Acontece Especial 35 Anos

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ESPECIAL 35 ANOS DO COLÉGIO OSWALD DE ANDRADE


A história do Oswald na voz de um fundador

Como parte das comemorações de seus 35 anos de atividades, o Oswald apresenta aqui um pouco da história do colégio, na voz de um de seus principais fundadores, Osmar Luvison Pinto, psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Em entrevista a André Meller, coordenador de comunicação da escola, Osmar narra a trajetória da instituição, da qual ele foi um dos idealizadores. Seu vínculo com o Oswald aconteceu no decorrer de sua graduação em Psicologia na PUC-SP.


ENTREVISTA: OSMAR LUVISON PINTO

A intensa vida psicanalítica, iniciada bem cedo, contribuiu para sua atuação em várias áreas da escola. Foi professor de Psicologia e Orientador Educacional do Ensino Médio. Dirigiu o antigo Ensino Fundamental (atuais Fundamental I e Fundamental II) e, mais tarde, atuou como supervisor técnico. Hoje, Osmar preside o Conselho Consultivo, formado pelas lideranças da escola, e é um dos quatro integrantes do Conselho Deliberativo – principal órgão decisório da instituição. Nesta entrevista, Osmar relembra histórias, desafios e ideais do Oswald e reflete sobre os desafios da escola contemporânea. Para ele, “o desafio da escola contemporânea é o de estimular a criança e o jovem a pensar o mundo e as próprias experiências em 3D (três dimensões), ou seja, um mundo em que verdades diferentes coexistem. É preciso apresentar-lhes a pluralidade, oferecer-lhes consistência e confiança para transitar por conhecimentos e autoconhecimentos diversos, convidando-os à iniciativa e ao amadurecimento”. Com a palavra, Osmar Luvison Pinto.


Osmar Luvison Pinto e André Meller

Osmar, talvez muitos não saibam como o Oswald começou... Osmar: Oi, André. Gostaria de agradecer pelo amável convite. É especial, porque é uma conversa com você, ex-aluno, colega psicanalista e coordenador do GCOM em edição comemorativa. Bem, o Oswald tem uma história curiosa. Foi fundado no final dos anos 70 por um grupo de 17 pessoas, na maioria professores de cursinho. Eram jovens professores, reconhecidamente capazes, que criaram, a partir da experiência com pré-vestibulares, um curso colegial (no início chamado Convest) dentro de parâmetros mais profundos do que aqueles praticados no cursinho convencional.

Muitos deles saíram logo ao final do primeiro ano da escola ou nos anos seguintes. Não demorou muito tempo para que nos preocupássemos em buscar fundamentos pedagógicos e educacionais mais sólidos. Foi nesse segundo período, ainda bem no começo, que surgiu o embrião da proposta do Oswald, sob a direção do educador e saudoso amigo Paulo Pan Chacon.

Quais eram as principais preocupações dessa equipe inicial? Osmar: Amadurecer! (risos) Tínhamos um grupo forte, que fez da vocação didática e da capacidade de comunicação dois importantes atrativos. As aulas eram produtivas e interessantes. Rapidamente a escola cresceu. Conseguimos reunir e transmitir um conjunto de ideias e de novas práticas em Educação que se mostraram oportunas e bem-vindas em nossa região. Para começar, a retirada do professor “de cima do tablado”, a criação de


Eleições para o grêmio (1986)

Acampamento (1989)


espaços participativos dentro e fora da sala de aula e um trabalho de diálogo diferente com as famílias. Enfim, queríamos oferecer “formação” e, para isso, criamos várias estratégias que alimentassem a participação do aluno em sua própria história de aprendizagem. Como éramos muito jovens, tivemos que amadurecer por força da complexidade da própria proposta, que, no dia a dia, era bem mais difícil do que nossa idealista juventude poderia supor. Hoje, apesar da idade média de nossa equipe ter aumentado consideravelmente, penso que permanece em nosso DNA institucional a jovialidade e a disposição para inovar, em favor de um aproveitamento real do aluno em um ambiente escolar mais estimulante. Com esse rápido crescimento, ainda nos primeiros tempos o Oswald precisava de uma estrutura de funcionamento mais profissional. A chegada do Eugênio Cordaro à frente da administração da escola nos deu a estrutura necessária para cumprir uma trajetória de crescimento mais organizado. Ele já era um excelente administrador de empresas com experiência na gestão de escolas e segue até hoje no Colégio.

