Coletânea de Textos - 2016

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O teu olhar emoldura a

minha lua

Coletânea de textos dos alunos do ColÊgio Medianeira - 2016

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Sumário Apresentação da Coletânea

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Agradecimento 10 Prefácio 12 4º ano do Ensino Fundamental

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5º ano do Ensino Fundamental

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6º ano do Ensino Fundamental

87

7º ano do Ensino Fundamental

121

8º ano do Ensino Fundamental

165

9º ano do Ensino Fundamental

195

1ª série do Ensino Médio

235

2ª série do Ensino Médio

263

3ª série do Ensino Médio

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Janela para a coletânea

O teu olhar emoldura a minha lua

Informações da publicação

Teu olhar emoldura a minha lua (livro eletrônico): coletânea de textos dos alunos do Colégio Nossa Senhora Medianeira / seleção e organização professores de língua portuguesa; ilustração de capa: Sofia Sobral Back e Maria Eduarda Martini de Souza. Curitiba : Liliane Grein (Midiaeducação, Colégio Medianeira), 2016. PDF (Publish Online) Contém textos e vidéos em português, inglês e espanhol. 1. Literatura infantojuvenil brasileira 2. Poesia infanto-juvenil brasileira

A lua no Cinema A lua foi ao cinema,

Era uma estrela sozinha,

passava um filme engraçado,

ninguém olhava pra ela,

a história de uma estrela

e toda a luz que tinha

que não tinha namorado.

cabia numa janela.

Não tinha porque era apenas

A lua ficou tão triste

uma estrela bem pequena,

com aquela história de amor,

dessas que, quando apagam,

que até hoje a lua insiste:

ninguém vai dizer, que pena!

Amanheça, por favor! Paulo Leminski

Uma janela se abre, o que se vê? Eduardo Galeano nos ensina a abrir janelas sobre realidades duras e também Bibliotecária responsável: Elizete Kshesek CRB 9/1041

belas, ou belas porque são as vidas e vivências de pessoas fortes que antes permaneciam reclusas e invisíveis, “entre quatro paredes”, nas ruas das cidades latino-americanas, nos limites do que dizem que é e não é Brasil. De forma simples, porque a complexidade requer intimidade com a simplicidade, em um abraço que ganhou título de livro, Galeano nos conta a “função da arte”: “Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai, enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta

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a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E

Com isso, não há fronteiras entre gêneros artísticos e limites geográficos,

quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: “– Me

assim como suportes eletrônicos e impressos dialogam com o mesmo itinerário

ajuda a olhar! ”. (Livro dos Abraços)

quando criados de forma ética e observam em si o respeito e a compreensão

Nossos olhos emolduram as paisagens que nos afetam e sensibilizam outras. E mais, todos os nossos sentidos são janelas para o que é sentido no outro, assim

mútua no compromisso com o outro, pois, as fronteiras, como as bandeiras, se movem ao sabor do vento que a elas lançamos.

como pedir ajuda para olhar é aceitar outra sensibilidade que nos compõe, é

A Coletânea de Textos de 2016 tem suas janelas abertas aos olhares curiosos

reconhecer que os poros da pele respiram o momento em que vivemos. É pedir

de todo e qualquer leitor, mesmo aqueles que ainda não decodificam os signos

ajuda para compartilhar a beleza de que juntos experimentamos a Vida, de que

mas sabem de seu direito: “ – Me ajuda a olhar! ”. Agora, se abre uma janela

precisamos do fôlego do outro para caminhar além de onde chegamos. Afinal, se

digital, com textos e ilustrações, vídeos e poesias animadas dos alunos do 4º ano

“os olhos são as janelas da alma”, com o que abrimos as janelas de nossos olhos?

do Ensino Fundamental a 3ª Série do Ensino Médio, janelas que emolduram contos

Em tempos de muros altos nas escolas, e se é perigoso escalá-los, vazamos

de fadas desde o ponto de onde veem a história da Chapeuzinho Vermelho, a de

suas paredes com janelas e emolduramos a paisagem com o futuro. Com isso,

João e Maria e outras, de formas diferentes, porque ocupam lugares e dimensões

arejamos nossos olhares sobre a linha de fuga que se traça desde a experiência do

múltiplas. Janelas sobre a História do Brasil, janelas nordestinas, janelas que fazem

presente. E é daqui e de lá, e de qualquer outro lugar, que espiamos o interior da

do lado de dentro fora e, de fora adentro, imagens de acalanto e posicionamento,

casa desta história em que estamos, para saber de onde viemos e como chegamos,

onde os alunos protagonizam a janela da voz com seus pensamentos, ideias,

e mais, que estamos todos juntos.

sentimentos e ações, e chamam a todos que querem o ato poético de viver.

É aí que a leitura nos expande o horizonte. A leitura sugere diferentes suportes.

E na janela que abrimos, o que vemos?

Suportes provocam convergências de leituras, e de experiências diferentes nasce a

A mesma lua para todas as janelas e cada janela refletindo a lua com sua

diversidade de e nos leitores. Da cidade com prédios de janelas para outras janelas

retina. Porque “O teu olhar emoldura a minha lua”, para amanhecermos todos

às da internet, é através dos olhares, dos nossos e de outros sobre nós, que lemos

juntos.

aquilo que nos cerca, aplicamos zoom ao que nos desperta atenção e admiração e sonhamos a realidade que nos diversifica, mesmo que em contradição com tudo o que nos individualiza.

Bruno Sanroman dos Reis Sant’Anna

Luciana Ceschin

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8 As janelas de Jane

Prefácio

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Crédito: José Carlos Fernandes Nos idos da década de 1960 – quando os subúrbios dos EUA despontavam como um dos símbolos do american way of life – um livro surgiu para, digamos, desmanchar o prazer. Seu nome – Morte e vida das grandes cidades, escrito pela antropóloga canadense Jane Jacobs. Seu nome nunca mais saiu das bocas. Nos últimos 50 anos, qualquer discurso sobre a vida urbana passa por Jane, uma pesquisadora que nos belisca, para que prestemos atenção. Mesmo os que julgam haver coisa mais interessante a fazer do que pensar em ruas e quarteirões – a exemplo do entusiasta da internet Steven Johnson – fazem tributo a Jacobs, a mulher que nos estimulou a ler o espaço em que vivemos como se fosse um livro. Um arranha céu, nessa lógica, não é uma sucessão de andares empilhados, mas um compêndio ilustrado sobre pessoas e suas memórias. As cidades são códigos a serem decifrados. A própria autora o fez, assim que decidiu não se render ao brilho fácil dos espaços higienistas, assépticos e segregados que deram de imperar do pós-Guerra em diante. Criticou-os sem piedade. Lançou petardos – quase sempre certeiros. Uma de suas observações mais divertidas foi sobre as janelas. Jane percebeu que a depender de onde estivessem, mudava a relação dos moradores com a cidade. Janelas para dentro de pátios – como que alheias ao que se passava

lá fora – tinham a sua volta lugares mais violentos e indiferentes, mais lixo e solidão. Janelas para fora, escancaradas para receber o barulho das ruas, de onde se pode observar até a cor dos olhos de quem caminha lá embaixo, eram comuns em regiões nos quais ainda havia relações de vizinhança. Espiar pela janela significava, sobretudo, um estímulo contínuo a se importar com o outro, um santo remédio contra a tirania. “Quem é o anônimo que vem lá longe?” A cada resposta, o globo se movia. Pós-Jacobs, de lugar para tomar a fresca, e de instrumento para arejar a casa, as janelas passaram a ser o parapeito com que olhamos o mundo, para ali desassossegar. Debruçar-se e mirar o horizonte – mesmo com o atrapalho de um fio de luz na frente – é um ato político. Um gesto estético, tendo a janela como moldura. É o princípio do devaneio poético, com o qual nos distraímos. Perdidos em pensamento, enfim nos vemos licenciados para enxergar. Fossem as sociedades mais amorosas, os organismos internacionais teriam janelas como emblema de suas bandeiras. Abri-las, quem diria, é o primeiro passo para vencer o maior desafio do século 21 – a capacidade de “viver junto” e de cuidar dos outros. Eis o ponto. * José Carlos Fernandes é jornalista na Gazeta do Povo e professor na Universidade Federal do Paraná.


Ilustração: Sofia Sobral Back

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Escravidão Infantil

Geada Branca

Tão ruim pensar Que tem criança a trabalhar. Seria tão bom sim, Se isso tivesse fim.

Amanheceu tudo branco Era gelo por todo o canto O frio era um espanto Medo que congele Até meu encanto

Não podem brincar, só trabalhar Se brincar podem apanhar Triste sim Isso nunca ter fim, Só de pensar Começo a chorar Diga não Aos produtos da escravidão Vamos colaborar Para que isso possa acabar.

Texto: Vinicius Christen Sebastião Ilustração: Sophia Uriarte Garcia

O sol começa a brilhar Nada de esquentar Meu pé está a congelar Para casa quero voltar.

Texto: Guilherme Paolelli Ravaglio Strivieri Souza Ilustração: João Lucca Rufino Carvalho

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Infância no Mundo 14

A infância das crianças Crianças dançam, Crianças brincam, Roda, roda

Em um lugar abafado Trabalha, trabalha Sem parar

Brincam as outras crianças? Não, sim? O quê? Será?

A infância das crianças Crianças cansadas, Crianças com fome Sem brincar

A infância das crianças Vendidas e Castigadas Crianças por todo o mundo

A infância das crianças, Crianças dançam, Crianças pulam, Crianças brincam: Esconde-esconde Pega-pega Brincam de rima

A infância das crianças Crianças fiam, Crianças costuram, Trabalha, trabalha O tapete vende Vende a roupa Trabalha, trabalha Sem parar

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Rima é o que combina Roupa e poupa Brinque e estude A sua infância aproveite Texto: Amanda Camiloti Guerreiro

A infância das crianças Ilustração: Marina Mitie Umada


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Anjo Gabriel Nasci muito branquinho Com os olhos da cor do céu Meu cabelo é bem loirinho Sou o anjo Gabriel Quando cresci Fui para a escola Vou para o Medianeira. Com meus amigos brinco de correr. Quando bate o sinal Acaba a brincadeira.

Era um menino triste Final de semana chegou Me divirto até nao aguentar. Jogo bola, faço gol Brinco sem parar. Texto: Gabriel Dobrowolski Jorge Ilustração: Bernardo Gozdecki Rodrigues

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Era um menino triste Alimentava pássaros com alpiste Apaixonado por uma menina Que dançava como bailarina Deixou de ser infeliz Quando ganhou um bis Da menina linda Que se chamava Minda

Texto: Gustavo Machado Gurek Ilustração: Gabrielle Romano


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O Inverno e Primavera

A natureza

O inverno vem chegando Os bichos se organizando Formigas a comida guardando Passarinhos se mudando As árvores coitadas Perdendo as vidas Espera! A primavera vem chegando passarinhos celebrando formiguinhas brincando cadê, árvore? Em festa crianças nos galhos todos se divertindo até mesmo a árvore

A beleza da natureza me encanta com sua riqueza O homem a está destruindo Dá uma tristeza

Texto: Cecília de Oliveira Monteiro

Na minha cabeça uma tristeza Fim da natureza bichos e plantas sem realeza No lugar de árvores; prédios No lugar de plantas; casas

19 No lugar do rio; a rua Precisamos respeitar Para respirar Texto: Yumi Assahi Ilustração: Luis Felipe Schiochetti


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Eu Amo Andar de Bicicleta Eu amo andar de bicicleta Só para ser feliz não para ser atleta

Com a minha bicicleta Conheço o mundo inteiro Eu amo andar de bicicleta

Com a minha bicicleta passeio: Se correr demais aperto o freio

Texto: Yohanna Beskorovaine Ilustração: Heloisa Furtado Lipienski

O Sol Sol abre sua janela Pássaros voando Sentindo o vento Nos seus olhos A natureza observando Texto: Julia Montoanel de Melo Ilustração: Mariana Silvério

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O tempo

A Jasmim vai até o fim

O tempo é rápido como o vento. E o tempo desse poema é pouco. Passam-se horas desse momento e os homens envelhecem pouco.

A Jasmim que tem o im fica ali para estar até o fim.

As vezes o tempo é medonho, as vezes alegre. As vezes tristonho e as vezes me aborrece. Saiba que o tempo não para não, pois é rápido como o vento e os pulsos do coração. Texto e ilustração: Matheus Rocha Piechnik

Essa Jasmim não vai até o fim; E essa Jasmim se chama Yasmin. Que sentia a chuva pingando e ela chorando. A Jasmim que chora até o fim, que fica até o fim. Texto e ilustração: Bárbara Mendes Silveira

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O mingau

A confusão

Mingau, mingau. Mingau, mingau. Eu fico mal sem o meu mingau.

Tem uma coisa no meu mingau. Tem um animal no meu mingau.

Mas com mingau eu estou legal. Com o mingau eu fico animal.

Então que tal, eu comer o meu mingau? Ou que tal, estudar um animal? Texto e ilustração: Laís Crizel Pereira

O jacaré deu ré e bateu na rã. A rã pulou e trombou no carro do carrapato. E sobrou o pato, o pato deu ré e trombou no jacaré. O jacaré virou uma jararaca e jantou o pato patife com garfo e faca. Texto e ilustração: Isadora Maíra Schedler Endres

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A família das línguas

A bola

O galo gaulês cantava em inglês: yes, yes, yes!

A bola entrou na escola para aprender a rebolar. A bola rola e rola e já sabe requebrar.

A galinha pedrês cocorocava em francês: oui, oui, oui! O pintinho filho do galo gaulês e da galinha pedrês Só piava em português: piu, piu, piu! Texto e ilustração: Felipe Zago de Lemos

A bola rebola na rua parecendo uma piruá. A bola requebra no ar procurando o seu par.

27 A bola deseja um bolo, feito de açúcar e ovo, para com ela se casar. (Bola casar com bolo só se for para rimar). Mas o bolo não é tolo e sabe que basta um chute para a bola voar. Texto e Ilustração: Lucas Homem de Mello Morais


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Casa Branca Na casa branca, Vivia Bianca. Em Atlanta, Tem uma anta.

Bate-bate Na casa branca, Vivia Bianca. Em Atlanta, Come e janta.

Bate, bate. A bola Bate até que ela Se rebate.

Texto: Maitê Gabardo Maranho Ilustração: Arthur Bassani Rossi

E o menino rebate E morre de cansaço. E a menina bate, E a bola já está um bagaço. Texto: Lucas Diógenes Berto Ilustração: Miguel Felipe Alexandre Ferreira

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Os cinco sentidos

As comidas

Às vezes vejo um passarinho. Às vezes ouço um sininho Batendo bem forte no coração. E, de repente, respiro e sinto cheiro de melão.

Eu quero um macarrão E também um pinhão. Eu quero um bolinho E também um carrinho.

E de repente, Um gosto diferente. E me pergunto: O que será?

Às vezes a comida é boa. Mesmo, quando não é boa, Como ela toda. Tem comida de montão para mim e meu irmão.

Texto: Carolina Mie Sasaya Ilustração: Guilherme Isamy Saita

Eu quero um macarrão E também um pinhão. Eu quero um bolinho E também um carrinho. Texto: Laureanti Bruscato Ilustração: Julia Trentini

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O gato Um gato pulou do prédio Porque queria ir ao brejo. No meio do ar pensou E, quando caiu no chão, Viu um grande minhocão. Atrás do minhocão correu, correu Já queria descansar. Depois apareceu um rato Que mostrou a língua pro gato.

A liberdade O gato ficou bravo Correu atrás do rato Ele comeu o rato O melhor do prato. Texto: Pedro Valério Alberton I lustração: Daniela Latorre Guimarães

Era uma princesa, Que vivia presa, Na maior tristeza, Havia perdido a beleza. Vivia na solidão, Pois um homem acabara de pedir sua mão, Mas, aprisionada por um dragão, Não haveria casamento não. Certo dia um cavaleiro Matou o dragão guerreiro, E a princesa aprisionada, Ficou impressionada. Não precisou pagar, Nem mesmo se esforçar, Pois acabara De a liberdade ganhar. Texto: Nathália Klamas Pereira Ilustração: Maria Fernanda da Rocha Castro

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Inocência

Como São os Poemas? Os poemas têm rimas, Que despertam as nossas alegrias E estrofes, Que fazem pegar os potes.

Podem falar de bichos, Também de lixo, De futebol Ou voleibol.

Texto: Luís Felipe Ferreira Nogas Ilustração: Isabella Andrade do Carmo

Oh, inocência! Uma das partes mais lindas da infância Vendo os pássaros a voar Pensam em como seria estar sobre as nuvens. Oh, infância! O ponto alto da vida Quando nos encontramos com as fadas E passeamos a cavalo nas terras mágicas. Mas, quando vemos que crescemos Não fiquem tristes Faz parte da vida E a vida é feita para desfrutar cada momento. Texto: Alice Petiz Nunes da Silva Ilustração: Marina Zanuncini

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A Pipa A pipa voa alto Muito alto lá no céu Não quer mel nem véu. A pipa voa alto Muito alto lá no céu Ninguém consegue alcançá-la. A pipa voa alto Mais alto que num avião Muito alto como um foguete. A pipa voa alto Muito alto lá no céu. Alcançou as nuvens, o sol e as estrelas. Texto: Gustavo Pimenta Nascimento Ilustração: Eduardo José Salvatierra Kerkoski

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O Saco Cantador em Versos de Cordel

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Vou recontar uma história Não muito pequenina Criada em uma terra Bem simples e nordestina Dentro de um saco vivia Uma bela menina.

O homem passou de casa em casa Cobrando para verem a menina cantar A menina, com seu triste destino Nem imaginava que o plana começava a falhar Ele nem sabia que à casa Da menina iria chegar.

A menina pediu à mãe Para ir à lagoa Quando estava voltando À sua casa, numa boa, Se deu conta que deixou Seu anel em uma pedra, à toa.

Os pais da menina então O convidaram para jantar E depois o pai dela Todo o cocô que pôde encontrar Dentro do saco Pôs-se a colocar.

Chegando lá percebeu Um homem com cara de mau Avisou a ela que o anel estava no saco Ela colocou os braços, pernas e tal Então o moço a prendeu De um jeito nada legal.

Na manhã do dia seguinte O homem mau acordou E foi à casa do coronel Quando à fazenda chegou Todo o esterco que tinha no saco Na cara do coronel espirrou.


Amigos da onça

40 Queridos leitores, nessa história Havia um homem de mau olhar Que muito dinheiro queria ganhar Num saco fazia uma menina cantar Mas no final nada deu certo para ele! Não seja ganancioso, longe nunca irá chegar!

Agora vamos contar Uma história de animar De uma onça e um veado Que procuravam um lugar para morar Acharam e construíram O mesmo lugar para habitar.

Texto: Enzo Bavaresco Branchier, Isabela Canestraro Senco, Lucas Sehn dos Santos Ilustração: Maria Vitória Corsi Costa Lima

Assim que descobriram resolveram Morar juntos como bons amigos Pegavam comida para Ficarem na floresta vivos Logo depois de alguns dias Eles estavam com fome e enfurecidos. No mesmo dia no almoço A onça pegou um veado E o veado não ficou satisfeito E deixou para onça o pobre coitado Saiu da mesa triste Parecendo estar arrepiado. No próximo dia no almoço

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O veado foi caçar Encontrou um tamanduá Dizendo que uma onça estava a lhe insultar Então o tamanduá agarrou a onça E esse foi o jantar. Então chateada a onça Foi para cama descansar Ao mesmo tempo o veado também foi. À noite uma coruja foi na casa pousar Fazendo um barulho tão assombro Que os dois fugiram da casa onde estavam a morar. Agora que vocês ouviram essa historia E descobriram que é de animar Vocês podem a recontar Para os outros em um jantar! Tchau, tchau para todos E assim a história veio a acabar. Texto: Jordan Tavares de Lima, Lorenzo Navarro Belasque, Luiza Martins Affornali Ilustração: Felipe Menegotto

O vaqueiro que nunca mentiu Em versos de cordel Vou te contar uma história Que você não vai acreditar, É no Nordeste bem distante Seus amigos vá chamar, É uma história emocionante Você não vai parar de escutar. Era uma vez um vaqueiro Que nunca mentiu na vida, Era um homem muito pobre Que tinha uma vida corrida, E saiu da sua casa humilde Onde vivia sua família querida. Achou uma garota muito bonita E com ela queria se casar, O irmão era um cabra muito rico Que do amor estava a duvidar. Para provar seu amor O boi mais querido tinha que matar.

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Ele mata o boi Lavradinho E fala a verdade para o “coroné”, Ele e ela saem a galope Em direção a um lindo chalé, E assim é a história De um vaqueiro e sua “muié”. O vaqueiro sai de cena E o conto se acaba, Todos nós saímos felizes

Com essa história bem amada. E o cordel aqui se acaba Com essa narrativa encantada. Texto: Labelle Emília Peruzzo, Maria Clara Tolu Brasil Ilustração: Arthur Rincoski Pombeiro

A Tempestade Em um dia quente e abafado, eu, Beatriz, uma menina cuidadosa e medrosa, estava em Balneário Camboriú, uma praia no litoral de Santa Catarina. Fui com minha mãe, meu pai, minha irmã, minha avó, meu avô, minha madrinha, meu padrinho, minha tia e meu primo. Tínhamos acabado de chegar na praia, no nosso apartamento. Meu primo e minha irmã estavam dormindo, meu padrinho, meu avô e meu pai estavam trazendo as bagagens, minha mãe, minha avó e minha tia estavam arrumando o apartamento. Então pensei: “Onde está minha madrinha?” Fui procurá-la, ela não estava em lugar algum do apartamento. Então desci até a garagem sem ninguém me ver. Ela estava no carro do meu avô retocando a maquiagem, fui até lá, abri a porta e perguntei: – Por que ainda está no carro? – Porque eu estava retocando a maquiagem antes de subir – respondeu ela. Tia Cá, podemos chamar a mamãe, a tia Tati e a vovó para passear? – eu perguntei. – Claro que podemos, minha querida. – respondeu minha madrinha. Então minha mãe apareceu na porta da garagem e falou: – Você está aí, Bea! – Mãe, podemos passear na rua com a tia Cá, a tia Tati e a vovó? Por favor! – eu perguntei. – Podemos, filha. Vou chamar a tia Tati e a vovó, me esperem na portaria – minha mãe respondeu.

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Logo eu minha madrinha fomos até a portaria, enquanto minha mãe foi chamá-las no apartamento. Ela voltou com minha tia e falou que a vovó estava muito cansada. Então eu, minha mãe, minha tia e minha madrinha fomos passear. Acho que passou uma meia hora que estávamos passeando, então ouvimos: “Cabum! Cabum! ” Dois grandes trovões! E uma tempestade se iniciou. Corremos até a loja mais próxima, entramos e a loja começou a ficar cheia de pessoas. Esperamos uns cinco minutos e a chuva não passava, só ficava mais forte. A loja tinha um pequeno degrau, a água ia subindo e quando estava quase entrando na loja, minha mãe falou: – Temos que voltar, senão a chuva só vai aumentar. – É verdade! – disse minha tia. Então nós saímos correndo pela calçada, fomos atravessar a rua, que estava cheia de água. Eu estava meio nadando para atravessar, minha mãe viu, me pegou no colo e saiu correndo. Nas ruas tinha chinelos na água, sacolas... quando a chuva ficou mais fraca, eu perguntei: – Cadê a tia Cá? Olhamos e lá atrás estava ela correndo igual madame e gritando: – Me esperem! Me esperem! Nós continuamos correndo o mais rápido possível. Quando chegamos em casa, minha irmã já estava acordada, minha avó estava correndo para um lado e para o outro para secar as janelas. Então fui tomar banho. Uns cindo minutos depois, minha madrinha chegou encharcada e falou:

– Vocês não me esperaram! – Nós não queríamos ficar encharcadas – disse minha tia. Então todos da minha família tomaram banho, esperamos um pouco até a chuva passar e saímos para jantar. Texto: Beatriz Almeida Hadler Ilustração: Júlia Nogueira Tfardowski

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O saco cantador Prestem todos atenção, Pois agora eu vou contar A história de uma menina Que vivia a cantar Presa dentro de um saco Sozinha sempre a chorar. Ela vivia feliz, Até que um dia foi se banhar Esqueceu seu anel numa pedra No outro dia foi procurar, Ao invés disso achou um homem Que pediu para em um saco entrar. O homem, o saco amarrou E começou a viajar Pelo mundo afora Para dinheiro ganhar. Chegando aos locais, Ele a obrigava a cantar.

Chegando onde queria, Começava a perguntar “Quer ver meu saco cantar?” E as pessoas passavam a questionar “E saco canta?” E assim, injustamente, começava a lucrar. De tanto perguntar “Quer ver meu saco cantar?” Chegou à casa da menina, Onde a família estava a chorar A mãe ouviu a música E foi logo o pai chamar. Os dois escutaram a melodia E começaram a desconfiar Aquela parecia a voz da filha Que estava muito triste a cantar. Começaram logo um plano armar, Chamando aquele homem para jantar.

Depois do convidado adormecido Botaram o plano para funcionar. Desamarraram o saco do homem E a menina conseguiram salvar. Botaram esterco no saco Para o homem enganar. No outro dia ele acordou E voltou a viajar Dessa vez foi diferente, O Coronel foi abordar. Quando tentou mostrar pra ele, O saco não quis cantar. Depois de se passar por bobo Irritado ele ficou, Mas ficou tão exaltado,

Que o saco espancou. Ao invés de acabar em gritos, Cocô pra todo lado voou. Meu caro leitor, Não se esqueça de mim, Porque essa história Ainda não tem fim. Talvez eu não volte, Ou talvez volte, sim! Texto: Felipe Ortigara Savi, Gabriel Rigoni dos Santos, Isabella de Andrade Segatta Ilustração: Yasmin Bitner de Carvalho

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Ca onça e o veado Vou pedir agora aos leitores Atenção para eu contar Uma história sem encontro, Até uma casa terminar. Uma onça e um veado, Em sua casa a trabalhar. A onça foi caçar, Viu o passarinho, Em sua árvore, Preparando seu ninho. Então teve a ideia De construir um chalezinho. A onça andou, andou, Procurou, procurou, Até que um lugar perfeito Finalmente ela encontrou, À beira de um rio, O veado foi ao mato comer

E viu um tatuzinho Fazendo sua toca, Como um espertinho. Também teve a ideia De construir o seu cantinho. Por pura coincidência, O mesmo lugar encontrou. A onça, toda contente, Sua casa também começou E sem saber de nada, Um ao outro ajudou. Naquela mesma noite, A onça arrancou todo o mato que tinha, O veado, no dia seguinte, Preparou a terra até ficar lisinha, Para no outro dia Começar sua casinha.

Ao longo do tempo, Foram construindo a casinha, Um cooperando com o outro, Sem saber de nadinha. Após um tempo, A casa ficou prontinha. Naquela mesma noite, A onça iria se mudar, Para em sua casa, Tranquilamente descansar, Para no outro dia Poder trabalhar.

No próximo dia então, O veado apareceu. Não ficou nada feliz, Com tudo que aconteceu. Um matou a espécie do outro, E com o susto um do outro correu. Essa foi a história, Da onça e do veado. Eu não queria ir embora, Mas estou sendo forçado. Até a próxima história, Me despeço muito cansado. Texto: Laura Heroso Gomes Aust, Luiza Beatriz Reichert dos Anjos, Pedro Henrique Carnieletto Ilustração: Bernardo Kurt Donadio Schneider

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A História do Brasil, em versos de cordel Meus caros amigos, Meus grandes leitores, Estou aqui para contar A história de colonizadores Que eram, na verdade, Grandes mal feitores! Os índios estavam de boa Levando uma vida normal Quando de repente chegaram Uns colonizadores do mal Que vieram a comando Do rei de Portugal. No começo foram legais Trocaram coisas com o povo E tudo isso era Para a gente muito novo Não tínhamos muito a dar Mas o que dávamos era valioso. Mas depois de um tempo A escravidão chegou E então muitos escravos

O Brasil ganhou E então nossa liberdade Portugal roubou. Mas com problemas em Portugal Dom João teve que fugir Mas infelizmente Não sabia para onde ir Então de Portugal Ele teve logo que sumir. Então ele veio para o Brasil E por decisão de Dom João Só os nobres viriam E os outros aguentariam Napoleão, Enquanto o Brasil Sofria com a escravidão. Muito tempo depois Quando o perigo passou Após muitos pedidos O rei a Portugal voltou. Ele foi embora muito triste,

Pois o Brasil o conquistou. Depois muitas cartas apareceram Pedindo para os nobres voltarem. Amém! Mas o rei não sabia se iam ou ficavam Então visitou sua amante para ficar bem. A casa ficava em Santos, Não sei o que fizeram lá, nem eu, nem ninguém. Quando estava voltando, Para o Brasil não ser colônia de Portugal,

Dom Pedro Primeiro Teve uma ideia sensacional: Proclamou a independência E teve sucesso afinal! Meus caros leitores, O cordel chegou ao final. Não se preocupem, Voltarei com outro mais legal! Isso foi uma boa experiência, Obrigado por lerem, isso é genial!

