Ano XIII • n 56 • junho - 2015
ISSN 2238-8656
Órgão Oficial do CONFEF
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Eleições CREF: Em setembro os Profissionais de Educação Física tem um compromisso com o futuro da profissão
˚ Frente Parlamentar da Atividade Física volta à ativa Diploma: Ex-jogadores de Futebol falam sobre a importância da formação acadêmica
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Palavra do Presidente Eleição Conselhos Regionais de Educação Física 2015 Eleição é um momento imprescindível para discutir propostas e fortalecer a categoria dos Profissionais de Educação Física e o Sistema CONFEF/CREFs. Na democracia representativa, é o processo que consiste na escolha de determinados indivíduos para exercerem o poder soberano, concedido pelo povo através do voto, devendo estes, assim, exercerem o papel de representantes da nação ou de suas entidades. Nas eleições que ocorrerão em Setembro de 2015, os Profissionais de Educação Física de todo o país decidirão o futuro dos Conselhos Regionais de Educação Física (CREFs). No Sistema CONFEF/CREFs o poder maior não é dos presidentes, diferentemente do que acontece com a presidência da república ou com as entidades esportivas. A instância maior tanto do CONFEF quanto dos CREFs são as suas Plenárias, ou seja: é o conjunto de Conselheiros que delibera e decide os rumos que essas entidades devem seguir. Portanto, é fundamental que os Profissionais de Educação Física analisem as propostas apresentadas, assim como os próprios concorrentes, de modo a conhecer os compromissos apresentados e decidir com responsabilidade. Na hora de votar analise, acima de tudo, o projeto apresentado pelos candidatos, captando as suas ideias e verificando a capacidade que eles possuem para desenvolver aquilo que propõem. Não se trata de um simples e inconsequente “Muda, CREF”, focado em questões de ordem pessoal, ou em revanchismos decorrentes de interesses pessoais contrariados. O Sistema CONFEF/CREFs será cada vez maior se o seu voto for pautado em Proposta e não, exclusivamente, em Pessoas. Na hora de votar reflita sobre o trabalho realizado pelos atuais dirigentes do Sistema CONFEF/CREF. A responsabilidade que lhes foi conferida está sendo cumprida? O trabalho que realizam é feito com seriedade e dedicação à profissão? Eles defendem que o exercício profissional na área deva ser prestado por Profissionais de Educação Física? O CREF está avançando na consolidação da categoria perante a sociedade local? Lembre-se que reivindicações por melhoria de salário, ou fixação de piso salarial, embora tenham o apoio do Sistema CONFEF/CREFs são competências legais dos Sindicatos de Classe. Entidades cujos filiados também votam em seus dirigentes. O período das eleições é interessante para refletir. O princípio democrático fundamental que está em questão é o da soberania popular. A troca de governantes não é dada pelo conceito da alternância, e sim pelo da supremacia da vontade popular. Para a eleição nos CREFs, o princípio democrático também é o da soberania dos Profissionais de Educação Física na escolha das propostas apresentadas pelos candidatos, respeitando os princípios básicos definidos na Constituição da República: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Não desperdice a sua energia com discussões, ou pregações levianas, sem provas, sem responsabilidade para com a categoria e a sociedade que acreditam na Educação Física. Vamos cultivar valores positivos e valorizar a Profissão. Jorge Steinhilber CREF 000002/RJ – Presidente CONFEF
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Presidente Jorge Steinhilber 1º Vice-Presidente João Batista Andreotti Gomes Tojal 2º Vice Presidente Marino Tessari 1º Secretário Almir Adolfo Gruhn 2º Secretário Iguatemy Maria de Lucena Martins 1º Tesoureiro Sérgio Kudsi Sartori 2º Tesoureiro Marcelo Ferreira Miranda Conselheiros Angelo Luis de Souza Vargas Antônio Ricardo Catunda de Oliveira Carlos Alberto Camilo Nacimento Carlos Alberto Oliveira Garcia Elisabete Laurindo Emerson Silami Garcia Georgios Stylianos Hatzidakis Janine Aparecida Viniski Jeane Arlete Marques Cazelato Lúcio Rogério Gomes dos Santos Luisa Parente Ribeiro R de Carvalho Márcia Regina Aversani Lourenço Roberto Jorge Saad Sebastião Gobbi Solange Guerra Bueno Teófilo Jacir de Faria Tharcisio Anchieta da Silva Valéria Sales dos Santos E Silva Wagner Domingos Fernandes Gomes Presidentes de CREFs André Dias de Oliveira Fernandes (CREF1/RJ-ES) Carmen Rosane Masson (CREF2/RS) Eloir Edílson Simm (CREF3/SC) Flavio Delmanto (CREF4/SP) Antônio de Pádua Muniz Soares (CREF5/CE-MA-PI) Claudio Augusto Boschi (CREF6/MG) Cristina Queiroz Mazzini Calegaro (CREF7/DF) Jean Carlo Azevedo da Silva (CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR)
Antonio Eduardo Branco (CREF9/PR) Francisco Borges de Araújo (CREF10/PB-RN) Ubiratam Brito de Mello (CREF11/MS-MT) Nadja Regueira Harrop (CREF12/PE-AL) Paulo César Vieira Lima (CREF13/BA-SE) Rubens dos Santos Silva (CREF14/GO-TO) CONFEF Rua do Ouvidor, 121 – 7º andar -Centro CEP 20040-031 – Rio de Janeiro – RJ Tels.: (0xx21) 2526-7179 / 2252-6275 2242-3670 / 2242-4228 comunicacao@confef.org.br www.confef.org.br Periodicidade: trimestral Tiragem: 255.000 Distribuição gratuita Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF
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O que vem da sala de aula
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CONFEF avança na capacitação para serviços de excelência
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Recomendações para a Educação Física Escolar
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Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016: o que vai acontecer?
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Grupo de Trabalho debate o Sistema Nacional do Esporte
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Rede estadual de SP oferece ACDs no contraturno
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CREF6/MG é parceiro do Governo de Minas no projeto Geração Saúde
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Conselhos de Educação Física e de Fisioterapia firmam parceria na Bahia
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Exercícios de alta intensidade (HIIT) para pacientes com problemas cardíacos
20 O risco dos blogs Fitness 22 A importância da Avaliação Física de qualidade
24 Diploma é mais um troféu na carreira de ex atletas
26 Fique por dentro! 27 Frente Parlamentar da Atividade Física volta à ativa
28 Sistema CONFEF/CREFs: Como funciona. Você sabe?
29 ABQV: 20 anos de incentivo à promoção da saúde e bem estar
30 Projeto Transforma inova a prática de Educação Física nas escolas
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Senhoras dançarinas
32 Projeto em Indaiatuba (SP) é referência nacional
33 IES recebem palestras sobre o Sistema CONFEF/CREFs 33 Encontro reúne mais de 130 empresários no Paraná
35 Espaço do leitor 36 Panoramas 40 Agenda
O que vem de sala de aula
A cada nova produção da Revista Educação Física, nos deparamos com uma série de projetos que demonstram a criatividade inesgotável dos Profissionais de Educação Física para superar as adversidades, introduzir temas relevantes para discussão em nossa sociedade. Nesta edição não poderia ser diferente. Os quatro trabalhos que apresentamos a seguir, vindos dos quatro cantos do país, têm em comum o objetivo de conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, assim como os aspectos socioculturais da cultura indígena e africana através das aulas de Educação Física. Esses Profissionais atendem ao art. 3º da LDB, Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, Resolução CP/CNE nº 1, de 17 de junho de 2004. Mais do que parabenizá-los, desejamos que suas ideias possam inspirar novos projetos Brasil a fora.
Cultura Indígena: corpo, movimento e diálogo intercultural na escola No Rio Grande do Norte, o projeto “Cultura Indígena: corpo, movimento e diálogo intercultural na escola”, de autoria do Profissional de Educação Física Carlos Gomes [CREF003414-G/ RN], levou práticas corporais dos povos indígenas à Escola Municipal João Carvalho Barbalho, localizada no Sítio Lagoa do Poço, em Goianinha/(RN). O interesse pelo assunto surgiu quando Carlos foi voluntário dos XII Jogos dos Povos Indígenas de 2013, realizado em Cuiabá (MT). A partir de então, o professor decidiu incluir o estudo da história e da cultura indígena em suas aulas,
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conforme a Lei 11.645/08. A iniciativa foi realizada no ano de 2015 com 16 turmas, totalizando 325 alunos envolvidos. A introdução dos estudantes, com idade entre cinco e 15 anos com a temática foi feita através de uma exposição fotográfica dos XII Jogos dos Povos Indígenas e com os conteúdos de história ofertados pelos professores de cada turma. Durante duas semanas os conteúdos da dança e dos jogos e brincadeiras foram vivenciados pelos alunos no pátio da
própria escola. Sendo ofertadas as seguintes práticas corporais: cabo de força, pinturas corporais, arco e flecha, e arremesso de lança. A dança foi simbolizada pelo Toré, ritmo tradicional de várias etnias brasileiras. “O cabo de força foi desenvolvido com equipes formadas por meninos e meninas de maneira conjunta, cooperativa e competitiva, buscando o entrelace lúdico na prática. Para o arremesso de lança foram utilizados cabos de vassouras, que simulavam a lança dos indígenas”, explica Carlos. Em um segundo momento foi feito um intercâmbio cultural, levando todos os alunos, em dias alternados, à comunidade indígena Catu dos Eleotérios, localizada no Município de Canguaretama (RN), onde os alunos praticaram atividades da comunidade e conheceram um pouco mais da história e costumes dos povos indígenas. Todos os professores da Escola Municipal João Carvalho Barbalho participaram com conteúdos específicos de suas áreas, contribuindo com o trabalho interdisciplinar. “Os alunos construíram e desconstruíram ideias e conhecimentos desses povos, conheceram sua cultura (jogos, brincadeiras, danças, pinturas, artesanato). Além disso, foi ofertada vivência in loco, e depois ainda percebemos que os alunos trouxeram brinquedos que eles mesmos construíram em casa”, conta o professor. Além do Profissional de Educação Física, participaram do projeto 16 professores pedagogos, três auxiliares de sala, direção, Secretaria de Educação e toda a comunidade escolar que, de maneira geral, oportunizou e se envolveu com a temática.
Semana do Índio Em Contagem, Minas Gerais, os alunos do programa Mais Educação da Escola Municipal Jenny de Andrade Faria tiveram a oportunidade de vivenciar uma semana em homenagem ao Dia do Índio. O projeto foi coordenado pela Profissional de Educação Física Patrícia Mara [CREF 011383-G/MG] e teve como objetivo despertar as crianças para a importância da valorização da cultura indígena. Em contato com o universo indígena os pequenos puderam afastar preconceitos em relação àqueles que nos parecem diferentes e enxergar melhor as características da nossa própria cultura.
“Quando o aluno entra em contato com os conteúdos de forma prazerosa, pode desenvolver-se melhor no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, deixa de ser um aluno passivo para se tornar um aluno participativo, crítico-reflexivo levantando hipóteses em relação ao objeto de estudo”, indica Patrícia.
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A prática incluiu: Oficina de Letramento e Informática, com o objetivo de levar o conhecimento de produções literárias indígenas e analisar como o índio é descrito em nossa literatura; Oficina de dança; Oficina de luta - Huka huka; e a Oficina de Esportes, responsável por toda pesquisa relacionada a jogos e brincadeiras indígenas. Para fechar o projeto, foi exibido o filme Thainá, no dia da “Pipoca na Escola” e a Gincana Indígena, onde as crianças, divididas em equipes, competiram através de diversas brincadeiras vivenciadas na Semana do Índio. “Os alunos vivenciaram parte de alguns dos costumes indígenas e todos os objetivos propostos foram alcançados. Foi um período muito proveitoso para agregar conhecimento e contribuir ainda mais para a aprendizagem dos alunos”, conclui Patrícia.
Jogos Olímpicos Indígenas Em Rondônia, o Profissional de Educação Física Osvaldo Homero Garcia [CREF 000600-G/RO] desenvolveu o projeto “Olimpíadas Indígenas Especiais” com os alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Ariquemes. As aulas foram desenvolvidas com os alunos especiais, com idade entre quatro e 20 anos, com diversas formas de deficiências, tanto cognitivas quanto motoras. Osvaldo explica que o objetivo foi resgatar a cultura indígena no Brasil e, para tal, a atividade foi dividida em três partes: em um primeiro momento foram apresentados diversos aspectos culturais dos indígenas, assim como vídeos históricos da chegada dos portugueses e o primeiro encontro com os nativos. Trabalhando a interdisciplinaridade, as pinturas indígenas foram apresentadas em uma oficina de pintura com as professoras regentes. A segunda parte do projeto contou com a apresentação de danças e jogos indígenas. Nesse momento os alunos trabalharam as danças na quadra, pintados e vestidos como índios. A terceira parte consistiu na realização dos Jogos Olímpicos Indígenas, entre eles: cabo de força, corrida de tora, arremesso de lança (todas enfeitadas e preparadas pelos alunos e professores), corridas de índios, entre outras. O evento culminou com a degustação de variadas comidas indígenas, todas à base de milho e mandioca.
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As principais habilidades desenvolvidas foram a coordenação motora grossa e fina, a corrida, os arremessos, a agilidade e a força. “Foi observado um grande interesse e participação dos alunos e do corpo docente em realizar outros projetos com este tipo de resgate cultural, tendo em vista que o projeto trabalhou a interdisciplinaridade junto à oficina de arte, oficina de música e a Educação Física”, conta. O projeto fez tanto sucesso que já está incluído no planejamento da instituição para o próximo ano. Desta vez, as atividades serão realizadas na floresta, com novas provas e com um número maior de participantes, promete Osvaldo. Nós, da Revista Educação Física, ficamos na torcida e aguardando por novos relatos!
Jogos de Tabuleiros Africanos Durante uma reforma de ampliação na Escola Municipal Ary Cabral, em Praia Grande (SP), o Profissional de Educação Física Helenilson dos Santos [CREF 072354-G/SP] ficou sem a quadra de esportes para ministrar suas aulas de Educação Física. Se por um lado faltou espaço, o que sobrou foi criatividade para superar as adversidades.
Helenilson viu nos jogos de tabuleiro uma ferramenta para conduzir as aulas de Educação Física na ausência de um local adequado. Entretanto, como o jogo de Damas Brasileiras e o Xadrez já haviam sido trabalhados com a maioria das turmas no ano anterior, o professor decidiu desenvolver os jogos de origem africana e trabalhar o contexto de africanidade na escola. A introdução da cultura afro se deu através das histórias dos jogos e de cantos de boas-vindas.
