Revista HMC - abril 2014

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revista

HMC Edição 4 - abril 2014

Há solução para a incontinência urinária Cuide da sua coluna

Envelhecer é um privilégio! Conheça dicas valiosas para chegar à terceira idade com saúde e em plena atividade


Editorial

2014 focado no seu bem-estar Como vocês devem ter acompanhado, caros leitores, em 2013, a revista do Hospital Marcelino Champagnat (HMC) foi totalmente reformulada. Ela passou a chamar-se Revista HMC e investiu no conteúdo com informações sobre bem-estar, com curiosidades e dicas sobre saúde, e novas técnicas e tratamentos em diferentes áreas da Medicina. Neste ano, mantemos nosso objetivo de levar a vocês informações interessantes que podem contribuir para termos uma ótima qualidade de vida. A reportagem de capa desta edição aborda o envelhecimento saudável. Como a expectativa de vida está aumentando no Brasil, é importante saber como cuidar da saúde para envelhecermos bem e aproveitar com disposição a chamada terceira idade. Na editoria Em dia, o assunto é cuidados com a coluna. O texto aborda dicas para cuidar dessa importante peça de sustentação do corpo humano e também novas técnicas cirúrgicas para o tratamento de doenças na região. Cirurgias que causavam medo nos pacientes devido à complexidade foram substituídas por técnicas modernas, menos invasivas. Nossa entrevista da seção Perfil é com a jogadora de basquete curitibana Dalila Bulcão, ex-integrante da Seleção Brasileira de Basquete Feminino, vencedora do Mundial de 94, na Austrália. Ela conta um pouco sobre sua carreira e sobre o projeto de incentivo ao esporte que está desenvolvendo na cidade. Esperamos que vocês tenham gostado das mudanças em nossa publicação e que a cada edição aproveitem os temas que serão abordados.

Boa leitura! Claudio Enrique Lubascher Diretor-geral do Hospital Marcelino Champagnat

expediente A revista hmc é uma publicação do Hospital Marcelino Champagnat, produzida pela Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista. Tiragem: 10 mil exemplares GRUPO MARISTA DIRETOR DA ÁREA DE SAÚDE Álvaro Luis Lopes Quintas

HOSPITAL MARCELINO CHAMPAGNAT

GERENTE ADMINISTRATIVO Cris Adriano Carvalho

DIRETOR-GERAL Claudio Enrique Lubascher

Av. Pres. Affonso Camargo, 1399, Cristo Rei, Curitiba – PR

CHEFE DO CORPO CLÍNICO Ademir Antonio Schuroff

Telefone: (41) 3087-7600

GERENTE MÉDICA E RESPONSÁVEL TÉCNICA Ivana Roseira Gomes

E-mail: contato@hospitalmarcelino. com.br

GERENTE DE QUALIDADE Bianca Piasecki

Site: www.hospitalmarcelino. com.br

GERENTE DE ENFERMAGEM Jhosy Gomes Lopes

2 Revista HMC

Diretoria de Marketing e Comunicação Stephan Younes EDIÇÃO Eduardo Correa (MTB 6037) PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO O2 Design Ilustração de capa Caco Neves

REVISÃO ORTOGRÁFICA Ana Izabel Armstrong Comentários, sugestões e críticas conteudo@grupomarista. org.br


Índice

10 Capa Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, saiba como envelhecer com saúde

6 Em Dia

4 Você sabia?

Mantenha sua coluna saudável

16 Qualidade

18 Perfil

21 Por dentro da técnica

Dalila Bulcão

23 Curtas Revista HMC

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© Divulgação

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Você sabia?

Macacos me mordam! Você sabia que as frutas que ingerimos hoje são muito mais ricas em açúcar e pobres em fibras do que as originais produzidas pela natureza? Para agradar ao paladar dos humanos, que preferem as frutas mais doces e suculentas, cruzamentos genéticos durante anos entre as espécies de frutas foram gerando exemplares mais saborosos, porém nocivos para os animais. Má notícia para nossos primos primatas do zoológico Paignton Zoo, em Devon, na Inglaterra, que tiveram as bananas cortadas da dieta pelo excesso de açúcar. Os nutricionistas do zoológico argumentam que dar aos animais bananas cultivadas para consumo humano equivale a dar-lhes “bolo e chocolate” todo dia, o que prejudica seus dentes, pode causar diabetes, além de problemas gastrointestinais.

O que há na sua comida? Ao comprar alimentos industrializados, os rótulos contêm informações sobre ingredientes e calorias. “Com glúten”, “Livre de gorduras trans”, “Sem conservantes” são inscrições comumente encontradas. Mas será que dá para acreditar nas embalagens? Inspirada pela filha com intolerância a glúten e alérgica a diversos alimentos, a canadense Isabel Hoffmann uniu-se ao cientista Stephen Watson e juntos criaram um dispositivo capaz de detectar ingredientes e calorias de qualquer alimento e enviar essas informações para um aplicativo de smatphone, tablet ou computador. O aparelhinho chamado TellSpec promete dar informações sobre quantidade de açúcar, gorduras, calorias, proteínas e carboidratos, entre vários outros componentes presentes nos alimentos. A estimativa é que esteja no mercado em agosto de 2014.

Anciões produtivos Lentes inteligentes Uma lente de contato capaz de controlar os níveis de açúcar no sangue de pessoas com diabetes já está em fase de testes clínicos e prestes a ser registrada na agência de medicamentos dos Estados Unidos, FDA. A tecnologia, que está sendo desenvolvida pela Google, funciona com um pequeno dispositivo conectado a um detector de glicose em miniatura no material com o qual são feitas as lentes. De acordo com os responsáveis pelo projeto, as lentes medem a taxa de glicose nas lágrimas e, nos protótipos testados, puderam determinar os níveis a cada segundo.

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Um estudo que avaliou 670 mil árvores de 403 espécies ao longo de 80 anos em todos os continentes desmistificou a crença de que as árvores mais velhas contribuiriam menos na luta contra o aquecimento global. Publicado na revista científica britânica Nature, o estudo comprovou que os espécimes mais velhos do grupo são os que crescem mais rápido e consequentemente absorvem mais dióxido de carbono (CO2) do que os mais jovens. Um dos autores do trabalho, Nathan Stephenson, explica que é como se, comparando aos humanos, o crescimento se acelerasse depois da adolescência, em vez de retardar. O CO2 é o principal gás causador do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global. As árvores auxiliam absorvendo o gás da atmosfera e o armazenando em seus galhos e suas folhas.

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O que eu comi ontem? Pesquisadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, vincularam a perda de memória com a ingestão da chamada Junk Food, comida rica em gorduras e açúcar. No estudo, ratos submetidos a uma dieta de açúcar e gorduras apresentaram, apenas seis dias após o início da nova alimentação, sintomas de perda de memória nos testes. Os cientistas observaram que esses animais apresentavam uma inflamação na região do hipocampo, parte do cérebro relacionada à formação e armazenamento da memória e uma das primeiras regiões afetadas pelo mal de Alzheimer. A chefe da pesquisa, Margaret Morris, afirma que ainda é cedo para dizer que há um vínculo causal entre os dois, mas acredita que a inflamação provavelmente é altamente relevante para o declive cognitivo.

