Revista Farroupilha - Edição de Julho a Setembro de 2017

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ANO XXIV | Nº 126 | JULHO A SETEMBRO DE 2017

OS BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO MAKER Diretora pedagógica e supervisora da TE na 1ª Missão Google for Education

Estudante faz intercâmbio na área de hospitalidade e hotelaria

Escola conquista 113 medalhas na Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras


EXPEDIENTE

2

EDITORIAL

Nº 126 – Edição de Julho a Setembro de 2017 da Revista Farroupilha Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858 – ABE 1858 Fernando Carlos Becker Diretora Pedagógica Marícia Ferri Diretor de Administração e Finanças Milton Fattore

ENSINAR PARA A VIDA O Colégio Farroupilha acredita em uma educação que vá além da sala de aula. Queremos que os nossos estudantes saiam da escola tendo desenvolvido diferentes com-

Jornalista Responsável Manoela Andrade Scroferneker (MTB 13648)

petências para saber agir diante dos desafios impostos

Textos Cristiane dos Santos Parnaíba Manoela Andrade Scroferneker

laborativo e tendo um olhar amplo de tudo o que acontece

Assistente de Criação e Design Caroline Soares Comunicação e Marketing comunicacao@colegiofarroupilha.com.br

pelo mundo atual, e que sejam capazes de mobilizar os conhecimentos adquiridos, sabendo trabalhar de modo coao seu redor. É na escola que eles têm a possibilidade de compreender que existem diferenças – culturais, sociais, políticas, religiosas e econômicas – e que um cidadão competente para o mundo deve conhecer, respeitar e conviver harmoniosamente com todas elas.

Diagramação e Projeto Gráfico Carolina Fillmann – Design de Maria www.designdemaria.com.br

Muitos de nossos professores têm desenvolvido em suas

Revisão Textual Laboratório de Português

falaremos sobre a educação maker e como esse conceito

Capa Guilherme Barros Zanella e Guilherme Celli Grings, estudantes do 3º ano H do Ensino Fundamental - Anos Iniciais.

Educação Infantil até o Ensino Médio. Entrevistamos espe-

Ouvidoria Farroupilha ouvidoria@colegiofarroupilha.com.br (51) 3455-1889

A publicação traz, ainda, o excelente desempenho de nos-

Tiragem 1.000 exemplares

Ensino Médio conquistou a medalha de Ouro nos níveis

Versão Online www.colegiofarroupilha.com.br

Estadual e Nacional, e uma ação idealizada por uma aluna

COMO INSTALAR O LEITOR DE QR CODE NO SEU CELULAR Inventado no Japão em 1994, o QR Code foi criado para facilitar o acesso à informação por parte de usuários de celulares, podendo ler qualquer coisa de qualquer lugar. Para ler um QR Code ou Quick Response Code é preciso instalar um software em seu celular. Ele será responsável por decodificar a imagem capturada. Na internet, há muitos softwares gratuitos disponíveis. É preciso que se baixe um de acordo com o modelo do celular. Em português, o http://reader.kaywa.com é um dos melhores sites para baixar leitores de QR Code. Para aqueles que quiserem criar seus próprios QR Codes, em http://qrcoder.kaywa.com, é possível gerá-los facilmente.

adolescentes que atualmente vivem em casas de passa-

aulas atividades práticas para que alcancemos esse objetivo. Na edição de Julho a Setembro da Revista Farroupilha, vem sendo aplicado com os nossos estudantes, desde a cialistas no assunto que trouxeram dicas e destacaram os benefícios dessa prática pedagógica.

sos estudantes na Olimpíada Internacional de Matemática Sem Fronteiras (MSF), em que a equipe da 3ª série do

formanda que procurou ajudar na adoção de crianças e gem da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Mostraremos, também, o trabalho que está sendo desenvolvido em sala de aula com o ensino híbrido e as atividades pedagógicas que foram destaque nesses três meses, como a 32ª Feira do Livro, a VI Feira Verde e a visita do escritor moçambicano Mia Couto ao Colégio Farroupilha.

Boa leitura!

Fernando Carlos Becker Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858


SUMÁRIO 3

14

07

17

30

38

34

NESTA EDIÇÃO | #126 07

Novas formas de aprendizagem

30

Farroupilha em Portugal

14

Formação para futuros líderes

34

Sustentabilidade na prática

17

Compreendendo o funcionamento das ‘coisas’

38

Mia Couto no Farroupilha


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OPINIÃO

EDUCAÇÃO MAKER Por Débora Valletta, supervisora de Tecnologia Educacional (TE) do Colégio Farroupilha Uma das tendências educacionais no Brasil e no mundo é a Educação Maker. O termo refere-se ao uso de diferentes atividades práticas (construção de protótipos, programação etc.) aplicadas a teoria para apoiar o processo de aprendizagem e o desenvolvimento de competências que estimule o estudante para a criatividade, colaboração, experimentação e o empreendedorismo. Educadores de diferentes áreas do conhecimento atuam de forma colaborativa aliando Educação e Tecnologia. A partir das possibilidades e oportunidades que as ferramentas digitais propiciam no processo de aprendiza-

professores que estão empoderando os estudantes a serem protagonistas do

gem (plataformas virtuais gratuitas

processo educacional, criando aplicativos, cardboards (realidade aumentada),

e/ou de baixo custo, como o Arduíno,

entre outros projetos. A ideia é potencializar os espaços existentes na escola

e as ferramentas de prototipagem

com novos artefatos à medida que as construções destes projetos educativos

rápida, como as impressoras 3D), os

comecem a se tornar mais complexas.

estudantes conectam parte dos conceitos trabalhados em sala de aula a partir da experimentação e/ou prototipagem de novos projetos criados por eles desde a III Semana de Tecnologia Educacional. Por outro lado, as tecnologias não digitais também são utilizadas para que os estudantes possam materializar suas invenções, pois, neste tipo de educação, o processo de criação e construção é mais importante do que o produto final. Projetos que envolvem a mão na massa são propostos na tentativa de resolver um problema específico, seja criando um artefato físico, seja um digital. Já temos iniciativas de

No segundo semestre, o Colégio Farroupilha terá um espaço Maker para fomentar o empreendedorismo. Os projetos serão articulados sob à luz das matrizes curriculares e socioemocionais envolvendo as diferentes áreas do conhecimento e a Tecnologia para empoderarmos nossos estudantes a estabelecer conexões entre o que acontece na sala de aula e fora dela – aprenderem a aprender. A Educação Maker contribuirá para o desenvolvimento de competências necessárias para o século XXI, como a resolução de problemas, o trabalho em equipe e a comunicação.

“Já temos iniciativas de professores que estão empoderando os estudantes a serem protagonistas do processo educacional, criando aplicativos, cardboards (realidade aumentada), entre outros projetos”, destaca Débora.


+CULTURA

DICA DE FILME DO CINECLUBE: BLADE RUNNER Por Laura Barcelos, estudante do 7º ano E do Ensino Fundamental – Anos Finais Participar do Cineclube da Filosofia vai além de assistir filmes, nós conhecemos pessoas diferentes com pensamentos diferentes, conhecemos novos jeitos de pensar. Assistimos a todo tipo de filmes, e depois um dos integrantes do clube elabora um comentário sobre o filme para

“O Cineclube da Filosofia me faz muito bem, eu aprendo mais sobre a maté­ria, conheço novos filmes, escuto opi­niões diferentes, reflito sobre minhas próprias crenças e faço novos amigos”, considera a estudante

apresentar aos demais participantes. Durante a apresentação do comentário, debatemos utilizando argumentos sobre mais de um ponto de vista e acabamos por relacionar o filme com situações do nosso dia a dia e com as matérias da disciplina de filosofia.

históricos, como a rebelião dos replicantes relacionada a alguns movimentos negros que lutavam por direitos civis no século XX nos Estados Unidos. Para nos ajudar a fazer o comentário, o Prof. Artur Bezzi nos emprestou o

O filme que apresentei foi Blade Run-

livro Arquivos Filosóficos, escrito por

ner, é um filme de 1982 que se passa

Stephen Law, e estava disposto a tirar

em meados do século XXI. No filme,

dúvidas o tempo todo.

Deckart (Harrison Ford), um ex-blade runner (caçador de androides), é posto na ativa novamente para perseguir um grupo de replicantes (androides) que estão em rebelião. Minha dupla e eu trabalhamos bastante na elaboração do comentário, mas foi prazeroso, é o que nos motiva a participar desta atividade extraclasse.

O Cineclube da Filosofia me faz muito bem, eu aprendo mais sobre a matéria, conheço novos filmes, escuto opiniões diferentes, reflito sobre minhas próprias crenças e faço novos amigos. Após assistir ao primeiro comentário, que foi feito pelo professor, pude ver como se fazia um comentário sobre um filme e como me posicionar diante de

Nosso comentário baseou-se na iden-

uma turma, aprendi que uma história

tificação da diferença entre a mente

sempre tem significados por trás dela

de um ser humano e um replicante

e que precisamos utilizar argumen-

(ser criado em laboratório através da

tos para defender uma ideia. Também

modificação genética de seres huma-

aprendi que pensamos de maneiras

nos), uma delas é respeitada e valiosa

diferentes, mas que nos respeitamos,

e a outra é tratada como um objeto a

debatendo de forma racional em busca

ser explorado. Também conseguimos

do conhecimento. E é exatamente por

relacionar as cenas do filme com fatos

isso que tudo dá certo.

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FARROUPSOCIAL

O VERDADEIRO SENTIDO DE AJUDAR O PRÓXIMO Por Caroline Lima Weber, estudante da 1ª série E do Ensino Médio Realizar um trabalho voluntário não

tornando menos egoístas e se sen-

requer somente esforço e comprome-

sibilizando mais com o outro, ou seja,

timento, é necessário ter uma grande

suas “sementes” de amor ao próximo

paixão interior pelo próximo, a qual irá

estariam crescendo.

guiar cada passo dado até o objetivo final, que consiste em fazer com que o dia do outro se torne mais feliz, mais colorido e diferente dos demais. Todos possuímos dentro de nós uma vontade de ajudar outra pessoa, ela só precisa ser cultivada e descoberta. Podemos compará-la com uma semente, ela existe, porém necessita de água para germinar. O mesmo ocorre com o amor de ajudar o próximo, ele existe, mas sem o exercer, não irá crescer e poderá se perder com o passar do tempo.

