Mapa das Aprendizagens.

Page 1


O Mapa das Aprendizagens e a Formação Integral

O PEC – Projeto Educativo Comum da Rede Jesuíta de Educação –, na sua versão atual (2021-2025), apresenta a formação integral como a dinâmica de “desenvolvimento das potencialidades da pessoa nas dimensões cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa, por meio de um currículo integrado e integrador” (PEC, 2021, p. 13).

Para a Igreja e a missão educativa da Companhia de Jesus, educar integralmente é premissa expressa em diversos documentos do Magistério da Igreja, bem como da Companhia Universal e, para nós, educadores inacianos, promover uma educação de excelência humana e acadêmica, integrada e integradora; sistêmica, orgânica e inovadora, exige uma educação viabilizada pelas intencionalidades das aprendizagens situadas e contextualizadas, ao mesmo tempo em que entrelaça à prática os saberes da prática, reconhecendo ser o Paradigma Pedagógico Inaciano indutor de inovações pedagógicas, saberes significativos e aprendizagens aplicáveis e orientadas à transformação.

Ao projetarmos, portanto, no quadriênio letivo 2022-2025, a revitalização do nosso Projeto Educativo no âmbito das Práticas Curriculares, das Metodologias, da Didática e das Avaliações na perspectiva da Inovação Pedagógica, elegemos o Mapa das Aprendizagens como macro orientador das intencionalidades formativas propostas, planejadas, geradas e

avaliadas sempre com o propósito de formar integralmente nossos estudantes para serem conscientes do contexto micro e macro e com competência teórica e prática para atuarem local e globalmente.

É nesse sentido que a inovação pedagógica, como variável epistemo-metodológica é, e continuará sendo para nós, um devir permanente na medida em que a dinâmica do PPI e as Aprendizagens do Mapa convergem na práxis diária para uma Formação Integral que se nutre na constituição efetiva e afetiva do Colégio Medianeira como um Centro de Aprendizagem Integral Inaciano. Por isso, a inovação no Colégio Medianeira

consiste em (re)significar a práxis por meio do discernimento inaciano, a partir das experiências vividas e apreendidas entre saberes, tempos, espaços e relações. Propõe conhecimentos e aprendizagens aplicáveis e relevantes aos sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, sendo responsiva e propositiva aos desafios do tempo presente (local-global), sem renunciar à nossa tradição, identidade e utopia. Por meio da integração curricular, da Pedagogia Inaciana, das metodologias para a compreensão e do engajamento estudantil, as inovações pedagógicas têm o objetivo de promover a formação integral para a cidadania global de todos/as os/as estudantes, desenvolvendo, assim, consciência crítica acerca da realidade; compassividade e criatividade na

solução cooperativa dos desafios socioambientais atuais; competência técnica e teórica para a resolução de problemas em colaboração com os demais sujeitos. Assim, busca-se fortalecer o protagonismo dos/as estudantes, para a transformação de si e do mundo em um lugar socialmente mais justo, ético, solidário e equânime, tendo a excelência humana e acadêmica como fim último da missão educativa (Texto Acadêmico 2024).

Nos diálogos e reconstituições de práticas que geraram interfaces entre Formação Integral e Cidadania Global, Inovações Pedagógicas e Acompanhamento sistêmico das aprendizagens, este documento entrega e materializa um processo longo de análises, reescritas, desenvolvimento e operacionalização de ferramentas para o acompanhamento e gestão das aprendizagens (Power BI, Fluxo de Acompanhamento Qualiquantitativo), e quer ser direcionador para:

(I) A retroalimentação dos planejamentos (séries, componentes, núcleos, campos de experiência, centros e itinerários) a partir das observações e análises das aprendizagens dos estudantes nas três dimensões do aprender integral para a cidadania global, em um continuum institucional das aprendizagens;

(II) Deve subsidiar as discussões e tomadas de decisões coletivas (equipes, professores, centros) nos pré-conselhos, conselhos trimestrais e de final de ano, no sentido de evidenciarem aprendizagens a serem consideradas como parâmetros para impactos qualificados das aprendizagens dos estudantes, bem como referência qualiquantitativa para a promoção ou não dos estudantes para o ano/série seguinte;

(III) Definir indicadores macros por segmento, considerando as habilidades desenvolvidas pelos estudantes com o intuito de precisar

coletiva (projeto de séries) e individualmente (componentes) as melhores ações estratégicas a serem assumidas para garantir as aprendizagens previstas, planejadas e geradas com base no Mapa.

O mote acadêmico-formativo, a partir do ano de 2024, com a implantação do 2º Objetivo do Plano de Melhoria do Pedagógico-curricular coloca, portanto, o MA como referencial macro das aprendizagens na dimensão cognitiva, espiritual-religiosa e socioemocional com a permeabilidade nas práticas diárias dos componentes, núcleos, séries, campos de experiência, centros e itinerários formativos.

Para tanto, este documento está organizado de modo a garantir, em todas as seções, um olhar por segmento (Educação Infantil, 1º e 2º Anos; 3º ao 5º; 6º e 7º; 8º e 9º; EM); com uma breve caracterização dos estudantes nas suas condições de aprendizagens, considerando aquelas previstas no MA. Além disso, o documento reflete sobre as dimensões cognitiva, espiritual-religiosa e socioemocional e sua interface com o processo formativo no segmento específico, com destaque para os indicadores de aprendizagem que subsidiam as discussões para os planejamentos, priorização estratégica e critérios qualiquantitativos para a promoção das dimensões previstas no MA.

Como entrega, este documento sintetiza e projeta a qualificação do uso do Mapa, mas principalmente, quer ser um referencial para os diálogos e projetações de série e componente de modo a sermos mais assertivos e precisos na promoção de mais e melhores aprendizagens a todos os estudantes do Colégio Medianeira.

Prof. Dr. Carlos H. M. Torra, Diretor Acadêmico – Colégio Medianeira.

Aprendizagem Integral e o Acompanhamento Sistêmico do Estudante

O presente documento foi elaborado com a intencionalidade de acompanhar e tornar visível a aprendizagem integral das crianças nas dimensões cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa. A constituição do Mapa das Aprendizagens (MA) estabelece uma relação direta com os eixos das séries da Educação Infantil, a saber, Brincadeiras e Interações, e do eixo dos 1os e 2os anos, sistematização do processo de alfabetização nas diferentes linguagens com ênfase na aquisição da linguagem escrita, na interação com o contexto.

O MA baliza a práxis pedagógica das séries, dando condições aos sujeitos aprendentes (professores e crianças) de desenvolverem o processo de ensino-aprendizagem de maneira sistêmica nas diferentes aprendizagens nas três dimensões. Sendo assim, o MA passa a ter centralidade para a elaboração dos planejamentos, das estratégias metodológicas, na formulação dos objetivos dos campos de experiências e dos critérios dos componentes curriculares, no acompanhamento dos conselhos de classe, na elaboração e revisão dos focos centrais das séries e suas espiralidades. Além disso, como macro orientador, o Mapa subsidia a organização, seleção dos critérios e instrumentos de avaliação dos trimestres, tais como: a escrita dos Relatórios das Aprendizagens (EI), os Pareceres semidescritivos (1º anos), a Nota de Acompanhamento (NA) (2º anos), as autoavaliações das crianças do Inf. 5, 1º e 2º anos, a autoavaliação realizada com as famílias da EI e

1os anos e na construção dos PEIs de flexibilização e de enriquecimento curricular, para as crianças de inclusão.

Sendo assim, as aprendizagens elencadas no MA, previstas para cada ciclo (Inf. 2 e 3 /Inf. 4 e 5) e para cada séries (1os e 2os), auxiliam os educadores a terem uma visão mais ampla sobre as aprendizagens de cada faixa etária, tendo como objetivo sinalizar o percurso de desenvolvimento das crianças ao longo do seu processo educacional, garantindo seu direito às aprendizagens nas três dimensões, por meio de metodologias ativas e de um currículo bilíngue integrado, articulados com o contexto e o cotidiano em que os estudantes estão inseridos.

O estudante e seu processo de aprendizagem

Para caracterizar o desenvolvimento das crianças no segmento da EI, 1º e 2º anos, é necessário afirmarmos nossa concepção de criança enquanto sujeito histórico e de direitos, que nas interações, relações sociais (contexto) constroem suas identidades pessoais e coletivas, brincam, descobrem, imaginam, fantasiam, narram, ressignificam e questionam, dando sentido às suas vivências e produzindo culturas. Portanto, trabalhamos com uma compreensão de criança potente, capaz de inferir sobre seu contexto de forma competente, compassiva, comprometida, consciente,

criativa, crítica, autoral e participativa, cabendo a nós adultos refletir sobre os direitos desse grupo e de participar na construção social de seu contexto. Dessa forma, a concepção de criança que temos nos ajuda a caracterizá-las e a estabelecer relações com as dimensões da aprendizagem integral, constituídas no MA.

Na Educação Infantil atendemos crianças bem pequenas (2 a 3 anos) e crianças pequenas (4 a 6 anos), em que a aquisição da linguagem oral e a formação da identidade estão em processo de constituição. No primeiro ciclo da Educação Infantil (Infantil 2 e 3), as crianças estão no processo inicial da aquisição da linguagem oral, sendo, portanto, a expressão corporal a linguagem mais usual nesse momento.

É por meio das diferentes interações sociais que a criança bem pequena adquire e amplia seu vocabulário, fazendo uso da linguagem oral com maior consciência da palavra e na elaboração de frases para comunicar suas necessidades, desejos e sentimentos. Sendo assim, passam a ampliar as relações sociais e a construir sua identidade.

