ANO XXV | Nº 130 | JULHO A SETEMBRO DE 2018
CONSTRUINDO BOAS RELAÇÕES NA ESCOLA Farroupilha investe em projeto de pensamento computacional
Leandro Karnal na 7ª edição do Inteligência Coletiva
Estudantes conquistam 158 medalhas em olimpíada internacional
EXPEDIENTE
2
EDITORIAL
Nº 130 – Edição de Julho a Setembro de 2018 da Revista Farroupilha Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858 – ABE 1858 Fernando Carlos Becker Diretora Pedagógica Marícia Ferri Diretor de Administração e Finanças Milton Fattore Jornalista Responsável Manoela Andrade Scroferneker (MTB 13648) Textos Cristiane dos Santos Parnaíba Manoela Andrade Scroferneker
UM ESPAÇO PARA CONVIVER Uma escola é composta por crianças, estudantes, educadores e famílias. Diante de tantas particulares, é nossa missão formar cidadãos preparados para conviver em sociedade, conviver com as mudanças, conviver com as diferenças... A boa convivência deve permear todas as nossas relações. Na edição de Julho a Setembro de 2018 da Revista Farroupilha, mostraremos como foi feita a construção do nosso novo
Criação e Design Milene Martins Monica Figueiredo Dawud
Código de Convivência, um documento que reúne as contribui-
Comunicação e Marketing comunicacao@colegiofarroupilha.com.br
de todos os níveis de ensino, os educadores e um grupo de
Diagramação e Projeto Gráfico Carolina Fillmann – Design de Maria www.designdemaria.com.br
um dos valores institucionais do Colégio Farroupilha, servindo
Revisão Textual Laboratório de Português Capa Nesta edição, convidamos famílias, educadores, estudantes e crianças que auxiliaram na revisão e construção do novo Código de Conduta e Convivência do Colégio Farroupilha: Representantes dos pais – Paulo Eduardo Paglioli (Ensino Médio), Ana Cristina de Oliveira Machado Zanatta (Anos Iniciais), Leandro Oliveira Leão (Anos Iniciais), Déborah Madruga Costa Lunardi (Anos Iniciais) e Rafael Barreto Cogo (Educação Infantil). Representantes do Grupo de Trabalho (GT) – Fabiano Lombardi (orientador disciplinar dos Anos Finais), Diana Leonhardt dos Santos (psicóloga educacional dos Anos Iniciais), Luciane Sobe Viñas Jordan (orientadora educacional da Educação Infantil), Alaya Caldas (psicóloga educacional do Ensino Médio) e Patrícia Corrêa Miranda Moreira (psicóloga educacional dos Anos Finais). Representantes dos estudantes – Henrique Preis Bakos (Nível 4B), Manoela Agnoletto Porto (Nível 5A), Pablo Hartke da Silva (1º ano B), Murilo Fulgencio Campagnolo (2º ano A), Gabriela Basso Sgoffia (3º ano A), Chiara Cantisani Schaffer Pires (4º ano C), Bruna Veit Gil (5º ano A), Arthur Ferreira (6º ano A), Nailê Melo (7º ano B), Laura Barcelos (8º ano E), Felipe Freitas (9º ano A), Mariana Patulé Vieira (1ª série D) e Matheus Capitani Brzeski (2ª série E) Ouvidoria Farroupilha ouvidoria@colegiofarroupilha.com.br (51) 3455-1889 Tiragem 1.000 exemplares Versão Online www.colegiofarroupilha.com.br
ções de toda a comunidade escolar. Realizamos, ao longo do primeiro semestre, encontro com as crianças e os estudantes pais. O Código define os comportamentos esperados em cada de referência para a avaliação das diferentes situações que acontecem na rotina da escola. Tivemos a honra de receber um artigo dos ex-alunos Hiron Cardoso Goidanich e Carlos Blauth Neujahr, formandos de 1955, sobre as lembranças do Velho Casarão, compartilhado nesta edição. A publicação traz, ainda, a palestra do professor e do historiador Leandro Karnal na sétima edição do evento Inteligência Coletiva, em comemoração aos 160 anos da ABE 1858, e o excelente desempenho de nossos estudantes na Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras (OIMSF), que conquistaram 158 medalhas, sendo 63 de Ouro. Boa leitura! Fernando Carlos Becker Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858
SUMÁRIO 3
14
11 16
28 33
40
NESTA EDIÇÃO | #130 11
Como apoiar o crescimento dos filhos?
28
Futebol na Disney
14
Reminiscências do Velho Casarão: Ernst Paul Otto Bode
33
Literatura por todas as partes
16
Vivência internacional
40
Semana dedicada à cultura nerd
4
OPINIÃO
A REESTRUTURAÇÃO DE UM NOVO CÓDIGO DE CONDUTA E CONVIVÊNCIA Por Marícia Ferri, Diretora Pedagógica do Colégio Farroupilha.
responsáveis, familiares e visitantes – como um todo, auxilia no processo de formação de um cidadão integral e consolida mais fortemente os valores que alicerçam a sua identidade. Para a escrita do novo documento, foram considerados os valores definidos no Planejamento Estratégico da instituição, as competências elencadas nas Matrizes Socioemocionais e a Proposta Pedagógica do colégio. Assim, valores, como bom
O Colégio Farroupilha preza não somen-
relacionamento, excelência, disciplina e organização, eficiência e empreendedorismo
te pela busca da excelência acadêmica,
e compromisso com a sustentabilidade, são a base do que é estabelecido no Código.
como também pela formação de um cidadão crítico, ético e capaz de conviver harmoniosamente em sociedade, ou seja, que tenha desenvolvido competências cognitivas e socioemocionais. Buscamos revisitar, nos últimos anos, diversos documentos que alicerçam as práticas pedagógicas, entre eles, o Código de Convivência. A reestruturação desse documento em um Código de Conduta e Convivência mostrou-se necessária também devido às complexas relações presentes na atualidade, reflexo das novas formas de convivência estabelecidas em espaços que antes não eram considerados, por exemplo, os espaços digitais. Acreditamos que um posicionamento claro do que é esperado não somente do estudante, mas também da comunidade escolar – estudantes, educadores,
Para garantir que esse documento contemplasse as diferentes realidades da comunidade escolar, o processo de escrita foi compartilhado entre vários integrantes da instituição. Em 2017, foi organizado um Grupo de Trabalho (GT) com representantes de diversos segmentos (Orientação Educacional, Psicologia Escolar, Orientação Disciplinar, Coordenação de Ensino, entre outros) para discussão e mapeamento das necessidades de alteração do antigo documento. Após a realização da nova escrita, a discussão foi ampliada para as outras Coordenações de Ensino e para a Direção Pedagógica, com o intuito de fazer a avaliação do material e o alinhamento do processo de construção. Já em 2018, o GT ampliou ainda mais a discussão para os educadores e estudantes, por meio de ações que visaram à participação de todos. Com as crianças da Educação Infantil e os estudantes dos Anos Iniciais, foi desenvolvida, por exemplo, uma atividade na qual eles conversaram sobre as combinações que consideravam importantes para a boa convivência escolar. Os bate-papos foram conduzidos pela equipe de Orientação Educacional e ilustrados pelo ex-aluno, escritor e ilustrador Carlos Augusto Pessoa de Brum, o Cadu. A partir das conversas e ilustrações, elaborou-se um Código de Conduta e Convivência Lúdico, que, em uma linguagem mais acessível, traduziu o conteúdo do documento para as crianças. Com os estudantes dos Anos Finais, Ensino Médio e educadores, foram realizadas dinâmicas no formato de world café para que os grupos pudessem fazer contribuições e tornassem o Código algo mais significativo e que contemplasse também os seus interesses. Além disso, acreditamos que esse processo de compartilhamento facilitará que o conteúdo do Código seja refletido no cotidiano escolar. O grupo dos representantes de pais também participou do processo de refinamento do documento, trazendo sugestões e contribuindo com a sua finalização. Dessa forma, a elaboração do Código contemplou todos os agentes da comunidade escolar. Consideramos que, assim como os documentos que balizam o currículo escolar, o Código é um instrumento que contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais na perspectiva de que a excelência acadêmica precisa estar em consonância com a formação integral de um cidadão ético e moralmente autônomo.
5
A CONVIVÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por Cátia Mata, professora da Educação Infantil do Colégio Farroupilha O Colégio Farroupilha tem a convivência como um dos eixos da Matriz Socioemocional. Nesse sentido, é propiciado às crianças da Educação Infantil que vivenciem diferentes situações cotidianas, desenvolvendo comportamentos que permitam uma convivência saudável e respeitosa no colégio, percebendo-se como parte integrante de um grupo social. Sabendo-se que a convivência é essencial ao ser humano, na Educação Infantil,
sobre a convivência que perpassam
desenvolvem-se ações sistemáticas que contribuem para esse fim. Oportuniza-
os diferentes níveis da Educação In-
-se que as crianças compartilhem experiências, através de momentos lúdicos
fantil. No Nível 4, realiza-se quinzenal-
que possibilitem o reconhecimento das individualidades e o respeito a elas,
mente a Roda dos sentimentos, na
incentivando o bom relacionamento entre todos.
qual a turma reúne-se em roda para
No período de adaptação, no início do ano, constrói-se as combinações coletivas, que surgem a partir das situações cotidianas da turma, configurando-se como as regras sociais necessárias para um convívio harmonioso entre todos. As crianças expressam de que forma podem contribuir para o funcionamento das combinações construídas, como na seguinte fala de uma criança de 4 anos: “Tem
compartilhar emoções que são retiradas da intitulada “Caixa dos sentimentos”, que contém expressões de feliz, de tranquilo, de triste, de brabo, de medo e de preocupado.
que ajudar o amigo e a amiga quando precisarem de ajuda, na hora de guardar
No Nível 5, introduz-se as Assem-
os brinquedos, na hora do lanche ou quando alguma pessoa pedir”. Proporciona-
bleias Escolares com a participação
-se também as trocas de grupos de mesa e a escolha de ajudantes por meio de
das crianças e das educadoras, para
dinâmicas diferenciadas, como sorteios, quebra-cabeças com os nomes, entre
discutirem as questões do cotidiano
outras. Sendo assim, a colaboração é vivenciada por todos no espaço educativo.
escolar. Os encontros, semanais ou
Na rotina escolar, já na chegada, as crianças são incentivadas a cumprimentar e, na saída, a despedir-se diariamente dos amigos e dos educadores, desenvolvendo a civilidade. Nas brincadeiras livres na sala e no pátio, as crianças vivenciam situações de escolhas, partilhas e negociações, interagindo em diferentes espaços, brinquedos e atenções no grupo. Em outros momentos, como na roda, na higiene, no lanche e durante as atividades em conjunto, oportunizam-se às crianças situações de aguardar a sua vez, de saber ouvir, de colaborar, de tomar iniciativa em suas ações e de conviver com diferentes opiniões. Discordar, resolver impasses, desacordos ou conflitos fazem parte da vida das pessoas, e, na infância, essas situações são consideradas como oportunidades para que as crianças desenvolvam progressivamente a autonomia. Através do diálogo e da expressividade emocional, essas ações contribuem para uma atmosfera de respeito mútuo, na qual as crianças, com mediação dos educadores, praticam o autocontrole, a empatia e a cooperação. Ao longo do ano, também é organizado um planejamento de ações intencionais
quinzenais, conforme a necessidade de cada turma, promovem o diálogo e a reflexão sobre críticas e felicitações encaminhadas pelas próprias crianças, pensando em resoluções para os seus problemas cotidianos. A família também é nossa parceira e participa de propostas envolvendo a convivência: reuniões, festividades, temas de casa, convívio diário, proporcionadas para integração da comunidade
escolar.
