ISSN 2238-8656
Ano XVII | n° 79 | 2021
Órgão Oficial do CONFEF
outubro/dezembro
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA BRILHAM EM TÓQUIO PL QUE SOLIDIFICA A PROFISSÃO AVANÇA NA CÂMARA
QUANDO VOCÊ SE EXERCITA, COISAS INCRÍVEIS ACONTECEM NO SEU CORPO IO FÍSICO E CÍC
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MOTIVOS PARA SE EXERCITAR NÃO FALTAM. CONHEÇA ALGUNS DELES EM WWW.CONFEF.COM/496
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PALAVRA DO
PRESIDENTE
Encerramentos de ciclos exigem reflexão. É o momento ideal para traçar planos e, mais que isso, para realizar um balanço do trabalho desenvolvido até então. Divido com os leitores, nessa edição, um apanhado do último ano e as expectativas para o próximo. Pelo segundo ano consecutivo, o Sistema CONFEF/CREFs teve sua gestão fortalecida por meio do voto democrático. Em 2020, tivemos a eleição do CONFEF e, em 2021, Profissionais de Educação Física de todo o país tiveram a oportunidade de eleger os Conselheiros Regionais de seus respectivos CREFs. Sem dúvida, os eleitos - imbuídos da missão de defender a profissão, os profissionais e a sociedade - desempenharão sua função com total entrega. O ano também foi marcado pelo encaminhamento ao Congresso Nacional do Projeto de Lei 2486/2021, que objetiva alterar a Lei n° 9.696 – que criou a nossa Profissão. Como abordado na última edição, além de trazer segurança jurídica, o projeto pretende aprimorar o arcabouço normativo que regula a atividade dos Conselhos Federal e Regionais de Educação Física, definindo competências dos órgãos, fontes de receita, dentre outros. O encaminhamento do PL ao Congresso Nacional e, posteriormente, sua aprovação para que fosse pautado no plenário, demonstram o reconhecimento da profissão diante dos nossos governantes. A Educação Física detém, como foi demonstrado nas duas ocasiões, de forte apoio parlamentar. Esse suporte é fruto do trabalho de qualidade desempenhado pela categoria ao longo dos 23 anos de regulamentação da Profissão, bem como da atuação pontual do Sistema CONFEF/CREFs perante os diversos representantes dos segmentos da política nacional, fomentando a importância do Profissional de Educação Física em seu múltiplo
campo de intervenção, e na busca pela garantia de políticas públicas que garantam oportunidades de atuação desses profissionais nos mais variados projetos e ações que visem à prática da atividade física e a vida saudável da população. Seguiremos atuando para manter esse apoio cada vez mais sólido. Para isso, ao longo de 2021, o Sistema CONFEF/CREFs esteve presente em momentos de discussões importantes para a classe e se fez representar em todas as janelas de diálogo possíveis com a sociedade, entidades de saúde, de educação, governamentais e privadas. A profissão foi representada em todas as oportunidades concedidas. Em 2022, todos nós seremos requisitados a desempenhar o nosso papel como cidadãos. Dessa vez, para definir presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Um ano importante nos aguarda e, assim como foi em 2021, seguiremos unidos em defesa de uma profissão ainda mais valorizada, reconhecida e fortalecida. Seguiremos unidos em um só desafio: Trabalhar para que a Educação Física se mantenha em ascensão, e que os frutos deste trabalho sejam amplamente concedidos aos nossos profissionais e à sociedade, que poderá usufruir da confiança na qualidade do serviço que lhe é oferecido, através da prática orientada e saudável de atividades físicas.
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2022 – O ANO DAS EXPECTATIVAS
Claudio Augusto Boschi
Presidente CREF 000003-G/MG
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SUMÁRIO
EDUCAÇÃO FÍSICA Presidente — Claudio Augusto Boschi 1º Vice-Presidente — Jorge Henrique Monteiro 2º Vice-Presidente — Carlos Alberto Eilert 1º Secretário — Carlos Eduardo Lima Rocha de Oliveira 2º Secretário — Elisabete Laurindo de Souza 1º Tesoureiro — Teófilo Jacir de Faria 2º Tesoureiro — Tharcísio Anchieta da Silva
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Relatos que inspiram
Conselheiros Adailton Eustáquio de Magalhães Alfredo Telino Leal de Lacerda Angelo Luis de Souza Vargas Antônio Ricardo Catunda de Oliveira Biratan dos Santos Palmeira Carlos Alberto Camilo Nacimento Cláudio Renato Costa Franzen Débora Rios Garcia Denise Martins de Araújo Eduardo Silveira Netto Heitor Prates de Azevedo Júnior Jorge Steinhilber Julimar Luiz Pereira Marcelo Ferreira Miranda Márcio Tadashi Ishizaki Marcos Lopes de Oliveira Nilo Montenegro Netto Nilza Maria do Valle Pires Martinovic Rinaldo Bernardelli Júnior Roberto Jerônimo dos Santos Silva Wagner Domingos Fernandes Gomes Yula Pires da Silveira Fontenele de Meneses CONFEF Av. República do Chile, 230 – 19º andar CEP: 20031-170 - Rio de Janeiro – RJ Tels.: (21) 22423670 / 2215-6100 / 3852-6355 / 3852-6803 comunicacao@confef.org.br www.confef.org.br Periodicidade: trimestral Distribuição gratuita Tiragem: 332.000 Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF. Todas as matérias dessa edição estão disponíveis para leitura no portal eletrônico do CONFEF.
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Conselho Editorial Antônio Ricardo Catunda de Oliveira João Batista Andreotti Gomes Tojal Laércio Elias Pereira Lamartine Pereira DaCosta Sérgio Kudsi Sartori
Profissionais de Educação Física brilham em Tóquio
Jornalista responsável — Enila Bruno - DRT/RJ 35889 Redação — Juliana Reche Projeto gráfico e editoração — Jorge Ney
PRETO E BRANCO (POSITIVO)
PRETO E BRANCO (NEGATIVO)
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PL que solidifica a profissão avança na Câmara
Categoria celebra
10 CREF12/PE solicita bloqueio de perfis ao Facebook
12 Profissionais de Educação Física fazem diferença em tratamento de Covid-19
15 Conselheiro Federal está entre pesquisadores mais influentes da América Latina
16 Canal de exercícios para pessoa idosa faz sucesso no Youtube
20 Treinador do medalhista Abner Ferreira, Vladimir Godoi defende união entre Esporte e Educação
23 FIEPS inicia preparativos
para aniversário de 100 anos
Dia do Profissional de Educação Física
26 Professora com deficiência ensina inclusão e dá exemplo de superação
30 Profissional ensina Stand Up Paddle no Rio Tarumã (AM)
33 CREF10/PB comemora 20 anos de existência
34 Tecnologia mede condicionamento físico e otimiza trabalho em Educação Física
36 MOVIMENTO NA REDE ESPAÇO DO LEITOR ........... 37 PANORAMAS ......................... 38 AGENDA ................................. 40
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RE: Relatos que inspiram
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Em 2021, o país parou para assistir e admirar os atletas paralímpicos. Sem dúvidas, eles, que são campeões no esporte e na vida, serviram de inspiração e motivação para milhares de crianças e adolescentes. Nesta edição, aproveitamos a realização do maior evento desportivo do mundo para apresentar dois projetos que têm como objetivo a inclusão de PCDs e a conscientização da sociedade por meio das aulas de Educação Física.
O ESPORTE UTILIZADO COMO FERRAMENTA DE VALORES E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
Na última semana de setembro, o Coordenador de Atletismo, Caius Ananda Xavier dos Santos [CREF 002807-G/SC] e o Coordenador do Parque da Inovação, Mateus Conzati, ministraram uma aula com simulação de condições de mobilidade reduzida, tanto temporária, como avanço da idade, acidentes, cirurgias, bem como as limitações permanentes, no caso de pessoas com deficiência física. As atividades incluíram tornozeleira com pesos simulando a situação das pessoas idosas, cadeiras de rodas, muletas e óculos propositalmente embaçados. “É preciso pensar fora da 'caixinha' e proporcionar novas experiências às crianças e atletas iniciantes, para que tenham uma maior
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Atuar como agente de transformação social, utilizando o esporte como ferramenta auxiliar na construção de valores morais e habilidades socioemocionais. Esse é um dos objetivos do Programa Esporte e Arte do Parque, iniciado em agosto pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. Com o foco voltado para crianças e adolescentes de 8 a 14 anos, o programa disponibiliza aulas gratuitas de iniciação esportiva no Parque da Inovação e no Parque Linear Via Verde, orientadas por profissionais do Programa Bolsa Desportiva Municipal e por servidores da secretaria com formação na área de Educação Física.
Professor Caius Ananda Xavier dos Santos [CREF 002807-G/SC]
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consciência social. O esporte transforma vidas e não é só pelo fato de tornar as pessoas mais saudáveis fisicamente. Há uma transformação por meio dos valores que o esporte nos ensina, como espírito de equipe, respeito aos treinadores, ética e todos os aspectos de formação de um verdadeiro cidadão”. Os obstáculos simularam situações encontradas diariamente pelas pessoas com problema de mobilidade reduzida e a reação das crianças foi de espanto diante das dificuldades enfrentadas.
"O esporte transforma vidas e não é só pelo fato de tornar as pessoas mais saudáveis fisicamente. Há uma transformação por meio dos valores que o esporte nos ensina"
"O principal objetivo do programa Arte e Esporte no Parque é ampliar as ações da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) junto à comunidade, exercendo um papel de agente auxiliar de transformação social, por meio do esporte, da cultura e do lazer. A forma lúdica facilita o aprendizado de lições de conduta social, respeito e inclusão para nossas crianças e jovens”, declara a Secretária de Cultura, Esporte e Lazer Natália Lúcia Petry, que é formada em Educação Física. “Deixamos os últimos minutos da aula para ouvirmos os alunos e foi muito positivo perceber que se alinharmos a teoria com a prática, oferecer e oportunizar diversas formas de vivências, talvez tenhamos uma sociedade mais justa e consciente, pois nenhum deles havia vivenciado algo semelhante”, complementou Caius. (Com informações da Prefeitura de Jaraguá do Sul)
ATIVIDADE INCLUSIVA AUMENTOU INTERESSE DE ALUNOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Ao perceber que apesar de mudanças contínuas de estímulos, diferentes perfis de alunos permaneciam alheios às atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física, o professor Geraldo Luiz de Toledo Costa [CREF 012048G/SP], em parceria com a professora Lenisa Alzira Caçador Costa [CREF 107204-G/SP], resolveu investigar a fundo os motivos. Para incluir os alunos menos participativos, o professor decidiu trabalhar com esportes não convencionais na EMEF Bartolomeu Lourenço de Gusmão, em São Paulo. Escolheu, então, as seguintes modalidades: freesby, bocha, Professor Geraldo Luiz de Toledo Costa [CREF 012048-G/SP]
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voleibol sentado e basquetebol em cadeiras de rodas (nesta modalidade usou-se colchonetes substituindo as cadeiras, onde os alunos não poderiam utilizar os membros inferiores para locomoção). A escolha de uma modalidade onde as qualidades estivessem igualadas, que as habilidades físicas como força e destreza não se tornassem um fator decisivo nos resultados, levou ao ensino da bocha.
Colchões, bolas de handebol e bolinhas de tênis foram adaptados para que os gestos e a prática das regras da modalidade pudessem ser aplicados junto aos alunos. “Num primeiro momento, foram criadas as canchas com dimensões aproximadas às oficiais para se jogar o esporte. Os alunos foram trazidos, apresentados ao local de jogo, onde pudemos observar comentários como ‘isto é jogo de velho’. Mas, após iniciarmos o trabalho de ensino prático, as opiniões começaram a mudar”, explica Geraldo.
