Ir_ao_mar Nº10 - Janeiro 2015

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Nº10

Revista mensal sobre a atividade do Clube Naval da Horta

Conhecidos os Corpos Gerentes do Clube Naval da Horta para o biénio 2015-2016

NATAÇÃO Torneio Capelinhos e Festival das Técnicas de Natação

MINI-VELEIROS CAMPEONATO

2014 João Nunes faz o balanço aos 2 últimos anos de actividade

VELA

LIGEIRA diogo vieira Velejadores do CNH colaboram na manutenção dos barcos

Rui Silveira

tomás pó 1

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CONHECIDOS OS CORPOS GERENTES DO CLUBE NAVAL DA HORTA PARA O BIÉNIO 2015-2016: NOVA DIRECÇÃO ELEITA POR UNANIMIDADE

Os sócios aderiram em grande número

Foi com sala cheia que decorreu na noite desta quinta-feira, (08 de Janeiro), a conclusão da Assembleia Geral Eleitoral do Clube Naval da Horta (CNH), que teve como espaço o Centro de Formação de Desportistas Náuticos desta instituição. Posta à votação, a única lista concorrente foi eleita por unanimidade. Os boletins de voto foram distribuídos por José Leitão, Secretário da Assembleia Geral anterior que, em conjunto com o Presidente da Assembleia Geral, Luís Carlos Decq Mota, procederam à contagem dos votos. O anterior e actual Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta, José Decq Mota, explicou que as preocupações que presidiram à formação deste elenco directivo passaram por suprir situações de carência, ter em atenção o equilíbrio da lista, procurar gente nova que possa fazer a ponte no futuro, tentar juntar experiências (3 elementos transitaram da anterior Direcção: José Decq Mota, Jorge Macedo e Olga Marques; 3 já pertenceram a elencos directivos mais antigos e 5 desenvolveram actividades no CNH, mas não integraram quaisquer listas) e aproveitar melhor as sócias, “o que é muito bom” (referência directa para o facto de esta lista contar com 4 elementos femininos. A anterior apenas tinha um, que transitou para a actual). José Decq Mota considera que “esta é uma boa equipa”, sublinhando que “é preciso aproveitar a capacidade instalada, que é bastante”.

José Leitão e Luís Carlos Decq Mota na contagem dos votos

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Este Dirigente sustentou que em relação à actividade do Clube, “a intenção é manter o alto padrão e intensificar”. E acrescenta: “Se temos uma actividade mais intensa, teremos maior desgaste do material, mais consumo de combustível, etc, mas não é por isso que vamos desistir de intensificar a actividade do Clube Naval da Horta no plano desportivo e na divulgação do Faial”. Uma vez mais, o Presidente da Direcção vincou “a grande preocupação que existe no que diz respeito ao processo de reorganização interna, em curso”. “A actualização salarial, há muito não revista, é uma situação que tem de ser olhada de frente”, garante José Decq Mota, realçando que “estes 2 anos de mandato (2015 e 2016) são importantes”. “As áreas sensíveis do Clube terão de ser alvo de um trabalho sério e cauteloso”, frisa este Responsável, afirmando que “a acção da Escola de Vela é um dos processos em curso”. Refira-se que o quadro técnico desta modalidade é composto por um Treinador de Grau II (Duarte Araújo) e por um Monitor ( José Manuel Barros) que se manterá em funções até ao próximo mês de Março. Como tal, José Decq Mota adiantou que ontem mesmo (quinta-feira) obteve a garantia de compromisso de uma nova Monitora, de Grau I, a partir de Março, para substituir José Miguel Barros. Esta era uma situação fulcral para a Vela Ligeira, cuja formação não pode ser assegurada de forma cabal pelo trabalho de apenas um treinador. Referindo-se ao elenco que cessou funções esta quintafeira, dia 08, este Dirigente fez questão de assinalar que “foi uma equipa com grande capacidade, que trabalhou bem, concordatamente e com intensidade”, não tendo, no entanto, conseguido realizar tudo aquilo a que se propôs, de que é exemplo a revisão dos Estatutos, “o que se espera venha a acontecer ao longo destes 2 anos de trabalho”. Foi precisamente a consolidação de processos em curso que levou José Decq Mota a recandidatar-se ao segundo mandato consecutivo. Com ele, mantiveram-se Jorge Macedo e Olga Marques que, na Assembleia Geral Eleitoral iniciada a 11 de Dezembro último foram, por votação unânime, indigitados para integrar a nova Direcção, tendo ficado com a missão de encontrar pessoas para renovar a equipa, apresentada esta quinta-feira. A nova Direcção toma posse esta segunda-feira, dia 12, pelas 20h30, na sala da Direcção, seguindo-se a primeira reunião de trabalho deste grupo de voluntários. Concluída que estava a Eleição dos Corpos Gerentes para o biénio 2015-2016, passou-se ao último ponto da Ordem de Trabalhos: Outros assuntos de interesse para o Clube. Neste âmbito, o Presidente da Direcção tomou a palavra para falar do Bar, dizendo que o mesmo tem tido algum funcionamento desde o fim de Dezembro último, “mas não é o que está contratado”. E explicou: “Uma vez que o mobiliário e outras questões demoraram mais tempo do que o previsto, a opção foi fazer uma Pré-Abertura no passado mês, no sentido de aproveitar a quadra natalícia, tendo funcionado como Pub, com música ao vivo.

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ainda a data da abertura formal e integral. Gabriel Gonçalves e João Martinho são os novos concessionários do Bar do CNH. José Decq Mota explicou as preocupações que estiveram na base das escolhas feitas para a nova Direcção

Corpos Gerentes para o biénio 2015-2016: Mesa da Assembleia Geral: Presidente: Luís Carlos Bicudo Decq Mota Vice-Presidente: Tomás Alberto Freitas Azevedo Secretário: José Manuel Dias Leitão Secretário: Maria Juliana Abreu Gomes de Nóbrega Conselho Fiscal: Presidente: Luís Paulo de Oliveira Morais Relator: Maria Aquilina Abreu Gomes Nóbrega Secretário: Manuel Gabriel Goulart Nunes Conselho Geral: Alzira Maria Gonçalves Soares Luís António Manuel Ramos Pereira de Freitas Armando José Silveira de Azevedo e Castro Fernando Manuel Machado de Menezes Genuíno Alexandre Goulart Madruga Hugo Miguel Ferreira Teixeira Pacheco João Pedro Terra Garcia José António Cristiano Macedo Manuel Fernando Ramos de Vargas Direcção: Presidente: José Eduardo Bicudo Decq Mota Vice-Presidente: Jorge Manuel Rodrigues de Oliveira Macedo Vice-Presidente: Olga Maria Murtes Marques Tesoureira: Maria da Conceição Murtes Marques Secretário: Ana Marisa Garcia Goulart Secretário: Cláudia Duarte Naia Vogal: José Ávila Menezes Vogal: Luís Carlos Morais Alves Vogal: Vítor Manuel da Conceição Sousa Mota Vogal: Teles Maldonado Santos Neves Vogal: Ricardo António Pereira de Lacerda

Por agora, o serviço é de Snack-Bar e refeições ligeiras com funcionamento nocturno. No entanto, o que se pretende é que volte ao funcionamento total, tendo em conta que se trata de uma peça fundamental na vida do Clube e dos sócios”. “Embora a pressão seja no sentido de que isso aconteça o mais depressa possível, José Decq Mota referiu não poder informar

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Apresentação formal da nova Direcção do Clube Naval da Horta aos Funcionários decorreu na tarde desta segunda-feira, dia 19

A sala da Direcção foi o local escolhido

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mbora o conhecimento entre todos fosse já uma realidade, em maior ou menor escala, foi decidido fazer uma Apresentação formal da nova Direcção do Clube Naval da Horta (eleita no dia 08 do corrente para um mandato de 2 anos: 2015-2016), aos Funcionários da casa. A apresentação decorreu na tarde desta segunda-feira, dia 19, na sala da Direcção, e foi conduzida pelo Presidente desta instituição, José Decq Mota. Em seguida, foi feita a explanação das funções de cada membro do elenco directivo. Fazendo uma referência directa aos 6 elementos que integram pela primeira vez os Corpos Gerentes do Clube Naval da Horta, este Dirigente salientou a importância de “todos se ajudarem”, sublinhando que “a Direcção tem plena consciência do papel fundamental dos funcionários desta casa”. E, a propósito, José Decq Mota recordou que a primeira vez que foi Presidente da Direcção do CNH, há uns largos anos, havia apenas 2 funcionários, acrescentando que “actualmente a realidade é muito diferente e o volume de trabalho e actividade gigantescos”. “Estamos numa instituição que, mesmo com dificuldades, tem possibilidades de evoluir”, garantiu José Decq Mota, realçando que “a actividade pode crescer e ir aperfeiçoando-se”.

Mesmo com uma conjuntura adversa, o mais alto Responsável pelos destinos do Clube Naval da Horta deixa esta mensagem: “Sei por experiência que, quando trabalhamos, encontramos soluções”. E lembrou: “Há 16/17 anos não havia patrocínios particulares e hoje há”. O Presidente da Direcção do CNH recordou uma tradição muito antiga nesta instituição que é o trabalho dos voluntários, ao qual se recorre ano após ano e que se não existisse não seria possível ao Clube realizar muitas das acções que têm sido uma realidade. No entanto, José Decq Mota chama a atenção para o facto disso só surtir efeito, “se for articulado com o resto da máquina: corpo directivo e funcionários”. Não esquecendo um dos objectivos do novo elenco, este Dirigente garantiu que “a revisão salarial dos funcionários é uma questão que será olhada com atenção redobrada e executada de acordo com as possibilidades existentes”. E a terminar, deixou um voto: “Espero que haja um relacionamento franco, aberto e leal para que o trabalho possa correr bem e dar frutos”, intenção que foi corroborada pela Directora Técnica do Clube, Ana Sousa.

A Direcção fez questão de apresentar, formalmente, o novo elenco aos Funcionários da casa

A apresentação foi conduzida pelo Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, que deu oportunidade para todos se manifestarem

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MEMBROS DA DIRECÇÃO DO CNH PARA 2015/2016 EXPLICAM POR QUE ACEITARAM ESTE DESAFIO José Decq Mota - Presidente da Direcção Funções: Representação do Clube; Coordenação Geral; Coordenação Operacional; Gestão do Pessoal; Participação em Grupos de Trabalho; Assinatura Contas Bancárias.

