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AGOSTO/SETEMBRO 2012 EDIÇÃO PILOTO ANO 1 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA E DIRIGIDA
ADEGA DE LUXO
O VINHO COMO PROTAGONISTA DA DECORAÇÃO
GLAM SUÍTE PRA LÁ DE SOFISTICADA LEVA PRÊMIO DE OUSADIA
LEO CAPOTE
O PODER DO DETALHE
MIX CRIATIVO DE HERANÇAS DE FAMÍLIA E PEÇAS CONTEMPORÂNEAS
ENGENHOCAS E INVENÇÕES COM ASSINATURA POP
FLAVIA LIZ DI PAOLO SÃO PAULO PARA DESIGNERS, ARQUITETOS, DECORADORES E AMANTES DE ARTE
ÍNDICE
12 -WARM-UP 14 - GARIMPO As peças que não podem faltar em sua wishlist. Agosto/Setembro 2012
18 - MAIL A arquiteta Luiza Broch faz um tira-dúvidas sobre as tendências em arquitetura e design de interiores. 22 - CRIATIVIDADE VERDE Verde por todos os cantos A tranquilidade da natureza em meio à selva de pedra. Londres Vestida de Verde A dama de vermelho mudou a cor do vestido. 30 - DOSSIÊ No telhado, grama. Nas paredes, vidro Quem não tem teto de vidro, ops... grama, que fique apaixonado... 38 - CENÁRIO Conforto criativo Aqui nenhuma peça é protagonista – o destaque fica por conta do bom gosto.
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54 - RECORTE Do vazio ao requinte Designers campinenses transformam antiga sala de hospital em uma suíte sofisticada. 58 - REFÚGIO Arrojado esconderijo em Bali Uma gostosa contradição na Indonésia: ilha oscila entre santuário espiritual e destino pop.
90 64 - IT Leve a casa para acampar Literalmente, sua casa vai com você. O inusitado vira arte Engenhocas com dedo de Professor Pardal . 74 - ESPELHO Esconderijos paulistanos Os segredos paulistanos out-of-the-beaten-path desvendados por Flavia Liz Di Paolo. 8
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78 - GADGET Novidades para deixar sua casa hi-tech. 81 - GIRO De tudo um pouco Karen Mazzo mostra suas preferências para montar um requintado ambiente. 92 - ESTANTE Onde ir, o que ler, o que assistir. 96 - GOURMET Cantinho de Baco Vinhos, bom gosto e sabor em um aconchegante lugar. 104 - SKETCH MAP Construções muy formosas para visitar assim que der Clarissa Donda é a convidada da vez e indica o que riscar no mapinha que você tem em casa. 108 - CIDADE Antenada aos 60 Três patrimônios da arquitetura cascavelense que contam a história da cidade. 114 - BUCKET LIST O verde de Manhatann Parque dá cor e é patrimônio nova iorquino. Inovações nas alturas Maior prédio da América Latina completa um ano de imponência.
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120 - RELAX Insólito mesmo! Francesa faz da Praia da Ferradura, em Búzios, o descanso dos sonhos. 124 - COLABORADORES Quem fez, o que fez, para que fez, o que quer fazer. 128 - BATE-PAPO Mudar pra quê? Andressa Missio é a cronista desta edição. 130 - ONDE ENCONTRAR Profissionais, lugares, móveis, imóveis: está tudo aqui!
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EXPEDIENTE
Diretor Administrativo: Douglas Popenga Diretor Executivo: Felipe Pedroso Diretor de Arte: André Ribeiro Diretora de serviços editoriais: Julie Fank
Diretor Administrativo: Douglas Popenga Diretor Executivo: Felipe Pedroso Diretora de Redação: Julie Fank Jornalista Responsável: Mayara Kopceski Diretor de Arte: André Ribeiro Assessora Executiva: Regina Breda Editora de Fotografia: Isadora Carneiro Fotógrafos: Alex Sanderson, Calan Sanderson, Isadora Carneiro e Rodrigo Vieira Repórteres: Alan Medeiros, Giovana Danquieli e Mayara Kopceski Estagiárias: Marcele Antonio e Tátila Pereira Arquitetos consultores: Aurora Popenga CREA-PR 89.348/D (Arquiteta, Urbanista e Paisagista); Celso Fernando Contin Pedroso CAU 39.199-9; Liana Maria Mayer Bertolucci CAU 98.425-3 (Especialista em Obras Públicas); Luiza Scapinello Broch CAU 119042-3; Sciliane S. Sauberlich CAU PR 111615-0 (Pós-graduada em Arquitetura Paisagística, cursando Pós-graduação em Design de Interiores).
Engenheiros consultores: Diego Manfé CREA-PR 94.814-D; Fabiano Vasques CREA-PR 98.180/D (Especialista em Estruturas Metálicas); Leandro Bloot CREA-PR 90.480-D (Pós-graduado em Estruturas); Leomar Pereira de Menezes CREA-PR 28.692/D (Especialista em Laudos e Perícias Judiciais e em Engenharia de Segurança do Trabalho); Mauricio Popenga CREA-PR 12.20120/D; Ricardo Lora CREA-PR 100.707/D (MBA em Gestão Empresarial e MBA em Gestão de Obras e Edificações); Vinicius Hotz CREA/PR 11.5861/D. Marketing e Comunicação: Agência Roda Gigante Central de atendimento: (45) 3306 6336 - 3306 3663 contato@revistaconstruarch.com.br www.revistaconstruarch.com.br Redação: julie@revistaconstruarch.com.br Impressão: Gráfica Positiva
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WARM-UP
A cor da sustentabilidade é o verde, mas nem por isso a paleta de cores virou monotonia. Esta edição terá como norte o assunto que já deixou de ser opção e passou a constar como obrigatório no vocabulário de qualquer arquiteto
antenado: sustentabilidade – com um pouquinho mais de cor. A revista inaugural Construarch quer levar você para conhecer uma casa projetada com um pé na consciência e outro no futuro – o projeto é do arquiteto Ademar Sonoda e fica em um condomínio fechado de luxo numa área de fundo de vale. Com telhados ecológicos e um planejamento de primeiro mundo, a casa não deixa a desejar no quesito design – a prova de que dá sim para aliar beleza e consciência. E por falar em beleza, tem gente que tem um dom mágico: transformar a decoração com peças de família sem transformar a casa em um brechó mal-organizado. A equipe da revista visitou e mostra, com exclusividade, a descolada casa da decoradora Patricia Gomes. Com bom gosto e peças ousadas em doses democráticas, a casa é símbolo de criatividade e aconchego. Aconchego também é o que não falta em um refúgio em Bali, ilha pop da Indonésia. A casa que leva a assinatura de um casal australiano é um pedacinho de paraíso do outro lado do mundo. À prova de qualquer modismo, o lugar é um mix luxuoso de uma casa de descanso com uma casa permanente e a pitada ideal de requinte. O destaque da casa fica por conta do ambiente da piscina, estrategicamente posicionado para ser um lugar do tipo quero-ficarpra-sempre-aqui. Mas em viagem não tem essa, cada ambiente é um convite a uma estadia temporária: uma espécie de amor de verão com dia e hora pra acabar – antônimo do que pretende ser a Revista Construarch na sua vida, tradução do afeto que um simples objeto de design pode proporcionar: paixão à primeira vista – com promessa de casamento. As páginas da Construarch cá estão, a seu dispor!
Diretora de Redação
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julie@revistaconstruarch.com.br
TRANSFORME AMBIENTES EM VERDADEIRAS OBRAS DE ARTE.
DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO:
R. RODRIGUES ALVES, 1107 JD. MARIA LUIZA - CASCAVEL - PR (45) 3223 0468 - 8422 6499
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GARIMPO
Caminhão para deitar - Em homenagem ao centenário de Carybé, esses acessórios para casa têm como estampa as obras do artista argentino naturalizado brasileiro. A linha utiliza tecido sustentável produzido a partir da lona BR 100, a mesma utilizada pelos caminhoneiros. Feitas 100% de algodão, passam por um processo de reciclagem exclusivo, que as transforma em um tecido resistente e macio. Conhecido por retratar a baianidade, Carybé registrou cenários da vida popular e suas diversas cores. Preservando a originalidade do artista, a coleção traz 13 de suas obras. Compõem os modelos acima a obra “Pelourinho”, inspirada no conjunto arquitetônico colonial, patrimônio de nossa história, as obras “Banda” e “Compadre”. As almofadas medem 45 x 55 cm. R$ 350 cada. www.jrj-collection.com.br
O gato vai à feira - Por que não deixar a caixa do seu gato mais estilosa? Pensando nisso, a Le Modiste confeccionou a partir de um caixote de feira, o modelo de caixa ideal para os bichanos que preferem ambientes aquecidos e espaços pequenos. Os acessórios conferem ao cantinho um toque aconchegante e o deixam muito charmoso. Os pés palito dão um ar retrô à peça. R$ 690 www.lemodiste.com.br
Juta, pra que te quero? - Da bananeira não se aproveita somente o fruto. A fibra, obtida a partir das bainhas foliares extraídas do pseudocaule (equivalente ao tronco) dá origem a diversos produtos artesanais como este tapete, que combina bem com qualquer estilo de decoração, dando um toque natural e um conforto térmico para o seu cantinho. Além disso, as fibras naturais não são tóxicas e são hipoalergênicas. Mede 100x150 cm. R$ 521. www.meumoveldemadeira.com.br
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Cubo em junco - Os móveis fabricados em fibras naturais acompanham as tendências, unindo leveza e sustentabilidade. O pufe, que serve também de baú, foi confeccionado em fibra natural de junco. O junco é uma fibra resistente muito utilizada na produção de móveis e por ser uma planta de crescimento rápido, encaixa-se na linha eco-friendly. É recomendável que móveis feitos desse material sejam usados em espaços cobertos para não pegarem chuvas e incidência direta de sol. Mede 50x40 cm. R$ 499. www.etna.com.br
Jogo de varetas - O bambu apresenta alta resistência e durabilidade e, por isso, já vem sendo chamado de “madeira do futuro”. Altamente renovável, já que leva apenas 3 anos para estar pronto para o corte, essa gramínea gigante transformou-se numa alternativa sustentável. Matéria-prima dos mais diversos objetos para a casa, o bambu compõe a estrutura dessa mesa feita artesanalmente. A Blow Up, parte da linha Bamboo Collection, desenhada pelos irmãos Fernando e Humberto Campana em parceria com a Alessi, marca italiana para a qual foram desenvolvidas as primeiras peças da linha. A coleção conta ainda com revisteiros, fruteiras e cestos. A mesa com base de bambu e tampo de vidro tem 45 cm de diâmetro e 44 cm de altura. R$ 802. www.benedixt.com
Botão para sentar - Com assento em formato de botão e detalhe de corda de São Francisco, este simpático banquinho alia sustentabilidade e originalidade. Produzido em madeira de Pinus de floresta plantada, está disponível nas cores caramelo, rosa e azul. Compacto, fica bem na cozinha ou em qualquer cômodo que necessite de aproveitamento de espaço. Mede 42x39 cm. R$ 219. www.meumoveldemadeira.com.br
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GARIMPO
Disco-assento - Capote percebe funcionalidades diferentes para os mais inimagináveis objetos. Dois discos de vinil, aqueles “bolachões” antigos que talvez nem rodassem mais na vitrola, nas mãos dele se tornaram uma cadeira que pode compor um ambiente retrô.
Pedalada no teto - Quem teria em casa como decoração correntes de motocicleta? Não é o objeto mais apropriado, digamos, para se ter na sala. Mas e se, junto dele, vierem criatividade e luminosidade para algum cômodo da sua casa? O designer faz uma releitura de um lustre tradicional clássico com correntes de motocicleta soldadas. Mais uma peça com a assinatura de Capote.
Retrato à mesa - Os talheres agora deixaram a cozinha. Podem estar na sala, no quarto, no escritório, enfim, em qualquer parte da casa em que momentos precisem ser eternizados. E as fotos de família e amigos podem ter um lugar para ficar nada convencional. Leo Capote arremata sua coleção com garfos, colheres, aliados à sua imaginação que parece não ter fim! www.lcapote.com.br
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Mistura de bom gosto - Uma releitura sustentável da clássica cadeira Barcelona (composta pelo encosto e apoio para pés), a peça evidencia que estilo e preservação do meio ambiente podem caminhar juntos. A cadeira é fabricada com madeira certificada pelo selo verde FSC e almofadas estofadas em sacos de café recuperados de juta, uma fibra têxtil que emprega exclusivamente óleo vegetal e inodoro em seu processo industrial e não provoca danos ambientais – nem à saúde. US$ 1.595 + taxas (R$ 3430). www.vivaterra.com
Iluminação com aroma - Quando se pensa em borra de café, vem logo à cabeça aquele costume árabe, chamado de cafeomancia, no qual se crê ser possível ler o futuro na borra de café. Mas não são só os árabes que a reaproveitam: das sobras do café já tingem-se objetos ou fertiliza-se o solo do jardim. E por que não usá-las para criar luminárias? Foi o que fez o designer espanhol Raúl Laurí, que mesclou borra de café, técnicas para dar a consistência necessária e muita criatividade, para inventar luminárias em forma de caneca. A invenção foi batizada de Decafé e ganhou prêmio na Semana de Design de Milão. Segundo o designer, o grão foi eleito por ser um produto conhecido e consumido diariamente por milhares de pessoas – não é à toa que a bebida seja combustível para boas histórias. Agora, além do aroma e do sabor de café, as histórias contam com uma luz especial. www.rlauri.com
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LUIZA SCAPINELLO BROCH ARQUITETA E URBANISTA O conceito de “arquitetura aberta” se popularizou e tem agradado a todas as classes sociais. A cozinha gourmet, o quarto e sala integrados e os lofts – tudo não passa de moda ou vale a pena investir? Fotos: Divulgação Maxhaus
A “arquitetura aberta” (ou integração espacial) tornou-se uma tendência devido à redução dos espaços das moradias, estando agora ainda mais em evidência em revistas e outros meios de comunicação. É, de fato, uma excelente solução para compor ambientes pequenos, pois a integração dá uma amplitude visual ao espaço, e ainda traz a integração de convívio de quem o utiliza. Mas, é importante, em cozinhas integradas a outros ambientes, a utilização de equipamentos como a coifa ou o exaustor, que filtram o ar oriundo da cocção. Muitas vezes a opção de integração entre ambientes é composta pela cozinha gourmet (integração cozinha-sala), por não ser usada tanto no dia a dia. Quem cozinha todos os dias, muitas vezes, acaba preferindo uma separação mais nítida entre os ambientes. Uma solução para que a integração de ambientes não atrapalhe as atividades diárias é a utilização de divisórias móveis (como grandes portas ou janelas), que nos momentos nos quais há a possibilidade de transtornos devido à abertura espacial, possibilitam dividir o ambiente facilmente. É muito importante, antes de integrar um espaço, que se analise os hábitos de quem irá utilizá-los, para que o ambiente não seja o causador de conflitos.
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O concreto aparente, tanto no piso quanto no teto, é uma tendência contemporânea em interiores. O aspecto rústico dá um ar “cult” e a decoração permite experimentação. Em termos de manutenção, há dificuldades? Depende. Se o piso for de cimento queimado, você terá uma superfície mais áspera – é uma superfície à qual a sujeira vai aderir com facilidade. O interessante é impermeabilizar esse piso para que seja reduzida a quantidade de partículas que se agreguem ao piso. Já a utilização do concreto aparente na parede e no teto, porém, não causa tantos problemas em termos de manutenção diária, mas é necessário tomar muito cuidado na execução – não adianta economizar. Quem for executar deve ser uma equipe que entenda desse tipo de serviço, porque qualquer correção feita vai ficar aparente. Importante também, quando esse material for utilizado em áreas externas, é a impermeabilização. Infiltrações danificam o concreto, assim como a sua estrutura.
Integrar sala e cozinha é tendência. O conceito de cozinha gourmet possibilita uma maior visibilidade dos dois espaços, mas também acarreta alguns problemas. Nessa cozinha gourmet, a saída encontrada para captar o ar “com gordura” foi além: a coifa de ilha instalada em cima da bancada, que divide os dois espaços, soluciona o problema da gordura, sem ser um instrumento inoportuno. Resolve e ainda complementa a decoração.
O conceito de “arquitetura aberta” é bem exemplificado neste espaço onde quarto, sala e cozinha são totalmente integrados. Apesar de não possuir divisórias nítidas, a decoração permite delimitar o espaço de um jeito mais sutil. Mas não se engane pela beleza estética que a ‘falta’ de paredes intermediárias proporciona. Além de pensar na modernidade, o estilo de vida do proprietário deve ser compatível com a integração do local. A cozinha gourmet, por exemplo, é um conceito que se aplica a quem vai, efetivamente, cozinhar nesse espaço poucas vezes.
