Dia da consciência negra

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SOLAR DE POETAS

COLECTĂ‚NEA

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Dia da Consciência Negra Dia 20 de Novembro comemorou-se no Brasil “O Dia Nacional da Consciência Negra”, um grande dia para a libertação da escravidão... e para que a raça negra fosse aceite na sociedade brasileira, sem preconceitos! O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só estes últimos anos sejam realmente comemorados! A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares em 1695, hoje que faz anos da morte deste líder e bravo guerreiro anti escravagista, que muito lutou pelos direitos e aceitação das pessoas de cor na sociedade! Por isso hoje os poetas brasileiros assaltam o Solar com este maravilhoso temas! eu gosto! Parabéns poetas!

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O dia em que pararmos de nos preocupar com consciĂŞncia negra, amarela ou branca e nos preocuparmos com consciĂŞncia humana, o racismo desaparece. Morgan Freeman

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Não, não tenho que pedir perdão Não ... Eu não sei quem pintou meu rosto se foi a noite ou o luar, sei apenas que esta cor, é a minha cor... a que eu amo... a que me pertence! Aquela que minha mãe espalhou sobre o solo que banha minha pátria... Africa! Minhas lágrimas são salgadas minha pele escorre o suor por sofrer tanta dor! Não...não tenho que pedir perdão, sou filho de Deus, que criou homens e não Raças! Meu sangue é vermelho, tenho veias,artérias, choro, rio tenho sentimentos e coração. Não, não tenho que pedir perdão sou filho da África, mãe de todos os homens que pereceram na escravidão... Ainda hoje sofro, por ser negro, porque tem de haver o dia da consciência negra? Se tomo somos iguais, filhos de Deus, porquê a diferença? Qual é o dia do branco, do vermelho, do amarelo, não existe pois não? Então, então porque é que eu diferente meu irmão?

Alda Melro.

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Ode a Zumbi dos Palmares

Ana Stoppa

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Consciência Esta por ai, é dono de uma vida simples Em um trabalho de salario baixo Sua vestes nunca foi requinte Muitos se afogaram nas agua de março. _ São de cor, já foram objetos pertenceram ah um dono só Barbarizados ate com canivetes. Buscam trabalho longe para sobrevivência Família... Muito tempo sem nunca se vê Não tem direito a dignidade, acreditam na crença Moram em barracos no morro a chuva faz morrer. _ Sempre foram excluído pelo alto poder da sociedade não fizeram nada, mas foram condenado a padecer. Já passou por correntes, amarrados no morão Sua costas serviram de pandeiro para chibata Roubaram de ti seus entes, querido do coração E fizeram suas preces escondidos pelas matas. _ Por não poderem adentrar em igreja ou nem mesmo em lugar, que os bacanas iam em outras repartição. Nada mudou só ampliou a forma de escravidão Aonde antes há pouco tempo eram de um dono só Hoje, são de muitos esquemas pertencentes da nação. ainda se arrasta na miséria pela cidade ou cafundó _ Com seu ganho sempre bem pouco em viver de mendigar, vivem por ai pra lá e pra cá em vida que dá dó.

Antonio Montes

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E cor Me fizeram de barro, e erraram na cor moldaram-me de argila preta da bica me escondeu do mundo, todo o amor sou preto, preto sim assim como tinta. _ Odiaram a minha frágil inocência por ser negro me venderam amarraram-me e me desceram a ripa. No porão de navios, me fizeram animal fui carga e propriedade de mãe e de pai só me fizeram maldade achando normal toda atrocidade cada vez mais e mais. _ Na condenação sem dever, morri por você arrancaram meu coro, para sanar fúria e teus ais. Nossas femeas usaram como bem quiseram de nós vocês tiraram e fizeram o que bem quis com suas intensões, nossos ventres bolinaram não tivemos advogado, muito menos juiz. _ Como animal amarrado em grandes e pesado toco desse teu mundo loco, nosso sangue era chafariz. Tínhamos em nosso pescoço, buracos de tabua colar de ferro em nossos tornozelos, sem zelo grade para nos prender no tempo com nada não comia nos batia às vezes para satisfazê-los. _ Nos vendiam como mercadoria acorrentava-nos como cachorro loco, roubavam nosso sentimento só por zelos.

