossível” - Gabinete de Imprensa do CNH: Achas que podes ser visto como um exemplo para outros com problemas de dependências? - João Silva: Eu sou um caso em recuperação. Todos sabem que é possível. Nós revemo-nos uns nos outros. Esta é uma doença que se trata dia-a-dia. Por hoje estamos em recuperação mas não sabemos o dia de amanhã. Quando este dia acabar, passámos mais uma página e continuamos a luta. Para mim, foi muito importante darmos a mão uns aos outros para nos aguentarmos sempre em recuperação. Esse era um dos objectivos deste Projecto: demonstrar que isto é uma luta difícil mas não impossível. Não está perdida, muito pelo contrário! É possível vencê-la, continuar em tratamento e ter uma vida perfeitamente normal. E isso foi conseguido. Fui abordado por algumas pessoas que tinham

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familiares com comportamentos de risco e que me pediam alguns conselhos e isso também foi importante. Quer dizer que eu cheguei a essas pessoas e que o testemunho da minha experiência pode dar algum contributo para que outros não contraiam esta doença. - Gabinete de Imprensa do CNH: O que se segue? O Projecto vai ter continuidade, certo? - João Silva: Tenho outras ideias, que ainda não estão completamente delineadas. Haverá uma continuidade desta minha luta contra as adicções e de querer partilhar a minha experiência de maneira a que consiga salvar outros e ajudar quem possa estar a tentar sair. “Gostava de trabalhar com as camadas mais jovens” - Gabinete de Imprensa do CNH: O que gostavas de fazer, concretamente? - João Silva: Um dos projectos que eu gostava e que vou avançar, é trabalhar com as camadas mais jovens. Não sei se passará por uma Escola de Vela ou por um Campo de Férias de Vela. Agora, é tempo de varar o “Twisted”, de fazer várias manutenções necessárias, amadurecer ideias e logo se vê.

“Já surgiram alguns convites para ir fazer palestras”

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O “Twisted” será um grande protagonista no documentário sobre a viagem

- Gabinete de Imprensa do CNH: O que pretendes fazer com o material recolhido? - João Silva: Tenho muitas horas de vídeo e um diário de bordo. Nestas primeiras semanas vou deixar “tudo no forno”. Certamente que vai surgir alguma ideia e que passará por fazer um documentário sobre esta viagem pelas 9 ilhas. “Sem o apoio dos Patrocinadores não teria conseguido realizar este Projecto” - Gabinete de Imprensa do CNH: Os Patrocinadores foram decisivos neste Projecto... - João Silva: Sem dúvida! Acho que vou fazer uma sessão pública de encerramento deste Projecto. O ‘feedeback’ que tenho dos Patrocinadores e Apioantes é de que foi conseguido o objectivo traçado. Houve vários que apoiaram sem saber bem onde é que se estavam a meter, mas depois perceberam que foi uma aposta ganha. Todos ajudaram de uma maneira imprescindível! Sem esse apoio não teria conseguido realizar este Projecto. Claro que também houve um grande esforço meu, mas não era por aí, porque era uma missão a que eu me tinha proposto. E por isso havia que ultrapassar as dificuldades para concretizar este Projecto.

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“O meu pai era um apoiante fervoroso deste Projecto” - Gabinete de Imprensa do CNH: Mas sem o apoio da Família também não teria sido possível. - João Silva: O apoio da Família foi decisivo. Sem esse apoio teria sido impossível! O meu pai era uma pessoa que eu admirava muito e ainda hoje admiro. Ele deitou-me a mão numa altura muito dificil. Quando comprei o barco, ficou reticente sem saber se eu estava a dar um passo maior do que a perna, mas depois viu que o barco era uma grande ajuda para a minha recuperação e era um apoiante fervoroso deste Projecto. Dizia-me que um dos seus objectivos era não partir antes de ver este Projecto acabar. Infelizmente a doença foi mais rápida. Eu ainda tentei fazer um ‘forcing’ com uma saída às Flores ali à última da hora, mas algo me chamou já fora dos Vulcão dos Capelinhos e voltei para trás. Abortei essa viagem e ele acabou por falecer dias depois. São estes infortúnios da vida que temos de saber ultrapassar e este Projecto também tinha um bocado esse objectivo: mostrar às pessas que a vida não é um mar de rosas e que por vezes acontecem coisas de que não estamos à espera

