ANO XXV | Nº 129 | ABRIL A JUNHO DE 2018
NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM Mudança no cardápio das crianças do Berçário e do Nível 1: alimentação sem açúcar
Farroupilha representa as Américas em evento na Inglaterra
Novo espaço no estacionamento para as famílias
EXPEDIENTE
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EDITORIAL
Nº 129 – Edição de Abril a Junho de 2018 da Revista Farroupilha Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858 – ABE 1858 Fernando Carlos Becker Diretora Pedagógica Marícia Ferri Diretor de Administração e Finanças Milton Fattore
ENSINO COM RESPONSABILIDADE E LUDICIDADE Já faz anos que o Colégio Farroupilha preocupa-se com a qua-
Jornalista Responsável Manoela Andrade Scroferneker (MTB 13648)
lidade do ensino e, para obter êxito nessa missão, aposta na
Textos Cristiane dos Santos Parnaíba Manoela Andrade Scroferneker
nejados e organizados. Entende, portanto, que isso significa
Criação e Design Milene Martins Monica Figueiredo Dawud Comunicação e Marketing comunicacao@colegiofarroupilha.com.br Diagramação e Projeto Gráfico Carolina Fillmann – Design de Maria www.designdemaria.com.br Revisão Textual Laboratório de Português Capa Inacio Martins Bastos Gigena, Maria Eichenberg Mendes e Martina Keiserman Monticielo, estudantes do Nível 5B da Educação Infantil.
formação continuada dos educadores e na melhoria contínua dos espaços, tornando-os ambientes mais acolhedores, plainvestir no futuro e em crianças e adolescentes mais felizes, autônomos e criativos. A edição de Abril a Junho da Revista Farroupilha propõe uma discussão sobre a neurociência e a sua relação com a aprendizagem. Nessa reportagem, diferentes especialistas abordam a importância de, desde cedo, as crianças terem contato com diversas experiências e emoções, e de como a oferta de espaços lúdicos e diferenciados auxilia no desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Apresenta, ainda na matéria principal, os cuidados em relação à tecnologia e o quanto é necessário manter uma rotina saudável de uso dos aparelhos eletrônicos. A publicação traz, ainda, uma matéria sobre as homenagens pelos 12 anos da Unidade Correia Lima e a participação do Farroupilha no 52º Congresso Internacional de Ensino de Língua Es-
Ouvidoria Farroupilha ouvidoria@colegiofarroupilha.com.br (51) 3455-1889
trangeira (IATEFL), na Inglaterra, onde foi apresentado o trabalho
Tiragem 1.000 exemplares
tor de Nutrição, que retirou totalmente o açúcar da alimentação
Versão Online www.colegiofarroupilha.com.br
das crianças do Berçário e do Nível 1 da Educação Infantil.
COMO INSTALAR O LEITOR DE QR CODE NO SEU CELULAR Inventado no Japão em 1994, o QR Code foi criado para facilitar o acesso à informação por parte de usuários de celulares, podendo ler qualquer coisa de qualquer lugar. Para ler um QR Code ou Quick Response Code é preciso instalar um software em seu celular. Ele será responsável por decodificar a imagem capturada. Na internet, há muitos softwares gratuitos disponíveis. É preciso que se baixe um de acordo com o modelo do celular. Em português, o http://reader.kaywa.com é um dos melhores sites para baixar leitores de QR Code. Para aqueles que quiserem criar seus próprios QR Codes, em http://qrcoder.kaywa.com, é possível gerá-los facilmente.
Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858
desenvolvido pelo Centro de Cambridge do colégio. Além disso, conta com uma reportagem sobre a iniciativa realizada pelo se-
Fernando Carlos Becker
SUMÁRIO 3
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NESTA EDIÇÃO | #129 15
Embaixadores da Google for Education
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Sticky S.A/E, a nova miniempresa do Farroupilha
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Semana da Língua Alemã no Farroupilha
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Resgatando os laços com ex-alunos
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As novas caras do GEF
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Comemorações pelos 12 anos do Correia Lima
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OPINIÃO
BRINCAR E APRENDER NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por Cleusa Beckel, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Farroupilha. O brincar exerce influência em todas as fases da infância, favorecendo a aprendizagem, pois permite que as crianças explorem o mundo, construam conhecimentos, estabeleçam relações, descubram seus limites, movimentem-se e aprendam sobre tudo que as cerca. Tanto no brincar livre quanto no brincar dirigido, as crianças desenvolvem habilidades cognitivas e socioemocionais. Considerando a importância primordial da brincadeira e da ludicidade na infância, a equipe da Educação Infantil do Colégio Farroupilha elaborou uma Matriz Curricular de Brincadeiras e Jogos. Dado que as crianças, ao brincar e ao jogar, vivenciam inúmeras possibilidades de interações, de sentimentos, de emoções, de uso potencializado da imaginação e da criatividade, de uso do corpo, elas constroem, assim, aprendizagens, dinamizando diferentes aspectos de seu desenvolvimento. Durante as brincadeiras e os jogos, pode-se conhecer as crianças na condição de protagonistas, respondendo aos desafios de elaborar e testar hipóteses, lidar com questionamentos diversos, com confronto de ideias, e exercitar a empatia. As brincadeiras e os jogos possibilitam que as crianças lidem com desafios e com regras, colaborando para a internalização deles, com benefícios para o convívio social. Essas atividades possibilitam também que experienciem os sentidos da escolha, da espera, da competição, de ganhar e de perder com desdobramentos ao desenvolvimento da autonomia e da cooperação, em uma rede de articulações entre cognição, afeto e emoção, a partir da qual vão experimentando e aprendendo muito sobre si mesmas e sobre o mundo do qual fazem parte. Brincando, vão elaborando o mundo, modificando-o e construindo a sua identidade na relação com o ambiente ao qual pertencem. Para reforçar a importância das brincadeiras na vida dos pequenos, desde 2016, o colégio comemora a Semana Mundial do Brincar. Outra iniciativa, para mostrar a relevância do tema, foi em 2017, quando os educadores da Educação Infantil organizaram e enviaram às famílias um Guia de Brincadeiras para serem vivenciadas pelas crianças. A novidade desse ano foi a inauguração da Minicidade, um local rico para descobertas e interações. Esse novo espaço também oportuniza novas aprendizagens e vivências que auxiliam na construção da cidadania das crianças. Com a convicção de que brincar é aprender, o tempo destinado para as brincadeiras e os jogos é garantido no currículo da Educação Infantil do Colégio Farroupilha. A ludicidade favorece o desenvolvimento cognitivo e socioemocional, ao mesmo tempo que desempenha um papel importante na preparação das crianças para o mundo além dos muros da escola.
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A RELEVÂNCIA DO LÚDICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA Por Clarissa Ballejo, professora de Matemática do Ensino Fundamental – Anos Finais. Muitas vezes, temos a ideia de que
Nessa perspectiva, a ludicidade encontra-se presente nas aulas de matemática
o ensino de matemática é estanque,
do 6º ano do Ensino Fundamental por meio de jogos, brincadeiras e ativida-
baseado em exercícios repetitivos
des com material concreto. Esses materiais proporcionam leveza às aulas e
que não despertam a motivação nem
incentivam a autoavaliação do estudante, que pode verificar seus avanços na
o gosto pelo aprendizado por parte
disciplina. Os jogos e as brincadeiras propiciam não somente o contato com
dos estudantes. No entanto, é pos-
objetos de estudo da matemática, mas também situações com regras preesta-
sível desenvolver atividades lúdicas
belecidas, como ter que esperar sua vez para jogar e poder perder ou ganhar,
em sala de aula que promovam o co-
desenvolvendo a cooperação, o respeito, a interação e a resolução de conflitos.
nhecimento de forma mais divertida e prazerosa. Elas podem servir como uma forma de introduzir determinado assunto ou retomar conceitos já estudados. As Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica (2013) também destacam a relevância da abordagem lúdica nas distintas áreas do conhecimento, salientando que o processo de aprendizagem está relacionado, de forma inseparável, a questões afetivas e emocionais.
Um exemplo de prática envolvendo a ludicidade é o jogo de cartas sobre potenciação e radiciação desenvolvido por mim: em grupos de quatro estudantes, cada um deve formar pares de cartas em que uma contém o cálculo e a outra o resultado. As cartas são retiradas ao acaso, e o estudante que conseguir formar primeiro três pares ganha o jogo. Embora os jogos e as brincadeiras possuam cunho recreativo, cabe ressaltar que todos são desenvolvidos com objetivos claros e bem definidos de acordo com as competências e habilidades previstas na Matriz Curricular de Matemática e suas Tecnologias do Colégio Farroupilha. Sendo assim, essas atividades lúdicas buscam proporcionar aulas mais prazerosas e desafiadoras, estimulando a curiosidade e a participação dos estudantes estreitando a relação com o professor.