Acredita-se,
portanto, que estabelecer relações de respeito durante as interações sociais é o norteador de uma boa convivência desde a infância.
6
OPINIÃO
CONVIVÊNCIA FAMÍLIA E ESCOLA Por Nauro Mittmann, psicólogo e pai de estudantes do Colégio Farroupilha. Sempre me preocupou a questão dos espaços ocupados pela família e pela escola na formação de nossas crianças e adolescentes. Penso ser fundamental que se preste atenção nos limites de intervenção desses espaços. Nesse sentido, qual seria o limite da interferência da família na escola e da escola no núcleo familiar? Natural que esses espaços sejam, em alguns momentos, ultrapassados, mas é prudente que possamos perceber isso e recuar para os nossos lugares. Imediatamente me vem a ideia da necessidade de um espaço intermediário. Um espaço de criatividade e convivência criado a partir da família e da escola, mas que não é mais nem um, nem o outro. Mas um espaço novo entre esses dois lugares em que crianças e adolescentes possam circular com as influências, regras e limites, e todas as coisas de cada um. Uma espécie de intersecção entre escola e família. Em que se toma o cuidado de não se estabelecer dominância de um ou de outro. Não pode a família querer fazer da escola um campo estendido do ambiente familiar impondo suas heranças culturais, regras familiares, lembrando, sim, que se trata de um coletivo e quando nos inserimos em um grupo, ali se estabelecerá uma espécie de mosaico cultural, sendo criado um novo código de convivência. Assim, a escola não deve expandir seus limites para dentro do núcleo familiar, sentindo-se na obrigação de dar conta de todas as questões que surgem durante o desenvolvimento de nossos jovens. Para concluir, devemos sempre lembrar que o objetivo principal desse espaço é o estudante e seu desenvolvimento psicossocial e cultural, que, às vezes, corre o risco de ser esquecido ao se estabelecerem pequenos embates entre família e escola, geralmente ligados à busca de responsabilidades deste ou daquele campo. O estudante é aquele que estabelece e sustenta o vínculo entre essas duas instituições de importância gigantesca para que possamos estabelecer uma sociedade digna e que proporcione bons encontros ao longo da vida.
7
CONVIVÊNCIA NA ESCOLA Por Ana Lúcia Dieder, psiquiatra e mãe de estudantes do Colégio Farroupilha. Conviver significa viver em proximidade com alguém, ter uma vida em comum, coexistir, partilhar mesmo local. Por escola entende-se uma instituição formada por estudantes, professores e outros funcionários que se dedicam ao processo de ensino-aprendizagem e na formação do indivíduo como um todo. Isso faz da escola uma das instituições mais importantes na vida de uma pessoa e primordial para as famílias, já que, na atualidade, estabelece-se que um indivíduo faça parte da escola desde a sua tenra infância até o final da adolescência. Como cada família é única na sua forma de funcionar, há uma variada transmissão de valores compartilhados entre estudantes-famílias-escola. A fim de viabilizar uma boa convivência entre tantas diversidades, a escola deve ter, além de um projeto pedagógico bem estabelecido, suas regras, seus valores e suas normas, que formam seu código de convivência.
O professor é um dos grandes artífi-
Para a boa convivência, é preciso uma escola aberta ao diálogo entre profes-
ces, consciente ou não, na constitui-
sores, estudantes e famílias, onde se valorize as diferenças e a diversidade
ção das formas do bem conviver que
cultural. A escola deve trabalhar projetos e ideias com enfoque no outro, na
se materializam na sala de aula e se
valorização da coletividade em detrimento da individualidade, no aprender a
amplificam para a escola, e, poste-
ouvir o outro, a propor ao invés de se impor, a ceder e a perder. Administrando
riormente, para o mundo. No momen-
conflitos e atenta a objetivos comuns, a escola cria condições para uma boa
to que se cria uma boa convivência
convivência, promovendo o desenvolvimento socioemocional da criança e do
na escola, também se cria um bom
adolescente, propiciando a interação e aceitação nos grupos de pares e de-
espaço para educação, formal e co-
senvolvendo habilidades sociais fundamentais para o mundo, como empatia,
letiva, menos agressiva e com mais
solidariedade e cooperação. Pela convivência, a escola pode identificar vulne-
bem-estar.
rabilidades e riscos, oferecendo proteção. Essa convivência deve ser estimulada através de atividades escolares menos individualistas e que impliquem a aceitação da diversidade humana.
Lembrando Mário Quintana: “A arte de viver é simplesmente a arte de conviver... simplesmente, disse eu?
Conviver bem e ser aceito em grupos de pares significa ter amigos e ter ami-
Mas como é difícil!”. Sim, é difícil,
gos é uma necessidade humana. Pela boa convivência, a escola pode se tornar
mas este é o desafio da atualidade
o principal espaço de construção e partilha de conhecimentos sobre a vida
que deve unir escolas e famílias na
futura. À vontade e seguros, crianças e adolescentes irão se encontrar, rela-
formação de crianças e jovens que
cionar e questionar valores e crenças, construindo seus projetos de vida. Em
possam contribuir para um mundo
um mundo conectado pela internet, conviver na escola permite ter relações
menos agressivo, mais justo e huma-
“concretas”, face a face.
no: aprender a melhor conviver.
8
CONECTADOS
EDUCAÇÃO PARA AS MÍDIAS Conexão Farroups trabalha diferentes plataformas e conceitos de comunicação
Para trabalhar algumas competências essenciais para o século 21, como a comunicação e a interpretação de conteúdos midiáticos, o setor de Tecnologia Educacional (TE) oferece, para os estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais e do Ensino Médio, o Conexão Farroups. Nos encontros são realizadas atividades práticas e teóricas relacionadas à educação para as mídias, bem como à produção de conteúdos em diferentes plataformas. Os estudantes têm a oportunidade de aprender a utilizar diferentes ferramentas para a divulgação e produção de conteúdos relacionados a atividades educativas, editar vídeos, manusear equipamentos fotográficos, realizar entrevistas, fazer pesquisas em diferentes fontes, interpretar criticamente os conteúdos midiáticos e redigir textos nos mais variados formatos: redes sociais, web rádio, web TV, internet e impresso. Além disso, o grupo realiza coberturas de eventos e atividades que acontecem no colégio. “O que mais gosto é de usar as câmeras e de poder aprender mais sobre as tecnologias e as redes sociais. Quando vi a proposta, achei bem legal e decidi participar”, contou o estudante Rodrigo de Lima, do 6º ano A. Georgia Messinger Pakter, do 6º ano B, também se inscreveu no Conexão Farroups por envolver questões de tecnologia: “Adoro a parte prática, quando podemos filmar e usar os equipamentos”.
9
PENSAMENTO COMPUTACIONAL PARA TODAS AS IDADES Educadores receberam formação do programa Everyone can code Cinco educadoras da Educação Infan-
e robôs e tiveram orientações sobre o
nicação e entretenimento. A tecno-
til e quatro do Ensino Fundamental
planejamento das aulas. A ideia é que
logia, aliada à educação, oportuniza
– Anos Iniciais participaram de uma
o grupo seja o multiplicador do pro-
novas aprendizagens e aprofunda co-
formação do programa Everyone can
jeto no colégio. “O importante neste
nhecimentos do cotidiano com maior
code, da Apple, cujo objetivo é ensinar
primeiro momento é o entendimento
acesso à informação”, afirmou.
o pensamento computacional. A inicia-
da metodologia do programa. Se elas,
tiva possui a parceria do setor de Tec-
enquanto educadoras, compreende-
nologia Educacional (TE) e está sendo
rem como funciona o processo, o es-
implementada com as turmas do Nível
tudante vai entender o funcionamento
4 da Educação Infantil ao 4º ano dos
da aula”, destacou.
Anos Iniciais.
A mesma opinião é compartilhada pela professora Laura Machado, também da Educação Infantil. “Acredito que o aspecto inovador é o fato de oportunizar situações em que a criança utilize
Para a professora Cátia Mata, da Edu-
a tecnologia para programar um apli-
A formação foi ministrada pelo con-
cação Infantil, o programa é inova-
cativo, a partir do seu interesse”, enfa-
sultor educacional da Apple, Antônio
dor porque possibilitará desenvolver
tizou. O programa permitirá, de acordo
Motta Ferro. Ele apresentou a estrutu-
habilidades de resolver problemas,
com a professora dos Anos Iniciais,
ra do projeto e dos Ibooks do progra-
trabalhar em equipe e estimular a
Veronica Kober, mesclar a prática e
ma, mostrou os aplicativos Sessaw,
criatividade com as crianças. “Desde
a teoria, sem perder a essência de
Tynker e Code Spark e realizou ativi-
muito pequenas elas têm contato
nenhuma delas. “Ampliaremos a meto-
dades práticas com os livros Comece
com a tecnologia, por meio do uso de
dologia em sala de aula e inovaremos
a programar volumes 1 e 2. Além disso,
smartphones, tablets, computador e
a nossa prática, pois vem ao encontro
as educadoras participaram de ativi-
outras ferramentas tecnológicas que
de muitas atividades diárias que rea-
dades complementares com drones
servem como instrumentos de comu-
lizamos com os estudantes”, afirmou.