Texto: Henrique de Luca Dalla Valle, Vinícius André Santana Althaus Ilustração: Daniel Hidaka de Melo

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O dia que eu sumi Um belo dia estava eu brincando de casinha, eu era muito sapeca, minha mãe era cuidadosa e meu pai, preocupado. Neste dia, decidimos que iríamos ao mercado, pois estava faltando algumas coisas na geladeira e também estava faltando frutas. Assim que chegamos lá, começamos a fazer as compras. Meu pai e minha mãe foram com o carrinho de compras na minha frente. Passamos nos eletrônicos e tinha uma arara de roupas bem à frente de uma televisão bem grande, onde, por acaso estava passando um desenho que eu adorava. Com a minha inocência de três aninhos, sentei aproximadamente uma hora na arara de roupas e fiquei vendo tevê. De repente, minha mãe perguntou ao meu pai: – Onde está a Isa? Você não está cuidando dela? E meu pai respondeu: – Não! Não sei! ! ! Os dois ficaram muitos preocupados, então chamaram os seguranças e pediram para falar meu nome no microfone. Como eu tinha três anos, já sabia meu nome inteiro. Assim, abri a arara de roupas e fiquei lá esperando, os seguranças me acharem. Eles me acharam e me levaram para os meus pais. Eles, quase chorando, começaram a dar risada.

55 Chegamos em casa e eu comecei a brincar novamente, só que dessa vez de mercado. Depois meu pai e minha mãe foram no lugar onde eu estava e falaram: – Você não pode mais fazer isso! E eu disse: – Tá bom, eu não vou fazer mais isso, desculpa! Então eles saíram e eu continuei brincado de mercado. Texto: Isabela Greboge de Freitas Ilustração: Rafael Costa Pacheco


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As aventuras de João e Maria em versos de cordel Vou contar aos meus amigos Uma história de conflito e confusão Que fala de personagens de força E dedicação, são Maria e João. Nasceram em grande pobreza, Foram deixados na floresta só com um pão. O pai conversou com sua esposa E decidiram deixar na floresta Maria e João Disse a eles para entrarem no mato, Sentarem no chão e deu-lhes um pão. Os dois dormiram ali, quando acordaram, Estavam perdidos, sozinhos na imensidão. João ficou desesperado, Resolveu jogar as migalhas no chão Para não se perder no caminho Com Maria e sem nenhuma opção Andou, andou e de repente descobriu Que os passarinhos tinham comido todo o seu pão.

Já que estavam perdidos, Tomaram a seguinte decisão: De andarem pela floresta Até acharem uma localização. Mas tinha um grande problema, Estavam sem proteção. E quando já estavam com fome, Sentiram um cheiro de doce vindo do fundão, Correram muito até lá E quando chegaram, abriram um sorrisão, Pois havia uma casa de doces E aproveitaram para comer de montão! Viram que dentro dessa casa Havia uma senhora fritando bolinhos, Quando ela fritava um bolinho João o pegava com seus dedinhos. Até que essa senhora percebeu um Barulho lá fora e desmascarou os ladrõezinhos.

A senhora logo disse: “Venham aqui, Meus pequeninos, podem se acomodar, Tem um bolo especial para vocês Garanto que muito vão gostar! Agora vão pegar o bolo E logo ali podem entrar. O João foi procurar o bolo A senhora, disfarçada, logo o trancou. Disse que era uma bruxa E logo se desmascarou. Já caiu na gargalhada E, trancado, João não aguentou, chorou. Maria, já assustada, Começou também a chorar. A bruxa, desesperada, Mandou ela se calar E disse: “Senão, menina, Seu irmão irei matar.

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E João, muito esperto, percebeu Que a velha era ruim de visão. E quando pedia para ver seu dedo, Ele dava o osso no lugar da sua mão, Para a bruxa não desconfiar nem perceber Que de tanto doce que comeu ficou gordão!

A Maria, bem quietinha, Deu na bruxa um empurrão. Fechou depressa a panela e quando Já estavam salvos, deram um belo sorrisão! Descobriram que a bruxa possuía Um tesouro escondido no porão.

Outro dia a bruxa pediu para sentir seu dedo E João num minuto de distração Acabou se atrapalhando e logo Deixou o osso cair da sua mão. Mas a bruxa o desmascarou e Decidiu comer no almoço o João.

Pegaram todo tesouro E encontraram seu pai na escuridão. Ajudaram com sua riqueza o seu pai Que já foi dizendo a eles: “Perdão!” A família enriqueceu e viveram Para sempre com muita satisfação.

A bruxa mandou Maria Acender seu caldeirão E falou para João que ele Deveria dançar em volta do fogão. Então ele pediu a bruxa para lhe mostrar, Ela já foi dançando com muita emoção.

Assim acabou a história De uma bela confusão Em que duas crianças se perdem No meio da imensidão. Obrigado, meus colegas, Por ouvirem a história de Maria e João!

Maria era muito esperta E tomou a seguinte decisão: De empurrar a bruxa Para dentro do caldeirão Para não sofrerem No meio da confusão.

Texto: Gustavo Pontes Tomaz de Lima, Isabelle Orsini Wojciechowski Lima, João Eduardo R. do Valle Lemos Ilustração: Andryus Zolet

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Cordel: A Menina do Leite Meu querido companheiro Vou lhe fazer um pedido. Sente-se por favor Que te conto o ocorrido. Uma menina que tanto queria Mas no final teve um acontecido Ana saiu de sua casa Com muita felicidade, Colocou seu melhor vestido E foi vender o leite na cidade. Partiu pela estrada com o leite Pensando em sua futura prosperidade. No caminho ela pensava Em quantas coisas podia adquirir, Com o dinheiro que iria lucrar. Vendendo, iria conseguir Muitas coisas e, com certeza, Depois do esforço iria sorrir.

E os pensamentos eram dentro de sua cabeça: “Vou vender o leite e aí compro ovo”, “Choco os ovos e ganho pintinhos’, “Eles crescem e crio novos”, “Aí terei ótimas botadeiras “, “Vendo tudo e compro três porcos”. Queria várias coisas e Ana sempre sonhava Em ser muito rica e Enquanto ela andava Viu que esse sonho Quase se realizava. A menina ia tão distraída Que tropeçou num pé-de-limão, Perdeu o equilíbrio e levou um tombo. Lá se foi o leite pelo chão. Percebeu que tudo e o seu sonho Não passou de uma ilusão.

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Assim finalizamos o cordel E aprendemos uma moral: “Não se deve contar com nada antes de consegui-la”. Agora chegamos ao final, Me despeço de vocês, Até a próxima TCHAU, TCHAU. Texto: Luana Cavalheiro e Rafaella Carminatti Ilustração: Ana Carolina de Barros Lopes de Souza


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O livro encantado !!! Era uma vez uma menina chamada Eduarda, com cabelos e olhos pretos. Ela estava deitada na cama, em seu quarto, que tinha papéis de parede, um tapete azul, uma escrivaninha e uma TV. Ela estava lendo um livro, sobre contos de fadas. Até que ela viu um recado no meio do livro, dizendo que se ela virasse a página ia acontecer algo ruim. Então ela achou que era uma pegadinha de sua irmã Luana, acabou virando a página e, quando viu, estava dentro de seu livro, em uma de suas histórias. Na história tinha uma carta, nela estava escrito, “para sair desse livro terás que desfazer os problemas de duas histórias. Uma delas é essa, mas lembre-se, se você morrer em uma dessas histórias, você irá virar um dos personagens e só voltará para casa se alguém cumprir o desafio”. Eduarda ficou um pouco assustada, mas respirou fundo e foi. Ela estava andando em uma floresta e quando viu era a história da “Chapeuzinho Vermelho”. Então já sabia o que fazer, ela só precisava ir pelo lugar certo e salvar sua vovó. Eduarda pegou sua cesta de bolinhos e seguiu em frente. Com o passar do tempo, ela começou a ouvir coisas, como passos na grama. Quando se virou deu de cara com o lobo. Ele pediu os bolinhos, mas ela disse que eram para sua vó. Então o lobo disse:

63 – Minha jovem, vá por esse atalho que chegará bem mais rápido até sua vó. Então ela disse: – Minha mãe disse para eu ir onde ela tinha mandado e não confiar em estranhos. Eduarda disse tchau para o lobo e seguiu em frente. Quando ela chegou, deu oi para sua vó, entregou os bolinhos e ligou para o caçador ir buscar o lobo. Então, quando ela viu estava em outra história, só que com seus amigos que tinham virado personagens. Essa história era a de “Branca de Neve”. Eduarda sabia que tinha de recusar a maçã da bruxa. Eduarda viveu toda a história até que chegou a bruxa. Ela ofereceu uma maçã e Eduarda só disse “não, obrigada”. Pegou a maçã e obrigou a bruxa a comê-la. Depois de tudo isso Eduarda voltou para casa com seus amigos, rasgou o livro e foi brincar. Fim!!! Texto: Eduarda Mendes do Nascimento


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A porta misteriosa Tudo isso começou em Curitiba, um lugar que não sabemos se vai chover ou fazer calor, ou seja, uma cidade louca. Em um prédio, morava uma menina chamada Darci. Darci era querida, amorosa, agradável, leitora e sempre estudava. Ela tinha 6 anos. Seu melhor amigo chamava-se Oscar. Ele era corajoso, simpático, leitor e estudioso. Ele era 2 meses mais velho que Darci. Os dois formavam uma boa dupla. O único problema é que no prédio em que Darci e Oscar moravam havia uma escada. Ao final dessa escada ficava uma porta e ninguém sabia o que tinha lá dentro, apenas o síndico, o sr. Green. Mas, em um dia que era para ser um dia calmo e tranquilo, Darci e Oscar tiveram coragem para ver o que tinha além da porta. Os dois se prepararam, montaram até uma mochila onde colocaram: 1- lanternas (uma para Darci e outra para o Oscar); 2- pilhas (duas para Darci e duas para o Oscar); 3- uma espada de plástico (para a Darci); 4- uma arma de brinquedo (para o Oscar); 5- uma câmera (para Darci). Tudo isso tem utilidade, por exemplo: a lanterna serve para iluminar o caminho, as pilhas para o caso de acabar a pilha da lanterna, a espada de plástico serve para bater em qualquer coisa, a câmera para gravar o que tem lá, e a arma de brinquedo para defender-se de tudo.

65 Então, escondidos, eles foram subindo as escadas. Pararam na frente da porta, ficaram lá por mais ou menos 5 minutos e entraram. Darci e Oscar ao mesmo tempo falaram: – Nossa!! É só isso???? De repente ouviram um som. Loucos, Darci e Oscar pegaram suas armas e começaram a bater, quando pararam viram que era só o porteiro. Ele pegou os dois pelas orelhas e os puxou para suas casas. Quando chegaram em casa, o porteiro explicou o que havia acontecido. Claro que os pais da Darci e Oscar os defenderam, mas ainda perguntaram porque fizeram isso. Os dois responderam: – Desculpa mãe e pai, fomos tomados pela curiosidade. Os pais do menino e da menina aceitaram as desculpas. Fim! Mas ainda tinha aquela porta que ninguém sabia o que havia lá. Então, fica a curiosidade. Texto: Camila Stoco Pereira Ilustração: Graziele Thalia Ferreira Alves


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Pirâmide Estranha

Num belo dia, eu estava com meus amigos Enzo e Miguel e havíamos recebido um convite para uma exposição em uma pirâmide. Ficamos ansiosos com o convite e esperamos. No dia seguinte, pegamos nossas coisas e fomos para a exposição. Quando chegamos lá, ficamos assustados porque parecia uma pirâmide real. Mas não importava, pegamos nossas coisas e entramos na construção (pirâmide). Quando entramos, estava meio parado sem ninguém ali, mas continuamos andando até que chegamos na exposição. A exposição era do deus Anúbis e vimos uma placa onde estava escrito: “ O deus Anúbis era o deus da morte, quando alguém morria, eles acreditavam que Anúbis mandava seus servos (os cães) protegerem o corpo”. Então achamos estranho aquilo, mas continuamos. No final do corredor, havia várias múmias. Ouvimos algo, parecia que alguém estava nos espionando e viramos para trás, e não tinha nada, mas continuamos andando. Nos deparamos com uma estátua enorme do deus Rá, o maior, poderoso, e líder dos deuses. Achamos aquilo legal, mas estávamos escutando alguns passos e viramos para trás, e não tinha nada. Então o Enzo teve a ideia de sairmos de lá, todos concordaram, e lá fomos nós. Quando chegamos na saída, a porta estava trancada, mas não importava pois tinha a saída dos fundos.

67 Passamos pela exposição de Anúbis, ele não estava lá. Ficamos assustados, então andamos um pouco mais rápido. Quando chegamos na exposição das múmias, vimos os sarcófagos abertos. Quando viramos, as estátuas de todas as múmias e deuses haviam sumido. Andamos ainda mais rápido e quando chegamos na porta dos fundos, observamos várias múmias. Tínhamos um problema: como iríamos sair dali se a porta estava infestada de múmias e deuses? Então não sabíamos o que fazer, enfrentávamos as múmias e deuses ou achávamos outra saída? Pensamos em achar outra saída. Fomos lá perto das múmias e deuses e os atraímos para uma saída perigosa, cheia de armadilhas. As múmias caíram fácil nas armadilhas, mas os deuses não. Pensamos bastante. Miguel lembrou da sala de tortura dos escravos e chamamos os deuses para lá. Mas eu disse: – Miguel, os deuses não irão morrer! Então, o Miguel disse: – Eu sei disso. Isso não irá matá-los, só irá atrasá-los. – Entendi. Levamos os deuses para a sala de tortura. Os deuses caíram, somente o deus Rá conseguiu escapar das armadilhas. Não sabíamos o que fazer. E eu disse: – Vamos atrair o Rá lá pra fora.


Cinderela em versos de cordel

68 Eles perguntaram: – Mas por que atraí-lo para o Sol? E eu respondi: – Porque está tão quente que Rá irá explodir. E eles disseram: – Ok. Atraímos o deus Rá para fora e ele, como eu disse, explodiu. E saímos de lá. Quando chegamos em casa, dissemos: – Nunca mais vamos para outra exposição nas nossas vidas! E assim, nós nunca mais fomos perto de outra exposição. E quanto às múmias, deuses e Rá, essa já é outra história. Texto: Yuri Sato Santos

Hoje vou contar uma história De uma menina muito bondosa, Que era querida E bem corajosa. Vivia sempre feliz E era habilidosa.

Com as viagens de seu pai, A madrasta só queria abusar. Pobre menina, Nem podia descansar. Trabalhava o dia inteiro Não parava para pensar.

Num dia triste Sua mãe adoeceu. Ficou muito caída, coitadinha, E um dia faleceu. Pobre menina que entristeceu, Sem sua mãe ao lado cresceu.

Sem ela esperar, Mas um dia triste chegou. Seu pai havia morrido E nunca mais voltou. Viver com a madrasta Foi o que lhe sobrou.

Um dia, um tempo depois, Seu pai se apaixonou. Conhecendo a bruxa Que com sua vida acabou. A mulher tinha duas filhas E a menina triste ficou.

Sem ninguém esperar Um baile chegou. Para sua felicidade O príncipe declarou. Mas, infelizmente, A madrasta não deixou.

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A menina foi chorar, E por lá um tempo ficou. Um brilho surgiu E a fada madrinha chegou, Dizendo as palavras BIBIDI, BOBIDI, BOOM! E a abóbora carruagem virou.

Chegando em sua casa, A madrasta a prendeu No sótão escuro, A menina se rendeu. Mas ao cantar uma bela canção O príncipe percebeu.

Chegando no baile Ela se encantou. Estava tudo lindo E com o príncipe dançou. Com as doze badaladas Ela se espantou.

Ao caçar o sapatinho A madrasta brava ficou. Saiu correndo E o sapato quebrou. Cinderela tinha o outro pé de sapato E o príncipe a beijou.

Saiu correndo em direção as escadas Deixando para trás, O seu lindo sapatinho Feito de cristais. E o príncipe feito louco Saiu correndo atrás.

Não passou nem dois dias E o casamento chegou. E a cada dia, A paixão só aumentou. Dando início sem parar, A um era uma vez que ainda não acabou.

O príncipe arrasado Então se apaixonou, Pela bela Cinderela Ele se encantou. Batendo de porta em porta Ele a buscou.

Essa foi a nossa história Da pequena Cinderela, Que passou por várias coisas E isso não mexeu com ela. Vivia feliz novamente E sempre muito bela.

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Texto: Alice Turkiewicz Silveira, Fábia Luiza Ferreira Teixeira, Giovanna Perrini Hahn Ilustração: Renata Hamel Garcia


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Lolly e a planta carnívora Lolly era uma menina muito estudiosa. Ela adorava Ciências, principalmente conhecer novas espécies de plantas. Na escola, Lolly sofria preconceito com sua aparência e seu jeito de ser, pois era baixinha, usava óculos e sempre andava com um livro na mão. Certo dia, a professora de Ciências comentou com sua turma que iria sortear um de seus alunos para cuidar de uma planta carnívora por uma semana. Durante a aula, a professora realizou o sorteio e anunciou para a turma que a escolhida, foi Lolly. Quando chegou em casa ela resolveu escolher um nome para a planta carnívora. Pensou, pensou, pensou e optou por Emma. Mais tarde, deixou a Emma sobre a mesa da cozinha e foi assistir TV. Ao passar pela cozinha, seu irmão Max observou a planta, achou ela esquisita e feia. Então, ele pegou um copo de suco e derramou em cima dela. De repente, Emma começou a crescer, crescer, crescer... até que Max ficou assustado e gritou. Com isso, Lolly correu para a cozinha e viu seu irmão sendo engolido. Sem saber o que fazer, ela resolveu conversar carinhosamente com Emma. Ouvindo palavras doces, a planta cuspiu Max para fora. Super feliz por ter seu irmão de volta, a Lolly abraçou Emma que voltou ao seu tamanho normal. A partir daí, as duas se tornariam amigas inseparáveis. Texto: Jennifer Kubnik

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Ilustração: Lucas Vinicius Fukuha dos Santos


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O primeiro jogo que eu fui

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A primeira vez que eu fui a um jogo de futebol foi há uns três anos, quando a Arena da Baixada ainda não estava pronta e então, o jogo foi na Vila Capanema. Eu fui com o meu tio Raul, a um jogo do meu time do coração, o Atlético Paranaense que jogou contra o Coritiba, seu maior rival. Quando a gente chegou tinham alguns policiais, pois era Atletiba, um clássico que tem muita rivalidade entre os times e os torcedores. Essa rivalidade é tanta que tinha uma entrada para os torcedores do Atlético e outra para os do Coritiba. Quando eu e meu tio entramos no estádio esperamos o jogo começar. Eu só vou contar os gols como se fosse um narrador. – Pênalti para o Atlético! Vai bater Bruno Mendes. Bateu! Olha o gol, olha o goooooooooooooooooooooolllllllllllllllllllllllllllll, do Atlético! – Vem vindo ali o Atlético com o Marcos Guilherme, que passou para o Douglas Coutinho, que devolve na cara do goooooooooooool! É do Furacão, é do Marcos Guilherme. Esse gol eu não sei quem marcou. – Cruzamento pra área, passa de cabeça, ali o jogador do Furacão, olha o gooooooooooooooooolllllllllllll! É do Atlético! No final, além do meu time ter vencido e também ser a primeira vez que eu fui a um jogo de futebol, também foi a primeira vez que fui a um estádio de futebol. Texto: Pablo Vitor dos Santos Schultz

Ilustração: Mateus Bissaro Martins


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Cordel do Bicho Papão Queridos leitores, Eu irei agora contar Sobre uma assustadora Criatura que é de arrepiar. Ela é muito maldosa, Que só sabe matar.

Outra noite sombria. Depois do acidente, A fera que estava raivosa Aparece novamente. Em uma casa qualquer Ataca um menino doente.

Em uma noite escura, Uma criatura aparece no arbusto do quintal. Um menino curioso sai de casa E se depara com uma criatura do mal. Olhos vermelhos, unhas afiadas Devora o menino com uma pitada de sal.

No dia seguinte, Bem cedo, autoridades na rua. Povo bastante assustado, Criança nua. Médicos na casa, E a criatura na sua.

Logo de manhã, a mãe se preocupa: “Cadê o menino”- ficou assustada. Até que acha a cabeça do filho no quintal. Pôs-se a chorar, ficou arrasada. Filho morto e abandonado, Mãe muito triste e acabada.

Na terceira noite, um homem anda na rua. Uma coisa se mexe na frente do homem. Ele também curioso, vai ver o que aconteceu. Quando encontra a criatura não do bem. Então ele corre sem destino, Pensando ser um trem.

Daí, chama as autoridades, E fala o que se sucedeu. Eles não acreditam, Acham que o homem enlouqueceu. Enfim procuram pelas imagens, Encontrando realmente o que aconteceu.

Os cidadãos da cidade Ouvem um grito. Com arpões e facas, Fazem um rito Para a criatura ir embora. E logo o bicho papão vira um mito.

No dia seguinte, a notícia no jornal: “Bicho Papão ataca novamente”, Ele é terrivelmente brabo, Com unhas afiadas, inclemente. Não sabe o que faz, É um incompetente.

Agora queridos leitores, Eu me retiro então. Espero que tenham gostado da história Do assustador bicho papão, Que come as pessoas, Como se fosse pão!

O povo fica assustado, Com o bicho papão lá fora. Nem são dez da noite, E todos já foram embora. Todos se perguntam: -Onde ele mora?

Texto: Gabriel Negrão, João Vitor de Moraes Bringmann e Rodolfo Castellano da Costa e Silva de Noronha Pessoa Ilustração: Giulia Malacarne Bueno

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O desastre da gosma laranja Em uma noite refrescante de 2015, Giulia foi dormir na minha casa. Giulia é uma menina divertida que faz as pessoas rirem e é muito otimista. Eu sou uma menina sincera, inteligente e adoro ler livros (foram minhas amigas que me descreveram). Estávamos em meu quarto, que tem paredes azuis, com um criado mudo e duas prateleiras. Nós queríamos fazer um canal, então peguei meu celular e comecei a tentar a fazer o tal canal, enquanto a Giulia mexia em minha amoeba laranja. Parece que ela estava se divertindo porque dava muita risada. Então ela cutucou meu ombro e quando olhei para o lado vi a Giulia com a amoeba no cabelo. Daí ela disse: – Arquinho de amoeba! E a amoeba escorria pela sua bochecha. Olhei para ela com uma cara que dizia:” Sério, Giulia?” E disse: – Giulia, isso vai grudar em seu cabelo! Ela ficou mais ou menos um minuto se remexendo para tentar tirar a amoeba da mecha de cabelo, e foi quando cheguei a uma conclusão e disse: – Vamos ao banheiro. Vou tirar essa coisa laranja do seu cabelo. Então, nós duas fomos para o banheiro. Tranquei a porta, liguei a torneira e coloquei a mecha debaixo da água. Depois pegava o cabelo e puxava a amoeba para baixo. Isso durou muito tempo, e só saiu um pouco da gosma.

Logo depois, ouvi alguém batendo na porta, me chamando. – Quem é? – Perguntei sem abrir a porta. Fiquei por pouco tempo esperando a resposta, quando a voz respondeu: – É a Luiza! Ela falou. Ela é minha irmã e é bonita, com seus cabelos cor de ouro, sua pele branca com as bochechas rosadas. Eu disse: – Só vou deixar você entrar se me ajudar em uma coisa bem séria que está acontecendo aqui dentro. – Tá, eu te ajudo, só me deixa entrar. – A Luiza respondeu. Quando ela entrou, ficou horrorizada. – Oi! – Giulia falou para a Luiza, com a gosma laranja em seu rosto. – Giulia! O que você fez em seu cabelo? – Luiza perguntou. – Para resumir, ela fez arquinho de amoeba. – Falei rápida. Então, Luiza começou a ajudar. Depois de um tempo, inventamos o esquema de puxe. Colocamos a mecha do cabelo debaixo da torneira, colocamos creme desembaraçante, enrolamos uma toalha no cabelo e puxamos com tudo. Depois que tiramos tudo, fomos dormir. No dia seguinte, Giulia acordou e disse: – Flávia! Tem um resto de amoeba seca no meu cabelo. – Ah! Deixa assim! – Eu falei. Mas senti como se todo aquele esforço não tivesse valido a pena. Texto: Flávia Pereira Almeida Ilustração: Giovanna Borges

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As aventuras de Mia

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Em um dia ensolarado, nasceu uma gata de rua. Naquele mesmo dia, um casal feliz que estava voltando do trabalho, avistou aquela pobre gatinha no meio da calçada, então resolveram adotá-la. O casal tinha uma filha mal educada e mimada, que quando viu a gatinha ficou com raiva, porque queria um cachorro, não uma gata de rua. Na noite seguinte, a menina mimada pegou a gatinha escondida de seus pais e a colocou em uma caixa de papelão. Pegou a caixa e a levou em um rio que passava por ali. Quando a gatinha acordou ficou assustada. Percebeu que estava passando debaixo de uma ponte, quase na beira do rio. Então ela arranhou a caixa, conseguindo levá-la até a beira, e saltou. Em uma rua grande e calma, deu de cara com dois cachorros. A gatinha subiu em uma árvore. Assustada pulou no muro e encontrou um sobrado. Ficou ali até que... Saiu uma menina do sobrado branco que quando viu a gata, subiu em um banco e a pegou. Os pais da menina aceitaram a gatinha na família, e deram o nome de Mia. Mia ficou feliz e vive comigo! Texto: Gabriela Mayumi Peres Taki

Ilustração: Luisa Sonda Sampaio


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Cordel da Chapeuzinho Vermelho Hoje iremos contar a vocês, A história de uma menina Que iria levar um bolo para agrado de sua vó Agripina, Que tinha acabado De voltar da Argentina. Mas no meio do caminho, Ela se lembra de um lobo nada querido. A menina se perde, E encontra o lobo mal e atrevido. Ela se atrasa para chegar na casa da vó, Por causa daquele acontecido. E o lobo enganou a menina. Falou que tinha um atalho, Mas na verdade nada disso existia. O lobo só estava se fazendo de paspalho E também de bobo e otário, Para engolir a vó com pasta de alho.

83 O lobo chegou antes, Bem antes da menininha. E ele aproveitou essa vantagem, Para comer a vó todinha. E quando ela descobriu, Deu um grito, coitadinha! Com o grito da menina O cavalo relinchou e o guarda escutou. E na hora, foi correndo com seu cavalo, Para ver quem se assustou. Quando ele chegou na casa da vó, Com o lobo se deparou. Na reação rápida do guarda, A sua arma disparou. O lobo pôs-se a gritar, Pois seu peito perfurou. E logo a Chapeuzinho e a vó Se encontraram e tudo bem ficou.


O bolo salgado

84 Chegamos ao fim dessa história. Nós demos duro de montão. Muito obrigado, principalmente, Pela atenção! E nós queremos ganhar Um belo e lindo deizão!

Texto: Enzo Schiavoni Pradi, Henrique Salgueiro Rusycki e João Vitor Gomes Demetino Ilustração: Bruno Siqueira Seifert

Estava no supermercado, e minha mãe me pediu para pegar um pacote de açúcar para fazer um bolo. Fui lá na prateleira de açúcar, mas no mesmo lugar tinha pacotes de sal, e eu não sabia diferenciar os dois porque eram brancos! E com quatro anos eu nem sabia ler direito! Então, troquei o açúcar pelo sal. Minha mãe estava falando no telefone, por isso ela não viu que eu coloquei o pacote de sal no carrinho. Mas depois ela percebeu o que eu tinha feito e trocou o sal pelo açúcar. Chegando em casa, nós fomos fazer o bolo e eu, bobinha, peguei de novo o pacote de sal que estava do lado do açúcar! Pedi para minha mãe se eu podia colocar algumas colheres de “açúcar” no liquidificador. Assim, ela deixou e sentou-se no sofá para ver TV. Depois de ter colocado o “açúcar” no liquidificador, ela terminou de fazer a massa do bolo. Quando o bolo terminou de assar o meu pai foi ver se estava bom. Ele falou que estava esquisito. Então, minha mãe foi ver o pacote que eu tinha pego e percebeu que era um pacote de sal que eu tinha usado. E todos caíram na risada! Há há há há há há há. FIM. Texto: Drieli Cristine Breda Ilustração: Natália de Lima Costa

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A Coca-Cola Em um belo dia, meu pai e minha mãe falaram assim para mim: – Você e seu irmão vão ficar com sua prima Rafa, porque nós iremos em um casamento. Está bem? E eu respondi: – Tudo bem, eu amo ficar sozinha com a minha prima! Chegou a hora do casamento, meus pais deram tchau e saíram. Depois eles iriam na recepção e eu pensei que só voltariam lá pelas 4h da manhã! Bom, a minha prima chegou em casa e pedimos uma pizza, porém não pedimos Coca-Cola. Então fomos no mercado para comprar. Depois fomos para casa, mas no caminho eu fiquei balançando a Coca! Ao chegar em casa, arrumamos a mesa, pegamos os copos, os talheres, os pratos e os guardanapos. Quando terminamos a pizza, eu fui buscar a Coca, mas estava passando um filme muito legal e me distrai olhando. Quando chegou a propaganda, eu fui pegar a Coca e, como sou desastrada, tropecei e cai, então eu pensei: – “Será que o mundo não quer que eu pegue a Coca? ” Quando levantei, tentei ir pegar a Coca de volta e até que enfim eu consegui pegar! Fui para a sala, mas ao abrir a garrafa percebi que tinha chacoalhado muito no carro, pois quando eu abri fez TCHHHHHHHHHUUUUUUUMMMMM!!!! E voou Coca para todo o lado.