"Os alunos foram trazidos, apresentados ao local de jogo, onde pudemos observar comentários como ‘isto é jogo de velho’. Mas, após iniciarmos o
Diante deste novo desafio, alguns alunos se destacaram em sua realização. “As meninas dos oitavos anos e alguns alunos PCDs. Os últimos se destacaram acima da média, como uma aluna portadora de deficiência auditiva e um aluno com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)”, indica. Foi observado, então, a mudança do perfil dos participantes e o aumento de interesse dos alunos a partir do momento que perceberam ser necessário desenvolver apenas duas qualidades predominantes: concentração e sensibilidade. Deste modo, igualavam-se as chances de sucesso ou resultados sobre os ditos “atletas”. De acordo com o professor, aqueles alunos que se excluíam das atividades esportivas passaram a se integrar, participando dessa atividade e de outras que posteriormente foram aplicadas. Com isso, o professor chegou à conclusão que a oferta de atividades adaptadas, que possibilitam a inclusão e participação em condição de igualdade, aumentou a participação e o nível de interesse de todos os alunos. “É certamente aceito por todos por saberem não haver nenhum tipo de discriminação ou favorecimento”. As atividades, realizadas em 2019, envolveu alunos do ensino fundamental II, do 6º aos 9º anos, atingindo cerca de 300 crianças e adolescentes.
ENVIE A SUA EXPERIÊNCIA Nós queremos conhecer a sua experiência, seja ela na escola, academia, hospital, clube ou qualquer outro segmento. Envie o seu relato para o e-mail revistaef@confef.org. br e teremos o maior prazer em compartilhá-lo.
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trabalho de ensino prático, as opiniões começaram a mudar"
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PL que solidifica a profissão avança na Câmara
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Créditos: Cleia Viana / Câmara dos Deputados
REQUERIMENTO QUE POSSIBILITA ANÁLISE DO PL NO PLENÁRIO É APROVADO COM APOIO PARLAMENTAR
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No mês de agosto, foi aprovado com 406 votos favoráveis (96% dos votantes) o requerimento de regime de urgência para apreciação do Projeto de Lei nº 2.486, de 2021. O PL, que altera a Lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998, tem como objetivo oferecer segurança jurídica à manutenção e ao funcionamento dos Conselhos Federal e Regionais de Educação Física. Com a aprovação do requerimento, a matéria agora pode ser analisada diretamente no Plenário da Casa. Durante a votação, parlamentares de diferentes partidos apoiaram o projeto e discursaram a favor da profissão. Em sua fala de abertura, o autor do requerimento e apoiador da profissão, Deputado Evandro Roman [CREF 000958-G/ PR] explicou a razão do vício de iniciativa pelo fato da Lei 9696/98 ter sido proposta pelo Poder Legislativo e não pelo Poder Executivo e defendeu a aprovação do PL.
Em sua fala, o deputado Felipe Carreras reforçou que os Profissionais de Educação Física não estão sendo esquecidos no parlamento. “Temos que reconhecer e aprovar esse projeto. Não só ele, mas os outros que estão tramitando na casa, como a garantia das três horas de Educação Física escolar semanais, bem como a garantia do Profissional de Educação Física com licenciatura no ensino fundamental e médio”, defendeu. A deputada Jandira Feghali, além de ser favorável ao requerimento, afirmou que o partido votará a favor do projeto de lei. “Eu acho correto que a gente garanta a existência do conselho profissional da categoria. Nós votaremos a favor porque é muito importante que esse conselho seja regulamentado e que a profissão tenha um Conselho próprio”.
Quem também pediu a fala para defender o voto favorável foi o deputado distrital Júlio César. “Entendemos a importância do Profissional de Educação Física. Nessa pandemia, eles demonstraram o quanto são importantes para a nossa sociedade”, justificou, indicando que o partido também votará favorável ao PL. Outros parlamentares discursaram a favor do requerimento, bem como do projeto de lei e da Profissão. Para o Vice-Presidente do CONFEF, Carlos Eilert [CREF 000015-G/MT], o resultado da votação foi significativo, pois demonstra o apoio dos parlamentares à Educação Física. “Os 406 votos favoráveis representam justamente o desejo, a vontade da casa, que apoiou a categoria. Nós vimos parlamentares defendendo não apenas o projeto de lei, mas também a oferta de três aulas semanais de Educação Física e que o componente seja ministrado por Profissionais de Educação Física licenciados e habilitados. Só temos a agradecer o esforço dos deputados em nossa defesa, na defesa da profissão”, indicou Eileirt. Nos dias que antecederam a votação, representantes do CONFEF foram recebidos por parlamentares em Brasília para tratar do PL 2486/2021. Estiveram presentes os Conselheiros Federais Carlos Eilert e Tharcísio Anchieta [CREF 000900-G/AM], membros da diretoria do CONFEF, e Thiago Medeiros [CREF 045500-G/RJ], que articulou os encontros em busca de apoio na votação vitoriosa. Receberam o CONFEF os deputados Evandro Roman, Felipe Carreras, Dr. Luizinho e Hugo Leal, além do Senador Carlos Portinho. Além de agradecer o apoio dos parlamentares, os representantes do CONFEF reforçaram que a entidade está de portas abertas para ajudá-los nas demandas relacionadas ao setor. “Estamos fazendo as visitas justamente para deixar claro que o CONFEF é o órgão que eles podem consultar sempre que pensarem em projetos de lei relacionados à Educação Física e ao Esporte. Muitos parlamentares afirmaram que possuem projetos voltados à área e nos consultaram sobre os temas”, indicou Tharcísio Anchieta. Os representantes também foram recebidos pelo Secretário Especial de Esporte, Marcelo Magalhães, e pelo vice-Presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos, que incluiu o requerimento de urgência em pauta. SOBRE O PL
O Presidente da República, Jair Bolsonaro, encaminhou ao Congresso Nacional a Mensagem nº 330/2021, dando origem ao Projeto de Lei nº 2486/2021, que objetiva alterar a Lei n° 9.696, de 1998. Trata-se de um primeiro, porém grande passo na luta pela manutenção e funcionamento desses Conselhos, tendo em vista a existência da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI nº 3.428/2005, que questiona a constitucionalidade da lei que regulamenta a Profissão e cria os Conselhos Federal e Regionais de Educação Física. Diante do impasse, Governo e representantes da categoria trabalharam para que o novo projeto fosse criado e tramitasse da forma correta, e não ocorresse a revogação dos Conselhos e da própria regulamentação da Profissão.
“Os 406 votos favoráveis representam justamente o desejo, a vontade da casa, que apoiou a categoria. Nós vimos parlamentares defendendo não apenas o projeto de lei, mas também a oferta de três aulas semanais de Educação Física e que o componente seja ministrado por Profissionais de Educação Física licenciados e habilitados. Só temos a agradecer o esforço dos deputados em nossa defesa, na defesa da profissão”
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PARLAMENTARES RECEBEM DIRETORIA DO CONFEF
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CREF12/PE solicita bloqueio de perfis ao Facebook
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AO TODO, 92 CONTAS EM EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO FORAM DENUNCIADAS AO ESCRITÓRIO DA REDE SOCIAL NO PAÍS
“Chegamos por meio de denúncias a cerca de 90% dos perfis notificados. Os demais foram identificados por meio de fiscalização de rotina”
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A pandemia obrigou quase todos a adaptarem sua forma de exercício profissional. O CREF12/PE não ficou de fora. Se a atuação profissional se tornou online, a fiscalização do CREF também. Prova disso foi a solicitação que o Conselho fez ao Facebook Brasil para o bloqueio de 92 perfis do Instagram que, de forma ilegal, ofereciam treinos, dicas e outras atividades privativas do Profissional de Educação Física no estado de Pernambuco. O CREF12/PE também está denunciando blogueiros, influenciadores digitais e outros leigos por exercício ilegal da profissão em ambientes digitais ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e à Delegacia de Polícia. De acordo com o CREF, os acusados serão autuados e responderão pelos crimes de exercício ilegal da profissão (artigo 47 da Lei das Contravenções Penais), propaganda enganosa (artigo 67 da Lei nº 8.078/90) e crime contra as relações de consumo, nos termos do art. 7º, VII, da Lei nº 8137/90.
As investigações foram conduzidas pelo Departamento de Orientação e Fiscalização do Conselho desde o início do isolamento social, em março de 2020, e teve como base denúncias recebidas pelo site da entidade e no acompanhamento de transmissões ao vivo e postagens. “Chegamos por meio de denúncias a cerca de 90% dos perfis notificados. Os demais foram identificados por meio de fiscalização de rotina”, explica o chefe de fiscalização do CREF12/PE, Marcelo Santos [CREF 005785- G/PE]. Apesar de apresentar suas dificuldades, na fiscalização online é mais rápido e fácil de constatar uma irregularidade, como explica Marcelo. “Quando chegamos em uma academia, a pessoa que está atuando irregularmente pode disfarçar. Na fiscalização online, o que foi feito de irregular permanece. Também nos ajuda quando chegamos nesta mesma academia com provas da pessoa irregular. Mesmo que ela tente disfarçar na hora, os agentes munidos de provas obtidas na fiscalização online, também podem efetuar a notificação presencial”.
"Qualquer outro profissional não pode orientar, dar dicas ou prescrever exercício físico. Apenas o profissional de Educação Física tem essa prerrogativa. Qualquer outro que faça algo dessa natureza responderá criminalmente”
REALIZOU UMA DENÚNCIA? CONFIRA O PASSO A PASSO DA FISCALIZAÇÃO
Denúncia chega ao Departamento de Fiscalização
Recolhe-se o maior número possível de provas.
Um agente é destinado para fazer a investigação.
Em caso de inércia, a notificação e as provas recolhidas são enviadas ao Departamento Jurídico do CREF12/PE, que então entra com uma ação.
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O presidente do CREF12/PE, Lúcio Beltrão [CREF 003574-G/PE], reforça o trabalho da fiscalização. “Médico, nutricionista, engenheiro, fisioterapeuta, estagiário, coach, blogueiro, artista, fisiculturista, estudante universitário, atleta, pedagogo, influenciador digital, advogado ou qualquer outro profissional não pode orientar, dar dicas ou prescrever exercício físico. Apenas o profissional de Educação Física tem essa prerrogativa. Qualquer outro que faça algo dessa natureza responderá criminalmente”. Qualquer cidadão pode fazer uma denúncia de exercício ilegal da profissão ou de espaços clandestinos de Educação Física. Caso tenha conhecimento de irregularidades, acesse o site do CREF da sua região e formalize uma denúncia. Juntos, atuamos em defesa de uma profissão mais forte e segura.
Constatada a irregularidade, é feita uma notificação on-line dando um prazo de 10 dias para que o notificado se manifeste.
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Profissionais de Educação Física
fazem diferença em tratamento de Covid-19
Créditos: Aline Jasper
EQUIPE DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ULTRAPASSA MARCA DE DOIS MIL ATENDIMENTOS EM AGOSTO DE 2021
Quem ainda não relaciona a Educação Física ao tratamento de infectados com Covid-19 precisa conhecer o Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (HU-UEPG). A equipe ultrapassou, no mês de agosto, a marca de dois mil atendimentos em pacientes internados na Clínica Covid. A equipe composta por residentes e preceptores de Educação Física iniciou as atividades relacionadas à Covid no meio hospitalar no segundo semestre de 2020, com pesquisas relacionadas ao risco de hospitalização e de agravamento do quadro clínico em indivíduos com diferentes níveis de atividade física. Posteriormente, no início de 2021, foram iniciados os atendimentos na Enfermaria Covid do HU-UEPG.