Antes da prática, os alunos puderam conhecer a história de cada jogo
“Não foi uma pesquisa fácil pelo fato da cultura africana ser bastante baseada na oralidade, existindo assim várias versões de regras para o mesmo jogo. Busquei sites confiáveis que trouxeram à tona as formas mais populares de se jogar tais jogos”, explica Helenilson. Sendo assim, os jogos desenvolvidos foram a Shisima, um jogo queniano que trata da disputa pela água por duas tribos; o Yoté, que pode ser considerado o Jogo de Damas Africano, sendo de origem nigeriana; o Senet, jogo de origem egípcia, que na cultura do antigo Egito tratava-se do jogo a ser jogado no momento da passagem da vida para a morte; e a Mancala, Jogo da Semeadura muito popular em toda a África, onde crianças jogavam nas covas preparadas para o plantio. Na escola foi utilizado material reciclável e sementes de feijão para compor o jogo. Entre as habilidades desenvolvidas estão o raciocínio estratégico, a práxia fina e o respeito à cultura africana como fonte de sabedoria. Os alunos, com idade entre sete e 12 anos, compreenderam que os jogos de tabuleiro também podem fazer parte da aula de Educação Física e, inclusive, produziram seus próprios jogos para praticar com os familiares.
Ainda como parte da atividade, todo o colégio aprendeu a entoar o “Funga Alafia”, canto de boas vindas, no Dia da Consciência Negra. A prática chamou tanta atenção da comunidade escolar que houve uma capacitação sobre jogos de tabuleiro africanos para os Professores de Educação Física de toda a rede municipal. A criatividade do Profissional permitiu que o ano letivo fosse encerrado, mesmo sem quadra, com bastante aprendizado e diversas outras atividades. “Destaco a aplicação destes jogos pela peculiaridade de introduzir os alunos em um contexto da cultura africana tão relevante para a formação do nosso povo brasileiro”, comemora.
Envie sua experiência Caro Professor de Educação Física, queremos saber sobre suas experiências inusitadas e bem sucedidas envolvendo seus alunos nas aulas de Educação Física. Se você tem algum projeto cujo desenvolvimento e resultado são interessantes, conte para nós da Revista Educação Física. As histórias que mais se destacarem serão publicadas nas próximas edições. Para envio dos relatos, favor mandar e-mail para revistaef@confef.org.br Avalie esta seção em confef.com/238 Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 7
CONFEF avança na capacitação para serviços de excelência Sempre em busca de atualizações, o CONFEF aderiu ao Gespública ainda em 2011. A meta é contribuir para a qualidade dos Serviços Públicos prestados ao cidadão
O CONFEF deu mais um passo importante a caminho da certificação no Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública), iniciativa da Secretaria de Gestão Pública (SEGEP), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O chamado GesPública tem como finalidade fortalecer a gestão pública, tendo como premissa o Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP). A estratégia para a implantação desse modelo referencial é desenvolver ações de apoio técnico aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal a fim de mobilizar, preparar e motivar para a atuação em prol da inovação e da melhoria da gestão. Ainda em 2011 o Conselho deu o primeiro passo para a certificação através de uma autoavaliação realizada entre os funcionários, onde o Indicador de Qualidade de Sistema de Gestão (IQG) demonstrou o resultado de Posição Baixa. A partir daí, foi realizado um curso de “Gestão de Processos”, sendo mapeados todos os processos do CONFEF. Para dar continuidade à autoavaliação e traçar um plano de melhoria de gestão, criando novas práticas e melhorando as já existentes, foi contratada uma empresa de consultoria para dar sequência ao processo.
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Sendo assim, o CONFEF promoveu no início do ano, durante os dias 25 e 26 de fevereiro, o Curso de Gerenciamento da Rotina e a Oficina de implementação dos principais Indicadores, com a participação de todos os gestores do Conselho, atendendo aos anseios do que se preconizou de “olhar para dentro”. “As organizações, públicas ou privadas, são geridas com base em dois pilares mestres, onde num destes pilares está contido o mundo externo, olhos para fora da organização, embasado no Planejamento Estratégico e o outro pilar foca no mundo interno, com os olhos para dentro da organização, pauta-
Foi realizada uma tarefa preliminar, onde todos os participantes responderam questionários referentes à análise dos ambientes internos, com a identificação dos Pontos Fortes e Pontos Fracos, bem como a análise do ambiente externo, com a identificação das oportunidades e ameaças. Desta forma, a Consultoria pode realizar previamente, o Mapa de Posicionamento SWOT, que avaliou o Conselho como organização com forte potencial de continuação de sucesso. Como primeira etapa da Oficina, foi realizada a definição da Identidade Organizacional, composta da definição do Negócio, da Missão, da Visão e dos Princípios e Valores do CONFEF. Na sequência, com base nas informações dos ambientes externos e internos, foi aplicada a Matriz SWOT, identificando os Objetivos Estratégicos e seus desdobramentos em Planos de Ação, com o objetivo de operacionalizar as estratégias definidas. Para o Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, participar desse processo é algo inovador. “O serviço público, de certa forma, sempre esteve muito engessado no sentido da burocracia, sem fazer uma identificação em termo de qualidade, segurança e produção. Com a nova dinâmica do Tribunal de Contas da União (TCU), falando mais em governança, ou seja, ampliando o trabalho no sentido de não avaliar apenas as questões formais, de papel, e sim de identificar se os investimentos e recursos dos órgãos públicos atendem, de fato, a sociedade, eu entendo que esse é um passo interessante para um maior desenvolvimento do país”, afirma.
do no Gerenciamento da Rotina, com a descrição dos processos finalísticos e de apoio, identificando as dimensões de cada processo e o estabelecimento dos Indicadores, os quais contemplam as principais dimensões”, como explica o Engenheiro Luiz Carlos Dias Garcia, Consultor de Planejamento e Gestão. Completando o definido como “olhar para fora”, no período de 20 a 21 de março foi realizado o Curso de Planejamento Estratégico e a Oficina de implantação, com a participação da Diretoria, Conselheiros Federais, Presidentes dos CREFs e dos Gestores do CONFEF.
Apesar de não ser uma entidade pública, no sentido latu da palavra, o CONFEF é uma entidade que recebeu a responsabilidade do governo, de fiscalizar o exercício profissional e garantir à sociedade o direito de ser atendida nos serviços de atividades físicas e desportivas por Profissionais de Educação Física. Ou seja, o direito de ter um atendimento por pessoa qualificada, com conhecimento, que possa dar uma segurança a este beneficiário e que o serviço atinja o objetivo do qual ele se propôs, seja a promoção de saúde,qualidade de vida, lazer, enfim, todas as possibilidades que a atividade física dispõe. De acordo com o responsável pelo processo, o Eng. Luiz Carlos Dias Garcia, o CONFEF está materializando o sonho dos profissionais e das empresas registradas, na busca da excelência, cumprindo a sua missão e o reconhecimento da sociedade brasileira, com a Certificação do Gespública. “Nós que estamos fazendo parte desta brilhante caminhada, nos sentimos orgulhosos, pois mais uma organização pública adentra no processo da melhoria contínua, enquanto tantas se entrincheiram em seus padrões arcaicos e ultrapassados, aumentando a consciência da sociedade brasileira, neste momento de profunda crise de credibilidade”, afirma Garcia.
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Recomendações para a Educação Física Escolar A obra que tem como objetivo nortear o trabalho em sala de aula vem sendo distribuída em diversos estados por meio dos Conselhos Regionais de Educação Física
Com a proposta de constituir um instrumento norteador para a intervenção profissional responsável e qualificada no ambiente escolar, a Comissão de Educação Física Escolar do CONFEF publicou, no ano passado, o livro “Recomendações para a Educação Física Escolar”. A obra tem como objetivo apresentar aos profissionais, recomendações que contribuam para uma intervenção qualificada, legitimando a Educação Física na escola, bem como orientar os gestores da educação para que tenham parâmetros que assegurem o acompanhamento responsável do componente curricular e para que a classe política o utilize como referência na proposição de leis e fomento de políticas públicas. A publicação foi organizada pelos Conselheiros Federais Ricardo Catunda [CREF 000001-G/CE], Sérgio Kudsi Sartori [CREF 000003-G/RJ] e Elisabete Laurindo [CREF 002036-G/SC]. De acordo com o Conselheiro Federal Ricardo Catunda, Presidente da Comissão de Educação Física Escolar do CONFEF, a ideia inicial era apresentar aos Profissionais, os pressupostos para a melhoria da qualidade das aulas, mas a obra foi além. “Após três anos de discussões com os professores, gestores e classe política, por ocasião da participação em seminários, congressos, fóruns e audiências públicas, percebemos que poderíamos construir um livro que respondesse às demandas recebidas, inclusive nas reuniões plenárias, além de apresentar a posição oficial do CONFEF em relação à Educação Física escolar. Assim, elaboramos o livro procurando alinhamento com as recomendações internacionais sobre a promoção da saúde na escola e a corresponsabilidade do professor, gestor e classe política”, explica. A fim de difundir as informações da obra, que contou ainda com a participação de Conselheiros Regionais, Federais, entre outros colaboradores, os CREFs promoveram, por todo o país, diversos eventos onde o livro foi distribuído aos Profissionais e estudantes de Educação Física. O CONFEF também realizou o envio às Instituições de Ensino Superior e Secretarias de Educação. O primeiro Conselho a promover a obra organizada pelo Sistema CONFEF/CREFs foi o CREF2/RS, através da sua Câmara Técnica de Educação Física Escolar. O lançamento oficial do livro foi feito durante o 4º Fórum de Mobilização Gaúcha pela Educação Física Escolar. O evento,
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000873-G/MS] foram os responsáveis pela entrega das obras. “Esse livro deve ser usado como um guia dos Profissionais que atuam na Educação Física Escolar. Ele traz instruções na parte curricular, nas questões de saúde e até mesmo normativa. O manual servirá para os professores fundamentarem seu planejamento”, destacou a Conselheira. No Distrito Federal, o lançamento da obra ocorreu durante a 5ª edição do Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região (ConCREF7) e contou com a presença de um dos autores, o Conselheiro Federal Ricardo Catunda. O CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR realizou três cerimônias de lançamento da obra. Em Manaus (AM), o evento reuniu novos Profissionais de Educação Física, que na ocasião receberam as Cédulas de Identidade Profissional (CIP), coordenadores de cursos e representantes da Secretaria Municipal de Educação. Em Roraima, o lançamento aconteceu durante o 1º Congresso do Conselho Regional de Educação da 8ª Região, realizado pela Seccional Roraima, e também contou com a presença de Profissionais e representantes da Secretaria Municipal de Educação. Em Rio Branco, o lançamento aconteceu durante o 2º Seminário de Educação Física Escolar. que integrou a programação do 41º Encontro Nacional dos Profissionais de Educação Física (ENAPEF), contou com a palestra do Conselheiro Federal Lúcio Rogério dos Santos [CREF 000001-G/DF], que apresentou a obra à plateia. “O livro é também um convite para que todos participem do processo. Temos que qualificar a Educação Física como um todo, começando pela Educação Física Escolar”, avaliou Lúcio Rogério. O livro foi distribuído a todos os presentes e, de acordo com o Conselho, o próximo passo será fazer chegar o produto deste trabalho a todas as escolas do Rio Grande do Sul. Para a presidente do CREF2/RS, Carmen Masson [CREF 001910-G/RS], a obra é o primeiro parâmetro que os CREFs têm para a Educação Física Escolar. “Não existia um alinhamento sobre o assunto, mas agora podemos começar uma discussão. A obra marca o início da coesão do Sistema CONFEF/ CREFs e de todos os Profissionais em prol da Educação Física Escolar, além de servir para que diretores e pedagogos possam perceber a importância desta disciplina”, completa. No Mato Grosso do Sul, o livro foi entregue aos professores da rede pública durante o 5º Encontro da Rede Estadual de Ensino SED, no início de maio, em Campo Grande. O evento, que contou com o apoio do CREF11/MS-MT, reuniu profissionais de Educação de várias cidades do estado. O lançamento oficial, entretanto, ocorreu quase um mês depois durante o 9º Congresso Brasileiro de Educação Física da FIEP, entre os dias 28 e 30 de maio. Os Conselheiros Regionais do CREF11/MS-MT Marilena Giácomo [CREF 000254-G/MS] e João Antonio da Silva Barbosa [CREF
O CREF12/PE-AL realizou a entrega inicialmente aos membros da Comissão de Educação Física Escolar e depois aos demais Conselheiros Regionais. O livro também foi sorteado durante uma palestra sobre o Sistema CONFEF/CREFs na edição de 2014 do ReciFitness, do qual o CREF12 foi parceiro. O CREF14/GO-TO, além de divulgar a disponibilidade do livro no site do CONFEF, realiza a distribuição da obra nas sedes do Conselho e em eventos específicos ligados à Educação Física Escolar. Muitos exemplares já foram doados à bibliotecas de escolas e cursos de Licenciatura em Educação Física. Estão previstos, ainda, dois grandes eventos de lançamento do livro em Goiás e Tocantins, com palestras e cursos voltados para a Educação Física Escolar. O CREF10/PB-RN, CREF9/PR e o CREF4/SP distribuíram exemplares aos Conselheiros Regionais. A obra está disponível na íntegra em nosso portal. Acesse o link confef.com/230 e realize o download gratuito.
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Jogos Olímpicos e Paralímpicos
Rio 2016: o que vai acontecer?
Na contagem regressiva para os primeiros Jogos Olímpicos e Paralímpicos da América do Sul, o que não faltam são expectativas sobre o maior evento esportivo do planeta. Confira abaixo, os detalhes sobre as competições, atletas e curiosidades sobre o único evento que reúne os cinco continentes do Globo em prol da atividade física.
Você Sabia? • Vinicius, o mascote dos Jogos Olímpicos, tem esse nome em homenagem e Vinicius de Morais. Ele representa a fauna brasileira.
Os 42 Esportes Olímpicos são: Atletismo, Badminton, Basquetebol, Boxe, Canoagem slalom, Canoagem velocidade, Ciclismo BMX, Ciclismo moutain bike, Ciclismo de estrada, Ciclismo de pista, Esgrima, Futebol, Ginástica Artística, Ginástica rítmica, Ginástica de trampolim, Handebol, Hispismo saltos, Hipismo adestramento, Hipismo CCE, Hóquei sobre gramaTênis, Judô, Levantamento de peso, Luta estilo livre, Luta greco-romana, Maratonas aquáticas, Natação, Nado sincronizado, Pentatlo moderno, Polo Aquático, Remo, Saltos ornamentais, Taekwondo, Tênis de mesa, Tiro esportivo, Triatlo, Vela, Vôlei de praia, Voleibol, Tiro com arco e duas novidades que são o Golfe e Rugby, disputados entre os dias 5 e 21 de agosto de 2016.