Mais motivos para parar Há 50 anos, o governo dos Estados Unidos concluía um relatório histórico e polêmico que comprovava definitivamente a relação do tabagismo com doenças fatais, como o câncer de pulmão. Desde então, a lista de doenças relacionadas ao fumo só aumenta. Em janeiro, um novo relatório considerou que fumar tem relação causa e efeito com câncer de fígado, de cólon, diabetes melito tipo 2, degeneração macular associada à idade, disfunção erétil e artrite reumatoide. Inflamação, perda de visão, prejuízo ao sistema imunológico, risco aumentado de morrer de tuberculose e ter uma gravidez extrauterina também estão no documento. Apesar de algumas dessas doenças serem recorrentes na associação ao fumo, pela primeira vez, há conclusão de que o tabagismo é a causa da doença ou, ainda, caso o paciente não tivesse fumado, a doença não teria aparecido.

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é o número de novos procedimentos que os planos de saúde são obrigados a cobrir a partir deste ano no Brasil. A medida foi anunciada em outubro de 2013 pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A iniciativa vai beneficiar cerca de 42,5 milhões de pessoas que contrataram planos de saúde e assistência médica depois do dia 1o. de janeiro de 1999 e os beneficiários de adaptações à Lei 9.656/98. Quem tem plano odontológico, cerca de 18,7 milhões de consumidores no país, também será beneficiado com a inclusão de procedimentos da área.

Raios UVA e UVB © Shutterstock

A Organização Mundial de Saúde (OMS) interpreta os níveis de radiação solar como: Baixo (0 a 2), Moderado (3 a 5), Alto (6 a 7), Muito Alto (8 a 10) e Extremo (11 a 14). Neste verão, o Paraná registrou índices extremos de raios ultravioleta A e B. Entenda as principais diferenças entre eles: RAIOS UVA

Zzzzzzzzzz Ter uma boa noite de sono é essencial ao organismo. Cada indivíduo tem necessidades diferentes com relação à quantidade de horas que deve dormir para ficar bem, que varia de 5 a 10 horas. E dormir mal não se trata apenas de sentir moleza ao longo do dia. Os malefícios de dormir pouco já somam uma lista cada vez mais crescente de riscos à saúde. As pesquisas relativas ao tema são abundantes e incluem, entre outros males, o aumento de chances de doenças cardíacas e de acidentes vasculares cerebrais, ganho de peso, prejuízos na fertilidade em mulheres e até estímulo ao desenvolvimento de câncer de próstata em homens.

RAIOS UVB

Responsável pelo bronzeado e tam- Responsável pela sensação de ardência, vermelhidão da pele e bém pelo envelhecimento da pele, pode causar flacidez e ressecamen- queimaduras. to, além de induzir o surgimento de manchas e rugas. Atravessam nuvens escuras e vidros.

São refletidos pelas nuvens escuras e não ultrapassam vidros.

Não é bloqueado totalmente por protetores solares.

Estimula a fabricação de vitamina D.

Risco de câncer a longo prazo.

Aumenta o risco de câncer.

Presença constante das 6h às 18h durante o ano todo.

Abundante entre 10h e 16h, com maior incidência no verão.

Médio grau de intensidade.

Alto grau de intensidade.

Penetra profundamente, atingindo a segunda camada da pele, chamada derme.

Penetra superficialmente a pele, na chamada epiderme, a camada que tocamos.

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Mantenha sua coluna saudável

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coluna vertebral, um órgão que sustenta o corpo humano, como qualquer peça, gasta. Normalmente, ao longo da vida, vamos gastar a coluna. Simples assim. Podemos gastar mais rápido ou mais devagar, dependendo do uso adequado ou inadequado dessa peça. Colocar e tirar objetos pesados do porta-malas, levantar galão de água ou pegar objetos pesados no chão são maus hábitos que danificam a coluna. A maioria dos problemas da coluna tem fundamento genético, o desgaste do disco intervertebral, que é progressivo e depende da sua carga genética. Isso é o que basicamente determinará quando a estrutura da coluna fi-

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por Michelle Thomé

cará vulnerável. Aí entra o comportamento. É para quem tem carga genética e estrutura mais vulnerável que levantar o filho do berço e colocar a mala no carro começam a ser um risco para a coluna. Como não sabemos como o órgão vai se comportar, vale a pena cuidar desde a juventude, por volta dos 20 anos. A coluna vertebral tem quatro segmentos: cervical, torácica, lombar e sacra. Durante a infância e o início da idade adulta, o corpo apresenta uma formação óssea mais rápida em comparação à velocidade de absorção. A perda óssea em mulheres acelera no momento em que a produção do estrogênio diminui, usualmente entre 45-55 anos de idade. Da mesma maneira, o homem inicia uma expe-

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EM DIA


riência de perda da massa óssea diante da turais, incluindo osteoartrite facetaria, dediminuição da produção da testosterona ao sidratação dos discos vertebrais e perda do redor dos 45-50 anos. Uma vez que o conalinhamento normal da coluna”, afirma o teúdo mineral declina, gradualmente a denneurocirurgião Luis Alencar Borba. sidade óssea diminui, tornando o conteúdo Portanto, o processo de degeneração da ósseo mais frágil. coluna vertebral é inevitável, mas, na maioria Alguns sinais da degeneração da coluna das pessoas, essa degeneração não comprono adulto caracterizam-se por redução da mete de maneira severa a qualidade de vida. densidade óssea; fratura vertebral mesmo É importante salientar que a coluna diante de um trauma leve; enrijecimento vertebral é diferente em cada pessoa e sua da mobilidade; diminuição da mobilidade saúde relaciona-se intimamente aos hábitos articular dificultando flexão, rotação ou casaudáveis de vida. O esforço físico intenso, minhar; desconforto ou dor após longos peo sedentarismo e a má postura contribuem ríodos em posição sentada ou em pé; dificulpara um desgaste mais precoce. dade ao levantar-se de uma posição sentada “Cuidar da coluna significa atividade fíe levantar objetos pesados; perda da flexibisica regular três vezes por semana e postura lidade e aumento da susceptibilidade a proadequada no dia a dia, seja no trabalho ou blemas dorsais durante períodos de inverno. em casa, protegendo a coluna para não co“A degeneração associada com idade locá-la em risco”. Luiz Roberto Vialle, espeapresenta impacto significativo na biomecâcialista em cirurgia da coluna vertebral, tem nica da coluna vertebral. A coluna vertebral dicas bem práticas: “Não dobre a coluna ao em pessoas jovens apresenta uma maior flelevantar peso. Se for absolutamente necessáxibilidade e exibe uma significativa rio, dobre os joelhos. Para isso, tem variação na mobilidade se comque ter força nas pernas e aí entra parada às pessoas da terceira o fortalecimento. Fazer flexão idade. Isso ocorre devido ao na coluna e colocar peso nos Prevenção: acúmulo de mudanças estrubraços é perigoso”.

“Cuidar da coluna significa atividade física regular três vezes por semana e postura ade­ quada no dia a dia, seja no trabalho ou em casa, protegendo a coluna para não colocá-la em risco.” Luiz Roberto Vialle

© Julio Covello

a regra de ouro é não dobrar a coluna ao levantar peso.

