IMC - Viagem para o Niassa

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ENTRADA DOS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA NO NIASSA CELEBRAÇÃO DO 90º ANIVERSÁRIO DA CHEGADA DOS PADRES PEDRO CALANDRI E JOSÉ AMIOTTI A MANDIMBA (1926-2016) Introdução No dia 4 de Julho de 2016, assinalam-se 90 anos da chegada dos primeiros missionários da Consolata ao Niassa. Foi num Sábado que, a 4 de Julho de 1926, os Padres Pedro Calandri e José Amiotti, vindos da Beira, via Malawi, pisaram a localidade fronteiriça de Mandimba. Eram os primeiros missionários católicos a chegar a esta terra para aqui se estabelecerem e darem início à primeira missão católica na actual Diocese de Lichinga. Alguns meses antes, outro grupo de missionários da Consolata tinha fixado residência na Missão de São Pedro Claver de Miruro, no Zumbo, na actual Diocese de Tete. Partindo dos documentos da época (cartas e relatórios), guardados no Arquivo do Instituto Missões Consolata, em Roma, descrevemos a viagem dos missionários até Mandimba e a viagem de exploração, feita juntamente com o Padre João Chiomio, pelo território do Niassa para conhecer a terra e as suas gentes e localizar os melhores lugares para a fundação de futuras missões. Esta narração é ilustrada por fotografias da época, tiradas pelo Padre José Amiotti, cuja existência se desconhecia, e que recentemente foram descobertas. Com elas iremos recordar a entrada dos Missionários da Consolata no Niassa. São os primeiros passos de uma presença evangelizadora com 90 anos de história ao serviço da Igreja local. P. Diamantino Guapo Antunes

Niassa: Uma missão muito desejada pelos Missionários da Consolata Remonta a 1920 o projecto, do Instituto Missões Consolata, de um território de missão em Moçambique, concretamente no Niassa. Já nas conversações com o Vaticano (Propaganda Fide) sobre os limites da Prefeitura de Iringa, no Tanganica (actual Tanzânia), o cónego José Allamano, fundador dos Missionários da Consolata exprimiu o desejo de que os limites da Prefeitura de Iringa, confiada ao Instituto da Consolata, chegassem até ao lago Niassa. É evidente que o motivo que levou o Instituto da Consolata, em 1925, a enviar missionários para Moçambique, num momento que as missões confiadas ao Instituto em África careciam de pessoal, tem a ver com o facto se considerar este território como um importante campo evangelização. Nas conversações com Dom Rafael de Assunção, Bispo de Moçambique, o Padre Luís Perlo, delegado para os contactos com a autoridade civil e religiosa em Moçambique evidenciou, perante a perplexidade do prelado, um interesse muito claro por este imenso território. Ir para Tete para ficar próximo do Niassa O Padre Pedro Calandri, missionário da Consolata pioneiro da evangelização Católica no Niassa, foi enviado do Quénia onde trabalhava, para Moçambique em Outubro de 1925. Seguiu integrado no grupo de Missionários da Consolata chefiado pelo Padre Victor Sandrone, do qual faziam parte o Padre Júlio Peyrani e o Irmão José Benedetto. Na cidade da Beira encontraram o outro grupo de Missionários da Consolata chefiado pelo Padre João Chiomio, do qual fazia parte o Padre Pedro Borello, o Padre Lourenço Sperta e o seminarista Segundo Ghiglia. A ordem dada aos dois grupos de missionários, pelo Bispo de Moçambique, fora tomar conta da Missão de São Pedro Claver de Miruro, no Zumbo (Tete). O Padre Chiomio deveria acompanhar a comitiva e regressar a Turim para informar o Superior Geral de tudo aquilo que tinha visto e anotado durante a viagem.


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