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junho, julho 2015
SOMOS TODOS
CORRUPTOS? Por que condenamos a corrupção pública, mas perdoamos o “jeitinho brasileiro”. V E J A + PÁ G . 2 0
Os embates da ética pública x a desonestidade na vida privada.
Maquiagem e dire巽達達o n達o combinam.
EDITORIAL A importância da ética no dia a dia
O que seria de nossa vida sem fortes princípios éticos a nos reger? Como
seria nossa existência em sociedade sem os balizadores mínimos de respeito ao próximo? Difícil imaginar. Por mais que muitas vezes surjam questionamentos acerca de nossa sociedade e do momento atual em que vivemos, seja nas esferas políticas ou até mesmo privadas, sabemos quais são os princípios morais que devemos seguir.
Muitos caem na armadilha fácil da corrupção, não falando apenas do
desvio de milhões, mas também das pequenas infrações cotidianas: furar fila, estacionar em vagas reservadas a deficientes e idosos, roubar sinal de TV a cabo, colar na prova... são tantas as tentações diárias...
No entanto, é imperativo que nos atenhamos a nossos princípios éticos
e morais para que possamos efetivamente ter uma sociedade mais justa e exigir essa mesma postura de nossos governantes. Como ir às ruas exigir lisura de nossos representantes se não conseguimos ser honestos em nosso dia a dia?
É esse tema tão importante e atual que a Vida Universitária aborda
na matéria de capa desta edição. Esperamos que cada leitor reflita sobre o seu papel na construção de um país mais justo por meio de sua conduta diária. É muito importante protestar por um Brasil melhor, mas também é fundamental entender nosso papel nessa construção.
Ainda nesta edição, falamos com muito orgulho de dois egressos do curso
de Direito que lutam diariamente no Ministério Público Federal para que nosso país tenha justiça e puna de forma adequada os criminosos que dilapidam o patrimônio da nação.
Também damos um breve mergulho no passado, ao contar um
GRÃO-CHANCELER Dom José Antônio Peruzzo Vida Universitária é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/1985 – Curitiba, Paraná. CONSELHO EDITORIAL – PUCPR Reitor Waldemiro Gremski Vice-Reitor Paulo Otávio Mussi Augusto Pró-Reitor de Graduação Vidal Martins Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Paula Cristina Trevilatto Pró-Reitor Comunitário José Luiz Casela Pró-Reitor Administrativo e de Desenvolvimento Paulo de Paula Baptista Diretora de Relacionamento Silvana Hastreiter COORDENAÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa Vivian Lemos CONTEÚDO
pouco da história da construção da logomarca da PUCPR. Será que você sabe todo o significado que ela carrega? Outros temas atuais e relevantes, como a vigilância que sofremos rotineiramente na internet, estão em pauta. Esperamos que apreciem mais uma edição da Vida Universitária! Não se esqueçam de compartilhar suas impressões e acompanhar nosso conteúdo online em www.pucpr.br/vidauniversitaria.
Boa leitura a todos! Waldemiro Gremski Reitor
Coordenação Iraisi Gehring Edição Andrea Ferraz MTB 94394/025/RS Projeto Gráfico Brainbox Diagramação Sacha Bezrutchka Revisão Fabiane Lima Ferreira Paula Mosimann ANUNCIE Tailor Media Content & Media Projects (41) 3153-1919 www.tailormedia.com.br Impressão Serzegraf 15 mil exemplares Contato Rua Imaculada Conceição, 1155 – 2º andar Prado Velho – Curitiba – Paraná CEP: 83215-901 Fone: (41) 3271-1515 www.pucpr.br/vidauniversitaria conteudo@grupomarista.org.br
NESTA EDIÇÃO 20 Capa _
A corrupção está enraizada em nosso DNA?
08
Filhos da PUC _
12
Mercado de Trabalho _
18
Nanoatitudes _
A rotina do procurador Roberson
Profissões da área ambiental
A mensagem de esperança
Henrique Pozzobon nas
estão em alta
por trás dos origamis do
investigações da Operação Lava Jato
projeto Dobrando Alegrias
28
32
36
Uma visita ao Laboratório de
É possível manter o contato com a
Alunos contam a sua experiência
Anatomia da PUCPR
espiritualidade em uma sociedade
nos cenários gélidos da Finlândia
Diário de Bordo _
Ao Infinito e Além _
Mundo Afora _
que prioriza o consumo?
40
44
48
O sociólogo David Lyon fala
Começam a sair do forno os
A história da criação da
sobre os desafios de viver em um
primeiros produtos do Centro de
logomarca da PUCPR
mundo conectado e sob vigilância
Inovação da Microsoft em Curitiba
Vírgula _
Search Lab _
Raízes _
FILHOS DA PUC
08
POR DANIELA LICHT
Paixão pela justiça social Egresso da PUCPR refaz sua trajetória profissional e revela como conquistou o sonho de ser Procurador da República e de colaborar com a justiça e a democracia nacionais Desde a época da universidade, a Procu-
que é a sua grande paixão: a promoção da
radoria da República estava no foco de
justiça social e de ações penais a quem comete
Roberson Henrique Pozzobon. Egresso do
crimes federais. O procurador fala a seguir
curso de Direito da PUCPR, ele assumiu
sobre sua história, preparação profissional e
o cargo de Procurador da República em
os principais desafios da carreira:
2012 e, atualmente, integra a força-tarefa responsável pelas investigações da Ope-
Como a escolha do Direito aconteceu em sua
ração Lava Jato, que apura o esquema de
vida?
lavagem de dinheiro na Petrobras.
Estudei a maior parte do ensino fundamental e médio no Colégio Militar de Curitiba. No
Entre pilhas e pilhas de documentos e às
“terceirão”, estava em dúvida entre Engenharia
voltas com uma grande equipe formada
Civil e Direito. Gosto da lógica da matemática,
por procuradores, assessores e analistas,
mas também queria trabalhar com o exercício
Roberson põe em prática diariamente aquela
da argumentação e do convencimento.
“Nossa equipe quer investigar e responsabilizar aqueles que praticaram crimes e outros atos ilícitos em detrimento da população brasileira e da União.”
Roberson Henrique Pozzobon
09
© LA PHOTO
Formado pela PUCPR, Roberson constrói uma sólida carreira na Procuradoria da República, atuando na Operação Lava Jato.
Fiz o vestibular para os dois cursos e fui aprovado,
Como é a sua rotina? Que aprendizado a
chegando a cursá-los simultaneamente por um
Lava Jato está trazendo para sua carreira?
tempo. Quando as possibilidades profissionais
Na força-tarefa nem é possível falar em uma
que cada curso me proporcionaria ficaram mais
rotina. A cada dia surgem novas frentes de
claras, me identifiquei mais com o Direito e
investigação, novas prioridades, novos fatos a
resolvi mergulhar de cabeça. Fiz então diversos
serem elucidados e processados.