• Tom é o mascote dos Jogos Paralímpicos e se chama assim em homenagem a Tom Jobim. Ele representa a flora brasileira.
Já os Esportes Paralímpicos são 23: Atletismo, Basquetebol em cadeira de rodas, Bocha, Ciclismo de Estrada, Ciclismo de Pista, Esgrima em cadeira de rodas, Futebol de cinco, Futebol de sete, Goalball, Halterofilismo, Hispismo, Judô, Natação, Rugby em cadeira de rodas, Remo, Tênis de mesa, Tênis em cadeira de rodas, Tiro com arco, Tiro Esportivo, Vela, Voleibol sentado e as duas categorias estreantes Canoagem e Triatlo, disputadas durante os dias 7 e 18 de setembro de 2016.
• De agosto de 2014 a maio de 2016 serão realizados, ao todo, 49 testes nos locais de competição.
• O Comitê Rio 2016 contará com 45.000 voluntários, 85.000 terceirizados e 8.000 funcionários para os Jogos Olímpicos. • Já para os Jogos Paralímpicos o Comitê Rio 2016 contará com 25.000 voluntários, 45.000 terceirizados e 5.000 funcionários.
• O lema paralímpico é “espírito em movimento”. • “Mais rápido, mais alto, mais forte” é o lema olímpico.
RIO 2016 em números RIO 2016
Jogos Olímpicos 2016
Jogos Paralímpicos 2016
Nº de atletas
10.500
4.350
Nº de países
205
178
Nº provas com medalhas
306
528
Provas femininas
136
226
Provas Masculinas
161
264
Provas mistas
9
38
Datas
5 a 21 de agosto
7 a 18 de setembro
• As competições de ambas as categorias contarão com 14.850 atletas de mais de 200 países diferentes distribuídos em 834 provas de acordo com suas respectivas competências. Para mais informações acesse www.rio2016.com.br
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Grupo de Trabalho debate o Sistema Nacional do Esporte O esporte aliado à educação foi o foco da primeira reunião do GT
No mês de maio ocorreu a primeira reunião do Grupo de Trabalho que irá estruturar o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases do Sistema Nacional do Esporte. O encontro ocorreu na sede do Ministério do Esporte, na 511 Norte, em Brasília e serviu para que fossem debatidas questões importantes que aliam esporte e educação. O objetivo principal de se criar a Lei de Diretrizes e Bases do Sistema Nacional do Esporte é dar ao esporte a sua devida importância e poder ultrapassar as barreiras ainda existentes no País quando o assunto é relacionado à prática esportiva. A ideia é fortalecer o esporte no país e definir o papel dos setores público, privado, e entidades do terceiro setor no incentivo e fomento às práticas esportivas. Esse projeto deverá ser apresentado ao Congresso Nacional até setembro deste ano e será um marco na história do esporte no país, que até então não havia tido a preocupação com este quesito. Para a ex-jogadora de vôlei, Ana Moser [CREF 021815P/SP], a criação dessa proposta é inovadora e fundamental. “Acredito que este seja o caminho para estruturar o atendimento ao esporte em todos os níveis, enxergando a prática esportiva desde o lazer até o desenvolvimento profissional. Esse sistema era o que faltava para dar sustentabilidade ao setor”, afirma. Para a formação do texto final, o Ministério do Esporte fez uma grande pesquisa sobre o diagnóstico do esporte no Brasil. “Entregamos esse diagnóstico para a comissão, pois será a base da nossa discussão. Esse material identifica os grandes obstáculos que impedem que todos tenham
acesso ao esporte, às desigualdades regionais, revelando o grau do desenvolvimento esportivo brasileiro”, disse a presidente da comissão e diretora do Departamento e Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Esporte, Cássia Damiani. O Sistema Nacional do Esporte propõe que o esporte alcance o patamar de política de Estado. Para George Hilton, ministro do Esporte, três serão os pilares que irão sustentar todo o projeto de Lei. “Educação de base, educação física e uma política nutricional. São os três pilares que vamos mandar no projeto de lei. Nosso texto será completo podem ter certeza”, garantiu. Em novo encontro, promovido no mês de junho, o Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, defendeu uma definição sobre o entendimento do esporte. “Como posso fazer investimentos sem uma definição? Pensa a capoeira, que é uma manifestação cultural e esportiva. Se o Ministério do Esporte financia a capoeira, é um esporte? Vários ministérios fizeram apresentações que mostraram que desenvolvem ações relacionadas à atividade física. Veja a quantidade de recursos no país, sem que tenha uma filosofia sobre o que se pode fazer. Temos que trabalhar por essas concepções, encontrar mecanismos que possam aglutinar um objetivo para todos”, explanou Steinhilber. Integram o Grupo de Trabalho , além do CONFEF, ex-atletas de renome, representantes do Comitê Olímpico e Paralímpico Brasileiro, Comissão Nacional de Atletas, Atletas Pelo Brasil, Federação Mineira de Basketball, Fórum de Gestores Estaduais de Esporte, entre outras entidades.
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Rede estadual de SP
oferece ACDs no contraturno Além das aulas regulares, a rede estadual de São Paulo oportuniza, através das ACDs, atividades físicas no contra turno escolar. Todas as atividades são ministradas por Profissionais de Educação Física
Tendo em vista a importância da prática do esporte nas escolas como um espaço de vivência de relações interpessoais, que contribuem para a ampliação das oportunidades de exercício de uma cidadania ampla e consciente, e da necessidade de se promover a integração e socialização dos alunos através de atividades esportivas, o Governo de São Paulo aprovou, em 2014, uma resolução que dispõe sobre as Atividades Curriculares Desportivas (ACDs). O documento orienta que as ACDs sejam desenvolvidas de duas a três vezes por semana nas unidades escolares da rede pública do estado. As aulas devem ser oferecidas em horário diverso ao das aulas regulares e sem comprometimento da dinâmica das atividades previstas pela proposta pedagógica. Além das ACDs, os alunos contam com duas aulas de Educação Física obrigatórias. Todas as atividades são ministradas por Profissionais de Educação Física. Para saber mais sobre a experiência das ACDs, conversamos com o Diretor de Ensino de Sorocaba e Profissional de Educação Física, Marco Aurélio Bugni. REVISTA Educação Física - O senhor pode falar mais sobre a sua experiência em Sorocaba? Há quanto tempo as atividades físicas são oferecidas nesse formato? Marco Aurélio Bugni - Até 1988 eram desenvolvidas
aulas apenas para os alunos da 5ª a 8ª série e para os alunos do Ensino Médio (na época 2º grau) em três aulas semanais no contra turno. O Decreto nº 28.170, de 21 de janeiro de 1988 estabeleceu a obrigatoriedade das aulas na 1ª e 2ª séries. A partir de 1996, as escolas começaram no formato que permanece até hoje. REVISTA Educação Física - Como Profissional de Educação Física, como o senhor vê a importância da disciplina? Marco Aurélio Bugni - Segundo as Diretrizes Nacionais Gerais para Educação Básica PARECER CNE/CEB Nº: 7/2010, a educação no Brasil tem dois princípios: educar e cuidar. Partindo dessa premissa, a educação como um todo tem que atingir todos os aspectos dos alunos e a Educação Física é a disciplina mais ligada ao desenvolvimento integral dos alunos, seja nos seus aspectos físicos, emocionais e sociais. REVISTA Educação Física - Tanto as aulas regulares quanto as do contra turno são orientadas por Profissionais de Educação Física? Marco Aurélio Bugni – Sim. Só trabalham na rede estadual, Profissionais com Licenciatura Plena e registro no CREF. Avalie esta seção em confef.com/243
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Fórum Nacional do Esporte na Escola elabora documento
O Panathlon Club Sorocaba promoveu, no mês de março, o Fórum Nacional do Esporte na Escola a fim de estabelecer uma relação proativa com os estudos e as pesquisas sobre o esporte escolar, proporcionando debates e discussões que pudessem colaborar com a melhoria quantitativa e qualitativa dos projetos e programas voltados a essas finalidades. Realizado no Sesi Sorocaba em parceria com o CONFEF e o CREF4/SP, a reunião proporcionou um saudável debate entre Profissionais de Educação Física, técnicos, dirigentes, gestores, entre outros, sobre as concepções e entendimentos relacionados à prática do “Esporte na Escola”. Entre tantas variáveis e possibilidades de ideias e debates, optou-se por formar três polos de discussão: No painel “Esporte Escolar no Brasil” foram apresentados dados sobre o esporte escolar, estrutura física, recursos humanos e financeiros para esta finalidade. O painel “O esporte na escola funciona?” apresentou as principais competições do esporte escolar e seus resultados. O terceiro painel “Propostas para o esporte escolar” apresentou propostas e sugestões para um maior desenvolvimento do esporte escolar no Brasil.
Destas discussões foi idealizado um Documento Oficial do Fórum Nacional do Esporte na Escola, disponível para leitura no endereço: confef.com/236
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CREF6/MG é parceiro do Governo de
Minas no projeto Geração Saúde Programa atende jovens de todo o Estado e valoriza a atuação do Profissional de Educação Física
À esq., o Presidente do CREF6/MG, Claudio Boschi, acompanhado do Subsecretário de Esportes, Adenilson Souza, e do Superintendente de Programas Esportivos da Subsecretaria de Esportes, Juan Carlos Morales
Equipe de Profi ssionais do projeto durante qualificação técnica em Vespasiano (MG)
Promover uma vida mais saudável por meio da cultura do esporte e da prática de exercícios orientados. Esse é o objetivo do projeto “Geração Saúde”, promovido pelo Governo de Minas Gerais em parceria com o CREF6/MG, municípios e academias. O projeto, apresentado na edição nº 51 da Revista Educação Física, já atinge 152 municípios, totalizando 236 academias credenciadas. O projeto atende, desde 2012, jovens de 12 a 19 anos, preferencialmente em condições crônicas de saúde, educando-os pelo esporte e mudando hábitos, com acompanhamento médico, nutricional e psicológico. “Quem sustenta o projeto é o Profissional de Educação Física. Tentamos valorizá-lo e contamos com o seu conhecimento científico e competência na execução das atividades. É ele quem intervém na permanência dos jovens no projeto e incentiva a prática esportiva”, declara o Superintendente de Programas Esportivos da Subsecretaria de Esportes da SEESP/MG, Juan Carlos Morales [CREF 020336-G/MG]. Antes de dar início às Atividades Físicas, os beneficiários são selecionados pelas Secretarias Municipais de Saúde, por meio da Equipe de Saúde da Família (ESF), que identifica aqueles que estão aptos à prática de exercícios, considerando seu histórico clínico. Eles passam também por avaliações nutricionais e psicológicas. Os jovens avaliados que demonstram interesse em participar do projeto passam a praticar atividades físicas e de lazer de forma gratuita, no mínimo três vezes por semana, em diversas modalidades, sob orientação técnica de um Profissional de Educação Física.
Qualificações Com o objetivo de acompanhar o andamento do “Geração Saúde”, a SEESP e a SES, em parceria com o CREF6/MG promovem as qualificações técnicas para profissionais de saúde, nutricionistas, psicólogos, referências técnicas municipais e Profissionais das Academias prestadoras de serviços envolvidos no desenvolvimento do projeto. A última qualificação foi realizada nos dias 15 e 17 de abril para cerca de 100 colaboradores do “Geração Saúde”. O Presidente do CREF6/MG, Claudio Boschi [CREF 000003-G/MG], esteve presente e reafirmou o compromisso do Conselho. “Nosso objetivo é contribuir para o sucesso da execução das atividades do ‘Geração Saúde’, desde a fiscalização das academias até as qualificações dos Profissionais envolvidos. O CREF6/ MG acredita na capacitação e na valorização dos Profissionais como fundamentais para a prestação de um serviço de qualidade aos cidadãos”, destacou.
Como participar Podem se credenciar no Projeto, as Academias de Ginástica e atividades afins, localizadas no Estado de Minas Gerais, que apresentarem estrutura adequada, Registro e Profissional de Educação Física como Responsável Técnico, além de documentação exigida em Edital. Informações no site: www.esportes.mg.gov.br Avalie esta seção em confef.com/245
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Conselhos de Educação Física e de
Fisioterapia firmam parceria na Bahia A fim de ampliar a fiscalização na região, CREF13/BA-SE e CREFITO selaram um acordo que pretende beneficiar profissionais das duas áreas. da saúde e regular o exercício profissional, a participação em projetos conjuntos e de ações conjuntas de inspeção, e a recíproca realização de fiscalizações mediantes as solicitações de cada Conselho. “A troca de experiência entre os dois Conselhos vai fazer com que os usuários do serviço de saúde se sintam mais confiantes e seguros. E o nosso objetivo vai além da fiscalização, também temos a intenção de fazer um trabalho educativo, instruindo os profissionais das áreas sobre as principais diferenças entre as atividades da área de Fisioterapia ou Terapia Ocupacional e a Educação Física, principalmente com o público que trabalha com pilates, hidroginástica, fisioterapia aquática e treinamento funcional, que são áreas que encontramos diversos problemas relacionados ao exercício de ambas as profissões”, salientou o presidente do CREFITO7, Dr. Cleber Murilo Pinheiro Sady.
Os presidentes Paulo César Vieira Lima e Cleber Murilo Pinheiro Sady assinam acordo inédito
Pela primeira vez no Brasil, os Conselhos de Educação Física e de Fisioterapia se unem para fiscalizar o Exercício Ilegal da Profissão. Devido à demanda de denúncias envolvendo os Profissionais das duas áreas, os presidentes do CREF13/BA-SE, Paulo César Vieira Lima [CREF 000481-G/BA], e do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO7), Dr. Cleber Murilo Pinheiro Sady, assinaram um termo de cooperação técnica, oficializando a fiscalização em conjunto aos estabelecimentos que trabalham nos dois segmentos. “Trabalhando juntos será mais fácil punir a ilegalidade no exercício profissional. Além de identificado e encaminhado para a Delegacia, o Fisioterapeuta ou Terapeuta Ocupacional que for flagrado prescrevendo e orientando atividades ligadas à área da Educação Física também será imediatamente punido pelo próprio Conselho de Classe que, em algumas operações, terá agentes presentes durante a fiscalização do CREF. O mesmo acontecerá com o Profissional de Educação Física que estiver exercendo ilegalmente a profissão de Fisioterapeuta ou Terapeuta Ocupacional”, afirmou o Presidente do CREF13/BA-SE, Paulo César Vieira Lima. Além da fiscalização conjunta, o Termo de Cooperação também firma a parceria para realização de eventos que visem à promoção
São funções do Fisioterapeuta, com formação acadêmica superior, a construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais (Diagnóstico Cinesiológico Funcional), a prescrição das condutas fisioterapêuticas, a sua ordenação e indução no paciente, bem como o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço. A Profissão de Fisioterapeuta é regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84 e Lei 8.856/94. Já a atividade do Profissional de Educação Física é regulamentada pelo Art. 47 do decreto Lei 3688/41, combinado com a Lei federal 9696/98. Entre as competências e atribuições do Profissional de Educação Física estão: diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, desenvolver, prescrever, orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas motoras diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar sessões específicas de exercícios físicos ou práticas corporais diversas (Resolução CONFEF Nº 46/2002).
