Emília Godinho Joaquim Touguinha José Sepúlveda
Tuna Académica “A Pandilha” Liceu de Évora – 1942
Emília Godinho Joaquim Touguinha José Sepúlveda
Tuna Académica “A Pandilha” Liceu de Évora – 1942
Aula de Música Universidade Senior do Rotary Club da Póvoa de Varzim
A Banjola e Joaquim Godinho
Ficha Técnica
Titulo A Banjola e Joaquim Godinho
Autores Emília Godinho Joaquim Touguinha José Sepúlveda
Capa Pintura de Emília Godinho Conceção de José Sepúlveda
Apoio Pedagógico José Abel Carriço
Edição Ebook https://issuu.com/correiasepulveda
Formatação José Sepúlveda
Trabalho elaborado no âmbito da Aula de Música da USRCPV Universidade Sénior do Rotary Clube da Póvoa de Varzim, tendo em vista a sua inclusão nas Manifestações Paralelas do 38º Festival de Internacional de Música da Póvoa de Varzim
A Banjola e Joaquim Godinho
Índice
TÍTULO
PG
Preâmbulo
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Biografia de Joaquim Godinho
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Instrumentos cordofones
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Joaquim Godinho e a Tuna do Liceu de Évora
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. A Tuna . O reportório . O traje . O estandarte . Presidentes da Academia . Regência da Tuna . Estatutos . Associação Académica
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Galeria Fotográfica
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Fontes
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A Banjola e Joaquim Godinho
Preâmbulo
Quando conheci Joaquim Godinho, o seu sotaque alentejano fazia-se ouvir como o som de rubras papoilas com pétalas esvoaçando ao vento ao longo da bela e extensa charneca de Vila Viçosa. Aquele ar aparentemente austero escondia uma ternura imensa, oculta pelo peso das responsabilidades inerentes à sua atividade de pedagogo e dirigente que o impedia de se mostrar na sua plenitude e contrastava com o sorriso alegre e genuíno da sua dedicada companheira de todos os dias – a querida professora Emília Godinho que seguia os seus passos para onde quer ele fosse. Habituei-me a ver o velho professor nos corredores da Escola Comercial e Industrial, da Póvoa de Varzim, de pasta na mão, a entrar na Sala de Aulas e ali, com mestria inigualável, transmitir aos seus alunos o seu profundo em contabilidade e gestão, ensinos que viriam a transformar-se na cartilha que viria a nortear o seu próprio rumo no percurso de toda a sua vida. Hoje, queremos imaginá-lo na sua juventude, calcorreando rua a rua a cidade de Évora, de banjola ao ombro, a animar com os seus amigos os espaços culturais, quiçá, a participar em animadas noites de serenata, a cantar os amores
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secretos e irreverentes da sua juventude e a participar em animadas apresentações da sua Tuna, a “”mui célebre e desequilibrada Pandilha”, como apelidavam com carinho, da qual foi um elemento ativo, constante e dedicado – o tocador de bandola... Foi neste ambiente, ali, perto do grande Templo de Diana (ou sabe-se lá de que deusas ou deuses) que extravasou com os amigos aquela alegria tão genuína que o ambiente académico lhes proporcionava. Com eles, Joaquim Godinho devolvia ao povo os trinados da sua banjola que se misturava aos sons de violas, adufes e pandeiros e transformavam os momentos agradáveis recordações, delícias daaquela juventude e da gesta alentejana.
Que saudades do velho professor, do seu subtil sorriso. Do qual brotava uma ternura imensa, dentro de quem pulsava um coração enorme de marido dedicado e professor exemplar. Como era bom vê-lo lado a lado com a sua companheira, a , a quem sempre ofereceu o melhor de si. Nesta singela homenagem, quero expressar um enorme sentimento de gratidão e reiterar que não esquecerei nunca o seu exemplo, a sua dedicação, o seu carinho à causa do amor e do ensino. Bem haja, Dr. Joaquim Godinho.
