Ir_ao_mar nº6 - Setembro 2014

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Número

Mensal

06

Newsletter do Clube Naval da Horta

SETEMBRO

Ir_ao_mar

2014

neste número 67º aniversário do CNH Camp. Mundo Classes Olímpicas

Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas

Camp. Infantis e Iniciados Lorient Horta Solo

Rui Silveira satisfeito com resultado alcançado no Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas, em Santander:

“Consegui

os

meus

objectivos que eram ficar no Grupo de Ouro e apurar Portugal para os Jogos Olímpicos de 2016” praeseptatum.

EDP – X Campeonato Nacional de Infantis e Iniciados “Resultado final dos velejadores do CNH é aceitável, mas ficou por mostrar um pouco mais das suas capacidades”, afirma o Treinador Duarte Araújo.

Regata Lorient Horta Solo A ilha do Faial recebeu este mês uma nova Regata Internacional de Vela de Competição: a Lorient Horta Solo. Nesta 1ª edição participam 20 veleiros da Classe FigaroBénéteau, prova que integra o calendário do Campeonato de Elite de Voile au Large da Federação Francesa de Vela.

Clube Naval da Horta: estabilidade e crescimento desde os anos 80 – uma instituição fundamental para a Ilha do Faial Parabéns ao CNH, que comemora 67 anos de Vida, mas poderiam ser mais de 100

A 26 de Setembro de 2014, o Clube Naval da Horta assinala o seu 67º Aniversário, tendo sido oficialmente criado a 26 de Setembro de 1947. Como natural sucessor do papel que a Junta Local da Liga Naval Portuguesa vinha desempenhando no Faial desde 1903, este Clube deveria apagar mais de 100 velas. Mas, mais importante do que repor essa data, será dizer que se trata de uma instituição fundamental para o Faial, que tem divulgado esta Ilha por todo o mundo, que organiza e atrai diversas regatas internacionais para a Horta, que tem a seu cargo a formação náutica na ilha, que organiza o maior Festival Náutico de Portugal, que em 2011 ganhou o Prémio de Excelência Desportiva e que, desde os anos 80 tem a sua actividade consolidada, mas sempre numa linha de crescimento. Naturalmente que se já pudesse usufruir das novas instalações – que tardam em sair do papel – mais resultados poderia apresentar. Por outro lado, a sua missão fica

ainda mais valorizada se tivermos em conta que, mesmo numa sede exígua e desadequada às necessidades, o trabalho tem vindo a ser intensificado e elogiado, sobressaindo a sua dinâmica e capacidade organizativa.

“Clube Naval da Horta: 67 anos de vitórias e divulgação do Faial e da Região no mundo”


Clube Naval da Horta: estabilidade e crescimento desde os anos 80 – uma instituição fundamental para a Ilha do Faial

67º Aniversário do CNH A 26 de Setembro de 2014, o Clube Naval da Horta assinala o seu 67º Aniversário, tendo sido oficialmente criado a 26 de Setembro de 1947. Como natural sucessor

Clube Naval da Horta: 67 anos de vitórias e divulgação do Faial e da Região no mundo

do papel que a Junta Local da Liga Naval Portuguesa vinha

desempenhando

no

Faial desde 1903, este Clube deveria apagar mais de 100 velas. Mas, mais importante do que repor essa data, será dizer que se trata de uma instituição fundamental para o Faial, que tem divulgado esta Ilha por todo o mundo, que organiza e atrai diversas regatas internacionais para a Horta, que tem a seu cargo a formação náutica na ilha, que organiza o maior Festival Náutico de Portugal, que em 2011 ganhou o Prémio de Excelência Desportiva e que, desde os anos 80 tem a sua actividade consolidada, mas sempre numa linha de crescimento. Naturalmente que se já pudesse usufruir das novas instalações – que tardam em sair do papel – mais resultados poderia apresentar. Por outro lado, a sua

Em dia aniversário é dada a conhecer a história do Clube Naval da Horta (CNH), o que inclui a sua origem, criação, sedes, actividade e presidentes. Esta viagem ao passado contou com a colaboração do actual Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, que se encontra em fim de mandato e que está ligado ao Clube desde a adolescência. O Clube Naval da Horta, na sua formação actual, foi constituído a 26 de Setembro de 1947. “Contudo, durante toda a primeira metade do século XX havia desportos náuticos no Faial, com alguma intensidade, desenvolvidos por bastantes nacionais e também por estrangeiros que viviam cá, nomeadamente pessoas que trabalhavam nas Companhias de Cabos Submarinos, instaladas na cidade da Horta”, explica José Decq Mota.

missão fica ainda mais valorizada se tivermos em conta que,

mesmo

numa

sede

exígua e desadequada às necessidades, o trabalho tem vindo a ser intensificado e elogiado, sobressaindo a sua dinâmica e capacidade organizativa.

No tempo do reinado de D. Maria II, na Monarquia Constitucional, foi criada uma instituição chamada Liga Naval Portuguesa (LNP). “Sendo algo de natureza oficiosa, contava com sócios e, tal como se usava nessa época, era protegida pelo poder, neste caso pelo poder soberano”.

Na sua estrutura, a Liga tinha uma Junta Central, Juntas Distritais e Locais. Em 1903 foi criada na Horta a Junta Local da Liga Naval Portuguesa, cujo Presidente foi, durante vários anos, o escritor, publicista, professor e político, Florêncio Terra.

Para além de serem estruturas que organizavam desportos locais, também detinham património e agora afigurava-se necessário dar um destino a esse património. “No caso concreto da ilha do Faial – refere José Decq Mota – foi pensado criar um Clube que ficasse com esse espólio. O património da Liga Naval Portuguesa no Faial tinha im-

Parabéns ao CNH, que comemora 67 anos de Vida, mas poderiam ser mais de 100 Este dirigente refere que “a Liga era um órgão que, em conjunto com outros clubes, como por exemplo o Fayal Sport, a partir da sua fundação, organizava festivais náuticos, provas e enquadrava o que existia; e o que existia era muito à volta de embarcações tradicionais de boca aberta que andavam à Vela”. E acrescenta: “A decisão do Estado Novo em extinguir a Liga num plano geral, levantou alguns problemas, porque certas Juntas Distritais e Locais detinham património”.

portância, porque incluía uma embarcação cabinada, de vela, construída em Santo Amaro do Pico, em 1938, conheci-

da como a Chalupa da Liga, de nome “Ilha Azul”, e que era a peça principal; havia também outras pequenas embarcações e meios e ainda uma biblioteca não muito grande”. Uma vez que o “Ilha Azul” tinha sido construído para a prática de desportos náuticos, a lógica era que continuasse a sua missão. Por esta ordem de ideias e algumas vontades, nasce o Clube Naval da Horta, oficialmente criado a 26 de Setembro de 1947, a quem é entre-


gue o espólio acima referido. “No entanto, nem todos comungavam desta decisão, pois segundo me contaram alguns mais antigos, que já não se encontram entre nós, nessa altura nem todos os desportistas náuticos faialenses activos concordaram com esta solução, a qual teve algo de oficioso. A Comissão Instaladora foi presidida pelo Capitão do Porto, o Comandante Melo de Carvalho, e a maioria dos desportistas activos aderiu a esta solução”, sublinha o actual Presidente da Direcção do CNH. E o Clube Naval da Horta começa a funcionar, primeiramente seguindo o papel que era desempenhado pela Liga Naval em anos anteriores. “Em 1947 e anos seguintes, a actividade não era muito intensa, porque em 1941/1942 tinha havido um ciclone e muitas embarcações de recreio tinham-se perdido e, também, porque a economia vivia ainda muito subjugada às condicionantes da Guerra”, recorda José Decq Mota. Em Dezembro de 1947, uma parte das instalações do Castelo de Santa Cruz – não havia ainda a Estalagem – foi cedida ao CNH. Este dirigente recorda-se de o Castelo ter um piquete militar porque tinha uma bateria de salvas. Os armazéns da zona Norte e um escritório que havia em cima foram cedidos ao Clube, e durante toda a década de 50, até ao início da construção da Estalagem de Santa Cruz, na década seguinte, o CNH esteve ali sedeado. Dispunha de armazéns para os seus equipamentos, de uma secretaria, uma sala de reuniões e um espaço, que era a parada do Castelo, que no

Verão funcionava como esplanada de cinema, sendo concessionada a quem projectava filmes no Faial, e havia algumas empresas locais nesse ramo. Essa actividade cinematográfica rendia uma receita regular ao Clube, o qual entra numa crise “prolongada e séria” quando o Estado lhe retira o Castelo de Santa Cruz sem ter encontrado verdadeiras alternativas. “Lembro-me de que nos anos 60 foi cedida ao CNH uma barraca, que tinha sido posto da Guarda Fiscal, e um outro barracão de madeira, onde funcionou a sua sede, mas em situações muito precárias, sem vida associativa propriamente dita. A actividade era apenas dos que tinham embarcações e andavam à Vela e os snipes que o Clube tinha, o que era sinónimo de uma vida reduzida”, sublinha José Decq Mota. Nessa altura foi recuperado, porque entretanto se tinha degradado, o “Ilha Azul”.

José Decq Mota é o actual Presidente da Direcção do CNH, uma casa que conhece bem Fotografias de: Cristina Silveira

Nos anos 70, quando foram cedidas ao Clube as instalações onde hoje funciona o Centro de Formação de Desportistas Náuticos, e que era o Quartel dos Remadores da Alfândega, o pulsar desta instituição melhorou substancialmente. Esta cedência primeiro foi feita a título precário e depois a título mais definitivo. Para esta melhoria também contribuiu o facto de algumas pessoas terem adquirido barcos e de o Clube possuir algum equipamento próprio. No tempo do Estado Novo, a formação nos desportos náuticos estava completamente controlada pelo Governo, tendo sido entregue à Mocidade Portuguesa, detentora dos Centros de Vela. Após o 25 de Abril, essa instituição e respectivo património foi entregue à Direcção Geral dos Desportos, e com a consagração da Autonomia nos Açores passou a ser responsabilidade da Direcção Regional dos Desportos. O Governo Regional cedo decidiu transferir essa formação e respectivo património para os Clubes, mas a execução dessa deliberação só aconteceu nos fins dos anos 80. O primeiro Clube a receber a formação nos Açores foi o de Ponta Delgada, em 1987/1988, e logo a seguir o da Horta. Actualmente, toda a formação a nível regional e nacional é feita pelos clubes, “o que lhes conferiu outra estrutura e dimensão”. As actuais instalações aparecem no fim dos anos 80, início dos 90. “A partir de meados dos anos 80 pode dizer-se que o Clube Naval da Horta vai

Presidentes CNH desde 1947 1947/49 – Cmdt. Manuel Melo Carvalho 1949/50 – Sr. José Augusto Carreiro 1950/52 – Eng.º Manuel Ribeiro da Silva 1952/53 – Dr. José Estevão da Silva Azevedo 1953/55 – Sr. Eduíno Labescat da Silva 1955/58 – Eng.º Manuel Ribeiro da Silva 1958/60 – Eng.º José da Silva Duarte 1960/61 – Dr. Manuel Alexandre Madruga 1961/63 – Dr. José Pereira de Freitas 1963/65 – Dr. Ângelo Leal da Costa 1965/67 – Sr. Eurico Garcia de Castro e Silva 1967/69 – Eng.º Olavo Cardoso Peixoto de Simas 1969/73 – Dr. António Francisco Lopes da Silva 1973/76 – Sr. Luís Fernando Gonçalves da Rosa 1976/78 – Eng.º Mário Belchior Ávila Gomes 1978/80 – Sr. Luís Fernando Gonçalves da Rosa 1980/82 – Sr. Vítor José de Freitas Azevedo 1982/84 – Sr. João Resendes Neves Corvelo 1984/89 – Dr. Luís Carlos Bicudo Decq Mota 1989/90 – Sr. Renato Soares de Lacerda Azevedo 1990/92 – Sr. Aurélio de Freitas Melo 1992/96 – Dr. Manuel Fernando Ramos Vargas 1996/01 – Sr. José Eduardo Bicudo Decq Mota 2001/03 – Sr. Carlos Manuel Castro Goulart 2003/05 – Sr. Genuíno Alexandre Goulart Madruga 2005/07 – Sr. João Pedro Terra Garcia 2008/10 – Eng.º Hugo Miguel Ferreira Teixeira Pacheco 2010/12 – Dr. Fernando Manuel Machado Menezes 2012/actualidade – Sr. José Eduardo Bicudo Decq Mota


numa linha de estabilidade, mas com crescimento, e esse crescimento é medível através de indicadores como o aumento do número de sócios, da receita, de funcionários, etc”, realça o actual Presidente. Refira-se que nos anos 80, o CNH tinha um único funcionário: o encarregado de armazém. A partir de 1992/1993 passa a ter um funcionário administrativo e um encarregado de armazém, o que se manteve durante bastantes anos, e hoje tem vários, como se sabe.

gal uma instituição eminentemente patriótica, cujo ideário era promover as actividades marítimas em todas as suas vertentes e chamar a atenção da Nação Portuguesa para o facto de o poder marítimo conseguir influenciar as nações e proclamar que no mar está o futuro de todas as pátrias: a Liga Naval Portuguesa (LNP). Não é descabido, numa altura em que as actividades relacionadas com o mar foram quase proscritas em Portugal, relembrar o que um grupo de portugueses se propuseram realizar a bem do País e da Marinha, embora por um período de tempo muito curto, já que a mudança de governo e de pensar político pôs fim aos seus intentos.

