Revista Educação Física

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ISSN 2238-8656

Ano XIII • n 54 • dezembro - 2014 o

Órgão Oficial do CONFEF

Comitê Olímpico Brasileiro comemora

1OO anos de existência

Academias ao ar livre: Faltam Profissionais de Educação Física


CONFEF

Sistema CONFEF/CREFs Conselhos Federal e Regionais de Educação Física


Palavra do Presidente Uma agenda que desafia “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”. (Winston Churchill) Nós vemos oportunidade em cada dificuldade e é isso o que nos move. A categoria profissional tem acompanhado o trabalho, o desempenho e a atuação do CONFEF. E tem conhecimento de que nossas relações com os Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo se dão de forma transparente, assim como os diálogos estabelecidos têm por objetivo os interesses da sociedade e da classe dos Profissionais de Educação Física. A crescente visibilidade do Profissional de Educação Física ganha força com a compreensão, por parte da sociedade, de que o exercício físico passou a ser uma questão de necessidade. Também ganha força na medida em que a adoção de vida saudável, calcada no estilo de vida ativo, passa a ser um parâmetro fundamental. Nossa missão é infinita, mas a cada dia que passa observamos o salto de reconhecimento por parte da sociedade, autoridades, legislativo, judiciário e empresariado. Há pouco tempo os praticantes de atividades físicas estavam à mercê de qualquer diletante, qualquer ex-atleta ou ex-lutador travestido de Professor de Educação Física. É gratificante percebermos que, a cada dia que passa, essa situação vem sendo revertida. A Lei nº 9696/98 e as ações contundentes do Sistema CONFEF/CREFs vêm modificando esse paradigma e esse senso comum que estava impregnado na população. Questões relacionadas à Educação Física escolar, formação acadêmica, capacitação e atualização, intervenção nas Políticas Públicas, em especial no SUS/NASF; bem como as questões relacionadas ao esporte, ao sedentarismo e a obesidade, dentre outros, fazem parte da conjuntura na qual atuamos. Nela temos desenvolvido nossas ações em torno da defesa da profissão, dos direitos humanos, da promoção da saúde, das políticas públicas, da democracia e da defesa da sociedade ser atendida nos serviços na área da Educação Física, exercícios físicos e esportivos por Profissional de Educação Física. Temos uma agenda que nos desafia cotidianamente. Felizmente muito realizamos e contabilizamos avanços. Vamos continuar dialogando, construindo e formatando parcerias, avaliando e propondo sempre na perspectiva de avançar e obter resultados. A tarefa do Sistema CONFEF/CREFs é convergir esforços na responsável análise crítica da realidade e uma consequente ação política. Ao criarmos oportunidades em cada dificuldade, continuamos em busca de ver o nosso sonho teimoso se consolidar.

Desejamos a todos um Feliz e Próspero ano de 2015!

Jorge Steinhilber CREF 000002/G-RJ - Presidente CONFEF

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O que vem da sala de aula

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Seminário Brasileiro Pierre de Coubertin comemora 10 anos do curso de Educação Física na URI

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Cuiabá sedia o 1o Fórum Estadual de Educação Física

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Educação Inclusiva: O Slackline é pra todos!

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Semana Move Brasil

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Ações do CREF12/PE-AL levam serviços à população pernambucana

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Fique Por Dentro!

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Sistema CONFEF/CREFs: Como funciona. Você sabe?

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“O mundo está vendo o nível da Educação Física no país”

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Justiça decide sobre o campo de atuação de licenciados

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Formação acadêmica favorece ex-atletas no mercado de trabalho

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Confie em quem conhece do assunto

CONFEF Rua do Ouvidor, 121 – 7º andar -Centro CEP 20040-031 – Rio de Janeiro – RJ Tels.: (0xx21) 2526-7179  /  2252-6275 2242-3670  /  2242-4228 comunicacao@confef.org.br www.confef.org.br

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CREF5/CE-MA-PI promove palestras com grandes nomes da Educação Física

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Brasil é representado em Conferência Internacional de Natação infantil na República Tcheca

Periodicidade: trimestral Tiragem: 240.000 Distribuição gratuita

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Seminário capacita Gestores em Minas Gerais

Presidente Jorge Steinhilber 1º Vice-Presidente João Batista Andreotti Gomes Tojal 2º Vice Presidente Marino Tessari 1º Secretário Almir Adolfo Gruhn 2º Secretário Iguatemy Maria de Lucena Martins 1º Tesoureiro Sérgio Kudsi Sartori 2º Tesoureiro Marcelo Ferreira Miranda Conselheiros Angelo Luis de Souza Vargas Antônio Ricardo Catunda de Oliveira Carlos Alberto Camilo Nacimento Carlos Alberto Oliveira Garcia Elisabete Laurindo Emerson Silami Garcia Georgios Stylianos Hatzidakis Janine Aparecida Viniski Jeane Arlete Marques Cazelato Lúcio Rogério Gomes dos Santos Luisa Parente Ribeiro R de Carvalho Márcia Regina Aversani Lourenço Roberto Jorge Saad Sebastião Gobbi Solange Guerra Bueno Teófilo Jacir de Faria Tharcisio Anchieta da Silva Valéria Sales dos Santos E Silva Wagner Domingos Fernandes Gomes Presidentes de CREFs André Dias de Oliveira Fernandes (CREF1/RJ-ES) Carmen Rosane Masson (CREF2/RS) Eloir Edílson Simm (CREF3/SC) Flavio Delmanto (CREF4/SP) Antônio de Pádua Muniz Soares (CREF5/CE-MA-PI) Claudio Augusto Boschi (CREF6/MG) Cristina Queiroz Mazzini Calegaro (CREF7/DF) Jean Carlo Azevedo da Silva (CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR)

Antonio Eduardo Branco (CREF9/PR) Francisco Borges de Araújo (CREF10/PB-RN) Ubiratam Brito de Mello (CREF11/MS-MT) Nadja Regueira Harrop (CREF12/PE-AL) Paulo César Vieira Lima (CREF13/BA-SE) Rubens dos Santos Silva (CREF14/GO-TO)

Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF

Eventos do CREF6/MG abordam a Educação Física na escola e no Ensino Superior

Academias ao ar livre: Faltam Profifissionais de Educação Física Jogos Olímpicos Rio 2016: O legado que esperamos

Comitê Olímpico Brasileiro comemora 1OO anos de existência

Esporte escolar é tema de Seminário Internacional

Espaço do leitor Panoramas Agenda


O que vem da sala de aula

Das salas de aula surgem experiências inovadoras de Profissionais que abusam da criatividade a fim de tornar as aulas de Educação Física mais do que um momento de aprendizagem, mas de amadurecimento e desenvolvimento do indivíduo. São esses exemplos que marcam, de forma positiva, a vida dos alunos e, por isso, fazemos questão de expô-los a cada edição. Mais do que reconhecer um bom trabalho, desejamos que através dessas matérias novos projetos possam surgir inspirados nos bons exemplos. Do Rio Grande do Sul apresentamos o projeto de esportes radicais, que teve como objetivo mudar a realidade de uma escola de difícil convívio social. O projeto perpassou os limites das aulas de Educação Física, mostrando-se um campo fértil de intervenção pedagógica, autoconhecimento corporal e psicológico. Além de motivar os alunos a saírem das atividades rotineiras, apresentando um novo olhar para a atividade física, foram proporcionadas novas vivências e experiências de um mundo antes desconhecido. Do mesmo estado, o projeto de ensino de modalidades olímpicas, desenvolvidos em três instituições de ensino do município de Vera Cruz (RS), trabalhou o Arremesso de Peso, onde os alunos foram protagonistas do próprio aprendizado. 4


Projeto de Esportes Radicais Com a intenção de transformar a realidade violenta da Escola Estadual Dr. Mário Sperb, situada no bairro de Campina, Zona Norte de São Leopoldo (RS), o Profissional de Educação Física José Ademir Rech [CREF 003259-G/RS] desenvolveu um projeto de esportes radicais com suas turmas do Ensino Fundamental. Para isso, o Profissional contou com o apoio da direção da escola, de professores, funcionários e demais membros da comunidade acadêmica. De acordo com José Ademir, o objetivo das aulas foi proporcionar aos alunos uma opção que pudesse, de fato, “radicalizar” seu estilo de vida. A ideia era provar que é possível sentir e experimentar diversas sensações, que desencadeassem a explosão de adrenalina, suspense, euforia, medo, superação, confiança, equilíbrio, coordenação e alegria. “Ao invés de usar drogas, que muitas vezes são o estopim de uma jornada pregressa, o aluno pode sentir todas outras sensações ‘saudáveis’, sem fazer mal a si mesmo e aos outros”, justifica o professor. As modalidades trabalhadas foram o Slackline e o Rapel. Os esportes que antes eram vistos como distantes para o meio escolar se tornaram possíveis através de um projeto indoor, ou seja, dentro da própria escola. Nas aulas foram desenvolvidos o equilíbrio, a coordenação motora, a atenção e o conhecimento corporal, fazendo com que os alunos aprendessem a lidar com seus medos, angústias, autoconfiança, e a capacidade de realização, não necessitando ou diminuindo a vontade de buscar outros meios para sua autoafirmação na escola e na comunidade.

Na prática... O Slackline foi fixado há um metro de altura do chão, entre dois pilares ou entre duas árvores no pátio interno do colégio. Após a explicação e demonstração do professor, os alunos foram auxiliados e apoiados durante a travessia. Quando o aluno se sentia seguro, podia tentar se deslocar em cima da fita sem apoio. O percurso do Rapel foi feito do 2º para o 1º piso do colégio. O professor explicou a cada aluno em particular o passo a passo da travessia, realizou uma demonstração e repetiu diversas vezes o caminho com cada praticante, sempre dando ênfase na segurança e no uso correto do equipamento. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 5


“Também foi reforçada a obediência ao professor e o respeito à natureza, não depredando ou deixando lixo no local, pois a retribuição por utilizá-lo deve ser a preservação. Deixando, se possível, mais limpo do que quando lá chegamos”

Os que dominaram a técnica foram convidados e levados para uma saída de campo ao Morro das Cabras, no fim de semana. “Durante todo o percurso, foram reforçadas todas as dicas de segurança que dependem do seu comportamento, deslocamento, posicionamento, evitando brincadeiras que possam colocar em risco sua integridade física e a de seus colegas. Também foi reforçada a obediência ao professor e o respeito à natureza, não depredando ou deixando lixo no local, pois a retribuição por utilizá-lo deve ser a preservação. Deixando, se possível, mais limpo do que quando lá chegamos”, explica José Ademir. O que começou como um projeto piloto, cercado de expectativas, mostrou-se com o passar do tempo uma atividade excepcional, que perpassou os limites da aula de Educação Física, revelando-se um campo fértil de intervenção pedagógica, autoconhecimento corporal e psicológico. De acordo com o professor, durante as atividades ocorre uma descarga de adrenalina e outras sensações psicomotoras, que permitem atingir o imo do aluno, pois este se desvencilha de todas as máscaras e precisa ser ele mesmo para enfrentar e superar o desafio. Em uma pesquisa quantitativa, realizada com mais de 100 alunos, ficou mais que comprovado o sucesso das aulas, onde quase a totalidade dos entrevistados respondeu que gostaria que o projeto continuasse ocorrendo nos próximos anos. 6

O que já havia ultrapassado os limites dos muros da escola cruzou também as fronteiras do estado durante congresso realizado em Natal (RN). “Inscrevemos um resumo do projeto de esportes radicais no Encontro Nacional das Licenciaturas (ENALIC), sediado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e entre mais de sete mil inscrições tivemos o trabalho aprovado”, comemora o Profissional.