10
CUIDAR É BÁSICO
ÁLCOOL NA ADOLESCÊNCIA: RISCOS E O PAPEL DOS PAIS Diálogo franco é a base para as famílias lidarem com o assunto, de acordo com o psiquiatra Carlos Salgado
Setenta por cento do consumo de álcool é realizado por jovens, segundo estatísticas. Esse dado foi apresentado às famílias do Ensino Fundamental – Anos Finais durante o encontro do programa Cuidar é Básico “A Balada é Segura? Adolescência, Álcool, Riscos e o Papel dos Pais”, com o psiquiatra Carlos Salgado. Entre os fatores que influenciam esse comportamento, o médico alertou para a necessidade da socialização, a publicidade e a modelagem familiar. O psiquiatra destacou que o álcool ocupa um papel importante nos nossos hábitos de socialização e, por vezes, é muito difícil para uma pessoa, principalmente jovem, recusar a oferta de uma bebida quando está em um grupo de amigos. Segundo Salgado, consciente desse contexto, a publicidade das bebidas alcoólicas é voltada para o público jovem, a fim de fidelizá-lo até a vida adulta. Diante desse cenário, o especialista afirmou que a família e os demais adultos que compartilham com ela a educação dos jovens devem ajudá-los a fazer suas escolhas, servindo como modelo a seguir e impondo limites para evitar o consumo, sobretudo precoce, de bebidas alcoólicas. Ao falar sobre os motivos pelos quais deve-se proibir um menor de consumir álcool, o psiquiatra trouxe uma explicação científica: o cérebro do jovem não está totalmente desenvolvido e o uso de bebidas alcoólicas, nessa fase, gera consequências para toda a vida. Como dicas para as famílias lidarem com o assunto, Salgado trouxe o diálogo franco, a aplicação na vida dos adultos daquilo que falam para os mais jovens e o acompanhamento da vida do filho. “Se eu não posso estar onde o meu filho estará, então, talvez, ele também não possa estar”, alertou, completando que é recomendável que os pais saibam sempre onde os filhos estão, com quem e o que estão fazendo.
11
COMO APOIAR O CRESCIMENTO DOS FILHOS? Hebiatra Alberto Mainieri afirma que adolescência é a fase da busca da construção da identidade do jovem “Eles não nasceram para ser nossos modelos. Eles nasceram para ser quem são. Nosso papel é compreendê-los e ajudá-los a ser quem são, a ser felizes”, afirmou o médico hebiatra Dr. Alberto Mainieri em encontro do programa Cuidar é Básico com famílias dos 6º e 7º anos do Ensino Fundamental – Anos Finais. Ao abordar o período da adolescência, o especialista descreveu-o como a grande busca do jovem para saber quem ele é, de construção de si. De acordo com Mainieri, nessa fase da vida, os adolescentes buscam identidade, independência, aceitação da imagem e percepção da identidade sexual. “Nessa construção, nós temos o papel de ensiná-los a bater asas e voar, assim como os ensinamos a caminhar e a falar”, afirmou o médico sobre o papel dos pais. O primeiro dos fatores envolvidos nessa construção é a família, mas também se destacam as características pessoais, os amigos, a sociedade, a mídia e as vivências. Entre as necessidades dos adolescentes, o médico destacou: a segurança e a estabilidade; a solidez de princípios; a orientação e a educação; a compreensão e a valorização do seu eu; o acesso à cultura; e o afeto, o carinho e a atenção.
crescimento e de descobertas, relatou o médico. De acordo com ele, as ferramentas que os pais podem usar para apoiar seus filhos são: manutenção de uma hierarquia; monitoramento constante; regras democráticas claras; limites; e respeito às características dos filhos. “Nosso papel como pais é o de sermos tutores dos nossos filhos, buscando garantir que eles tenham uma vida adulta saudável”, afirmou. Esse papel, de acordo
Saber onde o filho está, com quem e o
com Mainieri, é dividido ainda com os
que está fazendo é uma boa estraté-
familiares próximos, a sociedade e a
gia para apoiá-lo nesse momento de
escola.
12
ALUMNI
POR ONDE ANDA? Ex-alunos falam sobre recordações da época em que estudaram no colégio A cada edição da Revista Farroupilha, traremos um breve bate-papo com alguns ex-alunos do Farroupilha. A ideia é apresentar as lembranças do colégio e o que andam fazendo. Se você deseja participar, basta enviar as respostas das perguntas para o e-mail comunicacao@colegiofarroupilha.com.br com uma foto atual e, se possível, uma foto da sua época de estudante. Quer saber mais sobre o Programa Alumni Farroupilha? Acesse www.colegiofarroupilha.com.br/alumni
Nome completo: Lucas Gonçalves Matte Período: de 1994 até 2007, desde o Jardim de Infância até a formatura. Melhor lembrança: desde o primeiro dia de aula, contava os dias para os Jogos do Colégio, todo ano lembro e sinto saudade. Educador marcante: diversos professores marcaram a minha passagem no colégio. Tive um contato maior com o Pitu (Antonio Krebs Junior), que era meu professor e treinador. O que faz atualmente? sou médico, formado em 2014 pela UFCSPA, cirurgião geral, formado pelo Hospital Ernesto Dornelles em 2017, e, atualmente, estou realizando a segunda especialização em Cirurgia Oncológica na Santa Casa de Porto Alegre, com término em março de 2020. Onde mora? Viamão/RS.
13
Nome completo: Julia Pletsch Período em que estudou no Farroupilha: de 2009 a 2014. Melhor lembrança do colégio: a melhor lembrança do colégio era passar o tempo livre nas figueiras com meus amigos. Lá de cima, tínhamos uma vista linda da cidade e do céu. Em termos de atividades, minha melhor lembrança foi a miniempresa Bamboom. Trabalhamos muito e fomos sempre reconhecidos. Educador marcante: professora Lígia Motta de redação e o funcionário Barreto. O que faz atualmente? me graduo em empreendedorismo em dezembro, tenho uma startup chamada materialbarato. com, e estou escrevendo um livro que conta histórias da minha vida por uma personagem e, no final de cada história, tem os poemas que eu escrevi relacionados àquela. Pretendo publicá-lo em 2019 e estou buscando editoras. Além disso, tenho o Clube Vida em Poemas, assinatura mensal de poemas de minha autoria: benfeitoria.com/clubevidaempoemas Onde mora: moro em San Francisco, Califórnia, mas me mudo para São Paulo em 2019, depois de quatro anos fora.
Nome completo: Rafael Gribov Brinckmann Período em que estudou no Colégio Farroupilha: de 1982 a 1983 (1º e 2º séries). Melhor lembrança do colégio: são inúmeras lembranças apesar do pouco tempo que permaneci no colégio; destaco, porém, o prensado no Bar do Zé, o recreio no “parquinho” e, principalmente, a ida à Sede Campestre para plantar a arvorezinha. Hoje me orgulho de ter meu filho Arthur cursando atualmente o 1º ano no Colégio Farroupilha. Educador marcante: não tenho nenhum educador em específico, porém todos foram fundamentais para minha formação educacional básica, a qual, sem dúvida, me ajudou em muito a enfrentar e lidar com as dificuldades que foram surgindo nas demais séries. O que faz atualmente? Sou, atualmente, Engenheiro Civil, diretor técnico da Construtora Brinckmann Engenharia e Construções Ltda., e especialista em Patologia e Desempenho das Construções. Onde mora? Porto Alegre.
14
ALUMNI
REMINISCÊNCIAS DO VELHO CASARÃO:
Ernst Paul Otto Bode Texto enviado por Hiron Cardoso Goidanich e Carlos Blauth Neujahr, ex-alunos do Colégio Farroupilha. Ernst Paul Otto Bode, ou “Seu Bôde”, como era conhecido, foi, por quase 25
dois velhinhos de cabeças brancas,
anos, uma figura marcante no dia a dia do Colégio Farroupilha, na época em que
que dirigiam o pequeno barzinho que
o educandário estava localizado na Avenida Alberto Bins, onde hoje se encontra
funcionava no vão da escadaria dos
o Hotel Plaza São Rafael.
fundos. Era onde podíamos matar a
Empregado como zelador, palavra diminuta para abarcar tudo o que ele fazia no colégio, envolveu-se com os cursos primários (pela manhã), ginasial científico
fome, consumindo gostosos sonhos com refrigerantes.
e clássico (nas tardes) e, mais adiante, no funcionamento da Escola Técnica de
Estava sempre presente, o dia intei-
Comércio (às noites). Era ele também quem controlava a presença dos ginasia-
ro, inclusive aos sábados pela manhã.
nos pelas Cadernetas Escolares, que deveriam ser entregues quando entráva-
Além disso, cuidava, com enorme zelo
mos no colégio, para que ele carimbasse o “COMPARECEU” diário. Só podíamos
e responsabilidade, da manutenção
ir para casa quando as Cadernetas fossem devolvidas.
de todas as dependências do estabe-
Meio “turrão”, ele não poupava chamadas corretivas e disciplinares aos estu-
lecimento.
dantes, auxiliando, assim, o professor Armando Capra, prefeito da disciplina no
Apesar de tudo isso, quase nenhum
colégio. Assim, ele era um “faz tudo” e, ainda por cima, incansável. Havia ainda
registro nem uma única fotografia
o seu lado familiar, que ele dividia com sua esposa, seu pai e sua mãe, aqueles
dele foram encontrados no Memorial do colégio. Apenas a sua ficha de Registro de Empregados, onde o nome Ernst Paul Otto Bode aparece como cidadão nascido em Hamburgo, Alemanha, em 12 de novembro de 1900. Emigrou para o Brasil, chegando aqui em 27/01/1921, e ingressou como funcionário do Farroupilha em 1º de dezembro de 1936, com o salário de CR$ 350,00. Os seus beneficiários eram a esposa Frieda e o filho Ernesto Paulo. Residiam nos altos do próprio colégio. No fim da ficha, aparece como data de dispensa o dia 25 de junho de 1959, quando já se iniciavam os preparativos para a mudança do colégio, o que viria a acontecer em 1962.
15
Ernst Paul Otto Bode e esposa
Assim, nós da turma formada no gi-
tipo inesquecível”. O modelo desta chamada tem por base páginas mensais que
násio de 1952 resolvemos que deve-
apareciam na Revista Seleções do Reader’s Digest, em que pessoas especiais
ríamos fazer algo para reparar essa
eram retratadas.
lacuna. Numa pesquisa detetivesca, conseguimos localizar, em São Jerônimo/RS, o neto do “Seu Bôde”, Sr. Eduardo Vasconcelos Bodê (o acento circunflexo no “e” final foi providenciado
Após deixar o Farroupilha, Seu Bôde mudou-se para Canoas/RS, onde, trabalhando em construções, ajudou a erigir a Igreja Matriz daquela cidade. Ernst Paul Otto Bôde faleceu em 20/04/1962 e está sepultado no Cemitério São Miguel e Almas, de Porto Alegre.
por motivos óbvios pelo seu falecido
Ele foi muito mais do que um simples zelador. Ele tornou-se uma figura muito
pai, o professor de química Ernesto
especial mesmo. Deixou saudosas lembranças entre os que tiveram a felicidade
Paulo). O Sr. Eduardo prontamente se
de conviver com ele.
dispôs a nos ajudar. Fomos visitá-lo,
Para os que leram este texto, principalmente os estudantes do Velho Casarão,
e ele nos emprestou fotos para se-
fica um pedido todo especial: escrevam também algumas de suas lembranças
rem reproduzidas, além de prestar
ou fatos interessantes envolvendo o Seu Bôde. A remessa desse material pode
esclarecimentos sobre sua convivên-
ser feita para o e-mail cbneujahr@gmail.com ou para o e-mail da professora
cia com o avô. As reproduções das
Alice Rigoni Jacques (alice.jacques@colegiofarroupilha.com.br) que, a cargo do
fotos podem agora ser vistas no Me-
Memorial do Farroupilha, vem fazendo uma magnífica pesquisa sobre as his-
morial do Farroupilha.
tórias da ABE 1858 e do Colégio Farroupilha. Caros leitores, vocês fazem parte
Por tudo o que ele foi e realizou, Seu
desta memória fundamental que, temos certeza, será continuada pelas novas
Bôde pode ser considerado “nosso
gerações de estudantes.