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OPINIÃO
LER E ESCREVER BRINCANDO UM RELATO DE VIVÊNCIAS LÚDICAS NO 1º ANO Por Alexandra da Silva Dalpiaz, Cintia Saldanha, Daniela Lopes Farias, Gabriela Kapla, Gisele Cardoso, Karine Ribas Pereira, Ledi Pires de Oliveira Chiobatto, Maria Colombo e Monica Paz, professoras do 1º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais do Colégio Farroupilha. Há 132 anos, nossa escola vem apresentando práticas inovadoras que revelam o cuidado com a formação integral dos estudantes. A cada ano, buscamos ressignificar conceitos, promovendo uma educação significativa às nossas crianças e, nesse sentido, o brincar tem recebido destaque especial em nosso cotidiano. Sabemos que o brincar não se restringe a uma forma de divertimento, é por meio dele que a criança tem a oportunidade de expressar seus sentimentos e construir o conhecimento, como aponta a psicóloga Joana Simão Valéria (2016). É também no brincar e no faz de conta que a criança experimenta diferentes papéis sociais, elabora situações de conflito, vivencia situações de medo e angústia e aprende a lidar com suas emoções na busca pelo equilíbrio emocional.
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Tendo em vista essas premissas, no 1º ano dos Anos Iniciais as propostas conceituais são desenvolvidas a partir de situações concretas, jogos e brincadeiras, nas quais os estudantes são desafiados a pensar, planejar e criar estratégias. Há espaço para brincadeiras dirigidas, bem como para invenções por parte das crianças. Dessa forma, temos utilizado o lúdico como facilitador no processo de ensino e aprendizagem, buscando a promoção da alegria e do prazer em aprender com nossos estudantes. O universo literário tem recebido também grande espaço em nosso trabalho. A partir de obras da nossa literatura infantil, temos desenvolvido um planejamento interdisciplinar baseado na integração entre as áreas do conhecimento, promovendo vivências repletas de sentido. É importante ressaltar que, quando acrescentamos na nossa rotina os contos, a fantasia, os jogos, a imaginação e a criatividade, estamos dando um “colorido” e um “sabor” especial ao processo de alfabetização, tornando-o mais prazeroso. Nesse sentido, utilizamos o lúdico de forma diferenciada, promovendo ativi-
REFERÊNCIA:
dades lúdicas nas diversas situações de aprendizagem, atribuindo sentido e
VALÉRIA, Joana Simão. A im-
significado às ações educacionais e contextualizando as brincadeiras com a
portância do brincar no desen-
vida. Portanto, o brincar é uma das premissas que nós educadores utilizamos
volvimento da criança. Publica-
para propiciar o desenvolvimento dos estudantes, possibilitando a vivência das
do no site Psicologia.pt em
emoções, das descobertas e da curiosidade que muito contribuem para a for-
16/06/2016.
mação integral dos estudantes.
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CUIDAR É BÁSICO
ZERO AÇÚCAR NOS PRIMEIROS 1000 DIAS Refeições oferecidas para as crianças do Berçário e Nível 1 da Educação Infantil ganharam novos ingredientes Seguindo orientação e recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Colégio Farroupilha adaptou o cardápio das crianças do Berçário e do Nível 1 da Educação Infantil e retirou o açúcar adicional das refeições. Esse processo iniciou em fevereiro de 2017, quando o consumo do açúcar simples foi reduzido. O suco de frutas, por exemplo, foi substituído por água aromatizada, preparada com frutas e especiarias e, no Berçário, foi ampliada a variedade de frutas servidas. Além disso, outras ações foram implementadas para enriquecer a alimentação oferecida na escola, como o uso do sal marinho, do óleo de milho e da farinha integral no preparo das refeições. Os pediatras salientam que a nutrição adequada durante os primeiros 1000 dias – da gestação até os dois anos de idade – influencia a saúde da criança a longo prazo. “Há um impacto profundo no desenvolvimento da criança, o que pode afetar de maneira significativa a qualidade de vida que ela terá no futuro. A criança não deve consumir açúcar nesse período por vários motivos, entre eles o surgimento de cáries, por promover a alteração da flora oral, o desen-
Em atividades na sala de aula, pequenos colocam a mão na massa
PLANO DE VOO
volvimento de obesidade e diabetes. Mas acho que o mais impactante é que nessa idade a criança está desenvolvendo o paladar, e isso acarreta um hábito alimentar errado no futuro, com quantidades cada vez maiores de consumo do açúcar”, salienta a pediatra e mãe do estudante Rafael Brandão Patrício, do Nível 2, Ana Angélica Alencastro Teixeira Brandão. Pesquisas recentes demonstraram, ainda, que o que a mãe come durante a gestação influencia os futuros hábitos alimentares do filho, já que o contato com os aromas e os sabores acontece desde cedo, ainda na fase intrauterina. “Por isso é importante que as mães priorizem a variedade de alimentos, sem maiores restrições, para que a criança tenha contato com diferentes sabores levados pelo líquido amniótico. Essa é a primeira experiência do paladar do bebê”, destaca Ana Angélica. Joseane Mancio, nutricionista do Colégio Farroupilha, explica que o ser humano tem um paladar mais voltado para o doce, daí a importância de não consumir açúcar até os dois anos. “Quando tu ofereces
Crianças do Nível 1B ajudaram a preparar um bolo de frutas
o açúcar neste período para as crianças, existem dois riscos: o primeiro é que desperte nelas o interesse pelo doce, fazendo-as perder o interesse pelo que elas necessariamente precisam comer; o segundo é que o açúcar é uma caloria vazia, ou seja, satisfaz, mas não nutre. Então, a criança pode vir a ter uma carência nutricional, sentir que está satisfeita e não querer comer outra coisa, e o açúcar, nessa idade, não consegue ser metabolizado plenamente pelo corpo, criando uma reserva que vira gordura”, analisa. José Vicente Spolidoro, pediatra do Hospital São Lucas e professor adjunto do Núcleo de Pediatria da Escola de Medicina da PUCRS, lembra que as crianças são mais suscetíveis a alterações chamadas epigenéticas, que ocorrem na periferia do DNA. “Quando uma criança ganha excessivo peso, ou consome açúcar ou sal em excesso, isto promove alterações metabólicas que ficarão marcadas epigeneticamente, fazendo que seus organismos reajam de forma anômala aos estímulos futuros. Cada vez mais sabemos que muitas doenças dos adultos têm seu estímulo inicial nos primeiros anos de vida”, relata. Ana Angélica chama a atenção para o equilíbrio que as famílias devem ter com a alimentação das crianças. “Mesmo que no início elas não gostem, mas a palavra é provar e tentar”, completa. “Se conseguirmos fazer com que as crianças consumam menos alimentos adocicados e com excesso de sal, aumentando o consumo de alimentos com fibras, particularmente frutas e verduras, e aumentando a atividade física, contribuiremos de forma significativa para desenvolver crianças saudáveis e, consequentemente, adultos saudáveis”, frisa Spolidoro.
“Quando tu ofereces o açúcar neste período para as crianças, existem dois riscos: o primeiro é que desperte nelas o interesse pelo doce, fazendo-as perder o interesse pelo que elas necessariamente precisam comer; o segundo é que o açúcar é uma caloria vazia, ou seja, enche a barriga, mas não nutre”, afirma a nutricionista do Colégio, Joseane Mancio.
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CUIDAR É BÁSICO
CARDÁPIO MAIS SAUDÁVEL No Refeitório das crianças da Educação Infantil – Níveis 2 e 3 – o consumo do açúcar foi reduzido. O achocolatado foi retirado, e no lugar foi adotado o cacau em pó. Por ser muito amargo para o paladar dos pequenos, ele é levemente adoçado. Já no cardápio das turmas de Berçário e Nível 1, o açúcar não faz mais parte do preparo das refeições. “Os bolos, quando temos no cardápio ou fazemos alguma atividade de culinária em sala de aula, são feitos com uva passa preta ou branca liquidificadas, e colocamos maçã ou banana na massa”, comenta Joseane. O suco de frutas foi retirado também, já que existe uma alta concentração do açúcar das frutas, a frutose. “No momento em que preparamos o suco natural, temos uma quantidade muito grande de frutose, e perdemos as suas fibras. Com isso, o açúcar é aproveitado de forma muito rápida e desequilibra a insulina que sobe. Esse efeito contribui para o ganho de peso e o aparecimento de diabetes”, explica Ana Angélica. No lugar dos sucos, as crianças recebem água filtrada e a fruta in natura em maior quantidade. “A comida tem que ser saudável, mas também saborosa. Temos oferecido verduras na hora do lanche, como tomate-cereja, além de ovo de codorna ou panqueca de fruta, com banana esmagada ou purê de maçã”, comenta Joseane. “A melhor maneira de dizer para uma criança não consumir esses alimentos (como o açúcar) é não tê-los em casa, e os adultos também não devem consumi-los. Essas orientações precisam ser também extensivas à casa dos avós e demais familiares, promovendo uma cadeia saudável, sem dupla mensagem para as crianças”, sugere Spolidoro.