O egocentrismo é um dos pontos altos do desenvolvimento das crianças pequenas e o espaço escolar se constitui como um dos primeiros espaços sociais fora do ambiente familiar. Portanto, os conflitos são frequentes e necessários para que a criança se perceba enquanto sujeito social. Nesse aspecto, as mediações das professoras são indispensáveis para que a criança avance e desenvolva sua autonomia social, emocional, buscando soluções e criando estratégias para se relacionar consigo e com o outro.

No segundo ciclo da Educação Infantil (Infantil 4 e 5) a formação da identidade da criança é basilar para a sua formação integral. Nessa fase a criança já desenvolveu boa parte

da aquisição da liguagem oral, além de narrar situações do cotidiano com clareza, sequência de ideias e fatos. O levantamento de hipóteses em diferentes contextos se torna mais frequente.

A constituição da função social da escrita também se torna mais significativa, pois as crianças passam a testar suas hipoteses gráficas fazendo grandes descobertas sobre o processo da escrita, da leitura e dos números.

Dessa maneira, ao final desse ciclo, as crianças já são capazes de representar suas ideias utilizando diferentes suportes gráficos e riscantes.

A figuração do esquema corporal é fator importante para a constituição da sua identidade e reconhecimento de si.

Dessa maneira, ao final desse ciclo, as crianças já são capazes de representar suas ideias com registros mais detalhados; buscar hipóteses de escrita, além de perceber a função social da escrita e do número; utilizar o raciocínio lógico para resolver situações do dia a dia ou desafios; criar cenários e regras para brincadeiras; buscar o diálogo ou mediação para conflitos do cotidiano; utilizar a oralidade para fazer recontos, contar sobre sentimentos ou situações; levantar hipóteses e reconhecer suas próprias aprendizagens e contá-las aos demais; utilizar o conceito Magis para seu autocuidado, cuidado com o outro e a Casa Comum.

Ao trabalharmos com crianças bem pequenas e pequenas, precisamos estar atentos ao seu contexto, em que mundo está inserida, qual sua realidade, sua história, quem é sua família, suas preferências e sua culturalidade. Assim, precisamos acompanhar as mudanças ocorridas no contexto, saber quais experiências são mais significativas, possibilitando a ampliação de hipóteses sobre o mundo em que vive, estimulando a compreensão das

questões que envolvem as relações, desenvolvendo a capacidade de relacionamento individual e coletivo.

As séries iniciais do Ensino Fundamental I (1os e 2os anos), na perspectiva de dar continuidade ao processo de aprendizagem das crianças, por meio de um planejamento bilíngue integrado, da articulação e integração dos componentes curriculares, proporcionam vivências e experiências que enriquecem e tornam as aprendizagens visíveis.

Neste ciclo (1os e 2os anos), as crianças se encontram no processo de ampliação do desenvolvimento da linguagem verbal, com ênfase na linguagem escrita. As crianças dessa faixa etária trazem consigo um repertório vasto sobre a sua língua materna, produzindo texto orais de forma coesa e significativa e o interesse pelo código escrito é evidenciado e as crianças passam a estabelecer relações entre a

oralidade e a escrita, ampliando suas experiências com o uso social da palavra e da matemática na interelação com as diferentes linguagens.

Nessa faixa etária, as crianças passam por mudanças importantes, pois começam a distinguir a fantasia e o faz-de-conta da realidade, adquire maior independência intelectual e prática, ampliam suas relações sociais fazendo escolhas, começam ter maior consciência sobre suas emoções e sentimentos, estabelecem e percebem as regras, os combinados, a importância de dividir, do trabalho em equipe. Desse modo, os conflitos e as frustrações são constantes, sendo mediadas no sentido de uma autorreflexão para que busquem autonomia na resolução das situações do cotidiano.

As Três Dimensões do Aprender Integral

Dimensão Cognitiva

Na Educação Infantil, 1º e 2º Anos do Ensino Fundamental I, a dimensão cognitiva, passa pelo desenvolvimento das diferentes linguagens, tendo suas especificidades em cada ciclo.

Ao acolher as vivências e conhecimentos constituídos pelas crianças da Educação Infantil, buscamos, por meio do eixo brincadeiras e interações, ampliar a linguagem verbal, a socialização, a autonomia, a comunicação nas diferentes linguagens, a percepção de si e do outro, garantindo-lhes os seus direitos de aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se, buscando

expandir suas aprendizagens e habilidades, no âmbito da formação Integral.

Nos 1os e 2os anos do Ensino Fundamental I a centralidade está no processo de sistematização da alfabetização nas diferentes linguagens, valorizando as experiências lúdicas vivenciadas na Educação Infantil, que são construtoras de um vasto repertório.

Nesse sentido, o eixo central desse ciclo é a gradativa sistematização das experiências em relação ao processo de alfabetização nas diferentes linguagens, assim como a progressão do desenvolvimento de diferentes habilidades, leitura, escrita, interpretação, formulação e resolução de situações problemas, levanta-

mento de hipóteses etc., estabelecendo relações com o contexto, constituindo, assim, uma aprendizagem significativa.

As crianças, nesse ciclo, estão vivendo mudanças importantes que abrangem as três dimensões da aprendizagem integral que repercutem nas relações consigo, com os outros e com o mundo.

Dimensão Espiritual-Religiosa

Nessa etapa da Educação Básica, essa dimensão é guiada pelos conceitos centrais da pedagogia e espiritualidade inacianas, tais como a autopercepção, transcendência e discernimento. A criança, mediada pelo adulto e/ou por outras crianças, vai reconhecendo seus sentimentos, emoções e atitudes e, nesse processo, é desafiada ao autocontrole e à busca do Magis (conceito central nesta dimensão), que para essa faixa etária é traduzido como “Ser mais para os demais”, “Fazer sempre o melhor que puder, para mim e para o outro”.

O Magis é trabalhado neste segmento a partir do concreto, ou seja, daquilo que faz parte do seu contexto social. Aos poucos, as crianças incorporam o conceito ao seu dia a dia, elaborando expressões como: “Eu fui magis”; “Minha professora é magis”; “Isso que você fez não foi magis”.

A intencionalidade é que a criança almeje ser magis e que suas ações sejam reconhecidas no seu cotidiano, percebendo que essa é uma construção permanente.

Para que essa busca seja possível é preciso que as crianças, desde muito pequenas, sejam mediadas num processo de reflexão interior, com interações propostas pela Pastoral em momentos de escuta do coração (pausa inaciana), além da parceria com Orientadores de Aprendizagem na realização de rodas de conversa e assembleias.

Essas estratégias ajudam a criança a desen-

volver a sua capacidade de silenciar e voltar o olhar para si, para os outros e para Deus. Essas momentos de reflexão são fundamentais para a dimensão espiritual-religiosa pois levam à transformação das atitudes, as quais precisam ser voltadas para o cuidado com o outro e com o planeta, na perspectiva da ética cristã, ou seja, do amor verdadeiro pelo próximo, do amor que é extensivo a todas as criaturas, entendendo que todas as formas de vida são sagradas e que o Planeta é a Casa Comum de todas as criaturas.

Para que possamos consolidar tais aprendizagens, iniciamos percebendo a vida e suas necessidades, da vida humana à vida dos demais seres vivos. Para essa faixa etária partimos de ações concretas que se aproximem das experiências das crianças, para que seja significativo. Sendo assim, pretende-se que esse conhecimento gere responsabilidade, solidariedade e compromisso, contribuindo para que busquem colocar-se em ações concretas, agindo e sabendo distinguir o que pode ou não melhorar a sociedade, a natureza e todas as formas de vida do Planeta.

Dimensão Socioemocional

Na Educação Infantil e no 1º e 2º Anos do Ensino Fundamental I o trabalho com a dimensão socioemocional passa pela relação da criança consigo (autopercepção, autoconhecimento, autocuidado), com o outro (cuidado, respeito, reciprocidade, empatia) e com o mundo. A criança inicia o processo de reconhecimento de si e do seu corpo, das emoções e dos sentimentos, percebendo não só o seu corpo físico, mas também aquilo que sente em determinadas situações. Ela sente e age de forma espontânea e, com mediação, consegue perceber o que sentiu e a atitude que teve a partir do sentimento, aprendendo, aos poucos, a interpretar e nomear o que sente e a controlar suas reações. Isso acontece à medida em

que a criança passa a reconhecer-se a partir do outro. É do âmbito da dimensão socioemocional, também, a constituição do sentimento de pertença a um grupo e aos espaços.

A partir das relações estabelecidas nos grupos e nos espaços pretende-se (nesta dimensão) constituir na identidade da criança posturas de respeito, de cuidado e de reciprocidade. Esse é um trabalho prático e cotidiano, que perpassa as relações interpessoais, mas também chega ao reconhecimento da interdependência com o meio, à exploração, ocupação e uso de diferentes espaços, à descoberta do mundo físico e do mundo sociocultural. Trabalha-se, ainda, com situações micro, por meio da mediação do adulto educador, que permite a cada estudante ter maior clareza de que suas ações e individualidades estão atreladas à coletividade, seja de um grupo ou de uma turma.

Nessa dimensão, a parceria dos Orientadores de Aprendizagem propondo estratégias individuais e coletivas, tais como Assembleias de Classe, Rodas de Conversa, Convivências com as turmas e autoavaliação de suas aprendizagens, entre outras, contribuem para que a criança possa perceber-se como sujeito e seja protagonista de seu processo nas três dimensões.

Essas situações comumente são diferentes das circunscritas ao seu universo familiar, pois demandarão ouvir, argumentar, contra-argumentar, analisar, negociar, conciliar diferentes pontos de vista.

Indicadores de desempenho para análise qualiquantitativa das aprendizagens dos estudantes

Educação Infantil

• Autonomia;

• Função social da escrita e dos números;

• Oralidade/escuta;

• Interação;

• Corpo;

• Linguagem gráfica;

• Identidade;

• Cuidado.