10
estágios acadêmicos: em departamentos A dinâmica dos trabalhos é interessante, pois
escritórios de advocacia e, no último ano de
envolve outros órgãos e instituições públicas,
faculdade, no Ministério Público Federal.
como a Receita e a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União, entre outros. Nossa equipe
Como foi esse primeiro contato e quando
é grande e formada por pessoas com diversos
você decidiu que queria ser procurador?
perfis, mas todas com o mesmo propósito de in-
Durante o estágio, aprendi as importantes
vestigar e responsabilizar aqueles que pratica-
missões do Ministério Público Federal e
ram crimes e outros atos ilícitos em detrimento
ficou claro que tinha encontrado minha
da população brasileira e da União. A experiên-
vocação. Essa é uma profissão que
cia de atuar lado a lado com colegas
possibilita aos seus membros iniciativa e
mais experientes e par-
independência para promover a justiça
ceiros de outras ins-
social. Atuar como Procurador da
tituições tem sido
República virou meu sonho profissional e,
absolutamente
ao mesmo tempo, meu desafio.
fantástica.
SAIBA Conheça mais sobre a trajetória do Procurador da República e egresso da PUCPR em www.pucpr. br/vidauniversitaria.
Legado familiar Os laços que unem a família Castor de Mattos são
eu cum-
de afeto – e de uma paixão singular pelo Direito. O
pri minha
Procurador da República no Paraná Diogo Castor
promessa em
de Mattos, nascido em Curitiba, em 1986, tem dois
2013, quando tomei
irmãos advogados, mãe procuradora e pai também
posse como Procurador da República”, diz.
procurador falecido. Esse ambiente familiar tornou a escolha pela profissão quase natural.
Atualmente, Diogo, além de docente da PUCPR, é colega de Roberson, com quem atua na Operação Lava
Formado em Direito pela PUCPR em 2009, Diogo optou
Jato. Para ele, a principal qualidade de um procurador
pela Procuradoria dois anos antes, quando o pai adoeceu.
é jamais perder a capacidade de indignação com o
“Prometi que um dia eu seria Procurador da República.
sistema. “Lidamos diariamente com injustiças sociais
Achava que era uma forma de trabalhar para tornar a
e trabalhamos para melhorar questões de interesse de
sociedade mais justa. Meu pai faleceu no mesmo ano e
toda a sociedade”, resume.
© DIVULGAÇÃO - MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
jurídicos de empresas públicas e multinacionais,
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MERCADO 12 DE TRABALHO POR ADRIANA MUGNAINI
Empregos verdes em alta A economia verde oferece uma grande oportunidade para a abertura de novas frentes no mercado de trabalho
O mercado ambiental pode trabalhar de forma multidisciplinar, agregando conhecimento.
13 Existem
Para Renato, o mundo começa a valorizar as profissões ligadas ao meio ambiente.
cerca
de
3
milhões
de
correspondam a apenas 6% do total de postos de trabalho formais, a projeção do Banco Mundial e da Organização
© DIVULGAÇÃO
empregos verdes no Brasil. Embora eles
Internacional do Trabalho (OIT) é de que o aumento da oferta desses empregos no país não pare até 2030. Eles devem crescer a uma taxa de 1,13% ao ano, alavancados por diferentes atividades econômicas, cada uma delas comprometida com a melhoria e a conservação do meio ambiente. O potencial desse mercado é reconhecido por diversas empresas e instituições de ensino que formam profissionais para atuar na área. Todas aquelas atividades que têm alguma ligação com o impacto ambiental são consideradas verdes – de produção e manejo florestal à energia renovável e até ecodesign. Mas onde estão esses empregos? Das 675 classes de atividades econômicas da Classi© SHUTTERSTOCK
ficação Nacional de Atividades Econômicas do IBGE (CNAE), a OIT selecionou 76. São funções do segmento ambiental: produção e manejo florestal, geração e distribuição
NA PUCPR A PUCPR vem formando engenheiros ambientais há mais de dez anos. Esses egressos buscam estudantes em formação para compor suas equipes de trabalho. Um exemplo é Renato Muzzolon Júnior, formado na sexta turma do curso da universidade. Diretor da Avistar Engenharia, ele emprega 18 profissionais da área ambiental. Em seu currículo, Muzzolon atuou como consultor ambiental de obras em rodovias, prestou serviços de supervisão ambiental nas obras de adequação viária das Marginais Tietê (SP) e Pinheiros (SP) e fez a gestão ambiental de shoppings e estádios de futebol. As ações de sustentabilidade do curso de Engenharia Ambiental da PUCPR podem ser acessadas no site https://pucsustentabilidade.wordpress.com. Em 2015, os estudantes desenvolverão sistemas econômicos de energia e uma compostagem domiciliar.
de energias renováveis, saneamento, gestão
um dos maiores grupos de recrutamento e
de resíduos e riscos ambientais, construção,
seleção do país. Segundo ela, empresas do
comercialização, manutenção e uso de
setor químico, de agronegócios, petroquímico,
edifícios, fabricação de álcool, transmissão
de papel e celulose, de metalurgia, de
de energia elétrica, gestão de redes de
siderurgia e de bens de capital, além da cadeia
esgoto, tratamento e disposição de resí-
automotiva, seguida das indústrias de bens de
duos, construção de redes de abastecimen-
consumo, são todas interessadas em recrutar
to, defesa civil, entre outras. Atividades
profissionais verdes.
14
que envolvem profissionais das áreas de Engenharia Ambiental, Civil, Florestal e
O estudo da OIT, que foi produzido em
Química, geógrafos, geólogos, biólogos,
2009, por Paulo Muçouçah, coordenador
consultores ambientais, sanitaristas, polici-
de programas na instituição, informa que
ais, consultores de qualidade e advogados.
a oferta de empregos verdes no Brasil será ainda maior à medida que os setores
“A cada ano ampliam-se os segmentos
econômicos forem se “esverdeando”, ou seja,
industriais e de bens de consumo que buscam
introduzindo tecnologias ambientalmente
esses profissionais”, diz Mariciane Gemin,
sustentáveis. “O mundo passa por um
vice-presidente e regional head da ASAP Brasil,
processo de valorização de profissões
Elas vieram pra ficar!
Conheça as profissões do futuro na área ambiental: LIXÓLOGO: é o gestor de resíduos, que irá propor soluções inteligentes para os detritos do meio urbano, como, por exemplo, a transformação do lixo em fontes energéticas.
FAZENDEIRO VERTICAL: profissional que mistura planejamento urbano com agronomia, projetando fazendas verticais para a produção de hortifrutigranjeiros em edifícios.
que monitora empresas e órgãos governamentais para fazer alterações meteorológicas, como, por exemplo, fazer chover em áreas secas. Loucura? Na China, o governo já está recrutando camponeses para a tarefa.
© SHUTTERSTOCK
FISCAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS: profissional
SAIBA Conheça o livro “Empregos Verdes no Brasil: quantos são, onde estão e como evoluirão nos próximos anos”, no link www.oitbrasil. org.br/node/256, e o último censo do Brasil, de 2010, com os números de todos os profissionais da área ambiental em www.ibge.gov.br.
