#13 | Pocket Magazine Softex

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REVISTA tecnologia • inovação • negócios • políticas públicas ABR MAI JUN 13 • 2023
LISSoftex: unindo empresas e comunidades para multiplicar o impacto positivo

Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro

Presidente da Softex

Ruben Delgado

Vice-Presidente da Softex

Diônes Lima

Coordenação do projeto

Renata Blatt

Caros leitores,

@2023 – Revista Softex – Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro. Uma publicação institucional. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Jornalista responsável

Fabrício Lourenço – DF2887 JP

Assessoria de Imprensa (MLP)

Karen Kornilovicz

Mário Pereira

Revisão

Karine Serezuella

Diagramação e projeto gráfico Simone Silva (Figuramundo)

geração de inovação e multiplicação de impacto positivo. O Laboratório de Inovação Social (LIS) da Softex é prova disso e chega propondo um novo modelo de relacionamento entre as empresas investidoras e as iniciativas de impacto. Convidamos você a conhecer mais sobre o LISSoftex em nossa reportagem especial. E pegando carona no tema transformação, nossa equipe conversou com representantes da ApexBrasil sobre a nova iniciativa da Agência que vai impulsionar a equidade de gênero no comércio internacional.

Essa edição traz ainda um overview geral do programa Residência em TICs, CI Inovador, Empreende+ Amazônia, e uma cobertura especial da missão comercial realizada para o Chile. E por último, mas não menos importante, preparamos uma matéria especial sobre os 20 anos do MPSBR. O programa, coordenado pela Softex, melhora os processos de software no Brasil e ganhou uma nova logomarca. É informação que não para. Tudo ao seu alcance, na sua telinha.

Boa leitura.

Equipe Softex

LISSoftex: auxiliando empresas na utilização de benefícios fiscais em suas estratégias ASG

MPSBR

20 anos MPSBR: programa eleva a qualidade de processos do software no Brasil

Como a Inteligência Artificial está transformando o cenário empresarial brasileiro

Fake News, Fake Clicks e a credibilidade da Internet

Residência em TIC capacitará mais 15 mil profissionais em Tecnologia da Informação e Comunicação pág36

CI INOVADOR

Programa CI Inovador capacitará profissionais em microeletrônica

pág18

RatoRói implementa rastreabilidade através de blockchain com o apoio do programa Conecta Startup Brasil

MICROELE-

Microeletrônica: impulsionadora do desenvolvimento do Brasil

Missão Chile: cinco dias de imersão no país mais inovador da América Latina

AMA-

Futuro da saúde com IA, aprendizado de máquina e expertise humana ARTIGO pág30

Estímulo à inovação aberta e à cultura empreendedora: focos do Programa Empreende+ Amazônia

ACONTECE NO SETOR

Presidente da SBMicro visita Softex pág9

Programa da ApexBrasil vai impulsionar a equidade de gênero no comércio internacional

Programa Hackers do Bem capacitará 30 mil profissionais em cibersegurança pág34

TIC
pág28
ARTIGO pág46
TRÔNICA pág27
EVENTO pág42
ZÔNIA pág39
pág12
CASES
IA
LISSOFTEX pág6
pág20
pág44

LIS SOFTEX

LISSoftex: auxiliando empresas na utilização de benefícios fiscais em suas estratégias ASG

Omaior interesse e conscientização da sociedade brasileira como um todo em relação à importância das questões Ambientais, Sociais e de Governança vem mobilizando um número crescente de empresários e de investidores e alavancando os investimentos em ASG

Um estudo recente da SAP com mais de 400 líderes empresariais no Brasil, México, Argentina e Colômbia apontou um expressivo aumento no número de grandes empresas com uma estratégia ASG já em execução: de 46%, em 2021, esse total saltou para

Unidas (ONU).

“Queremos auxiliar as empresas a alcançarem suas metas em ASG com efetivo impacto social, conectando os recursos a projetos que transformam vidas. Desta forma, a empresa pode ir além e, ainda, otimizar seu investimento utilizando benefícios fiscais como, por exemplo, a doação do IRPJ prevista em lei”, explica Diônes Lima, vice-presidente executivo da Softex.

O LISSoftex atua como uma ferramenta de financiamento combinando aportes da Softex e das empresas doadoras, propondo assim um novo modelo de relacionamento entre as empresas investidoras e as iniciativas de impacto.

A iniciativa tem como público prioritário organizações de médio e grande porte que possuam estratégia de ASG e perfil engajado em ações com foco na geração de impacto positivo e sustentabilidade.

transformação que a Softex, entidade com mais de duas décadas de experiência na concepção e gestão de programas de impacto, anuncia o lançamento do seu Laboratório de Inovação Social (LIS) que tem a proposta de auxiliar as empresas a utilizarem benefícios fiscais previstos em lei no desenvolvimento de suas estratégias

ASG em sintonia com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações

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“Para cada real aportado pela iniciativa privada, a Softex fará um investimento financeiro ou econômico no mesmo montante.
Vamos empregar nossa experiência de décadas na gestão de políticas

públicas e na geração de impacto para potencializar os resultados, beneficiando a sociedade brasileira como um todo”, destaca Diônes Lima. Como mecanismo para a obtenção do aporte de recursos, a entidade adotará a Chamada Pública, o que conferirá ao processo maior governança, obrigações e direitos para as partes interessadas. Um levantamento realizado pela Conferência Nacional da Indústria (CNI) mostra que empresas que incorporaram a agenda ASG em suas estratégias conseguem mitigar cerca de 51% dos riscos e valorizar suas marcas em 42,9%.

Negócios liderados por mulheres na Amazônia como primeiro projeto

Em sinergia com os objetivos da ODS, o primeiro projeto a ser executado pelo LISSoftex será o Ela Empodera+ Amazônia. Sua proposta é capacitar e apoiar, por meio de mentorias, workshops, networking e investimentos no valor de até R$ 30 mil, 20 negócios em estágio inicial liderados por mulheres na região da Amazônia. Eles deverão oferecer propostas para a solução de problemas nas áreas de logística,

sustentabilidade e conservação ambiental, acesso a mercados e cadeias de suprimentos, mudanças climáticas, desigualdade social, saúde, infraestrutura e educação. O programa auxilia a promoção da diversidade, da igualdade e da autonomia financeira através da oferta de investimento para o desenvolvimento de projetos e negócios sociais, tendo também como meta o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, favorecendo o seu empoderamento em comunidades empreendedoras”, complementa Diônes Lima.

Além do Ela Empodera+ Amazônia, o LISSoftex tem no pipeline de execução este ano mais dois projetos – um na área de educação e outro de saúde – e espera alcançar R$ 1 milhão em recursos em sua primeira rodada de captação através de Chamada Pública que será lançada nas próximas semanas.

Para saber mais sobre o LISSoftex, visite http://lis.softex.br/

ACONTECE NO SETOR

Programa Hackers do Bem capacitará 30 mil profissionais em cibersegurança

Por Karen Kornilovicz

Com o objetivo de qualificar mais de 30 mil profissionais nas áreas de segurança da informação e privacidade, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou em Brasília o lançamento do programa Hackers do Bem.

