Atlantis Cup - Regata da Autonomia 2018

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30 ANOS ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA | 2018

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30 ANOS ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA | 2018

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ÍNDICE / INDEX Mensagens

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MESSAGES

30 Anos da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”

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30 YEARS OF THE “ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA” Entrevista. Interview Jorge Macedo por. by: Cristina Silveira

Salpicos

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por. by: Jorge Diniz

A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” deve voltar ao antigo figurino THE “ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA“ MUST RETURN TO THE OLD LAYOUT Entrevista. Interview Armando Castro por. by: Cristina Silveira

Festival Náutico

FICHA TÉCNICA EDIÇÃO: CNH CRIAÇÃO & DESIGN: Artur Simões COORDENAÇÃO: Cristina Silveira TRADUÇÃO: Sandra Dart (onde indicado) CONTRIBUIÇÕES: Cristina Silveira, Jorge Macedo, Jorge Diniz, Armando Castro, Jorge Rosa, José Decq Mota, José Macedo, Artur Simões, Mariana Rosa, José Fialho, Carlos Garcia, Frederico Cardigos, Carlos Vaz, Luís Carlos Decq Mota, Hildeberto Luís, Eduardo Sarmento, José Víctor Alves IMPRESSÃO Gráfica “O Telegrapho” Tiragem de 500 exemplares ANO: 2018 DISTRIBUIÇÃO CLUBE NAVAL DA HORTA Cais Velho, Pavilhão Náutico 9900 – 017 Horta www.cnhorta.org

NAUTICAL FESTIVAL por. by: Cristina Silveira

Haverá “Atlantis Cup” enquanto houver mundo!

THERE WILL ALWAYS BE “ATLANTIS CUP” AS LONG AS THE WORLD EXISTS! por. by: Jorge Rosa

Azores Triangle Seas Photo Challenge por. by: Cristina Silveira

A importância da fotografia

THE IMPORTANCE OF PHOTOGRAPHY Entrevista. Interview José Macedo por. by: Cristina Silveira

Rumo ao Mundial - Os Açores Além Fronteiras

TOWARDS THE WORLD CHAMPIONSHIP - THE AZORES BEYOND BORDERS por. by: Cristina Silveira

Centenário “Peter Café Sport” “PETER CAFÉ SPORT” CENTENARY por. by: Cristina Silveira

A importância da imagem

THE IMPORTANCE OF THE IMAGE Entrevista. Interview Artur Simões por. by: Cristina Silveira

Mariana Rosa no “School at Sea” MARIANA ROSA AT “SCHOOL AT SEA” Entrevista. Interview Mariana Rosa por. by: Cristina Silveira

Comandar no Mar

TO COMMAND AT SEA por. by: Cristina Silveira YEARS por. by: José Fialho

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APADIF - 25 Anos.

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A “Atlantis Cup” proporcionou uma nova experiência para muitos dos velejadores Açorianos”

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“ATLANTIS CUP” PROVIDED A NEW EXPERIENCE FOR MANY OF THE AZOREAN SAILORS” por. by: Carlos Garcia

Plásticos, microplásticos e outros hidrocarbonetos PLASTICS, MICROPLASTICS AND OTHER HYDROCARBONS por. by: Frederico Cardigos

José Decq Mota - Um homem de Regatas, de lideranças e de consensos, sempre aberto a desafios

JOSÉ DECQ MOTA - A MAN OF REGATTAS, OF LEADERSHIP AND CONSENSUS, ALWAYS OPEN TO CHALLENGES por. by: Cristina Silveira

Um verdadeiro mar de histórias A TRUE SEA OF STORIES por. by: Carlos Vaz

“A “Atlantis Cup” é um marco para a Vela Regional e Nacional pelo que deve ser valorizada sempre” THE “ATLANTIS CUP“ IS A MILESTONE FOR REGIONAL AND NATIONAL SAILING SO IT SHOULD ALWAYS BE VALUED” Entrevista. Interview Luís Carlos Decq Mota por. by: Cristina Silveira

Eduardo Sarmento faz uma viagem ao passado e perspectiva o futuro

EDUARDO SARMENTO MAKES A JOURNEY INTO THE PAST AND ENVISIONS THE FUTURE Entrevista. Interview Eduardo Sarmento por. by: Cristina Silveira

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Editorial A Atlantis Cup – Regata da Autonomia (ACRA) é a principal regata de vela de cruzeiro realizada no mar açoriano e uma das mais importantes de Portugal. É com justificado orgulho que registamos ter neste evento o Alto Patrocínio da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e o apoio de Entidades Regionais, Municipais e de diversas Empresas com atividade na Região Autónoma dos Açores. No presente ano realizar-se-á o 3º percurso do conjunto de três que se destinam a tocar em todas as ilhas dos Açores. Em 2018 a AC-RA será centrada nas ilhas do Grupo Central, nomeadamente, Faial, Pico, Terceira e Graciosa, envolvendo os portos da Madalena do Pico, de Angra do Heroísmo, da Praia da Vitória, da Praia da Graciosa e da Horta. A largada da 30ª Atlantis Cup-Regata da Autonomia será dada na Madalena do Pico e a 1ª etapa visará atingir Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira. Após o reposicionamento da frota no porto da Praia da Vitória a 2º etapa ligara esse porto da Terceira ao porto da Praia da Graciosa. A 3º e última etapa ligará a Praia da Graciosa à Horta, ilha do Faial. O nosso objetivo central é o de realizar sempre uma Regata Oceânica, que atraia participantes, que promova os Açores e que dignifique a Autonomia. De realçar que a AC-RA, independentemente do percurso, em cada um destes anos, terminou e terminará na Horta, no dia da Abertura Oficial da “Semana do Mar” e do seu intenso, variado e qualificado Festival Náutico. Este número da Revista Atlantis Cup terá bem presente o facto de esta ser a 30ª edição desta Regata e incluirá artigos, depoimentos e entrevistas que serão o traço de união entre o percurso feito e o futuro desta Regata emblemática. O Clube Naval da Horta deseja a todos boa leitura!

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The “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” (AC - AR) is the main Cruise Sailing Regatta that takes place in the Azorean sea and one of the most important in Portugal. It is with justified pride that we register the High Patronage of the Legislative Assembly of the Azores Autonomous Region for this event, and the support of Regional Municipal Entities and several companies with activities in the Azores Autonomous Region. This year the Regatta will follow the third course. It belongs to a group of three courses, whose aim is to “touch” all the Azores Islands. In 2018 the AC - AR is focused on the Central Group islands, namely Pico, Terceira, Graciosa and Faial, involving the harbours of Madalena in Pico, Angra do Heroísmo and Praia da Vitória in Terceira, Praia in Graciosa and Horta in Faial. The starting of the 30th “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” will be in Madalena and the 1st leg will aim for Angra do Heroísmo. After repositioning the fleet in the harbour of Praia da Vitória, the 2nd leg will connect that harbour in Terceira with the harbour of Praia in Graciosa. The 3rd, and last leg, will connect Praia with Horta. Our main goal is always to organize an Oceanic Regatta that attracts participants, promotes the Azores and dignifies the Autonomy. It should be noted that independently from the course, the AC - AR has finished in Horta, over these years, and will finish in Horta, at the Official Opening of the “Sea Week” and of its intense, diversified and qualified Nautical Festival. This number of the “Atlantis Cup” Magazine shows quite clear that this is the 30th edition of this Regatta and will include articles, testimonials and interviews that will be the link between the course already followed and the future of this emblematic Regatta. Clube Naval da Horta wishes all a pleasant reading!

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José Decq Mota

Presidente da Direcção do CNH CNH Board President

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Pedro Catarino REPRESENTANTE DA REPÚBLICA PARA A REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES REPRESENTATIVE OF THE REPUBLIC IN THE AUTONOMOUS REGION OF THE AZORES

O Verão de 2018 chegou e, com ele, mais uma vez os barcos se fazem ao mar, naquela que e a maior Regata de Vela de Cruzeiro dos Açores e umas das maiores do nosso país - A Atlantis Cup Regata da Autonomia. Entre 29 de julho e 7 de agosto, quatro das nove ilhas dos Açores serão ligadas por mar, aproximando gentes, que, embora estejam unidas nos mesmos anseios e sonhos, se encontram separadas por este mar imenso que banha Portugal e as suas Regiões Autónomas. Para além dos momentos de convívio, sã camaradagem e competição leal das tripulações, como é apanágio das gentes do mar, este ano, o 30º da sua realização, será certamente o celebrar de uma já longa vida, que tem procurado desta forma enfatizar a importância da Autonomia nascida com a nossa Constituição de 1976. Saindo da Madalena, passando por Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, tocando a Praia da Graciosa e aportando finalmente a cidade da Horta, os barcos participantes irão dar um colorido diferente com as suas velas multicolores, a este mar azul que tanto nos encanta, nos afasta, mas também tanto nos aproxima. Como Representante da Republica para a Região Autónoma dos Açores, faço votos que esta 30ª Edição da Atlantis Cup seja um êxito, como tem sido as anteriores edições, deixando um incentivo à organização - Clube Naval da Horta - para que prossiga com o trabalho muito meritório que vem desenvolvendo em prol do iatismo na Região e em Portugal, possibilitando que as ilhas sejam cada vez mais conhecidas para além das “fronteiras” dos Açores.

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The summer of 2018 has arrived and with it, once again the boats take to the sea, in what is the largest Sailing Cruise of the Azores and one of the largest in our country - The Atlantis Cup - Regata da Autonomia. Between the 29th July and the 7th August, four of the nine islands of the Azores will be linked by sea, bringing together people who, although united in the same yearnings and dreams, are separated by this immense sea that bathes Portugal and its Autonomous Regions. Apart from the moments of conviviality, healthy camaraderie and loyal competition of the crews, as is the case of seafarers, this year, the 30th anniversary of its accomplishment, will certainly be celebrating an already long life, which has sought to emphasize the importance of Autonomy born with our Constitution of 1976. From Madalena, passing by Angra do Heroísmo and Praia da Vitória, touching Praia da Graciosa and finally to port in the city of Horta, the participating boats will give a different color with their multicolored sails to this blue sea that we love so much, pulls us away, but also brings us so close together. As the Representative of the Republic for the Autonomous Region of the Azores, I hope this 30th Edition of the Atlantis Cup will be a success, as has been the previous editions, leaving an incentive to the organization - Clube Naval da Horta - to continue the very meritorious work which has been developing for yachting in the Region and in Portugal, making it possible for the islands to become more and more known beyond the “borders” of the Azores.

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Ana Luísa Luís PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES PRESIDENT OF THE LEGISLATIVE ASSEMBLY OF THE AUTONOMOUS REGION OF THE AZORES

“Atlantis Cup - Regata da Autonomia” com papel determinante na representação do Arquipélago Trinta anos volvidos desde a primeira edição da Regata “Atlantis Cup – Regata da Autonomia”, o balanço efetuado só pode ser positivo! Hoje, não há qualquer dúvida do papel determinante que esta prova náutica tem vindo a representar para o nosso arquipélago. Ao longo destes últimos anos, este evento tem se assumido como uma das regatas mais emblemáticas do nosso país, atraindo cada vez mais velejadores, nacionais e internacionais, fomentando a projeção das nossas ilhas e das nossas marinas no exterior. Este ano conclui-se um ciclo que foi iniciado em 2016, ano em que a regata abraçou o desafio de unir simbolicamente as nove ilhas dos Açores, chegando em primeiro lugar às ilhas do grupo Ocidental, depois às ilhas do grupo Oriental e por fim, este ano, rumando às ilhas do grupo Central. Com estas novas rotas concretiza-se um desígnio do percurso autonómico: a coesão de todas as ilhas, a união e a compreensão de que unidos podemos alcançar os destinos que tanto ambicionamos. Quero, por isso, congratular o Clube Naval da Horta e todos os seus parceiros por mais esta edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, assim como enaltecer a vontade de todos os voluntários que colaboram na sua organização e desejar a todos os velejadores que usufruam do espírito acolhedor e hospitaleiro dos açorianos. Que os bons ventos acompanhem a vossa jornada!

After thirty years since the first edition of the Atlantis Cup Regatta – Autonomy Regatta, the overview can only be positive! Today, there is no doubt of the important role that this sailing event has been representing to our archipelago. Over the last few years, this event has become one of the most emblematic regattas in our country, attracting more and more sailors, national and international, promoting the projection of our islands and our marinas abroad. This year ends a cycle that started in 2016, year which the regatta embraced the challenge to symbolically unite the nine islands of the Azores, reaching in the first place the islands of the Western Group, then the islands of the Eastern Group and finally, this year, reaching the island of the Central Group. With these new routes, it is achieved a purpose of the autonomous path: the cohesion of all the islands, the union and the understanding that united we can reach the destinies that we ambition so much. I want, therefore, to congratulate Clube Naval da Horta and all its partners for another edition of the Atlantis Cup – Autonomy Regatta, as well as to praise the commitment of all the volunteers that participate in the organization and to wish that all the sailors enjoy the Azorean welcoming and friendly environment. May the good winds guide your journey!

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Vasco Alves Cordeiro PRESIDENTE DO GOVERNO DOS AÇORES

PRESIDENT OF THE GOVERNMENT OF THE AZORES

É com muito gosto que o Governo dos Açores se associa, uma vez mais, à Atlantis Cup – Regata da Autonomia, uma prova que tem tido o grande mérito de aproximar ilhas e concelhos do arquipélago ao longo das várias edições já realizadas. Ligando, este ano, as ilhas do Pico, da Terceira, da Graciosa e do Faial, a Atlantis Cup constitui um bom exemplo do aproveitamento das potencialidades do Mar dos Açores, neste caso específico, ao nível das componentes desportiva, de lazer, ambiental e social. O percurso feito ao longo dos anos faz com que esta prova seja, actualmente, a principal regata de vela de cruzeiro realizada no Mar dos Açores e, também por isso, um excelente veículo de promoção da Região Autónoma dos Açores no exterior. Deixo, assim, uma palavra de reconhecimento ao Clube Naval da Horta, assim como aos restantes clubes parceiros da edição deste ano, pelo meritório trabalho de organização desta prova, cuja reputação já ultrapassou as fronteiras da Região, granjeando mesmo o estatuto de uma das importantes regatas que se realizam em Portugal. Certo que a edição de 2018 resultará num enorme sucesso, faço votos das maiores felicidades para todos aqueles que, nos planos organizativo e competitivo, farão, uma vez mais, do Mar dos Açores um elo de ligação entre ilhas e de aproximação de velejadores.

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It is with great pleasure that the Government of the Azores joins, once again, the Atlantis Cup - Autonomy Regatta, an event that has the great merit of bringing together the islands and municipalities of the archipelago over the course of various editions. Connecting the islands of Pico, Terceira, Graciosa and Faial this year, the Atlantis Cup is a good example of harnessing the potential of the Azores Sea, with special emphasis on the sports, leisure, environmental and social components. The course followed over the years has turned this race into the main sailing regatta taking place in the Azores Sea and, therefore, an excellent means for the external promotion of the Autonomous Region of the Azores. Hence, I would like to address a word of recognition to Clube Naval da Horta, as well as to the other partner clubs of this year’s edition, for their meritorious work in the organisation of an event, whose reputation has already crossed the Region’s borders. In fact, it has been distinguished as one of the most important regattas held in Portugal. As I am certain that the 2018 edition will be a great success, I wish the best of luck to all those who, whether in the organisation or in the competition, will once again make the Azores Sea a link between islands and sailors.

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PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA MADALENA DO PICO MAYOR OF MADALENA DO PICO

José António Soares Parabéns à Organização e Parceiros! É com enorme honra que a Madalena está, novamente, na rota da mais importante regata de vela de cruzeiro realizada no mar açoriano, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que ao celebrar o atlantismo, une, pelo mar, estas nove ilhas mágicas, num reforço da nossa Autonomia. Dando cor ao vento, sobre o Atlântico, dezenas de embarcações, vindas dos quatro cantos do mundo, irão velejar pelo mar dos Açores, homenageando os nossos antepassados, que em tempos idos cruzaram oceanos, perseguindo sonhos, levando os Açores além-fronteiras. Hoje, nesta saga marítima revivem-se tradições seculares, celebra-se através do mar a Açorianidade, cantada por Vitorino Nemésio e enaltecida neste grande evento, promovido pelo Clube Naval da Horta, que há 30 anos leva a bom porto esta prova. À organização e demais parceiros, os meus parabéns. Espero, vivamente, que o sucesso desta edição se replique por todas aquelas que ainda estão por vir! A todos os participantes, desejo uma excelente prova, fazendo votos que o vento corra de feição e vos leve a bom porto!

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It is a great honor to the town of Madalena to be, once again, on the route of the most prestigious sailing regatta of the Azorean sea, the “Atlantis Cup – Regata da Autonomia”, that connects by sea these nine magical Atlantic islands, reinforcing our autonomy. Giving color to the wind over the Atlantic, dozens of sailboats coming from all over will sail the Azorean waters, paying tribute to our ancestors that, in the past, crossed the oceans chasing their dreams and took the islands of Azores to many other parts of the world. Today, this adventure revives many secular traditions. The essence of being Azorean, described by Vitorino Nemésio, is celebrated through the sea in this great event, organized by Clube Naval da Horta, which has done it with great success for the past 30 years. To the organizers and partners, my deepest congratulations. I sincerely hope that this edition, as well as all those others yet to come, will be a major triumph. To all the the participants, I wish a successful and safe race!

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PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ANGRA DO HEROÍSMO MAYOR OF ANGRA DO HEROÍSMO

30 anos ao serviço do desporto náutico e dos Açores A edição anual da Atlantis Cup – Regata da Autonomia tem sido, ao longo destes já 30 anos de história, um cartaz promotor não só da modalidade, sendo já a principal regata de vela de cruzeiro dos Açores e uma das mais importantes do país, mas também um importante cartaz de promoção dos Açores a nível internacional, nomeadamente junto do universo náutico de todo o mundo. Também aumenta, com o número e nível dos seus participantes, a notoriedade deste evento e o gabarito e a credibilidade organizacionais do prestigiado Clube Naval da Horta. É, pois, com enorme orgulho e satisfação que a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo se alia, uma vez mais, ao Clube Naval da Horta, à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores que lhe concede o seu alto patrocínio, e aos restantes municípios da Região, no apoio a este evento que sentimos ser de todos nós. A nossa cidade, e a sua angra que lhe deu o nome, orgulham-se de ter sido, nas magistrais palavras de Gaspar Frutuoso, a «universal escala do mar do ponente». A passagem da regata por esta escala não pode deixar de ter o merecido relevo que o peso da história e a beleza do lugar propiciam. Queremos que seja um momento alto do périplo pelas nossas ilhas, simultaneamente um tempo de descanso e retempero de forças, mas também uma oportunidade para conhecer uma cidade que mereceu ser considerada património de toda a Humanidade, integrando a honrosa lista do melhor legado cultural do mundo. A valorização da baía de Angra e de toda a zona marginal da cidade tem constituído uma das prioridades do Município. Este é um contributo que consideramos

estratégico para a dinamização de toda uma faixa costeira que está intrinsecamente ligada aos principais momentos de afirmação no plano internacional. Quero também endereçar as minhas congratulações ao presidente do Clube Naval da Horta, o distinto açoriano José Decq Mota, que termina este ano o seu terceiro mandato consecutivo à frente dos seus destinos e, por conseguinte, desta extraordinária regata oceânica. A todos os participantes desejo as maiores felicidades; à Atlantis Cup, no seu trigésimo aniversário desejo vida longa e próspera e que possa levar todos os anos o bom nome dos Açores a todos aquele que em qualquer lugar do mundo gostam do mar e dos desportos náuticos. José Gabriel Álamo Meneses Nota do Editor: Por decisão e expressa indicação do Autor, esta Saudação não é traduzida em inglês nem figura a fotografia do mesmo. Editor’s Note: By decision and express indication of the Author, this Greeting isn’t translated into English and it doesn’t include the photograph of the autor.

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PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA PRAIA DA VITÓRIA MAYOR OF PRAIA DA VITÓRIA

Tibério Dinis

© David Monteiro

Amigas e Amigos,

Dear friends,

é com enorme prazer que o Município da Praia da Vitória vos recebe, no âmbito de mais uma edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, a primeira regata de Vela de Cruzeiro no mar açoriano e uma das mais prestigiadas no País. O Mar é presença incontornável na História desta Ilha e deste Concelho. Aliás, é dele – particularmente da sua baía - que lhe resulta o nome: PRAIA do seu areal; VITÓRIA pelo desfecho da batalha de Agosto de 1829 que reforçou o ímpeto Liberalista no País. E não podemos esquecer a importância económica, social e também cultural da atividade piscatória na então vila. Nas últimas sete décadas, a baía da Praia da Vitória sofreu profundas alterações, particularmente devido à instalação da Base das Lajes. Mas, a sua vocação marítima manteve-se. É por isso também que o mar que nos banha é, hoje, estratégico no nosso desenvolvimento. Do Turismo à Inovação, queremos recentrar as nossas atenções nesse recurso quer nos caracteriza e diferencia. Nesse âmbito, por exemplo, o reforço da promoção da nossa vocação marítima é compromisso deste Executivo, enquadrado nas estratégias municipais de promoção turística e de dinamização económica. Estivemos, estamos e estaremos para sempre ligados ao Mar, onde os nossos olhos mergulham, como Vitorino Nemésio bem sintetizou. É, pois, incontornável esta ligação. Acreditamos que é nosso desígnio aproveitá-la. A bem do presente e do nosso futuro. Até porque, limitados por terra, a imensidão do nosso espaço marítimo abre-nos portas para lá do horizonte, em múltiplas áreas e saberes; em variadas oportunidades e possibilida-

it’s with great pleasure that the Municipality of Praia da Vitória welcomes you to another edition of “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, the first cruise sailing regatta in the Azores and one of the most prestigious in the country. The Sea is an undeniable presence on the History of this Island and this municipality. In fact, it is from it - particularly from its bay - that its name comes from: PRAIA from its beach; VITÓRIA by the victory on the battle of August 11, 1829. that reinforced the Liberalist movement in the Country. We must not forget the economic, social and cultural importance of the fishing activity in the old town. On the past seven decades, the bay of Praia da Vitória went through major changes, particularly with the Lajes Airfield. But its maritime vocation remained. That is also why the sea that bathes us, is strategic in our development. From Tourism to Innovation, we want to refocus our attention on this resource that characterizes us and differentiates us. In this context, for example, strengthening the promotion of our maritime vocation is the commitment of this Executive, following the municipal strategies of tourism promotion and economic dynamism. We have been, we are and forever will be connected to the Sea, were our eyes dive, like Vitorino Nemésio synthesized so well. Therefore, it is undeniable this connection. We believe that it is our purpose to make the most of it. For the good of our present and future. Because, limited by land, the immensity of our sea opens doors beyond the horizon, in several areas and knowledges; in various opportunities and possibilities; in potential that, properly exploited, will generate other needs, in a sustainable growth and

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des; em potencial que, explorado, gerará outras necessidades, num crescimento e desenvolvimento sustentáveis. A “Atlantis Cup” celebra, também, a nossa ligação ao mar: une ilhas; une populações e identidades, celebrando o roteiro regional consagrado constitucionalmente em 1976, dando corpo a uma mátria que nos deu berço e, no sentimento, nos interliga; juntando água e rocha, sal e terra aos quais estamos, umbilicalmente e teluricamente, presos. Mas, para o Município da Praia da Vitória, é justo sublinhar também o facto de esta regata corporizar a parceria e cooperação entre vários clubes navais e vários concelhos, dando corpo, dessa forma, à união regional que subjaz à identidade regional que o evento celebra. O desafio que, para nós, se coloca é reforçar essa união, usando o mar como elo de ligação entre territórios que, embora afastados geograficamente, não distam culturalmente. A todos vós, dos velejadores à Organização, desejo que todas as expectativas se superem e que, no final, todos regressem aos vossos portos levando e promovendo cada cais a que aportaram. Na Praia da Vitória, certamente, encontrarão um porto de abrigo amigo. Podeis estar certos que a amizade perdurará após a vossa partida.

development. “Atlantis Cup” also celebrates our connection to the sea: bringing together the Islands; bringing together the populations and entities, celebrating the regional itinerary consecrated constitutionally in 1976, giving us a motherland, a birthplace, and interconnecting us by feelings; joining water and rock, salt and earth to which we are, umbilical and telluric prisoners. But, for the Municipality of Praia da Vitória, it is fair to also point out the fact that this regatta embodies the partnership and cooperation between several naval clubs and several municipalities, thus giving shape to the regional union that underlies the regional identity that the event celebrates. The challenge for us is to strengthen this union, using the sea as the link between territories that, although geographically remote, are not culturally distant. To all of you, from the sailors to the organization, I hope that all expectations are exceeded and that, in the end, everyone will return to your ports, taking and promoting each quay you docked. In Praia da Vitória, you certainly found a friendly port of refuge. Rest assure that the friendship will last after your departure.

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PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA CRUZ DA GRACIOSA MAYOR OF SANTA CRUZ DA GRACIOSA

Manuel Avelar dos Santos “Atlantis Cup”: “excelente forma de promover o It is with great pleasure and proud that we welcome for the first time on our Island the Atlantis Cup destino Açores” – Autonomy Regatta, at its 30th edition. The most É com enorme alegria e orgulho que acolhemos, known regatta taken place in the Azorean waters pela primeira vez, na nossa ilha a “Atlantis Cup is an excelente way to commemorate the Regional - Regata da Autonomia”, quando se está a come- Autonomy and to promote the Azores as a tourist morar a sua 30.ª edição. A realização desta que destination. é a mais conceituada regata levada a cabo no We welcome everyone that visits Graciosa Island mar dos Açores constitui uma excelente forma de during this event and we hope that you have the solenizar a Autonomia Regional e de promover o opportunity to get to know some of our landscape, destino Açores. experience our culture and customs and also enjoy Damos as boas-vindas a todos os que visitam a our gastronomy. ilha Graciosa no decurso deste evento e espera- The City Council of Santa Cruz da Graciosa wishmos que tenham a oportunidade de conhecer um es all participants as well as all the entities involved pouco das nossas paisagens, vivenciar a nossa an excellent race and that healthy competition, cultura e os nossos costumes e também saborear a companionship and good realtions between all nossa gastronomia. prevail. A Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa deseja aos participantes, bem como a todas as entidades envolvidas neste evento, uma ótima prova em que prevaleça a competição saudável, a camaradagem e as boas relações entre todos.

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PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA HORTA MAYOR OF HORTA

José Leonardo Silva Caras e caros participantes na Regata Atlantis Cup

Welcome to Horta!

Sejam bem-vindos à ilha do Faial! Nesta semana temos para vos oferecer uma variedade de eventos, em terra e no mar, que convidam à participação, ao convívio e à animação. No mar, a Baía da Horta enche-se de velas em dezenas de modalidades desportivas, para diversas faixas etárias, que fazem desta Semana do Mar, um dos maiores festivais náuticos do país. Em terra, percorrendo a Avenida, passando pela Praça do Infante e terminando no Parque da Alagoa, sentimo-nos contagiados pela riqueza das nossas tradições culturais e gastronómicas e assim, nesta cosmopolita cidade da Horta, construímos, ano após ano, a nossa Semana do Mar. A Atlantis Cup - Regata da Autonomia é uma das referências desta Semana do Mar, que une a ilha do Faial às suas congéneres açorianas. A sua realização é um exemplo do verdadeiro espírito autonómico, no campo desportivo. Desejo a todas e todos os participantes, votos de bons ventos até a Uma das Mais Belas Baías do Mundo, a Baía da Horta! Boa Semana do Mar e bem-vindos à cidade da Horta.

This week, we gathered a variety of events, in land and at sea, that are truly invitations to animation. At sea, Horta Bay fills up of participants in dozens of sports modalities for different age ranges, making of this Sea Week one of the biggest nautical festivals in Portugal. At land, crossing the Main Avenue and passing by Praça do Infante till Alagoa Park, we can fill the richness of our cultural and gastronomic traditions. That’s how in this cosmopolitan City of Horta we build, year after year, our Sea Week. The Atlantis Cup – Autonomy Regatta is one of the references of Horta Sea Week, uniting Faial Island to the other islands in the Azores in the true spirit of the Azorean Autonomy but at a sportive level. Therefore, I wish to all of the participants, good winds until “One of the Most Beautiful Bays in the World” that is Horta Bay! Have a nice stay at Horta’s Sea Week and Welcome to the City of Horta!

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Angra Iate Clube

Augusto Silva

Presidente da Direcção do Angra Iate Clube Angra Iate Clube Board President

“Atlantis Cup”: a ponte que une o que o mar separou

“Atlantis Cup”: the bridge that unites what the sea separates

É com renovada honra e alegria que o Angra Iate Clube (AIC) acolhe, este ano, mais uma edição da prestigiada Atlantis Cup/Regata da Autonomia, prova que é, definitivamente, um marco na vela cruzeiro das ilhas de bruma. A Atlantis Cup tem sabido ultrapassar todas as dificuldades para se afirmar como uma prova de referência no contexto da modalidade e, ao mesmo tempo, uma ponte que une aquilo que o mar um dia separou. É, recorde-se, a única regata dos Açores que faz escala em várias ilhas e, conforme referi em edições anteriores, aquela que, com certeza, tem maior projeção no contexto nacional. Por outro lado, a Atlantis Cup é símbolo permanente de união e partilha, atendendo a que conta com a colaboração de vários clubes náuticos dos Açores. Juntos, somos, na realidade, mais fortes e a Atlantis Cup é prova disso. O êxito da iniciativa é, em larga escala, fruto do espírito que a envolve. Enquanto presidente do AIC, é com enorme satisfação que abro as portas da ilha Terceira à Atlantis Cup. Satisfação que é extensiva a toda a família da vela cruzeiro terceirense. A todos aqueles que se encontram envolvidos na organização da presente edição da Regata Atlantis Cup, deixo, como não podia deixar de ser, os meus mais sinceros parabéns e votos de venturas, não esquecendo um afetuoso abraço do tamanho da imensidão do mar que nos alimenta o desejo permanente de liberdade.

It is with great honor and joy that the Angra Iate Clube hosts this year another edition of the prestigious Atlantis Cup/ Race of Autonomy. This is definitely a proof of a milestone in the cruise sailing of these islands of mist. The Atlantis Cup has been able to overcome all dificulties to assert itself as a benchmark in the context of the sport and, at the same time, a bridge linking what the sea once separated. It is the only regatta of the Azores that makes stop on several islands, as I mentioned in previous editions, the one that, certainly, has greater projection in the national context. Atlantis Cup is a permanent symbol of union and sharing, given that it has the collaboration of several nautical clubs of the Azores. Together, we are indeed, stronger, and the Atlantis Cup is proof of that. The sucess of the initiative is, to a large extent, a fruit of the spirit that surrounds it. As president of the AIC, I am delighted to open the doors of Terceira Island to the Atlantis Cup. Satisfaction that is extensive to the entire family of cruise sailing. To all those involved in the organization of the present edition of the Atlantis Cup Regatta, I would like to offer my warmest congratulations and best wishes, not forgetting an affectionate hug of the size of the immensity of the sea that feed us the desire of permanent freedom.

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Clube Naval da Praia da Vitória José António Furtado Dias Mendonça

Presidente da Direcção do Clube Naval da Praia da Vitória Clube Naval da Praia da Vitória Board President

É com muito orgulho que o Clube Naval da Praia da Vitória recebe na excelente baía desta cidade de Nemésio a única prova de Vela de Cruzeiro que liga as Ilhas Açorianas por este mar que nos une, este ano a Atlantis Cup Regata da Autonomia cumpre por fim o seu propósito, fechando o ciclo de ter tocado todas as ilhas deste arquipélago. Um meio de divulgação da vela, dos locais e dos clubes náuticos que estes extraordinários velejadores com as suas embarcações durante uma semana visitam. Apesar do sucesso que tem sido, não podemos deixar de tentar melhorar, incentivando de várias maneiras a uma maior participação de embarcações mais pequenas e menos competitivas, esta é a Regata Açoriana e como tal quantos mais velejadores envolver mais bonita e alegre será. Sejam bem vindos ao nosso Clube. Aos velejadores, aos clubes, á organização e em particular ao Clube Naval da Horta votos de uma excelente regata. Bons ventos!

It is with great pride that the Clube Naval da Praia da Vitória receives in the excellent bay of this city of Nemésio the unique regatta of Sailing boats that connects the Azorean Islands by this sea that unites us, this year the Atlantis Cup Regatta of the Autonomy fulfills at last its purpose, closing the cycle of having touched all the islands of this archipelago. A means of spreading the sailing, the locations and the nautical clubs that these extraordinary sailors with their boats visit during a week. Despite the success that has been, we can not stop trying to improve, encouraging in various ways a greater participation of smaller and less competitive boats, this is the Azorean Regatta and as such the more sailors involved the more beautiful and joyous it will be. Welcome to our Club. To the sailors, to the clubs, to the organization and in particular to the Clube Naval da Horta votes of an excellent regatta. Good winds!

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Clube Naval da Ilha Graciosa Valter Manuel Pereira Bettencourt

Presidente da Direcção do Clube Naval da Ilha Graciosa Clube Naval da Ilha Graciosa Board President

“Agradecemos ao CNH o trabalho e empenho posto nesta importante Regata” É com imenso orgulho que o Clube Naval da Ilha Graciosa recebe a XXX edição da “Atlantis Cup Regata da Autonomia” e agradecemos ao Clube Naval da Horta pelo trabalho, pelo engenho e pela dedicação que tem posto na realização desta importante Regata, que dura há três décadas. A importância desta Regata no panorama da Vela Regional é inquestionável e mais uma vez esperamos que este seja um momento de celebração da nossa Autonomia, e, principalmente, a oportunidade de navegar neste mar extraordinário que nos separa, mas que ao mesmo tempo é fonte de orgulho e união de todo o nosso povo açoriano. É com imenso empenho que nos associamos pela primeira vez a esta Organização, na certeza de que tudo faremos para que a mesma seja um sucesso quer em termos desportivos quer em termos sociais, contribuindo desta forma para a continuidade deste evento tão importante no panorama da Vela Regional. Desejamos a todos, Organização e Participantes, as maiores felicidades e cá os esperamos com a mesma alegria e disponibilidade de sempre. Bons Ventos e Boas Vontades! Nota do Editor: Nesta Saudação não é publicada a fotografia do autor.

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It is with great pride that Clube Naval da Ilha Graciosa receives the XXX Regata Atlantis Cup / Regata da Autonomia, and we thank the Clube Naval da Horta, by labor, by the ingenuity and dedication that has taken towards the realization of this important race that lasts three decades. The importance of this sailing race in the regional panorama is unquestionable, and once again we hope this is a time of celebration of our Autonomy, and especially, the opportunity to sailing in this extraordinary sea which separates us, but, at the same is a source of pride and unity of all the Azorean people. It is with great effort that we associate ourselves to this organization for the first time, in the certainty that we will strive to make sure that it is a success, both in terms of social or sports, thereby, contributing to the sustainability of this important event in the regional sailing panorama. We wish all organization and participants the best of luck and here we will be waiting for you, with joy, and same availability as always. Good Winds and Good Wills Editor’s Note: In this Greeting the author’s photograph isn’t published.