Foi com muitos sorrisos que o grupo foi recebido nas casas de passagem no dia da entrega dos chocolates. A alegria das crianças e adolescentes ao receberem as cestas é algo que ficará guardado com muito carinho no coração de todos que participaram desta ação e que contribuíram para que ela fosse possível. Ao sair de lá, todos haviam cultivado mais um pouco de seu amor a ajudar o outro, o que resultou em uma grande satisfação e felicidade nos componentes do grupo.

É durante os encontros das quartas-

Fazer o outro contente sem pedir nada

feiras à tarde que o grupo de

em troca é uma das coisas que deixa o

voluntariado do Colégio Farroupilha,

ser humano mais feliz, como afirmava

FarroupSocial, cultiva esse amor ao

René Descartes, “Humanamente não

próximo. Com alunos do 6º ano do

existe um ser que seja feliz sem que

Ensino Fundamental até a 3ª série

o outro também seja”.

do Ensino Médio, aconselhados pelos professores Artur Bezzi e Maria Almeida, o grupo realiza ações voluntárias diversas. Uma delas, que teve início em março e se completou em abril, foi a Ação de Páscoa. Nela o grupo arrecadou chocolates e doces para montar cestas de Páscoa para crianças em casas de passagem. Ao pedir aos alunos do colégio que contribuíssem com doações, os integrantes do FarroupSocial sugeriram que as doações tivessem pertencido às cestas de Páscoa dos próprios doadores, pois assim eles estariam se

Grupo na montagem dos ninhos de Páscoa


INQUIETOS 7

Estudantes do 6º ano participam de atividades que utilizam a metodologia

NOVAS FORMAS DE APRENDIZAGEM Ensino híbrido permite a troca de experiências e torna a relação professor e estudante mais produtiva Cada estudante aprende de uma maneira e é importante que ele desenvolva a sua autonomia para que o processo de aprendizagem seja mais prazeroso. Muitos professores do Colégio Farroupilha estão utilizando em suas aulas o ensino híbrido, metodologia que traz inúmeros benefícios tanto para os docentes, quanto para os alunos. “O ensino híbrido é uma abordagem que promove uma integração entre o ensino presencial e propostas de ensino online. Não existe uma forma única de aprender; a aprendizagem é um processo contínuo”, explica Lilian Bacich, coordenadora de pesquisa do Instituto Singularidades, consultora na Tríade Educacional e uma das organizadoras do livro Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Nas aulas, ao mesmo tempo em que o estudante utiliza tecnologias digitais, ele interage com os colegas presencialmente e virtualmente, intensificando a troca de experiências. O resultado é uma relação professor e estudante mais


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INQUIETOS

produtiva. “O foco deixa de ser a mera transmissão unilateral de conhecimentos e passa a ser a orientação dos estudos, a tutoria, a mediação no sentido de facilitar que o estudante transforme as informações, que estão à disposição em diferentes meios, em conhecimentos”, analisa Lilian. A professora de Matemática do 6º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais, Clarissa Ballejo, fez um curso sobre ensino híbrido neste ano e já colocou o que aprendeu em prática. Juntamente com a professora Fabiane Campos, foi desenvolvida uma atividade, chamada Rotação por estações, para iniciar o estudo sobre frações. “A atividade se caracteriza por dividir a turma em estações de trabalhos independentes em que, em uma das estações deve ter, obrigatoriamente, recursos digitais online. A cada dez minutos os estudantes deveriam trocar de estação”, conta. Na primeira estação, os estudantes contavam para as professoras o que já sabiam sobre o conteúdo e registravam esses conhecimentos em uma folha A3. Na segunda estação, era possível escolher entre 16 opções de jogos digitais relacionados às frações. A terceira e última estação consistia em uma breve aula com dois professores-alunos. Os estudantes receberam previamente um material de estudo e se prepararam para a atividade, explicando aos colegas o conceito de fração equivalente com exemplos e exercícios. Já em uma segunda aula, cujo assunto era potenciação e radiciação de frações, as turmas foram novamente divididas em três grupos. Depois de explicar, na primeira estação, sobre como calcular uma potência com expoente igual a zero, os estudantes responderam a perguntas por meio do software gratuito Socrative e se tornaram professores-alunos. “Penso que a personalização é a principal característica dessa perspectiva de ensino. O ensino híbrido contribui com a autonomia do aluno, respeitando o seu tempo de aprendizado e possibilitando ao professor uma maior aproximação e orientação no aprendizado de cada um”, Atividades têm um maior envolvimento dos estudantes

analisa Clarissa.


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Christian Sperb, professor do Laboratório de Biologia, iniciou um trabalho de acompanhamento virtual com os alunos em 2014. Em 2017, após fazer o curso de Ensino Híbrido do Coursera, que ele resolveu pensar em algo para o Clube de Ciências. “O ensino híbrido vem para contemplar o estudante e fazer com que ele sinta prazer em estudar”, destaca. No início, ele recorda que os estudantes precisaram de orientação, mas hoje o processo já está compreendido e eles já se envolvem e conseguem ter autonomia. Além das atividades em sala de aula, os alunos fazem em casa algumas tarefas ligadas à abordagem. “Permite que o aluno, em casa, faça a atividade no seu tempo, aprendendo com calma. Ele pode se descobrir como estudante e de que forma ele aprende melhor”, justifica. Foi na Semana de Formação Docente que surgiu o interesse da professora do 5º ano da Unidade Correia Lima, Daisy Cecinas, pelo ensino híbrido. A partir da palestra sobre metodologias ativas e tecnologias digitais na educação com o professor da Universidade de São Paulo (USP) José Moran, ela buscou o curso de Ensino Híbrido do Coursera e passou a utilizá-lo nas aulas para personalizar o ensino, desenvolver a autonomia e verificar o avanço do desempenho escolar de cada estudante. “Um ponto forte desta prática foi a melhora no relacionamento no que diz respeito à relação professora e estudante, pois pude estar mais próxima deles”, comenta. O retorno das turmas logo apareceu, depois de algumas atividades, Daisy percebeu um nível de envolvimento maior durante as tarefas, na conclusão dos trabalhos, na rotina diária e nas assembleias escolares. “Para mim tem sido muito gratificante esta forma de trabalho, visto que consigo identificar as potencialidades e necessidades dos estudantes e focar nos que estão com maior dificuldade. Assim, eles trabalham de forma colaborativa e com mais autonomia”, analisa. Lilian considera que o ensino híbrido traz muitos benefícios no processo de ensino e aprendizagem, entre eles a possibilidade de diferentes modos de aprender. “Ao oferecer diferentes experiências de aprendizagem para toda a turma há mais chance de atingi-la por completo do que quando o professor oferece o mesmo tipo de aula para todos”.

Ensino híbrido permite que o aluno descubra a melhor forma de aprender


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LIDERANÇA

REPRESENTATIVIDADE EM SALA DE AULA Desde a Educação Infantil estudantes desempenham funções de liderança É ainda na Educação Infantil que

cada uma na brincadeira, quando suas

as crianças do Colégio Farroupilha

ideias são aceitas pelos demais, quan-

começam a ter contato com alguns

do organizam os espaços e solicitam

conceitos importantes de liderança e

a ajuda dos amigos, trazem opiniões/

representatividade. Diferentes ativi-

ideias para os projetos e recebem o

dades são pensadas para que os pe-

apoio da turma”, explica a coordenado-

quenos ajudem os colegas e saibam

ra da Educação Infantil, Cleusa Beckel.

a importância de deixar os espaços organizados para aprender melhor.

Os ajudantes de mesa e de turma podem ser escolhidos pelos colegas,

As crianças podem ser ajudantes de

pelos professores ou até mesmo com

mesa ou de turma. Algumas profes-

um sorteio diário ou semanal, a fim

soras iniciam este processo ainda no

de que a experiência seja realizada

Nível 2, assim que elas percebem que

por todos. Geralmente, eles auxiliam

os pequenos já compreendem a di-

na organização da sala, e distribuição

nâmica. “Observamos a liderança dos

de tarefas e materiais, relembram os

pequenos nos diferentes momentos

colegas das combinações das tur-

da rotina, como ao brincar, quando

mas, marcam o calendários, apoiam

uma criança distribui os papéis de

as professoras nas atividades, mos-

Estudantes dos Anos Iniciais desempenham diferentes papéis de liderança na turma


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tram aos colegas a rotina do dia e conduzem a fila. “Eles avaliam e são avaliados sobre suas atribuições e como o grupo se engajou”, completa Cleusa. Quando chegam ao Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os estudantes são apresentados ao programa O Líder em Mim, cujo objetivo é ensinar a liderança, valores e competências fundamentais para o sucesso na escola e na vida. “Acreditamos que cada estudante tem um potencial e algo a poder contribuir com o grupo”, explica a psicóloga educacional dos Anos Iniciais, Diana Leonhardt dos Santos. No 1º ano, por exemplo, a professora titular elenca possíveis lideranças – líder da acolhida, líder da agenda, líder do recreio, líder da organização, líder da amizade, etc. – e cada estudante, no momento da roda, voluntaria-se e diz como poderia contribuir. De tempos em tempos as turmas mudam os papéis de liderança para que todos tenham a oportunidade de assumir um papel diante do grupo. “A ideia é que eles possam refletir sobre o seu potencial e suas habilidades. Há todo um trabalho de autorreflexão, de pensar nas suas habilidades e competências e, através disso, exercitar e vivenciar no dia a dia”, destaca a psicóloga educacional, Luciana Motta. Além disso, os estudantes também representam o seu ano em outras situações, como o projeto Fala Farroups, em que eles levam pautas para serem tratadas com a direção pedagógica. Para os estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais, a escolha do representante de turma é a etapa final de um conjunto de atividades que visam levá-los à reflexão sobre o papel da liderança, características e perfis mais adequados a cada turma. Participam dessas atividades professores de diferentes disciplinas, como História, Filosofia, e os professores-conselheiros que conduzem discussões e reflexões nessa perspectiva em parceria com a equipe de psicólogas responsáveis por cada turma. A escolha propriamente dita ocorre após os estudantes manifestarem seu interesse em desempenhar esse papel e apresentarem para a turma de que forma poderiam contribuir positivamente com o grupo. “Entendemos que ser colaborador da turma e porta-voz nas questões escolares é uma das principais atribuições do representante. Nesse sentido, a participação no Fala Farroups é um momento esperado pelos representantes que levam à Direção Pedagógica algumas considerações, críticas e sugestões discutidas e previamente encaminhadas com suas turmas”, explica a psicóloga educacional, Patrícia Moreira. Em 2017, os representantes de turma

