#15 | Pocket Magazine Softex

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Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

Presidente da Softex

Ruben Delgado

Vice-presidente da Softex

Diônes Lima

Coordenação do projeto

Renata Blatt

@2024 – Revista Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. Uma publicação institucional. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Jornalista responsável

Fabrício Lourenço – DF2887 JP

Assessoria de Imprensa (MLP)

Karen Kornilovicz

Mário Pereira

Revisão

Caros leitores,

É com grande entusiasmo que apresentamos a primeira edição do ano da Revista Softex, repleta de insights, análises, artigos e novidades sobre o cenário tecnológico no Brasil e no mundo.

Nossa reportagem especial de capa faz uma reflexão sobre a presença feminina no setor de TICs, relembrando que oferecer oportunidades iguais para mulheres nesse setor estratégico não é apenas uma questão de equidade de gênero, mas uma forma de promover o desenvolvimento econômico, a inovação e transformar do futuro do nosso país.

Trazemos também detalhes sobre os dois primeiros conteúdos da série Observando, uma iniciativa da Softex dedicada a analisar temas relevantes para o setor de TICs e o seu impacto na sociedade. Os artigos iniciais abordam os desafios da internacionalização e a avalanche da IA.

E por falar em IA, outro destaque desta edição é o lançamento da segunda edição do Programa IA2 MCTI, iniciativa que visa impulsionar 35 projetos de pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias baseadas em Inteligência Artificial no Brasil.

Em um mundo em constante evolução tecnológica, é crucial possuir as habilidades adequadas. Por isso, a Revista Softex aponta as habilidades técnicas e interpessoais essenciais que os profissionais de tecnologia. Encerramos com uma cobertura especial do Mobile World Congress 2024.

Que esta edição desperte reflexões e inspire atitudes que promovam o crescimento contínuo em direção a um futuro tecnológico mais inclusivo, ético e transformador.

Boa leitura.

Equipe Softex

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Capda renova acordo de cooperação técnica entre a Suframa e a Softex

Softex participa do I Encontro Nacional da

e

Letramento Digital um movimento colaborativo para o futuro da educação tecnológica 18 Segunda edição do Programa IA² MCTI impulsionará a Inteligência Artificial por meio de 35 projetos de pesquisa Softex lança a série Observando coleção de artigos bimestrais exclusivos sobre o setor de TICs 10 Empresas da América Latina investirão 25% de seu orçamento em iniciativas de IA 14 16 Mulheres na Tecnologia Participação feminina cresceu 32,5% na IBSS, mas remuneração é 15,6% inferior à dos homens, aponta estudo do Observatório Softex 6 Inteligência estratégica que fomenta o setor de TIC no Brasil 13 ENTREVISTA
ApexBrasil Brasil se torna membro da Aliança RISC-V International com o apoio da Softex As empresas
imperativo
As habilidades necessárias para profissionais de tecnologia em 2024 26 30 33 36
networking marcam o
Workshop do H.IAAC Programa de aceleração OASIS promove Demo Day com startups graduadas em seu 1° ciclo 25 28 ACONTECE NO SETOR ARTIGOS EVENTO MWC 2024 supera projeções e retorna aos números pré-pandemia 38
para a execução
prioritário
empreendedorismo inovador (PPEI) 20 22
Indústria
Serviços promovido pela
brasileiras e a Lei de Informática O
para uma adoção abrangente de IA na indústria
Avanços tecnológicos e
II
de programa
de fomento ao

CAPA

Estudo do Observatório Softex apura crescimento de 32,5% na participação feminina no setor de TI, mas remuneração ainda é inferior à dos homens

Afalta de representatividade feminina tem sido uma preocupação na Indústria de Software e Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (ISSTIC). Embora os esforços e os investimentos em políticas de diversidade busquem incentivar o aumento dessa participação e promover a equidade de gênero no setor, os dados indicam que ainda há um longo caminho a ser percorrido nessa jornada. E não apenas no Brasil, mas em âmbito mundial. Dados de 2023 indicam que, globalmente, as mulheres ocupam apenas 26,7% dos empregos no setor de tecnologia.

Nos Estados Unidos, a partir de dados analisados pelo Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da entidade, as mulheres representam somente 34,4% da força de trabalho das principais empresas de tecnologia daquele país, incluindo gigantes como Amazon (44,8%), Facebook (36,7%), Apple (34,8%), Google (33,9%) e Microsoft (30,9%), apesar dos esforços de equidade de gênero implementados pelas big techs. Os pesquisadores do Observatório Softex, analisando dados de todos os países da Europa envolvendo as posições femininas ocupadas no setor de TICs, apuraram que lá elas apresentaram uma média de 18,9%.

E como fica o Brasil nesse cenário? Apesar de as mulheres comporem a maioria da População em Idade Ativa (PIA) no país - cerca de 51% - a indústria tecnológica ainda é predominantemente masculina, com os homens representando cerca de 75% dos profissionais.

A PARTICIPAÇÃO DE

PROFISSIONAIS FEMININAS NA

ISSTIC CRESCEU DE 33.196 EM

2015 PARA 43.990 EM 2021, UM

AUMENTO DE 32,5%, SENDO QUE

A PRESENÇA É DE 25% NAS

Com uma remuneração inferior à masculina, uma sub-representação na força de trabalho na ordem de 25% e ocupação de apenas 32,1% nos cargos gerenciais, fica evidente que este cenário requer uma aceleração significativa em direção à meta ambiciosa de atingir 50% de representação feminina até 2030. O ajuste desta disparidade está

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MULHERES NA TECNOLOGIA: ESSENCIAL PARA TRANSFORMAR O FUTURO DO BRASIL

Além de promover a igualdade de gênero descontruindo preconceitos e ajudando a criar um ambiente mais inclusivo, estimular a entrada de mulheres no mercado de tecnologia e microeletrônica no Brasil contribui significativamente para o desenvolvimento econômico, para a inovação e para o progresso social.

A inclusão de mulheres fomenta a diversidade de pensamento e traz diferentes perspectivas e abordagens para a solução de problemas. Equipes diversas tendem a criar produtos mais inclusivos, atendendo às necessidades de um público mais amplo.

A entrada de mulheres no setor de tecnologia contribui ainda para o desenvolvimento de talentos locais, fortalecendo a economia nacional. Isso reduz a dependência de profissionais estrangeiros e impulsiona a autonomia tecnológica.

Outro ponto importantíssimo: elas são um exemplo para as futuras gerações, pois a presença de mulheres bem-sucedidas no setor serve como inspiração para as jovens, incentivando-as a seguir carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

Além de promover o envolvimento das meninas desde cedo no setor de tecnologia, é igualmente importante capacitar as profissionais para que estejam preparadas para enfrentar os diversos desafios específicos de cada região e subsetor.