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Exercícios de alta intensidade (HIIT)
para pacientes com problemas cardíacos Pesquisa brasileira contradiz recomendação de atividade física moderada para pacientes cardiopatas
Principais pesquisadores e Profi ssionais de Educação Física da América Latina, no âmbito das ciências cardiovasculares, durante o 32º Congresso de Cardiologia da SOCERJ.
De autoria de três Profissionais de Educação Física, um artigo brasileiro contradiz as recomendações médicas atuais. De acordo com o estudo Effects of High Intensity Interval versus Moderate Continuous Training on Markers of Ventilatory and Cardiac Efficiency in Coronary Heart Disease Patients, fazer treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) pode melhorar a eficiência cardiovascular e respiratória em pacientes com problemas cardíacos. Os resultados foram apresentados no mês de abril, durante a XI Jornada SOCERJ de Educação Física em Cardiologia, realizada no Rio de Janeiro. E, posteriormente, no mês de maio, no Annual Meeting, World Congress on Exercise is Medicine, and World Congress on the Basic Science of Exercise Fatigue of the American College of Sports Medicine em San Diego,California. O estudo analisou o efeito de diferentes estratégias de treinamento aeróbio supervisionado sobre a capacidade aeróbia de pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Participaram da coleta de dados 71 pacientes com DAC, divididos em três grupos: aqueles que realizaram exercício moderado durante 16 semanas, um grupo que não realizou exercício físico e um terceiro, que praticou atividade física de alta intensidade durante o mesmo período. A coleta de dados foi feita de janeiro
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de 2010 a janeiro de 2012, em pacientes de serviço de reabilitação cardiovascular e metabólica. Resultados: Os voluntários que realizaram o treino de alta intensidade passaram a ter uma eficiência cardiorrespiratória melhor do que o grupo que praticou atividade moderada. Por sua vez, os participantes que não fizeram nenhuma atividade física sofreram uma queda no rendimento cardíaco e respiratório. “Concluímos que o treinamento aeróbio intervalado pode ser mais eficaz que o treinamento contínuo para melhorar a capacidade aeróbia de pacientes com DAC. Portanto, a inclusão de treinamento aeróbio intervalado deveria ser considerada no contexto de programas de reabilitação cardiovascular”, indica Gustavo Cardozo [CREF 020150-G/RJ], coordenador do estudo. Também participaram da pesquisa, recentemente publicada no The Scientific World Journal, os Profissionais Paulo Farinatti [CREF 000521-G/RJ] e Ricardo Oliveira [CREF 005807-G/RJ]. Já as instituições envolvidas foram o Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde (LABSAU) do Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o
O coordenador do estudo, Gustavo Cardozo, orienta paciente.
Serviço de Reabilitação Cardiovascular e Metabólica do Total Care (RJ) – AMIL e o Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ciências da Atividade Física da Universidade Salgado de Oliveira. Para saber mais sobre o estudo, entrevistamos o Profissional de Educação Física Gustavo Cardozo, que é também coordenador das Jornadas SOCERJ de Educação Física em Cardiologia (Evento anual, realizado na cidade do Rio de Janeiro há 11 anos, que reúne, voluntariamente, os principais pesquisadores e Profissionais de Educação Física da América Latina no âmbito das ciências cardiovasculares). REVISTA Educação Física - Como se dá a parceria entre o médico e o Profissional de Educação Física? Gustavo Cardozo - O trabalho multidisciplinar é fundamental para o tratamento global dos pacientes cardiopatas. Existe um respeito muito grande de ambas as partes com relação à intervenção profissional. Ou seja, o Profissional de Educação Física avalia, prescreve e monitora o treinamento físico e a equipe médica faz toda análise clínica e medicamentosa para manter o paciente em condições seguras e eficientes dentro do programa de reabilitação. Não existe Reabilitação Cardíaca otimizada sem a harmonia multiprofissional. REVISTA Educação Física - Qual é a importância da supervisão do Profissional de Educação Física durante a prática de exercícios físicos para pacientes cardiopatas? Gustavo Cardozo - A supervisão de um Profissional de Educação Física em quaisquer programas de treinamento físico para cardiopatas, em conjunto com toda equipe multiprofissional, é de suma importância na elaboração e prescrição de programas de treinamento físico, o que mantém o aluno cardiopata em condições seguras e eficientes dentro do programa de reabilitação cardíaca. REVISTA Educação Física - Como o senhor vê a inserção do Profissional de Educação Física na área da saúde? Gustavo Cardozo - Recentemente ministrei uma palestra no 32º Congresso de Cardiologia da SOCERJ, com dados de atuação do Profissional de Educação Física na área de saúde. Observei, através de dados da literatura científica, que o Profissional de Educação
Física pode e deve atuar nos diversos níveis de atenção à saúde, porém ainda não há tanto reconhecimento profissional (abertura de concursos públicos para atuação em regime trabalhista estatutário na assistência, no ensino e na pesquisa, por exemplo) em alguns setores. A nossa atuação no âmbito da promoção da saúde ainda fica muito restrita ao campo da prevenção de doenças com medidas educacionais (escolas) e na capacitação física da população em geral (clubes, praças, academias, entre outros). Apesar de existir uma formação de excelência para o trabalho do Profissional de Educação Física com populações especiais, ainda precisamos adquirir nosso espaço formal no campo das políticas publicas no tratamento das doenças cardiovasculares, neurológicas, metabólicas e outras.
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O risco dos blogs Fitness Física de São Paulo, mas de todo o país. Foi então que a categoria iniciou uma campanha nas redes sociais. A ação convocou Profissionais de Educação Física, Brasil a fora, a postarem fotos com a hashtag #EuTenhoCref e #MostreSeuCref, conforme veiculamos na última edição da Revista Educação Física. A indignação com o “Caso Barbato”, entretanto, foi além da classe de Profissionais de Educação Física. Em entrevista ao Lance! NET, o tricampeão brasileiro de Fisiculturismo, Ricardo Barguine, que é também bacharel em Física, afirmou ser contra a prática de exercer uma profissão que não é a sua de direito.
Cada vez mais populares, os blogs fitness escondem riscos por trás do sonhado estilo de vida saudável. Um dos representantes mais populares desse grupo, foi autuado pelo CREF4/SP pelo exercício ilegal da profissão. No mês de maio, o blogueiro Ricardo Barbato virou notícia, como é de costume, mas não pelas suas publicações nas redes sociais. Barbato foi detido enquanto ministrava aulas no Parque Ibirapuera, em São Paulo, depois de se recusar a receber uma notificação dos fiscais do CREF4/SP. O blogueiro foi autuado pelo exercício ilegal da profissão, visto que não é graduado nem registrado no Conselho Regional da Profissão. Essa foi a segunda vez que o blogueiro foi autuado pelo mesmo motivo. De acordo com os fiscais, a documentação foi enviada ao Ministério Público que poderá abrir um processo contra o falso professor. Em março o LifeStyle Coach, como se autodenomina Ricardo Barbato, já havia se envolvido em uma polêmica relacionada ao exercício ilegal da profissão. Por se tratar de uma pessoa pública, com mais de 200 mil seguidores no Instagram, seus posts mostrando treinamentos e aulas para outras pessoas acabaram revoltando não só os Profissionais de Educação
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“Sou atleta de competição, treino há muitos anos, ganhei os três Campeonatos Brasileiros que participei e representei o Brasil em também três Campeonatos Mundiais de Fisiculturismo. Nem acho necessário citar as metodologias de treino que já realizei, as inúmeras dietas, bem como a seriedade do trabalho que realizo como atleta. Com a facilidade de acesso através das redes sociais, recebo uma enorme quantidade de pedidos diários para prestar consultoria (pessoal e online), orientação de treino e dieta, isso quando não me pedem orientações de suplementos alimentares e etc. Chego ao ponto de dizer que tenho conhecimento para ganhar uma boa grana se eu resolvesse aceitar tais propostas. E o que estou esperando então? Minha resposta será simples, direta, sem ‘recalque’ ou ‘inveja’ de quem quer que seja: eu não me diplomei e nem fui capacitado para atuar nessa área. E o fato de ser atleta, mesmo com títulos, e ter experiência de anos não me capacitam de fato para isso. Portanto, não faço”, declarou Barguine em entrevista. Após a segunda notificação de Barbato no Parque Ibirapuera, foi a vez de Joanna Maranhão, ícone da natação brasileira, manifestar sua indignação sobre o caso nas redes sociais. Recém-formada em Educação Física, Joanna diz não se sentir ameaçada por profissionais como ele.
“Como você existem muitos e eu poderia ser mais uma ex-atleta que dá aulas. O que eu desejo é qualificar a minha área, é desconstruir essa imagem de que a atividade física e o exercício físico não precisam de periodização, ‘que qualquer coisa é melhor que nada’. Por isso estudei para trabalhar na área de forma legalizada. Pessoas como você sempre vão existir, procurando brechas na lei para fazer o que está errado, o que é antiético. Mas nós formados e que queremos um espaço de respeito, continuaremos a praticar e divulgar o Profissional de Educação Física legalizado”, divulgou Joanna Maranhão em sua página no Facebook.
Orientação é fundamental Com o estilo de vida Fitness cada vez mais popular, os perfis voltados para esse público aumentam com a facilidade de um clique. São modelos, empresários e até mesmo adolescentes divulgando nas redes sociais suas rotinas Fitness. O que poderia ser um incentivo para novos praticantes, acaba trazendo mais riscos que benefícios, já que os treinos e dietas são difundidos e copiados pelos internautas sem a devida orientação profissional. Para o Coordenador da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), Dr. Marcelo Bichels Leitão, é preciso atenção por parte dos internautas. “O problema dos blogs está na forma como as pessoas lidam com as informações ali postadas, achando que são genéricas e que servem para todos. Quando se trata de atividade física, é importante lembrar que cada indivíduo tem um organismo e por isso deve ter um programa de exercícios diferenciado”.
“A banalização dos treinamentos e das práticas esportivas pode gerar riscos fatais à saúde do ser humano, como já visto nos noticiários” Vale lembrar que não é só a Educação Física que sofre com a falta de controle da internet.Ainda hoje é possível comprar e divulgar as mais variadas drogas ilícitas, esteroides anabolizantes, dietas, remédios, tratamentos milagrosos, entre outros online, sendo que pouco é possível ser feito. Quando há identificação do local ou da pessoa, os possíveis prejudicados tem como denunciar e buscar reparação, se é um posicionamento que ofende a Profissão ou o Profissional de Educação Física, o Sistema CONFEF/CREFs busca oficiar e tomar as devidas medidas reparadoras.
Fiscalização do CREF4/SP De acordo com o CREF4/SP, a autuação que ganhou repercussão nacional é apenas uma dentre tantas que já aconteceram em 2015 e continuarão a ocorrer. Em 2014, foram 1.122 pessoas sem registro profissional autuadas pelo CREF4/SP, o que comprova a dedicação do Conselho perante a sociedade e os Profissionais registrados além de revelar um grande avanço a favor dos beneficiários, considerando que o objetivo legal do Sistema CONFEF/CREFs é garantir a prestação de serviços por pessoas devidamente qualificadas e submetidas a uma regulamentação ética profissional. “Qualquer atividade física deve ser ministrada por um Profissional habilitado com conhecimento científico e técnico. Em nossa opinião, as celebridades fitness têm se dedicado ao assunto muito mais para atrair “cliques” e publicidade do que para promover o desenvolvimento da saúde das pessoas. Todos ganham com a disseminação da atividade física devidamente orientada por Profissionais de Educação Física. A banalização dos treinamentos e das práticas esportivas pode gerar riscos fatais à saúde do ser humano, como já visto nos noticiários”, reforça o Presidente do CREF4/SP, Flávio Delmanto [CREF 000002-G/SP]. Para saber se uma pessoa possui registro junto ao Sistema CONFEF/CREFs basta acessar o site www.confef.org.br
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A importância da Avaliação Física de qualidade
A avaliação física é um procedimento essencial no trabalho do Profissional de Educação Física. Através dela é possível reunir elementos para fundamentar a sua decisão sobre o método, tipo de exercício e demais procedimentos a serem adotados para a prescrição de exercícios físicos e desportivos.
físicas não garantem a segurança pretendida para o beneficiário e não eximem o Profissional de Educação Física das suas responsabilidades quando da prescrição e orientação do exercício físico e esportivo.
A avaliação deve ser sistemática e a mais ampla possível, de acordo com os objetivos e as características do beneficiário, devendo conter anamnese completa, análise dos fatores de risco para coronariopatia, classificação de risco e verificação dos principais sintomas ou sinais sugestivos de doença cardiovascular e pulmonar, podendo ser composta também de medidas antropométricas, testes neuromotores, avaliação metabólica, avaliação cardiorrespiratória e avaliação postural.
Por isso, é preciso que o Profissional de Educação Física esteja devidamente capacitado para realizar uma avaliação física detalhada, utilizando protocolos de estratificação de risco, com conhecimento adequado dos testes, das indicações e contraindicações, das respostas hemodinâmicas e respiratórias ao exercício físico, do preparo do beneficiário, do conhecimento dos mecanismos de funcionamento dos equipamentos, bem como suas limitações e indicações de interrupção dos testes.