O Clube Naval da Horta diferencia-se pela sua estabilidade, mas com uma notória linha de crescimento. Para este dirigente, “transformou-se numa instituição que é, no plano desportivo, social e cultural, de fundamental importância para esta Terra e para O movimento das ligas navais no mundo este Porto”. tinha como base a obra do Capitão Mahan, “The influence of sea power upon hisJosé Decq Mota frisa que “as ligações ao tory” (“A Influência do Poder Naval na Históiatismo internacional são muito aprofundaria”), que foi traduzida para diversas línguas. das e consolidadas nos anos 70, quando passavam pelo Faial muito menos barcos do Nos Açores, a primeira Junta Local da Liga que hoje, mas com a particularidade de já Naval foi criada em Ponta Delgada e depois passarem muitos estrangeiros e o Clube na Horta. Com a extinção da LNP, o Clube Naval da Horta era, em paralelo ao Peter, Naval da Horta aparece e passa a desempeum pouco o embaixador deles na ilha”. nhar a papel da Liga, tendo mesmo recebido o espólio desta. Assim sendo, é defensável Nos anos 80 assiste-se a um outro fenómeque esta instituição estivesse agora a assinano: “os faialenses, e outras pessoas cá resilar mais de um século de vida, como regista dentes, começaram a adquirir, em segunda o congénere de Ponta Delgada. mão e em mercado de ocasião, barcos de cruzeiro, o que foi gerando convívio entre O extinto jornal “O Telégrafo” publicou, os de cá e os estrangeiros”. Na base desse desde Julho a Dezembro de 1903, diversa estreitar de laços com os “aventureiros” informação relacionada com a Liga Naval esteve a formação da Semana do Mar, des- Portuguesa e a sua implantação na cidade de há vários anos o maior Festival Náutico da Horta, incluindo os Estatutos, que foram do país. sendo divulgados, gradualmente, ao longo destes meses. O Clube Naval da Horta foi declarado pessoa colectiva de Utilidade Pública, por resolução nº 151/89, publicado no Jornal Oficial da A Liga Naval e a Monarquia Região Autónoma dos Açores, I Série Nº 49, No princípio do século passado havia várias a 5 de Dezembro de 1989. ligas navais no mundo e o número de sócios Entidade de Utilidade Pública (EUP), é uma das mais importantes eram os seguintes: organização (associação ou fundação) orientada para fins de interesse geral e que pres- Alemanha: 1. 018. 500 ta serviços, de maneira desinteressada, à Brasil: 40. 000 sociedade. Inglaterra: 30. 000 COMO TUDO COMEÇOU Espanha: 16. 000 CNH: o sucessor da Junta Local da Liga NaPortugal: 6. 500 val Portuguesa Rússia: 3. 000 No princípio do século XX existiu em PortuBélgica: 1. 000

Se compararmos a população absoluta daqueles países, à época, com a de Portugal, verificamos que só a Liga Naval Alemã suplantava Portugal. Pelos vistos, os portugueses do princípio do século XX, talvez seguindo o exemplo dos monarcas da época, que eram grandes entusiastas e praticantes dos misteres do mar, interessavam-se pelas coisas do mar, a avaliar pelo número de sócios da Liga Naval Portuguesa. Embora formada no começo do século XX, a LNP só viu os seus estatutos aprovados como uma Instituição de Utilidade Pública pelos decretos de 31/01/1906 e 17/03/1914. A sua sede funcionava no número 29 do Largo do Calhariz, no Palácio Palmela, e era constituída por 10 conselhos regionais, 62 juntas locais e 525 comissões defensoras da pesca fluvial. Era uma instituição poderosíssima, com uma máquina de propaganda bem orquestrada, que se estendia a todo o território português, desde Portugal a Timor, veiculada pelos altos funcionários e todos os portugueses que cumpriam comissões de serviço nos então territórios portugueses. A Monarquia protegia a Liga, fazendo dela uma instituição do império e concedendo-lhe um subsídio anual de 5 contos de réis, que lhe foi retirado pelo Governo da 1ª República. Não é de admirar, porque as repúblicas nunca fizeram muito pelas actividades marítimas, com excepção da 2ª. República, com o Despacho do Ministério da Marinha, de 10/08/1945, conhecido pelo Despacho nº 100.

O financiamento da LNP A Liga Naval Portuguesa sobrevivia com um subsídio, atribuído pela Monarquia, de 5 contos de réis, a que se somavam as quotas dos seus sócios, sendo que cada sócio contribuinte pagava 500 réis mensalmente. Este rendimento dava para custear: - Despesas de criação e conservação do 1º Museu Nacional de Marinha (que funcionou provisoriamente na sede da Liga, embora tivesse em vista a sua instalação em edifício próprio), onde se conservavam, entre outras coisas, as colecções oceanográficas do Senhor D. Carlos de Bragança, rei artista, oce-


anógrafo e grande protector das actividades marítimas. Na carta de lei de 9 de Setembro de 1908 destinaram-se verbas para o início da construção e manutenção de um edifício próprio para o Museu Nacional de Marinha, que foram confirmadas por decreto de 16 de Dezembro de 1909, mas as verbas que foram depositadas na Caixa Geral de Depósitos (CGD) para aquele efeito, nunca foram entregues à Liga.

Na senda do Movimento Sea Power

xe para repovoamento dos rios do Norte do país. O povo foi educado, com a colaboração A Liga Naval Portuguesa tinha em vista a dos municípios, a respeitar as épocas de derealização de uma série de conferências su- feso e a riqueza piscícola dos rios. bordinadas ao estudo dos grandes proble- Foram criadas 525 comissões defensoras do mas nacionais, estudo da questão social rela- meio aquático e estabelecido um corpo de cionado com os trabalhadores do mar. 1.700 guarda-rios, para controlo dos vânda-

Em 1903, a Liga Naval realizou o 1º Congresso Marítimo Nacional, que foi um sucesso, tendo germinado um plano de acção “para - Despesas da Escola de Pilotagem e Arma- seguimento da evolução futura do progresso mentos Marítimos de Lisboa que, na primei- marítimo nacional”. ra década do século XX, abriu os seus cursos Após o congresso, uma das primeiras acções com 80 alunos, de onde saíram muitos Oficifoi na área da pesca do bacalhau: acabar ais para a Marinha Mercante Portuguesa. com o monopólio que só permitia a 12 navi- Subsídio anual concedido à Société des os portugueses pescarem nos bancos da Oeuvres de Mer, como sócia fundadora, para Terra Nova. Foi levantado um inquérito soprestar serviços de apoio aos nossos pesca- bre as condições em que aquela pesca se dores dos bancos da Terra Nova, através do estava a processar e em 1913 já pescavam seu navio hospital. nos bancos da Terra Nova 44 navios, que - Subsídio, por indicação do Comité Portu- empregavam 1. 400 tripulantes e geravam guês de Direito Marítimo, instalado na sede uma receita de 650 contos. da Liga, ao Comité Internacional de Antuérpia, que se ocupava da unificação do Direito Comercial Marítimo, tendo Portugal obtido através desta iniciativa grande destaque no Comité Internacional de Antuérpia. - Publicação de importantes obras de propaganda marítima. - Publicações da Biblioteca da Liga Naval, única biblioteca de instrução técnica marítima para formação dos alunos da Escola de Pilotagem. - Publicação do Boletim Marítimo da Liga. - Serviços de expediente relativos à sua missão de propaganda, juntas locais e comissões defensoras das pescarias. Os sócios, além da quota mensal, sem jóia ou outros encargos, tinham direito a desfrutar das instalações da Liga, onde podiam consultar obras, revistas e diversas publicações relacionadas com o mar e de carácter geral, usar as salas de convívio, jogo de vaza, ginásio, (onde se praticava a ginástica respiratória, pedagógica e médica), esgrima e bilhar. Havia sedes dos conselhos regionais e juntas locais no continente, ilhas e colónias, cujas instalações estavam vocacionadas para incrementar as actividades marítimas.

los. A Liga promoveu uma exposição de oceanografia, na Sociedade de Geografia, a exposição de aprestos marítimos, em Viana do Castelo, e a exposição de peixe seco, em Cabo Verde. A importância da LNP Ao nível internacional, a Liga filiou-se na Association Internationale de la Marine (AILM) com o fim de acompanhar o movimento marítimo internacional.

Além de estar representada em congressos realizados em Copenhaga e Nantes, manteve Toda a dinâmica da Liga apontava para o protocolos de intercâmbio com várias ligas ressurgimento “de um Portugal Marítimo, navais de outros países. forte e glorioso”. A Liga, com a sua influência e como resultaDo 1º. Congresso da LNP saiu uma directiva do da sua filiação na AILM, realizou na capino sentido de conglomerar a melhor elite tal portuguesa o Congresso Marítimo Interintelectual do país e todos os que estivessem nacional de Lisboa, organizado pela Associaligados às actividades marítimas, de modo a tion Internationale de la Marine, com o formar uma sinergia impulsionadora do apoio do governo português, e nele foi no“Movimento Sea-Power”. Os desportos náu- meado Secretário-Geral Adjunto daquela ticos não foram esquecidos, assim como a associação, o Secretário Perpétuo da Liga educação física, o remo a vela e a natação. Naval Portuguesa, António Pereira de Ainda neste congresso foi ponderada a regu- Mattos. A Liga incentivou o aperfeiçoamento lamentação das regatas de remo mas não se da instrução profissional da Armada e instichegou a qualquer conclusão. Também foi tuiu prémios anuais para os vencedores de proposto no 1º. Congresso associar os vários torneios de luta de tracção, regatas de escaclubes de vela numa Federação sem resulta- leres de dez remos e lançamento de torpedos concludentes, antes pelo contrário, a dos por torpedeiros. maior parte dos clubes não se interessou e Para incitar os portugueses, indiferentes houve outros que se opuseram. pelas coisas do Mar, promoveu um festival A Federação Portuguesa de Vela viria a cons- marítimo de grande envergadura com a pretituir-se em 1927. sença de várias embarcações e navios de Em 1904, a Liga promoveu o Congresso Naci- ambas as marinhas, ao largo de Cascais, no onal de Pescarias, em Viana do Castelo, ten- dia 13 de Outubro de 1907, que constou de do excedido todas as expectativas, e tendo desfile das embarcações e navios em presendele saído o fomento da piscicultura com o ça, evolução de torpedeiros, lançamento de repovoamento dos rios do Norte do País e a minas e experimentação de um novo torpedo auto-propulsionado, pela canhoneiradinamização da indústria da pesca. torpedeira “TEJO”, tendo como alvo o Foi criada a estação aquícola do Ave, e a Liga “Pedro Nunes”, que não era nem mais nem importou dezenas de milhar de ovos de pei-


menos do que o famoso clipper inglês - Instituição oficial da Caixa de Pensões a “Thermopylae”. Marítimos Inválidos; (Esta informação relativa à Liga foi retiO “Thermopylae” era o célebre navio da carreira do chá, detentor de vários recordes e que só uma única vez foi batido por outro famoso clipper, o “Cutty Sark”, numa viagem de regresso da China, demorando este 108 dias e o “Thermopylae” 127 dias. O “Thermopylae” foi depois comprado pela Armada Portuguesa e nomeado “Pedro Nunes”. Após ter servido como navio-escola de treino de vela, foi abatido ao serviço e utilizado como pontão de carvão. Infelizmente, no dia 21/05/2007, pelas 04:46, os serviços de emergência britânicos recebiam uma chamada de um cidadão britânico comunicando que a “Cutty Shark” estava a arder, parecendo um braseiro. Quase ficou destruída, após 138 anos de glória.

O que restou do orgulho marítimo Ainda voltando às actividades da Liga, esta concedia subsídios aos marítimos pela perda de embarcações e aprestos marítimos, durante as crises de miséria, devido à impraticabilidade dos seus misteres durante os meses de Inverno. Criou a Caixa de Socorros a Marítimos Inválidos, com o regulamento aprovado em 16 de Dezembro de1904. Após a queda da Monarquia, sem o subsídio anual atribuído pelo governo, os êxitos e as iniciativas da Liga foram-se desvanecendo. A 25 de Maio de 1914, da reunião do seu corpo directivo saiu um manifesto dirigido ao povo português, solicitando auxílio financeiro e apelando a que não deixasse extinguir a Liga, pois que o grande projecto em que a Liga seria o intermediário entre o governo e a classe marítima, ficaria por realizar.

- Criação de um fundo de propaganda e rada da Revista do Clube dos Oficiais da Marinha Mercante, Nº 84, referente socorros a marítimos;

a Janeiro/Fevereiro de 2008, cujo arti-

- Instalação de um Museu Nacional de Marigo é assinado por Joaquim Bertão Salnha em edifício próprio, adaptado às exigências da representação nacional, no porto tão). de Lisboa. Todo este empenhamento e trabalho insano acabaram por soçobrar, por falta de apoio do governo português da época. Num país com 850 km de costa continental e com uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de 1.6×106 km2, a maior da Europa e uma das maiores do Mundo, com bacias fluviais vastíssimas, com aptidão para se desenvolverem as mais variadas actividades nas diversas valências marítimas, não se compreende por que não se tenham aproveitado estas sinergias num país em crise, com dificuldade de gerir uma economia sustentada. Nesta sequência de raciocínio convém referir que no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), estão em curso estudos e levantamentos oceanográficos de modo a provar o direito de Portugal a reclamar o alargamento da sua plataforma continental, contigua à ZEE, e que segundo estimativas da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) poderá andar à volta de 1×106 km2, tornando-se Portugal no país com a maior jurisdição marítima do Mundo.

O desprezo pelas coisas do Mar, em Portugal, parece endémico. Quem sabe um conjunto de patriotas consiga congregar todos os representantes das actividades marítimas num grupo de pressão, para levar o Governo Português a repensar a Política de Mar, colaborando e encontrando soluções que permitam uma Economia Marítima Portuguesa sustentável. É urgente despertar a O grande projecto contemplaria: consciência dos portugueses para as coisas - Educação da população sea-working; do mar e desenvolver o potencial que este - Instituição do crédito marítimo, que deve- recurso pode proporcionar à Nação Porturia libertar os pescadores da garra dos agio- guesa. tas; Portugal é uma Nação Marítima pela sua - Instituição do seguro mútuo para embar- história e pela sua situação geográfica. cações e engenhos de pesca; Na época dos descobrimentos fomos os primeiros e, tão poucos, conseguiram fazer - Criação de albergues marítimos; tanto.

26 setembro de 1947 O Clube Naval da Horta, na sua formação actual, foi constituído a 26 de Setembro de 1947. “Contudo, durante toda a primeira metade do século XX havia desportos náuticos no Faial, com alguma intensidade, desenvolvidos por bastantes nacionais e também por estrangeiros que viviam cá, nomeadamente pessoas que trabalhavam nas Companhias de Cabos Submarinos, instaladas na cidade da Horta”, explica José Decq Mota.

No tempo do Estado Novo, a formação nos desportos náuticos estava completamente controlada pelo Governo, tendo sido entregue à Mocidade Portuguesa, detentora dos Centros de Vela. Após o 25 de Abril, essa instituição e respectivo património foi entregue à Direcção Geral dos Desportos, e com a consagração da Autonomia nos Açores passou a ser responsabilidade da Direcção Regional dos Desportos.