87 Minha prima ficou muito braba, pois estávamos encharcadas de Coca-Cola, mas não brigou comigo. Minha mãe chegou bem na hora em que estávamos dando risadas e ela ficou boquiaberta com a molhadeira. Eu corri para o banheiro e me escondi lá, mas minha mãe me achou escondida atrás da porta! Tivemos que limpar a sujeira toda! Na manhã seguinte acordamos e fomos a um piquenique. Texto: Julia Pinheiro Strobel Ilustração: Arthur Reis


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Cordel da Branca de Neve Vou narrar uma história De uma linda princesa, Branca como a neve, Olha só que beleza! Que perdeu a Coroa da realeza.

A madrasta Era a mais bela, Até chegar a Branca E roubar o lugar dela. A madrasta ficou irritada E mandou o caçador matar ela.

O nome dela é Branca de Neve. Ela era formosa, Uma doce menina Muito bondosa, De lábios vermelhos, Da cor de uma rosa.

O caçador ficou com pena Da Branca, e no lugar matou Um pobrezinho de um Animal, e levou. À rainha o coração Que lhe mandou.

A princesa perdeu a mãe Que era bondosa, E ganhou uma madrasta Supervaidosa, Que queria sempre Ser a mais formosa.

A pobre da menina Assustada, sozinha ficou, Com medo da grande floresta. Então andou, andou Até achar uma pequena Casa e logo entrou.

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A casa encontrada era Bem simplesinha, E também charmosa, Era bem bonitinha. Tinha um problema, era muito, Mas muito pequenininha. Ela de imediato, arrumou A pequena casinha. Ficou com fome e fez uma Deliciosa sopinha. E foi dormir tranquilamente, Em uma caminha. E logo depois chegaram os 7 anões: Feliz, Atchim, Dunga, Soneca, Zangado, Mestre e Dengoso. Foram tomar sopa na sua caneca, E perceberam que a casa Deles não estava uma meleca. E assim conheceram A linda princesa. Logo de início, viraram amigos,

Olha que beleza! Ela contou que perdeu os pais, E eles disseram: -Que tristeza. A bruxa foi perguntar ao espelho Quem era a mais bela, E descobriu num instante Que não era ela. A menina Branca de Neve Continuava no lugar dela. Então ela se fantasiou de idosa E foi fazer o que adorava, Vender maçãs pela floresta. Ao chegar na casa foi ver se alguém estava. Quando viu Branca, se apresentou E perguntou se de maçã ela gostava. A Branca respondeu que sim, Coitada da princesinha. Quando colocou a maçã na boca Desmaiou, e a rainha ficou animadinha. Quando ela foi embora e os anões chegaram, Eles viram que ela estava mortinha.

Os anões correram atrás da Velhinha que tinham Visto correndo pela floresta. Eles não a acharam Então foram para casa E lá tristonhos ficaram. No dia do enterro todos Estavam tristes, chorando. Quando o Príncipe Encantado Do ocorrido ficou sabendo, Foi tão, mais tão Depressa, correndo. Ao chegar lá pediu licença. E deu um beijo de amor, Amor muito verdadeiro. Ela acordou, e passou a dor, De tristeza logo para alegria. Foi tão empolgante sentiu até calor. Os dois viveram felizes para sempre! E eu também coloco um ponto final no cordel.

Deixo aqui uma história que vai Sempre ser guardada no papel. Na próxima vez eu conto o cordel de um urso que adorava mel.

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Texto: Leticia Valerio Furtado e Luiza Costa Soares Ilustração: Rafaela Quintas Magalhães


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A ”papinha” derramada Num belo sábado de 2014, eu e minha amiga Luana estávamos brincando com a Bia, minha boneca nova. Eu estava tipo mãe super protetora, pois não parava de brincar com a boneca. Até que inventamos de dar papinha para a Bia. Pegamos farinha, tinta e um copo d’água, e começamos a misturar até chegar numa consistência pastosa. Enquanto isso, a mãe da Luana foi ao mercado. Fomos para o quarto da Luana (que era bem grande), colocamos uma caixa de sapato no chão bem em frente ao espelho, e assim fizemos uma mesa. Sentamos no chão, colocamos o prato com a “papinha” em cima da caixa, e começamos a dar para a boneca. Até que “PAAAAH” o espelho cai e derruba toda a “papinha”. Quando levantamos o espelho, tinha “papinha” por tudo: na calça da Luana, na boneca, no chão, no armário. Corremos para o banheiro, Luana para limpar a calça e eu para limpar a Bia. Nisso a mãe dela chegou e foi para o quarto da Luana. Foi ai que ouvimos um grito: – Luanaaaaaaaaaaaaaaa o que é issoooo!? Fomos para o quarto e começamos a limpar tudo. Luana ainda teve que trocar de roupa. Acho que demorou umas 2 semanas para sair o cheiro de farinha do quarto dela. Moral: Nunca mexa com “papinha” perto de espelhos. Texto: Ana Bárbara Bruginski

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Ilustração: Kiara Mulik Vilarinho


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O tigre e o cervo

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Numa floresta muito escura e chuvosa vivia um tigre. Ele era conhecido por matar muitos animais. Mas um dia, tudo isso mudou! Certo dia quando ele foi matar um cervo pra se alimentar, o cervo disse: – Sabia que sua fama está acabando? Então o tigre perguntou: – Por quê? Como isso veio acontecer? E cervo respondeu: – Por acaso você não sabe? Está acontecendo uma revolta contra você! Se quiser, te levo até ao meu chefe. Então o tigre o seguiu. Andaram, andaram, andaram e, por fim, chegaram a um penhasco. Então o tigre perguntou: – Onde está seu chefe? E o cervo respondeu. – Embaixo do penhasco! O tigre foi olhar na beira do penhasco. Então o cervo se preparou e deu uma chifrada, com seus enormes chifres, no traseiro do tigre. O tigre se foi morro abaixo e nunca mais ouviram falar dele. Texto: Helena dos Santos Morais

Ilustração: Enzo Helmer Portugal


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O sorriso e as memórias mais lindas Em uma tarde muito calorenta, divertida e gostosa. Meu avô vinha vindo, como sempre, com um sorriso enorme entre as bochechas. Logo vi que estava trazendo uma caixa de bala de banana que ele sabia que eu adorava e lá saía eu, correndo, assim que ele chegava e trocávamos um abraço muito apertado. Nem a separação dos meus avós nos afastou. Eu morava com minha vó, não o via muito e como a saudade era grande, acho que eu gostava mais ainda dele quando ele aparecia. A distância me dava uma impressão que eu gostava mais dele do que de todo mundo. Eu lembro muito bem daquele dia em que nós fomos tomar um sorvete e ele me contava muitas piadas. Ficávamos lá, o tempo voava e nós riamos até derreter o sorvete. Era muito engraçado, como eu me divertia ao seu lado. Nosso penúltimo encontro foi na casa dele, rimos tanto, ele não tirava aquele imenso do seu rosto quando me via brincando em seu quintal. Havia chegado o último encontro, mal sabia que seria a última vez em que eu via aquele sorriso. Não era nenhuma sorveteria, não havia nada que me fizesse gargalhar. Quando eu o vi, estávamos uma sala branca, silenciosa e com muitos aparelhos. Ele estava deitado em uma cama e eu só lembro de ter dito: “Toquinho! Até mais”. Logo após dei um beijo em sua testa e caiu uma lágrima de felicidade de seus olhos. Nunca me esqueço dele, seu sorriso e as memórias mais lindas estão gravadas em meu coração que é cheio de muitas boas memórias engraçadas de meu avô. Texto: Marjorie de Paula

Tal Pai, Tal filho Era um dia frio, eu estava no aeroporto com destino ao conhecido mundo mágico de Orlando. A família inteira estava reunida: tios, pais, primos, irmãos e avós. Eram quase sete horas da manhã da manhã quando chegamos lá. Eu estava muito cansado, pois tinha passado por três escalas. Eu estava, como sempre, dormindo no colo do meu pai que, percebendo meu cansaço, disse: – Vamos comer algo, filho! Acorda aí! Acordei concordando, mas não foi um lanche, foi algo especial, só fomos nós dois. Paramos em uma lanchonete, pedi um hambúrguer e ele um misto. Ficamos lá batendo papo até nos chamarem para o próximo embarque. Foi uma viagem inesquecível, daquela em que você passa os dias perturbando sua irmã mais velha e, sem querer, acaba chamando a atenção do avião inteiro com o seu ronco. Os dias foram se passando, tínhamos ido em quase todos os parques até que chegou o dia menos feliz. Confesso que por medo de andar nas montanhas russas, tive que ficar com as mulheres fazendo compras por quatro horas. Até hoje não sei ainda do que mais tenho medo. Chegou o dia de ir embora. Os meses foram se passando, os anos e assim a vida seguiu, até que chegou outro dia menos feliz da minha vida. De novo em um aeroporto, mas não era uma viagem de família. Era um domingo quando deixamos meu pai no aeroporto, ele viajava sempre, pois trabalhava fora. Ele na praia, eu na aula. Ele o hospital, eu

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no futebol. Minha mãe no Rio, eu em Curitiba. Minha tia vindo me buscar no lugar da minha mãe... Meu pai se foi, mas as memórias e a união de nossa família está comigo, está com todos nós. Texto: Eduardo Boff Lima Torres

Ilustração: Maria Fernanda Barbosa Ferreira de Paula

Um sonho realizado Aos três anos estava em uma casa de passagem, em Laguna, Santa Catarina, esperando que alguém me quisesse como uma filha do coração. Não vou me esquecer daquele dia em que uma mulher com cabelos mesclados de loiro e preto me olhou com um sorriso bem grande no rosto e disse: – Qual é o seu nome? – Pérola – Respondi. Ela foi embora, mas não achei que ali seria a última vez em que nossos sorrisos se encontrariam. Depois de alguns dias ela voltou e me convidou para passearmos. E foi então que percebi que ela podia ser aquela pessoa que seria a minha mãe. Semanas se passaram. Passeios fizemos. Viemos para Curitiba e ela me mostrou para a família inteira. No começo eu a chamava de tia, mas era só uma questão de aprender, pois desde o primeiro dia em que a vi eu sabia que ela seria especial. Fico feliz por poder expressar meu amor em forma de texto. O amor que eu recebo e posso agradecer pelo meu sonho ter sido realizado. Isso foi a melhor coisa que aconteceu comigo e espero que cada um que sonha em ser filho do coração de alguém tenha a mesma sorte que eu tive e possa repassar esse sentimento tão bom no coração. Texto: Pérola Silva Santos

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O narizinho arrebentadinho Quando eu estava com os meus primeiros três anos de vida, resolvi, feliz e contente, subir numa cadeira ma-ra-vi-lho-sa que estava na cozinha da minha casa. Era um grande desafio pela grandeza da cadeira e pela pequeneza do meu tamanho. Aproveitei o momento de distração da minha mãe. Enquanto ela estava lá fora e meu pai no escritório de casa, pensei: “Agora é meu momento de glória!”. Fui até a cozinha e comecei a escalar esse animal de madeira que tanto me atraía. Eu estava imobilizando a fera, quando avistei um desafio maior: a mesa. Sem pensar muito, enfrentei a mesa também. Só que na luta, quando eu baixei a guarda, a cadeira revidou e me dando um golpe quase que mortal, me jogando no chão e abrindo meu nariz. Minha mãe, que sempre foi calma, entrou em pânico. Já meu pai, sempre super protetor, surtou e começou a gritar pela casa achando que era o meu fim. O desfecho dessa história é meu pai me levando para o hospital na velocidade da luz somada ao som de lágrimas e desespero da minha mãe me levando no colo ensanguentado. Essa brincadeira rendeu uma cicatriz e belas fotos com a cara roxa. Desde aquele dia nunca mais me meti com animais selvagens de madeira. Texto: Heitor Joseph Grützmann Carneiro

Entre Raios e Trovões Em uma das minhas férias em Florianópolis, onde moram meus avós, vivi uma aventura incrível. No dia de nossa chegada lá, meu pai, que adorava viver perigosamente, sugeriu: – Que tal caminharmos na praia amanhã? Como o dia seguinte amanheceu lindo arrumamos as mochilas e partimos, não sem antes ouvirmos mil recomendações de mamãe e vovó, já que iriamos apenas meu irmão, meu pai, meu avô e eu. Iniciamos a caminhada numa trilha, com árvores imensas de sombra gostosa onde a brisa nos tocava e balançava as folhas das árvores. Chegamos á praia de Moçambique, que ainda é meio deserta e sem poluição. Lá andávamos um pouco e tomávamos banho de mar, na água fresca e cristalina. – Olhem! Cardumes de peixinhos! Tem um siri ali! – exclamou meu irmão Yuri. Chegamos num recanto cheio de pedras enormes no pé do morro onde nadamos, lanchamos e meu avô, grande contador de histórias, nos divertiu com suas aventuras. Seguimos até a região das dunas, montanhas enormes de areia branquinha e eu aproveitei cada uma delas para escorregar no trenó que havíamos carregado todo tempo. – Huhu! Gritava eu nas descidas. – Quero um guindaste! – falava meu irmão, que me ajudava nas subidas. Ele era muito magro e fraco.

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- Temos que ir embora! Vem vindo chuva! É perigoso ficar aqui na tempestade – gritou vovô de repente. Partimos, então, mas ainda havia muita areia pela frente e escutávamos trovoadas. Fiquei com medo e corri muito, passando por trilhas, até chegar em uma zona residencial, onde, felizmente estavam mamãe e vovó nos esperando. Assim que entramos no carro a tempestade desabou com fúria. Até hoje, comentamos essa aventura e depois, ainda tivemos várias outras, mas essa é outra história! Texto: Isabela Saori Aguiar Tesluk

Ilustração: Beatriz Catão Guimarães

Farid Era sábado. Eu adorava os sábados. Dia de ver os amigos, brincar, ficar com a família. Mas aquele sábado era diferente. Meus amigos estavam escondidos, as brincadeiras não aconteciam e a família não estava reunida. Na verdade, nem o Sol sorria para o mundo. Eu acordei com o grito de Maria, minha mãe: – Farid, esconda-se! Sua voz, fina como de costume, ecoou pelo meu estreito e apertado quarto. Como ela me pediu, me escondi debaixo da cama. Fiquei naquele lugar frio e escuro até o entardecer, escutando o barulho de tiros e bombas do Irã que atacava a Síria, meu país de origem. Quando a pele fria e clara da mamãe tocou a minha mão, saímos apressadas de nossa casa e nos dirigimos ao porto. Vimos botes infláveis e muitas pessoas que sobreviveram ao bombardeio. Minha pele caramelo arrepiou-se ao sentir o frio dos meus cabelos negros e molhados da chuva. Antes de entrarmos em um dos botes, senti falta de uma pessoa: – Mamãe não podemos ir sem o papai! Onde ele está? Soltei sua mão e dei um passo para trás. Ela me agarrou e me colocou dentro de um bote em seu colo. Repeti minha pergunta, mas não obtive resposta e sim uma lágrima que escorreu pelo meu ombro. Na viagem senti frio, fome, medo. Era quinta-feira. Chegamos em Roma e fomos mandadas em um avião comercial para o Brasil. Ao chegarmos em uma cidade chamada Curitiba, fomos acolhidas e acomodadas em uma casa.

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O Bombardeio

106 Esta casa se localizava no Campo do Santana, onde tínhamos direito a 65 m2 para plantar e, vendendo o que plantávamos, conseguimos algum dinheiro para minha matrícula na escola. Todas as segundas-feiras percorremos o CEASA, após o almoço vamos à praça Ouvidor Pardinho. Vejo minha pequena Maria praticar ginástica e depois brincar comigo. Era um sábado quando resolvi escrever a minha história. Já havia se passado quinze anos do ataque na Síria. Nunca me esquecerei daquele sábado em que meu nome passou a ser refugiada. Texto: Sophia Franco Vieira de Oliveira

Estava no aeroporto esperando o avião começar a voar, enquanto isso relembrava do bombardeio na Síria, seu país natal. Seus pais e seu irmão morreram. As imagens dele limpando com a mão o sangue da cabeça se espalhou pelo mundo e virou manchetes. O avião começou a voar. Já fazia um mês depois do bombardeio e sua cabeça ainda doía, apesar da morte dos pais estava feliz, ia finalmente sair daquela guerra. Depois de horas de viagem, o avião chegou no aeroporto. Omran Deqneesh e outras nove crianças sírias foram levadas por uma organização que ajudava orfãs e crianças recolhidas pelo Conselho Tutelar. A ONG ficava ao lado da comunidade Nova Costeira, ao lado do aeroporto. Os refugiados foram colocados numa casa da “Criança Feliz” com outros meninos e meninas em situação de risco. Omran era o menor, tinha apenas 5 ano e, assim como as demais crianças, não sabia uma palavra em português. Uma semana depois foram levados para a escola municipal e foram matriculados em um curso de Português básico. O pequeno recém-chegado e as outras crianças continuaram vivendo no Brasil sem que nada de ruim acontecesse. Já estava quase se esquecendo da Síria, quando, durante a aula de Ensino Religioso, a professora Gilda falou sobre os direitos humanos, sobre os artigos XIV e XXVI. O primeiro fala a respeito do direito a asilo em outro pais, e o segundo...

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– O segundo fala sobre o que, Omran? – perguntou a professora ao menino que, como sempre atento, respondeu: – O segundo fala sobre o direito à educação! – Isso mesmo! Um ano depois da chegada do bravo guerreiro ao Brasil, a guerra acabou e as crianças seriam levadas para a Síria novamente, mas o garoto não quis, ele ainda tinha medo do seu país e além do mais ele não tinha ninguém mais para recebe-lo lá. Texto: João Francisco Bastos

Ilustração: Bruno Henrique Pereira Fogaça

Ajuda? Parece que foi ontem, há poucos meses uma bomba caiu próxima a meus pais numa madrugada de segunda. Agora estou cuidando de meu irmão mais novo. Desculpe, mal consigo falar disso que fico tri ... triste. Será que consigo asilo nessa cidade? Eu só quero ajuda. Mas antes deixe eu me apresentar, sou Muhammad Hatib. – Cuidado! Lá vem bomba! – Do nada disse um homem que parecia caçoar de minha nacionalidade síria. Não entendo o que ele fala, isso ainda é novo para mim, mas com certeza ele quis tentar me ofender. Se foi ofensa eu quero que ele saiba que eu tenho direitos, e um deles é não ser discriminado (Artigo II). Mesmo sabendo dos meus direitos, vou embora de cabeça baixa. Foi só eu dar um passo e um homem falou em minha língua para que eu espere, pois ele pode ajudar eu e meu irmão. – Como? – Viro-me questionando. – Eu também já passei por isso, acredite se quiser-diz o homem. – Você não me disse o seu nome – Continuou. – E nem você o seu – Retruquei. – Prazer, sou Gamal – Disse o homem com o braço estendido. Apertei sua mão me apresentando. Ele convidou eu e meu irmão para sua casa para que permanecêssemos acomodados. O homem diz que migrou para Curitiba já faz muito tempo e comenta que a cidade nunca foi como ele esperava que fosse. Era descrita em propagandas como uma cidade “perfeita”.

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Mas há tantas pessoas diferentes..

110 Ao chegarmos ele diz que aos poucos pode ir me ensinando um pouco da Língua Portuguesa, mas me alerta que isso irá demorar bastante. No meio dessa breve conversa que tivemos eu acabo por me emocionar a cada palavra que sai de sua boca sobre o quanto, nós migrantes, podemos, inclusive com a nossa cultura, contribuir, às vezes até mais e melhor do que muitos que já vivem aqui há tempos. Hoje minhas noites são melhores e mais silenciosas do que na Síria, onde toda noite se ouvia bombas e gritos de pessoas desesperadas. Ao menos aqui, posso ter certeza que estarei seguro com meu novo amigo. Desde que me adaptei aqui, visito o Sr. Álvaro da Silva na Sociedade 13 de maio, que no domingo do meu aniversário de 18 anos levou-me à justiça argumentando do direito que só ele e Gamal me deixaram usufruir, o direito a asilo (Artigo XIV). O juiz, com um sorriso de emoção, concedeu-me os meus direitos. Hoje estudo direito numa faculdade pública e vivo ainda com Gamal, que já considero um pai, com ele eu tive esperança. Foi como as minhas pernas, que me ajudaram a saltar barreiras. Texto: Bruno Hessel de Góes

Em uma manhã, tudo amanheceu igual, quando acordei meu pai já não estava. Ele se esforça no trabalho, porém recebe muito pouco. Não comi nada e fui andando até a minha escola. No caminho vi um jornal no chão, estava escrito: “Mais de 50 famílias sírias chegaram a Curitiba em dois anos”, assim me veio várias lembranças do que fui obrigada a deixar em Hama, minha cidade. Meus amigos, minha casa, minha escola e ... Começou a chover. Guardei a folha na minha mochila, que era rasgada e velha, e fui correndo até o colégio. Depois de algumas aulas chegou a hora do recreio e fiquei sozinha, como sempre, meus cabelos crespos e negros mostravam a cor funda da solidão que sentia, por dentro e por fora. Não entendia porque tanto preconceito comigo e com meu pai, e isso não acontecia só na escola, as pessoas adultas são ainda piores, nos olhando como se tivéssemos feito algo errado, mas há tantas pessoas diferentes no mundo. Seria por que viemos da Síria ou temos a pele mais escura? Acabando as aulas, fui para o parque Vilinha, as tantas árvores balançavam seus galhos cheios de folhas com o vento, com o rio conseguia ouvir o som das águas e aquilo me fazia sentir mais tranquila. Lá lembrei do jornal que guardei às pressas na mochila. Olhei para as imagens e li o texto, lembrei de tudo que me alegrava em minha querida cidade. Lembrei também do desespero que senti no dia em que um terremoto muito forte aconteceu, minha casa estava desabando mim. Eu e meu pai saímos a tempo do teto cair sobre o chão, mas minha mãe não...

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Barack, um imigrante em Curitiba

112 Não queria ir embora, queria procurar ela, meu pai me pegou no colo e entrou em um barco, viemos para o Brasil sem rumo, sem nada. Comecei a chorar muito com essas lembranças até que senti uma mão em meu ombro. Virei e vi meu pai que sorriu ao me ver, mas viu minhas lágrimas e perguntou: – Por que está chorando? – Sinto falta de nossa mãe. – Eu também! Dei um abraço bem forte e fechei meus olhos, quando os abri, meu pai não estava. Tinha imaginado tudo aquilo. Fui correndo para casa e fiquei deitada na cama ainda muito triste. Lembrei que a professora tinha escrito algumas coisas para mim no caderno. Olhei as letras redondas no meu caderno, estava escrito “As comunidades imigrantes trazem um ganho e riqueza a população” e um afolha com todos os direitos humanos como “Artigo I da declaração universal: todo nós nascemos livres e iguais, II não descriminar, IV tu tens direitos não importa aonde vás”. Alguém bateu na porta, e quando abri era meu pai! E desta vez de verdade! Tinha chegado mais cedo e ficamos conversando até tarde. Fui dormir e não fiquei triste pelas lembranças nunca mais, fiquei feliz pois tudo aquilo estará sempre guardado no meu coração. Texto: Rubia Galeski Nonose

Era uma manhã gelada de Junho. O dia estava típico da cidade curitibana. Em uma região um pouco afastada do centro da cidade, Barack acorda com o coração quente, preparado para tirar seus documentos e se tornar um cidadão. Barack era um imigrante africano, que trabalhava como pedreiro, era forte e decidido. Essas mesmas qualidades fizeram com que esse belo homem saísse de seu país de origem, a Angola, fugindo da fome e da miséria. O papel em suas mãos magras indicavam seu destino, a Pastoral do Migrante. Nesse endereço, Barack sabia que iria encontrar o padre Agler, coordenador do local que auxiliava estrangeiros que chegavam à cidade todos os dias. Sorridente como sempre Barack chega a pastoral e gentilmente se dirige ao padre: – Bom dia! Como vai? Venho em busca de ajuda para tirar meus documentos, o senhor pode me ajudar? O padre, de forma bondosa responde que fará tudo o que puder. Na Polícia Federal, acompanhado do padre, o africano lembrava de sua família, dos pais Siara e Daren, de sua esposa Adanna e dos pequenos Ade e Zula, seus filhos. Todos ainda em Angola. O painel chama sua senha e Barack volta à realidade. Diante da autoridade Barack se apresenta com dificuldade por causa do seu sotaque, explica sua situação e necessidade de tirar seu RNE (registro nacional de estrangeiros). Do outro lado da mesa, o servidor público ofende o angolano dizendo que ele mal consegue se comunicar e quer tirar documentos.

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Expectativas e realidades

114 Sábio e de forma tranquila, o africano informa ao intolerante servidor que o artigo 6 dos direitos humanos informa que todo cidadão tem direito de ser reconhecido perante a lei. Surpreendido com a situação, Agler com maior domínio da Língua Portuguesa informa que o Artigo 23 diz que todo homem é livre e tem direito ao trabalho e o Artigo 30 é claro ao dizer que ninguém pode tirar os direitos humanos de outro. Depois de toda confusão, finalmente Barack consegue tirar seu RNE e vai a Receita Estadual onde conclui sua documentação com o CPF. A tarde chega e o homem de 32 anos de idade, com espírito jovem faz graça na sociedade 13 de Maio exibindo sua cidadania e curtindo uma peça de teatro e uma boa aula de capoeira. No final do dia, o africano diz aos seus amigos que está muito disposto a trabalhar com muita raça e habilidades na construção civil. Texto: Sofia Tolloti Pimentel Tavares

Aquele dia foi o dia mais importante da minha vida. O dia em que eu iria me mudar de Milot para Curitiba. Naquela época eu tinha seis anos de idade. Ah, mas como eu estava feliz naquele dia! Chegamos no aeroporto Toussaint Louverture, que ficava a mais ou menos a duas horas de casa. Sentiria saudades da cidade. Até hoje eu sinto. Na hora de fazer o check-in, comecei a chorar e falei para a minha mãe que queria continuar em Milot, e ela me respondeu, com aquele sorriso encantador dela que não poderíamos, pois a crise econômica havia nos afetado, e se permanecêssemos naquela cidade, teríamos grande chance de passar por situações degradantes. Quando se virou para o meu pai, percebi que a minha mãe estava com rios correndo pelos olhos, pois era muito sensível. Até que meu pai, animado como sempre, abriu um sorriso que ia de orelha a orelha e disse: – Quem está pronto pra voar? Já logo me animei e dei um grito ensurdecedor: – Euuuuuuuuuuuuuuuu! Então meu pai me pegou no colo, e, como era muito alto, me senti um gigante em seus braços. Ele me carregou até a porta do avião. O avião era gigante, mas, como eu era apenas uma boba criança e nunca tinha andado naquela máquina voadora, amei aquela experiência. Pousamos em Curitiba exatamente as 6:30, e faltava uma hora para ir para a escola, que se chamava Archives.

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Como não tínhamos carro, fomos andando, e passamos por vários pontos que na época achava incrível, mas hoje já fazem parte da minha rotina, como: praça 19 de Dezembro, Boca Maldita e Relógio das Flores. Chegando na escola, achava que todos iriam me tratar como uma pessoa normal. Ah, mas se fosse assim. Todos os alunos, os pais e os professores me olhavam com os olhos cheios de sombras, apenas pela minha cor de pele, e, talvez, pela minha dificuldade em falar Português. Eu percebia que até a diretora menosprezava minha família. Minha vontade era voltar no tempo e impedir os meus pais de vir para essa cidade. Eu me questionava: “por que todos me tratavam como se eu fosse um lixo?” Foi só bater o sinal que a coisa mudou. E muito. Nenhum dos meninos queria sentar do meu lado. A professora entrou com aquela cara de brava estampada na cara, e eu me encolhi na cadeira, pois eu fiquei com medo dela. Como eu era novo na escola, aquela mulher de cabelos castanhos me pediu para eu me dirigir na frente de todos para me apresentar. A cada passo que eu dava era um calafrio que eu sentia. Me acomodei na frente da lousa e disse: – Meu nome é Agler Cherizier e, quando eu crescer, eu quero ser um padre! Eu e a minha boca grande. Todos os meus “colegas” começaram a rir da minha cara, menos a professora, que mandou todos se calarem, e, como eu era sensível como minha mãe, voltei para o meu lugar chorando. Durante a minha trajetória no Archives, sofri muito bullying e preconceito racial por causa de minha cor de pele e sotaque do Haiti. Pena que ninguém sabia que poderia trazer a cultura de Milot para Curitiba.