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convite do Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH), todos os membros da nova Direcção desta casa, eleitos para o biénio 2015-2016, acederam explicar as razões que os levaram a aceitar este desafio, ao mesmo tempo que partilham a sua visão sobre esta instituição. Começamos pelo Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Por que razão aceitou encabeçar, uma vez mais, a Direcção do CNH? José Decq Mota: O mandato anterior manteve uma linha evolutiva, mas introduziu modificações e transformações de funcionamento. Há processos em curso, que no essencial estão a decorrer bem, mas que não estão consolidados, de que são exemplos uma transformação muito forte na Escola de Vela e transformações praticamente em todas as Secções Desportivas, quer no que respeita ao enquadramento humano, quer nas condições materiais de funcionamento. Estamos a falar de situações que, obviamente não se consegue consolidar em 2 anos de trabalho. E, portanto, esta foi a razão principal que levou a recandidatar-me. Disse sempre que se houvesse alguém da Direcção anterior que estivesse disponível para transitar comigo, eu continuaria, o que aconteceu com o Jorge Macedo e a Olga Marques. Sem ninguém da anterior Direcção não, porque era uma equipa e essa equipa e o seu espírito têm de ser representados neste esforço continuado. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Já fez parte de outras direcções. José Decq Mota: A primeira vez que integrei os Corpos Gerentes do Clube Naval da Horta foi em 1979, em que fui Vogal da Direcção de Vítor Azevedo, entre 1979 e 1981. Depois, em Novembro de 1996, fui eleito Presidente da Direcção e mantive-me 2 mandatos consecutivos, mais um curto espaço de tempo, porque na altura houve alguma dificuldade em fazer a Assembleia-Geral e fiquei até Abril de 2001. E a 3 de Dezembro de 2013 voltei a ser Presidente da Direcção do CNH. Entretanto, desde a criação do Conselho Geral pelos Estatutos, salvo erro em 1985, fui membro do Conselho Geral até ser Presidente da Direcção em 1996. De 2001 a 2003 não fui membro do Conselho Geral, mas de 2003 até voltar a ser Presidente da Direcção fui também membro do Conselho Geral. Friso isto apenas para enfatizar que, mesmo nos períodos em que não tive em Direcções, mantive sempre uma ligação ao Clube. De 1985/1986 até 1999 fui praticante activo de Vela de Cruzeiro. Participava em todas as regatas que podia, e nos anos de 2000 não tive uma participação tão intensa, mas participava de forma regular em várias embarcações. Tinha uma ligação desportiva e do ponto de vista da vivência associativa e participava no Conselho Geral do CNH. A minha ligação ao Clube Naval da Horta é anterior e é por isso que sou de facto, pela numeração actual, o sócio nº 28, porque me inscrevi quando tinha 17 anos, e mesmo nos anos em que tive ausente do Faial, que foram cerca de 10, a minha mãe manteve sempre o pagamento da minha quota e da de meu irmão Luís Carlos, que é o sócio nº 9. Sou sócio há muitos anos e já estou naquele grupo restrito dos antigos. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Conhece muito bem o CNH. Acha importante a actividade que esta instituição desenvolve? José Decq Mota: O CNH é um clube que faz o que está ao seu alcance para promover de forma múltipla a nossa ligação ao mar e o aproveitamento do mar em muitos aspectos. É evidente que aquilo que salta mais à vista é a promoção dos desportos náuticos. Fazemo-lo com intensidade, usando os meios próprios do Clube e organizando desportivamente as provas em que os meios são dos sócios, de que é exemplo a Pesca Desportiva de Barco, em que são utilizadas as embarcações dos associados.

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Esta promoção dos desportos náuticos, a sua organização, as exigências competitivas, as questões da formação, etc, constituem uma linha fundamental para o Clube. Mas há uma outra, que é a promoção dos Açores e do Faial enquanto destino e escala náutica, e enquanto região privilegiada para a realização de provas náuticas, incluindo de Alta Competição à Vela. O nosso envolvimento na organização de regatas internacionais, quer seja de natureza mais turística, quer seja de natureza mais competitiva, significa que CNH tem uma ligação muito forte a este tipo de regatas. Em anos anteriores enfatizou-se a ligação às regatas de competição de alto nível, nomeadamente as dos 6,5 metros, a dos 40 pés e a que se realizou pela primeira vez em Setembro de 2014 – proveniente de Lorient – da Classe Fígaro. Estamos a falar de regatas competitivas e que até contam para as provas oficiais dos países que as promovem. O contributo dado pelo CNH, a par de outras entidades, para a promoção dos Açores, e em especial da Horta como local apropriado a estas competições – com todo o retorno imediato que isso tem no plano turístico, num certo turismo especializado, mas que é importantíssimo ser promovido – é fulcral. Por outro lado, a presença do Clube Naval na Marina da Horta, que é uma grande marina de escala, com mais de 1000 barcos por ano, é também, por si só, importante e damos atenção a isto. De resto, o CNH dá ainda muitos contributos no plano desportivo e social, pela forma como organiza e pela abertura que tem, e dou o exemplo do Programa “Férias Desportivas” que realizamos anualmente no mês de Julho. Há anos foi entendido, e bem, aumentar a abrangência dos destinatários, mediante as condições materiais existentes. Por vezes, esse número ultrapassa as 100 crianças, o que é de facto abrangente. Organizamos isto de duas maneiras: para metade desse número, as inscrições são feitas pelo CNH e pela outra metade são as Juntas de Freguesia que têm manifestado o seu interesse neste Programa. Isto reflecte a preocupação do CNH de também criar condições para que o conjunto da população possa usufruir destas situações. O mesmo se passa com o Protocolo que temos com as Juntas de Freguesia que detêm património baleeiro (botes). Esse protocolo atribui ao CNH a responsabilidade técnica de enquadrar o funcionamento da utilização desportiva desse património. E fazemo-lo com rigor e em perfeita coordenação com as Juntas de Freguesia. E isto tem uma consequência muito positiva, que é o facto de muitas pessoas, de diferentes profissões, do meio rural e do meio urbano, puderem utilizar os botes para fins desportivos e que de outra maneira não se conseguiria este grau de dinamização e mobilização que se tem verificado.

José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH

Pelo que vejo e pelo que as pessoas dizem, a visibilidade que o Clube Naval da Horta tem hoje, é forte e importante

Esta promoção dos desportos náuticos, a sua organização, as exigências competitivas, as questões da formação, etc, constituem uma linha fundamental para o Clube. Mas há uma outra, que é a promoção dos Açores e do Faial enquanto destino e escala náutica, e enquanto região privilegiada para a realização de provas náuticas, incluindo de Alta Competição à Vela. O nosso envolvimento na organização de regatas internacionais, quer seja de natureza mais turística, quer seja de natureza mais competitiva, significa que CNH tem uma ligação muito forte a este tipo de regatas. Em anos anteriores enfatizou-se a ligação às regatas de competição de alto nível, nomeadamente as dos 6,5 metros, a dos 40 pés e a que se realizou pela primeira vez em Setembro de 2014 – proveniente de Lorient – da Classe Fígaro. Estamos a falar de regatas competitivas e que até contam para as provas oficiais dos países que as promovem. O contributo dado pelo CNH, a par de outras entidades, para a promoção dos Açores, e em especial da Horta como local apropriado a estas competições – com todo o retorno imediato que isso tem no plano turístico, num certo turismo especializado, mas que é importantíssimo ser promovido – é fulcral. Por outro lado, a presença do Clube Naval na Marina da Horta, que é uma grande marina de escala, com mais de 1000 barcos por ano, é também, por si só, importante e damos atenção a isto. De resto, o CNH dá ainda muitos contributos no plano desportivo e social, pela forma como organiza e pela abertura que tem, e dou o exemplo do Programa “Férias Desportivas” que realizamos anualmente no mês de Julho. Há anos foi entendido, e bem, aumentar a abrangência dos destinatários, mediante as condições materiais existentes. Por vezes, esse número ultrapassa as 100 crianças, o que é de facto abrangente. Organizamos isto de duas maneiras: para metade desse número, as inscrições são feitas pelo CNH e pela outra metade são as Juntas de Freguesia que têm manifestado o seu interesse neste Programa. Isto reflecte a preocupação do CNH de também criar condições para que o conjunto da população possa usufruir destas situações. Ir_ao_mar

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O mesmo se passa com o Protocolo que temos com as Juntas de Freguesia que detêm património baleeiro (botes). Esse protocolo atribui ao CNH a responsabilidade técnica de enquadrar o funcionamento da utilização desportiva desse património. E fazemo-lo com rigor e em perfeita coordenação com as Juntas de Freguesia. E isto tem uma consequência muito positiva, que é o facto de muitas pessoas, de diferentes profissões, do meio rural e do meio urbano, puderem utilizar os botes para fins desportivos e que de outra maneira não se conseguiria este grau de dinamização e mobilização que se tem verificado. Penso que esta preocupação também está bem presente na vida e na orientação que o CNH tem tido e continuará a ter nos tempos mais próximos. O Clube Naval da Horta é reconhecido hoje nesta terra como uma instituição importante nestas vertentes todas bem como na presença que tem fora de portas e naquilo que ajuda a gerar em termos da actividade no Faial e no Porto da Horta, como um dos grandes portos europeus da náutica de recreio internacional. José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH

Fotografia de: José Macedo

Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Acha que a actividade do Clube é conhecida dos faialenses? O que se poderia fazer mais nesse sentido? José Decq Mota: Penso que a população no seu todo não estará por dentro de tudo o que o Clube faz, mas actualmente há um grau de reconhecimento maior da actividade que esta instituição promove e desenvolve. Na minha opinião, aquilo que se poderia fazer em termos de divulgação está a ser feito com a existência do Gabinete de Imprensa do CNH, com a sensibilização dos meios de Comunicação Social através do envio frequentíssimo de muita informação e com a criação desta ligação entre aquilo que faz e que é divulgado. Não há muitos anos, a capacidade de comunicação do Clube com as pessoas era muito menor do que é hoje e, muitas vezes, dependia de um ou outro director que pudesse ter mais jeito, motivação ou vocação para escrever uma notícia. Entendo que, do ponto de vista da novidade que são as redes sociais, estamos bem instalados. É altamente motivador o número de visitantes que o nosso site tem, assim como outras publicações electrónicas. É altamente motivador as pessoas que vêm fazer a Atlantis Cup, oriundas do Continente português ou de outras paragens, imediatamente depois de conhecerem o Clube, pedirem para serem subscritores das “newsletter” do CNH, e vão com frequência ao site. Actualmente, registamos com muita regularidade, o que não acontecia até há algum tempo, referências importantes de pessoas exteriores que passam e que visitam o Clube Naval da Horta. Temos recebido a visita de membros de outros clubes, nacionais e estrangeiros, que apresentam cumprimentos e deixam cartões, havendo a troca de lembranças, e temos recebido pedidos para estabelecermos Protocolos de Cooperação com clubes navais de fora. Dou como exemplo o Protocolo assinado em Agosto de 2014 com o Clube Naval do Funchal, Madeira, e este ano vamos assinar com o Clube Naval de Cascais, havendo outros na forja. Estes protocolos visam dar apoio aos sócios e velejadores desses clubes que passam pela Horta, tal como acontecerá com os nossos quando passarem por esses locais.