A acelerada evolução tecnológica exige profissionais altamente qualificados e o ensino superior e cursos de qualificação podem oferecer o conhecimento e as habilidades necessárias para aumentar a força de trabalho feminina e reduzir as disparidades salariais no setor de ISSTIC”, destaca Elisa Carlos.

Fica claro que a relevância do público feminino para a indústria de TICs vai muito além da equidade de gênero, da diversidade e do desperdício de talentos valiosos. Garantir oportunidades iguais para mulheres nesse setor estratégico é fundamental para promover o desenvolvimento econômico, a inovação e, assim, transformar o futuro do nosso país.

Saiba mais sobre a participação feminina no mercado de tecnologia em:

Clique aqui para acessar o estudo

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Softex lança a série Observando, coleção de artigos bimestrais exclusivos sobre o setor de TICs

Reunindo dados, análises, forecasts e insights relevantes sobre o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil, a série Observando reúne uma coleção de artigos bimestrais exclusivos elaborados pela equipe de pesquisadores do Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da entidade.

Os conteúdos do Observando empregam metodologia própria e utilizam informações provenientes de bases de dados oficiais para auxiliar na criação de séries históricas e na comparação com outros mercados internacionais. Seu objetivo é apoiar a tomada de decisões de negócios, bem como a definição e a implementação de políticas públicas para esse setor estratégico para a economia do país.

O primeiro artigo da série, “Uma visão sobre as oportunidades em internacionalização”, aborda as oportunidades do mercado exterior para as companhias nacionais. Atualmente, de acordo com a TradeMap, o Brasil

ocupa a posição de número 24 no cenário mundial de exportação. A liderança é da China (US$ 2,654 trilhões) e, na segunda colocação, estão os Estados Unidos (US$ 1,803 trilhão).

Segundo apurado pelos pesquisa dores do Observatório Softex, o setor de exportação de serviços de TIC brasileiro chegou a mais de US$ 4,5 bilhões em 2022, batendo mais um recorde com o maior valor de exportação de toda a série histórica analisada. Em relação ao ano anterior, o crescimento foi de 40%. Contudo, o setor de TIC brasileiro representa apenas 11,9% do volume total de exportação de serviços brasileiros, o que preocupa bastante considerando a relevância do setor.

Outra constatação é que o Brasil ainda não chega a 1% do total da exportação de serviços de TIC mundial, posicionando o país como um player de pouca influ ência no mercado externo.

É aí que ganham relevância políticas públicas de fomento, como o Brasil IT+, desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pela Softex.

Ao longo dos últimos 19 anos, o programa aportou R$ 24 milhões em iniciativas de fomento à internacionalização e envolveu mais de 640 companhias interessadas em expandir sua atuação para além das fronteiras nacionais. O volume de negócios gerado pelas empresas aderidas foi de US$ 593 milhões em 2022.

Embora o Brasil venha aumentando, ano a ano, a sua corrente de comércio em bens e serviços e os números venham

apresentando evolução, a internacionalização do país ainda tem um longo caminho a ser percorrido”, destaca Elisa Carlos, head de operações da Softex.

A Revolução da Inteligência ArtificialSegundo artigo, lançado em fevereiro durante o Mobile World Congress 2024, evento mais influente do mundo para a indústria de conectividade, mergulha na “Avalanche da IA” para entendermos melhor de que forma essa tecnologia está influenciando nossos estilos de vida e de trabalho.

Para os anos de 2024 e 2025, prevê-se um aumento substancial na receita global de softwares de IA, com um notável aumento de 32,4% em 2024 e um salto superior a 77% em 2025, em comparação com a receita registrada em 2023.

Até 2025, conforme analisado pelos especialistas do Observatório Softex, a IA Generativa (IAG) se tornará uma parceira da força de trabalho em 90% das empresas de todo o mundo.

O Brasil se destaca como o maior consumidor de IA na América Latina, com 63% das empresas nacionais utilizando alguma forma de IA em diversos setores, como automotivo, farmacêutico, agronegócio, saúde e cidades inteligentes.

O governo brasileiro está ativamente envolvido na promoção da inovação e adoção de IA por meio de iniciativas-chave, como a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA), recomendando ações estratégicas em nove eixos temáticos.

Passos concretos incluem a promoção da abertura de dados governamentais, o estabelecimento de sandboxes regulatórios, incentivos a startups tecnológicas atuando nesse campo e investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em áreas de fronteira.

Um exemplo de sucesso nesse sentido é o Programa IA² MCTI. Em sua segunda edição, ele está promovendo a transição de 35 projetos tecnológicos regionais para soluções reais prontas para o mercado.

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É essencial ressaltar que, apesar de a inteligência artificial prometer avanços incríveis, sua adoção desenfreada, sem consideração ética, pode desencadear consequências imprevisíveis e potencialmente perigosas para a sociedade. Para que o Brasil participe ativamente

ACESSE O CONTEÚDO completo dos dois primeiros artigos da série Observando clicando aqui

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Inteligência estratégica que fomenta o setor de TIC no Brasil

O Observatório Softex é a unidade de estudos e pesquisas da Softex, na qual organizamos, analisamos e difundimos dados e informações, gerando conteúdo e inteligência para o fomento das atividades de software e serviços de TIC no Brasil.

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ESTUDOS ARTIGOS 13

TENDENCIAS

Empresas da América Latina investirão 25% de seu orçamento em iniciativas de IA

Ainteligência artificial está se tornando cada vez mais importante e uma prioridade para os CIOs na América Latina, reforçando a crescente necessidade de eficiência em governança, segurança e processos de dados. Este é um dos principais insights de um novo estudo da IDC, patrocinado pela DocuSign.

O estudo “Tendências ICT 2024: rumo a uma estratégia de TI consolidada para a resiliência” pesquisa as tendências tecnológicas que impulsionam os negócios, de acordo com os CIOs das 5.000 maiores empresas da região.

Ele também aponta como as empresas latino-americanas precisam se preparar para criar modelos de negócios mais resilientes e competitivos, com foco em cinco áreas: IA generativa, segurança e compliance, competitividade e negócios digitais, automação e ESG.

TENDÊNCIAS DE TI 2024 PARA ESTRATÉGIAS RESILIENTES

Todo avanço impulsionado por essas mudanças deve estar associado a uma estratégia robusta de segurança, compliance e governança de dados, além de resiliência operacional, apoiando o crescimento dos negócios nos países da América Latina”, afirma Norbert Otten, diretor de Soluções da DocuSign LATAM.