Crianças da Educação Infantil auxiliam os colegas na rotina diária de atividades


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LIDERANÇA

Representantes dos Anos Finais participam de atividades com foco na liderança dos 8º e 9º anos foram convidados a participar de uma formação na escola para o desenvolvimento de liderança e protagonismo durante três semanas. A assertividade, cooperação, afirmação e aceitação de diferentes ideias e pontos de vista e a demostração da capacidade de resolução de conflitos são habilidades da Matriz Socioemocional desenvolvidas no projeto de Representante de Turma. No Ensino Médio, a equipe do SOE realiza um trabalho sobre a importância da escolha do representante, as funções, os cuidados e as cobranças desse papel. Em 2017, foi implantado um projeto em que os representantes participam do início do conselho de classe nos primeiros 20 minutos. “Fizemos um projeto piloto em 2016 com as turmas da 2ª série. O representante entra com o professor conselheiro e eles trazem questões sobre a turma, como eles veem o Ensino Médio, etc.”, explica o psicólogo educacional do Ensino Médio, Fábio Parise. O objetivo é que os estudantes compreendam o quanto o papel de representante deve ser desempenhado de forma séria e que é necessário ter uma boa escuta para compreender e poder posicionar-se. “Eles são porta-vozes. Tem que ser proativo e saber se antecipar diante de algo que está para acontecer e intervir. Tem que saber falar, pontuar, balizar as coisas e propor soluções”, considera Fábio. Quando chegam ao Ensino Médio, estudantes podem se candidatar ao Grêmio Estudantil Farroupilha (GEF)

Também no Ensino Médio, os estudantes têm a oportunidade de se candidatar ao Grêmio Estudantil Farroupilha (GEF), tornando-se o canal de comunicação dos alunos com o colégio.


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DESTAQUE NO FÓRUM INTERNACIONAL DE EMPREENDEDORES Miniempresa Hangr S.A/E, do primeiro semestre de 2016, conquistou o 2º lugar em evento na Argentina As estudantes da 3ª série do Ensino Médio, Marcella Bertoluci e Catharina Plá, e o ex-aluno Lucca Custódio representaram o Colégio Farroupilha e o Rio Grande do Sul, juntamente com a delegação brasileira, no Fórum Internacional de Empreendedores (FIE 2017), realizado no mês de maio em Córdoba, na Argentina. Durante o evento, a miniempresa do segundo semestre de 2016, a Hangr S.A./E, conquistou o 2º lugar na Feira de Miniempresa. Além da premiação, Lucca foi contemplado com o 2º lugar no Empreendedor do FIE, a maior competição do evento. “Estamos muitos felizes por ter representado o colégio em um evento incrível como esse e agradecemos infinitamente a oportunidade e o apoio que nos foi proporcionado”, afirmou Marcella, da 3ª série A. A miniempresa já havia sido premiada no ano passado pelo Programa Miniempresa da Junior Achievement Rio Grande do Sul (JARS) nas categorias “Melhor Miniempresa” e “Destaque Gestão de Marketing”, durante a formatura dos participantes do programa. Com lucro de mais de 1000%, o produto desenvolvido pelos estudantes do Farroupilha foi um suporte para recarregar celular.


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LIDERANÇA

FORMAÇÃO PARA FUTUROS LÍDERES Ex-aluno e estudante da 3ª série foram selecionados para o Brazil Leadership Bootcamp 2017 O estudante da 3ª série C do Ensino

O desafio foi criar soluções para estes

grupo de pessoas – até mesmo meus

Médio, Bernardo Trevisan, e o ex-aluno

projetos, mesclando suas habilidades

colegas de classe ao longo da vida”,

Lucca Custódio, foram dois dos 24 jo-

e culturas. Para participar do BLB, eles

escreveu. Já Bernardo lembrou da ex-

vens de diferentes estados do Brasil

preencheram um formulário de inscri-

periência que teve no Clube do Pensa-

selecionados para participar do Brazil

ção e enviaram dois ensaios de até 400

mento Computacional, uma parceria do

Leadership Bootcamp (BLB). Criado

palavras em inglês. A primeira era para

Colégio Farroupilha com o Centro de

pela Lead the Change, organização

descrever a atividade mais importante

Inovação do Tecnopuc. A ideia foi tra-

apoiada pela Fundação Estudar, o pro-

e significativa até então vivenciada por

zida pelo próprio estudante em 2015,

grama acredita que a melhor forma de

eles, e na segunda eles deveriam falar

e ensinou um grupo de 25 estudantes

escrever o futuro do país é empode-

sobre qual o problema social que eles

a programar e a desenvolver projetos

rando líderes promissores que tenham

solucionariam caso pudessem.

voltados à web, aplicativos mobile e

paixão e potencial para criar soluções colaborativas para temáticas sociais, como redução da pobreza, melhora da educação, combate à corrupção e promoção da justiça.

Para Lucca, o problema que ele gostaria de resolver é a falta de protagonistas e líderes da nova geração. “Sem dúvida, sempre tive um perfil de sonhador. Mesmo assim, uma característica que

Entre os dias 10 e 16 de julho, Bernar-

me restringiu por muitos anos foi o

do e Lucca estiveram em São Paulo e

medo de falar em público. Costumava

reuniram-se com jovens com a mesma

correr de todas as situações em que

afinidade dos seus projetos pessoais.

eu era exposto na frente de um grande

hardware para montagem de robôs. Sobre a experiência em participar do BLB, Bernardo frisou a troca de experiências com outros jovens que querem fazer a diferença no país. “Tive a oportunidade de quebrar alguns paradigmas e ainda aprender mais como organizar as minhas ideias e o modo de trabalhar para alcançar os meus objetivos”, afirmou.


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EM BUSCA DE UM NOVO LAR Estudante da 3ª série do Ensino Médio desenvolve ação voltada à adoção de crianças e adolescentes Disposta a fazer a diferença na vida

Flame colocaram em prática a ideia

das pessoas, a estudante da 3ª sé-

no dia 17 de junho. O evento, cha-

rie A do Ensino Médio, Marcella Cesa

mado “Missão Diversão”, reuniu 18

Bertoluci, inscreveu-se para parti-

crianças e adolescentes, dos oito

cipar, em 2016, do projeto “Utopia

aos 17 anos, e 22 adultos, em um

Followers”, realizado pela Smile Fla-

circuito de atividades esportivas,

me com o apoio da Unisinos. A ideia,

como futebol, futebol de dupla,

desenvolvida no Colégio Farroupilha

handebol e basquete. “Eu defino a

e em mais três escolas de Porto Ale-

experiência como surreal, porque

gre, tinha como objetivo incentivar

é inacreditável, já que todo mundo

que alunos pensassem em projetos

estava falando que era impossível e

sociais criativos que tivessem im-

logo eu que tenho 16 anos fazer um

pacto positivos na sociedade.

projeto desse tamanho. “Eu defino

Marcella e outros estudantes do colégio ficaram sensibilizados com as crianças e adolescentes que vivem em casas de passagem da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. “Surgiu a ideia de juntarmos os casais que estão na lista de espera com essas crianças. Achamos demais a ideia, mas não sabíamos como executá-la”, lembrou. Em função de outras atividades, os colegas saíram do projeto e Marcella, mesmo sozinha, resolveu ir atrás de alguns contatos, como o do juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre, Marcelo Mairon Rodrigues. “Todo mundo estava falando que não ia ter como fazer, que é um processo muito burocrático, mas ele amou a ideia justamente porque as crianças mais velhas são as mais difíceis de serem adotadas”, explicou. Com o aval da direção pedagógica do Farroupilha, Marcella e a Smile

a experiência como surreal, porque é inacreditável, já que todo mundo estava falando que era impossível e logo eu que tenho 16 anos fazer um projeto desse tamanho”, destacou Marcella. Atualmente, das 18 crianças que participaram da atividade, cinco estão em processo de adoção.


16

LIDERANÇA

DESPERTANDO POTENCIAIS Formação foi realizada em parceria com a Pulsar com estudantes de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental – Anos Finais Uma plataforma para compartilhar co­nhecimentos e aprender coisas novas; um

visto que deu certo. Desde o início eu

jogo para aprender Física; um cam­peonato interescolar de e-sports (es­portes ele-

sabia que iria dar certo porque desde

trônicos); um aplicativo para caronas voltado às famílias do Farrou­pilha; os biscoitos

o início a equipe me apoiou”, afirmou a

Lua’s, que tem no preparo artesanal e na redução de con­servantes seus principais

estudante do 9º ano B, Luana Zimmer-

diferenciais; uma ONG voltada para crianças em situação de vulnerabilidade social;

mann, que desenvolveu o projeto Lua’s.

uma iniciativa para conscientizar a popula­ção sobre o lixo; uma rede interessada em levar música e alegria a crianças de orfanatos; e um projeto que envolve cães de abrigos no tratamento de pes­soas com depressão. Esses foram os projetos apresentados pelos estudantes dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental – Anos Finais aos pais, à equipe pedagógica e a uma banca composta por profissionais ligados à educação e empreendedorismo. Esses projetos são o resultado final do programa de formação de lideranças “Despertando Potenciais”, realizado por meio de uma parceria entre o Colégio Farroupilha e a Pulsar. “O propósito da escola com o projeto é de estimular o empreendedorismo, o protagonismo e a criatividade dos jovens, auxiliando-os no autoconhecimento e no delineamento de seu projeto de vida”, destacou a psicóloga educacional Greicy Boness de Araújo.