1º e 2º anos

• Lê textos verbais e não verbais;

• Escreve em letra de caixa alta e com autonomia;

• Expressa suas ideias por meio de diferentes linguagens: corporal, musical, desenho e oralidade;

• Estabelece a relação número – quantidade;

• Busca estratégias para resolver problematizações, desenvolvendo o raciocínio lógico;

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), percebe seus limites e potencialidades;

• Reconhecimento do corpo, emoções e sentimentos;

• Sentimento de pertença ao grupo;

• Compreensão dos combinados;

• Escuta ao outro;

• Busca do MAGIS;

• Atitudes de cuidado;

• Sacralidade da vida;

• Comunica suas ideias por meio da escrita, registrando de forma legível, utilizando-a letra escolhida (cursiva ou caixa alta);

• Realiza produções escritas com ideias completas, espaçamento entre as palavras, expansão de ideias e ampliação do vocabulário;

• Lê e compreende pequenos textos com autonomia;

• Compreende o sistema de numeração decimal;

• Interpreta, busca soluções e compartilha suas ideias para resolução de situações-problema com os conhecimentos matemáticos sistematizados;

• Resolve seus conflitos com maior autonomia;

• Reflete sobre suas emoções e sentimentos buscando ter atitudes Magis;

• Organize-se com seus cadernos e materiais;

• Expõe suas ideias e escuta a opinião dos demais, respeitando-os.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Brinca e interage com adultos e crianças de diferentes faixas etárias.

• Explora o espaço e seu próprio corpo a fim de desenvolver a percepção corporal.

• Realiza tentativas de representação do esquema corporal por meio da linguagem gráfica.

• Explora as diferentes linguagens (oral, imagética, digital, musical, corporal e escrita).

• Percebe a função social dos símbolos e noções quantitativas.

• Comunica-se oralmente, ampliando gradativamente seu vocabulário.

Pensamento Metacognitivo

• Descobre, por meio das brincadeiras e interações, possibilidades de aprendizagem.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Mediado(a) pelo(a) professor(a), levanta hipóteses sobre as vivências e experiências.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), identifica as atitudes MAGIS consigo.

Relação com o outro

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), identifica as atitudes MAGIS com o outro.

Relação com o mundo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), identifica as atitudes MAGIS com a natureza e os espaços comuns.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Expressa suas emoções e desejos (triste, alegre, nervoso) por meio das diferentes linguagens.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), demonstra hábitos de autocuidado, relacionados ao próprio corpo (higiene, alimentação e aparência).

• Compreende de forma gradativa os combinados construídos no cotidiano.

Relação com o outro

• Percebe as diferenças e semelhanças existentes no grupo.

• Sente-se parte de um grupo.

• Desenvolve percepções de cuidado com o outro e o ambiente.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), percebe as diferentes alternativas para resolução de conflitos.

Relação com o mundo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), pratica as atitudes de cuidado com a natureza e com os espaços comuns.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Brinca e interage com adultos e crianças criando grupos de afinidade.

• Desenvolve a consciência corporal, do seu próprio corpo e no espaço.

• Aprimora a representação do esquema corporal por meio da linguagem gráfica.

• Representa ideias por meio de diferentes linguagens (oral, imagética, digital, musical, corporal e escrita).

• Percebe a função social dos números e da escrita.

• Comunica-se oralmente, com clareza e sequência de ideias, ampliando seu repertório.

Pensamento Metacognitivo

• Descobre, por meio das brincadeiras e interações, possibilidades de aprendizagem.

• Demonstra autonomia para levantar hipóteses e criar estratégias de aprendizagens.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Levanta hipóteses para ampliar seu repertório crítico e criativo, a partir das experiências e interações com o contexto.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Percebe suas emoções e atitudes tentando exercer o cuidado consigo e com o outro, praticando o MAGIS.

Relação com o outro

• Reconhece e pratica as atitudes MAGIS com o outro.

Relação com o mundo

• Reconhece e pratica as atitudes MAGIS com a natureza e os espaços comum.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Nomeia as suas emoções, expressando-se por meio das diferentes linguagens e buscando ser compreendido, encontrando possíveis soluções.

• Adota hábitos de autocuidado relacionados ao próprio corpo (higiene, alimentação e aparência).

• Reconhece suas ações, em relação a si mesmo, percebendo que as mesmas interferem no coletivo.

Relação com o outro

• Respeita as diferenças e semelhanças existentes consigo e no grupo.

• Reconhece-se como parte de um coletivo para construir sentimento de pertença.

• Amplia ações de cuidado com o outro e o ambiente, reconhecendo-se como parte de um coletivo.

• Busca diferentes alternativas para a resolução de conflitos de acordo com os combinados coletivos.

Relação com o mundo

• Em conjunto com o(a) educador(a), participa da organização dos espaços, demonstrando atitudes de cuidado com a casa comum.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Expressa suas ideias por meio de diferentes linguagens.

• Percebe a função social das diferentes linguagens e aplica em situações comunicativas.

• Lê textos verbais e não verbais.

• Com mediação busca estratégias para resolver problematizações, desenvolvendo o raciocínio lógico.

• Amplia sua consciência corporal, em relação à série anterior.

Pensamento Metacognitivo

• Com mediação do(a) educador(a), busca estratégias para atingir diferentes objetivos em situações de aprendizagem.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Amplia seu pensamento narrativo, argumentativo, criativo e crítico, por meio de diferentes experiências.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), reflete sobre as suas emoções e sentimentos, buscando ser MAGIS.

Relação com o outro

• Amplia a sua percepção sobre o outro, reconhecendo as diferenças.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), reconhece e pratica atitudes de cuidado com seus pares (atitudes magis).

Relação com o mundo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), respeita diferentes formas de vida entendendo-as como sagradas.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), reconhece-se como parte do grupo.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a) busca estratégias para resolver seus problemas.

Relação com o outro

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), expõe suas ideias e busca escutar o outro, respeitando-o.

• Mediado(a) pelo educador(a), auxilia seus colegas em diferentes situações.

Relação com o mundo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), constrói sentimento de pertença aos espaços, praticando atitudes de sustentabilidade.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Comunica-se com clareza por meio de diferentes linguagens em diferentes contextos.

• Lê e compreende diferentes textos, verbais e não verbais.

• Busca estratégias para resolver problematizações desenvolvendo o raciocínio lógico.

• Desenvolve a consciência corporal, com vistas à coordenação motora ampla e fina.

Pensamento Metacognitivo

• Com mediação do(a) educador(a) e/ou dos seus pares, busca estratégias para atingir diferentes objetivos em situações de aprendizagem.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Amplia seu pensamento narrativo, argumentativo, criativo e crítico, por meio de diferentes experiências.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), reflete sobre as emoções e sentimentos, buscando ter atitudes MAGIS.

Relação com o outro

• Amplia sua percepção sobre o outro, reconhecendo as diferenças.

• Reconhece e pratica atitudes de cuidado com seus pares (atitudes magis).

Relação com o mundo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), respeita diferentes formas de vida entendendo-as como sagradas.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Reconhece-se como sujeito nas relações, compreendendo os combinados.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), busca estratégias para solucionar problemas.

Relação com o outro

• Expõe suas ideias, e com mediação, escuta a opinião dos demais, respeitando-os.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a) auxilia seus colegas em diferentes situações.

Relação com o mundo

• Amplia sua percepção de pertença em diferentes espaços.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), percebe que suas ações influenciam no cuidado com a casa comum, praticando atitudes de sustentabilidade.

Aprendizagem Integral e o Acompanhamento Sistêmico do Estudante

O Mapa das Aprendizagens é o documento orientador da nossa missão educativa inaciana para a formação integral. Como processo de implementação do seu uso, várias etapas foram efetivadas desde sua construção (2018), sua apropriação pelos educadores (2022 –2023) até as estratégias de proposição e acompanhamento junto aos estudantes e famílias (2024). O documento hoje é de conhecimento de toda comunidade interna (educadores,

famílias e estudantes) e seu uso se efetiva diariamente nas vivências e práticas pedagógicas do Colégio e ele inspira, desde a elaboração dos planejamentos até os projetos de séries e ciclos, a partir das práticas integradas, parcerias estabelecidas e no contínuo acompanhamento das aprendizagens, por meio da autoavaliação, conselhos de classe e devolutiva aos estudantes.

O estudante e seu processo de aprendizagem

Os estudantes do 3º ao 7º ano encontram-se em momentos distintos do seu desenvolvimento. Quando traçamos o perfil dos estudantes do 3º ao 5º ano, precisamos considerar que nessa etapa do Ensino Fundamental, as crianças estão em processo de transformações do seu corpo e aprimorando da coordenação motora ampla e fina. Outro aspecto importante é o autorreconhecimento como sujeitos e, com auxílio dos educadores, elaboram estratégias para resolverem seus problemas de maneira mais eficaz. Além disso, elas buscam maiores responsabilidades e autonomia, compreendendo a importância das rotinas escolares e demonstrando mais comprometimento.

O repertório narrativo, argumentativo, criativo e crítico vai se ampliando nesta etapa e, por meio das experiências promovidas, as crianças conseguem apropriar-se teoricamente do contexto e gradativamente estabelecem interações com o espaço de vivência, contudo ainda é imprescindível a vivência prática do concreto, para que isso se assente e seja significativo.

Na etapa do Ensino Fundamental 2 – Anos iniciais (6º e 7º anos), o desenvolvimento das crianças corresponde ao início da adolescência e isso envolve mudanças significativas em várias áreas. As mudanças corporais vão se tornando perceptíveis, assim como o reconhe-

cimento de suas emoções e dos diferentes estados emocionais, em alguns momentos com mais intensidade e maior oscilações.