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Jorge Macedo e o seu inseparável chapéu, que, se falasse, teria muitas histórias para contar Jorge Macedo and his inseparable hat that, if could talk, would have many stories to tell Fotografia. Photo credits: E. Sarmento

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Jorge Macedo 30 Anos da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 30 YEARS OF “ATLANTIS CUP - AUTONOMY REGATTA” Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by: Jorge Macedo

A história remonta aos anos 80, quando se ligou ao Clube Naval da Horta (CNH) a convite do sr. Aurélio Melo e de Carlos Lacerda, ambos na liderança desta instituição náutica faialense. Jorge Macedo iniciou a sua odisseia na Vela já na fase adulta, sem qualquer incursão neste desporto enquanto criança. Embarcou nas lides organizativas da Vela local e por “arrasto” na “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” desde 1989 (a 1ª edição da Regata aconteceu no ano de 1988). Primeiro como Oficial da Comissão de Regata, uma espécie de árbitro da competição, e depois na função de 20

The story goes back to the eighties when he joined Clube Naval da Horta (CNH), invited by Mr. Aurélio Melo and Carlos Lacerda, both leading this nautical institution from Faial. When Jorge Macedo began his odyssey in sailing, he was already an adult, without any experience in this sport, as a child. He embarked in the organisational local sailing proceedings, and consequently in the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” since 1989 (the first edition of the regatta took place in 1988). First as Official of the Regatta Commission, and then as Official

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Medidor Oficial (sendo também Medidor Oficial da Federação Portuguesa de Vela, com o nº 13, no sistema ORC) que abrange a segurança e a fiscalização de medições das embarcações. Contudo, o actual Presidente da Direcção da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA) esteve igualmente envolvido, ao longo de várias edições deste evento, na Selagem de Motores e, desde há alguns anos que é Director de Prova, um cargo que na prática significa coordenar tudo o que esteja relacionado com a Regata nos diversos sectores. Por isso, “era bem mais fácil” levar a cabo esta tarefa quando integrava a Direcção do Clube Naval da Horta, o que aconteceu ao longo de sensivelmente 15 anos, tendo sido simultaneamente, durante alguns anos, Director da Secção de Vela de Cruzeiro deste Clube. Sem dúvida que “dá muito trabalho”, até porque temos de pensar que esta Regata acontece anualmente, mas o

“Organizar uma Regata com esta relevância, é algo que dificilmente se verificará noutra parte de Portugal” ORGANIZING A REGATTA OF THIS IMPORTANCE, IS SOMETHING THAT SEEMS VERY UNLIKELY TO OCCUR IN ANY OTHER PART OF PORTUGAL”

gosto pela modalidade e pelo CNH consegue superar tudo isso e quando a postura é estar empenhado – por não saber trabalhar de outra forma – o sucesso é garantido. Como factor determinante desse triunfo, renovado ano após ano, está uma Organização irrepreensível – a cargo do Clube Naval da Horta – que tem sido “largamente” elogiada. “É gratificante ouvir o que muitos participantes dizem, sobretudo na cerimónia de Entrega de Prémios, onde pedem a palavra para manifestar o regozijo sentido por integrarem a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, uma organização com eco a nível internacional”. Contudo, Jorge Macedo vai mais longe na partilha deste êxito: “Depende de um vasto conjunto de intervenientes, que vai desde a tripulação de cada barco

Há cerca de 20 anos que Jorge Macedo anda envolvido na Organização da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” Jorge Macedo is involved in the Organization of “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” for about 20 years

Measurer (being also Official Measurer of the Portuguese Sailing Association, with no. 13 in the ORC system) that includes safety and the inspection of the boats’ measurements. Nevertheless, the current Board President of the Azores Regional Sailing Association (ARVA), was also involved, throughout several editions of this event, in the engines sealing, and for some years now, he is Race Director, a function that in practical terms means to coordinate everything that is related with the Regatta, in the different areas. For these reasons, “it was much easier” to carry out this task, when he was in the Board of Clube Naval da Horta, for about 15 years. Simultaneously, he was for some years Director

of the Cruise Sailing Department of this Club. No doubt that “it is a lot of work”, particularly because we have to think that this is a Regatta that occurs every year, but the love for this type of sport and for CNH helps to overcome all that and when you are committed to this, because that’s your way of working, the success is a certainty. As determining factor of this triumph, renewed year after year is an irreprehensible Organization carried out by Clube Naval da Horta that has been “highly” praised. It is most rewarding to listen what many participants say, mostly on the prize awards ceremony, when they ask to speak in order to show their happiness for participating in “Atlantis Cup Autonomy Regatta”, an

“Na frota regional, foram adquiridas embarcações e velas novas por causa da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” Because of the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” there are new boats and new sails in the regional fleet

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até ao Presidente do CNH”, com a particularidade de não ter havido acidentes significativos nestas três décadas de sucessivos feitos. “Nunca foi mais do que umas velas rasgadas”, constata.

organization with a projection at the international level”. However, Jorge Macedo goes further in sharing this success: “It depends on the persons you have to work with, that goes from the crew of each boat Organização do CNH reconhecida a nível inter- to the President of CNH”, highlighting that there nacional has not been any significant accidents in the three Não é por acaso que a Prova Rainha da Vela de decades of successive achievements. “It was never Cruzeiro dos Açores é disputada, desde há muito, more than a few torn sails”, he notes. por velejadores do Continente português (que têm de usar as suas férias para conseguirem participar: The CNH Organization is well known at the in6 a 8 dias para a travessia até ao Faial, mais 10 ternational level dias de Prova, no mínimo, e novamente 6 a 8 dias para regressar a casa) com barcos que têm repre- It is not by chance that the main sports event of sentado Portugal no plano internacional, como é o the Azorean Cruise sailing is disputed, for a long caso do “Giullieta”, que já participou, por exem- time, by sailors from the Portuguese mainland (they plo, na “Giraglia Rolex Cup”, em Saint-Tropez, ou have to use their holidays to be able to participate na “Copa del Rey”, em Palma de Maiorca. in this event: from 6 to 8 days to cross the Atlantic “Eles gostam” e sem dúvida que a motivação é a to Faial, at least more 10 days for the race and predilecção pela Vela, mas a isto não é alheia a existência de eventos sociais “com muita dignida- again from 6 to 8 days to return home) that have de e empenho dos municípios por onde passa a represented Portugal at the international level, as Regata, ou a organização ‘top’ do Clube Naval it is the case of “Giullieta” that already participatda Horta, que sabe fazer e faz bem, com a pres- ed, for example, in the “Giraglia Rolex Cup”, in timosa colaboração de outros clubes navais da Saint-Tropez, or in the Copa del Rey”, in Palma de Região, no apoio de toda a logística nos locais Mallorca. por onde passa a Regata”. “They enjoy” and there is no doubt that the motivaO reconhecimento internacional do que se faz no tion is the love for sailing, but of course there are Faial, pela mão do CNH, fala por si. “Organizar, also the social events, organized with a lot of digdesde há 30 anos, uma Regata anual com esta nity and commitment of the municipalities, or the relevância, é algo que dificilmente se verificará “top” organization of Clube Naval da Horta that noutra parte de Portugal. E então se ainda acresknows how to do things and does it well, with the centarmos a ausência de patrocinadores privados, diligent collaboration of other nautical clubs of the é obra!”, frisa o Director de Prova. Azores, in supporting all the logistics in the places Alzira Luís, Comandante Salema e Victor Mota: through which the Regatta passes by”. The international recognition of what is done in os amigos mais presentes Faial, by CNH, speaks for itself. “To organize, for No grupo dos “amigos chegados” que têm inte- 30 years an annual Regatta with this importance grado o ‘staff’ de Jorge Macedo, figuram nomes is something that seems very unlikely to occur in especiais pela sua “permanente dedicação e any other part of Portugal. And if we add the fact grande competência ao longo dos vários anos”, that there are no private sponsors, it is really somecomo é o caso de Alzira Luís, “prestável e sem- thing!” points out the Race Director. pre disponível”, há muitos anos envolvida, e que tem sido o rosto do Secretariado da Prova; e do Alzira Luís, Commander Salema and Victor Comandante José Salema, “elemento fundamental no aconselhamento”. Mais recentemente, o gru- Mota: the most present friends po alargou-se com a participação de Vítor Mota, que colabora na Selagem dos Motores; de Antó- In the group of “closest friends” that has integrated nio João, o homem das Classificações (‘scorer’) e the staff of Jorge Macedo, there are some special Medidor da Regata; e de Alexandre Rainha, um names because of their “permanent dedication and algarvio também sempre disponível, que desde há great competence throughout the years”, as it is the alguns anos tem desempenhado funções variadas case of Alzira Luís, “very helpful and always availdentro do ‘staff’. able”, “for many years involved and has been the Para este amante do mar – na Organização da 22

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Fotografia. Photo credits: José Macedo

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Fotografia. Photo credits: José Macedo

Vitor Mota, Alexandre Rainha, Comandante José Salema e Jorge Macedo, Director de Prova, nas Flores, no ano de 2016 Vitor Mota, Alexandre Rainha, Commander José Salema and Jorge Macedo, Director of the Race, in Flores, in 2016

“Atlantis Cup - Regata da Autonomia” há cerca de 20 anos, apesar de nunca ter feito Vela nem tão pouco saber andar à Vela – 2013 foi o ano marcante da Regata, que celebrou as Bodas de Prata. “Registou-se a maior participação de sempre, com cerca de 40 barcos”. Nesta 30ª edição também se espera uma “grande adesão na participação” pelo facto de a Prova decorrer num conjunto de ilhas próximas umas das outras (Grupo Central): Faial, Pico, Terceira e Graciosa. E é com este périplo que se completa o desafio lançado pela actual Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), a faialense Ana Luís, que lançou o repto para que a unidade autonómica – que rebaptizou a “Atlantis Cup” como “Regata da Autonomia” – se materializasse na passagem por todas as ilhas dos Açores, o que se completa neste ano de 2018. “É importante tocar as nossas ilhas. Todos os municípios envolvidos vêem esta iniciativa com bons olhos. Em terras pequenas, como por exemplo as Flores ou a Graciosa, qualquer acréscimo faz diferença e, quer queiramos quer não, este conjunto de pessoas nessas ilhas faz mexer a economia local de forma mais visível naquele período”. O que mudou

Fotografia. Photo credits: José Macedo

Jorge Macedo: “A Alzira Luís é um elemento que já faz parte “da mobília”, sendo muito prestável, competente e empenhada” Jorge Macedo: “Alzira Luís is an element that already belongs to the “Atlantis Cup” family, being very much helpful, competent and committed”

Nos últimos anos, o velejador algarvio, Alexandre Rainha, tem colaborado com a Organização. Aqui, apoiado pelo Comandante José Salema, “elemento fundamental no aconselhamento” In the last years, the sailor from Algarve Alexandre Rainha has collaborated with the Organization. Here, Commander José Salema, “a central element in advising”, supports him CLUBE NAVAL DA HORTA

O figurino inicial da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” – que se manteve ao longo de vários anos – apenas contemplava Horta/Angra/Ponta Delgada. O ano de 1989 contou com uma largada presidencial, dada por Mário Soares na Horta (que se encontrava em Presidência Aberta nos Açores) a bordo do navio “Creoula” da Marinha Portuguesa, naquela que foi a 2ª edição deste evento náutico. A Regata recebeu o nome de “Atlantis Cup” devido ao seu principal patrocinador, na altura a TAP, ter a revista de bordo com essa designação (“Atlantis”). GALP, AZORIA e LIBERTY SEGUROS, foram outros dos patrocinadores privados de maior relevância daquela que é hoje conhecida como a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, precisamente porque desde 2001 começou a contar com o Alto Patrocínio da Assembleia Legislativa 23


Fotografia. Photo credits: José Macedo

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Há várias edições que o CNH contrata a empresa “Mar de Histórias” (na fotografia a entrevistar Jorge Macedo) para fazer a cobertura e divulgação desta Regata nos vários circuitos promocionais It is for several editions that CNH invites the company “Mar de Histórias” to cover and promote this regatta in the different promotional circuits

da Região Autónoma dos Açores. No ano de 1989 – que marca a cedência das actuais instalações ao Clube Naval da Horta – ocorreu uma peripécia recordada pelo nosso entrevistado que, a esta distância é encarada com graça, mas, que, ao tempo, podia ter sido desastrosa. “A Regata estava associada à Direcção Regional do Turismo (DRT), que designava um funcionário para integrar a equipa organizativa. Na chegada a Angra do Heroísmo, esse elemento da DRT segurava a folha de registo de chegadas da etapa, quando a mesma repentinamente caiu ao mar, deixando em pânico a colaboradora, que ainda se sentiu tentada a atirar-se à água em busca da folha, não fosse a densa concentração de águas-vivas na zona em questão. Valeu a rápida intervenção de um mergulhador que se encontrava nas imediações equipado com fato de mergulho e que resgatou a preciosa folha, onde figuravam os tempos de chegada dos barcos”. Posta a secar e tratada com desvelo para não borrar a pintura, a mesma foi recuperada para total alívio da Organização.

face of the Race’s Secretariat. And Commander José Salema that is a “fundamental element in advising.” More recently, the group got bigger with the participation of Vítor Mota, that helps sealing the engines; António João, the scorer and Regatta measurer; and Alexandre Rainha, from Algarve, that is always available, that for some years now, has different functions, within the staff. For this sea lover, in the Organisation of the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” for about 20 years, although never sailed, or has any knowledge about sailing, 2013 was the significant year of the Regatta that celebrated its silver anniversary. “It was recorded the biggest participation ever, with about 40 boats”. In this 30th edition, we also expect a “big participation”, due to the fact that the event takes place in a group of islands so close from one another (the central Group): Faial, Pico, Terceira, and Graciosa. It is with these “islands tour” that we complete the challenge launched by the President of the Legislative Assembly of the Azores Autonomous Region, Ana Luís, from Faial that rechristened the Regatta as “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”. The President’s challenge was to materialize the autonomic unity in the passage by all the islands, and this is completed this year. “It is important to “touch” all islands. All the municipalities involved, look favourably at this initiative. In smaller places, such as Flores in Graciosa, anything new makes the difference, and whether we want it or not, all these people on these islands have influence in the local economy, in a more visible way during that period”.

Para a história fica a famosa tábua destinada a ajudar nas medições no sistema de abono CNH. “Foi a tábua mais viajada de sempre. Pintada de branco, indignando o pessoal nos aeroportos, andava connosco para todo o lado. Servia para tirar as medidas destinadas ao cálculo da linha de água”. Era assim que funcionavam as medições até aparecer o ORC, sistema internacional adoptado em todo o mundo, reconhecido pela Autoridade Nacional: a Federação Portuguesa de Vela (FPV), e que “veio tirar muito trabalho” a quem tinha de tirar as medidas de casco a todos os barcos em prova. “No primeiro ano que veio aos Açores um cruzeiro da Associação Nacional de Cruzeiros (ANC), penso que seriam cerca de 20 embarcações, e a maior parte foi medida com 24

Fotografia. Photo credits: José Macedo

A famosa tábua das medidas do ‘Rating’ CNH

A Selagem dos Motores ultimamente tem estado a cargo de Vítor Mota Vítor Mota has been lately in charge of sealing the engines

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“A Associação Nacional de Cruzeiros fez aumentar a participação na “Atlantis Cup -Regata da Autonomia” “The National Cruises Association” increased the participation in the “Atlantis Cup Autonomy Regatta”

What has changed...

“Foi a tábua mais viajada de sempre. Andava connosco para todo o lado” “It was the most traveled board ever. It would go with us everywhere”

este sistema. Imagine-se a azáfama que foi e claro que a nossa famosa tábua fartou-se de trabalhar”. Durante muito tempo, a “Atlantis Cup” foi organizada de maneira a que a passagem por Angra coincidisse com as “Sanjoaninas”. Volvido algum tempo, o foco passou a ser a mais antiga festa concelhia dos Açores: a Semana do Mar, no Faial, como forma de trazer as embarcações das outras ilhas para este evento. Ao fim de 30 anos de presenças, a maior Regata de Vela de Cruzeiro dos Açores conta com centenas de participantes, oriundos dos Açores, Madeira, Continente português, USA, Oriente e outras nacionalidades, se tivermos em conta a percentagem de “aventureiros” que se encontrava na Horta e que aderia em grande número nos primórdios da Prova. Após os diferentes percursos realizados nos últimos anos, “a “Atlantis Cup -Regata da Autonomia” passou a dispôr de uma maior variedade de opções para as edições futuras”. Jorge Macedo partilha da certeza de que “foi a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” que fez evoluir a Vela de Cruzeiro na Região Autónoma dos Açores, levando os velejadores a adquirirem embarcações, aperfeiçoando as mesmas. A maior parte daqueles que fazem Vela de Cruzeiro, participam ou já participaram nesta Regata”, que mudou para sempre a face da modalidade no Arquipélago. E é por isso que tem havido algum investimento com o intuito de melhorar a competitividade. “Na frota regional, houve barcos e velas novas por causa da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. Certos armadores investem forte a fim

The initial model of “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” that was maintained for several years included only Horta/Angra/Ponta Delgada. In 1989, in the second edition of this nautical event, there was a presidential starting, given by Mário Soares in Horta (he was in the Open Presidency in the Azores) on board of the ship “Creoula” of the Portuguese Navy. The Regatta received its name “Atlantis Cup” due to the fact that its main sponsor, at the time TAP, had the on board magazine with this designation (“Atlantis”). GALP, AZORIA and LIBERTY SEGUROS were other relevant private sponsors of the event that now is known as “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”, precisely because since 2003 it started to count on the high patronage of the Legislative Regional Assembly of the Azores. In 1989, that marks that the move to the present facilities of Clube Naval da Horta, there was an incident, reminded by our interviewee, that now sees this as a joke but at the time it could have been disastrous. “The Regatta was associated to the Regional Directorate for Tourism (DRT) that designated a staff member to be part of the organisational team. Upon arrival in Angra do Heroísmo, that staff member from DRT was holding in his hands a sheet with the registration of the leg arrivals when it suddenly flew to the sea. The DRT element started panicking and almost felt like going into the water to get the sheet of paper but there was a big concentration of jellyfish in that area. The situation was saved by the quick intervention of a diver that was in that area and recovered the paper with the boats arrival times”. It was dried and taken care so that it would not blur. It was saved for great relieve of the Organization.

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The famous ‘rating’ measurements board of CNH For history stays that famous board for helping the measurements of CNH ‘rating’ system. “It was the most traveled board ever. It would go with us everywhere. It was used to take the measurements for the waterline calculations”. This is how the measurements worked until the ORC came, the international system adopted all over the world, recognized by the national authority, the Portuguese Sailing Federation (FPV) and it made the job easier for the person in charge of taking the hull measurements of all the boats participating in the regatta. “In the first year that a cruise of the Cruise National Association (ANC) came to the Azores, I think there were about 20 boats and most of them were measured with this system. Let’s imagine the hustle that it was, and of course, our famous board worked like hell”. For a long time, “Atlantis Cup” was organized in such a way that the passage by Angra do Heroísmo would coincide with the “Sanjoaninas” festivities. Sometime later, the focus started to be on the oldest municipal festival in the Azores, the Sea Week in Faial in order to bring the boats from other islands to this event. Thirty years after, the biggest Azores cruise sailing regatta has hundreds of participants from the Azores, Madeira, Portuguese Mainland, USA, from the East, and other nationalities, if we take into account the percentage of “yachtsmen” that were in Horta and participated in the first years of this Race. After the different courses taken in the last years, “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” has a greater

Fotografia. Photo credits: José Macedo

de participar nesta Regata com maior espírito de competição e há equipas que entram nisto mesmo para ganhar, enquanto outras vão mais na desportiva, mas a verdade é que ninguém gosta de perder”. A evolução registada faz com que “a frota de há 30 anos não tenha nada a ver com a de hoje. Dos barcos que começaram, muito poucos fazem a Regata presentemente, embora participem em provas locais”. Na actualidade, nesta Prova aparecem “barcos muito bons”, que nos Açores são mais de 10, divididos pelas ilhas Faial, Terceira e São Miguel. Barco e tripulação são os requisitos para quem quiser embarcar nesta aventura – que implica alguns gastos – em que o sistema de classificação também foi alvo de alterações. “Durante muitos anos vigorou o “’Rating’ Oficial do CNH” (inspirado num ‘Rating’ dinamarquês – ‘rating’ é o cálculo matemático adequado às características de cada embarcação – que foi reajustado por gente local e que funcionou muito bem, durante largas edições”. Presentemente, e a pensar na ‘performance’, os estaleiros já concebem os barcos adequados ao ‘Rating ORC’, que, por isso, tem actualizações anuais nalguns factores. A Classe Cruzeiro – inicialmente assim designada – foi substituída pela actual Classe OPEN, vista como quem participa em passeio, embora Jorge Macedo garanta que “há igualmente disputa pelo pódio”. A continuidade da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” por mais 30 anos, pelo menos, são os votos do Director de Prova, apostado em fazer das Bodas de Pérola uma data marcante no percurso desta Regata – tal como foram as Bodas de Prata – símbolo da unidade regional, da evolução da Vela de Cruzeiro nos Açores, da salutar troca de ideias entre os participantes e do convívio registado, coroado com o que de melhor os Açores têm: a simpatia do seu povo, a paisagem e a gastronomia. “Como nota final, assim propositadamente pensada, gostava de salientar que esta Regata só alcançou todos os êxitos registados devido à grande e imprescindível colaboração dos Clubes Navais por onde tem passado ao longo destas edições. Pela minha parte, endereço um agradecimento sentido a todos os Dirigentes do Clube Náutico de Angra do Heroísmo, Clube Naval de Ponta Delgada, Clube Naval da Praia da Vitória, Angra Iate Clube, Clube Naval de Vila Franca do Campo e Clube Naval de Santa Maria”.

Nas últimas edições, António João tem sido o homem das Classificações e Medidor da Regata In the last editions, António João has been the scorer and the measurer of the regatta

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variety of options for future editions”. Jorge Macedo shares the certainty that “it was the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” that developed Cruise Sailing in the Azores Autonomous Region, leading the sailors to acquire boats, improving them. Most of the sailors that practise Cruise Sailing, participate or have already participated in this Regatta that changed forever this type of sport in the Archipelago. This is why there has been some investment in order to improve competitiveness. In the regional fleet, there were boats and new sails because of “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”. Certain ship owners invest a lot in order to participate in this Regatta with a bigger competition spirit and there are teams that compete to win, while others do it with an immense sport’s spirit but the truth is that no one wants to lose”. “A frota de há 30 anos não tem nada a ver com a de hoje” “The fleet from 30 years ago does not have anything to do with the present one”

The evolution registered makes “the fleet from 30 years ago to have nothing to do with the present one. From the first boats, there are very few that participate now in the Regatta, although it is possible to see them in local races”. Now, there are “very good boats” participating in this race. In the Azores, we have more than 10 of those boats, divided by the islands of Faial, Terceira and São Miguel. Boat and crew are the requirements for all of those who want to embark on this adventure. It needs some spending and the classification system also underwent some changes. “For many years we had the “CNH Official Rating” (inspired in the Danish ‘rating’. ‘Rating’ is the mathematical calculation adequate to the characteristics of each boat. In fact, it was locally adjusted and it has worked quite well in many editions of the Regatta”. Presently, and thinking about the performance, the shipyards are already building boats adequate to the ORC rating and for this reason have annual updates in some elements. The Cruise Class, designated initially this way, was substituted by the OPEN Class that is seen as participating in a tour, although Jorge Macedo assures that “there is, likewise, dispute for the podium”. The continuity of “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” for another 30 years, at least, is the wish of the Race Director, devoted to make from the Pearl Anniversary an important mark in the path of this Regatta, just as the Silver Anniversary was, symbol of the regional unity, the evolution of Cruise Sailing in the Azores, of the healthy exchange of ideas between the participants and the get together, that has the best that the Azores have to offer: the friendliness of its people, the landscape and the gastronomy. On a final note, I would like to highlight that this Regatta only achieved all these successes thanks to the great and indispensable collaboration of the nautical clubs, where it has passed during all its editions. I would like, personally, to thank the Presidents of Clube Náutico de Angra do Heroísmo, Clube Naval de Ponta Delgada, Clube Naval da Praia da Vitória, Angra Iate Clube, Clube Naval de Vila Franca do Campo and Clube Naval de Santa Maria”.

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Salpicos

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Texto. Text: Jorge Diniz * Tradução. Translation: Sandra Dart

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uriosamente este 2018 é um ano especial de comemorações nesta nossa “Cidade-Mar” que eu costumo dizer que uns amam e outros “dizem amar”!! Perfazem-se 520 anos (1498) que passou a Vila e 185 anos (1833) a cidade e 153 anos (1865) a “mui nobre e leal”, com direito a brasão de armas! Em 1912 (106 anos) viu nascer a sua Associação Faialense de Bombeiros Voluntários que muitos e bons serviços tem prestado a esta ilha ao longo de mais de um século! Pouco tempo depois, nascia o “Café Sport” de Henrique Janeiro, que passou a “Peter Café Sport” pela mão do seu filho José Azevedo, o simpático e hospitaleiro Peter, o “Peter Zee” na linguagem do inesquecível Alberto Peixoto, que bem podia ser o sócio honorário daquele Café. Agora, 100 anos passados, rege a orquestra o não menos simpático José Henrique e filhos, que seguem com igual “savoir faire” a tradição da família, este ano em festa, com edição de livro a comemorar. E neste prosseguir de comemorações, surge a regata do “Ocean Cruising Club” (OCC) em 1975, graças ao empenho e conhecimentos do nosso conterrâneo e meu muito estimado amigo e colega, João Carlos Fraga, cuja memória urge perpetuar naquela Marina que nasceu muito a toque da sua batuta. Foi nessa regata que o Manuel Whitton da Terra, então de férias na sua terra, tomou as rédeas da logística e ajudou a transformá-la num êxito de bem receber. Foi enorme o entusiasmo da chegada do ‘trimaran’ azul-bebé, “Triple Harrow”, primeiro classificado, cujo ‘skipper’ desapareceu no regresso por capota28

Curiously, this year of 2018 is a special year of celebrations in our “Cidade-Mar2” that I use to say, some love and others “say they love”!! It has been 520 years (1498) since it became a village and 185 years (1833) since it became a town and 153 years since “mui nobre e leal3”, with right to a coat of arms! In 1912 (106 years ago) saw its Associação Faialense de Bombeiros Voluntários come to life that has provided many and good services to this island for more than a century. Shortly after, “Café Sport” from Henrique Janeiro would be born and became known as “Peter Café Sport” with the helping hand of his son, José Azevedo, the friendly and welcoming Peter, “Peter Zee” in the unforgettable language of Alberto Peixoto that could very well be an honorary member of that Café. Now, 100 years later “conducts the orchestra” the not less friendly José Henrique, and sons that continue the family’s tradition with the same “savoir-faire”, this year celebrating, with book edition to be commemorated. And it is in this continuing of celebrations that emerges the “Ocean Cruising Club” (OCC) in 1975, thanks to the commitment and knowledge of our fellow citizen and my honorable and dear friend and colleague João Carlos Fraga, whose memory urges to perpetuate in that Marina that was born at the sound of his baton. It was in that regatta that Manuel Whitton da Terra, thus on holidays on his island, took over the logistics and helped to transform it into a success of welcoming. It was enormous the enthusiasm on the arrival of the baby blue trimaran “Triple Harrow”, classified in the first place, whose skipper disappeared on the trip of return, due to a capsizing, to complete the bad luck brought by the death of his wife in the previous year. He was followed in the second place by Mr. Palmer in his pink trimaran, named “FT”. The photo coverage was done by me on land, in slides, at a request of Ricardo Madruga da Costa, my colleague and Tourism Delegate at the time. I took the chance of photographing, in close-up, the eyes of the beautiful Mrs. Palmer, “loving and drowning eyes”,

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mento, para completar o azar da morte da esposa no ano anterior. Seguiu-se-lhe em segundo lugar, Mr. Palmer no seu ‘trimaran’ cor-de-rosa, de nome “FT”. A cobertura fotográfica em terra foi feita por mim, em ‘slides’, a pedido do Ricardo Madruga da Costa, então meu colega e Delegado do Turismo na altura. Aproveitei para fotografar em “close-up” os olhos da bela e simpática Mrs Palmer, “olhos de amar e de afogar”, quando ela avistou à Guia o veloz “FT” tripulado pelo marido. Estes acontecimentos foram em 1975 o prelúdio da Semana do Mar. O êxito alcançado nesta regata fez surgir a ideia ao Ricardo Madruga da Costa e ao João Carlos Fraga e a mais alguns, de se realizar anualmente um Festival Náutico o que aconteceu em 1976 e que foi baptizado de “Semana do Mar”. Estou ainda a ver, o Madruga da Costa no seu gabinete na SATA à Vasco da Gama, onde todos nós nos reuníamos, porque ali trabalhávamos, de caneta de tinta permanente em punho a rabiscar uma hipotética sigla para a Semana do Mar que ainda hoje perdura como ele a idealizou. O “M” da palavra mar é igualzinho ao “M” da sua assinatura e o prolongamento da perna do “R” a simbolizar as ondas do mar. Esta Festa que é nossa, muito nossa, que vai na sua 42.ª edição foi “madrinha” de muitas outras festas semelhantes que foram surgindo no Arquipélago! No decorrer do tempo veio a Marina em 1986, a primeira dos Açores, sendo, actualmente a primeira de Portugal, a segunda na Europa e a quarta no Mundo, que, a abarrotar, completa 32 anos neste 2018. Segue-se, em 1988, a regata “Atlantis Cup”, agora com 30 anos, que, de sucesso em sucesso, passou a chamar-se, e muito bem, desde 2001 “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. Aí está ela então de velas enfunadas para cumprir o seu desígnio neste ano de 2018 a confirmar os “Salpicos” que escrevi em 2004, nesta mesma Revista, que terminavam assim: “Confirmada, confirmada porém, está mas é esta Cidade como “FILHA DO MAR”, com o seu Porto de partir e de chegar, seu coração de pulsar, seu útero de procriar, no seguimento deste destino, de elo d‘áquem e d’além-mar! Horta de águas calmas, que lembram olhos de encantar, Horta de tantas regatas e desta “Atlantis Cup” de Açórico abraçar”. Parabéns, por esta “Atlantis Cup - Regata da Autonomia 2018” de longo Açórico abraçar”! Parabéns à Horta e ao seu povo da “Borda d’Água”.

when she spotted, at Guia, the fast “FT” manned by her husband. These events took place in 1975 and were the prelude to the Sea Week. The success achieved in this regatta made Ricardo Madruga da Costa, João Carlos Fraga, and some more, to come up with the idea of organizing annually a Nautical Festival that took place in 1976 and was christened “Semana do Mar” (Sea Week). I can still see Madruga da Costa in his SATA office at Vasco da Gama, where all of us would meet, because we worked there, with a fountain pen sketching a possible logo for “Semana do Mar” that lasts, as it was first imagined. The “M” in the word “Mar” is just like the “M” in his signature and the extension of the “R” symbolizes the waves of the sea. This Fest that is ours, very much ours and that is now in its 42nd edition was the “godmother” of many other similar events that started to arise in the Archipelago! Over time, came the Marina in 1986, the first in the Azores, being now the first in Portugal, the second in Europe and the fourth in the world that completely overloaded is celebrating its 32nd anniversary in this 2018. This was followed in 1988 by the regatta “Atlantis Cup”, now 30 years old that from success to success started to be called, and very well, since 2001 “Atlantis Cup” Autonomy Regatta”. Here is she, with wind-filled sails to accomplish its destiny, in this year of 2018, confirming the “Salpicos” that I wrote in 2004, in this same Magazine, and that ended this way: “Confirmed, confirmed however, it is but it is this Town as “DAUGHTER OF THE SEA”, with harbour of arriving and departing, with its pulsing heart, in its breading womb, following this fate, a bond here and beyond the sea! Horta of calm waters that resemble enchanting eyes, Horta of so many regattas and this Atlantis Cup, of Azoric embracing.” Congratulations for this “Atlantis Cup – Autonomy Regatta” of long azoric embracing!” Congratulations to Horta and its “water’s edge” people. Translator’s Notes 1 “Salpicos” - splashes - Series of opinion articles by the author. 2 “Cidade-Mar” - name given to the town of Horta (“cidade”) because of it

strong relation with the sea (“mar”). 3 Reference to “à mui leal cidade da Horta” - - most loyal town of Horta, recognition of King D. Luís 4 Associação Faialense de Bombeiros Voluntários - Association of Volunteer Fireman

* Jorge Diniz é Sócio, Colaborador, pertenceu à Organização da Regata do OCC, em 1975 MEMBER, COLLABORATOR, BELONGED TO THE ORGANIZATION OF THE OCC REGATTA IN 1975

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Armando Castro Fotografia. Photo credits: Artur Simões

Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by: Armando Castro

Participou em 8 edições e ganhou 3 Armando Castro: “A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” deve voltar ao antigo figurino” HE PARTICIPATED IN 8 EDITIONS AND WON 3 – ARMANDO CASTRO: “ATLANTIS CUP - AUTONOMY REGATTA” SHOULD RETURN TO THE OLD MODEL”

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facto de ter nascido junto ao mar e de se ter iniciado na Vela aos 8 anos de idade – ainda no tempo da Mocidade Portuguesa – ditaram o gosto que sente pelos desportos náuticos. A oferta de um Optimist, por parte de um velejador – membro da família, que se encontrava no Continente português – só veio ajudar a cimentar esta relação com o mar, sempre vivida “com grande entusiasmo”, tendo-se estreado nas competições aos 10 anos. Armando Castro define a Vela como “um vício”, que tem tentado alimentar “dentro do possível”. “Esta modalidade tem uma particularidade muito interessante: no mar há uma competição natural, mas em terra os velejadores respeitam-se e convivem. Nota-se um ‘fairplay’ acima da média”. Como amante do mar, reconhece que teve a sorte de contar com “bons monitores”, lamentando que na actualidade a maioria dos velejadores olhe para a Vela “apenas como um desporto de 30

The fact that he was born near the sea and that started learning sailing at the age of 8, still in the time of Mocidade Portuguesa, influenced the love that he has for water sports. To receive an Optimist as a gift from a sailor, member of the family that was living in the Portuguese mainland, helped this relation with the sea that he was always lived “with great enthusiasm.” He started to enter competitions at the age of 10. Armando Castro defines sailing as an “addiction” that he had always tried to feed “as far as possible”. This sort of sport has a very interesting particularity, that is, at sea, there is a natural competition but on land, the sailors respect themselves and enjoy each other’s companionship. We can note a fair play “above the average”.

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As a sea lover, Armando recognizes that he had the luck of having “good sailing instructors”, regretting that nowadays most of the sailors look at sailing “only as a competitive sport”. “In my youth, competition was secondary. My major worry was to instil in the younger people the love for sailing”. The Sea Week has always brought an ocean of opportunities in what concerns races and challenges, dressing up Horta’s Bay with multicoloured sails and athletes from different origins with a common preference: to enjoy the pleasure and the adrenaline that the sea and the nautical sports are capaPanorama de uma das primeiras Semanas do Mar Scene from one of the first Sea Weeks ble of giving. Windsurfing is another sport of his choice. He has competição”. “No meu tempo, a vertente competi- participated in countless local competitions, retiva era secundária. A principal preocupação era gional and national championships. incutir nos mais novos o gosto por andar à Vela”. A Semana do Mar sempre trouxe um mar de opor- Current sea professionals start in CNH tunidades em termos de provas e desafios, engalanando a Baía da Horta com velas multicores Armando Castro is part of the list of former Clube e atletas de várias proveniências com um gosto Naval da Horta (CNH) presidents and highlights comum: gozar do prazer e da adrenalina que o the “irreplaceable” role of this “house” in the Sailmar e os desportos náuticos são capazes de pro- ing School, from where came out several professionals. “Many companies of Nautical Activities porcionar. O ‘Windsurf’ é outro desporto de eleição de Ar- have, working for them, former CNH sports pracmando Castro, tendo mesmo participado em inú- titioners as skippers, divers and others. There are meras competições Locais, Campeonatos Regio- also Merchant Navy pilots, tourist guides, professional sailors, etc. All of them attended CNH classnais e Nacionais. es and this is quite revealing, in what concerns the Actuais profissionais do mar começam no CNH importance of this nautical institution in Faial. And that training continues in the different schools of Armando Castro – que também já integrou o lote this “Clube”: Sailing, Swimming, Canoeing, which dos Dirigentes do Clube Naval da Horta (CNH) means that present jobs, related to the sea, started – destaca o papel “insubstituível” desta “casa” na in CNH. Within this framework, I deeply believe Escola de Vela, no seio da qual foram fomados that the Azores Sea School, with seat at Horta and diversos profissionais. “Muitas das Empresas Ma- to be inaugurated in 2019, will constitute an excelrítimo-Turísticas têm ao seu serviço antigos prati- lent centre of education, not only at the local and cantes de desportos do CNH como ‘skippers’, regional levels, but also national and international mergulhadores e outros; também há pilotos da dominions, bringing teachers, students and other Marinha Mercante, guias turísticos, velejadores professionals linked to the sector, capable of deprofissionais, etc. Tudo gente que se formou no veloping this school, influencing naturally the local Clube Naval da Horta, o que é bem revelador economy”. da importância que esta instituição náutica tem no meio faialense. E essa formação continua nas di- Recommendations ferentes Escolas (Vela, Natação, Canoagem), o que significa que as actuais profissões ligadas ao Being one of the few that left his name listed in the mar iniciam-se no CNH. Neste âmbito, acredito “Atlantis Cup”, not only by the number of participamuito que a Escola do Mar dos Açores, sedeada tions but also by the victories achieved, as proves na Horta – a inaugurar em 2019 – venha a cons- his long nautical curriculum, Armando Castro has tituir um excelente pólo de ensino, não só a nível a deep vision about the “reorganization”, let’s call local e regional, mas com expansão nos domínios it this way, of this Regatta. CLUBE NAVAL DA HORTA

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nacional e internacional, trazendo professores, estudantes e outros profissionais ligados ao sector, capazes de dinamizar e projectar este estabelecimento de ensino, influenciando, naturalmente, a economia local”.

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Recomendações Sendo um dos que deixou o seu nome inscrito na “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, não só pelo número de participações mas, também, pelas vitórias alcançadas – como atesta o seu extenso currículo náutico – este faialense tem uma visão de fundo sobre a “reestruturação”, chamemos-lhe assim, desta Regata. “Quando a “Atlantis Cup” começou, a Vela de Cruzeiro nos Açores dispunha de uma frota mais homogénea em termos de ‘performance’, qualidade e dimensões. Eram barcos com alguma idade e velas usadas, o que fazia com que os pódios fossem mais divididos. Havia grande entusiasmo. Com o passar do tempo, os barcos novos passaram a ser mais acessíveis e a haver maior número de velejadores com poder de compra. Neste cenário, surgiram embarcações com um nível competitivo superior e, consequentemente, mais bem aparelhadas, fazendo com que as mais antigas deixassem de poder manter-se na corrida. Atribuo a desmotivação verificada à evolução que se registou na nossa frota, fazendo com que alguns iates tenham optado pela Classe OPEN. Atendendo a esta nova classe de navegadores que apareceu com barcos mais pequenos e competitivos e que dão um novo fôlego e futuro à competição, é preciso haver por parte da Organização um esforço no sentido de cativar esta nova vaga de participantes, da qual quero fazer parte, futuramente”. Este expriente navegador defende que “não se pode andar para trás”. Por isso, deixa algumas recomendações. Repensar calendários “É preciso ter em conta a frota regional e ouvir toda a gente envolvida: velejadores, organizadores, parceiros, patrocinadores, etc. Todos têm de se sentar, conversar e dar a sua opinião. É crucial repensar os calendários, realizar ‘Briefings’ para apresentação das regatas e Cerimónias de Entrega de Prémios. Cada vez mais escas32

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“When the “Atlantis Cup” started, cruise sailing in the Azores had a more homogeneous fleet in terms of performance, quality, and dimensions. The boats were not new and the sails had already been used, which meant that the podiums were more divided. There was great enthusiasm. Over the time, the new boats became more accessible and there was a bigger number of sailors with purchasing power. In this scenario, there were boats with a superior competitive level, and consequently causing the older ones to be put aside. I justify the verified demotivation with the evolution that has been registered in our fleet, causing some yachts to opt for the OPEN Class. In view of this new class of navigators that appeared with smaller and more competitive boats and that give a new breath and future to the competition, it is necessary that the Organization makes an effort in order to attract a new wave of participants, to which I want to belong in the future”. This experienced navigator defends that “we cannot move backwards”. For this reason, he leaves some recommendations.

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seiam os Convívios destinados aos participantes, o que era tão habitual no Clube Naval da Horta. É um aspecto fundamental! Este ambiente permite a troca de informações e experiências, possibilitando a comunicação, o que, nos dias que correm, se reveste de uma importância capital. Podem dizer o que quiserem, mas toda a gente que entra em regatas gosta de levar um troféu ou uma taça para casa. Eu sei que é assim, mesmo que digam ao contrário, e sei disso por experiência desde os 10 anos!”

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Falta rotatividade de pódios “Outro aspecto altamente decisivo é fazer o ‘rating’ regata a regata. E porquê? Porque se os barcos inscritos forem repartidos por sub-classes dentro das Classes vigentes (ORC e OPEN), os resultados tornam-se mais reais, indo de encontro àquilo que é a ‘performance’ de cada barco. Como todos sabemos, o ‘rating’ é o cálculo matemático que visa a aproximação da ‘performance’ das embarcações. Mas quando a disparidade entre os barcos é muito grande – como acontece na actualidade – em que uns não conseguem aproximar-se dos outros, faz com que exista cada vez menos rotatividade nos pódios. Portanto, esta repartição de Classes vai tornar os eventos muito mais aliciantes e competitivos o que, naturalmente despertará mais entusiasmo e um maior interesse no universo dos participantes”. “Definir que tipo de Regata queremos” “A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” perdura há 30 Anos com grande esforço e empenho. Manter uma regata com estas características, não é fácil. Por isso, gostaria de expressar publicamente o meu grande reconhecimento a todos os que estiveram e estão envolvidos nesta gigantesca tarefa, com especial destaque para o Clube Naval da Horta, no papel de exímio organizador.