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Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Acha que a actividade do Clube é conhecida dos faialenses? O que se poderia fazer mais nesse sentido? José Decq Mota: Penso que a população no seu todo não estará por dentro de tudo o que o Clube faz, mas actualmente há um grau de reconhecimento maior da actividade que esta instituição promove e desenvolve. Na minha opinião, aquilo que se poderia fazer em termos de divulgação está a ser feito com a existência do Gabinete de Imprensa do CNH, com a sensibilização dos meios de Comunicação Social através do envio frequentíssimo de muita informação e com a criação desta ligação entre aquilo que faz e que é divulgado. Não há muitos anos, a capacidade de comunicação do Clube com as pessoas era muito menor do que é hoje e, muitas vezes, dependia de um ou outro director que pudesse ter mais jeito, motivação ou vocação para escrever uma notícia. Entendo que, do ponto de vista da novidade que são as redes sociais, estamos bem instalados. É altamente motivador o número de visitantes que o nosso site tem, assim como outras publicações electrónicas. É altamente motivador as pessoas que vêm fazer a Atlantis Cup, oriundas do Continente português ou de outras paragens, imediatamente depois de conhecerem o Clube, pedirem para serem subscritores das “newsletter” do CNH, e vão com frequência ao site. Actualmente, registamos com muita regularidade, o que não acontecia até há algum tempo, referências importantes de pessoas exteriores que passam e que visitam o Clube Naval da Horta. Temos recebido a visita de membros de outros clubes, nacionais e estrangeiros, que apresentam cumprimentos e deixam cartões, havendo a troca de lembranças, e temos recebido pedidos para estabelecermos Protocolos de Cooperação com clubes navais de fora. Dou como exemplo o Protocolo assinado em Agosto de 2014 com o Clube Naval do Funchal, Madeira, e este ano vamos assinar com o Clube Naval de Cascais, havendo outros na forja. Estes protocolos visam dar apoio aos sócios e velejadores desses clubes que passam pela Horta, tal como acontecerá com os nossos quando passarem por esses locais. Em termos da nossa terra propriamente dita, pelo que vejo e pelo que as pessoas dizem, a visibilidade que o Clube Naval da Horta tem hoje, é forte e importante. O relacionamento com as instituições envolvidas na administração portuária e na vida do concelho, referência directa para a Portos dos Açores S.A., Autoridade Marítima, Câmara Municipal da Horta, e até mesmo outras, como a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, e departamentos governamentais, associações de outros género, como o Observatório dos Mar dos Açores (OMA), a Associações de Pescadores de Espécies Demersais dos Açores (APEDA), com as quais temos um relacionamento, a maior parte das vezes intenso, é uma colaboração importante e não dispensável tanto para nós como para todos estes parceiros. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Quais as suas expectativas para este mandato? José Decq Mota: É um mandato claramente de continuidade e foi nessa base que nós os 3 (eu, o Jorge Macedo e a Olga Marques), fomos construindo a lista e conversando com as pessoas. O que está em causa é necessariamente uma linha de consolidação do que tem sido feito, mas de evolução e de aprofundamento, porque há condições que se vão alterando. Dou alguns exemplos. Neste mandato, além de todos os processos que estão em cima da mesa, temos de começar a olhar para questões organizativas do quadro profissional e do conjunto de pessoas que prestam serviços regulares remunerados ao Clube, tanto no que diz respeito às condições daquilo que é feito, como às formas organizativas em que isso é feito. E posso adiantar que está já a ser produzido um conjunto de ideias nesse sentido. Estas coisas não podem ser feitas de forma precipitada nem a passo de caracol. Temos de valorizar, e valorizamos muito, o trabalho voluntário, mas precisamos de ter todas as condições para que aquilo que é o trabalho voluntário – essencial para a organização de provas, mesmo provas de pequena dimensão, como são as locais, que envolvem muitos voluntários para montar percursos, integrar comissões de regata, etc – possa ser potenciado com uma boa inter-ligação com o quadro profissional do Clube, que é pequeno, mas ainda assim muito maior do que num passado recente. E essa questão essencial é uma preocupação deste elenco directivo. A outra preocupação tem a ver com o património do Clube e com o facto de termos embarcações e equipamento que, nalguns casos, tem de ser substituído. Estou a falar de uma preocupação séria, na medida em que os programas de apoio estão fechados. Nesta actividade, desde os anos 80 que tem havido programas oficiais e associativos de apoio (quando falo em associativos, refiro-me àqueles que correm pela Associação Regional de Vela dos Açores: ARVA, pela Associação Regional de Canoagem dos Açores: ARCA ou pelas respectivas Federações) que permitiam comprar equipamento novo ou semi-novo. É verdade que o CNH tinha de pagar uma parte, mas o apoio recebido ao abrigo desses programas era muito grande. O facto de esses programas se encontrarem suspensos cria uma dificuldade acrescida, porque a aquisição destas embarcações de Vela Ligeira, de Canoagem ou equipamentos para a Natação, a preços de catálogo, é incomportável. Sustivemos, para já, uma degradação, fazendo nos últimos 2 anos uma reparação muito vasta de material que, praticamente estava posto de lado. Hoje temos, em termos de formação, material para as necessidades actuais e para as dos próximos anos, mas no que toca à competição, estamos a ficar mal, porque o material que era de competição, mesmo gasto continua a ser válido para a formação mas já tem muita dificuldade em ser usado na competição. Esta é outra questão que no presente mandato nunca será resolvida integralmente, mas terá de ter soluções parciais. Pedi às pessoas que trabalham directamente com a Vela Ligeira e com a Canoagem que façam a lista de prioridades de material a adquirir para manter a formação, e material considerado muito útil para a competição para que, em função dos recursos que formos tendo e dos apoios que possamos ter, inclusivamente patrocínios, irmos fazendo algum reequipamento, que não será muito vasto, mas pode ser o suficiente para equilibrar as coisas.

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Outra grande questão que pesa sobre o Clube e que já pesou sobre várias Direcções anteriores, prende-se com a necessidade de instalações novas. É uma questão que tem de ser resolvida sob pena de, dentro de algum tempo, criar situações muito sérias. A nova sede é uma afirmação feita há muitos anos pelas entidades governamentais dos Açores. O edifício sede do CNH é propriedade da Região Autónoma dos Açores, sendo gerido pela empresa Portos dos Açores S.A. Uma parte foi entregue ao Clube em 1989 e a restante em 1990. Mas o edifício está degradado e não tem as condições mínimas exigidas, tanto em termos de espaço como de apetrechamento. Tendo competição em modalidades desportivas como Vela Ligeira, Canoagem, Natação e Remo, não faz sentido não dispormos de um pequeno ginásio. Lembro-me que, após o sismo de 1998 – numa altura em que eu estava na Direcção de 1999 a 2000 – se realizaram as primeiras reuniões com a Junta Autónoma do Porto da Horta, que era a autoridade portuária, no sentido de se começar a estudar a remodelação deste edifício. Nessa altura, a Direcção apresentou uma memória descritiva com alguns esboços sobre o aproveitamento deste edifício e as modificações que se poderiam fazer. É um projecto que arranca em 2000/2001, sempre com a afirmação de que era para ser uma realidade. Neste momento, o ponto da situação é o seguinte: existe projecto de arquitectura, projecto de especialidade e projecto de execução. Está tudo em condições de ser posto a concurso público para a obra arrancar. Por isso, neste mandato vamos fazer alguma insistência junto do Governo Regional dos Açores e das entidades competentes para que esta situação possa ter um encaminhamento sob pena de haver uma penalização muito forte para o Clube Naval da Horta e para o Faial. Naturalmente que as obras farão com que tenhamos de funcionar numa sede provisória. Embora não queira revelar espaços, posso adiantar com segurança que o CNH tem condições para trabalhar numa sede social próxima da actual, dispondo de um armazém provisório.

As actuais instalações condicionam o desenvolvimento da actividade do CNH

Fotografia de: Cristina Silveira

Outra grande questão que pesa sobre o Clube e que já pesou sobre várias Direcções anteriores, prende-se com a necessidade de instalações novas. É uma questão que tem de ser resolvida sob pena de, dentro de algum tempo, criar situações muito sérias. A nova sede é uma afirmação feita há muitos anos pelas entidades governamentais dos Açores. O edifício sede do CNH é propriedade da Região Autónoma dos Açores, sendo gerido pela empresa Portos dos Açores S.A. Uma parte foi entregue ao Clube em 1989 e a restante em 1990. Mas o edifício está degradado e não tem as condições mínimas exigidas, tanto em termos de espaço como de apetrechamento. Tendo competição em modalidades desportivas como Vela Ligeira, Canoagem, Natação e Remo, não faz sentido não dispormos de um pequeno ginásio.

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Lembro-me que, após o sismo de 1998 – numa altura em que eu estava na Direcção de 1999 a 2000 – se realizaram as primeiras reuniões com a Junta Autónoma do Porto da Horta, que era a autoridade portuária, no sentido de se começar a estudar a remodelação deste edifício. Nessa altura, a Direcção apresentou uma memória descritiva com alguns esboços sobre o aproveitamento deste edifício e as modificações que se poderiam fazer. É um projecto que arranca em 2000/2001, sempre com a afirmação de que era para ser uma realidade. Neste momento, o ponto da situação é o seguinte: existe projecto de arquitectura, projecto de especialidade e projecto de execução. Está tudo em condições de ser posto a concurso público para a obra arrancar. Por isso, neste mandato vamos fazer alguma insistência junto do Governo Regional dos Açores e das entidades competentes para que esta situação possa ter um encaminhamento sob pena de haver uma penalização muito forte para o Clube Naval da Horta e para o Faial. Naturalmente que as obras farão com que tenhamos de funcionar numa sede provisória. Embora não queira revelar espaços, posso adiantar com segurança que o CNH tem condições para trabalhar numa sede social próxima da actual, dispondo de um armazém provisório. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Gente jovem e elementos femininos eram objectivos a concretizar neste novo elenco, o que são realidades. Foi fácil consegui-los? José Decq Mota: Sim. Esses eram dois dos objectivos traçados, mas havia um outro que era conseguir uma certa diversificação de áreas, para que não houvesse muitos directores ligados a uma modalidade concreta e depois em momentos de grande intensidade de actividade, essa modalidade criasse um desequilíbrio em relação às outras. Também conseguimos essa diversificação. Gostava de dizer que está mais do que difundida a ideia de que hoje é muito difícil encontrar pessoas para integrar órgãos directivos de instituições deste género. Admito que, por vezes, as pessoas tenham dificuldade em criar condições na sua vida para aceitar um lugar destes; acredito que algumas tenham dificuldade em estar muito tempo nas mesmas funções, por exemplo, mais do que um mandato, mas no que concerne ao Clube Naval da Horta a realidade não me mostra que não há pessoas com disponibilidade para integrar os Corpos Gerentes. Penso que essa dificuldade possa ser uma realidade no sentido de encabeçar listas ou cargos de coordenação, mas relativamente aos convites feitos, percebi que se os Estatutos do CNH previssem uma Direcção com um maior número de elementos, teria conseguido isso sem problemas. Quanto a indisponibilidades, verificam-se quando as pessoas já se encontram no movimento associativo, exercendo funções similares noutra instituição. Naturalmente que bastantes elementos da actual Direcção poderão chegar ao fim deste mandato e não estarem disponíveis para continuar, porque este trabalho voluntário retira muito tempo à vida de cada um. Esta Direcção tomou posse muito recentemente – dia 12 deste mês – e eu estava com alguma preocupação/curiosidade de ver como decorreria na prática este processo de cada um ir assumindo as suas responsabilidades. Mas devo dizer que estou muito satisfeito, porque está a ser feito com um dinamismo muito grande por parte dos próprios, o que quer dizer que estão perfeitamente inseridos. Este mandato está a decorrer muito bem e com entusiasmo, tal como aconteceu há 2 anos com a equipa que na altura me convidou para Presidente da Direcção. Os membros da anterior Direcção, bem conhecidos, e alguns ligados ao CNH desde miúdos, embora na sua maioria não se tenham mostrado disponíveis para fazer um segundo mandato por razões várias da sua vida, são pessoas que estão claramente disponíveis para continuar a ter aquele trabalho de voluntário nas diferentes provas e eventos e isso já está a ser uma realidade. Quero realçar que não há processos de ruptura. O que há são pessoas que, despendendo menos tempo, continuam a colaborar com o CNH. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Considera importante a componente do voluntariado? José Decq Mota: Na Direcção não há pessoas remuneradas e procura-se trabalhar em articulação com os sócios do CNH para dar apoio a muitas das actividades do Clube, tratando-se de trabalho voluntário. No entanto, há áreas em que temos forçosamente de contratar pessoas, cujo trabalho é remunerado, porque estamos a falar de serviço profissional como é o caso de formadores, treinadores, monitores, coordenadores, e isso envolve 9 pessoas no CNH. É importante manter esta clareza e separação entre o que é voluntário e o que é remunerado. É fundamental manter uma boa integração entre aquilo que é o quadro profissional e o corpo de voluntários, evitando atritos e choques, potenciando uma capacidade ímpar, que não é muito fácil de conseguir. Ficaria muito feliz se a referência por esses clubes navais adiante fosse esta que vivemos, mas não é. Temos, de facto, uma situação boa no Clube Naval da Horta pois, se todo aquele trabalho de apoio que o CNH presta a regatas internacionais, Festival Náutico da Semana do Mar, organização de eventos nacionais de várias modalidades, e outros, tivesse de ser numa organização pagando todos estes serviços, não se fazia nada. Muitas vezes temos de fazer ginástica para conciliar vários aspectos. É importante que o CNH continue a ser, e é desde 1997, distribuidor de combustível na Marina, pois esta actividade além de gerar algum rendimento, permite-nos em todos esses eventos ter combustível a um preço mais barato. O facto de sermos distribuidores faz com que o nosso auto-consumo seja feito em moldes muito mais em conta do que se tivéssemos de adquirir o combustível a um vendedor, o que é muito importante para conseguirmos gerir toda a actividade que temos, incluindo a vertente do apoio que é dado pelo CNH.

