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Rio de Janeiro, junho de 2012
especial
Ano XVIII – Nº 167
ISSN 1676-3220
R 7,00 R$ 11,90
Rio de Janeiro, capital mundial da ecologia: Brasil e Itália fecham acordos e parcerias para o desenvolvimento sustentável durante a maior conferência internacional já realizada no país
Cultura vibrante, economia dinâmica, população conectada. O maior produtor de petróleo do Brasil e o lugar com mais esportistas por metro quadrado. O Rio de Janeiro não se cansa, não foge à luta, não desanima. Nos últimos anos foi o estado que mais atraiu investimentos no país e tem uma impressionante carteira de projetos para a próxima década. O Rio de Janeiro voltou a sonhar. E a realizar.
RIO DE JANEIRO. Marca registrada do Brasil. marcaRJ.com.br
J u nho de 2012
Ano XVIII
Nº167
Nossos colunistas
Sumário
56 | Ecologistas Mario Moscatelli, um ítalo-brasileiro engajado na proteção da bela, mas poluída bacia hidrográfica fluminense
28 | A conjuntura O que o Brasil e a Itália esperam da Rio+20 33 | Pavilhão O espaço italiano no Parque dos Atletas reúne 30 empresas especializadas em tecnologia voltada para o desenvolvimento sustentável
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37 | Agenda 21 Nascida na Rio 92, programa será reavaliado pela ONU e os países devem apresentar seus resultados. Itália sofre com os cortes no orçamento
59 | Nick Vendola, da Puglia, e Alessandro Zan, de Padova: preocupação com o bem-estar social
09 | Cose Nostre O procurador Pietro Grasso lança no dia 28, no Instituto Italiano de Cultura do Rio, o livro Liberi tutti: lettera a un ragazzo che non vuole morire di mafia 12 | Fabio Porta La morte della studentessa Melissa Bassi a Brindisi riapre due ferite mai rimarginate: mafia e terrorismo 13 | Ezio Maranesi Verdi, Stradivari, culatello e lambrusco: fiori di um dolce territorio
68 | Na prática Conheça alguns projetos ambientais que ONGs e instituições italianas e brasileiras levam adiante, do bicombustível à defesa do alimento justo e limpo
41 | Italian Style A moda ecológica das grifes italianas, entre óculos em madeira líquida da Gucci, bolsas com pedaços de carros da Carmina Campus e echarpes com tecidos orgânicos da 2ADD
24 | Guilherme Aquino O Salão Náutico de Gênova vai apresentar as novidades tecnológicas e de design da construção naval ainda em 2012 79 | Giordano Iapalucci I manifesti di Silvano Campeggi, uno dei più grandi cartellonisti cinematografici al mondo, alla Varart fino ad ottobre 94 | Claudia Monteiro De Castro A confeitaria Giuliani, em Roma, tem doces artesanais feitos com marron-glacé e chocolate
Missão 14 | Missão cumprida
Novos acordos nos setores portuário e bioenergético são os frutos colhidos durante missão que trouxe 250 empresários italianos ao Brasil
42 | Exclusivo Ministro italiano Clini revela que TIM e Telespazio participarão de projeto de remodelamento urbano de favela do Rio 44 | Contra a fome FAO defende transição mundial para a agricultura sustentável 46 | Orgânicos Um dos temas da Rio+20, segurança alimentar preocupa ambientalistas e mercado de orgânicos cresce no Brasil e na Itália 52 | Slow Food Presidente e fundador do movimento nascido na Itália pelo alimento limpo, bom e justo é convidado especial da Rio+20 6
junho 2012 | comunitàitaliana
Atualidade 21 | Terremoto O patrimônio
histórico da Emília-Romanha: o antes e o depois dos tremores de maio
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epois de encantar os passageiros do metrô do Rio de Janeiro, as criações assinadas por artistas italianos e brasileiros — feitas com grafite, pôsteres, máscaras de estêncil e adesivos — irão para a Caixa Cultural, também no Rio, no dia 2 de julho, onde ficam até 15 de agosto.
www.telespazio.net.br
Editorial J unh o d e 2 0 1 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Paradigma verde
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sta edição de Comunità chega às suas mãos com corpo diferente. Alinhados com a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, inovamos ao buscar uma homenagem à Rio+20, onde a cidade maravilhosa é o cenário de um Brasil virtuoso que está no centro das atenções e realiza o seu mais importante teste para os grandes eventos que acontecerão nos próximos anos. Trabalhamos com papel 100% reciclável e utilizamos tinta ecológica em todas as edições, mas para esta, em especial, buscamos entre a gama de papéis reciclados, o que transmitia melhor a natureza do evento. Nas 54 páginas do inserto, trazemos os avanços da humanidade nestes últimos 20 anos, a sinergia entre a Itália e o Brasil que resulta em melhorias para a qualidade de vida, os exemplos de produções que unem criatividade a um consumo sustentável, o perigo dos agrotóxicos e os movimentos sociais em busca de melhoria para o meio ambiente. Os avanços ideológicos e a execução de medidas, principalmente por parte das empresas, que respeitam os limites da natureza, hoje são bem mais efetivos. Consumidores preocupam-se com a origem dos produtos, dos cuidados da extração ao acabamento, com a poluição gerada e com a contaminação. Se em 1992 o mundo vivia um clima muito mais eufórico, principalmente por conta da queda do muro de Berlim, dois anos antes, e um horizonte favorável para a economia global, o que fez da Rio 92 a mais importante conferência ambiental da ONU, o Brasil e principalmente a cidade do Rio encontrava-se em situação bem diferente da atual. Dois aspectos ilustram bem aquele Pietro Petraglia momento: impeachment de Fernando Collor da presiEditor dência da República e a violência extrema exercida por facções criminosas no estado fluminense. Hoje o país está em sexto no ranking das maiores economias e é protagonista nas relações internacionais, assim como o Rio está quatro vezes menos violenta em relação ao período do evento anterior. E como encarar a Rio+20? Como olhar para os riscos que a humanidade produz e deve enfrentar? Quais são os problemas piores, os antigos ou os atuais? A fome é melhor que a obesidade? Um mundo sem eletricidade é melhor que um mundo mais quente? Fato é que a economia mundial mudou e que a China é uma potência mundial graças à industrialização e ao carvão barato. Através do seu confucionismo mais de meio bilhão de chineses saíram dos campos, da pobreza extrema. A Índia modernizada e integrada à economia global. O Brasil deve adotar suas capacidades tecnológicas, do etanol extraído da cana à soja do cerrado, do pré-sal. São décadas de investimentos que, além de consequências negativas como o desmatamento, trouxeram riquezas capazes de reverter problemas em soluções. Hoje a nação é capaz também de preservar florestas, desenvolver fontes mais limpas de energia, investir em educação e ajudar a erradicar a pobreza no mundo. O desenvolvimento sustentável deve ser ecologicamente prudente e socialmente justo, com bases no cuidado com o futuro da natureza e do ser humano. Na realidade, para que os países possam consolidar este modelo, é necessário incluir, proteger, dialogar e crescer. Sete bilhões de pessoas coexistem neste planeta. Muitas com necessidades de alimento, água e recursos básicos. Segundo a Onu, esse número deve chegar a 10 bilhões até 2050. E o clima vai esquentar. Mas a humanidade se mostra capaz de dar soluções das mais simples as de mais alta tecnologia. Homens e mulheres cada vez mais buscam engajamento consciente com um elevado senso de responsabilidade por um futuro e um presente bom para todos. Nós fazemos a nossa parte. Boa leitura!
Fundada
em
março
de
1994
Diretor-Presidente / Editor: Pietro Domenico Petraglia (RJ23820JP) Diretor: Julio Cezar Vanni Publicação Mensal e Produção: Editora Comunità Ltda. Tiragem: 40.000 exemplares Esta edição foi concluída em: 12/06/2012 às 9h00 Distribuição: Brasil e Itália Redação e Administração: Rua Marquês de Caxias, 31, Niterói, Centro, RJ CEP: 24030-050 Tel/Fax: (21) 2722-0181 / (21) 2722-2555 e-mail: redacao@comunitaitaliana.com.br Redação: Guilherme Aquino; Gina Marques; Cintia Salomão Castro; Maurício Tambasco; Nathielle Hó; Vanessa Corrêa da Silva; Stefania Pelusi Subedição: Cintia Salomão Castro REVISÃO / TRADUÇÃO: Cristiana Cocco Projeto Gráfico e Diagramação: Alberto Carvalho arte@comunitaitaliana.com.br Capa: Riotur Colaboradores: Pietro Polizzo; Marco Lucchesi; Domenico De Masi; Fernanda Maranesi; Beatriz Rassele; Giordano Iapalucci; Cláudia Monteiro de Castro; Ezio Maranesi; Fabio Porta; Venceslao Soligo; Paride Vallarelli; Aline Buaes; Franco Gaggiato; Walter Fanganiello Maierovitch; Gianfranco Coppola; Lisomar Silva CorrespondenteS: Guilherme Aquino (Milão); Gina Marques (Roma); Janaína Cesar (Treviso); Quintino Di Vona (Salerno); Gianfranco Coppola (Nápoles); Stefania Pelusi (Brasília); Janaína Pereira (São Paulo); Vanessa Corrêa da Silva (São Paulo); Publicidade: Rio de Janeiro - Tel/Fax: (21) 2722-2555 comercial@comunitaitaliana.com.br RepresentanteS: Espírito Santo - Dídimo Effgen Tel: (27) 3229-1986; 3062-1953; 8846-4493 didimo.effgen@uol.com.br Brasília - ZMC Representações Zélia Corrêa Tel: (61) 9986-2467 / (61) 3349-5061 zeliacorrea@gmail.com Minas Gerais - GC Comunicação & Marketing Geraldo Cocolo Jr. Tel: (31) 3317-7704 / (31) 9978-7636 gcocolo@terra.com.br São Paulo - Sebastião Zolli Júnior Cel: (11) 9111-3080 zolli@zolli.com.br ComunitàItaliana está aberta às contribuições e pesquisas de estudiosos brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, sendo assim, não refletem, necessariamente, as opiniões e conceitos da revista.
La rivista ComunitàItaliana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima libertà, personali opinioni che non riflettono necessariamente il pensiero della direzione. ISSN 1676-3220
cosenostre Julio Vanni
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jantar de gala que deveria encerrar com chave de ouro o Momento Itália-Brasil, marcado para a noite de 4 de junho, teve de ser adiado em função do luto nacional decretado na mesma data em homenagem às vítimas dos terremotos ocorridos na Emília-Romanha, em maio. A Embaixada em Roma informa que o jantar deverá ser marcado em nova data e deve acontecer em São Paulo.
Bodas no Odescalchi castelo medieval Odescalchi, a 40 km de Roma, foi o ce-
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nário da festa de casamento do filho do vice-governador do Distrito Federal, Bruno Filippelli, ocorrido no dia 7 de junho. Casais famosos como Tom Cruise e Katie Holmes já promoveram suas bodas no belo monumento. O pai de Bruno, Tadeu Filippelli, é vice de Agnelo Queiroz, chamado para depor na CPI do Cachoeira.
Ana da Vinci
Quem sai depenas férias 34% dos ita-
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Bola fora atacante brasileiro
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José Joelson Inácio, do Pergocrema, da terceira divisão italiana, admitiu ter participado do esquema de manipulação de resultados do futebol do país. Ele foi liberado da prisão domiciliar. A confissão foi feita ao juiz Guido Salvini, em Cremona. O atacante foi acusado de ter ajudado a manipular os resultados quando atuava pelo Grosseto, na temporada 2009/2010. O brasileiro é uma das 61 pessoas relacionadas a uma lista preliminar de acusados de participar de uma rede de apostas que cometia fraudes em campo. A operação Última Aposta já levou à prisão mais de 40 pessoas, entre elas, os meias Cristiano Doni e Stefano Mauri, capitães da Atalanta e da Lazio, respectivamente, e o técnico campeão Antonio Conte, da Juventus.
A Arquivo
novo parceiro musical de Ana Carolina vindo do Belpaese é Sal da Vinci, ídolo da música contemporânea de origem napolitana, que foi recebido no estúdio da cantora brasileira no dia 8 de junho, no Rio. Juntos, eles gravaram a canção Coisas. Ana Carolina já gravou e se apresentou ao lado de outros artistas italianos, como Chiara Civello e Gianluca Griliani. Ela pretende realizar um show com Sal da Vinci em Nápoles, em julho.
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ichele Valensise, que ocupou o cargo de embaixador italiano no Brasil de 2006 a 2009, incluindo a época da crise diplomática por conta do Cesare Battisti, é o novo secretário geral da Farnesina. Ele assumiu o cargo no final de maio, após despedir-se da Embaixada em Berlim. Valensise, que também já foi embaixador em Saravejo e é reconhecido como um dos mais experientes diplomatas do país, substitui Giampiero Massolo, que agora vai trabalhar no departamento de informação e segurança da Itália. Na foto, Valensise entrega a Medalha de Cavalheiro da República italiana ao arquiteto Oscar Niemeyer.
Encontro de famílias iante de 350 mil pessoas reunidas para o encontro
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mundial das famílias, em Milão, o Papa Bento XVI defendeu que famílias de países ricos apadrinhem famílias de países pobres. Ao lembrar que já existem apadrinhamentos em nível cultural entre cidades, o chefe da Igreja Católica propôs a ampliação desse sistema para ajudar famílias em dificuldades e ainda sugeriu que “uma família da França, Alemanha ou Itália assuma a responsabilidade de ajudar” uma família necessitada de algum país em desenvolvimento.
Em nome das águas
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designer italiano Daniele Gaspari venceu o concurso europeu da ONU de anúncios de sensibilização ao não desperdício de água. A imagem, que recebeu o título de O desperdício de água vai matar o futuro, é capaz de chocar muitas pessoas, com uma pistola d’água apontada à cabeça de uma criança. “Somos atraídos pelos contrastes, querendo aprender mais”, afirmou um membro do júri. Daniele, de 31 anos, disse que a intenção é, de fato, chocar as pessoas e “torná-las conscientes de que cada ação que fazem tem consequências.” Mais de 3500 trabalhos de 45 países europeus participaram do concurso Gota-a-gota: o futuro que queremos.
lianos devem partir para as férias de verão em 2012, de acordo com os dados do observatório nacional Federconsumatori. Os cancelamentos das reservas feitas no litoral da Emília-Romanha, região atingida pelo terremoto em maio e normalmente muito procurada pelos banhistas do norte do país, contribuíram para a queda dos números. Em 2008, 29,4 milhões de italianos saíram de férias, e a previsão é que este ano sejam 20,4 milhões.
Grasso noo diaRio 28 de junho,
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no último evento de Rubens Piovano como diretor do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, o procurador antimáfia Pietro Grasso apresenta ao público carioca o seu último livro. Em Liberi tutti: lettera a un ragazzo che non vuole morire di mafia, Grasso revela as origem, os métodos e as regras secretas da organização criminosa, em um apelo aos jovens para que superem a indiferença que faz prosperar a máfia. O evento acontece às 18 horas na sede do Instituto, no centro.
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Jantar de gala adiado
enquetes
Opinião
Você acha que decretar feriado nos dias da Rio+20 é a melhor solução para o trânsito?
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Sim - 62,5% Não - 37,5% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 04/05/12 e 09/05/12.
Vaticano diz que escândalo de corrupção pode abalar a confiança dos fiéis na Igreja. Você concorda?
Sim - 55,6% Não - 44,4% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 10/05/12 e 15/05/12.
Corrado Clini, ministro italiano: “O desafio da Rio+20 não é ambiental, é econômico”. Concorda?
frases “Eu tinha uma alma italiana de querer comer tudo e ela dizia para eu comer uma maçã”, Luiza Possi, atriz e cantora, em entrevista ao programa Estrelas, diz que sua mãe, Zizi Possi, controlava sua alimentação
“Se nos disserem que, pelo bem do futebol, a seleção nacional deveria deixar a Eurocopa, não haveria nenhum problema”, Cesare Prandelli, técnico da Itália em entrevista à RAI, fala sobre a corrupção no futebol das séries A e B
“Uma noite estava conversando com Gianluigi e mencionei meu sonho de ter um navio em minha homenagem e ele sugeriu o título Divina, como uma experiência divina, que proporciona memórias que duram para sempre”, Sophia Loren, atriz, sobre homenagem feita pelo presidente da MSC Cruzeiros, Gianluigi Aponte
“O Brasil é ponto de referência de uma série de iniciativas empresariais italianas”, Giancarlo Lanna, presidente da Simest, durante o Fórum Econômico Brasil-Itália
Sim - 87,5% Não - 12,5% No site www.comunitaitaliana.com entre os dias 16/05/12 e 22/05/12.
no celular
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“Muita gente tenta mudar suas vidas, e seus destinos, através da televisão”, Matteo Garrone, diretor de cinema, em entrevista à imprensa, criticando a televisão no filme Reality, que tem como protagonista o ator presidiário Aniello Arena
“O eurocentrismo morreu”, historiador e responsável pelas bibliotecas de Harvard, Robert Darnton, em entrevista à Folha, falando sobre o futuro duvidoso da Europa e do descontentamento de países como a Itália
cartas
“A
dorei a matéria sobre os casamentos em castelos e vilas italianos. As celebrações na Itália têm mais glamour e requinte, com preços equivalentes aos serviços prestados. Creio que cada vez mais brasileiros apostarão nesse destino para os matrimônios.” Flávia Cunha, São Paulo – SP – por e-mail
“O
Brasil Sabor é um festival que estimula o movimento do público em restaurantes e, além disso, divulga o que há de melhor na culinária italiana para os brasileiros. A matéria sobre o evento está de parabéns!” José Soares, Rio de Janeiro – RJ – por e-mail
De Chirico Na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, até 29 de julho, o público poderá conferir uma das maiores exposições do artista Giorgio de Chirico. A exposição, que faz parte do Momento Itália-Brasil, conta com mais de 120 obras, sendo 11 esculturas, 45 pinturas e 66 desenhos, todas provenientes da Fundação Giorgio e Isa De Chirico, de Roma. O pintor italiano influenciou grandes brasileiros de renome, como Tarsila do
design italiano por meio das fotografias de objetos que estamparam capas de revistas, campanhas publicitárias e artigos editoriais. São 300 fotografias da coleção do museu alemão e trechos de filmes italianos. www.faap.br
Amaral, Di Cavalcanti e Iberê Camargo e foi precursor do surrealismo. www.casafiatdecultura.com.br Zoom Até 15 de julho é possível conferir no Museu de Arte Brasileira da FAAP, em São Paulo, a exposição Zoom. Design italiano e as fotografias de Aldo e Marirosa Ballo. Com a curadoria de Mathias Schwartz-Clauss, a mostra tem parceria com o Vitra Design Museum, da Alemanha. Entre as décadas de 1950 e 1990, o trabalho de Aldo e Marirosa tornouse referência no cenário do
Modigliani O traço da sobrancelha se une ao nariz. Os pescoços são longilíneos. Um constante uso de cores que passam dos tons terrosos e quentes
A exposição inclui quadros de Guglielmo Micheli, com quem o pintor italiano aprendeu história da arte e as técnicas do nu artístico e do retrato. Até 15 de julho. www.masp.art.br 19ª Festitália A cidade de Blumenau promove, de 13 a 22 de julho, a Festitália, a maior festa italiana de Santa Catarina. Criada em 1994 pelos integrantes do Circolo Italiano
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ao cinza e ao frio. Essas são algumas das características das obras de Amedeo Modigliani, expostas no Museu de Arte de São Paulo (Masp).
clickdoleitor O mundo à mesa Por que o vinho é proibido para os muçulmanos e por que os hindus não comem carne de vaca? As respostas estão no livro do jornalista italiano Vittorio Castellani, que usa o pseudônimo chef Kumalè — um autêntico “gastronômade”. Diversos aspectos que definem os hábitos alimentares são abordados, como a religião, as festividades, o tipo de comida e a história gastronômica de diversas regiões. Saberes Editora, 240 páginas, R$ 29,00.
Passagens de tempo A obra, centrada na investigação sobre a natureza fugidia do tempo, estende-se a outros campos do pensamento, e dialoga com a história da filosofia ocidental e autores clássicos e contemporâneos como Heiddeger e Descartes. O autor Mauro Maldonato mescla ideias que relacionam saberes históricos, como medicina, psiquiatria, arte e ciência, ancoradas na reflexão sobre o tempo. Edições Sesc SP, 192 páginas, R$ 40,00.
Arquivo pessoal
naestante
di Blumenau, tem o objetivo de promover e preservar a cultura do país. A Festitália reúne eventos de gastronomia, danças, músicas e vestimentas típicas. Diversos grupos folclóricos e bandas da região se apresentarão, com destaque para os shows de Tony Angeli, Luciano Bruno e Mafalda Minnozzi. www.festitalia.com.br
“M
orei na Itália entre 2003 e 2004, quando atuei como fotógrafo esportivo profissional. Fiz coberturas de campeonatos italianos de futebol e de Fórmula 1. Nessa época, conheci Milão, cidade que me impressionou pela beleza urbana e pelo ambiente acinzentado.” José Roberto Belardo Júnior São Paulo, SP — por e-mail
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Brasileiros na Itália O Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, sedia, até 5 de agosto, a exposição Brasileiros na Itália. A mostra reúne 97 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras. São criações de 38 artistas brasileiros que se debruçaram sobre a cultura italiana. Nomes consagrados da arte oitocentista e do século XX, como Maria Bonomi, Iberê Camargo e Darel, são alguns dos autores das grandes obras ítalo-brasileiras expostas. www.mnba.gov.br
Serviço
agenda
opinione FabioPor ta
Venti anni dopo La morte della studentessa Melissa Bassi a Brindisi riapre due ferite mai rimarginate: mafia e terrorismo
moglie di Giovanni Falcone), i giovani italiani di tutte le scuole si sono immediatamente mobilitati per dire il loro “NO” alla mafia e al terrorismo. Mafia e terrorismo, due piaghe antiche che in epoche diverse hanno segnato il nostro dopoguerra. Se la cieca violenza dei terroristi ebbe negli anni ’70 il suo momento di massima
enti anni fa l’Italia viveva uno dei periodi più bui della sua storia repubblicana: nell’arco di soli due mesi, tra il mese di maggio e quello di luglio del 1992, la mafia uccideva i due giudici-simbolo della lotta a “Cosa Nostra”, Giovanni Falcone e Paolo Borsellino. Le stragi di “Capaci” e “Via D’Amelio” (questi i nomi della località nei pressi di Palermo e della via del capoluogo siciliano dove si verificarono le due mortali esplosioni) furono infatti molto più che due ‘semplici’ omicidi di mafia. Questo a causa dell’inaudita ed inedita efferatezza dei due attentati, per i quali venne usato un quantitativo pari a quasi una tonnellata di tritolo; per la cinica e spietata furia omicida dei mafiosi, che oltre a Falcone e Borsellino uccisero ben nove componenti delle rispettive scorte; infine per l’altissimo profilo simbolico dei due magistrati, che in quegli anni rappresentavano di fatto l’ultimo baluardo di legalità e giustizia dello Stato di diritto nella lotta contro la mafia. Allora, come oggi, la politica italiana viveva un momento di scarsa credibilità a causa del “ciclone mani pulite”, un’operazione giudiziaria che nel giro di un paio d’anni contribuì in maniera determinante a smascherare il fitto intreccio tra partiti politici ed affari. Allora, come oggi, la guida del governo venne affidata ad un cosiddetto “tecnico”, l’ex Governatore della Banca d’Italia Carlo Azeglio Ciampi. Allora, come oggi, un terremoto politico aveva praticamente cancellato i vecchi partiti, ed un referendum sulla legge elettorale segnò definitivamente il passaggio dalla Prima alla Seconda Repubblica. Da quel 1992 ad oggi sono trascorsi venti anni, i venti anni della Seconda Repubblica, segnati dai governi guidati dal centrosinistra con Romano Prodi e – prevalentemente – dai quattro governi di centrodestra affidati all’indiscussa,
determinazione e visibilità anche internazionale (basti ricordare al rapimento e l’assassinio di Aldo Moro nel 1978), saranno i primi anni ’90 a segnare l’apice della violenza mafiosa in Italia. L’Italia di oggi, alle prese con la più dura crisi economica della sua storia democratica, deve così fare i conti anche con il possibile risorgere di questi due fenomeni, mai definitivamente sconfitti: mafia e terrorismo. L’attentato contro i ragazzi della scuola “Francesca Morvillo” di Brindisi ci ricorda che gli anticorpi contro questo pericolo risiedono proprio lì, dentro le mura delle nostre scuole. “La mafia - diceva il giudice siciliano Antonino Caponnetto, che potremmo considerare il “padre spirituale” di Falcone e Borsellino – teme più la scuola della giustizia; la mafia prospera sull’ignoranza della gente, sulla quale può svolgere opera di intimidazione e soggezione psicologica: solo così la mafia può prosperare”. Dalla scuola, ovvero dalle giovani generazioni italiane, può partire il riscatto di un Paese provato dalla crisi economica e spaventato dal possibile ritorno della violenza del terrorismo e della delinquenza organizzata. Una riscossa civile della quale abbiamo tutti bisogno, a partire dai politici.
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anche se controversa, leadership di Silvio Berlusconi. Eppure, a distanza di vent’anni, non sono ancora stati chiariti tutti i misteri legati alla morte di Falcone e Borsellino, nonostante sia sempre più evidente che dietro all’azione della mafia c’erano delle chiare complicità di carattere politico e istituzionale. Venti anni non sono bastati a rendere giustizia alle vittime delle stragi di Capaci e Via D’Amelio, anche se in questi vent’anni la coscienza dei siciliani e di tutti gli italiani è cresciuta proprio grazie al sacrificio di Falcone e Borsellino, veri e propri eroi del nostro tempo. Forse è anche a causa di questa coscienza collettiva che, a seguito della morte di Melissa Bassi, la ragazza sedicenne morta a Brindisi a causa di una bomba esplosa davanti ad una scuola intitolata a Francesca Morvillo (la
La mafia teme più la scuola della giustizia, diceva il giudice Antonino Caponnetto
opinione
EzioMaranesi
Verdi, Stradivari, culatello e lambrusco: fiori di un dolce territorio
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on posso biasimare il neoturista che decide di visitare l´Italia e compra quel pacchetto che gli permette di vedere, con la palpebra e il piede pesanti per il sonno e la fatica, Roma, Firenze, Venezia e altre 10 città europee in 21 giorni compreso il viaggio. Probabilmente questo signore, per ragioni di tempo, cultura e disponibilità finanziarie, non può fare altrimenti. E non si può onestamente pensare che questo signore, che per la prima volta pesta il suolo italico, compri un pacchetto che lo trattenga alcuni giorni in quel fantastico bed and breakfast della stupenda Ascoli Piceno che conobbi qualche anno fa. A Roma, Firenze e Venezia bisognerebbe dedicare alcuni giorni solo per vedere l’essenziale, senza pretendere di capire qualcosa della città. Restare 12 ore a Venezia è come andare a Disneyland o allo shopping center. Chi ha più tempo e più soldi ha una grande scelta: Torino, Padova, Verona, Mantova, Perugia, Napoli, Bologna e tante altre stupende città e, dopo aver vissuto qualche giorno in alcune di esse, può cominciare a dire di aver visto qualcosa dell’Italia. È l’Italia minore, che minore non è. Ma c’è un’Italia veramente minore: quella dei piccoli centri.
Sono a Cremona, bella e tranquilla cittadina della bassa padana. Monumenti medioevali, violini antichi e buona cucina. In pochi chilometri si è a Castellarquato, Parma, Sirmione, Montisola, Salsomaggiore, ai castelli del piacentino, Colorno,Soragna, Varzi nell’Oltrepo pavese e tanti altri paeselli d’incanto. La Buca di Zibello, patria mondialmente nota del culatello e osteria monumento nazionale, è a pochi chilometri. Verdi, Stradivari, Monteverdi sono nati in queste terre e li possiamo ancora sentire nel cuore della gente. Cento osterie ti offrono i favolosi piatti del territorio
Cento osterie ti offrono i favolosi piatti del territorio e un altrettanto favoloso vinello piacentino a un prezzo al quale a San Paolo non ti darebbero neppure una pizza
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Italia minore
e un altrettanto favoloso vinello piacentino a un prezzo al quale a San Paolo non ti darebbero neppure una pizza. È l’Italia più vera, la più bella e meno costosa. E come Cremona con i suoi dintorni, cento altri sono i territori italiani in grado di offrirti soggiorni deliziosi che il turismo di massa, purtroppo o per fortuna, non sfrutterà mai. Sono essi la grande ricchezza dell’Italia turistica: cento territori profondamente diversi fra di loro, ricchi di tradizione, di monumenti antichi, di musei nascosti, di cucina fantastica, che spesso, purtroppo non sempre, ti accolgono col sorriso. Questo è il turismo di qualità. Un turismo però che non paga, non attrae le masse. Non ho visto cinesi o americani nella piazzetta di Castellarquato. Eravamo in pochi, seduti al sole ai tavoli dell’enoteca del paesello ad ammirare castello e cattedrale medioevali davanti ad un delizioso vino trebbiano delle colline piacentine. Un peccato per le casse italiane; una gioia per noi che apprezziamo queste cose. Al turismo di massa si offre Orlando con Disneyland e la traversata rapida di Venezia: stazione di Santa Lucia – San Marco e ritorno in quatto ore. E Venezia è vista e archiviata. L’Italia possiede il patrimonio artistico e paesaggistico più importante nel mondo. Lo dice l’Unesco. Anni fa era il paese più visitato dal turismo mondiale; oggi è al quinto posto. Il turista esigente va dove si spende meno, si è meglio trattati e la natura è conservata meglio. E preferisce la Croazia alla Versilia. Il turista grossolano non ama le Dolomiti o i musei Vaticani. Che gli italiani si diano da fare per valorizzare la loro, che è anche nostra, offerta turistica, farla conoscere e fruttare quattrini per le casse italiche. Ci perdoni però il ministro del turismo, ma una Italia invasa dai cinesi non piacerebbe a chi, come me, ama la quiete dei boschi, i paesaggi naturali e il buio delle cattedrali meno note. Fare a pugni per entrare agli Uffizi o per prendere il vaporetto per Rialto non mi diverte più. Molto meglio ascoltare Miriam, la proprietaria della Buca, che racconta la lunga storia della sua cantina, decorata dai culatelli appesi al soffitto come le stelle nel cielo e dalle scure botti di lambrusco; quelle due fette di culatello e quel lambrusco delizioso che colorano il nostro tavolo valgono sicuramente il viaggio.
Missão J unh o d e 2 0 1 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Missão cumprida Lisomar Silva e Renê Arruda *
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De São Paulo
oucos dias antes da Rio+20, Brasil e Itália entraram em cena com acordos firmados no campo da aplicação de tecnologias inovadoras italianas sustentáveis no setor bioenergético brasileiro. O objetivo é reduzir a poluição atmosférica e o impacto ambiental na gestão energética nos próximos 20 anos. Esse é o conteúdo de um dos principais acordos assinados entre as empresas e as instituições dos dois países, durante o fórum empresarial ítalo-brasileiro de cinco dias, realizado no final de maio. A missão teve seu percurso traçado para cerca de 250 pequenos e médios empresários dos 770 que aderiram ao projeto em 16 regiões italianas, em uma operação coordenada pela Região Marche. Cobriu 12 grandes setores econômicos — incluindo agroindústria; mecânica; automotivo; energético; marcenaria; habitação; construção sustentável; aeroespacial; logístico e náutico; moda e decoração — distribuídos em 48 subsetores
Governantes paulistas e mineiros fecham acordos com empresários italianos nos setores bioenergético, portuário e de cooperação técnica durante missão que percorreu quatro estados em maio
diversificados, com mais de quatro mil contatos bilaterais realizados nas localidades de São Paulo, Santos, São José dos Campos, Curitiba e Belo Horizonte. Os presidentes das regiões de Emília-Romanha, Toscana, Ligúria, Lombardia, Marche, Sicília, Calábria, Molise, Lombardia, Puglia, Úmbria, Campânia, Vêneto e
A missão comercial teve o apoio do governo italiano com a participação da subsecretária do Ministério italiano do Exterior Marta Dassù
Piemonte, além da Província Autônoma de Trento, organizaram todo o programa de encontros e conferências, em colaboração com as Câmaras Ítalo-brasileiras de Comércio de São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, acelerando a busca de alternativas de mercado para garantir a vida das pequenas e médias empresas face ao cenário crítico da economia italiana e europeia. Para eles, o mercado brasileiro representa também uma plataforma de lançamento para mais negócios em países como Peru, Colômbia, Chile e México, sem perder de vista as perspectivas existentes no âmbito do Mercosul e do grupo dos Brics. A missão comercial teve o apoio do governo italiano com a participação de Marta Dassù, subsecretária do Ministério do Exterior; do Ministro do Meio Ambiente, Corrado Clini; e de Riccardo Monti, presidente da Agência para a Promoção e a Internacionalização das Empresas Italianas no Exterior (ex-ICE, o Instituto para o Comércio Exterior). Eles sublinharam a importância e as vantagens de se
Protocolo prevê construção de usina de etanol em Alagoas A partir de dezembro próximo, a bioenergia brasileira ganha uma nova fase de desenvolvimento no estado de Alagoas, com tecnologia italiana aplicada na construção da primeira usina destinada a produzir etanol de segunda geração (celulósico) no Hemisfério Sul, a partir da biomassa da cana-de-açúcar. O BNDES destinou R$ 3,1 bilhões ao projeto, lançado em março 2011. O acordo assinado entre a empresa brasileira GraalBio
A produção do bioetanol de segunda geração requer somente o processamento de vegetais descartados e permite a redução de CO2 em 85%. Além disso, não podemos desperdiçar nosso patrimônio adquirido no campo de pesquisas em biotecnologia, Corrado Clini, ministro italiano do Meio Ambiente setor e as importações brasileiras, além de fomentar a exportação do etanol celulósico para os Estados Unidos a preços vantajosos. Mas a meta principal é respeitar o uso obrigatório de combustíveis biológicos na Europa em 2020. Para o ministro italiano do Meio Ambiente Corrado Clini, esta atividade não rouba espaço à agricultura na produção de alimentos e reduz a poluição em modo significativo. — A produção do bioetanol de segunda geração requer somente o processamento de vegetais descartados e permite a redução de CO2 em 85%. Além disso, não podemos desperdiçar nosso patrimônio adquirido no campo de pesquisas em biotecnologia — afirmou. Enquanto isso, o fundador e presidente da GraalBio, Bernardo Gradin, avisa que quer
Missão
Investimentos S.A. (que participa com R$ 300 milhões), em parceria com a Beta Renewables, sociedade italiana do grupo piemontês Mossi & Ghisolfi — o terceiro maior do setor químico na Itália, com sede em Tortona — inclui a construção de 12 plantas-piloto e sete plantas industriais. As obras estão a cargo da empresa italiana de engenharia Chemtex, também do Mossi &Ghisolfi, e começam ainda este ano na periferia de Maceió. A usina desenvolve sua produção a partir de dezembro 2013, começando a usar o bagaço de cana-de-açúcar e a palha de arroz até converter qualquer tipo de biomassa em etanol. A GraalBio também elabora estudos em parceria com a Unicamp, na obtenção de uma nova variedade de planta (Cana Energia), com produtividade equivalente ao triplo da cana comum, tornando a biomassa economicamente mais competitiva. Até o final deste ano, 100 mil sementes da Cana Energia devem ser plantadas para uma seleção de 40 mil delas, destinadas à primeira colheita industrial, prevista em 2015. As previsões indicam uma produção anual que poderá chegar a 65 mil toneladas de bioetanol, equivalentes a cerca de 82 milhões de litros de etanol celulósico. É prevista ainda a construção de um centro de pesquisas em Campinas para o desenvolvimento de leveduras, além de uma planta-piloto onde serão desenvolvidas e aperfeiçoadas as tecnologias de etanol celulósico e alternativas bioquímicas. O projeto busca reduzir o déficit no
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fundir a experiência e a tecnologia italianas com as potencialidades do mercado brasileiro. Os grupos bancários UBI, Unicredit, Intesa San Paolo e BNDES, além das agências italianas de avaliação de mercado Sace e Simest, controladas pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico e criadas para dar suporte técnico e financeiro a projetos de empresas italianas no exterior, apresentaram aos empresários italianos as peculiaridades do mercado brasileiro em suas diferentes áreas geográficas, assim como as políticas fiscal, cambial e alfandegária. Indicaram também as facilidades e os programas de financiamento destinados a quem quiser encontrar novos parceiros comerciais brasileiros ou criar empresas no território nacional. As parcerias iniciadas há alguns anos pela Região Marche nos estados de Pará e Amazonas, através de acordos para a inovação tecnológica, pesquisa, design no setor madeireiro e arredamento — com apoio financeiro do BID e colaboração do Sebrae — serviram de exemplo como modelo de parceria criada fora das áreas geográficas tradicionalmente focalizadas para negócios pelos pequenos e médios empresários italianos no território brasileiro. A Região Marche, presidida por Gian Mario Spacca, organizou o site informativo www.missionebrasile. internazionalizzazione.marche.it com um perfil das atuais relações comerciais ítalo-brasileiras, o que atraiu a atenção de muitos dos pequenos e médios empresários italianos sobre o evento de maio.