Antonio Montes

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O astuto macaco Sou preto do mato fugido da bela cor sou astuto macaco mas tenho amor. Sou pele condenado sem que sem pra que sou tido como um fardo pra servi a você. Nunca tive direitos não conheço a liberdade me tiraram do mato aglomeraram na cidade. Não posso estudar pois a cor não permite levaram-me de cá para lá pode crer, acredite!

Antonio Montes

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Dia da Consciência Negra : Sou negra sim !.... e daí? De pequena negra me assumi. Sou filha da noite escura. Mas não é a noite que amargura. O que me doi foi a escravatura, A que meus Pais foram sujeitos. Suprimindo-lhes todos os direitos. Também sou filha de Deus. Somos todos filhos seus. Pois a alma não tem cor. Irmãos na alegria e na dor. Minhas lágrimas são salgadas, e já foram tantas derramadas. Não mais racismo ou perconceito. Pois somos do mesmo barro feito. Longos foram os anos de escravidão, Que massacraram cada coração. Vidas humilhadas, maltratadas, vidas algemadas e ignoradas. Chagas que a pele até rasgaram. Vozes que liberdade imploraram, Mas foram obrigadas a se calar, para a morte não enfrentar. Há que despertar consciencias. Há que quebrar todas as algemas.

Aurora M. F.C.Martins Afonso .

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Consciência com ciência Mesmo que um dia somente para conscientizar, mas sem fanatizar. Agir diligentemente de coração, livre mente, rever conceitos, preceitos, sem hegemonia ou eugenia. Não é capa ou túnica, mas da gente, ingente valorar, o ensejo, ser o ser, desejo, que requer ação única! Somos iguais (certo?) Sem distinguir cor. Vivemos tão perto nação multicor, mas com amor desperto. Mesmo que só por um dia haja a mínima compreensão, e, com a devida paciência hajamos, pois, pois, com ciência. Preconceito (sem noção!) só nos causa dissidia. negra massa ou qualquer raça. Salve é o dia da consciência!!!

Bosco Esmeraldo.

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Poema... Fiquei a saber que a Consciência tem cor... Dize-se ser Dia da Consciência Negra... Resta saber qual; - A consciência dos novos Governantes... - A consciência dos Generais... - A consciência de negros esclavagistas, Novos ou velhos "Zumbis" que em regra... Toda ela igual. Seja nos tempos de hoje, como o foi nos tempos de antes, Continuam a ser os mesmos tais Da Escravatura, seja negra, branca ou amarela, apologistas!... Presenteiem-me com Odes a Quem a famigerada, aboliu. E esque,cam quem dela se serviu... Ou quem os Desgra,cados fugitivos... Perseguiu!... Basta! Exija-se O Dia da Consciência Sem Cor Nem Casta Em prefeita inocência... Sem Dor!

Carlos Alberto Fial Pereira

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Senzala do tempo! No corpo abrem-se chagas, o sangue que corre tem cor? Chagas que mentalmente são infligidas pela dor. Dor da senzala podre que o tempo encobriu, mas que a vida teima em mantê-la aberta! O povo, sem querer ver, rotula tudo a seu redor, teima em fechar os olhos para a igualdade e agarra a negra liberdade... Não é negra por causa da minha pele, é negra porque a tua alma assim o vê, pela podridão emocional que o mundo nos sujeita que o Ser Humano se orgulha de ter! Almas submersas de puder! De pecados cravados no corpo... de fortes emoções, de desprezo pelo Ser! E as chagas que me rasgam a pele... comparadas á dor da alma, são chagas de mel! São musica de tambor anunciando a morte são pecados de quem não teve sorte, vindas de um punho que agarra o chicote! ai... doce liberdade negra, que nunca mais rasga os céus ... são anos de vida... onde a sorte é mendiga! E o sangue que corre, já frio e sem cor, espera que a mente do mundo, se abra para o amor! Que deixe cair por terra, as diferenças da raça, e esse chicote, o meu corpo branco ou preto, já nem sei... jaze ao som da morte! Apenas sei que morri, porque o sangue ficou sem cor. E as chagas, já não as sinto, viraram recordação do tempo... ficaram gravadas nas paredes da senzala, pelo tormento! Com a minha pele negra, rasgada por tanto lamento!