Luiz Roberto Vialle, especialista em cirurgia da coluna vertebral

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EM DIA

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Alerta para estas doenças na terceira idade

Os principais problemas que afetam a coluna vertebral na terceira idade são: osteoporose, doença discal degenerativa, osteoartrite e estenose do canal espinhal. Osteoporose: caracteriza-se pela redução da massa e deterioração dos tecidos ósseos. Conhecida como “ladrão silencioso”, a osteoporose progride na maioria das vezes sem sintomas até a ocorrência de fratura. Geralmente ocorre em estruturas ósseas de sustentação, como quadril e coluna vertebral, podendo afetar qualquer osso do corpo. Com a osteoporose, os ossos tornam-se porosos e suscetíveis à fratura. “A coluna vertebral é particularmente vulnerável e as fraturas vertebrais em compressão são comuns em pacientes com osteoporose severa”, explica o neurocirurgião Luis Alencar Borba. Doença discal degenerativa: a coluna vertebral consiste de ossos (vértebras) e discos (estruturas cartilaginosas e esponjosas localizadas entre as vértebras) que atuam como coxins. Ao nascimento, os discos são constituídos principalmente por mo-

“A cirurgia não é algo banal e, mesmo sendo simples, tem que ser muito bem ponderada”. Ricardo Munhoz da Rocha

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léculas de água. Durante a juventude e início da idade adulta, a flexão e a mobilização da coluna mantêm as moléculas de água em movimento através dos discos, promovendo a nutrição e removendo resíduos. Esse processo possibilita que os discos permaneçam saudáveis, flexíveis e fortalecidos. Borba explica que, conforme o envelhecimento, os discos intervertebrais gradualmente tornam-se mais fibrosos e inflexíveis, afetando dessa maneira a habilidade de transferência do processo das moléculas de água. Progressivamente ocorre a desidratação discal e a perda da qualidade de absorção de choque durante os movimentos. O sintoma mais comum e precoce relacionado à doença discal degenerativa é dor lombar com irradiação para quadril e região superior das pernas. Osteoartrite: é a forma mais comum de artrite, localizada na maioria das vezes em articulações de sustentação. Osteoartrite da coluna vertebral afeta as articulações facetárias que possibilitam a flexão e a rotação. “A deterioração das articulações facetárias promove um quadro inflamatório nas cartilagens ou fraturas das superfícies articulares. Vértebras iniciam um processo de atrito e as estruturas adjacentes, como nervos e tecidos, tornam-se inflamadas, traduzindo-se em sinais e sintomas de mobilidade dolorosa”, explica o neurocirurgião. A osteoartrite pode induzir a formação de osteofitos (bicos de papagaio), podendo provocar o estreitamento do espaço discal e o colapso discal afetado. Estenose do canal vertebral: é o estreitamento de uma ou mais áreas da coluna, na maioria das vezes, localizada na região lombar baixa. Esse estreitamento pode provocar pressão na medula espinhal e nervos que se ramificam das áreas comprimidas, levando a sintomas como dor ou adormecimento das pernas, dorso, pescoço, ombros ou braços; perda de sensibilidade nas extremidades e, às vezes, problemas como disfunção urinária, conforme a região de estreitamento do canal vertebral.

Então, devemos evitar levantar peso com a coluna dobrada. “A coluna é uma estrutura que podemos dizer que é um amortecedor. A partir dos 20 anos, ao pressionar os discos, abaixando a coluna para a frente para levantar peso, há a pressão. O esforço pode causar uma hérnia de disco”, alerta Vialle. É a dor constante que leva o paciente ao consultório. “Posso afirmar que 80% dos pacientes que vêm ao meu consultório têm desgaste natural. Muitos problemas da coluna podem ser tratados por alongamentos. Os que não melhoram é que são casos cirúrgicos”, conta Vialle. A prática de caminhadas, a adoção de postura correta, exercícios físicos de alongamento e outras atividades esportivas são medidas de prevenção de osteoporose e dores nas costas. Realizadas de forma regular, as atividades físicas, além de ajudar na

redução da obesidade, promovem tensões mecânicas dinâmicas nos músculos e ossos, estimulando a reabsorção do cálcio no tecido ósseo, tornando os ossos resistentes e fortalecendo músculos e ligamentos. Exercícios aeróbicos e de fortalecimento das musculaturas abdominal e paravertebral são eficazes, uma vez que uma musculatura abdominal fortalecida protege a região lombar de outras atividades perigosas. “O desequilíbrio entre a força das musculaturas dorsal e abdominal pode eventualmente provocar um desvio pélvico, alterando a curvatura da coluna lombar e sobrecarregando o disco vertebral”, alerta Borba. Para pessoas na terceira idade, as práticas esportivas mais indicadas são hidroginástica e natação, uma vez que evitam movimentos agressivos e de impacto.


“Temos que estar alertas às bandeiras vermelhas. Quase todo tratamento de coluna é sintomático.” RICARDO MUNHOZ DA ROCHA

Isso quer dizer que, muitas vezes, a dor passa se o estilo de vida for revisto. “Só que muita gente prefere operar a alterar o estilo de vida”, alerta o neurocirurgião especialista em coluna Ricardo Munhoz da Rocha, que complementa: “A cirurgia não é algo banal e, mesmo sendo simples, tem que ser muito bem ponderada”. Uma cirurgia comum é para hérnia de disco e, na maioria das vezes, a cirurgia é simples, sem parafusos, metais e implantes. O paciente tem que estar atento às opções de tratamentos. E como identificar se está na hora de procurar um especialista em coluna? “Temos que estar alertas às bandeiras vermelhas. Quase todo tratamento de coluna é sintomático”, afirma Munhoz da Rocha, que enumera os principais pontos: • Temos problemas sérios na coluna quando a dor é de moderada a forte e persistente durante duas semanas. • Pacientes com mais de 65 anos com dor têm que procurar especialista. • Atenção se há febre, formigamento, dificuldade para urinar junto com a dor ou amortecimento na região do períneo. • Quando a dor muda de padrão, costuma chamar a atenção e é aconselhável procurar o especialista. Os casos mais comuns de cirurgia são por alterações provocadas por desgastes: as lombalgias e as hérnias de disco. As técnicas minimamente invasivas para coluna são:

para saber Sociedade Brasileira de Coluna www.coluna.com.br

• Técnica endoscópica para retirada de hérnia de disco lombar: indicada para as hérnias que estão situadas mais lateralmente no canal vertebral. Rápida, segura e com uma incisão de pele de mais ou menos 2 cm. • X-Lif: colocação de cages (gaiolas) para substituir um disco intervertebral degenerado na coluna por mini-incisão lateral. • Vertebroplastia ou cifoplastia: indicada para tratamento de fraturas de coluna sem melhora no tratamento conservador por mais de três meses. Realizada por agulhas percutâneas com as quais se coloca cimento ósseo na vértebra (vertebroplastia) ou um balão para restituir a altura da vértebra (cifoplastia). • Próteses discais assistidas por vídeo: colocação de próteses no lugar dos discos intervertebrais por mini-incisões assistidas por vídeo. • Viper: colocações de parafusos percutâneos por mini-incisões de 1,5 cm cada. • Idet: colocação de um fio percutâneo no disco intervertebral para tratar as fissuras.

O ortopedista Ubirajara Bley Filho avalia que as técnicas minimamente invasivas são o futuro da cirurgia de coluna, pois o paciente ganha tempo cirúrgico, menor risco de infecção cirúrgica e estética (cicatrizes muito enores) e menor trauma cirúrgico com menor tempo de internação hospitalar e a reabilitação muito mais rápida. “Além disso, são técnicas muitas vezes indolores e com menor uso de analgésicos”, explica.