O presidente da Região Marche, Gian Mario Spacca, e o presidente do ICE, Riccardo Monti, ressaltaram a importância de levar para o mercado brasileiro o know-how e a tecnologia da Itália
Missão
A missão teve seu percurso traçado para 250 pequenos e médios empresários dos 770 que aderiram ao projeto em 16 regiões italianas, em uma operação coordenada pela Região Marche obter a biomassa mais competitiva do mundo e assinala que sua empresa pode investir até R$ 1 bilhão na criação de outras quatro usinas. O setor da náutica e atividades portuárias abre espaço para um memorando de entendimento e um acordo de cooperação, indicando a via marítima como um dos percursos vitais rumo à internacionalização e no combate à crise econômica mundial. O diretor de planificação da Codesp, Renato Barco, e o presidente do porto da Ligúria, Luigi Merlo, assinaram um memorando de entendimentos entre o porto de Santos e a Ligurian Portos, a associação dos portos da região, para a cooperação nas áreas de portos, transporte marítimo e logística, em bases igualitárias para benefício mútuo. — Queremos intensificar o transporte de mercadorias e o turismo entre os portos de Santos e Gênova — destaca Merlo, lembrando que os portos da Ligúria são estratégicos na exportação
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Marta Dassù, Gian Mario Spacca e o presidente da Fiesp Paulo Skaf assinam acordo de cooperação nas áreas de portos e transportes marítimos
de bens e produtos do Norte da Itália. Renato Barco assinou ainda um acordo de cooperação entre as autoridades portuárias de Santos e Veneza com Antonio Revedin, gerente de planejamento estratégico e desenvolvimento do porto veneziano. Mais de 20 empresários nos setores da logística, náutica, óleo e gás também estiveram em Santos para novos negócios. Gian Mario Spacca, presidente da Região Marche, e Luiz Barreto, presidente do Sebrae nacional, assinaram uma carta de intenções para consolidar ainda mais a parceria em prol das micro e pequenas empresas por meio de novas abordagens metodológicas e o fortalecimento do conceito de integração produtiva. O acordo será uma extensão do projeto Rede
de Serviços Metodológicos, desenvolvida no âmbito do projeto de cooperação Sebrae, Banco Interamericano de Desenvolvimento e região Marche. Spacca, juntamente com a vice-ministra de Relações Exteriores Marta Dassù, assinou ainda uma carta de intenções entre a Fiesp e a região Marche, para dar continuidade às colaborações institucional e econômica existentes, fomentando os encontros entre empresas dos recíprocos sistemas empresariais por desenvolvimento de novos canais econômicos. Em São José dos Campos, 22 dirigentes pequenos e médios mantiveram mais de 200 encontros para abrir colaborações no setor aeroespacial. No Paraná, cerca de 15 empresários buscaram parcerias nos setores da agroindústria, da alta tecnologia e das ciências para a vida. Na ocasião, foi assinado um acordo de cooperação no setor da alta tecnologia entre o Pólo Tecnológico de Navacchio e a Agência Curitiba de Desenvolvimento. A parceria vai possibilitar ações conjuntas e troca de experiências nas áreas de desenvolvimento econômico, produção e tecnologia. Minas recebe 40 empresas e governo fecha acordo de cooperação técnica Em Belo Horizonte, 40 empresas no campo automotivo e mecânico participaram de vários encontros business to business, palestras e fóruns econômicos que duraram dois dias, eventos que foram uma espécie de desdobramento da missão empresarial liderada pelo governador mineiro Antonio Anastasia à Itália em março. A secretária de Desenvolvimento de Minas Gerais, Dorothea Werneck, vê a missão italiana como uma oportunidade de consolidação do trabalho iniciado na Itália: — Estivemos em Turim, Roma e Nápoles, e criamos parcerias do Estado com várias regiões e empresários. Fiquei impressionada com a facilidade de contato entre empresários mineiros e italianos. Na abertura, o governador Antonio Anastasia destacou a importância do papel da indústria italiana em Minas e ressaltou as potencialidades do estado para receber outras empresas. Olavo Machado Junior, presidente da
empresas da Itália ou joint-ventures entre empresas italianas e brasileiras em Minas. Já ao governo mineiro cabe o mapeamento das empresas aqui instaladas que pretendem se expandir, bem como identificar as que têm interesse em vir para Minas. Para ela, Minas tem características atraentes para os investidores, como o tratamento fiscal vantajoso, a desburocratização, a localização geográfica e a maior rede rodoviária do país e as ferrovias, que contribuem para a variedade de modais, apresentando boas oportunidades de investimento e comércio no setor automobilístico e no segmento de metalmecânica, com o segundo maior parque automobilístico do Brasil e a presença de várias montadoras do Grupo Fiat — a exemplo da Iveco, Fiat Defesa e New Rolland — além das fábricas de caminhões Mercedez Benz. — Temos também a única planta de helicópteros da América Latina, a Helibras, além de duas grandes indústrias de locomotivas, únicas do Brasil. Este é um grande conjunto de fornecedores de autopeças, com enorme espaço para investimentos em Minas Gerais — acrescenta. O padrão educacional, com 14 universidades públicas e 64 cursos de mestrado e doutorado acompanhados de programas de treinamento profissional — também constitui um pólo de grande interesse. O estado do Mato Grosso do Sul também se colocou na vitrine. O governador André Puccinelli apresentou aos empresários
*Colaborou Daniela Campos
Estivemos em Turim, Roma e Nápoles, e criamos parcerias do Estado com várias regiões e empresários. Fiquei impressionada com a facilidade de contato entre empresários mineiros e italianos, Secretária de Desenvolvimento de Minas Gerais, Dorothea Werneck
Missão
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Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), com Maria Pia Calisti, consulesa da Itália de Minas Gerais; Giacomo Regaldo, presidente da Câmara Italiana de Minas Gerais; além de Gianni Loreti, vice-diretor do ICE. Giuseppe Donato, presidente do Centro Estero Internazionalizzazione Piemonte e membro do conselho diretor da Associazione Nazionale Filiera Industria Automobilistica, e Fabrizio Alvisi, responsável pela direção operacional da área de promoção e marketing internacional da Veneto Promozine, também participaram da abertura. Para o presidente da Câmara Ítalo-brasileira, Giacomo Regaldo, “a iniciativa é de suma importância para a consolidação do estado de Minas Gerais como principal parceiro da Itália, principalmente no setor automotivo e mecânico”. Dorothea Werneck anunciou a assinatura do acordo de cooperação técnica entre o governo mineiro, através do Indi, o Instituto de Desenvolvimento Integrado, e a italiana Simest. O acordo fomenta as possibilidades de transação comercial a serem geradas na rodada de negócios em Minas. Cerca de 180 empresas italianas instaladas no estado poderão contar com o financiamento da instituição para investirem em seus negócios. Dorothea Werneck ressaltou que não há um limite de valor para o financiamento, mas que já existe um volume de R$ 2 bilhões disponibilizados pela Simest. Pelo acordo, cabe à entidade italiana disponibilizar linhas de crédito e serviços financeiros às
italianos as condições geopolíticas do estado, detalhando incentivos destinados ao desenvolvimento econômico e à industrialização. De acordo com ele, são crescentes as oportunidades de investimentos nas indústrias de celulose, setor sucroalcooleiro, mineração, logística, transportes, turismo e no agronegócio voltado para a produção animal e de soja. Puccinelli destacou também que o estado oferece, através do projeto Mato Grosso do Sul Empreendedor, importantes vantagens para indústrias que decidirem se instalar em território brasileiro, como a isenção de ISS e a suspensão do pagamento de IPTU por até duas décadas. Explicou que, dependendo do aporte do projeto a ser realizado, haverá também descontos de até 90% no pagamento do ICMS. Ao término da apresentação do painel que participou, convidou investidores a visitarem regiões do estado por até 30 dias. Esta foi a primeira vez que a missão empresarial italiana teve um perfil orientado a dar às regiões italianas e às câmaras de comércio o papel de coordenadoras de contatos, colocando em primeiro plano a alta especialização e a longa experiência das pequenas e médias empresas italianas. As empresas que não puderam participar da iniciativa vão receber o balanço final do evento com avaliações dos empresários, em reuniões e encontros programados ainda este ano, junto às sedes das regiões italianas e das câmaras de comércio.
Economia J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Confiança nas pequenas e médias O presidente da região Marche, Gian Mario Spacca, esteve no Brasil para acompanhar a missão econômica em maio. Em entrevista exclusiva, ele diz que é preciso apostar nas parcerias com outros países para sair da crise Lisomar Silva De São Paulo
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s empresas italianas pequenas e médias querem parceiros brasileiros para realizar projetos industriais com transferência de know-how e formação de profissionais qualificados, segundo os padrões internacionais de alto nível. Mas, para isso, devem conhecer as peculiaridades e a complexidade do mercado brasileiro. Quem faz estas e outras avaliações de mercado é Gian Mario Spacca, presidente da região italiana de Marche, que coordenou as conferências, os encontros e as rodadas de negócios durante os cinco dias de atividades da missão empresarial Brasil –Itália em
maio. Spacca, que já desenvolveu parcerias no Pará e no Amazonas, acredita que o futuro da economia está na pequena e média empresa como verdadeiras plataformas de apoio no plano internacional, especialmente em períodos de crise. Em entrevista à ComunitàItaliana, afirma que “está cada vez mais claro, na Europa, que temos de sair do contexto da economia baseada na alta finança e retornar à economia real de empresa”. Se quiserem sair da crise, os italianos devem recorrer às parcerias através de colaborações nas maiores áreas geográficas do mundo, ressalta. E explica que a Itália não pensa em exportar produtos acabados para o Brasil, e sim, em desenvolver parcerias com projetos e programas de
colaboração econômica recíproca de perfil estrutural e em transmitir conhecimento, de modo que a produção local possa alcançar patamares qualitativos com alto grau de especialização. ComunitàItaliana - Que experiências foram feitas para se chegar a essa reflexão? Gian Mario Spacca - Uma dessas experiências é a colaboração desenvolvida entre a região Marche e os estados do Amazonas e do Pará com a criação de um distrito industrial no setor de produção de móveis e decoração. Em sete anos, criouse uma rede que envolveu 600 empresas brasileiras e outras 50 italianas de nossa região, com o apoio do Sebrae. O projeto hoje
CI - Outras experiências foram desenvolvidas dando prioridade a setores diferentes? GMS - Sim. Foram muito bem sucedidas, principalmente nos setores da eletrônica automotiva e da náutica, que podem servir de modelo para novas parcerias no futuro. A primeira foi realizada com a empresa mineira ASK de Belo Horizonte, hoje com mil empregados. A segunda se desenvolve com a CRN de São Paulo, que tem 600 empregados, para a realização de iates, em colaboração com os canteiros navais da cidade portuária de Ancona,
a capital de nossa região. Há dois iates em fase de construção na cidade, sob encomenda de clientes brasileiros, que geraram empregos para 130 profissionais contratados por dois anos. Esse é um exemplo eficaz de troca de know-how com formação de profissionais, que garante trabalho e empregos para os parceiros dos dois países. Na zona industrial do ABC existe também a empresa italiana Mondolfo Ferro, especializada na produção de linhas de montagem destinadas a testes de resistência para automóveis, que hoje conta com 80 profissionais contratados.
Indústria e pesca
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economia da região Marche é caracterizada por indústrias de pequeno e médio porte, concentradas no litoral e nos vales. Os setores em destaque são os de produtos em couro, de calçados, de móveis e as vinícolas que produzem o Verdicchio, além da grande indústria naval de Fano, Ancona e San Benedetto del Tronto. Marche é também a terceira maior zona pesqueira da Itália, perdendo apenas para a Sicília e a Puglia.
CI - Mais de 200 empresas vieram para esta missão comercial. E as outras? GMS - As outras 500 empresas que não puderam participar desta missão estão observando a evolução do mercado, bem como o andamento das parcerias criadas e dos acordos assinados. Receberão informações de modo que também possam se preparar para as missões comerciais futuras. Queremos que todas as empresas se saiam bem, especialmente em períodos críticos como o que estamos vivendo agora.
Economia
CI - A crise econômica europeia provocou situações trágicas até, com episódios de empresários pequenos e médios que acabaram se suicidando... GMS - Temos que lembrar que falamos de proprietários de empresas familiares, que sofreram o peso da pressão fiscal italiana. Muitos deles ficaram desorientados, não dispunham sequer de liquidez para enfrentar o pagamento de impostos, salários, contribuições sociais e outras despesas de gestão, mesmo tendo dinheiro para receber até mesmo de instituições italianas. Outros acabaram por ter pouca esperança quanto ao futuro da economia e de sua própria empresa. Infelizmente, isso aconteceu também com outras categorias em consequência de uma situação em que houve a perda de confiança geral. O governo do primeiro-ministro Mario Monti também está impondo sacrifícios econômicos às empresas e aos cidadãos italianos, para recuperar um mínimo de equilíbrio na evolução do PIB italiano. Por isso, temos que ajudá-los a resgatarem a confiança no mercado e a divulgarem, no futuro, a força e a energia das pequenas e médias empresas no mundo.
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Está cada vez mais claro, na Europa, que temos de sair do contexto da economia baseada na alta finança e retornar à economia real de empresa
representa uma metodologia de trabalho porque inclui universidades e centros de pesquisa sobre uso limitado de matérias-primas e mais extenso de madeiras de descarte, para reduzir ao máximo o impacto ambiental, criando empregos e formando profissionais qualificados. Outra experiência importante é desenvolvida na região do ABC paulista no setor metalmecânico, mecânico e metalúrgico, mas que deu resultados menos animadores por ser uma área com um perfil completamente diverso de desenvolvimento urbano, social e industrial, na qual a colaboração com grandes conglomerados tem espaço privilegiado e já consolidado, sem deixar margem de ação para as pequenas e médias empresas.
Crise nos órgãos Comites
Governo italiano adia pela terceira vez as eleições dos Comites e do CGIE, agravando a crise das instituições que sofrem com falta de verbas Nathielle Hó
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o mês de junho, em que é celebrado o aniversário da República italiana a comunidade presente em todo o mundo foi surpreendida com a notícia do terceiro adiamento das eleições para a renovação dos Comites (Comitês dos Italianos no Exterior) e do CGIE (Conselho Geral dos Italianos no Exterior). O governo chefiado por Mario Monti justifica a decisão com a crise econômica e alega que, para realizar as eleições, seriam necessários 20 milhões de euros, enquanto o valor em caixa é de apenas 6,7 milhões. O montante seria destinado à divulgação da língua, da cultura italiana e à manutenção dos próprios órgãos, que atravessam dificuldades e estão quase inativos. Em um decreto lei datado de 30 de maio, o governo italiano anuncia ainda que as próximas eleições, por medida de economia, serão realizadas de forma eletrônica e não mais através dos correios por carta registrada. No Brasil, os Comites do Rio de Janeiro e Porto Alegre lideram o ranking dos problemas. A entidade situada na capital gaúcha não possui mais local para
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O deputado Fábio Porta, a presidente do Comites de São Paulo, Rita Blasioli, e o presidente do Comites do Rio de Janeiro Franco Perrotta acreditam que o adiamento das eleições agrava ainda mais a situação dos órgãos
reuniões, teve a única funcionária demitida e, segundo o presidente Adriano Bonaspetti, vive de favores. Já o presidente do Comites do Rio de Janeiro, Franco Perrotta, afirma que a situação da cidade fluminense está insustentável. — A situação do Comites do Rio de Janeiro é alarmante. Falta verba desde outubro de 2011, e os empregados estão sem receber seus salários. Normalmente, a gente recebia do governo a quantia de 40 mil euros para a manutenção. Com os cortes que tem sido feitos nos últimos tempos, estamos recebendo apenas 25 mil euros. O telefone já foi cortado e estamos com problemas para pagar condomínio e outros serviços — conta Perrotta. A última eleição para os Comites aconteceu em 2004, onde o eleito deveria permanecer no cargo por cinco anos. Com o adiamento das eleições, os conselheiros vão se perpetuar na função durante dez anos até a próxima votação, prevista para 2014. A presidente do Comites de São Paulo, Rita Blasioli Costa, ressalta que é um desrespeito com a democracia não haver mudanças de gestão. Acima de tudo, afirma que a medida cria um certo monopólio do poder administrativo. — Há uma necessidade de renovação dos órgãos consultivos.
As eleições dão oportunidade para os jovens participarem das decisões e dos Comites, normalmente geridos por pessoas mais velhas, que estão no cargo há muito tempo. A situação dos Comites brasileiros é delicada. Falta financiamento por parte do Ministério italiano das Relações Exteriores, que reduziu as verbas devido à crise financeira europeia. Os Comites são intermediários junto aos órgãos competentes para a resolução de problemas múltiplos da comunidade italiana, que se sente desprotegida com esse adiamento — enfatiza Blasioli. A reação dos integrantes dos Comites do exterior foi imediata. “É grave a decisão de adiar por mais dois anos a renovação do Comites e do CGIE” — escreveram os deputados Gino Bucchino, Gianni Farina, Marco Fedi, Laura Garavini, Franco Narducci e Fabio Porta, em nota conjunta na qual rebatem os fundamentos alegados pelo governo. Segundo eles, é falsa a afirmação de que houve consultas aos órgãos de representação, assim como também não seria verdadeiro falar em consenso quanto ao adiamento das eleições. Os parlamentares afirmam, inclusive, que os integrantes do Partido Democrático (PD) são contrários às eleições postergadas.
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s tremores que atingiram a Emília-Romanha em maio deixaram 26 mortos, mais de 300 mil feridos, milhares de desabrigados e um rastro de detruição no patrimônio histórico de cidades como Rocca e Finale Emilia. A província mais atingida foi Modena, onde os especialistas detectaram uma elevação de 12 centímetros no solo. Tudo indica que falha que provocou o terremoto sentido em toda a Pianura Padana está se movendo em direção ao oeste. Antes
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Atualidade
Patrimônio por terra
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O palácio de 1744 que sediava o município em Finale Emilia teve a torre e o sino atingidos. Já as torres do castelo Rocca Estense, cujas origens remontam ao ano 1000, desabaram parcialmente. O local sediava algumas atividades da prefeitura de San Felice sul Panaro. Ambas as cidades ficam na província de Modena
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A Torre dei Modenesi, conhecida como torre do relógio, foi reduzida a pedaços. Construída em 1213 com 32 metros, carregava um sino de bronze e era um dos símbolos da cidade de Finale-Emilia
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Vatileaks
Notícias
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guarda do Vaticano prendeu Paolo Gabriele, o mordomo do Papa, por esconder documentos confidenciais em sua casa. O livro Sua Santidade, as Cartas Secretas de Bento XVI, do jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, cita um grande número de documentos confidenciais. As informações teriam sido vazadas pelo mordomo, revelando disputas entre cardeais e autoridades, os quais depois recorrem ao papa para dirimir os conflitos. Para o vaticanista Marco Politi, o escândalo dos vazamentos, que ficou conhecido como Vatileaks, tem o objetivo de derrubar o número dois do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone. Os analistas acreditam que, por trás dos vazamentos, esconde-se um confronto entre a corrente ligada a Bertone e a velhaguarda, saudosa de João Paulo II.
Desaparecimento em navio
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brasileira Laís Santiago, assistente de garçom do navio italiano Costa Mágica, desapareceu no dia 1º de junho. Segundo o Itamaraty, a Capitania dos Portos de Catânia comunicou oficialmente ao Consulado brasileiro em Roma que as câmeras internas da embarcação registraram as imagens de Laís subindo ao convés e atirando-se ao mar. Segundo o governo italiano, dois aviões e oito lanchas da Guarda Costeira fizeram buscas pela jovem. O navio havia partido de Malta rumo a Catânia, e estava a 30 km da costa siciliana quando Laís desapareceu. O irmão da tripulante, Lucas Santiago, afirma que a brasileira andava insatisfeita com o trabalho e que pretendia pedir demissão e voltar para o Brasil.
Atentado a bomba
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iovanni Vantaggiato, de 68 anos, proprietário de um depósito de combustíveis e morador de Cupertino, foi preso pela polícia italiana por ser o principal acusado pela explosão de uma bomba que matou a estudante Melissa Bassi, em uma escola de Brindisi, em um atentado que chocou a Itália no mês passado. Autoridades originalmente suspeitaram de terroristas ou da máfia, mas Vantaggiato, cujo carro foi identificado pelas câmeras de vigilância, teria confessado que seu objetivo era o Palácio da Justiça de Brindisi, em um ato de vingança por não ter conseguido indenização em uma ação de fraude. Ele teria desistido do alvo ao perceber que o local estava muito protegido, optando pelo centro escolar Francesca Morvillo Falcone.
Monti acredita no eurobônus
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primeiro-ministro italiano, Mario Monti, acredita que os eurobônus se tornarão realidade nas 17 nações da zona do euro e que a Grécia continuará a fazer parte da moeda comum. Monti afirmou que a emissão de eurobônus não é uma permissão para gastar e sobrecarregar outros países, ao contrário, é um esforço para reconstruir a união econômica europeia numa base mais segura e confiável.
O MIB na Uerj
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro sediou, em maio, o Seminário Internacional Momento Itália-Brasil, que contou com a presença de cientistas, intelectuais e docentes, brasileiros e italianos. O tema abordado foi a Unificação, que completou 150 anos em 2011. Os palestrantes enveredaram pelos caminhos da imigração, contando a saga dos italianos que chegaram ao Brasil no final do século XIX e início do século XX. Entre os nomes lembrados, estava o de Guglielmo Marconi (foto), cientista que inventou o rádio. O professor da Universidade Tor Vergata de Roma, Aniello Angelo Avella, mesclou literatura com música, evidenciando a paixão de Machado de Assis pelas óperas e divas italianas.
Incontro
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Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul, por meio da Pinacoteca Municipal, e o Sesc de São Paulo organizaram a exposição Incontro – Presença Italiana na Arte Brasileira, que retratou a marcante participação de italianos e ítalo-brasileiros na arte brasileira, em junho. A região do ABC paulista, que abrigou muitos imigrantes desde o século XIX, esteve em destaque. O público teve a oportunidade de apreciar obras de Maria Bonomi; as criações de Claudio Tozzi, que utiliza a linguagem de cartoon e quadrinhos; e a escultura O Tempo, de Rubens Brunello. O módulo Italianos no ABC, aliado ao espaço dedicado a Pegoraro, restaurador 30 anos no Museu do Ipiranga, evidencia a fase figurativa do artista.
milão
GuilhermeAquino
Ruínas italianas
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m tempos de terremotos, as ruínas também são outras, se observadas sob o prisma social e demográfico. Segundo o relatório do Istat, apenas 12 % dos filhos da classe operária, contra 40% das classes mais elevadas, conseguem, através da instrução pública, uma ascendente mobilidade social. Em um país de velhos, os administradores delegados e presidentes dos bancos possuem 59 anos em média, com picos de 63 e 67 anos como média etária de professores universitários.
Força tarefa Agulhas doDuomo Duomo foi construído com a
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ajuda de famílias generosas e mecenas. Alguns por devoção à fé, outros como garantia de um lugar no paraíso, outros ainda para imortalizar o próprio sobrenome diante da eternidade. Pois bem, os séculos passaram e eis uma nova oportunidade para fazer o bem comum diante dos 5 milhões de visitantes anuais: os administradores da maior igreja gótica italiana lançam um apelo para a adoção privada das 135 agulhas, que custam 5 milhões de euros de manutenção por ano devido às intempéries naturais e econômicas. Os benfeitores terão direito ao nome gravado em mármore e visitas exclusivas às pessoas ou empresas que financiarem o projeto de restauração permanente. A contribuição mínima é de cem mil euros.
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s estaleiros navais italianos tentam estancar a hemorragia dos pedidos apontando a proa dos iates para a costa brasileira. Nos últimos três anos, a queda do faturamento das empresas do setor foi de 50%. A redução de 6,2 bilhões de euros para 3,4 obriga à exploração de novos mercados. O Brasil e a China aparecem em primeiro lugar.
A vantagem brasileira é que a cultura do mar já existe, enquanto aquela chinesa deve ser criada. Recentemente, 200 empresários visitaram o país. Resultado: os construtores italianos retomam o caminho aberto pelo navegador Americo Vespúcio. E a melhor rota vai ser apresentada durante o Salão Náutico de Gênova, entre 6 e 14 de outubro.
Milão solidária Polêmica milanesa fundação Cariplo anuncia a reforma m dos bairros mais boêmios e ar-
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de um antigo imóvel como símbolo de integração social. Ele fica na rua Padova, famosa pelo seu multiculturalismo devido aos moradores dos quatro cantos do planeta, principalmente dos países da África do Norte, como Egito e Marrocos, e de Bangladesh. O velho prédio, caindo aos pedaços, vai ser reconstruído seguindo as normas do projeto de “social housing” Masoin du Monde. Ou seja, os 50 novos apartamentos de diferentes tamanhos vão ser oferecidos à população com aluguéis mais baixos do que os praticados pelo mercado. Estudantes universitários e idosos vão ter a preferência das chaves que irão ser entregues em março de 2014.
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tísticos de Milão, o Navigli, está em pé de guerra. A exemplo do verão do ano passado, os meses de junho, julho e agosto representam uma revolução para os moradores que devem aturar os anônimos visitantes dos bares abertos até às três horas da madrugada por conta do horário especial, no caso de atividades internas, e até às duas horas, no caso de mesas e cadeiras nas calçadas. Intelectuais e artistas plásticos, habitantes dali, denunciam que a confusão incide na queda das vendas das lojinhas “descoladas”, que sofrem com a invasão dos restaurantes e bares. Com a palavra, o prefeito Pisapia — como se não tivesse outras preocupações.
O Brasil cresceu, com a garra do seu povo, com a esperança que está no ar e com a alegria de cada brasileiro, com soluções originais que abrem caminho para o futuro do planeta. Futuro onde produzir e preservar se integram. Hoje, o Brasil é respeitado porque inclui e melhora a vida das pessoas e protege o meio ambiente.
O Brasil reafirma, com orgulho, o compromisso com a sustentabilidade do seu desenvolvimento e defesa do meio ambiente. Rio+20: o grande encontro mundial do desenvolvimento sustentável, em busca de melhores caminhos para o crescimento econômico, com inclusão social e proteção ambiental. Rio+20: crescer, incluir, proteger. Para mais informações, acesse: www.rio20.gov.br. Participe.
Banco de imagens do MinistĂŠrio do Turismo.
e o mundo
na Rio+20
Vinte anos após a ECO 92, questões econômicas entram em jogo na agenda ambiental, como desenvolvimento sustentável, crise financeira, crescimento dos países emergentes e produção de energias renováveis
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contexto era diferente. A internet não existia, o Muro havia acabado de cair e tsunami era uma palavra quase desconhecida. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano realizada em 1992 no Rio de Janeiro teve o mérito de colocar em discussão no mundo o tema do meio ambiente, além de dar-lhe a importância devida e despertar a consciência ambiental das gerações seguintes. Naquela época, a recessão econômica batia à porta dos países em desenvolvimento e não incomodava as prósperas nações do Velho Continente. Hoje, a nova conjuntura acende polêmicas entre os Estados em crise e os emergentes, onde correntes não acham justo frear o crescimento da produção justamente agora. Vinte anos depois, reunidos na mesma cidade, os chefes dos Estados signatários da Agenda 21 deverão fazer um
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O Brasil, a Itália
Da Rio+20, não esperamos a assinatura de um tratado e, sim, o início de um processo muito concreto, de iniciativas que envolverão os governos, as empresas e os consumidores Corrado Clini, ministro italiano do Meio Ambiente
Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável, programação oficial da Rio+20. A Agenda 21 italiana conta com mais de 400 associados e dezenas de projetos de excelência já realizados em cidades como Padova, Gênova e Bolonha, envolvendo a malha de transportes, planejamento urbano, educação ambiental e um amplo sistema de coleta diferenciada de lixo. Detalhes sobre alguns dos programas ambientais Made in Italy você pode conhecer melhor em reportagens especiais nas páginas 68, 69, 70 e 71. Em entrevista à ComunitàItaliana, o ministro italiano do Meio Ambiente, Corrado Clini, afirmou que o objetivo do país é “dar um significado particular à Rio+20, sob o signo da cooperação bilateral entre Itália e Brasil”. Da Conferência, Clini espera o início de uma estação de cooperação internacional “para enfrentarmos, juntos, o tema do crescimento econômico e da proteção dos recursos naturais, através do desenvolvimento de tecnologia nova, novas regras internacionais para o comércio e através, sobretudo, da criação de parcerias entre instituições públicas e empresas privadas de diversos países”. Nem mesmo a crise econômica europeia assusta o ministro: — A chave para o desenvolvimento sustentável é essa. Se olharmos os investimentos mundiais dos últimos quatro anos, nesse período de grande crise financeira, vemos que os investimentos em
Ambientais
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Econômicas
Eco-92 é um marco na agenda ambiental global A Eco-92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, é realizada no Rio e termina com a assinatura de importantes documentos, como a declaração do Rio (carta de princípios) e a Agenda 21, plano de ações ambientais. Mais de 100 países passam a incorporar o tema ambiente em suas Constituições.
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Veja as principais mudanças pelas quais o mundo passou desde a Eco-92
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Duas décadas de transformações
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balanço do quanto se avançou, mas os especialistas são unânimes: muito menos do que deveria ser feito foi realizado. Em 1992, falava-se em economia, e no verde. Em 2012, diante de mais de 100 chefes de Estado, o evento deve definir o conceito de economia verde, tema polêmico — condenado publicamente pelos organizadores da Cúpula dos Povos, para quem o termo mascara o intento de mercantilizar a natureza — e exaltado por importantes empresários e autoridades de diversos países, os quais apresentarão seus ambiciosos projetos no ramo, a exemplo da Itália, que promete mostrar o seu peso no campo de tecnologias inovadoras para energia limpa e renovável. O Belpaese reúne exemplos de sobra: a região da Lombardia lidera o ranking italiano da coleta de lixo de aparelhos elétricos e eletrônicos, com mais de 50 milhões de quilos. Colaboram para esse recorde a quantidade de maquinários especializados e os 807 locais de coleta. É italiana a primeira Embaixada Verde do mundo, em um projeto aplicado na sede diplomática de Brasília com painéis fotovoltaicos e sistema de fitodepuração, possibilitando uma grande economia de recursos. O Slow Food, movimento pelo alimento limpo e justo que ganhou o mundo todo, oposto ao fast food, começou no país do fundador Carlo Petrini: ele foi convidado para falar na mesa sobre segurança alimentar e nutricional durante os
Curitiba se torna ícone de cidade sustentável Com a presença do oceanógrafo francês JacquesIves Costeau, é inaugurada a Universidade Livre de Meio Ambiente de Curitiba (PR). O município adota a Agenda 21 e se torna um ícone de cidade sustentável, com áreas verdes e investimentos em transportes públicos
Aprovada a Convenção sobre Biodiversidade Um dos resultados das negociações da Eco92, a Convenção sobre Biodiversidade estabeleceu normas e princípios para a conservação da fauna e flora para os 193 países signatários.
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Real marca início da estabilidade econômica Lançado o Plano Real, que marca o início da estabilidade econômica e o controle da hiperinflação. Nas eleições do mesmo ano, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, é eleito presidente, graças ao sucesso do plano para conter a inflação.