Para nortear as academias e os Profissionais de Educação Física a fim de que estes possam oferecer um serviço com segurança e qualidade, o CONFEF elaborou a Nota Técnica nº 002/2012. O documento orienta os Profissionais de Educação Física a realizarem uma avaliação física detalhada antes da elaboração de um programa de exercícios. Se forem observados fatores de risco que possam ser agravados pela atividade física, o Profissional deverá solicitar uma avaliação médica especializada, buscando identificar restrições e estabelecer linhas de orientação para prescrições de exercícios apropriados. O CONFEF entende que determinações legais exigindo o atestado médico como condição imprescindível para a prática de atividades
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A nota técnica do CONFEF foi fundamentada nas diretrizes do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), que é a grande referência no mundo em relação à prática de exercício físico de forma segura e orientada, e no livro “Recomendações sobre condutas e procedimentos do Profissional de Educação Física na atenção básica
à saúde”. Para ler o documento na íntegra, acesse confef.com/149. Embora a Lei Estadual do Rio de Janeiro Nº 6.765 de 2014 determine a obrigatoriedade, para a prática de qualquer atividade física e esportiva, em clubes, academias e estabelecimentos similares, o preenchimento do Questionário de Prontidão para Atividade Física, é dispensada a apresentação de atestado médico ou a obrigatoriedade de qualquer outro exame de aptidão física aos interessados que responderem negativamente a todas as perguntas do questionário. É importante que as academias e os Profissionais de Educação Física observem as recomendações do CONFEF para proporcionar mais segurança na prescrição de exercícios físicos. As perguntas que compõem o Questionário de Prontidão para Atividade Física têm por objetivo fazer uma triagem prévia, identificando a necessidade de avaliação por um médico antes do início ou do aumento de nível da atividade física. Preenchido o questionário, o indivíduo declara a veracidade das informações prestadas e aos que responde-
rem positivamente a qualquer uma das questões, será exigida a apresentação de atestado médico de para prática de exercícios físicos. O CONFEF concorda sobre a importância de check-ups médicos periódicos e detalhados, realizados por médicos especialistas na área, porém entende que a exigência de atestado médico, solicitados de maneira irrestrita e apenas protocolar pouco contribui para a saúde da população e que é fundamental a ação conjunta entre esses profissionais de saúde, onde os Profissionais de Educação Física devem fazer uma avaliação prévia, encaminhando ao médico especialista aqueles que apresentarem sintomas ou fatores de risco, ou aqueles que se submeterão a exercícios de alta intensidade. A íntegra da Lei Nº 6.765/2014 está disponível no link confef.com/235.
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Diploma é mais um troféu na carreira de ex atletas Um dia a carreira do atleta profissional acaba e é preciso planejar o futuro. Se bem orientado, o ex atleta pode descobrir na graduação uma importante ferramenta de reinserção no mercado de trabalho. Desde pequenos eles são os melhores jogadores da rua, depois do colégio, da escolinha de Futebol e, por fim, ingressam na carreira profissional. Como a maioria dos atletas de alta performance, os jogadores de Futebol recebem toda a atenção do mundo quando estão no auge da carreira, o que faz com que deixem de planejar o futuro pós-gramados. Ao se aposentarem, no entanto, falta apoio psicológico, social e, na maioria das vezes, financeiro. Cada vez mais conscientes dessa realidade, muitos jogadores estão investindo na formação profissional para a adaptação em uma nova profissão. A paixão pela bola, entretanto, faz com que a maioria dos ex atletas permaneça na área, como Técnicos, Preparadores Físicos, Fisiologistas, entre outros. Para ingressarem na nova carreira, a graduação em Educação Física é mais do que um aperfeiçoamento, é um quesito essencial para atuar com ética e qualidade. A fim de proteger a sociedade, zelando pela qualidade dos serviços profissionais oferecidos na área de atividades físicas, o CONFEF encaminhou um ofício aos Parlamentares reforçando a importância da formação acadêmica para atuar na área. No documento ainda foi anexada a reportagem do jornal O Povo, de 04/11/2014, onde o exemplo do jogador Leandro, volante do Fortaleza Esporte Clube, é exposto. Após ser afastado temporariamente dos gramados por uma série de lesões, Leandro iniciou o curso de Educação Física a fim de tornar-se Profissional quando aposentado. No mês de junho, o ex-jogador de Futebol, Roger Machado [CREF 018953-G/RS], assumiu o comando do Grêmio. Roger foi revelado pelo mesmo clube em 1994, onde atuou até 2003. Assim que “pendurou as chuteiras”, o atleta decidiu investir no pós-carreira e iniciou a graduação em Educação Física. Durante sua apresentação como Técnico do Grêmio, Roger falou sobre a importância da formação. “A faculdade de Educação Física e as experiências que eu tive fora me permitem ter a capacidade de fazer uma leitura adequada, precisa e rápida para poder intervir quando for necessário”, explica. Histórias como as de Leandro e a de Roger são cada vez mais comuns e estão espalhadas Brasil afora. Apresentamos a seguir alguns exemplos.
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Eduardo Duca “Sem dúvida alguma o aprendizado científico, juntamente com as experiências que tive como atleta estão sendo fundamentais na minha trajetória” Eduardo de Castro Filho [CREF 019508G/PR] tornou-se jogador de Futebol profissional aos 17 anos de idade na divisão de base do Flamengo, onde permaneceu por sete anos. Durante esse período chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira Sub17 e atuou ao lado do ex-jogador Ronaldo “Fenômeno”. Em 2000, entretanto, durante uma passagem pelo Goiás, o atleta teve sua carreira interrompida precocemente por conta de uma fratura na vértebra. Com apenas 23 anos de idade, Eduardo Duca teve que abandonar o seu sonho. Para recomeçar a vida, mudou de área e abriu o seu próprio comércio em Curitiba (PR) com apoio dos pais e da irmã. Foram 11 anos longe do Futebol, mas com o pensamento sempre presente nos gramados. Foi então que, aos 33 anos de idade, o ex-atleta prestou vestibular e reiniciou os estudos no curso de Educação Física. Seu retorno ao Futebol, desta vez como treinador, aconteceu na divisão de base do Atlético Paranaense, sendo posteriormente auxiliar do Técnico Caio Júnior [CREF 056569-P/SP] no Esporte Clube Vitória e no
Criciúma Esporte Clube. Em 2014 Duda assumiu a divisão de base do Criciúma, onde obteve marcas históricas sob comando do time sub-20. Em junho deste ano o técnico assumiu, pela primeira vez, a equipe profissional do clube. “Credito tudo isso a Deus, assim também como a conclusão e todo o aprendizado que obtive durante o curso de Educação Física. Quero ressaltar que todo esse tempo como auxiliar do Caio Junior, também Profissional de Educação Física, foi muito importante. Para realizarmos sonhos temos que nos planejar, buscar conhecimentos, ter foco e fé”, conclui. A experiência como jogador serviu de inspiração para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que tratou dos problemas enfrentados pelos ex-atletas ao encerrarem a carreira. De acordo com Duca, foi constatado que 85% dos atletas não se preparam para o fim da carreira.
Mesmo focado na carreira de atleta, Samuel, que sempre teve consciência de que a vida útil do atleta profissional é mais curta do que o desejado, se dedicou com afinco ao curso de Educação Física.
“Lembro que foi muito difícil conciliar as duas atividades, mas não foi impossível. Sempre soube que a vivência prática ninguém me tiraria, e se eu tivesse a formação acadêmica seria um profissional diferenciado no mercado”.
Thierry Zamblauskas “Num mundo totalmente diferente (pós-carreira), sem planejamento, sem nada, é justamente onde muitas vezes o jogador se perde”. Pensando no futuro além dos gramados, Thierry Zamblauskas, volante do Sport Club Atibaia, é outro atleta consciente da importância dos estudos e do planejamento para a adaptação em uma próxima profissão. Conforme foi veiculado pelo clube Atibaia, Thierry ingressou em 2012 na Faculdade de Educação Física. Incomodado com a imagem negativa dos jogadores de Futebol quando o assunto é intelecto, o atleta optou por investir e sacrificar seu tempo de descanso viajando todos os dias para São Paulo para concluir o ensino superior. “Quando voltei da Suíça e assinei com o Atibaia em 2012, comecei meu projeto de ter um diploma superior em Educação Física e entrei na UNIP. Como na época estávamos jogando a Segunda Divisão, as partidas eram apenas aos finais de semana, e isso ajudava. Eu ia e voltava todos os dias e sigo firme até hoje nessa rotina (Thierry cursa o último semestre). Tudo para conseguir realizar esse sonho”, conta Thierry.
Samuel Souza Samuel Souza [CREF 020913-G/MG] é mais um exemplo de ex-atleta que buscou especializar-se para enfrentar o mercado de trabalho após o término da carreira. Como jogador de Futebol atuou em clubes do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Maranhão.
Ao encerrar a carreira, Samuel atuou como Preparador Físico, chegando a atuar no clube Boca Júniors, da Argentina. O Profissional continuou se capacitando até receber uma proposta, em 2012, para atuar na Secretaria de Estado de Esportes e Juventude de Minas Gerais, no cargo de Diretor de competição. Em 2014 foi convocado pela Secretaria de Estado de Turismo e Esporte (atual Secretaria de Estado de Esportes) para ocupar o cargo de Diretor de Incentivo ao Esporte de Rendimento, onde está até hoje. Ele conta que se não fosse a graduação em Educação Física e a especialização em Gestão Esportiva, dificilmente lhe seria confiado um cargo de tamanha relevância no estado. Ele acreditou em um sonho e a Educação Física proporcionou a recompensa, conta. “Lembro que foi muito difícil conciliar as duas atividades, mas não foi impossível. Sempre soube que a vivência prática ninguém me tiraria, e se eu tivesse a formação acadêmica seria um profissional diferenciado no mercado. Hoje, já com especialização na área de Fisiologia do exercício e Treinamento de Força, colho os frutos de uma decisão do passado”.
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Fique por dentro! Envie sua dúvida para revistaef@confef.org.br e teremos o maior prazer em esclarecê-la aqui
Para acompanhar o desenvolvimento da profissão, cobrar melhorias, sugerir mudanças, entre outros, é preciso, antes de tudo, entender as responsabilidades e funções de cada entidade representativa. As prerrogativas dos Conselhos Federal e Regionais, dos Sindicatos e das Associações acabam, por vezes, sendo desconhecidas por muitos Profissionais de Educação Física. A fim de esclarecer essas dúvidas apresentamos o trabalho desenvolvido por cada entidade. O Conselho é um Órgão Federal, com representações regionais, criado para regulamentar o exercício de uma classe profissional. Cabe aos Conselhos Regionais o registro dos Profissionais em cada Estado e a fiscalização do exercício da Profissão, defendendo a Sociedade, o respeito e a ética Profissional. Os Conselhos devem verificar se os Profissionais que atuam na área da Educação Física estão aptos para exercer suas atividades. Ou seja, se estão regulares junto ao respectivo Conselho Regional e se cumprem o Código de Ética. Além de tudo isso, cabe aos Conselhos verificar se os locais onde são oferecidos os serviços dos Profissionais registrados (como academias e clubes, por exemplo) estão em plenas condições de funcionamento. CREF - Além de fiscalizar o exercício profissional, os CREFs estimulam, apoiam e promovem o aperfeiçoamento, a especialização e a atualização de Profissionais de Educação Física; baixam atos necessários à execução das deliberações e Resoluções do CONFEF; exercem função normativa dentro de suas atribuições; cumprem e fazem cumprir as disposições da Lei Federal 9.696/1998, das Resoluções e demais normas baixadas pelo CONFEF; deliberam sobre as pessoas jurídicas prestadoras de serviços nas áreas das atividades físicas, desportivas e similares; além de elaborarem, fomentarem e divulgarem publicações de interesse da Profissão e dos Profissionais de Educação Física. O CONFEF tem por finalidade exercer função normativa superior no Sistema CONFEF/CREFs; deliberar sobre o exercício profissional, ado-
tando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais; acompanhar os controles administrativos e financeiros dos CREFs; baixar atos necessários ao desenvolvimento do Sistema CONFEF/CREFs; estabelecer as diretrizes da fiscalização do exercício profissional; estabelecer as especialidades profissionais; estimular, apoiar e promover o aperfeiçoamento, a especialização e a atualização dos Profissionais de Educação Física; deliberar sobre as pessoas jurídicas prestadoras de serviços nas áreas das atividades físicas, desportivas e similares. Para saber mais sobre as finalidades do Sistema CONFEF/CREFs, acesse o Estatuto disponível em www.confef.org.br. Os Sindicatos são resultados da união de trabalhadores em busca da melhoria das condições de trabalho, remuneração e relação com os proprietários das empresas e do serviço público. Dedicam-se ao estudo da área onde atuam e realizam atividades (palestras, reuniões, cursos) voltadas para o aperfeiçoamento profissional dos associados. Eles têm como atribuição específica verificar jornada ideal de trabalho do profissional, piso salarial, acordos anuais, fazendo prevalecer todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT. Os sindicatos são mantidos, principalmente, pelas contribuições sindicais pagas pelos trabalhadores associados. A Associação é toda iniciativa formal ou informal que reúne pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando superar dificuldades e gerar benefícios para os seus associados. Formalmente, a associação é uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de seus interesses. A sua constituição permite a construção de condições maiores e melhores do que as que os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos seus objetivos. A vantagem de criar uma associação é poder agir legalmente em nome dela, movimentando recursos e firmando convênios. Os convênios podem ser firmados com os órgãos públicos e outras instituições de financiamento. Avalie esta seção em confef.com/251
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Frente Parlamentar da Atividade Física volta à ativa Criada em 2006, a Frente Parlamentar Mista da Atividade Física para o Desenvolvimento Humano foi reinstalada no mês de maio. A intenção é retomar a possibilidade de nortear ações dos Parlamentares, que favoreçam a sociedade através da Educação Física e aproveitar a visibilidade que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos estão trazendo para o esporte e atividade física.
Na ocasião, o Deputado Otavio Leite do PSDB/RJ, eleito 1º Vice Presidente, em nome da nova Diretoria, parabenizou e agradeceu ao Presidente que encerrou o mandato – o Deputado João Arruda do PMDB/PR – pelo trabalho desempenhado nos últimos anos.
A Reinstalação da Frente Parlamentar Mista da Atividade Física para o Desenvolvimento Humano (FPMAFDH) se deu com a eleição da nova Diretoria Executiva, no dia 6 de maio. A Plenária Geral, coordenada pelo Conselheiro Federal Lúcio Rogério [CREF 000001-G/DF] e Dirigida pelo Presidente de Honra, Deputado André Figueiredo do PDT/CE, contou com a participação de Parlamentares, membros de entidades da sociedade civil organizada e representantes do Sistema CONFEF/CREFs.
A Frente parlamentar é suprapartidária composta de, pelo menos, um terço dos integrantes do Poder Legislativo Federal, destinada a aprimorar a legislação referente a um tema específico. Tem como objetivo fomentar ações e elaborar proposições legislativas para garantir o direito da população à atividade física, pois entende que a prática de exercícios físicos e esportivos, como ferramenta de promoção de saúde e formação cidadã, é parte indissociável dos direitos constitucionais e fundamentais dos brasileiros de acesso à saúde e à educação.
O Presidente eleito foi o Deputado Evandro Roman do PSD/PR, que é Profissional de Educação Física. Dois outros membros também são formados em Educação Física: a Deputada Flavia Morais do PDT/GO e o Deputado Luiz Carlos Hauly do PSDB/PR.
