Colagens Boémias

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COLABORADORES DESTA EDIÇÃO André Guiomar, Daniela Gomes,Joana Araújo, João Costa, Mafalda Souto, Margarida Barros, Rui de Carvalho, Tânia Santos, Rafael Farias, Luís L. Antunes, Rui Sousa, Sofia Castro.

STAFF

Ana Ennes - anaennes04@hotmail.com Eduarda Almeida - duda_almeida21@hotmail.com Falcão Filipe - fdffilipefalcao@hotmail.com Karen Mia - karen_vgm@hotmail.com Liliana de Barros - liliana.barros@gmail.com Ricardo Pereira - ricardopereira.mof@gmail.com Rita Caferra - ritacaferra@hotmail.com Tiago Carvalho - ti21tascar@gmail.com

COLAGENS BOÉMIAS

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PERIOCIDADE

Quando bem me apetecer! Fica atento.


O CONTEÚDO DESTA REVISTA É DIRIGIDO A PESSOAS FELIZES, E SOMENTE A PESSOAS FELIZES. POR ISSO, SE HOJE FOR DAQUELES DIAS EM QUE ESTÁS TRISTINHO, OU NÃO DORMISTE BEM... MAIS VALE VOLTARES NOUTRA ALTURA.


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as emoções transformam o modo como resolvemos problemas. um olhar positivo ou negativo consegue transformar o modo de pensar. apelamos ao teu lado cognitivo para que atribuas significado, e ao teu lado afetivo para que possas atribuir valor.

prepara-te para o quente, confortável e de fácil acesso. aqui, os cheiros e os sabores são doces. temos sons calmos e harmoniosos com a tua batida rítmica. há carinho e há sorrisos e há pessoas atraentes. tudo com aquela sensualidade que te envolve e te faz sentir orgulho por fazer parte da nossa pequena comunidade. por isso, isto tem que nos fazer bem e de ser bonito. as emoções são de caráter público, já os sentimentos são cenas mais privadas. só tu é que sabes o que sentes, ou o que te fazemos sentir... não podes negar que somos um estímulo para te fazer feliz. mas a verdade é que se não restar um bocadinho, que seja, de felicidade dentro de ti (por mais escondida que esteja) , então já não há muito mais a fazer. a piada da coisa é seres feliz, e sejamos sinceros, é assim tão complicado? claro que não.

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COLAGENS BOÉMIAS pág.22

BUÉ(mios) COLADOS pág.26

CHOURIÇO A ASSAR NA BRASA pág.28 COSTELETINHAS pág.44

CALDINHO DA MEIA NOITE pág.36


BAGAÇO pág.94 ROTEIRO BOÉMIO pág.113 PIMENTOS COM BROA DE AVINTES pág.88 SONHOS pág.132

SARDINHA ASSADA pág.78 SÓ PARA OS FORTES pág.138 COLA-TE NISTO! pág.54

ALETRIA pág.144


COLAGENS BOÉMIAS

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COLAGENS BOÉMIAS

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COLAGENS BOÉMIAS

O poder do dolce far niente. O tal “não faço nada e gosto”! O poder da dupla negativa que no nosso querido português quer simplesmente reforçar a negativa! Mas vá... se eu não faço nada, então é porque devo estar a fazer alguma coisa... e matematicamente falando, menos com menos dá mais. O poder de ter a liberdade de não assumir responsabilidades, por um dia que seja. O poder de libertar a mente para a verdadeira criação. Só assim tenho acesso à grande disponibilidade de imagens que vou guardando na minha cabeça. Só quando “não” faço “nada” é que tenho o poder de me poder simplesmente sentar ao sol, com os olhos fechados, a sorrir. Só quando me disponibilizo para não fazer nada é que tenho o poder de apreciar tudo aquilo que me seduz à minha volta e, por fim, faço alguma coisa. E o que me seduz? Bem, é só abrir os olhos e olhar à tua volta. A Natureza por si só já é programada para nos seduzir. E só com estes dias lindos em que o sol brilha lá fora, as folhas quase rebentam de tão verdes que estão... e ó pá, cheira tão bem!... Só com estes dias eu consigo realmente apreciar a verdadeira essência da vida. Só com coisinhas assim pequeninas, tipo este passarinho que passou o dia a chilrear, é que eu me apercebo que realmente fui seduzida. E nem havia outra hipótese. Conforme me apercebo disto dá-me mesmo vontade de fazer alguma coisa! Alguma coisa, não. Alguma não-coisa. Esta revista é feita com o coração, não de uma, mas de oito pessoas. Por isso não admito, nem a mim mesma, chamar-lhe coisa. Por isso, é uma não-coisa. Não é material, e não é de ter. É de ser. O nosso próprio sentido de coisa não existente no mundo real do mercado e das responsabilidades, nos faz ser não-coisas. Somos independentes, somos do contra. Somos até um bocado estúpidos por fazer isto? Sim! E Gostamos!

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COLAGENS BOÉMIAS

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BUÉ(mios) COLADOS

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BUÉ(mios) COLADOS

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CHOURIÇO A ASSAR

TEXTO EDUARDA ALMEIDA

A paixão pelas ilustrações manga versus ilustrações de moda, geram novos conceitos e ideias na procura pela perfeição. Perfeição esta, atingida através de uma técnica, que reflete o detalhe, a feminilidade e o romantismo pelos olhos da artista. 28


CHOURIÇO A ASSAR

A ilustradora que trazemos para a mesa expõe aqui a sua paixão desmedida pelo desenho, pelas cores, e pela vida que eles conseguem adquirir. Tânia Santos teve o seu primeiro contato com esta arte, quando ainda era criança. Contudo, foi apenas na fase da pré-adolescência, que se deixou levar, e que começou a dedicar-lhe mais tempo, exprimindo-se através do estilo mais anime/ manga. Este estilo marcou-a profundamente (acompanhando-a ainda nos dias de hoje), os olhos gigantes e os desenhos muito elaborados, era algo que a entusiasmava e que ela adorava imitar. “Na minha opinião, eu estava a aprender com os melhores”, confessa-nos a ilustradora. Daí até começar a desenvolver os seus próprios personagens de anime foi um instante. Paralelamente ao gigantesco número de ilustrações que ia esboçando, as suas capacidades moldavam-se cada vez mais à sua personalidade, ganhando uma identidade cada vez mais própria e individual. Com o passar dos dias, e com uma formação académica na área da moda, começou a explorar outras vertentes nos seus trabalhos, procurando atrair a atenção das pessoas para os vários elementos representados, em especial o vestuário. Enquanto, que no manga navega por um universo mais fantasioso, onde transmite os sentimentos e o desenrolar de uma história. No caso da ilustração de moda, o que a hipnotiza é o jogo de cores, as diferentes poses, e a sua paixão pela fotografia. Ao ser questionada sobre qual dos dois a excita mais, a artista explica que devido à sua formação, se tem dedicado muito mais à vertente da moda. Admite que, “quantas mais ilustrações vou fazendo, mais me vou afastando da minha antiga paixão: o manga/anime. Não porque não goste, mas porque infelizmente o tempo disponível é menor, apesar de saber, que era algo que me fazia relaxar e que eu adorava”.