Outra tendência quando se fala em ambientes contemporâneos são as estruturas de apoio (como, por exemplo, dutos para passagem de fiação elétrica, dutos de calefação) à mostra. Qual a solução para que o moderno não pareça desleixo ou falta de acabamento? Utilizar-se de dutos e ou canaletas para fiação aparentes, ou dutos de calefação à mostra, é uma técnica que facilita a manutenção desses equipamentos e pode também ser uma saída para facilitar a execução de uma reforma. Mas, para que a casa não fique com cara de desleixo, é importante que, no momento de escolha dos materiais, seja feita a opção por um bom acabamento que possa ficar aparente e se integrar à decoração sem disparidade. O aspecto contemporâneo e a cara de desleixo, no entanto, estão muito próximas. Para que a decoração do seu loft ou da sua casa não transmita a sensação errada, você tem que caracterizar o ambiente com alguma coisa com que você se identifique. Quando a casa identifica o dono, ela deixa de ser um ambiente bagunçado e passa a caracterizar quem mora ali, com suas particularidades. Criar uma ambientação para uma fotografia é diferente de criar um ambiente para um morador – mesmo que esse ambiente reflita modismos, ele tem que ser adaptado ao jeito de viver do proprietário. Você não pode criar um ambiente com cara de galpão, loft, se você não se sente à vontade em um ambiente totalmente integrado. Às vezes, parece, em revistas e telenovelas, que o estilo de viver do loft é mais voltado para quem é da área de criação, quem é da área artística, mas acredito que isso tenha muito mais a ver com o jeito de viver/ lifestyle, muito mais do
que workstyle – até porque o ambiente de casa é um refúgio, que às vezes deve ser totalmente diferente do que é vivenciado no ambiente corporativo – normalmente, quem tem um ambiente muito rígido de trabalho quer chegar em casa e se portar de uma maneira totalmente oposta. Nós não podemos pensar em uma casa com um ambiente 100% mutável. A gente tem que pensar que, sim, os móveis mudam, a decoração muda, mas se a gente tentar se adaptar sempre ao novo, à moda – a gente vai sempre perder nossa história, que hoje a gente está tentando resgatar, como os móveis antigos, por exemplo.
A linha entre o moderno e o desleixado fica cada vez mais tênue. A saída para seguir a tendência de deixar estruturas à vista sem perder em sofisticação é apostar em elementos que demonstrem identidade, como nesse espaço. A estrutura à mostra no teto não interfere na decoração viva do ambiente. Pelo contrário: bem aproveitada por meio da iluminação, ganhou modernidade. O rústico dos tijolos à vista que revestem todo o espaço faz um contraste bem contemporâneo com os elementos coloridos da sala. 21
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VERDE POR TODOS OS CANTOS COM PRAÇAS TEMÁTICAS, A IDEIA É EVITAR A AGLOMERAÇÃO DE PESSOAS EM UM ÚNICO ESPAÇO E OFERECER QUALIDADE DE VIDA COM O PAISAGISMO Por Alan Medeiros - Fotos: Calan Sanderson
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CRIATIVIDADE VERDE
Quando Ronaldo do Santos projetou a harmonia deste residencial fechado em Cascavel, o paisagista seguiu a proposta de oferecer vários espaços verdes diferentes para combinar com cada ambiente do condomínio. A ideia era trazer a natureza para dentro e proporcionar beleza, estética, conforto e qualidade de vida com o paisagismo. “A gente partiu de uma diretriz de espaços separados. Cada espaço foi trabalhado de acordo com o uso das pessoas, o que ele poderia proporcionar”, explica o paisagista. Diante da imensidão do empreendimento, a regra maior foi proporcionar um paisagismo com árvores de grande porte para causar impacto, tipo de vegetação que é encontrada logo na entrada do condomínio e se estende pelo entorno do residencial. “São 15 alqueires de área, então se a gente estivesse usando plantas pequenas, elas não dariam efeito nenhum”, aponta Ronaldo. São 90% de plantas permanentes e 10% de plantas que florescem em diferentes épocas, trocadas para mudar a cara do jardim e dar um toque especial a cada estação. As palmeiras e as jabuticabeiras à frente do salão de festas fazem a diferença e são um convite a mais para o lazer. Aos fundos, nada de um gramado qualquer. A proposta foi criar uma área
de convivência para as pessoas se reunirem não somente dentro do salão. “A gente criou uma área externa com pérgula, deck, bancos e madeira de demolição para realmente ter essa mistura de materiais, de lembrar o antigo, de dar um aquecimento à vida das pessoas”, enfatiza Ronaldo. Ao centro do condomínio, há uma capela ecumênica para o uso dos moradores que cultivam a fé em Deus. O ambiente tranquilo é contemplado com um chafariz que promove ainda mais a sensação de relaxamento. “É uma praça central com uma capela para humanizar o condomínio, as pessoas não precisam sair para ir à igreja. E essa parte da água, bancos, cria uma energização no ambiente”, argumenta o paisagista. Espalhados pelo condomínio, três praças zens, com espelho d’água, pérgula e mudas de frutas demonstram a proposta de um paisagismo setorizado, a fim de evitar aglomeração de muitas pessoas em poucos espaços. Há verde também na academia, no clube, ao redor da pista de cooper que contorna todo o condomínio: “A ideia é valorizar o condomínio oferecendo tudo aqui dentro, com segurança e paisagismo”, acrescenta Ronaldo.
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CRIATIVIDADE VERDE
LONDRES VESTIDA DE VERDE PorTátila Pereira - Fotos: Divulgação
Desde o ano de 2003, os londrinos já sabiam que em 2012 a Olimpíada estaria em suas mãos. A partir daí, os ingleses deram início ao planejamento dos jogos a fim de surpreender o mundo durante os 15 dias de duração da Olimpíada 2012. Desafio lançado, Londres se propôs a ser a pri-
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meira sede a incorporar a sustentabilidade em todas as etapas do planejamento e, nem mesmo a crise financeira, que passa sem pena pelo continente europeu, foi capaz de desviar os organizadores desse caminho.
MOBILIDADE URBANA Um dos grandes problemas dos estádios e centros esportivos brasileiros foi tido como solução em Londres: esta foi a primeira olimpíada que não dispôs de área de estacionamentos para carros. Todas as áreas envolvidas com esporte tiveram acesso a transporte urbano limpo e sustentável, fundamentados na ideia de emissão zero de poluentes e transporte renovável. Foi o mesmo princípio adotado durante as obras: utilizou-se ferrovia em 60% do transporte em deslocamento de materiais para construção.
REUTILIZAÇÃO Londres, é claro, fez uso também de um dos verbos mais difundidos no mundo da sustentabilidade: reutilizar. No total, foram demolidos 240 prédios. Desse montante, 77% foram totalmente reciclados para utilização em outras operações. Os rios no entorno do parque foram despoluídos para transporte por hidrovias. E até mesmo o tradicional chazinho inglês entrou na dança: a cobertura de um dos ginásios é totalmente inusitada, fruto da reciclagem de 14 milhões de xícaras!
MONTA E DESMONTA
SEM CALOR, SEM FRIO
A versatilidade das construções também tem sua função. Algumas obras serão parcialmente desmontadas e reaproveitadas em outros locais, como a arena de basquete, que será totalmente desfeita e terá suas arquibancadas para 12 mil pessoas transferidas para o autódromo de Silverstone e outros locais. O próprio Estádio Olímpico, maior palco dos Jogos, foi construído com 80 mil lugares, mas apenas 25 mil são permanentes. O futuro proprietário do local decidirá o destino das arquibancadas moduláveis depois do período dos jogos.
O velódromo foi a primeira obra para a Olimpíada 2012 a ter as formas vistas pelos londrinos. O ponto alto da construção foi a qualidade ambiental do projeto. Toda a madeira dos pisos e paredes é de origem certificada. Para os atletas e o público não passarem calor ou frio, não foi necessário ar-condicionado ou calefação. Um sistema de circulação de ar deu um jeito nisso. Para que a ventilação cruzada fosse possível, a cobertura da construção conta com uma curvatura que rendeu até apelido: The Pringle, em referência à batata industrializada.
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DOSSIÊ
NO TELHADO, GRAMA NAS PAREDES, VIDRO O VERDE E A TECNOLOGIA ALIADOS FAZEM PARTE DESTE PROJETO INTEIRAMENTE SUSTENTÁVEL Por Mayara Oliveira Kopceski - Fotos: Rodrigo Vieira (R.Vieira)
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DOSSIÊ 34
O verde está na cabeça dos consumidores e, no caso desta casa, sobre elas. Um dos diferenciais mais procurados e ousados quando se fala em sustentabilidade é a utilização de grama no telhado da casa, uma forma nada convencional de manter a temperatura dentro do ambiente. Durante os dias frios, a casa se mantém aquecida, nos dias ensolarados e quentes, a grama ajuda a refrescar o ambiente. Em Cascavel, a casa do oftalmologista Cássio Tsujiguch é pioneira. “Justamente pela preocupação com o meio ambiente, é que resolvi fazer este projeto. Conversei com o arquiteto que entende do assunto e juntos desenvolvemos um projeto. Eu expliquei como queria que a casa fosse e ele adequou às nossas necessidades”, conta Cássio. Além de todo projeto ser diferenciado e especialmente pensado, tendo em vista os cuidados com a natureza, quando pensamos em sustentabilidade, não podemos simples-
mente fazer uma casa, devemos colocar um ideal nela, um conceito específico, um jeito de morar com a natureza. Por esse motivo, a casa foi projetada aos fundos do lote que mede 2.240 metros e fica praticamente ligada a uma área de preservação ambiental, explica o arquiteto Ademar Sonoda, idealizador do projeto.
O QUE É SUSTENTABILIDADE? A sustentabilidade busca formas e soluções, para, com isso, diminuir a agressão ao ambiente, os gastos diários dentro de uma residência e ainda, melhorar a qualidade de vida. Muitas soluções estão na própria natureza e cabe ao arquiteto, encontrá-las e decifrá-las.
Os 900 metros da casa foram inteiramente pensados para ser sustentáveis do início ao fim do projeto, sempre buscando alternativas práticas de adequação e uso criativo. Um exemplo simples, e que pode ser usado como dica para muitas pessoas, é o passeio que dá acesso a garagem, feito com tijolos de alvenaria de dois furos, uma ótima opção de calçada ecológica, com melhor custo e mesmo benefício. O telhado é o destaque da casa: “A mudança de temperatura causada por um simples telhado, tanto local como ao seu redor, fez com que adotássemos o gramado na cobertura que favorece tanto externa como internamente. O formato arredondado e nessa proporção, com aproximadamente 700 metros, é um dos únicos no Brasil”, destaca Ademar.
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DOSSIÊ
PARA ENTENDER MELHOR: O plantio da grama no telhado da casa é feita por etapas: Primeiramente, é colocada a laje convencional, depois, é adicionada uma camada de isopor. Em seguida, é colocada uma manta de Bedin (tecido que absorve a água e mantém a umidade) e só depois é que a grama é plantada. Toda água captada pela grama é filtrada nessas camadas e armazenada em cisternas ao redor do telhado. Num processo simples de reaproveitamento, a água armazenada serve para irrigação do jardim e lavagem das calçadas. Paredes? Na casa de Cássio elas são feitas de vidro, material que é 100% sustentável. Além de ajudar na luminosidade, reduzindo o uso das iluminações elétricas e aproveitando ao máximo a iluminação natural, de qualquer lugar da casa, é possível ter visão completa da natureza ao seu redor. Jardins internos sempre chamam a atenção, mais ainda, e em especial se, sobre ele, houver um telhado de vidro que se abre com o simples toque do controle remoto. Dentro e fora da casa, alia-se sustentabilidade e acessibilidade, por meio de rampas de acesso e até mesmo um elevador, tudo pensando no bem estar e na qualidade de vida dos possíveis moradores da casa. Ademar explica que é possível ter uma obra sustentável sem que os seus custos sejam excessivos. “Esta é a busca incessante de uma nova solução, é trabalhosa, mas é a função propriamente dita do projeto”. Além disso, o arquiteto afirma que mesmo que os gastos sejam maiores, a curto prazo, a economia gerada os paga.
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ARA TOD O AP EG
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PROJE TOS 3D
CENÁRIO
CONFORTO CRIATIVO A DECORADORA PATRÍCIA GOMES ABRE AS PORTAS DE SUA CASA E DÁ DICAS DE COMO APROVEITAR MÓVEIS ANTIGOS DE FORMA SUSTENTÁVEL E MODERNA Por Giovana Danquieli - Fotos: Rodrigo Vieira (R.Vieira)
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CENÁRIO 42
Enquanto tem muita gente que dispensa os móveis de família, por achá-los inapropriados ou pesados demais, Patrícia aproveitou tudo! Cada canto da casa tem um objeto para contar história. O cubo branco, que faz parte de um residencial com outras quatro casas no mesmo formato, poderia não ter graça, mas os detalhes da decoração o transformaram num belo e aconchegante lugar. Aliás, é essa a palavra usada pela decoradora para definir a casa: aconchegante! A iluminação é resultado de uma enorme parede disfarçada de janela de vidro com cinco metros de altura que, aliada ao posicionamento
espacial, permite ao sol não se tornar uma visita indesejada nos dias de maior calor, mas aclamada naqueles mais frios. Além disso, o recanto do casal Olavo e Patrícia é espaçoso no formato ideal para eles, que pouco ficam em casa durante o dia, mas, que, nas horas de descanso, pedem tranquilidade e conforto. Se alguém imaginava que a combinação de minimalismo com barroco não daria um bom resultado, aqui está a prova. Os detalhes são atribuídos ao estilo moderno, mas as peças decorativas remetem ao clássico de forma charmosa e ousada.
NOS MÍNIMOS DETALHES Analisando friamente, a casa é arquitetonicamente simples. Em alvenaria, pé direito bastante alto, piso de porcelanato, quadrada e com dois andares. O que a diferencia a casa de 130m² das outras do residencial são os detalhes, que a tornam um ícone dentro do condomínio. Patrícia e o esposo adaptaram tudo de acordo com o gosto de ambos. Ela aproveita para dar uma dica valiosa: “A decoração tem que estar sempre aberta para complementos, estar morando no lugar é continuar agregando novidades.” Modernidade e história, aliás, andam juntos nessa casa. Começando pela porta, que viajou de Curitiba a Cascavel para ser instalada. Já a escada, foi pensada de forma a não tornar o ambiente pesado. Ela possui guarda-corpo apenas do lado da parede: não polui o visual e possibilita a utilização dos degraus como porta objetos decorativos.
O mezanino de MDF é um caso à parte. Segundo Patrícia, a área de 16m² foi especialmente projetada para não ter a coluna de sustentação na parte de baixo. Como? A estrutura foi reforçada nas paredes e no teto. E, claro, deu certo! A coluna central foi chumbada na laje e pronto, o trânsito é livre nos três ambientes conjugados do andar térreo. Por enquanto, ele ainda é decorativo e a parte superior tem sido usada de forma improvisada, até a colocação do guarda-corpo e a instalação de sofá e outros móveis ainda não definidos pelo casal. O espaço voltado à leitura e ao trabalho, em breve terá porta e janela de ventilação para torná-lo ainda mais agradável. A construção do mezanino foi projetada com estrutura suficiente para que ele se transforme em um quarto – ou permaneça como uma espécie de lounge.
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MISTURA QUE DÁ SAMBA A La Chaise na sala não serve apenas como objeto de decoração. A cadeira-conceito feita de plástico reforçado com fibra de vidro, aço e madeira é sinônimo de conforto e arte. A peça idealizada pelo casal Charles & Ray Eames é o contraponto entre o industrializado e a herança familiar que ilustra o ambiente. A cristaleira quase centenária instalada abaixo da escada foi presente da ex-sogra à Patrícia. A tinta azul e os puxadores são originais; a única mudança no móvel foi a raspagem feita para dar um ar moderno e descolado. A harmonia do ambiente é impecável.
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COLEÇÕES E ANTIGUIDADES Por todos os lados há objetos dignos de colecionador. De copos de cristais a xícaras e pires já sem o par; o que conta é a história dos ancestrais que está muito presente na casa. Uma forma de unir laços e embelezar o espaço com equilíbrio, graças à visão da decoradora. São muitos os detalhes da casa, como a coleção de bules e de miniaturas de cadeiras. Porém, o que chama muita atenção são os móveis antigos incluídos na decoração no papel de protagonistas. Para completar o conjunto de preciosida-
des, no banheiro do casal, está uma cristaleira que se tornou o armário dos produtos de beleza e perfumes. Além de ocupar espaço de forma elegante, por ser todo em vidro, o armário deixa tudo ao alcance do olhar. No quarto – lindo e aconchegante -, há outra lembrança de família: uma penteadeira com espelho e cadeira com mais de 50 anos de uso! O móvel foi da mãe da decoradora, que mantém o mesmo cuidado e o mantém intacto, sem necessidade de reforma ou nova pintura.