To rethink schedules “It is necessary to take into account the regional fleet and listen to all people involved: sailors, organizers, partners, sponsors, etc. All of them have to sit down, talk to each other and give their opinion. It is crucial to rethink the schedules, make briefings to present the regattas and prize award ceremonies. The get together for the participants is increasingly getting scarcer, and that is something that was so common in Clube Naval da Horta. It is fundamental! This atmosphere allows the exchange of information and experiences, making communication possible, something that nowadays is vitally important. You can say whatever you want, but everyone that participates in regattas wants to take a trophy or a cup home. I know that it is this way, even if you say the contrary, and I know that because of my experience since I was 10 years old!” Podiums turnover is missing

1. Este windsurfista disputou e venceu um Regional na Praia da Vitória, na década de 80 This windsurfer participated and won the Windsurf Regional Championship, in Praia da Vitória, in the eighties 2. O nosso velejador numa prova de Vela - Classe Vaurien Our sailor in a competition - Vaurien Class 3. Armando Castro no 1º Torneio Nacional de Optimist, realizado no ano de 1978 Armando Castro in the First National Optimist Tournament that took place in 1978

“Another aspect, highly decisive, is the rating, regatta after regatta. And why? Because if the registered boats are divided into subclasses, inside the existing classes (ORC and OPEN), the results become more real, responding to the performance of each boat. As we all know, rating is the mathemat-

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“Atlantis Cup”, 1989: Armando Castro a bordo do “Ilha Azul” 1989 “Atlantis Cup”: Armando Castro on board “Ilha Azul”

“Atlantis Cup”, 1995: o “Espírito dos Açores” levou a taça In 1995, “Espírito dos Açores” received a cup, in “Atlantis Cup”

ical calculation that aims at the approximation of the boat’s performance. But when the disparity between the boats is huge, as it happens now, with boats now being unable to approach other boats, it causes increasingly less podiums turnover. Therefore, this division of classes will make the events much more appealing and competitive. This will naturally cause more enthusiasm and a major interest within the participants’ universe”. “To define the type of regatta that we want”

1989: Armando Castro a bordo do ‘trimaran’ francês, de alta competição, “Nems Luang”, que tinha como ‘skipper’ Paul Vatine. Travessia no Atlântico Norte, entre as Cidades da Horta e de Lourient (França) 1989: Armando Castro on board the French top class trimaran, “Nems Luang”, that had as skipper Paul Vatine. North Atlantic cross, between the towns of Horta and Lourient (France)

Este ano termina o ciclo de tocar em todas as ilhas, o que representa a valorização da Autonomia e a unidade de todas as parcelas açorianas. Foram dados passos importantes nesse sentido, o que é de enaltercer. Contudo, após este ciclo – que encerra na presente edição de 2018 – é imperioso voltar ao antigo modelo, pautado pelo interesse competitivo, e definir, em termos organizacionais, que tipo de regata queremos: local, regional, nacional ou internacional. É que estes diferentes patamares exigem muito trabalho de divulgação, promoção e investimento, sendo fundamental perceber o que queremos para esta importante Regata”. 34

2004: Campeonato de Portugal de Cruzeiros 2004: Portugal’s Cruise Championship

“Quero regressar às regatas” Fazer Vela é o que Armando Castro mais gosta. Mas os compromissos profissionais – é Responsável pela Marina da Horta há 15 anos – e o facto de possuir uma embarcação de cruzeiro (“Espírito dos Açores”) que não se adapta à competição, têm impedido este velejador de nome internacional, de se manCLUBE NAVAL DA HORTA

“Atlantis Cup - Autonomy Regatta” has been going on for 30 years, with great effort and commitment. It is not easy to maintain a regatta with these characteristics. For this reason, I would like to express, publicly, my great appreciation for all of those that were and are involved in this gigantic task, with special highlight to Clube Naval da Horta, in the role of an excellent organiser”. This year ends the cycle of “touching” all islands. This represents the valorisation of the Autonomy and the unity of all Azorean parcels. For this purpose, important steps were taken, which is something to applaud. Nevertheless, after this cycle that ends in the 2018 edition, it is extremely important to go back to the old model, marked by the competitive interest, and to define, in organisational terms, what type of regatta we want: local, regional, national or international. The thing is that these different stages demand a lot of marketing, promotion and investment work, being fundamental to understand what we want for this important regatta”.


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ter no activo. Porém, no decorrer desta Entrevista, o Campeão de muitos desafios – incluindo a “Atlantis Cup -Regata da Autonomia” – deixou a garantia: “Quero regressar às regatas”. E pelos planos traçados, a concretização pode estar para breve. “Pretendo vender o meu barco e comprar um mais pequeno e mais competitivo para velejar mais vezes e participar em competições. Quero fazer parte desta nova vaga de velejadores, que adquiriu embarcações mais pequenas, e participa com mais regularidade”.

“I want to return to the regattas”

Sailing is what Armando Castro likes the most. But professional commitments, he is responsible for Horta Marina’s for 15 years, and the fact that he has a cruise boat (“Espírito dos Açores”) that does not adapt to competition, has prevented this renowned sailor from being active. And according to the plans already made, the accomplishment might take place soon. “I want to sell my boat and buy a smaller one and more competitive, one to sail more often and take part in competitions. I 2004: ano de glória want to take part in this new wave of sailors that acquired smaller boats and that participate on a Sempre que pôde, este velejador participou na more regular base”. “Atlantis Cup”, somando até hoje 3 vitórias. A primeira vez que realizou esta Regata foi em 1989 2004: year of glory e a última em 2004, em que se revelou glorioso. Neste ano (2004), além de ter conquistado o 1º Whenever it was possible, this sailor has particlugar na “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, ipated in “Atlantis Cup”, resulting until now in 3 Armando Castro sagrou-se duplamente Campeão victories. The first time that he participated in this na Vela de Cruzeiro: primeiro no Campeonato Re- regatta was in 1989 and the last time in 2004, gional e depois no Campeonato Nacional. in which he revealed himself to be glorious. In that Este homem do mar e da Vela, orgulha-se de já year, 2004, besides conquering the first place in ter feito 8 “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”, Armando prometendo regressar brevemente à competição e Castro became twice champion, first in the Regionaos títulos. al Championship and in the National Championship. Participações na “Atlantis Cup - Regata da Au- This man of the sea and sailing is proud of having tonomia”: already participated in eight “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” and promises to return soon to the • 1989: Iate “Ilha Azul” competition and titles. • 1990: Iate “Ilha Azul” • 1993: 1º lugar Iate “Asami” Participations in “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”: • 1995: 1º lugar Iate “Mill Secousses-Espírito • 1989: With yacht “Ilha Azul” dos Açores” • 1996: 5º lugar Iate “Hakuna Matata-Espírito • 1990: With yacht “Ilha Azul” • 1993: 1st place with yacht “Asami” dos Açores” • 1997: 6º lugar Iate “Hakuna Matata-Espírito • 1995: 1st place Yacht “Mill Secousses-Spirit of the Azores” dos Açores” • 1996: 5th place Yacht “Hakuna Matata-Spirit • 1999: 5º lugar Iate “Patoruzu Too” of the Azores” • 2004: 1º lugar Iate “Ace Girl” • 1997: 6th place Yacht “Hakuna Matata-Spirit of the Azores” Títulos e participações: • 1999: 5th place Yacht “Patoruzu Too” • Campeão do Faial da Classe Vaurien, em • 2004: 1st place Yacht “Ace Girl” 1984 • Vice-Campeão Regional dos Açores da Classe Titles and participations: Vaurien, em 1984 • Participação no Campeonato Nacional da • Faial’s Champion in the Vaurien Class, in 1984 • Azores Vice-Champion in the Vaurien Class, in 1984 Classe Vaurien, em 1984 CLUBE NAVAL DA HORTA

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• Campeão do Faial de Prancha à Vela, em 1985 • Campeão Regional dos Açores de Prancha à Vela, em 1985 • Participação no Campeonato Nacional de Prancha à Vela, em 1985. • Travessia, no Atlântico Norte, entre as Cidade da Horta e de Lourient (França), no ‘trimaran’ francês, de alta competição, “Nems Luang” capitaneado pelo ‘skipper’ Paul Vatine, em 1989 • Participação na Regata Vannes/Les Açores/ Vannes entre as Cidades de Vannes (França) e da Horta como ‘skipper’ do iate francês “Mille Secousses-Espírito dos Açores”, em 1994 • Participação no Campeonato de Portugal de ‘Match Racing’, em 1996 • Vice-Campeão Regional dos Açores de ‘Match Racing’, em 1997 • Campeão Regional de Vela de Cruzeiro, em 2004 • Campeão de Portugal de Vela de Cruzeiro, em 2004 • Participação na organização de diversos eventos desportivos de Vela Ligeira e de Vela de Cruzeiro de âmbito Local, Regional, Nacional e Internacional.

• Participation in the National Championship in the Vaurien Class, in 1984 • Faial’s Champion in Windsurfing, in 1985 • Azores Regional Champion in Windsurfing, in 1985 • Participation in the Windsurfing National Championship in 1985 • Northern Atlantic crossing between the towns of Horta and Lourient (France), in the French top class trimaran, “Nems Luang” that had as skipper Paul Vatine, in 1989 • Participation in the regatta Vannes/Les Açores/ Vannes between the towns of Vannes (França) and Horta, as skipper of the French yacht “Mille Secousses-Espírito dos Açores”, in 1994 • Participation in the Match Racing Portugal’s Championship, in 1986 • Azores Regional Vice-Champion of Match Racing, in 1997 • Cruise Sailing Regional Champion, in 2004 • Portugal’s Champion of Cruise Sailing, in 2014 • Participation in the organization of different sports events of Dinghy Sailing and Cruise Sailing at local, regional, national and international levels

Condecorações:

• Decoration attributed by the Mayor of “Le Havre” for the different services provided to the trimaran Haute Normandie”, with skipper Paul Vatine, on its arrival to Horta and during the participation in the regatta “Route du Rhum”, in 1994 • The “Sailor of the Year” Award, attributed by Regional Directorate for Physical Education and Sports during the 4th Azorean Sports Gala, in 2004 • “Sporting Merit” Distinction attributed by Clube Naval da Horta, in 2004 • “Sporting Merit” Distinction attributed by the Horta Town Hall during the Commemorative Gala of the Town’s Anniversary, in 2005 • Vellis Award of the “Sail Merit”, attributed at the National Sailing Gala, in 2007

• Condecoração atribuída pelo Presidente da Câmara Municipal do “Le Havre”, pelos diversos serviços prestados ao ‘trimaran’ “Haute Normandie”, capitaneado pelo ‘skipper’ Paul Vatine, aquando da sua escala na Horta durante a participação na Regata “Route du Rhum”, em 1994 • Galardão de “Velejador do Ano”, atribuído pela Direcção Regional de Educação Física e Desportos, durante a IV Gala do Desporto Açoriano, em 2004 • Distinção de “Mérito Desportivo” atribuída pelo Clube Naval da Horta, em 2004 • Diploma de “Mérito Desportivo” atribuído pela Câmara Municipal da Horta durante a Gala Comemorativa do Aniversário da Cidade, em 2005 • Galardão Vellis do “Mérito Vélico”, atribuído na Gala da Vela Nacional, em 2007

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Decorations:

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Nautical Náutico Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografias. Photos: CNH

“O Festival Náutico, organizado pelo CNH, é o evento que mais promove a Ilha do Faial a nível nacional e internacional” “THE NAUTICAL FESTIVAL ORGANIZED BY CNH IS THE EVENT THAT PROMOTES FAIAL ISLAND THE MOST, AT NATIONAL AND INTERNATIONAL LEVELS”

“O Festival Náutico da Semana do Mar começou por ser pequeno e foi-se desenvolvendo. Ganhou conhecimento mas nunca se fechou à evolução, pautando-se por aspectos qualitativos e quantitativos”. Foi desta forma que José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), caracterizou sumariamente este evento desportivo, que “é complexo, mas muito rico”, e cujo Programa foi apresentado publicamente no dia 3 de Julho de 2018. O Festival Náutico que acontece na Ilha do Faial é o maior de Portugal e o sustentáculo da Semana do Mar, festa que neste ano de 2018 comemora a sua 42ª edição. Sem esta organização gigantesca a cargo do mais dinâmico clube naval dos Açores: o Clube Naval da Horta, não havia Semana do Mar. Basta dizer que este ano se desenrola ao longo de 11 dias – de 2 a 12 de Agosto próximo – de intensa e diversificada actividade. Vela Ligeira, Vela de Cruzeiro, Canoagem, Natação, Vela e Remo em Bote Baleeiro, Pólo Aquático, Motonáutica, Apneia, Pesca Desportiva de Barco e de Costa, Mini-Veleiros e Xadrez (“esta última não é um actividade náutica, mas cerebral e o cérebro está em todas”), são as 12 modalidades que dão corpo a esta 38

“The Nautical Festival of the Sea Week started to be small and has developed well, regarding qualitative and quantitative aspects”. This is how José Decq Mota, Board President of Clube Naval da Horta, characterized briefly this sports event, that “is complex but very rich”, and whose programme was presented publicly on the 3rd July 2018. This Nautical Festival that takes place on Faial Island is the greatest in Portugal and is the support of the Sea Week that this year commemorates its 42nd edition. Without this gigantic organization, carried out by the most dynamic water sports club of the Azores: Clube Naval da Horta, there would not be the Sea Week. Suffice it to say that this year the Sea Week will take place throughout 11 days, from the 2nd to the 12th August, with intense and diversified activity. Dinghy Sailing, Cruise Sailing, Canoeing, Swimming, Whaling Boats Sailing and Rowing, Water Polo, Powerboating, Apnea, Boat and Coastal Sport Fishing, Mini sailboats and Chess (“this last activity is not nautical, but it is a brain activity and you need the brain in all of them”). These are the 12 activities that give shape to this “sports display”, which is “representative of the best that the Horta Harbour and Faial Island have to offer, with projection at the national and international levels”. The Nautical Festival, “the heart of this popular fest” of Horta Municipality that is the Sea Week, gathers more than 1.000 participants, “with sports

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Esta famosa imagem marca a realização da 1ª Semana do Mar, integrando o espólio do CNH This famous image marks the 1st Sea Week and belongs to CNH


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montra, “representativa do melhor que tem o Porto da Horta e a Ilha do Faial, com projecção a nível nacional e internacional”. O Festival Náutico – “coração desta grandiosa manifestação popular” do Município da Horta que é a Semana do Mar – reúne mais de 1.000 participantes directos, “com desporto de qualidade internacional, atletas que se estão a afirmar no mundo das diferentes modalidades náuticas, abrangendo, ainda, uma vertente de entretenimento, além do grande convívio e troca de experiências que este evento possibilita”, veiculou o Presidente da Direcção do CNH.

1. Barcos participantes na Regata vinda de Inglaterra, em 1975 Boats participating in the regatta coming from England in 1975 2. Barracas da Semana do Mar, na década de 80 Sea Week wooden huts in the 80’s 3. 1981: as provas da Semana do Mar já contavam com muita assistência. Ao fundo, pode ver-se a barraca da Mocidade Portuguesa, onde era guardado o equipamento náutico 1981: The Sea Week events already counted with a large audience. In the background, it is possible to see a wooden cabin that belonged to Mocidade Portuguesa and was used to store nautical equipment 4. Ano de 1977: lancha “Maria José” no apoio a provas de Vela 1977: Boat “Maria José” giving support to the sailing races

60 barcos franceses na Horta “Além de abranger muita gente, este certame conta com pontos próprios muito fortes”, vincou José Decq Mota, destacando a Regata “Les Sables/ Les Açores (Horta)/Les Sables”, que tem largada prevista para o dia 7 de Julho, da cidade francesa de Les Sables D’Olonne, rumo à Horta. “Paralelamente ao facto de representarem um espectáculo muito valioso, estes cerca de 60 barcos da Classe Mini 6.50, contam com velejadores profissionais que vão ser os velejadores de topo daqui a algum tempo”, enfatizou este Dirigente. 30ª “Atlantis Cup” - percurso de uma regata autonómica O Festival Náutico de 2018 conta com outro marco, que é a 30ª edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que este ano completa o desafio lançado pela actual Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), a faialense Ana Luís, de tocar em todas as ilhas. Para a Presidente da Casa da Autonomia – sedeada no Faial – “esta Regata representa o papel fundamental CLUBE NAVAL DA HORTA

José Decq Mota: “O Festival Náutico – coração desta festa popular que é a Semana do Mar – reúne mais de 1.000 participantes directos num total de 12 modalidades” “THE NAUTICAL FESTIVAL, THE HEART OF THIS POPULAR FEST THAT THE SEA WEEK IS, GATHERS MORE THAN 1.000 PARTICIPANTS, IN A TOTAL OF 12 SPORTS CATEGORIES”

of international quality, and athletes that are asserting themselves in the world of the different nautical categories, including also an entertaining side, besides the great get together and exchange of experiences that this event allows”, announced the CNH Board President. 60 French boats in Horta Besides including a broad range of people, this event has its own strong points”, stressed José Decq Mota, highlighting the Regatta Les Sables/Les Açores (Horta)/ Les Sables with the starting previewed for the 7th July, from the French town Sables D’Alone, towards Horta. “Alongside with the fact that they represent a very much valuable show, these Mini Class 6.50 boats count on professional sailors that will be top sailors some time from now”, emphasized the Board President. 30th “Atlantis Cup” – the course of an autonomic regatta The 2018 Nautical Festival relies on another milestone, which is the 30th Edition of the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” that this year accomplishes the challenge of “touching” all the islands that was purposed by the current President of the Legislative Assembly of the Azores Autonomous 41


Fotografia. Photo credits: Artur Simões

Fotografia. Photo Credits: José Macedo

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José Decq Mota: “O Festival Náutico – coração desta festa popular que é a Semana do Mar – reúne mais de 1.000 participantes directos num total de 12 modalidades” José Decq Mota: “The Nautical Festival, the heart of this popular fest that the Sea Week is, gathers more than 1.000 participants, in a total of 12 sports categories”

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Region (ALRAA), Ana Luís, from Faial Island. For the President of the “Autonomy House”, with seat in Faial, this regatta represents the major role that the town of Horta has in the oceanic centrality, constituting the symbol of our Autonomy in “building bridges” between these 9 islands”. The Regatta will have its start in Madalena, on Pico Island on the 29th July, with stopovers in Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, and Praia, in Graciosa Island. The finishing line will be in Faial, on the 5th August. This Regatta asserts itself as an Autonomy Regatta, a quality sports event, within Cruise Sailing that gathers sailors from different origins. It should be noted that, independently of each year’s course, the “Atlantis Cup” - Autonomy Regatta” has always as finishing line the town of Horta, on Faial Island, coinciding with the Official Opening of the Sea Week and its intense, varied and qualified Nautical Festival.

Fotografia. Photo credits: José Macedo

que a Cidade da Horta tem na centralidade oceânica, constituindo o símbolo da nossa Autonomia na construção de pontes entre estas 9 ilhas”. O percurso prevê a largada da Madalena do Pico no dia 29 de Julho, com escalas em Angra do Heroísmo, Praia da Vitória e Praia da Graciosa, e terminús no Faial, no dia 5 de Agosto, afirmando-se, plenamente, como a Regata da Autonomia, uma prova desportiva de qualidade dentro da Vela de Cruzeiro, que reúne velejadores de variadas proveniências. De realçar que, independentemente do percurso realizado em cada ano, a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” tem sempre como ponto de chegada a Cidade da Horta, na Ilha do Faial, coincidindo com a Abertura Oficial da Semana do Mar e do seu intenso, variado e qualificado Festival Náutico. A 1ª etapa, liga a Madalena do Pico a Angra do Heroísmo, num percurso de 72 milhas. Na 2ª etapa, haverá uma centralização das embarcações em Angra do Heroísmo, mas o percurso até à Praia da Vitória será neutralizado, ou seja, não conta em termos competitivos. Ao largarem da Praia da Vitória, os velejadores terão forçosamente de contornar a ilha Terceira pelo Sul em direcção à Praia da Graciosa, numa distância de 56 milhas. A 3ª e última etapa contempla Praia da Graciosa (pelo Norte da ilha) – Horta, tendo os participantes de contornar o Faial quase todo, o que significa percorrer 70 milhas. Refira-se que em cada concelho por onde a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” 2018 passar, haverá uma recepção antes da largada. “Estes eventos sociais são muito importantes, per-

José Leonardo: “O Festival Náutico está cada vez mais fortalecido, fazendo com que na Ilha do Faial todas as atenções estejam viradas para o mar, foco de enorme projecção” José Leonardo: “The Nautical Festival is increasingly strengthened, causing all attention on the island to be turned to the sea, with a far-reaching promotion”

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mitindo o convívio entre todos, a troca de impressões e de experiências, pelo que o papel das Câmaras Municipais é fundamental”, acentua Jorge Macedo, Director de Prova. Encontro Internacional de Vela Ligeira

The first leg of the Regatta connects Madalena, on Pico Island with Angra do Heroísmo, in a route of 72 miles. In the second leg, there is a gathering of boats in Angra do Heroísmo, but the course to Praia da Vitória will be neutralized, that is, it will not count, in competitive terms. When leaving Praia da Vitória, the sailors will inevitably have to contour Terceira Island by the South towards Praia in Graciosa Island, located at a distance of 56 miles. The third and last leg is from Praia (by the Northern side of the Island) to Horta. The participants have to contour almost the whole island of Faial, which means that they need to sail through 70 miles. Noteworthy is the fact that in each Municipality, through which the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” passes, will have a party before the starting of competition. “These social events are very important, allowing companionship between everyone, exchange of impressions and experiences. Therefore, the role of the town halls is vital”, stresses Jorge Macedo, Director of the Race.

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

“O Clube Naval da Horta tem trabalhado para o engrandecimento qualitativo do Encontro Internacional de Vela Ligeira (EIVL)”, que este ano completa a sua XIII edição, reunindo mais de 100 atletas nas Classes Optimist, Laser 4.7, Laser Radial e Hansa (Vela Adaptada), de proveniências diversas. Nesta questão, o Presidente da Direcçãodo CNH apontou as acessibilidades aéreas como “um problema”, no sentido de ser possível encontrar ligações que permitam a vinda de todos os inscritos nesta “relevante Prova”. Atendendo ao (habitual) entrave colocado pela SATA, este Dirigente espera que “o EIVL possa ser, novamente este ano, um acontecimento com o mesmo padrão qualitativo de edições anteriores”, reunindo anualmente mais de 100 velejadores. International Meeting of Dinghy Sailing

Travessia do Canal e outras Provas Regionais Oficiais Discorrendo sobre o exaustivo Programa do Festival Náutico de 2018, o mais alto Responsável pelos destinos do CNH mencionou a realização de várias Provas Regionais Oficiais, designadamente nas modalidades de Canoagem de Mar, Motonáutica, Vela Ligeira e Natação em Águas Abertas, com a Travessia do Canal, Travessia Longa da Doca e Travessia Curta da Doca. Esta será a 4ª vez que o Clube Naval da Horta promove e organiza a Travessia a Nado do Ca-

Clube Naval da Horta has been working for the qualitative development of the International Dinghy Sailing Meeting (EIVL) that this year completes its 13th Edition, gathering more than 100 athletes in the following classes: Optimist, Laser 4.7, Laser Radial and Hansa (Adaptive Sailing), from different origins. Regarding this, the Board President of CNH pointed out the accessibilities as “a problem”, in the sense of being possible to find connections that enable all the registered athletes to come to this “relevant event.” Taking account of the (usual) obstacle brought out by SATA, the Board President expects EIVL to be again this year an event with the same quality as previous editions”, gathering annually more than 100 sailors. “Channel” crossing and other official regional events The Responsible for CNH, talking about the exhaustive programme of the 2018 Nautical Festival, mentioned the different regional official events, namely, Sea canoeing, Motorboating, Dinghy sailing, Swimming in open waters, “Channel” crossing by swimming, Dock’s long crossing by swimming, Dock’s short crossing by swimming.

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This will be the fourth time that Clube Naval da Horta promotes and organizes the “Channel” crossing by swimming, which “not being too long, becomes difficult in terms of wind and tide”, noted José Decq Mota and continued: “This is an event that enhances and promotes Faial and will be accompanied by the Portuguese Swimming Federation (FPN)”. For the “channel” crossing this year, we estimate the participation of 20 athletes from Faial and other islands, as well as from the Portuguese Mainland, besides some foreigners living on the island. The fish soup

nal, a qual “não sendo extensa se torna difícil em termos de vento e maré”, notou José Decq Mota, que assinalou: “Esta é uma prova que engrandece e promove o Faial e será acompanhada pela Federação Portuguesa de Natação (FPN)”. Na Travessia do Canal deste ano estima-se a participação de 20 atletas do Faial e de outras ilhas dos Açores, bem como do Continente português, além de alguns estrangeiros residentes na ilha. O Caldo de Peixe José Decq Mota valorizou “muito” a realização do Caldo de Peixe, evocativo de “Como tudo começou”..., em 1975, e o facto deste “grande convívio” ter como convidados os tripulantes franceses da Regata “Les Sables/Les Açores (Horta)/Les Sables”. “Queremos ter a Terra e o Mar em convívio e em festa”, acentuou este Responsável, ressaltando que “todos os faialenses, e de modo muito particular os da beira de água, são muito bem-vindos a este ambiente com presença e espírito marinheiro, acolhedor e amigo”, já que os faialenses são mundialmente conhecidos pela sua hospitalidade, característica de quem sabe receber bem.

José Decq Mota valued “very much” the evening with the “fish soup”, evocative of “How it all started...” in 1975”, and the fact that this great “event” has as main guests the French crews of the boats participating in the Regatta “Les Sables/Les Açores (Horta)/Les Sables”. “We want to have the Land and the Sea together and celebrating”, enhanced the Board President, highlighting that all inhabitants of Faial, and in particular those living by the sea, are very welcome to this atmosphere, with the presence and spirit of the sea, warming and friendly”, as the people from Faial are known worldwide due to their hospitality, the characteristic of welcoming. The regatta coming from Plymouth In the origin of the greatest tourist event in Faial and the first greatest municipal festivity in the Azores, was in the seventies (last century) the party for the participants in the International Regatta of Sailing Boats, Portsmouth/Horta/Portsmouth, namely in August 1975, which motivated big celebrations. Luís Gonçalves was at the time the President of Clube Naval da Horta, a function that he assumed

A Regata vinda de Portsmouth Na origem do maior cartaz turístico do Faial e da primeira grande festa concelhia a surgir nos Açores, nos anos 70 do século passado, esteve a recepção à Regata Internacional de Veleiros Portsmouth/Horta/Portsmouth, em Agosto de 1975, o que motivou grandes festejos. Luís Gonçalves, então Presidente do Clube Naval da Horta – cargo 44

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

Fotografia. Photography credits: Artur Simões


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que assumiu por mais do que uma vez – tomou a iniciativa de receber os velejadores. Estes festejos duraram uma semana e transformaram-se num acontecimento marcante e mobilizador de todos os faialenses. Ao que parece, tudo começou com as delícias de um caldo de peixe, o que permaneceu ao longo dos anos como arranque desta Semana e símbolo das suas raízes. Os velejadores estrangeiros gostaram da recepção e, agradecidos pela hospitalidade demonstrada, voltaram ano após ano. Curiosamente, o momento festivo mais concorrido na altura, de acordo com os relatos da imprensa local, contava com a presença de 500 pessoas! Nesse mesmo ano, realizou-se a primeira Regata do Canal, um concurso de pinturas no molhe do Doca, esculturas na areia, bem como a projecção de filmes e actuação de um grupo folclórico no Forte de Santa Cruz. Numa primeira fase, a organização esteve a cargo do Clube Naval da Horta e da então Comissão Regional de Turismo da Horta – que era presidida por Ricardo Madruga da Costa – com o apoio da Capitania do Porto da Horta. Para a história do Faial, dos Açores e de Portugal, fica a recepção a essa Regata Internacional, que marcou o início daquele que viria a ser o maior Festival Náutico do País. Ano zero da Semana do Mar Francisco Gonçalves, Sócio, instrutor e praticante de Vela, desde sempre ligado ao Clube, baptizou a edição de 1975 como sendo “a Semana do Mar zero”. E resgata esta memória de um passado recente: “Na ponta do cais fizemos, pela primeira vez, bifanas – de carne de baleia – num grande grelhador, que distribuímos por todos os “aventureiros” que aí se encontravam.” Nesse tempo, a Comissão existente – presidida por Luís Gonçalves – contava com a colaboração do Eddy, um americano que havia chegado ao Faial de iate e que por aí ficou durante vários anos. Como moradia, adoptou as casas do istmo de Porto Pim. Era muito cooperante e foi dos que mais colaborou nestes primeiros anos. Durante algum tempo, o Eddy também tomou conta dos barcos de alguns iatistas que chegavam cá de Inverno e, como não tinham tempo de regressar a casa, deixavam as suas embarcações no Faial. Este americano andava, ainda, com a lancha

more than once, and took the initiative of welcoming the sailors. The celebrations lasted for a week and became an event of great importance and motivation for the inhabitants of Faial. It seems that everything started with a fish soup, which remained for many years the first event of the Sea Week and a symbol of its roots. The foreign sailors enjoyed the party and thanks for the hospitality demonstrated, they came back, year after year. Curiously, the most sought festive moment at that time, according to the press, counted on the presence of 500 people! In that same year, took place the first “Channel Regatta, a paintings contest at the dock’s wall, sand sculptures, as well as the projection of films and the performance of a folk dance group at Santa Cruz Fortress. Firstly, the entities responsible for the organization of this event were Clube Naval da Horta and the former Horta’s Regional Commission for Tourism, whose President was Madruga da Costa, with the support of the Port Authority. For the history of Faial, the Azores and Portugal remains the party for the participants of that International Regatta that marked the beginning of what would become the Country’s biggest nautical festival. Year Zero of the “Sea Week” Francisco Gonçalves, member, instructor, sailor, has always been connected to Clube Naval da Horta. He named the event in 1975, as the “zero Sea Week”. And he recovers this memory of a recent past: “At the point of the quay, we prepared for the first time “bifanas”, sandwiches with meat, in a huge grill, and they were distributed by all the “aventureiros” (name given to the yachtsmen) that were there”. In those days, the existent Commission, presided by Luís Gonçalves, counted on the collaboration of Eddy, an American that had come to Faial on a yacht and here remained for several years. He lived in the houses of Porto Pim isthmus. Eddy was very cooperative and was one the most collaborating persons in those first years. For some time, Eddy also took care of the boats of some yachtsmen, because they arrived here in winter and did not have time to go back home, so they would leave their boats in Faial. This American also steered the boat “Maria José”

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“Maria José”, propriedade da Alfândega da Horta, que depois passou para o Turismo, entidades que sempre colaboraram com o CNH. Quando se fala no início da Semana do Mar ninguém se lembra do Elmano Azevedo, mas ele foi incansável e muito trabalhou, sobretudo na cozinha. Noutra altura também fizemos bifanas de albacora e voltámos a convidar os iatistas, que ficavam admirados por ser tudo oferecido”.

that belonged to Alfândega da Horta (Customs) and then passed to Tourism, entities that always cooperated with CNH. When talking about the Sea Week, no one remembers Elmano Azevedo but he was tireless and worked a lot, especially in the kitchen. “Some other time, we also did “bifanas de albacora” (bread with yellow fin tuna) and we invited the yachtsmen again that we very surprised because everything was for free”.

CNH no combate ao lixo marinho

CNH in the fight against the marine litter

Subjacente a toda esta panóplia de actividades está a componente ambiental, ou não fosse o Clube Naval da Horta um activo parceiro no que à pedagogia diz respeito, começando pelas camadas mais jovens. Como tal, serão levadas a cabo acções de sensibilização no sentido de combater o lixo no mar e no meio envolvente, já que muito do que existe em terra tem como destino o mar, que se encarrega de o devolver à proveniência. Tendo-se associado à 9ª edição da Campanha “Açores Entre Mares 2018”, subordinada ao tema “Lixo Zero no Mar dos Açores”, da responsabilidade da Direcção Regional dos Assuntos do Mar, o CNH fará passar esta mensagem no decorrer do Festival Náutico, mediante a distribução de panfletos e outros materiais nos barcos, na sede, no ‘stand’ do CNH na Expo Mar e na Tenda Multiusos. “Estamos a trabalhar para que nos Convívios e Entregas de Prémios a realizar não haja material de plástico”, revelou José Decq Mota, notando que “o Festival Náutico do CNH pretende ser um elemento activo no combate ao lixo marinho, atendendo ao elevado número de atletas que dinamiza as diferentes Secções e ao efeito de contágio que estas mensagens têm através dos mais novos. Esta Campanha pretende, uma vez mais, “promover o conhecimento do mar e a sustentabilidade das actividades marítimas, envolvendo os açorianos na protecção e valorização do ambiente marinho dos Açores, ao mesmo tempo que constitui uma oportunidade para divulgar e sensibilizar a sociedade para a importância do conhecimento sobre os oceanos, aprofundando, também, a cultura açoriana, intrinsecamente marítima, num quadro de cidadania activa e de participação pública”, refere a Direcção Regional dos Assuntos do Mar . A sensibilização ambiental já tinha sido uma questão abordada pela Presidente da ALRAA,

Underlying all these activities is the environmental component, were it not for the fact that Clube Naval da Horta is an active partner in what concerns pedagogy, starting with the younger generations. For this purpose, there will be awareness actions to fight marine litter and land surrounding areas. In fact, much of the garbage that is on land is going to end up at the sea but the sea itself will send it back to the coastal areas. CNH became associated with the 9th edition of the campaign “Açores Entre Mares 2018”, with the theme “Zero Waste at the Azores Sea”, whose responsible is the Regional Directorate for the Sea Affairs. During the Nautical Festival, CNH will reinforce the message with the distribution of leaflets and other materials for the boats that will be available at the head office, in the stand at Expo Mar and at the Multipurpose Tent. “We are working in order to banish plastics from the social meetings and prize awards, revealed José Decq Mota, pointing out that “CNH Nautical Festival is intended to be an active element in the fight against the marine litter, taking into account the high number of athletes, in the different departments, and the “spreading” effect that these messages have on the younger ones. This campaign intends, once more to “promote the knowledge about the sea and the sustainability of the maritime activities, involving all the Azoreans. It constitutes, at the same time, an opportunity to promote and to make the society more aware of the importance of the oceans, getting deeper into the Azorean culture, strongly maritime, within a framework of active citizenship and public involvement”, refers the Regional Directorate for the Sea Affairs. The environmental awareness had already been an issue approached by the President of ALRAA, on the occasion of the Public Presentation of the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”, in February of the current year, when a new challenge was pre-

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sented, in the sense that this regatta could be used as a means of awareness for the protection of the Azores sea, avoiding pollution. The goal is to ask the sailors to give their contribution in valuing the sea, becoming aware of the responsible use of the existent resources. In practical means, what is intended is that the participants make other people aware of the contamination of the oceans with plastics and the need that we all have in assuming our responsibility. This way, we will avoid the degradation of the ecosystem and we will let Mother Nature continue to be a pleasant place. “More worries than satisfaction”

The Board President of CNH claimed that “the Nautical Festival equals weeks of extremely hard “Muitas preocupações e satisfações” work, and concerns but also great pleasure”. And he guaranteed: “But I am glad that it is this way, O Presidente da Direcção do CNH sustentou que because to be tormented and then cheerful, for the “o Festival Náutico é sinónimo de semanas de mui- progress of this island, is a positive sign”. tíssimo trabalho, onde surgem preocupações mas, também, muitas satisfações”. E garantiu: “Mas ain- “The Nautical Festival is increasingly strengthened” da bem que assim é, pois atormentar e alegrar a bem do progresso desta Terra, é um sinal positivo”. José Leonardo Silva, Mayor of Horta, pointed Clube Naval da Horta as “one of the greatest part“Festival Náutico está cada vez mais fortalecido” ners of the Municipality in the organization of the Sea Week”. And noted: “The Nautical Festival is José Leonardo Silva, Presidente da Câmara Mu- increasingly strengthened, causing all attention on nicipal da Horta (CMH), destacou o Clube Na- the island to be turned to the sea, with a far-reachval da Horta como sendo “um dos grandes par- ing promotion”. ceiros da Edilidade na organização da Semana According to José Leonardo, the mission to value do Mar”. E notou: “O Festival Náutico está cada what is ours “should be carried out by each of vez mais fortalecido, fazendo com que na Ilha do Faial’s inhabitants, with an increased obligation for Faial todas as atenções estejam viradas para o the media. We have many things of very good mar, foco de enorme projecção”. quality in Faial but we need to value them”, he No entender de José Leonardo, a missão de valo- recommended. For him “luck and success give a rizar o que é nosso “deve ser desempenhada por lot of work”. cada um dos faialenses, com redobrada obriga- As a last note, the Mayor ensured that “the Naução para a Comunicação Social. Não podemos tical Festival organized by CNH is the event that estar à espera que os outros venham fazer o nosso promotes Faial Island the most, at national and intrabalho”. “Faz-se muitas coisas de qualidade no ternational levels”. Faial, mas precisamos de valorizá-las”, recomendou o autarca faialense, para quem “a sorte e o sucesso dão muito trabalho”. A rematar, o governante asseverou que “o Festival Náutico, organizado pelo Clube Naval da Horta, é o evento que mais promove a Ilha do Faial a nível nacional e internacional”.

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

aquando da Apresentação Pública da Regata, em Fevereiro deste ano, quando lançou um novo desafio, no sentido de que a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” funcionasse como um instrumento de sensibilização na protecção do mar dos Açores, evitando a poluição. O objectivo passa por pedir aos velejadores que dêem o seu contributo na valorização do mar, tomando consciência do uso responsável dos recursos existentes. Na prática, o que se pretende é que os participantes sensibilizem as pessoas para a realidade da contaminação dos plásticos nos oceanos e para a necessidade de todos assumirem a sua quota de responsabilidade, evitando que o ecossistema se degrade e permitindo que a Mãe Terra possa continuar a ser um lugar aprazível.


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Texto. Text: Jorge Rosa * Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by: Jorge Rosa

HAVERÁ “ATLANTIS CUP” I AM SURE THERE WILL ALWAYS BE THE “ATLANTIS CUP”, AS LONG AS THE WORLD EXISTS!

Foi um privilégio participar na primeira metade destes 30 anos de “Atlantis Cup”, contribuindo para o crescimento da maior prova de Vela de Cruzeiro nos Açores. Não andei à Vela, mas a vê-la passar. Fi-lo sempre em terra na Organização do evento, responsável pela gestão dos resultados (cálculo dos ‘ratings’ e classificações de etapas e provas). Anúncios e instruções, inscrições, ‘briefings’, medições de embarcações, ‘ratings’ calculados, discussões sobre os mesmos “impossível o meu barco dar tempo ao teu”, largas horas à espera de concorrentes na linha de chegada, propiciando grandes conversas, jantares, alcatra de peixe no “Boca Negra”, entrega de prémios, “são 11 horas nos Aço48

ENQUANTO HOUVER MUNDO!

res, meio-dia em Lisboa, já podemos beber cerveja”, passeios temáticos nas ilhas que acolhiam a prova, decisões de percurso “seguimos pelo norte de São Jorge, pelo canal ou pelo sul do Pico”, Comissão de Regata, Comandante Salema, Alzira Luís, Jorge Oliveira, Eduardo Sarmento, alguns mais, selar motores de embarcações participantes, verifica-los à chegada, Mata com as novidades do tempo “há vento?, de que quadrante?”, Ponta da Ferraria, parados fora do Monte Brasil, barcos que são de competição, outros de cruzeiro, monocascos, multicascos, trimarãs, catamarãs, construtores famosos “é um Bénéteau, não, é um Dufour “, “Air Mail”, “Olympus”, “Ilha Azul”, ‘skippers’, tripulações, bolinas cerradas, largos, CLUBE NAVAL DA HORTA

popas, içar balões, rizar panos, orçar, arribar, vento de fraga a bonançoso. Estas e muitas mais são recordações que habitam na minha memória. A par disto, o belo momento das largadas. O posicionamento das embarcações, os 10 e 5 minutos antes do apito para largarem, “amuras” à mistura com um vernáculo que não fere e, de repente, tudo parece harmonia com as embarcações a desafiarem a natureza, os cascos a cortarem as águas do oceano, as velas apontadas ao céu, os tripulantes a disfrutarem o momento. Um quadro perfeito … quando há vento, não havendo, haja paciência. Estou certo que haverá “Atlantis Cup” enquanto houver mundo!