José Sepúlveda
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Biografia Joaquim José Abelha Godinho, nasceu a 09 de Fevereiro de 1923 na freguesia de S. Bartolomeu, concelho de Vila Viçosa. Licenciou-se em Ciências Económicas e Financeiras pelo Instituto Superior de Ciências Económicas de Lisboa. Em 1949 iniciou a atividade docente, lecionando nas Escolas: Secundária de Silves; Júlio Martins em Chaves; Veiga Beirão em Lisboa (onde se profissionalizou); Nº. 2 de Beja e finalmente na Escola Industrial e Comercial da Póvoa de Varzim (hoje Rocha Peixoto). Foi colocado em 1955 na escola da Póvoa de Varzim, como professor provisório, tendo no ano seguinte saído para estagiar. Porque esta cidade o encantou, regressou em 1957 já como professor efetivo do 6º grupo, mantendo-se até à sua aposentação.
Casou com a Exma. Senhora Professora D. Emília Alice Nunes Pereira Abelha Godinho. No exercício de funções docentes desempenhou o cargo de Diretor dos Cursos Comerciais de 1966 a 1968, subdiretor de 12 de Agosto de 1968 a 1 de Abril de 1970 e Diretor da Escola Industrial e Comercial da Póvoa de Varzim de 2 de Abril de 1970 até 25 de Abril de 1974. Aposentou-se em 1 de Janeiro de 1989 (D.R. 298 II Série de 27.1288) deixando um currículo, um historial e uma amizade no meio escolar e em todos aqueles que tiveram o privilégio de o terem como amigo e como mestre. Faleceu em 8 de Fevereiro de 2001, perdeu-se um amigo um HOMEM autentico que se impôs pela sua sabedoria e humildade. 06
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JOAQUIM Godinho com amigos d’A Pandilha
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Verso da foto com os autรณgrafos dos presentes
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Caricatura de Joaquim Godinho Autor: Fernando Gonçalves (Nando) Fonte: Coleção particular de Emília Godinho
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Joaquim Godinho
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Instrumentos cordofones Dedicamos a nossa atenção na apresentação da BANJOLA, instrumento muito tocado por quem nos traz gratas recordações e muitas saudades. Vamos desenvolver o nosso trabalho com este inserido na família dos cordofones. Entende-se por cordofones todos os instrumentos cuja sonoridade depende de uma ou mais cordas em vibração. Neste trabalho pretendemos evidenciar os que estão mais ligados ao banjo, sem descuidar alguns da música popular por lhes ficar associado. Reservamos o início desta nossa exposição à Banjola. Far-se-á uma exposição abreviada cordofones de maior popularidade.
de
alguns
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A BANJOLA é um grande instrumento da família dos banjos impropriamente chamado de Bandola. Pertence à família dos banjos e não à dos bandolins. Este instrumento tem uma sonoridade grave e potente dando-lhe um papel importante na melodia ou no contracanto, em diálogos musicais com o bandolim ou outro instrumento de corda palhetado. Afina, como o bandolim, do agudo para o grave MI, LÁ, RÉ SOL, embora uma oitava abaixo. Em Portugal todos os instrumentos da família dos banjos são de corda palhetada. A palheta é normalmente uma peça triangular ou ovalada (antigamente era de tartaruga, hoje é de matéria plástica) que o executante segura entre os dedos indicador e polegar da mão direita para executar melodias. Este instrumento é constituído por uma por uma caixa acústica em pele curtida (antes, com bexiga de porco) retesada por parafusos de afinação, que confere uma sonoridade especial. Se a pele não estiver bem esticada as cordas assentam sobre a escala e o instrumento não produz um som melódico.” (Recolha efetuada na Wikipédia Maio 2016)
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O BANJO é um instrumento de cordas de origem africana, foi inspirado em diversos outros instrumentos africanos inicialmente produzido pelos negros escravos. Os primeiros BANJOS apareceram no século XVII e começaram a cair nas graças dos músicos ambulantes no século XIX. Foi introduzido nos Estados Unidos no início do Século XIX e, é lá bastante usado nas músicas FOLK, JAZZ, BLUES E COUNTRY. Veio mais tarde a ser adaptado e transformado para o SAMBA no Brasil, proporcionando novas modalidades de tocar e até de compor. É um instrumento musical de 4 a 10 cordas, era construído por um aro ou anel de madeira circular de 35 de diâmetro, coberto de pele. A pele e o anel montam-se com Parafusos metálicos ( e o ressonador de madeira que se acrescenta posteriormente também). Esta mistura de materiais consegue fazer dele um dos instrumentos musicais com um som mais característico e inconfundível. Pode ter 4; 5; 6; 8 ou 10 cordas e vários tipos de afinação. Os banjos primitivos usavam uma pele esticada sobre um aro de madeira ou metálico. Possui um papel muito importante na música folclórica de muitas culturas ocidentais. A maioria dos banjos possui cinco cordas. Porém os banjos tenor têm apenas 4 cordas e são geralmente tocados com uma palheta, o que permite que seja ouvido com mais clareza. 13
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A BANDOLETA é um instrumento muito usado nas tunas académicas, sociedades recreativas e filarmónicas, é tocado com palheta; a sua afinação é: Lá, Ré, Sol Dó
A BANDOLINETA é um instrumento de pequenas dimensões e por isso de sonoridade mais aguda, a sua afinação é: Lá Ré Sol Dó.