16
OLHOS PARA O MUNDO
Ainda nos Anos Finais, estudantes podem participar de intercâmbios durante as férias escolares de inverno
VIVÊNCIA INTERNACIONAL Farroupilha oferece auxílio e iniciativas para estudantes que desejam ter uma experiência no exterior O ensino de um idioma traz importantes benefícios, como o conhecimento de
universidades dos Estados Unidos, do
uma nova cultura, a troca de experiências e a possibilidade de aplicar essa
Canadá e do Reino Unido.
língua estrangeira em diferentes situações. No Farroupilha, os estudantes têm a oportunidade de se aprofundar nas línguas alemã, espanhola e inglesa e diferentes ações são desenvolvidas na área de línguas estrangeiras.
Desde 2012, a empresa trabalha com estudantes do Farroupilha, assessorando para os processos seletivos
Quando estão quase chegando ao fim de sua formação na educação básica,
de universidades no exterior. “Os
muitos estudantes optam por vivenciar uma experiência internacional na gra-
estudantes do Colégio Farroupilha
duação. E tal vivência vai ao encontro do que o colégio busca, que é a de pos-
são especialmente qualificados para
sibilitar que os estudantes construam o seu modo de vida livremente, tendo
o processo de aplicação no exterior
autonomia para fazerem as suas escolhas. “As faculdades no exterior oferecem
por apresentarem uma combinação
muitas oportunidades e incentivo para que os estudantes possam envolver-se
de excelência acadêmica e desenvol-
e desenvolver-se através de clubes, organizações e da própria infraestrutura
vimento pessoal diferenciado. Essa
oferecida. Os estudantes têm, portanto, a oportunidade de desenvolvimento
combinação é fundamental para os
pessoal através da própria vivência nas universidades ao experienciarem novas
processos seletivos em faculdades
culturas, um novo estilo de vida, conhecendo novas pessoas e novos lugares,
no exterior os quais envolvem desde
tendo mais autonomia e independência e lidando com responsabilidades pró-
a seleção das universidades mais ade-
prias”, considera Pedro Espindola Lunardelli, consultor educacional da Daqui-
quadas ao perfil do estudante até o
prafora, consultoria que assessora estudantes para processos seletivos em
processo de candidatura nelas”, avalia.
17
DA ESCOLA PARA O MUNDO Entre os formandos de 2017, oito foram aceitos em universidades do exterior. Bernardo Trevisan foi aprovado em 12 universidades, sendo dez norte-americanas. Ele passou o primeiro semestre em Porto Alegre, cursando Ciência da Computação na UFRGS, para se preparar para a Yale University, no estado de Connecticut. Bernardo é um dos seis brasileiros e o único gaúcho aprovado na Yale, universidade membro da Ivy League com mais de 300 anos e que tem, entre seus ex-alunos notáveis, os ex-presidentes dos EUA William Howard Taft, Gerald Ford, George H. W. Bush, Bill Clinton e George W. Bush. “Estava em dúvida entre Yale e Berkeley, mas acabei escolhendo Yale pelo programa de Ciência da Computação, pelo departamento de Inteligência Artificial de lá e também porque consegui uma bolsa em Yale que ajuda a pagar os custos”, comentou Bernardo. Já Julia D’Aló passou o primeiro semestre dedicando-se a outros projetos, como fazer aulas de violino, canto e um curso relacionado à TV e ao Cinema. No segundo semestre, ela embarcou para Chicago para cursar Drama, Theatre & Action na Columbia College Chicago, uma universidade totalmente voltada para as artes. “Eu conheci a Columbia College Chicago em uma palestra no colégio que trouxe representantes de várias faculdades. Foi nela que descobri que essa é uma faculdade totalmente ligada à arte e que tem grandes oportunidades a oferecer, que era o que eu estava procurando”, declarou Julia. “Vão ter muitos desafios, mas muitas conquistas também. Sei que vai ser difícil, mas vai ser incrível”, avaliou a jovem.
CONFIRA TODOS OS ESTUDANTES APROVADOS EM UNIVERSIDADES DO EXTERIOR*: Gilberto Rossato de Medeiros Junior - Pennsylvania State University, Colorado State University, Oregon State University, University of South Carolina, Florida International University, North Carolina State University Ana Carolina Kirchhof Vallandro University of Calgary Ana Paula Barreto Pereira University of Toronto, University of British Columbia, University of Washington, University of Illinois - Urbana-Champaign e Pennsylvania State University. Bernardo Eilert Trevisan - Purdue University, University of Texas, Yale University, University of California, Cornell, Georgia Institute of Technology, University of Washington, University of California San Diego, Yale-Nus College * Todos os estudantes possuem nível Cambridge CPE.
Júlia Machado D’ Aló de Oliveira Columbia College
Júlia Magnus Sotille - Pepperdine University, University of San Diego, University of California, University of San Francisco, University of Arizona, Arizona State University Vitória Ebeling Hahn - Ferris State University
Matheus da Silva Barcellos – Boston University, University of Minnesota, Pennsylvania State University, Michigan State University, University of Connecticut
18
OLHOS PARA O MUNDO
CONHEÇA OUTRAS INICIATIVAS DO FARROUPILHA LIGADAS À INTERNACIONALIZAÇÃO:
Exames de Cambridge No ano de 2010, o Colégio Farroupilha tornou-se o primeiro colégio do Rio Grande do Sul a ser um Centro Autorizado de Cambridge. No mesmo ano, a metodologia de Cambridge foi incorporada ao currículo escolar, e as aulas de Língua Inglesa passaram a contar com o respaldo da instituição. A aprendizagem do idioma nos moldes de Cambridge começa ainda na Educação Infantil, e é no 4º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, que os estudantes podem receber a primeira certificação, a YLE – starters. Os estudantes fazem as provas até a 3ª série do Ensino Médio, quando podem, de acordo com o desenvolvimento de cada um, obter a certificação CPE, a mais alta entre as expedidas pela centenária universidade. Com os certificados de Cambridge em mãos, os estudantes têm um documento aceito mundialmente para comprovar o nível de conhecimento do idioma. Diferente de testes de proficiência, os certificados de Cambridge são válidos para toda a vida. Em 2011, o Colégio Farroupilha tornou-se o único do Brasil a ser um Centro Aberto Autorizado de Cambridge, recebendo uma certificação para aplicar os exames da renomada instituição britânica a estudantes e candidatos externos. Intercâmbios O contato com diferentes culturas, o aperfeiçoamento de um idioma estrangeiro e o desenvolvimento pessoal e acadêmico são alguns dos pontos trabalhados a partir do projeto Olhos para o Mundo, que promove intercâmbios para realização de cursos, além de viagens para participação em olimpíadas do conhecimento. O projeto é voltado para estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio e conta com parceria de empresas de intercâmbio. Os destinos oferecidos são Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
19
Palestras para famílias e estudantes O Centro de Cambridge organiza diferentes encontros para que estudantes e família esclareçam dúvidas e conheçam como funciona a preparação para o processo de aplicação a universidades do exterior. Além disso, na Mostra das Universidades, um estande é montado com informações sobre diferentes universidades e cursos que estão à disposição dos jovens.
Portfólio Criativo dos Estudantes No ano passado, o colégio desenvolveu uma funcionalidade chamada Portfólio Criativo dos Estudantes, no Portal dos Alunos, no qual é possível ter acesso a todo o portfólio de atividades complementares realizadas durante o período escolar, como grupos de estudos, conquistas esportivas, clubes científicos, olimpíadas do conhecimento, entre outras. Ele permite que essas atividades sejam utilizadas como parte do currículo para o ingresso em universidades no exterior, assim como aplicações para vagas de emprego, intercâmbios, etc.
SAT - Scholastic Aptitude Test ou Scholastic Assessment Test Adequado a cada faixa etária, o SAT simula o exame que os estudantes interessados em cursar universidades americanas e canadenses precisam fazer para participar dos processos de aplicação. Após o exame, o estudante recebe o resultado obtido em cada uma das provas: Língua Inglesa, Matemática e Redação. No Colégio Farroupilha, o SAT é realizado pelos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e do Ensino Médio. Ele é composto de testes de leitura, escrita, linguagem e matemática.
APOIO À APLICAÇÃO PARA UNIVERSIDADE NO EXTERIOR Ao concluírem o Ensino Médio, mui-
e acompanha todas as solicitações
parados para as responsabilidades
tos estudantes buscam a sequência
das universidades referentes à vida
acadêmicas encontradas durante o
dos estudos em universidades no
acadêmica do estudante requerente
processo seletivo para faculdades no
exterior. Em muitos países, o in-
da vaga.
exterior, tais como provas, redações
gresso se dá, além da realização de provas, como o SAT, por um processo de aplicação em um sistema no qual são necessários, além de históricos escolares e formulários específicos, a escrita de cartas de recomendação e o acompanhamento de um consuler, que é a pessoa do colégio que recomenda, assina os documentos
“Algo muito positivo para esses processos seletivos é o domínio da língua inglesa, observado em grande parte dos estudantes do Farroupilha em função do curso de Cambridge oferecido na própria escola. O rigor acadêmico do colégio também possibilita que os estudante estejam pre-
ou entrevistas. O colégio também valoriza o envolvimento com atividades extracurriculares as quais complementam diretamente a aplicação em si, além de possibilitarem a formação de estudantes independentes e aptos para uma experiência no exterior”, analisa Lunardelli.
20
ESPECIAL
COMO CONSTRUIR
21
BOAS RELAÇÕES? Famílias, crianças, estudantes e educadores do Farroupilha auxiliaram na elaboração do novo Código de Conduta e Convivência da instituição
22
ESPECIAL
Conviver na escola, no condomínio, no trânsito, no trabalho... a convivência está
as regras na escola? Essas são ques-
presente em praticamente todas as ações do nosso dia a dia. Aprender a convi-
tões para serem repensadas continu-
ver não acontece somente nas relações humanas. Pode ser que você tenha que
amente na educação”, sinaliza.
mudar de cidade ou país, por exemplo, e será preciso se adaptar ao novo local. Luciene Regina Paulino Tognetta, professora do Departamento de Psicologia da Educação da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (GEPEM), destaca que estudos sobre o tema têm mostrado evidências de como o desempenho escolar é afetado diretamente pelas questões das relações interpessoais que acontecem em sala de aula e na escola. “As pesquisas mostram que o clima da escola, ou seja, o conjunto de percepções sobre vários domínios, do ponto de vista das relações entre ensino e aprendizagem, dos conteúdos, das metodologias usadas, da relação professor-estudante, das questões das disposições físicas, de como os estudantes relacionam-se entre pares, levam a melhores resultados. Isto é, quanto mais tivermos qualidade nas relações e um clima positivo, mais os estudantes têm melhores desempenhos”, explica.