Modalidades Olímpicas: O Arremesso de Peso No município de Vera Cruz, distante 160km de Porto Alegre (RS), o Profissional de Educação Física João Luís Coletto da Silva desenvolve, em três escolas diferentes, projetos que fazem do aluno, o protagonista do aprendizado. O professor dá aulas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Jacob Blész, Escola Estadual de Ensino Médio Vera Cruz e na Escola Estadual de Ensino Fundamental Paraguaçu. A experiência que apresentamos a seguir foi desenvolvida durante o ensino do Arremesso de Peso, modalidade olímpica de atletismo, onde os atletas competem para arremessar uma bola de metal o mais longe possível. João Luís iniciou o aprendizado com muita criatividade, utilizando a ludicidade pra ensinar o esporte. A confecção das


bolas de medicine foi feita com uso de antigas bolas de borrachas sem uso. Nelas foram inseridas areia para uma melhor adaptação, a fim de reduzir as chances de lesões ou acidentes nas atividades que viriam ocorrer durante as aulas. Também, foram confeccionadas bandeiras vermelhas e brancas para o ensino da modalidade. Durante a primeira aula os alunos aprenderam, após o aquecimento, as características internas da modalidade, da técnica e do método de arremesso: Empunhadura; Posição Final; Arremesso; Reversão; Posição Final e Deslocamento. Na segunda aula, foram demonstradas aos alunos as regras básicas do esporte, bem como suas características essenciais, como o preenchimento de súmulas, o uso das bandeiras e as medidas com a trena. Durante o ensino da modalidade, cada aluno participou de forma diferente: um ficou encarregado de realizar a súmula, outro pela arbitragem e o uso correto das bandeiras e mais dois árbitros responsáveis pela realização das medidas. Enquanto eles eram os árbitros da competição, os demais colegas da turma desenvolviam o papel de competidores. Ao professor coube apenas a orientação, mediando e intervindo quando necessário. Ou seja, havia dentro da escola, melhor dizendo, dentro da aula de Educação Física uma competição

formal como são realizadas fora das escolas, mas com a participação de todos os alunos. A segunda fase do projeto, denominada culminância II, constitui-se da exposição de cartazes produzidos pelos próprios estudantes sobre o atletismo, em especial sobre os diferentes tipos de Arremessos. “Os alunos realizaram a competição sem a necessidade de um projeto, e sim utilizando uma metodologia didática que permitiu que o aluno fosse o protagonista da aula, w e não o professor”, explica João Luiz.

Envie sua experiência Caro Professor de Educação Física, queremos saber sobre suas experiências inusitadas, e bem sucedidas envolvendo seus alunos nas aulas de Educação Física. Se você tem algum projeto cujo desenvolvimento e resultado são interessantes, conte para nós da Revista Educação Física. As histórias mais interessantes serão publicadas nas próximas edições. Para envio dos relatos, favor mandar e-mail para revistaef@confef.org.br

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Eventos do CREF6/MG abordam a

Educação Física na escola

e no Ensino Superior Ao longo de três dias, Profissionais, Instituições de Ensino Superior, acadêmicos e especialistas trocaram experiências em debates enriquecedores.

O CREF6/MG promoveu, entre os dias 17 e 19 de setembro, em Belo Horizonte, o IV Simpósio de Esporte na Escola: O Ensino de Futebol na Escola e o VI Seminário Educação Física e Ensino Superior. A programação contou com palestras simultâneas para os dois eventos, além de discussões específicas para cada um. Ambos foram realizados em parceria com a Secretaria de Educação de Minas Gerais. “O CREF6/MG tem feito o trabalho de procurar o cerne da Educação Física Escolar, e o Simpósio tem demonstrado isso ao longo dessas quatro edições”, afirmou o Presidente do Conselho, Professor Claudio Boschi [CREF 000003-G/MG], na abertura do IV Simpósio Esporte na Escola. No dia 17, foram feitas as apresentações orais e dos pôsteres das boas práticas dos professores das Superintendências Regionais de Ensino presentes. 8


“É um orgulho chegar neste evento e ver todos esses trabalhos maravilhosos que foram feitos com os alunos. Nosso dever, como professor, é cuidar e educar, e, nesse ponto, a Educação Física exerce um papel importantíssimo”, afirmou a Coordenadora Geral do Plano de Intervenção Pedagógica (PIP) da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Maria das Graças Bittencourt. No dia 18, o Professor Doutor Rui Garcia [CREF 007880-G/MG], da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) proferiu palestra com o tema “Como os alunos veem a Educação Física na Escola?”. Ele abordou, entre outros aspectos, a necessidade da formação continuada entre os Profissionais da área. Para a Presidente da Comissão de Educação Física Escolar do CREF6/MG, Marley Alvim [CREF 000263-G/MG], eventos como estes fortalecem a Profissão e permitem visualizar novas possibilidades para a área. “O processo educativo, de formação, perpassa por trabalhos robustos, sólidos e contínuos, como o projeto Simpósio de Esporte na Escola, que conseguiu dar voz a professores e alunos, valorizando o cotidiano, a lida do Professor de Educação Física”, disse. Na abertura do VI Seminário Educação Física e Ensino Superior, o Presidente do CREF6/MG, Claudio Boschi, reforçou a importância da realização do encontro. “Setenta e oito por cento dos Cursos de Educação Física de Ensino Superior estão aqui presentes. É um dado muito significativo. Que nós, como órgão regulador, e vocês, como Instituições de Ensino Superior (IES), formadoras, possamos fazer com que essa Profissão continue avançando”, afirmou. Numa Conferência Magna aos dois eventos, o Professor Doutor Go Tani, da Universidade de São Paulo (USP), falou sobre os desafios e perspectivas da Preparação Profissional em Educação Física. “Precisamos produzir mais conhecimento para formar melhores profissionais e, consequentemente, ter uma sociedade melhor atendida. A Educação Física no Brasil mudou muito nos últimos anos, antigamente não eram realizados esses eventos e hoje existe uma variedade com temáticas muito bem definidas, que cobrem toda a atuação do Profissional de Educação Física. Torço para que ocorram sempre, estreitando cada vez mais as relações com a comunidade de Educação Física. Quem vai se beneficiar com isso é a Sociedade”, pontuou. Antes do anúncio dos trabalhos vencedores do Simpósio, o público presente assistiu à Palestra do Professor Doutor Adroaldo Cézar Gaya [CREF 002280-G/RS], da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que, na ocasião, também lançou seu livro “Educação Física: Ordem, Caos e Utopia”, editado pelo Instituto Casa da Educação Física. Essa programação foi simultânea para os dois eventos. No final do dia, foi realizado um painel com os representantes das IES), com temas pertinentes à atuação do Conselho juntamente aos Cursos de Educação Física. O evento prosseguiu com palestra do Professor Doutor Marco Túlio de Mello [CREF 001034-G/MG], da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre as Competências e Habilidades Avalie esta seção em confef.com/206

“É um orgulho chegar neste evento e ver todos esses trabalhos maravilhosos que foram feitos com os alunos. Nosso dever, como professor, é cuidar e educar e, nesse ponto, a Educação Física exerce um papel importantíssimo”

do Profissional de Educação Física para atuar na área da Saúde. “O que o CREF6/MG faz hoje é fenomenal: juntar as Escolas de Educação Física, debater e verificar as dificuldades enfrentadas por essas Instituições de Ensino, para ajudar a propiciar um ambiente melhor para a Formação dos Profissionais”, destacou. Na sequência, foi realizada uma Mesa Redonda que abordou a atuação dos Profissionais nas Academias. Para finalizar o Seminário, o Professor Rui Garcia proferiu palestra com o tema “Profissional de Educação Física e sua formação: Reflexões”. O Presidente da Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional do CREF6/MG, Adailton Eustáquio Magalhães [CREF 000005-G/ MG], avaliou o Seminário como muito positivo. “Como fruto desse encontro, por exemplo, observamos a necessidade de se fazer uma reunião para discutir, especificamente, a situação dos estágios, que dada a sua grande importância, é uma questão que precisa de muita atenção. O evento possibilita o estreitamento cada vez maior entre o CREF6/MG e as Escolas formadoras de Profissionais”, finalizou. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 9


Seminário Brasileiro Pierre de Coubertin comemora 10 anos do curso de Educação Física na URI Primeira escola do Brasil certificada pelo Comitê Coubertin celebra uma década de existência em Seminário lizada ao longo de uma década. Nesse período, 241 Profissionais de Educação Física se graduaram, contribuindo significativamente com a formação de crianças nas escolas da região. Presente na cerimônia, o Presidente do CBPC, Nelson Todt, afirmou que desde que ocorreu o envolvimento dos professores da URI, o processo vem avançando de maneira firme e significativa. Para Todt, a certificação da Escola da URI foi um marco importante, não só para a Universidade e para Erechim, mas também para a própria comunidade olímpica brasileira. “Sabemos dos problemas sociais e educacionais que o Brasil enfrenta e acreditamos que o esporte pode ser uma ferramenta de transformação das pessoas, especialmente por trabalhar os valores como o respeito, a amizade e excelência”, reforça.

Mais sobre o CBPC

O Curso de Educação Física da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI Erechim) promoveu, nos dias 5 e 6 de setembro, o III Seminário Brasileiro Pierre de Coubertin. O evento teve um marco especial: a comemoração dos 10 anos do curso de Educação Física na universidade, que tem formado centenas de Profissionais nas áreas de Licenciatura e Bacharelado. A URI é a primeira escola do Brasil certificada pelo Comitê Coubertin. A conferência de abertura do Seminário contou com a presença do Presidente argentino do Comitê Pierre de Coubertin, Daniel de la Cueva, que também faz parte do Comitê Internacional Pierre de Coubertin. Estiveram presentes estudantes, pesquisadores no âmbito da Educação Olímpica e representantes das instituições certificadas pelo Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin (CBPC). A Coordenadora do Curso de Educação Física, Alessandra Dalla Rosa da Veiga [CREF 003814-G/RS], salientou a importância da formação rea10

Fundado em 2006, o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin é o 31° criado em nível internacional e está filiado ao Comitê Internacional Pierre de Coubertin. Sua atual sede no Brasil é a Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (FEFID-PUCRS). Dentre os objetivos do CBPC está o de difundir e divulgar os princípios do olimpismo, idealizados por Pierre de Coubertin de liberdade, união dos povos, fair play, fraternidade e esporte para todos. O ensinamento desses princípios se dá através da educação olímpica que se enquadra dentro da relação entre os paradigmas socioculturais e educacionais, porém sua classificação como modelo educacional está centrada no desenvolvimento da pessoa. Assim, a tarefa da educação olímpica é estabelecer como os valores do esporte e do olimpismo podem ser promovidos na prática. E é nesse sentido que o CBPC atua. Avalie esta seção em confef.com/207


Cuiabá sedia o 1º Fórum Estadual de Educação Física

Evento realizado pela Seccional MT do CREF11/MS-MT debateu a realidade do Esporte e da Educação Física no estado

Com o tema “Atuação e Valorização Profissional”, o 1º Fórum Estadual de Educação Física – Encontro de Gestores Públicos de Esporte, Educação e de Coordenadores dos Cursos de Educação Física de Mato Grosso, fez sucessos entre os presentes com palestras e discussões enriquecedoras. O evento, realizado pela Seccional MT do CREF11/MS-MT com o apoio do CONFEF, aconteceu na capital do Mato Grosso durante os dias 16 e 17 de outubro. A mesa de abertura contou com a presença de autoridades, Deputados, Vereadores, Secretários de Esportes, além do Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber [CREF 000002-G/RJ], do CREF11/MS-MT, Ubiratam Brito de Mello [CREF 000527-G/MS] e da Seccional MT, Carlos Eilert [CREF 000015-G/MT]. Além dos Profissionais de Educação Física, acadêmicos de diversas universidades do estado também se fizeram presentes. Com olhares atentos e vigilantes, a participação foi proveitosa para todos. “Para nossa grande surpresa o auditório ficou cheio. Tínhamos previstos 300 participantes e recebemos mais de 350 de todos os rincões do Mato Grosso, inclusive secretários municipais que chegaram a percorrer mais de 1300 km distantes da capital para trocar experiências sobre a realidade do Esporte e da Educação Física em nosso estado”, comemora o presidente da Seccional, Carlos Eilert. As palestras versaram sobre os temas: Regulamentação da Educação Física no Brasil e a criação do Conselho; Valorização do Profissional de Educação Física a partir da regulamentação e da criação dos Conselhos Regionais; Qualidade da formação acadêmica nas suas respectivas áreas Avalie esta seção em confef.com/208

de atuação - Licenciatura e Bacharelado; e Elaboração de Projetos e Captação de Recursos Federais – Esporte e Educação. Devido ao sucesso do último debate, sobre a captação de recursos, os presentes solicitaram junto a Seccional que fosse promovido um novo encontro para tratar apenas sobre o assunto a fim de aprofundá-lo. De acordo com Carlos Eilert, este foi o primeiro de muitos encontros que ainda irão acontecer em Mato Grosso, inclusive no interior do estado, para que todos os Profissionais de Educação Física enham a oportunidade de participar dos Fóruns. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 11