CHOURIÇO A ASSAR

O processo criativo por detrás destas detalhadas, femininas e românticas ilustrações, varia muito consoante o tempo disponível, o tipo de desenho pretendido, e o ânimo, que tem para as elaborar. Caso não tenha ainda uma ideia definida, prefere pegar numa folha, ou num dos seus sketchbooks, e começar a rabiscar até completar o seu pensamento inicial. Confessa que o seu método de trabalho preferido é o tradicional, a possibilidade de misturar vários materiais, e o prazer que este lhe proporciona, fazem-no ganhar destaque. Apesar disto, a ilustradora lamenta, que nem sempre consiga utilizar este método, devido ao tempo cada vez mais escasso, roubado pelo seu trabalho. Acaba por se refugiar nos desenhos digitais, onde o pode guardar, e quando arranja um tempinho volta para o finalizar. Esclarece-nos ainda que “além disso, o digital tem a vantagem de se poder corrigir com grande facilidade, e portanto não se corre tantos riscos.”

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CHOURIÇO A ASSAR

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CHOURIÇO A ASSAR

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CHOURIÇO A ASSAR

Avaliando a evolução do seu trabalho como “positiva e gradual”, é possível observar uma mudança crescente na utilização de técnicas e materiais, um empenho e curiosidade cada vez maiores nas ferramentas digitais, que resultaram no aperfeiçoamento/qualidade dos trabalhos.No último ano tornou-se mais complicado para esta jovem conciliar o trabalho com a ilustração, a própria refere que, “sei que desenho menos, mas também sei que me dedico mais aos desenhos e isso vai-se vendo nos trabalhos dos anos mais recentes”. O facto da sua ocupação profissional exigir que desenhe o dia inteiro, não lhe dá vontade de chegar a casa e fazer mais do mesmo. Por isso, quando dá seguimento a uma nova ideia, dedica-se mais ao que está a fazer e sente-se orgulhosa por desenvolver algo em tão pouco tempo, “serve para melhorar a minha velocidade a desenhar e criar”.

Hoje, com 30 anos, aposta cada vez mais nas ilustrações de moda, não só pela sua importância profissional, mas também pelo interesse que cultiva desde a infância. A única diferença agora, é que o desenho e criação de moda ficam fechados nas quatro paredes do local de trabalho, enquanto que a ilustração passou a ser o seu lazer e escape criativo. Rodeada constantemente por vários elementos, que a inspiram e influenciam, continua a ser até hoje a ilustração anime e a de moda, que mais a enfeitiçam, que a fazem querer estar sempre a criar, e a aperfeiçoar a sua técnica.

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CALDINHO DA MEIA NOITE

TEXTO FALCÃO FILIPE

Bailarino, Coreografo e artista da motricidade Nascido em Lisboa, mas com relações íntimas no norte do país e afinidades ancestrais com África, Luíz L Antunes descobre como expressar a sua alma artística, através do seu trabalho como coreógrafo, bailarino, escritor e académico. Encontrase atualmente a terminar o Mestrado em Gestão Cultural, na Universidade Técnica de Lisboa, mais concretamente na Faculdade de Motricidade Humana. O artista contabiliza no seu curriculum/portefólio, inúmeros projetos inovadores, tanto ao nível da dança, como da interpretação.

No dia 20 de Maio de 2012, em Paris,

“27 Ossos” de Tânia Carvalho, teve

a sua grande estreia a nível mundial, nos Rencontres Chóregraphiques Internationales Seine Saint-Denis, a mais conceituada plataforma de dança francesa. Meses mais tarde, mais precisamente a 20 de Abril

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de 2013, esta peça ruma até à cidade de Guimarães. A sua produção contou com um vasto leque de colaboradores, entre eles Luís Guerra, Luíz Antunes e Sandra Rosado, como bailarinos; produção encarregue por “Produção Bomba Suicida”; a interpretação da música original de Diogo Alvim, através da artista Joana Gama, e a responsabilidade dos figurinos ficou a cargo de Aleksandar. “27 Ossos”, é uma peça de dança contemporânea tocado num “Toy Piano”, inspirada no trabalho da artista plástica nipónica Yayoi Kusama, e no teatro japonês “kabuki” e no “noh” – teatro tradicional japonês, que combina dança, música, teatro e poesia. Entrevistámos então o bailarino Luíz L Antunes, falando um pouco sobre a sua vida profissional, artística e estudiosa, no que diz respeito ao movimento humano através da dança.


CALDINHO DA MEIA NOITE

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CALDINHO DA MEIA NOITE

Numa conversa intimista, fala-nos então do teu trabalho, convicções políticas face à dança e dos teus projetos futuros. “Eu fiz quatro trabalhos coreográficos (...), falo de um que se chama “Le cock is dead” onde colaborei com Francisco Pedro, bailarino e professor na escola superior de dança de Lisboa, tendo sido uma criação feita por encomenda para o festival, que se passava na Cova da Beira. Estreado no Fundão, esta aliciante peça foi baseada na coreografia clássica “O Espectro da Rosa”, sendo exibida em vários locais nacionais e internacionais. A partir deste espetáculo, executei uma questão que está muito presente no subtexto da peça, que tem que ver com o desejo. Sendo, portanto retratadas três personagens, que fomos descobrindo e esmiuçando, a partir de uma estrutura tripartida, e de uma forma mais expressiva para chegar a esta temática. Foi um trabalho que gostei muito de fazer, é também uma peça pela qual assino.

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Colaborei significativamente neste campo, com uma peça que se chamava “Vários multiplex multi-formis” onde éramos, também três intérpretes, na qual participava como bailarino. Trabalhámos ainda com uma bailarina espanhola, Helena Castilho, e com um outro bailarino. Este, tinha que ver com o universo de Eugénio de Andrade, rebuscando então o seu mundo literário. Durante muito tempo estudei a questão do texto, tanto no “Varios multilex mult-fomis”, como no “Espectro da Rosa” e no “Rosas de papel”. Esta última peça fez-se para o Teatro Nacional Dona Maria, aquando do aniversário do poeta António Ramos Rosa, juntamente com uma bailarina que se chama Catarina Câmara, da companhia da Olga de Roriz.”


CALDINHO DA MEIA NOITE

Esta pergunta é já da praxe: muitos projetos para o futuro?

“Enquanto intérprete, farei a próxima criação de Tânia Carvalho, que estreará na bienal de Lion em Setembro de 2014. Apesar de já termos a temática geral, ainda não entrámos em estúdio, contudo já está marcado para este mês na Primeira Residência Artística. Aguardo também um texto escrito, para partir para uma nova criação que será lançada em 2014, e tenho também um projeto do qual sou diretor artístico e cofundador, com outro colega, que se chama “Mente” (mais informações em http://www.mente.pt). Este último consiste na programação artística e performativa em espaços não convencionais, que tem como objetivo fazer chegar às pessoas, que não têm o hábito, ou a cultura de ir a um teatro, ou de conhecer os nomes dos novos atores, novos encenadores e novos coreógrafos. É criado aqui, um modelo de festa onde as pessoas vão deparar-se com oito happenings, de oito artistas diferentes, e onde cada um tem oito minutos, para se apresentar e exibir o seu trabalho. O lema é “ Ou és bom, ou és rápido”, e portanto as pessoas vão para uma festa, assistem a estas performances rápidas, que vão acontecendo, e depois poderão usufruir de toda uma dinâmica festiva (...).”

