TESTES DE HIPÓTESES MATERIAL DE SUPORTE AO 6 - XVI EDIÇÃO DA PG LEAN MANAGEMENT
JOÃO PAULO PINTO – 2015 JUNHO 13
APRESENTAÇÃO DO CONCEITO Considere-se uma máquina de encher pacotes de açúcar… O peso de cada pacote deve ser ≈ 8g (isto é, µ = 8); Será que a máquina está a funcionar correctamente? DEFINIÇÃO Uma hipótese estatística é uma afirmação acerca dos parâmetros de uma ou mais populações (testes paramétricos) ou acerca da distribuição da população (testes de ajustamento).
Vamos abordar os testes paramétricos… João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
2
de 15
De volta aos pacotes de açúcar… Temos duas hipóteses:
A máquina funciona correctamente
(µ = 8)
H0 :µ = 8
Esta é chamada de hipótese nula (H0)
A máquina não funciona correctamente
(µ ≠ 8)
H1 :µ ≠ 8
Esta é chamada de hipótese alternativa (H0)
Para H0 temos ainda a considerar: Hipótese simples: é especificado apenas um valor para o parâmetro; Hipótese composta: é especificado mais de um valor para o parâmetro. Por agora vamos considerar sempre H0 como hipótese simples… João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
3
de 15
Para a hipótese alternativa H1 temos a considerar: H1 :µ ≠ 8 hipótese alternativa bilateral H1 :µ > 8 hipótese alternativa unilateral (superior) H1 :µ < 8 hipótese alternativa unilateral (inferior)
DEFINIÇÃO Teste de hipóteses é um procedimento que conduz a uma decisão acerca das hipóteses (com base numa amostra aleatória). João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
4
de 15
ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE AS HIPÓTESES 1. A hipótese nula (H0) representa o status quo ou crença atual em uma situação;
2. A hipótese alternativa (H1) é o oposto da hipótese nula e representa uma questão de investigação que se pretende estudar; 3. Se rejeitarmos H0, então temos a prova estatística de que H1 é verdadeira;
4. Se não rejeitarmos H0, então não foi possível provar a hipótese alternativa, H1. Falhar a demonstração de H1 não quer dizer que H0 esteja demonstrada; 5. A hipótese nula (H0) refere-se sempre a um valor especifico da população (ex. μ) e não uma estatística da amostra (como media da amostra, |X); 6. A declaração de H0 tem sempre um sinal de igual em relação ao valor especificado do parâmetro (por exemplo, H0: μ1 = μ2);
7. A declaração da hipótese alternativa nem sempre contém um sinal de igual em relação ao valor do parâmetro especificado (por exemplo, H1: μ1 ≠ μ2). João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
5
de 15
Voltando aos pacotes de açúcar… Considere X uma variável aleatória que representa o peso de um pacote de açúcar, então temos:
E(X) = µ
e
V(X) = σ2 (variância).
Logo,
H0 :µ = 8
vs
H1 :µ ≠ 8
Agora dispomos de uma amostra de 10 observações: X1 a X10;
Então faz sentido decidir com base em X , aceitando H0 se X estiver próxima de 8 e rejeitando H0 se X estiver longe de 8… Observemos a figura que se segue…
João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
6
de 15
DISTRIBUIÇÃO NORMAL
REGIÃO DE ACEITAÇÃO
REGIÃO CRÍTICA
REGIÃO CRÍTICA
c = ponto de fronteira e µ = 8 Região crítica: X < 8 − c ou X > 8 + c
c Aceitar H1
c Aceitar H0
João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
Aceitar H1
7
de 15
PROCEDIMENTO GERAL DO TESTE DE HIPÓTESES 1. Pelo contexto do problema identificar o parâmetro de interesse;
2. Especificar a hipótese nula, H0; 3. Especificar uma hipótese alternativa apropriada, H1; 4. Escolher o nível de significância α (é a probabilidade de rejeitar H0 sendo ela verdadeira); 5. Escolher uma estatística de teste adequada, ie Z0;
6. Fixar a região crítica do teste (µ +/- c); 7. Recolher uma amostra (de tamanho n) e calcular o valor observado da estatística de teste;
8. Decidir sobre a rejeição, ou não, de H0. João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
8
de 15
TESTE DE HIPĂ&#x201C;TESES PARA MĂ&#x2030;DIA E VARIĂ&#x201A;NCIA CONHECIDAS ď&#x201A;§ Considere a população de X tal que:
V(X) = Ď&#x192; 2 (conhecido)
E(X) = Âľ (desconhecido)
Para valores de X1 a Xn e amostra de dimensĂŁo n ď&#x201A;§ Teste de hipĂłteses:
H0:
Âľ = Âľ0
vs
H1:
Âľ â&#x2030; Âľ0
Assim:
ď&#x201A;§ Rejeita-se
H0 se
ď&#x201A;§ E nĂŁo se rejeita H0 se
đ?&#x2018;&#x2039; < đ?&#x153;&#x2021;0 â&#x2C6;&#x2019; đ?&#x2018;? â&#x2C6;&#x2014;
đ?&#x153;&#x2021;0 â&#x2C6;&#x2019; đ?&#x2018;? â&#x2C6;&#x2014;
JoĂŁo Paulo Pinto â&#x20AC;&#x201C; COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 Š
đ?&#x153;&#x17D; đ?&#x2018;&#x203A;
đ?&#x153;&#x17D; đ?&#x2018;&#x203A;
ou
đ?&#x2018;&#x2039; > đ?&#x153;&#x2021;0 + đ?&#x2018;? â&#x2C6;&#x2014;
â&#x2030;¤ đ?&#x2018;&#x2039; â&#x2030;¤ đ?&#x153;&#x2021;0 + đ?&#x2018;? â&#x2C6;&#x2014;
đ?&#x153;&#x17D; đ?&#x2018;&#x203A;
Eq. 01
đ?&#x153;&#x17D; đ?&#x2018;&#x203A;
Considere de novo a Dist Normal para perceber melhorâ&#x20AC;Ś 9
de 15
A estatĂstica do teste ĂŠ dado por:
Z0 = ď ł - desvio
padrĂŁo da amostra
đ?&#x2018;&#x2039;â&#x2C6;&#x2019;đ?&#x153;&#x2021;0 đ?&#x153;&#x17D;/ đ?&#x2018;&#x203A;
Eq. 02
ď Ą - nĂvel de significância,
probabilidade de rejeitar H0 Quanto maior ď Ą maior a exigĂŞncia do teste.