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CENÁRIO
DECORAÇÃO É PRA USAR, SIM! Além da cadeira-conceito La Chaise, no quarto há uma poltrona Bergére que chama atenção pela sua estampa. Mas para ganhar esse ar moderno teve que passar por uma reforma. Despojada e elegante, ficou a cara da dona! A propósito, Patrícia recomenda que a decoração sempre possua uma pontinha de opinião da proprietária.
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A cama gigante ao nível do chão é outra peça charmosa da casa. Ela é feita de rattan, matériaprima encontrada em florestas nativas do sudeste asiático e bastante semelhante ao bambu brasileiro. O porquê dessa cama? “Além de confortável, é uma peça-design”, admite a decoradora, que namorou a cama por vários anos antes de assumir a vontade de tê-la em casa.
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VELHO COM CARA DE NOVO O que não falta por aqui são ideias para dar uma nova cara a um móvel ou animar a casa! Uma peça, no entanto, rouba a cena: Patrícia transformou um armário antigo e sem graça em um belo e espelhado espaço para guardar suas coleções de óculos e bijuterias. Segundo a decoradora, o espelho dá um resultado interessante ao ambiente. Modifica, decora e ainda complementa o espaço ocupado.
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O universo sem regras prontas no quesito decoração pedia paredes com cores neutras e frias. E foi isso que fez o casal. Os tons bege suave, cinza e rosa suave emprestaram leveza às molduras da casa. Patrícia elegeu o quarto como o local preferido da casa. “É a única peça com privacidade. Com paz e tranquilidade.”. Saber dosar peças-design, repaginar móveis
tradicionais e pincelar a decoração com um toque de personalidade não é pra qualquer um, mas, por aqui, virou uma aula de bom gosto. Deu pra ver que garimpar pode ser divertido e fino. A visita terminou com uma xícara de café, um abraço e milhares de boas ideias de decoração recheadas, é claro, de boas histórias – uma para cada item da casa!
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NOVOS EMPREENDIMENTOS
EDIFÍCIO ORION
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NOVOS EMPREENDIMENTOS
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RECORTE
O espaço de cerca de 75m² era apenas uma construção bruta antes do trabalho das designers. O desafio foi transformar o ambiente vazio em uma suíte luxuosa.
DO VAZIO AO REQUINTE A SUÍTE MASTER RECEBEU RECONHECIMENTO PELO DESAFIO DE SUA CRIAÇÃO: DESIGNERS CAMPINENSES TRANSFORMARAM UMA ANTIGA SALA DE HOSPITAL EM UMA SUÍTE SOFISTICADA Por Marcele Antonio - Fotos: Arquivo pessoal
Mal dá para acreditar que todo este ambiente era, anteriormente, um espaço totalmente cru prestes a ser demolido. Mal é possível imaginar que este local um dia já fez parte de um hospital. Mas, sim! Esta suíte requintada foi elaborada dentro do antigo Hospital Santa Isabel, em Campinas, São Paulo. 56
O projeto de transformação do local é das designers de interiores Mariana Oliva e Renata Strazzacappa Barone, que tiveram como proposta criar um contraste entre o antigo e o moderno. “O objetivo foi trabalhar a arquitetura com painéis em gesso, criando assim o quarto, sala íntima e dois banheiros”, explica a designer
Renata. São aproximadamente 75m², que antes estavam apenas na construção bruta. O trabalho das profissionais foi remodelar o ambiente e dar origem à Suíte Master, para a edição de 2011 da Casa Cor Campinas. Apesar de o maior trabalho se intensificar em apenas duas semanas, a obra durou pelo menos dois meses e mais duas semanas para poder ser aberta ao público. “Realmente, foi uma obra grande, considerando o prazo sempre curto quando se trata de mostras”, reconhece Renata. Transformar o ambiente foi um desafio, mas não representou um tiro no escuro. As arquitetas já tiveram experiências semelhantes, com a recuperação de vários espaços que eram considerados “condenados”. “Atualmente, as mostras de decoração estão sempre à procura de edificações que estão condenadas e são declaradas como patrimônio histórico da cidade. Assim, podemos recuperar o local para a população de Campinas e região. Já fizemos
o Parque Ecológico, a casa dos padres atrás do hotel The Royal Palm Plaza e, no ano passado, o antigo Hospital Santa Isabel, que agora vai ser um centro recriativo voltado para o bairro”, detalha Mariana, acrescentando que, neste ano, ela e Renata trabalham na recuperação do prédio da Cúria Metropolitana de Campinas. “É muito importante poder colaborar com restauro de locais tombados. Contribuímos assim para um resgate histórico e fazemos com que se mantenha viva a memória da cidade”, ressalta Renata.
O contraste entre o antigo e o moderno é dado através das obras de arte bem posicionadas em vários cantos da suíte. Compõe o escritório do local, um aparador em madeira, antiga papeleira inglesa, do século XIX, estilo Vitoriano, e uma tela de nu feminino, do artista plástico Carl Brussel.
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RECORTE 58
Para compor a Suíte Master, a principal preocupação da dupla era trabalhar a volumetria e proporcionar uma boa iluminação ao local. “As abóbadas do teto enriqueceram o ambiente com aconchego, forma e movimento. Aplicamos o efeito concreto na cor cinza, que dá destaque para o painel curvo revestido com papel na cor vinho. Também não usamos rodapés: os painéis saem diretamente do piso”, descreve Renata. Apesar de contemporâneo, o espaço é carregado de elementos clássicos: os tons quentes, combinados com as obras de arte dão o ar de antiguidade desejado pelas designers. “As obras de arte são fornecidas por lojas onde fazemos algumas compras com cliente no decorrer do ano e que, durante a mostra, demonstram interesse em nos patrocinar e deixar expor as obras no nosso espaço”, explica Mariana. “As telas e esculturas foram escolhidas com muita atenção para dar requinte ao ambiente”, complementa Renata. A transformação do espaço fica ainda mais impressionante quando é possível conhecer um
pouco de cada peça incluída nela: uma escultura de bronze laminado, chamada “banhista”, do artista Alfredo Chesciatti, uma tela de nu feminino, do artista plástico Carl Brussel, uma papeleira inglesa, estilo Vitoriano, do século XIX, um par de poltronas também no estilo Vitoriano e a tela “Baiana”, do argentino Hector Julio Bernabó. O antigo e o contemporâneo aliados renderam reconhecimento às designers: as duas faturaram o prêmio de projeto mais ousado da Casa Cor Campinas 2011. “Esse foi o prêmio que eu mais almejei”, finaliza Renata.
A sala de banho, apesar de montada com materiais modernos, relembra aspectos das antigas banheiras. Além das formas arredondadas e contemporâneas, o spa é bastante espaçoso e funcional. O cuidado também pode ser percebido na preocupação em dar destaque para iluminação natural através das janelas.
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REFÚGIO
ARROJADO ESCONDERIJO EM BALI A ATMOSFERA DE PARAÍSO PREDOMINA NESTE REFÚGIO NA INDONÉSIA Por Julie Fank - Fotos: Arquivo pessoal
A ilha, famosa por seu mar verde-esmeralda e seu misticismo, é um pouco difícil de localizar em meio às quase 20.000 ilhas que totalizam o território da Indonésia, uma nação transcontinental localizada entre a Ásia e a Oceania considerada o maior arquipélago do mundo. Província sob a regência das Ilhas de Sonda, Bali tem como capital a cidade de Denpasar – e, perto dali, fica a região de Kerobokan, zona emergente de Kuta, um esconderijo longe o suficiente das áreas turísticas e o mais perto possível do sul da ilha, onde o sossego predomina.
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REFÚGIO 62
Sinônimo de praias paradisíacas, santuário espiritual e destino sexy dos grandes amores. Quem nunca ouviu falar de Bali, a mais afamada das ilhas exóticas do Oceano Índico? As descrições senso-comum e os turistas que favoritaram a ilha nos últimos anos não assustam o mais ermitão ou alternativo dos viajantes. O azul-piscina do Caribe compete de igual para igual com o verde-esmeralda da Indonésia. Mas, se o verde balinês ganhava por ser inusitado e quase inacessível, hoje, ter o privilégio de passar um verão nas praias de Bali é muito mais acessível – e comum. Depois de 2006, com a publicação do livro Comer, rezar e amar, da jornalista Elizabeth Gilbert, milhares de mulheres solteiras ou recém-solteiras (principalmente) vão a Bali e refazem o trajeto da personagemautora, em busca de autoconhecimento ou de um grande amor. Javier Barden e Julia Roberts, na filmagem do best-seller, em 2010, protagonizaram algumas cenas de amor por ali e também ajudaram a transformar aquele que já era point querido entre os viajantes em destino pop! Com essa popularidade toda, Bali deixou de ser um espaço somente para descanso ou praias quase desertas e, dependendo da região onde você se hospeda, seus dias de férias serão de agito e badalação. A ilha conta com uma infinidade de redes de resorts pra quem não quer se preocupar com absolutamente nada – nem mesmo a contratação de um motorista particular para conhecer toda a ilha de carro, o que, por aquelas bandas, é pago a preço de banana. A solução para sair do agito e não se hospedar em redes de hotéis? Ou, quem sabe, depois de desfrutar de dias de Olimpo em grandes centros de bem-estar e beleza, curtir férias a dois com o namorado?! Alugar casas no interior da província, em lugares próximos às praias, e desfrutar de privacidade e sossego absoluto. Esta casa de 125 m², por exemplo, projetada por um casal de australianos, fica no sul da ilha, à oeste da capital Denpasar e, durante o ano serve a hóspedes do mundo inteiro que dispensam hotéis e preferem ambientes mais acolhedores. A atmosfera de descanso é potencializada pela decoração. As paredes brancas, os elementos naturais e o requinte na escolha dos materiais
de revestimento protagonizam um cenário de aconchego e elegância que abriga até oito pessoas. O preço é quase de hotel, mas a sensação é de estar em uma casa toda sua: por $789 dólares a semana, você desfruta da privacidade de uma piscina particular, suítes com camas king size e um banheiro privativo equipado com uma banheira incrível, ambientes totalmente climatizados. No preço da hospedagem, estão incluídas todas as facilidades da casa, como um segurança e um caseiro responsável pela limpeza, que funciona como uma espécie de camareiro particular responsável também por fazer com que o hóspede não levante um dedo durante sua estadia. É a sensação de paraíso particular com delivery: os folhetos de todos os melhores restaurantes da região estão estrategicamente colocados em cima da geladeira – o detalhe fica por conta do idioma que pode não ser um aliado no pedido da comida na Indonésia. O máximo que pode acontecer é você ter que andar algumas quadras até a região dos restaurantes e bares – ou, quem sabe, ligar para um motorista particular para que ele te leve até lá. O ambiente perfeito para passar um mês sabático ou uma lua de mel, não?!
Nesta casa, nenhum detalhe escapa de ser um ponto de decoração. Na passagem da sala para a cozinha, um espaço que poderia ser simplesmente ignorado, ganhou destaque através da iluminação. Uma espécie de passarela ou “escada flutuante” liga a escada à piscina por meio de placas de tamanhos diferentes, iluminadas sem muita formalidade. O detalhe surpreende por não ser uma passagem que se restringe ao óbvio.
A piscina com borda infinita rodeada por um deck, que rouba a cena do espaço, foi planejada para “transbordar” elegância. Nesse caso, o diferencial está no posicionamento dado ao incluir a piscina num ambiente em torno do qual se organizam os outros espaços da casa.
Terreno no paraíso com escritura e tudo O idealizador da morada, Brett, conta que a casa é uma comemoração e um lugar-para-chamarde-dele no local onde ele e seu parceiro se conheceram e se apaixonaram. Ele, que já foi algumas vezes a Bali em feriados e férias, queria uma propriedade longe dos arredores turísticos e perto da verdadeira Bali. Em busca de um pedacinho de terra no paraíso, encontraram uma ótima oportunidade para construir exatamente o que eles tinham imaginado: o morador anterior já havia iniciado a construção de uma villa – como se chama em inglês uma casa de descanso, mas não teve dinheiro para terminar as obras. “Com uma fundação quase pronta, tivemos que colocar nossas idéias juntas e pensar como poderíamos modificar os planos para ‘vestir’ a casa com o nosso estilo”, conta o proprietário. “Desenhamos a casa inteira, desde a escada flutuante até a localização da piscina e, inclusive, o lugar de cada lâmpada e tomada. Nós não somos arquitetos de formação, nem tínhamos feito nada disso antes, mas com um engenheiro
O conceito moderno da casa fica claro pelo estilo adotado na escada, que deixou de ser apenas um instrumento de passagem, para ganhar mais atenção na hora da decoração do ambiente. Nesse espaço, os degraus são placas de madeiras que ficam exclusivamente presas à parede, como degraus suspensos.
de confiança e muitos desenhos, conseguimos dar vida aos nossos rascunhos.”, continua orgulhoso do feito. Além da casa mobiliada e pronta para receber turistas durante o ano inteiro na capital asiática do charme, a façanha foi mesmo comandar toda a reforma da casa em Bali, da Austrália, em grande parte do tempo. O engenheiro enviava fotos do andamento da obra todo o tempo para garantir aos proprietários que o trabalho estivesse saindo exatamente como o planejado. É, comandar uma reforma de outro país não deve ser fácil, ainda mais sem poder desfrutar de todo o misticismo e arte que envolvem a ilha. O resultado, no entanto, não poderia ser melhor: “A casa, que começou como uma villa pequena de dois quartos, tornou-se uma jóia arquitetônica de 2 andares, 3 quartos e 2 banheiros”, nos conta Brett. O ponto negativo da casa? O paraíso é um pouquinho longe da morada permanente do casal e eles passam bem menos tempo do que gostariam por aqui.
A banheira em formato de cuba, moderna e com design clean, dá contemporaneidade ao ambiente e se torna a peça chave dele. Ao mesmo tempo em que cumpre muito bem a função de deixar o espaço sofisticado, também não perde a funcionalidade: a banheira é bastante espaçosa.
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LEVE A CASA PARA ACAMPAR DESIGNER ALEMÃO CRIA UMA CASA MÓVEL SOBRE UM VEÍCULO DE TRÊS RODAS Por Alan Medeiros - Fotos: Divulgação
Para aqueles que gostam de levar “a casa toda” na bagagem quando vão acampar, a invenção do designer alemão Cornelius Comanns torna o sentido figurado da frase uma realidade inusitada. Chamada de Casa Móvel, a criação tem em
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seu projeto o conceito de trailer e, no entanto, foi desenvolvida exclusivamente para a acomodação de apenas uma pessoa. A casa é montada dentro de um veículo Piaggio APE 50, de três rodas, que permite levá-la de um lado para o outro.
Na verdade, a casa não é grande, tem pouca mobília e dispensa o requinte e o luxo. Entretanto, o designer garante que as acomodações, apesar de pequenas, são confortáveis. No interior, há espaço para cozinha, mesa, várias gavetas para guardar objetos e ainda um pequeno fogão. No canto superior, podem-se guardar algumas roupas. Também é possível assistir TV ou até mesmo utilizar o computador durante o acampamento. Com a Casa Móvel, não é preciso nem
levar barraca pra dormir, pois ela também conta com uma cama. O processo é simples: basta inclinar o banco do motorista para trás que ele se junta ao banco traseiro e forma uma plataforma reta e confortável. Se a inovação fosse contemplada com banheiro, passaria a impressão de ser completa. No entanto, a falta desse “pequeno detalhe” remete mesmo à sua função: ser uma casa móvel para acampamento – por poucos dias.