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CLUBE NAVAL DA H e para quem estiver com comportamentos de risco, são estas coisas que normalmente arrastam para uma adicção. Por isso, há que saber lidar com estas dificuldades e ultrapassá-las. Isto para mim foi um choque e um contratempo, mas, por outro lado, também me deu uma força muito grande para acabar, porque sabia que ele me apoiava muito. Dedico inteiramente ao meu pai e à minha mãe todo este Projecto. Ela ficou extremamente contente e seja lá onde estiver o meu pai, deve estar a ver tudo isto e espero que se sinta orgulhoso por saber que o Projecto chegou ao fim com sucesso. “Tenho uma relação muito forte com o “Twisted” - Gabinete de Imprensa do CNH: O que é que tu sentes? - João Silva: Tenho um sentimento de dever de comprido e uma relação muito forte com o “Twisted”. Foram muitas horas um com o outro, em que vivemos momentos muito difíceis e outros de grande alegria, de grande contemplação da natureza e tenho a certeza de que tenho ali um barco robusto e capaz de aguentar bastante mar. Isto não pode ficar por aqui e certamente haverá

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outros projectos em que eu e o “Twisted” estaremos envolvidos. - Gabinete de Imprensa do CNH: Não havia momentos mortos? - João Silva: Tinha de fazer a navegação, a comida, tinha de filmar, portanto estava sempre muito ocupado e quando não estava ocupado aproveitava para descansar, para ler, relaxar e entrar em modo de contemplação. No mar há poucos momentos mortos, a verdade é essa. Há sempre qualquer coisa para fazer. “Este Projecto deu-me muita força para continuar em recuperação” - Gabinete de Imprensa do CNH: Sentes que, com este Projecto, mudou alguma coisa na tua vida? - João Silva: Este Projecto deu-me muita força para continuar em recuperação. Ajudou-me, cada vez mais, a manter-me em recuperação e sinto essa energia de volta. Uma coisa que mudou foi principalmente a visão que eu tinha do Arquipélago. Eu já sabia, mas agora tenho a certeza: somos uns sortudos por termos nascido nos Açores. Não precisamos de

“A minha mãe ficou extremamente contente por eu ter concluído o Projecto”

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“Certamente haverá outros projectos em que eu e o “Twisted” estaremos envolvidos”

“Eu acho que quem está de fora, já começa a ter outra abertura para falar do assunto”

ir para muito longe para vermos grandes belezas e vida selvagem como aqui.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Os tabus já começam a desaparecer? - João Silva: Percebo que quem está de fora, já começa a ter outra abertura para falar do assunto e para reconhecer sinais de perigo e comportamentos de risco noutras pessoas, querendo ajudar e falar no assunto. Essa é que a parte mais importante. Penso que as pessoas já não se escondem com medo de alguma reacção, começando a tratar este assunto com maior frontalidade e honestidade.

- Gabinete de Imprensa do CNH: E o isolamento? - João Silva: Acho que isso já não acontece com o mundo global de hoje em dia. Deve haver muita gente no centro de Lisboa que se sente bem mais isolada do que a gente aqui no centro do Atlântico. - Gabinete de Imprensa do CNH: Queres aproveitar este momento para agradecer aos teus Patrocinadores e Apoiantes? - João Silva: Claro que sim! Agradeço reconhecidamente ao Governo Regional dos Açores através da Direcção Regional da Juventude; Clínica de Recuperação de Alcoólicos Narcóticos (RAN), em Vila Real, no Continente português, que me apoiou muito; empresas “BricoVelas”; “Naturalist”; “Connect Designs”; “Portos dos Açores, S.A.”; “Central Sub”; “Dive Azores”; “Surfmilfontes”; “N.O.Frayão”; “Azul Pastel” e vários anónimos. Houve muita gente que me apoiou no anonimato e todas essas pessoas contribuiram para que isto fosse possível.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Tu continuas em contacto com outras pessoas em recuperação? - João Silva: Tenho sempre contacto com conselheiros e outros adictos em recuperação. Apoiamo-nos mutuamente. Esta é uma doença em que o apoio e a partilha com pessoas que têm o mesmo problema, é muito importante. Mas faço isto por iniciativa própria.