Fachada do Colégio (1991)

Manifestações pelo impeachment do Presidente Collor (1990)


Vocês tinham um projeto inovador de escola. No que ele se diferenciava dos outros?

Montamos uma grade curricular inovadora, que continha disciplinas até então rarefeitas no Ensino Médio, como Psicologia, Filosofia, Informação Profissional e Política. Não tardou para que lançássemos as prestigiadas ‘optativas’ em exatas, humanas e biológicas.

Osmar: Queríamos tocar no talento de nossos alunos para ajudá-los a desenvolver amplamente o seu potencial de trabalho. Num contexto em que reinava a anomia e a alienação, idealizamos uma escola onde o aluno não se sentisse “mais um”. Era absolutamente fundamental que se exercesse a crítica e a liberdade de expressão que nos era negada pelo momento político. Vivíamos, na década de 70, uma fase histórica bastante truculenta no país, como se sabe. O cenário educacional era absolutamente restrito já havia muitas décadas. Existiam as escolas tradicionais, que propunham uma prática repetitiva, carente de envolvimento e inspiração. Multiplicavam-se também as escolas de ensino em massa, competitivas por excelência, sem qualquer abertura à perspectiva de “formação do indivíduo”.


Nesse cenário, acreditávamos que havia lugar para uma escola que fosse além do desenvolvimento de conteúdos programáticos regulares. Isso nos parecia o básico, muito elementar, e queríamos mais. Sempre achamos que a escola deveria ser uma referência de formação para a vida. Um lugar de encontro, de troca de experiências, ideias e sonhos. Montamos uma grade curricular inovadora, que continha disciplinas até então rarefeitas no Ensino Médio, como Psicologia, Filosofia, Informação Profissional e Política. Não tardou para que lançássemos as prestigiadas “optativas” em exatas, humanas e biológicas, envolvendo temas do interesse dos alunos e já oferecendo a eles a possibilidade de fazerem escolhas curriculares e construírem trajetos acadêmicos singulares.

Alunos do Ensino Fundamental, Rua Morás (1989)


O Projeto Teses é um bom exemplo desses princípios da escola?

Alunos (1991)

Osmar: Sim, ele foi um dos ícones de nossos movimentos. Foi criado em meados dos anos 80, tornando-se gradativamente um trabalho muito bem sucedido no Ensino Médio e reconhecido inclusive fora da escola. Esse projeto, no qual o aluno escolhe uma disciplina optativa e escreve uma monografia ao longo do ano, tem efeitos positivos para o desenvolvimento pessoal e intelectual do aluno. Ele mesmo passa a reconhecer e a perceber esse avanço qualitativo, que lhe parece um salto intelectual. A experiência de transformar a mera curiosidade, ou um simples gosto, em um tema de pesquisa e investigação científica é valorizada e alimentada pelos jovens. Esses ensaios para a vida adulta engendram sentimentos intensos de “realização” pessoal e constituem elementos inerentes a uma juventude bem vivida, servindo de preparação para o tempo futuro. Daí o sucesso interno e externo do Projeto Teses, que foi adotado por várias outras escolas e segue com o mesmo vigor até hoje.