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For me, it was a privilege to participate in the first half of these 30 years of “Atlantis Cup”, contributing to the growth of the biggest cruise sailing race in the Azores. I did not sail, just saw the sails passing by. I always did it on land, participating in the Organization of the event. I was responsible for the results management (rating calculations, legs and races classifications). Announcements and instructions, registrations, briefings, boats measurements, calculated ratings, discussions about them “it’s impossible for my boat to give time to yours”, many hours waiting for competitors at the finishing line, enabling long talks, dinners, fish “alcatra1” at Boca Negra, awards ceremony, “it’s eleven o’clock in the Azores, noon in Lisbon, we can drink beer now”, thematic tours on the islands that hosted the race, decisions about routes “we continue by the northern side of São Jorge, by the ”channel” or by the southern of Pico, the race committee, Commander Salema, Alzira Luís, Jorge Oliveira, Eduardo Sarmento and some more, to seal engines of participating boats, Mata2 with the news about the weather “is there wind?, from which quadrant?”, Ponta da Ferraria, anchored outside

Monte Brasil, boats for competition, cruise boats, monohulls, multihulls, trimarans, catamarans, famous builders “it’s a Bénéteau, no, it’s a Dufour”, “Air Mail”, “Olympus”, “Ilha Azul”, skippers, crews, close-hauled, beam reach, broad reach, hoist spinnakers, reef down sails, luffing up, bearing away, fraga3 to fair wind. These and much more are memories that live in my mind. Along with this, there was the beautiful starting moment. The positioning of the boats, the 10 and 5 minutes before the whistle signals the race start, “tacks” mixed with a vernacular that does not hurt and, suddenly everything seems to be in harmony with the boats challenging nature, the hulls cutting the ocean waters, the sails pointing to the sky, the crews enjoying the moment. A perfect setting ... when there is wind, when there isn’t, one should have the patience of Job. I am sure there will always be the “Atlantis Cup, as long as the world exists! Translator’s Notes 1. Traditional dish from Terceira 2. Pedro Mata – Azorean meteorologist 3. Weak wind

* Jorge Rosa integrou a Organização de várias edições da “Atlantis Cup” * JORGE ROSA BELONGED TO THE ORGANIZATION OF SEVERAL “ATLANTIS CUP” EDITIONS

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Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart

AZORES TRIANGLE SEAS PHOTO CHALLENGE 1 de Maio May 1st 30 de Setembro September 30th

D

Apesar de ser uma competição, está aberta a amadores e profissionais. Podem ser apresentadas imagens de qualquer local de mergulho das ilhas do Triângulo e recifes, baixas, montes submarinos e águas adjacentes, desde a baixa dos Rosais até ao Banco Princesa Alice, do Porto Pim à Piedade. Nesta 2ª edição existirá uma categoria experimental para vídeos, até ao máximo de 120 segundos, incluindo título e créditos, com banda sonora ou não. Cada concorrente deverá seleccionar e submeter até ao máximo de 3 imagens e 1 vídeo, com forte impacto visual ou com grande significado para a divulgação/sensibilização e conservação dos Oceanos. De realçar que a inscrição é gratuita. Os vencedores da Categoria de Fotografia terão direito a prémios pecuniários no valor de 1.000 euros, montante que é patrocinado pelo Turismo dos Açores, no âmbito do projecto que se destina a apoiar actividades de divulgação do destino e marca Açores. O 1º classificado terá direito a 700€, o 2º receberá 200€ e o 3º 100€. O Júri deste Concurso – cuja decisão é irrevogável – é composto por Jorge Fontes (biólogo marinho, membro da Direcção do CNH, mergulhador e fotógrafo), Nuno Sá (reconhecido fotógrafo profissional) e um representante do Turismo dos Açores.

epois da (muito) bem sucedida 1ª edição lançada em 2017, é com particular gosto que o Clube Naval da Horta (CNH) – entidade promotora e organizadora – lança a 2ª edição do Concurso de Fotografia Subaquática “Azores Triangle Seas Photo Challenge”. A edição de 2018 tem como novidade a Categoria de Vídeo, que, por ser a título experimental, o vencedor será distinguido com uma Menção Honrosa. Esta competição fotográfica destina-se a todos os mergulhadores e fotógrafos subaquáticos, a mergulhar nas ilhas do Triângulo: Faial, Pico e São Jorge. Este Desafio Fotográfico dos Açores Triangle Seas pretende fomentar os valores naturais, a biodiversidade e as paisagens subaquáticas únicas do Triângulo, recifes, oceano aberto e montes submarinos, com o intuito de promover o turismo sustentável e a conservação dos oceanos. O “Azores Triangle Seas Photo Challenge” é uma competição de fotografia digital subaquática que decorre de 1 de Maio e 30 de Setembro de 2018, altura em que tipicamente se registam as melhores visibilidades nos Açores. O tema é livre e as fotografias podem ser realizadas em qualquer momento ao longo do concurso. 50

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After the (very well) succeeded 1st Edition, launched in 2017, it is with great pleasure that Clube Naval da Horta (CNH), promoting and organizing entity, launches the 2nd Edition of the Underwater Photo Contest “Azores Triangle Seas Photo Challenge”. The 2018 edition brings the new Video Category, and since it is experimental, the winner will be distinguished with an Honourable Mention. This photo competition is for divers and underwater photographers, diving in underwater areas of the Triangle Islands: Faial, Pico, and São Jorge. The Photo Challenge of the Azores Triangle Seas expects to promote the natural values, the biodiversity and the unique underwater landscapes of the “Triangle”, reefs, open ocean and seamounts, with the intention of encouraging sustainable tourism and the conservation of the oceans. The “Azores Triangle Seas Photo Challenge” is a digital photography competition that takes place between the 1st May and the 30th September 2018. This is precisely the time, when the best visibility in the Azores is registered. The theme is free and the photos can be taken at any moment throughout the time of the competition. Although the Photo Challenge is a competition, it is opened for amateur and professional photographers The images can be taken at any diving spot of the Triangle Islands and reefs, “baixas” (shallow reefs), seamounts and adjacent waters, from “Baixa dos Rosais” to Princess Alice Bank, from Porto Pim to Piedade. In this 2nd edition, there will be an experimental category for videos, up to 120 seconds, including the title and credits, with soundtrack or not. Each participant should select and submit up to 3 images and 1 video, with strong visual impact or major importance for the promotion/awareness and conservation of the oceans. It is noteworthy that the registration is free. The winners of the category “Photography” will have money prizes in the amount of 1.000 Euros. This amount is sponsored by “Turismo dos Açores”, within the project aimed at supporting activities that promote the destination and the brand “Açores”. The first prize winner will be awarded with 700€, the second with 200€ and the third with 100€. The Jury of this Challenge, whose decision is irrevocable, is composed by Jorge Fontes (marine biologist, Board member of CNH, diver and photographer), Nuno Sá (well known professional photographer) and one representative of “Turismo dos Açores.”

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30 ANOS ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA | 2018 Texto. Text: Cristina Silveira Tradução de. Translation: Sandra Dart Fotografia. Photo credits: Artur Simões

JOSÉ MACEDO A importância da fotografia THE IMPORTANCE OF PHOTOGRAPHY

Quando se fala em José Macedo automaticamente vem-nos à memória a fotografia. Sabendo da paixão que o amigo nutre por esta arte, José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta (CNH), convidou-o para colaborar nesta área e o contributo tem sido inestimável ao longo destes 3 mandatos, repartidos pelos últimos 6 anos (2012/2018) de trabalho. 52

Whenever we talk about José Macedo, automatically comes to our minds the word photography. José Decq Mota, Clube Naval da Horta Board President, being aware of his friend’s passion for this art, invited him to collaborate in this area and his contribution has been invaluable throughout these three mandates, distributed by the last six years (2012/2018) of work. CLUBE NAVAL DA HORTA


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“A

ceitei colaborar atendendo à amizade que nos une desde os tempos de Liceu – 1964 – e porque gosto de ir para o mar. Todas as Secções que o Clube Naval da Horta dinamiza são importantes e têm um papel fundamental, mas aprecio muito as Regatas de Botes Baleeiros e o espectáculo que estas belíssimas embarcações proporcionam, além da componente histórica. Neste sentido, tenho participado, como fotógrafo, no Campeonato Regional de Botes Baleeiros, tendo o primeiro decorrido em 2016 na ilha das Flores, o segundo em 2017, em Santa Maria, e este ano o terceiro será em São Mateus da Terceira. As viagens feitas na nossa “Walkiria” para estas ilhas – já que tem sido a lancha da Comissão de Regatas – constituem momentos muito agradáveis, de grande convívio e camaradagem. Naturalmente que todos estes eventos possibilitam novas amizades e o rever de caras conhecidas e amigas, passando-se bons bocados. Posso mesmo dizer que as minhas melhores horas de vida marítima foram passadas na “Rainha dos Mares dos Açores” em viagens para o Pico, Flores, São Miguel e Santa Maria”, assumindo, por vezes, funções de Mestre nesta antiga lancha baleeira.

Não se assume como fotógrafo, mas é através da fotografia que se sente realizado He does not assume himself as a photographer but it is through photography that he feels fulfilled

“I accepted to work with CNH because of the friendship that we share since high school times, namely 1964, and because I like going to the sea. All the departments of Clube Naval da Horta are important and play an essential role but I have a special affection for the whaling boats regattas and the amazing show that these beautiful vessels provide, not forgetting of course the history behind these boats. Thus, I have participated, as a photographer, in the Regional Whaling Boats Championship. The first one took place in 2016, on Flores Island; the second in 2017, in Santa Maria, and this year, the third will be in São Mateus, Terceira Island. The trips to these islands on board our “Walkiria”, as it has been the Regattas Commission Boat, are very enjoyable moments, of pure friendship and companionship. Naturally, all these events allow new friendships and to see familiar and friendly faces. We can have great moments. I can even say that the best hours of my life at sea were spent on board the “Azores Sea Queen”, on trips to Pico, Flores, São Miguel and Santa Maria”. Sometimes, he even assumed the functions of skipper in this old whaling motorboat.

“As minhas melhores horas de vida marítima foram passadas na “Walkiria” “The best hours of my life at sea were spent on board “Walkiria”

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O poder da imagem José Macedo desdobra-se no sentido de atender a tantos pedidos, fazendo o seu melhor. “Não consigo estar em todas, mas tento satisfazer da melhor maneira possível todos os pedidos que me vão fazendo. Sei que por vezes surgem alguns amuos por gostarem que eu esteja presente mas nem sempre consigo, também devido à sobreposição de horários de realização e depois dizem-me que há filhos e enteados. Compreendo e tento contentar toda a gente”. O nosso fotógrafo preocupa-se com o enquadramento, o ângulo, a luz e demais pormenores que fazem toda a diferença e que são próprios de quem leva isto a sério, mesmo sabendo que a recompensa não vai passar de um simples “obrigado” e por vezes nem isso. É devido ao seu empenho em que o resultado final seja o mais original ou espectacular, que anda sempre à procura do melhor lugar, ainda que isso implique correr de mochila às costas (com o pesado material) ou andar “empoleirado” por aqui e por ali. “Estou constantemente a imaginar o melhor e algo que seja diferente”. Tudo isto porque a imagem tem vindo a assumir um papel cada vez mais insubstituível na divulgação. Todos reconhecemos o valor e o peso de uma reportagem fotográfica na veiculação de qualquer mensagem. E é nesse âmbito que o trabalho (gracioso) de José Macedo se reveste de uma importância crucial na projecção da actividade do Clube Naval da Horta. Uma fotografia, dizemos, vale mil palavras e acompanhada de texto pode valer muitas mais. É, pois, ao homem da câmera (ou das várias câmeras) que queremos reiterar, de forma pública, o nosso reconhecimento e dizer-lhe que apreciamos e valorizamos muito o seu trabalho – que enriquece sobremaneira os conteúdos informativos e noticiosos produzidos – desenvolvido ao longo de infindáveis horas de captação, selecção, catalogação e arquivo. Só mesmo a paixão pela fotografia e a amizade especial pelo amigo e pelo Clube de eleição, podem justificar tamanha carolice.

The power of the image

José Macedo strives in order to attend to so many requests, making his best. “I cannot be in all events but I try to meet all the requests the best way I can. I know that sometimes there is some sulking because they want me to be present but it is not always possible. There is more than one event taking place at the same time, and then they tell me that I treat people differently. I understand that and try to make everyone happy.” Our photographer worries about framing, the angle, the light and other details that make all the difference for someone that takes this activity seriously, even knowing that the reward will be a simple “thank you” or sometimes not even that. It is because of his commitment in presenting the most original or spectacular results that he is always looking for the best place, even if that implies running with a backpack (with heavy material) or to be perched here and there. “I am constantly imagining the best or something different.” The image has been increasingly assuming an irreplaceable role in the promotion of events. We all know the value and the weight of photo coverage in broadcasting messages. It is within this context that José Macedo’s (gracious) work is of great importance in promoting the activities of Clube Naval da Horta. A photograph, people say, is worth a thousand words, and with text, it might be worth much more words. It is indeed to the man of the camera (or several cameras) that we want to reaffirm publicly, our recognition and we want to tell him that we appreciate and Estrela noutras artes value immensely his work that enriches the information and news and that results from endless hours of image Embora nos tenhamos habituado a ver José Ma- capture, selection, cataloguing and archiving. Indeed, cedo como Fotógrafo, a verdade é que o Sócio only the passion for photography, a special friendship número 133 do CNH – elemento integrante da and the love for CNH can justify so much persistence. 54

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Assembleia-Geral nestes dois últimos mandatos – é uma cara conhecida em diferentes pelouros desta instituição náutica faialense. Começou por fazer Vela nos Lusitos e Snipes da Mocidade Portuguesa, onde se manteve ao longo de diferentes épocas. Na qualidade de pescador, nos anos 80 orgulhou a Secção de Pesca Desportiva de Costa do CNH, tendo-se distinguido como Campeão Açoriano, título que foi alcançado na Lagoa do Fogo, em São Miguel, numa pescaria às trutas. As muitas taças conquistadas ao longo de 20 anos como pescador desportivo no Clube Naval da Horta, ocupam uma divisão da casa deste caçador de prémios, até, porque, quando José Macedo se mete nas coisas é para ganhar. A ouro foi escrita a vertente desportiva deste faialense, concretamente como jogador de futebol no Fayal Sport Club (FSC), tendo vestido a camisola desde os Júniores até aos Séniores. “Comecei em 1962, com 14 anos, e acabei em 1975, já tinha mais de 20”. Em 1973 foi com a equipa à América, tendo disputado por quatro vezes o Torneio Açoriano: duas em São Miguel, uma na Terceira e outra no Faial. O nosso temido homem de remate forte com o pé esquerdo, jogou contra o União de Tomar, Benfica e Sporting de Portugal, tendo conseguido o feito de marcar um golo aos “verdes” de Lisboa, na década de 70. Num tempo em que a bancada e zona do peão do Fayal Sport enchiam e as hostes vibravam, puxando efusivamente pelas estrelas do relvado, José Macedo também foi jogador de hóquei em patins.

A star in other arts Although we became used to seeing José Macedo as a photographer, the truth is that the member number 133 of CNH, element of the General Assembly in these two last mandates, is a familiar face in different areas of this nautical institution. He started sailing with the “lusitos” (sailing boats for kids in the forties) and “snipes” of the Mocidade Portuguesa (youth organization from the end of the thirties and forties), where he stayed throughout the different seasons. As a fisherman, in the eighties, he made the CNH Coastal Sport Fishing Department proud, as he distinguished himself as Azorean Champion, a title achieved in Fogo Lake, São Miguel Island, in trout fishing. The many trophies conquered over 20 years as a fisherman in Clube Naval da Horta, occupy a room of this prizes’ hunter, particularly because, in whatever José Macedo participates, it is to win. Namely, as a football player in Fayal Sport Club (FSC), he wore the FSC shirt from junior to senior teams. “I started in 1962, when I was 14 years old and finished in 1975, I was already over 20”. In 1973 he went with the team to America and played in the Azorean Tournament for four times: 2 times in São Miguel, one in Terceira and one in Faial. Our feared man with a strong left foot kick, played against União de Tomar, Benfica, and Sporting. He was able to score a goal against the Lisbon “green ones” in the seventies. In a time when Fayal Sport’s stands were full of people that cheered for the field stars, José Macedo was also a hockey player.

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Armando Castro, ‘skipper’, e a sua tripulação: Nuno Santos, (José Decq Mota, Presidente da Direcção do Clube Naval da Horta); Pedro Rosa e Luís Decq Mota Armando Castro, the skipper, and his crew: Nuno Santos, (José Decq Mota, Board President of Clube Naval da Horta); Pedro Rosa and Luís Decq Mota

Towards the World Championship

RUMO AO MUNDIAL

OS AÇORES ALÉM FRONTEIRAS THE AZORES BEYOND FRONTIERS

Equipa do CNH no Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80 THE CNH TEAM IN THE J80 WORLD CHAMPIONSHIP, IN SABLES D’OLONNE, FRANCE

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30 ANOS ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA | 2018 Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografia. Photo creditts: José Macedo

O

Clube Naval da Horta (CNH), a Ilha do Faial e a Região Açores participam, pela primeira vez, no Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80, que tem como cenário a baía de Les Sables D’Olonne, na França. Os protagonistas desta enorme responsabilidade são “4 experientes velejadores” do Clube Naval da Horta (CNH): Armando Castro, na qualidade de ‘skipper’, com os tripulantes Nuno Santos, Pedro Rosa e Luís Decq Mota. A Apresentação da Equipa e a divulgação do Projecto

As 15 regatas previstas desenrolar-se-ão de 9 a 13 de Julho The 15 regattas previewed take place between 9th and 13th July

Clube Naval da Horta, Faial Island, and the Azores Region participate for the first time in the J80 World Championship that has as scenario the bay of Les Sables D’Olonne, in France. The main characters of this enormous responsibility are “four experienced sailors” of Clube Naval da Horta (CNH): Armando Castro, as skipper, with the crew Nuno Santos, Pedro Rosa and Luís Decq Mota. The Presentation of the team and the Project “Towards the World Championship: the Azores beyond Frontiers”, took place on the 27th June 2018, at Hotel Horta, on Faial Island. The room, where the Presentation took place was full. Besides the “sailing stars” there was family, friends, sponsors, old and new presidents of Clube Naval da Horta (CNH), standing out the CNH Board President José Decq Mota; the Regional Director for Youth, Lúcio Rodrigues, representing the President of the Azores Regional Government; the Mayor of Horta, José Leonardo Silva; the President of Faial Agricultural and Dairy Industry Cooperative (CALF), José Agostinho; the President of the Regional Sailing Association (ARVA), Jorge Macedo, the Azores Regional Directorate for Tourism Representative, Conceição Macedo; Social Media, among others. Armando Castro está consciente da responsabilidade mas conta com velejadores experientes Armando Castro is aware of the responsibility but counts on the support of experienced sailors

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A competent team

Organizadores e Velejadores: Luís Prieto, Gabinete de Imprensa; João Morais, Gabinete Logístico; Nuno Santos, Armando Castro, Pedro Rosa, Luís Decq Mota, Velejadores; e João Duarte, Gabinete Desportivo, além de Marc Chopin, do Gabinete Técnico Organizers and sailors: Luís Prieto, Press Office; João Morais, Logistics Office; Nuno Santos, Armando Castro, Pedro Rosa, Luís Decq Mota, Sailors; and João Duarte, Sports Office, besides Marc Chopin, of the Technical Office

– baptizado como “Rumo ao Mundial: Os Açores Além Fronteiras” – aconteceu no dia 27 de Junho de 2018, no Hotel Horta, na ilha do Faial, e contou com uma sala cheia, onde se encontravam, além das estrelas, as famílias, amigos, patrocinadores, dirigentes actuais e antigos do Clube Naval da Horta (CNH), destacando-se o Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota; o Director Regional da Juventude, Lúcio Rodrigues, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores; os Presidentes da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva; da Cooperativa Agrícola de Lacticínios do Faial (CALF), José Agostinho; da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA), Jorge Macedo; a Representante da Direcção Regional de Turismo, Conceição Macedo; e elementos da Comunicação Social, entre outros.

José Decq Mota: “São velejadores do Clube Naval da Horta, com currículo feito na Vela Ligeira, na Vela de Cruzeiro e na Vela Oceânica” José Decq Mota: “They are Clube Naval da Horta sailors, with Dinghy Sailing, Cruise Sailing and Oceanic Sailing in their curriculum” 58

The Project “Towards the World Championship” is composed by four sailors, with “enviable curriculums” in the practice of this sport. Armando Castro, Coordinator of this Team, in his short but eloquent intervention, began by thanking the presence of all, praising “the competence” of different crews in his previous projects, “which made their selection easy, and that is, much easier”. The “steersman” pointed out that this group of navigators represents “the unique Azorean team” that won the National Sailing Championship. “What we want”, he added, “is to dignify the Sports Project at the highest level, the town of Horta, Faial Island and the Azores”, as an integral part of Portugal. Invitation occurs due to an excellent relation with Horta It is within the scope of the partnership that lasts for more than 10 years between Horta and Les Sables D’Olonne, in what concerns the organization of great international nautical events for the sustainable development of the recreational sailing in these two Sister Cities, that the French city, in the quality of hostess of the organization of the 17th J80 World Championship of Sailing, decided to address the invitation (very direct and personal) to Armando Castro that besides being very dear to the French, is a well known sailor, with a great sports curriculum. “It is an extraordinary honour to the sailors involved in this event, to the town of Horta, to Faial Island

Familiares, amigos, patrocinadores, actuais e antigos Dirigentes do CNH, todos se associaram a este Projecto, que leva o nome da Horta até França, terra de amigos Family, friends, sponsors, present and former CNH Presidents - all of them associated themselves with this Project that takes the name Horta to France, a land of friends

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Uma equipa competente O Projecto “Rumo ao Mundial” é composto por 4 velejadores detentores de “currículos invejáveis” na prática da modalidade.. Na sua curta mas eloquente intervenção, Armando Castro – Coordenador desta Equipa – começou por agradecer a presença de todos, enaltecendo “a competência” dos seus tripulantes em projectos anteriores, “o que facilitou, e muito, a selecção dos mesmos”. O homem do leme realçou que este conjunto de navegadores representa “a única equipa açoriana” que ganhou um Campeonato Nacional de Vela. “O que se pretende – rematou – é dignificar ao mais alto nível o Projecto Desportivo, a Cidade da Horta, a Ilha do Faial e os Açores”, parte integrante de Portugal. Convite surge devido à excelente relação com a Horta É no âmbito da parceria que perdura há mais de 10 anos entre a Horta e Les Sables D’Olonne no que concerne à organização de grandes eventos náuticos internacionais, visando o desenvolvimento sustentável da náutica de recreio nestas cidades-irmãs, que a cidade francesa na qualidade de anfitriã da organização do 17º Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80, decidiu endereçar este Convite (muito directo e pessoal) a Armando Castro que, além de ser muito querido entre os franceses, é um velejador com provas dadas, senhor de um extenso currículo desportivo. “É uma honra extraordinária para os velejadores envolvidos, para a Cidade da Horta, a Ilha do Faial e a Região Açores, pois, certamente que não são muitos os que se podem gabar de estar nesta situação”, vincou Luís Prieto, Responsável pela Apresentação do Projecto. 5 dias - 15 regatas O Campeonato decorre entre 7 e 14 de Julho, embora os dias de competição propriamente dita sejam de 9 a 13. Para estes 5 dias de prova, estão previstas 15 regatas. Esta prova do Campeonato francês é organizada pelo Sports Nautique Sablais, sendo Bernard

and to the Azores Region because certainly there are not many persons that can boast about this situation”, stressed Luís Prieto, responsible for the presentation of the Project. 5 days - 15 regattas The Championship takes place between 7th and 14th July, although the days of the competition itself are from 9th to 13th July. For these 5 race days, are previewed 15 regattas. This event of the French Championship is organized by the Sports Nautique Sablais, with Bernard Davy as President of the Organizing Committee. It is backed by the French Sailing Federation and the Association J80 Class. In this event of the J80 World Championship, it is expected the participation of 120 boats, which corresponds to 10% of the world fleet, crewed by 500 sailors, representing 15 countries. Each boat takes from 4 to 5 sailors, taking into account that the total weight cannot exceed 350 kilos. Because of this, Luís Prieto, referred, joking but very seriously, that the skipper must go on a diet. These are monotype boats, with a length of 8 metres, a width of 2,50 and a draught of 1,50, without an engine, used only for coastal navigation. Among participants, technicians, journalists, and escorts, thousands of visitors are expected, contributing this way to the entertainment and the promotion of the event. “In order to make this participation feasible and to be at the level of the remaining teams, it was necessary to rent a boat and follow a training programme adapted to the competition demands”, said Luís Prieto. “Senhor Armandou” in France and “Mister Castro” in the USA José Decq Mota, Board President of CNH, was invited to say a few words about the Project and “his” sailors. He said that it was “easy and rewarding” to speak about it. “They are Clube Naval da Horta sailors, with a curriculum in Dinghy Sailing, Cruise Sailing, and Oceanic Sailing. They are persons that were, are and will continue to be essential in the plans and life of CNH. There are only reasons for satisfaction because there was this feedback from the great team that will participate in this J80 World Championship. I would like to address my-

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Davy o Presidente da Comissão Organizadora. Conta com a chancela da Federação Francesa de Vela e da Associação da Classe J80. Nesta Prova do Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80 perspectiva-se a participação de 120 embarcações – o que corresponde a 10% da frota mundial – tripuladas por cerca de 500 velejadores em representação de 15 países. Cada barco comporta 4 a 5 velejadores atendendo a que o peso total não pode exceder os 350 quilos. Daí, Luís Prieto ter referido – a brincar mas muito a sério – que o ‘skipper’ teve de se sujeitar a uma dieta. Trata-se de embarcações monotipo, com 8 metros de comprimento, 2.50 de largura e 1.50 de calado, sem motor, apenas para navegação costeira. Entre participantes, técnicos, jornalistas e acompanhantes, são esperados milhares de visitantes, contribuindo para a animação e promoção do evento. “Para tornar viável esta participação e estar ao nível das restantes equipas, foi necessário alugar uma embarcação e seguir um Programa de Treino adaptado às exigências da competição, afirmou Luís Prieto. “Senhor Armandou” em França e “Mister Castro” nos EUA Convidado a pronunciar-se sobre o Projecto dos “seus” velejadores, José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, disse ser “fácil e gratificante” falar desta situação. “São velejadores do Clube Naval da Horta, com currículo feito na Vela Ligeira, na Vela de Cruzeiro e na Vela Oceânica. São pessoas que foram, são e continuarão a ser essenciais nos planos e vida do CNH. Só há razões de satisfação por ter havido esta resposta por parte desta belíssima equipa, que irá participar neste Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80. Quero referir-me de forma especial ao Coordenador, Armando Castro, que foi um digníssimo dirigente do CNH. A ele se deveram sempre as inovações qualitativas neste Clube e as inovações foram tantas e tão bem feitas, que surpreenderam todos, incluindo a Federação Portuguesa de Vela. De realçar que o Armando foi o organizador do 1º Campeonato da Classe 480, salvo erro realizado em 1999. É Gestor Portuário e Director da Marina da Horta, uma empresa que se projecta para os dois lados 60

self in a special way to the Coordinator, Armando Castro that was an honourable director of CNH. To him, we have always owed the qualitative innovations in this Club and the innovations were so many, and so well done that surprised everyone, including the Portuguese Sailing Federation. Worth a note, is the fact that Armando was the organizer of the first 480 Class Championship, in 1999, if I am not mistaken. And, he is Port Administrator and Horta Marina Director, a company that projects itself to both sides of the Atlantic and is closely connected with the role that Horta has been gaining in Recreational Sailing. As member of the Municipal Nautical Commission, one should praise his actions in order to “capture” international regattas. And it is thanks to all this work that we see this growth, and Faial, if the truth be told, has the power of attracting such things. This sailing champion has assumed his vocation for promoting, giving encouraging many people to come to Horta. In France, he is known as “Senhor Armandou” and in the USA as “Mister Castro”. That is not just by chance that the President of the French Sailing Federation has a house in Faial. And it is great that it is this way. The support of CNH was immediate and natural and that is a right that all these sailors have. The fact that in this room we can find present, and former presidents of CNH is a sign of that support, very well deserved. Have a good trip, many successes, good results and... do not gain weight!” Ambassadors of Faial, the Azores and Portugal The Regional Director for Youth, Lúcio Rodrigues, representing the President of the Azores Regional Government, claimed that “the support request was granted at once”, as “this is a project that follows the promotion of the destination Azores, of international regattas and of the blue economy”. And he continued: “I want to express a word of recognition to these sailors that are going to be true ambassadors of Faial, the Azores, and Portugal. In Sables D’Olonne, the cream of the cream of the world sailing, and of the Portuguese sailing, is going to be there. A reference to João Morais and João Duarte that belong to Armando’s team for years, water’s edge men; and to Luís Prieto, that accompanies all this with a special passion. Only people like this can

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Tripulação do CNH: Nuno Santos, Armando Castro, Pedro Rosa e Luís Decq Mota CNH Crew: Nuno Santos, Armando Castro, Pedro Rosa and Luís Decq Mota

do Atlântico e está intimamente ligado ao papel que a Horta tem vindo a ganhar na Náutica de Recreio. Como membro da Comissão Náutica Municipal, é de exaltar a sua acção como captador de regatas internacionais. É graças a todo esse trabalho que se verifica este crescimento, e o Faial, verdade seja dita, tem o condão de atrair. Este Campeão da Vela tem assumido a vocação de divulgador, incentivando a que muitos venham até à Horta. Em França é conhecido como o “senhor Armandou” e nos EUA como “Mister Castro”. Não é por acaso que o Presidente da Federação Francesa de Vela possui casa no Faial. E é muito bom que assim seja. O apoio do CNH foi imediato e natural e é um direito que assiste a todos estes velejadores. O facto de estarem nesta sala actuais e antigos dirigentes do CNH é sinal desse apoio, muito merecido. Boa viagem, bons sucessos, bons resultados e... não aumentem de peso!”

enhance the name of Faial. These are men of sailing and sports that work as a reference to CNH sailors and other “clubes” in the Azores. Fair winds! 15 regattas in 5 days is almost like a 70km trail”. Horta in the route of World Sailing

The Mayor of Horta, José Leonardo Silva, highlighted the “strong connection” between Horta and Sables D’Olonne, referring that “this invitation is the result of many years of investment, regattas, and presences in France. It is fundamental to make from sports a way of promoting our products. This is how we promote abroad and at reduced prices. Naturally, the Municipality supports this project because Horta will be on the route of the world sailing. This is a town that breathes sailing. I wish all well for the whole team that involves more than 8 persons and not only 4. Although winning is always good, the most important is to participate and promote our island and all of the good things Embaixadores do Faial, dos Açores e de Portu- that it has, which is quite a lot”. gal The promotional stand of Horta and the Azores O Director Regional da Juventude, Lúcio Rodrigues, em representação do Presidente do Gover- Besides the sports side of the event, this team of no Regional dos Açores, sustentou que “o apoio CNH sailors assumes also the role of ambassaCLUBE NAVAL DA HORTA

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solicitado foi de imediato concedido”, pois “trata-se de um Projecto que vem na linha de promoção do destino Açores, das regatas internacionais e da economia azul”. E prosseguiu: “Quero deixar uma palavra de reconhecimento a estes velejadores que vão ser os verdadeiros embaixadores do Faial, dos Açores e de Portugal. Em Les Sables D’Olonne vai estar a nata da Vela Mundial e a nata da Vela Portuguesa. Uma referência ao João Morais e ao João Duarte, que há anos fazem parte da equipa do Armando, homens da borda de água; e ao Luís Prieto, que acompanha tudo isto com uma paixão especial. Só com gente de qualidade como esta esta se pode engrandecer o nome do Faial. São homens do desporto e da Vela, que funcionam como uma referência para os velejadores do CNH e de outros clubes dos Açores. Bons ventos! 15 regatas em 5 dias é quase como um ‘trail’ de 70 quilómetros”. A Horta na rota da Vela Mundial O Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva, ressaltou a “forte ligação” que existe entre a Horta e Les Sables D’Olonne, referindo que “este Convite é o resultado de muitos anos de investimento, regatas e presenças em França”. “É fundamental fazer da vertente desportiva um veículo de dinamização dos nossos produtos. É assim que se faz promoção no exterior e a preços muito reduzidos. Naturalmente que a Autarquia apoia este Projecto, porque a Horta está na rota da Vela Mundial. É uma Cidade que respira Vela. Bom trabalho a toda a equipa – que envolve 8 pessoas e não apenas 4 – e embora ganhar seja sempre bom, o mais importante é participar e promover a nossa Terra e o que ela tem de bom, e que é muito”. ‘Stand’ promocional da Horta e dos Açores Além da vertente desportiva, esta equipa de velejadores do CNH assume, também, o papel de embaixadora da Ilha do Faial e do Arquipélago, no domínio da promoção dos Açores como um destino de excelência. A captação de turistas é uma aposta subjacente a esta operação de ‘marketing’, se tivermos em conta que 50% da população francesa (67.425.000 62

O Projecto “Rumo ao Mundial” constitui um excelente veículo de promoção do Faial The Project “Rumo ao Mundial” (Towards the World Championship) is an excellent means of promotion for Faial

dors of Faial, the Archipelago in what concerns the promotion of the Azores, as a destination of excellence. The underlying goal of the marketing operation is to attract tourists, taking into account that 50% of the French population (67.425.000) spends their holidays outside the country, being the most popular places, by descending order, Spain, Greece, Portugal, Tunisia, and Morocco. “The stand”, addressed Luís Prieto, “will have an image associated with Faial Island’s representation. This is an excellent vehicle of prestige for the Azores”. The J80 World Championship will bring to the town of Sables D’Olonne thousands of persons, especially connected to the world of High Competition Sailing, where a good number of media, that will make integral cover the event, is included”. In this scenario, the Organisation intends “to display the boat, properly decorated with the logos and flags of the sponsors in prominent places, as well as show promotional films, distribute flyers and promote gastronomic products tasting, in the stand, properly prepared for this promotional action”. The boat that will be occupied by the CNH crew will have the Azores colours, flags of CNH, the Municipality and stickers of the main sponsors that helped this Project come true and they are the following: CNH, Azores Government, Town Hall of Horta, Portos dos Açores SA, travel agency Aerohorta, Hotel Horta, Mutualista, LactoAçores and Espaço X. Taking into account the very unique characteristics of this Project, we are certain that besides the prestige in terms of sports representation, this will be for sure an excellent way of promoting our sponsors and associated entities”, highlighted Luís Prieto”.

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habitantes), passa férias fora do país, sendo os destinos mais procurados, por ordem decrescente, Espanha, Grécia, Itália, Portugal, Tunísia e Marrocos. “O ‘stand’ – focou Luís Prieto – terá uma imagem associada à representação faialense. Este conjunto representa um excelente veículo de prestígio dos Açores”. “O Campeonato do Mundo de Vela da Classe J80 trará à cidade de Les Sables D’Olonne milhares de pessoas essencialmente ligadas ao mundo da Vela de Alta Competição, onde se insere um elevado número de Órgãos de Comunicação Social, que se deslocarão ao local para a cobertura integral do evento”. Neste cenário, a Organização pretende “expôr a embarcação devidamente decorada com os logótipos e bandeiras dos patrocinadores em locais de destaque, bem como exibir filmes promocionais, distribuir ‘flyers’ publicitários e promover a degustação de produtos gastronómicos no ‘stand‘ devidamente preparado para o efeito”. A embarcação usada pela tripulação do CNH vai ostentar as cores dos Açores, com bandeiras do Clube Naval da Horta, do Município hortense e autocolantes dos principais patrocinadores (‘sponsors’) que ajudaram a tornar realidade este Projecto e que são: Clube Naval da Horta, Governo dos Açores, Câmara Municipal da Horta, Portos dos Açores, S.A., Agência de Viagens “Aerohorta”, Hotel Horta, Mutualista, LactoAçores e Espaço X. “Tendo em conta as características muito peculiares deste Projecto, estamos certos de que, para além do prestígio em termos de representação desportiva, este será sem dúvida um excelente veículo de promoção para os nossos patrocinadores e entidades associadas”, acentuou Luís Prieto. Les Sables D’Olonne: Capital da Vela de Alta Competição “Ao longo dos anos, a cidade de Les Sables D’Olonne tem sido palco de largada das mais importantes regatas oceânicas a nível mundial, sobressaindo a “Vendée Globe”, a “Les Sables/ Les Açores/Les Sables”, a “Les Sables/Horta/Les Sables”, a “Solo Maître Coque”, a “Solitaire du Figaro” e o “Tour de França à La Voile”, assumindo actualmente o estatuto de Capital Europeia da Vela Oceânica de Alta Competição”, avivou o Apresentador.

Les Sables D’Olonne: Capital of High Competition Sailing “Throughout the years, the town of Les Sables D’Olonne has seen the start of the most important worldwide oceanic regattas, standing out the “Vendée Globe”, the “Les Sables/Les Açores/Les Sables”, the “Les Sables/Horta/Les Sables”, the “Solo Maître Coque”, the “Solitaire du Figaro” and the “Tour de France à La Voile”, assuming now the status of European Capital of High Competitions Oceanic Sailing”, enhanced the Presenter of this Project. In his presentation, the Responsible for the Press office of the Race reminded that in 2016, at the start of the last “Vendée Globe” – World Tour, without stopovers or assistance, there were 350 thousand people watching the starting of the race, which is “something extraordinary”. This event was even considered the third most important sports event of the world, being the Olympic Games the first, and in the second, the European Football Championship. In the first two weeks, previous to the start of this regatta, about 1,5 million people visited the town of Sables D’Olonne, from which 1.676 were accredited journalists from all over the world, “beating all the records of spectators in a sports event”. The town of Sables D’Olonne is a prefecture of the Department de La Vendée, located in the Pays de La Loire Region. It is the main town of the “Côute de Lumiére”, with a permanent population of about 60 thousand inhabitants. It has as its main economic and industrial activities, the nautics, tourism, and fisheries and constitutes a tourist destination by excellence. During the high tourism season, it more than duplicates its population, reaching from 120 to 150 thousand pedestrians on the move every day.