A notĂ­cia de que o Castelo de Santa Cruz ia ser utilizado como sede do CNH veio no j


jornal “O Telégrafo”, de 17 de Dezembro de 1947, conforme se pode ler


A 26 de Agosto de 1947 “O Telégrafo” noticiava “A cerimónia de baptismo das emba


arcações do Centro da Mocidade Portuguesa”. A notícia foi publicada em 2 páginas


Na edição de 4 de Julho de 1903, “O Telégrafo” informava que neste dia começava a publicar alguns ex


xtractos dos Estatutos da Liga Naval Portuguesa, como se pode constatar pela leitura do jornal


No jornal do dia 8 de Julho de 1903, s達o descritos, com pormenor, os Corpos Gerentes da Liga e o seu funcionamento no reino e nas ilhas


A 9 de Julho de 1903, o jornal local “O Telégrafo” dava conta da existência da Junta Local da Liga Naval Portuguesa na Horta


O EVENTO Rui Silveira satisfeito com resultado alcançado no Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas, em Santander: “Consegui os meus objectivos

Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas,

que eram ficar no Grupo de Ouro e apurar Portugal para os

O atleta da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Silveira, alcançou excelentes resultados no Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas, que decorreu de 12 a 17 do corrente, em Santander, no Norte de Espanha, tendo mesmo sido o português mais bem classificado. Além de ter ficado no Grupo de Ouro, o velejador faialense conseguiu ainda apurar Portugal para os Jogos Olímpicos 2016, do Rio de Janeiro, no Brasil. Rui Silveira ficou em 39º lugar na geral e, apesar de estar “satisfeito” com a sua prestação, considera que as finais lhe podiam ter corrido ainda melhor. “Tinha sido bom não ter passado tantas dificuldades nas finais, que foram provocadas pelo vento inconstante, que fez com que tenha passado muitas horas de espera dentro da água. Além disso, o dia de descanso (16) contribuiu para que eu tenha perdido um pouco o ritmo com que vinha dos dias anteriores”, afirma o atleta do CNH. Neste projecto de notório suces-

so, há ainda a realçar o contributo dado pelo treinador Gonçalo Carvalho, a quem Rui Silveira dirige palavras de reconhecimento, salientando que o seu apoio foi “fundamental”. Este faialense agradece ainda o apoio da casa que representa, o Clube Naval da Horta,

bem como do Governo Regional dos Açores e da Câmara Municipal da Horta. E frisa: “Os resultados alcançados demonstram bem que o investimento que tem vindo a ser feito em mim e no projecto que pretendo levar até ao fim, está a ter retorno, sendo merecedor da continuidade desse apoio, cada vez mais necessário, por forma a que possa alcançar os desígnios a que me propus, onde está sempre presente a divulgação da minha Terra”.

O esforço é do atleta, dentro e fora da água, mas as boas energias e o calor humano são uma parte igualmente muito importante. Por isso, Rui Silveira endereça também palavras de agradecimento a todos aqueles que, de diversas formas, manifestaram o seu apreço e regozijo pelo feito alcançado, o qual é partilhado com todos os que o acarinham. O velejador ainda se encontra em terras espanholas, mas dentro de alguns dias regressa a Portugal. Neste momento encontra-se em cima da mesa a possibilidade de Rui Silveira ir à China, a fim de participar na World Cup, uma regata que acontece daqui a 2 semanas e que permitiria a este velejador subir o máximo possível de lugares no Ranking Mundial. A concretizar-se este grande objectivo, o atleta do Clube Naval da Horta poderia sonhar com a Finalíssima, prova que irá realizar-se em Dezembro próximo, no Dubai, onde apenas estarão os 25 melhores, além de velejadores convidados. No entanto, tal poderá não passar de um grande desejo, uma vez que se colocam entraves de natureza financeira.

Jogos Olímpicos de 2016”

Caso haja dinheiro, o passo seguinte é ir à China, daqui a 2 semanas, a fim de participar na World Cup, regata que permitiria subir no Ranking Mundial e sonhar com a Finalíssima, no Dubai, este mês de Dezembro. Os resultados alcançados no Campeonato do Mundo das Classes Olímpicas 2014, que decorreu em Santander, são sinal de que o investimento em Rui Silveira é garantido e deve ser reforçado


O EVENTO “Resultado final dos velejadores do CNH é aceitável, mas ficou por mostrar um pouco mais das suas capacidades”, afirma o Treinador Duarte Araújo

A participação neste Campeonato permitiu aos velejadores do CNH ganhar experiência e contacto com frotas grandes

Durante 3 dias estiveram em Prova 103 barcos

EDP – X Campeonato Nacional de Infantis e Iniciados Decorreu de 5 a 7 do corrente, em Tróia, entre a Praia da Galé e a Praia do Bico das Lulas, o EDP X Campeonato de Portugal de Infantis e Iniciados, cujos representantes dos Açores foram os velejadores do Clube Naval da Horta (CNH) Lucas Silva, Bernardo Melo e Ricardo Henriques. Os atletas fizeram-se acompanhar pelo Treinador de Vela Ligeira do CNH, Duarte Araújo. Este Campeonato foi uma iniciativa da Federação Portuguesa de Vela em conjunto com a Associação Regional de Vela do Centro e em co-organização com o Clube de Vela do Barreiro, que contou com o patrocínio da EDP e o apoio da Fidelidade Mundial e da Marina de Tróia. A comitiva faialense regressou à Horta esta semana. Aqui fica o balanço final da participação desportiva da equipa do Clube Naval da Horta neste Nacional de Optimist, feito pelo Treinador Duarte Araújo: “Os velejadores partiram do Faial para participar no Campeonato Nacional depois de se terem sagrado Campeões Regionais numa

prova realizada nas Lajes do Pico. Encontraram uma frota de 103 barcos divididos em duas, sendo que a deles tinha 72 velejadores. Depois de terem começado o Campeonato com 3 largadas adiantadas, o Bernardo voltou atrás e largou legalmente, mas em último, tendo terminado essa regata na 40ª posição. Os restantes foram apanhados fora e não foi o melhor começo para esta competição nacional. A primeira regata era logo para descartar. Na segunda regata, os velejadores largaram melhor, mas os resultados não foram os desejáveis. No segundo dia, após várias horas no mar, entre voltar a terra e ficar novamente à espera de vento, acabou por não se conseguir realizar mais nenhuma regata. Como tal, foi um dia extremamente cansativo para todos e sem nenhuma regata realizada. No último dia, o vento apareceu, mas apenas no limite da realização

de regatas, com muita corrente, pouco vento e uma frota enorme. O Lucas não conseguiu largar bem e ficou preso na linha de largada; já o Bernardo conseguiu sair bem da linha e fazer uma bela regata. O Ricardo foi sempre a melhorar a cada regata, conseguindo surpreender pela sua concentração e vontade. O resultado final dos velejadores do Clube Naval da Horta é aceitável. No entanto, ficou por mostrar um pouco mais das suas capacidades e espera-se que, com mais alguma experiência e treino, consigam melhorar bastante as classificações”.

Fotografias cedidas por: Duarte Araújo


Regata Lorient Horta Solo LARGA DA HORTA A ilha do Faial recebeu este mês uma nova Regata Internacional de Vela de Competição: a Lorient - Horta Solo. Nesta 1ª edição participam 20 veleiros da Classe Figaro-Bénéteau, prova que integra o calendário do Campeonato de Elite de Voile au Large da Federação Francesa de Vela. Esta competição encerra o Campeonato de Elite de França de provas ao largo, em Solitário, aspecto que reforça

O EVENTO

ainda mais a importância da Horta no contexto da Vela mundial e a sua natural apetência (bem como das suas gentes) para o iatismo. Esta nova Regata Internacional de Vela de Competição, que passará a disputar-se de 2 em 2 anos, está ligada ao

Esta competição encerra o Campeonato de Elite de

jornal Le Figaro, o que é sinónimo de uma elevada mediatização, facto que será muito vantajoso para a promoção do Faial fora de portas.

França de provas ao largo, em Solitário, aspecto que reforça ainda mais a importância da Horta no contexto da Vela mundial

De salientar que Lorient é a cidade responsável pela organização, em 2015, da etapa francesa de maior competição de Vela à volta do mundo: a Volvo Ocean Race. Em termos portugueses, a Organização está a cargo do Clube Naval da Horta e da Portos dos Açores, S.A., contando esta Regata com o apoio da Câmara Municipal da Horta e da Direcção Regional de Turismo.


Regata no Canal Faial –Pico a bordo dos Figaros Lorient Horta Solo


Clube Naval da Horta ofereceu passeio e almoço aos Tripulantes e Organização da Regata “Lorient Horta Solo”

Tripulantes e Organização da Regata “Lorienta Horta Solo” apreciaram a beleza da ilha do Faial e a simpatia dos seus anfitriões

O Clube Naval da Horta (CNH) preparou uma recepção destinada aos Tripulantes e Organização da Regata “Lorient Horta Solo”, que saiu de França no dia 6 deste mês com destino ao Faial. Como tal, esta terçafeira, dia 16, ofereceu um passeio pela ilha e o almoço no Varadouro a todos aqueles que estão envolvidos nesta Regata e que se encontram actualmente na Horta. De acordo com o Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta, José Decq Mota – também participante neste programa – cerca de 38 pessoas visitaram vários pontos da ilha do Faial, incluindo o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, e conviveram durante o almoço. Fotografias cedidas por: José Decq Mota

O Varadouro foi escolhido para almoçar e conviver


Na Cerimónia de Entrega de Prémios: Organização francesa da Regata “Lorient – Horta Solo” elogia o trabalho do Clube Naval da Horta como um importante parceiro 28 do último mês. José Decq Mota sublinha, a propósito, que “esta Regata foi um sucesso desportivo”, apesar do percalço meteorológico, que obrigou à neutralização da 1ª etapa: Lorient/Horta. De salientar que esta competição encerrou o Campeonato de Elite de França de provas ao largo, em Solitário, tendo, portanto, definido o campeão da Federação Francesa de Vela da Classe Fígaro.

Chegada ao pontão do 1º iate – etapa: Horta/Lorient

Chegada ao pontão do 2º iate – etapa: Horta/Lorient

Parte da frota na manhã seguinte à chegada, a França Chegou de França no fim de Setembro, o Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), José Decq Mota, na sequência do convite formulado pelas entidades francesas organizadoras da Regata da Classe FigaroBénéteau “Lorient - Horta Solo”, para estar presente na chegada da etapa Horta/Lorient e participar na Cerimónia de Entrega de Prémios desta competição, que decorreu no dia

Municipal da Horta e da Direcção Regional de Turismo. O Presidente do Clube Naval da Horta destaca a forma “calorosa” como foi recebido e tratado, sustentando que “este Clube é encarado pelos franceses como um parceiro importante na Organização desta prova”.

O mais alto responsável pelo CNH apercebeuse do “grande esforço, em termos de orientação e investimento, de muitas entidades no Para o Presidente da Direcção do CNH, “este sentido de canalizar para esta cidade náutica evento constituiu igualmente um sucesso (Lorient, que tem 5 marinas) a Vela de Alta para o Clube Naval da Horta”. E frisa: Competição”. “Tratando-se de uma regata em fim de época, José Decq Mota foi testemunha do trouxe grande animação e movimento à Mari“magnífico trabalho” que permitiu reconverna da Horta, consolidando o papel da ilha do ter uma antiga base naval de submarinos, Faial, da sua cidade e marina, nos circuitos da desactivada em 1997, “num espaço enorme e Alta Competição à Vela”. muito bom para acolher e dar apoio às granDa comitiva faialense fazia também parte des classes de competição, de que são exemrepresentantes da Câmara Municipal da Hor- plos as regatas de 6,50 metros, 40 pés, Fígaro ta (CMH) e da Portos dos Açores, SA – que e outras”. integram a Comissão Náutica Municipal – Neste mesmo espaço foi criada a Cité de la instituições que foram elogiadas no âmbito Voile Éric Tabarly, que constitui uma homenada Organização faialense desta Regata. gem ao grande navegador francês, mestre da “Deu para perceber o alto conceito que têm evolução da Vela nos últimos tempos e o pado nosso trabalho, enaltecendo os aspectos pel dele nesta modalidade. Técnicos, os Serviços de Secretariado e a OrNa Grand Large também estão presentes as ganização Técnica da partida”, realça José principais marcas de acessórios, relacionadas Decq Mota, acrescentando que isso mesmo com o mar. “Ver isto, motiva-nos para contifoi afirmado pelo Maire de Lorient, o Presinuar a trabalhar nesta área, ainda mais se dente da Associação Lorient Grand Large, tivermos em conta que a Horta já faz parte bem como o Presidente do Clube Náutico de dos circuitos da Vela de Competição”, salienta Lorient. “Todos eles deram grande relevo ao o Presidente da Direcção do CNH, que prossetrabalho desenvolvido pelo Clube Naval da gue, dizendo: “Todas estas infraestruturas Horta, Câmara Municipal da Horta e Portos revelam um investimento notável e Lorient dos Açores, S.A., notando-se a predisposição tem muito a ver com esta visibilidade enorpara que esta Regata seja realizada neste me. Basta dizer, que a Volvo Ocean Race, a calendário, de 2 em 2 anos”, sublinha este maior competição de Vela à volta do mundo, Dirigente, que a esse respeito não tem quaistem uma escala nesta cidade de França, a quer dúvidas em afirmar: “Vim com a convicqual em 2015 é responsável pela organização ção de que em 2016 esta Regata voltará à da etapa francesa. A Grand Large está a traMarina da Horta”. balhar muito nesta escala, sendo uma grande Em termos portugueses, a Organização da aposta”, remata José Decq Mota. Regata “Lorient - Horta Solo” esteve a cargo do Clube Naval da Horta e da Portos dos Açores, S.A., contando com o apoio da Câmara Fotografias de: José Decq Mota


José Silva, José Armando Silva, Carlos Medeiros e Moisés Sousa, da Secção de Pesca do CNH, participaram no Torneio Açoriano de Pesca Desportiva, em São Miguel Pesca

O vencedor foi Dino Viveiros, do Clube Açoriano de Pesca Desportiva de Ponta Delgada, tendo José Silva, do CNH, ficado no 3º lugar do pódio

Desportiva O vencedor foi Dino Viveiros, do Clube Açoriano de Pesca Desportiva de Ponta Delgada, tendo José Silva, do CNH, ficado no 3º lugar do pódio

José Silva, Moisés Sousa, José Armando da Silva e Carlos Medeiros: a comitiva faialense Organizado pelo Clube Açoriano de Pesca Desportiva de Ponta Delgada, decorreu este fim-desemana (dias 20 e 21 – sábado e domingo) na ilha de São Miguel, o Torneio Açoriano de Pesca Desportiva.

participado neste evento, tendo apreciado o convívio e a troca de experiências. De salientar o facto de, como sempre, terem sido muito bem recebidos pelo clube anfitrião: Clube Açoriano de Pesca Desportiva de Ponta Delgada.