PLANO DE VOO 11
ALIMENTOS DIRETO DA SEDE CAMPESTRE Em 2018, o Colégio Farroupilha criou uma horta na Sede Campestre, em Viamão. Semanalmente, são trazidas diversas frutas e verduras orgânicas para a Unidade Três Figueiras, que são utilizadas no preparo das refeições das crianças da Educação Infantil. Algumas frutas e verduras serão alternadas conforme a época do ano, já que os produtos são orgânicos.
Receitas para fazer em casa! A nutricionista do Colégio, Joseane Mancio, sugere duas receitas que não levam açúcar para as famílias prepararem para os filhos:
Iogurte natural com frutas cc1 pote de iogurte natural cc1 banana cc1/2 maçã Modo de preparo: bata tudo no liquidificador e sirva em seguida.
muffin de Maçã cc2 maçãs sem casca cc1 ovo inteiro cc1 clara cc1 xícara de farinha de aveia cc1/2 xícara de uva passa branca cc1 colher (sopa) de fermento
Modo de preparo: bata no liquidificador as maçãs, as passas, o ovo e a clara. Passe para um vasilha e acione a farinha de aveia e o fermento. Coloque-os em forminhas e asse em forno pré-aquecido por 30 minutos ou até que fiquem dourados.
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CONECTADOS
SETE DIAS DEDICADOS À TECNOLOGIA Semana Farroupilha Digital chegou à sua quarta edição propondo uma reflexão sobre a evolução tecnológica
Jogos, oficinas, workshops e palestras fizeram parte da programação da IV Semana Farroupilha Digital, realizada no mês de abril nas unidades Correia Lima e Três Figueiras. Com o tema “Luz, Câmera e Ação”, o evento tratou da evolução tecnológica e como usá-la a favor da aprendizagem. Na abertura do evento, os estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais assistiram a uma adaptação para teatro do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. A atividade complementou os estudos das turmas sobre o cinema mudo, abordando a evolução dessa tecnologia. A peça foi interpretada pelo Grupo de Teatro do Colégio Farroupilha e fez um contraponto com o mundo atual e o quanto o uso excessivo de aparelhos eletrônicos faz com que não olhemos o que está ao nosso redor. Confira, a seguir, alguns destaques da IV Semana:
JOGOS DESAFIADORES Os estudantes do 1º ao 4º ano participaram de diferentes desafios. A proposta foi uma aprendizagem prática e significativa, utilizando recursos que atendessem às características desses estudantes, bem como os conteúdos estudados em sala de aula. As turmas do 1º ano utilizaram o aplicativo Stompy para desenvolver habilidades, como raciocínio lógico, atenção e reação. O desafio foi manter o robô Stompy caminhando no campo de jogo.
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Para as turmas do 2º ano, o aplicativo selecionado foi o Selva Matemática. Com ele, os estudantes tiveram a oportunidade de desenvolver habilidades matemáticas de forma divertida e lúdica. O aplicativo auxilia o estudante a aprender diferentes técnicas para resolver problema. A lógica do aplicativo é fazer com que o personagem colete as frutas e, a partir da narrativa do jogo, os estudantes precisavam resolver contas de adição e subtração e outros problemas matemáticos. Com o jogo Impossible Math Vs Monster Run, os estudantes do 3º ano praticaram, de forma dinâmica, operações matemáticas de multiplicação e divisão que apareciam na narrativa para resolver as contas enquanto eles movimentavam o monstrinho do jogo, desviando-o de obstáculos. Já as turmas do 4º ano praticaram seus conhecimentos matemáticos com o aplicativo Corrida Matemática Halloween. No jogo, os estudantes precisaram responder problemas matemáticos para ativar os poderes coletados durante o divertido e desafiador trajeto.
PROGRAMAÇÃO, REALIDADE AUMENTADA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL As turmas do 2º ano conheceram o Dino, o dinossauro utilizado nas aulas de in glês para apoiar a aprendizagem do idioma. Produzido com base em inteligência artificial, o brinquedo da IBM, além de cantar e propor jogos, conversa com as crianças e responde às operações matemáticas. As crianças do Nível 3 da Educação Infantil experimentaram como é estar atrás e à frente das câmeras. Na atividade “Era uma Vez”, após desenvolver habilidades associadas à oralidade em sala de aula, as turmas assistiram aos vídeos das histórias que criaram. As crianças do Nível 4 divertiram-se enquanto praticavam a linguagem de programação com o Osmo Coding, um kit de realidade aumentada, que une tablet, brinquedos físicos e aplicativo, permitindo que os pequenos interagissem com a tela a partir de movimentos feitos na realidade. Já as turmas do Nível 5 construíram uma cidade com materiais recicláveis para o Ozobot habi tar na oficina criativa. O pequeno robô programável passeou pela cidade construída pelas crianças, seguindo um trajeto feito com caneta – a programação/Coding está associada e implícita nas cores utilizadas pelas crianças. No Laboratório de Física, as turmas da 1ª série do Ensino Médio deram sequ ência à construção do Farroups Car, um projeto das disciplinas de Física e de Matemática, no qual, a partir de um kit de robótica, os estudantes desenvolvem um carro controlado via aplicativo. Além de montar o Farroups Car, as turmas precisaram programá-lo para que ele obedeça aos comandos..
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CONECTADOS
WORKSHOPS Em paralelo à programação da IV Semana Farroupilha Digital, estudantes participaram de diferentes workshops. No workshop de Robótica, estudantes do 1º ao 5º ano tiveram como desafio construir um robô com controle remoto. Depois de pronto, o grupo organizou uma Batalha Medieval. No workshop Smart Robotics, os estudantes foram apresentados ao Robô Bípede e tiveram noções básicas de programação para compreender o funcionamento de uma máquina. No workshop de Games, estudantes dos Anos Iniciais puderam aprender noções de desenvolvimento de jogos. Com a plataforma Bloxels Builder, criaram seus personagens e deram a eles movimentos e ações para inseri-los na própria narrativa do jogo.
PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR As famílias também tiveram uma programação especial. Famílias de estudantes dos Anos Finais e do Ensino Médio assistiram à palestra “Precisamos falar sobre tecnologia: implicações no desenvolvimento dos adolescentes”, com a psicóloga Aline Restano. Já o psiquiatra Felipe Picon abordou o mesmo tema para pais de estudantes do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais (saiba mais nas páginas 20 a 27). O workshop WhatsApp para a Terceira Idade reuniu avós e avôs de estudantes para uma atividade prática sobre a ferramenta de comunicação muito utilizada nos dias de hoje. O grupo aprendeu a realizar ações, como trocar a foto de perfil, encaminhar arquivos e interpretar os códigos do WhatsApp, como os marcadores de visualização de mensagem, além de descobrir algumas dicas de segurança na internet.
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EMBAIXADORES DA GOOGLE FOR EDUCATION Grupo de estudantes dos Anos Finais e do Ensino Médio participa do Programa Aluno Tutor Desde o mês de março, um grupo de
com o conteúdo sobre biomas. Cada
19 estudantes do Ensino Fundamen-
bioma foi dividido em uma seção da
tal – Anos Finais e do Ensino Médio
ferramenta, e os estudantes estão
vivencia a experiência de ser Aluno
fazendo em sala de aula a atividade.
Tutor de Tecnologia Google for Edu-
A vantagem é que as respostas vão
cation. Com o programa, eles partici-
direto para o professor”, explica. O
param de um curso on-line durante
Farroupilha é o único colégio do Rio
quatro semanas, estruturado e de-
Grande do Sul a oferecer essa pro-
senvolvido pela Nuvem Mestra – em-
posta. “Eles [os estudantes] vão ser
presa responsável por implementar
referência dentro da escola. Estarão
as ferramentas Google for Education
disponíveis para ajudar o professor a
no Farroupilha, que os desafia a de-
desenvolver projetos. Além do certifi-
senvolver parceria com educadores
cado, vão levar para a vida essa expe-
para utilizar os recursos tecnológicos
riência e a percepção da importância
em sala de aula.
de compartilhar informações”, afirma
Até o dia 29 de junho, eles precisam concluir um desafio: auxiliar educadores no uso de alguma das ferramentas Google for Education e registrar em vídeo ou fotos o que foi feito. Além disso, os estudantes criarão, no Google Sites, um site do projeto no Colégio Farroupilha, contando como foi a experiência e quais foram as atividades desenvolvidas. Todos ganharão um certificado da Google, e seis estudantes serão selecionados para participar de um encontro presencial no escritório da empresa, em São Paulo, que reunirá alunos tutores de várias escolas do Brasil. Camila Knijnik Milman, da 1ª série A do Ensino Médio, está desenvolvendo um projeto com o professor de Biologia Luís Martins. “Criamos um formulário no Google Formulários
a consultora educacional da Nuvem Mestra, Cristiane Letícia da Silva.