15 ligadas ao meio ambiente. Isso acontece não só pela necessidade de preservação dos recursos naturais, mas também porque
© DIVULGAÇÃO
Guilherme: é preciso ter outras habilidades além da formação técnica.
o investimento na área gera retorno financeiro e economia de recursos para as empresas”, explica o engenheiro ambiental Renato Muzzolon Júnior, que é presidente da associação paranaense da categoria. A expectativa, de acordo com o relatório da
gestão de pessoas, planejamento, captação
OIT, que mapeia os trabalhos verdes no Brasil
de recursos, políticas públicas e aspectos
e aponta sua evolução nos próximos anos, é de
socioeconômicos relacionados ao meio
acrescentar novos argumentos ao debate em
ambiente”, explica.
torno dos rumos do desenvolvimento do país. Segundo a organização, a adoção de padrões
A postura dos consumidores, as obrigatoriedades
de produção e consumo mais sustentáveis do
legais e o mercado global incentivam a
ponto de vista ambiental não é contraditória
contratação de profissionais da área ambiental.
com a geração de empregos, a produtividade e
Nesse contexto, quem souber trabalhar com
a competitividade das empresas e o progresso
redução de consumo, eficiência energética
econômico e social dos países.
ou mitigações de impactos vai garantir seu emprego.
MERCADO DE OPORTUNIDADES
Esse cenário favorável pode ser comprovado,
O biólogo Guilherme Karam nunca teve
por exemplo, com o Pacto Global, desenvolvido
dificuldade para encontrar emprego na sua
pela Organização das Nações Unidas (ONU)
área. Atualmente, ele é coordenador de
para promover o crescimento sustentável das
Estratégias de Conservação da Fundação
instituições. Segundo o site www.pactoglobal.
Grupo Boticário de Proteção à Natureza e
org.br, o Brasil possui 650 signatários,
credita os diversos estágios e voluntariados
entre empresas, ONGs, sindicatos e demais
feitos na Graduação como fatores positivos
parceiros. No mundo, são mais de 5,2 mil
para a carreira. “Apenas a boa formação técnica
organizações.
não é suficiente. É preciso habilidades com
COM QUAL BRASIL VOCÊ QUER FALAR?
O Grupo OM é especializado em comunicação regional. Porque entende que regionalização é muito mais do que mudar o sotaque ou comprar mídia localmente. É conhecer a realidade das marcas em cada mercado e desenhar estratégias vencedoras para superar metas. Com empresas independentes, mas que trabalham de forma sinérgica, o Grupo OM oferece a força da especialização com o poder da integração.
NANOATITUDES
18 © SHUTTERSTOCK
POR LUCIANA ZENTI
O tsuru simboliza felicidade, boa sorte e saúde.
Origamis que transformam A milenar arte japonesa de fazer dobraduras ajuda a recuperar pacientes internados em hospitais de Curitiba e Itajaí
No origami, cada dobradura traz uma
em 2013 pela professora Lina Saheki, do
mensagem. O tsuru, uma das figuras mais
Núcleo de Línguas da PUCPR, e é promovido
tradicionais, é uma ave sagrada no Japão,
pelo Tomodachi – Centro Ásia (instituição que
que representa felicidade, boa sorte e saúde.
tem como missão disseminar a cultura oriental
Recebê-lo das mãos de alguém tem um
em Curitiba). A proposta da ação voluntária
significado muito importante para os japoneses:
é visitar hospitais e mostrar a crianças e
é um pedaço de amor materializado em papel.
adultos internados que é possível acreditar nas pequenas coisas e transformar-se em
Esse é o espírito que move os 70 voluntários
um agente da beleza. Cada um deles recebe
do projeto Dobrando Alegrias, que foi criado
das mãos de um voluntário uma dobradura
19
para ser doada a alguém especial ou em sinal
TODOS SÃO BEM-VINDOS
de agradecimento. Quem se interessa em
O Dobrando Alegrias é realizado em
aprender a técnica recebe orientações e um kit
seis hospitais de Curitiba e, desde abril
com dois diagramas (que são o passo a passo
deste ano, está presente em Itajaí (SC).
da montagem) e três folhas de dobradura.
A iniciativa também faz parte do Projeto
Recentemente, o Dobrando Alegrias recebeu
Comunitário da PUCPR. Cerca de 1.500
um importante reconhecimento: ficou em
pessoas são beneficiadas por mês. No
terceiro lugar no Prêmio Elas Fazem, do
Dia da Gentileza e em outras datas
Grupo Gonzaga.
comemorativas, também são entregues dobraduras, que representam um coração
Lina aprendeu a transformar a dor em amor
com asas, às pessoas nas ruas, para que
a partir de sua experiência pessoal. Em
doem a alguém querido.
2005, quando fazia Doutorado na Espanha, precisou ser internada às pressas para tratar
Para ser voluntário não é preciso ter
uma doença do coração. Passou 44 dias por
conhecimento de origami. Basta ter
lá e percebeu que os momentos solitários
vontade de participar. A cada três meses,
eram os mais difíceis. “Comecei a distribuir
são
dobraduras para todo mundo. Eles deixavam
interessados. A próxima está programada
de me ver como paciente e me viam como
para o segundo semestre de 2015.
realizadas
capacitações
com
os
transportadora da beleza”, lembra.
Qual a probabilidade de você estar andando na rua e receber um presente de um estranho, sem que ele peça algo em troca? A atitude, improvável para a maioria de nós, faz parte de uma ação realizada pelo Dobrando Alegrias pelo menos quatro vezes ao ano: no Dia da
© GIULIANO GOMES
Aceita uma gentileza?
Gentileza e em outras datas comemorativas. Dobraduras que representam um coração com asas são entregues às pessoas que estão nas ruas para serem doadas a alguém querido. No dia 29 de maio, o grupo mobilizou voluntários em sete cidades (Curitiba, São Paulo, Campos do Jordão, Santos, Barretos, Vitória e Itajaí) e fizeram uma grande distribuição de origamis. A próxima ação está prevista para julho. Gentileza gera gentileza.
Lina em ação: projeto Dobrando Alegrias leva esperança a pacientes em recuperação.
CAPA
20
POR ANA MARIA FERRARINI
A corrupção nossa de cada dia Os mesmos brasileiros que exigem um estado ético são também aqueles que atropelam as normas mais simples da convivência em grupo Falsificar a carteirinha de estudante. Fazer “gato” de TV a cabo. Comprar produtos falsificados. Furar fila. Tentar subornar o guarda para evitar multas. Colar na prova. Bater ponto para outro colega de trabalho. Apresentar atestado médico falso. Esses são exemplos de má conduta e comportamentos desonestos praticados no dia a dia e que afetam a legitimidade do grito contra a corrupção que se ouve
“Os cidadãos devem agir corretamente, não somente pela certeza da punição, mas, sobretudo, porque rejeitam a corrupção.” Maria Cecília Barreto Amorim Pilla
© SHUTTERSTOCK
nas ruas do Brasil.