Participaram nas 2 provas (uma realizada no sábado e a outra no domingo) 49 pescadores das ilhas do Faial, São Miguel e Santa Maria. O vencedor foi Dino Viveiros, do Clube Açoriano de Pesca Desportiva, da ilha de São Miguel. A Secção de Pesca do Clube Naval da Horta (CNH) fez-se representar por 4 pescadores; José Silva, que ficou em 3º lugar; José Armando Silva, classificado na 7ª posição; Carlos Medeiros, em 8º lugar e Moisés Sousa, na 32ª posição. A Entrega de Prémios decorreu na noite do último domingo (dia 21), tendo a comitiva faialense regressado a casa na tarde desta segunda-feira, dia 22. Os pescadores faialenses gostaram muito de ter

Um dos pontos altos destas iniciativas é o convívio Fotografias cedidas por: Fernando Medeiros


A 10 de Maio de 2013, com 36 anos de idade, perdia a vida de forma trágica, Andrew “Bart” Simpson, um velejador que conquistou o Ouro Olímpico e a Medalha de Prata. “Bart”, como era conhecido entre os velejadores, ficou preso debaixo da água quando o AC 72 capotou durante os treinos para a 34ª America's Cup, em São Francisco. Andrew estava a poucos centímetros de distância de Iain Percy na plataforma do catamarã e caiu à água, ficando mais de 15 minutos submerso sob a rede do trampolim e dos cascos destruídos. Desaparecia, assim, um homem abnegado que tocou a vida de muitas pessoas, dedicando muito do seu tempo a ajudar e aconselhar qualquer pessoa que solicitasse a sua atenção. No entanto, a sua obra e memória continuam bem vivas, através da acção da instituição criada para o perpetuar: a Fundação de Vela Andrew Simpson (Andrew Simpson Sailing Foundation).

Para lidar com a perda do amigo e companheiro de equipa olímpica, os velejadores ingleses Ben Ainslie e Iain Percy, juntamente com a esposa de Bart, Leah, criaram esta Fundação, em Junho de 2013. Trata-se de uma instituição de caridade, com base no Reino Unido, que pretende inspirar a próxima geração de jovens através da Vela neste país e em todo o mundo. O objectivo é fazer com que a Vela ajude os jovens a desenvolver as capacidades e habilidades pessoais com vista a uma vida de sucesso, melhorando o acesso a empregos e carreiras no sector marítimo. Andrew “Bart” Simpson era um velejador de talento excepcional e um homem que conhecia bem a importância da Vela no desenvolvimento pessoal e na realização dos jovens. De acordo com os fundadores desta instituição, a Fundação trabalha para honrar a vida e o legado de Andrew, promovendo a Vela entre os jovens que não têm possibilidade de praticar este desporto. Um dos grandes objectivos de “Bart” era acabar com a ideia generalizada de que a Vela é um desporto elitista. Homenageando este campeão olímpico, que se preocupava

com os outros, em especial com as camadas mais jovens, a Fundação organizou uma iniciativa para o próximo dia 21, intitulada Bart's Bash. Trata-se de uma série de regatas sincronizadas no mundo todo, iniciativa que se repetirá todos os anos para encorajar mais pessoas a velejar. Será um evento para constar no livro de recordes (Guinness Book) com o maior número de participantes em regata e também uma forma de manter viva a memória de Andrew Simpson. Este é o maior evento de angariação de fundos para a Fundação Andrew “Bart” Simpson, pelo que todos aqueles que se inscreverem são convidados a doar, pelo menos, 5 libras, cuja receita reverterá a favor das várias actividades de caridade em curso. O parceiro desta corrida é o Justgiving.com, um site de angariação de fundos de caridade, encarregue de recolher o dinheiro que vai sendo doado em todo o mundo. No início de Maio deste ano, foi inaugurado o Centro de Vela Andrew Simpson, na Weymouth and Portland National Sailing Academy, como resultado dos esforços e apoios daqueles que criaram a Andrew Simpson Sailing Foundation, especialmente Percy e Ainslie, velejadores olímpicos internacionais. Este novo Centro, o último passo para manter o programa de ajuda às crianças carentes no Reino Unido, também pretende levar aos jovens oportunidades de trabalho na indústria náutica.

O Centro de Vela Andrew Simpson, além de constituir uma homenagem ao marido, pai, velejador, amigo e companheiro, é sem dúvida um mecanismo de defesa para todos aqueles que sentem intensamente a falta de Andrew Simpson. Mais do que tudo, a principal preocupação de Ainslie e Percy é apoiar Leah e os seus filhos (Freddie, de 3 anos, e Hamish, de 1 ano de idade). O Clube Naval da Horta também se associou a este projecto e desde o passado mês de Junho que dispõe do site correspondente a este evento (http:// www.bartsbash.co.uk/club/ clube-naval-da-horta).

ORC A: 1º “Rift” – Carlos Moniz 2º “Mariazinha” – Manuel Gabriel Nunes 3º “Air Mail” – Luís Decq Mota 4º “Pagode” – Bartolomeu Ribeiro “Azul” – Hedi Costa (DNC) Nota: DNC (não competiu) ORC B: 1º “No Stress” – António Oliveira 2º “Tuba V” – Fernando Rosa 3º “Rajada” – António Luís Classe OPEN: “Soraya” – Frederico Rodrigues “Slowfox” – Conrad “Solaris” – John Hardy “Grisu” – Harry Schank


Grupos de Treino: Iniciação – Escolas

Um quadro técnico insuficiente e a necessidade urgente de apetrechamento, constituem as necessidades mais prementes da Vela Ligeira do CNH

- David João - Leonor Pó - Ana Luísa Silva - Daniel Moimeaux - Sofia Duarte - Maurício Branco - Martim Cabral - Filipe Ferreira - Alexandra Cunha - David Moimeaux - Joana Duarte - Rodrigo Terra - Guilherme Vargas - Ana Cebola

A Apresentação aos Pais da Época 2014/2015 de Vela Ligeira aconteceu na tarde desta quinta-feira, dia 18, e ficou marcada pela garantia dada pelo Clube Naval da Horta de que está a trabalhar afincada e realisticamente no sentido de encontrar, rapidamente, soluções para as necessidades mais prementes desta modalidade: o reforço do quadro técnico e a aquisição de mais barcos Laser e 420, numa altura em que, os apoios oficiais para o apetrechamento das Secções estão, há anos, suspensos.

- Alexandra Cebola - Leonor Porteiro - Rodrigo Melo

Juvenis Aperfeiçoamento - Ricardo Henriques - Lucas Silva - Bernardo Melo - Arthur Moimeaux - Zakhar Starinskhyi - Pedro Moniz - Miguel Duarte - Artur Silva - Aurora Nunes - João Pedro Costa

João Duarte, Vice presidente da Direcção do CNH e Treinador de Vela Ligeira; José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH; Duarte Araújo, Treinador de Vela Ligeira e Adjunto da Directora Técnica e Ana Sousa, Directora Técnica do Clube, deram a conhecer aos pais, na tarde desta quintafeira, a dia 18, a nova época desta Secção do CNH A Secção de Vela Ligeira do Clube Naval da Horta (CNH) debate-se com duas situações que têm de

ser resolvidas no mais curto espaço de tempo para que a modalidade possa prosseguir a linha evolutiva até agora registada: o quadro técnico existente é insuficiente para as necessidades e o equipamento em uso está notoriamente cansado, carecendo de renovação. Na Apresentação aos Pais da Época 2014/2015 da Vela Ligeira do CNH, que decorreu na tarde desta quinta-feira, dia 18, no Centro de Formação de Desportistas Náuticos do Clube, o Presidente da Direcção desta instituição, José Decq Mota, garantiu que o Clube Naval da Horta está à procura de pessoas credenciadas que possam vir a complementar e reforçar o trabalho do Treinador de Vela Ligeira de Grau II, Duarte Araújo. Essas pessoas, trabalhando como monitores algumas horas em cada fim-de-semana, sob a orientação do Treinador, possibilitarão uma adequada diferenciação do treino. O grosso do trabalho está a cargo de Duarte Araújo que, após um período experimental, ficará ao serviço do Clube Naval da Horta durante os próximos 3 anos. José Decq Mota vincou o empenho desta casa no sentido de proporcionar aos seus atletas as melhores condições de treino, referindo que são cerca de 70 os velejadores, em todas as Classes. “A aposta do CNH passa pelo grau de diferenciação de treino para que possa haver evolução”, sustentou este dirigente. A actividade intensa tem provocado um desgaste grande no equipamento, com a agravante de a frota não ser nova. Entre estagnar

a actividade desta Secção e trabalhar com o que havia, o actual elenco directivo – que se encontra no fim de um mandato de 2 anos – optou por recuperar muito do material que já não apresentava condições para ser utilizado. Se tal não tivesse acontecido, provavelmente hoje o Clube não poderia ter o número de velejadores que tem. No entanto, a ruptura está eminente e o Presidente desta prestigiada instituição sabe que não é possível adiar mais. Por isso, garante que em 2015 terão de ser feitas algumas aquisições, “embora o apetrechamento não possa ser muito volumoso”. Cauteloso em adiantar números, até porque as contas do actual exercício ainda não estão fechadas, José Decq Mota ainda assim levanta a ponta do véu, revelando que “talvez possam ser feitas aquisições até aos 5 mil euros” (embarcações para as Classes Laser e 420). A propósito, este dirigente fez questão de salientar que desde 2012 que os programas oficiais de apetrechamento se encontram suspensos, “o que veio em muito penalizar a normal actividade deste e de outros Clubes”. Alguns pais presentes nesta apresentação queixaram-se de que estão a investir numa modalidade que não está a dar a melhor atenção aos seus filhos e, compreensíveis ao quadro explanado pelo Presidente, propuseram que se façam acções de angariação de fundos, à semelhança do que acontece com outras Secções. Indo de encontro a estas naturais reclamações, José Decq Mota afirmou que o Clube Naval da Horta tem receitas próprias, as que resultam dos contratosprograma e ainda as dos subsí-


Grupos de Treino: dios. E prosseguiu: “A gestão é saber aplicar o dinheiro nas várias áreas. O CNH não tem tido problemas de ordem financeira, porque tem regulado a sua actividade de acordo com as verbas de que dispõe. Mas no que diz respeito à actividade e equipamento, dependem muito de apoios. Quando de repente se passa de um quadro de apoios para reapetrechamento para zero, a situação muda bastante”. O Presidente da Direcção desta instituição defendeu a implementação de uma taxa modesta nesta Secção, a qual só poderá vir a ser uma realidade quando o quadro técnico e o equipamento forem capazes de cobrir as necessidades. José Decq Mota frisou que “a presença dos atletas é muito bemvinda, porque essa é a missão desta casa e quantos mais atletas o Clube tiver, melhores serão os contratos-programa”. Contudo, realça que “há muito que os apoios destes contratos-programa não cobrem as despesas das modalidades a que se destinam”. E a título de exemplo, o Treinador João Duarte disse mesmo que “desde 2012 que esses montantes sofreram uma redução na ordem dos 40%.” O facto de o Treinador Duarte Araújo estar a tempo inteiro no Clube pode deixar transparecer que isso é sinónimo de muito tempo e pouco trabalho. E nesse sentido, o Presidente da Direcção explicou que “este técnico está sempre aproveitado”. Além de Treinador de Vela, Duarte Araújo é também Adjunto da Directora Técnica, tendo ainda a seu cargo as aulas de Iniciação de Adultos em Raquero. E como se tudo isso ainda fosse pouco, há as candidaturas aos contratos-programa que “exigem o acompanhamento de um quadro técnico competente”.

Quem paga quer ver resultados e esta é um pouco a posição de alguns pais que gostavam que os filhos se tornassem velejadores exímios. Quem está por dentro da modalidade com muitos anos de tarimba como é o caso do Treinador João Duarte, está à vontade para afirmar que “a prática da Vela não é uma ciência previsível” e que “o desenvolvimento da prática está muito condicionado ao tempo que vai fazendo”. Para este técnico, “o sucesso é o número crescente de participação na Vela” e no que diz respeito aos mais pequenos, “os Estágios servem precisamente para incutir o gosto pela modalidade e não para saírem dali a saber velejar”. Ainda a propósito desta questão, João Duarte disse que “não importam só os resultados, mas que haja velejadores e que a Vela contribua para a formação dos atletas, criando neles hábitos saudáveis”. As deficitárias condições dos balneários também foram alvitradas neste encontro, o que sendo uma realidade mais do que evidente, não poderá ter uma solução de fundo se tivermos em conta que em Janeiro deste ano foi dito ao Presidente do CNH que esta instituição procurasse uma sede provisória, tendo em conta que a actual ia entrar em obras. Perante a certeza de novas instalações e o impasse no seu arranque, os actuais dirigentes desta instituição vêem-se na difícil dualidade de terem de dar condições dignas aos seus atletas e, ao mesmo tempo, revelarem o bom senso de não investir num edifício que vai ser completamente intervencionado.

Juvenis Competição - Mariana Luís - Rita Branco - Jorge Pires

Os pais (acompanhados de alguns atletas) mostraram-se interessados em saber quais as soluções que o Clube tem para a Secção de Vela Ligeira, pois querem que o seu investimento tenha retorno

- Tomás Oliveira - Tomás Pó - Cristóvão Ribeiro

Competição – Juniores Laser

Coube à Directora do Clube, Ana Sousa, a apresentação do Plano de Actividades, Horário de Treinos, Objectivos, Grupos de Treino, Participação em Provas Regionais e Utilização do Material. Relativamente ao Plano de Actividades, que o mesmo é dizer, calendarização, as acções começam em Setembro deste ano e terminam em Setembro de 2015. Ao longo deste período, haverá 8 provas locais, 4 regionais e 3 nacionais.

- Pedro Costa - Jorge Medeiros - Inês Duarte - André Costa - Emília Branco - Vasco Escobar

420 - Ricardo Silveira - Tiago Serpa

SETEMBRO: No dia 27 deste mês realizar-se-á uma Prova Local, que é a Prova de Aniversário de Vela Ligeira do CNH, destinada a todos atletas da Secção, desde a Iniciação até aos Juniores.

OUTUBRO: A 1ª Prova do Campeonato Regional (1ª PCR) da Época 2014/2015 ocorre já nos dias 4 e 5 de Outubro, organizada pelo Clube Naval de São Roque do Pico. NOVEMBRO: Em relação ao mês de Novembro, no dia 8 haverá uma Prova Local, que é a Prova de Aniversário da Associação Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), com quem o CNH tem um Protocolo de Cooperação, desenvolvendo acções em

- Jorge Silva - Bartolomeu Ribeiro - Júlia Branco - Petra Ferreira


parceria. Nos dias 29 e 30 de Novembro terá lugar a 2ª Prova do Campeonato Regional (2ª PCR), em São Miguel, organizada pelo Clube Naval de Vila Franca do Campo.

MARÇO: Nos dias 14 e 15 de Março do próximo ano decorrerá a 3ª Prova do Campeonato Regional (3ª PCR) para Juvenis e Juniores, em São Miguel, organizada pelo Clube Naval de Ponta Delgada. De 24 a 29 haverá o Campeonato de Portugal de Juvenis e nos dias 30 e 31 o Campeonato de Portugal de Juniores, ambos no Continente português.