Hoje em dia, encontro todos aqueles que me desprezavam na infância em minhas missas. Já estou com 33 anos e meu sonho de criança se realizou, sou um padre. Texto: Kauany de Mattos Gouveia

Ilustração: Julia Gavazzoni

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O imigrante e sua busca Benjamim estava deixando a adolescência quando foi obrigado a abandonar sua cidade natal no Haiti. Foi ferido no terremoto que destruiu a cidade de Porto Príncipe. Nessa tragédia perdeu seus pais e os ferimentos lhe causaram uma deficiência auditiva. Sem família, o jovem haitiano vendeu o pouco que restou e compra uma passagem para o Brasil. Ele veio em busca de uma nova vida e tratamento para seu problema de saúde. Ao chegar em Curitiba, foi procurar emprego para se manter. Mas isso não foi uma tarefa fácil, pois ele sentiu na pele o preconceito com os imigrantes. Foi recusado em todos os lugares por ser negro, haitiano e deficiente auditivo. Sem trabalho, Benjamim acabou vagando pelas ruas do Centro de Curitiba. Ficava na Praça Rui Barbosa, local de grande movimento da capital paranaense, pedindo esmola. A maioria das pessoas o ignoravam, estavam sempre atrasadas para pegar o ônibus. Algumas pessoas eram grosseiras e o chamavam de preguiçoso por pedir dinheiro na rua. Mas o que essas pessoas não sabiam era que tudo que ele queria era ter uma oportunidade de trabalho. Um dia, com muita fome, pediu marmita em frente a um restaurante. E dessa vez não foi ignorado, o dono lhe ofereceu comida. Percebendo que Benjamim merecia ser ajudado falou: – Eu vi na TV que existe um local que oferece ajuda aos imigrantes. É mantido pela pastoral. Depois que eu fechar o restaurante levo você até lá.

119 – Ainda bem que existem pessoas boas em Curitiba como você! – Respondeu Benjamim, agradecendo. Na pastoral do Migrante conheceu Padre Agler e através dele conseguiu um alojamento para morar, consulta médica para seu problema auditivo e um emprego no CEASA como carregador. Ben ficou grato pela ajuda recebida, pois todo ser humano tem direito a asilo, merecem um trabalho digno e todos são iguais perante a lei. Aos pouco foi fazendo amizades, dominando o Português, e conseguiu até um aparelho auditivo. Com a sua autoestima e esforço, foi atrás das oportunidades. Demorou, mas conseguiu estudar arquitetura e tornou-se um profissional reconhecido em sua área. Escreveu um livro contando sua experiência de vida. Em suas palestras fala sobre a importância dos imigrantes e o desejo que eles têm de trabalhar e reconstruir suas vidas. Texto: João Pedro Teixeira Dias


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A carta de Axel Na última semana de férias, Yasmin e Luiza estavam em um ônibus indo para a Chácara do Colégio Medianeira (CEA), terminando de ler o livro “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne. Quando chegaram lá, primeiro foram almoçar e depois, com os demais alunos, subiriam ao morro do Bruninho. Ao final do almoço já, empolgadas com a história, já faziam planos de viajar pelo centro da Terra, à meia-noite. Resolveram também chamar mais uma companheira para a aventura, a Luciana. Sem que ninguém visse, prepararam suas malas antes de partir para a tal viagem. Yasmin conferia em sua mala a comida, enquanto Luiza colocava as bebidas em sua bolsa e Luciana ficou encarregada de levar os equipamentos: o barômetro, para medir a pressão atmosférica; o termômetro e a bússola, já que medir a temperatura dos ambientes e seguir as direções corretas eram muito importantes para garantir a segurança do grupo. Conferiram tudo e deixaram escondido para que ninguém suspeitasse dos planos daquelas meninas. Quando estavam subindo o Bruninho, acharam uma passagem e resolveram voltar lá com os equipamentos. Entraram, estava tudo escuro, mas Luciana, como sempre prevenida pegou as lanternas e disse: – Peguem, meninas! Trouxe uma lanterna para cada uma de nós! Elas agradeceram a amiga. Mal sabiam o que as aguardava. Foram dez dias viajando pelo túnel, até que chegaram em uma parte do caminho e levaram um susto enorme ao verem um esqueleto. Se encorajaram e chegaram mais perto,

121 avistaram algo brilhando quase caindo da bolsa. Era uma carta assinada por Axel com as seguintes orientações: “Olá, eu sou o Axel! Se está viajando para o centro da Terra, vou dar algumas orientações sobre os perigos e outras surpresas que podem enfrentar. Atenção! Os terremotos se formam quando as placas tectônicas se movimentam. Os vulcões, quando se afastam, e as montanhas, quando se chocam! Cuidado, vocês não conseguirão chegar ao núcleo, mas com barômetro, termômetro e com a bússola, terão chance de chegar a boa parte da crosta. Boa sorte!”. As meninas ficaram animadas, mas ao mesmo tempo confusas, pois eram muitas informações! Depois de quinze dias, entraram em uma caverna debaixo do Atlântico e descobriram o pré-sal. Luiza perguntou o que era aquilo, Yasmin e Luciana explicaram que era uma província petrolífera que ficavam de 2 a 7 mil metros de profundidade. Também encontraram vários fósseis de peixes. Perceberam que não conseguiriam chegar mais ao fundo e resolveram voltar. Depois de vinte e cinco dias, voltaram ao CEA. Estavam todos desesperados com o sumiço das meninas que voltaram sorridentes e entusiasmadas com a aventura e contando a todos o que havia acontecido. Na aula de Ciências, foram convidadas a dar uma palestra sobre o que haviam vivido e a professora ficou muito orgulhosa das pequenas aventureiras. Texto: Yasmin Adèle Tremarin de Andrade e Luiza Menestrina


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Perguntas Poéticas I Será que os parques estão bem cuidados ou estamos olhando pelo lado errado? II Seria cidade ecológica a capital perfeita ou será que ao olharmos a grama ela não revela nenhuma sujeira? Choraria escondido o parque da Vilinha pelos maus cuidados dos homens ao deixar escondido no mato o seu lago de lágrimas? III Seria uma pista sem fim incapaz de permitir que os corações de uma comunidade levante voo para suas vidas?

123 I Como se sentem os pássaros presos nesse parque sem vida? II Onde estão as águas e as asas para os pássaros e os peixes voarem o mundo afora? Será que vão viver num mundo sem cor, sem felicidade? III Como se sente o Passeio que já foi alegre e agora é infeliz? Depois de carnavais, cafés e cinemas, será que vai sobreviver à solidão? Será que um dia a boca sem dente voltará e sorrirá para o mundo? Quantos filmes e histórias a Cinemateca deve abrigar?

Qual é o melhor médico para tratar um rio adoentado?

Por que esse lugar rico de cultura está pobre de pessoas? Será que já viram todos os filmes que lá vivem?

Quantos Álvaros valentes lutadores que lutam contra o preconceito temos por aí?

Texto: Nicolas Rossi Gariba Pedro Henrique Nunes Aizza Pedro Vilar da Silva Santos Samara Alanna Andrade de Paula Raíssa de Andrade Ribeiro

Texto: Maeva Donadel Reichert Maria Tereza da Ros Gonçalves Bernardo Fagundes Primo Guilherme Suota Borowicz


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I Por que um rio tão triste passa ao teu lado, esperando que haja vida em suas veias? II O que posso fazer para ajudar este rio tão triste que passa por mim? Por que o esgoto é tão inimigo de um rio tão belo?

I O rio Iguaçu demonstra sua revolta com a população por meio de seu corpo sendo consumido e desaparecendo? II Será o mal cheiro de suas águas turvas que provoca a morte de um ser com esperança de ser feliz?

De época em época a cultura vai indo, será que voltará algum dia? Por que o europeu em busca de riqueza empobreceu a cultura indígena?

As mãos desgastadas das 300 famílias sonhariam ainda com um dia tocarem uma casa com condições habitáveis? III Os direitos dos habitantes da Costeirinha serão comprovados com um documento ou com um simples papel corrompido?

Texto: Fernanda Buch Lívia Barros Souza Mariana Sprada Weidlich Rafael Stimamiglio Ritter

O aeroporto seria capaz de retirar de muitas famílias a chance de conquistar o direito de ser feliz? Texto: Isabela dos Santos Cabral Carolina Ferstemberg Chaves Luan Fernando Bukta Pedro Almir Schilipacke

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I A alegria da liberdade dança nos bailes da Sociedade?

I Seria a escultura Maria Lata d’água a última e a única lembrança de nossos antepassados?

II Pode uma pista ser mais importante que vidas humanas?

II Seria a Cinemateca um refúgio Para a memória se abrigar?

Alguém pensou para onde irão se lhes tomarem o chão?

Onde há câmeras e filmes A história abriria os olhos?

III O cacique conseguiria imaginar o que seria deste lugar?

III Estariam tristes os pássaros atrás De pequenas telas de metal em um Passeio Público?

Aqueles que persistiram, sem ouro encontrar, descobriram outro tesouro? Será que as pessoas que hoje aqui vem correr sabem o que aconteceu antes do parque nascer? Texto: Samira Yazbek Makiolka Maria Eduarda Granzote dos Santos Carlos Henrique Ruffatto Prestes Yasmim Motta Vieira Lovis

Os braços das árvores que já acolheram muita gente, Agora teriam sido esquecidos por todos? Teria sido esquecido o Passeio Público, Por todas as almas aqui existentes? Texto: Ana Julia Maciel de Lima Antony Canuto dos Santos Milena Virginia Bastos Pedro Lana Lacerda

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Por que não ouvimos os caramujos desabrigados Sendo que mesmo sem lar, não ficam desesperados?

The lake in the evening The wind blowing Butterflies flying lonely

Seria esta boca realmente maldita Ou falaria a verdade de forma entretida?

Texto: Adrian do Carmo Almeida e Rodrigo Piovezan Platner

O que a Maria leva em sua lata d’água Seria água ou uma escondida mágoa?

Cloudy day Light up the fire place Hot chocolate

Seria a mágoa de um coração partido Por representar o que não era para ter tido?

Texto: Luana Carvalho Antônio Aram de Souza do Nascimento Guilherme Possani Ramos Miguel Langassner Schmitt

Texto: Beatriz Catão Guimarães e Isabela Ramos de Oliveira The culture is in our soul Our people have Happiness in their vein Texto: Fernanda Buch Santos e Lívia Barros Souza The birds singing Sweeten the sound of the city Kids want to fly Texto: Mariana Sprada Weidlich e Valentine Bobato Kikina

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A tree grows Time passes Happiness appears

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Texto: Julia Farias dos Santos A colorful wagon Spreads happiness Travelling without moving Texto: Fabrícia Nunes Ferreira e Yasmin Fernandes de Paula The picture shows How we are But not our soul Texto: Amanda de Camillis Macedo e Maria Eduarda Fernandes Miranda The street reminds A way of blood That runs in my vein Texto: Antony Canuto dos Santos The nature is empty A gap inside me Loneliness Texto: Eduardo Felipe Pinho e Luiz Gustavo de Oliveira Paulino

Ilustração: Laura Lopes Maksymowicz


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Books are my train The sky is My station

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Anne Caroline de Sousa Abreu Vuelan los pájaros En grandes árboles, Atrás de las rejas. Texto: Isabela Balestrin Frizzo e Milena Virginio Bastos Todos los días Oímos una música La agitación cotidiana. Texto: Daniela Tamy Yuki e Mariana Tiemi Umada La sonrisa cristalina del río Ahora no pasa De un suspiro negro. Texto: Natsumi Kelly Tamura Miyazaki e Rubia Galeski Nonose

Ilustração: Bruna Gonzales Nejm


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Sólo soy Una memoria borrada Por la tecnología. Texto: Ana Clara Cunha Valadão e Thiago Henrique Barão Cuch La ciudad es mi casa Mientras el tiempo pasa En el reloj de la plaza. Texto: João Meyer Mühlmann e Thales Felipe Marangoni Tanan Cuando la historia no es respetada El arte muere Y la destrucción permanece. Texto: Luiz Eduardo Latorre Guimarães e Luiz Henrique Rovaris de Camargo

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Celebrando o vinho

A lenda do tesouro

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Poesia em movimento: Amanda Packer Hübler e Maria Fernanda Mattos Guzela Cruz

Poesia em movimento: Amanda Bandeira Bonatto e Sofia Slomp Hoffmann


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clique aqui para assistir ao vidéo Poesia em movimento: Andrei de Carvalho Bley e Lander Furusho Gerotto

Ilustração: Beatriz D Amore Zardo de Lara Pires Azhaya Aranguren Cuervo

A casa de Deus


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A fazenda

clique aqui para assistir ao vidéo Poesia em movimento: Estela Forbeci Schoenau e Matheus Jota Helmer

Moinho Holandês

clique aqui para assistir ao vidéo Poesia em movimento: Beatriz Borduchi de Melo e Maria Luiza Olimpio Soares de Lima


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O simbolo da religião

O museu vermelho

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Poesia em movimento: Bruna Maria Bohnen Andrade e Gabriela Garay Barth

Poesia em movimento:: Carolina Souza Hreisemnou


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A casa das mulheres

Cidade verde

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Poesia em movimento: Cecília Maria Zanôn Chueh

Poesia em movimento: Sophia Guimarães de Sa R. Cesconetto e Eduardo Ostertag Villanueva


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Sedimentos da vida

Histórias passada

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Poesia em movimento: Anna Luiza Ferreira Domingues e Helena Rocha Jarosz Antunes

Poesia em movimento: Gabriela Bochi Conte e Laísa Jordana Andrade Gandin


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Unidade de conservação

clique aqui para assistir ao vidéo Poesia em movimento: Henrique Dolniak e Giovanni Hartmann Meneghini

Cidade pequena

clique aqui para assistir ao vidéo Poesia em movimento: Ingrid Albano Neto e Julia Ricco Maccagnan


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Conhecendo uma nova cultura

Oportunidades

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Poesia em movimento: Ana Julia Martins de Souza e Isabela Godoy Cervieri

Poesia em movimento: Laura Garcia Moro e Ludmila de Melo Jusevicius


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clique aqui para assistir ao vidéo Poesia em movimento: Lucas Azevedo Magnabosco e Vitor Azevedo Magnabosco

Ilustração: Maria Eduarda Alexandre Corrêa


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Obra de Deus

clique aqui para assistir ao vidĂŠo Poesia em movimento: Giulia Leonel Paschoal e Matheus Moreira Siqueira

Voltando a lembrar

clique aqui para assistir ao vidĂŠo Poesia em movimento: Pia Caperchi


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Misciginação

Cidade história

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Poesia em movimento:Tiago Francisco Balestrin Mallmann

Poesia em movimento: Bernardo Messias Cunali e Guilherme Comachio Shimizu


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Ilustração: Giulia Leonel Paschoal e Mariane Kawamura Sandrini

Ilustração: Clara Segatto Mendes e Sofia Slomp Hoffmann


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clique aqui para assistir ao vidĂŠo Poesia em movimento: Sabrina Pedroso BordinhĂŁo e Isabela Bonk Palma


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Bomba!

Hoje em dia tudo bomba! Jogo bomba, homem bomba, filme bomba, notícia bomba! Até bomba bomba! Vivemos o funk da moda que apenas repete: “bomba, bomba, bomba, bomba...” Durante as Olimpíadas, fomos assombrados com a notícia de que a polícia explodiu uma mochila, fato motivado por essa “síndrome bombástica” de medo de ataque terrorista. Em casos como o dessa notícia, fico pensando que, se num dia desses você estiver usando um relógio que faz “tic-tac”, já acionarão o “esquadrão homicida” da polícia e atirarão sem dó nem piedade. Claro que sempre se pode tentar correr, levando em consideração o tempo que a polícia leva para chegar ao local. Mas, voltando ao caso da Rio-2016, outra coisa que senti foi pena do dono daquela pobre mochila, que só continha coisas frágeis (provavelmente não a meia). As pessoas não têm mais zelo hoje em dia. Na minha época, eu até esquecia mochila, mas não com tablet dentro. Aliás, naquele tempo, mochilas de garotos não continham coisas no preço de um tablet. O pior de tudo é que sequer perguntam se o objeto é de alguém em volta. Não demora muito e o cidadão ouvirá no alto falante aquela vozinha de Google Tradutor: “Por favor, pedimos que o dono descuidado da mochila encontrada na Arena Carioca 1 não se desespere, pois ela, o tablet, aquela jaqueta horrível e aquele par de meias fedidas serão explodidos em questão de segundos! Obrigada! ” Texto: João Pedro Ricarte Andrade

O lado preto da história (Releitura de “O Gato Preto”- Edgar Allan Poe) Tudo começou quando fui adotado, recebia amor incondicional de meu dono e sua esposa, eram como meu pai e minha mãe. Acontece que papai começou a voltar todos os dias de bares à noite, descontando sua raiva em todos da casa, exceto em mim... no início. Comecei a ficar com medo dele, sua barba de papai-noel me fazia indagar se ele não era um grinch, daqueles que sugam a felicidade das crianças no Natal. Assustado, fui me afastando de meu dono, mas não foi uma boa ideia. Meu comportamente o fez ficar raivoso. O carinhoso nome que me deu, Plutão, perdeu seu significado, e logo me senti como se fosse o último planeta do Sistema Solar: pequeno, frágil e gelado. Numa noite, papai, sem mais nem menos, resolveu retirar-me o olho com seu canivete. Pelo menos, daqui para frente, não veria sua cara diabólica com tamanha nitidez. Como se comprovando sua pisicopatia, ele emoldurou meu olho e pregou-o na parede. Os próximos dias foram tranquilos, senti pouca dor e agi como se o que fora tirado de meu rosto não passasse de um pelo arrancado. Entretanto, o que definitivamente levaria a alma de meu dono para o inferno foi o que ocorreu numa certa manhã, pois, mesmo sóbrio, ele me enforcou num carvalho seco e foi embora pensando que havia me matado.

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O furo em seu plano foi a piedade de pessoas alheias, já que um rosto desconhecido me salvou do enforcamento bem nos meus últimos segundos! Despertei totalmente consciente apenas alguns dias depois de minha quase morte, em um bosque perto de casa. Todo o ocorrido daquela noite, porém, estava claro para mim. O único mistério foi o surgimento de uma mancha branca em meu ventre. Resolvi pensar nisso depois, porque avistei o homem de barba de papai-noel, o que azucrinou minha vida e é o responsável pelo ódio que guardo em meu coração. Resolvi segui-lo. Tínhamos chegado a um bar imundo e, enquanto aquele trapo velho revirava copos e mais copos, subi em um barril de gim, terminando de arquitetar minha vingança. – E aí, conseguiu se vingar? Bom, isso, meu amigo, posso lhe assegurar, mas nem eu entendo muito bem o que aconteceu depois...

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Texto: Alice Volpato Rocha e Bárbara França Friebe

Ilustração: Ana Elisa Bueno Soares


Esquecido das Olimpíadas ODEIO aquelas pessoas que não prestam atenção no mundo. Sério me dá uma raiva. Estava eu lá na Arena Carioca 1, toda feliz, pois estava em um jogo das Olimpíadas. Quer dizer, quem não estaria feliz naquele evento maravilhoso, na cidade maravilhosa?! Estava lá, com uma apertada camiseta verde e amarela, que tinha comprado no Saara, e o pior é que ou era essa camiseta apertada, ou uma que, de tão grande, parecia um vestido de noiva. Como muitos brasileiros, eu não estava disposta a pagar mais de duzentos reais numa camiseta da CBF, que – como bem sabemos - parece ser a única maneira conhecida de demonstrarmos algum orgulho patriótico. Sofri bastante para conseguir o ingresso desse jogo, entrei e saí de diversos trabalhos, e até meu pai me deu um dinheirinho. E olha que prefiro natação ao basquete, mas, com os preços, me conformei em ver Nigéria X Espanha e não o lindo do Michael Phelps. O jogo já estava trinta minutos atrasado, e só ouvia alguém gritando lá da frente: “Ninguém entra que vai explodir! ” Mas calma aí! Explodir o quê? Pois é... Era mais uma peça daquelas pessoas que eu odeio por já ter uma longa e muito mal sucedida história ao lado de uma delas. No ano passado, meu irmão e eu embarcamos para a Disney. E o que ele me esquece? A passagem e o passaporte. Isso porque me disse que era responsável. Imagina se não fosse? Perdemos o voo e tivemos de voltar para casa.

Texto: Gabriela Carvalho Rodrigues

Ilustração: Thiago Prochmann Piasecki

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Desta vez, na Arena Carioca 1, depois de mais quarenta e cinco minutos, fui saber o que tinham explodido, e era uma mala com um tablet, um par de meias e um casaco... Todo esse tempo perdido para nada. Finalmente o jogo começou e eu torcendo para a Nigéria. Dez minutos de partida, olho para o lado e vejo um homem alto e magrelo, igual ao meu irmão. Vinha correndo lá do outro lado da quadra ... E não é que era ele! E chegando perto de mim gritava: “Isaaaa, você viu minha mala que deixei ali no canto?”

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Bomba na Rio-2016: um caso de Pokemon Go? As Olímpiadas passaram, a Rio-2016 acabou, a tal confraternização entre os povos chegou ao fim e o que sobrou foram os resquícios dessa bela convenção (com a melhor abertura de todas as edições, diga-se de passagem). Podemos lembrar vários casos fantásticos, como o ouro inédito no futebol e o recorde olímpico quebrado no salto com vara de Tiago Braz. Mas nem tudo foi um mar de rosas. Na véspera do jogo do basquete entre Espanha e Nigéria, alguns instantes antes da entrada dos torcedores, uma mochila perdida provocou suspeita de bomba na Arena Carioca 1. Essa história foi tão séria que acionou a polícia militar, o exército (que pela primeira vez eu vi dar as caras) e o esquadrão antibomba. Felizmente nada aconteceu, e somente um casaco, um tablet e meias foram encontrados na mochila. Não duvidaria se o esquecimento desastroso na Arena Carioca fosse mais um efeito do Pokémon Go. Nunca vi um jogo bombar tanto assim! E o pior é que essa febre deixa as pessoas cada vez mais distraídas. Outro dia, andando na rua, trombei com uma mulher jogando CandyCrush. Aquilo me deixou tão irritado, que me distraí, bati em um rapaz e quase o fiz derrubar o celular. Pelo mundo todo, nas grandes cidades, já houve pessoas atropeladas ou que “se suicidaram” por estarem atentas ao jogo e alheias à vida. Por que o caso no Rio de Janeiro não seria mais um?

Eu não tenho paciência para os transtornos causados pelos distraídos, mas, infelizmente, eu também sou assim. Essa tecnologia ainda vai acabar com nossos miolos! Texto: Guilherme Marabin

Ilustração: Ana Julia Saramago Gonçalves de Proença

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Pessoas altas

Irei falar para vocês, leitores do meu blog, sobre pessoas altas. Rodou a internet a história bonita de um menino argentino que emprestou uma de suas muletas a seu amigo para que pudesse se apoiar e assistir a um jogo de futebol que acontecia do outro lado de um muro de 1,70m de altura. As crianças foram fotografadas e todos se maravilharam com a atitude do dono das muletas. Eu também, mas não pude evitar que minha alma se identificasse profundamente com o amigo baixinho. A vida de pessoas baixas é realmente complicada. Ao tentar ver palestras, aulas, jogos, sempre há alguém mais alto que você na sua frente. Ao apanhar cereal em armários altos, há que primeiro encontrar uma escada. Hoje percebo que até algumas crianças são mais altas do que eu (elas estão cada vez mais altas). O que mais me intriga são amigos dizendo: ”Ser alto é tão ruim!” ou “Deve ser bom ser do seu tamanho” (de tampinha). Ao trazer esse assunto à tona sempre discutimos. Chamei uma amiga para se defender. Ela tem 1,75m e 12 anos, alegou que ser alta é ruim, que bate a cabeça na porta ao entrar em qualquer lugar, e que abraçar as pessoas é algo constrangedor para ambas. Realmente parece ser constrangedor, mas não interfere tanto no dia a dia, como ser baixo num mundo feito para altos. No fim das contas, concluímos que não há mesmo jeito a não ser combater o preconceito e o bullying, bem como as eventuais dificuldades. É preciso não sofrer e nem ficar por baixo. Ninguém é perfeito, ACEITEM!

Ataque falso de um fotógrafo “terrorista” Ontem, em mais um dia de Olimpíada, eu estava fotografando um jogo de basquete, esporte do qual gosto muito. Tudo estava correndo bem, a torcida estava vibrando, os jogadores cansados e animados, e eu quieto e calmo. Após, o jogo terminar, carreguei minhas coisas no carro e dirigi até minha casa que fica a uns 13 km da Arena Carioca 1. Quando estava no trânsito, tive aquela conhecida sensação de que tinha perdido algo. Trata-se de algo comum, já que fotógrafos carregam coisas demais para cuidar de uma vez só. Depois de passar pelo tráfego cotidiano do Rio de Janeiro, entrei no meu apartamento, que sempre está escuro e frio, como qualquer lugar que passa os dias sozinho. Sentei no sofá, liguei a TV e comecei a sentir o sono típico de um dia pesado de trabalho. Foi nesse instante que me lembrei de ter deixado uma mochila embaixo do lixo, na entrada do estádio, com meu tablet novo. Simultaneamente, o jornal passou a mostrar a ação do esquadrão antibomba, explodindo uma mala suspeita esquecida na Arena e encontrada no intervalo entre dois jogos. Senti-me estranho e muito surpreso, porque nunca pensei que algum dia poderia chegar perto de ser terrorista por uma tarde. As últimas ações do Estado Islâmico na Europa deixaram o mundo em alerta contra o terror. As pessoas vêm lutando para superar esse trauma, e os policiais brasileiros têm o mérito de ajudar nessa superação, dando o sentimento de proteção a todos. Pena que tal sensação deixará o Rio junto com a última delegação a embarcar de novo para casa. Texto: Théo César Zanotto da Silva

Texto: Sofia Borges Bueno

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Meu Amigo Cadeirante Vi uma notícia recentemente: “Menino empresta muleta para o amigo ver jogo de futebol e emociona a internet”. O menino argentino de 10 anos chamado Santiago é uma criança com necessidades especiais, que ajudou o amigo a ver um jogo de futebol, emprestando uma das suas muletas. Tive um amigo parecido com esse, que tinha essas mesmas necessidades, mas se locomovia de cadeira de rodas, ele sempre foi bondoso e disposto a ajudar os outros, uma pessoa muito solidária. Lembro-me como se fosse ontem, Daniel era gordinho, alto, de olhos e cabelos castanhos, e tinha um sonho: levantar daquela cadeira e correr, pular, dançar... Porém, seu acidente de infância o impedia de fazer isso. Aos 4 anos de idade, caiu do 3° andar da sua casa e quebrou as pernas, uma das quais foi amputada. Atualmente não sei onde, nem como ele está, mas nós tivemos altas aventuras. Uma vez, subi na parte de trás da cadeira do Daniel e fomos descendo a rua da escola a 40Km por hora. A gente quase se estabacou, saímos vivos, mas o moço que ficava na frente do colégio viu e proibiu. Saímos rindo que nem malucos. Lembro também do dia em que roubei a cadeira dele e fui “cadeirando” por aí, enquanto ele me perseguia com a muleta. Nossa amizade foi baseada na alegria e na diversão, pois eu o tratava de igual para igual, sem fazê-lo sentir-se inferior ou um coitadinho.

Espero que ele tenha encontrado outros capazes de tratá-lo como igual. A última coisa da qual me lembro foi o último dia de aula, quando nos despedimos, distantes.... Texto: Rafael Derenne Ilustração: Lauren Möbius

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(Des) cuidado! Esses dias, me lembro de ter lido sobre um jogo das Olimpíadas que sofreu um atraso. O motivo? Bem peculiar. Uma mochila foi encontrada e suspeitaram que ela continha explosivos. Mas, eram apenas coisas banais: meias, roupas e um tablet. Houve certo tumulto, a Arena Carioca 1, onde ocorria a partida, teve de ser esvaziada, e o público não conseguiu assistir a todo o evento. Eu estava por lá, mas, estranhamente, não cheguei a tomar conhecimento do ocorrido. Talvez pela eficiência da polícia, que, naquele momento, atuava num padrão internacional. Sabe, leitor, a verdade é que, a cada dia, as pessoas estão mais esquecidas e descuidadas, não percebem o óbvio. Por exemplo, se a pessoa estava com uma mala e de repente se vê sem ela, normalmente o indivíduo perceberia que a perdeu, não é mesmo? Ainda que criticando, reconheço: tenho meus momentos de bagunça. Recentemente, minha mãe me mandou arrumar o closet dentro do quarto (que ela chama de “Terror dentro de casa”) e eu respondi com aquela famosa frase de todo filho: “Já vou!” Mas foi aquele “já vou” de “daqui a 3 horas eu vou”, sabe? Ouvi minha mãe gritando, como se fosse o apocalipse: “AGORA! ”. Dirigime ao closet, com uma cara de medo, passei bem devagar por minha mãe e corri para a bagunça. Mergulhei na desordem como se estivesse em um rio caudaloso.