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evidente por causa do novo Código Florestal. Apesar disso, a uma semana do início da conferência, o governo brasileiro anunciou que a taxa de desmatamento na Amazônia chegou em 2011 ao menor nível desde o começo da medição oficial (em 1988), uma taxa 8% menor do que a registrada em 2010. A ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a questão econômica tem que estar na pauta de debates da Rio+20. Segundo ela, se isso não ocorrer, a questão ambiental não progride. — Deve ser envolvida a questão econômica, senão a questão do meio ambiente não avança — disse. Segundo a ministra, nesse debate não se pode separar mais as áreas social, ambiental e econômica. Ela também quer uma presença mais atuante dos países desenvolvidos no debate ambiental.
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pesticidas, assunto ao qual dedicamos seis páginas em reportagem especial (página 46) que procurou abordar o aspecto social, agrário e mercadológico do assunto. Embora seja ousado nas questões sociais e diplomáticas e respeitado nas questões econômicas, o maior país da América do Sul coleciona críticas de ONGs à sua política verde, o que ficou mais
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Satélites passam a mapear Mata Atlântica A Fundação SOS Mata Atlântica, criada em 1986, divulga os primeiros dados de satélites sobre o ritmo de desmatamento para o período de 1985-1990. Os equipamentos mostram que só restaram 7% da cobertura original em todo o país.
Deve ser envolvida a questão econômica, senão a questão do meio ambiente não avança Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente
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Brasil, crescimento e polêmicas em torno do Código Ambiental Em um Brasil embalado pelas perspectivas oferecidas por grandes eventos como as Olimpíadas de 2016, os especialistas destacam os setores fundamentais para expansão e sustentabilidade da economia brasileira: petróleo, etanol e gás; mercado habitacional; consumo e varejo; energia; indústria e agroindústria. Projeto recente da Ernst & Young Terco reuniu sete publicações com dados e projeções inéditos, desenvolvido em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. A série, chamada Brasil Sustentável, contém um conjunto de informações estratégicas indispensáveis para o planejamento das empresas e seu crescimento sustentável. Apesar da esperança de que possa se tornar um exemplo de economia verde, o país ainda deixa a desejar. A difusão dos agrotóxicos atingiu dimensões preocupantes: o Brasil é o primeiro no ranking mundial do uso de
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energias tradicionais energéticas tiveram uma queda, enquanto que aqueles em energias renováveis e alternativas, cresceram. A Rio+20 pode ser a ocasião para evidenciar e reforçar esse trends. Portanto, não esperamos a assinatura de um tratado e, sim, o início de um processo muito concreto, de iniciativas que envolverão os governos, as empresas e os consumidores.
Cooperação Brasil-Itália Itália: foi assinado em julho de 2011 e tem a previsão de três anos de duração. Outro projeto que une os dois países envolve o setor de biocombustível. — O grupo italiano M&G aprontou uma nova tecnologia que permite usar o bagaço de cana-de-açúcar para produzir etanol. Ao usar estes resíduos de celulose, dá-se um incremento na produtividade de etanol de 40%. Idealizaram um novo tipo de cana que apresenta características genéticas tão boas que tornam possível uma produção maior. Isso pode fazer com que a indústria brasileira de produção de etanol dê um salto — explica o embaixador italiano Gherardo La Francesca.
A conferência tem dois temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável
— Está na hora de os países desenvolvidos colocarem sobre a mesa seus projetos, e não só os países em desenvolvimento — ressalta. Izabella Teixeira participou da solenidade de inauguração do Instituto Global para Tecnologias Verdes e Emprego, que vai articular pesquisas e estudos da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/ UFRJ) sobre mudanças do clima. O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, disse que o instituto é um desdobramento de algo que vem
se desenvolvendo há muitos anos “e, agora, com o governo do estado e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), nós demos esse caráter internacional”. Essa nova unidade da Coppe tem o apoio da Secretaria estadual do Ambiente do Rio e do Pnuma. Para Pinguelli, a iniciativa contribuirá para tornar o Rio de Janeiro referência em pesquisas de tecnologias voltadas para a economia verde. — A gente quer isso como um legado da Rio+20. Um reconhecimento das coisas que já fazemos e possibilidades de fazer outras — ressalta.
Computadores ganham selo de energia A Agência de Proteção Ambiental americana incentiva a iniciativa da Energy Star de lançar computadores eficientes no consumo de energia. O selo é uma forma de identificar, para os consumidores, os equipamentos mais econômicos.
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Aprovada a Convenção sobre o Clima Os países desenvolvidos e em desenvolvimento se comprometeram a modificar o modelo de reprodução para reduzir os impactos ambientais e mitigar as mudanças climáticas. Para isso, os governos teriam de conter o desmatamento e investir em tecnologias mais limpas para substituir os combustíveis fósseis.
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principalmente no que se refere aos resultados junto às comunidades locais. Trata-se de uma iniciativa da Cooperação Italiana com o governo brasileiro, articulada pela Academia Brasileira de Ciências e implementada pela Embrapa e pelo Ibama. O Ministério brasileiro também destaca o Programa de Prevenção e Controle dos Incêndios na Floresta Amazônica, o Amazônia sem fogo, finalizado em 2010. Diante de seus resultados positivos, o projeto ganhou dimensões de cooperação trilateral entre o Brasil, a Bolívia e a
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m comunicado enviado à Comunità, o Ministério brasileiro do Meio Ambiente afirma que a Itália tem sido um tradicional parceiro do órgão no âmbito da cooperação bilateral e potencial parceiro no âmbito da cooperação trilateral, “mesmo contando com pequeno volume de recursos”. Ao longo do período 2003-2010, algumas iniciativas e projetos se destacaram, como o Programa Biodiversidade Brasil-Itália (PPBI). Direcionado à redução da pobreza e à melhoria das condições de vida das comunidades locais, tradicionais e indígenas, é considerado de grande sucesso,
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Rodízio de veículos é aprovado em São Paulo Assembleia paulista aprova o rodízio de veículos na cidade de São Paulo, com o objetivo de reduzir a poluição do ar e os congestionamentos na capital paulista. A medida é considerada polêmica por muitos motoristas, mas o rodízio persiste até hoje.
Países aderem ao Protocolo de Kyoto O acordo internacional estabeleceu metas para redução dos gases causadores do efeito estufa. Entre as atribuições dos países ricos, uma delas era subsidiar programas de energia limpa nos países em desenvolvimento. O acordo instituiu ainda o mercado de créditos de carbono.
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Illy, Powerone e Archimede Solar Power — terão à disposição um espaço exclusivo para mostrar nos telões um pouco de suas próprias tecnologias e iniciativas de sustentabilidade. Materiais ecologicamente corretos, como papel reciclado, foram usados na construção dos estandes. Uma das empresas italianas que estará “na virtine” é a Telespazio. A companhia vai inovar, levando para o local um tapete com a reprodução de imagens da Amazônia feitas por satélite, especialidade da companhia. No local, também será exibido um vídeo que mostra como foi
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China se abre para capital estrangeiro A China abandona o socialismo de mercado e abraça o capitalismo, com forte presença do Estado em setores estratégicos, como infraestrutura. A mudança fez da China a economia que mais cresce no mundo.
em matéria de sustentabilidade, apresentando demonstrações de projetos arquitetônicos e tecnologias aeroespaciais. A plataforma do espaço Casa Italia, organizado pelo Ministério italiano do Ambiente, Proteção do Território e do Mar, em parceria com a entidade Fórum das Américas, será apresentada em estilo living room, com um formato conveniente para entrevistas, palestras, exposições e debates que serão acompanhados no local ou transmitidos pela TV e pela internet. As 30 empresas patrocinadoras — como Tim Brasil, Telespazio, Pirelli, Conai,
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Itália, um dos 193 países-membros das Nações Unidas e parceiro tradicional do Brasil em projetos no setor de meio ambiente, tem uma participação de peso na Rio+20, com a presença do premier Mario Monti, do ministro do Meio Ambiente Corrado Clini e de CEOs e dirigentes das mais importantes empresas italianas — em uma delegação que deve reunir mais de 50 pessoas. Com um pavilhão que ocupará mil metros quadrados no Parque dos Atletas de 13 a 23 de junho, o país pretende dar uma amostra ao mundo de sua competência
Surgem nos EUA as construções verdes Surgem os primeiros empreendedores imobiliários preocupados com o impacto da construção civil no ambiente, nos Eua. Os novos prédios ecologicamente corretos passaram a ter sistemas de captar água da chuva e energia solar e áreas com solo permeável.
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Pavilhão no Parque dos Atletas reúne 30 empresas italianas que vão mostrar ao público da Rio+20 tecnologias e competências sustentáveis em diversos setores, como satélites, energia e gás
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Satélite Telespazio
Tecnologia italiana à mostra
Brasil ganha Lei de Crimes Ambientais A lei nº 9.605 impõe penalidades mais severas e multa de até R$ 50 milhões para crimes contra a natureza, como desmatamento, poluição, caça e maus tratos a animais e danos ao patrimônio público, entre outros. É considerada uma das leis ambientais mais avançadas do mundo.
TIM faz coleta selecionada de baterias e celulares em suas lojas Presente pelo quarto ano consecutivo na carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa, o indicador composto de ações emitidas por empresas que apresentam alto grau de comprometimento com sustentabilidade e governança
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No âmbito da gestão de problemas ambientais, podermos responder a diversas exigências, como o monitoramento no caso de enchentes, terremotos, desabamentos e na agricultura Marzio Laurenti, presidente da Telespazio no Brasil
comercialização pertence à Telespazio, integrante do grupo italiano Finmeccanica, através de joint venture que inclui a francesa Thales. Presente no Brasil há mais de dez anos, com sede em Roma, a Telespazio também oferece serviços para a navegação, a telecomunicação e a conectividade, integradas a programas espaciais científicos.
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Começa a produção de carros menos poluentes A montadora japonesa Toyota lança o primeiro carro híbrido do mercado, o Prius, movido a gasolina e eletricidade. Foi o primeiro híbrido produzido em série do mundo. Hoje está presente em mais de 70 países e é considerado um marco da indústria automobilística.
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feito, através da constelação de satélites radar Cosmo Skymed, o monitoramento do mar onde ocorreu o vazamento de petróleo por parte da Chevron, na Bacia de Campos, além de imagens que mostram o desmatamento na floresta amazônica. Uma mesa com tela de plasma vai mostrar mais imagens para os visitantes do estande de modo interativo. Entre os clientes da Telespazio no Brasil, estão o governo e empresas de petróleo. — É uma demonstração do que o satélite já fez e pode ainda vir a fazer. A temática do meio ambiente é muito importante para nós. No âmbito da gestão de problemas ambientais, podemos responder a diversas exigências, como o monitoramento no caso de enchentes, terremotos, desabamentos e também na agricultura — ressalta o presidente da Telespazio no Brasil, Marzio Laurenti. A empresa vai contribuir com seus serviços no projeto de requalificação urbana das favelas do Leme, um programa que conta com a parceria do Ministério italiano do Meio Ambiente e deverá ser anunciado com mais detalhes durante a Rio+20. O papel da Telespazio será o de fornecer imagens das comunidades, feitas com satélites, adianta o executivo. Iniciativa do governo italiano e da Agência Espacial Italiana em sistemas de observação da Terra, o conjunto de satélites Cosmo Skymed é usado com finalidades civis e militares. O direito de
Sustentabilidade chega à Bolsa de Nova York A Bolsa de Valores de Nova York lança o Índice Dow Jones de Sustentabilidade, com títulos de empresas engajadas em ações sociais e ambientais e com maior grau de transparência em seus relatórios. A iniciativa inspirou outros países como o Brasil. A Bovespa lançou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) em 2001.
Eni participou da Rio 92 Outra multinacional sediada em Roma, a Eni, empresa dedicada à energia, produção de petróleo e gás natural e presente em 85 países, marca presença no espaço italiano da Rio+20, vinte anos
depois de ter participado da ECO 92. Em 1991, a empresa criou o comitê Eni Eco 92, através do qual desenvolveu um papel de disseminação e promoção da conferência que ocorreu no ano seguinte. A direção da empresa ressalta que, desde então, tem prosseguido o percurso traçado pela ECO 92, integrando aqueles princípios na própria estratégia de business, “amadurecendo um sistema único de capacidade, soluções e tecnologias para o desenvolvimento sustentável
União Europeia adota moeda única Em 1º de janeiro de 2002, o euro entra em circulação em 12 países da UE (União Europeia). Antes, em 1999, a moeda única já vinha sendo empregada em transações comerciais e financeiras. Hoje 17 países utilizam o euro.
Johannesburgo marca os 10 anos da Eco-92 Realizada em Johannesburgo a Rio+10 teve o objetivo de fazer um balanço dos compromissos assumidos pelos países na Eco-92. O encontro, no entanto, apresentou poucos resultados. Por outro lado, surgiram mais compromissos do setor privado nas questões socioambientais.
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de gases do efeito estufa, além de ser signatária do Pacto Global, e associada aos institutos Ethos e Akatu, ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e à Fundação Abrinq.
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Chineses passam a integrar a OMC Em encontro em Doha, no Catar, os 142 países da OMC (Organização Mundial do Comércio) aceitam o pedido da China de entrar para o grupo. Isso causou uma verdadeira revolução no comércio global: produtos chineses invadiram o mundo.
O estande italiano na Rio+20 foi projetado pelo Studio Archea, empresa sediada em Florença com escritórios em Roma, Milão, Pequim e Dubai. As instalações contam com painéis fotovoltaicos, paredes transparentes e sala de conferência
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corporativa, a TIM Brasil é uma das principais patrocinadoras do pavilhão italiano na Rio+20. A companhia, que nos últimos anos tem consolidado sua posição no mercado brasileiro de telefonia móvel, desenvolve ações que visam a eficiência energética, tanto em nível interno quanto em relação aos clientes. Conta com uma política para redução no consumo de papel e em seus custos desde 2006, com a adesão de todas as filiais, o que resultou em economia de papel e toners. Desde 2009, emite faturas para os seus clientes em papel certificado FSC (Forest Stewardship Council), fabricado com matéria-prima de manejo florestal sustentável. A gestão de resíduos faz parte da política ambiental da empresa, que busca minimizar a produção e incentivar a coleta diferenciada, a recuperação e a reciclagem. Desde o início de sua operação no país, a operadora disponibiliza pontos de coleta de aparelhos, baterias e acessórios em suas lojas. Atualmente, possui dois programas de recolhimento de baterias, aparelhos celulares, cabos USB, carregadores e pilhas: uma iniciativa própria (Projeto Recarregue o Planeta) e uma parceria com o Grupo Santander Brasil (Programa Papa-Pilhas). A operadora também foi incluída, pelo segundo ano consecutivo, na Carteira do Índice Carbono Eficiente (ICO2), que avalia a transparência e eficiência das empresas em relação às emissões
Empresas participantes do Pavilhão italiano
Protocolo de Kyoto entra em vigor, sem os Eua O Protocolo de Kyoto, acordo global para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, entra em vigor. Os Eua se recusaram a ratificar o documento, apesar de o país ser, na época, o maior emissor de gases poluentes. O então presidente, George W. Bush alegou prejuízos para a economia americana, caso assinasse o acordo.
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Cientistas protegem a Mata Atlântica Comunidade científica de São Paulo lança o programa Biota, para proteger a Mata Atlântica de acordo com as premissas da Convenção sobre Biodiversidade.
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em termos de produção e suporte aos processos políticos internacionais e adoção de soluções inovadoras”. “É esta a herança que a Eni coloca à disposição na Rio+20, que convida a comunidade internacional a renovar o próprio empenho no desenvolvimento sustentável”, completa o comunicado da empresa enviado à Comunità. A Eni acredita que a Rio+20 revoluciona o modo de compreender o desenvolvimento sustentável, superando a ideia de equilíbrio entre tutela ambiental e crescimento econômico, dentro do conceito de economia verde, onde a sustentabilidade garante o bem-estar econômico e social. “Revoluciona, ainda, a estratégia para o desenvolvimento sustentável, reconhecendo a função e a capacidade da indústria e da empresa de implementar a sua visão de sustentabilidade”, ressaltam os executivos da Eni, que atualmente desenvolve projetos de redução da queima de gás em países da África. Apesar de o continente africano ser rico em recursos energéticos, sofre com a falta de acesso a fontes limpas e confiáveis. Recentemente, a República do Congo firmou parceria com a Eni para elaborar um projeto de construção e reabilitação das centrais e das redes de transmissão e distribuição de energia, prevendo a eliminação do gas flaring, o que deve favorecer cerca de 700 mil pessoas.
Furacão Katrina devasta o litoral sudeste dos Eua O furacão Katrina devasta a costa sudeste americana e chama a atenção do mundo para os eventos climáticos extremos. O Katrina causou prejuízos de mais de US$ 81 bilhões e matou quase duas mil pessoas.
Agenda 21
Agenda para ontem Instituída na Eco 92, a Agenda 21 deverá ser atualizada durante a Rio+20. Programa italiano conta com mais de 400 associados, mas sofre com a falta de fundos há dois anos
ONU: ação humana causa aquecimento O IPCC, painel de cientistas da ONU que estuda o clima, apresenta relatório que relaciona as atividades humanas como principal causa do aquecimento global. A queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, eleva a temperatura mundial.
Brasil passa a ter selo para prédios verdes Chega ao Brasil a certificação americana Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) para prédios sustentáveis. A ideia é estimular o mercado imobiliário a adotar tecnologias verdes de construção, como reuso da água. No ano seguinte, a Fundação Vanzolini desenvolve o selo Aqua, com o mesmo propósito.
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Agenda 21 assim se chama por ser um plano de ação para o desenvolvimento sustentável para o século XXI, instituído durante a Conferência da ONU de 1992 (a Rio 92), quando ainda imperava a sensação de “final de era” e início de novos e promissores tempos. Vinte anos depois, em meio a uma crise que faz tremer os alicerces econômicos do Ocidente e após muitas mudanças geopolíticas, o documento, assinado na ocasião por mais de 170 nações, deverá ter seus resultados avaliados pelos organizadores da conferência. Cada país ficou encarregado de desenvolver a sua própria Agenda 21, na qual todos os
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setores da sociedade podem cooperar com o estudo de soluções para os problemas socioambientais. O texto contempla 41 capítulos, que incluem itens como a luta contra a pobreza, a proteção da saúde humana, a conservação da diversidade biológica e medidas mundiais a favor das mulheres para atingir um desenvolvimento sustentável e equitativo. Na Itália, a coordenação da Agenda 21 conta com mais de 400 associados, entre entidades como regiões, províncias e prefeituras, além de uma série de empresas e organizações envolvidas com o meio ambiente. Até 2005, trabalhou-se, sobretudo, para que as cidades aderissem a tratados internacionais e começassem seus percursos
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Cintia Salomão Castro
Bancos dos Eua causam crise internacional Crise financeira internacional, deflagrada pela quebra de vários bancos americanos, como o Lehman Brothers, derruba Bolsas e leva vários países à recessão. Brasil sente efeitos da crise, mas em menor proporção que os países ricos.
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Marina Silva deixa a pasta Meio Ambiente Após sofrer desgaste político, Marina Silva renuncia ao Ministério do Meio Ambiente. Ela vinha sofrendo embates de outras áreas do governo, como a Casa Civil e a Agricultura. Sua demissão provoca repercussão internacional e em seu lugar assume Carlos Minc.
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locais, realizando fóruns, cursos e encontros, e redigindo um plano de ações locais, conta à Comunità a diretora da coordenação das Agendas 21 locais, Daniela Luise. Hoje, são diversas as cidades italianas que desenvolveram e concluíram projetos nos mais variados setores, como programas educativos nas escolas, incentivo ao uso de meios de transporte não poluentes, valorização de produtos agrícolas locais, requalificação de instalações elétricas, o aumento de áreas verdes e coleta diferenciada do lixo. A Agenda 21 é independente do governo italiano, que apoiou e financiou projetos até 2002, ano em que foi publicado o último edital. — Mesmo sem termos mais financiamentos governamentais, a agenda seguiu adiante e
é realizada anualmente, quando os participantes apresentam documentos, com espécies de manuais gerais de conduta sobre como as cidades devem se adaptar às mudanças climáticas. Na reunião deste ano, realizada no final de maio, em Florença, e com a participação do ministro italiano do Meio Ambiente, Corrado Clini, os participantes falaram sobre a Rio+20. Em nota oficial, o presidente da Coordenação das Agendas 21 italianas, Emanuele Burgin, afirma que um dos papéis da conferência é o de atualizar a Agenda 21 e promover uma reflexão sobre suas dificuldades e sobre sua renovação. Mas é necessário que haja um “esclarecimento sobre quem faz o que, para evitar sobreposições”, além de “uma melhor definição do papel das instituições e das agências técnicas”, completa Burgin. Falta de financiamento impede projetos A maior parte das iniciativas se concentra no centro e no norte da Itália. Recentemente, Gênova ganhou destaque por ser a única cidade da Europa a obter três financiamentos para o projeto smart cities da União Europeia. — Milão, Turim e Padova também contam com bons níveis de realização, além de Bolonha, Modena, Ancona, Bari e Reggio Emilia, entre outras. No sul, temos cidades que estão trabalhando bem, mas são como casos mais
20 milhões de brasileiros deixam a linha da pobreza Desde 2004, 20 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza, aponta estudo da Fundação Getúlio Vargas. Esse grupo passa a integrar a chamada “nova classe C” e se torna uma grande força de consumo.
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o número de associados aumentou. Transformou-se em uma verdadeira rede de cidades que realizaram, juntas, projetos europeus, colocando-se em contato com outras redes do continente. Contamos com 21 grupos de trabalho nas cidades, os quais trabalham temas específicos, como o turismo sustentável, a mobilidade e o tratamento do lixo — conta Luise, que é também a responsável pela Agenda 21 da cidade de Padova, no Vêneto. O papel da coordenação é, sobretudo, aquele de facilitar o trabalho das cidades e a realização de seus projetos, dando suporte e colocando em evidência as cidades italianas. Uma assembleia
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Chegamos a uma fase em que todos entendemos que precisamos da sustentabilidade, só que não temos fundos para fazer isso. É um enorme desafio e precisamos descobrir como resolvê-lo Daniela Luise, diretora da coordenação das Agendas 21 italianas
Brasil passa a integrar grupo credor do FMI O Brasil aceita o convite do FMI (Fundo Monetário Internacional) para se tornar parte do grupo de 47 credores da instituição. O país se comprometeu a contribuir com até US$ 4,5 bilhões para ajudar países em desenvolvimento.
Brasil leva metas para a Conferência do Clima O Brasil anunciou metas voluntárias de redução dos gasesestufa, que foram levadas para as COP-15, conferência do clima em Copenhague, Dinamarca. O Brasil se propôs a reduzir as emissões entre 36% a 39% até 2020 e reduzir o desmate em 80%. Mas a conferência decepciona: líderes não conseguem fechar acordo global pelo clima.
Vazamento de petróleo afeta golfo do México Após explosão em plataforma de petróleo operada pela britânica BP, o golfo do México foi a vítima do maior vazamento de petróleo da história: mais de 700 milhões de litros poluíram as águas e afetaram a vida marinha em cinco estados americanos.
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sendo realizadas com a sociedade civil: implementar a Agenda 21 Brasileira; elaborar e implementar as agendas 21 locais e a formação continuada em Agenda 21. A chefe da Divisão de Temas Emergentes do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Kathleen Abdalla, destaca que a Rio+20 será uma “boa oportunidade” para países avaliarem seus esforços na aplicação do programa. — Se olharmos para trás, para a Agenda 21, veremos que muita coisa foi feita, mas ainda temos grandes objetivos que ainda não foram alcançados. A conferência será uma boa oportunidade para os países membros negociarem, mas também para verem o que funcionou e o que não funcionou e o que vão fazer para avançar no assunto.
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Desmate na Amazônia tem queda recorde O governo anuncia uma queda de 45% no desmatamento da Amazônia entre 2008 e 2009. É a menor taxa desde 1998, quando o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) começou a realizar o mapeamento via satélite.
— uma comissão paritária, formada por representantes do governo, do setor produtivo e da sociedade civil, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente. A CPDS definiu seis temas prioritários: cidades sustentáveis; agricultura sustentável, gestão de recursos naturais; redução das desigualdades sociais; infra-estrutura e integração regional e ciência & tecnologia para o desenvolvimento sustentável. No início de 2002, a tempo de ser apresentada na Cúpula da ONU em Johannesburgo, a Agenda 21 brasileira foi lançada. Anos mais tarde, o governo utilizou o texto para fazer o Plano Plurianual do Governo, o PPA 2004/2007, o que lhe confere maior alcance, capilaridade e importância como política pública. O programa é composto por três ações estratégicas que estão
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Atualização e implementação brasileira No Brasil, em fevereiro de 1997, um decreto presidencial criou a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional — a CPDS
Daniela Luise (à direita), diretora da coordenação das Agendas 21 italianas, recebe mais um prêmio em reconhecimento pelos projetos ambientais realizados na cidade de Padova
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isolados e não em alta difusão, como no norte e no centro, onde várias cidades pequenas, médias e grandes têm belas experiências. Em Nápoles, onde a prefeitura mudou, estão acelerando mudanças, inclusive em relação ao lixo e à gestão da água, que tornou a ser pública, pois era privatizada — detalha a ambientalista. Ao ser perguntada sobre os principais entraves enfrentados hoje pela Agenda 21, a diretora não tem dúvidas: a falta de dinheiro. Muitas cidades poderiam estar prontas para realizar muitos projetos de sustentabilidade. Porém, não há mais fundos, alerta. — O problema principal neste momento na Itália e também na Europa é econômico. Os financiamentos da UE ainda existem, mas estão diminuindo. Faltam os financiamentos do Estado, que antes existiam. Não eram simples de se obter, mas, se uma cidade apresentava um projeto importante, encontrava um modo de financiálo. Hoje não. Chegamos a uma fase em que todos entendemos que precisamos da sustentabilidade, só que não temos fundos para fazer isso. O que é um enorme desafio, e precisamos descobrir como resolvê-lo — ressalta Daniela Luise.
opinione CarloPetrini*
Euro entra em crise Grécia, Espanha Portugal e Irlanda acumulam déficit nas contas públicas, colocando a moeda única sob ameaça de colapso. UE (União Europeia) e FMI impõe um impopular plano de austeridade à Grécia.
Qui si sta in letizia, qui non c’è malizia, qui non vi sono eccessi onde imbastir processi. Qui non entrate, pitocchi e avari, usurai, leccapiatti, mangia gatti, taccagni, lesinai, intenti solo ad ammucchiar denari, mai contenti di quelli già fatti; curvi e ricurvi sulle vostre ciotole colme e ricolme a ricontar i mille e mille e mille e a far rotoli e le pile. Sano il corpo, lieto il cuore, qui regna l’amicizia, lode ed onore Meglio di riso che di pianto scrivere Poiché è dell’uomo e di lui solo il ridere. Vivete lieti. * Gastronomo, giornalista e scrittore italiano, fondatore del movimento culturale Slow Food
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Mudança no novo Código Florestal causa polêmica A proposta de alteração do Código Florestal, aprovada na Câmara dos Deputados, opõe ambientalistas e produtores rurais. ONGs consideram o texto um retrocesso, pois tende a flexibilizar as áreas de proteção ambiental nas propriedades rurais.
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ai pastori, ai pescatori e alla parte più sensibile di essi: le donne, gli anziani e gli indigeni. Eppure grazie a loro condividiamo il cibo, energia della vita; essi conoscono le cose intime della natura, le proprietà delle erbe, il cambiamento del tempo, i movimenti delle stelle, le fasi della luna, le buone pratiche di accudire l’orto e allevare gli animali. Figli della Terra sanno governare il limite nelle loro azioni, con la natura e con la Terra praticano la vera economia. I nostri conti non tornano. Attenzione, però: non si tratta solo di contabilità finanziaria, dei movimenti di denaro che non producono più accumulo e ricchezza. E’ con la Terra, è con la natura che i nostri conti non tornano. Da troppo tempo consumiamo e sprechiamo più di quanto produciamo. Prendiamo più di quanto diamo. Riconciliarci con la Terra è l’unico modo per voler bene a noi stessi e agli altri, e forse è anche l’unico modo per uscire dalla crisi. Le buone pratiche della lotta allo spreco, della condivisione e del dono, del ritorno alla Terra si realizzano con lentezza, senza frenesia e ansia. La Terra ci ricorda il valore del tempo che sana le ferite; c’è più tempo che vita e denaro, dicevano i nostri vecchi.
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ppartengo alla Terra. E come me tutta l’umanità, e ogni forma di vita. Piante e foreste, frutti e fiori, e ancora fiumi, monti, animali d’ogni specie e tutto ciò che il lavoro umano ha plasmato e trasformato nel tempo. San Francesco la chiamava sorella e madre, che ci governa e dà sostentamento. E per essa rendeva lode al creatore. La Terra non appartiene a nessuno o non dovrebbe appartenere a nessuno; i suoi frutti appartengono a tutti o dovrebbero appartenere a tutti. Eppure l’avidità di pochi prende possesso di immensi spazi, estromette intere comunità, distrugge la bellezza del paesaggio e la fertilità dei suoli. Gli arroganti prevalgono sugli umili. Umile da humus, colui che è vicino alla Terra. Da sempre amo quella parte di umanità che si prende cura della Terra, non ho mai capito perché viene considerata come l’ultima ruota del carro. Le alte gerarchie del sapere, della conoscenza e della politica non lasciano spazio ai contadini,
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Appartengo alla Terra
Proprio perché abbiamo la sensazione di avere toccato il fondo e ci sentiamo con il culo a mollo sento che il nostro spirito deve essere più determinato e propenso a vivere con letizia il cambiamento. La comunità terrestre che ha a cuore il cambiamento è chiamata a reagire ora, bando al magone e allo scoramento, siamo in tanti e in buona compagnia. Forse è giunto il tempo di ascoltare i consigli del buono e saggio Gargantua, figlio di Gargamagna e Gargamella:
Brasil passa à sexta economia do mundo Brasil ultrapassa o PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido e se torna a sexta economia do mundo. Na frente do Brasil estão Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e França. Debilitada pela crise financeira, a economia do Reino Unido ficou na sétima posição.
Ecofriendly
ItalianStyle
A moda ecofriendly Artigos de luxo, mas com consciência ecológica, traduzida nos materiais reutilizáveis e na preocupação com organizações beneficentes. É a nova onda ecofriendly das grifes italianas. Confira alguns dos últimos lançamentos, entre grifes famosas com coleções especiais ecológicas, e marcas exclusivas com linhas de produtos sustentáveis.
Óculos em madeira líquida
LP Bag
A LP Bag é o modelo mais famoso e exclusivo da grife de Bolonha Momaboma, que trabalha apenas com materiais reciclados para produzir bolsas e acessórios que já se tornaram clássicos na Itália. O modelo é realizado com quatro discos de vinil autênticos e mede 30x30x12 cm. Preço: € 214 shop.momaboma.it
Fotos: Divulgação
Sole
Ferragamo World
A linha de sapatos masculinos Ferragamo World apresenta sola de borracha biodegradável, feita com materiais à base de água. Parte da renda obtida com as vendas da coleção foi destinada ao Acumen Fund, uma organização sem fins lucrativos que investe em negócios que assistem populações carentes na Ásia e na África. A coleção traz vários modelos de estilo urbano e casual, desde botas e mocassins até sapatos esportivos. Preço: € 220 www.ferragamo.com
A coleção de echarpes de luxo feitas com tecidos orgânicos e ecológicos é da 2ADD, grife da cidade italiana de Como, que produz exclusivamente roupas com fibras naturais selecionadas, tingidas e tratadas com métodos eco-sustentáveis. A coleção Sole é feita em seda tingida com corantes vegetais naturais e efeito enrugado. Disponível em várias cores. Preço: € 60 www.2add.it
Bolsas com pedaços de carros
A marca italiana de acessórios sustentáveis Carmina Campus desenvolveu uma edição limitada de bolsas feitas com partes de carros, como telas de tetos conversíveis e estofados. O material utilizado para confecção das peças é proveniente da produção dos automóveis Mini Roadster, da BMW, recém-lançados no mercado. Todos os materiais consistiam em retalhos e pedaços que não seriam utilizados pela fábrica e seriam descartados. A coleção inclui diversos modelos de bolsas, entre femininas e masculinas. Carmina Campus é um projeto da designer Ilaria Venturini Fendi que, desde 2006, desenvolve coleções de acessórios de moda feitos de materiais reciclados. Preço: € 300 a 700 www.carminacampus.com
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A Gucci, em parceria com a Safilo, lançou, em 2012, os primeiros óculos escuros feitos em madeira líquida: trata-se de um material biodegradável inovador, nunca antes utilizado na produção de óculos e substituto do plástico. Em sua formulação original, o material de madeira líquida é composto de elementos naturais de plantas: fibra de madeira de florestas controladas por reflorestamento, lignina derivado do papel e ceras naturais. Preço: Sob consulta www.gucci.com
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Novos parâmetros Em entrevista exclusiva, o ministro italiano do Meio Ambiente, Corrado Clini, antecipa à Comunità que TIM e Telespazio vão participar do projeto de requalificação urbana de uma favela carioca. Ele também dá detalhes sobre o pavilhão italiano, construído especialmente para a Rio+20, com painéis de energia solar, e revela suas expectavivas sobre a Conferência da ONU. Para Clini, trata-se de uma “oportunidade para se reforçar a necessidade de medir o progresso com novos parâmetros, sem ter como base o simples bem-estar material” Gina Marques
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De Roma
Conferência de Copenhague sobre Mudanças Climáticas (2009) foi considerada, por muitos, como um fracasso, de certa forma. Não chegou-se a um acordo global e no papel resta somente o objetivo genérico de conter em dois graus o aumento da temperatura média planetária. O que o senhor espera da Rio+20: um compromisso global concreto, ou de palavras, como “os primeiros passos na estrada das boas intenções”? Corrado Clini - A Conferência Rio+20 é muito importante, pois será a ocasião para repetir com força que estamos indo ao encontro do exaurimento dos recursos da Terra. Para evitar que se chegue a uma situação dramática de não poder
garantir a todos a sobrevivência, deve-se entender que é necessário uma mudança de mentalidade, com convicção. As mudanças climáticas que estão marcando esse período de maneira particular representam um sinal de alarme preciso: o planeta já tem dificuldade para reciclar os restos que produzimos e, no Rio, devemos chamar a atenção de todos para a oportunidade de mudarmos o atual modelo econômico, que é baseado em um crescimento constante e no consumo sem freios. Tal comportamento está levando a uma pobreza persistente, e até a um crescimento da pobreza, além da degradação intolerável do meio ambiente. Diante desse estado de coisas, a Rio+20
CI - A crise econômica pode ser um obstáculo para os compromissos de ajudar os países pobres (US$ 30 milhões para o triênio 2010-2012 e US$ 100 milhões por ano de 2020 em diante), e também para os investimentos na economia verde? CC - Sem dúvida, a crise econômica está determinando uma série de dificuldades em nível global, que podem atingir também o respeito aos empenhos financeiros voltados aos países pobres e os investimentos na economia verde. Uma situação crítica que, porém, não apenas não nos deve desencorajar, como nos deve empurrar com mais convicção em direção a projetos e ideias capazes de determinar uma mudança de passo. Tenho certeza de que a economia verde é o instrumento certo para contrastar a crise, reaquecer a economia e ao mesmo tempo garantir o desenvolvimento sustentável das nações, seja as industrializadas, seja as em desenvolvimento. Falei do importante crescimento econômico do Brasil, que soube se abrir às energias renováveis. É evidente que, entre os componentes vários que estão contribuindo com o crescimento brasileiro, está o papel exercido
CI - A Itália conta com um “pavilhão verde” durante a Rio+20, com a presença de mais de 20 empresas italianas. São empresas ligadas à ecologia? CC - Certamente. A Itália tem a vantagem de reunir empresas ques estão na vanguarda no que diz respeito ao know-how e às tecnologias em matéria de economia verde. O Brasil tem um grande potencial e estou certo de que os dois países podem colaborar proficuamente, assim como demonstra o acordo recente, assinado na minha presença em São Paulo, entre a nossa Mossi-Ghisolfi e a GraalBio, para produzir biocarburantes. Acolho a ocasião para ressaltar o empenho da Enel Green Power no campo das energias renováveis, graças a uma série de projetos, distribuídos no mundo e no Brasil, que estão levando energia renovável aos ângulos mais remotos do planeta. Menciono particulamente o pavilhão italiano na Rio+20. Na projetação, na construção e nos móveis, privilegiou materiais reciclados e reutilizáveis, como simples caixotes de madeira e apoios para pallets, além da autonomia na produção energética através da instalação vertical de 1000 m² de painéis solares nas paredes externas do pavilhão. CI - Pode dar mais detalhes do projeto de requalificação urbana em uma comunidade do Leme que conta com a parceria entre a Itália e a prefeitura do Rio? CC - Sinto-me orgulhoso de como esteja tomando corpo o projeto de requalificação urbana da favela carioca do Leme. O programa nasceu de um encontro com o prefeito Eduardo Paes e se articula por meio de uma série de contribuições de estudos italianos de arquitetura e engenharia, com o suporte dos arquitetos da prefeitura do Rio, coordenados pelo arquiteto Marco Casamonti, do estúdio Archea.