A solenidade de apresentação, realizada durante o 24º Workshop RNP (WRNP), contou com as participações de Henrique de Oliveira

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Miguel, representando o MCTI; Ana Oliveira, coordenadora de qualidade da Softex; Nelson Simões, diretorgeral da RNP; e Ricardo Figueiredo, diretor regional do SENAI SP. Sob a coordenação da Softex, ele será executado pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) em parceria com o SENAI-SP. Contará, para a sua realização, com R$ 30 milhões em recursos oriundos da Lei de TIC por meio do Programa Prioritário

Nacional de Inovação (PPI). “O Programa Hackers do Bem possui um valor estratégico para o Brasil ao contribuir diretamente com a qualificação profissional – que eleva o índice escolar – e ao estruturar elementos que fortalecem o ecossistema de cibersegurança. Os resultados vão desde avanços do País em uma área crítica que afeta de uma forma holística diferentes setores econômicos e que se

refletem também na sociedade e na vida dos cidadãos”, avalia a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Gratuito, o programa oferecerá inicialmente cinco cursos nos níveis de nivelamento, básico, fundamental, especializado e residência tecnológica para estudantes do ensino técnico, médio e superior, profissionais da área de tecnologia que buscam especialização e para quem procura migrar de área. Apenas na primeira fase, pretende recrutar pelo menos 30 mil alunos. Durante a formação, eles terão acesso a aulas ao vivo, exercícios teóricos e práticos com a utilização de simuladores, vídeos e outros recursos. Os cursos têm coordenação acadêmica do Senai-SP e da Escola Superior de Redes (ESR), braço de capacitação da RNP, que possui mais de 17 anos de expertise em formação profissional em TIC. “Somente no Brasil, há mais de 300 mil vagas que não são preenchidas por falta de profissionais de cibersegurança. O Hackers do Bem, além de desenvolver competências em segurança cibernética, impactando o mercado e todos os setores, estabelece mecanismos de integração e sinergia com diferentes atores dos ecossistemas de ensino, pesquisa, inovação e segurança da informação”, explica o diretoradjunto de Cibersegurança da RNP, Emilio Nakamura. O programa Hackers do Bem prevê

ainda o fomento do ecossistema de inovação em cibersegurança para formação de empreendedores para a área, desenvolvimento de projetos de P&D e a implantação de um hub nacional para este segmento envolvendo instituições, associações, governo, reguladores, aceleradores, empresas, startups, empreendedores e alunos.

Para Ruben Delgado, presidente da Softex, “além de contribuir para que o déficit de profissionais na área seja rapidamente reduzido, o programa colaborará para a construção de uma indústria nacional de segurança cibernética inovadora, apoiada por pesquisas e por produções científicas de alto nível, capaz de reter talentos que possam realimentar o ciclo de produção do conhecimento, fortalecendo, assim, todo o ecossistema”.

“A digitalização é uma importante ferramenta na agenda de competitividade da indústria, sendo o profissional de cibersegurança fundamental para proteger as empresas das vulnerabilidades do ambiente digital. Com esse programa, juntos, vamos impactar um grande número de pessoas, gerando empregos e fornecendo as pessoas capacitadas que a indústria precisa”, garante o diretor-regional do Senai-SP, Ricardo Figueiredo Terra. Os interessados em participar do programa podem se cadastrar e receber informações em primeira mão visitando hackersdobem.rnp.br/home.

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IA

Como a inteligência artificial está transformando o cenário

empresarial brasileiro

Por Redação Softex

No Brasil ainda há pouca oferta de tecnologias complexas com uso de inteligência artificial no mercado. Para Camisasca, conforme novas iniciativas e projetos concretos forem capazes de criar impacto econômico consistente, haverá maiores investimentos.

“Com a consolidação da IA, essas empresas devem atrair mais CVCs, o capital de risco corporativo. Porém, é importante ter em mente que as tecnologias emergentes têm a tendência de chegarem com o buzz messiânico para resolver todos os problemas da sociedade. Sabemos que não é assim. Historicamente, quebramos a cara rápido e passamos a adotála num passo mais ‘humano’ ao longo do tempo, compreendendo de que forma aplicar essas novas tecnologias adequadamente para a solução de problemas”, comenta Camisasca.

faz uso de inteligência artificial para encolher pela metade o tempo de descoberta de novos medicamentos em relação a uma farmacêutica tradicional.

Negócios fechados na área de marketing digital

Com um comando ou dois, um chat que consegue elaborar respostas complexas para qualquer pergunta mostrou parte do potencial de uso da inteligência artificial (IA) no dia a dia. Para o mundo dos negócios, a IA também promete e já vem facilitando muitos processos que, antes, exigiam o esforço de várias

pessoas. “Para nós humanos ficarão as funções criativas, de relacionamento, e de projeção de um futuro que o histórico de dados ainda não mostra”, afirma Luis Camisasca, fundador do BizHub, ecossistema de inovação e tecnologia da A&M no Brasil.

Apesar do potencial da tecnologia, a ampliação dos investimentos na área depende de alguns fatores.

Uma das grandes vantagens do uso de inteligências artificiais pelas empresas está na velocidade de leitura e interpretação de dados. A automatização do processamento de qualquer quantidade de informação pela IA consegue aumentar a eficiência dos serviços e ainda diminuir custos de produção. A tendência tem sido utilizada em diversos setores. Na área da saúde, por exemplo, a biotech InsilicAll, apoiada pelo BizHub,

A tecnologia tem movimentado a aquisição de empresas no Brasil. Recentemente, a Exact Sales, empresa que desenvolve o principal software de sales engagement da América Latina, o Exact Spotter, adquiriu a startup Magic Write, com o objetivo de agregar e ampliar recursos de inteligência artificial à plataforma que acelera vendas em negócios de diferentes segmentos. A ferramenta ajuda times de marketing e vendas a criarem, em segundos, conteúdos em texto para sites, blogs, redes sociais e anúncios, utilizando uma tecnologia baseada em modelos de linguagem como o GPT3, da empresa OpenAI, base para ferramentas como ChatGPT. Além de incluir recursos de inteligência artificial na plataforma Spotter, a Exact irá levar a oferta da startup para sua base de mais de 15 mil usuários.

Segundo Théo Orosco, CEO da Exact, a Inteligência Artificial é uma revolução no mercado, capaz de fazer as pessoas terem mais produtividade e desenvolver trabalhos melhores, fazendo com que cheguem mais longe a partir da tecnologia.

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“A IA é uma tendência mundial e vai se desenvolver cada vez mais, proporcionando maior acesso de empresas ao marketing digital, permitindo que agências possam escalar os redatores, tendo melhor produtividade. Eu só vejo usos positivos para a área de marketing e vendas. A integração com o software da Exact vai proporcionar respostas mais rápidas e o cliente da Exact vai ganhar muita eficiência para atrair o lead, prospectar mais agilmente e conseguir em menor tempo informações de melhor qualidade”, observa o CEO da Exact.

A aquisição trará ainda para a Exact uma outra plataforma desenvolvida pela startup: o Magic Pages, que permite a criação de landing pages (páginas de conversão) inteligentes e personalizadas, de forma automática com conteúdos e recursos a partir de contextos. Estes recursos serão incorporados ao Spotter para clientes que querem ampliar a geração de leads com estratégias de marketing

digital, integrando nativamente com o fluxo de atividades para qualificação e vendas que os clientes já utilizam na plataforma da Exact.  "As aplicações são diversas, seja dando velocidade e assertividade na criação de uma página da empresa, de um conteúdo para o Instagram, ou mesmo de um e-mail de prospecção. Este tipo de tecnologia não substitui o profissional, e sim faz com que ele ganhe 3 a 4 vezes mais velocidade em tarefas de média e alta complexidade", completa Orosco.