- Gabinete de Imprensa do CNH: Achas que o facto de trabalhares na Televisão contribuiu, de alguma forma, para o conhecimento do Projecto? - João Silva: O Projecto e o tema em si é que despertou uma grande curiosidade, porque normalmente as pessoas retraem-se a falar sobre estes assuntos e eu assumi-o publicamente e com bastante frontalidade. Acho que foi isso que despertou o interesse das pessoas.

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CNH BEATRIZ ROSA: “TER VINDO PARA O CNH, FOI A MELHOR COISA DA MINHA VIDA!”

“Tive a sorte de encontrar pessoas que me puxaram para o CNH e que querem que eu faça parte desta grande Família”

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uando Beatriz Rosa fala nos Botes, o sorriso ilumina-lhe o rosto e o olhar brilhante faz-nos perceber que os guarda pertinho do coração. A expressão contagiante com que discorre sobre esta Secção do Clube Naval da Horta (CNH) e encara o meio marítimo condiz perfeitamente com o significado do seu nome: Beatriz significa “a que traz felicidade”, “aquela que faz os outros felizes” ou “viajante”, “peregrina”. Aceitou o convite para esta Entrevista sem perceber muito bem ao que vinha, mas a dica de alguém amigo e a breve explicação inicial deixaram-na à vontade, ao ponto de a comunicação ter fluído naturalmente, revelando-se fácil e interessante, parecendo que assentava numa antiga e dourada relação de amizade. Foram as conversas que ouviu, fora do Clube Naval da Horta, que despertaram nesta jovem a vontade de experimentar esta actividade evocati-

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va da caça à baleia, que outrora constituiu o sustento de muitas famílias faialenses, conseguido de forma árdua e muito arriscada. E esse desejo materializou-se há 4 anos, no Bote Baleeiro da Junta de Freguesia da Feteira. Beatriz começou no Remo em 2014 e na Vela no ano transacto. “O Remo também é bom mas a Vela é emocionante! As provas são diferentes e descobri umas coisas novas na Vela”. Os treinos acontecem duas por vezes por semana mais próximo do arranque do Campeonato. Ate lá, o material fica guardado no armazém e a vontade de voltar a navegar, a competir e a conviver vai-se acumulando, sendo combatida com o visionamento dos registos arquivados ou no avivar das façanhas concretizadas. “No Remo ouvia falar da Vela, por isso já tinha noção do que era. Confesso que no início foi um bocado difícil ganhar a coordenação necessária no Remo, mas quando ganhei a técnica, foi muito bom! Estamos a falar de um trabalho de equipa tendo em conta que o bote revira”. Esta vibrante baleeira dos novos tempos garante que quer continuar “sempre” nos Botes, pela ligação que permitem ao mar. “Quando treino,

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Beatriz Rosa (de camisola verde): “No início foi um bocado difícil ganhar a coordenação necessária no Remo”

estou só ali. Desligo a ficha, não há telemóveis e é muito bom!” Mas não se pense que para integrar uma Tripulação basta saltar para o bote e envergar a camisola da equipa. “O silêncio é importante. Temos de ouvir o Oficial e escutar o mar. Perceber de onde está o vento. Faço borda, o que significa que tenho de me sentar na borda da embarcação e quando está vento, estico-me para trás a fim de equilibrar o bote para que este fique ligeiramente inclinado”. “No Pico há muita rivalidade” O Remo é treinado pela Oficial Lúcia Sousa, ao passo que os treinos de Vela ficam por conta de Rute Matos (Oficial). Na Vela, as tripulações são mistas. A participação nas provas do Campeonato do Pico representa “esforço e disponibilidade” mas, concomitantemente, “acesa disputa, havendo, também, convívio e amizade”. “Ir ao Pico, realizar a prova e voltar pode envolver mais do que um dia. Muitas vezes temos de pernoitar lá, o que nem sempre é possível por

causa do trabalho. É preciso gostar mesmo! No Pico persiste uma grande rivalidade entre as várias equipas da “casa” mas, também, em relação ao Faial. Nós, faialenses, vemos isto como um desporto e vamos para nos divertirmos, mas eles têm de ganhar e quando isso não acontece, amuam. Além disso, têm mau perder. Apesar de tudo isto, ganhei uma grande amiga nos Botes, que é do Pico. Conheci também uma outra rapariga que, sendo de lá, agora pertence ao Bote da Feteira e mora no Faial. Já se percebeu que o Pico é talhado para o Remo, sobressaindo a resistência, e o Faial para a Vela. No Verão, os fins-de-semana são só para as Regatas. Treinar depois de um dia de trabalho é cansativo e então com vento!... Mas vale a pena. Adoro aquilo! É espectacular. Damo-nos todos muito bem. Prevalece a amizade e o convívio. Gostava que pudessemos treinar mais mas com vidas preenchidas (trabalho, filhos e outros compromissos) nem sempre é possível”. Embora os treinos sejam indispensáveis, Beatriz diz que “a sorte também conta!” “Na Regata de Nossa Senhora das Angústias deste ano (Vela) não tínhamos treinado e ganhá-

