Revista Educação Física

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Ano XIII • n 52 • junho - 2014

ISSN 2238-8656

Órgão Oficial do CONFEF

o

1º Encontro Nacional

de Coordenadores de Curso de Bacharelado em Educação Física

Avaliação Física: CONFEF divulga nota técnica de orientação a Profissionais e academias



Palavra do Presidente A luta pela Educação Física é infinita O processo de consolidação de uma profissão passa pela quebra de paradigmas

e mudança de cultura. Compreender a importância de uma formação qualificada e não apenas a conquista de um diploma é fundamental.

A disciplina Educação Física tem sido alvo de debates e discussões. A mais re-

cente relativa à luta do Sistema CONFEF/CREFs em garantir o direito de os alunos em todas as séries (inclusive na educação infantil e nas primeiras séries da Educação Básica) terem as aulas ministradas por professores de Educação Física.

Hoje, ex-jogadores de futebol têm defendido que para ser treinador não há ne-

cessidade de frequentar curso superior, basta experiência prática. Governos de-

fendem que para ministrar a disciplina, nos primeiros anos da Educação Básica,

não há necessidade da orientação de professores de Educação Física, desconhecendo o quanto a mesma contribuí para

o desenvolvimento integral dos alunos. Busca-se a educação em tempo integral e a ampliação da oferta de atividades esportivas para os jovens, principalmente nas áreas menos favorecidas, sem que se dê qualidade e segurança no desenvolvimento dessas atividades, o que somente é possibilitado pela intervenção dos Profissionais de Educação Física. Propaga-se a necessidade das pessoas praticarem exercícios físicos e esportivos para minimizar a obesidade e o sedentarismo, do papel da atividade física na redução dos riscos das Doenças Crônicas não Transmissíveis como se fosse

o exercício um fim em si mesmo, esquecendo-se de que as atividades serão benéficas somente quando orientadas e ministradas por Profissionais de Educação Física.

São desafios permanentes, com os quais nos deparamos e atuamos de forma ética e efetiva. Assim como temos aler-

tado às autoridades, governos e parlamento, quanto às oportunidades perdidas na área educacional, social e da saúde com a realização dos maiores megaeventos esportivos mundiais.

A categoria e a sociedade têm acompanhado a atuação do Sistema CONFEF/CREFs pela conquista do direito de a so-

ciedade ser atendida nos serviços de exercícios físicos e esportivos por Profissionais de Educação Física. Nossa missão

é infinita, mas, a cada dia, observamos o salto de reconhecimento por parte da sociedade, autoridades, legislativo, judiciário e empresários.

Tendo em vista as eleições parlamentares este ano, o CONFEF explicita sua posição: nosso partido é o partido da

Educação Física.

Jorge Steinhilber CREF 000002/G-RJ - Presidente CONFEF

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O que vem da sala de aula

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Apresentamos o Centro de Excelência Física

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No Rio de Janeiro, Profissionais de Educação Física terão que ter qualificação em atendimento de emergência

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CONFEF alerta: Atividade física deve ser ministrada exclusivamente por Profissional de Educação Física

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O legado da Copa do Mundo de Futebol em debate

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Encontro discute formação de bacharéis em Educação Física

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CONFEF divulga nota técnica de orientação a Profissionais de Educação Física e academias sobre avaliação física

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Projeto promove um novo olhar sobre as dificuldades e limitações de pessoas com deficiência

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Conferência do Idoso debaterá Protagonismo e Empoderamento

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Sistema CONFEF/CREFs: Como funciona. VOCÊ SABE?

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O Futebol é a bola da vez

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Movimento dos Profissionais de Educação Física além da competência técnica

CONFEF Rua do Ouvidor, 121 – 7º andar -Centro CEP 20040-031 – Rio de Janeiro – RJ Tels.: (0xx21) 2526-7179  /  2252-6275 2242-3670  /  2242-4228 comunicacao@confef.org.br www.confef.org.br

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Bomba: O caminho mais curto pode não ter volta

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Projeto de vivências lúdicas no esporte é um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Esporte Educacional

Periodicidade: trimestral Tiragem: 226.000 Distribuição gratuita

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Espaço do leitor

Presidente Jorge Steinhilber 1º Vice-Presidente João Batista Andreotti Gomes Tojal 2º Vice Presidente Marino Tessari 1º Secretário Almir Adolfo Gruhn 2º Secretário Iguatemy Maria de Lucena Martins 1º Tesoureiro Sérgio Kudsi Sartori 2º Tesoureiro Marcelo Ferreira Miranda Conselheiros Angelo Luis de Souza Vargas Antônio Ricardo Catunda de Oliveira Carlos Alberto Camilo Nacimento Carlos Alberto Oliveira Garcia Elisabete Laurindo Emerson Silami Garcia Georgios Stylianos Hatzidakis Janine Aparecida Viniski Jeane Arlete Marques Cazelato Lúcio Rogério Gomes dos Santos Luisa Parente Ribeiro R de Carvalho Márcia Regina Aversani Lourenço Roberto Jorge Saad Sebastião Gobbi Solange Guerra Bueno Teófilo Jacir de Faria Tharcisio Anchieta da Silva Valéria Sales dos Santos E Silva Wagner Domingos Fernandes Gomes Walfrido José Amaral Presidentes de CREFs André Dias de Oliveira Fernandes (CREF1/RJ-ES) Carmen Rosane Masson (CREF2/RS) Eloir Edílson Simm (CREF3/SC) Flavio Delmanto (CREF4/SP) Antônio de Pádua Muniz Soares (CREF5/CE-MA-PI) Claudio Augusto Boschi (CREF6/MG) Cristina Queiroz Mazzini Calegaro (CREF7/DF) Jean Carlo Azevedo da Silva (CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR)

Antonio Eduardo Branco (CREF9/PR) Francisco Borges de Araújo (CREF10/PB-RN) Ubiratam Brito de Mello (CREF11/MS-MT) Nadja Regueira Harrop (CREF12/PE-AL) Paulo César Vieira Lima (CREF13/BA-SE) Rubens dos Santos Silva (CREF14/GO-TO)

Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF

Reciclando conhecimentos São Paulo regulamenta Lei de Incentivo ao Esporte

Vitória: Em Porto Alegre, Licenciatura em Educação Física é obrigatória para docência

Panoramas Agenda


O que vem da

sala de aula

São vários os e-mails que chegam até nós com belíssimos relatos de experiências desenvolvidas pelos Profissionais de Educação Física nas escolas. A dedicação desses professores é tamanha, que o nosso desafio em selecionar apenas dois projetos por edição é gigante. São Profissionais que fogem do lugar comum e buscam, através da criatividade, oferecer aos seus alunos uma nova vivência. Trabalhando com as mais variadas modalidades esportivas, os dois projetos que apresentamos a seguir, têm em comum não só o estado – Rio Grande do Sul, mas também a criatividade e a vontade de inovar o ambiente escolar. No primeiro projeto, tanto os alunos quanto o professor descobriram na Sinuca, uma modalidade esportiva que além de entreter os alunos, permite uma nova possibilidade de aula no inverno gélido do sul. O segundo projeto escolhe a cada trimestre, um novo esporte a ser trabalhado nas aulas, a fim de incentivar os alunos à prática esportiva. O espaço é aberto a Profissionais que atuam em sala de aula. O principal critério de escolha da publicação é a forma diferente de ministrar as aulas de Educação Física, bem como os resultados apresentados. Conte para nós sua experiência! Quem sabe o seu trabalho não estará nas próximas edições?

Sinuca na Educação Física? As aulas noturnas de Educação Física na Escola Estadual Nehyta Martins Ramos, em Porto Alegre (RS), não costumavam fugir da rotina. Cansados das tradicionais modalidades esportivas, como o futebol e o vôlei, ou ainda dos alongamentos e exercícios físicos orientados, os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), entre 15 e 60 anos, resolveram fazer um pedido ao professor. Cassiano Noimann Leal [CREF 002576-G/ RS], responsável pelas aulas, se surpreendeu quando os alunos manifestaram o interesse por uma oficina de Sinuca. Animado, o Profissional de Educação Física correu atrás, pesquisou e descobriu que a Sinuca é reconhecida oficialmente como modalidade esportiva através de Resolução do Conselho Nacional de Desportos. A compra da mesa, solicitada há anos pelos alunos à direção, contou com uma “vaquinha” entre os estudantes e até mesmo do professor. Feita a aquisição, foram ampliadas as possibilidades nas aulas de Educação Física, principalmente nos dias mais frios e chuvosos – comuns no inverno gaúcho. 4


“Os alunos reagiram muito bem à atividade. Muitos já conheciam, mas alguns experimentaram pela primeira vez, gostaram e participaram bastante das aulas. Algumas das habilidades desenvolvidas foram noção de espaço, equilíbrio e concentração”, explicou Cassiano.

“Após a realização do projeto concluo que é perfeitamente viável a implantação desta modalidade e bem interessante visando ampliar as possibilidades da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos”

Em maio do ano passado, foi realizado o 1º Torneio de Snooker (Sinuca), com a participação de mais de 30 alunos, de ambos os sexos. Todos os campeões e vice-campeões das turmas, além do campeão e vice-campeão geral da escola receberam medalhas personalizadas alusivas ao evento. De acordo com Cassiano, foi uma experiência muito rica e proveitosa para todos os envolvidos e, por seu pioneirismo, acabou publicada em vários jornais da região. “Após a realização do projeto concluo que é perfeitamente viável a implantação desta modalidade e bem interessante visando ampliar as possibilidades da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos”, comentou o professor. Esse relato é apenas uma das experiências desenvolvidas por Cassiano. Em 2010, o professor organizou o 1º Torneio de Pebolim com transmissão ao vivo pela internet e o 1º Torneio de Dodgeball em escolas municipais de Porto Alegre. No final de 2012 também realizou a 1ª Copa Escolar de Futebol de Botão e no final de 2013 o 1º Torneio interescolar de jogos da cultura popular, que contemplou as modalidades: jogo de taco, bocha, jogo de botão e pular corda. Desejamos em breve ter mais histórias para contar por aqui.

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Incentivo à prática esportiva Através do Projeto de Esportes Diferenciados, os alunos do Colégio Santa Terezinha, em Campo Bom (RS), são apresentados a uma nova modalidade esportiva a cada trimestre. O projeto funciona da seguinte forma: A professora Juliana Vielitz [CREF 000158-G/RS], responsável pelo projeto, convida um especialista de cada modalidade para apresentar o esporte à classe. Nas aulas seguintes os alunos colocam o aprendizado em prática. Ainda são feitas pesquisas na internet e ao final de cada aula os alunos testam seus conhecimentos. “A intenção é que eles aprendam um pouco do esporte e, se tiverem maior interesse, busquem um aprimoramento em locais onde estes acontecem diariamente. Isso serve para incentivá-los cada vez mais para o esporte”, explica a professora. De acordo com Juliana, os alunos, do 6º ao 8º ano, gostam muito da disciplina e sugerem sempre outros profissionais e esportes que desejam conhecer. “Desenvolvemos muitas habilidades, desde as regras de cada esporte, até a força, resistência, agilidade, noção espacial, equilíbrio, lateralidade, coordenação motora ampla e fina, temporalidade, ritmo, entre outras”.

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Em 2012 os alunos se aprofundaram na Capoeira e no Judô, em 2013 foi a vez do Boxe e do Punhobol. Esse ano, além do Taekwondô e do Badminton, a professora pretende trazer ainda a Zumba, o Tênis e Futsac – esporte recentemente reconhecido pelo Ministério do Esporte. A intenção da professora - que atua há mais de 25 anos na escola - é fugir do lugar comum e propor novas experiências aos seus alunos. “Pensei, que seria importante para os alunos terem vivência em outras modalidades esportivas que não são comuns no seu dia a dia escolar”.

A cada trimestre, os alunos do Colégio Santa Terezinha conhecem uma nova modalidade esportiva

Apesar de tamanha disposição e criatividade, o que mais chama atenção em Juliana é o seu amor pela Educação Física. Mesmo aposentada, a professora continua atuando e se declara uma apaixonada pelo que faz. “Sou apaixonada por esportes desde pequena. Quando tinha 11 anos já participava de campeonatos de Atletismo como arremessadora de peso. Pratiquei também voleibol, pelota ao cesto, handebol, tênis, entre outras modalidades. Amo o que faço e trabalho com prazer”.