175 Nessa organizada que tentei dar, achei coisas que eu acreditava que já haviam sido “sugadas” para a eternidade ou pegas por um elfo daqueles que somem com suas coisas e trabalham uma vez por ano para o Papai-Noel. Encontrei meu rádio da década de 90, que tocava CD e me fazia andar com uma bolsinha cheia desses discos, meus sapatinhos de bebê e meu videogame do Atari. Mas, o que mais queria encontrar, não achei: minha mochila! Texto: Maria Luiza Kamitani


Charlotte (Releitura de Edgar Allan Poe)

Você já teve a sensação de ter perdido metade de si mesmo em pleno mar aberto? Já se sentiu perdido dentro de si mesmo? Tenho quase certeza que sim, afinal, todos já nos sentimos assim, mas também tenho certeza que esse sentimento não te levou à loucura, como foi o caso de Caio. Caio tem (ou tinha) uma irmã gêmea, totalmente idêntica a ele (em todos os sentidos), o nome dela era Charlotte. Desde quando ela morreu de uma terrível doença crônica, Caio vem se torturando com pensamentos de “trazê-la de volta dos mortos”, como agora, em que ele pesquisa sobre isso em seu computador de segunda geração. Tão jovem e tão torturado pela própria mente... O número de psicólogos já passou dos 20 e ele não tira essa ideia estúpida da cabeça. Chegou até a desenterrar a pobre da irmã morta, mas, coitado, só tem saudade dos velhos tempos. Saudade é um sentimento que mexe com as pessoas, chegando até a enlouquecê-las, e Caio é o melhor exemplo disso. Às vezes, a loucura ocasiona a morte. E esse é o maior medo de seus pais. Vivem falando com Caio sobre o assunto, mas a resposta é sempre a mesma: “A morte é só um clichê!”. E é nisso que ele pensa enquanto está sentado aqui, procurando (mesmo sabendo que não vai encontrar) uma forma de ter sua querida Charlotte de volta.

Texto: Ana Luiza Pirani Chagas

Ilustração: Julia Gabriela Almeida de Andrade

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Para Caio, a ausência da irmã reflete na qualidade de vida da sua família, seu pai viciado no trabalho para esquecer os problemas, e sua mãe tomando um antidepressivo diferente a cada semana. É assim que ele acaba optando por levar seus queridos pais para o mesmo lugar em que Charlotte está. Talvez, aos olhos da sociedade, ele precise ser internado, mas, dentro do pequeno mundo de Caio, a decisão dele é um presente para os seus. Pouco mais de dez minutos já são passados, Caio espera na cozinha. Tendo preparado o pai e a mãe, aguarda Charlotte dar 3 batidas na porta (como o costume dela) e levá-los para casa, onde serão novamente uma família.

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Gatos vingativos

(releitura de Edgar Allan Poe) Vou contar uma história, se não gostar de terror, melhor se retirar, pois o caso é de dar medo. Nosso conto começa em uma escura e trovejante noite de sábado, lá estava eu enrolado no tapete, assistindo ao Netflix com minha dona. Ela era ótima, amava muito os animais, tanto que tinha Spike e Tike, dois buldogues, meus “queridos irmãos”, além de Jerry e Terry, seus ratos de estimação. O marido dela, entretanto, nos odiava. Diariamente chegava tarde do trabalho e, com isso, sempre estava atrasado para o jantar. Espalhava irritação, mas nunca descontava sua raiva nos animais com medo de brigar com a mulher. Quando ela não estava, porém, o homem batia em mim. Assim, foi como se o sol tivesse se posto mais cedo, quando recebi a notícia de que minha dona iria viajar durante duas semanas. Nesse período fiquei totalmente à mercê de meu dono. Quando saía, sempre voltava bêbado, me batia e me botava para fora de casa. Eu odiava o quintal, pois, além de ter que ficar com meus irmãos, tinha que conviver com a lama do jardim esburacado. No dia em que minha dona voltou, logo notou a grande porção de lama em meu corpo, mas, achando que não fosse nada, se retirou para seu quarto. Como de costume, meu dono chegou em casa bêbado, e os dois tiveram uma briga. Ele desceu ao porão, pegou uma serra elétrica e foi em minha direção. Minha dona, vendo tal ato, jogou-se na minha frente e acabou morta. O marido,

com frieza, a esquartejou, e, quando ia enterrá-la em um dos buracos feitos pelos buldogues, a polícia foi chamada. O homem foi preso. A casa foi dada a um sobrinho da família que ficou comigo e com meus irmãos. Anos depois, meu ex-dono fugiu da prisão e tentou matar todos os animais da casa durante a noite, inclusive eu. Perdemos nosso lar novamente. Agora vago pelos antros da cidade, preciso e vou acertar algumas contas. Texto: Enzo Ceron e Guilherme Girata Ilustração: Heloísa Borges Tortato

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O(a) dono(a) da mochila Hoje vou falar da falsa bomba, ou do tablet explosivo, não sei ao certo. Mas por que tablet explosivo? Pois, no jogo de basquete nas Olimpíadas Rio-2016 do dia 11 de agosto, foi encontrada uma mochila suspeita perto da entrada da arena. Ela continha um par de meias, um casaco e um tablet, mas foi capaz de mobilizar o esquadrão antibomba e terminou detonada como um possível artefato terrorista. Com o clima agitado, espaços e praias lotadas, não quero nem pensar em quem deixou a mochila na Arena Carioca 1. Coitado! Isso me faz lembrar uma história de minha infância, quando fui ao FLA x FLU no Maracanã velho. Deixei uma mala lá, cheia de materiais de desenho e uma quantia considerável de guloseimas. Naquela época, petiscos e passatempos tinham um valor inimaginável para mim, quase fiquei louco... Imagina um tablet... Fico pensando se o indivíduo, como tantos de nós, trabalhou duro para pagar as prestações do aparelho e, por uma vacilada, perdeu tudo... E havia também o casaco, que pode ter ganhado de aniversário da mãe, ou até as meias, provavelmente, proporcionadas pela tia paterna. Fico imaginando se a cura do câncer estava lá, naquele computador, e pela correria do dia a dia, ou por uma cerveja, uma descoberta revolucionária para a humanidade ficou perdida para sempre! Texto: Davi Castelo Branco Esteves

Nunca diga não a um capitalista (Releitura de Edgar Allan Poe) Ele era considerado o mais pão-duro dos homens da pequena Patu, vivia em casa, contando e classificando sua fortuna, porém, ontem, havia sido diferente. Ele deixara seu lar, dera um pequeno passeio e parara em uma lanchonete, cuja higiene o fizera sair mais rápido do que planejara. Era uma rua com muitos desses lugares, achou o menos medíocre e comprou o mais barato dos combos. Era rico, mas sua paixão pelo dinheiro, o impedia de gastar mais do que aquilo. Comeu rapidamente e, quando foi pagar, apalpou seu bolso, pegou a carteira e retirou dela a mais gorda das notas, para que assim pudesse ter mais troco para categorizar. No caixa, viu uma linda mulher e as narinas dele se dilataram com prazer, identificando um “delicioso” cheiro de dinheiro velho. A moça do caixa parecia ter um pouco menos do que sua idade e era como poucas. De longe poderia ser confundida com uma criança, viera de uma família pobre que se mudara acreditando na promessa de maior qualidade de vida naquele município. A mudança, quase nenhuma. Capitalista algum iria crer, entretanto, eles eram felizes. Não vou mudar os meus romances para quem não acredita em amor à primeira vista. Devo dizer que, imediatamente, o homem do dinheiro se apaixonou por ela. Mesmo não sabendo o que dizer, convidou-a para sair.

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Paranoia com a violência

182 Por azar dele, a jovem já era casada, e ele se sentiu horrível ao desejar a mulher do próximo. Não tinha religião, mas havia recebido uns e outros presentes divinos - aos 16 anos, ganhara uma grande herança de uma tia-avó falecida, que nem pode conhecer. Decepcionado com a falta de sorte no amor, perguntou à funcionária da lanchonete se gostava dele ao menos um pouco. Ela foi honesta ao dizer que não, que não gostava nada dele. Quase não o conhecia e o que sabia era que não ajudava ninguém, apenas o dinheiro. Teimoso, o homem a convidou muitas vezes para sair, e a resposta continuava sendo não e não, até que o marido dela se irritou, proibindo-o de conversar com ela. Incapaz de aceitar a derrota, matou o casal e escondeu os corpos com extrema habilidade. Entrou na casa deles, furou o colchão, retirou a espuma, queimou-a. Colocou-os dentro e costurou. Fugiu da cidade com todos os seus pertences, levando também as almas dentro de sua tumba. Usou sempre o colchão como um outro qualquer, nunca sendo condenado por isso. Texto: Maria Paula Bastos

Hoje em dia somos pessoas assustadas, e eu diria até mesmo paranoicas. Se tem um mendigo na rua: “Meu Deus, vou ser assaltado!”. Se alguém malvestido vem em nossa direção: “Está armado, vou morrer!”. E na Rio-2016, na Arena Carioca 1, uma mochila largada: “É uma bomba, chama o esquadrão antibomba!”, “Vai explodir, os terroristas estão atacando no Brasil!”. Era só algum distraído que havia esquecido a bolsa com um par de meias, um casaco e um tablet. Venho aqui para falar de nossa relação com a violência, de forma alguma para criticar o trabalho de pessoas como as do esquadrão antibomba, que arriscam a própria vida para o bem da sociedade. Não venho para falar de pessoas prevenidas, e sim do pensamento da população como um todo e sua relação com a violência. Lembro-me de uma tia que sempre teve medo de ladrões. Um dia ela foi olhar pelo olho mágico de seu apartamento e viu um homem que vestia uma camisa laranja, ficou desesperada. Após um tempo, voltou a olhar pela porta e teve a sensação de que o suposto criminoso não se movia. Depois de muita angústia, minha tia ouve a porta abrindo e, entre surpresa e aliviada, vê meu tio chegar em casa. Finalmente saíram para ver se, de fato, não havia alguém estranho no prédio e puderam concluir que o tal “ladrão” não passava do enfeite de Páscoa que, pendurado na porta, cobria parte do olho mágico. Pode parecer engraçado, mas é a realidade que vivemos, afinal, temos

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Tablet bombástico

muitos casos de assalto, furtos, assassinatos e latrocínios por dia. Mas será que já chegamos ao ponto de partir sempre da má fé? Por que pensamos que o mendigo é um assaltante e não alguém que está naquelas condições somente porque o país está cada vez mais cheio de corruptos que roubam ao invés de usar o dinheiro público para acabar com a miséria do Brasil? Por que uma mochila há de ser uma bomba e não simplesmente produto de um distraído que a largou por pura falta de atenção? Fica aqui para refletirmos sobre nosso pessimismo, nossa desconfiança, acreditando sempre que as pessoas são más, nunca considerando a possibilidade de que sejam pessoas comuns. Texto: Heloísa Tortato

Ilustração: Letícia Schopping Imbiriba

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Num desses dias, jantando e assistindo ao jornal, acompanhava a cobertura das Olimpíadas. No meio dos resultados das partidas do dia, a notícia de que haviam encontrado uma mochila abandonada e suspeitado de atentado terrorista. Por conta disso, atrasaram o jogo, evacuaram a Arena Carioca 1 e acabaram explodindo a mochila. No fim, dentro dela, só havia um par de meias, um casaco e um tablet. Fiquei pensando na pessoa que esqueceu a mochila. Se fosse eu, nunca revelaria que era minha. Imagine causar toda essa bagunça em plena Olimpíada e ainda no Brasil! Essa pessoa teria de dar uma ótima desculpa para explicar como sua mochila sumiu sem revelar que era a mesma do estádio. Eu inventaria um assalto ou um esquecimento no ônibus. Por outro lado, tenho certeza de que eu também esqueceria alguma coisa, pois sou igualmente distraída e esquecida. Se eu tivesse ido a um jogo e levado alguma mochila, seguramente teríamos tido mais suspeitas de bomba espocando no noticiário. Texto: Beatriz Schlickmann

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Mães corujas

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Recentemente, li uma notícia sobre um menino que, por problemas congênitos, teve sua perna amputada. Mas isso não é problema para ele, pois sobe em árvores, anda de bicicleta, joga futebol, e faz quase tudo sozinho. Me impressiona que muitas crianças não façam nem metade do que esse menino faz, sendo perfeitamente normais. Mas por que isso? Provavelmente por causa de suas mães corujas, que não deixam seus filhinhos se sujarem, subir em árvores, andar de skate, para não se arranharem e se machucarem. Então só ficam em casa jogando videogames, tornando-se obesos e sedentários. Tenho um amigo que sempre chamávamos para jogar bola, e ele não ia, pois sua mãe não deixava. Ele ficava em casa jogando videogame, e hoje não trabalha, está obeso e vivendo à custa de seus pais. A questão é que essas crianças terão dificuldade em lidar com a vida no futuro. Se é verdade que criança precisa de limite, também é verdade que precisam de liberdade para ousar e experimentar. Texto: Luigi Trevisan

Esperança A esperança é como um fio de cabelo: Cresce, Cria nó... E, depois, a gente tem que cortar. Mas, no final das contas, Temos que fazer tudo de novo, Porque não some de repente aquela raiz. Pelo contrário, Cresce de novo E, às vezes, Mais resistente. Texto: Maysa Acadrolli

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Por um mundo melhor Todos os dias, quando estou voltando para casa, me deparo com um velhinho, meio doidinho, malcuidado. Todos o olham como um mendigo sujo e perigoso, mas eu o vejo como alguém da minha família, que eu faria de tudo para ajudar. Infelizmente, devido a minha idade, não tenho como fazer algo por ele, o único jeito seria através da minha mãe, mas ela é meio insegura sobre isso e acaba preferindo não se envolver. Ele merece ser ajudado, não só porque é um morador de rua, mas sim porque não tem as duas pernas, é cego, fica sentado no chão da esquina com um cartaz dizendo “AJUDA!!!” Quantas vezes você passou por alguém na rua, com problemas de saúde, e simplesmente ignorou, pensando que era drogado, bêbado e não era digno de seu tempo? Houve um caso, em Buenos Aires, muito famoso, do menino Santiago, que havia tido suas pernas amputadas. Devido à sua condição física, usava muletas e, durante uma partida de futebol, emprestou uma delas a um amigo, para que a escalasse e pudesse enxergar o jogo sobre um muro que tapava a visão dos dois. O momento foi fotografado e “viralizou” na internet. Até o governo argentino se ofereceu para pagar a prótese do garoto. Corta meu coração, porém, saber que, se a foto do velhinho da minha vizinhança for enviada às autoridades, o máximo que acontecerá será darem a ele um cobertor da Campanha do Agasalho. Um idoso doente e sujo não tem o mesmo apelo à caridade que uma criança.

189 Hoje em dia, a população mundial está envelhecendo bastante, e todos nós precisaremos dos cuidados necessários algum dia. Alguns idosos têm condições financeiras para bancar tratamentos, mas já outros passam a vida inteira pagando impostos e, quando chega a hora de serem “recompensados”, não recebem nada e acabam falecendo muito mais cedo nas ruas ou em barracos. Vemos esses casos como exceções, mas, em um futuro muito próximo, a população estará mundialmente envelhecida, e teremos que achar meios para acolher a todos os casos iguais ao desse velhinho da minha cidade. Os humanos precisam de um choque de realidade, precisam começar a se importar mais uns com os outros, resistir à vontade de olhar para o lado. Assim, o mundo será um lugar muito melhor. Texto: Eduarda Crudi Sant’Anna


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Bakery Street (Releitura de Edgar Allan Poe) Preste bem atenção no que irei contar, mas cuidado, você pode se assustar! Em uma noite fria e chuvosa, Carlos estava com fome, na cozinha se deparou com a geladeira vazia, nenhum sinal de comida. Enquanto a barriga roncava, pensava que um pão da Bakery Street iria bem. Estava muito frio para andar pelas ruas de Danger Town à noite, mas ... a fome era maior! Pegou seu carro e, no caminho para o centro da cidade onde se localizava a Bakery Street, percebeu que, às 19 horas, ninguém mais estava nas ruas normalmente movimentadas. Não se escutava nada além dos trovões e do motor do carro. Veio-lhe, neste momento, a consciência aguda de porque o nome da cidade era Danger. Tentou forçar sua mente a pensar em outra coisa, mas vários boatos desfilavam em sua memória. Quando ele finalmente chegou, deparou-se com a padaria apagada, escura, desceu de seu carro e sentiu uma estranha presença, uma brisa fria veio lhe incomodar, calafrio veio a gelar. Logo que pôs seus pés padaria adentro, sentiu de novo a presença, um ar macabro tomou conta do lugar, logo se viu gritando: – TEM ALGUÉM AÍ? Uma única resposta imediata, um grito ensurdecedor, que ocupou todos os cantos da padaria. Suor escorria por seu rosto, a brisa voltava a incomodar, outro grito soou

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em seus ouvidos, pensava que aquele era seu fim e balbuciou as primeiras palavras de uma oração. Escutou um riso maquiavélico. Andando às cegas pela padaria, chegou a um clarão. Nesse momento, algo puxou seu pé, e o pânico foi instantâneo. Ele gritava, sentia uma faca sendo cravada em sua perna, um punhal acertou-lhe o rosto. Piscou e se descuidou por um segundo, suas pernas e braços foram cortados, sentiu um estilete sendo cravado no coração, sua última visão foi de Jack, Jack o estripador. Abriu enormemente seus olhos e viu que a TV estava ligada no canal de investigação. Texto: Melanie Hachhiguti e Nicole Vieira


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Portrait Poem Daughter of Clóvis and Lúcia, Needs time to , believes to be able to make it her way… Needs time to learn to love… to appreciate it, Because sometimes love is blind, Because people aren’t always lucid in their actions, So she tries not to hurt herself, Not to hurt herself with silly things, So she dreams high, About things that are really worth… Resident of Curitiba City, Bucco. By Taisa D’orazio Bucco

Ilustração: Sofia Henzel Mochi

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Portrait Poem The other side N Scary, cold and certain No one knows how he feels, Thinks very fast, Unpredictable, intelligent, calm and mysterious, You’ll know just one letter of his name, Near By Felipe Luiz Primon

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Portrait Poem She is like a song, in a minute of music, you are sure that it’s calm, but you change your mind, one minute later.

Because she is able to. At a moment she is crazy, but one minute later she’s cute. You want to know, she is a surprise box! By Giulia Oening


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Portrait Poem I am John, Son of Matheus Who needs to sleep, watch Who loves his family and basketball Who sees teather and shows Who hates horror films and ignorance Who fears failure and darkness Who dreams of going to the USA Who has found poems of CecĂ­lia Meireles Resident of Curitiba Bossone. By JoĂŁo Eduardo de Brito Bossone

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El canguro poderoso

Era una vez, un canguro muy fuerte y rápido, que estaba caminando normalmente por un bosque. De repente Jack tropezó en un sapo que estaba en su camino. Repleto de rabia el canguro se levantó y comenzó a correr detrás del pequeño y débil animal que estaba huyendo con miedo. El sapo viéndose acorralado saltó en un lago, seguido por el canguro. En el agua el pequeño animal inmovilizó su cazador y habló: - Nunca juzgue a alguien por su tamaño o fuerza. Texto: Chrystian Eduardo Lima da Silva Bernardo Vendruscolo Mendes

La paloma y la tortuga En una bella casa vivía una tortuga muy divertida, inteligente y muy compañera, mas ella era muy egoísta. Entonces, su mamá y su papá decidieron adoptar una pequeña paloma blanca. La primera impresión de la tortuga al ver la hermana fue de rabia y envidia. El día siguiente en el almuerzo, su abuela preparó un pastel de chocolate para sus nietas. Como siempre la tortuga estaba siendo egoísta, y por fin, no ganó nada. ¡Quién mucho quiere nada tiene! Texto: Gabriela Rosanelli Foléis Maria Eduarda Barbosa Ferreira de Paula

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La tortuga y el águila Había en una floresta una tortuga muy experimentada. Le encantaba construir nidos y era muy buena en hacer esto. Un día fatídico, un águila quería mostrar que era mejor que la tortuga y la desafió: - ¿A ver, quién construye un nido mejor en tres días? La tortuga aceptó pensando en una disputa agradable, mientras el águila quería ganar de cualquier manera. El águila había terminado en solamente un día, ya la tortuga había tardado hasta el último segundo. Después llegaron tres animales para ser jueces. El nido que el águila había terminado rápido comenzó a desmoronarse y el nido de la tortuga estaba perfecto. Los jueces decidieron dar la victoria a la tortuga. El águila avergonzada voló para lejos. Con la victoria la tortuga dio su nido al águila, para ella vivir allá. La prisa es enemiga de la perfección. Texto: Pedro Lucas Premoli Cardoso Felipe Ribas Boaretto

El cerdo y la gallina Era una vez un cerdo gordo, que estaba a pasear por la hacienda, cuando miró una gallina. Ella estaba buscando comida, pero tenía que incubar sus huevos. Mas el cerdo dice a la a gallina: “Yo no voy a ayudarla, porque tengo que dormir”. Así la gallina tuvo que comer el pasto seco de su nido, que estaba podrido. Dos días después, la gallina tuvo sus pollitos y por eso el cerdo fue muerto por el hacendado que organizó una fiesta. El cerdo pidió ayuda, pero no la tuvo .La gallina le dice: ”Yo tengo que alimentar a mis pollitos”. Será muy feliz quien ayudar a las personas sin pensar solamente en sí mismo. Texto: Maria Paula Bastos Laura Stonoga Rocha

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El perro loco

En Maricotita del Sur, en la calle Jaime Lange no. 56, había un edificio abandonado. Con el pasar de los años, perros fueron ocupando el lugar y lo transformaron en un hospicio para canes. Uno de los pacientes, Eduardo el Saluki, miraba la ventana con melancolía, cuando notó un movimiento extraño en el exterior del edificio.“Hombres”, pensó. Después de algunos segundos, la puerta de su cuarto se abrió y su enfermero entró. Cuando miró otra vez la ventana, los hombres habían sumido. _ José, ¡Humanos estaban afuera! – Exclamó al Golden. _ ¿Cómo? – El perro parecía confuso. _ Yo vi humanos afuera. ¡Debemos dejar el edificio! _No te preocupes por eso. _ Hay hombres afuera. ¡Hombres! ¡Hombres! Los otros perros se rieron del Saluki. ¿Por qué deberían creer en un loco? Si el perro había sido internado por sus alucinaciones. En el final ningún perro se importó con lo ocurrido. Tres semanas después, los hombres del ayuntamiento vinieron y destruyeron el edificio, pues ese constaba como abandonado en los documentos. Infelizmente, todos los perros partieron. A veces los locos son los más lúcidos. Texto: Luana Tieme Moletta Alícia Sotozono Ramos

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Fases da vida No começo era só a alegria, A Lua estava lá no espaço, Com os seus amigos. Ela brincava e sorria, Toda e qualquer noite. Depois de um longo tempo, Veio a solidão, Trazendo uma tristeza Que era como a imensidão. Parecia nunca ter um fim, Então, entrou em depressão. Até que chegou um dia Conheceu alguém... Seu nome era “Sol”, Mas ele não era amigo de ninguém! Só que ele passou a iluminá-la E ela voltou a ter seu brilho. Uma nova era começava! O sol e a Lua andavam sempre de mãos dadas. Até que a Lua se lembrou de seus antigos amigos

Minha infância E começou a escrever novos destinos... Uma vez, ela teve um sonho No qual era um criança... Reencontrou seu velhos amigos E, portanto, a infância. Jurava com tudo o que tinha Que se pudesse passar mais um tempo ali, sonhando, Passaria... No dia de seu aniversário, Ela teve uma surpresa. O que seria? Seus amigos de infância, que tinham viajado, De muito longe haviam voltado. Todos eles correram juntos pelo espaço, De mãos dadas como acostumados, Estavam “iluaminados”. Texto: Cauã Souza Rocha Tiago Campos de Araújo Vieira

Nada tinha cor Era tudo preto no branco Não sabia o que fazer E só olhava com espanto Quando tudo iria mudar? Quem seria o sol do meu dia? E que iluminaria o meu luar? Até que não mudasse Eu não poderia fazer nada Só esperaria que tudo terminasse. Era uma angústia profunda Que sentia dentro do coração. As lágrimas viravam mares E nada curava essa solidão... Era como um vírus, Não parava de se espalhar. A dor se propagava E continuava a machucar Sem dar nenhum sinal de quando iria terminar.

205 Mas , então, finalmente Um pouco de cor floresceu Afastando a dor Que uma vez em adoeceu. Os mares acabaram secando Somente algumas lembranças deixando. Os meus problemas aos poucos Começaram a se resolver Realizando tudo que precisava acontecer... E junto com eles As lágrimas iam embora As cicatrizes ainda ardem Quando lembro da minha infância E por não ser hesitante Eu consigo, hoje, Viver feliz neste instante. Texto: Hugo Boechat Errera Maria Eduarda Marchi Cruz


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Paixão eterna Lembro da primeira vez que a vi Era pequena e mal entendida, Porém tão virtuosa Que tocava o meu coração, Se tornando minha maior paixão! No decorrer da vida, porém, Acabei trocando minha paixão Por uma que era maior e mais popular. Apesar de ter gostado, Sabia que, no fundo, minha paixão não lhe pertencia No frio de minha cidade Precisava de alguém que me aquecesse Na forma de amor Para que meu sonho se realizasse Minha única motivação Ah! Doce paixão! Tudo que penso é em você... Na forma carinhosa que agarrava minha mão Sentia-me confiante?

Ilustração: Maria Eduarda Martini de Souza

207 Sim... A Lua, minha querida, Tornava-me um astro Cansei de te ver em mão de mocinhos do esporte Mas no fundo você sabe que a mim pertence E um dia mostraremos do que somos capazes... Eu te amo, meu amor, Eu te amo, minha pequena saltitante amarela... Texto: João Guilherme Guercheski Duleba Observação: O autor do texto é tenista, tendo disputado, inclusive, competições internacionais.


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Amor Sentimento único e inefável, Tão essencial quanto o ar que respiramos, Algo que todos esperamos. Não dá para entender... Nos deixa loucos e cegos sem ao menos perceber. Uma emoção intensa e forte, Que nos faz sorrir que nem bobos, Mas também chorar como tolos. Quando vivemos essa paixão, Esquecemos de tudo a não ser do coração. Pensa que é uma diversão? Não! O amor anda de mãos dadas com a dor, No mar da ilusão, Que nos parte em mil pedaços, Como um copo aos estilhaços.

209 Mas, ao mesmo tempo, É tão profundo quanto o oceano, E tão bonito com as flores, O amor é um jardim cheio de cores. É uma tela que vive esperando alguém que a pinte. Uma melodia que nos motiva A despertar todos os dias. Quando amamos e somos amados, Perdemos a cabeça; o coração bate mais forte E só percebemos com muita sorte. Mas, quando não se é correspondido, É como ver o coração partido, Arrancado e destruído. É como andar sem chão, Caindo no abismo da decepção.

Algo incontrolável que não pode ser evitado. Chega com a força de um furação, Roubando nosso coração. Não dá para explicar Esse sentimento que nos faz sonhar, Sem querer acordar. O amor sempre será uma indignação, Um mistério sem solução, Uma definição incerta. Cada amor tem uma razão E, então, nos vem a questão: Será que existe uma explicação? Texto: Amanda Tocci Gonçalves Luana Mendes do Nascimento


Lembrança

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Lembro-me como se fosse ontem... Do seu cheiro, dos doces que me trazia, Das histórias muitas vezes contadas. De ti guardo as melhores memórias Que jamais serão esquecidas. Lembro-me de quando um homem Pegou em minha mão, Estávamos indo ao seu encontro. Era um pátio extenso cheio de salas, Tudo era branco. Ao entrar em uma delas, Vi você deitado em uma cama. Fui chegando cada vez mais perto, Até pegar em sua mão. Abriste os olhos e ao me ver, Expressaste seu infinito amor, E uma lágrima escorreu pelo seu rosto Como gota de orvalho... Lembro-me de que te abracei e fui embora, Senti que era um “adeus”. Sobre o leito coberto de flores ele jazia.

Ilustração: Yasmin Hanae Ito

211 De suas dores e males, finalmente, descansara. Rodeado pelos seus, como um anjo, dormia. Todo o seu sofrimento terminara... Já faz um tempo que ele se foi As saudades ainda apertam E sufocam meu coração. Você foi uma verdadeira Lição de sabedoria. Para mim sempre haverá Um orgulho pela oportunidade Que tive de te conhecer. Acredito que um dia Estarei bem perto de ti. Quanto ao meu amor por você? Esse se manterá eterno. Enquanto isso, até breve, meu vô... Texto: Melissa de Paula


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O vazio da solidão Hoje me vi extremamente sozinho. O silêncio escoava por toda a casa, Foi assustador. Pela primeira vez tive medo da solidão, Medo do abismo de que fui tirado Apenas para ser empurrado de volta. Minha mente cria monstros mais obscuros que o escuro, Esses monstros me machucam me fazendo a água cair dos olhos, Como se o oceano saísse em forma de sofrimento Levando toda a cor do mundo. O preto e o branco sufocam como uma forca E matam como uma bala. Sinto algo quebrando dentro de mim, As lembranças rasgando minhas alegrias... Tem dias que penso que há vidro em meu corpo

Mundo de constelações Pequenos pedaços que já fazem parte de minha alma, Eles me cortam a cada momento, Destruindo o que há dentro de mim. O sangue que escorre pelo chão Recorda-me a cor de teus lábios, E no brilho da lâmina, O reflexo do seu olhar. Os cortes lentos tentam superar a dor, Mas é em vão. Já que hoje só sinto solidão. Me olho no espelho e sinto vergonha... Como deixei chegar a esse ponto? E agora com uma faca na mão Selo meu destino. Quem diria? Era tudo mentira. Texto: Julia Triaca Bez

As estrelas são os olhos da imaginação, São mundos paralelos fora de Qualquer realidade abstrata. São o único motivo para Continuar a acreditar Em contos de fadas. As estrelas criam espaços, Fazem-nos viajar para a “Terra do Nunca” Num piscar de olhos. É só virar à direita, na segunda estrela a oeste E chegamos Onde nada cresce E tudo é apenas uma brincadeira infantil. Depois de um tempo voltamos, Voltamos à realidade. Voltamos aos deveres e responsabilidades, Voltamos a viver em um quarto vazio E sem cores para colorir O monótono cotidiano. Parece que acabou a tinta...