Qual achas ser o futuro da dança em Portugal e no mundo?

“ Estamos numa fase de mudança, como em todos os inícios de século onde existe um ciclo que se fecha. Em Portugal, só em 1940 é que surge a primeira companhia de dança, após o estado novo com o Ministro da propaganda António Ferro, também Almada Negreiros tinha já algum trabalho desenvolvido, mas a título perfeitamente amador. Tendo mais tarde surgido, através do Ballet Gulbenkian (fundado em 1965 pela Fundação Gulbenkian e encerrado em 2005), algumas estruturas independentes e pequenos grupos de criadores, sendo posteriormente criada em 1977, a Companhia Nacional de Bailado. Temos muitos bons criadores nacionais, mas continuamos a ter problemas com as estruturas existentes, mas este é um problema endémico relacionado com a tradição cultural em Portugal, onde tudo acontece por via de subsídios e não de organização empresarial. Existe ainda um conjunto de estruturas, que são de produção, onde se contratam bailarinos a recibos verdes, o que se torna uma situação precária para trabalhar.”

A nível internacional, Luíz fala-nos de mostras realizadas em Paris com vários coreógrafos portugueses, que se tornaram já referências a nível da dança, como Tânia Carvalho, Luís Guerra, Marlene Freitas e Vitor Pontes. Não sendo, portanto possível fazer grandes previsões quanto ao futuro da dança nacional, pela sua dicotomia do insucesso nacional/sucesso internacional.

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CALDINHO DA MEIA NOITE

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CALDINHO DA MEIA NOITE

Concluindo, o Luiz L Antunes é um boémio?

“Sim, tem um quê de boémio.

Sou uma pessoa que se relaciona muito, não sou um ”bicho-do-mato”, sou um boémio no bom sentido, isto

é, no sentido romântico e não no sentido pejorativo da palavra. Gosto de estar com as pessoas, conviver com elas, conhecer novas culturas e estilos de vida, novos projetos, novos mundos, e acho que a partir desta experiência aprendes a conhecer-te melhor, e acabas por enquadrar-te, o que resulta no teu posicionamento como pessoa, relacionandote e cruzando informação. Claro que isto depende da predisposição que tens, e como eu acho que reúno esses fatores, posso então dizer que sou um dos novos boémios.” Luíz entra então para o reportório das Colagens, é um dos quais o leitor poderá acompanhar através das redes sociais cibernéticas. https://www.facebook.com/luiz.lantunes

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COSTELETINHAS

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COSTELETINHAS

TEXTO RICARDO PEREIRA Nos tempos de hoje, em que toda a gente tem facilidade em adquirir uma câmara fotográfica, nem que seja um telemóvel, é curioso como somos envolvidos num mundo onde o papel da imagem ultrapassa qualquer conceito artístico, isto é “sou fotografado para provar a minha existência, e que tudo ou nada posso fazer”. Desenvolvemos uma espécie de fast food visual, que nos corrompe completamente a verdadeira essência da imagem. Isto não quer dizer de forma alguma, que é obra do diabo, mas sim um processo de pensamento influenciado pelos princípios da geração das redes sociais. Existem muito boas fotografias dentro deste contexto, tais como muito más, mas o que importa aqui é a devotação que damos à imagem, e a maneira como utilizamos esta linguagem, para comunicar com o mundo exterior.

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COSTELETINHAS

Rafael Farias, frequenta o ensino superior da Escola Superior da Música e das Artes de Espetáculo no Porto. Ainda a concluir o mestrado não deixa despercebida a sua grande paixão pela imagem, e principalmente pela fotografia. Sem quaisquer influências diretas à arte de fotografar, afirma uma grande admiração pela mãe, que por sua vez demonstra uma grande aptidão pelas artes plásticas. Sendo ou não esta a principal razão, que o introduziu a este mundo imaculado, Rafael faz um excelente trabalho não só a representar, como também a partilhar as suas mais profundas emoções com o espectador. Este interesse pela imagem, entre todas as outras representações, parte pelo prazer de absorver e congelar essas mesmas emoções perdidas no tempo. Tem como base nos seus projetos, o retrato, classificando assim a sua categoria por enquanto, “Não existe nada melhor do que uma lente de 50mm, e um sorriso para este propósito”. Parte do princípio, que numa boa fotografia de retrato tem de existir uma empatia entre o sujeito e o fotógrafo, porque a base desta imagem será esta mesma relação. É tudo tão simples, o que uma pequena conversa com a pessoa em questão faz, gerindose uma área de conforto, resultando mais tarde em confiança. Após concluído este passo, quando pegamos na câmara pela primeira vez, vamos reparar que deixa de ser um objecto intimidador, e passa a ser um brinquedo inofensivo, com um único propósito: “Valorizar a vida”. O “Engraxador de Viseu”, um dos seus projetos, partilha exatamente esta simbologia - a valorização de uma vida e a representação de um trabalho em vias de extinção, onde nos tempos dos nossos avós, o brilho do sapato gritava mais alto, do que os padrões berrantes das gravatas. Um trabalho desenvolvido em âmbito académico, que o atirou para as páginas do jornal, acessível aos olhos de quem vê.

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COSTELETINHAS

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COSTELETINHAS

O “Engraxador de Viseu”, um dos seus projetos, partilha exatamente esta simbologia - a valorização de uma vida e a representação de um trabalho em vias de extinção, onde nos tempos dos nossos avós, o brilho do sapato gritava mais alto, do que os padrões berrantes das gravatas. Um trabalho desenvolvido em âmbito académico, que o atirou para as páginas do jornal, acessível aos olhos de quem vê. Rafael não resistiu ao encanto, o que presenciou ao encontrar aquela personagem, um homem do tempo, a exercer tal profissão. Com calma apresentou-se, e sem esconder o seu propósito fotográfico gerou uma conversa, que lhe proporcionou um melhor conhecimento não só sobre aquela profissão, mas também sobre o Senhor Albino. E assim, com as portas abertas, Rafael teve a oportunidade de representar aquele retrato da solidão, desvanecido pelo tempo.