21 Colar na prova vale? Não existe corrupção grande ou pequena, é preciso respeitar as normas.
© SHUTTERSTOCK
22 O “jeitinho brasileiro” de querer levar vantagem em tudo é um comportamento inaceitável.
“Todos os índices apontam que o nosso principal problema é a ‘grande corrupção’, ou seja, os contratos de milhões de dólares que são concedidos a quem paga propina.” Mariana Mota Prado
Mas não estaríamos, então, praticando os
devem agir corretamente, não somente pela
mesmos desvios tão alardeados pelo país,
certeza da punição, mas, sobretudo, porque
ainda que em proporções menores?
rejeitam a corrupção”, diz. Para ela, essas pequenas falhas éticas também devem ser
A historiadora Maria Cecília Barreto Amorim
repudiadas para que possamos viver melhor
Pilla afirma que não existe grande ou pequena
em sociedade.
corrupção. “Respeitar as normas é uma questão de civilidade”, observa a coordenadora
De acordo com Maria Cecília, julgar como
do curso de História da PUCPR. “Os cidadãos
normais essas atitudes ilícitas inviabiliza
23 Uma questão de ética A disciplina de Ética é oferecida aos
de reflexão autônoma, para que sejam
estudantes de todos os cursos da PUCPR por
capazes de se questionar sobre os valores
meio do Eixo Humanístico, do qual também
atrelados ao ‘politicamente correto’ ou
fazem parte a Filosofia e a Cultura Religiosa.
ao ‘socialmente aceitável’”, define Carlos
Atualmente, só no Câmpus Curitiba, a
Renato. Os ensinamentos ajudam o aluno a
disciplina é ministrada semestralmente a 63
superar o senso comum no campo da moral e
turmas, totalizando quatro mil estudantes.
a formular novos argumentos para a tomada
São 24 docentes com formação em Filosofia,
de decisões em situações de conflito ético.
todos mestres ou doutores. Durante a realização da disciplina, os O
coordenador
do
Eixo
Humanístico,
estudantes são desafiados a sair da “bolha”
professor Carlos Renato Monteiro, diz que
e conhecer a realidade local. Por meio de um
a disciplina aborda modelos éticos que
projeto de intervenção, os alunos conhecem
orientaram o agir humano ao longo da
outros universos e registram as situações e
história ocidental, além de tópicos como
os depoimentos por meio de fotos, vídeos
direitos humanos, alteridade, tolerância,
ou gravações de áudio. Esse material é
sustentabilidade, responsabilidade, consumo
apresentado para a turma como parte da
e cidadania.
avaliação e, em seguida, disponibilizado na internet via redes sociais ou canais de vídeo.
“A proposta é desenvolver nos estudantes
Os melhores trabalhos de cada turma são
as habilidades de senso crítico e construção
apresentados na Semana de Ética.
24 o direito de nos escandalizarmos com a
A doutora em Direito e diretora do Programa
corrupção no poder público. “Não praticar
de Pós-Graduação da Faculdade de Direito
esses desvirtuamentos éticos é exercitar a
da Universidade de Toronto (Canadá),
cidadania”, fala, enfatizando que é preciso
Mariana Mota Prado, avalia que a chamada
ter consciência de que o “jeitinho brasileiro”,
“pequena corrupção” não é tão presente
de querer levar vantagem em tudo, não é
no Brasil como em outros países. “Todos
mais um comportamento aceito.
os índices apontam que o nosso principal problema é a ‘grande corrupção’, ou seja,
SAIBA
Segundo ela, uma criança com acesso à
os contratos de milhões de dólares que são
educação e capaz de valorizar as ações
concedidos a quem paga propina”, fala.
Participe do quiz online em www.pucpr.br/ vidauniversitaria.
de cidadania também será um adulto mais propenso a evitar os “jeitinhos” diários,
Estudiosa do tema, Mariana afirma que
esses maus hábitos e pequenas infrações
o Brasil precisa investir agora em um
que desrespeitam os direitos humanos.
sistema institucional robusto para punir a
Derrapadas
comuns e reprováveis
• Não emitir nota fiscal
• Estacionar veículos, utilizar
• Andar com o veículo
• Vender ou comprar produtos
filas prioritárias e assentos
pelo acostamento
falsificados e/ou contrabandeados
destinados exclusivamente
• Evitar uma multa
• Não declarar produtos comprados
para idosos e deficientes
oferecendo dinheiro ao policial
no exterior, evitando
• Vender seu voto ou trocá-lo
• Furar fila
o recolhimento de impostos
por algum benefício pessoal,
• Fazer ligação ilegal de serviços
• Não declarar rendimentos
como emprego, material de
como TV a cabo e energia elétrica
extras no Imposto de Renda
construção, cesta básica
• Apresentar atestado médico falso
• Usar o vale-refeição para
• Na escola, dar uma olhada na
• Falsificar carteirinha de estudante
fazer compras no supermercado
resposta do colega (a famosa “cola”)
para obter descontos e benefícios
© SHUTTERSTOCK
25
corrupção. “Todas as maneiras de medir
lá, mas ao mesmo tempo não estamos tão
esse mal são imprecisas, pois não há
mal quanto a Somália, o último no ranking”
uma forma direta de calcular quanto de
(veja lista na próxima página).
corrupção existe em um determinado país”, salienta.
Segundo Mariana, o Brasil possui um arcabouço legal impressionante para lidar com
A
ONG
Transparência
Internacional
a corrupção, mas falha na aplicação dessas leis.
divulgou um ranking dos 175 países mais
“Temos todo o aparato legal para monitorar,
corruptos do mundo. O Brasil ocupa a
investigar e punir atos de corrupção, mas
69ª posição da lista. “O menos corrupto
precisamos aprimorar as instituições que
é a Dinamarca. Estamos longe de chegar
executam e aplicam essas leis”, reforça.
O acesso à educação valoriza as ações corretas e colabora para evitar maus hábitos, como jogar lixo na rua.
© SHUTTERSTOCK
26
O ranking dos melhores
Não praticar os pequenos desvirtuamentos éticos é uma maneira de exercitar a cidadania.
Posição
País
1ª ...............
Dinamarca
2ª ...............
Nova Zelândia
3ª ...............
Finlândia
4ª ...............
Suécia
5ª ...............
Noruega
Ela acredita que o principal obstáculo ao
6ª ...............
Suíça
combate à corrupção é esperar que os
7ª ...............
Cingapura
valores morais de cada indivíduo o induzam
8ª ...............
Holanda
à postura correta. “Isso não funciona em
9ª ...............
Luxemburgo
nenhum lugar. A corrupção acontece porque
10ª ..............
Canadá
o benefício é alto e o custo é baixo”, explica.
17ª ..............
Estados Unidos, Barbados,
69ª .............. 174ª ...........
Hong Kong e Irlanda
Assim, para combater a corrupção, é
Brasil, Bulgária, Grécia,
necessário reduzir os benefícios – como o
Itália, Romênia,
financiamento de campanhas políticas – e
Senegal e Suazilândia
aumentar os custos – como a punição efetiva
Coreia do Norte e Somália
de quem se envolve com corrupção.
Fonte: ONG Transparência Internacional.