Cabe ressaltar que, nessa fase, o estudante tem maior competência para pensar de maneira abstrata e hipotética, além de habilidade para resolver problemas complexos a partir de um contexto específico, ao mesmo tempo em que necessita da mediação do educador e do apoio do concreto em alguns momentos para essa apropriação.

Portanto, é fundamental reconhecermos e respeitarmos as etapas dos nossos estudantes para, assim, adequarmos nossas práticas pedagógicas conforme a necessidade de cada grupo. As crianças do 3º ao 5º ano estão em

um período de transição física e cognitiva, no qual a ênfase na experiência prática e no desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas são cruciais para seu crescimento. Já os estudantes do 6º e 7º ano estão entrando na adolescência, enfrentando mudanças corporais e emocionais significativas, necessitando de um equilíbrio entre suporte socioemocional e cognitivo (estímulo ao pensamento abstrato e crítico). Assim, ao criar um ambiente de aprendizagem que valorize essas diferenças e promova o desenvolvimento integral, oportunizamos aos nossos estudantes aprendizagens significativas e que desenvolvam autonomia no agir e pensar.

As Três Dimensões do Aprender Integral

Dimensão Cognitiva

A DIMENSÃO COGNITIVA passa pelo desenvolvimento das linguagens e de habilidades que serão necessárias para toda a vida acadêmica do sujeito.

Com os estudantes do 3º ao 5º ano, é central o desenvolvimento de todas as linguagens, com ênfase na linguagem escrita, na leitura e na oralidade. Ler e escrever são práticas sociais que ampliam a capacidade expressiva dos estudantes e possibilitam a ampliação do repertório individual e coletivo. Assim como ampliam também a possibilidade de leitura, não só de textos (verbais e não verbais), mas também a leitura do mundo. Nessas séries, a construção de conceitos ganha espaço nos diferentes componentes curriculares, passan-

do fundamentalmente pela oralidade, leitura, interpretação e escrita.

Nos 6º e 7º anos a dimensão cognitiva contempla o amadurecimento dos processos metacognitivos trabalhados nas séries anteriores. Nessa etapa, a intenção é que os estudantes possam ter percepção das próprias aprendizagens, reconhecendo erros e acertos, dificuldades e facilidades etc. Essa percepção pode ser um caminho para a autorregulação dos processos, ou seja, o que se espera é que o estudante consiga, gradativamente, fazer diagnósticos sobre o seu “estilo” de aprendizagem e que busque estratégias para superar os desafios que surgem e para aproveitar aquilo que é favorável à aprendizagem. Além disso, há uma gradativa ampliação dos conceitos específicos

dos diferentes componentes e com mediação os estudantes vão demonstrando cumulatividade.

A dimensão cognitiva passa também pela exploração e pela experienciação da aprendizagem em diferentes contextos, levando à ampliação do repertório e à apropriação gradativa do contexto micro e macro. Com os estudantes do 3º ao 5º o processo e a formação do pensamento crítico, criativo e comprometido está se desenvolvendo. Já com os estudantes dos 6º e 7º anos, esse processo está em amadurecimento.

Assim, é central a busca intencional do desenvolvimento da autonomia dos estudantes e ele deve ser um foco permanente, levando-se em conta que é dentro desse ciclo que o estudante, em termos cognitivos, passa da fase da heteronomia para a autonomia. Isso faz com que desde as primeiras séries seja necessário buscar, diariamente, o desenvolvimento da responsabilidade em pequenos gestos e atitudes que aos poucos vão estabelecendo relações com o conhecimento.

Portanto, a dimensão cognitiva prepara os estudantes para a vida acadêmica e para a compreensão do mundo ao seu redor. Do 3º ao 5º ano, o foco está no desenvolvimento de diversas linguagens, especialmente na leitura, escrita e oralidade, que são fundamentais para a expressão e o entendimento dos conceitos. À medida que os estudantes avançam para o 6º e 7º ano, a ênfase se desloca para o amadurecimento dos processos metacognitivos, permitindo que eles reconheçam suas próprias aprendizagens e desenvolvam estratégias para superar desafios.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão ESPIRITUAL-RELIGIOSA possibilita o discurso sobre o sujeito humano como ser com/para os outros, cujas relações se

caracterizam pela objetividade, no contato com o mundo, intersubjetividade, na relação com outros sujeitos, subjetividade, na relação consigo, com o transcendente e com o absoluto.

Trabalhar essa dimensão com os estudantes do 3º ao 5º envolve um exercício contínuo do autocuidado, da reflexão sobre suas emoções e sentimentos e, com ajuda do educador, que ele reconheça a importância do cuidado com todos os seres vivos e reflita sobre a justiça socioambiental, ampliando assim sua consciência e entendimento sobre suas responsabilidades enquanto cidadão local e global.

Com os estudantes do 6º e 7º ano o reconhecimento da sacralidade do mundo e a manifestação de atitudes de respeito e cuidado são centrais e com mediação, os estudantes vão reconhecendo seus pontos fortes e fragilidades e identificando suas habilidades.

Portanto, a dimensão espiritual-religiosa desempenha um papel essencial no desenvolvimento integral dos estudantes do 3º ao 7º ano, pois promove uma compreensão profunda de si mesmos e do mundo ao seu redor. Ao trabalhar com essa dimensão, ajudamos os estudantes a cultivarem o autocuidado, a reflexão sobre suas emoções e sentimentos e o reconhecimento da importância do cuidado com todos os seres vivos. Nos anos finais do Ensino Fundamental 1, essa abordagem amplia a consciência dos estudantes e, à medida que avançam para o 6º e 7º ano, a ênfase no respeito e cuidado pela sacralidade do mundo, junto ao reconhecimento de seus pontos fortes e fragilidades, contribui para formar indivíduos mais conscientes, empáticos e comprometidos com a justiça.

Dimensão Socioemocional

O trabalho com a dimensão SOCIOEMOCIONAL passa pela relação do estudante consigo (autopercepção, autoconhecimento, autocui-

dado); com o outro (cuidado, respeito, reciprocidade, empatia) e com o mundo.

O estudante do 3º ao 5º ano mediado pelo educador aprofunda o reconhecimento das emoções e dos sentimentos, percebendo não só o seu corpo físico, mas também aquilo que sente em determinadas situações. Isso acontece à medida que o estudante passa a reconhecer-se a partir do outro. É do âmbito da dimensão socioemocional a constituição do sentimento de pertença a um grupo e aos espaços. A partir das relações estabelecidas nos grupos e nos espaços pretende-se (nesta dimensão) trabalhar para a tecitura de posturas de respeito, de cuidado, de inclusão à neurodiversidade e de reciprocidade. Esse é um trabalho prático e cotidiano, que perpassa as relações interpessoais, mas também chega ao reconhecimento da interdependência com o meio, à exploração, ocupação e uso de diferentes espaços; à descoberta do mundo físico e do mundo sociocultural.

Indicadores

Nos 6º e 7º anos têm sequência os trabalhos iniciados anteriormente, de autonomia, resolução de conflitos, autoconhecimento, respeito a si e ao outro. O outro passa a ter uma importância muito mais profunda e as atitudes passam a ser mediadas pelo grupo. A necessidade de ser aceito e pertencer ao grupo passa a ter um lugar central na vida social dos estudantes. Assim, buscamos que nossos estudantes possam desenvolver o autoconhecimento para atuar de forma mais responsável e coerente segundo o que pensa, sente e valoriza, favorencendo seu desenvolvimento integral.

O trabalho contínuo e progressivo com autopercepção, autoconhecimento e habilidades relacionais, tanto com os outros quanto com o mundo ao seu redor, permite que os estudantes construam-se como seres sociais e sujeitos do contexto no qual vivem.

de desempenho

para análise qualiquantitativa das aprendizagens dos estudantes

3º ao 5º ano

• Capacidade de leitura, compreensão e interpretação de textos em diferentes linguagens;

• Capacidade de autoavaliação e qualificação de suas aprendizagens a partir da mediação e apontamento dos educadores;

• Capacidade de perceber e estabelecer relação entre os componentes curriculares e com o contexto;

• Capacidade de perceber o outro, respeitar as diferenças e agir com cuidado;

• Capacidade de resolver problemas propondo estratégias de comunicação não violenta, com mediação.

6º e 7º anos

• Capacidade de identificar conceitos e métodos específicos dos componentes e demonstrar cumulatividade;

• Capacidade de leitura, compreensão e interpretação de textos em diferentes linguagens;

• Capacidade de utilizar estratégias variadas para aprender, nas três dimensões;

• Capacidade de perceber o outro, respeitar as diferenças e agir com cuidado;

• Capacidade de reconhecer problemas e propor possibilidades de resolvê-los.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Comunica-se por meio de diferentes linguagens com clareza e coerência.

• Lê com autonomia e compreensão, textos verbais e não verbais.

• Organiza-se em suas rotinas escolares, dentro dos tempos estabelecidos.

• Demonstra coordenação motora ampla e fina, de acordo com sua faixa etária.

Pensamento Metacognitivo

• Com mediação do(a) educador(a), percebe seus erros e acertos em diferentes situações de aprendizagem.

• Com mediação do(a) educador(a) busca estratégias para qualificar suas aprendizagens.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Percebe o contexto, ampliando seu repertório narrativo, argumentativo, criativo e crítico, por meio de diferentes experiências.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), identifica e reflete sobre as emoções e sentimentos, buscando ter atitudes MAGIS.

Relação com o outro

• Percebe o outro, reconhecendo e respeitando as diferenças.

• Demonstra atitudes de cuidado com o outro (atitudes magis).

Relação com o mundo

• Reconhece a importância do cuidado com todos os seres vivos, percebendo as relações de interdependência, na perspectiva da sacralidade da vida.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Reconhece-se como sujeito nas relações, compreendendo os combinados.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), elabora estratégias para resolver seus problemas.