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O INUSITADO VIRA ARTE UMA VISITA GUIADA PELOS MELHORES ENDEREÇOS DE DESIGN DE SÃO PAULO Por Julie Fank - Fotos: Arquivo pessoal/divulgação
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Mais ou menos como dar as mãos para atravessar a rua. Foi assim que me senti quando fui pela segunda vez a São Paulo, dessa vez, com o objetivo de conhecer os pontos mais inusitados quando se fala em arte e design. Objetivo traçado, eu precisava de uma mãozinha – ou melhor, uma boca e duas pernas, íntimas de São Paulo. As recomendações - todas positivas - e a curiosidade por saber da vida paulistana pelos olhos de quem é mestre na história da cidade (não no sentido figurativo da palavra – é, gente, Flavia Liz é mestre pela USP em História de São Paulo) foram os propulsores dessa que foi uma das experiências mais bacanas do meu currículo viagístico. Confesso que sempre gosto de explorar cidades com um mapa na mão e dicas de locais – quase sempre sozinha – mas a proposta desde o início já se apresentou diferente: “levar a lugares aos quais pouquíssimos têm acesso e abrir a porta de bastidores, conceitos e pessoas”. “É disso que gosto”, pensei. Arte contemporânea, designers, tours de grafitte – pra uma apaixonada por arte, não foi difícil simpatizar com a ideia. Depois de um contato por e-mail e de chegarmos a um consenso de horários, finalmente conseguimos nos encontrar. Entre compromissos e eventos culturais, Flavia Liz atende inúmeros estrangeiros que visitam São Paulo e não sabem por onde começar a explorar a cidade. Não é pra menos, a sexta maior metrópole mundial tem quase 20 milhões de habitantes. A personal guide tem na fluência em seis idiomas o seu diferencial. Em um dos passeios que fiz, a guia recebeu a visita de uma russa que estava de mudança para o Brasil, mas lamenta – ainda não fala russo (um detalhe no currículo dessa apaixonada por São Paulo que já morou até na
Finlândia, entre outros países, mas escolheu sua cidade natal para revolucionar o estilo de turismo personalizado que promove na Terra da Garoa. Do nosso ponto de encontro, partimos para uma oficina de design no bairro Santa Cecília. Flavia Liz tinha uma vaga ideia de onde ficava. Ao questioná-la, já entendi seu método: “Perguntar! É só perguntar que a gente já acha.”. E logo a conversa flui com alguns “causos” dos seus queridos conterrâneos que, ao vê-la em apuros, não hesitavam em ajudá-la e até mesmo guiá-la ou desviar da rota quando necessário. É a simpatia dos paulistanos, da qual se gaba até dizer chega! “Eles não são uma graça?”, complementa. E, de fato, chegamos ao esperado local – a loja de ferragens Três Meninas. Esperamos o dono pra começar a entrevista. “Um artista”, dizia ela. Eu, que não fazia a mínima ideia do que nos esperava, comecei a observar os objetos pra lá de curiosos confeccionados, fui descobrir mais tarde, pelo próprio dono da casa de ferragens. Uma pá retorcida a ponto de virar banco, correntes soldadas como pé de um apoio de madeira e uma cadeira revestida de colheres.
Cadeira colher
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Estavam ali expostos, descompromissadamente, mas à venda. O preço? Justo, pelo currículo de Leo Capote – ex-modelo internacional que foi estagiar com ninguém mais ninguém menos que os Irmãos Campana. O designer, de apenas 29 anos, contou que o avô italiano que trabalhou 64 anos na empresa foi responsável pelo sucesso que eles fazem hoje, creditado ao atendimento personalizado e ao fato de venderem miudezas por unidade – um parafuso que seja –, afinal o designer que produz esculturas usáveis de objetos inusitados (ou seriam esculturas inusitadas de objetos usáveis?) sabe que um prego pode fazer uma falta e tanto ou se transformar em protagonista de uma poltrona!
Cadeira prego
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Poltrona prego
Alguém aí já pensou em transformar a bola 8 em matéria-prima para uma poltrona? O símbolo mundialmente conhecido na sinuca foi multiplicado por 319 e serviu de textura para um assento totalmente ergonômico. As bolas foram todas perfuradas em uma chapa de aço.
Banqueta corrente 73
IT Bancos pá
É a qualidade, fama e possibilidade de achar agulha (ou o prego certo) no palheiro que leva designers, arquitetos, artistas e, até mesmo, pessoas em busca de inspiração a procurarem artigos de casas de ferragem, desde 1995, ali, na Três Meninas. Os mesmos artigos que servem à inspiração do artista precoce que desde criança conhecia os Irmãos Campana, clientes há mais de 20 anos da família, são os ingredientes para suas engenhocas. A prática na loja, aliada ao uso inusitado de alguns objetos lhe rendeu um convite para estagiar com os caras, o que, diga-se de passagem, não é pra qualquer um. Um pouquinho antes, sua altura, beleza e simpatia serviram à moda – o que lhe rendeu experiência no exterior e bagagem de vida para incrementar suas criações. Não é à toa que o hoje o 74
jovem desfruta de prestígio no cenário do design internacional e esteve na mostra de inauguração da primeira galeria de design da América Latina – a Coletivo Amor de Madre, um dos centros de referência na área em São Paulo. O local vale estar na bucket list paulistana. A visita, no meio do caminho entre um reduto de arte e outro, durou pouco, pois o relógio não estava a nosso favor, mas foi um petisco para o reduto das ferragens e obras-prima do designer-prodígio: a oficina de Leo Capote, não muito longe dali. Bem, a imaginação diz que é algo parecido com a oficina do Professor Pardal. Pelas descrições, deve-se achar um lampadinha por lá, salvando-o de suas invenções – nada habituais! Ficou para uma próxima edição!
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INGREDIENTE SECRETO SÃO PAULO É UM LABIRINTO. NÃO PRA QUEM CONHECE FLAVIA LIZ DI PAOLO, A GUIA PAULISTANA MAIS BEM INFORMADA DA CIDADE. Por Julie Fank - Fotos: Isadora Carneiro
Essa “buscadora” incansável de novidades já foi citada no Time Out, é credenciada pela Embratur, atende clientes do mundo inteiro por falar seis idiomas e ainda coleciona no currículo um mestrado em História de São Paulo e um MBA em hotelaria de luxo. O diferencial do seu trabalho está na sua formação acadêmica, na experiência fora do Brasil e, é claro, no seu bom gosto, fruto de uma paixão pela arte – e pelo inusitado. Inusitado, aliás, talvez seja o melhor adjetivo para qualificar o seu trabalho: um serviço de personal guide por uma especialista em São Paulo. Foi ela quem nos levou ao badaladíssimo designer Leo Capote, estrela da seção It desta edição. Ah, e pra completar a bagagem cultural, adivinha de onde ela acabou de voltar?! De um curso de cultura e etiqueta japonesa em Tókio. “Fiz questão de fazer esse curso na escola mais tradicional do Japão que tem nada menos que oito séculos. Eu fui a primeira não-japonesa a ser admitida nesse curso, ganhei diploma e tudo”, conta, toda orgulhosa. Tudo isso para atender ainda melhor seus clientes de todas as partes do mundo, principalmente, os orientais, grandes curiosos por São Paulo. Modesta, diz que não arranha nem mandarim, nem japonês – mas não faz feio se precisar iniciar uma conversa. Entre o cardápio de tours, um tem um tempero especial – e não é exagero chamá-lo de à moda da casa: é o tour São Paulo arquitetura & design. Voltado para profissionais e curiosos pela área, é um passeio pela expressão máxima do design e arquitetura da capital paulista, recheado de residências e ateliês particulares. Se o visitante quiser, ele pode ainda apimentar o roteiro com endereços de arte e grafite e fazer um tour chamado Mixed Tour. “Faço não só arquitetura e design, ou só arquitetura ou design puro, como também urbanismo. Apresento todo o desen76
volvimento da cidade, de uma forma bem didática e bem cronológica. Já fiz para grandes incorporadas, tanto europeias, quanto americanas que estão interessadas em entrar no mercado brasileiro, principalmente no mercado paulistano. E eles querem entender o urbanismo brasileiro também. Já fiz tour para professores universitários, enfim”. Ela demora semanas (ou até meses) para programá-lo. “Eu sou uma facilitadora. Aquela que produz o evento chamado tour”, detalha. Depois de uma conversa por e-mail e de analisar o perfil do visitante, ela atua como uma espécie de detetive: em muitos casos, chega a sugerir outros locais e o resultado é mais satisfatório do que o sugerido pelo próprio cliente. Outro diferencial do tour é o serviço porta a porta. “Eu vou buscá-los com o meu próprio carro, ou um carro com motorista, dependendo do número de pessoas interessadas. Um tour de até quatro pessoas dá para fazer no meu carro. Ou pode ser que a pessoa prefira fazer o tour de helicóptero, ou fazer o tour a pé, ou de metrô. Eu já guiei um canadense ‘milhardário’ que tem uma das maiores fortunas do hemisfério norte que queria fazer só de metrô. Eu tive que convencê-lo de que só de metrô ainda não dá em São Paulo, porque a gente não tem estações suficientes. Mas dá para fazer de bike, dá para fazer com qualquer meio de transporte. A maioria dos meus tours é uma combinação: um pouco a pé, e mais de carro ou de van”. É uma questão de perfil ou destino. Os tours, que duram em média quatro horas, também levam em conta fatores como trânsito, tempo de estadia na cidade e objetivos. “Geralmente, eu faço os tours de manhã, pode ser a qualquer horário. Então, sugiro isso para que o cliente possa aproveitar o máximo possível da cidade, porque infelizmen-
te todo mundo vem pra cá com pouquinho temlada que conhece também, de dois designers po. Então, para ter um aproveitamento melhor, brasileiros”. posso deixá-la no parque do Ibirapuera, que foi Entre os que já experienciaram a viagem guiada projetado pelo Oscar Niemeyer. Arquitetonicapelos mistérios e ingredientes ocultos da cidamente falando, é o máximo. Ou em um shopping de que nunca para, tem arquiteto belga, ameCenter, ou na Gabriel Monteiro da Silva, que é a ricano, japonês e até membros da família Pritrua da decoração. Tem a Teodoro Sampaio, que zker! A experiência, que é uma das quais mais é tipo a Gabriel Monteiro da Silva, menos sofisse orgulha no currículo, não é pra qualquer um. ticada, mas com umas lojas de marcas súper O feedback dado pela família que dá nome ao boas”. Nobel da arquitetura também não. “Eles não só Essas dicas, é claro, são as do roteiro teoricame aplaudiram de pé, como me queriam para os mente easy to do, aquele indicado para ser feito próximos dias também (risos). Cheguei a chosozinho. Endereços básicos que todo mundo rar no final, foi muito emocionante”. tem que conhecer. É justamente o contrário O talento para abrir bastidores e encantar visidisso que Flavia Liz propõe – e é na linha do tantes de Sampa começou ainda na adolescênout-of-the-beaten-path, expressão de língua cia: “Eu comecei ainda adolescente, mostrando inglesa para tudo aquilo que foge do caminho já a minha cidade para os meus amigos alemães trilhado, que aparecem três endereços que não e americanos de intercâmbios escolares e unipodem ficar de fora do roteiro de todo paranaversitários que eu fazia na minha adolescência. ense apaixonado por design E para clientes dos meus pais , AL CI EN que visita a Terra da Garoa: vindos de outras cidades O QUE EU FAÇO É VIV IA. a Casa de Pedra, que fica e estados do Brasil. Muitos NC RIÊ EU VIVO DE EXPE em Paraisópolis, a Casa de deles do Paraná, por coinciM RAÇÃO DA CIDADE CO TE IN Vidro, o ateliê do Hugo Frandência. Aliás, a maioria que S. OS SEUS HABITANTE ça e a loja Ovo. “A primeira eu atendia era do Paraná e de SES E, MUITAS VEZES, ES é propriedade do Estevão Santa Catarina”. O DESIGNERS SÃ S TE AN BIT HA – conhecido como Gaudí Seu primeiro guia? Ela resOS, DE MÓVEIS, ARQUITET brasileiro, o arquiteto cataponde empolgada. “Eu fazia ARTISTAS PLÁSTICOS, lão –, que nunca teve contaesses tours com meu próprio , FIM EN , OS EIR IT AF to com Antoni Gaudí, até há dez motorista, o Rubens, até os GR A UM HO anos, quando ele foi achado pela meus 18 anos. Até esses dias eu EU PROPON IA. NC fundação Gaudí. E mesmo sem ter não fazia no meu carro. Há dois anos RIÊ PE EX lido nenhum livro dele nem visto neeu fazia com eu mesma dirigindo, mas nhuma foto, o trabalho dele é súper gaudieu estou fazendo muito mais agora com motoliano. A segunda, que fica próximo de Paraisórista, porque as pessoas estão exigindo cada polis, ali no Morumbi, é a Casa de Vidro, da Lina vez mais, eu tô bem, tô atendendo cada vez Bo Bardi, que foi mulher do Pietro Maria Barbi, mais altos executivos, vire e mexe os top vinte quem comprou o acervo do MASP a pedido do da revista Forbes. Não dá para Flavia Liz fazer Assis Chateubriand na década de 40. Pietro foi dirigindo”. Engana-se quem pensa que a coisa o grande mecena da cidade de São Paulo e do fica mais fácil quando tem alguém que a guie. A Brasil. Era a casa dele com a mulher dele, foi a vocação para salvar os forasteiros do labirinto primeira casa construída no bairro do Morumbi, de Minotauro é 24 horas, afinal é ela que coem 1950. E virou uma fundação. É muito desconhece as melhores pistas de cor e salteado. “Eu nhecida até mesmo entres os próprios paulisme desgasto muito mais: eu que cuido do GPS, tanos e entre os próprios moradores do bairro eu dou todas as instruções para os motoristas, Morumbi, onde ela fica situada”. Outro esconperco muito tempo com isso. Continuo preferinderijo no labirinto paulistano é o ateliê do Hugo do fazer com meu próprio carro. Dá até um ar de França. “Ele é mais conhecido às vezes no exteamizade. Muita gente entra no meu carro e diz: rior do que aqui mesmo. O ateliê dele é aberto, é nossa, Flávia, você parece uma amiga minha me um ateliê showroom e também é muito bacana. mostrando a cidade onde mora. E eu tenho essa Na mesma rua do ateliê do Hugo França, tem mesma sensação também”. A gente, que já viuma loja chamada ‘Ovo’ que é uma loja súper veu a experiência, também prefere! bacana de design conceitual e só gente descoEla conta, inclusive, que não faz mais esse tra77
ESPELHO
“EU COMECEI FAZENDO RECEPÇÃO E ADAPTAÇÃO À CULTURA BRASILEIRA E DANDO AULAS DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS. E EU VI QUE ESSES DIRIGENTES, DIPLOMATAS DE MULTINACIONAIS PRECISAVAM MUITO MAIS DO QUE APRENDER A LÍNGUA LOGO DE CARA, ELES TINHAM OUTRAS PRIORIDADES, COMO CONHECER O BÁSICO DE , CADA CIDADE, PARA PODER SE MOVER SE MOVIMENTAR, ANTES DE APRENDER A PRÓPRIA LÍNGUA. ENFIM, ERA PARTE DA ADAPTAÇÃO À CULTURA BRASILEIE. RA, QUE EU FAÇO CADA VEZ MAIS HOJ VINUNCA IMAGINEI QUE ISSO PODERIA A RAR MINHA PROFISSÃO, INCLUSIVE ESS É UMA DAS PROFISSÕES MAIS ANTIGAS DO MUNDO. NA ÉPOCA, ERAM GUIAS DE EXÉRCITOS, MAS ERA BEM PARECIDO.” balho de relocation com a frequência que gostaria, mas já chegou até a criar uma empresa especializada nesse trabalho para atender a demanda. “Não é uma questão de demanda. Tem bastante demanda cada vez mais, São Paulo está recebendo muita gente, nunca vieram tanto de mala e cuia com suas famílias. Não foi uma escolha, mas é bem menos repetitivo para mim e tem um intercâmbio maior. Eu aprendo mais e ensino mais com estrangeiros que não são expatriados. Mas eu continuo fazendo um tour para expatriados, que é o tour de familiarização, mostrando as vantagens e desvantagens de cada bairro. Já atendi muitos paranaenses, por falar nisso, que tinham morado ou na Europa, ou nos EUA, a maioria em Nova York. Não eram exatamente expatriados, porque eram brasileiros, mas vinham de outros países, e precisavam entender melhor o funcionamento da cidade e conhecer as vantagens e desvantagens de cada bairro para começar a identificar os bairros que mais tinham a ver com eles, para começar ou recomeçar o processo de caça à casa. A maioria era curitibano, do mercado financeiro inclusive”, rememora a guia. Ela, que hoje produz roteiros para desde grandes executivos a chefes de estado, confessa que
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não foram só a graduação em Letras e o dom da comunicação os responsáveis pelo seu repertório de segredos paulistanos. Há outros guias que fazem o mesmo trabalho que ela em São Paulo, cujo trabalho ela acompanha. Entre eles, “Laerte Cardoso de Carvalho, que até publicou um livro chamado ‘Quando começou em SP’, com informações em ordem alfabética, especializado na cidade de São Paulo. Ele faz as caminhadas noturnas que eu estou acompanhando como turista, na minha própria cidade, todas as quintasfeiras. E tem a Vera Lucia Dias, que é professora universitária. Os dois são muito bons mesmo”. O terceiro que eu súper indico é o único estrangeiro. Eu o chamo de meu irmão gêmeo, hermano gemelo, porque ele é um argentino, que faz esse trabalho em Buenos Aires. O nome dele é Bob Frassinetti. Ele é colecionador de arte e design. É meu irmão gêmeo mesmo. Sou muito fã dele, e o conheci naquele guia turístico Lonely Planet. A única pessoa de todos os continentes (o que não quer dizer que não existam outros), que eu contratei que eu falei ‘Gente, é igual a mim’ e se tornou meu amigo. Ele é súper descolado!”. Entre seus professores e colegas de profissão, ela cita também o presidente da ONG Preserva São Paulo. De acordo com ela, Jorge Eduardo Rubies e, apesar de carregar no currículo uma formação na conceituada Escola de Direito São Francisco, poderia facilmente passar por arquiteto. “Ele sabe tudo e já me guiou muito bem!”. A palavra frenética de uma paulistana com um cobiçado histórico de países riscados no mapa é invejável para uma mulher de... ops! A idade ela não revela a ninguém, mas deixa entrever resquícios de mochileira! A conversa fluiu em um ritmo acelerado como qualquer visita guiada ao seu lado e, assim como seus tours, deixou sobrar várias cartas na manga. O labirinto convidativo que é São Paulo assusta os paranaenses que não conhecem a cidade, mas Flavia Liz Di Paolo dispõe-se a abrir caminhos e revelar cada canto da metrópole. O fio do novelo, aliás, já foi emprestado à revista Construarch. Um pouquinho antes do Design Weekend, o e-mail já está cheio de convites e chamadas para exposições, mostras e dicas fora do roteiro. “Tem uma exposição de um designer súper badalado amanhã. Vamos?!”. Estaremos lá!