Para baixar a íntegra do estudo, clique aqui.

A visão dos CIOs na região aponta na mesma direção: gestão estratégica de dados e promoção de uma cultura de Data-First em toda a organização. O avanço do desenvolvimento da GenAI tem contribuído para essa perspectiva e, para 35% dos CIOs da região, sua adoção estabelece uma vantagem sobre seus concorrentes. No entanto, há desafios relacionados a uma forte base de talentos, experiência, gerenciamento de dados e compliance.

Além disso, mudanças na legislação e na segurança exigirão uma governança mais eficiente. Mudanças nas normas de segurança (42%) e compliance (38%) têm grande impacto nos planos de investimento, segundo especialistas. Essas mudanças precisam ser abordadas para viabilizar iniciativas comerciais que impulsionem os negócios, com foco em produtividade (38%), automação de processos (34%), experiência do cliente (30%) e criação e melhoria de produtos e serviços (26%).

5 MACROTENDÊNCIAS TECNOLÓGICAS QUE MOLDARÃO AS ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS EM 2024

• Tecnologias que inovem, otimizem e automatizem processos serão o foco dos líderes de TI nas organizações da América Latina.

• “AI Everywhere” - A onipresença da Inteligência Artificial, com ênfase na IA generativa, abrindo caminho à inovação e eficiência.

• Mudanças na cibersegurança e resiliência diante de ameaças multiplicadas, impulsionando a necessidade de abordagens mais proativas e adaptáveis.

• Negócios Digitais - Um cenário de maior competitividade e resultados, em que as empresas são impulsionadas a se destacar em um ambiente digitalmente transformado.

• Automação - Maximização da eficiência operacional e descoberta de novas oportunidades através da automatização de processos e tarefas.

• ESG - Integração de critérios ambientais, sociais e de governança na mensuração e implementação de práticas sustentáveis, tendo uma crescente preocupação com o impacto socioambiental das empresas.

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Segunda

edição do Programa IA² MCTI impulsionará a Inteligência Artificial por meio de 35 projetos de pesquisa

Com o objetivo de acelerar a competitividade brasileira frente a novas tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA), buscando fortalecer a posição do país no cenário mundial, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está realizando a segunda edição do Programa IA2 MCTI.

A iniciativa, executada pela Softex com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (SEMPI), conta com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Ao contrário de sua edição anterior, focada na aceleração de startups com soluções inovadoras baseadas em Inteligência artificial (IA), desta vez o Programa volta sua atenção para a importância de impulsionar a pesquisa e a inovação em todo o país. Assim, ao longo dos próximos 24 meses, 35 projetos de pesquisa de impacto que fazem uso de IA realizados em 14 diferentes estados passarão por um processo de aceleração tecnológica.

Eles estão divididos em seis segmentos: Saúde; Agronegócio;

Gestão Corporativa e Finanças; TI e Telecom; Energia e Sismologia; Segurança, Defesa e Transporte; e Educação. As soluções abrangem desde o desenvolvimento de produtos que reduzem a probabilidade de recidiva de câncer de mama e de pulmão até o reconhecimento individual de bovinos e suínos por meio da captura de imagens com apoio de redes neurais convolucionais e IA.

Queremos não apenas fortalecer o empreendedorismo de base tecnológica, mas também promover a pesquisa e o desenvolvimento em IA e facilitar a transferência de tecnologia para o mercado, incentivando a inovação e a competitividade empresarial. Ao tornar mais robusta a infraestrutura de pesquisa, fomentar a colaboração entre academia e indústria e promover o empreendedorismo tecnológico, o Brasil está pavimentando o caminho para se tornar um líder

global em inovação baseada em IA”, destaca Diônes Lima, vice-presidente executivo da Softex.

Entre as selecionadas está a OncoAI, que trabalha no desenvolvimento de produtos que reduzem a probabilidade de recidiva de câncer de mama e de pulmão, a partir do protocolo de tratamento oferecido ao paciente.

“Hoje, a porcentagem de rescisão de câncer de mama e de pulmão no Brasil é de 30% e de 40%, respectivamente. Nossa solução visa aumentar a sobrevida livre de recidiva da doença, bem como reduzir os custos das operadoras de saúde. Temos em nossa equipe 4 sócios e 6 bolsistas trabalhando em seu desenvolvimento, algo que seria praticamente impossível sem o apoio oferecido pelo Programa”, avalia a Dra. Mariana Zuliani, CEO da OncoAI.

Outra participante do Programa IA2, a KeroW, dedica sua pesquisa ao reconhecimento individual de bovinos e suínos por meio da captura de imagens com apoio de redes neurais convolucionais e IA. Integrada por hardware e software, a solução da KeroW confere agilidade e confiança aos dados aferidos sobre cada animal e auxilia em protocolos de medicação e alimentação, além de colaborar para o bem-estar animal.

O IA² MCTI nos proporciona as condições necessárias para que uma tese de doutorado deixe o ambiente acadêmico para se transformar em uma startup”, explica Vanessa Weber, diretora-executiva da KeroW.

Os projetos integrantes do Programa IA² receberão consultoria para a construção de seu roadmap tecnológico; participarão de eventos, palestras e workshops e apresentarão suas soluções a potenciais parceiros e investidores durante o Fórum de IA, a ser realizado no Softex Experience no segundo semestre deste ano.

A primeira edição do Programa IA² MCTI foi realizada entre 2020 e 2021, em plena pandemia. Ela reuniu 100

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PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PROGRAMA IA² MCTI, CLIQUE AQUI

ENTREVISTA

com José Augusto de Lima Prestes

Letramento Digital: um movimento colaborativo para o futuro da educação tecnológica

OProjeto Letramento Digital é fruto de uma iniciativa inédita em nível nacional promovida pela Deputada Federal Luísa Canziani, tendo por objetivo criar bases para a capacitação de alunos da rede pública em temas de Pensamento Computacional, Programação de Computadores e Robótica.

Ele integra as iniciativas promovidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no âmbito do Programa MCTI Futuro. É executado pela Facti, uma Instituição Científica e Tecnológica (ICT) especializada em soluções tecnológicas e capacitação em TICs, conta com o apoio da Positivo Tecnologia, por meio do Educacional - Ecossistema de Tecnologia e Inovação, além da parceria da Softex, entidade que está gerenciando dezenas de ações de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e Capacitação com recursos do PPI da Lei de Informática.

Nos últimos anos, o Ministério mobilizou uma ampla rede de colaboradores, incluindo governos, empresas, universidades e instituições de pesquisa, em um esforço conjunto de investimento para forta-

lecer e desenvolver habilidades nacionais em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Através do Projeto Letramento Digital, o MCTI visa impulsionar a formação de futuros cientistas, pesquisadores e profissionais, estimulando o interesse por essas áreas críticas desde o ensino fundamental.