Celeste Seabra

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Consciência Negra Nas cidades , se denominam assombrações . nas florestas , se denominam , seres humanos . Em quais mundos , Você , se denomina ideal sem ferir teu sangue , que o chamas de Irmão ? ? ? Covardes serem , que se denominam sábios de mentes , sem dar chances as suas respostas ! ! !

Ednaldo F. Santos...

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Minha Cor Minha cor pode ser branca e a tua negra, amarela ou vermelha, que mesmo assim continuaremos iguais como indivíduos. Nascemos, vivemos, sentimos e morreremos como seres humanos ,filhos de um mesmo mundo

Fátima Rodrigues

Luka

Venham, encostem a vossa cor à minha, tragam sorrisos, amor, carinho, amizade… Vamos juntos construir um arco-íris onde impere a paz e a igualdade

Fátima Rodrigues

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Negro berço De lá viemos, Terra linda e grande, Berço de todos. Chegam forasteiros De toda a parte, Invadem e apossam-se De bens alheios, Indiferentes aos herdeiros. Fazem escravos em terras alheias Entregues ao acaso. Passam-se séculos E tornam-se heróis Aqueles escravos De outrora. Mandelas, Martins Kings, Obamas, entre outros. Vozes que imperam.

Fernando Figueirinhas

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Negros por fora Negros por fora, Brancos por dentro, Assim se revelam Aqueles que o são. Surpresa radiante de luz Quando a alma se abre. E como amam aqueles Que o são. Guerras vencidas Aos brancos negros De coração insensível A outros iguais desfeitos Em lágrimas. Amor negro, Caminho errante, Cigano desterrado Da Terra sua.

Fernando Figueirinhas

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Minha ama negra Eras negra, tinhas negros cabelos, Sorriso e alma branca como a neve. Amavas-me como o sangue que me fez, Queria-te como àquele que me fez. Entregaram-me a ti porque sabiam Quem eras. Foram-te buscar lá longe de onde eras E trouxeram-te para mim. Mãe negra coberta de amor só teu Que a mim o davas. Invejava-te já naquela altura, Escudo meu que me defendias Do mundo escuro lá de fora Que muitos brancos o faziam.

Fernando Figueirinhas

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Raça negra Nasceste na sombra, Ouves e calas os murmúrios de cegos. Escuros foram os dias entregues à escravatura Da liberdade que te roubaram. Pintaram-te de negro à vista, Mostras dentes iguais à alma branca. Lutas desesperadamente pelos Direitos Roubados por almas sujas de preto, Vestidas de branco. Mostras com orgulho os horrores Do sol branco que te queimou, Enquanto eles se escondem Nas trevas do falso poder No qual se encontram.

Fernando Figueirinhas

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Sou negro Vês-me branco, sei. Insisto em dizer-te Que sou igual a eles. Lutaram e lutam pela Dignidade que têm, Conquistada aos poucos Em nome da liberdade Que amam. Fizeram da luta um ideal, Venceram a escravatura A duras penas. Impõem-se de pé olhando Em frente, deixam para trás O tempo abandonado Pelo desprezo alucinado De mentes cinzentas Ditas de branco. Sou negro pintado de branco.

Fernando Figueirinhas

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Canto de liberdade Tenho sangue negro Tenho sangue índio Tenho muita fé Sou com grande orgulho Negro caburé Venho das senzalas Venho das florestas Venho de além-mares Venho chicoteado Atravesso séculos De humilhação Esperei cem anos Esperei trezentos... E terei quinhentos! Outros tantos séculos Viverei ainda Jamais morrerei Sem dizer um dia: - Hoje eu sou livre! E darei meu sangue Um milhão de vezes E por quantas vezes For preciso eu dar O darei ainda Mesmo que exangue Terei força tanta Pra me levantar E me proclamar E pra grande espanto Cantarei meu canto De moleque eufórico De guerreiro histórico 23