O BANDOLIM criou raízes e muitos simpatizantes na execução mesmo no ambiente popular. Este instrumento foi muito acarinhado por senhoras. É encordoado com quatro ordens de cordas num total de oito que afinam do agudo para o grave “MI, LÁ, RÉ, SOL”;
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A BRAGUINHA é de construção idêntica à do cavaquinho de Lisboa. A Braguinha á teve vários nomes como – Braga; Machete de Braga; Machete; Machetinho, Cavaquinho – é utilizada como instrumento cantante folclore da Madeira, sendo construído em duas versões o Braguinha Rural de fraca construção destinado a acompanhamento e Braguinha Urbano desempenhando a função solista e tendo uma escala precisa e ricamente decorado;
O CAVAQUINHO adianta-se ser um Instrumento preferido nas festas do Minho. Ver trabalho ricamente apresentado como parte do projecto em que nos incluímos
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A GUITARRA PORTUGUESA é um instrumento de excelência usado no Porto, Coimbra e Lisboa. Em Portugal a notícia mais remota sobre violeiros data do sec. XV e refere-se a Martins Vasques Coelho. Os primeiros construtores de Guitarras Portuguesas foram Luís Soares Sevilhano do Porto. A guitarra de Lisboa tem um tamanho diferente da Guitarra de Coimbra (Lisboa - 44 cm, Coimbra - 46 cm). A afinação da de Coimbra é um tom abaixo da de Lisboa e afina do agudo para o grave: LÁ, SOL, RÉ, LÁ, SOL DÓ. A de Coimbra tem uma sonoridade mais toeira e tem uma técnica de tocar diferente da de Lisboa.
A GUITARRA PORTUGUESA DE LISBOA é mais longa que a anterior e a sua história centra-se nas trocas comerciais do rio douro com a Inglaterra sec. XVIII. Foi pelo mestre Capela nacionalizada. António da Silva Leite.
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A VIOLA DA ARAME DA MADEIRA é um cordofone da família das violas portuguesas, utilizada pelos tocadores para acompanhamento da “charamba” (charamba é uma música popular e cantada ao desafio e por homens)é uma viola pequena de escala sobreposta ao tampo com 14 trastos e tem 9 cordas distribuídas por 5 ordens.
A VIOLA AMARANTINA é um instrumento típico do Minho e como o próprio nome indica da zona de Amarante. A boca tem a forma de dois corações, aparece geralmente nas festas onde o tocador acompanha a “chula” da região do Baixo Tâmega. O encordoamento desta viola é de 5 ordens duplas afinando do agudo para o grave (LÁ, MI, SI, LÁ RÉ) de bluegrass
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A VIOLA BANJO não é mais do que a adaptação de um braço de VIOLA de seis cordas à caixa acústica de um BANJO. Afina do agudo para o grave (MI, SI, SOL, RÉ, LÁ MI) .
A VIOLA BEIROA é um cordofone tipo viola de arame e aparece na zona de Castelo Branco, tem 12 cordas distribuídas por 6 ordens, mostrando no cravelhal 10 cravelhas dorsais e no final do braço 2 cravelhas com cordas de arme que são tocadas soltas a que dão o nome de requintas ou cantadeiras.