A capacitação oferecida pelo Projeto Letramento Digital é totalmente gratuita, realizada por Agentes Multiplicadores do Conhecimento e abrange habilidades técnicas essenciais e competências comportamentais.

A Revista Softex conversou com José Augusto de Lima Prestes, coordenador-geral do Projeto Letramento Digital, sobre os resultados e próximos passos:

Como surgiu a ideia de criação do Programa Letramento Digital?

Algumas das principais motivações decorrem da necessidade de formar pessoas. É cada vez mais necessário contar com profissionais que conheçam, entendam das tecnologias e possam com isso produzir coisas novas, coisas diferentes. Quando nós pensamos o Letramento Digital da maneira como ele foi modelado, tendo a ação de agentes multiplicadores do conhecimento capacitando crianças de escolas públicas municipais, a ideia era levar para essas crianças um conhecimento da tecnologia para que elas pudessem desenvolver soluções que fizessem sentido à sua realidade. Então, em primeiro lugar, é oferecer a essas crianças uma visão geral de alguns conhecimentos que podem ser aplicados na realidade do bairro em que moram, da escola em que estudam, ou até mesmo desafios que as famílias vivem. Em segundo lugar, fazer com que essas crianças pudessem ter uma expectativa ou uma previsão de futuro diferente. Muitas vezes, as crianças são levadas a pensar que, por exemplo, tecnologia é algo que só os meninos podem atuar, ou que é algo muito difícil, muito distante da realidade. E, no final, acabamos promovendo a inclusão digital de toda a família.

Que resultados vocês já alcançaram desde que ele começou a ser implementado e o que vai vir aí pela frente?

O projeto começou em maio de 22 e inicialmente tínhamos uma cidade piloto que era Londrina, no Paraná. Em novembro do mesmo ano, foi expandido para Pato Branco, também no Paraná e, em 2024, chegaremos a um novo Estado da Federação. Além de 8.500 crianças e 510 multiplicadores, outro resultado muito importante é que comprovamos na prática o desenvolvimento de um modelo escalável e replicável em cidades de portes, infraestrutura e modelos econômicos diferentes, No longo prazo, você imagina ver o Letramento Digital em outras cidades e estados? Existe um plano de expansão nesse sentido?

Sim. E não apenas em cidades e Estados. Existe um interesse estratégico de levar o Projeto para comunidades indígenas e quilombolas também.

CLIQUE AQUI PARA SABER MAIS SOBRE O PROJETO LETRAMENTO DIGITAL.

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ACONTECE NO SETOR

Capda renova acordo de cooperação técnica entre a Suframa e a Softex para a execução de programa prioritário de fomento ao empreendedorismo inovador (PPEI)

Durante sua 73ª Reunião Ordinária, realizada virtualmente no dia 1° de fevereiro, o Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda) concordou com a renovação, por dois anos, do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Suframa e a coordenadora do Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador (PPEI), a Softex, bem como o credenciamento de seis institutos e da primeira incubadora de startups sediada fora de Manaus.

Na oportunidade, Renato Vernaschi, coordenador da Softex Amazônia, destacou os resultados da coordenação do Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador (PPEI), no período de 2019 a 2023. Segundo Vernaschi, ao longo dos cinco anos de sua execução, a Softex recebeu R$ 50 milhões de 19 empresas para desenvolver seus programas, que capacitaram 3.350 pessoas e geraram 542 empregos.

“Conseguimos ótimos resultados mesmo enfrentando por dois anos todos os impactos da pandemia”, observou Vernaschi.

Durante a reunião, os comitentes aprovaram, por unanimidade, os credenciamentos do Instituto Kodigos de Tecnologia; do Centro Multidisciplinar, campus Floresta Cruzeiro do Sul (CMULT/Ufac); do Centro Tecnológico de Mecatrônica do Senai - Prof. Dr. Volkmar Schuler (Cetem); do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Rural e Tecnológico Dados da Amazônia; do Instituto Somar; e do Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara (Cesit/ UEA).

Além dos seis institutos, também foi aprovado pelo Capda o credenciamento da Incubadora de Empreendimentos de Base Tecnológica e da Economia dos Setores Populares e Tradicionais do Acre, mantida pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac).

A primeira reunião ordinária do ano do Capda foi conduzida pelo diretor de Transformação Digital, Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Luiz Felipe Gondin Ramos, na condição de coordenador do Capda, e pelo superintendente-adjunto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica da Suframa, Waldenir Vieira, na função de secretário-executivo do Comitê pela Suframa.

A PRÓXIMA REUNIÃO ORDINÁRIA ESTÁ MARCADA PARA O DIA 2 DE MAIO.

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ACONTECE NO SETOR

Softex participa do I Encontro Nacional da Indústria e Serviços promovido pela ApexBrasil

AApexBrasil promoveu, no último dia 5 de março, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista, a primeira edição do Encontro Nacional de Indústria e Serviços. O objetivo do encontro foi debater o futuro do setor no mercado internacional a partir de dois eixos temáticos: Agendas Estratégicas para Indústrias e Serviços, e Perspectivas dos Complexos setoriais de Indústria e Serviços no contexto da Nova Política Industrial.

Participaram, entre outras autoridades, o vice-presidente da República e ministro do Ministério de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin; o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; e o presidente da Fiesp, Josué Gomes. A Softex, como entidade setorial parceira no setor de Tecnologia no âmbito do Brasil IT+ e do PEIEX no DF, esteve presente representada por Elisa Carlos, head de operações.

A nova indústria brasileira é baseada em inovação e em sustentabilidade verde exportadora. O Brasil é

protagonista em energia renovável. Estamos focando no combustível do futuro. Através da aliança global entre Estados Unidos, Índia e Brasil criou-se o movimento para o fortalecimento dos biocombustíveis. Vamos renovar o parque industrial do Brasil para tirá-lo da depreciação e também criar o Portal Único de Exportação e Importação para facilitar a emissão do certificado digital de origem, que agora é gratuito. Já foi implantado no Reino Unido e está sendo implantado na União Europeia”, destacou o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Para Jorge Viana, é preciso agregar valor aos produtos e serviços do Brasil, tendo em vista o imenso potencial exportador brasileiro. “Quando articulamos estratégias que envolvem setor empresarial e governo, conseguimos exportar com mais eficiência. E é isso que um encontro como este pode proporcionar, especialmente agora, que o

país está recuperando e fortalecendo sua indústria”, ressaltou. Recentemente, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin anunciou uma nova política industrial para o país, com destaque na inovação e na sustentabilidade como peças-chave para ampliar a produtividade e apoiar as exportações.