Ana Sousa chama a atenção para o facto de antes de cada prova regional haver sempre uma prova local. DEZEMBRO: Para o mês de Dezembro, dia 20, está calendarizada a Regata de Natal. A Directora Técnica do Clube Naval da Horta explica que no período de férias natalícias os treinos só se realizarão durante a

ABRIL: Para o mês de Abril, de 1 a 4 realizar-se-á o Campeonato de Portugal de Juniores, no Continente português e para o dia 11 está marcada uma Prova Local: Regata da Páscoa. Durante as interrupções lectivas de Março e Abril os treinos serão intensificados caso estejam reunidas as condições para tal. MAIO: Para o dia 16 de Maio está calendarizada uma Prova Local, que é a Regata do Triângulo. JUNHO: No mês de Junho também haverá uma Prova Local, no dia 27. Trata-se da Regata de Verão. JULHO: Nos dias 11 e 12 de Julho decorrerá uma Prova Regional: o Encontro Regional de Escolas de Vela, que em 2015 será organizado pelo Clube Naval da Horta.

primeira semana caso o Clube ainda disponha apenas de um técnico credenciado. Se, entretanto, já estiver ao serviço o colaborador que vem reforçar o horário dos treinos, o cenário será diferente, para melhor. Refira-se ainda a propósito, que o Treinador Duarte Araújo também irá ausentar-se neste período, durante alguns dias, deslocando-se a casa (Porto). Já em 2015, em JANEIRO, haverá, no dia 24, uma Prova Local: a Regata de Reis. FEVEREIRO: Para o dia 21 de Fevereiro está programada uma Prova Local, que é a Regata de Carnaval. No decorrer desta curta interrupção lectiva, também haverá treinos fora dos fins-de -semana.

No que concerne ao Horário de Treinos, foi estipulado o seguinte: - Iniciação Escolas (= Infantis ou os que fazem Vela pela primeira vez): aos sábados, das 09h00 às 13h00. - Juvenis Aperfeiçoamento e Competição:

aos sábados, das 14h00 às 18h00. - Juniores Competição: aos domingos, das 14h00 às 18h00. - Classe Access Competição (Vela para pessoas com mobilidade reduzida): às segundas, terças e sextas-feiras, das 09h00 às 12h30. - Laser Seniores: aos domingos, das 09h00 às 12h30. É pretensão do CNH que as aulas da Escola de Vela funcionem todos os sábados e domingos e sempre que possível noutros dias da semana.

Tendo em conta que se trata de um tempo de férias, as chamadas férias grandes, os treinos serão diários, como vem sendo habitual em anos anteriores. AGOSTO: Durante o mês de Agosto, nos dias 3, 4, 5 e 6, realizar-se-á no CNH o Encontro Internacional de Vela Ligeira. No dia 6 terá lugar uma Prova Local: o Troféu Cidade da Horta em Infantis, também no CNH, no âmbito do Festival Náutico da Semana do Mar 2015. SETEMBRO: Dando a volta ao ano, chegamos novamente a Setembro, mês em que nos dias 4, 5 e 6 terá lugar uma Prova Nacional: o Campeonato de Portugal de Infantis, no Continente português. De realçar que, sempre que houver provas no Continente português, o Treinador Duarte Araújo terá de acompanhar os velejadores do CNH.

As aulas serão interrompidas no mês de Agosto, após a Semana do Mar. Os treinos decorrerão sempre ao fim-desemana: sábados e domingos. Fora desses dias, será algo que terá de ser acordado entre pais, atletas e disponibilidade de treinadores. Objectivos da Escola de Vela do CNH: Gerais: - A formação humana de jovens e adultos através da prática desportiva da Vela


- Incentivar e apoiar a prática desportiva da Vela - A formação técnica na modalidade como garantia de continuidade e desempenho competitivo - Assegurar a continuidade no Clube através da prática da Vela. Específicos: - Nos Infantis Optimist, manter o 1º lugar a nível regional para garantir a participação no Campeonato de Portugal de Infantis. - Na Classe Juvenis Optimist, garantir 4 velejadores nos 8 primeiros lugares do Campeonato Regional e participar no Campeonato de Portugal.

- Infantis Optimist: 3 embarcações - Juvenis Optimist – 12 embarcações - Juniores Laser 4.7 – 5 embarcações - Juniores 420 – 2 embarcações

Neste momento, o grupo está com 19 atletas de onde serão escolhidas equipas de 3 para participarem no Encontro Regional de Escolas de Vela sem limite do número de equipas, uma vez que o CNH é o clube organizador. Juvenis Optimis: Neste momento, o CNH tem 16 atletas nestas condições, de onde 12 serão apurados.

Os velejadores deste grupo são 6, podendo participar 5. Juniores 420:

- Nos Juniores 420, ter 1 equipa nos 2 primeiros lugares a nível regional para garantir a presença no Campeonato de Portugal. Participação em Provas Regionais: As Provas Regionais são da responsabilidade da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA), assim como o número de participantes que cada Clube pode levar por Classe.

O CNH tem 6 velejadores em condições de participar, dos quais 4 serão seleccionados para as provas.

Este ano foi introduzido este novo item, uma vez que se afigura cada vez mais necessário o cuidado a ter com o equipamento utilizado, que se não for estimado, vai faltar para as necessidades. É de realçar o enorme encargo que esta questão representa para o Clube e o facto de estarem em falta 1 Laser e 1 420. Os barcos e palamenta serão atribuídos de acordo com a classificação no Campeonato

Selecção dos Velejadores Serão tidos em conta os seguintes critérios de selecção: - Assiduidade - Desempenho técnico e táctico - Conhecimentos teóricos - Número de embarcações disponíveis Neste momento o Clube está a trabalhar para ter o número de embarcações que preencha a quota nas diferentes Classes, nomeadamente em Laser. Numa primeira fase terão de ser escolhidos 5 velejadores de Laser e 4 de 420, uma vez que não há embarcações disponíveis para todos. 1ª Prova do Campeonato Regional:

Para a Época 2014/2015, o CNH tem as seguintes quotas (a aguardar confirmação da ARVA):

Utilização do Material:

Infantis Optimist:

Juniores Laser 4.7:

- Nos Juniores Laser, ter 2 velejadores nos 4 primeiros lugares do Campeonato Regional.

em conta os critérios apresentados para participação em Provas Regionais.

A 1ª Prova do Campeonato Regional (1ª PCR) irá realizar-se nos dias 4 e 5 de Outubro próximo, participando os velejadores Juvenis e Juniores que neste momento estão na Escola de Vela do CNH e de acordo com as quotas de cada Classe, tendo

Regional. Cada velejador deve cuidar do seu material por forma a mantê-lo nas melhores condições, factor imprescindível para atribuição do material. Ana Sousa chamou a atenção para a regularização da inscrição de todos os atletas na época que agora se inicia, frisando que os treinos começam já este sábado, dia 20. A terminar, José Decq Mota convidou os pais, sócios e desportistas para que abrilhantem a festa de aniversário do CNH com a sua presença, que terá lugar no dia 4 de Outubro, no Pavilhão da Igreja das Angústias. Fotografias de: Cristina Silveira


- Regata “Senhora do Socorro”, do Salão, teve como vencedor o Bote “Senhora das Angústias”

Disputadas 8 Regatas: Salão ganhou o Campeonato da Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial 2014

- Bote “Senhora do Socorro” venceu a “Regata do 67º Aniversário do CNH” Tal como tinha sido referido, as 2 últimas Regatas de Botes Baleeiros realizadas este sábado, dia 20, (“Senhora do Socorro” e do “67º Aniversário do Clube Naval da Horta”) foram determinantes para apurar o vencedor do Campeonato da Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial 2014. O Bote de Castelo Branco, que se encontrava em 1º lugar, ficou na 4ª posição; o “Capelinhos” (do Capelo) manteve o 2º lugar do pódio e o do Salão, que estava em 3º lugar, acabou por ser o campeão. Neste sábado, o “Senhora do Socorro” (do Salão) foi duplamente vencedor, pois além de ter ganho o Campeonato de Ilha, também ganhou a 8ª e última Regata desta competição: a do “67º Aniversário do CNH”. Um dia repleto de surpresas, vitórias e taças, sobretudo para a Freguesia do Salão. O Bote “Senhora do Socorro”, da Junta de Freguesia do Salão, é o vencedor do Campeonato da Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial 2014 Até ao lavar dos cestos é vindima. Tam-

bém no que diz respeito ao Campeonato da Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial 2014 foi preciso chegar mesmo ao fim da competição para se conhecer o vencedor. As 2 últimas Regatas deste

Campeonato – a 7ª e a 8ª – que se disputaram este sábado, dia 20, na Baía da Horta, foram decisivas para se saber quem iria ocupar o pódio e em que posições. Da parte da manhã realizou-se a “VIII Regata Senhora do Socorro”, do Salão, que estava prevista para o dia 13, mas teve de ser adiada devido às condições atmosféricas. Nesta prova, em 1º lugar ficou o Bote das Angústias, seguindo-se o “Capelinhos” (do Capelo) e o do Salão. À tarde, decorreu a “Regata do 67º Aniversário do Clube Naval da Horta”, que teve como vencedores o Bote do Salão, o “Capelinhos” e o das Angústias. Com estes resultados, as contas que vinham sendo feitas sofreram uma grande alteração, sobretudo no que diz respeito ao campeão. O Campeonato da Secção de Botes

Baleeiros da Ilha do Faial 2014 chegou ao fim após 8 provas e com um vencedor inesperado, que passou da 3ª posição da geral para número 1 da tabela, e que foi o Bote da Freguesia do Salão (“Senhora do Socorro”). O “Capelinhos” manteve o 2º lugar da geral (com a particularidade de ter ficado sempre nesta posição nas 2 regatas deste sábado), ao passo que o 3º lugar foi ocupado pelo Bote das Angústias. A maior surpresa foi, sem dúvida, o que aconteceu com o Bote de Castelo Branco que, depois de ter liderado o Campeonato, dando provas de favoritismo ao título, acabou por ser desqualificado nestas 2 últimas Regatas do Campeonato, situação que o relegou para o 4º lugar da geral. Um dia marcado por várias surpresas e 3 vitórias para o Bote Baleeiro da Junta de Freguesia do Salão que se classificou em 3º lugar na sua própria Regata; alcançou a 1ª posição na Regata de Anos do Clube e se sagrou campeão do Campeonato de Ilha. A Cerimónia da Entrega de Prémios da “VIII Regata de Botes Baleeiros Senhora do Socorro”, da responsabilidade da Junta de Freguesia do Salão, terá lugar no decorrer da Festa de Angariação de Fundos para a actividade desta Secção, marcada para o dia 26 do corrente, no CNH.


CLASSIFICAÇÕES Classificação da “VIII Regata Senhora do Socorro”, do Salão – 7ª do Campeonato de Ilha do Faial 2014:

1º “Senhora das Angústias”: Junta de Freguesia das Angústias – Oficial: José Gonçalves 2º “Capelinhos”: Junta de Freguesia do Capelo – Oficial: Luís Decq Mota 3º “Senhora do Socorro”: Junta de Freguesia do Salão – Oficial: Pedro Garcia 4º “Senhora da Guia”: Junta de Freguesia da Feteira – Oficial: Rute Matos 5º “Claudina”: Clube Naval da Horta – Oficial: Susana Salema 6º “Maria da Conceição”: Clube Nava da Horta – Oficial: Luís Alves 7º “São José”: Junta de Freguesia do Capelo – Oficial: Vítor Mota “Senhora de Fátima”: Junta de Freguesia de Castelo Branco – Oficial: António Luís (DSQ) Classificação da “Regata do 67º Aniversário do CNH” – 8ª e última do Campeonato de Ilha do Faial 2014: 1º“Senhora do Socorro”: Junta de Freguesia do Salão – Oficial: Pedro Garcia 2º “Capelinhos”: Junta de Freguesia do Capelo – Oficial: Luís Decq Mota 3º “Senhora das Angústias”: Junta de Freguesia das Angústias – Oficial: José Gonçalves 4º “Senhora da Guia”: Junta de Freguesia da Feteira – Oficial: Rute Matos 5º “Maria da Conceição”: Clube Nava da Horta – Oficial: Luís Alves 6º “Claudina”: Clube Nava da Horta – Oficial: Susana Salema 7º “São José”: Junta de Freguesia do Capelo – Oficial: Vítor Mota “Senhora de Fátima”: Junta de Freguesia de Castelo Branco – Oficial: António Luís (DSQ) Nota: DSQ (Desqualificado)

Classificação do Campeonato da Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial 2014:

1º“Senhora do Socorro”: Junta de Freguesia do Salão – Oficial: Pedro Garcia/José Alberto Norte 2º “Capelinhos”: Junta de Freguesia do Capelo – Oficial: Luís Decq Mota/César Matos 3º “Senhora das Angústias”: Junta de Freguesia das Angústias – Oficial: Nuno Silva/José Gonçalves 4º “Senhora de Fátima”: Junta de Freguesia de Castelo Branco – Oficial: António Luís/César Pereira 5º “Senhora da Guia”: Junta de Freguesia da Feteira – Oficial: Rute Matos/Ilídio Pereira 6º “São José”: Junta de Freguesia do Capelo – Oficial: João Alves/Vítor Mota 7º “Claudina”: Clube Nava da Horta – Oficial: Susana Salema 8º “Maria da Conceição”: Clube Nava da Horta – Oficial: Luís Alves/Mário Carlos


67 Anos de Vida do CNH: Mais de 200 pessoas no Convívio de Angariação de Fundos para a Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial Por iniciativa do Clube Naval da Horta (CNH) e da Secção de Botes Baleeiros da Ilha do Faial, realizouse na noite desta sexta-feira, dia 26, um Convívio destinado a Angariar Fundos para fazer face às avultadas despesas desta Secção, cuja ementa constou de porco no espeto. Esta actividade congregou mais de 2 centenas de pessoas e inseriu-se no Programa Comemorativo do 67º Aniversário do Clube Naval da Horta, cuja data oficial de criação foi precisamente a 26 de Setembro de 1947.

Foram muitos os que deram vida a este convívio, correspondendo ao apelo lançado


CMH e OMA organizaram Colóquio Internacional: Clube Naval da Horta convidado a estar presente nas Comemorações do Bicentenário da Batalha do “General Armstrong”, na Baía da Horta brigue General Armstrong”, em homenagem ao navio norte-americano, de dois mastros, que acabou por se afundar após o combate. O evento decorreu este sábado, dia 27, na Pousada de Santa Cruz, uma unidade que funciona no interior de uma antiga fortificação, junto ao mar, perto da qual terá ocorrido “a bela batalha do brigue General Armstrong”. Comodoro Robert Lloy. A batalha ocorreu durante a guerra entre os EUA e a Inglaterra, quando uma frota de navios britânicos, que estava a atravessar o Atlântico, foi surpreendida pela presença do corsário “General Armstrong”, fundeado na Baía da Horta. Esta batalha, que decorreu em porto neutral, desencadeou um longo processo diplomático entre Portugal, Inglaterra e os EUA e só estaria concluído, com a arbitragem de Luís Napoleão a favorecer os EUA, em 1851.