A TIM vai implantar os cabos na comunidade, enquanto a Telespazio vai atuar na prospecção do desordenamento hidrogeológico da favela do Leme, um projeto que é fruto da parceria entre a Itália e a prefeitura do Rio A atividade de definição das intervenções para recuperar uma área degradada contou, durante a fase de estudo, com o suporte da TIM Brasil. Esse suporte vai continuar na fase de implementação, seja da parte da TIM, que vai implantar os cabos na comunidade, seja da parte de Telespazio, que vai atuar na prospecção do desordenamento hidrogeológico. Está prevista ainda a realização de pontos informativos, de divulgação e educação, que serão feitos pela Infobyte. CI - Haverá acordos bilateriais entre Brasil e Itália na área ambiental? CC - Estamos colocando em campo uma série de atividades voltadas para a melhoria dos sistemas produtivos, visando a redução das emissões nos campos agrícola e industrial, e a avaliação do cálculo das pegadas de carbono (carboon foot print), em parceria com empresas italianas presentes no Brasil. Além disso, estamos avaliando a possibilidade de valorizar produções e tecnologias na área de biocombustíveis de segunda geração, na América Latina, com o uso de tecnologias, e na África, em áreas produtivas.
Sustentabilidade
pelos investimentos feitos na green economy, investimentos capazes de garantir desenvolvimento, bemestar e respeito ao ambiente. A estrada ainda é longa para o Brasil, e para todos os outros países, mas vejo os sinais positivos.
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representa uma oportunidade única para lançar um processo de renovação total, renovação no modo de produzir e consumir, da energia à comida, passando pelos objetos que usamos todos os dias, dentro do modelo da economia verde. A conferência nos dá ainda a oportunidade de reforçar a necessidade de medir o progresso com novos parâmetros, sem ter mais base no simples bem-estar material, mas atentos à integração social e à conservação do habitat que devemos entregar às novas gerações. Esse novo modo de pensar precisa de uma nova linguagem entre as nações, os grupos e as comunidades, reconhecendo que cada opinião é fundamental e que o crescimento sustentável — como demonstra o desenvolvimento do Brasil que, de fato, superou até uma potência econômica do calibre da Grã-Bretanha — é a estrada que devemos seguir.
Alimentos
Sustentável e sem fome Agência da ONU, FAO traz à conferência relatório sobre a transição para agricultura sustentável e defende a integração de duas agendas: a do desenvolvimento e da erradicação da fome
Gina Marques
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De Roma
desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem a erradicação da pobreza. Esta é a visão da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Afinal, a alimentação, o respeito, a inclusão social e o ambiente estão diretamente ligados. A FAO, agência das Nações Unidas, é um dos grandes alicerces da Rio+20. Para o diretor-geral, o ítalo-brasileiro José Graziano Silva, este grande encontro mundial que trata da saúde do planeta no presente e no futuro não é uma apresentação de utopias. Segundo ele, trata-se de uma oportunidade de ouro para que o mundo se empenhe em terminar com a vergonhosa fome que ainda aflige mais de 900 milhões de pessoas e faça a transição para uma agricultura sustentável. Identificados os problemas, é preciso caminhar para a solução: um objetivo possível, mas que encontra muitos obstáculos. A FAO elaborou o relatório para a Rio+20 intitulado Na direção do futuro que queremos – Terminando a fome e fazendo a transição para uma agricultura sustentável
e sistemas de alimentação. Tratase de um documento detalhado com 42 páginas que apresenta as possíveis linhas de conduta para acabar com a desnutrição, com a aplicação de recursos que preservem a saúde da Terra. O documento sacode as consciências por mostrar a que ponto a humanidade chegou, usurpando os recursos naturais. Afinal, alguns países adotam modelos de agricultura e de desenvolvimento enganosos, uns por ganância, outros por necessidade. Entre os vários problemas, o relatório aponta a exclusão social. Por consequência, a pobreza acaba sendo o inimigo da preservação do planeta. — Nós não teremos o desenvolvimento sustentável enquanto tivermos fome e pobreza extrema. A fome tem se revelado uma grande inimiga da natureza, pois um homem faminto não tem nenhuma racionalidade na sua busca pela sobrevivência. Para ele, a sobrevivência é uma luta desesperada,
na qual não poupa nenhum dos recursos naturais que estiverem em seu alcance. Não se pode pedir a uma pessoa em extrema pobreza e com fome que não derrube uma árvore para fazer carvão ou que não passe uma rede de arrasto na praia para pescar os peixes que ele necessita para comer — disse Graziano à ComunitàItaliana, durante um encontro na sede da FAO, em Roma. Segundo Graziano, a paz está relacionada à erradicação da fome e ao desenvolvimento: — Vemos na Rio+20 uma oportunidade de integrar duas grandes agendas importantes necessárias
Técnicas de agricultura sustentável predominam nos trópicos A segunda linha da FAO é mostrar que já existem, hoje, as tecnologias disponíveis para aplicar esta agricultura sustentável. Tais tecnologias devem respeitar a diversidade das áreas, por exemplo, os países tropicais devem aplicar suas próprias técnicas e não copiar dos países temperados porque acabam por danificar a terra. — As tecnologias de agricultura sustentável estão predominantemente nos países de agricultura tropical, que são países em desenvolvimento, como os da América Latina e da África. Nós já temos práticas conservacionistas, como o cultivo direto em que não se revolve o solo. O revolvimento do solo em áreas tropicais é uma imitação muito perversa do que fazem os agricultores nas áreas temperadas, que usam o gradeamento do solo e essa aração superficial para acelerar o degelo na primavera. Como os países tropicais não têm gelo e nem o congelamento do solo, não há sentido fazer esta escarificação do solo no início da primavera, o que só acelera a erosão – explicou o diretor geral. Graziano cita outro exemplo característico de tecnologia dominante nas culturas tropicais: os insetos. — Os países tropicais têm grandes quantidades de insetos, enquanto os países de clima temperado procuram matar os
Não se pode pedir a uma pessoa em extrema pobreza e com fome que não derrube uma árvore para fazer carvão ou que não passe uma rede de arrasto na praia para pescar José Graziano, diretor-geral da FAO produtores. Portanto, promover a união entre os pequenos agricultores é muito importante. Por trás do arroz, do feijão e do bife existe uma cadeia de produção, distribuição e consumo com impacto direto nos recursos planetários. Por incrível que pareça, a causa principal das mudanças climáticas está ligada à nossa comida. Segundo os estudos da FAO, estima-se que 30% dos gases poluentes estão relacionados ao modo com que produzimos, distribuímos e consumimos os alimentos. Já os
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A FAO acredita que o desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem a erradicação da pobreza e da fome
custos energéticos. O rendimento dos agricultores que seguiram em via experimental a técnica, aplicada em 57 países de baixa renda, aumentou cerca de 80%. A FAO também pretende incentivar o cooperativismo. Segundo Graziano, a união entre os pequenos pode dar grandes resultados. — A América Latina e a África são dois continentes onde a expansão do cooperativismo é necessária, pois nestas áreas a agricultura de subsistência ainda é predominante entre os pequenos
transportes que não estão ligados ao setor da alimentação provocam 17% de poluição. O papel da FAO é proporcionar conhecimento, através de estudos e análises, fornecer assistência técnica e realizar projetos juntamente com os 192 países membros, de acordo as necessidades e com um programa detalhado. O vasto campo de ação abrange pecuária, pesca, florestas, reservas hídricas, biodiversidade e desenvolvimento sustentável, além de tratar de problemas como doenças, pragas e mudanças climáticas.
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insetos para que eles não voltem a se reproduzir na primavera. No entanto, nos países tropicais, os insetos se reproduzem diariamente e todas as ações preventivas têm que ser repetidas em uma enorme quantidade que, além de encarecerem o produto, afetam significativamente o meio ambiente e as águas, que constituem o recurso mais escasso para a expansão da agricultura no mundo. Nós temos desenvolvido práticas de controles biológicos na África e no Brasil, através da Embrapa, e em outros países tropicais, muito mais eficientes nos controles das pragas e outras enfermidades. Esses tipos de tecnologias que a FAO está levando para a Rio+20 — publicadas no livro Save and Grow (Preservar e Crescer) — propõem um menor uso de insumos e maquinários para aumentar a produtividade e manter a conservação dos recursos naturais. O modelo de produção preserva e reforça as reservas naturais, graças a uma série de práticas agronômicas que permitem uma melhor gestão do solo, limitando os efeitos negativos na sua composição e contribuindo a reduzir a necessidade de água e os
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para o futuro da humanidade: a do desenvolvimento e da erradicação da fome. Acreditamos que estas duas agendas são fundamentais para a sobrevivência e para e paz da humanidade no futuro, porque preserva os seus recursos para as gerações futuras e incorpora os excluídos da atual geração. Graziano disse também que a entidade vai levar para a Rio+20 propostas com basicamente duas dimensões: — A primeira é que a agricultura, a pesca e o reflorestamento não são apenas parte dos problemas que nós temos hoje, mas podem ser parte da solução. No entanto, esta transição para uma agricultura sustentável tem um grande custo e é preciso saber quem financia.
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Orgânicos para matar a fome Um dos temas da Rio+20, a segurança alimentar ganha cada vez mais importância para milhões de pessoas em todo o mundo e gera o aumento do mercado de alimentos orgânicos, na contramão da crise econômica europeia Cintia Salomão Castro
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quinto maior país do mundo e Estado sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012 lidera o ranking mundial no uso de agrotóxicos, com menos de 2% de seus estabelecimentos praticando o cultivo de alimentos orgânicos. Cerca de 30% dos quase 330 milhões de hectares produtivos encontram-se ocupados pela criação de bovinos, apontam os resultados do mais recente censo agropecuário do IBGE, datado de 2006. Em 2008, o país ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior consumidor mundial das substâncias.
A questão segurança alimentar e nutricional preocupa tanto os ambientalistas e instituições internacionais que virou tema de um debate específico durante os “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável Rio+20”, no dia 17 de junho. Dez especialistas foram convidados para participar da mesa, como Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food, que nasceu na Itália e ganhou o mundo em prol do alimento limpo e justo; Marco Marzano, diretor da Organização Mundial de Agricultores; Renato Maluf, do Centro de Referência em Segurança Alimentar da UFRRJ; Hortensia Hidalgo, da Rede de Mulheres Indígenas sobre Biodiversidade da América Latina; Luísa Dias Diogo, ex-primeira ministra do Moçambique; Maria Estrella Penunia, da Associação Agrícola Asiática para o Desenvolvimento Sustentável Rural; Mary Robinson, diretora do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED); e Vanda Shiva, diretora da Fundação de Pesquisa para Ciência, Tecnologia e Ecologia da Índia. De acordo com a organização da Rio+20, um documento final deverá ser assinado pelos participantes e as reuniões serão transmitidas pela internet. Apesar de não existir, ainda, um consenso científico sobre as diferenças significativas na composição nutricional dos alimentos orgânicos comparados aos convencionais, os dados por
contaminação com pesticidas são alarmantes. Em 2009, uma pesquisa do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, realizada em 26 estados brasileiros, alertou que substâncias proibidas ou utilizadas acima do limite permitido tiveram seus resíduos encontrados em amostras de alimentos. E ainda, a maior parte das frutas, verduras e legumes em milhares de pontos de venda nacionais não tem a origem identificada, isto é, não é possível saber a sua procedência. A Organização Mundial da Saúde estima que, anualmente, entre 3 e 5 milhões de pessoas sejam intoxicadas no mundo. No Brasil, os agrotóxicos são a segunda maior causa de intoxicação depois de medicamentos, de acordo com o Ministério da Saúde. A FAO, agência da ONU para Agricultura e Alimentação, sugere o cultivo de orgânicos em nível mundial como uma forma de ajudar no combate à fome e ao mesmo tempo
Aumenta a demanda pelo biológico no Brasil e no mundo Apesar do negócio colossal dos agrotóxicos, o mercado de orgânicos registrou um crescimento de 40% de 2009 para 2010, com
Pratica-se a agricultura orgânica em menos de 2% da área agrícola brasileira e em 8,6% da superfície italiana. O consumo de produtos livres de agrotóxicos cresce em ambos os países — O Brasil patrocinou o agrotóxico, um modelo que precisa ser revisto. A modernização da agricultura brasileira vem desde os anos 50, se intensificou nos anos 60 e 70, à medida que se expandiram a exportação e a pecuária. A maior parte do que é consumido na mesa do brasileiro vem da agricultura familiar, cuja maioria usa agrotóxicos, mas o modelo principal é voltado para a exportação — explica Maluf à ComunitàItaliana.
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as vendas internas alcançando R$ 350 milhões em 2010 ao ano. Quanto às exportações, a curva também sobe: as empresas cadastradas no projeto Organics Brasil aumentaram suas vendas ao exterior em 30%. Na Itália, o mercado biologico, como é chamado, também cresce, vendo as setas da crise despencarem em relação aos produtos convencionais. Enquanto a distribuição dos alimentos convencionais na Itália em 2011 teve crescimento zerado, os biológicos continuam a crescer. No ano passado, a distribuição em supermercados aumentou em 9%, e em 11% nos anos anteriores, revela um levantamento da Federação Italiana de Agricultura Biológica e Biodinâmica. Se a demanda aumenta no Brasil e no mundo, por que a presença orgânica é tão discreta em solo brasileiro? Herança histórica, timidez de políticas públicas, pouca educação alimentar junto à população. Um conjunto de fatores explica essa palidez, explicam agrônomos e especialistas, como o professor Renato Maluf, da UFRRJ, único brasileiro convidado para discutir o tema da segurança alimentar durante a Rio+20. Preocupado com a qualidade da alimentação dos bilhões de habitantes do planeta, ele ressalta que “o mundo precisa urgentemente revisar a maneira com que produz e consome alimentos, pois a dieta alimentar dos últimos anos tem gerado cada vez mais casos de obesidade e diabetes”. O especialista destaca que o modelo dominante no Brasil é o agronegócio, que não colabora com o desenvolvimento dos orgânicos.
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A reforma agrária ainda por fazer O Brasil apresenta uma estrutura agrária pouco alterada nos últimos anos, aponta o censo do IBGE de A responsável pelo tema agricultura orgânica da ONU, a ambientalista Nadia El-Hage Scialabba: cultivo sem agrotóxicos tem papel importante no combate à fome no mundo, pois gera menos custos para o agricultor com poucos recursos
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como meio de aplacar as mudanças climáticas, além de evitar os malefícios das substâncias químicas à saúde de produtores e consumidores, e de não prejudicar os recursos naturais como a água, o solo e o ar. A organização considera que o alto uso de agrotóxicos colabora para dificultar o acesso aos alimentos. Para o pequeno agricultor com menos recursos, representa um sistema de produção mais justo e menos custoso, ressalta a responsável pelo grupo de trabalho da FAO dedicado à agricultura orgânica, Nadia El-Hage Scialabba. — O problema agrícola, no entanto, é mais complexo do que a qualidade de produção. A fome está aumentando e aumentará cada vez mais. Infelizmente, não espero muito avanço da Rio+20 sobre o assunto, mas torço para que a agenda dos movimentos civis e sociais seja mais forte do que a agenda oficial, que não é “nem carne nem peixe”. Há 20 anos, existiam mais avanços do que hoje. E a atual crise econômica dificulta a questão da sustentabilidade – disse à ComunitàItaliana. Mesmo com a falta de comprovação no que diz respeito maior concentração de vitaminas, minerais ou fibras dietéticas, o presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho, explica que a escolha pelo produto orgânico é já um ponto positivo na saúde do consumidor. — As pessoas que aderem aos alimentos orgânicos estão mais preocupadas com sua saúde nutricional e certamente têm um direcionamento mais adequado na escolha dos alimentos considerados mais saudáveis. Esse fato por si já mostra que essas pessoas se alimentam melhor, de forma mais equilibrada, mais adequada e consequentemente possuem uma dieta mais saudável. Em suma o beneficio maior está na escolha individual do alimento por parte do consumidor e não efetivamente na composição nutricional do produto orgânico.
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A estrutura da propriedade agrária na Itália é razoavelmente democrática, predominando a pequena propriedade. Foi a base para um modelo baseado em pequenas e médias indústrias e de semelhança entre o padrão de vida na cidade e no campo. Tudo ao contrário do Brasil João Stédile, do MST 2006. As propriedades com mais de mil hectares representam 43% da área total e aquelas com menos de 10 hectares ocupam 2,7% da extensão analisada, ou seja, a mesma situação detectada nos censos de 1985 e 1995. Perguntamos a alguns especialistas se a expansão dos orgânicos pode esbarrar nessa característica de concentração. Para Renato Maluf, a distribuição de terra atual causa desigualdade e favorece esse modelo agrícola que temos. — A reforma agrária é importante para o desenvolvimento e deve ser feita, desde que acompanhada por um modelo agrícola sustentável, que os agricultores sejam assistidos e que não fiquem “ao sabor do mercado” — defende. A presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Maria Emília Pacheco, acredita que a distribuição fundiária brasileira não causa tantos entraves ao orgânico, mas sim ao agroecológico, que não admite a monocultura. Ela defende a transição para o agroecológico, que contempla não apenas o cultivo livre de pesticidas, mas métodos familiares socialmente justos, economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis. Enquanto o primeiro pode ser aplicado em uma monocultura de grandes dimensões e único proprietário, o segundo método não admite exclusividades aplicadas na maior parte do solo brasileiro, explica. — Para que haja expansão da agroecologia, precisamos da
reforma agrária. O orgânico pode ter monocultura, mas não o agroecológico, que prevê diversidade na combinação de culturas. O resultado na colheita é a variedade. Continuamos com uma grande concentração de terras e não temos uma quantidade de assentamentos suficiente para dizer que houve reforma agrária no país — avalia. Ao mesmo tempo, ela ressalta avanços como a criação do Programa de Aquisição de Alimentos e a Lei de Alimentação Escolar, determinando que 30% dos alimentos devem vir da agricultura familiar, além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438/01, aprovada pela
Mulheres com alto nível de escolaridade consomem mais orgânicos
N
ão é somente o perfil dos agricultores de alimentos orgânicos que chama atenção pelo alto nível de instrução e presença feminina. Tais características se repetem entre os consumidores de produtos certificados como biológicos. As sondagens italianas apontam a prevalência de mulheres com alto nível de instrução. No Brasil, não é diferente. Pesquisa da Organic Services e Vital Food mostra que nada menos que 69% de consumidores de orgânicos são mulheres, sendo 29% entre 31 e 45 anos de idade e 39% entre 46 a 60 anos.
Câmara no mês passado, que prevê a expropriação de terras, sem indenização, destinando-os à reforma agrária, em caso de trabalho escravo. Já a proposta de inconstitucionalidade do artigo 68 da Constituição que garante terras aos quilombolas, a ser examinada pelo Supremo Tribunal Federal, a preocupa. Sobre a Rio+20, a presidente do Consea aposta suas fichas na Cúpula dos Povos, por ser um momento “muito interessante de diálogo e propostas”. — A cúpula oficial se esvazia um pouco, pois não será o lugar de avaliação da Eco92, já que as discussões estão muito em torno da economia verde. E eu concordo com o conceito de economia verde como sendo o próprio capital encontrando novos caminhos para gerar mais lucro — define. Renato Maluf também não espera muito da parte dos governos em relação à segurança alimentar durante a Rio+20. — Os países desenvolvidos não estão muito dispostos a ações, mas a União Europeia tem dado mais sinais de aceitação à discussão do assunto do que os Estados Unidos. O documento oficial da conferência não mostra avanços da parte dos governos, mas é importante que o debate seja realizado na Rio+20, principalmente por causa das organizações que lá estarão reunidas. O mercado de agrotóxicos movimenta cerca de R$ 11 bilhões por ano. E competir com ele significa investir sem
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Índice de alimentos com níveis de agrotóxicos acima do permitido. Os efeitos à saúde são cumulativos, a longo prazo, como problemas no sistema nervoso, câncer ou alterações fetais
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A estrutura fundiária no Brasil e na Itália À ComunitàItaliana, João Pedro Stédile, da coordenação nacional do Movimento dos SemTerra, afirma que a falta de garantia de acesso a terra dos camponeses prejudica a difusão de uma agricultura mais sadia e adequada. — A grande propriedade, o latifúndio, pensa apenas em lucro, e destroem o meio ambiente para atingir seus objetivos. O Brasil tem uma economia cada vez mais dependente dos interesses dos capitalistas internacionais, que delegaram a nós apenas o papel de produzir matérias-primas agrícolas, as commodities, os minérios e a energia barata para eles. Perguntado sobre como anda a reforma agrária no país, ele afirma que ela nunca existiu no Brasil, “no sentido de ser uma política ampla, do estado e do governo para garantir terra a todos camponeses e estar adequada a um projeto de industrialização e de mercado interno”. — Houve apenas alguns assentamentos, com a desapropriação de algumas fazendas, que não alteraram a estrutura de propriedade cada vez mais concentradora. Apenas 2% dos grandes proprietários controlam metade de todas as terras. Temos fazendas com mais de um milhão de hectares e a maior lavoura de soja do mundo, com 250 mil hectares de área contínua. Do outro lado, temos quatro milhões de famílias de camponeses sem terra. E a reforma agrária não consegue avançar, pois falta um projeto de desenvolvimento para o país, que combine democratização da propriedade com industrialização nacional e distribuição de renda.
Alimentos com resíduos de agrotóxicos no Brasil
ba
ajuda significativa. Mas a maior parte dos incentivos vai para os grandes produtores, comenta o diretor do Instituto de Agronomia da UFRRJ, Antonio Carlos de Souza Abboud. — Existe um paradoxo em relação à estrutura fundiária, com mais de 80% dos alimentos consumidos no Brasil provenientes da agricultura familiar e a maior parte da área nas mãos de grandes proprietários. As grandes extensões de terra estão com cultivo de produtos de exportação: são as commodities, a soja, o açúcar. E os maiores incentivos do governo vão para os grandes produtores. Além disso, a exploração pecuária é pouco racional, afirma Abboud, “com pastagens de uso indevido e predatório, deixando um rastro de destruição até na área florestal, como vemos no Pará, nas regiões vizinhas ao Pantanal e na Amazônia”. O produto mais importante do Brasil é a soja, com o preço no mercado internacional sempre muito alto, o que garante um retorno imediato aos empresários, cujos maiores clientes são os asiáticos. — Esse cultivo traz muita riqueza ao Brasil, na Bahia, no Piauí, nas beiradas do Pantanal, mas com prejuízos. Herbicidas foram detectados nos mananciais próximos ao Pantanal. O modelo agroalimentar é uma cadeia regida por um número pequeno de corporações, desde a produção da semente, transformação, máquinas, até a mesa do consumidor — alerta.
Alimentos J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Giuseppe Pagano, proprietário da vinícola biológica San Salvatore; o professor Renato Maluf, único brasileiro convidado a falar sobre segurança alimentar em evento da Rio+20; e João Pedro Stédile, do MST
A dimensão média dos estabelecimentos agrícolas, na Itália, é de 10,6 hectares, aponta o censo agrícola do Istat, divulgado em 2011. Cerca de 19% da superfície agrícola italiana estão ocupadas por empresas com menos de cinco hectares, enquanto aquelas com pelo menos 20 hectares abocanham cerca de 55% da área total. Para João Stédile, do MST, a estrutura da propriedade da terra na Itália é “razoavelmente democrática, predominando a pequena propriedade e os camponeses”. — Isso é o fruto de muitas lutas e de processos de reforma agrária. E também foi a base para o desenvolvimento de um modelo industrial baseado em pequenas e médias indústrias, e também de maior semelhança entre o padrão
de vida da cidade e do campo. Tudo ao contrário do Brasil. Por isso, certamente o modelo agrícola italiano baseado nos camponeses e na integração com a indústria e com as cooperativas representa um belo exemplo alternativo. Embora cada país deva construir seus próprios modelos de organização da produção agrícola – analisa. Biológicos made in Italy exportados em toda a Europa Enquanto o cultivo sem herbicidas existe em menos de 2% das terras cultivadas brasileiras, a Itália pratica a agricultura biológica em 8,6% de sua superfície, revela o levantamento mais recente do Inea, o Instituto italiano de Economia Agrária, de 2010. O
processo de estabilização do setor de orgânicos segue adiante na Itália, consolidando a própria posição no sistema agroalimentar do país, com melhor desempenho na conjuntura econômica desfavorável do atual período, diz o relatório do órgão. O crescimento em relação ao ano anterior foi de 0,6% e hoje ocupa 1,1 milhão de hectares. Em números absolutos, o Brasil está na frente devido à sua maior extensão, com cerca de quatro milhões de hectares, embora proporcionalmente esteja abaixo da performance italiana. Quase 60% dos produtores são do sul da Itália, embora dois terços dos exportadores se concentrem no centro e no norte. Segundo estatísticas de associações do setor, a Itália ocupa o quinto lugar
Distribuição dos estabelecimentos produtores de orgânicos, segundo os grupos da atividade econômica Grupos da atividade econômica
Distribuição dos estabelecimentos produtores orgânicos Absoluta
Percentual (%)
Total
90.497
100
Produção de lavouras temporárias
30.168
33,34
Horticultura e floricultura
8.900
9,83
Produção de lavouras permanentes
9.557
10,56
52
0,06
Pecuária e criação de outros animais
38.014
42,01
Produção florestal – florestas plantadas
1.638
1,81
Produção florestal – florestas nativas
1.644
1,82
Pesca
153
0,17
Aquicultura
371
Produção de sementes, mudas e outras formas de propagação vegetal
0,41 Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006.
Alimentos
Distribuição das compras domésticas do setor orgânico por categorias de produtos em 2010 na Itália
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no ranking mundial do consumo de orgânicos, liderado pelos Estados Unidos, e os hipermercados são os principais pontos de venda. A maioria dos consumidores de biologici está nas cidades do norte, com destaque para as vendas Outros nos supermercados do nordeste, a exemplo da região do Vêneto. Há uma forte tendência italiana para Pães e substitutos a comercialização e transformação Frutas e hortaliças de produtos primários, às vezes Azeite e óleos frescas e 10% importados de outros países. transformadas 22% 3% A empresa Abafoods pode ser considerada um exemplo dessa 4% tendência do mercado italiano. Situada na província de Rovigo, Açúcar, café e chá 5% no nordeste do país, ocupa 500 hectares e produz bebidas vege5% tais orgânicas, derivadas de arroz, Massas e arroz milho e soja. Exporta para toda a 6% Europa, além da China, Austrá18% lia e Canadá. A empresa acabou de fechar um acordo diretamen8% te com a rede de supermercados Produtos para Produtos crianças Pão de Açúcar, explica o sócio e lácteos 10% 9% administrador delegado, o ítalobrasileiro Andrea Tonelleri. — Vamos vender 12 produtos Ovos para a rede em todo o Brasil. Não encontrei facilidade para exportar no Brasil e os impostos são um Biscoitos, doces Bebidas pouco altos. Nossos produtos são confeccionados e salgadinhos alcóolicas uma necessidade para quem tem intolerância ao glúten e à lactose. Fonte: Ismea/Nielsen Deveria haver mais flexibilidade no pagamento de impostos. O re- mundo”, mais sensíveis à inova- com 500 ou mil hectares. Em caso sultado é que o consumidor que ção. Sabemos também que dessa de dificuldade de mercado, temos precisa desse alimento acaba pa- diversidade depende a propensão aquele nicho que nos permite gando esse preço final. ao mercado e também ao merca- seguir adiante. A escolha pelo natural, para mim, é a obrigação do A Abafoods é uma das poucas do internacional — analisa. empresas italianas de orgânicos Pinton conta que o proprie- futuro das pequenas empresas. que conseguiu entrar no mercado tário de uma empresa italiana Apenas recentemente chegou-se a brasileiro. O primeiro importador de massas e azeites orgânicos, uma lei europeia que consente esdas marcas italianas é a Alema- formado em Astronomia, que crever no rótulo “vinho biológico”. nha, seguida de França e Áustria, batizou o seu empreendimento Antes, podíamos colocar apenas acompanhadas pelos outros países de Sotto le stelle (Sob as estrelas), nas nossas etiquetas “produzido europeus, além de Estados Unidos acabou levando o prêmio de pro- com uvas e agricultura biológica” e Japão. Malásia, China, Austrália duto mais inovador durante uma – conta Giuseppe Pagano, que já e Arábia Saudita também são clien- feira internacional realizada na exporta o aglianico biologico para vários países. tes das empresas bio italianas. Alemanha no ano passado. O perfil dos produtores orOutro fator a ser levado em gânicos na Itália difere daquele conta pelo produtor “bio” é a auconvencional, explica à Comuni- sência de um retorno imediato, tà o representante da FederBio. conforme atesta o proprietário da — Um quarto das empresas San Salvatore, que produz vinho é administrado por mulheres. biológico na região do Cilento, Além disso, 65% têm menos de em Salerno, lembrando que o 50 anos, enquanto o típico agri- custo é de cerca 50% a mais em cultor italiano aproxima-se da relação ao convencional. Ele acha aposentadoria, 17% são gra- que vivemos apenas o início do duados e 60% usam a internet. mercado biológico. Em geral, têm mais anos de es— Uma empresa como a nostudo e experiência no exterior, sa não poderia competir em nível sentem-se mais “cidadãos do de preço com grandes fazendas
Alimentos
O movimento Slow Food foi criado pelo cozinheiro e jornalista italiano Carlo Petrini em busca de simplicidade na mesa: alimento limpo, bom e justo. A convite do governo brasileiro, ele vem à Rio+20
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Por uma alimentação melhor
Giada Menichetti
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De Roma
arlo Petrini para alguns é um revolucionário. Milhares de pessoas no mundo o consideram como um mentor. Entre tantas definições, ele é um extraterrestre, no sentido de extraordinário cidadão da Terra. Este cozinheiro italiano, escritor e jornalista em 1986 teve a ideia iluminada de fundar o movimento Slow Food e em pouco tempo conquistou o mundo. Hoje, o Slow Food reúne mais de 100 mil associados espalhados em 150 países. A filosofia deste movimento é simples: o alimento tem que ser limpo, bom e justo. Princípios básicos e fundamentais para a saúde e preservação da vida, ou seja,
alimento tem que ser bom para quem consome, bom para quem produz e bom para o planeta. Na Rio+20, a convite da Onu, Petrini vai participar do Diálogo sobre Segurança Alimentar e Nutricional, um dos dez Diálogos de Desenvolvimento Sustentável que serão realizados pouco antes da Conferência, de 16 a 19 de junho. Os resultados destas sessões serão apresentados durante as mesas redondas da Conferência do Rio de 20 a 22 de junho. — A Conferência das Nações Unidas de 1992 no Rio de Janeiro foi
um momento histórico que conseguiu finalmente chamar a atenção do mundo inteiro para o desenvolvimento sustentável. Passaram-se 20 anos e ainda não progredimos o suficiente para enfrentar os desafios propostos. Minha esperança é que a Rio+20 passe uma mensagem forte de unidade, na qual assumimos as nossas responsabilidades de cidadãos do mundo e nos comprometemos a participar ativamente da solução dos problemas que afetam a Terra e a comunidade global como um todo – disse Carlo Petrini, presidente do Slow Food. Carlo Petrini, conhecido na Itália também pelo apelido de Carlin Petrin, conta com prestigiosos
A filosofia deste movimento é simples: o alimento tem que ser limpo, bom e justo. O alimento tem que ser bom para quem consome, bom para quem produz e bom para o planeta preparos e na Conferência, convida moradores e visitantes a participar de atividades educativas – como oficinas e visitas a feiras de produtos orgânicos – de conscientização acerca do papel central do alimento no desenvolvimento sustentável. O Slow Food também publicará um guia com 100 dicas sobre “alimentos bons, limpos e justos” que ajudará os moradores do Rio e mi-
Atividades para conscientizar sobre o papel do alimento no desenvolvimento sustentável Durante a Rio+20, o Slow Food participará ativamente para a conscientização sobre o impacto da produção de alimentos na mudança climática e no desenvolvimento sustentável. O Slow Food acredita que o atual sistema alimentar desempenha um papel significativo na ameaça à saúde da Terra e de seus habitantes. O programa de eventos paralelos do Slow Food, durante os lhares de visitantes da Conferência a descobrir alimentos, restaurantes e projetos locais. O guia dá sugestões de onde comer e comprar alimentos produzidos localmente e como descobrir os diversos projetos de agricultura urbana que estão crescendo na cidade maravilhosa. O Slow Food está presente no Brasil desde 2002 e hoje conta com 32 convívios e mais de 40 mil produtores envolvidos na rede. Saiba mais: www.slowfood.com www.slowfoodfoundation.com www.slowfood.com/sloweurope/ eng/83/climate-change
Alimentos
próxima Terra Madre será de 25 a 29 de outubro de 2012 junto com o Salão do Gosto, em Turim. O programa do Terra Madre inclui um encontro mundial bienal, encontros regionais/nacionais, um dia de ação global e uma rede de projetos internacionais que envolve todos os setores do sistema alimentar. A rede representa a globalização positiva, dando voz àqueles que se recusam a aceitar uma abordagem industrial da agricultura e a padronização das culturas alimentares. Memorável foi o comentário do jornalista espanhol, Rossend Domenech ao encontrar um pequeno produtor da Catalunha que segue os princípios Slow Food. — Preste atenção: você está comendo uma revolução! — exclamou.