Quais são os momentos mais marcantes desses 35 anos de escola? Osmar: Você pode imaginar o tamanho desse álbum de memórias... É necessariamente uma história construída por valorosas mãos e cabeças. Porém, vejamos... Sempre gostei da frase: “As pessoas vão... a escola fica”, proferida incontáveis vezes por vários educadores. Significa que a escola é maior que cada um de nós, e esperamos que seja mais duradoura também. São 35 anos vivendo sob mudanças no Brasil e no mundo. Procuramos obstinadamente nos interrogar, em busca da compreensão de nosso tempo, o que, aliás, figura como uma das características mais interessantes de nosso patrono, o jornalista, escritor e poeta Oswald de Andrade, um

“ Concurso de Declamação (1991)

Nosso trabalho foi desafiado a acompanhar as novas configurações familiares, os novos desenhos da geopolítica mundial, a incidência maciça das ‘novas doenças da alma’, a escalada tecnológica que transformou nossa maneira de viver, conhecer, conceber o tempo, o espaço, os ofícios e, acentuadamente, as próprias relações humanas.


dos líderes da Semana de Arte Moderna de 1922 e um dos maiores intelectuais do país. Nosso trabalho foi desafiado a acompanhar mudanças importantíssimas como, por exemplo, as novas configurações familiares, os novos desenhos da geopolítica mundial, a incidência maciça das “novas doenças da alma”, a escalada tecnológica que transformou nossa maneira de viver, conhecer, conceber o tempo, o espaço, os ofícios e, acentuadamente, as próprias relações humanas. É trabalhoso acompanhar a atualidade, ela não nos dá muito tempo, não se estabiliza mais como antes acreditávamos! Mas, voltando à pergunta, citaria a abertura de nosso Ensino Fundamental em 1985, o que ampliou nosso campo de conhecimento e de trabalho, e cerca de quinze anos depois, em 2001, a fusão seguida da cuidadosa integração da Escola Caravelas ao Oswald de Andrade, abrindo nosso horizonte para o trabalho com a Educação Infantil.

Serão 2010

Roda na Biblioteca (2005)


Como se deu a fusão dessas duas escolas?

Osmar: Surgiu como uma oportunidade interessante para as duas escolas. Os princípios educacionais e os projetos pedagógicos tinham muitos pontos em comum. A Escola Caravelas também pensava no espaço escolar como um lugar de formação ampliada para os alunos, acreditava na importância da construção cotidiana de um trabalho inovador, na atividade em equipe e na renovação constante das práticas educacionais. Essa afinidade entre as concepções ficava evidente em várias dimensões. Assim como o Oswald tinha o Projeto Teses, a Caravelas desenvolvia, com alunos do Fundamental II, um Curso de Projetos, baseado nos mesmos princípios, como a construção da autonomia de pesquisa e o espaço para o trabalho autoral do aluno. As duas escolas va-


lorizavam um currículo generoso em opções. Enfim, a gente semeava o envolvimento! A fusão trouxe, além disso, uma ampliação do espaço físico, que permitiu uma melhor acolhida para a nossa programação escolar. Lou Trevisan teve um papel de coordenação bastante sensível desse processo de fusão, que implicava a harmonização de projetos e de práticas institucionais. Cabe apontar, por último, o que foi um dos principais ganhos dessa união: a construção de uma nova equipe de trabalho, com profissionais de experiência e competência de ambas as instituições. Esse mesmo espírito de busca de afinidades e de novos desafios também esteve presente na chegada da Tipuana ao Oswald no ano passado e de Marina Guimarães à nossa equipe.

Você está falando bastante em inovação. E no momento atual, quais são as inovações da escola? Osmar: Iniciamos em 2007 um forte investimento em pesquisa e avaliação, para mensurar, de fato, os resultados de nosso trabalho. Sem concessões, buscamos a informação, a avaliação sistemática do que fazemos, com a maior abertura e objetividade. Também nos avaliamos em relação a indicadores externos como o Enem e os exames vestibulares, por exemplo. Observo que, como ocorre com várias instituições, com o tempo as escolas também vão se tornando conservadoras e perdem a veia crítica para olhar com isenção para suas próprias práticas. Nesse sentido, mudamos muito nos últimos anos.