1-ď Ą
c â&#x20AC;&#x201C; ponto de fronteira. Nota que c depende de ď Ą.
aka, Intervalo de Confiança
ď Ą/2 c
ď Ą/2 c
Considerando as equaçþes 01 e 02, a aceitação de H0 acontece se -c â&#x2030;¤ Z0 â&#x2030;¤ c JoĂŁo Paulo Pinto â&#x20AC;&#x201C; COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 Š
10
de 15
EXERCÍCIO 1. Voltando ao pacote de açúcar… Recolhemos uma amostra de 20 pacotes, ver ao lado Assuma um nível de significância de 5% (ie, o risco de rejeitar H0 sendo ela verdadeira); Pretende-se saber se a máquina está afinada tendo como base esta amostra (n = 20) para H0: µ = 8 gramas A resposta é: Aceitar H0, ou seja para este nível de significância () podemos considerar que a máquina está afinada. E se aumentarmos o valor de o que se pode esperar? O que significa um aumento desse parâmetro? João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
Ver file xlsx
# 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Peso 9 7 8 7 8 7 9 6 9 8 8 9 8 8 10 8 10 9 8 11
11
(gra ma ) des 15
# 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Peso 9 7 8 7 8 7 9 6 9 8 8 9 8 8 10 8 10 9 8 11
Nível de Significância
5%
("alfa" ou NS)
Hipoteses a considerar: H0: Média do processo = 8 gramas H1: Média do processo diferente de 8 gramas
dados
8
µ0
Resolução Média da amostra Desvio da Amostra
8,35 1,18
Estatística do Teste, Z0
gramas gramas
Nota: neste caso usamos uma amostra de apenas 20 dados, o ideal seria n > 30 para garantir que a Distr Normal estaria presente… para n < 30 é necessário garantir que os dados estão normalmente distribuídos… Fazer o teste de Anderson-Darling
(X barra)
1,3241207
Com o valor de "alfa" (NS) obtém-se "c" (necessário obter a área da Distrib Normal): área da Distr Normal =1-1/2*NS área = 0,975 ou 97,50% Consultar agora a Distr Normal para obter "c" Ponto de Fronteira "c" = 1,96 Aceitação ou rejeição da Hipotese Nula (H0) - decisão tomada com base em "c" e "Zo": -1,96
< 1,3241207 Aceita Ho
(gra ma s ) João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
<
1,96
Aceita Ho
12
de 15
EXERCÍCIO 2. Suponha que a média de todas as notas do M1 da PG-LM (das 17 edições, mais de 500 formandos) é 12 valores com desvio padrão 6; Na actual turma (30 formandos), a média deste módulo é 16; Research question: Posso afirmar que a actual turma é significativamente diferente de todos os formandos da PG LM (a população)? Resolução
H0: µ = 12 H1: ≠ 12 Z0 = 3.65 Para = 5% temos c = 1.96 Rejeitamos Ho ou seja esta turma é significativamente diferente… João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
13
de 15
EXERCÍCIO 3. Suponha que queremos saber se há diferença nos salários para os professores masculinos e femininos;
Poderíamos obter duas amostras (homens e outra de mulheres), para determinar os respectivos níveis salariais médios (M1 e M2); M1 e M2 são estimativas das medias da população, 1 e 2. Formule as hipóteses nula e alternativa. Resposta:
Ho: 1 = 2
H1: 1 2
Suponha que a crença é que eles ganham mais que elas… Formule de novo as hipóteses… João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
H1: 1 - 2 > 0
14
de 15
EXERCÍCIO 4. Um fabricante de lâminas de barbear afirma que suas lâminas dão em média 15 boas intervenções; Foi feito um teste, pedindo a 10 homens escolhidos aleatoriamente para testar as lâminas de. O número médio de boas intervenções relatados é de 13 e o desvio padrão é 3.62; O fabricante insiste que o verdadeiro número de acções (ou valor da população) é 15… (não seria de esperar outra coisa). Formule as hipóteses nula e alternativa… Resposta:
Ho: = 15 Se quisermos desafiar o fabricante:
H1: < 15
Então se formos totalmente agnósticos:
H1: 15
João Paulo Pinto – COMUNIDADE LEAN THINKING 2015/16 ©
15
de 15
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO
CLT VALUEBASED SERVICES Av da República, 2491 – Sala 41, 4º Piso 4430 208 VN de Gaia Telf. 93.600.00.79/88 Fax. 220.162.407 mgt@cltservices.net www.cltservices.net