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reconhecimentos internacionais. O mais recente foi há um mês, quando falou no Fórum Permanente das Nações Unidas sobre questões indígenas. Foi a primeira vez que a ONU convidou uma pessoa que não é indígena a participar de uma conferência como orador. Em 2004, ele foi inserido pela revista “Time Magazine” na lista dos “Heróis do nosso tempo” na categoria “Inovador”. Na sua carreira, recebeu vários prêmios por ter promovido a cultura da paz e porque o Slow Food defende um novo modelo de agricultura sustentável. O Slow Food acredita que com as nossas escolhas, por exemplo preferindo a comida local e da atual estação do ano, podemos incidir muito no futuro do planeta. Considere que uma nossa refeição percorre uma média de 1900 km antes de chegar nas nossas mesas e que é preciso 15.500 litros de água para produzir um quilo de carne bovina e que 75% da alimentação mundial depende de 12 espécies vegetais e cinco animais. A alimentação é a essência da vida, portanto respeitar os mandamentos da natureza é fundamental para que a terra continue nos dar seus frutos. O Slow Food defende a preservação das riquezas naturais trabalhando em pequena escala, considerando que a união de tantos pequenos acaba por ser grande. Nesta linha, em 2004, o movimento criou um importante evento bienal: Terra Madre. Trata-se da rede mundial de pequenos agricultores; pescadores; artesãos; estudantes; chefs e especialistas; presente em 150 países, demonstrando que a produção de pequena escala pode representar uma alternativa viável em escala global. A Terra Madre reúne milhares de pequenos produtores para trocar conhecimentos com debates e diálogos. Durante os encontros, por exemplo, um pequeno agricultor do Nepal pode compartilhar suas experiências com um pequeno produtor do Peru, afinal ambas são comunidades que vivem no alto das montanhas. A
Meio ambiente
O desafio de organizar a Rio+20 À frente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável da prefeitura do Rio, o economista Sergio Besserman ressalta a necessidade de se falar das desigualdades econômicas do planeta durante a conferência
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economista e ambientalista Sergio Besserman Vianna, de 54 anos, é o encarregado da prefeitura carioca de organizar a Rio+20. Além de ser pesquisador de questões relativas a mudanças climáticas e aos danos que elas causam às cidades, Bessermann é militante de causas ecológicas e ainda colabora com o Itamaraty e o Ministério do Meio Ambiente. Para ele, a vitória possível desse evento seria do ponto de vista histórico, com a apresentação dos problemas a serem enfrentados pelos países nos próximos anos.
— A Rio 92 ficou classificada como um sucesso por ter definido uma agenda ambiental. O papel da Rio+20 é de, mais uma vez, apontar a agenda de sustentabilidade para as próximas décadas — ressalta. Sergio Bessermann acredita que o cenário atual é bem diferente daquela época e que o mundo vive “de forma instável e sem confiança no futuro”. — Em 1992, éramos ingênuos, achávamos que a história estava no fim. Mas considero que, pelo menos hoje, há um consenso a respeito da seriedade dos problemas climáticos. De acordo com o ex-presidente do IBGE, as sociedades modernas “serão encaminhadas para uma
economia de baixo carbono”. Para o especialista, essa transição deverá impactar majoritariamente os pobres e pequenos negócios. — A questão é se vamos fazer isto de forma inteligente e rápida, ou de forma lenta e burra — salienta. Mudança de modelo econômico para baixo carbono O economista colocou como janela de ação o horizonte dos próximos 20 anos. Ainda segundo Sergio Bessermann Vianna, cada nação, entretanto, criará um modelo diferente. Ele desconsiderou, por exemplo, a possibilidade de criação de imposto único sobre emissões de gás carbônico.
Processo de inclusão social é importante A Rio+20 não pode ser uma conferência ambiental, na opinião de Sergio Bessermann Vianna, “justamente porque o problema que a humanidade enfrenta está intimamente ligado com o modelo econômico que desenvolvemos ao longo dos últimos séculos”. — Temos hoje uma única questão: como a economia global pode voltar a crescer sem esbarrar nos limites do planeta? – questiona. Ele compara a conferência da ONU a um jogo, e afirma que a “economia verde é toda inovação tecnológica ou modo de fazer que seja um pouco mais eficiente no uso dos recursos naturais”. — O combate à pobreza fica parecendo uma coisa do tipo: cuidado com essas coisas relacionadas ao meio ambiente para não atrapalharem o processo de inclusão social. Mas o tema é exatamente esse: que tipo de economia pode existir que não esbarre nos limites do planeta e consiga dar à civilização uma noção de avanço e progresso na sociabilidade. Que tipo de economia pode existir que
Problema de clima e biodiversidade As chuvas fortes castigam muitas regiões do planeta, todo ano. Esse é um problema que persiste, há tempos. — E a gente sabe que deve chover mais, que o nível do mar vai subir. Os problemas locais e os globais estão totalmente interconectados. Além disso, a situação hoje é outra. Em 92, o que prevalecia era um sentimento, que se revelou falso pouco depois, de que a humanidade havia deixado para trás a época das grandes crises econômicas. Quando o conhecimento científico apresentava que tínhamos um problemão, a reação das autoridades era de que a humanidade seria capaz de enfrentá-los — lembra. Bessermann lamenta que havia, em geral, um otimismo com relação a esses fatores climáticos e aborda a reunião ambiental, às vésperas do evento internacional: — A Rio+20 se realiza em um contexto muito distinto. Por um lado, temos a crise econômica que começou em 2008, a maior desde 1929, com todos os seus desafios pela frente. Não é apenas o fato de que a humanidade não foi capaz de realizar
Em 92, o que prevalecia era um sentimento, que se revelou falso depois, de que a humanidade havia deixado para trás a época das grandes crises econômicas nenhuma ação efetiva para enfrentar o problema do clima e da biodiversidade. Também são 20 anos de muito mais pesquisa, e o quadro que o conhecimento nos apresenta hoje é de uma gravidade muito maior do que aquela que conhecíamos em 92. Não é o apocalipse, a humanidade não vai acabar, mas é muito, muito grave. Irmão mais velho do falecido humorista Bussunda e ex-diretor do BNDES, Bessermann concorda que não se deve tratar, apenas, dos problemas ecológicos na Rio+20. — Temos mesmo de discutir a macroeconomia global, os preços que nela são praticados, a desigualdade. Repito: nem existe um problema de meio ambiente. Em seus bilhões de anos, ele sempre encontrará formas de se recuperar. O problema é que estamos estragando a natureza do nosso tempo. E nós dependemos dela para ter água, solo, clima, biodiversidade. E a população continua crescendo e há necessidade de inclusão social. Nossa única questão é: como a economia global pode voltar a crescer sem esbarrar nos limites do planeta? No entanto, os governantes não têm claramente essa noção, avalia. — O que fica claro é esse jogo. Mas não há ainda maturidade na governança global ou no processo político. Não existe por trás uma massa crítica, muito mais ampla do que as ações dos governos, que lhes permita enfrentar com coragem o problema dos limites do planeta. Ele nem sai de cima da mesa nem é abordado diretamente. Mas essa ambiguidade é normal em um processo político — finaliza.
Meio ambiente
não nos leve aos piores cenários de aquecimento global, à extinção de espécies, à acidificação dos oceanos e mantenha a inclusão social. Esse modelo que está aí “não serve”, ressalta. Segundo Bessermann, hoje há uma compreensão de que a dicotomia de colocar o ambiente de um lado e o projeto econômico e social do outro é uma balela. Porém, não há possibilidade de alcançar o desenvolvimento econômico se não encontrarmos uma forma de lidar com os problemas que estamos vivenciando. — Isso passa por modificar o atual rumo de insustentabilidade da produção e do consumo. E é muito difícil, porque, pela primeira vez, a humanidade estará lidando com tomar decisões de longo prazo. Estamos pedindo aos governantes que se elegem olhando para quatro, oito anos no máximo, trazerem para si custos significativos em nome dos filhos dos nossos filhos. E isso tem de ser feito por toda a humanidade. Porque o problema é global — constata.
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Bessermann afirmou que a mudança no modelo econômico para baixo carbono forçará o aumento no preço de insumos como o petróleo. — Se quisermos que o planeta aqueça três graus, o retorno do petróleo extraído do pré-sal será uma coisa. Se for para aquecer seis graus, vamos ganhar mais, mas vamos fritar — alertou. O país, no entender de Besserman, vai precisar construir mais usinas hidrelétricas e nucleares para manter a segurança energética. Ele defendeu ainda a declaração da presidente da República, Dilma Rousseff, de que os ambientalistas não devem se distanciar do processo que combinará desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Segundo Sergio Bessermann, “o mandato da Rio + 20 é diferente daquele da Rio 92”. — Não é uma cúpula de chefes de Estado, é uma conferência das Nações Unidas, está um degrau abaixo. Digamos assim, que quer discutir desenvolvimento sustentável, economia verde e combate à pobreza — observou.
Meio Ambiente J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Um italiano na luta pelos manguezais do Rio Maurício Tambasco
O biólogo Mario Moscatelli afirma que os próximos quatro anos são cruciais para a bela, mas poluída bacia hidrográfica do Rio de Janeiro. “Temos dinheiro, tecnologia e até vontade política”
F
ilho de pai nascido em Udine e mãe de Nápoles, que chegaram ao Brasil em 1950, o biólogo Mario Moscatelli, de 47 anos, viveu praticamente toda a infância, até os 11 anos, em Roma, época em que visitava Óstia Antiga e tantos outros recantos arqueológicos de norte a sul do Belpaese. — Voltei a Roma em 2010, após 35 anos de ausência, com minha esposa
neta de italianos e minhas duas filhas. E o que mais emocionou, logo que cheguei a Roma, foi o cheiro do café expresso e a visão dos tramezzini (sanduíches típicos locais) que eu vivia comendo quando criança. As lágrimas escorriam de meus olhos sem que minha família entendesse minha reação. Naquele momento, me veio à mente minha querida mãe (falecida em 1998), que adorava tomar o expresso, assim como meu pai (morto em 1999) e minha irmã, que me enchiam daqueles maravilhosos sanduíches.
Manguezais e ecossistemas degradados Formado em Biologia em 1987 e tendo trabalhado no município de Angra dos Reis como chefe do departamento de controle ambiental da prefeitura local entre 1989 e 1991, Mario Moscatelli diz ter sofrido sérios problemas, inclusive ameaças de morte. Tudo em decorrência de sua atuação contra empreendimentos imobiliários licenciados irregularmente por outras esferas ambientais (estadual e federal), que degradavam manguezais e demais ecossistemas protegidos por legislação. — Dentro de minhas atribuições municipais, mesmo licenciados por outros órgãos ambientais, impedi a ocupação dos ecossistemas protegidos, suspendendo e denunciando as licenças fraudulentas, além de ter funcionado como perito do Ministério Público estadual. É claro que não fiz muito sucesso! Acabei tendo de fugir do Brasil por 45 dias em 1990, quando fui recebido por ONGs alemãs e austríacas, que me abrigaram, enquanto a situação em Angra dos Reis esfriava. A viagem foi financiada pela organização alemã ASW. Quando Moscatelli voltou, as ameaças continuaram, conforme ele agia contra os poluidores. Ele alega que sua situação ficou insustentável em 1991, quando praticamente foi expulso de Angra por cumprir a lei e denunciar quem a descumpria.
Trabalho para recuperar a Lagoa A partir da saída de Angra e do mestrado, Mario Moscatelli intensificou os trabalhos de recuperação na Lagoa e iniciou uma briga com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), “que usava a Lagoa como latrina”. — Foi quase uma década de brigas, manifestações e representações no Ministério Público contra a Cedae, até que, no início do atual século, após três mortandades consecutivas que totalizaram 400 toneladas de peixes, conseguimos que a companhia recuperasse o sistema de saneamento completamente sucateado. Desde então, praticamente não ocorreram mais mortandades de peixes.
Meio Ambiente
— Em 1992, iniciei meu mestrado em ecologia na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), tendo finalizado o mesmo em 1995. Já em 1989, iniciava, paralelamente às batalhas de Angra dos Reis, nos fins de semana, a recuperação dos manguezais da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio. Nos finais de semana, voltava ao Rio, na casa de meus pais, e aproveitava para recuperar o mangue que décadas atrás havia existido na Lagoa — diz.
A partir de 1992, o biólogo, além de trabalhar intensamente na Lagoa, iniciou trabalhos no sistema lagunar da Baixada de Jacarepaguá (Zona Oeste) e em áreas de manguezais da Baía de Guanabara. São regiões como o entorno do aterro controlado de Gramacho, na foz do rio São João de Meriti, na Baixada Fluminense. E, mais recentemente, tem atuado recuperando os manguezais da entrada da cidade do Rio de Janeiro, no canal do Fundão (Zona Norte). — Estimo que gerencio aproximadamente 2 milhões de metros quadrados de manguezais na cidade do Rio de Janeiro, juntamente com minha equipe — calcula.
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Ao recordar sua viagem à capital italiana, Mario Moscatelli diz ter caminhado vários dias por Roma, encontrando praticamente todos os lugares que frequentava, apesar de ter tido uma decepção. — A decepção diz respeito ao quase desaparecimento das lojas de brinquedo de minha infância. Apesar disso, consegui ainda encontrar ao menos três, com aquele cheiro típico, com miniaturas de trens, automóveis e bonecos. Voltei em 2011 com minha esposa e continuo gostando de caminhar pelos monumentos do centro de Roma, onde encontro, a cada esquina, “pedaços” de minha infância. Outra coisa engraçada é que o intervalo de 35 anos fez a cidade encolher, pois, com 11 anos de idade, a cidade parecia muito maior do que ela me parece hoje — observa.
Luta de Moscatelli inclui recuperação de manguezais da Lagoa Rodrigo de Freitas e do canal do Fundão, uma área de 2 milhões m² do Rio
Meio Ambiente J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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O biólogo pressiona os órgãos competentes e gerencia manguezais para o incremento da biodiversidade em áreas como lixões
Biodiversidade em áreas de lixões Além de ser professor de gerenciamento de ecossistemas da universidade Gama Filho, o biólogo coordena e executa o projeto de monitoramento ambiental aéreo — o projeto OlhoVerde. Mario Moscatelli identifica, mensalmente, de helicóptero, causas e consequências dos processos de degradação ambiental encontrados nas baías de Guanabara, de Sepetiba e Ilha Grande, além do sistema lagunar da Baixada de Jacarepaguá. — Faço esporadicamente (com a Rede Globo, no telejornal RJ TV) assessoria do ponto de vista ambiental, o quadro Eco Blitz, inspirado no projeto OlhoVerde, que acaba veiculando para milhões
Gastou-se US$ 1 bilhão no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara e os resultados ambientais são pífios. Agora vêm mais US$ 500 milhões sob um novo nome, o Projeto de Saneamento Ambiental (PSAM). É para finalizar o que o US$ 1 bi não terminou
de telespectadores os principais problemas ambientais da região metropolitana, pressionando os órgãos ambientais a funcionarem à altura das demandas ecológicas. As recuperações e o gerenciamento de manguezais que executo têm gerado o incremento da biodiversidade em áreas até pouco tempo transformadas em verdadeiros lixões e cemitérios às margens da Baía de Guanabara e das lagoas — ressalta. Bacia hidrográfica vira esgoto Praticamente toda a bacia hidrográfica da região metropolitana foi transformada em uma imensa vala de esgoto e lixo, que lança seus resíduos nas águas também contaminadas de lagoas e baías, de acordo com Mario Moscatelli. — Gastou-se US$ 1 bilhão no Programa de Despoluição da Baía de Guanabara e os resultados ambientais são pífios. A maior estação de tratamento, a estação da Alegria, só funciona pela metade, e a de São Gonçalo nunca viu um pingo sequer de esgoto, o mesmo que sobra nos rios e escoa para baías e lagoas da região. Agora vêm mais US$ 500 milhões sob um novo nome, o Projeto de Saneamento Ambiental (PSAM). É para finalizar o que o US$ 1 bi não terminou — salientou. Para ele, nesses próximos quatro anos, em virtude da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, será a última chance de revertermos a degradação ecológica acumulada nos últimos 40 anos.
— Temos dinheiro, tecnologia e até vontade política, pois os políticos não querem “ficar mal na foto” com baías, lagoas e rios podres mostrados para todo o mundo. Mas, infelizmente, aqui no Brasil, tudo é possível e se não ficarmos alertas (a sociedade e a mídia). Não tenho dúvidas que muitos dos péssimos administradores públicos e políticos que vicejam nas estruturas do poder público podem colocar tudo a perder. Sobrevoo ‘diplomático’ O biólogo Mario Moscatelli, por conta do projeto OlhoVerde, sobrevoou, de helicóptero, a cidade do Rio de Janeiro em companhia do cônsul italiano Mario Panaro, em recente ocasião. — Para mostrar-lhe a realidade nua, crua e mal cheirosa da degradação ambiental de minha cidade — salientou. E Moscatelli conclui, com uma espécie de recado aos governantes: — Podemos aproveitar esses quatro anos e mostrarmos que aprendemos algo em 400 anos de degradação ambiental. Ou, simplesmente, continuar a destruir o que sobrou da outrora fabulosa biodiversidade. Mario Moscatelli tem um site, o Boca de Mangue, onde escreve artigos de fundo ambiental e apresenta relatórios fotográficos com os problemas ambientais da cidade “comentados de forma muito mal humorada”. O endereço da página é www.biologo. com.br/moscatelliindex.htm
Gina Marques e Cintia Salomão Castro
N
a política italiana, poucos partidos têm como prioridade a ecologia. Nichi Vendola, de 54 anos, presidente da região Puglia, também preside o partido Sinistra Ecologia Libertà. Famoso na Itália por defender o meio ambiente com unhas e dentes, ele acredita não há mais tempo para promessas, pois, no ritmo em que estamos caminhando, se não agirmos, a destruição é certa. — Passar das palavras aos fatos. É o que esperamos da Rio+20 — diz Nichi Vendola, relator sobre os problemas da Água do Comitê das Regiões da Europa. Segundo ele, o grande desafio é não temer o novo: — É preciso ter coragem para as inovações. Precisamos entender quem comanda neste “jogo” entre ambiente e economia: a ecologia deve ser o nome novo da economia e não uma correção de um termo. Nós iniciamos batalhas na Puglia que não pretendemos parar: dizemos não às perfurações e não ao petróleo, e sim a uma nova lógica de negócios. Atuante junto à União Europeia, ele explica que nos meses passados o seu grupo subscreveu quatro relatórios sobre decisões importantes que serão discutidas junto à Comissão, como as mudanças climáticas. — Esta é a Europa que virá. Junto com uma minha ideia de realizar um tribunal ambiental internacional pelos crimes contra a ecologia, além de um banco ecológico. “Emprego estável é ecologia” Um dos fundadores do partido de Vendola, Sinistra Ecologia Libertà, o ativista Alessandro Zan assumiu, aos 36 anos, em 2009, o cargo de assessor para o meio ambiente da
Nick Vendola e Alessandro Zan defendem a economia sustentável através de projetos em cidades italianas
prefeitura de Padova, no Vêneto. Ficou famoso no país por ter organizado diversas manifestações em prol do reconhecimento civil dos casais homossexuais e também dos casais heterossexuais de fato, quesito no qual Padova se tornou, em 2006, pioneira em toda a Itália. A poucas semanas da Rio+20, Zan recebeu Comunità em seu gabinete para falar de questões ambientais. Enquanto os organizadores da Cúpula dos Povos rechaçam abertamente a chamada economia verde, o político padovano ressalta o seu aspecto social. A conversão ecológica da economia “não significa somente energia limpa, mas quer dizer ecologia também nas relações de trabalho”, afirma, ao defender contratos estáveis de trabalho. — Esse papel social se torna ainda mais relevante em um momento de crise como o atual. A economia verde deve ter como princípio a qualidade do trabalho, e é uma oportunidade para os países gerarem renda e emprego. Ou pensamos em um novo modelo de desenvolvimento e sociedade, e nesse sentido a economia verde tem o seu papel, onde as pessoas têm voz e não podem ficar sem renda, o que não é uma utopia, ou, se a política não consegue regular a situação social, a massa vai se rebelar. Um fator que colabora para o empobrecimento dos países europeus, antes exemplos do welfare,
é o fenômeno da deslocalização da mão de obra, explica. —Quando você deslocaliza de zonas ricas para pobres, cria pobreza na zona que era rica, porque tirou postos de trabalho. Outra função da economia verde para Zan é democratizar o acesso dos cidadãos às fontes de energia renováveis, como o sol e o vento. — A Rússia “fecha a torneira” do gás algumas vezes. O preço da gasolina continua a aumentar, pois as multinacionais controlam o mercado. As forças que estão no poder usam os combustíveis para condicionar a geopolítica internacional. Quanto mais os cidadãos se dotarem de energias limpas, mais ficam independentes dos fortes poderes. Zan espera que, durante a Rio+20, os países assinem um protocolo de vínculos e não apenas uma carta de intenções. — Que seja um documento no qual cada Estado se empenha em reduzir a emissão de gás carbônico e de promover políticas sustentáveis e que tenha uma repercussão positiva junto aos trabalhadores em qualidade de vida e renda.
O modelo de capitalismo que conhecemos até agora, tudo somado, está falido. Ou pensamos em um novo modelo de desenvolvimento com a economia verde ou a massa vai se rebelar Alessandro Zan, ecologista italiano e assessor da prefeitura de Padova
Sustentabilidade
Dois ambientalistas italianos, Nick Vendola e Alessandro Zan, contam à Comunità o que esperam da Rio+20
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Preocupação com o clima e o emprego
Meio ambiente J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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O Código Florestal e a Rio+20 Secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc fala à Comunità sobre os vetos de Dilma ao novo Código Florestal, os novos projetos ambientais para o estado, que terá a primeira “Bolsa Verde” do país e um distrito inteiramente voltado para empresas sustentáveis, e as parcerias com a Itália Maurício Tambasco
O
governo federal anunciou, no dia 25 de maio, vetos a 12 pontos do Código Florestal aprovado em abril pelo Congresso e apresentou propostas para substituir os trechos suprimidos. Esses vetos ao Código se aplicaram a trechos considerados tolerantes com o desmatamento. As explicações da presidente Dilma Rousseff para essa decisão foram divulgadas, três dias depois, no Diário Oficial da União. De acordo com a publicação, Dilma vetou alguns artigos da lei “por contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade”. O ex-ministro do Meio Ambiente e atual secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc,
comentou esse assunto, às vésperas da Conferência Rio+20. Minc, em entrevista à Comunità, observou que o estado do Rio mantém dois projetos em convênio com o governo italiano: — Um é o de combate a incêndios e, o outro, de limpeza em rios; lagos e lagoas. Ele ressaltou o bom relacionamento entre os dois governos, do Brasil e da Itália, que é “estreito e de longa data”. Ele praticamente antecipou a decisão da presidente Dilma Roussef, com relação aos vetos de trechos do Código Florestal, alguns dias antes do anúncio oficial. — Com certeza, a presidenta vai vetar. Provavelmente entre 12 e 14 artigos ou incisos. Todos aqueles que se referem à anistia dos desmatadores; que reduzem
as Áreas de Preservação Permanente (APPs) ou que enfraquecem a proteção das margens dos rios e também as medidas contra a erosão, que acabam assoreando os rios aqui embaixo, prejudicando os próprios agricultores, além do meio ambiente. Também estou convencido de que a presidenta Dilma e suas equipes vão produzir uma Medida Provisória (MP), para não permitir que se crie um vácuo legislativo. Se você veta e não põe alguma coisa no lugar, sobre vários pontos, ficaria sem nenhuma regra — ressaltou. Ambientalistas defendiam o veto total O Código Florestal gerou polêmica entre os defensores da ecologia no Brasil, ainda de acordo com Carlos Minc. Ele reclama que
Momento importante para reflexão Sobre a Conferência da ONU (Rio+20), Carlos Minc destacou a forte expectativa para o evento, que estava programado para poucos dias depois da entrevista, concedida na sede da Secretaria do Ambiente do Rio. — Virão muitos chefes de Estado. É um momento importante de reflexão. O Brasil tem um protagonismo e diminuiu para menos da metade (e ainda tem que diminuir mais) o desmatamento da Amazônia. E foi o primeiro país em desenvolvimento a adotar metas de redução das emissões. Minc também comentou a respeito da imagem do Rio de Janeiro diante dos estrangeiros, uma vez que a cidade seria a sede anfitriã do evento e, ainda, sobre suas expectativas e os projetos do governo. — O Rio de Janeiro também não está “mal na fita”. Nós vamos dizer que é o estado que mais se desenvolve e menos desmata a Mata Atlântica, lançaremos várias coisas na Rio+20. Uma delas é o Distrito Verde, o primeiro do Brasil, na Ilha de Bom Jesus, ao lado do Fundão, com empresas sustentáveis e tecnologia de
Rio vai ganhar rede de cooperativas de lixo reciclado O ex-ministro do Meio Ambiente disse ainda que o novo centro global de pesquisa seria anunciado por Dilma durante a Semana do Meio Ambiente, no início de junho. Segundo Carlos Minc, o novo instituto deve abrigar pesquisadores brasileiros e estrangeiros do setor tecnológico. — Será uma parceria ou convênio do Pnuma com a Coppe e o estado do Rio — explicou Minc, durante evento realizado no Palácio da Cidade para divulgar a conferência Rio Clima. A previsão do governo é que, durante a Rio+20, a cidade do Rio de Janeiro ganhe a primeira cooperativa de catadores e recicladores focada na coleta e reaproveitamento do chamado lixo eletrônico (e-lixo). Até o fim do ano, a cidade terá uma rede de 22 cooperativas, que devem coletar produtos eletroeletrônicos inutilizados, como TVs, computadores, celulares e máquina de lavar. Os eletroeletrônicos serão separados por três segmentos para a venda: placas, plástico e metal. Já a Rio Clima pretende simular a discussão entre sociedade civil, ONGs, políticos, acadêmicos e economistas sobre os riscos
Virão muitos chefes de Estado. É um momento importante de reflexão. O Brasil tem um protagonismo e diminuiu bastante, para menos da metade (e ainda tem que diminuir mais), o desmatamento da Amazônia, Carlos Minc, secretário de Ambiente do Rio de Janeiro do aquecimento global para o futuro do planeta. As previsões são de que a temperatura da Terra chegue ao fim do século de três a seis graus maiores que atualmente, e a Rio Clima quer chegar a um documento que seja uma simulação de princípio de acordo internacional. A abordagem das mudanças climáticas não estava na agenda da Rio+20. Para os organizadores do evento, não se pode falar em economia verde sem falar na redução das emissões de carbono. Greenpeace, WWF, FMI e Banco Mundial confirmaram presença nas discussões sobre o aquecimento do planeta. Para o secretário do Meio Ambiente do Rio, a Rio+20 preenche uma lacuna. — Apesar dos esforços, a temperatura do mundo segue aumentando, mas não podemos perder essa oportunidade — conclui Minc.
Meio ambiente
ponta, de baixo carbono. Vamos lançar a primeira Bolsa Verde do Brasil, a BV Rio: Bolsa Verde de Ativos Ambientais do Rio de Janeiro — revelou, ele que vai participar de várias mesas durante a conferência.
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muitos ambientalistas falavam do veto total. — Isso tem dois problemas. Primeiro que, quando você faz um veto total, entra em vigor a lei anterior, a lei atual, que também tem muitos problemas — afirma o secretário, lembrando que é ambientalista e foi companheiro de governo de Dilma, tendo atuado junto com ela na época do presidente Lula. — Sei que a Dilma está preocupada em garantir as sustentabilidades ambiental e política. Não adianta ela fazer um “brilharete” e vetar tudo para, três meses depois, o veto ser derrubado. Eleita com mais de 50 milhões de votos, não vai deixar de vetar esse novo Código Florestal, principalmente às vésperas da Rio+20. Estão muito enganados se acham que ela vai permitir isso acontecer ou irá se acovardar e não vai vetar a anistia e a descaracterização da legislação ambiental que os ruralistas aprovaram na Câmara dos Deputados — frisou Minc.
Carlos Minc com a Guarda Florestal que opera no combate aos predadores em território nacional
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62 Entrevista
Embaixador italiano conta à Comunità como a Itália se preparou para a Rio+20, onde apresenta os dados da iniciativa lançada pela sede diplomática de Brasília em prol da eficiência energética
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De Brasília
ão temos que pensar que, da Rio+20, como de qualquer outra conferência, possa sair a fórmula mágica para resolver todos os problemas. Alguns poderão ser resolvidos, mas não há varinha de condão”, ressalta o embaixador italiano Gherardo La Francesca. Ele afirma que a Itália estará presente em mais alto nível político, contando com a presença do premier Mario Monti, o ministro do Meio Ambiente Corrado Clini e com cerca de 30 empresas, entre as mais qualificadas. ComunitàItaliana – Como o governo italiano se preparou para a Rio + 20? Gherardo La Francesca – Nos preparamos com todo o zelo que um compromisso dessa dimensão requer. Naturalmente, o Ministério do Meio Ambiente fica na linha de frente. Já recebemos, nos últimos meses, duas visitas do ministro Clini. A primeira ocorreu no início de março, quando ele assistiu à segunda fase do Embaixada Verde. A segunda foi há algumas semanas, quando veio para comemorar o começo do grande projeto do bioetanol de segunda geração, derivado de refugos agrícolas ou cultivos não destinados à produção alimentar.
CI – Poderia nos falar sobre este projeto? GLF – Este projeto foi preparado por uma empresa italiana, a Mossi & Ghisolfi (M&G), um dos maiores produtores mundiais de PET, destinado ao empacotamento mecânico na Itália, no México, nos Estados Unidos e até aqui no Brasil, onde a produção cobre mais de 90% do mercado. O grupo M&G aprontou uma nova tecnologia que permite usar o bagaço de cana-de-açúcar para produzir etanol. Ao usar estes resíduos de celulose, dá-se um incremento na produtividade de etanol de 40%. Eles também são muito ativos no campo da biotecnologia. Idealizaram um novo tipo de cana-de-açúcar que apresenta características genéticas tão boas que tornam possível uma produção maior. A combinação destas duas tecnologias pode fazer com que a indústria brasileira de produção de etanol dê um salto. CI – Quais são os números em nível de produção? GLF – Este projeto foi apresentado pela GraalBio Investimentos, uma empresa brasileira associada à M&G, que fez projeções concluindo que o uso combinado destas duas tecnologias, no futuro, poderia permitir, aos poucos, a substituição integral do petróleo como combustível de veículos. Eles calculam que o uso de 10% da superfície do planeta
63 para a produção de cana-de-açúcar geneticamente modificada, que, por sua vez, será usada para a produção de etanol com esta nova tecnologia, deveria permitir a total substituição do petróleo como combustível veicular. CI – Não acha que o fato de produzir uma cana-de-açúcar geneticamente modificada possa gerar polêmicas? GLF – Muitas das coisas que agora fazem parte da nossa vida são fruto de uma modificação genética. Isto diz respeito à fruta, à verdura, como também aos animais de pasto, de corte, de leite. É evidente que qualquer coisa pode apresentar contra-indicações, mas é também evidente que o uso correto e controlado de novas tecnologias pode fornecer os instrumentos para enfrentar e resolver mitos dos grandes desafios do futuro e do presente, como alimentar uma população mundial em constante crescimento, sem destruir completamente o meio ambiente.
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Stefania Pelusi
Entrevista
A Rio+20 não tem varinha de condão
Entrevista J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Muitas das coisas que agora fazem parte da nossa vida são fruto de modificação genética. O uso controlado de novas tecnologias pode fornecer instrumentos para enfrentar desafios, como o de alimentar a população mundial sem destruir completamente o meio ambiente CI – Como começou o “Embaixada Verde”? GLF – Começou há dois anos, com um objetivo relativamente modesto: derrubar os custos das contas de energia elétrica da Embaixada. Em um primeiro momento, instalamos painéis fotovoltaicos. No início deste ano, inauguramos a fitodepuração, juntando economia energética e hídrica. Toda a água produzida no edifício, tanto as cinzas (quando são lavadas as mãos) quanto as negras (descargas de banheiros), são canalizadas em um jardim, filtradas e depuradas, na fase final, pelas plantas, que têm também uma função estética, sem nenhum aditivo químico e nenhum cheiro. Desta forma, reduzimos o consumo da água e poderíamos até fechar, fisicamente, o desaguamento na rede de esgoto. CI – Qual é a segunda fase desta iniciativa? GLF – Três interlocutores nos permitiram passar da fase “nãoprofissional” para uma profissional: a CEB, órgão da energia elétrica do Distrito Federal, a Caesb, responsável pela água, e a Universidade de Brasília. Isto nos permitiu dar um grande salto de qualidade e dispor de instrumentos de monitoração muito mais depurados. Atualmente, graças aos painéis, consumimos 17% a menos de energia, mas este número poderia aumentar se aplicássemos a troca de energia, pois cedemos energia e a recuperamos.