O empresário Renato Valente, de 49 anos, fez, em 2011, uma cirurgia de hérnia de disco (L5 S1) e conta a sua história. COMO O PROBLEMA AFETAVA VOCÊ ANTES DA CIRURGIA? Na semana que antecedeu a cirurgia, fiquei de cama, não conseguia levantar nem para ir ao banheiro. Para ir ao hospital, saí de casa rastejando. Nos meses anteriores, quando estava em crise, tomava muitos remédios para dor, não conseguia dirigir, tinha a locomoção muito dificultada, passando os dias com muita irritação, devido à perda de mobilidade e à incapacidade de realizar tarefas básicas do dia a dia. Como foi a sua percepção da cirurgia? Muito tranquila, fui surpreendido com a melhora imediata, pois fui para o centro cirúrgico às 7h da manhã e à noite estava conseguindo andar no quarto e ir ao banheiro sozinho. Como está sua vida após a cirurgia? Ainda sinto algum desconforto, mas nada parecido com o que era antes. Consigo nadar, correr e sei que posso melhorar muito mais se seguir as orientações de perder peso e reforçar as musculaturas das regiões lombar e abdominal.

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CAPA

Envelhecer é um

privilégio!

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 7,4% da população brasileira hoje é composta por pessoas acima dos 65 anos, o que representa 14,9 milhões de cidadãos idosos. Os indicadores mostram que esse número só tende a aumentar. Estima-se que, em 2060, os idosos no Brasil chegarão aos 58,4 milhões, ou 26,7% do total da população. Os brasileiros estão tendo o privilégio de viver mais, mas será que é o suficiente? Aprenda como é possível viver mais e melhor com dicas de especialistas sobre o assunto e com aqueles que realmente chegaram lá. por Karen Fukushima

Se a cada manhã surge um novo arrebol E após temporais o sol volta a brilhar, Destino é compor sempre um novo horizonte. Ser feliz é buscar, compreender, esperar, Pulsar irmandade, encantar-se do simples, Mergulhar na esperança, embeber-se da essência. Ao traçar o caminho, lança nele sonho, Vive o eterno e o presente na hora que passa, Faz da tua estrela um supremo legado de auroras!

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O

poema ao lado, que diz muito sobre a filosofia de vida da autora, foi a mensagem de ano novo postada no site do Centro Paranaense Feminino de Cultura por sua presidente, que também é a primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Paranaense de Letras: Chloris Casagrande Justen, uma simpática e determinada senhora de 90 anos, que decidiu não parar no tempo e fez dele seu aliado precioso. Toda sexta-feira, a família reúne-se para almoçar em torno de uma grande mesa no apartamento de Chloris. “Eu tenho nove netos e oito bisnetos e todos se reúnem toda semana comigo. Eles se divertem muito, porque brincam, lembram das coisas que fizeram, discutem política, leis. Os bisnetos também se acostumaram e tem uma mesa só para os menores”, explica. E essa força familiar também é citada por outro grande personagem curitibano: Saul Raiz. “Tenho uma vida familiar muito saudável. Sou casado há 60 anos e vou festejar agora em abril. Meu aniversário, em janeiro, passei com toda a família em São Paulo, porque aqui só mora minha esposa e eu. Todos os outros estão em São Paulo e a minha filha mais nova, casada com um americano, tem um filho e mora em Nova Iorque”. Filho de poloneses, começou trabalhando como carregador de móveis da loja de seu pai no centro, passou para auxiliar de topógrafo da Prefeitura de Curitiba aos 18 anos, formou-se engenheiro e, antes dos 30, já era diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagens do Paraná (DER-PR). Quinze anos depois, era eleito prefeito de Curitiba. Hoje, com 84 anos, acumula cargos de gestão em três empresas diferentes. CAMINHO NATURAL A realidade de Chloris e Saul tende a tornar-se cada vez mais presente. Dados do Ministério do Trabalho e Renda, por meio do Cadastro Geral dos Empregados (CAGED), apontam que o número de pessoas com mais de 65 anos que continuam trabalhando aumentou 85,7% de 2008 para 2012. Talvez ainda seja difícil imaginar septuagenários, octogenários e nonagenários em plena atividade, quando a visão que se tem dos mais velhos também está envelhecida. Para o geriatra e professor do curso de Medicina da PUCPR José Mário Tupiná Machado, a sociedade ainda não está pronta para conviver com os idosos porque não entende como uma pessoa chega aos 100 anos de vida lúcida, ativa, participativa e exercendo os direitos de cidadã. “Ninguém quer envelhecer, o que é um paradoxo. O grau de dependência, a falta de autonomia que é retratada mostra que a velhice só tem perda, só tem aspectos negativos. Mas tenho uma frase que eu digo sempre: Envelhecer é um privilégio! Somente o velho pode dizer que viveu todas as fases da vida”. Além de conviver com essa realidade, Tupiná Machado tem um exemplo muito próximo. Sua mãe, de 94 anos, mora sozinha, é totalmente independente, lúcida e orgulhosa. Não gosta de ser tratada de outra forma.

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CAPA

Em dezembro de 2013, o IBGE divulgou a nova expectativa de vida dos brasileiros ao nascer. Para ambos os sexos, passou de 74,1 em 2011 para 74,6 anos em 2012, com um acréscimo de cinco meses e 12 dias. Se comparada há dez anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de três anos. Em 2002, era de 71 anos. INVESTINDO HOJE PARA ESTAR BEM AMANHÃ Para o também geriatra e entusiasta de grandes projetos em prol dos mais velhos, Gilmar Calixto, ter uma velhice saudável Produto nutricional com depende muito das escolhas conscientes de cada indivíduo. valor terapêutico, como “Quando você escolhe não fumar, dormir bem, tomar bastante frutas, legumes, vegetais, líquido, comer alimentos nutracêuticos, praticar atividades fícereais, ervas, folhas e raízes sicas, está investindo na sua longevidade. Então depois dos 60 que são benéficos à saúde pode viver mais 30, 40 anos sem estar doente”. e que podem auxiliar na Na mesma linha, Tupiná Machado reforça que “nós somos o cura de doenças. que somos a cada momento da nossa vida em consequência das nossas escolhas. Às vezes, escolhas sutis, porém arrastadas, selam o seu futuro. A partir do momento que eu decido entre caminhar no Barigui ou assistir à televisão no domingo, estou definindo o meu futuro. Se for algo eventual, não tem problema. Mas se todo domingo eu fico assistindo à televisão ou todo domingo vou caminhar no Barigui, aí a diferença é brutal. Eu garanto, elimino ou, no mínimo, minimizo a possibilidade de adoecer. Estou escolhendo entre a senescência e Senescência: a senilidade”.

Nutracêutico:

processo natural e progressivo de envelhecimento. Envelhecimento saudável.

Senilidade:

envelhecimento patológico, causado por doenças ou maus hábitos de vida.

QUANDO A IDADE PESA NO BOLSO Para impedir aumentos sem critérios dos planos de saúde, especialmente para os beneficiários que estão nas últimas faixas etárias, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, responsável por fiscalizar os planos de saúde no Brasil, definiu as faixas de idade para o reajuste e determinou que o preço da última faixa (59 anos ou mais) poderá ser no máximo seis vezes maior do que o preço da faixa inicial (0 a 18 anos). Antes da Lei no. 9.656/98, que regula os planos de saúde no país, havia variação de até 33 vezes entre a primeira e a última faixa etária, além de reajustes anuais após os 70 anos. O teto do reajuste anual determinado pela ANS é aplicável a todos os beneficiários de planos de saúde individuais novos (aqueles contratados a partir de 02/01/1999, quando entrou em vigor a Lei). Já o rea-

Qualquer prática de reajuste aos idosos que não siga os critérios definidos pela ANS deve ser imediatamente encaminhada aos canais de atendimento da Agência: Disque ANS (0800 701-9656), Central de Atendimento ao Consumidor, no portal www.ans.gov.br ou, ainda, presencialmente, em um dos 12 Núcleos da ANS nas principais cidades brasileiras.