A nova indústria Brasil tem um papel muito relevante para fortalecer nosso setor e também para a atracão de investimentos”, disse Ana Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil, lembrando a importância do apoio a empresas de micro, médio e pequeno porte, que representam hoje cerca de 40% das exportadoras brasileiras.

José Luis Pinho Leite Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, destacou os quatro eixos que devem pautar a política industrial brasileira, tema que ficou esquecido nos últimos anos. “Inovação, com recursos de US$ 66 bilhões para a criação de fundos para deeptech, entre BNDES, Finep e mercado equity; verde, com US$ 10 bilhões para aplicação em projetos de sustentabilidade; US$100 bilhões para combater a depreciação acelerada da indústria nacional e aumento do apoio público para exportação, que hoje é de apenas 0,5% contra 20% na China e 8% em outros países”, pontuou.

Hoje, a ApexBrasil mantém mais de 30 projetos setoriais apoiados pela Gerência de Indústria e Serviços da Agência, dedicados ao desenvolvimento de diferentes complexos econômicos. Todos são executados em parceria com entidades de referência nos setores produtivos em que atuam em âmbito nacional, entre

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Parceria de quase duas décadas - O Brasil IT+ é o maior programa de internacionalização de empresas de software e serviços de TI já desenvolvido no país. Ao longo dos últimos 19 anos, já envolveu mais de 640 companhias interessadas em expandir sua atuação para além das fronteiras nacionais. O volume de negócios gerado pelas empresas aderidas atingiu US$ 593 milhões em 2022.

A Softex também é parceira da ApexBrasil na execução do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) no Distrito Federal (DF). A iniciativa, que é multissetorial, tem como público-alvo empresas não exportadoras ou exportadoras iniciantes, que comercializam bens e serviços com potencial de vendas no mercado global.

Gratuito, o PEIEX permite que as companhias interessadas em atuar no mercado internacional iniciem o processo de exportação de forma planejada e segura com a orientação de consultores especializados. A iniciativa tem entre seus grandes diferenciais a promoção de eventos de networking para a troca de experiências entre os participantes.

O programa oferece um diagnóstico de internacionalização e um mapeamento de necessidades da empresa. Assim, o empresário pode visualizar em quais pontos necessita atuar para fortalecer a sua operação com o objetivo de exportar”, explica Elisa Carlos, head de operações na Softex.

DACONTECE NO SETOR

Avanços tecnológicos e networking marcam o II Workshop do H.IAAC

iônes Lima, vice-presidente executivo da Softex, participou nos dias 7 e 8 de março do II Workshop do Hub de Inteligência Artificial e Arquiteturas Cognitivas (H.IAAC) realizado no Instituto ELDORADO, em Campinas.

O encontro reuniu pesquisadores das universidades, representantes da indústria e entusiastas de IA de diversas regiões brasileiras e sua programação incluiu sessões técnicas, painéis e apresentações que demonstraram a clara evolução do Hub na produção científica, com crescente importância regional e nacional. Além dos painéis, os participantes também aproveitaram as oportunidades de interação social para grande troca de conhecimento e networking.

Pesquisadores e convidados apresentaram os resultados dos trabalhos em 2023, com temas relevantes nas áreas de ciência. Entre os destaques, houve a apresentação de um modelo de linguagem multimodal brasileiro

(CAPIVARA), avaliação de ferramentas de Ética na IA, Reconhecimento de Atividades Humanas em dispositivos móveis e a geração de dados sintéticos.

Realizado no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Workshop também reforçou o debate sobre a colaboração feminina no desenvolvimento dos projetos de IA, com pesquisadoras que puderam compartilhar experiências pessoais e enfatizar a importância de estimular que as mulheres busquem formação e oportunidades na área de tecnologia.

O H.IAAC opera dentro da estrutura da UNICAMP. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com coordenação da Softex e execução do Instituto ELDORADO e da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

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ACONTECE NO SETOR

Brasil se torna membro da Aliança RISC-V International com o apoio da Softex

OBrasil ingressou como membro premium na aliança

RISC-V Internacional. A adesão contou com o apoio da Softex, coordenadora do Programa Nacional de Microeletrônica (PNM Design).

A entidade congrega 70 países em uma comunidade colaborativa que promove o RISC-V, um padrão de código aberto para o desenvolvimento de semicondutores, em contraste às soluções proprietárias. Como membro da diretoria da entidade, o país terá influência no desenvolvimento da tecnologia, o que garante vantagens para o ecossistema de empresas e pesquisadores nacionais.

Segundo o coordenador-geral de Tecnologias em Semicondutores do MCTI, Alessandro Campos, o processo de entrada do país na entidade foi iniciado nessa gestão e vai ajudar na definição de políticas na área de C&T.

Devido a visão de migração de países, como China e Índia, e empresas big tech para o padrão aberto, vimos a oportunidade e necessidade de adesão à Aliança.

Agora o Brasil terá participação direta no desenvolvimento e na direção do RISC-V, o que lhe garante uma vantagem estratégica sobre a definição de potenciais áreas de investimento em pesquisa e inovação”, afirma.

Ainda segundo ele, o aceite do país complementa iniciativas do MCTI como a reativação da Ceitec, fábrica nacional de semicondutores, e as ferramentas de incentivo a Pesquisa e Desenvolvimento, como a Lei de TICs, antiga Lei de Informática, e o Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays).

PADRÃO

O RISC-V é uma arquitetura de processadores que se diferencia por sua licença de código aberto. Ao contrário das soluções proprietárias, o RISC-V é isento de royalties e permite que indivíduos, empresas ou governos projetem, fabriquem e comercializem chips ou soluções sem custos de licenciamento de propriedade intelectual.

Desenvolvido inicialmente na Universidade da Califórnia, Berkeley, o padrão agora é gerido pela RISC-V International, uma entidade sem fins lucrativos sediada na Suíça, responsável pela neutralidade do desenvolvimento do RISC-V.

Fundamentado no conceito de Conjunto Reduzido de Instruções (Reduced Instruction Set Computing), o padrão permite que pesquisadores, designers e empresas adaptem processadores às suas necessidades específicas, impulsionando inovações em campos como medicina, agricultura, energia, indústria automobilística, aeroespacial, defesa, computação de alta performance, dispositivos móveis, servidores, sistemas embarcados e Internet das Coisas (IoT).