Na IV Semana Farroupilha Digital, estudantes participaram de workshop para esclarecer dúvidas
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OLHOS PARA O MUNDO
CAPACITAÇÃO DE ALTO NÍVEL EM LÍNGUA INGLESA Oitenta por cento dos educadores do Farroupilha possuem a distinção Pelo segundo ano consecutivo, o Colégio Farroupilha trouxe para o Rio Grande do Sul a certificação CELTA (Certificate in Teaching English to Speakers of Other Languages) que, fornecida pela Universidade Cambridge, certifica professores a lecionarem o idioma no mundo inteiro. O curso, realizado durante o mês de fevereiro, teve uma carga horária de 120 horas e foi dividido entre atividades teóricas e práticas. Nas atividades práticas, os professores candidatos à qualificação CELTA lecionaram para um grupo de estudantes voluntários, enquanto foram avaliados por uma tutora certificada por Cambridge. “A certificação CELTA da Universidade de Cambridge é um marco na qualificação de um professor de Língua Inglesa, pois tal certificação possibilita-o a lecionar inglês em qualquer parte do mundo, seguindo a metodologia de ensino e aprendizagem da língua nos parâmetros internacionais. Considerando o CELTA parte do processo de formação continuada dos professores de inglês do Colégio Farroupilha, em 2017, promovemos a segunda edição do curso fazendo com que, em 2018, 80% dos nossos professores possuam tal distinção”, comemorou a gerente do Centro Aberto de Cambridge do Farroupilha, Luciane Calcara. “Participar do CELTA foi uma experiência enriquecedora. Práticas que nos permitem refletir a respeito de nossas experiências como professores de Língua Inglesa proporcionam oportunidades de grande aprimoramento profissional”, afirmou a professora de Língua Inglesa dos Anos Iniciais, Júlia Rockenbach.
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REPRESENTANTE DAS AMÉRICAS Trabalho desenvolvido pelo Centro de Cambridge do Farroupilha foi apresentado em evento na Inglaterra
O Colégio Farroupilha foi uma das instituições selecionadas pela Universidade de Cambridge para representar as Américas no 52th International Association for Teachers of English as a Foreign Language (IATEFL), como um caso de sucesso no ensino e aprendizagem da Língua Inglesa. O evento, que aconteceu entre os dias 09 e 14 de abril em Brighton, na Inglaterra, reuniu participantes de mais de cem países e é um dos principais do mundo sobre o ensino do idioma. A Universidade de Cambridge compartilhou com os participantes do evento os resultados obtidos pelo Colégio Farroupilha ao longo da parceria, que completa oito anos em 2018. Apenas no ano passado, dos 1524 estudantes que prestaram o exame para obter as certificações de Cambridge, 1465 conquistaram, o que mostra o grau de excelência com o qual o idioma é ensinado e aprendido no Farroupilha. Além do Farroupilha, uma instituição do México e outra do Panamá representaram as Américas. A escola esteve representada pela gerente do Centro Aberto de Cambridge, Luciane Calcara, que teve a oportunidade, também, de assistir a palestras, participar de workshops e interagir com os maiores linguistas, teóricos e estudiosos do ensino de língua estrangeira da atualidade, como David Crystal, Donald Feeman, Scott Thornbury, Adrian Underhill, Jane Willis, Jim Scrivener, Jeremy Harmer, David Nunan, Herbert Puchta, Paul Seligson, Jane Revell e Tessa Woodward. “Muitas foram as discussões acerca de tópicos que inquietam os profissionais da área, como o desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes, das habilidades sociais e emocionais para a vida fora e dentro da escola, da motivação em diferentes faixas etárias, do uso interativo da tecnologia dentro e fora da sala de aula, da contação de histórias como modo de promover o aprimoramento linguístico e emocional das crianças e o aperfeiçoamento profissional do professor”, relatou Luciane.
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OLHOS PARA O MUNDO
Estudantes do 4º ano interpretaram a dança folclórica Siebenschritt, na Noite Cultural Alemã
SEMANA DA LÍNGUA ALEMÃ NO FARROUPILHA Colégio promoveu atividades com danças, apresentações e comidas típicas Dois mil e dezoito marcou a terceira edição da Semana da Língua Alemã, realizada em todo o Brasil pelas embaixadas da Alemanha, da Áustria, da Bélgica, de Luxemburgo e da Suíça, em cooperação com seus consulados e parceiros culturais no Brasil. Pelo terceiro ano consecutivo, o Colégio Farroupilha organizou uma programação especial. Um dos objetivos da Semana é despertar o interesse pelo idioma mais falado na Europa, além de difundir a cultura dos países de língua alemã no Brasil.
NOITE CULTURAL ALEMÃ O evento, destinado à comunidade escolar, marcou a abertura da Semana da Língua Alemã no Farroupilha. As apresentações artísticas foram abertas ao som da 9ª Sinfonia de Beethoven, interpretada no violino pelo estudante do 9º ano Vítor Magno Bueno, e no piano pelo seu irmão, o ex-aluno Arthur Magno Bueno. Em seguida, as turmas do 4º ano interpretaram a dança folclórica Siebenschritt. Os presentes assistiram ao curta-metragem Frau Haining, produzido em 2017 por um grupo de estudantes da 1ª série do Ensino Médio. O curta, baseado em
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fatos reais, conta a história da professora escocesa Jane Haining, que lutou pelo direito de jovens judeus à educação na época do nazismo. A estudante da 1ª série do Ensino Médio, Valentina Zinn, fez uma apresentação oral para o Exame de Proficiência DSDI-B1. A prova, composta por testes de compreensão auditiva e de leitura e produção textual, é uma importante etapa para quem deseja estudar em uma universidade na Alemanha. A noite encerrou com o grupo de teatro do colégio, que encenou a peça Dolores und ihr komisches Verhalten, também apresentada no Festival de Teatro em Língua Alemã de 2017, na cidade de Ivoti.
COMIDAS TÍPICAS As turmas do 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais realizaram um lanche coletivo típico alemão. Cucas, bolos, bolachas amanteigadas, salsicha bock, geleia, Brezel e Apfelstrudel foram algumas das delícias que os estudantes trouxeram de casa para degustar. Já os estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais foram até o Galpão preparar uma receita típica suíça, o fondue de chocolate. Eles trouxeram de casa os ingredientes – leite, barra de chocolate e creme de leite - e depois puderam comer o doce com frutas.
PALESTRA PARA O ENSINO MÉDIO Um grupo de estudantes da 2ª série do Ensino Médio que fazem Alemão participou da palestra “Humboldt Formação Dual Profissional”, com Hans Wagner, diretor do Ensino Técnico e Tecnólogo e diretor de Formação Continuada do Colégio Humboldt, de São Paulo. O curso qualifica os estudantes para o mercado de trabalho nacional e internacional, por meio de estágio em multinacionais alemãs. Wagner explicou como funciona a formação dual: logo após concluírem o Ensino Médio, os estudantes podem fazer os cursos técnicos de Administração e Logística durante dois anos. O sistema dual alemão une o aprendizado teórico ao prático. Ao todo, são 1280 horas de prática e 80 horas de aulas teóricas. Na parte prática do curso, os estudantes atuam em empresas como estagiários, no sistema de job rotation, ou seja, passando por diversos departamentos da empresa. Já as aulas teóricas são ministradas em alemão (70%), espanhol (10%), inglês (10%) e português (10%). Os certificados de conclusão de curso são válidos no Brasil e na Alemanha.
POR DENTRO DA HISTÓRIA DA ABE 1858 E DO COLÉGIO Os estudantes do Ensino Fundamental - Anos Finais que ingressaram este ano no Colégio Farroupilha puderam, em atividade de integração à Língua Alemã, conhecer a história da Associação Beneficente e Educacional de 1858 (ABE 1858) e da escola. No Memorial do Colégio, ouviram sobre as raízes e proximidades da instituição com a cultura alemã.