• Reconhece a importância das rotinas escolares para seu desempenho acadêmico.

Relação com o outro

• Expõe suas ideias, e com mediação, escuta a opinião dos demais, respeitando-os.

• Auxilia pessoas do seu convívio escolar em diferentes situações.

Relação com o mundo

• Amplia seus espaços de vivência.

• Demonstra interesse pelos problemas socioambientais, praticando atitudes de sustentabilidade.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Utiliza as linguagens específicas das ciências e das artes em suas produções.

• Desenvolve o pensamento abstrato, utilizando-se de exemplos e relações similares.

• Lê enunciados e textos verbais e não verbais, identificando palavras de comando e informações essenciais.

• Mediado(a) pelo(a) professor(a), sistematiza suas aprendizagens a partir das relações entre diferentes fontes.

Pensamento Metacognitivo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), identifica em que precisa evoluir quanto aos seus limites, para tentar superá-los.

• Busca desenvolver estratégias para qualificar suas aprendizagens.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Estabelece relação entre os componentes curriculares e destes com o contexto.

• Argumenta a partir de critérios relevantes.

• Cria estratégias para solucionar problemas.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), identifica seus sentimentos pela autorreflexão para desenvolver a capacidade de lidar com suas emoções.

• Exercita atitudes de autocuidado na busca do MAGIS.

Relação com o outro

• Identifica os sentimentos e necessidades do outro.

• Exercita atitudes fraternas na busca do MAGIS, na perspectiva de formação para a cidadania global.

Relação com o mundo

• Identifica todas as formas de vida demonstrando atitudes de respeito e cuidado.

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), reflete sobre a justiça socioambiental ampliando sua consciência e entendimento sobre suas responsabilidades enquanto cidadão global.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), elabora estratégias para resolver seus problemas.

• Demonstra responsabilidade e comprometimento com os combinados da rotina escolar.

Relação com o outro

• Expõe suas ideias e escuta a opinião dos demais, respeitando-os.

• Exercita atitudes cooperativas de convivência.

Relação com o mundo

• Percebe-se como sujeito da coletividade desenvolvendo atitudes de cuidado com o espaço e sensibilidade pelos problemas socioambientais.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Retoma e desenvolve as linguagens específicas das ciências e das artes em suas produções.

• Amplia o pensamento abstrato, utilizando-se de exemplos e relações similares.

• Lê e interpreta enunciados e textos verbais e não verbais com autonomia.

• Sistematiza suas aprendizagens a partir das relações entre diferentes fontes.

Pensamento Metacognitivo

• Identifica em que precisa evoluir quanto aos seus limites, para tentar superá-los.

• Desenvolve estratégias para qualificar suas aprendizagens.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Estabelece relação entre os componentes curriculares e destes com o contexto.

• Argumenta criticamente a partir de critérios relevantes.

• Cria estratégias para solucionar problemas com autonomia.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Identifica seus sentimentos pela autorreflexão para desenvolver a capacidade de lidar com suas emoções.

• Exercita atitudes de autocuidado na busca do MAGIS.

Relação com o outro

• Mediado(a) pelo(a) educador(a), respeita as características, sentimentos e necessidades do outro.

• Exercita atitudes fraternas na busca do MAGIS, na perspectiva de formação para a cidadania global.

Relação com o mundo

• Valoriza todas as formas de vida demonstrando atitudes de respeito e cuidado.

• Reflete sobre a justiça socioambiental ampliando sua consciência e entendimento sobre suas responsabilidades enquanto cidadão global.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Elabora estratégias para resolver seus problemas.

• Demonstra responsabilidade e comprometimento com os combinados da rotina escolar.

Relação com o outro

• Expõe suas ideias e escuta a opinião dos demais, respeitando-os.

• Exercita atitudes cooperativas de convivência.

Relação com o mundo

• Percebe-se como sujeito da coletividade desenvolvendo atitudes de cuidado com o espaço e sensibilidade pelos problemas socioambientais.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Identifica conceitos específicos dos diferentes componentes e via mediação, demonstra cumulatividade.

• Lê, interpreta e compreende textos verbais e não verbais.

• Escreve com clareza, coerência, legibilidade e respeito à norma padrão.

Pensamento Metacognitivo

• Utiliza estratégias variadas para aprender, com mediação.

• Identifica no conteúdo estudado relações com a realidade local e pessoal, com mediação.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Reconhece o problema, identifica causas e consequências, com mediação.

• Apresenta pensamento crítico e criativo à favor da promoção da justiça.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Percebe, com mediação, seus pontos fortes e fragilidades, em relação às suas ações e reações nas dinâmicas escolares.

Relação com o outro

• Apropria-se do conceito Magis Inaciano e procura aplicá-lo no cotidiano escolar.

• Mostra-se acessível em situações que requer escuta, empatia, respeito e compaixão.

Relação com o mundo

• Reconhece a sacralidade do mundo, manifestando atitudes de respeito e cuidado.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Reconhece suas emoções e, com mediação, busca superar e aprender com suas frustrações.

• Compromete-se com as rotinas escolares, com mediação.

Relação com o outro

• Reconhece e respeita o lugar do outro nas suas relações, por meio de experiências mediadas.

• Reconhece a importância de sua participação no aprender cooperativo, a partir de experiências mediadas.

• Entende a importância e respeita as regras de convivência e dos acordos coletivos, com mediação.

Relação com o mundo

• Reflete sobre suas ações individuais e coletivas, e pratica os valores presentes na ecoética tendo como referência os educadores em suas mediações.

• Demonstra sentimento de pertença, ao cuidar dos espaços públicos e de uso coletivo, com mediação.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Apreende conceitos específicos e demonstra cumulatividade.

• Lê, interpreta e compreende as ideias e conceitos centrais de textos verbais e não verbais

• Reconhece características do seu processo de aprendizagem (limites e potencialidades), com mediação.

Pensamento Metacognitivo

• Reconhece a intencionalidade das estratégias propostas e busca recursos, com mediação, para dar conta de sua aprendizagem.

• Compreende o conteúdo estudado e o relaciona com o contexto e a realidade local, com mediação.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Identifica problemas e propõe possibilidades de respostas a partir de um contexto específico, com mediação.

• Reconhece os conceitos centrais relativos à promoção da justiça, manifestando posicionamentos a partir de argumentações orais.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Reconhece, com mediação, seus pontos fortes e fragilidades, identificando minimamente suas habilidades.

• Manifesta empatia nas diversas situações do cotidiano escolar, com mediação.

Relação com o outro

• Reconhece, por meio do discernimento inaciano, os caminhos para o melhor uso da liberdade.

• Estabelece e compromete-se com relações que evidenciem a sacralidade do outro, percebendo-o como ser diverso.

Relação com o mundo

• Reconhece e compromete-se com o valor fundamental da vida e não vida como referência de ação ética pessoal e coletiva.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Reconhece seus diferentes estados emocionais e expressa seus sentimentos, com mediação.

• Tem consciência de seu papel como sujeito das rotinas escolares.

Relação com o outro

• Convive e respeita o outro a partir de sua singularidade.

• Demonstra abertura para aprender com o outro, a partir de suas experiências.

• Identifica causas de conflitos e busca formas de resolvê-los, com mediação.

Relação com o mundo

• Percebe a relevância e a influência dos valores presentes na ecoética sobre suas ações individuais e coletivas.

• Demonstra sentimento de pertença, ao cuidar dos diferentes espaços de vivência.

Aprendizagem Integral e o Acompanhamento

Sistêmico do

Estudante

O eixo norteador do trabalho do 8º e 9º ano trata da sedimentação dos conhecimentos científicos que são base (fundamento) e mediação (BNCC, 2019) para a formação humana e integral em suas três dimensões: cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa. Para tanto, o Mapa das Aprendizagens apresenta os macroorientadores para os diferentes sujeitos das aprendizagens esperadas. Desde 2019, o ciclo inicia a caminhada com o uso do MA como referencial balizador das aprendizagens possíveis e viáveis. Com a necessidade de revisão dos processos em função dos impactos da pandemia em 2020-2022, retomamos, ainda no final de 2022, as discussões de revisão e reescrita do MA, adaptados ao novo perfil de estudante e escola.

Os planejamentos individuais, trimestrais, do componente e Trabalho de Pesquisa são referência no processo de releitura do MA, pois resgatam e sintetizam os estudos realizados por cada educador e educadora no processo de caracterização do estudante e das culturas de sala: as aprendizagens integrais, visíveis e transferíveis, a cidadania local e global, os resultados das autoavaliações, o feedback ao estudante compõem o grande mosaico que, junto ao MA, orienta os movimentos heurísticos que conduzem a nossa práxis no acompanhamento das aprendizagens.

O estudante e seu processo de aprendizagem

Nessa fase os estudantes encontram-se num período de transição para a adolescência, na qual a construção da identidade vai gradativamente se revelando. As megahabilidades e habilidades cognitivas envolvem a capacidade de abstração, generalização, estabelecimento de relações, comparações, análise e síntese. Destaca-se a habilidade de pensar nas relações entre conceitos ou acontecimentos sem precisar experimentá-las de fato. Assim, compreen-

dem conteúdos e procedimentos que exigem ligação entre diferentes conhecimentos. Criam hipóteses sobre objeto/temática estudados, além de criarem estratégias de aprendizagem. O estudante intensifica um processo reflexivo sobre si, em busca da identidade como indivíduo e seus múltiplos papéis, constituindo-se como sujeito autônomo nas três dimensões. Uma autonomia muitas vezes mediada pelos diversos sujeitos que escrevem, em parceria

com ele, as rotas de aprendizagem capazes de formar para a descolonização do pensamento, da cultura e do saber. Nessa caminhada, avançamos, em um processo de abstração capaz do uso do conceito como forma e representação da realidade. No âmbito de nossas atribuições, a mediação relaciona-se com o ato de criar problematizações que possibilitem aos diferentes protagonistas do processo educativo/formativo se desinstalarem de suas posições e até reconfigurarem suas visões sobre as questões que os envolvem. Nesse plano,

As Três

nossas interferências devem orientar-se pelo cuidado com a pessoa e com a sua históriaisso vale para nós, educadores, para estudantes e seus familiares. Trata-se de desenvolver outra perspectiva quanto ao que se entende por conflito, resgatando sempre as intenções e os valores que guiaram as pessoas, sugerindo a alteridade e o respeito como referência de trabalho e, principalmente, ajudando a identificar as condições para superação e crescimento a partir dos eventos que provocaram tensões.