BELEZA
ARTE
CONCEITO
ESTILO
LUXO
DESIGN
(45) 3038 - 0606 R. Paranรก, 2197 - Centro Cascavel - Paranรก
GADGET
Homem de negócios... no jardim! Trabalhar em casa já é uma realidade para muita gente. Com o aumento de trabalhos gerenciáveis via internet, a presença física se torna, alguma vezes, dispensável. Mas, mesmo com a comodidade da própria casa, é bom ter um espaço reservado para o trabalho. E a gente não está falando de um home office. É quase um casulo, para você ficar bem quietinho no seu jardim. São os Archipods, fabricados em dois tamanhos, 2,9 e 3,9 metros de diâmetro, com madeira compensada, fibra de vidro e gesso. A “casinha” conta com tudo o que um escritório normal deve oferecer, como mesas e cadeiras, instalações elétricas, aquecimento interno. Isso sem contar o estilo! Por R$ 50 mil você compra um desses e trabalha bem feliz!
Tudo interligado A automação residencial já é uma realidade para muitas pessoas. Mas, a partir do protocolo de internet IPv6, o alcance desse conceito pode se tornar ainda mais simples. Ele vai permitir a utilização do seu computador ou smartphone para controlar aparelhos que, até então, não tinham nenhum tipo de conexão. Desenvolvido pelo Instituto Fraunhofer, na Alemanha, o protótipo já está pronto e pode chegar às casas em menos tempo do que se pensa. Para que a “mágica” aconteça, basta conectar o equipamento, que pode ser desde um simples abajur até uma máquina de lavar, em uma tomada com conexão à internet para que tudo esteja ligado.
Luminosidade dinâmica Somente o nome, Motion, já sugere algo arrojado. A justificativa do termo se comprova quando observadas as formas do objeto. O designer Gergő Kassai foi quem criou esta luminária de baixa energia, feita de led. Graças à sua fonte flexível de luz, ela pode ser torcida e transformada em todas as direções para alterar dinamicamente o ambiente. A proposta é conciliar duas distintas exigências do mercado: a demanda por custo-benefício e a necessidade dos clientes para a variedade. A parte inferior é feita de plástico, enquanto o resto é coberto por uma superfície de iluminação incorporada em material de silicone. Ainda é apenas um projeto, mas já pode ser conferido em www.behance.net/gergokassai.
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Tecnologia a favor da temperatura O termostato, aparelho utilizado para controlar a temperatura dentro de ambientes, tem ganhado mais atenção. De simples utensílio doméstico, o termostato está evoluindo para um aparelho inteligente. A novidade é apresentada pela marca Nest Labs, e tem como desenvolvedor Tony Fadell, que também trabalhou no desenvolvimento do Ipod e do Iphone. Design estiloso e recursos avançados fazem parte do novo termostato. Com sensores de movimento, o aparelho identifica quando uma pessoa está presente e ajusta a temperatura do ambiente. Um exemplo, que pode mostrar como o termostato pode ser esperto, é uma configuração automática que marca a ausência de pessoas em determinados dias: se uma pessoa está fora da cidade a trabalho todas as segundas-feiras, os sensores detectam e acionam a configuração, reduzindo o uso de energia. A novidade tecnológica e estilosa pode ser adquirida por U$ 249.
Mestre dos gramados Cortar grama não é uma das tarefas mais divertidas, a menos que você seja o Forrest Gump. Para transformar esse conceito, a John Deere criou uma solução que dispensa jardineiro: um cortador de grama elétrico automático que fará todo o trabalho enquanto você estiver bem tranquilo em uma espreguiçadeira, à beira da piscina. Para os aficcionados em flores, que pensam que a novidade pode acabar com todas as suas lindas orquídeas, rosas e begônias, um aviso: o cortador de grama pode ser programado para evitar áreas pré-determinadas, tais como canteiros. U$ 2.455. www.deere.com
Cores: por um banho mais sensorial Que as cores podem transmitir sensações, não é novidade. Mas a presença e a influência das cores durante o banho é o que existe de mais novo no desenvolvimento de duchas. Já imaginou, por exemplo, como pode ser relaxante tomar um banho com uma iluminação azul? Ou quanto pode ser estimulante um banho iluminado pelo vermelho? Essas são algumas sensações que podem ser proporcionadas pelo lançamento da marca Lorenzetti, a ducha de teto LorenColor, que possui um espalhador com leds em quatro opções de cores: azul, vermelho, verde e branco. Quando trocadas, podem passar pelos tons de amarelo e violeta. O sistema funciona com um controle a distância, alimentado por pilhas, que permite a troca automática de cores a cada 55 segundos. Um banho digno de um spa – a diferença é que você pode tê-lo todo dia.
DE TUDO UM POUCO Arquiteta Karen Mazzo indica peças e itens, escolhidos em cinco lojas de Cascavel, que não podem faltar em casa e no escritório Por Giovana Danquieli - Fotos: Rodrigo Vieira (R.Vieira)
Para iluminar, revestir e decorar com estilo, garimpar é preciso! A ConstruArch visitou cinco lojas em Cascavel para conhecer quais as novidades do setor da construção e do décor para levar as melhores dicas a você que planeja renovar, montar um escritório ou mesmo redecorar a casa! A arquiteta e urbanista Karen Mazzo é a consultora desta edição. Formada pela Universidade Paranaense, Karen passou um ano estudando arquitetura em Mantova, Itália. A inspiração europeia, aliada às teorias da graduação e talento nato, rendem ideias inovadoras a esta arquiteta de 25 anos! Vários são os projetos assinados por Karen, entre eles, espaços comerciais – pub, supermercado, lojas, e também um centro de eventos.
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PAPEIS DE PAREDE PAPER LIGHT SE MINHA PAREDE FALASSE...
Com certeza, pediria um belo papel de decoração! Desculpas não colam mais! A tecnologia alemã dos papéis disponíveis na PAPER LIGHT permite que a fixação seja menos trabalhosa. Ele é revestido com uma fina camada de TNT, que facilita a aplicação. Posteriormente retirada, (por que não?) permite até uma reaplicação.
O nome da linha é autoexplicativa: Crispy! Uma parede crocante e com textura! A delicadeza do desenho, que se assemelha a uma renda, deixa qualquer ambiente agradável e aconchegante. A aplicação pode ser feita em espaços variados. As cores, nesse caso, permitem imaginar uma gama de possibilidades de combinação e inovação na hora de combinar peças e estampa. O autorrelevo do papel é vinilizado, o que permite ser 100% lavável, mas com delicadeza, é claro!
Para um ambiente voltado para a mulher, a sugestão de Karen é a estampa florida da Abby Rose 2. Os traços leves remetem ao aconchego. Ideal para lojas de calçados, espaços delicados e elegantemente femininos. Os tons pastéis favorecem o diálogo entre paredes e peças decorativas clássicas.
O arabesco que estampa esse papel de parede tem tudo a ver com um ambiente masculino. A linha Flock oferece detalhes em autorrelevo que transformam qualquer parede. Com uma estampa moderna, clássica e atraente, esse item pode ser o toque decorativo de um escritório.
Para ambiente descolado, a dica é optar pelo Colletion 3, Lars Contzen. Despojado e esbanjando jovialidade, esse papel combina com espaços descontraídos e vibrantes. A opção nesse caso é brincar com o restante da decoração que pede sobriedade, combinando com mix de cores quentes e frias!
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ILUMINAÇÃO MULTICABOS ILUMINAR... ILUMINAREI!
Qualquer ambiente, por mais informal que seja, pode se tornar atraente, personalizado e sofisticado. O toque essencial está em saber iluminar! Assim como a fotografia se utiliza do jogo entre luz e sombra, os espaços, seja trabalho ou casa, pedem por iluminações que proporcionem sensações diferenciadas. Trabalhar combinações e destacar detalhes são truques bastante válidos e que valorizam qualquer espaço! Brincar com essas possibilidades é sucesso na certa! Na MULTICABOS, a arquiteta Karen Mazzo sugeriu práticas opções para iluminar com charme.
Para dar um toque criativo ao ambiente, a luminária da linha Ture pode ser a peça certa. Com cinco pares de lâmpadas que pendem de uma base de alumínio, design arrojado e muito conceito, o item torna qualquer espaço charmoso. Além de sofisticada, a peça tem um sistema de molas que permite o jogo de foco de luz, garantindo iluminação adequada e de acordo com o gosto pessoal.
Engraçada, simpática e versátil, tudo isso sem ocupar muito espaço. A colune Ture vai alegrar o ambiente com o colorido que a torna adaptável a qualquer espaço. Com uma estrutura sem mistérios, é de fácil manuseio e perfeita para ambientes descolados.
Uma sala de jantar clássica, daquela de mansões dos filmes, só fica completa com um belo lustre. Esse é em latão banhado a ouro com cristais egípcios. A majestosa peça é da linha Maria Theresa da TYG. Com 16 lâmpadas aliadas aos cristais, o lustre empresta ao ambiente a imponência e exuberância.
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REVESTIMENTOS CASA DOS PISOS REVESTIR COM SUSTENTABILIDADE
Investir em bons produtos para revestimento é regra quando se projeta uma nova construção ou reforma. A sustentabilidade e a busca por alternativas menos agressivas ao meio ambiente levam empresas de todos os setores a inovar, abandonar antigas ideias e investir em tecnologia, tudo para atrair clientes. Na CASA DOS PISOS, Karen Mazzo sugeriu revestimentos que vão ao encontro da tendência de sustentabilidade.
Green City Optar por uma cerâmica que tem 80% da composição baseada em produtos reciclados é forma de demonstrar preocupação com o meio ambiente. Além de sustentável, as opções das cores da linha Green City são leves e combinam com todos os espaços. Aplicável tanto no escritório, quanto no ateliê ou na garagem de casa, a cerâmica pode proporcionar um belo diálogo com o restante do ambiente. O toque de glamour das sugestões da arquiteta Karen Mazzo fica por conta desta maçaneta desenvolvida pela Altero e assinada pelo renomado arquiteto Sig Bergamin. Cravejada de cristais Swarovski, ela pode ser a peça-desejo de qualquer ambiente chique e badalado. Com design moderno e material de alta tecnologia, cai bem como a porta de entrada de uma joalheria.
Komeco - Linha Versatile Um piso que imita madeira, é de fácil aplicação – isso porque não há necessidade de quebrar todo o revestimento já existente –, não retém poeira e ainda proporciona um acabamento perfeito. Desenvolvido com tecnologia alemã, a partir do PVC, a linha Versatile da Komeco não deixa nada a desejar. São dezenas as vantagens desse piso, que mantém a temperatura ambiente e também possui isolamento acústico. Ideal para quartos e apartamentos.
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DECORAÇÃO LELENA HOME DESIGN DECORAR É NECESSÁRIO
Transformar espaços simples em aconchegantes e confortáveis locais de trabalho ou lazer depende de pesquisa nas últimas tendências aliada às preferências do proprietário. A arquiteta e urbanista Karen Mazzo escolheu a LELENA HOME DESIGN para indicar mimos de decoração: o bom gosto e as novidades do mundo do décor estão à disposição por lá.
Um candelabro vintage, colorido e estiloso. Essa peça vai mudar a cara de qualquer lugar onde for instalado. Em estilo boho chic – mistura de elementos da cultura hippie com motivos étnicos –, é item indispensável na composição moderna de um canto de leitura, ou mesmo um quarto feminino.
Exuberante, harmonioso e romântico. O arranjo minuciosamente montado sobre uma liga de alumínio, com flores de seda trabalhada para ter o visual o mais natural possível pode ser o detalhe da decoração de um casamento ou do hall de entrada de um hotel. Naturalidade e beleza caminham juntas nessa combinação de flores.
Celular, relógio de pulso e até mesmo o computador. Para não ficar sem saber o horário, ele está sempre ao nosso alcance. Essa opção é para espaços descontraídos. Com estilo único, o relógio de madeira aparenta ter história para contar. Os detalhes da madeira dão ar retro à peça de decoração súper útil!
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MOBILIÁRIO PROTAGONISTAS DO CONFORTO
Para finalizar o giro desta edição da Construarch, a SIERRA MÓVEIS foi escolhida. Madeira de reflorestamento e design moderno se somam à qualidade do acabamento dos móveis e dão um toque de contemporaneidade a qualquer espaço.
Impossível olhar para esta mesa e imaginá-la em lugares-comuns. Ela é uma mesa de jantar, mas isso não impede que faça parte de outro espaço. O diálogo entre madeira de reflorestamento rústica e vidro a deixa sustentável e charmosa. Com estrutura em madeira maciça e chapa multilaminada, a chaise tem o assento em molas de aço e couro natural. Além de combinar com vários espaços, pode facilmente ser o item que faltava em uma sala de leitura.
As listras não deixam nada a desejar nesta poltrona que tem o diálogo equilibrado entre os tons de azul, verde e marrom. Com acabamento impecável e detalhes por todos os lados, tem estrutura em madeira escura.
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Desenvolvimento suntentável Atento a uma das questões mais atuais, o livro Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes, do arquiteto e doutor em desenvolvimento sustentável urbano Carlos Leite, aborda os maiores desafios enfrentados no território urbano: crescimento aliado à sustentabilidade. A obra foi realizada em coautoria com a arquiteta Juliana diCesareAwad e apresenta soluções a partir dos conceitos mais importantes do urbanismo sustentável, de indicadores econômicos e de exemplos de iniciativas bem-sucedidas, como em São Paulo, Montreal, Barcelona e São Francisco. São 278 páginas que podem ser adquiridas por R$ 89.
FEICCAD em Jundiaí Entre os dias 27 e 30 de setembro, a Feiccad (Feira do Imóvel, Construção, Condomínios, Arquitetura e Decoração) traz uma diversidade interessante de empresas, produtos e serviços de todos os segmentos para quem se interessa em morar bem. Além da exposição comercial, o evento conta com palestras e workshops para os profissionais do setor de imóveis. A feira acontece na cidade de Jundiaí, no Maxi Shopping Jundiaí.
DecoreCom o que você quiser! Durante 10 dias, entre 14 a 23 de setembro, Curitiba recebe, pela quarta vez, a feira de móveis e decoração DecoreCom. Nessa edição, a feira irá acontecer no recém inaugurado Expo Renault Barigui, que fica localizado dentro do Parque Barigui. A DecoreCom é uma das principais feiras de móveis e decoração do país e conta com mais de 50 expositores entre soluções de mobiliário, decoração e acabamentos. 94
História das cidades Algumas cidades são pequenos mundos artísticos que vão crescendo ao longo dos séculos como estruturas orgânicas. Nelas, contrastam edifícios futuristas e monumentos históricos. Urbanismo & El Siglo XX é um emocionante registro da interação entre o homem, o tempo e a arquitetura. KunibertWachten, renomado urbanista, e o publicitário Hendrik Neubauer apresentam neste livro a evolução da arquitetura e do urbanismo do último século, que determina, e determinará, o espaço em que se vive. A obra é encontrada, por enquanto, somente em espanhol. R$ 229.