Hoje, em tempos de Covid, as sessões são realizadas cumprindo todos os critérios de biossegurança estabelecidos pelo HU-UEPG e possuem duração média de 20 a 30 minutos, sendo utilizados: halteres de mão, faixas elásticas, caneleiras de peso e cicloergômetro portátil, com monitoramento contínuo da saturação periférica de oxigênio e frequência cardíaca dos pacientes. Além disso, é realizada avaliação dos critérios clínicos, laboratoriais e motores previamente ao início das atividades, e controle de intensidade da sessão ao final do atendimento. Apesar dos benefícios dos programas de exercícios, nem todos os pacientes com Covid puderam ser atendidos pelos Profissionais de Educação Física, como conta Bruno. “Principalmente no período de maior lotação do hospital, quando, por questões logísticas, alguns indivíduos eram apenas orientados, deixando o atendimento mais personalizado para aqueles mais necessitados. Para essa triagem, são observadas questões desde a idade do paciente, tempo de sintomas, dias hospitalizado, exames laboratoriais, estado clínico atual, etc, para julgar se o paciente está apto ou não para atendimento”.
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Os atendimentos possuem como objetivo proporcionar melhora da oxigenação sanguínea, minimizar os efeitos deletérios da hospitalização, aumentar a autonomia em pacientes com distúrbios neuromusculares desenvolvidos ao longo do internamento e acelerar a melhora do quadro clínico e, consequentemente, a alta hospitalar. Apesar da importância dos profissionais para a recuperação de infectados por Covid, eles estão presentes desde 2017, muito antes do início da pandemia, como explica Bruno Margueritte [CREF 030068/PR], preceptor de Educação Física do Hospital. “A atuação dos Profissionais de Educação Física no HU-UEPG iniciou em março de 2017, com a implementação da Residência Multiprofissional em Reabilitação. No entanto, nesse primeiro momento a atenção era principalmente ambulatorial, com reabilitação cardíaca, respiratória, entre outros”. Até que uma resolução do CONFEF aprimorou essa atuação. “Após a Resolução 391/2020 do CONFEF, os atendimentos 'beira-leito' receberam maior respaldo, e após um período de estudos, reuniões e pesquisas, em janeiro de 2021, foi possível iniciar os atendimentos na Enfermaria Covid, inclusive com a contratação de mais Profissionais de Educação Física. Para o período pós-pandemia, a perspectiva é não apenas de manutenção desse serviço, mas de ampliação do mesmo, tanto para atendimentos nos ambulatórios de reabilitação que retornarão as atividades, mas também para dar continuidade nos atendimentos ‘beira-leito’”.
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Em relação aos pacientes atendidos, em média, os indivíduos estão na terceira semana de sintomas, e no início da segunda semana de hospitalização. Dentre os pacientes atendidos, cerca de 25% tiveram estadia na unidade de terapia intensiva, e cerca de 40% ainda necessitavam de oxigenoterapia de baixo fluxo durante a sessão com os Profissionais de Educação Física. A saturação periférica de oxigênio oscilou entre 88 a 93% e a frequência cardíaca entre 85 a 108bpm ao longo das sessões, e ao final, em média, foi relatado como intensidade “pouco intensa”, score 4 na escala de Borg de 0-10. Para os residentes, em processo de formação como especialistas em reabilitação, a atuação na linha de frente dos Profissionais de Educação Física é essencial tanto do ponto de vista pessoal como profissional: “É necessário iniciar precocemente a reabilitação física para atenuar os efeitos da doença. Também compete ao Profissional de Educação Física apresentar ao paciente suas limitações durante esse período, ensinar a entender que cada indivíduo tem uma resposta imune diferente e saber respeitar seu próprio tempo de recuperação” afirma Sabrina Fornazzari [CREF 022163 – PR], residente do hospital.
“Essa atenção completa só é possível dentro de uma equipe multiprofissional, onde cada profissional estará utilizando do seu conhecimento para construir
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todos juntos, o melhor plano de cuidado para o indivíduo”
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Residente desde o início da pandemia, Rafael Carlos Sochodolak [CREF 034237 – PR] ressalta o período inicial de pesquisas, estudos e capacitações previamente ao início dos atendimentos na clínica Covid, a fim de proporcionar atendimentos eficazes e seguros: “Todo o conhecimento científico e as capacitações que foram e estão sendo desenvolvidas, são extremamente importantes para otimizar a atenção aos pacientes. Quanto maior o nível de conhecimento, consequentemente maior será a segurança e a efetividade dos atendimentos realizados. Sabrina e Rafael atuam em parceria com profissionais de outras áreas da Saúde, formando uma equipe multidisciplinar. Para Bruno, esse trabalho em equipe é fundamental. “Principalmente neste período de pandemia foi possível notar, desde profissionais de saúde até pacientes, que o trabalho multiprofissional é a única forma de cuidado em saúde que leva em conta todos os aspectos de vida do indivíduo. Em uma doença que inicialmente tem característica de acometimento respiratório, mas que ao longo da evolução e do período de hospitalização pode assumir outras características, acometendo o indivíduo no seu aspecto neurológico, cardiovascular, musculoesquelético, psicossocial, entre outros, fica mais evidente a necessidade de realizar o tratamento de forma holística”. Todos juntos com um objetivo comum: a recuperação do paciente, como completa o profissional. “Essa atenção completa só é possível dentro de uma equipe multiprofissional, onde cada profissional estará utilizando do seu conhecimento para construir todos juntos, o melhor plano de cuidado para o indivíduo”, finaliza.
Conselheiro Federal está entre pesquisadores mais influentes da América Latina
Para uma profissão de referência, formação e atuação profissional devem caminhar juntas. É o que defende o Conselheiro Federal Roberto Jerônimo dos Santos Silva [CREF 000022-G/SE], listado entre os cientistas mais influentes da América Latina pelo AD Scientific Index. O pesquisador, que possui Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe, é professor do curso de Bacharelado e do Mestrado em Educação Física na mesma instituição. Divulgada em outubro, a edição mais recente do levantamento avaliou cerca de 700 mil pesquisadores, de 13 mil instituições localizadas em 200 países. No Brasil, foram avaliados 31.317 pesquisadores, de 439 universidades. O país alcançou a 17ª posição com mais pesquisadores avaliados. A organização mede, por meio da combinação de diferentes índices e bancos de dados, o desempenho de produção dos cientistas e o impacto dos estudos nos respectivos campos de pesquisa. As informações compiladas para o ranking refletem tanto a performance dos últimos cinco anos quanto a de toda a carreira. Para o Conselheiro, o resultado demonstra que o trabalho realizado ao longo dos anos está sendo reconhecido fora da universidade e até do país. “Eu trabalho na formação de novos Profissionais de Educação Física e estar bem ranqueado também é bom para os alunos, demonstra a qualidade do que está sendo transmitido. Como membro do Sistema CONFEF/CREFs, a conquista também contribui para fortalecer esse grupo que hoje está pensando a Educação Física. Reforça a importância de estarmos próximos às universidades, à produção da informação e do conhecimento”, defende Roberto Jerônimo. O pesquisador acredita que atuação profissional e formação devem estar em interação constante. “Ninguém é obrigado a ser mestre ou doutor, mas entender que a pesquisa e o conhecimento fazem parte da sua intervenção profissional é fundamental. Tudo que a gente faz, protocolos, métodos, ações, novas perspectivas, têm sua base na pesquisa. A gente pega a informação, trabalha, implementa, vê os erros e acertos, publica, recebe opiniões e críticas de outros pesquisadores, e a partir disso surgem as técnicas e os novos métodos de trabalho. A formação é essencial, mas a constante discussão sobre a formação, que é pesquisar, produzir conhecimentos, trazer esse conhecimento para dentro do campo profissional, é fundamental”, aponta.
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PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, ROBERTO JERÔNIMO FICOU ENTRE OS 500 PESQUISADORES MELHORES RANQUEADOS DO BRASIL E EM 2º EM SUA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
Saiba mais sobre o levantamento em www.adscientificindex.com
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Canal de exercícios para
pessoa idosa faz sucesso no Youtube
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COM MAIS DE UM MILHÃO DE INSCRITOS, CANAL NO YOUTUBE LEVA EXERCÍCIO FÍSICO DE FORMA DESCONTRAÍDA A PÚBLICO IDOSO
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Para reduzir a transmissão da Covid-19, a recomendação mundial foi não sair de casa. Para as pessoas idosas, grupo de risco da doença, a vigilância foi ainda mais intensa. Se por um lado o distanciamento social serviu como proteção, por outro também fez o sedentarismo desse grupo aumentar. Nesse cenário, Aurélio Alfieri [CREF 009911-G/PR] viu o número de visualizações e assinantes em seu perfil no Youtube crescer vertiginosamente. O canal “Exercícios para 50+” traz uma programação fixa de vídeos de exercícios para pessoas idosas, com linguagem acessível e bem-humorada. E o formato tem feito sucesso: São mais de um milhão de assinantes na rede social, atingindo mais de três milhões de visualizações mensais. Mesmo antes da pandemia, para muitos dos inscritos, o único contato com a prática de exercícios físicos
ocorria por meio das aulas online. “Há pessoas que moram em cidades muito distantes, onde não há academias e personal trainers, outras não têm condições financeiras para pagar sequer uma academia muito barata. Eu tenho alunos que já comentaram que fazem o exercício no meio da horta de casa por conta do calor ou porque realmente não têm condições de contratar um profissional ou de frequentar uma academia”, explica Aurélio, que, mesmo assim, não abre mão da orientação profissional. “Eu sempre defendo que o exercício com acompanhamento profissional é melhor, mas algumas pessoas infelizmente não têm acesso. Também recebo muitos relatos de pessoas que começaram a fazer exercícios no canal, perceberam os benefícios na prática e depois se matricularam em uma academia”, celebra.
O público que desfruta desses benefícios no canal é, em sua maioria (cerca de 80%), composto por mulheres acima dos 50 anos. E essa procura tem motivo. “Independentemente da idade, nós precisamos fazer atividade física para manter a nossa postura, força, capacidade cardiovascular. Mas depois dos 50, 60, as reduções na nossa capacidade física ficam mais evidentes por conta do processo de envelhecimento natural”, explica. Para atender a diversidade desse grupo, os vídeos do canal são divididos em quatro níveis de dificuldades: nível 1, indicado para pessoas que têm dificuldades em ficar em pé por terem problemas nos joelhos ou na coluna, por exemplo, idosos ou pessoas sedentárias. Neste nível, os exercícios são feitos 100% na cama ou em uma cadeira, na posição sentada. O nível 2 é dedicado às pessoas que conseguem fazer exercícios em pé, mas precisam de algum apoio porque têm algum problema articular que impacta no equilíbrio. Já os exercícios do nível 3 são mais intensos, mas sem impacto, promovem alto gasto calórico e fortalecimento dos músculos. O nível 4 é o mais difícil e utiliza materiais, como sacos de arroz de 5kg ou garrafas, para exercícios mais intensos e com mudanças de posição, como deitado no chão. Aurélio descobriu o dom para lidar com o público mais velho ainda no estágio da faculdade, mas até se encontrar na internet, o caminho foi longo. “Eu comecei a gravar vídeos e colocar no Youtube com o objetivo de registrar as minhas aulas e a sequência dos exercícios. Percebi que muitas pessoas começaram a assistir a essas aulas, mesmo sem qualidade nenhuma. Eu não usava microfone, iluminação ou nenhum outro equipamento. Ainda assim, percebia que essas aulas estavam tendo muita audiência. Entre 2016 e 2017, eu passei a gravar vídeos com mais frequência, realmente com o objetivo de trazer mais informação para o público do canal”, conta. No caminho, ele conheceu um livro que fez a diferença na sua carreira. “Em 2019, eu tive contato com o livro do Fausto Porto [CREF 001387-G/DF], com o título “Virei personal. E agora?”, que defendia que os exercícios para pessoas idosas seriam o grande futuro da Educação Física. Eu sempre gostei de dar aula para o grupo sênior, mas não imaginava que eles estivessem na internet. Mesmo assim, segui as recomendações do livro e comecei a criar vídeos para esse grupo. Me surpreendi, pois eles realmente estavam na internet e tinham uma certa audiência”. E, de acordo com Aurélio, essa audiência tende a aumentar. “Esse público está cada vez mais ativo e esse é um dos principais motivos do aumento da expectativa de vida. Eles sentiram na pele quando ficaram parados por conta da pandemia, pois as dores surgiram ou aumentaram. Isso fez com que uma grande parcela deles começasse a procurar exercícios para melhorar a qualidade de vida”, explica. Atualmente, além do canal no Youtube, o profissional conta com um aplicativo com mais de 50 mil usuários e conteúdos exclusivos.