Que olha sorrindo A lua surgindo E o sol despontar Cantarei contente

Geraldo Aguiar

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Mestiço brasileiro Sou negro de sangue branco Sou branco de sangue negro Sou índio desconfiado Minha avó era mucama Meu avô foi um pajé Minha mãe, mestiça linda Preferida de Sinhô Vivia na Casa Grande Toda enfeitada em ouro Vestida em seda e renda Foi ali que eu cresci! Eu sou duro feito um prego Sou mole feito minhoca Espeto o rabo do branco Ajeito a dança do negro Enfeito a moça brejeira Arrumo a branca postiça Vou pra macumba e pra missa Canto o ponto, todo errado Rezo o missal que eu não li Faço louvor a Tupã Por medo das tempestades! Eu sou assim, não tem jeito Não conto mais meus defeitos Que eu não gosto de contar Pego o cabo da viola Jogo dentro da sacola Ponho a bola pra escanteio Quem eu queria, não veio Ficou na beira do mar Cantando pra Iemanjá Me da licença parceiro... Sou mestiço brasileiro! Geraldo Aguiar 25


Dia da Consciência Negra Todo o homem é de "cor" não há gente transparente! não há melhor nem pior apenas de cor diferente Sob a nossa pele, amigos, somos todos iguais e nos tempos mais antigos tivemos os mesmos pais. Desde então de tanto andar viramos camaleões conforme o sol, o lugar e o ciclo das estações. E a diferença das Cores sendo dádiva dos céus não fez raças superiores ou mandatárias de deus. ser home está muito além da carne que nos suporta é a "alma" que se tem aquilo que mais importa. Na história da Humanidade tem vingado quem resiste defendendo a igualdade para cada homem que existe. Helder Martins

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Meu Menino Preto Meu menino preto de olhos parados por de trás da rede construindo fora teus sonhos feridos de arame farpado. Meu menino preto com os olhos tristes famintos de pão e de liberdade vendo aos quadrados um negro futuro. Meu menino preto com teus olhos grandes onde um mar se agita não deixes de olhar os homens que passam alheios a ti Meu menino preto de olhos fechados cansados da guerra e da longa espera da paz que não vem olha mais além... Meu menino preto dos olhos cansados de tantos horrores tão negros, tão brancos manchados de sangue na guerra das cores. Meu menino perto de olhos aflitos ávidos de esperança, e de humanidade 27


n達o cales teus gritos acorda a cidade!

Helder Leal Martins

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Quatro cinco mil Quantos negros sofridos Quantos negros perdidos Quantas lembranças Quantas horas sem esperança... O grande Zumbi dos Palmares Dores nos pensamentos De quem sofreu Todos esses tormentos... Poucos se recordam Muitos cantam a tristeza De vidas massacradas Sem respeito a sua nobreza... Noites tristes de horas marcadas A dor no rosto e a maldade Pela falta de humanidade... Brasil do negro De coronéis poderosos Quantas vidas de gente como a gente Eram tratadas humilhadas Como objetos de prazer... Prazer no chicote Na humilhação Da falta de coração...

Irá Rodrigues

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Poema em homenagem ao dia da consciência negra/ ZUMBI Soa os tambores ao grito de dor Avista meu povo no código penal Lutei contra todos esqueci o amor Sonhei em ser livre sem ter funeral Deixo as marcas de tantas batalhas Povo sofrido em guerras constantes Na terra encontra ao fio das navalhas A pele do negro expostas em estantes Deixo o lubambo sem ir ao pedestal Ergue em estandarte, tronco e cabeça Deixo na memória este dia final Que lutem por si e este dia conheça Ainda que não acabe toda escravidão O sonho jamais poderá descansar Que minha morte nunca seja em vão E assim todos outros continuem a descansar

Gerson Clayton Rodrigues Dos Santos. (S.D.).

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Raça inferior… A importância Da cor da pela Preta ou branca Tantos dogmas Discriminação E preconceitos… Há silêncios inesquecíveis!

Isabel Beato

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A flor sem raça Que importa a cor Se o canto que sai de um dueto É porventura melhor No branco e preto… Que importa a cor Se os olhares que olham a beleza O sonho, o amor São de qualquer cor na natureza São preto ou branco na pureza De um perfumado odor… Que importa a cor, Se existe a flor Sem raça, com graça, Se existe o mar e a verdade Se existe o azul do horizonte E entre o preto e branco Existe a ponte e a igualdade, Chamada liberdade.

