234
outubro, novembro 2015
UM NOVO CAMINHO
Abrem-se as portas para o futuro do ensino superior, em que professores e estudantes ganham novos papéis na universidade. V E J A + PÁ G . 3 6
A experiência de intercâmbio de três estudantes da PUCPR em universidades dos Estados Unidos.
INTEGRAÇÃO QUE GERA
Grupo OM. Quatro empresas que trabalham juntas para construir marcas fortes. Especialistas nas mais diferentes disciplinas da comunicação trabalhando dentro de um mesmo planejamento estratégico. É assim que garantimos sinergia e unidade em todos os pontos de contato das marcas com seus diferentes públicos. Não é por acaso que empresas de destaque em seus segmentos contam com o nosso apoio.
EDITORIAL Vivemos em tempos líquidos
Atravessamos tempos de mudança. Nessa realidade líquida,
em que tudo muda muito rapidamente sob a menor pressão, como diria o sociólogo Zygmunt Bauman, é preciso que tenhamos resiliência frente aos desafios que surgem a todos os momentos.
Entendemos que a universidade é um dos vetores da mudança na
sociedade. É um espaço de livre debate em que as mais diversas correntes de opinião se encontram, formando novos conceitos e, por que não, novas definições de mundo.
É nesse contexto desafiador que a PUCPR está rediscutindo o
seu papel na educação e na formação de cidadãos. Que tipo de formação queremos para nossos jovens? Quais são as competências necessárias para ser profissional e humanamente bem-sucedido em uma sociedade em constante transformação?
Essas perguntas inquietantes urgem respostas, e a PUCPR
entende seu papel nessa discussão e sabe que mudanças são necessárias no curso da história para o desenvolvimento social. A universidade deve contribuir para a construção de uma sociedade melhor, o que só alcançaremos se acompanharmos os tempos em que vivemos.
Nesta edição, falamos de todos os desafios da educação superior
no Brasil e no mundo em nossa matéria de capa. Também abordamos a contribuição das pesquisas desenvolvidas na universidade para uma sociedade mais justa. E reforçamos que nosso papel de formação vai muito além da sala de aula na editoria “Nanoatitudes”, na qual mostramos que o
GRÃO-CHANCELER Dom José Antônio Peruzzo Vida Universitária é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/1985 – Curitiba, Paraná. CONSELHO EDITORIAL – PUCPR Reitor Waldemiro Gremski Vice-Reitor Paulo Otávio Mussi Augusto Pró-Reitor de Graduação Vidal Martins Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Paula Cristina Trevilatto Pró-Reitor Comunitário José Luiz Casela Pró-Reitor Administrativo e de Desenvolvimento Paulo de Paula Baptista Diretora de Relacionamento Silvana Hastreiter COORDENAÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa Vivian Lemos CONTEÚDO
Projeto Comunitário pode despertar a paixão pela solidariedade.
Esperamos que gostem desta Vida Universitária, preparada com
todo o cuidado para vocês e que tem o objetivo de refletir as mudanças pelas quais nosso mundo e a universidade estão passando.
Boa leitura a todos! Waldemiro Gremski Reitor da PUCPR
Coordenação Iraisi Gehring Edição Juliana Fernandes MTB 13792 Projeto Gráfico Brainbox Diagramação Sacha Bezrutchka Revisão Tailor Media ANUNCIE Tailor Media Content & Media Projects (41) 3153-1919 www.tailormedia.com.br Impressão Serzegraf 15 mil exemplares Contato Rua Imaculada Conceição, 1155 – 2º andar Prado Velho – Curitiba – Paraná CEP: 83215-901 Fone: (41) 3271-1515 www.pucpr.br/vidauniversitaria conteudo@grupomarista.org.br
NESTA EDIÇÃO 20 Capa _
ERRATA Na reportagem “O sabor francês do Paraná”, na seção Search Lab da edição 233 (págs. 44-47), a legenda correta da foto publicada na página 45 é: Professora Marcia Rapacci com os alunos de Engenharia de Alimentos: um “autêntico” queijo Reblochon francês direto dos laboratórios da PUCPR, em parceria com a UEPG.
08
Filhos da PUC _
Os desafios e os novos caminhos para as relações de aprendizagem dentro das universidades
12
Mercado de Trabalho _
16
Nanoatitudes _
Professores da PUCPR, que
Entenda por que o mercado
A disciplina Projeto Comunitário
também foram acadêmicos da
busca profissionais inovadores
desperta o interesse para
instituição, falam das inspirações
e como a inovação pode ser
as questões sociais e
que os levaram à docência
aplicada em diversas áreas
estimula bons exemplos
28
32
36
Conheça a rotina de Mihael, estudante
A busca pela espiritualidade e o estudo
A experiência de três estudantes em
alemão em intercâmbio no Brasil
das crenças contemporâneas como
intercâmbio nos Estados Unidos
Diário de Bordo _
Ao Infinito e Além _
Mundo Afora _
caminho para o respeito e a tolerância
40
44
48
A comemoração de 86 anos do
O reitor da PUCPR fala sobre
Os 40 anos do curso de
Círculo de Estudos Bandeirantes
ciência e universidade
design da PUCPR
Vírgula _
Search Lab _
Raízes _
FILHOS DA PUC
08
POR JULIANA FERNANDES
De estudantes a mestres Estes professores também já foram estudantes da PUCPR e agora compartilham o conhecimento adquirido por meio da docência. Conheça as inspirações que os motivaram para essa profissão e como eles vivem a vocação para ensinar
Pró-reitor comunitário Escola de Arquitetura e Design – PUCPR “Tive ótimos professores ao longo da vida. Lembrando-me hoje no que me identifico com meus professores e o que me levou a escolher a profissão, reconheço a mensagem otimista que transmitiam ao acreditar em um futuro melhor. Além dos ensinamentos que recebi, via no exemplo desses educadores uma ponte que me conectava com o futuro, e que por meio do conhecimento eu poderia fazer as minhas escolhas. Eles serviram como bússola, que apontava o melhor caminho a seguir. Como professor, acredito que se pode provocar mudanças e, mesmo diante de incertezas e agruras que às vezes nos assombram, estar disposto a correr riscos, enfrentar dilemas e superar desafios. O legado do professor é o de entregar um mundo melhor.”
2 1
© EDUARDO MACÁRIOS
1. JOSÉ CASELA
09
“SER PROFESSOR, ASSIM, REPRESENTA MAIS QUE UMA VOCAÇÃO. É UMA REALIZAÇÃO.”
2. ANA CRISTINA SEIXAS GRECA Professora de Biologia e coordenadora do curso de Ciências Biológicas Escola de Saúde e Biociências – PUCPR “A inspiração veio do meu pai, grande professor de Matemática, que me guiou como estudante e pessoa. Acredito que uma atitude simples e pessoal do professor representa uma mudança significativa na vida do estudante: na sua formação ou mesmo na visão de si próprio. Acredito no poder da educação de mudar vidas, construir uma sociedade justa, fornecer esperanças e realizar sonhos. Feliz todos os dias por ser professora!”
3. EDUARDO OLIVEIRA AGUSTINHO Professor e decano da escola de Direito – PUCPR “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”, Cora Coralina. “Essa frase, para mim, é muito significativa e expressa, de forma concisa, a importância da docência na minha trajetória de vida. Vejo o ato de ensinar como um processo contínuo no qual o compartilhamento de experiências com os estudantes nos propicia a oportunidade única de, ao mesmo tempo, transferir e aprender. Ser professor, assim, representa mais que uma vocação. É uma realização.”