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CAMINHO NA PROFISSÃO
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Profissionais de Educação Física brilham em Tóquio
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DELEGAÇÕES OLÍMPICA E PARALÍMPICA ALCANÇAM MELHORES DESEMPENHOS DA HISTÓRIA
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A medalha olímpica é o sonho de todo atleta. E por trás de cada atleta não há apenas um profissional, mas sim uma equipe empenhada na busca pelo melhor resultado. Por aproximadamente um mês, tivemos a oportunidade de acompanhar diversas modalidades, vibrar pelos nossos atletas, comemorar suas conquistas e, principalmente, contemplar o espírito olímpico. Tudo isso em meio a uma pandemia sem precedentes. Mesmo diante das adversidades, as delegações brasileiras alcançaram as melhores classificações de todos os tempos, 12º lugar nos Jogos Olímpicos e 7º lugar nos Jogos Paralímpicos. Além dos atletas, medalhistas ou não, os Profissionais de Educação Física merecem destaque. O maior evento esportivo do mundo não aconte-
ceria sem treinadores, preparadores físicos, fisiologistas, e muitos dos próprios atletas que hoje são acadêmicos, mas futuramente se tornarão profissionais. São muitos profissionais envolvidos na trajetória dos competidores. Até mesmo os que não estiveram presentes no Japão têm seu mérito na construção do atleta e na conquista da medalha. É o caso do Kiko Pereira [CREF 003345-G/RS], treinador dos judocas Mayra Aguiar e Daniel Cargnin, medalhistas de bronze no Judô. “A preparação de um atleta olímpico é bastante complexa, ela é planejada por uma equipe multidisciplinar nas áreas de desenvolvimento físico, emocional, técnico e tático”, explica o coordenador técnico da Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa).
Para Kiko Pereira, a expectativa para Paris 2024 é boa, mas também enigmática. “O Judô tem sido protagonista no cenário olímpico por ter uma boa massificação na sua base. Com as essas duas medalhas conquistadas em Tóquio, só a Sogipa tem, agora, seis medalhas olímpicas, além de cinco campeões mundiais dos sete da história do judô brasileiro”, comemora. Os Profissionais de Educação Física convocados para os Jogos Olímpicos que conquistaram medalhas são: Fernando Possenti (Ouro na maratona aquática), Francisco Porath (ouro e prata na Ginástica Artística), Sérgio Onha Marques (bronze na natação), Yuko Fujii (bronze no Judô Masculino), Felipe Siqueira (bronze 400m com barreiras), Mario Tsutsui (bronze no Judô Feminino), Jaime Oncins e Daniel Melo (bronze no Tênis), Elson Miranda (Bronze no Salto com Vara), André Kaxixi (Ouro no Surfe), Lauro de Souza (Ouro na Canoagem), Mateus Alves (Ouro, Prata e Bronze no Boxe), José Roberto Guimarães (Prata no Vôlei Feminino) e André Jardine (Ouro no Futebol).
de Dorneles, Diego Gonçalves Colletes, Jonatas Silva da Cunha Castro, Jose Mauro Neri, Valdecir Lopes da Silva, Alexandre de Almeida Garcia, Celso Takeshi Ogawa, Alexandre Silva Vieira, Fabio Pereira Antunes, Ana Paula Longoni Brandão, Felipe Santos Silva, Marcus Lima Espirito Santo, Antonio Luiz Duarte Candido, Soraia Izabel Correa Cabral, Leonardo Tomasello Araujo, Cristina Maria Heitzmann, Andre Yamazaki Pereira, Igor Fabiano Russi, Rui Menslin, Rodrigo de Almeida Guilherme Vilar de Queiroz, Leonardo Miglinas Cunha, Marcelo Affonso de Carvalho, Rodney Penna Saraiva, Rodrigo Ferla Martins, Adriano Lucena Cipriano, Celso Toshimi Nakashima, Paulo Ricardo Molitor, Andrews de Alencar Martins, Marcelo Gualberto Sarmento Chagas, Luiz Henrique Pereira da Silva, Ronaldo Gonçalves de Oliveira e José Agtonio Guedes Dantas.
"São muitos profissionais envolvidos na trajetória dos competidores. Até mesmo os que não estiveram presentes no Japão têm seu mérito na construção do atleta e na
Nos Jogos Paralímpicos, 100% dos treinadores convocados são Profissionais de Educação Física. Como não podia deixar de ser, a nossa admiração por esses campeões do esporte e da vida só fez crescer. Cada medalha (72 no total) representa uma história de garra dentro e fora das quadras, piscinas ou ginásios. Os treinadores convocados são: Asdrubal Augusto Florencano do Nascimento, Flavio dos Santos Silva, Rosiane Farias da Silva, Pedro de Almeida Pereira, Everaldo Braz Lucio, Fernando Barbosa de Oliveira, Fabio Leandro Breda, Leonardo Rossato Ribas, Daniel Carlos Biscola Lopes, Joao Paulo Alves Da Cunha, Marilia de Azevedo Silva, Thais Aoki Saito, Amaury Wagner Verissimo, Pedro de Almeida Pereira, Silvio Roberto Corsino do Carmo, Alex Jose Sabino, Nivaldo Batista Vital, Paulo Barbosa dos Santos, Thiago Pupo Fonseca, Akos Angyal, Tabea Epp Kuster Alves, Fábio Tadeu da Costa Pinto, Antonio de Padua da Costa, Fábio Tadeu da Costa Pinto, Rafael Astrada
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conquista da medalha"
Além de treinadores e preparadores físicos, os diversos Profissionais de Educação Física que atuaram na organização do evento, na arbitragem e na testagem dos atletas, dentre outros, também merecem o nosso agradecimento. Eles são parte fundamental do sucesso dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio.
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Treinador do medalhista Abner Ferreira, Vladimir Godoi
defende união entre Esporte e Educação
Créditos: Marcio Schimming
PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA TEM PROJETO SOCIAL QUE JÁ MUDOU A VIDA DE MAIS DE TRÊS MIL MENINOS E MENINAS
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Por trás de todo grande atleta, sempre há um grande treinador. Com Abner Ferreira não seria diferente. Por trás do boxeador medalhista dos Jogos Olímpicos de Tóquio, está Vladimir Godoi [CREF 006199-G/SP] e todo seu propósito de mudar a vida de meninos e meninas em situação de risco. Tudo isso, claro, por meio do esporte. “O boxe é uma ferramenta que me permite estar perto das crianças e retornar tudo que eu ganhei com o esporte. A medalha do Abner veio coroar todo esse trabalho social”. Na entrevista a seguir, o Profissional de Educação Física explica sua visão sobre a importância social do esporte e conta um pouco sobre o seu projeto "Boxe: Uma Luz para o Futuro".
Vladimir Godoi ao lado do atleta Abner Teixeira
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Revista Educação Física - Inicialmente, gostaria que o senhor contasse um pouco sobre a sua trajetória profissional: Por que escolheu a Educação Física, como chegou ao boxe... Vladimir Godoi - Eu abandonei a Engenharia no segundo ano e migrei para a Educação Física. Um dia, voltando da corrida, eu deitei na sarjeta, fechei o olho, imaginei minha vida dali a cinco anos, fiquei assustado. Depois, a 20 anos, e fiquei apavorado. Então eu decidi largar a faculdade e o estágio. No
mesmo semestre, prestei vestibular para Educação Física. Passei e comecei a estudar em 1996. Naquele mesmo ano, fui atrás de uma academia de natação perto da minha casa e fiquei uma semana perturbando o dono para que eu pudesse estagiar lá. O boxe chegou à minha vida no mesmo ano. Um amigo queria praticar, mas tinha medo de apanhar sozinho e pediu para eu ir junto. Eu acabei ficando e ele parou. Em 2004, comecei a doar duas horas por semana para ensinar boxe no clube da Polícia Militar de Sorocaba. Em 2005, criei a LiSoBOXE, que foi crescendo e adquirindo respeito, credibilidade, e eu pude fazer o que eu queria dentro da Educação Física. Hoje sou Profissional de Educação Física com muito orgulho e escolhi, das várias possibilidades, o boxe para trabalhar. Também sou consultor esportivo, faço a gerência de algumas redes de academia da minha região, realizo capacitações, palestras, cursos. Sou professor de graduação e pós-graduação, além de coordenador de curso.
"Ao longo dos dez anos de projeto, já tivemos mais de três mil alunos, ou seja, três mil
vidas impactadas. Mas eles são mais que um número. Poderia relatar aqui o nome e a
Revista Educação Física - Poderia falar sobre o projeto social “Boxe: Uma Luz para o Futuro”? Vladimir Godoi - Eu o criei em 2005. Assim como o esporte me ajudou, me tirou de um caminho meio complicado, me deu oportunidades, inclusive, de estudar, eu quis fazer isso por outras pessoas, outras crianças, outras vidas. E aí eu reuni alguns amigos e montamos o projeto social "Boxe: Uma Luz para o Futuro", não com o intuito de formação de atletas, mas de resgate de cidadãos. Para criar ou dar oportunidade para crianças, meninos e meninas, que não fossem captados pelo crime, que tivessem uma perspectiva diferente de vida. No começo, não recebemos patrocínio. Então começamos com recursos próprios, atendendo 50 crianças, divididas em duas turmas, num bairro com risco social alto. Fomos crescendo, aprendendo a trabalhar com incentivo financeiro público e chegamos a atender mais de 700 crianças, divididas em 13 diferentes núcleos. Foi mais ou menos nesse período que surgiu o Abner, assim como outros meninos e meninas, que tiveram suas vidas impactadas positivamente. Revista Educação Física - Qual é a faixa etária dos participantes? É possível dimensionar quantos alunos já passaram pelo projeto? Vladimir Godoi - Atendemos de 7 aos 17 anos, crianças e adolescentes, divididos por turmas. Afinal, nós respeitamos toda a questão didática e pedagógica. Ao longo dos dez anos de projeto, já tivemos mais de três mil alunos, ou seja, três mil vidas impactadas. Mas eles são mais que um número. Poderia relatar aqui o nome e a história de cada um deles. Eles não chegam e ficam apenas um mês. São meninos e meninas que ficam 3, 4 anos com a gente. Porque só assim um projeto realmente pode mudar a vida de alguém. Não é um projeto pontual. Tem que ter continuidade. Educação e formação são um ato contínuo, não pontual. Revista Educação Física - Em entrevistas, o atleta Abner Teixeira indica que foi incentivado pelo senhor a dar continuidade nos estudos. Pode falar a respeito? Vladimir Godoi - Uma das premissas do projeto é que as crianças tenham um bom rendimento escolar: acompanhamos por meio dos boletins, notas, presença. O Abner hoje consegue sobreviver com o boxe, mas para ele chegar
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história de cada um deles"
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"O que eu falo para eles é
que o Plano B é o esporte.