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Beatriz Rosa e Nuno Silveira na posição de borda sob o olhar atento da Oficial, Rute Matos

mos! A equipa manteve-se e quando assim é, facilita, pois já todos sabemos como funcionamos”. “Quero muito ir à América!” Esta jovem amante do mar e dos desportos náuticos não esconde o seu desejo de ir aos EUA no âmbito do Campeonato Internacional de Botes Baleeiros. “Quero muito ir à América porque nunca fui e porque gostava de perceber como é que eles trabalham, onde treinam e como treinam. Já sei como funcionamos cá e agora pretendo sa-

“Já sei como funcionamos cá e agora pretendo saber como é lá”

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ber como é lá. O Faial gosta e dedica-se aos Botes Baleeiros sempre na perspectiva de manter a tradição. Temos um Presidente que é ferrenho dos Botes e isso também tem ajudado muito. Seria muito bom que ele pudesse continuar à frente dos destinos CNH, pois é uma pessoa excelente, que conhece muito bem esta “casa”, tem imensa experiência, conhecimento e disponibilidade, sobressaindo uma enorme dedicação. Não vai ser fácil encontrar alguém que o substitua. O Clube precisa muito dele!”

“Temos um Presidente que é ferrenho dos Botes e isso também tem ajudado muito”

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“Quando vamos ao Pico, representamos a Feteira mas, também, o CNH”

“Gostava muito que este pudesse ser um desporto federado!” Beatriz também enveredou pelo Basquetebol, tendo, por duas épocas, defendido as cores do Fayal Sport. No CNH poderá vir a praticar Natação não pondo de parte experimentar Vela Ligeira. Equanto isso não acontece, o Windsurf ganhou uma nova adepta, a reboque dos Botes. “Numa conversa com a Rute, que anda no Bote da Feteira mas também pertence à Secção de

Prémio arrecadado na Regata de Nossa Senhora das Angústias 2018

“Temos um Presidente que é ferrenho dos Botes e isso também tem ajudado muito”

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RTA muito bom. Eles deram-me muito apoio e incentivo e posso garantir que o Windsurf é para ambos os sexos”. “O Windsurf é para pessoas persistentes”

“Gostei muito de colaborar como Voluntária na Prova do Campeonato Nacional de Windsurf, organizada pelo CNH”

Windsurf do Clube, o tema surgiu e depois com o incentivo do Bruno Gonçalves e do João Medeiros decidi vir ver como era. Mas primeiro falaram comigo e disseram-me que estavam a precisar de Voluntários para dar apoio na Prova do Campeonato Nacional de Windsurf (realizada de 4 a 7 deste mês) e eu concordei. Posso dizer que teve a sua emoção, mas estava um bocadinho violento. Andei no barco de apoio com o Jorge Fontes e prestei atenção às conversas dele. Notei que percebe muito daquilo. É uma pessoa calma, que explica muito bem. Foi ele que me convidou para o Jantar de Encerramento do Campeonato Nacional. Gostei muito de colaborar! Sinto-me bem no Clube e com estas pessoas. Está a ser muito bom!” “Nem sabia que ia haver baptismo” Beatriz seguiu inocentemente no barco para ver de perto o Treino dos Veteranos (Windsurf), que decorreu no dia 13 deste mês, depois de já ter sido adiado e adiado, ora por causa do tempo ora pela realização desta Prova do Nacional. Mas de espectadora, rapidamente passou a praticante. “Conheci o Flávio nesse mesmo dia e é uma simpatia. Ia no barco apenas para ver mas de repente convenceram-me a experimentar e assim aconteceu o meu baptismo no Windsurf. Não estava nada à espera e a prova disso é que nem fui preparada. Até me emprestaram uma camisola. Mas a verdade é que correu muito bem e é para continuar! Foi difícil mas mesmo assim consegui ter bastante equilíbrio. Senti-me super-bem e o ambiente é