Os sistemas fotovoltaicos e de fitodepuração podem ter tempos de amortização iguais, se não inferiores, à metade da duração dos sistemas como um todo. CI – Este projeto pode ser difundido em outros lugares? GLF – Neste momento, importar painéis ou comprá-los importados sai caro. As tarifas alfandegárias são altas. Mas há interesse, por parte de empresas italianas e estrangeiras, de que seja iniciada uma produção no Brasil. CI – De que forma os cidadãos e os governos podem ajudar na resolução da questão ambiental? GLF – Acho que cada um precisa dar sua contribuição. Nós, como Embaixada, uma entidade médio pequena em termos de estrutura e número de usuários, achamos esta fórmula. Ficamos lisonjeados por sermos a primeira Embaixada no mundo que lança um projeto deste tipo. Cada um deve fazer sua parte. Os governos devem realizar as medidas necessárias e cada pessoa precisa estar ciente do fato que o meio ambiente é um bem comum. Todos somos coresponsáveis de uma série de soluções que precisam ser procuradas e adaptadas. CI – O mês de junho, além de ser o mês da conferência Rio+20, é o mês de fechamento do Momento Itália Brasil (MIB). Qual é o balanço? GLF – Posso dizer que estamos nos grandes fogos de artifício
finais. Tivemos esta extraordinária mostra de Caravaggio. Segundo os dados coletados pela Casa Fiat da Cultura, nos três primeiros dias, recebeu o triplo do número de visitantes do registrado nos três primeiros dias da mostra Roma imperial. O MIB acaba em junho somente em teoria, porque, na realidade, nos damos conta, com prazer, de termos estimulado novas formas de colaboração. Confesso que estamos pensando numa fórmula “além do MIB”. Outras ideias e possibilidades estão nascendo, portanto, certamente, haverá uma continuidade. Nossa função é a de sermos facilitadores, aqueles que criam o contexto ideal para que os interlocutores se encontrem e discutam, como no caso da recente missão dos empresários italianos no Brasil (em maio). CI – Daqui a seis meses termina seu mandato. Como se sente? GLF – Em agosto, completo três anos em Brasília e, no final de dezembro, vou me aposentar. Volto para Roma e estarei um pouco triste, pois o Brasil é um país onde eu e minha família vivemos muito bem. Não quero ser presunçoso, mas acho que esta tristeza vem junto de uma certa satisfação, pois acho que consegui fazer algo de positivo. Creio ter conseguido estabelecer relações produtivas, de recíprocas posições, com vários interlocutores brasileiros. Acredito que a tarefa de um diplomata seja facilitar as reações químicas de carga positiva e tentar conter aquelas de carga negativa. Ainda falta muito tempo, muitas coisas nas quais penso que poderão, e deverão acontecer, nestes meses.
Exposição em São Paulo mostra a natureza sob o ponto de vista de artistas italianos e brasileiros Janaína Pereira De São Paulo
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Horto Florestal, como é conhecido o Parque Estadual Alberto Löf gren, na zona norte de São Paulo, completa 116 anos. Em comemoração, até agosto, o parque recebe o projeto Arte e Meio Am biente: Rompendo Fronteiras, que faz parte do Momento Itália-Brasil. São duas exposições, uma no Palá cio do Horto e outra nos jardins do Parque. As exposições têm como tema principal a salvaguarda do planeta, a proteção da natureza e das florestas nativas brasileiras. Segundo Ana Cristina Carvalho, curadora do acervo artístico-cultural dos palácios do governo do estado de São Paulo, o projeto tem múltiplos significados. A primeira exposição, exibida dentro do Palácio do Horto, ilustra a forte presença de artistas de origem italiana nas coleções de arte dos palácios do governo paulista, com importantes obras em diversas técnicas de pintura, escultura, desenho, aquarela e gravura. As obras que participam da mostra foram selecionadas segun do os critérios de origem italiana do autor ou mesmo pelo fato de serem artistas brasileiros que se
empenharam em questões típicas da tradição italiana, inspirados pela música e pelos costumes do país. Entre os trabalhos expostos, há pinturas de Fulvio Pennacchi, italiano que emigrou para o Brasil na década de 1920, radicou-se em São Paulo e participou ativamen te do percurso dos artistas que se reuniam para pintar no ateliê do Edifício Santa Helena, no centro da cidade, nos anos 1930/40, como Volpi, cujas obras também constam da exposição. A coleção de gravuras de espé cies de palmeiras, de João Barbosa Rodrigues, e a série de aquarelas sobre os tipos de bromélias e orquídeas brasileiras, de Margareth Mee, encantam o visitante. Apaixonados pela flora brasileira, ambos retrataram a exuberância das espécies tropicais, suas cores e formas. Percebe-se que os artistas sempre mostraram interesse pela preservação da natureza. — A mostra enriquece as comemorações do Momento Itália-Brasil e chama a atenção para as diferentes linguagens artísticas como formas de olhar a natureza, sinalizando a necessidade de preservação do meio ambiente e visando um futuro melhor para a sociedade — comenta a curadora Ana Cristina.
Arte
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Arte sem fronteiras
Painéis inspirados na Mata Atlântica Exibida nos jardins do Horto, a outra exposição, dentro do Arte e Meio Ambiente: Rompendo Fron teiras, apresenta a instalação do painel da italiana Margherita Leo ni e das esculturas de seu marido Mello Witkowski Pinto, que mos tram a fauna e a flora brasileiras e a relação do homem com o meio ambiente, transformando a atmosfera do parque em um museu. Há dez anos, a italiana Marghe rita Leoni reproduz a vida vegetal da Mata Atlântica. Nesta exposi ção, ela mostra ao público a obra Paradiso Terrestre, composta de 16 painéis de 24 metros, que repre sentam as florestas brasileiras com suas plantas nativas, criando paisagens imaginárias. A artista ainda expõe Bandeiras e o vídeo Parque das Emas. Nos jardins, também estão as esculturas de Mello Witkowski Pinto, brasileiro que estudou em Milão. Sua obra explora a relação do homem com a natureza. Mello apresenta três esculturas em tamanhos agigantados — entre elas, a peça Índio na canoa, com 4,5 metros. O Projeto Arte e Meio Ambien te: Rompendo Fronteiras é uma parceria do governo Italiano com o estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Meio Ambiente. Após o período no Horto, a expo sição percorrerá, durante quatro anos, os parques do estado.
As pinturas ítalo-brasileiras chamam atenção para a preservação da natureza
Moda J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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O verde está na moda Nathielle Hó
A
palavra da moda é sustentabilidade. O mercado de roupas, sapatos e acessórios se reinventa para seguir a postura do “ecologicamente correto”. Para apresentar novos materiais e divulgar modos de produção sustentáveis, o Fashion Rio e o Rioà-Porter ganharam espaço no final de maio. No momento em que a cidade fluminense se preparava para ser palco da Rio+20, o Fashion Rio apresentou as novas tendências da eco-moda. Em sua 21ª edição, o evento aconteceu no Jockey Club e apresentou a coleção Verão 2013 com o tema Botânica. Com investimento de R$ 15 milhões, o Fashion Rio, ao lado da feira de negócios Rio-à-Porter, que ocupou as dependências da Casa Firjan da Indústria Criativa, receberam 90 mil visitantes ao longo de cinco dias. O ativismo verde no mundo fashion foi a ideia transmitida pelo evento,
ressaltou o seu diretor criativo Paulo Borges. — O Fashion Rio fala do amor pela natureza e reforça particularmente o papel das plantas na humanização do mundo. Só elas são capazes de nos vestir com cores, texturas e humores, inspirados nas diferentes percepções e sensações que resultam desse convívio cotidiano, sempre renovado e mutante — comenta Borges. Compradores internacionais visitaram os eventos à procura de biquínis, maiôs, shorts, vestidos e blusas leves. Entre os buyers, marcaram presença fashionistas da Itália, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos, Emirados Árabes, Espanha e Uruguai. A Itália tem adquirido muitos produtos da região fluminense, conforme mostram os dados da pesquisa do Sistema Firjan. Nos quatro primeiros meses de 2012, o Belpaese aparece como o quarto maior destino das exportações de moda do Rio, representando 8% das vendas externas fluminenses. Dentre
Estimuladas pela Rio+20, marcas investem em atitudes sustentáveis em suas coleções de verão 2013, apresentadas no Fashion Rio e no Rio-à-Porter os cinco maiores destinos da moda do estado, a Itália é aquele que compra o produto mais valorizado, com o preço médio mais alto, de US$ 183 por quilo de roupa. O Rio-à-Porter contou com a participação de 119 expositores da moda praia, provenientes de regiões fluminenses e de pólos criativos de outros estados brasileiros. De acordo com os organizadores da feira, as vendas aumentaram em 10% comparadas à edição de inverno, no mês de janeiro. E o número de compradores e lojistas no salão cresceu 40%. São Paulo e Minas foram os que levaram o maior número de representantes, com 21% e 13%, respectivamente. Em seguida vem o Paraná, com 10%. A região Nordeste, a maior interessada nas compras de verão, foi a responsável por 28% dos compradores. Materiais alternativos e produção sustentável Muitos expositores no Rio-à-Porter mostraram coleções desenvolvidas
Alexandre Valentim, da Brasis, defende a produção sustentável de camisas com bambu, pet e algodão orgânico
Riocentro, onde será mostrada uma coleção com algodão orgânico sobre a fauna e a flora da Mata Atlântica, enfatizando os animais em extinção. Além disso, a empresa vai fazer parte de um catálogo de moda da Rio+20. Durante a conferência, o Sebrae vai lançar uma cartilha digital com as empresas que tratam de sustentabilidade no estado. Outra lojista que marcará presença na Rio+20 é a designer de bolsas e joias que atua em Belém Celeste Heitmann. A artista plástica portuguesa produz bolsas a partir de coadores de café. Ela conta que o público europeu valoriza iniciativas sustentáveis e é muito receptivo ao seu trabalho. — Eu faço arte em bolsas através da decupagem em coador de café reciclável. Lavo os coadores, deixo-os secar, e depois preparo as mantas. De acordo com a coleção, posso deixar ao natural ou fazer marmorização e desenhos no tecido do coador. Eu retrato muito o Pará e a Amazônia. Minhas bolsas são muito bem recebidas na Europa. Já fui convidada para fazer uma exposição das minhas criações na França — conta Heitmann. Outra ideia que chamou atenção durante a feira de negócios foi a da designer Silvia Blumberg. Ela transforma cimento, pó de tijolo, papel, borracha e até resíduos de canetas e sucos em joias. Silvia foi a única designer que expôs na Vila Sustentável da Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente, a Fiema Brasil 2012. Silvia afirma que, cada vez mais,
a produção sustentável tem transformado os hábitos da população, que passou a querer conhecer e praticar o vestir consciente. — Em 2008, resolvi me engajar em uma campanha de reciclagem de camisetas para ajudar desabrigados das enchentes de Santa Catarina. Ao descobrir que resíduos de canteiros de obras contribuíam para as inundações, decidi reutilizar restos de cimentos e concreto na fabricação de joias, misturando esses elementos até então descartáveis com ouro e prata. Ser sustentável é ter a consciência de que é necessário minimizar os efeitos nocivos da fabricação de alguns objetos, através de escolhas conscientes e responsáveis — conclui Blumberg.
Os dados do Sistema Firjan mostram que a Itália é o quarto maior destino das exportações de moda do Rio e o país que compra o produto mais valorizado
Moda
Silvia Blumberg e Celeste Heitmann participaram do Sebrae da Rio+20, no estande de sustentabilidade do governo fluminense
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a partir de materiais alternativos, como algodão orgânico, fibra de bambu e garrafas pet. O diretor de criação e marketing da Brasis, Alexandre Valentim, apresentou novas propostas para camisetas. Embora a produção seja mais custosa e exija mão de obra qualificada, um negócio com característica sustentável agrega mais valor comercial e comportamental, afirma. — Nós produzimos camisas em algodão orgânico, em malha fértil e em fibra de bambu. Sempre em identidade com a cultura popular brasileira. Além de adotarmos a produção sustentável, desenvolvemos padrões que lembram pinturas marajoaras. As propriedades do bambu são assimiladas pelo tecido que protege contra raios UV, não acumula suor e deixa a pele respirar — explica o empresário. Para fazer a camisa de malha pet, a empresa utiliza duas garrafas de dois litros, e através da reciclagem acontece a retirada do plástico do meio ambiente, que demora vários anos para degradar. Em torno de 80% dos pet reciclados no Brasil vêm de catadores, lembra Valentim, ou seja, a produção também contempla o aspecto social. Para o empresário, a “grande indústria deveria começar a se abrir mais para a produção e a divulgação de produtos sustentáveis para baratear a mercadoria e ser mais acessível ao grande público”. A Brasis foi convidada pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico para participar da Rio+20 no estande de sustentabilidade do governo fluminense, no
Projetos J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Mãos à obra
Voluntários, organizações não governamentais, universidades e entidades da sociedade civil atuam em diversos projetos na área ambiental entre Itália e Brasil, contando, ou não, com o apoio de instituições e governos, como prefeituras e ministérios. Por outro lado, órgãos governamentais, a exemplo da Embaixada italiana, também têm desenvolvido programas com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável. Conheça algumas dessas iniciativas.
A bicicleta elétrica da Ducati
A
Ducati apresentou, em 2009, na cidade de Copenhague, durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, uma nova bicicleta híbrida elétrica, desenvolvida conjuntamente com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts. O projeto faz parte do programa Copenhague Green Wheel, que conta com o apoio do governo italiano. O sistema de funcionamento da bicicleta contempla uma bateria que é carregada enquanto se pedala, mas, diferentemente de outros modelos, a Copenhague Wheel concentra todos os seus componentes, bateria, freios e motor, em um pequeno dispositivo situado no cen-
BrazilFoundation
A
BrazilFoundation é uma organização não-governamental que apoia iniciativas da sociedade civil brasileira que propõem soluções criativas e diferenciadas para os desafios enfrentados por comunidades de todo o país. Em seus dez anos de atuação, conquistou mais de sete mil doadores e amigos, além de mobilizar cerca de US$ 17 milhões. Os recursos angariados permitiram à fundação identificar, apoiar e monitorar mais de 300 iniciativas locais em todos os estados brasileiros, beneficiando diretamente mais de 50 mil pessoas. Este ano, foram selecionados 28 projetos para receberem o apoio da entidade.
Comunidade remodelada
A
tro da roda traseira. A bicicleta, além disso, é dotada de sensores externos que permitem obter informações em tempo real sobre a contaminação do ar, do volume de tráfego e dos tempos percorridos nas zonas urbanas. Estas informações ainda podem ser transmitidas para os responsáveis pela coordenação de tráfego para ajudar no desenvolvimento de vias menos poluentes. A bicicleta tem um dispositivo smartphone que se comunica com a roda traseira, permitindo ao ciclista eleger entre sete modos diferentes em que poderá pedalar.
Itália e o Brasil planejam apresentar um projeto conjunto de remodelação de uma favela carioca no bairro do Leme, durante a Conferência Rio+20. A iniciativa foi divulgada pelo ministro italiano do Meio Ambiente, Corrado Clini. O nome da comunidade beneficiada será divulgado após a concretização do acordo entre os dois países. O projeto arquitetônico pretende utilizar parte das construções que já existem, evitando simplesmente derrubá-las. O projeto prevê a melhoria no acesso à comunidade. O objetivo principal é favorecer a circulação na favela e integrar o bairro ao resto da cidade, em vez de condená-lo por ser um ‘gueto’. O projeto conta com o apoio da prefeitura do Rio.
epresentantes das comunidades da Cidade de Deus, do Pavão-Pavãozinho/ Cantagalo, do Chapéu Mangueira/Babilônia, do Vidigal, da Rocinha e do Alemão desenvolveram projetos que serão apresentados de 13 a 22 de junho, paralelamente à realização da Rio+20. Os eventos ocorrerão nas próprias comunidades e os chefes de Estado serão convidados. No Pavão-Pavãozinho/ Cantagalo, os moradores farão uma feira de economia solidária. A Cidade de Deus promoverá os Jogos Abertos e da Jornada de Educação Socioambiental. Já os moradores da Rocinha pretendem entregar um documento sobre desenvolvimento sustentável, com um evento no parque ecológico da comunidade.
As queimadas na Amazônia
C
om índices de redução de queimadas que variam entre 50% e 98% nos estados da Amazônia, o Programa Amazônia sem Fogo segue para uma nova fase na América Latina. Fruto de parceria da Cooperação da Itália com o Ministério do Meio Ambiente, o programa começa os trabalhos na Bolívia. A Itália investiu US$ 2 milhões, e o Brasil, quase US$ 1 milhão na ampliação do projeto. A Corporação Andina de Fomento financiou com US$ 2,5 milhões o processo de levar as metodologias aplicadas no Brasil para outros países. Equador e Peru já solicitaram apoio. O projeto existe desde 1999, com o objetivo de reduzir o fenômeno dos incêndios florestais e de melhorar as condições de vida dos produtores das comunidades rurais.
Embaixada Verde
C
oncebido há dois anos, o projeto Embaixada Verde continua. A instalação de 405 painéis fotovoltaicos no teto da sede diplomática italiana em Brasília, realizados pela Enel Green Power, soma-se à implantação de um sistema de fitodepuração de águas residuais do edifício realizado por várias empresas italianas, lideradas pela Ecomacchine. A economia energética obti-
Slow Food
P
da com os painéis solares é baseada na troca de energia com a Companhia Energética de Brasília (CEB). O sistema de depuração se apresenta como um jardim de aspecto esteticamente agradável, que não emite nenhum odor proveniente das águas residuais recicladas. Dessa forma, a Embaixada não é mais ligada à rede de esgotos de Brasília. Na Rio+20, serão apresentados os dados e mais detalhes sobre a iniciativa.
ara um verdadeiro gastrônomo é impossível ignorar as fortes relações entre o prato e o planeta, defende o Slow Food. Fundado por Carlo Petrini em 1986, como associação internacional sem fins lucrativos em 1989, o movimento conta atualmente com mais de 100 mil membros em todo o mundo e escritórios em vários países. O princípio básico é o direito ao prazer da alimentação através da utilização de alimentos artesanais de qualidade especial, produzidos com respeito ao meio ambiente e aos seus próprios produtores. O Slow Food opõe-se à tendência de padronização mundial do fast food. Petrini é um dos convidados do evento Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável para falar de segurança alimentar e nutricional, na programação oficial da Rio+20.
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Projetos
Projetos das comunidades
Projetos
O norte e o sul do mundo
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projeto CISS, sigla de Cooperazione Internazionale Sud Sud, enfrenta algumas das questões cruciais para o desenvolvimento humano, como os direitos das mulheres; a proteção à infância; o abastecimento de água e o apoio aos refugiados. As ações baseiamse na concepção de que as relações entre Norte e Sul devem ser equilibradas, daí a necessidade de cooperação. As intervenções têm o apoio de fontes de recursos diferentes, através de parcerias com o governo italiano, a União Europeia, a ONU e instituições locais, além dos doadores privados. A CISS realiza mais de 200 projetos, atuando em vários países, como Brasil, Cuba, El Salvador, Costa do Marfim, Egito, Marrocos, Mauritânia, Quênia, Tunísia e Sudão.
Floresta das Crianças
O
projeto Floc, o Floresta das Crianças, foi premiado na categoria de Educação Ambiental com o prêmio Chico Mendes, conferido pelo governo brasileiro. Seu objetivo é promover a proteção ambiental na região MAP: Madre de Dios, no Peru; Acre, no Brasil; e Pando, na Bolívia. O Floc é realizado pela Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia, com a ajuda da Associação dos Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes, e em parceria com a Universidade Federal do Acre. A italiana Cesvi apoia o projeto, dentro do programa Promoção e uso sustentável dos recursos naturais da Floresta Amazônica do Brasil, financiado pelo governo italiano. Os alunos fazem o mapeamento de áreas florestais com GPS, criam hortas comunitárias e fazem workshops. O Floc existe em 37 escolas da zona rural.
Biocombustível
Ecoa na Rio+20
esde janeiro de 2012, 20 ônibus de transporte público rodam pelas ruas da capital fluminense com 30% de diesel obtido a partir da cana-de-açúcar, acrescentados ao diesel fóssil. A utilização do biocombustível não implica em alteração mecânica nos motores dos ônibus, o que elimina a necessi-
Ecoa — Educação Comunitária Ambiental — é fruto de parceria do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável com diversos órgãos, fundações e empresas, entre elas a Alcoa, líder na produção de alumínio. O projeto busca encorajar comunidades de 18 municípios brasileiros para a construção de sociedades mais sustentáveis, promovendo oficinas, cursos e atividades lúdicas culturais, sociais e esportivas. Todos os núcleos vão participar da atividade intitulada Xitiloio, que visa, através de cartas, fazer uma articulação conjunta de organizações e pessoas para a mobilização da juventude na Rio+20, refletindo e diagnosticando problemas, demandas e soluções ambientais para as localidades onde o Programa Ecoa atua.
D
dade de investimentos adicionais para fazer a substituição do diesel fóssil. Os dados preliminares serão apresentados pela Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro durante a Rio+20. A perspectiva é diminuir a emissão de gases de efeito estufa em até 90%, já que o combustível é feito a partir de biomassa renovável. Testes vão determinar se haverá redução de custos para as empresas de ônibus.
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Kaiowá-Guarani
Casa ecológica
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EkóHouse é inspirada na tradição dos índios tupi-guaranis. Ekó, na língua indígena, significa maneira de viver. A construção foi pensada com características que valorizam a harmonia entre homem e natureza, e priorizam o sol como fonte de energia e vida. Toda a energia utilizada para o funcionamento da casa é obtida através de painéis fotovoltaicos. Um dos módulos abriga os sistemas elétricos e de automação, enquanto outros dois são constituídos pelos sistemas hidráulicos, de aquecimento de água e climatização. O mobiliário da cozinha foi planejado para ajudar na separação do lixo. A equipe brasileira é coordenada pela UFSC e USP, com a participação da UFRJ, Universidade Estadual de Campinas e UFRN.
árida e as terras estão totalmente exauridas, com pouquíssimas pessoas vivendo de suas plantações, sendo necessária a evasão dos jovens em busca de sobrevivência. O Grupo de Apoio aos Jovens Indígenas nasceu da organização dos próprios jovens e projeto busca minimizar problemas de saúde derivados da falta de alimentação e de acesso à água e à terra, além da carência de políticas e serviços públicos, como a coleta sistemática de lixo.
Ipê floresce
O De bici
Instituto de Pesquisa Ecológica (Ipê) trabalha há 20 anos pela conservação da biodiversidade, unindo educação ambiental e envolvimento comunitário. Ao longo dos anos, desenvolveu seu próprio modelo de conservação, com ações de pesquisas de espécies ameaçadas, educação ambiental, envolvimento comunitário e geração de renda. Na região do Baixo Rio Negro, no Ama-
incentivo ao uso da bicicleta será debatido na Rio+20. Os organizadores da conferência prometem disponibilizar bicicletas e estacionamentos para os participantes. A prefeitura do Rio ampliou, nos últimos anos, em 120 km, a rede de ciclovias e ciclofaixas do município que, de 150 km em 2008, já soma 270 km. A meta é ampliar para 300 km até o fim do ano e, até 2016, ano das Olimpíadas, chegar a 450 km. Mas ainda há poucos estacionamentos específicos para bicicletas. Segundo a prefeitura do Rio, existem mais de três mil bicicletários públicos na cidade. Até a Copa do Mundo de 2014, a proposta é instalar mais mil. Para instalar bicicletários nas calçadas, os comerciantes devem solicitar a instalação, por e-mail, à Secretaria de Meio Ambiente. A iniciativa tem o apoio da ONG Transporte Ativo.
zonas, indígenas e ribeirinhos mantêm uma relação direta com os recursos naturais e uma forte dependência dos mesmos para as suas atividades cotidianas. Os produtos da agricultura familiar da região alimentam o comércio local entre os moradores. Mas essa atividade não traz melhoria efetiva na renda e na qualidade de vida local por causa da dificuldade de escoamento da produção e de inserção dos produtos no mercado por um preço justo.
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Reserva Indígena de Dourados, no Mato Grosso do Sul, é a mais populosa do país, com cerca de 15 mil habitantes, sendo quase metade crianças e jovens. Cercada por fazendas de soja e de cana-de-açúcar, teve suas águas represadas, o que ocasionou grande escassez. A pouca água que resta está poluída pelo veneno da soja produzida. A paisagem é
Projetos
A
Cinema
O cinema italiano e o meio ambiente Cineastas italianos produzem documentários e curtas-metragens para alertar o mundo da importância das causas ambientais
Janaína Pereira
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os últimos 20 anos, a preocupação com o meio ambiente alcançou um nível mundial relevante. Há registros, na mídia e nos filmes, da grande preocupação ambiental que vai da erosão ao desaparecimento de espécies de animais e vegetais. Na maioria das vezes, no entanto, estes filmes são de ficção. Mas existem aqueles engajados na questão. Nestes casos, o cinema aposta nos documentários, que retratam a devastação do meio ambiente por meio de histórias reais. Na última década, o cinema italiano está presente com bastante força nestes tipos de produção. No primeiro grupo de filmes de ficção que relacionam o homem e a natureza, um dos mais aclamados é Bab Al Samah (2008), de Francesco Sperandeo, uma coprodução entre Itália e Tunísia, que trata do desejo de redenção para um passado de humilhação — simbolizada por uma pesada porta. A narrativa é toda pontuada por elementos da natureza. Sperandeo, que já trabalhou com Giuseppe Tornatore e Roberto
Benigni, conta por que motivo resolveu colocar a natureza como um personagem do filme. — A Tunísia vive com suas histórias passadas e presentes. Lá, obscurecido por uma tempestade de areia, tudo se torna escuro e abafado. Ou seja, a natureza está presente. Amor e tristeza, raiva e alívio estão ali na noite do deserto, à mercê de uma poesia silenciosa que ecoa no mais profundo dos sentimentos humanos. As pessoas, assim, percebem que a natureza precisa ser preservada para fazer parte da vida delas — descreve o cineasta. Bab al Samah é um dos mais premiados da história do cinema ambientalista. Finalista em 2008 do prêmio Nastri d’Argento, recebeu uma menção especial por sua narrativa e estrutura técnica. No mesmo ano, ganhou o prêmio Felice Laudadio de melhor curtametragem italiano. Em 2009, levou o prêmio Michelangelo Antonioni durante o Italia Film Fest. Entre os filmes que relatam histórias reais, destaca-se Biùtiful Cauntri (2008), de Esmeralda Calábria, Andrea D’ambrosio e Ruggiero Peppe. O documentário narra a crise do lixo e a poluição da região da Campânia. As
histórias, os relatos e os testemunhos de pastores que veem suas ovelhas morrerem contaminadas com dioxina, e as cenas de um professor ambientalista que luta contra crimes ambientais e agricultores que cultivam terras poluídas por depósitos de lixo existentes nas cercanias da região, mostram que, na Campânia, existiam 1200 depósitos de lixo tóxico sem autorização. Por trás disso, usando caminhões e escavadoras em vez de pistolas, está uma Camorra de colarinho branco, que se desviou para atividades
O filme Bab al Samah é um dos mais premiados da história do cinema ambientalista por sua narrativa e estrutura técnica
Desperdício de água entre os temas Alguns filmes italianos também se destacam por mostrarem a situação ambientalista pelo mundo. Em The Well: Water Voices from Ethiopia (2011), os cineastas italianos Paolo Barberi e Riccardo Russo colocam o olhar no sul da Etiópia. O documentário mostra que todos os anos, quando a estação da seca chega em Oromia, os pastores Borana, após dias de caminhada, se reúnem com seus animais em torno de um dos tradicionais poços “cantantes”. O filme
O documentário Biùtiful Cauntri narra a crise do lixo e a poluição na Campânia. Em The Well, os cineastas Paolo Barberi e Riccardo Russo abordam a seca no sul da Etiópia
segue o povo durante um período inteiro de seca, revelando o sistema tradicional de gestão da água que permite distribuir o pouco que há de acordo com as necessidades e os direitos de todos, sem nenhuma troca por dinheiro. Segundo o crítico de cinema Giuseppe Nardelli, especialista
Festivais de cinema e meio ambiente agitam o Rio
D
urante o mês de junho, às vésperas da Rio+20, a capital fluminense recebeu dois festivais de cinema voltados ao meio ambiente. Entre 31 de maio e 7 de junho, aconteceu, na Quinta da Boa Vista, a primeira edição do Green Nation Fest, um festival interativo e sensorial que estimula o público visitante a agir por um mundo mais sustentável. O evento trouxe as questões ambientais de maneira descontraída, usando cinema, educação, esporte e moda para abordar o assunto. Já o EcoVision, o Festival Internacional de Meio Ambiente e Cinema, realizado em junho, exibiu filmes de temática ambiental no Rio. O Festival, que é o principal evento do gênero na Europa, surgiu na Itália. Os filmes italianos Breeze (Vento nel Parco), de Daniele Ottobre; Clean Man, de Alessandro Palazzi; Io, Socrate e Linda, de Mario Balsamo; e Guinea Pig, de Antonello De Leo, foram exibidos nos festivais.
em cinema italiano, o filme é um alerta para todos os países sobre os gastos excessivos com a água. — Ao mesmo tempo, mostra um povo que não tem quase nada e que divide o pouco que consegue — analisa. Também com o tema água, Carpa Diem (2006), de Sergio Cannella, é um curta-metragem de apenas dois minutos que fala sobre o desperdício de água. O filme ganhou o prêmio de melhor curta-metragem no Visioni Italiane Film Festival 2006. Cannella é um dos cineastas italianos mais engajados na causa ambiental. — Você prefere economizar tempo ou coisas? Carpa Diem examina o desequilíbrio e o desperdício criado pelas obsessões modernas. O filme é uma metáfora para as pessoas pensarem que um desperdício pode transformar-se em tragédia — comenta o diretor. De olho no Brasil Os cineastas italianos também estão atentos ao que acontece com o meio ambiente no Brasil. Nós Existimos, de Alessandro Rocca, é um documentário italiano de 2004 que mostra uma viagem da periferia para a floresta amazônica brasileira, onde índios e agricultores estão unindo forças para reivindicar o direto às terras. O diretor e fotógrafo Alessandro Rocca foi além: produziu reportagens e documentários no Brasil e no Quênia sobre questões sociais. Com toda a sua experiência, resume bem a importância do cinema ambientalista. — O objetivo é conscientizar e sensibilizar para o problema de um lugar e mostrar a realidade que existe lá, além de promover e divulgar valores de uma cultura.
cinema
Entre os filmes italianos que abordaram a temática ambiental, foram premiados Bab Al Samah, The Well: Water Voices from Ethiopia e Carpa Diem
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empresariais. Uma denúncia feita por um juiz revela os mecanismos de uma atividade violenta que causava muitas mortes. Biùtiful Cauntri ganhou uma menção especial no Festival de Turim de 2008 e foi indicado ao Oscar de melhor documentário. O diretor Andrea D’ambrosio conta que o projeto começou de forma complicada, em janeiro de 2007. — No início, ninguém sabia se confiava ou não em nós para dar os depoimentos. A parte mais difícil foi contar os sofrimentos das pessoas diretamente envolvidas no escândalo da dioxina. Eram pastores, agricultores e trabalhadores que já não têm um emprego e arriscam suas vidas todos os dias. Não é fácil chegar à privacidade das pessoas. Uma vez lá dentro, é ainda mais difícil, pois você vê de perto as dificuldades — revela.
Depoimentos
“A
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missão da Rio+20 é propor um novo paradigma de crescimento que não pareça absurdamente etéreo e fantasioso e que leve em conta que milhões de pessoas vivem sem as condições básicas de vida”
Presidente Dilma Rousseff
“A
Rio+20 deve ser considerada como o pontapé inicial para a economia verde, criando uma agenda para investir em energias renováveis, eficiência energética e redução do consumo de combustíveis fósseis. A economia verde é o caminho para superar a grave crise financeira enfrentada não só pela Itália, mas pela maioria dos países da Europa”
Corrado Clini, ministro do Meio Ambiente da Itália
“P
ara o Rio de Janeiro é uma honra sediar a Rio+20. Ainda mais no atual momento que o nosso estado vive, de desenvolvimento econômico e de retomada da paz. Agora o Rio é outro, bem diferente daquele que recebeu a Eco 92. Há 20 anos, as forças de segurança do Estado não eram capazes de garantir a tranquilidade aos mais de 100 chefes de estado que estiveram aqui. O Exército precisou ocupar as principais favelas e vias da cidade. Hoje, a imagem do Rio é de uma cidade que recuperou territórios antes dominados por criminosos e que vive tempos de pacificação. Não tenho dúvidas de que estamos mais preparados do que nunca para discutir o desenvolvimento sustentável, uma questão central para a qualidade de vida da população mundial de agora e para as gerações futuras”.
Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro
“A
Rio+20 é fundamental para a sobrevivência e a paz da humanidade no futuro. Seja porque irão falar sobre a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras, seja porque irão contemplar os excluídos da atual geração. A Rio+20 deve defender a erradicação da fome”
José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO
“M
inha esperança é que a Rio+20 passe uma mensagem forte de unidade, na qual assumimos as nossas responsabilidades de cidadãos do mundo e nos comprometemos a participar ativamente da solução dos problemas que afetam a Terra e a comunidade global como um todo”
Carlo Petrini, presidente do movimento Slow Food
“A
s mudanças que vão acontecer depois da Rio+20 serão muito mais por decisões do mercado do que compromissos de governo”
Carlos Alfredo Joly, assessor do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação
“A
Rio+20 será um fracasso. Não vai passar de acordos difusos que vão apenas repetir coisas já ditas em conferências anteriores”
Eduardo Viola, especialista em negociações relacionadas ao clima e professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB)
a Rio+20 deve ser envolvida a questão econômica, senão a questão do meio ambiente não avança. Está na hora de os países desenvolvidos colocarem sobre a mesa seus projetos, e não só os países em desenvolvimento”
Izabella Teixeira, ministra brasileira do Meio Ambiente
“É
a primeira vez na história do país que eu vejo tanto retrocesso. Em todos os governos, independente de quem fosse, sempre havia um ganho, mesmo que pequeno. Estão revogando o esforço de mais de 20 anos de regulação da governança ambiental. O novo Código Florestal virou Código Agrário. Vamos ter um intervalo para a Rio+20 e, depois, será política de terra arrasada sobre a legislação ambiental brasileira. O Brasil perde a prerrogativa de liderar pelo exemplo”
Depoimentos
“N
Marina Silva, ex-ministra brasileira do Meio Ambiente
Brice Lalonde, diretor da Rio+20
“E
ssa será a conferência da ONU com a maior participação de chefes de estado na história das Nações Unidas, portanto qualquer documento será muito forte, pela quantidade de endossos que vai ter. Há um esforço brasileiro de ser uma espécie de grande mediador entre interesses e visões diferentes, entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento”.