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MEMBROS DA DIRECÇÃO DO CNH PARA 2015/2016 EXPLICAM POR QUE ACEITARAM ESTE DESAFIO Jorge Macedo - Vice-Presidente da Direcção Funções: Vela de Cruzeiro, Director de Prova da Atlantis Cup, Património edificado, Substituição do Presidente. Assinatura de contas bancárias.

Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Por que razão aceitou o convite para fazer parte desta Direcção? Jorge Macedo: Uma das razões principais teve a ver com a consolidação de alguns projectos em curso. Tinha conversado com o Presidente e disse-lhe que se não houvesse nenhuma lista concorrente, não seria eu a gerar a instabilidade directiva no Clube, pelo que estaria disposto a fazer mais um mandato com ele. Apesar da minha desmotivação, a verdade é que é bem mais difícil realizar objectivos quando há poucos recursos, apesar de eu ouvir apregoar à boca cheia que o Clube Naval da Horta é uma peça fundamental para o desenvolvimento do desporto náutico do Faial e dos Açores, mas depois quem de direito ignora efectivamente essa importância. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Já fez parte de outras direcções. Jorge Macedo: Na minha infância e juventude, a Vela nunca existiu. Sempre pratiquei futebol, andebol e voleibol. Em 1989, na altura em que se fazia a 2ª edição da Atlantis Cup, fui convidado – penso que pelo Hildeberto Luís – para fazer parte do staff e assim tudo começou. Mais tarde, fui convidado pelo Aurélio Melo para integrar a Direcção do CNH, o que aconteceu pela primeira vez na minha vida, no CNH.

Jorge Macedo está ligado ao Clube Naval da Horta desde 1989

Posteriormente, estive 4 anos na Direcção do Clube com Manuel Fernando Vargas, e 3 com José Decq Mota. Interrompi aquando do sismo de 1998. Em 2007 estive de novo mais 4 anos com João Pedro Garcia, e novamente com José Decq Mota 2 mandatos consecutivos: de 2013 a 2014 e agora de 2015 a 2016. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Conhece bem o CNH. Acha importante a actividade que esta instituição desenvolve? Jorge Macedo: Passados estes anos todos, quer como dirigente, quer como juiz de regata, quer como seccionista da Seção de Cruzeiro, seria muito mau não ter ainda conhecimento de todasas esquinas. Duvido que haja outra instituição nesta terra que tenha tanta diversidade de modalidades organizadas e que para além das náuticas ainda tenha xadrez. Apesar de tudo e dos parcos recursos, penso que é das poucas colectividades que leva o nome dos Açores bem longe.

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Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Acha que a actividade do Clube é conhecida dos faialenses? O que se poderia fazer mais nesse sentido? Jorge Macedo: Tenho a certeza que sim, até porque constantemente ‘bombardeamos’ a comunidade com a nossa vasta actividade, quer através das redes sociais, quer do excelente site do Clube. Insistir com este procedimento e chamar ao Clube cada vez mais as pessoas, são apostas deste elenco directivo, que tem muita gente jovem. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Quais as suas expectativas para este mandato? Jorge Macedo:Consolidar cada vez mais a internacionalização da Atlantis Cup/Regata da Autonomia e trabalhar para que esta continue a ser a regata offshore mais importante de Portugal; Consolidar todo o projecto da Vela Ligeira, com a certeza de que continuamos a trabalhar para a sua estabilidade técnica e desportiva; Manter os projectos existentes para a promoção dos Açores, com as regatas internacionais; Continuar a trabalhar afincadamente para garantir a estabilidade económica sadia do CNH e a sua auto-sustentabilidade. Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta: Considera importante a componente do voluntariado? Jorge Macedo: Posso arriscar a dizer que se assim não fosse, as verbas envolvidas não dariam para metade da actividade que se realiza neste grande Clube. Viva o Clube Naval da Horta!

Estruturação do trabalho da Direcção: José Decq Mota – Representação do Clube; Coordenação geral; Coordenação operacional; Gestão do pessoal; Participação em Grupos de Trabalho. Assinatura contas bancárias. Jorge Macedo – Vela de Cruzeiro; Director de Prova da Atlantis Cup; Património edificado; Substituição do Presidente. Assinatura contas bancárias. Olga Marques – Natação; Grupo de Trabalho da Vela Ligeira; Substituição do Presidente. Assinatura contas bancárias. Conceição Marques – Tesouraria/Contabilidade; Controle administrativo e financeiro dos serviços; Concessão do Bar. Assinatura contas bancárias. Ana Marisa Goulart – Canoagem; Remo (esforço de reinício da actividade). Cláudia Naia – Apoio jurídico geral; Revisão dos Estatutos; Relações com entidades associativas nacionais e estrangeiras. José Meneses – Actividades subaquáticas (Apneia e eventualmente outras); Windsurf; Mini-Veleiros; Revisão dos Estatutos. Luís Alves – Botes Baleeiros (Representação do CNH na Comissão do Património Baleeiro, integração na Secção de Botes Baleeiros do Faial, criação de um Grupo de Trabalho do CNH de apoio aos Botes Baleeiros). Vítor Mota – Acompanhamento do trabalho dos armazéns e oficina; Mestre da “Walkiria”; participação no trabalho dos Botes Baleeiros. Teles Neves – Pesca de Costa; Pesca de Barco. Ricardo Lacerda – Grupo de Trabalho da Vela Ligeira; Mini-Veleiros.

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Previsto iniciar em Fevereiro de 2015: Abertas inscrições no CNH para o Curso de Patrão Local Estão abertas inscrições para o Curso de Patrão Local, uma iniciativa do Clube Naval da Horta (CNH), reconhecido como entidade formadora nesta área. Como tal, os interessados devem inscrever-se na Secretaria desta instituição. No momento de inscrição, os candidatos devem preencher uma ficha, entregar cópia do bilhete de identidade, comprovativo da escolaridade obrigatória, uma fotografia tipo passe e uma declaração médica. Está previsto o Curso de Patrão Local começar a 23 de Fevereiro próximo e terminar a 04 de Abril. A previsão da data de Exame é 18 de Abril. As aulas iniciar-se-ão após as 18h00, nos dias a acertar entre os formandos e o formador. De realçar que a realização deste Curso de Náutica de Recreio está dependente de um número mínimo de inscritos.

Classificação do Campeonato de Ilha 2014 de Mini-Veleiros do CNH:

E os vencedores foram: Hedi Costa, José Gonçalves e António Pereira

Após um ano de intensa actividade, é hoje divulgada a Classificação do Campeonato de Ilha 2014 da Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta, que no último mandato (2013-2014) teve como Director João Nunes.

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1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º

Hedi Costa José Gonçalves António Pereira João Nunes Mário Carlos Eduardo Pereira Sandro Laranjo Bruno Gonçalves Nuno Rosa João Sequeira Nuno Costa Filipe Guerreiro Emanuel Silva Miguel Gonçalves Rui Rodrigues Ir_ao_mar

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João Nunes faz o balanço aos 2 últimos anos de actividade da Secção de Mini-Veleiros do CNH e afirma: “Gostava de implementar a modalidade noutras ilhas” Fotografias de: Cristina Silveira

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á cerca de 12 anos que João Nunes faz parte da Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH), durante muitos quais pertenceu a diferentes Direcções. Hoje, no fim de mais um mandato, este praticante faz o balanço à actividade desenvolvida ao longo de 2013 e 2014, recordando como tudo começou e fazendo o ponto da situação à modalidade que, com actividade regular na Região Açores, apenas existe na ilha do Faial. Por isso, este seccionista gostava de voltar a fazer diligências no sentido de implementar este desporto noutras ilhas, com a certeza do que o mais viável, devido à proximidade, seria organizar uma prova no Pico e outra no Faial para os velejadores destas duas ilhas. Isto, para que os faialenses possam ter alguma competição fora de portas, no Arquipélago.

José Gonçalves (de casaco preto) e João Sequeira (de casaco vermelho): os mentores dos Mini-Veleiros no Faial

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O Nautimodelismo Rádio-Controlado começou graças ao gosto e entusiasmo de alguns praticantes, como José Gonçalves e João Sequeira, que há cerca de 15 anos decidiram fazer uma brincadeira com Mini-Veleiros rádio-controlados durante o Festival Náutico da Semana do Mar. João Nunes já conhecia José Gonçalves da Vela de Cruzeiro e aceitou o convite para ir ver a prova. Com o bichinho instalado, daí à compra de um mini-veleiro foi um passo. “Depois desse primeiro contacto com a modalidade, comprei logo um barco e mais tarde comprei outro, melhor, e atrás do meu entusiasmo veio outro que viu e seguiu o exemplo, o que se foi repetindo”, explica João Nunes. Estando por dentro da modalidade, durante algumas vezes este jovem foi convidado a integrar diferentes Direcções do CNH, ficando como Director desta Secção. Nos anos em que não fez parte do elenco directivo tem feito, em conjunto com outros colegas de desporto, a ponte com a Direcção, dando conta do plano de actividades, fazendo o ponto da situação, solicitando material de apoio ao Clube aquando das provas, tratando dos prémios, etc.

João Nunes: “Estou satisfeito com a forma como decorreu a actividade e com o facto de terem aparecido novos praticantes”

Número de praticantes aumentou em 2014 Tal como acontece em todas as modalidades, há aqueles que aparecem sempre, os que vêm com menos frequência e os que têm material e vontade mas, por diferentes razões, não praticam. João Nunes refere que Néri Goulart pertence ao grupo dos mais antigos e, nessa altura, já tinha modificado totalmente o seu barco. “Embora tenha abandonado a modalidade, continua a ter o mini-veleiro. Outros, como João Sequeira, têm estado mais afastados devido a avarias nos barcos. No entanto, estão sempre activos e gostam de saber como vai a Secção”, garante. Hedi Costa, detentor de alguns títulos neste desporto, começou por usar um dos barcos de Luís Quintino, mas desde há algum tempo que construiu o seu mini-veleiro, tendo feito com a sua mão “grandes modificações a fim de o tornar mais leve e ágil”. Eduardo Pereira, “também grande entusiasta da modalidade”, é outro dos que participa activamente há largos anos. 15