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Sendo Touro de signo e, consequentemente muito focada, Beatriz, mesmo recém-chegada ao Windsurf, já percebeu como funciona a modalidade. “O Windsurf é como no Remo, quando começamos caímos muita vez, mas é tudo uma questão de dedicação e são poucas as pessoas que realmente se dedicam. Gostava de convidar uma amiga a experimentar mas da maneira que ela é, já sei que vai logo desistir e no Windsurf é preciso ter muita paciência connosco próprios. Aliás, o Windsurf é para pessoas persistentes”. A nova windsurfista já começou a perceber como se roda a vela consoante o vento, a qual tem de estar perpendicular à prancha. Agora, o caminho é treinar e de preferência acompanhada. “Vou com o João, que me convida sempre”. Mas para esta nova praticante, um dos encantos desta modalidade reside no facto de este ser um desporto individual. “Gosto do Windsurf porque posso ir para o mar quando quiser, depois de aprender”. Para tal, adianta que “gostava muito” de fazer um Curso de Iniciação e de possuir material próprio. “Para já, vou investir em roupa adequada e depois em material. Já estive a ver preços e estou a pensar seriamente no assunto”. “O CNH não é apenas o Bar” Beatriz está rendida à forma como vem sendo tratada pelo pessoal do Windsurf – “o Flávio, o Bruno, o João e o Jorge são espectaculares!” – e às descobertas maravilhosas que fez através deles. “Apesar de há anos fazer parte da Tripulação do Bote Baleeiro da Feteira, a verdade é que não tinha uma grande ligação ao CNH. Apenas conhecia a música ao vivo e o Clube Naval da Horta não é apenas o Bar. Descobri que há um mar imenso de actividades à nossa espera, com pessoas fantásticas! Antes, não tinha noção dos desportos que o Clube disponibiliza. Tive a sorte de encontrar pessoas que me puxaram para este meio e que querem que eu faça parte desta grande Família, praticando desporto e conhecendo

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eu esteja ligada ao mar. Ela aprecia a minha participação e ficou toda babada quando ganhámos. Até pôs a minha fotografia no Facebook”. Uma marinheira que gosta de estar sempre em movimento

“Foi difícil mas mesmo assim consegui ter bastante equilíbrio. Senti-me super-bem e o ambiente é muito bom”

a verdadeira essência e missão do CNH. Estou muito contente! Há muitas pessoas que, tal como acontecia comigo, ainda não se aperceberam daquilo que é realmente o CNH. Por isso, digo que o Clube é para quem está nele, pois quem está de fora não percebe a importância desta instituição e o que ela representa e movimenta. “A equipa de Vela é a minha segunda casa” “Nos Botes Baleeiros damo-nos todos muito bem!” A equipa de Vela é a minha segunda casa e o CNH é mesmo uma segunda família. É o meu Clube! Quando vamos ao Pico, representamos a Feteira mas também o Clube. Outra pessoa que me incentiva sempre é o sr. José Macedo. Não é qualquer um que tem a dedicação dele ao Clube, pois quando há eventos ele dá apoio durante todo o dia. Considero que ter vindo para o CNH foi a melhor coisa da minha. No início, minha mãe ficava preocupada mas depois habituou-se e gosta que

“Nos Botes Baleeiros damo-nos todos muito bem!”

Esta faialense terminou o 12º ano de escolaridade na área das Artes. Apesar de ter jeito para o desenho, profissionalmente pretende concretizar um sonho antigo: ingressar na Polícia Marítima (PM) ou, em alternativa, ir para a Polícia de Segurança Pública (PSP), o que lhe permite “estar sempre em movimento”. O pai trabalha no Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, sedeado na ilha do Faial, e foi através dele que ganhou o gosto pelo mar. Daí também ter pensado em ser bióloga marinha. “Meu pai ficou radiante com a minha ligação ao CNH. Quando entrei para os Botes fez uma festa enorme!” Beatriz é uma marinheira por natureza, afirmando que se dá bem no mar. “Sou capaz de passar 10/20 dias no mar e sempre bem-disposta”. O entusiasmo com que fala dos Botes, do Windsurf e do pessoal que conhece nesta “casa” deixa perceber a importância que o Clube Naval da Horta tem para esta jovem e a forma como mudou a sua vida e a visão dos desportos náuticos. Beatriz: as grandes amizades começam assim!