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O geriatra é especialista em fazer as pessoas envelhecerem bem, e não especialista em velhos.

José Mário Tupiná Machado juste por faixa etária é definido em contrato pelas operadoras. O cálculo considera o perfil médio de utilização dos serviços de um plano de saúde em cada faixa etária, que naturalmente aumenta com o avanço da idade do beneficiário. O Estatuto do Idoso, publicado em 2004, reforçou a proteção ao idoso, impedindo o aumento por mudança de faixa etária aos consumidores de planos a partir dos 60 anos. PREVENÇÃO É O MELHOR REMÉDIO “O que está acontecendo no mundo todo é uma atenção maior à Geriatria Preventiva. Tratando os fatores de risco, é possível evitar muitas doenças crônicas e prevenir doenças futuras”, explica Calixto. E Tupiná Machado complementa. “O geriatra que atende o adulto não idoso tem como pretensão fazer com que esse adulto viva muito e viva bem, com dignidade, com direito de exercer a cidadania. O geriatra é especialista em fazer as pessoas envelhecerem bem, e não especialista em velhos”. Em agosto de 2011, a ANS publicou a Resolução Normativa 264, que define conceitos e estabelece modelagens de programas de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças. “Percebemos a necessidade de mudar o modelo assistencial vigente, com um cuidado mais acolhedor às necessidades do beneficiário”, explica a gerente de Monitoramento Assistencial da ANS, Kátia Audi. O objetivo desses programas é estimular os hábitos saudáveis de vida e, como consequência, prevenir doenças, reduzir a internação em hospitais, aumentar a conscientização da importância de exames periódicos e de controlar a pressão arterial, entre outros. EU NUNCA IMAGINEI... Há 20 anos trabalhando com idosos, o geriatra Tupiná Machado faz a mesma pergunta a todos os pacientes com mais de 80 anos. Apesar de não ter nada com critério científico, tem uma estatística levantada de forma informal para a pergunta: O(a) senhor(a) está vivendo os seus 80 anos como imaginava que seria? Nunca teve uma resposta diferente desta: “Doutor, eu nunca imaginei chegar aos 80 anos”. “Isso

comprova que os jovens não conseguem se projetar, não conseguem se planejar, porque, em geral, eles não se enxergam velhos. Tanto não se enxergam velhos que não respeitam os velhos. A maior incoerência do ser humano é não respeitar os velhos. Porque, se Deus quiser, você será velho um dia, se tudo der certo. Com base nesse princípio, a gente deveria idolatrar o velho, aprender com o velho para saber o que fazer quando chegar lá. Tem dias que eu saio do consultório com a nítida impressão que deveria ter pago e não recebido pela consulta. A gente aprende muito com os mais velhos”. SEM VÍCIOS “Não fumo, não bebo e não jogo. Mas o que tem a ver não jogar? Você fica sentado muito tempo, em uma tensão nervosa e isso desgasta muito. Então eu digo que também não jogo. Sempre tive uma atividade intelectual intensa, até hoje”, conta Chloris sobre seus hábitos e a possível razão de sua saúde física e mental. Somado a isso, academia com fisioterapia regularmente, massagista uma vez por semana com direito a máscara facial, “porque tem que se cuidar também, né? (risos). A gente tem responsabilidade com a gente mesmo, então a minha saúde depende disso também”. Para Saul, seu ritmo de vida equilibrado faz a diferença. “Faço academia três vezes por semana, jogo tênis aos sábados e domingos. Nada fora da média, nada no excesso. Bebo socialmente, não ponho whisky na boca se não for em uma festa. Sobre a alimentação, sempre comi de tudo, mas nunca com excesso, tudo moderado. No trabalho, sempre foi muito intenso, mas eu não levo trabalho para casa à noite”. O engenheiro enfatiza que viveu longe dos excessos durante toda a sua vida, “a não ser do trabalho”, confessa. E acredita que essa vida saudável que levou durante muito tempo ajudou a superar um dos episódios mais traumáticos de sua sua vida, quando foi baleado durante uma tentativa de assalto. Ainda controla a pressão e o colesterol e faz exames todo ano. “Tenho meu médico do coração, que me controla. Todo ano faço um check-up e verifico como está minha saúde”.

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CAPA

Em agosto de 2013, Saul Raiz foi vítima de um assalto à mão armada. Apesar de sempre defender que não se deve reagir a um assalto, o engenheiro confessa que teve uma reação automática ao sentir a arma contra sua cabeça. Empurrou imediatamente a mão do assaltante e acelerou o carro, que estava estacionado na Rua Visconde de Nácar. Saul estava ali conferindo as obras de um dos prédios da construtora que administra com seu genro. Ao sair com o carro, o assaltante disparou três tiros. Dois o atingiram. “Um furou meu braço e saiu. O outro, que atingiu atrás, quebrou um pouco a omoplata e a bala ainda está aqui, a menos de 1 cm da aorta. Então realmente Deus me deu uma cobertura total”, relembra Saul. Uma semana depois, já estava andando no parque. E ele justifica: “Mas é porque minha formação física é muito boa”. Da experiência, a única variante foi ter trocado o carro comum por um blindado, ainda que à revelia.

© ilustração: Caco Neves, © fotos: João Borges

REINVENTAR SEMPRE Para o médico Tupiná Machado, viver intelectualmente é um remédio, um elixir extremamente interessante. “Deve-se o quanto mais oferecer a si mesmo a possibilidade de entrar em universos diversos do conhecimento e ter oportunidade de interagir em ambientes sociais, familiares, e de trabalho, com assuntos distintos, com áreas do conhecimento distintas, e com informações novas que você possa raciocinar, interpretar, e ser estimulado, sentir-se motivado, enfrentar novas expectativas, novas propostas, novos desafios”. É o que Calixto chama de neuroplasticidade, que é a capacidade do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a níveis estrutural e funcional quando sujeito a novas experiências. Essa característica está na base de formação de memórias, aprendizagem, na adaptação a lesões e a eventos traumáticos ao longo da vida. ESTADO DE GRAÇA O envelhecimento depende basicamente de três fatores: a genética, o estilo de vida e a ambiência. A genética interfere em torno de 30% no envelhecimento e os outros 70% são divididos entre o estilo de vida e a ambiência, que são as condições do ambiente, do meio em que se vive. O geriatra Tupiná Machado explica que a reação que uma pessoa tem de acordo com as circunstâncias é uma opção estritamente pessoal. Por exemplo, se no trânsito alguém xingar você, você tem algumas opções: pode xingar de volta ou simplesmente ignorar. “A situação é a mesma, o ambiente é o mesmo, o momento é o mesmo, o estímulo é o mesmo, mas você pode reagir de forma diferente. E isso é uma opção. Então você pode passar o resto da semana com dor no estômago, com palpitação, irritado, mal

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Viver de bem com a vida influencia diretamente a qualidade do envelhecimento. humorado, porque alguém xingou você. Ou isso pode não ter absolutamente nenhuma influência negativa na sua vida. Até que ponto isso influencia a saúde? É decisivo”, argumenta Tupiná. Viver de bem com a vida influencia diretamente a qualidade do envelhecimento. Um estudo recente, publicado no periódico científico da Associação Médica Canadense, indica que idosos mais felizes conseguem desacelerar os sintomas do envelhecimento em comparação aos que são insatisfeitos com a vida. Os cientistas acompanharam mais de três mil pessoas na Inglaterra, com idade mínima de 60 anos, por oito anos. “Há quem diga assim: quando eu levanto de manhã, tenho a opção de escolher: vou ser ser

feliz ou vou ser triste? Acredito nisso. É a sua opção. Evidentemente que as circunstâncias vão fazendo parte do seu desenho, mas muito depende de você. A reação que você terá de acordo com as circunstâncias é uma opção sua”, enfatiza Tupiná Machado, que dá exemplo de um paciente bem humorado, para quem sempre repete a mesma pergunta: – Como é que o senhor está? – Ah, doutor, estou daquele jeito, né? Já falei pro senhor como é que eu faço. – Não, não sei. – Faço assim, doutor: acordo, pego o jornal e abro no Obituário. Se meu nome não tiver ali, levanto (risos). Eu estou vivendo de lucro, doutor: tenho 96 anos.