Aplicação sólida em diferentes setores

Apesar das novidades em relação a utilização da IA para criação de conteúdo, a tecnologia já está consolidada em diversas áreas. A coleta e o processamento de dados ajudam na tomada de decisões em segmentos como varejo, cadeia de suprimentos e até mesmo na agricultura. Abaixo, confira três exemplos do impacto da IA nesses setores:

Integração do varejo e indústria

Até um produto chegar na cestinha do shopper, há um longo caminho que impacta diretamente a experiência final do consumidor. Durante esse percurso, há uma lista de possíveis falhas que podem ocorrer e causar prejuízos para a indústria e varejo físico. Para evitar problemas comuns no

abastecimento, exposição e reposição de produtos, a inteligência artificial é uma importante aliada. "Desde o centro de distribuição até a cestinha do consumidor, há vários problemas na jornada do produto que podem gerar prejuízo para a marca e para o supermercado, além de causar problemas para o shopper, como a venda de produtos vencidos e precificação errada. A inteligência artificial entra nesse caminho para detectar esses problemas e disparar alertas automáticos para agilizar o trabalho da equipe de reposição de produtos", explica André Krummenauer, CEO da Involves, empresa que desenvolve o Involves Doors, solução que usa inteligência artificial e reconhecimento de imagem para monitorar pontos de venda como supermercados.

Em 2022, o Involves Doors emitiu 787.846 alertas de problemas identificados nas lojas, metade deles representavam um problema na gôndola. A correção das ocorrências representou mais de R$ 3,5 milhões de recuperação em vendas, ou seja, se não fossem identificadas, esse valor seria perdido. "Outra funcionalidade é o Controle de Validade, que permite um

planejamento melhor das equipes de reposição e evita descarte de produtos", completa André. O módulo lançado em 2022 permite que os times calculem a chance de vencimento de qualquer produto e passem a monitorá-lo diariamente.

O impacto da IA na cadeia de suprimentos

A automação lógica dos armazéns tem ganhado cada vez mais importância na estratégia de administração da cadeia de suprimentos. Com o aumento da robotização, o Machine Learning (ML) e o guarda-chuva maior de Inteligência Artificial (IA) desempenham papéis importantes, ajudando a garantir que os pedidos sejam despachados no prazo e que as promessas para o cliente sejam cumpridas.

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Segundo o Diretor de Vendas e Customer Success da Manhattan Brasil, Marco Beczkowski, para processar e enviar pedidos de última hora, os ganhos que a IA e o ML fornecem dentro do ambiente de armazém fazem toda a diferença. “O conceito de separação de pedidos em ondas pode aumentar a densidade do trabalho em um armazém, alocando pedidos e liberando tarefas em lotes de tarefas otimizadas, mas se esta onda de tarefas for gerada muitas horas antes da efetiva separação e os pedidos sofrerem mudanças, a operação não consegue reagir rapidamente às novas demandas. Tecnologias de IA e ML podem ajudar a dar mais dinamismo ao processo e assim deixar a operação mais flexível, dinâmica e resiliente”, explica. Basicamente, ambas ajudam a aumentar a eficiência operacional. Outro grande exemplo disso é comparar o perfil de pedido de hoje com os perfis de pedido do passado. Sistemas inteligentes de autoaprendizagem podem prever com maior precisão quais produtos serão pedidos, onde, quando e quanto tempo serão necessários para processar um pedido no estágio de armazém da jornada do produto.

inovações. Em um ambiente com arquitetura 100% em microsserviços, atualizações caras e lentas são coisa do passado, mas isso também significa que as inovações em Inteligência

Artificial e Machine Learning também estão mais acessíveis e disponíveis para mais pessoas e empresas”.

Desenvolvimento de soluções para a agricultura

Na agricultura, o uso de Inteligência Artificial (IA) impacta diretamente nos resultados alcançados em termos de eficiência e produtividade. Por isso, o desenvolvimento de soluções que utilizem a tecnologia tem avançado em ritmo acelerado. A divisão de Agricultura da Hexagon, por exemplo, fornece soluções digitais que utilizam IA abrangendo uma série de possibilidades em todos os processos do campo — desde o planejamento de plantio até o transporte da matéria-prima para a indústria.

Segundo Alexandre Alencar, Diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da empresa, são duas grandes frentes de atuação: na automação, que auxilia na execução de tarefas de forma ágil e precisa, e na estratégia, que usa a análise de dados para trazer impactos na inteligência do negócio. “Com seus mecanismos, é possível testar um número gigantesco de alternativas até chegar àquela de maior eficiência e menor custo para a empresa agrícola”, explica.

Baseada em dados registrados a partir de atividades dos equipamentos agrícolas, a IA é capaz de apoiar a elaboração de diagnósticos e executar ações com base na previsibilidade.

“A tecnologia trata esses dados e projeta cenários, antecipando situações indesejáveis e fazendo recomendações em tempo real, como o aviso do momento ideal para realização

de uma manutenção no equipamento e a escolha de rotas mais eficientes para execução das operações”.

Já em termos de automação, veículos com piloto automático e protótipos de máquinas com “autodireção”

precisam da IA para não cometer erros ou gerar acidentes.

“Com inovação, além da popularização desse tipo de máquina, logo teremos tratores e colhedoras capazes de atuar com recursos ainda mais revolucionários”, projeta Alexandre.

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“À medida que vamos cada vez mais em direção ao software na nuvem e 'sem versão',
mais empresas terão acesso imediato às últimas

Futuro da saúde com IA, aprendizado de máquina e expertise humana

Vivemos em uma era de transformações profundas no campo da saúde, impulsionadas pela inteligência artificial (IA) e pelo aprendizado de máquina (ML). É fundamental que estejamos atentos e engajados nesse processo para aproveitar todo o potencial dessas tecnologias e promover um avanço significativo na medicina, sempre mantendo o cuidado humanizado e a empatia como pilares fundamentais. A crescente adoção da inteligência artificial na área da saúde está impulsionando o desenvolvimento de tecnologias de vanguarda, com o poder de aprimorar os resultados dos pacientes e otimizar os processos clínicos e administrativos. Os benefícios da IA são abrangentes, desde diagnósticos mais precisos e tratamentos altamente personalizados até a antecipação de condições médicas antes mesmo de se agravarem. Imagine como isso pode revolucionar como cuidamos da saúde e do bem-estar das pessoas. É essencial reconhecer que o uso da IA também apresenta desafios e preocupações, especialmente quando se trata da segurança e privacidade dos dados dos pacientes.

Nesse contexto, é imperativo trabalharmos em conjunto para estabelecer regulamentações adequadas, garantindo a ética e a proteção necessárias no uso dessas tecnologias. Somente com um enfoque responsável podemos aproveitar ao máximo os benefícios da IA minimizando possíveis riscos. Um aspecto-chave que merece destaque é o papel dos profissionais de saúde nesse cenário de transformação. A capacitação e o treinamento contínuo são fundamentais. Assim, unindo esforços, podemos construir um sistema de saúde mais eficiente, preciso e acessível para todos. A IA e o ML são ferramentas poderosas que, aliadas à sensibilidade e ao conhecimento humano, têm o potencial de revolucionar a medicina e proporcionar uma assistência médica de excelência para as gerações presentes e futuras. O futuro da saúde é desafiador, mas também promissor. Ao abraçarmos as inovações tecnológicas com responsabilidade e humanidade, construiremos um caminho sólido rumo a uma saúde mais avançada, empática e inclusiva.

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Por Luciana Cartocci, diretora-executiva da Teleinfo Soluções

anos MPSBR: programa eleva a qualidade de processos do software no Brasil

Uma nova marca foi lançada para comemorar o sucesso e a importância do MPSBR

Qualidade é fator essencial de sucesso para a indústria de software. E para que esse setor seja competitivo, nacional e internacionalmente, é fundamental que os empreendedores coloquem a eficiência e a eficácia dos seus processos em foco nas empresas, visando a oferta de produtos de software e serviços correlatos conforme padrões internacionais de qualidade e, desta forma, aumentando também a produtividade. Para melhorar a qualidade desses processos na indústria de software, a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) lançou, em dezembro de 2003, o MPSBR.