4. CARLOS EDUARDO CAMARGO Professor de Clínica Médica de Grandes Animais Escola de Ciências Agrárias e Medicina Veterinária – PUCPR “Ser professor é ter a chance de passar adiante aquilo que muitos ao longo da vida nos ensinaram, de conhecimentos técnicos a lições de vida. Dessa forma, fui inspirado para a docência por meus professores de Medicina Veterinária da PUCPR, que hoje com muito orgulho posso ter como colegas e trabalhar lado a lado.”
3
4
10
“EM 2007, ENQUANTO CURSAVA ENGENHARIA ELÉTRICA, COMECEI A LECIONAR NO TECPUC.”
5. VALTER KLEIN Professor de Engenharia de Controle e Automação e coordenador da Equipe de Robótica Móvel Escola Politécnica – PUCPR “Entrei na PUCPR como colaborador em 2004. Ao longo dos anos, tive oportunidade de trabalhar e estudar, até que em 2007, enquanto cursava Engenharia Elétrica, comecei a lecionar no TECPUC. Foi nessa fase da minha vida que notei quão digna é a profissão de educador. Depois, já com o mestrado, segui com a vocação, agora em cursos de graduação. O que me motiva como professor? Fazer com que os estudantes se apaixonem pela profissão que escolheram, assim como eu sou apaixonado pelo que faço.”
6. MAÍRA DE MAYO OLIVEIRA NOGUEIRA LOESCH Professora de Medicina Escola de Medicina – PUCPR “Ser professor é uma oportunidade, um privilégio daqueles que acreditam que podem mudar vidas e com isso fazer sua parte pelo mundo. Sinto-me honrada em participar da vida dos meus estudantes, pois aprendo com eles todos os dias. Sendo assim, o que posso dizer é que nesta longa jornada que é a vida, tanto na docência quanto em nossa vida familiar e cotidiana, todos os dias eu aprendo e ensino, logo existo. Não poderia querer outra vida.”
7. KLEBER BEZ BIROLO CANDIOTTO
6 5
Decano da Escola de Educação e Humanidades – PUCPR “A docência foi um encontro sem busca. Iniciei minha graduação em Filosofia na PUCPR com vistas à formação religiosa. Porém, ao mudar a trajetória de vida, encontrei o caminho da docência como minha grande realização, não somente pelos resultados pessoais que me traz, mas sobretudo por poder possibilitar resultados em outras vidas. Ser professor passou a integrar minha identidade a partir desse encontro.”
11 “FICAVA ANIMADO QUANDO CONSEGUIA CONTRIBUIR PARA A APRENDIZAGEM DE OUTROS ESTUDANTES.”
8. PAULO C. PORTO MARTINS Professor do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação Escola de Negócios – PUCPR “Enquanto estudante do curso de Psicologia da PUCPR, tive a oportunidade de atuar como monitor da disciplina de AEC (Análise Experimental do Comportamento), sendo possível acompanhar a atividade profissional de alguns professores. E essa atuação me fascinou! Ficava extremamente animado quando conseguia contribuir para a aprendizagem de outros estudantes. Por conta da monitoria, tive uma bolsa para cursar uma pós-graduação na PUCPR, e logo em seguida fui convidado a cursar doutorado em Madrid, na Espanha. Minha paixão pela docência teve início nesse período.”
9. SUYANNE TOLENTINO DE SOUZA
© EDUARDO MACÁRIOS
Professora de Jornalismo Escola de Comunicação e Artes – PUCPR “Eu costumo dizer que quando pequena nunca brinquei de casinha, brincava de escolinha, sou professora por vocação. Hoje posso dizer que sou realizada e orgulhosa do trabalho que desenvolvo com meus estudantes. Entendo que ser professor é mais do que ministrar uma disciplina ou preparar um conteúdo: significa dedicação, pesquisa, estudo e aprendizagem, é uma verdadeira atividade de amor que vai além da sala de aula.”
8 7
9
MERCADO 12 DE TRABALHO POR FERNANDO TORRES
Inovar é preciso
© SHUTTERSTOCK
Conheça mais sobre uma competência que todo profissional precisa desenvolver – para ontem –, se quiser ser absorvido pelo mercado
13
visão: enxergar mais adiante daquilo que todos estão vendo. “Outro impulso essencial é a empatia, isto é, saber se colocar em diferentes condições e cenários do ambiente ao seu redor, vislumbrando formas de ajudar e cocriar com o meio”, aponta o mestre em Administração Thiago Maceri, da Agência Novas ideias, novos rumos e possibilidades.
PUC de Inovação. Vale ainda investir na
Foi-se o tempo em que a inovação estava
diversidade de contatos e opiniões, já que o
ligada apenas a áreas como marketing e
conflito entre diferentes pessoas aumenta
tecnologia. Hoje, as empresas esperam
as chances de pensar “fora da casinha”.
detectar a habilidade em profissionais
Por fim, o aprendizado exige persistência.
de todos os segmentos, inclusive em
“A ideia pode parecer óbvia demais para
carreiras mais tradicionais. Em resumo,
o seu criador, mas, ao testá-la, ele pode
“A inquietude não é sinônimo de crescimento, mas a pessoa inovadora está sempre se autoprovocando e buscando melhorar.” Paulo Porto
SAIBA Veja que a inovação pode ser aplicada em todas as áreas do conhecimento em vidauniversitaria. pucpr.br
os departamentos de RH procuram gente
perceber que parte de suas convicções
capaz de identificar e antecipar lacunas
estavam equivocadas. Ter disposição para
atuais ou necessidades à frente de seu
recomeçar, caso necessário, facilita muito”,
tempo, com iniciativas que possibilitem
defende Thiago.
aumentar o faturamento, desbravar novos mercados, aperfeiçoar produtos ou serviços
O desenvolvimento da inovação também
já consagrados.
repele alguns vícios, e a acomodação é o mais perigoso deles. “A inquietude não é
Aí do seu canto, você, leitor, pode achar que não nasceu com muito jeito para a coisa. Mas tem o pulo do gato: inovação é um talento que pode ser adquirido com alguns estímulos primordiais. A primeira mola mestra desse processo é exercitar a
sinônimo de crescimento, mas a pessoa
Nesse sentido, o ambiente universitário é um
inovadora está sempre se autoprovocando
campo vasto para experimentar diversos tipos
e buscando melhorar”, diz o psicólogo Paulo
de inovação, novas percepções da sociedade
Porto, do Núcleo de Empreendedorismo e
e de modelos de negócio. Na PUCPR, por
Inovação da Escola de Negócios da PUCPR.
exemplo, o estudante tem a possibilidade de
Em contraponto, o acúmulo de metas e a
ingressar em Programas Institucionais de
sobrecarga de trabalho podem oxidar e
Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC/
sufocar o pensamento criativo. “Não por
PIBITI) e de participar da aceleradora Hot
acaso, empresas reconhecidas por técnicas
Milk, uma rede de startups, com sede em
inovadoras, como o Google, tentam criar um
Curitiba e Palhoça (SC), com perfis de business
ambiente fértil para a germinação de ideias.