“É muito bonito de ver alunos do Ensino Fundamental pensando em soluções para a nossa sociedade, saindo de suas zonas de conforto, olhando para fora, olhando para a comunidade e pensando em como eles poderiam ser protagonistas da solução de problemas”, comentou a coordenadora de projetos da Junior Achievement Brasil, Juliana Vieira. Além de Juliana, fizeram parte da banca o diretor de

“O objetivo do Despertando Potenciais é ampliar a visão de mundo dos alunos.”,

novos negócios do NEO Group, Fábio

explicou a sócia da Pulsar, Daniele Dal Moro. Em nove encontros, que totalizaram

Carvalho, o consultor e analista de

30 horas, os estudantes aprenderam, na prática, temas como autoconhecimento,

projetos da Fourge Gestão Estratégi-

criatividade, colaboração, empreendedorismo, cidadania e sustentabilidade, lideran-

ca, Felipe da Luz, e o representante

ça e trabalho em equipe, design thinking, entre outros. “Eu achei que o projeto iria

da Secretaria Municipal de Educação,

me ajudar a criar uma miniempresa e foi esse o resultado. Foi muito bom eu ter

Paulo Renato Ardenghi.


MOVIMENTO 17

COMPREENDENDO O FUNCIONAMENTO DAS ‘COISAS’ Robótica permite que estudantes aprendam conceitos de mecânica e eletrônica O que faz um elevador subir e descer? Como funciona o motor de um carro?

professor Tiago Leonardo Broilo. Ele

As respostas para essas perguntas podem ser facilmente encontradas através

destaca, ainda, que a robótica per-

da robótica. No Farroupilha, estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental

mite que os estudantes desenvol-

podem participar da atividade extraclasse uma vez por semana. Além de ter

vam a paciência, algo fundamental

contato com alguns princípios da física, como mecânica e eletrônica, e ajudar

em uma geração acostumada com

na formação científica, a robótica traz inúmeros benefícios, como a sociabilida-

as facilidades tecnológicas. “Na ro-

de, a importância do trabalho em equipe, o aumento da reflexão e da autonomia

bótica, existe todo um processo de

e o desenvolvimento da organização e coordenação motora.

construção, programação, testes e

Do 1º ao 6º ano, os alunos trabalham com LEGO e aprendem alguns tipos de montagens. Depois, os estudantes começam a ter contato com um softwa-

solução de um problema. Não é algo pronto”, afirma.

re que desenvolve produtos, e o conteúdo das aulas envolve componentes,

As crianças da Educação Infantil e os

como LED, motores, baterias e projeção de circuito eletrônico. A sala con-

estudantes do Ensino Fundamental –

ta, ainda, com uma impressora 3D. “O interessante é eles verem as coisas,

Anos Iniciais matriculados no Full Day

montarem e vê-las funcionando da maneira que eles desejam. Eles projetam

também participam, uma vez por se-

um produto e conseguem materializá-lo em uma impressora 3D”, explica o

mana, de aulas de robótica.


18

CONECTADOS

Viagem serviu para conhecer iniciativas que aliam educação e tecnologia

PARTICIPAÇÃO NA 1ª MISSÃO GOOGLE FOR EDUCATION Diretora pedagógica, Marícia Ferri, e supervisora de Tecnologia Educacional, Débora Valletta, estiveram no Vale do Silício Para conhecer práticas inovadoras e trazer essa bagagem para o Colégio Farroupilha, a diretora pedagógica, Marícia Ferri, e a supervisora de Tecnologia Educacional, Débora Valletta, embarcaram em abril para o Vale do Silício, na Califórnia, para participar da 1ª Missão Educacional Google for Education. Lá, elas visitaram inúmeros locais, como o Google, o Google Building e o Googleplex, um conjunto de edifícios onde trabalham as startups de diferentes segmentos de tecnologias. Marícia e Débora também se reuniram com a equipe da Turnitin, empresa que desenvolveu uma plataforma para auxiliar no engajamento de professores e estudantes no processo da escrita e para identificar possíveis plágios em textos produzidos. A ferramenta já é utilizada em diferentes universidades brasileiras, como USP, UNESP, PUCRS e FGV. Na Universidade de Stanford, elas conheceram a Faculdade de Educação, a Faculdade de Design e a Lemann Center, tendo


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contato com um projeto de FabLearn,

projetos. A ideia é termos um laboratório de tecnologia que possa fazer essas

pesquisas de doutorandos brasileiros

conexões interdisciplinares, ou seja, um espaço com o qual todas as áreas do

nas áreas de políticas educacionais,

conhecimento possam se envolver e engajar os estudantes no contexto da

habilidades

cur-

cibercultura”, destacou Débora. No Vale do Silício, ela e a diretora pedagógica

rículo, formação de professores de

socioemocionais,

perceberam o quanto as maiores empresas de tecnologia do mundo estão

Matemática e design thinking. A via-

investindo na área educacional. “No momento em que nos deparamos com o

gem de capacitação também incluiu

nível de pesquisa e os produtos que estão sendo projetados por essas em-

a visita ao Itilong Vera Cruz Middle

presas, logo surge a pergunta: que perfil de estudante a escola de educação

School, ao Centro de Mídias Digitais

básica deverá formar de modo que ele consiga posicionar-se e evoluir no atu-

da High School Alt Palo Alto e a duas

al contexto em que vivemos? Hoje presenciamos uma revolução tecnológica,

escolas de educação básica que uti-

e as novidades que virão certamente impactarão não só as nossas vidas,

lizam tecnologias educacionais para

mas também nas gerações futuras”, complementou Marícia, lembrando de

apoio em sala de aula, em especial os

uma pesquisa realizada pelo The Economist que lista as principais habilida-

Chromebooks e os projetos de Edu-

des do século XXI: resolução de problemas, trabalho em equipe, comunicação

comunicação.

fluente, pensamento crítico, criatividade, alfabetização digital, liderança e in-

Muito do que foi visto durante a via-

teligência emocional.

gem já é utilizado pelos professores

A experiência serviu para repensar o uso das tecnologias e ter certeza do tra-

do Colégio Farroupilha. “Este ano

balho inovador do Colégio Farroupilha nessa área. “O Vale do Silício ensina-nos

implementamos, de forma gradativa,

a pensar globalmente e a projetar a solução de problemas que impactem a vida

o ensino híbrido com algumas tur-

de muitas pessoas. A criatividade é premissa para a inovação e acreditamos

mas, juntamente com o Google for

que, em todo o currículo escolar, precisamos fomentá-la, pensando na forma-

Education. Já o movimento maker foi

ção desse sujeito”, destacou Marícia. “O Vale do Silício possui uma atmosfera

trabalhado com a Educação Infantil e

diferente. É uma cultura que fomenta a criatividade e a inovação. Por isso, é

com os Anos Iniciais no formato de

uma experiência ímpar”, concordou Débora.

Marícia e Débora puderam interagir com as ferramentas disponíveis no Google


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ESPECIAL

SALA DE AULA COM

MÃO NA MASSA

Educação Maker permite maior engajamento dos estudantes, ao estimular uma aprendizagem que alia teoria e prática


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Já está mais do que comprovado que os estudantes aprendem melhor quando conseguem relacionar o conteúdo à prática, compreendendo de fato que o que é ensinado na sala de aula faz sentido fora da escola. O conceito de Educação Maker, mais conhecido como “mão na massa” ou “faça você mesmo”, vem sendo utilizado por professores que desejam tornar a aprendizagem dos alunos mais dinâmica e prazerosa. Tatiana Klix, editora do portal Porvir, revela que a Educação Maker é uma aprendizagem que envolve os estudantes com atividades práticas e com o desenvolvimento de projetos para a resolução de problemas. “Eles deixam de aprender da maneira tradicional, que geralmente é uma educação centrada na transmissão de conhecimento, para uma educação centrada no desenvolvimento e envolvimento em questões reais”, explica a editora. Tatiana Soster, pesquisadora, professora, consultora e gestora nas áreas de educação e tecnologia, lembra que a Educação Maker é uma proposta pedagógica para a prática do ensino e aprendizagem a partir da criação e colaboração de artefatos. “Entende-se que a interação do indivíduo com o Estudantes durante a Oficina de Robótica na III Semana Farroupilha Digital

objeto propicia um espaço único no qual o sujeito aprende sobre o objeto a partir de ciclos de experienciação. Todo esse processo acontece em um ambiente colaborativo, através da troca de melhores e piores práticas, erros e acertos”, destaca Soster. Juliana Araripe, analista educacional do CESAR, centro de inovação, serviços e negócios, chama a atenção para as transformações que ocorrem nos espaços escolares com a adoção da educação maker. “Tais transformações têm enfatizado a importância do desenvolvimento de competências, como criatividade, resolução de problemas, colaboração e pensamento crítico”. Tiago Maluta, analista de projetos da Fundação Lemann, lembra que, embora existam na educação maker referências a ferramentas de alta tecnologia, como impressoras 3D e cortadoras a laser, não é um pré-requisito utilizá-las para trabalhar com os estudantes em sala de aula. “As atividades podem acontecer com materiais simples do dia a dia, como papelão, palitos de sorvete, lã, cola, etc. O mais importante é que o processo incentive crianças e jovens a desenhar e construir projetos com suas próprias mãos, concebendo suas ideias e tornando-as realidade. Na educação mão na massa, o mais importante são as pessoas”, frisa Maluta. “A natureza do ser humano é criar artefatos, independente do uso de tecnologias digitais. Por outro lado, na medida em que a tecnologia torna-se mais acessível aos indivíduos, seja pela facilidade do seu uso, seja pela diminuição do custo, esta acaba por alavancar o movimento maker e trazer possibilidades mais avançadas aos alunos a um custo acessível às escolas”, complementa Tatiana Soster. A pesquisadora afirma, também, que não existe uma idade adequada para introduzir a educação maker na escola, mas que existem atividades para cada faixa etária. “Cabe à escola revisitar as práticas pedagógicas atuais assim como os conteúdos para incorporar e/ou substituir por práticas maker e conteúdos provenientes desse movimento”, analisa Soster.