O plano A é a escola, a
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formação, a graduação"
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lá, eu tive pelo menos umas duas mil crianças e adolescentes que tentaram e não tiveram oportunidade. Então a porcentagem de sucesso com o esporte é mínima. O que eu falo para eles é que o Plano B é o esporte. O plano A é a escola, a formação, a graduação. Sem contar que o estudo desenvolve a capacidade cognitiva para o boxeador: é importante ter inteligência para tomar as melhores decisões. Não dá para gente seguir em frente sem estudo. Um dos critérios para participação no projeto é que as crianças estejam matriculadas na escola. Temos casos de garotos com 15, 16 anos que chegam ao projeto sem saber ler nem escrever. Outros que não sabem fazer conta de adição e subtração. Muitos deles abandonam a escola não porque não compreendem sua importância, mas porque estar nessa situação é desmotivador. Nós tentamos minimizar isso, junto com os alunos, os pais e a escola. Tanto que até hoje não tivemos nenhum caso de exclusão porque a pessoa não estava na escola. E quando os meninos começam a ter apoio, eles acabam se motivando. Revista Educação Física - O senhor espera formar mais que atletas com o projeto? Vladimir Godoi - O projeto não foi criado para formar atletas, mas para formar cidadãos. Tanto que eu tenho muito claro para mim: se mais um Abner aparecer, vai ser ótimo, mas a gente não vai trabalhar com essas crianças na pretensão de encontrar Abners por aí. São muitos meninos e meninas que vão passar por aqui e que não se tornarão atletas, não vão ganhar medalhas... Mas já ganham e vão ganhar família, dignidade, respeito, lealdade, trabalho, formação... Não pretendemos formar campeões no ringue, mas campeões na vida. É para isso que estamos aqui: para pegar na mão e iluminar o caminho deles, instrumentaliza-los para que eles possam escolher para onde querem ir. Se for para as Olimpíadas, legal. Mas se não for, também está ótimo. Revista Educação Física - Como se sentiu ao ter um atleta do projeto medalhista olímpico? Vladimir Godoi - Eu fiquei muito orgulhoso. Conhecendo a trajetória dele, eu me emocionei bastante. É lógico que a medalha é muito legal, mas o que mais me emocionou foram as conquistas que ele já vinha realizando ao longo do tempo. Desde que ele chegou ao projeto, ele é um garoto muito educado, tem uma personalidade muito boa, muito forte. Eu não tenho dúvidas de que essa medalha de bronze vai mudar de cor na França, nas Olimpíadas de 2024. Eu fiquei muito feliz e esperançoso. Torço para que ele possa conquistar mais ainda, porque ele merece. Revista Educação Física - Como os alunos do projeto receberam a conquista? Vladimir Godoi - Essa conquista do Abner renova o sentimento de esperança para esses meninos e meninas, que muitas vezes não têm muitas alternativas. Muitas vezes, não têm o que comer, nem o que vestir. Porque uma coisa é você ver na televisão lá longe o atleta ganhar a luta, e outra é você bater no saco de pancada do projeto em que o Abner começou. Então é óbvio que é uma sensação de euforia, de alegria, saber que o professor dele é o mesmo professor da criança. Mas a esperança eu acho que foi o que mais impactou aqui. Embora o projeto esteja sendo retomado agora, muitos deles têm essa expectativa: de que o esporte vai mudar a vida deles. Se não dentro do esporte, fora dele.
FIEPS inicia preparativos para aniversário de 100 anos INCLUSÃO DO TERMO “ESPORTIVA” REDEFINE ÁREA DE ABRANGÊNCIA DE FEDERAÇÃO PARA ALÉM DA EDUCAÇÃO FÍSICA
1923 - FIGE
Criação da INTERNATIONAL FÉDÉRATION OF EDUCATIONAL GIMNASTIC (FIGE), instituição que originou a FIEPS, no Congresso Internacional de Bruxelas
1924 - FIGL
FIGE passa a se chamar INTERNATIONAL FÉDÉRATION OF LING GYMNASTIC (FIGL). Surge primeiro logotipo, com rosto do sueco Pehr Ling, precursor da Educação Física
1953 - FIEP
FIGL sofre nova alteração na nomenclatura, se tornando a FÉDÉRATION INTERNATIONALE D`EDUCATION PHYSIQUE (FIEP), no Congresso Internacional de Istambul
A FEDERAÇÃO
A Federação Internacional de Educação Física – FIEP, fundada em 1923, na cidade de Bruxelas (Bélgica), tem por objetivo de favorecer o desenvolvimento, em todos os países, das atividades físicas e recreativas e de contribuir com a cooperação internacional em seu domínio. Inserida em todos os continentes, a federação completa 100 anos de existência, sempre buscando renovação e atualização frente aos avanços sociais e às exigências ditadas pelo conhecimento científico e contribuições aportadas pelo grupo que a constitui, além dos parceiros em nível mundial. Desde já, o CONFEF parabeniza a FIEPS pelos anos de trabalho em prol da Educação Física e do Esporte.
2021 - FIEPS
Em comemoração aos seus 100 anos, entidade recebe o termo "SPORTIVE", passando para FÉDÉRATION INTERNATIONALE D`EDUCATION PHYSIQUE ET SPORTIVE (FIEPS)
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A Federação Internacional de Educação Física e Esportiva (FIEPS) completará, em 2023, cem anos de existência, e já está em fase de preparação para as comemorações. A diretoria mundial se reuniu em assembleia geral no dia 23 de outubro, com delegados de todos os continentes, para traçar e planejar suas ações comemorativas. Dentre as ações, foi apresentada a proposta de inclusão do termo “Esportiva”, na denominação da instituição, passando de FIEP para FIEPS: Féderation Internationale D’Éducation Physique et Sportive. A entidade também ganhou novo logotipo. A inclusão do termo propõe redefinir a sua área de abrangência para além da Educação Física, contemplando também o esporte, dimensões que se complementam e se igualam em termos de objetivos humanos e valores, além de guardarem similaridade em importância educacional, social e cultural. As comemorações dos 100 anos da FIEPS acontecerão em todos os países. Paralelo ao 38º Congresso Internacional de Educação Física e 20º Congresso Científico Latino-americano, a FIEPS realizará vários encontros, momentos de discussão da Educação Física brasileira e mundial.
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Categoria celebra
Dia do Profissional de Educação Física
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COM ATIVIDADES PRESENCIAIS E ONLINE, CATEGORIA É HOMENAGEADA POR TODO O PAÍS
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Pelo segundo ano consecutivo, as atividades promovidas em homenagem ao Dia do Profissional de Educação Física precisaram, mais uma vez, se adequar à realidade atual. No Rio de Janeiro, foi realizada uma cerimônia em homenagem à data na Câmara Municipal, onde foram homenageados profissionais e atletas iguaçuanos que representaram o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Como de costume, diversos espaços públicos foram iluminados de verde em homenagem à profissão, como a Assembleia Legislativa, Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e de Três Rios, Igreja da Penha, entre muitos outros. No Rio Grande do Sul, o CREF2/RS promoveu a sétima edição do CongregaCREF, novamente em formato virtual. O já tradicional evento, que tem o intuito de proporcionar a integração e o aperfeiçoamento dos registrados e dos acadêmicos do curso de Educação Física, contou com duas palestras com temas totalmente conectados com a realidade em que vivemos neste momento, levando ao público a vivência do conhecimento em diferentes áreas de interesse da profissão.
Em Santa Catarina, o CREF3/SC promoveu a 5ª Jornada Catarinense de Educação Física, com inscrições gratuitas e ampla programação on-line. Em São Paulo, o CREF4/SP, em parceria com o Sebrae, ofereceu um programa 100% on-line e gratuito voltado para Profissionais de Educação Física, com soluções de gestão direcionadas ao setor. Em Pernambuco, Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Alagoas, Sergipe e Mato Grosso do Sul, a campanha do Dia do Profissional de Educação Física foi veiculada em ônibus, outdoors das principais rodovias e avenidas, nas rádios, emissoras de televisão, jornais impressos, internet, reportagens na imprensa, dentre outros. Na Bahia, o CREF13/BA realizou diversas atividades envolvendo exercícios físicos. Aulas de bicicross, atividades fitness e corrida foram realizadas em frente à sede do CREF13/BA, no bairro do Costa Azul, em Salvador. No mesmo local, foi lançada uma van, CREF Móvel, que percorreu todo o estado da Bahia, prestando atendimento presencial aos Profissionais de Educação Física que resi-
dem fora da capital. Ainda com o objetivo de valorizar aqueles que elevam o nome da Educação Física no estado, após uma seleção feita por uma Comissão Especial do CREF13/BA, três Profissionais de Educação Física e uma Pessoa Jurídica registradas no CREF13/BA receberam a “Medalha do Mérito da Educação Física – Professor Carlos de Souza Pimentel”, e três personalidades importantes e uma entidade receberam a comenda benemérita da Bahia CREF13/BA. Em Goiás, por iniciativa do vereador Anselmo Pereira, a Câmara Municipal de Goiânia realizou, no dia 1º de setembro, uma Sessão Especial em Homenagem ao Dia do Profissional de Educação Física. O evento contou com transmissão ao vivo pelo canal da TV Câmara no YouTube. Na solenidade, foram homenageadas 100 pessoas pela relevante atuação em prol da saúde, bem-estar e qualidade de vida. No Pará, o CREF18/PA-AP promoveu uma ação gratuita na Praça Brasil, em Belém, com prática de atividades físicas orientadas e avaliação (física e antropométrica) para a população.
Entidades governamentais, pessoas públicas, marcas e empresas homenagearam a categoria durante todo o mês de setembro. No Senado Federal não foi diferente. Para celebrar a data, no dia 13/09, a Casa promoveu uma sessão especial no Plenário. O evento, realizado de forma remota, contou com a participação de parlamentares e representantes da profissão. A autora do requerimento, senadora Leila Barros, lembrou o histórico da profissão e ressaltou os benefícios da prática de atividades físicas orientadas. “Historicamente voltada para o ambiente escolar, cada vez mais a Educação Física tem ampliado suas fronteiras e se transformado em uma importante ferramenta para valorização de políticas públicas. É o caso da saúde de trabalhadores e da saúde pública em geral, das práticas especiais para pessoas com deficiência, da promoção do esporte em todas as idades e modalidades, da integração do desenvolvimento dos nossos jovens. Enfim, há uma gama enorme de possibilidades que tem os Profissionais de Educação Física como protagonistas”, defendeu. Também participaram da solenidade o Presidente do Comitê Paralímpico Internacional (COI), Andrew Parsons, o Presidente do CONFEF, Claudio Boschi, o Presidente do CREF7/DF, Patrick Aguiar, a Conselheira Federal, Elisabete Laurindo, os Senadores Esperidião Amin e Giordano, além do Diretor de Educação Física e Desporto Escolar da SEEDF e a Presidente do Sindicato das Academias do DF.
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PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA É HOMENAGEADO NO SENADO
UNIDOS EM UM SÓ DESAFIO: A SAÚDE DE TODOS
O CONFEF, por meio da agência Brick, preparou uma homenagem que destacou a importância do Profissional de Educação Física no momento em que o país retoma às atividades. Com o mote “Unidos em um só desafio: A saúde de todos”, a campanha reforçou o papel da categoria junto à sociedade. O material foi disponibilizado nas redes sociais e portal eletrônico do CONFEF.