HD CHEIO Contrariando parte da comunidade médica que defende a ideia de que as conexões cerebrais são prejudicadas com o avançar da idade, uma nova pesquisa baseada em testes de computador sugere que o cérebro dos idosos é mais lento por causa do excesso de informação acumulado ao longo dos anos. O estudo realizado na Universidade de Tübingen, na Alemanha, foi publicado no periódico científico Journal of Topics in Congnitive Science. Para os cientistas, o cérebro dos mais velhos funciona como se fosse um “disco rígido de computador” que, repleto de dados, demora mais tempo para acessar suas informações. A tese foi comprovada da seguinte forma: a equipe programou um computador para “processar” uma grande quantidade de dados e sua performance nos testes cognitivos assemelhou-se à de um adulto. Mas à medida que o computador foi exposto a novas palavras e comandos, sua performance se assemelhou à de um homem mais velho. A conclusão foi de que a maior lentidão da máquina não estava associada a uma eventual redução de sua capacidade de processamento, porque continuava o mesmo processador. Mas, com mais dados acumulados, o banco de dados do computador foi aumentado, obrigando-o a processar mais dados, o que, consequentemente, leva mais tempo. “Os cérebros das pessoas mais velhas não ficam mais fracos. Pelo contrário, eles simplesmente sabem mais”, afirmou Michael Ramscar, responsável pelo estudo.

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QUALIDADE

Redução

de riscos Saiba quais são os padrões que estão sendo adotados por hospitais brasileiros para reduzir riscos e salvar vidas

© João Borges

Passou a valer em 2014 uma Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que institui ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde, regras que devem ser seguidas por todos os hospitais brasileiros. As instituições de referência no Brasil já adotam metas internacionais de segurança do paciente. O que muda, a partir de agora, é que seguir esses padrões passa a ser obrigatório e não mais uma opção. A primeira medida adotada pelos estabelecimentos foi a criação de um Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), responsável pela gestão dos riscos, pela disseminação dos procedimen-

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tos a todos os profissionais da instituição, pelo monitoramento do cumprimento da Resolução e pela promoção da melhoria contínua dos processos. Também é responsabilidade do NSP de cada hospital notificar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária de qualquer evento adverso ocorrido durante a prestação do serviço de saúde. Ou seja, qualquer situação que represente um dano à saúde do paciente deve ser comunicada. Essas notificações serão utilizadas como alerta e referência às equipes, inclusive de outros hospitais, para que ocorrências semelhantes possam ser evitadas.

Padrões internacionais aumentam a segurança do paciente.


Plano de Segurança e do NSP é elaborar o ntemplar: Outra responsabilidad de Saúde, que deve co do Paciente em Serviço liação, monitoramento identificação, análise, ava forma sistemática; de e comunicação de riscos processos integração dos diferentes o; risc de de gestão olos estabelecidos implementação de protoc de; pelo Ministério da Saú identificação do paciente; higiene das mãos; segurança cirúrgica; ção , no uso e na administra segurança na prescrição ntes; one mp oco hem e gue de medicamentos, san ipamentos e materiais; segurança no uso de equ teses; do do uso de órteses e pró manter registro adequa pacientes; prevenção de quedas dos pressão; prevenção de úlceras por danos adversos, incluindo prevenção e controle de à assistência à saúde; as infecções relacionadas nutricionais; segurança nas terapias re os comunicação efetiva ent l; pita hos do ais profission do paciente estímulo à participação ncia prestada; istê ass e dos familiares na

© Shutterstock

promoção do ambiente

seguro.

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© Julio Covello

Dalila Bulcão

Uma atleta social por Michelle Thomé

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Perfil > Você participa do projeto do Novo Basquete Curitiba (NBC), agremiação formada por atletas e treinadores. Como está sendo essa experiência? É um projeto para alavancar o basquete em Curitiba com o incentivo do esporte para as crianças. Queremos no futuro formar uma equipe para disputar a liga nacional. Temos escolinhas por toda a cidade e queremos incentivar as novas gerações a perceber que há possibilidade de carreira no basquete. As aulas de basquete acontecem nas administrações regionais de Santa Felicidade, Portão, Boa Vista, Bairro Novo e Boqueirão. Meu foco dentro desse projeto é trabalhar as categorias de base nas regionais da cidade. Tive o papel de relações públicas no entrosamento dos técnicos e clubes no início. Agora meu papel é trabalhar com as categorias de base nas regionais de Curitiba, tendo o NBC como espelho para nossas crianças. Fizemos clínicas de basquetebol, reunindo todas as crianças, oportunidades em que os jogadores do NBC interagiam com nossos alunos, ensinando os fundamentos básicos da modalidade. > Como percebe sua influência na relação das crianças com o esporte? Estou fazendo as crianças gostarem do basquete. Trabalhar com a iniciação delas é o de que mais gosto. O esporte é uma oportunidade de vida. Vejo que, no passado, foi mais fácil para mim ter este entrosamento. Hoje, as escolas particulares quase não oferecem mais bolsa de estudos. Se o esporte fosse obrigatório no contraturno, a criança poderia gostar mais, ser mais autoconfiante. Acho que falta incentivo. Os projetos precisam ir à escola para ficarem mais próximos das crianças. Na minha época foi mais fácil, havia mais patrocínio para o esporte. > Como vê a prática do esporte nas escolas brasileiras? Esporte e educação precisam caminhar lado a lado. O esporte é uma oportunidade de vida,

ajuda a desenvolver cultura, cidadania, comportamento pessoal e relacionamento interpessoal. Olhe, ficar batendo bola na hora do recreio não é esporte. As escolas precisam ficar mais focadas no desenvolvimento de atletas. Acho que as crianças precisam ser mais expostas ao esporte. Se levarmos o basquete para o meio delas, vai passar a ser parte da rotina e não uma atividade que demanda ir a outro lugar, algo que dá trabalho aos pais. Tento colocar na cabeça das crianças que convivem comigo que não podemos desistir do que queremos e que devemos sempre estudar. Dificuldades aparecem e pessoas que nos ajudam também. Escola e esporte precisam estar sempre juntos. > ALGUMA EXPERIÊNCIA COM ALUNO MARCOU VOCÊ? Tive um aluno muito talentoso, o Saulo Garcia, na Vila Torres, que treinava diariamente, tinha disciplina e foi jogar na Seleção Paranaense. Foi uma satisfação enorme acompanhar o crescimento dele e os resultados. Percebo que o diferencial dele, que morava em uma área de pobreza, era ter a família perto sempre. A família dá a sustentação para que o atleta possa dedicar-se ao esporte. Mas, infelizmente, o Saulo teve que parar de jogar para se dedicar integralmente ao trabalho. > De onde veio seu interesse pelo basquete? Somos cinco irmãos, e meu irmão Rodrigo, quatro anos mais velho, jogava basquete nas seleções paranaense e brasileira e me inspirou a treinar. O Rodrigo abriu meus caminhos. Também tive influência do meu pai. Agrônomo, ele tinha uma fazenda no Guatupê (onde hoje é a fábrica da Renault) com um campo de futebol oficial. Todo fim de semana, o campo estava lotado. Então convivi com o esporte a infância toda. Meu pai, João Fortunato, também era atleta. Foi goleiro e presidente do Clube Atlético Paranaense. Até meus 15 anos, vivi nessa fazenda, cercada da natureza e do esporte.