A unificação de parlamentares de todas as posições ideológicas partidárias em função de um interesse comum é uma meta a ser perseguida que traduz um ideal democrático. A Frente Parlamentar personifica isso e surge a partir de demanda da sociedade civil organizada.
FRENTE PARLAMENTAR MISTA DA ATIVIDADE FÍSICA PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO – Diretoria 2015 A 2018
PRESIDENTE DE HONRA (“ad eternum”)
PRESIDENTE Evandro Rogerio Roman
1º VICE PRESIDENTE
2º VICE PRESIDENTE
Otavio Leite
Flavia Morais
PSD/PR
PSDB/RJ
PDT/GO
3º VICE PRESIDENTE
4º VICE PRESIDENTE
1º SECRETÁRIO
2º SECRETÁRIO
Afonso Hamm
João Arruda
PP/RS
PMDB/PR
André Figueiredo PDT/CE
1º TESOUREIRO
2º TESOUREIRO
Vinicius Carvalho
Ezequiel Fonseca
PRB/SP
PP/MT
Wadson Ribeiro
Renata Abreu
PCdoB/MG
PTN/SP
DIRETORA DE ASSUNTOS PARA ATENDIMENTO DOS IDOSOS
DIRETOR DE ASSUNTOS ESPORTIVOS E ACESSIBILIDADE
Deputada Cristiane Brasil
Senador Romário PSB/RJ
PTB/RJ
DIRETOR DE ASSUNTOS EDUCACIONAIS Senador Cristovam Buarque PDT/DF
DIRETOR DE ASSUNTOS PARA VALORIZAÇÃO DA FAMÍLIA
DIRETOR DE ASSUNTOS SOBRE ECONOMIA NO ESPORTE
Senador Crivella
Deputado Luiz Carlos Hauly
PRB/RJ
PSDB/PR
Demais membros e contatos no site: www.fpdatividadefisica.com.br Avalie esta seção em confef.com/252 Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 27
Sistema CONFEF/CREFs: Como funciona. Você sabe? O CONFEF funciona por meio de Comissões que são órgãos de consultoria do Plenário, da Presidência e da Diretoria do CONFEF, às quais compete analisar, instruir e emitir pareceres nos assuntos e processos que lhe forem enviados pelo Presidente do CONFEF, retornando-os devidamente avaliados para decisão superior. Cada comissão tem suas características próprias e são compostas por Conselheiros Federais e Presidentes dos CREFs.
fissão e proteger a sociedade de procedimentos antiéticos e da má qualidade dos serviços prestados por falsos Profissionais de Educação Física. A comissão orienta e fiscaliza a intervenção profissional de pessoas físicas e também dos locais, pessoas jurídicas, que oferecem serviços na área. Ela programa e orienta a atuação da fiscalização exercida pelos CREFs. Emanam da comissão as instruções para a fiscalização. Elabora relatórios para a Diretoria informando o que está acontecendo no setor em todo território Nacional. Dependendo da situação torna-se necessário elaborar pareceres e apresentar ao Plenário do CONFEF. Fazem parte da Comissão: Cristina Calegaro, Eloir Edilson Simm, Francisco Borges de Araújo, Paulo César V. Lima, Rubens dos Santos Silva, Ubiratam Brito de Mello, Nadja Harrop e Walfrido José Amaral como convidado.
Comissão de Orientação e Fiscalização A partir do momento em que a Educação Física foi regulamentada, Lei 9696 de 1º de setembro de 1998, começou um caminho árduo para poder organizar e ajustar a profissão. Muitas pessoas já trabalhavam com a Educação Física e não tinham a formação específica. No entanto, a lei não poderia retroagir para proibir essas pessoas que viviam da área, isso geraria um problema social. Para administrar esse problema foi criada uma categoria chamada de Provisionado. Quem comprovasse que vivia da atividade antes da aprovação da lei, receberia o direito de atuar apenas naquele ramo. Por exemplo, quem trabalhava com musculação poderia continuar atuando apenas com a musculação, caso fosse pego exercendo outra atividade seria punido. É bom lembrar que atualmente já não são permitidas as inscrições de provisionados, essa é uma categoria que com o tempo deixará de existir. Além disso, existem situações diferenciadas na formação profissional: A Licenciatura Plena anterior à Resolução 03/87 - que dá direito a área de atuação plena - e depois da resolução, que criou o Bacharelado e outra Licenciatura Plena. Em 2001, a Licenciatura foi reduzida para três anos, permitindo atuar apenas no ambiente escolar e o Bacharel que, desde a sua criação, só pode atuar fora da escola. Enfim, são diversas situações para serem observadas e fiscalizadas. Desta forma, coube à Comissão de Orientação e Fiscalização gerar diretrizes para a fiscalização. O intuito sempre foi o de organizar a pro-
Ao longo do tempo também foram feitas parcerias com a polícia, a Vigilância Sanitária, o Procon, entre outros, resultando em ações conjuntas de fiscalização. As sindicâncias precisam ser realizadas, só assim as irregularidades são constatadas e orientadas à correção, persistindo o problema cabe à ação legal. É um trabalhoso árduo e necessário. Fiscalizar o exercício ilegal da profissão faz com que, cada vez mais, a sociedade se conscientize de que atividade física de qualidade deve ser feita com a orientação de um Profissional de Educação Física. Este precisa da formação e do registro junto ao Sistema CONFEF/CREFs. No dia em que todos estiverem bem esclarecidos e perceberem o benefício de ser bem orientado, e de oferecer um trabalho de qualidade, a sociedade participará do processo ativamente. As instituições oferecerão um trabalho dentro do padrão de qualidade, o cliente não terá problema e a fiscalização terá menos intervenções. NÃO SE ESQUEÇA: ATIVIDADE FÍSICA SÓ COM PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Wagner Domingos Fernandes Gomes Conselheiro Federal – CREF – 000035 – G/RJ Avalie esta seção em confef.com/253
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ABQV: 20 anos de incentivo à
promoção da saúde e bem estar Em entrevista à Revista Educação Física, o Presidente da ABQV e do CREF3/SC, Eloir Simm, fala sobre o trabalho da entidade. REVISTA Educação Física - Quais são os benefícios para a empresa que investe em programas de qualidade de vida? E para os funcionários? Eloir Simm - Atualmente se reconhece que o fator humano é o grande diferencial competitivo nas organizações modernas. De nada adianta termos prédios modernos e equipamentos de última geração se não contarmos com trabalhadores saudáveis, motivados e comprometidos. Os programas de qualidade de vida, quando bem conduzidos e orientados, promovem a redução dos fatores de risco para doenças crônicas, criam ambiente de colaboração e engajamento, aperfeiçoam os canais de comunicação e promovem a integração. Neste sentido, vários estudos demonstram que estes programas podem contribuir para reduzir o absenteísmo, controlar o aumento dos custos em assistência médica e melhorar o clima organizacional. REVISTA Educação Física - Um levantamento do IBGE feito junto ao Ministério da Saúde mostrou que grande parte da população brasileira é sedentária. De que maneira os gestores poderiam modificar essa realidade?
Fundada em 1995, a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) nasceu de um grupo de empresas interessadas em promover a saúde e o bem-estar entre seus colaboradores. Ao longo destas duas décadas, a ABQV se firmou como entidade que busca integrar e aperfeiçoar as ações em qualidade de vida no ambiente de trabalho. Com associados por todo o Brasil, entre empresas e organizações nacionais e multinacionais, públicas e privadas, de diversos portes e áreas de atuação, que buscam promover a qualidade de vida em seus ambientes, a ABQV reúne também prestadores de serviço e profissionais das áreas de administração, recursos humanos, medicina do trabalho, psicologia, serviço social, saúde, entre outras. Para saber mais sobre o trabalho da entidade, conversamos com o Presidente Eloir Simm [CREF 000251-G/SC], que está à frente também do CREF3/SC.
Eloir Simm - Sem dúvida, não bastam ações isoladas e pontuais. Os gestores precisam buscar realizar ações amplas, com o apoio dos especialistas para atingir as pessoas em diferentes estágios de mudança de comportamento e buscar superar as barreiras, oferecer ambientes favoráveis para a atividade física e envolver as lideranças neste movimento. REVISTA Educação Física - Qual é a importância do Profissional de Educação Física nesse contexto? Eloir Simm - O Profissional de Educação Física tem um papel fundamental neste processo de combate ao sedentarismo, pois pode atuar em várias frentes, oferecendo suporte técnico adequado e interagindo com os outros profissionais de saúde. Os Profissionais de Educação Física podem atuar para que as pessoas sejam mais ativas no lazer, no deslocamento, durante o trabalho e em casa. Além disso, podem contribuir de maneira decisiva estimulando as crianças e os jovens a serem mais ativos e a criar uma cultura de saúde e qualidade de vida em nosso país. REVISTA Educação Física - Quais são as expectativas para o XV Congresso ABQV? Eloir Simm - Os profissionais de qualidade de vida aguardam ansiosamente a realização do congresso brasileiro de qualidade de vida, pois é um momento de encontro, atualização cientifica e de conhecer novas tendências no setor. Neste ano, o tema central é a inovação. Vamos discutir como podemos ter programas com maior escala, mais efetivos e com uso cada vez maior da tecnologia a favor das pessoas.
Avalie esta seção em confef.com/254 Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 29
Projeto Transforma inova a prática
de Educação Física nas escolas Através da iniciativa, unidades públicas e privadas têm acesso a esportes Olímpicos e Paralímpicos
A Profissional de Educação Física Luciana Alves [CREF 022806-G/RJ], que dá aulas no Ciep 075 Jardim Cabuçu, em Nova Iguaçú, e na Escola Municipal Nestor Victo, na Pedra de Guaratiba, foi uma das participantes das capacitações de futebol de cinco, rugby, hóquei sobre grama e badminton. “Minha experiência foi muito enriquecedora, gostei muito do curso que quase exclusivamente prático. É exatamente o que estávamos precisando em relação a variação do conteúdo trabalhado nas escolas, aumentando o nosso leque de possibilidades, e também elevando o conhecimento dos alunos sobre esportes. Também ajudou a transmitir os valores olímpicos para as crianças de forma lúdica, aceitando as diferenças e respeitando-as”, falou. Com apenas um ano de existência, o Projeto Transforma, desenvolvido pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, já alcançou 423 escolas nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 275 mil alunos envolvidos direta ou indiretamente. A iniciativa, realizada em parceria com escolas públicas e particulares, tem o objetivo de levar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos para as salas de aula. Por meio desse trabalho foi possível capacitar alunos e profissionais de educação, lançar desafios escolares e promover festivais esportivos abertos à comunidade. Além disso, o programa apresentou esportes como o tiro com arco, rúgbi, atletismo Olímpico e Paralímpico e hóquei sobre grama para alunos e Profissionais de Educação Física. Como resultado, várias escolas começaram a incorporar esses novos esportes em seus projetos pedagógicos. “O Transforma já faz parte do sistema de políticas públicas da cidade do Rio de Janeiro e será um dos principais legados dos Jogos Rio 2016. Um dos principais objetivos do programa é a ampliação do cardápio esportivo nas escolas. Por meio de uma série de capacitações e materiais didáticos que oferecemos aos professores, várias escolas já começam a incorporar novos esportes em suas rotinas”, destaca Mariana Behr, gerente-geral de Educação do Comitê Rio 2016. Além da capacitação, os Profissionais de Educação Física encontram na plataforma, uma rica fonte de conhecimentos. A intenção é que as aulas digitais, disponíveis no portal, possam contribuir com o trabalho já desenvolvido em sala de aula. São vídeos, materiais, dicas de atividades, roteiros para formações e muito mais. O conteúdo está dividido por perfis de interesse e disponível para download gratuito.
Lançado em 2014, o programa já está presente em 19 municípios da Região Metropolitana e do interior do Rio de Janeiro. Até o fim de 2015, o programa beneficiará mais de 500 escolas públicas e privadas do estado do Rio de Janeiro.
Como o programa funciona Através do portal Rio 2016, qualquer escola pode ter acesso ao conteúdo pedagógico relativo à iniciativa e sugestões de experimentações esportivas para as escolas. O portal disponibiliza os conteúdos didáticos para download direcionando-os para o Público Geral, Coordenadores Pedagógicos, Profissionais de Educação Física, Tutores de Agentes Jovens e Agentes Jovens. Neste mesmo site é possível se cadastrar para cursos de formação e desafios escolares. Esses desafios são lançados durante o ano letivo e tem o objetivo de estimular o protagonismo dos alunos. Ficou interessado? Acesse www.rio2016.com/educacao e saiba mais sobre a iniciativa. Avalie esta seção em confef.com/255
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Senhoras dançarinas A ideia tomou mais forma quando sua avó materna, que havia perdido o marido, relatou que gostaria de voltar para a rotina de exercícios. Dessa maneira, Roberta percebeu que a dança proporcionaria alguns ingredientes importantes para este processo, como a alegria e animação.
Levando a dança para a vida de mulheres entre 50 e 85 anos, o Divas Dance rejuvenesce e faz bem à saúde Com o slogan “Um jeito feliz de ver a vida”, o projeto Divas Dance tem mudado a realidade de muitas senhoras entre 50 e 85 anos, em Brasília. O objetivo é oferecer qualidade de vida para um público que muitas vezes é esquecido quando o tema é vida fitness. Com a prática da dança orientada sempre por um Profissional de Educação Física, o Divas Dance tem atingido cada vez mais cidades como Goiânia, Vila Velha, Salvador e São Paulo. A iniciativa foi idealizada pela Profissional de Educação Física, Roberta Marques [CREF 000398-G/DF], que no ano de 2010 percebeu a necessidade de exercícios orientados para a terceira idade, de modo que a autoestima dessas mulheres pudesse ser elevada e suas vidas tivessem mais saúde.
“É uma grande oportunidade e responsabilidade trabalhar com as dimensões físicas, sociais e emocionais de jovens senhoras. Mas também é um sonho que se realiza a cada turma que se inicia. Sabemos que faremos a vida de muitas pessoas mais saudável e feliz”, disse. Muitas alunas vão às aulas por indicação médica, mas quando chegam lá se surpreendem. “Nós cantamos, dançamos, damos muitas gargalhadas e nos divertimos a cada final de música, onde fazemos uma pose de diva e mandamos beijinhos para os fãs imaginários”, conta Marly Pires, uma das veteranas. Na prática, são ministradas aulas de dança com variados ritmos e elaboradas de maneira específica para o público a que se destinam. A ideia é que as divas – como são carinhosamente chamadas – consigam se exercitar de maneira divertida, tornando a academia um espaço agradável. O programa também oferece cursos de certificação para Profissionais de Educação Física que queiram trabalhar com o projeto, com duração de 16 horas presenciais e quatro à distância. Com este certificado a professora passa a ser membro do grupo de “Tias” e pode fazer parte efetivamente do Divas Dance. Para mais informações acesse www.divasdance.com.br
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Projeto em Indaiatuba (SP)
é referência nacional Custeado pela Lei de Incentivo Federal, o Projeto Esporte Cidadão é o maior projeto de esporte educacional do país.