213 Engraçado, não? Elas nos fazem imaginas as coisas mais absurdas. Naquele mundo bastava eu gritar “Expectro Patrontem” Que todos os dementadores sumiam. Parece que neste mundo, Ninguém mais acredita em magia. Olho para o céu, à noite, estrelado. Ele nos tira de um mundo De onde nunca saímos. Visões paralelas hipnotizam a mente As estrelas são os olhos da imaginação... Texto: Amanda de Souza Oliveira


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Formigueiro social Trabalho, trabalho, mais trabalho Lá se vão os homens como formigas no formigueiro da sociedade Sem tempo para descanso Sempre com objetivos, Mas sempre destruídos Oprimidos pela escuridão e solidão Nunca um sem o outro Sempre juntos, mas solitários! Nunca um como o outro Combatendo algo que não se pode vencer Sendo chefiados por um veneno Que os mata por dentro Será que tudo vale a pena Se o final é sempre o mesmo? Se não há retorno? Trabalhando como uma formiga

Ilustração: Vivian Schmeiske Cardoso

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Sem escolher por si próprios Sempre obedecendo a alguém Lá se vão os homens como um inseto na selva da vida; Perdidos nos seus pensamentos... Subindo eternamente, mas nunca chegando ao limite Os humanos estão se “formigando” No trapézio da metamorfose Sem pertencer a nenhum dos mundos Tentando ser livre em algum lugar Sem parar para medir esforços! Texto: Emanuel Carlos Novaki Matos Pedro Rossi de Lima


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Geometria das palavras Era uma vez Um quadrado redondo Não sábia o que era ao certo Talvez um triângulo? Ou um retângulo? Ele vivia dizendo: “Comigo não se brinca”! Mal ele sabia, Estava sendo brincado. O Poeta, o poeta, o poeta... Era outra vez Uma triângulo normal, Ele sabia exatamente o que era Um triângulo E ponto final.

A geometria das palavras Não precisa fazer sentido Já que não é escrita em papéis e verso Ela é uma ideia Presa à imaginação As palavras do poeta, então, Não sabem exatamente o que são Mas sabem muito bem Que em vão não são. Texto: Gabriel Peres Jandre João Vitor Braga dos Santos

O coração quebrado

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O amor que transborda, Que enche o coração, Que ilumina minha vida Como uma doce canção.

Trouxe dor e aflição Um grande conflito Ao meu pobre coração, Que entrou em grande confusão.

O amor que eu sentira Apertava o meu peito Agitava minha mente Que me fez independente, Mas isso era só aparente.

O amor que trouxe dor A lágrima que cortou Me deixou sem valor Como uma despedaçada flor Me deixou sem cor!

O amor que me fazia Alterar a realidade Como se fosse magia Não era verdade Foi apenas uma paixão Uma simples ilusão. O amor que não foi correspondido

Texto: Alice Benévolo Filipak Yasmin Hanae Ito


Só estou sonhando?

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Nessa noite de chuvas tempestivas E grandes ventanias soltas Paro e penso no amor... Logo meu coração se enche de fulgor! Me aquecendo de ideias e sentimentos Que se transformam em calor. Sentimentos surgem com louvor E vão se espalhando em minha alma Tornando-me um sonhador... Sonhei com você, Sonhei hoje, Sonhei ontem, Sonhei anteontem. Sonho todos os dias Quero sonhar amanhã

Ilustração: Marai Eduarda Marchi Cruz

219 E nos dias seguintes Até ter você comigo... Sonho acordado ou dormindo Não importa de que maneira ou quando. Se é sonho ou realidade Se é fantasia ou veracidade Se é ficção de fato Sei que não passo de aspiração Ou não... Acho que estou embriagado de paixão! Texto: Gabriel Haluch Maoski Arendt


Essa “tal de poesia”

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Se eu não precisasse Segui-la e persegui-la A poesia, quem sabe, Eu alcançaria. Se as palavras eu pegasse E com elas brincasse A poesia eu formaria.

Ilustração:Dunya Raguia Ana Skandar

Minhas vagas linhas De sentido se encheriam, Elas se transformariam e Num poeta me tornariam. Se a Poesia de mim gostasse E um poema eu formasse E de “a tal de poesia” Eu o chamasse

221 Até quem sabe, Com ele em mim, Um conhecimento se formasse E com isso eu me consagrasse Feliz eu seria com Muita alegria, pois Poeta eu seria, Junto com uma bela Poesia. Texto: Bernardo Luiz Gapski Schionato


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Amanhecerá Nas águas turbulentas do mar de verão Uma amor meu florescia Sentimento misturados em um turbilhão. Estrelas de uma amar, Sorriso do luar Amor? Sim, a se apressar! Correntezas do lembrar Primavera a cintilar Pétalas para então acariciar Um “eu te amo” para recitar. Outono do sonhado aconchego A você me achego E agora eu percebo As folhas de um novo desejo A cair em terras além do Tejo. O meu coração gelado A lareira aquecia. Nós dois lado a lado

Coração de Rua Nos tornamos um só... Como a neve do inverno A cair sobre o verão E nessa estação, Uma nova emoção, Semente do fruto Do amor e da paixão. As águas que caíram No mais belo nascer. Seja a favor ou contra a maré Na alegria ou na tristeza, Na saúde ou na doença, Estaremos sempre juntos: Esperando o amanhecer. Texto: Andressa Honório Damasceno Liège Gaertner Mourão

Ele? É menino de rua, Que tem coração, que vive sozinho, Que vem e que vai, Que dorme na rua, Que dorme no chão, Que dorme na dor... Que come o que acha, Que come o que dá, Que come o que dão, Às vezes nem come, Às vezes nem dão... Mesmo raquítico era valente Enfrentava a chuva Enfrentava o frio Daquela cidade enorme Aquele menino vazio Nunca foi à escola, Não sabe escrever nem seu nome, Sequer lembra seu nome

223 Só sabe o que deram a ele, “Menino vazio” Mas ele já se acostumou, Com a zombaria das pessoas... Ele mesmo se sentia vazio... Não tinha casa nem família, Não estudava e quase não comia, Ele era vazio por que era pequeno? Como fazer para ser completo? Essas dúvidas o assombravam à noite... Mas não se deixe enganar Desse menino a infância foi roubada, Mas o amor sempre vai ficar, No meio de emoções confusas... No meio da solidão escura Ele não mostra, mas Ele sonha, ele chora... Texto: Gabriel Dziurkovski Machado


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A vida

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É como uma caixinha de surpresas Nunca se sabe o que está por vir Tudo começa com um simples choro E termina num último suspiro, Assim como uma linha do tempo Que vai do início ao fim.

Mas nem tudo é em vão... A vida pode ser vivida Como se todo segundo fosse o último, Mas, para isso, É preciso ter alma de criança Em corpo de adulto

Na vida Há o sofrimento e a alegria, A paz e a guerra, A dor e a superação, A própria vida E a própria morte.

Enfim, Nascemos para morrer Morremos para nascer Afinal, a morte também é nascimento; É um nascimento Para uma outra vida...

Pode até parecer Que a vida seja como um conto de fadas, Mas na verdade Ela é inexplicável

Texto: Luiz Henrique Augustinho de Lara Sopschuk

Ilustração: Gabriel Dziurkovski Machado


A lágrima Ilustração: Letícia Guse Pinheiro

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A minha tristeza como o universo Sem família, sem amigos Parece com o infinito. Me sinto sozinho, Sem ninguém ao meu lado... Como um horizonte sem sol Está minha profunda tristeza. A lágrima que cai, Como o sangue que é derrubado, Leve parece ser, mas pesada é Pois carrega todas as amarguras De minha miserável vida Não vejo a hora De dormir eternamente! Não foco em mais nada, Tenho falta de atenção, Pois não sinto nada no meu coração!

227 De repente você apareceu E minha dor desapareceu... Na tela que pinto Expresso o amor que sinto É amor que sinto? Desde que te vi Te amei Em um dia ensolarado, comecei a pensar em ti Vi o céu limpo e claro e o sol ardente; Pessoas celebrando em família, Senti-me libertado O amor que sinto hoje Parecia uma utopia, ontem Quando você chegou, Minha tristeza acabou! Texto: Edson Henrique Almeida Melhem Deoud e Luís Fernando Pereira Dissenha


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A lágrima A minha tristeza como o universo Sem família, sem amigos Parece com o infinito. Me sinto sozinho, Sem ninguém ao meu lado... Como um horizonte sem sol Está minha profunda tristeza. A lágrima que cai, Como o sangue que é derrubado, Leve parece ser, mas pesada é Pois carrega todas as amarguras De minha miserável vida Não vejo a hora De dormir eternamente! Não foco em mais nada, Tenho falta de atenção, Pois não sinto nada no meu coração! De repente você apareceu

A sereia e a lua E minha dor desapareceu... Na tela que pinto Expresso o amor que sinto É amor que sinto? Desde que te vi Te amei Em um dia ensolarado, comecei a pensar em ti Vi o céu limpo e claro e o sol ardente; Pessoas celebrando em família, Senti-me libertado O amor que sinto hoje Parecia uma utopia, ontem Quando você chegou, Minha tristeza acabou! Texto: Edson Henrique Almeida Melhem Deoud Luís Fernando Pereira Dissenha

Chegando à praia deserta Com meu cabelos a flutuar, Vejo meu amor se aproximar, Com sua beleza maior que a de um anjo no céu. Adentrando nas águas salgadas Sinto minhas pernas se transformarem Em uma cauda a balançar Como um peixe a nadar Em sua vida ao luar. Espero você se aproximar, Mas, como um ilha distante, Você não sai do lugar! Enquanto eu estou indo, Como uma serei a te encontrar...

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O reflexo da lua na água É para mim Como o caminho amarelo de Doroti Que a guiou à felicidade, Mas que agora é branco, E me leva a meu amor... Toda a paixão que havia dentro de mim É jogada para fora, Por uma água salgada e misteriosa, Que me inunda por inteira E me impede de ir até você! Como uma sereia sem cauda, Me sinto incompleta agora... Tomada pelo mistério dos mares Vendo meu lunático amor Se afastar e apagar... Texto: Letícia Moser Zanlorenci Mayara Dal Vesco Hoger


Feelings of a tree

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Ilustração: Ellem Ribeiro

I like to see the leaves falling in autumn How red they stands on grass But also like the spring When they return to flourish Each leaf is a life And every branch is a story It is in the morning The sun is already rising The water droplets Trickle down by my fruits Looks like small crystals The rain of the night gives me a gift I love listening to bird songs And talk to the daisies The tulips, carnations and the roses They have a complicated romance And the butterflies are always around Texto: Julia Mello Cardoso Lucas Tanaka

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A new me

A lágrima

Once upon a time, My life was a blank paper, No color, no emotion, No feelings, no motion.

A lágrima é como Um paraquedas Se aproxima lentamente do chão E quanto mais se aproxima Mais a dor é levada e Esquecida.

But then you came And turned it, Now it seems That the whole world is upside down. Now I see color, Now I see light, Now I see that your eyes shine bright, And looking at them is like floating the ocean, Looking around with devotion And it all seems to be in slow motion. Now I am happy, now I am new, Now I am everything I never knew Now I am somebody filled with delight All because you are by my side. Texto: Luiza de Lima Leite Motta Isabela Laureanti Bruscato

A lágrima é como A chuva Se aproxima rapidamente do chão E quanto mais se aproxima Maior é o ímpeto De tua saudade A lágrima é como A labareda de uma fogueira Quanto mais cresce Mais meu amor se incendeia por você. A lágrima é como O vento do inverno Quanto mais rápido Maior e mais intenso

233 O corte que a tua saudade Me causa. A lágrima é como Uma luz na escuridão Que ilumina o verdadeiro Amor que existe no Fundo do meu coração. A lágrima é como A chave para Todas as fechaduras Existentes, porém A fechadura que me interessa É a do teu coração Enfim, a lágrima é Como os sentimentos Que tenho por você: O amor, a saudade E a paixão que sinto, A todo instante, Por você. Aluno: Luan Gabriel Cardoso Zapata


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About me, about us

My last thoughts

You used to tell me to be smarter You used to tell me to be prettier You used to tell me to be thinner You used to tell me that you were better You used to tell me that you were perfect

Alone in my boat I am travelling through the ocean Revisiting all my memories That I have lived until now

But once I told you that this wasn’t me Once I told you and you didn’t believe You said that you would find someone like me Like the ME I should be. Now, who do you think that miss me? Oh, I bet you do! Because nobody wants a friendship With a girl like you. You should be ashamed You don’t deserve a friend like me Now you are bending down on your knees For the ME that I want to be! Texto: Mariana Stuelp Campelo Paolla Victória Marques Canever dos Santos, Diogo Silveira de Alencar Correia

The ocean is such a beautiful thing From the deepest blue to the mintiest green Feeding my soul and delighting my eyes Summer comes and summer goes Like the waves of the ocean My life is ending up And I am resting on those calm waters. Texto: Rebeca Gonçalves Cordeiro Bittencourt, Matheus Henrique Mendes Oliveira

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Bee Free

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Do you know the feeling of being stuck? It is like a storm That you can’t feel safe Where you see fear everywhere To be free you need the key The key that opens your heart Where do you find it? In you! This key can stop the storm If you believe in it It opens a smile on your face And turn on the lights of your life You just need to believe That you can change The sky that is now gray, but Will be bright blue, like you. Texto: Milena Gomes, Julia Sobral Back

Ilustração: Mariana Stuelp Campelo


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Nature

I don’t like poems

She dances and swings Remember of the life And enchants itself

The sky is cloudy Something sounds loudly The light is on But my eyes are closed. I need to finish Something that I won’t start.

In the swing of the wind In the beauty of the life In the heat of your chest She looks at it! It is frightening Remember of the nature And disenchant herself In the hammer of the man In the pollution of the life In the road of thrash. Texto: Marina Furquim de Siqueira, Eduardo de Gois Hartmann 9 D

The clock is tickling The class is over And the paper is blank. Nothing comes to my mind I want to cry But I have to try! TIC TAC, TIC TAC The time is over, So is my poem… Texto: Alan Gabriel Lovato, Giulia Versolato de Abreu

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La naturaleza

Voy a aceptarles

La naturaleza es importante. La naturaleza tenemos que salvar. La naturaleza tenemos que ayudar Y para ella no acabar tenemos que ahorrar. Evitando la destrucción, Nadie va a quedarse en la mano. La naturaleza es fuente de vida. La naturaleza tenemos que salvar. La naturaleza tenemos que ayudar.

Ustedes merecen respecto, Cuidado y cariño. Alguien que nunca va a dejarles, Que les dé un hogar. Voy a aceptarles, voy a aceptarles, Mismo que un día ustedes encuentren un hogar. Voy a aceptarles, voy a aceptarles, Mismo que él no llegue a amarles, Voy a aceptarles, voy a aceptarles. Pero después de algunos meses van a enojarse Y les van a dejar. Voy a adoptarles, voy a aceptarles. Entonces vamos Amar, amar, amar.

Texto: Breno Cagnato Pinto Eduarda Sombrio Koga Leonardo Garbin Maycon Barreiros Graciano

Texto: Airi Assahi Amanda de Souza Oliveira Dunya Raguia Ana Skandar Gabriele Paolelli Ravaglio Striviere Souza

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Ilustração: Maria Eduarda Martini de Souza

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RAP Se recuerde que usted es su castillo. Su armadura, su casco y su arma de duelo. Crea un up-grade y cada vez más skils usar Y con todo eso más batallas ganar. Luche por su equipo, Sea lo mejor, Haga la diferencia y nunca les deje solos. Trabaje duro, D su sangre, Y también se acuerde, se acuerde a cada instante, Que la salud también es importante Y contra enfermedades, Es el arma triunfante. Luche por su equipo, Sea lo mejor. Haga la diferencia y nunca les deje solos. Texto: Cícero Augusto Barboza de Souza Felipe Becker de Araújo Keller Gilson Carlos Barbosa Sebastião Junior Humberto Augusto Moura Martins João Fischer Borges

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No a la extinción Mucha caza y matanza, Dejándolos sin esperanza, Las amenazas son tantas, Los tigres, las aves, los pandas. Piensa en lo que se pierde, Vidas y muchas especies, Abre tu mente y siente, Los animales son como la gente.

Ilustração: Marina Bronze Grillo

Texto: Lia de Souza Ceballos Luís Eduardo Mendes Magalhães Matheus Felipe Remor Pietra Vieira Bonet Vivian Schmeiske Cardoso

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El ángel del respeto Un ángel del cielo qué traje para mí, Es lo más bonito, Se llama respeto. Tienes que cuidar y también amar Todos a tu alrededor. Busques el respeto, Siempre te acuerdes que El mundo mejor es con respeto. Nunca te olvides, Tienes que respetar. Independiente de la etnia, De la creencia, Somos todos iguales. Tienes que respetar. Texto: Isabela Martin dos Santos Luiza Portilho Amorim Maria Eduarda Saramago Gonçalves de Proença Gabriela Almeida do Rosario

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Apresentação

que tiraste em vida. É de bom tamanho, nem largo, nem fundo, é a parte que te

Não é novidade para ninguém que o ser humano é um ser social, ou seja, nossa existência só se dá com e pelos demais. No entanto, acreditamos que sermos seres sociais não se resume a estarmos em uma determinada sociedade; ser social, para nós, é também participar ativamente do grupo ao qual estamos inseridos. E falamos: isto é, o uso consciente da linguagem, além de nos diferenciar dos outros animais e indicar alegrias e tristezas, também nos auxilia na compreensão do justo e do injusto na nossa rede de relações. Pensando nisso, o núcleo de linguagens do Ensino Médio, através das disciplinas de português, inglês e educação física, trabalha com os alunos da 1ª série o tema da INCLUSÃO X EXCLUSÃO SOCIAL. Nesse percurso, na disciplina de literatura, os alunos leram algumas reportagens de Eliane Brum, em A vida que ninguém vê, nas quais ela traça perfis de pessoas que geralmente passam despercebidas no dia a dia, mas que têm histórias tão fantásticas quanto as inventadas nos livros de ficção. Por exemplo, “o mendigo que jamais pediu coisa alguma, ou o carregador de malas do aeroporto que nunca voou.” Seguindo a busca dos acontecimentos e dos personagens que geralmente não viram notícia, lemos Morte e vida Severina, clássico de João Cabral de Melo Neto, em que a saga de Severino, retirante do sertão pernambucano, sai em

onde se escondem as extraordinárias histórias das “pessoas de vidas comuns”?

busca de uma vida melhor no Recife. Porém, em sua jornada, por mais que a paisagem mude, para ele sempre resta o encontro com a morte. Essa parece essa ser sua saga: “Esta cova em que estás, com palmos medida, é a conta menor

cabe deste latifúndio.” E no Colégio Medianeira, se mergulharmos mais fundo nesse latifúndio, Daí surgiu a ideia deste trabalho, de traçar perfis das pessoas que são essenciais para o andamento da escola, nos diversos serviços, e que muitas vezes perdem sua singularidade pelo todo do setor que representam: limpeza, segurança, saúde, leitura, atendimento/relacionamento, manutenção e comunicação. Esperamos que as reportagens literárias a seguir possam transmitir a reação dos alunos ao saber que há um departamento de comunicação na escola, ou uma marcenaria “escondida” há décadas; assim como ouvir que a história de uma vida vai além da busca pela profissão, horizonte único e comum no fim do ensino médio. A surpresa de conhecer um grupo de pessoas atrás dos materiais usados diariamente e de emocionar-se ao se colocar no lugar do outro. Porque isso, mais do que conviver e educar no mesmo espaço, é viver em sociedade. Paulo Freire traz uma bonita definição da educação. Com ela finalizamos e agradecemos (muito!) a parceria neste trabalho. “O cão e a árvore também são seres inacabados, mas o homem se sabe inacabado e por isso se educa. Não haveria educação se o homem fosse um ser acabado. O homem pergunta-se: quem sou? De onde venho? Onde posso estar? O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta autorreflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca. Eis aqui a raiz da educação”.

Boa leitura! Professores Letícia e Fabiano.

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Quem não gosta de uma boa história? As histórias são tão peculiares do ser humano e, tão únicas da espécie, que é difícil dizer se elas compõem a cultura humana ou, se a cultura a compõe. Histórias são quase ideologias, podem nos dizer muito sobre determinado povo: sobre sua forma de pensar, de agir, de viver. Tamanha importância tem aqueles que criam as histórias, pois estes não só emitem opiniões, mas emitem também cultura. Estes são os agentes transformadores (e conscientizadores) da sociedade. E claro que não podemos esquecer das pessoas que “espalham” estas histórias. Pessoas que contam histórias são importantes para a sociedade, pois são eles que mantêm a cultura ativa. No decorrer da história vemos

várias dessas pessoas, como os Aedos, na Grécia Antiga, por exemplo. Mas onde podemos encontrar pessoas com esta função atualmente? Quando trazemos exemplos de um tempo distante do nosso como os dos gregos, vem a nossa cabeça que ser contador de histórias é uma função do passado quando, na realidade, estas pessoas estão mais perto de nós do que imaginamos. A resposta é simples. Uma biblioteca. Nestes locais não existem apenas livros e pessoas que os organizam. Existem também os já mencionados contadores de histórias. Pensando nisso, tivemos a oportunidade de entrevistar uma atendente de biblioteca que trabalha em nossa escola. Lilian trabalha no

Colégio Nossa Senhora Medianeira há nove anos, e possui um filho que atualmente cursa o segundo ano do Ensino Médio do próprio colégio. O que mais nos surpreendeu foi quando a perguntamos sobre qual era a opinião dela sobre o cargo de bibliotecária. A resposta começou com uma correção. Lilian disse que não era bibliotecária e sim atendente de biblioteca, e nos explicou que o diferencial é a “hora do conto”, que é nada mais que um período em que ela lê para as crianças. Assim, ela disse que justamente o que ela mais gostava de exercer dentro de suas funções na biblioteca era a tal hora do conto, e explicou dizendo que ela gostava de ler para estas crianças, a faz se sentir bem. Esta simples resposta nos fez perceber que além de simpática, Lilian tem uma paixão por sua profissão. Mais tarde perguntamos

se ela estava fazendo algum curso em especial e, mais uma vez, a resposta veio a surpreender. “Sim, estou cursando pedagogia, porque gosto da área. Mas mesmo quando me formar não pretendo sair do colégio, eu gosto do que faço”, ela disse. Por fim, perguntamos qual a parte mais estressante do seu dia a dia, o que a deixa mais aflita. Segundo Lilian, ela procurava não se estressar, mas uma coisa que mesmo assim a deixava aflita em seu cargo era a bagunça na biblioteca, principalmente na questão de desorganização dos livros que os alunos acabavam por fazer. Mesmo assim ela complementou, dizendo que era uma ocorrência bastante rara. Sobre a entrevista, foi de suma importância ter o real conhecimento sobre as funções e a importância de uma bibliotecária/assistente de biblioteca e contadora de histórias.

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Quem não gosta de uma boa história?

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Rosiléia se encontrou como bibliotecária

Área da biblioteca infantil do Colégio Nossa Senhora Medianeira, local de trabalho de Lilian

Ela é em parte responsável pelo incentivo às crianças à leitura, à criatividade e à imaginação. Isso é bem mais do que uma apresentação, um incentivo à literatura, mas como dito anteriormente, uma introdução a uma cultura, a um povo. Quando são lidas histórias sobre os índios brasileiros, por exemplo, é a nossa cultura sendo apresentada. Por isso admiramos tanto o trabalho de Lilian. Ela é responsável pela construção e valorização de nossa e da cultura de outros povos. O ponto mais importante é o bom gosto e a vontade que ela tem em fazer isso. Isso é algo raro.

Texto: Gustavo Alves Cordeiro Lucas Braga de Moraes Lucas Cassilha Zawadneak Maria Eduarda Fiori dos Santos

Quem não gosta de ouvir uma boa história? É isso que Rosiléia, há dois anos, proporciona para as crianças do colégio Nossa Senhora Medianeira dos primeiros anos do ensino fundamental. Após ter sido professora e coordenadora, Rosiléia optou por ser contadora de histórias e bibliotecária. Para ela, essa oportunidade é muito importante e influente na vida das crianças. Ela não teve contato com a literatura na sua formação básica, e sim na sua juventude, na faculdade. E por isso, quer inserir na vida dessas crianças, desde os seus primeiros anos escolares, a literatura.

Formada em pedagogia, a bibliotecária tem pós-graduação em educação infantil e em gestão escolar, fez curso na casa do contador e está fazendo uma MBA em marketing e vendas educacionais. Anteriormente, Rosiléia era coordenadora de uma escola. Por estar cansada da função, resolveu mudar um pouco. No Medianeira, além de atendente da biblioteca, ela pode ser contadora de histórias, o principal motivo para ter aceitado trabalhar no colégio. “O contato com as crianças, poder indicar livros para eles, ver o prazer deles com esse material, foi o que me motivou”, afirma a contadora.

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Para ela, ver o seu trabalho inserido na vida de cada um deles é muito importante. É necessário passar além dos conceitos e conteúdos, amor, carinho e as vezes

não preciso chamar a atenção deles, só pego a parte boa, a parte de aproveitar o diálogo e a história” continuou. A educadora define a literatura

“puxão de orelha” para formar a base para um futuro ótimo para cada um dos alunos. A experiência que mais marcou a sua trajetória e mudou a sua forma de pensar foi trabalhar como coordenadora de educação infantil. Foi exercendo esta função que Rosiléia conseguiu perceber a importância e dos benefícios da literatura inserida na vida das crianças. Os alunos dão um retorno muito grande para o que ela faz, pois estão sempre interessados e com ideias, contou Rosiléia. “Como contadora

como fundamental em sua vida. Ela sempre está lendo textos de todos os tipos. Para contar histórias, ela tem que fazer com que as crianças viajem no que está sendo contado, muitas vezes com alterações no enredo. Ela explica que se você não tiver outras leituras, outras bases, você não consegue se preparar para contar, mesmo que seja uma ‘história bobinha” de criança. Ela não pretende sair e continua fazendo cursos para expandir seus horizontes. Para ela é importante sempre estar ligada, antenada nas coisas para continuar o trabalho.

Em sua visão, aqui no Medianeira, os bibliotecários, tem uma possibilidade enorme de crescer em todos os sentidos. “A leitura vai nascendo dentro da gente e com ela, nosso mundinho se abre...”

Texto: Luiza das Mercês Silva Isabela de Oliveira Plugge Freitas

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O acidente da enfermagem

Um único acontecimento pode mudar seu caminho de vida

Alguma vez já pensou nas pessoas que cuidam para que a sua vida seja mais fácil? Já pensou que elas podem ter uma história por trás de todo esse trabalho? Por isso procuramos a história de uma delas: Christiane, enfermeira do Colégio Medianeira. Conversamos com ela e a partir disso descobrimos sua trajetória. Aqui contaremos os principais

momentos que marcaram sua vida. Ela nos contou a respeito de um de seus medos, que a deixavam muito distante da área da enfermagem. Ela sempre teve medo de entrar em hospitais ou em qualquer local onde havia feridos e vítimas de acidentes, pois tinha receio que um dia uma destas pessoas poderia ser ela. Até o dia em que foi obrigada a entrar na UTI de um hospital. Christiane estava

no meio de um velório de um familiar quando recebeu uma ligação, seu primo e seu irmão tinham sofrido um acidente de carro. Assim que entrou no hospital, o medo de ter que comparecer ao velório de seu irmão e seu primo se fez presente. Vendo o auxílio prestado por pessoas da área da saúde às vítimas de acidentes, percebeu que poderia ajudar pessoas na mesma situação em que seu irmão e seu primo se encontravam. E foi nesse momento que ela decidiu o que queria. A partir de então, começou a superar seus medos e as dificuldades ao trilhar o caminho para se tornar enfermeira. Ela começou a profissão atendendo a esposa do diretor do Colégio Medianeira e cobrindo férias de outra enfermeira até se tornar enfermeira fixa do fundamental um, estando há dez anos nessa área. Em seu trabalho ela também se vê

como uma educadora, pois ensina as crianças, não apenas como não se machucar, mas como ter um mínimo de experiência em tratar machucados leves. Ficamos curiosos a respeito de uma coisa: que desejo ela realizaria, se pudesse escolher qualquer coisa? Ficamos surpresos, pois entre todas as respostas possíveis, ela escolheria o reconhecimento da enfermagem. Para ela a enfermagem, principalmente nas escolas, é muito desvalorizada. “Na escola tudo que fazem na enfermaria é dar chazinho”, muitos pensam. Sabendo desse pensamento, vindo principalmente dos mais velhos, ela nos contou a importância do ‘chazinho’, que reside no psicológico das crianças pequenas, que muitas vezes acreditam que ele seja um tipo de mágica, os ajudando. Além desse simbólico significado, o próprio chá tem características

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medicinais. Tanto que muitas medicinas orientais se utilizam do mesmo como remédio por si próprio. Perguntamos também a respeito de seu local de trabalho e como ajudá-la, como resposta ela nos disse que era um local tranquilo, e que para ajudá-la seria necessário apenas duas coisas: ir apenas quando estiver realmente machucado ou com mal estar, sem ir apenas com a intenção de faltar à aula. A segunda forma de ajudá-la seria pela valorização da profissão que ela própria exerce. Quando nos encontramos para entrevistá-la, ela estava à beira de lágrimas devido ao choque de ter sido assaltada no dia anterior, a sensação da arma em sua cabeça e a perda de seus pertences continuava presente. Mas ainda assim ela ergueu a cabeça de forma firme e fez a entrevista sem se deixar abalar. É triste pensar que uma mulher tão forte passe despercebida para os demais. É triste pensar que isso ocorre apenas porque a profissão que ela exerce é desvalorizada. Nós nunca nos esqueceremos de Christiane, uma enfermeira que soube transformar tragédias em conquistas, e que por um acidente entrou para a enfermagem. Texto: Marina Roder Galigniana Daniel Fabro Gomes Vitória Pastega Barros de Freitas

Contemporâneo por fora, pré-histórico por dentro - Colégio Medianeira Todos os dias centenas de pessoas passam pelo Colégio Medianeira, o qual aparenta ser moderno e com uma boa infraestrutura. Porém, não é bem assim para João. Marceneiro, nascido em Videira, Santa Catarina, trabalha há 22 anos no Colégio Medianeira, e recebeu cursos da própria instituição relacionados ao seu trabalho. Com somente o 6º ano do Ensino Fundamental concluído, diz ter conquistado tudo aquilo que queria na vida. João tem três filhos e três netos. Um de seus filhos, especificamente sua filha caçula, concluiu o Ensino Médio no ano passado (2015), no Colégio Medianeira. Por isso, o marceneiro disse que,

se sua vida fosse um livro, o que mais gostaria de ressaltar era sua família, pois lhe traz muita felicidade e orgulho. Porém, algumas coisas ainda lhe trazem frustração, sendo uma delas a infraestrutura precária em que trabalha. Mesmo que o Colégio Medianeira seja uma instituição grande, com diversos bons aspectos, há uma área que a maior parte das pessoas não conhece: o galpão onde trabalham João e os outros funcionários da manutenção. João diz que todas as máquinas que ele utiliza estão naquele galpão há mais tempo do que ele, e nunca foram substituídas por outras melhores e mais recentes. Além disso, o próprio galpão já está

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totalmente desgastado, com estruturas de madeiras aparentemente podres. Mesmo assim, não há nenhum tipo de movimentação, por parte do Colégio, para restaurar ou construir um novo local para que os funcionários da manutenção trabalhem. Isso é reflexo do mundo de hoje, no qual o que mais importa são as aparências de fora, de modo superficial, deixando o olhar ao todo, esquecido...