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ESPECIAL
O papel da neurociência
NA EDUCAÇÃO
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Primeiros anos de vida são os mais importantes no desenvolvimento cerebral. A aprendizagem é um processo abrangente e dinâmico, de constante construção
A neurociência, parte da ciência que estuda o sistema nervoso, é considerada uma ciência multidisciplinar e integradora, já que engloba pesquisas das mais diversas áreas, como medicina, psicologia, bioquímica, física, filosofia, linguagem, comunicação, educação, entre outras. No campo da aprendizagem, é através da observação dos processos cerebrais envolvidos que se pode compreender melhor a importância das formas de interação do indivíduo com o ambiente e as outras pessoas. “Essas experiências pessoais são associadas a emoções internas, referências e experiências prévias. A partir dessa correlação é que são construídas novas memórias, hipóteses de trabalho e conceitos, os quais o indivíduo constantemente testa e modifica, conforme suas novas experiências. A neurociência mostra que a aprendizagem é, antes de tudo, um processo abrangente e dinâmico, de constante construção”, analisou Mariana Dagnino Araújo, médica do Serviço de Neurologia do Hospital Moinhos de Vento. A especialista afirmou ainda que, embora hoje se saiba que o desenvolvimento cerebral não é um processo restrito aos primeiros anos de vida, esse período é o mais importante para a base desse desenvolvimento, sendo a qualidade dos estímulos recebidos determinante para o desenvolvimento de potencialidades e seu
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ESPECIAL
desempenho ao longo da vida. “Algumas habilidades têm, nessa fase, o seu ‘período sensível’, o que significa que dificilmente poderão ser desenvolvidas em toda a sua potencialidade posteriormente, se não receberem esse estímulo inicial. É o caso do aprendizado relacionado a instrumentos musicais e à pronúncia em línguas estrangeiras, por exemplo”. André Palmini, chefe do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS, em palestra do programa Cuidar é Básico, revelou que, apesar de já termos uma carga genética, os estímulos externos atuam no desenvolvimento cerebral, ressaltando que é possível moldar positivamente ou negativamente o cérebro, especialmente nos primeiros anos de vida. “Existe um progressivo aumento do consumo de glicose, ou seja, da atividade metabólica Experiências vividas na infância ficam marcadas por toda a vida
cerebral, nos primeiros anos de vida, chegando no pico por volta dos três ou quatro anos de idade e mantendo-se nesse nível ao longo da infância. Então esses são os momentos em que existe uma intensa atividade cerebral, que pode ser moldada por aquilo que a gente oferece para a criança”, explicou. Assim, esse é um excelente período para a aprendizagem de diferentes conceitos e comportamentos, e as experiências vividas nessa fase, sejam elas boas, sejam ruins, ficam marcadas por toda a vida. As emoções também são importantes na aprendizagem, e as trocas emocionais que a criança faz com os professores, familiares e colegas afetam no processo de ensino. “Criar um ambiente emocional adequado tende a aumentar a capacidade de que aquela informação fique no cérebro da criança”, ressaltou Palmini. “As emoções modulam a atenção e a motivação do indivíduo a explorar os diferentes aspectos do meio externo, a se identificar com outros indivíduos e a criar modelos. Atuam a cada momento como ‘elos’ entre as novas experiências e a bagagem prévia, construindo as ‘correntes’ do aprendizado”, complementou Mariana.
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LUDICIDADE PARA APRENDER A escola, ao oferecer espaços de aprendizagem diferenciados e lúdicos, auxilia no desenvolvimento cognitivo dos seus estudantes. “Existem diversos experimentos apontando para a importância de associar ao aprendizado o caráter lúdico. Aprendemos melhor quando estamos divertindo-nos, quando a atividade é motivadora, interessante e desafiadora. Formamos conexões cerebrais mais amplas, complexas e duradouras”, garantiu Mariana. “Ambientes adequados e que ofertem novas opções de atividades propiciam que haja maior engajamento e diversidade nas brincadeiras. É na nossa relação com o ambiente que aprendemos e desenvolvemo-nos. Assim, um ambiente rico em opções propicia uma maior amplitude de aprendizagem”, complementou Tiago Zanatta Calza, psicólogo, mestre em Psicologia e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS. Tânia Ramos Fortuna, doutora em Educação, professora de Psicologia da Educação da UFRGS e criadora do Programa de Extensão Universitária “Quem quer brincar?”, revelou que unir ludicidade e aprendizagem traz inúmeros benefícios. “A criação de universos inteiros de realidade nos jogos e nas brincadeiras é um passaporte para a construção da subjetividade, do conhecimento do mundo, da relação com os outros, da experiência de processos internos de prazer e/ ou dor, e, em definitivo, uma oportunidade para desenvolver-se e viver. Daí a importância de brincar, não somente na infância, mas ao longo da vida”. A especialista salientou que, em geral, a Educação Infantil é o nível de ensino mais propício para o desenvolvimento de brincadeiras e propostas lúdicas do que os demais níveis de ensino – Ensino Fundamental e Médio. Porém, isso pode ser alterado. “Cabe à escola instaurar modos de ensino e de aprendiza-
Atividades lúdicas contribuem para o aprendizado em todos os níveis de ensino
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ESPECIAL
gem nos quais uma atitude lúdica perante o conhecimento e o ato de conhecer sejam adotados, permeando todos os momentos escolares. Somente assim, adquirirá legitimidade a expressão ‘aprender brincando’, da mesma forma que ‘brincar aprendendo’, sem que a própria brincadeira seja prejudicada, ao ser adotada na escola e na educação em geral”, destacou. Tânia afirmou, ainda, que toda a comunidade escolar – professores, família e estudantes – deve ter em mente os benefícios de atividades lúdicas. É por meio dos jogos e das brincadeiras que é possível desenvolver a imaginação e a criatividade, por exemplo. Nos jogos em grupo, importantes habilidades de gestão dos sentimentos e das emoções são postas em prática, além do desenvolvimento da autonomia, da liderança, do senso estratégico e da capacidade de se colocar no lugar do outro. “O professor que propicia o brincar em suas aulas, seja por meio da brincadeira livre, seja por meio de jogos estruturados, não está deixando de estimular o desenvolvimento e a aprendizagem do estudante. Não devemos esquecer que o mais prolífico efeito da atividade lúdica é indireto: ela desenvolve os mecanismos indispensáveis à aprendizagem em geral”, concluiu. Embora muitos jogos e muitas brincadeiras façam o uso da tecnologia, especialistas sugerem que a escola aposte em atividades “longe das telas”. “Elas propiciam experiências sensoriais mais completas com o ‘mundo real’, com maior estímulo à criatividade e interação social, incluem variadas formas de atividades físicas, importantes para o desenvolvimento físico saudável e treino de habilidades motoras típicas de cada fase”, sinalizou Mariana. Alaya Caldas, psicóloga e especialista em Psicologia Escolar e Terapia Familiar, acredita que toda a brincadeira pode ser favorável ao desenvolvimento, seja individual, seja em grupo, e cita como exemplos os jogos de memória, os blocos de montar/en-
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caixar, a massa de modelar, a amarelinha, a brincadeira com músicas, a mímica, os jogos de tabuleiro e de varetas. “Essas brincadeiras estimulam aspectos como: concentração, memória, linguagem, raciocínio lógico, coordenação motora (ampla e/ou fina), função simbólica, empatia, controle de impulsos, tolerância à frustração e socialização”.