Com a coordenação da Organização Nacional das Entidades do Desporto (ONED) e parceria da Prefeitura de Indaiatuba, o Projeto Esporte Cidadão é o maior programa de esporte educacional do país viabilizado pela Lei de Incentivo ao Esporte, do Ministério do Esporte. Devido à parceria público-privada são oferecidas oito mil vagas para crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, praticarem gratuitamente 23 modalidades esportivas em 19 núcleos distribuídos pela cidade. Mais de 50 Profissionais de Educação Física fazem parte da iniciativa. O projeto está sendo avaliado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), através de uma cooperação técnica com o Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada (Pronut), cujo objetivo é medir o impacto positivo que a prática esportiva regular oferece à saúde. A previsão é que os primeiros resultados sejam divulgados ainda no primeiro semestre deste ano. De acordo com Humberto Panzetti [CREF 025446-G/ SP], Secretário de Esportes de Indaiatuba, presidente da Associação dos Secretários Municipais de Esporte e Lazer (ASMEL) e Conselheiro do CREF4/SP, o esporte tem a capacidade de transformar uma sociedade. “Queremos usar o esporte como uma ferramenta educacional, utilizando seus valores intrínsecos, como a disciplina, a ética, o respeito e o trabalho em conjunto para auxiliar na formação dos nossos jovens, tornando-os cidadãos de bem, que valorizam a saúde e a qualidade de vida. Para que esse trabalho aconteça, investimos também nos professores do Projeto Esporte Cidadão que contam com o apoio de coordenadores de área e atualmente fazem Curso de Capacitação pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)”, explica. Panzetti conta que sua experiência na Comissão da Lei de Incentivo Fiscal Federal o fez entender a impor-
tância dos incentivos para o esporte. Essa lei permite que empresas deduzam o montante aplicado do total do imposto de renda devido no ano corrente até o limite de 1%. Como membro do Conselho Nacional de Esportes (CNE), que representa os gestores municipais do Esporte de todo o país, e da Comissão que aprova projetos de formação de atletas nos clubes esportivos, Panzetti enxerga a possibilidade dos municípios e seus secretários recorrerem a essa fonte de recurso para a realização de programas de esporte educacional como o Esporte Cidadão em suas cidades. O secretário também vem sensibilizando os gestores dos municípios sobre a importância da valorização do Profissional de Educação Física. “Tenho chamado a atenção dos secretários municipais sobre a exigência em editais públicos para concursos públicos e registro dos Profissionais junto ao Conselho Regional de Educação Física, buscando a valorização dessa categoria”, declara. Atualmente, a convite do Ministério do Esporte, Panzetti faz parte do grupo de trabalho responsável por elaborar o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases do Sistema Nacional do Esporte. Nesse grupo estão os representantes dos principais segmentos do esporte do país, entre eles o presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber [CREF 000002-G/RJ]. O Sistema Nacional do Esporte pretende definir as funções dos governos federal, estadual, municipal, federações, confederações, clubes e entidades privadas para as políticas do setor. “Essas discussões são importantes para o esporte do Brasil. O Projeto Esporte Cidadão é um bom exemplo de que a parceria público-privada pode sim beneficiar nossos jovens e também o esporte. Mas para isso é necessário que os gestores conheçam a Lei de Incentivo e a sua aplicação”, conclui Panzetti. Avalie esta seção em confef.com/257
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IES recebem palestras sobre
o Sistema CONFEF/CREFs
A fim de fortalecer a profissão, CREFs promovem palestras em universidades Conexão CREF apresenta o papel do Conselho para acadêmicos no RS
Fruto de uma parceria com as Instituições de Ensino Superior do Distrito Federal, o CREF7/DF promove, desde 2013, diversas palestras nas faculdades de Educação Física do estado. Na figura da Presidente Cristina Calegaro [CREF 000030-G/DF], o Conselho leva informações sobre o Sistema CONFEF/ CREFs, a legislação, ética, entre outros assuntos, a cada início de semestre. A ideia, de acordo com Calegaro, é aproximar o Conselho dos futuros Profissionais de Educação Física para que estes tenham conhecimento e entendimento de questões que poderão surgir com o início dos estágios. “Nesses encontros eu falo sobre a criação do Sistema CONFEF/CREFs, qual a nossa função, como funciona, o que mudou na nossa profissão, trato de temas sobre ética e legislação e, por fim, encerro a apresentação com perguntas e dúvidas dos discentes. A palestra acaba se tornando um bate papo muito gostoso”, conta.
Com o objetivo de possibilitar aos acadêmicos dos cursos de Educação Física conhecer as funções desempenhadas pelo CREF2/ RS, a Univates (RS) recebeu mais uma edição do Conexão CREF. A palestra “O papel do Conselho: questões legais, éticas e valorização profissional” foi ministrada pela presidente do CREF2/RS, Carmen Masson [CREF 001910-G/RS]; pela coordenadora do Departamento de Fiscalização e Orientação, Fernanda Rodrigues [CREF 009604-G/RS]; e pela assessora jurídica do Conselho, Cristiane Costa. No início do evento, Carmen ressaltou que a regulamentação da profissão foi resultado de muita luta, na qual ela mesma esteve envolvida por anos. Após exibirem um vídeo institucional do Conselho, a presidente explicou que, diferente de um sindicato, a função do CREF2/RS é regulamentar a profissão e fiscalizar sua execução. Cristiane e Fernanda aproveitaram o evento para tirar as dúvidas que muitos acadêmicos têm sobre a atuação profissional. Elas explicaram o que é necessário para o registro e como a Lei do Estágio é regulamentada para a Educação Física. O CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR também promoveu atividades semelhantes, com palestras na Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e na Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Entre os assuntos abordados, destaque para o trabalho promovido pelo CREF8, principalmente, sobre a importância do Profissional de Educação Física ser habilitado no Conselho e o exercício ilegal da profissão, além da Campanha de Combate ao Uso de Anabolizantes.
No começo da palestra alguns alunos ficam meio cabreiros, outros bem atentos. Com o decorrer do debate eles vão entendendo como são importantes essas informações. “Sinto que aproximadamente daqui a dois anos, teremos Profissionais no mercado com outra visão crítica da sua profissão. Um profissional mais participativo, mais atuante e mais unido”, comemora Calegaro. Avalie esta seção em confef.com/258 Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 33
Encontro reúne mais de 130
empresários no Paraná
O encontro de Gestores de Academias do Paraná, promovido pelo CREF9/PR, contou com um Ciclo de Palestras e debates enriquecedores para a área. Promovido pelo CREF9/PR, em parceria com o Núcleo Setorial de Academias e Escolas de Natação (Nusa) e o Sindicato das Academias e Atividades Afins do Noroeste do Paraná (Sinacad), o 3º Encontro de Gestores de Academias do Paraná reuniu mais de 130 empresários de todo o estado. O evento aconteceu no mês de abril, na sede da Associação Empresarial e Comercial de Maringá (PR). Presente no evento, o Secretário de Estado do Esporte do Mato Grosso do Sul e Conselheiro Federal, Marcelo Miranda [CREF 000002G/MS], palestrou sobre o tema Avaliação Física. “É fundamental essa iniciativa do CREF9/PR no sentido de oportunizar aos proprietários de academias essas discussões, além de qualificar tanto a prestação de serviço como a de gestão”, afirmou. Quanto ao aumento no número de participantes, que superou o do ano passado, Marcelo Miranda avaliou como um bom sinal a aproximação do CREF com os proprietários de academias, desmistificando a visão de que o Conselho age fundamentalmente na fiscalização, sem trazer benefícios para o proprietário. No evento foi observado o oposto, sendo evidente que a aproximação com o CREF só faz fortalecer a classe, trazendo sucesso aos negócios. Após a solenidade de abertura, os trabalhos foram iniciados com a palestra da NeuroCoach, Marynês Pereira, Pós Graduada em Administração de Gestão de Pessoas e Marketing e diretora executiva da Provider Solutions. “Eu me senti realmente confortável, feliz e honrada em fazer parte dessa história. Esse número de 130 empresários é relativamente grande e não se consegue isso nem em São Paulo, onde o mercado é muito maior. O CREF9/PR
está de parabéns com esta iniciativa e não pode parar, pois o mercado precisa disso, de união, conhecimento e inovação para ter sucesso”, finaliza Marynês. O Vice-presidente do CREF11/MS-MT, Luiz Antonio Stopa [CREF 000206-G/MS], que é também advogado, palestrou sobre Direito Civil. Ele explicou como que, através da regulamentação da profissão de Educação Física, torna-se importante que os gestores de academias e profissionais da área compreendam as suas responsabilidades frente aos possíveis acidentes e problemas que possam ocorrer com seus beneficiários, sob pena de ter que indenizá-los. Abordando as Leis Trabalhistas, a palestra seguinte foi ministrada pelo advogado especializado em questões jurídicas do segmento fitness e Consultor Jurídico de Academias, Dr. Felipe Bianchessi. “O trabalho que o CREF9/PR está desenvolvendo com este Ciclo de Palestras é de altíssima importância, pois traz aos gestores e donos de academias, acesso a outras informações que são de aplicação prática da academia. Hoje vivemos um momento político que traz perspectivas de crise e dificuldades financeiras para o mercado em si. Essas informações ajudam a desenvolver a gestão de forma focada e objetiva, além de trazer a possibilidade de ter mais segurança pra enfrentar a crise”, conclui. Avalie esta seção em confef.com/259
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E-mails para: revistaef@confef.org.br
Projeto de Esportes Adaptados comemora um ano de conquistas Muito obrigada, Equipe do CONFEF! Os integrantes do Grupo Esporte para Todos agradecem de coração a publicação na Revista Educação Física, edição de março de 2015, referente ao trabalho que estamos desenvolvendo na cidade de Alegrete (RS). Esperamos que outros municípios também desenvolvam trabalhos semelhantes, fazendo crescer o paradesporto em todas as regiões, e que cada cidadão doe um pouco do seu tempo a ajudar ao próximo. “Viva ao trabalho voluntário, viva ao esporte para pessoas com deficiência!” Josie dos Santos Pillar [CREF 012816-G/RS] Registro aqui a felicidade em ler a matéria “Projeto de Esportes Adaptados comemora um ano de conquistas”. Nas duas páginas aparecem fotos do programa SESI LAZER INCLUSIVO promovido pela da Gerência de Cultura, Esporte e Lazer do Serviço Social da Indústria – SESI/RS que, durante oito horas diárias, realizam atividades de lazer que promovem a integração das pessoas com e sem deficiência, por meio de atividades sociais, recreativas, culturais e esportivas, estimulando a ambos a adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável, com o intuito de melhorar sua autoestima e, por consequência, sua qualidade de vida. Aqui no SESI/RS, somos mais de 320 Profissionais da Educação Física que em suas atividades de Cultura, Esporte e Lazer, promovem suas atividades sempre visando mais acessibilidade e inclusão possível. Parabéns CONFEF, pois são publicações como essa que levam informações de ações inclusivas aos quatros cantos do Brasil. Rotechild Prestes [CREF 007786-P/RS] Correção: Foi utilizada na reportagem, de forma equivocada, imagens da Equipe “Força sobre Rodas-UFSM” de Handebol e Basquete em Cadeira de Rodas. Pedimos desculpas aos atletas e demais envolvidos com o trabalho do Centro de Educação Física e Desportos – UFSM. O que vem de sala de aula... Hoje recebi a Revista Educação Física e me senti emocionada ao ver que existem profissionais que pensam como eu. Eu realizei um projeto muito parecido com o relatado na matéria “O que vem de sala de aula”, na Escola Municipal Engenheiro Mansueto Serafini, em Caxias do Sul (RS). Meus alunos criaram, construíram e executaram pirâmides humanas de diferentes formas, foi muito legal e motivacional, além de trabalhar a força, equilíbrio, concentração, cooperação, entre outras. Também trabalhei com eles o Pilates e a Yoga. Rúbia Rodrigues Gomes [CREF-RS 010098-G/RS] Academias ao ar livre em São José dos Campos (SP) Na matéria “Academias ao ar livre: Faltam profissionais de Educação Física”, edição nº54 da Revista Educação Física, trouxemos a informação de um acidente ocorrido na Academia ao Ar Livre do Jardim da Granja, em São José dos Campos, onde uma criança “perdeu” o dedo. De acordo com informações do programa Cidade em Movimento, da Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de São José dos Campos, o acidente ocorreu devido ao mau uso do equipamento, visto que a vítima e o seu responsável utilizaram os aparelhos fora do horário de orientação profissional, somado a falta de cuidados médicos pelos responsáveis da criança. De acordo com o Secretário de Esportes e Lazer, Sr. José Luis Nunes do Couto, atualmente o programa conta com 181 Profissionais de Educação Física, destes 30 dobram sua carga horária. A estrutura conta ainda com 10 coordenadores por período, atendendo todas as 120 academias. O importante trabalho desenvolvido na cidade de São José dos Campos pode ser conferido na edição 48 da Revista Educação Física.