A VIOLA BRAGUESA é um instrumento popular do Noroeste português entre Douro e Minho, toca-se a solo ou no acompanha-mento do canto (rusgas, chulas e ao desafio) tem essencialmente duas afinações “moda velha e Mouraria velha. Tem 10 cordas armadas em 5 ordens duplas, afina na moda velha do agudo para o grave LÁ, MI, SI, LÁ RÉ e na Moraria Velha também do agudo para o grave SOL, RÉ, LÁ SOL DÓ. grupos de bluegrass . 018
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A VIOLA CAMPANIÇA é um instrumento de acompanhamento da música popular do Baixo Alentejo, mais comcretamente na zona de Vila Verde de Ficalho. Este instrumento tende a desaparecer pois em 1971 só havia 7 tocadores na Aldeia Nova, localidade que foi submersa com a construção da barragem do Monte da Rocha. O cravelhal é de 12 cravelhas do topo, mas os tocadores apenas utilizavam 10 ou 8 cordas, utiliza cordas de aço e bordão afina Sol Mi Do Fá Dó.
A VIOLA DA TERCEIRA é um instrumento com 15 cordas. Por falta de documentação não se sabe a data das violas de arame nos Açores, mas no séc. XV, Em Santa Maria e S. Miguel foram as primeiras ilhas a serem povoadas. Fazia parte dos dote de casamento de qualquer noivo, e só gente endinheirada tinha acesso a este instrumento. A sua afinação é feita das cordas finas para as grossas e tem várias ordens: 1ª ordem – 2 cordas em MI; 2ª ordem – 2 cordas em SI; 3ª. Ordem 2 cordas em SOL ; 4ª. Ordem 3 cordas em RÉ (bordão e duas cordas de aço) 5ª ordem 3 cordas em LÁ (bordão e 2 cordas em aço) e 6ª ordem 3 cordas em MI (bordão grave e dois mais finos). 19
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A VIOLA DA TERCEIRA (2) é uma variante da viola da terceira, instrumento com 18 cordas, distribuída por sete ordens. A sua construção é idêntica à de 15 cordas, apenas com mais uma ordem de 3 cordas. A sua afinação é ao gosto do tocador. Porém indica-nos um livro de recolha de José Lúcio que afina MI SI SOL RÉ LÁ MI.
A VIOLA DA TERRA é um instrumento típico de S. Miguel Açores. A sonoridade insular dá-lhe um timbre nostálgico e os construtores esmeram-se em pormenores que lhe dão uma característica inconfundível. De salientar no tampo os dois corações, um cavalete de homenagem aos açores. É encordoado em 5 ordens sendo as três primeiras duplas e as restantes triplas. Utiliza bordões de guitarra e carrinhos de aço de latão, afina RÉ SI SOL RÉ LÁ .
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A VIOLA TOEIRA é uma viola de arame da Beira Litoral mais concretamente da zona de Coimbra. È um instrumento pequeno de 12 cordas e boca oval deitada. As 12 cordas estão distribuídas por 5 ordens, sendo as três primeiras duplas e as restantes triplas, conjunto de bordão e duas cordas de aço ou latão. Afina do agudo para o grave: MI SI SOL RÉ LÁ. Existe no Museu Etnográfico de Coimbra um exemplo raro e que foi construído pelo violeiro José Rodrigues Bruno.
O VIOLÃO surge para se distinguir da viola de 6 cordas singelas (viola francesa ou guitarra clássica) das violas de arame, tanto do continente como das ilhas insulares.
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O VIOLÃO BAIXO é da família dos cordofones. A palavra BAIXO que acompanha, antes ou depois, o nome de um instrumento musical quer significar que esse instrumento tem uma tessitura grave. Dentro das família dos BAIXOS aparecem inserido num ambiente popular de instrumentos híbridos que tem a forma de uma grande viola e um braço idêntico ao RABECÃO.