A curitibana Dalila Bulcão tem 1,85 m de coração e coragem. Aos 43 anos, Dali, como é chamada pelos amigos, está prestes a comemorar os 20 anos da vitória da Seleção Brasileira Feminina de Basquete no Mundial da Austrália. É apaixonada pelo basquete e pelo contato diário com as crianças carentes que são suas alunas de basquete nas regionais da Prefeitura de Curitiba. Nosso papo com a atleta teve como cenário os brinquedos das crianças da colônia de férias organizada no Parque Barigui. Funcionária da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude, Dalila estava bem à vontade em meio às crianças e à bola de basquete. Revista HMC

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Perfil > Como foi sua trajetória esportiva? Comecei a treinar aos 14 anos na Praça Oswaldo Cruz com o professor Xexéu. Na época, ele fazia o mesmo que hoje faço na Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude: inspirar crianças a se desenvolverem com a ajuda do esporte. Depois de um período na praça, fui treinar no Clube Curitibano e no antigo Cefet. Foi aos 15 anos que entrei na Seleção Paranaense e aos 17 na categoria juvenil da Pirelli, minha primeira experiência fora de casa. A mudança para São Paulo aconteceu no segundo convite do clube. Da primeira vez que fui chamada, meus pais me acharam nova demais para morar sozinha. Tive sorte, tive pessoas queridas que me abraçaram, uma tia que cuidava de mim. Foi bem tranquilo, uma fase de amadurecimento.

> A experiência na Austrália em 94 merece um parágrafo de destaque em sua história? E como! Foi a única vez que a Seleção Brasileira Feminina foi campeã do mundo. Eu era pivô e de todas era a mais baixa. Sabe, sou uma mulher de sorte, tive muitas oportunidades. A conquista do título do Mundial trouxe dias de glória aos 23 anos. O time foi capa de jornais, fomos visitar o presidente da República, fui Bicho do Paraná. Realmente curti esses dias de fama.

> E a ida aos Estados Unidos? No período em que eu estava em São Paulo, meu irmão estava nos EUA e convenceu um técnico a me chamar para fazer um teste sem compromisso. Minha técnica foi elogiada e recebi uma bolsa de estudos de cinco anos na Universidade do Texas. Fui com a cara e a coragem e tive uma experiência fantástica, muito produtiva para minha técnica e a formação de caráter. Dedicação foi fundamental. Por cinco anos, joguei pela West Texas A&M University de Canyon, Texas, ganhando 100% de bolsa de estudos, moradia e alimentação. Minha vida nos EUA era comer, dormir, treinar e estudar. Eu morava no câmpus. Tive resultado dessa dedicação com muitas vitórias em quadra, ajudando o time da universidade texana a ganhar os campeonatos locais. Em paralelo aos treinos, formei-me em Zootecnia lá nos EUA.

> E a vida pós-conquista do Mundial? Depois do Mundial, fui jogar em Guarulhos e decidi mudar o rumo da vida. Tinha 25 anos e queria experimentar algo além do esporte. Então comecei a trabalhar em escolas de Curitiba como técnica de basquete, professora de Educação Física e de Língua Inglesa. Os anos se passaram e voltei a querer trabalhar com Zootecnia, mas lá nos EUA. Descobri que estava grávida e decidi ficar no Brasil. Maria Eduarda nasceu e voltei a me dedicar ao esporte. Com 30 anos, passei a fazer parte do time Master do Clube Curitibano e, desde então, todo ano participo de pelo menos dois campeonatos significativos: um nacional e outro internacional (Pan-Americano ou Mundial). Então viajo muito e conheço vários países. A Duda, que hoje tem 11 anos, viaja comigo sempre que pode.

> Como foi seu retorno ao Brasil? A volta ao Brasil deu-se pela convocação para a Seleção Brasileira, graças à performance que tive durante os jogos nos EUA. Fui convocada por minha boa estatística no campeonato universitário. Meu pai era meu maior fã e enviava as reportagens dos jornais texanos com todas as estatísticas possíveis de cada partida para o presidente da Federação Paranaense da época,

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© Julio Covello

> Zootecnia? Sim, foi influência da história da família. Achei que voltaria para o Brasil para trabalhar em fazendas, como meu pai. Só que isso não aconteceu. Não contratam mulheres para gerenciar fazendas no Brasil. Hoje, pensando bem, acho que deveria ter feito formação em Educação Física, mas na época Zootecnia fazia sentido.

o Fernando Sanches. Foi graças a eles que fui convocada para aquela seleção de 1994. Meu pai era meu Relações Públicas informal. Voltei de mala e cuia em 1994 para a concentração em São Roque. Na sequência, veio a campanha no Nordeste contra Cuba. Depois Austrália.


POR DENTRO DA TÉCNICA

Incontinência urinária sob controle por Michelle Thomé

© Shutterstock

A

incontinência urinária causa impacto significativo na qualidade de vida, mas muita gente convive com a doença sem procurar a solução. A Sociedade Internacional de Continência define-a como qualquer perda involuntária de urina, ou seja, o comportamento esperado é que tenhamos domínio de nossa continência, mas, quando isso não ocorre, temos um problema. E, ao contrário do que se ouve por aí, não é um problema exclusivo de mulheres após a menopausa. Homens e mulheres de diferentes faixas etárias têm o risco de apresentar perda de urina. A boa notícia é que há tratamentos clínico e cirúrgico. Devido ao comprometimento social envolvido, muitas pessoas retardam sua busca por orientação e atrasam o tratamento. De acordo com os médicos ouvidos nesta reportagem, os pacientes chegam ao consultório falando desse assunto, na maioria das vezes, contando algum episódio constrangedor associado à perda de urina em público, por exemplo. Quando a bexiga está muito cheia, pelo fato da uretra ser curta, pode acontecer o escape ocasional. Porém, passa a ser um problema quando é frequente e há constrangimento social. Há vários tipos de incontinência urinária e essa definição é um aspecto técnico relevante para a escolha do tratamento. Algumas pessoas contam que a perda de urina ocorre exclusivamente quando fazem um esforço. Outras relatam um desejo muito forte de urinar, sem tempo de chegar ao banheiro

(uma condição chamada de bexiga hiperativa). Portanto, há duas possibilidades mais frequentes de perda de urina: por esforço ou por urgência. “E há pacientes que relatam a associação entre perdas aos esforços e sintomas como a urgência miccional”, conta o urologista Rogério de Fraga. A incontinência urinária também pode ocorrer em pacientes com doenças neurológicas, como acidente vascular encefálico, doença de Parkinson, entre outras. A incontinência urinária feminina é mais frequente na pré e na menopausa, devido à alteração hormonal. E não está somente relacionada com número de partos, como se dizia no passado. “O número de partos não é significativo e, sim, o déficit de colágeno na mucosa vaginal e a predisposição genética”, explica o ginecologista Rodrigo Berger. Nas mulheres, a incontinência urinária relacionada ao esforço por hipermobilidade da uretra ou defeito do esfíncter da uretra ocorre principalmente na menopausa ou após a menopausa, mas também atinge mulheres jovens. “Ouço relatos de jovens que nunca fizeram atividades físicas e, ao come-

Como distinguir o tipo de incontinência urinária? De urgência: relacionada a sintoma de vontade forte de urinar e não dá tempo de chegar ao banheiro. Por esforço: quando algum esforço do corpo leva à perda de urina. Pode ser uma gargalhada ou um espirro, por exemplo.