Envie sua experiência Caro Professor de Educação Física, queremos saber sobre suas experiências inusitadas, e bem sucedidas envolvendo seus alunos nas aulas de Educação Física. Se você tem algum projeto cujos desenvolvimento e resultados são interessantes, conte para nós da Revista Educação Física. As histórias mais interessantes serão publicadas nas próximas edições. Para envio dos relatos, favor mandar e-mail para revistaef@confef.org.br. Avalie esta seção em confef.com/153 Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 7


Reciclando conhecimentos

Desde março o CREF13/BA-SE oferece formação continuada a Profissionais e estudantes de Educação Física. Tudo de forma gratuita. Ampliar o conhecimento dos Profissionais e proporcionar saberes sobre a área aos estudantes de Educação Física tem sido o objetivo do CREF13-BA/SE, que desde o mês de março promove diversos cursos de formação continuada. A ideia surgiu da necessidade de aproximar o Sistema CONFEF/CREFs dos Profissionais e acadêmicos, bem como valorizar e ampliar o conhecimento desse púbico, carente de atualização. O primeiro curso oferecido foi o “Workshop Gestão para Resultados”, realizado em março na Universidade Católica de Salvador (UCSAL). No mês seguinte foi a vez de Feira de Santana, também na Bahia, receber o curso de Fisiologia do Exercício. Ainda no mesmo período o “Curso de Metodologia de Ensino do Handebol” também foi fechado com sucesso, na UCSAL. “Essa iniciativa do CREF13/BA-SE foi muito importante para todos nós que já concluímos o curso e não tínhamos oportunidades de adquirir novos conhecimentos gratuitamente. Estou muito satisfeita”, afirmou a Profissional Thaise Freitas [CREF 007685-G/BA], que participou do curso de “Fisiologia do Exercício”, ministrado pelo Professor Mestre Valter Abrantes [CREF 000432-G/BA]. Mas o ciclo de cursos gratuitos não parou por aí. Em maio, mais três cursos foram iniciados na Bahia: “FUTEBOL: Da escolinha ao profissional”, com o Professor Especialista Dudu Fontes [CREF 002204-G/BA]; 8

“Educação Física Escolar”, com o Professor Mestre Lauro Gurgel [CREF 000015-G/BA]; e “Fisiologia do Exercício”, com o Professor Especialista Alexandre Dortas [CREF 004550-G-BA]. “Além de Salvador, que deve contar com oito cursos e três encontros, também serão desenvolvidos cursos no interior baiano e no Estado de Sergipe. Na Bahia já existem outras cidades definidas para sediar os eventos, entre elas estão Jequié e Juazeiro. A meta é abranger temas diversos, que contemplem tanto o bacharel quanto os que têm licenciatura. Os cursos serão aplicados por diversos especialistas da Educação Física” afirmou o presidente do CREF13-BA/SE, Paulo César Vieira Lima [CREF 000481-G/BA]. A formação continuada deve ocorrer até o mês de novembro, e é uma excelente oportunidade para atualizar conhecimentos, ter contato com renomados especialistas da área, além de fazer networking. Para ficar por dentro das próximas datas, acesse o site www.cref13.org.br. Avalie esta seção em confef.com/154


Crédito da foto: Fabio Arantes/SECOM

São Paulo regulamenta Lei de Incentivo ao Esporte O decreto que regulamenta a Lei Municipal de Incentivo ao Esporte foi assinado pelo prefeito Fernando Haddad em solenidade realizada no CEU Aricanduva, na Zona Leste.

Assim como o Governo Federal e o Governo do Estado, a Prefeitura de São Paulo aderiu à lei de incentivo fiscal para fomentar o esporte na capital. A medida deve aquecer o mercado dos Profissionais de Educação Física A Prefeitura de São Paulo deu um importante passo em direção à democratização e ampliação da prática esportiva na cidade. O estímulo foi dado no mês de fevereiro, quando o prefeito Fernando Haddad assinou o decreto que regulamenta a Lei Municipal de Incentivo ao Esporte - de autoria do Vereador Orlando Silva. Através da Lei, pessoas físicas e jurídicas que queiram fomentar práticas esportivas na cidade receberão incentivos fiscais e poderão, com isso, abater os valores investidos de impostos como o Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Os incentivos e benefícios concedidos pela lei tem entre os objetivos promover a revelação de atletas locais e estimular a requalificação urbanística por meio da recuperação ou instalação de equipamentos para a prática esportiva. O texto prevê ainda incentivos para projetos voltados à iniciação e desenvolvimento motor de crianças e adolescentes e, também, a adoção de clubes da comunidade (CDC) pelo prazo mínimo de dois anos. O alto rendimento esportivo, a capacitação de atletas, gestores e treinadores, construções, reformas e adequações em espaços administrados pela Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (SEME) também podem receber incentivos. Com a nova lei, diferentes tipos de projetos esportivos contarão com o apoio da prefeitura. Áreas ociosas poderão ser transformadas em espaços de esportes e lazer, Profissionais de Educação Física terão a oportunidade de ministrar aulas em lugares abertos e academias poderão oferecer atividades para os idosos. Para o Presidente do CREF4/SP, Flavio Delmanto [CREF 000002-G/SP] o momento é de comemoração. “A criação dessa espécie de lei em favor de nossa profissão é uma vitória, porque traduz o reconhecimento do Poder Público Municipal da importância econômica e social da Educação Física para a cidade. Quanto mais incentivos fiscais existem para determinada atividade, a tendência é de que ocorra um aumento na sua exploração econômica, o que reflete na oferta de oportuniAvalie esta seção em confef.com/155

dades de emprego e na valorização da profissão”, celebrou o Presidente. De acordo com o Prefeito, o fato do Governo Federal e do Estado de São Paulo já possuírem leis de incentivo fiscal para fomentar o esporte, pode atrair mais investidores. “Quando as leis têm esse alinhamento, os empresários começam a olhar com outros olhos para o esporte, até mesmo porque o empresário é movido a estímulos. Então se você oferece incentivos fiscais para que ele patrocine times, grupos e projetos na área do esporte, ele vai fazer uma conta e verificar que se apresentar o seu projeto nas três esferas de governo, ele terá um incentivo fiscal enorme para fomentar atletas que de outra maneira não teria condições para se dedicar”, afirmou o prefeito durante solenidade de assinatura do decreto.

Impostos O incentivo fiscal vai corresponder à emissão de certificado de incentivo, conforme os percentuais estabelecidos pela lei: de 70% a 100% do valor do patrocínio para o pagamento de até 50% do ISS ou IPTU. O certificado terá validade de um ano, sem renovação automática. A Lei Orçamentária fixará anualmente o valor utilizado para o fomento do esporte em São Paulo, que não poderá ser inferior a 10% do orçamento estabelecido para Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (SEME). Os projetos serão avaliados e fiscalizados pela secretaria, que irá considerar os aspectos orçamentários, viabilidade técnica, interesse público e imprescindibilidade do projeto. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 9


Apresentamos o Centro de Excelência Física

Tratamento médico ou prática de atividade física? Os dois

No local, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e Profissionais de Educação Física planejam e definem o tratamento em conjunto para que o cliente tenha o melhor resultado possível e saia do Centro, pronto para voltar à vida normal. À primeira vista, o local parece uma clínica comum de tratamento de saúde: uma recepção, pessoas aguardando atendimento, corredores e portas com indicações de atendimento médico. Mas não se engane. Essa primeira impressão muda totalmente quando vemos Profissionais vestidos com bermudas e camisetas transitando em direção a uma sala de condicionamento cárdio respiratório e prática de exercícios, seguidos por pacientes com roupa de treino de ginástica. Afinal, o local é para tratamento médico ou prática de atividade física? A resposta: os dois. O Centro de Excelência Física (Cefis), que comunga tratamento multiprofissional com atividades físicas tem cada vez mais conseguido resultados excelentes tanto em atletas que precisam de reabilitação como em pessoas comuns. Um dos carros chefes é a reabilitação cardíaca, mas o Centro atende desde indicações médicas, até pessoas que desejam simplesmente sair do sedentarismo. 10

Além de uma equipe comprometida, tecnologia de ponta e serviços de excelência, o segredo desse sucesso todo, segundo o Profissional de Educação Física, membro da Comissão Técnica da Seleção Brasileira de Futebol e sócio fundador do Centro, Francisco Gonzales é o caráter multiprofissional das equipes de atendimento que, antes de iniciar qualquer procedimento, realiza uma reunião em conjunto com os coordenadores de cada área para definir o tratamento mais adequado para cada caso. O passo a passo prático quem explica é a médica coordenadora da reabilitação cardíaca do Cefis, Gisele Mattioli. “Existe um médico, que faz o diagnóstico de uma lesão articular, o fisioterapeuta que faz o trabalho funcional inicial, depois tem um condicionamento físico onde o paciente é restabelecido para que ele retorne as atividades físicas e laborativas de forma normal”.


A qualidade do atendimento e o comprometimento dos profissionais envolvidos, que são marcas desde a criação do local, fez com que o Cefis se tornasse o Centro de Excelência Física de um grande plano de saúde nacional. “Geralmente o plano encaminha os pacientes para a fisioterapia, RPG e reabilitação cardíaca. Se algum paciente tiver interesse em continuar, e isso vem acontecendo, ele é redirecionado para o condicionamento físico”, explica Gonzalez. E complementa, “o que nós estamos fazendo hoje é uma mudança de paradigmas”.

ção Física está inserido dentro do tratamento de saúde, mas não da forma como era visto antigamente”, acredita Gisele Mattioli. Ela complementa: “É gratificante tanto para o paciente que se sente reconfortado ao perceber que a equipe conversa entre si em prol da sua melhora clínica, como para a operadora, pois este é um paciente que não tem reincidência, que se expressa em alto custo para a operadora”, finaliza.

Como tudo começou O Centro no formato e local atuais é algo novo. Ele é resultado da fusão entre um espaço físico de propriedade de Francisco Gonzalez e um grande plano de saúde. Mas essa história começou bem antes, exatamente há 16 anos. “Comecei em um espaço onde recebia pacientes para fazer um trabalho de recuperação pós-cirúrgica, de condicionamento físico e também estético”, conta Gonzalez. Nessa época, o local tinha 40 m² e recebia cada dia mais pacientes através de indicações médicas. Com o tempo, surgiu a necessidade de um espaço para a Fisioterapia. Foi então que o local ficou pequeno para os planos do fundador. Pensando na parte de reabilitação cardíaca, foram firmadas parcerias e o Centro passou a oferecer além da reabilitação cardíaca, fisioterapia, RPG e pilates. A parceria com o plano de saúde veio após o presidente do mesmo ter passado por tratamento no local. Após se tornar local de excelência do plano, o espaço físico dobrou de tamanho junto com a quantidade de serviços já oferecidos. “Passamos a ter uma sala só de testes de ergometria e ergoespirometria, com isso, o volume aumentou, pois juntou os clientes do plano com os de condicionamento físico”, destaca Gonzalez.

O papel do Profissional de Educação Física

O preparador físico e sócio fundador do Centro, Francisco Gonzalez

“Eu sempre defendi que a fisioterapia tinha que ser completa e trabalhada em conjunto com o condicionamento físico, pois não adianta tirar a dor do paciente e começar um esporte, pois ele acabará fazendo um bate-volta. Se ele não prepara a musculatura ele irá reincidir”, explica Gonzalez. Partindo dessa premissa, o Profissional de Educação Física é um dos agentes da equipe e atua em pé de igualdade com os demais profissionais. “Toda essa passagem da fisioterapia, tanto a fisioterapia fase 2, quanto o condicionamento físico é elaborado pelo Profissional de Educação Física. Assim como a reabilitação cardíaca recebe a coordenação de um médico, existe a coordenação do trabalho de força pelo Profissional de Educação Física”, complementa. O que acontece na realidade é uma mudança de paradigma do próprio Profissional de Educação Física. No caso do Cefis, ele faz parte de todo o tratamento clínico que é oferecido aos pacientes. Quando se tem uma equipe multidisciplinar, cada um realiza o seu trabalho específico e cada um tem a sua importância específica dentro daquele trabalho. Não existe uma diferença, existem perspectivas diferentes dentro do próprio tratamento, onde cada um entra num momento específico, mas todos conversam o tempo todo. “Acredito que com o tempo, tanto as agências reguladoras, quanto as próprias operadoras de saúde vão perceber que o Profissional de EducaAvalie esta seção em confef.com/156

Gisele Mattioli, médica coordenadora da reabilitação cardíaca

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No Rio de Janeiro, Profissionais de Educação Física terão que ter qualificação em atendimento de emergência A determinação visa trazer maior segurança para os usuários de estabelecimentos prestadores de atividade física No mês de janeiro, a Prefeitura do Rio assinou um decreto que determina às academias, clubes desportivos e demais estabelecimentos de práticas desportivas a manterem, em tempo integral, Profissionais de Educação Física habilitados para aplicar medidas e procedimentos de atendimento de emergência e de suporte básico de vida. O Decreto Nº 38.255 reconhece o Profissional de Educação Física como profissional da saúde e busca conferir segurança aos frequentadores de estabelecimentos que ministrem ou possibilitem a prática de quaisquer modalidades físico-desportivas. Os estabelecimentos devem elaborar um plano de emergência para situações de lesões musculoesqueléticas e cardiovasculares, desde pequenos ferimentos até eventos mais graves. Os equipamentos necessários devem estar em local visível e de fácil acesso. O documento ainda determina que o treinamento de capacitação dos Profissionais seja fornecido gratuitamente pelo CREF1/RJ-ES, assim como a vistoria dos estabelecimentos. A certificação deverá ser atualizada a cada dois anos. O responsável pela iniciativa foi o deputado federal Pedro Paulo, que através da ligação feita pelo Profissional de Educação Física e gestor do projeto Rio em Forma Olímpico, Marcello Barbosa [CREF 000426-G/RJ], atendeu prontamente a proposta e levou à Prefeitura a importância da obrigatoriedade. Para Marcello, o decreto já está tendo um impacto muito positivo entre as classes envolvidas: aos Profissionais de Educação Física, que lhes garante um maior status profissional por se tornarem mais capacitados no atendimento à população, aos empresários, que podem oferecer, sem ônus, maior segurança aos seus clientes e, com isso, valorizar ainda mais o seu negócio e, principalmente, ao cidadão, que se sente mais protegido e seguro para iniciar um programa de exercícios. “Embora, atualmente, já exista uma maior conscientização da população sobre os benefícios da atividade física regular, ainda encontramos alguma resistência sobre a segurança dessa prática, principalmente quando a pessoa possui algum tipo de doença ou predisposição. Com essa legislação, o cidadão se sentirá mais confiante para buscar uma atividade que lhe agrade e sob a orientação de um Profissional de Educação Física”, afirmou o Profissional. Ainda de acordo com Marcello, a categoria está passando por um momento ímpar de valorização, tanto pela população em geral, quanto por outras categorias da área da saúde. “Deve-se a isso ao trabalho sério que vem sendo desenvolvido pelos Conselhos Regionais e Federal e pelo apoio de governantes e políticos, como o deputado Pedro Paulo, que reconhecem a nossa luta e não medem esforços para legitimar nosso exercício profissional”. 12