O Hotel Horta foi o espaço escolhido para a Apresentação do Projecto “Rumo ao Mundial” Hotel Horta was the space chosen for the presentation of the Project “Rumo ao Mundial” (Towards the World Championship)

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Na sua apresentação, este Responsável do Gabinete de Imprensa da Prova, lembrou que, em Novembro de 2016, aquando da largada da última “Vendée Globe” – Volta ao Mundo sem escalas e sem assistência – encontravam-se 350 mil pessoas a assistir, o que é “algo de extraordinário”. Este acontecimento foi mesmo considerado como o 3º evento desportivo mais importante do mundo, sendo os Jogos Olímpicos o 1º e o 2º o Campeonato da Europa de Futebol. Nas duas semanas que antecederam a largada desta Regata, visitaram a cidade de Les Sables D’Olonne cerca de 1,5 milhões de pessoas, das quais 1.676 eram jornalistas credenciados de todo o mundo, “pulverizando todos os recordes de assistência num evento desportivo”. A cidade de Les Sables D’Olonne, sub-prefeitura do Departement de La Vendée, localizada na região do Pays de la Loire, é a principal cidade da “Costa da Luz”. Com uma população permanente que ronda os 60 mil habitantes, tem como principais actividades económicas a indústria, a náutica, o turismo e a pesca. Constituindo um destino turístico por excelência, mais do que duplica a sua população durante a época alta, atingindo entre 120 a 150 mil pessoas em circulação diária.

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CAMPANHA DE ANGARIAÇÃO DE SÓCIOS 2018 ATÉ 31 DE DEZEMBRO

ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE JÓIA A TODOS OS NOVOS CANDIDATOS E ANTIGOS SÓCIOS QUE PERDERAM ESSA QUALIDADE HÁ MAIS DE UM ANO PARA MAIS INFORMAÇÕES CONTATE A SECRETARIA DO CNH EM AIL: SECRETARIA D O @CN HO RTA . O RG | TE LE F O N E : 2 9 2 2 0 0 6 8 0


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centenary CENTENÁRIO PETER CAFÉ SPORT José Henrique Azevedo: “Está a ser muito agradável ter os meus filhos a trabalhar comigo neste ano do Centenário do “Peter Café Sport” JOSÉ HENRIQUE AZEVEDO: “IT IS QUITE NICE TO HAVE MY CHILDREN WORKING WITH ME, ON THIS YEAR OF THE CENTENARY OF “PETER CAFÉ SPORT”

Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by. José Henrique

O

mais conhecido empreendimento faialense com projecção na globalização – o “Peter Café Sport” – está em festa. Tudo começou há precisamente 100 anos (1918/2018), com a criação daquele que viria a ser conhecido como o santuário dos iatistas por sempre ter funcionado como um porto de abrigo, franco, amigo e hospitaleiro para todos os lobos do mar. As comemorações centenárias do Mais Famoso Bar do Mundo para Marinheiros – situado na Capital Oceânica do Iatismo: a Cidade da Horta – começaram em Abril deste ano e só terminam em 2019. As velas serão apagadas no dia 25 de 66

José Henrique Azevedo está muito agradado por poder contar com a família toda no Centenário do “Peter Café Sport” Atrás: José Henrique Azevedo e a mãe, Luísa Azevedo Á frente: Pedro (filho mais velho), Fátima Pinto (esposa) e os outros dois filhos: Mariana e João José Henrique Azevedo is very happy for being able to count on the whole family on the Centenary of “Peter Café Sport” Behind: José Henrique Azevedo and his mother, Luísa Azevedo Ahead: Pedro (eldest son), Fátima Pinto (wife) and the other two children: Mariana and João

“Peter Café Sport”, the most well know firm of Faial Island, with global projection, is celebrating. All started, precisely 100 years ago (1918/2018), with the creation of an establishment that later would be known as the sanctuary for the yachtsmen, because it always worked as a sincere, friendly, and welcoming port of call for all the sea dogs. The centenary celebrations of the Most Famous Sailor’s Bar in the World, located on the Oceanic Yachting Capital: the town of Horta. It began in

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Dezembro próximo e cantados os Parabéns a uma Família de empreendedores, que vai já na quarta geração à frente do Café. Durante um ano, são vastos e diversificados os eventos destinados a assinalar um século de existência, recheada de amizades por todo o Mundo, de visitas aos milhares, e, acima de tudo, de inúmeras testemunhas de uma hospitalidade fraterna, cimentando relações que ficaram para a vida, resistiram à morte e venceram laços de sangue. Não é por acaso que jamais um navegador encontrou amigos tão especiais como estes: Família Azevedo, na Ilha do Faial.

April this year and will finish only in 2019. The candles will be blown on the next 25th December and the Happy Birthday song will be sung in front of the Café to a Family of entrepreneurs that is already on its 4th generation. For one year, there are extensive and diversified events to mark one century of an existence full of friendships all over the world, thousands of visitors, and, above all the countless statements of a fraternal art of welcoming, cementing relations that remained for life, resisted death and overcame blood ties. It is not by chance that a navigator has never found friends as special as these ones: the Family Azevedo, on Faial Island.

“Os meus filhos deixaram os seus empregos para trabalhar comigo” “My children left their jobs to work with me”

José Henrique Azevedo, o “Peter” dos novos tem- José Henrique Azevedo, the “Peter” of the modern pos, sente-se visivelmente agradado – e até mais times feels himself, visibly, satisfied and even more descansado – por ter os filhos a trabalhar consigo. relieved because he has his children working with “Muitas actividades têm sido possíveis graças à him. “Most of the activities undertaken were pospresença dos meus filhos (João e Pedro) e do meu sible thanks to the presence of my children (João sobrinho, Duarte Pinto. É sem dúvida muito bom ter and Pedro) and my nephew, Duarte Pinto. There is toda a família reunida nesta data tão marcante, no doubt that it is very good to have all the family constituindo, também, uma excelente oportunida- together in this date that is so important. And it is de para poderem avaliar aquilo que tenho conse- also an opportunity for them to assess everything guido fazer sozinho ao that I was able to do longo dos anos. Se não by myself throughout tivesse contado com a the years. If it was not colaboração destes jofor the collaboration of vens – que são pessoas these young people, inteligentes e com excethat are intelligent and lentes ideias – não teria with excellent ideas, it sido possível organizar would not have been e realizar o Programa possible to organize delineado. Têm contriand accomplish the esbuído muito para que tablished Programme. os eventos estejam a They have contributed decorrer de forma trana lot for the events to quila e organizada”. take place with tranquilAs muitas áreas de lity and in an organized negócio (Café, Lojas, way”. ‘Whale Watching’ e The many areas of this Museu de Scrimshaw) business (Café, Stores, implicam um grande Whale Watching and desdobramento por the Scrimshaw Museum) parte deste empresário, demand hard work from Henrique Azevedo com os filhos Pedro, Mariana e João, numa que se orgulha de a sua José this entrepreneur that is fotografia tirada neste ano do Centenário pelo famoso fotógrafo francês (e “casa” encerrar apenas amigo da Família Azevedo), Gilles Gultard proud of the fact that his José Henrique Azevedo with his children Pedro, Mariana and João, in a dois meios-dias ao lon- photo taken this year by the famous French photographer (and friend of the “house” is closed only go de todo o ano, de- Family Azevedo) Gilles Gultard two half-days a year, CLUBE NAVAL DA HORTA

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signadamente pelo Natal e Passagem de Ano. O homem do leme no mais internacional Café do Faial, dos Açores e de Portugal, de portas e janelas viradas para o futuro, sublinha que este está a ser “um ano muito bom!”, já que “o Centenário ajuda a este espírito de festa permanente”. Para estes resultados “magníficos”, sem dúvida que a “tripulação de serviço” tem dado uma (grande) mãozinha até, porque, se encontra de corpo e alma neste ano consagrado de projectos. “Os meus filhos deixaram os seus empregos para trabalhar comigo ao longo deste ano e, desta forma, podem sentir melhor a intensidade do Café e de tudo o que gira à volta deste empreendimento”. E não estamos a falar de um qualquer negócio, já que são muitos os que, em qualquer altura, atravessam oceanos para conhecer o “Peter” (o Café e o dono), pelo que “a casa tem de estar aberta todo o ano”.

namely for Christmas and New Year. The helmsman of Faial, Azores and Portugal’s most global café, with doors and windows turned to the future, emphasizes that is a “very good year”, as “the Centenary helps this permanent party spirit”. To achieve such “magnificent”, results there is no doubt that the “crew on service” has given a (big) little hand because they commit themselves, body and soul in this consecrated year of projects. ”My children left their jobs for working with me throughout this year and this way they can feel better the intensity of the Café and of everything that turns around “this business”. And we are not talking about any business, as there are many sailors that crossed the oceans to meet “Peter” (the Café and the owner), and for this reason the “house has to be opened all year long”. “I would not like the business to leave the Family”

“Não gostava que o negócio saísse da Família” The owner of “Peter” has three children, two boys and one girl. Pedro, the eldest, studied Business O proprietário do “Peter” tem três filhos: dois ra- Management, while João, the youngest dedicates pazes e uma rapariga. Pedro, o mais velho, apos- himself to Economy. Mariana, “the girl of the Famtou na Gestão de Empresas, enquanto João, mais ily”, studies Public Relations, Marketing and Adnovo, se dedica à Economia. Mariana – a menina vertising and has a Master’s Degree in Communida Família – estuda Relações Públicas, Marketing cation Sciences. “They all followed areas related e Publicidade, com Mestrado em Ciências da Co- business but they have not yet taken any decision municação. “Formaram-se todos em áreas relacio- about the future”. nadas com o negócio, mas ainda não tomaram Although José Henrique Azevedo would not like uma decisão quanto ao futuro”. “Peter” to leave the Family, which would be “a lot Embora este empresário admita que não gostava of bad luck, having three children”, the truth is that que o “Peter” saísse da Família – o que “também he accepts that it could happen”. Meanwhile, these seria muito azar tendo três filhos” – a verdade é young people still have some time to understand if que aceita que isso possa vir a acontecer. Entretan- they want, or not to constitute the fourth generation to, estes jovens têm ainda mais algum tempo para running this demanding business, where the owner perceberem se querem ou não constituir a quarta is “part of the furniture” and because of that his geração à frente deste exigente negócio, onde o presence is essential. dono faz parte da mobília, sendo, por isso, indis- Although José Henrique’s children represent a fourth family generation running the Café, the truth is that pensável a sua presença. Embora os filhos de José Henrique Azevedo re- the ability for business is already in its 6th generpresentem a quarta geração familiar à frente do ation. This information is based in a register that Café, a verdade é que a arte para o negócio vai he found and where his great-great grandfather já na sexta geração, a fazer fé no registo encon- is referred, Manuel Lourenço de Sousa Azevedo trado por este faialense, onde pôde ler uma refe- (1822-1901), as being a trader in this Town. This rência ao seu trisavô, Manuel Lourenço de Sousa way, José Henrique Azevedo thinks that it is a referAzevedo (1822-1901) como tendo sido comer- ence to the founder of the “Azorean House”, havciante nesta Cidade. Assim sendo, José Henrique ing been Ernesto Lourenço Sousa Azevedo his son Azevedo supõe tratar-se do fundador da “Casa (and great grandfather of José Henrique Azevedo) Açoriana”, tendo Ernesto Lourenço Sousa Azeve- the natural heir. If this is confirmed, we are talking do, seu filho (e bisavô de José Henrique Azevedo), about six generations of men dedicated to the famsido o natural herdeiro. Se tal for apurado como ily business and four running “Café Sport”. 68

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certo, estamos a falar de seis gerações de homens dedicados ao negócio familiar e quatro à frente do “Café Sport”. “Os meus dois objectivos de vida foram alcançados” O ano ainda não chegou ao fim, mas José Henrique Azevedo revela que os seus dois “objectivos de vida” já se concretizaram neste 2018: o primeiro tem a ver com os 100 anos do “Café Sport”, cujas comemorações há meses que são uma realidade bem sucedida (embora o Café só complete um século no dia de Natal); e o segundo está relacionado com o facto de a mãe, Luísa Azevedo, ter atingido a provecta idade de 90 primaveras. 2018: um ano especial Este empresário tem alguma dificuldade em perceber se o aumento do movimento registado se deve à circunstância de este ser um ano excepcional, tendo em conta o Programa do 100º Aniversário ou, se porventura está relacionado com o crescimento do Turismo. Certo é que se tem notado “grande afluência de pessoas vindas de outras paragens”. O Centenário do “Peter Café Sport” é um acontecimento que não passa despercebido tanto às empresas – comércio local tem-se congratulado com a data – como às entidades e ao Mundo. Nesse contexto, o “Peter” foi agraciado pela Câmara Municipal da Horta com a Medalha de Honra, “pelo seu contributo na promoção do Faial e do destino Açores, através da recepção que faz, sobretudo aos iatistas”. A distinção foi recebida no Dia da Cidade da Horta: 4 de Julho de 2018, data em que se comemoraram os 186 anos de elevação de Vila a Cidade, o que notoriamente agradou a este empresário, embora não esperasse tal homenagem. A “Yacht”, a mais conceituada Revista alemã de Vela do Mundo, no seu número de Junho deste ano, dedica 10 páginas ao “Peter Café Sport”, o que José Henrique Azevedo considera como um “enorme privilégio”, atendendo ao prestígio e projecção mundial desta publicação. Este empresário refere com particular entusiasmo o facto de ter estado entre nós o fotógrafo francês Gilles Gultard, autor da fotografia a preto e branco, tirada em 1973, e que imortalizou estas

“My two life purposes were fulfilled” The year has not come yet to its end but José Henrique Azevedo reveals that his two life purposes” were already fulfilled this year of 2018. The first has to do with the 100 years of “Café Sport”, whose celebrations are for months a successful reality. (Although the Café only celebrates one century on Christmas Day); and the second is related with the fact that his mother, Luísa Azevedo reached the respectable age of 90. 2018: a special year This businessman has some difficulties in understanding, if the increase in the number of clients has to do with the fact that this is an exceptional year, taking into account the 100 Anniversary Programme, or if, by chance, it related with the growth of Tourism. The fact is that one has noticed a “big affluence of people from other countries”. The Centenary of “Peter Café Sport” is an event that does not go unnoticed to the companies, the local commerce applauds, or to the entities and

Ano de 1973: Henrique Azevedo, fundador do Café, em 1918; José Henrique Azevedo, seu neto; e José Azevedo (baptizado como “Peter”), filho do primeiro e pai do segundo. Year of 1973: Henrique Azevedo, founder of the Café, in 1918; José Henrique Azevedo, his grandson; and José Azevedo (named as “Peter”), who is son of Henrique Azevedo and father of José Henrique Azevedo Fotografia de. Photo credits: Gilles Gultard

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três gerações familiares: o avô Henrique, o pai José Azevedo e o neto José Henrique Azevedo. “Ele voltou ao Faial no ano de 2003 e tirou uma fotografia de conjunto, onde figura meu pai (meu avô já tinha falecido), eu e os meus três filhos pequenos, a qual ilustra um artigo que ele publicou na famosa Revista francesa dedicada à Vela Desportiva e de Lazer, intitulada “Voiles et Voiliers”. Essa grande reportagem, que integra a edição de Janeiro de 2004, apresentava o “Peter Café Sport” como “o mais Mítico Bar do Mundo”. E neste ano de 2018, Gilles Gultard fez questão de regressar novamente ao Faial para fotografar as duas gerações actuais do “Peter”: eu e os meus filhos” (fotografia acima reproduzida, à porta do Café). Outra particularidade está relacionada com a estadia na Horta de um barco norueguês, de nome “Skoiern”, cujos donos são franceses. Pelo facto de o veleiro também estar a comemorar 100 anos, tal como o “Café Sport”, entenderam vir novamente este ano ao Faial, e como gostam da ilha e das pessoas, disseram-me que estão a pensar comprar casa e ficar a residir cá”. Além do “Peter Café Sport”, que celebra um século de existência activa e proactiva – a quem desejamos, pelo menos mais 100 na senda de bem acolher quem aporta ao Faial – também outras instituições da nossa Terra festejam datas marcantes neste ano de 2018, sendo aqui referidas apenas algumas delas. A Cidade da Horta assinalou 185 anos de passagem de Vila a Cidade; a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Faialenses (AHBVF) comemorou 106 anos ao serviço da população faialense; o próprio Clube Naval da Horta celebra 71 anos em Setembro próximo, e a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, organizada por este Clube, completa 30 Anos de realizações; a Marina da Horta (que, ao nível das que recebem navegação ao largo é a 1ª de Portugal, a 2ª da Europa e a 4ª do Mundo) assinalou o seu 32º Aniversário; os Encontros Filosóficos, o Clube de Filatelia “O Ilhéu” (ambos da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) da Horta); a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF) e a Cooperativa de Jovens Agricultores do Faial completaram Bodas de Prata (25 anos); e o Teatro de Giz fez 20 anos de acção cultural.

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the World. Within this context, “Peter” was awarded by the Town Hall of Horta with the Medal of Honour “for his contribution in the promotion of Faial and the destination Azores because of the way he welcomes, mainly the yachtsmen”. This Distinction was awarded on Town of Horta’s Day, on the 4th July 2018, date in which is commemorated the 186 years of Horta as a Town, which notoriously pleased José Henrique Azevedo. He considers this a great privilege but was not expecting such an honour. “Yacht”, the world’s most distinguished German Sailing Magazine, in its edition of June, this year, dedicates 10 pages to “Peter Café Sport”, which is considered, by José Henrique Azevedo, as an “enormous privilege”, taking into account the world projection of this publication. “Peter” refers, with particular enthusiasm, the fact that the French photographer Gilles Gultard was on Faial Island. He is the author of the black and white photography, taken in 1973 (photo below) and that immortalized these three generations: the grandfather Henrique, the father José Azevedo and the grandson José Henrique Azevedo. “He came back to Faial in 2003 and took a group photograph of my father (my grandfather was already deceased), me and my three small children, which illustrates an article that he published in the famous French Magazine, dedicated to Sports and Recreational Sailing, named Voiles et Voiliers. That great feature, that integrates the edition of January 2004, presented “Peter Café Sport” as the “World’s Most Mythical Bar”. And this year, Gilles Gultard returned to Faial to photograph the two current generations of “Peter”: me and my children” (photo above, at the door of the Café”). Another particularity is related with the stay in Horta of a Norwegian boat, named “Skoiern”, whose owners are French. Because the ship is celebrating 100 years, as well as “Café Sport”, they decided to come back this year to Faial and because enjoyed the island and its people, told me that they want to buy a house and live here”. Besides “Peter Café Sport” that celebrates one century of active ad proactive existence – to whom we wish at least another 100 years in the ability of welcoming who arrives in Faial – some other local institutions of our Island also celebrate this year important dates. We will refer only some of them. Horta celebrated its 186 as a Town; the Asso-

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Planos Consolidar e melhorar as actuais áreas de negócio, são intenções de José Henrique Azevedo que, nesse âmbito, gostava que o Museu de Scrimsham tivesse o dobro do espaço. “Seria algo muito bom no sentido de valorizar a actual colecção”. Com mais espaço seria possível patentear novas peças, já que foi acautelada matéria-prima com esse objectivo. A edição de um livro sobre a história familiar é um sonho que este faialense acalenta há anos, o que poderá vir a ser uma realidade no rescaldo do Centenário, já com o registo deste vasto Programa. “Rally Peter Café Sport”: “o maior evento organizado pelo OCC” De todas as actividades realizadas até hoje (o Programa encontra-se no fim deste artigo), José Henrique Azevedo destaca o “Rally Peter Café Sport”. Tratou-se de uma regata que juntou mais de 60 navegadores de 12 nacionalidades diferentes (Nova Zelândia, Japão, Inglaterra, Alemanha, Portugal, França, Espanha, Itália, Irlanda, Austrália, Canadá e EUA). “Os participantes adoraram o ‘Rally’, tendo mesmo sido o maior evento que o “Ocean Cruising Club” (OCC) organizou até hoje”, em parceria com o “Peter Café Sport”. Ao todo, estiveram envolvidas neste ‘Rally’ mais de 100 pessoas, muitas das quais já com alguma idade e com muitas viagens feitas até ao Faial. “Como toda a gente sabe, foram os iatistas, os marinheiros, os homens do mar, que fizeram do “Peter Café Sport” aquilo que ele é. Embora todos sejam importantes para nós, é mais do que evidente o papel que todos os estrangeiros têm tido

Navegadores de 12 nacionalidades participaram no ‘Rally’ destinado a assinalar os 100 anos do “Peter” Sailors of 12 nationalities participated in the Rally to mark the 100 years of “Peter”

ciação Humanitária de Bombeiros Voluntários Faialenses (Faial’s Voluntary Fireman Association) commemorated 106 years at the service of the Island; Clube Naval da Horta celebrates 71 years next September and the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”, organized by this Club, completes 30 years of existence; Horta Marina (First in Portugal, the Second in Europe and the Fourth in the World in what concerns receiving Class B boats) marked its 32nd Anniversary; at Escola Secundária Manuel de Arriaga (High school) the Encontros Filosóficos (Philosophical Meetings), Clube de Filatelia O Ilhéu (Philatelic Club); the Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (Association of Parents and Friends of the Disabled People), the Cooperativa de Jovens Agricultores do Faial (Cooperative of young farmers) completed their Silver Anniversary (25 years); and the theatre group Teatro de Giz celebrated 20 years of cultural activities. Plans José Henrique Azevedo intentions are to consolidate and improve the current business areas. He would like to double the area of the Scrimshaw Museum. “It would be very good in terms of valuing the present collection”. With a bigger area, it would be possible to exhibit new items, as there is a material stock for that purpose. The edition of a book about the Family history is a dream that José Henrique Azevedo has for years, and it might come true at the end of this Centenary, including already information about its rich Programme. “Rally Peter Café Sport”: “the biggest event organized by OCC” From all the activities undertaken until now (the Programme is at the end of this article), José Henrique Azevedo highlights the “Rally Peter Café Sport”. This regatta gathered more than 60 sailors of 12 different nationalities (New Zealand, Japan, England, Germany, Portugal, France, Spain, Italy, Ireland, Australia, Canada and USA). “The participants loved the Rally, which really was the biggest event ever organized by the “Ocean Cruising Club” (OCC) until now”, in a partnership with “Peter Café Sport”. Altogether, there were more than 100 persons in-

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na divulgação desta “casa” e, consequentemente, no conhecimento do Faial e dos Açores”, realça José Henrique Azevedo. Não é por acaso que o Faial é conhecido como “a Ilha do Peter” e que muitos não conhecendo os Açores ou Portugal continental, sabem de cor a posição geoestratégica do Mais Mítico Bar do Mundo, onde se pode saborear o famoso ‘gin’ e um dos melhores bolos de chocolate. “Boa adesão ao Dia da Amizade Faial/Pico” Atendendo ao longo historial que o passado encerra no que concerne às (boas) relações (empresariais e de grande amizade) do “Peter” com a população da ilha do Pico, José Henrique Azevedo decidiu instituir o “Dia da Amizade Faial/ Pico”. “Foi uma oportunidade para aproximar as pessoas dos dois lados do Canal e de estarem reunidas em ambiente festivo. A minha Família manteve, desde sempre, uma relação estreita com os picoenses e, portanto, achei que era uma forma de invocar esse passado sempre presente e importante. Além do mais, tenho raízes no Pico, atendendo a que o pai do meu bisavô era oriundo de lá”. Para levar a cabo esta iniciativa, José Henrique Azevedo contou com alguns apoios, entre outros, da “Atlanticoline”, que ofereceu a passagem no sentido Madalena/Horta, tendo a Agência de Viagens “Aerohorta”, de Carlos Morais, disponibilizado autocarros para levar as pessoas a darem a volta à ilha do Faial, com paragem em pontos turísticos como a Caldeira e o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos. O almoço foi oferecido pelo “Peter”, tendo, por esse motivo, a Rua do Peter sido encerrada ao trânsito. “Fiquei impressionado com o facto de um conhecido do Pico, na casa dos 40 anos, ter admitido nesse dia (10 de Junho) que nunca tinha ido ao Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos. E talvez tenha acontecido o mesmo com outras pessoas do Pico. Estamos tão perto, mas a verdade é que isto ainda acontece nos dias de hoje”. José Henrique Azevedo afirma ter gostado desta actividade, ressaltando que quando programou este evento “foi sempre com o gosto de que as pessoas participassem”. E, a propósito, agradece o “fantástico apoio de todos os parceiros”. Do vasto Programa evocativo do Centenário, este 72

José Henrique Azevedo: “Tinha gosto que as pessoas participassem no “Dia da Amizade Faial/Pico” e a adesão foi boa. Estou satisfeito” José Henrique Azevedo: “I wanted people to participate in the “Faial/Pico Friendship Day” and the participation was good. I am happy”

volved in this Rally, some of them elderly people, with a lot of trips to Faial. “As everyone knows, the yachtsmen, the sailors, the seaman made “Peter Café Sport” the “institution” that it is now. Although all people are important to us, it is obvious that the role that all foreigners have been having in promoting this “house”, and, consequently, Faial and the Azores is more evident, enhances José Henrique Azevedo. It is not just by chance that Faial is known as “Peter’s Island” and that many people, who not knowing the Azores or the Portuguese Mainland, know by heart the geostrategic position of the World’s Most Mythical Bar, and where one can taste the famous gin and one of the best chocolate cakes. “Good participation in the Faial/Pico Friendship Day” Given the long list of events wrapped up in the past regarding the (good) relations (entrepreneurial and of great friendship) of “Peter” with the population of Pico Island, José Henrique Azevedo decided to establish the “Faial/Pico Friendship Day”.”It was an opportunity to bring together the persons of both sides of the “channel” and to be gathered in a festive atmosphere. My family has always kept a close relation with Pico and I thought that it was a good way of invoking that past continuously present and important. Furthermore, I have roots in Pico, as the father of my great grandfather was from there”. To carry out this initiative José Henrique Azevedo counted on some help, among others, from “Atlanticoline” that provided the trip Madalena/Horta for free, the Travel Agency of Carlos Morais “Aerohorta” that contributed with the buses for a tour around

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the island of Faial, with stop at tourist points, such as the Caldeira and the Interpretative Centre of Capelinhos Volcano. “Peter” offered the lunch and for that reason Rua do Peter was closed to traffic. “I was impressed with the fact that an acquaintance from Pico, in the forties, admitted that day (10th June) that he had never been to the Interpretative Centre of Capelinhos Volcano. And maybe that happened also with other persons from Pico. We are so close, but the truth is that it still happens O Programa do Centenário do “Café Sport” faz com que a festa seja nowadays”. permanente ao longo de meses José Henrique Azevedo says that he enjoyed this The Programme of the Centenary of “Peter Café Sport” makes the fest to be event, pointing out that when he planned this acpermanent over several months tion “was always wishing that people would parfaialense evidencia a participação no “Encontro ticipate”. And, by the way, he thanks for “the fanInternacional de Cafés Históricos da Europa”, em tastic support of all the partners”. Coimbra; e o lançamento, a nível nacional, de From the rich Programme, evocative of the Centeuma emissão filatélica, composta por quatro selos nary, “Peter” highlights the participation in the “International Meeting of European Historical Cafés”, e um bloco filatélico. in Coimbra; at the national level, there was philatelic emission composed by four stamps and a Uma história marcadamente familiar philatelic block. A história do “Peter Café Sport”, que desde há décadas tem uma notável projecção nacional e A strongly familiar history internacional, é marcadamente familiar e empresarial. Pelo que se conhece com exactidão, remonta The history of “Peter Café Sport” that for some à fundação do “Bazar de Produtos Manufactura- decades has a notable national and international dos no Faial” (“Bazar of Fayal Manufactures & projection is strongly familiar and entrepreneurial. Products”), situado no Largo de Neptuno – actual From what we know, with accuracy, it goes back Praça do Infante – na Horta. Era seu proprietário to the foundation of the “Bazar of Fayal ManufacErnesto Lourenço Sousa Azevedo (nascido a 20 tures & Products, located at Largo do Neptuno, de Abril de 1859 e falecido a 24 de Março de nowadays Praça do Infante, at Horta. His owner 1931), bisavô de José Henrique Azevedo, actual was Ernesto Lourenço Sousa Azevedo (born on the 20th April 1859 and deceased on the 24th March proprietário do “Peter Café Sport”. Ernesto Lourenço Sousa Azevedo dedicava-se ao 1931), great grandfather of José Henrique Azevecomércio de produtos locais e no seu Bazar ven- do. dia bordados, rendas, chapéus e cestos de pa- Ernesto Lourenço Sousa Azevedo sold local prodlha, flores de penas, trabalhos de crivo e muitos ucts, and in his Bazar he had embroidery, lace, outros artigos do artesanato local. Em 1888, foi straw baskets and hats, feather flowers, cutwork até à capital do reino a fim de participar na Feira and many other local handcraft items. In 1988, he Industrial Portuguesa, tendo recebido a Medalha went to the “capital of the kingdom” to participate de Ouro e Diploma, pela qualidade e diversidade in the Feira Industrial Portuguesa. He received the Golden Medal and Certificate for the quality and dos seus artigos. Posteriormente, no início do século XX (1901), Er- diversity of his products. nesto Lourenço Sousa Azevedo aproximou-se do Later, in the beginning of the 20th century (1901), Porto da Horta para fundar a “Casa Açoriana”, Ernesto Lourenço Sousa Azevedo came closer no lugar onde existe actualmente o Café. Como to the Horta Harbour and opened the “Azorean tal, mudou o “Bazar do Fayal” para a Rua Tenente House” in the place, where now is the Café. He Valadim (actual Rua José Azevedo - “Peter”), pas- then moved “Bazar do Fayal” to Rua Tenente Valsando a denominar-se “Casa Açoriana/Azorean adim (now Rua José Azevedo - “Peter”) changing House”, juntando ao artesanato a venda de bebi- the name to “Casa Açoriana/Azorean House”. ToCLUBE NAVAL DA HORTA

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das, tendo, assim, nascido o bar. Este novo estabelecimento oferecia ao seu proprietário a enorme vantagem de estar mais próximo do Porto e de todo o movimento que esta infraestrutura gerava como único local de entrada e saída de bens e pessoas da Ilha. Já nessa altura, o estabelecimento apresentava uma característica fundamental: era um negócio familiar, ocupando o pai, Ernesto Lourenço Sousa Azevedo, e dois dos seus filhos: Ernesto Lourenço D’Ávila Azevedo e Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo, acabando este último por ser o continuador da tradição familiar e o herdeiro da “Casa Açoriana”.

gether with handcrafts, he started to sell drinks and the bar was born. This new establishment had the big advantage of being closer to the Harbour and of the all the movement that it caused, as it was the unique way of going in and out of the Island. At that time, this was already a familiar business, occupying the father Ernesto Lourenço Sousa Azevedo and his two sons Ernesto Lourenço D’Ávila Azevedo e Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo. The last one ended up following the familiar tradition and being the heir of the “Azorean House”. At Horta, the whaler’s time had reached its peak and there was the expansion of the Submarine Cables Companies, allowing many your people from Faial to have good jobs. Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo (1895-1975), grandfather of the present owner of “Peter Café Sport”) worked with his father Ernesto Lourenço Sousa Azevedo at the time of WWI and he was able to witness the cosmopolitism of those times. The English and German presence of the Submarine Cables Companies in-

Ernesto Lourenço Sousa Azevedo e o filho, Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo, o homem que transformou a “Casa Açoriana” no “Café Sport”, nascido em 1918 Ernesto Lourenço Sousa Azevedo and his son, Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo, the man that transformed the “Azorean House” into “Café Sport”, born in 1918

Na Horta, a época dos baleeiros atingia o auge e assistia-se à expansão das Companhias dos Cabos Submarinos, proporcionando bons empregos a muitos jovens faialenses. Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo (1895-1975, avô do actual proprietário do “Peter Café Sport”) trabalhava com seu pai, Ernesto Lourenço Sousa Azevedo, na altura da I Guerra Mundial e, por isso, conheceu o cosmopolitismo de então. A presença inglesa e alemã das Companhias dos Cabos Submarinos incutiu nos faialenses o gosto pelo desporto. Quando, a 25 de Dezembro de 1918, Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo mudou o estabelecimento para a casa ao lado do negócio do pai, alterou-lhe também o nome. Assim nascia o “Café Sport”, consagrando na designação do estabele74

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cimento a sua paixão pelo desporto, pois era praticante habitual de Futebol, Ténis e Pólo Aquático. Foi Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo quem lançou algumas das grandes características que ainda no presente distinguem e individualizam o “Peter”: o mobiliário e a decoração com motivos náuticos, a famosa águia americana como símbolo, o típico ‘gin’ tónico como bebida muito apreciada, e a tinta azul ‘royal’ e preta, com que o Café ainda hoje está pintado no seu exterior. A águia americana, esculpida em madeira, simbolizava o próprio Café. Foi comprada por Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo e era originária da popa de uma baleeira americana que, colhida por uma tempestade, encalhou no Faial e ficou destruída. José Azevedo – pai de José Henrique Azevedo – foi o sucessor do negócio. Nascido a 18 de Maio de 1925 na Cidade da Horta, era filho de Leopoldina e de Henrique Azevedo, sendo o quarto de cinco irmãos. José Azevedo Frequentou a Escola Primária da freguesia das Angústias, mas desde muito novo, e ainda na década de 30, com pouco mais de 12 anos de idade, deu os primeiros passos no “Café Sport”, ajudando o pai a levar as compras aos ingleses que residiam na Horta e trabalhavam nos Cabos Submarinos. Esse relacionamento fez com que muito precocemente tenha aprendido inglês. No início da década de 60 de 1900, assumiu o negócio familiar. Entretanto, em 1975, o “Peter Café Sport” havia mudado para o edifício anexo, do lado Norte, no âmbito de um acordo comercial com uma empresa da Região. Foi nestas novas e maiores instalações que se alteraram alguns aspectos do Café. Assim, a águia que estava no exterior como símbolo, passa para o interior, para a parte superior e sobranceira ao balcão. No exterior, a simbolizar o Café, passa a estar uma baleia esculpida em osso de cachalote, oferecida pelo artesão M. D. Fagundes, que abastecia o estabelecimento daqueles artefactos. Foi também nestas instalações que começaram a ser expostas e penduradas na parede as bandeiras (símbolo dos iates ou do clube a que pertencem) que iam sendo oferecidas a José Azevedo. O ano de 1984 encerra as mudanças de insta-

José Henrique Azevedo, actual proprietário do “Peter Café Sport”, e o pai, José Azevedo, baptizado pelos ingleses como “Peter” José Henrique Azevedo, present owner of “Peter Café Sport”, and his father, José Azevedo, named by the English as “Peter”

stilled the people from Faial with the love for sports. On the 25th December 1918, when he moved the business to the house besides his father’s establishment, he also changed its name. And that is the way “Café Sport” was born, dedicating the name for his passion for sports, as he would usually practice football, tennis and water polo. It was Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo that launched some of the main characteristics that still today distinguish and make “Peter” unique: the furniture, the decoration with nautical details, the famous American eagle as symbol, the typical gin & tonic, as the mostly appreciated drink and the royal blue and black paint, with which the exterior walls of the café are still painted. The American eagle, sculpted in wood, symbolized the Café itself. It was bought by Henrique Lourenço D’Ávila Azevedo and belonged to the stern of an American whaling boat that was hit by a tempest, ran aground and was destroyed. José Azevedo, José Henrique Azevedo´s father inherited the business. He was born on the 18th May 1925, in Horta and was son of Leopoldina and Henrique Azevedo. He was the fourth of five children.

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lações. Com a aquisição dos edifícios onde se tinha iniciado o Café, o “Peter” transfere-se para as actuais instalações, com a fisionomia e a localização que hoje apresenta. José Azevedo, mantendo a tradição e a feição familiar do negócio, associa o filho, José Henrique Gonçalves Azevedo (actual proprietário do “Peter Café Sport”, nascido em 1960) à gestão do estabelecimento. Já desde 1966 que José Henrique Azevedo dedicava as suas férias ao trabalho no Café, recebendo do avô e do pai a herança, a mística e a forma de tratamento pessoal e amistoso que caracterizam o “Peter”. Mas foi só a partir de 1978 que o actual proprietário se dedicou a tempo inteiro à empresa e foi, em grande parte, devido ao seu empenho que se concretizou, em 1986, após obras de adaptação no piso superior, o Museu do Peter (Museu de Scrimshaw). Aí passou a figurar aquela que constitui a maior e mais bela colecção particular da arte de Scrimshaw no Mundo, plena de trabalhos artísticos em dente e osso de baleia, a maioria dos quais realizada por artistas açorianos. É visitada por milhares de turistas e constitui uma verdadeira preciosidade – a “menina dos olhos” do proprietário – sendo o seu valor reconhecido por todos. Programa evocativo do Centenário do “Peter Café Sport” De Abril a Setembro de 2018 • 100 Noites de Música ao Vivo • 100 Árvores Endémicas serão plantadas no Monte da Guia • 100 Limoeiros serão plantados na Ilha do Faial (para futuros ‘gins’ tónicos) • 100 Crianças dos 6 aos 12 anos irão, pela primeira vez, ver baleias e golfinhos (uma oferta da empresa “Peter Whale Watching”) • 100 Idosos com mais de 65 anos farão uma viagem de observação de baleias e golfinhos (uma oferta da empresa “Peter Whale Watching”) Abril • Dia 1: Exposição “Megalíticos do Mar”, de Jean-Noel Duchemin, na Rua do Peter, composta por materiais em fibra de carbono, reciclados de ‘trimarans’ famosos (mastros e cascos) 76

José Azevedo He attended the Primary School in the parish of Angústias. From a very young age, and still in the thirties, when he was a little more than 12 years old, he took the first steps in “Café Sport”, helping his father to take the shopping goods to the English that lived in Horta and worked in the Submarine Cables. This relationship made him learn English, at a very young age. In the sixties, he assumed the family business. Meanwhile, in 1975, “Peter Café Sport” had moved to the annex building, on the Northern side, within an agreement with a local company. It was in the new and bigger premises that some of the Café characteristics were changed. Therefore, the eagle that was outside the Café, as its symbol was moved inside, to the area above the bar. In the exterior, a whale sculpted in whale bone became the symbol of the Café and was offered by the artisan M. D. Fagundes that would supply the business with those artefacts. It was also in these premises that the flags (symbols of the yachts or of the club to which they belonged) offered to José Azevedo, started to be displayed on the walls. In 1984 is the year, in which terminates the move to new premises. With the purchase of the building where the Café had started, “Peter” moved to the present premises, with the same characteristics, as presents now. José Azevedo, keeping the tradition and the familiar type of business, associates his son José Henrique Gonçalves Azevedo (present owner of “Peter Café Sport”, born in 1960), to the management of the Café. Already in 1966, José Henrique Azevedo would dedicate his holidays to the work in the Café, receiving from his father the legacy, the mystic, and the friendly way of approaching people that characterizes “Peter”. But it was only since 1978 that the present owner started to dedicate himself fulltime to the business and it was mostly due to his commitment that in 1986, after refurbishment, in the superior floor, that Peter’s Museum, the Scrimshaw Museum became a reality. In this Museum was displayed the biggest and the most beautiful private collection of Scrimshaw in the whole world, with art work in teeth and whalebone, most of which are from Azorean artists. It is visited by thousands of tourists and constitutes a real treasure, the apple of the owner’s eye, whose value is recognized by everyone.