Partimos, em 2007, para a conversa franca com todos os agentes institucionais. Queríamos atualizar nosso status de produtividade e funcionalidade junto aos alunos, pais, diretores, coordenadores, professores e funcionários, além da amostra de uma população que não é do Oswald. Afinal, nossa imagem institucional junto à sociedade é um dado de interesse de todos. Mesmo obtendo depoimentos mais favoráveis, os pontos de deficiência apareceram e, a partir deles, promovemos mudanças, ajustes ou aprimoramento do que já tínhamos. Este é um acontecimento dos mais notáveis em nossa história. Brincadeiras na Unidade Girassol (2012)

Osmar: Já falei um pouco sobre os Em relação à Educação, os desafios mudaram? Quais seriam os desafios desafios do passado. Resumidamente, a escola teve que ultrapassar a inércia para a escola contemporânea?

cultural do meio educacional da época. Numa palavra, superar tradição e massificação. Isso representava caminhar na contramão dos discursos oficiais vigentes no país, impessoais e conservadores por excelência, e pagar o preço da ousadia. Fomos considerados levianamente “liberais” por anos a fio, com toda a carga de desqualificação que o termo continha. Felizmente, o tempo mostrou que todas as escolas padecem de problemas bastante semelhantes e que a grande diferença está na coragem para enfrentá-los. Os desafios de hoje são outros, é claro. Porém, tenho a percepção de que, o que faz a diferença é a capacidade que


A escola teve que ultrapassar a inércia cultural do meio educacional da época. Superar tradição e massificação. Isso representava caminhar na contramão dos discursos oficiais vigentes no país, impessoais e conservadores por excelência, e pagar o preço da ousadia.

Trabalho com tablets (2012)

cada escola tem para manter a antena ligada na compreensão atual do mundo e para mobilizar seus educadores no sentido de responder ao que essa compreensão de mundo propõe. Somos convocados a rever nossos saberes e as nossas práticas, o que, cá entre nós, é no mínimo trabalhoso e incômodo. Por isso, ainda é muito comum encontrarmos educadores utilizando paradigmas antigos para pensar o futuro. Creio que esse é um erro comum. À escola de hoje cabe detectar ideias “fora do lugar” e/ou “fora do tempo”. Em linhas gerais, estamos ocupados em oferecer recursos pessoais e acadêmicos que permitam ao aluno exercer a plena autonomia de pensamento e, por consequência, de realização. Ninguém mais discute hoje a ne-

cessidade de preparar o aluno para enfrentar um vestibular e ter um ótimo aproveitamento na universidade. Contudo, o que é exatamente preparar para a vida? O assunto exige meditação. No século passado o mundo se mostrava um tanto mais simples, embora também um tanto cruel, pois nosso modo de pensar sempre nos conduzia a impasses maniqueístas, resultando na simplificação das coisas. A História contabilizou o nascimento e o crepúsculo de ideários que pretendiam “dar conta da realidade”, pelo combate às oposições. Combates ideológicos polarizados, distinção por credo, raça, classe social etc. É como se cada um pudesse viver defendido, encapsulado num universo formado apenas por semelhantes. Instituições


de ensino respeitáveis se autodenominaram tradicionais ou alternativas, de esquerda ou de elite, mais de exatas ou mais de humanas, escolas de “alunos fortes” e escolas para “alunos com dificuldades”, e por aí vai. Tais posicionamentos foram criando emblemas, pensamentos enrijecidos e estigmas, em meu entender, nitidamente insuficientes para uma vivência realista dos problemas encontrados na vida adulta. O tema é controverso e profundo, mas posso arriscar uma síntese provisória: o desafio da escola contemporânea é o de estimular a criança e o jovem a pensar o mundo e as próprias experiências em 3D (três dimensões), ou seja, um mundo em que verdades diferentes coexistem. É preciso apresentar-lhes a pluralidade, oferecer-lhes consistência e confiança para transitar por conhecimentos e autoconhecimentos diversos, convidandoos à iniciativa e ao amadurecimento.

Por excesso de exigência ou pela ausência de alguma, corre-se o risco de infantilizar. Que imagem de vida adulta nós estamos transmitindo? Vale a pena crescer? Muitas vezes, o universo adulto não parece nada convidativo para os adolescentes, pois o discurso e a postura dos mais velhos diante de suas vidas não raro são desestimulantes, como se todos devessem se preparar para o pior. Em outra perspectiva, acho que o desenvolvimento do espírito crítico continua sendo importantíssimo. Só que não mais como sinônimo de politização, como foi quase natural se considerar nas últimas décadas. A crítica serve, sim, para posicionamentos políticos, porém é muito mais do que isso. O exercício crítico é importante para, como escreve Ítalo Calvino, em Cidades Invisíveis: “... identificar no inferno, tudo que não é inferno. E cultivar e abrir espaço.” Em outras palavras: observar, analisar, escolher.