Para ler o documento na íntegra, acesse o link confef.com/151 Avalie esta seção em confef.com/157


CONFEF alerta: Atividade física deve ser ministrada exclusivamente por Profissional de Educação Física Recentemente foram divulgados os dados da pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) e as notícias são boas: O percentual de pessoas que praticam atividades físicas durante o tempo livre cresceu em 11% nos últimos cinco anos. A população parece estar mais ativa e o Governo tem investido cada vez mais em projetos esportivos. São várias as iniciativas dos governos federal, estadual e municipal que buscam conscientizar à população acerca da importância do exercício físico. No âmbito federal, o Segundo Tempo e o Projeto Esporte e Lazer da Cidade, ambos do Ministério do Esporte, têm como objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte. Mas para que esses valores sejam promovidos com ética e segurança, é fundamental que as atividades sejam ministradas por um Profissional de Educação Física. É preciso destacar ainda que a presença dos monitores não deve substituir o Profissional de Educação Física em hipótese alguma, e sim auxiliar o seu trabalho. Pois, apenas o Profissional formado tem a capacidade de desenvolver atividades que proporcionem a melhora no indivíduo como um todo. Riscos: Praticar atividade física pode ser muito saudável ao organismo, mas, se má orientada pode trazer diversos problemas. O indivíduo que treina e faz exercícios físicos sem a orientação de um profissional competente, está sujeito a enfrentar situações difíceis, colocando a sua saúde em risco. O CONFEF alerta: Caso tenha conhecimento de leigos, monitores ou estagiários exercendo a função do Profissional de Educação Física em algum dos projetos, entre em contato com o CREF da sua região e efetue uma denúncia. A orientação das atividades físicas e exercícios físicos são competências exclusivas dos Profissionais de Educação Física. Na última edição da Revista Educação Física, apresentamos o projeto Geração Saúde, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude (SEEJ) que, em parceria com o CREF6/MG, garante à população mineira atividades orientadas e promovidas por Profissionais de Educação Física. Uma bela parceria que pode servir de inspiração aos demais estados.

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Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 13


O legado da Copa do Mundo de Futebol e Com a bola rolando nos gramados brasileiros, a Revista Educação Física foi conversar com dois Profissionais da área para saber, entre outros, quais são os legados que o megaevento pode deixar para o país. Um currículo cheio de conquistas Como preparador físico da Seleção Brasileira, Paulo Paixão [CREF 003932-G/RS] participou das Copas do Mundo de 1994, 2002 e 2010, conquistando as duas primeiras. Mas essas não foram as únicas conquistas. Por onde trabalhou, Paixão colecionou títulos, entre eles: três Libertadores, um Mundial de Clubes, um Campeonato Brasileiro, três Copas das Confederações, duas Copas América, uma Copa do Brasil, além de mais oito títulos estaduais. REVISTA Educação Física - Quais são as atribuições do cargo de preparador físico? Paulo Paixão - Além de educar, orientar e direcionar o atleta para o seu crescimento físico, psicológico e moral (formação Homem-Atleta), o Preparador físico busca também a adaptação da equipe ao tipo de esforço que a forma de jogar exige. Equilibrando e controlando as valências físicas para melhorar o desempenho individual e na recuperação pós-treinos e pós-jogos. Formação, conhecimento, interação e organização. REF - De que forma a Copa do Mundo pode contribuir para alavancar a Educação Física nas escolas e de que forma pode minimizar a obesidade infanto-juvenil? Paulo Paixão - Através dos professores de Educação Física de cada escola, promovendo debates sobre o tema, olimpíadas internas, jogos, palestras sobre a Copa do Mundo, mostrando e incentivando a importância da prática de esportes e atividade física como gerador de energias e saúde. Equilibrando e controlando a alimentação, através de um cardápio montado por um profissional da área da nutrição na própria escola, associado à prática de Educação Física.

“Sabemos que o CONFEF é o órgão que regulamenta, orienta e fiscaliza os Profissionais da Educação Física. O Conselho qualifica os profissionais atuantes na área da saúde, da atividade física, da atividade desportiva, melhorando a qualidade de vida e condicionamento físico com maior segurança.” 14

Paulo Paixão

REF - Que legado sócio educacional o senhor espera da Copa? Paulo Paixão - Além dos benefícios reais para os diversos setores da sociedade brasileira, como as grandes obras de infraestrutura, a Copa irá alavancar a qualidade de vida da população, a economia, a saúde, a prática de esportes e a educação. Sem dúvida é uma chance de garantir que o Brasil projete para o mundo a imagem de eficiência, a capacidade de encantar, mobilizar e emocionar o mundo, pois teremos milhões de olhos voltados para o país. REF - O que o levou o senhor a estudar e formar-se em Educação Física? Paulo Paixão - Na verdade, a minha escolha teve alguns processos determinantes: Por ter sido atleta de futebol; Pelas referências e influências dos meus professores de Educação Física; O gosto pelos esportes e atividades físicas; A vontade de adquirir um conhecimento mais amplo, de como o corpo humano funciona mediante aos nossos estímulos diários; Pela identificação com o curso.


fissão. Para que possa realizar suas tarefas com conhecimento, segurança e equilíbrio. Há mais de 25 anos o futebol está presente em sua vida

ol em debate

Fisiologista com passagens pela Seleção Brasileira Olímpica, pelo Real Madrid, com 22 anos dedicados ao Cruzeiro e atualmente membro da Comissão Técnica da Seleção Brasileira e consultor de fisiologia do Botafogo, o Conselheiro Federal Emerson Silami Garcia [CREF 000046G/MG] espera que os megaeventos esportivos motivem as crianças e adolescentes a se tornarem mais ativos fisicamente. REVISTA Educação Física - Quais são as atribuições do cargo de fisiologista dentro de um clube de Futebol? Emerson Silami - As atribuições do fisiologista incluem o planejamento, a condução e a interpretação dos resultados dos testes e avaliações que permitem conhecer as características genéticas e físicas dos atletas, bem como identificar suas deficiências, visando otimizar o planejamento do treinamento. Estes testes e avaliações servem também para verificar se os treinamentos estão produzindo os efeitos desejados sobre a capacidade física dos atletas. O fisiologista é responsável também pela avaliação do esforço empreendido pelos atletas em treinamentos e jogos. Seu trabalho inclui também ações que visam otimizar a recuperação dos atletas e a prevenção de lesões. Seu trabalho é realizado de forma multidisciplinar.

Emerson Silami Garcia

REF - Como o senhor vê a importância do registro profissional e o trabalho do Sistema CONFEF/ CREFs junto aos profissionais? Paulo Paixão - Sabemos que o CONFEF é o órgão que regulamenta, orienta e fiscaliza os Profissionais da Educação Física, combatendo o exercício ilegal da profissão, além de defender os interesses da sociedade em relação ao serviço prestado pelo Profissional. O Conselho qualifica os profissionais atuantes na área da saúde, da atividade física, da atividade desportiva, melhorando a qualidade de vida dos que procuram uma atividade relacionada ao condicionamento físico com maior segurança . REF - O que o senhor diria aos que estão se formando? Paulo Paixão - Hoje em dia a sociedade busca, cada vez mais, a saúde plena do corpo e da mente. Por conta disso, o mercado de trabalho para o Profissional de Educação Física está crescendo consideravelmente. É preciso nunca se esquecer das atualizações e aperfeiçoamentos, independente de qualquer que seja a sua proAvalie esta seção em confef.com/159

REF - Um grande time requer hoje uma equipe multiprofissional (médico, psicólogo, fisioterapeuta, preparador físico, entre outros), como o fisiologista dialoga com estes profissionais? Emerson Silami - O trabalho em clubes de futebol é realizado por uma equipe multidisciplinar que inclui Profissionais de Educação Física, de Medicina, de Nutrição, de Fisioterapia, de Psicologia, entre outros. O número de profissionais envolvidos não é o mesmo em todos os clubes de futebol. O fisiologista interage continuamente com os demais membros da comissão técnica, passando a eles informações sobre os atletas e participando de reuniões para discutir o planejamento do trabalho. REF - De que forma esse megaevento esportivo pode contribuir para alavancar a Educação Física nas escolas e minimizar a obesidade infanto-juvenil? Emerson Silami - A realização de megaeventos esportivos em um país pode motivar as crianças e os adolescentes a se tornarem mais ativos fisicamente. Entretanto, para que isto aconteça, são necessárias mudanças nas políticas públicas e nos investimentos, já que o conceito de escola, no Brasil, não inclui os equipamentos necessários para as aulas de Educação Física e a prática de esportes, como pista de atletismo, piscina, ginásio de ginástica e outros. Com relação à obesidade infanto-juvenil, ela poderia ser minimizada pela prática diária de atividades físicas e esportivas, inclusive durante as aulas de Educação Física. REF - Como o senhor vê a importância do registro profissional e o trabalho do Sistema CONFEF/CREFs junto aos profissionais? Emerson Silami - O Registro Profissional, além de ser uma exigência legal, é uma garantia de segurança para a sociedade. REF - O que o senhor diria aos que estão se formando? Emerson Silami - O trabalho no futebol é excitante. Aqueles que desejam trabalhar neste esporte devem realizar estágios em clubes de futebol durante a graduação e devem se dedicar com afinco aos estudos, já que o mercado é muito competitivo. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 15


Encontro discute formação d em Educação F Coordenadores de mais de 80 cursos de bacharelado em Educação Física, vinculados à instituições públicas e privadas das diferentes regiões do Brasil estiveram reunidos no último mês de abril no Rio de Janeiro, participando do I Encontro Nacional de Coordenadores de Curso de Bacharelado em Educação Física. O evento aconteceu no mesmo dia e em paralelo à abertura do 5º Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública. Um indicativo de que a atuação do Profissional de Educação Física na área de saúde é um assunto atual e que vem mobilizando a categoria.

“É importante destacar que no Brasil a área de atividade física e saúde é liderada pela Educação Física. Em outros países a situação é diferente”, destaca o Presidente do 5º Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública, Pedro Hallal. A programação foi aberta pelo Prof. Dr. Pedro Hallal e pelo Presidente da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS), Prof. Dr. Rodrigo Siqueira Reis [CREF 001876-G/PR] com a palestra “O papel da SBAFS e da ISPAH na produção e veiculação do conhecimento em atividade física e saúde”. Em seguida, o Presidente da Associação Brasileira de Ensino da Educação Física para a Saúde (ABENEFS), Prof. Dr. Wallacy Feitosa [CREF 001046-G/PE], discorreu sobre o papel da ABENEFS. A Conselheira Federal, Profa. Dra. Iguatemy Lucena [CREF 000001G/PB] palestrou sobre “Intervenção e Formação: a articulação necessária para a qualidade do exercício profissional em Educação Física”. O Conselheiro Federal, Prof. Dr. Ângelo Vargas [CREF 000007-G/RJ] falou sobre “Marco Legal e Normativo Aplicável à formação superior em Educação Física”. O produtivo dia de debates foi finalizado com uma mesa redonda entre os coordenadores de cursos e os palestrantes. “Esse Encontro é a pedra fundamental para essa parceria entre as instituições que estão preocupadas efetivamente com a formação profissional e a intervenção em Educação Física, como a Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde, o Conselho Federal de Educação Física [CONFEF] e a ABENEFS”, destacou o presidente da ABENEFS, Wallacy Feitosa [CREF 001046-G/PE]. O evento foi promovido pela ABENEFS com o apoio do CONFEF e da SBASF. 16


o de bacharéis o Física

ENTREVISTAS

tar o número de parcerias. Só assim a gente consegue realizar as nossas intenções.