Giancarlo Summa, diretor do Centro de Informação das Nações Unidas (ONU)
“N
ão há possibilidade de desenvolvimento sustentável com fome, com estagnação da economia ou destruição ambiental. As três áreas têm que estar juntas. Algo não está sendo feito de maneira correta. A Rio+20 é fundamental para sabermos como fazer certo para responder a essas crises”
Embaixador Luiz Alberto Figueiredo, secretário-executivo da Comissão Nacional para a Rio+20
“N
ão temos de escolher entre justiça ambiental e social. A cúpula tem um lado de denúncia e crítica, mas também o de apresentar alternativas de forma mais visível.”
Moema Miranda, membro do Ibase e do Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo (Grap) do Fórum Social Mundial
“O
Brasil abriga uma das maiores biodiversidades do mundo e tem um papel fundamental nesse processo de mudança, que deve ocorrer não só no discurso, mas principalmente na prática”
Maria Cecília Wey de Brito, secretária-geral da WWF Brasil, e ex-secretária Nacional de Biodiversidade e Florestas
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“M
uitos políticos discutem de forma acadêmica, nos últimos 30 anos, como sair de um modelo de desenvolvimento que não seja medido pelo PIB. Nos próximos três anos, queremos uma solução acessível e simples para trabalhar. Isto é o que vai resultar da Rio+20”
Sustentabilidade
Reciclagem na Itália Os relatórios de Federambiente e Enea mostram grande diferença percentual entre a coleta no norte, no centro e no sul da Itália Giada Menichetti
V
De Roma
amos desfazer um mito. Até os países escandinavos, que frequentemente servem de modelo internacional devido à sua eco-eficiência, escondem algum esqueleto no armário. Um exemplo? Enquanto na Europa os governos centrais e locais recitam o mantra “reciclar”, a Dinamarca ganha o prêmio como maior produtor per capita de detritos do Velho Continente. E mais: junto com a vizinha Suécia, é o país europeu onde os inceneradores são o instrumento mais usado para descartar o lixo. A nação que mais contribuiu com o acúmulo dos 256 milhões de toneladas de detritos “europeus” foi o da chanceler Angela Merkel, com mais de 48 toneladas de detritos. Seguem França, Reino Unido e Itália, com 32 toneladas, enquanto nenhum dos quatro países escandinavos passa dos 4 milhões e meio. O relatório FederambienteEnea pôs em evidência como, nos últimos 15 anos, a produção de lixo na Bota cresceu constantemente,
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passando de 26 milhões de toneladas em 1996, para 32 e meio em 2007, começando uma lenta diminuição (1% ao ano) até os últimos valores registrados. Os detritos mais produzidos pelos italianos são os “indiferenciados” (47,8% do total), enquanto os classificados “especiais”, como o lixo hospitalar, incidem nos números totais em 18%. Falando de gestão e descarte de lixo, em 2009, 33,6% do lixo tricolor foi do tipo diferenciado, através de coleta porta-a-porta de orgânico, papel, vidro, plástico e metal, ou com a ajuda dos recipientes apropriados nas ruas. Foram registradas grandes diferenças regionais. Se, no norte, o lixo diferenciado alcançou 48% nas centrais, no sul ficou em 19,1%. Para se livrar do lixo, os italianos continuam privilegiando o descarte em lixões e o tratamento em inceneradores: já são 53 os sistemas de termo-valorização levantados pela Enea no país, dos quais 50 em atividade, enquanto outros seis já estão na lista de espera para construção até 2014. Estamos longe das 130 fornos da França e dos 70 em operação na Alemanha. Para entender o risco
que correm os italianos, é suficiente observar um número: aquele das toneladas do lixo residual da incineração dos detritos. Em 2007, eram 797 mil; dois anos depois, 963 mil. Com a ativação de novos sistemas, este número certamente irá aumentar. Como também deve aumentar a quantidade de fumaças tóxicas disparadas pelas chaminés dos incineradores, que passou de 224.000 toneladas em 2007 para 306 mil em 2010. O relatório ainda ressalta que, na Itália, os gerentes dos sistemas fazem amostragens e monitorações continuadas dos níveis de mercúrio e dioxinas. Porém, exemplos de transgressões não faltam, como em Vercelli e Pietrasanta, onde a multinacional francesa Veolia está sendo processada por ter manipulado dados sobre as emissões. Vale a pena continuar por este caminho e pôr em risco nossa saúde? Segundo Enea e Federambiente, não, visto que, nas últimas páginas de seu relatório, convidam a privilegiar a modalidade de descarte do lixo “finalizadas para a reciclagem e a recuperação”. Seria interessante saber o que acham disso no Palazzo Chigi.
Coleta diferenciada de lixo urbano por macroárea geográfica italiana 50% 45% 40% 35% 30%
Norte Centro Sul Média nacional
25% 20% 15% 10% 5% 0%
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Elaboração do ENEA. Fonte: ISPRA (7) e APAT-ONR (8)
APRESENTAÇÃO DO PROJETO EMBAIXADA VERDE
13 de junho 16h30 Apresentação 17h00 Coquetel
Tópicos
Orador
Abertura à imprensa Apresentação do projeto Embaixada Verde Workshop técnico
CADEIA ALIMENTAR E SUSTENTABILIDADE
ENERGIA EÓLCIA EM ZONA COSTEIRA NO SUDESTE DA EUROPA: CAPACIDADE DE CONSTRUÇÃO ATRAVÉS DO PROJETO DO IPA
14 de junho 11h00 - 12h00
14 de junho 14h00 - 15h00
Cooperação entre a Secretaria de Agricultura de São Paulo e o Ministério Italiano do Meio Ambiente e da Tutela do Território e do Mar (IMELS)
Como desenvolver plantas eólicas costeiras no mar Adriático
Arquitetura/urbanismo 15 de junho DESENVOLVIMENTO E RENOVAÇÃO URBANA
Sessão 1: 11h00 - 13h00 Sessão 2: 13h45 - 15h45
PROJETOS PÚBLICOS E PRIVADOS DE PEGADAS DE CARBONO (CARBON FOOT PRINTING)
Albert Dubler, da UIA Massimiliano Giberti, Universidade de Gênova Valter Caldana, Universidade Mackenzie de São Paulo Christiano Lepratti, Darmstadt University Marco Casamonti, Archea Stefano Boeri, Universidade de Milão Alfredo Brillembourg, da ETH Zurick Emilio Ambasz, arquiteto Mario Occhiuto, Studio Occhiuto AVSI
16h00 - 18h00
Reciclagem de lixo e embalagem Regeneração de materiais
17 de junho
Organizado pela Expo 2015
Expo 2015 Action Aid
Tecnologias italianas para a Economia Verde
Corrado Clini, Ministro italiano do Meio Ambiente Maurizio Bezzeccheri, Enel Green Power Paolo Martini, Archimede Solar Energy Averaldo Farri, Giuseppe Ricci, Power-One Carlo Mauri, Turbec Enrico Giovannini, Genera Edison Lobão, Ministro de Minas e Energia
Projetos em parceria do IMELS com: Osklen/Instituto-e Pirelli Illy
Corrado Clini, Ministro italiano do Meio Ambiente Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo Oskar Metsavaht, da Osklen⁄Instituto-e Martina Hauser, IMELS Paolo Dal Pino, Pirelli do Brasil Filippo Bettini, Pirelli do Brasil Andrea Illy, Illy Carlos Cerri, USP Carlos Alberto Muniz, deputado estadual do RJ Mario Garnero, Fórum das Américas
15 de junho
Energia Solar e Distribuição de Energia
Sessão 2 Construindo para o desenvolvimento: estudos de caso
Roberto Binatti, do IMELS Antonio Sorgi, da Região Abruzzo Renato Ricci, da Universidade Politécnica de Marche Ercole Cauti, do Metron Mara Roncuzzi, membro da Província de Ravenna
Saturnino Illomei, Conai Roberto De Santis, Conai Julio Bueno, secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio José Henrique Penido Monteiro, da Comlurb Cezar Rogelio Vasquez, do Sebrae Stefano Gardi, Italcementi Enel Green Power
Economia Circular
Sustentabilidade e Segurança Alimentar
Sessão 1 Paisagens urbanas: cidades informais, alastramento de cidades e cidades industriais padronizadas
Orlando Melo de Castro, Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo Alessandro Bonfiglioli, CAAB Luca Ruini, da Barilla
18 de junho 11h00 - 13h00
18 de junho 13h00 - 14h30 Recepção stand-up
Programação
COQUETEL DE ABERTURA
Quando
77 J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
Evento
Programação J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Evento
APRESENTAÇÃO DA COOPERAÇÃO AMBIENTAL ITÁLIA-SÃO PAULO
APRESENTAÇÃO DA COOPERAÇÃO AMBIENTAL ENTRE ITÁLIA E RIO DE JANEIRO
Quando
18 de junho 16h30 - 17h30
19 de junho 11h00 - 13h00
WORKSHOP
BIOENERGIA SUSTENTÁVEL PARA UMA ECONOMIA DE BAIXO CARBONO
MONITORAMENTO E DETECÇÃO DE DESMATAMENTO NA FLORESTA AMAZÔNICA
MONITORAMENTO E DETECÇÃO DE VAZAMENTO DE PETRÓLEO
19 de junho 14h00 - 15h00
19 de junho 15h30 - 16h00
19 de junho 16h00 - 16h30
Tópicos
Orador
Apresentação dos projetos em parceria: IMELS e Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo
Corrado Clini, Ministro italiano do Meio Ambiente José Goldemberg, IEE⁄USP Monika Bergamaschi, secretária de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo Orivaldo Brunini/Orlando Melo De Castro, secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo
Apresentação de programa em parceria com: IMELS e INEA Workshop técnico: mudanças climáticas e economia de baixo carbono
Corrado Clini, Ministro italiano do Meio Ambiente Marilene Ramos, Luiz Firmino, Denise Rambaldi, INEA Marco Cremonini, D’Appolonia
Coorganizada com a Global Bioenergy Partnership (GBEP)
Mariangela Rebuá, Itamaraty José Goldemberg, IEE/USP Corrado Clini, Ministro italiano do Meio Ambiente José Aníbal, secretária Energia do estado de São Paulo Luiz Fernando do Amaral, UNICA José Raimundo Brandão Pereira
Monitoramento e detecção de desmatamento na Floresta Amazônica
Ministro brasileiro do Desenvolvimento Tião Viana, governador do Acre Omar Aziz, governador do Amazonas Camilo Capiberibe, governador doAmapá Marzio Laurenti, Telespazio
Telespazio apresenta suas capacidades sobre o assunto através de imagens dos satélites de radar COSMO SkyMed
Marzio Laurenti, Telespazio
Acesso à energia sustentável
Corrado Clini, Giuseppe Recchi, Eni
Apresentação dos projetos em parceria: IMELS e Prefeitura do Rio de Janeiro
Corrado Clini, Ministro italiano do Meio Ambiente Carlo Muniz, Prefeitura do Rio Sergio Magalhães, Instituto de Arquitetura do Rio Massimiliano Giberti, Universidade de Gênova Marco Casamonti, Archea Mario Occhiuto, Studio Occhiuto Sandro Favero, Favero & Milan Antonino Ruggiero, TIM Brasil Marzio Laurenti, Telespazio
Governança global e desenvolvimento sustentável
Mario Monti, Primeiro-ministro da Itália Michel Temer, Vice-presidente do Brasil Corrado Clini, Ministro italiano do Meio Ambiente Príncipe Alberto II de Mônaco Bonian Golmohammadi, WFUNA
20 de junho ENI 11h00 - 12h00
PROGRAMA DE REESTRUTURAÇÃO DA FAVELA DO LEME
20 de junho 13h00 - 14h00
20 de junho GOVERNANÇA GLOBAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O horário será ajustado de acordo com a disponibilidade dos convidados 20 de junho
A TECNOLOGIA ITALIANA INOVADORA
LABORATÓRIO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
PREPARAÇÃO DO RIO DE JANEIRO PARA GRANDES EVENTOS
18h30 Coquetel 21 de junho 12h30 - 13h00
21 de junho
Apresentação da difusão de tecnologias A utilidade do laboratório vivo Conhecimento e boas práticas de transferência Um panorama da EXPO 2015 Jornada Mundial da Juventude Grandes eventos esportivos
Presidente da Hungria Marta Bonifert, REC
Bispo Dom Orani Tempesta Arquidiocese do Rio de Janeiro José Maria Marin, CBF
firenze
Giordano Iapalucci
Multiarte Festival l piccolo borgo medievale di Mon-
I
Il “nano” Campeggi S
ilvano Campeggi, in arte “nano” è considerato uno dei più grandi cartellonisti cinematografici internazionali. Nasce a Firenze e frequenta la Scuola d’Arte. Nella sua lunga carriera artistica ha già lavorato per le più grandi case di produzione cinematografica del mondo. Sarà allievo di Ottone Rosai e Ardengo Soffici e mentre inizia la sua carriera creando illustrazioni di libri e giornali per diverse
aziende grafiche si trasferisce a Roma. Nel secondo dopoguerra conosce il cartellonista Martinati e così rimane ammaliato dai suoi lavori. Tra i manifesti più famosi di Campeggi si ricordano quelli di Via col Vento, Cantando sotto la Pioggia, Ben Hur, Quo Vadis e Madame Bovary. Varart presenta le sue opere fino al 13 ottobre 2012 con orario 10.00 - 12.30 / 16.00 - 19.30 . Chiuso lunedì e festivi.
Estate Fiesolana Vedere iù che una estate sotto le stelle sarebPbe meglio definirla accanto alle stelle. contemporaneo
Le star che calcheranno il palco di Fiesole saranno veramente moltissime e tutte di livello internazionale: l’omaggio di Simone Cristicchi e la sua orchestra all’amico Sergio Endrigo con i suoi indimenticabili e struggenti brani; Gilberto Gil e i suoi inconfondibili ritmi e fantasie baiane; le calde note jazz di Dave Holland e Richard Galliano. Fuori dalle sezioni del Festival sono in programma anche eventi legati al teatro e alla danza, come la messa in scena di 1478 La Congiura, la rappresentazione teatrale della congiura della famiglia fiorentina de’ Pazzi. Programma completo: www.estatefiesolana.it
L
a Merlino Bottega d’Arte, invitando ben dieci artisti italiani, rende omaggio all’arte contemporanea con la rassegna di pittura Vedere Contemporaneo che durerà un mese: dal 21 giugno al 21 luglio. Si tratta di artisti dal curriculum “pesante” che lavorano con l’arte figurativa. Ognuno ritrae aspetti della realtà dalla propria prospettiva utilizzando tecniche e formazioni estetiche diverse con un unico, ma grande punto in comune: la ricerca continua del campo pittorico. Via delle Vecchie Carceri (zona ex Murate) a Firenze dal martedì al sabato, in orario 17.30 – 20.00. Ingresso gratuito.
Bagliori dorati al 19 giugno fino al 4 no-
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vembre nelle cosiddette sale del piano nobile della Galleria degli Uffizi sarà possibile visitare la mostra su un periodo estremamente proficuo per l’arte fiorentina che va dal 1375 al 1440 dal titolo Bagliori dorati, il gotico internazionale a Firenze. Per dare ancora più risalto a quella grande epoca, la scelta del Museo è stata quella di coniugare dipinti estremamente celebri ad altri altrettanto pregevoli ma poco conosciuti al pubblico, come anche sculture e lavori di arte sacra e profana. Opere dei più illustri maestri d’arte come Lorenzo Ghiberti, Beato Angelico, Angiolo Gaddi e Antonio Veneziano. Il prezzo non è proprio popolare (8,50 euro) ma la mostra li vale fino all’ultimo centesimo.
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taione ospiterà per l’intera giornata del 30 giugno una serie di eventi legati al mondo delle arti. L’associazione LiberArti, che si autofinanzia grazie ad eventi culturali organizzati lungo tutto l’arco dell’anno, porta nelle strade e nelle piazze del centro storico del piccolo paese toscano spettacoli teatrali, musica dal vivo, letture di poesie come anche spettacoli di danza e lezioni di pittura en plein air. Per chi ha la musica e il ballo nel sangue questo è il luogo giusto. Divertimento assicurato fino a tarda notte. Ingresso gratuito.
Arte J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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Luz e sombra por Minas e São Paulo A maior exposição do pintor italiano Caravaggio já realizada na América do Sul traz ao público brasileiro todas as minúcias do artista entre o sagrado e o profano
Nathielle Hó, da Redação e Geraldo Cocolo, de Belo Horizonte
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onsiderado o maior mestre na arte de manipular o jogo de luz e sombra que deixam transparecer o realismo dramático, a violência lírica e o gosto pela morbidez, Michelangelo Merisi de Caravaggio é um dos maiores pintores de todos os tempos. A mostra Caravaggio e Seus Seguidores, em cartaz até 15 de julho, na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, reúne um acervo de obras da Itália, de Malta e da Inglaterra, provenientes de coleções particulares e de três museus italianos — Galleria Borghese
e Palazzo Barberini, de Roma, e Galleria degli Uffizi, de Florença. Entre as telas da maior exposição já realizada na América do Sul de suas obras, estão Medusa Murtola e Ritratto di Cardinale, que saem do solo italiano pela primeira vez. De Minas Gerais, a exposição segue para o Museu de Arte de São Paulo (Masp), para uma mostra de 26 de julho a 30 de setembro. Com um custo de R$ 5,5 milhões, obtidos por meio de incentivo e de recursos da Fiat Brasil e do Banco Bradesco, a exposição conta com o apoio da Embaixada e do Ministério brasileiro da Cultura. O governador de Minas, Antonio Anastasia, enfatiza que os brasileiros são felizardos por poderem apreciar grandes raridades do barroco.
seja pelo destino trágico da maior parte da sua obra desaparecida — ressaltou José Eduardo. A exposição ficou restrita aos estados de Minas Gerais e São Paulo devido aos custos elevados do transporte das peças. Além disso, existe uma grande dificuldade no empréstimo de obras
Na mostra, há obras de caravaggistas, como a pintura Madonna con Bambino, de Bartolomeo Cavarozzi, e Incoronazione di Spini, de Leonello Spada
pelos museus estrangeiros, lembrou a diretora da Base7 Projetos Culturais, Maria Eugênia Saturni. — Trabalhar com arte envolve conhecimento, planejamento e metodologia. A responsabilidade de organizar uma exposição desse porte é muito grande. Afinal, obras de arte são bens culturais e patrimoniais insubstituíveis, que registram um momento único de criação do artista e as tradições de um povo. Por este motivo, a logística foi fundamental, especialmente no atendimento às normas nacionais e internacionais, que visam garantir a segurança e a integridade das coleções em exposição — comentou Maria Eugênia. Sagrado e profano reunidos Nas seis telas de Caravaggio expostas, o público poderá conhecer a técnica do pintor que, como ninguém, retratava a realidade através da luz que empregava no primeiro plano da cena e da escuridão de fundo para destacar os elementos. Tem-se uma visão das pinturas em “três dimensões” pela forma minuciosa e detalhista das telas do
Caravaggio talvez seja aquele sobre o qual paira a mais densa aura de mistério, seja pelas peripécias de sua vida, seja pelo destino trágico da maior parte da sua obra desaparecida José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura
Arte
O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda; a esposa Regina Lacerda; a secretária estadual de Cultura, Eliane Parreiras; o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia; o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira; e o vicepresidente da Fiat do Brasil, Valentino Rizzioli, visitaram a exposição
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— É uma honra para Minas Gerais iniciar esta magnífica turnê de Caravaggio, esta exposição maravilhosa, até porque serão poucos os premiados. No Brasil, só Belo Horizonte e São Paulo. É uma grande oportunidade para que todos os mineiros possam conhecer a obra de um dos maiores pintores da história, não só italiana, mas da humanidade — comentou Anastasia. A mostra realizada pelo grupo Base7 Projetos Culturais conta com a organização do Ministério italiano de Bens e Atividades Culturais, em parceria com a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes, a Appa. A idealização da exposição é de Rossella Vodret, especialista em Caravaggio e chefe da Superintendência para o Patrimônio Histórico, Artístico e Etnoantropológico e do Pólo Museológico de Roma. Em exposição, seis das 64 telas produzidas por Caravaggio, além de outras 14 pinturas de artistas admiradores dele, datadas da segunda metade do século XVI e início do século XVII. A curadoria da mostra tem participação de Giorgio Leone e de Fabio Magalhães. Para o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, expor obras de Caravaggio no Brasil era um desejo pessoal e institucional. — Para a Casa Fiat, é uma honra aproximar o público brasileiro da obra de um dos mais geniais e misteriosos artistas de todos os tempos. Caravaggio talvez seja aquele sobre o qual paira a mais densa aura de mistério, seja pelas peripécias de sua vida,
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italiano, com as várias imperfeições do ser humano. Saltam aos olhos defeitos de pele, músculos e a expressão tensa. A impressão é de estar vendo alguém “ao vivo e a cores”, segundo o curador da mostra, Fábio Magalhães. — Caravaggio incluía em suas pinturas personagens do povo, das ruas, de seu tempo. Essa característica reforça o realismo em suas obras. Ele e seus seguidores são naturalistas. As obras de Caravaggio contêm um certo tenebrismo. Parece que você é envolto por uma atmosfera de mistérios. Isso se deve à luz banhando os objetos, em contraste com o fundo escuro — ressalta o curador. Fábio Magalhães lembra que os temas melancólicos e de morte são muito recorrentes. O pintor mesclava o sagrado e o profano, as virtudes e os vícios. Na exposição, “fica bastante evidente o terror mitológico e a questão mística”. — O erotismo, influência de Caravaggio, também aparece nas obras de seus seguidores, como é o caso do quadro Maddalena Svenuta, de autoria de Artemisia Gentileschi — destaca Fábio.
Caravaggio incluía em suas pinturas personagens do povo, das ruas, de seu tempo. Essa característica reforça o realismo em suas obras. Ele e seus seguidores são naturalistas Fábio Magalhães, curador da mostra
A Medusa Murtola, a última descoberta em exposição O artista nascido em Milão em 1571, e morto na Toscana em 1610, viveu o período da Contra-Reforma na Itália, tendo sido influenciado por Michelangelo Buonarroti e por Giorgione. As seis pinturas em exibição na mostra foram feitas a óleo e retratam diversos períodos pictóricos e de vida do artista, dividindo-se em três blocos: trabalhos consagrados e conhecidos do pintor; novas descobertas; e obras em estudo de autenticidade, que estão sendo comparadas a outras telas do gênio por meio de pesquisas e publicações. As telas do pintor sobre as quais não pairam dúvidas são a San Girolamo che scrive, da coleção Galleria Borghese, e a San Francesco d’Assisi in meditazione, da coleção Palazzo Barberini. Ao caminhar pela mostra, o público vai poder apreciar a mais recente descoberta dos pesquisadores: a Medusa Murtola. Pertencente a uma família milanesa, a obra põe fim a uma polêmica que já dura 25 anos relacionada à autenticidade. Após vários testes com raios X, ampliação fotográfica, estudo de pigmento e carbono, pôs fim à discussão o relato do poeta Genaro Murtola, contemporâneo de Caravaggio, que viu a versão menor da Medusa. A Medusa Murtola foi criada antes de sua “irmã gêmea”. Durante a vida, o artista realizou cópias de seus originais. San Francesco d’Assisi in meditazione pode ser contemplada de duas maneiras: através da
Melancolia, morte e terror mitológico são temas recorrentes, como mostram Medusa Murtola, de Caravaggio, Sacrifício di Isacco, de Orazio Riminaldi, e a pintura de Gall Barberini
original, ou da cópia devidamente autenticada. Os caravaggistas também ganham destaque na mostra, a exemplo do francês Valentin de Boulogne e do pintor dos Países Baixos, Hendrick van Somer. De Giovanni Baglione (1566-1643), um dos mais importantes seguidores do seu estilo e rival declarado do italiano, veio o Cristo escarnecido Ecce Homo, um óleo sobre tela originário de Roma. Bartolomeo Cavarozzi apresenta a iconografia cristã da Madonna con Bambino, pintada no início do século XVII. Há também uma tela do italiano Mattia Preti (1613-1669), Negazione di Pietro, considerado o último intérprete do mestre italiano. A mostra conta com um catálogo editado na Itália com 25 artigos inéditos no Brasil sobre a obra de Caravaggio e seus seguidores, feito com a participação da Fundação Bracco.
Daniela Campos de Belo Horizonte
P
romover a integração entre Itália e Brasil, e divulgar atividades culturais e sociais, mantendo viva a cultura italiana, são alguns dos objetivos do Comites em Minas Gerais, que tem como presidente Silvia Alciati, no cargo desde o ano de 2006. — O Comites tem como um dos seus principais objetivos constituir uma ponte e um filtro entre a comunidade e o governo italiano, intermediando as relações com o Consulado italiano, a Embaixada e o Ministério das Relações Exteriores — enfatiza a presidente. Cidadã honorária da capital mineira, nascida em Turim, Silvia Alciati veio para o Brasil aos dois anos de idade. Formada em arquitetura, ingressou no órgão em 2004, quando foi eleita conselheira. No Brasil, existem seis Comites, um para cada circunscrição consular: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Dentre as ações realizadas pelo Comites mineiro, desde a sua Fundação, Silvia Alciati destaca a criação do Lo Stivale — periódico enviado gratuitamente aos italianos inscritos no AIRE, Anagrafe Italiani Residente all’Estero, cuja finalidade é divulgar informações e notícias importantes sobre a Itália para a comunidade, que no momento aguarda o apoio de empresas para manter a sua circulação; a realização anual da missa de Natal, celebrada em italiano, e a confraternização com pratos típicos. Além disso, ressalta a Tradicional Festa Italiana de Rua criada em 2007,
que começou com um público de quatro mil pessoas e alcançou a participação de 40 mil pessoas no ano passado, tornando-se a maior festa italiana de rua fora da Itália, incluída no calendário cultural de Belo Horizonte. Apesar da crise econômica europeia, que provocou severos cortes no orçamento do Comites devido à redução do financiamento proveniente do Estado italiano, ao longo de 2011, o órgão mineiro procurou manter os eventos, buscando conservar a relação cultural e social com as regiões de origem e com a Itália. — Se, por um lado, temos a total consciência
O Comites funciona como uma ponte e um filtro entre a comunidade e o governo italiano, intermediando as relações com o Consulado, a Embaixada e o Ministério das Relações Exteriores Silvia Alciati, presidente do Comites MG torneio selecionou alguns atletas para irem a Roma, em junho, para competir com outros atletas italianos e ítalo-descendentes. Diante desse quadro econômico, a presidente do Comites revela que a agenda dos eventos de 2012 inclui, pelo menos, a 6ª edição da festa tradicional realizada com grande sucesso em junho, a comemoração mundial da semana da língua e cultura italiana em outubro, e a Missa de Natal em italiano, que já se tornaram obrigatórios. Devem ocorrer também as festas italianas de Ouro Fino, de Goiânia, de Lavras e de outras cidades, além do projeto de realizar um curso básico de italiano.
Informe
Presidido por Silvia Alciati desde 2006, Comites da capital mineira permanece como fonte de integração entre os dois países, mesmo com a crise e o corte de recursos
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Fonte de integração
sobre a crise econômica europeia, por outro lado, mantemos viva a força e garra do imigrante italiano — dessa maneira, em 2012, Silvia Alciati lamentava o retorno antecipado do responsável cultural do Consulado, Gianfranco Zavalloni, assim como o afastamento, por motivos de saúde, da secretária Silvana Sica, e o corte de 30% do orçamento em 2011 e de mais 30% em 2012. Fatos que tornaram inviáveis a manutenção das rotinas e do ritmo de trabalho, dificultando a reedição das atividades anteriormente realizadas que desempenham um papel ímpar para a promoção da cultura italiana em Minas. Apesar da nova realidade, o Comites apoiou, em abril, mais uma edição dos Jogos da Juventude, realizado pelo Comitê Olímpico Nacional Italiano. O
Fotografia
Stradelli e a Amazônia
A
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), com o apoio de seu Instituto de Geografia, abrigou em maio a exposição O Filho da Serpente Encantada, de autoria do etnógrafo italiano Ermanno Stradelli. A mostra apresentou 28 fotografias de paisagens, povos indígenas e suas casas, além das imagens da equipe de Stradelli, que registrou os bastidores de suas andanças pela Amazônia.
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Da esquerda para a direita, as fotos do final do século XIX retratam: uma jovem índia da tribo Tuxáua Omerenti; integrantes da tribo Ipurinã no Igarapé Azimã; a tribo Jauapery fazendo escolta da equipe de Stradelli; índios do Rio Branco – Uapichana e Maruxy; interior do vapor Macapá; e Catanba, barraca da equipe de Stradelli ao lado do rio Acre
Arte
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Lugar de arte é na rua
O
projeto Mural Itália-Brasil é uma ação conjunta entre artistas italianos e brasileiros para promover a arte urbana em Brasília, Salvador e Rio de Janeiro. Eles produziram murais utilizando grafite, pôster arte, máscaras de estêncil e adesivos. A mostra contou com o coletivo italiano Eikonprojekt e a curadoria de Marco Antônio Teobaldo. A iniciativa quer incentivar a preservação do patrimônio público das cidades. No Rio de Janeiro, a partir de 2 de julho, na Caixa Cultural, uma exposição reúne o registro dos trabalhos realizados nas três capitais, quando também será lançado o catálogo do projeto.
Da esquerda para direita: mural Conic, exposto em Brasília; o artista italiano Lucamaleonte, na Caixa Cultural em Salvador; o mural no Viaduto do Canela, em Salvador; o logo do Mural Itália-Brasil criado pelo Mr Klevra, do coletivo italiano Eikonprojekt; um retrato de Gilberto Gil em um mural de oito metros no respirador da estação de metrô da Cinelândia, no Rio de Janeiro, assinado pelos artistas italianos Wally e Alita, do coletivo Oticanoodles; e mais uma imagem do mural feito no Viaduto do Canela, em Salvador
Cinema J u nho d e 2 01 2 / R i o + 2 0 / C o m u n i t à I t a l i a n a
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A dolce vita de Woody Allen Saiba como foram os bastidores de Para Roma com Amor, que estreia no Brasil este mês, com paparazzi de verdade e mentira atrás de Roberto Benigni pelas ruas da capital italiana Aline Buaes
Especial para Comunità
A
julgar pelas declarações de atores e figurantes que participaram das filmagens do último filme de Woody Allen, uma comédia em quatro episódios ambientada em Roma intitulada Para Roma com Amor, o diretor americano promoveu uma verdadeira ode à “cidade mais romântica do mundo”, como ele mesmo definiu, ao se divertir durante as filmagens nos mais clássicos pontos turísticos romanos — do Coliseu à Via Veneto, da Fontana di Trevi ao Campo dei Fiori, da Piazza Venezia ao Teatro Argentina, passando pelo americaníssimo bairro de Trastevere e entrando nos estúdios de um telejornal da
RAI, com um elenco de peso que inclui nomes como Penélope Cruz, Alec Baldwin, Jesse Eisenberg e Judy Davis, além de nomes fortes do cinema italiano como o galã Riccardo Scamarcio, Antonio Albanese, Ornella Muti e a jovem revelação Alessandra Mastronardi. Faziam parte da cena concertos de jazz improvisados ainda na fase de pré-produção, a jovem esposa Sun-Yi, que acompanhava e fotografava cada passo no set, Roberto Benigni que corria pelas ruas de Roma fugindo de falsos e reais paparazzi e um guarda de trânsito convocado de improviso para interpretar ele mesmo e que acabou virando o protagonista de um dos episódios do filme. Certamente, uma homenagem a uma cidade eternizada por tantos filmes no passado, como o próprio
A Doce Vida (1960) de Federico Fellini, mas que, recentemente, abalada pela crise econômica e moral europeia, andou esquecida dos grandes diretores internacionais. Para Roma com Amor é uma comédia dividida em quatro episódios baseados em Decameron, os contos libidinosos escritos por Giovanni Boccaccio no século XIV. Paparazzi de verdade fazem parte do elenco A participação especial do ator, diretor e comediante italiano Roberto Benigni, famoso no Brasil pelo premiado A vida é bela (1997), atraiu ainda mais a atenção dos incansáveis paparazzi romanos. Benigni, na Itália, é aclamado pelo seu trabalho como cômico televisivo e diretor de teatro. Apenas a ideia de vê-lo junto a Woody Allen
Cinema — Eu acho que o Woody não se deu conta que Roma é um pouco assim, nervosa, agitada — conta, lembrando que um dos colegas se machucou durante uma das “perseguições” e todos começaram a rir, pois estão acostumados com estas situações. As cenas trazem à lembrança os paparazzi históricos dos anos 60, os quais inspiraram Fellini em A Doce Vida. Uma das cenas de Benigni fugindo dos fotógrafos foi feita na famosa Via Veneto, imortalizada no filme, confirmando as suspeitas sobre as influências de Woody Allen. — Os jornais daqui exigem muita qualidade para este tipo de serviço e nós crescemos junto aos grandes profissionais dos anos 60, como Tazio Secchiaroli, que inspirou Fellini. Eles nos transmitiram esta mentalidade de que não existe outra possibilidade que não seja voltar para casa com uma foto — afirma Napolitano. Quando ainda definia os locais das filmagens do seu filme em Roma, Woody Allen passava de carro pela tumultuada e histórica Piazza Venezia, e ficou intrigado com o trabalho de um dos guardas de trânsito, que coordenava com extrema tranquilidade um dos pontos de tráfego mais caóticos da cidade. O jovem policial foi chamado pelo cineasta para participar como figurante de uma cena em que deveria, simplesmente, fazer o seu trabalho. — Ele me chamou e me disse que tinha ficado impressionado com aquela cena que tinha visto e gostaria que eu o ajudasse em seu filme. Como eu poderia dizer não? — lembra Marchionne.
