A CAIXA é uma empresa pública brasileira que prima pelo respeito à diversidade, e mantém comitês internos atuantes para promover entre os seus empregados campanhas, programas e ações voltados para disseminar idéias, conhecimentos e atitudes de respeito e tolerância à diversidade de gênero, raça, orientação sexual e todas as demais diferenças que caracterizam a sociedade. A CAIXA também é uma das principais patrocinadoras da cultura brasileira, e destina, anualmente, mais de R$ 60 milhões de seu orçamento para patrocínio a projetos culturais em espaços próprios e espaços de terceiros, com mais ênfase para exposições de artes visuais, peças de teatro, espetáculos de dança, shows musicais, festivais de teatro e dança em todo o território nacional, e artesanato brasileiro. Os projetos patrocinados são selecionados via edital público, uma opção da CAIXA para tornar mais democrática e acessível a participação de produtores e artistas de todas as unidades da federação, e mais transparente para a sociedade o investimento dos recursos da empresa em patrocínio. Desta maneira, a CAIXA contribui para promover e difundir a cultura nacional e retribui país, e de efetiva parceira no desenvolvimento das nossas cidades. Para a CAIXA, a vida pede mais que um banco. Pede investimento e participação efetiva no presente, compromisso com o futuro do país, e criatividade para conquistar os melhores resultados para o povo brasileiro. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Dar alma ao barro Das técnicas diversas que pude presenciar ao longo de anos de pesquisa no campo do patrimônio cultural, sem dúvida, a que sempre mais me despertou atenção foi a da cerâmica. Ou das cerâmicas, mais corretamente. Como historiador de ofício, metido nas arqueologias, as cerâmicas se apresentam – para mim – como algo um tanto indissociável do processo de despertar da cultura e das culturas, numa longa duração, na qual suas formas e técnicas ganharam diversos lugares, espaços, sentidos que continuam se renovando incessantemente. Cada cultura deu à magia da transformação do barro cru em cerâmica, através do cozimento, características singulares que não poderiam ser delimitadas de modo simples entre “utilitárias” ou “decorativas”. Certamente, em quase todas as situações, os sentidos, as dimensões, são múltiplas, se somam, multiplicam e não se anulam. Mesmo em tempos recentes, nos quais a praticidade dos materiais sintéticos e dos produtos industrializados tem comprometido diversas tradições ceramistas mundo a fora – motivo, inclusive, pelo qual a preservação dessas tradições se torna uma frente fundamental da política cultural para as técnicas e manifestações intangíveis (palavra sempre ingrata e limitadora) – as cerâmicas se . A cerâmica realizada em fornos noborigama representa uma dessas tradições milenares; renovada, reencontrada nos dias atuais como a cultura em geral, dinâmica. Transmigrada do Japão para muitos lugares, assentada no Brasil, através de ceramistas japoneses, portugueses e brasileiros, modulada e nutrida de referências e experiências múltiplas de um novo mundo. Mieko Ukeseki e Alberto Cidraes, pioneiros dessa longa viagem – que podemos contar nas décadas que nos separam desde sua chegada ou nos milênios desde a invenção da técnica de cozimento do barro – representam com maestria a permanência e a recriação da arte da cerâmica. Permanência e recriação que a Caixa Cultural, sempre entendendo a importância do diálogo das culturas e dos tempos, acolhe por meio da exposição Do Japão ao Brasil: a viagem da cerâmica oriental. Rodrigo Silva Coordenador Geral
DO JAPÃO AO BRASIL A VIAGEM DA CERÂMICA ORIENTAL Vista tanto como produto de uso cotidiano, quanto objeto decorativo e até como obra de arte, a cerâmica é também um importante testemunho da vida das sociedades humanas desde a época da pré-história. A cerâmica do Japão é uma das mais antigas do mundo. As técnicas e estilos de cerâmica japonesa entraram no Brasil em grande parte graças aos imigrantes japoneses que se instalaram de São Paulo. Dentre essas técnicas, destaca-se a queima em alta temperatura (caracterizada grandes fornos como o noborigama (forno em escada), que os dois artistas presentes nesta eles, Cunha é hoje conhecida como a maior concentração de noborigama da América do Sul. Esta exposição conecta também três países com uma longa história de relacionamento: Portugal, Brasil e Japão. Portugal na nacionalidade da curadora e do artista Alberto Cidraes. Japão na origem da artista Mieko Ukeseki e na fonte de inspiração de técnicas e estilos cerâmicos. Brasil como cenário principal da concretização dos projetos dos três. Do Japão para Cunha ceramistas Toshiyuki e Mieko Ukeseki na pequena aldeia de Tsuru. Dessa amizade e parceria nasce a ideia de criar um grupo de ceramistas que trabalhassem em conjunto com o tradicional forno a lenha noborigama. O Brasil surgiu como espaço de concretização desse projeto por ser um país lusófono, com uma forte presença da colónia japonesa e possuir bastante espaço e matéria-prima disponível. Ukeseki, os irmãos Vicente e António Cordeiro e a recém-formada pintora Rubi Imanishi iniciam a procura de um local adequado à construção do ateliê coletivo. O Vale do Paraíba foi a região escolhida por ser uma área de montanha localizada entre São Paulo e Rio de Janeiro, os dois principais mercados consumidores do país. dando início à construção do forno noborigama sob as orientações de Toshiyuki Ukeseki. A primeira queima coletiva é individual de cada ceramista.