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Programa de aceleração OASIS promove Demo Day com startups graduadas em seu 1°

ciclo

O presidente do Conselho de Administração da Softex, o deputado Vitor Lippi, participou em Sorocaba, do Demo Day do Programa de aceleração OASIS. Ele é coordenado pela Softex e executado pelo FIT (Flextronics Instituto de Tecnologia) com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

CONHEÇA AS TRÊS GRADUADAS DESTE PRIMEIRO CICLO:

Autoponia (Agro + Internet das Coisas): a Autoponia é uma empresa que busca soluções para sistemas hidropônicos de sensoriamento da qualidade da água e ajuste de concentração de nutrientes de forma automática. Ela possibilita que o produtor hidropônico controle suas estufas à distância, via aplicativo, escolhendo os parâmetros desejados para cada cultiva, além de receber alertas da sua produção e poder emitir relatórios em tempo real.

Lumi (Energia + Inteligência Artificial): voltada à gestão dos créditos de energia de usinas, atua desde o download e processamento de faturas até à emissão de boletos, oferecendo mais transparência, simplicidade e praticidade no gerenciamento de cada negócio.

SleepUp (Saúde + Internet das Coisas): oferece uma plataforma de terapia digital com foco em melhorar a qualidade do sono através de um monitoramento contínuo feito pelo aplicativo. Nele é possível, também, realizar testes clínicos e gerar relatórios detalhados que serão analisados por uma inteligência artificial com o objetivo de trazer uma terapia personalizada e acompanhar a evolução da qualidade do sono.

Participaram também do Demo Day empreendedores, investidores, representantes da 49 Educação, do Inova Parque Tecnológico de Sorocaba e do Sebrae for Startups Sorocaba.

A iniciativa recebeu 70 inscrições de startups nas áreas do Agronegócio, Energia, Mobilidade ou Saúde que possuíssem desenvolvimento tecnológico ativo envolvendo Inteligência Artificial e/ou Internet das Coisas. As três selecionadas deste ciclo - Autoponia, Lumi e SleepUp - tiveram acesso ao modelo de aceleração hands-on (mão na massa), zero equity e R$ 300.000,00 disponibilizados em smart money para cada acelerada selecionada, pelo período de três a quatro meses.

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ARTIGOS

Por Diônes Lima vice-presidente executivo da Softex

As empresas brasileiras e a Lei de Informática: uma relação saudável há 33 anos

ALei de Informática (nº 8.248/1991), também conhecida como Lei de TICs, foi criada há 33 anos com o intuito de promover o desenvolvimento e a competitividade do setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) no país. Ela estabelece incentivos fiscais para empresas que atuam nesse setor estratégico, visando estimular investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) na área de tecnologia.

Ao longo dessas mais de três décadas, a Lei tem sido fundamental para sustentar o desenvolvimento da capacidade técnico-produtiva e o aumento do valor agregado da produção de bens e serviços.

No final de 2019, para evitar retaliações econômicas e se adequar à política de incentivos da Organização

Mundial do Comércio (OMC), o Governo Federal editou a Lei nº 13.969/19, denominada de nova Lei da Informática.

A principal mudança se refere à concessão de incentivos fiscais às empresas fabricantes de hardware. Até 2019, os benefícios nessa área se davam por meio da redução do IPI em produtos incentivados. Com ela, migrou-se para um modelo de crédito financeiro.

Na prática, isso faz com que todos os produtos habilitados retomem a alíquota integral do IPI e, em seu lugar, os fabricantes que investem em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) podem ter acesso a créditos que podem ser compensados de outros tributos federais, como Imposto de Renda, Contribuição Social, PIS, COFINS e IPI.

Esses recursos são direcionados para projetos voltados à criação de novas tecnologias e produtos, entre eles os Programas e Projetos Prioritários de Interesse Nacional (PPIs) executados pela Softex.

Os PPIs permitem investimentos em projetos conjuntos, envolvendo ICTs e universidades como executoras, startups e pesquisadores como participantes e empresas como parceiras. A Softex tem em seu portfólio 85 projetos em execução e finalizados e mais de R$ 600 milhões em recursos aplicados.

Os investimentos feitos em PD&I, por meio da Lei de Informática, mais do que compensam o que o governo deixa de arrecadar com os incentivos fiscais: apenas entre 2021 e 2022, cerca de R$ 1 bilhão foi investido pelo setor privado em projetos dos PPI instituídos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e instituições parceiras como a Softex.

Através desse dispositivo legal, as empresas brasileiras ganham melhores condições para produzir produtos tecnológicos dentro do país, com reflexos positivos na redução da dependência de importações e na geração de novos postos de trabalho. Ainda neste contexto, é incentivada a criação de uma cultura de autonomia tecnológica, fundamental para que o Brasil se desenvolva em áreas estratégicas.

Outro aspecto positivo da Lei diz respeito ao fato de seus incentivos contribuírem para o desenvolvimento de produtos inovadores e competitivos no mercado global. Investimentos em PD&I viabilizam a criação de soluções com potencial para atender demandas internacionais e se destacar em setores como software, hardware, automação e telecomunicações.

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Ela também incentiva parcerias entre empresas e instituições acadêmicas, criando uma colaboração fundamental para o avanço científico e tecnológico. As empresas podem se beneficiar do conhecimento gerado em universidades e, ao mesmo tempo, contribuir com recursos e expertise para projetos de pesquisa.

A Lei de Informática vai muito além das reduções de alíquotas e de impostos. Ao impulsionar a inovação e fortalecer a indústria nacional, ela contribui para gerar as condições necessárias para que o Brasil se posicione cada vez mais como um parceiro relevante em um cenário tecnológico global dinâmico e competitivo.

PARA SABER MAIS SOBRE A APLICAÇÃO DOS RECURSOS DA LEI DE INFORMÁTICA VIA PPI SOFTEX, CLIQUE AQUI.
O imperativo para uma adoção abrangente de IA na indústria

OWorld Economic Forum, realizado em janeiro, trouxe, mais uma vez, as principais discussões e áreas de foco para as lideranças globais atuais. Para além dos temas de geopolítica, estabilidade, crescimento econômico, sustentabilidade, saúde e bem-estar, o assunto de inovação e tecnologia teve seu espaço enaltecido na agenda, trazendo a Inteligência Artificial (IA) como um dos pilares que chamam a atenção.

As discussões ressoaram com um reconhecimento retumbante do papel fundamental que a Inteligência Artificial desempenha na definição do futuro das indústrias. Em uma era dominada pelos avanços tecnológicos, o imperativo de as indústrias adotarem a IA nunca foi tão claro. Juntamente com esta discussão, desponta veemente a necessidade de formar indivíduos não apenas tecnicamente, mas também cultural e eticamente.