Wallacy Milton N. Feitosa [CREF 001046-G/PE] – Presidente da ABENEFS

Como está sendo desenvolvida a pesquisa do Fórum Nacional de Educação das Profissões na Área de Saúde (FNEPAS) em parceria com o Ministério da Saúde em torno da Educação Física? O levantamento pretende descobrir onde que os Profissionais de Educação Física estão atuando no setor da saúde, quando, como e em que nível de qualidade eles estão sendo formados. A ideia é que a gente produza individualmente uma cartografia e demografia para cada profissão. As profissões que já possuem serão refeitas para no fim ter um consolidado de todos os documentos. Nossa intenção é balizar as políticas públicas na área da saúde, seja na área de formação ou intervenção.

Que balanço o senhor faz do evento? O evento foi extremamente positivo, primeiro pela boa adesão dos coordenadores de curso, com representantes de praticamente todo o Brasil, segundo pela discussão em si, o que a gente estimulou e o que de fato a gente recebeu de retorno dos coordenadores. Esse Encontro é a pedra fundamental para essa parceria entre as instituições que estão preocupadas efetivamente com a formação profissional e intervenção em Educação Física como a Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde, o CONFEF e a ABENEFS. A ABENEFS tem poucos anos de existência, inclusive, o Sr. já afirmou que a associação é uma criança. Quais são os planos para que ela atinja a maturidade? Nossos planos consistem em aumentar o número de associados para que cresçam os nossos braços de divulgação; aumentar o número de pessoas que discutam efetivamente na formação inicial a saúde enquanto um setor em que a Educação Física terá que atuar com competência e qualidade; organizar o nosso segundo encontro - o COBENEFS, que congrega a discussão da formação profissional no campo da saúde; aumen-

Qual é a função da ABENEFS em relação aos cursos de bacharelado em Educação Física? A função da Associação é trabalhar para a formação profissional e esta está voltada para a universidade (na formação inicial e na pós-graduação). Como a gente não tem o amparo legal que o CONFEF possui, e nos representa muito bem, a ABENEFS tem estimulado uma discussão profunda sobre o assunto dentro das instituições. Nossa preocupação é o quanto repercute a formação no campo da intervenção. Se um Profissional que não é formado especificamente atua em determinado campo, os prejuízos para a sociedade são imensos. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 17


Como o senhor vê a parceria da ABENEFS com o CONFEF? Extremamente positiva. Na verdade, a nossa parceria não é de hoje. A gente vem conversando com o CONFEF desde a nossa fundação, entendendo muito claramente o papel de cada um nesse processo de oferecer um serviço de qualidade à sociedade quando a gente trata da atividade física. Enquanto nós discutimos a formação, o CONFEF discute a intervenção e estes não podem estar desvinculados. A gente cria uma parceria de formação profissional, de quem regula e fiscaliza a intervenção profissional e de uma sociedade científica, que produz conhecimento na área em que a gente forma e atua. Prof. Dr. Pedro Cury Hallal – Presidente do 5º Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública

Gostaria que o senhor falasse sobre a importância desses dois eventos discutindo a Educação Física e acontecendo em paralelo no mesmo local. O Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde Pública é o principal evento da área e é a primeira vez que este está sendo realizado em um país de renda média ou baixa, como é o caso do Brasil pela a classificação do Banco Mundial. É uma oportunidade única para que a área se desenvolva e um orgulhoso para nós brasileiros. Esse fórum promovido pela ABENEFS, CONFEF e Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde também é extremamente importante porque é um dos primeiros momentos em que os coordenadores de bacharelado em Educação Física estão juntos para discutir a formação na área. Sobre as questões que permeiam o bacharelado, que análise pode ser feita hoje? A sensação que eu fico às vezes é que os bacharéis estão andando no banco do passageiro. Eles estão deixando a Educação Física acontecer e as decisões sobre o próprio bacharelado sendo tomados pelos outros. A ideia é que esse evento sirva para que os bacharéis tomem o acento do motorista e ajudem a definir os rumos da área. Com certeza isso é algo que precisa ser feito. É importante destacar que no Brasil a área de atividade física e saúde é liderada pela Educação Física. Em outros países a situação é diferente. Como o senhor vê iniciativas como estas para o futuro da profissão? A perspectiva é que em pouco tempo uma das grandes áreas de atuação 18

do Profissional de Educação Física seja a da saúde. É importante que esse evento, de uma forma ou de outra, ajude a melhorar a formação inicial, especialmente dos bacharéis para atuar nessa área. Prof. Dr. Rodrigo Siqueira Reis - [CREF 001876-G/PR] – Presidente da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde

Qual o papel da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde? A Sociedade atua especialmente na área de pesquisa, congregando pesquisadores e alunos, tanto da graduação quanto da pós para discutir os temas emergentes e relevantes para a aplicação da pesquisa na prática profissional. Essa é a discussão que a gente tem feito não só na minha gestão, mas também nas anteriores, de fortalecer a área e torná-la não apenas uma área relevante academicamente, mas também para a vida das pessoas. Qual é o papel do bacharel em Educação Física nesse contexto? É o bacharel em Educação Física que atua perfeitamente na área da atividade física relacionada à saúde, seja na área de atuação básica, seja no ambiente clínico, em hospitais, entre outros. Ele é o Profissional que vivencia a prática, que a pesquisa em atividade física e saúde desenvolvem. Será elaborado algum documento a partir desse evento e das discussões desenvolvidas? Nós estamos preparando uma carta com posicionamentos e reflexões que demonstram a preocupação que as entidades envolvidas têm a


respeito da formação profissional e a atuação do Profissional de Educação Física na saúde. Como o senhor analisa a atuação de Licenciados na área destinada à bacharéis? Isso é crítico porque a formação destes Profissionais não contemplam os conteúdos e experiências pedagógicas e acadêmicas que permitem a sua plena atuação. Então a gente não pode discutir só a questão do direito de atuar, mas também da formação. Eu me preocupo, pois uma formação destinada para atuação na área escolar não permitirá que o egresso atue com a capacidade plena e com uma boa efetividade no campo da atividade física e saúde. Na prática, há algum movimento por parte da Sociedade em impedir esse processo? Essa discussão está começando agora. A sociedade esteve muito mais preocupada com questões relacionadas à pesquisa e a área acadêmica. Nós iniciamos essa discussão com a ABENEFS para entender como esse processo está se dando e que a gente possa se posicionar em um futuro próximo.

“Eu achei essa ideia desse primeiro encontro de coordenadores de todo o país espetacular. Deveria, se fosse possível, acontecer periodicamente porque os assuntos são muitos. Está sendo ótimo, estou aprendendo muito. São 80 coordenadores de Educação Física reunidos. Acho que nunca tive a oportunidade de estar com essa nata da Educação Física”. Dorinha Vianna [CREF 009763-G/RJ]- Coordenadora do Curso de Educação Física - Institutos Superiores de Ensino do Censa – ISECENSA (RJ) “É importantíssimo nós podermos trocar com outros coordenadores as possibilidades e dificuldades enquanto gestores dos cursos de bacharelado. Todas as falas foram muito importantes e só vieram a corroborar com tudo que a gente está tendo que desenvolver e tudo que a gente está passando nesse momento para marcar a identificação dos cursos de bacharelado. Então é um aprendizado que juntos nós vamos conseguir fazer com que o Brasil esteja à frente e caminhando nessa linha do bacharelado em Educação Física”. José Onaldo Ribeiro de Macêdo [CREF 000134-G/PB] – Coordenador do Curso de Bacharelado em Educação Física - Faculdades Integradas de Patos (PB)

Essas parcerias são importantes para a defesa do bacharelado? É chegado o momento dos vários atores da área acadêmica, profissional e política trabalharem de maneira coordenada no sentido de implementar uma formação de qualidade nos cursos de graduação e de garantir o exercício profissional de qualidade. Eu acho que a gente não pode relegar esse papel apenas ao Sistema CONFEF/CREFs. Todos os atores que estão preocupados com área de Educação Física, e especialmente atividade física e saúde, devem trabalhar coordenadamente. José Onaldo Ribeiro de Macêdo

O que os coordenadores de curso dizem sobre o Encontro Carlos Cardoso - Coordenador adjunto do Curso de Bacharelado em Educação Física – Faculdade Gama e Souza (RJ)

Carlos Cardoso

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“Eu tenho acompanhado todos os eventos que o CONFEF tem realizado pelo país. E um evento dessa natureza vem ajudar a tirar as dúvidas e fazer com que todos os Profissionais de bacharelado possam ter uma linha de conduta uniforme, que contribui para a valorização da profissão. As experiências trocadas ajudam a direcionar a nossa posição, fazendo com que os cursos sejam mais regulares, mais consistentes, com Profissionais que possam exercer sua profissão com dignidade e competência”.

Dalmo Machado [CREF 010330-G/SP] – Escola de Educação Física e Esportes de Ribeirão Preto (USP) “Eu achei que foi bastante positivo por se tratar do órgão principal que regulamenta a nossa profissão em um evento que se preocupa e defende as questões relacionadas à nossa classe. Ações como estas fazem a gente crescer e alcançar aquilo que as demais profissões já conquistaram há muito tempo. Nós precisamos ser reconhecidos diante da sociedade e o CONFEF trabalha nessa direção”. Dalmo Machado

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CONFEF divulga nota técnica de orientação a Profissionais de Educação Física e academias sobre avaliação física Após grande repercussão midiática acerca da exigência do atestado médico para a prática de atividades físicas, a Revista Educação Física apresenta nessa edição a nota técnica que tem como finalidade orientar a conduta dos Profissionais de Educação Física e trazer maior segurança para os praticantes. A cada dia que passa a sociedade demonstra estar mais consciente da importância do exercício físico como forma de manutenção da saúde e prevenção de doenças. Seja pelas pesquisas científicas, pelos programas de TV, sites ou por orientação médica, o fato é que o número de pessoas que procuram na atividade física um tratamento para suas patologias só tem aumentado. Pensando nesse novo perfil de praticante, além de levar em conta a existência de leis que exigem o exame médico como condição para a prática de atividade física, o CONFEF elaborou uma nota técnica que visa orientar as academias e os Profissionais de Educação Física a fim de que estes possam oferecer um serviço com segurança. A nota nº 002/2012 orienta os Profissionais de Educação Física a realizarem uma avaliação física detalhada antes da elaboração de um programa de exercícios. Se forem observados fatores de risco que possam ser agravadas pela atividade física, o Profissional deverá solicitar uma avaliação médica especializada, buscando identificar restrições e estabelecer linhas de orientação para prescrições de exercícios apropriados. De acordo com o Conselheiro Federal Marcelo Ferreira Miranda [CREF 000002-G/MS], a medida tem como objetivo evitar leis que delegam a outros profissionais a prescrição do exercício físico, além de trazer maior segurança para a população. O CONFEF entende que a avaliação da aptidão física e de condições para a prática de exercícios é de competência do Profissional de Educação Física, pois o atestado médico, solicitado de forma irrestrita e protocolar, não garante a segurança pretendida para o beneficiário. Além disso, não isenta a academia ou o instrutor caso aconteça algum problema de saúde em decorrência da prática. Por isso, é preciso que o Profissional de Educação Física esteja devidamente capacitado para realizar uma avaliação física detalhada, utilizando protocolos de estratificação de risco, com conhecimento adequado dos testes, das indicações e contraindicações, das respostas hemodinâmicas e respiratórias ao exercício físico, do preparo do beneficiário, do conhecimento dos mecanismos de funcionamento dos equipamentos, bem como suas limitações e indicações de interrupção dos testes. A nota técnica foi fundamentada nas diretrizes do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), que é a grande referência no mundo em relação a prática de exercício físico de forma segura e orientada, e no livro “Recomendações sobre condutas e procedimentos do Profissional de Educação Física na atenção básica à saúde”. Para ler o documento na íntegra, acesse confef.com/149. 20

“De acordo com o Conselheiro Marcelo Ferreira, a medida tem como objetivo evitar leis que delegam a outros profissionais a prescrição do exercício físico, além de trazer maior segurança para a população.”


que o Profissional de Educação Física faça uma triagem minuciosa, identifique quem necessita de um check-up médico para a prática de exercícios e encaminhe esses indivíduos a um Cardiologista ou Médico do Esporte. Recentemente em Goiânia (DF), um rapaz de 26 anos faleceu durante exercício físico. O mesmo não havia apresentado um atestado médico à academia. Quais são os procedimentos que o estabelecimento deveria ter tomado para evitar o ocorrido? Naquele caso específico, o Profissional de Educação Física deveria ter encaminhado o rapaz para um check-up antes de iniciar o programa de exercícios, pois ele havia relatado (segundo declaração do proprietário), que tinha problemas cardiovasculares. Ou seja, entendemos que só poderia ter iniciado o exercício, se na estratificação de risco, ele tivesse sido classificado de baixo risco ou de risco moderado (apenas para exercícios moderados). Como ele relatou um problema cardiovascular, ele deveria ter sido encaminhado ao Profissional de Medicina cardiologista ou médico do esporte.