Avalie esta seção em confef.com/260 Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 35
Câmara de Vereadores de Curitiba cria Frente Parlamentar da atividade física Foi criada na Câmara Municipal de Vereadores de Curitiba, a Frente Parlamentar da Atividade Física, no mês de abril. A iniciativa partiu da presidência do CREF9/PR e foi bem recebida pelos vereadores, através da articulação do vereador Bruno Pessuti com os demais parlamentares da casa. De acordo com o CREF9/PR, a iniciativa irá fortalecer ainda mais a área da Educação Física e atuação dos Profissionais, já que o Conselho passará a contar com um espaço na Casa de Leis para debater os rumos das políticas públicas de Curitiba na promoção da atividade física voltadas para a saúde, esporte, lazer e educação. Fonte: CREF9/PR
Profissional de Educação Física assume Secretaria em Cajazeiras (PB) A Secretaria de Juventude, Esporte e Turismo de Cajaizeras (PB) tem, a partir de abril, um Profissional de Educação Física na direção. O novo responsável pela pasta é o Professor Everaldo Silva dos Santos [CREF 002069-G/PB], nomeado pelo prefeito Júnior Araújo. Durante a solenidadede posse no gabinete da Prefeitura, o Presidente do CREF10/PB-RN, Francisco Borges de Araújo [CREF 001001-G/RN], prestigiou o colega de profissão na nova jornada. - O esporte é uma importante ferramenta para o desenvolvimento social da juventude, mas deve sempre ser planejado e desenvolvido sob a orientação de Profissionais de Educação Física. É importante que alguém da área tome posse dessa ocupação, pois conhece o assunto a fundo -, afirmou. Também compareceram à posse vereadores, coordenadores, gestores municipais, ex-secretários, diretores de escolas, presidente de ligas, esportistas, além de membros da imprensa local e outros convidados. Fonte: CREF10/PB-RN
Representantes da Secretaria de Educação de Olinda (PE) e do Conselho Municipal de Educação visitam o CREF12/PE-AL No mês de março, a presidente do Conselho Municipal de Educação de Olinda, Patrícia Coruzo e a diretora de Políticas e Programas Educacionais, Josiane Sander, estiveram no CREF12/PE-AL discutindo com a presidência o papel e a inserção do Profissional de Educação Física na educação. A presidente do Conselho, Nadja Harrop [CREF 000288-G/PE], falou sobre as dificuldades que a profissão de Educação Física ainda enfrenta, por ser a mais jovem a ter conquistado a regulamentação. A presidente explicou também as diferenças entre os campos de atuação da Licenciatura e do Bacharelado e falou sobre a obrigatoriedade do registro para atuar na escola e em programas sociais. “A área da educação tem que entender a grande importância do Profissional de Educação Física como agente na formação de crianças e jovens, através das atividades físicas e desporto, principalmente no desenvolvimento motor e cognitivo, para aqueles que têm acesso a essa disciplina logo no início da vida escolar, repercutindo no desenvolvimento lógico, como comprovam diversos trabalhos científicos, além de promover valores de inclusão social, morais e éticos”, enfatiza Nadja.
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As representantes da Secretaria de Educação de Olinda convidaram o Conselho a participar de um encontro com os servidores da educação, no município, no qual o Assessor Técnico de Fiscalização, André Souza [CREF 002443-G/ PE], passou informações a respeito da regulamentação da Profissão, das diferenças entre Licenciatura e Bacharelado e sobre a intervenção do Profissional de Educação Física nos projetos sociais. Ao final das explanações, os presentes puderam aproveitar uma sessão de ginástica laboral. Fonte: CREF12/PE-AL
Profissional de Educação Física assume Fundação Municipal do Esporte de Florianópolis Desde o mês de março a Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis (SC) conta com um Profissional de Educação Física na direção. Dilnei Preve Bittencourt [CREF 007482-G/SC] assumiu a Superintendência da Fundação com a missão de promover a reestruturação interna da instituição, além de trabalhar com o esporte da capital catarinense. “O desafio é fazer a reestruturação organizacional da FME, desde a revitalização da frota de carros, que está defasada, até o aprimoramento da legislação do Esporte da capital”, afirma Dilnei. A meta do superintendente é criar uma equipe capacitada, baseada na contratação de novos profissionais via Concurso Público, além da valorização do quadro atual. No ano passado, a prefeitura criou por meio da Lei Complementar nº. 503, de 18 de novembro de 2014, pela primeira vez um Quadro próprio para a Fundação, com 54 vagas para diversas profissões, com destaque para as 30 vagas para Profissionais de Educação Física. “Hoje o horizonte é o resgate da autoestima de quem trabalha na Fundação Municipal de Esportes, em busca da qualidade de vida para a população”, finalizou. Fonte: CREF3/SC Avalie esta seção em confef.com/261
Falso treinador de basquete é detido em flagrante Um falso treinador de basquete foi flagrado durante o exercício ilegal da profissão em torneio realizado no centro de Porto Velho (RO) em março. O indivíduo, sem carteira profissional ou qualquer documento que comprovasse a graduação, estava responsável por uma equipe durante a competição. Quando questionado pela Polícia Militar, o falso treinador informou que não era registrado no CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR, mas que tinha formação e carteira da Adidas Brasil (não sendo apresentado nenhum dos documento). Diante dos fatos, foi dada voz de prisão pela fiscal do Conselho que solicitou apoio policial na condução do agente até a Central de Policia para as medidas cabíveis. Fonte: CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR
Academia é interditada em São Sebastião do Passé (BA) Uma academia foi interditada e mais seis foram notificadas, durante uma fiscalização conjunta do CREF13/BA-SE em parceria com a Vigilância Sanitária, que ocorreu em março, no município de São Sebastião do Passé, localizado na região Metropolitana de Salvador (BA).
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O estabelecimento interditado não possuía Profissionais de Educação Física trabalhando no local. Ao todo, oito academias foram visitadas durante a ação, cinco foram notificadas por não possuírem registro no CREF, e uma por manter um estagiário atuando sem contrato. “Esse tipo de fiscalização é fundamental para garantir um serviço seguro e de qualidade a sociedade, pois é imprescindível ter um Profissional de Educação Física com registro no CREF, orientando e prescrevendo os exercícios físicos”, afirmou o Supervisor do Departamento de Orientação e Fiscalização do CREF13/BA-SE, Jorge Medeiros [CREF 004115-G/BA]. FONTE: CREF13/BA-SE
Falso professor é encaminhado à Delegacia no Espírito Santo Um homem foi encaminhando à Delegacia do município de Serra, no Espírito Santo, por exercício ilegal da profissão. O falso professor, que não tinha formação superior em Educação Física, foi flagrado à frente da sala de musculação numa academia do bairro Jardim Tropical. O flagrante foi possível graças às denúncias anônimas feitas à Seccional do CREF1/RJ-ES no estado capixaba. Ao chegar no local, os fiscais abordaram o falso professor - que usava uniforme da academia com a designação ‘Instrutor’ estampada nas costas, e comprovaram que o mesmo não tinha habilitação na área. O homem foi encaminhado à Delegacia de Polícia, 3ª Regional da Serra, onde assinou Termo Circunstanciado comprometendo-se a comparecer em juízo quando for chamado. O estabelecimento também foi autuado por permitir o exercício ilegal, e pela ausência do registro de Pessoa Jurídica junto ao CREF1/RJ-ES, e de Responsável Técnico. A academia também não apresentou nenhum documento de legalização como CNPJ, alvará de funcionamento e contrato social, por exemplo. Fonte: CREF1/RJ-ES
Operação Halteres interdita academias irregulares em Rondônia Nos meses de março e abril, a Seccional Rondônia do CREF8/AM-RO-RR-AC-PA-PP deu prosseguimento a Operação Halteres, sendo esta dividida em duas ações: A Ação Viana, que percorreu os estabelecimentos da Regional Centro Oeste, foi concluída com a interdição de três academias irregulares. Já a Ação Serra percorreu a Regional Noroeste do estado e interditou um estabelecimento, que já se regularizou junto ao Conselho. Ainda na ocasião, uma pessoa foi flagrada durante o exercício ilegal da profissão. Fonte: CREF8/AM-RO-RR-AC-PA-PP
É postura! E não estamos falando apenas da questão corporal. Além desta, que é muito importante para o bem-estar, a Educação Física contribui para elevar o nível de autoestima, fazendo com que os indivíduos tenham uma postura positiva e proativa diante dos obstáculos do dia-a-dia. Exercitar-se fisicamente, com regularidade e sob a orientação de um Profissional de Educação Física, é o melhor caminho para encarar a vida com disposição e otimismo.
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Conselho solicita ao MPE o fechamento de 10 academias em Manaus (AM) No mês de março, o CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR solicitou ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), o fechamento de 10 academias irregulares em Manaus. A ausência de exigências legais nesses estabelecimentos foi constatada pelo CREF8 após inúmeras fiscalizações realizadas na capital. Das irregularidades mais comuns, destaque para a falta de Profissional de Educação Física habilitado, equipamentos sem manutenção e sem condições de uso, além da ausência de registro junto ao Conselho. De acordo com o presidente do CREF8, Jean Carlo [CREF 000964-G/AM], das 560 academias autuadas no ano passado, 150 não buscaram a regularização, mesmo com as oportunidades e prazos oferecidos. “Temos em mãos 10 processos de fechamento, porém este é apenas o início do trabalho. Não observamos providências por parte dos proprietários e é importante lembrar que as academias lidam com a saúde das pessoas. Por isso, decidimos enviar esses casos ao Ministério Público para que seja aberta uma ação na justiça e esses locais sejam fechados”, afirmou Jean. O advogado do CREF8, Adson Pinho Pinto, afirmou que os responsáveis pelas academias estão cientes dos processos administrativos movidos pela instituição. Segundo ele, como esses casos foram encerrados sem solução, o Conselho tem o dever de apresentá-los ao MPE/AM. Fonte: CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR
CREF2/RS assina termo de cooperação com Prefeitura de Caxias do Sul No mês de abril, representantes da Prefeitura de Caxias do Sul (RS) estiveram na sede do CREF2/RS para reunião com a presidente Carmen Masson [CREF 001910-G/RS]. O objetivo do encontro, ocorrido em março, foi firmar um termo de cooperação, em que a Secretaria de Esporte de Lazer do município se compromete em exigir que todos que atuam na condição de Profissional de Educação Física possuam registro junto ao Conselho. Estiveram presentes na reunião Jó Arse, secretário de Esporte e Lazer de Caxias do Sul; Gabriel Citton [CREF 008763-G/RS], membro do Conselho Municipal do Desporto de Caxias do Sul; Kalil Sehbe, ex-secretário estadual de Esporte e Lazer; e Fernanda Rodrigues [CREF 009604-G/RS], coordenadora do Departamento de Fiscalização e Orientação. Como salientou Arse, o termo de cooperação, além de aproximar a administração do município e o Conselho, é também um forma de garantir a qualidade dos serviços prestados pela Secretaria de Esporte de Lazer. “O grande ganho é a qualificação, em todos os projetos que desenvolvemos”, afirmou. Fonte: CREF2/RS
Avalie esta seção em confef.com/263 Revista EDUCAÇÃO FÍSICA | 39
VI Congresso Internacional de Pedagogia do Esporte e III Congresso Internacional de Educação Física e Esporte Olímpico Datas: 19 a 21 de agosto Local: Maringá (PR) Informações: cipeuem2015.wix.com/cipe 4º Congresso de Educação Física da FIEP/AM Datas: 26 a 29 de agosto Local: Manaus (AM) Informações: http://www.fiepam.com.br 12º ENAF – BH Datas: 28 a 30 de agosto Local: Belo Horizonte (MG) Informações: www.enaf.com.br
18º Meeting Balneário Camboriú Datas: 10 a 12 de outubro Local: Balneário Camboriú (SC) Informações: www.korppus.com.br 27º Congresso Brasileiro de Medicina do Exercício e do Esporte Datas: 21 a 24 de outubro Local: São Paulo (SP) Informações: www.medicinadoesporte.org.br Congresso Nacional de Atividades Físicas para Profissionais e Estudantes de Educação Física (CONAAF) Datas: 01 a 07 de setembro Local: Online Informações: conaaf.com.br
1ª Semana da FIEP em Sergipe Datas: 28 a 30 de agosto Local: Aracaju (SE) Informações: www.tuchefitness.com.br
17º Congresso Internacional SM Fitness & Wellness Datas: 04 a 06 de setembro Local: Rio de Janeiro (RJ) Informações: www.fitnessbrasil.com.br
VI Congresso de Educação Física Faculdade Asces Datas: 01 a 04 de setembro Local: Caruaru (PE) Informações: www.asces.edu.br/congressoeducacaofisica2015/
II Congresso da Associação Latino-Americana de Ciências do Esporte, Educação Física e Dança (ALCIDED) Datas: 16 a 18 de setembro de 2015 Local: Juiz de Fora (MG) Informações: www.alcided.com.br
16ª IHRSA Fitness Brasil Datas: 17 a 19 de setembro Local: São Paulo (SP) Informações: www.fitnessbrasil.com.br V Congresso Brasileiro de Ciências do Exercício – CBRACE Datas: 18 a 20 de setembro Local: Goiânia (GO) Informações: www.cbrace.com.br Brasília Capital Fitness 2015 Datas: 01 a 04 de outubro Local: Brasília (DF) Informações: www.bsbfitness.com.br
I Congresso Internacional de Atividade Física e Saúde (CIAFIS) Datas: 17 a 19 de Setembro Local: Aracaju (SE) Informações: www.unit.br/ciafis V Congresso da ABRAPESP Datas: 24 a 26 de setembro Local: Brasília (DF) Informações: www.congressoabrapesp.com.br XV Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida Datas: 25 a 28 de outubro Local: São Paulo (SP) Informações: www.abqv.org.br
38º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte Datas: 11 a 12 de outubro Local: São Paulo (SP) Informações: www.simposiocelafiscs.org.br
27º ENAREL Brasília Datas: 04 a 06 de novembro Local: Brasília (DF) Informações: www.enarel2015.com/
59º ENAF – Poços de Caldas Datas: 10 a 12 de outubro Local: Poços de Caldas (MG) Informações: www.enaf.com.br
X Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde Datas: 11 a 14 de Novembro de 2015 Local: São Luís (MA) Informações: www.cbafs.org.br
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NO DIA 1º DE SETEMBRO É CELEBRADO O DIA NO DIA 1º DE SETEMBRO É CELEBRADO O DIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CONFEF Promova, divulgue e participe das atividades em homenagem ao Profissional responsável por por incentivar incentivar aa prática prática de de atividades atividades físicas físicas responsável e a consequente aquisição de hábitos saudáveis. e a consequente aquisição de hábitos saudáveis.
Eleições CREFs: Participe! O voto - pessoal e secreto - é um direito de todos os Profissionais de Educação Física registrados há mais de um ano, em dia com suas anuidades e obrigações estatutárias. Você pode votar comparecendo ao CREF no dia da eleição ou por correspondência, visto que a cédula eleitoral é enviada ao endereço informado em seu cadastro. É muito importante, portanto, que seus dados cadastrais estejam atualizados. Consulte o Regimento Eleitoral do CREF da sua região em nosso portal eletrônico e participe. A melhoria constante da profissão depende de você! CONSELHO
DIA DA ELEIÇÃO
CREF1/RJ-ES
18 de setembro
CREF2/RS
18 de setembro
CREF3/SC
10 de setembro
CREF4/SP
16 de setembro
CREF5/CE-MA-PI
08 de setembro
CREF6/MG
10 de setembro
CREF7/DF
18 de setembro
CREF8/AM-RO-RR-AC-PA-AP
03 de setembro
CREF9/PR
23 de setembro
CREF10/PB-RN
01 de setembro
CREF11/MS-MT
01 de setembro
CREF12/PE-AL
11 de setembro
CREF13/BA-SE
25 de setembro
CREF14/GO-TO
09 de setembro