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Os “Megalíticos do Mar”, de Jean-Noel Duchemin, estarão patentes na Rua do Peter até ao fim deste ano The Megalythics of the Sea”, by Jean-Noel Duchemin will be at Rua do Peter until the end of this year

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• Dia 18: Decoração da Rua do Peter com bandeiras oferecidas pelos iatistas ao “Peter Café Sport”, ao longo dos anos • Dias 21 e 22: Participação no “Encontro Internacional de Cafés Históricos da Europa”, em Coimbra. O “Peter Café Sport” passou a petencer à “Associação Europeia dos Cafés Históricos”, com outros 12 Cafés do País • Dia 23: Patrocínio da Tertúlia “A Gentes Culturais”, no XX Aniversário do Teatro de Giz • Dia 24: Concerto “Festejar Abril”, para celebrar o dia da Liberdade Maio

Program evocative of the centenary of “Peter Café Sport” From April until September 2018 • 100 Nights of Live Music • 100 Endemic trees will be planted in Monte da Guia • 100 Lemon trees will be planted on Faial Island (for future gin&tonic) • 100 kids, between 6 and 12 years old will watch whales and dolphins for the first time (a gift of the firm “Peter Whale Watching”) • 100 Senior citizens, over 65 will make a whales and dolphins watching tour (a gift of the firm “Peter Whale Watching”)

• Dia 10: Encontro de antigos funcionários do “Peter Café Sport” • Dia 18: Celebração do Aniversário de José April Azevedo (o “Peter”), nascido a 18 de Maio de 1925 e falecido a 19 de Novembro de 2005 • Day 1: Exhibition “Megalithics of the Sea” by • Dia 22: Sopas do Espírito Santo: oferta aos IrJean-Noel Duchemin, at Rua do Peter, made mãos do Império da Rua José Azevedo “Peter”, out of carbon fiber materials, recycled from fanuma homenagem a José Azevedo mous trimarans (masts and hulls) • Day 18: Decoration of Rua do Peter with flags Junho offered by the yachtsmen to “Peter Café Sport” over the years • Dia 2: Lançamento do Livro da autoria de Cris- • Days 21 and 22: Participation in the “Internatina Silveira intitulado “As Estratégias de Hostional Meeting of European Historical Cafés” pitalidade na Atracção de Visitantes - O Caso in Coimbra. “Peter Café Sport” joined the Eudo Peter Café Sport na Ilha do Faial, Açores” ropean Association of Historical Cafés, along • Dia 8: Lançamento do Romance “Meridiano with 12 other Portuguese Cafés 28”, de Joel Neto • Day 23: Sponsor of the cultural event “A Gen• Dia 10: Dia da Amizade Faial/Pico, destinates Culturais” (To Cultural people), on the ando a celebrar a ligação especial existente entre niversary of the theatre group “Teatro de Giz” o povo do Faial e o do Pico, não só pela pro- • Day 24: Concert “Festejar Abril” (To celebrate ximidade com o cais de embarque dos barcos April), to celebrate freedom’s Day que ligava estas duas ilhas irmãs como, também, pelas ligações comerciais que, em mui- May tos casos, se tornaram verdadeiras relações de amizade (compra de vinho, angelica, limões, • Day 10: Gathering of former employees of artesanato em osso e marfim de baleia ou mes“Peter Café Sport” mo dentes de cachalote aos próprios baleeiros) • Day 18: Celebration of the Anniversary of José • Dia 18: Lançamento, a nível nacional, da CoAzevedo (“Peter”), born on the 18th May 1925 lecção de Selos dos CTT do “Peter Café Sport” and deceased on 19th November 2005 • De 18 a 24: “Rally Peter Café Sport”, orga- • Day 22: Holy Spirit Soups: offer by the “Brothnizado pelo “Ocean Cruising Club” (OCC) e ers” of the Holy Spirit Chapel located at Rua pelo “Peter Café Sport” José Azevedo “Peter”, an homage to José • De 10 a 24: Palestras com Peter Woodall Azevedo “Stokey: “Navegação astronómica” “de satélites a frigideiras”; “Um passeio pelos céus”; “Tamanho”, “Tempo”, “Distâncias” 78

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Julho

June

• Dia 4: Lançamento do Livro de Poemas de Mário Cordeiro, intitulado “Aconteça um Gin Peter”

• Day 2: Presentation of the Book by Cristina Silveira, “As Estratégias de Hospitalidade na Atracção de Visitantes - O Caso do Peter Café Sport na Ilha do Faial, Açores” (Hospitality strategies in attracting visitors - The case of Peter Café Sport on Faial Island) • Day 8: Presentation of the Romance “Meridiano 28”, by Joel Neto • Day 10: “Faial/Pico Friendship Day”, to celebrate the special connection that exists between the people of Faial and Pico, not only because of the proximity with the old boats terminal that connected these two sister islands but also because of the commercial connections that in many cases became strong friendships (purchasing wine, “angelica”, lemons, handcrafts in bone or whale ivory or even sperm whale teeth to the whalers themselves) • Day 18: Release at national level, of a CTT stamp collection of “Peter Café Sport” • From 18 to 24: “Rally Peter Café Sport”, organized by the “Ocean Cruising Club” (OCC) and by “Peter Café Sport” • From 10 to 24: Sessions with Peter Woodall “Stokey”: “Astronomic Navigation “from satellites to pans“, “A walk through the skies”, “Size”, “Time”, “Distances”

Agosto • De 5 a 12: Semana do Mar: Exposição Fotográfica sobre o “Peter Café Sport”, na “Base Peter Zee” • Dia 11: Regata de Botes Baleeiros • Dias 17 e 18: “1ª Mostra de Cinema Internacional do Faial”, patrocinada pelo “Peter Café Sport” • Dias 20, 21 e 22: Travessia Terceira/Faial em Caiaque, organizada pelo Clube Náutico de Angra do Heroísmo e pela Associação Regional de Canoagem dos Açores (ARCA), que contou com o apoio do “Peter Café Sport” e o apoio do CNH “Esta foi uma inciativa organizada há 25 anos precisamente para assinalar os 75 anos do Café e este ano repetiu-se o evento para comemorar o Centenário”, explica José Henrique Azevedo.

José Henrique Azevedo (o último, à direita), proprietário do “Peter Café Sport”, e os 10 terceirenses que fizeram as 65 milhas náuticas na Travessia Terceira/Faial em Caiaque. O Responsável pelo evento é Eliseu Reis, o 2º da esquerda para a direita José Henrique Azevedo (the last one, on the right), owner of “Peter Café Sport”, and the 10 athletes from Terceira that made the 65 nautical miles in the crossing Terceira/Faial on a kayak. The person responsable for the event is Eliseu Reis, the second from the left to the right CLUBE NAVAL DA HORTA

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July • Day 4: Presentation of a poems Book by Mário Cordeiro, with the title “Aconteça um Gin Peter” August • From 5 to 12: Sea Week Photo Exhibition about “Peter Café Sport”, at “Base Peter Zee” • Day 11: Whaling Boats Regatta • Days 17 e 18: “1st International Film Festival of Faial”, sponsored by “Peter Café Sport” As mulhers da Família Azevedo - Mariana (a neta), Fátima Pinto (a mãe) e • Days 20, 21 and 22: Crossing Terceira/Faial Luísa Azevedo (a avó paterna) in kayak, organized by the Nautical Cub of The women of the Azevedo Family - Mariana (the granddaughter), Fátima Pinto (the mother) and Luísa Azevedo (the paternal grandmother) Angra do Heroísmo and the Azores (ARCA) Regional Association of Canoeing with support “Peter Café Sport” and CNH Setembro • “This initiative started 25 years ago to celebrate the 75th anniversary of the Café and this • De 3 a 9: “Peter Waterman Project”, uma year we repeat the event to commemorate the semana de imersão no mundo marítimo e de centenary”, explains José Henrique Azevedo. redescoberta pessoal: o mar como fonte de entretenimento, de recursos e formas de vida • De 21 a 23: “II Festival de Papagaios de Ven- September to”, com a participação de pessoas do Faial, • From 3 to 9: “Peter Waterman Project”, a Pico e São Jorge week of immersion in the maritime world and • Dia 29: “Triatlo Peter Café Sport”: prova inipersonal rediscovery: the sea as a source of ciada há 25 Anos (no 75º Aniversário do “Peentertainment, of resources and ways of life ter Café Sport”) e que une as ilhas de São Jorge, Pico e Faial nas modalidades de ‘Wind- • From 21 to 23: “II Festival of Kites”, com with participants from Faial, Pico and São Jorge surf’, Bicicleta de Montanha e Caiaque, ao longo de três etapas: a 1ª etapa é constituí- • Day 29: “Triathlon Peter Café Sport”: event started 25 years ago (at the 25th Anniversary da por um percurso de 12 milhas náuticas em of “Peter Café Sport”) that unites the islands of ‘Windsurf’ ligando as Velas de São Jorge ao São Jorge, Pico and Faial in Windsurf, BTT, Cais do Pico; a 2ª etapa é uma Prova de BTT and Kayak through three different stages: the - 60 quilómetros entre o nível do mar até a first stage connecting Velas in São Jorge with uma altitude de 1000 metros no Pico; e a 3ª Cais do Pico; the second stage is a BTT race of e última etapa, é composta por 5 milhas náuti60 km between the level of the sea and an alcas em Caiaque, atravessando o Canal Pico/ titude of 1000 metres in Pico and the third and Faial, com a meta estabelecida em frente ao last stage is composed by five nautical miles “Peter Café Sport” in a Kayak, crossing the “channel” Faial/Pico, with the finishing line in front of “Peter Café Embora não constem deste Programa, na EntrevisSport” ta concedida ao Gabinete de Imprensa do CNH, José Henrique Azevedo adiantou que em 2019 haverá outras actividades, onde se inclui, por In the Interview to the CNH Press Office, José Henexemplo, a reedição do livro de Banda Desenha- rique Azevedo anticipated that in 2019 there will be other activities, although not included in this da do “Peter”. programme, from which is planned the reediting of Peter’s comics.

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A I M P O R TÂ N C I A D A I M A G E M T H E I M P O R TA N C E O F T H E I M A G E

Fotografia. Photo credits: José Macedo

Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart

Artur Simões, Técnico de Informática, integra o Gabinete de Informática e Comunicação do Clube Naval da Horta (CNH), sendo o responsável

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pela rede informática do Clube e pela sua presença ‘online’, onde, além de fazer a manutenção e actualização do ‘site’, bem como das restantes plataformas digitais, desempenha muitas outras tarefas, inclusivamente dando apoio ao Gabinete de Imprensa. Numa era em que a imagem domina, complementada pela indispensável informação, o Gabinete de Imprensa do CNH regista a opinião deste profissional do digital.

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Artur Simões, IT Technician at the IT and Communication Office of Clube Naval da Horta (CNH), is responsible for the computer network of CNH and for its presence online. Besides being responsible for the management and updating of the site, as well as the remaining digital platforms, he carries out many other tasks like giving support to the Press Office. In an era in which the image dominates, complemented by the indispensable information, the CNH Press Office registers the opinion of this IT professional.


Fotografia. Photo credits: Miguel Gonçalves

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- Gabinete de Imprensa do CNH: Qual a importância da imagem na projecção da actividade do Clube? - Artur Simões: Existem estudos que indicam que quando observamos uma imagem, levamos cerca de 5 segundos a interpretá-la e a formar uma impressão. Até poderiam ser 10 ou 15 segundos, mas sabemos que realmente formamos uma opinião muito rapidamente quando observamos algo. Há estatísticas que nos mostram que publicações com imagens recebem 94% mais visitas e interacções do que as que não possuem. Portanto, tendo em conta o grande poder e influência que a imagem tem sobre a percepção das pessoas, ela desempenha um papel importantíssimo, diria mesmo, fundamental, na projecção e divulgação da actividade do Clube Naval da Horta. - Gabinete de Imprensa do CNH: Na prática, que resultados tem? - Artur Simões: Podemos tomar como exemplo a presença ‘online’ do Clube. No ‘Facebook’, que é “só” a maior e mais famosa rede social do Mundo, verifica-se que a estatística não está errada e muitas vezes a publicação de um álbum de fotografias sobre determinada prova ou evento tem muito mais alcance do que a própria notícia que

- CNH Press Office: What is the importance of the image in the promotion of the CNH activities? - Artur Simões: Studies indicate that when we observe an image, we take about five seconds to interpret it and create an impression. It could even be ten or fifteen seconds but we know that we actually form an opinion very quickly, when we observe something. There are statistics showing us that articles with images receive 94% more visits and interactions than those that do not have images. Therefore, taking into account the great power and influence that the image has on people’s perception, it carries a very important role, I would even say, a fundamental role, in advertising and promoting the activity of Clube Naval da Horta. - CNH Press Office: In practical terms, what are the results? - Artur Simões: We can take as an example the presence online of CNH. In Facebook that is the biggest and most famous social network worldwide, we see that the statistics are not wrong. Many times the publication of a photo album, about a certain event, has a much broader reach than the news itself. The Photo Gallery is one of the most visited pages by those that come to our site. I would like to refer that CNH has an extremely

Fotografia. Photo credits: Miguel Gonçalves CLUBE NAVAL DA HORTA

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

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foi dada. A Galeria de Imagens é uma das páginas mais vistas por quem visita o nosso ‘site’. Gostaria de referir que o CNH tem uma presença ‘online’ fortíssima e isso deve-se ao Eng. Luís Moniz que teve, enquanto responsável por esta área, grande mérito, capacidade e visão ao saber deixar o Clube apetrechado neste aspecto, que hoje em dia é fundamental e o grande motor na divulgação da nossa actividade. É uma presença na rede que liga o Mundo que está neste momento perfeitamente consolidada, que continua em expansão e a abranger cada vez mais pessoas. Estamos presentes nestas e em várias outras plataformas. A nível do país, no que a clubes navais diz respeito, é bom realçar esta vertente, porque faz-nos bem ao ego: estamos no topo. Se tivermos em conta a área geográfica em que vivemos, as limitações que a nossa origem arquipelágica nos impõe e a circunstância de não sermos um Clube com o mediatismo de um clube de futebol da 1ª liga, os números que observamos ano após ano não deixam de ser impressionantes. E isso deve-se ao facto de sermos ‘online’ o espelho do dinamismo que temos enquanto Clube. Produzimos conteúdos e divulgamos informação diariamente, 7 dias por semana, notícias essas que interessam às pessoas que nos acompanham nas mais diversas plataformas, caso contrário não teriam a aceitação que têm. 84

strong presence and that is thanks to Eng. Luís Moniz, who as responsible for this area, had the great merit, capacity, and vision of leaving CNH with the right tools. This is fundamental nowadays, and it is the great “engine” for promoting our activity. It is the presence in a network that connects the world that is at the moment very well consolidated, that continues in expansion and increasingly reaching more people. We are present in this one and on several other platforms. At the country level, in what water sport clubs concerns, it is good to highlight this aspect; it is good for our ego: we are at the top. If we take into account the geographic area in which we live, the limitations that living in an archipelago impose, and the circumstances of not being in a football club of the 1st league, the numbers that we observe, year after year, are not less than impressing. And we owe this to the fact that online we are the mirror of the dynamism that we have as a club. We produce information and we share information, on a daily basis, seven days a week. That information interests the persons that accompany us in the several platforms, otherwise it would not be widely accepted as it is. We always use many images in the information that we produce daily. As a matter of fact, one of the criteria that we keep until now, since the beginning of the site, is that we do not publish texts without images, or vice versa. There is always something to show but also to say. The obtained results show the great power that the image has in promoting the daily activity of our CNH.

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

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- CNH Press Office: Without the image, the information would not be so appealing but could it be effective? - Artur Simões: I think that image is a key element. Therefore, it is of extreme importance to spread the news in an effective way. The information without images is less appealing. It does not mean that it is not possible to spread the news, but it is more difficult. For the reader, news sprinkled with images are much more interesting than to read only texts. The absence of images can make people skim the text, and consequently loose information. It is inconceivable to watch the TV - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da News just to listen to the Presenter reading the news, Horta (CNH): Sem a imagem, a informação without images of what is being reported. não seria tão apelativa, mas poderia passar na mesma? - CNH Press Office: Do we live in an era that image - Artur Simões: Penso que a imagem é uma has so much importance as the written contents or is componente fundamental, logo é importantís- the image more important? sima para fazer passar a informação de for- - Artur Simões: No, I think that they both complement ma eficaz. Informação sem imagem torna-se themselves. I think we can say that we live in a time, menos apelativa; não quer dizer que não in which the use of the image is massified. First, some seja possível passar informação, mas torna-se years ago, there was a digital cameras boom, and mais difícil. Para quem lê, é mais interessante now the same happens with the cellular phones. The uma notícia salpicada com imagens do que ease and cost of obtaining an image became minimal. ler apenas texto, dando origem a leituras na You basically have to pay the costs of the equipment. “diagonal” e consequente perda de informa- This image massification nowadays, existed before ção. É inconcebível ver o Telejornal para ou- with the writing. vir apenas o ‘pivot’ a ler notícias, sem passar imagens do que é noticiado. - CNH Press Office: Do you think that image will substitute information? - Artur Simões: As I said before, they complement themselves. Of course that sometimes information is Na informação produzida diariamente, utilizamos sempre muita imagem, aliás, na nossa Página, um dos critérios que sempre foi mantido desde que se arrancou com o projecto do ‘site’ e que se tenta manter até hoje, é de que não se publica apenas texto desprovido de imagem e vice-versa; há sempre algo para mostrar, mas também para dizer. Os resultados obtidos demonstram o grande poder que a imagem tem na divulgação do quotidiano do nosso Clube.

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

- Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): A imagem poderá substituir-se à informação? - Artur Simões: Como disse anteriormente, complementam-se. É claro que por vezes a informação é dada apenas através de imagem. Em ‘Marketing’, por exemplo, utiliza-se muito a imagem como forma de estimular a curiosidade das pessoas, que depois vão à procura de mais informação e aí, terão inevitavelmente de existir conteúdos escritos, pois é necessário satisfazer o interesse de quem quer mais informação.

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given only through the image. In marketing, for example, the image is used a lot to stimulate people’s curiosity, and then they search for more information and, inevitably, there has to be written contents because it is necessary to satisfy the interest of those, who want more information. - CNH Press Office: When we refer to image, do we mean photography, video, etc.? - Artur Simões: Not only our behaviour but also our way of dressing, talking, all of this, contributes to our image. The same happens with the visual representation of the image that can be demonstrated in different ways and photography and video are two of them. There are other areas, like painting, drawing or sculpture. - Clube Naval da Horta (CNH): What else do you think could be done in this area of the image? - Artur Simões: With the huge development in the internet, there now many ways of promoting events easily: to have a page online, just as we have for many years, the social network, YouTube, Twitter or other platforms, where we are represented, help us to spread the information that we want, with great simplicity. CNH is paying attention to new emerging platforms and, whenever we think that it is adequate, we will adopt them. The same thing happened when we started to be present on YouTube or Facebook, for exam-

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

- Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Vivemos numa época em que a imagem tem tanto ou mais importância do que os conteúdos escritos? - Artur Simões: Não, penso que se complementam perfeitamente. Acho que podemos dizer que vivemos numa época em que o uso da imagem está massificado; primeiro com o “boom” verificado há alguns anos com o aparecimento das máquinas fotográficas digitais e agora com os telemóveis. A facilidade e o custo em obter uma imagem tornou-se irrisório, sendo basicamente o preço do equipamento. Esta massificação que se verifica actualmente com a imagem, já se verificava com a escrita.

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

ple. There are ideas and projects that for now are just - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da ideas, but maybe someday we will be able to see Horta (CNH): Quando nos referimos a imathem implemented in CNH. gem, falamos de fotografia, vídeo...? - Artur Simões: Não só a nossa maneira de - Clube Naval da Horta (CNH): There are powerful estar, vestir, falar, contribui para a nossa imaimages. Do you think that a photo can highlight an gem, como a representação visual da imagem event by itself or should it be along with a written text? pode ser demonstrada por várias formas, onde - Artur Simões: As we usually say, one image is worth a fotografia e o vídeo são duas delas. Existem a thousand words. You need to have some luck and to outras áreas, como a pintura, o desenho ou a be in the right place at the right time but you can also escultura. search for luck and it gives a lot of work. There are powerful images with great impact that end - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da up marking History and they are the window that shows Horta (CNH): O que mais poderia ser feito us the place of Man on the planet and the course of the nesta área da imagem? society. But it is necessary to know the stories behind - Artur Simões: Com o grande desenvolvimenthem, and for that writing will always have an indispen- to verificado na ‘internet’, ficaram disponíveis sable role. inúmeras maneiras de divulgar acontecimentos com enorme facilidade: ter uma página ‘online’ como temos há muitos anos, as redes sociais, o ‘YouTube’, o ‘Twitter’ ou outras plataformas onde estamos presentes, ajudam-nos a transmitir com grande simplicidade a informação que pretendemos. O CNH está atento a novas plataformas emergentes e sempre que acharmos adequado iremos aderir às mesmas, tal como há anos iniciámos a nossa presença no ‘YouTube’ ou ‘Facebook’, por exemplo. Há ideias e projectos que para já, não passam disso mesmo, mas que um dia, quem sabe, poderemos ver implementados no nosso Clube. - Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH): Há imagens marcantes. Uma fotografia pode marcar um evento de forma isolada ou com a escrita? - Artur Simões: Como se costuma dizer, uma imagem vale por mil palavras. É preciso ter alguma sorte para estar no sítio certo, à hora certa, mas a sorte procura-se e dá muito trabalho. Há imagens poderosas, de grande impacto, que acabam por marcar a História e são a janela que nos mostra o lugar do Homem no planeta e o percurso da sociedade. Mas é sempre necessário saber os enredos por detrás delas, e, para tal, a escrita desempenhará sempre um papel indispensável.

Fotografia. Photo credits: Artur Simões CLUBE NAVAL DA HORTA

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Fotografia tirada nas Bermudas, apรณs a viagem proveniente de Cuba, realizada debaixo de um forte temporal The photo was taken in Bermuda, after the trip from Cuba, in which they were hit by a heavy storm 88

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M A R I A NA ROSA Texto. Text: Cristina Silveira Tradução de. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by: Susana Rosa

E

mbarcar no “Thalassa” (que veio substituir o antigo “Regina Maris”) integrando o “School at Sea”, era o mais recente projecto de vida e Vela de Mariana Rosa, velejadora do Clube Naval da Horta (CNH). Após algum tempo de preparação, partiu rumo a essa aventura de 6 meses, que a fez crescer e conhecer vários países e realidades diferentes. Este Projecto educativo holandês, destinado a alunos de todo o mundo, do ensino secundário, com idades entre os 14 e os 17 anos, ajudou Mariana a tornar-se “mais adulta e responsável” e a perceber que pode viver sem depender do telemóvel. A velejadora saíu do Faial com destino a Lisboa no dia 18 de Outubro de 2017 e daí partiu até Amsterdão, tendo dado entrada no navio a 21 deste mesmo mês. Finalizada esta epopeia recheada de histórias e aprendizagens – a 21 de Abril deste ano – Mariana não tem dúvidas de que esta foi a viagem da sua vida. E foi tão boa que as palavras são claramente redutoras na descrição do que sente. Por isso,

Mariana Rosa attends sailing lessons in Clube Naval da Horta (CNH). Her most recent life and sailing project was to embark on “Thalassa” (the ship that replaced the old “Regina Maris”) and to be part of “School at Sea”. After some preparation time, she departed towards a six months adventure that made her grow up and allowed her to visit several countries and different realities. This Dutch educational project, for high school students from all over the world, aged between 14 and 17, helped Mariana to become “more adult and responsible” and to understand that she can live without depending on her cellular phone. She left Faial to Lisbon on the 18th October 2017, and from there she went to Amsterdam.

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“O Projecto “School at Sea” representa a viagem da minha vida” “THE PROJECT “SCHOOL AT SEA” REPRESENTS THE TRIP OF MY LIFE”

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“só vivendo!” para perceber. Daí que aconselhe vivamente a que outros estudantes trilhem este caminho, tendo o pai, Fernando Rosa, sido o grande motor de incentivo. Espanha (Corunha); Portugal (Porto Santo, na Madeira); novamente Espanha (Tenerife, nas Canárias); Cabo Verde (São Vicente); Dominica; Martinica; Santa Lúcia; Curaçao; Panamá (San Blas, Portobelo e Bocas del Toro); Cuba; Bermudas; Faial (Açores); novamente Corunha, com términus na Holanda, foram etapas desta jornada, que lhe permitiu aprender o “difícil” holandês. Tudo porque dos 34 estudantes a bordo, só a colega da Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), da Horta, Miriam Pinto, falava português. Todos os outros eram holandeses, incluindo a tripulação. A velejadora figura, agora, na galeria dos velejadores do Clube Naval da Horta que podem orgulhar-se de ter integrado o Projecto da Fundação “School at Sea”: Júlia Vieira Branco, Bartolomeu Ribeiro, Emília Vieira Branco, Carolina Salema e Jorge Medeiros. A sensação é de que “o tempo passou depressa demais”, o que é próprio dos projectos que nos apaixonam e envolvem, fazendo do inontrolável relógio um inimigo a abater. Volvidos cerca de 200 dias de convívio e companheirismo, difícil mesmo foi deixar os os novos amigos, alguns dos quais serão para a vida. O que mais pesou foram as saudades de casa, atenuadas pelos contactos, ainda que fugazes, mas largamente com90

Mariana Rosa, com os pais (Fernando e Susana) e o Presidente da Direcção do CNH, José Decq Mota, no Aeroporto da Horta Mariana Rosa, with her parents (Fernando and Susana) and José Decq Mota, CNH Board President, at Horta Airport

Fotografia. Photo credits: José Decq Mota

She entered the ship on the 21st October. Now that this epic trip, full of stories and learning, is over, on the 21st April this year, it is clear to Mariana that this was the trip of her life. And it was such a good experience that words are not enough, when trying to describe what she feels. Thus, “only going through the same” to understand her feelings. For these reasons, she advises strongly other students to follow this path. Her father Fernando Rosa was her major motivation. The different stages of this journey were Spain (Coruña), Portugal (Porto Santo, in Madeira), Spain for the second time (Tenerife, in Canary Islands), Cape Verde (São Vicente), Dominica, Martinique, Santa Lucia, Curacao, Panama (San Blas, Portobello and Bocas del Toro), Cuba, Bermuda, Faial (Azores), Coruña once CLUBE NAVAL DA HORTA

more, finishing in the Netherlands. This allowed Mariana to learn the “difficult” Dutch. All of this because from the 34 students on board, only the colleague of the Manuel de Arriaga Secondary School (ESMA), from Horta, Miriam Pinto, could speak Portuguese. All the other students were Dutch, including the crew. Mariana is now among the Clube Naval da Horta sailing students that can be proud of having participated in the project of the “School at Sea” Foundation: Júlia Vieira Branco, Bartolomeu Ribeiro, Emília Vieira Branco, Carolina Salema and Jorge Medeiros. The overall feeling is that “time passed too quickly”, which is typical of projects that passionate and involve us completely, making of the uncontrollable watch a target to aim for. After about 200 days of interaction and


Fotografia. Photo credits: José Macedo

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pensadas pela experiência de uma vivência única, como foi o caso de passar o dia de Natal em Dominica. Seguem-se, certamente, outras experiências numa vida que terá como rumo profissional algo relacionado com o mar. A Vela foi o primeiro desporto praticado por esta jovem, tendo começado aos 6 anos. Passado pouco tempo desistiu e inscreveu-se no ballet e no violino. Pelo caminho ficou o violino – tendo concluído o 5º grau – enveredando pelo ‘hipop’, que também já faz parte do passado. Aos 11 anos iniciou-se na Canoagem, com paragem aos 13 (devido a problemas nas costas), regressando definitivamente à Vela, que representa uma parte da vida de Mariana, hoje com 16 anos e alguns títulos alcançados, sempre em representação do Clube do coração: o CNH!

companionship, the big difficulty was to leave the new friends behind, some of them friends for life. During this time, the toughest was to miss home but this was eased by the contacts, although short and it all was compensated by the unique experiences such as spending Christmas Day in Dominica. Surely, there will be new experiences in a lifetime that professionally will be, for sure, some job related to the sea. Sailing was the first sport practised by this young girl, having started at the age of

six. Soon after, she stopped these classes and started ballet and violin. Sometime later, she also stopped the violin classes, having concluded the fifth grade. She changed ballet for hip-hop but now she does not practice this activity any more. At the age of 11, Mariana began learning canoeing but stopped at the age of 13 because of back problems. Mariana continues with the sailing lessons that play a big role in her life. Now at the age of 16 and with some awards, she represents always her club at heart: CNH!

“SCHOOL AT SEA” O “School at Sea” é um projeto educativo holandês, que reúne alunos de todo o mundo, do ensino secundário, com idades entre os 14 e os 17 anos. A bordo do “Thalassa” (que veio substituir o antigo “Regina Maris”), jovens de várias nacionalidades vivem 6 meses de experiências únicas e incríveis que os deixarão mais preparados enquanto velejadores e cidadãos. “School at Sea” is a Dutch educational project that gathers high school students, aged between 14 and 17, from all over the world. On board “Thalassa” (the ship that replaced the old “Regina Maris”), young people from different nationalities live six months of unique and incredible experiences that will prepare them better as sailors and citizens. CLUBE NAVAL DA HORTA

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“Comandar no Mar” ensina a tirar partido dos meios e a obter bons resultados “COMANDAR NO MAR” (TO COMMAND AT SEA) TEACHES US HOW TO TAKE ADVANTAGE OF THE RESOURCES AND OBTAIN GOOD RESULTS Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart

“O livro relata-nos empolgantes testemunhos de pessoas que tiveram a seu cargo a difícil responsabilidade de comandar tripulações e navios, de guerra e da Marinha Mercante. Essa é a primeira leitura – muito estimulante e agradável – que o livro nos oferece. Mas, à medida que progredimos na leitura e na reflexão sobre esses testemunhos empolgantes, uma segunda leitura vai gradualmente emergindo: uma leitura sobre a nobreza de carácter que é exigida pelo comando no mar. E uma terceira leitura sobre a importância crucial da educação do carácter numa sociedade livre e civilizada”. Excerto retirado do Prefácio escrito por João Carlos Espada, Director do Instituto de Estudos Políticos da

Universidade Católica Portuguesa e Presidente da International Churchill Society of Portugal no livro “Comandar no Mar”, lançado em 2017 e que tem como Editor, o Almirante Henrique Alexandre da Fonseca. A obra, editada pelas “Edições Revista de Marinha”, recolhe os testemunhos de antigos Comandantes dos mais variados tipos de navios de guerra, incluindo textos assinados por Oficiais da Reserva Naval e de navios da Marinha Mercante. Em conversa com o Comandante Orlando Themes de Oliveira, nasceu a ideia de editar um livro tendo como tema “o exercício das funções de Comandante, procurando recolher experiências que pudessem ser úteis, suscitando reflexão aos atuais Comandantes em funções e aos Oficiais mais modernos, que mais tarde serão também chamados a funções de comando no mar”, explica Alexandre da Fonseca, na Nota do Editor, salientando: “... se o Comandante é uma figura tão importante, (...), há que escolher sempre os mais aptos para exercerem aquele cargo e dar-lhes a melhor preparação possível para o exercício daquelas funções. Fui eu próprio Oficial de guarnição numa fragata onde tive dois Comandantes, com estilos de comando diferentes, com que muito aprendi. Mais tarde, como 1º Tenente, comandei, aos 24 anos de idade, o draga-minas N.R.P. Ribeira Grande e posteriormente a Lancha de Desembarque Grande (LDG) “Ariete”, na Guiné-Bissau; em Capitão-Tenente fui Oficial Imediato da fragata N.R.P. Almirante Magalhães Correia e Comandante da cor-


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veta N.R.P. Afonso Cerqueira e por fim, fui o primeiro Comandante da fragata N.R.P. Corte real. Em todas as funções de comando fui aprendendo, embora cada navio e cada guarnição tenham as suas especificidades e não haja procedimentos padrão nem receitas definitivas. A dezenas de anos de distância destes meus desempenhos, julgo que posso dizer, sem ser mal interpretado, que fui um Comandante com sorte, mas também posso referir que ter sorte nesta minha acepção, dá algum trabalho e muita preocupação... Da minha experiência, se me permitem, gostaria de deixar a quem nos lê duas dicas: “pensar em antecipação” e “sentir a guarnição”. (...)”. Alexandre da Fonseca dirige “um sentido obrigado e um abraço de amizade” ao Comandante Orlando Themes de Oliveira, “camarada e amigo de há dezenas de anos” e coordenador desta edição. O reconhecimento do Editor é extensivo à administração da Thales Portugal e à EDISOFT pelo patrocínio que “generosamente deram e que permitiu viabilizar economicamente a edição desta obra”. Uma última palavra à Tipografia Lousanense cuja “tripulação muito se esmerou em atingir uma produção gráfica de excelente apresentação e muita qualidade”.

“The book reports exciting accounts of people that were charged with the difficult task of commanding crews and ships, namely warships and merchant ships. That is the first reading, very pleasant and stimulating, that the book gives us. But as we continue to read and to think about these exciting accounts, a second reading begins to rise gradually: a reading about the noble character that is demanded for commanding at sea. And a third reading shows the crucial importance of educating the character in a free and civilized society.” The excerpt was taken from the Preface written by João Carlos Espada, Director of the Institute for Political Studies of the Universidade Católica Portuguesa and President of the International Churchill Society of Portugal, for the book “Comandar no Mar”, published in 2017, and whose Editor is Admiral Henrique Alexandre da Fonseca. The book, edited by “Edições Revista de Marinha”, collects former commanders’ accounts of the most varied types of warships, including texts signed by

Navy Reserve and Merchant Navy officers. A conversation with Commander Orlando Themes de Oliveira, gave rise to the idea of publishing a book with the theme “the exercise of the Commander functions by trying to collect experiences that could be useful and would lead current commanders and more modern officers to reflexion that later will also be called to command at sea”, explains Alexandre da Fonseca, in the Editor’s Note, emphasizing the following: “... if the Commander is such an important figure, (…) we need to select always the more capable for that function and give them the best possible preparation for that task. I was myself a garrison Officer in a frigate, where I had two Commanders, with different commanding styles, from whom I learned a lot. Later, as First Lieutenant, I commanded, at the age of 24, the minesweeper N.R.P. Ribeira Grande and later the big landing craft (LDG) “Ariete”, in Guinea-Bissau; as Lieutenant Commander, I was Executive Officer of the frigate N.R.P. Almirante Magalhães Correia and Commander of the corvette N.R.P. Afonso Cerqueira. Finally, I was first Commander of the frigate N.R.P. Corte Real. In all the commanding functions, I went on learning, although each ship and each garrison has its specificities and there are neither standard procedures nor defined instructions. At a distance of dozens of years, after these functions, I think I can say, without being misinterpreted, that I was a lucky Commander but I can also say that being lucky, in this sense, takes some work and a lot of worries... From my experience, if you allow me, I would like to refer two hints for those who are reading this text: “to think ahead” and “to feel the garrison.” (...) Alexandre da Fonseca expresses a “heartfelt thank you and sends a friendship hug” to Commander Orlando Themes de Oliveira, “comrade and friend from dozens of years ago” and coordinator of this edition. The Editor’s recognition is extended to the Thales Portugal administration and EDISOFT for the sponsorship that “was generously given and that allowed the edition of this book to be economically possible.” One last word goes to Tipografia Lousanense, whose “crew made all efforts to achieve a graphic production with an excellent presentation and a high quality.”

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APADIF Fotografia. Photo Credits: Município da Horta

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ANOS YEARS

Texto. Text: José Fialho * Tradução. Translation: Sandra Dart

* Presidente da Direcção da APADIF The APADIF Board President

Das várias parcerias que tem desenvolvido, destaca-se sem dúvida The APADIF1 has a very wide a que foi iniciada em 2011 com o Clube Naval da Horta lançando area of action and develops its o Projeto Vela para todos - Faial sem Limites. work in five areas that are completely different, such as working FROM THE DIFFERENT PARTNERSHIPS, STANDS OUT, UNDOUBTEDLY, THE with children, the elderly, young PARTNERSHIP THAT WAS INITIATED IN 2011 WITH CLUBE NAVAL DA HORTA, people at risk of social excluLAUNCHING THE PROJECT SAILING FOR ALL – FAIAL WITHOUT LIMITS. sion and school drop-out and with children, young people and adults with disabilities. If there is something in common and that APADIF - Asso- a valer-se de parcerias com insti- unites the work around so differciação de Pais tuições locais, de modo a poder ent people, it is the work towards e Amigos dos desenvolver o seu trabalho fora inclusion. Deficientes da de portas, pois é nossa convicção To achieve this goal, APADIF has Ilha do Faial, que só assim se pode trabalhar a developed different partnerships tem uma área Inclusão. Das várias parcerias que with local institutions, in order de ação muito vasta e desenvolve o seu trabalho através de cinco valências, em áreas tão diversas como o trabalho com crianças; com idosos; com jovens em risco de exclusão social e abandono escolar e com crianças, jovens e adultos com deficiência. Se há algo em comum e que une o trabalho em torno de públicos tão diversos, esse algo é o trabalho em prole da Inclusão. Na prossecução deste objetivo, a APADIF tem vindo 94

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

tem desenvolvido, destaca-se sem dúvida a que foi iniciada em 2011 com o Clube Naval da Horta lançando o Projeto Vela para todos - Faial sem Limites. Sendo a Cidade da Horta o Centro Náutico dos Açores, paragem obrigatória para quem atravessa o Atlântico e ponto de encontro de culturas e vivências, pólo de desenvolvimento da Vela e do Desporto Náutico, fez-nos todo o sentido desenvolver um Projeto que promovesse a inclusão de todos na prática da Vela. Pretendia-se acima de tudo mostrar que a inclusão é possível das mais diversas formas, criando uma Escola de Vela para Todos, que não fosse uma escola exclusiva para pessoas com deficiência, nem uma escola de vela para pessoas ditas normais. Uma Escola de Vela que permitisse o acesso a todas as pessoas, independentemente do tipo de deficiência, idade, sexo, raça ou religiões, na defesa do direito à diferença e igualdade de oportunidades, contribuindo assim para destruir barreiras e preconceitos, tornando o Faial e os Açores uma Sociedade mais justa e aberta à diferença. A prática da Vela sendo um instrumento perfeito para o desenvolvimento de competências sociais, de potenciação da autonomia e da auto-estima em todos os atletas de um modo geral, tem no cidadão com mobilidade reduzida e/ou com deficiência um impacto ainda mais marcante, muitas vezes começando por mostrar a ele próprio que afinal consegue, para finalmente mostrar ao mundo que ele é não só um cidadão de plenos direitos, mas também, e acima de tudo, possuidor de competências diversas. Só deste modo, mostrando e valorizando as capacidades do cidadão com deficiência, é possível a promoção da mudança de mentalidades. A abrangência de públicos tão diferenciados que

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

Fotografia. Photo credits: José Macedo

to prosecute its work outdoors, because we are sure that only this way, we can work towards inclusion. From the different partnerships, stands out, undoubtedly, the partnership that was initiated in 2011 with Clube Naval da Horta, launching the project Sailing for All – Faial without Limits. It made all the sense to us to have a project that would promote the inclusion of all in sailing, because the town of Horta is the Azores Nautical Centre. It is an obligatory stopover for those who cross the Atlantic and a meeting point of cultures and experiences, a sailing and nautical sports hub.