Marcelo Miranda

Entrevista com o Conselheiro Federal Marcelo Miranda A nota foi criada com que intuito? Quais são as mudanças esperadas? Ela foi criada para que sejam respeitadas as competências do Profissional de Educação Física e que não seja delegada a outro profissional a questão da avaliação física para prática de exercícios. Esperamos também que as academias passem a valorizar mais a realização de uma boa avaliação pré-participação, onde a partir das informações obtidas seja possível prescrever um exercício eficiente, prazeroso e seguro. A intenção não é extinguir o check up médico, certo? Na prática, como isso funciona? Muito pelo contrário. Entendemos que o check-up é importantíssimo. Quem dera se toda a população tivesse o hábito e pudesse ter acesso periódico aos serviços médicos. O que não concordamos é com a exigência irrestrita do atestado médico de forma protocolar, como se isso trouxesse segurança aos beneficiários. O ideal é Avalie esta seção em confef.com/161

Em Sorocaba (SP) mais de 20mil crianças da rede municipal de ensino estão sem aulas de Educação Física desde a implantação de uma lei que exige avaliação médica para a sua prática. O que o senhor acha dessa exigência? Por que impedir que as aulas de Educação Física iniciem sem a avaliação médica? O risco da frequência nas aulas é significativo? Vale lembrar que muitos dos problemas de saúde dos escolares podem ser identificados pelo pessoal de educação, especialmente pelo professor de Educação Física, que tem uma posição de observação privilegiada nas suas aulas e tem competência para identificar alterações ou problemas de saúde e, aí sim, encaminhar ao médico. É importante lembrar que na maioria dos casos, a família tem conhecimento de patologias mais graves que poderiam limitar a prática de atividades físicas, e que podem transmitir essas informações à escola, tornando o exame médico redundante e de alto custo/benefício. Pergunto: O poder público vai dar conta dessa exigência? O SUS comportará a realização de exames médicos bem feitos em todos os escolares, inclusive os que não apresentam motivos para isso, ou realizará um exame superficial. Lembrando que, na década de 90 a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade de Pediatria de São Paulo e a Associação Brasileira de Saúde Escolar manifestaram-se pela inadequação desses exames clínicos, na forma em que se realizam, para diagnóstico efetivo das crianças inspecionadas (fonte: REVISTA BRASILEIRA DE SAÚDE ESCOLAR, v.1, nº 2, abril, 1990) Como o Profissional de Educação Física deve se preparar para seguir às orientações da nota técnica? Como a avaliação física é um procedimento essencial do trabalho do Profissional de Educação Física, ele deve estar capacitado para realizá-la detalhadamente. De modo a otimizar os benefícios e a adesão à prática regular, com máximo de segurança ao beneficiário, desenvolvendo o processo de disseminação de conceitos e conteúdos que permitam à sociedade a adoção de uma cultura de qualidade de vida ativa. Portanto, consideramos que QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL é a palavra chave. Em relação à escola, a atuação do Profissional de Educação Física deve ser revista a fim de atender as exigências da saúde pública no Brasil, assim, é necessário que tenhamos consciência de nossa importância, objetivando dentre outras, a prevenção de uma série de patologias, estando atento ao desenvolvimento e crescimento, bem como à saúde das crianças e adolescentes e encaminhar ao Profissional de Medicina os que apresentarem qualquer tipo de alteração no seu quadro de saúde. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 21


Projeto promove um novo olhar sobre as dificuldades e limitações de pessoas com deficiência

Através das aulas de Educação Física, alunos da rede pública da Paraíba experimentam as limitações físicas e mentais que os defi cientes enfrentam diariamente

Entender como uma pessoa portadora de deficiência ou com alguma limitação se sente no dia a dia, sentir na própria pele a vontade de realizar uma atividade habitual e não conseguir sem a ajuda de alguém provoca, de fato, uma reflexão e uma nova postura diante dessas situações. Promover a discussão e apresentar um novo mundo aos alunos é o objetivo do projeto “Educação Física e Jogos Adaptados: conhecendo e vivenciando novas possibilidades”, implantado pela Profissional de Educação Física Telma Melz de Oliveira [CREF 000434-G/PB] na Escola Municipal Flávio Maroja, em Santa Rita (PB).

Telma Melz de Oliveira

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Através das aulas de Educação Física foi apresentada aos alunos do 5º ano uma vivência sobre a inclusão. O projeto – iniciado em 2013 - foi dividido em três etapas: sensibilização, vivência prática, reflexão e registro. Tudo começou com a aplicação de um questionário que envolvia questões sobre pessoas com deficiência, esportes, limitações e incapacidades. Na segunda etapa, eles assistiram vídeos de três jogos adaptados (Futebol de Cego, Vôlei Sentado e Bocha), aprenderam as regras de cada modalidade e partiram para a prática.


Telma explica que durante todas as atividades havia sempre o momento de discussão sobre o que estava acontecendo, quais sensações surgiam e que reflexões eram feitas. “Entre os vários aspectos trabalhados, destacam-se a compreensão, o respeito, diálogo, espírito de equipe, paciência, motivação, reflexão, consciência corporal, reconhecimento de limitações e superação de limites”, reforça a professora. Durante a prática, os alunos tiveram reações distintas diante de cada modalidade. No Futebol de Cego, os pequenos ficaram muito incomodados com a venda nos olhos e extremamente inquietos. No Vôlei Sentado, eles perceberam o quanto era difícil se mexer sem tirar o glúteo do chão e a cada ponto marcado eles vibravam como nunca antes, conta Telma. Para o aluno Arthur Guedes, de 10 anos, a lição mais importante que o Futebol de Cego deixou foi a confiança no guia. “Eu preciso dele e ele de mim, porque se não eu caía”, explicou. A ideia do projeto é conseguir uma geração que compreenda que o processo de inclusão deve acontecer diariamente, não apenas com pessoas com deficiência, mas com todos que apresentem alguma limitação. A inclusão passa por atitudes de compreensão, paciência, estímulo e decisão. É preciso aceitar a deficiência, mas não a sua limitação. E foi exatamente no comportamento dos alunos, que a professora notou a maior mudança. Oriundos de comunidades carentes e criados em meio à violência, os estudantes apresentavam comportamento agressivo na sala de aula. Após o desenvolvimento do projeto, eles passaram a ter atitudes mais tolerantes, de pacificidade e de compreensão uns com os outros, conta Telma emocionada.

“A inclusão passa por atitudes de compreensão, paciência, estímulo e decisão. É preciso aceitar a deficiência, mas não a sua limitação”

“O mais interessante foi que todos demonstraram ter habilidade para a modalidade, principalmente, do ponto de vista da estratégia. Além do espírito de competividade, que é natural em qualquer esporte, eles demonstraram mais respeito pelo adversário”, contou a professora. Depois de todas essas vivências, aconteceu então o registro das atividades que foi muito incentivado e acompanhado pelas professoras de sala. A ideia era reunir os melhores relatos e editá-los em um livro. Faltou investimento, mas sobrou criatividade para superar as adversidades. A professora imprimiu em uma fotocopiadora um livro para cada aluno (apenas com a capa colorida) e realizou uma manhã de autógrafos, com direito a coffee break e presença dos pais. O Projeto fez tanto sucesso, que está sendo repetido esse ano, mas desta vez com as turmas do 1º ao 5º ano. Com novas possibilidades e experiências. Telma também foi homenageada com o Prêmio Topper de Educação pelo Esporte, promovido pela Prefeitura de Santa Rita em parceria com o Instituto Alpargatas, na categoria Professor Nota 10. Pode-se dizer que esse projeto foi um marco na vida dos alunos e da professora também.

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Conferência do Idoso debaterá Protagonismo e Empoderamento Debate busca sensibilizar instituições, sociedade e os próprios idosos sobre importância da participação ativa no meio social. Para os Profissionais de Educação Física, o momento é de mobilização. Em outubro de 2015, o país realizará a 4ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, com a temática “Protagonismo e Empoderamento da Pessoa Idosa - Por um Brasil de Todas as Idades”. A resolução que dispõe sobre a realização do evento foi publicada no mês de abril, no Diário Oficial da União e os interessados em participar já devem se programar. (www.sdh.gov.br) O presidente do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI) e secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (SDH/ PR), Biel Rocha, explicou que o debate tem o objetivo de sensibilizar as instituições, a sociedade e os próprios idosos sobre a importância da sua participação ativa no meio social. “É importante que a pessoa idosa seja protagonista na efetivação dos seus direitos. Nosso objetivo é romper com os preconceitos de que o idoso é inativo ou incapaz”, afirmou. Portanto, é fundamental que os Profissionais de Educação Física se façam presentes no evento, já que são atores importantíssimos nesse processo de valorização e reinserção do idoso na sociedade. Além disso, com a presença cada vez maior na área da saúde, a Educação Física deverá enriquecer o debate. Os interessados devem se mobilizar desde já, pois a recomendação do CNDI é de que as Conferências municipais sejam realizadas até dezembro deste ano. As estaduais e distritais, nas quais serão escolhidos e indicados os delegados que irão participar da etapa nacional, devem ocorrer até julho de 2015. A Comissão Organizadora tem o prazo de trinta 30 dias para elaboração do Regimento Interno e das Orientações Básicas para a realização das Conferências municipais, estaduais, distrital e nacional. Procure na sua cidade como participar. A última Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa foi realizada em novembro de 2011. O tema central em debate foi o “Compromisso de Todos por um Envelhecimento Digno no Brasil”.

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Sistema CONFEF/CREFs: Como funciona. VOCÊ SABE? Dentro do nosso propósito de prezar pela transparência e difusão de conhecimentos, damos sequência à série de matérias sobre os itens do Estatuto do CONFEF iniciadas na última edição. Nosso objetivo é descrever a dinâmica do funcionamento do Sistema CONFEF/CREFs para os Profissionais de Educação Física. Ao longo das matérias trataremos dos quatro órgãos que compõem o CONFEF em sua organização: Plenário, Diretoria, Presidência e Órgãos de Assessoramento. Na edição de março explicamos como funciona o Plenário, agora o foco é a Diretoria - um órgão que exerce funções administrativas e executivas.

Funcionamento da Diretoria A Diretoria é composta pelo Presidente, 1º. e 2º. Vice-Presidente, 1º. e 2º. Secretário, 1º. e 2º. Tesoureiro, todos eleitos para uma gestão de quatro anos, a eleição é realizada na primeira eleição plenária logo após a posse dos novos Conselheiros. Os membros se reúnem uma vez por mês de forma presencial, caso necessário podem ser feitas reuniões virtuais ou extraordinárias. Esses encontros ocorrem geralmente antes das Plenárias. Momento em que o planejamento e a pauta da reunião são definidos, hierarquizando os pontos de discussão. Avalie esta seção em confef.com/164

A vigília precisa ser constante, pois cabe à Diretoria, dentre tantas tarefas, cumprir e fazer cumprir o Regimento; bem como, o Estatuto do CONFEF. Além de estabelecer as diretrizes básicas é necessário compatibilizá-las com a administração zelando também pela preservação do patrimônio. É de sua competência o equilíbrio entre a receita e as despesas. Os demonstrativos das receitas dos CREFs são verificados e providências são sugeridas quando necessário, com vistas à sustentabilidade. Em caso de denúncias de possíveis infrações éticas, envolvendo Conselheiros cabe à Diretoria emitir parecer a respeito. Todas as matérias que emanam das comissões são analisadas e encaminhadas oportunamente para a discussão e aprovação do Pleno. As matérias aprovadas são encaminhadas para a publicação. Por tudo descrito até aqui, percebe-se que a Diretoria é um órgão de grande responsabilidade e apoio à administração do CONFEF. O Estatuto e o Regimento encontram-se disponíveis na página do CONFEF aos Profissionais de Educação Física que quiserem aprofundar o conhecimento sobre o tema. Aguardem na próxima edição as responsabilidades da Presidência. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 25


O Futebol é a bola d 2º Seminário Escolar de Educação Física debate o papel educativo do Futebol nas escolas

No ano da Copa do Mundo de Futebol, às vésperas da estreia do mundial, o Educar para Crescer em parceria com o CONFEF, promoveu um intenso debate sobre o Futebol e o seu papel educativo nas escolas. O 2º Seminário Escolar de Educação Física, realizado no auditório da Editora Abril, em São Paulo, reuniu diversos especialistas para discutir acerca da importância do futebol como ferramenta de ensino, bem como a valorização da Educação Física escolar, o legado da Copa, bem estar, entre outros. Com cerca de quatro horas de evento, os participantes online e presencialmente, puderam refletir acerca dos diversos pontos de vista da disciplina. Foram três palestras, seguidas de duas mesas de debate com uma seleção de convidados de peso. Para Maria Márcia Malavasi, da Faculdade de Educação da UNICAMP, foi exatamente essa troca que fez do encontro uma experiência enriquecedora. 26

“Sempre que as pessoas se reúnem para pensar é um bom caminho. Por mais que não se encontre soluções, haja vista que elas nem sempre existem ou são fáceis, o encontro é algo importantíssimo. Nele se produz reflexões, novas perspectivas a partir da fala do outro e da discussão de um ponto de vista diferente do seu” reforça. Mariana Behr Andrade, gerente geral de Educação do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, concorda. “Existe uma vontade que a Educação Física tenha um rumo. As opiniões diversificadas são importantes para irmos amadurecendo com as diferenças, construindo o nosso caminho”. Pensando na modalidade como complemento escolar e ferramenta de ensino de valores sociais, o Coordenador da Fundação Gol de Letra, Sérgio Andrade apresentou o traba-


a da vez

glia, Professor Doutor da Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP, apresentou aos ouvintes o desafio de trazer o esporte para a escola de maneira pedagógica. “Podemos aproveitar o momento do futebol para discutir a responsabilidade da Educação Física no meio escolar. Um evento como esse promove a reflexão e possibilita que o Profissional de Educação Física possa ser mais respeitado e mais exigido na sua formação. Porque a partir do momento que nós mostramos a necessidade de estar em um nível acima, nós exigimos que os professores formados corroborem com essa ideia e mostrem na prática que a Educação Física deve estar realmente onde nós estamos falando que ela deve estar”, enfatiza.

