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CADEIA PRODUTIVA NACIONAL PERDE COMPETITIVIDADE

Apesar da reabertura das Fronteiras Chinesas trazer otimismo ao cenário da borracha no contexto internacional, a preocupação com a indústria nacional é eminente; mercado aguarda ansioso reestruturação dos ministérios para continuidade dos pleitos de execução da Política de Garantia de Preços Mínimos e Revisão das Alíquotas de Importação.

A reabertura das fronteiras chinesas, no início de janeiro, abre uma janela de oportunidades pois marca o fim da Política de COVID Zero no país. Isto pode significar uma recuperação mais rápida do crescimento econômico chinês, o que melhoraria a demanda por borracha natural na principal região consumidora do produto no mundo. Os preços internacionais já começaram a reagir, a exemplo da Bolsa de Futuros de Singapura, onde o preço do kg do contrato da borracha natural saiu de USD1,30 no final de dezembro para USD1,45 no final de janeiro.

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No ambiente nacional, contudo, o início da safra preocupa. O desempenho da indústria pneumática é motivo de inquietação, em especial o mercado de pneus de carga, principal consumidor de Borracha Natural no país. Desde 2021, quando o governo federal zerou a taxa de importação dos pneus de cargas, o setor perdeu competitividade em relação aos pneus importados e com isso, encolheu. Em um efeito dominó, a retração afetou as compras e o preço no mercado da borracha natural no campo. No final do ano passado, as usinas de beneficiamento associadas à APABOR reportaram ter recebido das indústrias redução em volume de compras e de preços. Isso tirou capacidade de compra das Usinas de Beneficiamento, o que afetou os negócios no campo.

Com este cenário, é urgente a execução da PGPM para transferir renda para o campo e dar sustentabilidade à base da cadeia e a Revisão das Alíquotas de Importação, devolvendo competitividade ao Produto Nacional.

Contudo, um fator está prejudicando a celeridade destas ações: é reorganização da nova estrutura ministerial do governo eleito. Semana passada, representantes da ABRABOR estiveram em Brasília acompanhando a movimentação. Entre outras medidas, os decretos presidenciais que colocaram a CONAB e a PGPM vinculadas ao recriado Ministério do Desenvolvimento Agrário, e a Câmara de Comércio Exterior vinculada ao recriado Ministério da Indústria e Comércio. Essas novas estruturas ainda não estão operacionais, assim, todos os pleitos apresentados estão em suspensão e o setor aguarda ansioso.

O Brasil é um dos poucos países no mundo que produzem pneus e borracha natural em um mesmo local. Precisamos nos unir em torno de uma visão estratégica de Cadeia Produtiva, aproveitar nossas vantagens estratégicas para recuperar a competitividade de produtor, usina e indústria frente ao produto importado, gerando emprego e renda para o nosso país.

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