O forno noborigama O noborigama (noboru = subir, escalar + kama = forno) tem origem no Japão, onde foi introduzido no século XVI por ceramistas coreanos. Caracterizado pela construção ascendente em degraus, geralmente em declive natural, e pela existência de várias câmaras de queima, este a lenha. A queima a alta temperatura permite a produção de peças mais rígidas e resistentes e o uso da lenha como combustível favorece a criação de efeitos mais ou menos inesperados na superfície das peças. Este acaso e imprevisibilidade resultantes da participação das forças da O legado de Alberto e Mieko Além da difusão do forno a lenha noborigama no Brasil, Alberto e Mieko em muito contribuíram para a divulgação da atividade cerâmica no país, elevando-a à categoria de arte. Ao borrar as fronteiras entre arte e artesanato e entre escultura e utilitários, os artistas trouxeram uma visão oriental da cerâmica, na qual forma e função, beleza e utilidade, são conceitos integrados. Com isto, transformaram a pequena cidade de Cunha em centro turístico e principal pólo de cerâmica contemporânea do país. De fato, Cunha é hoje o maior pólo de concentração de noborigama da América do Sul, acolhendo sete dos cerca de vinte fornos deste tipo que existem no país. No entanto, do grupo inicial do Antigo Matadouro restam apenas Alberto e Mieko, cuja produção se distingue pelo diálogo entre as tradições do Japão e do Brasil. Liliana Granja
Mieko Ukeseki 1946 Nasce na província de Mie, Japão. 1968 Forma-se em Enfermagem em Nagoya. 1970 onde realiza suas primeiras incursões no barro. 1975 Estabelece-se no Brasil e monta ateliê coletivo no Antigo Matadouro de Cunha, São Paulo. 1977 Transfere-se para o Rio de Janeiro, onde divide ateliê com Vicente Cordeiro. 1981 Retorna a Cunha, onde instala seu ateliê individual. 1987 Participa do projeto Arte Litoral Norte, coordenado pelos artistas plásticos Antonio Carelli e Sandra Mendes. 1988-1990 Funda e dirige a Casa do Artesão de Cunha, instalada no Ateliê do Antigo Matadouro. 1995 Participa do projeto Arte no Metrô São Paulo, instalando uma obra pública no Memorial Armênia. 2010 Expõe no SESC Pompeia juntamente com outros artistas de Cunha. 2010 Cria, com o com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura através do Proac, o Memorial da grupo pioneiro de ceramistas da cidade.
Cer창mica queimada em forno
Por do sol - S/D Cer창mica queimada em forno
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S/ TĂtulo - S/D Cerâmica queimada em forno
S/ Título - S/D Cerâmica queimada em forno
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Alberto Cidraes 1945 Nasce em Elvas, Portugal. 1964-70 Cursa Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. 1970 Parte para o Japão com bolsa de pós-graduação do Ministério da Educação do Japão. 1971-73 Desenvolve investigação de pós-graduação sobre habitação tradicional japonesa na Universidade de 1973 Estabelece-se no Brasil. 1974 Cria, em conjunto com outros artistas, o Grupo Takê na aldeia de Cacha-Prego, Bahía, onde se dedica à escultura em bambu. 1975 Monta ateliê coletivo de cerâmica no Antigo Matadouro de Cunha, São Paulo. 1975-76 Parte para Portugal para lecionar arte na Escola Secundária de Monção. 1977-84 Volta para o Brasil. Desenvolve trabalho artístico no Antigo Matadouro. 1984-87 Muda-se para ateliê individual em Cunha. 1987-90 Funda e dirige o Departamento de Cerâmica do Ar.Co. – Centro de Arte e Comunicação Visual, em Almada, Portugal. 1988 - 89 É bolsista da Fundação Gulbenkian.
1990 Parte para o Japão como bolsista da Fundação Japão. 1990-91 Desenvolve projeto de investigação sobre “A Cerâmica na Arquitetura de Exteriores no 1991-94 É bolsista do Centro de Artes Tradicionais de Utatsuyama. 1993-2002 2002 Retorna a seu ateliê em Cunha. 2005
noborigama de Cerâmica de Cunha. 2010 Expõe no SESC Pompeia juntamente com outros artistas de Cunha.
S/ Título Cerâmica queimada em forno
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S/ Título - S/D Cerâmica queimada em forno
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Cer창mica queimada em forno Cer창mica queimada em forno
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S/ Título - S/D Cerâmica queimada em forno
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Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Ministro da Fazenda Guido Mantega Presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Fontes Hereda FICHA TÉCNICA
COORDENAÇÃO GERAL E PRODUÇÃO EXECUTIVA DESIGN E COMUNICAÇÃO VISUAL Rodrigo Silva Camila Wingerter OBRAS EXPOGRAFIA Mieko Ukeseki Rodrigo Silva e Ewerton da Silva Borges Alberto Cidraes MONTAGEM CURADORIA José Mauro da Silva Liliana Granja Edmilson Pereira Jaime Gonçalves REVISÃO E TRADUÇÃO DE TEXTOS Jonathan Vital de Melo Adriana Dupita ILUMINAÇÃO PRODUÇÃO LOCAL Jaime Gonçalves Lêda Deborah Guerra Santos ASSESSORIA JURÍDICA Perrotti & Barrueco Advogados Associados
CAIXA CULTURAL SALVADOR Rua Carlos Gomes, 57 – Centro, Salvador, Bahia, CEP 40.060-330 Terça-feira a domingo - das 9h às 18h Programa Educativo agendar Tel (71) 3421 4200 caixacultural.ba@caixa.gov.br www.caixa.gov.br/caixacultural