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Conflito socioambiental na Região Central de Minas Gerais

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CONFLITO SOCIOAMBIENTAL NA REGIÃO CENTRAL DE MINAS GERAIS

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O conflito socioambiental na Região Central de Minas Gerais se acirrou desde 2006 com a implementação do projeto mineral Minas-Rio, uma parceria entre o governo do Estado e as grandes empresas do setor, como MMX e Anglo American. O projeto é composto por três estruturas: mina e usina de beneficiamento, o maior mineroduto do mundo e porto. Em 2018, o mineroduto já consumia mais de 2.500 metros cúbicos de água por hora, capaz de sustentar uma cidade de 220 mil habitantes. Mesmo sem cumprir as diversas condicionantes ambientais e sociais previstas em processos anteriores, em janeiro de 2018 foi aprovada a ampliação da área de extração de minério. O Minas-Rio gerou tensões com as comunidades que vivem das atividades econômicas ligadas ao uso tradicional do território e, especialmente, aquelas ligadas ao uso turístico. A pressão do setor extrativo foi tanta que o projeto de turismo e os esforços conservacionistas encabeçados pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro e a sociedade civil local sucumbiram ao poder da mineração, deixando de lado as negociações para promover o desenvolvimento ambiental e turístico da região. Existem pelo menos 22 comunidades rurais, em sua maioria quilombolas e tradicionais, convivendo com os impactos do projeto MinasRio, que vão desde o trânsito intenso de máquinas; aumento do fluxo de veículos, pessoas, barulhos, poeira e lama; secamento de nascentes e contaminação de cursos d’água; mortandade de peixes; tremores causados pelo mineroduto; sensação de insegurança; rompimento das relações de trabalho; intervenções em territórios tradicionais; desterritorialização; além dos danos na saúde física e psíquica da população local.

CÁRITAS MINAS GERAIS NO CUIDADO DA CASA COMUM

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