We intended, above all, to show that inclusion is possible, in various forms, creating a Sailing School for All that would not be an exclusive school for handicapped people, nor a sailing school for the so-called “normal” people. It would be a sailing school that would allow the access of all persons, independently from the type of handicap, age, sex, race, religion. This school would promote the right to the difference and equal opportunities, contributing, this way, to destroy barriers and prejudices, making Faial and the Azores a fairer society and more open to the differences. Sailing is a perfect instrument for the development of social competencies, for encouraging the auton-

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Fotografia. Photo Credits: Artur Simões

o projecto apresenta (crianças, jovens e adultos com ou sem deficiência, comunidade escolar e população idosa), só foi possível com a aquisição de embarcações que permitiam adaptar a actividade de vela às características dos praticantes. As embarcações da classe Hansa, pelas suas características, são uma referência mundial no âmbito da Vela Adaptada, e foram as escolhidas para o desenvolvimento do Projeto, tendo sido adquirida a primeira embarcação com o apoio indispensável da Academia do Bacalhau. A frota da Classe Hansa estabilizou com cinco embarcações que possibilitaram, ao longo destes 7 anos, não só a prática da Vela por cidadãos com mobilidade reduzida, mas também o seu desenvolvimento como velejadores, através da participação em diversos Campeonatos Nacionais da Classe, Campeonatos de Ilha e Festivais Internacionais de Vela Ligeira. A organização do Campeonato Nacional de Vela Adaptada em 2014, pela primeira vez no Faial, marcou um dos pontos altos desta Parceria, tal como foram os resultados obtidos ao longo dos anos nos Campeonatos Nacionais da Classe Hansa, com obtenção de diversas Medalhas, dos

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omy and the self-esteem of all athletes, in general terms. In the citizen with reduced mobility and/ or with a disability, it has an even greater impact. Many times, it all starts with showing him/herself that he/she can do it after all, and then finally, show to the world that besides being a citizen with full rights, he/she has several other competencies. Only in this way, showing and highlighting the capacities of the citizen with disabilities, it is possible to promote the change of mentalities. The coverage of so much different publics within this project (children, young people, and adults with or without handicaps, the school community and the elderly) was made possible only with the acquisition of boats that enabled the adaptation of sailing to the characteristics of the practitioners. The Hansa Class boats, because of their characteristics, are a world reference within Adaptive

Fotografia. Photo credits: José Macedo

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

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Sailing and were chosen for the development of the Project. The first boat was purchased with the indispensable support of the Academia do Bacalhau, The fleet of the Hansa Class stabilized five boats that allowed, throughout these seven years, not only the practice of sailing by citizens with disabilities but also their development as sailors, with the participation in different championships of the class, island championships and international festivals of dinghy sailing. The organization of the National Championship of Adaptive Sailing in 2014, for the first time in Faial, marked one of the highest points of this partnership. The same happened with the results obtained over the years, in national championships of Hansa Class, with the award of several medals, from which we would like to highlight the title of National Champion in class 2.3 in 2016 in the city of Viana do Castelo. Besides the competitive component, this Project

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has an entertainment side that allows the practice of sailing as an occupational activity for persons with disabilities, namely the users of the Occupational Activities Centres (CAO) and the students of the EBI da Horta. Partnerships make actions stronger. In the case of APADIF, in particular, they allow us to show the community, in general, that the human diversity must be valued, as a source of enrichment. This recognition demands an ethical training based on the companionship with mutual respect. Only having contact with the differences, we can learn to understand them, and only understanding, we can respect them. During 2018, APADIF celebrates its 25 years of existence. These were 25 years of partnerships, and this one with CNH was the most significant. I wish that this partnership continues and develops over the next years, contributing to a more inclusive society that values the differences. And because we are also celebrating the 30th anniversary of “Atlantis Cup – Autonomy Regatta”, the APADIF Board wishes Clube Naval da Horta the greatest successes and fair winds for all the participants! Translator’s Note 1 APADIF - Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (Association of Parents and Friends of the Disabled People from Faial Island)

Fotografia. Photo credits: José Macedo

quais destacamos a obtenção do título de Campeão Nacional na Classe 2.3 em 2016, na cidade de Viana do Castelo. Para além desta vertente competitiva, este Projeto conta ainda com uma vertente lúdica, que possibilita a prática da Vela como atividade ocupacional por pessoas com deficiência, nomeadamente os utentes dos Centros de Atividades Ocupacionais (CAO) e os Alunos da EBI da Horta. As parcerias fortalecem as ações. No caso da APADIF em particular, são estas que permitem mostrar à comunidade em geral que a diversidade humana deve ser valorizada como fonte de enriquecimento. Este reconhecimento requer uma formação ética, baseada numa convivência pautada no respeito mútuo. Só convivendo com a diferença, aprendemos a compreendê-la e só compreendendo aprendemos a respeitar. Durante este ano de 2018, a APADIF comemora os seus 25 anos de existência. Foram 25 anos de parcerias e partilhas, sendo o CNH uma das mais significativas. Desejamos que esta parceria se mantenha e se desenvolva nos próximos anos contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e que valoriza a diferença. Comemorando-se também os 30 anos da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, a Direção da APADIF deseja ao Clube Naval da Horta os maiores sucessos e Bons Ventos para todos os Participantes!

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João Cláudio, Fernando Menezes, Caros Garcia e Manuel Serpa, a bordo do Creoula João Claudio, Fernando Menezes, Caros Garcia and Manuel Serpa aboard the Creoula

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CARLOS GARCIA A “A t l a n t i s C u p ” p r o p o r c i o n o u u m a n o v a e x p e riência para muitos dos velejadores Açorianos” “AT L A N T I S C U P ” P R O V I D E D A N E W E X P E R I E N C E F O R MANY OF THE AZOREAN SAILORS”

Texto. Text: Carlos Garcia * Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by: Carlos Garcia

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“Atlantis Cup” proporcionou uma nova experiência para muitos dos velejadores Açorianos” Pedem-me para exercitar a memória sobre a origem da “Atlantis Cup”, que tem este ano a sua 30ª edição. Revisitar o passado normalmente resulta numa sequência de nomes e situações, neste caso vou procurar enquadrar no tempo e nas circunstâncias. A reflexão leva-me ao seu enquadramento no contributo de uma geração de Açorianos, nascida na década pós segunda guerra mundial, que encontrou no mar que nos rodeia o desafio para os tempos de lazer que o desporto náutico pode proporcionar. A náutica de recreio tinha para nós, Faialenses, um passado enquadrado na história do Clube Naval da Horta, na Escola de Vela da Mocida98

I was asked to work out my memory about the origins of the “Atlantis Cup” that this year is in its 30th edition. The result of revisiting the past is a sequence of names and events. In this case, I am going to try to situate them in time and circumstances. Reflexion takes me to frame them within the contribution of a generation of Azoreans, born in the decade after WWII that found at the sea that surrounds us, the challenge for the leisure times that the nautical sports can provide. Recreational boating had, for us that were born in Faial, a past framed within the history of Clube Naval da Horta, within the sailing school of Mocidade Portuguesa and within everything that reached us, by the influence of the foreign communities, connected to the submarine cables. But we also grew up accompanied by the increasing demand of Horta’s Harbour, by the so-called “aventureiros2” In the years before the 25th April3, the society of Faial Island went through a profound crisis. The island saw almost half of its young population emigrate, following the Capelinhos eruption and most

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de Portuguesa e no que nos chegou da influência das comunidades estrangeiras ligadas aos cabos submarinos, mas também crescemos acompanhados da crescente procura do Porto da Horta pelos ditos aventureiros. Nos anos que antecedem o 25 de Abril, a sociedade Faialense vive uma profunda crise, a ilha viu emigrar quase metade da sua população jovem, na sequência da erupção dos Capelinhos e a maioria dos jovens não encontrava soluções de vida após o serviço militar ou formação académica. Com algum rigor posso afirmar que foi um pequeno grupo de então jovens regressados que, com muito entusiasmo procurou intervir na expectativa de revitalizar instituições e de lançar novas ideias enquadradas no espírito daquele tempo. Agora que essa geração vai paulatinamente desaparecendo, é de referir para memória futura acontecimentos como a quase refundação do Clube Naval da Horta em 1972, o lançamento do Festival Náutico da Semana do Mar e de regatas como a Horta-Velas-Horta, com quase 50 participantes, e da “Atlantis Cup”, em profunda confraternização dos poucos velejadores e veleiros então existentes nos Açores. A “Atlantis Cup” proporcionou uma nova experiência para muitos dos velejadores Açorianos, fez escola na prática de uma navegação mais exigente. Foi o tempo da aquisição de uma pequena frota em várias ilhas e, de certa forma, de unidade e de participação no projeto da Autonomia da Região. Para cumprir o seu desígnio importa garantir o seu futuro e relançar a sua internacionalização, porque velejar no enquadramento destas nove ilhas no meio do Atlântico é uma experiência única para quem já teve o privilégio de nela participar. Que venham mais de outros locais e bandeiras.

of the young people could not find life solutions after going to the army or when returning from academic studies. I can say, with some accuracy, that it was a small group of young people, returning to the island, and that overwhelmed with enthusiasm, tried to intervene, expecting to revitalize institutions and launch new ideas, framed within the spirit of those times. Now that this generation is gradually disappearing, the following events should be referred for future memories, events such as the nearly “refounding” of Clube Naval da Horta in 1972, the beginning of the Sea Week nautical festival and the regattas Horta-Velas-Horta, with almost 50 participants, and the “Atlantis Cup”, in a profound celebration with the few sailors that existed at that time in the Azores. The “Atlantis Cup” provided a new experience for many of the Azorean sailors; it set the trend in the practice of a more demanding navigation. It was the time for acquiring a small fleet on several islands and, in a certain way, it was also the time for commemorating unity and for participating in the Autonomy project of the Azores Region. To accomplish its destiny, it is important to guaranty the future and launch again the internationalization, because sailing within the framework of these nine islands, in the middle of the Atlantic, is a unique experience for all of those that already had the chance of participating in it. Let more of them come from other locations and flags. Translator’s Notes 1 Mocidade Portuguesa - youth organization from the end of the thirties and forties. 2 “Aventureiros” - the name given by the locals to yachtsmen. It comes from the word “aventura” which means adventure. 3 Date of the Revolution in Portugal

Jantar no Pico no final do Verão de 1984 Dinner at Pico in the late summer of 1984

* É um dos mentores da Regata e da Revista “Atlantis Cup” ONE OF THE REGATTA AND “ATLANTIS CUP” MAGAZINE MENTORS

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Fotografia. Photo credits: P Wirtz | ImagDOP

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PLÁSTICOS, MICROPLÁSTICOS E OUTROS HIDROCARBONETOS PLASTICS, MICROPLASTICS AND OTHER HYDROCARBONS Texto. by Frederico Cardigos *

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á mais de duas dezenas de anos atrás, um bom amigo e reconhecido cientista dizia-me que tinha encontrado uma tartaruga morta e que, para seu espanto, quando lhe fez a necrópsia, reparou que este animal, apesar da nítida subnutrição, tinha o estômago cheio, mas cheio de sacos de plástico. Referia ele de forma que todos entendêssemos, “esta tartaruga morreu de fome com a barriga cheia”. Aparentemente, já então concluíamos, as tartarugas confundiam os plásticos com o seu alimento, as alforrecas, e, não conseguindo digerir ou excretar o plástico, morriam por falta de alimento. Então, o que me preocupava, não entendendo o alcance do que estava à minha 100

frente e de forma até um pouco egoísta, era que, se o número de tartarugas começasse a diminuir, teríamos mais águas vivas (alforrecas) o que dificultaria os meus passeios subaquáticos. Na realidade, esse era o menor dos problemas… Estes plásticos perdidos nas águas começaram a matar tartarugas de diversas formas. Mas não é só este o impacto. A sua progressiva degradação, sabe-se hoje, transforma-os em microplásticos. Estes pequenos detritos são consumidos pelo plâncton, a base da maioria das cadeias alimentares marinhas, fazendo com que estes pequenos organismos, também eles, morram por subnutrição ou, noutros casos, reduzam tanto a sua condição que, apesar de CLUBE NAVAL DA HORTA

não morrerem, deixam de ter as características necessárias para servirem de verdadeiro alimento para os níveis tróficos superiores. Ou seja, simplificando, estivemos, em tempos idos, à beira de extinguir as grandes baleias por as perseguirmos e matarmos e, hoje, podemos estar a ameaçá-las reduzindo assustadoramente a qualidade do seu alimento. A solução é conhecida. Há que reequacionar a utilização de todos os plásticos, reduzir o seu uso, privilegiar o uso de plásticos que permitam reutilização, reciclá-los caso não se possam reutilizar, e, em último caso, incinerá-los para produzir energia. Nos dias de hoje, por diversas razões, o depósito de plásticos em aterro é impensável e o seu arremesso para as linhas de


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causing these small organisms to starve or, in other cases, to worsen their condition to a point that, although alive, they no longer have the characteristics necessary to serve as true food for higher trophic levels. In other words, we have been on the verge of extinguishing the great whales by chasing and killing them and, today, we may be threatening them by alarmingly reducing the quality of their food. The solution is known. It is necessary to reconsider the use of all plastics, to reduce their use, to favour the use of plastics that allow reuse, to recycle them if they cannot be reused, and, as a last option, to incinerate them to produce energy. Nowadays, for various reasons, the deposit of plastic in landfill is unthinkable and throwing it to the water lines or to the oceans is a criminal act. In this line of thinking, the European Commission has recently launched a legislative proposal that greatly limits single-use plastic (swabs, straw and others). At the same time, the United Kingdom, which is about to leave the Euro-

Fotografia. Photo credits: P Wirtz | ImagDOP

água ou para os oceanos é um ato criminoso. Nesta linha de pensamento, a Comissão Europeia lançou recentemente uma proposta legislativa que limita muito o plástico de uso único (cotonetes, palhinhas e outros). Ao mesmo tempo, o Reino Unido, que está em vias de sair da União Europeia, já anunciou medidas similares, o mesmo acontecendo na cidade de Seattle (Estados Unidos). A Índia quer ir mais longe e pretende banir o uso de diversos tipos de plástico. Como um exemplo simples de reação individual, refiro o café onde costumo ir tomar o pequeno-almoço quando estou em Bruxelas. Este estabelecimento já anunciou aos seus clientes que irá descontinuar o uso de palhinhas. As bebidas servidas no café já não têm palhinhas de qualquer tipo e as bebidas para levar terão palhinhas de algas ou de baunilha, ficando a escolha ao critério do consumidor. Em relação à procura de soluções para o plástico que já prolifera pelos mares, tem havido diversas iniciativas mais ou menos visionárias. Desde

More than two decades ago a good friend and recognised scientist told me that he had found a dead turtle and, to his astonishment, when he performed a necropsy he noticed that this animal, despite its malnutrition, had a full stomach. Full of plastic bags... “This turtle died of starvation with a full belly”, he concluded in a way that we all understood. Apparently, turtles confuse plastics with their food, jellyfish, and, unable to digest or excrete it, they die from starvation. What worried me at that point, not understanding the full consequences of what was in front of me, was that if we started to reduce the number of turtles we would have more jellyfish which would make my underwater excursions difficult. In fact, this was the least of the problems... These lost plastics kill turtles in different ways. But there is more to the issue than that. The progressive degradation of plastics, it is known today, turns them into microplastics. These small debris are consumed by plankton, the basis of most marine food chains, again

Biólogos analisam tartaruga Biologists analyze turtle

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Tartaruga envolta em rede de pesca Turtle wrapped in fishing net Fotografia. Photo credits: F Cardigos

o “comedor” de plástico de Boyan Slat ao simples apoio financeiro aos pescadores e outros profissionais dos mares que recolherem plásticos flutuantes, estão em cima da mesa dezenas de soluções. Para os céticos, relembro que a humanidade já conseguiu lidar com problemas sem aparente solução nas mais diversas frentes. Já nos livramos do fascismo durante a segunda guerra mundial, já reduzimos drasticamente o buraco do Ozono e já nos livrámos do alcatrão flutuante. Todos eram problemas sem solução e cá estamos. Somos uma espécie brilhante e o problema dos plásticos na água, tal como o aquecimento global, ambos com os hidrocarbonetos fósseis em comum, são problemas interligados e com solução. Há apenas que arregaçar as mangas e resolver!

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pean Union, has announced similar measures, and so did Seattle (USA). India wants to go even further and intends to ban the use of various types of plastic. The coffee shop where I usually go to have breakfast when I am in Brussels has already informed its customers that they will discontinue the use of plastic straws. The drinks they serve in the shop do not have straws of any kind and the drinks to take away will have straws of algae or vanilla. Concerning the plastic that already proliferates in the seas, there have been several initiatives more or less visionary. From Boyan Slat’s plastic “eater” to the simple financial support for fishermen and seaman who collect floating plastics,

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dozens of solutions are on the table. For the sceptical people, I recall that humanity has been able to deal with problems with no apparent solution in a large variety of domains. We got rid of fascism during World War II, we got rid of most of the ozone hole and we got rid of the floating tar, just to mention three examples in different areas. All were problems without solution and here we are. We are a brilliant species and the problem of plastics in the water, such as global warming, are problems interconnected by hydrocarbons and with solution. We just have to roll up our sleeves and do it! * Biólogo Marinho MARINE BIOLOGIST


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JOSÉ DECQ MOTA UM HOMEM DE REGATAS, DE LIDERANÇAS E DE CONSENSOS, SEMPRE ABERTO A DESAFIOS A man of Regattas, of leadership and consensus, always open to challenges

Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart

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osé Decq Mota é um dos rostos mais identificativos do Clube Naval da Horta (CNH) e da actividade desenvolvida por esta instituição náutica, que este ano (Setembro) completa 71 anos de feitos e conquistas. Basta dizer que integrou diversos elencos directivos tendo sido Presidente durante mais de 10 anos: de 1996 a 2001 e de 2012 até agora, o que perfaz cinco mandatos. Sendo um homem desde sempre ligado ao mar – começou a velejar aos 9 anos de idade – com uma paixão enorme pelos Botes Baleeiros e sua preservação, é com naturalidade que tem marcado presença activa na “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” desde o início. Além de já ter participado em 7 edições a bordo de 2 ou 3 diferentes barcos, há largos anos que integra, na linha da frente, esta regata costeira, de natureza oceânica. Foi na qualidade de Presidente da Direcção do CNH que José Decq Mota agarrou o desafio lançado em 2013, pela actual Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Ana Luís, para que esta Regata passasse em todas as 9 ilhas do Arquipélago, numa clara demonstração de unidade autonómica. Na Apresentação da mais importante Prova de Vela de Cruzeiro dos Açores e uma das 104

José Decq Mota is one of the most identifying faces of Clube Naval da Horta (CNH) and of the activity developed by this nautical institution. This year (in September) it completes 71 years of conquests and achievements. Suffice it to say that José Decq Mota belonged to several directive boards, being President for more than 10 years, that is, from 1996 to 2001 and from 2012, until now, which makes the total of five mandates. He is a man that has always been connected to the sea. He started sailing at the age of nine, he has an enormous passion for whaling boats and their preservation, and it is with great passion that he has an active presence in the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” since its beginning. Besides having participated in seven editions, on board two or three different boats, it is already for a long time that he is in the forefront of this coastal regatta, of oceanic nature. It was as Board President of CNH that José Decq Mota accepted the challenge launched, in 2013, by the current president of the Legislative Assembly of the Azores Autonomous

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Fotografia. Photo credits: Artur Simões

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“O CNH soube corresponder ao desafio de a “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” tocar em todas as ilhas, mas a principal resposta é dos velejadores, a quem agradeço a participação” “CNH RESPONDED TO THE CHALLENGE OF MAKING “ATLANTIS CUP - AUTONOMY REGATTA” “TOUCH” ALL ISLANDS, BUT THE MAIN REACTION COMES FROM THE SAILORS, AND I THANK THEM FOR THEIR PARTICIPATION”

mais relevantes a nível nacional, que aconteceu em Fevereiro último, este Dirigente admitiu que não tinha sido fácil, em termos logísticos, organizar uma regata que tocasse em todas as ilhas. E explicou: “Daí, termos decidido fazê-la de forma faseada. O cumprimento deste propósito decorreu entre os os 40 Anos da institucionalização da Autonomia Regional dos Açores – assinalados em 2016 – e o 30º Aniversário da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”, que se comemora neste ano de 2018. Em 2016, a Prova Rainha de Vela de Cruzeiro dos Açores privilegiou o Grupo Ocidental: Flores e Corvo, tendo tocado em São Jorge. Nas Flores, o porto de largada foi o das Lajes; no Corvo, a escala foi feita no Porto da Casa da Vila Nova; e, em São Jorge, na Marina das Velas. No ano de 2017, esta Regata largou de Ponta Delgada, realizando a 1ª etapa rumo a Vila do Porto (em Santa Maria); a 2ª etapa ligou Vila do

Region (ALRAA), Ana Luís, in order to make this regatta pass by all the nine islands of the Archipelago, in a clear demonstration of autonomic unity. Last February, in the presentation of the most important Cruise Sailing Race of the Azores, and one of the most relevant at the national level, José Decq Mota admitted that it has not been easy, in logistic terms, to organize a regatta that would “touch” all the islands. And he explained: “That’s why we decided to make it in a phased way.” The fulfillment of this purpose took place between the 40 years of the Azores Regional Autonomy institutionalization, celebrated in 2016, and the 30th Anniversary of the “Atlantis Cup – Autonomy Regatta” that is being commemorated this year. In 2016, the main event of Cruise Sailing in the Azores privileged the Western Group of islands: Flores and Corvo, passing by São Jorge. In Flores the starting port was Lajes. In Corvo, the stopover was in Porto da Casa, Vila Nova and, in São

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Porto a Vila Franca do Campo (São Miguel, com a particularidade de ter incluído mais este concelho); e a 3ª etapa, iniciada em Vila Franca do Campo, terminou na Cidade da Horta. Em 2018, esta Regata tem como foco as ilhas do Grupo Central, nomeadamente Faial, Pico, Terceira e Graciosa, envolvendo os Portos da Madalena (Pico); Angra do Heroísmo e Praia da Vitória (Terceira); Praia da Graciosa e Horta (Faial). No ano em que termina o seu 3º mandato consecutivo na liderança do CNH (2018), José Decq Mota sublinha a importância do desafio lançado pela Presidente da ALRAA – que se reveste “de natureza político-institucional, estratégica e prática” – salientando que “esta foi a maneira de a frota de recreio açoriana ter um campo de regata maior, que vai de Noroeste (Flores) a Sudeste (Santa Maria)”. E sublinha: “Soubemos corresponder, mas a principal resposta é dos velejadores, a quem quero agradecer a participação”. Tratando-se de um Clube que dinamiza 12 diferentes Secções – Vela de Cruzeiro, Vela Ligeira, Natação, Canoagem, Botes Baleeiros, Pesca Desportiva de Costa e de Barco, ‘Windsurf’, Mini-Ve106

Jorge in the Velas Marina. In 2017, this Regatta started in Ponta Delgada, finishing the first leg in Vila do Porto (Santa Maria). The second leg connected Vila do Porto with Vila Franca do Campo (in São Miguel, with the special feature of including another municipality). And the third leg started in Vila Franca do Campo and ended in Horta. In 2018, the Regatta will focus the islands of the Central Group, namely Faial, Pico, Terceira, and Graciosa, involving the harbours of Madalena (Pico), Angra do Heroísmo and Praia da Vitória (Terceira), Praia (Graciosa) and Horta (Faial). In the year that José Decq Mota finishes his third consecutive mandate in the leadership of CNH, he highlights the importance of the challenge launched by the President of ALRAA that is “of political-institutional, strategic and practical nature”, pointing out that “this was the way for the Azorean fleet to have a bigger sailing area that goes from Northeast (Flores) to Southeast (Santa Maria)”. And he asserts: “We knew how to respond, but the main reaction comes from the sailors, and I thank them for their participation”.

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This is a Club with 12 different departments: Cruise Sailing, Dinghy Sailing, Swimming, Canoeing, Whaling Boats, Coastal and Boat Sport Fishing, Windsurfing, Mini-yachts, Motorboating, Apnea and Chess. The range of activities is quite wide, besides the many partnerships, which are synonym of many headaches”. Availability, together with the knowledge and great experience, make José Decq Mota a President with a unique curriculum at the helm of Clube Naval da Horta. Besides the Whaling Boats, this President has a passion for Photography. This is a man that can read three books at the same time and whose life path goes from politics, to social, passing by cultural, sports and pedagogy, as he was accounting teacher, at the former Liceu da Horta (high school). Out of curiosity, one of his students was José Leonardo Silva, the current Mayor of Horta. And it to this man of consensus, that prefers to see a half-full glass than a half-empty glass that Clube Naval da Horta has to be thankful, for the spirit of mission and volunteerism that has accompanied him throughout the years, giving priority to Friendship, that is an enemy of divisions and barriers.

Fotografia. Photo credits: José Macedo

Fotografia. Photo credits: Paulo Baptista

leiros, Motonáutica, Apneia e Xadrez – é vasta a actividade desenvolvida, além das muitas parcerias vigentes, o que é sinónimo de muitas dores de cabeça. A disponibilidade, aliada ao vasto conhecimento e grande experiência, fazem de José Decq Mota um Presidente com um “currículo” único à frente dos destinos do Clube Naval da Horta. Paralelamente aos Botes, a Fotografia é outra das paixões deste Dirigente, um homem que consegue ler três livros na mesma faixa temporal, e cujo percurso vai desde o campo político, ao social, passando pelo cultural, desportivo e pedagógico, já que foi professor de Contabilidade no antigo Liceu da Horta. A título de curiosidade, regista-se que um dos seus alunos foi José Leonardo Silva, actual Presidente da Câmara Municipal da Horta. É a este homem de consensos, que prefere ver o copo meio cheio, em vez de meio vazio, que o Clube Naval da Horta tem muito a agradecer pelo espírito de missão e voluntariado que tem levado muito a sério ao longo de anos, primando pelo fomento da Amizade, inimiga de divisionismos e barreiras.

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Um

verdadeiro

MAR

DE HISTÓRIAS

A TRUE SEA OF STORIES Texto. Text: Carlos Vaz Tradução. Translation: Sandra Dart

H

á histórias que crescem connosco. a acompanham-nos, alimentam o nosso ‘mapa’ interior, preenchem-nos com cores e imagens e fazem-nos sentir mais ‘vivos’ e criativos. São histórias que, ao fim de 5, 6, 7 anos, uma década, fazem parte de nós e do nosso ADN. A “Atlantis Cup” é a ‘história feliz’ da “Mar de Histórias”. Quase desde o início da existência da “Mar de Histórias”, fundada em 2000, que nos orgulhamos de acompanhar, ano após ano, esta maravilhosa aventura açoriana. O nosso caminho fez-se, e muito, desta relação cheia de um imenso azul, da brisa atlântica, do convívio entre tripulações, da hospitalidade da organização, das caras e lugares que se revêem e abraçam anos após ano. Alimentamo-nos desta energia única e cheia de magia e é com a mesma expectativa da primeira vez, que aguardamos todos os anos a chegada do verão para mais uma vez mergulharmos no nosso verdadeiro mar de histórias. “Mar de Histórias”, Empresa que acompanha e divulga a “Atlantis Cup”


There are stories that grow with us. They accompany us, they feed our inner “map”, they fill us with colours and images and make us feel more “alive” and creative. These are stories that at the end of five, six, seven years, a decade, become part of us and our DNA. “Atlantis Cup” is a “happy story” from “Mar de Histórias”. It is almost since the beginning of “Mar de Histórias” existence, created in 2000, that we are proud of accompanying, year after year, this amazing Azorean adventure. Our path was made, and quite a lot, out of this relation full of an immense blue, the Atlantic breeze, the parties between crews, the hospitality of the Organization, the faces and places that are seen again and taken in arms, year after year. We feed ourselves from this unique energy full of magic, and it is with the expectancy of the first time that we await every year for the summer arrival for once again dive in our true sea of stories. “Mar de Histórias”, Firm that accompanies and promotes “Atlantis Cup”


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LUÍS CARLOS DECQ MOTA “A “Atlantis Cup” é um marco para a Vela Regional e Nacional pelo que deve ser valorizada sempre”

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Texto. Text: Cristina Silveira Tradução. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by: Luís Carlos Decq Mota

“A ideia de organizar uma regata que envolvesse várias ilhas nasceu em 1987. Nesse ano, o João Corvelo, o Carlos Garcia e outros (o iate do Clube Naval da Horta - CNH, o “Ilha Azul” também fazia parte desse lote) participaram na ligação Ponta Delgada/Horta de uma regata que vinha de Roterdão para Ponta Delgada e que tinha largada para Roterdão a partir da Horta (“Roterdam Mid Atlantic”). Aproveitando a passagem do pessoal da Terceira e de São Miguel pelo Faial aquando da Semana do Mar de 1987, reunimo-nos todos num jantar no “Frank”, no Varadouro, e lá foi concebido

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“THE “ATLANTIS CUP” IS A LANDMARK FOR THE REGIONAL AND NATIONAL SAILING, THEREFORE SHOULD BE ALWAYS VALUED”

o projecto de lançarmos uma regata regional”, recorda Luís Carlos Decq Mota, que foi Presidente da Direcção do CNH de 1982 a 1987. Trabalho assegurado por voluntários capazes Após alguns contactos, a TAP (Transportadora Aérea Portuguesa) aceitou ser o patrocinador oficial da prova. “A Regata adoptou o nome de “Atlantis Cup”, porque a TAP é que patrocinava os prémios e decidiu que estes seriam em cristal “Atlantis”. Além disso, a companhia tinha uma revista com esta designação”. GALP, AZORIA e LIBERTY foram outros patrocinadores oficiais daquela que é a maior e mais importante Regata de Vela de Cruzeiro dos Açores e uma das mais relevantes a nível nacional, organizada há 30 anos – completam-se neste ano de 2018 – pelo Clube Naval da Horta. “Se a organização fosse repartida, seria mais fácil e económico”, sustenta este antigo Presidente do Clube Naval da Horta, que integra os corpos gerentes desta instituição há três décadas. “Contudo, as diferentes ilhas (Clubes) não estão em sintonia e esta Regata implica uma logística complicada para garantir que tudo esteja operacional nos diversos sectores. O CNH conta com muitos voluntários, competentes e empenhados, que têm sido o garante deste trabalho bem sucedido”. Fotografia. Photo credits: Artur Simões

“The idea of organizing a regatta that would involve several islands was conceived in 1987. In that year, João Corvelo, Carlos Garcia and others (“Ilha Azul”, the yacht of Clube Naval da Horta - CNH was also included) participated in the course Ponta Delgada/ Horta of one regatta that was coming from Rotterdam to Ponta Delgada, and whose starting line to Rotterdam was in Horta (“Rotterdam Mid Atlantic”). Taking the chance of having fellows from Terceira and São Miguel in Faial, at the time as the 1987 Sea Week, all of us met for a dinner at “Frank”, in Varadouro and there was conceived the project of launching a regional regatta”, recalls Luís Carlos Decq Mota that was CNH Board President between 1982 and 1987.

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Work ensured by competent volunteers After some contacts, TAP (the National Airline Transportadora Aérea Portuguesa) accepted to be the official sponsor of the event. “The Regatta adopted the name “Atlantis Cup” because TAP sponsored the prizes and decided they would be in “Atlantis” crystal. Besides this, the Airline had a magazine named this way”. 1 GALP, AZORIA and LIBERTY were other official Participações na “Atlantis Cup - Regata da Au- sponsors of the regatta, the biggest and most imtonomia” Luís Carlos Decq Mota participou na 1ª edição da “Atlantis Cup”, em 1988, num percurso que uniu Ponta Delgada à Horta passando pela Terceira. “O Diocleciano Silva, da Terceira, era muito activo e experiente. Inicialmente, a Regata coincidia propositadamente com as “Sanjoaninas” e durante alguns anos apenas ligou estas três ilhas. Depois, passou a ter como meta a Horta, com o intituito de trazer o pessoal para a Semana do Mar”. Ao longo destes 30 anos de realizações, a “Atlantis Cup”, que em 2001 passou a ser “Regata da Autonomia” contou com figurinos variados. “Havia algum receio de ir às Flores, mas fiquei adepto dessa experiência. É uma viagem espectacular. Só é pena a marina não ser maior, o que merecia ser uma realidade, já que é o primeiro porto para quem vem da costa americana (Bermudas, Caraíbas) rumo aos Açores, sendo mesmo a segunda maior marina da Região, em termos de afluência”.

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portant Cruise Sailing Regatta of the Azores and one of the most relevant ones at the national level. It has been organized for 30 years, completed this year of 2018, by Clube Naval da Horta. “If the organization was shared out, it would be much easier and more economic”, asserts this former Clube Naval da Horta President, that takes part in this institution for three decades. “Nevertheless, the different islands (the clubs) are not in harmony

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1. Luís Carlos Decq Mota numa Entrega de Prémios no decorrer das “Sanjoaninas”, em Angra do Heroísmo, na Terceira Luís Carlos Decq Mota in a prize award ceremony, during the “Sanjoaninas”, in Angra do Heroísmo, Terceira Island 2. Luís Carlos Decq Mota fez várias “Atlantis Cup” em diferentes barcos. O “Teimoso” foi o primeiro, no ano de 1988 Luís Carlos Decq Mota participated in several editions of the “Atlantis Cup” on different boats. “Teimoso” was the first, in the year of 1988 112

3. O “Tamarin” foi o 2º barco usado por este velejador na “Atlantis Cup” “Tamarin” was the second boat used in the “Atlantis Cup” by this sailor 4. Tripulação familiar a bordo do “Air Mail”- da esquerda para a direita: Pedro Decq, António Manuel Freitas, Sofia e Miguel Freitas, João Duarte e António José Duarte Familiar crew on board of “Air Mail” - (from the left to the right) Pedro Decq, António Manuel Freitas, Sofia and Miguel Freitas, João Duarte and António José Duarte

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“Competição exagerada, é preciso recuperar o convívio”

Porto Pim: frota de cruzeiro do Faial nos fins dos anos 80: “Ilha Azul II”, “Ana” “Teimoso”, “Vireo” e “Porto Pim” Porto Pim: Faial’s cruise fleet in the eighties: “Ilha Azul II”, “Ana” “Teimoso”, “Vireo” and “Porto Pim”

and this Regatta implies a complicated logistics to guaranty that all the departments are operational. CNH counts on many volunteers that are competent and committed, and that have been responsible for the success of this event”.

“There was some fear of going to Flores but I became a supporter of that experience. It is a spectacular trip. It is a pity that the marina is not bigger, and it should be, because this is the first harbour for boats coming from the American coast (Bermuda, Caribbean) towards the Azores. It is the second Participations in the “Atlantis biggest marina in the Azores ReCup - Autonomy Regatta” gion in terms of influx”. Luís Carlos Decq Mota participated in the first edition of the “Atlantis Cup” in 1988, in a course that connected Ponta Delgada and Horta, passing by Terceira. “Diocleciano Silva, from Terceira, was very active and experienced. Initially, the “Regatta” was made on purpose to coincide with the “Sanjoaninas” and for some years the Regatta connected only these three islands. Afterwards, the finishing line started to be in Horta, in order to bring the participants to the Sea Week”. Throughout these 30 years, the “Atlantis Cup” that started to be named “Autonomy Regatta in 2001” counted on different models. CLUBE NAVAL DA HORTA

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

O facto de a navegação de recreio ter vindo a contar com barcos cada vez maiores, faz com que os antigos sejam pouco competitivos e muito trabalhosos. “A “Atlantis Cup” evoluiu para um aspecto competitivo um pouco exagerado. Esse pico foi atingido com ‘skippers’ profissionais, aspecto que desmotivou alguns participantes das velha guarda e entendo que é preciso recuperar certos marcos importantes, como por exemplo o convívio. A propósito, recordo que na Regata que ligou as Flores, houve muito mais convívio em terra. O convívio que se gerou ao longo destes anos faz com que alguns dos participantes de São Miguel e da Terceira sejam dos meus melhores amigos. São contactos de anos no mundo da Vela. É muito importante restabelecer essa vertente do convívio, até mesmo no fim das nossas regatas de Vela de Cruzeiro no CNH. Estive em Inglaterra com o meu sobrinho António José e reparámos que fazem muitas regatas no mar ... e no bar! A regata é encarada como um pretexto para conviver”. Outro aspecto que está sempre em discussão são os “ratings”, que poderão devolver mais “justiça” a esta prova e são responsáveis pela classificação. “É fundamental que haja sub-divisões de classes o mais possível. O próprio ‘rating’ ORC define classes para distribuir os barcos. E esse trabalho já está a ser feito, o que vai permitir resultados mais reais e justos, de acordo com as características de cada barco”.