(gestor de modelo de negócios), makers
Os gestores são orientados a ver a empresa
(técnicos) e designers, independentemente
como um todo, e há momentos durante o
da formação acadêmica.
expediente em que os funcionários devem
Caixa com o kit de ingredientes que a startup Eu, Gourmet entrega a seus clientes.
© ARQUIVO PESSOAL
se desligar da atividade-fim”, descreve.
14
Com o olhar
no futuro
Uma das ideias encubadas pela PUCPR é a microempresa
alguns bairros de
ainda em desenvolvimento Eu, Gourmet, com a proposta de
Curitiba e, agora, vamos
lançar um site e um aplicativo de delivery de ingredientes de
ampliar para toda a cidade e região metropolitana”,
receitas gourmets. “Temos a visão de focar na experiência do
planeja. Dois deles ainda trabalham na área de Engenharia,
cliente, desde o recebimento da encomenda acondicionada,
enquanto outro se dedica exclusivamente ao projeto.
das mãos de um entregador com chapéu de chef, até a hora
“Não planejamos nada. Vimos a oportunidade inédita
de utilizá-los para preparar o prato, com vídeos passo a
e decidimos investir”, explica Pedro.
passo”, diz um dos criadores, o engenheiro mecatrônico Pedro Casagrande. Ele e outros dois amigos engenheiros,
O fato é que, seja qual for a forma de uso, a inovação
André Mazzocco e Ricardo Steinmacher, ambos com 26
está em alta, ao lado de informações dinâmicas e, muitas
anos e todos formados pela PUCPR, buscaram a inspiração
delas, descartáveis. “Quem não tiver o cuidado de se
em modelos similares nos Estados Unidos, mas ainda
autodesenvolver será esmagado nos próximos anos”,
ausentes no Brasil. “Fizemos uma rodada de testes em
decreta Paulo Porto.
NANOATITUDES
16
POR JULIANA FERNANDES
Vivendo a solidariedade
A vida pode ganhar novos sentidos quando é possível vivenciar outras experiências com o próximo. Conheça uma dessas histórias
Por definição, o significado da palavra genero-
De acordo com a professora Mari Regina Anastá-
sidade está relacionado à capacidade do indiví-
cio, ao cumprir a disciplina os estudantes passam
duo em deixar de lado seus próprios interesses
a ter um olhar diferenciado para a realidade e
para ajudar outras pessoas. É um ato de doação,
a sociedade, ampliando não apenas seu reper-
muitas vezes de tempo, outras de carinho, talen-
tório intelectual, mas sobretudo pessoal. “A
tos, saberes, mas sempre voltado a prestar mais
PUCPR tem como missão a formação integral,
atenção a questões sociais. Por meio da disci-
ou seja, além de técnica, também humana, aliada
plina Projeto Comunitário, comum a todos os
ao compromisso com a vida e a sociedade. Na
cursos de graduação da PUCPR, muitos estu-
experiência do Projeto Comunitário, os estu-
dantes têm vivenciado pela primeira vez como
dantes são chamados a viver essa missão. Eles
é essa doação de tempo e acabam colhendo
são despertados para reflexões relacionadas à
bons frutos desse aprendizado.
cidadania, ao sentido da vida e à forma com que
“Nosso esforço se converte em produção e, ao ver o resultado final, gera uma grande satisfação pessoal.” Lucas Nunes Bordin
© SHUTTERSTOCK
17
18
© DIVULGAÇÃO
Lucas Bordin ao lado de outras pessoas que dedicam tempo ao Asilo Socorro aos Necessitados.
NOVOS HORIZONTES O estudante Lucas Nunes Bordin conta que foi conquistado pela experiência. Recém-formado em Ciências Econômicas pela PUCPR, ele optou por desenvolver seu Projeto Comuvêm agindo no mundo, além de serem tocados
nitário no Asilo Socorro aos Necessitados,
pelo sentimento de compaixão”, explica a profes-
uma instituição sem fins lucrativos fundada
sora, que também é coordenadora do Núcleo de
em 1921 e que hoje atende cerca de 120
Projetos Comunitários.
idosos no Tarumã, em Curitiba.
Motivados pela experiência, muitos deles deci-
Ele conta que iniciou o trabalho auxiliando
dem dar continuidade ao trabalho, mesmo
os profissionais da instituição na área de
depois de concluir a carga horária da disciplina,
fisioterapia do asilo, assessorando os idosos
inspirados pelas relações afetuosas que cons-
a deslocarem-se do quarto até a sala de exer-
troem com os beneficiários, por perceberem
cícios. Para ampliar a vivência, ofereceu-se
a importância da valorização do outro e terem
para auxiliar em outras atividades, perma-
contato com valores que levarão para a vida toda.
necendo mais tempo na instituição.
“A PUCPR tem como missão a formação integral, ou seja, além de técnica, também humana, aliada ao compromisso com a vida e a sociedade.” Mari Regina Anastácio
19
Mas o que Lucas não contava era que essa experiência se revelasse mais agradável do que ele esperava, e essa sensação fez toda a diferença em sua vida, motivando-o a continuar como voluntário. “Tive a oportunidade de me juntar a um grupo de pessoas que possuem o mesmo objetivo que o meu. Nosso esforço se converte em produção e, ao ver o resultado final, gera uma grande satisfação pessoal. Isso me motivou a continuar ajudando e a me tornar um voluntário depois de formado”, explica. Hoje, Lucas dedica de três a quatro horas semanais à instituição, auxiliando na produção de fraldas geriátricas para os idosos do asilo. “Confesso que a ideia de fazer trabalho comunitário me assustou no começo, principalmente porque me sentia Mas consegui direcionar o meu esforço e continuo doando um pouco do meu tempo para o bem-estar deles”, alegra-se.
© SHUTTERSTOCK
desconfortável em ter que trabalhar com pessoas.
POR FERNANDO TORRES
20
© BRUNA ASSIS BRASIL
CAPA
21
O futuro bate à porta Como resposta aos atuais desafios do ensino superior, as universidades esboçam novos papéis e perfis para professor e estudante
Os bancos da universidade não serão os mesmos
“A universidade, hoje, deve formar pessoas para
nos próximos anos. Com as transformações do
trabalhar em profissões que ainda vão ser cria-
mundo em ritmo veloz e a expansão da oferta
das, resolver problemas que ainda não existem,
para o maior número de estudantes, cada vez mais
para viver em um mundo que será diferente
digitais, o ensino de graduação coloca em debate
daqui a cinco anos”, pondera o pró-reitor de
a tradicional transmissão e recepção de conheci-
graduação da PUCPR, Vidal Martins. Fruto da
mento e projeta padrões de educação mais fluidos.
hiperconectividade e da vasta gama de infor-
Nesse modelo, ainda em construção, o professor
mação, o panorama apresentado é o retrato de
deixaria de ser o bastião do conhecimento, o deten-
uma sociedade “líquida”, conceito criado pelo
tor do saber, para se transformar em um facilitador,
sociólogo polonês Zygmunt Bauman: o fim das
alguém que ilumina o caminho. O estudante, por
utopias desestimula os projetos de longo prazo,
sua vez, deveria ser capaz de interagir, ser cola-
favorecendo o imediatismo, os contextos não
borativo, aprender por si mesmo e se adequar
duradouros e o futuro imprevisível.
rapidamente a cada novo ciclo evolutivo.