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ESPECIAL

Muitos professores já realizam atividades práticas para reforçar o conteúdo da sala de aula

FORMAÇÃO E INCENTIVO AOS DOCENTES Colocando a mão na massa, o estudante torna-se protagonista do seu processo de ensino e aprendizagem, destaca Tatiana Soster. “O protagonismo inicia quando o aluno opta por desenvolver um projeto em uma temática específica do seu interesse. Em seguida, guiado pelo professor, ele é estimulado a pesquisar o mundo ao seu redor para compreender os desafios para desenvolver o seu projeto. O próximo passo é colocar em prática o projeto, criando artefatos e lidando com emoções e desafios provenientes dos acertos e erros e das interações com os outros envolvidos”, explica Tatiana. “Introduzir as crianças e os jovens no movimento maker é dialogar com a cultura maker, que já está posta. Antecipar essa inserção pode ser uma importante oportunidade de desenvolvimento de competências de criatividade quando elas ainda estão latentes”, colabora Juliana ao abordar os benefícios da educação maker. Tatiana Klix destaca o engajamento e a forma de aprender como os principais benefícios da educação maker. “Quando se coloca a mão na massa, o estudante pode discutir, construir algo, fazendo mais sentido para ele. O aprendizado é mais amplo, pois o estudante precisa trabalhar em grupo, relacionar-se com os colegas, ser criativo para inventar uma solução, resiliente porque, muitas vezes, ele vai errar. O aprendizado que vem da experiência maker é muito mais amplo e completo, porque consegue relacionar os conteúdos, ser transdisciplinar e isso prepara o aluno para o mundo real”, salienta Tatiana Klix. Para que a prática seja eficaz, é necessário que se invista na formação dos docentes, incentivando-os a adotarem a educação maker. “Os professores podem começar de forma simples, aplicando o conceito mão na massa na própria rotina em sala de aula. Por exemplo, uma professora de Biologia pode introduzir o conceito de microscopia construindo com os alunos um microscópio de baixo custo, utilizando papelão, lentes e um smartphone”, aconselha Tiago.


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Tatiana Soster acredita que a experiência é o caminho para incentivar os professores. “Desenvolver um currículo para formação de professores e aplicá-lo através de práticas pedagógicas construcionistas no espaço adequado é fundamental para que eles vivam essa nova proposta e sintam-se confortáveis para desenvolvê-la em sala de aula com os seus alunos”, sugere Soster. Juliana e Tatiana Klix vão além e afirmam que, se bem compreendida, a Educação Maker transforma o trabalho do professor em algo prazeroso, na medida em que os estudantes aprendem mais. “A aderência dos professores à inserção das práticas relacionadas à cultura Maker às suas práticas ocorrerá tão logo eles percebam o quanto também aprendem com esse tipo de experiência”, analisa Juliana.

DA SALA DE AULA PARA OS LABORATÓRIOS Muitos dos conteúdos ensinados em sala de aula recebem o complemento de atividades práticas no Colégio Farroupilha. Os professores contam com os espaços dos laboratórios de aprendizagens para que os estudantes coloquem a mão na massa e pratiquem os conteúdos de Matemática, Física, Química e Biologia, por exemplo. Os estudantes da 1ª série do Ensino Médio utilizaram um jogo de baralho para exercitar fórmulas e nomes de substâncias inorgânicas no Laboratório de Química. “Quem disse que aprender fórmulas químicas tem que ser chato? O jogo é um exercício mental prático que qualquer pessoa, estudante ou não, pode participar e jogar”, explicou a professora Alessandra Rosa. Já as turmas do 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais, desde a VI Feira Verde, em junho, participam da montagem do FarroupsCar no Laboratório de Física. A base do carrinho de controle remoto é um kit de robótica que, após montado, será controlado por um aplicativo de celular. O projeto trabalha o desenvolvimento de habilidades e competências das disciplinas de Física e Matemática.


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ESPECIAL

Os estudantes dos Anos Iniciais também contam com o auxílio dos laboratórios. As turmas do 1º ano receberam, em sala de aula, a equipe do Laboratório de Matemática para uma atividade sobre medidas de capacidade. Utilizando diferentes embalagens, os alunos foram desafiados a pensar sobre a capacidade que cada uma poderia comportar. Já as turmas do 3º ano, para concluir os estudos sobre as cores primárias na disciplina de Artes Visuais, confeccionaram um Disco de Newton com um CD não mais utilizado e um barbante, no Laboratório de Física. No turno inverso, os estudantes que fazem parte do Clube de Astronomia do colégio estão participando do projeto Planetas 3D, cujo objetivo é planejar, calTurmas contam com o apoio dos laboratórios de aprendizagem para a realização de experiências

cular proporções, trabalhar com software de manipulação de objetos e imprimir a representação dos planetas do sistema solar em escala de tamanho.


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DA SUCATA PARA NOVAS UTILIDADES Na Educação Infantil, as crianças, desde cedo, aprendem o quanto é importante reaproveitar materiais e dão um novo sentido para os recicláveis. Os pequenos do Nível 4C construíram, com a ajuda das famílias, bichinhos de sucatas como parte do projeto da turma, intitulado “Os bichos que moram no pátio”. Tampinhas, rolos de papel higiênico e garrafas transformaram-se em borboletas, formigas e joaninhas. “As crianças empenharam-se na atividade. Além disso, puderam perceber a importância da reciclagem e como é possível construir diferentes coisas utilizando estes materiais”, declarou a professora da turma, Laura Seré Machado. Os pequenos do Nível 2D também colocaram a mão na massa e construíram casinhas de passarinhos com caixas de leite e retalhos de tecidos. A atividade foi realizada após a contação da história do livro “A casa dos bichos”. As caixas de leite também receberam uma nova utilidade no Nível 5B, foram transformadas em fantoches de cachorro. As crianças mostraram para os colegas do Nível 3A como é possível reaproveitar alguns materiais considerados lixo seco. “O brincar faz parte da rotina da Educação Infantil. As crianças aprendem brincando. Através do brincar, muitas vezes, representam sua realidade, interagem, aprendem regras, desenvolvem sua autonomia. É um espaço rico para o desenvolvimento da imaginação e da criatividade”, explicou a coordenadora da Educação Infantil, Cleusa Beckel.

Materiais recicláveis são utilizados no aprendizado dos pequenos da Educação Infantil


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ESPECIAL

TECNOLOGIA QUE DÁ SENTIDO O Setor de Tecnologia Educacional (TE) do Farroupilha está sempre atento aos aplicativos que auxiliam os estudantes e os professores em atividades práticas de sala de aula. Nas aulas de Geografia do 5º ano, as turmas utilizaram o aplicativo Half Tone para produzir histórias em quadrinhos virtuais sobre o conceito de sustentabilidade. “Foi muito mais legal trabalhar essa matéria em grupo com os meus colegas no iPad do que sozinha em casa”, afirmou Maria Júlia Santos Fuchs, do 5º ano F. Aplicativos auxiliam no desenvolvimento de atividades

Já na disciplina de Ciências, os estudantes também do 5º ano realizaram uma atividade no Laboratório de Biologia para complementar os estudos sobre o sistema ósseo e a composição dos ossos. Em um primeiro momento, eles apresentaram o resultado de um experimento feito em casa, no qual colocaram um osso de galinha ou um ovo no vinagre para observar a perda de cálcio sofrida por esses materiais. Em seguida, eles responderam a um questionário sobre o tema, utilizando o aplicativo Neardpod. Para conhecer as partes do corpo e o nome dos ossos, as crianças do Full Day da Educação Infantil utilizaram um aplicativo na oficina de Jogos Divertidos. Além disso, a turma recebeu a visita do fisioterapeuta Maurício Dornelles, que explicou como os ossos encaixam-se no corpo humano. No final, os pequenos criaram, com massinha de modelar, a representação de um esqueleto humano. As crianças do Nível 4C da Educação Infantil contaram com a ajuda do aplicativo Mundo das Massinhas para produzir insetos com massinha de modelar. A atividade serviu, ainda, para trabalhar noções matemáticas de quantidade.


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A EXPERIÊNCIA COM O GOOGLE FOR EDUCATION No início de abril, o Farroupilha anunciou uma parceria com o Google for Education, conjunto de soluções tecnológicas desenvolvido para qualificar a aprendizagem. O primeiro nível a utilizar os recursos foi o Ensino Fundamental – Anos Finais, e os resultados já começam a aparecer. A professora de Ciências, Sarah Peruzzi, já usou com os estudantes o Google Drive, o Google Formulários, o Google Apresentações, o Google Documentos e o Google Sites para os projetos de pesquisa. “Os alunos estão muito envolvidos, principalmente pelo fato de que percebem que essas ferramentas auxiliam no desenvolvimento do projeto”, analisa a professora. Já os professores Marcelo Peres da Silva e Sandro Silva usam o Google Formulários para atividades de revisão. “Ao errar a questão, o aluno é direcionado para um módulo de explicação sobre a pergunta. O módulo pode ter uma imagem, um texto, um vídeo ou mais de um deles. Quando ele acerta, ele vai passando para questões até completar a atividade”, explica Marcelo. No primeiro trimestre, as turmas do 6º ano utilizaram o Google Planilhas e o Google Apresentações para a fase inicial de um projeto interdisciplinar sobre o trânsito. “Os estudantes do 6º ano sempre se mostram muito entusiasmados e motivados em realizar atividades com o uso de ferramentas digitais”, afirma a professora de Matemática, Clarissa Ballejo. Além disso, a ferramenta Google Formulários também está sendo utilizada pela equipe de Psicologia dos Anos Finais para propiciar a reflexão individual dos estudantes sobre o desenvolvimento das competências e habilidades propostas na Matriz Socioemocional, por meio do instrumento de Autoavaliação online. O Google Formulários foi utilizado, ainda, no processo de Avaliação Docente com os estudantes, e em um instrumento de Avaliação de Clima e Convivência Escolar.