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DIÁRIO DE BORDO P O R R A FA E L A N T U N E S E L U C I A N A Z E N T I
A vida de quem lida com a morte Conheça o profissional que está por trás de todos os cuidados que envolvem o Laboratório de Anatomia da PUCPR
São nove horas por dia trabalhando em
Luiz tem 47 anos e entrou na PUCPR há
um ambiente que muitos não se arriscam
uma década, no Setor de Áudio e Vídeo,
a visitar. Logo na entrada do Bloco Verde,
flertando de longe com a saúde. Ficou por
um corredor pouco iluminado conduz à
lá até que a universidade abriu um concurso
porta verde em cuja placa se lê a inscrição:
interno para anatomista. Não teve dúvida
Laboratório de Anatomia. É ali que, há seis
e, meses depois, veio para o Laboratório de
anos, Luiz Aparecido Bueno das Dores –
Anatomia para ficar. Desde então, Luiz virou
um velho conhecido de todos no Setor de
especialista em corpo humano. Articulações,
Saúde da universidade – passa boa parte
tendões, músculos... bisbilhotou tudo. Aos
do seu tempo.
poucos aprendeu do que é feita uma pessoa.
28
29
© LEANDRO TAQUES
O Laboratório de Anatomia fica no final de um longo corredor escuro, no Bloco Verde. Mas quem entra se surpreende: o ambiente lembra muito um hospital.
HORA DE COMEÇAR O trabalho inicia cedo. Às sete horas,
estruturas que mostram o sistema arterial.
Luiz já está a postos. Toma um cafezinho
Tudo é organizado e disposto em uma
na pequena sala dos funcionários e
das seis salas reservadas para as aulas.
professores, que fica a cerca de dois metros
Terminado o estudo, Luiz guarda as peças
de um tanque com membros mergulhados
em seus devidos lugares.
em formol. Energia recarregada, é hora
SAIBA Quer conhecer algumas histórias curiosas do trabalho do Luiz? Acesse www.pucpr.br/ vidauniversitaria.
de buscar o material de estudo. São 12
FORMOL, OSSOS E CADÁVERES
cursos atendidos e há muito a fazer. Na
Duas salas guardam os materiais. Na do
sala de preparo, ele seleciona as peças
Ossário ficam as chamadas peças secas –
que constam em uma relação do professor
ossos e estruturas anatômicas feitas de resina.
da disciplina. Em uma aula sobre sistema
Em outro espaço, estão os tanques grandes,
cardíaco, por exemplo, cabe a ele separar
onde estão os cadáveres inteiros. Já os
um coração aberto, outro fechado, troncos
membros são mantidos em caixas dentro do
e ramificações que saem do órgão e
formol, que serve para conservar os corpos.
© LEANDRO TAQUES
30 Além de membros e cadáveres, os alunos e professores utilizam peças de resina durante as aulas realizadas no Laboratório de Anatomia.
Recentemente, a PUCPR tem utilizado outra
7h e 22h para estudar. Quase todos os dias
técnica de conservação, à base de glicerina.
também recebe grupos de escolas que visitam
Com isso, as articulações são preservadas,
o local e outras instalações da universidade.
garantindo que seja possível fazer o chamado
Uma vez por ano, ajuda a fazer o inventário
“movimento de dobradiça” em braços e pernas,
das peças. Tudo é contado: materiais já
por exemplo.
existentes, peças e corpos que chegaram. É o momento também de descartar o que não
SEGURANÇA
tem mais condição de uso. A universidade é
No trabalho, ele utiliza alguns equipamentos
comunicada e os cadáveres encaminhados
de segurança individual obrigatórios. Para
para a correta destinação, que é feita junto
fazer a retirada dos corpos do tanque, é
com o lixo hospitalar produzido na PUCPR.
necessário um avental de silicone e luvas que vão até os ombros. Uma bota de couro impermeável protege os pés e uma máscara
NADA DE TEMPO LIVRE
#semselfies
Quando não está preparando os materiais
Se um dia você for visitar o Luiz no Laboratório de Anatomia da
para as aulas, Luiz usa o seu tempo para se
PUCPR, nada de câmeras fotográficas ou filmadoras. Entre as regras
dedicar a uma série de outros cuidados que
de conduta por lá, uma é a mais rígida: nada de fotos para alunos e
fazem parte da rotina do Laboratório de
visitantes.
de carvão evita que ele aspire os químicos.
Anatomia. Entre suas responsabilidades estão a manutenção das peças e dos corpos e o apoio
A publicação de imagens é proibida por lei. O respeito com os
aos alunos que podem ir ao laboratório entre
cadáveres de estudo também é assegurado. Desrespeitar a integridade dos corpos é crime previsto no artigo 212 do Código Penal Brasileiro, podendo levar o infrator à prisão por até três anos.
/NootzOficial
Nootzz! é o lançamento de La Vio que você le oletera va para a todo lu prático, é n u g a r . A léém de utrritiv vo, saboros o e você co sem culpa q me uando batee r aquela a fome.
AO INFINITO E ALÉM POR LEANDRO OLIVEIRA
A complexa equação entre ser e ter A busca de sentido em uma sociedade de cultura consumista é uma tarefa que passa pelo resgate da visão mais social, coletiva e cooperativa O cotidiano abarrotado de tarefas a cumprir
ao fazer uma distinção entre o stress e o
e informações a processar tem deixado pouco
cansaço. O primeiro resulta de um trabalho
– e cada vez menos – espaço para reflexões
cuja razão não se compreende. O cansaço,
existenciais. Qual o sentido das coisas que
por sua vez, é fruto de um trabalho intenso,
faço? Que significado essas ações trazem para
mas com sentido. A incompreensão está
a minha vida? Esses e outros questionamentos
exatamente na falta de reflexão sobre a
se perdem na poeira do dia a dia.
rotina e as expectativas de vida.
E o resultado dessa falta de autoanálise
Parte dessa frustração se volta para o
são pessoas angustiadas, estressadas e
consumo. Esse problema é ampliado nas
até frustradas por verem seus esforços
redes sociais, em que o status adquirido pelo
direcionados a um vazio existencial.
consumo promove uma falsa sensação de
Alguns filósofos, entre eles Mario Sergio
conquista e de pertencimento.
Cortella, ilustram bem esse sentimento
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© SHUTTERSTOCK
Ter, ter, ter e ter: isso é mesmo necessário?
O professor do Programa de Pós-Graduação
O PAPEL DA ESPIRITUALIDADE
em Filosofia da PUCPR, Jelson Oliveira,
A espiritualidade seria uma forma de dar
diz que o consumismo é um dos males da
sentido à vida. Mas engana-se quem pensa
sociedade contemporânea. “Na falta de
que ela está diretamente ligada a religiões
sentido, ‘o ser’, enchemo-nos de coisas, ‘o
e crenças. Nossa espiritualidade pode se
ter’, na esperança de preencher esse vazio.
manifestar no convívio social, na partilha, em
No entanto, o ‘eu’ permanece em crise. Algo
forma de agradecimentos e, eventualmente,
lhe falta. Ou seja, mesmo com todo o ter,
se institucionalizar em forma de ritos, aos
continuamos despidos de nosso ser”, fala.
quais denominamos “religião”.
Mas é possível manter o contato com a
“É preciso romper com esse modelo de
espiritualidade imerso em uma sociedade
espiritualidade individualista e resgatar uma
que prioriza o consumo? Fábio Novo é ex-
visão mais social, coletiva e cooperativa.
diretor de Marketing da MTV e deixou para
Precisamos promover um encontro do
trás 15 anos de uma bem-sucedida carreira
‘eu’ com o mundo, com os outros, com os
após uma profunda crise existencial. Um
diferentes”, acredita Jelson Oliveira.