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COSTELETINHAS

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SARDINHA ASSADA

O seu trabalho mais recente gerouse a partir da oportunidade, que surgiu de um projeto académico, tendo como objectivo a realização de 3 documentários em Mesão Frio. Foi necessário mais de 3 meses, para a sua conclusão, e durante esse período Rafael desenvolveu a sua ideia, que mais tarde foi exposta no edifício da Portugal Telecom no Porto. Estamos a falar duma sequência de fotografias, que relatam o mais genuíno da nossa cultura portuguesa “Os Caseiros”, centrando-se sobretudo naqueles, que tomam conta destas casas senhoriais. Não existe nada mais interessante do que redescobrir as nossas raízes, e este projeto não só demostra esse lado, como o leva ainda mais a frente. A fotografia regista um olhar atento à figura humana, e ao lugar envolvente à mesma. Pretendeu representar o imaginário e a sua identidade. O corpo e

o tempo, a passagem entre os lugares dão a conhecer o sujeito representado na imagem. Temos o exemplo perfeito da senhora Ernestina, debruçada sobre a janela numa contemplação da pintura fresca, que é a natureza. Um momento intimo e pessoal de uma reflexão, que mistura o espaço físico com as correntes das ideias. Ou o senhor Gabriel na sua garagem, rodeado dos seus “brinquedos”, de cabeça bem erguida e com um sorriso de criança, como se estivesse iluminado por um raio de sol perdido na sua infância. Esta abordagem é uma característica muito comum nos seus trabalhos, que o constrói não só como fotógrafo, mas também como pessoa. Viver de fotografia não será fácil, mas para o Rafael não será impossível.

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COLA-TE NISTO!

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COLA-TE NISTO!

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COLA-TE NISTO!

POR RITA CAFERRA

Já estava mais que na hora, que as Colagens Boémias partilhassem com o mundo o bom sentido do português na cozinha. Haverá algo melhor do que os cheiros e sabores que se entrelaçam no nosso coração e nos fazem criar água na boca? Claro que sim. Quando é a Rita a cozinhar e tu já sabes que te vais babar!

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COLA-TE NISTO!

tablete de chocolate para uso culinário

2 ovos

75 g de manteiga

200 g farinha de trigo

9x 125 g açúcar amarelo

1 colher de chá de fermento para bolos

3x

9 colheres de sopa de leite

3 colheres de sopa de cacau em pó

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COLA-TE NISTO!

ligue o fonrno a 180º 1 Separe a tablet de chocolate em quadradinhos e reserve 12. Pique o restante na picadora.

2 Numa bacia bata a manteiga com o açúcar até obter uma mistura cremosa.

3 Bata os ovos com o leite e entretanto junte a

farinha com o fermento e o cacau numa taça.

4 Adicione a mistura do leite com os ovos à

manteiga com o açúcar e mexa. Acrescente a farinha, o fermento e o cacau e bata bem.

5 Junte o chocolate picadinho e misture. 6 Divida a massa pelas forminhas (mais ou

menos 3/4 da forminha). Coloque um quadradinho de chocolate inteiro dentro da massa, em cada uma das forminhas e leve ao forno durante 20 minutos

Retire e deixe arrefecer.

Dicas: Em vez de picar o chocolate pode derretê-lo em banho-maria ou no micro-ondas com duas colheres de leite. A mistura da farinha com o fermento e o cacau em pó pode ser peneirada, assim evita os grumos que tendem a não desfazer. Pode reduzir o tempo de cozedura em 5 minutos, assim os seus muffins ficarão menos secos! Sirva-os com uma bola de gelado de nata ou baunilha e sirva-os como sobremesa. Para satisfazer os mais pequenos, os mufins também são deliciosos acompanhados por um simples copo de leite na hora do lanche! 58





É. VOU FICAR À TUA ESPERA, SE CALHAR.



COLA-TE NISTO!

POR SOFIA CASTRO

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COLA-TE NISTO!

C

om alma pesada observa o mar, como envolvidas num manto de orvalho parecemlhe os acontecimentos dos últimos dias. Um pesadelo tão longe da realidade desejada, que na sua convicção não poderia ser mais do que isso. De longe toca o radio… Um sentimento melancólico percorre o seu corpo. Hoje, nem as ondas do grande oceano conseguem apagar as marcas deixadas na areia. Já sentada no café segue, um pouco ausente, os passos do senhor Monteiro. - Hoje o sol está quente, não esta dona Alice? Deixe estar que eu já lhe tiro a força. A vida segue a sua rotina, e como se não lhe dissesse respeito observa-a correr pela porta da entrada, em cada rosto que passa. Um vazio reflete-se nos seus olhos cansados, das lágrimas que carregam, e com o coração no passado e a mente no futuro parece-lhe, que o presente lhe escapa entre as mãos. Incapaz de se libertar deste peso enorme deixa-se cair na estagnação, à espera de uma mão que a levante. Ao cair da noite, rodeada de gente sem nomes, sente o vento a acariciar-lhe a face. Aos poucos, a vida volta a mover-se dentro das suas veias, e agarrando na pouca força que resta dentro de si, obriga-se a levantar. Com cautela dá os seus primeiros passos, igual a uma criança que descobre o que a rodeia pela primeira vez, o mundo volta a ganhar as suas cores. Levemente pinta um sorriso no ar, e passeando pelas ruas negras reencontra-se na clareza de um novo dia. 65


COLA-TE NISTO!

TEXTO RICARDO PEREIRA

É de louvar este interesse, que é cada vez mais comum na nossa geração, no que diz respeito à linguagem artística. Estamos a adquirir gradualmente um grande carinho por esta cultura, fruto da nossa existência sobre o chão que pisamos. Num pequeno convívio conheci Eduardo Costa, um indivíduo que partilha um grande interesse pela arte e principalmente pela cultura portuguesa. Este que, por sua vez foi um dos organizadores do festival “Filhos da Curta”, que ocorreu no passado dia 1 de Junho no Teatro Amador de Sandim.

“ A ideia inicial seria criar um espaço de garagem, onde cada um de nós pudesse entrar em contacto com a nossa cultura, apresentando várias linguagens diferentes como a pintura, escultura, fotografia … como não tivemos muita disponibilidade por parte desses artistas, acabámos por nos focar mais no cinema e na música”.

O festival foi organizado em três blocos de 4 sessões, com intervalos de 15 minutos, sendo utilizados para divulgar um pouco da cultura musical portuguesa. Iniciouse com Carolina, que levou a alma do fado para o recinto, e de seguida passou-se à apresentação da primeira curta “1111”.

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Com muita pena, não tive o prazer de assistir à primeira Edição dos “Filhos da Curta”, mas obtive um bilhete dourado que me permitiu aceder a uma sessão restrita, onde pude observar com atenção todas as obras apresentadas no festival. Gostaria então de destacar três curtas, que no meio de tanta genialidade foram as que mais me marcaram:


COLA-TE NISTO!

“A song for a prostitute”, uma curta

de stopmotion de Fernando Madeira, Moisés Rodrigues e Paulo d’Alva, que retrata um homem que bebe, sonha e canta para uma prostituta, um homem rato, ou um homem e um rato, que partilham aquele momento.

“Em terra frágil” de Bruno

Carnide, uma viagem ao mundo mais cruel do ser humano. Percorrendo dois países, Portugal e Inglaterra, conta a história de uma mãe, que se vê obrigada a deixar a filha devido a um vício oculto do marido.