Estudantes utilizam as ferramentas tecnológicas para complementar o aprendizado


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OLHOS PARA O MUNDO

Certificado de premiação foi entregue em sala de aula, no mês de maio

INTERCÂMBIO NA ÁREA DE HOSPITALIDADE E HOTELARIA Marcela Wiltgen Jeffman, estudante da 3ª série do Ensino Médio, passou duas semanas em Montreux, na Suíça Premiada no 2º Concurso de Turismo & Hospitalidade da América Latina, promovido pelo Swiss Education Group (SEG), a estudante da 3ª série A do Ensino Médio, Marcela Wiltgen Jeffman, passou duas semanas do mês de julho em Montreux, na Suíça, cursando “Introdução ao Mundo da Hospitalidade”, oferecido pelo Hotel Institute Montreux. O concurso foi realizado também na Argentina, na Colômbia, no México e no Peru, sendo que no Brasil foram quase 200 vídeos produzidos por estudantes. Nas produções, os alunos tinham que responder como eles viam a hospitalidade em seus países. De acordo com a consultora educacional da SEG, Valquíria Mac-Dowell, que esteve no Colégio Farroupilha no mês de maio para entregar o certificado de premiação à Marcela, o vídeo da estudante foi selecionado pela abordagem ampla e criatividade. “Ela trouxe muitos dados estatísticos, abordou também formas de como resolver problemas que enxerga na hospitalidade no


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Brasil e foi bastante criativa no formato”, falou. A qualidade dos vídeos enviados pelos alunos também chamou a sua atenção. “Isso mostra o comprometimento que eles possuem com o futuro deles, com o aprendizado e também demonstra a qualidade do ensino e do incentivo da escola e do quadro acadêmico como um todo”, frisou. Ao todo, 24 estudantes do Ensino Médio do colégio inscreveram-se no concurso. “Foi uma oportunidade maravilhosa, pois os nossos alunos tiveram contato com essa nova área que representa uma importante alternativa para eles em termos de carreira profissional”, destacou o coordenador do Ensino Médio, Rubem Corso.

PASSEIOS E IMERSÃO NO MUNDO DA HOSPITALIDADE Marcela ficou hospedada na própria escola, que antigamente funcionava como um hotel. O local permite que os alunos vivenciem, de fato, a hospitalidade. O curso abordou tópicos, como introdução ao mundo dos hotéis e de refeições requintadas, vendas e marketing de hospitalidade, compreensão de culturas e costumes, habilidade de liderança empresarial e de comunicação, as opções da carreira na hospitalidade, recursos humanos e criação de uma experiência positiva para o cliente. Além disso, ela teve uma aula sobre queijo e chocolate, na qual aprendeu as fases de produção dos alimentos, o método de fazê-los e a melhor época para comê-los. Um dos pontos mais marcantes da experiência foi o contato com estudantes de várias partes do mundo, como Uganda, Itália, China, Ucrânia e Hungria. “Toda essa diversidade cultural me mostrou uma perspectiva diferente, porque acabamos tendo uma visão muito pequena do mundo. Quando a gente vê tantas pessoas diferentes no mesmo lugar, percebemos como o mundo é grande”, analisa. A experiência serviu para auxiliar Marcela na carreira que pretende seguir futuramente. “Foi significativa demais, porque eu não sabia o que era hospitalidade e agora me diferencio por isso. Estou muito feliz, foi algo que contribuiu para entender mais a vida, amadurecer as minhas ideias e a ter as minhas próprias experiências”.

Intercâmbio possibilitou a troca de experiência com estudantes de diversos países


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OLHOS PARA O MUNDO

FARROUPILHA EM PORTUGAL Psicólogas educacionais apresentaram trabalhos no 6º Congresso Internacional sobre Inteligência Emocional O Colégio Farroupilha esteve representado pelas psicólogas educacionais dos Anos Iniciais, Diana Santos e Luciana Motta, e do Ensino Médio, Lisiane Saraiva, no 6º Congresso Internacional sobre Inteligência Emocional (ICEI 2017), realizado entre os dias 19 e 22 de julho, na Universidade de Porto, em Portugal. Elas tiveram a missão de apresentar dois trabalhos da instituição: “Desenvolvendo a inteligência emocional na escola: ferramentas de liderança como uma das estratégias pedagógicas”, que fala sobre o trabalho do programa “O Líder em Mim”, e “Construção da Matriz Socioemocional do Colégio Farroupilha: relato de experiência de uma escola brasileira”, que aborda todos os passos para a elaboração da matriz socioemocional. O grupo participou de três cursos pré-congresso: “Workshop de Certificação ISEI nível 1”, que capacita profissionais para trabalhar com inteligência emocional; “Inteligência Emocional em Ação: chaves para desenvolver nossas emoções”, cujo objetivo foi trazer conceitos de emoção e inteligência emocional com uma perspectiva prática, e “Programa INTEMO: estratégias para o desenvolvimento da Inteligência Emocional de Crianças e Adolescentes”, que mostrou estratégias para desenvolver habilidades emocionais. A viagem serviu, ainda, para conhecer diversas instituições de ensino, como o Observatório de Melhoria e da Eficácia da Escola (OMEE); a Escola de Educação Básica Externato as Descobertas, de Lisboa, e o Departamento de Psicologia e Educação da Universidade de Coimbra, e trocar experiências sobre questões ligadas à aprendizagem socioemocional. “Aproveitamos ao máximo a oportunidade de divulgar a nossa instituição através do nosso trabalho e do intercâmbio de informações, bem como de aprimorar as nossas práticas a partir do conhecimento de outras formas de atuação”, destacou Diana.


DESTAQUE 31

CIRANDA DE IDEIAS E OS DESTAQUES DOS ANOS INICIAIS Evento reuniu as principais produções do primeiro semestre letivo A Ciranda de Ideias transformou o Colé-

estudos das plantas e da germina-

maquetes das missões jesuíticas e de

gio Farroupilha, no mês de julho, em uma

ção, das profissões do passado e do

sítios arqueológicos, jogo dos quadran-

grande galeria do conhecimento, onde

futuro e da obra de Monteiro Lobato

tes geográficos e trabalhos desenvol-

a comunidade escolar pôde prestigiar

– exposta em uma sala com diversas

vidos nas oficinas de cultura afro-indí-

e interagir com os principais trabalhos

representações dos personagens de

genas também foram expostos. Já os

realizados no primeiro semestre letivo

O Sítio do Pica-pau Amarelo. A cida-

estudantes do 5º ano compartilharam

pelos estudantes do Ensino Fundamen-

de de Porto Alegre foi homenageada

conhecimentos sobre geometria, convi-

tal – Anos Iniciais. As turmas do 1º ano

pelos estudantes do 3º ano. Além de

dando os visitantes a testá-los em jo-

reconstruíram as zonas rural e urbana,

diversos trabalhos sobre a capital

gos virtuais e aprender sobre simetria

cada qual com suas características: ani-

gaúcha, os presentes puderam con-

ao colorir mandalas. Também foi possí-

mais, grama e uma simpática casinha de

ferir vídeos feitos pelos alunos em di-

vel assistir ao Cine História, com víde-

campo feita com materiais reciclados fi-

ferentes pontos turísticos da cidade.

os produzidos pelas turmas, conhecer

zeram parte da zona rural; enquanto prédios, semáforos e carrinhos interativos compuseram a zona urbana.

Um espaço gourmet foi montado pelas turmas do 4º ano, que levaram à mesa conhecimentos adquiridos sobre os

Entre os trabalhos desenvolvidos pe-

grupos alimentares e a alimentação

las turmas do 2º ano, destacam-se os

saudável.

Experimentos

Famílias puderam participar de oficinas ao lado dos filhos

científicos,

as linhas do tempo construídas com fotos dos familiares e ver diferentes trabalhos relacionados aos sistemas do corpo humano, à sustentabilidade, à literatura, entre outros temas.


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MOVIMENTO

TODO MUNDO LÊ Semana Literária – 32ª Feira do Livro teve como patrono o escritor Dilan Camargo

Durante a primeira semana do mês de julho, os estudantes de todos os níveis de ensino das unidades Correia Lima e Três Figueiras participaram ativamente da Semana Literária – 32ª Feira do Livro. A programação contou com apresentações teatrais, bate-papos, palestras, oficinas, contação de histórias e um encontro especial do programa Cuidar é Básico com a escritora e psicóloga Luciana Fim Wickert, que abordou o tema “A literatura para além das estórias”. A abertura do evento contou com a presença do patrono Dilan Camargo. O escritor destacou em sua fala a importância da leitura para o desenvolvimento da imaginação e da inteligência. “O livro é um patrimônio cultural indiscutível. A educação e a leitura são a janela para nos tornarmos pessoas melhores”, afirmou. Uma grande tenda foi montada em frente ao Bar do Zé. Além da realização de atividades pedagógicas, o espaço recebeu diferentes editoras para a comercialização de livros. Confira, a seguir, os destaques por nível de ensino:

Patrono recebeu uma placa de homenagem na abertura do evento

EDUCAÇÃO INFANTIL O ex-aluno, escritor e ilustrador Carlos Augusto Pessoa de Brum, o Cadu, visitou as turmas dos Níveis 3, 4 e 5 para contar a história da sua nova obra, chamada “Cadu e as sílabas”. As crianças do Nível 2 ao Nível 5 assistiram, também, ao pocket show do projeto transmídia “Maurício e os imaginários”, que integra música, literatura e animação em 3D. O projeto “Também somos autores” foi a atividade que encerrou a programação do evento. As crianças do Berçário ao Nível 5 lançaram os livros desenvolvidos ao longo do semestre e participaram de uma sessão de autógrafos ao lado das famílias.