Antônio Ricardo Catunda de Oliveira

lho desenvolvido pela instituição. De acordo com ele, entre uma aula e outra, são debatidos assuntos pertinentes à formação cidadã dos alunos, tais como fair-play, violência no esporte, vitória a qualquer custo, futebol e dinheiro, entre outros. “O principal legado da Copa é o debate em cima do mundial. Até então a gente via esses grandes eventos do lado de fora, vivenciando apenas o momento dos jogos. Agora a gente tem a oportunidade de pegar toda a preparação e esse debate vai servir para as futuras ações”, declarou Sérgio Andrade. Jorge Steinhilber, presidente do CONFEF, lembrou que apesar do país ter sido campeão na Copa das Confederações e nos Jogos Mundiais Militares, não houve uma melhora ou investimento na prática de atividade física. “É um trabalho longo, pois a mudança de cultura não ocorre de uma hora para outra”, esclareceu, enquanto debatia sobre o tema saúde e bem-estar nas aulas de Educação Física. Um dos palestrantes do dia, Alcides José ScaAvalie esta seção em confef.com/165

Para o Alcides, o Professor de Educação Física tem, nesse momento, uma tarefa dupla que inclui: Não negar os problemas que estão ocorrendo em decorrência da Copa do Mundo. Ou seja, os problemas sociais, políticos e financeiros advindos dessa ousadia de sediar um grande evento. Mas, ao mesmo tempo, é preciso não fazer com que isso acabe com o jogo de futebol ou com a prática esportiva. “Se o professor enaltecer demais os problemas da Copa, vai acabar perdendo a oportunidade de, através dela, atrair mais pessoas a jogarem futebol, a iniciarem a prática esportiva. Por outro lado, se você tapar os olhos e não mostrar aos alunos e ajudá-los a compreender o que está acontecendo, formaremos uma sociedade alienada e isso nós não queremos. Ser professor nesse momento é conseguir trabalhar com esse paradoxo”, define. O evento foi transmitido ao vivo através do site do CONFEF e em breve os vídeos editados estarão disponíveis no site do Educar para Crescer e no canal do CONFEF no Youtube. Também fizeram parte do debate: Ialê Cardoso, do Núcleo Educativo do Museu do Futebol, Mônica Conrado, Coordenadora Pedagógica do Spirit of Football Brazil, Pedro Sant’Anna, do Centro de Referência do Futebol Brasileiro, Professor Mário Luiz Ferrari Nunes, do Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar da USP, além do Conselheiro Federal, Ricardo Catunda [CREF 000001-G/CE], da Comissão de Educação Física Escolar do CONFEF. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 27


Vitória: Em Porto Alegre, Licenciatura em Educação Física

é obrigatória para docência

Durante solenidade de sanção, Fortunati destacou a importância do esporte ao lado de outras disciplinas (Créditos: Luciano Lanes / PMPA)

Porto Alegre é a primeira capital do Brasil e o primeiro município do Rio Grande do Sul a adotar a legislação que tem como objetivo dar mais qualidade ao ensino No mês de fevereiro, o Prefeito de Porto Alegre José Fortunati, sancionou uma lei que torna obrigatória a formação em curso superior de Licenciatura em Educação Física para a docência da disciplina nas escolas de ensino fundamental. A lei nº 11.585 será aplicada às instituições de ensino públicas e privadas no próximo ano letivo. A norma já é praticada nas escolas da rede pública municipal, que exige a formação nos concursos para seleção de professores de Educação Física. Ao longo de sua experiência política, especialmente quando foi secretário estadual de Educação, José Fortunati consolidou sua visão acerca da importância dos Profissionais de Educação Física na escola. “A grande maioria dos diretores de escolas são professores de Educação Física, justamente pelas estreitas relações que são estabelecidas entre a comunidade e esse educador”, explicou. 28

“Esse é um ato de coragem. Dar mais qualidade ao ensino, principalmente quando se pensa desde as séries iniciais, é aumentar os investimentos. Por isso, essa lei deve qualificar a educação não só em Porto Alegre. Ela deve gerar uma reação em cadeia e estimular outros municípios a aprovarem leis semelhantes”.


Durante audiência com o Presidente do CONFEF Jorge Steinhilber, Fortunati indicou o porquê do investimento na educação de qualidade. De acordo com ele, o objetivo da lei é dar mais qualidade ao ensino e estimular a prática de atividades físicas desde a infância, sendo obrigação do poder público zelar por isso. O Conselheiro Federal e autor da lei, Professor Garcia [CREF 000002-G/RS], defende que o Profissional de Educação Física esteja presente tanto nas escolas de Educação Infantil como nas de Ensino Fundamental, pois é de suma importância, desde a infância, o desenvolvimento da linguagem corporal como forma de expressão e participação da criança em seu meio social. “Duas pesquisas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul mostram o aumento do número de crianças obesas nos últimos anos e também o crescimento dos índices de hipertensão, altas taxas de glicose e colesterol alto em crianças e adolescentes. Se não atuarmos logo na prevenção, vamos criar futuras gerações de obesos. A atividade física é o que pode mudar esses índices”, defendeu Garcia – que é também Presidente da Câmara dos Vereadores do município. Para a Conselheira Federal Jeane Cazelato [CREF 000003G/RS], a legislação deve estimular outras cidades a refletirem sobre o tema. “Esse é um ato de coragem. Dar mais qualidade ao ensino, principalmente quando se pensa desde as séries iniciais, é aumentar os investimentos. Por isso, essa lei deve qualificar a educação não só em Porto Alegre. Ela deve gerar uma reação em cadeia e estimular outros municípios a aprovarem leis semelhantes”, concluiu. Steinhilber destacou que Porto Alegre é pioneira na legislação sobre esse tema. “Acreditamos que a compreensão que esta prefeitura teve deve ser reforçada e propagada para outras cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil. Essa lei, inédita, é um ganho para a educação e para a defesa dessa formação profissional”, disse. A Diretora de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Educação, Zuleica Beltrame, disse não saber se a medida servirá de inspiração para os demais estados, mas que a valorização dos

Profissionais é prioridade da gestão. A lei cumpre o papel de sacramentar o trabalho que já vem sendo realizado no município, além de incentivar novas experiências nesse sentido. “Todas as escolas do Ensino Fundamental e Médio do município já possuem professores graduados em Educação Física. Na Educação infantil, desde 2013, a Prefeitura vem nomeando. A meta é de que até o final do ano todas as escolas já possuam professores formados em seu corpo docente”, indicou Zuleica. Um município que valoriza a Educação: Porto Alegre é uma das cidades que melhor remunera o seu professor. Além disso, os docentes dispõem de 37,5% da sua carga horária de trabalho para o planejamento pedagógico das aulas. Em entrevista à Revista Educação Física, o Prefeito José Fortunati contou um pouco mais sobre os motivos que levaram à Prefeitura a sancionar tal lei. REVISTA Educação Física - Sabemos que a aprovação irá gerar gastos, o investimento na qualidade do ensino e na valorização profissional é prioridade da sua gestão? José Fortunati - Não encaro como um gasto, mas como um investimento. Educação e Saúde são necessidades básicas da nossa população. Então, nada mais justo do que investirmos em qualificar a nossa Educação. REF - A experiência como Secretário Estadual de Educação ajudou a reforçar sua visão acerca da importância dos professores de Educação Física? José Fortunati - Sem dúvida nenhuma. O tempo que passei como secretário estadual da Educação me permitiu uma convivência muito próxima com os educadores. Percebi que a única saída está em priorizar este que é um dos maiores fatores de desenvolvimento humano. REF - O senhor espera que essa iniciativa sirva de inspiração para os demais estados? José Fortunati - Como presidente da Frente Nacional de Prefeitos, pretendo levar essa sugestão aos meus colegas de outras grandes cidades. Mas sei que isso envolve um incremento nas despesas e aí vai depender da situação financeira de cada município.

Fortunati, Professor Garcia e Jorge Steinhilber durante audiência na Prefeitura de Porto Alegre (Créditos: Tonico Alvares)

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Movimento dos Profissionais de Educação Física além da competência técnica Para além das salas de aula, academias e clubes, os Profissionais que apresentamos a seguir levam a bandeira da Educação Física as mais variadas esferas da sociedade.

Profissional assume a Pró-Reitoria de Pós-graduação da Unesp Desde 2013 a Pró-Reitoria de Pós-graduação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” é comandada por um Profissional de Educação Física. Eduardo Kokubun [CREF 000187-G/SP], que é Doutor em Ciências pela USP e Professor Titular pela Unesp, já havia ocupado o cargo de assessor na pró-reitoria entre 2009 e 2012.

Representante do CREF8 no Acre assume vaga no Conselho Municipal de Saúde A Coordenadora da Seccional Acre do CREF8, Shirley Maria da Silva Santos [CREF 000423-G/AC] foi eleita Conselheira no Conselho Municipal de Saúde de Rio Branco (CMS).

A pós-graduação da UNESP é a segunda maior do país e é caracterizada pela diversidade de cursos oferecidos em todas as áreas do conhecimento, pela relevância acadêmica e abrangência. Oferece 118 Programas, sendo 117 cursos de mestrado acadêmico, seis de mestrado profissional e 93 de doutorado, todos credenciados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).

O Conselho foi instituído e regulamentado pela Lei municipal nº 964 de 08 de outubro de 1991 em caráter permanente, que tem por finalidade deliberar sobre a Política Municipal de Saúde, sobre a Direção do SUS.

Conselheiro do CREF11/MS-MT assume presidência da Funesp

Conselheiro Federal é o novo presidente da Federação Amazonense de Futsal

O Conselheiro do CREF11/MS-MT, José Eduardo Amâncio da Mota [CREF 000273-G/MS], mais conhecido como Madrugada, tomou posse no mês de março ao cargo de diretor presidente da Fundação Municipal de Esporte (Funesp). A solenidade foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Campo Grande e contou com várias autoridades. “Tenho uma experiência de aproximadamente 23 anos no serviço público atuando diretamente na área do esporte. Estou preparado para fazer um bom trabalho para Campo Grande”, afirmou José Amâncio que já foi diretor presidente da Fundação do Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte) e diretor da Funesp.

Desde fevereiro, o Conselheiro Federal Tharcísio Anchieta [CREF 000900-G/AM] ocupa a Presidência da Federação Amazonense de Futebol de Salão (FAFs). A diretoria ainda ganhou o reforço de Ivanildo Alves [CREF 000427-G/AM], como diretor técnico da entidade e de Renato Abrantes [CREF 002466-G/AM], no comando da equipe no Campeonato Brasileiro de Seleções Sub-15.

Como Conselheiro do CREF11/MS-MT, José Eduardo Amâncio da Mota espera fazer parceria com o Conselho para a realização de atividades. “Vamos nos aproximar mais ainda de todas as entidades ligadas ao esporte para desenvolvermos trabalho em conjunto”, afirma.

“Nossa proposta é mudar o atual quadro para desenvolver o futsal amazonense, com um calendário forte e investimento no marketing. Também vamos qualificar os treinadores e

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Conselheiro Federal assume a presidência do Panathlon Club de São Paulo

árbitros, além de formar gestores dos próprios clubes para elaboração de projetos”, afirmou o presidente eleito. Tharcísio é mestre em Gestão Esportiva pela Universidade do Porto (Portugal) e fundador do Manaus Esporte Clube.

Novo secretário do Esporte toma posse no Rio Grande do Sul Ao final de 2013 o Profissional de Educação Física Ricardo Demetrio de Souza Petersen [CREF 006862-G/RS] tomou posse do cargo de Secretário do Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul. “Tenho plena convicção que não será uma tarefa fácil por ser um ano de Copa do Mundo e eleições”, ressaltou Ricardo Petersen, que automaticamente assumiu o cargo de coordenador do Comitê Gestor da Copa. “O Comitê tem trabalhado incansavelmente com as esferas governo e sociedade para que a Copa seja um sucesso e tenho certeza que será”, declarou na ocasião. Ricardo Petersen possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestrado pela University of Iowa e doutorado pela University Of Maryland. Atualmente é professor da UFRGS. Avalie esta seção em confef.com/167

O Conselheiro Federal e gerente administrativo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Georgios Stylianos Hatzidakis [CREF 000688-G/ SP] foi eleito o novo Presidente do Panathlon Club de São Paulo. A diretoria eleita tomou posse em fevereiro de 2014 para o mandato bienal. O Panathlon Club é uma associação apolítica, voluntária e sem fins lucrativos, voltada unicamente a prestação de serviços ao esporte. Fundado em 1974, o primeiro clube do Brasil passou a congregar profissionais do esporte, atletas, ex-atletas, técnicos, dirigentes, Profissionais de Educação Física, médicos, advogados, jornalistas, entre outros. A diversidade do grupo fez com que a entidade ficasse conhecida como “O Senado do Esporte”.