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POR DENTRO DA TÉCNICA

“[...] Hoje em dia as cirurgias de alças (ou sling) são as mais comuns por serem rápidas, simples e de excelentes resultados.”

O que é bexiga caída?

© Divulgação

Rodrigo Berger, ginecologista

Incontinência masculina çarem a pular na academia, por exemplo, A incontinência urinária nos homens geperdem urina”, conta o ginecologista. Ou ralmente acontece em associação a outros seja, o sedentarismo está relacionado à perda problemas de saúde. “Há indivíduos com de urina por esforço. doenças neurológicas que afetam o controle Quando a mulher tem queixa de perda urinário. Nesse caso, a abordagem de ambos de urina e não está na menopausa, é precios problemas deve ser realizada. Ao so olhar os sintomas com atenção. É contrário da mulher, que tem a relevante enfatizar que há tratauretra curta e com a idade vai mentos clínicos tão eficazes perdendo a capacidade de quanto tratamentos cirúrfechá-la, nos homens há o gicos. Mas, se o caso for aumento da próstata caucirúrgico, primeiro, é sando obstrução e difinecessário identificar a É um tipo de incontinência culdade para urinar”, causa, se a incontinênexplica Fraga. Alguns cia é por defeito anaurinária e está ligada à sintomas relatados petômico ou funcional. hipermobilidade da uretra los homens têm relação Após esse diagnóstico, – quando a uretra se com a resposta da bexiga escolhe-se a técnica cia esse problema. Mas a rúrgica mais indicada. movimenta muito. causa mais frequente é seSegundo Berger, hoje em cundária a tratamentos para dia as cirurgias de alças (ou câncer de próstata, uma vez que sling) são as mais comuns por a manipulação da região da uretra serem rápidas, simples e de excepara a remoção da próstata pode provocar lentes resultados. “O ponto-chave é tratar alterações temporárias ou permanentes no o grau de aborrecimento da paciente com o controle da micção. problema”, ressalta. O raciocínio de tratamentos para os hoAs cirurgias de alça sling, de acordo com mens é semelhante ao das mulheres: medio ginecologista, têm pós-operatório tranquilo cações, fisioterapia e cirurgias. E o tratamene a maioria das pacientes fica muita satisfeita. to depende da causa. Quando está associada São 15 dias sem fazer esforço físico, retornanaos esforços, a cirurgia sling ou a reconstrudo ao trabalho após esse período. ção artificial do sistema esfincteriano podem ser indicadas para proporcionar o controle da incontinência. Quando a causa é neurológica ou devido à bexiga hiperativa, há medicações e técnicas de fisioterapia, aplicação de toxina botulínica na bexiga e a neuromodulação sacral, que consiste no implante de um dispositivo que se assemelha a um pequeno marcapasso e auxilia no controle neurológico da bexiga. “Todos esses procedimentos têm média de um dia de internação e os resultados são confirmados pela literatura científica”, tranquiliza Fraga. A prevenção desse problema pode ser feita com atividade física regular, com consciência da musculatura da cintura pélvica durante o exercício. A incontinência urinária é, sem dúvida, um problema de saúde pública, por sua incidência e impacto na qualidade de vida. Como ainda há desconhecimento de diagnóstico e tratamento, uma vez que muitas pessoas a consideram como normal, a busca por orientação e por avaliações especializadas podem adequar o tratamento às expectativas de cada um.

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CURTAS

© Júlio Covello

Cirurgia inédita no sul do Brasil A equipe de Cardiologia do Hospital Marcelino Champagnat realizou cirurgia de implante de coração artificial definitivo, inédita no sul do país. A técnica inovadora foi aplicada em um paciente de 69 anos que aguardava transplante cardíaco há um ano. Em condições gravíssimas de saúde, o paciente teve nessa cirurgia a última alternativa para sobreviver. A operação foi considerada um sucesso pela equipe responsável pelos acompanhamentos clínico e cirúrgico. Integram a equipe médica responsável pela cirurgia os cardiologistas Lidia Zytynski Moura, Andre Bernardi e Aline Moraes, os intensivistas Jarbas da Silva Motta Junior e Bruna Martins Dzivielevski, o ecocardiografista Gustavo Blume, o anestesista Felipe Penner Falcão e o cirurgião cardíaco Luiz César Guarita Souza. Visita vice-cônsules EUA

Happy Friday Partners Em fevereiro, o Hospital Marcelino Champagnat promoveu o evento Happy Friday, que reuniu médicos em um almoço no Restaurante Giardino. Esse foi o primeiro encontro de 2014 do Programa Partners. Até o final do ano, outros eventos mensais estão programados. Abrangendo 100% dos médicos credenciados ao HMC, as iniciativas do Partners enfatizam a relação de parceria que deve haver entre médico e hospital e reforça a essencialidade dessa relação para o desenvolvimento de ambos. A estratégia do Programa venceu o Top de Marketing 2013 promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-PR).

© João Borges

O Hospital Marcelino Champagnat recebeu em fevereiro a visita dos vice-cônsules dos Estados Unidos. Recebidos pela equipe do Hospital, os vice-cônsules assistiram a uma apresentação sobre a estrutura da instituição e puderam conhecer mais sobre os serviços oferecidos. Os representantes do Consulado dos EUA querem firmar parcerias para garantir o atendimento dos turistas estadunidenses que visitarem Curitiba em função da Copa do Mundo FIFA de 2014. Na foto da esquerda para a direita: Mariana Reis (Gerente de Enfermagem), Claudio Lubascher (Diretor), Devin Kennington (Vice-Cônsul dos EUA), Ivana Roseira (Gerente Médica) e Thomas Bollati (Vice-Cônsul dos EUA).

Música no HMC Dentro do projeto “Som que Mobiliza”, parceria do Hospital Marcelino Champagnat e da Rádio Lumen FM, todas as segundas-feiras estão programadas apresentações musicais no hall principal e nos andares do HMC. Pacientes, familiares e colaboradores podem aproveitar um repertório musical ao vivo com jazz, bossa nova, músicas brasileira e internacional.

Ainda dentro dessa proposta de humanização no atendimento, o maestro Paulo Torres, primeiro violinista da Orquestra Sinfônica do Paraná, fez uma visita especial aos pacientes do Hospital. Sua performance ao violino emocionou a todos que acompanharam sua música pelos corredores. Ele teve a companhia do músico Marco Dellazari nos teclados.

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CHECK-UP EXECUTIVO CORPORATE

Nada é mais importante que sua saúde.

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