ANOS INICIAIS A programação do 1º ao 5º ano foi intensa. Obras da escritora Léia Cassol foram apresentadas às turmas de 1º, 2º e 3º anos pela professora, contadora e atriz Carmen Lima. O ex-aluno Cadu também contou para os estudantes a história do seu livro “Cadu aprende a ler” e ensinou as turmas do 2º ano a criarem histórias na Oficina de Produção Textual Criativa. Além disso, o patrono Dilan Camargo realizou um bate-papo com os 4º anos sobre a obra “Brincriar”, e os estudantes do 1º ano aproveitaram para conhecer a história do livro “A palavra tem segredo?”, com a autora Luciana Celia. O Grupo de Teatro formado por estudantes e ex-alunos do colégio apresentou duas peças: “O Pequeno Príncipe”, para as turmas do 2º ano da Unidade Correia Lima, e “Rita, não grita”, para os estudantes do 5º ano da Unidade Três Figueiras. O Memorial organizou um Circuito Lúdico Açoriano com os estudantes do 3º ano que incluiu a pintura de desenhos de azulejos, dos trajes típicos e do Galo de Barcellos, da confecção da Bandeira do Divino e do guardanapo Pão por Deus, da solução de uma carta enigmática e de exercícios de caça-palavras e cruzadinhas. As turmas do 5º ano desenvolveram as suas próprias histórias em quadrinhos na oficina “HQ e análise gráfica da obra ‘A invenção de Hugo Cabret’”, com a mestre em linguística Claudia Soares Barbosa.

ANOS FINAIS As turmas do 6º ano participaram do Jogo Continentes Literários, que mescla o virtual, o real e o tabuleiro com conhecimentos sobre Literatura, Geografia e a Biblioteca da escola. Para o 7º ano foi proposta a Oficina de Escrita Criativa com os escritores Zu Escobar e Antônio Navarro. Os alunos receberam dicas de como criar uma boa história. Os estudantes do 8º ano tiveram uma arrepiante conversa com o autor Antônio Schimeneck sobre histórias de suspense e terror, entre elas a de “Maria Angula” e do livro “7 histórias de gelar o sangue”. Já o Setor de Arquitetura do colégio organizou uma oficina de Maquete para as turmas do 9º ano para ensinar conceitos, como contação de escalas, planificação e texturas. As turmas de 8º e 9º anos da Unidade Correia Lima assistiram ao teatro “Coração Delatores”, da Companhia Nó Cego.

ENSINO MÉDIO Para os estudantes da 1ª e 3ª séries foram organizadas palestras e oficinas sobre Redação, com Débora Porto, Leitura Crítica, com Clarinha Glock, Imagem no ENEM, com Vinicius Rodrigues e Greice Antoline, e Poemas de Fernando Pessoa, com Gabriela Silva. Todas essas atividades reforçam competências exigidas em provas de vestibulares e do ENEM. As turmas da 3ª série assistiram, também, a uma palestra sobre o livro “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, uma das leituras obrigatórias para o vestibular da UFRGS em 2018.


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DESTAQUE

SUSTENTABILIDADE NA PRÁTICA Do plantio de hortas à construção de um carrinho com fonte de energia renovável, VI Feira Verde trabalha a conscientização ambiental com a comunidade escolar

Muitas das atividades serviram para ensinar o reaproveitamento de materiais

Os estudantes da Educação Infantil ao Ensino Fundamental – Anos Finais participaram de diversas palestras e oficinas com foco na sustentabilidade durante a VI Feira Verde, que aconteceu entre os dias 05 e 09 de junho. O evento, em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, contou ainda com uma Feira Orgânica, na qual a comunidade escolar pôde desfrutar dos produtos trazidos pelos expositores.

AS PRIMEIRAS SEMENTES A conscientização sobre sustentabilidade começa já na Educação Infantil. Com atividades adequadas para cada faixa etária, as crianças começam a aprender sobre o meio ambiente e a sua preservação. Ao longo da VI Feira Verde, as turmas da Educação Infantil realizaram atividades, como plantar uma hortinha com temperos e chás, preparar um suco de abacaxi com hortelã e açúcar orgânico, construir uma maquete a partir de uma visita feita à horta da escola, e divertir-se com a história “O grande rabanete”, de Tatiana Belinky. Os pequenos do Full Day participaram de uma oficina de customização de camisetas usadas. Eles foram incentivados a representar a natureza. Os desenhos feitos com giz em uma lixa foram, depois, transpostos para as camisetas, que foram decoradas com fitas e botões.


COLHENDO FRUTOS Os estudantes do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, das unidades Correia Lima e Três Figueiras, participaram de contações de histórias, produziram papel semente, aprenderam sobre o consumo da água, recontaram histórias a partir de aplicativos, e fizeram estojos com garrafas PET na oficina Trecológico. Eles também deixaram a escola mais bonita ao construir um Jardim Suspenso, com mudas de flores coloridas. O trabalho dos estudantes começou antes mesmo da VI Feira Verde, pois eles juntaram garrafas PET que, depois, transformaram em vasos para receber as mudas. O Jardim Suspenso está na pracinha dos Anos Iniciais, próximo à esplanada e foi construído pelas turmas do 2º ano da Unidade Três Figueiras e 3º ano da Unidade Correia Lima.

SEMEANDO UM FUTURO RENOVÁVEL Já as turmas do Ensino Fundamental – Anos Finais tiveram um ‘aulão’ sobre sustentabilidade, participaram de uma oficina sobre a temática, que abordou obras do artista brasileiro Vik Muniz e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, da Oficina Descarte correto de lixo eletrônico, composta por documentário e prática com desmontagem de computadores para identificar os componentes reutilizáveis. Os estudantes do 9º ano iniciaram o processo de construção do Farroups Car, um carrinho controlado por um aplicativo e movido por energia fotovoltaica, de natureza renovável. O projeto envolve as disciplinas de Matemática e de Física e conta com parceria da Usina FabLab, cujo um dos engenheiros responsáveis é pai de estudante.


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DESTAQUE

Equipe da 3ª série do Ensino Médio foi ouro na competição

OURO NA OLIMPÍADA INTERNACIONAL MATEMÁTICA SEM FRONTEIRAS Estudantes do Colégio Farroupilha conquistaram, no total, 113 medalhas na competição

Os estudantes do Colégio Farroupilha se destacaram na Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras (MSF), realizada em diversos países no final do mês de abril. Ao todo, foram 113 medalhas conquistadas. Sessenta estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais à 3ª série do Ensino Médio foram premiados, sendo 15 deles com medalhas de Ouro nos níveis Estadual e Nacional da competição. “Eu gosto bastante dessa prova porque eu sempre gostei de Matemática, e a Olimpíada é mais um momento de praticar, de estar com os amigos”, afirmou a estudante da 3ª série E do Ensino Médio, Júlia Pederiva Scolari. Ela é uma das integrantes da equipe formada por estudantes das 3ªs séries E e F premiada com Ouro nas duas etapas da competição. “Essa foi a primeira vez que eu fiz a prova e estava muito ansioso para saber se a gente tinha ido bem. Quando chegou o resultado eu fiquei muito feliz”, declarou o estudante Victor Franzen Neumann, colega de Júlia. Além da conquista do Ouro com as 3ªs séries do Ensino Médio, os estudantes da equipe das 1ªs séries A e E do Ensino Médio conquistaram Bronze Estadual. A equipe composta pelas turmas dos 5ºs anos A e C do Ensino Fundamental – Anos Iniciais recebeu Bronze nas etapas Estadual e Nacional. Os integrantes da equipe do 6º ano B da unidade Correia Lima também receberam o Bronze Estadual e Nacional. Já a equipe dos 9ºs anos A e B do Ensino Fundamental – Anos Finais conquistou medalha de Prata no nível Estadual e de Bronze no Nacional.


“É a nossa segunda participação na Olimpíada Internacional Matemática sem Fronteiras e o segundo ano em que somos medalhistas em nível Estadual e Nacional. Esses resultados nos mostram que as nossas práticas, em relação à Matriz Curricular e à Matriz Socioemocional, de fato, estão voltadas para a missão do Colégio Farroupilha: formar cidadãos competentes que aliam o seu conhecimento à prática”, afirmou a coordenadora do Laboratório de Matemática, professora Alessandra Dornelles. Cerca de 340 estudantes inscreveram-se para participar da Olimpíada Internacional MSF em 2017. Em 2016, 251 estudantes se inscreveram e um grupo de estudantes do Ensino Médio, após apresentarem ótimo desempenho, foi convidado a representar o Colégio na 22ª Olimpíada Internacional de Ciências, Matemática, Habilidade Mental e Eletrônica (QUANTA 2016), que aconteceu na Índia. “O resultado positivo em 2016 nos levou a participar de uma competição incrível na Índia e neste ano, além desta, outras portas se abrem”, concluiu Alessandra.