USO DA TECNOLOGIA COM CAUTELA O uso em excesso de aparelhos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores, traz alguns riscos, principalmente para as crianças, de acordo com Alaya. “As crianças estão em desenvolvimento, ou seja, os estímulos que receberem ao longo da infância são uma espécie de recorte da realidade, que vai compor o que ela acredita que é o mundo. Assim, temos que considerar de forma crítica o tempo de exposição aos eletrônicos, já que isso reduz as possibilidades de interação social e de representação correta da realidade, importantes para o desenvolvimento global dos seres humanos. Há também o risco de prejudicar o desenvolvimento do cérebro”, analisou. Palmini lembrou que as mudanças que eventualmente acontecem no cérebro, em termos de evolução, demoram muito tempo, e um exemplo de alteração de funções cerebrais tem a ver com a memória. “Antigamente, nós tínhamos que lembrar de tudo e tínhamos uma agendinha para anotar tudo isso, mas agora podemos ter vários alarmes, vários aplicativos no celular que nos ajudam a lembrar. Assim, as funções de algumas áreas [cerebrais] ficam menos necessárias, mas é importante entender que o que isso talvez vá fazer é permitir que essas regiões, esses circuitos que envolvem memória, linguagem, antecipação de consequências, possam ficar um pouco mais liberadas para se envolver com outras coisas”,
Famílias devem estar sempre atentas ao que é acessado nos aparelhos eletrônicos pelos filhos
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ESPECIAL
explicou. Mariana ressaltou que é importante que crianças tenham contato com diferentes aspectos do mundo que as cerca, porém as mudanças têm acontecido rapidamente e incluem os aparelhos eletrônicos. “Ter algum contato com as inovações tecnológicas é importante – a preocupação, na verdade, costuma ser com o excesso desse contato, os potenciais riscos decorrentes dele e quais as experiências ‘reais’ que estão sendo substituídas por ele”, alertou. A neurologista informou que a Academia Americana de Pediatria recomenda que crianças abaixo de dois anos não tenham nenhum contato com equipamentos eletrônicos; dos dois aos cinco anos, o uso deve ser limitado a uma hora por dia, com programação de qualidade e adequada à faixa etária, porém a recomendação é que os pais priorizem atividades criativas e brincadeiras que promovam a interação, longe dos eletrônicos. A partir dos seis anos, a quantidade de tempo deve ser determinada pelas famílias, sempre monitorando o que é acessado pela criança. Em palestra realizada na IV Semana Farroupilha Digital, a psicóloga Aline Restano trouxe um dado curioso: os jogos tendem a causar mais dependência nos meninos, e as redes sociais nas meninas. A psicóloga destacou que a dependência das redes sociais ainda não é caracterizada como uma doença psiquiátrica – como é o caso da dependência de jogos, entretanto, o uso excessivo de
Os cuidados com a tecnologia foram abordados em palestras do programa Cuidar é Básico, com o médico André Palmini, e da IV Semana Farroupilha Digital, com a psicóloga Aline Restano e o psiquiatra Felipe Picon
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ambas as tecnologias pode acarretar problemas, como queda no rendimento acadêmico, piora do sono e brigas familiares. Para diferenciar o adolescente dependente daquele que apenas faz uso desses recursos, Aline explicou que o dependente abre mão das demais atividades da vida cotidiana, enquanto que não dependente demonstra prazer em momentos não mediados pela tecnologia. Palmini destacou que a iGen (geração da internet) passou por mudanças, e os jovens de hoje possuem um risco maior de depressão e tendência ao isolamento, já que os aparelhos, como os smartphones, retardam a vontade de “ir para o mundo”, aumentam a sensação de solidão e dificultam o sono. “Não tem como chegar e proibir o uso dos aparelhos, mas é preciso comprar algumas brigas para limitar as horas que os adolescentes passam conectados às telinhas e às redes sociais”.
DICAS PARA PAIS SOBRE O USO DE APARELHOS ELETRÔNICOS: • Deixe claro ao seu filho o limite de uso diário de cada equipamento com tela; • Não instale equipamentos, como televisão e computador, no quarto da criança, e não permita que ela durma com tablet ou smartphone por perto; • Ensine a criança a evitar o uso de telas, pelo menos uma hora antes de dormir; • Converse sobre bullying virtual com o seu filho e ensine sobre os perigos da internet; • Dê o exemplo: as crianças aprendem a partir dele. Não adianta pedir para o filho não passar o dia todo com o celular nas mãos, se os pais não o largam; • Conheça os jogos, os sites e as redes sociais que atraem os seus filhos, até para ajudá-los a selecionar o que é ou não saudável; • Proponha regras, limites e rotina para o uso das tecnologias, intercalando com outras atividades; • Oportunize atividades de convívio familiar: podem ser com ou sem tecnologia, o importante é que a criança tenha momentos de lazer com a família; • Incentive hábitos saudáveis; • Possibilite estímulos diversificados: além das tecnologias digitais, as crianças precisam de outros estímulos para se desenvolverem, como atividades culturais, contato com a literatura, etc. Fonte: Felipe Picon, psiquiatra, e Mariana Dagnino Araújo, médica do Serviço de Neurologia do Hospital Moinhos de Vento.
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LIDERANÇA
AS NOVAS CARAS DO GEF Na eleição deste ano, estudantes votaram nos moldes de validação – Sim ou Não
GESTÃO 2018-2019 • Presidente: Júlia Heller • Vice-Presidente: Raíssa Borowski
Diferente dos anos anteriores, neste ano a votação para a gestão 2018-2019 do Grêmio Estudantil Farroupilha (GEF)
• Primeira Secretária: Bruna Vieira
correndo, os estudantes votaram nos moldes de validação
• Segunda Secretária: Catharina Germano Titton
(Sim ou Não). A chapa única obteve 872 votos favoráveis,
• Primeiro Tesoureiro: Gustavo Vares
de um total de 937, o que corresponde a 93%.
• Segunda Tesoureira: Ana Carolina Curcel
Entre as propostas apresentadas estão um concurso
• Representante Sociocultural: Angela Luise Haase
foi diferente. Em função de haver apenas uma chapa con-
on-line de escrita criativa, campeonatos esportivos e workshops de edição de vídeo e imagens, palestras sobre economia doméstica e empreendedorismo, integração dos estudantes do Ensino Médio às crianças da Educação Infantil, além da continuidade de atividades, como o Recreio Estendido, o jornal O Clarim, a Semana Nerd, a Feira de Empreendedores, entre outras.
• Representante Esportivo: Leonardo Lemmertz • Representante de Comunicação: Felipe Obino
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STICKY S.A/E, A NOVA MINIEMPRESA DO FARROUPILHA Estudantes da 2ª série do Ensino Médio desenvolveram suporte magnético
Promovido há mais de 20 anos no Colégio Farroupilha, o Programa Miniempresa Junior Achievement oferece uma experiência prática em economia e negócios, na organização e operação de uma empresa. Os estudantes aprendem conceitos de livre iniciativa, mercado, comercialização e produção, e dividem-se nas áreas de Marketing, Finanças, Recursos Humanos e Produção. Mais de 30 estudantes da 2ª série do Ensino Médio fazem parte da Sticky S.A/E, a miniempresa do Colégio Farroupilha. As jornadas do programa iniciaram no final do mês de março e acontecem semanalmente às terças-feiras, das 18h30 às 22h, durante 15 semanas. Depois de uma “chuva de ideias”, mais conhecida como brainstorm, o grupo identificou um produto a ser produzido: um suporte magnético. “Vimos que esse produto não é tão comum aqui em Porto Alegre”, contou Diana Baptista Ghisleni, da 2ª série E. O suporte magnético pode ser usado, principalmente, para fixar o celular e vem acompanhado de um ímã. “Tu colocas este ímã, semelhante a um adesivo metálico, na capinha do celular, e colocas o aparelho no lugar que tu quiseres. Isso facilita na hora de ver um filme, por exemplo”, explicou a estudante. Além disso, o ímã pode ser colocado junto ao chaveiro e, quando o usuário chega em casa, basta colocá-lo no suporte magnético. O produto também pode ser usado para pendurar colares. “Optamos por algo mais diferente. Não é somente útil para o celular. É um produto mais tecnológico, pois envolve o magnetismo, que está em alta”, frisou Maria Eduarda Conter Villanova, da 2ª série C.
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LIDERANÇA
ENCONTRO COM INVESTIDORES Grupos de ‘incubados’ da GrowCube preparam-se para a avaliação final dos projetos Semanalmente, os cinco times que
talhes financeiros. Nas mentorias,
possível. Aproveitamos para melho-
foram aprovados para a etapa da
antecipamos as perguntas dos in-
rar uma ideia que já existe no merca-
incubação da GrowCube – Incuba-
vestidores”, explicou o empresário e
do”, complementou Mariana.
dora do Colégio Farroupilha reali-
professor da ESPM Nelmar Vaccari.
zam mentorias com profissionais
As estudantes Mariana Kude Perrone
de várias áreas – Gestão, Marke-
e Letícia Gonçalves Almeida Lacerda,
ting e Direito – para aperfeiçoarem
da 1ª série do Ensino Médio, que par-
os seus projetos. No início do mês
ticiparam da etapa de pré-incubação
de julho, os estudantes realizarão,
em 2017 e atualmente fazem parte
segundo o vocabulário do empre-
da etapa da incubação, estão apro-
endedorismo, o pitch, em que serão
vando a experiência. “Você aprende
avaliados por uma banca de inves-
coisas do mundo de negócios e é um
tidores, que decidirão se o negócio
aprendizado para a vida”, comenta
é viável ou não. “Nessa etapa, eles
Letícia. “No início, foi difícil pensar
precisam desenvolver mais os de-
em algo inovador, mas vimos que é
Enquanto um grupo prepara-se para concluir a GrowCube, outro inicia a etapa da pré-incubação, que tem como objetivo encorajar os estudantes que realmente queiram entrar na incubadora a participar da seleção de times. Os times recebem uma preparação para transformar suas ideias em negócios e submetem-nas a uma banca, que avalia se os projetos estão prontos para a fase de incubação.