Onde está Wally? Irreverente e cheio de pistas em referência ao universo pop. A geração de 1990, principalmente, vai adorar! A película Medianeras, lançada no ano passado, ficou nada menos que cinco meses em cartaz em alguns cinemas de São Paulo e repete a façanha ao redor do mundo! O sucesso é explicado pela inteligente combinação de montagem, roteiro e referências à cultura pop perfeitamente encaixadas a uma metáfora sobre a arquitetura da cidade de Buenos Aires e a solidão humana. O que Wally tem a ver com isso? A metáfora não teria graça sem ele. Quase uma sobreposição de monólogos, o filme explica seu título ao longo do enredo. E você, sabe o que é uma medianera? Conferir o primeiro longa de Gustavo Taretto pode ser um delicioso jeito de descobrir!
Arquitetura subterrânea Depois de terem projetado modernas estações de metrô para a cidade de São Paulo, os arquitetos Arno Hadlich, Marc Duwe e Eduardo Velo decidiram compartilhar, nas páginas do livro Arquitetura de Metrô, histórias e curiosidades a respeito de projetos do transporte subterrâneo de algumas das cidades mais cosmopolitas do mundo. Os autores abordam o tema em sintonia com as mais recentes tecnologias de sustentabilidade, estética e eficiência energética. Uma leitura permeada de ricas imagens, conteúdo e preciosas informações. A obra tem 206 páginas e o preço médio para aquisição é de R$ 150. 95
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Design Weekend Um fim de semana dedicado ao design, a arte, a decoração, a arquitetura e ao urbanismo é o que propõe o festival Design Weekend, que pretende mobilizar a cidade de São Paulo durante quatro dias. O evento acontece entre 23 e 26 de agosto. Podem participar das todas as pessoas, empresas e instituições interessadas no tema. Mais informações: www.designweekend.com.br/ (11) 3477-1000.
BOOM SP Design Palestras, workshops e exposições vão marcar a quinta edição do BOOMSPDESIGN, que acontece em São Paulo nos dias 22, 23 e 24 de agosto. No primeiro dia do evento, as atividades serão no Centro Universitário Belas Artes e nos outros dois dias, o evento se concentrará no D&D Shopping (WTC Convention Center). O BOOMSPDESIGN vai contar com a presença e trabalhos de profissionais que são referência no Brasil e no exterior, com a proposta de fazer uma reflexão sobre a produção criativa na atualidade. Com uma programação diversificada, a ideia é revelar o quanto os segmentos criativos distintos se convergem na dinâmica de um mercado globalizado. Voltada a designers, arquitetos, publicitários, empresários, lojistas e universitários, a quinta edição do BOOMSPDESIGN 2012 faz uma homenagem ao designer londrino Tom Price, que vem conquistando a atenção de museus, galerias e colecionadores de vários países com criações que recorrem a materiais inusitados. www.boomspdesign.com.br
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MobÌlia na praia Florianópolis vai ter, em 2012, em um só lugar, todas as opções para construir, reformar, decorar ou adquirir um imóvel. É o 19º Salão do Imóvel e Construfair que, além da comercialização, irá oferecer também palestras e a apresentação de novas tecnologias durante toda a feira. O evento conta com a exposição de produtos e serviços relacionados à construção civil, mercado imobiliário, móveis, decoração e produtos e serviços para condomínios. O melhor é que, além da feira, você pode participar de outros dois eventos paralelos: a terceira edição da EXPO CONDOMÍNIO e a EXPO DECOR MÓVEIS. Uma ótima oportunidade de negociar seu móvel direto com o fabricante e conhecer produtos exclusivos. O 19º Salão do Imóvel e Construfair acontece entre os dias 21 e 26 de agosto, na Avenida Gustavo Richard, 850, no centro de Florianópolis.
Ecorresponsabilidade Pensando nas mudanças climáticas, na diminuição de recursos naturais e na escassez de água e em outros diversos problemas ambientais gerados pela atividade humana, Siân Moxon, arquiteta especializada em sustentabilidade nas áreas de habitação e conservação, escreveu o livro Sustentabilidade no Design de Interiores. São 191 páginas de muita ilustração e informação sobre maneiras de abordar a sustentabilidade dentro do design de interiores. A obra apresenta de forma prática os fundamentos do projeto sustentável, diretrizes para escolha de materiais, sistemas energéticos e hidráulicos, além de métodos construtivos sustentáveis, com o objetivo de ajudar os profissionais desse setor a reavaliarem princípios e forma de atuação. Uma boa pedida para o interessado na área se familiarizar com princípios ecorresponsáveis no desenvolvimento de projetos.
Jeito de morar x jeito de olhar Para você, o local de moradia pode refletir ou moldar uma personalidade? O cineasta Gabriel Mascaró acredita e demonstra que sim! Através do documentário Um lugar ao sol, o diretor propõe uma discussão sobre diferenças sociais, status, poder e hierarquia de moradores. Mascaró reflete sobre esses temas colhendo depoimentos de moradores de coberturas luxuosas de três capitais do Brasil: Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. 97
RUSTICIDADE E REQUINTE SÃO PEÇAS-CHAVE NA COMPOSIÇÃO DA ADEGA JARRO WINE STORE. O PROPRIETÁRIO, EDUARDO KUROVSKI, CRIOU A PONTE ENTRE A PAIXÃO PELOS VINHOS E A DECORAÇÃO Por Tátila Pereira - Fotos: Rodrigo Vieira (R.Vieira)
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Quando as portas se abriram, o clima intimista já nos convidou a entrar no local. Em meio à alvoroçada cidade de Cascavel, entrar naquele lugar era um afago a todos os sentidos, sobrecarregados dos excessos mundanos. Ali, sabor, aroma e visões faziam esquecer a inquietude lá fora. O sommelier, muito solícito, foi o guia em uma viagem pela adega JARRO WINE STORE e também pelo mundo dos vinhos, área repleta de curiosidades e novidades. Entre as 250 opções de tintos e brancos, não há como dizer que algum ponto tem destaque. Cada um dos elementos expostos ali harmoniza, assim como um peixe acompanhado de um clássico sauvignon-blanc. Tim-Tim, Evoé! Baco, ou se preferir, Dionísio, deus dos excessos, e um amante indomável dos vinhos, não hesitaria, se vivesse hoje, em armazenar cuidadosamente uma por uma de suas garrafas. O deus do Olimpo e os frequentadores dos conhecidos bacanais da antiguidade não conheciam nada de refrigeração de vinhos, mas, certamente, sabiam reconhecer uma boa safra e guardá-la com cuidado. A herança foi aprendida e o vinho continua sendo estudado por enólogos e amantes da bebida – tanto que não cansa de agregar mimos ao seu manual de instruções. Um dos líquidos mais cultuados e sensíveis do mundo precisa ser conservado em um local comparado a um quarto, na hora de dormir: deve ficar na penumbra e em um lugar silencioso, que não permita grande circulação de pessoas, já que a aglomeração faz aumentar a temperatura. A posição das garrafas expostas abaixo dos olhos do enófilo faz parte de uma tática marqueteira. “Deixamos que o comprador olhe de cima o produto. Isso dá uma sensação de poder”, elucida a jogada o sommelier Adriel Araujo. 100
Bacanal pode ser associado a orgias e luxúrias, mas não tem somente esse significado. Do latim bacchanale, é o nome que se dava, na Roma Antiga, aos rituais religiosos em homenagem a Baco (ou Dionísio), deus do vinho. As fontes antigas descrevem que as bacantes, no seu delírio, cometiam toda sorte de excesso selvagem e desregrado.
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Para quem nunca prestou muita atenção na rolha, é importante frisar que ela é quase tão importante quanto o vinho ser de uma boa safra. Você sabe o motivo de a melhor forma de armazenar uma garrafa de vinho ser na horizontal? É justamente pelo contato com a rolha. Dessa forma, não há espaço para circulação de ar, a rolha não resseca e o seu vinho fica melhor a cada dia.
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O aspecto rústico, além de fazer parte do estilo do proprietário, também é uma homenagem às clássicas vinícolas da França ou Itália ou as apreciadas vinícolas dos nossos vizinhos chilenos ou argentinos. Os restos de madeira, reaproveitados e encaixados na parede, um a um, aquecem o lugar e, ao mesmo tempo, lembram a cortiça, matéria-prima da rolha – melhor amiga do vinho. A linguagem adotada em todo o ambiente cumpre com a nobre função planejada pelo proprietário: disponibilizar uma área em que é possível adquirir vinhos para os mais variados gostos, degustar uma taça da bebida, escoltada por algum aperitivo ou apenas contemplar a interessante imagem formada por todas as peças escolhidas para preparar a adega. Qualquer admirador confesso fica boquiaberto com o cuidado com os detalhes. Aliás, alguns detalhes passam despercebidos quando o assunto é harmonização. Bom vinho e um bom prato formam a união perfeita. O jovem chef de cozinha Alexandre Bernieri tira de letra essa questão e, mesmo usando alguns ingredientes tradicionais, conseguiu com eles desenvolver uma receita agradável para ser consumida com a estrela desta matéria.
NO ESCURINHO DA ADEGA Tudo precisa ficar assim, no escurinho. As luzes, direcionadas por meio de um trilho com spots, ficam apenas nos rótulos das garrafas, para facilitar a escolha dos clientes. A exposição contínua a qualquer tipo de luz direta pode fazer com que a luz penetre a garrafa e altere significativamente o sabor e o aroma do vinho. E a cor nas paredes não foi escolhida somente por uma questão de preferência ou por se assemelhar à cor da bebida. O tom escuro também ajuda a manter a luminosidade necessária.
NEM MUITO FRIO, NEM MUITO QUENTE O resfriamento do vinho tem temperatura média certa: entre 17 e 20 graus. Dessa forma, o ar-condicionado é um dos equipamentos indispensáveis em uma adega. Como o JARRO WINE STORE permite que, além da compra, também seja feito o consumo ali mesmo, uma adega climatizada, que também tem sua bossa, está instalada em um cantinho, com 15 graus. Lá, estão os vinhos que servem como o pretinho básico no guarda-roupa de uma mulher: são prêt-àporter.
CARIMBO Parte da decoração vem de várias partes do mundo, mas o proprietário não precisou se ausentar ou gastar dinheiro para adquiri-la. Pedaços das caixas, responsáveis pelo armazenamento das garrafas durante a viagem dos vinhos até a adega ficam no alto, em uma das paredes. É como se fosse o passaporte da adega, carimbado com todas as iguarias que ali podem ser encontradas.
ARQUIVO DE VINHOS O “lugar de descanso” das garrafas precisa se adequar ao bem-estar do vinho. É, isso mesmo: bem-estar. O vinho é uma bebida viva e se não for bem guardado pode, até mesmo, estragar. Nesse caso, são usadas colméias, e, entre cada favo, fica um “espaço de respiração” entre as garrafas. 103
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Bacalhau à Moda do Chef
Ingredientes: - 400 gramas de bacalhau - 1 batata grande cozida - 70 ml de azeite de oliva - 100 gramas de brócolis cozido - 1/2 cebola - 1 cabeça de alho - 3 tomates cereja - 100 gramas de manteiga - sal e alecrim a gosto Modo de preparo Bacalhau: Em uma panela antiaderente, grelhar o bacalhau, adicionando o azeite de oliva aos poucos ate dourar. Depois, retire o bacalhau e, na mesma panela, coloque a manteiga, o brócolis, os tomates cereja e a cebola ate que a manteiga derreta. Modo de preparo alho: Pegue um pedaço de papel filme, coloque o alho, alecrim, azeite e sal a gosto e leve ao forno para assar por 20 minutos, à temperatura de 150 ªC. Modo de preparo batata: Em uma forma, adicione um fio de azeite e a batata, que deverá ser amassada com casca, até que ela fique achatada. Acrescente em cima sal grosso, alecrim e azeite.
Salmão grelhado com cesto de folhas verdes
Ingredientes: - 200 gramas de filé de salmão - 1 cebola inteira - azeite de oliva - sal a gosto - 50 gramas de queijo parmesão (ralado) - 5 folhas alface tipo americana - 8 folhas de rúcula - 5 tomates secos - 100 gramas de palmito - 50 gramas de salsinha - 50 gramas de manjericão - 30 gramas de castanha do Pará - sal a gosto Modo de preparo: Em uma panela antiaderente, doure o salmão com a cebola picada e reserve . Na mesma panela, coloque o queijo parmesão ralado espalhando-o até dourar. Na sequência, com um copo de vidro retire o queijo formando assim um cesto. Montagem do prato: Junte o salmão ao cesto de queijo em um prato, adicione a salada verde dentro do cesto e tempere a gosto.
A ordem é harmonia A regra é clara: vinho branco e peixe são uma combinação certeira. A chardonnay ou sauvignon-blanc podem ser substituídas por um vinho tinto, se for do gosto do cliente. “De preferência, sem muito tanino, uma pinot-noir, por exemplo”, ensina o sommelier. Na dúvida, espumantes são curingas para qualquer refeição. 104 104
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SKETCH MAP
POINTS OBRIGATÓRIOS AO REDOR DO MUNDO CLARISSA É VIAJANTE PROFISSIONAL, TEM UM GATO CHAMADO VINCENT E, SE PUDESSE, PINTARIA SEU APARTAMENTO INTEIRO DE AMARELO O Tesouro, Petra ( Jordânia): Uma joia de construção, cujo suspense já começa ao longo de um corredor estreito de rocha, caminho obrigatório para quem vai à antiga cidade de Petra. Todo esculpido em plena rocha, o “Tesouro” ainda conserva os detalhes de influência helenística, mais de 2000 anos de sua construção. A fachada soberba ainda evoca um silêncio impressionado dos turistas; e isto é um privilégio indiscutível de todas as grandes obras da arquitetura, modernas ou não: fazer calar as palavras no espaço para poder escrever com linhas. Coisa que os nabateus, nota-se, aprenderam direitinho. Biblioteca Alexandrina, Alexandria (Egito): Inaugurada em 2002 graças a um acordo conjunto entre o governo egípcio com o apoio da UNESCO, tinha como objetivo reviver a célebre Biblioteca de Alexandria da Antiguidade, destruída por um incêndio criminoso. O acesso é gratuito, o acervo é trilíngue; mas o que impressiona mesmo é o design da construção, obra de um escritório de arquitetura norueguês, cujo projeto foi escolhido entre mais de 1400 traba-lhos. A visita é imperdível, e hoje crime ali é pres-tar atenção só nos livros.
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Golden Gate, San Francisco (Estados Unidos): Suas linhas leves e estrutura forte colocaram esta ponte entre as sete Maravilhas da Engenharia do Mundo; e cabe dizer que cada “Oh!” de admiração é mais do que justo. Mas quando for visitá-la, opte por uma experiência única: percorrê-la de bicicleta. E, de preferência, perto da hora do pôr-do-sol, quando a típica neblina do entardecer começa a encobrir os vergalhões vermelhos – e a impressão que se tem é a de pedalar sobre nuvens. Arquitetura e natureza nunca se combinaram tanto quanto nesta hora.
Cristo Redentor, Rio de Janeiro (Brasil): Alguns monumentos transcendem o mero atrativo turístico para virar o símbolo e personificar o espírito de uma cidade. Como o Cristo Redentor, mas com um detalhe: a beleza reside não só na estátua, mas no entorno: no relevo do Corcovado, na arquitetura natural das curvas desenhadas de uma cidade. A mesma estátua, no chão, não teria a mesma magia: é preciso sua silhueta do alto para abençoar aquilo que já é bonito por natureza.
Escadaria do Selarón, Lapa (Rio de Janeiro, Brasil): Irreverente e bem humorada, é um caminho de cor em plena boemia do centro carioca, decorada com uma mistura de azulejos de formatos, cores e épocas diferentes. Impossível subir e descer sem flagrar alguém fotografando. E, em uma simples subida, é perceptível que, a cada degrau, a mistura é que dá o tom do todo: as bordas irregulares que se complementam – e, de alguma forma, mostram para a gente o verdadeiro mosaico de brasilidade que tanto diz de nós.