Jorge Pinheiro

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A côr da tua pele. Que me interessa a tua cor se tens como eu e outros um coração com amor talvez até como haja poucos nasceste negro eu sei não deixas de ser humano tantos beijos e abraços dei tu és negro não és branco, a tua nobre cor negra sabemos não é ilusão não estejas triste amigo pois ao falar contigo falo-te como um irmão és negro e que importa eu sou branco assim seja ao entrares pela minha porta és como eu um humano tu de mim nem eu de ti deveremos ter inveja somos dois seres na terra amigos com coração meu sentimento contigo é puro por isso és meu irmão nunca duvides da tu inteligência és um ser humano na terra. com orgulho e consciência.

José Caetano Gomes.

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A consciencia. Hoje dia deste tema talvez até me convença a escrever um poema sobre consciência negra todos somos pela lei independente da cor a consciência é de todos seja branca seja negra todos lhe temos amor nunca digam que não sei ao que a alma me entrega este poema que faço é para toda a raça, que é... consciência negra.

José Caetano Gomes

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Consciência racial Abra suas prisões Obtenha como recompensa O tema atual A luta na subdivisão Das cotas raciais . Não divida a sociedade Na diferença real Quebre os preconceitos Suba no topo da cadeia social. Pise no freio neste tema Da chacota nacional Não seja interesseiro E nem tão pouco racista. Vão-se às cores E todos os valores Somos o resultado Da nossa condição natural Chega de hipocrisia E mentira esfarrapada O negro precisa ser elevado Preto, branco e mulato Todos somos irmãos Nessa nação espalhados por aí. A consciência negra Quer provar que somos iguais. E não diferentes Sente-se ao lado da aristocracia Vença suas lutas Como zumbi dos palmares

Lyana Esteves

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Manoel Ferreira

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Consciência negra A consciência negra Re-vela a escuridão das ideologias, As brumas dos interesses, Os mistérios das injustiças, O tabernáculo das corrupções, O olimpo das in-verdades, A história das opressões, Repressões, discriminações, Preconceitos, negligências, O folklore da escravidão, O nacionalismo das proscrições... A consciência negra Identifica os valores e virtudes Perdidos no tempo, A moral e a ética Algemada pelo poder, Acorrentada pelas culturas do não, A esperança e os sonhos Crucificados pela ditadura da não expressão, A fé e as utopias Aprisionadas pela filosofia apocalíptica do vazio... A consciência negra De-monstra a hipocrisia das nações, A farsa das ciências, A falsidade das tecnologias, A aparência das gnoses, A inconsciência dos princípios eternos, O instinto dos dogmas imortais, O apocalipse do nada, as bem-aventuranças do vazio, A alienação dos povos... A consciência negra Abre os uni-versos e horizontes Para a liberdade dos desejos e vontades Da solidariedade, compaixão, compreensão Para a livre expressão 37


Das dores e sofrimentos, Das misérias e pobrezas de um povo, Para a busca da Paz, do Amor Entre os homens, humanidade, Para os direitos à justiça, À verdade, à dignidade, à honra À vida...

Manoel Ferreira

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Da consciência . Da inconsciência. contenciosa inocência da mulher. da criança .do homem. dias de Natal. Negra consciência que nesse dia .......ressoa fatal E cada dia muda o mundo crescem as vagas no mar rompe o choro de um nado a berrar respira o homem a cada segundo e morre uma criança no Nepal corre uma borboleta no asfalto o amor escorre real .líquido. semente da vida mesmo no Carnaval. e a fome será problema racial.... no cume do Universo recusa uma estrela a cair no banal a consciência é vã hasteia bandeira casual Poesia única filha do céu por bem ou por mal sem consciência sem cor sem dia ....Flor cheirando sem cheiro por ela seja dia final..

Margarida Cimbolini.

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Negra é a solidão. Negra é a solidão negra é a imcompreensão negra é o racismo o desamor o não perdão a insensibilidade porque fora de questão e dentro do coração somos semelhantes com pequenas diferenças a cor da pele!