“Outra pessoa que me incentiva sempre é o sr. José Macedo. Não é qualquer um que tem a dedicação dele ao Clube”

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CNH OS 71 ANOS FORAM COMEMORADOS COM UM MEGA-JANTAR QUE REUNIU MAIS DE 500 PESSOAS

José Decq Mota: “O CNH tem vindo a reforçar a sua actividade, que já era muitíssima”

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ais de 500 pessoas – Dirigentes, Funcionários, Colaboradores, Sócios, Atletas e Famílias, Treinadores, Convidados e Representantes dos Órgãos de Comunicação Social (OCS) locais – lotaram por completo o Pavilhão da Igreja das Angústias (e ainda algumas mesas colocadas debaixo do alpendre no recinto antecedente) no mega-Jantar destinado a assinalar os 71 Anos do Clube Naval da Horta (CNH), data que ocorreu no dia 26 de Setembro último. “Um ex-Presidente do CNH, presente neste Pavilhão (João Corvelo) disse, numa Entrevista publicada muito recentemente, que “o Faial sem o Clube Naval da Horta era como um veleiro sem mastro”. Essa frase retrata bem o papel que o Clube tem e desenvolve no Faial e nos Açores”, sublinhou José Decq Mota, Presidente da Direc-

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ção desta “casa”, depois de ter dado as boas-vindas às centenas de pessoas que participaram na grandiosa festa do 71º Aniversário da única instituição náutica faialense. O mais alto responsável pelos destinos do CNH – nestas funções desde há 6 anos consecutivos, mas com um vasto passado como Dirigente deste Clube – referiu que esta “casa” tem uma diversi-

O bolo (gigante) fez parte da (animada) festa dos 71 Anos do CNH

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CLUBE NAVAL DA H ficada panóplia de actividades, que têm vindo a ser reforçadas. E recordou a reactivação da Secção de Motonáutica, o que aconteceu no decorrer deste ano. Esta instituição está envolvida nas mais diversas questões marítimas, integrando a Comissão Náutica Municipal e a Comissão dos Assuntos do Mar, sendo co-organizadora na vinda e recepção de regatas internacionais à Horta. Outra das acções do Clube Naval da Horta é o “apoio empenhado” no Projecto Olimpico do Velejador de Alta Competição, Rui Silveira, tendo esta instituição apoiado o Projecto “Rumo ao Mundial”, em que a equipa de Armando Castro participou no Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80, que teve como cenário a baía de Les Sables D’Olonne, na França, no passado mês de Julho. O maior Festival Náutico de Portugal – sustentáculo da Semana do Mar – cada vez mais granjeador de “grandes sucessos”, é um dos grandes marcos do Clube Naval da Horta e que contribui, em larga escala, para a divulgação desta Terra.

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“Todos os Sócios têm obrigação de pensar nas eleições de Dezembro próximo” Na sua intervenção inicial, José Decq Mota alertou para o facto de a actual Direcção cessar as suas funções brevemente, havendo eleições em Dezembro próximo. “Embora este não seja um dia para abordar esta questão é, no entanto, uma excelente ocasião para lembrar aos Sócios que é obrigação de todos pensar em soluções adequadas no sentido de encontrar dirigentes para o novo mandato à frente do CNH”, frisou. Este Dirigente aproveitou a noite festiva e o facto de estarem reunidas várias Entidades, Sócios, Parceiros e Colaboradores do CNH para, publicamente, fazer alguns agradecimentos. Neste contexto, a maior referência foi para a “Portos dos Açores, S.A”, ainda representada por Fernando Nascimento. José Decq Mota evidenciou a postura que esta empresa tem tido para com o CNH, funcionando como “o principal parceiro quotidiano em todas as operações feitas há anos”. Neste âmbito é, ainda, de assinalar, o apoio que a “Portos dos Açores S.A.” tem dado à “Atlantis Cup”, contribuindo “decisivamente para o suces-

Sob o olhar atento de Olga Marques, Vice-Presidente da Direcção do CNH, Fernando Nascimento fez as honras, no que ao bolo diz respeito