O RAJÃO é também um instrumento popular do folclore madeirense e indispensável companheiro dos folguedos, tem 5 cordas 1ª corda LÀ carrinho nº. 10 ou 8; 2ª corda MI carrinho nº. 4 Ou 6; 3ª corda DÓ bordão (SI bordão de guitarra portuguesa; 4ª corda SOL carrinho nº. 8 (esta corda chama-se toeira dá o tom) 5ª corda RÉ bordão (Si bordão da guitarra portuguesa
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Joaquim Godinho e o Liceu de Évora A TUNA Corria o ano de 1942 e Joaquim Godinho era um dos elementos que integrava a T.A.L.E., participando nela ativamente. Carinhosamente, o grupo apelidava-a de A PANDILHA. Daí, a inclusão neste trabalho do historial da Tuna e do Liceu de Évora, no enquadramento fisico e social do trabalho aqui desenvolvido. “Em 1890 é criada, por estudantes do Liceu Nacional de Évora, a Associação Filantrópica Académica Eborense, cujo primeiro e grande objetivo era o de, através do recebimento de Donativos, ajudar os mais pobres no pagamento das propinas e compra de livros. Desta Associação Filantrópica nasce a associação da Tuna Académica fundada por Artur Matias e Júlio Santos(1). Embora ainda embrionariamente constituída, a Tuna participa nas comemorações do 1º de Dezembro de 1900 e, em 1901, dá alguns espetáculos musicais, cujos ganhos custeavam as despesas de excursões de estudantes (que se realizavam por altura do Natal) e ajudavam a Associação Filantrópica Eborense. Tinha já então o seu estandarte e João Baptista Rodrigues como regente. Em 1902 é eleita uma Direção. É a partir daí que podemos considerar que está Lavrada a "certidão de nascimento" da Tuna Académica do Liceu de Évora. Da Tuna Académica nascerão: em 1942, pelo esforço do maestro João Alves, a Orquestra Sinfónica Eborense, que integrou ex-tunante; em 1959, a Orquestra de Acordeões, pela mão do maestro Dr. Adelino Santos e, em 1969 por iniciativa do Prof. Dr. Manuel Patrício, a Escola de Flautas de Bisel. 23
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Vários Maestros, várias direções têm presidido aos destinos da TALE mas, ao longo de um século de existência, sempre foi mantido vivo o Espírito Académico”. A Tuna do Liceu é uma Tuna única, devido ás suas características, algumas muito peculiares: - é uma das mais antigas Tunas do País e a mais antiga do ensino secundário; - é, em Portugal, a única Tuna apenas instrumental; - a forma como se apresenta em palco também é diferente das outras tunas porque os seus bandolins tocam sentados (exceto no Hino académico); -É a única Tuna registada do País com fins não lucrativos; -
Todos os anos a TAE escolhe uma madrinha que lhe oferece o pequeno-almoço na manhã do 1.º de Dezembro e a acompanha nas suas deslocações;
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Os (as) caloiros (as), quando entram para a Tuna escolhem preferencialmente entre os (as) veteranos (as), uma madrinha, no caso dos rapazes e, no caso das raparigas, um padrinho , os quais têm como função proteger e orientar os caloiros e oferecem uma fita verde e branca (cor da TAE e do Liceu aos (ás) seus (suas) respetivos (as) afilhados (as), que a irão usar no braço direito enquanto se considerarem tunos;
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Todos os anos uma semana antes da Semana Académica ( a semana que antecede o 1.º de Dezembro) toda a Tuna se traja par anunciar os festejos Académicos, e é nessa altura que os caloiros se trajam pela primeira vez ;
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Os caloiros só deixam de o ser quando completarem o segundo 1.º de Dezembro:
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Em todas as atuações a TAE toca o Hino Académico; - onde a TAE estiver está também o seu estandarte, que é constituído por um pau de madeira exótica, por uma bandeira de seda onde está pintado o símbolo da TAE, por uma lira de prata (que lhe foi oferecida por um grupo de senhoras, encabeçado por D. Ignácia Barahona e D. Sofia Coutinho) e por um conjunto de fitas que foram sendo oferecidas à TAE ao longo dos anos.
-
A TAE é madrinha da Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico, já que os elementos fundadores desta tinham pertencido à Tuna do Liceu de Évora. A TAE tem participado em numerosos encontros e festivais e em acuações as mais diversas, organiza todos os anos a Semana Académica com numerosos eventos de que se pode destacar, em 25 de Novembro de 1995, o I FITALLE ( Festival Internacional de Tunas da Tuna Académica do Liceu de Évora) que para além de movimentar toda a cidade de Évora, levou o nome desta cidade aos quatro cantos da Península Ibérica, e, atravessando o Atlântico até à América Central.
Pelo seu porte, brio e perseverança por ser um símbolo vivo de Évora e pela convergência internacional que a Tuna Académica do Liceu de Évora Representa, foi-lhe atribuída pela Câmara Municipal de Évora, em 29 de Junho de 2002 a Medalha de Mérito Municipal - classe prata. O número de elementos que formam a TAE é variável de ano para ano, mas as suas idades são geralmente compreendidas entre os 12 e os 20 anos.”