Maria Fernanda

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Descaminho da liberdade Como estrada abandonada pela lua Meu corpo senzala seca-se em rachaduras Escurecendo sulcos De desesperadas ambições Corpo calcado no tronco por passos de poeira Marcando vida Em efêmeras pegadas Apagadas que são Nas escravas noites de ventania... Meu corpo melancolia Devasta as vastas sombras Que a tarde emprestou à noite Depois que os sonhos Despertaram crepúsculos, Na aurora adormecida, Dos albores de suicidas dores... Estrada infinda esquartejada Caminho de açoites erráticos nos meandros do nada... Peregrino chãos em ventos Distancio ouvidos e vozes Percorro lamentos Unguentos a ungir Mãos e pés Descalços nos percalços Das desenganadas estrelas Estas lágrimas que a lua Deixou em rastros No desabrigo das nuvens Longe do meu alcance Sem deslizes nem toques Nesta minha vida enrugada Num corpo amarrotado

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De saudade vincada Corpo estrada abandonada Teu caminho não caminha Não leva a nada...

Mírian Cerqueira Leite

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Etnia humana Não! Pura ilusão! No Universo, não existem etnias! (Discordem antropólogos e cientistas!) Isso é só "poesia"! Brancos, negros, amarelos: impressões caleidoscópicas de pobres olhos cansados... Discursos materializados... de uma sociedade simplória, onde os sentidos enganam... Grande etnia humana, que impera em "sangue azul" Só há um tipo de gente: a que chora, ri e ama!

Mirian Menezes De Oliveira

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Zumbi Hoje dia 20 de Novembro. É um marco na nossa História. Zumbi dos Palmares é herói nacional. Ligado racionalmente à resistência do povo negro! Dia para se refletir e se conscientizar. Dá a devida importância tanto a cultura africana, quanto na formação da nossa cultura brasileira! Hoje é dia de comemorar... Por que um líder negro foi valorizado em nossa História. Líder esse que lutou por sua raça africana! Hoje dia da consciência negra. Devemos observar e ouvir os diversos gritos da vida, da cultura. Que var eia a se apresentar, em nosso meio e o que ela significa! Todos devemos ter consciência negra. Para que venha compreender. Que é preciso lutar contra os exploradores. Que exploram os oprimidos e os massacram na excluindo os da sociedade!

Paulina Rodrigues

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Príncipe negro Sim sou negro, pois foi o Criador Que me pintou com sua tinta preta E seu cuidadoso pincel Ele guardou na gaveta! Sou negro que defendi os meus irmãos de cor. Com os pés rapidamente a girar no alto e de mão no chão derrotava os inimigos! Cobrindo-lhes de pancadas, na cabeça, no rosto, nos peitos... O negro aqui já deu muita rasteira... Apanhava, mais também batia. Para isso o negro aqui, destreza era o que mais tinha! Eu sei que minha pele se a semelha... À noite escura, mais ela é resistente Sou forte e trabalhador. Muitas vezes sou excluído por causa da minha linda cor! Me aceito como um Príncipe Negro. Mesmo levando chibatadas no tronco, com meus irmãos de raça, no fundo de um navio negreiro ou até sendo vendido... Continuo sendo um Príncipe Negro! Sou negro sim e tenho o meu valor. Minha integridade e, sei o quanto sou importante. Ninguém vai me diminuir, por que eu não vou deixar. Sou um Príncipe Negro, de alma branca e um guerreiro valente!

Paulina Rodrigues

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Dia da consciência negra Zumbi dos Palmares... Relembramos hoje a tua História. Tu és e será sempre um bom líder quilombola! Em Alagoas nascestes em 1655 Em Palmares em mocambo Seu nome é interpretado como: Fantasma ou duende... Cultura é conhecimento! Aos sete aninhos Zumbi foi capturado por brutos soldados. Entregaram-no ao Sacerdote Antonio Melo O Sacerdote a Zumbi não era malvado! Zumbi foi batizado com o nome de Francisco. Francisco auxiliava nas Missas, estudava Latim e Português, mas ali se sentia fosco! O Quilombo dos Palmares é refugio de Zumbi. É para lá que ele foge aos seus quinze anos. Em 1670, suas habilidades Marc iam foram reconhecidas com tolerância! Zumbi tinha apenas 20 anos e respeitosamente já era um guerreiro, militar de invejável estratégia Travando guerra contra o Sargento-mor Manuel Lopes, noite e dia! Ganga-Zumba, em 1673 é líder do Quilombo dos Palmares. Ele é convocado pelo governador da capitania de Pernambuco. Para dar total liberdade aos negros dos Palmares, Ganza-Zumba aceitou! Zumbi é contra, dizendo que não se podia favorecer a liberdade só aos negros de Palmares. E deixar muitos outros negros escravizados. Por seu digno ato, Zumbi é novamente o guerreiro líder do Quilombo dos Palmares! Contratou Domingo Jorge Velho, bandeirante paulistano, por perceberem 46