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José Decq Mota agradeceu aos Parceiros e Colaboradores que permitem que o CNH continue e até reforce a sua crescente actividade

so da Regata da Autonomia”. O Presidente da Direcção do CNH ressaltou a forma como sempre esta empresa se relacionou com o CNH, fazendo votos para que “esta herança transite para o Presidente do novo Conselho de Administração da empresa”. E num gesto de confirmação destas palavras, José Decq Mota convidou o Engenheiro Fernando Nascimento a apagar as velas do bolo de Aniversário do CNH e a parti-lo, ao som dos Parabéns e com muitas palmas e bons desejos à mistura. Outro grande parceiro do CNH tem sido a Câmara Municipal da Horta, a quem este Dirigente deixou um “forte agradecimento”, tendo em conta “a estreita e saudável relação existente”. Dentro do associativismo, o parceiro grandemente elogiado foi a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), com quem o CNH desenvolve o Projecto “Vela Para Todos - Faial Sem Limites”, ao abrigo do qual se encontram “alguns dos melhores velejadores de Vela Adaptada do país”. A Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA) – de que o Clube Naval da Horta é sócio – representada pelo seu Presidente, Jorge Macedo, antigo Vice-Presidente do CNH, foi outro dos parceiros elogiados, assim como a Associação de Natação da Região Açores (ANARA), a

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Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA) e o Serviço de Desporto do Faial (SDF), representado pelo seu Director, Bruno Leonardo, “também um parceiro diário do CNH”. Referenciada, foi, igualmente, a Direcção Regional do Turismo (DRT), “entidade financiadora de muitas actividades do CNH”, que têm um peso determinante na divulgação dos Açores no Mundo. A Direcção Regional da Cultura (DRC) e concretamente a área do Património Baleeiro receberam palavras de reconhecimento sincero. José Decq Mota fez questão de ressaltar e agradecer o trabalho do Arquitecto Nuno Lopes, que deixou de ser Director Regional da Cultura, o qual teve, neste contexto, “uma prática extremamente positiva e actualizada relativamente à conservação, manutenção e utilização do Património Baleeiro nos Açores”. Ainda neste sector, o Presidente da Direcção do CNH enfantizou a parceria com as Juntas de Freguesia detentoras de Botes Baleeiros – Angústias, Feteira, Castelo Branco, Capelo e Salão – que se fizeram representar nesta festa. Foram lembradas as Escolas Básica Integrada António José de Ávila e a Secundária Manuel de Arriaga, ambas da Horta, em que, através dos projectos desenvolvidos com o CNH “tem sido possível recriar o acesso ao mar”.

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CLUBE NAVAL DA H As exíguas, desajustadas e degradadas instalações do Clube aniversariante constituem, desde há muito, uma grande dor de cabeça para os dirigente desta instituição, pelo que só com a boa vontade de alguns tem sido possível desenvolver grande parte da actividade em causa. Por isso, foi dirigido um efusivo agradecimento “à Administração da “Cofaco” pela cedência, a título gratuito, de um armazém de segunda linha muito importante para o Clube Naval da Horta, e que são as antigas instalações da fábrica do peixe, no Pasteleiro”. Neste sector, “o agradecimento é extensivo à Dra. Manuela Bairos que, igualmente de forma graciosa, tem cedido um espaço da antiga firma “Teófilo Garcia, S.A.”, que funciona como armazém”. A Autoridade Marítima – representada por Miguel Martins, Adjunto do Capitão do Porto da Horta para a Ilha do Pico – tem sido “um parceiro fundamental em tudo o que se passa no mar”, pelo que a sua acção foi reconhecida. Afirmando sempre que corria o risco de deixar (involuntariamente) alguém de fora de extensa lista de entidades parceiras, José Decq Mota ressaltou a colaboração da Paróquia das Angústias, na pessoa do pároco, Pe. Paulo Silva – para

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quem pediu uma salva de palmas – que se reveste “de grande importância”, rematando com um “muito obrigado, Sr. Pe.!” O jantar esteve, novamente este ano, a cargo de José Matos, do Restaurante “O Barão”, que mereceu elogiosas palavras não só pelo repasto – abundante e variado – como pelo “bom serviço que vem sendo prestado desde há anos”. José Decq Mota notou que a instituição a que preside aderiu à Campanha “Lixo Zero no Mar dos Açores”, o que faz com que, desde há algum tempo, as festas e convívios do CNH estejam isentos de material descartável, numa atitude pioneira e de exemplo da preservação e sustentabilidade do meio marinho. Os copos utilizados na festa foram emprestados pela Câmara Municipal da Horta, pelo que o Presidente da Direcção do CNH apelou a que fossem deixados nas mesas. José Leonardo: “Um Clube com esta dimensão, merece ser acarinhado” Convidado a intervir, José Leonardo, Presidente da Autarquia Faialense, cumprimentou a vasta assistência, referindo que era uma “enorme honra” participar em mais um Aniversário do Clube