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“Too much competition, it is important to recover the get-together”

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

O gosto pela Vela Para este homem do mar, tão importante quanto ganhar está o gosto por velejar. “Eu, o meu irmão José, o António Manuel Freitas, o Carlos Garcia, o Herberto Faria, o Olavo Cunha Leite e outros, ficámos com o gosto por andar à Vela. Tivemos como instrutor o Piloto João Lucas, um homem muito experiente. Comecei a andar à Vela com 9 anos. Chegava a haver uma lista de inscrições para quem queria ir dar uma volta na baía, porque éramos muitos e poucos barcos. O Piloto João Lucas educou-nos no respeito pelos barcos. Tínhamos de os limpar, lixar, pintar e arrumar. Tudo isto nos saía do pêlo, razão pela qual éramos muito cuidadosos com o material que havia. Partir um leme significava ficar sem barco. Eu gosto de andar à Vela por andar. Mas vejo muita gente que só entra em regatas para ganhar. Ficaram com o gosto pela competição da Vela e não com o gosto pela Vela. Penso que este paradigma está a mudar e que já se começa a assistir a uma fase em que há menos prevalência do espírito competitivo, evidenciando-se o gosto pela modalidade”. “Elevar a Regata a níveis superiores” Luís Carlos Decq Mota acredita que “não há vontade regional de consagrar a “Atlantis Cup” como uma regata regional”. E prossegue: “Lamento a ausência da sintonia regional que podia elevar esta Regata a níveis superiores. Nos primórdios, conseguíamos mobilizar estrangeiros. Vinham barcos da Inglaterra e de França com o intutito de disputar esta competição que, diga-se de passagem, constitui uma forma muito barata de conhecer as ilhas. Actualmente têm vindo tripulações de Macau 114

The fact that recreational sailing has been counting on increasingly larger boats, made the older ones less competitive and giving hard work. “The “Atlantis Cup” became a bit too much competitive. That level was achieved with professional “skippers”, something that discouraged the “old guard”, and I think that it is important to bring back certain important marks, such as the get-together. By the way, I remember that in the Regatta to Flores, there was much more get-together on land. That get-together, throughout these years, made some of Terceira and São Miguel participants to be my best friends. These are contacts of years in the sailing world. It is very important to re-establish that get-together, even at the end of our Cruise Sailing Regattas in the CNH. I was in England with my nephew António José and we noticed that they organize many regattas at sea... and at the bar! The regatta is faced as an excuse to get together”. I realized that the ‘ratings’ are always in discussion. This fact might bring some more “justice” to this race and the ratings are responsible for the classifications. “It is fundamental to have sub-divisions of classes, as more as possible. The ORC rating itself defines classes for the boats. And that work is already being done, which will allow more real and fair results, according to the characteristics of each boat”. The love for sailing For this man of the sea the fact of winning or the love for sailing are at the same level. “Me, and my brother José, António Manuel Freitas, Carlos Garcia, Herberto Faria, Olavo Cunha Leite, among others, remained with the love for sailing. We had as instructor, the Pilot João Lucas, a very experienced man. I started sailing, when I was nine years old. There was even a registrations list for those, who wanted sail around the bay, because we were many and there were few boats. The Pilot João Lucas educated us to have respect for the boats. We had to clean them, sand, paint and store them. All of this was hard work, and because of it, we were very careful with the existing material. To break a rudder, meant to have no longer a boat.

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e dos EUA, alugando barcos no Faial, área em que também deverá haver uma maior expansão. A “Atlantis Cup” chegou mesmo a integrar o Campeonato Nacional de Vela de Cruzeiro. Perante este cenário de grande potencial, é preciso continuarmos a trabalhar para transformar os Açores num destino da Vela – tal como acontece, por exemplo, com as ilhas gregas – deixando de ser somente um destino de passagem. Defendo que todas as ilhas deviam ter uma marina, no sentido de dotar a Região das capacidades para atingirmos esse desiderato. Nesse sentido, é imprescindível o Faial dispôr de uma doca seca para que os barcos possam invernar aqui. O actual Parque de Contentores e o espaço junto ao campo do Sporting, afiguram-se como ideais para isso, além de que os custos inerentes são extremamente baixos”. O orgulhoso ano de 2002

Fotografia. Photo credits: Artur Simões

O “Teimoso” foi o primeiro barco com que Luís Carlos Decq Mota fez a “Atlantis Cup”, logo em 1988, ao que se seguiu o “Tamarin”. Com o “Air Mail” – que se mantém na corrida desde 1992 – aconteceu a consagração, que é como quem diz, a vitória, no ano de 2002. “Tenho orgulho nessa conquista e deu-me muito gozo essa participação, precisamente por ter ganho a barcos muito mais competitivos”. O pódio tem sido várias vezes ocupado por este velejador faialense, nos diferentes lugares. “Quando era Presidente, a participação em regatas tornava-se mais difícil. Há pessoas que preferem participar na Regata a colaborar naquilo que é preciso fazer ao longo da decorrência da mesma”. Há 26 anos que este velejador disputa a prova no “Air Mail”, sempre na companhia da mulher,

I just enjoy sailing. But I see a lot of people that participate in regattas just to win. They kept the love for the sailing competitions and not the love for sailing. I think that this paradigm is changing and we start to see people with a less competitive spirit, and the love for this type of sports stands out”. “To take the regatta to superior levels” Luís Carlos Decq Mota believes that “at the regional level, there is no willingness to promote “Atlantis Cup” as a regional regatta”. And continues: “I regret the absence of a regional tuning that could take this regatta to superior levels. In the beginning, we were able to encourage the foreigners to participate. There were boats from England and France for participating in this competition, and by the way, it is a very cheap way to visit these islands. Nowadays, there are crews coming from Macau and the USA. They rent the boats in Faial, and by the way, this is a business, in which there should be a bigger development. At a certain point, the “Atlantis Cup” was even part of the National Cruise Sailing Championship. In this scenario, with so much potential, we need to aim at transforming the Azores in a sailing destination, as it happens, for example, with the Greek islands, making it more than just a passing by destination. I believe that all the islands should have a marina, in order to endow the Azores Region with the facilities for reaching that goal. In this sense, it is indispensable to have in Faial a dry dock, so that the boats can spend winter here. The present Container’s Park and the area, near the Sporting football field, seem to be ideal for this purpose, and besides that, the costs are extremely low. The proud year of 2002 “Teimoso” was the first boat, with which Luís Carlos Decq Mota participated in the “Atlantis Cup”, as early as 1988; it was followed by the “Tamarin”. With the “Air Mail”, that continues to participate in the competition since 1992, there was the “consecration”, that is to say, the victory in 2001. “I am proud of that conquest and I enjoyed it so much, precisely because I won against much more competitive boats”. The podium has been occupied by this sailor for several times, occupying the different places.

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Graça, e fiel à classe competitiva: ‘Rating’ CNH - ORC. “Quem faz a Regata em OPEN dá mais primazia ao convívio”, sublinha. À excepção de 1998, ano em que não se realizou este evento devido ao sismo de 9 de Julho, Luís Carlos Decq Mota apenas falhou 3 ou 4 edições. “Houve anos em que não fui, mas o barco estava lá. Esta ideia nasceu quando eu era Presidente do CNH e temos de dar o exemplo, mediante a nossa participação. A “Atlantis Cup - Regata da Autonomia” é importante para o Clube Naval da Horta e para a Ilha do Faial. Considero mesmo que se tornou num marco para a Vela Regional e Nacional. Devemos valorizá-la sempre”.

“Air Mail” = “School of life and training “

Pelo percurso navegado e as histórias que encerra, este velejador vê o “Air Mail” como “uma Escola de vida e de formação” no mar e em terra, para as filhas e os sobrinhos. “O Pedro é ‘skipper’ profissional; o Tozé e o João Duarte são bons velejadores; e o Rui, o Luís e o João Roldão estão sempre disponíveis para colaborar. E, a propósito, devo referir que o Luís Carlos integrou a tripulação do Armando Castro no Projecto “Rumo ao Mundial”, que decorreu em França. Tratando-se de um espaço confinado, o convívio da tripulação ao longo de 10 dias – tempo de realização da Regata – exige muito respeito pelos outros. Por isso, entendo que é um percurso formativo com relevância para toda a vida, manifestando-se no dia-a-dia. Todos passaram por este barco e pelo posto de escravos, que é fazer de tudo a bordo. E o mais engraçado é que aceitaram de bom grado e gostaram muito de progredir”.

For the miles that has sailed and for the stories that holds, this sailor sees “Air Mail” as a “school of life and training”, in land and at sea, for his daughters and nephews. “Pedro is a professional skipper, Tozé and João are good sailors, Rui, Luís and João Roldão are always available to collaborate. And, by the way, I should refer that Luís Carlos joined Armando Castro’s crew in the project “Towards the World Championship“, that took place in France. When dealing with a limited space, the daily life on board with the crew, for ten days, which is the time of the Regatta, demands a lot of respect for each other. Because of that, I understand that it is training for life, having impact on the everyday life. All of them passed by this boat and by the position of

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“Air Mail” = “Escola de vida e de formação”

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“When I was President, the participation in regattas was much more difficult for me. There are persons, who prefer to participate in the Regatta than to collaborate during the event, in whatever is necessary”. This sailor participates in the regatta with “Air Mail”, along with his wife Graça, for 26 years and he is faithful to the competitive class, the CNH ‘rating’ ORC. “Those, who participate in the Regatta, in the OPEN class, give more importance to the get-together”, he emphasizes. With the exception of 1998, year in which he did not participate in this event, because of the earthquake on the 9th July, Luís Carlos Decq Mota only failed to participate in three or four editions. “There were years, in which I did not go but the boat was there. This idea came up, when I was CNH President, and we have to give the example with our participation. “The “Atlantis Cup” - Autonomy Regatta” is important for Clube Naval da Horta and for Faial Island. I even consider it a landmark for the regional and national sailing. We should always value it”.


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Pessoas determinantes

slaves, which is to do everything on board. And the funniest thing is that they all willingly accepted it and Quando instado a recordar pessoas que contri- enjoyed moving forward. buiram de forma decisiva para o arranque da “Atlantis Cup”, este Dirigente atira de imediato: Decisive persons Madruga da Costa, João Corvelo e Carlos Garcia, do Faial; de São Miguel recorda os amigos When urged to remember the persons that contributManuel Mota e Hermano Ferreira, e da Terceira, ed, in a decisive way, for the beginning of “Atlantis Diocleciano Silva e Rui Andrade. “Quando o Rui Cup”, Luís Carlos Decq Mota says at once: Madruera Presidente da Câmara de Angra, organizou ga da Costa, João Corvelo and Carlos Garcia, from uma belíssima recepção, até hoje memorável”. Faial; from São Miguel, he remembers the friends Em termos de Comissões de Regata/Júris, este Manuel Mota and Hermano Ferreira; and from Tervelejador memora figuras emblemáticas como ceira, Diocleciano Silva and Rui Andrade. “When José Salema, Alzira Luís e Eduardo Sarmento. “O Rui was Mayor of Angra, he organized a wonderful José Victor Alves era uma pessoa que tinha tudo party, memorable until now”. muito bem organizado e registava todos os por- In terms of Regatta Comissions/Jury, this sailor brings menores com aprumo!” back to his mind emblematic figures such as José Salema, Alzira Luís, and Eduardo Sarmento. “José Victor Núcleo profissional para gerir o CNH Alves was a person with everything very well organized and registered accurately all the details!” O actual Presidente da Assembleia-Geral e um participante activo desde a primeira hora, vê Professionals for managing CNH como necessário a existência de um núcleo profissional para gerir o Clube Naval da Horta. E The current President of the Club’s General Assemexplica porquê: “O aumento da actividade im- bly is an active participant since the beginning. He plica o aumento do voluntariado. Mas cada vez believes that it is necessary to have a professional mais tem de haver alguém profissional para esta- group leading Clube Naval da Horta. And explains belecer contactos, divulgar e promover fora do why: “The increase of activity involves an increase Faial o muito que se faz na Ilha e representar o of volunteers. There must professionals in the area to CNH de forma continuada”. establish contacts, divulge and promote outside the island everything that is done, and CNH should also be represented the in a continuous way”.

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eduardo sarmento faz uma viagem ao passado e perspectiva o futuro makes a journey into the past and envisions the future

Texto. Text: Cristina Silveira Tradução de. Translation: Sandra Dart Fotografias cedidas por. Photos provided by: Eduardo Sarmento

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oi nosso desiderato tentar reunir na publicação deste ano de 2018 – que assinala os 30 Anos da “Atlantis Cup” (em 2001 rebaptizada como “Regata da Autonomia”) – aqueles que estiveram mais directamente ligados a esta Organização exemplar e persistente do Clube Naval da Horta (CNH). Sendo, como todos sabem, nosso inimigo o factor tempo, por motivos diversos nem todos tiveram a disponibilidade desejada, ficando, contudo, a grande vontade de responder positivamente ao convite lançado para recordar vivências marcantes e, por isso, inesquecíveis. Em diferentes moldes,

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Our aim was to gather, in the publication of this year of 2018, that marks the 30 years of the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta” (rechristened in 2001 as “Autonomy Regatta”), all those that were more directly related with this, exemplary and persistent, Organization of Clube Naval da Horta (CNH). As you well know, the factor time is our enemy. For different reasons, not everyone had the wished availability, nevertheless, the big wish of responding positively to the invitation of remembering outstanding experiences remained, and because of that, those experiences became unforgettable. It is registered, in different models, but always with the same valuing

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30 ANOS ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA | 2018

O contributo dado por Clotilde Duarte e Vítor Medeiros é evidenciado por Eduardo Sarmento Sarmento highlights the support given by Clotilde Duarte and Vítor Medeiros

Fotografia. Photo credits: António Luís

mas sempre com o mesmo grau de valorização, fica registado o contributo de faialenses que, com espírito marinheiro, abnegado e voluntário, deram de si e do seu tempo ao Clube Naval da Horta e a esta grandiosa Regata, que marcou decisivamente o panorama da Vela de Cruzeiro nos Açores. No seu depoimento, Eduardo Sarmento começa por se referir a este trio (representado na fotografia acima exibida), que esteve ligado a muitas edições da “Atlantis Cup”, como “paus para toda a obra”. “Ser “paus para a toda a obra” significava participar na preparação documental das regatas (elaboração e verificação de Anúncios e Instruções de Regata, inscrições, medições, etc,) colaborar na condução das mesmas (largadas, chegadas, colocação de bóias, inúmeras directas nas pontas das docas, elaboração de classificações, etc,) e, enfim, por fazer tudo o que fosse necessário para que o resultado final fosse o melhor possível, correspondendo às expectativas dos concorrentes e tentando sempre melhorar a qualidade desportiva e social da prova em si. Foram igualmente parte integrante das várias equipas ano após ano, colaboradores como a Alzira Luís, o Jorge Rosa, a Clotilde Duarte, o Vítor Medeiros, o Hildeberto Luís e, mais recentemente, o Vítor Mota, o Rogério Feio e o António João. De notar que foi com o Hildeberto Luís e um iatista dinamarquês, Werner Graham, que a “Atlantis Cup” terá dado um primeiro “salto competitivo” com a adaptação e adopção de um Sistema de Abonos que já “ajustava”, com algum rigor, os potenciais de desempenho dos nossos barcos. Em jeito de à parte, outra figura relevante e pouco lembrada da história da “Atlantis Cup” é o “Zinho Garoupa”, do Clube Naval de Ponta Delgada que, já há décadas, e mesmo perante o desinteresse (ciúme?!) de várias direcções daquele Clube no apoio a esta prova REGIONAL e HISTÓRICA, foi sempre a “tábua de salvação” da organização da prova na “logística de mar” em Ponta Delgada.

Fotografia. Photo credits: Hugo Pacheco

2. Comandante José Salema, Eduardo Sarmento e Jorge Macedo: o trio que serviu muita vez de “pau para toda a obra” Commander José Salema, Eduardo Sarmento and Jorge Macedo: the trio that many times was the “jack-of-all-trades”

degree, the contribution of some people of Faial, that with a sailing, selfless and volunteering spirit, gave their best and their time to Clube Naval da Horta and to this outstanding Regatta, that marked the panorama of the Cruise Sailing in the Azores, in a decisive way. In his interview, Eduardo Sarmento begins to refer to this trio (represented in the photo above) that was connected to many editions of the “Atlantis Cup”, as the “jack-of-all-trades”. “To be “jack-of-all-trades” implied preparing documents for the regattas (elaboration and verification of Notices and Regatta Instructions, registrations, measurements, etc), cooperating with the different phases of the process (starting lines, finishing lines, buoys placement, many nights without sleep at the docks, elaboration of scorings, etc) and, well it means to do everything that was necessary to have the best final result as possible, corresponding to

Fotografia. Photo credits: Cristina Silveira

1. Eduardo Sarmento: “participo na “Atlantis Cup” porque adoro o mar, a Vela e o convívio com pessoas que partilham as mesmas paixões” Eduardo Sarmento: “I participate in the “Atlantis Cup” because I love the sea, Sailing and the get-together with people that share the same passions”

O faialense Hildeberto Luís participou em diversas “Atlantis Cup” e noutras Regatas, tendo conquistado alguns prémios Hildeberto Luís, from Faial, participated in different editions of the “Atlantis Cup” and other regattas, having conquered some prizes

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30 ANOS ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA | 2018 Tripulação do “Ilha da Ventura” numa edição da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. Da esquerda para a direita: Carlos Garcia, Francisco Ribeiro, João Azevedo, Eduardo Sarmento, Bartolomeu Ribeiro, Pedro Garcia e Ana Garcia Crew of “Ilha da Ventura” in one of the editions of “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”. From the left to the right: Carlos Garcia, Francisco Ribeiro, João Azevedo, Eduardo Sarmento, Bartolomeu Ribeiro, Pedro Garcia and Ana Garcia

“Participar nesta Regata equivale a uma “palete” de Prozac” Devo ter participado em 25 ou 26 edições da “Atlantis Cup - Regata da Autonomia”. Julgo que faltei às duas primeiras e não me recordo se isso aconteceu por estar ausente do Faial ou por não ter sido convidado, e a mais duas por me encontrar no Continente português devido a questões de saúde de um familiar. Em mais de metade destas 30 edições terei integrado a Organização, e nas restantes participei como tripulante em barcos de bons amigos, como o “Ofélia” e “Ilha da Ventura”, do Arquitecto Carlos Garcia, e, mais recentemente, com o Manuel Gabriel, no “Mariazinha”. Participo porque adoro o mar, a Vela e o convívio com pessoas que partilham as mesmas paixões que eu. Participar nesta Regata tem para mim um efeito psicológico de uma “palete” de “Prozac”. Funciona como um “intervalo” (ou um “reset parcial”) na monotonia instalada na rotina do dia-a-dia “em seco”. Como exemplos, refiro o facto de uma noite de Vela com vento calmo e lua cheia constituir para mim uma experiência sublime de contemplação e de paz interior… um outro dia, com vento fresco e mar picado, é algo maravilhosamente desafiante e saborosamente desgastante. Ouvir o “bufo” ruidoso de um provável cachalote, que não se consegue ver mas que pela intensidade se percebe estar a pouca distância numa noite de calmaria tão profunda que o fumo do cigarro fica parado por largos segundos à frente do teu nariz… tudo isto é algo que dificilmente pode ser descrito, pelo que só mesmo vivido...”

the expectations of the participants and always trying to improve the sports and social quality of the event itself. It should be noted that with Hildeberto Luís and a Danish Yachtsman, Werner Graham, the “Atlantis Cup” took the first “competitive leap” forward with the adaptation and adoption of a rating system that already “adjusted“, with some precision, the performance parameters of our boats. As is a sort of aside, another relevant character and very little remembered in the history of “Atlantis Cup” is “Zinho Garoupa”, of Clube Naval de Ponta Delgada that already, for some dozens of years, and even facing the lack of interest (jealousy?!) of several Boards of that Club in the support of this REGIONAL and HISTORICAL event, was always the last resort of the Organization for the “sea logistics” in Ponta Delgada. “To participate in this Regatta equals loads of Prozac”

I must have participated in 25 or 26 editions of the “Atlantis Cup - Autonomy Regatta”. I think I missed the first two and I do not remember if that happened because I was not on Faial or because I was not invited, and two more, because I was in the Portuguese Mainland, due to health issues of Colaboração a relative. I was part of the Organization in more than half of these 30 editions, and in the remain“Quanto à colaboração que fui dando, entendo ing ones I participated as crew member on board que quando se recebe tanto se deve retribuir com boats of good friends such as “Ofélia” and “Ilha o que está ao nosso alcance. Digo isto porque, da Ventura” of Architect Carlos Garcia, and more 120

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“...ainda podemos apreciar um belo nascer do sol (ou apanhar uns “duches do céu”)… “... we can still enjoy a beautiful sunrise (or get some “showers” from the sky)...

apesar do trabalho, responsabilidade, ‘stress’ (e por vezes a incompreensão de alguns que pensam estar perante uma organização profissional de uma prova de nível mundial, quando eles próprios…), ainda se desfruta da companhia e convívio com os amigos em terra e do mar. Para além disso, ainda podemos apreciar um belo nascer do sol (ou apanhar uns “duches do céu”)…e, num qualquer porto de chegada de etapa, assistir ao regresso e à partida dos pescadores (no Porto de Pipas, na Terceira, testemunhar as movimentações dos “pescadores de doca” acaba por ser um participação numa festa à moda da ilha, com dezenas de canas, de “bocas”, tendo como fundo uma “salada musical” de vários rádios a pilhas), enquanto se aguarda a chegada dos concorrentes…”

recently, with Manuel Gabriel on “Mariazinha”. I participate because I love the sea, and Sailing and the get-together with people that share the same passions as I. To participate in this Regatta has for me the same psychological effect as loads of “Prozac. It works as a “break” (or a “partial reset”) in the monotony of everyday’s life, on land. As examples, I refer the fact of a Sailing night, with calm wind and full moon, is for me a magnificent experience of contemplation and inner peace... another day, with fresh wind and rough sea, is something marvelously challenging and deliciously wearing out. To listen to the blow of a probable sperm whale, that we cannot see but by the intensity, we notice that it must be close, in a calm night, so deep that the smoke of the cigarette stops for some seconds in front of your nose... all of this is something that can hardly be described, only lived...” Collaboration

“As far as my collaboration concerns, I think that when we receive so much, we must return with everything within our reach. I say this because, in spite of the work, responsibility, stress (and sometimes misunderstanding of some that think they are in front of a professional organization of a world level event when they themselves...), we can still enjoy the companionship and the get-together with land and sea friends. Besides that, we can still appreciate a beautiful sunrise (or get some “showers” from the sky”)... and, at some finishing line harbour, assist to the return and departure of some fishermen (in Porto de Pipas, in Terceira, witness the moving of “dock’s fishermen”, ends up to be the participation in a party at the island’s way, with dozens of fishing rods, comments, Evolução: “Perdeu-se muito da componente ini- having as background music, a “music salad” from several portable radios), while we await the arrival cial de “aventura”… of the participants...” “Apesar de se manter como denominador comum o amor pelo mar, pelas nossas belas ilhas vistas a partir deste e pelo convívio com a “malta” das outras ilhas e de outras paragens (o Comandante São Marcos com o belo ‘swan’ “Quero-Quero” e o “Orion XL”, do professor “Alexandre Raínha já fazem parte da nossa “família náutica”), tinham de existir mudanças significativas em 30 anos pois, também na Vela de Cruzeiro a evolução foi grande. Para mim, e para além da natural-

Evolution: “Much of the initial component of “adventure” is lost” “In spite of keeping as common denominator, the love for the sea, for our beautiful islands seen from there and for the get-together with “guys” from other islands and other locations (Commander São Marcos with the beautiful Swan “Quero-Quero” and the “Orion XL” of professor Alexandre Rainha, are already part

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mente importante evolução de cascos e velas, o aspecto mais relevante foi na área dos meios e equipamentos de navegação. Nas primeiras edições, os ‘skippers’ apenas dispunham de meios muito rudimentares para determinar a sua posição e estes, mesmo bem operados, davam grandes erros de posicionamento… a título de exemplo: o Arquitecto Carlos Garcia (um dos “fundadores” da “Atlantis Cup” e que deverá ser o segundo ‘skipper’ com mais participações – o primeiro, e julgo que quase “totalista” será o Dr. Luís Carlos Decq Mota, também fundador da Regata) ainda hoje conta – com uma risada bem disposta – que num dia de fraca visibilidade, “conseguiu” uma posição que o colocava no planalto da Terceira, quando, afinal, estava no mar, a largas milhas daquela ilha… O radiogoniómetro era um dos instrumentos de navegação mais vulgares e precisos na altura, mas aqui apresentava muitas vezes erros importantes, já que os ângulos entre as estações e os barcos, dado o posicionamento quase alinhado das nossas ilhas, eram muitas vezes demasiado agudos ou excessivamente obtusos para se conseguirem intersecções precisas... E alguns nem o tinham… caso em que um radiozito barato a pilhas (os caros não eram ideais por serem demasiado sensíveis...) tinha que servir: quando se sintonizava a “Estação CS D-80”, a “Voz da Terceira” por exemplo, e se rodava o “radiozito rafeiro” até o sinal desaparecer, sabíamos que a antena de ferrite dele estava (mais ou menos…) alinhada com a antena de emissão do Rádio Clube da Angra e que a ilha Terceira ficava (mais ou menos uns “punhadinhos” de graus...) naquela direcção… Na altura, apenas um barco da nossa frota regional tinha “tecnologia de ponta” em termos de posicionamento. O “Ana”, do Sr. João Corvelo (também do núcleo de fundadores da “Atlantis Cup”), tinha um receptor de “Navstar”, o “percursor-piloto” do sistema GPS, mas mesmo assim, dado o ainda reduzido número de satélites, só disponibilizava posições quando lhe apetecia... e mesmo essas eram pouco fiáveis, pelo que o seu dono e competente ‘skipper’ não dispensava o uso cuidadoso dos outros “meios clássicos” da altura... e as viagens acabavam sempre com um escondido suspiro de alívio e, quando, por exemplo, aparecia bem na proa a Ponta da Ferraria na “perna” Angra/Ponta Delgada, acontecia um disfarçado sorriso com uma 122

of our “nautical family”), there had to be some significant changes in 30 years, as in Cruise Sailing there was a big evolution. For me, and besides the naturally important evolution of hulls and sails, the most relevant aspect was in the area of means and navigation equipments. In the first editions, the skippers only had very primitive means to determine their position and, even, if they were very well operated, they would give big positioning errors... For example, the Architect Carlos Garcia (one of the founders of “Atlantis Cup”, who must be the second skipper with more participations; the first, and I think that is almost a “sole winner” will be Dr. Luís Carlos Decq Mota, also founder of the Regatta) still tells, with an energetic laugh, that in a day of poor visibility, he was “got” a position that would put him on Terceira plateau but, after all, he was at sea, at many miles from that island... The radio direction finder was one the most common and precise navigation instruments at the time but it would show quite often important mistakes, as the angles between the stations and the boats, given the position almost aligned of our islands, were sometimes too acute or excessively or obtuse, for us to obtain precise intersections... And some did not even have it.. situation, in which a little portable radio (the more expensive were not the ideal ones because they were too much sensitive...) had to suit: when we tuned the “CS D-80 Station”, Voz da Terceira for example, and we turned the “cheap little radio” until the sign disappeared, we knew that the ferrite antenna was (more or less) aligned with antenna emission of Rádio Clube da Angra and that Terceira Island was (more or less some “handful” of degrees) in that direction... At that time only one boat from our regional fleet had “high technology” in terms of positioning. “Ana” from Mr. João Corvelo also belonging to the core of founders) had a Navstar receiver, the “precursor pilot” of the GPS system, but even this way, and given the

Julho de 2017: preparação do convívio na ilha de Santa Maria July 2017: preparation of the get-together on Santa Maria Island

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reduced number of satellites, it only gave positions, when it felt like... and, even those, were little reliable, because its owner, the competent skipper did not discharge the careful use of other “classic means” of that time... and the trips always ended with a secret sigh of relieve and when, for example, Ponta da Ferraria would appear on the bow, in the leg Angra/Ponta Delgada, there was a disguised smile with a little bit of pride... Today when, besides the specialized equipments, even most of the cellular phones have GPS/ GLONASS, we know always where we are, almost “A Atlantis Cup” permite o contacto com o meio marinho, funcionando by the metre. como uma pausa na agitação do dia-a-dia “The “Atlantis Cup” allows the contact with the marine world, working as a Besides this aspect, nowadays the boats are much break in the hustle and bustle of the everyday life” quicker, due to the evolution of their design, hull material and sail, the times/distances are significantly pontinha de vaidade... Hoje quando, para além dos equipamentos de- shorter. This way, much of the component of “advendicados, até a maioria dos telemóveis tem GPS/ ture” is lost and today it is easy, rapid and “common” GLONASS sabemos sempre onde estamos quase (almost monotonous...) to travel between our islands. ao metro. Para além deste aspecto, actualmente os barcos Changes são muito mais rápidos por via das evoluções dos desenhos e materiais de cascos e velas, os tem- Regarding what should be changed, I do not feel pos/distâncias encurtaram-se significativamente. with the capacity of giving big “hints”... but because Assim, perdeu-se muito da componente inicial de I do not like to “hide”, I leave here some: “aventura” e hoje é fácil, rápido... e “corriqueiro” Eventual “deep” alterations should be the result of an (quase monótono…) viajar entre as nossas ilhas”. extensive and deep reflexion by our skippers and planned together with the Board, because it is their regatta and for them... (or should it be, because most Alterações of them, although the being the most interest party, do “Quanto ao que deverá ser mudado, não me not want to have that work, they prefer to criticize, sinto capacitado para dar grandes “palpites”… who is forced to think for them, so that the “Atlantis mas como não gosto de me “esconder”, aqui Cup” can take place...) The moment that I think is more favourable to begin deixo alguns: Eventuais alterações “de fundo” deverão ser fruto this reflexion should be an extensive meeting of “skipde uma reflexão alargada e profunda por parte pers” and Club leaders before the dinner of each dos nossos ‘skippers’ e planificada em conjunto Prize Awards because during that time, most of the com a Direcção, pois a Regata é deles e para skippers and leaders from different origins that usueles… (ou deveria ser, porque uma boa parte ally participate in the “Atlantis Cup” are physically destes, apesar de principais interessados, nem present. We would then make a critical balance of querem dar-se a esse trabalho, preferem criticar each concluded edition and we could give eventual quem é obrigado a pensar por eles para que a suggestions and analyse them for the improvement/ change could of the next edition. “Atlantis Cup” possa acontecer...). O momento que se me afigura mais favorável Only afterwards, it should be prepared, coordinated para iniciar essa reflexão deveria ser numa reu- and promoted by the Board of CNH, in conjunction nião alargada de ‘skippers’ e dirigentes antes do with other regional clubs with Cruise Sailing, so that jantar de cada Entrega de Prémios, pois nessa we can expand, the most, the participation of local altura estão fisicamente presentes a maior parte boats... and start, as soon as possible to promote the dos “skippers” e dirigentes das várias procedên- next edition (as we already started to do but being cias que participam habitualmente na “Atlantis more “aggressive”) in other “markets”, because this Cup”. Far-se-ia, então, um balanço crítico de Regatta has a high growth strengthening potential of CLUBE NAVAL DA HORTA

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Julho de 2017: preparação do convívio na ilha de Santa Maria July 2014: get-together in Santa Maria, organized by “Mariazinha’s crew”

cada edição concluída e poderiam ser lançadas e analisadas eventuais sugestões de melhoria/alteração para a edição seguinte. Depois, aí sim, deveria ser preparada, coordenada e divulgada pela Direcção do CNH, em articulação com os outros clubes regionais com “Vela de Cruzeiro”, de modo a que se possa tentar alargar ao máximo a participação de barcos locais… e proceder, tão cedo quanto possível, à divulgação da edição seguinte, (como já se começou a fazer, mas talvez com mais “agressividade”) junto de outros “mercados”, pois esta Regata tem um elevado potencial de crescimento e de fortalecimento da “marca Açores”, num segmento de mercado turístico, nacional e internacional, muito interessante para a nossa Região, dados os seus diminutos impactos na natureza e os (relativamente) baixos custos organizativos, podendo através dela conseguir assegurar-se um bom retorno, não só em termos financeiros, mas sobretudo (e já há muito o é, mas ainda de forma algo incipiente…) como veículo promocional privilegiado para a nossa Região dirigido a um mercado turístico de gama média/alta que é aquele que, em minha opinião, realmente nos interessa. Parece-me ainda que, completado agora este 124

Edição de 2012: água-viva auto-iluminada pela ondulação do barco 2012 Edition: a jelly-fish self-lit by the swell

Julho de 2017: “fotografia de família” no Miradouro da Lagoa do Fogo, em São Miguel July 2017: “family photo” Lagoa do Fogo viewpoint, in São Miguel

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“modelo” que ligou com sucesso todas as nossas ilhas, cumprindo o feliz desafio/desígnio da Exma. Senhora Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, penso que deverá ser considerada a possibilidade de a “ATLANTIS CUP” “voar para mais longe”: - Porque não começar a ponderar as possibilidades de, com uma periodicidade bi ou tri-anual, por exemplo, passarmos a ter uma “ATLANTIS CUP” que una os três territórios que constituem Portugal, num percurso composto por Lisboa/Funchal/Horta? - Porque não, a médio/longo prazo, ir estudando a hipótese de a “ATLANTIS CUP” começar a ligar outros arquipélagos da Macaronésia? Posso estar a ser algo ambicioso…Palavra aos ‘skippers’ e ao Clube Naval da Horta… e aos potenciais parceiros, políticos e patrocinadores… José Victor Alves é outro dos nomes importantes e incontornáveis do “Álbum de Memórias” da “ATLANTIS CUP”. Protagonizou, com o seu “selo próprio” de dedicação, meticulosidade (e AMOR!) com que durante muitos anos serviu o “nosso” C.N.H. (neste e em diversos cargos institucionais), a Organização de várias das primeiras edições desta Regata, tendo integrado, ainda, diferentes Comissões de Regata deste importante evento náutico que, este ano, completa o objectivo de unir todas as ilhas do Arquipélago dos Açores”.

the “brand Açores”, in a national and international tourist market segment, very interesting for our Region, given the low impacts in nature and the (relatively) low organizational costs. Through it, we could assure a good feedback, not only in financial terms but mainly (and already, for a long time, but still in a kind of incipient way...) as a privileged promotional vehicle for our Archipelago targeted at a medium-high range tourist market, which is, in my opinion, the one that really interests us. I think that, now that this model that connected with success all of our islands, accomplishing the happy challenge/assignment of His Excellency the President of the Regional Legislative Assembly of the Azores, I think that the possibility for the “ATLANTIS CUP” to “fly further” should be considered: - Why not begin to think about the possibilities of every two or three years, for example, have an “ATLANTIS CUP” that would unite all the three territories that constitute Portugal, in a course composed by Lisbon/Funchal/Horta? - Why not think, at a medium/short-term study the possibility of “ATLANTIS CUP” start to connect other archipelagos of the Macaronesia? I might be a bit ambitious right now... Word to the skippers and to Clube Naval da Horta... and potential partners, politicians and sponsors... José Victor Alves is another important and indispensable name of the “Memories Album” of the “ATLANTIS CUP”. He had a role, with his “own stamp” of dedication, thoroughness (and LOVE), with which, for many years, he served our CNH (in these and in different institutional functions), the Organization of several of the first editions of this Regatta, having integrated different Regatta Commissions of this important nautical event that this year completes the goal of uniting all the islands of the Azores Archipelago”.

José Victor Alves é recordado pela forma organizada e empenhada como trabalhava no CNH José Victor Alves is remembered for the organized and committed way he worked in CNH Fotografia cedida por. Photo provided by: Luísa Paula Alves CLUBE NAVAL DA HORTA

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VENCEDORES ANO 1988

1989

1990

1991

CLASSE Monacasco A

Multicascos

Josephine Werner Gram

Olympus Diocleciano Silva

Monacasco A

Monacasco B

Ténaréze Basson Van Der

Porto Pim Carlos Garcia

Monacasco A

Monacasco B

Multicascos

Peso Birger Jansen

Pasha Hermano Ferreira

Olympus Diocleciano Silva

Monacasco A

Turismo

Multicascos

Pasha Hermano Ferreira

Cisne Esp. Hildeberto Rodrigues

Olympus Diocleciano Silva

Monacasco A 1992

1993

1994

1995

1996

1997

1999

2000

2001

2002

2003

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Josephine Werner Gram Monacasco A

Turismo

Asami Paulo Gonçalves

Valsheda S. T. Strauss

Monacasco A

Monocasco B

Turismo

Gatsby Hermano Ferreira

Asami Paulo Gonçalves

Seannine O’Leary

Monacasco A

Monocasco B

Turismo

Wings Carlos Araújo

Estrela dos Açores Armando Castro

Fuga Rui Rodrigues

Monacasco A

Monocasco B

Turismo

Mopat Manuel Mota

Amazing G. José Urbano

Genoa C. Penington

Monacasco A

Monocasco B

Turismo A

X-Treem Luís Quintino

Ofélia Carlos Garcia

Dijoca C. Gonçalves

Monacasco A

Turismo A

Wings José Medeiros

Cosmopolite Armindo Furtado

Monacasco A

Monocasco B

Oásis Manuel Mota

Boa Viagem Duarte Silveira

Monacasco A

Monocasco B

Turismo A

Turismo B

Morfeu Pedro Carreiro

Além Mar Duarte Silveira

Cosmopolite Armindo Furtado

Celtic Dream Rui Mendonça

Rating CNH - A

Rating CNH - B

Air Mail Luís Decq Mota

Ofélia Carlos Garcia

Rating CNH

ORC 3

ORC 4

Aphrodite Rui Mendonça

Ofélia Carlos Garcia

Celtic Dream João Miguel Reis

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30 ANOS ATLANTIS CUP - REGATA DA AUTONOMIA | 2018

VENCEDORES ANO 2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

CLASSE Rating CNH

ORC 2

ORC 3

ORC 4

CONVÍVIO

Ace Girl Armando Castro

Aphrodite Rui Mendonça

Air Mail Luís Decq Mota

Minerva António Silveira

Oásis Manuel Mota

ORC 2

ORC 3

ORC 4

OPEN

Nicea/Alpen José C. Henrique

Wally Carlos Araújo

Ganhoa Luís P. Morais

Ligia II José Rui Sá

ORC 2

ORC 3

ORC 4

OPEN

Açor João Leal

Wally Carlos Araújo

Ganhoa Luís P. Morais

Crosswind José Marcelino

ORC 2

ORC 3

ORC 4

OPEN

Xcape Luís Quintino

Boreas Luís P. Morais

Fénix Eduardo Reis

Quero-Quero Rui São Marcos

ORC 1

ORC 2

ORC 3

OPEN

Xekmat

Aphrodite Rui Mendonça

Boreas Luís P. Morais

Mike Davis Delmar Conde

ORC 2

ORC 3

OPEN

Xcape Luís Quintino

Fun-Tastic José Correia

Soraya Frederico Rodrigues

ORC 2

ORC 3

OPEN

CRUZEIRO

Wind 1 Carlos Laranjo

Exocet Filipe Rodrigues

Fun-Tastic José Correia

Allegro Vivace Duarte Barcelos

ORC 2

ORC 3

CRUZEIRO

Xcape Luís Quintino

Desafinado Agostinho Ribeiro

Ilha da Ventura Carlos Garcia

ORC 2

CRUZEIRO

Xcape Luís Quintino

Soraya Frederico Rodrigues

ORC 1

ORC 2

ORC 3

ANC A

ANC B

Xcape Luís Quintino

Rift Carlos Moniz

5 Estrelas José Serra

Harfang Two Nuno Alexandre

Celtic Dream João Reis

ORC A

ORC B

OPEN

Marina Cascais-Giulietta Alexandre Kossack

Celtic Dream João Reis

Synergy Heleonora da Haas

ORC

OPEN

2015

4Xcape Luís Quintino

Soraya Frederico Rodrigues

ORC

OPEN

2016

Celtic Dream João Reis

Le Aum Francisco Albino

ORC CLUB

OPEN

4Xcape Luís Quintino

Yermad Vasco Moreira

2017

CLUBE NAVAL DA HORTA

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