Educação Inclusiva: O Slackline é pra todos! Projeto desenvolvido em escola inclusiva promove interação entre alunos com e sem necessidades especiais

As oficinas de Slackline, um esporte de equilíbrio sobre uma fita de nylon, estreita e flexível, já vinham sendo desenvolvidas no Centro de Educação Integral Professor Antônio Pietruza, em Curitiba (PR), quando o Profissional de Educação Física Sandro Alex Carvalho [CREF 019639-G/PR] propôs à direção que as oficinas fossem estendidas aos alunos portadores de necessidades especiais. O objetivo era promover a inclusão escolar dos educandos, desenvolvendo atividades que agregassem a participação de todos. Em 2013, as aulas atingiram cerca de 120 alunos das oficinas de tempo integral, sendo sete alunos da classe especial.

os alunos, entre oito e 15 anos, foram atendidos de forma específica. O desenvolvimento do diagnóstico teve, como ponto principal, o olhar para a escola como um todo a fim de verificar o que poderia ser feito e melhorado.

Dessa forma, a aula passou a ser realizada em conjunto, de forma inclusiva e, em certos momentos do planejamento,

Para dar início às aulas, o professor apresentou a origem e o histórico do Slackline aos alunos. Em seguida, os pequenos

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“A maior dificuldade foi elaborar uma aula que atendesse a todos os educandos da mesma forma e dentro das necessidades específicas e individuais. Pelo dinamismo proposto pelas aulas de Educação Física, percebia que, muitas vezes, os educandos não eram atendidos da maneira que mereciam e, poucas vezes, o objetivo proposto era alcançado”, explica Sandro.


produziram desenhos e colagens demonstrando o que haviam entendido do esporte. Na segunda etapa foi realizado um evento na escola com os pais dos alunos e toda a comunidade escolar, onde os presentes puderam vivenciar o esporte. Depois de todo esse processo, os alunos experimentaram e aprenderam como montar e desmontar o material e então eles subiram pela primeira vez na fita. Aos poucos os graus de dificuldade foram se elevando e atualmente os alunos já conseguem caminhar sozinhos, sem a ajuda da corda ou do professor. “Os resultados alcançados no decorrer do projeto deixaram-me muito orgulhoso e com a sensação de dever cumprido, pois observo a melhora da autoestima dos educandos, da coordenação, concentração, autonomia, união da turma e respeito ao próximo”, conta Sandro. De acordo com ele, os conflitos entre os alunos reduziram de maneira considerável. A discriminação que havia com os alunos portadores de necessidades especiais deixou de existir e um passou a apoiar o outro.

Educação Física Inclusiva Sandro conta como surgiu seu interesse pela Educação Inclusiva. A princípio, o seu conhecimento sobre o tema era apenas teórico, adquirido na graduação, mas ao deparar-se com os educandos em inclusão escolar, sentiu a necessidade de se aprofundar no assunto. Foi quando o Projeto Portas Abertas entrou na sua vida. Desenvolvido pelo Instituto Rodrigo Mendes em parceria com a UNICEF Brasil e a Fundação FC Barcelona, o projeto promoveu em 12 cidades, uma formação em Educação Física inclusiva a gestores, técnicos das Secretarias de Educação e de Esporte, professores, além de monitores do Programa Mais Educação. “Essa prática me fez refletir sobre as possibilidades diversas que o professor pode se apropriar para desenvolver os conteúdos de sua área de atuação, oportunizando aprendizagens verdadeiramente significativas”, afirmou.

Mais sobre o Instituto Rodrigo Mendes Fundado em 1994, o Instituto Rodrigo Mendes é uma organização sem fins lucrativos comprometida com a construção de uma sociedade inclusiva por meio da educação e da arte. Ao longo dos 10 primeiros anos, investiu em metodologias e projetos no campo das artes visuais. Em 2005, passou a desenvolver programas de formação, visando colaborar para que a escola pública seja capaz de acolher toda e qualquer criança. Para isso, desenvolve programas de pesquisa, produção de conhecimento e formação sobre educação inclusiva.

O Slackline chegou para ficar... Pelas praças, parques e praias, é comum ver grupos reunidos em torno de uma fita elástica fixada em árvores, postes ou rochas. Enquanto uns buscam atravessá-la sem cair, outros arriscam até mesmo piruetas, chamando a atenção dos espectadores. O que parece arte circense é na verdade o Slackline, um esporte que chegou para ficar porque mantém o participante em constante desafio. A base está em equilibrar-se em uma fita de nylon estreita e flexível. É uma ótima atividade também para treinar o equilíbrio, a postura e a concentração.

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Academias ao ar livre: Faltam Profissionais de Educação Física Apesar do crescente aumento no número de academias de ginástica ao ar livre, a orientação profissional nesses ambientes ainda é artigo de luxo. Cada vez mais populares, as Academias da Saúde são uma excelente alternativa para os que desejam levar uma vida saudável, mas não podem custear uma academia de ginástica. No entanto, para que a iniciativa possa trazer benefícios de fato, é necessário que estes ambientes disponham de Profissionais de Educação Física durante a prática das atividades físicas. O que nem sempre ocorre. No Distrito Federal (DF), dos 308 Pontos de Encontros Comunitários (PECs), como são chamadas as academias no DF, não há informações a respeito da presença de Profissionais de Educação Física. Apenas em dois parques do Plano Piloto, onde há maior movimentação e prática de atividades físicas, um Profissional de Educação Física, contratado por empresas privadas, ministra aulas em horários estabelecidos, respondendo também pela manutenção dos aparelhos. De acordo com a Presidente do CREF7/DF, Cristina Calegaro [CREF 000030-G/DF], o maior problema da prática de atividade física sem acompanhamento profissional, é o exagero. “Por ser um aparelho fácil, que não tem peso, ocorre a repetição em excesso. Essa repetição pode causar lesões, tanto articulares, como musculares”, alerta. Os Profissionais de Educação Física são os únicos habilitados a planejar o grau de dificuldade do exercício para cada indivíduo, a quantidade de repetições, a postura ideal, a execução do movimento e as restrições. Quando os exercícios são praticados além da capacidade física ou de forma errada, 14


sinalização de que o aparelho era inadequado para crianças e que o pai do menino tinha o dever de vigiá-lo. Entretanto, o relator do caso entendeu que o município tinha a obrigação de disponibilizar um Profissional habilitado para orientar os usuários, além de fazer a manutenção dos aparelhos. A fim de evitar situações como essa, a Prefeitura de Santos cercou as suas academias ao ar livre e estabeleceu horários em que há presença do Profissional de Educação Física. Para fazer uso do espaço é preciso ainda inscrição prévia do usuário e atestado médico. De acordo com o Presidente do CREF4/SP, Flavio Delmanto [CREF 000002-G/SP], todos os 645 municípios de São Paulo receberam ofícios com orientações do Conselho. Esse alerta tem sido feito nos últimos anos a fim de conscientizar os administradores, visto que o Conselho não é capaz de fiscalizar sozinho todos esses estabelecimentos. põe-se em risco a saúde do aluno em decorrência de lesões e, em casos mais sérios, até mesmo com o óbito. Apesar disso, a ausência de orientação também se repete em outros estados, conforme foi noticiado no Jornal Folha de São Paulo de 07/09. Em São José dos Campos (SP), a prefeitura foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a indenizar em R$50mil os pais de um menino de 13 anos que teve um dedo do pé amputado depois de ter sofrido com a queda de um aparelho de ginástica em uma praça. A prefeitura recorreu argumentando que havia

A Presidente do CREF/DF concorda que somente a ação do Conselho não é suficiente para proteger a sociedade dos riscos ocasionados pela ausência de orientação adequada. De acordo com ela, há uma necessidade de intervenção das autoridades competentes no sentido de controlar o uso dos equipamentos; a relação de obrigatoriedade de Profissional habilitado no local; a promoção de parceria (consulta) junto ao Conselho e demais órgãos competentes; a elaboração de projeto de lei, entre outros.

“Somente assim, com comprometimento e interesse das autoridades, aumenta-se a possibilidade de eficiência e eficácia das academias ao ar livre” afirma Cristina Calegaro. Os Pontos de Encontros Comunitários (PECs) foram instituídos com o objetivo principal de contribuir para a promoção da saúde e aquisição de hábitos de vida saudáveis da população, a partir da implantação de polos com infraestrutura e presença de profissionais qualificados, conforme a Portaria nº.: 2.861/2013, Art. 2º, do Ministério da Saúde. Avalie esta seção em confef.com/210

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Semana Move Brasil Pelo segundo ano consecutivo, evento promove atividades físicas e esportivas em todo o Brasil

Com a missão de aumentar o número de praticantes de esportes e atividades físicas, a segunda edição da Semana Move Brasil promoveu, entre os dias 21 e 28 de setembro, uma extensa programação de atividades por todo o país. Com a participação de 28 instituições movedoras, mais de 3 mil atividades foram realizadas em 152 cidades. O Move Brasil é uma campanha aberta e permanente para aumentar o número de brasileiros praticantes de esportes e atividades físicas. A abertura do evento contou com um flash mob de danças populares, realizado simultaneamente em diversas cidades. A programação ainda incluiu corrida, caminhada, pedalada, aulas de pilates, rugby, esgrima, triathlon, beach soccer, tchoukball, futsal, enduro, tênis, danças, capoeira, basquete, airtrack, slackiline, handebol, tai chi chuan, badminton, taekwondo, entre outras opções. Muitas atividades foram realizadas em espaços abertos ao ar livre, em sintonia com a pesquisa encomendada pelo Move Brasil ao Instituto Ipsos, que apontou que 28% da população brasileira tem preferência por parques e lugares em meio à natureza para praticar exercícios. A presença de diversas personalidades do esporte, como Giba (vôlei), Edmílson (futebol), Fernando Meligeni (tênis),

Fernando Sherer “Xuxa” (natação), Janeth (basquete), Hugo Hoyama (tênis de mesa), Natália Falavigna (Taekwondo), Aline Pellegrino (futebol feminino) e Vicente Lenílson (atletismo) abrilhantaram ainda mais a Semana. Realizada desde o ano passado, a Semana MOVE Brasil também está programada para 2015 e 2016, sempre com início na primeira semana da primavera. Confira os destaques da Semana MOVE Brasil em movebrasil.org.br/semanamovebrasil ou ainda no Instagram através da hashtag #instamission189.

Move Brasil, o que é? O objetivo do projeto é expandir, facilitar e democratizar a oferta de esporte aos brasileiros de todas as idades e demonstrar como o ato de se exercitar pode despertar prazer, melhorar a qualidade de vida, e ainda promover a interação e o desenvolvimento social. A iniciativa é resultado da colaboração de instituições, empresas e pessoas. Além disso, a campanha é composta por uma rede de Movedores, entre eles o CONFEF, que são parceiros engajados com a causa e interessados em difundir a mensagem.

A promoção de eventos de impacto é importante tanto como chamada, como sensibilização para adoção de um estilo de vida mais ativo. Contudo, é preciso lembrar que a prática pela prática não proporciona os benefícios da formação, promoção da saúde, dentre outros. Para consecução dos valores e benefícios da atividade física e do esporte é fundamental que os serviços sejam prestados por Profissional de Educação Física.