Conselheiro do CREF9/PR Flávio Kalinowski assume Reitoria da UEPG O Profissional de Educação Física Flávio Guimarães Kalinowski [CREF 001255-G/PR] assumiu no mês de abril o exercício do cargo de reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). “Agradeço a confiança depositada em mim para esse grande desafio de comandar a instituição”, disse, solicitando a todos os membros da comunidade universitária o auxílio para conduzir as ações administrativas, pedagógicas, científicas, culturais e sociais da universidade. “É uma honra, uma vasta responsabilidade dar seguimento à filosofia de crescimento com qualidade que faz dessa instituição uma das mais representativas e respeitadas do país”. Kalinowski possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela UEPG (1978) e mestrado em Educação Física Universidade de São Paulo (1995). Atualmente é Diretor do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde, professor de educação física do Governo do Estado do Paraná e professor adjunto do Departamento de Educação Física. Na sua atuação docente trabalha com os temas atividade física, handebol, obesidade e exercícios resistidos. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 31


Bomba: O caminho mais curto pode não ter volta A busca pela forma ideal tem começado cada vez mais cedo e os jovens são a maioria quando o assunto é esteroides anabolizantes Uma pesquisa do IBGE, feita com mais de 100 mil estudantes entre 13 e 15 anos, nas cinco regiões do país, mostrou que os jovens estão demasiadamente preocupados com o corpo. Segundo o estudo de 2013, 31% das meninas fazem regime e 21% dos meninos se preocupam em ganhar mais peso e músculos. Na busca pelo corpo ideal, os jovens se deparam com a promessa de um caminho mais curto. São os esteroides anabolizantes, também conhecidos como “bomba”, os atalhos. Apesar de atraentes em um primeiro momento, as substâncias são perigosas e podem levar à morte. Os esteroides androgênicos anabólicos (EAA) ou AAS (do inglês anabolic androgenic steroids) são uma classe de hormônios esteroides naturais e sintéticos que promovem o crescimento celular e a sua divisão, resultando no desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, especialmente o muscular e ósseo. Apesar de trazerem benefícios estéticos, os esteroides anabolizantes são uma espécie de maquiagem. Seus resultados fisiológicos são passageiros e só funcionam enquanto se faz uso deles e se pratica atividades físicas exaustivamente, o que cria a dependência e os danos à saúde. No mês de abril, o Profissional de Educação Física Fernando Vitor Lima [CREF 000911G/MG], Professor Doutor da UFMG, ministrou uma palestra com o tema “O uso de esteroides anabolizantes na prática de atividades físicas”, durante o I Fórum de Bioética dos Conselhos Profissionais de Saúde de Minas Gerais. Fernando falou sobre o uso indiscriminado dessas substâncias em ambientes de atividades físicas e seus graves efeitos nocivos. Contou ainda que, em alguns casos, os usuários já têm um roteiro de invenção de sintomas para conseguir a prescrição legal da testosterona - hormônio sexual masculino, do qual se deriva a maioria dos esteroides. “A distinção entre o doping, que é ilegítimo e a forma socialmente aceita, está cada vez menor”, concluiu. 32


Em entrevista à Revista Educação Física, Fernando discorreu sobre o assunto que foi tese do seu doutorado, defendido na Universidade do Porto, em Portugal. REVISTA Educação Física - Que tipo de pessoa pode fazer uso dos esteroides anabolizantes? Fernando Vitor Lima - Esteroides anabolizantes são medicamentos que tem uma indicação terapêutica. Neste caso é necessário um diagnóstico médico, assim como para a prescrição da maioria dos medicamentos. Usualmente podem ser indicados para mulheres com osteoporose na menopausa, adolescentes com atraso na maturação, redução da função sexual e anemia, entre outros sintomas. REF - De que forma o Profissional de Educação Física pode ajudar a evitar o uso dessas substâncias no meio em que convive? Fernando Vitor Lima - Esta é uma questão muito complexa, mas podemos dizer que de acordo com o cenário atual, é importante disseminar informações realistas sobre os efeitos destas drogas e não somente reproduzir informações disseminadas pelo mercado paralelo que busca vendê-las para atender um anseio dos praticantes de atividades físicas. Mas também não penso que o caminho seja disseminar somente as informações sobre as reações adversas, porque isso não conduz a redução ou término do uso. O cenário de uso crescente atual comprova isto. Se o Profissional conquistar a confiança dos seus alunos com uma atuação séria, bem fundamentada cientificamente na prescrição do treinamento, ele poderá exercer maior influência no sentido de evitar ou diminuir o uso no seu meio. Mas o problema vai muito além. Fernando Vitor Lima

REF - Os usuários têm consciência dos problemas que essas substâncias podem acarretar? Fernando Vitor Lima - Penso que sim, porque as informações que são mais divulgadas pelas mídias tradicionais são exatamente sobre as reações adversas. Todas as vezes que uma matéria é veiculada em um jornal ou televisão, a abordagem é essa. Isto também acontece com os materiais informativos e educativos que são elaborados por instituições governamentais, privadas. Mas isso parece que não vem sendo a estratégia adequada para reduzir o uso. REF - O padrão de beleza atual (tanto homens, quanto mulheres fortes) fez aumentar o uso dessas substâncias? Fernando Vitor Lima - Sem dúvida, porque já sabemos que as pessoas buscam duas coisas diretamente: ficarem mais fortes e musculosas e obter isto rapidamente. Sendo assim, ao saberem que os anabolizantes podem proporcionar as duas coisas e, supondo ou sabendo que muitas destas pessoas fazem uso, lançam mão deste recurso. Não penso que o padrão de beleza seja ruim, pelo contrário, até acho bom que as pessoas queiram desenvolver suas musculaturas e cultuarem seus corpos. O problema é a maneira como fazem isto, ou seja, utilizando recursos que podem prejuAvalie esta seção em confef.com/168

“Não penso que o padrão de beleza seja ruim, pelo contrário, até acho bom que as pessoas queiram desenvolver suas musculaturas e cultuarem seus corpos. O problema é a maneira como fazem isto, ou seja, utilizando recursos que podem prejudicar a saúde.”

dicar a saúde. E, além disto, os ganhos obtidos desta forma são temporários, não podendo ser mantidos por muito tempo ao se interromper o uso dos anabolizantes e, caso a pretensão seja um uso mais prolongado, as reações adversas serão muito mais desagradáveis, o que poderá até interromper o treinamento. No final, o resultado pode ser a reversão dos ganhos obtidos na beleza corporal. Eu penso que não vale a pena, porque devemos buscar a nossa beleza física para toda a vida e não só temporariamente e dependente de algo que pode prejudicar a saúde e, em longo prazo, prejudicar nossa capacidade de treinar adequadamente. Alerto finalmente, para que os Profissionais de Educação Física e de outras áreas da saúde, assim como a população praticante de atividades físicas, desconfiem de falsos “experts” que disseminam uma interpretação inadequada do conhecimento científico sobre este tema. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 33


Projeto de vivências lúdicas no esporte é um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Esporte Educacional Projeto realizado em escola

pública de Manaus é o vencedor da categoria Premiação Especial

No mês de abril foram divulgados os vencedores do Prêmio Petrobras de Esporte Educacional, com bonificações de até R$50mil. O evento reuniu convidados de diversas áreas, como autoridades governamentais, organizações da sociedade civil, atletas e, é claro, os finalistas. Entre as categorias (Terceiro Setor, Escolas Públicas, Universidades e Premiação Especial), brilharam diversos Profissionais de Educação Física. Nessa edição apresentaremos o trabalho desenvolvido na Escola Estadual de Tempo Integral Altair Severiano Nunes, em Manaus (AM), pela Profissional de Educação Física Nilce Cleide Ribeiro [CREF 000396/GAM], vencedora da Premiação Especial.

Vivências Lúdicas no esporte Tendo como público-alvo as turmas do 7º, 8º e 9º ano, a professora Nilce Cleide buscou na realidade exterior aos muros escolares, temas relativos ao cotidiano cultural dos alunos, muitas vezes não validados como conhecimento na escola. “Para isso, utilizei o tema brinquedos e brincadeiras tradicionais, articulando-os com o esporte educacional a fim de proporcionar condições para os alunos reconstruírem o saber que já existe a partir do conhecimento não formal. Sendo essa reflexão que os possibilita apropriarem-se de sua história e da história de seus pais”, explica. O processo contou com as seguintes etapas: motivação, seleção e aplicação. Primeiramente foi realizada uma pesquisa pelos alunos com os seus pais, procurando saber quais brincadeiras eles vivenciaram na infância; A segunda etapa constou da seleção das brincadeiras, considerando os seguintes critérios: as brincadeiras mais recorrentes e a adequação da mesma para desenvolver uma habilidade do fundamento do desporto a ser trabalhado; A última etapa consistiu na aplicação das brincadeiras e seus reflexos na prática esportiva. 34

Mais que repetir ou reproduzir, os alunos exercitaram e experimentaram esta fusão da brincadeira com o esporte de forma a aprendê-lo. “É importante salientar que foi de extrema importância os alunos socializarem os conhecimentos construídos, pois as trocas entre os pares envolvidos na experiência deram a oportunidade de conhecer e vivenciar o contexto de aprendizagem” frisou a professora. Durante as aulas de Educação Física, os jogos aplicados foram: pique-pega, futebol, pula corda, tiro ao alvo, rouba bandeira, jogo dos três cortes, dentre outros. Servindo como instrumento para trabalhar os seguintes esportes: handebol, voleibol e futsal. A queimada, por exemplo, foi utilizada para enfatizar dois fundamentos do handebol, o arremesso e o passe alto. Também desenvolveu o arremesso e a finta, na mesma modalidade. Nilce conta que, como docente foi inevitavelmente afetada por tudo que viu, ouviu, sentiu e dialogou com os alunos, ampliando a perspectiva dos futuros estudos. “Por parte dos alunos ficou registrado que realmente a prática de atividades esportivas, bem como de brincadeiras, tanto no ambiente externo, como no interno da escola, estão vinculadas, pois esta é uma fase importantíssima para a formação corporal e cognitiva da criança e é dever do professor fazer com que os alunos passem a ter a oportunidade de aprender sobre os movimentos solicitados na realização de atividades motoras do seu cotidiano, o que deverá propiciar uma otimização e potencialização desses movimentos para prática esportiva.” Avalie esta seção em confef.com/168


E-mails para: revistaef@confef.org.br

Valorização da Educação Física Tudo que diz a respeito à conscientização das atividades e exercícios físicos e formativos eu adoro e acho importantíssimo. Pois qualquer que seja a atividade física é essencial para o bem estar físico e psicológico, independente da idade. É isso aí, valorize mesmo a disciplina de Educação Física. Parabéns por todos os eventos e parcerias que o CONFEF está proporcionando. Um forte abraço a toda equipe! Neli Soares [CREF 110933-G/SP]

O exemplo que vem de Hortolândia Meu nome é Patricia e sou a responsável pelo setor pedagógico da Secretaria Municipal de Educação de Itapemirim, no interior do Espírito Santo. Recebo em casa a revista Educação Física e em uma de minhas leituras, me deparei com a matéria O exemplo que vem de Hortolândia (SP). Observei o quão interessante é compartilhar experiências que podem melhorar a qualidade da educação, principalmente na área de Educação Física, terreno ainda aguardando para ser explorado em muitas regiões do nosso país. Pois bem, nosso município está desenvolvendo um importante trabalho para melhorar ainda mais a Educação Física escolar. Além de professores específicos para atendimento a alunos especiais, estamos desenvolvendo uma formação continuada específica para os professores de Educação Física. Pode parecer uma atitude pouco louvável diante do que se considera direito dos professores, mas em nosso município é um fator inédito e penso que na maioria dos municípios do nosso estado, quiçá do Brasil, não há uma preocupação geral em se promover algo voltado especificamente para essa área, ficando os professores totalmente à margem de formações abrangentes, com professores de áreas diferentes. Não que isso não seja interessante, mas acreditamos, em nosso município, que investir na Educação Física, é investir também na qualidade do aprendizado. Para tanto, desenvolvemos um programa de Formação genuíno de Itapemirim, para todos os professores. Mas o de Educação Física é especialmente querido por nós, uma vez que é a primeira oportunidade que a secretaria dá a esses profissionais em todas as gestões. Tudo isso só se tornou possível porque temos uma secretária de Educação que valoriza o Profissional e investe nele. Ficaríamos muito felizes e honradas em poder participar de sua revista, assim como o município de Hortolândia, sendo um exemplo também para aqueles que ainda não descobriram o valor e a importância da Educação Física. Patricia Monteiro Soares - Departamento de Políticas Pedagógicas - SEME/Itapemirim

CONFEF no 29º Congresso FIEP Gostei da Revista. Achei muito legal a matéria sobre o 29º Congresso Internacional de Educação Física - FIEP. Paulo Cesar Bueno [CREF 108375-G/SP]

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Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 35