tensão da sala de aula como complemento. “O estudante abandona a passividade do modelo clássico e passa a desenvolver autonomia, a Sob essa perspectiva, presente tanto nas
acessar a informação por si próprio”, descreve
universidades do país quanto em outras
Martins.
instituições do mundo, diversos especialistas em educação já vêm estudando novas
O professor, por sua vez, sai do centro e
formas de acesso ao saber. Em 2013, as
passa a “desenhar” o caminho para o estu-
organizações norte-americanas New Media
dante atingir objetivos. “Ele deve gerenciar
Consortium e Educause Learning Initiative
as ideias com critério, apresentando as
apresentaram o estudo Horizon Report,
diretrizes para que o pensamento seja
com as principais tendências do ensino até
linear e os estudantes consigam relevância
2018. Entre elas, estão o compromisso de
em suas pesquisas”, esboça o especialista
capacitar professores, estimular habilidades
em psicologia da educação Diego Mendes,
do estudante, revisar as formas de avaliação
docente em metodologia do ensino e da
e usar a tecnologia com mais frequência.
pesquisa. “Quem vai zelar pelo desenvolvimento desses novos recursos serão os
MUDA TUDO!
profissionais com resiliência”, afirma.
Desde o ano passado, a PUCPR também está imersa nessas transformações. A fase inicial,
FINAL ABERTO
ainda em andamento, promove o debate de
Seria um contrassenso manter as tradicionais e
ideias e a capacitação de centenas de pro-
temidas provas ao fim de cada conteúdo nesse
fessores. A segunda etapa é mais recente
novo paradigma. Mas como aferir o quanto o
e envolve o diálogo com os estudantes.
estudante assimilou do aprendizado? A resposta
“Entendemos que cinco princípios devem
pode estar no livro Avaliação da Aprendizagem
guiar os novos processos de aprendizagem:
numa Abordagem por Competências (Editora
autonomia, dedicação, cooperação, senso
Champagnat, 2015), do educador francês
crítico e honestidade”, enumera a profes-
Gérard Scallon. “Em linhas gerais, o autor
sora Cinthia Spricigo, diretora de suporte
sugere colocar o estudante em situação de
à graduação da instituição.
desempenho real e mensurar como ele lida com a situação, quais habilidades desenvolveu
A marcha em andamento leva o nome de metodologias ativas. O conceito prevê um esquema de via de mão dupla entre os estudantes, que ultrapassa os referenciais teóricos e busca a solução para problemas reais e significativos,
e como sabe aplicá-las”, diz Martins.
22 Nesta nova abordagem, o professor sai do centro e passa a “desenhar” o caminho para o estudante atingir seus objetivos.
a pesquisa como princípio educativo e a ex-
© SHUTTERSTOCK
23
O papel
dos mestres e estudantes
Sem resistências: que ninguém pense que o papel de mestres e doutores será relegado à segunda linha. “Nesta nova abordagem, eles são ainda mais importantes, pois, mais que a transmissão do saber, agora têm a tarefa de mostrar ao estudante como aplicar sua visão do conhecimento, a entender como praticar e destravar naquilo que não consegue evoluir. É como se ele fosse um designer do conhecimento”, detalha Martins. Também é importante pensar o currículo sob um formato mais flexível, com a possibilidade do estudante escolher disciplinas de acordo com sua habilidade, mas sem supervalorizar a prática em detrimento da teoria, a formação humanística ante a racionalidade técnica. “É preciso oxigenar essas dicotomias, de forma que o estudante transite por várias áreas do conhecimento, sem perder o foco da formação”, sugere a professora Márcia Tembil, coordenadora de ensino superior da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) do Paraná.
© BRUNA ASSIS BRASIL
24
25
“Entendemos que cinco princípios devem guiar os novos processos de aprendizagem: autonomia, dedicação, cooperação, senso crítico e honestidade.” Cinthia Spricigo
internet mobile e aplicativos analytics, disponíveis em celulares e tablets. A infraestrutura passa também pela recomposição das salas, não Como protagonista desse processo, o uni-
mais em formato de teatro, mas de pequenos
versitário aprende a conviver com situações
grupos ou arena, com móveis que facilitem a
ambíguas, múltiplas. “A vida não tem gabarito.
reorganização, quando proposta.
Há mais de uma resposta possível para o mesmo problema, só depende da pergunta formulada”,
A diminuição das distâncias ainda propicia
instiga Cinthia Spricigo. A primeira turma da
o fortalecimento da Educação a Distância
PUCPR a fazer o método de avaliação por
(EaD), a conexão entre a universidade e a
competências se forma no fim de 2015.
comunidade acadêmica online. “A EaD possibilita a democratização do acesso ao ensino superior,
A tecnologia de informação e comunicação
à medida que amplia a oferta de vagas e chega
(TIC) tem papel essencial nesse arquétipo
a lugares que, via de regra, não conseguem
– mas apenas como meio e não um fim
ser atendidos pelo ensino presencial”, aprova
em si mesmo. Afinal, ela facilita o acesso
Márcia Tembil. Mas não como modelo único – a
ao conhecimento, mas, sozinha, não é
PUCPR, por exemplo, tem apenas um curso
capaz de melhorar a aprendizagem, muito
integral entre as 64 opções de graduação. “Não é
menos substituir a metodologia. “Se uma
preciso forçar a barra para fazer tudo a distância.
instituição fala em mudança de métodos e investe apenas em tecnologia, sem mudar os processos de interação, os resultados são absolutamente iguais e defasados”, afirma Vidal Martins. Contudo, o ambiente universitário contemporâneo exige ferramentas básicas como
“A universidade, hoje, deve formar pessoas para trabalhar em profissões que ainda vão ser criadas, resolver problemas que ainda não existem.”
26
Vidal Martins
Acredito mais em uma abordagem híbrida, com algumas aulas virtuais e outras presenciais, com metodologia robusta por trás”, contorna Martins. Se bem feita, a EaD tem o potencial de “forçar” o estudante a assumir postura mais ativa: estudar sozinho e tirar as dúvidas com o professor. Seja no plano real ou virtual, estudantes e professores não devem jamais perder o foco do diálogo entre as áreas de conhecimento. “A percepção da articulação entre ensino, pesquisa tecnologias que respondam pela construção de sujeitos autores de sua própria história. Mais que isso, críticos de uma sociedade midiática e virtual”, finaliza Márcia Tembil.
© BRUNA ASSIS BRASIL
e extensão deve preconizar metodologias e
Lava e Seca SPECIAL EASY DRY. Feita para quem tem mais o que fazer.
www.facebook.com.br/mueller.ind • www.mueller.ind.br • 0800 47 1692
DIÁRIO DE BORDO
28 © LA PHOTO
POR JOSIANY VIEIRA
Mihael Sekulic, ´ intercambista da PUCPR, veio da Alemanha para cursar um semestre de Administração.