Por meio do MPSBR, as empresas conseguem aperfeiçoar a qualidade dos seus produtos de software, aumentar a produtividade de suas equipes e ampliar a competitividade dos seus negócios.

Cabe ressaltar que esse é o único programa brasileiro de qualidade nesta categoria voltado para o setor de TIC. O MPSBR atende empresas que têm interesse em melhorar a qualidade de seus produtos e serviços, como desenvolvedoras e consumidoras de produtos de TI, públicas e privadas, de pequeno,

médio e grande porte.

Ao longo desses 20 anos do Programa, o MPSBR atingiu todas as regiões do Brasil, além de países da América Latina. Os modelos MPSBR são compatíveis com os padrões de qualidade aceitos internacionalmente, adequados ao perfil de empresas com diferentes tamanhos e características no setor de TIC. Contempla três modelos de referência – Software, Serviços e Gestão de Pessoas – e conta com 17 instituições implementadoras e 9 instituições avaliadoras.

Os três modelos do MPSBR contabilizam um total de 945 avaliações e 6.300 pessoas capacitadas. Empresas avaliadas pelo programa declararam que o aumento do desempenho e maior competitividade nos negócios, o crescimento de forma sustentável e organizada, a melhoria na gestão da empresa, a evolução da qualidade do software, o aumento da produtividade em software e o avanço nos resultados de desempenho na engenharia são os principais benefícios advindos do MPSBR.

“Com a avaliação de implementação do MPSBR, a empresa demonstra aos seus contratantes e ao mercado a qualidade de seus processos internos”, afirma Ana Regina, uma das criadoras do programa.

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MPSBR: uma nova marca para uma trajetória de sucesso

A Softex lançou neste ano a nova marca do MPSBR. O programa, além do reconhecimento pela significativa melhora na qualidade de processos

do software, chega à maturidade por sua trajetória de sucesso após duas décadas de evolução e adaptação às novas demandas do mercado.

Modelos de Referência

MPS.BR SW

O modelo MPS para Software (MPS-SW) é um modelo de melhoria de processo e princípios de engenharia de software com o objetivo de promover a colaboração entre os envolvidos no processo de desenvolvimento de software, estando em conformidade com as principais abordagens internacionais para definição, avaliação e melhoria na área.

Atualização do MPS-SW

O novo modelo está baseado na realidade do mercado brasileiro e é compatível com a nova versão do CMMI e com as normas ISO/IEC 12207 e ISO/IEC 33000.

MPS.BR SV

O modelo MPS para Serviços (MPS-SV) foi desenvolvido para complementar o modelo MPS para Software (MPS-SW), que vem ao encontro das necessidades desse mercado, tanto para apoiar a melhoria de processos de serviços como para oferecer um processo de avaliação que ateste a aderência das práticas da organização em relação às melhores práticas do setor.

Atualização do MPS-SV

MPSBR em números

» 945 empresas avaliadas desde o começo do programa nos 3 modelos de referência do MPS;

» Mais de 6.300 profissionais habilitados ao longo do programa;

» 17 Instituições divididas em Implementadoras e Avaliadoras que são credenciadas pela Softex para atuam no programa.

O MR-MPS-SV:2021 teve como parâmetro a estrutura do novo guia geral MRMPS -SW:2020 e a nova versão da ABNT NBR ISO/IEC 20.000 – 1:2020 – Gestão de Serviço, mantendo-se ainda compatível com a série de normas ISO/IEC 33.000.

MPS.BR

RH

O modelo MPS para Gestão de Pessoas (MPS-RH) tem como base os requisitos de gestão de pessoas dos modelos e normas que focam a definição, a avaliação e a melhoria dessa gestão, oferecendo às empresas orientações para a implementação gradativa de práticas de gestão de RH na indústria de TIC, de forma a selecionar, desenvolver e reter talentos humanos necessários ao atendimento dos objetivos organizacionais. Um das precursoras e entusiasta do Programa MPSBR, Ana Regina bateu um papo com a Revista Softex.

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Bate-papo com Ana Regina

1) Qual a principal motivação da criação do MPSBR?

AR – A ideia de criar o MPS partiu da gestão, daquela época, da Softex. Na ocasião, havia um problema que poderia acabar com a indústria nacional, pois estavam contratando empresas que possuíam a certificação CMM, atual CMMI, e era um custo muito alto para as empresas brasileiras. Lembro ainda que essa certificação só estava ao alcance de grandes empresas, e a maioria era multinacional.

A Softex, portanto, encomendou uma pesquisa no MIT sobre certificações utilizadas. A pesquisa revelou uma grande diferença entre o Brasil, Índia e China. Tudo isso aconteceu em 2003. O presidente da Softex da época me convidou para a integrar o time do MPSBR e, na oportunidade, indiquei o Dr. Kival Weber, um profissional com grande conhecimento da indústria e que havia ocupado o cargo de secretário especial de informática. Outro profissional que integrou a equipe foi Eratóstenes Araújo (CNPQ). Foi um momento que unimos empresa, governo e eu que estava na universidade.

Começou aí o modelo com o mesmo nível de exigência e credibilidade do CMM que fosse compatível com a certificação internacional, mas

que tivesse um curso acessível para as empresas brasileiras. Buscamos apoio financeiro do governo, das empresas e formamos pessoal para implementar e avaliar certificação.

2) Como você avalia essa jornada?

AR – Essa jornada teve três momentos importantes: a primeira foi a qualificação de pessoal em todo país para avaliar empresas brasileiras interessadas na certificação. A segunda foi o apoio financeiro do governo. Os núcleos Softex se envolveram, contataram empresas e, em vários lugares do Brasil, tínhamos grupos de empresas apoiadas pelo governo que implementaram o MPS, principalmente nos níveis iniciais que apoiávamos que eram o G e o F. Esse foi um momento importante de grande disseminação no país. Mas o apoio acabou e muitas empresas não seguiram, e aí entra o terceiro momento: atualmente temos empresas fortes que precisam do MPS e elas aumentam o nível gradativamente, porque precisam demonstrar, por meio de contratos com empresas públicas e privadas, que elas possuem uma certificação que garante o desenvolvimento de software.

3) Houve grande ações realizadas pelo MPS ao longo dos anos. Quais você destacaria?

AR – A principal foi a preocupação de atingir todo o país. Não é só formar implementador e só ter empresas de todos os lugares. Nós conseguimos que as universidades e pesquisadores trabalhem com MPS. As universidades de qualquer lugar do país, que têm aulas de Engenharia de Software, falam sobre o MPS. Há um grande número de teses de doutorado e dissertações de mestrado, de trabalhos de iniciação científica e especialização em que o tema é o MPS. Orientei mais de 40 trabalhos sobre esse tema. Isso aconteceu pelo país e continua acontecendo. O MPS teve uma importância no Brasil e para a área de engenharia de Software porque conseguimos mostrar que essa área de metodologia e de processos é importante para empresas, ou seja, motivamos o estudo com aplicação prática. Formamos uma quantidade de pessoas em graduação e pósgraduação e, claro, todo esse processo foi importante para a Softex, porque o MPS foi conhecido em todo o Brasil.

Uma outra ação que gostaria de citar foi que, em determinado momento, tivemos o apoio do BID para levar programa para os países latino-americanos. Esse fato aconteceu e tivemos avaliações na Colômbia, Uruguai e Argentina.