34
período sabático de três anos em busca de autoconhecimento rendeu a Fábio um
Assim, a espiritualidade seria uma forma de
livro e a mudança de vida. Atualmente ele
dar sentido à vida ao conectar o ‘eu’ com o
trabalha como coach e terapeuta, ajudando
todo e favorecer o autoconhecimento.
“Estarmos conectados a quem realmente somos é uma boa forma de nutrir nossa vida com verdade, beleza e significado.”
Fábio Novo
as pessoas que, como ele, desejam fazer a transição para um estilo de vida mais conectado, consciente e espiritualizado. “O excesso do ‘ter’ é uma etapa do caminho de aprendizagem que leva ao ‘ser’. O consumo exagerado leva a um vazio existencial, pois nem todas as conquistas materiais garantem felicidade e realização. Vejo a espiritualidade como uma próxima tendência”, diz.
35 Nunca é tarde para dar uma pausa no dia a dia, respirar e pensar no que queremos de verdade.
PARA NUTRIR A VIDA Existe uma maneira de fazer essa conexão? Qual o caminho para o autoconhecimento? “Os jovens estão muito abertos para essa experiência e podem encarar a espiritualidade em todas as suas vivências diárias”, explica Jelson. Para Fábio Novo, a experiência impulsiona a transformação ao estimular a autoconsciência e a vontade de buscar o verdadeiro sentido. “Estarmos conectados a quem realmente somos é uma boa forma de nutrir nossa vida com verdade, beleza e significado”, diz. A autoanálise e a reflexão são boas práticas e podem ser incluídas no seu dia a dia. Essas ações nos conectam com nosso “ser” e nos ajudam a entender nossas prioridades e a enfrentar nossas angústias. Que tal abrir
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esse espaço na sua vida?
MUNDO AFORA
36
POR DANIELA LICHT
Na terra do sol da meia-noite Estudantes elegem a Finlândia para aprimorar os estudos, conhecer uma nova cultura e ampliar horizontes Um levantamento divulgado no final de
gente, no entanto, que escolhe um país
2014, feito pela Associação Brasileira de
longínquo para complementar os estudos,
Organizadores de Viagens Educacionais
aprender outro idioma e viver uma experiência
e Culturais em parceria com as principais
internacional.
agências de intercâmbio do Brasil, apontou o Canadá, os Estados Unidos, a Inglaterra, a
Veja por que algumas pessoas elegeram
Austrália e a Nova Zelândia como os destinos
(e aprovaram!) a Finlândia, país que para
preferidos de brasileiros que querem estudar
muitos é apenas sinônimo da terra do Papai
inglês. Os números são impressionantes:
Noel, frio, neve e do inverno mais longo e
mais de 300 mil intercambistas brasileiros
rigoroso do mundo.
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circularam pelo mundo no ano passado. Tem
Guilherme escolheu a Finlândia pela sua excelência em educação.
Luis Eduardo sempre foi fã dos países nórdicos e realizou o sonho de conhecer a Finlândia.
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Aurora boreal: fenômeno que encanta turistas e habitantes.
ESCOLHA NATURAL
Entre as boas lembranças estão a música fin-
A escolha pela Finlândia sempre pareceu mais do
landesa e a oportunidade de conferir a aurora
que natural para o estudante de Licenciatura em
boreal, fenômeno natural observado na região.
Física Guilherme Henrique Schinzel. Afinal, como não fazer intercâmbio no país que é conhecido
CRAQUE NO HÓQUEI NO GELO
por ter um dos melhores sistemas de educação
Os países nórdicos sempre encantaram o estudante
básica do mundo?
do nono período de Engenharia de Produção, Luis Eduardo Abib. Fã desde pequeno de Fórmula 1 e
Assim, com a mochila nas costas, Guilherme
do piloto finlandês Mika Häkkinen, Luis sempre
desembarcou em Oulu, maior e mais importante
quis conhecer a terra natal do ídolo.
cidade no norte da Finlândia e a sexta maior do país, onde permaneceu por quase um ano.
Em Lappeenranta, no sudeste, próximo à fronteira com a Rússia, dividiu apartamento por um
Hospedado no andar térreo de um prédio
ano com um nepalês e com outro brasileiro.
ocupado por 18 intercambistas, ele lembra com
SAIBA Que tal conhecer um pouco mais sobre a rotina do Luis? Veja a galeria em www. pucpr.br/vidauniversitaria.
muito carinho de um período que considera
Luis conta que o começo foi difícil, prin-
enriquecedor. “O aprendizado que tive lá fez
cipalmente entender o idioma. “Imagine
de mim um professor melhor. Além de um
ter que escolher entre naudan jauhelihaa,
país fantástico, tudo parece funcionar e a
nauta-sikajauhelihaa e broilerin jauhelihaa,
qualidade de vida é perfeita”, elogia.
sendo que as três são carnes moídas e todas aparentemente iguais?”, lembra.
Finlândia: um dos maiores índices de democracia, segurança, acesso à saúde e qualidade de vida do mundo.
38
As pequenas dificuldades do dia a dia foram recompensadas com o aprendizado no curso de Industrial Engineering and Management. “O nível do Mestrado foi excepcional. A experiência também me fez respeitar mais as diferenças, por conviver com pessoas de outras culturas”, diz. Outro ponto positivo foi aprender a jogar hóquei no gelo, uma novidade para o menino que só estava acostumado às peladas de futebol de
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final de semana. “Já tinha feito um intercâmbio na Califórnia e quero ainda ter mais experiências internacionais, pois são muito valiosas para o futuro profissional”, recomenda.
Otto: um finlandês em solo verde e amarelo.
Desde agosto do ano passado, o finlandês Otto Norrgård experimenta hábitos e costumes curitibanos. Ele mora atualmente no Centro da cidade, mas passa a maior parte do tempo na PUCPR, onde divide a sala de aula com colegas do curso de Economia. A possibilidade de conhecer a cultura do Brasil foi determinante na escolha do destino do intercâmbio. Para Otto, uma característica que marca o brasileiro é a forma como encara os fatos cotidianos. “Assim como o clima, bem
mais ameno que na Finlândia, tudo aqui é tratado de forma mais zen, mais relaxada”, comenta. A experiência em solo tupiniquim será guardada entre as boas lembranças de Otto. “Aprendi a falar e entender português e hoje me viro muito bem. Vir para o Brasil abriu novas perspectivas em minha vida”, assegura.
Fontes da pesquisa: Experimento Intercâmbio Cultural; CI Central de Intercâmbio Viagens; EF Education First.