CREF3/SC lança manual de Ginástica Laboral Tendo como objetivo desenvolver documentos norteadores para a atuação dos Profissionais de Educação Física, o CREF3/SC lançou o Manual de Ginástica Laboral: Como contratar Serviços de qualidade. O material produzido pela Comissão de Ginástica Laboral do Conselho servirá como um instrumento de orientação para a contratação da prestação deste serviço, considerando que esta é uma área de atuação comprometida com o desenvolvimento humano, com a qualidade de vida, com a responsabilidade social e com o desenvolvimento sustentável. Fonte: CREF3/SC

CREF11/MS-MT realiza circuito de palestras em universidades de Campo Grande (MS) O CREF11/MS-MT realizou no mês de junho um circuito de palestras gratuitas em cinco Universidades de Campo Grande que contam com o curso de Educação Física. O evento foi uma parceria com o CONFEF e as instituições de ensino superior. Cada universidade recebeu a visita de um representante do CONFEF e um do CREF11/MS-MT, que abordaram com os estudantes assuntos de interesse profissional, com temas como: Licenciatura e Bacharelado: Perspectiva profissional, aspectos sociais e legislativo; A Ética e formação do Profissional de Educação Física; Professor de Educação Física e intervenção profissional: Aspectos legais e delimitação do campo de atuação; Formação Licenciatura e Bacharelado e as expectativas e os impactos dessa formação no mercado de trabalho; e Educação Física Escolar. Fonte: CREF11/MS-MT

CREF2/RS realiza o V Fórum de Coordenadores de Educação Física No mês de maio, o CREF2/RS promoveu por meio da Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional (CESPP), o V Fórum dos Coordenadores de Curso de Educação Física. O evento teve como objetivo refletir sobre a profissão de Educação Física e suas especialidades, bem como as implicações na intervenção profissional e a evasão nos cursos superiores. Além de painéis temáticos e relatos de práticas, o CREF2/RS prestou atendimento aos coordenadores de curso e apresentou projetos e inovações do Conselho, nos âmbitos de sua Coordenação Geral e Diretoria, e também dos departamentos de Registro, Jurídico e Fiscalização e Orientação. Fonte: CREF2/RS

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CREF1/RJ-ES realiza mais de 600 fiscalizações no Rio de Janeiro Durante o primeiro trimestre deste ano, o CREF1/RJ-ES efetuou 631 fiscalizações em todo o estado do Rio de Janeiro. Neste período, 94 pessoas foram autuadas por exercício ilegal da profissão, como estabelece o art. 47 da Lei de Contravenções Penais. Além disso, 26 estabelecimentos desprovidos de Profissional de Educação Física foram autuados pela equipe de fiscalização do Conselho. Outros 127 estabelecimentos foram multados pela ausência de registro de Pessoa Jurídica junto ao CREF1/ RJ-ES, obrigatoriedade expressa na Lei 6.839/80. Fonte: CREF1/RJ-ES

CREF14/GO-TO flagra instrutores sem registro profissional em Rio Verde (GO) Ao todo, 54 academias foram fiscalizadas pelo CREF14/GO-TO no mês de abril. As equipes montaram uma operação depois de receber denúncias que professores atuavam sem diploma e registro profissional. Durante três dias foram checados os documentos dos estabelecimentos e dos professores, além de ser verificada a estrutura física dos locais. Em um dos estabelecimentos havia apenas um estagiário no lugar do Profissional com habilitação. Em outra academia uma profissional com baixa no registro estava atuando. Os 30 instrutores que estavam atuando de forma irregular serão convocados a prestar esclarecimentos à Polícia Civil. Fonte: CREF14/GO-TO

Operação do CREF13/BA-SE interdita dois estabelecimentos na Bahia Dois estabelecimentos foram interditados durante a Operação Halloween II, realizada nos municípios de Ilhéus e Itabuna, ambos na Bahia, no mês de maio. A fiscalização foi conjunta e contou com a participação da Vigilância Sanitária, da Polícia Militar e do PROCON de Itabuna. Ao todo, 18 agentes públicos participaram da ação. Os estabelecimentos não contavam com responsáveis técnicos, tampouco com os alvarás do CREF13/BA-SE e da Vigilância Sanitária. Os locais também possuíam inadequações nas instalações. Ainda durante a Operação, quatro multas foram aplicadas pelo exercício ilegal da profissão e por fraudes em estágios. Após os flagrantes, as pessoas irregulares foram acompanhadas até o Complexo Policial. A primeira Operação Halloween foi realizada em outubro de 2012. Na ocasião o CREF13/BA-SE promoveu uma varredura em todas as academias dos municípios de Itabuna e Ilhéus. “Nessa Operação, Halloween II, observamos uma grande melhoria relativa à primeira, com uma boa redução do número de infrações. As pessoas notificadas pelo exercício ilegal da profissão em 2012, atualmente estão atuando regularmente”, afirmou o Supervisor de Fiscalização Jehorvan de Melo [CREF 000757-G/BA]. Fonte: CREF13/BA-SE

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Lei regulamenta atuação de Profissionais de Educação Física em espaços abertos No município de Fortaleza (CE) foi sancionada uma lei que regulamenta o uso de espaços públicos situados na orla, praças, parques e outras áreas verdes para fins de orientação e treinamento, por assessorias e Profissionais de Educação Física. De acordo com a lei, os interessados devem procurar a Secretaria Executiva Regional e solicitar a utilização de um determinado espaço. Essa permissão irá delimitar os locais que serão utilizados, levando em consideração as outras atividades realizadas e os frequentadores do lugar. A autorização será concedida somente para Profissionais graduados em Educação Física e registrados no CREF5/CE-MA-PI, ou a pessoas jurídicas que demonstrarem a responsabilidade técnica dos serviços que vão ser prestados por Profissionais habilitados. Fonte: CREF5/CE-MA-PI

MP publica recomendação após denúncias do CREF12/PE-AL Após denúncias feitas pelo CREF12/PE-AL em Caruaru (PE), o Ministério Público Estadual, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania, publicou a Recomendação Nº 001/2014, que orienta as pessoas jurídicas a respeito dos estágios. Durante Ação Itinerante, realizada no mês de maio, a Fiscalização do Conselho identificou que após a Recomendação, os estágios ocorriam em menor número e as irregularidades foram minimizadas na maioria das academias. Para a Chefe de Fiscalização, Rosângela Albuquerque [CREF 000404-G/PE], “o estágio é um momento importante na vida acadêmica e indispensável para o aprendizado, mas deve ocorrer de maneira organizada com orientação de um Profissional, tudo conforme a legislação”. Fonte: CREF12/PE-AL

Profissionais da saúde tem jornada reduzida em Curitiba (PR) Na véspera do Dia do Trabalho, várias categorias profissionais que atuam na Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba passaram a ter a jornada semanal reduzida, de 40 para 30 horas semanais. A Lei 14.429 foi sancionada pelo prefeito Gustavo Fruet durante cerimônia que reuniu parte dos profissionais que participaram da greve da saúde em 2011. Os Profissionais de Educação Física foram incluídos na lista de beneficiados após articulação do presidente do CREF9/PR, Antonio Eduardo Branco [CREF 000009-G/PR] e do Conselheiro Marcelo Hagebock [CREF 010101-G/PR] com os vereadores Bruno Pessuti, Felipe Braga e Mestre Pop.

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“Essa é uma vitória dos Profissionais de Educação Física e fortalece a atuação do Conselho. Agradecemos a sensibilidade do prefeito Gustavo Fruet por valorizar os Profissionais de Educação Física lotados na Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, que também são profissionais da saúde”, declarou Branco. Fonte: CREF9/PR

Edital de concurso no Piauí é retificado e passa a exigir registro no CREF5/CE-MA-PI Após o departamento de fiscalização da Seccional Piauí do CREF5/CE-MA-PI constatar irregularidade no edital Nº 001/2014 da Prefeitura Municipal de Pedro II (PI), o mesmo notificou a Prefeitura e a empresa responsável pelo certame, que imediatamente realizaram a retificação do edital. O concurso visa a contratação de Profissionais de Educação Física para atuarem na educação básica, mas não exigia registro profissional junto ao CREF. Fonte: CREF5/CE-MA-PI

Justiça concede liminar e edital de Monte Horebe (PB) é retificado A Prefeitura de Monte Horebe (PB) retificou edital de Processo Seletivo nº 001/2014 para o provimento de 83 postos profissionais de níveis fundamental, médio e superior. Após mandato de segurança impetrado pelo CREF10/PB-RN, o concurso passou a exigir o registro no CREF para o cargo de Professor de Educação Física. Fonte: CREF10/PB-RN

Lei gaúcha exige registro profissional para inscrição em concursos públicos No mês de maio foi publicada no Diário Oficial do Rio Grande do Sul, a Lei 14.540 - que determina a obrigatoriedade de registro em Conselho Profissional para vagas e cargos que exerçam prerrogativas de profissões regulamentadas em concursos públicos do estado. Desta forma, todos os Profissionais de Educação Física que passarem em concurso promovido pelo estado, precisarão estar devidamente registrados no CREF2/RS no momento da posse. Para Carmen Masson [CREF 001910-G/RS], presidente do CREF2/RS, a Lei, de autoria do deputado estadual Carlos Gomes, é um ganho para toda a sociedade. “Os Conselhos Federais têm como objetivo proteger as pessoas. A exigência do registro é a garantia de que os Profissionais estarão sujeitos a Códigos de Ética e que poderão ser denunciados em caso de má atuação”, comentou. “Além disso, a obrigatoriedade pressupõe que o estado só contratará profissionais formados e qualificados”, finalizou. Fonte: CREF2/RS

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Atividades físicas para todos

A prática de atividades físicas e esportivas deve ser ofertada a todos, sem qualquer distinção. Apenas desta forma será possível construir uma sociedade mais justa e desenvolvida.

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11º ENAF- BH Datas: 15 a 17 de agosto Local: Minas Centro - Belo Horizonte (MG) Informações | Inscrições: www.enaf.com.br 26º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte Datas: 21 a 23 de agosto Local: Ouro Minas Palace Hotel - Belo Horizonte (MG) Informações | Inscrições: www.medesporte2014.com.br 3º Congresso de Educação Física da FIEP/AM Datas: 27 a 30 de agosto Local: Faculdade La Salle - Manaus (AM) Informações | Inscrições: www.fiepam.com.br 15ª IHRSA Fitness Brasil Datas: 28 a 30 de agosto Local: São Paulo (SP) Informações | Inscrições: www.fitnessbrasil.com.br IV Congresso Brasileiro de Ciências do Exercício – CBRACE Datas: 05 a 07 de setembro Local: CEAFI - Goiânia (GO) Informações | Inscrições: www.cbrace.com.br Brasília Capital Fitness 2014 Datas: 25 a 28 de setembro Local: Centro de Convenções de Brasília (DF) Informações | Inscrições: www.bsbfitness.com.br 37º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte Datas: 02 a 04 de outubro Local: Centro de Convenções Rebouças - São Paulo (SP) Informações | Inscrições: www.simposiocelafiscs.org.br 57º ENAF - Poços de Caldas Datas: 9 a 12 de outubro Local: Espaço Cultural Urca (MG) Informações | Inscrições: www.enaf.com.br Meeting Balneário Camboriú Datas: 10 a 12 de outubro Local: Centro de Convenções Sibara Flat Hotel (SC) Informações | Inscrições: www.korppus.com.br

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7 milhões de registrados Fórum dos Conselhos Federais das Profissões Regulamentadas Uma entidade sem fim lucrativo, criada a partir da união dos 28 Conselhos Federais de Regulamentação e Fiscalização de Profissões existentes no país, representando cerca de 7 milhões de profissionais registrados.

Os princípios em defesa da sociedade Mais que regulamentação, um avanço social para o país • Todo o exercício de atividade, trabalho ou profissão é livre, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, devendo os Conselhos Profissionais preservar esses princípios em âmbito de sua área de atuação. • Os Conselhos Profissionais, tendo em vista seu múnus público, laboram na defesa da sociedade, na observância das leis e da Constituição, valorizando os princípios da ética, da cidadania e da dignidade da pessoa humana. • No exercício de suas prerrogativas os Conselhos Federais das Profissões Regulamentadas reafirmam sua posição de unidade, nas ações de interesse comum, respeitadas as áreas de atuação de cada profissão. • Reafirmam, também, a necessidade do controle social para a abertura, autorização e funcionamento de Cursos de Graduação Superior, bem como, observância da qualidade da grade curricular, a qual deve ser compatibilizada com a garantia da formação nos termos da lei. Um dos principais indicadores do desenvolvimento de uma nação é a sua organização social. A contribuição maior que os profissionais registrados do país prestam à sociedade brasileira é a segurança de sua qualificação técnica. Profissional Registrado, melhor para o país. Dentro da lei, o exercício de qualquer profissão possui os princípios éticos necessários que garantem o seu mercado de trabalho e sua qualificação profissional, oferecendo à sociedade ainda mais segurança e cidadania.


NO DIA 1º DE SETEMBRO É CELEBRADO O DIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CONFEF Promova, divulgue e participe das atividades em homenagem ao Profissional responsável por incentivar a prática de atividades físicas e a consequente aquisição de hábitos saudáveis.


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