4) Com o avanço do ecossistema de TIC e inovações nas áreas de negócios, como você imagina o MPS no futuro?

AR – O MPS independe de área. Acho que é uma coisa muito boa e temos até universidades envolvidas. Recentemente, um professor do ITA me disse que está fazendo adaptações do MPS para a aeronáutica, baseado nos documentos do departamento de defesa. E isso é ótimo. Já fiz trabalho com o MPS em IoT, Internet das Coisas, com Inteligência Artificial. Na realidade, o MPS não impõe uma abordagem de desenvolvimento, eles são feitos apenas com certo tipo de Software. À medida que o conhecimento avança, é possível customizar o MPS para uma organização dependendo da necessidade. O infinito é o limite.

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Breve trajetória

2004-2007: Os primeiros quatro anos foram dedicados à construção dos alicerces do programa MPSBR, do modelo MPS-SW e da sua comunidade de prática;

Consolidação do MPSBR: 20082011 : A segunda fase do MPSBR foi dedicada à consolidação do programa e do modelo MPSSW no Brasil, com foco na solução do 2 o desafio do dilema (crescente aceitação do novo modelo pelo mercado);

Inserção de novos modelos: Em 2012, foi introduzido ao programa MPSBR o modelo de melhoria de processos de serviço, o MPS-SV e o modelo de melhoria de processos de gestão de pessoas, MPS-RH;

Internacionalização do Modelo: em 2014 o MPSBR realizou avaliações na Argentina, Colômbia e Uruguai, sendo 7 no modelo MPS-SW e 1 no modelo MPS-RH;

Avaliações Remotas: Devido à pandemia, em 2020 o MPSBR introduziu a possibilidade das avaliações serem realizadas de forma remota, no todo ou em partes.

ACONTECE NO SETOR

Presidente da SBMicro visita Softex

A presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro), a professora e Dra. Linnyer Beatrys

Ruiz Aylon, visitou a sede da Softex em Brasília onde foi recebida por Diônes Lima, vice-presidente executivo da entidade.

O objetivo do encontro foi discutir o desenvolvimento de novos programas e projetos na área de microeletrônica que podem contribuir para tornar o Brasil mais competitivo no cenário de semicondutores.

A professora e Dra. Linnyer Beatrys

Ruiz Aylon é a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da SBMicro. Ela integra o Conselho da Softex, atua como coordenadora do Programa de Pós-Graduação em

Ciência da Computação e é líder do Grupo Manna, maior rede de Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação em IoT, Robótica e Educação 5.0, do Paraná, e uma das maiores do país dedicada à popularização da ciência.

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ARTIGO

Fake News, Fake

Clicks e a credibilidade da Internet

Atramitação do Projeto de Lei 2630/2020, mais conhecido como PL das Fake News, traz uma excelente oportunidade para a sociedade brasileira debater uma questão crucial: a credibilidade da Internet. Há um consenso de que as fake news têm se mostrado uma ameaça que não pode ser mais ignorada. Informações falsas, muitas

vezes disseminadas de maneira rápida e ampla nas redes sociais e em outros canais de comunicação, têm o potencial de causar danos irreparáveis. Os malefícios das fake news são diversos e abrangem diferentes aspectos. Elas têm o poder de manipular a opinião pública, influenciando eleições e enfraquecendo a confiança nas instituições democráticas. Como

constatamos na recente pandemia, podem levar à desinformação sobre vacinas, tratamentos médicos e doenças, colocando em risco a vida das pessoas. Outras doenças são disseminadas pelas próprias fake news: preconceitos e intolerâncias, gerando conflitos e divisões. Todos nós estamos dispostos a aproveitar as novas oportunidades de empregar a tecnologia em benefício próprio e não há nada de errado nisso. O problema é que os maus atores também compartilham esta postura para atingir seus objetivos ilegais, utilizando esta mesma tecnologia. Encontrar o equilíbrio entre a liberdade de expressão e a responsabilidade na disseminação de informações é fundamental. Quando pensamos na disseminação rápida de uma notícia falsa esquecemos que este ritmo acelerado muitas vezes é gerado pelo emprego de robôs. Eles podem ser empregados para atividades ilegais que vão desde a automatização de acessos a sites falsos

para os mais diversos tipos de crimes cibernéticos até a criação de perfis falsos nas mídias sociais, passando pela geração de cliques falsos em peças publicitárias.

Esses acessos falsos podem tanto espalhar uma notícia inverídica como inflar artificialmente o número de visitantes de um site, valorizando de forma fraudulenta o valor de um anúncio e impactando negativamente na eficácia de uma campanha de mídia programática. Atribuída com frequência a Thomas Jefferson a frase "o preço da liberdade é a eterna vigilância" faz todo o sentido neste contexto. Entre as melhores práticas de segurança cibernética hoje está o monitoramento contínuo do tráfego da Internet, que permite identificar comportamentos suspeitos como presença de robôs ou bots. A partir destas análises, medidas podem ser tomadas para bloquear estes acessos fraudulentos, identificando tendências e comportamentos suspeitos.

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EVENTO

País mais inovador da América Latina, à frente do Brasil, de acordo com levantamento do Índice Global de Inovação 2022, o Chile recebeu entre os dias 12 e 16 de junho uma delegação de nove empresas brasileiras interessadas em saber mais sobre este mercado, suas oportunidades de negócios e estrutura como potencial hub de internacionalização. A iniciativa foi do Brasil IT+, parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) com a Softex. O engajamento do país com a inovação é tão forte que ele costuma ser chamado de “Chilecon Valley” em uma referência ao seu equivalente norte-americano. Com uma comunidade empreendedora ativa e vibrante, o ecossistema chileno inclui diversas instituições de apoio e fomento de renome, entre as quais a Start-Up Chile, a CORFO (Corporação de Fomento à Produção), a InvestChile, o Conselho Nacional de Inovação para o Desenvolvimento, e o Fundo de Investimento de Capital Empreendedor.

A delegação foi recepcionada em

Santiago por Leandro Rocha Araújo, chefe do SETEC da embaixada do Brasil no Chile, que compartilhou informações importantes sobre o ambiente de negócios e de inovação chileno.

“Embora o Brasil seja o país que mais envia startups para aceleração no Start-Up Chile, a participação nacional no ecossistema ainda é tímida. E isso ocorre por diversas razões, entre as quais o desconhecimento das oportunidades existentes, a barreira do idioma e a estratégia comercial das empresas. Mas embora o Chile tenha apenas 19 milhões de habitantes que consomem muita tecnologia, ele pode se transformar em uma importante plataforma para exportação de serviços em razão dos acordos de livre comércio mantidos com 65 países, incluindo União Europeia, Estados Unidos, China, Japão e a Aliança do Pacífico”, destaca Leandro Rocha Araújo.

A embaixada brasileira oferece aos empresários interessados em investir no Chile o apoio do setor de ciência, tecnologia e inovação por meio da divulgação de informações e interlocução com agentes públicos e privados.

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Missão Chile: cinco dias de imersão no país mais inovador da América Latina

Um hub para internacionalização

“Promovemos uma verdadeira imersão no mercado chileno com a apresentação de oportunidades, investimentos, conexões validação de produto e entendimento da cultura local, incluindo detalhes sobre o processo completo de entrada no país. Muitas integrantes da nossa delegação já deram os passos iniciais para uma possível parceria e a geração de negócios futuros é promissora”, avalia Jéssica Dias, líder de Projetos Internacionais na Softex.

Integraram a delegação brasileira as empresas Actiz, Ahgora HCM, Espresso Labs, Fairy Solutions, Pulsus, Provider, Ventiur, Wvetro e Youtan.