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PROFESSORA COM DEFICIÊNCIA ensina inclusão e dá exemplo de superação
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AMPUTADA HÁ CINCO ANOS, WIVIANE FERREIRA, FUNDADORA DO PROGRAMA "VIVA ÀS DIFERENÇAS", RECONHECE A IMPORTÂNCIA DA REPRESENTATIVIDADE: “A INCLUSÃO COMEÇA A PARTIR DO MOMENTO EM QUE ELES ME ACEITAM COMO PROFESSORA”
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Mais do que ensinar que deficiência não precisa ser limitadora, a professora Wiviane Ferreira [CREF 001076-G/AM] mostra com exemplos aos seus alunos. Amputada há cinco anos, a profissional não apenas é a prova de que é extremamente possível exercer sua profissão quando se tem uma deficiência, mas também fazê-la com excelência. Wiviane é professora de Educação Física Escolar da Prefeitura de Manaus (AM) e fundadora do “Viva às Diferenças”. O programa é administrado pela Subsecretaria Municipal de Esportes e atende, originalmente, cerca de 150 crianças, número que foi reduzido devido à pandemia. Os alunos recebem aulas de natação, vôlei sentado, circuito motor, entre outras modalidades, ofertadas em Centros de Esporte e Lazer da cidade. E o grupo é bastante diversificado. “Tenho alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), síndrome de Down e outras deficiências. Eles são agitados, mas consegui juntar o amor ao esporte à minha vontade de fazer a diferença na vida dessas pessoas. Aprendi a tratá-los da mesma forma e com o mesmo respeito que gostaria de receber”.
Sua experiência de vida contribui para o trabalho. A deficiência de Wiviane veio no ano de sua formatura da graduação. Após receber o diagnóstico de melanoma, descobriu que precisaria ter uma de suas pernas amputadas. Neste momento, ela chegou a questionar se seria capaz de seguir adiante. “Veio a dúvida: será que eu iria conseguir?”. Mesmo com medo, Wiviane foi firme: “O médico me ofereceu a aposentadoria e eu recusei”.
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Ainda bem que recusou. “Desde nova eu já trabalhava em escola. Fui adquirindo mais conhecimento, trocando experiências e, com a amputação, ainda consegui mostrar aos meus alunos o que um Profissional de Educação Física com uma deficiência é capaz de fazer. Isso tudo acabou sendo um impulso para que eu continuasse ministrando aula. Ao me verem como profissional, eles enxergam que, além da deficiência, a vida continua. E que nós podemos trabalhar em diversos locais, ter diversas profissões. A deficiência não pode ser uma barreira”. Foi um impulso também para que Wiviane se multiplicasse. Ela, que também é docente do Ensino Superior, faz questão de compartilhar sua habilidade e formar professores tão competentes quanto ela no quesito inclusão: “Acredito que minha história sirva de inspiração principalmente para os acadêmicos que estão em formação. Eu sempre tento explicar a eles a forma de lidar com uma Pessoa com Deficiência, como tratá-la, como ministrar Educação Física para ela. Acredito que, vendo a minha condição, os alunos se inspirem a se tornar profissionais ainda mais completos”. O que, segundo ela, ainda não é uma realidade. Wiviane explica que a inclusão é, muitas vezes, trabalhada de forma equivocada, se tornando muito mais uma segregação do que uma inclusão, de fato. “Por incluir, entendemos: adicionar pessoas a um grupo. Mas será que isso realmente acontece? Será que as pessoas estão realmente sendo inclusas, ou será que está havendo uma separação? Pessoas com deficiência ficam de um lado e pessoas sem deficiência ficam de outro. Não é assim que a gente trabalha a inclusão”, explica.
“Ao me verem como profissional, eles enxergam que, além da deficiência, a vida continua. E que nós podemos trabalhar em diversos locais, ter diversas profissões. A deficiência não pode ser uma barreira”
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Os Profissionais de Educação Física têm a capacidade de promover a interação entre pessoas com e sem deficiência. E aí sim trabalhar a verdadeira inclusão, como explica a professora. “Ouvimos muito falar que determinada escola trabalha a inclusão, mas na realidade, o aluno com deficiência é removido da sala de aula e levado a desenvolver uma atividade à parte. Não é assim que funciona”. Na verdade, o caminho é outro, como defende a professora: “Nós podemos colocar aquele aluno da cadeira de rodas para jogar o vôlei, dentro das condições dele. Totalmente diferente de colocá-lo para ‘participar’ da minha aula como meu ajudante. Não é isso. Ele tem que, de fato, participar da aula. O professor tem que se preocupar em fazer o planejamento da sua aula incluindo aquele aluno com deficiência. Ele não pode ficar à parte, ele tem que fazer parte da aula”.
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Por isso mesmo, ela garante que seus alunos da graduação tenham a vivência na prática. “Levo PCDs até eles, mostro como tratá-las. Se for amputado, qual modalidade esportiva ele pode jogar, qual a forma correta de lidar. Isso vai criando no aluno, que futuramente será um professor, a empatia. Já desperta nele a vontade de aprender. Isso para mim é bem gratificante, porque percebe-se que eles começam a se preocupar e a ter diversos cuidados: Será que devo chamá-lo assim? Será que eu devo tratá-lo assim? Em que modalidade esportiva ele se encaixa? O que ele pode fazer?” Mais do que o conteúdo técnico da Educação Física, a professora ensina uma verdadeira lição de vida. “A inclusão começa a partir do momento em que eles me aceitam como professora. Não existe aquele olhar de ‘Coitada, perdeu a perna’. Eu tento mostrar para eles que apesar da amputação, a vida continua. Os desafios existem para serem superados. E isso independe de ser ou não deficiente. Desde 2006, quando passei pela amputação, nunca sofri nenhum preconceito dos meus alunos. Muito pelo contrário: sempre fui bem acolhida por eles. A partir do momento em que eles me veem como professora, eles começam a ter o respeito a mim e às demais pessoas com deficiência”.
“O professor tem que se preocupar em fazer o planejamento da sua aula incluindo aquele aluno com deficiência. Ele não pode ficar à parte, ele tem que fazer parte da aula”
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E os benefícios da atividade física são nítidos. “Recebemos alunos com diversas deficiências, sendo o autismo o caso com mais procura. Chegam crianças com 4 anos de idade já com laudo fechado, com comportamento de morder, algumas não se comunicam verbalmente, há as estereotipias. Gradativamente, percebemos a mudança de comportamento que a atividade física proporciona àquela criança. Uma aluna com autismo, Isabella (nome fictício para preservar a identidade), chegou com 4 anos, ela mordia, batia, gritava, não queria participar da aula de jeito nenhum”. Aos poucos, a situação foi mudando: “No primeiro dia ela gritou, mordeu, bateu, e o pai a levou de volta para casa. No dia seguinte, a mesma coisa. No quarto dia, ela entrava na quadra, ficava só olhando, não fazia a atividade e ia embora para casa. Aos poucos, Isabella foi criando confiança, por mais que não ficasse por muito tempo, ela brincava e depois ia embora”. Era literalmente uma superação por dia, como lembra Wiviane. “Hoje em dia, Isabella é outra criança. Na semana passada ela disse para mim: ‘Eu não gosto de faltar, eu gosto muito de vir para cá, Wivi’. A gente percebe que com ela foi um trabalho de superação: ela enfrentou as fobias do autismo, uma grande superação. A família também foi fundamental, o pai dela nunca desistiu. Levava a filha, chegava lá e ela só gritava, mas ele foi persistente e ela continua no programa até hoje. Isabella já tem 8 anos de idade e é um grande exemplo para nós”, comemora. Isabella é mais uma aluna que aprendeu com o exemplo da professora Wiviane, que a deficiência não precisa ser limitadora.
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Profissional ensina Stand Up Paddle no Rio Tarumã (AM)
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COM CT FLUTUANTE, PROFISSIONAL PROMOVE QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR EM MEIO À NATUREZA
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O stand up paddle (SUP) surgiu na vida do Pablo Casado [CREF 007185-G/ AM] muito antes dele escolher a Educação Física. Apaixonado por esportes desde a infância, Pablo apresentou um programa de esportes radicais na TV por 14 anos, quando teve a oportunidade de conhecer o SUP. E foi amor à primeira vista. Pablo então se profissionalizou na modalidade, conquistou importantes campeonatos, mas desejava ir além: compartilhar o conhecimento adquirido ao longo da carreira para mais pessoas. “Eu não era formado, mas tinha um conhecimento que queria muito transmitir aos meus alunos. Decidi fazer o curso de Educação Física e, na faculdade, foi onde realmente me encontrei. Ela virou uma chave na minha vida de que eu realmente estava indo ao encontro de tudo que eu quis desde muito novo”, conta.
“Com o treino nesse formato eu tenho conseguido melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas, um público cansado da academia e que gostaria de fazer uma atividade ao ar livre” Além das aulas, o profissional – que é especializado em experiências aquáticas – promove no CT a “Remada da Lua Cheia”, onde os alunos remam em noite de lua cheia sob orientação profissional. A atividade, realizada há mais de 10 anos, faz tanto sucesso que conta até com fila de espera. “O retorno é o melhor possível. Eu tenho alunos que emagreceram 15kg e melhoraram muito sua qualidade de vida. Alguns alunos me procuram com dores crônicas e a gente consegue auxiliar na melhora do quadro. A satisfação e o retorno que eu tenho me motiva a buscar formas de atingir mais pessoas com essa metodologia”. Com esse objetivo em mente, Casado está criando um CT digital, com professores de yoga, ginástica natural, treinamento funcional e exercícios de mobilidade, o Portal do Ribeirinho, para atender alunos que não podem treinar presencialmente.
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E o encontro com o esporte não poderia ser mais certeiro. O Amazonas, estado em que reside, é ideal para a prática da modalidade. “Nós temos água calma, pouco vento e a maior hidrografia do mundo para a prática. Água, vento e clima proporcionam treinos todos os dias do ano, mesmo no inverno amazônico. Não me recordo de nada que tivesse me deixado tão feliz quanto conhecer o SUP”. Assim, o esporte passou a ocupar o primeiro lugar na sua vida. Casado deixou de lado o programa de TV e criou, em 2011, a base de treinamento Guarderia Tribal SUP, localizada no lago do Tarumã, na Praia Dourada, com o objetivo de divulgar e difundir uma nova modalidade de esporte aquático até então nunca praticada no estado. Desde então, mais de cinco mil alunos já foram atendidos pelo profissional e conheceram a “Rotina do Ribeirinho”, metodologia criada por Pablo Casado que consiste em treinos de liberação muscular, mobilidade, força, equilíbrio e remada. “A gente consegue fazer um trabalho de fortalecimento, de emagrecimento, trabalho cardiorrespiratório, enfim, uma metodologia completa, tudo ao ar livre e em contato com a natureza. Com o treino nesse formato eu tenho conseguido melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas, um público cansado da academia e que gostaria de fazer uma atividade ao ar livre”.
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META OLÍMPICA
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Cheio de sonhos, Pablo, que é também presidente da Federação de Stand Up Padlle do Amazonas, tem um projeto chamado “Meta Olímpica”, que visa colocar um amazonense ribeirinho nas próximas olimpíadas. “O SUP pode ser incluído nas próximas Olimpíadas e a gente tem uma possibilidade muito grande de classificar um amazonense. A habilidade desses ribeirinhos é natural, pois desde pequenos eles já remam para pescar, brincar, para se locomover. Eles usam a canoa ativamente no dia a dia e o ato de remar está diretamente ligado à cultura desse povo”.
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O projeto, que é uma de suas fontes energia, surgiu após uma expedição em que Casado remou de Manaus à Paritins. “Tenho 44 anos e o esporte me levou a diversos lugares no mundo, me proporcionando momentos que eu jamais teria. Hoje o meu propósito de vida é retribuir através do esporte, do movimento, do meu conhecimento. Essa é uma das principais razões da minha escolha pela Educação Física: poder compartilhar o meu conhecimento com qualidade, conteúdo, técnica, didática e autoridade. Ver as pessoas ganharem qualidade de vida me motiva na batalha diária. Eu sou muito feliz fazendo o que eu mais amo”.