Dimensões

do Aprender Integral

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve os nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento das ciências, em conexão com o conhecimento da vida. Nesse processo, a mediação dos educadores é necessária para que o estudante possa, aos poucos, perceber-se e se assumir como sujeito do seu processo de aprendizagem e desenvolver a autonomia no aprender, no que se refere à metodologia de estudo, organização e disciplina pessoal, a partir de cada componente curricular e das áreas do conhecimento. Essa dimensão contempla, também, o amadurecimento de alguns processos que levam à metacognição: pensar sobre o pensar, capacidade de relacionar contextos distintos e de diversas áreas, capacidade de estabelecimento de metas de aprendizagem, capacidade de autorreflexão na identificação de características de seu processo de aprendizagem, por meio de experiências concretas e mediações. No reconhecimento dos seus limites e poten-

cialidades (método) para superação das dificuldades e qualificação dos processos, desenvolvendo consciência dos recursos mentais inerentes e necessários às várias áreas do conhecimento. Pressupõe o desenvolvimento de um pensamento crítico, criativo e comprometido, relacionado à leitura da realidade local e global, ressignificando os conhecimentos apreendidos em vista da promoção da justiça e da cidadania global em diferentes discursos e contextos.

Dimensão Espiritual-Religiosa

Um dos principais compromissos da Educação Jesuíta e da Pedagogia Inaciana tem sido orientar os alunos em direção a uma espiritualidade mais significativa, auxiliando-os a aplicar o discernimento em suas vidas diárias. Reconhecer e acolher os talentos e dons, as dúvidas e anseios, as alegrias e aspirações mais profundas representam a maior dádiva da educação fundamentada em uma compreensão encarnada do mundo. Como irei dedicar minha vida?

A quem pertenço? Onde é que Deus está me chamando? Atingir tais objetivos requer uma formação total e profunda da pessoa humana, um processo educativo que aspire “à excelência, um esforço de superação no desenvolvimento das próprias potencialidades, que integre o intelectual, o acadêmico” e o espiritual-religioso (COMPANHIA DE JESUS, 1993, §14).

Dando continuidade ao trabalho da dimensão espiritual-religiosa da Fase 1, trabalhar a dimensão espiritual-religiosa no EFII Anos Finais, via currículo, traz-nos um grande desafio e grandes oportunidades para a descolonização dos nossos currículos e, por sua vez, para aproximação do projeto de humanismo cristão. Humanizaremos ainda mais os nossos processos e tornaremos evidência aquilo que, a princípio, não nos soa evidenciável: a autotranscedência, a dimensão da solidariedade, partilha, engajamento, sensibilidade e cuidado para com o outro serão centrais. E, aqui, a dimensão espiritual-religiosa ultrapassa e abarca a dimensão política, pois, mesmo com ideologia, a abertura intelectual e ética torna possível olhar para além das ideologias reinantes – a misericórdia como ponto de partida de quaisquer ações humanas; a capacidade de reflexão sobre crenças e valores pessoais e/ou herdados pela família; a exploração e construção de questões existenciais que envolvem o sentido da vida; a busca por significado e propósito pessoal para a vida e cuidado com todas as formas de vida e com a Casa Comum.

A dimensão espiritual-religiosa permite aos nossos currículos a inserção da categoria de esperança. Buscamos, ainda, oportunizar atividades imersivas, que levem a refletir sobre a importância da alteridade e do servir ao outro com empatia, por meio do voluntariado, dos momentos de interação pastoral, dinamizados e adaptados para as diferentes realidades de sala de aula.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional, no EFII, é constituinte do ser humano como ser de/para as relações. Significa afirmar que a existência encontra “sentido” nas relações e nos diversos olhares que cada ser humano apreende do mundo, de si, do outro e do transcendente. Também significa defender que o reconhecimento das emoções e sentimentos carrega em seu fundamento a alteridade, o cuidado com o outro, o aprender a lidar com expectativas e frustrações. A narrativa e vivência dos afetos é sempre algo compartilhado em uma comunidade humana de sentido. Não há como formarmos integralmente sem que se parta, necessariamente, do respeito ao outro. Esses olhares compõem o sentido do mundo e tecem, dia a dia, a identidade e subjetividade de cada pessoa.

Cabe reforçar que as aprendizagens para a dimensão socioemocional também nos servem de bússola que aponta rotas e possibilidades para o trato humanizado de conteúdos, capaz de formar, também, para uma inteligência afetiva e para o mundo por vezes conflituoso das relações humana que necessita, constantemente, de autorregulação para a imersão sadia na comunidade humana.

Indicadores de desempenho para análise qualiquantitativa das aprendizagens dos estudantes

• Capacidade articular pela escrita e pela oralidade múltiplas textualidades, com a comunicação clara e precisa de ideias, pensamentos e informações;

• Capacidade de analisar informações, formular argumentos coerentes com justificativas fundamentadas;

• Competência digital: capacidade de utilizar as tecnologias digitais para pesquisa, comunicação e potencialização das aprendizagens;

• Capacidade de colaborar efetivamente com os colegas e professores, comunicar-se de forma clara e resolver conflitos de maneira construtiva e propositiva;

• Capacidade de Autonomia e Autogestão: definição de metas de aprendizagem pessoais, organização do tempo de estudo e das estratégias de aprendizagem pessoais;

• Autoconhecimento espiritual: reflexão sobre suas próprias crenças, valores e experiências espirituais.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Estabelece relações entre os conceitos dos diferentes componentes.

• Lê, interpreta, problematiza e resume textos de diferentes linguagens.

• Com mediação, percebe em seu processo de aprendizagem suas dificuldades e potencialidades e ensaia possibilidades de superação e qualificação.

Pensamento Metacognitivo

• Busca orientações para superar suas dificuldades ou qualificar sua aprendizagem.

• Estabelece relações do conteúdo estudado com sua realidade local e global.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Aplica as aprendizagens efetivadas para solucionar problemas de natureza semelhante, com mediação.

• Reconhece os conhecimentos centrais de forma crítica e coerente, em vista da promoção da justiça e da cidadania, em diferentes discursos e contextos.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Reflete sobre as suas emoções, frustrações, sentimentos e desejos.

• A partir dos Direitos Humanos, reflete sobre sua realidade e do outro.

Relação com o outro

• Percebe o sentido de um projeto de vida com valores inacianos, com mediação.

Relação com o mundo

• Reconhece ações restauradoras da sacralidade da vida e não vida, intervindo, com mediação, nas dinâmicas de cuidado com o espaço local.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Constitui-se enquanto sujeito de relações, com mediação, em suas identidades e percepção corporal.

• Assume-se como sujeito das rotinas escolares, demonstrando atitudes de pesquisa e investigação, com mediação.

Relação com o outro

• Propõe ações de superação pessoal e coletiva, a partir do respeito à diversidade, com mediação.

• Reconhece e respeita a diversidade como fator inerente às aprendizagens.

• Identifica causas de conflitos e exercita formas de resolvê-los em diversas situações com mediação.

Relação com o mundo

• Manifesta em suas atitudes valores presentes na ecoética em situações individuais e coletivas.

• Corresponsabiliza-se no cuidado com os diferentes espaços de vivência, identificando possibilidades de mobilização para ações efetivas.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Estabelece relações entre os conceitos dos diferentes componentes e núcleo, demonstrando interdisciplinaridade, com mediação.

• Lê, sintetiza, problematiza e utiliza-se das múltiplas linguagens, com mediação.

Pensamento Metacognitivo

• Elabora estratégias pessoais de estudo e avalia o que foi apreendido, fazendo reorientações quando necessário.

• Faz relações e propõe ações entre o conteúdo estudado, seus diferentes contextos e sua realidade de vida.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Problematiza as aprendizagens efetivadas para solucionar problemas de natureza semelhante, com mediação.

• Utiliza-se dos conhecimentos centrais de forma crítica e coerente, em vista da promoção da justiça e da cidadania.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Manifesta seus desejos, emoções, vontades e frustrações, relacionando-as, com mediação, às expectativas sociais que influenciam diretamente na constituição de sua identidade.

• Com mediação, começa a manifestar algumas evidências de autotranscendência a partir dos Direitos Humanos.

Relação com o outro

• Reflete sobre as possibilidades de um projeto de vida pautado no pessoal e coletivo a partir de valores inacianos.

• Reflete sobre as relações interpessoais com alteridade, propondo ações de defesa do outro com mediação.

Relação com o mundo

• Compromete-se com a multiplicidade da vida e não vida, propondo um agir pessoal e coletivo a partir dos valores evangélicos.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Manifesta noção básica de identidade e consciência corporal.

• Demonstra avanços na autonomia em relação ao seu processo de aprendizagem.

Relação com o outro

• Propõe ações de superação pessoal e coletiva, a partir do respeito à diversidade.

• Experiencia o aprender em grupo, numa abordagem cooperativa.

• Reconhece o conflito nas relações humanas e com mediação reflete e aplica cooperativamente estratégias de superação a partir da ecoética.

Relação com o mundo

• Corresponsabiliza-se no cuidado dos diferentes espaços de vivência e mobiliza seus pares para ações efetivas.