As demandas envolvendo a convivência também devem contar com o apoio da família. “Existem possibilidades hoje de pensarmos em formas de trazer a família para a escola, e discutirmos juntos os problemas que a família tem vivido na educação dos seus filhos. A escola precisa ser, igualmente, um espaço de aprendizagem da educação dos pais para educarem os seus filhos”, ressalta. A psicóloga Denise da Silva Maia, que realizou encontros de formação sobre a temática do desenvolvimento socio-
Luciene chama a atenção, ainda, para questões de convivência que não são
emocional com a equipe do Serviço de
aprendidas em um único ano, em momentos pontuais e muito menos em um
Orientação Educacional (SOE) do Colé-
projeto, com começo, meio e fim. “Se pensarmos dessa forma, a escola não dá
gio, afirma que a escola deve comuni-
conta de desenvolver de fato aquilo que nós mais queremos, que são relações
car com clareza a sua identidade, o seu
entre as pessoas, que é essa qualidade de serem morais, respeitosas, generosas,
projeto pedagógico, o seu espaço e os
justas, solidárias, e todas as outras virtudes que queremos que as crianças, os
seus valores em relação à convivên-
adolescentes e os jovens tenham”, afirma. A convivência deve ser trabalhada des-
cia. “É um ganho para a escola se ela
de a Educação Infantil, com a realização de assembleias semanais e atividades
conseguir identificar, no processo de
que busquem o autoconhecimento e a resolução de conflitos de forma assertiva.
captação de estudantes e famílias, que
Nesse processo, o papel do professor é fundamental. “O bom professor tem que entender o seu objeto, que é o ser humano. Então, ele precisa compreender sobre como essa criança aprende, não só no Português e na Matemática, mas como ela aprende os valores morais e a convivência com o outro. O que posso fazer quando o estudante mente? Como eu dou conta para formar para a autonomia? Que tipo de regra é melhor eu cobrar na escola? Como eu cobro
os pais estão a escolhendo também por isso. Os papéis – escola e família – devem ser preservados e me parece realmente bem adequado se a escola conseguir comunicar com clareza as suas escolhas e opções”, considera.
23
UM NOVO CÓDIGO DE CONDUTA E CONVIVÊNCIA Fruto de uma escuta com crianças, estudantes, educadores e famílias, o Colégio Farroupilha reformulou o seu Código de Conduta e Convivência, um documento que reúne as normas praticadas para manter o bom convívio entre todos que compõem a comunidade escolar. O objetivo foi trazer, para o cotidiano das relações escolares, os valores propostos pelos norteadores estratégicos do colégio – bom relacionamento, busca pela excelência, disciplina e organização, eficiência e pelo empreendedorismo e compromisso com a sustentabilidade – estabelecendo o que é entendido como uma postura adequada para o desenvolvimento de um cidadão ético e moralmente autônomo. Na Educação Infantil e nos Anos Iniciais, os encontros foram conduzidos pela equipe do Serviço de Orientação Educacional (SOE) e pelo ex-aluno, escritor e ilustrador Carlos Augusto Pessoa de Brum, o Cadu, que ilustrou os pontos considerados importantes pelos grupos. O resumo dessa conversa resultou em um documento apropriado para a faixa etária, o Código de Convivência Lúdico, que traz desenhos em forma de combinações. As crianças levantaram alguns pontos, como escutar com atenção; não atrapalhar o trabalho do colega; conversar para resolver os problemas; cuidar do amigo com carinho; organizar o material e a sala; cuidar da natureza; e lavar as mãos antes do lanche, mantendo a torneira fechada em momentos de desuso, utilizando apenas duas folhas para secar as mãos e jogando os papéis usados no lixo. Já os estudantes dos Anos Iniciais destacaram a importância de usar o crachá para a segurança no colégio; trazer a agenda para anotar o tema e os bilhetes; não furar a fila; ouvir a professora enquanto ela está explicando o conteúdo; cuidar dos materiais; escutar os colegas; fazer o tema de casa e não copiá-lo dos outros; não usar o telefone celular durante o horário de aula – somente antes da entrada e na saída; cuidar dos espaços do colégio; evitar distrações; não fazer brincadeiras de mau gosto; e, principalmente, colocar-se no lugar do outro. Os estudantes dos Anos Finais e do Ensino Médio participaram coletivamente da atividade. Divididos em pequenos grupos, eles discutiram algumas temáticas do
Elaboração do novo Código contou com a participação de toda a comunidade escolar
24
ESPECIAL
Código. “Eles liam e acrescentavam o que achavam importante, e, depois, no final, juntamos tudo”, explicou o psicólogo educacional do Ensino Médio, Fábio Parise.
SEGURANÇA DIGITAL Preocupado com a forma como estabelecem-se as relações nas redes sociais, o Código de Conduta e Convivênciaa indica, no item Bom Relacionamento, o comportamento esperado da comunidade escolar também no espaço digital. “Conhecer novas pessoas em um ambiente virtual, compartilhar opiniões, posicionar-se criticamente
O mesmo aconteceu com um grupo de
e expor dados da vida pessoal apresentam aspectos que requerem cuidado, espe-
pais e com os educadores. Todos, em
cialmente quando se trata de crianças, adolescentes e jovens”, diz o documento.
momentos distintos, participaram de uma avaliação e da construção coletiva. “A escola é uma grande comunidade. O professor está na escola profissionalmente para ensinar, mas os adultos devem ter esse papel de educar em relação às gerações mais jovens. Nós, adultos, estamos sempre ensinando crianças e adolescentes. Eu posso não ser alguém preparado para ensinar
Desde março de 2018, um representante do SOE de cada nível de ensino e a supervisora de Tecnologia Educacional (TE), Débora Valletta, fazem parte do GT Segurança Digital, que trabalha na reformulação do Guia de Postura nas Redes Sociais, lançado em 2012, para um Guia de Segurança Digital. “Será um conteúdo mais amplo, que atenda a um conjunto de ferramentas tecnológicas, redes sociais, grupos, comunicadores instantâneos e outros espaços virtuais. É necessário salientar que o virtual explicita a comunicação que acontece entre as relações. A ferramenta é o meio, então é o usuário que tem que ter esse nível de consciência para se colocar no lugar do outro e, de fato, ter esse cuidado com o outro”, explica Débora.
Química, Física, Matemática, mas a
A atualização do Guia é o primeiro passo para um projeto maior, com outras ações,
questão da convivência humana, estou
que serão desenvolvidas em todos os níveis de ensino. “Procuramos ter um olhar
habilitada. Nisso, todos que convivem
mais amplo sobre os cuidados que se devem ter ao fazer uso desses espaços
dentro da escola estão na condição de
digitais. Assim como devemos ter cuidado no real, na nossa convivência, o cuidado
ensinar”, aponta Denise.
no espaço virtual deve ser redobrado, porque mandar uma mensagem é muito
25
impulsivo, diferente de estar na frente do outro. Mandar uma mensagem funciona muito nessa impulsividade, e isso pode gerar um malefício muito grande, e, às vezes, não pode ser consertado”, pondera o psicólogo educacional do Ensino Médio, Fábio Parise. “E isso impacta diretamente na convivência. Hoje não temos mais essa diferença: estamos trocando mensagens pelo Whatsapp e estamos convivendo. Daqui a pouco, algo que ficou ali registrado ou que é passado adiante, se eu não tenho esse cuidado, perde o controle e impacta até mais”, completa a psicóloga educacional dos Anos Iniciais, Luciana Motta. Algumas orientações presentes no novo Código de Conduta e Convivência sobre o bom relacionamento nos meios digitais: 1.
Manifestem suas ideias e opiniões de forma responsável, respeitosa e educada;
2.
Usem o espaço digital com atitude ética, evitando publicar conteúdos ofensivos, difamatórios ou que ridicularizem outras pessoas;
3.
Ao transmitir e/ou compartilhar informações, certifiquem-se de sua veracidade, evitando, assim, injustiças, calúnias e inverdades;
4.
Recomenda-se o compartilhamento de fotos ou imagens dentro de um contexto positivo. Lembrem que nunca poderão ser utilizadas imagens que prejudiquem a honra e a reputação das pessoas fotografadas e/ou filmadas;
5.
Desculpem-se em caso de conteúdo indevidamente exposto, retirando-o imediatamente sempre que houver algum incidente ou reclamação;
6.
Denunciem rapidamente aos órgãos competentes se forem vítimas (e/ou identificarem um incidente com outra pessoa, principalmente crianças) de alguma ocorrência na internet.
26
ESPECIAL
OUTROS PONTOS DESTACADOS PELO NOVO CÓDIGO DE CONDUTA E CONVIVÊNCIA:
BOM RELACIONAMENTO
BUSCA PELA EXCELÊNCIA
DISCIPLINA E ORGANIZAÇÃO
Considera-se que conflitos e situações decorrentes da convivência no ambiente escolar sejam oportunidades para a formação psicológica e social dos seus indivíduos e que seja papel da escola propiciar para uma mudança positiva de atitude. Nesse processo formativo, é de extrema importância o desenvolvimento das habilidades de empatia, de solidariedade, de reconhecimento e de respeito às diferenças.
Esse valor pressupõe que todas as pessoas envolvidas – crianças e estudantes, educadores, pais e/ou responsáveis e familiares – tenham comprometimento com a instituição de ensino, capacidade de compartilhar informações e habilidade para trabalhar colaborativamente, com foco na organização, na melhoria de processos e na busca de resultados.
Espera-se que os membros da comunidade escolar, ao optarem pelo Colégio Farroupilha como local de estudo ou de trabalho, assumam de forma efetiva o compromisso de respeitar os códigos e regulamentos de postura e convivência e comprometam-se com princípios de organização, como planejamento prévio, cumprimentos dos prazos, pontualidade e assiduidade.