Gui Menezes, Secretário do Mar, José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH; e José Leonardo Silva, Presidente da Câmara Municipal da Horta

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que “mais projecta o Faial e os Açores a nível nacional e internacional: o Clube Naval da Horta!” O governante acentuou a parceria “muito forte” existente entre a Câmara e o CNH, “instituições presentes e indispensáveis em tudo o que esteja relacionado com as temáticas do mar, da formação e da divulgação fora de portas”. O edil dirigiu uma palavra especial à Direcção do Clube aniversariante, ao seu Presidente e a todos os Voluntários que, no decorrer do Festival Náutico e de muitas outras actividades, “dão o seu imprescindível contributo”. “Para todos eles, peço uma grande salva de palmas e agradeço o magnífico e grande trabalho que levam a cabo em prol do nosso concelho e da nossa ilha”, exaltou o autarca, que prosseguiu: “Deixo os meus Parabéns de Amizade e chamo a atenção para o facto de um Clube com esta dimensão merecer ser acarinhado. É isso que a Câmara Municipal tem vindo a fazer e vai manter numa perspectiva de melhorar sempre”. O programa desta longa noite festiva, que juntou convivas habituais e outros mais arredados, foi sendo entrecortado por momentos de intervenções e Entregas de Prémios à medida que o jantar e a sobremesa foram decorrendo. Foram entregues centenas de Prémios, Menções Honrosas, Distinções a Atletas e Dirigentes das várias Secções, designadamente Canoagem, Pesca Desportiva de Costa, Pesca Desportiva de Mar, Motonáutica, Vela Ligeira, Vela de Cruzeiro, Natação, Mini-Veleiros, Windsurf e Botes Baleeiros. Aproveitando esta oportunidade, Jorge Fontes, Director da Secção de Windsurf, dirigiu palavras de reconhecimento aos colegas do Grupo de Trabalho do Windsurf, Flávio Pereira e João Medeiros, “os mais interessados na dinamização desta Secção”. Jorge Fontes enalteceu o trabalho gratuito de Flávio Pereira e de Belchior Neves como Monitores dos Cursos de Aperfeiçoamento e de Iniciação ao Windsurf, tendo saudado os dois únicos faialenses que participaram na Prova do Campeonato Nacional de Windsurf – Belchior Neves e Luís Decq Mota – que decorreu de 4 a 7 do corrente, na ilha do Faial, organizado pelo CNH.

“O CNH está bem vivo e cumpre o objectivo para que foi criado” O Secretário Regional dos Assuntos do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores, referiu que era “uma honra” representar Vasco Cordeiro, endereçando os Parabéns ao CNH e ao Presidente desta “importante instituição faialense, que tem um papel único na promoção da prática desportiva náutica, representando a cultura marítima dos Açores e que o Governo Regional dos Açores tem apoiado através de alguns programas”. “O CNH está bem vivo e cumpre o objectivo para que foi criado. Os desportos servem, também, para desenvolver os assuntos do mar, na prática de várias modalidades”, relevou o político, que acrescentou: “Destaco o trabalho do CNH na organização da “Atlantis Cup”, que contribui para a promoção do Arquipélago e da actividade náutica; do Festival Náutico, que conta com centenas de atletas; e na área da sustentabilidade

“O CNH tem um papel único na promoção da prática desportiva náutica, representando a cultura marítima dos Açores”

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ambiental felicito o CNH por ter aderido a esta Campanha. Saliento a valorização do Património Baleeiro e a defesa da náutica de recreio e da Marina da Horta, pois a aposta nas regatas internacionais contribui para diminuir a sazonalidade, aumentar o turismo e dinamizar a economia local”.

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DESDE 1947 PRÉMIO DE EXCELÊNCIA DESPORTIVA 2011 INSÍGNIA AUTONÓMICA DE MÉRITO CÍVICO 2017 WWW.CNHORTA.ORG

MONTAGEM: ARTUR SIMÕES TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA


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