Aprendizagem Integral e o Acompanhamento

Sistêmico do

Estudante

O presente documento objetiva explicitar a intencionalidade dos referenciais de acompanhamento sistêmico e orgânico da aprendizagem e formação integral dos estudantes do Ensino Médio, estabelecendo uma relação direta, espiral e cumulativa entre as aprendizagens de final de cada série, conforme descrito no Mapa das Aprendizagens (MA). Essa formação processual baseia-se nas dimensões cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa, possibilitando a caracterização dos estudantes de cada série e de todo o Ensino Médio.

Esse instrumento subsidia e é subsidiado pelo desenvolvimento da práxis metodológica e avaliativa na perspectiva de formalizarmos uma cultura comum de proposição, análise e acompanhamento das aprendizagens dos estudantes, impactando, por sua vez, a busca do mais e melhor na formação dos jovens com os quais convivemos, aprendemos e ensinamos.

Da mesma forma, as aprendizagens do MA se configuram como aprendizagens previstas em um continuum na série e entre as séries, exigindo planejamento e articulações entre os componentes, áreas do conhecimento, itinerários e ações formativas dos centros acadêmicos (Pastoral e Inclusão) e da equipe pedagógica. Esse diagnóstico coletivo das aprendizagens dos estudantes possibilita que os educadores revisitem o seu planejamento e estabeleçam critérios metodológicos que contribuam para que os estudantes possam retomar seu processo de aprendizagem, tendo em vista as habilidades e os conteúdos que precisam melhorar, além da construção dos novos saberes, ou seja, são critérios qualitativos de revisão de práticas (pelos professores) e de priorização e aprofundamento de habilidades/conhecimentos (pelos estudantes).

O estudante e seu

processo de aprendizagem

Quando caracterizamos o estudante na fase final do Ensino Básico delineamos o que se espera de um jovem que está em processo de transição para a vida adulta, por isso as aprendizagens dos conhecimentos das ciências caminham juntos com as dimensões afetivas,

relacionais, éticas e espirituais, socioemocionais e socioambientais. Espera-se que esse jovem atue com protagonismo, autonomia, alteridade, autocrítica, capacidade de síntese e de ampliação das aprendizagens existentes. Essas habilidades e competências são caracte-

rísticas do pensamento pós-formal, desenvolvem-se por meio da constante mediação do educador ao longo das três séries do Ensino Médio.

Em outras palavras, aprender envolve a capacidade de estabelecer conexões entre um novo conceito com os conhecimentos anteriores; a contextualização do conhecimento acadêmico com a realidade histórica e social; as relações consigo, com o outro e com o mundo na perspectiva do respeito e da solidariedade, a constante reinvenção do significado da sacralidade da vida, tendo em vista os dilemas éticos atuais. Essas e outras características da mediação possibilitam o desenvolvimento da autonomia, da autoria e da criticidade perante o conhecimento e os desafios da vida.

A relação entre o que se espera das aprendizagens dos estudantes do Ensino Médio tem uma relação intrínseca com a caracterização do jovem real que vive e convive com os colegas e professores nos diversos espaços do colégio. Estamos falando de um jovem que argumenta sobre suas ideias, mas está construindo repertório sobre a realidade política,

social, cultural, econômica em sua complexidade local e global. Que se dispersa quando lhes é exigido uma concentração mais prolongada, principalmente ao longo da leitura, pesquisa e sistematizada. Que busca a autonomia aprendendo a relacionar-se com outras pessoas por meio do vínculo presencial e digital; que tenta equilibrar os fatores presentes na dimensão socioemocional (frustação, lutas sociais, relações familiares e com os amigos/as etc.); que se assusta com a necessidade de tomar decisões sobre si mesmo e o caminho que quer percorrer (escolha da profissão e busca de uma relação positiva com as mudanças).

O projeto de vida de cada estudante não se finaliza na escola, ao contrário, é um processo que está se delineando a cada dia, num constante processo de reflexão sobre as aprendizagens escolares e sobre a realidade em que se vive. É um processo de discernimento sobre as escolhas que norteiam os caminhos da experiência profissional, política e social.

As Três Dimensões do Aprender Integral

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida. Corresponde às megahabilidades e habilidades cognitivas desenvolvidas e, especificamente no Ensino Médio, refere-se à capacidade de consolidação de habilidades de memória, percepção, atenção, raciocínio e sistematização.

O aprofundamento e a abstração são habilidades inerentes à análise, à síntese e à generalização pretendidas nessa fase. Envolve a relação entre a compreensão e o aprofundamento da linguagem específica dos componentes curriculares e das áreas do conhecimento.

Pressupõe o desenvolvimento de um pensamento crítico, criativo e comprometido relacionado à leitura da realidade local e global. Essa dimensão envolve a busca de soluções

para situações problema, com comprometimento formal e político, inventividade e criatividade envolvidos com a construção de um projeto de vida pautado na justiça socioambiental. Nesse caminho , o processo de aprendizagem pressupõe identificações e construções de significados que são fortemente favorecidos pela relação afetiva estabelecida na relação entre educadores e estudantes, entre os componentes (ciência) e o estudo da realidade histórica, entre a utopia (esperançar) e a possibilidade de viver em um mundo mais justo para todos. Essa relação afetiva e socioemocional necessita de metodologias que reforcem o pensar e viver junto, daí a importância dos estudos cooperativos e colaborativos, da empatia com relação aos colegas de convívio, do envolvimento e integração com o meio social, tendo em vista a diversidade de pessoas e de culturas, entre outras questões.

Para haver condições do desenvolvimento dos processos cognitivos em consonância com a complexidade exigida nessa fase, entende-se que a mediação realizada pelos educadores seja de fundamental importância no êxito das aprendizagens.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A formação do estudante na dimensão espiritual-religiosa no EM, a partir da pedagogia e espiritualidade inacianas, compreende o ser humano como vida autoconsciente e de inerente transbordamento do reconhecimento da própria existência. Busca-se nessa fase promover o exame de consciência para ajudar os estudantes a escutarem a voz interior e aprender o caminho da interioridade. Desse modo, a mediação nessa dimensão pressupõe o humano como sujeito situado histórico e contextualmente, imanente nas relações pessoais e inventivo no que toca a reconstituição da sua existência em contextos, vivências e experiên-

cias desafiadoras nas perspectivas ontológica, ética, social e política.

Por isso, pressupomos um ser humano pleno somente na possibilidade de ser junto com –como ser capaz de significar e reinventar relações (consigo, com os outros, com o mundo e com o transcendente) - compreendemos ser caráter imprescindível de mediação, a composição e proposição de espaço e ambiente orientados para que, conscientes de si possam descentrar-se em direção ao outro. Desse modo, promovemos diálogos sobre o compromisso com a Justiça social, relacionados à temática da Campanha da Fraternidade, em parceria com os professores do núcleo de humanas, buscando animar os estudantes para uma prática mais justa, desde o Colégio.

A autotranscedência, nesse sentido, encarna um conhecimento e uma prática sobre o conhecer pautada na premissa que o saber deve nutrir de vida os sujeitos envolvidos nos processos de aprendizagem (educadores e estudantes) – isto é, uma nutrição possível somente na consideração do outro, no acolhimento e na superação de si, em vista da reinvenção do significado da sacralidade da vida, dos dilemas éticos atuais, da reconexão com a natureza e o cosmo, do sentido dado à própria vida numa autocriação de si e do mundo de modo propositivo e ético. Para isso, novamente seguimos oferecendo as pausas inacianas, agora centradas nesse processo transcendente e de forma colaborativa com o Projeto de Vida, promovendo o discernimento, distinguindo os motivos que nos movem, ponderando valores e prioridades, analisando consequências, de nossas decisões (PI, n.135).

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca a caracterização e o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se

a partir da integração de seu corpo, suas emoções, sentimentos, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

O desenvolvimento da identidade pessoal dos estudantes do Ensino Médio envolve um longo processo de autoconhecimento a partir da percepção de si mesmo nas dimensões biológico, antropológico e psicossocial. Em outras palavras, nossos jovens, na medida em que compreendem suas emoções, pensamentos e valores, reconhecem-se como seres humanos simultaneamente únicos e sociais. É nesse caminho que, aos poucos, conquistam e assumem autoria na vida pessoal e social, aprofundando a capacidade de se autoavaliarem em relação ao que pensam, sentem e manifestam.

Na medida em que os jovens aprendem a se posicionar e se autoavaliar diante dos conflitos e das contradições da realidade, aprendem também a se responsabilizar pelas suas ações, pois esse processo faz parte do “adultecer”.

Esse “adultecer” exige dos jovens uma constante reflexão sobre o direito à vida, à liberdade e à dignidade, considerando o agir ético e o respeito aos direitos humanos como os principais alicerces para que aprendam a reconhecer o outro, com o outro e no outro a pluralidade e os direitos universais de uma sociedade democrática e inclusiva.

É na relação com o mundo que o outro se ressignifica constantemente e estabelece as mediações positivas e negativas entre as esferas públicas e privadas, social e pessoal, na dialogia entre autonomia e heteronomia. O que se espera é que os nossos jovens consigam perceber a importância do cuidado consigo e com o outro e, especialmente, com a casa comum, comprometendo-se de maneira autoral com as demandas ecológicas e sociopolíticas decorrentes desse posicionamento e

interferência no meio em que vivem. Esse processo de experiência-reflexão-ação-avaliação requer o desenvolvimento de habilidades de argumentação e criticidade que partam de princípios e ações éticas e valorativas para o bem-estar comum.

Assim, as aprendizagens que envolvem a dimensão socioemocional dos estudantes do Ensino Médio exigem dos educadores uma constante mediação, pois se ensina e se aprende a autonomia, a autoria, a autoavaliação e a autocrítica, nos conflitos e desafios do dia a dia escolar.