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E porque o segredo é ver e experimentar, depois de testar o gozo da modalidade, António Pereira não quis ficar de fora, tendo mesmo não só construído o seu como ainda construiu um segundo que ofereceu a Mário Carlos. Perante esta simpática e desafiadora oferta, Mário Carlos fez-se ao mar, ou melhor, lançou o seu protótipo à água e não mais parou. Neste caso, além de praticante, também se tornou patrocinador, tendo a Turismar – Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas, de que é proprietário – patrocinado o Troféu de Mini-Veleiros 2 anos consecutivos: 2013 e 2014. E João Nunes acredita que isso poderá voltar a ser uma realidade novamente este ano, confessando: “Estamos a falar de prémios simples, que no cômputo geral rondam os 250 euros para um ano inteiro. Os prémios foram simplificados no sentido serem pouco onerosos, mas representativos de cada um dos momentos de prova”. Contagiados pelo núcleo duro, recentemente apareceram outros entusiastas, como é o caso de Nuno Rosa e Miguel Gonçalves, ambos com barco. Bruno Gonçalves, também praticante, já tinha um mini-veleiro quando estudava em Lisboa, embora se trate de um modelo mais pequeno do que a maioria dos que existem no Faial. Mesmo com estas oscilações, o número de velejadores está a aumentar e João Nunes salienta que em 2014 apareceram 2 novos praticantes, “o que é bastante significativo”. Este velejador tem conhecimento de que “há muita gente entusiasmada que deve ser atraída para a Secção” e garante todo o tipo de apoio àqueles que manifestarem interessem em fazer parte deste grupo. “Vamos manter-nos nesta classe acessível” Algum investimento, gosto pela modalidade e tempo, são os requisitos a ter em conta para fazer parte da Secção. “Embora se possa sempre modernizar o barco, neste momento atingimos aquele limite em que todos estão no mesmo patamar, em termos de qualidade”, garante João Nunes, que acrescenta, a propósito: “Já se pensou em evoluir e passar para um barco maior, que é aquele que é mais usado a nível nacional, mas isso é sinónimo de cada um ter de fazer um grande investimento. Enquanto um mini-veleiro, como aquele que usamos no Faial custa 150 euros, este maior tem um custo estimado de 1000 euros. É uma diferença grande”. Refira-se que a nível nacional são utilizadas duas classes: uma mais pequena do que os que existem no Faial (do tamanho do mini-veleiro de Bruno Gonçalves) que, “para o meio faialense não interessa, pois são talhados para navegar em lagos, sem ondulação” e uma classe acima. “O tamanho acima era o que nós gostávamos de ter no Faial, que mede cerca de 1 metro, mas isso está fora de questão devido ao preço”, sustenta João Nunes. Por tudo isto, este seccionista afirma: “Vamos manter-nos nesta classe que é acessível a qualquer pessoa, representa um investimento menor e permite-nos disfrutar à mesma deste prazer que constituem os Mini-Veleiros”. “Poderia haver uma prova no Faial e outra no Pico” Uma vez que participar no campeonato nacional está fora de questão, atendendo às classes dos barcos, a solução é tentar criar condições a fim de desenvolver ou implementar a actividade noutras ilhas. Mas mesmo assim, o cenário não se afigura fácil, como explica João Nunes: “Em São Miguel há alguns barcos mas desconheço a classe. Já ouvi dizer que existem uns mais pequenos dos que os nossos e alguns iguais, mas em número reduzido. No Pico sei que há 2 ou 3 mini-veleiros e a Secção do Clube Naval da Horta já foi convidada, há anos, para ir às Lajes fazer uma demonstração a pedido do Clube Naval de lá com o intuito de incentivar a prática da modalidade, mas não houve resultados. Aconteceu o mesmo em relação à Terceira, tendo o Angra Iate Clube solicitado que dessemos apoio no sentido de mobilizar os poucos praticantes que havia. Mesmo com a nossa boa vontade e demonstração, não houve actividade. Portanto, também não é possível haver competição a nível regional”. Ir_ao_mar

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“Não é possível haver competição a nível nacional e nos Açores só com o Pico, caso haja interesse em implementar a modalidade”


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Neste cenário pouco animador em termos competitivos, João Nunes propõe o seguinte: “Para que o Faial tenha adversários nos Açores, já que é a única ilha que tem actividade regular no que toca aos Mini-Veleiros, defendo que deveria haver uma prova no Faial e uma no Pico, em que os praticantes de lá viessem cá, por exemplo na Semana do Mar, e os de cá fossem lá na Semana dos Baleeiros. Penso que isto seria mais fácil com o Pico tendo em conta a proximidade e os custos da logística (mais em conta). Mas para isso, é preciso que haja vontade e interesse do outro lado do Canal”. Material vem da China Num arquipélago onde não há praticantes de Mini-Veleiros que possam dar corpo a uma competição regional, não é de estranhar que também não haja lojas com equipamento disponível. Em são Miguel há um representante do vendedor das velas a nível nacional que faz negócio com o os velejadores faialenses, mas o grosso do equipamento vem directamente da China o que, mesmo com portes, “fica mais em conta do que os preços praticados em Lisboa”. Nova Zelândia, também é um mercado opcional no que toca a aquisição de velas. Engenheiros por conta própria José Gonçalves é um homem apetrechado no que diz respeito aos Mini-Veleiros e em casa tem aquilo a que João Nunes chama de “Estaleiro do Zé”. “Ele está habituado porque já faz isto há muito tempo e sempre que precisamos de fazer reparações, afinações, modificações, etc, juntamo-nos no estaleiro dele e fazemos o que é necessário. Todos ajudam consoante o que sabem, mas a verdade é que fazemos quase tudo com a nossa mão”, sublinha este praticante, que prossegue: “O João Sequeira também se dedica a estes barcos há muito tempo e é que construiu os seus protótipos. O Hedi Costa demonstra muita habilidade para os mini-veleiros e em casa tem feito várias modificações no seu barco”. As modificações nos “Victorias” – tipo de barco comercializado nos EUA e em Portugal continental, e que representa a maioria e os melhores que existem no Faial – são sempre feitas no estaleiro de um dos pais da modalidade na ilha do Faial.

“Todos nos ajudamos e partilhamos o que sabemos” A grande particularidade da Secção de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta assenta no facto de Victoria: os mini-veleiros que existem em todos se ajudarem e partilharem os conhecimentos entre si. maior número no Faial “Colaboramos uns com os outros na manutenção do equipamento, fazemos encomendas de material em conjunto, participamos em convívios e somos todos amigos, independentemente de na água sermos adversários”, realça João Nunes, que dá um bom exemplo de como o fairplay vai ainda mais longe: “Inclusivamente, o Zé Gonçalves é pessoa para afinar o meu barco se este estiver a andar mal e depois o meu até pode ganhar ao dele, mas ele não se chateia com isso, porque isso até é positivo na medida em que nos obriga a uma evolução constante. Todos opinam e ajudam. Ninguém fica fechado no seu canto com o que sabe e conquistou. Há competição e cada um dá o seu melhor, mas somos todos muito amigos”, frisa João Nunes. Embora todos levem a modalidade a sério e ninguém goste de perder, a verdade é que as provas são feitas a pensar no que vai acontecer a seguir. É que este grupo tem um ritual, que ninguém perde: todas as vezes que há uma prova, a seguir há convívio. “Tornou-se um convívio quase obrigatório e é isso que tem cativado toda a gente e mantido acesa a chama da modalidade. Há dias em que está frio e o tempo desagradável, não apetecendo ir fazer a prova. Mas vamos, porque sabemos que a seguir há convívio e vamos estar todos juntos, a conversar e a conviver. Falamos essencialmente sobre a modalidade: o que correu bem e menos bem, o material que está a faltar, o que devíamos fazer e isto ajuda-nos a evoluir enquanto velejadores, pois partilhamos informações, trocamos experiências e no fundo saímos todos a ganhar, incluindo a própria Secção. Entendo que é isto que tem alimentado esta Secção que, ao contrário de todas as outras, não tem apenas a vertente da competição, sem mais nada, em que cada um acaba e vai para casa”. 17

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A amizade é tónica dominante entre os praticantes dos Mini-Veleiros no Faial, que contam com o apoio do público, incluindo alguns familiares, como Margarida Rego, que tira fotografias, e com a colaboração do júri que, “mesmo um pouco inexperiente, faz o seu melhor, estando sempre disponível para colaborar, porque, acima de tudo, gosta disto, como tem sido o caso de Nuno Costa e de Manuel Nunes. “Há divulgação” Questionado sobre a adesão do público e a relação directa com a divulgação que é feita, este praticante considera que, “desde há algum tempo, houve uma grande evolução no que toca à divulgação, com destaque para a Página do Clube”. E sublinha: “A divulgação existe e as pessoas que têm interesse, sabem. Se eu quiser estar inteirado das actividades que vão realizar-se este fim-de-semana no CNH, sei onde posso informar-me”. João Nunes sabe que algumas pessoas saem de casa com o propósito de ir ver as provas de Mini-Veleiros, ao passo que outras no decorrer do seu percurso param e ficar ver as corridas. “Os miúdos gostam muito de ver estes barcos na água”, refere, salientando: “Naturalmente que estas provas não arrastam multidões como uma regata de Botes Baleeiros, mas há um público fiel e é na assistência que vamos captar novos praticantes”. 2014: 74 regatas e novas regras de pontuação A Secção de Mini-Veleiros do CNH tem um calendário de provas que decorre ao longo de praticamente todo o ano, com uma pausa no Verão, “precisamente porque muitas pessoas estão envolvidas noutras modalidades”. Com um Troféu no início do ano e no último trimestre, há provas de 15 em dias que, por vezes, têm de ser adiadas devido às condições atmosféricas inadequadas. A Regata de Nossa Senhora de Lourdes, no fim de Agosto, na Feteira, é ponto de honra, porque a Junta de Freguesia patrocina e faz questão de contar com esta actividade no programa festivo. O mesmo se pode dizer da Regata do Varadouro, no início de Setembro, no âmbito da festa de Nossa Senhora da Saúde, também patrocinada pela Junta de Freguesia. Neste mês, é ainda realizada a Regata de Aniversário do Clube Naval da Horta. Com um total de 74 regatas realizadas em 2014, João Nunes afirma que “o objectivo é manter este figurino”. A Classificação geral do ano passado mostra que foram 15 os velejadores que, no total, participaram nas provas do calendário anual, embora a frequência entre os mesmos seja bastante variável. João Nunes ficaria “muito feliz” se um dia conseguisse ter estes 15 em prova, mas recorda que em 2014 houve uma prova que contou com 13 participantes. “Foi um espectáculo!”, frisa, já que a média é de 6/7 velejadores por prova.

“Decidimos premiar a assiduidade dos participantes nas provas” Ir_ao_mar

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No sentido de premiar a regularidade, em 2014 as regras de pontuação sofreram alterações. “Anteriormente, só 50% das provas é que contava para efeitos de classificação no Campeonato de Ilha”, explica este praticante. Por isso, quem fizesse metade das provas e obtivesse bons resultados, estava, por assim dizer, dispensado de fazer o restante, o que se tornava injusto para quem primava pela assiduidade. Como incentivo à participação, foi instituído no ano que agora findou, um total de 75% das provas. “E os resultados viram-se, já que se registou uma maior participação”. Neste novo esquema, o segredo para cada uma se manter na luta é participar sempre, já que para efeitos de classificação conta não só os resultados como o número de provas realizadas. Campos de regata alternativos e o indoor Embora os campos de regata habitualmente utilizados não sejam os ideais, porque muitas vezes é preciso mudar bóias devido ao tráfego marítimo, a verdade é que a Secção de Mini-Veleiros se adapta ao que existe e fazer mudanças não tem constituído um problema. Em termos de ambição, João Nunes confessa que “todos gostavam de um dia fazer um indoor, numa piscina”. Para isso seria necessário autorização e um apoio para instalar ventoinhas na piscina com o objectivo de haver vento. “Nunca se fez no Faial um indoor de Mini-Veleiros e é uma actividade engraçada e diferente que, certamente mobilizaria muita gente”, constata este praticante. Possível será repetir as (duas) experiências realizadas nos tanques de água da Câmara Municipal da Horta, situados nos Flamengos, que, por constituírem “um campo de regata grande e controlado, com vento mas sem ondulação e com uma vista fantástica sobre a ilha, são motivo de boas recordações por parte dos velejadores”. Neste caso, há permissão por parte da autarquia. Fazer uma prova numa praia, como a de Porto Pim, também não é completamente descabido, embora implique outra logística. “Vamos começar a utilizar mais a piscina artificial da Feteira, que é engraçada, diferente e sempre com muita assistência de banhistas no Verão, quando realizamos lá a Regata da Senhora de Lourdes”, assegura João Nunes.

Sábado, dia 10: Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta organiza Passeio de Kayak para antigos atletas A Secção de Canoagem do Clube Naval da Horta (CNH) decidiu organizar um Passeio de Kayak para antigos atletas, que decorrerá no próximo sábado, dia 10. “O objectivo desta iniciativa é reunir antigos praticantes da modalidade e proporcionar-lhes momentos de alegria e diversão através deste reencontro, os quais, por diversos motivos, tiveram de abandonar este desporto”, explica Francisco Garcia, Director da Secção de Canoagem do CNH.

Assim sendo, a concentração está marcada para as 11 horas junto às instalações do Clube Naval da Horta. O convívio, em jeito de Passeio, poderá ter como palco a Baía da Horta ou a Praia de Porto Pim.