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Jogos Olímpicos Rio 2016: O legado que esperamos Em visita ao Brasil, a Baronesa Sue Campbell compartilhou experiências em debate sobre os Jogos Olímpicos. No mês de novembro, o Grupo de Trabalho de Legado Educacional Esportivo (GTLEE) promoveu um encontro com a professora de Educação Física e ex-presidente da UK Sport, a Baronesa Sue Campbell. Atualmente consultora do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a inglesa teve participação importante nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres 2012, tendo sua vida pautada no esporte, na educação e caridade. De acordo com Sue Campbell, a Grã-Bretanha tinha a expectativa de aumentar, em pelo menos três milhões, o número de praticantes de atividade física, diminuindo desta forma o sedentarismo e a epidemia de obesidade. Contudo, ao término das Olímpiadas de Londres, foi constatado que apenas a realização do evento não motivou nem mobilizou a população à prática de atividades físicas e a meta não foi alcançada. Para a consultora do COB, a Grã-Bretanha não foi capaz de realizar uma mudança transformacional. “Não basta dizer para os jovens e para a sociedade que o esporte é bom. É preciso uma política consistente e eficaz para que as pessoas percebam e incorporem em seus hábitos a prática de exercícios físicos e esportivos. Sem dúvida alguma, um dos objetivos de sediar os Jogos Olímpicos era inspirar os jovens a perceberem a importância da prática de atividades físicas e esportivas, o que não aconteceu por falta de planejamento estratégico voltado para esse fim”, afirmou. Os governos e a sociedade ainda não estavam convencidos da importância do esporte como ferramenta para o desenvolvimento social, promoção da saúde e prevenção de doenças. Outros pontos importantes para o fracasso do país, de acordo com Campbell foi o abandono da Educação Física escolar e a falta de investimento nos treinadores. “É necessário capacitar os treinadores, modificando a conjuntura de voluntariado para treinadores profissionais e qualificados. Da mesma forma, é preciso haver investimento nos profissionais da escola e ressaltar os valores do esporte”.

“Antes da realização do megaevento, as aulas de Educação Física, até a 5ª série, não eram realizadas por Professores de Educação Física, mas isso mudou. Atualmente, as aulas nas séries iniciais são ministradas por Profissionais de Educação Física.” Mas os Jogos Olímpicos de Londres também tiveram seus pontos positivos. Antes da realização do megaevento, as aulas de Educação Física, até a 5ª série, não eram realizadas por Professores de Educação Física, mas isso mudou. Atualmente, as aulas nas séries iniciais são ministradas por Profissionais de Educação Física. Como legado dos Jogos, a Grã-Bretanha passou a investir na capacitação de Profissionais de Educação Física, tanto para Educação Física escolar quanto para o desporto escolar. Avalie esta seção em confef.com/212

“Os legados estão sendo sentidos e percebidos nesse processo educacional. Nunca é tarde demais para criar um verdadeiro legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Eu realmente acredito que o esporte muda vidas”, conclui.

Mais sobre o GTLEE O Grupo de Trabalho de Legado Educacional Esportivo (GTLEE) é coordenado pelo Ministério do Esporte e tem a finalidade de acompanhar os compromissos feitos pelo Brasil com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em função da candidatura do Rio de Janeiro à sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos 2016. Relaciona-se ao escopo da Educação Física, o Esporte Educacional, o Esporte Escolar e os Jogos Escolares, considerando os eixos centrais da promoção da saúde, da promoção da excelência esportiva e a promoção da educação olímpica e paraolímpica. O Grupo é presidido pelo Profissional de Educação Física André Arantes [CREF 000102G/DF], Diretor de Esporte de Base e Alto rendimento da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.

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Ações do CREF12/PE-AL levam serviços à população pernambucana As atividades foram promovidas em parceria com o Conselho Regional de Nutrição e Instituições de Ensino Superior

Desde o início do ano, o CREF12/PE-AL vem promovendo uma série de ações com o intuito de alertar à população sobre a importância de cuidar bem da saúde, cultivando hábitos saudáveis e praticando atividades físicas diariamente. No mês de setembro, uma ação em parceria com o Conselho Regional de Nutrição da 6ª Região (CRN6), levou serviços a mais de 400 pessoas na estação de metrô de Recife (PE). Quem passou pelo local pode aproveitar os serviços oferecidos por Profissionais e acadêmicos de Educação Física, como aferição de pressão arterial, de glicemia, estimativa de gasto calórico diário, índice de massa corpórea (IMC) e avaliação física básica. Em outubro, a ação foi realizada novamente, dessa vez em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação. A partir dos dados coletados, os Profissionais de Educação Física prestavam as primeiras instruções sobre qual o melhor exercício físico a ser desenvolvido, ressaltando a necessidade da orientação profissional. Gênesis Paes Barreto, morador do bairro de Candeias, na Região Metropolitana do Recife, aproveitou para verificar como anda sua saúde. “Achei a ação muito produtiva em cuidar da saúde das pessoas. Os serviços prestados são de grande importância para a população. Estou muito satisfeito e grato de poder participar”, afirmou. No mesmo mês o CREF12/PE-AL realizou o projeto “Saúde em Movimento no Outubro Rosa”, que levou aos pacientes do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), nos dias 21 e 28 de outubro, atividades a fim de difundir a prática de atividades físicas. 18

Profissionais e acadêmicos de Educação Física ofereceram serviços de aferição de pressão arterial, glicemia, alongamentos, ginástica laboral e massagens relaxantes. Uma apresentação de dança de salão animou o público e alguns pacientes até arriscaram uns passos pelo pátio do hospital. Para o Dr. Fábio Malta, diretor do HCP, a entidade vê com muita alegria essa parceria com o CREF12/PE-AL. “É um projeto inovador - principalmente para um hospital de atenção terciária - a inclusão de trabalhos com Profissionais de Educação Física. Isso irá trazer um benefício positivo para os pacientes que estão na fase de reabilitação e creio que temos muito trabalho pela frente”. Circuito Acadêmico leva conhecimento a Profissionais Os Profissionais e acadêmicos de Educação Física foram contemplados, no mês de outubro, com um enriquecedor circuito de palestras. As apresentações trataram de temas importantes para a formação como “A Responsabilidade Civil do Profissional de Educação Física”; “Avaliação Física em Academias”; “Formação Superior em Educação Física – Licenciatura e Bacharelado”; “Intervenção do Profissional de Educação Física no Contexto Escolar”; e “Exercício Físico e Câncer”. As instituições que receberam o circuito foram a Uninassau, a Faculdade Boa Viagem, a IBGM e a Faculdade Guararapes. Mas o Conselho pretende expandir o número de IES participantes do evento para o próximo ano. Fique por dentro das ações do Conselho através do site www.cref12.org.br Avalie esta seção em confef.com/213


Fique por dentro! Envie sua dúvida para revista@confef.org.br e teremos o maior prazer em esclarecê-la aqui

Estágio em Educação Física O estágio é uma importante fase no processo de aprendizagem e formação profissional. No curso de Educação Física, a atividade integra o projeto pedagógico da graduação e, além de fazer parte do itinerário formativo do estudante, tem como objetivo o aprendizado de atitudes, competências e habilidades próprias da sua atividade profissional futura, preparando o discente para o exercício da profissão e para inserção no mercado de trabalho. Mas para que a experiência seja plena, é preciso que tanto o estagiário, quanto o contratante estejam de acordo com a lei. A fim de informar aos CREFs, às empresas que oferecem estágios e às entidades prestadoras de serviços na área, o CONFEF elaborou a Nota Técnica nº 003/2012. De acordo com o documento, as atividades próprias da profissão, exercidas em âmbito da Licenciatura ou do Bacharelado em Educação Física, devem ser acompanhadas e supervisionadas por Profissional de Educação Física da respectiva área de formação, devidamente habilitado pelo Sistema CONFEF/CREFs. Profissional responsável: O acompanhamento do estágio contempla a responsabilidade sobre o conjunto das atividades propostas ao estagiário, além da observação direta das mesmas, de forma a possibilitar condições de ação imediata em caso de conduta imprópria do estagiário ou de algum incidente que ocorra durante a sessão de atividades que são desenvolvidas sob sua responsabilidade ética. O que é necessário? O Profissional supervisor de estágio deverá ser indicado em documento próprio. Seu nome, assinatura e registro profissional deverão constar no Plano de Trabalho de Estágio. É recomendável que o número de estagiários definidos para cada supervisor seja adequado à especificidade da sua intervenção profissional, à sua capacidade de orientação e de controle dessas atividades. Avalie esta seção em confef.com/214

Empresa: O estágio curricular obrigatório e não obrigatório só poderá ser iniciado após a assinatura de Termo de Compromisso pela Instituição de Ensino Superior, pelo acadêmico e pela entidade concedente, conforme dispõe a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Estagiário: Em atividades de estágio, os estudantes devem estar devidamente identificados, garantindo a todos a visualização da sua condição de estagiário. Licenciatura: O estágio curricular obrigatório do curso de Licenciatura deve contabilizar 400 horas e ser desenvolvido a partir do início da segunda metade do curso, exclusivamente no âmbito das escolas da Educação Básica, como componente curricular e conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais e o Projeto Pedagógico em estabelecimentos de ensino da Educação Básica. Bacharelado: O estágio curricular obrigatório do curso de Bacharelado em Educação Física deve contemplar as áreas da saúde, da atividade física, do esporte e do lazer e ser desenvolvido em espaços próprios onde se realizem programas públicos e privados de prevenção, promoção e recuperação da saúde, programas públicos e privados de atividades físicas, esportivas e de lazer, assim como em clínicas, academias, clubes, escolas de esporte, entre outros onde se desenvolvam atividades próprias da intervenção do bacharel em Educação Física. A atividade deve ser realizado a partir da segunda metade do curso. A carga horária do estágio juntamente com a carga horária das atividades complementares não deve exceder 20% da carga horária total do curso, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais.

Para ter acesso ao documento na íntegra acesse

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Comitê Olímpico Brasileiro comemora

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anos de existência

Há cem anos, o primeiro Comitê Olímpico da América Latina Brasileiro vem escrevendo sua história e a do próprio esporte olímpico do país.