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Made in Finland
VÍRGULA POR DANIELA LICHT
Vida privada sob vigilância
Existe uma forma de estar conectado e garantir a privacidade em um mundo em que todos os nossos dados são públicos? A vigilância global e o monitoramento de
Os jovens são muito mais envolvidos com o
dados da internet ganharam destaque
mundo das mídias sociais e é lá que o controle
mundial em 2013, com as revelações do
mais acontece. Mesmo depois do escândalo
ex-agente de Segurança Nacional norte-
que expôs as atividades ilegais de vigilância do
americano Edward Joseph Snowden. Desde
governo, reveladas por Snowden, os jovens não
então, preocupamo-nos com a privacidade
se intimidaram. Eles continuam a utilizar essas
e como nossos dados são utilizados pelas
mídias para divulgar muitas coisas sobre suas
empresas e pelo governo.
vidas, bem como para se conectar com outras pessoas. Embora seja um ambiente de muita
Essa foi a temática da palestra “Vigilância
vigilância, ao mesmo tempo é um espaço muito
Global no Mundo Pós-Snowden”. Promovida no
atraente devido ao network que proporciona.
final de abril pelo Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana (PPGTU) da Escola de
Assim, não devemos ser negativos em
Arquitetura e Design, em projeto coordenado
relação às mídias sociais. É importante
pelo professor Rodrigo Firmino, foi conduzida
perceber que elas podem nos conduzir em
pelo sociólogo David Lyon, professor da
uma direção especial e podem ser usadas
Queen’s University, no Canadá. Diretor do
para abordagens mais positivas.
Centro de Estudos sobre Vigilância e envolvido com o tema desde a década de 80, Lyon falou
Na palestra, o senhor citou o conceito de
à Vida Universitária sobre privacidade e os
“filter bubble”. Pode explicar o que seria isso?
desafios de viver em um ambiente digital.
As mídias sociais frequentemente reforçam opiniões já existentes. Isso foi citado pelo
Nossos leitores são, em grande parte, muito
autor Eli Pariser, que chamou o fato de filter
jovens. Os jovens estariam mais expostos à
bubble (filtro-bolha). Tudo o que os usuários
vigilância por serem fortes usuários das redes
dizem sobre um evento, esporte, política ou
sociais e das novas tecnologias?
o que quer que seja, é reforçado pelo sistema
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© DIVULGAÇÃO
Para David Lyon, a questão da vigilância está totalmente interligada a um prisma ético.
“Digo que a tecnologia não é neutra. É uma atividade humana, e como tal está aberta a questionamentos éticos e contestações políticas.” David Lyon
e enviado de volta. Assim, é criado um
filtro e achar outros caminhos de engajamento,
filtro com a personalização dos gostos do
saindo dessa bolha.
usuário, excluindo-o de novas perspectivas e pontos de vista.
O senhor diz que não existe motivo para pânico e que precisamos achar alternativas para nos
Ou seja, o mundo está envolto e submerso
proteger. Como fazer isso?
nesse filtro-bolha, e a internet esconde
Queremos achar formas de nos resguardar
quem discorda de você. Isso é muito
da vigilância e do que julgamos inadequado ou
antidemocrático e anti-humano, por nos
indesejado. Existem caminhos, como sistemas
impedir de compreender como outras
de segurança gratuitos que aprimoram a nossa
pessoas vivem e pensam, por só sabermos
comunicação.
do nosso pequeno e particular estilo de vida. Mas o próprio Snowden responde a essa Por isso, os usuários das mídias sociais
pergunta dizendo: “É claro que existem caminhos
carregam em si a possibilidade de quebrar esse
técnicos de proteção, mas sempre devemos
considerar como eu e o outro cidadão estamos
como estão sendo usadas; nosso estoque
envolvidos politicamente.” Esse é um problema
elétrico
de toda a sociedade e deve ser respondido de
inteligentes que revelam o modo de vida e
forma coletiva. É importante dizer que existem
de consumo de uma casa; e os veículos que
opções técnicas de proteção, mas elas devem
possuem sistema de navegação GPS e que
ser pensadas e alinhadas à nossa contribuição
dependem da biometria para funcionar.
residencial,
com
medidores
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e às nossas posições políticas. Ou seja, as construções em que vivemos, Que outras ferramentas, além da internet e do
nossas casas, as ruas por onde andamos e os
celular, são usadas para fazer vigilância, seja
carros que dirigimos estão tornando o mundo
pelos governos ou por companhias privadas?
mais orientado por sensores conectados
Existe um senso comum de que o mundo
entre si e com a internet.
está ficando cada vez mais vigiado, na medida em que dependemos de equipamentos que
O sistema está cada vez mais integrado
monitoram o ambiente em que vivemos.
e a chamada “internet das coisas” está se
Por exemplo, as modernas
tornando uma realidade. Esse novo cotidiano
lâmpadas de rua que
exige formas apropriadas de vender esses
registram
sistemas, impor limites e modos para que sejam usados para promover o desenvolvimento humano e não apenas eficiência, lucratividade, produtividade ou capacidade de coletar dados. Precisamos questionar os padrões éticos desse uso e penso que estamos apenas começando a enfrentar os desafios de viver nesse ambiente digital. É correto dizer que viramos prisioneiros do conhecimento desenvolvido por nós mesmos? Qualquer
sistema
tecnológico
pode
se
transformar em um modo de aprisionamento e redução da liberdade humana. Isso não significa que a prática da tecnologia em si seja negativa, inapropriada ou malévola. Mas, obviamente, pode tanto reduzir a liberdade de outros quanto aprimorá-la. A tecnologia © DIVULGAÇÃO
não é neutra, é uma atividade humana, e como tal está aberta a questionamentos éticos e contestações políticas.
SAIBA
+
Entenda o que é o filtrobolha: youtube.com/ watch?v=HKtvkvPNAsw.
David Lyon
“Não devemos ser negativos sobre as mídias sociais, mas aprender a usá-las em abordagens mais positivas.”
43
Penso também que a privacidade em si pode ser ambígua: o que eu faço dentro de casa é privado e o que faço na rua é público? Mas e a violência doméstica? Ela acontece dentro de casa, mas deve ser tratada como um problema da comunidade. Como o senhor entende o conceito de
Sempre existirão ambiguidades e exceções à
privacidade?
regra, mas nós podemos usar a privacidade
Tradicionalmente, a palavra “privacidade” está
de maneiras mais fortes para auxiliar minorias,
conectada a uma visão individualista dos seres
grupos menos fortalecidos e marginalizados
humanos, que se colocam como o centro da
da sociedade.
questão. Isso tende a ser bastante abstrato no mundo em que vivemos.
A vigilância diz respeito basicamente a uma questão ética?
O uso das mídias sociais, por exemplo,
O desenvolvimento da vigilância está
é complicado. Um post visto por uma
interligado a um prisma ético. Por exemplo,
determinada pessoa me deixa muito feliz, mas
muitas pessoas culpam os computadores
não acho relevante para aquela outra pessoa.
e sua consequente emergência. Discordo
Ou seja, temos sensos complicados do que é
plenamente, porque antes mesmo dos
privado ou público, o que não é reconhecido
computadores já existiam organizações
nem previsto na legislação contemporânea.
burocráticas e a burocracia, um produto da modernidade altamente vigilante.
De uns 20 anos para cá, as pessoas clamam por privacidade como um conceito diferente,
Também temos histórias da literatura e
como um bem público que suporta a
direitos religiosos, em livros como a Bíblia,
participação democrática. Minhas próprias
a Torá, o Corão, todos com maravilhosas
considerações sobre o assunto têm mudado.
descrições de vigilância em suas metáforas.