Francisco Garcia: “Todos os antigos praticantes que estiverem na Ilha do Faial podem aproveitar esta iniciativa para “matar saudades” da Canoagem”

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Rui Silveira Fotografia de: Cristina Silveira

Velejador do Clube Naval da Horta já treina em Miami

A actual época do velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Silveira, será longa e muito intensa. O velejador faialense embarcou este sábado, dia 10, rumo a Miami, nos EUA, e hoje, dia 11, começa a trabalhar lá, onde permanecerá até ao próximo dia 02 de Fevereiro. Durante esse tempo, Rui Silveira participará em 2 competições: Fort Lauderdel e World Cup Miami. A primeira constitui uma boa oportunidade de preparação para a segunda, a World Cup Miami, uma prova onde estará a nata da Classe Laser Standard. “É o Campeonato do princípio da época. É a primeira regata, depois do Mundial das Classes Olímpicas de Santander, em que todos os atletas estão novamente reunidos para competir”, explica Rui Silveira. Calendário muito preenchido De 10 a 20 de Fevereiro realizar-se-á um Estágio em Portugal continental, com a participação de velejadores vindos de vários países. Até ao final de Março estão fechados vários períodos de treinos, em Portugal continental, sempre com atletas estrangeiros. No início do mês de Março terá lugar o Troféu Princesa Sofia, em Palma de Maiorca, e no fim deste mês, realizar-se-á a World Cup em Hyeres, no Sul de França. Este ano, Rui Silveira deverá treinar no lago de Garda, em Itália, e fará seguramente a Delta Loyd Regata, na Holanda, tal como aconteceu em 2013. Depois temos o Campeonato em Scandia e a World Cup em Wembley, no Sul de Inglaterra. “Vai ser uma época importante e a doer”, salienta Rui Silveira

Seguem-se o Campeonato da Europa, que este ano será na Dinamarca, e o Campeonato do Mundo, que se realizará no Canadá em Junho ou Julho. Há uma pré-olímpica no Rio de Janeiro, no Brasil, no mês de Agosto. Trata-se de uma prova que a organização utiliza para testar a forma como serão os Jogos Olímpicos e que os atletas usam para treinar nos campos de regatas dos Jogos. Novo sistema de apuramento das World Cup “De Janeiro a Julho, o calendário é super-preenchido, não havendo interregnos. São provas e estágios constantemente. Vai ser uma época importante e a doer”, sublinha o atleta de Alta Competição do Clube Naval da Horta, que explica: “Este ano, o sistema de apuramento das World Cup será diferente. Para entrarmos nas World Cup temos de ficar classificados nos 25 lugares do ranking, logo a seguir aos 30 primeiros que já estão apurados e não contam para a contagem dos 25 seguintes. Ou seja, a contagem começa a partir do 30º classificado (mais 25 posições). Naturalmente, que o meu objectivo passará sempre por ficar nestes 25. E a préqualificação para as World Cup dá-se na prova anterior. Por exemplo, o Troféu Princesa Sofia, em Palma de Maiorca, servirá de apuramento para a World Cup de Hyeres. O apuramento para a participação na competição de Scandia será feito na Delta Loyd Regata, em que terei Ir_ao_mar

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de ficar nos 25 primeiros classificados (logo a seguir aos 30 anteriores já apurados)”, salienta Rui Silveira. Esta inovação pretende tornar a Vela mais qualitativa, separando os atletas por escalões consoante a sua prestação: primeiro vêm as regatas de topo, como as World Cup, os Campeonatos do Mundo da ISAF (International Sailing Federation, em português: Federação Internacional de Vela) e os Campeonatos do Mundo da Classe e assim sucessivamente em escala descendente. “O objectivo – realça o atleta do Clube Naval da Horta – é limitar as vagas tornando as provas, sobretudo as mais importantes, cada vez mais qualitativas e competitivas. Cada vez mais serão apenas os melhores dos melhores a participarem no top dos tops, deixando as provas menos importantes para os restantes atletas, tendo em conta a sua prestação (apuramento”. “Cabe-me estar preparado para os Jogos Olímpicos” Quando questionado sobre se acha justo ocupar a vaga destinada a Portugal nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, tendo em conta que apurou o país na sua Classe, Rui Silveira responde assim: “Relativamente a isso, o que sei é que os Jogos Olímpicos decorrerão em Agosto de 2016, que Portugal está apurado e que o atleta que irá representar o país ainda não se encontra apurado. A mim, cabe-me treinar e estar preparado. Pelo que percebi, a Federação Portuguesa de Vela (FPV) ainda não definiu os critérios ou o sistema de qualificação que irá usar para isso. Mas se seguir o modelo adoptado nos Jogos de 2012, posso dizer que é o mais duro. Nesse caso, conta o número de regatas indicadas pela Federação ao longo da época e o atleta que tiver melhores classificações no total dessas regatas, irá representar Portugal nos Jogos. A próxima época, que começou agora, vai ajudar a determinar isso”. Quanto à preparação que esse desafio implica, o velejador faialense diz que, fisicamente, não está na perfeição, tratando-se de “um processo em construção”. E frisa: “Mas até lá, nas regatas importantes e decisivas vou estar como estive em Santander: em alta. Não tenho a menor dúvida. Estou realista quanto à minha eventual ida aos Jogos: será uma consequência da qualidade do meu trabalho como foi o resultado alcançado em Santander. Estou empenhado em trabalhar e os resultados desse trabalho hão-de levar-me até onde for possível. Se eu trabalhar com pessoas que são extremamente profissionais e se o meu Treinador, que é profundamente conhecedor da Vela Olímpica e da Classe Laser, me disser que estou a trabalhar bem, acredito porque confio na pessoa com quem trabalho. Estou constantemente a trabalhar e os resultados estão a aparecer. Um desses casos aconteceu no Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas, em Santander, em que em 2 dias de prova, ao longo de 4 regatas, consegui classificar-me nos primeiros 5 em 2 regatas. O trabalho feito ao longo da época que agora finda foi muito bom e bem planeado”.

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VELEJADORES DO CLUBE NAVAL DA HORTA, que participaram na 1ª Concentração de Natal Optimist, na Base Naval de Lisboa, partilham as suas experiências Tomás Pó, Jorge Pires, Rita Branco e Mariana Luís, foram os 4 atletas da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH) que participaram na 1ª Concentração de Natal Optimist, que decorreu de 19 a 23 de Dezembro último, na Escola de Fuzileiros, na Base Naval de Lisboa, em Almada. Foi com grande entusiasmo que acederam partilhar as experiências vividas, com a ressalva de que foram muito bem recebidos e que todos repetiam o Estágio.

Tomás Pó

Tomás Pó: “Tinha sempre como objectivo ver aquilo em que estava a errar para melhorar no dia seguinte”

“O Estágio foi puxado a nível físico, mas já íamos com essa expectativa. No primeiro dia acordámos às 6h30 e no segundo às 7 da manhã. Mas nos últimos dois dias o despertar foi às 3h30 da manhã para fazermos flexões e corrida. Era mesmo espírito de tropa. As raparigas faziam abdominais e corrida. Ao fim do dia, sentíamo-nos cansados, mas como o recolher obrigatório era às 22 horas, tínhamos tempo de recuperar para o dia seguinte. Naturalmente que ia havendo um desgaste físico dia após dia, mas foi muito bom. Para dar um exemplo do plano diário, posso dizer que no primeiro dia acordámos às 6h30 para uma corrida de oxigenação, ou seja, crosse matinal. Às 7h20 tomámos o pequeno-almoço, seguindo-se um briefing, preparação física e almoço. A seguir tínhamos de nos equipar rapidamente e aparelhar os barcos para irmos para a água treinar. Após o treino de rio, havia 1h30 de natação. Terminada a piscina, íamos jantar, terminando as actividades com um briefing para o dia seguinte. Dentro da Base, os locais ficam todos muito longe e tínhamos de ir a pé, com a condicionante do frio. Estava muito frio! A água também estava muito fria. São situações a que não estamos habituados. Dividiram a frota em dois grupos: o de pré-competição e o de competição. Fiquei no grupo de competição e os meus três colegas do Clube Naval da Horta ficaram no de pré-competição. A selecção foi feita pelo conIr_ao_mar

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hecimento que há do nosso desempenho no Campeonato Nacional. Como tal, treinei com o campeão e o vice-campeão nacionais. O treino deles é muito exigente. Se eles alcançam estes resultados é porque aquilo ali é mesmo a sério, não havendo espaço para distracções. Aprende-se muito nestas condições. O meu objectivo era comparar o meu andamento com a elite de Portugal. Uma das minhas lacunas são as largadas. Por isso, tenho de treinar muito. Neste Estágio, como a frota era grande e com um nível de exigência muito maior do que aquele a que estou habituado, tudo isso me ajudou a superar as falhas que eu tenho neste campo (largadas). Sinto que todos nós evoluímos muito! No entanto, considero que ainda estou atrás do grupo em que trabalhei, mas este Estágio permitiu-me ter a noção do que preciso de melhorar para integrar a frota de ouro. Portanto, agora tenho mesmo de levar isto a sério, pois basta uma pequena distracção para deitar muita coisa a perder. No Faial, distraio-me com os outros velejadores, mas consigo recuperar. No Estágio, se falhasse um bocadinho, ficava logo em último lugar, tendo em conta que se tratava de uma frota grande com um nível de exigência maior em competição. Tinha sempre como objectivo ver aquilo em que estava a errar para melhorar no dia seguinte. E nesse sentido, as filmagens que faziam dos treinos e que mostravam nos briefings foi uma grande ajuda. Mostravam-nos o que fazíamos de mal precisamente para corrigirmos. Comparei sempre erros e andamentos para perceber o que tinha de ser melhorado no sentido de obter uma boa classificação no Nacional, que terá lugar nas férias da Páscoa, na ilha do Faial. Este Estágio funcionou como uma preparação para esse evento tão importante, em que temos de jogar com o factor casa. Temos de aproveitar muito bem o privilégio de jogar em casa. Na Escola de Fuzileiros havia muitas regras a cumprir, incluindo hora certa para telefonarmos aos pais. Ali vive-se mesmo em regime e então com o frio, é duro. Gostava de ir passar lá umas férias, mas no Verão. No Faial treinamos com todos os ventos, dos 0 aos 30 nós, um factor que nos ajuda a estar preparados para outro tipo de situação. Lá, havia pouco vento, muita corrente, onda picada, o que fazia com que tivesse de levar o barco com a máxima velocidade. Habituar-me à corrente foi o meu maior desafio, mas consegui. As conversas que tive com os velejadores de outros Clubes ajudaram-me a ultrapassar esse factor. Têm de ir muito concentrados, o que os leva a ganhar. Eles treinam em condições difíceis, portanto, adaptam-se ao difícil! Eu até gostei de treinar no rio, porque deu para ver que é preciso muita atenção. Este Estágio permitiu-me ter essa disciplina, que me vai ajudar muito no futuro. Mar e rio são dois campos de regata completamente diferentes, mas que se ajustam um ao outro. Ao contrário do que se passa a nível nacional, em que os atletas treinam o físico fora da água, no Faial isso não acontece, porque estamos habituados a velejar com muito vento. Desde o fim de 2014 que achei por bem começar a trabalhar o físico fora da água e comecei a fazer um bocadinho de máquina. E agora já me sinto mais à vontade a trabalhar e melhorar a onda, o que pode fazer toda a diferença na competição. Eu e o Jorge Pires começámos a fazer treinos de resistência física. Como tal, vamos aquecer, dando uma corridinha na Marina. Estou sempre a puxar pelo grupo, porque assim motivamo-nos uns aos outros. O Duarte (Treinador) outro dia foi comigo fazer a Avenida. Eu ia a correr e ele, de bicicleta, ia-me dando instruções, sempre de cronómetro em punho. Melhorar a resistência é muito importante para aguentar a forma durante um Campeonato ou um Estágio, pois em vez de o velejador começar a ir-se abaixo logo nos primeiros dias, consegue manter-se até ao fim, o que é determinante para o resultado final. Melhorar os tais erros faz toda a diferença em competição. Esta iniciativa teve também um outro lado muito positivo, que tem a ver com as novas amizades que fiz. Foi nestes momentos de socialização que consegui algumas dicas fundamentais, como saber o horário das marés, o comportamento em rio, quantas horas treinam por dia e outras informações importantes para quem não é do meio. É verdade que alguns velejadores me disseram que treinam apenas um dia por semana, mas esse dia é totalmente passado no mar, onde é feito o almoço, o que pode representar mais horas de treino do que quem treina vários dias por semana, pouco tempo. O tempo é aproveitado ao máximo, não havendo espaço para falhas. Foi muito interessante poder ouvir as experiências de quem já participou em Campeonatos do Mundo e da Europa. Também se aprende nestes momentos”.