“O SUP pode ser incluído nas próximas Olimpíadas e a gente tem uma possibilidade muito grande de classificar um amazonense. A habilidade desses ribeirinhos é natural, pois desde pequenos eles já remam para pescar, brincar, para se locomover. Eles usam a canoa ativamente no dia a dia e o ato de remar está diretamente ligado à cultura desse povo”
CREF10/PB comemora 20 anos de existência CONHEÇA TRAJETÓRIA DE TRABALHO E REALIZAÇÕES Educação Física, a exemplo do programa “CREF Itinerante’’, que leva para todo o estado ações e serviços importantes à categoria, como: atendimentos administrativos, fiscalização, cursos, palestras, workshops e atividades em vários municípios. Outras iniciativas relevantes foram: a criação da figura do “mobilizador regional”; o aprimoramento no setor de fiscalização e orientação, além de parcerias com o Ministério Público para apoio nas ações de fiscalização, entre outros. A realização do “Expo Universidades” foi mais um diferencial na busca pela proximidade do CREF10/PB com estudantes universitários e futuros profissionais da área, como também com a população em geral. O Conselho da Paraíba ainda se destacou com o apoio e o acompanhamento de Leis (municipais e estaduais) que favoreceram a Educação Física e os profissionais, como a aprovação da Lei Estadual nº 11.348/19, que trata da obrigatoriedade da Educação Física nas escolas, com profissionais habilitados e registrados. O CONFEF parabeniza o CREF10/PB e agradece pelos vinte anos de trabalho.
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O CREF10/PB comemorou, neste ano, duas décadas de criação e, ao longo desse período, vem colecionando conquistas para a Educação Física na Paraíba. Surgido em 2001, o CREF10/PB iniciou sua jornada de maneira simples e, a cada ano, foi ganhando maiores proporções, gerando resultados para toda a sociedade. No início, o Conselho representava a Paraíba e o Rio Grande do Norte, monitorando e fiscalizando a profissão nos dois estados. Após 14 anos, houve o desmembramento da autarquia: em 2015, o CREF10 passou a atuar apenas na Paraíba, e o CREF14 foi criado para atender ao estado potiguar. O momento simbólico representou o crescimento e desenvolvimento de ambos. O ano de 2016 também foi muito significativo para o Conselho. Foi inaugurada, nesse período, a sede própria, em João Pessoa (PB), com maior estrutura para recepção do público. Também foi criada a Seccional de Campina Grande (PB) e a Representação da cidade de Cajazeiras (PB). As alternativas visaram otimizar o atendimento e reforçar a comunicação com os profissionais do interior, expandindo e ramificando o acesso ao Conselho. Políticas favoráveis - Ao longo dos anos, o CREF criou políticas públicas que passaram a favorecer, ainda mais, a
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Tecnologia mede condicionamento físico
e otimiza trabalho em Educação Física
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FITCHECK É EQUIPAMENTO DE VENTILOMETRIA PORTÁTIL DESENVOLVIDO PARA TESTES DE PERFORMANCE AERÓBICA
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Todo profissional sabe que realizar uma boa anamnese e entender os indicadores do organismo é fundamental para a prescrição de um programa de exercícios físicos eficiente. A boa notícia é que testar níveis de condicionamento físico, comportamento da ventilação pulmonar e frequência cardíaca, por exemplo, ficou mais fácil. Isto porque uma nova tecnologia desenvolvida por e para Profissionais de Educação Física já está disponível no Brasil.
O PROTÓTIPO “O protótipo do Fitcheck surgiu
em meados de 2010. Na época, eu
tinha um laboratório de avaliação
física, ministrava cursos e atendia o público. Um dia, comecei a
trabalhar com atletas remadores e percebi que avaliá-los em laboratório, ambiente climatizado, to-
talmente fora da realidade deles, era um erro. Comecei a pesquisar
equipamentos portáteis. O mais barato custava mais 700mil reais, com os impostos de importação e acessórios chegavam perto de R$1
milhão (em 2010). Então comecei a desenhar um protótipo (eu estudei eletrônica na minha juventude), mas, como haviam mais coisas a serem desenvolvidas, levei o protótipo para algumas empresas
de engenharia eletrônica, desde Recife até São Paulo. Recebi cinco
NÃOs. Nenhuma delas quis tocar o projeto, até que uma empresa
aqui do meu lado (menos de 5km
de distância) aceitou e iniciamos
o desenvolvimento em 2012. Hoje sou sócio da empresa”.
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O Fitcheck é um equipamento de ventilometria portátil desenvolvido para testes de performance aeróbica. Ele fica acoplado na cabeça e conectado a uma máscara de silicone, e realiza a leitura do fluxo respiratório simultaneamente à frequência cardíaca. O aplicativo faz a sincronização dos dados e atualiza em tempo real o gráfico do teste. Como resultado, obtém-se índices de VO2max, limiar ventilatório 2, capacidade de recuperação da frequência cardíaca, entre outros. Em seu relatório, o profissional terá, para prescrição do exercício, parâmetros como zonas de treinamento, ritmo, tempos para treino em parciais de 100 a 1000 metros, dentre outras análises. A tecnologia surgiu a partir da tese de doutorado do idealizador do Fitcheck, Daniel Tavares [CREF 004924-G/DF]. “Ele foi meu projeto de doutorado, fui responsável técnico no desenvolvimento”. E foi desenvolvida para suprir a demanda identificada durante toda a experiência que Daniel Tavares adquiriu ao longo da sua carreira. “Eu sabia o que me incomodava e o que faltava nos testes, desde o uso do aparelho até os relatórios e dados para prescrever. Com essa experiência, trouxe uma nova utilidade para os equipamentos de ventilometria”. Além de fornecer os dados, o aplicativo facilita sua análise, como explica Daniel. “Quando há dois testes, ou seja, duas avaliações realizadas em momentos distintos, o sistema compara e informa todos os deltas, que são valores de diferença da avaliação anterior com a atual. Assim, o profissional não vai precisar abrir o teste anterior, procurar a variável, fazer o cálculo da diferença, verificar se o aluno melhorou ou não. Tudo isso é gerado instantaneamente pela nuvem de serviços que emite um relatório final ao avaliado. Ao fim da avaliação, o teste é enviado para o e-mail do cliente/atleta. Eu demorava cerca de 1h após a avaliação para realizar todas essas análises, o que foi automatizado. Isso melhora a minha produtividade, otimiza meu tempo e o do aluno”. Ele, que é Doutor em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília (UCB), acredita que a tecnologia por si só não faz milagres. E que, por trás dela, é fundamental haver um bom profissional que possa executar testes de forma adequada a cada aluno e analisar os resultados com precisão. Não apenas profissionais podem se beneficiar da tecnologia, mas também assessorias esportivas, academias e boxes de crossfit podem ampliar sua fonte de Receita com a oferta de testes de performance, oferecendo um quadro mais organizado sobre a evolução de cada parâmetro fisiológico. Para os pesquisadores, o Fitcheck também tem várias ferramentas úteis: além de ser portátil e permitir a testagem em diversos ambientes esportivos e em tempo real, o sistema possibilita a criação do seu próprio protocolo e a exportação dos dados para planilhas eletrônicas. Tudo isso para que profissionais autônomos, assessorias e pesquisadores tenham total domínio sobre a tecnologia e que possam tirar dela o melhor proveito, como muitos já têm feito. “Temos atletas que foram para Tóquio e utilizaram o Fitcheck, atletas em mundiais, profissionais de ponta utilizando o equipamento. Mas nada disso me dá mais orgulho do que ver Profissionais de Educação Física aumentando a sua renda, otimizando seu tempo, mais capacitados e prestando um serviço com mais qualidade. Não imaginava isso quando desenhei o Fitcheck em 2010”, conclui.
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MOVIMENTO NA REDE A coluna, assinada pelo Doutor em Educação Física pela Unicamp e criador do Centro Esportivo Virtual (CEV), Laércio Elias Pereira, tem como objetivo apresentar os principais portais de conteúdo para o Profissional de Educação Física. Tudo que há de mais atualizado na área você encontra aqui.
CIDADE ATIVA CIDADEATIVA.ORG/
A Cidade Ativa é uma organização social que nasce da constatação da urgência de criar cidades mais inclusivas, resilientes e saudáveis. A equipe incentiva comportamentos mais ativos, focados na leitura e transformação da paisagem, por meio de pesquisas e projetos que modificam o ambiente construído, e na transformação das pessoas, criando campanhas e disseminando conhecimento.
FAPESP - 60 ANOS 60ANOS.FAPESP.BR/LIVRO/FASCICULOS
Em comemoração ao seu 60º aniversário, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FAPESP) convidou um grupo de jornalistas, cientistas, gestores e outras lideranças a contar sua história na forma de um livro: “FAPESP 60 anos: Ciência, cultura e desenvolvimento”, o conteúdo está sendo publicado em 10 fascículos digitais mensais. Acesso gratuito.
MÉDICOS ATLETAS MEDICOSATLETAS.COM.BR/SOBRE-NOS/
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O Movimento Médicos Atletas é um projeto que visa motivar médicos e estudantes de Medicina a serem mais ativos, praticando Atividade Física regular, apesar da sua rotina agitada e cansativa, e assim servirem de exemplo para os colegas da área da saúde, familiares e pacientes.
PARATLETA PARATLETA.COM.BR
O portal foi criado em 2014 com a missão de trazer informações claras e objetivas para todas as pessoas com alguma deficiência e que têm interesse ou curiosidade sobre qual modalidade esportiva paralímpica poderiam praticar.
EDUCATLETA EDUCATLETA.COM/
O Movimento Educatleta visa promover o desenvolvimento intelectual e social do atleta, por meio de palestras, workshops, cursos livres presenciais e a distância, beneficiando seus respectivos familiares, representantes, clubes, escolas, faculdades e/ou organizações sem fins lucrativos ligadas à educação e ao esporte.
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ESPAÇO DO LEITOR O QUE VOCÊ QUER ENCONTRAR NA PRÓXIMA EDIÇÃO?
Apesar de servirem como inspiração, treinos retirados da Internet não são pra você. O seu corpo é diferente de todos os outros e, exatamente por isso, o programa de exercício físico também deve ser. Caso contrário, além de se frustrar com a falta de resultados esperados, você ainda corre o risco de prejudicar sua saúde. E saúde é coisa séria. Para atingir seus objetivos, sejam eles esportivos, qualidade de vida, ou até mesmo estéticos, é fundamental consultar um Profissional de Educação Física. Ele estudou e se preparou durante anos, especialmente para este momento. Cuide daquilo que há de mais importante: a sua saúde.
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HUMOR
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PANORAMA CONSELHEIROS FEDERAIS ASSUMEM CADEIRA NA CÂMARA DOS VEREADORES No dia 1º de setembro, data em que celebramos o Dia do Profissional de Educação Física, dois Conselheiros Federais assumiram temporariamente como vereadores de suas respectivas cidades. Em Itajaí (SC), a Conselheira Elisabete Laurindo [CREF 002036-G/SC], que é membro da Diretoria do CONFEF, substituiu o vereador Maurílio Moraes. Já em Porto Alegre (RS), o Conselheiro Claudio Franzen [CREF 003304-G/RS] passou a substituir, na mesma data, o vereador Gilson Padeiro, em licença saúde. O CONFEF parabeniza os dois Profissionais pelos votos recebidos e pela oportunidade de representar não apenas os Profissionais de Educação Física, como toda a sociedade. AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATE LEI PELÉ No dia 19/08, foi realizada uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados para analisar o PL 1153/19 (atletas de base na Lei Pelé). O evento foi transmitido ao vivo por meio do e-democracia. Além da participação do CONFEF, representado pelo Presidente Claudio Boschi [CREF 000003-G/MG] e pelo Conselheiro Federal, Ricardo Catunda [CREF 000001-G/CE], a audiência contou com a presença de representantes das Confederações de Desporto Escolar, Desporto Universitário, Desportos Aquáticos, de Atletismo, de Voleibol, bem como de clubes, federações e associações. A Comissão Especial para analisar o PL 1153/19 foi criada no dia 23/06, tendo como presidente a Dep. Celina Leão e como relator o Dep. Luiz Lima [CREF 19660 G/RJ].