“Aqui jaz a minha casa”

uma curta de Rui Pilão, que retrata um velho que ao acordar e sentir que este vai ser o seu último dia, e ao saber que não existe ninguém na povoação para o seu funeral, representa uma visão sobre a atualidade do território transmontano. As recordações e ilusões de outrora dum povo forte e nobre deixado ao abandono na sua orgulhosa terra.

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COLA-TE NISTO!

A organização deste festival foi uma ideia fantástica, que partiu da uma simples vontade “ Sempre gostei de curtas e sempre desejei convidar um grupo de amigos e pessoas, que partilhassem este meu interesse, num espaço onde possamos visionar e até mesmo participar com os nossos próprios filmes...” “... o mais engraçado seria, depois da sessão, criar aquele diálogo, uma espécie de tertúlia para partilhar a nossa visão pessoal sobre o que acabámos de ver...” A composição desta edição foi constituída por Eduardo Costa, Rui Fontemanha, Luis Valente, João Trindade, Sofia Marques e Mariana Alves. Todos eles fizeram um excelentíssimo trabalho em remar para a frente com este objectivo. Visto que foi a primeira vez, que arriscaram em projetar esta ideia, depararam-se com alguns conflitos que muitas vezes iam contra a ideologia do festival, e que por sua vez fazem parte de um processo experiencial, que nos reveste cada vez mais o conhecimento. “Esta experiência foi crucial, para perceber um pouco mais sobre este mundo e o público em questão, e como vai existir uma próxima edição vamos aplicar tudo o que aprendemos aqui, para oferecer uma experiência muito melhor e à frente da que tivemos”. Eduardo Costa apresentou também a sua curta-metragem no festival, intitulada de “Locked in” retratando uma personagem com síndrome locked in, um estado aparentemente semelhante ao estado vegetativo persistente, mas no qual a pessoa mantêm a consciência. Reforçado de personalidades distintas reflete a história de uma mente. Este projeto entre todos os outros pertencia a uma abordagem mais amadora, mas no entanto mais genuína, e com uma mensagem muito simples. Não percam a próxima edição deste festival, porque as Colagens Boémias também não!

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COLA-TE NISTO!

DIÁRIO DE BORDO POR FALCÃO FILIPE 11 horas da manhã. Toca o telefone. -Muito bom dia, Falcão. Daqui fala a Vicky, sempre podemos contar consigo para logo, em Ermesinde? Mandei-lhe um “mail” com a informação sobre o evento. Ainda sem perceber bem o que se passava, respondi. - Claro Isabel, como falámos ontem. - Mas daqui quem fala é a Vicky. - Peço desculpa pela confusão. Acabo de acordar. Telefones desligados, e corro a ver de que email se tratava. A noite boémia ainda pesava na alma, mas era hora de me colar no trabalho. “FashionFive” preenchia o campo de assunto, e logo se fez luz na minha cabeça. Aquele nome tinha-me passado várias vezes pelos ouvidos ao longo da semana, e agora estava na hora de me deslocar a Ermesinde, para uma tarde a pentear, para o tal evento. A premissa deste tal evento/concurso é simples, prática e funcional - 5 escolas de moda; 5 designers de cada escola; 5 coordenados por designer. Criado e promovido pelo Grupo I&D, a segunda edição do FashionFive ire-se-ia realizar no início dessa noite. Malas no carro, depósito atestado e arrepiei caminho. Chegado a Ermesinde, deparo-me com um palco de boas proporções, onde uma passadeira se estende até ao anfiteatro, e já com a instalação de iluminação feita. Dirigi-me ao backstage, para conhecer a equipa de trabalho do dia, e deparo-me com os meus colegas de turma.

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COLA-TE NISTO!

-Hey Catarina! Estás “porreira”? - Tudo em ordem, meio stressada - diz entre risos. Catarina Almendra, foi uma das designers a apresentar um pouco do seu trabalho, como criadora naquela noite. Junto com mais alguns colegas e amigos de faculdade, estava Ana Carolina Sousa, Mariana Ramos, Martim Ribeiro e Patrícia Santoalha, que representavam a Licenciatura em Design e Marketing de Moda da Universidade do Minho. Junto com a maquilhadora Mónica Bernardo, instalei o meu material na mesa de trabalho, e puxo de um cigarro, enquanto assisto ao último ensaio de passerelle. 22h , o espectáculo vai começar. Manequins alinhados, música a” bombar”, e inicia-se hora e meia de frenesim constante. Roupas a voar, a coordenadora de backstage chama uma a uma, sempre num tom de voz, bastante assertivo e com uma aparência tranquila, enquanto que eu cabeleireiro, para esta noite, e a Mónica (a maquilhadora) saltamos de um lado para o outro, sempre que reparávamos num fio de cabelo fora do sítio, ou num batom esborratado. Acaba o desfile, e enquanto que os designers sobem à passerelle, os manequins no backstage vão chamando as suas próprias roupas entre berros e gritos. “ Quem viu as minhas botas amarelas?”; “Onde estão as minhas leggins?” e “ Alguém viu o meu soutien?”, eram das frases mais repetidas naquele momento. Arrumadas as minhas coisas, despeço-me dos que ainda se encontravam naquela reviravolta, a que toda a gente gosta de chamar backstage, e meto-me no carro, rumo Aveiro para uma noite de reencontros, porque afinal, a noite ainda era uma criança.

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COLA-TE NISTO!


COLA-TE NISTO!




SARDINHA ASSADA

TEXTO ANA ENNES FOTOGRAFIA RICARDO PEREIRA

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SARDINHA ASSADA

Os sorrisos são abundantes, reencontram-se os amigos e a boa disposição é incontrolável, cantou-se o hino de eletrónica na LOLA, fizeramse derrapagens com carrinhos de compras até se partilharam uns chutos na bola… Entretanto chegou aos ecrãs “Seven Psychopaths”, uma comédia realizada por Martin McDonagh que se declara “Smart, Explosive and Very Funny”. As pessoas aconchegam-se entre o conforto de uma relva bem cortada debaixo das mantas, e, a calorosa boa disposição de todos os outros que ali se encontram. Mais tarde, as cores ficaram mais vibrantes e o sangue começou a fervilhar! Veio o dilúvio de som, com

Electro Domestic, Mister Teaser, Tiago Cruz e Vitor M., para as

a festa mais desejada de sempre pelos jovens universitários da academia teve lugar no campus de Azurém, Guimarães. Depois do susto do dia 13 de Junho no qual saiu um comunicado para declarar a morte da Grass Party, os corações ergueram-se aos céus, e, ou vai ou racha, a Grass Party ia ACONTECER!! Num tempo inconstante entre chuvas e sóis chegou dia 26 e o universo sorriu mais uma vez. Início de tarde, o sol a tostar e as cervejas a refrescar para a melhor festa do ano organizada pelo CineFocum da Universidade do Minho. Tudo acontece ao ar livre…

mentes inebriadas enlouquecerem num harmonioso e resplandecente caos! E foi assim, que os sonhos se realizaram, os ideais foram construídas e os momentos serão perpetuados na memória de mais de 300 jovens para sempre. Este será lembrado como o dia em que a Grass Party se superou e esteve DEMAIS!!

churrasco, cinema, música e muito convívio, a combinação perfeita para um dia boémio. As almas aquecem

enquanto se grelham umas febras e uns pimentos nas brasas, o espirito é lubrificado com uns copos de alegria e as mantas estendem-se na relva para dar lugar aos piqueniques.