Rotina de descobertas Conheça o dia a dia do alemão Mihael Sekulic,´ intercambista de Administração, que há dois meses está estudando na PUCPR A diversão do alemão Mihael Sekulic´ é conhecer
aceito como intercambista na PUCPR. Antes de
pessoas e culturas diferentes. O estudante de
chegar aqui foram horas de pesquisa de países
Administração nasceu na Alemanha, a família
e cidades nos quais poderia estudar. O Brasil
mora na Croácia e todos os dias viajava para
foi a primeira opção por ser uma economia
estudar na Holanda. O percurso de carro de ida
emergente, e a infraestrutura da universidade
e volta durava cerca de três horas, o que fazia
foi o diferencial para que Mihael finalmente
com muita animação. Mas a vida dele mudou
escolhesse Curitiba. País, cidade e instituição
completamente há dois meses, quando foi
escolhidas, era a hora de dar um até logo para
29
Após horas de voo da Alemanha até o Brasil, Mihael chegou a Curitiba sem saber uma única palavra de português. A expectativa e a ansiedade eram imensas. a família e embarcar nessa nova viagem.
compras sozinho, fala português claramente,
Após horas de voo da Alemanha até o Brasil,
já viajou para a Ilha do Mel e Morretes, tem
Mihael chegou a Curitiba sem saber uma
melhores amigos brasileiros e conseguiu uma
única palavra de português. A expectativa
bicicleta emprestada para ir do apartamento
e a ansiedade eram imensas. Quando as
à universidade todos os dias.
aulas começaram tudo ficou mais fácil, pois Mihael pôde conhecer, interagir com os
O intercâmbio do estudante pode se encerrar
novos colegas de classe – também de outros
em dezembro, mas se depender dele, que já
países e cidades brasileiras – e se enturmar.
se vira muito bem na nossa língua, passará
O medo desapareceu e Mihael até aprendeu
as festas de fim de ano por aqui mesmo. O
algumas palavras em nossa língua. Agora, ele
objetivo de Mihael é ficar mais um semestre
já divide apartamento com três brasileiros, faz
estudando na PUCPR.
© LA PHOTO
APRENDENDO De segunda a quinta-feira, Mihael assiste a aulas na instituição. São disciplinas optativas de Administração que ele escolheu e focam em temas como, por exemplo, e-commerce. As aulas são em horários diferenciados, às vezes pela manhã e outras à tarde, e em salas distintas, mas todas com uma característica em comum: são em inglês. Às sextas-feiras, o horário é livre e ele dedica esse tempo para estudar. À noite, sempre que pode, também assiste a algumas matérias do curso de Administração, só que em português, com o objetivo de conhecer um pouco mais a língua e fazer novos amigos.
EXPERIÊNCIAS
30
© LA PHOTO
O que Mihael mais gosta no intercâmbio é a troca de experiências. Desde que chegou a Curitiba, sempre encontrou ajuda quando precisou: um emprestou uma bicicleta, outro o ajudou a pedir comida. Conhecer pessoas novas é um dos momentos mais esperados pelo intercambista, que adora um bom papo. Após as aulas, ele vai tomar um café ou almoçar na praça de alimentação do bloco azul e tudo é motivo para fazer uma nova amizade e começar uma conversa.
MÃOS À OBRA
© LA PHOTO
© LA PHOTO
A biblioteca é um dos espaços que Mihael frequenta bastante na PUCPR. Além de ser ponto de encontro com os colegas intercambistas para produzir trabalhos, ele também adora ler um bom livro. Já arriscou a leitura de dois clássicos de Administração em português, mas sabe que ainda tem muito que aprender. Outro local de pesquisas que o estudante gosta de frequentar é a sala de informática. Mihael utiliza todo o seu tempo na PUCPR para estudar e conhecer pessoas. Somente quando está em casa é que acessa a internet para falar com a família e a namorada.
OBJETIVOS Agora, o estudante está em busca de um estágio. Já se inscreveu na unidade do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que fica localizada dentro da PUCPR, e também distribuiu currículos para os conhecidos. Se conseguir um estágio em Curitiba, ele estenderá seu intercâmbio por mais seis meses. Assim, terá mais experiências divertidas para contar.
AO INFINITO E ALÉM
32
POR HEITOR A. TREVISANI LIPINSKI
Desafios da sociedade moderna © SHUTTERSTOCK
Conhecer e estudar a diversidade religiosa do nosso país pode ser um caminho para o fim da intolerância e para que todos possam viver em harmonia
© SHUTTERSTOCK
33 Respeitar as convicções alheias é um princípio básico para a boa convivência em sociedade. Apesar do conceito parecer óbvio, ainda observamos muitos episódios de intolerância religiosa, que chegam muitas vezes ao desrespeito à integridade moral e física dos indivíduos. São momentos em que os ânimos se exaltam e é importante buscar o equilíbrio pelo conhecimento e desenvolvimento da inteligência espiritual. Com o objetivo de congregar as diferentes crenças e discutir o tema, a PUCPR, por meio do Núcleo Ecumênico e Inter-religioso, criado em 2014, oferece diferentes atividades que possibilitam o conhecimento do pluralismo de crenças e, por meio de um contexto dialógico, exercita o encontro e a cooperação das diferentes manifestações religiosas na
que se inserem nesse contexto de novas
comunidade acadêmica.
religiosidades.
No curso de extensão “Espiritualidades
Por meio do debate ideológico, é oferecido
Contemporâneas: Identidade e Diálogo”,
o intercâmbio entre essas diferentes
coordenado pelo professor Elias Wolff,
experiências espirituais e, segundo Elias
a instituição aprofunda a inserção em
Wolff, é importante discutir o assunto, pois
espiritualidades do nosso tempo, tendo como
a sociedade contemporânea está em busca
ponto de partida as religiões tradicionais
de espiritualidade.
© SHUTTERSTOCK
34
Conhecendo melhor as diferenças é possível respeitá-las e estabelecer uma convivência harmônica.
Talvez um dos grandes desafios da sociedade moderna seja exercitar essa convivência pacífica entre as crenças, sob o ponto de vista de que todo indivíduo é único e livre para se expressar.
© SHUTTERSTOCK
35
“O tema tem grande relevância nos dias de
Talvez um dos grandes desafios da sociedade
hoje. Ele pode ser abordado em diferentes
moderna seja exercitar essa convivência pacífica
perspectivas, como a sociologia, a psicologia,
entre as crenças, sob o ponto de vista de que
a filosofia, a teologia, entre outras. Percebe-
todo indivíduo é único e livre para se expressar.
se na sociedade atual muita procura pela
Um dos caminhos para o entendimento pode
espiritualidade. É um fenômeno mundial, no
estar no aprofundamento dos conhecimentos.
qual as pessoas acolhem com mais facilidade
“O curso é um caminho de estudos que pretende
as propostas espirituais modernas do que as
fomentar no participante o desenvolvimento de
propostas das religiões tradicionais. Refletir
um espírito de respeito, diálogo e convivência
sobre o que isso significa não é fácil. Assim
pacífica. E, por outro lado, que cada um saiba
como também é difícil compreender os critérios
afirmar a sua própria identidade religiosa
para justificar uma proposta espiritual. O
e espiritual, colocando-a em relação com
curso não se propõe a definir tais questões,
outras identidades. Assim, ao assumir a sua
mas ao menos a refletir sobre elas, no intuito
própria identidade e conhecendo as doutrinas e
de contribuir para que as pessoas possam ter
características que cativam as outras religiões,
experiências espirituais que qualifiquem a
a intolerância e a discriminação se dissipam,
vivência e a convivência no cotidiano social”,
contribuindo para a superação de conflitos
explica o coordenador.
culturais, étnicos e religiosos existentes no mundo.”