“Para nós, a internacionalização é uma forma de expandir nossa base de clientes, garantir a sustentabilidade de nosso negócio e diluir o risco do mercado brasileiro. Temos experiência em atuar em diversos países com equipes remotas e em diferentes culturas. Estamos entusiasmados com o ambiente de negócios e inovação chileno e esperamos conseguir contribuir com esse ecossistema extremamente ativo e vibrante”, analisa Thiago Yukio, CTO da Expresso Labs, especializada no desenvolvimento de produtos digitais.

A programação da Missão incluiu dois dias de reuniões com mais de 50 encontros de networking e reuniões one-to-one, visitas a centros de inovação de prestígio como Start-Up Chile, Universidade Católica do Chile e Imagine Lab; e a empresas como Stefanini Chile, Arauco, Ceconsud, Sonda e Enel Chile.

“Estamos iniciando nossos movimentos de expansão global e na missão nosso objetivo era conhecer a cultura empresarial e o ecossistema de inovação de Santiago. Geramos em torno de 20 contatos diretos em quatro dias de trabalho e alguns já evoluíram para uma fase mais avançada de aproximação. Entendo o mercado chileno como uma boa opção para nosso processo de internacionalização”, pondera Rogério Marinho, CEO da Youtan, desenvolvedora de softwares e aplicativos sob demanda. A Pulsus já atua em três continentes –América, Europa e África – e está em processo de ampliação de sua base de clientes fora do Brasil. “O Chile está entre os três principais mercados estratégicos na América Latina para nós em razão dos projetos que já desenvolvemos e das empresas com as quais temos negociado. Estamos realizando diversas reuniões

com parceiros interessados em comercializar localmente nossas soluções e também com clientes para a venda direta. Além de todo esse contexto comercial, a missão também nos permitiu obter uma visão mais aprofundada do mercado chileno em relação, por exemplo, à abertura de operação local e às melhores estratégias de negociação, o que é sempre muito importante”, analisa Vinícius Boemeke, CEO e co-founder da Pulsus, referência em solução de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) com quase um milhão de aparelhos gerenciados no Brasil e no exterior. Ao longo dos últimos 19 anos, o Projeto Brasil IT+ já envolveu mais de 640 companhias interessadas em expandir sua atuação para além das fronteiras nacionais. O volume de negócios gerado pelas empresas aderidas à iniciativa atingiu a casa dos US$ 593 milhões em 2022.

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ACONTECE NO SETOR

Programa da ApexBrasil vai impulsionar a equidade de gênero no comércio internacional

Segundo dados de inteligência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), atualmente menos de 10% das 14.600 empresas apoiadas pela instituição têm mulheres no topo de suas lideranças. E para apoiar a participação de companhias lideradas por mulheres em mercados internacionais, a ApexBrasil anunciou o lançamento do Programa Mulheres e Negócios Internacionais e a assinatura do “Compromisso Elas Lideram”, do Pacto Global das Nações Unidas/ONU

Mulheres – uma iniciativa para que empresas adotem ações de equidade de gênero.

"Em um país ainda tão desigual como o Brasil, a questão de gênero não pode ser ignorada. E nós temos a oportunidade de fazer transformações muito importantes no ambiente de

negócios nacional e no comércio exterior como um todo", destaca Jorge Viana, presidente da ApexBrasil. Como estratégia para atingir o maior número de empresas possível, o Programa Mulheres e Negócios englobará todas as ações que a Agência executa diretamente. Para tanto, a ApexBrasil adotará mecanismos inclusivos, tais como pontuação extra, critério de desempate, descontos em taxas de adesão e vagas préestabelecidas àquelas empresas lideradas e/ou de propriedade de mulheres. Tais critérios valerão tanto para as companhias no início do processo de exportação ou atração de investimentos, quanto para as que já exportam e desejam levar ou ampliar sua atuação para novos mercados. Ou seja, independente do estágio do processo de exportação ou internacionalização ou do tamanho da empresa, todas podem contar com o apoio da Agência. Além disso, serão realizadas ações exclusivas para esse perfil de empresas, tais como mentorias ou encontros de negócios. O foco, nessa linha, será prioritariamente para micro e pequenas empresas, startups, cooperativas ou produtoras rurais.

“Este ano, pretendemos chegar a 600 empresas lideradas por mulheres e a 1.000 em 2024. O programa dará um olhar de gênero às ações executadas em inteligência, qualificação, promoção comercial e internacionalização por meio de mecanismos afirmativos que podem ser, por exemplo, vagas direcionadas nos editais e descontos em taxas de adesão”, explica Clarissa Furtado, Gerente de Competitividade da ApexBrasil.

Women in Tech

O setor de tecnologia é, sabidamente, muito masculino. Segundo dados de levantamento realizado pelo Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da entidade, nos últimos 15 anos a participação de mulheres na indústria de TICs diminuiu 5%, caindo de 25% para 20%.

“A Softex tem buscado fomentar a participação de empresas comandadas por mulheres no Programa Brasil IT+, desenvolvido com a ApexBrasil, de diversas maneiras. Uma delas é garantindo pontuações diferenciadas para empresas com lideranças femininas que participam das ações. Outra é utilizando esse quesito como critério de desempate, se necessário”, destaca Jéssica Dias, líder de Projetos Internacionais na entidade. “Gostaria de ver mais mulheres liderando as iniciativas de internacionalização, pois acredito muito no poder da diversidade. Mas, infelizmente, ainda há um

desequilíbrio de gênero neste campo”, avalia Flavia Nascimento Head of Growth – North America do CESAR, Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, que atua na educação e inovação impulsionando organizações e potencializando suas estratégias digitais.

Participante do Projeto Brasil IT+, ela comanda as iniciativas de internacionalização do CESAR cuja receita de exportação deverá chegar a US$ 6 milhões. Atualmente, cerca de 9% das empresas aderidas ao Brasil IT+ são lideradas por mulheres. Ana Paula Repezza, diretora de Negócios da ApexBrasil, ressalta que a inclusão de empresas lideradas por mulheres nos fluxos de comércio exterior e de investimentos estrangeiros tem efeitos intergeracionais. “Dados das Nações Unidas mostram que, ao ter acesso a trabalhos que pagam melhor por suas habilidades e que aumentem sua renda, as mulheres investem parte desses recursos diretamente na nutrição e na educação de seus filhos. Assim, pode-se concluir que o incremento da presença de mulheres no comércio exterior contribui diretamente para o bemestar das próximas gerações, com a melhoria do padrão de vida dessas crianças e, consequentemente, das oportunidades de acessarem empregos mais qualificados no futuro”.

Para mais informações sobre o Programa Mulheres e Negócios Internacionais, visite https://bit.ly/3CWXZO0

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TIC

Residência em TIC

capacitará mais 15 mil profissionais em Tecnologia da Informação e Comunicação

Mais 15 mil pessoas devem ser capacitadas na nova fase do programa Residência em TIC do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e executado em parceria com a Softex. A iniciativa, focada na formação de recursos humanos para atuação nas áreas das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), recebeu mais R$ 150 milhões para a realização desta nova etapa.

“O Residência em TIC é um programa de grande capilaridade, com instituições parceiras por todo o país. Buscamos formar alunos em quase todos os estados preparados para atender as demandas reais da indústria de TIC de suas regiões”, explica Ulisses Campoi Rosa, coordenador de Fomento à Inovação da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI.