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Woody Allen: homenagem a Roma e atores paparazzi de verdade
No final das filmagens, o casal de fotógrafos Letizia e Napolitano emocionou Woody Allen, quando o presentearam com dois pôsteres em P&B de fotos que fizeram do diretor em 1995 no aeroporto de Roma, uma delas ao lado da esposa.
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já provocava risadas em todo o país. Risadas que aumentaram quando o povo italiano soube que, para gravar as cenas com Benigni — cujo personagem é um homem que se torna famoso da noite para o dia e passa a ser perseguido incansavelmente por fotógrafos da “velha escola romana” — foram chamados os paparazzi profissionais em pessoa. O resultado foi que um grupo de fotógrafos sortudos passou da difícil situação de caçar diariamente Woody Allen pelas ruas de Roma à comodidade de, dentro do set, entre Benigni e o diretor, interpretar eles mesmos, recebendo uma diária de figurantes e, ainda por cima, autorizados oficialmente a fotografarem tudo o que conseguissem. — Acho que Woody Allen conseguiu obter cenas muito realistas — afirma Vitaliano Napolitano, 42 anos. Ao lado da sua esposa, Letizia, forma um dos casais mais experientes na fotografia de celebridades na capital italiana. Nos dias de filmagens dos quais participaram, quando percorreram praticamente todos os pontos turísticos de Roma correndo literalmente atrás de Benigni, os paparazzi figurantes não apenas suaram muito a camisa, mas também se divertiram com o ambiente tranquilo e relaxado do set de Woody Allen. Nas cenas, o personagem de Benigni tentava deixar algum lugar público, como um restaurante ou uma barbearia, e acabava sendo perseguido pelos fotógrafos. — Ele corria como uma lebre, bem alto e magro, e acabou com a gente — conta a fotógrafa Letizia Giambalvo, esposa de Napolitano. A participação dos figurantes-reais confundiu muita gente que assistia às filmagens, como o proprietário de uma banca em Trastevere, Elio Ferdinando, que conhece muitos fotógrafos de celebridades e ficou confuso ao vê-los dentro do set. No ambiente relaxado do set, entre uma cena e outra, os fotógrafos brincavam sobre a velocidade com que corria o ator, e o ator respondia irônico: — Aprendi com os paparazzi! Woody Allen, segundo Letizia, ainda pedia que os fotógrafos andassem mais devagar e ficassem menos agitados.
opinione
MarcoLucchesi*
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The Inferno, Canto 18 / Gustavo Dore
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Radio Rilke
al punto di vista della sinergia poetica si può dire in essenza che dal portoghese si arriva a Dante sempre e soltanto in compagnia dello stesso Dante. Il conto della ridondanza la faremo pagare al generoso endecasillabo della Commedia che ordina, stringe e fissa il decassillado di Camões. Ma è un fissare che muove, uno stringere che scioglie. Un punto di partenza o appartenenza. Eredità riconosciuta presso il Notaio dell’alta poesia. Con i bolli
e i francobolli d’obbligo. Camões comincia a spender subito quanto gli spetta. E in procinto di iniziare è già un altro. Prima per il tenore di salinità: la sua poesia respira tutto il sale dell´Atlantico, la salsa via di Nettuno, e la limpidità dei cieli nei mesi di maggio a luglio a Rio de Janeiro. Trasparenza in stato di attesa, da parte del pilota e del poeta. Trasparenza dei versi anche se piove e tira vento, con l’improvvisa procella di stampo virgiliano. Un vento che fa più veloce quel decasillabo di cristallo, sia esso eroico o saffico, disteso
sull´ottava, prima o dopo la sosta delle rime baciate. Vasco da Gama sta sulla coperta della nave, i capelli arruffati, il viso bruciato dal sole, con quella poetica diafaneità che rende il viaggio sì diverso dal folle volo di Ulisse. E quindi ci mettiamo in alto mare aperto verso la desejada Índia, dove la saudade e la nostalgia usano piegarsi al futuro, piuttosto che al passato. Desio di forze imminenti. Ma se parliamo dell´India, bisogna accrescere ai versi di Camões il profumo delle spezie, di canela, cravo, ardente especiaria, oltre quel vocabolario sconfinato donde emergono i tesori di tutte le parti del mondo – dovizia semantica a
Quale nei plenilunii sereni Trivïa ride tra le ninfe etterne che dipingon lo ciel per tutti i seni
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E qual Trivia, serena, a dardejar, nos plenilúnios sobre as ninfas ternas, o fulgor que na altura as faz brilhar Tramite la rima e la fioritura della erre in tutta la terzina, il Martins infonde un vago sentimento del tempo, nella diffusione stessa dei raggi della luna, che qui appaiono come strali, che si proiettano lontani nel modo infinito di brilhar e dardejar. La bella traduzione del Martins soffre quando bisogna essere meno trasparenti o eleganti, ma arditi od ostinati, per raggiungere i livello delle rime aspre o del turpiloquio nelle viscere di Malebolge. Oppure meno aspro, ma quasi duro, quando Dante intende sviluppare gli assi portanti della filosofia aristotelica o platoneggiante. Qui come sopra la radio Mozart e la radio Rilke non portanto aiutano al sampler di Cristiano Martins. Il programma va in onda, ma senza lo spessore del tartaro dantesco, sprovvisto dalle oscure parvenze, dalla filosofica precisazione, cauto come Mozart aldiquà dei limiti della dissonanza. In essenza una grande traduzione, quella di Cristiano Martins. Con i limiti della sua qualità. Perché c’è sempre un
Il traduttore della Commedia, il cui centenario si festeggia nel 2012, è indubbiamente un poeta che sente sin da giovane la Radio Dante in onde corte o in onde tropicali muro tra la spiga e la mano. Come l’esilio di una terza lingua, che resta da sempre non raggiungibile. Come la crisalide nel Fausto di Goethe, radicata nella potenza stessa dell’avvenire, quel vime, che mai non si divima. Un zona di nessuno tra raggio ed ombra. Come chi guardasse nel vetro del decasillabo il diffondersi di un quantum di luce. E come in vetro, in ambra o in cristallo raggio resplende sì, como no âmbar, no vidro ou no cristal, incide a luz do sol *Marco Lucchesi, Membro dell’Accademia Brasiliana di Lettere
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bizzeffe del re del Portogallo. Un decasillabo che si sdebita senza indugio della mirabile varietà rimica di Dante, che resta sempre una forza della natura. Rinvemiano nei Lusiadas una sobrietà di rime tutte mosse dal ritmo del nuovo accento, con poche assonanze inattese, come quelle del battesimo dei frammenti geografici, scoperti appunto dai portoghesi e riportati da Camões. I brasiliani leggono in maniera esatta quel decasillabo, poiché non soffrono di vocalofagia, di uno smodato appetito di fronte alle vocali, quasi un companatico frequente della lingua aspra e forte del Portogallo. In tale senso possiamo dire, come altri disse, che il maggior poeta brasiliano è appunto Luis de Camões. Da questa cerchia complessiva, dalla trasparenza e dalla sintesi dell’opera del Camões dipende maggiormente la traduzione di Cristiano Martins. Forse la più sensibile e raffinata di quante apparse in Brasile. Non sono solo a pensarlo. Me lo ribadì, quasi trent’anni fa, Carlos Drummond de Andrade, fedele amico e di Dante e di Camões. Il traduttore della Commedia, il cui centenario si festeggia nel 2012, è indubbiamente un poeta che sente sin da giovane la Radio Dante in onde corte o in onde tropicali. Martins è amico della trasparenza, del vento e delle spezie trasmesse dalla Radio Camões. E così cominciò il sodalizio o il ponte tra quelle voci e la sensibile frequenza tra quelle lingue. Ma attenzione, perché vi è un terzo d-jay: la melopea di Rilke, il principio mozartiano che rende – ma solo in apparenza – più terso quanto era già cristallino. Il senso del vago, il bel canto alla rovescia, era già sorto nella lirica di Camões, innalzato dalla melopea del Petrarca (tra la spica e la man qual muro he messo), e serve da diapason a Cristiano Martins. Un disceplo di Mozart nella varietà del ritmo. Ma quel che conta è il suo lavoro con la terza rima per lo più asciutta e concentrata.
Informe
A voz que encantou os mineiros Cantora Patrizia Laquidara encanta os mineiros ao cantar em dialeto vêneto durante turnê em Belo Horizonte Daniela Campos
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de Belo Horizonte
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utora, cantora, atriz, produtora artística e compositora de várias trilhas sonoras e canções, a italiana Patrizia Laquidara, em turnê, apresentou na capital mineira —uma das cidades que receberam o Festival Palco Itália 2012 — o seu mais recente show. Em formato de dueto, o concerto mescla técnicas clássicas e jazzísticas, dando ênfase à voz da cantora italiana. Acompanhada pelo guitarrista Giancarlo Bianchetti, Patrizia Laquidara encantou os mineiros, com um repertório diversificado, composto por canções de seus últimos trabalhos e faixas do mais recente, O Canto dell’Anguana, vencedor do prêmio Targa Tenco 2011 como melhor álbum de música em dialeto. Cantado em dialeto vêneto, o CD está mais próximo da música popular, especialmente da mediterrânea. — Estou feliz por trazer, pela primeira vez, essas canções para o Brasil. Na verdade, todas desse álbum foram escritas por mim e pelos arranjadores. Elas são mesmo originais — enfatiza. Segundo Patrizia, seu trabalho buscou valorizar o dialeto vêneto, misturando-o com as várias sonoridades da região. Os textos do álbum foram retirados de poemas escritos por Enio Sartori e as músicas falam de uma figura mitológica do Vêneto, a Anguana, uma mulher metade humana, metade animal, que adora cantar e lavar a roupa à beira do rio, durante a noite
Palco Itália
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dição especial dedicada à dança, à música, à memória da imigração italiana e ao diálogo multicultural, o Festival Palco Italia 2012 aconteceu de 5 de maio a 3 de junho em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Paraná. Com realização de atividades de formação e de intercâmbios entre artistas e grupos italianos e brasileiros, o evento contou com espetáculos de dança da Cia Bodega Paracasoscia e da Cia Artemis Danza-Traviata e com apresentações teatrais da Cia ManiCômicos-Borgobandoballo. O evento fez parte do Momento Itália-Brasil, promovido pela Embaixada para celebrar os laços com o Brasil.
— É um disco mais próximo da música popular, mas que tem um olhar para o futuro — descreve. Influências mediterrâneas Natural da Sicília e vêneta de adoção, Patricia revela sentir muito a influência do Mediterrâneo em sua música e sua formação cultural. Antenada com as diferentes sonoridades que ecoam na Itália, conta que há muitos sons interessantes no país. — Mas eu acho que a música mais interessante atualmente está no território da música independente que, com grande dificuldade, pode vir a ser conhecida pelo público em geral — enfatiza. Considerada pelos críticos como uma das mais belas vozes do cenário musical italiano, o trabalho da jovem artista, sem perder as origens da terra natal, recebe influências de diferentes ritmos como, pop, folk, jazz, clássico ou experimental. Admiradora da música brasileira, a jovem cantora italiana conta que, em 1999, veio ao Brasil conhecer os lugares que Caetano Veloso cantava e descrevia em suas músicas. — Estive na Bahia, no Rio, em São Paulo e em Aracaju. Foi a viagem mais linda da minha vida, cheia de descobertas, calor e música. Tem sido ótimo mergulhar na música brasileira e descobrir novos mundos musicais, como a música gaúcha, o frevo, a bossa nova, o samba e, por que não, os pagodes.
calcio
AndreaCiprandiRatto
Alla ricerca dell’Italia perduta campagne europee di nerazzurri e rossoneri, unitamente a quelle di ogni altra squadra italiana che abbia tentato l’avventura continentale negli ultimi anni, sono il rovescio di una medaglia che si vorrebbe guardare sempre e solo dal lato splendente. Non è quindi un caso che dalla prossima edizione di Champions i posti riservati all’Italia saranno soltanto tre di cui uno, fra l’altro, dipenderà dall’esito dei preliminari. Troppo evidente il divario con le superpotenze spagnole, ma anche con le altre rappresentative iberiche, che comprendendo le portoghesi hanno portato a casa 11 delle ultime 20 coppe europee assegnate tra Champions ed ex UEFA. Guar-
nostri rappresentanti all’estero. Tanto per citare le maggiori affermazioni, Spalletti, Mancini e Di Canio hanno appena vinto i campionati in cui hanno allenato e Di Matteo addirittura ha conquistato la Champions League, questo mentre l’accoppiata Trapattoni-Tardelli portava la nazionale irlandese agli Europei. Memori anche di quanto fatto da Capello e Ancelotti e con un occhio a Lippi, da un lato è giusto provare orgoglio, ma dall’altro non ci si può che rammaricare che siano soprattutto le fortune altrui ad essere fatte da noi. E’ positivo, ma è anche un peccato; e viene automatico dedurre che a non funzionare allora sia il nostro
dando ai risultati, stesso divario ci separa dalle inglesi: negli ultimi otto anni hanno piazzato almeno una squadra in finale di Champions tutte le volte tranne una, senza considerare che in questa stagione per loro travagliata a vincere è stato il Chelsea. Mentre l’Europa riservata alle Nazionali, per quanto sorprendentemente, potrebbe anche essere conquistata nel giro di poche settimane, quella per club dovrà di certo attendere. Nel frattempo sarebbe bene gettare solide basi partendo dalle competizioni interne, che a detta di tutti gli osservatori continuano a essere caratterizzate da grandi valori tattici e in second’ordine tecnici, ma sono deficitarie in quanto a modernità. E’ come se il nostro movimento si fosse involuto, incapace di trovare alternative alle scarse possibilità di investimento che in verità, però, a turno tartassano tutti i paesi dell’Unione – compresi quelli calcisticamente all’avanguardia. La cosa fa specie se si pensa ai successi che stanno raccogliendo molti
sistema, visto che il talento non si discute. Insomma, volendo considerare il bicchiere mezzo pieno si può dire che il male è circoscritto ruotando innanzitutto intorno all’incapacità di credere in quei progetti che altrove, dove passo dopo passo arrivano a dare i loro frutti spesso proprio grazie a nostri allenatori, ammiriamo. Confidiamo allora che chi di dovere faccia quel piccolo passo costituito innanzitutto da volontà e pazienza, forse le uniche due virtù che ci mancano, ma in ogni caso quelle che più di qualsiasi altra possono tornare a farci grandi in assoluto.
L’Europa riservata alle Nazionali potrebbe anche essere conquistata nel giro di poche settimane ma quella per club dovrà di certo attendere
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n attesa di scoprire se agli Europei l’unione farà la forza, il calcio italiano ha chiuso i battenti della stagione per club 2011-12. E le indicazioni che si possono trarre da quanto accaduto negli ultimi dieci mesi sono tanto numerose quanto di segno spesso opposto. A vincere scudetto e Coppa Italia sono stati rispettivamente Juventus e Napoli. Si tratta di due società che stando all’Albo d’Oro non facevano loro un trofeo da 9 anni, la prima, e addirittura 22 la seconda. Da allora, anche se per motivi diversi, entrambe hanno anche conosciuto le categorie inferiori. I loro ultimi trionfi sono quindi da considerarsi come il coronamento di una lunghissima rincorsa alla ricerca dell’eccellenza perduta, una cavalcata, che pensando soprattutto alla serie C in cui era sprofondato il Napoli prima che De Laurentiis lo rilevasse, risulta anche commovente. Menzione obbligatoria, poi, per l’Udinese, che è il modello finanziario e tecnico a cui dovrebbe ispirarsi il calcio italiano di questi tempi. Potendo contare su limitate riscorse economiche e nonostante la scorsa estate avesse venduto i suoi gioielli, tenendo fede a un progetto ha ottenuto la seconda partecipazione consecutiva ai preliminari di Champions League. Tornando a Juventus e Napoli, hanno interrotto il dominio delle milanesi a cui erano andati, fra tutt’e due, gli ultimi sette scudetti assegnati - sul campo o in tribunale che sia stato. E proprio Milan e Inter, con la Roma che di recente aveva sollevato un paio di Coppe Italia, sono lo specchio di un calcio italiano in piena rifondazione anche se a differenza dei nuovi padroni del pallone nostrano sono arrivati a questa fase per via di gestioni tecniche imperfette e non causa di forza maggiore (non troppi soldi da investire) o in seguito a sentenze. Fatta eccezione per la Champions League conquistata dall’Inter ormai già due stagioni fa, le fallimentari
Cinema
Os trentinos do Brasil
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Festival de Cinema de Trento completa 60 edições e apresenta documentário que mostra o reencontro das novas e antigas gerações de trentinos no sul do Brasil Guilherme Aquino
O
De Milão
festival de filme de montanha de Trento é um dos principais no mundo. O público pode ver de perto as aventuras em películas ou vídeos rodados quase sempre em condições extremas, nas mais variadas altitudes, longitudes e latitudes. O encontro de culturas, a superação dos próprios limites e os desafios contra a natureza selvagem são os fios condutores de uma semana de grandes emoções, dentro dos cinemas de Trento e de Bolzano. O festival completou 60 edições e mostrou que está em grande forma, com abertura para abraçar filmes de montanha que, em seu significado maior, espelha as formas física e metafórica. Neste último caso, explica-se a participação do diretor Matteo Scotton com o seu média-metragem Live@Brasile, um documentário que revela, através da música, o reencontro das novas gerações do Trentino com
os oriundi, descendentes dos imigrantes que chegaram ao Brasil no fim do século XIX e começo do XX. O filme foi incluído na seção Horizontes Vizinhos, uma janela aberta no festival para contar histórias globais com uma lente, um olhar local e dedicada aos autores do Trentino-Alto Ádige. O filme dura 60 minutos e é a concretização do projeto Live@ Brasile, cujo objetivo é promover o intercâmbio cultural entre o Brasil e a Itália através dos trentinos, aqui e lá. O filme é quase um on the road intercontinental, pois conta a experiência vivida por seis grupos musicais que viajaram para um tour de sete apresentações em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. O repertório vai do rock ao reggae, passando pela eletrônica. A viagem, os bastidores dos shows, as conversas entre os musicistas em dialeto e as perfomances dos espetáculos são os ingredientes deste “musical” trentino, uma ponte musical entre dois povos que possuem uma origem em comum. Com o apoio da associação
O documentário Live@Brasile registra os bastidores de shows de grupos trentinos, conversas entre músicos em dialeto e performances no palco
Trentini nel Mondo e da sociedade Cooperativa Mercurio, além do financiamento da Província de Trento, o diretor Matteo Scotton festeja os 130 anos de imigração italiana e os 136 anos de imigração trentina no Brasil. O relato a 24 quadros por segundo reúne cerca de 30 pessoas. Ele foi rodado ao longo de 2600 quilômetros, percorridos em duas semanas. Ao invés de emergir um documentário provinciano, revelou-se um filme global e contemporâneo, que nada tem a ver com a paisagem sonora do Trentino com a qual o mundo está acostumado a ouvir e a assistir, entre coros e
Cinema composições melódicas. Dando voz e instrumentos à nova geração, o diretor construiu um eficiente canal de comunicação para veicular a mensagem de que a região italiana se espelha no passado de suas tradições, mas também sabe elaborá-las em versão moderna. Entre uma apresentação e outra, os músicos trentinos participavam de palestras e conferências por onde passavam e tocavam. Tudo em nome da raiz trentina, fincada aos pés das dolomitas, mas com ramificações em todo o sul do Brasil. Eles visitaram Florianópolis, Porto Alegre, Bento Gonçalves, Sananduva, Luzerna, Curitiba e Presidente Getúlio. Um dos pontos altos foi a viagem de 300 quilômetros entre Bento Gonçalves e Sananduva, no coração do Rio Grande do Sul, uma etapa que não estava prevista inicialmente. Florestas e campos de plantações de trigo dão as boasvindas aos trentinos on the road. Tomando distância das cidades maiores, ao entrar na realidade do interior gaúcho, os integrantes das bandas trentinas reconhecem o ar caseiro, mesmo a 12 mil quilômetros do quintal de origem. Uma delegação de ítalo-brasileiros recebe os viajantes com grande calor humano e simpatia a dar e vender. Ali, na porta do ônibus uma senhora “oriunda” pede coro para a canção. À capela, todos embarcam na famosa Trem das Onze, de Adoniran Barbosa.
Momentos como estes se tornam inesquecíveis pela naturalidade e espontaneidade da gente local. E revelam laços de afeto tão estreitos entre os dois mundos que fica difícil não pensar que seja um só. — O ar que respiramos lembra aqueles vilarejos perdidos da Sicília, de onde vem a minha família que migrou para o Trentino. Notei também uma senhora que se debruçou na janela, talvez atraída pelo som familiar daquela língua, o italiano — conta Anansi, ou melhor,
Durante as filmagens, grupos musicais trentinos viajaram para shows em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná
Stefano Bannò, nascido em Trento, em 1989, filho de sicilianos. Entre um churrasco lá e um café colonial ali, ele carregou as energias e as detonou no palco para delírio da plateia, junto com os seus colegas de aventura musical e cinematográfica. — Estamos sempre acostumados a ver a Itália, a nossa terra de origem, como um lugar onde a musica coincide com aquela dos coros. Mas esta iniciativa nos permitiu mudar de ideia e nos ofereceu um mosaico da música jovem trentina. Os garotos são esplêndidos e nos deram um grande espetáculo. Espero só que eles tenham recebido tanta energia nossa em troca — disse o presidente do Círculo Trentino de Sananduva, Marino Lovato. Tudo impresso em película, gravado através da sensibilidade do diretor Matteo Scotton, que soube transportar para a tela o objetivo maior da obra da sua sétima arte: Il Trentino per i Trentini nel Mondo. Dito e feito.
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IlLettoreRacconta Embora tenha morado em Demétrio, ele passou a maior parte da vida em João Neiva, também no Espírito Santo, onde seus dois filhos Bolívar e Agnaldo começaram a trabalhar na companhia Vale do Rio Doce. A nave da igreja de Demétrio foi pintada com o quadro da Santa Ceia, marca registrada de Francisco, até hoje em excelente estado de conservação. Na igreja de Pendanga, outro núcleo dos imigrantes, encontram-se as pinturas da Crucificação de Cristo e da Santa Ceia, ambas de autoria deste artista. As molduras dos quadros foram confeccionadas e criadas também pelo notável pintor. Sua filha, Petronila Righetti Baroni, que foi minha professora, em certa ocasião, mostrou-me uma obra de arte que iluminava a parede de sua residência, na qual quatro colunas em estilo greco-romano se destacavam. Righetti lhe confidenciou que, dentro destas colunas, estava a sua biografia. Porém, mesmo depois do seu falecimento, ninguém nunca ousou quebrar a moldura para verificar se lá havia algo. Achava Petronila que a história poderia ser fruto de pura diversão paterna e que nada acharia ao sacrificar a obra. Quando ainda morava na Itália, Righetti comprou um violino centenário, com algumas partes danificadas. Francisco o restaurou, ficando com o instrumento. Em suas noites insones, no refúgio do seu lar em João Neiva, bem afastado da rua principal, Righetti costumava tocar seu violino. Certa ocasião, em uma madrugada fria de inverno, eu, dois amigos e meu irmão Adilson resolvemos ouvir um destes concertos noturnos. Ele tocou o que parecia ser, para nós, as quatro estações do compositor Vivaldi. Porém, alguém do nosso grupo tossiu, e o violino
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rancisco Righetti nasceu em Barga, na Toscana, e chegou ao Brasil em 1910. Foi notável a presença deste eclético pintor e escultor nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Ele desembarcou na capital fluminense como turista, para nunca mais regressar às suas raízes. Conta–se que, ao fazer o transbordo do navio para a terra em um pequeno escaler, seus documentos caíram no mar, não sendo possível resgatá-los. Como artista plástico, viveu a efervescência da arquitetura no Rio de Janeiro. Encantava, com seus trabalhos, proprietários abastados que desejavam casarões ornamentados com esculturas e detalhes diferenciados. O registro arquitetônico desta época ainda persiste em alguns bairros, tais como Botafogo e Centro. Prova disso são os palácios Tiradentes e o do Catete, sede da presidência da República até a construção de Brasília, e que hoje sedia o Museu da República — além de outras residências na cidade. O primeiro trabalho realizado por Righetti foi a fachada do Colégio Militar do Rio de Janeiro, onde deixou o seu “cartão de visitas”. Trabalhou, a seguir, na restauração do Teatro Municipal. Comprovado o potencial artístico, foi convidado para ser professor da Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, fato este relatado por ele à senhora Damaris Mattos, minha mãe. Entretanto, seu espírito aventureiro falou mais alto. Righetti foi para a cidade de Demétrio Ribeiro, um dos primeiros núcleos italianos do Espírito Santo, onde, até os dias atuais, vemos, no portal de entrada da vila, a seguinte inscrição: qui ha cominciato in questo municipio la storia degli immigranti italiani.
Rio de Janeiro
O artista plástico Francisco Righetti realizou pinturas sacras, como o quadro da Santa Ceia nas igrejas capixabas
silenciou. Furtivamente, saímos para não mais voltar. Como semente de boa árvore que nunca cai longe do tronco, a sua neta Juliana Baroni, filha de Tadeu Righetti Baroni, é solista da Orquestra Sinfônica Camerata. Violinista como o avô, é bem provável que tenha herdado o violino antigo de Francisco. Righetti faleceu aos 84 anos, no dia 26 de outubro de 1966, na cidade de João Neiva, exatamente como gostava de viver: no anonimato. Tenho certeza absoluta de que está no limiar das estrelas, fazendo arte em outra dimensão. Arilton Silva Rio de Janeiro - RJ
Mande sua história com material fotográfico para: redacao@comunitaitaliana.com.br
Barga
saporid’italia VanessaPilz
Tapas à italiana Restaurante no bairro do Itaim inova ao servir porções reduzidas de pratos italianos, as bottas, em meio a um clima informal de bar
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Scarpetta de sugo verace com carne rústica Ingredientes: 1 lata e ½ grande de tomates pelati italianos; 80g de peito bovino; 3 folhas de louro; 2 talos de salsão; 1 colher de chá de azeite; 1 pitada de sal; 1 cenoura pequena; Uma pitada de pimenta do reino; Parmesão ralado a gosto. Modo de preparo: Em uma frigideira, doure a carne no azeite. Em uma panela grande, coloque o tomate e o restante dos ingredientes. Coloque o peito bovino já dourado e deixe cozinhar por 50 minutos em fogo baixo. Assim que a carne estiver macia, desligue o fogo. Separe a carne do molho e reserve. Retire a cenoura, o salsão e o louro do molho, e reserve também. Desfie a carne e sirva com pão italiano e parmesão ralado por cima. E, assim como acontece em qualquer restaurante da Itália, o lugar oferece uma opção de vinho da casa, com preço mais em conta e servido em uma jarra. O Rosso di Montepulciano é fornecido pela vinícola Tenuta di Gracciano, da Toscana. Também são servidas outras bebidas típicas, como o limoncello, e drinques presentes em qualquer bar de aperitivos do país, como o negroni e o spritz. Serviço: Bottega BottaGallo - Rua Jesuíno Arruda, 520 Itaim Bibi - Tel: (11) 3078-2858 Às segundas, das 18h30 à meia-noite; de terça a quinta, das 18h30 à 1h; às sextas, das 12h às 15h30 e das 18h30 às 2h; aos sábados, das 12h às 2h; e aos domingos, das 12h às 23h.
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ão Paulo – A meio caminho entre os sofisticados restaurantes italianos do bairro paulistano dos Jardins e as cantinas familiares do Bexiga, o Bottega BottaGallo surgiu com a proposta de oferecer culinária italiana despretensiosa em um ambiente de bar com pratos de restaurante. — A ideia do BottaGallo é transformar o velho costume do primo e secondo piatti em uma sequência de pequenas porções da cozinha italiana em forma de tapas. De um simples molho de pomodoro a uma bella scarpetta ou a uma costela di bue al forno, são várias as possibilidades — explica Edgard Bueno da Costa, um dos sócios da casa. As maiores atrações são as chamadas bottas: pratos menores de massas e petiscos para serem saboreados como se fossem uma porção de bar. Um dos campeões de pedidos é o Plin no guardanapo. Trata-se de pequenos agnolotti caseiros recheados de carne, servidos sem molho e postos à mesa envolvidos em um guardanapo, para serem comidos com palito. A receita foi trazida do Guido, um dos restaurantes mais famosos do Piemonte. Já as scarpettas — tigelas de molho de tomate, carne ou queijo de cabra acompanhadas de fatias de pão — são uma invenção inspirada no costume de “limpar” o prato com pão ao fim da refeição, um dos hábitos mais italianos à mesa. Outro sucesso da casa leva o nome de Gnocchi Dourado. Nele, os inhoques são salteados em azeite e servidos com pedaços de ricota fresca, cubos de tomate e folhas de rúcula. O prato pode ser pedido como “botta”, ou seja, em porção reduzida. Crostini, polentas, risotos e carnes completam o menu, que inclui sobremesas como o tiramisù e a panacotta. Aberto em 2010 no bairro do Itaim, o BottaGallo surgiu da vontade de seus donos de experimentar diversos pratos da culinária italiana entre uma taça de vinho e um copo de chope. A informalidade do ambiente é refletida no bem-humorado cardápio, que mistura português, italiano e palavras inventadas, e adverte: “Grazie al perdono di Dante, questo menu não tem nessuna pretensione de parlare italiano perfetto”, frase compreendida com tranquilidade por quem não domina o idioma do autor de A Divina Comédia. Sobre o nome da casa, Edgard explica que BottaGallo é o nome do personagem que batiza o bar: um simpático, inspirado, inteligente e guloso galo italiano, cuja bota é uma referência direta ao Em um ambiente de bar, Bottega BottaGallo oferece comida italiana em pequenas porções mapa do Belpaese.
la gente, il posto ClaudiaMonteiroDeCastro
Uma fábrica de marron-glacé
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udo bem que em Roma não se encontra o famoso Montblanc da Doceira Angelina de Paris. Mesmo sendo um doce muito apreciado em Roma, não é o forte da cidade. Mas quem é viciado em castanha, marron-glacé e afins, pode se consolar na Giuliani, uma antiga fábrica que existe desde meados do século passado. Eles realizam os doces de maneira completamente artesanal. E também criam diversos tipos de chocolate. Imperdível o marron-glacé coberto com chocolate. Fica na Via Paolo Emilio 67, no bairro Prati.
Roma e Paris: paixão e amor
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cabo de voltar de umas férias em Paris e Londres. Se Roma é meu grande amor, aquele que veio para ficar, Paris foi e continua sendo minha paixão. Peço desculpas ao leitor se faço uma pausa na coluna deste mês e deixo de falar só da Itália. Na realidade, eu vim parar em Roma por acaso. Minha intenção, há dez anos, quando deixei o Brasil, era ir a Paris, e não a Roma. Paris, onde eu tinha morado por meio ano quando tinha 23 anos. Paris, onde me descobri pela primeira vez. Mas apesar de ter uma possibilidade de emprego por lá como professora, eu queria mesmo era escrever um livro sobre a cidade e meu editor já tinha encarregado um jornalista de escrever um guia sobre Paris. Ora, mas teria outra cidade que você teria interesse em mapear? Ele me perguntou. Não titubeei: Roma. E Roma foi. Mas a capital francesa sempre ficou no sonho e vira e mexe me pego sonhando em morar na Cidade-Luz. Morando em Roma, cidade com poucas opções de cozinhas de outros países, sinto saudades de tantas delícias francesas. Do croissant salgado que derrete na boca, para começar. Afinal, na Itália, o croissant é doce. Sonho acordada com os doces franceses, que parecem joias expostas nas vitrines. Sonho o Montblanc da Doceira Angelina na Rue de Rivoli. Sonho os macarons do Pierre Hermé, principalmente o de sabor jasmim e de chocolate com maracujá. Penso com nostalgia nos sanduíches deliciosos franceses, tanto os sanduíches na baguette quanto os eternos croque monsieur e croque madame. Ah, como morro de saudades de tarte tatin e de crème brulé, minhas sobremesas favoritas. E o que dizer dos inúmeros restaurantes árabes e vietnamitas... E dos azulejos do metrô com os cartazes imensos de propaganda. E das mostras de arte e fotografia grandiosas. Das plaquinhas nas ruas dizendo aqui morou fulano de tal. Dos museus desconhecidos e infinitos. Dos parques impecáveis. Das cadeiras de vime dos cafés. Dos concertos de música clássica em algumas igrejas. Ah, tantas vezes, em sonho, vou à França. Toda vez que posso dar um pulinho neste amigo e rival da Itália (um pouco como paulistas e cariocas!) vou sem pensar duas vezes. Minhas idas a Paris são sempre compostas de duas partes: peregrinar e escavar. Peregrinar significa visitar os lugares amados e pra lá de conhecidos. Escavar significa descobrir lugares novos, desbravar caminhos por onde nunca passei antes, e Paris, por ser infinita, permite sempre isso. Nesta viagem foi assim também. Penso em Paris e penso na primeira paixão da minha vida, que, é claro, aconteceu em Paris. Durou pouco, mas permaneceu a lembrança intensa no tempo, depois de todos esses anos. Talvez porque não tenha sido completamente concretizada, tornando-se convivência, o sentimento não tenha se exaurido. Permaneceu tão forte quanto meu amor por Paris. Ambos ficaram idealizados, parados no tempo, não consumados pelo dia a dia, quando podemos perceber defeitos por meio do cotidiano. Talvez seja melhor assim. Paris, parada no tempo, de quando havia 23 anos e adorada para sempre. Roma, às vezes amada, às vezes detestada, como um amor real, com os altos e baixos do cotidiano. Satisfeita com minha conclusão, perambulando pelas ruas da minha cidade idealizada, fui tomar um vinhozinho para comemorar esta constatação. Fui deixando meus passos escolherem o lugar mais propício e, quando me dei conta, parei na frente de uma brasserie, perto da Gare St Lazare que não poderia ter nome mais apropriado: Brasserie Paris Rome. Uma grande paixão e um grande amor. Que mais se pode querer na vida? Diferentemente do que foi publicado na edição 166, nesta coluna, as imagens não referem-se aos textos. O erro se deu durante o fechamento.
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