MUNDO AFORA
36
POR FERNANDO TORRES
Sonho americano A experiência acadêmica fora do país é uma realidade para muitos estudantes brasileiros.
© SHUTTERSTOCK
A história de três estudantes que cruzaram as fronteiras das ciências em busca do intercâmbio universitário
37
Viver uma experiência acadêmica fora do
“Meu nível de fluência na língua era baixo. Nos
país é o sonho de muitos estudantes. Uma
primeiros meses, quase não entendia e falava
oportunidade de abrir os horizontes do
nada. Foi assustador!”, relembra.
aprendizado, desfrutar uma nova cultura, aprender uma segunda língua, estender as
Nove meses depois, Marluce cruzou os
relações humanas e principalmente ampliar
Estados Unidos de oeste a leste: foi para
o repertório de conhecimento para a cons-
Boston, capital de Massachusetts, onde
trução de uma carreira de sucesso. Conheça
estagiou no renomado Instituto de Câncer
a história de três estudantes da PUCPR que
Dana-Farber, da Escola de Medicina da
não deixaram escapar essa oportunidade e
Universidade de Harvard, que concentra
fizeram as malas rumo aos Estados Unidos.
as principais linhas de pesquisa e de tecnologia de ponta em tratamento de
© ARQUIVO PESSOAL
Marluce dividia o tempo entre a sala de aula e o laboratório de pesquisas em Harvard.
MARLUCE GOIS
tumores. “No momento, estou pesquisando
27 anos, estudante de Medicina
as diferentes concentrações de três
Intercâmbio na Universidade de Nevada e
medicamentos aprovados pela Food and Drug
estágio na Escola de Medicina de Harvard
Administration (FDA) – órgão governamental
Bolsista do Prouni, Marluce cursava o oitavo
americano responsável pela regulamentação
período de Medicina da PUCPR quando, motivada
dos medicamentos – para o tratamento de
pelo orientador de iniciação científica, decidiu
leucemia linfoide crônica. Os resultados
se inscrever no Ciência sem Fronteiras. Foi
são promissores. Vejo pacientes relatando
aprovada. Sem ter muito tempo para pensar,
uma melhora absurda na qualidade de vida”,
arrumou as malas e, em agosto de 2014, mudou-
conta. A jovem pesquisadora espera que
se para Reno, no estado de Nevada. Por lá, ela
a combinação de drogas possa, em breve,
se instalou nos dormitórios para estudantes da
também ser usada em benefício da população
Universidade de Nevada, onde cursou disciplinas
brasileira. “Minha inspiração é fazer mais e
de Medicina juntamente com aulas de inglês.
melhor para a gente do nosso país.”
“Meu nível de fluência na língua era baixo. Nos primeiros meses, quase não entendia e falava nada. Foi assustador!” Marluce Gois
38 © SHUTTERSTOCK
© ARQUIVO PESSOAL
Depois de 15 meses estudando fora, Paola volta ao Brasil com planos e muitas ideias para o seu trabalho de conclusão de curso.
PAOLA GONÇALVES
que pode levar alguns pacientes com sucesso no
20 anos, estudante de Ciências Biológicas
tratamento a desenvolver novamente a doença.
Intercâmbio na Universidade de Indiana
Conseguimos identificar a razão da mutação
De início, Paola admite que não amou a ideia
e um repressor”, descreve. Bem-sucedido, o
de migrar para a Universidade de Indiana,
estudo deve ser publicado em forma de artigo
instituição pré-selecionada pela coordenação
científico em breve.
do Ciência sem Fronteiras. Mas a impressão negativa passou quando, em março de 2014, ela
De volta ao Brasil, 15 meses depois, Paola
colocou os pés pela primeira vez no câmpus de
pretende desenvolver seu TCC baseado em
Bloomington, cidade universitária de apenas 70
alguma pesquisa sobre câncer. Ela pretende
mil habitantes. “Descobri que a escola é excelen-
trabalhar no país, mas quer fazer doutorado
te, com um dos melhores programas de inglês
nos Estados Unidos. “Já recebi convites
acadêmico dos Estados Unidos”, elogia. Paola
para continuar o projeto ou iniciar um novo
gostou tanto da vibe de Indiana que optou por
com o ex-orientador da minha orientadora,
estagiar na capital, Indianápolis, no Riley Hospital
na Universidade de Stanford, na Califórnia”,
for Children, também vinculado à universidade
avisa. Ela só vai ter que aprender a lidar com
e especializado em leucemia infantil. “O tema da
a ausência da família. “Meu maior desafio foi
minha pesquisa era mutação de células-tronco,
a saudade da comida caseira”, revela.
39
BRUNA FALAVINHA 21 anos, estudante de Ciências Biológicas
enzima mieloperoxidase, encontrada em várias
Intercâmbio na Universidade da Califórnia
doenças degenerativas”, descreve a universitária,
e estágio na Universidade de Harvard
na reta final do curso de Biologia.
Dezoito meses depois de adquirir uma bagagem incrível nos Estados Unidos, Bruna acaba
Mas que ninguém pense que a temporada esta-
de chegar ao Brasil. Primeiro, ela foi para o
dunidense foi moleza. “Não é fácil estar sozinha
câmpus de San Diego da Universidade da
em um país diferente, sem conhecer ninguém.
Califórnia (UCSD), referência no campo da
As matérias da universidade também foram um
neurociência. Depois, rumou para Boston, onde
desafio, especialmente porque os estudantes
estagiou por três meses no Massachusetts
estrangeiros precisam de médias superiores às
General Hospital, da Universidade de Harvard,
dos alunos regulares”, relata. Bruna também se
o terceiro hospital mais antigo do país e o
esforçou muito para conseguir tirar 93 no teste
segundo melhor no ranking da revista U.S.
de proficiência na língua inglesa, o TOEFL. “A
News and World Report. “Acompanhei trabalhos
prova é muito difícil e nem mesmo os america-
sobre esclerose múltipla, mal de Alzheimer e
nos nativos conseguem nota máxima”, diz. De
derrame, e desenvolvi minha própria pesquisa
quebra, ela ainda aprendeu um pouquinho de
sobre a relação entre as células microgliais e a
japonês, pois morou com uma estudante japonesa por 10 meses. “Dividimos nossa cultura e
“Não é fácil estar sozinha em um país diferente, sem conhecer ninguém.”
nos tornamos melhores amigas.”
© ARQUIVO PESSOAL
© SHUTTERSTOCK
Bruna Falavinha
Bruna passou por duas cidades americanas e estagiou em um dos mais antigos hospitais dos Estados Unidos.
VÍRGULA P O R M A R I A N A P I VA T T O
40
Uma história dedicada à educação Círculo de Estudos Bandeirantes abriga estudantes e intelectuais de várias áreas, desenvolvendo conhecimento, pesquisa e cultura desde 1929
© DIVULGAÇÃO
Inauguração da sede do CEB em 1945: Liguaru Espírito Santo, José Loureiro, Manoel Ribas e Dom Áttico Eusébio da Rocha, arcebispo de Curitiba na época.