Wander Roberto - Inovafoto - COB

O ano de 2014 marca uma data histórica para o esporte nacional. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o primeiro Comitê Olímpico Nacional da América do Sul, completou 100 anos de uma história repleta de conquistas memoráveis. Cem anos que marcam a superação e a evolução do esporte olímpico brasileiro. “Estamos diante de um momento histórico para o esporte do Brasil e do mundo. Essa história vem sendo contada de forma brilhante por aqueles que mais amam o esporte: os atletas brasileiros, verdadeiros heróis que defendem nos campos, quadras, pistas e piscinas a torcida, a expectativa e a emoção dos milhões de torcedores brasileiros. Ao completar 100 anos, o Comitê Olímpico Brasileiro sintetiza essa relação de amor do povo brasileiro com o esporte”, afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, membro honorário do Comitê Olímpico Internacional. 20

A história de fundação do Comitê Olímpico Brasileiro teve início em 1913, quando Raul Paranhos do Rio Branco, filho do barão do Rio Branco e embaixador do Brasil em Berna, na Suíça, recebeu o convite do barão Pierre de Coubertin para integrar o Comitê Olímpico Internacional (COI). O gesto representou uma declaração de confiança no potencial esportivo brasileiro e deu início à história do país no Movimento Olímpico Internacional. O convite fez do embaixador o primeiro delegado do COI para o Brasil e provocou, nesse mesmo ano, uma campanha pública pela formação de um Comitê Olímpico Brasileiro. No dia 8 de junho de 1914, os dirigentes de destaque do Rio de Janeiro se reuniram na sede da Federação Brasileira das Sociedades de Remo e, em assembleia, criaram o Comitê Olímpico Brasileiro, chamado de Comitê Olímpico Nacional (CON). Com o intenso trabalho das 30 Confederações Brasileiras Olímpicas filiadas ao COB, a evolução do esporte brasilei-


ro vem ocorrendo ao longo dos anos. Em um processo permanente de crescimento e aprimoramento de sua gestão, as Confederações têm sido incansáveis na descoberta e na formação de atletas. Como resultado desse empenho e dedicação, inúmeros títulos mundiais e continentais nas mais diversas modalidades esportivas e, o mais importante, a transformação de atletas em ídolos, aproximando cada vez mais o esporte do público, da mídia e dos patrocinadores. Nos últimos 20 anos, em especial, o COB modernizou a sua gestão. Criou novos departamentos e áreas, como o Departamento Cultural, Academia Olímpica Brasileira, Instituto Olímpico Brasileiro, Comunicação, Eventos, Ciências do Esporte, Escritório de Projetos, Comissão de Atletas, Comissão Mulher e Esporte e Comissão Esporte e Meio Ambiente, e assumiu novas funções, como organizar duas etapas anuais dos Jogos Escolares da Juventude, referência internacional de competição para estudantes. O COB também esteve à frente do processo das campanhas vitoriosas aos Jogos Sul-americanos 2002, Jogos Pan-americanos Rio 2007 e Jogos Olímpicos Rio 2016, que pela primeira vez se realizará na América do Sul. Junto com as Confederações Brasileiras Olímpicas integrou o Comitê Organizador dos referidos Jogos, sendo que o Rio 2007 foi considerado um dos melhores Jogos Pan-americanos da história. Da mesma forma, o COB e as Confederações integram o Comitê Organizador Rio 2016. Nos últimos anos, o COB conquistou novas fontes de recursos para os esportes olímpicos. A principal delas, a partir de trabalho realizado pelo próprio COB, foi a Lei Agnelo/Piva, de 2001, que garantiu pela primeira vez na história do país uma fonte de recursos permanentes e contínuos para o desenvolvimento dos esportes olímpicos. O COB criou ainda programas de apoio a atletas em transição de carreira, à formação de novos gestores e passou a trabalhar, em conjunto com as Confederações, na preparação direta das equipes e atletas brasileiros de alto rendimento. A qualificação das comissões técnicas, a formação de equipes multidisciplinares e a intensa utilização das ciências do esporte passaram a ser o padrão da preparação das delegações brasileiras. Com tantas ações, a evolução dos resultados não demorou a aparecer. Entre Antuérpia 1920 e Barcelona 1992, em 16 edições olímpicas, o Brasil conquistou 39 medalhas, com uma média de 2,4 medalhas por Jogos. Entre Atlanta 1996 e Londres 2012, em cinco edições, foram conquistadas 69 medalhas, alcançando a média de 13,8 medalhas por Jogos. Ao longo desses cem anos, o esporte olímpico brasileiro conquistou 108 medalhas olímpicas: 23 de ouro, 30 de prata e 55 de bronze.

Wander Roberto - Inovafoto - COB

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“São 100 anos de olimpismo, uma bandeira espetacular que prega a união entre os povos, utilizando o esporte como instrumento para a promoção da paz, da união, e do respeito por regras, e adversários”, comemora Bernard Rajzman, membro efetivo do Comitê Olímpico Internacional (COI). Bernard, considerado o padrinho da regulamentação da profissão de Educação Física, é o 8º brasileiro a ocupar uma vaga no COI. De acordo com ele, a relação direta que o COB possui com o CONFEF é fundamental para a garantia da qualidade no esporte brasileiro. “Graças a regulamentação da profissão, hoje nós temos profissionais bem qualificados e formados em Educação Física”, afirma.

Futuro Aos 100 anos de história, o COB projeta o futuro e se impõe objetivos ainda mais desafiadores. Por meio de seu departamento de Educação, Instituto Olímpico Brasileiro (IOB), o Comitê com o apoio do CONFEF promoveu a formação da primeira turma da Academia Brasileira de Treinadores (ABT), formada unicamente por Profissionais de Educação Física devidamente registrados no Sistema CONFEF/CREFs. A meta do COB é colocar o Brasil entre os dez primeiros países no quadro de classificação pelo total de medalhas. Para isso, o Comitê elaborou um Mapa Estratégico, que tem por objetivo nortear a execução de sua missão de tornar e manter o Brasil uma potência olímpica. A partir daí, estabeleceu estratégias de investimentos fundamentadas em projetos de médio e longo prazo visando ao aprimoramento e desenvolvimento de cada modalidade, disciplina ou atleta com potencial de resultado. Saiba mais sobre a história e o trabalho do COB em: www.cob.org.br

Curiosidades: O Comitê em números Total de 108 medalhas olímpicas conquistadas: 23 de ouro | 30 de prata | 55 de bronze Modalidades com mais medalhas: Judô (19) | Vela (17) | Atletismo (14) | Natação (13) Vôlei de praia (11) | Vôlei (9) Recorde de medalhas de ouro em uma edição dos Jogos Olímpicos: Atenas 2004 (5) Recorde no total de medalhas em uma edição dos Jogos Olímpicos: Londres 2012 (17 – sendo 3 de ouro, 5 de prata e 9 de bronze) Total de atletas brasileiros medalhistas em Jogos Olímpicos: 456 Maiores medalhistas brasileiros: Robert Scheidt (5 medalhas - 2 de ouro, 2 pratas e 1 de bronze) Torben Grael (5 medalhas - 2 de ouro, uma de prata e 2 de bronze) Meta do COB para o Rio 2016: Colocar o Brasil entre os dez primeiros países no quadro de classificação pelo total de medalhas Wander Roberto - Inovafoto - COB Fonte: Site do COB

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Sistema CONFEF/CREFs: Como funciona. Você sabe? Órgãos de Assessoramento Dentro do nosso propósito de prezar pela transparência e difusão de conhecimentos, encerramos nessa edição a sequência de matérias sobre os itens do Estatuto do CONFEF. Nosso objetivo foi descrever a dinâmica do Sistema CONFEF/CREFs para os Profi ssionais de Educação Física e a sociedade. No próximo ano, continuaremos a levar informações importantes para o seu entendimento no que toca à dinâmica do Conselho. O foco, desta vez, será o funcionamento das Comissões. Antes disso, você fica por dentro das atividades desempenhadas pelos Órgãos de Assessoramento. É de responsabilidade do Conselho Federal de Educação Física tratar de assuntos diversificados, com graus variados de complexidade. Dessa forma, torna-se fundamental a existência de Comissões que possam estudar, analisar e discutir essas demandas, auxiliando e orientando as tomadas de decisões do CONFEF. São Órgãos Assessores, com caráter permanente ou temporário, podendo ser criados novos Grupos de Trabalho ou Comissões, de acordo com as deliberações do Plenário. No momento, o CONFEF opera com seis órgãos de assessoramento, sendo a Comissão de Controle e Finanças; Comissão de Ética Profissional; Comissão de Legislação e Normas; Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional; Comissão de Orientação e Fiscalização; ;Comissão de Educação Física Escolar; Comissão do Mercosul; e o Colégio dos Presidentes. As Comissões são órgãos consultivos do Plenário, da Presidência e da Diretoria, elas emitem pareceres e sugestões baseadas em assuntos demandados pelo Plenário. Sua composição é feita por, no mínimo, dois membros do CONFEF, podendo participar da sua configuração Profissionais de Educação Física registrados e indicados pelo Plenário. Dentre os membros, são eleitos o Presidente e o Secretário (a) que cumprirão um mandato igual ao da Diretoria. Para que seja garantida a isenção nas tomadas de decisão, as Comissões de Ética Profissional e de Controle e Finanças não podem ter como membros os Presidentes de CREFs, assim como as demais não podem ser presididas por membros da Diretoria. As Comissões podem se reunir com qualquer número de participantes, mas as suas deliberações só tem validade se votadas pela maioria. Cabe ressaltar que um Conselheiro pode participar de mais de uma Comissão, no entanto, só pode presidir uma delas. As Comissões de Ética Profissional do CONFEF e dos CREFs tem nas suas deliberações caráter decisório. As matérias aqui apresentadas estão de acordo com o previsto no Estatuto do Conselho Federal de Educação Física e foram escritas pelo Conselheiro Wagner Domingos Fernandes Gomes [CREF 000035-G/RJ].

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“O mundo está vendo o nível da Educação Física no país” Profissional brasileiro mostra seu diferencial e coloca o Brasil e a América Latina definitivamente no cenário mundial da Educação Física

Pela primeira vez um sul-americano chegava a final do Personal Trainer to Watch, concurso de renome internacional promovido pela Life Fitness. Para chegar entre os dez finalistas, o Profissional de Educação Física Cristiano Parente [CREF 004017-G/SP] venceu mais de 1.700 concorrentes de 43 países diferentes. O que já era um grande feito teve um desfecho ainda mais surpreendente. Entre profissionais da Espanha, Inglaterra, Nova Zelândia, África do Sul e Estados Unidos, o brasileiro destacou-se e foi eleito o melhor Personal Trainer do Mundo. O resultado foi divulgado no mês de outubro, durante final realizada em Nova York. Considerado o mais importante evento de reconhecimento dessa categoria profissional, o concurso avaliou itens como currículo profissional, formação acadêmica, experiência profissional e técnicas no desenvolvimento do trabalho. A ideia da competição é destacar os profissionais que, de maneira inovadora, mantêm as pessoas ativas por mais tempo. Parente acredita que a sua formação tenha sido um diferencial na conquista do título, chamando a atenção tanto dos jurados quanto dos concor24

rentes. Seu currículo inclui três graduações pela Universidade de São Paulo (USP) – Bacharelado em Educação Física, Bacharelado em Esporte e Licenciatura em Educação Física -, além de quatro pós-graduações. “Eu consegui a vitória baseado no que a gente produz aqui no Brasil, nas pesquisas que a gente tem nas universidades. Acho que isso vai abrir o mercado pra gente lá fora, de divulgação e de trabalho”, afirma. Além da premiação no valor de 5 mil dólares, Parente terá o direito de participar do curso de educação continuada da Life Fitness Academy, nos Estados Unidos. Confira a seguir a entrevista que o Profissional concedeu à Revista Educação Física.


Revista Educação Física - Diferente de outros países, no Brasil a graduação é fundamental para exercer a função de Personal Trainer. O senhor percebeu alguma diferença com relação aos demais concorrentes? Cristiano Parente – Com certeza. Nos EUA, por exemplo, não é preciso graduação ou curso técnico para atuar como Personal Trainer. Com isso, muitos ex-atletas ingressam na área sem a formação necessária. Um bom atleta não é, necessariamente, um bom educador. É preciso muito mais do que prática, é necessário didática, conhecimentos de adaptação, evolução, entre muitos outros. Nós ainda temos muitas falhas aqui no Brasil, mas muitas mudanças já foram feitas desde a regulamentação da profissão. Antigamente qualquer um podia atuar na área. REF - O senhor foi escolhido entre mais de mil candidatos. Em sua opinião, qual foi o diferencial? Cristiano Parente – Eu busco ensinar os conceitos: como fazer e por que fazer determinado exercício, sempre transmitindo conhecimento sobre o movimento. Dessa forma, o cliente embute as informações na sua rotina e muda seus hábitos. A maioria dos treinadores ensina apenas a fazer o movimento, a parte técnica. REF - Qual foi a sensação pós conquista? Cristiano Parente - A sensação é de estar no caminho certo. Eu vivo em constante especialização, emendando um curso no outro. A vitória significa que o mundo está vendo isso. O mundo está vendo o nível da Educação Física no país. REF - Que dica o senhor pode dar aos Profissionais de Educação Física que desejam alcançar a excelência? Cristiano Parente - A minha dica é: Foque em transmitir conhecimento, em ensinar os aspectos de aprendizagem e não apenas técnico. Repetir fórmulas não é o caminho para o sucesso.