Indicadores de desempenho para análise qualiquantitativa das aprendizagens dos estudantes

• Capacidade de estabelecer conexões entre um novo conceito com os conhecimentos anteriores;

• Capacidade de contextualizar o conhecimento acadêmico com a realidade histórica e social;

• Capacidade de estabelecer relações positivas ou de enfrentamento consigo mesmo, com o outro e com o mundo na perspectiva do respeito e da solidariedade;

• Capacidade de constante reinvenção do significado da sacralidade da vida, tendo em vista os dilemas éticos atuais;

• Capacidade de apresentar por meio do seu processo de aprendizagem, elementos ressignificados de autonomia, de autoria e de criticidade perante o conhecimento e os desafios da vida (autoavaliação, autocrítica);

• Capacidade de compreender a diversidade de textos e contextos para analisar e argumentar de forma coerente e aprofundada na sistematização das informações e pesquisas;

• Capacidade de utilizar eficazmente tecnologias digitais para pesquisa, comunicação e criação de conteúdo.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Desenvolve e revela o domínio dos conceitos e conteúdos centrais por meio da capacidade de memorização, percepção e sistematização, estabelecendo relações e abstrações.

Pensamento Metacognitivo

• Distingue e prioriza o que é central nas diversas áreas do conhecimento, considerando suas potencialidades e limites, estabelecendo formas próprias de organização pessoal (relação entre mediação e autonomia).

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Observa e descreve as características predominantes na realidade local e global, tendo como elemento integrador o conhecimento historicamente constituído.

• Identifica e se apropria de possíveis soluções inerentes ao contexto local e global e posiciona-se de maneira comprometida com a construção de um projeto de vida pautado na Justiça Socioambiental.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Expressa e percebe o que sente e pensa.

• Reconhece-se nas suas emoções a partir do outro (empatia/Direitos Humanos).

• Identifica elementos que afetam o seu interior (moções) em relação à pluralidade de situações que o interpelam na construção do seu projeto de vida.

Relação com o outro

• Demonstra valores de existência comum e de comunidade (com todos os seres vivos e não vivos).

Relação com o mundo

• Reconhece e respeita a vida e não vida como sagrada na ação consigo mesmo, com os outros e com o mundo.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Percebe suas emoções, pensamentos e valores, reconhecendo a importância de ser sujeito (autonomia).

Relação com o outro

• Abertura ao outro e à pluralidade por meio dos valores éticos.

• Responsabiliza-se pela própria vida e a do outro com protagonismo e cooperação no contexto em que está inserido.

• Entende a necessidade da restauração das relações como forma de resolução dos conflitos (abertura ao diálogo).

Relação com o mundo

• Identifica criticamente os conceitos de sustentabilidade e existência comum (ecoética).

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Abstrai e transpõe a partir do conhecimento apreendido dos conceitos e informações dos componentes e áreas respectivas, inferindo e significando as múltiplas relações.

Pensamento Metacognitivo

• Reconhece e aplica estratégias metodológicas que favorecem seu processo de aprendizagem nas várias áreas do conhecimento, constituindo métodos próprios de estudo.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Percebe e identifica as relações de interdependência entre o local e o global, tendo como elemento integrador o conhecimento historicamente constituído.

• Projeta diversas soluções para a resolução de problemas (autoria) e posiciona-se de maneira comprometida com a construção de um projeto de vida pautado na justiça socioambiental.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Estabelece senso crítico sobre suas ações e sentimentos.

• Extrapola a si mesmo e reconhece a interdependência de si com o outro (alteridade).

• Aprofunda os elementos que afetam seu interior (moções) em relação à pluralidade de situações que o interpelam.

Relação com o outro

• Compromete-se com o outro numa relação de interdependência (com todos os seres vivos e não vivos).

Relação com o mundo

• Defende e promove o cuidado com todas as formas de vida e não vida.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Assume protagonismo revelando sua capacidade de se autoavaliar em relação ao que pensa, sente e manifesta (responsabilização individual e relação com o próprio corpo – corporeidade).

Relação com o outro

• Acolhe e favorece relações com o outro em sua diversidade de maneira democrática e inclusiva.

• Revela autoconsciência, sendo inventivo e sensível para com outro e com a realidade diversa.

• Dialoga de maneira propositiva com intuito de restaurar as relações.

Relação com o mundo

• Responsabiliza-se pelas demandas ecológicas de modo ético.

Dimensão Cognitiva

A dimensão cognitiva envolve o aprender e o saber pensar de nossos estudantes nas múltiplas relações com o conhecimento da ciência, em conexão com o conhecimento da vida.

Processos Cognitivos

• Generaliza a partir de múltiplas conexões entre as diversas áreas do conhecimento.

Pensamento Metacognitivo

• Desenvolve métodos diversos de estudo e de organização pessoal, agregando novas possibilidades de aprendizagem na interlocução entre as várias áreas do conhecimento.

Pensamento Crítico, Criativo e Comprometido

• Compara e generaliza divergências e convergências dos diversos contextos locais e globais, tendo como elemento integrador o conhecimento historicamente constituído.

• Vivencia e desenvolve soluções originais e/ou alternativas para a resolução de problemas (autoria) e posiciona-se de maneira comprometida na construção de um projeto de vida pautado na justiça socioambiental.

Dimensão Espiritual-Religiosa

A dimensão espiritual religiosa é perpassada pelas experiências e relação humana com o transcendente manifestada consigo, com o outro e com o mundo.

Relação consigo

• Demonstra consciência crítica de si. Autorreflexão.

• Supera a si em direção ao outro/Outro (físico/absoluto).

• Posiciona-se criticamente e criativamente frente à pluralidade de situações que o interpelam (que os afeta).

Relação com o outro

• Experiencia a relação com o outro de maneira compassiva e responsável, com inserção social e ética nas relações (julgamento, posicionamento e ação). MAPA DAS APRENDIZAGENS - 3ª SÉRIE - EM 104

Relação com o mundo

• Significa e ressignifica a existência pela valorização da vida, por meio de ações que promovam a justiça socioambiental.

Dimensão Socioemocional

A dimensão socioemocional busca o desenvolvimento da identidade pessoal dos nossos estudantes, construindo-se a partir da integração de seu corpo, suas emoções, pensamentos e valores, em meio às relações estabelecidas consigo, com os outros e com o mundo.

Relação consigo

• Demonstra consciência crítica de si mesmo, num processo de autorregulação, em transição para a vida adulta (adultecer).

Relação com o outro

• Age de maneira propositiva com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

• Exerce uma liderança coerente e compartilhada na relação do “eu” com o todo.

• Media as relações de conflito utilizando o diálogo como instrumento de restauração das relações.

Relação com o mundo

• Defende e promove as demandas ecológicas de modo ético.

Equipe Acadêmica – Mapa das Aprendizagens

Direção Acadêmica

Carlos H. M. Torra

Coordenações

Unidade 1 - Educação Infantil ao 7º ano: Juliana Heleno

Unidade 2 - 8º ao EM: Eliane Zaionc

Centro de Pastoral e Formação Cristã: P. Agnaldo Duarte, SJ

Midiaeducação: Vinícius Soares

Serviço de Orientação Pedagógica

Kátia Sampaio (EI ao 2º Ano)

Karolina Vargas (3º ao 7º Ano)

Mayco Martins Delavy (8º à 1ª Série do Ens. Médio)

Cláudia Furtado de Miranda (2ª e 3ª Séries do Ens. Médio)

Serviço de Orientação de Aprendizagem

Educação Infantil: Dâmeri Bochnia Rosa

1º ao 4º Ano: Mônica Barddal

5º ao 7º Ano: Kleber Klos

8º Ano: Tatiana Mielke

9º Ano: Fabiana Hitomi

1ª Série: Paola Nagamatsu

2ª e 3ª Séries: Alessandro Quadrado

Revisão

Leticia Stier Niehues

Projeto Gráfico e Diagramação

Agência L3FT

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base nacional comum curricular. Brasília, DF, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/download-da-bncc. Acesso em: fev. 2017.

COLÉGIO DE LA INMACULADA CONCEPCIÓN (2014). Um enfoque por competências. Documento institucional. Santa Fé, Argentina.

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Concepção Metodológica e Avaliativa do Colégio Nossa Senhora Medianeira: documento de estudo 2011-2012.

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Mapa das Aprendizagens e Texto Introdutório. 2018.

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Quadros Metodológicos Avaliativos (QMAs). Curitiba, 2018. (Documento interno).

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Parâmetros finais das séries. Curitiba, 2017. (Documento interno).

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Planejamento da Área de Ensino Religioso, Filosofia e Sociologia. 2010-2011.

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Planejamento estratégico da unidade de Educação Infantil e Ensino fundamental I. Curitiba, 2017. (Documento interno).

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Planejamento Estratégico Institucional: Planos de Melhoria: do Pedagógico-Curricular; Comunicação e Marketing e Governança e Gestão. Curitiba, 2022.

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Projeto das Séries. Curitiba, 2017. (Documento interno).

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA. Projetos dos componentes curriculares. Curitiba, 2017. (Documento interno).

COLÉGIO NOSSA SENHORA MEDIANIERA. Planejamento Serviço de Orientação Pedagógica do Ensino Médio. 2018.

GONZÁLEZ-QUEVEDO, Luis. Pressupostos para o discernimento espiritual. Revista de Espiritualidade Inaciana, ITAICI, n. 33, p. 81-86, set. 1998.

REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO. Projeto Educativo Comum. São Paulo, Loyola, 2021.

RIBEIRO, C. Metacognição: um apoio ao processo de aprendizagem. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v.16, n.1, 2003.

SOUZA, Ana Maria Martins de. A mediação como princípio educacional: bases de Reuven Feurerstein. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.