DEPOIMENTO DE PAIS “É fundamental a participação dos pais na construção do Código de Conduta, porque as mudanças que a sociedade tem tido são tão grandes, e a velocidade com que elas acontecem é tão rápida que o colégio também precisa adequar-se à formulação de como as pessoas têm que conviver de forma harmoniosa, para que não se crie conflitos, no qual estejam previstas qual é a conduta correta e qual é a conduta errada dentro da instituição. Discutimos muito a questão do uso de redes sociais, que era uma coisa inimaginável, há dez anos, que a escola tivesse que ter esse tipo de preocupação e hoje é muito importante, porque antigamente o colégio preocupava-se com o bullying explícito, direto, dentro de sala de aula. E agora o bullying já passou para a questão virtual. Qual é o comportamento que o colégio vai entender como adequado ou inadequado com os seus estudantes? Como vamos orientar, nós como pais e a escola como educadora, a convivência das crianças. Através do Código, fica mais definido quando os pais têm o direito e o dever de transmitir para os filhos o comportamento adequado, e quando a escola vai transmiti-lo aos estudantes.” Paulo Eduardo Paglioli, membro do Conselho Escolar-Administrativo (Ensino Médio)
“Foi muito importante o Farroupilha abrir essa discussão para o grupo dos pais. O Código preenche algumas lacunas que estão se apresentando no dia a dia, em função da evolução da sociedade. Ele é importante para tirar um pouco da subjetividade do dia a dia e para saber exatamente os direitos, os deveres e a conduta em si de toda a comunidade escolar.” Leandro Oliveira Leão, membro do Conselho Escolar-Administrativo (Anos Iniciais)
27
EFICIÊNCIA E EMPREENDEDORISMO
COMPROMISSO COM A SUSTENTABILIDADE
A eficiência representa o compromisso de todos os integrantes da comunidade escolar na busca de processos mais sinérgicos, inovadores e transparentes. O empreendedorismo, por sua vez, visa estimular todos os envolvidos a serem protagonistas no cotidiano do colégio, tomando iniciativas para colocarem em prática projetos e soluções que melhorem o desenvolvimento da instituição, da comunidade escolar e da sociedade.
Traz o desenvolvimento da capacidade de reflexão e de atitude diante do que observa no meio em que vive, além da capacidade de mobilizar diferentes saberes e conhecimentos e dialogar com eles para buscar modos de vida que equilibrem a ação das gerações atuais e garantam boas condições para as futuras.
“É um privilégio o colégio abrir essa conversa com os pais. Isso torna o Farroupilha único. O Código de Convivência é muito marcante e necessário, porque o que se verifica hoje em dia é como o relacionamento está mudando cada vez mais. O Código é
“Foi uma honra participar desse debate sobre o Código de Conduta e um prazer ver que o Colégio Farroupilha está se tornando cada vez mais um colégio, na prática, aberto ao diálogo.”
uma forma de prevenir e tentar minimizar qualquer
Ana Cristina de Oliveira Machado Za-
tipo de conflito. Claro que as relações humanas são
natta, psicóloga e mãe de estudante
formas muito abstratas, não temos como prever,
do Ensino Fundamental – Anos Iniciais
mas creio que é uma forma de dar um norte, e, principalmente, me coloco na posição dos professores. Eu digo que os professores estão na ‘luta do rochedo com o mar’, porque tem toda a pressão
“O Código de Conduta serve também
da escola e dos pais. Estão ali com as maiores pre-
para que os pais, não somente os que
ciosidades das nossas vidas, que são os nossos fi-
participaram, mas todos os pais do colé-
lhos. É uma forma de dar segurança para os pais e
gio, tenham uma ideia do que o colégio
os educadores, e os filhos vão aprender a conviver
pensa, de como vai nortear seu dia a dia.
em sociedade, sabendo que podem muitas coisas, mas têm os seus direitos e os seus deveres.” Déborah Madruga Costa Lunardi, membro do Conselho EscolarAdministrativo (Anos Iniciais)
Os pais devem saber qual o norte que tem o colégio ou o que o filho vai enfrentar aqui dentro, os direitos e os deveres dos filhos, dos pais e dos professores. E aí, a pessoa começa a conviver mais socialmente, sabendo até onde pode ir e até onde o outro pode ir em seu espaço.” Rafael Barreto Cogo, membro do Conselho Escolar-Administrativo (Educação Infantil)
28
MOVIMENTO
FUTEBOL NA DISNEY Estudantes do Farroupilha estiveram em torneio organizado pela Walt Disney Co.
Foi no Complexo Disney ESPN, parque temático localizado em Orlando, na Flórida, que mais de 30 estudantes de 4º e 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais e de 6º, 7º e 8º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais jogaram futebol por uma semana. Na Disney Cup, torneio realizado pela Walt Disney Co., o grupo disputou partidas com equipes do mundo todo, em duas categorias: pela sub-12 e pela sub-14. Os times do colégio disputaram os jogos com equipes do Brasil, México, Canadá, Quênia, Trinidad e Tobago e Estados Unidos. A equipe sub-12 chegou até a final da competição, mas acabou derrotada por um time da Flórida, e conquistou o segundo lugar do torneio. Já o time sub-14 foi o terceiro colocado da série prata. Além dos jogos, os estudantes puderam se divertir nos parques Epcot Center, Hollywood Studios, Magic Kingdom, Universal Studios, Islands of Adventure e Animal Kingdom. Os estudantes viajaram acompanhados pelos professores Antônio Cimirro e Paulo Xis e pelo auxiliar de coordenação Fernando Soares. Para Guilherme Brun Cappellari, estudante do 8º ano C e capitão da equipe sub-14, a experiência foi única, pois misturou a paixão pelo esporte e a diversão em parques da Disney. “Os resultados podem não terem sido os melhores, mas a experiência de competir em alto nível e jogar de igual para igual com vários clubes, tudo isso é fantástico. São poucos os colégios que possibilitam isso aos estudantes”, comentou. O Colégio Farroupilha foi campeão da edição da Disney Cup em 2010, e conquistou o 4º lugar no torneio em 2012.
29
EXPERIÊNCIA ESPORTIVA NA ÁUSTRIA Treze estudantes do Farroupilha passaram uma semana na Clínica de Handebol, em Graz
Onze estudantes de 8º e 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e dois da 1ª série do Ensino Médio, que fazem parte da equipe esportiva de Handebol do Farroupilha, participaram, durante uma semana, da Clínica de Handebol, em Graz, capital do estado da Estíria e segunda maior cidade da Áustria. Os estudantes ficaram hospedados na Blue Box Arena, um complexo esportivo, e, diariamente, tinham treinos sobre princípios de ataque (perigo, amplitude e profundidade), cruzamento, bloqueio, transformações, princípios de defesa (uma zona e um adversário), remate de posto específico (poliesportivo), transporte de bola no contra-ataque, treino de goleiro e preparação física específica para o Handebol (areia e ginásio). O intercâmbio ainda incluiu viagens para Zagreb, na Croácia, com visitas às cidades Alta, Baixa e Ljubliana, na Eslovênia, com passeios para o centro histórico, ao castelo de Ljubliana e à Galeria Nacional. Em Graz, os estudantes conheceram o centro histórico, o castelo de Schloßberg, o Museu Landeszeughaus, a Chocolateria Zotter, a Catedral de Graz, a Kunsthaus Graz, a Island in the Mur, uma estrutura entre a cidade e o rio, e as ruas Schmiedgasse e Franziskanerplatz, conhecidas pelas suas lojas de artigos típicos e restaurantes.
30
INQUIETOS
ATITUDES INDIVIDUAIS, IMPACTOS COLETIVOS Sétima edição do evento Inteligência Coletiva contou com palestra do professor e historiador Leandro Karnal
Em comemoração dos 160 anos da Associação Beneficente e Educacional de 1858 (ABE 1858), a mantenedora do Colégio Farroupilha promoveu a sétima edição do evento Inteligência Coletiva, no início do mês de agosto. Neste ano, o convidado foi o professor e historiador Leandro Karnal, com a palestra “Fatores comportamentais que travam o desenvolvimento humano”. Entre os pontos levantados, Karnal destacou como identificar os comportamentos individuais e coletivos que se constituem como obstáculo ao crescimento, como enfrentar a autossabotagem e quais são os inimigos internos que condicionam o fracasso. Karnal iniciou a sua fala sobre o mistério do ser humano observando que os seres humanos são uma combinação de diversos fatores – genéticos, culturais e, também, do momento em que vivem – e que um dos seus grandes inimigos são eles mesmos. Porém, através da consciência é possível trabalhar e mudar quase tudo que não está em harmonia. Além disso, o critério para atingir um objetivo para a felicidade é pessoal, ou seja, não existe um modelo. Em relação às escolhas de vida, Karnal enfatizou que todo indivíduo tem o poder de escolha, mas que toda escolha implica perda. Sendo assim, como adultos, devemos saber que toda a ação gera um aspecto negativo e positivo. A palestra abordou, também, a importância que as pessoas dão ao trabalho e à vida e o quanto é fundamental chegar a um equilíbrio entre as duas áreas e ter consciência do seu projeto de vida. Um dos ensinamentos de Karnal foi como ser racional. Devemos compreender que a vida não é igual para todos. Como exemplo, o especialista trouxe que nem todos aprendem do mesmo jeito, mas todos podem aprender.
31
Além disso, devemos aprender com o erro, já que toda experiência, positiva ou negativa, ensina alguma coisa. O erro é uma mensagem sobre o que nos faz bem ou mal, e quanto mais nos esforçarmos, mais podemos diminuir a fórmula de errar e evitar que entremos na zona de conforto que, segundo Karnal, é a inimiga do sucesso, pois impede a nossa produção, trai a busca pelos nossos objetivos e torna-nos dependentes da felicidade repetitiva. Sendo assim, o ser humano deve ter crença no poder da ação e ser um protagonista de sua vida, pensando no agora e não esperando o momento ideal, com uma visão além do horizonte, sendo estrategista. Como síntese de sua fala, Karnal frisou que o ser humano deve estar sempre “se construindo”, já que ninguém está pronto. A chave é sempre buscar o melhor, sabendo que não ganharemos sempre, mas que a vitória está na mão de quem insiste. O ser humano é sócio majoritário da sua vida, só ele pode encontrar o caminho que decidir seguir.