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SARDINHA ASSADA


SARDINHA COSTELETINHAS ASSADA

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COSTELETINHAS

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SARDINHA ASSADA

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SARDINHA ASSADA


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PIMENTOS COM BROA DE AVINTES

POR RITA CAFERRA 8 1

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Nesta estação os looks são bastante influenciados pela doçura irreverente dos 90’s. O vestuário quer-se simples e divertido, jogando-se com os estampados, formas e acessórios. As plataformas são o acessório que marcam o verão! Leves e confortáveis serão o teu maior aliado para as festas! 1. Zebra Crop tee 35€ 2.hypnotic necklace by gonzalo cutrina glintshop 145€ 3. Assimetric Split Oversize Black Shorts 30€ 4. Irregular lozenge white Bag 40€ 5. Snick 2PTO by Jeffrey Campbell 220€ 6. Eastsider shades 18€ 7. Cross Back Denim Dress by Asos 60€ 8. Watermelon Crop Tank 45€ 9. Transparente watermelon chain shoulder bag 15€ 10. Spacer Platform by Unif 95€.

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PIMENTOS COM BROA DE AVINTES

Esquece lá o biquíni, o triquini, ou o monoquíni… este ano o que está a dar é o fato-de-banho! Estampados tribais, tropicais, cartoons, transparências, contrastes, estruturas e até mesmo se quiseres, estilo Baywach, vale tudo! Na piscina ou na praia entra neste jogo de sedução…as tuas curvas tornam-se salientes mas nunca evidentes. 11

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11.Suboo Swimwear 2014 12. Suboo Swimwear 2014 13. Minimale Animale Swimwear 2014 14. T-Rex Swimsuit by Beach Riot 15. Mara Hoffman Swimwear 2014 16. Poko Pano Swimwear 2014 17. Mara Hoffman Swimwear 2014.

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PIMENTOS COM BROA DE AVINTES

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POR FALCÃO FILIPE

Para os meninos, temos um look de Verão que aposta nas tendências para esta estação, seguindo ao mesmo tempo um estilo mais alternativo. Aspeto fresco e irreverente, com as novas chinelas de edição limitada com estampado do jogo “Pac-Man” da marca brasileira “Havaianas”, ou conjugado com as novas sandálias “Doctor Martens” para “rockares” a praia colado na tua onda.

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1. Hoodie , Superdry Sweat T-shirt, Asos, 66,28€. 2. 514tmStraightFot Pants, LEVI’S, 28,35€. 3. Chapéu jaxon hats summer lues rilby ,Ivory ,14,95€. 4. T-shirt estampada, Zara, 7,99€ 5. Havaianas edição especial”Pac-man”, 23,90€ 6. Sandália em couro, DoctorMartens, 66,90€

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PIMENTOS COM BROA DE AVINTES




BAGAÇO

O consumo de bebidas alcoólicas provoca no ser humano e em muitos outros animais uma dormência agitada, como que um transe em que aquilo que se pensou enquanto sóbrio é exposto ao mundo sem qualquer inibição, inibição essa que se começa a perder também após o segundo cálice. Estes estados de ausência de inibição, dormência agitada e transe são sempre estados em que o ser humano terá uma maior sensibilidade à criatividade, e portanto os autores questionam-se: será o Vinho do Porto uma chave que pode abrir as portas da criatividade libertando o Homem de barreiras emocionais e sociais para criar mais livremente? Pensa-se que sim e é exactamente isto que é retratado na colecção, a inebriação causada pelo Vinho do Porto como catalisador de criatividade e de alteração de estados de espírito. 94


Coleção: Little Red Spot Designers: Daniela Gomes, Falcão Filipe, Joana Araújo, Mafalda Souto, Margarida Barros, Tiago Carvalho. Modelos: Daniela Gomes, Falcão Filipe, João Costa. Fotografia: Ricardo Pereira

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COLA-TE NISTO! BAGAÇO

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COLA-TEBAGAÇO NISTO!

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BAGAÇO

Coleção: Little Red Spot Designers: Daniela Gomes, Falcão Filipe, Joana Araújo, Mafalda Souto, Margarida Barros, Tiago Carvalho. Modelos: Daniela Gomes, Falcão Filipe, João Costa. Fotografia: Ricardo Pereira






ROTEIRO BOÉMIO

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ROTEIRO BOÉMIO

Através de uma visão atenta ao que nos rodeia, procurando a valorização de espaços alternativos que nos contam histórias, repletas de experiências que preenchem memórias, surgiu o Roteiro Boémio. Uma colagem em que as palavras se unem ao poder da fotografia percorrendo as mais diversas cidades da nossa estimada nação. Nesta edição percorremos aquilo de melhor tem o Verão: as festas de rua, as festas populares! Deixa-te contagiar pela alegria!

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ROTEIRO BOÉMIO

De 30 de Maio a 30 de Junho, O São João é celebrado. Maior festa popular do Porto, Ninguém se sinta enganado. 56 114


ROTEIRO BOÉMIO

TEXTO ANA ENNES FOTOGRAFIA RUI DE CARVALHO Num mês repleto de atividades tradicionais, artísticas e criativas as iniciativas são imensas, teatro, música e desporto… Há muito para ver e sem dúvida para viver! Há que chegue para todos, crianças e jovens, os seus pais e até avós. O dinamismo cultural floresce na mente dos portuenses e os que visitam a cidade deixam-se contagiar. Tudo nos envolve numa atmosfera de festa, há sardinhas a grelhar nas brasa, manjericos a perfumar as vielas, fitas e balões que preenchem com júbilo os caminhos e casas da cidade invicta. Os manjericos são uma tradição associada às festas dos santos populares e, no São João, são acompanhados de bandeirinhas com quadras alusivas ao amor, à vida, suas mágoas e alegrias. Aproxima-se 24 de Junho, feriado municipal e, com este a noite que todos anseiam! De 23 para 24, as famílias reúnemse à mesa e a população sai à rua em massa. Entre o convívio e as risadas há também espaço para um copo de vinho e umas sardinhas grelhadas. Numa noite cheia de tradições, a primeira tradição que falaremos aqui tem os seus relatos mais antigos no século XIV, e é o fogo-de-artifício. No céu surgem desenhos de luz que se refletem nos olhos dos milhares de pessoas que assistem. É assim que começa a gloriosa noite de São João! Durante toda noite, martelinhos, alho-porro, ramos de cidreira ou de limonete servem para dizer “olá” a toda gente e não há ninguém que não se “cumprimente”. Não há canto ou rua da cidade em que o som destes martelinhos não se faça ouvir e poucos “sobrevivem” aos ramos e alhos! 115