Segundo ele, a nova fase terá um foco especial na capacitação de especialistas em desenvolvimento de hardware, o que tem sido muito demandado pela indústria. “Pretendemos atacar o déficit de projetistas e especialistas em semicondutores e microeletrônica. Existe uma grande falta de profissionais nessa área e a demanda por mão de obra especializada é alta. Por isso, vamos oferecer uma série de cursos focados nessa especialização, atendendo à necessidade da indústria e possibilitando a contratação dos novos especialistas”, detalha.

O Residência em TIC é realizado em 33 institutos de pesquisa e universidades de todo o Brasil, e tem parceria com mais de 200 empresas do setor de TICs. Um dos parceiros executores é o Núcleo Softex Campinas (NSC), com o TrendsIT, que contempla o oferecimento de três mil vagas para estudantes de todo o Brasil em cursos nas áreas de desenvolvimento full stack (web) e mobile por meio de uma plataforma de ensino à distância.

Além de receberem treinamento técnico, os alunos também participarão de cursos voltados para o desenvolvimento de competências comportamentais – comunicação eficaz, trabalho em equipe, resolução de conflitos, pensamento crítico, liderança, criatividade e inteligência

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emocional – e uso de ferramentas de inteligência artificial generativa de forma a moldar um perfil ainda mais valorizado pelas empresas. Após a etapa de capacitação, os interessados em dar continuidade à formação poderão concorrer a 80 bolsas de ajuda de custo para a realização de residência e vivência profissional em empresas e ICTs (Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação) parceiros do projeto. Os residentes selecionados receberão do programa uma bolsa de ajuda de custo para cumprir uma jornada de 30 horas por semana durante seis meses.

As empresas parceiras estão localizadas em várias regiões do país e contribuem para a formação dos conteúdos de acordo com as demandas em seus respectivos mercados.

Os currículos daqueles que concluírem os cursos de capacitação, independentemente de terem ou não participado da etapa de residência, serão disponibilizados às empresas parceiras que estejam interessadas em contratar profissionais de TI.

“Os participantes terão na etapa de capacitação o apoio de mentores para esclarecer dúvidas técnicas e fornecer orientações sobre a carreira de TI. Os alunos interessados em seguir para a etapa de residência terão a oportunidade de atuar em projetos reais e serão orientados por profissionais experientes das empresas parceiras do Núcleo Softex” explica Edvar Pera Jr., diretorexecutivo do Núcleo Softex Campinas. No Paraná, o NSC, em parceria com a Assespro-PR/Acate, realizará, por meio do Programa TECHDEV, a capacitação gratuita via plataforma de ensino à distância de três mil pessoas em habilidades interpessoais (soft skills) e técnicas (hard skills) e as conectará a vagas de trabalho em empresas de tecnologia.

O público-alvo são jovens do ensino médio, estudantes de escolas técnicas e universitários, além de cidadãos interessados em ingressar ou migrar para a área de tecnologia.

Os residentes selecionados receberão do programa uma bolsa de ajuda de custo para cumprir uma jornada de 30 horas por semana durante seis meses. Para esta edição do TechDev, a bolsa-auxílio tem o valor de R$ 1.100,00 com duração de seis meses. Independente da residência, os currículos de todos os participantes do programa serão disponibilizados para as empresas parceiras, com possibilidade de contratação.

CASES

RatoRói implementa rastreabilidade através de blockchain com o apoio do programa

Conecta Startup Brasil

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Há dez anos, a RatoRói vem transformando resíduos plásticos em novos materiais e produtos por meio da economia circular e de iniciativas de sustentabilidade. Suas linhas de materiais e produtos para moda, design e arquitetura envolvem cooperativas e recicladoras visando fortalecer a inclusão social e garantir altas taxas de reciclagem. Em 2019, a empresa decidiu apostar na inovação aberta com startups early stage como estratégia para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado e se inscreveu na chamada do Programa Conecta Startup Brasil, ação gratuita de pré-aceleração de startups em estágio inicial e realizada em conjunto pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Softex e o parceiro executor, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Investir em inovação aberta nos proporcionou acesso a um ecossistema diversificado de talentos e ideias. Ao compartilharmos nossas necessidades e desafios com uma rede de parceiros e inovadores,

obtivemos soluções criativas e diferenciadas que nos destacaram no mercado. Além disso, nos permitiu aproveitar a agilidade dos parceiros em implementar essas inovações. Como uma empresa pequena, foi fundamental ter a capacidade de adotar rapidamente as novas soluções e obter vantagens competitivas”, relembra Flávia Vanelli, designer sócia da RatoRói.

Durante o programa, objetivo da RatoRói foi estabelecer uma parceria com uma startup para implantar um sistema de rastreabilidade baseado em blockchain em sua cadeia de valor inclusiva e circular. Através dessa tecnologia, a companhia buscava enfrentar o desafio de comprovar o fluxo de materiais provenientes de associações, cooperativas e recicladoras apoiadas na recuperação de materiais desviados do lixo, agregando valor por meio do design de impacto social.

“A necessidade de uma tecnologia de rastreabilidade surgiu da nossa vontade de mostrar e comprovar todas as etapas e histórias por trás da origem de um produto. Queríamos ser capazes de rastrear e documentar

todo o caminho percorrido por esses materiais, desde a sua coleta até a sua transformação final. Isso nos permitiria fornecer transparência aos nossos clientes e consumidores, demonstrando o compromisso com a sustentabilidade e a inclusão social em nossa cadeia de suprimentos”, detalha Flávia Vanelli. De forma geral, a implantação da rastreabilidade através de blockchain trouxe benefícios significativos para a RatoRói. Além de tornar os processos mais transparentes, essa tecnologia permitiu que a empresa destacasse seu compromisso com uma cadeia produtiva mais inclusiva e responsável, agregando valor aos produtos e fortalecendo a confiança dos clientes. Sobre os desafios de se conectar a uma startup em estágio inicial, Flávia Vanelli pondera que é essencial estar preparado para lidar com a possibilidade de mudanças e ter uma abordagem flexível para adaptar-se a essas alterações. “A maior incerteza é colaborar para o desenvolvimento de algo, que pode mudar de rumo muito rapidamente e deixar de atender as necessidades e os objetivos iniciais. Uma comunicação aberta e constante com a startup, alinhando expectativas, pode ajudar a mitigar esses desafios”, recomenda. Como resultado, a participação no Conecta Startup Brasil e o investimento em inovação aberta permitiram à RatoRói enfrentar seus desafios de forma ágil e criativa, aproveitando as soluções e o conhecimento de uma

rede diversificada de parceiros. Essa abordagem fortaleceu a capacidade da empresa de se diferenciar no mercado e impulsionar seu crescimento.

“O Programa Conecta Startup Brasil oferece às empresas participantes a oportunidade de compartilhar seus desafios com mentes criativas, adotar metodologias ágeis, realizar testes prévios de soluções e estabelecer parcerias estratégicas. É importante ressaltar que o programa beneficia empresas de diferentes tamanhos. Companhias de médio e pequeno porte têm a vantagem de serem mais ágeis e capazes de implementar inovações de forma mais rápida, permitindo que elas se destaquem e se tornem mais competitivas”, conclui Flávia Vanelli.

Impacto B Certificada, comprovando seu triplo impacto positivo – ambiental, social e econômico, no período de janeiro a novembro de 2022 a RatoRói reciclou duas toneladas de plástico, economizou 8. 800kW de energia e 39 m³ de aterro sanitário.