Aula de Educação Física não é só movimento Cristiano tem aproveitado sua exposição na mídia para reforçar aquilo que acredita ser fundamental na Educação Física escolar: conhecimento teórico. “Nas escolas, o modelo de Educação Física está relacionado com prática e não com conhecimento e isso é preciso mudar”, explica Parente. De acordo com o Profissional, muitas vezes a aula de Educação Física é vista como um momento de distração e lazer do aluno. “A aula é pra transmitir conhecimento não só prático, mas principalmente teórico. A gente estuda tanto na faculdade, tem tanto conhecimento para transmitir e pouco tempo para dar aula. Professores, foquem em transmitir conhecimentos!”. Avalie esta seção em confef.com/217

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Justiça decide sobre o campo de atuação de licenciados Vitória dos CREFs na Justiça define: Profissionais registrados como licenciados não poderão atuar fora do ambiente escolar

O Profissional com Licenciatura em Educação Física está habilitado a exercer suas atividades na educação básica, sendo-lhe vedado atuar em outras áreas reservadas àqueles que fazem o curso regular de graduação (bacharelado). O entendimento é do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1 - Brasília. No mês de setembro, a 7ª Turma do TRF1 decidiu a favor do CREF14/GO-TO em ação civil pública que tem como objetivo afastar a prática de atos que pudessem restringir o campo de atuação dos Profissionais graduados em cursos de Licenciatura em Educação Física. Ou seja, pretendia permitir que Profissionais registrados como licenciados atuassem fora do ambiente escolar, contrariando a Resolução CNE/CP nº 1/2002.

“Desta forma, o Profissional licenciado que desejar atuar fora do ambiente escolar, deverá cursar o Bacharelado em Educação Física.”

Sustentando a legalidade da diferenciação da área de atuação dos Profissionais portadores do diploma de Educação Física, o CREF14/GO-TO junto ao CONFEF apelou e, de forma unânime, teve seu recurso provido. Na ementa da decisão, a 7ª Turma do TRF da 1ª Região definiu que: “não há direito do graduado em curso de Licenciatura para a Educação Básica em obter o registro perante o CREF14/GO-TO para atuar na área não escolar (como academias, clubes, parques, entre outros), tendo em vista as diferenças substanciais relativamente à duração e à carga horária mínima exigidas, bem como ao conteúdo curricular especificamente direcionado aos cursos de Bacharelado e de Licenciatura.”

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Educação Física, o curso de Licenciatura em Educação Física passou a formar Profissionais exclusivamente para a Educação Básica, ou seja, para atuar nas escolas de Educação Infantil e do Ensino Fundamental e Médio, bem como para desempenhar atividades de planejamento, coordenação e supervisão de atividades pedagógicas do sistema formal de ensino. Desta forma, o Profissional licenciado que desejar atuar fora do ambiente escolar, deverá cursar o Bacharelado em Educação Física. O licenciado poderá também atuar em pesquisas relacionadas ao ensino e suas interfaces com outras áreas de estudo. Entretanto, os licenciados não podem atuar em academias, clubes e outros espaços não escolares. Leia a íntegra da decisão em confef.com/200.

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No ano de 2013, uma ação civil pública no estado de Tocantins confirmou a legalidade da restrição de atuação dos Profissionais de Licenciatura em Educação Física, com o registro da atuação específica na Cédula de Identidade Profissional (CIP). O Ministério Público Federal destacou que tal restrição estava amparada na Lei nº 9.394/96, Resoluções CNE/CP nº. 01/02 e nº. 02/02 e Resolução CNE/CES nº. 07/04 que disciplinam as diferenças da formação profissional de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, sobretudo quanto ao direcionamento dessas formações que têm finalidades distintas. Leia a íntegra aqui confef.com/201.

Em São Paulo, STJ confirma delimitação das graduações Ao julgar recurso repetitivo em que se discutiam os limites de atuação dos Profissionais de Educação Física no estado de São Paulo, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também decidiu que o Profissional de Educação Física graduado em Licenciatura deverá limitar-se a exercer suas atividades na educação básica. A Seção considerou que o registro de Profissionais nos quadros do Conselho Regional de Educação Física deve se dar de acordo com a formação concluída. Assim, se o Profissional concluiu o curso de Licenciatura de graduação Plena, a inscrição deve se ater ao exercício previsto no artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96) e demais leis aplicáveis. No recurso, o autor da ação questionava a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) que entendeu que o Profissional com Licenciatura não estava apto para atuar em áreas informais como academias, clubes e hotéis. O Profissional pretendia que o CREF4/SP emitisse uma cédula com atuação ampla. Entretanto, o relator, Ministro Benedito Gonçalves, considerou que há duas modalidades de cursos para os Profissionais de Educação Física: o curso de Licenciatura de graduação Plena, que se destina à formação pedagógica do professor para atuar em educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, conforme os artigos 61 e 62, e o curso de Bacharelado, que dá ao Profissional o direito de exercer todas as atividades da área com exceção da educação básica e é regulado pelos artigos 44, II, e 62 da Lei 9.394.

“No recurso, o autor da ação questionava a decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) que entendeu que o Profissional com Licenciatura não estava apto para atuar em áreas informais como academias, clubes e hotéis.”

O entendimento do ministro é que as resoluções do Conselho sobre a matéria foram emitidas com base no artigo 6º da Lei 4.024/61, com a redação dada pela Lei 9.131/95, em vigor por força do artigo 92 da Lei 9.394.

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“Tais resoluções em momento algum extrapolam o âmbito da simples regulação, porque apenas tratam das modalidades de cursos previstas na Lei 9.394”, afirmou. Leia a íntegra em confef.com/202

Mais ações Assim como em Goiás e São Paulo, em Curitiba (PR) o Supremo Tribunal Federal também decidiu pela delimitação dos campos do Profissional de Educação Física. De acordo com a decisão, o Profissional de Educação Física o qual pretende atuar de forma plena, nas áreas formais e não formais (sem nenhuma restrição, como pretendia o recorrente), deve concluir os cursos de Bacharelado e de Licenciatura, já que são distintos, com disciplinas e objetivos particulares. De acordo com a decisão, o curso concluído pelo recorrente é de licenciatura e, por isso mesmo, é permitido que ele tão somente atue na educação básica, sendo-lhe defeso o exercício da profissão na área não formal, porquanto essa hipótese esta em desacordo com a formação por ele concluída. Em Santa Catarina, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) também firmou entendimento no sentido de que é perfeitamente legal a conduta do Sistema CONFEF/CREFs de fazer constar no registro do Profissional de Educação Física com Licenciatura plena a limitação de que somente poderá aturar na educação básica: “O curso concluído pelo recorrente é de licenciatura e, por isso mesmo, é permitido que ele tão somente atue na educação básica (escolas), sendo-lhe defeso o exercício da profissão na área não formal, porquanto essa hipótese está em desacordo com a formação por ele concluída”. Leia a íntegra da decisão em confef.com/203.

“O curso concluído pelo recorrente é de licenciatura e, por isso mesmo, é permitido que ele tão somente atue na educação básica (escolas), sendolhe defeso o exercício da profissão na área não formal, porquanto essa hipótese está em desacordo com a formação por ele concluída”.

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Já que envelhecer é inevitável, que seja com saúde, disposição e dignidade.

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Formação acadêmica favorece

ex-atletas no mercado

de trabalho

Em ofício enviado aos Parlamentares, o CONFEF reforça a necessidade da graduação em Educação Física para ex-atletas atuarem como treinadores A vida útil de um atleta profissional pode ser muito mais curta do que o desejado, mas nem por isso os planos também devem ser. Se bem orientado, o atleta pode descobrir na graduação, uma importante ferramenta de reinserção social. Desde que se preparem adequadamente, graduando-se e procurando atualizar-se constantemente, os ex-atletas dispõem de uma vivência prática riquíssima que a sociedade só tem a ganhar se compartilhada. Apesar de alguns parlamentares defenderem que jogadores de futebol não têm tempo para graduarem-se, e que por isso o diploma não deveria ser cobrado para a função de treinador, bons exemplos é o que não falta. No mês de novembro, o CONFEF encaminhou um ofício aos Parlamentares reforçando a importância da formação acadêmica para atuar na área. No documento foi anexada a reportagem do jornal O Povo, de 04/11, onde o exemplo do jogador Leandro, volante do Fortaleza Esporte Clube, é exposto. Após sofrer uma luxação, Leandro emendou lesões, afastando-se dos gramados. Esse período de reflexão o levou a se inscrever no vestibular e obter a aprovação no desejado Curso de Educação Física. A graduação ajudou Leandro a se tornar um atleta mais consciente, ao desenvolver hábitos simples, mas que fizeram a diferença no rendimento como jogador. Ainda de acordo com a reportagem, é comum colegas de clube procurarem Leandro durante as atividades físicas na sala de musculação do Fortaleza quando o clube está em atividade. “Sempre me perguntam se determinado movimento está correto. Às vezes tem um jogador fazendo um movimento desordenado e me chama na brincadeira: ‘Corrige aí, professor’”. E o volante não pretende parar por aí. Além da graduação, Leandro quer atuar na formação de jovens em escolas quando encerrar a carreira. Por hora, o objetivo do atleta é desbravar o Avalie esta seção em confef.com/219

mundo das publicações acadêmicas. “Faço esse sacrifício porque não serei atleta para sempre. Eu estou atleta. Com 35 anos de idade um atleta está novo para a vida, mas velho para o futebol.” O CONFEF acredita que esse é o legado que os megaeventos esportivos deveriam oportunizar para todos os atletas. A busca por conhecimento não deve ter fim. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 29


Confie em quem conhece do assunto

Campanha pela valorização do Profissional de Educação Física estampa ônibus e outdoors da cidade de Manaus (AM)

O objetivo é sensibilizar e divulgar a importância da boa orientação na prática de atividades físicas e a valorização do Profissional de Educação Física. Para isso, o CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR promove desde o mês de setembro a campanha “Confie em quem conhece do assunto, a saúde do seu corpo em boas mãos”. A ação retrata a atividade física de forma prazerosa, como ferramenta fundamental para alcance de objetivos como saúde, qualidade de vida e melhoria da autoestima. Ao todo, 35 ônibus e 10 outdoors da cidade de Manaus (AM) estamparam a campanha. Também foram produzidos panfletos para serem distribuídos nas salas de cinema. De acordo com o Presidente Jean Carlo [CREF 000964-G/AM], a campanha vem fazendo bastante sucesso entre os Profissionais de Educação Física e a sociedade. “Temos recebido mensagens de Profissionais que aprovaram a campanha, com fotos e mensagens de parabenização”, comemora. 30

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Esporte escolar é tema de

Seminário Internacional A experiência de países com tradição no fomento do esporte escolar foi compartilhada por 80 especialistas

no âmbito escolar”, ressaltou Ricardo Cappelli, Secretário Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social. O objetivo do encontro também foi formular propostas para a área, segundo André Arantes [CREF 000102-G/DF], Diretor de Esporte de Base e Alto Rendimento do Ministério do Esporte. “A ideia foi trazer especialistas que conhecem a fundo e têm estudos sobre o esporte na escola para ouvi-los e discutir encaminhamentos para as áreas da Educação Física e do esporte escolar”, afirmou.