ROTEIRO BOÉMIO

A folia está no Porto e no céu nem se conseguem contar os balões de ar quente, grandes e pequenos de diferentes formatos e cores. Nas ruas, grupos se juntam, numa noite que este ano esteve ventosa, para com paciência e esperança lançar o mítico balão de São João. Por vezes, outros se juntam a estes grupos, partilham da sua fé e assim se criam sinergias. É nestes momentos que se criam as histórias de uma noite em que o céu escuro está iluminado quando todos se juntaram para lançar balões nesta festa popular. Num São João cheio de tradições, fala-se ainda das fogueiras espalhadas pelas ruas, normalmente, em bairros mais tradicionais. Este é o São João, os seus costumes e memórias que estarão para sempre vivas nos corações daqueles que vivem a

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ROTEIRO BOÉMIO

TEXTO EDUARDA ALMEIDA FOTOGRAFIA ANA ENNES A tarde ia ainda no início, quando o nosso nariz começou a sentir a fusão dos primeiros aromas, que anunciavam o princípio de mais uma noite das festas de S.Pedro. De um lado o cheiro suave e relaxante do mar, de outro o intenso e caloroso cheiro a carvão. Adotada pela Póvoa de Varzim, como a festa oficial da cidade, esta é uma semana onde a animação e o convívio são os pratos principais para quem a visita. Devo dizer que a festa do S.Pedro tem uma magia especial, não sei se é pela boa energia que as festas populares emanam, ou pura e simplesmente pelo ar convidativo que a “gente” desta terra tem. Como bons portugueses que somos, adoramos comer e beber bem. A bela da sardinha assada com broa, o copinho de vinho, e o borbulhante caldo verde aquecem-nos não só o corpo, mas também

a alma. Não ficamos contudo só a comer. Enquanto vamos satisfazendo a nossa gula, damos “duas de treta” com uma pessoa, e mais outra, e outra… E é esta a base genuína e contagiante do S.Pedro na Póvoa de Varzim, o convívio com amigos e com os até então desconhecidos. As ruas enchem-se de grelhadores, os moradores convidam os visitantes a juntarem-se a eles, a brindarem ao Santo Padroeiro da cidade. Os bairros da cidade encontram-se divididos em seis grupos: Belém, Mariadeira, Matriz, Regufe, Norte e Sul, sendo que a maior competição existente é entre os dois últimos. Os bairros são minuciosamente decorados pelo povo da cidade, exibindo um altar com aquele que vigia e guarda os seus pescadores. As varandas encontram-se cobertas de ornamentos típicos da arte da navegação e exploração dos sete mares.

25 de Junho a 7 de Julho 2013 - Póvoa de Varzim

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ROTEIRO BOÉMIO


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ROTEIRO BOÉMIO

Instante a instante o sol desapareceu da linha do horizonte, fazendo com que a noite nos desse o ar da sua graça. E que noite. Uma noite quente, em que raramente corria uma brisa, e onde a chama das fogueiras servia de iluminação. Passadas todas as sardinhas, e a abundante bebida é altura de ver as atuações das rusgas dos bairros. Seguindo grupo a grupo, é possível ver como cada um deles vibra com aquele momento, com a possibilidade de representarem a sua cor, o seu bairro, a sua cidade. Ninguém vai dormir cedo nesta noite, cada pessoa quer dar o seu contributo, quer saltar a fogueira, andar de rua em rua até o sol nascer. Antes de esta terminar é preciso ir até à praia do Carvalhido, onde há uma nova enchente de pessoas, daquelas em que parecemos sardinhas em lata, mas onde todos lutam por serem o último a sair. As pessoas dançam, a música e as gargalhadas abafam o tilintar dos copos. Rua a rua, o cenário é sempre o mesmo, mas não no mau sentido. É impossível não ser conduzido por aquele espírito de festa, de alegria e de embriaguez. Sejamos sinceros, as festas populares são sinónimo disso mesmo, de muita vinhaça e muita felicidade, se é que me entendem. E o S.Pedro não é exceção, quem lá vai uma vez assina a sua sentença: a de voltar no ano seguinte.

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ROTEIRO BOÉMIO

TEXTO EDUARDA ALMEIDA FOTOGRAFIA ANA ENNES S.Bento conhecido como o advogado das coisas “ruins” e dos “males” desconhecidos. Entre os dias 10 e 14 de Julho, este santo é venerado e ovacionado pelo povo de Santo Tirso. Uma cidade de tradições religiosas, que interliga harmoniosamente o sagrado com o profano, através de cerimónias sagradas versus concertos e festividades boémias. Eis que chega por fim, a semana mais aguardada do ano pelos cidadãos tirsenses. São muitos os que não percebem a essência, a beleza e a espectativa destes dias. Dias estes, em que a cidade ganha um novo brilho, onde a textura e o cheiro das comidas brincam com os nossos sentidos, e onde toda a gente sai à rua. Prova disso são as intermináveis filas, para “Os Zés das Caldas da Rainha Bifanas”. Quem está à espera durante horas pensa sempre em desistir, mas a imagem mental da primeira trinca dada naquelas bifanas é muito mais tentadora. É impossível resistirlhes, o nosso corpo não quer, e o nosso espírito simplesmente não nos deixa. O pão macio e crocante, a carne e o molho picantes, combinados com uma cervejinha deixam-nos saciados e prontos para o início de mais uma noite. 126


ROTEIRO BOÉMIO

10 a 14 de Julho de 2013 Santo Tirso


ROTEIRO BOÉMIO

Carrosséis, carrinhos de choque e a casa fantasma são apenas algumas das coisas, de que podemos desfrutar. Mas desengane-se quem pensa, que as crianças são as únicas a usufruir destas diversões. O que se passa nas festas de S.Bento é dedicado a toda a família. As crianças carregam no olhar a espectativa de quem está a viver aquilo pela primeira vez, os jovens ainda vivem as recentes memórias dessa infância, e os adultos sem nada dizerem, relembram com saudade e procuram incutir nos filhos o convívio, e os valores desta festividade. Durante o dia, os devotos voltam às ruas, caminham e caminham, até chegarem à Igreja Matriz, onde oferecem ao santo padroeiro cravos brancos, como forma de agradecimento e pagamento das suas promessas. Depois do tempo passado na casa do divino, é tempo de se juntarem à família e amigos, para participarem da corrida de regulamentos e admirarem as performances dos animadores de rua. O último dia caracteriza-se pela junção de todas as freguesias da cidade, onde dão a conhecer aos visitantes, as raízes e a cultura tirsense. O rancho, o fado, e as estridentes canções populares enaltecem não só a sua região, como também a grande e gloriosa Pátria a que todos pertencemos. Como todo o bom português, que é servo das suas crenças, da sua família e amigos, e que valoriza cada uma das suas tradições, como se fossem as mais belas e grandiosas, também a gente desta cidade o faz. As festas populares caracterizam-se pela boa comida e bebida, mas mais importante que isso é a ativação dos sentidos humanos. Somos bombardeados por elementos que captam e se apoderam do nosso corpo, que os fazem funcionar em perfeita sincronia, e que por vezes nos entristecem por não conseguirmos agarrar toda a sua essência. 128


ROTEIRO BOÉMIO

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SONHOS

POR APOIO DOMICILIÁRIO DO G.A.S PORTO JOVENS

“Véspera de São Alegria, e muita Animação.”