Texto: Amanda Carlberg Mareca Marco Aurelio Nissikawa Hisatomi Pedro Henrique de Lara Pires Batista Gomes Sergio Ujie Borghi

O lixo que ninguém vê Ambiente Escolar

O cuidado e o respeito com os educadores está indo de mal a pior nos dias de hoje. As atitudes diárias e mais frequentes dos alunos que vemos nos espaços acadêmicos é a falta de atenção com as pessoas que cuidam e zelam para um melhor aproveitamento escolar. Entre os seguranças, as cozinheiras, os bibliotecários existe um outro grupo, não menos importante, de serviços que colaboram para o aconchego e o bem-estar: as zeladoras. É nesse contexto que surge a Maria. Ela é uma zeladora do Colégio Nossa Senhora Medianeira que com sua força de vontade de conseguir um serviço, completa 3 anos de trabalho na escola. Ela cuida

dos serviços de limpeza escolar (como limpar banheiros, salas, os corredores,etc.) tornando, com a ajuda de outras zeladoras, o ambiente livre de sujeira, lixo e bagunça, feito pelos próprios alunos. Existem muitas outras Marias. E muitas entre elas são Marias que cuidam de ambientes comerciais, escolares e domésticos. Entre essas, existem as Marias que cuidam somente do escolar, a qual a “nossa” Maria pertence. Mesmo com a imensidão de Marias no mundo, cada uma tem seu jeito e sua maneira de viver. É nesse contexto que surge a Maria. Ela é uma zeladora do Colégio Nossa Senhora Medianeira que

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As populares “tias da limpeza” sofrem por não receberem em troca o que elas dão. Os jovens com um cumprimento ou até mesmo um sorriso melhorariam a autoestima delas, pois todas essas trabalhadoras têm uma vida que ninguém vê. Entretanto, com todos esses problemas, Maria ultrapassa os obstáculos com sua motivação que é a felicidade, segundo ela “A felicidade a gente conquista. Por mais que a tristeza sempre venha derrubar a gente sempre consegue levantar”.

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ESCOLA COM FAXINEIRAS

com sua força de vontade de conseguir um serviço, completa 3 anos de trabalho na escola. Ela cuida dos serviços de limpeza escolar (como limpar banheiros, salas, os corredores,etc.) tornando, com a ajuda de outras zeladoras, o ambiente livre de sujeira, lixo e bagunça, feito pelos próprios alunos. Existem muitas outras Marias. E muitas entre elas são Marias que cuidam de ambientes comerciais,

ESCOLA SEM COM FAXINEIRAS

escolares e domésticos. Entre essas, existem as Marias que cuidam somente do escolar, a qual a “nossa” Maria pertence. Mesmo com a imensidão de Marias no mundo, cada uma tem seu jeito e sua maneira de viver. Ela também cita um problema mais feminino: “Aquele dia especial que elas esquecem de pegar aquela ‘pecinha’, embrulhar bonitinho o papel e jogam de qualquer jeito”.

A relação que os alunos têm com as faxineiras não é agradável e nem um pouco admissível, pois elas não recebem o valor que merecem. O trabalho delas é muito importante para o convívio entre as pessoas, porque se não existissem, o colégio sofreria com problemas de saúde, limpeza e poluição.

Alunos com a Maria

Texto: Gabriela Bley Trevisan Lucas Leonel Paschoal Maria Eduarda Ferreira Smolarek Janaína de Brito Mesquita Laura Block Gurtat Giovanna de Andrade

Maria, irmã de 5 mulheres e 1 homem, conta que sonha em ver suas netas, que nunca conheceu, e que sente pelo falecimento do seu neto que também não teve oportunidade de conhecer. Maria, apesar de seus problemas, é uma mulher feliz. A FELICIDADE A GENTE CONQUISTA”.

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O diferencial de trabalhar em uma instituição de ensino O setor administrativo está presente em diversas esferas do mercado de trabalho para garantir o bom funcionamento da empresa. Normalmente com serviços rotineiros e sistemáticos sem uma atividade fora do campo normal de atuação dos funcionários. Para a carioca Valesca Paola, de 37 anos, que veio do Rio de Janeiro para Curitiba há 18, e atua há quase cinco anos no setor administrativo como auxiliar de RH no Colégio Medianeira, há um diferencial de trabalhar em uma instituição de ensino, quaisquer seja a área de atuação. “O bacana de se trabalhar em um colégio, é fazer parte da formação

educacional do aluno, sendo assim, todos que aqui de certa forma trabalham são de alguma forma educadores.” Mas não desmente em sua fala a falta que sente de sua cidade natal, da família e todo o amor que ficaram no Rio e que infelizmente só visita uma ou duas vezes por ano. Para Valesca, o Colégio Medianeira tem “algo a mais” em relação aos colégios que ela já estudou e empregos que já trabalhou. A já bem conhecida Festa Literária (FLIM) que acontece todos os anos e proporciona feira de livros, oficinas de criação, palestras e bate-papos com escritores e profissionais ligados ao livro e à leitura, é o que a impressiona nesses cinco anos trabalhando na

Foto: Funcionária Valesca Paola.

Texto: Gabriel Volpato Rocha Ana Carolina Bordenousky Gomes Luca Kawamura Sandrini Matheus Gomes Zanelatto

instituição. Valesca admira a posição do colégio, que visa à importância da leitura nas formações humana e acadêmica do aluno, assim, proporcionando diversos projetos literários, oportunidade que poucos estudantes têm. A funcionária conclui que a participação da equipe administrativa nesses projetos deveria ser mais ativa como, por exemplo, na Feira do Conhecimento, que infelizmente por conta do trabalho eles não conseguem acompanhar. “Desde que o setor administrativo mudou para a entrada do colégio, não há muito contato com os alunos”. Assim, contribuiria com a sociabilização entre funcionários estudantes, que não tem muito contato diário.

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Por trás da palavra Você sabe o impacto que uma única palavra pode causar em uma pessoa? Durante um trabalho realizado no Colégio Medianeira, os alunos do primeiro ano entrevistaram vários educadores da instituição. O nosso grupo conversou com uma zeladora chamada Maria, que sabe que muitas palavras ditas ou escritas sem pensar podem causar. No decorrer da entrevista realizamos uma pergunta simples em relação a como ela se sentia perante xingamentos e ofensas ditas ou escritas pelos alunos do colégio. A sua resposta foi comovente. Ela nos contou como é seu dia a dia na escola. E, perante a isso, disse o quanto ela se sente mal sendo uma das primei-

ras a chegar à escola e, no decorrer do dia, ter que escutar e limpar os xingamentos, nem sempre são direcionados a ela, mas mesmo assim ela se sente ofendida. Além das carteiras vandalizadas e dos xingamentos, ela se depara diariamente com outras situações nada agradáveis, como por exemplo, quando alunos jogam lixo no chão de propósito ao verem uma zeladora chegando. Às vezes uma palavra machuca mais do que uma pedra... Ou ela pode transformar o dia de alguém... Palavras simples que deveríamos falar sem perceber, como um simples bom dia ou obrigado(a), podem fazer a diferença, ao contrário de quando se vê ou escuta palavrões e

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Essa é Maria, uma das zeladoras do Colégio, que faz seu trabalho com muita disposição e bom humor, mas muitas vezes fica triste no decorrer do dia por causa da falta de educação de alguns alunos.

xingamentos. Devemos refletir sobre isso. Ela nos contou que um dia estava triste e uma criança veio e disse: ‘’Oi, lindo dia, né tia?!’’ e isso mudou sua rotina de trabalho, esqueceu-se da tristeza e passou o dia lembrando-se do sorriso da criança neste dia.

Texto: Arthur Pisani Ribeiro Isabelle Iunskovski Mendonça Paola Petry Marques Naiane dos Santos Moura de Araújo Maria Caroline Esteves


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A origem dos materiais Geralmente não sabemos de onde vem os materiais que usamos diariamente. Se não fosse por Marcia, provavelmente, nem os receberíamos. Como uma super educadora, não especializada, consegue saber de tanta coisa? Esse é o trabalho de Marcia Bastos, de 44 anos, no Colégio Nossa Senhora Medianeira. Todos os dias ela está presente no setor de Mídia e Educação, nos meios gráficos, preparando os materiais para os alunos de 8º ano ao ensino médio. Na maioria das vezes sua produção passa despercebida pelos alunos, que não sabem quem está por trás da produção de seus materiais escolares. Além de operar as máquinas, Marcia também busca ajudar na relação aluno-professor,

sendo uma mediadora entre essas duas esferas, procurando sempre oferecer o melhor aos alunos, dando sugestões na montagem de trabalhos que recebem. Para ela, o fato mais marcante que já ocorreu ao longo de sua carreira no Colégio Medianeira foi o primeiro desfile das olimpíadas que presenciou. Em sua opinião, é um momento que envolve muito planejamento e dedicação, acabando por unir diversas pessoas e áreas da escola. Durante toda a sua jornada no colégio, o que mais lhe emociona é poder observar e acompanhar a evolução e crescimento dos alunos, sabendo que seu trabalho está totalmente envolvido na formação dessas pessoas, mesmo que de uma maneira indireta.

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Sala dos meios gráficos, em que Marcia passa a maior parte de seu tempo trabalhando.

Texto: Gustavo de Lara Juliana Fontes Noguchi Laísa Silveira Martins de Oliveira Luan Augusto Lima Schwengber Pedro Penhalver Zimmermann Pagnozzi


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O que é uma vida bem-sucedida? O que você pensa sobre iniciar sua vida profissional na adolescência? Para a maioria da sociedade contemporânea, a carreira se inicia após o curso superior e algumas vezes durante ele. A ideia de começar a trabalhar com 13 anos normalmente é vista como falta de opção ou obrigação (para auxílio da renda familiar). Mas, o trabalho durante a juventude não necessariamente é prejudicial ao indivíduo e válido apenas entre as classes mais baixas. Um exemplo benéfico é a oportunidade de menor aprendiz, muito presente nos dias de hoje inclusive na nossa escola. Os alunos do primeiro ano do Colégio Medianeira tiveram a oportunidade de entrevistar pessoas que se dedicaram mais para a área de trabalho do que a estudantil durante

a juventude. Foram apresentados diferentes ramos adotados que ampliaram o pensamento sobre uma vida bem-sucedida. Um caso encontrado foi na área administrativa do colégio, especificamente com a entrevistada Adriana Lichtenthaler de Oliveira Werlang. Adriana iniciou a carreira profissional como menor aprendiz aos treze anos de idade em uma empresa multinacional de elevadores, principalmente para adquirir experiência. Ao conhecer diversas áreas de trabalho, transitou entre as carreiras profissionais como representação, construção civil e logo depois para administração acadêmica, começando no Colégio Esperança e depois

Adriana Werlang no Colégio Medianeira para o Colégio Medianeira, onde trabalha há 15 anos. Para ela, ter uma base de sustento era extremamente importante, e os cursos completados eram para o desenvolvimento de sua área atual administrativa. Com 26 anos, casou-se e formou uma família, deixando de lado a oportunidade de uma formação universitária.

Apesar de ter uma boa base de vida, de acordo com Adriana, a ideia de realizar uma faculdade ainda não foi “deletada”. Se tivesse oportunidade, gostaria de buscar uma formação mais especializada na área ambiental e que ao mesmo tempo contribuísse com o colégio. Os obstáculos que atualmente a impedem de seguir esse caminho são, principalmente, a falta de tempo (por conta da ocupação na área escolar) e a família. Contudo, a falta de uma formação não a faz se sentir menos “importante” ou bem-sucedida, visto que enxerga seu trabalho como uma ótima contribuição para a Instituição.

Texto: Bianca Pierosan Hugen Raquel Bortoleto Laura Beatriz Kakawa Oliveira

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Filtro Sonhador Até que ponto você perseguiria seus sonhos? Se pudesse voltar no tempo, faria algo para realizá-los? Essas perguntas se passam na cabeça de muitas pessoas. Não é diferente com Adiel de Lima da Cunha, de 36 anos, segurança do Colégio Medianeira. Adiel nasceu e cresceu em Curitiba. Teve uma infância feliz, brincava muito na rua e nas valetas, pegava fruta no pé, era uma criança solta e extrovertida. Mesmo estando na cidade, parecia estar no campo, pois seu bairro não era muito urbanizado. Naquela época, tudo isso foi fácil, porque não era necessária muita segurança, ou seja, não era tão perigoso quanto nos dias de hoje. Já adulto, mudou-se para Rondônia, e na volta para suas origens,

a única oportunidade que surgiu relacionada à área de tecnologia e informática (sua grande paixão) foi na segurança, assim tornou-se um funcionário do Colégio Medianeira. Quando questionado se se sentia uma parte importante da instituição, afirmou que era seu trabalho filtrar quem entra e sai do local, porque a todo momento existem pessoas que querem fazer o mal, mencionando que já ocorreram tiros em regiões próximas à escola. Porém, para Adiel, ter se tornado segurança não estava entre seus sonhos, seu verdadeiro desejo no ramo da tecnologia e informática era construir uma empresa voltada para a produção de objetos e serviços que resolvessem os problemas das pessoas.

Adiel monitorando as câmeras de segurança

Ao ser perguntado sobre o que mudaria em sua vida para tornar seu sonho realidade, o segurança não foi objetivo, não respondendo à pergunta diretamente, apenas concluindo que mudaria muitas coisas, pois era

muito jovem e inexperiente. Acrescentou também que aproveitaria mais as oportunidades que teve ao longo de sua vida, porque se tivesse escolhido melhor poderia estar gerenciando sua empresa nos dias de hoje. Assim, é possível perceber na história de Adiel de Lima da Cunha que os sonhos podem não ser fáceis de alcançar, porém nunca podemos parar de correr atrás, se não eles ficarão ainda mais distantes. Adiel é segurança, mas não desistiu de montar sua empresa de tecnologia. Ele não pode voltar ao passado mas, com certeza, pode mudar o futuro, se persistir, com sua simplicidade e boa vontade. Texto: Rebeca Gozdecki Julia Isabelle

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Between tears Remembering the lies Overdosing in memories Keep everything in mind End of dreams Now, back to life Texto: Laura Block Gurtat

Murderer I was out of my mind You can say I’m crazy But it’s true I really did it I am a killer I remember He screamed a lot But a murderer needs blood. Texto: Julia Yukie C. Nunes

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Ilustração:


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Today He doesn’t have the Eye no more Today he remembers Each night of suspense Loud in his mind Like the last sentences of a man Today A new crime happened Later he killed the other man Erick He Erick and his fear Are not here anymore ERick is walking in the sky Today Texto: Bruna Mortari Bruno Ramalhete Bruno Faust Jorge Sielski

Leonardo Agramunt

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Um

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O microconto de Dalton Trevisan deu ao grupo a ideia de fazer, primeiramente, a história de uma garota com distúrbio de personalidade. Entretanto, devido à dificuldade de interpretação que essa versão traria, resolvemos representar um mesmo personagem em diferentes momentos e humores, cada um deles apresentando uma nova versão da mesma pessoa. O fato de em cada quadro a protagonista estar acompanhada por pessoas diferentes deixa explícito as várias visões sobre a personalidade dela perante o outro. Entre as cenas, as imagens foram sobrepostas para demonstrar que temos em nós mesmos diversos personagens, mesmo não tendo distúrbios. Isto é, concluímos que cada um de nós é, de fato, uma multidão. Produção: Ana Beatriz Nerone Isabella Aparecida Pinto Lopes Brenda Gilliet Baumel de Andrade Bárbara Murakami de Albuquerque

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Dois

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A produção do vídeo foi baseada na obra 234 de Dalton Trevisan, mais especificamente o conto 25: “Solteira, casada, viúva. O último bagre no tanque abandonado, é deixar cair uma bolinha de pão, já estou de boca aberta.” Dessa forma, fizemos uma releitura apresentando uma mulher viúva indo visitar seu marido no cemitério com um álbum de fotos do seu relacionamento com ele. Logo em seguida, interpretamos que ela estaria abandonada e, assim que deixa o túmulo de seu falecido amor, corre atrás do primeiro homem que vê. Produção: André Bandeira Bonatto Cristine Moecke Isadora Macchi Prokop

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Três

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História de três mulheres, o curta retrata algumas das ilusões mais comuns da vida contemporânea. A primeira personagem passa pelo ápice do momento amoroso e, na sequência, por uma decepção e tristeza profunda – quando percebe que seu casamento não resistiu. Em seguida, a personagem estudante sonha em ser bem-sucedida profissionalmente, mas esquece das dificuldades que enfrentará até lá – estudar, decidir sua carreira. Além de haver o risco de seu sucesso ser um grande engano. Por fim, há uma jovem que anseia em sair da casa onde mora aos 18 anos. De início sente-se livre, curte sua responsabilidade e seus momentos com as amigas. Porém, percebe que a vida na casa dos pais era muito melhor: contas pagas, comida feita, casa arrumada... e resolve voltar na esperança de ser aceita. Logo, expandimos a reflexão inicial proposta por Trevisan na desilusão do casamento do narrador. Tudo isso feito através da técnica de stop motion, apresentada pelo professor de cinema do Departamento de Arte e Cultura. Produção: Beatriz Freire Zannin Caroline Gavazzoni Manuela Crudi Sant´Anna Moesha Mirabilis Freitas da Silva Vitória Fisher Borges

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Quatro

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O vídeo que o grupo fez buscou ser uma interpretação de terror, mostrando as motivações e execuções de um assassino em série, sendo ele próprio o último. Como costuma acontecer nas produções desse gênero, buscamos ressaltar os efeitos especiais. Produção: André Zanetti Rodrigues Arnaldo Lopes de Lima Filho Giovanna Moreira de Souza Carrão Julia Sicupira Costódio de Andrade Victor Carvalho Machado Coelho

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Uma garota e sua melhor amiga eram inseparáveis. Só tinha um problema: a amiga não era real. Sempre que a garota tomava medicação para seu distúrbio mental, a amiga desaparecia. Em seu transtorno, a protagonista decide parar os remédios, mas isso causa complicações em sua doença, levando-a a um internamento psiquiátrico. O vídeo Solidão foi inspirado no conto “Nunca me senti tão só, querida, como na tua companhia.” Produção: Beatriz Borges Bueno Beatriz Anacleto Stanger Eduarda Faria dos Santos Liah Chiuratto Buba Pâmela Emi Koga

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A partir da leitura do microconto de Dalton Trevisan “Agulhas brancas ligeirinhas costuram o ar. Chove.” nos veio a ideia da desconstrução do conceito de chuva e em como ela faz parte da vida de todos, independentemente da posição social. A trilha sonora, feita pelos próprios integrantes do grupo (com exceção das duas últimas cenas), foi pensada para dar movimento à ideia do curta. A filmagem no calçadão da Rua XV de Novembro “caiu como uma luva” ao nosso conceito, visto que lá é possível vivenciarmos diversas realidades num só lugar. Produção: Vinícius Oliveira Ruiz Vitória Carneiro de Souza Pedro Lorini Wons Nathália Cristina da Silva Pereira

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Sete

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O conto “Agulhas brancas ligeirinhas costuram o ar. Chove.”, de Dalton Trevisan, inspirou uma produção audiovisual na qual analisamos aquilo que fazemos enquanto chove. Assim, buscamos mostrar que ações como ler, assistir à televisão e até mesmo tomar um chocolate quente podem ser atividades que representam uma “saída” aos duas chuvosos, os quais, muitas vezes, são considerados entediantes. Por isso a escolha de imagens mais cinzentas justificam o clima leve e calmo, sendo esse o paradoxo que a equipe procurou representar. Produção: Caio Luiz Stonoga Rocha Maria Luiza Kozak Mariana Del Zotto Samuel Müller Feustel Sarah Grigolin Moda França Madeira

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Oito

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“Cada um de nós uma multidão de tipos. Vovê é sempre novo diante de outra pessoa”. A partir da leitura e interpretação do microconto, o grupo decidiu criar um vídeo dinâmico que interliga a vida de cinco pessoas. Por meio de estereótipos atribuídos aos personagens em uma primeira impressão, mostramos que cada um pode ter muitas faces, dependendo do ponto de vista do espectador. Ao longo do vídeo relacionamos, cronologicamente, duas imagens a cada personagem. Na última cena, a multidão representa como todos têm histórias diferentes que podem estar interligadas. Produção: Flávia Gizzi Luana Say Gustavo Frigeri Mateus Miranda Costa Pinto

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Nove

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A nossa adaptação do conto de Dalton Trevisan tem como objetivo transmitir uma mensagem sobre a adolescência perturbada e problemas que atingem muitos jovens hoje em dia, como bullying, depressão e até o suicídio. A principal reflexão que o curta traz é sobre o papel dos pais nessa fase da vida dos filhos, visto que é muito comum os familiares passarem o dia trabalhando e não demostrarem a real sua preocupação que têm, sem saber se os filhos estão passando por momentos difíceis ou com problemas. Na obra original de Trevisan há um bebê chorando e a mãe liga o rádio bem alto. Depois se segue a pergunta “– Qual dos dois cansa primeiro?”. Não fizemos uma adaptação literal, mas a cena final é um desfecho possível. Ou não?! Produção: Fernanda Gabriele Martins Francisco Pupo Gladino Giulia Machado Gurek Mateus Pissaia Palmquist Vinícius Faria Heussinger

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Dez

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A ideia central do curta foi transmitir a mensagem do microconto de Dalton Trevisan “Escreva primeiro, arrependa-se depois. E você sempre se arrepende” a partir de situações presentes em nosso cotidiano. Optamos por uma linguagem informal, para retratar um momento íntimo entre amigas, com uma dúvida que transcendo os limites da ficção. O clímax e desfecho do enredo criado mostram como, às vezes, seguirmos por nossa própria conta e risco traz a responsabilização das consequências, que podem ser boas ou ruins. Produção: Bruna Chandoha Amaral e Freitas Evelyn Wrubleski dos Santos Leila Scucato Marçal Guilherme Henrique Fenner Hey Yasmin Chaves Wosniacki

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Onze

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O curta trata dos ciclos presentes no dia a dia dos seres humanos, especificamente da empolgação com aquilo que é novo e diferente. Isto é, à medida que o indivíduo se acostuma com os aspectos da sua vida, sejam eles um sapato novo, um filhote de cachorro ou uma relação afetiva, a trivialidade toma conta do olhar dele para aquilo a tal ponto que, quando julgar necessário, não verá problema em substituí-lo ou descartá-lo. Nesse sentido, a releitura feita pela equipe busca questionar as banalidades do cotidiano a partir do microconto “E eu, não sou mais velho que sua jaqueta? Será que também vai me doar aos pobres?”. Produção: AmandaCastellini Zdunek Waltrich Eduarda Guercio Marques Julia Riedel dereti Letícia Efing Mônica Ayumi Ito

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Doze

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O grupo fez uma leitura fiel ao conto, sem muitas conotações. Buscamos interpretar de forma engraçada, mas quisemos também trazer à tona a discussão sobre a doção de roupas, ato comum na atual sociedade consumista, usando o comercial real como contexto para a ficção. O objetivo foi também colocar momentos que todas as integrantes da equipe já passamos em algum período da vida, ou seja, um pico de raiva que te faça pensar em ideias mirabolantes – no caso, doar a avó! Produção: Alyne Oliveira Tokarski Jamille Duarte da Silva Julia Roubedakis Leite Livian Schuver Wolf Vieira

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Treze

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O curta-metragem foi baseado em quatro microcontos do livro 234, de Dalton Trevisan, que, juntos, formam uma história de amor com um fim trágico. Esse novo enredo se inicia na floricultura e, como são dois jovens apaixonados e inconsequentes, resulta em um casamento precipitado, que acaba com brigas e o afastamento entre o casal. Apesar de ser uma junção de quatro histórias, há uma continuidade e interpretação literal. De todo modo, foram pensados em sutilezas, como na obra original, como a relação da intensidade do batom com o “fogo do amor” entre os personagens, pois inicia escuro e forte e termina fraco e claro. Produção: Camila Gabriela Pedroso Grassmann Flávia Serbake de Toledo Leonardo Carvalho Rodrigues Mylena Carvalho Arcanjo Vitória do Pilar Cavalheiro

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Quatorze

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“Amor, o ingênuo menino que afaga uma cadela raivosa. Ai, não, é mordido. E condenado a viver babando, rangendo os dentes, ganindo para uma lua de sangue”. Nossa releitura buscou representar as duas possíveis interpretações – a literal e a conotativa – a partir da definição de amor presente no conto de Dalton Trevisan. As histórias acontecem de maneira paralela e em um ponto de vista mostra um menino sendo realmente mordido por uma cadela e, em outro, um garoto atraído por uma menina em um bar. Ao final, ambos se vêm, para sempre, com as marcas da “cadela”. Produção: Julia Moreira Maschio Enzo Gregório Pouza Rodrigo Montefusco Mendes Pessoa Victor Herino Tulio Vinícius Fabretina de Souza

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Quinze

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Nossa interpretação do microconto de Dalton Trevisan, “Na floricultura, o botão de rosa mais fresco são os lábios vermelhos da mocinha” representa o dia de um casal que, pouco a pouco, se apaixona. A efetivação do romance, no entanto, fica a critério do espectador. Porém, ao final, a mocinha de lábios vermelhos derruba a flor, representando sua morte súbita, mostrada quando o rapaz visita o cemitério, deixando uma rosa semelhante àquela da paquera na floricultura no túmulo de sua amada. O grupo visualizou como as relações amorosas devem ser aproveitadas intensamente, porque não se sabe o amanhã. Nossa releitura incomum tem também relação intertextual com um trecho do poema de Camões, que eternizou o amor por sua amada morta num náufrago em uma série de sonetos que ultrapassam as barreiras da realidade e tempo: “Alma minha gentil, que te partiste / Tão cedo desta vida, descontente, / Repousa lá no Céu eternamente / E viva eu cá na terra sempre triste”. Produção: Alejandra Alana de Oliveira Almeida Bruna Terezinha Magnabosco Ferreira da Cruz Clara Spindola Tschumi Maria Eduarda Tschumi de Lima Rafaella Azevedo Pereira

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Dezesseis

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“Fragmentos” não se trata de uma história, mas de uma sensação, uma ambientação. Desde que a proposta de adaptar um microconto do escritor curitibano Dalton Trevisan em um filme nos foi apresentada, sabíamos que queríamos fazer algo mais do que transpor para a linguagem audiovisual uma única história. A partir daí veio a ideia de não só adaptar mais de um conto, mas também criar uma relação entre eles, mesmo que não uma relação literal, e sim temática. O objetivo era criar uma atmosfera e pintar um retrato (por mais que fragmentado) da Curitiba de Dalton Trevisan. Por esse motivo colocamos no roteiro não só microcontos como também trechos de um romance e de um poema, tentando abranger mais da obra do “vampiro de Curitiba”. O toque final foi representar o próprio Dalton Trevisan ao filme, adicionando à narrativa uma cola, a metalinguagem, que ligasse todos os fragmentos: o processo criativo do autor, estabelecendo então uma conexão entre os diversos personagens das histórias, a cidade de Curitiba, o escritor e você, o espectador. Produção: Vítor Freire Zannin Pedro Fernando Caetano Pereira Melissa Valaski de Mello Murilo Tsunemi de Faria Luiz Augusto Loiola Moro Azevedo

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Dezessete

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O vídeo foi baseado no conto “189”, do livro 234, de Dalton Trevisan. Inicialmente o grupo fez uma interpretação bem literal, com o intuito de apresentá-lo ao espectador, criando somente os aspectos do cenário e figurino que estavam em aberto. No entanto, criou um novo desfecho, trágico, no qual o personagem masculino morre ao final. Produção: Gabriela dos Santos Gorges Ana Beatriz Dallazem Hansel Letícia da Cunha de Assis Pedro Henrique Kruk Setti Maria Julia Cardoso Rodrigues

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Dezoito

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Nosso curta teve como base o microconto “108”, uma pequena reflexão sobre a insônia, retirado do livro 234, de Dalton Trevisan. A maior parte da atuação foi improvisada, tendo o roteiro como ponto de partida. A realização deste também serviu como referência para os enquadramentos e ângulos na hora da filmagem.
Quanto à estética, as cenas em preto e branco buscam representar a noite; já a ausência de grandes contrastes, aliada ao silêncio, a monotonia do ambiente. Em contrapartida, as memórias do personagem são retratadas com cores vivas e vozes ecoantes. Na última cena, em que o protagonista aparece novamente em seu quarto, criou-se uma tensão por meio de um som de guitarra (feedback), que se interrompe bruscamente e é acompanhada por uma série de curtas tomadas que seguem a leitura do conto. A imagem final foi feita a partir dos olhos de um integrante do grupo, que contornamos com tinta preta, filmamos e fizemos uma composição. Produção: Felipe Fortaleza dos Santos
 Hugo Minoru Possetti Tomishima Isabela Zarpellon Nascimento Yuri Kasper

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Sounds of Silence

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The Mask and I People think I’m contented People think I’m blessed People think I’m ready Because I wear a beautiful mask People try to understand Try to understand I’ll never be glad People try to understand Try to understand I will never be the same People try to understand Try to understand my beautiful mask In the silence of my bed I am sad In my silence I can be very bad Please don’t say to anyone but I’m depressed And in my heart I’m dead Ilustração: Beatriz Freire Zannin Manuela Crudi Sant’ Anna Vitória Fischer Borges

Texto: Carlos Aparecido Martins Neto Sabrina Zanetti de Oliveira Kubrusly

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Ilustração: Letícia Efing Paulo Roberto Magnabosco Filho

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In the world we live today Nobody really hear, talk or pray All they do is follow someone Which end up being bothersome

Hear me, oh you fools You don’t need to follow those rules Because silence like cancer grows Something I really know

People just stay there

So don’t be this kind of people Who live far too little Don’t let others’ voices be unheard Don’t let your words be unsaid.