WORKSHOPS PARA EDUCADORES No segundo dia do evento, foram promovidos workshops que abordaram práticas pedagógicas, inovação, tecnologia, metodologias, etc. As atividades foram desenvolvidas por educadores do colégio. No workshop “Estudo de foguetes como uma proposta transdisciplinar: análise dos aspectos histórico-sociais, físico-químicos e matemático”, elaborado pelos educadores Alessandra Rosa, Elisabete Rambo Braga, Gabriela Donadel, Gentil Bruscatto, Mirian Fantinel, Rodrigo Bennet e Suzana Remenklau, os participantes
32
INQUIETOS
tiveram uma experiência que integrou diferentes áreas do conhecimento, já que
“Inteligência Emocional – A relação en-
a análise da trajetória de um foguete constitui um estudo relevante do ponto de
tre o educador e o que ele comunica”
vista transdisciplinar.
foi o workshop que falou sobre o que é
Desenvolvida pelos educadores do setor de Comunicação e Marketing do colégio Milene Martins e Tiago da Costa Guimarães, o workshop “Apresentações Criativas e Estratégicas” abordou os conceitos básicos de design e de conteúdo para serem aplicados em qualquer apresentação. Berenice Moresco e Carine Winck Lopes foram as educadoras responsáveis pelo workshop “Planejamento Acessível: atitudes para incluir estudantes com NEE”. A atividade trabalhou o planejamento, o desenvolvimento, a solução e a avaliação de ações pedagógicas viáveis na cultura de uma escola para estudantes com Necessidades Educativas Especiais (NEE).
necessário para uma conexão efetiva entre o educador e o estudante, como as habilidades de autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia e reconhecimento das emoções no outro. A atividade foi conduzida pela educadora Michelle Braz. No workshop “Jogos e Oratória”, a educadora Vera Giorgetta, apresentou noções de como ter o domínio das palavras e a capaci-
No encontro “Inovações nas relações interpessoais”, as educadoras do setor
dade de convencer o outro a partir de
de Recursos Humanos (RH) Gisele Chiesa e Sabrina Gomes trabalharam a co-
argumentos convincentes, sem nervo-
nexão entre os participantes, desenvolvendo, através da metodologia andra-
sismo e ansiedade.
gógica, uma reflexão sobre a importância das relações intra e interpessoais. O workshop “Criando galerias de arte com o Google Arts & Culture”, desenvolvido pelo educador Eduardo Isaia, apresentou a ferramenta que ajuda a realizar um tour por diversos lugares históricos, além de compartilhar uma galeria (arte) diretamente no Classroom, criar uma galeria a partir de obras favoritadas e utilizar o Cardboard para ver galerias em 360 graus.
O workshop “Expressão e sensibilidade: o que isso significa para a arte-educação?” foi elaborado pelas educadoras Alice Wapler, Lúcia Panitz e Giane Ramos, e oportunizou vivências interdisciplinares que possibilitam a expressão e a sensibilidade artísticas. No workshop “O que acontece no Ateliê da Oficina de Criação?”, desenvolvido pelos educadores Cláudia Costa e Lucas Ávila, os participantes tiveram contato com experiências que acontecem no âmbito do Ateliê do Farroupilha e possibilidades de um planejamento dinâmico. Os educadores de Educação Física Antônio Cimirro, Carla Silva e Sandro Aguiar ministraram o workshop “Qualidade de vida: estratégias para vencer o sedentarismo”, que proporcionou conscientização e vivências de atividades lúdicas funcionais para formação e reflexão de melhores hábitos de vida saudáveis. Já na atividade “Robô desenhista: movimento maker e cultura de inovação”, o educador Felipe Denz realizou diferentes experiências que envolveram a abordagem maker, na busca por soluções de desafios coletivos.
DESTAQUE
LITERATURA POR TODAS AS PARTES Semana Literária | 33ª Feira do Livro do Colégio Farroupilha teve como patrono o escritor, poeta e ilustrador Ricardo Azevedo
Desde 2017, a Feira do Livro do Colégio Farroupilha recebe a denominação de Semana Literária, para transmitir a ideia de que a literatura está em todas as partes e se faz presente em diversas manifestações culturais. Na edição deste ano, realizada no início do mês de julho, estudantes de todos os níveis de ensino envolveram-se em oficinas, jogos, contações de histórias e palestras. Em 2018, o patrono foi o escritor, poeta e ilustrador Ricardo Azevedo, autor de mais de cem livros para crianças e jovens, entre eles Um homem no sótão, A casa do meu avô, O chute que a bola levou e Meu material escolar. Em sua fala, na abertura da Semana, ele lembrou que foi na escola que começou o gosto por escrever. Era comum ele fazer outras redações além das que o professor pedia. “A escola é o lugar de estímulo à criatividade. Sugiro que vocês leiam. Acredito muito na literatura: ela é uma forma de reescrever o mundo”, afirmou. Confira, a seguir, alguns destaques:
PROJETO TAMBÉM SOMOS AUTORES A atividade, que existe desde 2001, encerrou a programação da Semana Literária. Ao lado das famílias, as crianças do Berçário ao Nível 5 da Educação Infantil autografaram os seus livros. No Berçário e Nível 1, as crianças participam da construção de um livro coletivo. Sua elaboração dá-se a partir dos projetos de
33
34
DESTAQUE
trabalho, de canções e de diferentes atividades realizadas durante o semestre. Cada criança ilustra uma página/parte do livro e, por meio de diferentes materiais plásticos, texturas e suportes artísticos, a história é ilustrada. As músicas, as histórias, as brincadeiras e os projetos auxiliam nas construções dos livros das turmas de Nível 2. Cada criança contribui com desenhos, fotos e outras possibilidades nesse livro coletivo. Após a sessão de autógrafos, o livro circula por todas as casas, e os pais podem deixar recados no final da obra literária da turma. Já no Nível 3, coletivamente, as crianças constroem uma história para o livro da turma, tendo a professora como escriba, transcrevendo do modo mais fiel possível o que foi falado por elas em roda. Todos compõem a mesma obra, mas os livros e a ilustração da história são individuais. No Nível 4, as obras são elaboradas em pequenos grupos, entretanto, cada criança ilustra o seu próprio livro. Cada grupo constrói a sua história tendo a professora como escriba. Após esse momento de construção, acontece a ilustração, situação em que cada um pode ilustrar, da sua maneira, cada parte da história do seu grupo. Nas turmas de Nível 5, em um primeiro momento, as crianças são sensibilizadas para a elaboração de um livro, em que cada uma ficará responsável por criar uma história, além de uma ou mais personagens centrais. Depois, elas conversam individualmente com a professora para refletir sobre as ideias. Cada criança realiza a ilustração de seu livro, que possui, em média, cinco páginas, e a escrita é realizada pela professora. As famílias também preparam uma biografia dos filhos para anexar ao livro.
CIRCUITO AÇORIANO A atividade foi organizada pelo Memorial, em parceria com a professora Lucélia Nunes, para as turmas do 3º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. As oficinas incluíram a pintura de desenhos de azulejos, dos trajes típicos açorianos e do Galo de Barcellos, a confecção da Bandeira do Divino e do guardanapo Pão de Deus, a resolução de uma carta enigmática e de exercícios de caça-palavras e cruzadinhas. O circuito foi dividido nas nove ilhas do arquipélago: Flores, Corvo, Pico, Santa Maria, Faial, São Jorge, Terceira, São Miguel e Graciosa.
TABULEIRO LITERÁRIO As turmas do 5º ano participaram de um jogo criado pela Biblioteca para despertar o interesse pela leitura de obras adequadas para essa faixa etária, bem como valorizar o conhecimento literário dos estudantes. O grupo vencedor era o primeiro a desvendar os enigmas relacionados às leituras e localizá-las no acervo, seguindo todas as regras do jogo.
COPA LITERÁRIA As turmas do 6º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais também participaram de um jogo. Batizada de “Copa Literária”, a atividade unia conhecimentos de geografia, literatura e localização de obras no acervo da Biblioteca. Em grupos,
35
os estudantes precisavam decifrar charadas para localizar os livros na Biblio-
vros na sala de aula e, assim como as
teca e, em seguida, direcionar o livro para o continente literário de seu autor.
demais crianças, participam do proje-
Após a conferência da equipe da Biblioteca, o grupo podia, em clima de Copa do
to Também Somos Autores. As histó-
Mundo, colar a figurinha do autor no álbum criado para o jogo. Vencia a equipe
rias são contadas através de livros,
que tivesse mais figurinhas coladas no álbum.
fantoches ou imagens, e a entonação ao imitar o som dos personagens,
PIQUENIQUE LITERÁRIO
animais e objetos incentiva os bebês
Os estudantes da 2ª série tiveram uma atividade diferenciada: o Piquenique Literá-
um importante recurso na constru-
rio. Cada estudante trouxe o seu livro preferido e compartilhou alguma parte com
ção da oralidade e da imaginação e no
os colegas, além de um lanche. Júlia Heller, da 2ª série A, falou sobre a obra Os Mi-
contato com o mundo das letras. “Na
seráveis, do escritor Victor Hugo. “É o meu livro preferido. Ele me cativou, porque foi
sala de aula, os livros estão expostos
um marco na minha vida. A partir dele, fui atrás de outros livros e outras histórias,
na Bebeteca, ao alcance deles. Assim,
conhecendo outros estilos de leitura”, contou. Já a sua colega Luiza Moura dividiu
eles podem visitá-la e pegar os livros
a sua opinião sobre o livro que está lendo no momento, Harry Potter e o enigma
sempre que der vontade, escolher, vi-
do príncipe, da autora J. K. Rowling: “Estou lendo faz bastante tempo e acho muito
rar, revirar as páginas, levar à boca,
legal, porque tu acompanhas o crescimento dos personagens”.
tocar, cheirar e apontar para o que
a ouvi-las e percebê-las, tornando-se
veem. Aos poucos, vão conseguindo
PREPARAÇÃO PARA O VESTIBULAR COM MÚSICA Os estudantes da 2ª série participaram, também, de uma atividade que uniu a leitura com a música. A dupla Nani Medeiros e Junior Pita tocou alguns sucessos do álbum Elis e Tom, lançado em 1974, e uma das leituras obrigatórias do Vestibular da UFRGS. Águas de Março, Pois é, Chega de Saudade e Só tinha de ser com você foram algumas das músicas apresentadas aos estudantes.
vocalizar, pois nessa fase a aprendizagem acontece com a sensibilização dos sentidos. Esse contato com os livros e ouvir histórias desde pequenos são fundamentais na formação dos futuros leitores”, analisou a professora da turma do Berçário, Patrícia Velazques.
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA Não é somente na Semana Literária que as crianças e os estudantes do colégio têm contato com a leitura. Ela é incorporada no currículo já no Berçário, quando os bebês fazem visitas à Biblioteca Kids para conhecer as obras, exploram li-
Para a bibliotecária do Farroupilha, Maricélia Cezar, para formar um leitor é necessário um mediador, ou seja, alguém que vai mostrar o mundo da leitura para quem está iniciando. O ideal, segundo ela, é um trabalho conjunto entre família e escola, para que, desde cedo, as crianças tenham a oportunidade de interagir com livros, tocá-los, experimentá-los e descobri-los. “Ninguém permanece o mesmo após uma leitura, algo é sempre acrescentado na vida do leitor depois de um livro, seja ele impresso ou eletrônico. A leitura aprimora o vocabulário, melhora a escrita, aumenta o aprendizado, exercita a memória, estimula a imaginação e trabalha o desenvolvimento emocional”, avaliou.