muitas dificuldades de demolir o Quilombo. Apoiado pelo governo... Palmares é rechaçado por Jorge e seus homens ferindo assim Zumbi! Mesmo ferido conseguiu fugir... E um ano depois. Um antigo companheiro de Zumbi o delata... No Dia 20 de Novembro de 1695. Zumbi foi localizado, foi preso, açoitado e degolado! “E HOJE DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, ELA VEM TRAZER LUZ À LIBERDADE APRISIONADA”

Paulina Rodrigues

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Minha homenagem ao Dia da ConsciĂŞncia Negra...

Regina CĂŠlia Jardim

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Dia da consciência negra Sou de cor branca,porque Deus assim o quis Meu irmão podes ser negro,ou outra cor ter O sangue que corre em nossas veias,a cor não é diferente.A pele não é igual, Mas todos o somos iguais por dentro Tanto no nascer como no morrer, O processo é igual. Como pode haver diferenças,nesta nossa Sociedade. Pois a cor não interessa a Quem ama de verdade. Devemos sentir pois, o nosso amor e Carinho. Não fazer distinções, do que a vida não Permite, todos somos iguais e todos, Somos diferentes. Sermos conscientes, duma vida só viver, As prementes desigualdades, não podem Acontecer. O direito á vida nos foi dado, saibamos Aceitar o que nos é fundamental Tratar e amar com igualdade e,se Acabar de vez, com o racismo, Neste Mundo que é de todos.

Rosete Cansado

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Zumbi, o grande mentor Branco Negro Amarelo Vermelho Cores de uma bandeira? Seria perfeito, não sugerisse preconceito! Branco é o gelo Negra a senzala Amarelo o ipê Vermelho, senhor da mata! A intolerância ainda insiste nos ultrapassados conceitos de raça. As descobertas da Genética sobrepõem-se à estética imposta pelas cores e séculos de dissabores. Que todas as consciências despertem neste Planeta! A negra já se ocupou e com valentia resgata valores de sua cultura, respeito, orixás e consagra Zumbi o grande mentor, dos Palmares resistência declara. Garrotes, açoites, grilhões hoje repousam em museus; troncos e pelourinhos, decoram algumas praças, a consciência fluiu e hoje é festejada. Rogoldoni

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Negra consciência Z oam tantos tambores pelos ares U m canto de tamanhas dores clama M emória de tais heróis sem fama B em-vindo seja, Zumbi dos Palmares! I ndignos somos, não tê-lo em altares d' teu povo és santo, tua voz é chama! P az pra todos! População reclama! A limentai as almas, onde andares... L iberdade pra ter dignidade! M elanina total, ser descendência... A guentar humilhações, consequência. R everencio a ti, com humildade... E ser negro é mais que ter consciência... S em ser discriminado, tal decência!

Sol Figueiredo

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Raça negra Divisão feita Pelo homem, Desde que mundo É mundo. O pobre e o rico, O poderoso e o Medroso. O ser é feito Da mesma Matéria. E da miséria da Razão vem a Intolerância e A discriminação. O preto e o Branco, Quando todos são, Filhos do mesmo Pai. Boba ilusão, Tudo acaba e vai Pra debaixo Do chão.

Solange Moreira

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Perdoem-me Perdoem-me irmãos, Irmãos de sangue Irmãos de sofrimento, Irmãos de cor. Amaldiçoo Esta minha cor! Maltrato este meu corpo, Procuro arrancar esta cor maldita, Este malfadado carimbo impregnado em mim Desde os primórdios da minha existência. Deixo as lágrimas caírem, Lavam-me o rosto… Mas a cor … A cor não é lavada, continua lá! Irmãos ajudai-me, ajudai-me a crer, que a nossa Cor também é Cor, que a nossa Cor tem Alma, que a nossa Cor tem Coração, que a nossa Cor tem Vida. e por favor Irmãos, perdoem-me este meu desalento!