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ANTENADA AOS 60 São 60 anos de história para contar, fora alguns anos “não oficiais” anteriores à emancipação da cidade. Cascavel se construiu com uma topografia que facilitou o desenvolvimento e permitiu a construção de ruas e avenidas largas, favorecendo a distribuição dos bairros. E, é claro: as histórias do município também se contam por meio da arquitetura da localidade. Nesta edição, a seção cidade te leva para conhecer três grandes obras características de Cascavel: Praça do Migrante, Catedral Nossa Senhora Aparecida e o Shopping Central Park, popularmente chamado de “Torres Gêmeas”. Passeie pelo histórico da cidade e descubra detalhes da arquitetura desses locais, cartões-postais cascavelenses. Por Mayara Kopceski e Giovana Danquieli - Fotos: Alex Sanderson
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AS TORRES GÊMEAS DE CASCAVEL Ele aguenta até gozações. Tem os prédios ousados planejados por ele em Cascavel comparados ao World Trade Center com frequência. “Na época do atentado nos Estados Unidos, já me mandaram um e-mail com um avião entrando na minha torre. Todo mundo me perguntava se eu não tinha medo”, relembra Paulo Siarra, advogado responsável por dar início a construção das torres gêmeas, que hoje são o cartão postal de Cascavel. A intenção sempre foi surpreender, encher os olhos de quem vê. A ideia era construir torres gêmeas que funcionariam como uma passagem da principal avenida da cidade – a Brasil – com a rua Paraná. “O que a gente queria era uma rua 24 horas, onde pudéssemos ter gente todo o tempo possível passando de um lado ao outro, uma ligação importante entre público e comércio”, explica o empresário.
Para por em prática o projeto ousado, Paulo buscou referências internacionais. Em uma viagem a Nova York, o prédio da Sony Music chamou a atenção do empresário: composto por uma só torre, em proporções bem menores, mas com a mesma arquitetura idealizada para o projeto em Cascavel. “Considerei legal aquele formato de prédio e decidi fazer melhor: construir ao invés de uma, duas torres”. Estudando com cuidado o projeto, Paulo entendeu que as torres gêmeas cascavelenses teriam alto custo e muita demanda de planejamento. “O espaço livre que fica em cima, no bico do prédio, tem nove metros de altura – algo difícil pra trabalhar e caro pra fazer”, comenta Paulo. O projeto das duas torres, que compõe hoje o Central Park, foi desenvolvido pelo escritório NBC Arquitetura. Uma das torres foi pensada para aglomerar um shopping, escritórios e um 111
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restaurante panorâmico no último andar, constituindo a primeira etapa da construção, que foi inaugurada em 1997. Já para a outra torre, o idealizador teve a ideia de trazer um hotel. “Não havia hotel novo na cidade, não havia nada disso aqui, reunimos um grupo de pessoas e eu perguntei: ‘vocês vão entrar comigo?´. Alguns já responderam que sim no momento em que perguntei. Senti segurança e entrei em contato com a rede Bourbon. Quando conheceram o projeto grandioso, se encantaram imediatamente e resolveram vir para cá”, detalha. O resultado, com as duas torres finalizadas, foi entregue em 2004. Aliando o bonito e o rentável, o projeto não foi apenas ousado em arquitetar algo novo para Cascavel, como também oportunizou a vinda de uma grande rede de hotel para a cidade. O espaço, que já recebeu até uma sala de cinema, hoje possui, além dos 16 andares de elevador, dois subsolos e mais nove metros livres no bico que ainda são um sonho para Paulo. O local, segun-
do ele, pode se tornar uma boate para acomodar em média 200 pessoas, onde o DJ ficaria a cerca de oito metros acima do povo. “Seria a boate mais linda do mundo”, almeja. Sem prédios maiores ao redor, as torres gêmeas são o destaque do centro da cidade. “De qualquer ponto de Cascavel, a primeira coisa que se vê são as torres”, orgulha-se o empresário responsável pelo pontapé inicial para a construção do local, que hoje abriga muitos empresários orgulhosos do prédio onde trabalham. Carla Shons, sócia de um escritório no 14° andar da primeira torre, se sente bem trabalhar em um dos prédios mais imponentes de Cascavel. “Me sinto privilegiada em trabalhar em um edifício que é o cartão postal da cidade. Aliás, em virtude disso, é fácil de explicar a localização do escritório, pois todos conhecem o Central Park. Alguns clientes que nos visitam, antes de ir embora, gostam de dar uma olhadinha no movimento da cidade e na vista, que é linda”, elogia.
PRAÇA DO MIGRANTE: CARTÃO POSTAL DA ARQUITETURA DE CASCAVEL
A Praça do Migrante foi criada em três de setembro de 2004, no mandato do Prefeito Edgar Bueno e no momento em que Paulo Carlesso era secretário de Meio Ambiente. Na praça, foi criado um memorial que fica exposto a todos que queiram saber mais sobre a história da Praça do Migrante, conhecida por muitos, como Praça das bandeiras, ou das Águas. A história, no entanto, é mais antiga. A Praça do Migrante foi construída em 1997, em homenagem aos pioneiros. Também é denominada, Praça Florêncio Galafassi, pioneiro nascido em Bento Gonçalves (RS), que aportou em Cascavel em 1948 para dirigir a Industrial Madeireira de Paula. O monumento simboliza as frentes migratórias que aqui chegaram de todos os estados brasileiros. Está localizada na região Oeste da cidade, onde as primeiras lojas de comércio foram instaladas. Migrante é aquele que muda de uma região para outra, e que, no monumento da praça, são representados pelas imensas rampas. São cinco, feitas de concreto que representam, como um gráfico, o volume de migrantes que Cascavel recebeu de cada região brasileira. O primeiro à esquerda representa a região Norte; o segundo da
esquerda para a direita representa a região Nordeste; o monumento central simboliza a região Sudeste, o maior deles, segundo da direi-ta para a esquerda, representa a região Sul e o primeiro à direita, região Centro-oeste. Alguns moradores da cidade não conhecem a história da Praça e se surpreendem com fato: “É uma história bonita, interessante, faz lembrar dos tempos em que nossos avós e pais, ainda crianças, vieram pra cá.”, conta Thais Bitencourt. Outros não só conhecem a história, como também acrescentam: “a ideia de gráficos não poderia ser mais apropriada para representar o povo que aqui chegou, muitas foram as pessoas que vieram de todos os cantos do Brasil e aqui estão bem representadas”, fala com honra a cascavelense Maria Aparecida dos Santos Leopoldo. Além das rampas que representam os migrantes, também estão representados todos os estados brasileiros e o distrito federal cada um com sua bandeira. Não importa de onde vieram ou para onde foram, o importante é que foram lembrados e simbolizados por uma arquitetura tão marcante e exuberante como a Praça do Migrante.
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MANTO ARQUITETÔNICO! Toda construção tem uma história interessante. Seja como surgiu a ideia do projeto ou mesmo o traço inovador do arquiteto que a pensou, sempre há algo que deve ser compartilhado. Esse é o caso da Catedral de Cascavel. Antes de escrever sobre ela, é preciso revelar que a obra tem raízes no eixo Rio-São Paulo. Quando o arquiteto Gustavo Gama Monteiro – professor da Universidade Federal do Paraná que projetou a Avenida Brasil entre outras obras em Cascavel – chegou ao interior do Paraná, trouxe consigo um conceito moderno, arrojado e tendência arquitetônica da década de 60: o brutalismo. O conceito era fugir dos ornamentos, dos excessos e simplificar tudo de tal forma a mostrar a alma da construção! Exemplo dessa arquitetura é o prédio do Masp (Museu de Artes de São Paulo), considerado a grande obra do movimento. Inspiração nesse propósito e com conhecimento de sobra, o arquiteto, segundo contam as memórias do Museu Histórico Celso Formighieri Sperança, chegou a Cascavel para auxiliar na execução da ousada ideia do padre Pedro Girondo, o qual pretendia erguer a Catedral Nossa Senhora Aparecida. Uma das maiores dificuldades para dar andamento ao projeto era encontrar quem se responsabilizasse e desse uma boa solução à estrutura superior do teto, um vão livre de quase 40 metros. Gama Monteiro assumiu a obra, assinou os projetos e resolveu o “problema”! A pedra fundamental data de 1966 e a inauguração da Catedral ocorreu em outubro de 1974. A Catedral é uma construção com linhas retas,
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duras e imponentes que representa o manto e a coroa da padroeira da cidade: Nossa Senhora Aparecida. Olhando de frente, ela é grandiosa e moderna; do alto, majestosa e suntuosa e, por dentro, harmoniosamente acolhedora! A obra é de uma época que Cascavel ainda não respirava arquitetura. A maior ousadia do projeto está na laje plissada, construída sobre 18 colunas que formam o que de cima parece um leque. A sustentação dessa estrutura toda foi possibilitada pelo uso de concreto armado. Para evitar possíveis deformações estruturais, enrijecedores foram empregados, até para garantir a sustentação do teto em questão. A parte interna está exposta, assim como foi feita, sem acabamentos ou intervenções – exemplo claro da aplicação do conceito do brutalismo arquitetônico. O interessante de tudo isso é que a escolha possibilitou diálogo entre o clássico das obras que compõem o altar e o moderno da construção, que alia a estrutura de exposto com a madeira talhada e envernizada. O clima tranquilo da catedral Nossa Senhora Aparecida só é quebrado pelo barulho dos carros que circulam pela Avenida Brasil e ruas adjacentes. Para sentir a paz do lugar basta pôr os pés para o lado de dentro. O templo cristão é, além de um lugar de oração, um dos principais cartões-postais de Cascavel. O projeto arquitetônico arrojado e moderno até hoje leva turistas e moradores, a buscar um ângulo diferente da construção para fotografar.
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O VERDE DE MANHATANN PARQUE SURGIU EM UMA FERROVIA SUSPENSA DESATIVADA EM NOVA IORQUE Por Alan Medeiros - Fotos: Divulgação
Eles estão em meio a uma selva de pedra e dão um colorido especial ao cinza de Nova Iorque. Os jardins suspensos atraem milhões de visitantes de todo o mundo, sucesso que os fez virar tema de livro. O parque é um ambiente com canteiros de plantas e flores em meio a paisagem urbana. Ele surgiu em uma ferrovia suspensa desativada e se estende por uma das áreas mais movimentadas da cidade, o sul de Manhattan. A criação do jardim suspenso é a história de dois jovens nova-iorquinos sem experiência em pla-
nejamento urbano ou arquitetura, mas que se interessaram por transformar uma área abandonada da cidade em um charmoso parque urbano. O projeto demorou 10 anos para ficar pronto e hoje é um espaço especial para descansar frente a correria do dia-a-dia. Em 2011, foi inaugurada a segunda parte do parque que conta com um gramado para quem quiser descansar, acessar a Internet e até e mesmo ler um bom e velho livro. A expectativa é que o local receba um total de três milhões de visitantes por ano. 117
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INOVAÇÕES NAS ALTURAS MAIOR PRÉDIO DA AMÉRICA LATINA FAZ ANIVERSÁRIO E SE MANTÉM COMO UM DOS MAIS INOVADORES DO MUNDO Por Alan Medeiros - Fotos: Divulgação
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O mês de julho marca o primeiro aniversário do prédio mais alto da América Latina, uma obra com formato inovador e de destaque internacional. Situado no Panamá, o Trump Ocean Club International Hotel & Tower tem 284 metros de altura, distribuídos em 70 andares. O empreendimento foi construído por cerca de 1.000 trabalhadores, possui o formato de uma vela de barco e está de frente para o Oceano Pacífico, na capital do país. O projeto leva a assinatura do escritório colombiano de arquitetura Arias Serna Saravia e é dividido em três áreas. No pavimento mais baixo, com 11 andares, existe uma área reservada para lofts com até dois quartos, de no máximo 57m2. Já na “vela” ficam as residências, que comportam a maior parte do edifício. E, ainda neste pavimento, estão instaladas as 47 suítes do hotel.
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O investimento na construção do hotel somou mais de 400 milhões de dólares. O edifício tem 37 elevadores, spa, piscinas, marina, cassino, lojas, restaurantes, boutiques e uma ilha, com praia particular. Além disso, o prédio também conta com um terraço com área superior a 900 metros quadrados, tendo também uma piscina
com uma linda vista para o oceano. Para os interessados em passar as férias de julho no Trump Ocean, a diária do quarto mais barato no hotel custa 300 dólares e o preço de apartamentos para venda variam de US$ 250 mil a até US$ 1 milhão.
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INSÓLITO MESMO! HOTEL BOUTIQUE EM BÚZIOS DESÁGUA DESIGN, LUXO E EXCLUSIVIDADE PARA OS HÓSPEDES E RETRATA A CULTURA BRASILEIRA NA SUA ESSÊNCIA Por Tátila Pereira - Fotos: Divulgação
Quem criou o termo Hotel Boutique, há 20 anos, lá em New York, liberou a frustração reprimida de uma infinidade de usuários de hotel. Clientes cada vez mais meticulosos começaram a rejeitar os produtos e as instalações tradicionais, com suas fórmulas rígidas e comportamentos imutáveis. Eles estavam à procura de um ambiente mais complacente, descontraído e sintonizado com as suas próprias personalidades e estilos de vida diferentes. Cansados de “mais do mesmo”, os hóspedes encontraram neste segmento objetos de design arrojado, arquitetura inovadora e um atendimento individualizado. Búzios, no estado do Rio de Janeiro, é o tipo de lugar propício para a instalação de um Hotel Boutique. A península carioca, famosa após ter
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sido apreciada, na década de 60, pela mais cobiçada atriz da época a francesa Brigitte Bardot, tem 23 praias, recebendo de um lado correntes marítimas do Equador e do outro, correntes marítimas do polo sul, o que faz com que o paraíso aqui do lado tenha praias tanto de águas mornas quanto de águas geladas. Essa agradável dicotomia leva para lá pessoas de todas as partes do mundo. Entre! O verde está aqui! Logo na entrada já é possível notar a presença da natureza. Ela vem majestosa, mas sem impedir que o concreto, a madeira e a tinta possam também fazer parte do mesmo ambiente que ela.
Mas Brigitte Bardot não foi a única francesa a se encantar e proporcionar algo de marcante para aquela terra: a empresária Emmanuelle Meeus de Clermont Tonnerre também deixou sua assinatura de vez no lugar digno de um check na lista de lugares-para-se-conhecer-antes-demorrer. Ela é a proprietária do Insólito Boutique Hotel & Spa, construído como um salto das pedras sobre uma das mais belas praias de Búzios, a Praia da Ferradura. Ir para o Insólito, como o próprio nome sugere, é fugir do habitual. São 20 quartos com cara e espírito de casa particular e a vantagem de ter projetos de paisagismo e iluminação assinados por Anouck Barcat e Maneco Quinderé. Colocar o pé em qualquer um dos quartos é entrar em uni-
versos paralelos e temáticos, onde obras exclusivas se encontram. Eles servem de exposição para peças únicas de design, que fazem referência à musica, fotografia, literatura, arte, natureza, história, moda e cultura negra. Hospedar-se no hotel é ter a sensação de comprar um ingresso para ver uma exposição. Ao adentrar qualquer uma das suítes é possível criar uma linha do tempo, sem se perder. Ali, móveis de 50 anos atrás e peças futuristas se envolvem em uma combinação que dá liga. As casas pertencentes ao hotel, denominadas Terra-Brasil, Fotografia & Literatura, Cultura Negra, Música e Casa do Modernismo são a melhor tradução do conceito de história e design brasileiros. A escolha por itens nacionais vem,
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exatamente, da paixão que a dona e também decoradora do lugar tem pelo Brasil. Emanuelle quis que cada canto do Insólito fosse um reflexo da miscigenada cultura brasileira. Uma amostra é a imponente música tema do quase octogenário programa de rádio, A Voz do Brasil, que ganha forma, sensação e cor na suíte O Guarani. Com o nome da ópera de Antônio Carlos Gomes, de onde foi tirada a trilha sonora do produto radiofônico, o quarto é um convite para quem quer deixar os problemas irem embora na imensidão do mar. A arquitetura original das casas do hotel é típica de Búzios. Construídas entre 1992 e 1998 pelo arquiteto brasileiro Otavio Raja Gabaglia, as moradias constituem um modelo de integração à natureza – que é tão formosa por ali. Nesse espaço de tempo, várias reformas foram feitas no lugar, mas sem perder a essência. Além das reformas arquitetônicas e paisagísticas, esforços foram feitos para minimizar o impacto sobre
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o meio-ambiente: instalação de um sistema de tratamento das águas usadas, reaproveitamento das águas da chuva, assim como instalação de um sistema de aquecimento solar da água. Os hóspedes que estão a fim de curtir apenas a vista do mar e não querem se aventurar lá fora podem aproveitar a área social do Hotel. São três piscinas: água doce, aquecida e salgada - localizada à beira-mar e com quatro metros de profundidade. Caso não seja de um banho de piscina que você precise, saunas seca e a vapor, ofurô, jacuzzi, sala de ginástica, bicicletas e sala de estar decorada com objetos de design também estão à disposição. A aposta nos diferenciados tipos de arte, aliada ao conforto para algumas noites de sono proporcionaram ao Insólito Boutique Hotel & Spa ser eleito um dos melhores hotéis da America Latina pelo renomado guia Condé Nast Johansens 2009: o único hotel brasileiro a figurar na seleta lista Top10; os hotéis mais marcantes de
2011 pela Casa Vogue Brasil e o Melhor hotel de Praia da América do Sul pelo Condé Nast Johansens Travel Guide 2012. Em meio à Saint-Tropez brasileira, o Insólito demarca território, com sua estrutura que abraça este Éden, chamado Praia da Ferradura. Brigitte Bardot deve ter orgulho em ver o que sua conterrânea fez por aqui.