Eu era conhecido como um crítico severo de ideias sobre privacidade, especialmente
Ou seja, não existe uma pergunta sobre
na legislação, mas agora percebo que
vigilância ou privacidade que possa evitar
temos que ver o tema sob um novo aspecto,
as questões éticas. Em outras palavras, é
conectado aos direitos, à dignidade e ao
sempre necessário trazer a questão ética
desenvolvimento humanos.
para nossas práticas cotidianas, nosso discurso político, para o que fazemos e para quem somos em um mundo público.
SEARCH LAB POR ANA MARIA FERRARINI
Tecnologia e funcionalidade
As regras da ABNT, o monstro de qualquer trabalho acadêmico, têm agora uma plataforma online de uso funcional para os estudantes Volta e meia, o engenheiro de produção Daniel
ABNT (Associação Brasileira de Normas
Alon Antar se deparava com a dificuldade em
Técnicas) fáceis de serem aplicadas em
padronizar seus textos e trabalhos científicos
trabalhos acadêmicos.
conforme as normas técnicas. Certo de que esse seria um problema recorrente e comum
“O objetivo é tornar o sistema rápido de
a outras pessoas, ele criou o Menthor, uma
usar, sem excessos. Queríamos causar real
plataforma online que torna as regras da
impacto no cenário universitário. Assim, o
“Queríamos causar real impacto no cenário universitário. Assim, o estudante foca mais no conteúdo, sem se preocupar com a apresentação.” Daniel Alon Antar
44
45
© LA PHOTO
Com o Menthor, Daniel quer revolucionar o cenário universitário, facilitando a formatação de trabalhos acadêmicos.
estudante foca mais no conteúdo, sem se
na sigla em inglês). A estrutura é resultado
preocupar com a apresentação”, afirma o
de uma parceria entre a maior fabricante de
autor da ideia.
softwares do mundo com a PUCPR e o estúdio
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de games Signum. Inaugurado em março deste O aplicativo foi desenvolvido no ambiente da
ano, o MIC tem foco na produção de jogos
aceleradora de startups Hot Milk, que agora
digitais e projetos de computação em nuvem
abriga o Centro de Inovação da Microsoft (MIC,
(cloud computing).
© LA PHOTO
MIC de Curitiba: foco em jogos digitais e cloud computing.
Centro em inovação O MIC tem como escopo capacitar estudantes,
da PUCPR, mas para toda a comunidade em
ampliando as oportunidades de empreendedorismo
seu entorno, pois não é restrito aos estudantes
e de sucesso no mercado de trabalho. Com 13
da universidade.
centros de inovação no Brasil, o MIC de Curitiba é o primeiro alinhado aos novos objetivos da Microsoft:
“Essa parceria impulsionará o trabalho que
criação de dispositivos móveis com computação
vem sendo feito na incubadora de startups
em nuvem e jogos digitais.
Hot Milk, pois tem como proposta agregar empreendedorismo e formação”, diz José Pugas,
O laboratório acena como uma possibilidade
gestor de parques tecnológicos e ambientes de
de transformação não somente para os alunos
inovação na empresa da PUCPR .
É FAST, MAS É FOOD.
NOVAS EMBALAGENS
Os produtos Vapza são embalados a vácuo, sem conservantes. Por isso, são mais saudáveis, gostosos e dispensam refrigeração. É a refeição prática e rápida para quem não tem tempo a perder.
vapza.com.br • facebook.com/vapza
RAÍZES POR DANIELA LICHT
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Você sabe o que significa a logo da PUCPR? Entenda os elementos que, juntos, deram vida à logomarca da instituição
e contemporâneo. “Onze anos depois, a
logomarcas têm a função de transmitir o
PUCPR recebeu o título de Pontifícia, e o
conceito e a filosofia de uma empresa ou
então Pró-Reitor, Clemente Ivo Juliatto,
instituição. Combinação certeira de cores,
pediu que a logomarca recebesse os
formas e elementos, as “logos” nos remetem
elementos do brasão da Santa Sé do Estado
imediatamente à marca que elas representam.
do Vaticano”, lembra o arquiteto.
A busca pela construção de uma marca forte
Depois de vários estudos, foi escolhido
norteou o trabalho do arquiteto Manoel
aquele que sintetizou as linhas do brasão
Coelho, a mente criativa por trás de todo o
e compôs um conjunto harmonioso com a
processo de criação da logomarca da PUCPR.
logomarca já existente. Em 2011, Coelho recebeu mais um pedido: acrescentar o
Era 1974 e Manoel recebeu a missão de criar
lema da instituição em latim, finalizando,
a nova logomarca da Universidade Católica
dessa forma, o conjunto visual atual que
do Paraná, com um arranjo mais dinâmico
representa a PUCPR.
“Este conjunto representa bem uma tradicional instituição de ensino que possui enorme conceito.”
SAIBA Logos de outras Pontifícias têm os mesmos elementos, mas com algumas diferenças. Veja em: www. pucpr.br/vidauniversitaria.
O arquiteto Manoel Coelho assina a logomarca da PUCPR, que passou por atualizações desde sua concepção inicial.
© DIVULGAÇÃO
Muito mais do que um belo símbolo, as
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Identidade desmontada A junção da antiga logomarca com o brasão do Vaticano deu origem a uma marca nova e forte
LIVRO
BRASÃO
Os livros abertos ao centro da
Com o título de Pontifícia,
logomarca representam a fé, o
recebido em 1985, o símbolo
conhecimento e a criatura.
incorporou os elementos do brasão da Santa Sé do Estado do Vaticano.
ASSINATURA Nova assinatura acrescentada em 2011: SCIENTIA, VITA ET FIDES (Ciência, vida e fé).
A CRUZ , A ÁRVORE E O HOMEM A cruz (fé), a árvore (base, solidez e a universidade) e suas ramificações (expansão, cursos) sintetizam o que representa o homem, o centro de tudo. A fusão do saber, na forma de um livro dobrado parcialmente, resulta em um símbolo de linhas ascendentes
ENDOSSO
e simétricas, caracterizando
Em 2013, recebeu o endosso
equilíbrio e seriedade.
do Grupo Marista.
NO YOUTUBE
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Educação, mobilidade urbana e manifestações artísticas também pautam o Canal PUCPR. Confira abaixo os destaques do canal
“
Estou sempre tentando encaixar minhas poesias no ritmo que a vida me coloca.”
“
Pesquiso o quanto a estrutura urbana das cidades influencia a atividade física dos jovens.”
© DIVULGAÇÃO
© DIVULGAÇÃO
MC CABES, rapper e produtor musical, para o Programa CAFEÍNA, sobre o significado da música e da cultura do rap em sua produção artística.
RODRIGO REIS, professor de Educação Física, para o Programa SEARCH LAB, sobre o levantamento que identificou características dos municípios que podem colaborar para tornar os jovens mais ativos.
“
Eles só querem ir à escola... Com 200 reais por ano, você garante a educação de uma criança na África...” MAYARA DE SOUZA, psicóloga, para o Programa PLURAL, sobre o Projeto Nó Misti Bai Escola, que está mudando a realidade de crianças africanas, garantindo o acesso à educação de base e abrindo um horizonte de esperança e dignidade.
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