Nos dias 3 e 4 de novembro, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) em parceria com a Universidade de Birmingham e o Ministério do Esporte realizou o Seminário Internacional “Megaeventos, Educação Física e Esporte Escolar” em São Paulo. Fizeram parte do encontro, profissionais dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Austrália, além do Brasil. O evento serviu para discutir a prática esportiva como ferramenta de promoção da saúde, da excelência no esporte e dos valores olímpicos e paraolímpicos. Ao longo do dia, os palestrantes também ressaltaram a importância da capacitação dos profissionais que dinamizam as atividades para que haja uma formação cidadã do indivíduo. Também reforçaram a necessidade das aulas de Educação Física serem ministradas por Profissionais de Educação Física. “A importância dessa discussão é ainda maior quando consideramos a realização dos megaeventos esportivos no Brasil, que constituem uma oportunidade única para alavancar o desenvolvimento e a prática esportiva Avalie esta seção em confef.com/221

O evento resultou em três ações apresentadas na carta de recomendação a ser entregue ao Grupo de Trabalho Legado Esportivo Educacional e Megaeventos, coordenado por Arantes. Todas as discussões foram gravadas em DVD e também haverá uma publicação da Unesp, com artigos e trabalhos dos especialistas, conforme informou Arantes. Os trabalhos foram iniciados com a palestra “A influência dos Megaeventos Esportivos”, apresentada pelo Diretor do Centro de Politicas do Esporte da Universidade de Birmingham, Jonathan Grix. A programação contou ainda com quatro painéis: “Legado educacional e megaeventos esportivos”; “Política da educação física e exemplos no exterior”; “Promovendo a saúde, valores e participação” e “A identificação de talentos esportivos na escola”. Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 31


CREF5/CE-MA-PI promove palestras

sobre o Sistema CONFEF/CREFs,

a carreira e a formação em Educação Física Ainda como parte da programação alusiva ao Dia do Profissional de Educação Física, o CREF5/CE-MA-PI realizou palestras em universidades do Maranhão

Durante o mês de setembro, o CREF5/CE-MA-PI e a Seccional Piauí levaram às Instituições de Ensino Superior do Maranhão palestras enriquecedoras. A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) contou com a presença dos Presidentes do CONFEF, Jorge Steinhilber [CREF 000002-G/RJ], e do CREF5/CE-MA-PI, Antônio Pádua [CREF 000002-G/CE], que presidiu a mesa de abertura do evento. A palestra “A Educação Física nas últimas quatro décadas”, proferida pelo Conselheiro Federal Dr. Emerson Silami Garcia [CREF 000046-G/MG] fez um longo passeio pela história da Educação Física desde a sua regulamentação. De acordo com o Conselheiro, o objetivo da apresentação foi motivar os Profissionais jovens, mostrando que a carreira oferece inúmeras oportunidades. Para isso, usou o seu próprio exemplo. “Hoje o Profissional de Educação Física é respeitado dentro da sociedade, diferente do que acontecia há 10, 20 anos, quando eu era um jovem professor de Educação Física. Nós temos muito a comemorar e eu acredito que nos próximos anos nós teremos ainda mais a comemorar. A Educação Física está crescendo em importância social não só nas áreas tradicionais de esportes, fitness, lazer, como também na área 32

da saúde, onde vem ocorrendo o maior crescimento, com a inserção do Profissional de Educação Física nos Núcleos de Apoio à Família (NASF)”, afirmou o Conselheiro. Na ocasião, os discentes foram informados que a partir de 2015 a UFMA irá oferecer o curso de Bacharelado em Educação Física, o que gerou bastante empolgação entre os presentes. Os Presidentes do CONFEF e do CREF5/CE-MA-PI também realizaram palestras e participaram de um evento promovido pelo Centro Acadêmico do Curso de Educação Física. A Universidade Estácio de Sá e a CEUMA, ambas no Maranhão, também receberam palestras dos Presidentes, incluindo a presidente da Seccional Maranhão, a Professora Denise Martins de Araújo [CREF 000080-G/MA] e contou com significativa participação de alunos, professores das Instituições de Ensino Superior (IES) e Profissionais convidados. A região nordeste tem crescido na área da Educação Física e o Sistema CONFEF/CREFs tem investido bastante, objetivando defender o direito de a sociedade ter os serviços em atividades físicas e esportivas prestados por Profissionais de Educação Física. Avalie esta seção em confef.com/222


Brasil é representado em Conferência Internacional de Natação infantil na República Tcheca

Em evento, um método de ensino brasileiro foi reconhecido entre 18 nacionalidades Foi realizada entre os dias 3 e 5 de outubro em Trinec, República Tcheca, a Conferência Internacional de Natação para Bebês e Crianças. O evento contou com a participação de representantes de 18 países, entre eles os Diretores do Instituto de Natação Infantil (Inati), Sandra Rossi Madormo [CREF 00604 G/SP] e Rafaele Madormo. Os profissionais brasileiros participaram de duas mesas redondas que tiveram como tema o cenário da natação infantil internacional. Além disso, também tiveram a oportunidade de apresentar a natação infantil no Brasil, o trabalho do Inati e a metodologia de ensino utilizada na academia Via Esporte, onde os dois atuam como diretores. De acordo com Sandra Rossi, a graduação em Educação Física - que é uma exigência brasileira para ministrar atividades físicas - é um diferencial diante dos demais países que não cobram o diploma. “O que ficou claro mais uma vez é como o trabalho desenvolvido no Brasil deve ser considerado entre os principais no mundo. Também é patente como a formação em Educação Física proporciona uma base importante para os profissionais que atuam na área, sobretudo quando comparado à formação de profissionais dos outros países, onde essa obrigatoriedade não existe. Tudo isso é refletido na qualidade do trabalho que é desenvolvido junto às crianças”, afirma Sandra.

de pelo menos 15 estados brasileiros. Saiba mais sobre o evento em www.inati.com.br

O Profissional de Educação Física é fundamental A graduação é extremamente importante para atuar na área, pois são esses Profissionais que ensinarão as crianças a se relacionar de modo seguro, eficiente e divertido na piscina. Além de ajudar as crianças a desenvolverem recursos adequados para dominar situações de imersão, submersão e deslocamento dentro da água, os Profissionais de Educação Física tem a oportunidade de desenvolver outros aspectos ligados ao desenvolvimento de cada criança. Isso porque o meio líquido oferece características únicas para que as crianças tenham vivências sensório-motoras que efetivamente irão alavancar o processo de aprendizagem, memória, autoestima e desenvolvimento cognitivo e social. Esse Profissional é, na essência, um agente facilitador do crescimento e desenvolvimento pleno da criança.

Um resumo do que foi visto na Conferência Internacional será exposto no 7º Congresso Brasileiro de Natação Infantil, entre os dias 10 e 12 de Abril de 2015, em São Paulo. Com base nas edições anteriores, é esperado um público de mais de 500 Profissionais especializados, Avalie esta seção em confef.com/223

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Seminário capacita

Gestores em Minas Gerais Com o apoio do CREF6/MG, Seminário Minas Olímpica percorreu 10 cidades preparando gestores para as oportunidades na captação de recursos

Durante os meses de outubro e novembro, o CREF6/MG em parceria com a Associação Mineira de Municípios (AMM) e o Governo do Estado de Minas Gerais promoveu o 2º Seminário Minas Olímpica: Incentivo ao Esporte. O encontro destinado a gestores esportivos, representantes de empresas e de entidades sem fins lucrativos, visou capacitar executores na elaboração e prestação de contas de projetos esportivos. O Seminário percorreu 10 cidades mineiras, tendo a programação dividida em dois módulos. O primeiro incluiu planejamento, elaboração e protocolo de projeto esportivo, enquanto o segundo contou com a execução e acompanhamento do projeto. Atualmente, Minas Gerais concentra 12% do emprego formal e 13% dos estabelecimentos relacionados às artes, cultura, esporte e recreação existentes no Brasil, abaixo apenas de São Paulo, tendo mantido sua participação nos últimos quatro anos, segundo a RAIS/MTE de 2010. Diante dessa oportunidade, um maior incentivo à geração de negócios relacionados ao setor esportivo deverá elevar o total de empregos no setor de artes, cultura, esporte e recreação para 12,2% do total nacional em 2015 e para 14% em 2030. O programa ainda pretende estimular um maior cuidado do cidadão com a própria saúde, visto que a incidência de doenças crônicas tem se mantido em patamares elevados no estado, principalmente nos casos de neoplasias malignas, 34

doenças cardiovasculares e diabetes, com maior impacto nas faixas etárias mais avançadas. Em 2008, mais de 74% dos mineiros com idade superior a 50 anos reportaram ter uma doença crônica. Além disso, o estímulo à prática esportiva como atividade socioeducativa funciona como mecanismo de inclusão social da população marginalizada e contribui para o desenvolvimento do protagonismo juvenil no estado. Também colabora para a disseminação de comportamentos benéficos à saúde, tendo efeitos importantes para a qualidade de vida da população mineira. De acordo com as metas do programa, o percentual da população que realiza atividade física regular deverá aumentar, passando dos atuais 14,9%, para 15,5% em 2015 e alcançando 17% em 2030.

Saiba mais sobre o MOIE O programa foi instituído pela Lei Estadual nº 20.824, de 31 de julho de 2013 e pelo Decreto Estadual nº 46.308, de 13 de setembro de 2013, que preveem que até 0,05% do ICMS destinado ao Estado sejam direcionados a apoiar atividades esportivas ou paradesportivas. Por meio deste mecanismo é possível que o apoio financeiro, feito por empresas, a projetos esportivos aprovados pela Secretaria de Estado de Turismo e Esportes (SETES), sejam deduzidos do saldo devedor mensal do ICMS, alocando o recurso em forma de esportes para a população. Avalie esta seção em confef.com/224


E-mails para: revistaef@confef.org.br

Luta pela aprovação da PLC116/2013 Olá, sou professor da rede estadual de ensino do Paraná e parabenizo o CONFEF pelo trabalho incansável a fim de conseguir a aprovação da PLC 116/2013. Não é aceitável que profissionais não formados em Educação Física atuem como docentes dessa disciplina, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental. Os estudantes nessa faixa etária (6 a 10 anos) estão sendo os maiores derrotados em sua jornada escolar. Isso porque o conceito que esses estudantes terão sobre a aula de Educação Física nas etapas seguintes do Ensino Fundamental e também durante o Ensino Médio, é de que a aula é “livre” e que não há necessidade de se fazer atividades direcionadas, e de seguir um planejamento para se alcançar os objetivos propostos. Imagine os danos que isso pode causar a esses estudantes e, consequentemente, a sociedade, se deixarmos a luta da PLC 116/2013 de lado. Continuaremos acompanhando esse processo e divulgando nas escolas a importância das aulas de Educação Física com Profissional de Educação Física licenciado. Igor Fernando Bovo [CREF 008188-G/PR]

Amor pela profissão A Educação Física é uma grande missão que Deus deu a todos que militam na área, pois estamos cuidando do corpo de nossos semelhantes para que tenham boa saúde, bem como preparando atletas para eventos esportivos que trazem vibração e alegria. A nossa profissão é abençoada, preparamos cidadãos mais equilibrados física e mentalmente. É como diz a frase em latim, mens sana in corpore sano. Em dezembro de 1999 recebi o título de cidadão honorário de Cristalina (GO) pelos bons serviços prestados à população através da minha academia. Trabalho na área há 42 anos e a cada dia que passa aprendo coisas novas no convívio com os meus alunos e amigos. Eu parabenizo o Sistema CONFEF/CREF pelo bom trabalho em prol da Educação Física em nosso país. Vagner Moraes Cuadros [CREF 007463-P/GO]

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O Profissional de Educação Física pode ser a engrenagem que falta em seus movimentos Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 35


6º Encontro de Coordenadores do CREF9/PR é realizado com sucesso Em sua sexta edição, o Encontro de Coordenadores de Cursos de Educação Física do Paraná aconteceu nos dias 22 e 23 de agosto em Curitiba, organizado pela Comissão de Ensino Superior do CREF9/PR. Nestes dois dias foram discutidas as diretrizes, os valores que nortearão as matrizes curriculares, além da importância da atuação destes coordenadores, que influenciarão profundamente toda uma nova geração de profissionais a ser lançada ao mercado de trabalho que levará, consequentemente, a um ganho para a sociedade. Os Conselheiros Federais Iguatemy Martins [CREF 000001-G/PB] e Ângelo Vargas [CREF 000007-G/RJ], elogiaram a continuidade do evento. “É um exemplo a ser seguido em todo o país, pois este já é o sexto encontro do CREF9/PR para os coordenadores de Cursos de Educação Física.” relatou Iguatemy. As palestras abordaram temas diversos como “Gestão de Carreira do Profissional de Educação Física”, “Ética na formação dos futuros profissionais”, “Bacharelado e Licenciatura”, SINAES/INEP/MEC, Responsabilidade civil do Profissional de Educação Física, entre outros. “Ficamos muito contentes, pois na avaliação do evento, todos os coordenadores presentes avaliaram positivamente este 6º Encontro e recebemos diversos convites para realizar mais edições no interior” relatou o presidente do CREF9/PR, Antonio Eduardo Branco [CREF 000009-G/PR]. Fonte: CREF9/PR