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Ex-aluno e Presidente da ABE 1858, Fernando Carlos Becker, recebeu o cartão Alumni, juntamente com a sua esposa, Vera Becker, também ex-aluna da escola
RESGATANDO OS LAÇOS COM EX-ALUNOS Programa Alumni Farroupilha busca reaproximar estudantes que passaram pelo colégio Você se lembra dos anos vividos no Colégio Farroupilha? Para aproximar ex-alunos, a escola lançou, entre as comemorações pelos 160 anos da Associação Beneficente e Educacional de 1858 (ABE 1858), o Alumni Farroupilha, um programa de relacionamento para ex-alunos que reúne ações, atividades e eventos voltados para esse público, como reencontros de formandos, visitas e utilização de espaços do colégio, e acesso a eventos promovidos pelo Farroupilha. “Queremos abrir espaço para que os ex-alunos voltem ao colégio para falar sobre suas experiências. Queremos resgatar esses laços”, destacou a diretora pedagógica, Marícia Ferri, no lançamento do programa, no mês de março. O Alumni Farroupilha é o ex-aluno do Colégio Farroupilha que está cadastrado no programa de relacionamento. A partir de 2018, todos os estudantes concluintes do Ensino Médio serão automaticamente cadastrados no Alumni. Para se
É ex-aluno e quer saber mais?
tornar um membro do programa, o ex-aluno deverá preencher um formulário no
Entre no site
site do Alumni. Após o preenchimento, os dados serão confirmados e o Cartão
www.colegiofarroupilha.com.br/alumni
Alumni Farroupilha será enviado para o endereço de cadastro. Ele contém a
ou envie um e-mail para
identificação dos Alumni e libera a entrada ao Colégio Farroupilha em dias de
alumni@colegiofarroupilha.com.br.
eventos destinados a esse público.
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DESTAQUE
POR ONDE ANDA? A cada edição da Revista Farroupilha, traremos um breve bate-papo com alguns ex-alunos do Farroupilha. A ideia é mostrar as lembranças da escola e o que andam fazendo. Se você deseja participar, basta enviar as respostas das perguntas para o e-mail comunicacao@colegiofarroupilha.
Nome completo: Licia Zimmermann Klassmann. Período em que estudou no Colégio Farroupilha: 1984 até 1997. Melhor lembrança do colégio: A emoção de participar dos jogos. Educador(a) marcante: Aida Rossi (professora de Biologia). O que faz atualmente? Sou professora do Colégio Farroupilha desde 2001. Onde mora? Em Porto Alegre.
com.br com uma foto atual e, se possível, uma foto da sua época de estudante.
Nome completo: Francesca Coronel Amilivia Fogaça de Medeiros. Período em que estudou no Colégio Farroupilha: Desde o 1º ano do Ensino Fundamental até a 3ª série do Ensino Médio: 11 anos de Farroupilha! Melhor lembrança do colégio: Não tenho apenas uma, o colégio foi uma fase que me proporcionou muita emoção. Seja com meus colegas de aula, que eu confesso que sinto muita falta, seja com os professores e coordenadores que sempre foram especiais. Educador(a) marcante: Não tive apenas um. Acredito que cada um deixou sua marca em mim. Até hoje, quando reencontro meus colegas, falamos sobre cada professor e todos os momentos compartilhados. O que faz atualmente? Me preparo para me tornar bailarina profissional. Onde mora? Em Porto Alegre, e tenho planos de logo ir morar fora. Agora, por exemplo, estou em um intercâmbio entre Alemanha e Itália aperfeiçoando minha técnica como bailarina.
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Nome completo: Christian Sperb. Período em que estudou no Colégio Farroupilha: 1988(9) -1999 (não tenho certeza do ano de entrada). Melhor lembrança do colégio: Recreios no antigo saguão, onde hoje se encontra o Berçário. Educador(a) marcante: Cláudio Gastal (professor de Biologia). O que faz atualmente? Sou professor de Biologia desde 2004 (com uma interrupção de 6 meses em 2009, quando fui para o RJ). Onde mora? Porto Alegre. Nome completo: Stella Troise Hennig. Período em que estudou no Colégio Farroupilha: 1994 a 1996 – do Jardim de Infância até o 2º ano do Ensino Fundamental. Melhor lembrança do colégio: Prensado do Bar do Zé e a maionese caseira que tinha na época! Educador(a) marcante: A professora do 1º ano Christiane Bandarra (ela atualmente é educadora de duas turmas do 2º ano). O que faz atualmente? Assistente pedagógica do Ensino Médio do Colégio Farroupilha desde 2016. Onde mora? Porto Alegre.
Nome completo: Luciana Saraiva Schmal. Período em que estudou no Colégio Farroupilha: Permaneci no colégio de 1974 até 1987. Ou seja, fiz toda minha vida escolar na escola. Hoje tenho dois filhos no Farroupilha, e que também curtem muito o colégio. Meu pai, Hélio Fernando Saraiva, hoje com 75 anos, também estudou no colégio. Iniciou lá na sede da Alberto Bins. Melhor lembrança do colégio: Frequentar hoje o colégio é como se fosse uma “memória viva” diária para mim, pois todos os espaços me trazem lembranças: das amizades, do prensado do bar, da tia ‘Teia’ que nos cuidava no parquinho, das idas à Sede Campestre, em Viamão, e, principalmente, das Olimpíadas. Mas o mais importante para mim, além dos estudos, foram as verdadeiras amizades. Educador(a) marcante: Fui para a psicanálise graças a um professor que, em uma aula de Religião, falou em Freud, fato que instigou muito a minha curiosidade. O que faz atualmente? Sou psicóloga/psicanalista. Onde mora? Porto Alegre.
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DESTAQUE
MEMÓRIAS COMPARTILHADAS Exposição traz as principais datas que marcaram a história da mantenedora do Colégio Farroupilha
Livros, documentos, mobiliário e vestimentas fazem parte da exposição “Memórias Compartilhadas: uma viagem às origens da ABE 1858” inaugurada no mês de março no Colégio Farroupilha, e que reconta a trajetória da Associação Beneficente e Educacional de 1858 e aborda aspectos da história da educação no Rio Grande do Sul. Logo na entrada, é possível conhecer os fundadores da Sociedade Alemã, o primeiro nome dado à ABE 1858, os presidentes da Associação desde o seu início e os diretores do Colégio Farroupilha a partir de 1886 até os dias atuais. Dividida em painéis, a exposição começa em 1824, com a chegada dos imigrantes ao Estado, e passa pelo surgimento da Sociedade Beneficente Alemã, a fundação da Escola de Meninos, a inauguração do Velho Casarão, a fundação da Escola de Meninas, a criação das turmas mistas, a compra da Chácara Três Figueiras e a construção do colégio no bairro. Além de resgatar as principais datas e fatos da ABE 1858, a exposição traz, também, iniciativas realizadas nos últimos anos, como a parceria com a Escola de Instrução Militar (EsIM), a fundação da Unidade Correia Lima, o lançamento do Movimento #daescolapravida, a Escola de Professores Inquietos, as melhorias na infraestrutura, entre outras. A exposição mostra, ainda, a evolução dos uniformes da escola com o passar do tempo. Uma maquete do Velho Casarão, feita pelo ex-aluno e arquiteto Martin Süffert, também compõe o espaço. Formado no curso científico de 1963, ele utilizou-se de fotografias e plantas existentes no acervo do Memorial do Farroupilha.
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EXPOSIÇÃO ITINERANTE Ao longo do ano, a ideia é que a mostra passe por locais que fizeram parte da trajetória da instituição e de grande circulação de público. A Sede Alto Petrópolis do Grêmio Náutico União (GNU) foi o primeiro lugar a receber a exposição, no mês de abril. Durante o coquetel de lançamento, o presidente da ABE 1858, Fernando Carlos Becker, lembrou que foi um grupo de seis estudantes do Colégio Farroupilha que, em 1906, fundou
GNU, Sergio Alexandre Chedas Bechelli.
o GNU. Apaixonados por remo e sem ter
No mês de maio, o Hospital Moinhos
onde praticá-lo em Porto Alegre, devido
de Vento recebeu a exposição itine-
à faixa etária, os meninos criaram a Ru-
rante. No desenvolvimento do hos-
der Verein Freundschaft (Sociedade de
pital, inicialmente concebido para
Regatas Amizade), nome que persistiu
atender aos alemães teuto-brasilei-
até 1927. “Seis meninos que já traziam
ros de Porto Alegre, tiveram atuação
a disciplina e o empreendedorismo da
marcante o Pastor Karl Gotschall, que
formação do Farroupilha, além do amor
ministrava aulas de ensino religioso
pelo rio, uniram esses elementos e, com
evangélico no colégio, e o médico Fre-
suas visões inovadoras, fundaram a So-
derico Falk, que foi o primeiro diretor
ciedade de Regatas Amizade”, declarou
do Ginásio Teuto-Brasileiro Farroupi-
o presidente do conselho superior do
lha, nos anos de 1937 e 1938.