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Tuna Académica do Liceu de Évora à época
Tuna Académica do Liceu de Évora à época
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O REPORTÓRIO 1941 A 1950
O Académico Mandolinata Primaveril O Tuna Marcha do Centenário Brincadeira Infantil Pequeno Divertimento Caloiro Butterfly Marcha Militar Danúbio Azul Marcha Turca
Manuel João Alves (marcha) Fernando Athos Manuel Tino Manuel João Alves (marcha) Júlio Espalha Manuel Tino (intermezzo) Manuel Tino (intermezzo) Manuel João Alves Sousa Morais Schubert J. Strauss Mozart
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Hino da Tuna Académica Eborense
Anúncio do Programa da apresentação do Hino da Tuna Académica Eborense
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PARTITURA DE “O CALOIRO”
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O TRAJE “O traje académico foi buscar as suas raízes ao tempo longínquo em que o clero, dominando culturalmente, tinha um papel preponderante no ensino e, consequentemente, nas universidades se foram espalhando pela europa medieval. As vestes eclesiásticas estão, assim, na base do traje estudantil, isto é, de ‘capa e batina’. Reza a História que, em 23 de Outubro de 1860, D. Pedro V, numa viagem que fez ao Alentejo, visitou Évora. Então, os estudantes do liceu desta cidade dirigiram, em 19 de Outubro, uma carta ao Reitor, em que pediam licença para felicitar o Rei pela vinda a Évora, e também para ‘pedir a S. M. a graça de conceder-lhes o uso d’um trajo uniformizado, como em tempo (…) já houvera para os estudantes da antiga universidade d’Évora (…). Os signatários desta carta foram escolhidos dentro os estudantes mais antigos de cada uma das oito disciplinas que então se lecionavam no Liceu. À anuência do Reitor, seguiu-se a disponibilidade do professor Martiniano Marrecas para redigir o requerimento que deveria ser entregue a D. Pedro V. No dia 6 de Novembro de 1860, foi afixada na porta da sala dos conselhos do Lyceu d’Évora o Edital com a devida autorização, datado de 5 de Novembro de 1860…”
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O Estandarte
O Bandolim
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PRESIDENTES DA ACADEMIA
1940 António Nobre Gusmão 1941 António Nobre Gusmão 1942 João Cotta Pimentão
REGÊNCIA DA TUNA
1940 Manuel João Alves c/ António J. Monginho Jr. 1941 Manuel João Alves c/ António J. Monginho Jr. 1942 Liberto Conde c/ António J. Monginho Jr
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Galeria Fotogrรกfica
Liceu de ร vora 1940
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Biblioteca -Alegoria do direito (pormenor)
Biblioteca – Pentecostes (pormenor)
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Experiência de Magdeburgo - Aula de Física (Sala 120)
África - Aula de Geografia (Sala 122)
Teatro da Vida Humana - Aula de Humanidades (Sala 197)
A Academia Platónica - Aula de Filosofia (Sala 119)
Sócrates, Fonte dos Filósofos - Aula de Filosofia (Sala 119)
Defesa de Siracusa - Aula de Física (Sala 120)
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OS QUATRO ELEMENTOS
Fogo
Terra
Água
Ar
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Liceu de Évora 1940
Tuna frente ao Liceu de Évora, década de 40.Um dos tunantes sentados no chão é o professor Machado Caetano que em 2010 esteve na récita do 1º de dezembro que a atual tuna continua a organizar (Gentileza da Dr.a Adília Zacarias)
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Fontes
Arquivo pessoal de Emília Godinho Universidade de Évora Dr.a Adília Zacarias~, UE http://www.tae.pt/historial/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_t unas_em_Portugal Wikipedia 2016 Instrumentos populares portugueses Livro de José Lúcio www josé lucio - maio e junho 2016. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira volume 4 Pág. 131, Edição de Areal Editores Aulas de Música, USRCPV José Abel Carriço
NOTA -Trabalho elaborado no âmbito da Aula de Música da Universidade Sénior do Rotary Clube da Póvoa de Varzim, com vista às Manifestações Paralelas do Festival de Internacional de Música da Póvoa de Varzim
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EMILIA GODINHODisciplina de Música Universidade Senior do Rotary Club da Póvoa de Varzim