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PANORAMA LEGAL
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APÓS SOLICITAÇÃO DO CREF20/SE, PREFEITURA DE ARACAJU RETIFICA EDITAL DE PROCESSO SELETIVO A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplog), publicou errata referente ao Edital nº 01/2021 do Processo Seletivo Simplificado da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp). O novo documento ressalta a importância do cadastro, por parte dos inscritos, ao Conselho Regional de Educação Física (CREF). A errata tem o objetivo de atender às necessidades para execução do projeto “Programa Segundo Tempo – Padrão”, convênio de número 897711/2020, firmado com o Ministério da Cidadania, abrangendo cargos de nível superior, para o exercício das funções de Professor de Educação Física e nível médio, para a função de Monitor, mediante as condições estabelecidas no Edital. Dentre os requisitos básicos para concorrer à vaga de professor de Educação Física, está a exigência de diploma ou certificado de habilitação de nível superior na área de educação física ou esporte, bem como a habilitação no CREF. Já para a de monitor, é necessário ser estudante de graduação regularmente matriculado em cursos de Educação Física ou esporte, e que já tenha cursado no mínimo dois semestres. A alteração - Na página 4 do Edital Nº 01, Item 4.1, subitem 4.1.1, onde se lê “4.1. Professor de Educação Física / Esporte 4.1.1. Diploma ou certificado de habilitação, de nível superior na área de Educação Física ou Esporte”, foi acrescentado o texto “acompanhado da respectiva habilitação no registro do Conselho Regional de Educação Física - CREF”. O PSS - Esporte 2021 foi iniciado no dia 16 de Julho, sob a parceria da administração municipal e Ministério da Cidadania. De acordo com o cronograma, o período de inscrições vai até dia 26 deste mês, e o resultado final está previsto para o dia 14 de setembro. As atividades do programa estão previstas para ter início ainda no final deste ano. ACADEMIA DE VERA CRUZ É FECHADA PELA SEGUNDA VEZ E CREF16/RN NOTIFICA MP E POLÍCIA Uma academia de musculação na cidade de Vera Cruz, na Região Metropolitana de Natal, foi interditada pela segunda vez pelos Agentes de Orientação e Fiscalização do CREF16/RN no início do mês de outubro. O estabelecimento não tinha a presença de um Responsável Técnico e nenhuma das pessoas atuando no local era Profissional de Educação Física devidamente habilitado e registrado. Diante da recusa em interromper as atividades até a regularização por parte dos responsáveis pela academia, o CREF16/RN buscou a polícia para fazer um Boletim de Ocorrência por exercício ilegal e desobediência a ato administrativo. O Ministério Público também foi notificado sobre a ocorrência.
FISCALIZAÇÃO FALSO PROFISSIONAL É PUNIDO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO POR EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO EM MG Com o intuito de coibir a prática ou desenvolvimento de atividade de profissão regulamentada por não habilitado, e em virtude da ausência de registro ou regularização junto ao Sistema CONFEF/CREFs, o CREF6/MG encaminhou cópias dos Processos Administrativos ao Ministério Público para as providências cabíveis. Um desses processos diz respeito a uma fiscalização de rotina, realizada em 2018, na cidade de Betim, em que foi lavrado um Termo de Fiscalização por indícios de exercício irregular da Profissão. A pessoa autuada foi flagrada orientando clientes na modalidade musculação e alegou não possuir o registro profissional por ser habilitada em uma Federação, que lhe permitiria a atuar como treinadora no salão de musculação, contrariando a Lei Federal 9696/98 e os termos do artigo 47 da Lei das Contravenções Penais. Diante do desrespeito da legislação, o Ministério Público propôs à pessoa atuada um acordo onde poderia escolher entre prestar serviços à comunidade por um período determinado ou realizar o pagamento de um salário mínimo, sendo o valor destinado a uma instituição de caridade previamente determinada.
MALHAÇÃO SEGURA: CREF8 E DELEGACIA DO CONSUMIDOR INTERDITAM CINCO ACADEMIAS EM MANAUS (AM) Em parceria com a Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor (Decon), o CREF8/AM-AC-RO-RR realizou, em outubro, a operação ‘Malhação Segura’, que teve como objetivo apurar denúncias sobre irregularidades em academias das zonas Sul e Oeste de Manaus (AM). Ao todo, cinco academias foram interditadas nos bairros Praça 14 de Janeiro e Alvorada. Os estabelecimentos estavam funcionando de forma irregular, sem registro no Conselho e colocando a saúde da população em risco. Segundo o chefe de Orientação e Fiscalização do CREF8, Wagner Nascimento, a interdição ocorreu pois não houve o cumprimento de autuações pregressas. “Nossa equipe já havia feito autuações nos locais e solicitado a regularização junto ao Conselho. Porém, os proprietários dos estabelecimentos não cumpriram com as determinações. Desta forma, para proteger a sociedade, tivemos que realizar as interdições”, afirmou. Ainda segundo Nascimento, os estabelecimentos do setor precisam estar com o Certificado de Registro de Pessoa Jurídica atualizado e fixado em local visível para que os frequentadores possam conferir. Além disso, a presença de um Profissional de Educação Física regular junto ao CREF é obrigatória durante todo o período de funcionamento da academia ou similar. “Sem atender a esses requisitos, o espaço será interditado, pois o risco à saúde e à vida da população é gigante. Defendemos a sociedade e, por isso, estimulamos a prática regular de exercícios físicos com orientação profissional para evitar lesões e acidentes”, alertou. O presidente do CREF8, Jean Carlo Azevedo da Silva [CREF 000964-G/AM], destaca que qualquer cidadão pode denunciar o exercício ilegal da profissão ou qualquer outra irregularidade através do site do Conselho (www.cref8.org. br). “É importante que a sociedade nos ajude denunciando falsos profissionais e academias que estão em situação irregular. Estamos dispostos a averiguar as denúncias, esclarecer os fatos e, se preciso, punir os culpados”. Ele ainda destaca a parceria com a Decon para garantir que os estabelecimentos ofereçam serviços dentro dos padrões de qualidade e legalidade aos consumidores. “Através dessa colaboração, continuaremos promovendo novas ações ainda este ano para atender todas as zonas da cidade”, concluiu.
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CREF21/MA DIVULGA BALANÇO DE AÇÃO NA REGIÃO DOS COCAIS No mês de maio, o CREF21/MA esteve presente na região dos Cocais em mais uma edição do CREF Itinerante. Ao todo, três cidades foram visitadas, Timon, Caxias e Codó, tendo sido realizadas 39 fiscalizações e 53 atendimentos a profissionais e empresas. Também foram promovidos encontros importantes com representantes das classes nos municípios. “O diálogo permanente com profissionais de todas as regiões do estado e a oferta de serviços são os motivos pelos quais o CREF Itinerante foi criado e segue sendo realizado, obedecendo aos protocolos sanitários. Em breve, estaremos na estrada novamente, com essa ação tão importante”, destacou o presidente do CREF, Ubiracy Campos [CREF 000129-G/MA].
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AGENDA
CONSELHOS REGIONAIS - CREFs
37º Congresso Internacional de Educação Física e 19º Congresso Científico FIEPS Datas: 18 a 22 de janeiro
CREF1/RJ-ES – Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo Rua Adolfo Mota, 104 – Tijuca – Rio de Janeiro – RJ CEP 20540-100 – Tel.: (21) 2569-6629 / 2569-7375 / 2569-7611 Telefax: (21) 2569-2398 cref1@cref1.org.br – www.cref1.org.br CREF2/RS – Estado do Rio Grande do Sul Rua Coronel Genuíno, 421, conj. 401 – Centro – Porto Alegre – RS CEP 90010-350 – Tel.: (51) 3288-0200 - Telefax: (51) 3288-0222 crefrs@crefrs.org.br – www.crefrs.org.br
Informações: congressofiep.com
CREF3/SC – Estado de Santa Catarina Rua Afonso Pena, 625 – Estreito – Florianópolis – SC CEP 88070-650 – Telefax: (48) 3348-7007 crefsc@crefsc.org.br – www.crefsc.org.br
2ª ENAF Presidente Prudente 2022
CREF4/SP – Estado de São Paulo Rua Líbero Badaró, 377 – 3º andar – Centro – São Paulo – SP CEP 01009-000 – Telefax: (11) 3292-1700 crefsp@crefsp.gov.br – www.crefsp.gov.br
Local: online
Datas: 09 e 10 de Abril de 2022 Local: Presidente Prudente (SP) Informações: www.portalenaf.com.br/agenda 41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo Datas: 16 a 18 de junho Local: São Paulo e virtual Informações: socesp.org.br 34° JOPEF Brasil Datas: 16 a 18 de Junho de 2022 Local: Curitiba (PR) Informações: www.korppus.com.br
CREF5/CE – Estado do Ceará Rua Tibúrcio Frota, 1363 - São João do Tauape - Fortaleza - CE 60130-301 Tels.: (85) 3262-2945 / (85) 3231-6793 Telefax: (85) 3262-2945 – cref5@cref5.org.br – www.cref5.org.br CREF6/MG – Estado de Minas Gerais Rua Bernardo Guimarães, 2766 – Santo Agostinho – Belo Horizonte – MG – CEP 30140-085 – Telefax: (31) 3291-9912 cref6@cref6.org.br – www.cref6.org.br CREF7/DF – Distrito Federal QS 01, Rua 210, Lotes 19, 21 e 23, Edifício Connect Towers, salas 730 a 738, Pistão Sul, Taguatinga - Brasília - DF - CEP 71950-550 - Tel.: (61) 3771-4061 cref7@cref7.org.br – www.cref7.org.br CREF8/AM-AC-RO-RR – Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima Av. Maués, 1023 – Cachoeirinha – Manaus - AM CEP 69065-070 – Tels.: (92) 3234-8234 / 3234-8324 / 0800-280-8234 cref8@cref8.org.br – www.cref8.org.br CREF9/PR – Estado do Paraná Rua Dr. Faivre, 880, Centro - Curitiba - PR CEP 80060-140 - Tels.: 0800 643 2667 / (41) 3363-8388 crefpr@crefpr.org.br - www.crefpr.org.br CREF10/PB – Estado da Paraíba Rua Arquiteto Hermenegildo Di Lascio, 36 Tambauzinho - João Pessoa - PB - CEP 58042-140 Tel.: (83) 3244-3964 / (83) 3225-4703 / (83) 3337-6146 cref10@cref10.org.br – www.cref10.org.br CREF11/MS –Estado de Mato Grosso do Sul Rua Joaquim Murtinho, 158 – Centro Campo Grande – MS – CEP 79002-100 – Telefax: (67) 3321-1221 cref11@cref11.org.br – www.cref11.org.br
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CORPO CORPO BONITO BONITO ÉÉ O O QUE QUE TEM TEM UMA UMA PESSOA PESSOA SAUDÁVEL SAUDÁVEL EE FELIZ FELIZ DENTRO DENTRO