36
DESTAQUE
Com tampinhas de garrafa, turmas do 2º ano construíram uma bandeira do Brasil
APRENDENDO A REAPROVEITAR NA VII FEIRA VERDE Crianças da Educação Infantil e estudantes dos Anos Iniciais e Anos Finais participaram de atividades com foco na sustentabilidade
Muitos materiais que vão para o lixo seco podem ser reaproveitados. Esse foi um dos ensinamentos da VII Feira Verde, uma semana do mês de junho dedicada a oficinas e workshops sobre sustentabilidade e reciclagem. Confira, a seguir, as atividades realizadas:
EDUCAÇÃO INFANTIL As crianças participaram da reinauguração do espantalho George, o guardião da Horta da Educação Infantil. As turmas N1A, N1B, do Nível 4 e do Nível 5 realizaram o plantio de mudas de lavanda nas aulas da Oficina de Criação, da professora Claudia Costa, em parceria com a Lavanderthal, de Antonio Augusto de Carvalho, pai do ex-aluno Maximiliano Girardi de Carvalho, formado em 2010. As crianças dos Níveis 4 e 5 também confeccionaram sachês perfumados com os ramos e as flores da planta. Algumas turmas prepararam atividades especiais alusivas à semana, como a N2A, que construiu coletivamente duas “cabeças de alpiste”, utilizando meias e serragem. Em uma votação, as crianças escolheram os nomes para cada um delas: Pikachu e Maria Eduarda. A N1C explorou a terra e aprendeu sobre os cuidados com as plantas. Os pequenos acompanharão o crescimento do que foi plantado e, posteriormente, degustarão os frutos.
37
A turma do Full Day da Educação Infantil da manhã visitou a Horta Orgânica. À tarde, as crianças confeccionaram uma mini-horta com garrafa PET. Com a ajuda do jardineiro do colégio, Clodoaldo Costa, a turma semeou sementes de tempero verde, alface e cebolinha.
ANOS INICIAIS Os estudantes do 1º ano conheceram um pouco mais sobre a história do Farroupilha através de um dos seus ícones mais antigos: as três figueiras centenárias, que deram nome ao bairro onde hoje fica a escola. A oficina “A história das figueiras” abordou desde a compra do terreno à construção do Colégio Farroupilha. Logo depois das explicações, os estudantes formaram duplas e trios e receberam um pequeno livro com a história. Eles pintaram e desenharam os principais tópicos aprendidos. Já as turmas do 2º ano ajudaram a construir o painel da Feira Verde deste ano. Aproveitando a Copa do Mundo, os estudantes separaram tampinhas e montaram uma bandeira do Brasil. A atividade foi organizada pela equipe de Recreação do colégio. As turmas do 1º ano da Unidade Correia Lima participaram da oficina “A história das figueiras” e da contação da história do livro O gigante monstruoso do lixo, da autora Patrícia Secco. Após a leitura, os estudantes aprenderam a fazer o brinquedo “vai e vem”, com barbante e garrafa PET. As turmas do 2º ano tiveram a oficina “Cuidados com o nosso planeta”, com o professor Gentil Bruscato. Lá, os estudantes aprenderam, principalmente, sobre o lixo espacial e puderam pintar a estrutura do planeta Terra em uma bola de isopor. Já no Laboratório de Química, a “Oficina sobre Sal e Açúcar” foi ministrada para os 2º, 3º, 4º e 5º anos. Os estudantes fizeram experiências comparando a quantidade de sal e açúcar em alguns alimentos e descobriram que o consumo diário recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 5g de sal e 25g de açúcar. Os estudantes do 4º ano participaram de uma atividade com o setor de Tecnologia Educacional (TE). Com o aplicativo Scratch Jr., eles deveriam montar animações sobre o meio ambiente. As turmas de 5º ano também participaram da oficina “Feira Verde, pra que te quero?”, promovida pelo setor de TE. Nela, os estudantes pesquisaram sobre sustentabilidade na Britannica ImageQuest e na Britannica Escola, além de construírem com o pacote Google for Education uma apresentação sobre o tema, compartilhando com os colegas no Google Classroom.
ANOS FINAIS As turmas do 6º ano puderam conhecer o descarte correto do lixo eletrônico. No Laboratório de Física, eles desmontaram computadores e separaram os componentes de acordo com o tipo de descarte. Já no Laboratório de Biologia, as turmas puderam observar, em uma viagem pelo tempo via Google Earth, como era a vegetação de Ariquemes (RO) de 1975 aos dias atuais. Os estudantes do 7º ano tiveram um desafio na oficina “E as abelhas?”: criar uma abelha que se movesse pelo princípio da vibração. Para a atividade, eles usaram alguns materiais, como papelão, cotonete, fita durex, etc. Na oficina “Quantidade de papel desperdiçado em sala de aula”, as turmas organizaram, em uma tabela e em um gráfico, os dados coletados durante uma semana sobre a quantidade de papel nas lixeiras e depois os analisaram. As turmas do 8º e 9º anos estiveram nos Laboratórios de Matemática e Física para montar um painel fotovoltaico, um mecanismo que converte a energia do sol em energia eletromotriz. Já em sala de aula, os estudantes elaboraram cartazes publicitários de conscientização sobre o uso de canudos, na oficina #Menosumcanudo, realizada pela equipe do Laboratório de Português.
38
DESTAQUE
CAMPEÕES DA MATEMÁTICA Estudantes do Farroupilha conquistaram 158 medalhas em olimpíada internacional Mais de 500 estudantes do Colégio Farroupilha inscreveram-se para a prova da Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras (OIMSF), no mês de abril. E, mais uma vez, o grupo foi destaque na competição. Ao todo, os estudantes conquistaram 158 medalhas, sendo 63 delas de ouro, 60 de prata e 35 de bronze, nas categorias Nacional e Estadual. Uma equipe composta por estudantes da 1ª série do Ensino Médio conquistou medalhas de ouro nas categorias Nacional e Estadual. Uma equipe do 7º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e outra da 2ª série do Ensino Médio ficaram com a prata Nacional e o ouro Estadual. Já equipes formadas por estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, e de 6º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental – Anos Finais conquistaram bronze na categoria Nacional e prata na categoria Estadual.
Participação de estudantes do Farroupilha sempre é destaque na Olimpíada
39
A Olimpíada Internacional Matemática
Este é o terceiro ano que o colégio par-
Sem Fronteiras (OIMSF) é a seção bra-
ticipa da OIMSF e, em todos eles, teve
sileira do evento internacional Mathé-
equipes convidadas para competições
matiques sans Frontières, criado em
no exterior. Em 2017, um grupo de es-
1990 pela Académie de Strasbourg,
tudantes da 3ª série do Ensino Médio
em conjunto com a Inspection Péda-
foi convidado a participar da AIMO, que
gogique Régionale de Mathématiques
naquele ano foi na Malásia. Já em 2016,
e o IREM (Institut de Recherche sur
o primeiro ano em que o Farroupilha
l’Enseignement des Mathématiques),
participou da OIMSF, um grupo de estu-
e organizado pela Association Mathé-
dantes medalhistas participou da 22ª
matiques sans Frontières, com sede
Olimpíada Internacional de Ciências,
em Strasbourg, Alsácia, França. No
Matemática, Habilidade Mental e Ele-
Brasil, a Olimpíada Internacional de
trônica (QUANTA), na Índia.
Matemática é organizada pela Rede do Programa de Olimpíadas do Conhecimento (Rede POC).
EQUIPE DO ENSINO MÉDIO VAI À ÁSIA Após o excelente desempenho na competição, uma equipe de 13 estudantes do Ensino Médio representou o Farroupilha na maior competição de matemática do mundo, a Asia International Mathematical Olympiad (AIMO), que aconteceu de 03 a 07 de agosto em Bangcoc, na Tailândia. O grupo conquistou duas medalhas de prata e sete de bronze.
O GRUPO QUE REPRESENTOU O FARROUPILHA NA TAILÂNDIA: • Aline Pereira Lovato – 1ª série B (medalha de bronze) • Arthur Coltro de Andrade – 1ª série D (medalha de bronze) • Bruno Almeida da Silveira – 2ª série A (medalha de prata) • Camila Fogaça Dall Bello – 2ª série E (medalha de prata) • Daphine Duarte Possebon – 1ª série B • Fabiana Luft Bavaresco – 1ª série B • Gustavo Prado Vares – 2ª série C (medalha de bronze) • Júlia Fraporti Heller – 2ª série A • Laura Schirmer Silva – 2ª série E (medalha de bronze) • Lucas Rambo Braga – 2ª série E (medalha de bronze) • Luiza Ribeiro Dotti – 1ª série C (medalha de bronze) • Martina Campos Teichmann – 1ª série B • Ricardo Escalante – 2ª série A (medalha de bronze)
40
DESTAQUE
SEMANA DEDICADA À CULTURA NERD Biblioteca do Colégio Farroupilha promoveu a Farroups Con
Vencedores do concurso de escrita criativa Super Nerd
No mês de junho, o Colégio Farroupilha promoveu a Farroups Con, uma iniciativa da Biblioteca que teve como objetivo celebrar a cultura nerd. Foram promovidos o concurso de escrita criativa Super Nerd e um bate-papo com o ex-aluno Giordano Pereira, que conseguiu uma bolsa em uma universidade dos EUA por seu alto desempenho nos eSports. O mundo como ninguém vê foi a história vencedora do concurso de escrita criativa, produzida por Daniel Kraeff, Henrique SanGioganni, Sabrina Braga e Vinícius Codorniz, do 7º ano A do Ensino Fundamental – Anos Finais. O grupo seguiu todas as regras do regulamento e apresentou uma bela história em quadrinhos, na qual um supernerd com uma mente imaginativa resolve o desaparecimento de itens dos seus amigos, em uma narrativa crossover na qual aparece desde Star Wars até o Homem-Formiga. “Eu quis entrar no concurso porque já acompanho o universo geek há muito tempo. Como eu curto Star Wars, mas a história tinha que ser sobre um nerd, tivemos a ideia de criar uma narrativa crossover para incluir personagens que gostamos”, disse Daniel. “Aí conseguimos reunir amigos que também gostam do mundo nerd e criar a história com o que cada um sabia fazer. Foi bem legal”, completou Vinícius. O ex-aluno Giordano Pereira, formado em 2015, conversou com um grupo de estudantes do Ensino Fundamental – Anos Iniciais ao Ensino Médio, e com alguns familiares presentes, sobre as oportunidades que surgem a partir dos jogos eletrônicos. Em sua fala, Giordano destacou que, além de jogar bem, o jovem precisa ter um bom desempenho acadêmico e inglês fluente para conseguir conquistar, por exemplo, uma bolsa em universidade dos EUA, como o caso dele.
Ex-aluno Giordano Pereira foi um dos convidados do evento
O ex-aluno falou ainda sobre os torneios nacionais e internacionais de jogos eletrônicos, trazendo um panorama desse universo.
BATE-PAPOS COM ESTUDANTES, EX-AANOS, E D U CA D O O S E C O N V I DA D O S
sOBB TEMAS
P E RT I N E N T ES AO
MUNDO
C O N T E M P O RÂ N EO . AS S I STA AO S E PI S Ó DIO S E M YO U T U B E . C O M /S O U FA R R U PI L H A
EDIÇÃO COMEMORATIVA
INFORMAÇÕES EM
www.colegiofarroupilha.com.br