João,

Os jovens do Apoio Domiciliário saíram às ruas da nossa estimada cidade do Porto, para espalhar a magia desta época festiva. “Foi

mais que o toque e que os sorrisos, os olhares cúmplices e as festinhas nas mãos, foi o Apoio em ação!”.

O dia 23 de Junho demonstrou-se um dia preenchido, começando primeiramente pelas visitas aos lares de algumas senhoras, entre elas, a sorridente D. Glória, a convicta D.Amélia, a espirita D. Amélia G. e a ternurenta D. Susana. São vividas experiências incrivelmente distintas, quando se visita algo tão íntimo,

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como o lar de qualquer uma destas senhoras, até porque todas elas são muito diferentes entre si, embora algumas sejam amigas, irmãs ou vizinhas. A D. Ana, por exemplo, acorda antes de o sol começar a brilhar, só pelo puro prazer de ver os primeiros raios tocarem, e beijarem os seus móveis e tapetes imaculadamente limpos. Apesar dos seus 84 anos, os seus olhos iluminam-se, quando fala do prazer pelas limpezas. É impossível não se ficar encantado e comovido, não fosse este ser sinónimo do gosto, por ainda ser capaz e autónoma de as realizar. De ideias firmes e talhadas pelo tempo, cada ruga do seu

rosto é reflexo da sabedoria e dureza, que a vida impõe a quem começa a trabalhar na idade de ainda saltar à corda.


SONHOS

Numa casa pequena, em que o espaço é divido por seis pessoas, a D. Maria vive com a sua família. Apesar de todo o sofrimento, que abate naquelas paredes, e mesmo estando a maior parte do tempo acomodada numa cama,

esta senhora tem sempre um sorriso, (dos mais sinceros e amorosos que já vi!) para dar a quem a visita. Sendo a

primeira impressão a do caos, mal se entra pela porta, onde todos parecem andar um pouco às cambalhotas, é engraçado observar que gradualmente toda aquela confusão de troca de impressões e partilha de dissabores, se torna, como que harmonioso, quando são trocadas palavras e gestos de carinho. Nas visitas aos lares foram levados sorrisos, com muito amor foram esticadas fitas coloridas, e com delicadeza se brincava com os balões característicos do São João. Tiravam-se fotografias e mais fotografias, registrando assim momentos tão especiais e singulares. Em todas estas visitas eram oferecidos manjericos, outra das tradições desta festa popular, acompanhados sempre de uma quadra. Esta era a lembrança que ficava, mas o que permanece verdadeiramente

nos corações é a vontade de repetir um momento tão perfeito como aquele.

Já a meio da quente tarde de verão, reuniram-se outras cincos das “avozinhas”, num convívio ameno com vista para o rio Douro. Os voluntários eram muitos e a senhoras também. Contamos com a D. Cacilda, a D. Belmira, a D. Fernanda, a D. Arminda e a D. Luísa, todas elas estavam felicíssimas! Entre si, trocavam-se palavras de carinho e partilhavam-se memórias de encontros e reencontros. Houve oportunidade para uns brindes de alegria, petiscar no café da D. Pilar e lançar por fim um GRANDE balão de ar quente. Foi uma tarde repleta de

amor, e que veio alegrar o São João das “avozinhas” do Apoio Domiciliário.

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SÓ PARA OS FORTES

TEXTO KAREN MIA

Quando Lá em cima, ao longe, os pontinhos a noite cai luminosos indicam o caminho e um grupo de piratinhas segue o seu destino para terras e a luz da lua longínquas. AHE! AHO! Entre gritos ilumina de alegria e brindes ritmados, já toda a as nossas almas, tripulação se encontra embriagada. Salpicos há demónios de Whisky por todo o lado, nuvens de fumo, que são gargalhadas contagiantes... Um ambiente acordados . perfeito de noite boémia. Por fim chegam a terra firme e começa a caça ao tesouro. Balbúrdia total. Com a alma leve, e o corpo pesado, há quem decida desafiar as leis maiores. Uns caem, outros tentam ajudar, mas cedem à gravidade; uns riem e outros choram. Entre conversas e gargalhadas, sorrisos e lágrimas, encontra-se o primeiro desistente. Para ele o tempo parou, que é como quem diz, o estômago parou, deu uma volta de 360º, e tamanha agitação acabou estampada no chão. Depois de resolvido este primeiro acontecimento, o resto, como se costuma dizer, é história.

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SÓ PARA OS FORTES

Isto é, ninguém se lembra ao certo da ordem das coisas, ninguém sabe exatamente como é que aconteceram... Efeitos de

agradecido pela compaixão dos colegas. A atitude deles mudou - sentiram-se traídos pela boa vontade. Enquanto o céu permanecia escuro, quem está muito alegre e não quer também a sua aura estava carregada de saber. Enfim... o tempo ia passando e quando energias sombrias. A esperança seria o primeiro capitão decide ver as horas, já o que quando os primeiros raios de sol navio tinha partido, sem eles. Preocupações? surgissem, o “feitiço” fosse quebrado e Nenhumas! Iam a nado se fosse preciso. voltasse tudo ao normal. Assim parecia... Enquanto uns tentam descobrir a rota de volta, Num último convívio antes da viagem de há quem se atire para o chão - só para ver se volta, o pequeno pirata começou a afastarainda dói, há quem rodopie no meio da areia, se, caminhando em direção às águas que e há quem comece a fomentar o seu lado banhavam o horizonte. O capitão deu mais negro. ordens para entrar, e ele decidiu que queria ficar sozinho na ilha. Auto-punição? Um a Metros à frente, quando supostamente um, todos lá foram dar um último incentivo já estava tudo controlado, um papagaio para não abandonar ninguém, mas depois aproxima-se com a mensagem de que o navio de toda a repulsa com que tinham sido está à espera. Última chamada. Não podem tratados, decidiram respeitar a decisão falhar. Começa a correria, e depois dos pedidos já que, apesar de pequeno, ele era maior de desculpas já dentro do navio, apercebeme vacinado. Portanto cada quem tomou se de que faltam, mais uma vez, membros da conta de si, e o código de conduta voltou tripulação. Foram enviados sinais de fumo, ao uso: homem que fica para trás é atiradas bolas de canhões... e só dois, dos deixado para trás! três perdidos, voltaram. A preocupação instalase. Trata-se do pirata mais pequeno e indefeso de sempre. Aquele que não deveria causar problemas. Imediatamente, é lançado um barco de salvamento – algo de errado se passa. Momentos depois, novamente em terra firme, os 50 piratas esperavam pelo salvamento. O que teria acontecido? Até hoje ninguém sabe. A verdade é que mal o barquinho deu à costa, o pirata mais pequenino de todos os tempos apareceu com um olhar transtornado. Aquilo que antes parecia ser adorável, era agora um pequeno demónio. Praguejava, erguia o dedo do meio para toda a gente, e o pior é que não se mostrava nem um bocadinho

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ALETRIA

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