Hoping to be somewhere else No one cares about others’ lives All they do is trying to stay alive They do not care about love anymore They think you can buy it in a store As the life goes on People who give up, are a ton

Texto: João Guilherme Pederneiras

The world cannot stay this way we need to change the today So people won’t be oblivious to each other And listen to others like we would with our mother This lack of true talking leaves a silence Deadly silence full of malice There’s something I need to say

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The sound of silence

The Sound of Silence

The sound of silence Is the sound of my thoughts The sound of my subconscious Telling me what I don’t even Know that I’ve known It is my soul

In the silence Hear a sound In the dark See a light

What is the sound that I hear? It is the sound of a laugh Of a memory Of a long time ago Is it the sound of a remarkable memory? Or a random thought? I’m lost in my mind Don’t even know what is real What is this voice inside my head? This craziness is making me mad I want to rest But the connection is too strong Texto: Fernanda Gabriele Martins Giulia Machado Gurek

Everything changes Just a state of matter Light, no light Sound, no sound Texto: João Pedro Rezende Ramos

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The Sound of Silence

The sound of silence

While the day is turning off And the silence is taking place The feelings murder me With the whispering Of a bloody trade

Loneliness is my only friend It’s the only thing I think about It’s the only dream I dream about The only thing I can listen.

Texto: Igor Dalsenter João Victor Tozo

The sound of silence is too loud It’s the loudest sound in the world It’s the worst noise to some people But it’s the best for me. Being alone made me think Society doesn’t like to be empty But I’m not like them Loneliness fills the empty space inside me. Texto: Isabela Zardo Guilherme Souza

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O Diplomático

Entre Santos

Teus lábios tão belos, Seu rosto, o mais famoso A moça dos meus sonhos A mulher mais perfeita.

Era eu um Capelão A trancar as portas da ingreja Sempre atento ao que acontecia Sempre atento ao que ocorria.

O que parecia distante de encontrar, Está aqui perto a mim, Mais próximo do que jamais imaginei, Estremeço.

Certo dia, luzes vi Certo dia, vozes ouvi Me benzi e sorrateiramente Fui ver o que acontecia ali.

A timidez me faz perder tempo Você fugiu dos meus braços Assim como o ar passa pelos meus pulmões Rápido e sem avisar.

Vazios estavam os nichos E os santos pude ver Esfreguei os olhos sem acreditar Naquilo que estava a enxergar.

O outro contente junto a ti, É o contrário de mim. Vocês produzem um futuro juntos, E eu desmancho os que imaginei construir um dia.

Vi santos a conversar A plena vista dos homens, acredita Reclamavam da vergonha e dos pecados Comentavam das promessas em falso

Texto: Amanda Prichla, Amanda Sayuri Fujioca, Ana Paula da Silva Pelegrini, Winny Matozo Fontoura da Silva e Yasmin Vristina Otto dos Santos

Reclamavam do adultério Que o perdão não levou a sério Reclamaram do ávaro

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Canção do ex-vivo

328 Que nas promessas pensava se era caro. Aqui fiquei com muito medo Mas não pude refletir muito, Em meio aos santos E a vários pecados do mundo Então ocorreu o fim de tudo aquilo Cá estou eu neste chão sem fim Sem saber se sonhei ou se vivi Restam-me apenas a dúvida da minha experiência. Enquanto isso, o dia já clareia Vou abrir as portas e janelas Deixar o sol entrar E o inimigo dos maus sonhos afastar. Texto: Felipe Zimpel Santos Guilherme da Fonseca de Andrade Heitor Martins Lucca Olsen Conte

Na minha terra tem uma forasteira Que canta como um Sabiá Diferente das aves que aqui gorjeiam, Ela não me deixa a encontrar Seu céu tem mais estrelas Suas várzeas, mais flores Pros meus bosques ela dá mais vida, Pra minha vida, mais amor. Mais uma vez sozinho, à noite, Sem o prazer que eu encontro lá Minha terra tem uma forasteira que não me deixa a desejar. Ela me traz o sentido Que há tempo não encontro sozinho Apenas em olhar para ela, encontro prazer E não hesito em dizer Que eu preciso encontrá-la Já não aguento mais Apenas ouvir o Sabiá.

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Permita Deus que eu morra Se não puder descobri-la Se não puder desfrutá-la nessa vida. Se for assim, prefiro apenas descansar Longe de onde canta O Sabiá.

SUBÚRBIO

JORNAL

Texto: Daniel Marcondes Camargo Leonardo Ereno Teixeira de Freitas Mateus Rocco Rafael Dec Machado

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O REFÚGIO DOS INFELIZES Ilustração: Felipe Pastre Borato Fernanda Bandeira Daldegam Lucas Graes Moser

Morre o pobre e corajoso Antônio da Silva Marramaque Aos dezoito anos, no fundo de um "armazém" da roça, assassinado, devido à grandeza do seu caráter e à sua coragem moral. Não fez versos ou os fez maus; mas, ao seu jeito, foi um herói e um poeta... Que Deus o recompense!

PG. 3

Cassi não se abala ao saber que desgraçou vida de moça “Home qui mi" fez mal, que "mi" desonrou, "mi pois" nesta "disgraça“, diz mulata ao revelar que seu filho está na prisão PG.4

Produção:

Clara dos Anjos: filha de Joaquim moradora do subúrbio é retrato de negras que sofrem em uma sociedade machista e extremamente segregada A única filha do carteiro, Clara, fora criada com o recato e os mimos que, na sua condição, talvez lhe fossem prejudiciais. Puxava a ambos os pais. Crescera cheia de vapores de modinhas e enfumaçara a sua pequena alma de rapariga pobre e de cor com os dengues e o simplório sentimentalismo amoroso dos descantes e cantarolas populares. Raramente saía, a não ser para ir bem perto, à casa de Dona Margarida, aprender a bordar e a costurar, ou com esta ir ao

cinema e a compras de fazendas e calçado. Essa clausura mais alanceava sua alma para sonhos vagos, cuja expansão ela encontrava nas modinhas e em certas poesias populares. Com esse estado de espírito, o seu anseio era que o pai consentisse na visita do famoso violeiro, cuja má fama ela não conhecia nem suspeitava, devido ao cerco desvelado que a mãe lhe punha à vida; entretanto, supunha que ele tirava do violão sons mágicos e cantava coisas celestiais.

PG. 2

Humilhada, Clara é expulsa da casa dos pais de Cassi MAMÃE! MAMÃE! NÓS NÃO SOMOS NADA NESSA VIDA.

Fora preciso ser ofendida irremediavelmente nos seus melindres de solteira, ouvir os desaforos da mãe do seu algoz, para se convencer de que ela não era uma moça como as outras. PG. 5


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Sincretismo sincopado

Inocência

Pobre, não completou a escola, não trabalha, malandro, asmático e ainda fuma?! A vida boa sempre chega ao seu triste fim Tosse, tosse, tosse

Ela aprendeu que, Para viver, Era necessário enfrentar As metamorfoses da vida, E experimentar Todas as dores de Uma droga chamada Amor, Até que só restasse A lembrança de uma Dor.

Mandou chamar a mãe de santo Saravá, filho meu, bate cabeça Saravá Diga o que procura Redenção, misericórdia, piedade, uma boa média que não seja requentada Respira O senhor tem sérias pendências com eles lá em cima, e pouco tempo para pagá-las Então, mãe minha, não tem alguma reza que salva? Tem. Só o que resta agora é se jogar no samba. Texto: Antônio Victor Nogueira do Nascimento Gabriel Braglia A. Bertazolli Pietro Trevizan Mantingelli Rafaela Costa Mirabile Tayná Alvez de souza Platz

Texto: Maria Eduarda Contin Kosiak Natália Bocardo Trica Robert de Almeida Marques Ilustração: Jade Castelo Branco Silveira João Pedro de Lima Peters

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Clara dos Anjos

Clara ingênua

Por muito tempo (tempo demais), vivi de cabeça baixa

Criada pelos pais, Não sofreu os problemas que a vida traz. E se isenta de preconceitos raciais. De família humilde, a negra Ingênua! Acreditava na pureza do amor.

Aceitei, me curvando Sem questionamento A uma hierarquia. Por muito tempo Fui ingênua Deixei-me enganar. Mas agora eu sei o meu lugar. É na luta, No enfrentamento De uma realidade Que já não me cabe. Quero direitos De mulher negra De pobre. Texto: Giulia de Miranda de Amorim Maia Milena Midori Hamasaki

Pobre coitada, Foi logo enrolada. Caiu na sedução de um branco malandro Vinte e poucos anos, se diz apaixonado. Cassi Jones, esse é o homem Ingênua! Acreditava na pureza do amor. A negra fica grávida Cogita um aborto imediatamente Quando Cassi some, subitamente. Reprimida pela sua mãe Acredita que a sogra é a melhor opção Pra resolver sua decepção. Ingênua! Acreditava na pureza do amor.

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REVISTA

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Texto: Giulia Satsuyo Nadayoshi Rocha Rayane Tonin Lopes Ilustração: Victor Toniolo Marconi Produção:

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A mãe do rapaz, sem dó nem piedade, Humilhou e ofendeu a moça. Agora teve a noção exata da sua posição: Mulher, negra e pobre. Clara dos Anjos, jovem mulata de dezessete anos, Ingênua! Acreditava na pureza do amor.

Antônio da Silva Marramaque: mais uma vítima da violência no subúrbio

“MAMÃE! MAMÃE! NÓS NÃO SOMOS NADA NESSA VIDA.” .

Conheça Clara dos Anjos, a imagem das mazelas sociais: negra, pobre e desonrada Sonhos roubados: “Home qui mi" fez mal, que "mi" desonrou, "mi pois" nesta "disgraça“


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Erro de professor

Quadrilhas

Quando o professor chegou Numa sala de aula em fervor, Começou a dar ordem aos alunos. Que pena! Fosse uma manhã de sexta-feira O aluno teria ido embora Quem sabe mais feliz.

João roubou Tereza que roubou Raimundo Que roubou Maria que roubou Joaquim que Roubou Lili Que não roubou ninguém. João virou cafetão, Tereza foi pra FEBEM, Raimundo morreu na fuga, Maria virou vadia, Joaquim agora virou viado e Lili casou com J. Pinto Fernandes Que era chefe da máfia brasileira.

Texto: Henrique Foltran Livi Leonardo Dalpiaz Torres Mario de Moura Mongelos Silva Thiago Dias Marques Cordeiro Tiago Rimi

João era vereador, Tereza era prefeita, Raimundo era deputado, Maria era tesoureira, Sérgio amava Lili Que amava o presidente. João foi para os Estados Unidos, Tereza para a Europa, Raimundo foi vítima de atentado e Maria foi para a cadeia. Sérgio suicidou-se ao ver Lili casar com Temer Que era o chefe da máfia brasileira. Texto: Matheus Teixeira de Carvalho Bueno Lucas Binder Silva

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Turma do pagode - Foi aquele beijo Fogo morto

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Certa vez, sai andar de noite, acredite não sou eu Não pergunte se é um lobo ou eu Pois eu vou querer te esganar Fui nocauteado, meu orgulho me deixou assim Dois “zoião marelo”, “barbudim” Sabia que uma hora alguém ia falar Por que me chamam de “lobim”? Espero filha casar, bato sola sentado Odeio quando passam chingando o compadre de papa-rabo Tudo isso mexe demais com minha emoção Abaixa a bola, “seu dotô” Sou eu quem te aturo, meu pai veio de fora Hoje estou bolado, não sei se me mato ou não Não dá pra acreditar, mas foi o diabo desse negro Quanto mais eu fujo, mais assombração eu vejo Foi aquele negro, foi aquele negro

Ilustração: Maria Eduarda Contin Kosiak Natália Bocardo Trica Robert Almeida Marques

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Ai meu deus do céu, juro que mato aquele negro E quando encontro ele, mal consigo segurar A minha vontade é aquele bucho estourar Foi aquele negro, foi aquele negro Ai meu deus do céu, juro que mato aquele negro.

Um homem célebre

Texto: Vinicius Silva Santos Ilustraçao: Giovanna Antonietto Roth e Nathaly Chaerki de Almeida

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Produção: Renan Schafhauser Oliveira Eduardo Antonietto Portugual Thiago Diniz Marodin Christian Ferreira de Oliveira

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Canção das exatas

Canção do exílio

Minha terra tem logaritmos Onde a álgebra cantará Os Gorges que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. Nossas notas são mais altas Nosso cursos, mais difíceis Nossas carreiras têm mais sucesso Nossas carteiras têm mais dinheiro. Minha terra tem funções Que tais eu não encontro lá Em estudar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro cá Minha terra tem logaritmos Onde a álgebra cantará

Minha terra tem favelas Onde os jovens cantam lá Os mano que aqui pixam Não pixam como lá.

Não permita Dal moro que eu morra Sem que eu termine a lista Sem que desfrute as funções Que eu não encontro por lá Sem que eu resolva a analítica Onde o Valde não falhará. Texto: Eduardo Bevervanso Leonardo Valério Pereira Paulo Henrique Sandrini Adamczyk Victor Alexandre Selhorst

Nosso céu é mais limpo Nosso picos são mais verdes Nossa favela é cheia de horrores Nossas vidas, mais terrores. Ao caminhar sozinho à noite Uma bala vai levar Minha terra tem favelas Onde os jovens cantam lá Minha terra tem perigos Que tais não encontro cá Ao caminhar sozinho, à noite, Uma bala vai levar Minha terra tem favelas Onde os jovens cantam lá Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte para lá

Sem que desfrute os valores Que tais encontro por cá Sem que ainda aviste os morros Onde os jovens cantam lá Texto: Felipe Pastre Borato Fernanda Bandeira Daldegam Lucas Graes Moser

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No meio do caminho

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Produção:

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Texto: Letícia Isabelle Cavalheiro Luana Gabriele Silva Martins Mariana Sofia Moro Siqueira Victoria Cortez Vinicius Almeida Martines Rafaela da Silva Denzer

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Haicai

Alzheimeir

Tu, ontem, me encantas Baila, danças Mas, hoje, me cansas.

No meio do caminho não tinha nada No meio do caminho não tinha uma pedra? No meio do caminho não tinha esperança Nesse caminho só tinha solidão Em toda minha vida, nunca me encontrei nesse caminho No meio do caminho Não me lembro do caminho Não me lembro da pedra Só queria encontrá-los Nunca existiu um caminho Nunca existiu uma pedra

Texto: Cecília Nunes de Sá Mariana Yaeda Artuso

Texto: Felipe da Silva dos Santos Gabriel Galeski Arnaldi

Produção:

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Uma assistência

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Era uma vez um meia, que disse a um atacante:

Produção:

– Por que você está com esse ar, todo cheio de si, achando que vale alguma coisa nesse mundo? – Deixe-me, senhor. – Que o deixe? Que o deixe por quê? Por que digo que é arrogante? Repito que sim, sempre que me der na cabeça! – Que der na cabeça? Você que faz o cruzamento, nunca devia dar de cabeça. – Mas você é orgulhoso! – Sou sim. – Mas por quê? – Sou eu que ganho jogo. Faço gol. – Você? Essa é boa. Você ignora quem dá o passe, que sou eu? – Você só faz isso, quem finaliza sou eu! O gol que conta é meu! – Sim, mas eu conduzo a bola, vou adiante, marco e componho o meio-campo. – Os camponeses trabalham para o imperador. – Você é o imperador? Como Adriano?

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– Não digo isso, mas a verdade é que você faz um papel secundário. Quem aparece na capa do jornal sou eu! Estavam nisso, quando o treinador chegou ao vestiário. Não sei se falei isso, mas se passava tudo em um vestiário. Chegou o técnico, chamou zagueiro, lateral e goleiro. Todos foram, extremamente orgulhosos. E dizia o meia: – Então atacante, ainda teima no que dizia agora a pouco? Não repara que para quem o técnico passa instruções sou eu! Você só faz o gol. A parte tática toda é minha... Foram para o treino, e o atacante não respondia. Começaram a jogar. Dava passe, o atacante fazia os gols. Gol em treino rachão, não valia, pensou. O atacante fazia bem o seu dever, e não estava para ouvir palavras loucas. Assim foi, até o dia da grande final.

Veio a grande noite, e o jogo começou. O treinador ia passando instruções ao meia, que achou um espaço na linha adversária e cruzou atacante fez o gol, e para tirar uma onda, perguntou: – Quem fez o gol? De quem o torcedor vai lembrar? Quem vai aparecer nas notícias? – O meia ia ficando quieto, até que lhe veio o lateral: – Aprende, tolo. Cansa de abrir caminho e driblar, mas ele que faz o gol, aproveitando a vida. Contando isso, depois de algum tempo a outro treinador, que lhe disse, abanando a cabeça: – Também já consagrei muito atacante ordinário! Texto: Mateus Oliveira Stavis Pedro Henrique Veiga Simão Victor Mendes Dias

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Clara dos Anjos

clique aqui para assistir ao vidéo Produção: Johanna Baroni Oliver Gianluca Taques Maria Luiza Thayná Frigotto da Silva Sophia Lecheta Sávio Venske Julia Anastácio Temóteo Andrade Ferraz Fernanda Gonçalves Leal Ilustração: Victor Mendes Dias Mateus Oliveira Stavis Pedro Henrique Veiga Simão

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Fire

Memórias

por Carlos Drummond de Andrade

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This morning the sun didn’t rise But I guess it’s not my fault I can’t help feeling that All that happiness is gone And no one will ever be there Well, I don’t care Everything is grey And there’s no fun at all I ask myself “how do I feel today?” Then I remember that I don’t feel

Texto: Leonardo Ereno Teixeira de Freitas

Ilustração: Arthur Gusso Guras Fernando Galesk Nonose Maria Vitória Torrens Silva Mariana Carvalho da Matta Rebecca Ablala

357 It’s one of those times When I don’t know if I’m being eaten alive Or just lighting a cigarette … I start thinking that life doesn’t work Maybe it’s my fault… As I write this, I feel like I’m ready Maybe fire can heal me Everything is wet… And as I drop the lighter Everything suddenly comes back to life I am happy now…


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Love

Ao meu filho que nunca foi

Do you know what love is? They say love is a feeling A mixture of happiness and desire A feeling Do you know what love is? They say it’s when you want to be together Ability to care about something beyond us It’s a gift Do you know what love is? For me, love is all of this And goes beyond this For me, love has a shape, name and my heart

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Texto: Julia Bastos da Silva Natalia Catherine Kotovicz Rafaela Daher Alves Pinto Produção: Henrique Bevervanso Lense Nicole Luane de Oliveira Isabella Calado de Assunção do Nascimento Julia Anastácio Temóteo Andrade Ferraz

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La vida es hecha de tiempo Pasado, Presente, Futuro, Una vez, Después, Ahora, Mañana, Ayer, Hoy, Antes, Más tarde, Puntual… ¿Después de todo? Es el tiempo. Texto: Vinícius Almeida Martines

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El tiempo

Tiempo Muchas veces exigente, Otras veces bondadoso. Está siempre presente, Pero nosotros no. Nuestro tiempo es efímero, Pétalos al viento.

En los controles del reloj, Nuestro tiempo precioso. Pero a veces El bien se olvida. El tiempo de amar Debería ser más importante, Pero a veces se olvida Por el trabajo agotante. Tiempo para obrar Con nuevas personas Debe ser esencial, Pero a veces se olvida. Tiempo para estudiar, Lo cual es fundamental.

El tiempo para regalarse Es desestresante, Pero con la falta de tiempo Se convierte en algo angustiante. Antes de acabar mi poema, Les pregunto: ¿Estamos disfrutando de Nuestro tiempo, Para que así nosotros Disfrutemos de la vida? Texto: Rafaella da Silva Denzer

Para el tiempo somos devaneos, Recuerdos, Personajes De pequeñas, Grandes historias. ¡Tiempo dios de la vida! Nos brinda momentos intensos, Registrados en la memoria, Enraizados en los corazones, Reverberando por los rincones: De las salas, De los pasillos,

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De los parques… De las almas que escriben este poema. Pero él no es continuo, Hecho de ciclos, Que construyen cada persona.

Apodere a las mujeres El papel de la mujer, Hoy ya no es como fue, Diferente de ayer, Cómo yo les diré.

Nuestro tiempo en la escuela está en el fin, El tiempo de un mundo que conocemos Y que es nuestro mapa para toda la vida.

Antaño ordenaba el hombre Y las mujeres se callaban, Delante de su sombra, Invisibles se volvían.

Texto: Cecília Nunes de Sá Winny Matozi Fontoura da Silva Júlia Anastácio Temóteo Andrade Maria Luiza de Souza Rodriguez

Pararlas no ha podido la sociedad, Por sus derechos ellas lucharon, Y con el tiempo, la igualdad A los pocos alcanzaron. Es necesario seguir la lucha, Por el fin de la exclusión, Tenemos que mejorar nuestra conducta Por medio de la educación. Texto: Alexandre Schineider Salgueiro Liah Chiuratto Buba

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Los mejores amigos

El arte de ser lo que somos

Chistes que no hacen sentido, Días de sol coloridos, Unos momentos bien vividos. ¿Qué sería de la vida sin los buenos amigos?

Caminando por la calle, Veo a la gente, Gente igual, gente diferente.

Tardes de clases, Días de lluvia, Intervalos cortos, Un día de música.

Caminando por la calle, Gente cantando, gente bailando, Siendo lo que son, Son muchos, pero son solo uno.

R de risa, V de vivir, G de gustar, C de correr.

Con diversas culturas, etnias, Estas personas son la ciudad, el país, el mundo. Caminando por la calle veo la gente.

Letras que juntas Representan las ganas De creer.

Veo la cultura, Veo la diversidad, Veo el arte de ser lo que somos.

Texto: Clara Spindola Tschumi 2E Vinícius Oliveira Ruiz 2C Gabriela dos Santos Gorges 2D

Texto: Fernando Bortolan Marcelo Martins da Silva

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Ficha Técnica 368

Colégio Medianeira

Título O que brota das nossas paredes

Diretor Geral Diretor Acadêmico Diretor Administrativo

Ilustração da capa Fernando Madrid

Organização

Seleção e revisão dos textos Revisão dos textos Projeto gráfico e diagramação Formato Tipologia

Isabela Kraus Zilli Marcelo Ferrari Laura Block Claudia Furtado de Miranda Fernando Guidini Danielle Mari Stapassoli Liliane Grein Mayco Martins Delavy Vinicius Soares Pinto Professores de Línguas do 4º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio Bruno Sanroman dos Reis Sant’Anna Liliane Grein 18cm x 19cm Frutiger e Sophia 330

P. Carlos Alberto Jahn, S.J. Fernando Guidini Gilberto Vizini Vieira

Educação Infantil e Ensino Fundamental de 4o ao 5o ano Coordenação

Supervisão Pedagógica Orientação Educacional Orientação de Convivência Escolar

Orientação Religiosa, Espiritual e de Pastoral Auxiliares de Coordenação

Número de Páginas

@ Copyright Colégio Medianeira Todos os direitos reservados desta obra. Permitida a reprodução de textos isolados, desde que especificadas a fonte e a autoria.

Silvana do Rocio Andretta Ribeiro Danielle Mari Stapassoli Juliana Cristina Heleno Suzana Braga Bertassoni Monica Diva Barddal Tonocchi

Kátia Luciana L. Sampaio Kleber Klos I. Napoleão Nunes de Oliveira, S.J. Barbara Maria Remonato Paulo Inácio Werlang Aline Daiane Affonso Irene Batista Paz Bernardo Karina Farias Soares Susan Karla Daenecke Lopes Tânia Regina Barz Molinari Thiago Vagner Americo Lais Piedade Tanyeri

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o o Ensino Fundamental de 6 ao 7 ano Coordenação 370

Supervisão Pedagógica Orientação Educacional Orientação de Convivência Escolar Orientação Religiosa, Espiritual e de Pastoral Auxiliares de Coordenação

Eliane Dzierwa Zaionc Mayco Martins Delavy Ana Carolina Snege Edilson Ribeiro Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Ellen Boldt Paula Storc

Ensino Fundamental de 8o ao 9o ano

Coordenação Supervisão Pedagógica Orientação Educacional Orientação de Convivência Escolar Orientação Religiosa, Espiritual e de Pastoral Auxiliar de Coordenação

Marcelo Pastre Ivana Suski Vicentin Tatiana Simas Mielke Chyla Rudi Rabuske I. Sidney Luiz Mayer, S.J. Regiane de Fátima Zezuino

Ensino Médio Coordenação Supervisão Pedagógica Orientação Educacional Orientação de Convivência Escolar Orientação Religiosa, Espiritual e de Pastoral Auxiliar de Coordenação

Adalberto Fávero Claudia Furtado de Miranda Robeta Uceda Alessandro França Quadrado Carlos Henrique Torra Tammy Lara Masuko Sene

Supervisora de núcleo de Línguas e Múltiplas Linguagens dos 4º e 5º anos

Supervisores de núcleo de Arte, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira Moderna do 6º ano ao Ensino Médio

Professoras de Arte dos 4º e 5º anos

Professoras de Língua Portuguesa dos 4º e 5º anos

371 Priscila Costa Cherubino Dias

Regina do Rocio Lecheta Fabiano Pinkner Rodrigues Gracilene Zen

Marcela Goellner Rafaela Ferreira Dlugokenski

Suzana de Carvalho Lima Kawai Priscila Costa Cherubino Dias Francieli Palevoda Luciane Hagemeyer Marcia Zonneveld Peart Soilete Rehme Rosecler Pigatto de Paula e Silva


372

Professoras de Arte do 6º ao 9º ano

Professores de Língua Portuguesa e Estrangeira do 6º ao 9º ano

Professores de Língua Portuguesa, Estrangeira e Literatura do Ensino Médio

Ana Paula Ferreira da Luz Andréa Bertoletti Luciana Ceschin Regina do Rocio Lecheta

Caio Augusto Lima de Castro Elena Pino Campos Géssica Peniche Costa e Silva Gracilene Zen Laryssa Silveira Civolani Titon Rosana Milek dos Santos Machado Fernanda Relindes Camargo Suzana de Carvalho Lima Kawai

Alessandro França Quadrado Anna Tezza Fabiano Pinkner Rodrigues Isabel Diogo Coimbra Laryssa Silveira Civolani Titon Letícia Magalhães Michele Maria Nasser Cavalheiro


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