Tina Tinoco

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Ìndice Dia da Consciência Negra ........................................................................................................... 3 Morgan Freeman ....................................................................................................................... 5 Não, não tenho que pedir perdão ............................................................................................... 7 Alda Melro. ................................................................................................................................. 7 Ode a Zumbi dos Palmares ......................................................................................................... 8 Ana Stoppa.................................................................................................................................. 8 Consciência ..................................................................................................................................... 9 Antonio Montes .......................................................................................................................... 9 E cor................................................................................................................................................ 10 Antonio Montes ........................................................................................................................ 10 O astuto macaco........................................................................................................................... 11 Antonio Montes ........................................................................................................................ 11 Dia da Consciência Negra ......................................................................................................... 12 Aurora M. F.C.Martins Afonso . ........................................................................................... 12 Consciência com ciência ............................................................................................................. 13 Carlos Alberto Fial Pereira ................................................................................................... 14 Senzala do tempo! ....................................................................................................................... 15 Consciência Negra ....................................................................................................................... 16 Ednaldo F. Santos... ............................................................................................................... 16 Minha Cor ..................................................................................................................................... 17 Fátima Rodrigues .................................................................................................................... 17 Luka ............................................................................................................................................... 17 Fátima Rodrigues .................................................................................................................... 17 Negro berço ................................................................................................................................... 18 Fernando Figueirinhas .......................................................................................................... 18 Negros por fora ............................................................................................................................ 19 Fernando Figueirinhas .......................................................................................................... 19 Minha ama negra ........................................................................................................................ 20 Fernando Figueirinhas .......................................................................................................... 20 Raça negra .................................................................................................................................... 21 Fernando Figueirinhas .......................................................................................................... 21 Sou negro ....................................................................................................................................... 22 Fernando Figueirinhas .......................................................................................................... 22 55


Canto de liberdade ...................................................................................................................... 23 Mestiço brasileiro ........................................................................................................................ 25 Dia da Consciência Negra ......................................................................................................... 26 Tenho sangue negro .................................................................................................................... 27 Helder Leal Martins ................................................................................................................ 28 Irá Rodrigues ............................................................................................................................ 29 Poema em homenagem ao dia da consciência negra/ ZUMBI ........................................... 30 Gerson Clayton Rodrigues Dos Santos. (S.D.). ................................................................. 30 Raça inferior… ............................................................................................................................. 31 Isabel Beato ............................................................................................................................... 31 Jorge Pinheiro .......................................................................................................................... 32 A côr da tua pele. ......................................................................................................................... 33 José Caetano Gomes................................................................................................................ 33 A consciencia. ............................................................................................................................... 34 José Caetano Gomes ................................................................................................................ 34 Consciência racial........................................................................................................................ 35 Lyana Esteves ........................................................................................................................... 35 Manoel Ferreira ........................................................................................................................... 36 Consciência negra........................................................................................................................ 37 Manoel Ferreira ....................................................................................................................... 38 Da consciência . ............................................................................................................................ 39 Margarida Cimbolini. ............................................................................................................ 39 Negra é a solidão. ........................................................................................................................ 40 Maria Fernanda ...................................................................................................................... 40 Descaminho da liberdade .......................................................................................................... 41 Mírian Cerqueira Leite ........................................................................................................... 42 Etnia humana .............................................................................................................................. 43 Mirian Menezes De Oliveira .................................................................................................. 43 Zumbi ............................................................................................................................................. 44 Paulina Rodrigues................................................................................................................... 44 Príncipe negro .............................................................................................................................. 45 Dia da consciência negra ........................................................................................................... 46 Paulina Rodrigues................................................................................................................... 47 Regina Célia Jardim............................................................................................................... 48 Dia da consciência negra ........................................................................................................... 49 Rosete Cansado ........................................................................................................................ 49 56


Zumbi, o grande mentor............................................................................................................. 50 Negra consciência ........................................................................................................................ 51 Sol Figueiredo .......................................................................................................................... 51 Raça negra .................................................................................................................................... 52 Solange Moreira ....................................................................................................................... 52

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