EXPERIÊNCIA NA MALÁSIA O Ouro conquistado na MSF rendeu um convite à equipe de estudantes da 3ª série do Ensino Médio para a Asia International Mathematical Olympiad (AIMO), a maior competição de matemática do mundo, realizada entre os dias 03 e 06 de agosto em Kuala Lumpur, na Malásia. Júlia Scolari, Enzo Duarte Nunes, David Matter Wechsler, Matheus da Silva Barcellos e Gilberto de Medeiros Junior, da 3ª série E, e Luiz Poli, Heitor de Andrade, Gabriel Trein e Pedro Paiva, da 3ª série F, acompanhados da professora Alessandra, embarcaram no final do mês de julho para a experiência. Antes da viagem, o grupo fez aulas de preparação e revisão de provas de outros anos com a equipe do Laboratório de Matemática. Na AIMO, os estudantes fizeram uma prova individual, com 30 questões, em duas horas. Pelo Brasil, os alunos Gabriel, Luiz, Pedro, Matheus e Enzo ganharam a medalha de bronze, enquanto que os colegas Gilberto e David foram agraciados com a medalha de prata. Além disso, David também recebeu o troféu de melhor aluno brasileiro durante a cerimônia de premiação da olimpíada. Estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio que se destacaram na MSF


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DESTAQUE

MIA COUTO NO FARROUPILHA Projeto Enlivrescer promoveu conversa entre o escritor moçambicano e os estudantes do 8º e do 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais No mês de junho, o escritor moçambicano Mia Couto esteve no Colégio Farroupilha para uma conversa com os estudantes do 8º e do 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais. Ao iniciar sua fala no Auditório 1 do Colégio Farroupilha, Mia Couto anunciou: “Eu gostaria simplesmente que isso fosse uma conversa e que não fosse uma coisa chata. A pior coisa é falar com um escritor que se leva muito a sério. Eu só me levo a sério quando estou trabalhando como escritor. Antes e depois eu só quero ser feliz e encontrar pessoas com quem eu posso trocar ideias. É isso que eu vim fazer aqui hoje”. O anúncio de Mia Couto concretizou-se. A conversa fluiu naturalmente, provocando risadas e aplausos da plateia. Os estudantes haviam preparado várias perguntas sobre a obra e a vida do autor e receberam dele mais do que simples respostas, mas o compartilhamento de histórias de vida, contadas na linguagem poética característica de Mia Couto. Ao ser questionado sobre um dos contos presentes em “Estórias Abensonhadas”, o escritor revelou não se lembrar dele e pediu que a estudante do 8º ano C, Bruna Tiskievicz da Silva, refrescasse sua memória. O auditório demonstrou


surpresa com a desenvoltura de Bruna

pede para olharmos para os outros de

ao recontar para o autor a narrativa.

uma maneira mais próxima, que tenha-

Em outro marcante momento, Antó-

mos vontade de conhecer os outros

nio Emílio Leite Couto contou como

que são diferentes de nós. Eu acho que

tornou-se Mia: “Eu tinha dois ou três

isso não se aprende espontaneamente,

anos [...] e disse ‘Eu quero me chamar

ao contrário, há toda uma campanha

Mia’ e isso qualquer criança diz, mas

de informação hoje que faz olhar com

o que aconteceu na nossa casa foi

desconfiança os outros que não são

que meus pais disseram ‘sim’”. A visita

exatamente da nossa cultura, da nos-

de Mia Couto ao Farroupilha foi pro-

sa religião. Acho que a escola não pode

movida pelo Projeto Enlivrescer, que,

ficar indiferente a isso.

coordenado pela Biblioteca e pelo Laboratório de Português, tem como objetivo aprofundar os estudos literários, por meio de palestras, cursos, encontros e oficinas. Veja, abaixo, trechos de uma entrevista realizada com o autor:

3. Os contos de Estórias Abensonhadas foram escritos após o fim das guerras pela independência de Moçambique. Como esse contexto influenciou a escrita desse livro? A guerra nunca se torna exatamente uma lembrança porque ela está sem-

1. Quais lembranças guarda de sua

pre presente em alguma coisa que a

vida escolar?

gente percebe que, tendo acontecido,

Eu estudei em uma cidade muito pequena e a escola era pequena também. A lembrança que eu tenho é de que esse era um momento feliz que eu tinha com os outros meninos, era uma sensação de descoberta. A escola não era a mesma coisa que é hoje, era uma escola mais cinzenta, mais austera, e mais virada para aquilo que era o programa escolar e não tanto a criança. Então eu confesso que eu estava na sala de aula esperando pelo intervalo, que é disso que eu me lembro mais, são os recreios. 2. Como o senhor enxerga o papel da escola na construção de um cidadão para o mundo contemporâneo? Eu acho que a escola tem que ensinar um saber, um conhecimento, mas no mundo de hoje também tem que ensinar outras coisas. Nós estamos em um mundo que mudou muito rapidamente, é um mundo que pede uma posição ética, que pede uma solidariedade, que

irá acontecer sempre dentro de nós a nível fantasmagórico, a nível daquilo que são lembranças impossíveis de apagar. Até acho que uma das razões da minha escrita é tentar construir um diálogo com esse tempo porque ao mesmo tempo é um tempo de sofrimento, mas eu quero que esse tempo seja meu, não quero perder

Após a palestra, escritor autografou o livro “Estórias Abensonhadas”


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DESTAQUE

CULTURA NERD É CELEBRADA NO FARROUPILHA Biblioteca e GEF promovem Semana Nerd, com atividades em comemoração ao Dia do Orgulho Nerd

Em 25 de maio é mundialmente comemorado o “Dia do Orgulho Nerd”. Também conhecida como “Dia da Toalha”, a data é inspirada em sagas de livros, filmes e jogos que norteiam o universo nerd/geek, como o “Guia do Mochileiro das Galáxias”, de Douglas Adams – que aborda a toalha como um dos objetos mais importantes para um viajante interestelar, e “Star Wars”, de George Lucas – cujo primeiro filme foi lançado neste dia em 1977. No Farroupilha, a Biblioteca e o Grêmio Estudantil Farroupilha (GEF) promoveram a “Semana Nerd”, com uma série de atividades em alusão à data nos recreios do Ensino Fundamental – Anos Finais e do Ensino Médio. Os estudantes participaram do “Desafio Nerd”, um jogo composto por perguntas acerca da cultura nerd/geek e por tarefas relacionadas a esse universo, tais como a Corrida Naruto e o Desafio Kamehameha. As equipes vencedoras foram premiadas com um vale compras da Casa do Estudante, que apoiou o evento. Os estudantes do 6º ano B, Pedro Böhs, Matheus Rodenbusch e Eduardo Fernandes foram os vencedores do Desafio Nerd dos Anos Finais. Já no Ensino Médio, a equipe vencedora foi composta por João Antônio Coelho, João Pedro Streibel e Rafael de Bem, da 3ª série C. A “Semana Nerd” do Farroupilha contou ainda com sessões de cinema na Biblio-

Curtas japoneses foram exibidos na Biblioteca

teca, exibindo os curtas de animação “Alma”, o “Dia em que a Morte se Apaixonou pela Vida” e “Schelter – o abrigo”.


GINCANA DA INTEGRAÇÃO III Batalha dos Farroups reuniu as turmas do 9º ano na Sede Campestre

A III Batalha dos Farroups, atividade realizada com as turmas do 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais para estimular a reflexão, a integração, o espírito de liderança e a importância do trabalho em equipe, foi dividida em dois momentos neste ano, cujo tema foi “As décadas musicais”. No final do mês de maio, foi realizada a abertura oficial, com a presença das famílias e dos estudantes que participaram de várias tarefas, como decifrar palavras escritas com letras e números, cantar o Hino Nacional sem olhar a letra, testar conhecimentos gerais com o aplicativo Kahoot!, e dançar. Ao final, foi apresentada a dança coletiva, em que cada turma ficou responsável por relembrar uma década. Já na Sede Campestre, no mês de junho, os estudantes participaram de tarefas que buscam desenvolver habilidades socioemocionais, a partir de atividades lúdicas e práticas que envolvem os conhecimentos aprendidos em sala de aula. Pesca, corrida, vôlei e futebol foram alguns dos esportes praticados. “A gincana é um projeto que busca desenvolver habilidades fundamentais para o crescimento pessoal e social. Neste sentido, hábitos de liderança e trabalho em equipe são incentivados por meio de atividades que provocam reflexão, integração e amadurecimento do grupo”, explicou o professor de Geografia, Rodrigo Bennett. A turma campeã da III Batalha dos Farroups foi a 9º ano D.


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DESTAQUE

APROXIMANDO O ENSINO MÉDIO DA UNIVERSIDADE Jornada das Profissões trouxe ex-alunos, profissionais e acadêmicos de diversas áreas

Por uma manhã inteira do mês de junho, os dois auditórios da escola e outras 10 salas de aula foram palco para mais de 30 palestras que compuseram a Jornada das Profissões, evento direcionado aos estudantes do Ensino Médio e que tem como foco o apoio à escolha da carreira. Este ano, as turmas puderam conversar com profissionais e acadêmicos das áreas de Medicina, Administração, Direito, Engenharias, Design Gráfico, Odontologia, Biomedicina, Mercado Financeiro, Jornalismo, Economia, Psicologia, Biologia, Marketing, Jogos Digitais, Arquitetura, Publicidade, Veterinária, Biotecnologia, Relações Internacionais e Design de Moda. A Jornada contou ainda com uma palestra voltada à preparação para as provas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e com falas de ex-alunos do Farroupilha, que são hoje universitários. Enquanto os profissionais com ampla carreira trouxeram em suas falas a experiência, comentando aspectos das rotinas de cada área, das oportunidades de mercado e acadêmicas e de características bem específicas, as abordagens dos ex-alunos do Farroupilha trouxeram diferentes aspectos da vida universitária, como a conquista de novas amizades, as provas e trabalhos, e as oportunidades de pesquisa e de monitoria. “Foi uma experiência muito legal voltar aqui no colégio. Eu quis falar para eles aquilo que eu gostaria de ter ouvido quando eu estava no lugar deles”, afirmou a ex-aluna do Farroupilha e hoje estudante do 4º semestre do curso de Gastronomia da Unisinos, Ana Pastl. “A jornada das profissões foi uma experiência muito legal, que com toda certeza ajudou muitos alunos, inclusive eu, a escolherem suas futuras profissões”, afirmou a estudante da 1ª série B do Ensino Médio, Sofia Azevedo.




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