PROATIVIDADE NA ADOÇÃO

A Indústria 4.0 é caracterizada pela convergência de tecnologias digitais, insights baseados em dados e auto-

mação para revolucionar os processos industriais e de produção. No centro desta transformação, está a IA, um facilitador essencial que tem o potencial de aumentar a eficiência, otimizar as operações e desbloquear novas possibilidades.

As discussões recentes enfatizam a necessidade de as indústrias encararem a IA não apenas como uma atualização tecnológica, mas também como uma força capaz de redefinir modelos e processos de negócios. Da manutenção preditiva e otimização da cadeia de suprimentos às experiências personalizadas do cliente, as aplicações da Inteligência Artificial na Indústria 4.0 são vastas e diversas.

O ritmo acelerado da evolução tecnológica exige uma abordagem proativa para integrar a IA nos fluxos de trabalho existentes e, esperar por uma solução perfeita, pode retardar o aproveitamento completo dos benefícios transformadores. Assim, a postura proativa garante que as indústrias não só acompanhem os avanços tecnológicos, mas também moldem ativamente a trajetória futura dos seus setores.

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ESTRATÉGIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO BEM-SUCEDIDA

Um aspecto fundamental é o desenvolvimento de uma infraestrutura de dados robusta. A IA depende fortemente de dados de qualidade e o investimento em coleta dessas informações, bem como o armazenamento e as capacidades analíticas, que são essenciais para o aproveitamento da total capacidade da tecnologia.

Junto a isso, destaca-se a importância de promover uma cultura de inovação nas indústrias. Incentivar os colaboradores a adotarem tecnologias de IA, fornecer programas de treinamento e criar um ambiente que valorize a experimentação e o aprendizado são tidos, agora, como etapas cruciais.

PROFICIÊNCIA TÉCNICA

À medida que as indústrias integram, cada vez mais, a IA nas suas operações, torna-se fundamental garantir que esta poderosa tecnologia seja segura e acessível a todos, trazendo à tona a importância de programas de formação abrangentes que dotem os indivíduos com os conhecimentos e competências necessários para navegar na intrincada intersecção entre a Inteligência Artificial e a sociedade humana.

O cenário técnico da IA é complexo e dinâmico e, para aproveitar todo o potencial desta tecnologia na indústria, os indivíduos devem receber formação técnica robusta. Isso inclui compreender os fundamentos do

aprendizado de máquina, redes neurais e análise de dados. Programas contínuos de aprendizagem e qualificação são essenciais para acompanhar os rápidos avanços na tecnologia.

Instaura-se então a importância da colaboração — tema este amplamente abordado não somente neste contexto — entre o meio acadêmico, a indústria e o governo para conceber e implementar programas de formação onde, ao promover uma abordagem colaborativa, as partes interessadas podem garantir que as pessoas estejam equipadas com as competências necessárias para contribuir eficazmente para as indústrias do futuro impulsionadas pela IA.

COMPETÊNCIA CULTURAL

A IA não é apenas um avanço tecnológico, é uma força transformadora que influencia a cultura e as normas sociais. À medida que os sistemas de Inteligência Artificial se integram em vários aspectos das nossas vidas, os indivíduos devem ser culturalmente competentes para navegar pelas complexidades que surgem.

Destaca-se aqui a importância de promover uma compreensão cultural para colmatar o fosso entre a tecnologia e a sociedade. A tecnologia que emerge já passa a ser menos discutida sob a ótica de substituição humana e vislumbrada como a tecnologia que impulsiona a criatividade, a produtividade e a empatia. Para tanto, é certo que os programas de formação devem incorporar módulos interdisciplinares que explorem as implicações socioculturais da IA, incluindo questões relacionadas com

preconceitos, justiça e inclusão. Esta competência cultural permitirá que os indivíduos desenvolvam soluções que se alinhem com diversas necessidades e valores sociais.

CONSCIÊNCIA ÉTICA

As considerações éticas na IA também são fundamentais. Os indivíduos que trabalham com este tipo de tecnologia devem estar preparados para identificar e enfrentar desafios éticos, tais como preocupações com privacidade, transparência e responsabilização.

Ao incutir a consciência ética, os profissionais da indústria podem contribuir para o desenvolvimento de soluções de IA que priorizem o bem-estar humano e defendam os padrões morais.

Assim, à medida que a IA continuará a remodelar as indústrias, a adoção antecipada, a implementação estratégica, o compromisso com práticas éticas e a necessidade de programas de formação abrangentes tornam-se cada vez mais evidentes. Ao adotarem a tecnologia agora, as indústrias podem não só preparar-se para os desafios futuros, mas também liderar o caminho no aproveitamento do potencial transformador da IA para um futuro mais eficiente, inovador e sustentável.

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As habilidades necessárias para profissionais de tecnologia em 2024

Oano de 2024 chegou e o setor de tecnologia deve seguir como um grande motor de tendências e avanços em diversos setores. É evidente que as empresas darão prioridade à contratação de profissionais que não apenas compreendam os fundamentos das novas tecnologias, mas também estejam preparados para enfrentar os novos desafios do mercado. Isso requer que esses profissionais se mantenham atualizados sobre as últimas tendências tecnológicas, acompanhando notícias, publicações, fazendo capacitações e participando de eventos relevantes.

Em termos de habilidades técnicas, a Inteligência Artificial (IA) se destaca como um campo crítico. Os profissionais precisarão se especializar em áreas específicas da IA, como aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, visão computacional e robótica. O mercado demandará adaptação constante, com profissionais sempre dispostos a experimentar novas abordagens e a aprender.

Do ponto de vista técnico, 2024 irá além da Inteligência Artificial, já que outras tecnologias, como Computação em Nuvem, Internet das Coisas (IoT), Análise de Dados (Data Analytics) e segurança cibernética, também serão importantes. Portanto, profissionais que pretendem seguir na área de tecnologia precisam ter conhecimentos aprofundados sobre esses temas, que estão altamente interligados.

Entre as habilidades pessoais que serão demandadas, destacam-se a capacidade de aprendizado contínuo, adaptabilidade, pensamento crítico, comunicação eficaz, colaboração com equipes diversas, liderança, negociação, inovação, criatividade e condições de analisar dados e demonstrar valor para as empresas. A capacidade de solucionar problemas e trabalhar na adversidade será uma competência essencial em 2024 para enfrentar os desafios que teremos pela frente com a implementação simultânea de tantas novas tecnologias.

Pesquisas indicam que Chief Information Officers (CIOs) devem aumentar suas equipes e adotar estratégias para conectar e alavancar seus times de trabalho. Essa abordagem está alinhada com as tendências atuais, em que os CIOs estão investindo em programas de treinamento para aprimorar e requalificar suas equipes de TI, visando atender aos objetivos da empresa. Aliado a isso, busca-se acelerar o desenvolvimento de habilidades virtuais em várias profissões, utilizando ferramentas digitais para reduzir o período de adaptação de novos colaboradores.