Conexão CREF promove primeiro encontro no RS A fim de aproximar o Conselho e os Profissionais de Educação Física, o CREF2/RS iniciou em outubro o Conexão CREF. O projeto promove encontros da Comissão de Ética e dos departamentos de Fiscalização e Jurídico com os Profissionais registrados. A primeira atividade do projeto, em caráter piloto, foi realizada no dia 11/10, em Porto Alegre. Para Fernanda Rodrigues [CREF 009604-G/RS], coordenadora do Departamento de Fiscalização e Orientação (DEFOR), o Conexão CREF permite levar ao conhecimento dos Profissionais e estabelecimentos o papel da fiscalização, bem como seus procedimentos, diminuindo assim o número de autuações. “Os encontros vão fortalecer o trabalho do Conselho e valorizar o Profissional de Educação Física, além de abrir espaço para esclarecimento de dúvidas e discussões de ideias”, comenta. Em 2014, o Conselho ainda realiza outros dois pilotos, em Pelotas e Santa Maria, para elaboração do planejamento 2015 do projeto, em que outras regiões do estado também serão contempladas com a atividade. Fonte: CREF2/RS

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CREF13/BA-SE segue com programação de cursos gratuitos na região Desde março deste ano, o CREF13-BA/SE vem promovendo diversos cursos gratuitos na Bahia e em Sergipe com o objetivo de ampliar o conhecimento dos Profissionais de Educação Física. No final de setembro, a cidade contemplada foi a de Juazeiro (BA), com o curso “Fisiologia do Exercício”, ministrado pelo renomado Prof. Esp. Alexandre Dortas [CREF 004550-G/BA]. As aulas ocorreram na Secretaria de Educação do Município e reuniram diversos Profissionais em busca de uma maior qualificação no setor. Durante o curso, Alexandre Dortas abordou diversos assuntos dentro da Fisiologia, além de ministrar uma aula prática. Estiveram em pauta: Rotas Metabólicas de Fornecimento de Energia, Sistema Glicolítico, Glicolítico Aeróbico, entre outros. Fonte: CREF13/BA-SE

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Procon interdita 6 academias sem alvará no Rio de Janeiro Sete academias foram fiscalizadas pelo Procon-RJ em uma nova etapa da Operação Hércules. Os fiscais vistoriaram academias nas zonas norte e oeste do Rio de Janeiro. Segundo o Procon, todas as academias foram autuadas por irregularidades e seis delas foram interditadas por não apresentarem autorização para funcionamento. Ainda durante a operação, em parceria com o CREF1/RJ-ES, uma mulher foi encaminhada para a delegacia por exercício ilegal da profissão. Além de verificar se os Profissionais de Educação Física estavam habilitados, os agentes conferiram se as unidades apresentavam certificado do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro (CBOERJ), certificado de potabilidade da água, alvará de funcionamento, a qualidade da prestação de serviço e se os consumidores estavam em risco. Fonte: CREF1/RS-ES

Seccional do CREF8 fiscaliza academias da capital do Acre O trabalho conjunto de fiscalização em academias de Rio Branco, capital do Acre, realizado entre a Seccional Acre do CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR, o Procon e a Vigilância Sanitária, resultou no fechamento de seis estabelecimentos entre os dias 20 e 24 de novembro. A pretensão do trabalho é averiguar as condições de 33 academias na capital, mas o número pode ser maior.

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Segundo a coordenadora da Seccional, Shirley Santos [CREF 000423-G/AC], a principal falha detectada nos estabelecimentos lacrados foi a ausência de um Profissional de Educação Física. Dos seis estabelecimentos fechados, três já tiveram suas situações regularizadas. “Há dois anos estamos fazendo o trabalho de orientação. Todos esses estabelecimentos já foram visitados, pelo menos, duas vezes. Então, passamos dessa fase de orientação. Agora, estamos fiscalizando e punindo. Todos tiveram prazo de 30 dias úteis para providenciar a documentação, o que estivesse fora da legislação”, explica Shirley. Fonte: CREF8

Ação conjunta interdita sete academias em Campo Grande (MS) O CREF11/MS-MT realizou uma ação conjunta com o Procon, a Delegacia do Consumidor (Decon) e a Vigilância Sanitária. A fiscalização na cidade de Campo Grande interditou, até o mês de setembro, sete academias devido à ausência de credenciamento junto ao Conselho. Dessas, quatro já regularizaram a situação e puderam voltar às atividades. “Essas academias já haviam sido notificadas e tiveram um prazo para fazer a adequação. Como não se regularizaram, agora o Procon interditou os estabelecimentos”, explica a coordenadora de fiscalização do CREF11/MS-MT, Patrícia Barbosa [CREF 001426-G/MS]. De acordo com o delegado titular da Decon, Gomides Ferreira dos Santos, o registro na entidade de classe é fundamental. “Com o registro existe um controle maior. O usuário tem mais segurança de que os procedimentos legais estão sendo adotados”, aponta o delegado. Fonte: CREF11/MS-MT

MPF denuncia dono de academia que usou de violência contra fiscal do CREF10/PB-RN O Ministério Público Federal em Souza (PB) denunciou o proprietário de uma academia localizado na cidade de Paulista, no Sertão da Paraíba, pelo crime de resistência qualificada. De acordo com a denúncia, em julho deste ano, o dono do estabelecimento impediu que um fiscal do CREF10/PB-RN expedisse notificação por exercício irregular da profissão. Durante o procedimento de fiscalização de rotina, o agente identificou um instrutor de musculação sem registro profissional ou graduação. Ao ser informado a respeito da notificação por irregularidade, o proprietário da academia se opôs à execução do ato legal, mediante violência ou grave ameaça ao funcionário. Configurando, desta forma, o crime de resistência qualificada, com sanção prevista de prisão de um a três anos. A denúncia foi assinada pelo procurador da República Tiago Misael de Jesus Martins. Ela é ato processual que dá origem à ação penal pública, cuja competência é privativa do Ministério Público. Fonte: CREF10/PB-RN

Fiscalização no Piauí interdita estabelecimento Em setembro, o CREF5/CE-MA-PI em parceria com o Procon realizou visitas a estabelecimentos do Piauí. Em uma das academias vistoriadas, em Teresina, foram encontradas várias irregularidades e o estabelecimento foi lacrado pelos fiscais. A proprietária terá que regularizar a situação para poder reabrir a academia. O primeiro passo é fazer uma advertência e só depois, caso as irregularidades permaneçam, o local é multado, explica José Arimatea Arêa Leão, fiscal do Procon. “Na maioria dos estabelecimentos o problema é a falta de documentos emitidos

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pelo Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Prefeitura, além da falta de credenciamento no Conselho Regional de Educação Física”. De acordo com Charlie Maia [CREF 000277-G/PI], fiscal do CREF5/CE-MA-PI, o que poucas pessoas sabem é que malhar em um local descredenciado pode prejudicar a saúde. “Desde ocasionar pequenas lesões, podendo levar até o extremo, que é a morte, devido à condução”. Fonte: CREF5/CE-MA-PI Avalie esta seção em confef.com/226

CREF10/PB-RN ganha Ação Civil Pública em José da Penha (RN) Mais uma Ação Civil Pública foi concedida ao CREF10/PB-RN, desta vez contra o município de José da Penha (RN). De acordo com a decisão, o Edital nº 02/2013 da Prefeitura deverá exigir de todos os monitores ou professores de Educação Física, a comprovação de registro no CREF10/PB-RN como medida de proteção à saúde e educação dos discentes. Embora não tenha sido utilizada a nomenclatura “Profissional de Educação Física” para o cargo, verifica-se que as atividades a serem executadas pelo “Monitor Esportivo” são inerentes ao profissional regulamentado pela Lei nº 9.696/1998. Todas são da área de atividades físicas e do desporto, quais sejam: Oficinas de Voleibol, Futebol de campo, Futebol de Salão, Caminhada, Ginástica, Musculação e Orientação. Ademais, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região já decidiu causa em que firmou a necessidade da inscrição no Conselho Regional de Educação Física para Professor de Educação Física candidato em concurso público, inclusive atendo-se ao perigo de que pessoas não habilitadas ministrem aula sem a qualificação técnica necessária. Fonte: CREF10/PB-RN

Parceria entre CREF12/PE-AL e MP origina Termo de ajuste de conduta Com o objetivo de garantir à sociedade o direito de ser atendida por profissional competente, responsável e legalmente instituído nos setores das atividades físicas e esportivas, o CREF12/PE-AL articulou junto ao Ministério Público de Pernambuco, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) envolvendo diversos órgãos da cidade de Afogados da Ingazeira. O TAC propõe que sejam cumpridas as legislações vigentes, como a atuação na Educação somente de Licenciados e a atuação dos Bacharéis nas áreas de saúde e esportes, como academias, NASF’s, PSF’s, programas estaduais e federais de esportes. Também determina que os estabelecimentos exponham o certificado de regularidade junto ao Conselho e o quadro técnico de Profissionais com os respectivos registros. Assinaram o TAC - proposto pelo MPPE e pelo Conselho - a Vigilância Sanitária (VISA), as Secretarias de Educação, de Esportes e de Saúde, a Gerência Regional de Educação, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e as academias do município. Fonte: CREF12/PE-AL Avalie esta seção em confef.com/228

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30º Congresso Internacional de Educação Física da FIEP Datas: 10 a 14 de janeiro Local: Foz do Iguaçu (PR) Informações | Inscrições: www.congressofiep.com Simpósio Brasileiro de Personal Trainer Datas: 24 e 25 de abril Local: Recife (PE) Informações | Inscrições: www.simposiobrasileiro.com.br 25ª Fitness Brasil Internacional Datas: 01 a 03 de maio Local: Santos (SP) Informações | Inscrições: www.fitnessbrasil.com.br Congresso Brasileiro de Biomecânica (CBB) Datas: 06 a 09 de maio Local: Florianópolis (SC) Informações: sites.google.com/site/xvicbb/ 29ª JOPEF Brasil Datas: 04 a 07 de junho Local: Curitiba (PR) Informações | Inscrições: www.korppus.com.br 10º Congresso Carioca de Educação Física Datas: 05 a 07 de junho Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações | Inscrições: www.congressocarioca.com.br 4º ENAF Ribeirão Preto Datas: 19 a 21 de junho Local: Ribeirão Preto (SP) Informações | Inscrições: www.enaf.com.br Avalie esta seção em confef.com/229

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Eleições CREFs

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Em 2015, os Profissionais de Educação Física têm a oportunidade de decidir os rumos dos CREFs através das eleições para os Conselheiros Regionais. Procure no Estatuto do CONFEF e saiba como participar. O futuro da Profissão depende da sua escolha!

O CONFEF quer saber... O que você acha dos veículos de comunicação do CONFEF? O Boletim Eletrônico traz notícias relevantes? A Revista atende suas dúvidas? O que acha do site, e das redes sociais? Através dessas respostas poderemos desenvolver um conteúdo mais relevante e interessante para você, leitor. Acesse o link da pesquisa e participe das melhorias implantadas:

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É postura! E não estamos falando apenas da questão corporal. Além desta, que é muito importante para o bem-estar, a Educação Física contribui para elevar o nível de autoestima, fazendo com que os indivíduos tenham uma postura positiva e proativa diante dos obstáculos do dia-a-dia. Exercitar-se fisicamente, com regularidade e sob a orientação de um Profissional de Educação Física, é o melhor caminho para encarar a vida com disposição e otimismo.

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Educação Física


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