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Mariana Luís

Mariana Luís: “Se tiver uma nova oportunidade de participar numa iniciativa destas, sem dúvida que o vou fazer, pois consegue-se aprender novas técnicas e melhorar o que já sabemos”

“O Estágio correu muito bem e constituiu uma experiência nova para mim. Não considero que tenha sido muito puxado em termos físicos. No entanto, devo dizer que os rapazes fizeram mais esforço do que as raparigas, porque tiveram alguns exercícios diferentes. Mas na água, foi tudo em pé de igualdade. Estava à espera de que fosse mais complicado gerir os dias, tendo em conta que estávamos a ser treinados pelos militares. Mesmo sem termos o nosso Treinador (Duarte Araújo) por perto, fomos muito bem acolhidos pelo grupo, predominando o espírito de equipa não só no mar, mas nas camaratas e no trabalho físico de treino. Apoiámonos uns aos outros. No início foi um pouco difícil nos orientarmos porque não sabíamos bem como agir, mas com o apoio dos Treinadores Gonçalo Boto e Pedro Bolina conseguimos estabilizar rapidamente. Se tiver uma nova oportunidade de participar numa iniciativa destas, sem dúvida que o vou fazer, pois consegue-se aprender novas técnicas e melhorar o que já sabemos. Estou habituada a treinar em mar, onde temos onda e pouca maré. No rio, há mais maré, mas a água é mais chão. No entanto, entendo que é bom treinarmos em ambientes diferentes e que ter conhecimento de dois campos diferentes é importante para o Nacional e não só. Houve também espaço para fazer novas amizades, que são para manter. A amizade fica de lado na água, onde há competição, mas se for uma competição saudável, conseguimos lidar uns com os outros e manter as amizades. Valeu a pena passar uma parte das férias a trabalhar e aprender mais no sentido de evoluir. Foi muito positivo! Por causa do Estágio, passei o meu primeiro Natal fora do Faial, mas também em família.”

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Jorge Pires

Jorge Pires: “Este Estágio permitiu-me melhorar bastante, pois com um grupo grande há mais competição”

“O Estágio foi espectacular! Decorreu muito bem, mas por mim podia ter durado mais dias e sem dúvida que gostava de repetir a experiência. Embora tenha passado o Natal fora de casa, esta não foi a primeira vez que isso aconteceu e posso dizer que foi tudo bom. É verdade que foi puxado em termos físicos, pois era preciso acordar bastante cedo e trabalhar muito em terra e no mar. No primeiro dia acordámos às 6h30, no segundo às 7 horas da manhã e depois às 3h30! No rio há muita corrente, mas foi melhor para mim, porque mexe menos. Um dos aspectos que me fez mais diferença foi o facto de, no Faial andar sentado na antevara e lá estive de joelhos. O barco fica mais equilibrado e é fácil. Havia pouco vento, o máximo eram 10 nós. Fizemos regatas de treino mas também houve espaço para novas amizades. Conversávamos nas camaratas, onde se vivia regime militar. O recolher obrigatório era às 22h00 e às 22h30 os treinadores iam verificar se estávamos todos a dormir. Eu e o Tomás Pó ficámos nas camaratas com os velejadores do Clube do Barreiro. Como usámos material emprestado, no primeiro dia esperámos imenso tempo, porque não tínhamos carretas. Com esse problema resolvido no segundo dia, a situação começou a modificar-se. Este Estágio permitiu-me melhorar bastante, pois com um grupo grande há mais competição. Simultaneamente, também serviu de preparação para Campeonato de Portugal Juvenis - Optimist 2015, que se realizará na Horta, de 24 a 28 de Março próximo, onde teremos outras hipóteses de competir com os adversários do Continente português. É verdade que estamos um bocadinho abaixo do nível deles, mas isso é recuperável com treino. Neste contexto, devo dizer que no Clube Naval da Horta treinamos mais do que alguns clubes a nível nacional”.

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Rita Branco

Rita Branco: “Acordávamos muito cedo e tínhamos recolher obrigatório”

“O Estágio decorreu bem e não foi muito puxado a nível físico. Fizemos exercícios em terra e treinos no rio, onde é completamente diferente do mar. As técnicas são diferentes e tínhamos de estar mais atentos. Deu para aprender muita coisa! Foi uma experiência nova e muito boa. Já ouvi dizer que no Carnaval poderá haver outro Estágio. Se assim for, gostava de participar. Acordávamos muito cedo e tínhamos recolher obrigatório. O facto de não termos tido o nosso Treinador fez com que no início tenhamos ficado um bocado desorientados, mas logo depois encontrámos o rumo. Socializámos com todos e treinámos uns com os outros. Éramos cerca de 60 velejadores de vários clubes. Fomos muito bem tratados e fizemos novos amigos. Estou muito satisfeita por ter participado”. Mariana Luís, Jorge Pires, Rita Branco e Tomás Pó: espírito de equipa dentro e fora da água

Foto: Luís Fráguas Ir_ao_mar

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Monitor de Vela do Clube Naval da Horta propôs aos atletas que colaborassem no arranjo dos barcos O convite para participarem nos pequenos arranjos e manutenção dos Laser, 420 e Optimist partiu do Monitor de Vela do Clube Naval da Horta (CNH), José Miguel Barros, e foi muito bem aceite pelos velejadores que, desta forma, não só prepararam as embarcações para a próxima Prova do Campeonato Regional (PCR), que decorrerá em São Miguel, como aprenderam o funcionamento e a manutenção deste equipamento, que habitualmente usam. O Monitor da Escola de Vela do Clube Naval da Horta (CNH), José Miguel Barros, desafiou os atletas a tomarem parte nos trabalhos de arranjo e manutenção das embarcações que usam nos treinos e nas provas. O repto foi “muito bem aceite” pelos velejadores que, “muito motivados”, passaram dois fins-de-semana, nas férias de Natal, no passado mês de Dezembro, a trabalhar nos “seus” barcos, embora sejam propriedade do Clube Naval da Horta. “Depois de eu exemplificar, cada um foi capaz de arranjar o próprio barco. Primeiro, cada velejador lavou a embarcação que utiliza, depois limpou com acetona cada parte a ser arranjada, em seguida lixou, aplicou topcoat e, posteriormente, passou lixa de água e como último passo, poliu-a para dar brilho. Eles também arranjaram os cabos, os sacos de spi, viram as velas, remendaram os spis e limparam os barcos assim como as capas (forras) destes”, explica José Miguel Barros. Os remendos que estavam mal postos (com fita-cola não apropriada) foram retirados e colocados novamente com fita própria para cada vela, mas de forma correcta, tendo sido colocados novos onde havia necessidade. Paralelamente aos trabalhos executados nas embarcações, também foram arrumadas as prateleiras, no armazém. “Aproveitámos os dias de mau tempo, em que não era possível treinar, e ficámos em terra a tratar dos arranjos dos Laser (3), dos 420 (2) e dos Optimist (2)”, recorda o Monitor de Vela do CNH, sublinhando que “houve um grande empenho neste trabalho por parte dos velejadores uma vez que os barcos ficaram, assim, preparados para a próxima Prova do Campeonato Regional (PCR), que se realiza nos dias 07 e 08 de Fevereiro, em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel. Participaram nos referidos arranjos 9 velejadores que, a pedido do Monitor, lavaram o barco e a capa de uma

José Miguel Barros (o terceiro, sentado, da esquerda para a direita) e os “seus” velejadores, que estiveram envolvidos nos trabalhos de arranjo dos barcos da Escola de Vela do CNH

Fotografia de: Duarte Araújo

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colega que se encontrava ausente. José Miguel Barros salienta, ainda a propósito desta iniciativa inédita, que os atletas se sentiram “motivados por saberem que um barco avariado tem menos andamento. Logo, demonstraram muita vontade em fazer este tipo de trabalho, ao qual não estão habituados, tendo em conta que o Clube Naval da Horta dispõe de um funcionário especializado que trata da manutenção dos barcos”. Além de terem ficado a perceber como se constrói um barco e os cuidados a ter no seu arranjo e manutenção, esta actividade também permitiu aos velejadores do CNH uma aprendizagem pedagógica e cívica, na medida em que é fundamental estarem sensibilizados para a necessidade de preservarem este material que, hoje sendo seu, amanhã terá de servir para outros. “Apesar de o equipamento que usam diariamente pertencer ao Clube, a verdade é que todos devem estimá-lo como se fosse seu por direito, uma vez que sem ele não é possível realizar este desporto, ainda mais em competição”, salienta este Monitor. Como já foi por diversas vezes noticiado, os programas de apoio a aquisição de embarcações para a prática da Vela encontram-se fechados desde há alguns anos, pelo que a necessidade de preservação assume-se cada vez mais uma realidade premente, com responsabilidades partilhadas. A somar a tudo isto, encontra-se o facto de os atletas se terem ajudado uns aos outros, partilhando informações e saberes, o que revela espírito de equipa e camaradagem. José Miguel Barros afirma-se “muito satisfeito” pelos resultados alcançados, sendo certo que a iniciativa é para repetir. A satisfação é corroborada pelo Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta, José Decq Mota, que disse a propósito: “As embarcações da forma como estão, pintadas e arranjadas, parecem novas!”. E remata” O José Miguel Barros foi muito cuidadoso, montando uma mini-oficina, com todas as ferramentas necessárias para que os atletas pudessem fazer os arranjos. E explicou-lhes tudo muito detalhadamente. Gostei muito de ver! Foi uma excelente iniciativa. Parabéns a todos!”.

REGATA DOS REIS DE VELA LIGEIRA DO CNH

Estou satisfeito porque os velejadores puseram em prática o que têm aprendido Treinador Duarte Araújo

Fotografias de: José Macedo

O vento fresco que se fazia sentir na baía da Horta, na manhã deste sábado, dia 24, fez com que se tenham realizado 2 das 3 regatas previstas no âmbito da Prova dos Reis – Regata de Vela Ligeira do Clube Naval da Horta (CNH). O Treinador de Vela Ligeira do CNH, Duarte Araújo, afirma-se “satisfeito com o desempenho dos velejadores”. E realça: “Mostraram-se empenhados em pôr em prática o que têm aprendido, o que deixa sempre os treinadores satisfeitos”. Uma vez que as condições climatéricas estavam “no limite em termos de segurança para a Classe Access”, o Treinador João Duarte optou por confraternizar com os seus velejadores enquanto decorreu a prova. José Gonçalves, Bruno Rosa e Ricardo Lacerda integraram a Comissão de Regata. Refira-se que este foi, por assim dizer, o baptismo do Vogal da nova Direcção do CNH, Ricardo Lacerda, no apoio à Vela Ligeira, que é precisamente uma das suas funções neste novo elenco. E no dizer do próprio, “tudo decorreu muito bem”, com integração perfeita no cargo. Após a prova, teve lugar um convívio entre atletas, convidados, dirigentes, treinadores e monitor, em que o Ir_ao_mar

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Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta, José Decq Mota, explicou que este encontro teria 3 momentos distintos. O primeiro destinou-se a anunciar os resultados da Regata dos Reis, e aqui este Dirigente adiantou uma novidade para esta época: a partir de agora, todas as Provas Locais, como foi o caso desta, constituem uma espécie de Campeonato de Ilha. Como tal, a Entrega de Prémios será feita de forma conjunta quando o calendário chegar ao fim. Assim sendo, foram divulgados e aplaudidos os vencedores da Regata deste sábado, ficando os prémios para mais tarde. O segundo momento do convívio ficou marcado pela Entrega de Prémios aos vencedores da Regata do Natal, realizada em Dezembro último. O terceiro e último momento teve como alvo o autor do Horta-Madalena-Horta – Sprint, Libério Santos, velejador da Classe Access 2.3 (Vela para pessoas com mobilidade reduzida), que recebeu o prémio pela proeza realizada a 17 de Dezembro de 2014. Recorde-se que Libério Santos, o primeiro velejador da Classe Access a alcançar este recorde a nível Açores, gastou 2 horas, 34 minutos e 21 segundos. Esta actividade inseriu-se no Projecto “Faial Sem Limites – Vela para Todos”, uma parceria existente entre o

Momento da Entrega de Prémios da Regata de Natal – Vela Ligeira

Clube Naval da Horta e a Associação de Pais e Amigos de Deficientes da Ilha do Faial (APADIF). José Decq Mota elogiou o esforço do atleta paraplégico, frisando que este evento se deveu “à compreensão e autorização da Autoridade Marítima”, representada pela Capitania do Porto da Horta. Nesse contexto, o Presidente da Direcção do CNH fez questão de convidar o Capitão do Porto da Horta, Comandante Diogo Vieira Branco, para entregar o prémio a Libério Santos. Ainda a propósito, o mais alto responsável pelo CNH sublinhou que “o Sprint foi organizado meticulosamente e com grande entusiasmo”. E isso revê-se no simbolismo do próprio prémio que tem registado o percurso real tirado com o GPS da embarcação do júri.