O desafio da escola contemporânea é o de estimular a criança e o jovem a pensar o mundo e as próprias experiências em 3D (três dimensões), ou seja, um mundo em que verdades diferentes coexistem.


Sala de aula do Fundamental I (2012)


E como o Oswald vê o seu futuro?

Osmar: Estamos vivendo um período de expansão e de investimento em todas as áreas da instituição que ou se mostraram problemáticas nas pesquisas anuais que fizemos desde 2007, ou estavam em nossos planos há tempos, mas que só recentemente encontramos condições para realizar. Certamente, o crescimento é uma resposta a esse esforço. Iniciamos esse processo de “autoanálise” reunindo cerca de vinte profissionais da escola: membros do Conselho Deliberativo, nosso Diretor Geral, Eduardo Roberto da Silva - o Castor (cuja experiência tem ajudado significativamente) -, diretores e coordenadores de todos os níveis (incluindo área administrativa) e assessores. A ideia foi de ouvirmos uns aos outros, à luz da abrangência temática com a qual trabalhamos.

Mostra Cultural na Unidade Tipuana (2012)


Essas reuniões ocorrem em clima de diálogos sinceros: da imagem da escola aos alimentos vendidos nas cantinas, da coerência curricular entre os níveis às reformas de nosso espaço físico, das normas disciplinares à qualidade das aulas, das metas para o ensino de idiomas à avaliação objetiva do trabalho de cada profissional... e muito mais. Aí nasceu o Conselho Consultivo do Colégio Oswald de Andrade, equipe que se reúne a cada quinze dias, essencialmente ocupada em levar a diante duas nobres tarefas: discutir seu ideário e suas metas por meio das ações educativas do cotidiano, e disseminar essa

As reuniões do nosso Conselho Consultivo acontecem em clima de diálogos sinceros e discutem tudo: da imagem da escola aos alimentos vendidos nas cantinas, da coerência curricular entre os níveis às reformas de nosso espaço físico, das normas disciplinares à qualidade das aulas, das metas para o ensino de idiomas à avaliação objetiva do trabalho de cada profissional.

construção nos vários âmbitos das atividades da escola. Penso que, em nosso setor, isso é inovar. Ainda sobre o Conselho Consultivo, quero salientar um aspecto da maior relevância para a gente, que é um feliz encontro geracional: esse grupo é formado por profissionais experientes, porém mais jovens que nós, que somos mais “das antigas”. A jovialidade do Oswald passa pela tessitura entre o conhecimento dos mais velhos e pelo interesse da instituição no ânimo e nos novos saberes, trazidos pelos mais novos.


Para finalizar, Osmar: entre as transformações culturais que você citou está a tecnologia. Como a escola pensa na questão?

Sua pergunta é bastante oportuna, André. O Oswald, embora tenha essa tendência inovadora, não é um lugar permeável a modismos. Contudo, estamos muito conscientes de que inovar, hoje, é lançar mão de novos recursos tecnológicos já pesquisados e experimentados em outros países, que dinamizem a relação de “sentido” com o conhecimento. Com o tempo, espero ver a sala de aula, nosso “fórum privilegiado”, mais vitalizada e interessante para alunos e mestres. Temos estudado muito o tema, participando de alguns fóruns internacionais para nos inspirarmos. Creio firmemente que a tecnologia é nossa amiga, sobretudo nessa hora em que somos, mais de três décadas depois, novamente desafiados a ultrapassar modelos pedagógicos anacrônicos. Por fim, quero deixar um abraço de aniversário ao Oswald e aos oswaldianos, agradecendo por todos os ensinamentos que recebi nesses anos. Parabéns e felicidades!

Sala de aula (2011)


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