HISTÓRIA ILUSTRADA Os principais momentos da ABE 1858 também foram retratados em forma de ilustração. As crianças da Educação Infantil, os estudantes dos Anos Iniciais, dos Anos Finais e do Ensino Médio e os educadores receberam o livro que leva o mesmo nome da exposição. Escrito pela assessora do Memorial, Alice Jacques, e ilustrado pelo ex-aluno, escritor e ilustrador Carlos Augusto Pessoa de Brum, o Cadu, a obra retrata, com desenhos e fotos antigas, a história de Cecília, uma menina que ao ajudar a sua avó, Érika, a organizar um álbum de fotos, embarca em uma aventura de 160 anos. A publicação tem, ainda, um encarte com atividades para colorir, ligar os pontos e jogo dos sete erros.
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DESTAQUE
O MEU MUNDO NO MUNDO Farroupilha lança websérie com estudantes, ex-alunos e empreendedores sobre diferentes causas e motivações Como você vive a cidade? Como você vive o mundo? Essas foram algumas das perguntas que o Colégio Farroupilha fez a estudantes, ex-alunos e empreendedores de diferentes áreas. O resultado do que eles pensam sobre o mundo contemporâneo e o que fazem ou pretendem fazer para transformá-lo em um lugar melhor pode ser conferido na websérie Meu Mundo no Mundo, uma das ações de 2018 do Movimento Da Escola para o Mundo. O projeto engloba discussões sobre diferentes assuntos, como causas e motivações, vida na cidade de Porto Alegre, no mundo, dentro e fora da escola, entre outros. Os 12 capítulos previstos são divididos em dois episódios: o primeiro mostra uma conversa com cada estudante em algum lugar da cidade que tem relação com o tema apresentado; já o segundo, coletivo, é uma roda de conversa, gerando um debate sobre o assunto proposto.
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O QUE É DA ESCOLA PARA O MUNDO? No início do ano letivo, o colégio lançou
nal, habilidades de relacionamento e
o Movimento Da Escola para o Mundo,
convivência que farão a diferença em
uma continuidade do Movimento #da-
suas vidas, independente da escolha
escolapravida, que iniciado pelo Farrou-
profissional que fizerem. Nós acre-
pilha em 2012, trabalhou com os estu-
ditamos que todos os profissionais
dantes uma educação para a cidadania.
envolvidos no processo educativo
A iniciativa propõe uma reflexão sobre
podem contribuir para a formação
os papéis individuais no mundo con-
integral dos nossos estudantes”, re-
temporâneo, bem como sobre a função
vela a diretora pedagógica do Colégio
da escola como espaço de formação
Farroupilha, Marícia Ferri.
de cidadãos capazes de entender o impacto de suas escolhas em um mundo cada vez mais globalizado. “A função da escola contemporânea vai muito além do acesso à informação, como ocorria no passado. Com o advento da tecno-
O vídeocase do Movimento Da Escola para o Mundo e os episódios da websérie podem ser vistos no canal do YouTube do Farroupilha: youtube.com/soufarroupilha.
logia, as pessoas estão conectadas e a escola passa a assumir um papel importante no intuito de dar significado às informações e transformá-las em conhecimento. A ação educativa perpassa pela experiência individual e coletiva, mediada pelos educadores. Crianças e adolescentes têm a oportunidade de desenvolver, no espaço educacio-
Vídeocase do Movimento Da Escola para o Mundo foi lançado na volta às aulas
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DESTAQUE
COMEMORAÇÕES PELOS 12 ANOS DO CORREIA LIMA Além de uma programação para os estudantes, a unidade recebeu homenagem do Grêmio Sargento Expedicionário Geraldo Santana
Apresentações de música, dança e poesia marcaram as comemorações ao 12º aniversário da unidade Correia Lima, no mês de abril. Mensagens e desenhos feitos pelos estudantes e expostos nos murais da escola decoraram a festa. Os estudantes dos 2º anos A e B apresentaram um poema em homenagem à escola. A linguagem poética também foi escolhida pelo estudante Vinícius Johann da Rosa, do 3º ano A, que escreveu e recitou a poesia O Colégio Farroupilha. Em seguida, toda a turma do 3º ano dançou e cantou ao som de Nossa Escola. Já as turmas do 4º ano trouxeram um pouco da história da fundação da Associação Beneficente e Educacional de 1858, a mantenedora do Colégio Farroupilha, apresentando a dança típica alemã Siebenschritt e a dança típica gaúcha Xote de Carreirinha. Ao final, todos cantaram o Hino do Estudante Farroupilha e o Parabéns, Correia Lima, uma versão adaptada da tradicional canção Parabéns a você. A comemoração seguiu com um lanche especial e brincadeiras durante os recreios dos turnos da manhã e da tarde. O Grêmio Sargento Expedicionário Geral Santana também prestou uma homenagem ao trabalho realizado na Unidade. A diretora pedagógica, Marícia Ferri, e a supervisora do Correia Lima, Silvia Dias, representaram o Farroupilha no evento. Ao agradecer pela homenagem, Marícia destacou o trabalho em parceria com o exército brasileiro, tanto para o funcionamento da Unidade Correia Lima dentro do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre (CPOR/PA), como para a realização da Escola de Instrução Militar (EsIM). Além do Farroupilha, homenageado como instituição civil, o CPOR/PA foi lembrado como instituição militar.
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NOVO ESPAÇO NO ESTACIONAMENTO Lounge é destinado às famílias que querem esperar pelos seus filhos com mais conforto Chegou mais cedo para buscar o seu filho no colégio? Precisa ler os seus e-mails ou adiantar um relatório? Desde o mês de abril, as famílias do Farroupilha contam com um espaço climatizado no estacionamento. A ideia é garantir mais conforto e segurança para os pais e demais familiares que quiserem esperar pelos estudantes. O espaço conta com mesas e locais para sentar, banheiro, conexão wi-fi, tomadas e máquina de café e água. “É uma ótima iniciativa. Para quem mora um pouco afastado da escola é uma excelente opção. Estou usando quase todos os dias”, comentou Lisiane Pereira da Rosa Salaverry, mãe de dois estudantes. Marília Marques Lopes, mãe de uma estudante do Ensino Médio, já utilizava o local anteriormente, quando havia bancos e um pergolado ao ar livre. “Costumava esperar minha filha, no final da manhã, lendo um livro ali. Agora, não tem tempo ruim com esse espaço coberto e em meio ao verde. Bom tamanho, clean e com opções para ficar dentro ou fora, dependendo do clima”, destacou.
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DESTAQUE
DESTAQUE EM GESTÃO EDUCACIONAL Colégio Farroupilha conquistou a prata em duas categorias do PNGE, em São Paulo Desde 2015, o Colégio Farroupilha é premiado no PNGE (Prêmio Nacional de Gestão Educacional), uma parceria da HUMUS Consultoria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP), a Associação Nacional dos Centros Universitários (ANACEU), a Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas (ABRAFI) e a Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN). Em 2018, não foi diferente: o colégio conquistou a prata em duas categorias do prêmio. A premiação aconteceu no mês de março, durante cerimônia do Congresso Brasileiro de Gestão Educacional (GEduc), em São Paulo. O Farroupilha esteve representado pela orientadora pedagógica, Marília Bervian Dal Moro e pela analista de comunicação e marketing, Cristiane dos Santos Parnaiba. Na categoria Gestão Acadêmica, a instituição foi premiada com o “Projeto LAR – Uma casa-laboratório para aprendizagem ‘mão na massa’ e transdisciplinar”. Já na categoria Gestão Administrativa e de Comunicação, o colégio ficou em segundo lugar com a campanha “Todos Somos Educadores – A valorização dos diferentes profissionais que trabalham no Colégio Farroupilha”.
CONFIRA, ABAIXO, UM BREVE RESUMO DOS PROJETOS PREMIADOS • Projeto LAR – Uma casa-laboratório para aprendizagem “mão na massa” e transdisciplinar: Mais de 150 estudantes da 3ª série do Ensino Médio participaram, em 2017, da construção de uma casa no pátio interno da escola. A casa serviu como laboratório de aplicação de diversos conteúdos e envolveu 22 professores de diferentes áreas do conhecimento, tanto durante como depois de sua construção. • Todos Somos Educadores: a valorização dos diferentes profissionais que trabalham no Colégio Farroupilha: O principal objetivo da campanha “Todos Somos Educadores” foi provocar a reflexão sobre o papel educador de cada profissional que atua no Colégio Farroupilha, qualificando suas ações.
Você se lembra dos anos vividos no Colégio Farroupilha? Nós lembramos e queremos que eles sejam muito mais do que recordações! Por isso, criamos o Alumni Farroupilha, o Programa de Relacionamento voltado a ex-alunos.
Quer fazer parte? Acesse o site www.colegiofarroupilha.com.br/alumni e saiba mais.