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Comandante Diogo Vieira Branco entrega o prémio ao velejador do CNH Libério Santos

Os Prémios da Regata de Natal e do Horta-Madalena-Horta – Sprint

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Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, cumprimenta o recordista do Sprint

Libério Santos, orgulhoso do feito alcançado, o que significa “ter ultrapassado mais um desafio”, reitera a sua vontade em repetir a façanha e melhorar a sua própria marca: 2 horas, 34 minutos e 21 segundos. “Correu bem e devo confessar que nunca julguei que fosse tão fácil”, refere o vencedor, que não tem dúvidas em afirmar que “se o tempo estivesse melhor teria feito o Sprint em muito menos tempo”. Recorde-se que na viagem Madalena-Horta as condições estavam no limite, tendo sido necessário parar para retirar a água que ia entrando no barco. Mesmo assim, e apesar de ter chegado ao Faial completamente encharcado, o velejador não sofreu nenhuma constipação e só pensa na próxima aventura, desafiando os colegas para também se fazerem ao mar, realizando um Sprint.

Para mais tarde recordar: Ricardo Lacerda, Olga Marques, José Decq Mota, todos da Direcção do CNH; Diogo Vieira Branco, Capitão do Porto da Horta; José Fialho, Presidente da APADIF; João Duarte, Treinador Classe Access CNH e Vice-Presidente da APADIF; Luís Moniz, apoio à Vela Ligeira; Nilzo Fialho, Técnico da APADIF; Carlos Moniz, apoio à Vela Ligeira; Duarte Araújo, Treinador de Vela Ligeira do CNH, e Libério Santos, velejador que realizou o Horta-Madalena-Horta Sprint 31

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CLASSIFICAÇÃO DA REGATA DOS REIS REALIZADA A 24-01-15 OPTIMIST:

LASER: 1º 2º 3º 4º 5º

1º 2º 3º 4º 5º 5º 5º

Pedro Costa Jorge Medeiros Bartolomeu Ribeiro Vasco Escobar André Costa

OPTIMIST ESCOLINHAS: 1º 2º 3º

Mariana Luís Tomás Pó Rita Branco Jorge Pires Aurora Nunes Pedro Moniz Ricardo Henriques

420:

Ana Luísa Silva Leonor Pó Sofia Duarte

Ricardo Silveira Tiago Serpa

CLASSIFICAÇÃO DA REGATA DE NATAL REALIZADA A 20-12-14 ACCESS 2.3: 1º 2º 3º

OPTIMIST: 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º

Rui Dowling Libério Santos Jorge Costa

ACCESS 303: 1º

Márcio Sousa Nuno Brum

420:

LASER 4.7: 1º 2º 3º

Pedro Costa Jorge Medeiros André Costa

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Ricardo Silveira Tiago Serpa

LASER STANDARD: 1º

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Tomás Oliveira Bernardo Melo Lucas Silva Ricardo Henriques Aurora Nunes Leonor Pó Ana Luísa Silva

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PESCA DESPORTIVA COSTEIRA DO CNH CAMPEONATO 2015: 1ª Prova teve como vencedores José Silva, Moisés Sousa e Carlos Medeiros Tal como tinha sido divulgado, realizou-se na manhã deste domingo, dia 25, na costa do Varadouro, a 1ª Prova de Pesca Desportiva Costeira – Campeonato 2015, do Clube Naval da Horta (CNH). De acordo com o Director da Secção de Pesca Desportiva do CNH, Teles Neves, participaram 8 pescadores, tendo a prova “decorrido bem, com tempo razoável e mar um bocadinho picado”. A prova decorreu entre as 08h00 e as 12h00, tendo a pesagem decorrido logo a seguir, nas instalações do CNH, momento que regista sempre a presença de alguns curiosos, apreciadores da pesca. Moisés Sousa capturou o maior exemplar: um sargo, com 1,060 kg.

CLASSIFICAÇÃO: 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

José Silva Moisés Sousa Carlos Medeiros José Armando Silva Horácio Cardoso António Silva José Escobar Teles Neves

TORNEIO DOS CAPELINHOS E FESTIVAL DAS TÉCNICAS DE NATAÇÃO DO CNH Treinador Hélder Gandarez sublinha: “Quem se aplica nos treinos consegue tirar frutos do seu empenho e dedicação”

Realizaram-se este sábado, dia 24, na Piscina da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), na cidade da Horta, o Torneio dos Capelinhos e o Festival das Técnicas de Natação, actividades do calendário da Associação de Natação da Região Açores (ANARA), organizadas pela Secção de Natação do Clube Naval da Horta (CNH). Aqui fica o balanço feito pelo Treinador do CNH, Hélder Gandarez: “As Provas decorreram conforme o planeado, ou seja, conseguimos atingir os objectivos que tínhamos em mente, isto porque foram alcançados alguns dos tempos mínimos em determinadas provas. Estou muito satisfeito com os resultados alcançados, pois conseguimos melhorar quase todos os tempos nas provas que os atletas disputaram. Isto só demonstra que quem se aplica nos treinos acaba por tirar “frutos” do seu empenho e dedicação. Devo realçar que houve melhorias, mas tanto eu como os atletas queremos mais, e eles já estão avisados de que há mais trabalho árduo pela frente. Naturalmente que me sinto satisfeito enquanto Trinador, mas a ambição não para aqui, temos de continuar. Podemos dizer que o segredo é trabalhar e trabalhar, pois estamos num processo que ainda vai no início; a formação e a especialização para a competição destes atletas está a começar. Só o empenho, a dedicação e a motivação para o treino é que poderão levar estes atletas do Clube Naval da Horta a bom porto. 33

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De salientar que o CNH tem vindo a melhorar as condições do treino. Os atletas passaram a usufruir de mais um treino semanal, num ginásio da cidade. Como tal, estes resultados também pertencem à Direcção do Clube Naval da Horta e associados”.

Os nadadores do Clube Naval da Horta estão a evoluir

Hélder Gandarez com os atletas num momento de descontracção

O futuro da modalidade no Faial passa por estes atletas

Fotografias de: Hélder Gandarez Ir_ao_mar

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Diogo Vieira

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Nadador do Clube Naval da Horta “É preciso aumentar o nível de dificuldade para evoluirmos”

Fotografias de: Cristina Silveira

Praticante de Natação no Clube Naval da Horta (CNH) desde os 6 anos de idade, Diogo Vieira defende que “é preciso não só treinar mais como fazer exercícios mais longos e duros, aumentando o nível de dificuldade, pois só assim se evolui”. A opinião de quem leva a modalidade a sério, tendo como ambição ir aos Regionais, ganhar medalhas, ter um bom desempenho e orgulhar o Clube que representa e os pais que sempre o apoiaram.

Diogo Vieira: “A exigência é algo de positivo porque nos incentiva a atingirmos os nossos objectivos, aprendendo e evoluindo sempre mais”

Diogo Luís Silveira Vieira é nadador do Clube Naval da Horta (CNH) desde os 6 anos de idade. Actualmente com 13, no Escalão Infantil, explica que começou nesta modalidade porque os pais gostavam que ele aprendesse a nadar melhor. O gosto pelo desporto foi aumentando e hoje ele pertence à Competição, turma onde se encontra há 2 anos. Roque Soares, David Castro, Fábio Fernandes, Lúcio Rodrigues e Hélder Gandarez constituem os Treinadores desde o início até agora. Demonstrando um gosto igual por todos, sublinha Lúcio Rodrigues como sendo “o mais exigente”. E afirma, a propósito: “A exigência é algo de positivo porque nos incentiva a atingirmos os nossos objectivos, aprendendo e evoluindo sempre mais”. Há treinos todos os dias, de segunda a sexta, durante 90 minutos diários, aos quais Diogo só falta quando os 35

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deveres escolares do 8º ano assim o ditam. No entanto, adianta que ao sábado vai ao ginásio onde faz passadeira, bicicleta, passando também pelas máquinas de braços e pernas. “Isto é importante porque me ajuda a preparar para as provas e a manter uma boa forma física”, explica. Nas vésperas das provas, os treinos incidem sobre velocidade, sprint e os exercícios adequados às provas em que irão competir. Nos treinos, trabalham-se as técnicas, sendo colocadas dúvidas ao treinador e acatados os seus conselhos e sugestões. Questionado sobre as suas ambições como nadador, este jovem atleta responde que “gostava de conseguir

Diogo Vieira: “A exigência é algo de positivo porque nos incentiva a atingirmos os nossos objectivos, aprendendo e evoluindo sempre mais”

atingir os mínimos para ir aos Regionais, ganhar uma medalha e fazer boa figura” tanto a nível pessoal como em termos do Clube que representa. E prossegue: “Gosto de competir contra os nadadores de outras ilhas que estejam ao meu nível ou num superior, porque isso me ajuda a melhorar os meus tempos”. Para ele, as deslocações fora da ilha além de constituírem um passeio também proporcionam momentos de convívio e de conhecimento de novas realidades. Ir_ao_mar

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Na sua opinião “há um bom grupo de nadadores”, mas admite que “seria bom haver mais”, considerando que são poucos. Quanto ao CNH, classifica-o como sendo “um bom clube”, afirmando que “há provas em número suficiente”. E quando a pergunta é: o que é que está a faltar?, este atleta não hesita em responder “mais exigência”, salientando: “É preciso não só treinar mais como fazer exercícios mais longos e duros, aumentando o nível de dificuldade o que nos deixa mais preparados para enfrentar os Regionais”. A concentração é outro aspecto que Diogo considera muito importante neste desporto quando se pretende conseguir bons resultados, o que deixa “os pais orgulhosos”. O apoio dos pais e encarregados de educação é uma vertente evidenciada por este atleta, que, tal como os colegas, gosta que estejam presentes nas provas, puxando por eles. “Quando estamos a nadar nem sequer os vemos, mas sabemos que estão lá a torcer por nós e isso é muito importante”, frisa. E porque a competição é saudável, este atleta afirma que todos se apoiam e puxam uns pelos outros. “Quando acabo uma prova e vejo que há um nadador num ritmo mais lento, tento sempre apoiá-lo para que acabe no menor tempo possível”, confessa Diogo Vieira, que quer ser “um bom nadador”, mas não seguir uma carreira profissional na modalidade, apesar de ainda não saber o que quer ser quando for grande. Livres é o estilo em que todos são melhores, mas no trio: Mariposa, Costas e Bruços, este nadador destaca-se no estilo Bruços.

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Janeiro 2015


TEXTOS: CRISTINA SILVEIRA MONTAGEM: ARTUR SIMÕES ARTUR SIMÕES © 2014


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