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Flávia Vanelli, designer sócia da RatoRói

Estímulo à inovação aberta e à cultura empreendedora: focos do Programa Empreende+ Amazônia

meio de ações de capacitação, empreendedorismo e inovação aberta. O programa Empreende+ Amazônia é composto por cinco projetos que atuam em momentos de maturidade específicos. São eles: Professor+ Empreendedor, Ela Empodera+ Amazônia, Avança+ Amazônia, Amazônia+ Inovadora e Amazônia+ Global. Ao todo serão 100 professores, 50 startups, 10 ICTs e 20 empresas beneficiadas pelo programa, além de 5 instituições executoras. “A meta é transformar a Amazônia Ocidental e o Amapá em um hub de empreendedorismo e inovação, criando oportunidades, promovendo a sustentabilidade e valorizando as vocações e talentos locais. Impulsionaremos a inovação e o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável, gerando impacto positivo de longo prazo por meio da capacitação de professores, de empreendedores, de pesquisadores e de atores de inovação; do estímulo à geração de negócios – no Brasil e também no exterior – e do fortalecimento da cultura empreendedora”, explica o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva.

conceitos do empreendedorismo em suas salas de aula.

Para estimular a criação e o desenvolvimento de novos negócios, 20 startups em estágio inicial lideradas por mulheres serão escolhidas para pré-aceleração no Ela Empodera+ Amazônia e 20 startups com soluções já validadas e em fase de tração serão aceleradas no Avança+ Amazônia.

A atuação em acesso a mercado ocorre pelos projetos Amazônia+ Inovadora, de inovação aberta, e Amazônia+ Global, de internacionalização.

Essas ações são voltadas para ampliar oportunidades de negócios e expandir a colaboração.

“Selecionaremos via edital até cinco instituições para a execução dos cinco projetos de forma independente e, na sequência, abriremos uma chamada para professores, startups, empreendedores e empresas interessadas em participar de cada uma das iniciativas”, destaca Ruben Delgado, presidente da Softex.

Os recursos para a execução do programa Empreende+ Amazônia provêm do Programa Prioritário de Empreendedorismo Inovador (PPEI) na Amazônia, desenvolvido em parceria com a Suframa.

ASoftex, coordenadora do Programa Prioritário de Fomento ao Empreendedorismo Inovador (PPEI), em parceria com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), anunciou no

último mês de julho o lançamento do programa Empreende+ Amazônia. Seu objetivo é fortalecer a cultura empreendedora e de inovação na região da Amazônia Ocidental – integrada pelos Estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima – e também do Amapá, por

Da Amazônia para o mundo

A jornada do Empreende+ Amazônia começa com o projeto Professor+ Empreendedor, que tem como objetivo capacitar até 100 professores para atuar como disseminadores dos

Para mais informações sobre o programa Empreende+ Amazônia, visite http:// empreendemais.softexamazonia.com.br/

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Por Karen Kornilovicz

CI INOVADOR

Programa CI Inovador capacitará profissionais em microeletrônica

e Tecnologia do Ceará (IFCE) para a sua realização.

OMinistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) anunciou no último mês de julho o lançamento do edital para seleção de ICTs (Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação) interessadas em integrar o Programa Residência em Microeletrônica – CI Inovador. Executado pela Softex no âmbito do Programa Prioritário PNM Design Microeletrônica, seus

objetivos são promover a formação de recursos humanos na área de microeletrônica; capacitar gestores e empreendedores, aumentar a densidade empreendedora nesse segmento e fortalecer o ecossistema nacional de microeletrônica. Com duração estimada em dois anos, ele contará com R$ 33 milhões em recursos e com o apoio da SBMicro, da Associação Brasileira da Indústria

Elétrica e Eletrônica (Abinee) e do Instituto Federal de Educação, Ciência

“A microeletrônica desempenha um papel vital na economia global, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias inovadoras em diversos setores. Esse programa abrange parcerias colaborativas entre ICTs e indústria – inclusive em nível internacional, uma forma eficaz de fornecer aos estudantes acesso a conhecimentos práticos e experiência no setor, enriquecendo assim a formação dos alunos”, destaca Hamilton José Mendes da Silva, diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital (DECTI) do MCTI. Nesta primeira fase do CI Inovador serão escolhidos três ICTs credenciadas ao CATI e executores de projetos do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI) que ficarão responsáveis por efetuar o processo de seleção e acompanhamento de 200 estudantes, organização das trilhas de capacitação para os perfis técnico e gestor, montagem da curadoria dos conteúdos, definição dos projetos para as etapas de vivência internacional e in company, além da gestão das bolsas. As ICTs selecionadas deverão comprovar experiência na execução de projetos ou programa de microeletrônica nacional ou de relevante impacto junto ao setor produtivo; além de possuir equipe técnica especializada e infraestrutura física adequada para a realização de projetos científicos e tecnológicos.

“Esse programa chega em um momento em que o mundo enfrenta um apagão gigante no segmento de semicondutores e necessita de técnicos nas áreas de design e de produção. O CI Inovador se diferencia por capacitar não apenas pessoas com perfil técnico, mas também empreendedores que colaborarão para alavancar a densidade de empresas especializadas, fortalecendo assim o ecossistema nacional de microeletrônica”, avalia Diônes Lima, vice-presidente executivo da Softex.

Poucos países detêm a tecnologia para a fabricação de semicondutores, que são empregados em larga escala em uma enorme gama de indústrias, como smartphones, computadores, tablets, televisores, câmeras digitais, iluminação (LEDs); medicina (em equipamentos médicos como tomógrafos e aparelhos de ressonância magnética); telecomunicações e indústria automotiva, para citar apenas alguns. Estratégico para a economia nacional e para o desenvolvimento tecnológico do país, o setor de semicondutores, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEMI), fatura mais de R$ 3 bilhões por ano, gera mais de 2.500 empregos qualificados e investe mais de US$ 100 milhões em atividades de PD&I.

Para mais informações sobre o CI Inovador, visite https://ciinovador. softex.br/

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A microeletrônica – que envolve o estudo e a fabricação de circuitos eletrônicos em pequena escala, como microchips, transistores e outros componentes eletrônicos integrados – desempenha um papel estratégico no cenário brasileiro, impulsionando o desenvolvimento tecnológico, a inovação e a competitividade do país em diversos setores, como telecomunicações, automação industrial, energia, saúde, segurança e transporte.

O governo brasileiro tem buscado incentivar a microeletrônica no país por meio de políticas públicas, como programas de financiamento e incentivos fiscais para empresas que investem na área. Além disso, são promovidas parcerias entre universidades, institutos de pesquisa, empresas e governo, visando o fortalecimento da inovação e da colaboração entre os diversos atores envolvidos.

A microeletrônica também tem um papel importante na formação de mão de obra qualificada e na geração de empregos. A área demanda profissionais especializados em design de circuitos, processos de fabricação, testes e manufatura.

O desenvolvimento desse

conhecimento técnico contribui para a capacitação da força de trabalho brasileira e para a atração de investimentos no setor.

É nesse contexto que surgiu a ideia da criação do programa CI Inovador – Residência em Microeletrônica, anunciado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

(MCTI) e executado pela Softex. Seu propósito é capacitar pessoas e alavancar a densidade de empresas especializadas, fortalecendo assim o ecossistema nacional de microeletrônica. Com duração estimada em dois anos, o CI Inovador contará com R$ 33 milhões em recursos para a capacitação técnica e empreendedora de 200 profissionais. A expansão da indústria de semicondutores, o fortalecimento da capacitação profissional e a criação de parcerias entre os setores público e privado são essenciais para o crescimento e a consolidação dessa área estratégica para o Brasil. Este processo trará, entre outros benefícios ao país, o crescimento da indústria, da inovação, da competitividade, da pesquisa científica e da transformação digital, com expressivos retornos não só econômicos como sociais.

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Microeletrônica: impulsionadora do desenvolvimento do Brasil
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