41
O CEB é um órgão cultural da PUCPR, agregado à universidade desde 1987. Atualmente é um local de estudos e pesquisa, com acervo bibliográfico de quase 20 mil exemplares. O Círculo de Estudos Bandeirantes (CEB)
cerimônia que contou com a entrega da Medalha
completou 86 anos de uma história que se
Constitucionalista 9 de Julho ao reitor da
confunde com a trajetória cultural, social e
PUCPR e presidente do Círculo de Estudos
intelectual do Paraná desde o início do século
Bandeirantes, Waldemiro Gremski, além da
XX. A comemoração de seu aniversário foi
outorga do diploma de Associado Bandeirante
realizada no dia 15 de setembro, em uma
a novos membros e apresentações artísticas.
© DIVULGAÇÃO
Construção da sede própria do CEB.
Fotografia de uma indígena Xetá, que faz parte da exposição.
42
de dezembro, é composta pela Coleção José Loureiro do Círculo, que inclui textos sobre este importante nome da história paranaense, além de telas da artista plástica e pesquisadora Maria Júlia Fernandes. Atualmente é um local de estudos e pesquisa, com acervo bibliográfico de quase 20 mil exemplares, reunidos em mais de sete mil títulos, com obras raras dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, além de manuscritos, periódicos e documentação histórica, disponível para consulta local a estudantes, “Essa é a celebração de uma missão que vem
professores da PUCPR e comunidade. O prédio
sendo desenvolvida desde 1929. Ela é muito
de estilo neoclássico, inaugurado em 1945, ano
importante a todos, paranaenses ou não, que
de sua fundação, está aberto à visitação. Em
mesmo sem saber vivem e desfrutam condições
1994, foi reinaugurado depois de passar por
e oportunidades que foram discutidas, propostas,
ampla restauração pela PUCPR.
batalhadas e construídas no Círculo de Estudos Bandeirantes”, explicou o professor Waldemiro.
UM LEGADO PARA O PARANÁ No dia 12 de setembro de 1929, um grupo de
O destaque da comemoração do aniversário do
personalidades paranaenses dos mais diferentes
CEB foi a iniciativa da entidade em participar
ramos, como políticos, religiosos, médicos
da 9ª Primavera dos Museus, do Instituto
e advogados, reuniram-se para promover
Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério
estudos filosóficos, científicos literários e
da Cultura, cujo tema este ano é Museus e
religiosos. Assim nasceu o Círculo de Estudos
Memórias Indígenas. A exposição “Indígenas
Bandeirantes, e sua atuação mudou os rumos
do Paraná”, em cartaz no CEB até o dia 15
da educação e da história do nosso estado.
SAIBA
+
Saiba mais detalhes sobre a comemoração do aniversário do CEB no site vidauniversitaria. pucpr.br
A imagem do convite da “Festa da Cumieeira”, momento em que se fazia a bênção das construções.
© DIVULGAÇÃO
43
Talvez nem todos os atuais e antigos
Ciências e Letras pelo Círculo foi o alicerce
universitários saibam, mas a atuação do
para a fundação da Universidade Católica
CEB também foi fundamental na fundação
do Paraná em 1959.
das duas mais importantes universidades de Curitiba: a Pontifícia Universidade Católica
“É inegável o papel do Círculo como
do Paraná e a Universidade Federal do Paraná.
entidade líder no lançamento das bases
O Círculo fundou a primeira Faculdade
culturais, políticas e religiosas de Curitiba.
de Filosofia do estado em 1938, que foi
As repercussões desta atuação contribuem
cedida para que a UFPR alcançasse o status
para que tenhamos uma cidade culturalmente
de universidade em 1946. Já a criação de
diferenciada no país, com reflexos que hoje
uma nova Faculdade Católica de Filosofia,
alcançam todo o Paraná”, conclui o reitor.
CÍRCULO DE ESTUDOS BANDEIRANTES Onde: Rua XV de Novembro, 1050 – CEP 80060-000 – Curitiba/PR Contato: (41) 3222-5193 / 3323-6610 / E-mail: circulo.bandeirantes@pucpr.br De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h30
SEARCH LAB
44
POR VIVIAN LEMOS
Paixão pela ciência Waldemiro Gremski, reitor da PUCPR, fala sobre os desafios da ciência no Brasil e os caminhos trilhados pela PUCPR A pesquisa produzida pela universidade deve
e acompanhamento e avaliação do outro. O que,
servir à sociedade. A ideologia de um Estado
porém, deve ser levado em conta é a questão
não pode interferir no trabalho do pesquisa-
do que fazer com essa ciência, a importância
dor. Essas são ideias defendidas pelo reitor da
de transformá-la em patente ou em algum
PUCPR, Waldemiro Gremski, sobre a pesquisa e
bem-estar social. Essa condição faz com que
a ciência. Para o professor, as pesquisas no Brasil
o impacto dessa ciência no desenvolvimento
evoluíram e estão num patamar respeitável,
do país seja muito baixo”, avalia.
mas precisam encontrar sua função social. “A ciência hoje está em um nível respeitável, e isso
O reitor ainda explica que para que esse impacto
é fruto de uma política de incentivo de um lado,
ocorra é preciso que a tripla hélice – a relação
“A universidade existe para servir à sociedade, seja para formar profissionais ou para produzir ciência que seja útil para a população. A ciência que a universidade produz tem que estar a serviço da sociedade.” Waldemiro Gremski
© JOÃO BORGES
45
O reitor defende que o cientista deve ser honesto e coerente, e ter entre outras virtudes criatividade e paixão.
entre universidade, governo e indústria – funcio-
Para o professor há ainda a questão da barreira
ne bem. “De um lado, o governo tem o papel de
cultural. A população, em geral, não entende
planejamento e de financiamento. Planejamento
bem o papel da ciência e seus impactos na
no sentido de dizer, ‘olha, eu preciso que o meu
sociedade. Para que esse quadro seja rever-
país se desenvolva em ciência nesta ou naquela
tido é fundamental o papel dos programas de
área, e para isso eu tenho dinheiro. Quem fizer
iniciação científica. “Ciência no Brasil ainda é
ciência nesta área, eu financio’. Este é o papel
uma espécie de tabu: as pessoas fazem ciência,
do governo. O papel da universidade é produ-
ninguém sabe exatamente o que é feito, o que
zir o conhecimento até o nível tecnológico,
resulta daquela ciência, e, principalmente, não
ou seja, produzir uma tecnologia, um serviço,
sabem o que é ciência. Portanto, quanto mais
um aplicativo, um software, e assim por diante.
cedo a gente despertar no jovem essa percepção
Produzir conhecimento novo. E a empresa deve
de que ciência é importante, melhor para o país.
transformar essa tecnologia em produto ou
E como podemos fazer isso? Inserindo-o em
usar esse conhecimento, essa tecnologia, para
um projeto de pesquisa. Mostrando a ele como
agregar valor a um produto ou transformar
é um projeto de pesquisa, como se faz, quais
um serviço em utilidade, aplicativo etc. Com
são as normas, o que é o método científico. E a
isso, você tem a tripla hélice funcionando bem.”
iniciação científica tem justamente esse papel.”
46 diploma e ir embora, nós não o formamos como cidadão, principalmente nessa área da ciência, que ele não vai conhecer”, ressalta o reitor. Aos futuros pesquisadores, um conselho: curiosidade é fundamental. “Como característica pessoal, deve ser uma pessoa curiosa, dedicada, ter índice de seriedade pessoal, honestidade muito forte. O cientista deve ser honesto e coerente, e ter entre outras virtudes criatividade e paixão. Até porque a pesquisa tem altos e baixos, por vezes se trabalha muito e não se
© JOÃO BORGES
consegue publicar um trabalho, os resultados não dão certo, equipamentos pifam, não há dinheiro. Mas não se pode desistir, é preciso ter uma paixão por ciência”, avalia o reitor.