Tributo ao baiano Há 100 anos, Jorge Amado estreou no mundo, como bom baiano que foi. Com isso, Emmanulle resolveu reverenciar uma das obras do escritor - “A morte de Quincas Berro D´Água” - e a fotografia brasileira com fotos que retratam o romance. As imagens foram produzidas por crianças do grupo Mão na Lata, da comunidade da Maré, com o apoio de Tatiana Altberg. As câmeras eram artesanais e feitas a partir de latas recicladas.
Orixá, meu rei Em referência à religião trazida para o Brasil pelos africanos, a Suíte Candomblé tem banco de madeira ripado com desenho de Erick Figueira de Mello e mesas de cabeceira desenvolvidas por comunidade carentes brasileiras, mas com requinte holandês. O colorido da escultura e das almofadas alegra o pano de fundo branco.
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COLABORADORES
MARIANA THEDA OLIVA A arquiteta, lighting designer e designer de interiores Mariana Oliva é daquelas que tem bastante bagagem pra compartilhar. A brasileira naturalizada italiana coleciona no currículo nada menos que duas pós-graduações em Milão - a Meca dos arquitetos e designers. Entre as escolas em que estudou, dois nomes de peso: Istituto Europeo di Design e Scuola Politecnica di Design. De volta ao Brasil, ela não deixa de lado a Europa nem mesmo nas suas criações - é nítida a presença dos ares do velho continente em seus trabalhos. Aliás, os últimos figuram entre os ambientes da Casa Cor Campinas - o de 2011 foi premiado como mais ousado! Na vida pessoal, a dedicação não é diferente. O coração dela é todinho de Fred e Nina - seus cachorros, ou melhor, suas crianças.
ANDRESSA MISSIO O rosto conhecido da tevê paranaense é de uma jornalista especialista em agronegócio. “O que ela está fazendo aqui?!”, pergunta você. “Boa pergunta!”, diria ela! Entre as prontas respostas ao clássico “O-que-você-quer-ser-quando-crescer?”, a pequena Andressa não hesitava em responder: “decoradora”. Desistiu quando percebeu que o “bom senso” na escolha de um móvel ou objeto de decoração não era exatamente “bom”! Se a escolha de um revestimento ou um objeto não é sua especialidade, peça pra ela contar uma história: até mesmo plantações de soja podem render mais que uma lauda! Os dez anos entre reportagens e apresentação de telejornais da TV Globo mais um bom número de viagens na bagagem são a matéria-prima de um bate-papo com pitadas literárias. É ela quem escreve as crônicas que encerram a nossa revista!
RODRIGO VIEIRA Ele não perde a pose... dos outros! Sensibilidade, ângulo e técnica são, na opinião dele, três quesitos básicos para uma boa imagem. Esse fotógrafo de vinte e poucos anos é o filho mais velho de quatro homens e jura que não é da infância que vem a paixão por fotografia: foi uma mudança de perspectiva na vida que o fez ter um “clique”. Ainda bem: depois que viu que seu negócio é fotografar, não demorou muito para que seu portfólio estivesse recheado de grandes trabalhos! É dele a reportagem de capa!
LUIZA SCAPINELLO BROCH A casa dela é um verdadeiro recanto do bom gosto. O piano na sala denuncia a profissão da mãe, professora de música. Entre instrumentos musicais, lápis e pincéis, na escola de música e artes da mãe, e projetos e obras, no escritório do pai engenheiro civil, a mistura da infância não poderia dar em outra coisa - virou arquiteta e urbanista. Viajante por paixão e vegetariana por opção, a Luiza será nossa consultora em arquitetura e design de interiores - pós que está cursando na PUC-PR. Ela topou o desafio de responder nossas dúvidas de leigo na seção MAIL - o assunto? Leia lá!
CLARISSA DONDA A contribuição de Clarissa para esta edição não poderia ser outra. A carioca aqui, nossa consultora quando o assunto é viagem, não para quieta um segundo. Seja no Egito ou na Noruega, seus pés já passaram por um sem-número de locais por esse mundo afora - afinal, quem aí já foi pra Jordânia? Jornalista de formação, ela já deu o ar da graça no ambiente corporativo, em passagens por multinacionais e consultorias, mas confessa que gosta mesmo é de colocar uma palavra atrás da outra - em qualquer lugar do mundo. São dela as dicas de destinos imperdíveis para riscar no check-mapa.
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MARCELE ANTONIO Desenhar era um passatempo, mas nunca foi dom. Quando passou da fase das bonecas, Marcele trocou também as folhas de desenho soltas por uma agenda, que cumpria a função de um diário, quase um psicólogo em forma de papel encadernado. Foi ali que descobriu que curtia escrever. Ainda que timidamente, já não trancava os textos a sete chaves - talvez a seis. Depois de descobrir que o gosto pela escrita poderia ser mais do que um hobby, definiu que são as novas histórias seu combustível - ia ser jornalista! Começar a estagiar na revista Construarch relembrou os velhos desenhos soltos pelo quarto... A vida é engraçada: talvez esteja unindo agora duas paixões da infância. Que a vida continue engraçadinha assim, porque ela está se divertindo por aqui.
TÁTILA PEREIRA A Tátila, outra de nossas estagiárias, aprendiz de jornalista, confessou pra gente que não arrisca um traço no papel - seu ponto de partida em uma conversa com qualquer arquiteto seria: “Cara, como você consegue fazer isso?!”. A admiração talvez se justifique pela frustração em não saber desenhar nem um bonequinho, daqueles que se faz com risquinhos. Pode ser. Diz ela que acha lindo fazer com que as linhas de um esboço se transformem em um lugar para viver, trabalhar, visitar ou apenas apreciar. E já que ela não sabe desenhar, então escrever sobre o que os outros desenham, ou melhor, projetam, pode ser a saída! Que bom, Tátila! Amamos seus textos!
ALAN MEDEIROS O sonho de infância virou realidade - no melhor tom da palavra e da voz -, voz essa já emprestada a assessorias de imprensa, agências de publicidade e jornais diários, durante sua experiência como repórter de outros veículos. Sua vocação coincide com o sonho de infância: contar histórias reais e, ao mesmo tempo, contribuir para as discussões cotidianas da opinião pública. E por falar em cotidiano, disso Alan entende. À frente de jornais de circulação regional e estadual, o jornalista de formação vive a experiência do frio da barriga diariamente. Não dá pra prever qual será o assunto do outro dia e é exatamente dessa ansiedade que ele gosta! É dele a reportagem sobre paisagismo - ótima, por sinal.
GIOVANA DANQUIELI Praticamente multimídia, esta jornalista aceleradíssima atua no rádio, TV, jornal, internet e agora em revista também! Mesmo com tudo isso, ainda sobram algumas horinhas no dia da Giovana. Para ela, escrever e falar são, além do arroz com feijão do dia a dia, formas de “libertar” as impressões que temos do mundo. Amante de espaços aconchegantes e confortáveis - principalmente para um café e um livro - ela vê nas inovações do setor da construção civil e na criatividade dos arquitetos possibilidades de melhorar o planeta! Sonha com o dia em que sustentabilidade será mais debatida nas rodas de conversa que o futebol. Foi ela quem acompanhou nossa consultora Karen Mazzo para um giro, desenterrou os registros da Catedral e visitou a casa fofíssima capa desta edição!
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COLABORADORES
ISADORA CARNEIRO Isadora é produtora audiovisual, formada pelo Centro Universitário SENAC. Entre suas experiências, uma viagem-documentário pela Índia e pelo Nepal, em busca das parteiras tradicionais, cobertura do SWU e o último show da cantora Ana Carolina. Exposições pra lá, filmagens pra lá e pra cá, a Isa arranjou um tempinho na agenda pra cuidar do conteúdo imagético das entrevistas e de toda a parte audiovisual de nossa revista - que pode ser conferida nas mídias. Não tem como não se encantar com o olhar peculiar e bom gosto dessa artista!
REGINA BREDA A Regina é nossa revisora e assessora executiva. A timidez da pré-escola a acompanhou, assim como a franjinha que hoje deixou de lado. Como toda filha de professor que se preze, era queridinha dos professores - tanto que virou uma! Dos pais também não abandona os costumes de ler, ouvir Roberto Carlos e torcer pelo grêmio. Entre as últimas aventuras que encarou, um mochilão de Nova York a Los Angeles, com uma passadinha pelo México. Foi ela quem escolheu com bom gosto e delicadeza as peças que ilustram o garimpo sustentável desta edição!
ALEX SANDERSON O fotógrafo e desenhador gráfico Alex Sanderson tem um talento nato. A formação acadêmica digna de profissionais ajudou a moldar o olhar que já nasceu com ele - estudou fotografia durante os quatro anos que morou em Barcelona na Nikon School. Entre as experiências profissionais, já realizou trabalhos fotográficos para as Cataratas do Iguaçu S/A e fez parte da equipe oficial de fotógrafos F-1 do GP do Brasil. Nesta e nas próximas edições, é a arquitetura que vai emprestar suas formas às fotografias de Alex - os cliques prometem!
MAYARA KOPCESKI A pequena que sonhava em ser artista de tevê começou a ensaiar teatro com apenas oito anos. Mas foi na faculdade que o encanto passou, o negócio era brincar com as palavras e as imagens e colocá-las no papel. A vida seguiu e até o trabalho de conclusão de curso a levou à arquitetura - mas é o teatro a sua paixão. Não abandona! Hoje, a jornalista de apenas 22 anos atua como assessora de comunicação, edição e diagramação da Revista Em Ordem da OAB Cascavel e é jornalista responsável pela Revista Construarch e foi ela quem descobriu a casa de 1000 m² construída para ser totalmente sustentável.
KAREN MAZZO A arquiteta e urbanista Karen Mazzo topou o desafio de ser nossa consultora! A moça tem apenas 25 anos e já tem no currículo alguns vários metros quadrados projetados e construídos. Ela começou a cursar arquitetura em Mantova, na Itália e ficou por lá por mais dois anos. Devem ter sido os ares italianos que inspiraram projetos tão sensíveis. É o estilo do cliente que está ali, nas entrelinhas de cada projeto. Apesar de ter começado a carreira projetando residências, ultimamente tem se especializado na área comercial e descobriu que adora lojas. Entre os últimos projetos, Karen já pode começar a colecionar: tem pub, supermercado, salão de beleza e até centro de eventos. É dela a seleção de peças da seção giro deste mês!
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ANDRÉ RIBEIRO O nosso diretor de arte é um tanto quanto reservado. Nada se sabe sobre sua infância, nada se sabe sobre seu caminho pra chegar à comunicação. A gente até pediu pra ele escrever um perfil, mas aí complicou. Em compensação, quando o assunto é imagem, este publicitário mostra a que veio! Mesmo partindo para o mundo corporativo, num MBA em Gestão Empresarial, é no design que ele se supera. À frente da Agência RODA GIGANTE, André é responsável por toda a diagramação e identidade visual da editora e da nossa principal publicação, a Revista Construarch. Detalhe daqui, detalhe dali, vai revista, volta revista, é quando o produto tá pronto, que a gente vê o trabalhão que é transformar tanta ideia numa coisa só!
FELIPE PEDROSO Felipe nasceu entre esquadros, compassos e nanquins, vendo seu pai desenhar em cima das pranchetas. Em 2004, este curitibano enxergou em Cascavel uma gama de oportunidades que, sagaz que é, não deixou passar. Hoje, seu foco é a parte comercial da Revista Construarch. Entre os predicados, seu ponto forte é a boa percepção para os negócios, não é à toa que é nosso diretor executivo. Somadas a isso, calma e persistência - aprendidas no período de exército. O resultado é uma revista com uma equipe jovem e determinada - todo mundo empenhado pra construir a revista que você lê agora!
DOUGLAS POPENGA Com apenas 14 anos, Douglas conheceu de perto o mundo das gráficas e editoras. Começou no chão de fábrica, passou pelos setores de produção, design e pré-impressão e, depois de quatro anos envolvido com a administração geral da empresa, resolveu montar uma editora. A experiência administrativa adquirida na empresa do pai, o sangue empreendedor e as experiências profissionais e pessoais em Roma, Barcelona e no Canadá fizeram com que enxergasse um nicho de mercado pronto para ser preenchido. Alguém que resolveu cursar contabilidade não imaginou que fosse pelo mundo da arquitetura e construção que iria se apaixonar. Depois de virar diretor administrativo da editora, o resultado é esta revista que você tem em mãos!
JULIE FANK Julie assumiu com paixão o desafio de ser diretora de redação da revista Construarch e aceitou tomar as rédeas de uma turma de colaboradores como esta, embora não esconda a alma de professora, essência aprimorada por uma graduação em Letras e um mestrado em Literatura. A estante amarela na sala herdada da vó e pintada por ela mesma denuncia o gosto por decoração, a paixão por viagens e o amor pela literatura! Seu senso crítico para decifrar as tendências e informações que surgem de todas essas vertentes, ao mesmo tempo, se combina com uma inquietude curiosa que se mostrou fundamental para a realização desta revista. Essa viajante apaixonada por Buenos Aires ainda muda a disposição das coisas em casa sempre que precisa de ares novos e continua inteira na tarefa de construir pontes entre as pessoas e traduzir emoções em traços a cada edição. Nesta, ela contou pra gente a deliciosa tarefa de conhecer a cidade de São Paulo (outra de suas paixões) pelos olhos de uma personal guide.
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BATE-PAPO
MUDAR PRA QUÊ? POR ANDRESSA MISSIO
Era um casal muito engraçado. Tinha um teto, mas era alugado. Deixaram pra trás uma carreira sólida de advogado e outra de educadora física – e resolveram relaxar numa praia qualquer do Nordeste. Só que, em vez de descansar por uma temporada, a decisão foi bem mais drástica. Botaram um labrador e tudo o que coube dentro do carro e partiram de Curitiba. Conhecemos as figuras em Itacaré, Bahia. Lindos, sorriso na orelha, por serem donos de um charmoso chalé à beira da praia, que tinha chef de cozinha e tudo. Por vários dias da minha vida, desejei ter a mesma coragem. Mas é aquela coisa: toda mudança é meio dramática. Nem bem as coisas se alteraram, e tudo o que a gente quer é se acostumar. Manter a rotina, ser levado pela maré, seguir o velho costume, ligar o piloto automático. Tão mais fácil… Pra que mudar de emprego, mudar de endereço, mudar o cabelo, mudar a poltrona de lugar? Pra quê? Pois a resposta está no casal engraçado. Engraçado pra nós, tão burocráticos. Eles, sim, tomaram as rédeas da vida e decidiram o
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que não queriam: terno e gravata, nunca mais. Sapatos fechados, nunca mais. Carro? Só pra enferrujar com a maresia. Não digo que todos devemos nos esquecer de nossos compromissos e trocá-los por um par de havaianas cheias de areia. Mas em atitudes simples, é possível mudar. Estudar uma língua, alterar o trajeto para o trabalho, comprar um quadro diferente, mudar a cor da sala. Por que não se libertar de um vício, lutar por um mundo mais sustentável ou investir naquele projeto antigo de reforma da casa, que espera por você lá no fundo do armário? Experimentar o novo nem sempre é agradável do início ao fim. Pelo contrário, muitas vezes o início tem um sabor amargo. São aqueles casos onde somos jogados diante do desconhecido sem ao menos ter uma chance de defesa. O incrível é que, mesmo nas situações difíceis, temos o poder de escolher o rumo dali pra frente. Pra isso, basta tomar uma decisão, assim como tomou o casal engraçado. A decisão de sermos os arquitetos na construção da nossa própria história.
ONDE ENCONTRAR?
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Lelena Design (45) 3037-6643 www.lelenahomedesign.com.br Le Modiste 21 32562199 www.lemodiste.com.br Leo Capote www.lcapote.com.br Lorenzetti 0800 016 0211. www.lorenzetti.com.br Meu Móvel de Madeira 0800 645 9009 www.meumoveldemadeira.com.br Multicabos (45) 3327-2792 www.multicabos.com.br Nest Labs (855) 469 6378 www.store.nest.com Raúl Laurí 0034 607 47 25 65 www.rlauri.com Ronaldo Paisagismo (45) 3327 1001 www.ronaldopaisagismo.com.br Rua Minas Gerais, 2327, Cascavel-PR Viva Terra +1 800 233 6011 www.vivaterra.com ARQUITETOS
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Karen Mazzo (45) 9929-97 73 www.karenmazzo.com.br
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