O Forte de Santa Cruz visto da Marina da Horta

O Forte de Santa Cruz com a magnífica vista sobre a Baía da Horta e a montanha do Pico Baía da Horta Direitos Reservados

A 27 de Setembro de 1814, travou-se na Baía da Horta, ilha do Faial, uma das mais belas batalhas navais protagonizada pelo brigue corsário americano “General Armstrong” e por uma esquadra britânica comandada pelo

No ano em que se comemora o bicentenário deste combate naval, o Observatório do Mar dos Açores (OMA) e a Câmara Municipal da Horta (CMH) promoveram, na cidade da Horta, um Colóquio que contou com a participação de historiadores açorianos e americanos, que abordaram uma variedade de temas centrados na batalha e nos acontecimentos que lhe sucederam, o qual se enquadra na Guerra de 1812. O Colóquio Internacional foi intitulado “A bela batalha do

Esta iniciativa contou com o alto patrocínio da Secretaria do Turismo e Transportes e com o apoio da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Câmara do Comércio e Indústria da Horta (CCIH) e Pousadas de Portugal. O Clube Naval da Horta foi convidado para estar presen-

HÁ 200 ANOS A Ilha do Faial lembrou este sábado (dia 27 de Setembro) a batalha que há 200 anos influenciou a independência dos EUA. O programa evocativo decorreu na Pousada de Santa Cruz, na cidade da Horta. A 27 de Setembro de 1814, travou-se na Baía da Horta, ilha do Faial, uma das mais belas batalhas navais protagonizada pelo brigue corsário americano “General Armstrong”


te no Colóquio Internacional, tendo o Director António João representado esta instituição em nome do Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, que se encontra em França, na Cerimónia de Entrega de Prémios da Regata “Lorient - Horta Solo”. Segundo os historiadores, os norte-americanos, capitaneados por Samuel Read, não se mostraram preocupados com a chegada dos ingleses, atendendo à posição neutral que Portugal tinha na guerra entre os dois países. Os ingleses, comandados pelo almirante Robert Lloyd, entenderam a indiferença dos norte -americanos como uma provocação e durante a noite terão tentado tomar de assalto o “General Armstrong”. Existem diferentes versões sobre a batalha naval que se seguiu, durante a qual os norte-americanos mataram mais de uma centena de ingleses, perdendo apenas dois homens e valendo-se do maior poder ofensivo dos seus canhões. Apesar da enorme diferença no número de baixas, o navio americano estava em clara desvantagem em relação à frota inglesa, acabando mesmo por perder a batalha, vindo a afundar-se no interior da Baía da Horta. O “General Armstrong” ficou, ainda assim, para a história como o navio que conseguiu travar a armada inglesa, que viria a chegar tarde e fragilizada ao outro lado do Atlântico, na luta contra a independência dos Estados Unidos. Carla Dâmaso, do Observatório do Mar dos Açores, explica que foram todos estes contor-

nos da batalha que justificaram a realização do Colóquio Internacional, que contou com a participação de especialistas portugueses e norteamericanos.

Exmo. Senhor Cônsul de Portugal em New Bedford

“Este não é, no entanto, um evento isolado”, adiantou, acrescentando que o OMA e a autarquia faialense estão, também, a ponderar construir um memorial à batalha do “General Armstrong”.

Minhas senhoras e meus senhores

João Bettencourt, Director Regional do Turismo, entende que a criação de um memorial à batalha de há 200 anos poderá constituir mais um motivo para atrair a presença de turistas norte-americanos aos Açores. Para o Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva, este combate naval revela também a importância estratégica que a ilha do Faial já teve no passado e que pretende continuar a manter no futuro, não como um campo de batalha, mas como um porto de abrigo para milhares de embarcações de recreio que atravessam o Atlântico.

Intervenção da Presidente da Assembleia, Ana Luísa Luís, na Sessão de Abertura do Colóquio Internacional no Bicentenário do Combate Naval do Brigue Armstrong na Baía da Horta:

Exmo. Senhor Presidente da Direção do OMA Exmos. Oradores

Muito bom dia a todos! Permitam que inicie esta minha breve intervenção dando as boas vindas, em inglês, aos nossos visitantes dos Estados Unidos da América. Welcome to Faial! Have a wonderful stay among us and feel at home. It is a great pleasure to have you here. This is the most overwhelming way of bringing Portugal and USA, Azores and Massachusetts, Horta and New Bedford together: celebrating what has crossed our history in the past. We aim to create in this special celebration a step for the future so that we can build a closer approach between our institutions and a stronger relationship of the people who live in your country and in our country. Our emigration has contributed during centuries to reinforce the ties that our history designed. In the last century, particularly in the sixties, our people left Azores to follow a dream and to make a new and more comfortable life.

“Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Horta Exmo. Senhor Diretor Regional do Turismo, em representação do Secretário de Transportes e Turismo Exmo. Senhor Cônsul dos Estados Unidos nos Açores

They did it. And they also helped America with their taxes and their work. That’s what happens in the world. Powerful countries need the small countries to grow up. We are,

indeed, a small country, a small region, a small island, but we have certainly a strong history because we are people of strong will. So, America is for us almost a second land, the land in which significant parts of our people live and have their children and grandchildren. America is the country where we have cousins, godfathers and godmothers, brothers and sisters. America is also part of our literally imaginary. Several poets refer America as an extension of our identity, maybe a wing of our fantasy and a ground toward our goals. That’s why this Armstrong meeting is so important. Because it is an opportunity to celebrate history, institutions, peace and friendship between people. Thank you for coming.

Caras e Caros amigos, agora em português, as minhas primeiras palavras também não podiam deixar de ser de boas-vindas a todos os participantes neste evento e de reconhecimento à Câmara Municipal da Horta e ao OMA, assim como a todas as entidades que apoiaram este colóquio. Esta iniciativa junta, ao abrigo da história, Portugal e os Estados Unidos, os Açores e Massachusetts, Horta e New Bedford. Mais: esta comemoração leva-nos a rever os laços consolidados entre as nossas terras e as nossas gentes e a projetar essa ligação no futuro. Esta relação vem de longe, dos primeiros


açorianos que chegaram à América no século XVIII, e passou pela chegada da família Dabney aos Açores e a esta ilha, nos remotos anos de 1800. Passou pela batalha que este colóquio evoca, pelas primeiras amaragens dos aviões da Pan América, pelos muitos faialenses e açorianos que fizeram dos Estados Unidos um dos mais importantes países recetores da nossa emigração – e aqui não posso deixar de recordar o “Azorean Refugee Act” que o ex-presidente norte-americano John F. Kennedy levou ao Congresso dos EUA, em 1958, permitindo a milhares de faialenses recomeçarem as suas vidas naquele país, após a erupção do vulcão dos Capelinhos. Esta relação passa também por um património material e imaterial tecido nas duas margens do Atlântico, com afetos, família, emoções, raízes identitárias, mas também com baleeiras, marcas museográficas, edificações da família Dabney, registos historiográficos ainda por aprofundar. Assim, importa que a ação das nossas instituições, açorianas e americanas se foque na intensificação desta ligação secular preservando esse património evocativo de açorianos e americanos, que perpetuará na memória futura os feitos do passado. Caros amigos, esta comemoração é, na verdade, uma oportunidade para celebrarmos esta herança mas também para pormos os olhos no futuro e revitalizarmos o que pode e deve ser protegido, acarinhado e defendido, na medida em que é um espólio para os naturais, uma atração para os visitantes e porque representa o respeito pela história de um povo. Obrigada pelo vosso convite. É um prazer estar convosco”.

Ilha do Faial foi a escolhida nos Açores para apresentação do Projecto Portugal Náutico e Oceano XXI

Numa iniciativa conjunta da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e do Oceano XXI - Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar em Portugal, foi apresentado na tarde de sextafeira passada, dia 19, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o Projecto Portugal Náutico. O evento contou com o apoio da Direcção Regional dos Assuntos do Mar e da Direcção Regional do Turismo, do Governo dos Açores, da Portos dos Açores, S.A. e da Câmara Municipal da Horta.

dê corpo a uma estratégia colectiva que conduza à organização e desenvolvimento do mesmo. A AEP tem como missão a promoção da dinâmica empresarial e a sua internacionalização, ao passo que a Oceano XXI é uma associação privada sem fins lucrativos, responsável pela dinamização do “Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar”, Estratégia de Eficiência Colectiva reconhecida em 2009 pelo Programa COMPETE. No âmbito da sua actividade, a Oceano XXI tem realizado um conjunto de iniciativas dirigidas às principais fileiras da economia do mar, de forma a que, conjuntamente com os diversos actores, sejam encontradas formas de promover o enriquecimento das respectivas cadeias de valor.

O Oceano XXI - Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar em Portugal, promoveu também uma sessão de apresentação desta organização, no sábado, dia 20, no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, também na cidade da Horta. Tendo em conta os mesmos interesses e a necessidade de uma acção conjunta nesta matéria, a AEP e a Oceano XXI decidiram avançar com este Projecto, seguindo uma metodologia O potencial da náutica em Portugal de envolvimento e abertura à participação dos diferentes acO Projecto Portugal Náutico pretende chamar a atenção dos tores implicados no tema, especialmente aqueles que se enagentes económicos e institucionais para o potencial da náuti- contram ligados aos desportos náuticos, desde a vela, o remo, ca em Portugal, através da criação de uma rede que consolide a canoagem, o mergulho, a pesca desportiva e as actividades as competências do país no sector da náutica de recreio e que marítimo-turísticas, incluindo as escolas, os clubes, as empresas, organismos públicos, praticantes e todos aqueles que pos-


sam contribuir para o desenvolvimento da náutica no país. Segundo os parceiros, o trabalho a desenvolver procura valorizar e capitalizar o conjunto de estudos e de projectos já realizados sobre o tema e identificar propostas de acção que possam ter concretização, nomeadamente no quadro dos instrumentos financeiros do próximo período de programação de Fundos Comunitários.

mar como a centralidade dos Açores no que toca aos Assuntos do Mar”.

No entender de José Leonardo Silva, este Projecto cruza-se com os objectivos do Faial e do Município, através do pelouro do Mar, Inovação e Empreendedorismo, no sentido de desenvolver uma cultura empresarial “que congregue todos os interesses e conhecimento no que às questões do mar diz respeito, nomeadamente a náutica de recreio”, que tem, segundo o Este é um tema relevante para a Horta e para Região dos AçoPresidente da Câmara Municipal da Horta “registado uma res, onde as actividades náuticas se têm afirmado como um grande expansão nos últimos anos”. pilar de fundamental de desenvolvimento, exponenciando a vocação natural dos Açores para os assuntos do mar. “A criação de um Cluster do Mar, aliado a uma oferta integrada e competitiva ao nível dos vários serviços de apoio ao iatista, têm no Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), na Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, na Portos dos Açores e no Clube Naval da Horta, parceiros imprescindíveis que contribuem para a consolidação da aposta no destino Açores, com o Faial a assumir-se desde logo, como destino de referência na náutica de recreio”, realçou este responsável. José Leonardo Silva acredita que uma oferta orientada no sentido de quem visita o Faial permitirá desenvolver ainda mais a economia do Mar, salientando que “estão assim reunidas todas as condições para o surgimento de profissões ligadas ao mar e criadas as bases para a aposta em novas áreas de negócio”. O governante faialense lembrou que a cidade da Horta é mui-

Clube Naval da Horta: experiência e know-how nos des- to procurada para “hibernagem” de embarcações de recreio portos náuticos “pelas excelentes condições que a Marina oferece”. Por isso, alerta para a necessidade de se explorarem novas oportunidades, apontando o arranque da segunda fase do Porto da Horta como fundamental para essa estratégia de desenvolvimento. Também o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Fausto Brito e Abreu, destacou o facto de os Açores participarem em todas a iniciativas que às questões do Mar dizem respeito. “Temos, em regra, participado em todos os desenvolvimentos de estratégias nacionais para o Mar e em todas as iniciativas que desenvolvem a chamada economia azul”.

Galardões podem ajudar a atrair turismo certo

Horta na centralidade dos Assuntos do Mar, nos Açores O repto foi lançado pela Associação Empresarial de Portugal e pela associação Oceano XXI, tendo o Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva, se associado ao acolher esta sessão nos Paços do Município. Na ocasião, o autarca, que é também presidente da Comissão Náutica Municipal, defendeu que “a Horta reúne todas as condições para se afir-

Fausto Brito e Abreu frisou ainda que “o Governo dos Açores tem um interesse especial” por este Projecto, adiantando que, “da mesma forma que Portugal, como país, cresce na sua plenitude quando se contempla o Mar, dentro de Portugal, os Açores, sendo pequenos em população e em hectares terrestres, crescem quando se contempla a nossa zona marítima”. Este governante lembrou que “a Região Autónoma dos Açores tem sabido usufruir plenamente dos poderes que a Constituição dá para a administração do nosso Mar” garantindo que “o Governo continuará a criar investimentos no desenvolvimento de uma rede de infraestruturas que apoiem actividades náuticas em portos, distribuídos por várias ilhas, aspecto funda-


mental para promover a oferta de turismo náutico”.

AEP, explicou que esta Associação reúne empresários e procura desenvolver os negócios e fomentar a economia. É neste sentido que pretende actuar na náutica de recreio como uma possibilidade de desenvolvimento de negócios e da economia do país, nas zonas em que se podem desenvolver estas práticas náuticas, explicou.

Nesse contexto, salientou o facto de os Açores manterem “uma tradição de notoriedade na vela desportiva e nas competições desportivas internacionais”, o que constitui mais uma razão para que o Executivo promova, sempre que pode, o conhecimento da Região Autónoma como um destino turístico de excelência. Segundo ela, esta iniciativa “tem como propósito trabalhar a internacionalização da náutica de receio e fazer com que posO Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia fez quessa ser um negócio”. tão de lembrar os vários galardões que os Açores têm recebido, nomeadamente o galardão Platina da Quality Coast, que A apresentação do Projecto esteve a cargo de Rui Azevedo, demonstra o reconhecimento internacional do trabalho que Director Executivo do Oceano XXI - Cluster do Conhecimento e tem sido feito na promoção e turismo sustentado na Região. da Economia do Mar em Portugal e de Sérgio Ribeiro, da Exertus Consulting. O Projecto está em execução até meados do próximo ano e foi desenhado numa lógica agregadora, para promover a adesão e a participação de todas as entidades relacionadas com um universo de interesses identificado pela sigla MAR: Mar, Albufeiras e Rios. É co-financiado pelo COMPETE no âmbito do SIAC, com um investimento elegível de 383 mil euros, envolvendo um incentivo FEDER de 306.mil euros.