Combinar automação e Inteligência Artificial no ambiente de trabalho permitirá que os profissionais atuem de maneira mais estratégica e inteligente, preparando-se para enfrentar desafios mais complexos. As empresas devem criar experiências de trabalho enriquecidas por meio de tecnologias avançadas, fornecendo insights e orientações para ajudar os colaboradores a superarem obstáculos como as limitações de tempo. Teremos um novo ambiente, repleto de tarefas que anteriormente pareciam impossíveis.

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EVENTOS

MWC 2024 supera projeções e retorna aos números pré-pandemia

Realizada entre os dias 26 e 29 de fevereiro, a edição 2024 do Mobile World Congress (MWC) superou as expectativas iniciais da organização e voltou aos números pré-pandemia, devendo ultrapassar um impacto econômico de € 400 milhões.

Ao longo de seus quatro dias, mais 101 mil pessoas de 205 países e territórios, sendo 26% de mulheres, percorreram os corredores dos oito pavilhões do evento. Entre os visitantes, 51% exercem cargos de diretoria ou acima e 21% são C-level.

Esta edição, a maior desde 2019, teve como focos principais 5G, conectividade e aplicações de Inteligência Artificial, reunindo mais de 2.700 expositores, entre os quais 21 empresas brasileiras.

Elas marcaram presença no evento pelo 16° ano consecutivo em uma iniciativa do Programa Brasil IT+, parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Softex, contando para sua realização com o apoio do Consulado do Brasil no âmbito do Programa de Diplomacia da Inovação.

Projetamos para os próximos 12 meses cerca de U$ 10 milhões em negócios para empresas participantes. Foram dias de agenda cheia de reuniões com parceiros e clientes potenciais do mundo todo e com representantes de agências de fomento de Israel, Espanha, França, Catalunha, Canadá e Holanda, interessados em apoiar a internacionalização de nossas companhias”, avalia Ruben Delgado, presidente da Softex.

Depois de participar do MWC em 2023 como prospectora e firmar durante o evento o seu primeiro negócio no exterior, o Instituto Iracema quer agora levar suas tecnologias de inclusão para países da Europa e da África e aposta nas conexões do evento para isso.

“No ano passado, firmamos a realização de um projeto-piloto em Moçambique. Alfabetizar em braille é um desafio. Por isso, desenvolvemos uma série de soluções de tecnologia para simplificar a capacitação de pessoas cegas ou de baixa visão, como o alfabetizador bidirencional Eduka Braile, o note braile e a impressora braile de baixo custo”, explica Neyrobson Vasconcelos, CFO do Instituto Iracema.

Só seremos conhecidos se formos vistos e o MWC nos permite contemplar o melhor do mercado internacional de tecnologia da informação em um único espaço e dar a visibilidade que precisamos às nossas soluções. Já atuamos no exterior a partir de nosso escritório em Braga, Portugal, e temos como mercados-alvos a Espanha e também a África. Nossa tecnologia está em conformidade com certificações modernas da ISO 13.485:2016 em Medical Devices, o que é um grande diferencial”, destaca Leonardo Mello, co-owner da Diagnext.com, primeiro provedor de telecomunicações especializado em saúde digital sem fronteiras do Brasil.

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Outra veterana do evento, a Pulsus, líder na América Latina em tecnologia para a gestão de dispositivos móveis UEM, comparece ao encontro pela quarta vez, visando reforçar e expandir sua posição na América

Latina e na Europa, além de começar a validar potencial de mercado em alguns novos mercados, como BRICs.

“Um de nossos principais desafios atuais é desenvolver a rede de parceiros, além de construir nos outros mercados a autoridade que já conquistamos no Brasil. Por isso, aumentamos significativamente nossa presença em eventos estratégicos do setor”, ressalta Vinícius Boemeke, CEO da Pulsus.

Em sua primeira participação no MWC, a Espresso Labs, laboratório de inovação que concentra soluções em tecnologia, aposta no potencial de networking do evento para dar seguimento à sua estratégia de internacionalização.

Já contamos com clientes na Bélgica, Espanha e Reino Unido. Desde 2023, temos investido na participação em eventos no exterior e na construção de relacionamentos no mercado europeu. Este ano, estamos considerando a possibilidade de uma parceria com um fornecedor estrangeiro para criarmos uma estrutura física na Europa”, comenta Eduardo Missaka, CEO & co-founder da Espresso Labs.

Também estreando no MWC, a Nextage, provedora de serviços de desenvolvimento de software e apps visando a transformação digital das empresas, espera que o evento ajude a companhia – que já possui presença em nove países – a dar continuidade ao processo de internacionalização para os Estados Unidos e para o mercado Europeu, em especial na Espanha e em Portugal.

Estamos em negociação avançada com uma provedora canadense de Software como Serviço (SaaS) que conecta pacientes aos seus prestadores de cuidados de saúde através de seus telefones celulares. Nossa presença in loco em Barcelona e a possibilidade de o corpo diretivo da empresa conversar conosco pessoalmente, entender a nossa expertise e de que forma podemos nos estabelecer como um parceiro estratégico local foi essencial para levarmos a conversa para um novo nível”, explica Juliano Haus, diretor-executivo e sócio da NextAge.

A PRÓXIMA EDIÇÃO DO MWC

EM BARCELONA JÁ TEM DATA

MARCADA: 3 E 6 DE MARÇO DE 2025.

Cão-robô conquista o público

O Spot, o cão-robô desenvolvido pela empresa americana Boston Dynamics e disponível no Brasil por meio de uma parceria entre o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), a Itaipu Binacional, a ABDI e a Petrobras, para impulsionar as redes 5G industriais, conquistou os visitantes do estande do Brasil IT+ no MWC 2024.

Equipado com pernas articuladas e uma série de sensores, câmeras, inteligência artificial, conexão 5G e outras tecnologias que permitem que ele navegue autonomamente e interaja com o ambiente ao seu redor, ele travou “embates” com outros robôs e humanoides nas alamedas do evento e se destacou por sua agilidade e capacidade de se adaptar a diferentes situações.

Seu desempenho superior pode ser conferido de perto por diversas autoridades, entre as quais o ministro das comunicações, Juscelino Filho; o senador Marcos Pontes; o deputado Federal Vitor Lippi; o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; o presidente da Softex, Ruben Delgado; o diretor jurídico da Itaipu Binacional, Luiz Fernando Delazari; e o diretor superintendente do PTI, Professor Irineu Colombo.

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