Na PUCPR, há mais de dois mil alunos atuando
E como será o futuro da pesquisa na PUCPR?
em projetos de iniciação científica, o PIBIC
Sem dúvida, focado no bem-estar da sociedade
(Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
e investindo cada vez mais nas áreas estraté-
Científica). Na universidade, os projetos são
gicas elencadas: cidades, direitos humanos,
financiados pelo CNPq, pela Fundação Araucária
saúde, tecnologia da informação, biotecnologia
e pela própria PUCPR. No entanto, o objetivo
e energia. “A universidade existe para servir
da universidade é trazer o universo da pesquisa
à sociedade, seja para formar profissionais
mesmo para os estudantes que não querem
ou para produzir ciência que seja útil para a
ser pesquisadores. “Queremos que o nosso
população. A ciência que a universidade produz
estudante saiba a importância da ciência no
tem que estar a serviço da sociedade”, finaliza
contexto social, econômico e político do país. Se
o professor Waldemiro.
ele chegar à universidade e apenas se restringir à sala de aula, e depois de quatro anos pegar o
A EXCELÊNCIA QUE NOSSOS CLIENTES PROCURAM COMEÇA NOS PROFISSIONAIS QUE BUSCAMOS. G R A N D E S P R OJ E TO S P R E C I S A M D E C A B E Ç A S À A LT U R A , E U M M E R C A D O S Ó L I D O É F E I T O P O R P E S S O A S B E M Q U A L I F I C A D A S . A B R A I N B O X B R A N D I N G 360 PA R A B E N I Z A O C U R S O D E D E S I G N D A P U C P R P E LO S S E U S 40 A N O S D E E X C E L Ê N C I A N O E N S I N O .
FA C E B O O K .C O M / B R A I N B O X B R A N D I N G 360 B R A I N B O X B R A N D I N G 3 6 0 .C O M . B R
RAÍZES
© ARQUIVO PUCPR
© ARQUIVO PUCPR
POR ANNA AMARAL
48
Design em 40 anos de história O curso de design celebra 40 anos de crescimento contínuo com alicerces cada vez mais sólidos no cenário econômico nacional Tudo começou em 1975, com o curso de
Demeterco e Sergio Schneider elaboraram o
Desenho Industrial, que veio suprir a necessi-
projeto para o início da formação em design,
dade de planejamento de produtos industriais
com forte influência da ESDI – Escola Supe-
e de meios de comunicação visual. Isso se deu
rior de Desenho Industrial, juntamente com
em um momento muito particular da história
os primeiros professores do corpo docente,
brasileira: o general Ernesto Geisel assumia
como Fernando Fontoura Bini, que até hoje
a presidência do país e o mundo sofria com a
faz parte do seleto grupo de professores da
crise do petróleo. No Paraná, um estado ainda
PUCPR e divide a sua história com o curso.
predominantemente agrícola, a Cidade Industrial de Curitiba começava a receber grandes
A primeira turma do curso se formou em 1977
empresas como New Holland e Volvo, mas o
e ao longo dos anos alguns dos estudantes
potencial industrial ficava restrito às áreas de
dessa classe foram convidados a fazer parte
alimentação, madeira, mobiliário e metalome-
dessa nova empreitada, partilhando seu talen-
cânica. Nesse cenário, os professores Aramis
to e conhecimento na universidade. Entre eles
Estudantes da 1ª turma do curso (1977) em frente ao prédio e, à direita, a nova sala de maquetaria.
SAIBA Confira a reportagem na íntegra em vidauniversitaria.pucpr.br
49
os professores Fernando Fontoura Bini e José
A atual coordenadora do curso de Design
Luiz Casela, atual pró-reitor comunitário da
Gráfico, Luciane Hilu, conta que ao longo
instituição. Eles se tornaram uma grande famí-
desses 40 anos o currículo sofreu grandes
lia, e neste ambiente trocaram ideias, planos
alterações para se manter em sintonia com
e sonhos para edificar o curso de design da
o mercado e a sociedade. Em 1987, o MEC
Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
propôs uma reformulação curricular e, em 1991, o curso foi dividido em Programa-
Construído sobre alicerces sólidos e pragmá-
ção Visual e Projeto do Produto. Em 2010,
ticos, o curso foi crescendo do ponto de vista
foi criado o curso de Design Digital e, em
de seus professores, segundo Casela: “nessa
2012, a Escola de Arquitetura e Design
leitura do que é um bom design e o refino de
ficou completa com o curso de Design
uma prática projetual em sala de aula, grada-
de Moda.
tivamente foi se adotando, além dos valores estéticos, valores funcionais para consolidar resultados com impacto econômico”.
© ARQUIVO PUCPR
© ARQUIVO PUCPR
Formandos de 1979: prof.ª Maria Liane Gabardo Arbigaus e, no centro da foto, de óculos, o professor e pró-reitor comunitário José Casela.
Ao longo desses 40 anos, o currículo do curso de design sofreu grandes alterações para se manter em sintonia com o mercado e a sociedade.
NO YOUTUBE
50
Fique antenado com o que foi destaque com as novidades que circularam no Canal PUCPR
“
PLANETA PUC
O Planeta PUC é uma Feira de Cursos e Profissões que traz uma grande oportunidade para os estudantes que estão concluindo o Ensino Médio tomarem a decisão de que profissão querem seguir.” Prof. Vidal Martins, pró-reitor de graduação, para o Programa Vírgula
© ARQUIVO PUCPR
“
FÓRUM DE CARREIRAS
Não se trata somente do Fórum de Carreiras. Trata-se do fórum da sua vida.” Bel Pesce, empresária e convidada especial do Programa Vírgula
VESTIBULAR 2016
O vídeo da campanha do Vestibular 2016 contou com imagens, sons e histórias que construímos no Canal PUCPR. Ficou real, verdadeiro, único, além da trilha sonora ser inspiradora.
Acesse o Canal PUCPR no YouTube e inscreva-se: www.youtube.com/ canalpucpr.
NA CRISE, TEM EMPRESAS QUE FECHAM BONS NEGÓCIOS E OUTRAS QUE FECHAM O PRÓPRIO NEGÓCIO. QUAL DELAS É A SUA? Nos últimos 43 anos, a OpusMúltipla já ajudou muitas marcas a enfrentar crises, em todos os segmentos: indústria, comércio e serviços. E aprendeu que só com Soluções criativas são a nossa especialidade. Só neste ano, já conseguimos destaques em vários festivais, como Cannes, New York, Clube de Criação Brasil, Globes Awards, Voto Popular e Revista Archive. É o melhor desempenho criativo entre as agências do Sul do país. Mais importante do que isso, somos a agência com os clientes mais satisfeitos, segundo pesquisa bianual realizada pela Diferencial no Paraná e em Santa Catarina. Talvez seja por isso que somos uma das 250 empresas que mais crescem no Brasil.*
Rua Itupava, 362 | Curitiba/PR | Tel.: +55 (41) 3362 .1919 | www.opusmultipla.com.br
* Revista Exame PME 2014.
coragem e criatividade é possível superá-las e sair ainda mais forte.