“Tenho esperança de que estes galardões sirvam para atrair o Nos Açores, a Náutica de Recreio tem vindo a crescer tipo de turismo certo que nos permitirá desenvolver a oferta de forma significativa turística plena, que na área do turismo náutico traz várias mais -valias para sectores de actividade muito específicos”, sublinhou. Segundo os seus promotores, este Projecto terá impactos di- Fotografias de: José Macedo rectos em todos os sectores envolvidos na cadeia de valor da náutica de recreio, nomeadamente os que estão ligadas ao desporto, às marinas, às actividades industriais e serviços relacionados, e contribuirá para reduzir as importações que se cifram actualmente nos 75%, através da disponibilização de produtos nacionais. Por seu turno, o Director Regional dos Assuntos do Mar do Governo Regional dos Açores, Filipe Porteiro, apresentou a evolução da actividade náutica no Faial, nos últimos anos.

Desenvolver negócios e fomentar a economia Maria da Saúde Inácio, do Gabinete de Projectos Especiais da


67 Anos de Vida do CNH: Náutica no Bar sobre “A Marinha em Operações Fora de Área” – Capitania do Porto da Horta associou-se ao Clube - “As Missões Cooperativas em África” e “As Missões de Combate a Pirataria na Somália” foram abordadas na noite deste sábado, 27, no Salão Bar do CNH, pelo Comandante e Imediato da Corveta “João Roby”.

No âmbito das relações cordiais e de parceria há muito existentes entre a Marinha Portuguesa e o Clube Naval da Horta (CNH), a Capitania do Porto da Horta associou-se às Comemorações evocativas do 67º Aniversário deste Clube – oficialmente criado a 26 de Setembro de 1947 – cujas actividades tiveram início no dia 14 do corrente e terminam a 4 de Outubro próximo com um Jantar festivo, no decorrer do qual serão entregues Prémios a atletas de várias Secções do CNH, no seguimento da realização de diversas Provas.

João Duarte, Vice-Presidente do Clube Naval da Horta (CNH) começou por dar as boas-vindas à assistência e disse que, apesar das diversas origens, havia ali um denominador comum, que era o facto de todos estarem associados ao mar. Por seu turno, o Capitão do Porto da Horta, Comandante Diogo Vieira Branco, também agradeceu a presença daqueles que tinham aceitado o convite para estarem presentes neste evento, tendo feito uma apresentação sucinta dos oradores. Entre outros aspectos, o Capitão Tenente António Mourinha já andou embarcado em diversos navios, desde 1990, tendo participado em 3 missões de cooperação técnico-militar. Relativamente ao 1º Tenente Luís Guerra, também já esteve embarcado em diversos navios, destacando-se a sua participação em 2 missões de combate à pirataria. Ambos partilharam as suas experiências pessoais e profissionais no âmbito das temáticas apresentadas. O Capitão Tenente António Mourinha foi o primeiro a falar, tendo afirmado que era um prazer fazer parte desta iniciativa. Começou por explicar que missões fora de área são aquelas que se desenvolvem fora da Zona Económica Exclusiva (ZEE) e da área que está confinada à Marinha. O que é a APS? Este orador dissertou sobre a missão Africa Partnership Station (APS – Estação de Parceria África). A APS é uma iniciativa internacional desenvolvida pelos EUA com o apoio de parceiros internacionais, visando melhorar a segurança marítima em África como parte de um programa de Cooperação em Segurança.

Um dos pontos altos deste programa foi a Náutica no Bar, que decorreu na noite deste sábado, dia 27, e que teve como foco “A Marinha em Operações Fora de Área”. Neste contexto, foram abordadas duas temáticas: “As Missões Cooperativas em África”, pelo Capitão Tenente António Mourinha, Comandante do NRP “João Roby” e “As Missões de Combate a Pirataria na Somália”, pelo 1º Tenente Luís Guerra, Oficial Imediato do NRP “João Roby”.

Trata-se de um programa estratégico, projectado para desenvolver as habilidades, experiência e profissionalismo dos africanos militares, guardas costeiras e marinheiros. Esta missão é inspirada pela crença de que a segurança marítima eficaz contribui para a prosperidade económica e de segurança em terra. Para lidar com cada uma dessas questões com sucesso, os parceiros devem trabalhar em conjunto com um propósito comum. A segurança dos mares é essencial para a segurança global. Existe uma relação entre a segurança do mar e a capacidade dos países para governar as suas águas, fazendo com que haja prosperidade, estabilidade e paz. Os oceanos são


um elo comum entre as economias e os países de todo o mundo. É preciso ter em atenção que 70% do globo é água, 80% da população mundial vive em zonas de costa ou perto desta e que 90% do comércio mundial é transportado no oceano. Nações individuais não podem combater sozinhas, problemas e crimes marítimos. Nesse contexto, a APS é uma resposta directa ao crescente interesse internacional no desenvolvimento de parcerias marítimas. A APS não está limitada a um navio ou plataforma, nem as suas actividades são apresentadas apenas em determinados momentos. O programa desenrola-se de muitas formas, incluindo visitas a navios, equipas de treino e projectos de construção, entre outras. A Africa Partnership Station faz parte de um compromisso de longo prazo por parte de todos os países participantes e organizações da África, Estados Unidos, Europa e América do Sul . O objectivo é melhorar a capacidade dos países envolvidos para estender o império da lei dentro de suas águas territoriais e zonas económicas exclusivas e melhor combater a pesca ilegal, tráfico de seres humanos, tráfico de drogas, roubo de petróleo e pirataria . A primeira implantação APS foi de Novembro de 2007 a Abril de 2008. Entre os países visitados encontravam-se Senegal, Togo, Gana, São Tomé e Príncipe, Camarões, Libéria, Gabão e Guiné Equatorial. A missão APS tem continuado no terreno, ano após ano, e em 2009 revestiu-se de uma imagem internacional, com militares da Nigéria, Camarões, Senegal, Gana, Gabão, Itália, Portugal, Cabo Verde, Serra Leoa, Togo, Guiné Equatorial, Quénia, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Dinamarca, Malta e Brasil. Neste ano, a APS expandiu a sua missão para Sul e Leste da África, ao visitar países como Moçambique, Tanzânia e Quénia. Segundo o Capitão Tenente António Mourinha, a APS nasceu depois da estratégia americana criada em 2007 e trouxe conceitos inovadores. Até ali, vigorava a visão do Capitão Mahan, que defendia que os países para assegurarem o comércio, tinham de possuir uma marinha forte para controlar o mar. Essa visão foi mudada em 2007 por duas razões: em primeiro lugar, por causa da Guerra Fria, pois sem guerra não fazia sentido haver uma estratégia militar; e em segundo, devido ao 11 de Setembro de 2001, em que foi operada uma mudança radical do mundo para os americanos, que passaram a combater um inimigo sem rosto. Em 2003, surge uma nova estratégia: trazer os países excluídos para o desenvolvimento comercial, mudança que o Pentágono e a Marinha Americana reconheceram não estarem preparados para encarar. A APS foi uma das primeiras missões que procurou dar corpo à nova estratégia marítima: criar desenvolvimento num espaço de exclusão, tendo em conta que grande parte dos problemas que aconteciam na Europa, como pirataria, tráfico de

droga e humano, terrorismo e problemas para o comércio, vinham das zonas limítrofes desses mundos. “Os problemas do espaço de exclusão acabam por afectar o núcleo de funcionamento dos outros. E se não exportarmos segurança para eles, eles exportam os seus problemas para os outros”, sublinhou o orador. “Os americanos começaram por realizar diversas conferências em África, mas a sua entrada em Angola sempre se revelou difícil devido à desconfiança que este povo tem em relação aos americanos, o que se explica por causa da Guerra Fria”, referiu o Comandante do NRP “João Roby”, acrescentando que “o objectivo dessas conferências foi implantar a estratégia de segurança americana, passando a mensagem aos parceiros africanos, euroatlânticos e brasileiros”. Pela primeira vez, os 3 serviços marítimos dos EUA – Marines, Guarda Costeira e Marinha – subscreveram a estratégia americana, concordando em enviar mais navios para países africanos a fim de potenciar formação, incidindo em quatro pilares: - Formação e treino - Construção de infra-estruturas (como por exemplo, o Centro que foi montado pelos americanos em São Tomé e Príncipe) - Conhecimento do domínio marítimo - Actividades de relacionamento com as populações (tais como construção de pontes, orfanatos, etc). No decorrer da missão APS era dado treino a militares, polícias e civis, em áreas como hidrografia, oceanografia ou fiscalização da pesca, esta última aquela em que António Mourinha é um expert. A APS constituiu uma oportunidade única para várias agências e organizações não-governamentais da África, Estados Unidos e Europa trabalharem em conjunto. Decorrendo esta missão tipicamente em navios, o que não requer uma base permanente em África, pode ser vista como uma universidade móvel, deslocando-se de porto em porto. Nesse sentido, “houve estagiários de vários países que vieram treinar connosco em terra e no mar”, lembrou António Mourinha. O Comandante da Corveta “João Roby” afirma que “em 2007 os americanos ainda estavam a apalpar terreno” no que diz respeito a esta estratégia. “O objectivo de Portugal ao participar nesta missão foi recolher informação e know-how”, salienta o orador. Paz e segurança, estabilidade regional, prosperidade económica e emprego e oportunidades, são algumas das recompensas da missão APS. Como pontos fortes, são apontados vários, entre eles:


Náutica no Bar (cont) - Conhecimento crescente dos países visitados em termos de necessidades de treino e equipamento - Actividades de apoio comunitário e doações - Actividades de apoio médico - Actividades de treino dos Marines - Actividades de âmbito académico - Projecto de “trainees” embarcados (militares embarcados)

Entre as várias vantagens da APS para a América, está a aproximação político-diplomática a Países Africanos e a presença e influência crescente numa zona estratégica de África. Relativamente às vantagens para Portugal, são exemplos: - Fortalecimento das nossas relações com a Marinha Americana, uma vez que temos presença frequente nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para ajudar a desenvolver a capacidade militar destes países

- Relações Públicas - Grande disponibilidade financeira (os americanos davam

- Possibilidade de coordenação com a Cooperação Portuguesa na aplicação dos recursos da APS - Conhecimento dos problemas e das actividades nesta área do Globo (os franceses são os que melhor os conhecem e permanecem lá) - Possibilidade de estreitar laços com algumas Marinhas Africanas/Países Africanos - Conhecimento operacional e estratégico da região - Divulgação da Marinha Portuguesa e de Portugal

um subsídio diário aos africanos para incentivá-los a aderir às iniciativas, o que lhes agradava e que fazia com que participassem). No que concerne a fragilidades, a APS deparou-se com: - Actividade de formação e treino de componente marítimo - Formação e treino dos “trainees” embarcados - Necessidade de tradução para os formandos anglófonos - Concentração de formação e treino num período curto - Tamanho do staff embarcado - Aparente falta de confiança nos parceiros internacionais - Dificuldade cultural dos americanos no relacionamento com os africanos - Plataforma utilizada (navio com 40 anos, antigo que não estava bem equipado, não tinha helicóptero nem mergulhadores a bordo) - Medidas de segurança portuária (o navio tinha muitos contentores a bordo o que afastava o contacto com a população local) - Falta de acompanhamento permanente dos países apoiados.

- Presença numa área de interesse estratégico para Portugal. No entender deste conselheiro da missão APS “este é um espaço estratégico onde Portugal deve estar presente”. O último ponto da abordagem do Capitão Tenente António Mourinha prendeu-se com impressões pessoais desta missão. Sendo a caça submarina uma actividade lúdica para este português, o mesmo teve oportunidade de revelar os seus dotes culinários, tendo feito peixe assado. Embora o cozinheiro de serviço inicialmente não tenha apreciado esta intrusão, uma vez que os americanos só comem peixe como filetes, a verdade é que no fim todos exibiram, orgulhosos, o prato, que foi muito apreciado. António Mourinha também deu o seu apoio na Direcção Regional da Fiscalização da Pesca e visitou uma aldeia de pescadores no Gana, que “era muito pobre”. Viveu experiências nos Camarões (que têm esta designação precisamente pela abundância deste marisco), fez amigos no Gana, Senegal, nos Camarões e com brasileiros. Embrenhouse na floresta tropical, constatou “in loco” a normalidade que é os homens andarem de mão dada (contrariamente ao que é aceite em relação às mulheres), apercebeu-se de que as tribos na Nigéria fazem pirataria, conviveu com forman-


dos de Cabo Verde que se encontravam embarcados e ficou a observar o contentamento das crianças, para quem as latas de sardinhas constituíam um brinquedo, contrariamente às nossas que só querem tecnologias, e mesmo assim, demonstram-se muitas vezes insatisfeitas com estas modernices. Somália: país sem lei O 1º Tenente Luís Guerra, Oficial Imediato do NRP “João Roby”, que participou em missões nos anos de 2009 e 2010, abordou o tema “As Missões de Combate à Pirataria na Somália”, um país com uma população composta por várias etnias, que há décadas lida com a ausência de um governo central forte e enfrenta conflitos internos severos entre senhores da guerra e outros grupos armados. Entre 1991 e 2012, o país ficou sem um Parlamento e um governo central articulado, o que contribuiu para que regiões inteiras fossem ao caos da insegurança e falta de estrutura. A pirataria teve a sua era de ouro nos mares internacionais entre os séculos XVI e XVII. Era uma actividade extremamente lucrativa e, em grande parte, ilegal, já que apenas os corsários tinham autorização dos seus governos para atacar e saquear navios de nações inimigas. Quatro séculos depois, os piratas voltaram ao activo e muitos, piratas e mandantes, ganharam grandes quantias de dinheiro. Após a segunda fase da Guerra Civil na Somália, em 2005, os actos de pirataria nas costas deste país recrudesceram e transformaram-se lentamente num negócio lucrativo, dominado por “Senhores da Guerra” locais sem nenhuma base jurídica, moral, ou ética. Na sequência da transformação da Somália num Estado falhado, sem lei, ou ordem, onde impera o caos absoluto, fruto da luta fratricida de uma sociedade dividida em clãs rivais, algumas frotas pesqueiras internacionais, sem escrúpulos, depredaram o mar territorial e a Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Somália, reduzindo o stock de peixes na zona e colocando em causa a eventual subsistência de elevadas camadas da população local. No mesmo período, outro tipo de navios aproveitando-se do vazio de poder criado, despejaram lixo tóxico nas águas da Somália. Existem relatos que evidenciam actos praticados por petroleiros que, aproveitando a ausência de fiscalização, lavaram os seus tanques ao largo desse país, em flagrante violação do Direito Internacional, poluindo de forma grave a área, o que pode ser considerado um autêntico crime ambiental contra a população somali e contra o mundo inteiro. Os primeiros actos de pirataria foram cometidos por forças irregulares de pescadores somalis a navios de pesca em águas territoriais e seguiram uma agenda nacionalista e de

defesa dos seus recursos e espaço natural que, embora não justificadas pelo Direito Internacional, podiam colher a compreensão e até alguma simpatia da maior parte das pessoas. No entanto, essa reacção inicial quase que legítima, rapidamente se transformou num negócio lucrativo, por via das avultadas somas de dinheiro, pagas pelos resgates de navios e tripulações, sem nenhum objectivo político, ou defensivo, tendo-se estendido os ataques a toda a navegação mercante na zona, inclusive a áreas muito afastadas, dentro do Oceânico Índico e Golfo de Adem. Convém lembrar que a pirataria não é um fenómeno exclusivo da Somália, mas que infelizmente se generalizou nas costas de Estados falhados, cuja definição não é clara, mas envolve a total ou parcial incapacidade de um estado em manter princípios básicos de sua soberania, tais como garantir a segurança da população, manter as suas fronteiras protegidas, oferecer serviços básicos e garantir a aplicação interna das leis e da ordem. Sem esses requisitos, a Somália transformou-se num dos paraísos da pirataria. Relativamente às origens da pirataria na Somália, o 1º Tenente Luís Guerra disse que nos anos 70 e 80 era uma actividade apenas à escala de criminosos locais, que nunca actuavam a mais de 22 kms da costa. Nos anos 90, actuavam como “guarda costeira”, e em 2004, assiste-se a uma reviravolta,

passando a sequestrar navios mercantes de todo o mundo. “Trata-se de um território que funciona como depósito de resíduos perigosos, onde se encontra urânio radioactivo e uma população assustada com doenças. É visível pobreza, falta de emprego, problemas ambientais, redução de recursos e instabilidade”, sustenta este militar. É importante reflectir também na população da Somália e nas suas motivações para os actos de pirataria. Um país devastado por uma guerra civil interminável, em que se deu por completo a falência do Estado, constitui uma fonte inesgotável de recrutamento de jovens quer para actividades paramilitares de clãs, quer para a pirataria. Um acto singular de pirataria pagará aos participantes o sufi-


Náutica no Bar (cont) ciente para poderem sustentar o resto da vida a sua família e, como tal, são vistos localmente como heróis, colhendo o apoio da maioria da população que, no seu desespero, considera legítima essa actividade. Convém também recordar que os piratas na Somália atacam os próprios navios do programa da ONU, para a ajuda alimentar à Somália, pondo em risco esse programa que tem salvo milhares de vidas do povo somali. Por causa destes ataques, essas embarcações de ajuda humanitária têm de ser escoltados permanentemente por navios de guerra a fim de conseguirem descarregar na costa da Somália esses produtos alimentares da ajuda internacional. Esses ataques, actos inaceitáveis de pirataria à luz do Direito Internacional, contra todo o tipo de navegação mercante, corroem o princípio basilar da liberdade dos mares e da livre circulação de bens e mercadorias por via marítima. Como consequência destes actos, muitos inocentes são feitos reféns por largos períodos de tempo, chegando mesmo alguns a perder a vida. Face à posição geo-estratégica da Somália, os actos de pirataria a partir deste país têm afectado profundamente um dos corredores mais importantes e vitais para a economia global, que é a rota Índico-Atlântico através do estreito de Adem – Canal do Suez. E esse facto tem grande impacto global, pois representa um risco para a segurança internacional e, principalmente, porque ameaça as actividades comerciais numa rota marítima valiosa. De acordo com um relatório da ONU sobre drogas e crime, que analisou a situação do Djibouti, Etiópia, Quénia, Seychelles e Somália, a pirataria custa à economia global cerca de 18 mil milhões de dólares por ano no que diz respeito ao aumento dos custos do comércio. O surto de pirataria também reduziu a actividade marítima no Chifre da África, prejudicando o turismo e a pesca nos países do leste africano, desde 2006. União no combate aos piratas Os ataques não só têm colocado em perigo o normal abastecimento de combustíveis dos Países Ocidentais, assim como as trocas comerciais entre o Ocidente e a Ásia. Em resultado do perigo real que esta ameaça representa para a economia global, pela primeira vez, uma coligação de países muito alargada e historicamente antagonistas, enviou para a zona da Somália navios de guerra para controlarem e conterem este fenómeno preocupante, de forma totalmente cooperante. A Rússia, a China, os países da NATO (Portugal incluído), a Índia e a Austrália entre outros, contribuem activamente com navios de guerra no combate à pirataria marítima, no que é percebido por todos como uma elevada ameaça glo-

bal. Para se perceber a importância desta ameaça, é necessário ter em mente que 90% de todos os produtos transaccionados o são por via marítima. Os custos, quando comparados com os do transporte terrestre, ou aéreo, são quase negligentes, tendo um impacto insignificante no preço final do produto, de cerca de 1%. É precisamente a liberdade dos mares à livre circulação de mercadorias e produtos, o seu baixo custo de transporte e o acesso global, que veio permitir o desenvolvimento de uma economia à escala mundial e que constitui o pilar do desenvolvimento actual. São os laços que se estabeleceram nos últimos 20 anos, em resultado dessa economia global, fortalecidos através de uma elevada interdependência entre todos os actores e agentes económicos desse processo, que tornarão quase impossível um conflito de larga escala no futuro, contribuindo assim para um mundo mais pacífico e partilhado. Caracterização dos piratas e da sua actuação Em termos de caracterização, os piratas da Somália tinham entre 16-46 anos de idade, sendo ex-pescadores e expolícias, que se dedicavam a esta actividade pelo dinheiro, sem razões ideológicas. Os clãs, sob as ordens de senhores da guerra locais, viram neste fenómeno uma nova forma de se financiarem e prosseguirem as suas agendas de poder que tanta disrupção, fome, miséria e sofrimento trouxeram ao povo somali. Rapidamente transformaram os pescadores em verdadeiros piratas, sem escrúpulos, enviando-os mar adentro, em acções ofensivas e ousadas sob a égide do lucro rápido e fácil. Luís Guerra referiu que, “primeiro, o reconhecimento dos piratas a longa distância tornava-se difícil. Mas, depois, os barcos passaram a ser reconhecidos pelo uso de escadas de abordagem, grandes quantidades de combustível a bordo, exibindo motores fora da borda de água para alcançarem maior velocidade. Como a Marinha actuava mais na costa, passaram a afastar-se para fora, até às 200 milhas”. No que se refere ao Modus Operandi, apresentavam-se em grupos de 3 pequenas embarcações com motor de bordo e 3 a 5 atacantes por embarcação. Faziam muitos disparos causando grande número de estragos não tanto com o intuito de matar mas, sim, de assustar, e usavam embarcações sequestradas como navios-mãe a fim de reabastecerem em alto mar, a 170 kms de costa. Eram persistentes no ataque e uma vez a bordo continuavam a disparar, estando sob o efeito de khat (erva estimulante, que causa euforia e excitação). “O facto de usarem navios mercantes como navios-mãe – o que lhes permitia levarem mais combustível e mantimentos


– e a distância a que operavam da costa, inicialmente não levantava suspeitas sobre o facto de se tratar de navios pirata”, sublinha o Oficial Imediato da Corveta “João Roby”, acrescentando que “mais tarde descobriu-se que havia organizações internas a auxiliá-los neste tipo de pirataria”. De acordo com o relatório da ONU já referido, os mais ricos financiavam as actividades criminosas em troca de lucros entre 30% e 75% dos valores dos resgates, enquanto os piratas que abordam os navios ficavam com menos de 0.1% do total. Os poderosos costumavam receber entre 30 mil a 75 mil dólares por navio invadido. “Sempre que viam militares, os piratas atiravam as armas ao mar. A arma preferida era a Kalashnikov, que mesmo enferrujada e mal-tratada, continuava a disparar”, constatou Luís Guerra. Durante a missão, este português reparou que “num campo típico de piratas, o que mais se via eram skiffs (barcos) e armas”. E frisa: “Os Toyota Land Cruiser que utilizavam, contrastavam com a pobreza daquela área”. Alguns moradores apreciaram o efeito “rejuvenescedor” que a presença dos piratas estava a gerar, os quais gastavam dinheiro e abasteciam-se na costa local, o que estava a ser naquelas cidades tão empobrecidas, sinónimo de empregos e oportunidades onde antes não existia nada. Vilarejos inteiros foram transformados em cidades que experimentaram um crescimento demográfico exponencial, com possibilidade de acesso a artigos até ali inacessíveis e considerados como luxo. Ironicamente, “os piratas davam melhores condições à população do que o governo, com a construção de edifícios e a possibilidade de formação”, realça o 1º Tenente Luís Guerra, garantindo que “em cerca de 2 anos, estas missões conseguiram acabar com a pirataria na Somália”. Antes de 2009, a postura em relação aos piratas capturados consistia em identificá-los, tirar fotografias e retirar-lhes todo o material. Posteriormente, também foram registados os números de série das embarcações e assinaladas com tinta vermelha, o que facilitava a sua identificação posteriormente. Depois de 30 de Outubro de 2009, a República das Seychelles começou a ficar com os piratas. Com a destruição das embarcações usadas por eles, houve uma redução do número de skiffs. A dimensão da área de intervenção versus o número de militares, bem como a falta de informação, foram limitações desta missão. No combate à Pirataria na Somália foram implementadas várias medidas, entre elas o facto de os atuneiros terem passado a usar armamento de guerra. No que refere às Operações Anti-Pirataria, em Janeiro de

2009 passou a haver controlo do tráfego de armas, pessoas, drogas e combate à pirataria. Em Dezembro desse ano, a União Europeia pôs em marcha a Operação Atalanta com navios mercantes, o que foi sinónimo de uso da força, mas com poucas baixas. A Operação Atalanta, desenvolvida em coordenação com várias forças e países, era de natureza militar e tinha como objectivos dar protecção aos navios do Programa Alimentar Mundial (PAM), que entregam ajuda alimentar às pessoas deslocadas na Somália; proteger navios vulneráveis que navegavam ao largo da costa somali, bem como a dissuasão, prevenção e repressão dos actos de pirataria e assaltos à mão armada ao largo da costa da Somália (que, para termos uma ideia, ocupa uma área do tamanho do Mediterrâneo).


...mais Resultados Desportivos de setembro Prova de Aniversário de Pesca Desportiva de Costa

ORC B – 1ª Regata:

Prova de Apuramento do Campeonato Regional de Pesca Desportiva de Corrico

1.”No Stress” – António Oliveira 2.”Tuba V” – Fernando Rosa 3.”Rajada” – António Luís “Além Mar” – António João – DNC ORC A – 2ª Regata: “Azul” – Luís Quintino – DNC “Mariazinha” – Manuel Gabriel Nunes – DNC

1º José Armando Silva 2º José Escobar 3º Teles Neves 4º Moisés Sousa 5º Juliana Nóbrega 6º Fernando Medeiros 6º Samuel Raposo

“Dance Away” – Barrie Mckinnell – DNC “Rift” – Carlos Moniz – DNC ORC B – 2ª Regata: 1.”No Stress” – António Oliveira 2.”Tuba V” – Fernando Rosa 3.”Rajada” – António Luís “Além Mar” – António João – DNC

1º “Senhora da Guia” 2º “Rosana” 3º “Zeus” 4º “Gustavo” 5º “Star”

Prova de Aniversário de Canoagem

Nota: DNC (não competiu)

Campeonato Local de Vela de Cruzeiro

CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO Classe ORC A: 1.“Azul” – Luís Quintino 2.”Rift” – Carlos Moniz 3.“Mariazinha” – Manuel Gabriel Nunes 4.”Dance Away” – Barrie Mckinnell Classe ORC B: 1.”No Stress” – António Oliveira 2. “Além Mar” – António João 3.”Tuba V” – Fernando Rosa

CLASSIFICAÇÃO DA 6ª PROVA: Classes ORC ORC A – 1ª Regata: “Azul” – Luís Quintino – DNC “Mariazinha” – Manuel Gabriel Nunes – DNC “Dance Away” – Barrie Mckinnell – DNC “Rift” – Carlos Moniz – DNC

4.”Rajada” – António Luís

Menor: 1° - Ricardo Raimundo: 13'54'' Iniciado Feminino: 1° - Mariana Rosa: 14'11'' Infantil Masculino: 1°- Clésio Pereira: 12'05'' 2° - Lea Nero Curvelo: 12'55'' 3° - João Ponte: 13'03'' Cadete Feminino: 1° - Patrícia Piedade: 13'25'' Cadete Masculino: 1° - Octávio Moreira: 11'14'' 2°- Guilherme Nunes: 12'11'' Veterano C: 1° - Frederico Benjamim: 13'10''


Prova de Aniversário de Pesca Desportiva de Barco

11º Artur Silva

sia do Salão – Oficial: Pedro Garcia

Laser 4.7

3º “São José” – Junta de Freguesia do Capelo – Oficial: Vítor Mota

1º Pedro Costa 2º Jorge Medeiros 3º André Costa 4º Vasco Escobar 420

1º Nuno Costa 2º António Pereira

Troféu do Varadouro 2014 em Mini-Veleiros

1º Ricardo Silveira-Tiago Serpa 2º Jorge Silva-Bartolomeu Ribeiro Access 2.3 1º “Rosana”

1º Libério Santos

2º “100 Peixes”

2º Rui Dowling

3º Gustavo” 4º Star”

Prova de Aniversário de Vela Ligeira

Regata de Botes Baleeiros do Varadouro 3º Mário Carlos 4º José Gonçalves

Regata de Vela de Cruzeiro do Varadouro 2014

Prova de Remo Feminino – Dois Botes Baleeiros concorrentes: Escolinhas 1º Leonor Pó 2º Ana Luísa 3º Maurício Optimist A 1º Jorge Pires 2º Tomás Pó 3º Tomás Oliveira 4º Bernardo Melo 5º Mariana Luís 6º Rita Branco 7º Ricardo Henriques 8º Pedro Moniz 9º Zakhar 10º Artur Moimiaux

1º “Senhora da Guia” – Junta de Freguesia da Feteira – Oficial: Ana Sousa 2º “Santo Cristo” – Junta de Freguesia de São João do Pico – Oficial: Guida Neves Classe ORC: Prova de Remo Masculino – Quatro Botes 1º “Azul” – Luís Quintino Baleeiros concorrentes: 1º “São José” – Junta de Freguesia do Cape- 2º “Air Mail” – António Freitas lo – Oficial: Paulo Correia 3º “Mariazinha” – Manuel Gabriel Nunes 2º “Maria da Boa Viagem” – Clube Náutico 4º “Tuba V” – Fernando Rosa de Santa Cruz das Ribeiras do Pico – Oficial: 5º “Pagode” – Francisco Ribeiro Luís Machado 3º “Santo Cristo” – Junta de Freguesia de 6º “No Stress” – António Oliveira São João do Pico – Oficial: Lídio Rosa Classe OPEN: Prova de Vela – Onze Botes Baleeiros con- “Soraya” – Frederico Rodrigues correntes: “Romejafu” – John Durling 1º “Capelinhos” – Junta de Freguesia do “Solaris” – John Hardy Capelo – Oficial: Luís Decq Mota “Ilhéu Deitado” – Nuno Santos (DNF) 2º “Senhora do Socorro” – Junta de Fregue-


Textos: Cristina Silveira Montagem: Luis Moniz


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